renascimento - empirismo - racionalismo
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FACULDADE DINÂMICA DO VALE DO PIRANGA
CLEYDNELSON GAMA VIANA
ELAINE CRISTINA PEDRO
FELIPE FURTADO DA SILVA
MANOEL OSVALDO MARTINS
NATÁLIA LACERDA UNTALER
NEUSA MARIA ROSA DA SILVEIRA
SILVANA DA C. CASTRO MARTINS
THAÍS LUCIANY BOMBASSARO
RENASCIMENTO – EMPIRISMO - RACIONALISMO
Ponte Nova - MG
2012
CLEYDNELSON GAMA VIANA
ELAINE CRISTINA PEDRO
FELIPE FURTADO DA SILVA
MANOEL OSVALDO MARTINS
NATÁLIA LACERDA UNTALER
NEUSA MARIA ROSA DA SILVEIRA
SILVANA DA C. CASTRO MARTINS
THAÍS LUCIANY BOMBASSARO
RENASCIMENTO – EMPIRISMO - RACIONALISMO
Trabalho apresentado à disciplina de Filosofia, do Curso de Bacharelado em Direito da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Direito.Professor: Gilberto Santana.
Ponte Nova - MG
2012
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................3
2 RENASCIMENTO..............................................................................................................3
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO:...............................................................................................3
2.2 CARATERÍSTICA PRINCIPAIS:.....................................................................................4
2.3 RENASCIMENTO NAS CIÊNCIAS:...............................................................................4
2.4 PENSADORES RENASCENTISTAS:.............................................................................5
3 EMPIRISMO.......................................................................................................................5
3.1 JOHN LOCKE (1632 – 1704)............................................................................................6
3.2 DAVID HUME (1711 – 1776)...........................................................................................8
4 RACIONALISMO............................................................................................................10
4.1 RENÉ DESCARTES (1596- 1650)..................................................................................10
4.2 BENEDICTUS ESPINOZA (1632- 1677).......................................................................11
4.3 GOTTFRIED LEIBNIZ (1646- 1716).............................................................................13
5 COMPARATIVO: EMPIRISMO X RACIONALISMO..............................................16
6 CONCLUSÃO...................................................................................................................18
ANEXOS..................................................................................................................................19
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo expor o contexto histórico referente à época do
Renascimento Europeu, propiciando o surgimento de novas correntes filosóficas, também
aqui analisadas através de seus principais pensadores: o Empirismo e o Racionalismo.
Ao final do trabalho, em anexo, estão os slides apresentados em aula.
2 RENASCIMENTO
Durante os séculos XVI e XVII, intensificou-se, na Europa, a produção
artística e cientifica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO:
As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o
comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV.
Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes
europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições
financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos,
escritores, etc.
Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira
aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por
objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais
populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comuns
as famílias nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.
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Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período,
dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por
exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e
intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do
Renascimento.
O renascentismo buscou retomar os valores da Antiguidade clássica greco-
romano, que valorizava o racionalismo e o individualismo, os renascentistas combatiam as
concepções medievais, cujo caráter teocêntrico se chocava com as aspirações da nova
burguesia, mais individualista, arrojada e ambiciosa.
2.2 CARATERÍSTICA PRINCIPAIS:
a) Antropocentrismo: exaltação e glorificação do homem, colocado no centro de todas as
preocupações e da produção artística, cientifica e filosófica;
b) Racionalismo: busca de explicações racionais e cientificas para os fenômenos naturais.
c) Individualismo: em oposição ao coletivismo e á cooperação, os homens da renascença
valorizavam as ações individuais;
d) Experimentalismo: observação e comprovação de toda e qualquer produção cientifica
e) Hedonismo: busca permanente da felicidade e do prazer individual e imediato,
considerada um bem a ser conquistado por todos.
f) Naturalismo: nova percepção visando a um maior controle sobre a natureza
g) Universalismo: especulações do homem nos mais diversos campos do conhecimento.
Leonardo da Vinci foi o pensador-artista que assumiu na plenitude essa característica.
2.3 RENASCIMENTO NAS CIÊNCIAS:
A novidade das ciências moderna residiu em sua insistência em testar as teorias
por confronto direto com a realidade, verificando-as pela observação e mensuração dos dados
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que elas deviam explicar. Antes disso, as teorias tinham sido testadas, sobretudo pela
discussão e pelo debate (dialética).
O desvelamento do universo: nos séculos XVI e XVII, a novas ciências
provocaram a maior mudança jamais ocorrida na concepção humana do universo.
Na astronomia, Ptolomeu (sec. II d. C.) x Nicolau Copérnico (1473-1543):
Ptolomeu propunha a teoria geocêntrica segundo essa a terra seria o centro do universo. A
teoria de Ptolomeu foi incorporada pelo pela visão cristã do mundo (salmos-93 Tu fixastes a
terra imóvel e firme). Já Nicolau Copérnico propunha o heliocentrismo uma teoria científica
que afirma ser o Sol o centro do sistema solar e que a terra e os outros planetas giram ao seu
redor.
2.4 PENSADORES RENASCENTISTAS:
a) Galileu Galilei: foi condenado pela Inquisição, por reafirmar a tese de Copérnico.
Descobriu a lei da inércia.
b) Isaac Newton: considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos. Descobriu
a Lei da Gravidade.
c) Nicolau Maquiavel: foi a primeira pessoa a estudar cientificamente a política e o
governo tal como realmente exercidos.
d) Francis Bacon: Para ele o conhecimento científico pode dar ao homem poder sobre a
natureza (método científico).
3 EMPIRISMO
Uma das grandes correntes filosóficas formadoras da filosofia moderna, surgida
entre os Séculos XVI e XIX. Forma de pensamento que afirma que a experiência vem dos
sentidos. São representantes do Empirismo:
a) John Locke
a) Edmund Burke
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b) David Hume
c) George Berkeley empirismo
3.1 JOHN LOCKE (1632 – 1704)
Como surge o conhecimento
Para John Locke o conhecimento surge através das experiências, ele considera o
ser humano como uma folha de papel em branco, onde as vivências do indivíduo serão
registradas. O conhecimento para ele advém então das variadas experiências que a Vida
proporciona. John Locke foi um grande filósofo que compreendeu o conhecimento por meio
do empirismo, ele defendia a fundamental importância de se aprender com as
experimentações oferecidas pela vivência. Ele discorre sobre um assunto muito instigante: o
nascimento do conhecimento, o qual aparece através da exposição do saber interno, àquele
relacionado principalmente as crenças do indivíduo, as quais possibilitam diferentes reflexões.
Qual o grau de certeza e limites do conhecimento
John Locke fez válidas considerações sobre o grau de certeza e limites do
conhecimento, ele propôs sobre o saber sensitivo por meio do qual se faz reflexão sobre as
manifestações de Deus e como tentar compreender algumas formas da ação do mesmo. Locke
demonstra a importância da razão para compreensão de toda forma de saber. O conhecimento
para Locke consistia em procurar entender as situações através das quais tanto o saber
intuitivo quanto o demonstrativo se davam. Ele percebe a importância da análise das
experiências que compõem a Vida. Principalmente com relação ao conhecimento de Deus,
Locke mostra a impossibilidade da compreensão da grande parte do manifestar deste
conhecimento, e o que se pode dele entender é possibilitado pela razão.
Sensação e Reflexão
A sensação e a reflexão dentro do contexto de John Locke propõe a filosofia de
uma forma diferente, a maioria dos filósofos do período de Locke fizeram poucas
considerações a respeito da interação dos conhecimentos. A formação e experiência alcançada
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pelo filósofo inglês lhe possibilitou uma visão ampla sobre as interações dos saberes; além de
conhecimento vasto das questões políticas e históricas, ele também se formou em medicina,
exerceu a profissão, o que apenas garantiu aos mesmos maiores experiências para proposição
de reflexões contundentes. Locke demonstrou como a sensação ajuda o ser humano a lidar
com os vários cenários da Vida; propôs também que é por meio da sensação que se conhece e,
com o auxílio da reflexão faz-se valiosas observações sobre os diferentes cenários que
formam as interações da Vida, e através da reflexão que se analisa a questão divina, por
exemplo, qual a forma usada por Deus para manifestar-se no mundo físico.
Direito Sagrado: Propriedade
Para John Locke o indivíduo deve ter resguardado o direito à propriedade, tendo
em vista, que foi ele quem trabalhou para aquisição dos bens, ou então herdou de alguém que
passou por esse processo. Locke via como inconcebível a violação deste direito, o qual para
ele é sagrado. Os pensamentos dele influenciou grandemente a sociedade moderna, a qual
enxergou como ele a necessidade da garantia do direito da propriedade privada. No entanto,
mesmo que esse direito passe a assegurar o cumprimento do mesmo a todos, como deve ser e,
possibilite as pessoas que obtiveram os bens que possuem de maneira escusa a ficar com os
mesmos; é preciso garantir esse direito a todos, pois não se pode punir que não cometeu ato
ilícito; daí a grande importância do pensamento de Locke.
Em tudo a Razão deve ser o supremo guia e juiz
As ideias de Locke mostram a fudamental importância da razão em todas as
formas de conhecimento, seja na imanência ou transcendência é necessária a presença da
razão em todos os momentos, porque é ela que irá guiar todos os pensamentos, de tal forma
que a coesão e coerência estejam sempre presentes. Essa observação feita por John Locke é de
fundamental importância, estudar sobre qualquer assunto requer dedicação e tranquilidade
para realizar as observações necessárias, é preciso reconhecer quando se está errado e ter
serenidade para demostrar quando se está certo. Locke fez uma valiosíssima colocação, em
todas às formas de estudos é imprescindível a presença da Razão como juiz, apontando se
certo ou errado, e é preciso que se reconheça os erros.
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3.2 DAVID HUME (1711 – 1776)
Na história das ideias, dificilmente encontramos um pensamento tão fatal para
esse tipo de metafísica quanto aquele que o filósofo escocês David Hume (1711-1776) expôs
em suas Investigações sobre o Entendimento Humano (1748). A obra Investigações sobre o
Entendimento Humano trata, essencialmente, da teoria do conhecimento, que é aquele ramo
da filosofia que busca responder questões sobre a origem e a validade de tudo que podemos
conhecer.
Fontes do conhecimento
Para Hume, tudo aquilo que podemos vir a conhecer tem origem em duas fontes
diferentes da percepção:
a) Impressões: são os dados fornecidos pelos sentidos. Podem ser internas, como um
sentimento de prazer ou dor, ou externas, como a visão de um prado, o cheiro de uma flor
ou a sensação tátil do vento no rosto.
b) Ideias: são as impressões tais como representadas em nossa mente, conforme delas nos
lembramos ou imaginamos. A lembrança de um dia no campo, por exemplo.
De acordo com o filósofo, as ideias são menos vívidas que as impressões e, por
isso, são secundárias: "(...) todas as nossas ideias ou percepções mais fracas são cópias de
nossas impressões, ou percepções mais vivas”. Por isso, a experiência seria a base de todo
conhecimento, que podemos chamar de raciocínio sobre questões de fato. Enquanto que o
segundo modo dos objetos externos se apresentarem à razão é chamado relação de ideias.
As ideias, por sua vez, se relacionam umas com as outras de três modos:
a) por semelhança (uma fotografia que nos leva a ter a ideia do fato original)
b) por contiguidade de tempo e lugar (o dizer algo a respeito de um cômodo de uma casa
me leva a perguntar sobre os demais); e
c) por causalidade (ao nos recordarmos de uma pessoa ferida, imediatamente pensamos
também na dor que ela deve ter sentido - o ferimento, neste exemplo, é a causa; a dor, o
efeito).
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Causalidade
Segundo Hume, todo raciocínio empírico, sobre questões de fato, se assenta sobre
relações de causa e efeito. Na proposição "A pedra esquenta porque foi exposta aos raios
solares" tenho uma afirmação que parte de duas impressões sensíveis, uma tátil ("a pedra
esquenta") e outra visual ("exposta aos raios solares"). O que une essas duas impressões é
uma relação de causalidade: a pedra esquenta (efeito) porque foi exposta aos raios solares
(causa).
Portanto, para saber qual é o fundamento do conhecimento empírico, Hume
precisou analisar o fundamento dessa relação causal. A primeira coisa que se pode dizer é que
não há aqui nenhuma base lógica, dedutiva. Se tenho uma pedra em minha mão e a solto,
espero que, como efeito, ela caia no solo. Mas poderia naturalmente pensar que ficasse
suspensa no ar ou voasse em direção ao céu. Podem ser coisas impossíveis de acontecer, mas
concebíveis pelo intelecto.
Isso significa que, por meio da razão, é impossível chegar da causa (a) para o
efeito (b). São duas coisas completamente diferentes: a pedra se soltar da minha mão (a) e cair
no solo (b). Para relacionar duas impressões sensíveis, preciso primeiro tê-las, isto é, preciso
ver a pedra caindo no solo para, então, dizer com segurança que ela caiu porque eu a soltei de
minha mão. Qual deve ser, então, o fundamento da causalidade e, assim, do conhecimento
empírico? Para Hume, não há nenhum, a não ser o costume, o hábito que temos, pelo fato de
inúmeras vezes termos visto, anteriormente, pedras caindo no solo e o Sol nascendo a cada
manhã. Esperamos que aconteça sempre a mesma relação causal devido a uma crença, de
cunho psicológico e subjetivo. Nunca podemos, portanto, ter certeza do que estamos dizendo
a cerca de questões de fato.
Metafísicas
Este é, em resumo, o argumento cético de Hume sobre a causalidade. Ele foi
devastador para a filosofia porque todas as metafísicas também apelam para esse tipo de
relação causal para explicar o mundo. Por exemplo: Deus existe porque é a causa de tudo que
existe (Santo Tomas de Aquino) ou as ideias claras e distintas da razão são causas de nossos
conhecimentos sobre a natureza (Descartes). Não que Hume fosse avesso à filosofia, pelo
contrário. O que ele dizia é que tais sistemas filosóficos carecem de amparo nas impressões
sensíveis, são muito abstratos e usam métodos demonstrativos da matemática que não servem
de fundamento para questões de fato.
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4 RACIONALISMO
O Racionalismo sustenta que a fonte do conhecimento é a razão, desenvolveu-
se na Europa continental durante os séculos XVII e XVIII, ele defende as ciências exatas,
principalmente matemática e disse possuir conteúdo inato, ou seja, nascemos com o
conhecimento, só temos de "lembrar" deles; em contraste com o empirismo, que enfatiza o
papel da experiência em todos os sentidos da percepção; ele tem aparecido em várias formas
desde os primórdios da filosofia ocidental.
O Racionalismo epistemológico tem sido aplicado a outros campos da
investigação filosófica. O Racionalismo na ética é a alegação de que certas primárias ideias
morais são inatos nos seres humanos e que estes princípios morais são evidentes para a
faculdade racional. O Racionalismo em filosofia da religião diz que os princípios
fundamentais da religião são inatas ou auto evidentes e que a divulgação não é necessária,
como no deísmo. Desde o século XIX, o racionalismo tem desempenhado na sua maioria
antirreligioso papel na teologia.
4.1 RENÉ DESCARTES (1596- 1650)
Foi um filósofo francês, matemático e escritor, um dos primeiros a acreditar
que se poderia chegar a determinado conhecimento científico por meio da matemática e
achava que a chave para a compreensão do Universo era a sua estrutura, definiu quatro regras
que propôs nunca abandonar:
1ª - Não aceitar nada como verdadeiro se não lhe fosse apresentado provas, clareza e
distinção.
2ª - Dividir cada uma das dificuldades nas suas partes mais simples, de modo a facilitar a
resposta.
3ª - Conduzir o raciocínio por ordem começando pelo mais simples e acabando no mais
complexo.
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4ª - Fazer enumerações tão completas e gerais a ponto de nada ficar por dizer.
Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da
matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da
História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos
posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a
autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir de
Descartes inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna. Décadas mais tarde, surgiria nas
Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma, seria o seu oposto – o
empirismo, com John Locke e David Hume. O pensamento de Descartes é revolucionário para
uma sociedade feudalista em que ele nasceu, onde a influência da Igreja ainda era muito forte
e quando ainda não existia uma tradição de "produção de conhecimento". Descartes viveu
numa época marcada pelas guerras religiosas entre Protestantes e Católicos na Europa – a
Guerra dos Trinta Anos. Viajou muito e viu que sociedades diferentes têm crenças diferentes,
mesmo contraditórias. Aquilo que numa região é tido por verdadeiro, é considerado ridículo,
disparatado e falso em outros lugares.
Descartes viu que os "costumes", a história de um povo, sua tradição "cultural"
influenciam a forma como as pessoas pensam naquilo em que acreditam.
4.2 BENEDICTUS ESPINOZA (1632- 1677)
Spinoza defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma
realidade, a saber, a única substância em que consiste o universo e do qual todas as entidades
menores constituem modalidades ou modificações. Ele afirmou que Deus sive Natura ("Deus
ou Natureza" em latim) era um ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão (sob o
conceito atual de matéria) e o pensamento eram apenas dois conhecidos por nós.
A sua visão da natureza da realidade, então, fez tratar os mundos físicos e
mentais como dois mundos diferentes ou submundos paralelos que nem se sobrepõem nem
interagem, mas coexistem em uma coisa só que é a substância. Esta formulação é uma solução
muitas vezes considerada um tipo de panteísta e de monismo, porém não por Espinosa, que
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era um racionalista, por Extensão se teria um acompanhamento intelectual do Universo, como
define ele em seu conceito de "Amor Intelectual de Deus".
Spinoza também propunha uma espécie de determinismo, segundo o qual
absolutamente tudo o que acontece ocorre através da operação da necessidade, e nunca da
teleologia. Para ele, até mesmo o comportamento humano seria totalmente determinado,
sendo então a liberdade a nossa capacidade de saber que somos determinados e compreender
por que agimos como agimos. Deste modo, a liberdade para Spinoza não é a possibilidade de
dizer "não" àquilo que nos acontece, mas sim a possibilidade de dizer "sim" e compreender
completamente por que as coisas deverão acontecer de determinada maneira.
A filosofia de Spinoza tem muito em comum com o estoicismo, mas difere
muito dos estoicos num aspecto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que a
razão pode dominar a emoção. Pelo contrário, defendeu que uma emoção pode ser
ultrapassada apenas por uma emoção maior. A distinção crucial era, para ele, entre as
emoções ativas e passivas, sendo as primeiras aquelas que são compreendidas racionalmente e
as outras as que não o são.
Para Espinoza, a ilusão dos homens de que suas ações resultam de uma livre
decisão da mente é consequência de eles serem conscientes apenas de suas ações enquanto
ignoram as causas pelas quais são determinados, o que faz com que suas ações sejam
determinadas pelas paixões. Isso é o que ele chama de primeiro gênero de conhecimento,
imaginação ou ideias inadequadas (a consciência de nossos afetos, e a inconsciência do que os
determina). O segundo gênero de conhecimento são as noções comuns ou ideias adequadas,
que se caracterizam pela consciência do que nos determina a agir. As ideias adequadas sempre
são efeitos da alegria, acarretam alegria e impulsionam a atividade, enquanto a imaginação
(ideias inadequadas) se caracteriza pela passividade e pelo acaso de causar ou ser efeito da
alegria ou da tristeza.
A grande inovação da ética de Espinoza foi que, nela, a razão não se opõe aos
afetos, pelo contrário, a própria razão é um afeto, um desejo de encontrar ou criar as
oportunidades de alegria na vida e de evitar ou desfazer ao máximo as circunstâncias que
causam tristeza, mas o próprio desejo-razão (do mesmo modo que os outros tipos de afetos)
não depende da vontade livre, mas de afecções que fogem ao controle do indivíduo porque
são modos da substância única infinita que não tem finalidade nem providência. Em diversas
obras, Espinoza diz que é nocivo (diminui nossa potência de agir e de pensar) ridicularizar ou
reprovar alguém dominado pelas paixões, porque isso não depende da livre decisão da mente.
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O único modo do homem que se guia pela razão ajudar os outros é, nas palavras de Espinoza:
"Não rir nem chorar, mas compreender". (Espinoza, Tratado Político).
A ética de Espinoza é a ética da alegria. Para ele, só a alegria é boa,
unicamente a alegria nos leva ao amor (que ele define como a ideia de alegria associada a uma
causa exterior) no cotidiano e na convivência com os outros, enquanto a tristeza sempre é má,
intrinsecamente relacionada ao ódio (que ele define como a idéia de tristeza associada a uma
causa exterior), a tristeza sempre é destrutiva para nós e para os outros.
4.3 GOTTFRIED LEIBNIZ (1646- 1716)
Para Leibniz, a vontade do Criador (na qual se fundamenta o finalismo)
submete-se ao Seu entendimento (racionalismo); Deus não pode romper Sua própria lógica e
agir sem razões, pois estas constituem Sua natureza imutável. Consequentemente, o mundo
criado por Deus estaria impregnado de racionalidade, cumprindo objetivos propostos pela
mente divina.
Usando a teoria da causalidade, Leibniz explica a existência de Deus. Diz que
ele não faz nada ao acaso, é supremamente bom. O universo não foi feito apenas pelo
homem, mas o homem pode conhecer o universo inteiro. Deus é engenhoso, é capaz de
formar uma “máquina” com apenas um simples líquido, sendo necessária apenas a interação
com as leis da natureza para desenvolvê-la.
A vontade do criador está submetida à sua lógica e a de seu entendimento. É
uma visão racionalista do mundo, e a mente divina seria impregnada de racionalidade. Mas o
mundo é mais do que a razão pode concatenar. O valor da razão reside no seu lado prático.
Ela pode conhecer o princípio matemático das coisas, dos conhecimentos específicos, mas
ignora as causas últimas.
Leibniz, apesar de ser influenciado por Descartes, zombou da simplicidade do
método. E refuta o mecanicismo. Diz que a extensão e o movimento, figura e número, não
passam das aparências, não são a essência. Existe algo que está além da física da extensão e
movimento, e é de natureza metafísica, uma força.
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Descartes havia dito que a constante nos fenômenos mecânicos é a quantidade-
movimento. Leibniz fala que isso é um erro, para ele a constante é a força viva, a energia
cinética.
O ponto principal do pensamento de Leibniz é a teoria das mônadas. É um
conceito neoplatônico, que foi retomado por Giordano Bruno e Leibniz desenvolveu. As
mônadas (unidade em grego) são pontos últimos se deslocando no vazio. Leibniz chama de
enteléquia e mônada a substância tomada como coisa em si, tendo em si sua determinação e
finalidade.
Para Leibniz, o espaço é um fenômeno não ilusório. É a ordem das coisas que
se relacionam. O espaço tem uma parte objetiva, a da relação, mas não é o real tomado em si
mesmo. Assim como o espaço, o tempo também é um fenômeno.
As leis elaboradas pela mecânica são leis de conveniência, pela qual Deus criou o
melhor dos mundos. Assim como o mecanicismo, Leibniz critica a visão cartesiana de
máquinas. Os seres orgânicos são máquinas divinas. Em cada pequena parte desses seres, há
uma peça dessas máquinas, que são do querer divino. É a maneira pela qual se realiza o
finalismo superior.
Para conhecermos a realidade precisamos conhecer os centros de força que a
constituem, as mônadas. São pontos imateriais como átomos. São e formam tudo o que existe.
São unas assim como a mente. A mente apresenta diversidade, bem como várias
representações. A mônada deve ser pensada junto com a mente. As atividades principais das
mônadas são a percepção e a representação. Elas tem tendências à várias percepções.
Uma mônada só é distinta da outra pela sua atividade interna. As mônadas tem
dois tipos de percepção, a simples e a consciente. A última é chamada de apercepção.
Somente algumas mônadas apercebem, e elas têm mais percepções inconscientes que
conscientes.
Leibniz identificou a percepção inconsciente na natureza humana. É aquele
estado de consciência no qual a alma fica sem perceber nada distintamente, nós não nos
recordamos do que vivemos. Certamente Leibiniz falava daquele estado especial de não
entendimento e não associação em que a alma fica “amorfa”. Mas tal estado não é duradouro.
Enquanto estamos nele, parecemos as mônadas.
Leibniz, na sua doutrina das mônadas, fala que cada mônada espelha o
universo inteiro. Tudo está em tudo. Isso se aplica também ao tempo, ele diz: “o presente está
grávido do futuro.” Uma mônada se diferencia da outra porque as coisas estão presentes em
maior ou menor grau nelas, e sob diferentes ângulos e aspectos.
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Não existem duas substâncias exatamente idênticas, pois, se houvesse, elas
seriam a mesma. A realidade é composta de minúsculas partículas, tem uma riqueza infinita.
Deus conhece a tudo perfeitamente.
Leibniz fala da lei da continuidade. Uma coisa leva a outra, na natureza não há
saltos. Entre um extremo e outro, há um nível médio.
Deus é a mônada das mônadas. Uma substância incriada, original e simples.
Deus criou e cria, a partir do nada, todas as outras substâncias. Uma substância, por meio
natural, não pode perecer. Só através da aniquilação. Também, de uma não se criam duas.
Uma mônada é uma substância, e é uma coisa sem janela, encerra em si mesma sua
finalidade.
Como já disse, a mônada é imaterial. Porém é da relação entre elas que nasce o
espaço e matéria. A mônada é atividade limitada, pois a atividade ilimitada só se encontra em
Deus (um tipo especial). É dessa imperfeição, que torna a essência obscura que nasce a
matéria.
Os organismos são um agregado de mônadas unidos por uma enteléquia
superior. Nos animais essa enteléquia é a alma. Nos homens, a alma é entendida como
espírito.
Uma coisa já está em potência na semente . Até aí nada de novo. O original em
Leibniz, é que não existe geração nem morte. Só existe desenvolvimento, no sêmen já existe
um animal. Ele só precisa se desenvolver.
As substâncias brutas espelham mais ao mundo do que a Deus. O contrário nas
substâncias superiores: Deus governa o mundo com leis materiais e espirituais. Existem vários
pequenos deuses, controlados pelo grande Deus.
Leibniz, para explicar a interação entre a matéria e o espírito, formulou três
hipóteses:
a) Uma ação recíproca;
b) Intervenção de Deus em todas as ações;
c) A harmonia pré-estabelecida. Cada substância tira tudo de seu interior, segundo a vontade
divina.
O famoso princípio da razão suficiente de Leibniz, é junto com sua
mônadologia, a pedra lapidar de sua metafísica. Esse princípio postula que cada coisa existe
com uma razão de ser. Nada acontece ao acaso.
Estamos no melhor dos mundos possíveis, o ser só é, só existe, porque é o
melhor possível. A perfeição de Deus garante essa vantagem. Deus escolheu dentre os
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mundos possíveis, o que melhor espelhava sua perfeição. Ele escolheu esse mundo por uma
necessidade moral. Mas se esse mundo é tão bom porque existe o mal? Na Teódiceia, Leibniz
indentifica três tipos de mal:
a) O mal metafísico, que deriva da finitude do que não é Deus;
b) O mal moral, que advém do homem, não de Deus. É o pecado;
c) O mal físico. Deus o faz para evitar males maiores, para corrigir.
Leibniz diferencia a verdade de razão da verdade de fato. A verdade de razão é
absoluta, pois está no intelecto de Deus. Por exemplo, as leis da matemática e as regras de
justiça e bondade. O oposto dessas verdades é impossível. As verdades de fato admitem
opostos. Elas poderiam não existir, mas tem um motivo prático para existirem.
No livro Novos ensaios sobre o entendimento humano, Leibniz analisa o livro
de Locke, Ensaio sobre o entendimento humano. Ele critica o empirismo de Locke (nada
existe na mente que não tenha estado nos sentidos) e defende, como Descartes, um inatismo.
Ele localiza qualidades inatas na alma, como o ser, o uno, o idêntico, a causa, a percepção e o
raciocínio. Leibniz retoma Platão, e sua teoria de reminiscência das ideias, dizendo que a alma
reconhece virtualmente tudo.
Leibniz coloca que as condições para a liberdade são três: a inteligência, a
espontaneidade e a contingência. A liberdade da alma consiste em nela encerrar um fim em si
mesmo, não dependendo de externos.
5 COMPARATIVO: EMPIRISMO X RACIONALISMO
Empirismo Racionalismo
Con
hec
imen
to
Cie
ntí
fico
A experiência é a base do conhecimento científico, ou seja, adquire-se sabedoria através da percepção do mundo externo, ou então, do exame da atividade da nossa mente, que abstrai a realidade que nos é exterior e as modifica internamente.É de caráter individualista, pois tal conhecimento varia da percepção, que é diferente de um indivíduo para o outro.
A obtenção do conhecimento científico se dá pelas ideias inatas, que seriam pensamentos existentes no homem desde sua origem, que o tornariam capazes de intuir (deduzir) as demais coisas do mundo. Tais ideias seriam o fundamento da Ciência.
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Empirismo RacionalismoO
rige
m d
as I
dei
as
A origem das Ideias é o processo de abstração que se inicia com a percepção que temos das coisas através dos nossos sentidos. Não preocupado com a coisa em si, estritamente objetivista; nem tampouco com a ideia que fazemos da coisa atribuída pela Razão; mas puramente como percebemos esta coisa, ou melhor dizendo, como esta coisa chega até nós através dos sentidos.
• As do mundo exterior formadas através da captação da Realidade externa por nós mesmos internamente;
• As inventadas pela Imaginação, fruto do processo criativo da nossa mente;
• As ideias inatas, aquelas que já nascem com o sujeito, concedidas por Deus como uma dádiva, e que são a base da Razão.
Com estas ideias podemos conhecer as leis da Natureza.
Rel
ação
de
Cau
sa e
E
feit
o
Para o Empirismo a relação de causa e efeito nada mais é do que resultado de nossa forma habitual de perceber fenômenos e relacioná-los como causa e consequência através de uma repetição constante. Ou seja, as leis da Natureza só seriam leis porque observaram-se repetidamente pelos homens.
As relações de causa e efeito são obedientes ao Mecanicismo. As relações que o homem observa são inerentes aos objetos em si e à Mecânica da Natureza, espécie de engrenagens que obedecem a uma ordem preestabelecida.
Au
ton
omia
do
Su
jeit
o O conteúdo de nossa consciência varia de um momento para outro de tal forma que ao longo do tempo essa consciência teria, em momentos diferentes, conteúdos diferentes.A consciência, como sendo um conjunto de representações, dependeria das impressões que temos das coisas, e sendo impressões, estariam sujeiras a variações.
Para os racionalistas, a liberdade da consciência do indivíduo tem um fim: uma justa apreciação dos bens, dizendo ainda que haveria umaidentidade permanente da consciência individual.
Con
cep
ção
da
Raz
ão
A razão é dependente da experiência sensível, logo não vê dualidade entre espírito e extensão, de tal forma que ambos são extremidades de um mesmo objeto.
Razão capacidade de bem julgar e de discernir o verdadeiro do falso.A razão é independente da experiência sensível, e que pertence ao Espírito que é diverso da Extensão.
Mat
emát
ica
com
o L
ingu
agem
O método matemático não é aceito.A experiência é o ponto de partida de nosso conhecimento, logo não há necessidade de fazer hipóteses. Assim caracteriza-se o método indutivo que parte do particular (experiências) para a elaboração de princípios gerais.
Deve-se utilizar do método de conhecimento inspirado no rigor da Matemática. Vale dizer, completo e inteiramente dominado pela Razão: "os princípios conhecidos por intuição desempenham o papel de axiomas". É o método dedutivo que parte do geral para o particular, primeiro elaboram-se as suposições e depois são feitas as comprovações ou não.
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6 CONCLUSÃO
Este trabalhou nos possibilitou entender como uma sequência de fatos faz surgir
novas formas de pensar. Burguesia, navegações, economia mundial, tipografia, descobertas
científicas. A era medieval havia chegado ao fim. O Renascimento criou uma crise de
consciência europeia, servindo de inspiração a diversos pensadores.
O contexto propiciado pelo Renascimento resultou em duas correntes: o
Empirismo e o Racionalismo, contemporâneos, porém, opostos. Hoje, sabemos que nenhum
deles continha a verdade absoluta, e fariam mais sentido se fossem complementados um pelo
outro.
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ANEXOS
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