tempo da lingua 2

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1I IV V VI I Ministerio des Neqcctos e CAMOES x XI

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1I

IV

V

VI I

M i n i s t e r i o des Neqcctos

eC A M O E S

x

XI

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Imagens da Hrs to ria da Lingua

Min i sf f i, r l: l 0 0 ; ; N< J gOc io s

Es t r a n q e ire s

It--.JSTITLJT<::)

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Como se chama esta lingua,

que nasceu no recanto onde surgiriam depois

a Galiza e 0 condado portucalense,

que foi levada pelos reconquistadores

para as terras dos arabes

e que foi levada pelos navegadorespara todos os cantos do mundo,

onde se tornou lingua oficial de estados

(Brasil, Mocambique, Angola, ...),

lingua materna de milhocs de pessoas

e lingua segunda de muitos milhoes mais ?

- 0 seu nome vem de Portugal.

 

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qemB[O'~,h mgua

Vasco Cabral, Gidne-Bissau

AcoresMade i ra

floresta pariu de novo

o cimento uma alma nova

sinfonia da patchanga

e urn cantico de liberdade!

' . C ab o V e rd e.

Guine-Bissa~ e

E

s tu minha llba e minha Africa forte e

desdenbosa dos que te falam a volta.

Francisco Jose Tenreiro, Sa o Tome c Principe

.1 \ s luzes da cidade brilham no morro.

LUinda hi pouco vinha do morro urn

baticum de candornbles e macumbas. Porern

agora a cidade esta longe e 0 brilho das estre-

las esta muito mais perto deles que as larnpa-

das electricas,

NhaChica, conte-rne

aquela hist6ria

de meus irmaos

hoje perdidos

no mundo grande ...Aotooio Nones, C a bo V e rd e E

ra 0 tempo dos catetes no capirn e das

fogueiras no cacimbo. Das celestes e viti-

vas em gaiolas de bordao a porta de casas de

»au -a-pigue. As buganvilias flariam e havia

no ceu urn-azul tao arrogante que nao se

podia olhar . Era 0 tempo da paz e do silencio

it sornbra de mulembas.

Jorge Amado, Brasil

 

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Aterra treme, a areia salta, 0 suor escorre,

as peles brilham e a voz do chigubo soa.

Sao dois e 0 sangue it volta e 0do chigubo. Os

pes batem e 0 ritmo e bangue, 0 sangue esque-

ce e s6 a danca fica, e sura e ceu. Tata-l'viailau

E 0 pico-avo da minha ilha.

o po r t uque s ,ling u a o fic ia t n o m u ndo

O

portuques e falado, como

lingua oficial, par habitantesde quatro continentes .

. . .

Amedida que as navalhas avanyavam, asvinhas iam perdendo a gra~;l,a forca e a

virgindade. E com esta desolacao morria tam-

bernum pouco da alegriadosvindimadores, que

chegavam da Montanha sern sono, a cantar e

a dancar, e que agora dormiam como lajes.

: rv ii g ud Tb rg a l Portugal

J orge AMADO,fubiabd. Lisbo-, Livros do Brasi l, s .d.

J os e C RA VE IR lN H A, " Ch ig u bo ", Hamina e outros

Con t o; . Lisboa, Caminho, 1997 (2' cd.), pp . 33-37.

Manuel FERREIRA, 50 Poems AfricanoI. Lisboa,

Platano Editora, 1997 (2' ed.) .

F er na nd o S YL VA N , A VozFagueira de Dan Timor.

Lisboa, Edicoes Colibri, 1993.

MigLLelTORGA, Vindimo. Coimbra, 1997 (6' ed.),

Luandino VIEIRA, "0 nascer do sol" , A Cidade e a

Infancia. Lisboa, Edicoes 70-Uniaa dos Escritores

 

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6JCmJjo,a&£ lhil#'¥J < i . . . m g u a Mapa dos crioulos de

base portugueseE·: n ilhas e em faixas cost,:iras de

Africa, da America e da Asia

sobreviveram ate hoje linguas

crioulas formadas a partir da

lingua portuguesa.

Criou lo sA lta G u in e

 

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Venda d e E s pe ci ar ia s

M erca do de A njuna - Ba rde z

j oio : S us an a S ar do

OS crioulos sao linguas naturais, de for-

macae rapida, criadas pela necessidade

de expressao e comunicacao plena entre indi-

viduos inseridos em comunidades multilin-

gues relativamente estaveis.

Chamarn-se de base portuguesa os crioulos

eujo lexico e, na sua maioria, de origem por-

tuguesa. No entanto, do ponto de vista gra-

matical, os crioulos sao linguas diferenciadas

e aut6nomas. Os crioulos de base portuguesa

sao habitualmente classificados de acordo

com urn criterio de ordem predorninante-

mente geogratica embora, em muitos cases,

exista tambern uma correlacao entre a Iocali-

zacao geografica e 0 tipo de linguas de subs-trato em presens:a no momenta da formacao.

Em Africa formaram-se os Crioulos da

Alta Guine (em Cabo Verde, Ouine-Bissau

e Casarnansa) e os do Colfo da Guine (em

S. Tome, Principe e Ano Born).

Classificam -se como Indo-portugueses os

crioulos da India (de Diu, Darnao, Bombaim,

Korlai, Quilorn, Cananor, Tellicherry,

Cochim e Vaipim e da Costa de Coromandel

e de Bengala) e os crioulos do Sri-Lanka,

antigo Ceilao (Trincomalee e Batticaloa,

Mannar e zona de Puttallam).

Na Asia surgiram ainda crioulos de base

portuguesa na Malasia (Malaca, Kuala

Lumpur e Singapura) e em algumas ilhas da

Indonesia (java, Flores, Ternate, Amborn,

Macassar e Timor) conhecidos sob a designa-y:lO de Malaio-portugueses.

Os crioulos Sino-portugueses sao os de

Macau e Hong-Kong.

Na America encontramos ainda urn criou-

1 0 que se podera considerar de base iberica, ja

que 0 portugues partilha com 0 castelhano a

origem de uma grande parte do lcxico (0

Papiamento de Curacau, Aruba e Bonaire, nas

Antilhas) e urn outro crioulo no Suriname, 0

Saramacano, que, sendo de base inglesa,

manifesta no seu lexico uma forte influencia

portuguesa.

D u lc e P er ei ra

 

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~'Z!!ldf)

oo

•oo

A .rvo re g en ea L6g ic a dalin gu a po rtu g ue se

Como muitas outras linguas da

Europa, 0 portuques resultou

da axpansao e da fraqmentacao dalingua falada no Imperio Romano:

o latim vulgar ... " ; ; -

S-be-se ja hi" varios seculos que quando as

lingua~ - t e l ' l Y - grandes parecem;:as entre si

devemos agrupa'las em "familias", co'nside--

rando. que se destacaram progressivamente-

por aifere;ci.a~aa de uma fonte comum, -

Robert A. Hall Jr.

LEGENDA

V a ri ed ad es d o la tim

L in gu as m e die va is d e a sc en ds nc ia la tin a

;"

. C Ibe ro -R om a nc e )- --

I•

U ng ua s a ctu ais d e a sc en de nc ia la tin a

E m pr es t\m o s a l in g ua s n a o'r o_ m an ka s

U n gu a s r O ll) an ic as h oj e e xti nta s

( Ibe ro -Rom ance \.

~d ion~

Roman c e

Ga lego-Por tugue s

 

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Ibe ro -Rornance

Set en t r ional

Gal e -Romance

Merid iana l

Galo-Romance

Sc t en t r ional

Robert A. HALL,]r., External History o f LanguageChance. Nova Iorque-Londres-Amesterdao, American

Elsevier Publishing Company, Inc., 1974

 

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®JemPcf) , . - iW l i i i Ii i i idu mgua

ca.mpo canto

costa durmoterra vendo

campo canto

costa durmoterra vendo

A fa m ilia ro m an ic a dal in gu a po rtu qu e sa

" s linguas romanicas aproximam-

L'Le e, ao mesma tempo, distan-

ciam-se entre si tanto ao nivel dos

seus sons (fonetica e fonologia),

como ao da estrutura das suas pala-

vras (morfologia), das frases (sinta-

xe) e dos significados associados ao

lexico (semantica),

l_ : ~ " D O R M I O. 'l~~~_~\VL~DO

cumpo canto

costa donne

terra vcndo

 

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Agenese dos dominies lingutsticos rorna-

nicos e 0 resultado de urn processo longo

e complexo. Em certo sentido foi preparada

pela diversidade dos substratos etnicos (povos

ibericos, bloco gala-alpino, povos italicos,

substrato mediterranico, etruscos, etc.). A

essa diversidade juntaram-se depois as dife-

ren~as sociais daqueles que comunicaram 0

latim is populacoes aut6ctones; em algumas

provincias, pertenciam a meios socials infe-

riores e, noutras, jii. pertenciam a meios mais

cultivados. Por outro lado, ao longo dos cinco

seculos de historic comum que os principais

paises romanicos viveram, foram-se desen-

volvendo, em cada urn deles, inovacoes pro-

prias. A desagrega~iio assirn esbocada precipi-

tou-se a partir do seculo III, e sobretudo a

partir do V, data das Grandes Invasoes. A

actuacao dos invasores germanicos consistc,

em parte, em interromper violentamente as

comunicacces entre as diferentes regioes da

Romania; nesta pcrspectiva, funciona. como

urn fen6meno externo, puramente territorial:

separacao do romance balcanico, cisao em

dois do bloco galo-alpino a partir do norte.

Ao cabo de tres seculos de fermentacao con-

secutivos as Grandes Invasoes, as dominios

linguisticos romanicos ja tinham adquirido,

quanto ao esscncial, conrornos relativamente

estaveis,

Walther vonWartburg

Ana Maria MARTINS, e lf /i eo s n a H is to ri a d o

POdugues. Lisbon. Faculdade de Letras do

Universidade de Lisboa, 1994, p. 368.

Michael METZELTIN, "Lc linguerornanzc",Emanuele BANFI (DIg.) , Laformarione deffEurapa

i in gu iS li ca . L c l in gu e d 'E ur op a Ira ta fine d el le la fined el II millennia. Florenca, La Nueva I tal ia, 1993, pp.41-90.

Wilhelm MEYER-LOBKE, Romaniscbes

E t ymo l og is ch e s W i ir tc rB u ch . Heidelberg, Carl Winter

Universirarsverlag, 1935.

Walther vonWARTBURG, La.fragmentation linguis-

tique de fa Romania. Paris, Librairie C. Klinck5ieck,

1967, pp.137, 140.

- Cit e ceasul?-Eora trei,

, Couseivacao da posicao pos-verbal do pronorne pessoal atono

, Conservacao da possibilidade de elisao do complernento directo

• Perda da posicao pes-verbal do pronome pessoal arono• Perda da possibilidade de clisao do complemento directo

- S1, se 1 0 di.

- Lui as-tu donne le

l ivre?- Oui, je Ie lui ai

donne.

! - lea; dat caietul?- D~, I I-am dat.

 

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H is td ria d as pa la vra s

po r t u gu e s a s

Ovocabulario do portuques

enriqueceu 0 seu fundo latino

com emprestimos pedidos a linguas

tanto proximas como distantes.

Formas For rnas

faladas-~o ~ulares cuttas-titererias(fun 0 atino) (latim medieval,liumanista ecientifico-erudito)

adro atrio

agosto augusta

atrever auibuir

cadeira catedra

caldo ctiiido

cepo cipo

cheio plena

cooihar coagular

colheito colecta

eomprar comparar

c6nego canonico

delgado aelicado

eire area

entrudo entr6ito

falar fabular

[eito facto

fozfauce

ladino latina

lealdade legalidade

lembrar memotot

limpo limpido

linda legitimo

lagro lucre

olho 6culo

orelho auricula

pace pauicio

redondo rotunda

sanha insonia

5 1 2 sede

selo sigilo

solda s6lfda

Olexico de uma lingua de civilizacao

como a lingua portuguesa e [ ... J extre-

mamente complexo na sua compos i c a o , pois

resulra de urn trabalho multissecular de elabo-

racao e de seleccao, cujos principios se situam

bastante para alem da epoca em que 0 portu-

gues se rnanifesta como instrumento literarionos primeiros documentos escritos [... J .

Como sucede com 0 lexico das demais linguas

de cultura, nunca sera possivel reconstituir

todas as fases por ele percorridas e destrincar

a contribuicao das muitas gerac;:6es que nele

colaboraram ate se constiruir 0magno edificio

que hoje se nos depara nos grandes diciona-

rios modernos. [ ... J Entre as formas faladas-

populates e as cultas-literarlas observa-se

uma permuta continua e fertilizadora, em

ambos os sentidos. Ao caudal vocabular do

primitivo patrim6nio afluiu, em ondas suces-

sivas, uma infinidade de elementos estran-geiros, eurepeus e extra-europeus, entran-

do em linha de conta praticamente todas as

linguas com que os Partugueses, no decorrer

da sua historia, estiveram, directa ou indirec-

tarnenre, em contacto.

Joseph-Maria Piel

E lemen tos E lem e a to H em e n to f : ! emen t o s Elementos E lementos

pre·latin05 germanico arab" frsnceses e afrkanos, italianos,

barranca Vis igo t i smos a c o t e i oprevencats asiaticos e e spa f1 ho is e

ame r i c a nos outrosbezerro aleive aiucar arautobruxa arrear ofucena batalha Afr i c anos Ita l ianos

cabana banda afaagar bilhete ananosag~~J '~aOma escan,ao a acrau blusa bctuque

carrasco esoeto olotve bo~e inhame bancochaparro espio albujeira co's saba g ~ ~ g 1 r ~ap a esporo alcacer chapi!u etc.

maio lav erea alca,ova eharamelo calfaOmorro tuvo alcaide cobarde Asiattcos contraltomouta m ejengra alcatijo colete andor escopetasarna roea a i c a t i o o comboio bengala fachadaseara ufano alcatraz coragem bfombo fiascotojo olcool croquete cho in/gntaria

varzea Ga l i c i smos a ide fa dama ch6vena operaveiga fe uda is d e alecrim duque chita pwnoetc. o r ig em frandca

Ire

file.te leque pitoresco

bastir eres J ,re1 fe pagode sonetoe lmo a nete cas~e xu,le etc.estala

a rreeao/:;Ia

a etc.guerra a 9 ravia Espanho i sguardar alrcarismo rgr.al Amer i c anos auoso

a f fu ida r bata bandarilhauarneeeraPnube li;g~:~mjardim caeou boinaa mece mensagem mandioca cabecilhaco almocreve

soia mange tabaco castelhanotregua almude oboe tapioca caudilhovenda

alqueire palatem etc. cavclheiro

etc. ana/il pa e t6 chistearraial o r o e z a [oina

arrobo pure ganadariaarroz refrao guerrilhaatalaia restaurante etiiondo

ate ru a Ihanoaium segrel mantilhaauge tomeio moroilaazelte trem moreno

azenha trovador muletoazul trovar tetiinia

cha[ariz verqe! tyoloe7;a vwgem trecho

tv ana vilanagem etc.!cavali etc.aranja In%le s e slezfna ifemotfim clubeoxald

futebo!robeco lancherecfe pudimres etc.

tobejetapete HoLande s e szagal amarrarz a t c o bacalhauetc. bombordo

etc.

 

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Frequenternente aconteceu que urn voca-

bulo, introduzido por qualquer letrado

na acepcao ou nas acepcoes que tivera nos

autores classicos latinos, ja existia no nucleo

primitivo herdado, transforrnado organice-

mente quanto it forma e tambern quanto ao

sentido. Urn tipo latino ficava desse mododesdobrado em dois - diferenciado ou dis-

sirnilado,

Os Latinos possuiam 0 adjectivo planus

(acompanhado naturalmente do adverbio

plane, da 10cu<;:10adverbial de plano [ ... J e do

adjectivo substantivado planum equivalente de

planicie). Planum e planus - com a acep<;ao

material de lisa, iguiJl, espatmado e a figurada

de claro, manifesto, eoidente, certo, vivern no

portugues chao; de duas silabas cha-o na epoca

arcaica, que possuia tambem 0 adverbio de

pram, perdido posteriormente. Depois planus

foi importado de Castela, na forma lhano coma significas:ao de afaue), De Roma tornou a vir

na forma erudita, inalterada - plano, na acep-

<;ao deprojecto eplanta, - tirada do

Dicionario.

Finalmente entrou pela quarta ou quinta

vez - importado da Italia na forma piano (e

pianissimo) como adjectivo musical, signifi-

cando com r=« fo rra , d ev aga r, d e leoe , e como

nome de instrumen to de musica, com teclas e

cordas.

Carolina Michaelis de Vasconcelos

Joseph Maria PIEL, "Origens e estruturacao historica

do texico pormgugs" 1Estudos de Linguis f1:ca Historica

Galego~Portugu.e5a. Lisbon, IN-CM, 1989, pp 55-60.

Carolina Michae.is de VASCONCELOS, L ic oc s d e

Pi/alogia Portugui' Jac Lisboa, Revista de Portugal,

1946.

Pedro Calapez. 1997

P in tu ra de um con ju nto de

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os mais antiqos textosescritos em portugues

De principios do seculo XIII

eram ja conhecidos dois textos

originais escritos em portuques ~ a

Noticia de Torto e 0 Testamento de

Afonso II . Recentemente foi desco-

berto urn outro documento original,

tambem escrito em portuques, mas

de 1175 ~ a Noticia de Fiadores.

 

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1175

Noncia de fiadores discriminando dfvidas de

Pelagio Romeu.

tinha 1

Noticia fecit pelagia romeu de fiadores Stephana

pelaiz, XXI sol idos lee ton. xx'. soldos pelai garcia

xx'. soldos, Gudisaluo Mtener.ldici.vx'. soldos

linha 2

Egeas anr iquici . xxxt" . soldos, petro colaco. x. soldos.

Gudisaluo anriquici, xxxxta s(o)ld(o)s Egeas Monifci.

xx". soldosil-Ihofalne suarici.xxx, ra soldos

Iinha 3

M(enen)do garcia. xxti soldos, petro suarici. xxti

soldos ER(a) Ma.CCaa xijjtia Istos fiadores atan, v;

annes que separtia de isto male q(ue) l i avem

LEGENDA

[ 1 significa conjectura do editor

( ) significa desenvolvimenro de abreviatura

IAN/Tt Mosteiro de Sao Cristovao de Ri o Tinto m aco 2 ,

documento 10; 120x327mm '

 

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1214 Junho 27Testamento de D. Monso II.

Existem dois exemplares deste tes tamento, a e op ia

qu e fa i e nu ia da a o arcebispo de Braga e aque la que

foi emnada ao arcebispo de Santiago.

linha 1

En' 0 nome de Deus. Eu rei don Afonso pel. graciade Deus rei de Portugal, seendo sano e saluo,

ternete 0 dia de mia rnorte, a saude de mia alm a e

a proe de mia rnolier rain a dona

Orraca e de meius) filios e de metus) uassalos e de

todo meu reino fiz mia mad. pler] qtue) de

l inha 2

pos rnia morte rn ia molier e melus) filios e meu

reino e metus) uassalos e todas aq(ue)las

cousas q(ue) Defus) mi deu en poder sten en paz e

en folgacia. P(ri)meiram(enlte mado q(ue) meu

filio infante don Sancho q(ue) ei da raina dona

Orraca agia meu reino enteg(ra)m(en)te e en paz.

E ssi este for

l inha 3

rnorto sen semrnel, a maier filio q(ue) ouuer da

raina dona Orraca agia 0 reino entegram(en)te e en

paz. E ssi f , U O barD no ouuermos, a maior filiaq(ue) ouuuennos agia'o ... IANJTT. Mitra de Braga, caixa 1, documento 48; 240x495mm

\I

 

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\1

~

IA N/TT, M oste ira do V aira a, rna co 2,

dacumento 40; 315x170mm

1211-1216, c.1214(?)Naticia de Torto - Noticia das malfeitarias de

que fai injustamenre vitima Lourenco Fernandes

da Cunha.

L i n h a 1

D]«] noticia d(e) torte que fecertu) a laurecitus)

fernadiz par plaza qve fee(e) goc.uo

L i n h a 2

ramiriz ant re suos fi lios e loureco fermadiz q(ua)lc

podedes saber: e oue au{e)r d(e ) e -djade]

l i n h a 3

cd au (e)r tato q(uo)mc uno d(e) suos f11i05 d

aq(ua)to podese au(e)r de bona d(e) seuo pater; e

fi o Jj os seu

L i n h a 4

pater e sua mater. E d(e)pois fecertti) plazo nouo c

c o u e uos a saber q(ua)le: in ille seem

Ivo CASTRO, Cursu de hisro ria da Lingua portugue-

sa, Lisbon, Universidade Aberta, 1991, pp.192-240.

Avel ine de Jesus da COSTA, "Os ruai s antigo, docu-

mentes escriros em portugues, Rcvisao d e u r n p r o bl e-

ma historico-lingufstico", Escudos d e C r 0 1w l og ia ,

Diplomatiea , Pal e ogr af i a e I- l is tdr ico-Lingu{sticoJ. Porto,

Sociedade Portugucsa de Esrudos Medievnis 1992,

1 ' 1 " 167-256.

Ana Maria MARTINS, "Ainda -os mais amigo, tex-tos escritos em portugues>/' , Isabel I-Iu b E l\ RJA

(org.), Lind le y C intra . H om enav em ao H om em . (10

M e stre e a o C id ad ao . Lisboa, Edicoes Cosmos -

Faculdade de Let ras da Universidade de Lisboa , 1999,

1 ' 1 " 491-534.

 

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o Pai Nosso au Ionqodos seculos

Em latim, em portuques antigo e

em portuques contemporaneo,

o texto do Pai Nosso demonstra bern

a mudanca que uma lingua sofre

com 0 passar do tempo.

Pate r :.J X!!ste r LatimPater noster qui es in czelis

santifieetur nomen tuum

adveniat regnum tuum

fiat voluntas tua

sicut in crelo et in terra

panem nostrum supersubstantialem da nobis

hodie

et dimitte nobis debita nostra

sieut et nos dimittimus debitoribus nostris

et ne nos inducas in tentationem

sed lib era nos a malo

Bi b li a Vu l ga t aLa ti na, IVlt. 6, 9-15

Desconheddo

Torre do Tom bo , LF. 204

f ot o: J o se A nt on io S ilv a

Pad re :.J X !! sso T ra du ca c d o s ec ulo xvPadre nosso 0 qual es em 0 ceeo

o teu nome seja exalcaco e glorioso sobre

to dallas cousas

que ajamos parte em 0 teu regno

seja comprida a tua voorade

em a terra como he em os ceeos

outorganos oge 0 pam (lue a nos he proveyto-

so em cada huu dia

perdoanos os males que fezemos

como nos perdoamos aos que nos errarom

que nom sejamos per tenptacom vencidos

nern mudados

livranos do mal

Infant e D. Pedro e Fr. jcao VERBA ( tr ad. ),

Lioro da Virtuoso Benft i t l )ria, edicdc de Adeline de Almeida

Calado. Coimbra , 1994, pp. 210-211.

Pai :.J X !! SSOTradufiiodo siculoXXPai nosso que estais no ceu

santificado seja 0 Vosso nome

venha a nos 0 Vosso reino

seja feita a Vossa vontade

assim na terra como no ceu

o pao nosso de cada dia nos dai hoje

perdoai -nos as nossas ofens as

assim como nos perdoamos a quem nos tern

ofen dido

e nao nos deixeis cair em tentacao

mas livrai-nos do mal

j 1d i~ m l R om an o, O rd in dr io d a M t 's $t 1. Lisboa,

Comi ssao Epi scopal de L it urg ia, [19691 P ' 115

 

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As le is a o Longodos seculos

As leis sobre difarnacao desde 0

seculo XIVate aos nossos dias.

L ou rd es C a str o

Sorrbra projectada de Rene Bertholo, 1965

Pintura sobre Plexiglass

71x116x4,Scm

CAMJAP Fun d ac a o Ca lo us te Gulbenkian

j ot o: R e in al d o V i eg as

S ecu lo X IVTitulo III dos deostos e das desonrras

Todo orne que meter autro a cabeca ena

lama ou eno ludo ou 0 rosto peyte .C. soldos,

os meos a al rey e os rneos ao quereloso. E se

Ihy no for prouado saluesse como mad a a lee.

Qpal quer que [deostarJ outro ou Ihy disserfalso ou trehedor [ ... J ou cornudo ou erege

[ . .. J , desdigao ante 0 alcayde e ant'os omees

boos ao prazo que Ihy poser 0alcayde e peyte

.CCC. soldos, a meyadade a al rey e a meya-

dade ao quereloso, e se negar ca nona disse e

non ho podere prouar, saluesse como mada a

lee. E se sse saluar no quiser faca a enmenda e

peyte a coomha. E que disser outros deostos

desguisados uenha ante 0 alcayde e anteomees boos e diga ca. lhy mentio de tudo

quanto disse. E se orne doutra ley se tornar

crischaao e algue 0 chamar tornadico, peyte

.X. marauidis a al rey e X. marauidis ao que-

reloso. E se no ouuer unde os peytar caya

naquelha pea que manda a ley.

.MonsoXAfonso X, ForoReal, Jose de Azevedo Ferreira (ed.), vol.I,

I rv . IV , tit. I II. L is bo a, IN IC , 1987, p. 26 5

S ecu lo X VII e dic iio do sec. XIXDas Cartas diffamatorias

Por quanto alguns scriptos de trovas e

outras carras de maldizer se lancao em alguns

lugares, para se darem ou dizerem aquelles, de

que desejao diffamar, mandamos, que se

algum tal scrip to achar aberto, e 0 ler, quelogo 0 rompa de tal maneira, que se nao possa

ler, sem mais fallar, nem publicar 0 que se

nelle achou.

E publicando-o, ou mostrando-o, ou fallan-

do nisso com alguma pessoa, mandamos, que

haja a pena, que haveria 0 que fez.

1. E se 0 tal scripto, ou carta, que assi achar,

for cerrada, e nao tiver sobscripto, a abra, e se

vir que he de rnaldizer, logo a rompa. [ ... ]2. E 0 que fez tal scripto, ou carta, ou trovas

de maldizer, mandamas, que haja maior pena

da que merecia, se publicamente e em presen~a

daquelle, que doesta, ou diffama, 0 dissesse,

havendo-se respeito a qualidade das palavras e

diffamacao, e das pessoas, contra quem os taes

scriptos, ou trovas sao feitas, 0 que queremos,

que seja gravemente castigado.

Ordenacoe« FilipinasO r d e na io e s e lei s do reino de PO'-fugal recopiladas pe r mandado

d o m u i to a lt oc a th o it co &p o de r os o r e i d om P h il ip p e 0 p ri o, ! iv .

y. tit. LXXXIV Lisboa, Pedro Crasbeeck, 1603. Rcedicao:

Co di go p hi li pp in o [ . .. ]. Rio dejaneiro, Typographia do

Instituto Philornarico, 1870 (14' ed.). Reirnprcssao:

"Ordenaioes F i t ipinw/ ' L is bc a, F uo da ca o C al ou ste

Culbenkian, 1985, PI' 1232-1233.

Seculo X X

An° 1800 - Difarnacao

1.Quem, dirigindo-se a terceiro, imputar a

outra pessoa, mesmo sob a forma de suspeita,

urn facto, ou formular sobre ela um juizo,

ofensivos da sua honra ou consideracao, ou

reproduzir uma tal imputacao ou juizo, epunido com pena de prisao ate 6 mcses ou

com pena de multa ate 240 dias. [ ... J

Art" 1810 - Injuria

1. Quem injuriar outra pessoa, imputando-

lhe faetos, mesmo sob a forma de suspeira, ou

diriginda-lhe palavras, ofensivos da sua honra

au consideracao, e punido com pena de prisao

ate 3 meses ou com pena de multa ate 120

dias. [ ... JArt" 1820 - Equiparacao

A difamacao e it injuria verbais sao equipa-

radas as feitas por escrito, gestos, imagens ou

qualquer outro meio de expressao,

Art" 1830

[ . . . J 2. Se 0 crime for cometido atraves de

meio de comunicacao social, 0 agente e puni-

do com pena de prisao ate 2 anos ou com pena

de multa nao inferior a 120 dias.

Codigo PenalCod igo Penal . Aprovado pelo Decreta- Lei nv 48195, de 15

deMarco e actualizado pel . Lei no65/98, de 2 de

Serembro , arts. 180-183.

 

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C n:m o lo gia d a l i nguaportuquesa

Joaquim Bravo

Arrepio ou a escolha do rritico, 1989

a cr- lic o s co re te la90xl05em

C AM JA P Fu nda ,a o Ia lo uste G u lbe okia n

f ot o: M a n'o d e O li ve ir a

Elenco dos principais fen6menos

de mudanca ocorridos na

qramatica do portugues europeudesde os tempos medievais.

 

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METAFONIA POR lui E Ia!

FINAlS (INICIO DA IDADE

MEDIA)

ovo=] J]vos, elev]e]la

UNIFORMIZA<;Ao DAS

TERMINA<;6ES NASAlS

(sECS. XIII-XV)

Palatalizacao

dos gruposconsonanticos latinos

/pl, kl, f1 !

pa01>pao, corayo01>corayao

SIMPLIFICA<;AoDASAFRICADAS

PRE-DORSO- DENTAIS

(sECS. XIII-XVI)

gra[ ts ]a>graya, fa[dzjer> fazer

plumbuclave

flama

[tsjumbo

[ts] ave[tsjama

ELEVA<;Ao DO VOCALISMO

ATONO FINAL (SECS. XIII-XVI)

outre0]»outr] u], outr]a] >outr[a];

e s s] e ] » e ss ji ] >ess[i]

Secu lo s VIII- IX ;-~--- -

EVOLU<;Ao DAS SEQUENCIAS

VOCAuCAS EMVARIos SENTIDOS

(SECS. XIV-XV)

area-areia, vio-vinho,

iia-uma, 500>50

(

i Enfraquecimento e

i queda da consoanteI liquid a I I I e da nasal I nl

I entre vogaisI

\___

ELEVA<;AODO VOCALISMO

ATONO PRETONICO (SEC. XVII)

reo]gar>r[ u]gar, flaJlar>fl aJlar,

ch[e]gar> ch[i]gar

SIMPLIFICA<;Ao DA AFRICADA

PALATAL SURDA (SEC. XVII)

[tsjarnar- [s]a01ar 

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DUPLA NEGA<;Ao PASSA DE

OBRIGATORIA A FACULTATIVA

(SEC. XIV) E DEPOIS

TORNA-SE RARA (SEC. XVI)

· Que nehuiiu no scapou (sec.XlV)

CONSTRUC;OES PASSIVASCOM se

DAo ORIGEM A CONSTRU<;OES

~PESSOAIS(SEC.XVI)

· comoJosep se conheceu pelos

irmaaos (sec. XIV)

· exporta-se frutas (sec. xx) ~

exportam-se frutas (sec. xx)

INTERPOLAC;Ao DE

CONSTITUINTES FAASICOS

ENTRE 0 PRONOME PROCLITICO

EO VERBO TORNA-SE

AGRAMATICAL (SEC. XVII)

· Se me Deus enton a morte non

deu (sec.XIII) i: - se Deus entao a

morte nao me deu (sec. xx)

PH.OCLISE DA LUGAR A ENCLISE

NA MAJOR PARTE DAS ORA<;OES

NAo SUBORDINADAS (sEC. XVII)

· E a donzella lhe disse entom que

achara urn mouro doente (sec. XIII)

i: - e a donzela disse-lhe entao que

achara urn mouro doente (sec. xx)

Existencia

de infinitivo flexionado

em oracoessubordinantes

imperativas

Se a lexare

Itregare ille d(e) octtr)a

que Iiplaza

N otfcia de T orto

Ocorrencia do

infinitivo flexionado

apenas em algumas

oracoes subordinadas

Non dizes illestosenon pera non

fazeres 0que te

homenroga

D id lag o5 d e S. Gregorio

Desaparecimento

do infinitivo flexionadoem oracoes

subordinantes

imperativas

"Se quiserem vender,

dizerem-me *Se quiserern vender,

digam-me

Generalizas:aodo infinitivo flexionado

em certas oracoes

subordinadas

Vi-es prenderemo ladrao ~

Vi eles prenderemo ladrao

 

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Manuel Said ALL Gramdtica Histdrica da Lingua

Portuguesa. Sa o Paulo, Melhoramentos, 1931.

Kurt BALDINGER, L a form a,io t} d e las dominies l in-

g Ui st ic o, e n l a P e ni ns ul a I be ri ca , trad. esp. de E. Lledo e

Monserra t Macau. Madrid, Credos, 1972 (2' edicao).Esperanca CARDEIRA,A L ingua Po rt ue u esa na

P rim eim _M e ta de d o SiCIlio X v. Ele me ntos para um a

caracterizatdo doportuguis nu!dio.

Lisboa, Faculdade de 'Letras de Lisboa, 1999.

Ana Maria MARTINS, eN ti co s na H i st or ia do

Portuguis. Lisboa, Faeuldade de Letras da

Universidade de Lisboa, 1994

Id. , "On the Orig in of the Portuguese Inflected

Infinitive: A New Perspective Onan Enduring

Debate", XJVth International Congress of Historical

Linguist ics, Vancouver, Agosto de 1999. (Aetas no

prelo).I d. , " P ol ar ity I t er ns i n Romance> a Diachronic V i ew " ~

Going Romance: 11th Conference On Romance

L a n g u ag e s . G r o n i ge n , Dezembro d e 1 99 7. (Aetas no

pre lo ) .

Rosa Virginia Mat tos e SILVA, a Port u gu e s . d rm i c o.

Morfl logia e Sintaxe. Sa o Pactio, Contexte, 1994.

Paul TEYSSIER, Hisroria da Lingua Portuguesa.

NOMES COM ACENTUA<;::AO

GRAVEETERMINADOS

EM -r, -I,-5 TORNAM-SEINVARIAVEIS QUANTO AO

NUMERO (SEC. XVI)

as simplezes, as arraezes,

as caezes, as ounvezes,

as alferezes>os simples,. . .

as arrais, as ems, as ounves,

as alferes

FORMAS POSSESSIVASFEMININAS

ATONAS DISTINTAS DASTONICAS

PERDEM ESSA DISTIN<;:Ao

(SEC. XVI)

mal mha -rninha> minha,

ta/tua-tua, sa/sua-sua

TERMINA<;:AO - viIE SUBSTITUiDA POR - vel

(SEC. xv)

amavil, rnovil-amavel, m6vel

FORMAS POSSESSIVAS PASSAM

A OCORRER OBRIGATORIAMFNTE

ACOMPANHADAS DE ARTIGO

viu-o viir sabre seu colo (sec. XIV)

* " viu-o vir sabre a seu colo (sec. xx)

LEGENDA

> significa evolucao

- significa alternancia

a senhor - a senhoraa pastor ~ a pastora

a espanhol - a espanhola

a portugues - a portuguesa

a senhoraa pastora

a espanhola

a portuguesa

SjMBOLOS roxertcos

[a ] caber

[i] reeeber

[JJ n6doa

I e l ferro

[ s J pelxe

[a J parra

l e l me do

[oj pOVO 

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A ntropon im ia a n tiqa emoderna

Lista dos names de baptismo mais

frequentes desde hit 700 anos.

vz toda a nossa historia passar efecti-

vamente diante de nos, ao olharmos para

as listas antroponimicas: os bar6es medievais

com os seus solares (uso da particula de), a

vaidade da sua prosapia (apego aos patronimi-cos); a nobreza, que the sucede, nao menos

orgulhosa de encadeamento de apelidos geo-

gr:ificos, e de outros tidos como raros e sono-

ros. Os descobrimentos trazem-nos directa ou

indirectamente Brasil, Ceita ou Ceuta, indio,

Samorim, Ternate. Quando encontramos as

akunhas ou alcunhas-apelidos de Espadeiro,

Meleiro, Monteiro, evocamos industrias ou

cargos hoje extintos, mas que dcsempenharam

certo pape l na antiga sociedade portuguesa. E

tal a intimidade entre 0 gosto do nome e as

circunstancias poltticas da nacao, que nos

tempos da guerra da Liberdade se escolhiam

os nomes Pedro ou Miguel, consoante a pai-

xao poli tica das respectivas familias; e a

mesma intimidade continua a revelar-se hoje

no regime democratico.

J o se L e ite d e V a sc on ce ll os

3.' Ccnscrvatoria do Regisro Civ il de Lisboa, apud

£ l.Afa m ilia d e C atia V an es sa e p or tu g uc sa c on ce rte za ",

Expresso,29-1-1994.

JUlio DIEGUEZ GONZALEZ, 0 Patroninnco na

O n om d stic a P es so al d os Documentos N ota riais C ale go s e

Portuguese, da Baixa Idade Med ~ a (1250-1500), V o l. I

Univcrs idade de Santiago de Compostela, Faculdade

de Filologia, 2000.

Naidea Nunes NUNES e Dieter KREMER,

Al1trojJonimia Primitioa da Madeira c Repet ton'o

D n om n stic o H ist or ic o d a M a de ira {seculos X Ve X VI).

Tl,bingen, Niemeyer, 1999.

J o s e Leite de VASCONCELLOS,Arz t roparz imia

Portuguesa. Tratado tomparatiuo d a o ri gem , s ig ni ji ca fi iol

Nomes pniprios mais frequentesna primeira metade do seculo XIV· Lisboa

Nomes masculinos g ra fia d a epoco Nomes femininos g ra fia d o e po ca1. 0 Joham Maria

2 .° Martinho Domingas

3 .° Domingos Tareija

4 .° Pero/Pedro Margarida5 .° Afonso Marinha

6.° Esteua Sancha

7. ° Lourenco Clara

8.° Gon c a l o Catalina

9. ° Vicente Cosranca

Nomes _proprios mais frequentesentre fmais do seculo XV e finais do seculo XVI . Madeira

Nomes mascultnos g ra fia d a e po ca Nomes femininos g ra fia d a e po ca

1. 0 Joam Maria

2 .° PeroIPedro Catarina

3 .° Diogo Isabel

4 .° Francisco Breitis

5 ,° Antonio Ana

6 .° Gon~alo Joana

7. ° Alvaro Leaner

8. ° Fernam/Fernando Francisca

9. ° Manuel Ines

10 .° Afonso Antonia

Nomes proprios mais frequentes entre 1960 e 1990 . Lisboa

Names masculines

1960 1970 1980 1990

1 . 0 Jose Paulo Ricardo Joao

2 .° Antonio Jose Pedro Tiago

3 .° Joao Joao Nuno Andre

4 .°Luis Luis

JoaoPedro

5 .° Carlos Carlos Bruno Ricardo

6 ,° Pedro Antonio Carlos Diogo

7. ° Paulo Rui Paulo Fabio

8. ° Fernando Pedro Rui Nuno

9. ° Manuel Nuno Hugo/Luis Bruno

10 .° Rui Jorge Tiago Miguel

Nomes femininos

1960 1970 1980 1990

1.° Maria Maria Ana Ana

2 .0 Ana Ana Carla Joana3 .° Isabel Carla Sonia Sara

4.° Anabela Paula Sandra Andreia

5.° Teresa Sandra Claudia Catia

6 .0 Helena Isabel Susana In e s

7. ° Cristina Anabela Andreia Catarina

8. 0 Elisabete Elisabe te Patricia Claudia 

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Po rtu qu es e uro pe uc o n tem po ra n e o :

mudanca s Oil desv ios?

C·m urn intervale de cern anos,

os mesmos fen6menos de usa

da lingua nos jornais foram alvo de

comentario enquanto afastamento

em relacao a norma do portuques.

Antonio Candido de FIGUEIREDO, Li foes Pmt icas

de Lingllagem Portugtleza. Cartas de CaturraJr. a reda-

s;:iodo Portuguez, v ol . I . Lisboa, [mprensa Minerva,

1891.

Joao PERES e Telmo M6IA, Areas C ru ie as d a Lingua

Portuguesa. Lisboa, Edi toria l Caminho, 1995.

[Um] jornal affirma:

NM ha dutnda que 0 mtnistr» tem mafaculdade.

Para a outra vez diga assim que nao diz mal:

- Nao hci duuida de que...

o Portugua. 29/11/1 e v o

urn descuido, que ninguem perfilha e que eportanto inoffensivo; registo as formas de

linguagem err6neas que a f o r c a de se terem

repetido inconscientemente, chegaram a

adquirir foros de toleradas e que nao podem

nem devem ter curso em jornaes que toda a

gente supoe discretamente redigidos.

4. [A sintaxe e 0meu fito principal]: cons-

truccoes de frases e periodos, pelo que toeaa solecisrnos e a regencia, concordancia e

uso das palavras.

OPORTUGUEZCandido de Figueiredo

1. Dizem que, entre os elementos de uma

naeionalidade qualquer, occupa a lingua,

urn dos primeiros logares; e se da decaden-

cia da lingua e licito inferir a decadencia da

respectiva naeionalidade, Portugal tern

decaido muito.

2 . Quantos mais jornaes leio, mais me con-

vem;o de que Portugal vae a vela, pelo desa-

mor e pelos desacatos com que a imprensaesta tratando a nossa gloriosa lingua.

3 . N a o registo erros de imprensa, nem ainda

Urn jornal de grande formato e de grande

peso diz ho je : Francamenie , irmds, e m b oa -oe r-

dade u os d ir em o s, q ue d es ai tn ad as a ru la st ei s .. .

P o r u rn c as o d :" ste s, a in da lui I~)UCO 0 Correia da

M a nha n sc r iu de urnas I r a se s do d e pu c id o A rr ia g a,

rlndasteis, - deve sabe1'o toda a gentc, - nao e

coisa que s e d ig a; mas diz-se nuura vcz, por-

que h.i genre fina que nao distingue do prete-

rito pcrfcito do indicative 0 impertcito doconjunctive. [. .. JA confusao esra nisro: como andasses e singu-

lar, c anddsseis e plural, ha quem imagine que

andasteis Cplural, e andastes singular.

A boa Iinguagem c csra: andaste tn, andastes

9.)( ;5; a n d a s s e s tu, a nd as s e ls ' 1 .. ' 0 .. 1 '. . . ] .

o Pr; rlu.g' t! !' ': . 25/101J 890

Urn jornal, de grand, aucroridade financeira,

diz: 0 tbesouro tem uma Jivida representada em

titulos, qu e sao t ap ei s, t uu lo s de que se pagajuros,

j uro s q ue C T 2..a m, po rq u" as c mtssoe s cre sc em tam-

b em . E lim cronisra laureado observa: S, elle

soubesse qu(mtas p orroe .> d e m 'ria se ro nso tn me ,

quauta existencia se gas/a para 1IIImte,· n'essajblha que Ibe (us/on uma moeda de

n ob re . ..

P ag a- se ju ro s, co nsom e -sc p or(o es de vida, - sao

f6rmas impcssoais, de cunho genuinamcnrc

trancez, rem lim 01 1 outro raro gnmmatico a

abonal'as, mas as formas incontcstavelmente

portuguezas sao cstas: pagam-g juror. como-

m e ni-se p orc oc s d e vida; forrnas que correspon-

dem a csroutras apassivadas: sao p a g o s [uros,s iio c on su m id as J ? crfc es.

Um francez po de dizer:

on fit beaucoup de poemrs; urn portugucz dint:

l em - se m il u os p oe m as , e nao - Ie-\'e muitospoemas.

 

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Todas as variantes rem identico interesse edignidadc enquanto objecros de estudo, uma

vez que todas elas sao sistemas organizados

por uma gramatica, Assim, tanto e uma

variante do portugues com interesse cientifi-

co, por exemplo, aquela em que sistematica-

mente se flexionam as formas de segunda

pessoa do singular do preterite perfeito sim-

ples por analogia com asdo presenre do indi-

cativo - tu [ostes, est iuestes, daurastes - comoaquela em que essa analogia nao intervem,

P U B L I C O}oao Pores e Tclmo Moia

1. Uma lingua de vasta expansao como 0

portugues nao constitui uma entidade uni-

forme, antes se desdobrando numa multi-

plicidade de variantes.

2. As normas linguisticas vao sendo Icnra-

mente moldadas pelas comunidades, nao

pelos especialistas da linguagem.

3. [No entanto] a todo 0momenta depara-

mos com realizacoes linguisticas - orais e

escritas - que possivelmente nunca recebe-

rao de uma comunidade lingulstica 0 esta-

tuto de construcoes regulares.

4. [Julgamos identificar] seis areas da lin-

gua que manifestam sintomas de uma

"crise", quer porgue nelas se verificammovimentos de ruptura em geral prenun-

ciadores de mutacoes de norma - quer por-

que muito facilmente nelas se insinua 0

puro desvio, a sugerir a cxistencia de difi-

culdades (novas ou nao) por parte dos

falantes.

5.As areas criticas seleccionadas sao: estrutu-

ras argumentais, construcoes passivas, cons-

trucoes de elevacao, oracoes relativas, cons-

trucoes de coordenacao e concordiincias.6. 0 material linguistico escolhido para a

analise e constituido por textos jornalisticos

produzidos entre 1986 e 1994.

"Qpase ninguem dnvida que a principal con-

flito no Medic Oriente e urna disputa terri-

torial entre dais povos: os israclitas e ospalestinianos."

i ' , i b i i c Q , 22 10 11199 . 1 , p . 1 2

o ve rba du vida r [ ... ] e ca da ve z m ais u ti-

L izado sem prepos ica o no seu a rg u men to

o ra c io na l (ta l com o gostar, precisar en ece ss it ar ) .

Versao otiemativa

"Qyase ninguem duvida de que 0 principal

conflito no Medio Oriente e uma disputaterritorial entre dois povos: os israelitas e os

palesriuianos."

Uma prirneira distincao relcvante [... J e adistincao entre 0 clitico se apassivante e 0

pronome clitico se impessoal. [ ... ] 0 cliti-

co se apassivante acompanha sempre [or-mas de verbos transitivos, flexionados no

singular au no plural consoante 0 nurnero

gramatical do argumento com que concor-

dam [ ... ]. 0 clitico se impessoal e uma

expressao que indica a existencia de um

sujeito indeterminado numa frase. [ .. . J A

proposito desta qucstao, importa notar que

alguns purisras apenas admitem as constru-

~oesem que 0 clitico se impessoal se com-

bina com verbos intraositrvos, rejeitando,

pois, frases em gue 0 verbo e transitivo e

tern urn segundo argumento nao prcposi-

cionado com que nao concorda, como

acontece nas seguintes frases:

Ouve-se midas durante toda ~1noire,

Recitou-se versos de Pessoa.

Vende-se casas.

Com o a lte rn a tiva a e sta s e stru tu ra s pro-

p6em-se c o n s t r u c o e s pa ss iva s de cli t ico

em qu e 0 ve rbo su rge na fo rm a plu ra l:

Ouviram-se ruidos durante toda a noire.

R ec ita ra rn - se v er so s d e P cs so a .

Vendem-se casas.

N a no ssa opin ia o . am ba s a s cons tru co a s

sao aceitaveis, em bora a dm itam os qu e

se possa pre fe rir um a ou o u tra

p ar r az oe s e sti li stic a s,

 

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Os dialectos doportuques: fronteiras

foneticas

Caractensticas que permitem

distinquir, na fala, um portuques

do Norte de um portuques do Sul.

nais os traces que, sem hesitacao ou

~ase sem ela, urn porrugues do Sul [... Jreconhecera como caracteristicos de urn por-

t u g u e s do Norte?

Parece-rne poder enumera-los do modo

seguinte:

lOa "troca do v pelo b", como e habito

dizer-se - ou, para empregar urn modo dedeserever mais correcto: 0 desaparecimento

da oposicao fono16gica entre os fonemas Ivl e

fbi e a sua fusao num fonema unico fbi, rea-

lizado ora como oclusiva, ora como fricativa

(ou espirante) b ou / 3 .20 a "promincia do s como x ou como l' -

isto e , em termos cientificamente correctos: a

r e a l izacao do fonema /s / e do seu correlativo

sonoro /z/, como fricativas apico-alveolares,

mais ou menos palatalizadas (e a variante

mais pa la t a l i zad a que e vulgarmente conheci-

da pelo nome de s beirao),

30a "pronuncia do ch como tx ou teh" - au,

tambem descrito com mais rigor: a perma-

nencia da distincao fonol6gica em posicao

inicial de silaba entre 0 fonema Ic/, represen-

tado pelo grafema ch e 0 fonema lsi, repre-sentado pe lo grafema x.

40 a "pronuncia de ou como o-u ou Ii-u" , isto

e, como ditongos, ou, mais precisamente, a

co n s e r v a c a o do ditongo /owl, n a s s u as diver-

sas realizacoes possiveis, correspondendo it

Por tuga l Con t inen ta l

1. vinho 2. cinco . seis

4. mouco

Por outro lado, um portugues do Norte [ ... J

nao tera dificuldade em reconhecer como urndos traces mais tipicos da fala de urn portu-

g u e s do Su I , uma ca r ac r e r i s t i c a :

5 0 a "passagem de ei a t' ou, dito mills exacta-

mente, a monotongacao do ditongo ei, que se

con se rva na gra f ia oficial e n a lin gu a fa la da

3. chapeu

5 . L eite

 

Arquipelaqo d a M adeira c e ifa r . bu sc a r

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. 1 &Por to Santo

ce if ia r . bu sc ua r

Mad e i r a

Arqu ip ela go dos A~ores

~Corvo

ce ifia r . bu scu ar

tlores

OS dialectos dos arquipdagos dos Acores

e da Madeira apresentam grande nume-

ro de rracos comuns e alguns dos que tern

sido considerados proprios de urn dos arqui-pelages (ou de algumas das ilhas) estao tarn-

bern presentes no ourro.

Um dos aspectos mais marcantes dos dia-

lectos acorianos e dos dialectos madeirenses e

aquilo a que poderernos chamar a instabil ida-

de da vogal acentuada. Efectivamente 0 tim-

bre da vogal tonica nao e constante, facto que

encontra a sua explicacao em fenomenos de

harrnonizacao vocalica que se produzem nes-

tes dialectos; a vogal acentuada apresenta -se

modificada [... J pelo timbre das vogais e das

semivogais das silabas atonas que a precedem.

A estrurura da silaba acentuada modifica-se

sempre que na s i l aba anterior existem ou exis -

tiram as vogais [i J ou [u J ou a s semivogais (j] ou

[w]. Essa modificacao consiste na insercao,

imediatamente antes da vagal acentuada, de

uma semivogal com a mesma zona de articula-

~ao da vogal 01.1 da semivogal precedente,

dando lugar it formacao de ditongos crescentes.

M. L. Segura doCruz e J. Sac.m.go

3I

c e ifa r . bu sc a r

"GraciOSa

Terce i r a

Pico

Harmen i z ac ao Vocalica

II

•I

G rande in ten sida de do fen6m eno

M edia in te nsida de do fe nc rn en o

Fra ca in te nsida de do fe n6m en o

A use nc ia do fe n6m en o Santa Mar ia ~

 

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Os dialectosefronteiras Iexicais

o territ6rio portuques

continental e insular e variavel

a maneira como se designam os

mesmos conceitos.

Conceitos da vida rural aos quais corres-

pondem as designacoes dos cinco mapas:

1. Extrair, t irar 0 leite das tetas de uma vaca.

2 . Saco onde as vacas tern 0 leite.

3 . Cria da ovelha.

4 . Cria da cabra.

5 . Espiga do milho.

Urn tipo lexical bastante antigo - por vezes

urn dos rnais antigos de entre os que, para

designar uma nocao ou urn objecto, conse-

guem sobreviver na Romania ( m u! ge re , u be r;

agnus, "caprtttus, s pi ca ) - 5 6 consegue manter-

se no noroeste e numa area mais ou menos

extensa, para sul, da parte ocidental de

Portugal. Uma ou varias inovacoes ocupam 0

sui e 0 leste e tentam, com maior ou menor

sucesso, penetrar no sentido do oeste. Por

veze s conseguem interromper a continuidade

da area conservadora, que coincide, de forma

bastante perfeita, com a regiao de populacao

antiga e e s ta v e l. A area das i n ovaco e s [ordenhar,

amojo , cordeiro, borrego , cbibo, mararoca] , essa ja

abrange a parte de Portugal repovoada nos sec-

ulos X II e XIII , [na sequencia da Reconquista

crista]'

1.F Lindley Cintra

1. m ugir . o rde nha r 2. ubere . amorjo

4 . c a brito . chibo

Atlas Ling"frtico-Etnogrrijiw dosArom, vol . 1:A (riri{iiodegado. Centro de Linguistica da Universidade de Lisboa -

Direccao Regional da Culrura (A,ores), (no prelo).

Luis Fil ipe Lindley CINTRA, "Areas lexica isno terrirorio portugues", Bol,tim de Fil%gio, XX, 1962, pp. 273-307;

"Une frontiere lexicale et phonetique dans I t: domaine linguistique portugais", IX Congress» Internacional de

Linguistica Romanica.vlctas. Lisboa, 1959, vel. III, pp . 31-38.Materials ineditos do arquivo do ALEPG (Atlas Linglli ,t ico-Etnogrrijico de Portugal e do Galiza) do Centro de

Linguistic. da Universidade de Lisboa.

3 . anho . corde iro· bo rre go

5. espiga . m a~aroca

 

Portugal Continental

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Os dialectos:fronteiras lexicais

o territ6rio portuques

continental e insular e varia vel

a maneira como se designam as

mesmos conceitos.

Conceitos da vida rural aos quais corres-

pondem as designacoes dos cinco mapas:

1 . Extrair, tirar 0 leite das tetas de uma vaca.

2 . Saco onde as vacas tern ° leite.3 . Cria da ovelha.

4 . Cria da cabra.

5 . Espiga do milho.

Urn tipo lexical bastante antigo - por veze s

um dos mais antigos de entre as que, para

designar uma nocao au urn objecto, conse-

guem sobreviver na Romania ( m ulg e re , u be r,

a gn us , " ca pr it tu s, s pic a) - s6 consegue manter-

se no noroeste e numa area mais ou menos

extensa, para sul, da parte ocidental de

PortugaL Uma ou varias inovacoes ocupam 0

sui e 0 leste e tentam, com maior ou menor

sucesso, penetrar no sentido do oeste. Por

veze sconseguem

i n t e r r ompe ra continuidade

da area conservadora, que coincide, de forma

bastante perfeita, com a regiao de populacao

antiga e e s ta v e l, A area das i n ova co e s [ordenhar,

amojo , corde i ro , borr ego, ch ibo , mafaroca] , e s sa ja

abrange a parte de Portugal repovoada nos sec-

ulos XII e XIII, [na sequencia da Reconquista

crista].

L. F. Lindley Cintra

1. m ug ir . o rd en ha r 2. u be re . am orjo

4. c abrito . chibo

Atlas L in gu( stico -E tn og rlij iw d os Arom, vol . I :A c ri ar ao d e g ad o. Centro de Linguistic. da Universidadc de Lisboa -

Direccao Regional da Cultura (Acores), (no prela).

Luis Fil ipe Lindley CINTRA, "Areas lexicais no tcrri rorio portugucs" , B ol et im d e F i lo lo gi a, XX, 1962, pp. 273-307;

"Une frontiere lexicale et phonetique dans Ie dornaine linguistique portuj-uis", IX Congress» Intanacionol de

L in gu is ti ca R om a ni ca . . dc ta s. Lisboa, 1959, vo l . HI, pp . 31-38.

3 . a nho . c o rde iro · bo rre go

5 . e spiga . rn a ca roca

 

arquipetaqc na M adeira D es ig na (o es p ara c a ro le da e spig a de rn ilho

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pavio

.pP a rto S an to

soca co ro< ;o · c a rrico . ca rrilho

Made ira

Arqu ip ela go d os A~ores Des ignG l ;;oes pa ra b an ha d err etid a

PCorvo

banha . qo rdura . graxa

tFlores

banha . gordura . graxa ~

Gra c i o s a

Faa.

banna . gordura . graxaa nn a . g o rdu ra

Pice

3 3

go rdu ra . g ra xa

Terceira

m an te iga . ba nha

man t e i g a

Santa M aria ~