subsídios para o estudo da história da misericórdia de salvaterra de magos

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SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA DA MISERICÓRDIA DE SALVATERRA DE MAGOS Autor José de Carvalho Asseiceira Cardador

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Subsídios para o Estudo da História da Misericórdia de Salvaterra de Magos

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SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA DA MISERICÓRDIA DE SALVATERRA DE MAGOS

Autor

José de Carvalho Asseiceira Cardador

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SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA DA

MISERICÓRDIA DE SALVATERRA DE MAGOS

Edição Original – 1970 Editor e Autor: José de Carvalho Asseiceira Cardador Cópia – 2013 – José Gameiro Edição publicado em PDF // Blogue: “ http//: www.historiadesalvaterra.blogs.sapo.pt “livros sobre salvaterra”

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DR. JOSÉ DE CARVALHO ASSEICEIRA CARDADOR

Em Janeiro de 1965, o proprietário e director do “Aurora do Ribatejo”, sabendo da minha colaboração, em outros jornais, onde Filipe Hipólito Ramalho e José Teodoro Amaro, tiveram grande influência, no envio de notícias da minha terra – Salvaterra de Magos, depressa encetou contactos comigo, para passar a colaborar naquele semanário, que tinha sede na vizinha Benavente.

O primeiro número do “Aurora”, tinha saída, uns dias antes, em Dezembro de 1964. Por volta de 1970, José de Carvalho Asseiceira Cardador, pequeno

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vitivinicultor, nesta vila, e dado a prestar presença na Misericórdia local, bem como veredor do munícipio, colaborava naquele semanário, passou a ser conhecido e tratado dora avante, por Dr. José Cardador, uma vez em que se licenciou, em Coimbra, apresentando como tese, um trabalho de grande pesquisa sobre o historial da Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra de Magos. Além do arquivo daquela instituição, e de outras fontes, algumas vezes se socorreu da minha modesta ajuda para saber um pouco mais sobre a história de Salvaterra de Magos.

Lecionando aulas, no Colégio de Benavente, o nosso contacto decorreu em ambiente fraterno, quando convidado que fui pelo director daquele semanário regional, para dirigir a última página, que seria dedicada a Salvaterra de Magos e seu concelho, teria em cabeçalho o titulo “Jornal de Salvaterra”, fiquei grato, pela honrosa escolha, mas não me achando capacitado para tão util encargo, convidei o Dr. José Cardador, que

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aceitou. Certo dia, ofereceu-me um exemplar do livro: “Subsídios para o Estudo da História da Misericórdia de Salvaterra de Magos”, edição que sendo de poucos exemplares, dactilografado e reproduzido (no tempo usava-se o setencil), serviu para apresentar em Coimbra, quando da sua licenciatura. Um tempo depois, um “acidente”, no armário onde tinha a minha pequena biblioteca, danificou entre outros, aquele exemplar, de tal forma, que ainda está incapaz de ser manuseado, mesmo assim, guardo-o com muito carinho, pois as suas páginas estão recheadas de um tão util trabalho de investigação, reportando a vida da instituição de caridade de Salvaterra de Magos, que é a Misericórdia, cuja origem vem do século XVII.

Falecido o Dr. Cardador, em 1986, e não encontrando outro exemplar, por vezes me é solicitado informações que ele guarda, quer por estudantes e professores, quer por outros interessados que também de mim se acercam para saber mais sobre aquela casa de

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caridade. Um dia juntando o útil ao agradável, com afinco e entusiasmo, tomei a liberdade de transcrever o livro, para que não se perca no futuro tão útil trabalho de pesquisa.

Algum tempo depois, tal cópia estava feita, respeitando o mais possivel a forma de escrita usada na época pelo autor, apenas o tipo de letra, numeração e quantidade das páginas sofreu alteração, sendo a capa de minha autoria, e as fotos do meu arquivo. Agora, este precioso trabalho de investigação sobre a Misericórdia de Salvaterra de Magos, faz parte da coleção de livros, no Site - “Literatura sobre Salvaterra” incluída no meu blogue: www.historiasalvaterra,blogues.sapo.pt

Salvaterra de Magos, 2013

José Gameiro

(José Rodrigues Gameiro)

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AGRADECIMENTO

As dificuldades, principalmente baseadas na nossa limitação pessoal, que encontrámos na execusão deste modesto trabalho não nos levaram ao desânimo ou ao fracasso porque em nosso auxilio veio sempre, e na ocasião propícia, e sábia orientação do Excelentíssimo Senhor Doutor Salvador Dias Arnaut.

Consignamos aqui o nosso sentimento de gratidão, muito respeito e sincera estima pelos ensinamentos, excelsos conselhos, interesse e palavras amigas que o Exmº. Senhor Professor Doutor Dias Arnaut generosamente se dignou ter para connosco.

Pelas gentilezas recebidas dos Exmºs. Professores Doutor Manuel Lopes de Almeida, Doutor Mário Brandão e Doutor Pe. Avelino de Jesus Costa também desejamos acrescentar o nosso muito obrigado.

José de Carvalho Asseiceira Cardador

* * *

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A Caridade nunca acabará, mesmo quando deixem de ter lugar as profecias, ou cessem as línguas ou seja destruída a ciênca.

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CAPITULO I

RESUMO DA HISTÓRIA GERAL DA ASSISTÊNCIA

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HISTÓRIA DAS MISERICÓRDIAS

A história da fundação das Misericórdias Portuguesas tem sido

deturpada nas suas origens, significação e evolução, de tal modo que

quase por completo se lhe perdeu o sentido.

A história da fundação das Misericórdias está cheia de fantasias;

impõe-se o seu estudo metódico e meticuloso, o estudo de todas elas, a

partir do documento mais seguro que lhe diz respeito – o Compromisso

inicial. E por nos parecer que esse estudo, muito útil, se vá fazendo,

vamos tentar reunir aqui uns breves apontamentos, modesto subsídio

para o estudo da História da Misericórdia de Salvaterra de Antes,

porém, de entramos no estudo da Misericórdia de Salvaterra de Magos,

vamos registar alguns apontamentos sobre a História da Assistência e

depois, ainda, dizer “duas palavras “ relacionadas com a História da Vila.

***

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HISTÓRIA DA ASSISTÊNCIA

Conceito de Assistência – Assistência significa auxilio, socorro.

Onde quer que haja uma necessidade que o interessado não possa

resolver por si e não consiga pagar, a assistência tem o seu lugar.

Assistência famintos, a sedentos, nus, desabrigados, doentes, tristes,

cativos, transviados, impacientes, desesperados, mal aconselhados,

pobres de pãoou pobres de consolação, tudo é assistência, auxílio,

socorro.

A assistência, material ou moral, tem lugar onde quer que haja uma

falta, isto é, onde quer que habite um ser humano. A assistência tem

sido encarada de vários modos através da História e vista à luz de

critários; assistência individual ou social, particular ou pública, tudo são

ideias e conceitos que as ciscuntâncias têm exigido. No campo da

assistência há lugar para todas as pessoas de boa vontade.

As origens da assistência são dificeis de precisar. É intuitivo que, se até entre os animais se observam actos de auxílio mútuo, os homens

primitivos haviam de auxiliar-se uns aos outros. Vamos apresentar um

singelo esboço da História Geral da Assistência desde os tempos mais

recuados até à assistência em Portugal no século XVI.

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Periodo da História da Assistência

1º - Antiquidade: Egipto -

As diversas tribos estabelecidas ao longo do Nilo deixaram fama de

possuirem um carácter doce , benévolo, caritativo. Estas qualidades não

podiam deixar de se revelar por práticas de beneficência. Os escravos

foram olhados como homens. As características da assistência entre os

Egípcios derivam lógicamente da sua maneira de ser e sua religião,

bondade natural e crença na vidade além túmulo.

Nos “ livros dos Mortos” encontram-se as fórmulas destinadas a

servir de guia aos mortos, Além deste acto piedoso, colocavam ainda

alimentos e objectos vários que entendiam poder a ser úteis aos

falecidos. Mas também nas lápidas funerárias se registam certas

virtudes hunanas . Em papiros, talvez da 5ª dinastia, conhecem-se

vários preceitos, como o de “nunca oprimir nem aterrar ninguém”.

Nos hieroglifos é muitas veses recordado o preceito de “dar pão”. Os

termos destes escritos revelam um ideal de perfeição, um desejo de

justiça, doçura e urbanidade. Efectivamente os Egípcios praticavam as

obras de Misericórdia para com os seus próximos; davam de comer a

quem tinha fome, de beber a quem tinha sede; vestiam os nus, davam

pousada aos viandantes, enterravam os mortos, ensinavam os

ignorantes, castigavam os que erravam e curavam os enfermos. As

“Confrarias do deserto” tornavam possivel a marcha das caravanas

através do deserto. Foi notável a assistência médica. Era vigiada a

higiene da habitação. Proibia-se o engeitamento de crianças.

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China –

As causas da miséria na China antiga são, além das normais em todos

os tempos e em todos os países, as resultantes da grande extensão do

território, e diversidade de raças, lutas frequentes e ferozes,

inundações formidáveis, etc..

Os chineses tiveram o culto pelos homems de bem. O culto dos

mortos era levado ao extremo. Lao-Tse deu origem ao “taoismo”; os

taoistas tinham grande culto pela higiene, estudaram os regimes

alimentares, e diétetica, medicina e farmácia; e moral taoista é, por

assim dizer, a higiene da alma, com “supressão das paixões porque

gastam; prescrevendo a continência e a abstinência porque a luxuria e a

gula esgotam;

combatendo as ambições e os esforços porque nada desgota mais do

que isso”. A Lao-Tse é atribuído a autoria do “livro do Rumo e da

Virtude”, verdadeiro compêndio de preceitos e ideias tendentes a viver-

se bem neste mundo, modestamente, contemplando a natureza; “... o

segredo da sabedoria e da alegria calma, que é a única felicidade

duradoira a que o homem pode aspirar, reside numa estoica obediência

à natureza, aos artíficios da inteligência, em se aceitarem confiadamente

as ordens que a natureza nos transmite por instinto, numa imitação

modesta das vias silenciosas dessa natureza”.

A filosofia de Lao-Tse, proclamado a renúncia e a passividade,

conduzia ao fim de contas ao esgoísmo. Kung-fu-tse, mais conhecido

por Confúcio, criador do confucionismo, era mais humano, pregando a

benignidade e a lealdade e incitando todos a que trabalhassem pelo

bem-estar do povo, A sua paixão principal foi a moral; a inteligência; a

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coragem e a boa vontade são os atributos do homem perfeito. Foi

atribuído a Confúcio a célebre “Regra de Oiro”, que Cristo incluiu na sua

doutrina: “não fazer aos outros o que não quizerdes que vos façam”.

Os discípulos de Confúcio espalharam-se por toda a parte. Através

das doutrinas de Confúcio sentem-se bem os princípios de caridade, de

humanidade, de justiça, de prudência e de verdadeira sabedoria. Estes

elementos dão-nos a compreender o conceito que na antiga China havia a respeito do bem e da protecção aos fracos. Marco Polo (1275) afirmou

que qualquer das cidades no Oriente estava mais adiantada que as

europeias e falou dos hospitais que lá viu, bem como das ruas habitadas

por médicos, serviços de assistência do Estado, asilos para velhos,

orfãos e enfermos. Fernão Mendes Pinto, também nos falou do que viu

em Pequim (1540) no respeitante a escolas paea ensino de crianças pobres, escolas de ofícios mecânicos, recolha de enjeitados, cegos,

aleijados, mudos, doentes, etc.

Tresentos anos antes de Cristo já havia na China corporações de

artífices, agrupando os patrões e os operários das inúmeras indústrias. A medicina chinesa antiga foi notável. O livro Nei-ching (Livro da

Medicina) reune as antigas tradições médicas chinesas.

Japão –

A velha religião do Japão – Sninto – exigia o culto dos mortos e

orações, pedindo a saúde, uma longa vida, chuva em tempo oportuno,

preservação de tremores de terra, incêndios e inundações, etc.. Só mais

tarde surgem os preceitos morais, impondo ao homem obrigações para

com os pais e a humanidade; deviam observa-se dez mandamentos,

entre as quais se incluía a misericórdia. A medicina, envolta em lendas e

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tradições, assentava, entretanto, numa base de conhecimentos

anatómicos bastante vastos, bem como o uso de águas minerais, plantas

medicinais, etc..

India – A sua enorme extensão do território, a existência de neves perpétuas

ao norte, o calor asfixiante nas regiões ao sul, são consideradas como as

causas principais da sua miséria. Para as defender, principalmente do

calor, o indiano entendeu que o melhor modo era estar imóvel e

indiferente a tudo o que se passasse à sua volta, tendo como ideal o

“Nirvana”, cúmulo de felicidade, estado de quase beatitude, resultante de

abdicação de todos os desejos pessoais, do afastamento de todos os

desejos egoítas, do domínio sobre si, etc.. Além das consequências do clima, registam-se ainda as epidemias, as mordeduras de serpentes,

etc.. A Índia foi, desde longa data preferida por viajantes arrojados :

Marco Polo (1288 e 1293) e Fernando Mendes Pinto (1537 a 1557).

Sabe-se que houve uma civilização notável na Índia três mil anos a.C.. Os “Vedas” registam as tradições, literatura, moral, filosofia e religião

primitivas da Índia. No meio de múltiplas ideias igoístas, epicuristas, cepticas, sofistas, nihilistas, etc. Surgiu, como um reformador, um

homem que ficou na hitória com o nome de Buddha (563 a.C.). Buddha

srgiu na Índia na mesma época em que noutro países apareceram grandes filósofos e notáveis reformadores, como se uma causa comum

os tivesse feito actuar. Foi Leo-Tsae e Confúcio na China, Jeremias e

Isaías na Judeia, Thales de Mileto, Heraclito, Anaximandro, Anaxágoras, Empedocles, Pitágoras, Zenão e Demócrito na Grécia, Zaratustra na

Pérsia, etc.. Buddha, admitia a reincarnação da alma dos mortos, e

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metempsicose, só poderia evitar-se uma nova encarnação abdicando de

todos os desejos egoístas, não fazendo senão bem, de forma a atingir o

“Nirvana”.

O budismo pretende resolver o problema da dor física e moral.

Buddhe foi designado pelo “grande compassivo”. A seguir à invasão

macedónica, desenvolveu-se uma das épocas mais brilantes; contavam-

se duas mil cidades. Estudou-se medicina e outras ci^`encias e artes. Havia Repartições de Higiene e Saúde Pública, hospitais e outros

estabelecimentos de beneficiência, assistência, etc.. Os estrangeiros

eram bem recebidos. Existiam corporações de mestres. A medicina

usou plantas sendo digno de registo o cuidado com que faziam os pensos

aos feridos de guerra; davam importância a observação do pulso;

conheceram a tuberculose, a lepra, a cólera, etc. Deixaram estudos preciosos acerca de fracturas e operações.

Pérsia –

Entre os persas a primeira das virtudes era a piedade, que consistia

na adoração do deus - Ahura Mazda - ; depois da piedade era a honra a

virtude mais apreciável, seguindo-se-lhe a rectidão nos actos e nas

palavras.

Os persas tinham horror à mentira, praticavam a hospitalidade para com

os estranhos, a caridade para com os pobres, a par do respeito pela

moralidade, pela virtude e pelo bem. Zaratustra, foi o grande

reformador.

O “Avesta” prescrevia também abulações, formulando práticas para a

purificação do corpo e da alma. Parece terem existido na Pérsia as

corporações mais antigas de médicos. Havia albergues situados junto

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das estradas que recebiam os viajantes quando doentes. No “Avesta”

figura o deus curador Aryman ou Mithra, o mais antigo deus da saúde.

Assíria e Babilónia –

Pouco afectuosos, antes orgulhosos e impiedosos , os povos da

Mesopotânia eram guerreiros e cruéis. No entanto os reis usavam de

certa clemência para com os seus súbditos. A deusa Istar era

misericordiosa.

Apesar da fama de impiedade, sabe-se que entre os assírios e

balilónios se libertavam cativos, se dava de comer aos famintos, se

consolavam os aflitos e se cuidava dos doentes. Praticava-se a

hospitalidade. Ensinavam-se os ignorantes, havendo escolas junto dos

templos.

A magia, os preságios, os prognóticos, as explicações dos sonhos e a

influência dos astros faziam parte da medicina corrente. Verifica-se que,

entre este povos embora ferozes, não se deixou de cumprir certos

preceitos de auxílio aos que sofriam.

Hebreus –

A história do povo hebreu é referida no Antigo Testamento, vasta

colecção de textos, constituíndo uma das obras mais notáveis que se

conhecem. É na Biblia que se encontram os elementos que dizem

respeito à miséria, às necessidades, aos recursos e à assistência entre

os hebreus antes do Cristianismo. A Palestina, situada a meio caminho entre o Egpto e a Mesopetâmia, foi vítima da sua situação geográfica que,

se favorecia o comércio dos Hebreus com os povos vizinhos, era um

motivo inevitável de guerras constantes, com o seu cortejo de

destruições e ruínas, fome e miséria.

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Moisés, proclamou os Dez Mandamentos, código de moral admirável,

quja influência foi enorme, tornando-se a base do próprio Cristianismo. Os Profectas preconizavam a fraternidade, o amor do próximo, a justiça,

o socorro a prestar aos órfãos e às viúvas, etc., ao mesmo tempo que

combatiam todos os vícios. O amor ao próximo é a base da moral

hebraica. A hospitalidade é a virtude tradicional do povo judeu. A

caridade individual ressalta da leitura de inúmeras passagens da Bíblia. Os estrangeiros deviam ter um asilo, como os velhos.

Eram garantidos abrigos de noite aos viajantes. Uma nota

caracteristítica da caridade hebraica é a de até os próprios pobres,

sustentados pela colectividade, deverem dar uma parte do que recebiam

aos indigentes mais necessitados do que eles.

Havia peditórios periódicos em benefício dos pobres, uns diários

chamados “do prato”, outros semanais. No templo havia uma caixa para

receber esmolas destinadas aos pobres envergonhados. Uma das

obrigações que os Hebreus tomavam a seu cargo era a de sustentarem

os aleijados que não pudessem suprir-se. Eram feitos inquéritos prévios antes das distribuições. Não se negava vestuário a um pobre que

pedisse. Consolava-se os tristes, não só hebreus mas até pagãos e

enterravam-se os mortos, qualquer que fosse a sua crença.

As viúvas e os orfãos tinham uma protecção particular. O salário do

trabalhador era sagrado. Os escravos eram tratados com doçura; amaldiçoava-se os indivíduos que abusassem dos cegos. Fazia-se bem,

mesmo aos inimigos. Em cada campo era reservado anualmente aos

pobres um canto para eles fazerem a colheita em seu proveito. Um

indigente com fomepodia entrar no campo do seu próximo e colher

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espigas de trigo, desde que não utilizasse a foice, podendo igualmente

entrar numa vinha para comer uvas.

Os proprietários deviam deixar sempre parte da sua colheita para os

pobres ficarem com ela, isto é, deixavam-lhes um “rabisco”. De sete em

sete anos (ano sabático) as terras não eram cultivadas, pertencendo o

que nelas nascesse espontaneamente a quem quer que o quizesse

apanhar. De cinquenta em cinquenta anos (ano jubilar), ano seguinte a sete anos sabáticos (7x7+1) as terras não eram semeadas e deviam

voltar para as mãos dos antigos possuidores.

Encontra-se na Biblia os germes de muitas instituições (que por vezes

são julgadas de fundação recente), como as “caixas de caridade

obrigatória”, os “inquéritos sociais”, as visitas domiciárias e o esboço do

serviço social. As prescrições bíblicas são a legislação sanitárias mais antigas que chegou até nós.

A sangria era uma prática corrente. Os médicos judeus praticavam a

cirurgia; a circuncição estava a cargo dos sacerdotes, oito dias após o

nascimento. No “exito” são referidas as parteiras, as mais antigas de que há memória.

O asseio corporal era prescrito. Os hebreus tinham já a noção de que

o mosquitos e os ratos transmitiam várias doenças. A purificação das

casas onde tinham vivido pessoas com doença

contagiosas, o uso da cal para desinfectar paredes, o descanso semanal,

a construção de cisternas, etc. mostram a preocupação dos judeus em

defender a saúde e evitar o aparecimento de doenças, fazendo assim

uma Medicina preventiva ou Higiene social.

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Grécia –

A história, lendas e a motologia da Grécia foram por dois autores

célebres: Homero, considerado o autor de “Ilíada e de “Odisseia”, e

Mesíodo o autor de “Os trabalhos e os dias”da “Teogonia” etc.. O povo helénicoteve sempre tendência para a Arte<, cultivou as artes plásticas,

como a arquitectura, a escultura, a pintura e a cerâmica. A música, a

oratória, o teatro, a poesia, todas as artes, enfim, tiveram culto

fervoroso entre os gregos. Dotados de inteligência brilhante,

imaginação ardente e sólida aptidão intelectual, impuseram-se como

artistas, cientistas, filófosos, médicos, políticos, oradores, etc.. O culto

pela saúde e pela força era geral.

Os escravos, em geral, eram socorridos, pelos senhores. As

primeiras manifestações de assistência que a história dos gregos nos

releva referem-se ao auxílio prestado a soldados feridos. A “Ilíada”

refere-nos que no cerco de Troia tomaram parte “dois filhos de

Feculápio”, sábios na arte de curar.

A compaixão dos gregos pelos que sofriam, física ou moralmente, é atestada por muitas passagens da “Ilíada” e da “Odisseia”. Solon, o

célebre legislador ateniense, distinguiu-se pela piedade que revelou

pelos humildes, impedindo a perda de liberdade por motivos de dívidas. Aos cidadãos inválidos e pobres eram concedidos óbulos. A casa de

Creso foi destinada a um colégio de velhos (gerontia). No século V a.C.

(século de Péricles) a assistência do Estado tornou-se mais intensa: distribuição de dois óbulos em dinheiro aos indigentes; dádiva de carne

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dos animais sacrificados nas festas públicas; distribuição gratuita, ou

por baixo preço, de trigo e carne.

Durante o inverno os pobres abrigavam-se do frio nas termas e iam

aquecer-se nas forjas, Os escravos maltratados tinham asilo no templo

de Teseu, no das Euménides e no “altar da Misericórdia”. Os gregos

eram hospitaleiros; os nâufragos recebiam socorros e os “suplicantes”,

isto é, os fugidos a vinganças ou de penas, uma vez acolhidos, tornavam-se invioláveis. As crianças recebiam cuidados; em pequenas tinham água

quente nos seus banhos e havia uma grande preocupação com a sua

educação física e intelectual.

Também na Grécia houve corporações ou associações de socorros

mútuo; foram as associações “eramitas” que parecem assemelhar-se às modernas associações mutualistas; as “heterias” eram associações

profissionais. Prodicos de Cêos, filósofo sofista do século V a.C.pôs em

relevo os problemas morais. Sócrates (século V a.C.) sustentava que o

homem devia estudar-se para ser moral, honesto e justo. Platão (século

IV a.C.) legou-nos obras cheias de preceitos morais de incitamento à virtude e à meditação sobre os males e aflições dos infelizes. Aristóteles

(século IV a.C.) diz-nos que “no que diz respeito à virtude, não basta

saber em que ela consiste; é preciso possuí-la e praticá-la”.

A Grécia ocupará sempre um lugar inconfundível na História da Midicina, e o nome de Hipócrates simbolizará tudo o que de valioso a

observação e a experiência médica da antiguidade legaram à

humanidade.

Data dos tempos primitivos (1.000 anos a.C.) o culto de Asklépios,

considerado o deus da Medicina, filho de Apolo, inventor da arte de curar.

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Asklépios era simbolizado por uma serpente; tinha por esposa Epione

(calmante da dor) e como filhos Higieia (a higiene), iasao (a que cura) e

panaceia (a que cura tudo). Em honra de Asklépios foram erguidos vários templos, Asklepieias, as mais célebres dos quais foram os de

Epidauro e de Cós. A Asklépios eram dados os títulos de Iatros (médico),

Orthios ( o que endireita) e Soter (salvador).

Os templos de Asklépios eram muitas vezes construídos junto de

fontes de águaa termais, cujas propriedades eram aproveitadas, como

aproveitado era o efeito do clima, a sangria, os purgantes, os vomitivos,

o regime alimentar, etc.. Tem-se discutido se os templos de Asklépios devem ser considerados

como hospitais. Na verdade os doentes abrigavam-se neles, chegando a

estar lá alojados muitos dias. As prescrições de higiene eram as mais

vulgares. Havia médicos e parteiras, para percorrerem as diferentes

povoações. É conhecido o famoso juramento de Hipócrates. Hipócrates

fazia clínica de terra em terra, era um “periodeuta”.

Quando a clínica era feita em consultórios (iatreion) estes ficavam

situados fora dos centros populosos para terem melhor ar e melhor

iluminação. Em geral eram os médicos quem preparava os remédios,

tendo para auxiliar os “risotomos” (cortadores de raízes). Mais tarde aparecem os “fermacopolos” que vendiam medicamento. Houve

médicos que se dedicaram a especialidades, como a oftalmologia, a

ginecologia, etc.. Era grande aconsideração de que gozavam os médicos gregos, sendo-lhes concedidos muito privilégios, honrarias e imunidades.

Roma –

A históriade Roma decorre entre o ano de 753 a.C. data da fundação

da cidade de Roma, e a de 476 da nossa era, data em que a invasão dos

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bárbaros pôs termo ao Impero Romano. De 753 a.C. a 29 a.C. a forma de

governo foi a republicana. De 29 a.C. a 476 da nossa era foi o terceiro

período, o dos imperadores. O romano foi forte, dominador, ambicioso e impedoso, em geral, para com os vencidos. Roma conseguiu impôr-se às

outras cidades, à custa de lutas, agregando a si muitos países

estrangeiros, até formar o célebre Imperio Romano que ía desde a

Península Ibérica até a Ásia menor, incluíndo a Gália, a Bretanha,

Germania, Itália, Panónia, Ilíria, Dácia, Trácia, Macedónia, Grécia, Arménia, Síria, Palestina, Arábia, Egipto, Cirenaica, Tripoli, Cartago e

Mauritânia, dominando todos os povos do Mediterrâneo e Mar Negro.

Os nobres, descendentes dos antigos chefes das “gens” eram

”patrícios”; os indivíduos de classe inferior eram os “clientes” e os mais

inferiores os “escravos”. Um facto fundamental da história de Roma foi o nascimento de Cristo, na Judeia, que então fazia parte do Império, no

tempo do Imperador Octávio. De notar são também as perseguições

feitas pelos imperadores romanos aos cristãos. O romanofoi agricultor

e soldado; os artífices eram por vezes escravos e os operários estavam

mal remunerados. A classe onde se encontravam os verdadeiros pobres era a dos plebeus.

Para valer a estes, organizaram os governos de Roma verdadeiros

serviços de assistência pública, tais como a distribuição de terras e de

bens e leis contra a usura. O abastecimento de géneros alimentícios e a vigilância da sua boa qualidade estavam confiados aos “edis”; o comércio

do sal era monopólio do Estado.

No tempo de Augusto é instituído um Corpo de extinção. Septimo Severo,

que encontrou os abastecimentos em mau estado, de tal modo cuidou

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que, ao morrer, deixou trigo suficiente para sete anos e azeite para

cinco.

Nos tempos primitivos havia a instituição dos “pontífices” (ponten

facere, fazer pontos) assim chamados por uma das suas atribuiões ser a

de construir e conservar pontes, favorecendo o trânsito. Matar a sede

às populações, a sede às populações, fornecendo-lhes água em

abundância e gratuitamente, foi uma das mais antigas preocupações dos romanos.

As “termas”possibilitaram os banhos que, antes, eram tomados no

Tibre. A protecção à infância também se fez sentir, criando-se obras de

assistência a crianças abandonadas. A assistência aos velhos era

praticada entre os romanos ; o pai de família era venerado com piedade.

A hospitalidade foi considerada uma virtude digna do maior apreço. A escola individual existiu em Roma. Os romanos conheceram as

necessidades dos pobres e procuraram remediá-las quando podiam.

Havia em Roma corporações (colegia) reunindo cada uma delas os membros das suas profissões, podendo distribuir víveres ou dinheiro

aos seus associados. A assistência aos doentes de cada família era

exercída, nos primeiros tempos de Roma, pelo parter famílias.

Quando a Grécia foi conquistada pelos romanos a medicina grega

invadiu a capital do Império. O antigo culto de Apolo, Marte e Salus foi substituído pelo de Asklépios (Esculápio). Os templos de Esculápio eram

verdadeiras clínicas. Houve mestres famosos como Celso, Pilínio o

Velho, Dioscorides e principalmente Galeno. As parteiras que também

podiam exercer a medicina, tinham o nome “obstátricas”. Aos médicos

foi concedido o direito de cidade, e isentos do pagamento de impostos.

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Sabe-se que em Roma existiam hospitais, não só militares mas também

civis.

***

A maneira como qualquer povo pratica a assistência pode dizer-se que

é um dos melhores índices da civilização desse povo, sejam quais porem

as suas crenças e as explicações que dê do sobrenatural É certo que a História conhece melhor o utilitarismo, a frieza, o egoismo, a

especulação política, a vaidade, o interesse material da vida passada dos

povos; é certo que o culto da força, a moral utilitária, o desprezo pela

piedade, a ânsia de conforto, riquezas e bem-estar, a indeferença pela

sorte dos outros, etc. são atributos do passado que ficam mais

fácilmente registados na memória dos honens; e também parece ser certo que a História da Assistência tem ficado um pouco esquecida, pois

o homem, em geral, preocupa-se em registar a história das violências,

das paixões, do mal, enfim...

A História do bem e dos bons tem, em regra, pouco quem se interesse

por ela, talvez por oferecer poucos contrastes.

***

Primeiros Tempos do Cristianismo:

As doutrinas de Cristo, partidas da Palestina que naquele tempo era

reino dependente do império romano, espandiram-se pouco a pouco,

levadas pelos Apótolos; S. Paulo, S. Bartolomeu, S. Tomé, S. Simão, S.

Mateus, Stº André, S. Marcos levaram a doutrina cristã à àsia Menor, à

26

Grécia, à Itália, a Roma, à Arábia, à India, à Pérsia, à Etiópia, à Rússia, a

Chipre, ultrapassando assim os limites do Império Romano. S.

Tiago,pregou na Península Hispânica, estando o seu corpo em Compostela. Martirizados no ano 67, S.Pedro e S.Paulo e,

sucessivamente, S.Tiago e outros Apóstolos, depois de criada a Igreja de

Jerusalém, a de Antioquia e a de Roma, a disseminação da doutrina

cristã foi constante e ininterrupta.

A história da assistência cristã é essencialmente a história da

realização das Obras de Misericórdia. É no Evangelho de S. Marcos que

vêm expressas, como virtudes, as cinco primeiras Obras de Misericórdia

corporais: “dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem

sede, abrigar os viandantes, vestir os nús e visitar os enfermos e

encarcerados”. Remir os cativos foi a própra acção de Cristo, vindo remir o cativeiro

do pecado. Enterrar os mortos foi uma prática seguida pelos cristãos

desde sempre. Ensinar os ignorantes foi uma das missões de Cristo,

escolhendo para discípulos humildes pescadores. Consolar os tristes,

perdoar as injúrias foi o que Cristo fez tantas vezes. Para Cristo a caridade é amor, não só do próximo, como dos próprios inimigos. Com o

cristianismo a noção de próximo alargou-se a todo o género humano.

A humanidade passou a ser considerada uma virtude. Durante as

perseguições a assistência tinha de ser feita a acultas. Logo nos primeiros tempos os cristãos começaram a distribuir esmolas aos

necessidades e avisitar os enfermos e prisioneiros. O diácono tinha de

viver no bairro que lhe era distribuído, cabendo-lhe a organização de

assistência aos moradores desse bairro. A assistência aos doentes era

27

imposta como um dever. Em 268 d.C. uma epimedia de tipo em

Alexandria, deu lugar a actos heróicos de dedicação dos cristãos.

Dada a liberdade à Igreja por Constantino, em 313, iniciou-se uma nova fase assistência. A principal característica desta nova época foi a

fundação de instituições em edifícios próprios.

Deve-se a S. Zotico, padre romano levado para Constinopla por

Constantino, a fundação do primeiro hospital que houve nesta cidade, o mais antigo da cristandade (anterior a 350 d.C.. S. Basílio (379)

construiu um hospital em Casarias. S. Jerónimo (419) fundou um

hospício em Belém. S. João Crisóstomo, dando exemplo de sua caridade,

destinou parte das suas economias a proteger os hospitais. Deus coloca-

se entre o pobre e o rico; ao pobre oferecesse como fiador e ao que

empresta como garantia.

Por toda a cristandade começaram a erguer-se hospícios: asilos para

crianças abandonadas, para velhos, para órfãos ou para os pobres;

albergues para os viandantes; hospitais para os doentes; recolhimentos

para as viúvas; retiros para os leprosos. Esmolas de alimentos, de vestuário, de bons conselhos, de ensinamentos, de consolações e de

orações; visitas a enfermos e encarcerados, hospitalidade aos

viandantes sem cuidar de saber quem eram; remissão de cativos,

enterro piedoso dos moros.

De tudo, em casas próprias, definitivas ou improvizadas, ou nos

domicílios dos que precisavam, era prodigamente distribuído pelos

cristãos. Espalhados por toda a parteos conventos de beneditinos e, a

seguir, os de outras ordens, em todos era obrigatória a prática das

obras de misericórdia. A invasão dos bárbaros, iniciada no século IV,

28

não enfraqueceu o ardor caritativo dos cristãos. O médico cristão tinha

de ter as qualidades tradicionais e, além disso, amor aos doentes. Quem

desviava do seu destino os bens dos pobres era considerado homicida.

O Concílio de Tours, de 567, decidiu que cada comuna tinha obrigação

de sustentar os pobres da sua área, para evitar a mendicidade, a

vagabundagem e os abusos. Os leprosos, ao contrário do que durante

muitos anos se afirmou, foram protegidos no mundo cristão. No século VII viviam geralmente em cabanas, que eram queimadas quando eles

morriam; mas junto de muitas igrejas e conventos havia hospícios

especiais para eles.

Carlos Magno protegeu dedicamente os pobres. A criação e conventos

veio trazer à assistência um campo vasto de acção, visto haver junto de

todos eles instituições de protecção dos pobres.

*** ******

***

29

Idade Média

(idade de oiro da assistência cristã)

As misérias na Idade Média foram enormes. A destruição do império

de Carlos Magno, as lutas entre os senhores feudais, a invasão dos

bárbaros e depois os Àrabes deram como resultado perdas de vidas,

destruições constantes, fome, etc..

Os desgraçados alimentavam-se com raízes; os lobos famintos

atacavam os que sobreviviam. As epidemias vieram juntar-se aos

outros flagelos. A Igreja chama a si a tarefa de combater estes males,

por meio de uma acção caritativa. Ordenou disposições legais tendentes

a aperfeiçoar a sociedade. Os famintos e os desesperados encontraram

nas portarias dos conventos e nos presbitérios os auxílios de que

necessitavam.

O exercício da medicina e a assistência médica aos pobres estava

quase exclusivamente a cargo do clero até meados da Idade Média. Os

pobres eram em hospitais, em enfermarias anexas a conventos. Houve

na Idade Média clínicas para pobres, verdadeiros dispensários ou

policlínicas. Nos hospitais tratavam-se todas as qualidades de doentes,

à excepção dos pestíferos e dos leprosos.

O movimento das cruzadas, levou muitos senhores à construção de

hospitais. De princípio os hospitais instalavam-se em edifícios

adaptados, mas mais tarde foram construídos edifícios próprios.

Procurava-se afastá-los dos centros das cidades e instalá-los nas

proximidades dos rios. Na frontaria construíam-se arcarias ou

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alpendres, predominando o estilo ogival. As enfermarias eram cobertas

por abóbadas; ao fundo ou mesmo no meio havia uma capela. As

enfermarias atingiam por vezes grandes dimensões; por esemplo, a enorme enfermaria do Hospital do Espírito Santo, em Saxe, media 126 m.

por 12,35 m. As camas eram dispostas ao longo das naves. Além das

enfermarias havia quartos particulares para pensionistas, quatos para o

pessoal, refeitórios, celeiros, arrecadações várias, etc..

A luta contra a lepra assentava fundamentalmente no isolamento, em

Gafarias, que se espalharam por toda a a Europa. Esta doença foi um

dos mais terr´veis flagelos da Idade Média. A disposição das Gafarias

era geralmente a de quintas de isolamento, onde havia de tudo o que os

leprosos necessitavam. O isolamento nas Gafarias, ou melhor, o

internamento era gratuíto para os pobres. No tratamento dos leprosos a caridade cristã atingiu uma notável elevação. Todo este movimento

caritativose divulgou bastante, era um misticismo são e nobre, seguindo

a doutrina de Cristo, que originou o hospital, o hospício, o albergue, a

albergaria e o asilo.

Outra manifestação piedosa foi o estabelecimento de barcas para

passagem de rios e a da construção de pontes. Eram concedidos

indulgências a quem intituisse as barcas. Algumas comunidades

religiosas tomaram a seu cargo a construção de pontes, diques e

caminhos, realizando assim “o génio prático da caridade”. As confrarias e irmandades desempenharam um papel social muito

importante. A par da defesa profissional, a associação dos membros de

cada mister cuidava da assistência material e moral dos associados. As

Confrarias davam esmolas, visitavam os pobres e fundavam hospitais.

31

A fundação dos primeiros Hospitais deve-se aos Franciscanos, na

Idade Média. A sua principal razão de ser foi lutar contra a miséria e o

excesso da usura. Há vestígios de bancos criados na antiguidade a favor dos pobres, para os livrar dos usuários. Uma das modalidades de auxílio

prestado pelos montepios era o empréstimo de sementes aos

lavradores. A protecção à criança foi sempre uma preocupação da

Igreja. O mais antigo asilo para crianças abandonadas parece ter sido o

de Milão, no século XIII. Em certas igrejas havia locais especialmente destinados a neles serem colocadas as crianças abandonadas.

Em Treves, havia uma grande concha de mármore, e em Florença, na frontaria da igreja de Santa Maria della Scala, existia um berço abrigado

pela portaria. Em 1160 foi fundada em Montpellier uma ordem religiosa

dedicada a crianças expostas, orfãs ou por qualquer motivo desvalidas.

Igualmente foram fundados asilos para cegos, asilos de regeneração,

etc..

A assistência desde o século X ao século XVI é bem a idade de oiro da

caridade cristã. A intelegência e a erudição, postas ao serviço da

doutrina, e a virtude e a acção postas na prática da caridade foram

simbolizadas por duas grandes figuras da igreja; S. Tomaz da Aquino e S. Luis. O primeiro definiu em que termos imortais a caridade cristã, e o

segundo deu, com o exemplo da sua vida e com a sua obra, o mais

extraordinário impulso à realização das obras de misericórdia e à administração da justiça.

***

32

A ASSISTÊNCIA EM PORTUGAL

As oscilações das fronteiras durante as lutas da reconquista; as

mortandades que essas lutas causaram; as guerras civis, as fomes, etc.

tornam impossivel fazer qualquer cálculo de confiança sobre o número

de habitantes que ocupavam o território português no começo da

nacionalidade. Seria de quinhentos mil, no século XII, como concluiu

Oliveira Martins?

A miséria teve por base as fomes e as epidemias. A epidemia de 1188,

resultante da fome causada pela invernia rigorosa, causou muitas

vítimas. As guerras contra os muçulmanos, a destruição de povoações,

de searas e de habitações rurais, roubos, enfim, a peste, a fome e a

guerra foram as três causas tradicionais e trágicas da miséria. Êsta

miséria deu origem a multiplas formas de necessidades. Inválidos de

guerra, orfãos, doentes, viúvas, cativos, etc., todos eles exigiam que

houvesse quem lhes valesse.

As peregrinações a lugares de devoção tornaram-se como que

verdadeira moda, o que dava motivo a viagens constantes muitas vezes

feitas a pé. S.Tiago de Compostela tornou-se um dos três mais notáveis

centros de peregrinação, ao lado de Roma e quase tão famoso como

Jerusalém.

As romagens a S. Tiago deram motivo à construção e reparação de

caminhos e pontes, instituição de barcas e construção de hospícios,

albergues e mosteiros para dar pousada aos peregrinos, constituíndo-se

mílicias “de heróis e santos” para os defender dos salteadores. Entre

33

as personalidades célebres que visitaram S.Tiago como peregrino,

conta-se S. Francisco de Assis, S.Domingos de Gusmão, a Raínha Santa

Isabel de Portugal, D. João II, D. Manuel I, etc..

A assistência no território hoje ocupado por Portugalera exercida não

só nos mosteiros, presbistérios, residências epcospais e dos senhores,

como em albergues, albergarias, hospícios, hospitais, gafarias e

mercearias, instituição de barcas e construção de pontes. As albergarias ou albergues eram casas onde se recolhiam pessoas de

passagem. Os hospitais tinham funções múltiplas , indo das que

correspondiam aos hoteis e hospedarias até as mais variadas formas de

hospitalidade. As gafarias eram albergues destinados aos leprosos. As

mercearias destinavam-se à realização duma obra de Misericórdia,

asilando pessoas pobres até morrerem.

Dar de comer a quem tem fome era, com efeito, uma prática

corrente, quer nos paços reais, casas nobres, mosteiros e presbitérios,

quer nas moradas particulares de ricos, ou apenas remediados, sempre

que o podiam os necessitados. Dar de beber a quem tinha sede era o complemento natural de esmolas. A caridade colectiva foi realizada por

intermédio de assistência administrativa, através de leis de fomento

agrícola, aperfeiçoamento das leis pessoais, etc.. A criação de

corporações de mesteres (corporações profissionais) e de confrarias,

associações essencialmente beneficentes.

Em Portugal foram sempre muitos os fiéis que doaam em vida ou

deixavam em testamento bens para beneficiar os pobres; por vezes

esses bens eram deixados a mosteiros, só indirectamente favorecendo

os pobres, tratamentos médicos e outros benefícios que neles podiam

34

receber; outras vezes os testamentos determinavam a criação e

manutenção de hospitais, albergues e gafarias, para neles serem

acolhidos os necessitados.

D. Teresa e D.Henrique fizeram várias doações a mosteiros e igrejas.

D.Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques, deixou no seu testamento

rendimentos ao seu “Hospital de Canavezes”.

A Rainha Santa Isabel, deixou dois testamentos, favorecendo a

enfermaria do Mosteiro de Alcobaça, e Albergaria de Odivelas, as

Gafarias de Santarém, Leiria, Óbidos e Coimbra. A enfermaria do

Mosteiro de Santa Cruz, também não foi esquecida, além de muitos

legados a igrejas, mosteiros, etc..

D. Leonor, foi a primeira pessoa poderosa que fundou um Hospital

Termal. As Gafarias eram simples asilos onde se recolhiam os leprosos.

As mercearias, asilos de velhos ou inválidos. As Albergarias, conhecidas

por albergues, alcaçaries, caridades e hospícios, acolhiam os viandantes.

O Hospital, própriamente dito, era pequeno. O maior de todos, o de Santa Isabel, de Coimbra, tinha o número execepcional de trinta camas. Não

tinha médico nem farmacêutico privativos. A casa hospitalar recolhia o

viajante doente, onde o ia visitar qualquer médico e onde lhe eram

levados medicamentos como se estivesse em sua casa.

Outra característica dos hospitais medievais era a de serem fundados

por particulares. A lei que regulava a prática de assistência resumia na

síntese das “Obras de Misericórdia”.

35

A fundação de instituições tais como albergarias, hospitais, gafarias e

mercearias, irmandades ou confrarias, era regulada pelas disposições

do “Direito Canónico”.

O poder civil, porém, cedo começou a intervir na fundação e

administração delas. As Ordens Afonsinas, vieram consagrar a doutrina

da laicização progressiva da administração das instituições da

assistência. São muitas as disposições São muitas as disposições incluídas nas Ordenações, no respeitante a assistência.

As individualidades que intervieram na remodelação da assistência em

Portugal no último quartel do século XV, foram D. Leonor, D. João II, Frei

Miguel Contreiras e o Cardeal de Alpedrinha, além do Rei D. Manuel.

D. Leonor, digna mulher do Príncipe Perfeito; mãe dedicada, “mater dolorosa” que viu morrer o filho único e irmã carinhosa a quem o marido

matou o irmão e mandou matar o cunhado; Raínha que se dedicou com

amor à protecção dos humildes e de todos os infelizes; fundadora do

Hospital das Caldas e dando origem a uma obra de auxílio aos

desprotegidos da sorte, e das misericórdias; protegendo artistas, pintores, arquitectos e escultores, fundou obras pias e vendeu as suas

joias para fundar e manter o Hospital das Caldas, A raínha D. Leonor

deixou, por tudo isto e pela sua intelegência, nobreza e santidade, um

nome justamente aureolado na nossa história.

A primeira intervenção de D. João II, em assuntos de assistência

parece datar de 1479, sendo ainda princípe, ao pedir ao Papa Sisto IV,

autorização para reunir, num só, vários pequenos hospitais; o seu

testamento mostra bem o seu programa de assistência. Frei Miguel

Contreiras, culto e eloquente, juntou às palavras o exemplo duma vida

36

austera, toda dedicada ao bem do próximo, socorrendo os famintos,

libertando presos, valendo a viúvas, amparando órfãos, promovendo o

tratamento de doentes, realizando, enfim, todas as Obras de Misericórdia.

D. Jorge da Costa, Cardeal de Alpedrinha, notável pela sua

intelegência e pelo seu saber, dedicou a sua actividade a bem da igreja e

da caridade, gastando os seus avultados rendimentos no culto divino e no remédio dos pobres, sendo o seu palácio o asilo dos mendigos e

propriciatório dos necessitados. Viveu longos anosem Roma e, criando

muita influência, pô-la sempre ao serviço do seu país.

O Hospital das Caldas e o de Todos os Santos, de Lisboa, em seus

regulamentos dão-nos as bases fundamentais da administração, do funcionamento e da finalidade dos hospitais. Aí, encontramos já o

Provedor, o Tesoureiro, o Capelão, o Médico, o Boticário, Enfermeiras,

Escrivão, etc. , bem como horário de consultas, de visitas, disposições

sobre a aceitação de doentes, limpeza, vigilância dos enfermeiros,

funções de administração, etc. O “Rugimento do Esprital de Todoslos Santos del Rei Nosso Senhos de Lisboa” (1504) é um documento notável

como o das Caldas, revelando um perfeito conhecimento da técnica

administrativa hospitalar, das necessidades múltiplas dos doentes , etc..

O hospital das Caldas tinha cem camas e o de Todos os Santos, tinha duzentas nas diversas secções. Conforme o conceito da Raínha D.

Leonor, “Misericórdia era uma confraria e irmandade de cem homens de

boa fama, sã consciência e honesta vida ... que se propunham cumprir

entre si e para com todos e quaisquer necessitados as catorze obras

de Misericórdia, tendo como modelo o Envangelho de S. Mateus e

37

seguindo as normas preconizadas por S. Paulo: - trabalhai e suportai as cargas (esforços) uns pelos outros”.

No entanto a Confraria da Misericórdia nãocontava apenas com o

zelo, esforço e caridade dos cem irmãos, mas com a caridade de toda a

gente, pois no que respeita à miséria o que se pode prever é sempre

inferior às realidades, exigindo uma solicitude permente e geral de

parte de todos. Uma vez institída em bases admiráveis a Misericórdia de Lisboa, D. Manuel promoveu a sua expansão a todo o país, pois nessa

altura se escreveu “.....

Folgaríamos muito que em todas as cidades, vilas e lugares principais do

nosso reino se fizesse a dita confraria na forma e maneira que no dito

reino Regimento se contém”.

Ainda em vida da Raínha D. Leonor foram fundadas as seguintes

Misericórdias: Em 1498, Lisboa, Pereira, Vidigueira, Goes, Montemor-o-

Velho, Lagos, Tavira, Cabeço de Vide, Valença, Angra do Heroísmo e Vila

da Praia.

1499 – Porto, Évora, Montemor-o-Novo e Albufeira, 1500 – Coimbra, Beja, Barcelos, Proença, Lousã, Alandroal, Portalegre, Alhos Vedros, Póvoa do

Varzim, Mação e Ponta Delgada. 1501 – Setúbal, 1502 – Santarém, 1503 –

Elvas, 1504 – Abrantes, 1505 – Serpa, 1509 – Penafiel, 1510 – Tomar e Vila

do Conde, 1511 – Cascais, Óbidos, Guimarães e Funchal, 1512 – Batalha e

Aviz, 1513 – Braga e Alcoutim, 1514 – Castelo Branco, 1516 – Viseu, Caminha, Porto de Mós, Viana do Castelo e Vila Viçosa, 1518 – Mirandela,

1519 – Aveiro e Lamego, 1520 – Alvito, Soure, Alcobaça, Torres Vedras e

Montijo, 1521 – Vila Verde dos Francos, Viana do Castelo e Cantanhede,

1524 – Alter do Chão.

38

A expansão das Misericórdias foi-se processando e elas tornaram-se a

pouco e pouco os centros de toda a assistência local, anexando a si as

instituições hospitalares anteriores.

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******

.

39

CAPITULO II

ALGUNS FACTOS DA HISTÓRIA DA VILA DE

SALVATERRA DE MAGOS

40

Alguns factos da História da Vila de Salvaterra de Magos

1295 – Foi fundada por D. Diniz, a vila de Salvaterra de Magos; o seu

primeiro Foral tem os provilégios de Santarém, mas não tem data; o

mesmo D. Diniz deu-lhe outro Foral, em Coimbra, a 1 de Junho.

1296 – A Igreja Paroquial foi fundada pelo Bispo de Lisboa, D. João

Martins Soalhães.

1383 - Foi assinado o Tratado de Salvaterra, em 2 de Abril de 1383,

segundo o qual o rei castelhano D. João I, casaria com D. Beatriz, filha de

D. Fernando e de D. Leonor Teles.

1514 – Havia uma grande Coutada, da Casa Real, e um bom palácio

fundado em 1514, pelo Infante D. Luiz, duque de Beja, filho de D. Manuel e de sua mulher D. Maria, filha dos reis católicos, Fernando e Isabel.

Na Tapada real, faziam os reis frequentes e grandes caçadas. Os

primeiros donatários da vila, os Condes de Atalaia, que a deram ao dito Infante D. Luiz (filho de D. Manuel), em troca da vila da Asseiceira e

outros lugares.

1517 – D. Manuel deu em Lisboa, novo Foral à vila de Salvaterra, a 20 de

Agosto de 1517.

41

1650 – D. João IV, mandou abrir o Paúl, existente e que à data já se

denominava Paúl de Magos.

1690 – D. Pedro II, mandou acrescentar o palácio e fazer belos jardins.

1757 – A vila tinha, nesta época, 453 fogos.

1762 – Havia antigamente em Salvaterra esplêndidas touradas,

divertimentos a que os nossos reis muito inclinados. O próprio D. José,

que costumava aceitar todas as opiniões do <marquês de Pombal, nunca

transigiu com ele quanto à concessão das corridas.

Um dos destros, o valoroso Conde de Arcos, filho do Marquês de

Marialva, o mais famoso cavaleiro da península. “saiu do curro um touro preto e só o Conde de Arcos se atreveu a enfrentá-lo, cravando-

lhe um ferro”. “O touro furioso investe com o cavalo que cai arrastando

consigo o Conde de Arcos que, ferido numa perna, não se poude

levantar”. “O touro arremessa-o com as hastes na e queda, esmagou-o

depois com as patas”. “ Esta desgraça aterrou o Monarca e todos os espectadores “. “O Marquês de Marialva, que tinha setenta anos, desceu

com a agilidade de um mancebo os degraus do anfiteatro para vingar a

morte do filho, ou morrer com ele”. “D.José, mandou detê-lo; O Marquês

não acedeu, delicadamente, e desceu até à praça”. “Ajoelhou junto ao

cadáver do filho e beijou-o na fronte”. “Levanou do chão a espada de dois gumes, passou a capa no braço e, colocando-se no meio da praça

esperou o touro, a pé firme”. “O animal investiu e depois de um

combate de alguns momentos, o Marquês crava a sua espada até aos

copos na nuca do touro que caiu a seus pés”. “D. José resolveu que esta

42

fosse a última corrida de Touros em Salvaterra.” Este damático texto,

consta do livro de Rebello da Silva.

1824 – Na noite de 28 de Fevereiro, deu-se em Salvaterraum facto

naturalíssimo, que os liberais aproveitaram para desacreditar o

Rei, D. Miguel (então Infante), embora fosse impossível convencer o

público, conseguiram, pelos meios mais torpes, tornar o caso obscuro,

para que a calúnia não fosse completamente destruída.

Na referida noite, houve um ensaio no teatro da Ópera, do palo real, ao

qual assistiram muitas pessoas da corte e, entre elas, o Marquês de

Loulé, que se retirou antes de terminar o ensaio. O edificio do palácio já

então principiava a arruinar-se. O Marquês, tomou por um corredor que

não estava iluminado e, tateando ao longo da parede, foi ter a uma antiga

porta que dava entrada a uma sala que já não existia e que estava agora

Monte do Conde dos Arcos – Salvatera de Magos

43

transformada em saguão e, por conseguinte, a citada porta estava

servindo de janela rasgada.

O Marquês, foi andando pelo corredor, e, certamente por

esquecimento, uma vez que a porta não tinha qualquer resguardo, ao

tatear caiu soubre uma pilha de entulho que estava no saguão e morreu

da queda. Quando na manhã de 29, apareeu o cadáver do Marquês,

ninguém se lembrou de que tivesse havido crime. O Magistrado, Doutor Torres, Corregedor da Comarca, procedeu logo ao auto de exame e

corpo de delito no cadáver, e os dois cirrurgiões e as testemunhas do

auto declararam nele que o Marquês não tinha o mais pequeno sinal de

ferimento ou contusão.

Mas o Ministro da Justiça, Lacerda, implacável inimigo de D. Miguel, queria atribuir a um rime a morte do Marquês e imputável ao príncipe.

Chamou o Corregedor, e exigiu que ele substitui-se o auto de corpo de

delito, mas o honrado corregedor, recusou-se. Lacerda, para que o

factoficasse pelo menos duvidoso, sumiu o auto, que nunca mais

apareceu. D. Miguel. foi sempre amigo do Marquês, continuou a ser inseparável

de seus filhos, e mais afeição durou até aos últimos momentos da sua

vida. Mesmo quando D. João VI, obrigado pelas intrigas palacianas,

mandou viajar D. Miguel, e fazer residência em Viena de Áustria, um dos

camaristas que o principe escolheu, foi o filho, José Maria, um dos filhos do Marquês de Loulé.

As relações de amizade continuaram sempre entre todos os membros

da família do falecido Marquês, e o senhor D. Miguel, prova irrefuntável

de que Loulé morreu de desastre, e não de violência.

44

1876 – No inverno, deste ano, os temporais assolaram o Ribatejo; em

Salvaterra a enchente chegou até ao meio da Rua de S. Paulo, invadiu a Igreja da Misericórdia e muitos mais casas de habitação. No dia 6 de

Dezembro de 1876, todos os marítimos de Salvaterra ofereceram os

seus préstimos para salvamentos na região de Alquidão, Reguengo,

Valada, Porto de Muge, etc., salvando vidas e haveres.

1877 – Em Setembro, foram arrematados, na Repartição da Fazenda no

Distrito de Lisboa, os bens pertencentes à extinta “Comenda de

Salvaterra de Magos, de que foi último administrador, o Conde da

Ribeira Grande.

**

******

*****

45

CAPITULO III

MISERICÓRDIA DE SALVATERRA DE MAGOS

(Fundação, Missão e Finalidade da Santa Casa)

46

**********

O primeiro Compromisso da Misericórdia de Salvaterra de Magos, vem

do alvará concedido em 1660, e ajuda-nos a compreender a missão das

Misericórdias. Nele consta; alguns Capitulos por exemplo:

Capítulo I –

Do número e qualidades que hão-de ter os Irmãos da Misericórdia:

. . . serem homens de boa consciência e fama e tementes a Deus; . . .

hão-de ter condições;

1º - ser limpos de sangue, sem alguma raça de mouroou judeu;

2º - livre de toda a infâmia de Feito e de Diireito;

3º - ter idade conveniente; sendo solteiro ter mais de 25 anos;

4º - não servir a Santa Casa por salários;

5º - que tenha tenda, se for Oficial, mando de Ofício em que há costume

haver, ou que seja mestre de obras,;

6º - ser de bom entendimento e saber ler e escrever;

7º - ser abastado de Fazenda.

*********

47

Capítulo VIII –

O Provedor será sempre um homem fidalgo, de autoridade, prudência, virtude, reputação, e idade de maneira que os outros irmãos o possam

reconhecer por cabeça.

Captulo X -

O Irmão que houver de ser recebedor das esmolas; será pessoa nobre,

honrada e eabastada.

Capitulo XII -

Aos irmãos visitadores, compete tirar informações de pessoas a quem

as haja de dar dotes, capelanias, ou mercearias.

Capitulo XX –

Os irmãos; 2 nobres, terão a seu cargo o recolhimento das donzelas . . . .

que viverão à custa da Misericórdia . . . . nenhuma delas pode casar sem

ordem da Mesa da Santa Casa.

Capitulo XXII –

O Mordomo da Capela vigiará os Capelães, e os Clérigos; . . . ordenará

os enterramentosdos defuntos.

48

Capitulo XXIV –

Os mordomos do Hospital, terão a seu cargo justamente os doentes que

estão nas enfermarias e correrão com eles assim no espiritual como no

temporal.

Capitulo XXVI –

Os Capelães não serão recebidos sem serem examinados em canto e

coisas necessárias ao culto divino pelos Mestres da Capela.

Capitulo XXX –

. . . . as pessoas que houverem de ser visitadas hão-de ter condições:

1º serem pessoas de recolhimento, virtude e boa fama;

2ª serem pobres e necessitados de tal qualidade que não andem

pedindo pela cidade;

3ª que não possam servir a outrem.

Capitulo XXXIII –

Achando-se alguns meninos desamparados a Mesa os mandará recolher,

acabar de criar e depois de crecidos lhes dará ordem conveniente.

49

Capitulo XXXV –

Como o enterramento dos mortos é uma das principais obras de misericórdia trabalhará o Prevedor, e mais irmãos da Mesa, que se faça

com decência e cristandade, e com respeito às pessoas que faleceram . .

. cada irmão é obrigado a dizer pelo alma do defunto catorze vezes “O

Padre Nosso” e catorze vezes a “Avé Maria”

Capitulo XXXVI –

. . . quando alguma pessoa houver de padecer por justiça, os Mordomos

dos prezos chamarão um religiosoque o virá confessar e consolar

naquele dia em que se lhe publicar a sentença.

**********

Aplicada a letra deste Compromisso à Misericórdia local vê-se que lhe

competia uma larga obra de assistência, adaptada à realidade e às circuntâncias locais.

A sua missão era, portanto, a assistência e protecção a: visitar e

acudir à “pobreza envergonhada”; recolher ou vigiar as donzelas; enterrar os defuntos; recolher e amparar os peregrinos; acudir e tratar

os doentes; proteger os meninos desamparados, etc..

************

50

“Estatuto da Associação de Beneficiência

- Misericórdia de Salvaterra de Magos”

Sendo o segundo Regulamento que encontramos, este diploma data de

30 de Abril de 1912, e nele se lê, por exemplo no Capitulo I –

. . . praticar em geral todos os actos de assistência; beneficência; . . .

prestar socorros hospitalares aos enfermos; . . . fornecer

medicamentos a doentes pobres; . . . subsidiar com esmolas, para

trânsito e alimentos, os doentes e peregrinos; . . . ministrar uma sopa

por ocasião de calamidades públicas ou intensas crises de trabalho.

O terceiro e actual Regulamento é o “Compromisso” da Santa Casa da

Misericórdia de Salvaterra de Magos”, aprovado por despacho de S. Exª.o

Ministro da Saúde e Assistência, de 20 de Fevereiro de 1961.

Também neste diploma se pode ler no seu Capitulo I – . . . os seus fins são: a beneficência, a caridade cristã, a prática do culto

católico e das obras pias . . . a assistência moral e religiosa aos

doentes e beneficiários da Irmandade; .... estender ao maior número de necessitados a sua acção caritativa e criar de futuro novas modalidades

de assistência.

***

51

Portanto todos os Regulamentos estão de acordo quanto à acção da

Santa Casa da Misericórdia, a qual se pode resumir numa só ideia: -

praticar a assistência, o bem, a protecção, afinal o socorro, onde e quando ele for necessário.

Esta ideia está patente na acta de Julho de 1927, ao afirmar-se:

“Só quem conheça, por aturada permanênciam a vida interna do nosso hospital, poderá avaliar do seu valor como instituição de caridade e

assistência pública. Só quem, dia a dia, acompanha o drama tremendo

que à sua volta se desenrola, poderá ter a concepção nítida das dores,da

miséria, da falta de recursos de toda a ordem, que os pobres

personagens desse drama passam e sofrem e que o benemérito hospital

na sua alta missão de caridade atenua, suavisa, socorre, prodigalizando assistência hospitalar a uns, fornecendo medicamentos a outros,

matando a fome a alguns e finalmente mantendo sempre as suas portas

abertas aos infelizes, que se vêem acolher ao seu seio no último arranco

da vida, e a quem ele, quando mais lhe não pode dar, oferece sempre um

leito limpo para os deixar morrer com o corpo consolado e o espírito mais tranquilo pela certeza que lhes fica de que a sociedade, que

considerava madrasta, foi, ao menos, nos últimos momentos da sua

atribulada existência, mãe carinhosa e amorável”

Apresentadas estas palavras sobre a missão e finalidade da

Misericórdia, vamos ainda dentro deste I Capitulo, registar um apontamento sobre a inauguração do Hospiral novo e, apenas a t´titulo

de curiosidade, anotar um pequeníssimo resumo de algumas

deliberações da Mesa.

**

52

Nos capitulos seguintes fazemos um pouco da história da Santa Casa,

com a intenção de dar a conhecer, em simples bosquejo, o que tem sido a sua vida e a sua acção efectiva.

HOSPITAL NOVO

Em sessão extraordinária do dia 10 de Fevereiro de 1913, foi deliberdo mandar fazer e colocar na Sala de Entrada do novo Hospital uma lápida

com a seguinte inscrição:

“Este Hospital foi mandado construir pelo benemérito provedor da Misericórdia, cidadão Gaspar da Costa Ramalho, com esmolas por ele obtidas e a expensas suas em 1912” A Comissão Administrativa, em homenagem ao Prevedor

*********

A construção do novo Hospital importou na quantia de nove contos e

noventa e cinco mil quatrocentos e sessenta e um réis (9.095.461 rs.). Os donativos angariados pelo provedor foram de sete contos e onze mil

novecentos e cinquenta e cinco reis (7.011.955 rs.), pelo que o donativo

do provedor foi de dois contos e oitenta e três mil quinhentos e seis reis

(2.083.506 rs.).

53

O novo hospital foi inaugurado solenemente em 9 de Março de 1913,

stando presentes as seguintes individualidades: A Mesa Administrativa

da Misericórdia, composta por João Ferreira Vasco, Manuel Frazão d`Azenha, Francisco de Almeida Henriques, António Henriques Alexande,

Augusto Lopes e José Pedro valente; Câmara Municipal, Junta da

Paróquia, Associação dos Trabalhadores Rurais, Club de Salvaterra,

Monte-Pio, Centro Republicano e respectiva Banda, Sindicato Agricola,

Caixa de Crédito Agrícola, Comissão Organizadora da Festa da Àrvore, funcionários e mais povo.

O discurso da inauguração foi lido por Manuel Frazão d`Azenha,

concebido nos seuintes termos: “Hoje Salvaterra rejubila de

contentamento numa festiva manifestação; vibram no ar os acordes dos

hinos populares; harmonias que se espargem em ondulações transmitidas a todas as ruas, a todos os lares, a todos os indivíduos

numa manifesta satisfação de júbilo; dilata-se-nos a alma no consolo de

um grande gozo, de uma aspiração satisfeita, de uma conquista

vitoriosa, perserverante e deiligênte. E em toda a asistência eu diviso o

aspecto alegre, a risonha esperânça de festiva manifestação, a alegria patenteada na boa disposição de todasas classes aqui associadas, numa

cominidade de anuência para o brilhantissimo desta festa geral em que

todos gozam, ricos e pobres, com o desejo satisfeito de um grade

melhoramento.

Prestamos hoje, aqui, o envio o culto sagrado a uma divindade que

esparge às mãos cheias benéficas oferendas, com que se remedeiam

todas as necessidades, todas as privações, tdas as esperanças;

enxugando lágrimas, saciando os famintos, vestindo os nús, curando

enfermos, fazendo florir as rosas da saúde nas faces amarelecidas dos

54

desfalecidos e dos estiolados da sorte. Esta Deusa miraculosa da nossa

e que prestamos hoje o nosso culto, e para quem erigimos este edifício,

templo que lhe é consagrado em homenagem à sua beneficência

é a CARIDADE . . . sim . . . a Caridade essa pomba de asas brancas que

errante em todas as regiões, sem pátria, corre dum e outro extremo ligeira a enxugar lágrimas, fazemos o dia onde a noite é tenebrosa,

desabrochando auroras multiclores onde a densa cerração e as lufadas

do sul ameaçam varrer os tristes casais da encosta. Quando no

horizonte assoma a alva pomba seguindo ligeira através dos ares, as

núvens como véus de gase transformam-se em frocos transparentes,

deixando antever através do seu tecido finíssimo, os raios de ouro do

astro luminoso, que esparga a luz, e calor, que é a vida, a saúde e a

alegria do casal. Uma auréola de cores variadas, o arco-iris da bonança forma-lhe a coroa do triunfo,; e o sol esplêndido refletindo-se a pino nas

gotas de chuva, que antes caía torrencial, depostas nas folhinhas

herbáceas das boninas da planíce, transforma-se em milhares de brilhos

1913 - inauguração do hospital

55

de cintilações deslumbrantes. A festa que hoje aqui solenizamos refere-

se à inauguração deste edificio,o templo sagrado da caridade: - o

Hospital da Misericórdia de Salvaterra de Magos, erigido e construído pela própria caridade, que como uma fada benfazeja fez surgir do nada,

neste terreno incultoonde só havia uma auréola árida escaldada dos

ardores do sol, e que ela a fada benfazeja com a sua carinha de magia

beneficiou, fazendo crescer dessa auréola o edifício alteroso ostentando

a sua elegante arquitectura num embelezamente pomposo de uma esplêndida apresentação.

Para que possamos apreciar os maravilhosos efeitos da caridade,

historiemos um pouco a biografia do edifício: - Desde épocas

antiquíssimas existia o pequeno e modesto hospital da Misericórdia,

propriamente um Albergue para socorro dos desvalidos, que em largos

anos muitos serviços prestou à humanidade enferma.

1980 - Hospital da Misericórdia

56

O terramoto de 1909, como uma avalanche despenhada por encosta

por encostas e algares, varreu na sua impetuosadade todos os edifícios

numa derrocada desoladora, e lá se foi também o triste albergue dos pobres. O grito de lástima das povoações assoladas ecoou estrondoso

por todos o nosso país, e então a caridade despertada pelos gemidos

lamentosos das vítimas da derrocada, surgiu prestes na colheita dos

óbolos de todos, pobres e ricos, que à porfia lançavam os seus cobres,

as suas pratas, o seu ouro na escola, que a caridade estendia a todos numa gentil apresentação de um agradecimento de fina homenagem. O

dinheiro multipicou-se, e o sol esplêndido da beneficência raiou por todo

o país, fazendo a luz resplandescente onde havia a tempestade. Parte

deste dinheiro foi destinado para este Hospital, que começou então a

surgir, a crescer, a crescer, e arquitectar-se, manifestando-se já um

edifício de distinta aparência, mas o dinheiro da grande subscrição, e dávida destinada ao edifício escasseou, e então o Hospital não se

completava por falta de meios; mas a varinha mágica da fada benfazeja

agitou-se no ar e uma nova caridade surge pressurosa em socorro do

seu templo, da casa dos pobres, e o edifício a crescer e a desenvolver-

se até à sua altura completa. Um poder oculto, fanático dessa religião cultora de caridade operava na sombra; e obtendo ainda donativos de

beneficência particular e por fim despendendo o restante preciso -

alguns contos de reis – até ao completo acabamento do edifício,

conseguiu colocar a cópula final na casa dos pobres. Esta benemerência

caritativa que a divulgue e que me desculpe o senhor Gaspar Costa Ramalho se ofende a sua modéstia, mas a história que tenho feito deve

ser verdadeira: - e assim a par de todos os agradecimentos da nossa

gratidão e todos as pessoas, que ajuntaram uma pedra neste edifício e

que concorram com donativos permanentes para a sua sustentação,

prestamos a nossa homenagem ao senhor Gaspar Ramalho, na sua

57

qualidade de Prevedor, que foi o dirigente da construção deste edificio e

colaborardor financeiro, que numa grande benemerência se dedicou à

sua construção é portanto a festa promovida para a solenização da inauguração do Hospital da Misericórdia; dia de festiva alegria, dia de

comemoração das dedicações em prol deste melhoramento, dia grande

pela alteza do assunto, dia feliz em que soam melodias sonoras de

músicas festivas, harmónicas, que evolam pelo ar neste dia, em júbilos

de verdadeio festival”. ************

Presidiu a esta sessão solene da inauguração do novo Hospital o Dr.

Armando Freire dos Santos Calado, que pronunciou o seguinte discurso:

“Meus senhores: - É com a alma a transbordar de alegria, que felicito o povo de Salvaterra de Magos, pela inauguração deste esplêndido Hospital; ninguémmais do que eu, como médico lhe sentia a falta e a necessidade imperiosa que havia de o construir; era um belo sonho que embalava de muito a minha alma já desenganada e que hoje tenho a felicidade de ver realizado. Há males que vêem por bem; está ainda bem dolorosamente gravada na nossa mente, a horrorosa catástrofe que assolou esta vila a 23 de Abril de 1909, em que as mães aterrorizadas, clamando piedade e socorro, figiram das casas levando em seus trémulos braços os filhinhos, tesouro único da sua alma, quais andorinhas espavoridas a que mão malfazeja destruisse de

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momento os seus nonhos – dia funesto este em que os homens tolhidos de tétrico pavor perante um inimigo invisível e poderoso, quedavam de alma incerta e contrista, qual gazela que se vê entre a pontaria certeira de um bom atirador a um precipício, no qual é forçoso despenha-se. Quem diria então, que nos três locais onde esta povoação ansiosa, passou aglomerada horríveis dias de incerteza cruel, de lento suplício, volvidos quatro anos aí se achariam hoje construídos, num eles, Largo do Mártir S. Sebastião, uma instituição para os pobres impossibilitados, noutro, Largo 5 de Outubro, uma escola modelar, e que neste Largo se processaria hoje à inauguração dum Hospital, dos melhores da província? Que poder de magia, que fada benfazeja operou tal milagre, tornando esses três locais de tragica dor, em Albergue de Inválidos, em escola, em hospital, onde se retempera a força, e saúde do pobre, único capital que ele possui, esteio único de sua mulher, de seus filhos? A fada que com sua vara mágica operou tal prodígio, ignorais qual fosse? Foi a CARIDADE, essa única flor de vestir humano, mimosa planta de estufa que desponta na alma dos bons, foi essa caminheira eterna que só trilha caminho espinhosos, da desventura, sendo a sua bússola, o seu norte – uma dor – mitigar ... uma lágrima a enxugar!...

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Meus senhores - É quando surge a tempestade, em plena tormenta, quando o oceano indómito parece querer arremeter com a terra. É então que se avalia a solidez da construção de um navio, e rebustez do seu bojudo casco, a resistência do seu volame enfunado pelo furacão, a coragem, e perícia do timoneiro, e destreza da tripulação, assim neste labutar diário da vida, é também nos momentos difíceis que se conhecem os homens; é quando a desgraça aborda à nossa porta que se conhece um abrigo verdadeiro. Meus senhores – O ilustre cidadão Gaspar Costa Ramalho (cuja ausênciana presente ocasião muito lastimo) desde o dia em que o primeiro tremor de terra convulsionou este nosso torrão querido, até hoje, deu inúmeras e exuberantes provas de que possui uma alma da mais fina têmpera, e de que é um amigo dedicado da sua terra natal; não tem o brilhante mais resistente nas suas arestas aceradas e cortantes, de que ele manifestou de tenacidade, de perseverança em alcançar donativos para esta casa de caridade – nem mais pureza nas suas facetas limpindíssimas, do que pura e despida de vaidades, foi a ideia da construção deste hospital. Nesta quadra de esgoísmo feroz que vamos atravessando, é para causar admiração tanta persistência e dedicação desinteressada; isto em quem se achou sózinho, como ele, cercado duma atmosfera gélida de

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indiferença, quando não era de calúnia, pois há gente que pode ter a estulta ilusão de subir, amesquinhando o bem que outrem faça. GASPAR COSTA RAMALHO, não era homem que deixasse por completar a sua obra, e teve a generosidade de abonar do seu bolso, tanto quanto faltasse para a concluir. Perante exemplar proceder, a povoação de Salvaterra de Magos, contraíu uma dívida sagrada de gratidão que nunca poderá pagar; não pode um filhomostrar mais dedicação por sua mãe, do que ele manifestou para sua terra natal. Proponho meus senhores, que fique exarado na acta um voto de admiração pelo seu carácter diamantino, e de o reconhecimento de toda a povoação desta vila ao ilustre cidadão Gaspar Costa Ramalho, grande benemerente e extraordinário amigo da sua terra”. *************** “ Falou de seguida o senhor Francisco Maria Gomes Leite, que diz o seguinte:

“Em nome do Club de Salvaterra que represento, é aos beneméritos desta vila e muito principalmente ao Exmº Snr. Gaspar da Costa Ramalho que tanto contribuiu para a construção deste hospital, que envio uma pequena menção.

61

Pequena em palavras mas grande em sentimento, porque há iniciativas louváveis, acima de todas, estão as que cuidam do bem da humanidade. É à actual Direcção deste hospital composta de pessoas de toda a respeitabilidade, que fica o encargo de velar pelo conforto daqueles que na amargura da vida, aqui vêem procurar alívio aos seus sofrimentos; e não posso deixar de envolver nas minhas palavras o nome do distinto facultativo desta vila o Exmº. Snr. Dr. Armando Calado, que aqui prestará toda a sua dedicação e intelegência. Portugal é um país onde se cuida ainda da beneficência, e é necessário que Salvaterra caminhe na vanguarda para orgulho dos que dela são filhos e dos que trabalham e desejam o desenvolvimento desta Vila”. **************

Depois falou o Snr. José Eugénio de Menezes, presidente da Câmara

Municipal que em nome do munícipio de Salvaterra agradeceu a quantos

concorreram para a realização da valiosa obra que acaba de ser dotado

o concelho.

Falou finalmente o Dr. Acácio Sande Marinha que disse assistira esta

festa com verdadeira e íntima satisfação, fazendo votos para que os

vários corpos dirigentes que se sucederem, conservem sempre o seu

amor e dedicação por tão belo edifício que encarna uma salutar

instituição. Foi depois enviado um telegrama ao Snr. Gaspar Costa

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Ramalho, do teor seguinte: “ A Mesa Administrativa da Misericórdia de

Salvaterra, interpretendo o sentir desta belo povo nas pessoas dos seus

representantes aqui reunidos para inaugurarem o hospital de que V. Exª. foi o iniciador, agradece tão grande benefício”

A seguir a sessão foi encerrada.

***

63

ALGUMAS DELIBERAÇÕES

1888 – Deliberado adquirir meio serviço de estanho para uso dos

doentes.

- Deliberado proceder à reparação do edifício da Misericórdia.

- Deliberado adquirir 11,250 Kgs de Cera.

1890 – Deliberado adquirir três colchões, três enxergões e nove feixes

de palha.

- Deliberado fazer a Festa da Imaculada Conceição –

1912 – A Misericórdia passou a denominar-se:

“Associação de Beneficência - Misericórdia de Salvaterra de

Magos “ – Alvará de 26 de Junho de 1912.

1918 – Resolvido passar a iluminação do Hospital para petróleo, devido

ao elevado prêço do Carboneto.

1920 – Concordou-se em plantar árvores na cerca do Hospital.

1928 – Foi aprovado colocar um retrato a óleo do benemérito Sr.

Francisco Ferreira Lino, e outro do Sr. Gaspar Costa Ramalho.

1941 – Resolvido colocar no edifício do Hospital uma placa de mármore,

como testemunho de eterno agradecimento à benfeitora D. Isabel Maria

da Costa Santos.

- Resolvido colocar no Salão Nobre do edifício do Hospital o retrato

de D. Teresa Castro Ferreira Guimarães de Melo e Maro e marido Jorge

de Melo e Faro (Monte Real), por terem tomado a iniciativa da

reconstrução da Praça de Touros e da organização da sua primeira

corrida de touros, após o Ciclone que a danificou.

- Mais foi resolvido colocar no Hospital lápides de homengem ao

benemérito José José Xavier Pinto.

64

- Foi deliberado também telegrafar a S. Exª. O Senhor Presidente da

República, General António Oscar de Fragoso Carmona, agradecendo a

honra da sua assistência à corrida de Touros, quando das obras que sofreu após o Ciclone.

1947 – Deliberado instalar telefone.

- Deliberado instalar água quente.

1960 - Resolvido colocar uma lápide ao Snr. Eng. João Oliveira e Sousa,

por ter levado a efeito e custeado intregalmente as obras da reparação e restauro da Igreja da Misericórdia, e feitura do Jardim, no espaço

junto onde existiu Albergaria para Recolha de Peregrinos.

- Igualmente foi aprovado colocar outra lápide ao médico Dr.

Joaquim Gomes de Carvalho, por ter completado vinte cinco anos de

dedicado serviço gratuíto ao hostipal.

1961 – Em Março desde ano, a Associação de Beneficência, passou a ter a denominação de: “Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de

Salvaterra de Magos”.

**********

65

CAPITULO IV

ASSISTÊNCIA HOSPITALAR E MOVIMENTOS DEMOGRAFICOS

66

DATA DA FUNDAÇÃO DA MISERICÓRDIA

As informações que conseguimos obter, embora sem poderem ser

consideradas como autenticas fontes oficias, são embora históricas,

indicam a data de 1660, como fundação da Santa Casa da Misericórdia

de Salvaterra de Magos. A antiga Albergaria (hospital) era um modesto

DA. MIZ.A

P.A RECOLHER . OS

POBRES. PEREGRINOS

edifício junto à Capela/ ou Igreja da Misericórdia, no mesmo local onde

hoje é um terreno ajardinado com as dimensões; 23 m. de cumprimento

por 15 m. de largura. No velho muro ali existente ( junto à capela, era a

frontaria do edifício – que caíu quando do terramoto de 1909), por cima

67

de uma velha porta, existia ali uma pedra mórmere com uma inscrição

gravada, com os dizeres na página anterior. Quando em 1960, das

obras de recuperação daquele espaço, a pedra, foi colocada na parede traseira, por cima de um portão em ferro, que substituiu uma porta de

madeira.

************

ASSISTÊNCIA HOSPITALAR

A Assistência Hospitalar, até ao primeiro quartel do nosso século

(séc.XX), era prestada principalmente a doentes de Concelhos

estranhos, que aqui se encontravam de passagem ou com residência

temporária. Assim, para além de vários mendigos, a quase totalidade

dos registos é constituída por trabalhadores rurais pertencentes a

Ranchos, que tendo-se deslocado das suas terras em busca de trabalho neste Concelho, não possuíam casa própria de família e tinham, por

conseguinte de procurar tratamento no Hospital.

Estes Ranchos deslocavam-se até aqui vindos principalmente de terras da Beira. Verificava-se também que, nesses mesmos tempos, os

naturais deste Concelho preferiam estar em suas casas, quando

doentes, procurando apenas o Hospital, com doença mais garve, ou

prolongada e ainda por completa falta de recursos financeiros, pois os

partos continuavam a ser em casa.

68

É certo que o Hospital Velho, da vila, no Largo S. Sebastião, não

oferecia as condições necessárias, (em todos os aspectos) para recolha

e tratamento de doentes, mas também parece ser certo que o pensamento daquelas épocas deveria ser de que o Hospital se destinava

principalmente aos pobres e aos desamparados, o velho edificio, veio a

cair com o terramoto de 1909. A partir de 1918 ( já no Hospital Novo),

encontramos nos registos de doentes, (para além duma natural

quantidade), uma quase totalidade de indivíduos naturais deste Concelho

e, embora a grande percentagem seja a de trabalhadores rurais também

verificamos a presença de doentes provenientes de diversas camadas

sociais.

De 1884 até 1908, os doentes são pertencentes à camada social dos

rurais, acrecidos de alguns pedintes e um ou outro campino. No mesmo

período de tempo verificamos também que os doentes (com raras

excepções) são todos provenientes de teessas terras são todas do

1909 - O que restou do velho hospital, após o Terramoto

69

Norte, isto é a Norte de salvaterra, não se encontrando qualquer registo

respeitante a terras do Sul. Esta presença de doentes naturais de

localidades a Norte do tejo mostra que a migração era no sentido Norte-Sul.

O Norte sempre teve uma mais alta percentagem de emigração do que

o Sul, e os seus naturais saíam para o estrangeiro e para terras mais

ricas do Sul. As serranias mais pobres, menos produtivas forçavam esse movimento, essa busca duma vida melhor.

Uma maior densidade de população contribuía também para tornar

dura a vida do homem do Norte. Por isso, ele descia até ao Ribatejo,

procurando trabalho e melhores condições de vida. Vindo sózinho ou

agrupado em “Ranchos”, onde predominada as mulheres jovens, vinha em busca de trabalho e de pão. Muitas delas sendo solteiras, ficavam

casadas por todo o Ribatejo. Em Salvaterra, ainda predomina as raízes

genelógicas vindas de terras abaixo de Viseu até Pombal.

A vida dura a que fora habituado dera-lhe um espírito conbativo e uma maior capacidade de adaptação a qualquer meio. Uma vez aqui

chegado empregava-se em serviços agrícolas, era um trabalhador rural,

levando uma existência mais sóbria, menos exigente do que os

trabalhadores naturais desta região. Mal alojado e sem grandes

recursos, quando a doença lhe batia à porta só lhe restava o recurso so hospital.

Nos registos, predominam os doentes do sexo masculino, alguns deles

casados, mas na sua grande maioria solteiros, novos, de idade na média

dos 30 anos. Há doentes com idade de 5, 6, 8, 11, 12 e 14 anos; com 12

70

anos já consta a profissão de “rural”. Vê-se que os casados traziam a

família e que os filhos, mesmo de pouca idade, já trabalhavam ao lado

dos pais, nos serviços agrícolas.

Quanto aos “Ranchos” de que falámos já, ou de doentes de passagem,

assinalam-se Concelhos ou terras de origem, que a seguir

descriminamos por ordem alfabética:

Ataláia, Almoster, Abrantes, Águeda, Alcobaça, Alvaiázere, Albergaria,

Aveiras de Cima, Alpiarça, Almeirim, Barquinha, Chão de Couce, Ceia,

Condeixa, Coruche, Cadaval, Covilhá, Caldas da Raínha, Coimbra, Ervedal,

Estremoz, Ferreira do Zezere, Figueiró dos Vinhos, Figueira da Foz,

Fornos de Algodres, Fundão, Golegã, Guimarães, Idanha-a-Nova, Lousá,

Leiria, Moimenta da Beira, Montemor-o-Velho, Mira, Mação, Maçãs de D.Maria, Nelas, Ourém Ovar, Pampilhosa, Pedrógão Grande, Penela,

Pombal, Santarém, Soure, Sertã, Sª Comba Dão, Tomar, Torres Novas,

Vila Pouca de Aguiar, Viseu, Valongo e Vila Nova de Ourém.

O primeiro doente registado em 1884, foi Margarida Maria, de 16 anos solteira, rural, natural de Penela, com febres intermitentes. A partir de

1913, e principalmente de 1918, a maior percentagem de doentes passou a

ser do Concelho, pois a epidemia dessa época certamennte não

permitiria uma vida nornal e habitual de migrações.

Em 1918, a Mesa da Santa Casa, resolveu; “providenciar sobre as

medias a adoptar em face da epedimia que tem alastrado e adquriu

medicamentos”, tendo resolvido também no mesmo no

requisitar o edifício da Escola Primária para instalar uma enfermaria

provisória.

71

Em Janeiro de 1919, a Mesa deliberou proceder a uma limpeza geral e

desinfecção de todas as dependências do Hospital, visto ter diminuído o número de doentes atacados pela epidemia. O Mapa do “Movimento

demográfico” acusa em 1918, um aumento enorme de doentes, o que e

compreende em vista da citada epidemia. As doenças mais frequentes

eram as febres intermitentes, pneumonias e tísica; além destas a

bronquite, embaraço gástrico, reumatismo, feridas, fracturas, anginas, sarampo e contusões. O primeiro doente a entrar no Hospital Novo, em

1913, foi José Duarte, de 45 anos, viúvo, pescador, filho de António Duarte

e de Henriqueta Margarida, natural da Barquinha, com reumatismo e saíu

curado, em 5 de Abril do mesmo ano.

Presentemente (1970) o Hospital alberga e trata os doentes pobres, gratuitamente, dando-lhes alimentação, cama e medicamentos; procede

a curativos e só os casos graves ou de cirurgia mais complexa para os

quais não há aparelhagem adequada são enviados para Lisboa. Nesta

data estão internados no Hospital sete homens e nove mulheres.

Embora o Regulamento diga que os doentes com alguns recursos deviam pagar uma pequena diária, isso só raras vezes se tem verificado.

Nos dois quartos particulares, destinados a doentes com maiores

recursos, acontece que passam o ano sem serem utilizados. Só

recentemente, porque as Mesas, têm feito pressão nesse sentido e

porque se foi criando o hábito de os partos serem feitos no Hospital é que passou a registar-se alguma receita com os doentes pensionistas.

**********

72

MOVIMENTO DEMOGRÁFICO

Ano Doentes Doentes Doentes

Entrados Altas - Falecimentos Internados

Masc .Fem. total Masc. Fem Total Masc. Fem. Total

1884 - 1 1 - 1 1 - - -

1889 3 - 3 3 - 3 - - -

1893 19 4 23 19 4 23 - - - 1894 22 6 28 22 6 28 - - -

1895 33 18 51 33 1 51 - - -

1896 32 18 50 32 18 50 - - -

1897 20 17 37 19 17 36 1 - 1

1898 20 13 33 20 12 32 - 1 1 1899 8 9 17 8 9 17 - - -

1900 10 1 11 10 1 11 - - -

1901 11 - 11 9 1 1 0 1 - -

1902 20 3 23 20 3 23 - - -

1903 12 15 27 12 15 27 - - - 1904 9 4 13 8 4 12 1 - 1

1905 19 8 27 18 8 26 1 - 1

1906 14 5 19 14 5 19 - - - 1907 3 2 5 3 2 5 - - -

1908 5 7 12 5 7 12 - - - 1909 51 29 80 51 29 80 - - -

1910 11 3 14 11 3 14 - - -

1911 9 4 13 9 4 13 - - -

73

Hospital Novo

Ano Doentes Doentes Doentes

Entrados Altas - Falecimentos Internados

Masc .Fem. total Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total

1913 20 16 36 20 16 36 - - -

1914 31 19 50 30 19 49 1 - 1

1915 29 25 54 28 25 53 1 - 1

1916 32 25 57 31 25 56 1 - 1

1917 47 22 69 45 21 66 2 1 3 1918 122 121 243 121 115 136 1 6 7

1919 42 27 69 42 26 68 - 1 1

1920 23 8 31 21 8 2 2 - 2 1921 31 8 39 31 8 39 - - -

1922 25 13 38 24 13 37 1 - 1

1923 23 21 44 23 21 44 - - -

1924 12 28 40 12 28 40 - - - 1925 21 29 50 15 26 41 6 3 9

1926 32 30 62 30 26 56 2 4 6

1927 67 58 125 63 52 115 4 6 10

192 66 41 107 65 38 103 1 3 4

1929 21 33 54 20 27 47 1 6 7 1930 47 53 100 45 50 95 2 3 5

1931 37 10 47 35 8 42 2 2 4

193 26 18 44 25 18 43 1 - 1

1933 30 13 43 30 12 42 - 1 1

1934 61 47 108 60 45 105 1 2 3

1935 24 18 42 24 17 41 - 1 1

74

Ano Doentes Doentes Doentes

Entrados Altas - Falecimentos Internados Masc .Fem. total Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total

1936 12 12 24 12 12 24 - - -

1937 22 29 51 22 29 51 - - -

1938 23 36 59 22 34 56 1 2 3

1939 30 19 49 27 18 45 3 1 4

1940 37 39 76 33 35 68 4 4 8

1941 76 47 123 68 43 111 8 4 12

1942 92 60 152 87 56 143 5 4 9

1943 83 98 181 81 88 169 2 10 12

1944 129 139 266 124 130 254 3 9 12

1945 116 189 305 112 180 292 4 9 13

1946 104 151 255 99 146 245 5 5 10

1947 113 171 284 108 165 273 5 6 11

1948 88 157 245 83 151 234 5 6 11

1949 82 126 208 79 122 201 3 4 7

1950 72 106 178 68 97 165 4 9 13

1951 100 116 216 93 108 201 7 8 15

1952 116 146 262 110 136 146 6 10 16

1953 118 157 275 109 145 254 9 12 21 1954 84 133 217 80 128 208 4 5 9

1955 106 141 247 93 129 222 13 12 25

1956 94 111 205 82 102 184 12 9 21

1957 84 125 209 72 113 185 12 12 24

1958 107 149 256 101 137 238 6 12 18

1959 99 141 240 90 127 217 9 14 23

75

1960 121 199 320 112 178 290 9 21 30

Ano Doentes Doentes Doentes

Entrados Altas - Falecimentos Internados

Masc .Fem. total Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total

1961 153 322 475 145 311 456 8 11 19

1962 153 442 143 28 425 10 7 17 24

1963 157 278 435 150 273 423 7 5 12

1964 133 252 385 118 242 360 15 10 25

1965 126 227 353 122 221 343 4 6 10

1966 101 242 343 91 231 322 10 11 21

1967 82 246 328 77 240 317 5 6 11

1968 64 129 193 58 124 182 6 5 11

******

************

76

CAPITULO V

CONTABIIDADE

( Receitas e Despesas)

77

CONTABILIDADE

Ao verificarmos os documentos de contabilidade existentes notamos

que não só há um natural e costumado aumento de números que

exprimem a evolução do valor da moeda, mas também que a secção da

Misericóedia tem vindo a alargar a sua missãoa um campo mais vasto,

significando assim uma maior cobertura no auxílio aos necessitados, aos

doentes, aos pobres. Limitadas as suas despesas, nos tempos recuados,

aos encargos provenientes com o Capelão, com o Andante, e com os

gastos de casa, tem hoje que fazer face às despesas de administração

(funcionários, água, luz, limpesas, etc.), à reparação de edifícios e aos

serviços hospitares com os doentes.

Se em 1670, fazia a sua despesa com 100 000 reis, aproximadamente,

hoje esse quantitativo sobe a mais de 250 000$00. A mesma

contabilidade se, por um lado nos mostra um grande desenvolvimento,

também nos induz, igualmente, à formulação duma lei geral; e dificudade

financeira em que a Misericórdia tem sempre vivido.

Assim, encontramos com frequência saldos negativos, (nos anos mais

afastados) e, quando isso não se verifica, quererá apenas dizer que as

despasas foram condicionadas e limitadas em função das receitas.

78

Esses saldos negativos eram normalmente suprimidos com o dinheiro

pessoal do Provedor. Ainda hoje, ao vermos saldos positivos (e por vezes de valor apreciável), não podemos concluir que a Misericórdia

esteja rica e que tenha esgotado todo o seu programa de assistência,

mas que, simplesmente, isso tem a sua base numa prudente ou

acautelada limitação de despesas. Por exemplo, em Fevereiro de 1929

foi resolvido suspender a entrada de mais doentes em virtude das dificudades financeiras, no entanto lá encontramos em 1928/1929 o

saldo positivo de 16 924$45, e em 1929/1930 o saldo também positivo de

11 402$43. De 1923 a Março de 1924, o Hospital esteve fechado.

Por vezes esse saldo apenas mostra que houve uma receita

provocada por uma necessidade de angariar fundos; em 1962, por exemplo, o saldo foi apenas de 18$60, e no ano seguinte, 1963, as contas

são encerradas com o bonito saldo de 125 207$00.

O saldo positivo denuncia afinal que havia uma situação anterior dificil

Surge assim, nos momentos cruciais, o apelo a um Cortejo de Oferendas, ou à venda de lenha do Pinhal das propriedades próprias. E o saldo lá vai

continuando a figurar de ano para ano como sentinela de prevenção

sempre à espera dum contratempo e não como sinal de prospriedade ou

símbolo de paz.

Bastaria adquirir os aprelhos cirúrgicos necessários, alargar as

instalações hospitalares, etc. E o aspecto da contabilidade seria bem

mais desagradável. Que houve sempre dificulkdades é testado por

diversas referêcias ao longo da vida da Misericórdia.

79

Temos algumas notas dessas dificudades em datas mais recentes.

Por exemplo, em Novembro de 1918 foi resolvido fazer uma subscrição

pública; em 1940 escrevia-se o seguinte: “Presentemente a sua situação vai-se tornando cada vez mais difíci, não só pelo agravamento que

sofreram os preços dos medicamentos e comestíveis, como também

pela maior assistência que vem fazendo e pelo maior número de doentes

que interna”. Em 1944, foi deliberado levar.se a efeito, não só neste ano,

mas também nos anos seguintes um Cortejo de Oferendas.

As principais fontes de receita têm sido as mais diversasdesde o início

da Misericórdia: - esmolas, aluguer de tumba, foros (em centeio, milho e

Cortejo de Oferendas

80

trigo), venda de pingos de cera, donativos, produtos de espectáculos

públicos, quotização, etc..

Recentemente a receita apresenta-se nítida quanto à sua proveniência: Diversos serviços e visitas a doentes, venda de lenha,

etc.; Bens próprios – venda das propriedades, juros de Certificados;

Subsídios; dádivas particulares e oficiais; Receitas Diversas - multas de

caça; consignação de receitas – venda de objectos inúteis e

desnecessáriosde cozinha; Receita Extraordinárias – festas, espectáculos, Cortejos de Oferendas, etc..

A despesa tem tido a sua motivação nas seguintes causas: gastos da

casa, esmolas aos pobres com carta de guias; ordenado do Capelão, à “capritaleira”; gastos com religiosas que se agasalhavam e aos pobres

andantes; ceras, pregador, balandraus, mortalhas, ofícios e missas;

reparação de edifícios, engeitados, cerimónias de lava~pés, procissões,

azeite para lâmpadas, limpesa dos painés, contribuições e festas da

Irmandade,; mendigos, esmolas aos trabalhadores em consequência das

Lenha - Oferecida no Cortejo de Oferendas

81

inundações; despesas com os transporte de doentesem lancha até

Azambuja,

lavagem de roupa e medicamentos,: - ordenados; aquisição de um

fogão, uma maca, mobiliário e cobertores (1911); despesa com fogo de

artifício no acto da inauguração do Novo Hospital (1913); Administração –

ordenados, Água, luz, etc.; Serviços hospitalares – doentes,

medicamentos, etc.; Propriedades – despesas de conservação; Consignados – Fundo de Desemprego, Caixa de Previdência, Sindicato

dos Profissionais de Enfermagem , etc..

Postas estas considerações apresentamos alguns mapas das receitas

que nos elucidam, embora na fria rigidez matemática da linguagem

numérica, da evolução gradual mas crescente da vida da Misericórdia.

********** ***

82

DOCUMENTO MAIS ANTIGO, RESPEITANTE A CONTABILIDADE

Transcrição

Contas que se tomarão ao (Irmão) Francisco de Seq(uei)ra somaron o mez de Julho de 1670 Despendeo com o capelão mil e quinhentos re ........................................................................................... 1,500 Despendeo com o Andante mil e sento ....................................................................................... 1.100 Despendeo com a espreitadeira tresentos e trinta tres ............................................................................................... 333 Despendeo com os vizitados e padres capuchos dos mil seis centos e oitenta ............................................................ 2.680 Despendeo com cartas de guia e os tractam entos sujicidade da terra mil santo e noventa re ................................... 1.190 Despendeo com gastos de caza mil e quatro sentos e quarenta.. ........................................................................ 1.440 Despendeo com Relijiosos que se agasalharão nesta cazaTrezentos re .................. 300

_____ 8.543

83

Soma a despesa (que) o dito) irmão fes oito mil e quinhentos e quarenta e tres rs. que abatidos da Receita que forão des mil rs. paça a Receita pella despeza mil e quatro centos e setenta e sete digo cincoenta e sete que o (d(i)t(o) irmão entregou com bolça e per esta ma neira lhe ouverão as Contas per Boas firmes e valiosas de que mandarão fazer este termo como asinarão e eu João (Barreto) Mialheyro escrivão da caza o escrivi O P. Dor Manuel de ................... Mendanha P P, e Manuel de Bairro André Pires de Carvalho Sebastião dias Gaspar Gomes An (tonio) Cartaxo

84

CONTABILIDADE DE CAIXA

Séc.XVII – Séc. XX

1670 Receita (de Julho a Dezembro) Despesa * 49.058 * Saldo ......... 67 rs ANO RECEITA DESPESA SALDO 1671 * 92.173 * 92.693 * Saldo/Neg 520 1672 * 139.460 * 138.600 * 860 1673 * ? * 165.855 * 860 1674 * 1.525 * 181.280 * 560 1675 * 162.702 * 162.702 * (Agosto ) ? 1676 * ( 4 Meses) * 85.700 * 0 1677 * ? * 147.640 * 0 1678 * 114.006 * 113.31 * 690 1679 * ? * 201.290 * ? 1680 * ? * 188.210 * ? 1681 * ? * 186.620 * ? 1682 * ? * 187.231 * ? 1683 * (6 meses) ? * 108.190 * ? Não há documentos de contabilidade dos anos de 1684 a 1702 1703/1704 * 179.860 * 201.910 * 22.050 1704/1705 * 222.700 * 259.900 * 37.200 1705/1706 * 221.520 * 163.670 * 57.850 1706/1707 * 294.800 * 310.850 * Saldo/N 26.050 1707/1708 * 200.280 * 172.080 * 28.200

85

1708/1709 * 241.710 * 222.580 * 19.130 ANO RECEITA DESPESA SALDO 1704/1705 * 222.700 * 259.900 * 37.200 1705/1706 * 221.520 * 163.670 * 57.850 1706/1707 * 294.800 * 310.850 * Saldo/N 26.050 1707/1708 * 200.280 * 172.080 * 28.200 1708/1709 * 241.710 * 222.580 * 19.130 1709/1710 * ? * 518.610 * ? 1710/1711 * 564.830 * 525.580 * 39.240 1711/1712 * ? * 298.972 * ? 1712/1713 * ? * 325.300 * ? 1713/1714 * ? * 207.590 * ? 1714/1715 * 280.469 * 251.217 * 49.252 1715/1716 * 201.560 * 332.585 * 131.025 1716/1717 * ? * 128.764 * ? 1717/1718 * 402.180 * 381.845 * 20.335 1718/1719 * 222.188 * 282.685 * Saldo/N 60.497 1719/1720 * 283.280 * 226.120 * 57.160 1720/1721 * ? * 220.185 * ? 1721/1722 * 294.230 * 209.435 * 84.795 1722/1723 * 162.690 * 187.005 * Saldo/N 24.315 1723/1724 * 235.370 * 242.360 * Saldo/N 6.990 1724/1725 * 1189.545 * 155.460 * 34.085 1725/1726 * 178.130 * 177.533 * .597 1726/1727 * 163.865 * 161.890 * 1.975 1727/1728 * ? * 167.575 * ? 1728/1729 * 166.220 * 164.660 * 1.560 1729/1730 * 167.160 * 162.075 * 5.085 1730/1731 * 228.190 * 227.710 * .480

86

ANO RECEITA DESPESA SALDO 1731/1732 * 168.865 * 188.020 * 19.155 1732/1733 * 179.230 * 178.895 * .335 1733/1734 * 207.630 * 214.729 * 7,099 1734/1747 Não Existe Documentos 1748/1749 * 185.900 * 194.769 * Saldo/N 8.869 1749/1750 * 180.765 * 256.319 * 2.136 1751/1752 * 221.945 * 208.210 * 13.735 1752/1753 * 391.800 * 363.535 * 28.265 1753/1754 * 399.695 * 384.753 * 14.942 1754/1755 * 353.000 * 276.690 * 66.310 1755/1756 * l42.640 * 168.848 * 26.208 1756/1757 * 199.240 * 201.653 * 2.413 1757/1758 * 249.185 * 233.813 * 15.372 1758/1759 * 371.100 * 361.032 * 10.068 1759/1760 * 413.768 * 394.065 * 19.703 1760/1761 * 464.670 * 366.990 * 97.680 1761/1762 * 517.100 * 337.760 * 179.340 1762/1763 * 357.840 * 287.300 * 70.540 1763/1764 * 370.830 * 372.610 * 1.780 1764/1765 * 387.395 * 294.050 * 93.345 1765/1766 * 600.495 * 580.270 * 20.225 1766/1767 * 506.045 * 505.500 * .545 1767/1768 * 408.375 * 379.140 * 29.235 1768/1769 * 494.465 * 521.690 * 27.225 1769/1770 * 485.300 * 485.145 * .155 1770/1771 * 406.486 * 406.480 * .005 1771/1772 * 408.740 * 342.040 * 66.700

87

ANO RECEITA DESPESA SALDO 1772/1773 * 519.805 * 492.140 * 27.665 1773/1774 * 499.950 * 344.905 * 155.045 1774/1775 * 461.916 * 420.000 * 41.886 1775/1776 * 580.685 * 55.075 * 30.610 1776/1777 * 281.020 * 285.955 * 4.935 1777/1778 * 257.570 * 265.550 * 7.980 1778/1779 * 373.360 * 332.660 * 40.700 1779/1780 * 416.150 * 387.960 * 28.190 1777/1778 * 257.570 * 265.550 * 7.980 1778/1779 * 373.360 * 332.660 * 40.700 1779/1780 * 416.150 * 387.960 * 28.190 1780/1781 * 237.690 * 237.690 * 6.125 1781/1782 * 450.000 * 440.000 * 10.360 1782/1783 * 358.975 * 291.125 * 67.850 1783/1784 * 400.007 * 250.845 * 149.162 1784/1785 * 231.319 * 231.770 * .451 1785/1786 * 360.975 * 267.050 * 93.925 1786/1787 * 211.465 * 207.280 * 4.185 1787/1788 * 491.140 * 459.340 * 31.800 1788/1789 * ? * 345.515 * ? 1789/1790 * ? * 913.510 * ? 1790/1791 * 477.080 * 359.950 * 117.130 1791/1792 * 570.335 * 263.630 * 286.700 1792/1793 * 670.390 * 358.460 * 311.930 1793/1794 * 643.040 * 330.510 * 312.530 1794/1795 * 694.515 * 494.515 * 200.000 1795/1796 * 568.730 * 328.490 * 240.240 1796/1797 * 773.390 * 329.830 * 443.560 1797/1798 * 774.650 * 363.500 * 411.150 1798/1799 * 762.635 * 407.480 * 355.155

88

ANO RECEITA DESPESA SALDO 1799/1800 * 678.221 * 372.860 * 305.361 Não há documentos de contabilidade dos anos de 1801 a 1803 1804/1805 * 846.085 * 429.780 * 416.305 1805/1806 * 719.520 * 459.310 * 260.210 1806/1807 * 522.285 * 288.740 * 233.545 1807/1808 * 511.225 * 369.875 * 141.350 1808/1809 * 727.945 * 389.750 * 338.195 1809/1810 * 694.055 * 375.010 * 319.045 1810/1811 * 821.780 * 363.950 * 457.830 1811/1812 * 1.143.090 * 429.800 * 713.290 1812/1813 * 1.260.455 * 581.817 * 678.638 1813/1814 * 1.258.568 * 525.035 * 733.533 1814/1815 * 1.087.818 * 599.672 * 488.146 1815/1816 * 899.561 * 600.700 * 268.861 1816/1817 * 681.421 * 678.605 * 102.816 1817/1818 * 499.770 * 441.495 * 58.275 1818/1819 * 320.505 * 312.450 * 8.055 1819/1820 * 167.585 * 272.975 * 85.390 1820/1821 * 322.290 * 379.283 * S/N - 56.993 1821/1822 * 262.530 * 256.043 * 6.487 1822/1823 * 302.270 * 287.890 * 14.380 1823/1824 * 472.880 * 431.862 * 41.018 1824/1825 * 192.880 * 220.750 * S/N - 27.870 1825/1826 * 164.331 * 85.825 * 78.506 1826/1827 * 347.576 * 368.650 * S/N - 21.074 1827/1828 * 137.590 * 170.120 * S/N - 32.530 1828/1829 * 263.890 * 278.440 * S/N - 14.550 1829/1830 * 53.860 * 97.775 * S/N - 43.915

89

ANO RECEITA DESPESA SALDO 1830/1831 * 221.140 * 188.490 * 32.650 1831/1832 * 95.950 * 127.610 * S/N - 31.660 1832/1833 * 312.160 * 309.330 * S/N - 2.830 1833/1834 * 118.300 * 143.790 * S/N - 25.490 1834/1835 * 354.980 * 281.310 * 73.670 1835/1836 * 423.228 * 412.15 * 11.063 1836/1837 * 321.001 * 310.260 * 10.741 1837/1838 * 231.351 * 214.125 * 17.226 1838/1839 * 216.041 * 210.410 * 14.031 1839/1840 * 184.745 * 126.065 * 58.680 1840/1841 * 125.640 * ? * ? 1841/1842 * 263.700 * 228.119 * 35.581 1842/1843 * 330.806 * 343.615 * S/N 12.809 1843/1844 * 272.900 * 291.311 * S/N - 18.411 1844/1845 * 159.680 * ? * ? 1845/1846 * 207.485 * 286.370 * S/N - 78.885 1846/1847 * 179.750 * 253.000 * S/N - 73.250 1847/1848 * 397.805 * 315.325 * 81.480 1848/1849 * 518.235 * 432.278 * 85.957 1849/1850 * 571.767 * 303.090 * 268.677 1850/1851 * 512.612 * 358.677 * 153.935 1851/1852 * 379.570 * 378.350 * 1.220 1852/1853 * 305.530 * 268.635 * 36.895 1853/1854 * 267.265 * 262.890 * 24.375 1854/1855 * 639.550 * 430.235 * 209.315 1855/1856 * 508.730 * 300.500 * 208.230 1856/1857 * 294.430 * ? ? 1857/1858 * 603.885 * 505.119 * 98.766 1858/1859 * 761.066 * 746.311 * 14.755

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ANO RECEITA DESPESA SALDO 1859/1860 * 525.215 * 524.580 * .635 1860/1861 * 179.245 * 178.920 * .325 1861/1862 * 172.865 * 168.065 * 4.800 1862/1863 * 503.885 * 473.985 * 29.900 1863/1864 * 563.275 * 554.718 * 8.557 1864/1865 * 395.242 * 392.410 * 2.832 1865/1866 * 447.922 * 445.540 * 2.382 1866/1867 * 263.767 * 263.460 * .307 1867/1868 * 584.205 * 438.355 * 145.850 1868/1869 * 410.190 * 317.481 * 92.709 1869/1870 * 497.835 * 481.615 * 16.220 1870/1871 * 296-750 * 314.626 * S/Neg - 17.876 1871/1872 * 256.307 * 253.463 * 2.844 1872/1873 * 393.735 * 388.989 * 4.746 1873/1874 * 324.611 * 310.569 * 14.042 1874/1875 * 295.082 * 287.510 * 7.572 1875/1876 * 964.572 * 477.110 * 487.462 1876/1877 * 1.262.248 * 932.377 * 329.871 1877/1878 * 866.706 * 598.823 * 267.883 1878/1879 * 894.298 * 815.392 * 78.906 1879/1880 * 719.393.5 * 521.746 * 197.647,5 1880/1881 * 465.187,5 * 360.840 * 184.367,5 1881/1882 * 1.554.097,5 * 1.188.265 * 365.832,5 1882/1883 * 801.269,5 * 751.548 * 69.721.5 1883/1884 * 625.771.5 * 590.360 * 35.411.5 1884/1885 * 918.761,5 * 717.720 * 201.041,5 1885/1886 *1.237.411,5 * 705.971.5 * 531.440 1886/1887 * 1.104.205 * 477.000 * 627.205 1887/1888 * 1.215.252 * 930.824 * 284.428 1888/1889 * 856.838 * 735.453 * 121.385

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ANO RECEITA DESPESA SALDO 1889/1890 * 672.785 * 653.092 * 19.693 1890/1891 * 656.778 * 600.974 * 55.804 1891/1892 * 882.063 * 851.256 * 30.807 1892/1893 * 848.007 * 822.071 * 25.936 1893/1894 * 765.069 * 838.596 * S/Neg -73.527 1894/1895 * 1.051.953 * 840.391 * 211.562 1895/1896 * 955.842 * 896.848 * 58.994 1896/1897 * 1.890.480 * 1.858.598 * 31.882 1897/1898 * 1.019.685 * 989.018 * 30.667 1898/1899 * 1.1.88.254 * 974.104 * 214.150 1899/1900 * 1.254.675 * 948.903 * 305.772 1900/1901 * 1.048.122 * 637.598 * 410.524 1901/1902 * 1.423.334 * 1.1.67.237 * 256.097 1902/1903 * 1.238.184 * 1.1.58.244 * 79.940 1903/1904 * 1.028.290 * 774.306 * 253.984 1904/1905 * 1.296.334 * 919.184 * 377.150 1905/1906 * 1.364.250 * 1.045.298 * 318.952 1906/1907 * 1.294.302 * 918.276 * 376.026 1907/1908 * 1.346.876 * 968.709 * 378.167 1908/1909 * 1.371.397 * 975.095 * 396.302 1909/1910 * 1.353.352 * 858.130 * 495.222 1910/1911 * 1.544.432 * 714.333 * 830.099 1911/1912 * 1.867.816 * 1.027.383 * 840.433 1912/1913 * 1.734.793 * 1.208.662 * 526.131 Não há documentos de contabilidade dos anos 1914 – 1923 A partir de 1923/1924 a contabilidade encontra-se em escudos 1923/1924 * 21.238$00 * 7.694$84 * 13.543$56 1924/1925 * 37.595$84 * 31.020$48 * 6.539$36

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ANO RECEITA DESPESA SALDO 1925/1926 * 41.300$45 * 29.222$87 * 12.077$58 1926/1927 * 72.084$57 * 60.571$94 * 11.512$63 1927/1928 * 74.430$32 * 59.190$32 * 15.240$00 1928/1929 * 59.333$20 * 42.408$75 * 16.924$45 1929/1930 * 52.069$90 * 40.663$47 * 11.402$43 1930/1931 * 44.481$18 * 30.630$13 * 13.851$05 1931/1932 * 41.619$55 * 26.940$79 * 14.678$76 1932/1933 * 40.876$88 * 23.903”89 * 16.972$99 1933/1934 * 50.571$01 * 36.008$89 * 14.562$12 1934/1935 * 61.022$96 * 41.204$42 * 19.818$54 1936 * 45.407$32 * 24.230$85 * 21.176$47 1937 * 36.705$47 * 23.409$07 * 13.296$40 Em 1938 passou a existir um Mapa de Receitas e Despesas Receita: Despesa: - Saldo 13.296$40 - Enc. Obrigatório 23$00 - Subsídio do Estado 6.745$00 - Administração 14.095$00 - Sub. da Autarquias 3.855$60 - Rep Edificios 3.493$00 - Sub de Particulares 5.535$00 - Material e Utensílios 499$00 - Quotizações 6.666$00 - Assist a Doentes 9.051$00 Total .... 47.470$00 Total ..... 27.161$00 Saldo ........... 20.309$00 1939 Receita: Despesa: - Saldo mês anterior 20.309$00 - Administração 18.219$00 - Sub. Estado 4.200$00 - Rep Edíficios 4.966$00 - Sub de Autarquias 900$00 - Material e Utensílios 1.802$00 - Sub Particulares 6.696$00 - Assist a Doentes 10.273$00 - Quotizações 6.664$00 - Rend bens Próprios 18.140$00

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Total .... 56.909$00 Total ..... 35.260$00 Saldo ....... 21.649$00 1940 Receita: Despesa: - Saldo mês anterior 21.649$00 - Administração 17.538$00 - Sub Estado 4.000$00 - Rep. Edifícios 10.582$00 - Sub de Autarquias 900$00 - Assist a Doentes 14.401$00 - Sub Particulares 10.215$00 - Mat e Utensílios 787$00 - Quotizações 7.062$00 Total ....... 43.308$00 - Rend bens próprios 20.163$00 - Doentes pensionistas 5.070$00 Total ..... 69.049$00 * Saldo .... 25.741$00 1941 Receita: Despesa: - Saldo mês anterior 25.741$00 - Prod Diversos Espect 1.086$00 - Sub Estado 4.500$00 - Sub das Autarquias 1.800$00 - Administração 21.751$0 - Sub Particulares 4.235$00 - Enc Obrigatórios 752$00 - Quotizações 8.087$00 - Rep Edifícios 2.715$00 - Rend bens próprios 18.594$00 - Mat e Utensílios 1.938$00 - Doentes Pensionistas 3.855$00 - Assist Doentes 21.555$00 Total .......... 67.898$00 Total ....... 48.711$00 Saldo .......... 19.187$00 1942 Receita: Despesa:. - Saldo anterior 19.187$00 - Prod Div Espectác 15.081$00 - Sub Estado 4.500$00 - Administração 29.977$00 - Sub das Autarquias 3.800$00 - Enc Obrigatórios 708$00 - Sub Particulares 3.342$00 - Rep Edifícios 1.274$00 - Quotizações 8.414$00 - Mat e Utensílios 1.716$00

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- Rend bens próprios 16.414$00 - Asist a Doentes 32.554$00 - Doentes Pensionistas 9.218$00 - Enc Doentes 2.018$00 Saldo ........ 11.709$00 1943 Receita: Despesa: - Saldo anterior 11.708$00 - Prod Div Espectác 10.605$00 - Sud do Estado 4.500$00 - Sub das Autarquias 3.800$00 - Administração 23.535$00 - Sub Particulares 4.287$00 - Enc Obrigatórios 708$00 - Quotizações 9.048$00 - Rep Edifícios 4.214$00 - Rend Próprios 37.722$00 - Mater e Utensílios 2.043$00 - Doent Pensionistas 5.634$00 - Assist a Doentes 39.591$00 Total ....... 87.305$00 Total .......... 70.491$00 Saldo ....... 16.814$00 1944 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 16.814$00 - Administração 28.533$00 - Sub do Estado 4.500$00 - Enc Obrigatórios 827$00 - Sub das Autarquias 4.800$00 - Rep Edifícios 5.354$00 - Sub Particulares 4.392$00 - Mat e Utensílios 5.581$00 - Quotizações 8.210$00 - Assist a Doentes 60.143$00 - Rend bens Próp 81.337$00 - Outras Despesas 1.264$00 Total ....... 128.178$00 Total ............. 101.702$00 Saldo ..... 26.476$00 1945 Receita: Despesas: - Saldo anterior 26.476$00 . Sub do Estado 4.500$00 - Administração 32.380$00 - Sub Autrquias 4.050$00 - Encargos Obrigatórios 804$00 - Sub Particulares 58.938$00 - Rep Edifícios 9.279$00 - Quotizações 8.817$00 - Assist a Doentes 64.448$00

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- Rend Bens Próp 20.192$00 - Mat e Utensílios 7.649$00 - Outras Receitas 11.699$00 - Outras Despesas 188$00 Total ......... .134.672$00 Total .......... 114.748$00 Saldo ........ 19.924$00 1946 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 19.924$00 - Sub do Estado 5.000$00 - Administração 5.126$00 - Sub Autarquias 2.190$00 - Enc Obrigatórios 1.044$00 - Sub. Particulares 10.906$00 - Rep de Edifícios 5.389$00 - Quotizações 8.621$00 - Mat e Utensílios 1.805$00 - Rend Próprios 93.106$00 - Assist a Doentes 80.753$00 - Outras Receitas 7.612$00 - Outras Despesas 5.168$00 Total .......... 147.359$00 Total ........ . 99.285$00 Saldo ....... 48.074$00 1947 Receita: Despesa: - Saldo anterior 48.074$00 - Sub do Estado 8.000$00 - Administração 10.361$00 - Sub da Autarquias 17.000$00 - Encarg Obrigatórios 1.192$00 - Sub Particulares 58.209$00 - Rep de Edíficios 1.420$00 - Rend Próprios 23.685$00 - Material e Utensílios 18.166$00 - Quotizações 8.361$00 - Assist a Doentes 76.573$00 - Outras Receitas 6.833$00 - Outras Despesas 4.835$00 Total ........... 170.562$00 Total ............ 110.527$00 Saldo ........ 60.033$00 1948 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 60.033$00 - Sub do Estado 17.000$00 - Administração 23.244$00 - Sub das Autarquias 3.500$00 - Encarg Obrigatórios 1.045$00 - Sub Particulares 15.417$00 - Rep de Edifícios 6.390$00

96

- Quotizações 8.476$00 - Material e Utensílios 4.825$00 - Rend Próprios 23.302$00 - Assist a Doentes 77.753$00 - Outras Receitas 7.870$00 - Outras Despesas 2.189$00 Total ............ 155.598$00 Total .................. 115.446$00 Saldo ....... 40.150$00 1949 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 40.150$00 - Sub do Estado 27.000$00 - Administração 14.485$00 - Sub das Autarquias 8.106$00 - Enc Obrigatórios 1.129$00 - Sub Particulares 4.861$00 - Const Ext Edifícios 116.729$00 - Quotizações 8.341$00 - Material e Utensilios 457$00 - Rend B Próprios 38.208$00 - Assist a Doentes 66.614$00 - Outras Receitas 161.605$00 a) - Outras Despesas 3.837$00 Total ........ 288.271$00 Total ........ 203.251$00 Saldo ....... 85.020$00 a) - Comparticipação do Estado para Obras 84.533$00 - Espectáculos ....................................... 68.924$00 1950 Receita: Despesa: - Salso Anterior 85.020$00 - Sub do Estado 28.000$00 - Administração 13.347$00 - Sub Autarquias 1.150$00 - Encarg Obrigatórios 1.091$00 - Sub Pariculares 11.876$00 - Cons Rep Edificios 149.894$00 b) - Quotizações 7.299$00 - Material Utensílios 2.792$00 - Rend Próprios 30.256$00 - Assist a Doentes 57.054$00 Outras Receitas 130.7448$00 a) - Outras Despesas 1.827$00 Total ....... 294.349$00 Total ............ 226.005$00 Saldo ......... 68.344$00 a) - Comparticipação do Estado para Obras 122.096$00 b) - Obras de Adaptação, beneficiação e Instalação eléctrica no Hospital ............................ 119.306$00

97

- Reparação da Praça de Touros ........... 28.605$00 1951 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 68.344$00 - Sub do Estado 76.135$00 - Administração 15.610$00 - Sub Autarquias 1.840$00 - Const e Rep Edíficios 61.274$00 - Sub Particulares 11.363$00 - Mat e Utensílios 48.487$00 a) - Quotizações 7.764$00 - - Rend Próprios 29.157$00 - Assistência a Doentes 66.877$00 - Outras Receitas 46.006$00 - Outras Despesas 2.797$00 Total .... .240.609$00 Total ....... 195.045$00 Saldo ... 45.564$00 a)- Material de Equipamento para o Hospital ..... 45.671$00 1952 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 45.564$00 - - Sub Estado 24.000$00 - - Sub Autarquias 1.840$00 - Administração 20.679$00 - Sub Particulares 17.909$00 - Rep de Edifícios 1.032$00 - Quotizações 7.482$00 - Material e Utensilios 2.950$00 - Rend Próprios 39.517$00 - Assistência a Doentes 75.415$00 - Outras Receitas 17.962$00 - Outras Despesas 17.151$00 Total .... 154.274$00 Total ...... 117.227$00 Saldo ......... 37.047$00 1953 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 37.047$00 - - Sub Estado 24.000$00 -

98

- Sub Autarquias 2.840$00 - Administração 25.139$00 - Sub Particulares 21.749$00 - Reparação Edifícios 1.110$00 - Quotizações 7.544$00 - Mat e Utensilios 1.255$00 - Rend Próprios 47.155$00 - Assist a Doentes 112.299$00 a) - Outras Receitas 17.682$00 – Outras Despesas 6.159$00 Total ...... 158.017$00 Total ........ 145.962$00 Saldo .......... 145.962$00 a) Dogras e Medicamentos 45.979$00 1954 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 12.055$00 – - Sub do Estado 40.000$00 – - Sub das Autarquias 1.920$00 - Administração 85.124$00 - Sub Particulares 4.704$00 – Repar de Edifícios 1.766$00 - Quotizações 7.731$00 – Material e Utensílios 2.548$00 - Ren Próprios 31.682$00 – Assist Doentes 117.838$00 b) - Outras Receitas 144.140$00 – Outros Doentes 3.534$00 Total ...... 242.232$00 Total ...... 157.108$00 Saldo .......... 85.124$00 a) - Cortejo de Oferendas ............. 65.219$90 - Venda de Arvoredo .............. 67.814$00 b) - Medicamentos ...................... . 45.395$00 - Alimentação ......................... 59.998$00 1955 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 85.124$00 - Sub do Estado 34.000$00 - Sub Autarquias 3.920$00 – Administração 12.949$00 - Sub Particulares 4.157$00 – Rep de Edifícios 378$00 - Quotizações 6.920$00 - Mat de Utensilios 595$00 - Rend Próprios 33.487$00 - Assist a Doentes 123.386$00 - Outras Receitas 28.688$00 - Outras Despesas 18.875$00

99

Total ....... 196.304$00 Total ....... 156.183$00 Saldo ........ 40.121$00 1956 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 40.121$00 - Diversos 54.074$00 - Bens Próprios 30.597$00 - Subsídios 54.952$00 - Administração 11.504$00 - Receitas Diversas 2.647$00 - Serv Hospital 134.722$00 - Reembolsos 439$00 - Propriedades 1.203$00 - Consig Receitas 1.439$00 - Consignados 1.211$00 Total ....... 184.269$00 Total .......... 148.640$00 Saldo ............. 35.629$00 1957 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 35.629$00 - Diversos 49.760$00 - Bens Próprios 39.802$00 - Subsídios 52.841$00 - Receitas Diversas 875$00 - Administração 11.701$00 - Reembolsos 936$00 - Serv Hospitalares 137.501$00 - Receitas Extraord 622$70 - Propriedades 1.208$00 - Consg de Receitas 972$00 - Consignados 972$90 Total ........ 181.437$70 Total ........ 151.382$90 Saldo .............. 30.054$80 1958 Receita: Despesas: - Saldo Anterior 30.054$80 - Diversos 128.045$00 - Bens Próprios 36.475$00 - Subsídios 51.496$00 - Administração 12.324$00 - Diversos 358$00 - Serv Hopitalares 144.741$00

100

- Reembolsos 649$00 - Propriedades 2.442$00 - Consig Receitas 974$70 – Consignados 973$00 Total ........ 248.052$50 Total ....... 160.480$00 Saldo ............. 87.672$50 1959 Receitas: Despeas: - Saldo Anterior 87.572$50 - Diversos 138.455$00 - Bens Próprios 38.547$00 - Subsídios 71.383$00 - Administração 15.698$00 - Receitas Diversas 626$00 - Serv Hospitalares 190.981$00 - Reembolsos 595$00 - Propriedades 4.243$00 - Consig Receitas 1.015$40 - Consignados 1.015$80 Total ... 338.193$90 * Total ... 211.937$80 * Saldo 126.256$10 1960 Receita: Despesas: - Saldo Anterior 126.256$10 - Diver Serviços 15.540$00 - Bens Próprios 44.094$00 - Subsídios 53.690$00 - Administração 14.912$00 - Receitas Diversa 1.345$00 - Serv Hopitalares 208.799$00 - Reembolsos 943$00 - Propriedades 2.546$00 - Consig Receitas 1.140$80 - Consignados 1.142$10 Total ....... 243.008$90 Total ...... 227.399$10 Saldo ........... 15.609$80 1961 Receita: Despesas: - Saldo Anterior 15.609$80 - - Diver Serviços 124.702$00 - Bens Próprios 48.787$00 - Subsídios 54.326$00 - Administração 16.114$00 - Receitas Diversas 3.969$00 - Serv Hopitalares 213.471$00

101

- Reembolsos 1.159$00 - Propriedades 1.268$00 - Consig Receitas 2.281$90 - Consignados 2.281$70 Total ....... 250.834$70 Total ........ 233.134$70 Saldo ........... 17.700$00 1962 Receita: Despesas: - Saldo Anterior 17.700$00 - Div. Serviços 64.849$00 - Bens Próprios 86.379$00 - Subsídios 64.542$00 - Receitas Diversas 1.602$00 - Administração 16.902$00 - Reembolsos 1.921$00 - Serv Hopitalares 219.178$00 - Cong Receitas 2.280$00 - Propriedades 1.362$00 - Receita Extra 469$00 - Consignados 2.281$70 Total ....... 239.742$30 * Total ......239.723$70 * Saldo 18$20 1963 Receita: Despesa: - Saldo Anterior 18$60 - Diver Serviços 184.729$00 - Bens Próprios 49.035$00 - Subsídios 74.374$00 - Administração 19.159$00 - Receitas Diversas 1.497$00 - Serv Hospitalares 216.074$00 - Reembolsos 1.283$00 - Propriedades 3.251$00 - Consig Receitas 2.280$00 - Consignados 2.280$90 - Receitas Extraord 52.756$10 Total ........ 365.972$70 Total ........... 240.764$90 Saldo ....... 125.207$80 1964 Receita: - Saldo Anterior 125.207$80 * Receitas Diversas 1.543$00

102

- Diver. Serviços 62.664$00 * Reembolsos 861$00 - Bens Próprios 47.603$00 * Consig Receitas 1.165$00 - Subsídios 80.162$00 * Receitas Extraord 124.879$80 Total .............. 444.085$60 Despesa: - Administração 16.944$00 * Serv Hospitalares 206.981$00 - Propriedades 9.998$00 * Consigndos 1.165$00 Total ---------- 235.088$80 Saldo.......... 208.996$80 1965 Receita: - Saldo Anterior 208.996$80 * Receitas Diversas 3.301$00 - Div. Serviços 35.883$00 * Reembolsos 1.134$00 . Bens Próprios 47.301$00 * Consig Receitas 1.704$00 - Subsídios 90.766$00 * Receitas Extraord 8-838$40 Total .............397.924$20 Despesa: - Administração 24.263$00 * Serv. Hospitalares 224.037$00 - Propriedades 1.810$00 * Consignados 1.705$70 Total ......... 251,815$70 Saldo ....... 146.108$50 1966 Receita: Saldo Anterior 146.108$50 * Receitas Diversas 3.203$00 - Diver Serviços 55.911$00 * Reembolsos 1.140$00 - Bens Próprios 47.275$00 * Consig Receitas 2.041$00 - Subsídios 85.341$00 * Receita Extraord 3.399$40 Total ----- 344.418$90 Despesa: - Administração 21.816$00 * Propriedades 1.757$00

103

- Serv Hospital 206.268$00 * Consignados 2.041$30 Total ..... 231.882$30 Saldo .... 112.536$60 1967 Receita: - Saldo Anterior 112.536$60 * Receitas Diversas 347$00 - Diver Serviços 80.062$00 * Reembolsos 1.103$00 - Bens Próprios 47.293$00 * Consig Receitas 1.846$00 - Subsídios 75.853$00 * Receita Extrord 126.385$20 Total ......... 445.425$80 Despesa: - Administração 27.387$00 * Serv Hospitalares 244.435$00 - Propriedades 1.476$00 * Consignados 1.846$40 Total ...... 275.144$40 Saldo .... 170.281$40 1968 Receita: - Saldo Anterior 170.281$40 * Bens Próprios 50.595$40 1968 Continuação: - Div Serviços 44.078$00 * Subsídios 74.313$00 Receira - Receitas Diversas 648$00 - Reembolsos 895$00 - Consig Receitas 2.662$00 - Receita Extraordinária 95.912$20 Total ............... 439.385$00 Despesa: - Administração 24.134$00 - Serviços Hospitalares 233.573$60

104

- Propriedades 1.496$00 - Consignados 2.663$00 Total ............... 261.865$60 Saldo .............. 177.518$40 ************ *****

105

CAPITULO VI

DONATIVOS

106

Esta Santa casa, como todas as suas congéneres, (salvo raras

excepções) nunca teve, no tocante a Receitas, uma disponabilidade que lhe permitisse levar a cabo uma assistência eficaz como seria seu

desejo. Sempre esta Misericórdia lutou com faltas de dinheiro, faltas

essas que limitaram e limitam, em alta percentagem, a sua acção de

beneficência.

Instituída para acudir a doentes, e desvalidos e a pobres que

estendem a mão à caridade alheia, também a Santa Casa da

Misericórdia para poder cumprir a sua missão (pelo menos num mínimo

indispensável) tem tido a necessidade de pedir aos mais abastados.

Tem pedido auxílio e, quando os mais generosos correspondem aos seus apelos, a Santa casa tudo aceita e tudo lhe serve; dinheiro, legados

de prédios, roupas, lenha, jóias, fardos de palha, etc.. Donativos

diversos, esmolas variadas tanto no seu valor como na sua qualidade,

auxilios vindos de perto e de longe, tudo a Santa Casa tem recebido de

bom agrado, tem acarinhado e tem convertido, o melhor que pode e sabe, em matéria útil à sua função benemérita.

É isto o parece demonstrar uma ou outra resolução das Mesas ao

despertar sentimentos altruistas dos honens bons, solicitando-lhes o seu

auxílio. É esta ilação a que poderá chegar-se ao ver registado em actas agradecimentos sinceros, agradecimentos sentidos, sempre que a

esmola chegou; o reconhecimento das Mesas também está patente

existentes no vestíbulo do Hospital.

107

- “Este Hospital foi mandando construir pelo benemérito Provedor da

Misericórdia cidadão Gaspar Costa Ramalho com esmolas por ele

obtidas e a expensas suas em 1912. A Comissão Administrativa em homenagem ao seu Provedor”

- “Homenagem agradecida desta Misericórdia ao Senhor José Xavier

Pinto. 20-7-941”.

- “Homenagem agradecida desta Misericórdia à benemérita Senhora

Dona Isabel Maria da Costa Santos. 20-7-41”

- “Ao Exmº Senhor Eng. João d`Oliveira e Sousa pelo restauro da Igreja

da Misericórdia, feito a expensas suas no ano de 1960. O agradecimento

desta Santa Casa. Dezembro 1960”.

- “Ao Exmº Senhor Dr. Joaquim Gomes de Carvalho, por vinte e cinco

anos de serviços gratuitos como zeloso e distinto director clínico deste

Hospital. O agradecimento destea Santa Casa. Dezembro 1960”.

*

A gratidão da Santa Casa igualmente está demonstrada nos retratos

existentes no Salão das Sessões do Hospital: - Um retrato do Snr.

Gaspar Costa ramalho * Um retrato do Snr. Francisco Ferreira Lino *

Um retrato da Senhora D. Teresa Castro Castro Pereira de Monte Real *

Um retrato do Snr. Jorge de Melo e Faro de Monte Real * Um retrato da

Senhora D. Maria da Piedade Costa Ramalho.

108

E por fim podemos também concluir que os donativos sempre vieram

aparecendo, para o que basta verificar o registo que a seguir

efectuamos. Se a documentação existente completa, isto é, se não houvesse falta de livros antigos, certamente encontraríamos em cada

ano de vida da Misericórdia a presença de donativos a marcar a secção

dos homens bons. Segue-se o registo de donativos, com a ideia de

confirmar o nosso pensamento atrás exposto atrás exposto e,

principalmente, com o fim de registar os nomes desses beneméritos.

*********

109

DONATIVOS PARTICULARES

( Valores doados em réis)

1706 – Deu o Provedor José de Matos, destindo à compra de uma

lampada de prata 57.850 (A lâmpada custou 140.000 rs.)

-Outros Irmãos

..................................................................................................... 50.000

1754 – Entregue por Miguel Calixto, em virtude da promessa a N. Senhora

................................................................................. 9.440

1756 – Donativo de Suas Magestados para edificação da Santa Casa

...................................................................................... 600.000 1756 - Mais uma esmola da Raínha .......................................... 9.600

- Donativos das Princesas ............................................... 6.400

- Donativo do Infante D. Pedro ................................... 81.600

- Donativos de Miguel Francisco para as mesmas

obras ..................................................................................... 1.440

1871 – Entregue pelo prov Joaquim de Menezes para

comp saldo negat 1870-1871 ............................................. 17.876

- Do Barão de Salvaterra,produto duma execução

contra os Herdeiro de Fortunato Silva e Brito ................. 189.600

1873 -De Sua Alteza a Senhora Dona Isabel Maria .......... 9.000 1875 - Produto duma tourada feita em benefício da

Santa Casa e promovida pelo Barão

de Salvaterra ....................................................... 270.000 1881 – Parte do Legado de João Luis Nieto .................. 673.930

1885 – Legado de Lúcio de Sousa Machado .................. 396.830

1888 – Entregue pelo Dr. Joaquim de Santos Calado ...... 1. 710

- Entregue por Manuel Casa Nova ........................ 1. 215

1891 – Entregue por Manuel Fernandes ........................ . 960

110

- Legado de José Xavier Pinto, por Testamento de 5 de Março de 1880:

*Prédio urbano, morada de casas com uma morada, destinada a arrecadação, situada na Rua Dr. Miguel Bombarda (artigo 173 da Matriz);

*Prédio urbano, ruínas de uma Cocheira, no recanto da Estrada Nacional

(antigo Largo das Cavalariças), com a superfície de 258, 50 m2 (artigo

708 da Matriz):

*Prédio rústico que consta de uma Sesmaria denominada “Horta do Loureiro” com a área de 3,00 ha. situada nos arredoresdesta Vila

(artigo 83 da Matriz):

*Prédio rústico que consta de uma Sesmaria denominada “Mexieiro” com

a área de 25,08 ha.;

* Terra de semeadura e vinha; tem edificadas diversas moradas de

casas destinadas a habitação; situado nas “Omnias e Sesmarias”, lugar dos “Foros” (artigo 250 da Matriz rústica e 949, 950, 951, 952, 953, 954,

955, 956, 957, 959, 960, 961, 964, 965, 966 e 970 da Matriz úrbna);

*Prédio rústico, contínuo ao “Mexieiro”, que consta de terra de pinhal e

pastagem com a área de 31 6423 ha. constituíndo o Lote nº 1 das

“Buínheiras” (artigo 251 da Matriz). *Gado e Alfaias Agricolas.

**

O Legatário faleceu, em 16 de Junho de 1891, tendo reservado o uso

para Elysiária Sabina Martins. Esta faleceu em 5 de Janeiro de 1938,

data em que se operou a consolidação a favor da Misericórdia. O processo da Contribuição de Registo por título gratuíto nº 22, de 4 de

Julho de 1891, instaurado por óbito do legatário, atribuiu aos bens legais

o valor 132.532$00 rs.

**

111

1892 – Entregue pela Irmandade das Almas, dinheiro

existente em Caixa, e por ter sido extintas

Irmandade – Alvará do Governo Civil de 4 de Junho de 1891 ......................................................... 36.7 84

1894 – Entregue por José Ferreira Roquete, proveniente

de parte do Legado deixado à Misericórdia pelo

falecido João Luis Nieto.......................................... 100.000

-Donativo de Ignácio Rebelo de Andrade ................ 19.735 1896 – Entrgue por José Ferreira Roquete, proveniente

de parte do Legado deixado Por João Luis Nieto ...... 100.000

- Entrgue por Roberto Jacob da Fonseca, na

qualidade de testementeiro de seu irmão

Vicente Roberto da Fonseca .......................... .1.100.000

1898 – Donativo do Dr. Francisco Guilherme de Brito ... 20.000 - Entregue por José Ferreira Roquete, proveniente

de parte do Lagado de João Luis Nieto ............. 50.000

- Donativo de António de Sousa Sardinha ........... 13.840

- Recebido de José Ferreira Roquete, proveniente

do Legado de João Luis Nietto ......................... 100.000 1899 – Donativo do Dr. Francisco Guilherme Brito ....... 20.000

1900 - Idem ........... 20.000

1901 - Idem ...... 20.000

1902 - Idem ..... 20.000

1903 -Donativo de Dr. Francisco Guilherme de Brito 20.000 1905 – Donativo de Joana Isabel Motta Lima .............. 40.000

- Donativo de Isabel Maria da Costa Santos ...... 20.000

1905 – Donativos de várias pessoas para a compra

de Reposteiro em Madeira para a porta

principal da Capela da Misericórdia ............. 10.000

112

-. Donativo do Dr. Francisco Guilherme de Brito ..... 20.000

- Entregue por Maria Rita Lopes da Silva,do Legado deixado por seu falecido marido; Benardo Lopes da Silva ....... 20.000

1906 – Entregue por Dr. Francisco Guilherme de Brito .. 20.000

1907 - Idem ........ 20.000

1908 - Idem ..... 20.000

1909 - Idem ............ 20.000 1910 - Idem ....... 20.000

1911 - Idem ......... 20.000

- Entrgue por Jacinto Casanova ....................... 10.000

- Entregue por Domingos da Costa Narciso ........ . 10.000

1811 - Entregue por Albino de Jesus ........................ 10.000

1912 -Entregue por Casimiro Galego ............................ 20.000 - Entregue por Vitor Martins ............................... 10.000

- Idem por Jacinto Casanova ............................ 10.000

- Esmola de Vicente Luis de Sousa Vinagre ............... 5.000

- Idem de um grupo de senhores ........................ 5.000

- Idem de Maria José Fernandes ....................... 1.500 - Idem de Carlos Vinagre ................................... 5.000

1913 – Donativos destinados à constr do Edif do Hospital;

- Dezembro de 1910, Produto duma Récit .......... 27$050

- Maio de 1911, dinheiro que estava depositado em

casa de Porfírio Neves da Silva, para ajuda da construção do Hospital ............................ 2.500$00

- Agosto de 1911, Recebido da Grande Comissão

Nacional de Socorros à vítimas do Tremor

de terra do Ribatejo ..................................... 2.000$00

- Outubro 1911, recebido de Porfírio Neves da

113

Silva,Tesoureiro da extinta Comissão de

Socorro ....... ..................................................... 582$375

- Outubro de 1911, recebido de Carlos Rangel de Sampayo ......................... ...................... ....... 21$800

- Outubro de 1911, recebido de D. Joana

Isabel Matos Lima Dias ............................... 150$00

- Março de 1912, recebido de Joaquim Pedro

de Menezes ........................................ 135$00 - 1912, recebido de Porfírio Neves da Silva, ......... 150$00

- 1912, recebido de Francisco Libório da Silva ...... 30$00

- 1912, recebido da subscrição aberta em Lisboa

pelo Colónia de Salvaterrenses. Para acudir

à desgraça produzida pelo terramoto, e que

reverteu afavor do Hospital ................... ........... 1.369$530 1913 - Venda em 1912 de 108 chapas de ferro zincado a 400

reis cada.................................................................. 43.200

- Venda em 1912, de 100 telhas a 30 reis

cada ..... ......................................................... 300.000

- Importância do deficit resultante da comparação da receita

para a despesa, o qual foi coberto a expensas do

Presidente da Comissão Administrativa da Misericórdia de

Salvaterra de Magos, Snr. Gaspar da Costa Ramalho .............. ............................................................... 2.083$506

( O total dos donativos destinados à construção do Edifício do Hospital,

atingiu a soma de 9.095$461, que cobre as despesas com a mesma

construção, iniciada em Janeiro de 1911 e concluída em Janeiro de 1913.

A Comissão era constituída por: Gaspar da Costa Ramalho, José de

114

Vasconcelos, António Jorge de Carvalho, João Nunes Vasco,Artur Xavier

da Silva, Joaquim José da Silva, Francisco Lopes Rosa, Manuel Ferreira

Gomes, António Ferreira Vieira, António Paulo Cordeiro e José Adelino Fernandes Silva)

1913 - De Francisco Ferreira Lino, géneros alimentícios necessários

(legumes e leite) durante a geência da Mesa actual.

1917 – De Porfírio Neves da Silva, a oferta de um curro de de touros para

benefício - à escolha da Mesa, ou da quantia em dinheiro de (à escolha

da Mesa) .............................. 400$00

- De João Maria Almeida, 6 lençóis, 6 travesseiros

e 6 almofadas. * De João Nunes Vasco, 1 tambor de carboneto * Da Casa

Freire, tijolo para reparação da Capela * De Maria José Fernandes e sua irmã Sofia Fernandes – 6 camisas par os doentes *De Vitalina Fonseca –

6 camisas para doentes.

1918 – De João Nunes Vasco, 1 tambor de Carboneto * De Joaquim Pedro

de Menezes ..................................................... 50$00

1918 - De Adelaide da Conceição Costa ......................... 200$00 - Da Grande Comissão de Socorros de Lisboa ....... 2.000$00

1920 - De Joaquim Pedro de Menezes ............................. . 100$00

-De Roberto & Robrto ........................................... 1.200$00

-De José Eugénio de Menezes- 1 carrada de lenha

* De António José da Silva 2 carradas de lenha 1921 – De Francisco Ferreira Lino – 1 carrada de lenha

* Dr. Roberto F.Fonseca ....--------------------- 1.104$00

- Legado de Porfírio Neves da Silva ..................... 2.000$00

1922 – De António José F. Silva – 1 carrada de lenha

115

1924 – Entregue por Luis Gonçalves da Luz - da Associação de

Beneficência de Vila Franca de Xira quando da visita e espectáculo

naquela vila ........ ............................................................. 2.290$10 - Entregue por Roberto da Fonseca Júnior, proveniente do Legado

feito por seu pai, Roberto Jacob da Fonseca ..... 1.500$00

- (Entrega do Edíficio da Praça de Touros, que fora construída sob a

orientação e responsabilidade de uma “Comissão Construtiora” constituída em Setembro de 1919 e composta por; Francisco Maria

Gonçalves, Augusto da Silva, Manuel Lopes Gonçalves, Luiz Gonçalves da

Luz, Francisco Moraes, António Henrique Alexandre, Augusto Gonçalves

da Luz, Carlos Alberto Rebelo, Pedro Sousa Marques, Augusto d`Almeida

e José Luiz das Neves). * Não há documentos que informemdo custo

total da obra, mas deve ter andandoà volta duma centena ce contos).

- Entrega por António Branco Teixeira (?), Manuel Ribeiro Teles, Jos

Carlos da Silva Santos e António Luiz Lopes Júnior, proveniente do

benefício tauromáquico realizado na praça de touros .....

................................................................. . 4.000$00 - Donativo de Francisco Libório da Silva . .......... 250$00

1924 - Entrega de Donativo de Isabel Costa Santos ....... 250$00

- Entrega por Francisco F. Lino, proveniente da Ferra dos seus

bezerros .. .............................................................. 265$00

- De Gaspar Costa Ramalho, proveniente de subscrição com o fim de liquidar as dívidas contraídas pela Mesa cessante ...

............................................................................................. .500$00

- Entrega pela Comissão Organizadora

de uma Récita ..................................................... 502$90

116

- Entregue por Alexandre José Pote e Manuel Pasmarra

................................................................................... 260$00

- Proveniente da Venda de Livros oferecidos por Porfírio Manique .......... ........................................................ 50$00

- De António Gaspar Ferreira ........................... 300$00

- Entregue por Henrique Avelar da Costa Freire do produto líquido

dum Vacada .................................................... 6.864$10

- De Joaquim António Maia Faria ........................... 300$00 - De Dr. João d`Ornelas e José Vicente

Costa Ramalho ........ ............................................ 200$00

- Entregue por António Ferreira Cartaxana ............ 890$50

- Entregue por Luis Augusto André, do produto duma Récita

...................... ........................................................... 104$65

- Donativo de João Augusto Borrego ............... 11$50 1924 - Idem de Joaquim Gonçalves da Luz ....... 24$00

- Idem de Sofia Fernandes .................... . 30$00

- Idem de José Sousa Torroaes .................... 40$00

- Idem de António Rodrigues Izidro ........... 20$00

1925 - Donativo do Eng. João d`Oliveira e Sousa ....... 500$00 - Idem de João Nunes Vasco ............................ 37$50

- Idem de Joaquim Pedrosa .................. 270$00

- Idem de João Luis Mendes .......................... 10$00

- Idem de Maria da Conceição Avelar Freire . 308$70

1925 - Entrega por Bernardino de Almeida, Luis Dias Rosa, Manuel J. Barreiros, Agostinho Montez, António A. Mota e Júlio J. Barreiros

......................... ........................................................... 270$00

- Donativo de Daspar Costa Ramalho ...... 5.00$00

- Idem de Joaquim Pedro de Menezes .... 1.00$00

- Idem de Fernão Pires ...................... 50$00

117

- Idem Sociedade Filarmónica Benaventense 500$00

- Idem de João Branco Núncio ................. 500$00

- Idem de Joaquim Ferreira Pedrosa ..... 250$00 - Idem Maria da Conceição Avelar Freire 308$70

- Idem de Gaspar Costa Ramalho ........... 500$00

- Idem de Joaquim Pedro de Menezes ..... 100$00

1926 - Entregue pela Comissão Organizadora de

uma Corrida de Touros ...... ......................... 6.507$48 1927 - Legado de Joana Isabel Matos Lima Dias .... 6.358$51

- Entrega Eng. Carlos Santos da Costa freire 297$30

- Entrega por uma Comissão de Senhoras ..... 276$10

- Donativo de Gaspar Costa Ramalho ............ 500$00

- Idem de José Casimiro d`Almeida .............. 500$00

- Entrega por Roberto & Roberto, produto duma Corrida de Touros ..... ....................... 3.938$85

- Idem de Conceição Gonçalves ............... 50$00

1927 - Entrega de Gaspar Costa Ramalho ............ 126$00

- Idem de Silvério Lopes Gustavo ............... 200$00

- Idem de Gaspar Costa Ramalho ................ 300$00 - Idem Idem ................................. 413$60

- Idem Idem ................................. 3.400$00

- Idem Idem .................................... 186$00

- Idem Idem ......................... ............... 180$00

- Idem Idem ...................................... 1.020$00 - Idem Idem ....................................... 180$00

- Idem Idem ....................................... 180$00

- Idem Idem ....................................... 180$00

1928 - Idem Idem .............................. ............. 180$00

- Idem de José Eugénio de Menezes ......... 48$00

118

- Idem de Gaspar Costa Ramalho .............. 180$00

- Donativo de João Januário Júnior ........... 100$00

1928 - Donativo de Gaspar Costa Ramalho ........... 180$00 - Idem de Dr. Fernando Palhoto .................. 100$00

- Idem de Gaspar Costa Ramalho ............... 180$00

- Idem Idem .............. 200$00

- Idem Idem ....................... 180$00

- Idem Idem ...................... 180$00 - Idem de José Adelino Fernandes Silva ..... 275$00

- Idem de Augusto Pinhão ....................... 100$00

- Idem de Maria Carolina Rebelo Andrade 50$00

- Idem de Gaspar Costa Ramalho ............... 180$00

- Idem Idem ............... 180$00

- Danativo Quermesse da Festa da Flôr 1.009$40 - Donativo de António Ferreira Cartaxano 150$00

- Idem de José Adelino Fernandes Silva 50$00

- Idem de Gaspar Costa Ramalho ...... .... 180$00

- Idem de José Maria Ferreira ......... 60$00

- Idem de Constantino Nunes ............ 40$00 - Idem de Gaspar Costa Ramalho ...... 180$00

- Idem Idem ............ 150$00

- Idem de Manuel Ferreira Estudante . 100$00

- Idem de Gaspar Costa Ramalho ......... 2.260$00

1929 – Idem Idem .......... 566$10 - Idem Idem .............. 120$00

- Idem Idem .................. 360$00

- Idem Idem ................ 120$00

- Idem de Maria José e Maria Júlia Lino,

de donativos obtivos . ................... 1.570$00

119

- Idem da Empresa Cine Salvaterrense 555$00

- Idem de Silvério Lopes Gustavo ... 100$00

- Idem de Henrique José Ferreira Martins 200$00 - Idem de Gaspar Costa Ramalho ... 180$00

- Idem de Eng. João d`Oliveira e Sousa ... 1.000$00

- Idem de Gaspar Costa Ramalho ....... 180$00

- Idem de António Jorge de Carvalho .......... 100$00

- Idem de Gaspar Costa Ramalho ............... 180$00 1930 - Entregue por Teatro-Cine ...................... 458$00

- Donativo de Joaquim Pedro de Menezes ....... 500$00

- Idem de Humberto Nascimento Vasconcelos

e Pedro Augusto Vasconcelos............. 50$00

- Idem de António Queirol Roquete, Francisco Ferreira Lino,

Henrique Avelar da Costa Freire, Vª Joaquim Pedro Freire e Luis Ferreira Roquette .............................................., 1.500$00

- Idem de Gaspar Costa Ramalho ............ 300$00

- Idem de António F. Silva ....................... 300$00

1930 - Donativo de José Eugénio de Menezes ...... 300$00

- Idem de Roberto & Roberto .... ....... 300$00 1931 - Idem de Empresa do Teatro-Cine ... 642$40

- Idem de Idem ..... 427$05

- Idem da Sociedade Agrícola Salvaterrense ..... 150$00

- Idem de Cine – teatro ....................... 1.569$20

1932 - Idem do Apostolado da Oração ...... 50$00 1933 - Idem do Eng. João d`Oliveira e Sousa ....... 1.000$00

1934 - Idem de José Eugénio de Menezes, Proveniente

do Legado de seu Pai Joaquim Pedro Menezes ..... . 200$00

1935 - Idem da Companhia das Lezírias ....... 200$00

1936 - Idem do Eng. João d` Oliveira e Sousa...... 1.000$00

120

1937 - Idem da Comissão Venatória Concelhia..... 3.614$80

- Idem da Casa Cadaval .......................... 150$00

1938 - Idem de João d` Oliveira e Sousa .......... 1.000$00 1939 - Idem de Francisco Ferreira Lino ... ........... 800$00

194 1 - Idem Receita das Corridas de Touros organizadas pelo Snr

Jorge de Melo e Faro de Monte real e Esposa, que tomaram a inicativa

da recuperação da Praça:

1ª Corrida .................................................................... 13.851$50 2ª Corrida ........................................................... 115.176$65

( Na primeira corrida dignou-se assistir Sua Excelência o Senhor

Presidente da República, General António Óscar de Fragoso Carmona)

1941 – Dávida de D. Isabel Maria da Costa Santos, de ¼ do produto da

venda do seu prédio situado à Rua Garcia da Horta, Nº 53, em Lisboa, a

efectuar depois do falecimento da usufrutária D. Maria Fernanda de Melo Santos ................ 275.250$00

(Convertido em Certificados de Renda Perpétua Nºs 64 e 1157)

- Donativo de Gaspar Costa Ramalho ........ 243$20

- Idem de Eng. João d`Oliveira e Sousa ... 1.000$00

1943 - Idem Idem 10 Ton de Lenha 1944 - Idem de Jorge de Melo e Faro .................... 11.547$70

1946 - Idem de Alfredo Rodrigues da Piedade 3.000$00

(Donativo, pela venda da sua Empresa de Viação Salvaterrense, à

família Anastácio, detentora da Empresa de Viação Benaventense)

1951 - Idem de Gaspar Costa Ramalho .................. 520$10 1952 - Idem de Engº João d`Oliveira e Sousa ... , 3.000$00

- Idem de Herd. Francisco Ferreira Lino ....... 1.500$00

- Idem de Ernesto Avelar da Costa Freire ...... 1.000$00

- Idem de Eng. José Sebastião Vaz Freire ........ 500$00

- Idem de Aníbal Vieira ......................... ....... 400$00

121

1953 - Legado de D. Maria da Piedade Costa Ramalho,

dos dois Foros do “Meixieiro” ( Testamento de 14 de Janeiro 1947)

valor .......................................................................... 848$00 - Donativo de Gaspar Costa Ramalho ......... 3.000$00

1954 - Idem de Isaías Martins Madeira ........ 200$00

- Idem de Miguel Casimiro ................. 100$00

- Entrega por José C. Asseiceira Cardador, proveniente do

Produto do I Rally Automóvel ..... .................... 2.091$90 1955 - Donativo de Gaspar Costa Ramalho ...... 1.000$00

- Entrega por José C. Asseiceira Cardador, proveniente do

Produto do II Rally Automóvel .......................... 3.000$00

- Donativo de Izidoro Duarte de Almeida, de Torres

Novas...................................................................... 500$00

- Idem de José Lopes Ferreira Lino,25 fardos de palha 1956 - Idem de Maria Isabel Roquette .. ................ 2.000$00

- Idem Idem .............. 1.000$00

1957 - Entregue por José C. Asseiceira Cardador, proveniente do

Produto do III Rally Automóvel ...... ............... 620$60

- Donativo da Casa Africana de Lisboa – 30 cobertores 1958 - Idem de José Lopes Ferreira Lino - 40 Fardos de Palha

1959 - Idem de Gaspara Costa Ramalho ....... 2.000$00

1960 - Despesa das Obras de Remoção e Restauro total das paredes,

Telhados e interiores da Capela da Misericórdia, que o Eng.João

d`Oliveira e Sousa, custeou integralmente, ultrapassou a centenas de contos, segundo calculos de entendidos.

1963 - Doação do Dr. José Henriques Lino e esposa, por escritura de 19

de Janeiro de 1963, de uma parcela de terreno destinado à

Construção, com a àrea de 257 m2, situado junto à E. N. 118,

Limites desta vila, a destacar do seu prédio rústico (inscrito na

122

Matriz sob o artigo Nº 715)

- Legado de Gaspar Costa Ramalho, proveniente de: * I Automóvel Ford, vendido por ......... 2.500$00

* I Automóvel Vauxhall, vendido por ...... 49.100$00

1965 - Entregue pela Casa do Pessoal da Rádio Televisão

Portuguesa,Proveniente, proveniente do produto do Festival

tauromáquico Realizado na Praça de Touros desta vila, ................................................................................... 22.413$50

1966 - Entrega feita por Carlos Leonel da Silva Duarte, António Carlos da

Silva Paiva, Manuel Joaquim Parracho Pinto de Figueiredo,Carlos António

Monteiro da Silva e Francisco Rodrigues Almeida, recebido do peditório

...... ..................... 2.999$10

1967 - Legado de D. Maria Isabel Roquette . ........ 10.000$00 - Legado de Ernesto Costa Freire, com destino a ampliação do

Edifício do Hospital ............................................. 100.000$00

(Converido em Certificado de renda Pertétua Nº 1157)

- Cortejos de Oferendas:

1944 - I Cortejo de Oferendas ........... 68.128$00 1946 – II Cortejo de Oferendas ............. 66.962$30

1949 - III Cortejo de Oferendas ........ 65.156$60

1950 - IV Cortejo de Oferendas ...... ....... 48.747$60

1954 - V Cortejo de Oferendas ..... ..... 65.219$90

1963 - VI Cortejo de Oferendas ............ 123.224$60 1967 - VII Cortejo de Oferendas ............... 98.525$70

- Donativos Oficiais:

São as seguintes Entidades Oficiais que anualmente estão contribuíndo

com Subsídios a favor da Misericórdia:

- Direcção Geral de Assistência ...................... 40.000$00

123

- Governo Civil de Santarém ............ ................. 4.000$00

- Câmara Municipal do Concelho .......................... 3.000$00

- Junta de Freguesia ....................... ..................... 500$00 - Comissão Municipal de Assistência .............. 9.000$00

********

****

124

CAPITULO VII

MESÁRIOS

125

A DEDICAÇÃO

Esta Santa Casa. como todos os agrupamentos sociais, teve sempre

nessidade de um Corpo Directivo, que guiasse os os seus destinos,

zelasse os seus interesses e orientasse a administração no sentido de

cumprir a sua missão benemérita.

Missão certamente difícil, visto que, se as necessidades de

assistência são quase limitadas, também é certo que os recursos financeiros são sempre muito limitados, do que resulta, pois, a acção

directiva ficar resumida, na sua função e nos seus desejos, a u mínimo

indispensável ao nível do quatidiano.

Esta dificuldade levará alguns homens a não desejar assumir a

responsabilidade de tal administração, sabendo, de antemão, que pouco será possível realizar e que, por muito boa vontade que tenham, a sua

acção ou a sua intenção, pouco produzirá a bem do nome do Hospital ou

a favor dos pobres.

A comodidade, o receio de críticas (por vezes injuntas), a indiferença , a falta de tempo, etc., certamente contribuirão para explicar a

dificuldade em constituir Corpos Directivos, não só nos tempos actuais

mas também nos períodos já longínquos.

126

Olhando para a história dos Mesários desta Santa Casa podemos

verificar que há homens queestiveram presentes durante largos anos à

frente dos destinos da Associação. Este facto mostra, certamente, o interesse desses homens ou o valor dos seus nomes; mostra, sem

dúvida, que havia vantagem em que vantagem em que continuassem a

dirigir e que não seria acertado fazer a sua substituição.

Foram, sem dúvida, cidadãos que fizeram execpção em face ao geral comodismo e indiferentismo da sua época, foram “cavalheiros”

desinteressados que lutaram nobremente pela causa comum e justa;

foram “heróis” que se avantajaram sobre os demais, se elevaram além

do nível vulgar da passividade e da tranqualidade caseira.

Mas a mesma “história” dos Mesários não poderá também evidenciar outra coisa?

Nos meios pequenos, principalmente nos tempos passados, é certo

que não havia uma quantidade de homens que estivessem à altura de

administrar Associações de interesses públicos; mas não poderá

também, a “história” dos Mesários denunciar o afastamento voluntário e propositado de outros. O “herói” é verdadeiro “herói” por si mesmo ou o

é apenas por mercê duma conjugação de circunstâncias?

Não desejamos, com estas considerações menospresar, de qualquer

maneira, o valor desses Mesários que estiveram sempre presentes durante largos anos, mas principalmente, mas simúnicamente, pensar na

ausência de outros nomes que poderiam ter também contribuíndo com o

seu esforço, a sua acção, e sua influência ou a sua presença parao bom

funcionamento da Santa Casa e, quem sabe, até para estimular os

adormecidos em matérias de assistência. Mas, visto que é missão

127

principal da História assinalar as presenças úteis e não perder com

conceitos morais respeitantes às ausências débeis, aqui estamos,

gostosamente, a registar os nomes desses homens que chamaram a si a responsabilidade da administração da Santa Casa.

Estiveram presentes certamente com prejuízo da sua vida particular;

a sua presença acarretou-lhes aborrecimentos com pessoas

particulares e com entidades oficiais (em Maio de 1922 a Mesa resolveu pedir a sua demissão em virtude de discordância com o Senado

Municipal); a sua responsabilidde trouxe alguns prejuízos directos à sua

bolsa, pois encontramos na escrita da contabilidade muitas entregas em

dinheiro, peitas pelos Provedores para saldar débitos.

Foi um Provedor, Gaspar Costa Ramalho, que lutou pela edificação do Hospital actual, trabalhando, pedindo a todos e acabando por ter que

saldar o que faltva.

Temos pema que a documentação, cheia de lacunas, cheia de faltas,

incompleta e deficiênte (anterior a 1913) não nos permite registar todos os nomes desses Mesários. Só depois do funcionamento, em 1913, do

actual Hospital (onde se encontra instalada a secretaria) nos é possível

verificar que a Mesa era escolhida por votos duma Assembleia que se

reunia para esse efeito.

Cada cidadão presente entregava o seu voto na qual indicava o no,e e

o cargo do escolhido; resultava daqui a necessidade de um apuramento

final do nome mais votado para cada cargo. Até 1909, data do terramoto

que destruiu a Albergaria/ou Hospital velho, e, consequentemente,

originou a perda de muitíssima documentação útil, apenas coinseguimos

128

tomar conhecimento de algumas Mesas pelas assinaturas feitas nos

documentos de contabilidade que chegaran até nós.

A partir de 1961, a eleição das Mesas faz-se em Assembleia do

competente Definitório.

********* *********

129

MESÁRIOS

DA SANTA CASA DA MISERÓRDIA

Séc. XVII – Séc. XVIII

1670 -

Manuel Mendanha * Alexrandre de Barros * André Pires de Carvalho *

Sebastião Dias * Gaspar Gomes * António Cartaxo

1671 -

Manuel Mendanha * Alexandre de Barros * Hicronymo de Jesus *

António Tavares * Filipe de Siqueira * João Mialheiro * Luis Lopes *

Custódio Zuzarte

1672 -

João Quaresma de Matos * Miguel da Costa * João da Cunha Pestana *

Manuel Marques * João Mialheiro

1673 -

João Milheiro * Miguel da Costa * Manuel Marques * Luis Costa Soares *

Alexandre Barros * Filipe de Siqueira

1674 -

João Mialheiro * Manuel Quaresma * João Quaresma de Matos * Alvaro

de Almeida

1675 -

Manuel Mialheiro * João Quaresma de Matos * Manuel Almeida Costa *

João da Silva * Luis Lopes * João da Cunha

1677 -

Rafael de Barros * Manuel Marques * Manuel Batista Frade * João

Gomes * Alexandre de Barros * Manuel da Costa

130

1678 - Alexandre de Barros * Manuel Marques * Manuel Passanha * Manuel

Batista Frade * Filipe de Siqueira * Sebastião Dias Pinhão 1679 -

João Mialheiro * Sebastião Dias Pinhão * A. Nunes de Barros * Luis

Vaz Pinheiro * M. Dias Pestanha * Luis Correia

1680 - João Menezes * Manuel Batista frade * Luis Correi Sodré * Manuel

Marques * Manuel Pires * Manuel Afonso Pereira * João de Matos

1681 -

João Menezes * André Pires de Carvalho * Domingos de Sousa Barbuda

* António Pires * Manuel da Costa * João de Matos Pestana * Domingos

Mendes 1682 -

Joaquim Mialheiro * Manuel de Barbuda * Francisco Carvalho * Manuel

de Almeida Araújo

1703/1704

Francisco Gomes Barbosa * Teodósio Coelho * Jerónimo de Matos * Luis de Carvalho * Teodósio Mealheiro

1704/1705 -

Manuel Batista de Figueiredo * José Correia de Matos * Manuel de Sousa

* João Mialheiro

1705/1706 - José de Matos * João B. Mialheiro * João Gomes * Manuel Pires *

Maurício Fragoso de Freitas

1706/1707 -

Francisco Batista Figueiredo * José de Matos >* Manuel Lopes

1707/1708 -

131

Manuel Batista de Figueiredo * Nicolau Freitas de Andrade * Cipriano de

Matos * Manuel de Matos * Manuel Antunes * José de Matos

1708/1709 - José Correia de Matos * Francisco Batista Figueiredo * Manuel de Sousa

* Agostinho de Oliveira

1709/1710 -

Francisco Batista Figueiredo * Cipriano Correia de Matos * Manuel Pires

* Manuel Gonçalves 1710/1711 -

André Pires de Carvalho * Maurício Fragosos de Freitas * Manuel de

Sousa * Bernardo de Freitas

1711/1712 -

João Gomes Barbosa * Teodósio Mialheiro * Manuel Lopes * João Rebelo

* Francisco Batista Figueiredo 1712/1713 -

João Gomes Barbosa * Tomás deFreitas Mariz * Teodósio Mialheiro *

Agostinho de Oliveira *Manuel de Carvalho

1714/1715 -

José da Costa * Luis de Carvalho * Munuel Gonçalves * Manuel Matos Correia

1715/1716 -

Tomás de Freitas Mariz * Pedro Fragoso de Freitas * João Rebelo *

Manuel Lopes de Carvalho * Manuel de Sousa

1716/1717 - Manuel de Carvalho * Pedro Gomes Barbosa * Manuel Vicente * Luis de

Carvalho * João de Almeida

1717/1718 -

João Gomes Barbosa * Diogo Gomes Barbosa * Luis Ferreira de Carvalho

1718/1719 -

132

Lourenço Lopes Barreto * Francisco Gomes Barbosa * José da Costa *

Manuel Lopes * Luis da Silva

1719/1720 -

João Gomes Barbosa * Francisco Batista de Figueiredo * Luis

Ferreira de Carvalho * Diogo Gomes Batista * Pedro da Costa

* Manuel Gonçalves

1720/17121 - Francisco Gomes Barbosa * João Gomes Barbosa * Maurício Fragoso de

Freitas * António Carcalho

1721/1722 -

Francisco Bastista de Figueiredo * Luis Ferreira de Carvalho * João de

Almeida * Dâmaso de Carvalho

1722/1723 - Manuel Matos Correia * Maurício Fragoso de Freitas * Manuel Gomes *

Vitorino Ribeiro

1723/1724 -

Maurício Fragoso de Freitas * Diogo Gomes Barbosa * Francisco Gomes

Barbosa * António Carvalho * Pedro da Costa 1724 -

Diogo Gomes Barbosa * Maurício Fragoso de Freitas * Pedro Gonçalves *

José Gomes Rey * André Gomes * Francisco Batista Frade

1725 -

Maurício Fragoso de Freitas * Diogo Gomes Barbosa * José Gomes Rey * Tomás de Sousa * João Falcão

1725/1726 -

Nicolau Freire de Andrade * João Falcão * Veríssimo da Costa * Simão

Mendes * João Cordeiro * Luis de Sousa

1726/1727 -

133

Nicolau Freire de Andrade * Maurício de Freitas * João Gomes

1727/1728 -

Maurício Fragoso de Freitas * Diogo Gomes Barbosa * António Carvalho

* Francisco Gomes Barbosa * Elias Rebelo * André Gomes

1728/1729 - Teodósio Mialheiro * Valentim José Bandeira * José Roquete da

Silva * Francisco Mialheiro * Francisco Carvalho * Henrique Gomes da

Costa

1729/1730 -

Luis Pinto Vasconcelos * Manuel Francisco de Jesus * Diogo Gomes

Barbosa * António Gomes Barbosa * António Carvalho * João de Sousa Falcão

1730/1731 -

José Roquete da Silva * Manuel Pinto Vasconcelos * Manuel Pereira *

Dâmaso de Carvalho * Teodósio Mialheiro

1731/1732 - Lourenço Lopes Barreto * Maurício Fragoso de Freitas * Veríssimo Luis

Teixeira * Francisco de Almeida Araújo

1732/1733 -

Francisco Gomes Barbosa * António Gomes Barbosa * Filipe Gomes *

José Roquete da Silva 1733/1734 -

João de Oliveira facão * Diogo Gomes Barbosa * Maurício Fragoso de

Freitas * João Correia de Matos * Dâmaso de Carvalho

1743/1745 -

134

João de Oliveira Falcão * Luis Correia Sodré de Matos * António Teixeira

* António Rodrigues * Simão Gomes

1749/1750 - Manuel de Vasconcelos * Antóniuo Gomes Barbosa * Bernardino

Rodrigues * José de Almeida * Maurício Fragoso de Freitas *

1750/1751 -

João Gomes Barbosa * Muarício Fragoso de Freitas * José de Almeida * Luis Correia Sodré de Matos * Teodósio Rodrigues

1753/1754 -

Manuel Gomes Barbosa * João Rodrigues de Figueiredo * Joaquim

Carvalho * Manuel Vasconcelos * José Roquete da Silva

* Bernardino Rodrigues * Manuel de Vasconcelos

1754/1755 - João Rodrigues Figueiredo São Payo * Manuel Gomes Barbosa *

Alexandre de Macredo e Sousa * José de Almeida

1755/1756 -

João Rodrigues Figueiredo Sampayo * José dos Santos Freire * Estevão

Correia de Matos * João Maurício Gomes Barbosa * João Falcão * António da Fonseca e Costa

1757/1758 -

José dos Santos Freire * João Falcão * Manuel de Vasconcelos * António

da Fonseca e Costa * Francisco de Sousa Machado * Domingos Soares

1758/1759 - João Figueiredo Sampayo * José de Almeida * António Henriques *

Estevão Correia de Matos * Manuel Cordeiro

1759/1760 -

Duarte Falcão * João Falcão * Manuel Carvalho Nunes * António Gomes

Barbosa * António José de Faria

135

1760/1761 -

João Rodrigues Figueiredo Sampayo * António da Fonseca Costa *

Joaquim da Paz * José Machado 1761/1762 -

José Roquete * Artur F. Costa * Manuel Carvalho Nunes * António

Rodrigues * 1762/1763 - João Leão * António Fonseca Costa * Francisco

Caetano de Amorim * Manuel Rodrigues Teixeira

1763/1764 –

António da Fonseca da Costa * Alexandre de Macedo e Sousa * João da

Silva Frade * António José Serra * António Rodrigues

1764/1765 - Francisco Pedro de Freitas * Francisco Mialheiro *

Francisco da Costa 1765/1766 -

João da Silva e Brito * António de Seabra * Diogo Mialheiro * João R.

Fonseca

1766/1767 -

João da Silva e Brito * Francisco Mialheiro * António Cabral * António José Serra

1767/1768 -

Francisco José Mialheiro * António da Fonseca e Costa * Alexandre de

Macedo e Sousa * Manuel Rodrigues Teixeira * João F. Mialheiro *José

António Costa Sapateiro * Francisco Nunes * Francisco Pedro de Freitas 1768/1769 -

António da Fonseca e Costa * João da Silva e Brito * Domingos da Cruz *

Joaquim Mialheiro * António José de Serra

1769/1770 -

136

António da Fonseca e Costa * Tomás Roquete Pestana * Francisco Nunes

* Manuel Rodrigues Teixeira * Diogo Mialheiro * António José de

Carvalho 1770/1771 -

Diogo B. Mialheiro * Tomás Toquete Pestana * Francisco B. Mialheiro *

Alexandre de Macedo e Sousa * José Correia de Matos

1771/1772 -

Alexandre Macedo e Sousa * Diogo M. Mialheiro * Francisco Jorge * Joaquim Rebelo dos Santos

1772/1773 -

Alexandre de Macedo e Sousa * João B.Mialheiro * Diogo B. Mialheiro *

Luis Correia Sodré de Matos * Manuel Carvalho

1773/1774 -

João de Figueiredo Sampayo * Tomás Roquete * Diogo B. Mialheiro

1774/1775 -

João da Silva e Brito * Francisco Mialheiro * Joaquim Rebelo dos Santos

* Duarte Gomes Pereira * António Joaquim 1775/1776 -

João da Silva e Brito * Francisco Mialheiro * Diogo Mialheiro * Francisco

Nunes * Manuel Henriques

1776/1777 -

João Mialheiro * António José de Serra * Joaquim Rebelo dos Santos 1777/1778 –

Diogo Barreto Mialheiro * Francisco Pedro de Freitas * Luis Correia

Sodré de Matos * Joaquim da Paz * Manuel Soares Santareno

1778/1779 –

137

Joaquim da Paz * Francisco Mialheiro * Manuel Raposo * João de Serra

* Duarte Gomes Rey * Luis C. Sodré de Matos

1779/1780 – Alexandre de Macedo e Sousa * José Gonçalves * José Machado Pinto

1780/1781 –

João Mialheiro * António Alexandre Nogueira * Francisco Silva e Brito *

Joaquim Rebelo dos Santos * Duarte Gomes Rey

1781/1782 –

Francisco Pedro de Freitas * João da Silva e Brito * António José de

Serra * José Machado Pinto * Luis Correia Sodré de Matos

1782/1783 –

João da Silva e Brito * Francisco da Silva e Brito * João Mialheiro * Francisco Gomes Barbosa * José Pedro de Brito * Joaquim Rebelo dos

Santos * João Caetano

1783/1784 –

João da Silva e Brito * António Alexandre Nogueira * Francisco Silva e

Brito * Francisco Mialheiro * António José de Serra 1784/1785 –

Joãoda Silva e Brito * Francisco de Brito * Francisco Mialheiro * António

José de Serra

1785/1786 –

António Figueiredo Nogueira * José Joaquim de Faria * Francisco Silva e Brito * Joaquim Rebelo dos Santos * José Luis Crespo * Duarte Gomes

Rey

1786/1787 –

Francisco Mialheiro * José Joaquim de Faria * Francisco Silva e Brito *

José Silva e Brito * António José de Serra

138

1787/1788 – José Joaquim de Faria * Joaquim Rebelo dos Santos *

Francisco Silva e Brito * Estevam Gomes Liberato

1788/1789 – Diogo B. Mialheiro *João Matos Faria

1789/1790 –

Francisco Mialheiro * José Joaquim Faria * António Alexandre Nogueira

* Manuel de Jesus * Joaquim Rebelo dos Santos

1790/1791 – José Joaquim Faria * Diogo Mialheiro * João Matos Faria * Francisco

Mialheiro * Joaquim Rebelo dos Santos

1791/1792 –

Manuel de Jesus * Francisco Silva e Brito

1792/1793 – José Joaquim Faria * Joaquiim Rebelo dos Santos * António José de

Serra * Diogo Mialheiro * Francisco Silva e Brito

1793/1794 –

Diogo Mialheiro * Francisco Mialheiro * José Silva e Brito * Manuel da

Costa * Joaquim Roquete Pestana 1794/1795 –

Diogo B. Mialheiro * Francisco B. Mialheiro * José Maria de Vasconcelhos

* João de Matos Faria * Manuel de Jesus * Francisco Silva e Brito

1795/1796 –

Diogo Barreto Mialheiro * Francisco Barreto Mialheiro * Francisco Silva e Brito * José Maria de Vasconcelos * Ladislau Joaquim Silva Bastos

1796/1797 –

Manuel da Costa Pina * Joaquim Rebelo dos Santos * Manuel de Jesus *

Luis José Crespo * Francisco Silva e Brito

1797/1798 –

139

Joaquim António Mialheiro * António Gomes * José Silva e Brito *

Francisco Silva e Brito

1798/1799 – Diogo Barreto Mialheiro * Francisco B. Mialheiro * Joaquim Pestana

Roquete * Francisco Xavier Nogueira * José Nogueira * José António

Fernandes * Manuel de Jesus

1799/1780 –

José Caetano da Silva e Brito * Joaquim Roquete Pestana * Francisco Silva e Brito * Manuel de Jesus * Duarte Gomes Dinis * Joaquim Rebelo

dos Santos * Diogo Mialheiro

1805/1806 – Francisco B. Mialheiro * Francisco F. Roquete * João

Barreto Mialheiro * Joaquim Rebelo dos Santos * Luis José Crespo *

Manuel de Jesus

1806/1807 – Manuel Gomes * João Rebelo dos Santos * Francisco Timóteo da Silva e

Brito

1807/1808 –

Pedro Barreto Mialheiro * João F. Mialheiro

1808/1809 –

Francisco Ferreira Roquette * Rafael Ferreira de Carvalho

1809/1810 –

Rafael Roquette

1810/1811 – Francisco Xavier Nogueira

1811/1812 –

José António Silva e Brito * Pedro Xavier Nogueira * Duarte Gomes Rey

1812/1813 –

140

José António da Silva e Brito * Francisco Xavier Nogueira * Francisco

Timóteo da Silva e Brito * António Gomes Rey * Joaquim Elias de Sousa

1813/1814 – Manuel Pedro Casanova * Luis José Crespo * Joaquim Rebelo dos Santos

* lUis da Silva Coelho Pinto

1815/1816 –

Francisco B. Mialheiro * Francisco António Silva e Brito * António

Ferreira Roquete* José Durte Serra * José Gonçalves Confeiteiro * José Maria de Vasconcelos

1816/1817 –

Francisco Temóteo da Silva e Brito * Luis Pinto da Silva e Brito * António

Rebelo dos Santos * José Inácio Xavier * José Nogueira

1817/1818 –

José Xavier Pinto Nogueira * José Luis da Silva e Brito * Joaquim Rebelo dos Santos * João Rebelo dos Santos * José Gonçalves * Estevam da

Silva e Brito * Francisco Roquete * Manuel F, Vasco

1818/1819 –

José Maria de Vasconcelos * António F. Roquete * José da Silva e Brito *

António Rebelo dos Santos * Francisco A. Gomes * Francisco da Costa Cristino

1819/1820 –

Luis Pinto da Silva e Brito * Francisco Mateus Dâmaso * Francisco T. Da

Silva e Brito * João Rebelo dos Santos * António de Melo Travassos *

Luis José Crespo * Desidério Rebelo dos Santos * Francisco Maria de Vasconcelos

1820/1821 –

José António de Leão * Francisco T. Da Silva e Brito * António Gonçalves

Confeiteiro * Luis Coelho Pinto * Manuel Nogueira

1821/1822 –

141

Luis Pinto da Silva e Brito * António Ferreira Roquette * José Duarte

Serra * Fortunato Nogueira * José Maria de Vasconcelos

1822/1823 – Luis Pinto da Silva e Brito * António F. Roquette * José Duarte Serra

1823/1824 –

Pedro Barreto Mialheiro * José Caetano da Silva e Brito * Manuel

Nogueira * José Maria de Vasconcelos

1824/1825 – Pedro Barreto Mialheiro * José C. Da Silva e Brito * António Rebelo dos

Santos * Fortunato Nogueira * João Nogueira dos Santos

1825/1826 – João C. S. e Brito * António F. Roquette * Francisco M. de

Vasconcelos * João Nogueira Valente * Fortunato Nogueira * José

Gonçalves

1826/1827 – António F. Roquete – José Maria Caldeira * João Rebelo dos Santos *

António Rebelo dos Santos * Fortunato Nogueira

1827/1828 –

Pedro B. Mialheiro * Estevam da Silva e Brito * Francisco Nunes Lopes *

Francisco Mateus Dâmaso * José Duarte Serra * Barão e Salvaterra 1828/1829 – António Melo Travassos * Fortunato Nogueira * Sebastião

Cardoso * Barão de Salvaterra

Não existem documentos de registo de 1829 – 1909

1910/1911 – 1912 –

Gaspar da Costa Ramalho – António Jorga de Carvalho * José de

Vasconcelos * Francisco Lopes da Rosa * João Nunes Vasco * Joaquim

José da Silva * Manuel Ferreira Gomes * José Adelino Fernandes Silva *

António Ferreira Vieira * António Paulo Cordeiro * Artur Xavier da Silva

142

1912/1913 –

Ezequiel Augusto Gonçalves * Francisco Almeida Henriques * Manuel

Frazão d`Azenha * João Ferreira Vasco 1913/ 1917 –

António Marcos da Silva * José Maria batista Júnior * Roberto da

Fonseca Júnior * Pedro Nunes Varolas * Francisco Lopes da Rosa * José

de Sousa Torroaes * José Luis de Figueiredo * Augusto Almeida * Artur

Xavier da Silva

1917 –

Ezequiel Augusto Gonçalves * Henrique Avelar da Costa Freira *

Francisco d`Almeida Henriques * Francisco Maria Gomes Leite * Vicente

Roberto Ferreira da Fonseca * João Maria Almeida * João Augusto da Silva * José da Silva Antunes * João Nunes Vasco

1918/1920 –

José Eugénio de Menezes * Carlos Avelar da Costa Freire * Alfredo

Rodrigues da Piedade* Francisco Cesar Gonçalves * José Adelino F. Silva

* Joaquim Pedro cardoso * Luis Serra Júnior * Augusto Gonçalves da Luz * Manuel Ferreira Gomes

1920/1922 –

José M. Rebelo de Andrade * Carlos A. Costa Freira * António de Sousa

Vinagre * Manuel Ferreira Gomes * Joaquim Pedro Cardoso * Luis

Gomes Serra Júnior * Augusto Gonçalves da Luz * Francisco de Assis * Francisco Lopes da Rosa

1922/1924 –

Henrique Avelar Costa Freire * José Vicente Costa Ramalho * João

António da Costa * João Nunes Vasco * Augusto Almeida * António

143

Henriques Alexandre * João Maria d` Almeida * Justiniano Ferreira

Estudante * Luis Gonçalves da Luz

1924 – Comissão Administrativa: José Eugénio de Menezes * Henrique A. Costa Freira * Francisco Ferreira

Lino * Vicente Roberto Ferreira da Fonseca * José de Vasconcelos

1924/1927 –

José Eugénio de Menezes * Francisco Ferreira Lino * Henrique A. C.

Freire * Vicente Roberto F. Fonseva * João Maria de Almeida * Francisco d`Almeida Henriques * Luis Gonçalves da Luz * António Henriques

Alexandre * José Vasconcelos

1927/1930 –

Gaspar Costa Ramalho * Dr. Alberto Fernandes Barreiros * João Nunes

Vasco * José de Vasconcelos

1930/1933 – Henrique A. Costa Freire * Francisco Ferreira Lino * Francisco A.

Henriques * Vicente Roberto F.Fonseca * José Maria Batista Júnior *

Luis Gonçalves da Luz * António H. Alexandre * João Andrade * António

José de Carvalho Júnior

1933 – José E. de Menezes * Ernesro A. Costa Freire * José Vicente Costa

Ramalho * José Sabino d`Assis * José Maria Batista Júnior * Joaquim

Pedro Cardoso * Artur Xavier da Silva * Antóniuo Henriques Alexandre *

Virgolino José Torroaes

1934/1936 – Comissão Administrativa: Dr. Alberto Fernandes Barreiros * Alberto dos Santos lapa * José Luis

Seabra Ferreira Roquette

1937 – Comissão Administrativa:

José Vicente Costa Ramalho * José Ferreira Estudante Júnior * José

Sabino d`Assis

144

1938/1941 – Comissão Administrativa:

José Vicente Costa Ramalho * Ernesto A. C. Freira * José S. Assis *

Pedro de Sousa Marques * José Ferreira Estudante Júnior * Isaías Martins Madeira* Gaspar Pinto Figueiredo * Manuel Luis nas Neves *

Joaquim Dias Pinto

1941/1944 –

José Vicente Costa Ramalho * Ernesto A. Costa Freire * José Sabino

d`Assis * Isaías M.Madeira * Joaquim Dias Pinto * Virgolino José Torroaes * António Caetano Doutor * Silvio Pedro Cardoso * Leopoldino

da Silva

1944/1947 –

José Vicente C. Ramalho * Dr. José Henriques Lino * José sabino d`Assis

* Isaías Madeira * Joaquim Dias Pinto * Fernando Vieira Andrade *

António Caetano Doutor * Rarafel Fernandes Roquette * Leopoldino da Silva

1947/1950 –

Dr. José Henriques Lino * José Vicente C. Ramalho * José S. Assis *

Isaías M. Madeira * Joaquim Dias Pinto * António Caetano Doutor *

Rafael Fernandes Roquette * Leopoldino da Silva * Fernando Vieira Andrade

1950/1953 –

Dr. José Henriques Lino * José V.Costa Ramalho * José Sabino d`Assis *

Isaías Madeira * Joaquim Dias Pinto * António Caetano Doutor * Rafael F.

Roquette * Leopoldino Silva * Fernando V. Andrade 1953/1957 –

Dr. José H. Lino * José Vicente Costa Ramalho * José Sabino Assis *

Isaías Madeira * Joaquim Dias Pinto * António Caetano Doutor *

Fernando Vieira Andrade * José Lopes Ferreira Lino * Rafael F.

Roquette

145

1957/1959 –

Dr. José H. Lino * José de Carvalho Asseiceira Cardador * José sabino

d`Assis * Isaías Madeira * Joaquim Dias Pinto * Atónio Caetano Doutor * Fernando V. Andrade

1959/1962 –

Eng. Carlos Santos Costa Freire * José Carvalho de Asseiceira Cardador

* Eng. Francisco Manuel Durão Lino * José Lopes Ferreira Lino * António

C. Doutor * António Silva Perdigão * Henrique Lopes Magalhães * Joaquim Dias Pinto * Virgolino José Torroaes

1962/1965 –

Eng. Francisco Manuel Durão Lino * Isaías M. Madeira * Manuel João de

Andrade Raposo * Xavier António Príncipe Rosado * Joaquim Dias Pinto *

Silvio Augusto Cabaço * João António Sabino Francisco d`Assis

1965/1969 - Manuel João A. Raposo * Manuel Augusto da Silva Valente * João Vicente

Santos da Fonseca * João António Sabino F. D`Assis * João José Moraes

Sarmanto Ramalho * Joaquim Dias Pinto * Silvio

1969 - Manuel Augusto da Silva Valente * José de Carvalho Asseiceira

Cardador * Paulino Augusto de Oliveira Cabaço * Armando Duarte Miranda * João José Moraes Sarmento Ramalho * João Batista Miranda

* João Rosa Feijão

******************* ************

146

CAPITULO XVlll

* PROPRIEDADES E OUTROS BENS *

147

PROPRIEDADES E OUTROS BENS

- Possui a Santa casa alguns imóveis, bens móveis e outros valores

que lhe têm sido doados por beneméritos em seus testamentos, por

escrituras de doação e por ofertas ou simples esmolas. As

propriedades imóveis chegaram à sua posse em virtude de testamentos

e escrituras de doação, pelo que é fácil saber os nomes dos beneméritos que souberam testemunhar a sua simpatia pela Santa Casa. Apenas

quanto à antiga Capela/ou Igreja de Nossa Senhora da Conceição,

situada na Rua Direita, da

vila de

Salvaterra de Magos, junto à qual funcionou desde o início, um Albergue,

depois Hospital Velho, até 1909, não sabemos aquém dever a sua

1960 - Capela da Misericórdia

148

edificação,mas a mesma já é descrita em documentos do séc. XVII,

quando a realeza iniciava/ou chegada a Salvaterra, ali rezava missa,

por um bom sucesso da viagem, de barco, de e para Lisboa.

*********

***

Os prédios rústicos, “Ameixieiro” e Lote Nº 1 das “Buinheiras “, bem como celeiros e casas de habitação legados por José Xavier Pinto, em

testamento de 5 de Março de 1880; uma placa no vestíbulo do Hospital

atesta o agradecimento da Mesa.

“Homenagem agradecida desta Misericórdia ao benemérito Senhor José Xavier Pinto, 20-7-1941” Esta placa foi colocada tardiamente pois só nesta data a

Misericórdia entrou na posse das propriedades, sobretude duma reserva

de usufruto a favor de Elysiária Sabino, faleida em 1938.

O edifício do Hospital , deve-se a acção do benemérito; Gaspar da Costa

Ramalho, que recoheu donativos e ofereceu a importância que faltava

(aproximadamente a quarta parte) para saldar as despesas. Há

igualmente uma palca no vestíbulo do Hospital a patentear o

reconhecimento da Mesa:

“ Este Hospital foi mandado construir pelo benemérito Provedor da Misericórdia , cidadão Gaspar Costa Ramalho com esmolas por ele obtidas e a expensas suas * 1912 – A Comissão Administrativa em homenagem ao Provedor”

149

******* A Praça de Touros é devida à acção dum grupo de beneméritos que

constituídos em “Comissão Construtora da Praça” levaraqm a a efetotal

obra que ficou concluída em 1920. Fizeram a sua entrega à Misericórdia

em 1924, pois necessitaram de realizar alguns espectáculos para saldar

débitos à sua responsabilidade. Esta Comissão era formada por: Francisco Maria Gonçalves, Augusto da

Silva, Manuel Lopes Gonçalves, Luis Gonçalves da Luz, António Henriques

Alexandre, Augusto Gonçalves da Luz, Carlos Alberto Rebelo, Pedro de

Sousa Marques e José Luis das Neves.

Não há qualquer placa a assinalar a acção destes beneméritos. Apenas

a acta da sessão de 16 de Março de 1924, consta ter sido recebido um edifício da “Comissão de Construção da Praça de Touros “ que entregava

a chave da Praça, entrega que fazem em seu nome e de todos que

contribuiram para a sua construção.

A dita acta regista os nomes que constituiram a “Comissão “( já citada

por nós) e diz que se respondeu agradecendo e que ficava exarado um voto de louvor. Não existe qualquer documentação no Hospital, que nos

elucide dos donativos ou do custo total da construção da Praça de

Touros. Apenas por gentileza do Snr. Fernando de Sousa Marques (filho

do benemérito Pedro de Sousa Marques, já falecido) nos foi possivel

colher, nos poucos documentos que ainda restam, os elementos que registamoa a seguir: “Circular – Da há muito que os Salvaterreanos, e

outros mais, cuja longa permanência aqui os leva a considerar esta

também sua terra natal, vêm mostrando desejos de voltarem a possuir

uma Praça de Touros nesta localidade.

150

E, para que essa ideia se torne um facto, combinaram os abaixo

assinados reunirem-se quanto antes, o que fizeram ontem, em casa dum

dos signatários, deliberando o seguinte: - Procurar levar a efeito a construção desse dito edifício e, uma vez concluído, oferece-lo ao

Hospital da Misericórdia desta mesma vila; - Diligenciar falar e escrever

a todos, sem excepção, afim de angariar os donativos precisos para a

construção imediata do referido edifício, ficando todo e qualquer desses

donativos à responsabilidade dos mesmos signatários, que prestarão contas a seu devido tempo, ou antes mesmo, se assim lhes for exigido.

Inútil seria dizer que a construção de tal edifício de espectáculos

representará mais um engrandecimento para a nossa terra, e

será uma dávida, cremos, de importante alor para o nosso Hospital, Casa

de Caridade esta que tão digna e merecedora é que a ajudem. Assim,

pois, espera a Comissão que todos a coadjuvem , por toda e qualquer

forma, procurando vencer sempre dificuldades que apareçam, afim de

se conseguir principiar e chegar à conclusão de tão útil e desejado

1960 - Praça de Touros

151

edifício. Nesta esperança, e agradecendo antecipadamente, se

subscreve com toda a consideração e respeito. Salvaterra de Magos,

10 de Setembro de 1919. A Comissão” Um ofício dirigido ao Ministro das Finanças pedindo a cedência de

pinheiros do Pinhal do Escaroupim, próximo desta vila, datado de 18 de

Outubro de 1919. Um ofício endereçado ao Presidenmte da Câmara

pedindo a cedência de terreno com sessenta metros de diâmetro, no

Largo dos Moínhos, gratuitamente, para nele se construir a Praça. Algumas folhas de férias, por onde apenas se pode avaliar de despesas

com pessoal em pouco mais de uma dezena de semanas. O ofício, Nº 9

da Associação de Beneficência – Misericórdia de Salvaterra de Magos: -

“ A Exmª Comissão Construtora da Praça de Touros desta vila – Rendo

chegado às minhas mãos o ofício de V. Exªs. que acompanhava a chave

da Praça de Touros, eu, em nome da Comissão Administrativa tenho a honra de lhes agradecer a sua benemerita intenção, e bem assim a

todos os senhores que concorreram para a construção daquela

propriedade, e de lhes notificar que na actaq de sessão de hoje fica

exarado um acto de louvor pela sua bea intenção.

Salvaterra de Magos, 16 de Março de 1924 (a) – José Eugénio de Menezes”.

*****

Os papéis de Crédito existentes coo pertença da santa casa são provenientes da conversão de Legados. As jóias têm sido oferecidas

por beneméritos cujos nomes se encontram registados. O mobiliário e

aparelhagem cirúrgico é de aquisição com receitas próprias. O facto de

as propriedades imóveis (ou outros bens) terem vido à sua posse por

doações, não significa que as Mesas se desinteressem em valorizar o

152

seu património; simplesmente, isso está fora da finalidade da

Associação. As actuais propriedades estão dadas de arrendamento a

estranhos. O arrendamento é cedido pela maior oferta em carta fechada, o que prova o interesse das Mesas em tirar o maior

rendimento possível. Igualmente encontramos, desde os primeiros anos,

verbas de reparações de edifícios, prova do cuidado das Mesas pelos

bens à sua responsabilidade. Assim, por exemplo, em 1756 encontramos

uma despesa com reparação de edifícios, a sair das esmolas de Suas Magestades; em 1773, foi feita uma porta que vai para a casa da

hospedaria e reparações com portas novas, principais da Igreja.

Registamos seguidamente os bens actuais da Misericórdia:

BENS IMÓVEIS

Inscritos na Matriz Predial Rústica da Freguesia de Salvaterra de Magos;

Artigo Nº 47 – situado no Largo das Cavalariças *, Nº 48 – Casa que

serve de Abegoaria (ruínas), na “Horta do Loureiro”. * Artigo 83 –

Situado nas “Omnias e Sesmarias” – Uma sesmaria que se compõe de

terra de semeadura e terra de pasto; superfície 30096 ha, (foreiro à Companhia das Lezírias em 205,46 lts. De cevada). Artº 250 – Situado

nas “Omnias e Sesmarias” – Uma sesmaria denominada “Ameixieiro”,

que se compõe de terra de semeadura e terra de pasto; pinhal.

Confronta do Norte e Poente com estradas. Superfície 25,0800 ha. Tem

diversas moradas de casas descritas na Matriz Predial urbana. * Artº 251 – Situado nas “Omnias e Sesmarias” - Lote 1, uma terra para pasto

e pinhal. Confronta do Norte e Poente com estradas. Superfície 31,6423

ha.

- Inscritos na Matriz urbana da Freguesia de Salvaterra de Magos.

153

Artº 173 – Situado na Rua Dr. Miguel Bombarda – Uma morada de casas

com uma divisão. Superfície 62,78 m2. Confronta de Norte com António

Batista Faz-flores, Sul com António José Ferreira da Silva, Nascente c/ Francisco Passos Peste e do Poente com a Rua da sua situação. * Artº

708 – Situado na EN – 13, ruínas de uma arrecadação de palha ou

chocheira. Superfície 258,5 m2 – confronta do Norte com estrada do

Rego, Sul e Nascente com Horta do Loureiro e do Poente com Camilo dos

Santos. * Atº 949 – Situado no lugar dos “Foros” – Uma casa com três divisões. Superfície 40,2 m2. Confronta do Norte com João Maria Pião,

do Sul com António Ramalho, Nascente com António Marques Loureiro e

do Poente com estrada.* Artº 950 – Situado no lugar dos “Foros” – Uma

casa com três divisões. Superfície 30,0 m2. Confronta do Norte com

Custódio de Jesus, do Sul com estrada, do Nascente com José Bento, e

do Poente com estrada. * Artº 951 – Situado no lugar dos “Foros” – uma morada de casas com duas divisões. Superfície 40,02 m2. Confronta do

Norte com Gaspar Costa Ramalho, do Sul com José Bento e outros, do

Nascente com estrada e do Poente com estrada * Artº 950 – Situado no

lugar dos “Foros” – Uma casa com quatro divisões. Superfície 30,0 m2.

Confronta do Norte, com Custódio de Jesus, do Sul com estrada, do Nascente com José Bento, e do Poente com estrada. * Artigo 951 –

Situado no lugar dos “Foros” – Uma moradade casas com duas divisões.

Superfície 40,02 m2. Confronta do Norte com Gaspar Costa Ramalho, do

Sul com José Bento e outro.do Nascente com estrada e do Poente com

António Caramelo. * Artº 952 – Situado no lugar dos “Foros” – Uma morada de casas com duas divisões. Superfície 30,0 m2. Confronta do

Norte com Custódio de Jesus , do Sul com José da Silva, do nascente

com José Pereira e do Poente com João Maria Peão. * Artº 953 –

Situado no lugar dos “Foros” – Uma morada de casas com uma divisão.

Superfície 24,0 m2. Confronta do Norte com José Bento, do Sul com José

154

Maria, do Nascente com José Serrador e do Poente com António

Caramelo. * Artº 954 – Situado no lugar dos “Foros” – Uma morada de

casas com duas divisões. Superfície 20,0 m2. Confronta do Norte com José Silva, do Sul com Benjamim Rodrigues, do Nascente com estrada e

do Poente com António Marques Loureiro * Artº 955 – Situado nos

“Foros” – Uma Moradia de casas com duas divisões. Superfície 40,0 m2.

Confronta do Norte com Benjamim Rodrigues, do Sul com António Brás,

do Nascente com António Brás, e do Poente com António Loureiro. * Artº 956 – Situado nos “Foros” – Uma morada de casas com duas

divisões. Superfície 30,0 m2. Confronta do Norte com Manuel Ribeiro, do

Sul com Gaudêncio Moço, do Nascente com Manuel Ribeiro e do Poente

com José +Pardal. * Artº 957 – Situado no lugar dos “Foros” – Uma

morada de casas com quatro divisões. Superfície 64,0 m2. Confronta do

Norte com Manuel Alentejano, do Sul com Gaudêncio Moço, do Nascente com António Brás, e do Poente com estrada. * Artº 959 – Situado nos

“Foros” – Uma morada de casas com duas divisões. Superfície 60,0 m2.

Confronta do Norte com António Marques Loureiro, do Sul com Manuel

Rosa, do Nascente com o próprio e do Poente com estrada.*Artº 960 –

Situado no lugar dos “Foros” – Uma morada de casas com quatro divisões. Superfície 56,0 m2. Confronta do Norte com GauMoço, do Sul

com José Emídio, do Nascente com o próprio e do Poe com estrada. *

Artº 961 - Situado nos “Foros” – Uma morada de casas com duas

divisões. Superfície 40,0 m2. Confronta do Norte com António

PedroCarvalho Anica, do Sul com o mesmo, do Nascente com o próprio e do Poente com estrada. * Artº 964 - Situado no lugar “Foros” – Uma

morada de casas com três divisões. Superfície 50,0 m2. Confronta do

Norte com João leal, do Sul com António Carvalho, do Nascente o próprio

do Poente com estrada. * Artº 965 – Situado no lugar dos “Foros” – Uma

morada de casas com duas divisões. Superfície 20,02, Confronta do

155

Norte com António Leal, do Sul, com José Ferro, do Nascente com o

próprio e do Poente com estrada. * Artº 966 - Situado no lugar dos

“Foros” – Uma morada de casas com duas divisões. Superfície 24,0 m2. Confronta do Norte com António Carvalho, do Sul com António Carvalho,

do Sul com António Cartaxano, do Nascente com António Carvalho e do

Poente com estrada. * Artº 970 – Situado no lugar dos “Foros” – Uma

morada de casas com uma divisão. Superfície 24,0 m2. Confronta do

Norte com estrada, do Sul com José Eugénio de Menezes, do Nascente com Gaspar Costa Ramalho e do Poente com o próprio.

CAPELA DA MISERICÓRDIA

* Artº 1.160 – Situado na Rua Direita – Capela de Nossa Senhora da

Conceição. Superfície 250,0 m2. , (construída em cima de um “Botaréu” cuja base dava com a rua de Santo António) – Confronta do Norte com

Largo da Misericórdia, do Sul com João de Oliveira e Sousa, do Nascente

com Rua Almirante Reis, e do Poente com Rua Direita *

PRAÇA DE TOUROS

Artº 1.162 – Situado na Avenida Vicente Lucas de Aguiar – Praça de

Touros – Superfície 2.718 m2. Confronta do Norte, do Sul, de Nascente e

do Poente com terrenos próprios.

* Artº 1.163 – Situado na Avenida Vicente Lucas de Aguiar (Antiga Rua do Calvário) – Edíficio do Hospital com dois Pisos ; R/c - com onze divisões

e duas casas de banho; 1º Andar – com sete divisões e quatro casas de

banho; superfície 320.0 m2, com casa mortuária com seis divisões e a

superfície de 77, 0 m2. Arrecadão com duas divisões e superfície de

60,0 m2. – Quintal/ou cerca com superfície de 6.033,0 m2. Confronta

156

do Norte e do Sul com via pública, do Nascente com Avenida da sua

posição e do Poente e do Sul com o Campo da Feira.

Omisso na Matriz – Parcela de terreno com área de 207 m2 situada junto à EN 118, limites desta vila ( a destacar do Artº 715 da Matriz Predial

Rústica da Freguesia de Salvaterra de Magos). Este terreno foi cedido

por Dr. José Henriques Lino e Esposa em escritura de Doação de 19 de

Janeiro de 1963.

1968 - Hospital da Misericórdia

157

Omisso na Matriz – Duas moradas de casas com cinco divisões e quintal

cada, constituíndo um bloco, construídas em terreno junto à EN 118,

limites desta vila; este terreno é pertença da Misericórdia em virtude da doação do terreno do Dr. José Henriques Lino e Esposa, escritura de

Doação de 19 de Janeiro de 1963.

PAPÉIS DE CRÉDITO

- Um certificado de renda Perpétua da Junat do Crédito Público, Nº 64,

que dá a renda trimestral de ................................. 2.727$49

- Um certificado de renda Perpétua da Junta do Crédito Público Nº 1.157,

que dá a renda trimestral de ................................ 2.611$02

- Quatro títulos ce uma obrigação cada, do valor nominal de 100$00 (cem escudos) cada, da Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de

Portugal, Nºs 459.091, 467.321, 467.322 e 467.323, ao juro de 5%

................................................................................ 20$00

JÓIAS (Guardadas no Cofre do Hospital)

1 – Um par de brincos de ouro; 5,4 gramas * 2 – Idem, 5 grs * 3 – Idem,

7,2 grs * 4 – Idem,9 grs * 5 - Idem 5,4 grs * 6 – Idem 3,9 grs * 7 -

Idem 3,5 grs * 8 - Idem 1,6 grs * 9 - Idem 2 grs * 10 - Idem 2 grs * 11 - Idem 1,8 grs * 12 - Idem 2,6 grs * 13 - Idem 2,1 grs * 14 - Idem 1,4 grs *

15 - Idem 1,1 grs * 16 - Idem 1,1 grs * 17 - Idem, 1 grs * 18 - Idem 0,7 grs

* 19 - Idem 1 grs * 20 - Idem 1 grs * 21 - Idem 0,8 grs * 22 - Idem 1,8

grs * 23 - Uma pulseira de ouro, 56,4 grs * 24 - Um coração de ouro

34,2 grs * 25 – Idem 26,15 grs * 26 – Idem 39 grs *27 – Uma

158

Gargantilha de ouro, 17.1 grs * 28 – Um colar de ouro, 10 grs * 29 – Um

Coração de Ouro, 42,7 grs * 30 - Idem, 19,7 grs * 31 – Um Broche de

Ouro, 2 grs * 32 – Um par de brincos de Ouro, 4.9 grs * 33 – Idem 1 gr * 34 – Idem 1,8 grs * 35 – Idem 1,5 grs * 36 – Um par de botóes de

colarinho, tipo espanhol 0,9 grs. * 37 – Um par de brincos, 1,9 grs * 38 –

Um fio de Ouro, com uma cruz pequena 8,3 grs * 39 – Um par de brincos

1 gr * 40 – Uma moeda de ouro: quatro moedas de prata; uma bolsa de

prata * 41 - Um fio de ouro, 3,2 grs * 42 – Idem, 1,1 grs * 43 – Idem, 0,8 gr * 44 – Idem 3,6 grs * 45 – Idem, 3,5 grs * 46 - Um anel de ouro, 1.5

grs * 47 – Idem a,a grs * 48 – Idem 0,9 grs * 49 – Idem, 1,2 grs * 50 –

Idem 1,2 grs * 51 – Idem, 1,1 grs * 52 Idem, 1,1 grs * 53 – Idem 1,2 gs * 54

– Idem 0,8 grs * 55 – Idem 0,4 grs * 56 – Idem, 1,3 grs * 57 – Idem, 0,7

grs * 58 – Idem 0,3 grs * 59 – Um par de brincos de ouro, 1 gr * 60 –

Idem, 1,8 grs * 61 - Um anel de ouro, 0,5 gr * 62 – Idem, 2,2 grs * 63 - Idem 0,3 gr * 64 – Idem 2,3 grs * 65 – Dois alfinetes de ouro, feitio de

pombo, 1.95 grs * 66 – Um broche de ouro, 2.9 grs * 67 – Sete peças

partidas de jóias, (adereço) * 68 – Três pares de brincos em pedras sem

valor * 69 – Dois anéis de prata, 7.7 grs * 70 – Um par de brincos de

ouro, 4 grs * 71 – Um broche de ouro 2,2 grs * 72 – Um par de brincos de ouro, 0.7 gr * 73 - Idem 7,2 grs * 74 – Idem, 1.8 grs * 75 – Idem, 1.5

grs * 76 – Um fio de ouro com medalhas de esmalte, 2 grs

MATERIAL DIVERSO

- No Edifício do Hospital:

Vestíbulo; - Dois bancos de ferro * Um capacho grande * Um capacho

pequeno * Cinco placas de mármore de agradecimentos a beneméritos

Na escada:

- Um quadro eléctrico * Um relógio * Um candeeiro de braço com tulipa

159

Na Sala de Sessões:

- Uma mesa grande * Uma estante com livros * Uma cadeira grande *

Dezoito cadeiras * Um tinteiro e caneta de prata * Um diploma coferido pela Sociedade de Beneficência de Vila Franca de Xira * Um retrato do

sr. Gaspar Costa Ramalho * Um retrato do Sr. Francisco Ferreira Lino *

Um retrato da Senhora D. Teresa Castro Pereira (Monte real) * Um

retrato do Snr. Jorge de Melo e Faro (Monte real) * Um retrato da

Senhora D. Maria da Piedade Costa Ramalho * Quatro colunas * Uma jarra de louça azul * Uma vitrina com um paramento que se compõe de

casula, estola, manípulo, bolsa de corporais, véu de cálice e véu de

ombros, tecido de seda bordado; ouro fino, duas dalmáticas de seda

branca, dois manípulos de seda branca, uma estola de seda branca, uma

capa e um véu de ombros.

No Gabinete do Médico: - Uma secretária * Uma marquesa de madeira estofada * Um tinteiro *

Duas cadeiras

No Gabinete do Escriturário:

- Uma secretária * Duas cadeiras * Uma estante * Uma máquina de

escrever * Uma mesa pequena * Um selo em branco * Um suporte de carimbos * uma máquina de furar papéis * Um tinteiro * Uma estante

com livros e documentos * Um cofre em ferro

Na Sala de Consultas:

Uma marquesa de madeira * Uma mesa de pensos * Um banco de ferro

rotativo Na Casa de Banho:

Uma tina de pedra * Uma tina de folha * Uma banheira grande redonda *

Um aquecedor

Na Casa das roupas:

Um guarda-roupas* Uma arca com três divisões * Dois Baús

160

Na Sala de Operações:

Uma mesa de ferro para operações * Uma vitrina com instrumentos

cirúrigicos * um carro para pensos * Um armário para medicamentos * Uma mesa de pensos * Um suporte de irrigadores * Um aparelho de

raios ultra-violetas * Uma mesa cabeceira * Um aparelho de medir a

tensão arterial * Um aparelho de oxigénio (garrafa e man´metro) * Uma

máscara uro-nasal

Quarto de Enfermaria: Uma cama de ferro com colchão de arame * Uma mesa de cabeceira de

madeira * Um lavatório completo * Uma cómoda * Uma Cadeira * um

guarda vestidos de mogno

Quarto de Enfermeiro:

Uma cama de ferro * Uma cadeira * Uma mesa de cabeceira * Uma

mesa de madeira * Uma cómoda de madeira

Quarto de Criado:

Uma cama de ferro * Uma cama de madeira * Um cabide * Uma mesa de

madeira

Enfermaria dos Homens: Dez camas de ferro * Cinco mesas de cabeceira * Uma cadeira * uma

lamparina de Alcoól *Um irrigador de pé alto * Uma mesa de ferro

quadrada * Uma cama de ferro com grades

Enfermaria das Mulheres:

Dez camas de ferro * Cinco mesas de cabeceira * Seis cadeiras * Uma mesa de ferro quadrada * Um solitário * Um irrigador * Uma cama de

tubo de ferro com colchão de arame articulado

Quarto das Criadas:

Duas camasde ferro * Uma cadeira * Uma cómoda

Quarto Particular:

161

Uma cama de ferro * Uma mesa de cabeceira * Uma cadeira de ferro

Casa Mortuária (Capela, Casa de Autópsias e casa de Arrecadação):

Um altar de madeira * Uma mesa de madeira * Uma mesa de pedra para autóspsias * Um estrado de Madeira * Um crucifixo * Dois castiçais de

metal * Dois jarros de louça

Cozinha:

Um Fogão de lenha * Uma mesa com tampo de mármore * Uma mesa de

madeira * Seis cadeiras * Um monta-cargas * Treze toalheiros * Três armários de madeira * Um carro de comida,com quinze tabuleiros *

Diversos pratos, copos e talheres * Uma máquina de costura “Singer”

********

CAPELA DE NOSSA SENHORA

Este edifício religioso, vindo de

séculos atrás, tem nas suas paredes azulejos de cor azul onde mostra

cenas da vida de Cristo. O tecto está

forrado com bonitos e preciosos retábulos. No meio da grande nave,

do lado esquerdo, um Púlpito para o sacerdote/ordor, falar aos fiéis. Além

do altar; com talha e pintura a ouro

velho, numa capela de interior – lado

direito; repousa a imagem do senhor

162

morto, que o povo uzava nas procissões da Páscoa.

- Imagem de Nossa Senhora da Conceição * Um vestido e manto de seda azul * Um vestido e manto de seda azul * Um vestido e manto de

Damasco branco * Um vestido de seda azul, bordado a ouro * Um vestido

e manto de Damasco Azul claro * Um vestido e manto de brocado azul

prateado * Um vestido e manto de seda branca * Um vestido e manto

bordado pelas Senhoras Infantas , irmãs de D. Miguel * Quatro mantos de seda * Quatro saias de seda

- Uma Imagem do Menino Jesus * Uma Imagem de S. José com o Menino

* Um frontal de Altar branco * Um frontal de Altar roxo * Um frontal

lilaz * Uma lampada grande de latão * Dois Castiçais de madeira * Vinte

e sete solitários de vidro * Dois apagadores de velas * Uma estante e missal * Uma campainha grande * Um cofre de madeira para esmolas *

Cinco quadros a óleo * Dois baús Uma Verónica * Dez lanternas * Um

andor para procissão * Um Armónio * Dezoito jarras de louça azul *

Cinco bancos compridos * Duas toalhas de linho * Duas galhetas e prato

de vidro * Um turíbulo de metal branco * uma caldeirinha de água benta * Uma imagem de S. Joaquim * Um cruxifixo, denominado – Senhor do

Bonfim * Um crucifixo de madeira dourada com resplendor * Cinco

casulas de veludo * Dois véus de ombro * Três estolas * Três manípolos

de seda * Dois sanguinhos * Dois Pendões * Um guião de seda * Um pano

vermelho de seda * Uma toalha de altar de linho * Cinco cortinas de seda * Seis cortinas de setineta * Um guarda de altar de linho.

******

163

CAPITULO IX

FUNCIONÁRIOS

164

FUNCIONÁRIOS

A escrita existente na Misericórdia é pouco explícita quanto aos nomes

do pessoal em serviço, ao longo dos tempos. Normalmente assinala a

sua presença por qualquer simples motivo de serviço, como por

exemplo um alteração uma alteração nas suas funções, mas só

raramente indica o seu nome. Quando há referência cita-se apenas o “Capelão”, o “ o Criado”, o

“Enfermeiro”, etc,..

Mesmo depois de 1913, data em que começou a funcionar o novo hospital,

a escrita não é suficientemente clara a tal respeito. Deve basear-se esta

omissão no facto de os servidores serem admitidos por simples

combinação ou acordo entre as partes interessadas, isto é, por simples contrato verbal, anúncios em ornais, etc. E não por qualquer concurso

que implique uma documentação e um registo que nos elucidar mais

sobre o assunto.

Um criado, uma cozinheira ou mesmo um enfermeiro entrava ao serviço

um despedir-se sem grandes exigências ou formalidades. A escrita continuava sempre com a mesma nomenclatura, qualquer que

fosse o serventuário. Até mesmo o registo contabilista não se alterava

quando o funcionário era substituído por outro, pois mantinha a mesma

expressão independentemente do nome do funcionário e indicava

apenas; “Ordenado da criada”, “Ordenado do enfermeiro”, etc.. Desta forma torna-se bastante dificil apensar nomes. E

modernamente, embora a escrita seja mais esclarecedora, a omissão

tem quase as mesmas dimensões, visto que em face da facilidade com

que o pessoal abandona o seu lugar, entra e sai, nem as Actas nem as

Contas registam os seus nomes.

165

O registo que se segue é certamente quase tudo o que se poderá apurar

neste capítulo.

****

1870 – Capelão; Frei, José da Piedade // Sebastião Valeriano Pinto

1871 – Encarregado da Capela; Joaquiim Pedro Santos Lucas

Vasconcelos * 1880 – Capelão; Frei, Camilo José Henriques de Oliveira

// Andador; Manuel Calixto Gonçalves * 1881 – Enfermeiro; Maria José de Figueiredo // Capelão; José António Pereira da Rocha * 1883 – Capelão;

Camilo José Henriques de Oliveira

1884 – Médico; Dr. Joaquim dos Santos Calado // Capelão; Pe António

Peixoto do Amaral * 1885 – Capelão; José António Pereira da Rocha *

1886 – Enfermeiro; José de Figueiredo // Andador; Mauel Calixto

Gonçalves // Enfermeiro; Maria José de Figueiredo //Capelão; José Augusto Pereira da Rocha * 1892 – Capelão; Pe. António Peixoto do

Amaral // Andador; Mnuel Calixto Gonçalves

1896 – Andador; Camilo Calixto Pinto de Figueiredo *1904 – Médico; Dr.

Armando Freire dos Santos Calado // Capelão; Rev. Joaquim Emiliano

Vieira S. Silva * 1905 – Andador; Casimiro Calixto de Carvalho * 1907 – Capelão; Rev. Francisco Batista

1909 – Enfermeira; Maria José Calixto // Enfermeira; Mariana Eugénia

Silva Lapa // Enfermeiro; Teófilo Gaspar * 1912 – Contínuo; Teófilo

Gaspar // Enfermeiro; Antónuo de Barros Ferreira * 1913 – Enfermeira;

Beatriz Ferreira // Escrevente; Manuel Frazão d`Azenha 1917 – O médico Dr. Armando dos Santos Calado pede aumento do

ordendo de 90$00 para 150$00, o que originou um conflito entre a Mesa

e o facultativo. Este assunto foi levado ao Governo Civil que concordou

com a solução da Mesa; ficou o caso resolvido em sessão de 8 de Junho

de 1917, voltando o dito facultativo a visitar os doentes do hospital.

166

1924 – Carta do Dr. Armando Freire dos Santos Calado, pedindo a sua

demissão de médico por ter encontrado na sua enfermaria um doente

pertencente à enfermaria a cargo do médico Dr. Roberto da Fonseca; foi aceite a demissão.

1926 – O Dr. Roberto Ferreira da Fonseca pede a sua demissão de

médico do hospital por ir fazer clínica especializada, de urulogia, em

Lisboa * Enfermeiro; José Justino Chitas * 1927 – Médico; Dr. José António Vieira * 1929 – Enfermeiro; José Maria Pereira Bravo *

Enfermeira; Maria Cândida Gonçalves Bravo * 1930 – Enfermeiro; José

António Chitas // Enfermeira; Perpétua Viegas * 1934 – Enfermeiro;

Alfredo Gomes Carvalho // Enfermeira; Carolina Alves

1935 – Médico; Dr. Joaquim Gomes de Carvalho // Enfermeiro; João

Batista Ribeiro * 1937 – Enfermeira; Henriqueta Mendonça 1939 – Enfermeiro; Agostinho Dias * 1940 – Enfermeiro; António

Rodrigues Pontinha // Enfermeiro; Agostinho Bailique * 1941 –

Enfermeiro; Nunes da Costa // Enfermeira; Júlia Rita Caleiro * 1942 –

Enfermeiro; José Martins Assunção // Enfermeiro; Marcial Otero Rosa *

1943 – Enfermeiro; Joaquim Miranda * 1945 – Criada; Gertrudes da Conceição // Criada; Celestina da Conceição * 1946 – Enfermeira; Clara

Tavares Fernandes // Criada; Celestina da Assunção * 1952 –

Enfermeira; Maria Helena de Brito Rodrigues // Enfermeiro; Duarte de

Oliveira * 1955 – Enfermeira; Maria Carolina Pereira * 1956 –

Enfermeira; Isabel Santos Sousa * 1957 - Enfermeira; Caetana Costa * 1960 – Enfermeira; Maria Sabina de Brito Rodrigues * 1963 – Enfermeira;

Maria Celeste Martins Calado Rodrigues Taborda * 1969 – Médico; Dr.

Joaquim Gomes de Carvalho

167

Funcionários actuais:

Médico – Dr. Joaquim Gomes de Carcalho * Enfermeira; Não há *

Cozinheira; Maria Alice Narciso * Serventes; Maria Adelaide Duarte Sequeira e Maria Rita Viegas * Lavadeira; Maria de Lurdes Nunes *

Escriturário; Octaviano Carlos da Silva

Ordenados :

1917 – Médico; 90$00 mensal * 1930 – Cozinheira; 75$00; Criada; 75$00 * 1939 – Enfermeiro; 90$00 mensal * 1940 – Enfermeiro; 120$00 mensal

* 1941 – Enfermeiro; 90$00 mensal * 1942 – Enfermeiro; 150$00 mensal

* 1943 – Enfermeiro; 165$00 mensal - Enfermeira; 120$00 mensal *

1945 – Enfermeiro; 200$00 mensal – Criada; 90$00 mensal * 1946 –

Enfermeira; 150$00 mensal * 1952 - Enfermeira; 800$00 mensal * 1954

– Cozinheira; 150$00 mensal * 1959 – Enfermeiro; 1.000$00 mensal – Cozinheira; 200$00 mensal – Serventes; 200$00 mensal * 1965 –

Enfermeira; 1.300$00 mensal – Escriturário; 800$00 mensal –

Cozinheira; 400$00 mensal – Serventes; 400$00 mensal * 1968 –

Enfermeira; 1.600$00 mensal – Cozinheira; 500$00 mensal – Serventes;

500 mensal

*********** *****

168

BIBLIOGRAFIA:

* - “Origem e Formação das Misericórdias Portuguesas” -

de Fernando S. Correia

* - “História de Portugal” – de Pinho Leal

* - “ O distrito de Santarém - Tomo 5 - 1939 de Bandeira Toro (Jornal “A Hora”)

* - “Documentação (Livros e Diversos Documentos)

Existentes no arquivo do actual Hospital”

* Repartição de Finanças (Processos, Testemunhos e Doações)

* Jornal “Aurora do Ribatejo” - Benavente

* Documentos e informações cedidas por – José Gameiro; colaborador no semanário; “Aurora do Ribatejo” e outros

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169

Indice:

* - CAPITULO I * Resumo da História Geral Assistência . ............................ Pág. 9 * - CAPITULO II * Alguns Factos Históricos de Salvaterra de Magos ......... Pág. 39 * - CAPITULO III * Misericórdia de Salvaterra de Magos ............................... Pág. 45 ( Fundação, Missão e Finalidade da Santa Casa) * - CAPITULO IV * Assistência Hospitalar e Movimento Demográfico ............. Pág. 65 - CAPITULO V * CONTABILIDADE ....................... Pág. 76 - Receitas e Despesas – (Séc. XVII - séc. XX) - CAPITULO VI * DONATIVOS ............................ Pág. 105 - CAPITULO XVII * MESÁRIOS ............................. Pág. 124 - CAPITULO XVIII * PROPRIEDADES E OUTROS BENS -- Pág. 146 - CAPITULO IX * FUNCIONÁRIOS ..................... Pág. 163 Nota - Escrita em 2013 * FOTOS: Do Arquivo Pessoal – José Gameiro - Morte do Conde dos Arcos – Pintura de Martin Maqueda - Foto do Hospital – 1969 e Imagem de Nossa

Senhora ( José Cardador) publicadas no volume original

170