revista imóveis e negócios

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O MELHOR ESPAÇO DE NEGÓCIOS DO PIAUÍ Herdeiras empreendedoras: pausa para uma conversa Gustavo Almeida: 30 anos de puro talento RAFAEL TAJRA FONTELES ele pode fazer seu dinheiro crescer em pouco tempo e com pouco risco Fórum de ideias: Um Projeto para o Piauí

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Revista da Editora Zahle

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Page 1: Revista Imóveis e Negócios

O MELHOR ESPAÇO DE NEGÓCIOS DO PIAUÍ

Herdeiras

empreendedoras:

pausa para

uma conversa

Gustavo

Almeida: 30

anos de puro

talento

RAFAELTAJRAFONTELES

ele pode fazer seu dinheirocrescer em pouco tempoe com pouco risco

Fórum de ideias:

Um Projeto

para o Piauí

Page 2: Revista Imóveis e Negócios

sumário

Marta Tajra DRT 130/PIEditora e Publisher

Marta TajraDavid TajraDireção executiva

TupyProjeto gráfico

Tupy e Wilker LacerdaDiagramação

WJ GRÁFICAImpressão

Wilton LopesJornalista colaborador

Ingrid TajraRevisão

A. Filho MultimídiaFelícia AraújoLuciano KlausManoel SoaresRaoni BarbosaRaulino NetoRégis FalcãoRossana SulzerSEMCOM/PMTThiago Amaralfotografia

86 - 9994 6216comercial

[email protected]

A Revista Imóveis&Negócios é um periódico se-mestral da Editora Zahle CNPJ 02.189.730/0001-08. Os artigos assinados e os conceitos emitidosem entrevistas e artigos desta edição são de inteiraresponsabilidade de seus autores, assim como qual-quer conteúdo publicitário e comercial. Não é proi-bida a reprodução desta obra, desde que cite a fon-te.

[email protected]

3 ELE TEM A CHAVE DO MERCADO DE INVESTIMENTOS NO SETOR IMOBILIÁRIO DO PIAUÍ

8 CRISE MUNDIAL: UMA MAROLINHA OU UM TSUNAMI?

SISTEMA ECONOMICLUZ OFERECE MELHORIA NA QUALIDADE DA ENERGIA E ECONOMIA12

RESERVA RIO POTY: A REINVENÇÃO DE UM BAIRRO16

PAUSA PARA UM LANCHE20

FÓRUM DE IDEIAS25

EMPREENDEDORES: COMO SER UM DELES?32

GRUPO CILP INOVA NA ÁREA DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO NO PIAUÍ34

38 ANDRADE JUNIOR: MERCADO IMOBILIÁRIO CRESCE A TODO VAPOR

EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO40

CÉU DE BRIGADEIRO44

O ALTO CUSTO DOS IMÓVEIS EM TERESINA48

GUSTAVO ALMEIDA: 30 ANOS DE PURO TALENTO52

GOOD MORNING TEACHER!58

AS CORES DE SÃO BENEDITO60

VOCÊ É UM WORKHOLIC OU UM WORKLOVER?62

FRANQUIA: UMA MODALIDADE QUE CRESCE EM TERESINA64

TERESINA SERÁ UMA DAS SEDES DA FEIRA DO EMPREENDEDOR 201266

PARNAÍBA TAMBÉM CRESCE67

MAIS CHANCE PARA VOCÊ COMPRAR A CASA EM 201268

PERFIL INDUSTRIAL/ CHIEKO AOKI

APRENDA A FAZER BONSNEGÓCIOS COM OS ÁRABES

MISSÃO EMPRESARIAL NA PODEROSA CHINAMISSÃO EMPRESARIAL NA PODEROSA CHINA

Page 3: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 3

capa

Quer ganhar um bom dinheiro no setor imobiliário sem incorrer em grandes riscos?A Econométrica Investimentos mostra um novo caminho para seu dinheiro crescer,

crescer, crescer ...e aparecer dentro deste mercado em ascensão. Veja como.

ELE TEM A CHAVE DO MERCADODE INVESTIMENTOS NO

SETOR IMOBILIÁRIO DO PIAUÍ

Há um novo protagonista em cena no mercadoimobiliário piauiense. E acredite, ele não faz parte dacadeia produtiva, mas, têm a fórmula perfeita para fazerseu dinheiro crescer e aparecer dentro de um cenário quecontinua em plena ascensão em Teresina. Professor porformação e vocação, Rafael Tajra Fonteles, fundador doGrupo Educacional CEV e da EconométricaInvestimentos - empresa especializada em investimen-tos de renda fixa e variável - foi o primeiro a romper comum paradigma num estado que não tem propriamenteuma cultura de investidores, como é o nosso. Mas, elenão se intimida e entra agora com muita credibilidade nosetor imobiliário piauiense. Saiba agora como isto estáacontecendo.

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TO

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UC

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O K

LA

US

Page 4: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 4

capa

OProf. M. Sc. Rafael Fonteles, bacharel em Matemática,

mestre em Economia Matemática pelo IMPA-RJ,

doutorando em economia pela Fundação Getúlio

Vargas e comentarista econômico da TV Clube (afiliada da Rede

Globo em Teresina), sempre teve uma atuação e uma mente

brilhante quando o assunto é números. Antes mesmo de terminar

a faculdade, já despertava a atenção de institutos fora do Piauí e

chegou a receber convite para trabalhar nos Estados Unidos.

Mas, para sorte nossa, resolveu ficar na cidade onde nasceu e

montar seu próprio grupo educacional, denominado hoje de

Grupo CEV, com matriz na Avenida Frei Serafim, num dos

imóveis mais valorizados da capital. Depois, entrou para o

mercado de ações. Em 2008, deu a grande virada e criou a

Econométrica Investimentos, empresa especializada em

investimentos em renda fixa e variável. Hoje, juntamente com

o seu sócio Marcos Dimitri, eles representam a maior corretora

do Brasil, a XP, aqui no Piauí, e já atenderam a uma clientela de

mais de 1000 investidores piauienses.

Em dezembro do ano passado, a empresa deu um passo

decisivo nesse que parece ser só o começo de um grande negócio

na área imobiliária piauiense. Criou mais um braço da

Econométrica: a InvesteFácil Imóveis, onde a filosofia consiste

em “reunir recursos para construir empreendimentos e

vender ao final, auferindo lucros”, diz Rafael satisfeito com

os primeiros resultados. O começo dessa história surgiria

durante as transações de vendas de fundos imobiliários que a

Econométrica fazia com seus clientes de Teresina para a

corretora XP, do Rio de Janeiro e de São Paulo: “resolvemos,

então, fazer uma coisa mais caseira e regional, construindo

empreendimentos aqui mesmo, onde o cliente pudesse ver onde

ele estaria aplicando o seu dinheiro”, explicou.

O NEGÓCIO

O negócio consiste basicamente em juntar um grupo de

médios, grandes e até pequenos investidores para realizarem

determinado empreendimento imobiliário por meio de uma SCP

- Sociedade em Conta de Participação (previsto no novo

Código Civil Brasileiro), buscando a prospecção de

rendimentos de modo rápido, seguro e pouco burocrático.

Com um valor social inicial de R$ 6.292.980,00, a primeira

SCP lançada pela InvesteFácil, foi dividida em 240 cotas. O

valor de cada cota foi fixado em R$ 2. 896,00 + 25 parcelas fixas

de R$ 932,99 reais. Em bom português, se o investidor dispuser

de menos de mil reais por mês, terá um retorno estimado em, no

mínimo 2,4% ao mês. Bem acima da tradicional caderneta de

poupança e de muitos títulos de renda fixa do mercado, inclusive

os CDBs, que hoje giram em torno de 0,8% ao mês. Isso, diga-

se de passagem, já descontados taxas de administração, auditoria,

corretagem e .performance

O que torna o negócio ainda mais atraente é quando se

compara o valor do metro quadrado de mercado, que está em

torno de R$ 3.000,00 em Teresina, com o valor do metro

Page 5: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 5

capa

quadrado das cotas da SCP da InvesteFácil, que gira em

torno de R$ 1.901,99 (considerando valores atualizados). Ou

seja, bem abaixo do mercado Seguindo esta tendência, o.

investidor tende a ganhar duas vezes, já que o custo da

construção do empreendimento é bem menor do que o valor de

venda, e já que a valorização de um imóvel hoje em Teresina,

dependendo da área e tipo de imóvel, pode chegar a mais de

100% em um ano.

Até o fechamento desta

revista, foram vendidas, desde

janeiro deste ano, 232 das 240

cotas disponíveis, entre mais de

150 investidores (alguns

compram mais de uma cota) e a

construção do empreendimento

já havia iniciado. O que significa

que o mercado está absorvendo

bem a novidade.

SEGURANÇA NO

INVESTIMENTO

Com as cotas divididas em 26

parcelas, o negócio dá mais

tranquilidade ao investidor, que

passa a acompanhar de perto,

passo a passo, a construção do

empreendimento e de todo o

processo através de relatórios

mensais de auditoria contábil, de

medição de obra (inclusive com fotografia), e relatórios

de mercado (análise de preços do mercado). “A

transparência é fundamental neste caso. O objetivo é

aportar recursos para que os imóveis sejam vendidos e

o investidor possa auferir o lucro no final da construção

e da venda do empreendimento. É uma coisa que tem

começo, meio e fim”, explica Rafael. “A sociedade vai

se dissolver no momento em que a gente vender os

apartamentos no final do empreendimento”. Nesse

caso, o consumidor final é aquele que vai comprar o

imóvel para morar, alugar etc. Será a primeira vez na

história deste mercado em que se lançará um

condomínio já pronto para morar.

O EMPREENDIMENTO

O primeiro empreendimento do InvesteFácil está

localizado na zona leste da capital, a 400 metros do auditório

da NovaFapi, portanto, numa das zonas mais valorizadas da

cidade. Será um condomínio fechado de apartamentos de 62

metros quadrados com três quartos (uma suíte), elevador e ampla

área de lazer. Além disso, o condomínio vai dispor de uma vaga

de garagem e outras adicionais. Playground, piscina e salão de

festas estão também no projeto do arquiteto Edward Monteiro.

Serão 4 blocos de 48 apartamentos em uma área de 10.000

metros quadrados. Um dos blocos será dos sócios da SCP e os

demais estão sendo vendidos diretamente pela construtora. A

construtora escolhida foi a Fontanna, com 11 anos de mercado e

muita credibilidade também. A medição da obra está sendo feita

pela Ecoplan, com assessoria jurídica do advogado Sigifroi

Moreno e auditoria contábil da Steiner&Steiner.

CREDIBILIDADE: A ALMA DO NEGÓCIO

Como se sabe, a credibilidade é a parte mais delicada de

qualquer empresa que se preze. E quando esta empresa mexe

diretamente com dinheiro – e, principalmente o dinheiro alheio –

aí o negócio toma outra dimensão podendo levar o cliente (no

caso aqui, o investidor) a uma delicada área de risco. A

credibilidade, nesse caso, pode-se assemelhar ao DNA, de tão

importante que se torna na percepção do consumidor final. E

Rafael sabe bem disso, até por trabalhar em outras áreas de

investimentos já há algum tempo: “a credibilidade é o nosso

principal ativo e, por isso mesmo, a gente coloca toda a nossa

história a disposição do cliente, temos um cuidado redobrado

nessa área, sabemos muito bem onde estamos pisando”, afirma

como muita firmeza o jovem presidente.

Planos para o futuro? Sim, é claro. Mesmo relutando um

RAFAEL FONTELES E O SÓCIO MARCOS DIMITRI

ROBERT GUIMARÃES (CONSTRUTORA FONTANNA),SIGIFROI MORENO (ADVOGADO DA SOCIEDADE),

RAFAEL FONTELES E ROGERS RAMON (IMOBILIÁRIA RR)

Page 6: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 4

capa

OProf. M. Sc. Rafael Fonteles, bacharel em Matemática,

mestre em Economia Matemática pelo IMPA-RJ,

doutorando em economia pela Fundação Getúlio

Vargas e comentarista econômico da TV Clube (afiliada da Rede

Globo em Teresina), sempre teve uma atuação e uma mente

brilhante quando o assunto é números. Antes mesmo de terminar

a faculdade, já despertava a atenção de institutos fora do Piauí e

chegou a receber convite para trabalhar nos Estados Unidos.

Mas, para sorte nossa, resolveu ficar na cidade onde nasceu e

montar seu próprio grupo educacional, denominado hoje de

Grupo CEV, com matriz na Avenida Frei Serafim, num dos

imóveis mais valorizados da capital. Depois, entrou para o

mercado de ações. Em 2008, deu a grande virada e criou a

Econométrica Investimentos, empresa especializada em

investimentos em renda fixa e variável. Hoje, juntamente com

o seu sócio Marcos Dimitri, eles representam a maior corretora

do Brasil, a XP, aqui no Piauí, e já atenderam a uma clientela de

mais de 1000 investidores piauienses.

Em dezembro do ano passado, a empresa deu um passo

decisivo nesse que parece ser só o começo de um grande negócio

na área imobiliária piauiense. Criou mais um braço da

Econométrica: a InvesteFácil Imóveis, onde a filosofia consiste

em “reunir recursos para construir empreendimentos e

vender ao final, auferindo lucros”, diz Rafael satisfeito com

os primeiros resultados. O começo dessa história surgiria

durante as transações de vendas de fundos imobiliários que a

Econométrica fazia com seus clientes de Teresina para a

corretora XP, do Rio de Janeiro e de São Paulo: “resolvemos,

então, fazer uma coisa mais caseira e regional, construindo

empreendimentos aqui mesmo, onde o cliente pudesse ver onde

ele estaria aplicando o seu dinheiro”, explicou.

O NEGÓCIO

O negócio consiste basicamente em juntar um grupo de

médios, grandes e até pequenos investidores para realizarem

determinado empreendimento imobiliário por meio de uma SCP

- Sociedade em Conta de Participação (previsto no novo

Código Civil Brasileiro), buscando a prospecção de

rendimentos de modo rápido, seguro e pouco burocrático.

Com um valor social inicial de R$ 6.292.980,00, a primeira

SCP lançada pela InvesteFácil, foi dividida em 240 cotas. O

valor de cada cota foi fixado em R$ 2. 896,00 + 25 parcelas fixas

de R$ 932,99 reais. Em bom português, se o investidor dispuser

de menos de mil reais por mês, terá um retorno estimado em, no

mínimo 2,4% ao mês. Bem acima da tradicional caderneta de

poupança e de muitos títulos de renda fixa do mercado, inclusive

os CDBs, que hoje giram em torno de 0,8% ao mês. Isso, diga-

se de passagem, já descontados taxas de administração, auditoria,

corretagem e .performance

O que torna o negócio ainda mais atraente é quando se

compara o valor do metro quadrado de mercado, que está em

torno de R$ 3.000,00 em Teresina, com o valor do metro

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capa

quadrado das cotas da SCP da InvesteFácil, que gira em

torno de R$ 1.901,99 (considerando valores atualizados). Ou

seja, bem abaixo do mercado Seguindo esta tendência, o.

investidor tende a ganhar duas vezes, já que o custo da

construção do empreendimento é bem menor do que o valor de

venda, e já que a valorização de um imóvel hoje em Teresina,

dependendo da área e tipo de imóvel, pode chegar a mais de

100% em um ano.

Até o fechamento desta

revista, foram vendidas, desde

janeiro deste ano, 232 das 240

cotas disponíveis, entre mais de

150 investidores (alguns

compram mais de uma cota) e a

construção do empreendimento

já havia iniciado. O que significa

que o mercado está absorvendo

bem a novidade.

SEGURANÇA NO

INVESTIMENTO

Com as cotas divididas em 26

parcelas, o negócio dá mais

tranquilidade ao investidor, que

passa a acompanhar de perto,

passo a passo, a construção do

empreendimento e de todo o

processo através de relatórios

mensais de auditoria contábil, de

medição de obra (inclusive com fotografia), e relatórios

de mercado (análise de preços do mercado). “A

transparência é fundamental neste caso. O objetivo é

aportar recursos para que os imóveis sejam vendidos e

o investidor possa auferir o lucro no final da construção

e da venda do empreendimento. É uma coisa que tem

começo, meio e fim”, explica Rafael. “A sociedade vai

se dissolver no momento em que a gente vender os

apartamentos no final do empreendimento”. Nesse

caso, o consumidor final é aquele que vai comprar o

imóvel para morar, alugar etc. Será a primeira vez na

história deste mercado em que se lançará um

condomínio já pronto para morar.

O EMPREENDIMENTO

O primeiro empreendimento do InvesteFácil está

localizado na zona leste da capital, a 400 metros do auditório

da NovaFapi, portanto, numa das zonas mais valorizadas da

cidade. Será um condomínio fechado de apartamentos de 62

metros quadrados com três quartos (uma suíte), elevador e ampla

área de lazer. Além disso, o condomínio vai dispor de uma vaga

de garagem e outras adicionais. Playground, piscina e salão de

festas estão também no projeto do arquiteto Edward Monteiro.

Serão 4 blocos de 48 apartamentos em uma área de 10.000

metros quadrados. Um dos blocos será dos sócios da SCP e os

demais estão sendo vendidos diretamente pela construtora. A

construtora escolhida foi a Fontanna, com 11 anos de mercado e

muita credibilidade também. A medição da obra está sendo feita

pela Ecoplan, com assessoria jurídica do advogado Sigifroi

Moreno e auditoria contábil da Steiner&Steiner.

CREDIBILIDADE: A ALMA DO NEGÓCIO

Como se sabe, a credibilidade é a parte mais delicada de

qualquer empresa que se preze. E quando esta empresa mexe

diretamente com dinheiro – e, principalmente o dinheiro alheio –

aí o negócio toma outra dimensão podendo levar o cliente (no

caso aqui, o investidor) a uma delicada área de risco. A

credibilidade, nesse caso, pode-se assemelhar ao DNA, de tão

importante que se torna na percepção do consumidor final. E

Rafael sabe bem disso, até por trabalhar em outras áreas de

investimentos já há algum tempo: “a credibilidade é o nosso

principal ativo e, por isso mesmo, a gente coloca toda a nossa

história a disposição do cliente, temos um cuidado redobrado

nessa área, sabemos muito bem onde estamos pisando”, afirma

como muita firmeza o jovem presidente.

Planos para o futuro? Sim, é claro. Mesmo relutando um

RAFAEL FONTELES E O SÓCIO MARCOS DIMITRI

ROBERT GUIMARÃES (CONSTRUTORA FONTANNA),SIGIFROI MORENO (ADVOGADO DA SOCIEDADE),

RAFAEL FONTELES E ROGERS RAMON (IMOBILIÁRIA RR)

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informe publicitário

imóveis negócios& 31

Opresidente do Sistema FECOMERCIO SESC/SENAC

no Piauí, Valdeci Cavalcante, anunciou a inauguração

de quatro empreendimentos do SESC no Piauí. Em

julho, o SESC Beira-Rio, em Parnaíba, vai ser inaugurado depois

de passar pela maior reforma desde sua construção.

O estabelecimento será transformado num Complexo

Olímpico, referência para grandes competições esportivas em

Parnaíba. Também em julho, vão ser inaugurados mais 40

apartamentos com alto padrão de qualidade que já garantiu por

três anos consecutivos o selo do Guia quatro Rodas ao SESC

Praia, em Luís Correia.

O maior Centro de Lazer e Turismo do Piauí passa a contar

com 80 apartamentos e quatro casas para hospedagem dos

comerciários e usuários do SESC.

O SESC vai transformar o prédio da União Caixeiral, em

Parnaíba, num moderno centro Cultural com estrutura para

realização de mostras, exposições e concertos, além de oficinas e

cursos de Teatro, dança e instrumentos musicais.

Em Teresina, o SESC construirá um Centro Cultural com

teatro, galeria de artes, sala para oficinas de artes plásticas e

dança. O espaço também terá sala especial para aulas de música,

com instrumentos de acústica, além da estrutura necessária para

grandes montagens culturais.

Page 11: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 38

análise

OBrasil irá sediar nos próximos quatro anos os

dois maiores eventos esportivos do mundo. A

Copa Mundial de Futebol, que será realizada

em 2014, e as Olimpíadas em 2016. Isso sem falar na Copa

das Confederações em 2013. Doze cidades das cinco

regiões do Brasil receberão a Copa do Mundo. Mais de R$

25 bilhões serão investidos em aeroportos, estádios e novos

sistemas de transportes, tudo para adequar a infraestrutura

das capitais aos milhares de turistas que virão aos eventos.

A construção civil nessas cidades está funcionando a todo

vapor. A contratação de mão de obra praticamente triplicou

se comparado com os anos anteriores, e em 2011, esses

números se mostraram muito mais expressivos, devido à

cobrança para a finalização dos estádios. E como está a

situação em Teresina?

Em janeiro de 2011, o crescimento registrado pelo

CAGED – CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E

DESEMPREGADOS - para o setor da construção civil nos

últimos doze meses foi de mais de 18%. Isso com relação a

2010. No período, foi registrada a contratação de 5.433

pessoas. Quando comparamos com os dados de 2012, a

queda do mês de janeiro é preocupante, o crescimento foi

de apenas 0,6%.

Se alguns estados ganham com a injeção de recursos do

Governo Federal, outros acabam sendo prejudicados pela

falta de mão de obra. Esse é um ponto importante que tem

repercutido no desenvolvimento do Piauí. Pedreiros,

ajudantes, carpinteiros e todos que trabalham direta ou

indiretamente na construção viraram um produto escasso

em nosso Estado.

Andrade Junior, presidente do SINDUSCON (Sindicato

da Indústria da Construção Civil de Teresina) reconhece

que isso tem prejudicado a entrega de alguns

empreendimentos em Teresina. “Estamos percebendo que

as empresas atrasam na entrega por falta de mão de obra.

Mas isso sempre está sendo repassado para os clientes. As

obras da Copa e das Olimpíadas viraram prioridade no

Brasil e tanto é assim que eles estão contratando mão de

obra por um salário bem maior do que é pago aqui. Isso foi

um problema bem recorrente em 2011 e continua em

2012”, esclarece.

Segundo a Revista ÉPOCA, de março de 2012, o setor

apresenta uma dicotomia: nunca o mercado esteve tão

aquecido e o metro quadrado tão valorizado como agora,

mas as grandes empresas passam pelo pior momento.

Apesar dos problemas enfrentados na construção civil na

capital e no restante do Estado, o Piauí tem se saído bem

em relação à crise que o setor imobiliário vem sofrendo

nas metrópoles brasileiras.

FO

TO

GIS

FA

LC

ÃO

ANDRADE JUNIOR,PRESIDENTE DO SINDUSCON DE TERESINA

Mercado Imobiliáriocresce a todo vapor

Mercado Imobiliáriocresce a todo vapor

Page 12: Revista Imóveis e Negócios
Page 13: Revista Imóveis e Negócios

calendário

Teresina sediará este ano um dos maiores eventos de

empreendedorismo do Brasil.AFeira do Empreendedor

está prevista para acontecer na capital piauiense de 21 a

25 de novembro, sendo uma realização do Serviço de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae.

TERESINAserá uma das sedes daFeira do Empreendedor

2012N

esta edição do evento, que acontece desde 1995 em

vários Estados do país, serão contempladas treze

cidades, além de Teresina. Belo Horizonte abre o

circuito 2012 da feira, que também será promovida em

Blumenau, Dourados, Palmas, Goiânia, Natal, João Pessoa,

Fortaleza, Porto Alegre, Recife, São Paulo, Manaus e Belém.

`A feira é bienal, sendo projetada de acordo com a cultura e a

dinâmica econômica de cada local. No Piauí destacaremos os

setores de agronegócios, turismo, artesanato e serviços,

apresentando as tendências de mercado destes segmentos. No

espaço da feira também trabalharemos a parte de capacitação e

orientação empresarial. A ideia é mostrar oportunidades,

incentivar a abertura de novos empreendimentos e contribuir

para a melhoria dos negócios já existente, explica o diretor

superintendente do Sebrae no Piauí, Mário Lacerda.

Durante o evento, os visitantes terão a oportunidade de

participar de seminários, palestras, oficinas, minicursos e clínicas

tecnológicas com profissionais de renome nacional. Rodadas de

negócios e orientação empresarial também fazem parte do leque

de atividades da feira.

No local onde acontecerá a Feira do Empreendedor também

contaremos com a presença de fabricantes de pequenas

máquinas, ofertantes de franquias de baixo investimento e de

empresas interessadas em transferir tecnologia. São produtos e

serviços que devem contribuir para o avanço dos pequenos

empreendimentos na economia local, destaca Lacerda.

O foco desta edição do evento é inovação e sustentabilidade.

Serão apresentadas novas tecnologias e testados produtos e

serviços. Troca de informações e experiências entre

empreendedores, prospecção de mercado e aproximação de

parceiros comerciais também são marcas registradas da feira.

Trabalharemos ainda a questão da formalização, incentivando

principalmente os pequenos empreendedores a aderirem ao EI. O

que queremos é transformar a feira num espaço de aproximação

entre empresários e candidatos a empresários e o Sebrae,

mostrando os serviços e produtos que a instituição tem

disponível para esse público, acrescenta o diretor.

Desde 1995, quando foi realizada a primeira Feira do

Empreendedor, mais de doze mil empresas já participa-

ram como expositoras e 1,9 milhões de pessoas como

visitantes. Nas 129 edições promovidas desde aquele

ano, já foram capacitadas mais de 725 mil empreendedo-

res.

Ano passado, oito cidades do país sediaram o evento, que

acontece de dois em dois anos em várias unidades da

federação, tendo duração de três a cinco dias, dependen-

do da necessidade e do público-alvo de cada local.

HISTÓRICO DA FEIRA

CALENDÁRIO NOS ESTADOSBelo Horizonte (MG) – 20 a 24 de março

Blumenau (SC) – 31 de maio a 02 de junho

Dourados (MS) – 01 a 03 de junho

Palmas (TO) – 13 a 16 de junho

Goiânia (GO) – 28 de junho a 01 de julho

Natal (RN) – 01 a 04 de agosto

João Pessoa (PB) – 19 a 22 de setembro

Fortaleza (CE) – 24 a 27 de setembro

Porto Alegre (RS) – 27 a 30 de setembro

Recife (PE) – 17 a 20 de outubro

São Paulo (SP) – 25 a 28 de outubro

Teresina (PI) – 21 a 25 de novembro

Manaus (AM) – 27 a 30 de novembro

Belém (PA) – 12 a 15 de dezembro

imóveis negócios& 66

Page 14: Revista Imóveis e Negócios

memória

A COR DE

SÃO BENEDITOPassar pela Igreja de São Benedito, no Centro da cidade, sem olhar para

ela pelo menos de soslaio, é no mínimo um pecado. É que a igreja agora

está muito mais bonita depois de uma recauchutada em sua parte externa.

Foi apenas uma pintura, mas fez toda a diferença. O trabalho foi realizado

através do Projeto Tudo de Cor para Você, com o apoio da J.Monte Cen-

ter. O resultado ficou lindo de se ver e atendeu a um antigo anseio da comu-

nidade teresinense.

imóveis negócios& 60

FO

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Page 15: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 61

memória

Ogrupo das Tintas Coral foi o responsável pela

iniciativa em Teresina, ação semelhante vem sendo

realizada em vários pontos e monumentos históricos do

Brasil. A missão do grupo é simbólica, mas leva cor para a vida

das pessoas, provando que as cores realmente têm o poder de

mudar a vida e os lugares onde elas vivem. Além de Teresina, o

Pelourinho na Bahia, Florianópolis e Maranhão já passaram pela

reforma.

A bordo de um micro-ônibus, o grupo está viajando pelo

Brasil e, com a participação ativa das comunidades onde passa,

vai deixando um rastro de cor e alegria. O principal objetivo do

projeto é levar às pessoas o sentimento de zelo e valorização pelo

lugar onde vivem. Após essa conscientização, a comunidade

passa a ser um transformador e multiplicador do projeto.

A Igreja de São Benedito foi escolhida baseada em três

pontos, o valor histórico, arquitetônico e de relevância para a

comunidade, como explica Jeosé Monte, empresária responsável

pelo grupo JMonte Center, e realizador do projeto em Teresina.

Segundo ela, a igreja representa um símbolo de fé para grande

parte dos teresinenses. “Toda pessoa que fala de Teresina lembra

logo da Igreja de São Benedito. A escolha foi feita pela sua

importância para a cidade e pela necessidade de uma reforma

externa”, comenta.

Para Frei Ricardo, que está no comando da igreja há dois

anos, ver a reforma finalizada representa uma grande satisfação.

“A igreja é um patrimônio e para nós seria um custo elevado

fazer a reforma. O que sinto agora, depois de tudo finalizado, é a

sensação de um trabalho cumprido. A alegria não é só minha,

mas de toda comunidade também”, conta o Frei.

“A renovação da fachada do prédio mobilizou as pessoas a

participarem, observei que houve todo um envolvimento da

comunidade. A igreja tem 126 anos, é um local histórico onde

Frei Serafim colocou toda sua fé na época acreditando em sua

construção. Houve muito empenho da comunidade,

principalmente de negros e pobres, todas essas pessoas

trabalharam na construção. Isso é algo tão belo, não só para

Teresina como para o Brasil”, comenta Frei Ricardo.

O projeto atual, que começou em setembro e terminou em

dezembro do ano passado, durou noventa dias e foi realizado em

duas etapas. Pessoas da comunidade trabalharam de forma direta.

“Vários profissionais do Grupo Coral vieram a Teresina e

fizeram um treinamento com curso de pintura para essas pessoas.

Em um segundo momento, foi realizada a pintura da igreja, onde

envolveu cerca de 40 pessoas. A comunidade participou

ativamente desde o início até a entrega da igreja”, conta ele.

A escolha da tinta e da cor seguiu várias normas do Instituto

do Patrimônio Histórico (IPHAN), como o tombamento das

portas da igreja e seu entorno. “Houve critérios estabelecidos

para que pudéssemos fazer a reforma. As portas da Igreja São

Benedito são tombadas como patrimônio público da humanidade

e dessa forma todo o seu entorno deve ser preservado. Todo o

trabalho foi acompanhado pelo IPHAN”, explicou Jeosé.

A igreja foi edificada pelo Frei Serafim de Catânia, missionário

capuchinho, com esmolas e trabalhos do povo.Apedra fundamental

foi lançada em 1874, sendo concluída e sagrada em 1886. Ao longo

dos anos sofreu muitas reformas que a descaracterizaram, tendo sido

o seu tombamento motivado por suas portas externas, esculpidas por

Sebastião Mendes, célebre artista nascido no Piauí. As sete portas,

que haviam sido retiradas do templo e levadas para o Palácio Epis-

copal, foram recolocadas na igreja em 1940. As duas portas internas

que ligavam a sacristia ao altar-mor foram substituídas por arcos.

Estas foram colocadas nas aberturas externas da sacristia e não

foram tombadas. A porta principal é de jacarandá, almofadada com

motivos de folhas e flores em alto relevo. Foi pintada de verde na

década de 70. Com o fundo azul esverdeado, tem as cercaduras

amarelas, o motivo em folha azul esverdeado e o motivo floral ama-

relo e lilás. É guarnecida por bandeira em semicírculo com caixilhos

de vidros coloridos. As portas laterais, tanto as próximas às torres

quanto as próximas da sacristia, são de cedro com duas folhas almo-

fadadas e motivos de folhas e flores, também em alto relevo. Têm o

fundo azul esverdeado, as cercadeiras amarelas, as folhas amarelas e

as flores rosa e amarelas.

Livro Histórico / Inscrição: 115 Data:27-12-1938

Livro de BelasArtes / Inscrição:233 Data:27-12-1938

Nº Processo: 0184-T-38

Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo

com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85,

referente ao ProcessoAdministrativo nº 13/85/SPHAN.

Fonte: IPHAN / Governo Brasileiro

Page 16: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 16

lançamento

OGrupo Sá Cavalcante lançou recentemente em

Teresina um grande complexo imobiliário de natureza

multiuso – o Reserva Rio Poty -numa área

(centro/norte) que não tem uma tradição de crescimento. Pelo

contrário, os imóveis ali existentes são praticamente os mesmos

de 40 ou 50 anos atrás, com poucas e raras modificações. A área

onde será construído o empreendimento (no entorno do extinto

Sanatório Meduna) ainda tem mais um agravante, pois o antigo

sanatório criou um grande vazio urbano em torno de si, gerando

um isolamento inquestionável que será quebrado agora com a

entrada do grupo.

Desse conjunto, o Shopping Rio Poty será o primeiro a ser

construído e tem previsão de lançamento para outubro de 2013.

O que fez a Sá Cavalcante se lançar de corpo e alma numa área

esquecida e desacreditada por empresários do setor com um

empreendimento tão ousado como este? Entenda toda a

estratégia do grupo através da fala do Dr. Luiz Paulo Franco de

Sá, diretor de planejamento e projetos do grupo Sá Cavalcante,

em entrevista exclusiva a Imóveis&Negócios.

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Page 17: Revista Imóveis e Negócios

lançamento

imóveis negócios& 17

CONHEÇA MELHOR O EMPREENDIMENTODO GRUPO SÁ CAVALCANTE EM TERESINAO Reserva Rio Poty será um

complexo multiuso que terá em

sua estrutura o Shopping Rio

Poty, um hotel, um centro empre-

sarial, cinco torres comerciais,

um condomínio com 20 prédios

residenciais, área de laser, reserva

cultural e ambiental, ciclovias,

pista de Cooper, galeria de arte,

pinacoteca e biblioteca. O Shop-

ping contará com quatro pisos e

abrigará 287 lojas, sendo 13

âncoras, e megalojas de 34 opera-

ções de alimentação. A estimativa é que, anualmente o empreendimento

movimente cerca de R$ 500 milhões de reais e que receba aproximadamente

10 milhões de visitantes.

O grupo Sá Cavalcante terá em 2015 em sua carteira de negócios, mais de

330mil metros quadrado de ABL (área bruta local), 1.800 lojas, 4 bilhões de

vendas/ano e fluxo aproximadamente de 80 milhões de pessoas/ano. No

negócio Incorporação/Construção Civil a meta é alcançar, até 2015, um VGV

potencial de lançamentos de aproximadamente R$ 2 bilhões.

Imóveis&Negócios- O projeto do grupo Sá Cavalcante em

Teresina inclui a urbanização de um bairro inteiro com

investimentos que beiram a um bilhão e duzentos mil reais e um

complexo multiuso que tem como tática juntar várias unidades

de negócios em um só empreendimento. O que motivou a Sá

Cavalcante a empreender um projeto tão ousado em Teresina

numa área de tradição tão esquecida como é o centro norte de

Teresina?

Dr. Luiz Paulo- Nós entendemos que o Nordeste é hoje a

grande fronteira do desenvolvimento do país. Então, começamos

a fazer um mapeamento de todas estas regiões (Norte/Nordeste)

e vimos que as oportunidades eram imensas. Percebemos

Teresina como uma cidade que tem uma importância logística

interessantíssima, ela funciona como uma grande conexão entre

várias regiões próximas, além de ser um polo científico em áreas

como saúde e educação que nos causou grande surpresa. Fora

isso, atentamos para uma arquitetura ousada que já existe na

cidade. Notamos também que as pessoas são super antenadas

com o que acontece mundo afora... enfim, sentimos que Teresina

é uma cidade absolutamente moderna e que não deve nada a

nenhuma outra cidade do Nordeste. Por pura lógica, nós

entendemos que não poderíamos vir aqui e construir apenas mais

um shopping . Veja que o nosso grupo é basicamente focado na

área imobiliária e de Shopping Center. Com base nos estudos

que fizemos, constatamos que a cidade é dividida em dois lados:

a parte leste, mais moderna e avançada e o centro, aparentemente

estagnado, constituindo uma área onde tudo acontece em caráter

Page 18: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 18

lançamento

institucional ou oficial. Então, nós entendemos que se

pudéssemos tirar partido da reunificação dos dois lados da cidade

através de um empreendimento como este que causasse uma

diferença e um impacto maior, poderíamos trazer não só um

benefício para a cidade como também extrair valor para o nosso

negócio.

Imóveis&Negócios- Houve uma contrapartida por parte da

prefeitura?

Dr. Luiz Paulo- Sim, todo empreendimento desta natureza

condiz uma contrapartida. Por exemplo, a construção do sistema

viário, o alargamento de ruas, uma compensação ambiental no

valor de R$ 179 mil reais. Foi-nos pedida também a conservação

da estrutura do Meduna...

Imóveis&Negócios- O que será

preservado do Meduna?

Dr. Luiz Paulo- Ele foi pensado e

será transformado no coração cultural do

empreendimento. Vamos conservar o

prédio original do Meduna, a igrejinha e

o entorno da praça, onde teremos um

grande parque de exposições. Nós

entendemos hoje que negócio, cultura e

arte fazem sentido quando são

planejados juntos. Este é um conceito

muito novo no mundo. Chama business

art . E está inserido na cultura da nossa

empresa. Então, por este ponto de vista,

o Reserva Rio Poty não é um projeto

tradicional em termos imobiliários, é um

empreendimento onde o principal é o

equipamento urbano de uso público.

Não é simplesmente um condomínio

fechado.

Imóveis&Negócios- Seria aquilo

que chamamos de micro cidade, então.

Dr.Luiz Paulo- Sim, está inserido na

criação de conceitos como micros

cidades onde você tem escritórios,

shoppings, área comercial, residências,

hotéis...

Imóveis&Negócios- Há intenção do grupo em continuar a

investir no Piauí?

Dr. Luiz Paulo- Sem dúvidas, nós já adquirimos outra área

para um prédio residencial e continuaremos a fazer outros, mas o

Reserva Rio Poty será o maior e melhor empreendimento do

grupo Sá Cavalcante em Teresina.

Imóveis&Negócios- O ano de 2011 foi considerado ruim

para o setor imobiliário com aumento no nível de endividamento

das empresas, queda dos papéis da bolsa...como se comportou o

Grupo Sá Cavalcante em 2011?

Dr. Luiz Paulo- Para nós foi um ano de enorme crescimento

com muitos lançamentos e vendas. Dois grandes shoppings

foram lançados e inaugurados, um em São Luis e outro na

Grande Vitória (ES), lançamos também dois empreendimento,

que é o Rio Poty (PI) e o Shopping Moxuara (ES) e já estamos

desenvolvendo mais três projetos. Claro que nós sofremos com a

falta de crescimento do setor, como a carência de mão de obra, a

entrega dos fornecedores etc. Mas, no todo, não balançou nossas

estruturas.

Imóveis&Negócios- A empresa tem capital na bolsa?

Dr. Luiz Paulo- Não, nós não temos capital aberto. Isso nos

dá, por outro lado, uma visão de

negócios diferentes das empresas de

capital aberto que estão voltadas para a

criação de valor na ação. O nosso

empreendimento é de longo prazo, sem

ter uma preocupação do lucro imediato e

nem precisar mostrar balanços de lucro

imediato. Podemos construir pensando

no futuro.

Imóveis&Negócios- Qual o valor de

mercado e a margem de lucro do grupo

Sá Cavalcante?

Dr. Luiz Paulo- Não temos este

valor de mercado estimado com

exatidão, mas creio que seja da ordem

de 5 bilhões de reais com uma margem

de lucro de 20% ,variando entre a área

de shopping e a área imobiliária, este

ultimo com valor um pouco acima do

mercado.

Imóveis&Negócios- O presidente do

grupo, declarou certa vez que não

trabalha com projeções de crescimento

da economia da região, ou seja, não olha

para o futuro, mas para o presente,

considerando sempre a falta de oferta

existente no local naquele momento. É

um modelo adotado pela empresa?

Dr. Luiz Paulo- É o chamado modelo conservador de

negócios que deve ser adotado por qualquer empresa. Nós somos

uma empresa brasileira com histórico no Brasil. Ou seja, não

colocamos um pé sem que o outro esteja bem firme. E foi isso

que fez a empresa crescer de forma sustentável. Sempre com pé

no chão, nunca tivemos uma aventura empresarial. Uma empresa

familiar tem esta característica, o nosso crescimento tem que

estar totalmente planejado. A nossa empresa foi totalmente

reestruturada nos últimos dois anos para um crescimento que está

acontecendo em bases sólidas.

WALTER DE SÁ CAVALCANTE FILHO EELISABETH DE SÁ CAVALCANTE

LARISSA MACIEL ELEONARDO DE SÁ CAVALCANTE

Page 19: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 8

entrevista Reis Velloso

Como o senhor avalia a atual crise financeira mundial:

como uma 'marolinha' que vai passar logo ou como um

tsunami de grandes proporções que vai arrastar tudo e

todos?

É o que eu chamo de uma grande recessão. Nos anos 30 nós

tivemos a grande depressão e agora nós temos uma grande

recessão, que começou em 2007 e não em 2008 como dizem, e

ninguém sabe quando vai acabar.É fruto de um modelo que

prevalece em muitos países ainda e que está deixando sequelas,

por exemplo, no sistema financeiro. Mas, principalmente, não

está gerando crescimento. E aí vêm as consequências. É um

modelo que está fazendo água, de modo que tem que ser revisto.

Os países têm que adotar políticas para acabar com as tragédias

gregas que estão ocorrendo na Grécia, mas também na Itália, na

Espanha e em outros lugares do mundo.

Nesse caso, a globalização ajuda a prever a crise e alertar

os países a se preparem ou ela funciona como uma vilã

tornando estes países mais vulneráveis?

A globalização funciona das duas maneiras. Na área

financeira e no mercado de capitais é um problema. A bolsa de

Hong Kong assim como a bolsa de São Paulo sofrem as mesmas

sequelas. Por quê? Porque a comunicação é instantânea. Por

outro lado, não se abalizou ainda um novo paradigma industrial

tecnológico que seria a superação daquele paradigma fordista [

de Henry Ford]da produção em massa de produtos homogêneos.

Novos métodos de gestão empresarial diferentes daqueles que

eram adotados anteriormente estão em voga hoje. Muita coisa

mudou na forma de produzir e isso, de certa forma, se

globalizou.

Isso gera uma reação em cadeia?

No caso do Brasil, o país se adaptou e as primeiras atitudes

das empresas brasileiras foram estratégias apenas para se

defender, depois elas começaram, então, a serem mais ativas, a

partir para o ataque também, com as exportações...de modo que

isso já está bem assimilado. É um paradigma que foi assimilado

pelo Brasil.

Ministro, qual foi a mudança mais importante que

aconteceu na economia brasileira desde que o senhor saiu do

governo?

Infelizmente, altos e baixos. Aspectos favoráveis, como o

Plano Real o qual combatendo a inflação se tornou um valor

universal no Brasil. Houve privatizações de setores que ficaram

melhores na iniciativa privada, como a da área de comunicação,

por exemplo. Em outras áreas esta mudança não foi bem feita.

Qual é o baixo? É que você perdeu a visão estratégica, a

capacidade de planejamento. Nós temos hoje o PAC, que é o

Programa de Aceleração do Crescimento. É um programa, ou

seja, não é um plano, não tem uma estratégia de

desenvolvimento para o país. Com isso, podemos até crescer e

chegar a um patamar de 3 a 4%... deixando todo mundo muito

feliz. Mas, isso para mim é recessão de crescimento.

CRISE MUNDIALuma marolinha ou um tsunami?Vivemos outra Era da Incerteza com economias antes consideradas inabaláveis sofrendodeclínios e delineando tragédias gregas nos sistemas financeiros da Europa e EstadosUnidos? Qual o tamanho exato desta crise e como ela pode respingar no Brasil da EraDilma?Pedimos a dois dos mais renomados e experientes economistas piauienses paraavaliar este quadro sinistro que pode nos tirar o sono: João Paulo dos Reis Velloso que foiMinistro do Planejamento de 1969 a 1979 e Felipe Mendes de Oliveira, Secretário deFazenda Estadual de 1975 a 1977 e logo depois do Planejamento de 1977 a 1981.

Page 20: Revista Imóveis e Negócios

entrevista Reis Velloso

imóveis negócios& 9

Não é crescimento, então?

É crescimento sim, mas é crescimento baixo. Esta expressão

foi inventada pela Fundação Getúlio Vargas quando em 1977, o

Brasil teve um crescimento de 5% ao ano. Antes disso, o Brasil

crescia a 8, 9% ao ano. De modo que no meu entender, isto é

recessão de crescimento.

Em sua opinião, a reforma fiscal do país está mais

relacionada a uma vontade política ou a interesses

próprios?

O ajuste fiscal a longo prazo tem que ser conduzido para

que toda a área macroeconômica do país possa funcionar bem,

senão, mal se consegue fazer o controle da inflação. E não se

consegue ter um bom funcionamento da área cambial também.

Então é preciso uma reforma fiscal. Primeiro porque se tem aí

um montão de impostos. E segundo, o ICMS tem uma taxa que

é escolhida por cada estado, então é uma doideira. Cada estado

com uma taxa de ICMS diferente. Tem que se fazer uma

negociação para se chegar a uma taxa aceitável para todos os

estados. E isso depende fundamentalmente de vontade política,

reconhecendo que do jeito que está a coisa não está nada bem

para o Brasil.

O que é novo no Brasil de hoje? Como o senhor avalia a

Era Dilma?

Diante dessa grande recessão mundial, o Brasil está

conseguindo escapulir, está jogando bem na defesa,

minimizando os efeitos da crise. Mas isto não é suficiente. Está

num livro escrito há 2.500 anos chamado A Arte da Guerra, de

Sun Tzu: “Se você se defende bem, mostra que tem recurso

suficiente, mas para ganhar a guerra precisa partir para o

ataque”. E eu acho que o Brasil está precisando partir para o

ataque, aproveitar melhor todas as oportunidades que estão

surgindo com a crise.

Page 21: Revista Imóveis e Negócios

entrevista Felipe Mendes

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Page 22: Revista Imóveis e Negócios

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entrevista Felipe Mendes

Como o Sr. avalia a atual crise financeira mundial: como

uma 'marolinha' que vai passar logo, ou como um detsunami

grandes proporções que vai arrastar tudo e todos?

Toda crise é passageira principalmente quando falamos da

atividade econômica. Há teorias de economistas nossos que

trabalham os ciclos econômicos, a economia vive de ciclos.

Ciclos de prosperidade e outros ciclos econômicos. O atual é um

ciclo em que a Europa e os Estados Unidos estão vivendo, e onde

governos gastam mais do que arrecadam, essa é principal causa

da origem da crise atual nos países desenvolvidos, ocasionada

principalmente pelo descontrole dos gastos do governo nesses

países. Ainda vão passar alguns anos até que estes países possam

respirar e se adaptar. O que não se pode nesse momento é privar

a sociedade de recursos e benefícios em nome do sistema

bancário, a grande questão é esta. O Brasil não tem passado por

grandes problemas desde o Plano Real. E depois da Lei da

Responsabilidade Fiscal e outros acordos, o país tem mantido o

controle, reduzindo proporcionalmente o valor da sua dívida em

comparação ao PIB. Alguns países estão com dívidas maiores do

que seu produto interno bruto. Esses países estão privatizando os

negócios que ainda estão nas mãos do governo. Diante de uma

crise econômica é preciso que os governos tenham um maior

volume de gastos. Para se prevenir, o Brasil tem que ter uma

atuação mais intensa no volume de investimentos nas áreas

pública e privada.

A globalização é uma vilã nesta história ou, ao contrário,

ele prevê a crise e proporciona que os países se preparem

para reagir na direção certa?

A globalização é uma rua de mão dupla, existem vantagens

para lá e para cá. Assim como há também desvantagem para os

dois lados. Isso sempre aconteceu na história, desde a grande

descoberta feita por Portugal e Espanha em busca de novas

terras. Podemos falar também na globalização brasileira, ou

melhor, na integração nacional, que de 1970 pra cá trouxe

benefícios para o Piauí. Para que houvesse um desenvolvimento

no país era necessário que houvesse uma integração entre os

estados. O ideal de melhoria é que todos os estados brasileiros

estivessem integrados.

Qual a mudança mais importante que aconteceu na

economia brasileira do tempo em que o Sr. estava no governo

para os dias atuais?

Se pegarmos o Piauí no ano de 1970, tínhamos cerca de de

estradas asfaltadas e hoje temos, entre federais e estaduais, muito

mais de 5 mil km. Essa integração que ocorreu através das

estradas é uma das grandes diferenças. Outra grande diferença é

que o Piauí não tinha energia elétrica suficiente. Houve

investimentos do Governo Federal que proporcionaram, ao longo

dos anos, as empresas a produzir mais e com um menor custo.

Tudo isso faz diferença quando comparamos com 40, 30 anos

atrás.

Havia uma atenção maior por parte do Governo Federal

ou uma maior disciplina do Governo Estadual?

Hoje, o que se pode falar em termo de Governo Estadual é

que há uma dificuldade maior em se conseguir recursos federais.

O Governo do Estado precisaria ter uma disciplina fiscal maior.

Desde a década de noventa, o Piauí tem tido administrações, do

ponto de vista fiscal, bastante indisciplinadas, gastando muito

mais do que se arrecada e gerando uma despesa custeio maior. E

consequentemente, investindo menos. Qualquer economia de um

país ou de um estado só cresce se for com investimentos. Não

existe outra forma de crescimento.

Em sua opinião, a reforma fiscal do país está mais

relacionada a uma vontade política ou a interesses próprios?

A reforma tributária não tem sido feita no Brasil devido a

interesses políticos contrários. Os interesses políticos da União

são contrários aos interesses dos estados e municípios, que são

contrários entre si. O interesse do Estado, por sua vez, é contrário

aos interesses dos contribuintes. A população gostaria que o

Estado tivesse mais recursos e os contribuintes gostariam de

pagar menos impostos. Mas aí não é possível que se tenha apenas

o entendimento de que com uma carga tributária maior pode se

arrecadar mais. Na verdade, com a carga tributária menor pode

até se arrecadar mais, pois a incidência irá para um número

menor de pessoas. Se eu pago menos impostos individualmente

na coletividade há uma arrecadação maior. Segundo ponto da

reforma tributária: não deveria se discutir o montante da

arrecadação, mas, sobretudo a distribuição do dinheiro

arrecadado. Esta é a grande discussão que não é feita no Brasil.

Porque não é só distribuir entre União, Estado e Municípios, mas

distribuir de forma que as desigualdades econômicas sejam

diminuídas.

O que é novo no Brasil de hoje? E como o Sr. avalia a

condução da atual política econômica brasileira?

Eu diria que a atual política está no rumo certo, mas não na

intensidade certa. A União está investindo menos do que

deveria, deveria priorizar investimentos nos estados mais pobres.

Não faz sentido que no Piauí, o Governo Federal deixe de

investir em energia elétrica, porque o país como um todo tem

uma política de energia elétrica pasteurizada. A Eletrobrás

deveria investir aqui mais proporcionalmente do que nos outros

estados, onde muitas companhias foram privatizadas. Como o

Piauí irá crescer sem energia? Não estou falando em privatizar a

Eletrobrás, mas sim em investir capital aqui, com uma maior

presença do governo.

Page 23: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 25

fórum de ideias

UM PROJETO PARA O PIAUÍ

EVANDRO COSME DE OLIVEIRAPRESIDENTE DA CDL/TERESINA

JORGE LOPESCOORDENADOR DE PROJETOS ESTRATÉGICOS DO ESTADO DO PIAUÍ

JESUS ELIAS TAJRA FILHODIRETOR DA TV CIDADE VERDE E DO GRUPO EMPRESARIAL JELTA

FLÁVIO GERMANOEMPRESÁRIO E ECONOMISTA

JOÃO VICENTE CLAUDINOSENADOR DA REPÚPLICA PELO ESTADO DO PIAUÍ (PTB)

Page 24: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 26

fórum de ideias

Empresário dos ramos comercial e industrial, naturalde Teresina, liderança empresarial do movimentolojista tem opiniões claras sobre questões as quais

afetam diretamente o desenvolvimento do Estado do Piauí.Evandro acredita que o Piauí é uma unidade da federação

com muitos recursos, mas que não tem conseguidotransformar esses recursos em riquezas. “Nós temos umcerrado monumental, estamos sendo a última fronteiraagrícola; temos uma posição estratégica comercial muitoimportante, mas nossa estrutura é muito precária –notadamente no que se refere a estradas e a transportes.Nossa capital tem muitas deficiências, mas ainda assimconsegue ser um importante centro, seja de cultura, naeducação, no ensino universitário e no campo de saúde, porexemplo. Já o sul do Estado, realça a vontade de sua gentede fazer, de produzir, de oportunizar negócios, deempreender diversas ações”, destaca.

Na visão do empresário, o Estado passou anos esquecidopelo Governo Federal, principalmente no que tange aquestões de infra-estrutura como aeroportos e estradas maislargas. “O governo Federal tem dado um tratamento caóticoaos interesses do Estado. A nossa representação federal nãotem sido capaz de fazer migrar grandes investimentos paraos nossos municípios”, diz. “Temos ânsia de crescer. Nãopodemos ser ignorados pelo poder central”, alerta o líderempresarial.

Segundo ele, o Piauí está sendo descoberto pelas grandesredes nacionais e multinacionais do varejo, mas não se temsido eficaz no sentido de que essas empresas migrem paracá. “A construção da Transcerrados e do Porto do Piauí irácontribuir nessa que é a maior das nossas necessidades: oescoamento da produção e nos dará maior retorno para odesenvolvimento do Estado, disso eu não tenho dúvida”,disse confiante.

Uma das grandes prioridades apontada pelo empresário éa energia - apesar do Piauí fazer parte do programa Luz paraTodos, precisamos de força que possa mover máquinas emotores para a produção industrial; da Transcerrados ligandoo sul do Estado a Teresina e ainda do Porto de Luís Correiacomo uma via fundamental.

Por outro lado, o líder empresarial diz que o Piauí precisacriar um fórum permanente, alicerçado numa Secretaria deEstado forte – reunindo inteligências relevantes que possamabsorver as dificuldades do Governo e da iniciativa privada,fornecendo soluções viáveis. “A situação é difícil, mas temsolução”, antecipa.

Evandro Cosme destaca que falta ao Piauí capacidade dearticulação bem como de pensamentos convergentes.“Temos o exemplo clássico da estruturação do Banco doNordeste, no vizinho Estado do Ceará. Com o advento destebanco, toda a forma de pensamento começou a interagir. E ogrande resultado foi que o Ceará deu um salto qualitativo.Apesar da questão climática naquele Estado ser desfavorávelpara o setor agrícola, o Ceará é hoje líder em diversossegmentos nessa área – a citar com destaque a atividade deavicultura”, enfatiza.

O líder empresarial finaliza dizendo que o Piauí precisasair da produção de commodities e passar a agregar valor aoque se produz, pois além de gerar mais divisas, aindacontribui para a sustentabilidade ambiental.

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Page 25: Revista Imóveis e Negócios

imóveis negócios& 27

fórum de ideias

Para Jorge Lopes, empresário do setor privado, masque atua na Coordenadoria de Projetos Estratégicosdo Governo do Estado do Piauí, a principal medida a

ser tomada pelo poder público para potencializar odesenvolvimento é garantir um ambiente propício para aatração de empresas. “Em conversas com secretários deoutros Estados na área de desenvolvimento, vemos que asdeterminações dos governadores, tanto do sul como donordeste, são de projetos voltados para a atração deinvestimentos da iniciativa privada. Dessa forma, sedesvincula da dependência através dos repasses do governofederal”, explica.

Projetos que visem garantir condições necessárias para ainstalação de empresas é na visão do coordenador umamedida que garante grandes retornos na economia. “Apreocupação dos governos atuais está toda voltada paramobilizar suas equipes para projetos estruturantes e atrair osetor privado. No Piauí, isso tem dado certo. Nos últimos oitoanos, foram feitos dois projetos que tiveram reflexo nessepapel de desenvolvimento que o Piauí está tendo. Um delesfoi o Programa de Desenvolvimento Florestal que aconteceuem parceira com o Governo e a Codevasf (Companhia deDesenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba)”,aponta.

O projeto teve grande amplitude pelo fato de,paralelamente, uma empresa ter prestado serviço deconsultoria. “A contratação dessa empresa foi uma aberturade portas para levar esse projeto a outras empresas quenecessitavam de informações para se instalar aqui”.

Outro projeto apontado, como exemplo nessa área, e quejá atua no Estado, é o sucroalcooleiro, feito pela FundaçãoGetulio Vargas, que tem atraído capital para a região deGuadalupe e incentiva a produção de álcool e açúcar naregião. “Fazer mais projetos desse tipo dá uma maiorvisibilidade e o Estado sente mais confiança, principalmentequando se tem maior número de informação”.

O avanço desses projetos, para o empresário, é defundamental importância. O principal retorno é o capitalprivado que pode ser recolhido através dos impostos pagospor essas empresas. Mas avisa: “Não adiante só ter umprojeto de atração de empresas sem que a questão energéticaseja resolvida. Além disso, precisamos ter um escoamentopelo mar. É importante ter uma ferrovia que ligue Teresina aParnaíba, essencial não só pela questão turística” completaele.

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Page 26: Revista Imóveis e Negócios

fórum de ideias

JESUS ELIAS TAJRA FILHO

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Nesse momento, para garantir um melhordesenvolvimento, o Piauí necessita de um projetode longo prazo. É a opinião de Jesus Elias Tajra

Filho, diretor da TV Cidade Verde e do Grupo empresarialJelta. O empresário acredita que o nosso desenvolvimentodeve estar baseado principalmente no que ele chama dequatro "Es" : Estradas, Educação, Energia eEmpreendedorismo. Para Jesus, estes são os eixosfundamentais para se pensar num projeto para o Piauí.

“Cada um desses pontos tem uma função básica. Falar deestradas e energia é garantir uma infraestrutura mínima quedeve partir do Estado, pois com isso, vamos atrairinvestimentos. A educação deve ser de qualidade em todos osníveis, da educação básica a educação superior, com destaquepara a educação profissionalizante”, aponta.

Segundo Jesus Filho, uma sociedade só se torna bempreparada para o desenvolvimento a partir deste ambiente. “Oempreendedorismo coloca na sociedade uma visão decrescimento, que por sua vez, irá garantir uma capacidadeempresarial, onde cada pessoa pode criar seu próprionegócio. Há uma necessidade urgente de a sociedade ter essavisão empreendedora, uma mudança de paradigma”, afirma.

O desenvolvimento, explica Jesus, vem quando o Estadoestá propicio para isso, mas precisa ter um foco e apresentaras condições mínimas necessárias. “Isso vem de formademorada e o Piauí ainda tem um longo caminho paraaprender, o que deve acontecer de 15 a 20 anos”.

E continua: “todos são responsáveis pelodesenvolvimento a partir do momento que escolhem o seugovernante, pois a gestão deve possuir uma visão conjunta euma consciência geral que deverá caminhar junto com esseprocesso”.

Para a educação, ele aponta a necessidade de implantaçãode cursos técnicos em todas as áreas. Sendo que cada regiãodeve receber cursos de acordo com a demanda dos jovens.Para ele, nunca haverá investimentos sem mão de obracapacitada. Outro ponto a ser visto é a força energética, quenecessita de investimentos para fornecer condições mínimaspara as empresas se instalarem.

“O Piauí precisa criar uma capacidade e estar preparadopara ser mostrado para o Brasil e não ficar apenas esperandoe vendo o Brasil receber investimentos. Deve-se cuidar dissoagora, chamando a atenção do mundo para o que temos aoferecer, e atrair o capital externo”, pontuou enfaticamente.

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Page 27: Revista Imóveis e Negócios

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fórum de ideias

As necessidades do Estado são várias e a principalmedida para o desenvolvimento é um conjunto de obrasque favoreça a instalação de um setor industrial, com

infraestrutura adequada. “O Piauí perde muito pela falta deestrutura, os cerrados no sul do Estado, perdem parte da safra emfunção da falta de estradas. Para meios de transporte maiores, aprincipal coisa a ser feita é a ferrovia, não só a Transnordestina,mas uma ferrovia para Parnaíba ligando os principais polos detransmissão”, pontua o economista e empresário FlávioGermano.

Paralelo a isso, um projeto em curto prazo, que implicaria deforma mais direta na interiorização da educação. “O Piauí já temuma história e um nome na educação, principalmente nos últimosdez anos através das escolas privadas, mas falta o Estado adotaresse modelo na escola pública No passado, o ensino público eramelhor que o particular. Mas, as condições estruturantes dessasescolas ficaram a desejar. No futuro, levará vantagem naglobalização os países com maior nível educacional, com maisfontes de pesquisas e investimentos na educação básica. Elesestarão na ponta do desenvolvimento e o Brasil como um todoainda peca na área da educação, assim como o Piauí”, afirmacategórico.

O ensino à distância, em sua opinião, pode suprir a carênciade mão de obra e os recursos tecnológicos são os mais práticosao direcionar o foco e reduzir esse déficit educacional. O projetoproposto seria o de um aproveitamento da estrutura já existenteem algumas escolas no interior, o que baratearia muito os gastos,geraria um investimento maior nos cursos tecnológicos formandopessoas em dois anos e garantiria um retorno de forma maisrápida. Os cursos deveriam abranger as áreas da construção civil,agricultura, mecânica, técnica... enfim, a demanda de cadaregião.

Este é o maior desafio para um desenvolvimento de formasustentável no Piauí de hoje, garante o economista.

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Page 28: Revista Imóveis e Negócios

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fórum de ideias UMA VISÃO DE ESTADO

Predominou na era colonial do Piauí a chamada “civilizaçãodo couro”, em que toda a economia da Província girava emtorno do criatório do gado e seus derivados. Entretanto,

chamava a atenção do Piauí as suas extensões de terras produtivas aolongo dos afluentes dos rios em que sobressaiam também o cultivoda lavoura, a criação do gado e o extrativismo, como a exploraçãoda cera de carnaúba e da maniçoba. A sociedade piauiensecaracterizou-se dentro de uma relação aristocrática, em que essesestratos sociais, na sua maioria, eram donos de terras ou tinham aposse da terra. A formação social piauiense se deu com elementosvindos de outras regiões, notadamente do Ceará, Maranhão ePernambuco, que, aliado ao regime escravagista, transformou-senum caldeamento étnico-cultural que representa, na atualidade, aidentidade piauiense, ou seja, os seus valores da piauiensidade.

O Piauí originou-se numa trajetória de lutas, sonhos, esperanças,obstáculos e glórias e que continuam como elemento basilar do seupovo. Todos que chegam nesta terra se encantam com ahospitalidade e potencialidade que lhe são peculiares. E logo se criaum laço de identidade com o povo do Piauí, acreditando sempre nassuas riquezas humanas e naturais, além da intrínseca realidadeacolhedora. É por isso que todos que se encontram neste Estado, têma missão de lutar por ele, elevar a defesa do seu nome, enaltecer opotencial do Piauí e de querer somar esforços para uma açãopropulsora do desenvolvimento do Estado tendo em vista tambémcontribuir para mudar a imagem do Piauí no cenário nacional.

Mas é preciso que se faça um planejamento objetivo paraalavancar o Estado. Apresentamos condições inigualáveis depotencialidades, com terras agricultáveis, a exemplo dos Cerrados,que, agora mesmo, teve uma safra recorde de grãos mesmo comchuvas irregulares. Além disso, possui grande manancial de água,com rios perenes e lençol freático riquíssimo. A sua localização deentroncamento de regiões possibilita que o Piauí seja importantecentro distribuidor comercial. Não obstante, o Estado não resolveuainda gargalos que não eram mais para existir, como a conclusão doporto, universalização da energia e problemas de infraestruturalogística de transportes, para que os empreendimentos econômicos esociais façam os seus transcursos normais na consolidação docrescimento e desenvolvimento do Estado.

Mas a capacidade e vontade do povo de querer com o seutrabalho transformar o Estado, é algo muito especial.

Urge, portanto, que o Piauí promova uma ação efetiva de Estado,um plano que enfrente os problemas no sentido de criar umaestrutura econômica para que esses potenciais sejamverdadeiramente transformados, e aproveitados. Mas tudo começacom uma gestão eficiente de Estado. O Piauí, no atual contexto, é oúnico Estado do Nordeste que não teve grande investimento federal.O último investimento de peso foi na barragem de Boa Esperança,ainda na década de 1960. Não tivemos investimentos em siderurgia,refinaria, porto. Também nunca apresentamos um projeto de relevoestrutural ao governo federal. O Estado tem que definir uma formamuito clara de investimentos. Sempre lidamos com a escassez derecursos públicos. Mas o fato é que devemos criar uma visãoempresarial de investimentos que possa multiplicar os recursosdestinados ao Piauí para ampliar a sua capacidade produtiva e seconstruir uma nova realidade no Estado. Não podemos mais deixarque o tempo seja o único provedor do nosso destino. É preciso quetenhamos uma visão mais nítida dos nossos problemas e que ajamosdentro dela para resolvê-los.

JOÃO VICENTE CLAUDINO

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