revista imóveis e negócios
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Revista da Editora ZahleTRANSCRIPT
O MELHOR ESPAÇO DE NEGÓCIOS DO PIAUÍ
Herdeiras
empreendedoras:
pausa para
uma conversa
Gustavo
Almeida: 30
anos de puro
talento
RAFAELTAJRAFONTELES
ele pode fazer seu dinheirocrescer em pouco tempoe com pouco risco
Fórum de ideias:
Um Projeto
para o Piauí
sumário
Marta Tajra DRT 130/PIEditora e Publisher
Marta TajraDavid TajraDireção executiva
TupyProjeto gráfico
Tupy e Wilker LacerdaDiagramação
WJ GRÁFICAImpressão
Wilton LopesJornalista colaborador
Ingrid TajraRevisão
A. Filho MultimídiaFelícia AraújoLuciano KlausManoel SoaresRaoni BarbosaRaulino NetoRégis FalcãoRossana SulzerSEMCOM/PMTThiago Amaralfotografia
86 - 9994 6216comercial
A Revista Imóveis&Negócios é um periódico se-mestral da Editora Zahle CNPJ 02.189.730/0001-08. Os artigos assinados e os conceitos emitidosem entrevistas e artigos desta edição são de inteiraresponsabilidade de seus autores, assim como qual-quer conteúdo publicitário e comercial. Não é proi-bida a reprodução desta obra, desde que cite a fon-te.
3 ELE TEM A CHAVE DO MERCADO DE INVESTIMENTOS NO SETOR IMOBILIÁRIO DO PIAUÍ
8 CRISE MUNDIAL: UMA MAROLINHA OU UM TSUNAMI?
SISTEMA ECONOMICLUZ OFERECE MELHORIA NA QUALIDADE DA ENERGIA E ECONOMIA12
RESERVA RIO POTY: A REINVENÇÃO DE UM BAIRRO16
PAUSA PARA UM LANCHE20
FÓRUM DE IDEIAS25
EMPREENDEDORES: COMO SER UM DELES?32
GRUPO CILP INOVA NA ÁREA DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO NO PIAUÍ34
38 ANDRADE JUNIOR: MERCADO IMOBILIÁRIO CRESCE A TODO VAPOR
EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO40
CÉU DE BRIGADEIRO44
O ALTO CUSTO DOS IMÓVEIS EM TERESINA48
GUSTAVO ALMEIDA: 30 ANOS DE PURO TALENTO52
GOOD MORNING TEACHER!58
AS CORES DE SÃO BENEDITO60
VOCÊ É UM WORKHOLIC OU UM WORKLOVER?62
FRANQUIA: UMA MODALIDADE QUE CRESCE EM TERESINA64
TERESINA SERÁ UMA DAS SEDES DA FEIRA DO EMPREENDEDOR 201266
PARNAÍBA TAMBÉM CRESCE67
MAIS CHANCE PARA VOCÊ COMPRAR A CASA EM 201268
PERFIL INDUSTRIAL/ CHIEKO AOKI
APRENDA A FAZER BONSNEGÓCIOS COM OS ÁRABES
MISSÃO EMPRESARIAL NA PODEROSA CHINAMISSÃO EMPRESARIAL NA PODEROSA CHINA
imóveis negócios& 3
capa
Quer ganhar um bom dinheiro no setor imobiliário sem incorrer em grandes riscos?A Econométrica Investimentos mostra um novo caminho para seu dinheiro crescer,
crescer, crescer ...e aparecer dentro deste mercado em ascensão. Veja como.
ELE TEM A CHAVE DO MERCADODE INVESTIMENTOS NO
SETOR IMOBILIÁRIO DO PIAUÍ
Há um novo protagonista em cena no mercadoimobiliário piauiense. E acredite, ele não faz parte dacadeia produtiva, mas, têm a fórmula perfeita para fazerseu dinheiro crescer e aparecer dentro de um cenário quecontinua em plena ascensão em Teresina. Professor porformação e vocação, Rafael Tajra Fonteles, fundador doGrupo Educacional CEV e da EconométricaInvestimentos - empresa especializada em investimen-tos de renda fixa e variável - foi o primeiro a romper comum paradigma num estado que não tem propriamenteuma cultura de investidores, como é o nosso. Mas, elenão se intimida e entra agora com muita credibilidade nosetor imobiliário piauiense. Saiba agora como isto estáacontecendo.
FO
TO
S L
UC
IAN
O K
LA
US
imóveis negócios& 4
capa
OProf. M. Sc. Rafael Fonteles, bacharel em Matemática,
mestre em Economia Matemática pelo IMPA-RJ,
doutorando em economia pela Fundação Getúlio
Vargas e comentarista econômico da TV Clube (afiliada da Rede
Globo em Teresina), sempre teve uma atuação e uma mente
brilhante quando o assunto é números. Antes mesmo de terminar
a faculdade, já despertava a atenção de institutos fora do Piauí e
chegou a receber convite para trabalhar nos Estados Unidos.
Mas, para sorte nossa, resolveu ficar na cidade onde nasceu e
montar seu próprio grupo educacional, denominado hoje de
Grupo CEV, com matriz na Avenida Frei Serafim, num dos
imóveis mais valorizados da capital. Depois, entrou para o
mercado de ações. Em 2008, deu a grande virada e criou a
Econométrica Investimentos, empresa especializada em
investimentos em renda fixa e variável. Hoje, juntamente com
o seu sócio Marcos Dimitri, eles representam a maior corretora
do Brasil, a XP, aqui no Piauí, e já atenderam a uma clientela de
mais de 1000 investidores piauienses.
Em dezembro do ano passado, a empresa deu um passo
decisivo nesse que parece ser só o começo de um grande negócio
na área imobiliária piauiense. Criou mais um braço da
Econométrica: a InvesteFácil Imóveis, onde a filosofia consiste
em “reunir recursos para construir empreendimentos e
vender ao final, auferindo lucros”, diz Rafael satisfeito com
os primeiros resultados. O começo dessa história surgiria
durante as transações de vendas de fundos imobiliários que a
Econométrica fazia com seus clientes de Teresina para a
corretora XP, do Rio de Janeiro e de São Paulo: “resolvemos,
então, fazer uma coisa mais caseira e regional, construindo
empreendimentos aqui mesmo, onde o cliente pudesse ver onde
ele estaria aplicando o seu dinheiro”, explicou.
O NEGÓCIO
O negócio consiste basicamente em juntar um grupo de
médios, grandes e até pequenos investidores para realizarem
determinado empreendimento imobiliário por meio de uma SCP
- Sociedade em Conta de Participação (previsto no novo
Código Civil Brasileiro), buscando a prospecção de
rendimentos de modo rápido, seguro e pouco burocrático.
Com um valor social inicial de R$ 6.292.980,00, a primeira
SCP lançada pela InvesteFácil, foi dividida em 240 cotas. O
valor de cada cota foi fixado em R$ 2. 896,00 + 25 parcelas fixas
de R$ 932,99 reais. Em bom português, se o investidor dispuser
de menos de mil reais por mês, terá um retorno estimado em, no
mínimo 2,4% ao mês. Bem acima da tradicional caderneta de
poupança e de muitos títulos de renda fixa do mercado, inclusive
os CDBs, que hoje giram em torno de 0,8% ao mês. Isso, diga-
se de passagem, já descontados taxas de administração, auditoria,
corretagem e .performance
O que torna o negócio ainda mais atraente é quando se
compara o valor do metro quadrado de mercado, que está em
torno de R$ 3.000,00 em Teresina, com o valor do metro
imóveis negócios& 5
capa
quadrado das cotas da SCP da InvesteFácil, que gira em
torno de R$ 1.901,99 (considerando valores atualizados). Ou
seja, bem abaixo do mercado Seguindo esta tendência, o.
investidor tende a ganhar duas vezes, já que o custo da
construção do empreendimento é bem menor do que o valor de
venda, e já que a valorização de um imóvel hoje em Teresina,
dependendo da área e tipo de imóvel, pode chegar a mais de
100% em um ano.
Até o fechamento desta
revista, foram vendidas, desde
janeiro deste ano, 232 das 240
cotas disponíveis, entre mais de
150 investidores (alguns
compram mais de uma cota) e a
construção do empreendimento
já havia iniciado. O que significa
que o mercado está absorvendo
bem a novidade.
SEGURANÇA NO
INVESTIMENTO
Com as cotas divididas em 26
parcelas, o negócio dá mais
tranquilidade ao investidor, que
passa a acompanhar de perto,
passo a passo, a construção do
empreendimento e de todo o
processo através de relatórios
mensais de auditoria contábil, de
medição de obra (inclusive com fotografia), e relatórios
de mercado (análise de preços do mercado). “A
transparência é fundamental neste caso. O objetivo é
aportar recursos para que os imóveis sejam vendidos e
o investidor possa auferir o lucro no final da construção
e da venda do empreendimento. É uma coisa que tem
começo, meio e fim”, explica Rafael. “A sociedade vai
se dissolver no momento em que a gente vender os
apartamentos no final do empreendimento”. Nesse
caso, o consumidor final é aquele que vai comprar o
imóvel para morar, alugar etc. Será a primeira vez na
história deste mercado em que se lançará um
condomínio já pronto para morar.
O EMPREENDIMENTO
O primeiro empreendimento do InvesteFácil está
localizado na zona leste da capital, a 400 metros do auditório
da NovaFapi, portanto, numa das zonas mais valorizadas da
cidade. Será um condomínio fechado de apartamentos de 62
metros quadrados com três quartos (uma suíte), elevador e ampla
área de lazer. Além disso, o condomínio vai dispor de uma vaga
de garagem e outras adicionais. Playground, piscina e salão de
festas estão também no projeto do arquiteto Edward Monteiro.
Serão 4 blocos de 48 apartamentos em uma área de 10.000
metros quadrados. Um dos blocos será dos sócios da SCP e os
demais estão sendo vendidos diretamente pela construtora. A
construtora escolhida foi a Fontanna, com 11 anos de mercado e
muita credibilidade também. A medição da obra está sendo feita
pela Ecoplan, com assessoria jurídica do advogado Sigifroi
Moreno e auditoria contábil da Steiner&Steiner.
CREDIBILIDADE: A ALMA DO NEGÓCIO
Como se sabe, a credibilidade é a parte mais delicada de
qualquer empresa que se preze. E quando esta empresa mexe
diretamente com dinheiro – e, principalmente o dinheiro alheio –
aí o negócio toma outra dimensão podendo levar o cliente (no
caso aqui, o investidor) a uma delicada área de risco. A
credibilidade, nesse caso, pode-se assemelhar ao DNA, de tão
importante que se torna na percepção do consumidor final. E
Rafael sabe bem disso, até por trabalhar em outras áreas de
investimentos já há algum tempo: “a credibilidade é o nosso
principal ativo e, por isso mesmo, a gente coloca toda a nossa
história a disposição do cliente, temos um cuidado redobrado
nessa área, sabemos muito bem onde estamos pisando”, afirma
como muita firmeza o jovem presidente.
Planos para o futuro? Sim, é claro. Mesmo relutando um
RAFAEL FONTELES E O SÓCIO MARCOS DIMITRI
ROBERT GUIMARÃES (CONSTRUTORA FONTANNA),SIGIFROI MORENO (ADVOGADO DA SOCIEDADE),
RAFAEL FONTELES E ROGERS RAMON (IMOBILIÁRIA RR)
imóveis negócios& 4
capa
OProf. M. Sc. Rafael Fonteles, bacharel em Matemática,
mestre em Economia Matemática pelo IMPA-RJ,
doutorando em economia pela Fundação Getúlio
Vargas e comentarista econômico da TV Clube (afiliada da Rede
Globo em Teresina), sempre teve uma atuação e uma mente
brilhante quando o assunto é números. Antes mesmo de terminar
a faculdade, já despertava a atenção de institutos fora do Piauí e
chegou a receber convite para trabalhar nos Estados Unidos.
Mas, para sorte nossa, resolveu ficar na cidade onde nasceu e
montar seu próprio grupo educacional, denominado hoje de
Grupo CEV, com matriz na Avenida Frei Serafim, num dos
imóveis mais valorizados da capital. Depois, entrou para o
mercado de ações. Em 2008, deu a grande virada e criou a
Econométrica Investimentos, empresa especializada em
investimentos em renda fixa e variável. Hoje, juntamente com
o seu sócio Marcos Dimitri, eles representam a maior corretora
do Brasil, a XP, aqui no Piauí, e já atenderam a uma clientela de
mais de 1000 investidores piauienses.
Em dezembro do ano passado, a empresa deu um passo
decisivo nesse que parece ser só o começo de um grande negócio
na área imobiliária piauiense. Criou mais um braço da
Econométrica: a InvesteFácil Imóveis, onde a filosofia consiste
em “reunir recursos para construir empreendimentos e
vender ao final, auferindo lucros”, diz Rafael satisfeito com
os primeiros resultados. O começo dessa história surgiria
durante as transações de vendas de fundos imobiliários que a
Econométrica fazia com seus clientes de Teresina para a
corretora XP, do Rio de Janeiro e de São Paulo: “resolvemos,
então, fazer uma coisa mais caseira e regional, construindo
empreendimentos aqui mesmo, onde o cliente pudesse ver onde
ele estaria aplicando o seu dinheiro”, explicou.
O NEGÓCIO
O negócio consiste basicamente em juntar um grupo de
médios, grandes e até pequenos investidores para realizarem
determinado empreendimento imobiliário por meio de uma SCP
- Sociedade em Conta de Participação (previsto no novo
Código Civil Brasileiro), buscando a prospecção de
rendimentos de modo rápido, seguro e pouco burocrático.
Com um valor social inicial de R$ 6.292.980,00, a primeira
SCP lançada pela InvesteFácil, foi dividida em 240 cotas. O
valor de cada cota foi fixado em R$ 2. 896,00 + 25 parcelas fixas
de R$ 932,99 reais. Em bom português, se o investidor dispuser
de menos de mil reais por mês, terá um retorno estimado em, no
mínimo 2,4% ao mês. Bem acima da tradicional caderneta de
poupança e de muitos títulos de renda fixa do mercado, inclusive
os CDBs, que hoje giram em torno de 0,8% ao mês. Isso, diga-
se de passagem, já descontados taxas de administração, auditoria,
corretagem e .performance
O que torna o negócio ainda mais atraente é quando se
compara o valor do metro quadrado de mercado, que está em
torno de R$ 3.000,00 em Teresina, com o valor do metro
imóveis negócios& 5
capa
quadrado das cotas da SCP da InvesteFácil, que gira em
torno de R$ 1.901,99 (considerando valores atualizados). Ou
seja, bem abaixo do mercado Seguindo esta tendência, o.
investidor tende a ganhar duas vezes, já que o custo da
construção do empreendimento é bem menor do que o valor de
venda, e já que a valorização de um imóvel hoje em Teresina,
dependendo da área e tipo de imóvel, pode chegar a mais de
100% em um ano.
Até o fechamento desta
revista, foram vendidas, desde
janeiro deste ano, 232 das 240
cotas disponíveis, entre mais de
150 investidores (alguns
compram mais de uma cota) e a
construção do empreendimento
já havia iniciado. O que significa
que o mercado está absorvendo
bem a novidade.
SEGURANÇA NO
INVESTIMENTO
Com as cotas divididas em 26
parcelas, o negócio dá mais
tranquilidade ao investidor, que
passa a acompanhar de perto,
passo a passo, a construção do
empreendimento e de todo o
processo através de relatórios
mensais de auditoria contábil, de
medição de obra (inclusive com fotografia), e relatórios
de mercado (análise de preços do mercado). “A
transparência é fundamental neste caso. O objetivo é
aportar recursos para que os imóveis sejam vendidos e
o investidor possa auferir o lucro no final da construção
e da venda do empreendimento. É uma coisa que tem
começo, meio e fim”, explica Rafael. “A sociedade vai
se dissolver no momento em que a gente vender os
apartamentos no final do empreendimento”. Nesse
caso, o consumidor final é aquele que vai comprar o
imóvel para morar, alugar etc. Será a primeira vez na
história deste mercado em que se lançará um
condomínio já pronto para morar.
O EMPREENDIMENTO
O primeiro empreendimento do InvesteFácil está
localizado na zona leste da capital, a 400 metros do auditório
da NovaFapi, portanto, numa das zonas mais valorizadas da
cidade. Será um condomínio fechado de apartamentos de 62
metros quadrados com três quartos (uma suíte), elevador e ampla
área de lazer. Além disso, o condomínio vai dispor de uma vaga
de garagem e outras adicionais. Playground, piscina e salão de
festas estão também no projeto do arquiteto Edward Monteiro.
Serão 4 blocos de 48 apartamentos em uma área de 10.000
metros quadrados. Um dos blocos será dos sócios da SCP e os
demais estão sendo vendidos diretamente pela construtora. A
construtora escolhida foi a Fontanna, com 11 anos de mercado e
muita credibilidade também. A medição da obra está sendo feita
pela Ecoplan, com assessoria jurídica do advogado Sigifroi
Moreno e auditoria contábil da Steiner&Steiner.
CREDIBILIDADE: A ALMA DO NEGÓCIO
Como se sabe, a credibilidade é a parte mais delicada de
qualquer empresa que se preze. E quando esta empresa mexe
diretamente com dinheiro – e, principalmente o dinheiro alheio –
aí o negócio toma outra dimensão podendo levar o cliente (no
caso aqui, o investidor) a uma delicada área de risco. A
credibilidade, nesse caso, pode-se assemelhar ao DNA, de tão
importante que se torna na percepção do consumidor final. E
Rafael sabe bem disso, até por trabalhar em outras áreas de
investimentos já há algum tempo: “a credibilidade é o nosso
principal ativo e, por isso mesmo, a gente coloca toda a nossa
história a disposição do cliente, temos um cuidado redobrado
nessa área, sabemos muito bem onde estamos pisando”, afirma
como muita firmeza o jovem presidente.
Planos para o futuro? Sim, é claro. Mesmo relutando um
RAFAEL FONTELES E O SÓCIO MARCOS DIMITRI
ROBERT GUIMARÃES (CONSTRUTORA FONTANNA),SIGIFROI MORENO (ADVOGADO DA SOCIEDADE),
RAFAEL FONTELES E ROGERS RAMON (IMOBILIÁRIA RR)
informe publicitário
imóveis negócios& 31
Opresidente do Sistema FECOMERCIO SESC/SENAC
no Piauí, Valdeci Cavalcante, anunciou a inauguração
de quatro empreendimentos do SESC no Piauí. Em
julho, o SESC Beira-Rio, em Parnaíba, vai ser inaugurado depois
de passar pela maior reforma desde sua construção.
O estabelecimento será transformado num Complexo
Olímpico, referência para grandes competições esportivas em
Parnaíba. Também em julho, vão ser inaugurados mais 40
apartamentos com alto padrão de qualidade que já garantiu por
três anos consecutivos o selo do Guia quatro Rodas ao SESC
Praia, em Luís Correia.
O maior Centro de Lazer e Turismo do Piauí passa a contar
com 80 apartamentos e quatro casas para hospedagem dos
comerciários e usuários do SESC.
O SESC vai transformar o prédio da União Caixeiral, em
Parnaíba, num moderno centro Cultural com estrutura para
realização de mostras, exposições e concertos, além de oficinas e
cursos de Teatro, dança e instrumentos musicais.
Em Teresina, o SESC construirá um Centro Cultural com
teatro, galeria de artes, sala para oficinas de artes plásticas e
dança. O espaço também terá sala especial para aulas de música,
com instrumentos de acústica, além da estrutura necessária para
grandes montagens culturais.
imóveis negócios& 38
análise
OBrasil irá sediar nos próximos quatro anos os
dois maiores eventos esportivos do mundo. A
Copa Mundial de Futebol, que será realizada
em 2014, e as Olimpíadas em 2016. Isso sem falar na Copa
das Confederações em 2013. Doze cidades das cinco
regiões do Brasil receberão a Copa do Mundo. Mais de R$
25 bilhões serão investidos em aeroportos, estádios e novos
sistemas de transportes, tudo para adequar a infraestrutura
das capitais aos milhares de turistas que virão aos eventos.
A construção civil nessas cidades está funcionando a todo
vapor. A contratação de mão de obra praticamente triplicou
se comparado com os anos anteriores, e em 2011, esses
números se mostraram muito mais expressivos, devido à
cobrança para a finalização dos estádios. E como está a
situação em Teresina?
Em janeiro de 2011, o crescimento registrado pelo
CAGED – CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E
DESEMPREGADOS - para o setor da construção civil nos
últimos doze meses foi de mais de 18%. Isso com relação a
2010. No período, foi registrada a contratação de 5.433
pessoas. Quando comparamos com os dados de 2012, a
queda do mês de janeiro é preocupante, o crescimento foi
de apenas 0,6%.
Se alguns estados ganham com a injeção de recursos do
Governo Federal, outros acabam sendo prejudicados pela
falta de mão de obra. Esse é um ponto importante que tem
repercutido no desenvolvimento do Piauí. Pedreiros,
ajudantes, carpinteiros e todos que trabalham direta ou
indiretamente na construção viraram um produto escasso
em nosso Estado.
Andrade Junior, presidente do SINDUSCON (Sindicato
da Indústria da Construção Civil de Teresina) reconhece
que isso tem prejudicado a entrega de alguns
empreendimentos em Teresina. “Estamos percebendo que
as empresas atrasam na entrega por falta de mão de obra.
Mas isso sempre está sendo repassado para os clientes. As
obras da Copa e das Olimpíadas viraram prioridade no
Brasil e tanto é assim que eles estão contratando mão de
obra por um salário bem maior do que é pago aqui. Isso foi
um problema bem recorrente em 2011 e continua em
2012”, esclarece.
Segundo a Revista ÉPOCA, de março de 2012, o setor
apresenta uma dicotomia: nunca o mercado esteve tão
aquecido e o metro quadrado tão valorizado como agora,
mas as grandes empresas passam pelo pior momento.
Apesar dos problemas enfrentados na construção civil na
capital e no restante do Estado, o Piauí tem se saído bem
em relação à crise que o setor imobiliário vem sofrendo
nas metrópoles brasileiras.
FO
TO
RÉ
GIS
FA
LC
ÃO
ANDRADE JUNIOR,PRESIDENTE DO SINDUSCON DE TERESINA
Mercado Imobiliáriocresce a todo vapor
Mercado Imobiliáriocresce a todo vapor
calendário
Teresina sediará este ano um dos maiores eventos de
empreendedorismo do Brasil.AFeira do Empreendedor
está prevista para acontecer na capital piauiense de 21 a
25 de novembro, sendo uma realização do Serviço de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae.
TERESINAserá uma das sedes daFeira do Empreendedor
2012N
esta edição do evento, que acontece desde 1995 em
vários Estados do país, serão contempladas treze
cidades, além de Teresina. Belo Horizonte abre o
circuito 2012 da feira, que também será promovida em
Blumenau, Dourados, Palmas, Goiânia, Natal, João Pessoa,
Fortaleza, Porto Alegre, Recife, São Paulo, Manaus e Belém.
`A feira é bienal, sendo projetada de acordo com a cultura e a
dinâmica econômica de cada local. No Piauí destacaremos os
setores de agronegócios, turismo, artesanato e serviços,
apresentando as tendências de mercado destes segmentos. No
espaço da feira também trabalharemos a parte de capacitação e
orientação empresarial. A ideia é mostrar oportunidades,
incentivar a abertura de novos empreendimentos e contribuir
para a melhoria dos negócios já existente, explica o diretor
superintendente do Sebrae no Piauí, Mário Lacerda.
Durante o evento, os visitantes terão a oportunidade de
participar de seminários, palestras, oficinas, minicursos e clínicas
tecnológicas com profissionais de renome nacional. Rodadas de
negócios e orientação empresarial também fazem parte do leque
de atividades da feira.
No local onde acontecerá a Feira do Empreendedor também
contaremos com a presença de fabricantes de pequenas
máquinas, ofertantes de franquias de baixo investimento e de
empresas interessadas em transferir tecnologia. São produtos e
serviços que devem contribuir para o avanço dos pequenos
empreendimentos na economia local, destaca Lacerda.
O foco desta edição do evento é inovação e sustentabilidade.
Serão apresentadas novas tecnologias e testados produtos e
serviços. Troca de informações e experiências entre
empreendedores, prospecção de mercado e aproximação de
parceiros comerciais também são marcas registradas da feira.
Trabalharemos ainda a questão da formalização, incentivando
principalmente os pequenos empreendedores a aderirem ao EI. O
que queremos é transformar a feira num espaço de aproximação
entre empresários e candidatos a empresários e o Sebrae,
mostrando os serviços e produtos que a instituição tem
disponível para esse público, acrescenta o diretor.
Desde 1995, quando foi realizada a primeira Feira do
Empreendedor, mais de doze mil empresas já participa-
ram como expositoras e 1,9 milhões de pessoas como
visitantes. Nas 129 edições promovidas desde aquele
ano, já foram capacitadas mais de 725 mil empreendedo-
res.
Ano passado, oito cidades do país sediaram o evento, que
acontece de dois em dois anos em várias unidades da
federação, tendo duração de três a cinco dias, dependen-
do da necessidade e do público-alvo de cada local.
HISTÓRICO DA FEIRA
CALENDÁRIO NOS ESTADOSBelo Horizonte (MG) – 20 a 24 de março
Blumenau (SC) – 31 de maio a 02 de junho
Dourados (MS) – 01 a 03 de junho
Palmas (TO) – 13 a 16 de junho
Goiânia (GO) – 28 de junho a 01 de julho
Natal (RN) – 01 a 04 de agosto
João Pessoa (PB) – 19 a 22 de setembro
Fortaleza (CE) – 24 a 27 de setembro
Porto Alegre (RS) – 27 a 30 de setembro
Recife (PE) – 17 a 20 de outubro
São Paulo (SP) – 25 a 28 de outubro
Teresina (PI) – 21 a 25 de novembro
Manaus (AM) – 27 a 30 de novembro
Belém (PA) – 12 a 15 de dezembro
imóveis negócios& 66
memória
A COR DE
SÃO BENEDITOPassar pela Igreja de São Benedito, no Centro da cidade, sem olhar para
ela pelo menos de soslaio, é no mínimo um pecado. É que a igreja agora
está muito mais bonita depois de uma recauchutada em sua parte externa.
Foi apenas uma pintura, mas fez toda a diferença. O trabalho foi realizado
através do Projeto Tudo de Cor para Você, com o apoio da J.Monte Cen-
ter. O resultado ficou lindo de se ver e atendeu a um antigo anseio da comu-
nidade teresinense.
imóveis negócios& 60
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RÉ
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ÃO
imóveis negócios& 61
memória
Ogrupo das Tintas Coral foi o responsável pela
iniciativa em Teresina, ação semelhante vem sendo
realizada em vários pontos e monumentos históricos do
Brasil. A missão do grupo é simbólica, mas leva cor para a vida
das pessoas, provando que as cores realmente têm o poder de
mudar a vida e os lugares onde elas vivem. Além de Teresina, o
Pelourinho na Bahia, Florianópolis e Maranhão já passaram pela
reforma.
A bordo de um micro-ônibus, o grupo está viajando pelo
Brasil e, com a participação ativa das comunidades onde passa,
vai deixando um rastro de cor e alegria. O principal objetivo do
projeto é levar às pessoas o sentimento de zelo e valorização pelo
lugar onde vivem. Após essa conscientização, a comunidade
passa a ser um transformador e multiplicador do projeto.
A Igreja de São Benedito foi escolhida baseada em três
pontos, o valor histórico, arquitetônico e de relevância para a
comunidade, como explica Jeosé Monte, empresária responsável
pelo grupo JMonte Center, e realizador do projeto em Teresina.
Segundo ela, a igreja representa um símbolo de fé para grande
parte dos teresinenses. “Toda pessoa que fala de Teresina lembra
logo da Igreja de São Benedito. A escolha foi feita pela sua
importância para a cidade e pela necessidade de uma reforma
externa”, comenta.
Para Frei Ricardo, que está no comando da igreja há dois
anos, ver a reforma finalizada representa uma grande satisfação.
“A igreja é um patrimônio e para nós seria um custo elevado
fazer a reforma. O que sinto agora, depois de tudo finalizado, é a
sensação de um trabalho cumprido. A alegria não é só minha,
mas de toda comunidade também”, conta o Frei.
“A renovação da fachada do prédio mobilizou as pessoas a
participarem, observei que houve todo um envolvimento da
comunidade. A igreja tem 126 anos, é um local histórico onde
Frei Serafim colocou toda sua fé na época acreditando em sua
construção. Houve muito empenho da comunidade,
principalmente de negros e pobres, todas essas pessoas
trabalharam na construção. Isso é algo tão belo, não só para
Teresina como para o Brasil”, comenta Frei Ricardo.
O projeto atual, que começou em setembro e terminou em
dezembro do ano passado, durou noventa dias e foi realizado em
duas etapas. Pessoas da comunidade trabalharam de forma direta.
“Vários profissionais do Grupo Coral vieram a Teresina e
fizeram um treinamento com curso de pintura para essas pessoas.
Em um segundo momento, foi realizada a pintura da igreja, onde
envolveu cerca de 40 pessoas. A comunidade participou
ativamente desde o início até a entrega da igreja”, conta ele.
A escolha da tinta e da cor seguiu várias normas do Instituto
do Patrimônio Histórico (IPHAN), como o tombamento das
portas da igreja e seu entorno. “Houve critérios estabelecidos
para que pudéssemos fazer a reforma. As portas da Igreja São
Benedito são tombadas como patrimônio público da humanidade
e dessa forma todo o seu entorno deve ser preservado. Todo o
trabalho foi acompanhado pelo IPHAN”, explicou Jeosé.
A igreja foi edificada pelo Frei Serafim de Catânia, missionário
capuchinho, com esmolas e trabalhos do povo.Apedra fundamental
foi lançada em 1874, sendo concluída e sagrada em 1886. Ao longo
dos anos sofreu muitas reformas que a descaracterizaram, tendo sido
o seu tombamento motivado por suas portas externas, esculpidas por
Sebastião Mendes, célebre artista nascido no Piauí. As sete portas,
que haviam sido retiradas do templo e levadas para o Palácio Epis-
copal, foram recolocadas na igreja em 1940. As duas portas internas
que ligavam a sacristia ao altar-mor foram substituídas por arcos.
Estas foram colocadas nas aberturas externas da sacristia e não
foram tombadas. A porta principal é de jacarandá, almofadada com
motivos de folhas e flores em alto relevo. Foi pintada de verde na
década de 70. Com o fundo azul esverdeado, tem as cercaduras
amarelas, o motivo em folha azul esverdeado e o motivo floral ama-
relo e lilás. É guarnecida por bandeira em semicírculo com caixilhos
de vidros coloridos. As portas laterais, tanto as próximas às torres
quanto as próximas da sacristia, são de cedro com duas folhas almo-
fadadas e motivos de folhas e flores, também em alto relevo. Têm o
fundo azul esverdeado, as cercadeiras amarelas, as folhas amarelas e
as flores rosa e amarelas.
Livro Histórico / Inscrição: 115 Data:27-12-1938
Livro de BelasArtes / Inscrição:233 Data:27-12-1938
Nº Processo: 0184-T-38
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo
com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85,
referente ao ProcessoAdministrativo nº 13/85/SPHAN.
Fonte: IPHAN / Governo Brasileiro
imóveis negócios& 16
lançamento
OGrupo Sá Cavalcante lançou recentemente em
Teresina um grande complexo imobiliário de natureza
multiuso – o Reserva Rio Poty -numa área
(centro/norte) que não tem uma tradição de crescimento. Pelo
contrário, os imóveis ali existentes são praticamente os mesmos
de 40 ou 50 anos atrás, com poucas e raras modificações. A área
onde será construído o empreendimento (no entorno do extinto
Sanatório Meduna) ainda tem mais um agravante, pois o antigo
sanatório criou um grande vazio urbano em torno de si, gerando
um isolamento inquestionável que será quebrado agora com a
entrada do grupo.
Desse conjunto, o Shopping Rio Poty será o primeiro a ser
construído e tem previsão de lançamento para outubro de 2013.
O que fez a Sá Cavalcante se lançar de corpo e alma numa área
esquecida e desacreditada por empresários do setor com um
empreendimento tão ousado como este? Entenda toda a
estratégia do grupo através da fala do Dr. Luiz Paulo Franco de
Sá, diretor de planejamento e projetos do grupo Sá Cavalcante,
em entrevista exclusiva a Imóveis&Negócios.
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lançamento
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CONHEÇA MELHOR O EMPREENDIMENTODO GRUPO SÁ CAVALCANTE EM TERESINAO Reserva Rio Poty será um
complexo multiuso que terá em
sua estrutura o Shopping Rio
Poty, um hotel, um centro empre-
sarial, cinco torres comerciais,
um condomínio com 20 prédios
residenciais, área de laser, reserva
cultural e ambiental, ciclovias,
pista de Cooper, galeria de arte,
pinacoteca e biblioteca. O Shop-
ping contará com quatro pisos e
abrigará 287 lojas, sendo 13
âncoras, e megalojas de 34 opera-
ções de alimentação. A estimativa é que, anualmente o empreendimento
movimente cerca de R$ 500 milhões de reais e que receba aproximadamente
10 milhões de visitantes.
O grupo Sá Cavalcante terá em 2015 em sua carteira de negócios, mais de
330mil metros quadrado de ABL (área bruta local), 1.800 lojas, 4 bilhões de
vendas/ano e fluxo aproximadamente de 80 milhões de pessoas/ano. No
negócio Incorporação/Construção Civil a meta é alcançar, até 2015, um VGV
potencial de lançamentos de aproximadamente R$ 2 bilhões.
Imóveis&Negócios- O projeto do grupo Sá Cavalcante em
Teresina inclui a urbanização de um bairro inteiro com
investimentos que beiram a um bilhão e duzentos mil reais e um
complexo multiuso que tem como tática juntar várias unidades
de negócios em um só empreendimento. O que motivou a Sá
Cavalcante a empreender um projeto tão ousado em Teresina
numa área de tradição tão esquecida como é o centro norte de
Teresina?
Dr. Luiz Paulo- Nós entendemos que o Nordeste é hoje a
grande fronteira do desenvolvimento do país. Então, começamos
a fazer um mapeamento de todas estas regiões (Norte/Nordeste)
e vimos que as oportunidades eram imensas. Percebemos
Teresina como uma cidade que tem uma importância logística
interessantíssima, ela funciona como uma grande conexão entre
várias regiões próximas, além de ser um polo científico em áreas
como saúde e educação que nos causou grande surpresa. Fora
isso, atentamos para uma arquitetura ousada que já existe na
cidade. Notamos também que as pessoas são super antenadas
com o que acontece mundo afora... enfim, sentimos que Teresina
é uma cidade absolutamente moderna e que não deve nada a
nenhuma outra cidade do Nordeste. Por pura lógica, nós
entendemos que não poderíamos vir aqui e construir apenas mais
um shopping . Veja que o nosso grupo é basicamente focado na
área imobiliária e de Shopping Center. Com base nos estudos
que fizemos, constatamos que a cidade é dividida em dois lados:
a parte leste, mais moderna e avançada e o centro, aparentemente
estagnado, constituindo uma área onde tudo acontece em caráter
imóveis negócios& 18
lançamento
institucional ou oficial. Então, nós entendemos que se
pudéssemos tirar partido da reunificação dos dois lados da cidade
através de um empreendimento como este que causasse uma
diferença e um impacto maior, poderíamos trazer não só um
benefício para a cidade como também extrair valor para o nosso
negócio.
Imóveis&Negócios- Houve uma contrapartida por parte da
prefeitura?
Dr. Luiz Paulo- Sim, todo empreendimento desta natureza
condiz uma contrapartida. Por exemplo, a construção do sistema
viário, o alargamento de ruas, uma compensação ambiental no
valor de R$ 179 mil reais. Foi-nos pedida também a conservação
da estrutura do Meduna...
Imóveis&Negócios- O que será
preservado do Meduna?
Dr. Luiz Paulo- Ele foi pensado e
será transformado no coração cultural do
empreendimento. Vamos conservar o
prédio original do Meduna, a igrejinha e
o entorno da praça, onde teremos um
grande parque de exposições. Nós
entendemos hoje que negócio, cultura e
arte fazem sentido quando são
planejados juntos. Este é um conceito
muito novo no mundo. Chama business
art . E está inserido na cultura da nossa
empresa. Então, por este ponto de vista,
o Reserva Rio Poty não é um projeto
tradicional em termos imobiliários, é um
empreendimento onde o principal é o
equipamento urbano de uso público.
Não é simplesmente um condomínio
fechado.
Imóveis&Negócios- Seria aquilo
que chamamos de micro cidade, então.
Dr.Luiz Paulo- Sim, está inserido na
criação de conceitos como micros
cidades onde você tem escritórios,
shoppings, área comercial, residências,
hotéis...
Imóveis&Negócios- Há intenção do grupo em continuar a
investir no Piauí?
Dr. Luiz Paulo- Sem dúvidas, nós já adquirimos outra área
para um prédio residencial e continuaremos a fazer outros, mas o
Reserva Rio Poty será o maior e melhor empreendimento do
grupo Sá Cavalcante em Teresina.
Imóveis&Negócios- O ano de 2011 foi considerado ruim
para o setor imobiliário com aumento no nível de endividamento
das empresas, queda dos papéis da bolsa...como se comportou o
Grupo Sá Cavalcante em 2011?
Dr. Luiz Paulo- Para nós foi um ano de enorme crescimento
com muitos lançamentos e vendas. Dois grandes shoppings
foram lançados e inaugurados, um em São Luis e outro na
Grande Vitória (ES), lançamos também dois empreendimento,
que é o Rio Poty (PI) e o Shopping Moxuara (ES) e já estamos
desenvolvendo mais três projetos. Claro que nós sofremos com a
falta de crescimento do setor, como a carência de mão de obra, a
entrega dos fornecedores etc. Mas, no todo, não balançou nossas
estruturas.
Imóveis&Negócios- A empresa tem capital na bolsa?
Dr. Luiz Paulo- Não, nós não temos capital aberto. Isso nos
dá, por outro lado, uma visão de
negócios diferentes das empresas de
capital aberto que estão voltadas para a
criação de valor na ação. O nosso
empreendimento é de longo prazo, sem
ter uma preocupação do lucro imediato e
nem precisar mostrar balanços de lucro
imediato. Podemos construir pensando
no futuro.
Imóveis&Negócios- Qual o valor de
mercado e a margem de lucro do grupo
Sá Cavalcante?
Dr. Luiz Paulo- Não temos este
valor de mercado estimado com
exatidão, mas creio que seja da ordem
de 5 bilhões de reais com uma margem
de lucro de 20% ,variando entre a área
de shopping e a área imobiliária, este
ultimo com valor um pouco acima do
mercado.
Imóveis&Negócios- O presidente do
grupo, declarou certa vez que não
trabalha com projeções de crescimento
da economia da região, ou seja, não olha
para o futuro, mas para o presente,
considerando sempre a falta de oferta
existente no local naquele momento. É
um modelo adotado pela empresa?
Dr. Luiz Paulo- É o chamado modelo conservador de
negócios que deve ser adotado por qualquer empresa. Nós somos
uma empresa brasileira com histórico no Brasil. Ou seja, não
colocamos um pé sem que o outro esteja bem firme. E foi isso
que fez a empresa crescer de forma sustentável. Sempre com pé
no chão, nunca tivemos uma aventura empresarial. Uma empresa
familiar tem esta característica, o nosso crescimento tem que
estar totalmente planejado. A nossa empresa foi totalmente
reestruturada nos últimos dois anos para um crescimento que está
acontecendo em bases sólidas.
WALTER DE SÁ CAVALCANTE FILHO EELISABETH DE SÁ CAVALCANTE
LARISSA MACIEL ELEONARDO DE SÁ CAVALCANTE
imóveis negócios& 8
entrevista Reis Velloso
Como o senhor avalia a atual crise financeira mundial:
como uma 'marolinha' que vai passar logo ou como um
tsunami de grandes proporções que vai arrastar tudo e
todos?
É o que eu chamo de uma grande recessão. Nos anos 30 nós
tivemos a grande depressão e agora nós temos uma grande
recessão, que começou em 2007 e não em 2008 como dizem, e
ninguém sabe quando vai acabar.É fruto de um modelo que
prevalece em muitos países ainda e que está deixando sequelas,
por exemplo, no sistema financeiro. Mas, principalmente, não
está gerando crescimento. E aí vêm as consequências. É um
modelo que está fazendo água, de modo que tem que ser revisto.
Os países têm que adotar políticas para acabar com as tragédias
gregas que estão ocorrendo na Grécia, mas também na Itália, na
Espanha e em outros lugares do mundo.
Nesse caso, a globalização ajuda a prever a crise e alertar
os países a se preparem ou ela funciona como uma vilã
tornando estes países mais vulneráveis?
A globalização funciona das duas maneiras. Na área
financeira e no mercado de capitais é um problema. A bolsa de
Hong Kong assim como a bolsa de São Paulo sofrem as mesmas
sequelas. Por quê? Porque a comunicação é instantânea. Por
outro lado, não se abalizou ainda um novo paradigma industrial
tecnológico que seria a superação daquele paradigma fordista [
de Henry Ford]da produção em massa de produtos homogêneos.
Novos métodos de gestão empresarial diferentes daqueles que
eram adotados anteriormente estão em voga hoje. Muita coisa
mudou na forma de produzir e isso, de certa forma, se
globalizou.
Isso gera uma reação em cadeia?
No caso do Brasil, o país se adaptou e as primeiras atitudes
das empresas brasileiras foram estratégias apenas para se
defender, depois elas começaram, então, a serem mais ativas, a
partir para o ataque também, com as exportações...de modo que
isso já está bem assimilado. É um paradigma que foi assimilado
pelo Brasil.
Ministro, qual foi a mudança mais importante que
aconteceu na economia brasileira desde que o senhor saiu do
governo?
Infelizmente, altos e baixos. Aspectos favoráveis, como o
Plano Real o qual combatendo a inflação se tornou um valor
universal no Brasil. Houve privatizações de setores que ficaram
melhores na iniciativa privada, como a da área de comunicação,
por exemplo. Em outras áreas esta mudança não foi bem feita.
Qual é o baixo? É que você perdeu a visão estratégica, a
capacidade de planejamento. Nós temos hoje o PAC, que é o
Programa de Aceleração do Crescimento. É um programa, ou
seja, não é um plano, não tem uma estratégia de
desenvolvimento para o país. Com isso, podemos até crescer e
chegar a um patamar de 3 a 4%... deixando todo mundo muito
feliz. Mas, isso para mim é recessão de crescimento.
CRISE MUNDIALuma marolinha ou um tsunami?Vivemos outra Era da Incerteza com economias antes consideradas inabaláveis sofrendodeclínios e delineando tragédias gregas nos sistemas financeiros da Europa e EstadosUnidos? Qual o tamanho exato desta crise e como ela pode respingar no Brasil da EraDilma?Pedimos a dois dos mais renomados e experientes economistas piauienses paraavaliar este quadro sinistro que pode nos tirar o sono: João Paulo dos Reis Velloso que foiMinistro do Planejamento de 1969 a 1979 e Felipe Mendes de Oliveira, Secretário deFazenda Estadual de 1975 a 1977 e logo depois do Planejamento de 1977 a 1981.
entrevista Reis Velloso
imóveis negócios& 9
Não é crescimento, então?
É crescimento sim, mas é crescimento baixo. Esta expressão
foi inventada pela Fundação Getúlio Vargas quando em 1977, o
Brasil teve um crescimento de 5% ao ano. Antes disso, o Brasil
crescia a 8, 9% ao ano. De modo que no meu entender, isto é
recessão de crescimento.
Em sua opinião, a reforma fiscal do país está mais
relacionada a uma vontade política ou a interesses
próprios?
O ajuste fiscal a longo prazo tem que ser conduzido para
que toda a área macroeconômica do país possa funcionar bem,
senão, mal se consegue fazer o controle da inflação. E não se
consegue ter um bom funcionamento da área cambial também.
Então é preciso uma reforma fiscal. Primeiro porque se tem aí
um montão de impostos. E segundo, o ICMS tem uma taxa que
é escolhida por cada estado, então é uma doideira. Cada estado
com uma taxa de ICMS diferente. Tem que se fazer uma
negociação para se chegar a uma taxa aceitável para todos os
estados. E isso depende fundamentalmente de vontade política,
reconhecendo que do jeito que está a coisa não está nada bem
para o Brasil.
O que é novo no Brasil de hoje? Como o senhor avalia a
Era Dilma?
Diante dessa grande recessão mundial, o Brasil está
conseguindo escapulir, está jogando bem na defesa,
minimizando os efeitos da crise. Mas isto não é suficiente. Está
num livro escrito há 2.500 anos chamado A Arte da Guerra, de
Sun Tzu: “Se você se defende bem, mostra que tem recurso
suficiente, mas para ganhar a guerra precisa partir para o
ataque”. E eu acho que o Brasil está precisando partir para o
ataque, aproveitar melhor todas as oportunidades que estão
surgindo com a crise.
entrevista Felipe Mendes
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entrevista Felipe Mendes
Como o Sr. avalia a atual crise financeira mundial: como
uma 'marolinha' que vai passar logo, ou como um detsunami
grandes proporções que vai arrastar tudo e todos?
Toda crise é passageira principalmente quando falamos da
atividade econômica. Há teorias de economistas nossos que
trabalham os ciclos econômicos, a economia vive de ciclos.
Ciclos de prosperidade e outros ciclos econômicos. O atual é um
ciclo em que a Europa e os Estados Unidos estão vivendo, e onde
governos gastam mais do que arrecadam, essa é principal causa
da origem da crise atual nos países desenvolvidos, ocasionada
principalmente pelo descontrole dos gastos do governo nesses
países. Ainda vão passar alguns anos até que estes países possam
respirar e se adaptar. O que não se pode nesse momento é privar
a sociedade de recursos e benefícios em nome do sistema
bancário, a grande questão é esta. O Brasil não tem passado por
grandes problemas desde o Plano Real. E depois da Lei da
Responsabilidade Fiscal e outros acordos, o país tem mantido o
controle, reduzindo proporcionalmente o valor da sua dívida em
comparação ao PIB. Alguns países estão com dívidas maiores do
que seu produto interno bruto. Esses países estão privatizando os
negócios que ainda estão nas mãos do governo. Diante de uma
crise econômica é preciso que os governos tenham um maior
volume de gastos. Para se prevenir, o Brasil tem que ter uma
atuação mais intensa no volume de investimentos nas áreas
pública e privada.
A globalização é uma vilã nesta história ou, ao contrário,
ele prevê a crise e proporciona que os países se preparem
para reagir na direção certa?
A globalização é uma rua de mão dupla, existem vantagens
para lá e para cá. Assim como há também desvantagem para os
dois lados. Isso sempre aconteceu na história, desde a grande
descoberta feita por Portugal e Espanha em busca de novas
terras. Podemos falar também na globalização brasileira, ou
melhor, na integração nacional, que de 1970 pra cá trouxe
benefícios para o Piauí. Para que houvesse um desenvolvimento
no país era necessário que houvesse uma integração entre os
estados. O ideal de melhoria é que todos os estados brasileiros
estivessem integrados.
Qual a mudança mais importante que aconteceu na
economia brasileira do tempo em que o Sr. estava no governo
para os dias atuais?
Se pegarmos o Piauí no ano de 1970, tínhamos cerca de de
estradas asfaltadas e hoje temos, entre federais e estaduais, muito
mais de 5 mil km. Essa integração que ocorreu através das
estradas é uma das grandes diferenças. Outra grande diferença é
que o Piauí não tinha energia elétrica suficiente. Houve
investimentos do Governo Federal que proporcionaram, ao longo
dos anos, as empresas a produzir mais e com um menor custo.
Tudo isso faz diferença quando comparamos com 40, 30 anos
atrás.
Havia uma atenção maior por parte do Governo Federal
ou uma maior disciplina do Governo Estadual?
Hoje, o que se pode falar em termo de Governo Estadual é
que há uma dificuldade maior em se conseguir recursos federais.
O Governo do Estado precisaria ter uma disciplina fiscal maior.
Desde a década de noventa, o Piauí tem tido administrações, do
ponto de vista fiscal, bastante indisciplinadas, gastando muito
mais do que se arrecada e gerando uma despesa custeio maior. E
consequentemente, investindo menos. Qualquer economia de um
país ou de um estado só cresce se for com investimentos. Não
existe outra forma de crescimento.
Em sua opinião, a reforma fiscal do país está mais
relacionada a uma vontade política ou a interesses próprios?
A reforma tributária não tem sido feita no Brasil devido a
interesses políticos contrários. Os interesses políticos da União
são contrários aos interesses dos estados e municípios, que são
contrários entre si. O interesse do Estado, por sua vez, é contrário
aos interesses dos contribuintes. A população gostaria que o
Estado tivesse mais recursos e os contribuintes gostariam de
pagar menos impostos. Mas aí não é possível que se tenha apenas
o entendimento de que com uma carga tributária maior pode se
arrecadar mais. Na verdade, com a carga tributária menor pode
até se arrecadar mais, pois a incidência irá para um número
menor de pessoas. Se eu pago menos impostos individualmente
na coletividade há uma arrecadação maior. Segundo ponto da
reforma tributária: não deveria se discutir o montante da
arrecadação, mas, sobretudo a distribuição do dinheiro
arrecadado. Esta é a grande discussão que não é feita no Brasil.
Porque não é só distribuir entre União, Estado e Municípios, mas
distribuir de forma que as desigualdades econômicas sejam
diminuídas.
O que é novo no Brasil de hoje? E como o Sr. avalia a
condução da atual política econômica brasileira?
Eu diria que a atual política está no rumo certo, mas não na
intensidade certa. A União está investindo menos do que
deveria, deveria priorizar investimentos nos estados mais pobres.
Não faz sentido que no Piauí, o Governo Federal deixe de
investir em energia elétrica, porque o país como um todo tem
uma política de energia elétrica pasteurizada. A Eletrobrás
deveria investir aqui mais proporcionalmente do que nos outros
estados, onde muitas companhias foram privatizadas. Como o
Piauí irá crescer sem energia? Não estou falando em privatizar a
Eletrobrás, mas sim em investir capital aqui, com uma maior
presença do governo.
imóveis negócios& 25
fórum de ideias
UM PROJETO PARA O PIAUÍ
EVANDRO COSME DE OLIVEIRAPRESIDENTE DA CDL/TERESINA
JORGE LOPESCOORDENADOR DE PROJETOS ESTRATÉGICOS DO ESTADO DO PIAUÍ
JESUS ELIAS TAJRA FILHODIRETOR DA TV CIDADE VERDE E DO GRUPO EMPRESARIAL JELTA
FLÁVIO GERMANOEMPRESÁRIO E ECONOMISTA
JOÃO VICENTE CLAUDINOSENADOR DA REPÚPLICA PELO ESTADO DO PIAUÍ (PTB)
imóveis negócios& 26
fórum de ideias
Empresário dos ramos comercial e industrial, naturalde Teresina, liderança empresarial do movimentolojista tem opiniões claras sobre questões as quais
afetam diretamente o desenvolvimento do Estado do Piauí.Evandro acredita que o Piauí é uma unidade da federação
com muitos recursos, mas que não tem conseguidotransformar esses recursos em riquezas. “Nós temos umcerrado monumental, estamos sendo a última fronteiraagrícola; temos uma posição estratégica comercial muitoimportante, mas nossa estrutura é muito precária –notadamente no que se refere a estradas e a transportes.Nossa capital tem muitas deficiências, mas ainda assimconsegue ser um importante centro, seja de cultura, naeducação, no ensino universitário e no campo de saúde, porexemplo. Já o sul do Estado, realça a vontade de sua gentede fazer, de produzir, de oportunizar negócios, deempreender diversas ações”, destaca.
Na visão do empresário, o Estado passou anos esquecidopelo Governo Federal, principalmente no que tange aquestões de infra-estrutura como aeroportos e estradas maislargas. “O governo Federal tem dado um tratamento caóticoaos interesses do Estado. A nossa representação federal nãotem sido capaz de fazer migrar grandes investimentos paraos nossos municípios”, diz. “Temos ânsia de crescer. Nãopodemos ser ignorados pelo poder central”, alerta o líderempresarial.
Segundo ele, o Piauí está sendo descoberto pelas grandesredes nacionais e multinacionais do varejo, mas não se temsido eficaz no sentido de que essas empresas migrem paracá. “A construção da Transcerrados e do Porto do Piauí irácontribuir nessa que é a maior das nossas necessidades: oescoamento da produção e nos dará maior retorno para odesenvolvimento do Estado, disso eu não tenho dúvida”,disse confiante.
Uma das grandes prioridades apontada pelo empresário éa energia - apesar do Piauí fazer parte do programa Luz paraTodos, precisamos de força que possa mover máquinas emotores para a produção industrial; da Transcerrados ligandoo sul do Estado a Teresina e ainda do Porto de Luís Correiacomo uma via fundamental.
Por outro lado, o líder empresarial diz que o Piauí precisacriar um fórum permanente, alicerçado numa Secretaria deEstado forte – reunindo inteligências relevantes que possamabsorver as dificuldades do Governo e da iniciativa privada,fornecendo soluções viáveis. “A situação é difícil, mas temsolução”, antecipa.
Evandro Cosme destaca que falta ao Piauí capacidade dearticulação bem como de pensamentos convergentes.“Temos o exemplo clássico da estruturação do Banco doNordeste, no vizinho Estado do Ceará. Com o advento destebanco, toda a forma de pensamento começou a interagir. E ogrande resultado foi que o Ceará deu um salto qualitativo.Apesar da questão climática naquele Estado ser desfavorávelpara o setor agrícola, o Ceará é hoje líder em diversossegmentos nessa área – a citar com destaque a atividade deavicultura”, enfatiza.
O líder empresarial finaliza dizendo que o Piauí precisasair da produção de commodities e passar a agregar valor aoque se produz, pois além de gerar mais divisas, aindacontribui para a sustentabilidade ambiental.
EVANDRO COSMEEVANDRO COSMEF
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fórum de ideias
Para Jorge Lopes, empresário do setor privado, masque atua na Coordenadoria de Projetos Estratégicosdo Governo do Estado do Piauí, a principal medida a
ser tomada pelo poder público para potencializar odesenvolvimento é garantir um ambiente propício para aatração de empresas. “Em conversas com secretários deoutros Estados na área de desenvolvimento, vemos que asdeterminações dos governadores, tanto do sul como donordeste, são de projetos voltados para a atração deinvestimentos da iniciativa privada. Dessa forma, sedesvincula da dependência através dos repasses do governofederal”, explica.
Projetos que visem garantir condições necessárias para ainstalação de empresas é na visão do coordenador umamedida que garante grandes retornos na economia. “Apreocupação dos governos atuais está toda voltada paramobilizar suas equipes para projetos estruturantes e atrair osetor privado. No Piauí, isso tem dado certo. Nos últimos oitoanos, foram feitos dois projetos que tiveram reflexo nessepapel de desenvolvimento que o Piauí está tendo. Um delesfoi o Programa de Desenvolvimento Florestal que aconteceuem parceira com o Governo e a Codevasf (Companhia deDesenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba)”,aponta.
O projeto teve grande amplitude pelo fato de,paralelamente, uma empresa ter prestado serviço deconsultoria. “A contratação dessa empresa foi uma aberturade portas para levar esse projeto a outras empresas quenecessitavam de informações para se instalar aqui”.
Outro projeto apontado, como exemplo nessa área, e quejá atua no Estado, é o sucroalcooleiro, feito pela FundaçãoGetulio Vargas, que tem atraído capital para a região deGuadalupe e incentiva a produção de álcool e açúcar naregião. “Fazer mais projetos desse tipo dá uma maiorvisibilidade e o Estado sente mais confiança, principalmentequando se tem maior número de informação”.
O avanço desses projetos, para o empresário, é defundamental importância. O principal retorno é o capitalprivado que pode ser recolhido através dos impostos pagospor essas empresas. Mas avisa: “Não adiante só ter umprojeto de atração de empresas sem que a questão energéticaseja resolvida. Além disso, precisamos ter um escoamentopelo mar. É importante ter uma ferrovia que ligue Teresina aParnaíba, essencial não só pela questão turística” completaele.
JORGE LOPESJORGE LOPES
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JESUS ELIAS TAJRA FILHO
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Nesse momento, para garantir um melhordesenvolvimento, o Piauí necessita de um projetode longo prazo. É a opinião de Jesus Elias Tajra
Filho, diretor da TV Cidade Verde e do Grupo empresarialJelta. O empresário acredita que o nosso desenvolvimentodeve estar baseado principalmente no que ele chama dequatro "Es" : Estradas, Educação, Energia eEmpreendedorismo. Para Jesus, estes são os eixosfundamentais para se pensar num projeto para o Piauí.
“Cada um desses pontos tem uma função básica. Falar deestradas e energia é garantir uma infraestrutura mínima quedeve partir do Estado, pois com isso, vamos atrairinvestimentos. A educação deve ser de qualidade em todos osníveis, da educação básica a educação superior, com destaquepara a educação profissionalizante”, aponta.
Segundo Jesus Filho, uma sociedade só se torna bempreparada para o desenvolvimento a partir deste ambiente. “Oempreendedorismo coloca na sociedade uma visão decrescimento, que por sua vez, irá garantir uma capacidadeempresarial, onde cada pessoa pode criar seu próprionegócio. Há uma necessidade urgente de a sociedade ter essavisão empreendedora, uma mudança de paradigma”, afirma.
O desenvolvimento, explica Jesus, vem quando o Estadoestá propicio para isso, mas precisa ter um foco e apresentaras condições mínimas necessárias. “Isso vem de formademorada e o Piauí ainda tem um longo caminho paraaprender, o que deve acontecer de 15 a 20 anos”.
E continua: “todos são responsáveis pelodesenvolvimento a partir do momento que escolhem o seugovernante, pois a gestão deve possuir uma visão conjunta euma consciência geral que deverá caminhar junto com esseprocesso”.
Para a educação, ele aponta a necessidade de implantaçãode cursos técnicos em todas as áreas. Sendo que cada regiãodeve receber cursos de acordo com a demanda dos jovens.Para ele, nunca haverá investimentos sem mão de obracapacitada. Outro ponto a ser visto é a força energética, quenecessita de investimentos para fornecer condições mínimaspara as empresas se instalarem.
“O Piauí precisa criar uma capacidade e estar preparadopara ser mostrado para o Brasil e não ficar apenas esperandoe vendo o Brasil receber investimentos. Deve-se cuidar dissoagora, chamando a atenção do mundo para o que temos aoferecer, e atrair o capital externo”, pontuou enfaticamente.
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fórum de ideias
As necessidades do Estado são várias e a principalmedida para o desenvolvimento é um conjunto de obrasque favoreça a instalação de um setor industrial, com
infraestrutura adequada. “O Piauí perde muito pela falta deestrutura, os cerrados no sul do Estado, perdem parte da safra emfunção da falta de estradas. Para meios de transporte maiores, aprincipal coisa a ser feita é a ferrovia, não só a Transnordestina,mas uma ferrovia para Parnaíba ligando os principais polos detransmissão”, pontua o economista e empresário FlávioGermano.
Paralelo a isso, um projeto em curto prazo, que implicaria deforma mais direta na interiorização da educação. “O Piauí já temuma história e um nome na educação, principalmente nos últimosdez anos através das escolas privadas, mas falta o Estado adotaresse modelo na escola pública No passado, o ensino público eramelhor que o particular. Mas, as condições estruturantes dessasescolas ficaram a desejar. No futuro, levará vantagem naglobalização os países com maior nível educacional, com maisfontes de pesquisas e investimentos na educação básica. Elesestarão na ponta do desenvolvimento e o Brasil como um todoainda peca na área da educação, assim como o Piauí”, afirmacategórico.
O ensino à distância, em sua opinião, pode suprir a carênciade mão de obra e os recursos tecnológicos são os mais práticosao direcionar o foco e reduzir esse déficit educacional. O projetoproposto seria o de um aproveitamento da estrutura já existenteem algumas escolas no interior, o que baratearia muito os gastos,geraria um investimento maior nos cursos tecnológicos formandopessoas em dois anos e garantiria um retorno de forma maisrápida. Os cursos deveriam abranger as áreas da construção civil,agricultura, mecânica, técnica... enfim, a demanda de cadaregião.
Este é o maior desafio para um desenvolvimento de formasustentável no Piauí de hoje, garante o economista.
FLAVIO GERMANOF
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fórum de ideias UMA VISÃO DE ESTADO
Predominou na era colonial do Piauí a chamada “civilizaçãodo couro”, em que toda a economia da Província girava emtorno do criatório do gado e seus derivados. Entretanto,
chamava a atenção do Piauí as suas extensões de terras produtivas aolongo dos afluentes dos rios em que sobressaiam também o cultivoda lavoura, a criação do gado e o extrativismo, como a exploraçãoda cera de carnaúba e da maniçoba. A sociedade piauiensecaracterizou-se dentro de uma relação aristocrática, em que essesestratos sociais, na sua maioria, eram donos de terras ou tinham aposse da terra. A formação social piauiense se deu com elementosvindos de outras regiões, notadamente do Ceará, Maranhão ePernambuco, que, aliado ao regime escravagista, transformou-senum caldeamento étnico-cultural que representa, na atualidade, aidentidade piauiense, ou seja, os seus valores da piauiensidade.
O Piauí originou-se numa trajetória de lutas, sonhos, esperanças,obstáculos e glórias e que continuam como elemento basilar do seupovo. Todos que chegam nesta terra se encantam com ahospitalidade e potencialidade que lhe são peculiares. E logo se criaum laço de identidade com o povo do Piauí, acreditando sempre nassuas riquezas humanas e naturais, além da intrínseca realidadeacolhedora. É por isso que todos que se encontram neste Estado, têma missão de lutar por ele, elevar a defesa do seu nome, enaltecer opotencial do Piauí e de querer somar esforços para uma açãopropulsora do desenvolvimento do Estado tendo em vista tambémcontribuir para mudar a imagem do Piauí no cenário nacional.
Mas é preciso que se faça um planejamento objetivo paraalavancar o Estado. Apresentamos condições inigualáveis depotencialidades, com terras agricultáveis, a exemplo dos Cerrados,que, agora mesmo, teve uma safra recorde de grãos mesmo comchuvas irregulares. Além disso, possui grande manancial de água,com rios perenes e lençol freático riquíssimo. A sua localização deentroncamento de regiões possibilita que o Piauí seja importantecentro distribuidor comercial. Não obstante, o Estado não resolveuainda gargalos que não eram mais para existir, como a conclusão doporto, universalização da energia e problemas de infraestruturalogística de transportes, para que os empreendimentos econômicos esociais façam os seus transcursos normais na consolidação docrescimento e desenvolvimento do Estado.
Mas a capacidade e vontade do povo de querer com o seutrabalho transformar o Estado, é algo muito especial.
Urge, portanto, que o Piauí promova uma ação efetiva de Estado,um plano que enfrente os problemas no sentido de criar umaestrutura econômica para que esses potenciais sejamverdadeiramente transformados, e aproveitados. Mas tudo começacom uma gestão eficiente de Estado. O Piauí, no atual contexto, é oúnico Estado do Nordeste que não teve grande investimento federal.O último investimento de peso foi na barragem de Boa Esperança,ainda na década de 1960. Não tivemos investimentos em siderurgia,refinaria, porto. Também nunca apresentamos um projeto de relevoestrutural ao governo federal. O Estado tem que definir uma formamuito clara de investimentos. Sempre lidamos com a escassez derecursos públicos. Mas o fato é que devemos criar uma visãoempresarial de investimentos que possa multiplicar os recursosdestinados ao Piauí para ampliar a sua capacidade produtiva e seconstruir uma nova realidade no Estado. Não podemos mais deixarque o tempo seja o único provedor do nosso destino. É preciso quetenhamos uma visão mais nítida dos nossos problemas e que ajamosdentro dela para resolvê-los.
JOÃO VICENTE CLAUDINO
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