stress em pastores

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1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA: RELIGIOSIDADE E SAÚDE Pesquisador líder: Prof. Dr. Edson Pereira Lopes 1 Ms. Pérsio Ribeiro Gomes de Deus 2 Nívea Costa da Silva Lopes 3 STRESS EM PASTORES EVANGÉLICOS RESUMO Uma das mais crescentes discussões da sociedade atual é a temática relativa ao stress, a qual se tornou uma urgente reflexão exibidas nas mais variadas mídias. Como não poderia ser diferente, nos últimos anos, alguns estudos tem explicitado o stress na religião e mais relevante ainda é que, os líderes religiosos despontam como os mais susceptíveis ao stress com índices superiores aos demais profissionais de outras áreas (Mendes&Cruz, 2006). A partir dessa perspectiva, o presente texto terá como foco: 1) investigar a incidência do stress em pastores evangélicos; 2) discutir suas possíveis causas; 3) propor 1 - Doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Docente do Programa de Mestrado Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Pesquisador Líder do Grupo de Pesquisa junto ao CNPq: Religiosidade e Saúde. 2 - Médico psiquiatra pela UNIFESP e Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Docente do Curso de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie com atuação no MACKVIDA. Pesquisador do Grupo de Pesquisa junto ao CNPq: Religiosidade e Saúde. 3 - Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Aluna do Curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pesquisadora do Grupo de Pesquisa junto ao CNPq: Religiosidade e Saúde.

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Stress de pastores

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UNIVERSIDADE PRESBITYERIANA MACKENZIE

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIEESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA

GRUPO DE PESQUISA: RELIGIOSIDADE E SADEPesquisador lder: Prof. Dr. Edson Pereira Lopes[footnoteRef:1] [1: - Doutor em Cincias da Religio pela Universidade Metodista de So Paulo. Docente do Programa de Mestrado Cincias da Religio da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Pesquisador Lder do Grupo de Pesquisa junto ao CNPq: Religiosidade e Sade.]

Ms. Prsio Ribeiro Gomes de Deus[footnoteRef:2] [2: - Mdico psiquiatra pela UNIFESP e Mestre em Cincias da Religio pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Docente do Curso de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie com atuao no MACKVIDA. Pesquisador do Grupo de Pesquisa junto ao CNPq: Religiosidade e Sade.]

Nvea Costa da Silva Lopes[footnoteRef:3] [3: - Mestre em Educao, Arte e Histria da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Aluna do Curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pesquisadora do Grupo de Pesquisa junto ao CNPq: Religiosidade e Sade.]

STRESS EM PASTORES EVANGLICOSRESUMOUma das mais crescentes discusses da sociedade atual a temtica relativa ao stress, a qual se tornou uma urgente reflexo exibidas nas mais variadas mdias. Como no poderia ser diferente, nos ltimos anos, alguns estudos tem explicitado o stress na religio e mais relevante ainda que, os lderes religiosos despontam como os mais susceptveis ao stress com ndices superiores aos demais profissionais de outras reas (Mendes&Cruz, 2006). A partir dessa perspectiva, o presente texto ter como foco: 1) investigar a incidncia do stress em pastores evanglicos; 2) discutir suas possveis causas; 3) propor instrumentos para minorar esta patologia neste grupo de religiosos. INTRODUOUm dos pioneiros a estudar os efeitos do stress na sade fsica e mental, conforme ressalta Gomes de Deus (2003) foi o austraco-canadense Hans Selye que em 1956 publicou o livro The stress of life, a partir de sua obra percebe-se que o termo stress derivado do latim estresse. No sculo XVII adquiriu a conotao de aflio ou adversidade e no final do sculo XVIII seu conceito evoluiu para fora, presso ou esforo. O termo com a conotao atual foi importado da Fsica para a rea da Sade. Stress significa levar um determinado material at seu ponto mximo de tenso ou esforo, a partir do qual sofrer alguma alterao molecular. Na Sade existe raciocnio idntico, isto , propiciar um rgo ou um conjunto de rgos a seu ponto mximo de tenso, esforo ou sobrecarga que resultar numa alterao biomolecular. Exemplo disto so os atletas, os quais submetem o sistema osteomuscular a limites mximos de uso e consequentemente colhem leses devidas ao stress destes rgos.Para efeito do texto, focalizar-se- o stress produzido sobre o psiquismo e a sade mental, os quais tm como sede o crebro cuja funo processar informaes. O excesso de informaes percebidas pelos rgos sensoriais, posteriormente elaboradas e finalmente comunicadas pode levar este rgo a limites de funcionamento extremo, onde ocorrer o stress. Costuma-se pensar nos tempos atuais como a poca do stress e das doenas depressivas. Cremos que de outra forma isto sempre existiu, pois ao voltarmos idade mdia contemplamos o pavor da peste e de outras doenas, as guerras e rumores de guerra, a angstia existencial de ento, a inquisio, os medos dos demnios,os desmandos dos tiranos da poca, as injustias e violncias sociais, etc....Talvez o que diferencie nosso tempo a velocidade com que a vida vivida com milhes de informaes para serem processadas por nosso crebro, os efeitos da globalizao ( agentes virais e doenas se globalizando tambm ) maior carga de trabalho em contraposio a menor oferta de emprego, e uma nova ordem mundial denominada de economia de mercado caracterizada por aumento de produo e consumo objetivando o lucro.

Conceitos de stressO termo stress vem da fsica e significa levar um determinado material a seu ponto mximo de tenso ou esforo, a partir do qual ele ter alguma alterao como modificao em suas caractersticas moleculares.Em medicina este conceito aplicado com o mesmo significado, e assim sabemos que se submetermos um determinado rgo a um esforo acima do qual est capacitado a exercer haver alguma modificao neste rgo desde alteraes funcionais at lesionais de forma que o stress se manifesta em nveis progressivos antes de se tornar doena.No crebro, diante de um fator estressor, vai haver liberao de corticotropinaque estimula a hipfise a liberar ACTH. O ACTH vai por sua vez estimular o aumento de cortisol e adrenalina. Ao cair na corrente sangunea a adrenalina causa alguns dos sintomas tpicos do stress com aumento dos batimentos cardacos, vasoconstrio e sudorese; o cortisol aumenta o teor de glicose sangunea e cronicamente pode interferir causando danos no sistema imunolgico explicando uma maior predisposio outras doenas.Um dos primeiros a abordar o stress foi o endocrinologista Hans Selye que em 1956 publicou o livro The Stress of Life . Segundo esse autor o stress tem trs fases distintas e progressivas: alerta, resistncia e exausto.Alguns autores atuais incluram ainda a fase de quase-exausto.

Fases do stress

1. Alerta: hipervigilncia, agitao, irritabilidade,taquicardia,sudorese,perda do apetite2. Resistncia: acrescidos aos sintomas anteriores, sensao de desgaste ao acordar, falha de memria, desnimo, diminuio da libido3. Quase-exausto: forte sensao de esgotamento, piora da falha da memria queda dramtica da produtividade, sinais de depresso e deI. ansiedade , descontroles emocionais.

4. Exausto : produtividade no trabalho quase nula, desgaste enorme denotando grande falta de energia, angstia e ansiedade diria, depresso severa, podem surgir alteraes cardacas gastro-duodenais, diabetes ,doenas autoimunes e doenas infecciosas.Para alguns especialistas o stress aumenta a incidncia de transtornos de ansiedade e depresso. Para outros o stress serviria apenas como gatilho.Sabemos que os Transtornos Afetivos como Sndrome do Pnico, Transtorno de Ansiedade Generalizada e Depresso so doenas multifatoriais, onde esto envolvidos propenso gentica,fatores psicolgicos e ambientais e o stress.Para tornar a comunicao mais didtica, poderamos dividir as conseqncias mais comuns do stress em fsicas e psquicas : FSICAS taquicardia, sudorese, alteraes do apetite, alteraes de peso, alteraes do sono, fadiga, desgaste ao acordar alteraes cardacas, alteraes gastro-duodenais ( gastrites, refluxos, colites ) diabetes, doenas auto-imunes, fibromialgia, reumatismos, doenas infecciosas, hipertenso

PSQUICAS ansiedade, irritabilidade, angstia, distrbios de ateno, comprometimento da memria, raciocnio lento, estado de cansao mental, alteraes do estado de humor , diminuio da libido, descontroles emocionais, isolamento, queda de produtividade, estados depressivos

STRESS NO MOMENTO ATUAL

Vivemos apressados e correndo o tempo todo, temos a sensao constante de falta de tempo e de que no daremos conta do recado.Sem que percebamos , ao final de um dia de trabalho estamos de tal forma tensos , que mal podemos mexer os ombros!O que percebemos um estado de cansao e prostrao progressivos ,e apesar desse desgaste fica muito difcil relaxar ou mesmo descansar.Acordamos cansados, com a sensao que precisaramos de mais umas 12 horas de sono, sentimos que o corpo dormiu mas a cabea no.Com o passar do tempo , alm da sensao de desgaste ao acordar comeamos a apresentar falhas de memria, desnimo e uma piora em nossa disposio sexual.Nossa energia e disposio diminuem consideravelmente, qualquer tarefa mesmo a mais simples se torna pesada e desgastante!Estes so alguns sinais do stress; mas porque a cada dia aumentam os casos de stress?O mundo atual marcado por crises e transformaes muito mais rpidas que em qualquer outra poca da humanidade.Se voltarmos somente 40 anos no tempo, tnhamos um outro panorama:as famlias faziam as refeies juntos!!. Todos se sentavam mesa e havia o alimento para o corpo e para o esprito! Nada de comer apressado, no havia ainda fast-food ou stress-food; havia tempo para a digesto dos alimentos e das experincias do dia.E os jantares ento..., momentos deliciosos, nos quais eram colocados mesa no s os alimentos, mas as dvidas, medos, ansiedades, sonhos e fantasias , as vitrias e tambm as dificuldades; havia uma troca e um compartilhamento de informaes e emoes fundamentais para o fortalecimento da famlia. Apesar das relaes familiares de ento serem mais formais ou respeitosas, havia muito mais intimidade, e a familia cumpria um papel importante de ncleo anti-stress.Atualmente raro a famlia se encontrar s refeies, estas so partilhadas com a TV, computador, cada um em um cmodo da casa convivendo como estranhos sem qualquer unidade ou intimidade!Nos tempos de hoje realmente no temos tempo sequer para nos alimentarmos adequadamente, no raro engolimos alguma coisa enquanto continuamos nossas tarefas.Muitas coisas mudaram de 40 anos para c, no somente os hbitos alimentares!Os avanos tecnolgicos e principalmente a velocidade com que as informaes so armazenadas e transmitidas mudaram completamente o panorama mundial.O momento contemporneo se apresenta como um grande caos. Segundo Crespi (1999, p.12), na sociedade atual h uma situao de desorientao generalizada, um caos provocado pela complexidade da diferenciao dos mbitos e significados e pelo pluralismo na produo de valores e de modelos culturais.Durkheim provavelmente ficaria perplexo com o rumo que a sociedade capitalista tomou quanto s relaes de trabalho e solidariedade, e teria um choque ao observar que as relaes entre os poderes atuais no visam a afirmao do Estado; antes do Estado est a corporao, o grupo, a multinacional. Neste contexto, o ethos de Weber toda pessoa tem que produzir teria o acrscimo de produzir para consumir.A mxima da economia de mercado a obteno de lucro s custas de diversos mecanismos, um dos quais o aumento dos ndices de produo.Ano aps ano, recordes de produo so batidos ; e isto leva o homem a limites de trabalho e de desgaste inimaginveis .O homem atual, do ponto de vista social, um ser esvaziado de valor intrnseco; ele vale pelo que produz, no pelo que , nem por seus valores ou convices; ou ento, vale por seu poder de consumo. Conseqentemente, os sentimentos de insegurana, medo, impotncia e falta de significado existencial esto sempre presentes nele. Associado a estes sentimentos negativos, existe um comprometimento fsico no sentido de enorme desgaste, com repercusso em diversos sistemas orgnicos como prejuzo no sistema imunolgico, hormonal, homeostase, ciclo circadiano, entre outros sistemas. H na realidade um esvaziamento global do ser no sentido energtico, no restando energia nem para responder s necessidades mais bsicas e elementares do ser humano preconizadas pela Organizao Mundial da Sade : o direito uma vida saudvel e digna. O stress o caminho que leva a diversos destinos de doenas : fsicas, psquicas, sociais e espirituais. ALTERAES ORGNICAS PRODUZIDAS PELO STRESS

As alteraes decorrentes do stress vo comprometer o organismo como um todo, pois comprometendo o funcionamento do crebro, todas as funes por ele gerenciadas sero igualmente comprometidas.O stress pode ser dividido em trs fases diferentes ( DEUS,2006) : Fase de alerta Fase de resistncia Fase de exaustoNa primeira fase ( alerta) o indivduo torna-se mais alerta, ficando inclusive mais produtivo; esta fase se for breve ou vivida por pequeno espao de tempo pode ser inclusive benfica ao indivduo. Neste perodo j ocorrero alguns sintomas decorrentes da maior exigncia aos sistemas cerebrais como : pequenos lapsos de memria, sinais de ansiedade e alteraes de humor e sintomas clnicos decorrentes da liberao de algumas substncias ( cortisol e adrenalina ) que produziro aumento da frequencia cardaca e da velocidade respiratria .Se o indivduo no diminui o ritmo do funcionamento cerebral, o stress poder evoluir para a segunda fase , a fase de resistncia . Nesta fase existe uma exacerbao dos sintomas psquicos e clnicos como: alterao do padro de sono, sensao de desgaste principalmente ao acordar, piora da ansiedade, irritabilidade e piora das oscilaes do humor, diminuio da concentrao e ateno e consequentemente piora da memria, sensao de cansao constante , diminuio do prazer e dos desejos- incluindo o sexual; e tambm sinais e sintomas clnicos como alteraes no aparelho digestivo ( ulceraes ), piora do ritmo cardaco o que leva muitos pacientes a procurarem o cardiologista ou inmeras passagens pelo pronto socorro.Na terceira fase do stress,denominada de fase de exausto h uma piora generalizada de todo organismo com comprometimentos orgnicos mais severos e uma forte sensao de esgotamento. Falha severa da memria e no aprendizado, queda dramtica da produtividade so os sintomas que mais chamam ateno. H tambm uma piora dramtica da ansiedade e dos sintomas depressivos, descontroles emocionais freqentes, exploses emocionais e uma tendncia ao isolamento e retrao social. Os sintomas fsicos presentes nas fases anteriores se agravam e existe uma queda da resistncia imunolgica com a presena de infeces e viroses constantes.Dentre as mudanas qumicas no crebro decorrentes do estado de stress existe a liberao de uma substncia a corticotropina; esta estimula a hipfise a liberar o hormnio ACTH hormnio adrenocorticotrfico. O ACTH por sua vez aumenta o nvel de cortisol e de adrenalina substancias liberadas em todas as situaes de stress . Ao cair na corrente sangunea a adrenalina provoca sintomas tpicos do stress como aumento dos batimentos cardacos ( taquicardia ) e a vasoconstrio ( o sangue sai das extremidades e da a sudorese e as mos frias ) .O cortisol interfere nos mecanismos regulatrios da glicose e por conseguinte poder predispor o organismo a situaes de hiper ou hipoglicemia ;e ainda produzir alteraes no sistema imnunolgico, deixando o indivduo mais vulnervel a outras doenas.O stress no necessariamente ruim, pois existem situaes que nos estressam mas a recompensa compensatria, e o perodo de exposio situao estressora deve ser pequena , como quando estamos ansiosos trabalhando por algo que nos trar alguma saciedade ou felicidade futuras, como quando planejamos uma viagem, esperando o nascimento de um filho, a assinatura de um bom contrato .O chamado stress ruim gera por outro lado as alteraes descritas acima : abatimento ou sensao de pnico, um quadro de exausto ou fadiga , causando hipertenso, alteraes hormonais, acmulo de gordura no organismo. Estas fases do stress podem ser visualizadas com mais propriedade nos quadros abaixo:

Quadro IReao de alarme

Quadro IIFase de resistncia

Quadro IIIFase de exausto

Sabe-se da prtica ou evidncia clnica, que aps um estado de stress prolongado, devido diversos fatores dentre eles o esgotamento de mediadores qumicos cerebrais, o indivduo ter uma chance muito grande de desenvolver outras patologias psiquitricas ( DEUS,2003)O estresse aumenta a incidncia de patologias como ansiedade,depresso, sndrome de pnico, transtorno de ansiedade generalizada. Estas doenas so multifatoriais e estresse funcionaria como um gatilho para o desencadeamento das mesmas

PROFISSES MAIS EXPOSTAS AO STRESS

Estudos recentes publicados pelo International Stress Management Association (www.ismabrasil.com.br,2008) listaram as profisses campes do stress:

1 lugar: Policiais e seguranas privados;2 lugar: Controladores de vo e motoristas de nibus urbanos;3 lugar: executivos, trabalhadores da rea da sade, bancrios;4 lugar: jornalistas

As razes so justificveis e interessantes: policiais: estado de alerta constante, dificuldade em relaxar; controladores de vo: nenhum momento de desateno; enorme responsabiloidade motoristas de nibus urbanos: stress ambiental , sonoro, poluio, presso e controle dos passageiros, dificuldades do trnsito, presso das chefias, carga de trabalho excessiva executivos, trabalhadores da sade e bancrios: presses de todos os lados, chefia, clientes e subordinados jornalistas: exposio a situaes e fatos carregados de emoo nos quais so no raro o primeiro anteparo emocional onde so descarregadas asemoes dos entrevistados ,insegurana em avaliar a veracidade das informaes e carga de trabalho excessiva.

Todavia, apesar das categorias profissionais acima, ressalte-se que foram ouvidos pelo ISMA (Unisinos, 2008) 1600 profissionais em cinco regies brasileiras e observou-se que os religiosos apresentam ndices de stress superiores at mesmo aos profissionais de segurana. Foi encontrada a porcentagem de 28% dos padres e freiras com ndices de stress, ante 26% dos policiais e 20% dos executivos (Unisinos, 2000)Rossi coordenadora do ISMA (Unisinos 2008) se refere ao que foi constatado da seguinte maneira: Os fiis esperam dos sacerdotes comportamentos exemplares. No mesmo contexto, o padre Reginaldo Lima em entrevista concedida Revista Veja de ____de 2008, exemplar _____: O padre padre a toda hora. Ainda segundo a opinio do padre, o religiosos no tem jornada de trabalho estabelecida e devem estar constantemente disposio dos paroquianos. Na pesquisa com lderes religiosos pentecostais, neopentecostais e tradicionais realizada na Universidade de Braslia foi constatado que existem fortes incidncias de desgaste fsico e psicolgico nestes lderes (MENDES, SILVA 2006 ). Assim se referem os autores:A constante lida com problemas psquicos e sociais da comunidade, a forte exigncia moral e a constante disponibilidade para as pessoas trazem srias conseqncias, principalmente pelo parco espao pblico de discusso e pelo fraco apoio organizacional principalmente entre os tradicionais.

O pastor americano Anthony G Pappas ( PAPPAS,1995 ) considera o stress pastoral dentro de uma viso de cruzamento de energias , como num duelo onde as expectativas do pastor so cruzadas com a realidade que o cerca, principalmente considerando sua congregao de fiis. Like crossed swords clashing in a duel, stress exists when the expectations Of the pastor cross with his or her experience of the surrounding reality. When pastoral hopes are blindsided by congregacional happenings, stress results.Although this stress may be generated in many arenas, it is registered in the being of the pastor, heart or mind, psyche or soul. Stress is a internal pain.

O pastor Pappas classificou o stresspastoral em cinco categorias: Intrapessoal : relativo fatos e fenmenos da vida pessoal do pastor Interpessoal : relativo e gerado no relacionamento do pastor com indivduos relacionados sua congregao Stress da funo pastoral: devido diferenas entre o pastor e a congregao quanto a expectativas em relao funo pastoral Stress da Congregao : decorrente do funcionamento da congregao ( problemas de comunicao, problemas de dinmica familiar, choques culturais, paradigmas teolgicos Stress de envolvimento : relativo dinmica decorrente do envolvimento social da Igreja no contexto da vizinhana, social e da comunidade no sentido mais amplo

No retorno s categorias profissionais mais sujeitas ao stress, pode-se depreender que os lderes religiosos apresentam a somatria dos fatores estressores de cada uma das categorias profissionais, exemplificando: esto em constante alerta como os policiais; no podem ficar desatentos como os controladores de vo recebem presses de todos os lados: lideranas, membresia, como os executivos e trabalhadores da sade semelhantemente aos jornalistas esto expostos constantemente a fatos e situaes carregadas de emoo sendo no raro o primeiro anteparo nestas situaes e somam ainda carga de trabalho excessiva ou no determinada.Pelas razes acima, a presente pesquisa traz como um dos seus objetivos a realizao de um levantamento preliminar da incidncia de stress em pastores evanglicos, pois sob a perspectiva terica este grupo de profissionais rene caractersticas de outras categorias profissionais sujeitas a elevados ndices de stress e como tal deve apresentar elevados ndices de stress. DEPRESSO EM PASTORESO estado depressivo em religiosos observado desde os primeiros pastores oulderes religiosos como verificado em alguns profetas e demais responsveis pela liderana religiosa em alguns povos.O estado depressivo foi verificado e descrito de forma clara em Davi , mas Davi era mais um lder poltico que religioso; tambm encontramos depresso no profeta Jonas registrado em Jonas 4; igualmente encontramos este estado em Jeremias (Lt.Jr4 ), e em outros servos de Deus como a bblia nos descreve.Em nossa prtica clnica como psiquiatra, temos atendido um nmero expressivo de pastores com quadros depressivos como observado por outros autores ( KOENIG,H G 2001 , MOREIRA ALMEIDA 2006 ).Francisco Lotufo Neto ( LOTUFO NETO 1977,pp251 ) encontrou maior incidncia de doenas mentais entre ministros protestantes se comparados populao geral, sendo que os transtornos depressivos responderam por 16,4% das doenas mentais encontradas nos ministros protestantes. Os dados de nossa pesquisa ( DEUS,P 2008 ) As influncias do sentimento religioso em cristos portadores de depresso confirmam os achados destes outros pesquisadores. Dentre os 50 pronturios de pacientes cristos portadores de depresso atendidos na referida pesquisa num perodo de 6 meses, 13 pertenciam a pastores, representando 26% dos pacientes atendidos. Acreditamos que as respostas destes pacientes merecem uma ateno particular. Dos treze pastores, nove so Presbiterianos, trs so Batistas e um da Assemblia de Deus. Esta porcentagem precisa ser considerada de forma cuidadosa, pois no espelha a incidncia real de doena depressiva entre religiosos ou entre pastores. A explicao deste desvio ou artificialidade percentual pode se dever ao fato de que h poucos psiquiatras cristos em nosso meio e esta pesquisa foi realizada por um psiquiatra cristo e presbiteriano. Esclarecemos ainda que devido ao tamanho pequeno da amostra , os resultados no permitem generalizao pois no refletem a porcentagem de religiosos protestantes em nosso pas; devendo portanto ser compreendida como estudo de caso.A incidncia da doena depressiva bastante menor se comparada incidncia dos estado de stress. Se a incidncia de depresso em pastores elevada, pode-se depreender por mais este caminho, uma expectativa igualmente elevada de stress.

JUSTIFICATIVA

A pesquisa por si s se justifica por causa da elevada incidncia de stress observada no mundo atual e por suas conseqncias danosas ou prejudiciais ao organismo em suas dimenses fsicas e psquicas. Outrossim, trata-se de uma relevante pesquisa. Pois, mesmo que haja alguma literatura concernente ao stress em religiosos, no h dados sobre a incidncia do stress em pastores evanglicos, sendo que grande parte das explicaes e teorias acabam derivando pelo caminho da interpretao subjetiva. Para fugir-se do subjetivismo emprico, justifica-se a presente pesquisa. Alm disso, conforme explicitado no objetivo, com a obteno dos resultados sero indicados meios teraputicos para lidar com o problema, no sentido de estudar-se possibilidades de diminuio da incidncia do estado de desgaste que pode estar acometendo este grupo de religiosos, bem como propor algumas alternativas teraputicas

IV. MTODO

Com relao ao mtodo destacam-se os seguintes princpios: a) Instrumentos. Foi aplicado um questionrio semi- estruturado baseado na escala de stress de Holmes e Rahe. b) Procedimentos. O questionrio foi aplicado no curso de Aproveitamento de Crditos de Seminrio Maior da Universidade Presbiteriana Mackenzie a pastores de diferentes denominaes evanglicas e por ocasio de reunies conciliares dos pastores presbiterianos. Os participantes recebero a Carta de Informao ao Sujeito de Pesquisa e o questionrio que esto em conformidade com as normas do Comit de tica da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

V. RESULTADOSNmeros da amostra : 90 pastores1. Idade mdia 38 anos, mais idoso 57 anos, e mais jovem 24 anos 2. Tempo de exerccio do pastorado: 5 anos 3.Regio do pas onde exerce o pastorado: norte -6, nordeste 9, centro-oeste 3, sul 4, Sudeste 674. Exerccio de outra ocupao : sim 26; no 635. Renda mdia R$ 3.000,00 menor renda: R$ 400,00; maior renda R$ 7.500,006.Denominao Presbiterianos 79 Batistas - 2 Assembleianos 47. Pastor eleito : sim- 29; no 608. Mudanas de membros no conselho : sim-29 ; no 379. Representante do presbitrio : sim-40; no 4210. Sua Igreja tem crescido : sim 45; no 4011.Honorrios suficientes e pagamento pontual :

Questionrio/ Escala de Holmes -Rahe

ESCALA HOLMES RAHE

EVENTOSASSINALE SUAS SITUAESESCALA DE IMPACTO

Morte de cnjuge100

Divrcio73

Separao conjugal265

Pena de priso63

Morte de familiar prximo1363

Doena pessoal ou acidente22 53

Casamento2150

Demisso de emprego547

Reconciliao conjugal345

Aposentadoria245

Comprometimento da sade em membro da famlia3243

Gravidez940

Dificuldades sexuais1939

Aumento da famlia1539

Mudana importante no trabalho3539

Mudana na condio financeira4538

Morte de amigo ntimo937

Mudana no esquema, ritmo ou rea de trabalho5536

Aumento das discusses com cnjuge2535

Aquisio de casa ou dvida de valor Alto4031

Termino de pagamento de emprstimo2430

Alterao na responsabilidade profissional3329

Sada de filho de casa529

Dificuldades com a polcia29

Reconhecimento de feito profissional de realce1428

Cnjuge inicia ou para de trabalhar3026

Comeo ou abandono de estudo6526

Aumento ou diminuio de pessoas moradoras na casa1125

Mudana de hbitos pessoais4424

Problemas com o chefe723

Mudana no horrio de trabalho1720

Mudana de residncia4420

Mudana de escola819

Mudana de atividade recreativa2219

Mudana de atividade religiosa1218

Mudana de atividade social2217

Compra a crdito de valor mdio5516

Mudana no hbito de dormir3515

Mudana nas freqncias de reunies familiares2815

Mudana no hbito de alimentao3213

Frias5312

Natal ou outra festa de tradio importante na famlia2912

Recebimento de multas ao cometer pequenas infraes3111

TOTAL DE PONTOS

RESULTADOS DO TESTE

NOTA OBTIDA NIVEL DE RISCO PORCENTAGEM

150 119 Moderado 5 pastores 1,1%

200 299 Mdia 42pastores 47,5%

300 ou mais Severa 42pastores 47.5%

POSSIBILIDADES DE ADOECER PORCENTAGEM GRAU DE ACOMETIMENTO

37% MODERADA

51% MDIA

79% SEVERA

VI. DISCUSSO

Os resultados apontam grau de stress mdio em 47,5% dos pastores, e grau de stress severo em 47,5 % deles. Se considerarmos o stress severo, teremos portanto 47,5% dos pastores acometidos por um grau de stress acima do nvel mdio , portanto preocupante. Segundo o mtodo adotado por Holmes e Rahe existe uma maior predisposio dos mesmos a adoecer.Os resultados apresentam alguns temas com grande concentrao de respostas positivas: Aumento de discusso com o cnjuge 27% Cnjuge inicia ou para de trabalhar 33% Multas ou pequenas infraes 33% Mudana de hbito em alimentao 35% Comprometimento da sade em membros da famlia 35% Alterao na responsabilidade profissional 36% Alteraes de sono 38% Mudana importante de trabalho 38% Mudana de hbito de dormir 38% Aquisio de casa ou dvida de alto valor 44% Mudana de residncia 48% Mudana de hbitos pessoais 48% Mudana de esquema, ritmo ou rea de trabalho 61% Mudana de condio financeira 50% Compras a crdito 61% Comeo ou abandono de estudo 75%No contacto pessoal com este grupo de pastores , obtivemos as seguintes problemticas, temas e causas relacionadas ao stress que no estavam diretamente contidos no questionrio, mas que eles julgaram importantes e fizeram questo de enfatizar: problemas com instncias da Igreja (compreendida enquanto organizao ) por presbitrios e snodos : falta de compreenso e apoio das referidas instncias problemas de relacionamento com as Igrejas locais uma queixa comum maioria foi a existncia de problemas financeiros advindos da baixa remunerao profissional. Problemas conjugais tambm foram significativos. A tnica das dificuldades de relacionamento conjugal se referiu insatisfao das esposas pela falta de tempo e conseqente falta de dedicao famlia, pois a Igreja era priorizada em lugar da esposa e filhos. Alguns tambm colocaram sentimentos de mgoas das esposas em relao ao tratamento recebido nas Igrejas mudanas constantes de campos de trabalho.

Do contacto no atendimento mdico aos mesmos, sabe-se que, devido a condies peculiares e particulares do exerccio do pastorado, os pastores, a exemplo dos lderes de outros segmentos da sociedade, apresentam inmeras variveis que tornam especialmente difcil para eles lidar com estados de fragilizao, como o fato de estar doente; mais grave ainda se esta doena for um estado de stress ou um quadro depressivo. O pastor, o lder carismtico, ungido, investido da imagem do homem de Deus na comunidade tem que estar sempre pronto e disponvel para as atividades pastorais. Esta pronta disponibilidade atrelada a falta de um horrio determinado para as atividades pastorais apontada ( UNISINOS,2008 ) como uma das causas predisponentes doenas. Estas atividades freqentemente demandam por uma alternncia de emoes: sepultamento pela manh, reunio de liderana tarde, casamento em final de tarde e culto noite, ou seja, a vivncia, num mesmo dia, dor e do luto, o exerccio da lgica e preocupao, celebrao de momento de alegria, prdica e exortao; e atreladas a estas atividades todas as emoes sentidas, expressas e contidas pelo veculo sagrado. Foi observado tambm uma dificuldade em maior auto-conhecimento, j que toda a energia cognitiva voltada ao sagrado, e a conativa ( ativa ) direcionada comunidade. Foi referido pelos pastores, grandes exigncias por parte dos fiis expressas em cobranas e expectativas por parte da igreja local e da Igreja compreendida aqui como a Igreja enquanto Organizao (Igreja Presbiteriana do Brasil, Conveno Batista, Assemblia de Deus ), falta de suporte de setores destas Igrejas, e a solido ministerial. A preocupao com o rebanho , com o povo de Deus, com as almas a serem salvas genuinamente to intensas; que se tornam prioridade absoluta seguindo inclusive uma orientao das Sagradas Escrituras o bom pastor d a sua vida pelas ovelhas... Longe de apresentar qualquer pretenso teolgica, gostaria de colocar apenas que o Bom Pastor um s, e j deu sua vida pelas ovelhas; portanto os demais pastores esto dispensados de cumprirem esta orientao em sentido literal. Para temperar este texto, me recordo de uma interpretao dada por um experiente e respeitado pastor presbiteriano a respeito de um versculo tambm das Sagradas Escrituras com a mesma medida que primeiramente vocs se amam e cuidam de vocs mesmos, amem tambm a seu prximo A lida pastoral est to focada no prximo, que no raro o pastor se esquece de si mesmo e daqueles que lhe so mais prximos.

VII. ORIENTAES TERAPUTICASAs propostas de orientao teraputicas devem estar ancoradas no bom senso, e em especial a este grupo de religiosos pastores, ter bem claro as limitaes impostas pelo juzo de realidade. Com isso estamos querendo adiantar que sabemos das limitaes e at mesmo impossibilidades em se modificar as condies de insero deste grupo de profissionais ( e de quaisquer outros ) no mundo atual. No temos o poder de mudarmos o contexto circunstancial . Nossa proposta portanto no ter pretenses sociolgicas , to somente o indivduo portador de stress. Isto colocado, porque a primeira medida que deve ser tomada a um portador de stress a diminuio do estado de tenso fsica e psquica relacionada carga de trabalho ; e neste caso, como em diversas categorias profissionais similares ( lderes, executivos , gestores ) , esta medida de diminuio ou at mesmo suspenso temporria das atividades profissionais no pode ser feita ( devido a fatores que extrapolam a presente comunicao )Temos em mente ento que no raro, temos que consertar o navio enquanto ele navega ( pedindo a Deus que nos poupe de tempestades ciclones e tsunamis ).As orientaes ento visaro medidas que dependero basicamente da prpria pessoa, e no de outras instncias. As orientaes teraputicas tem como objetivo melhorar a qualidade de vida,atuando preventivamente e terapeuticamente em relao sade. Algumas so aparentemente simples e at mesmo bvias, e talvez por serem simples so negligenciadas mas como ser exposto, tem apoio neuro-cientfico relevante.

Exerccios fsicos so extremamente benficos, e no necessitam maiores investimentos, pois uma das melhores formas de exerccios fsicos a caminhada. Idealmente deve ser realizada diariamente por perodo de meia hora. Importante lembrar, que antes da prtica de qualquer exerccio fsico, deve-se realizar avaliao fsica e mdica. O exerccio fsico melhora a circulao, atua na preveno de doenas cardio-vasculares, fortalece musculatura e ossatura prevenindo doenas reumticas, libera endorfina uma substncia importante no organismo, ajuda a evitar obesidade. Esportes desde que j haja um condicionamento fsico, pode-se iniciar a prtica de esportes, que alm dos benefcios conseguidos com o exerccio fsico, ainda tem uma funo ldica e em alguns esportes a funo de grupo o favorecimento das relaes sociais Tcnicas de relaxamento so importantes para alvio do estado de tenso fsico e psquico advindos do stress. Existem diversas formas de relaxamento, desde vrias modalidades de massagens, banhos, at ouvir msica suave e harmnica num ambiente calmo, silencioso e agradvel. Dependendo do tipo de personalidade, pode-se descobrir diversas formas de relaxamento Meditao geralmente lembro a meus pacientes o exemplo de Daniel nas funes que exercia intenso deveria ser seu stress; mas ele orava diversas vezes por dia. A orao uma das armas teraputicas mais eficazes contra o stress. Arte-terapia qualquer manifestao artstica feita de maneira natural e espontnea tem grande valia na preveno do stress. Esta forma j era praticada por Davi para aliviar o estado de sade do rei Saul. Lazer o conceito de lazer um tempo livre , ou tempo de descanso aps a realizao de um perodo de atividades. Deveramos ter um tempo de lazer ao final do dia de trabalho, ao final da semana de trabalho, ao final do ano de trabalho, e ao final do ciclo de trabalho ( aposentadoria ). O lazer tem importncia em diversas direes, desde o estmulo criatividade, investimento em atividades que enriquecem o ser, e o prprio descanso. Se at o criador descansou no stimo perodo da criao, que dizer de ns obras da sua criao.Neste ponto cabe uma explicao com base nos estudos da neurocincia. Estas seis atividades acima so processadas principalmente pelo crebro contra-lateral ou no dominante. No crebro dominante so processadas as informaes concernentes aos processos do raciocnio lgico; e no crebro no dominante so processadas outras informaes como as afetivas, sensitivas. Exemplificando : ou estamos orando ou pensando na resoluo daquele problema ; mas orar e raciocinar sobre aquele assunto ao mesmo tempo no possvel. Com base nesta explicao, quando estas cinco atividades so praticadas, consegue-se um descanso do crebro que raciocina. Essa alternncia fornecida por estas atividades extremamente benfica no s para o crebro, mas para o corpo que d sustento a esse crebro. Psicoterapia para os casos em que parte das tenses geradoras do estado de stress estarem ligadas a situaes de conflitos, conscientes ou no, a psicoterapia pode ser de grande auxlio e valia. Medicamentos os medicamentos atuam de forma direta e indireta nos casos de stress. A atuao indireta se d em relao comorbidades , no sentido de atuar nas conseqncias fsicas advindas do desgaste em rgos ou sistemas hipertenso, alteraes de glicemia, alteraes do sistema gastro-intestinal, infeces freqentes. A ao direta realizada no sentido de se proteger a rede neural , a partir do uso de frmacos especficos que atuam como neuro-protetores, neuro-estabilizadores e reguladores do sono. Um dos frmacos mais eficientes e confiveis o clonazepan.

Precisamos apontar que o stress cumulativo, no se pode recuperar um longo perodo de stress com um pequeno perodo de descanso no adianta deixar descansando a pea de um automvel danificada pelo stress- ela continuar danificada. As medidas de preveno e tratamento visam atenuar o desgaste excessivo do processador cerebral e fortalecer o organismo de forma a fornecer mais energia ao crebro. Naturalmente, quanto mais srio for o comprometimento fsico e psquico decorrentes do desgaste proporcionado pelo stress, medidas mais srias devem ser adotadas.Como geralmente os indivduos ( principalmente os pastores ) no se apercebem que j esto num grau elevado de stress ( como descrito anteriormente, fase de quase- exausto ou de exausto ) , quando vem procurar ajuda temos que inici-la a partir do tratamento dos danos fsicos e psquicos ( comorbidades ) , e estes estados so to severos que temos que inciar o tratamento com o uso de medicamentos especficos. Aps uma melhora clnica e psquica, as outras medidas de preveno e teraputicas vo sendo implementadas. Fazendo uma metfora : ao adquirimos um computador, o mesmo vem com manual de instrues quanto ao uso e quanto a cuidados que devemos ter para preservar a vida til do aparelho ; ns tambm temos um manual de instrues sobre os cuidados que devemos ter para preservarmos nossa vida til . Esse manual foi construdo ao longo de sculos de aperfeioamento da espcie humana, e contm captulos com informaes de reas de conhecimento como a histria, filosofia, sociologia, antropologia, psicologia, cincias mdicas, teologia e outros campos do saber que se ocupam do ser humano. Com todo o conhecimento acumulado o ser humano consegue atualmente verdadeiras proezas em relao ao prolongamento da vida . Infelizmente, devido a dificuldades em estabelecer juzos de valor de forma adequada, coloca prioridades que no valorizam nem dignificam seu prprio ser interior; antes o esvaziam pela invaso de prioridades que lhe so impostas, e que no so suas. Heidegger chamou este fenmeno de estado de runa , onde ocorre um afastamento lento e imperceptvel do ser em relao a ele mesmo e de seus sonhos e desejos.Jesus Cristo, o maior autor do manual de instrues para o ser humano foi claro e direto quando afirmou : Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundncia. Este o objetivo final desta comunicao, que ao nos prevenirmos dos estados de stress e de suas consequncias, possamos realmente ter vida abundante.

ANEXO 1 Carta de Informao ao Sujeito de Pesquisa

CARTA DE INFORMAO AO SUJEITO DE PESQUISA

Esta pesquisa tem como intuito verificar a incidncia de stress em pastores evanglicos. A participao na pesquisa ser voluntria, os dados da pesquisa sero colhidos pela aplicao de um questionrio estruturado. Este material ser posteriormente analisado e ser garantido sigilo absoluto sobre as questes respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes, bem como a identificao do local da coleta de dados. A divulgao do trabalho ter finalidade acadmica e espera contribuir para uma maior compreenso da temtica em estudo. Aos participantes, cabe o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem prejuzo algum. Os dados coletados sero utilizados no grupo de pesquisa Religiosidade e Sade da Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie cadastrado no Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), alm de contar com o apoio do Comit de tica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o que qualifica a presente pesquisa e demonstra sua seriedade.

___________________________________________________________Prof. Ms. Prsio Ribeiro Gomes de Deus Prof. Dr. Edson Pereira Lopes Pesquisador Pesquisador lder ANEXO 2 Carta de Informao Instituio

CARTA DE INFORMAO INSTITUIO

Esta pesquisa tem como intuito verificar a incidncia de stress em pastores evanglicos. A participao na pesquisa ser voluntria, os dados sero colhidos pela aplicao de um questionrio estruturado. Este material ser posteriormente analisado e ser garantido sigilo absoluto sobre as questes respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes, bem como a identificao do local da coleta de dados. A divulgao do trabalho ter finalidade acadmica e espera contribuir para uma maior compreenso da temtica em estudo. Aos participantes, cabe o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem prejuzo algum. Os dados coletados sero utilizados no grupo de pesquisa Religiosidade e Sade da Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie cadastrado no Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), alm de contar com o apoio do Comit de tica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o que qualifica a presente pesquisa e demonstra sua seriedade.

___________________________________________________________Prof. Ms. Prsio Ribeiro Gomes de Deus Prof. Dr. Edson Pereira Lopes Pesquisador Pesquisador lder

ANEXO 3 Questionrio O teste que feito por voc fundamenta-se na auto-avaliao e abaixo est um instrumento que avalia sua situao de stress por meio de um questionrio semi-estruturado com 13 perguntas e com uma escala de reajustamento social, conforme a Escala de Holmes-Rahe (GORESTEIN, 2000). O teste simples, basta assinalar com um X cada situao que est acontecendo ou que aconteceu em sua vida nos ltimos trs anos. Ao final faa a somatria dos pontos e verifique sua situao frente ao stress. No necessria sua identificao, apenas preencha os dados para a pesquisa. O resultado da pesquisa e o texto sobre stress sero disponibilizados aos participantes via homepage da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Escola Superior de Teologia:1. Idade mdia 2. Tempo de exerccio do pastorado: 3.Regio do pas onde exerce o pastorado: 4. Exerccio de outra ocupao : 5. Renda mdia6.Denominao 7. Pastor eleito 8. Mudanas de membros no conselho9. Representante do presbitrio10. Sua Igreja tem crescido11.Honorrios suficientes e pagamento pontual 4.Exerce outra ocupao: __________5.Em caso afirmativo, quantas horas gasta em outra funo: __________6.Renda: _______________ 7. Denominao: ___________________8. Voc pastor eleito: ______________9. H quanto tempo eleito: __________10. Mudanas de membros no conselho: ________11. Representante de presbitrio em conclios superiores: _______12. Sua igreja tem crescido numericamente de forma satisfatria: ________13. Honorrios suficientes e pagos de forma pontual: __________

ESCALA HOLMES RAHE

EVENTOSASSINALE SUAS SITUAESESCALA DE IMPACTO

Morte de cnjuge100

Divrcio73

Separao conjugal65

Pena de priso63

Morte de familiar prximo63

Doena pessoal ou acidente 53

Casamento50

Demisso de emprego47

Reconciliao conjugal45

Aposentadoria45

Comprometimento da sade em membro da famlia43

Gravidez40

Dificuldades sexuais39

Aumento da famlia39

Mudana importante no trabalho39

Mudana na condio financeira38

Morte de amigo ntimo37

Mudana no esquema, ritmo ou rea de trabalho36

Aumento das discusses com cnjuge35

Aquisio de casa ou dvida de valor Alto31

Termino de pagamento de emprstimo30

Alterao na responsabilidade profissional29

Sada de filho de casa29

Dificuldades com a polcia29

Reconhecimento de feito profissional de realce28

Cnjuge inicia ou para de trabalhar26

Comeo ou abandono de estudo26

Aumento ou diminuio de pessoas moradoras na casa25

Mudana de hbitos pessoais24

Problemas com o chefe23

Mudana no horrio de trabalho20

Mudana de residncia20

Mudana de escola19

Mudana de atividade recreativa19

Mudana de atividade religiosa18

Mudana de atividade social17

Compra a crdito de valor mdio16

Mudana no hbito de dormir15

Mudana nas freqncias de reunies familiares15

Mudana no hbito de alimentao13

Frias12

Natal ou outra festa de tradio importante na famlia12

Recebimento de multas ao cometer pequenas infraes11

TOTAL DE PONTOS

RESULTADOS DO TESTE NOTA OBTIDA NIVEL DE RISCO

150 119 Moderado

200 299 Mdia

300 ou mais Severa

POSSIBILIDADES DE ADOECER 37% Moderada

51% Mdia

79% Severa

REFERNCIAS BILIOGRFICAS 1. DEUS, P. As influncias do sentimento religioso sobre os cristos portadores de depresso, pp 106-110 Dissertao de mestrado apresentada Universidade Presbiteriana Mackenzie 2008, So Paulo2. GORESTEIN C, ANDRADE L H S G, ZUARDI A W. Escalas de avaliao Clnica em Psiquiatria e Psicofarmacologia, PP 377-385, So Paulo; Lemos Editorial, 20003. LIMONGI FRANA, A C RODRIGUES, AL. Stress e trabalho: guia bsico uma abordagem psicossomtica, PP 18-33, So Paulo; Ed Atlas 19964. MENDES A M B& SILVA R R . Prazer e sofrimento no trabalho de lderes religiosos numa organizao protestante neopentecostal e noutra tradicional. Psico USF 11, n1,pp103-112, jan/jun 20065. MENDES A M & CRUZ R M . Trabalho e sade no contexto organizacional: vissicitudes tericas. Cultura e sade nas organizaes pp 39-55, Porto Alegre; Art med 20046. PAPPAS A G. Pastoral Stress PP 5-76,The Alban Isntitute, New York,19967. SILVA R R . Profisso pastor: prazer e sofrimento. Uma anlise psicodinmica do trabalho de lderes religiosos neopentecostais e tradicionais. Dissertao de mestrado, Braslia; Univ. de Braslia, 20048. WWW.ISMAbrasil.com.br/20089. WWW.unisinos.br/ihu /2008 Diocese de Caxias do Sul

STRESS

FASE DE RESISTNCIA

-aumento do crtex da supra-renal-diminuio da produo de sangue-ulceraes no aparelho digestivo-irritabilidade-insnia-alteraes de humor-diminuio do desejo sexual-sensao de desgaste ao acordar-falha de memriaSTRESS FASE DE EXAUSTO

-retorno parcial e breve Reao de Alarme-falha nos mecanismos de adaptao-forte sensao de esgotamento-piora na falha de memria-queda dramtica de produtividade-sinais de depresso e ansiedade-descontroles emocionais-diminuio do convvio social-alteraes clnicas: cardacas, gastroduodenais,diabetes, auto-imunes, infecciosas-morte do organismoSTRESS EM PASTORESRESULTADO DA PESQUISA EM 90 PASTORES (grupo de pesquisaReligiosidade e Sade , EST/Mackenzie, DEUS,P 2009)STRESS PREVENO EXERCCIO FSICO ESPORTESTCNICAS DE RELAXAMENTOMEDITAOARTE-TERAPIALAZERPSICOTERAPIAMEDICAMENTOSSTRESS REAO DE ALARME

-Aumento da frequncia cardaca-Aumento da presso arterial-Aumento da concentrao sangunea-Aumento concentrao acar no sangue-Redistribuio de sangue-Aumento da frequncia respiratria-Dilatao dos brnquios-Dilatao da pupila-Ansiedade-Agitao, Sudorese-Hipervigilncia , Irritabilidade