universidade salvador - tfg 2 - benefÍcios estratÉgicos adquiridos por uma empresa de...

43
UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS ENGENHARIA DE PRODUÇÃO FELIPE CARDIA MUSSER BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS Salvador 2011

Upload: felipe-musser

Post on 28-Jul-2015

312 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

FELIPE CARDIA MUSSER

BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA

EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO

IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS

SOCIAIS E AMBIENTAIS

Salvador

2011

Page 2: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

1

FELIPE CARDIA MUSSER

BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA

EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO

IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS

SOCIAIS E AMBIENTAIS

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso

de graduação em Engenharia de Produção,

Universidade Salvador - UNIFACS, como requisito

parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. Milton Correia Sampaio Filho

Co-Orientador: Cláudio Osnei Garcia

Salvador

2011

Page 3: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

2

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido objetivando uma análise dos benefícios

advindos da implementação de um software que auxilia no controle dos impactos

socioambientais resultantes das atividades e processos de uma empresa de

distribuição de energia. Para isso, faz-se necessário o entendimento e conhecimento

de ferramentas de planejamento estratégico para desenvolvimento de uma proposta

de controle de indicadores para implementação de um Sistema Integrado de Gestão.

Tendo em vista um posicionamento estratégico, maior segurança e veracidade das

informações estratégicas evitando erros, fez-se necessário aprimorar o

conhecimento em métodos e conceitos relativos à planejamento estratégico,

sustentabilidade, impactos ambientais, indicadores, metas e objetivos, objetivando

maior benefício, em longo prazo.

Palavras-Chave: Engenharia de Produção; Planejamento estratégico; business

intelligence; PMBOK; MORE.

Page 4: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

3

ABSTRACT

This paper aims to an analysis of the benefits derived from

the implementation of a software that controls the environmental and social

impacts resulting from activities and processes of an electricity

distribution company. For this, it is necessary to understand and acknowledge

strategic planning tools for the development and implementation of a proposed

Integrated Management System. Given a strategic positioning, increased security

and accuracy of the information to avoid strategic errors, it was necessary to improve

the knowledge on methods and concepts for strategic planning, sustainability,

environmental impacts, indicators, goals and objectives, aiming at greater benefit

in long term.

Keywords: Industrial Engineering; Strategic Planning; Business intelligence; PMBOK;

MORE.

Page 5: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

4

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: REPRESENTAÇÃO DO BSC. ........................................................... 16

FIGURA 2: REPRESENTAÇÃO DO BSC DA EMPRESA.................................... 29

FIGURA 3: MAPA DE ESTRATÉGIAS................................................................. 30

FIGURA 4: INTERFACE DO SISTEMA. .............................................................. 32

FIGURA 5: FAIXA DE RESULTADOS COM VALORES FICTÍCIOS ................... 32

FIGURA 6: GRÁFICOS DE SAÍDA ...................................................................... 33

FIGURA 7: GRÁFICO DE SAÍDA INDICANDO TEMA DE ATUAÇÃO................. 33

FIGURA 8: GRÁFICO DE CUSTOS – VALORES FICTÍCIOS ............................. 34

Page 6: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

5

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: INFORMAÇÕES RESUMIDAS DA COELBA.. .................................. 22

TABELA 2: DESCRIÇÃO INDICADORES............................................................ 24

TABELA 3: CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS ............... 27

TABELA 4: PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO SISTEMA....................... 35

Page 7: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

6

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABEPRO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE

PRODUÇÃO

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

ABRADEE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES DE

ENERGIA ELÉTRICA

ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA

BI – BUSINESS INTELLIGENCE

BSC – BALANCED SCORECARD

COELBA – COMPANHIA DE ENERGIA ELÉTRICA DA BAHIA

CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

FIPE – FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS

KPI – KEY PERFORMANCE INDICATORS

MORE – MECANISMO ONLINE PARA REFERÊNCIAS

OSCIP – ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE

PÚBLICO

PMI – PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE

UNIFACS – UNIVERSIDADE SALVADOR

R.S.C. – RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

R.S.E. – RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

SIG – SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO

Page 8: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 8

2. BREVE FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................... ..................................... 10

2.1. SUSTENTABILIDADE................................................................................... 10

2.2. IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................................................. 11

2.2.1. INDICADORES DE IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................... 12

2.3. RESPONSABILIDADE SOCIO AMBIENTAL ................................................ 14

2.4. BUSINESS INTELLIGENCE ......................................................................... 15

2.5. BALANCED SCORECARD ........................................................................... 15

2.5.1. MAPA DE ESTRATÉGIAS ......................................................................... 16

2.5.2. KEY PERFORMANCE INDICATORS ........................................................ 17

2.6. SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO........................................................... 18

2.6.1. SISTEMA ESPECIALISTA ......................................................................... 19

3. ESTUDO DE CASO ......................................................................................... 20

3.1 A COELBA .................................................................................................... 20

3.2. COMPARATIVO: TEORIA X PRÁTICA......................................................... 22

3.2.1. SUSTENTABILIDADE................................................................................ 22

3.2.2. IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................................................... 23

3.2.2.1. INDICADORES DE IMPACTOS SOCIO AMBIENTAIS........................... 23

3.2.3. RESPONSABILIDADE SOCIO AMBIENTAL ............................................. 24

3.2.3.1. PROGRAMA DE R.S.E DA COELBA...................................................... 24

3.2.4. BUSINESS INTELLIGENCE ...................................................................... 28

3.2.4.1. BALANCED SCORECARD ..................................................................... 28

3.2.4.2. MAPA DE ESTRATÉGIAS ...................................................................... 29

3.2.4.3. KEY PERFORMANCE INDICATORS ..................................................... 30

3.2.4.4. SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO..................................................... 30

3.3. SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS.............. 31

3.4. ANÁLISE DO SISTEMA ................................................................................ 34

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ................................................. 36

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 38

ANEXO I. SLIDES.................................... ............................................................ 41

ANEXO II. AUTORIZAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕE S.............. 42

Page 9: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

8

1. INTRODUÇÃO

No contexto empresarial atual, a necessidade da rápida tomada de

decisão, muitas vezes embasadas em informações duvidosas, pode transformar o

sucesso momentâneo de uma empresa em um fracasso total. A possível solução

para este problema tem sido a integração das diferentes áreas de uma empresa,

através da implementação de um Sistema Integrado de Gestão (SIG) que, se

desenvolvidos para atender as necessidades específicas das empresas, consegue

agregar vantagens competitivas para rápidas tomadas de decisão, aliadas a

segurança de informação e integração das diferentes áreas. Apesar das facilidades

e vantagens advindas da implantação de um SIG, muitas empresas são relutantes

quanto à implantação dos mesmos, devido ao alto custo inicial e a necessidade de

manutenção do mesmo, já que, caso haja mudança de estratégia empresarial, o

software deve ser alinhado a essa nova necessidade. Aliada a essa necessidade de

se tomar decisões de forma rápida e objetiva, tem sido crescente o interesse de

algumas empresas em atender as necessidades dos clientes em relação a questões

sociais e ambientais. Cada vez mais as empresas têm visto a gestão de impactos

ambientais como fator de competitividade e uma forma de agregar valor ao seu

negócio, uma vez que reduzindo desperdícios e evitando falhas pode-se melhorar a

produtividade e imagem da empresa no mercado. A busca por sustentabilidade faz

com que a gestão de impactos sócio-ambientais se torne uma ferramenta muito

importante para alcançar esse objetivo.

O tema proposto foi selecionado por representar uma oportunidade de

crescimento e fortalecimento da empresa, já que a empresa possui alguns softwares

de gestão que não são integrados, aumentando, assim, a possibilidade de erro na

aferição ou análise de algumas informações estratégicas. Além disso, este trabalho

tem como objetivo demonstrar os benefícios estratégicos que podem ser adquiridos

por uma empresa do setor de distribuição de energia elétrica com um sistema de

gestão de impactos socioambientais. Os benefícios estratégicos são as possíveis

melhorias que podem ser implementadas na empresa a partir de um diagnóstico do

controle de impactos socioambientais. Para isto, utilizou-se a metodologia de estudo

de caso, partindo de uma breve fundamentação teórica, que posteriormente será

Page 10: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

9

comparada com os conceitos da empresa e, finalmente, com a análise do sistema e

os respectivos benefícios.

No segundo capítulo é desenvolvida uma breve fundamentação teórica,

fornecendo embasamento estruturado sobre os principais temas abordados pelo

trabalho. A importância de se compreender de forma clara os conceitos de

sustentabilidade, impactos ambientais, responsabilidade sócio ambiental, business

intelligence e seus principais subtemas, é justificada no capítulo do estudo de caso,

pois é realizada uma comparação entre os conceitos teóricos e os conceitos

aplicados na prática.

No capítulo 3 (três) é abordado o estudo de caso, iniciando com

informações gerais da empresa, como fundação, privatização, estrutura, número de

clientes, área de concessão e outras informações. Posteriormente, são

demonstrados, na prática, os conceitos que foram explicitados no capitulo 2,

abordando a partir de uma forma mais objetiva através da ótica empresarial,

apresentando os conceitos de sustentabilidade, impactos ambientais,

responsabilidade sócio ambiental, business intelligence e seus principais subtemas.

A partir daí, é apresentado um sistema específico de controle de impactos sociais e

ambientais, ainda em fase de teste, que é utilizado como diferencial competitivo,

gerando benefícios financeiros, com redução de custos, e de imagem para a

empresa. Com isso, desenvolve-se uma base mais estruturada de conhecimento,

que permite ao autor desenvolver um uma analise sobre este sistema que favorece

a explanação do tema, descrevendo pontos positivos e negativos relativos ao

sistema.

Finalizando, são apresentadas as considerações finais, apresentando

uma visão geral do tema com os resultados obtidos em relação aos benefícios

adquiridos pelo sistema.

Page 11: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

10

2. BREVE FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. SUSTENTABILIDADE

O atual contexto econômico e social de crise tem intensificado o conceito

de sustentabilidade como uma ferramenta de vantagem competitiva, possibilitando a

redução de custos em atividades operacionais pela utilização de produtos

renováveis ou reciclados, como, também, melhorando a imagem de institucional de

empresas de forma que, segundo o Relatório da ONU “Nosso Futuro Comum”:

“desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente,

sem comprometer a capacidade das gerações futuras em atenderem às suas

próprias necessidades”. Assim, pode-se definir sustentabilidade como, de acordo

com a Rede de Sustentabilidade:

“Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a

continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e

ambientais da sociedade humana. Propõe-se a ser um meio de

configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a

sociedade, os seus membros e as suas economias possam

preencher as suas necessidades e expressar o seu maior

potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a

biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e

agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção

indefinida desses ideais”

Fonte: Rede de Sustentabilidade: Portal da Sustentabilidade

<http://www.sustentabilidade.org.br/>

A Rede de Sustentabilidade é uma rede aberta de pessoas e

organizações de todos os setores da sociedade que se auto-organiza em torno do

tema sustentabilidade. Através de seu website, o Portal da Sustentabilidade é

possível adquirir informações importantes relacionadas a sustentabilidade,

desenvolvimento sustentável, energia e outras informações.

Page 12: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

11

A partir deste conceito de Sustentabilidade, contendo uma abordagem

mais generalista e a recorrente exposição do termo na literatura referente a

possíveis ganhos financeiros e sociais faz-se necessário compreender a implicação

do termo como sustentabilidade empresarial. Segundo SAVITZ e WEBER (2007):

“Empresa sustentável é aquela que gera lucro para os

acionistas, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente

e melhora a vida das pessoas com que mantém interações,

desta forma, Sustentabilidade, na prática, pode ser encarada

como a arte de fazer negócios num mundo interdependente”.

Fonte: SAVITZ, Andrew W.; WEBER, Karl. A Empresa Sustentável:

O Verdadeiro Sucesso é o Lucro com Responsabilidade Social e

Ambiental . Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

Segundo BELLEN (2004), a melhor opção para alcançar o equilíbrio entre

as dimensões econômica, social e ambiental o desenvolvimento é a aplicação de

sistemas de indicadores ou ferramentas de avaliação que procuram mensurar a

sustentabilidade.

2.2 IMPACTOS AMBIENTAIS

O conceito mais amplo de impacto pode ser compreendido como choque,

colisão, fato chocante ou resultado de um evento importante. Podem ser descritos

diversos tipos de impactos, como visual, físico (como uma bomba ou acidente),

impacto de uma enchente. No entanto impacto pode ser interpretado como

resultados de atividades ou transformações humanas na estrutura ou dinâmica de

certo sistema. Segundo a resolução 001 de 1986 do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), Impacto ambiental pode ser definido como:

“Art. 1o Para efeito desta Resolução, considera-se impacto

ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,

químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer

Page 13: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

12

forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas

que, direta ou indiretamente, afetam:

I. A saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II. As atividades sociais e econômicas;

III. A biota;

IV. As condições estéticas e sanitárias do meio

ambiente;

V. A qualidade dos recursos ambientais”.

Fonte: CONAMA.

Assim pode-se compreender que toda e qualquer atividade que altere

algum aspecto do meio é considerado impacto ambiental. Analisando a velocidade

com a qual o país vem se desenvolvendo, especificamente no aspecto econômico,

pode-se perceber um aumento dos impactos ambientais e, conseqüentemente,

sociais. Para isto, faz-se necessário um maior e efetivo controle desses impactos, já

que é possível perceber que empresas que investem em sustentabilidade agregam

valor aos seus produtos/serviços gerando vantagem competitiva.

2.2.1. INDICADORES DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Para um controle efetivo dos impactos socioambientais, faz-se necessário

utilizar indicadores específicos para controle destes impactos. Para isto, é

importante definir como é possível controlar impactos ambientais. Segundo o inciso

III do artigo terceiro da Resolução CONAMA 237/97: “Estudos Ambientais são todos

e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização,

instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento,

apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório

ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar,

diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e

análise preliminar de risco”.

Para um controle eficiente dos impactos sócio-ambientais, é necessária

uma análise do potencial desse e impacto. Assim, o CONAMA exige a elaboração

Page 14: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

13

do Estudo de Impactos Ambientais e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)

para o desenvolvimento de empreendimentos e/ou atividades que tenham potencial

de gerar impactos ambientais. Já para empreendimentos e/ou atividades onde esse

potencial é baixo é exigido o Plano de Controle Ambiental e o Relatório de Controle

Ambiental (PCA/RCA).

O conteúdo básico de Estudo de Impactos Ambientais e do Relatório de

Impacto Ambiental (EIA/RIMA) deve conter:

• Área de Influência do Projeto

• Planos e Programas Governamentais (Zoneamento Ambiental)

• Alternativas

• Descrição Inicial do Local

• Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais (AIA) do Projeto

• Medidas Mitigadoras

• Impactos Desfavoráveis e Previsão de Orçamento

• Medidas Compensatórias

• Distribuição dos Ônus e Benefícios Sociais do Projeto

Para controle efetivo é necessário que se tenham indicadores específicos

para controle de impactos socioambientais. Indicadores podem ser considerados

como a forma pela qual os objetivos serão medidos e/ou quantificados, e devem:

• Estabelecer um referencial para avaliações;

• Determinar progressos em relação a planos e objetivos;

• Auxiliar na identificação de inconformidades;

Os indicadores de impactos socioambientais apresentam um desafio

segundo TAYRA e RIBEIRO (2005):

“um dos principais desafios tornou-se a construção de

instrumentos para sua mensuração, pois estes também seriam

instrumentos essenciais para guiar a ação e subsidiar o

Page 15: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

14

acompanhamento e a avaliação do progresso alcançado rumo

ao desenvolvimento sustentável.”

Ainda, de acordo com TAYRA e RIBEIRO (2005) o objetivo dos sistemas

de indicadores é a construção de um conjunto de indicadores que mostrem

tendências vinculantes e/ou sinérgicas, variáveis que analisadas em seu conjunto

possam dar conta das principais tendências, tensões e causas subjacentes aos

problemas de sustentabilidade. As vantagens de tal enfoque decorrem de um certo

consenso internacional que vigora em torno de tal modelo, por não requer

comensurabilidade ou valoração (uma dificuldade sempre presente nos indicadores

monetários, por exemplo). Como uma desvantagem, eles não conseguem revelar

imediata ou sinteticamente os fenômenos. A sua construção é estimulada a partir de

governos e organismos internacionais, o que tem lhes conferido uma grande

aceitação mundial. O mais popular dos sistemas de indicadores ambientais é o PER

(Pressão-Estado-Resposta, PSR em inglês). O modelo busca descrever a dinâmica

de um problema ambiental; por exemplo, a pressão ambiental decorrente da

deposição de esgotos em um rio ou a diminuição de área disponível para vida

selvagem.

2.3. RESPONSABILIDADE SOCIO AMBIENTAL

Responsabilidade social pode ser descrito, segundo o Instituto ETHOS,

como “A ética é a base da responsabilidade social, expressa nos princípios e valores

adotados pela organização. Não há responsabilidade social sem ética nos negócios.

Não adianta uma empresa pagar mal seus funcionários, corromper a área de

compras de seus clientes, pagar propinas a fiscais do governo e, ao mesmo tempo,

desenvolver programas voltados a entidades sociais da comunidade. Essa postura

não condiz com uma empresa que quer trilhar um caminho de responsabilidade

social. É importante haver coerência entre ação e discurso”. Portanto pode-se

compreender que a responsabilidade socioambiental é a expressão dos princípios e

valores adotados por organizações visando tanto ganhos sociais como ambientais,

os quais podem estar relacionados a redução de impactos, ações sustentáveis,

entre outras.

Page 16: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

15

2.4. BUSINESS INTELLIGENCE

O Business Intelligence é considerado como, segundo Oficina da Net: “O

termo Business Intelligence (BI), pode ser traduzido como Inteligência de negócios,

refere-se ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e

monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios”.

Portanto, atividades referentes à gestão de informações que oferecem suporte a

gestão do negócio podem ser considerados como BI e, para melhor compreensão

serão abordados alguns subtemas do BI: Balanced Scorecard (BSC), Mapa de

Estratégias, Key Performance Indicators (KPI) e Sistema Integrado De Gestão (SIG)

com enfoque posterior em um Sistema de Gestão Específico.

2.5. BALANCED SCORECARD

O Balanced Scorecard é uma ferramenta de gestão que auxilia

disseminar as estratégias da empresa, através das suas 4 (quatro) principais

perspectivas Clientes, Financeira, Aprendizado e Crescimento e Processo Internos.

Segundo Santos (2008) o BSC é:

“uma técnica que visa a integração e balanceamento de todos

os principais indicadores de desempenho existentes em uma

empresa, desde os financeiros/administrativos até os relativos

aos processos internos, estabelecendo objetivos da qualidade

(indicadores) para funções e níveis relevantes dentro da

organização, ou seja, desdobramento dos indicadores

corporativos em setores, com metas claramente definidas.

Assim, esse modelo traduz a missão e a estratégia de uma

empresa em objetivos e medidas tangíveis”

Page 17: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

16

FIGURA 1: REPRESENTAÇÃO DO BSC

FONTE: < http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8d/BSC.png/400px-BSC.png>

(2011)

O BSC possui quatro perspectivas, sendo que:

• Clientes: representam onde se quer competir e avalia o nível de

atendimento e satisfação do cliente.

• Financeira: trata da gestão dos custos, dos lucros e da aplicação.

• Processos Internos: mapeia e prioriza os processos mais importantes

para atingir os objetivos e metas do cliente e financeira.

• Aprendizado e Crescimento: desenvolve-se a estratégia para o

aprendizado e crescimento da equipe para que se possa cumprir os

objetivos das outras perspectivas baseiam-se também na melhoria

contínua.

2.5.1. MAPA DE ESTRATÉGIAS

O mapa de estratégias pode ser definido como, segundo KAPLAN (2004),

uma ferramenta para as empresas converterem ativos intangíveis em ativos

Page 18: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

17

tangíveis na busca de resultados notáveis, e, para chegar a essa ferramenta, como

produto final, utiliza-se o BSC, pois possibilita que os executivos avaliem como suas

unidades de negócio, criam valor para os clientes atuais e futuros, sem desviar o

interesse do desempenho financeiro transcendendo sua concepção como sistema

de controle de gestão, para se transformar em um novo processo de gestão

estratégica. Ou seja, busca-se, através do mapa de estratégias consolidar as 4

(quatro) perspectivas do BSC. Para implementar um mapa de estratégia eficiente,

deve-se seguir cinco passos básicos:

1. Traduzir a estratégia em termos operacionais

2. Alinhar a empresa com a estratégia

3. Transformar a estratégia no trabalho diário de cada funcionário.

4. Transformar a estratégia em um processo contínuo

5. Mobilizar a mudança através da liderança executiva

2.5.2. KEY PERFORMANCE INDICATORS

Key Performance Indicator também são conhecidos como Indicadores-

Chave de Performance, são ferramentas estratégicas que medem o nível de

desempenho de processos mantendo o foco em “como” e qual a situação dos

objetivos, se foram alcançados. De acordo com BERNARDES (2009):

“Os KPIs (Indicadores Chave de Desempenho), tiveram sua aplicação ampliada nas

mais diversas questões referentes aos negócios nas empresas. Podem ser

desenvolvidos com a finalidade de medir qualquer etapa de um processo ou

resultado. Grandes empresas desenvolvem verdadeiros Cockpits, através dos quais

acompanham metodicamente os seus resultados. Os KPIs não estão limitados

apenas às conhecidas métricas financeiras, a comparação dos indicadores pode

apontar o caminho para a conclusão dos objetivos estratégicos de um empresa. É

claro que cabe aos altos executivos e suas equipes, definirem quais serão os

indicadores chaves de desempenho, que apontarão os resultados, bem como

apoiarão os diagnósticos. Um método constantemente aplicado nas organizações

para a escolha dos indicadores chaves de desempenho é o Balanced Scorecard”.

A partir deste conhecimento pode-se analisar alguns exemplos de KPIs:

Page 19: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

18

• Time-To-Market

• Lead Time

• On-Time-In-Full

• Stock-Out

• Market Share

• Produtividade Homem/Hora

• Ociosidade

• Giro de Estoque

Para definir quais os KPI’s que serão utilizados deve-se dividir os

objetivos da empresa de forma integrada e global, geralmente, atendendo o

objetivos relacionados a diminuir custos, aumentar receita ou lucro líquido, satisfazer

os clientes e aperfeiçoar processos. Neste projeto será abordado o exemplo de Lead

Time, já que é um indicador chave de desempenho que controla o tempo de duração

de um projeto. Um exemplo de aplicação de KPI é o banco HSBC que “passou a

adotar grandes indicadores de performance, os Key Priority Indicators (KPIs). O

objetivo é ter uma maior coordenação de todas as iniciativas que estão acontecendo

dentro do banco. Os KPIs já eram adotados para as áreas de negócios. A grande

mudança de 2010 é que passaram a ser usados também para as metas de

sustentabilidade, que estão mais claras e objetivas”.

2.6. SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO

Sistema Integrado de Gestão (SIG) ou também conhecido como

Enterprise Resource Planning (ERP) pode ser considerado como uma ferramenta

de gestão, sendo software ou sistema de informação que é utilizado para facilitar a

tomada de decisão e controle das informações. Um SIG tem como principais

propósitos, de acordo com STAIR (1998): “Ajudar a empresa a alcançar suas metas,

fornecendo a seus gerentes detalhes sobre as operações regulares da organização,

de forma que possam controlar, organizar e planejar com mais efetividade e com

maior eficiência”.

Page 20: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

19

Os SIG possuem como principais vantagens: conjunto integrado de

subsistemas, integração deve ser aprimorada pelo gerente de SI, Melhor eficácia na

distribuição da informação de forma correta e segura, otimização dos processos,

agregar valor à informação e ao negócio. No entanto, a principal desvantagem dos

SIG são os custos relacionados a implementação que são elevados, mas a longo

prazo mostram-se vantajosos.

A necessidade de implementar um SIG se faz muito presente, por ser

uma empresa de grande porte, e a necessidade de obter-se informação rápida, de

forma objetiva e com erro zero. Pode-se ainda subdividir o SIG em três níveis

hierárquicos: Estratégico, Tático e Operacional, onde o Estratégico envolve áreas

relacionadas ao BI (como BSC, Mapa de Estratégias e KPI’s), nível tático (com o

próprio sistema integrado de gestão) e o Operacional (referente a um sistema

especialista, que transforma as estratégias em ações propriamente ditas).

2.6.1. SISTEMA ESPECIALISTA

Um sistema especialista pode ser descrito como um sistema desenvolvido

para solucionar problemas complexos ou específicos. Segundo FEIGENBAUM

(1996): "um programa inteligente de computador que usa conhecimento e

procedimentos de inferência para resolver problemas que são difíceis o suficiente

para que sua solução necessite de um grau significativo de perícia humana”.

Portanto um exemplo de sistema especialista é um sistema de gerenciamento de

indicadores voltados a impactos ambientais; sistema para elaboração, controle e

gestão de orçamento, entre outros.

Page 21: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

20

3. ESTUDO DE CASO

3.1. A COELBA

A COELBA - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia - é

concessionária de serviço público de energia elétrica, destinada a projetar construir

e explorar os sistemas de subtransmissão, transformação, distribuição e

comercialização de energia elétrica e serviços correlatos. Considerada a maior

distribuidora de energia elétrica do Norte–Nordeste e a terceira do Brasil em número

de clientes, suas atividades são regulamentadas e fiscalizadas pela Agência

Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, órgão vinculado ao Ministério das Minas e

Energia.

A Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, COELBA, segundo a

ANEEL:

“foi criada em 28 de março de 1960 e privatizada em 31 de

julho de 1997. Atende quatro milhões de unidades

consumidoras em uma área de concessão de 563.374 Km2.

Atualmente, é responsável por fornecer 10,6 milhões de

MW/ano de energia a 374 municípios da Bahia. O Contrato de

Concessão nº 010/1997 firmado entre a União, por meio da

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), com a

COELBA foi assinado em 8 de agosto de 1997, com prazo de

30 anos, e terá vigência até agosto de 2027, prorrogável por

igual período.”

Fonte: Cartilha da ANEEL sobre a COELBA.

De acordo com seu site institucional1, a sede da COELBA, localizada em

Salvador, na Av. Edgar Santos, nº. 300, ocupa uma área total de cerca de 130.000

m². A Empresa dispõe de 23 Unidades, mantém 41 agências de atendimento e duas

agências móveis, criadas de acordo com as características físicas e econômicas das

diversas regiões do Estado. Com uma força de trabalho formada por 12.051

Page 22: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

21

pessoas, sendo 2.550 colaboradores, 120 estagiários, 76 jovens aprendizes e 9.305

parceiros (prestadores de serviço contratados por empresas terceirizadas).

A COELBA é a maior concessionária de serviço público de energia

elétrica do Norte-Nordeste em número de clientes e em volume de energia

comercializada. É uma sociedade por ações de capital aberto pertencente ao Grupo

Neoenergia. A empresa atua no Estado da Bahia, e se apresenta como uma das

empresas do setor elétrico brasileiro de maior consciência e atuação no âmbito da

responsabilidade sócio-ambiental.

A empresa atende a cerca de 4,3 milhões de consumidores, Cerca de

56% desses consumidores são classificados como baixa renda, dentro de um

Estado cujo PIB per capita é de apenas 56% do nacional, e 329 dos seus 417

municípios possuem um PIB per capita menor do que R$4.000/ano. De acordo com

a Revista EXAME a COELBA é a 9ª (nona) maior empresa de energia do Brasil, com

vendas, aproximadas, em torno de US$ 3.851,9 milhões.

A Missão da Coelba é descrita como:

“Ser uma empresa de referência na distribuição de energia. Ser a luz e

energia do estado da Bahia, contribuindo para o seu desenvolvimento”.

A Visão da Coelba é descrita como:

“Universalizar o fornecimento de energia com qualidade até 2011”.

Os principais Valores da Coelba são:

• Foco em resultado

• Espírito de Equipe

• Conhecimento e comunicação

• Iniciativa e proatividade

1Coelba – Companhia de eletricidade do Estado da Bahia: Site institucional da empresa:

<http://www.coelba.com.br/>. Acesso em: 11 set. 2011

Page 23: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

22

Portanto, de forma resumida, têm-se as principais informações da

empresa:

TABELA 1: INFORMAÇÕES RESUMIDAS DA COELBA.

FONTE: O AUTOR (2011).

3.2. COMPARATIVO: TEORIA X PRÁTICA

Neste capítulo será efetuada um comparação entre os conceitos

explicitados anteriormente para embasamento de informações referentes a empresa

do estudo de caso. Inicialmente, serão explicados os conceitos, em relação à

empresa, de Sustentabilidade; Responsabilidade Socioambiental juntamente com o

Programa de Responsabilidade Social Empresarial; Impactos Ambientais e

indicadores de impactos; Business Intelligence com os conceitos de BSC, mapa de

estratégias, KPI’s, SIG e o software específico de Gestão de Impactos Sociais e

Ambientais..

3.2.1. SUSTENTABILIDADE

O conceito de sustentabilidade para a empresa baseia-se na premissa de

que é a relação entre aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da

sociedade, de modo que seu desenvolvimento venha a atender às necessidades dos

atuais clientes, sem comprometer o potencial para as gerações futuras em

atenderem às suas próprias necessidades.

•Fundação 28 de março de 1960

•Privatização 31 de julho de 1997

•Unidades Consumidoras 4 milhões

•Publico/Municípios 374

•Área de concessão 563.374 Km2

•Fornecimento de energia 10,6 milhões de MW/ano de energia

Page 24: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

23

3.2.2. IMPACTOS AMBIENTAIS

A empresa considera como impactos ambientais como qualquer

modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte de um aspecto

ambiental, sendo esta descrição similar a descrita pelo CONAMA, que é o órgão

nacional responsável, onde se considera impacto ambiental qualquer alteração das

propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer

forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou

indiretamente, afetam:

I. A saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II. As atividades sociais e econômicas;

III. A biota;

IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V. A qualidade dos recursos ambientais.

3.2.2.1. INDICADORES DE IMPACTOS SOCIO AMBIENTAIS

Por questões referentes à segurança de informações estratégicas, serão

explicados, de modo breve e com as siglas modificadas, alguns indicadores

relacionados a impactos ambientais. Alguns dos indicadores, os quais serão

explicados, estão diretamente ligados ao BSC.

Page 25: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

24

TABELA 2: DESCRIÇÃO INDICADORES.

FONTE: O AUTOR (2011)

Um dos problemas avistados neste estudo é que alguns indicadores são

indicadores aglutinados, ou seja, baseia-se no resultado de outros indicadores, o

que permite ter uma visão distorcida do indicador que pretende estudar.

3.2.3. RESPONSABILIDADE SOCIO AMBIENTAL

A empresa participa anualmente do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ)

oferecido pela Fundação Nacional da Qualidade, a qual se baseia na metodologia

ETHOS para pontuação dos indicadores. Os indicadores Ethos-Abradee informados

pelas empresas são avaliados e consolidados pelo Instituto Ethos em conjunto com

a FIPE, resultando em uma pontuação segundo a qual são selecionadas dez

empresas para serem visitadas por um examinador da FNQ. Após a visita, a FNQ

fornece um Relatório de Avaliação (RA), que serve para a empresa como balizador

para as ações de melhoria do programa de responsabilidade social.

3.2.3.1. PROGRAMA DE R.S.E DA COELBA

O objetivo principal deste programa é direcionar todas as ações da

empresa para que estejam vinculadas aos princípios de Responsabilidade Social

Corporativa e alinhadas com as estratégias de negócio, diretrizes e com os focos de

Page 26: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

25

atuação adotados. Estes princípios estão presentes em todas as relações da

empresa com seus mais diversos públicos. Utiliza-se a metodologia dos Indicadores

ETHOS de Responsabilidade Social Empresarial: Instrumento de auto-avaliação

com base em um questionário que une perguntas sobre todos os temas da Agenda

de Responsabilidade Social Empresarial (Público Interno; Meio Ambiente;

Fornecedores; Sociedade; Clientes.

Em 2007, a COELBA desenvolveu um Programa de Responsabilidade

Social Empresarial, com o Departamento de Planejamento e Controle de Gestão

(PCG) e Departamento de Comunicação (PRC), objetivando definir mecanismos

claros para gestão de impactos sociais e ambientais, que eram e são decorrentes de

suas atividades operacionais. Segundo o Instituto ETHOS de Empresas e

Responsabilidade Social, que é uma organização sem fins lucrativos, caracterizada

como OSCIP (organização da sociedade civil de interesse público), sua missão é

mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma

socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade

justa e sustentável, um programa de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é

considerado como:

“a forma de gestão que se define pela relação ética e

transparente da empresa com todos os públicos com os quais

ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais

que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade,

preservando recursos ambientais e culturais para as gerações

futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução

das desigualdades sociais”.

Fonte: Instituto ETHOS: website coorporativo:

<http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/93/servicos_do_portal/p

erguntas_aspx>

A partir deste conceito de responsabilidade social, a COELBA, em 2007,

iniciou o desenvolvimento o projeto de R.S.E. Iniciou-se desenvolvendo 4 etapas:

Page 27: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

26

• definição de metodologia para gestão dos aspectos socioambientais, de modo

integrado às atividades normais da organização (utilizando o Mapa de

Processos) e às estratégias empresariais (BSC);

• definição dos itens de classificação dos impactos socioambientais decorrentes

das atividades da empresa;

• desdobramento desses itens em aspectos específicos, em conformidade com a

natureza das perguntas, referidas a cada um desses aspectos, do Questionário

Ethos-Abradee

• desenvolvimento das atividades estabelecidas na metodologia:

o mapeamento dos impactos socioambientais decorrentes de cada uma das

atividades da organização (utilizando o Mapa de Processos);

o priorização dos processos mais importantes;

o definição de indicadores para gestão dos impactos sócio-ambientais;

Assim, seguindo a metodologia e o sistema de classificação do instituto

ETHOS classificou-se os tipos de impactos sócio-ambientais em 5 (cinco) temas, e

cada um dos temas em aspectos referentes a cada tema, para uma compreensão

mais objetiva dos impactos. Definiu-se como tema: Público interno; Meio ambiente;

Fornecedores; Sociedade e comunidade; e Consumidores e clientes. Para cada

tema definiu-se como aspecto específico:

• Publico Interno foram definidos como aspectos específicos: Qualidade de

Vida; Informações; Relações Trabalhistas; Desenvolvimento; Saúde e

Segurança.

• Meio ambiente: Arborização; Preservação; Tratamentos de Resíduos e

Eficiência Energética.

• Fornecedores: Seleção e contratação; Desenvolvimento e Capacitação;

Avaliação e Reconhecimento.

• Sociedade e Comunidade: Educação; Cultura; Imagem; Inclusão Social;

Assistência Social; Segurança e Relações com o Governo;

• Consumidores e Clientes (Clientes): Comunicação Comercial; Atendimento;

Reclamações.

Page 28: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

27

TABELA 3: CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS

FONTE: O AUTOR (2011)

Como a empresa, se baseia pelo Mapa de Processos para gestão e

realização de atividades, a gestão desses impactos se dá através de normativos,

que orientam as atividades no sentido de prevenir ou minimizar os referidos

impactos, e de indicadores, que mensuram o nível dos respectivos impactos

socioambientais e o ritmo de atuação da empresa em cada tema. Todos os

processos da empresa foram mapeados e, para todas as atividades consideradas de

alto impacto nos aspectos sócio-ambientais, foram criados indicadores que são

avaliados periodicamente.

Para estabelecer a prioridade e a importância para a aplicação dos

indicadores foram criados os seguintes critérios:

� Impacto Econômico

� Processo de Negócio

� Indicador de Resultado

� Tema Legal (Impacto na Tarifa)

� Alinhamento Estratégico

� Quantidade de Processos Afetados

� Grau de dificuldade para a implantação dos indicadores

� Periodicidade de apuração

Page 29: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

28

Como resultado disso, foram selecionados os principais indicadores que

serão utilizados prioritariamente para o controle das atividades dos processos da

empresa relacionados à R.S.E., e utilizados no Sistema de Gestão de Impactos

Sociais e Ambientais.

3.2.4. BUSINESS INTELLIGENCE

Na empresa o conceito de BI é definido como Inteligência de negócios,

envolvido nos principais processos referentes a estratégias de negócio no que

refere-se ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e

monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios. Estas

informações são fundamentais para a empresa, pois fornecem conhecimento e

dados para utilização de ferramentas de gestão, como Balanced Scorecard (BSC),

Mapa de Estratégias, Key Performance Indicators (KPI) e Sistema Integrado De

Gestão (SIG) e, principalmente, para o Sistema de Gestão de Impactos Sociais e

Ambientais.

3.2.4.1. BALANCED SCORECARD

A empresa utiliza o BSC como instrumento de gestão para acompanhar,

analisar e comunicar os seus Planos Estratégicos. O foco do BSC é traduzir a Visão

da companhia para níveis operacionais. O objetivo é fazer com que as estratégias

aconteçam nos processos. O diferencial de utilização do BSC é o aprendizado que a

ferramenta proporciona e o seu poder de comunicação pela empresa. Através das

quatro perspectivas do BSC, é possível disseminar para as equipes seus objetivos

estratégicos, indicadores, metas e iniciativas. O desafio é fazer estas estratégias

acontecerem na prática.

Page 30: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

29

FIGURA 2: REPRESENTAÇÃO DO BSC DA EMPRESA

FONTE: APRESENTAÇÃO CORPORATIVA (2011).

3.2.4.2. MAPA DE ESTRATÉGIAS

A partir da utilização contínua do BSC e do mapeamento das atividades a

empresa desenvolveu um mapa de estratégias que se baseia no conceito de que

mapa de estratégias é a ferramenta que transforma ativos intangíveis em ativos

tangíveis na busca de resultados notáveis. E, visando manter a objetividade nos

benefícios adquiridos pela empresa com implementação de um sistema específico

para Gestão de Impactos Sociais e Ambientais, será apresentada uma parte do

mapa de estratégias, a partir da perspectiva de desenvolvimento sustentável.

Page 31: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

30

FIGURA 3: MAPA DE ESTRATÉGIAS

FONTE: O AUTOR. DADOS OCULTADOS POR SEGURANÇA DE INFORMAÇÕES (2011).

3.2.4.3. KEY PERFORMANCE INDICATORS

A empresa considera como KPI’s como ferramentas estratégicas que

possibilitam mensurar o nível de desempenho de processos, a partir de

determinados indicadores, buscando informações de “como” e qual a situação dos

objetivos, se foram alcançados ou não. Dentre os principais KPI’s pode-se citar o

ETXX que visa melhorar a qualidade da gestão da responsabilidade social

empresarial a partir de outros indicadores. O indicador mensura, as ações

direcionadas a programa(s) específico(s) para elaboração de relatórios.

3.2.4.4. SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO

A empresa considera como um sistema integrado de gestão (SIG) como

uma ferramenta de gestão, sendo software ou sistema de informação que é utilizado

para facilitar a tomada de decisão e controle das informações. A empresa utiliza

Page 32: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

31

para alguns departamentos e funções o SAP/R3 como SIG. Partindo deste

conhecimento, decidiu-se que para se ter um controle eficaz e eficiente dos

processos internos de uma empresa é de fundamental importância que se tenha um

software eficaz para controlar e gerenciar as informações. Decidiu-se implementar

uma ferramenta de gestão de Impactos Sociais e Ambientais, considerado como um

sistema específico. Assim, a empresa considera como um Sistema de Gestão de

Impactos como um sistema da gestão de utilizado para desenvolver e implementar

sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos ambientais, de modo que o

sistema de é um conjunto de elementos inter-relacionados utilizados para

estabelecer a política e os objetivos e para atingir esses objetivos. Este sistema

inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades,

práticas, procedimentos, processos e recursos.

3.3. SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS

O sistema de Gestão de Impactos Sociais e Ambientais, em relação aos

temas e aspectos específicos, e para isso, foi contratada uma empresa para

desenvolvimento deste software, que terá como output desejado, informações

precisas e de fácil compreensão, através de relatórios, painéis, com as principais

informações dos objetivos, indicadores e metas. O sistema está em fase de

implementação, onde já foram cadastrados os principais objetivos processos e

indicadores com suas respectivas metas. Num projeto futuro, o sistema funcionará

integrado com outros softwares de gestão.

O software possui uma interface de fácil utilização, onde é possível

cadastrar a empresa; setores; Temas de atuação; Aspectos; Processos; Atividades e

Indicadores. Ao se cadastrar um indicador é necessário definir quais os aspectos

em que este indicador está envolvido, quais os temas de atuação e qual o processo

referente a esse indicador. A partir do cadastro dessas informações, são lançados

os valores mensais nos respectivos indicadores, ou seja, suas respectivas metas. Os

valores das metas são comparados com faixas de resultado, previamente,

estipulados (Figura 5). É padrão na empresa a utilização das Faixas Excelente;

Muito Bom; Bom; Suficiente e Insuficiente.

Page 33: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

32

FIGURA 4: INTERFACE DO SISTEMA

FONTE:O AUTOR (2011).

FIGURA 5: FAIXA DE RESULTADOS COM VALORES FICTÍCIOS.

FONTE: O AUTOR (2011).

Assim, com o cruzamento dessas informações é possível gerar relatórios

dos indicadores, com seus valores mensais, valores anuais (passados) situação

atual; gráficos gerais; painéis e outras informações que podem ser utilizadas na

tomada de decisão ou análise de um processo. Por estar integrado com mapa de

processos da empresa, que contem todos os processos e respectivas atividades, é

disponibilizada a possibilidade de navegar ou pesquisar informações através dos

mapas.

Page 34: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

33

FIGURA 6: GRÁFICOS DE SAÍDA.

FONTE: O AUTOR (2011).

FIGURA 7: GRÁFICO DE SAÍDA INDICANDO TEMA DE ATUAÇÃO.

FONTE: O AUTOR (2011).

Além deste tipo de gráfico, como alguns indicadores podem indicar custos, o

sistema também oferece gráficos de custos, de cada tipo de aspecto, que podem ser

“aprofundados” numa espécie de datamining, e compreendidos os custos envolvidos

nos aspectos e indicadores.

Page 35: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

34

FIGURA 8: GRÁFICO DE CUSTOS – VALORES FICTÍCIOS.

FONTE: O AUTOR (2011).

3.4. ANÁLISE DO SISTEMA

Com base nos dados que podem ser inseridos no sistema, como cadastro

de todo o processo, indicadores, atividades, custos, entre outros, aliado a

flexibilidade oferecida pelo sistema, pode-se inferir que é uma ferramenta muito útil

na tomada de decisão e gestão dos impactos sócio-ambientais. A figura 7

exemplifica de forma clara que é possível analisar um indicador, que dependendo da

sua situação (padronizada e exemplificada pela figura 5), pode estar afetando um ou

mais aspectos, ou seja, um indicador refere-se tanto ao âmbito de Sociedade e

comunidade ou a clientes, por exemplo.

A facilidade de visualização gráfica e interface de fácil aprendizado e

utilização do programa contam como outro ponto positivo, possibilitando maior

rapidez no acesso dos gerentes e ou responsáveis das unidades para geração de

relatórios. Além disso, o sistema possibilita a elaboração mais eficaz de relatórios

mensais, uma vez que a automatização dos gráficos, cálculos e outras operações

evitam erros, comuns por parte dos elaboradores, comparando, ainda, com valores

de outros anos demonstrando projeções anuais. Esses relatórios são importantes

para a empresa, uma vez que a mesma participa anualmente do Prêmio da

ABRADEE e FNQ, permitindo destaque maior e melhorando a imagem da empresa.

No entanto, o sistema ainda possui algumas falhas. Um ponto negativo

que pode ser ressaltado é que o sistema está sujeito a falhas no lançamento das

Page 36: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

35

metas mensais dos indicadores, uma vez que o processo não é automático, há a

necessidade de um operador para realizá-la, aumentando a possibilidade de erros.

No entanto, visando mitigar erros e problemas futuros estuda-se a possibilidade de

integração deste software específico com o SAP/R3, especificamente para a área de

custos.

Outro aspecto negativo, não é referente ao programa em si, apesar de

afetar o resultado do mesmo, é o parâmetro utilizado para criação de indicadores,

uma vez que alguns indicadores podem aparecer em temas diferentes, ou ser a

soma de outros indicadores, também descritos como Indicadores Aglutinados,

aumentando a possibilidade de erros ou informações desnecessárias. Estes

indicadores Aglutinados atrapalham na aferição real de um indicador, por exemplo: o

Indicador X1 é a soma dos indicadores X2 e X3 e considerando que, quanto maior o

valor do indicador, melhor seu desempenho, se o valor de X1 for elevado indicará

que seu desempenho foi positivo, no entanto não se pode informar se os outros

indicadores tiveram desempenhos satisfatórios, já que X2 poderia possuir um valor

muito pequeno (representando desempenho abaixo do esperado) e X3 um elevado

valor, superando expectativas, fazendo com que haja um interpretação falsa dos

valores do indicador X1.

TABELA 4: PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO SISTEMA

FONTE: O AUTOR (2011).

Page 37: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

36

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a atual conscientização da população e empresas de

diversos setores, em relação à necessidade de se controlar os impactos ambientais,

os governos têm exercido posturas cada vez mais rígidas referentes a impactos e

ações de auxilio ou investimento para as organizações que buscam soluções as

situações adversas, geradas pelos impactos. Seguindo esta linha, buscou-se através

deste estudo de caso, demonstrar que a utilização de um software específico para

gerenciamento dos impactos ambientais possibilita grande benefício estratégico para

uma empresa, já que é possível intervir, a partir do conhecimento dos processos,

atividades e indicadores. A utilização das ferramentas do BI de forma eficiente foi de

fundamental importância para alcançar os resultados esperados, uma vez que os

processos e atividades estavam mapeados e controlados, de modo a facilitar a

utilização dessas ferramentas. Analisando, através da perspectiva de Aprendizado e

Crescimento, do BSC, é possível traçar uma lógica de melhoria contínua, uma vez

que mapeados os processos impactantes, analisando os custos gerados e o

desempenho dos indicadores pode-se realizar ações corretivas ou implementar

novos processos.

A proposta do sistema, em gerar benefícios a empresa, especialmente no

âmbito estratégico, se mostra eficiente, apesar de o sistema estar sendo

implementado, ou seja, ainda na fase de desenvolvimento de melhorias e testes de

novas interfaces, pode-se inferir que os resultados iniciais obtidos com os outputs

gráficos são de fundamental importância para gestão dos impactos socioambientais.

Assim, pode-se concluir que, com implementação final do sistema, estes impactos

poderão ser reduzidos e evitados, agregando mais valor as atividades e processos

da empresa.

A implantação efetiva deste sistema de gestão ambiental (SGI) trará

soluções para a empresa que pretende melhorar a sua posição em relação ao meio

ambiente, com o desenvolvimento de novos procedimentos operacionais que

venham a ter menos impactos. O comprometimento hoje exigido às empresas com a

preservação ambiental obriga mudanças profundas na sua visão, valores e missão,

com implicações diretas nas estratégias, objetivos, produtos e programas sociais.

Apesar de o sistema já mostrar-se eficiente, ainda há possibilidade de outros

Page 38: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

37

estudos na empresa relativos à integração com o Sistema de Gestão de Normativos,

que rege as diretrizes, normas e procedimentos operacionais da empresa, que

poderiam ser integrados ao sistema.

Atualmente, empresas que têm buscam minimizar seus impactos

ambientais têm agregado mais valor as suas marcas, desenvolvendo uma vantagem

competitiva sólida e estruturada.

Page 39: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

38

REFERÊNCIAS

ANEEL (Brasil). Por Dentro Da Conta De Luz: COELBA. Disponível em:

<http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/cartilha_coelba_2.pdf>. Acesso em: 14 abr.

2011.

BELLEN, Hans. Desenvolvimento sustentável: uma descrição das prin cipais

ferramentas de avaliação . Ambiente e Sociedade . v. 7, n.1, p.67-87, 2004.

BEMFICA, Karina. Balanced Scorecard como uma metodologia de avaliaçã o de

desempenho estratégico empresarial. 2000. 58 f. Monografia (Graduação) -

Unifacs, Salvador, 2000.

BERNARDES, André Luiz. KPI: Key Performance Indicators (Indicadores Chave de

Desempenho). Disponível em: <http://al-bernardes.sites.uol.com.br/KPI.htm>.

Acesso em: 10 maio 2011.

CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: Gerenciamento da Rotina do Trabalho do dia-a-

dia . 1º Rio de Janeiro: Bloch, 1992. 274 p.

CORRÊA, Kenneth C.. Modelo de 5 Forças de Michael Porter. Disponível em:

<http://www.administracaoegestao.com.br/planejamento-estrategico/modelo-de-5-

forcas-de-michael-porter/>. Acesso em: 14 ago. 2010.

CONSTANZA, Robert Economia Ecológica: uma Agenda de Pesquisa in

Valorando a Natureza, Análise Econômica para o Desenvolvimento Sustentável pp.

111-139 Rio de Janeiro: Campus, 1994.

FEIGENBAUM,E.A. e FELDMAN,J. Computers and thought. McGraw-Hill, New

York, 1963.

Page 40: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

39

GARCIA, Cláudio Osnei et al. MAPEAMENTO DE IMPACTOS SOCIAIS E

AMBIENTAIS: O CASO DE UMA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA ELÉTRICA . In:

CONGRESO INTERNACIONAL SOSTENIBILIDAD EN LA INDUSTRIA ELÉCTRICA,

2., 2011, Medellin, Colômbia. Congreso Internacional Sostenibilidad en la

Industria Eléctrica. Medellin, Colômbia: 2011. p. 1 - 13.

HSBC. Relatório de Sustentabilidade do HSBC Brasil 2010. Disponível em:

<http://www.hsbc.com.br/1/2/campanhas/relatoriodesustentabilidade/visao/sustentabi

lidade/>. Acesso em: 15 out. 2011.

INSTITUTO ETHOS. Instituto Ethos. Disponível em: <http://www.ethos.org.br/>.

Acesso em: 15 set. 2011.

KAPLAN, Robert. Mapa Estratégico. Disponível em:

<http://www.qualidadern.org.br/mbc/uploads/biblioteca/1164633716.8169A.pdf>.

Acesso em: 15 out. 2011.

MARCHI, Emerson Ricardo. POR QUE MEDIR A SUSTENTABILIDADE

EMPRESARIAL? 2007. 14 f. Dissertação (Mestrado) - Centro Universitário Senac,

São Paulo, 2007.

MEADOWS, D. Indicators and Informations Systems for Sustainable

Development. Hartland Four Corners: The Sustainability Institute, 1988.

OFICINA DA NET. Business INtelligence. Disponível em:

<http://www.oficinadanet.com.br/area/80/business_intelligence>. Acesso em: 15 out.

2011.

ONU, Relatório Brundtland: “Nosso Futuro Comum”. WORLD COMISSION ON

ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT, 1987.

REDE DE SUSTENTABILIDADE. Portal da Sustentabilidade. Disponível em:

<http://www.sustentabilidade.org.br>. Acesso em: 13 set. 2011.

Page 41: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

40

SAVITZ, Andrew W.; WEBER, Karl. A Empresa Sustentável: O Verdadeiro

Sucesso é o Lucro com Responsabilidade Social e Amb iental . Rio de Janeiro:

Elsevier, 2007.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da

Produção ; Tradução Maria Teresa Corrêa, Fábio Alher; Revisão técnica Henrique

Luiz Corrêa; 2ª Edição São Paulo: Atlas, 2002. 747 p.

SPINOLA, Lúcia Luz. Incorporação dos sistemas integrados de gestão em

empresas concessionárias de serviços públicos : o c aso da Companhia de

Energia Elétrica da Bahia - COELBA. 2004. 191 f. Dissertação (Mestrado) -

Unifacs, Salvador, 2004.

STAIR, R.M. Princípios de Sistemas de Informação - Abordagem Gerencial. Rio

de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., 1998.

TAYRA, Flávio; RIBEIRO, Helena. Modelos de Indicadores de Sustentabilidade:

síntese e avaliação crítica das principais experiên cias . Saúde e Sociedade,

Brasil, p.84-95, jan.-mar. 2006.

Page 42: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

41

ANEXO I. SLIDES

Page 43: UNIVERSIDADE SALVADOR - TFG 2 - BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ADQUIRIDOS POR UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GESTÃO DE IMPACTOS SOCIAIS

42

ANEXO II. AUTORIZAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕE S