projeto polÍtico pedagÓgico proposta … · o projeto político pedagógico da escola deve...
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COLÉGIO ESTADUAL HELOÍSA INFANTE MARTINS RIBEIRO
E.F.M.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
PROPOSTA PEDAGÓGICA
CURRICULAR
SANTO ANTÔNIO DA PLATINA
OUTUBRO/2010
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SUMÁRIO
01 Apresentação........................................................................................... 03
02 Identificação do Estabelecimento............................................................ 04
03 Objetivos Gerais...................................................................................... 05
04 Marco Situacional.................................................................................... 06
05 Marco Conceitual.................................................................................... 35
06 Marco Operacional.................................................................................. 67
07 Apresentação Proposta P. Curricular....................................................... 83
7.1- Arte.................................................................................................... 84
7.2- Biologia............................................................................................. 103
7.3- Ciências............................................................................................ 114
7.4- Educação Física............................................................................... 144
7.5- Ensino Religioso............................................................................... 163
7.6- Filosofia............................................................................................. 168
7.7- Física................................................................................................ 175
7.8- Geografia.......................................................................................... 180
7.9- História.............................................................................................. 189
7.10- Língua Portuguesa.......................................................................... 214
7.11- Matemática...................................................................................... 230
7.12- Química........................................................................................... 240
7.13- Sociologia....................................................................................... 247
7.14-Inglês............................................................................................... 256
08 Referencias............................................................................................. 269
09 Anexos....................................................................................................
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COLÉGIO ESTADUAL HELOISA INFANTE MARTINS RIBEIRO
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RUA ESMERALDA 315 – POVOADO DE PLATINA
FONE/FAX:0XX43 36151114
ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SANTO ANTONIO DA PLATINA - PARANÁ
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
1- APRESENTAÇÃO
Este Projeto Político Pedagógico tem por finalidade primeira, expor as
Diretrizes Curriculares Gerais e os Parâmetros que orientam o Ensino Fundamental e
Médio desta instituição.
O presente projeto também tem por objetivo retratar com fidelidade, a
realidade do Colégio Estadual Heloísa Infante Martins Ribeiro - Ensino Fundamental e
Médio, através de análise, do planejamento e da execução de atividades que envolvam
a Escola e a comunidade escolar.
O referido projeto não tem a pretensão de ser imutável e estático, ao
contrário, para que dê conta da realidade, pressupõe a flexibilidade como fator
indispensável para a apreensão da realidade concreta. Sendo assim, a reflexão deve
fazer-se presente envolvendo os vários segmentos que compõem este estabelecimento
de ensino, para que corresponda às expectativas e anseios, por uma educação
transformadora e de qualidade, pensando sempre no bem estar do aluno, sua
aprendizagem, enfim seu desenvolvimento integral.
Segundo a LDB, a educação deve considerar o homem em todos os seus
aspectos, deve concebê-lo como sujeito ativo na transformação da realidade que o
cerca como um dinamizador de toda ação de construção do seu mundo, sendo assim,
o Projeto Político Pedagógico da escola deve explicitar a sua função social, tornando-
se uma proposta de educação que deixe claro para onde a educação deve conduzir,
sendo um instrumento mediador para a efetivação da relação teoria e prática, portanto,
o PPP é ação consciente, organizada e intencional porque é planejada tendo em vista
o futuro. Futuro esse que não pode ser encarado como inexorável, mas sim
problemático, por isso, passível de ser transformado.
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Este PPP está fundamentado legalmente na LDB 9394/96,uma vez que
no Artigo 12, são indicadas as incumbências dos sistemas de ensino, assim, citamos o
inciso I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; no Artigo 13, a lei incumbe os
docentes a participação na elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino, e no Artigo 14, determina que todos os profissionais da educação deverão
estar envolvidos não somente o corpo docente. Sendo assim, é de responsabilidade
coletiva tanto a elaboração como execução do PPP. Ele ainda está fundamentado no
Estatuto da Criança e do Adolescente, onde no Art. 53, resguarda o direito a educação
e o desenvolvimento integral do adolescente, assim se lê: “A criança e o adolescente,
têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: a
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”. Salientamos ainda
que os fundamentos deste PPP tem também suas bases na Legislação específica
emanada da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, buscando com isso um
trabalho coeso e comprometido, beneficiando os educandos bem como toda
comunidade escolar.
2- IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
2.1 Colégio Estadual Heloísa Infante Martins Ribeiro- E.F.M/Código Nº. 0014-9
2.1.1 Endereço: Rua Esmeralda, Nº.315/ Fone: (0xx) 43 3615 1114
2.2 Município: Santo Antônio da Platina- Código Nº. 2430
2.3 Dependência Administrativa: Estadual, nº 0149
2.4 NRE: Jacarezinho. Código: 017
2.5 Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná- Código Nº. 02
2.6.Ato de Autorização do Colégio - Resolução Nº.1165/82 D.O.E. De 17/05 /1982
2.7 Ato de Reconhecimento do Colégio - Resolução Nº.2351/85 D.O.E. 28/05/1985
2.8 Ato de Renovação do Reconhecimento - Resolução Nº. 0429/ D.O.E 26/03/2002
2.9 Ato de Renovação e Reconhecimento do Ensino Fundamental (5ª. a 8ª.série)-
Parecer nº.314/07-CEF/SEED. 07/02/2007.
2.10 Parecer do NRE de Aprovação do Regimento Escolar nº.040/08 NRE.13/02/2008
2.11 Distância da Escola do NRE: Aproximadamente 30 Km
2.12 Localização: Zona Rural
2.13 E-mail: [email protected]
2.14 site: www. snpheloisaseed.pr.gov.br
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3.0- OBJETIVOS GERAIS
Este Projeto tem por objetivo apresentar a realidade escolar da nossa
comunidade e propor ações que venham beneficiar o nosso aluno e estabelecer
posições a serem tomadas tais como:
• o desenvolvimento pleno da capacidade de aprender do aluno;
• proporcionar ao educando uma educação gratuita, laica e de qualidade;
• preparar o aluno para o exercício da cidadania;
• levar o aluno a reconhecer-se como sujeito transformador da história.
• Aprimorar o educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.
• Proporcionar ao educando a educação tecnológica básica, a compreensão do
significado da ciência, das letras e das artes; do processo histórico de
transformação da sociedade e da cultura e da Língua Portuguesa como
instrumento de comunicação.
• Propiciar a qualidade das atividades escolares nas dimensões técnica e política,
visando o bom desenvolvimento da educação no preparo para a cidadania.
• Fortalecer o Conselho Escolar, tomando-o, como grande articulador do
aperfeiçoamento da gestão democrática na escola.
• Elaborar plano de ação anual, e disponibilizá-lo neste documento.
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4- MARCO SITUACIONAL
4.1- ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR
4.1.2-Modalidade de Ensino
Ensino Fundamental: (5ª. à 8ª. Séries) 08 turmas
Ensino Médio: 03 turmas
Viva Escola: 03 turmas
CELEM: 06 turmas
Sala de Recurso: 01 turma
Sala de Apoio: 01 turma – Matemática
Sala de Apoio: 01 turma – Língua Portuguesa
4.1.2-Recurso Humanos
Número de alunos 513
Nº. de professores- 20
Nº. de pedagogos – 02
Nº. de funcionários- 07
Nº. de diretor-01
4.1.3-Turnos de Funcionamento e número de alunos po r turma
Os Turnos de funcionamento do Colégio Estadual Heloísa Infante Martins Ribeiro
– E.F.M são os períodos matutino e noturno, todavia, os programas de
complementação curricular e apoio pedagógico como: CELEM, Viva Escola, Sala de
Recursos, Salas de Apoio são realizados no período vespertino.
Manhã- 5ªA – 25 alunos
6ªA – 25 alunos
7ªA - 22 alunos
8ªA- 17 alunos
Noite- 5ªB- 18 alunos
6ªB- 20 alunos
7ªB- 11 alunos
8ªB- 17 alunos
1ºA - Ano do Ensino Médio- 34 alunos
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2ºA - Ano do Ensino Médio- 25 alunos
3ºA – Ano do Ensino Médio- 20 alunos
Tarde - Programa de Complementação Curricular - Viva Escola e Serviços
Complementares de apoio Pedagógicos:
Artes Visuais- 40 alunos
Mídias- 56 alunos
Preparatório para Vestibular- 22 alunos
CELEM Espanhol – 69 alunos
CELEM Francês – 78 alunos
Sala de Recurso- 13 alunos
Sala de Apoio de Matemática- 14 alunos
Sala de Apoio de Língua Portuguesa- 15 alunos
4.1.4-Horários de Funcionamento
Período Matutino Período Vespertino Período Noturno
Entrada: 7:30h Entrada: 13:00h Entrada:19:00 h
Saída: 11:50h Saída:17:00h Saída: 23:10h
4.1.5-Horário das Aulas
Período Matutino Período Noturno
1ª aula- 7:30 às 8:20
2ª aula- 8:20 às 9:10
3ª aula- 9:10 às 10:00
Intervalo- 10:00 às 10:10
4ª aula-10:10 às 11:00
5ª aula- 11:00 às 11:50
1ª aula- 19:00 às 19:50
2ª aula- 19:50 às 20:40
3ª aula- 20:40 às 21:30
Intervalo- 21;30 às 21:40
4ª aula-21:40 às 22:25
5ª aula- 22:25 às 23:10
4.1.6-Cronograma dos Serviços Complementares - Per íodo Vespertino
2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira
Viva escola – Mídias
CELEM – Espanhol
Sala de Recurso
CELEM- Francês
Viva-Escola-
Preparatório-
vestibular
Sala de Recurso
Sala de Apoio-
Matemática
Viva-escola-Artes
Visuais
Sala de Recurso
Sala de Apoio –
Português
CELEM-Espanhol
CELEM-Francês
Sala de Recurso
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4.2- ESPAÇOS FÍSICOS
Salas de aula : Número total de salas de aula do Colégio: 08 salas, sendo utilizadas:
período matutino 04 salas e período vespertino 03 salas;
01 sala- Sala de recurso de segunda-feira a quinta feira;
01 sala- Sala Viva Escola de segunda a quinta feira;
01 sala- Sala de apoio- quarta e quinta-feira.
Período noturno: 08 salas;
Biblioteca: Serve ao apoio a todos os alunos, professores e funcionários além de
estar aberta a comunidade, sede os livros para pesquisa no domicílio dos alunos. É
importante salientar que não há profissional responsável para atender a biblioteca, por
isso o seu funcionamento fica prejudicado..
Oferece os seguintes atendimentos:
-Atendimento ao usuário;
-Pesquisa bibliográfica;
-Empréstimos.
Laboratório de Informática : Equipado com 12 computadores do Paraná Digital e 10
computadores do PROINFO, com acesso a internet juntamente com impressoras a
laser. Entretanto é importante salientar que o acesso a internet é precário, dificilmente
os alunos conseguem utilizar o laboratório para pesquisas em grupo, pois o excesso de
alunos nos computadores, inviabiliza o acesso a internet, que é via satélite.
Quadra coberta: O Colégio conta com uma quadra esportiva, que desde o mês de
novembro de 2009 esta coberta e reformada conforme os padrões necessários a um
bom atendimento aos alunos deste colégio.
Pátio coberto : O Pátio coberto conta com 10 mesas para refeições, e 20 banquetas.
Sala de Professores: Contendo 01 mesa para reunião, 8 cadeiras, 1 geladeira,
Quadro de feltro, armários de aço para professores, com 20 portas, Filtro de água
gelada.
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Banheiro dos Professores : 1 banheiro.
Banheiros para alunos : 2 banheiros com 04 mictórios masculinos e 04 femininos
Sala de direção : Contendo 1 escrivaninha, 1 armário de madeira, 2 cadeiras, telefone,
1 computador.
Sala de apoio pedagógico : 1 microcomputador, 1 impressora, 2 armário de aço, 1
escrivaninha, 1 mesa para microcomputador 1 cadeira.
Cozinha : Cozinha equipa da com forno industrial, fogão industrial, batedeira
industrial, geladeira freezer, forno elétrico, mesas e utensílio de cozinha.
Secretaria: Contendo 3 microcomputadores na linguagem Linux, 1 impressora laser,
telefone, aparelho de fax, armários de aço, arquivo de aço e escrivaninhas.
4.3- QUADROS DEMONSTRATIVOS – EQUIPE ESCOLAR
Quadro Demonstrativo de Pessoal Técnico Pedagógico
Nome
Função
V
C.H
Formação
Carla Shmeiske da Silva Marinho Diretora QPM 40 Ciências - pós
Ivana Zorobeth C. Fassoni Pedagoga QPM 40 Pedagogia– pós
psicopedagogia
institucional
Neusa Soberanski de Almeida Pedagoga QPM 40 Pedagogia
Apoio Técnico Administrativo
Nome Função Vinc C.H. Formação
Erica Regina Romero Peres Téc. Adm. QG 20 Ciencias/Matemática
Glauce Dos Santos Marcelino Téc.Adm. Qfeb 40 Ensino Médio
Heitor Brustulim Secretário QG 40 Ensino Médio
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Apoio Serviços Gerais
Nome Função V C.H. Formação
Marcelo Ribeiro Serv. Gerais PEAD 40 História
Maria Célia Macedo Donadi Serv. Gerais CLT 40 Ensino Médio
Vilma De Fátima Catarino
Gomes
Serv. Gerais CLT 40 Ensino Médio
Corpo Docente
Nome Vínc Formação
Alessandra Mara Santos QPM Ciencias Biológicas/ Química e Pós em Educação Matem. E Ed. Especial
Ana Cláudia Fedriz QPM Educação Física
Ailton dos Reis Silva PSS Língua Portuguesa/ Celem Espanhol
Antonio José de Oliveira QPM Celem/Frances
Conceição Néspoli QPM História
Cristina Mari da Silva QPM Educação Física/ Pós em Educação Física Escolar e Gestão de Sistema Est. de Ensino
Fátima D’avila Bitencourt QPM Geografia
Giovani Henrique Guidelli QPM Arte
Jacqueline Erichsen QPM Arte
Janice Ribeiro de C. Oliveira QPM Arte
Jussimary Pereira Arantes QPM Pedagogia
Luciana Vardanega QPM L.Inglesa/Pós em Neurociência
Luciana Aparecida Miyao PSS Celem Espanhol
Lucila C. de Paula C. Straus QPM Língua Portuguesa
Luiz dos Santos Oliveira QPM Ed. Matemática/ Pós em Ed. Especial
Maria José de Souza QPM Biologia/Pós em Instrumentalização para o Ensino de Ciências
Maria Silvia Lemes Gusmão QPM História/Sociologia/ Ensino Religioso
Miguel Tarciso Marques QPM Língua Portuguesa/Pós em Especialização em Ensino Fundamental e Médio.
Sarita Regina Silva de Oliveira QPM Ciências/ Biologia/Pós em Ensino de Ciências através de Oficinas Naturais
Simone Maria D. F. Pedroso SC02 Arte / Viva Escola Artes Visuais
Dayse C. Toledo de Gusmão PSS Matemática/pós em Ed. Especial.
Vera Lúcia de S. Barbosa QPM Matemática
Hermínia Gusmão Picolli QPM Pedagoga/Ed.Especial
Josiani de Fátima Serqueira PSS Língua Portuguesa
Josiane Aparecida Peixoto PSS Língua Portuguesa
Vergílio dos Santos QPM História/Prof. Lei 15308/06
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4.4- HISTÓRICO DA REALIDADE
O Colégio Estadual Heloísa Infante Martins Ribeiro, está situado no povoado da
Platina, Município de Santo Antônio da Platina, Norte Pioneiro do Estado do Paraná,
Região Sul do Brasil na Zona Rural com atividades agropecuárias, uma comunidade
pequena, de pessoas de baixa renda, o Colégio atende filhos de trabalhadores
cortadores de cana, sitiantes, funcionários das fazendas de gado, meeiros, domésticas
e outros.
O colegiado procura dentro dos seus limites assumir a responsabilidade de atuar
na transformação e na busca do desenvolvimento social dos sujeitos que dela
participam, se empenhar na construção de uma proposta para a realização desse
objetivo. Também defender a ação prioritária de trabalho com o conhecimento para o
exercício pleno da cidadania, transformando o social, trabalhando os saberes através
do ensino e aprendizagem, buscando a promoção dos que aprendem e também dos
que ensinam.
4.5- DADOS HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
A localidade de Platina foi fundada em conseqüência da construção da rede
ferroviária em 1927, chamada: “REDE VIAÇÃO PARANÁ-SANTA CATARINA”, e nesta
localidade foi instalada uma Estação Ferroviária, daí a necessidade de uma escola
neste local.
A primeira escola construída na Platina, em 1935, denominava-se Escola Isolada
da Platina.
Em 1951, o Sr. Francisco de Paula Rocha, morador da localidade, pediu ao
então Governador do Estado, Sr. Moysés Lupion, para que construísse uma escola,
este determinou a construção de um prédio escolar em alvenaria, com quatro salas de
aula, salas para administração, banheiros, etc. em terreno doado pelo Sr. Américo
Martins Ribeiro.
A partir de 1952, passa a denominar-se Grupo Escolar da Platina, sendo
regulamentado pelo decreto nº. 16122 de 08 de março de 1955.
Em 1966, houve uma reforma no prédio escolar, bem como, a construção de
uma cantina, sob a administração da professora Julieta Rocha.
Pelo Decreto nº. 21934 de 15 de dezembro de1970, passa então a denominar-
se Grupo Escolar Heloísa Infante Martins Ribeiro em homenagem aos doadores do
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terreno, onde a escola foi construída.
Por iniciativa da direção do estabelecimento, em 1982 foi implantada a
continuidade do então, Ensino de Primeiro Grau, 5ª/8ª série, gradativamente através da
Resolução da SEED, de nº 1165/82 de 28 de abril de 1982.
Por meio do decreto nº 249/91 e Resolução 679 de 12 de março de 1992 foi
criada para efeito de municipalização de ensino de 1ª. à 4ª. Séries, a Escola Municipal
da Platina–Ensino de 1º. Grau, tendo como entidade mantenedora a Prefeitura de
Santo Antônio da Platina.
Os cursos de 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental, funcionam no mesmo prédio,
sendo, porém independentes após a municipalização.
A partir desta época, a escola passou a ser reconhecida como Escola Estadual
Heloísa Infante Martins Ribeiro –Ensino Fundamental.
Em 1999, foi implantado o Ensino Médio noturno (Educação de Jovens e Adultos),
por meio do parecer do CEE, 0562/99, passando a denominar-se Colégio Estadual
Heloísa Infante Martins Ribeiro- Ensino Fundamental e Médio. Entretanto em 2001,
inicia-se o processo de cessação gradativa dessa modalidade.
No ano de 2007, houve a necessidade de implantar o Ensino Médio, visto que os
alunos do Ensino Fundamental enfrentavam muitas dificuldades em prosseguirem com
os estudos, pois dependiam de transporte escolar para se locomoverem para a cidade,
sendo assim, através da resolução 1694/07, foi autorizado o funcionamento do mesmo,
com implantação gradativa.
No ano de 2008, foi construída mais uma sala de aula para atender as
necessidades da escola, mais espaço para os nossos alunos.
4.6- CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR
A comunidade escolar pode ser caracterizada por pessoas de classe média
baixa, as quais subsistem do corte de cana, da colheita de algodão, de café, e outros
tipos de trabalho volante, sendo assim não têm remuneração estável. A renda familiar
segundo pesquisa realizada não ultrapassa a três salários mínimos, no entanto a
maioria das famílias vive com renda de até 2 salários.
Uma parte dos alunos mora no povoado onde a escola se localiza, outra parte
vem de sítios e fazendas circunvizinhas, são alunos que moram no campo, os quais
fazem uso do transporte escolar. Alguns moram em lugares de difícil acesso e em dias
de muita chuva, o transporte escolar, não chega em suas residências, fazendo com que
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percam muitas aulas, especificamente no período noturno os problemas são ainda
mais evidentes, pois próximo a escola, existem muitos bares com jogos de bilhar e
alguns alunos são atraídos, deixando de frequentar as aulas e chegando a desistência
dos estudos. Esses problemas retratam algumas das causas dos elevados índices de
evasão deste estabelecimento.
A grande maioria tem dificuldades financeiras quanto a aquisição de materiais
didáticos e aos veículos de informação como jornais, revistas, vídeos, CDs, acesso a
internet, e outros. Podemos constatar que se trata de uma comunidade, que não vê
perspectivas na localidade, sendo assim a maioria que permanece na escola e conclui
(ou não) o Ensino Fundamental e Médio, deslocam-se para centros maiores a procura
de empregos e outros horizontes.
Diante da realidade que vivemos dos problemas enfrentados na nação brasileira,
o estado e também o município se incluem nessa realidade de conflitos e violência,
fome e exclusão social, o uso de drogas também vem interferindo na vida social dos
pais e alunos do colégio.
Na comunidade onde a escola está inserida a oportunidade de empregos é
escassa, sendo assim, alguns pais trabalham na sede do município, distante 10 km
dessa localidade, e deixam os filhos sozinhos em casa, não tendo como ajudá-los nas
tarefas escolares e em outras necessidades.
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4.7- LEVANTAMENTO DIAGNÓSTICO JUNTO AO CORPO DISCEN TE
Participaram dessa pesquisa 136 alunos, sugerindo melhorias em alguns
aspectos deste Colégio. Observe a Legenda:
A- Cobrir a quadra de esportes e reformá-la;
B- Utilizar o laboratório de informática para dinamizar as aulas;
C- Acrescentar espelhos nos banheiros;
D- Consertar os vidros e pôr grades nas janelas;
E- Disponibilizar música ambiente no intervalo escolar;
F- Promover Atividades culturais que envolvam toda a escola(teatro, artesanatos, dança)
G- Elevar os muros da escola, garantindo maior segurança;
H- Organizar Laboratório de Física, Química e Biologia para a efetiva relação de teoria e
prática;
I- Consertar os ventiladores;
J- Aumentar as aulas de Ed. Física;
L- Utilizar com maior frequência a Tv pendrive;
M- Melhorar a merenda Escolar;
N- Estabelecer conjuntamente normas de conduta para o bom andamento escolar;
O- Promover atividades esportivas internas como torneios de xadrez, vôlei, futsal, ping
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pong, etc.;
P- Exigir Uniforme Escolar;
Q- Oferecer a todos os alunos café da manhã na chegada à escola;
R- Melhorar a qualidade das aulas, quanto às metodologias e relacionamentos;
S- Encortinar todas as janelas das salas;
T- Organizar Horta escolar;
U- Trancar as salas por ocasião do Intervalo;
V- Aumentar a quantidade de material esportivo;
X- Dinamizar aulas de redação;
Y- Pintar a escola.
Tendo em vista os resultados colhidos no gráfico acima, foram implementado
algumas melhorias:
Laboratório de Informática : Foi organizado um cronograma para o uso de laboratório
de Informática em todas as disciplinas e com todos os professores.
Quadra de Esportes : Já temos construída uma bela quadra de esporte, que
beneficiou e muito os alunos deste Colégio.
Objetivos Proposto para 2009 que Foram Atingidos:
A- Quadra reformada e coberta;
B- uso do laboratório de informática pelos alunos;
C- espelhos nos banheiros;
D- trocas dos vidros quebrados;
F- atividades culturais envolvendo escola e comunidade;
M- melhoria da merenda escolar;
N- normas de boa conduta, para um melhor relacionamento;
O- atividades internas de educação física, com torneios, inter classe, gincanas, etc.
P- uso do uniforme escolar;
S- foram trocadas todas as cortinas das salas;
V- aumento dos materiais esportivos e variedades deles;
Z- pintura da escola, das salas, colocação de piso na sala construída em 2008, pintura
e troca da porta.
Y- também foram adquiridos uniformes novos para a participação dos alunos no Fera
com Ciência.
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4.8- Porte da Escola
Tendo em vista o número de alunos matriculados, mais os alunos do programa
Viva Escola e CELEM, atingimos a partir de 08/03/10, o porte 02. O que nos deixa
mais animados a trabalhar em prol da educação neste povoado.
4.9- Regime Escolar
Reconhecendo a importância da Lei nº. 11.274/06 com avanço e acesso ao
atendimento aos direitos e cidadania, como elementos básicos da igualdade de
condição de acesso aos bens culturais à maioria da população brasileira
fundamentando as decisões em preceitos constitucionais e legais: artigo 208 da
Constituição Federal e Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB, nº. 9394/96, e Leis
11.114/05, 11.274/06 e demais emanadas do Conselho Estadual.
Tendo em vista ao melhor atendimento à infância uma vez que a nação toma
para si, pela obrigatoriedade do ensino Fundamental e pela responsabilidade de
atendimento à criança de 6 anos, previu a Deliberação nº. 03/06- CEE/PR a existência
Simultânea de dois regimes de duração do Ensino Fundamental, ou seja, o de 8 anos,
e o de 9 anos de duração e que o atendimento à criança de 6 anos completos, no
Ensino Fundamental, está vinculado ao regime de 9 anos de duração. Parecer nº.
18/05 CEB/CNE .
4.10- Classificação
Classificação é um procedimento que o estabelecimento adota segundo critérios
próprios para posicionar o aluno em série, fase, período, ciclo ou etapa compatível com
a idade, experiência e desempenhos adquiridos por meios formais ou informais.
A classificação pode ser realizada:
I - por promoção, para alunos que cursaram com aproveitamento a série, etapa,
ciclo, período ou etapa anterior na própria escola;
II - por transferência para candidatos, procedentes de outras escolas do país ou
do exterior considerando a classificação da escola de origem;
III - independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação para
posicionar o aluno na série, compatível ao seu grau de desenvolvimento
experiência, adquiridos por meios formais ou informais.
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A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige as
seguintes ações para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e dos
profissionais;
I- organizar comissão formada por docentes, pedagogo e direção da escola para
efetivar o processo;
II- proceder avaliação diagnóstica, documentada pelo professor ou equipe
pedagógica;
III- comunicar o aluno e/ ou responsável a respeito do processo a ser iniciado, para
obter o respectivo consentimento;
IV- arquivar atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;
V- registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.
4.11- Promoção
A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno,
aliada à apuração da sua frequência. São usados os seguintes critérios na promoção
ou certificação de conclusão para os anos finais do Ensino Fundamental e Médio, a
média final mínima exigida é de 6,0 ( seis vírgula, zero) observando a frequência
mínima exigida por lei.
Os alunos do Ensino Fundamental e Médio que apresentarem frequência
mínima de 75% do total de horas letivas e média anual igual ou superior a 6,0 (seis
vírgula, zero) em cada disciplina, serão considerados aprovados ao final do ano.
Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e Médio serão considerados
retidos ao final do ano letivo quando apresentarem: a) frequência inferior a 75% do total
de horas letivas, independentemente do aproveitamento escolar; b) frequência superior
a 75% do total de horas letivas e média inferior a 6,0 (seis vírgula, zero) em cada
disciplina.
Os resultados obtidos pelo aluno no decorrer do ano letivo serão devidamente
inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição de documentação
escolar.
4.12- Dependência
As transferências recebidas de alunos com dependência em até três disciplinas
serão aceitas e deverão ser cumpridas mediante plano especial de estudos.
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4.13- Regime de Progressão Parcial
Regime da progressão parcial é aquela por meio da qual o aluno, não obtendo
aprovação final em até três disciplinas em regime seriado, poderá cursá-las
subsequentes e concomitantemente às séries seguintes.
O Colégio Heloísa I. Martins Ribeiro não oferta aos seus alunos matrícula com
Progressão Parcial. As transferências recebidas de alunos com dependência em até
três disciplinas serão aceitas e deverão ser cumpridas mediante plano especial de
estudos.
4.14- Problemas existentes no Colégio
Os alunos, deste colégio são crianças e adolescentes de classe socioeconômica
desfavorecida, normalmente provenientes de famílias com estrutura diversa, a minoria
ainda vive com pai e mãe, mas a grande maioria, mora com avós, tios, padrinhos ou
somente com um dos genitores.
Há alguns casos de dificuldades na aprendizagem, talvez pela ausência de
estímulos externos, ou pela falta de cobrança, orientação, e auxílio nas atividades de
casa, deixam de realizar as tarefas e trabalhos escolares, comprometendo assim a
construção efetiva do conhecimento. Alguns alunos possuem deficiências especiais
leves, a Sala de Recurso tem oportunizado atendimento quase que individualizado.
Outro problema que a escola enfrenta se refere às faltas excessivas dos alunos,
por motivos diversos, ora por ausência de transporte escolar, ora por trabalharem
exaustivamente, ora por desinteresse, entre outros, ocasionando um elevado índice de
evasão escolar. Entretanto ela é maior no período noturno, pois alguns alunos se
afastam para assumir compromissos de trabalho temporário. Sem perspectiva de
futuro, perdem o interesse e deixam de freqüentar as aulas.
A repetência acontece em maior número por causa da evasão, muitos precisam
trabalhar fora e acabam desistindo de estudar, outros mudam constantemente em
busca de um emprego melhor e com isso abandonam a escola. Muitos professores
deste Colégio tem se esforçado para que os alunos permaneçam na escola,
diversificando as metodologias, buscando sanar as dificuldades dos alunos. Procuram
trabalhar os conteúdos de modo prático, trazendo-o para o contexto de vida dos
alunos, em especial ao contexto do campo, valorizando seus conhecimentos e
propondo novos saberes que venham completar a sua aprendizagem.
19
4.15. Índice de Aproveitamento Escolar
20
21
Os gráficos apresentados se referem ao ano de 2007, matutino e noturno, em
análise, observa-se que a evasão no período noturno é um dos maiores problemas
enfrentados pela escola, caracterizando assim a realidade de alunos que têm jornada
de trabalho diária, e tendo que optar pelo emprego ou pela escola, obviamente
prevalece a subsistência em detrimento da escola. É importante salientar que os
professores são os mesmos nos dois períodos, mas a realidade do período noturno é
absolutamente diversa, uma vez que após jornada de trabalho, os alunos demonstram
esgotamento físico e pouco aproveitamento nas aulas, chegando ao abandono. O
índice de reprovação é pouco expressivo.
22
23
Os gráficos apresentados se referem ao ano de 2008, matutino e noturno, em
análise, observa-se que a evasão no período noturno é um dos maiores problemas
enfrentados pela escola, caracterizando assim a realidade de alunos que têm jornada
de trabalho diária, e tendo que optar pelo emprego ou pela escola, obviamente
prevalece a subsistência em detrimento da escola. É importante salientar que os
professores são os mesmos nos dois períodos, mas a realidade do período noturno é
absolutamente diversa, além da defasagem idade/série, após jornada de trabalho, os
alunos demonstram esgotamento físico e pouco aproveitamento nas aulas e mesmo
com o apoio dos professores, chegam ao abandono. O índice de reprovação é pouco
expressivo, o que demonstra o efetivo trabalho do corpo docente e a consciência da
prática social em que estão inseridos
24
EVASÃO ENSINO FUNDAMENTAL - 2009
EVASÃO ENSINO FUNDAMENTAL - 2009
5ª SERIE 6ª.SÉRIE 7ª.SÉRIE 8ª.SERIE
0
5
10
15
20
25
30
3533 50%
24 50%
20 50% 19 50%
25 38%
19 40% 18 45%
15 39%
2 3%0 0%
2 5%0 0%
6 9% 5 10%
0 0%
4 11%
0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
DADOS DE EVASAO- 2009MANHÃ
MATR.AP.REPTRDES
SERIE
PORCEN
TAG
EM
5ª. SÉRIE 6ª. SÉRIE 7ª. SÉRIE 8ª.SERIE
0
5
10
15
20
25
30
27 44%
17 50% 17 50%
24 50%
15 24%
5 15%
10 29%
18 38%
0 0%1 3%
0 0%
3 6%
8 13%
4 12%3 9%
2 4%
12 19%
7 21%
4 12%
1 2%
DADOS DE EVASAO
NOTURNO
MATR.APREPTR.DES.
25
EVASÃO ENSINO MÉDIO - 2009
4.15- Organização do Tempo e do Espaço
Este colégio cumpre a carga horária de cada disciplina estabelecida na Matriz
curricular, para cada modalidade de ensino: Fundamental e Médio, bem como, as
horas/aulas programadas. O tempo é utilizado em atividades de sala de aula, ou no
laboratório de informática, no pátio escolar, na biblioteca, na quadra esportiva, em
excursões pedagógicas, entre outras. Nesses ambientes são desenvolvidas atividades
diversificadas, como; palestras, filmes, leituras, pesquisas, trabalhos em grupos,
reuniões, as, festas, jogos, feiras, gincanas, maratonas educativas, e outras atividades
similares.
O tempo de permanência do aluno na escola é o tempo das aprendizagens,
intelectual, sociocultural, afetiva e ética. E o desempenho dos alunos no processo de
aprendizado é aferido em diversos momentos durante o ano letivo.
1º.ANO 2º.ANO 3º.ANO
0
5
10
15
20
25
30
35
401º.ANO 35 50%
2º.ANO 21 50%
3º.ANO 12 50%
1º.ANO 2 3%2º.ANO 0 0% 3º.ANO 0 0%
1º.ANO 10 14%
2º.ANO 4 10%
3º.ANO 1 4%
DADOS DE EVASAO ENS. MEDIO NOTURNO
MATR.AP.REP.TR.DES.
26
4.16- Equipamentos Físicos e Pedagógicos
O Colégio está equipado, com exceção de uma sala, com a televisão pen-drive,
e possui ainda, um laboratório de informática, com computadores do Programa Paraná
Digital, contando com 12 computadores, e outro do Programa Federal Proinfo,
contando com 10 computadores.
Possui uma televisão Panasonic e um vídeo cassete novos recebidos no ano de
2005 mais um DVD adquirido com recursos da APMF durante ano de 2005. Temos
várias TVs antigas e quase todas com defeitos e sem condições de uso, três vídeos
cassete antigos com problemas; um aparelho de som antigo com alguns Cds; dois
retroprojetores em perfeito estado de uso; um microscópio em estado precário sem
possibilidade de uso. Temos também uma filmadora JVC; uma maquina fotográfica
Mitsuca PC-661.
O Colégio não possui auditório, somente um pátio coberto. Conta ainda com
uma quadra de esporte coberta.
Temos necessidades de novos ventiladores pois os que temos alguns estão sem
funcionamentos de tão velhos que são. Também estamos precisando de um
laboratório de Ciências, pois não temos como trabalhar a prática das pesquisas e teste
químicos necessários ao bom aprendizado de nossos alunos.
4.17-Relações Humanas de Trabalho no Colégio
Este Colégio trabalha embasado numa gestão democrática, onde diretor,
professores, funcionários, pedagogos, conselho escolar, APMF e alunos participam
das decisões, envolvendo o todo escolar. Procura-se trabalhar com envolvimento,
buscando uma contribuição positiva.
4.18- Organização da Hora Atividade
O tempo da Hora Atividade é utilizado para subsidiar o trabalho dos professores,
apresentando novos textos, sugerindo leituras, propondo metodologias, dinâmicas e
atividades diferenciadas com o objetivo de enriquecer a atividade do professor
tornando-a atrativa para o aluno, porém, isso não segue um cronograma rigorosamente
determinado pela escola, oportunizando ao professor administrar sua hora atividade
com liberdade, desde que cumpra os 20% da carga horária prevista. É feita
27
individualmente, pois não é possível reunir os professores de acordo com o proposto
pelo NRE.
4.19- Inclusão
Este Colégio se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a
diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade.
Partindo desse principio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos,
sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as
oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo, assim, este
colégio está aberto à inclusão, tanto para atender às necessidades individuais sempre
presentes, quanto às especificidades dos alunos com necessidades educativas
especiais. A implantação da Sala de Recurso em 2009 foi um grande avanço para as
expectativas de aprendizagem, deste colégio, pois foram diagnosticados pelos
psicólogos cedidos pelo município, muitos alunos com deficiência intelectual, os quais
agora podem ser melhor compreendidos, pois tem apóio pedagógico necessário para
superar as dificuldades no aprendizado.
4.20- Gestão Democrática
Para que esta aconteça é preciso juntar esforços, debater problemas, aceitar
sugestões e juntos encontrar soluções e sanar da melhor maneira possível as
dificuldades encontradas. Direção e demais profissionais devem caminhar juntos para
que a Escola cresça, as decisões e os rumos da educação devem ser compartilhados,
tornando a escola lugar de ensino e aprendizagem.
Para que haja uma ação construtiva e criativa é necessário que a liderança seja
realizada de modo bem democrático, através do diálogo aberto e sincero, em que o
respeito aos alunos funcionários, professores equipe pedagógica pais de alunos são
levado em conta. Sempre refletindo e avaliando os acontecimentos para tomada de
decisões, com objetivos de retornar ao planejamento inicial, com adaptações e
mudanças.
As práticas de acolhimento e de integração por parte dos professores,
funcionários e direção são visíveis em todas as ocasiões. Todos participam nas
tomadas de decisões, na definição dos princípios e valores humanitários a serem
praticados pela escola.
28
Contribuindo para a melhoria do ensino e aprendizagem dos alunos, propiciando
a construção criativa, responsável para o conhecimento almejado, dividindo
responsabilidades e socializando os resultados positivos, reavaliando os negativos e
projetando novas ações. Todos são responsáveis pelo bom andamento do cotidiano
escolar, desenvolvendo suas tarefas, buscando resultados positivos, sendo flexíveis e
abertos à mudanças. Agindo com liberdade, autonomia e responsabilidade na
construção e avaliação coletiva do P.P.P.
A APMF sempre é convidada a tomar posição nas decisões do coletivo da
escola, às vezes não há uma participação desejada, mas sempre são convidados a
participarem das reuniões e tomadas de decisões da escola.
O Conselho Escolar sempre está envolvido nas ações da escola. Presta a
assistência aos alunos, professores e funcionários. Assegura-lhes condições de
eficiência escolar de acordo com a proposta de trabalho do estabelecimento de ensino.
Representa os reais interesses da comunidade escolar, contribui desta forma para a
melhoria da qualidade do ensino, visa sempre uma escola publica gratuita e de boa
qualidade.
O Conselho de Classe participa e cumpre seu papel, visa sempre o interesse do
aluno, sugere meios de motivação e recuperação do aluno com baixo aproveitamento
escolar. Troca-se ideias e experiências que oportunizaram bons resultados em outros
momentos.
4.21- Conselho de Classe
É um órgão colegiado, de natureza consultiva e deliberativa em assuntos
pedagógicos, com atuação restrita a cada classe do estabelecimento de ensino, tendo
por objetivo avaliar o processo ensino aprendizagem. A relação professor aluno e os
procedimentos adequados a cada caso. É fator muito importante, principalmente
quando visa o aluno e a sua aprendizagem. Deve ser feita de modo claro e objetivo
para que venha beneficiar o aluno e não sirva de objeto de reprovação ou aprovação.
O conselho de classe é constituído pelo diretor, equipe pedagógica, secretário,
por um aluno representante de turma e por todos os professores que atuam numa
mesma sala.
Serão lavradas em atas pelo secretário do estabelecimento, ou em livro próprio
para registro.
29
4.22- Conselho Escolar
O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade
Escolar, de natureza deliberativa, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização do
trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as
políticas e diretrizes educacionais da Secretaria de Estado da Educação observando a
Constituição Federal e Estadual, a Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional, o
Estatuto da criança e do adolescente, o Projeto Político Pedagógico e o Regimento
Escolar, para o cumprimento da função social e especifica da escola. O Conselho
Escolar atua dentro das necessidades da escola como um órgão que fiscaliza e avalia
as situações, visando o bem estar do aluno, com responsabilidade e honestidade. Por
muito tempo os Conselhos Escolares tem cumprido funções meramente burocráticas e
formais, todavia, essa escola busca o comprometimento efetivo dessa instância, ainda
que enfrentando a pouca voluntariedade dos envolvimento, tem conseguido
participação satisfatória.
4.23-Grêmio Estudantil
O Grêmio tem a função de representar os interesses dos estudantes na escola.
Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de
ação tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade, buscando alternativas e
meios de um melhor relacionamento entre os alunos, entre escola e comunidade, para
uma relação amistosa e um aprendizado satisfatório. No nosso Colégio a atuação dos
alunos é fraca e desinteressada.
4.24- APMF
A APMF tem a função de gerir e administrar os recursos financeiros próprios e
os que lhe forem repassados através de convênios, de acordo com as prioridades
estabelecidas em reunião conjunta com o Conselho Escolar, com registro em livro ata.
Cabe a APMF colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas
instalações, conscientizando sempre a comunidade para a importância desta ação.
30
Colaborando com as possibilidades financeiras da entidade, com as necessidades dos
alunos comprovadamente carentes.
Reunir-se com o Conselho Escolar para definir o destino dos recursos advindo
de convênios públicos mediantes a elaboração de planos de aplicação, bem como,
reunir-se para prestação de contas desses recursos, com registros em atas.
4.25-Participação dos Pais
Os pais dos alunos deste Colégio, são em sua maioria participativos, estão
sempre atentos aos acontecimentos que envolvem seus filhos, participam de reuniões,
buscam estar apar do aprendizado de seus filhos. Apenas alguns deixam de vir a
escola, de saber com o filho está se saindo na escola. Podemos então dizer que temos
uma comunidade participativa.
4.26-Critérios de Organização e Distribuição de t urmas
Este Colégio é de pequeno porte e não possui muitas turmas, elas são formadas
de acordo com a demanda da localidade por ocasião das matrículas. Existem apenas
uma turma por serie nos respectivos turnos: manhã e noite.
A distribuição das turmas ocorre no início do ano letivo, os professores do
Quadro Próprio do Magistério, lotados na escola, tem prioridade na escolha das
turmas, todavia, são respeitadas as instruções para distribuição de aulas emanadas da
SEED.
4.27-Cidadania e Educação Fiscal
A Educação como estrutura pública não pode ficar alheia dos segmentos
formadores de opinião e do efeito multiplicador de ideias. Sendo assim a Educação
Fiscal contribui para que haja mudanças na construção do ser humano como agentes
críticos e responsáveis pela sua cidadania. Reforçado as informações para que nossos
estudantes estejam preparados para ser ele próprio um agente fiscalizador dos
impostos que nos são cobrados cheguem onde deveriam chegar, e para de lá retornar
em forma de melhorias aos cidadãos brasileiros.
31
4.28-Educação Ambiental
A atual crise ambiental, com seus respectivos problemas, marcada pela
degradação socioambiental e fruto da fragilidade dos valores que orientam a relação do
ser humano e natureza, se intensifica ao longo do tempo e de forma cada vez mais
acentuada, resultando na miséria, no consumismo e na exclusão social e econômica.
Esta deterioração gera crises, entre elas, a do conhecimento. Nesse contexto, a
educação é vista como um dos processos do desenvolvimento humano, responsável
pelas estruturas das políticas de conhecimento, pela mudança de mentalidades,bem
como pela formação de novas identidades sociais. Portanto, é nessa construção e
compreensão que a educação ambiental parece surgir, como mediadora à problemática
socioambiental e caracterizada como um fenômeno social complexo.
Cabe repensar a relação sociedade e natureza, pois é da necessidade de
intervenção política e cultural, que as primeiras iniciativas de educação ambiental se
desencadearam, como componente educativo essencial na tentativa de deflagar ação
consciente, crítica e transformadora das posturas em relação ao modo de conceber o
ambiente, o mundo e seus semelhantes, assinalando possível articulação entre as
ciências naturais e as ciências humanas e sociais.
4.29-Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção ao Uso de Indevido de
Drogas
A partir do ano de 2005, foi elaborado o primeiro Plano Plurianual Estadual de
Enfrentamento à violência contra Crianças e Adolescentes, este documento
estabelecendo um conjunto de ações articuladas para possível intervenção técnico-
política e financeira para o enfrentamento das diversas modalidades de violência,
abuso e exploração sexual.
A escola como local de estudo dessas crianças está tenta para essas questões,
e quando constata essa manifestação, busca os meios junto as autoridades
competentes para proteger assim os menores estudantes, através de denuncias ao
ministério público e a vara da infância e juventude..
Quanto a prevenção ao uso das drogas, no âmbito das escolas públicas
estaduais, mostra-se um processo complexo e desafiador, pois, requer uma
abordagem desprovida de preconceito e discriminação, bem como ser fundamentada
teoricamente por meio de conhecimento científico. As propostas de prevenções
predominantes na sociedade legitimam em discurso moralista e repreensivo, limitando,
32
assim a compreensão das múltiplas manifestações das drogas na sociedade na
sociedade. Diante disso, percebe-se a necessidade de problematizá-las e desconstruí-
las a fim de avançar em outras perspectivas que possibilitem uma análise
contextualizada sobre a questão das drogas e sua prevenção.
Procura-se abordar essa questão em sala de aula, através de pesquisas,
trabalhos em grupo, levantamento de dados, e discussões em painel aberto,
contribuindo para um tratamento pedagógico de qualidade sobre a prevenção ao uso
indevido de drogas, onde os alunos expõem experiências pessoais e discutem esse
problema abertamente, estratégia essa usada como arma para o enfrentamento do
problema.
A parceria com a patrulha escolar tem sido de grande valia no assessoramento
dessa comunidade escolar, na busca de soluções para os problemas de segurança e
drogadição, uma vez, que os policiais ministram palestras preventivas aos alunos,
tratando o assunto abertamente.
4.30-História e Cultura Afro Brasileira, Africana
A Lei de diretrizes e base 9.394/96, no seu artigo 26, parágrafo 1 e2, coloca nos
estabelecimentos de ensino Fundamental e Médio, oficiais e particulares, a
obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-brasileira, conforme Lei
10.639/03 e 11.645/08.
O conteúdo programático deverá incluir o estudo da história da Africa e dos
africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação
da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social,
econômica e política, pertinentes à História do Brasil.
Os conteúdos referentes à História e cultura afro-brasileira também deverão ser
ministrados em quase todas as disciplinas , cabe ao professor buscar meios e recursos
necessários para desenvolver as suas aulas. Podendo ser através de pesquisas,
debates, painéis, etc. Deverão ser desenvolvidas no cotidiano escolar, nos diferentes
níveis e modalidades de ensino como conteúdos de disciplinas, sem que haja prejuízos
nos demais conteúdos.
4.31- Indígenas
Refletir sobre as diretrizes da educação indígena remete para dois amplos
33
campos de estudos sociopolíticos e educacionais. Em primeiro lugar, estaremos
lidando com um conjunto de direitos territoriais, políticos e culturais conquistados pelos
povos indígenas e que balizam sua relação com o estado e a sociedade brasileira.
Pensar sobre isso é reconhecer que somos uma sociedade plural, multiétnica e
plurilíngue, que as culturas indígenas são patrimônio cultural da nação brasileira, e
nosso sistema deve se reorganizar para a educação em direitos humanos e respeito às
diferenças culturais.
As políticas educacionais formuladas a partir dos novos marcos constitucionais
tem como diretrizes ”a afirmação das identidades étnicas, a recuperação das
memórias históricas, a valorização das línguas e ciências dos povos indígenas e o
acesso aos conhecimentos e tecnologias relevantes para a sociedade nacional”
(BRASIL, 1996, p.79).
Sendo assim, nossos professores deverão estar conscientes que se algum aluno
indígena for matriculado na escola, ele deverá ser atendido da melhor forma, os
professores buscarão meios para assim fazê-lo. Superando a tendência “adaptar”,
“adequar”, políticas e propostas educacionais de natureza universalizante para escolas
indígenas.
4.32-Educação do Campo
De acordo com a elaboração de Diretrizes Curriculares promovidas pela SEED,
passou-se a repensar a educação no contexto paranaense, introduzindo a Educação
no Campo. É um projeto educacional compreendido a partir dos sujeitos que têm o
campo como seu espaço de vida. É uma educação que deve ser no e do campo. Uma
educação vinculada à sua cultura e as suas necessidades humanas e sociais visando
ampliar e superar a visão do rural como local de atraso, no qual as pessoas não
precisam estudar, ou basta uma educação aligeirada e precarizada.
Os saberes destas pessoas devem ser considerados, e a partir daí rever as
praticas pedagógicas da escola no campo. Concebendo o campo como mais do que
um espaço de produção agrícola e pecuária, os seus sujeitos, clientela da nossa escola
têm as mais diferentes denominações (meeiros, boias-frias, sem-terras, pequenos
agricultores, pequenos pecuaristas, peões de fazendas, campeiro, etc.).
Com toda essa diversidade encontrada em nossa região paranaense, as escolas no
campo terão no seu interior uma conflituosa e rica diversidade a qual não pode estar
desvinculada de um projeto de desenvolvimento do campo que pretendemos construir.
34
4.33-Diversidade Sexual
Além da família, instituição responsável pela educação e cuidados com os novos
membros da sociedade, a escola é a outra instituição que também se ocupa desta
tarefa; portanto, família e escola são as principais responsáveis pelas masculinidades e
feminilidades que estão sendo formadas em nossas sociedade. É no processo
educativo, principalmente na família e na escola, que os padrões de comportamento, as
regras sociais, os valores étnico e morais, os costumes, os estereótipos, são
transmitidos para as crianças(CARVALHO,1992). A transmissão da cultura ocorre
também através de outros mecanismo sociais, como a mídia ou a religião, mas a
família e escola são instituições fundamentais no processo de socialização dos novos
membros da sociedade. Assim cabe a escola enfrentar toda forma de exclusão
dirigidas àqueles que sofrem discriminação de gênero, ou a pessoas que não seguem
os padrões hegemônicos de natureza sexual. Este colégio tem trabalhado nessa
perspectiva, sensibilizando os alunos para a modificação de estereótipos que geram
comportamentos discriminatórios, objetivando a equidade de gêneros e o respeito a
diversidade sexual.
5.0- MARCO CONCEITUAL
5.1- Fundamentação Teórica
Esta escola preza pelo desenvolvimento do espírito crítico, próprio da verdadeira
educação e cidadania, procurando resgatar os valores éticos, sociais, culturais e
políticos dentro do contexto histórico em que vivemos; despertando o espírito de
solidariedade em todos os segmentos de nossa comunidade escolar, proporcionando
um ambiente favorável, à auto-realização, tornando-se um agente transformador da
sociedade, solidificando a prática da cidadania, da liberdade de expressão e do
respeito ao próximo, vivenciando um bom relacionamento com a comunidade escolar,
promovendo o conhecimento científico sem deixar de acolher e transformar o do senso
35
comum.
Procura-se desenvolver uma prática que disponibilize o conhecimento
sistematizado à professores e alunos, para uma inserção social, e produtiva.
Participa, enquanto instituição social, do processo civilizador, o qual permite o
exercício consciente das decisões e ações dos homens na sociedade e as
possibilidades de transformação. A recuperação da escola pública depende da
observação das Diretrizes Curriculares , que estão colocadas para atender as
diferentes demandas das comunidades escolares espalhadas em todo os cantos do
Paraná. Estas diretrizes dão suporte para trabalhar a escola de boa qualidade,
orientando as bases disciplinar dando ênfase aos conteúdos científicos, nos saberes
escolares das disciplinas que compõem a matriz curricular. Os conteúdos
estruturantes, os saberes, conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas,
que identificam e organizam os campos de estudo são selecionados a partir de uma
análise histórica da ciência da disciplina escolar.
Defendemos a organização da escola a partir da formação geral e ampla, dando
acesso aos saberes e conteúdos que permitam o domínio de diferentes linguagens e
por intermédio destas garantir aos estudantes a leitura do mundo e diferentes formas
de expressão sobre a sociedade que vivemos.
5.2- Filosofia do Colégio
Diante da diversidade em que estamos vivendo, a escola assume a
responsabilidade de atuar na transformação e na busca do desenvolvimento social,
seus agentes devem empenhar-se na elaboração de uma proposta para a realização
desse objetivo. A postura desse é trabalhar no sentido de formar indivíduos
conscientes, capazes de compreender e criticar a realidade, atuando na busca da
superação das desigualdades e do respeito ao ser humano.
Na dimensão pedagógica reside a intencionalidade de formar indivíduos
responsáveis, compromissados, críticos e criativos.
Esse Colégio, esta caracterizado como escola de campo e a maioria de nossos
alunos pertence a zona rural, assim, entende-se a necessidade de um tipo de formação
que possa atender às expectativas das vivências diárias desses alunos e para haver a
construção que dê conta de atender essa característica de “educação do campo”,
percebe-se a necessidade de possibilitar a reflexão a partir do lugar em que ela está
inserida, na prática social dos sujeitos, a fim de reconhecer a construção de uma
36
identidade cultural e de um sentimento de pertencer, condição fundamental para a
formação que se almeja.
A perspectiva de atuação desse colégio em torno desse tipo de educação, passa
pelo princípio de que ela deve funcionar como um local de produção e socialização
cultural, valorizando os saberes do campo e estimulando a criação de novos saberes,
visando ao pleno desenvolvimento do aluno.
Assim a preocupação com a formação é abrangente vem de encontro à
realidade que enfrentamos, pois muitos dos problemas sociais e educacionais em que
deparamos, contrapõe-se a problemáticas vigentes na sociedade.
Entende-se que pensar o papel político e pedagógico que a escola cumpre no
interior da sociedade, dividida em classes sociais, dentro de um modo de produção
capitalista, implica reconhecer a educação como um ato político que possui uma
intencionalidade e, contraditoriamente, vem contribuindo, ou para, reforçar o modelo de
sociedade, sua ideologia, a cultura e os saberes que são considerados relevantes para
os grupos que possuem maior poder, ou para desenvolver a própria forma que a escola
se articula com a sociedade e seu projeto político, constituindo-se num espaço
emancipatório, de construção de uma contra-ideologia, onde a cultura e os saberes dos
grupos sociais que historicamente tem sua história negada.
O homem contemporâneo se vê obrigado a conviver com tantas diferenças,
partimos do princípio de que resgatando valores de tolerância, convivência coletiva e
respeito às diferenças estaremos contribuindo para que o nosso aluno possa viver e
construir um tipo de sociedade diferente d a que vivemos, sem preconceitos e
discriminação, uma sociedade mais digna para as futuras gerações.
Partimos do princípio de que ela deve dar conta de formar individuos
conscientes de seu papel para com as mudanças sociais, não sendo mero expectador
dos desafios enfrentados em sociedade, ser críticos, contribuindo para mudanças
responsáveis, solidários, criativos, capazes de responder aos desafios do mundo
contemporâneos, usando o conhecimento apreendido na escola para entender a sua
realidade, contribuindo consequentemente para as transformações necessárias.
5.3-Concepção Educacional
A educação hoje, mais do que nunca, está em pauta nas discussões em todas
as áreas. Debatem sobre os problemas educacionais e apostam em novas
perspectivas para a educação brasileira.
37
Em termos legais, a lei Federal nº. 9394, de 20/12/96, Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, estabelece que a educação é dever da família e do Estado,
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, e tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. Vivemos rápidas transformações
econômicas e tecnológicas, e ao mesmo tempo em que os avanços na cultura e na
educação transcorrem de forma bastante lenta, que não se fez acompanhar da
construção de uma consciência para seu desenvolvimento auto-sustentável.
Diante de tudo que ocorre em nosso país e no mundo, há uma expectativa na
sociedade brasileira para que a educação se posicione na linha de frente da luta contra
as exclusões, contribuindo para a promoção e integração de todos os brasileiros,
voltando-se à construção da cidadania, não como meta a ser atingida num futuro
distante, mas como prática efetiva.
A sociedade brasileira demanda uma educação de qualidade, que aponta as
aprendizagens essenciais para a formação de indivíduos autônomos, críticos e
participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na
sociedade em que vivem e na qual esperam ver atendidas suas necessidades
individuais, sociais, políticas e econômicas.
Podemos compreender a importância da escola para a construção da cidadania. E
para que a prática educativa seja uma práxis é preciso que ela se dê no âmbito de um
projeto, em que as partes funcionem integradamente em função dos objetivos
intencionalizados. (SEVERINO). Os quais devem instaurar-se como espaço-tempo,
enquanto instancia social que sirva de base mediadora e articuladora de outros dois
projetos que envolvem o agir do ser humano,o projeto político da sociedade envolvente
e o projeto pessoal dos sujeitos envolvidos com a educação.
A escola como lugar do entrelaçamento do projeto político coletivo da sociedade
com os projetos pessoais e existências de educando e educadores, viabiliza as ações
pedagógicas dos educadores para que se tornem educacionais, para que suas ações
tenham real significado enquanto mediação da humanização do educando.
5.4- Princípios Norteadores da Educação
O Colégio observa os seguintes princípios que norteiam a educação os quais
estão em consonância com as normas estabelecidas pela LDB, 9394/96.
Título II art. 3º.: Pelas Diretrizes Curriculares Estaduais;
38
• Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
• Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e
o saber;
• Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
• Respeito à liberdade e apreço à tolerância;
• Gratuidade do ensino público;
• Valorização do profissional da educação escolar;
• Gestão democrática;
• Garantia do padrão de qualidade;
• Valorização da experiência extra-escolar;
• Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as prática sociais.
• Promover a educação inclusiva em todos os seguimentos;
5.5-Objetivos da Escola
• O ensino fundamental de 5ª. à 8ª. séries terá como objetivo a formação básica do
educando;:
• Desenvolver a capacidade de aprender, tendo como meio básicos o domínio da escrita,
da leitura e do cálculo;
• Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, e dos
valores em que se fundamenta a sociedade;
• O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimento, e a formação de atitudes e valores;
• Proporcionar a toda criança, adolescente e jovem o direito à educação, visando o pleno
desenvolvimento do aluno, preparando-o para o exercício da cidadania qualificação
para o trabalho. Com igualdade de condições para acesso e permanência na escola;
• Ter o direito de ser respeitado por seus educadores, o direito de organização e
participação em entidades estudantis;
• Zelar pela frequência de seus alunos;
• Oferecer um ensino gratuito e de qualidade.
• No ano de 2007, iniciou-se neste Estabelecimento o Ensino Médio Regular, que tem
como objetivo, atender aos alunos residentes no povoado e redondeza que é a zona
rural, os quais concluíram o Ensino Fundamental. E ano de 2009 a primeira turma
concluiu o 3º. Ano do Ensino Médio.
39
• Pensar numa proposta curricular que supere a dicotomia, considerando as
especificidades deste período histórico.
• Atender aos anseios, em busca de uma sociedade justa.
• Oferecer uma formação humanista consistente, possibilitando ao aluno apropriar-se
dos conhecimentos historicamente constituídos, desenvolvendo um olhar critico e
reflexivo.
• Possibilitar uma compreensão da lógica e dos princípios técnicos-científicos que
marcam o período histórico e que afetam as relações sociais de trabalho.
• Oferecer uma educação humanista e tecnológica para uma formação pluridimensional,
para além do humanismo clássico e da profissionalização especifica, que possibilite ao
estudante, condições tanto de se inserir no mundo do trabalho quanto de continuar
seus estudos, ingressando no Ensino Superior.
• Sendo assim, a especificidade do Ensino Médio, enquanto Educação Básica, não o
afasta nem dissocia da vida e do mundo do trabalho, mas não deve submetê-lo aos
interesses do mercado.
5.6-Fins Educativos - LDB. (ART.12.13 .)
A Realidade social e educacional atual do nosso país requer o enfrentamento e a
superação da estrutura que existe entre a declaração constitucional dos direitos sociais
e a negação da prática desses direitos. Requer recolocar-se o problema da escola
pública em termos de direitos de todos de acesso ao conhecimento elaborado; requer
também recolocar a questão do trabalho como atividade de produção, apropriação de
conhecimento, não apenas como mera operação mecânica, sem repensar a relação
escola e trabalho.
Segundo Atílio Boron, vivemos em uma sociedade heterogênea e fragmentada,
marcada por profundas desigualdades de todo tipo – classe, etnia, gênero, religião, etc.
– que foram exacerbadas com a aplicação das políticas neoliberais. Compreendendo
essa realidade esse colégio pretende buscar a formação integral do ser humano,
preparando-o para defrontar-se com as realidades diferenciadas e heterogêneas do
mundo social. Sendo assim pretende:
• Elaborar e executar sua proposta pedagógica;
• Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
• Assegurar o cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
• Prover meios para recuperação dos alunos com baixo rendimento;
40
• Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processo de integração da
sociedade com a escola;
• Informar com os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos,
bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica;
5.7-Concepções do Estatuto da Criança e do Adolesce nte
A criança e o adolescente tem direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação
para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II-direito de ser respeitado por seus educadores;
III- direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores;
IV- direito de organização e participação em entidades estudantis;
V- acesso a escola pública e gratuita próxima a sua residência.
• É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como
participar da definição das propostas educacionais.
5.8-Concepções quanto a Formação Continuada
Entendemos que a formação continuada de todos os segmentos da comunidade
escolar constitui um pressuposto para efetivar as transformações necessárias para a
construção coletiva de uma educação emancipatória. Assim procuraremos identificar
as necessidades e prioridades do alunado e da escola disponibilizando professores e
funcionários para que os mesmo estejam se capacitando sempre que surgir
oportunidade ofertadas pela SEED, estarão assim fortalecendo as instâncias
colegiadas, tomando decisões coletivas buscando o que é melhor para o nosso aluno.
Busca-se o comprometimento coletivo de todos os segmentos da escola com as
aprendizagens do aluno, especialmente entre professores pais e alunos com
autonomia e responsabilidade.
A partir das necessidades de ações concretas os professores são incentivados
estar participando dos cursos de finais de semana, dos GTR, OAC, Folhas, etc. e assim
se preparem melhor par enfrentar os novos desafios. Também os Conselheiros, são
convidados a participarem de cursos que venham orientá-los na sua representação.
41
5.9-Concepção de Homem e Sociedade
Temos uma sociedade fragmentada, injusta, preconceituosa, economicamente
má distribuída, culturalmente livre, passiva, ingênua, corrupta, com famílias
desestruturadas e desinformadas.
Queremos uma sociedade mais integrada, mais justa, organizada, informada,
crítica, participativa, honesta, educada, culta, ética, ecologicamente consciente,
economicamente e moralmente estruturadas, menos capitalista e mais humana.
Para estabelecer-se uma completa relação entre homem, sociedade, mundo,
educação e aprendizagem, a escola deverá proporcionar uma educação básica que
possibilite ampliar a capacidade do aluno aprender, dominando plenamente a leitura,
escrita e calculo. Possibilitar a eles a compreensão do ambiente natural e social, do
sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a
sociedade, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades, a formação de
atitudes e valores, fortalecendo os vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana, de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
Vivemos em um país de grande diversidade racial, cultural, religiosa e social,
cabe a escola respeitar essa diversidade, preservar a identidade dos alunos, ressaltar e
valorizar a sua cultura, sua raça sem estigmatizar nenhuma diferença.
A escola como promovedora de conhecimento deverá valorizar os saberes do
aluno e articular esses conhecimentos de forma que proporcionem aos alunos uma
base essencial para o exercício da cidadania, fornecendo meios para que o aluno
progrida no trabalho, dentro do contexto histórico-social em que vive e para estudos
posteriores, sempre tendo o professor como mediador.
O homem como ser social interfere e atua na sociedade, participa e convive
coletivamente, transcende e a reorganiza, supera condição de objeto, caminha para
emancipação participante da história coletiva, se este homem for bem preparado
poderá modificar completamente a sociedade que temos para melhor. E porque não
sonhar mais alto. Um mundo melhor com homens dignos, honestos, capazes de
transcender e reorganizar uma sociedade mais justa. Onde haja a inclusão social,
racial, sexual e as deficiências possam ser amenizadas, que o ser humano seja
incluído na sociedade, fazendo a diferença.
Este Colégio propõe que a construção da cidadania envolva um processo
ideológico de formação de consciência pessoal e social e de reconhecimento desse
42
processo em termos de direitos e deveres, combatendo as discriminação, abolindo
barreiras segregativas entre alunos e professores, combatendo as apresses e os
tratamentos desiguais, promovendo a igualdade de condições de acesso as políticas
públicas e participação de todos nas tomadas de decisões. Tendo condições essencial
de cidadania reconhecer que a emancipação depende fundamentalmente do
interessado, uma vez que a desigualdade faz com que os indivíduos sejam dependente
dos serviços públicos.
O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de exercer sua
cidadania (sujeito de seus direitos), organizados e participativos do processo e da
construção político-social e cultural. A educação como um dos principais instrumentos
de formação como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo sua inserção
na sociedade.
A realidade social e educacional atual requer o encorajamento e a superação
das contradições da estrutura existente entre a declaração constitucional dos direitos
sociais e a negação da prática desses direitos (dentre eles, a educação); da ideologia
que associa a pobreza material a cultural.
A cidadania exige instituições, mediações e comportamentos próprios,
constituindo-se na criação de espaços sociais de luta na definição de instituições
permanentes para expressão política. A cidadania ainda requer a consciência clara
sobre o papel da educação e as novas exigências colocadas para a escola que, como
instituição de ensino-educação formal deve ser um local excelente para a construção
da mesma.
5.10-Concepção de Escola
Ao constatarmos a necessidade de uma educação representativa na pratica
efetiva, partimos daí para compreender a importância da escola na construção da
cidadania, e para que a prática educativa real seja uma práxis, é preciso que ela se dê
no âmbito de um projeto. A escola é o lugar institucional de um projeto educacional, isto
quer dizer que ela deve instaurar-se como espaço-tempo, enquanto instância social
que sirva de base mediadora e articuladora entre o projeto político da sociedade
envolvente e o projeto pessoal dos sujeitos envolvidos na educação. É ela que viabiliza
as ações pedagógicas dos educadores para que se tornem educacionais, despertando
o interesse dos educandos para exercer com dignidade a cidadania.
A educação escolar deve constituir-se em uma ajuda intencional, sistemática,
43
planejada e continuada para crianças, adolescentes, jovens e adultos durante um
período continuo e extensivo de tempo. A permanência dos alunos na escola é hoje um
grande desafio a serem enfrentados por todos na educação. O não reconhecimento da
diversidade faz com que toda e qualquer situação que não esteja dentro do padrão seja
tratado como problema e não como desafio. Devemos reconhecer a diversidade e
buscar formas de acolhimento. Requerendo disposição e disponibilidade de toda
equipe escolar, discussões e reflexões. O acolhimento requer compromisso político
com a educação e com o aluno. Valorizar o conhecimento do aluno, considerar suas
dúvidas e inquietações, promover situações de aprendizagem que façam sentido para
ele. Exercer o convívio social no âmbito escolar, favorecer a construção de uma
identidade pessoal pois a socialização se caracteriza pela diferenciação individual e
pela construção de padrões coletivos.
A educação como instrumento de transformação da sociedade deverá ser uma
educação crítica, aquela que tem como finalidade principal a instrumentalização dos
sujeitos para que esses tenham uma prática social crítica e transformadora. O que
significa dizer que, numa sociedade desigual, os sujeitos precisam se apropriar de
conhecimentos, ideias, atitudes, valores, comportamentos etc. de forma crítica e
reflexiva para que tenham condições de atuar criticamente na sociedade na perspectiva
de sua transformação.
A escola tem contribuído dando assistência e garantia ao aluno da sua
permanência na escola através de reuniões com os pais, palestras de incentivos,
gincanas culturais, até mesmo através de conversas individual.
A ação pedagógica e feita através de conversa com o aluno, de visitas às
residências para a conscientização da escolarização e ofertas de possibilidades para
sua permanência como trabalhos extra-classes para recuperar os conteúdos.
Reuniões periódicas com os pais para que os mesmos tomem consciência da
atuação de seu filho (a), do aproveitamento escolar e da aprendizagem, tanto através
da nota como da conversa com os professores. Acontecem sempre na entrega dos
boletins, portanto a cada bimestre. Se necessário for, acontecerá em caráter
extraordinário, para que sejam sanado alguma dúvida.
5.11-Concepção de Tempo e Espaço na Escola
A escola como espaço de construção do conhecimento e do exercício da crítica
às relações sociais vigentes, busca a transformação da ordem social injusta e desigual.
44
Portanto, é espaço da crítica e da utopia, constituindo um permanente desafio.
Nas condições sócio-econômicas em que vivem os segmentos majoritários da
sociedade brasileira, a escola ocupa lugar de destaque ao cumprir a sua tarefa
precípua a de ser lócus de produção, de sistematização e de socialização do
conhecimento produzido, ao longo do tempo pela humanidade.
Tempo e espaço sempre estiveram no centro da preocupação humana com a
vida. E à escola é atribuída a tarefa imensa de favorecer aos estudantes a
compreensão do movimento dialético que impregna as relações entre o homem, a
natureza e a cultura no continuo do tempo. É necessário estar atento para o tempo
escolar e exercer a mediação pedagógica consciente.
O tempo escolar compreende o período de vivência pedagógica dos estudantes
no ambiente escolar durante o curso básico. O tempo escolar é o tempo pedagógico de
aprendizagens significativas para toda a vida.
Para assegurar esse tempo pedagógico, o currículo é definido em termos
oficiais. O estudante tem o direito à continuidade e terminalidade de estudos,
envolvendo definição e organização de atividades curriculares no coletivo da escola,
respeitando o ritmo, o tempo e os conhecimentos dos estudantes para que essas
experiências sejam bem sucedidas, em nosso estabelecimento, este tempo está
colocado por série, seguindo uma sequência ordenada, visando um bom
aproveitamento dos alunos
A organização curricular está colocada por disciplina e deve estar pautada numa
visão do conhecimento interdisciplinar, possibilitando o estabelecimento de relações
recíprocas entre vivências, conteúdos e realidade. Buscando nas vivências escolares o
espaço adequado para que as relações pedagógicas se democratizem. Estimular todas
as oportunidades de inserção dos estudantes em praticas democráticas, que venham
assegurar a formação cidadã do estudante.
A relação professor e aluno deve ser a mais amistosa possível, o professor deve
criar hábitos de estudos para que o aluno não fique ocioso na sala, perdendo o seu
tempo, tempo este precioso para estudar, não devendo desperdiçá-lo. Impor respeito,
respeitar para ser respeitado, tratar o aluno com educação, saber valorizar para ser
valorizado. Desenvolvendo sua prática pedagógica articulando os conteúdos com a
dinâmica da sala de aula, dentro do processo educativo, de modo claro e preciso,
empregando recursos didáticos-pedagógicos que facilitem a aprendizagem dos alunos.
Trabalhando a interdisciplinaridade, contextualizando os conteúdos tornando-os
acessíveis ao entendimento do aluno.
45
O professor como facilitador do ensino e aprendizagem deve intervir
conscientemente no processo de aprendizagem de seus alunos com possibilidade de
melhor entendimento dos conteúdos, buscando um melhor relacionamento com os
mesmos, estabelecendo limites, negociando regras claras e precisas. Inserir as
aprendizagens e também as atividades necessárias para a vida, como cooperação,
ação positivas para desenvolver conflitos e problemas.
Ter postura firme de resistência e de segurança para tomada de decisões. Criar
oportunidades para que todos participem de suas aulas com responsabilidade. Estar
atento para impedir qualquer atitude de zombaria, escárnio, ou agressão verbal aos
colegas, estabelecer expectativas realistas de desempenho, respeitar a capacidade de
cada grupo, estar sempre apostando que eles conseguirão ir além. Usando todas as
chances que tiver para oferecer apoio e encorajamento aos alunos. E ensinar a todos
em clima de acolhimento e confiança, cumprindo seu papel, pois aprendizado do aluno
depende, em grande parte, da competência profissional do educador, do seu
compromisso com a formação do aluno, de um fazer pedagógico mais integrado entre
professores e especialistas, principalmente, da transmissão de conhecimentos
relevantes e significativos, tratar o aluno como sujeito e não como mero objeto do
processo ensino-aprendizagem.
Assim a escola estaria contribuindo para melhoria da qualidade de ensino para a
socialização do saber elaborado, dando condições necessárias e estabelecendo uma
nova hegemonia das classes trabalhadoras.
5.12-Concepção de Hora Atividade
A hora–atividade uma das realidades sonhadas pelos professores há muito
tempo hoje tem seu espaço determinado pela SEED, é muito importante para o
professor, que poderá preparar suas aulas dentro do espaço escolar sem prejuízo de
suas horas de descanso em seu lar. Alem do preparo das aulas, rever e avaliar
trabalhos e outras atividades propostas aos alunos, ainda poderão trocar experiências
com outros professores, pesquisar se for o caso acessar a internet para preparar suas
aulas com mais incentivos, salvar aulas e vídeos no Pen-driv , e assim melhorar suas
aulas, tornando-as mais atrativas e educativas.
46
5.13-Concepção de Plano de Trabalho Docente
O Plano de Trabalho de Docente deve utilizar-se de uma abordagem centrada
na importância da dimensão conceitual que os professores tem a cerca dos
documentos escolares e das relações de seu trabalho com a realidade social, o
objetivo deste trabalho é fundamentar os professores para que atendam a necessidade
de diagnosticar e intervir nos problemas ocorridos na escola com relação as
dificuldades encontradas na aplicação do Plano de Trabalho Docente. Através de
pesquisas na escola de atuação e de pesquisas bibliográficas, verificar os saberes dos
alunos, para assim montar o seu P.T.D. Partindo dos saberes dos alunos, atingir os
objetivos propostos. E na elaboração diária, o professor configure todas as relações
existentes para uma aprendizagem satisfatória dos alunos. Faz-se necessário estudar
e transformar conceitos para que a educação se efetive. Cabe aos professores assumir
uma política de trabalho de continuidade no processo de ensino aprendizagem de seus
alunos.
5.14-Concepção de Reunião Pedagógica
Acontecerá sempre que se faça necessário reunir o colegiado para estudo de
documentos enviados pelo NRE, ou que assuntos pertinentes a educação devam ser
tratados com urgência e necessidade. Deverá acontecer uma por bimestre, não
ultrapassando quatro por ano letivo. As quais deverão estar agendadas no calendário
escolar, para que o NRE tomem consciência da data que estão sendo realizadas.
Através dessas reuniões teremos um maior contato com os professores, saber dos
seus anseios quanto ao aluno e a sua aprendizagem, e num diálogo aberto encontrar
soluções para os problemas que surgem no cotidiano escolar.
5.15-Concepção de Conselho de Classe
Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa
em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado neste projeto, e no Regimento
Escolar, com a responsabilidade de analisar as ações educacionais, indicando
alternativas que busquem garantir a efetivação do processo ensino aprendizagem. Tem
a finalidade de reunir-se e analisar as informações e dados apresentados e intervir em
tempo hábil no processo ensino e aprendizagem. Oportunizando ao aluno formas
47
diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos estabelecidos. Cabe a equipe pedagógica
organizar as informações e dados coletados a serem analisados no Conselho de
Classe.
Cabe ao Conselho de Classe verificar se os objetivos, conteúdos, procedimentos
metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação pedagógica-educativa,
estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto Político Pedagógico do
estabelecimento de ensino
O Conselho de Classe é um espaço de reflexão pedagógica, onde todos os
sujeitos do processo educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e propõem
ações educativas eficazes que possam vir a sanar necessidades e dificuldades
apontadas no processo ensino aprendizagem.
Cabe ao conselho de classe emitir parecer sobre assuntos referentes ao
processo ensino e aprendizagem; analisar informações sobre os conteúdos
curriculares, encaminhamento metodológicos e processo de avaliação; propor medidas
que viabilizem um melhor aproveitamento escolar; estabelecer planos viáveis de
recuperação do aluno; elaborar e executar planos de adaptação de alunos transferidos
quando se fizer necessário; decidir sobre aprovação ou reprovação de alunos que após
apuração dos resultados finais não atingiu o mínimo necessário, levando em conta o
desenvolvimento do aluno; analisar junto com professores de educação especial os
resultados do desempenho de aluno com necessidades especiais considerando o
respeito as suas diferenças individuais e as dificuldades de aprendizagem decorrentes
de deficiência mental, sensorial, ou de distúrbios emocionais.
Serão lavradas em atas pelo secretário do estabelecimento, ou em livro próprio
para registro.
5.16-Concepção de Tempo Escolar
A escola como espaço de construção do conhecimento e do exercício da crítica
às relações sociais vigentes, busca a transformação da ordem social injusta e desigual.
Portanto, é espaço da crítica e da utopia, constituindo um permanente desafio.
Nas condições sócio-econômicas em que vivem os segmentos majoritários da
sociedade brasileira, a escola ocupa lugar de destaque ao cumprir a sua tarefa
precípua a de ser lócus de produção, de sistematização e de socialização do
conhecimento produzido, ao longo do tempo pela humanidade.
48
Tempo e espaço sempre estiveram no centro da preocupação humana com a
vida. E à escola é atribuída a tarefa imensa de favorecer aos estudantes a
compreensão do movimento dialético que impregna as relações entre o homem, a
natureza e a cultura no continuo do tempo. É necessário estar atento para o tempo
escolar e exercer a mediação pedagógica consciente.
O tempo escolar compreende o período de vivência pedagógica dos estudantes
no ambiente escolar durante o curso básico. O tempo escolar é o tempo pedagógico de
aprendizagens significativas para toda a vida.
Para assegurar esse tempo pedagógico, o currículo é definido em termos
oficiais. O estudante tem o direito à continuidade e terminalidade de estudos,
envolvendo definição e organização de atividades curriculares no coletivo da escola,
respeitando o ritmo, o tempo e os conhecimentos dos estudantes para que essas
experiências sejam bem sucedidas, em nosso estabelecimento, este tempo está
colocado por série, seguindo uma sequência ordenada, visando um bom
aproveitamento dos alunos
5.17-Organização Curricular
A organização curricular está colocada por disciplina e está pautada numa visão
do conhecimento interdisciplinar, possibilitando o estabelecimento de relações
recíprocas entre vivências, conteúdos e realidade. Buscando nas vivências escolares o
espaço adequado para que as relações pedagógicas se democratizem. Estimular todas
as oportunidades de inserção dos estudantes em praticas democráticas, que venham
assegurar a formação integral do educando.
O Currículo compõe-se de ideias teorias e métodos, é uma seleção ampla de
conhecimentos e saberes, que deve estar de acordo com a clientela que se servirá
dela, tem de dar conta da realidade, sendo assim, deve ser executado com clareza e
responsabilidade. Sua função é transformar o conhecimento que o aluno traz (senso
comum) em conhecimento elaborado(científico).A organização curricular neste
estabelecimento foi implementado a partir das Diretrizes Curriculares Estaduais e das
proposta curricular de cada disciplina de acordo com as orientações da SEED, observa
a colocação dos mesmo por disciplinas.
O papel do currículo na formação humana do aluno é de grande importância,
são eles que traçam os limites e também as possibilidades na prática docente. Estão
49
apoiados em normas legais e procuram contribuir na busca de respostas a problemas
identificados no ensino fundamental, com objetivo de transformação que venham
atender as demandas da nossa sociedade. De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional), é competência da União estabelecer, em colaboração
com estados, distrito federal e municípios, diretrizes que nortearão os currículos e seus
conteúdos mínimos, de modo a assegurar uma formação básica comum. Respeitando
as diversidades regionais, culturais, políticas, existentes no país. Por isso devem ser
flexíveis para que se promovam discussões e re-elaborações quando realizados em
sala de aula, o professor é que traduz esses princípios na pratica cotidiana.
Para estabelecer-se uma completa relação entre homem, sociedade, mundo,
educação e aprendizagem, a escola deverá proporcionar uma educação básica que
possibilite a ampliar a capacidade que o aluno tem de aprender, dominando
plenamente a leitura, escrita e calculo.
Deve possibilitar a eles a compreensão do ambiente natural e social do sistema
político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade,
tendo em vista a aquisição de conhecimentos, a formação de atitudes e valores,
fortalecendo os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana,de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social.
Vivemos num país de grande diversidade racial, cultural, religiosa e social, cabe
a escola respeitar essa diversidade, preservar a identidade dos alunos, ressaltar e
valorizar a sua cultura, sua etnia sem estigmatizar nenhuma diferença para que
aconteça a verdadeira inclusão.
A escola promotora de conhecimento deverá valorizar os saberes do aluno e
articular esses conhecimentos de forma que proporcionem uma base essencial para o
exercício da cidadania, fornecendo meios para que o aluno progrida no trabalho, dentro
do contexto histórico-social em que vive e para estudos posteriores, sempre tendo o
professor como mediador.
50
5.18- MATRIZ CURRICULAR
5.18.1- ENSINO FUNDAMENTAL – 2010/MANHÃ
DISCIPLINA 5ª. SÉRIE 6ª.SÉRIE 7ª.SÉRIE 8ª. SÉRIE
ARTE 2 2 3 3
CIÊNCIAS 4 4 4 4
E. FISICA 2 2 2 2
ENS. RELIG. 1 1 - -
GEOGRAFIA 3 3 3 3
HISTÓRIA 3 3 3 3
LÍNG. PORT. 4 4 4 4
MATEMÁTICA 4 4 4 4
LEM INGLES 2 2 2 2
TOTAL 25 25 25 25
5.18.2-ENSINO FUNDAMENTAL – 2010/ NOTURNO
DISCIPLINA 5ª.SÉRIE 6ª.SÉRIE 7ª.SÉRIE 8ª.SÉRIE
ARTE 3 3 2 2
CIÊNCIAS 4 4 4 4
E. FÍSICA 2 2 2 2
ENS. RELIG. 1 1 - -
GEOGRAFIA 3 3 4 3
HISTÓRIA 3 3 3 4
LÍNGUA PORT. 4 4 4 4
MATEMÁTICA 4 4 4 4
LEM-INGLES 2 2 2 2
TOTAL 25 25 25 25
51
5.18.3-ENSINO MÉDIO – 2010/NOTURNO
DISCIPLINAS 1º.ANO 2º.ANO 3º.ANO
ARTE 2 3 -
BIOLOGIA 2 2 2
EDUC. FÍSICA 2 2 2
FILOSOFIA 2 - 2
FÍSICA 2 2 3
GEOGRAFIA 2 2 2
HISTÓRIA 2 2 2
LÍNGUA PORTUGUESA 3 3 3
MATEMÁTICA 3 3 3
QUÍMICA 3 2 2
SOCIOLOGIA - 2 2
LEM-INGLES 2 2 2
TOTAL 25 25 25
5.18.4-MATRIZ CURRICULAR -VIVA ESCOLA – 2010/TARDE (LDB nº. 9394/96).
VIVA ESCOLA- ARTES VISUAIS - PD 04
VIVA ESCOLA – MÍDIAS - PD 04
VIVA ESCOLA PREPAR. VESTIBULAR - PD 04
TOTAL 12
5.18.5-MATRIZ CURRICULAR CELEM – 2010/TARDE ( LDB n º. 9394/96).
LÍNGUA ESPANHOLA- CELEM BNC 04 + 04
LÍNGUA FRANCESA- CELEM BNC 04 + 04
5.18.6-MATRIZ CURRICULAR CELEM -2010/NOTURNO (LDB n º. 9394/96).
LÍNGUA ESPANHOLA- CELEM BNC 04
LÍNGUA FRANCESA- CELEM BNC 04
52
5.19-EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS E ENSINO DE HISTÓRIA E
CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA
A Resolução CP nº. 1 de 17/06/2004 (institui Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Étnicos-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana e Lei Complementar 11.645/08
A lei de Diretrizes e base 9.394/96 no seu artigo 26 parágrafo 1 e 2, assim
coloca nos estabelecimento de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares,
torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-brasileira, conforme Lei
10.639/03 e 11.645/08.
O conteúdo programático deverá incluir o estudo da história da África e dos
africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação
da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social,
econômica e política, pertinentes à História do Brasil.
Os conteúdos referentes à Historia e cultura afro-brasileira também deverão ser
ministrados em especial nas áreas Arte, Educação Física, de Literatura e História
Brasileira, devem ser ofertados inclusos nas diversas disciplinas, o professor terá
autonomia de buscar formas variadas de repassar esses conteúdos buscando um
maior interesse dos alunos, podendo ser através de pesquisas, debates painéis, etc.,
tanto no Ensino Fundamental como no Médio deste Colégio.
Para que essa colocação seja trabalhada, faz-se necessário que a comunidade
escolar explicite e busque compreender e interpretar as diferentes formas de expressão
e de organização de raciocínio e pensamentos de raiz da cultura africana.
Promover oportunidades de diálogo para se conhecer, que se busquem formas
de convivências respeitosas, que se construa um elo, que todos se sintam encorajados
a expor e defender sua especificidade étnico racial e a buscar garantias para que
todos o façam.
Sejam incentivadas atividades onde estudantes, professores, servidores,
integrantes da comunidade externa ao Colégio de diferentes culturas interatuem e se
interpretem reciprocamente, respeitando os valores, visões do mundo, raciocínios e
pensamentos de cada um.
O Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a educação das
relações étnico-raciais, serão desenvolvidos no cotidiano escolar, nos diferentes níveis
e modalidades de ensino como conteúdos de disciplinas particularmente, Arte,
Literatura e História do Brasil, e demais disciplinas contempladas pelo curso, sem que
53
haja prejuízos nos demais conteúdos, quer em atividades curriculares ou não, trabalhos
em salas de aulas, laboratórios, aula de leitura, biblioteca, áreas de recreação, quadra
de esportes e outros ambientes escolares.
As datas significativas deverão ser assinaladas: 13 de maio, Dia da Denúncia
Nacional contra Racismo e da lei Áurea, 20 de novembro, dia Nacional da Consciência
Negra, 21 de marco, Dia Internacional de luta contra a Discriminação Racial.
Podendo ser trabalhados através de projeto de diferentes naturezas, no decorrer
do ano letivo.
O importante é que o que seja trabalhado venha beneficiar o aluno, acabar com
o racismo, com a discriminação e o preconceito entre os alunos e também na
comunidade e que o aluno negro se valorize.
5.20- O Ensino da História do Paraná
Em observação a Lei nº. 13.381/2001 ( obrigatoriedade do Ensino da História do
Paraná), esses estudos são feitos integrados as disciplinas de História e Geografia,
onde são trabalhados com uso do livro didático, textos preparados pelos professores,
pesquisas na internet, uso dos livros recebidos da SEED, imagens, jornais, revistas,
linguagem cartográfica, dependendo da disciplina em que são trabalhados, também
são usados filmes, seminários sobre as pesquisas individuais, painéis, murais, e
maquetes.
5.21-Estudos de Filosofia e Sociologia
O estudo de Filosofia e também o de Sociologia é ofertado como disciplina
específica, colocado na grade curricular. São trabalhados textos filosóficos clássicos e
textos sociológicos e seus comentadores, através de atividades investigativas,
pesquisas, debates, que possam orientar e organizar os estudos.
São usados os livros enviados pela SEED, trechos de músicas que retratam o
Brasil, e assim no contexto das músicas trabalhar o lado filosófico existente. Pesquisas
na internet sobre os temas diversos sugeridos no Plano de Trabalho Docente, para
uma melhor compreensão do assunto.
.
54
5.22-Concepção de Complementação Curricular ( Instr ução nº. 010/2009-
Programa Viva a Escola)
O programa Viva Escola ARTES VISUAIS pretende viabilizar o acesso dos
educandos às novas perspectivas de vida, através das aulas de Artes Visuais, espera-
se que os alunos possam vivenciar o processo artístico, evoluindo no que se refere a
produção técnica, a representação imaginativa e a expressividade; Compreender os
modos de fazer trabalhos com artes visuais; também a produção de trabalhos de artes
visuais utilizando recursos tecnológicos; a compreensão e prática do artesanato.
No Programa Viva Escola MÍDIAS pretende-se capacitar os alunos para que
sejam capaz de identificar aspectos teóricos e práticos referentes aos meios de
comunicação no contexto das diferentes mídias e no uso integrado das linguagens de
comunicação: sonora, visual, impressa, audiovisual, informática e telemática,
destacando as mais adequadas ao processo de ensino aprendizagem. Dinamizar
práticas e vivências no uso integrados de diferentes mídias. Oferecer aos alunos
interessados a oportunidade de elaborarem e desenvolverem periódicos escolares,
jornais, murais, rádio escolar,vídeos,etc. Orientando o aluno na utilização das
tecnologias de informação como meio para a apropriação dos conhecimentos
científicos.
No programa Viva a Escola, PREPARATÓRIO PARA VESTIBULAR, pretende-se
disponibilizar ao educando do Ensino Médio, e egressos, os conteúdos necessários
para ingresso nos vestibulares; trabalhar temas complementares às diretrizes
curriculares a fim da construção da cidadania para nossos educando; incentivar os
alunos para a prática de estudos diários em horários definidos, para melhores chances
de aprovação; fazer bom uso de meios didático-pedagógicos para que os alunos
possam tirar suas dúvidas a respeito de toda as disciplinas de vestibular.
5.23- Concepção de Desafios Contemporâneos (Cidadan ia e Educação Fiscal)
A educação como uma estrutura pública não pode fica alheia dos segmentos
formadores de opinião e do efeito multiplicador de ideias, incluindo assim a educação
fiscal. Pensando em construir respeitáveis agentes de mudanças, surge a necessidade
de investimentos nesse imenso universo de estudantes,reforçar as informações para
que os nossos alunos desenvolvam uma consciência crítica e participativa de como
55
nossos impostos são empregados, e prepará-los para exercer a sua cidadania,
sabendo agir em defesa própria, fiscalizando se o imposto que pagamos chega onde
deveria chegar, para de lá retornar em forma de bens e de serviços de qualidade,
somos todos cidadãos e temos o dever de dar a nossa contribuição, participando
atentamente na fiscalização dos nossos impostos. Se houver participação integral, será
possível praticar efetivo controle social e contribuir para o engrandecimento do Estado
e do País, praticar a cidadania.
5.24-Educação do Campo
Com toda a diversidade encontrada em nossa região paranaense, as escolas no
campo terão no seu interior uma conflituosa e rica diversidade a qual não pode estar
desvinculada de um projeto de desenvolvimento do campo que se pretenda construir.
Considerando que estes sujeitos, ao longo da história foram explorados e expulsos do
campo, devido a um modelo produtivista ( que tem como eixo a monocultura e a
produção em larga escala para exportação; a utilização de insumos industriais,
agrotóxicos, sementes transgênicas; o desmatamento irresponsável; a pesca
predatória; as queimadas; a utilização de mão-de-obra escrava e outros), é necessário
na educação no campo se assuma a construção de um modelo de desenvolvimento
que tenha como elemento fundamental o ser humano. Significando dizer que a mesma
deve ser redimensionada a partir da diversidade de produtos da utilização de recursos
naturais, da agropecuária, das sementes criolas, da agricultura familiar, da reforma
agrária, da pesca ecologicamente sustentável, do preparo natural do solo, etc., dando
possibilidade de um modelo de desenvolvimento do campo que se contrapõe ao
hegemônico. Possibilitando a compreensão do que é educação no campo, e quais os
sujeitos que as constitui e que modelo de campo se acredita. A escola como tal deve
conceber a Escola de Campo, valorizando a identidade dos alunos, sejam eles
crianças, adolescentes, jovens ou adultos. Valorizar os saberes por eles acumulados
ao longo de suas experiências. Estes saberes devem estar presentes nas praticas
pedagógicas e na organização do trabalho pedagógico escolar. Não perdendo de vista
a concepção de Educação no Campo, inserindo a escola nas comunidades, indo além
de um local de produção e socialização do conhecimento, sendo também espaço
convívio social, onde acontece as reuniões, festas, celebrações religiosas, atividades
comunitárias. Possibilitar a permanente reconstrução de uma identidade cultural,
evitando que os alunos percorram grandes distâncias para estudar. Mas que ali mesmo
56
no seu espaço de convivência tenham a formação integral como sujeitos do campo.
Possibilitar acesso a todos os níveis e modalidades de ensino, desde a Educação
Infantil do Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, não apenas restringir às
séries iniciais do Ensino Fundamental.
5.25-Valorização da cultura dos povos do campo.
O eixo central das Diretrizes Curriculares para as Escolas do Campo, cultura
entendida como toda produção humana que se constrói a partir das relações do ser
humano com a natureza, com o outro e consigo mesmo. Devendo ser compreendida
como os modos de vida, os costumes, as relações de trabalho, familiares religiosas, de
diversão, festas, etc. Caracterizam estes elementos os diferentes sujeitos, povos do
campo.
Estes conteúdos culturais devem estar presentes nas práticas pedagógicas, pois
são eles que fazem com que a escola tenha um sentido na formação dos alunos.
Valorizar a cultura dos povos do campo significa criar vínculo com a
comunidade, gerar sentimento de pertença onde se vive. Possibilitar a criação de uma
identidade cultural que leve o aluno a compreender o mundo e transformá-lo.
É necessário repensar a organização dos saberes escolares para que se efetive
a valorização da cultura dos povos do campo na escola. Repensar os conteúdos a
serem trabalhados, o que pode ocorrer de duas formas:
No interior das diferentes disciplinas de Base Nacional Comum (Língua
Portuguesa, Arte, Educação Física, Matemática, Ciências, História, Geografia, Ensino
Religioso, Língua Estrangeira Moderna, Biologia, Física, Química, Sociologia, e
Filosofia, articulando os conteúdos sistematizados com a realidade do campo.
Sendo necessário questionar, que conteúdos culturais dos povos do campo
devem estar presentes nas disciplinas para que se instrumentalizem os alunos a
compreenderem o mundo em que vivem. E quais saberes dos povos do campo que
precisam integrar os currículos das disciplinas.
A educação do campo é fundamental para garantir que a realidade do campo,
com sua diversidade, estejam presentes em toda a organização escolar abordando por
ex: o desenvolvimento rural, a agroecologia, a pesca artesanal, etc. Pensar em formas
alternativas de como encaminhar as práticas pedagógicas, por ex: trabalhar com horta
escolar, jardinagem, alimentação saudável, remédios caseiros, plantio da mata ciliar,
etc.
57
Além dos projetos, os temas geradores possibilitam outras formas de trabalho,
para uma articulação das diferentes disciplinas entre si e com a realidade do campo,
aproveitando a rica diversidade encontrada no entorno da escola.
Os espaços do campo seja a roça, a mata, os rios, a vida no campo, que às
vezes passam despercebidos são recursos que devem ser utilizados nas mais
diferentes disciplinas e não apenas nas aulas de Ciências. Sendo necessário que cada
uma delas, a partir do seu conhecimento próprio, consiga identificar como os diversos
ambientes podem se fazer presentes nas suas praticas pedagógicas.
5.26-Concepção Curricular
Currículo é um conceito de uso relativamente recente, considerando a
significação que tem em outros contextos culturais e pedagógicos nos quais conta com
uma maior tradição e afirma esta precariedade nos diversos conceitos. O currículo é
uma práxis ante que um objeto estático. O Currículo compõe-se de ideias teorias e
métodos, é uma seleção ampla de conhecimentos e saberes, que deve estar de acordo
com a clientela que se servirá dela, tem de dar conta da realidade, sendo assim, deve
ser executado com clareza e responsabilidade. Sua função é transformar o
conhecimento que o aluno traz (senso comum) em conhecimento
elaborado(científico).A organização curricular neste estabelecimento foi implementado
a partir das Diretrizes Curriculares Estaduais e das proposta curricular de cada
disciplina de acordo com as orientações da SEED, observa a colocação dos mesmo
por disciplinas.
O papel do currículo na formação humana do aluno é de grande importância,
são eles que traçam os limites e também as possibilidades na prática docente. Estão
apoiados em normas legais e procuram contribuir na busca de respostas a problemas
identificados no ensino fundamental, com objetivo de transformação que venham
atender as demandas da nossa sociedade. De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional), é competência da União estabelecer, em colaboração
com estados, distrito federal e municípios, diretrizes que nortearão os currículos e seus
conteúdos mínimos, de modo a assegurar uma formação básica comum. Respeitando
as diversidades regionais, culturais, políticas, existentes no país. Por isso devem ser
flexíveis para que se promovam discussões e re-elaborações quando realizados em
sala de aula, o professor é que traduz esses princípios na pratica cotidiana.
58
5.27-Relação entre conteúdo, método, contexto sócio -cultural e fins da educação
Os processos educativos escolares são, por sua vez, espaços de produção
teórica, do trabalho intelectual que devem ser articulados a práxis, uma vez que a
escola é espaço de desenvolvimento de atividades relacionadas ao trabalho intelectual,
onde a prática se faz presente no movimento do pensamento.
A mediação pedagógica entre teoria e a prática é feita na escola, através dos
processos de ensino-via metodologia- onde articula o trabalho intelectual de moda que
o aluno se aproprie da prática no pensamento, pela sua capacidade de abstração, a
compreenda e, assim, adquira condições para intervir, considerando o conjunto das
relações sociais e produtivas através das quais o pensamento adquire materialidade ao
transformar em ação.
Reside aí os limites dos processos escolares formais, pois, seria ingenuidade
idealizar a utopia de resolver, via estratégias pedagógicas e curriculares, aspectos que
estão circunscritos ao âmbito estrutural da sociedade contemporâneo-capitalista,
portanto, é o movimento dialético que permitirá que se apreenda as contradições
presentes no processo educativo escolar, por se fazer parte do mesmo.
A escola tem por função socializar os conceitos já elaborados sobre a realidade,
o que contribui para assegurar a todos os cidadãos o direito de acesso aos
conhecimentos já produzidos. Daí a relevância do currículo escolar, pois é a partir dele
que se faz a seleção dos conhecimentos advindos dos diversos campos da ciência,
organizando-os em disciplinas.
A proposta curricular do Estado do Paraná, a partir dessas orientações, tem uma
base disciplinar, ou seja, a ênfase será nos conteúdos científicos, nos saberes
escolares das disciplinas que compõem a matriz curricular. Tais disciplinas foram
selecionadas de acordo com a tradição curricular e conforme LDB.
5.28-Relações entre concepções de homem, sociedade, mundo, educação,
aprendizagem e os conteúdos escolares
Para estabelecer-se uma completa relação entre homem, sociedade, mundo,
educação e aprendizagem, a escola deverá proporcionar uma educação básica que
possibilite ampliar a capacidade do aluno aprender, dominando plenamente a leitura,
escrita e calculo. Possibilitar a eles a compreensão do ambiente natural e social, do
sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a
59
sociedade, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades, a formação de
atitudes e valores, fortalecendo os vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana, de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
5.29-Respeito à identidade cultural do aluno na per spectiva da diversidade
cultural
Vivemos em um país de grande diversidade racial, cultural, religiosa e social,
etc, cabe a escola respeitar essa diversidade, preservar a identidade dos alunos,
ressaltar e valorizar a sua cultura, sua etnia sem estigmatizar nenhuma diferença.
5.30-Relação professor aluno
A relação professor e aluno é a mais amistosa possível, o professor deve criar
hábitos de estudos para que o aluno não fique ocioso na sala, perdendo o seu tempo,
tempo este precioso para estudar, não devendo desperdiçá-lo. Impor respeito, respeitar
para ser respeitado, tratar o aluno com educação, saber valorizar para ser valorizado.
O professor como facilitador do ensino e aprendizagem deve intervir
conscientemente no processo de aprendizagem de seus alunos com possibilidade de
melhor entendimento dos conteúdos, buscando um melhor relacionamento com os
mesmos, estabelecendo limites, negociando regras claras e precisas. Inserir as
aprendizagens e também as atividades necessárias para a vida, como cooperação,
ação positivas para desenvolver conflitos e problemas.
Ter postura firme de resistência e de segurança para tomada de decisões. Criar
oportunidades para que todos participem de suas aulas com responsabilidade. Estar
atento para impedir qualquer atitude de zombaria, escárnio, ou agressão verbal aos
colegas, estabelecer expectativas realistas de desempenho, respeitar a capacidade de
cada grupo, estar sempre apostando que eles conseguirão ir além. Usando todas as
chances que tiver para oferecer apoio e encorajamento aos alunos. E ensinar a todos
em clima de acolhimento e confiança, cumprindo seu papel, pois aprendizado do aluno
depende, em grande parte, da competência profissional do educador, do seu
compromisso com a formação do aluno, de um fazer pedagógico mais integrado entre
professores e especialistas, principalmente, da transmissão de conhecimentos
relevantes e significativos, tratar o aluno como sujeito e não como mero objeto do
processo ensino-aprendizagem.
60
Assim a escola estará contribuindo para melhoria da qualidade de ensino para a
socialização do saber elaborado, dando condições necessárias e estabelecendo uma
nova hegemonia das classes trabalhadoras.
5.31-Relação entre a formação continuada do profess or e a dinâmica de sua
prática em sala de aula
Considerando a Escola como um todo, não podemos pensá-la como um
conjunto de profissionais da educação e por esse motivo desenvolveremos um plano
de formação continuada de acordo com as necessidades da comunidade escolar,
observando as seguintes prioridades:
Propõe-se que o professor desenvolva a sua prática pedagógica de forma e
articular os conteúdos com a dinâmica da sala de aula, dentro do processo educativo,
de modo claro e preciso, empregando recursos didáticos-pedagógicos que facilitem a
aprendizagem dos educandos. Trabalhando a interdisciplinaridade, contextualizando os
conteúdos tornando-os acessíveis ao entendimento do aluno.
O professor como facilitador do ensino e aprendizagem deve intervir
conscientemente no processo de aprendizagem de seus alunos com possibilidade de
melhor entendimento dos conteúdos, buscar um melhor relacionamento com os alunos,
estabelecer limites, com a negociação de regras claras e precisas. Inserir a
aprendizagem e também as atividades necessárias para a vida, como cooperação,
ação positiva para resolver conflitos e problemas. Ter postura firme de resistência e de
segurança para a tomada de decisão. Criar oportunidades para que todos participem
de suas aulas com responsabilidade.
Os professores estão participando dos cursos ofertados nos finais de semana,
muitos já participaram ou estão dispostos a participar de Simpósios na capital ou em
Faxinal do Céu. Eles pedem para que haja cursos com novas dinâmicas, aulas
modelos para que os mesmos estejam se aperfeiçoando o seu trabalho junto aos
alunos, que se apresentem novas metodologias, planejamentos e ideias novas para
atender esse público tão exigente.
Durante o correr do ano letivo pretende-se trabalhar alguns temas que estão
sendo colocados pelo NRE, tais como: a educação no campo, os novos currículos, a
história e cultura afro-brasileira e indígena, também ir em busca de novos entendimento
do que se pretende para os anos vindouros. Isto deve ser feito através de grupos de
estudos. Ou outros meios que possam surgir desde que visem uma melhor qualidade
61
da educação neste colégio.
5.32-Concepção de Avaliação
A avaliação é compreendida como:
Conjunto de ações organizadas com a finalidade de obter informações sobre o
que o aluno efetivamente assimilou ou não, intervindo assim para superação das
dificuldades;
A avaliação existe como meio de saber se o aluno aprendeu o que lhe foi
ensinado, de que forma e em quais condições, e após estes dados, um conjunto de
procedimentos investigativos são preparados para que se tenha a possibilidade de
ajustes e a orientação da intervenção pedagógica para tornar possível o ensino e a
aprendizagem de melhor qualidade.
Constitutiva da prática educativa, dado que é a análise das informações obtidas
ao longo do processo de aprendizagem que possibilitará ao professor a organização de
sua ação de maneira adequada.A avaliação precisa acontecer num contexto em que
possibilite ao aluno a reflexão tanto dos conhecimentos construídos, quanto dos
processos pelos quais isso ocorreu, o que precisa aprender, o que precisa saber fazer
melhor.
Serão selecionados critérios de avaliação de acordo com as necessidades da
clientela identificando, de fato, as aprendizagens realizadas e análise de seus avanços
ao longo do processo, considerando que as manifestações desses avanços não são
lineares, nem idênticas, em diferentes sujeitos. É imprescindível observar os conteúdos
e o encaminhamento metodológico realizado para que os mesmos estejam em
consonância com os instrumentos e critérios de avaliação.
Neste colégio as avaliações, tem caráter processual, prevalecendo os aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados obtidos durante o ano letivo ainda
são feitas recuperações de aprendizado buscando um melhor aproveitamento dos
conteúdos.
A frequência mínima exigida é de 75% do total de horas letivas para aprovação
do aluno, valorizando a permanência e participação do educando na sala de aula. Não
se admitindo a possibilidade de baixa frequência para efeito de aprovação, nem de um
aproveitamento elevado substituir o percentual de frequência mínima.
Propõe-se que a escola trabalhe projetos alternativos que possam conduzir a
avaliação num sentido mais democrático, que permita uma análise mais complexa dos
62
problemas e dos caminhos para sua solução.
A avaliação será diagnóstica, formativa, somativa e processual, dando ênfase
aos aspectos qualitativos da aprendizagem realizada, visando determinar até que nível
os objetivos programados dentro da grade curricular, previamente estabelecidos, foram
ou deixaram de ser alcançados pelos alunos.
O Estabelecimento utilizará como procedimentos do processo avaliativo:
avaliações orais e escritas, atividades individuais ou em grupos, relatórios, entrevistas,
apresentação de trabalhos, debates, pesquisas e outros recursos que o professor
achar necessário.
A avaliação se traduzirá num trabalho cooperativo entre Direção, coordenação
pedagógica, Corpo docente e a Família, integrados na diagnose dos problemas que
interferem no processo ensino e aprendizagem, para que haja uma solução adequada.
O sistema de Avaliação adotado e legalizado no Regimento Escolar do Colégio
é o resultado da média aritmética obtida nos bimestres em cada disciplina prevista na
grade curricular de acordo com a seguinte fórmula:
MF= 1º.B+ 2º.B + 3º.B +4º.B = 60
--------------------------------------------
4
5.33-Conceito de Educação Emancipadora
A escola como detentora de conhecimentos sistematizados tem a
responsabilidade de abrir caminhos para que os excluídos possam ser incluídos no
processo de transformação social, tendo em vista uma melhoria de vida individual e
coletiva. Isto só será possível se os agentes educativos detentores do saber
cientificamente organizado, decidirem agir com ousadia e assumir o compromisso de
fazer a integração do saber popular com o saber científico, alicerçando a ação
educadora, a partir do processo de transformação do sujeito para tomar posse dos
seus direitos e deveres. Tendo assim uma escola emancipadora, formando alunos
críticos e emancipados.
5.34-Critérios de Promoção
A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno,
63
aliada à apuração da sua frequência. São usados os seguintes critérios na promoção
ou certificação de conclusão para os anos finais do Ensino Fundamental e Médio, a
média final mínima exigida é de 6,0(seis vírgula zero) observando a frequência mínima
exigida por lei.
Os alunos do Ensino Fundamental e Médio que apresentarem frequência
mínima de 75% do total de horas letivas e média anual igual ou superior a 6,0 (seis
vírgula zero) em cada disciplina, serão considerados aprovados ao final do ano.
Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e Médio serão considerados
retidos ao final do ano letivo quando apresentarem: a) frequência inferior a 75% do total
de horas letivas, independentemente do aproveitamento escolar; b) frequência superior
a 75% do total de horas letivas e média inferior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada
disciplina.
Os resultados obtidos pelo aluno no decorrer do ano letivo serão devidamente
inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição de documentação
escolar.
5.35-Periodicidade de registro de Avaliação
As avaliações serão registradas bimestralmente em documentos próprios, a fim
de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade de sua vida escolar.
5.36-Planos de Avaliação
A avaliação da aprendizagem, será organizada com atividades significativas, por
meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados. Se dará por intermédio,
da análise das atividades realizadas em sala de aula, de trabalhos extra-classe, bem
como por instrumento escrito ou oral, terá os registros de notas expressos em uma
escala de 0(zero) a 10,0 (dez vírgula zero), a cada bimestre de acordo com os
seguintes critérios: atividades extra-classe- 2,0 (dois vírgula zero), atividades em sala
de aula 2,0 (dois vírgula zero) , instrumentos escritos ou orais -6,0 ( seis vírgula zero).
5.37-Adaptação Curricular
A adaptação de estudos de disciplinas é atividade didático pedagógica
64
desenvolvida sem prejuízo das atividades previstas na Proposta Pedagógica Curricular,
para que o aluno possa seguir o novo currículo. A adaptação de estudos far-se-a pela
Base Nacional Comum. Na conclusão do curso, o aluno deverá ter cursado, pelo
menos, uma Língua Estrangeira Moderna. A adaptação de estudos será realizada
durante o ano letivo.
5.38-Recuperação
A recuperação é um dos aspectos da aprendizagem no seu desenvolvimento
contínuo pelo qual o aluno, com aproveitamento insuficiente, dispõe de condições que
lhes possibilitem a apreensão de conteúdos básicos.
A Recuperação Estudos, encaminhamento de caráter pedagógico, destinada a
alunos de aproveitamento escolar insuficiente, serão oferecidas obrigatoriamente por
este Estabelecimento, de forma concomitante, contínua e progressiva durante o
período letivo, visando melhoria do aproveitamento escolar e aperfeiçoamento do
currículo.
A Recuperação de Estudos deve constituir um conjunto integrado ao processo
de ensino, além de adequar as dificuldades dos alunos possibilitando a apreensão dos
conteúdos básicos. É importante salientar que todos os alunos poderão participar da
recuperação de estudos, mesmo não tendo ficado abaixo da média.
O processo de recuperação será desenvolvido de maneira concomitante às
atividades regulares do aluno, à medida que forem constatadas dificuldades com
acompanhamento contínuo do aluno, oportunizando-lhe reforços para atingir os
objetivos propostos.
Para que os conteúdos e estratégias pedagógicas sejam adequados às
dificuldades de aprendizagem demonstradas pelos alunos, devem assumir várias
formas como: estudo dirigido, pesquisas, atividades individuais e em grupo com
monitoramento de alunos que sobressaem no conteúdo, avaliação oral, escrita, e
dramatizado.
O processo de recuperação paralela deverá ser registrado no Diário de Classe, o
aluno para submeter-se a recuperação paralela, deverá ter realizado todas as
avaliações pertinentes aos conteúdos estudados.
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5.39-Classificação
Classificação é o procedimento que o estabelecimento adota segundo critérios
próprios para posicionar o aluno em série, fase, período, ciclo ou etapa compatível com
a idade, experiência e desempenhos adquiridos por meios formais ou informais.
A classificação pode ser realizada:
I - por promoção, para alunos que cursaram com aproveitamento a série, etapa,
ciclo, período ou etapa anterior na própria escola;
II - por transferência para candidatos, procedentes de outras escolas do país ou
do exterior considerando a classificação da escola de origem;
III - independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola
que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita tal
inserção na série, ciclo, período, fase ou etapa adequada a sua idade.
A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige as
seguintes medidas administrativas para resguardar os direitos dos alunos das escolas
e dos profissionais:
I - Proceder a avaliação diagnóstica documentada pelo professor ou equipe
pedagógica;
II - Comunicar o aluno ou responsável a respeito do processo a ser iniciado para
obter desde o respectivo consentimento;
III - Organizar comissão formada por docentes, técnicos e direção de escola
para efetivar o processo;
IV - Arquivar atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados nas
pastas dos alunos, por no mínimo 10 (dez) anos;
O aluno que ingressar no estabelecimento por meio de classificação, terá seu
controle de frequência computado a partir da data efetiva de sua matrícula.
5.40-Reclassificação.
Reclassificar é o processo pelo qual a escola avalia o grau de desenvolvimento,
experiência do aluno matriculado, levando em conta as normas curriculares gerais, a
fim de encaminhá-lo ao período de estudo compatível com sua experiência e
desempenho; independentemente do que registra o seu histórico escolar.
Fica vedada a classificação e ou reclassificação para etapa, ciclo, fase, ou
período inferior a anterior cursada.
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5.41-Avaliação Final
A avaliação final do aluno deve ser considerados os resultados obtidos durante
todo o período letivo, num processo contínuo, expressando o seu desenvolvimento
escolar, tomado na sua melhor forma. Os resultados das atividades avaliativas serão
analisados durante o ano letivo, somando os quatro bimestres, dividindo por quatro.
Deve se obter a média mínima de seis virgula zero. Para que haja a aprovação do
aluno. Observamos a o seguinte sistema de avaliação:
MF=1º.B+2º.B+3º.B+4º.B
-------------------------------------- = 60
4
5.42-Procedimento Informação aos Pais.
A direção junto com equipe pedagógica através de convite, convoca os pais
para uma reunião, onde serão informados do aproveitamento de seus filhos através do
boletim de notas, podendo conversar com os professores de seus filhos (as), saber
quais, as dificuldades apresentadas e o que poderá ser feito para saná-las. Bem como
os professores poderão também informá-los do comportamento, aplicação e
assiduidade de seus filhos(as), e assim juntos achar um meio de melhoria no
aproveitamento dos mesmos.
Essa reunião com os pais deverá ocorrer a todo final de bimestre, assim que
todos tenham feito a avaliação bimestral, a secretaria tenha disponibilizado os boletins
de notas para que os pais tomem conhecimento.
67
6.0- MARCO OPERACIONAL
6.1-Plano de Ação do Colégio
Os objetivos e ações administrativas da escola são: por em prática o Projeto
Político Pedagógico da escola, e junto com os professores, funcionários, equipe
pedagógica, Conselho Escolar, representantes de turmas, APMF, comunidade, fazer
estudos e periodicamente fazer devida revisão para adequar a realidade escolar local.
Refletir e avaliar os pontos positivos e negativos do projeto. Quem somos? Onde
queremos chegar? Como chegar a esse objetivo? O que fazer ?
Aplicar os recursos financeiros oriundos da SEED e da APMF, nas prioridades do
colégio.
Reunir bimestralmente professores, equipe pedagógica, funcionários, APMF,
Conselho Escolar para avaliar as ações administrativas no colégio.
Dar continuidade aos projetos já existentes tais como: Feira do Artesanato, ,
Projeto de Olimpíada de Matemática, Projeto Fera e Com Ciência, programa Viva
Escola , Artes Visuais, Mídias, Curso Preparatório para Vestibular, e os cursos de
CELEM – Francês e Espanhol outros programas organizados pela SEED.
Diagnosticar, sensibilizar, reunir e divulgar as ações administrativas junto a
comunidade escolar.
Buscar coletivamente soluções para atender o interesse dos alunos na
educação escolar, nas dificuldades de aprendizagem, na formação de cidadãos
autônomos e críticos em relação à desigualdade social.
Reorganizar a biblioteca escolar já existente.
Valorizar o espaço físico do colégio.
Trabalhar para aumentar a auto-estima do aluno e da comunidade.
Buscar o retorno dos alunos evadidos da sala de aula e melhorar o índice de
aprovação.
Os alunos serão recuperados durante o bimestre, após revisão dos conteúdos,
utilizando outras maneiras diferenciadas das formas usadas durante as atividades
bimestrais, dando a eles outra oportunidade de aprendizagem desses conteúdos.
Incentivar a participação dos professores e funcionários na capacitação
profissional.
Re-elaborar os documentos com base nos resultados da revisão de conteúdos e
metodologias das disciplinas.
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Trabalhar atividades relacionadas ao ambiente do campo em todos as
disciplinas.
A avaliação interna do colégio deverá ser realizada bimestralmente, pela equipe
técnica pedagógica com a possibilidade de redirecionar objetivos, metas e ações caso
não estejam sendo satisfatórias.
A comunidade escolar será informada sobre as propostas e metas a serem
atingidas pelo colégio participando da avaliação, levando em conta o que deu certo e o
que deu errado, e o que precisa ser reformulado, baseado na construção da proposta
pedagógica.
De acordo com a LDB, a escola deverá oferecer um sistema de avaliação
competente tanto para alunos, como professores e funcionários, quando solicitado.
A avaliação do trabalho da equipe pedagógica, equipe administrativa e
professores dar-se-á, visando desempenho e produtividade dos mesmos através de
fichas solicitadas pela SEED ou NRE , semestralmente.
Pretende-se dar-se toda assistência necessária ao bom andamento dos
programas idealizados no Viva Escola: Artes Visuais, Mídias, Preparatório para
Vestibular, aos CELEM de Francês e Espanhol.
6.2-Mudanças significativas a serem alcançadas
O colégio anseia pela construção de mais salas para atender melhor a clientela
escolar, uma sala para que possamos ter espaço da biblioteca ampliado, uma sala para
instalação do laboratório de Ciências, e um espaço maior para a cantina e despensa
para guardar os produtos alimentícios. Também espaços para os produtos de limpeza.
Mas para que isso aconteça precisamos que a SEED disponibilize verbas concretas e
suficientes.
6.3-Organização da hora/atividade
A hora-atividade será organizada, quando possível, agrupando as disciplinas e
professores por área do conhecimento, conforme quadro abaixo:
2ª Feira 3ªFeira 4ªFeira 5ªFeira 6ªFeira
L.Portuguesa Matemática História Ciências Ed.Física
LEM -Inglês Física Geografia Biologia Arte
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Filosofia Química
Sociologia
E.Religioso
A hora-atividade, apesar de organizada por área do conhecimento, deverá
favorecer a formação de grupos de professores para o planejamento e para o
desenvolvimento de ações necessárias ao enfrentamento de problemáticas específicas
diagnosticadas no interior do estabelecimento, reuniões pedagógicas, grupos de
estudos, troca de experiências, pré-conselhos, e também deverá garantir carga horária
que permita ao professor a realização de atividades pedagógicas individuais inerentes
ao exercício da docência, como: correção de tarefas dos alunos, projetos pedagógicos,
assessoramento de alunos, atendimento aos pais e outros assuntos educacionais de
interesse do professor.
Ficará a cargo de a equipe pedagógica coordenar as atividades coletivas e
acompanhar as atividades individuais a serem desenvolvidas durante a hora-atividade.
Caberá à direção do estabelecimento de ensino a distribuição e a verificação do
cumprimento da hora-atividade, bem como, a sistematização do quadro da distribuição
da hora atividade, que deverá constar em edital, permitindo seu acompanhamento e
informando à comunidade escolar da disponibilidade de horário de atendimento do
professor aos alunos e pais.
As reuniões pedagógicas acontecerão a cada bimestre, e se necessário em
outras ocasiões, com convocação do diretor.
6.4- Linhas de Ação Pedagógicas
� Conselho de Classe: Órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa
em assuntos didático-pedagógicos com atuação restrita a cada classe do
estabelecimento de ensino, será realizado 01 por bimestre.
Os Conselhos de classe serão constituídos pelo Diretor, pela Equipe
Pedagógica, pelo secretário e por todos os professores que atuam na mesma
classe e haverá ainda a participação indireta dos alunos opinando a respeito
do processo ensino-aprendizagem através de caixinha de sugestões e da
participação direta dos representantes de turmas, que sistematizarão as
sugestões e avaliações dos colegas e levarão para estudo, no Conselho de
Classe.
70
O Conselho Final que fará a apuração dos resultados finais, não contará
com a participação dos alunos por ser essa atribuição do colegiado de
professores.
� Reunião Pedagógica: As reuniões serão realizadas bimestralmente e
consideradas como efetivo trabalho escolar, organizadas e estruturadas a
partir da proposta pedagógica do estabelecimento e inseridas no
planejamento anual.
Nas Reuniões Pedagógicas serão feitas exposições dos problemas
enfrentados pêlos membros da equipe escolar, leitura de textos de interesse
do grupo e legislação educacional emanada da SEED, apresentação de
atividades práticas realizadas em sala de aula, seleção de textos e
componentes curriculares comuns a todas as disciplinas, entre outros.
Recuperação de Estudos
� A Recuperação de Estudo é um dos aspectos da aprendizagem no seu
desenvolvimento contínuo pelo qual os alunos, com aproveitamento
insuficientes, dispõe de condições que lhes possibilitem a apreensão de
conteúdos básicos.
A Recuperação de Estudos, encaminhamento de caráter pedagógico,
destinada a alunos de aproveitamento escolar insuficiente, será ofertada
preferencialmente por este estabelecimento, forma contínua e progressiva
durante o período letivo, visando a melhoria do aproveitamento escolar e
aperfeiçoamento do currículo. Para que os conteúdos sejam recuperados, os
professores deverão utilizar técnicas e estratégias pedagógicas adequadas
às dificuldades de aprendizagem demonstradas pelos alunos, assumindo
várias formas como: Estudos dirigidos, pesquisa, leitura e interpretação de
textos, atividades individuais e em grupo com monitoramento de alunos que
se sobressaem no conteúdo, interpretação oral e escrita de vídeos
educativos, avaliação oral, escrita e dramatizada, entre outros.
Processo de recuperação poderá ser registrado no livro de freqüência ou em
fichas próprias elaboradas pelo professor e/ou equipe pedagógica.
71
� Administração dos Recursos Financeiros
Por tratar-se de escola pública o Colégio conta com recursos financeiros
oriundos de três fontes: Recursos do Governo Federal, Recursos do
Governo Estadual e Recursos próprios.
A principal entidade mantenedora do Colégio é o Governo do Estado do
Paraná, através de programas estaduais, como Fundo-Rotativo repassado
pela Fundepar e PDDE proveniente do FNDE. .
O dinheiro do Fundo Rotativo, é o único que é repassado diretamente
para o Diretor da escola, ficando sob sua responsabilidade, com o
acompanhamento do Conselho Escolar. Destina-se a aquisição de materiais
de expediente, limpeza, esportivos, à execução de pequenos reparos e a
complementação de gêneros alimentícios para a merenda escolar.
A escola conta ainda com recursos oriundos da APMF, que através das
suas pequenas promoções angaria alguns poucos recursos financeiros para
a escola. Dinheiro esse a ser usado no atendimento de necessidades
prioritárias e imediatas de forma a atingir o objetivo maior que é a construção
de uma escola pública de qualidade.
� Estratégias de articulação Família/Comunidade
� Palestras com a Promotora de Justiça sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente;
� Reuniões com instrutores dos Patrulha Escolar- Abordando temas como:
Drogadição e Violência na escola;
� Reuniões semestrais com a Comunidade Escolar, para o
acompanhamento do desenvolvimento escolar dos filhos;
� Organização de Feira do Artesanato, Peças teatrais, objetivando atrair os
pais à escola através de eventos prazerosos;
� Enviar convites para as famílias visitarem e conhecerem a escola que o
filho estuda;
� Palestras com psicólogos, buscando melhor entendimento sobre as fases
de desenvolvimento dos adolescentes;
� Estratégias para a Inclusão
• Rever as práticas pedagógicas e os processos de avaliação;
72
• Conhecer o desenvolvimento humano e suas relações com o processo de
ensino aprendizagem, e como ele se dá para cada aluno;
• Investir em capacitação, atualização, sensibilização, envolvendo toda
comunidade escolar;
• Focar na formação profissional do professor, que é relevante para aprofundar as
discussões teóricas práticas;
• Assessorar o professor para resolução de problemas no cotidiano na sala de
aula, criando alternativas que possam beneficiar todos os alunos;
• Utilizar currículos e metodologias flexíveis, levando em conta a singularidade de
cada aluno, respeitando seus interesses, suas idéias e desafios para novas
situações;
• Investir na proposta de diversificação de conteúdos e práticas que possam
melhorar as relações entre professor e alunos;
• Avaliar de forma continuada e permanente, dando ênfase na qualidade do
conhecimento e não na quantidade, oportunizando a criatividade, a cooperação
e a participação;
• Valorização maior das metas e não dos obstáculos encontrados pelo caminho,
priorizando as questões pedagógicas e não apenas a questão biológica, com
expectativa de que tudo será resolvido pela saúde;
6.5-Ações para que se efetive a Gestão Democrática
A gestão democrática é o princípio para a consolidação da escola que se
pretende, enquanto instituição de ensino.
A gestão democrática escolar supõe a abertura de novos espaços de decisões,
desenvolvendo projetos e propostas nos âmbitos interno e externo, opinando sobre a
aplicação dos recursos financeiros, da atuação dos Conselhos existentes na estrutura
institucional .
Essas iniciativas apontam no sentido da articulação da democracia, considerada
representativa com legitimidade e participação.
Dessa forma, a escola, por ser uma instituição social que apresenta objetivos
sócio-políticos e pedagógicos, deve se apoiar na concepção de que as pessoas são
73
agentes de mudanças; portanto, cada membro é indispensável na construção da
gestão. Por isso é imprescindível a autonomia desse instituição na tomada de decisão
sobre suas diretrizes, objetivos e metas definidos nesse Projeto Pedagógico, fazendo
valer a decisão coletiva da comunidade escolar.
• Garantir e consolidar a participação dos conselhos e colegiados escolares;
• Garantir o cumprimento dos direitos e deveres de todos os segmentos da
instituição (docentes, administrativos e discentes);
• Divulgar leis e normas da educação no âmbito da instituição, promovendo
estudos e reflexões na observância de sua aplicabilidade;
• Assegurar os espaços de atuação das entidades representativas dos
estudantes;
• Criar fóruns de discussões e decisões coletivas sobre a prática escolar;
• Instituir comitê coordenador da implementação do P.P.P.;
6.6- AÇÕES EDUCATIVAS PARA INSERÇÃO DA CULTURA AFR O-BRASILEIRA E
AFRICANA NO CURRICULO
• A conexão dos objetivos, estratégias de ensino e atividades com a experiência
de vida dos alunos e professores, valorizando aprendizagens vinculadas às suas
relações com pessoas negras, brancas, mestiças, assim como as vinculadas às
relações entre negros, indígenas e brancos no conjunto da sociedade;
• a crítica pelos coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais,
professores, das representações dos negros e de outras minorias nos textos,
materiais didáticos, bem como providências para corrigi-las;
• condições para professores e alunos pensarem, decidirem, agirem, assumindo
responsabilidade por relações étnico-raciais positivas, enfrentando e superando
discordâncias, conflitos, contestações, valorizando os contrastes das diferenças;
74
• valorização da oralidade, da corporeidade e da arte, por exemplo, como a
dança, marcas da cultura de raiz africana, ao lado da escrita e da leitura;
• educação patrimonial, aprendizado a partir do patrimônio cultural afro-brasileiro,
visando a preservá-lo e a difundi-lo;
• o cuidado para que se dê um sentido construtivo à participação dos diferentes
grupos sociais, étnico- raciais na construção da nação brasileira, aos elos
culturais e históricos entre diferentes grupos étnico- raciais, às alianças sociais;
• participação de grupos do Movimento Negro, e de grupos culturais negros, bem
como da comunidade em que se insere a escola, sob a coordenação dos
professores, na elaboração de projetos político-pedagógicos que contemplem a
diversidade étnico-racial.
• Estes princípios e seus desdobramentos mostram exigências de mudança de
mentalidade, de maneiras de pensar e agir dos indivíduos em particular, assim
como das instituições e de suas tradições culturais.
É neste sentido que se fazem as seguintes determinações:
�O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, evitando-se distorções,
envolverá articulação entre passado, presente e futuro no âmbito de experiências,
construções e pensamentos produzidos em diferentes circunstâncias e realidades do
povo negro. É um meio privilegiado para a educação das relações étnico- raciais e tem
por objetivos o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura dos
afrobrasileiros, garantia de seus direitos de cidadãos, reconhecimento e igual
valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, européias,
asiáticas.
�O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana se fará por diferentes meios,
em atividades curriculares ou não, em que:
• explicitem-se, busquem compreender e interpretar, na perspectiva de quem
o formule, diferentes formas de expressão e de organização de raciocínios e
pensamentos de raiz da cultura africana;
75
• promovam-se oportunidades de diálogo em que se conheçam, se ponham
em comunicação diferentes sistemas simbólicos e estruturas conceituais,
bem como se busquem formas de convivência respeitosa, além da
construção de projeto de sociedade em que todos se sintam encorajados a
expor, defender sua especificidade étnico-racial e a buscar garantias para
que todos o façam;
• sejam incentivadas atividades em que pessoas — estudantes, professores,
servidores, integrantes da comunidade externa aos estabelecimentos de
ensino — de diferentes culturas interatuem e se interpretem reciprocamente,
respeitando os valores, visões de mundo, raciocínios e pensamentos de
cada um.
�O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a educação das relações
étnico-raciais, se desenvolverá no cotidiano dessa escola, como conteúdo de todo o
currículo, especialmente nas áreas de Arte, Literatura e História do Barsil, em
atividades curriculares ou não, trabalhados em sala de aula, nos laboratórios
disponiveis, bem como na utilização da sala de leitura, biblioteca, quadra de esportes e
outros ambientes escolares.
6.7-Ações Educativas para o Apoio a Educação do Cam po
• Propiciar práticas e idéias educativas que respeitem as várias diferenças
culturais e locais.
• Divulgar o respeito necessários a identidade e origem dos sujeitos sociais;
• Dinamizar a ligação dos seres humanos com a produção das condições
de existência social, na relação coma terra e o meio ambiente,
incorporando os conhecimentos especificos dos povos do campo;
• Priorizar no Curriculo escolar conteúdos e metodologias apropriadas as
reais necessidades e interesses dos alunos de zona rural.
6.8-Papel das Instâncias Colegiadas
76
� Grêmio Estudantil
� Conselho Escolar
� APMF
Grêmio Estudantil
O Grêmio é a organização que representa os interesses dos estudantes na
escola. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras
possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade,
buscando alternativas e meios de um melhor relacionamento entre os alunos, entre
escola e comunidade, para uma relação amistosa e um aprendizado satisfatório.
O Grêmio é também um importante espaço de aprendizagem, cidadania,
convivência, responsabilidade e de luta por direitos, também pelo cumprimento dos
deveres estudantis.Devem estar presentes na avaliação do P.P.P. e também nas
reuniões do Conselho de classe.
Será realizada eleição a cada 2 anos para escolha do Grêmio Estudantil, de
forma democrática através de voto secreto, em que qualquer aluno poderá candidatar -
se.
Conselho Escolar
O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza deliberativa, consultiva e
fiscal, tem por finalidade efetivar a gestão escolar e os setores da escola constituindo-
se como órgão auxiliar da direção do estabelecimento de ensino, seu papel será:
� Democratizar as relações no âmbito da escola, visando a qualidade do ensino,
através de uma educação transformadora que prepare o indivíduo para a plena
cidadania;
� Promover a articulação entre os segmentos da comunidade escolar e os setores da
escola a fim de garantir o cumprimento da sua função que é ensinar;
� Estabelecer no âmbito da escola diretrizes e critérios gerais relativos a sua
organização, funcionamento e articulação com a comunidade, de forma compatível
com as orientações da política educacional da SEED, participando e
responsabilizando-se social e coletivamente pela implantação de suas deliberações;
� Garantir a participação da Comunidade Escolar na definição do Projeto Político
Pedagógico da Unidade Escolar;
77
� Acompanhar o desenvolvimento do Calendário Escolar;
� Acompanhar a evolução dos indicadores educacionais (abandono escolar,
aprovação, aprendizagem, entre outros) propondo quando se fizerem necessárias,
intervenções pedagógicas e/ou medidas socio-educativas, visando a melhoria da
qualidade social da educação escolar;
� Fiscalizar a gestão administrativa, pedagógica e financeira da unidade escolar;
� relação ao desempenho dos alunos;
APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários
A APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários do Colégio Estadual
Heloisa Infante Martins Ribeiro, pessoa jurídica de direito privado é um órgão de
representação dos pais, mestres e funcionários do estabelecimento de ensino, não
tendo caráter político partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo
remunerados seus dirigentes e conselheiros.
Cabe a APMF:
� Promover palestras, conferências e grupos de estudos, envolvendo pais,
professores, alunos, funcionários e comunidade, a partir das necessidades
apontadas por esses segmentos.
� Acompanhar o Desenvolvimento da Proposta Pedagógica sugerindo as alterações
que julgar necessárias ao Conselho Escolar do estabelecimento, para deferimento
ou não;
� Estimular a criação e o desenvolvimento de atividades para pais, alunos,
professores, funcionários, assim como a comunidade, após análise do Conselho
Escolar;
� Colaborar, de acordo com as possibilidades financeiras da entidade, com as
necessidades dos alunos comprovadamente carentes;
� Reunir-se com o Conselho Escolar para definir o destino dos recursos advindos de
convênios públicos mediante a elaboração de planos de aplicação, bem como
reunir-se para prestação de constas desses recursos, com registro em ata.
� Receber doações e contribuições voluntárias, mobilizar a comunidade escolar na
perspectiva de sua organização enquanto órgão representativo para que esta
comunidade expresse suas expectativas e necessidades.
78
6.9-Plano de Trabalho Docente
O Plano de Trabalho Docente é um documento que registra o que se pensa
fazer, como fazer, com que fazer e como fazer. É um norte para as ações educacionais.
É a formalização dos diferentes momentos do processo de planejamento.
Também é a apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas,implica no
registro escrito e sistematizado do planejamento do professor, organizando o tempo e o
material de forma adequada.
É um instrumento político e pedagógico que permite a dimensão do conteúdo.
Permite também uma avaliação do processo ensino e aprendizagem, possibilitando a
compreender a concepção de ensino e aprendizagem e avaliação do professor.
Orienta e direciona o trabalho do professor, requerendo conhecimento prévio da
Proposta Pedagógica Curricular. Pressupõe a reflexão sistemática da prática educativa.
6.10-Organização do Trabalho Pedagógico
Tem-se por objetivo atender aos alunos coletivamente e individualmente quando
se fizer necessário, estar conversando com os alunos, saber quais são as suas
dificuldades, os porquês do seu baixo desempenho e aprendizado, procurar junto com
os professores uma maneira de poder ajudá-los a sanar essas dificuldades e melhorar
o seu aprendizado.
Orientar os professores para que haja uma mudança na sua prática pedagógica,
e que os mesmos elaborem planos de trabalho de acordo com as Diretrizes
Curriculares Estaduais, diversificando suas aulas para que haja um aproveitamento
melhor, desenvolver a capacidade de aprendizagem dos alunos nas disciplinas que
eles têm mais dificuldades de aprendizado.
Chamar o aluno para conversar sempre que houver necessidade, seja por
indisciplina ou baixo aprendizado. Trabalhar com os mesmos para que superem as
dificuldades. Procurar participar do seu desenvolvimento, aconselhando-o e
incentivando-o a melhorar e participar mais das aulas. Se necessário for ir ter com os
pais para que estes intervenham junto aos seus filhos para uma maior motivação dos
mesmos.
79
Em caso de faltas nas aulas, buscar junto aos pais sanar esse problema e se for
necessário atender todas as propostas de trabalho colocadas pelo “FICA comigo” para
que todas as crianças, adolescentes e até jovens sejam incluídos no processo
educativo, que permaneçam na escola e concluam o seu aprendizado com louvor.
Estudar com os professores as Diretrizes Curriculares, ou outros textos
referentes a educação enviados pela SEED ou NRE. Incentivá-los a a por em prática
tudo aquilo que aprenderam de novo, usando de dinâmicas e diversidades para um
melhor aproveitamento na aprendizagem.
6.11- Formação continuada
Considerando a Escola como um todo, não podemos pensá-la de outra forma,
mas sim como um conjunto de profissionais da educação e por esse motivo
desenvolveremos um plano de formação continuada de acordo com as necessidades
da comunidade escolar, observando as seguintes prioridades:
Propõe-se que o professor desenvolva a sua prática pedagógica de forma e
articular os conteúdos com a dinâmica da sala de aula, dentro do processo educativo,
de modo claro e preciso, empregando recursos didáticos-pedagógicos que facilitem a
aprendizagem dos educandos. Trabalhando a interdisciplinaridade, contextualizando os
conteúdos tornando-os acessíveis ao entendimento do aluno.
O professor como facilitador do ensino e aprendizagem deve intervir
conscientemente no processo de aprendizagem de seus alunos com possibilidade de
melhor entendimento dos conteúdos, buscar um melhor relacionamento com os alunos,
estabelecer limites, com a negociação de regras claras e precisas. Inserir a
aprendizagem e também as atividades necessárias para a vida, como cooperação,
ação positiva para resolver conflitos e problemas. Ter postura firme de resistência e de
segurança para a tomada de decisão. Criar oportunidades para que todos participem
de suas aulas com responsabilidade.
Os professores estão participando dos cursos ofertados nos finais de semana,
muitos já participaram ou estão dispostos a participar de Simpósios na capital ou em
Faxinal do Céu. Eles pedem para que haja cursos com novas dinâmicas, aulas
modelos para que os mesmos estejam se aperfeiçoando o seu trabalho junto aos
alunos, que se apresentem novas metodologias, planejamentos e ideias novas para
atender esse público tão exigente.
Durante o correr do ano letivo pretende-se trabalhar alguns temas que estão
80
sendo colocados pelo NRE, tais como: a educação no campo, os novos currículos, a
história e cultura afro-brasileira e indígena, também ir em busca de novos entendimento
do que se pretende para os anos vindouros. Isto deve ser feito através de grupos de
estudos. Ou outros meios que possam surgir desde que visem uma melhor qualidade
da educação neste colégio.
Os funcionários deste estabelecimento têm participado das capacitações
programadas pela SEED. Estão sempre procurando estar por dentro de todos os
estudos propostos pela escola.
Os alunos representantes de turmas sempre estão sendo orientados para estar
preparados e buscar orientações devidas para cada assunto que possa surgir. Um dos
alunos representante do grêmio participou do encontro em Faxinal do Céu, repassando
aos colegas os assuntos debatidos no encontro.
6.12-Ações Didático-pedagógicas
6.12.1-Fera Com Ciência e jogos colegiais
Durante o ano letivo pretende-se que os alunos participem das diversas
atividades: o Projeto FERA, o Com Ciência, os jogos colegiais realizados entre alunos
do colégio, os realizados entre alunos de outros colégios, os chamados inter-séries,
inter-classes, intermunicipais, etc. Também da gincana preparada pelo colégio, e outras
atividades que possam aparecer durante o ano letivo desde que estas não prejudique
as aulas.
6.12.2-Jogos Colegiais
Teremos também os jogos colegiais, os quais deverão ter a participação dos
educandos em todas as modalidades e principalmente na modalidade Xadrez , que é o
forte dos alunos.
6.12.3-Participação no OAC, Folhas e Educação fisca l.
Alguns professores estarão participando do OAC, e também do Folhas, e da
Educação Fiscal.
6.12.4-Estudos de Filosofia
O estudo de Filosofia é feito por meio de leitura de textos filosóficos clássicos e
seus comentadores, de atividades investigativas; pesquisas e debates, que orientam e
81
organizam o estudo da filosofia.
Trechos de músicas que retratam o Brasil, e assim no contexto das músicas
trabalhar o lado filosófico existente em nossas músicas. Pesquisas na internet com os
alunos sobre os diversos temas sugeridos no plano de trabalho docente, para que
analisando e tenham uma melhor compreensão dos conteúdos filosóficos. Também são
trabalhados através de aulas expositivas, trabalhos em grupos, e individual,
exposições de trabalhos, etc.
6.12.5-Estudos de Sociologia
O estudo de Sociologia é desenvolvido de forma que cada tema trabalhado seja
uma oportunidade oferecida aos alunos para possibilitar a formação de cidadãos
críticos, que interajam com a sociedade. É feito através de aulas expositivas, debates,
trabalhos em grupos, e individual, pesquisas na internet, exposições, leituras e
interpretações de textos sobre os assuntos dos conteúdos oferecidos aos alunos,
análise de músicas que venham dar suporte ao ensino da sociologia.
6.13-. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
6.13.1-Plano de acompanhamento do PPP.
A partir da formação continuada, os professores tomaram consciência da
necessidade de reformular o PPP, e participaram com ideias e colocações necessárias
ao melhoramento do mesmo. Assim, opinaram e deram sugestões para que o mesmo
fosse reformulado, de acordo com o modelo sugerido pelo NRE.
Nos momentos de hora-atividade, os professores puderam ler e sugerir
proposição ao PPP , posteriormente ele foi digitado e na primeira reunião pedagógica
o colegiado pode fazer nova leitura e algumas reformulações. E assim concluirmos o
trabalho.
6.13.2-Participação das instâncias Colegiadas
Participaram destas avaliações os membros do Conselho Escolar, do Grêmio
Estudantil, representantes da APMF, e docentes deste estabelecimento.
6.13.3-Periodicidade do acompanhamento e Avaliação do PPP.
Devido ao pouco tempo para reformulação do mesmo, foi acompanhado em
horas que os professores estavam disponíveis, a cada duas semanas. E pelo Conselho
82
Escolar uma por mês, duas ao todo.
7.0-PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
APRESENTAÇÃO
A partir das Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e Médio, os
professores e pedagogos tiveram a responsabilidade de elaborar a presente Proposta
Pedagógica Curricular, contemplando a realidade da escola e dos alunos que a
freqüentam, de modo que a concepção de disciplina e seus fundamentos teórico-
metodológicos façam sentido na organização e tratamento dos conteúdos e, mais
especificamente, na aprendizagem dos alunos. Este foi, portanto, o espaço para os
professores, na sua disciplina de atuação, expressarem as relações entre os conteúdos
escolares, historicamente construídos e os saberes de seus alunos e da comunidade.
Constituiu-se também, num momento de compartilhar experiências com outros
professores, estabelecer novas relações profissionais e de adotar práticas
comprometidas com o zelo pelo processo de ensino e de aprendizagem desenvolvidos
na escola.
Portanto, esta ação educacional pretende além de desenvolver capacidade para
tomada de decisão, oferecer aos estudantes e ao próprio corpo docente uma
reconstrução reflexiva da realidade, tomando como ponto de partida as teorias,
conceitos, procedimentos, costumes, etc., que existem na sua comunidade e aos quais
se devem facilitar o acesso. A proposta pedagógica curricular deve ser entendida como
expressão de uma política cultural, na medida em que seleciona conteúdos e práticas
de uma dada cultura para serem trabalhados no interior da escola. Assim sendo o
currículo é a expressão dinâmica do conceito que a escola e o sistema de ensino têm
sobre o desenvolvimento dos seus alunos e que se propõe realizar com e para eles.
83
7.1-PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE ARTE
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE ARTE
Desde o século XVI, com a ação dos Jesuítas, encontramos o ensino da Arte
presente no Brasil, cujo objetivo principal era a catequização dos grupos que aqui
habitavam. Este ensino incluía a Retórica, a Literatura, a Escultura, a Pintura, a Música
e as Artes Manuais. Com a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal, o
pensamento iluminista e positivista foi preponderante no ensino público brasileiro.
A Reforma Educacional Brasileira – Reforma Pombalina (1792- 1800) – fez
com que o ensino da Arte perdesse a importância. O desenho, por exemplo, foi
associado à matemática na forma de Desenho Geométrico.
No início do século XIX, D. João VI incentivava o ensino da Arte – o que
resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) – porém, o ensino ainda
era influenciado pelo iluminismo, priorizando a área cientifica. Essa visão foi ratificada
na 1º Reforma Educacional do Brasil República em 1890, realizada por Benjamin
Constant, cujo objetivo ainda era valorizar a Ciência e a Geometria.
A partir de 1931, por influência de Heitor Villa Lobos, o ensino de Arte fez-se
presente no primeiro projeto de educação pública de massa por meio do Canto
Orfeônico imprimindo na escola uma primeira noção da Arte como linguagem.
Com a lei 5692 de 1971, foi fundada uma nova visão tecnicista e entendendo o
educador de Artes como um profissional polivalente, o ensino da Arte passa a ser
obrigatório no currículo das escolas brasileiras, porém como forma de atividade e não
disciplina. Somente em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9394/96 ratifica a obrigatoriedade do ensino da Arte na Educação Básica.
O objetivo da proposta pedagógica para o ensino de Arte no Ensino
Fundamental e Médio no Paraná é o aprendizado da Arte como linguagem, visando a
um ser reflexivo, autônomo e inserido criticamente na realidade em que vive.
84
A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana – é
concretizada utilizando-se de elementos próprios da linguagem artística. A Arte nos
fornece uma simbologia própria e, portanto outras leituras do mundo que nos cerca. Ou
seja, “as diversas leituras de mundo via diferentes linguagens – não somente a verbal –
possibilita-nos conhecer, reconhecer, re-significar e expressar o sentido da vida em
sociedade.” (Marques e Brasil, 2005).
A Arte como linguagem utiliza – se de símbolos e de elementos próprios
que estão presentes na Dança (movimento e não movimento), na Música (sons), no
Teatro (dramatização), e nas Artes Visuais (forma e luz). Essa discussão em torno da
Arte como linguagem, pondera o entendimento de que a arte não apenas suscita
sentimentos, mas pressupõe diálogo, comunicação e conhecimento.
Assim sendo, um dos elementos essenciais que caracteriza o ensino da Arte
no ambiente escolar é o fato de que, na escola, temos a responsabilidade de
relacionar, questionar, experimentar, refletir e contextualizar os trabalhos artísticos a fim
de que façam sentido em nossas próprias vidas e na construção da sociedade
brasileira.
A partir das concepções da arte e de seu ensino já abordados, esta proposta
considera alguns pontos conceituais que contribuem para as reflexões a respeito do
objeto de estudo desta disciplina:
• o conhecimento estético está relacionado à apresentação do objeto artístico em
seus aspectos sensíveis e cognitivos. O pensamento, a sensibilidade e a percepção
articulam-se numa organização que expressa esses pensamentos e sentimentos, sob a
forma de representações artísticas como por exemplo, palavras na poesia; sons
melódicos na música; expressões corporais na dança ou no teatro; cores, linhas e
formas nas artes visuais.
• o conhecimento artístico está relacionado com o fazer e com o processo criativo.
Considera desde o imaginário, a elaboração e a formalização do objeto artístico até o
contato com o público. Durante esse processo, as formas resultantes das sínteses
emocionais e cognitivas expressam saberes específico a partir da experienciação com
materiais, com técnicas e com os elementos formais básicos constitutivos das Artes
Visuais, da Dança, da Música e do Teatro.
• o conhecimento contextualizado envolve o contexto histórico (político,
econômico e sociocultural) dos objetivos artísticos e contribui para a compreensão de
seus conteúdos explícitos e implícitos, possibilitando um aprofundamento na
85
investigação desse objeto.
Norteada pelo conjunto desses campos conceituais, a construção do
conhecimento em arte se efetiva na inter-relação de saberes que se concretiza na
experienciação estética por meio da percepção, da análise, da criação/ produção e da
contextualização histórica. Apesar de suas especificidades, esses campos conceituais
são interdependentes e articulados entre si, abrangem todos os aspectos do objeto de
estudo.
A arte é criação e manifestação do poder criador do homem. Criar é
transformar e nesse processo o sujeito também se recria. A arte, quando cria uma nova
realidade, reflete a essência do real. O sujeito, por meio de suas criações artísticas,
amplia e enriquece a realidade já humanizada pelo trabalho. Nas sociedades
capitalistas, o sujeito não se identifica com o produto de seu trabalho, pois se separa o
trabalho da criação, transformando-o em trabalho alienado. No ensino de Arte,
contrapondo-se a essa alienação, há possibilidades de resgatar o processo de criação,
permitindo que os alunos reconheçam a importância de criar. É com base nesses
pressupostos que trataremos a Arte como linguagem, buscando propiciar ao aluno o
acesso aos conhecimentos presentes nos bens culturais, por meio de um conjunto de
saberes em Arte que lhe permitam utilizar-se desses conhecimentos na compreensão
das realidades e amplie o seu modo de vê-las, bem como, analisar, respeitar,
preservar, produzir e contextualizar as diversas manifestações da arte em suas
múltiplas linguagens utilizadas por grupos sociais e étnicos, desenvolvendo a fruição
considerando o momento sócio/ histórico/cultural de cada conteúdo. Objetiva-se
também no ensino da arte investigar produções artísticas e articular os componentes
de forma estética/científico.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
* Elementos Formais;
* Composição;
* Movimentos e Períodos;
No conteúdo Estruturante Elementos Formais , o sentido da palavra formal
está relacionado à forma propriamente dita, ou seja, os recursos empregados numa
86
obra. São elementos da cultura presentes nas produções humanas e na natureza,
matéria-prima para produção artística e o conhecimento de arte. Esses elementos
usados para organizar todas as áreas artísticas e são diferentes em cada uma delas,
ex: o timbre em música, a cor em Arte Visuais, a personagem em teatro ou o
movimento corporal em dança.
No processo pedagógico o professor em Arte deve aprofundar o conhecimento
dos elementos formais da sua área de habilitação e estabelecer articulação com as
outras áreas por intermédio dos conteúdos estruturantes.
A Composição é o processo de organização dos elementos formais que
constituem uma produção artística. Num processo de composição na área de artes
visuais, os elementos formais- linha, superfície, volume, luz e cor "não tem significado
pré-estabelecidos, nada representam, nada descrevem, nada assinalam, não são
símbolos de nada, não definem nada, nada antes de entrarem num contexto formal
(OSTROWER, 1983,p.65). Ao participar de uma composição, cada elemento visual
configura o espaço diferente e, ao caracterizá-lo os elementos também se
caracterizam.
Na área da música, todo som tem sua duração, a depender do tempo de
repercussão da fonte sonora que o originou. É pela manipulação das durações
mediadas pelo conhecimento, que esse som passa a constituir um ritmo ou uma
composição.
Com a organização dos elementos formais, por meio do conhecimento de
composição de cada área de Arte, formulam-se todas as obras, sejam elas visuais,
teatrais, musicais, ou da dança, na imensa variedade de técnicas e estilos.
O conteúdo estruturante Movimento e Períodos se caracteriza pelo contexto
histórico relacionado ao conhecimento de Arte. Esse conteúdo revela aspectos sociais,
culturais e econômicos presentes numa composição artística explicita as relações
internas de um movimento artístico em sua especificidade, gêneros, estilos, e correntes
artísticas.
Para facilitar a aprendizagem do aluno e para que tenha uma ampla
compreensão do conhecimento em arte, esse conteúdo estruturante deve estar
presente em vários momentos do ensino. Sempre que possível, o professor deve
mostrar relações que cada movimento e período de uma determinada área da arte se
estabelece com outras áreas e como se apresentam características em comum,
coincidindo ou não com o mesmo período histórico.
87
Se o trabalho se iniciou pelo conteúdo estruturante movimento e períodos em
música, por ex: enfatizar o período Contemporâneo e o movimento Hip-Hop, com a
pesquisa de sua origem, que teve sua raízes no Rap, articulando-os, assim, às áreas
de música, de artes visuais, de dança, respectivamente.
A disciplina de Arte no Ensino Fundamental e no Ensino Médio contempla as
linguagens das artes visuais, da dança, da música, e do teatro e os conteúdos
estruturantes selecionados para essa disciplina vem constituir a base para a prática
pedagógica. Articulados entre si, esses conteúdos estruturantes compreendem todos
os aspectos do objeto de estudos e oferecem possibilidades de organização dos
conteúdos específicos.
Dessa forma, o aluno da educação básica terá acesso ao conhecimento
presente nessas diferentes formas de relação da arte com a sociedade, de acordo com
a proximidade das mesmas com o seu universo. O professor, por sua vez, ao
selecionar os conteúdos específicos que irá desenvolver, enfocará essas formas de
relação da arte com a sociedade com maior ou menor ênfase, abordando o objeto de
estudo por meio dos conteúdos estruturantes.
A Lei 10.639/03 que trata da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana a Lei
11.645/08, refente à História e Cultura Afro-Brasileira, Indígena, bem como, a Lei nº
13.381/2001 referente a história do Paraná. Serão trabalhadas dentro dos conteúdos
básicos, em conformidade com a lei que o determina, buscando acrescentar e valorizar
as referidas culturas. Serão inclusos os seguintes temas:
As danças de natureza:
a- religiosa: candomblé;
b- lúdica: brincadeiras de roda;
c- funerária: axexê;
d- guerreira: congada;
e- dramática: maracatu;
f- profana: jongo.
As contribuições artísticas da cultura africana na formação da Música Popular
Brasileira: origem do batuque, do samba entre outros.
Cantores e compositores negros:
88
A poética musical envolvendo a temática do negro.
A cultura africana e afro-brasileira e as artes plásticas: máscaras, esculturas, em
(argila, madeira, metal); ornamentos; tapeçaria; tecelagem; pintura corporal;
estamparia.
Artistas plásticos como Mestre Didi,(Bahia-Brasil) e a presença e influencia da arte
africana nas obras de artistas contemporâneos.
As sugestões devem ultrapassar a condição de conteúdos, para que possam ser
analisados e recontextualizados pela ótica das artes e serem avaliadas esteticamente
por meio dos elementos do movimento, do som, dos elementos plásticos: da cor, da
forma, etc.
Propõe-se que sejam explorados dentro dos conteúdos os diversos temas a
cima colocados através de pesquisas, debates, apresentações, análise e discussões.
As influências Indígenas devem ser vistas e valorizadas em nossas cultura,
superando a visão preconceituosa de sub-raça.
De acordo com a lei nº 11645 de 10 de março de 2008 fica estabelecido para o
ensino fundamental e médio o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena,
que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que
caracterizam a formação da população brasileira , a partir desses dois grupos étnicos,
resgatando as suas contribuições nas áreas: social, econômica e política, pertinentes
a história do Brasil.
O ensino da história afro-brasileira, africana , indígena,paranaense e a educação
do campo, tem por objetivo reconhecer e valorizar a identidade histórica e cultural dos
mesmos, bem como a divulgar e produzir conhecimentos, atitudes, posturas e valores
que preparem o cidadão para uma vida de fraternidade e partilha entre todos sem as
barreiras estabelecidas por séculos de preconceitos e estereótipos e de discriminação.
A História da Arte Paranaense, (lei nº13 . 381/2001) será contemplada através
de apresentações de obras de artistas paranaenses, bem como produções teatrais,
musicais, danças locais e até mesmo folclóricas.
Dentro da disciplina de Arte, serão atendidas as especificidades da Educação
do Campo, por meio de trabalhos artesanais com materiais naturais.
89
CONTEÚDOS BÁSICOS ENSINO FUNDAMENTAL
ÁREA: MÚSICA
5ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas: diatônica, pentatônica
cromática
Improvisação
Greco-Romana Oriental
Ocidental
Africana
6ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas
Gêneros:folclórico, indígena, popular e étnico Técnicas: vocal,
instrumental, mista
Improvisação
Música popular e étnica (ocidental e oriental)
7ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo Melodia
Harmonia
Tonal, modal e a
fusão de ambos.
Técnicas: vocal,
Indústria Cultural Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock, Tecno...
90
instrumental e mista
8ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Técnicas: vocal,
instrumental, mista
Gêneros: popular,
folclórico, étnico.
Música Engajada
Música Popular
Brasileira.
Música contemporânea
ÁREA: ARTES VISUAIS
5ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional Figurativa
Geométrica, simetria
Técnicas: Pintura,
escultura,
arquitetura...
Gêneros: cenas da
Mitologia
Arte Greco-Romana Arte Africana
Arte Oriental
Arte Pré-Histórica
6ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Proporção Tridimensional
Figura e fundo
Abstrata
Perspectiva
Técnicas: Pintura,
escultura, modelagem,
gravura...
Arte indígena Arte Popular
Brasileira e
Paranaense
Renascimento
Barroco
91
Luz Gêneros: Paisagem,
retrato, natureza
morta.
7ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Semelhanças Contrastes
Ritmo Visual
Estilização
Deformação
Técnicas: desenho,
fotografia, audiovisual,
mista
Indústria Cultural Arte no Séc. XX
Arte Contemporânea
8ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional Tridimensional
Figura-fundo
Ritmo Visual
Técnica: Pintura,
grafitte,
performance...
Gêneros: Paisagem
urbana, cenas do
cotidiano
Realismo Vanguardas
Muralismo e Arte
Latino-americana
Hip Hop
92
ÁREA: TEATRO
5ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Personagem
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Enredo, roteiro. Espaço Cênico,
adereços
Técnicas: jogos
teatrais, teatro
indireto e direto
improvisação,
manipulação,
máscara...
Gênero: Tragédia,
Comédia, Circo
Greco-Romano Teatro Oriental
Teatro Medieval
Renascimento
6ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representação, Leitura dramática,
Cenografia.
Técnicas: jogos
teatrais, Mímica,
improvisação, formas
animadas...
Gêneros: Rua, arena,
Caracterização. Comédia dell’ arte
Teatro Popular
Brasileiro e
Paranaense
Teatro Africano
93
7ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Cinema e Mídias Texto dramático
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro
Técnicas: jogos
teatrais, sombra,
adaptação cênica
Indústria Cultural Realismo
Expressionismo
Cinema Novo
8ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção,
ensaio, Teatro-Fórum...
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
Iluminação
Figurino
Teatro Engajado Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do Absurdo
Vanguardas
94
ÁREA: DANÇA
5ª série
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera Eixo
Ponto de Apoio
Movimentos articulares
Fluxo (livre, interrompido)
Rápido e lento
Formação Níveis (alto, médio e baixo)
Deslocamento (direto
e indireto)
Dimensões (pequeno
e grande)
Técnica: Improvisação
Gênero: Circular
Pré-história Greco-Romana
Renascimento
Dança Clássica
6ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Ponto de Apoio Rotação
Coreografia
Salto e queda
Peso (leve, pesado)
Fluxo (livre, interrompido e
conduzido)
Lento, rápido e moderado
Níveis (alto, médio e baixo)
Formação
Direção
Dança Popular Brasileira Paranaense
Africana
Indígena
95
Gênero: Folclórica, popular, étnica
7ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Giro
Rolamento
Saltos
Aceleração e
desaceleração
Direções (frente, lado, atrás, direita e esquerda) Improvisação
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria
Cultural e espetáculo
Hip Hop Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural
Dança Moderna
8ª série
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Ponto de Apoio
Peso
Fluxo
Quedas
Saltos
Giros
Rolamentos
Extensão (perto e longe)
Coreografia
Deslocamento
Gênero:
Performance,
moderna
Vanguardas
Dança Moderna
Dança Contemporânea
96
CONTEÚDOS BÁSICOS ENSINO MÉDIO
ÁREA: MÚSICA
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo Melodia
Harmonia
Escalas
Modal, Tonal e fusão de ambos.
Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico, folclórico, Pop ...
Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica,
informática e mista
Improvisação
Música Popular Brasileira
Paranaense
Popular
Indústria Cultural
Engajada
Vanguarda
Ocidental
Oriental
Africana
Latino-Americano
ÁREA: ARTES VISUAIS
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Tridimensional
Figura e fundo
Figurativo
Abstrato
Perspectiva
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Simetria
Deformação
Estilização
Arte Ocidental Arte Oriental Arte Africana
Arte Brasileira
Arte Paranaense
Arte Popular
Arte de Vanguarda
Indústria Cultural
Arte Contemporânea
Arte Latino-Americana
97
Técnica:Pintura,desenho,
modelagem, instalação
performance, fotografia, gravura
e esculturas, arquitetura,
história em Quadrinhos.
Gêneros:paisagem, natureza-
morta, Cenas do Cotidiano,
Histórica, Religiosa, da
Mitologia
ÁREA: TEATRO
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
Personagem:
Expressões corporais,
vocais, gestuais e faciais
Ação
Espaço
Técnicas: jogos teatrais,
teatro direto e indireto,
mímica, ensaio, Teatro-
Fórum
Roteiro
Encenação, leitura
dramática
Gêneros: Tragédia,
Comédia, Drama e Épico
Dramaturgia
Representação nas mídias
Caracterização
Cenografia, sonoplastia,
figurino, iluminação Direção
Produção
Teatro Greco-Romano
Teatro Medieval
Teatro Brasileiro
Teatro Paranaense
Teatro Popular
Indústria Cultural
Teatro Engajado
Teatro Dialético
Teatro Essencial
Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro de Vanguarda
Teatro Renascentista
Teatro Latino-
Americano
Teatro Realista
Teatro Simbolista
ÁREA: DANÇA
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
98
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Fluxo
Peso
Eixo
Salto e Queda
Giro
Rolamento
Movimentos articulares
Lento, rápido e moderado
Aceleração e desaceleração
Níveis
Deslocamento
Direções
Planos
Improvisação
Coreografia
Gêneros: Espetáculo,
industrial cultural,étnica,
folclórica, populares, salão
Pré-história Greco-Romana
Medieval
Renascimento
Dança Clássica
Dança Popular Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Hip Hop
Indústria Cultural
Dança Moderna
Vanguardas
Dança
Contemporânea
* As danças de natureza:
religiosa: candomblé;
lúdica: brincadeiras de roda;
funerária: axexê;
guerreira: congada;
dramática: maracatu;
profana: jongo.
* As contribuições artística da cultura africana na formação da Música Popular
99
Brasileira: origem do batuque, do samba entre outros.
Cantores e compositores negros:
* A poética musical envolvendo a temática do negro.
* A cultura africana e afro-brasileira e as artes plásticas: máscaras, esculturas, em
(argila, madeira, metal); ornamentos; tapeçaria; tecelagem; pintura corporal;
estamparia.
* Artistas plásticos como Mestre Didi,(Bahia-Brasil) e a presença e influencia da arte
africana nas obras de artistas contemporâneos.
METODOLOGIA
A Metodologia é o elemento da pedagogia que está mais intimamente ligado à
prática em sala de aula. Este trabalho deve ser pautado pela relação que o ser humano
tem com a arte, essa relação é de produzir arte, desenvolver um trabalho artístico ou
de sentir e perceber as obras artísticas.
Na metodologia do ensino de arte, devemos contemplar três momentos de
organização pedagógica: o sentir e perceber, o conhecimento e o trabalho artístico.
Sentir e perceber:
É possibilitar aos alunos o acesso às obras artísticas de música, teatro, dança e
artes visuais para que os mesmos possam familiarizar-se com as diversas formas de
produção da arte, bem como, envolver a apreciação dos objetos da natureza e da
cultura.
O trabalho do professor é o de possibilitar o acesso e mediar essa apreciação e
apropriação com o conhecimento sobre arte, para que o aluno possa interpretar as
obras e a realidade, transcendendo as aparências, aprendendo parte da totalidade da
realidade humano-social.
Conhecimento em Arte:
O conhecimento em arte, na perspectiva desta proposta materializa-se no
trabalho escolar com os conteúdos estruturastes (elementos formais, composição,
movimentos e períodos, tempo e espaço) da disciplina e como eles se constituem nas
artes visuais, dança música e teatro.
É imprescindível que o professor considere a origem cultural e o grupo social
100
dos alunos, trabalhando em suas aulas os conhecimentos produzidos na comunidade e
as manifestações artísticas que produzem significado de vida para estes alunos, tanto
na produção como na fruição.
A abordagem dos conteúdos (conhecimentos) não deve ser feita somente como
aula teórica e sim contida no sentir e perceber e no trabalho artístico, pois o
conhecimento em arte se efetiva somente quando esses três momentos são
trabalhados.
Arte é um campo do conhecimento humano, produto da criação e do trabalho de
indivíduos histórica e socialmente datados, onde cada conteúdo tem sua origem e
história, que devem ser conhecidas para melhor compreensão por parte do aluno.
Este conhecimento transforma-se através do tempo, em função dos modos de
produção social, o que implica para o aluno conhecer como se organizam as várias
formas de produzir arte, como também, a maneira pela qual a sociedade estrutura-se
historicamente.
Trabalho Artístico:
A prática artística (trabalho criador) é expressão privilegiada do aluno e momento
do exercício as imagens e criação. Apesar das dificuldades que a escola encontra para
desenvolver estas práticas, elas são fundamentais, pois a arte não pode ser
apreendida somente de forma abstrata, o processo de produção do aluno acontece
quando ele interioriza e se familiariza com os processos artísticos e humanizados.
Essa abordagem metodológica é essencial no processo ensino-aprendizagem
em arte. Esses três momentos metodológicos são importantes para o trabalho em sala
de aula, pois apesar de serem interdependentes é preciso planejar a aula com recursos
e metodologia específica para cada um desses momentos utilizando os recursos
tecnológicos disponíveis como: TV, DVD, aparelho de som, vídeo, câmera filmadora e
fotográfica, retroprojetor, multimídia, pen-drive., entre outros
O encaminhamento pode iniciar-se por qualquer desses momentos, mas o
fundamental é que no processo o aluno tenha realizado trabalhos referentes ao sentir e
perceber, ao conhecimento e ao trabalho artístico.
AVALIAÇÃO
A avaliação em Artes deverá levar em conta as relações estabelecidas pelo
101
aluno entre os conhecimentos em arte e a sua realidade, evidenciadas tanto no
processo quanto na produção individual e coletiva desenvolvida a partir desses
saberes. É necessário referir-se ao conhecimento específico das linguagens artísticas,
tanto em seus aspectos experimentais (práticos) quanto conceituais (teóricos), pois a
avaliação consiste e fundamenta, permitindo ao aluno posicionar-se em relação aos
trabalhos artísticos estudados e produzidos. A avaliação significativa exige
fundamentação para que abra portas e aponte caminhos para o redimensionamento
das práticas pedagógicas, pois, o professor participa do processo e compartilha a
produção do aluno.
A avaliação em arte supera dessa forma, o papel de mero instrumento de
medição de apreensão de conteúdos, busca propiciar aprendizagens socialmente
significativas para o aluno. Sendo processual e sem estabelecer parâmetros
comparativos entre os alunos, estará discutindo dificuldades e progressos de cada um
a partir de sua própria produção. Assim sendo, considerará o desenvolvimento do
pensamento estético levando em conta a sistematização dos conhecimentos para a
leitura da realidade. Avaliar exige acima de tudo, que se defina aonde se quer chegar,
que se estabeleçam nos critérios para em seguida, escolherem-se os procedimentos,
inclusive aqueles referentes à seleção dos instrumentos que serão utilizados no
processo de ensino e de aprendizagem.
REFERÊNCIAS
CALABRIA, Carla paula Brondi, Arte História e Produção, vol. 1 e 2. Editora FTD. São
Paulo.1997.
HADDAD, Denise Akel, Morbim, Dulce Gonçalves- A arte de fazer arte . 3ª ed.-São Paulo: Saraiva,2003.
CANTELE, Bruna Renata; Leonardi, Angela Cantele. Arte Linguagem Visual , Coleção Horizontes, IBEP, São Paulo.
LDP: Livro Didático Público de Arte. Curitiba: SEED-PR, 2006.
KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
102
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Departamento de Ensino Médio.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para o Ensino Fundamental e Médio. Curitiba, 2006.
103
7.2-PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA
É objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida em toda sua diversidade de
manifestações. Se caracteriza por um conjunto de processos organizados e integrados,
quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio. As
diferentes formas de vida estão sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e no
espaço, sendo, ao mesmo tempo, transformadas e transformadoras do ambiente.
Ao longo da história da humanidade, a preocupação com a descrição dos seres
vivos e dos fenômenos naturais levou o homem a diferentes concepções sobre o que é
VIDA.
Desde o homem primitivo, em sua condição de caçador e coletor, as
observações dos diferentes tipos de comportamento dos animais e da floração das
plantas, foram sendo registradas nas pinturas rupestres dentro das cavernas.
Sendo assim, os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia no
Ensino Médio não implicam o resultado de apreensão contemplativa da natureza em si,
mas evidenciam o esforço de entender, explicar, usar e manipular os recursos naturais.
Na Idade Média, sob a influência do cristianismo, a Igreja tornou-se uma
instituição poderosa, o conhecimento do universo foi associado a Deus,
institucionalizando o dogmatismo teocêntrico, porém, mesmo sob a influência da Igreja,
dentro das universidades medievais compostas no séc. XII, as divergências relativas
aos estudos dos fenômenos naturais prenunciaram mudanças de pensamento dos que
não se enquadravam à escolástica; ao romper à visão teocêntrica, a explicação para os
fenômenos naturais passou a ter uma nova trajetória na história da humanidade.
O período entre Idade Média e Idade Moderna foi marcado por mudanças
significativas em diversos segmentos, como por exemplo, a navegação, a ampliação
favorável de trocas de mercadorias, o que propiciou a abertura de novos caminhos
para as revoluções industriais do séc. XVIII.
Já no período da Renascença, surgiram novas contribuições para o ensino da
Biologia, Carl von Linné, fundador do sistema moderno de classificação cientifica, em
sua obra Systema Naturae(1735), propôs a organização dos seres vivos a partir de
características estruturais, anatômicas e comportamentais, mantendo a visão de
mundo estático idêntico, mantendo o principio da criação divina, o ser perfeito.
Sob a influencia do pensamento positivista, reafirmou-se o pensamento
104
mecanicista, que compreende que, para entender o funcionamento da Vida, a Biologia
precisou fracionar os seres vivos em partes cada vez mais especializadas e menores,
para entender as relações e causa, efeito e funcionamento de cada uma delas.
No final do séc. XVIII e inicio do séc. XIX, a imutabilidade da VIDA foi
questionada com as evidências do processo evolutivo dos seres vivos, estudos sobre a
mutação dos seres vivos foram apresentadas por Monet e Erasmus Darwin. Lamarck,
outro naturalista da época, adepto da teoria da geração espontânea, criou o conceito
de sistema evolutivo em constante mudança.
Já no início do séc. XIX, o também naturalista britânico Charles Darwin,
apresentou suas ideias sobre a evolução das espécies, quando se afirmou que todos
os seres vivos atuais e do passado tiveram origem evolutiva e que o principal agente
de modificação seria a ação da seleção natural sobre a ação individual, criou-se a base
para a Teoria da evolução das espécies, assentada no ponto de integração entre
pensamento científico e filosófico.
Para consolidar suas teorias, Darwin demonstrou evidências evolutivas, as quais
foram consideradas provas e suporte de suas concepções: registro de fósseis,
distribuição geográfica das espécies, anatomia e embriologia comparadas e a
modificação de organismos domesticados.
A partir dessas provas, ele foi um dos primeiros a aplicar o que hoje é conhecido
como Método hipotético-dedutivo.
As leis que regulam a hereditariedade, tal como foi proposto por Mendel, eram
desconhecidas de Darwin. Na época, o modelo usado para explicar a hereditariedade
defendia a herança por misturas, das quais, patrimônios heterogêneos dariam origem
à homogeneidade entre indivíduos.
Em 1865, Mendel apresentou sua pesquisa sobre a transmissão de
características entre os seres vivos. Ainda não se conheciam os mecanismos de
divisão celular e de transmissão de caracteres hereditários, mas Mendel realizou
diversos cruzamentos entre ervilhas para observar como as características eram
transmitidas.
Destaca-se também que a Biologia fez grandes progressos no séc. XIX, com a
proposição da Teoria celular, onde vários cientistas e botânicos, afirmavam que todas
as coisas vivas, eram compostas por células, com aperfeiçoamento dos estudos sobre
a origem da vida.
No séc. XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de Mendel e
provocou uma revolução conceitual em Biologia, tal concepção contribuiu para a
105
construção de um modelo explicativo dos mecanismos evolutivos, vinculados ao
material genético, o que marcou a influência do pensamento biológico evolutivo.
Na década de 1930, os currículos escolares ampliaram a abordagem dos
conhecimentos biológicos, pois fatores sociais e econômicos passaram a ser
considerados, entretanto, a ênfase no conteúdo se manteve sob um ensino de natureza
descritivo, livresco e memorístico.
Já na década de 1950, os alunos estudavam os vários grupos de organismo
separadamente e as suas relações filogenéticas, e as aulas práticas tinham como meta
ilustrar as aulas teóricas.
A tradicional divisão em botânica e zoologia passou do estudo sistemático das
diferenças dos seres vivos para a análise dos fenômenos comuns entre eles, incluindo
assuntos sobre constituição molecular, ecologia, genética e evolução.
Decorrentes das pesquisas nessas áreas destacaram-se, nesse período, a
importância ao método científico e a preocupação com a Formação do Cidadão.
O sistema de ensino brasileiro sofreu mudanças significativas com a
promulgação da LDB (5692/71), que fixava Diretrizes e Bases da Educação. Essa lei
trazia alterações que continham os aspectos liberais constantes na lei anterior e
estabelece um ensino tecnicista para atender ao regime vigente do estado.
Em 1980, os conteúdos de biologia eram aprendidos com base na observação, a
partir da qual poderiam ser explicados por raciocínio lógicos comprovados pela
experimentação. Surgiu então no Brasil um movimento pedagógico que reconheceria
como fonte de inspiração a análise do processo de produção do conhecimento na
Ciência.
Na década de 1990, surgiu outro campo de pesquisa, o da mudança conceitual,
os estudos buscavam compreender explicações previamente existentes, com análises
do empreendimento do individuo no processo de mudança para uma explicação
científica.
Apesar da tentativa de superar o ensino tradicional e tecnicista com a pedagogia
histórico-crítica, tal proposta apresentava uma visão de totalidade caracterizando
“conteudista” os conhecimentos de Biologia.
Em 1998, foram promulgadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio, para normatizar a LDB. O ensino passou a ser organizado por áreas de
conhecimento, ficando a Biologia disposta na área de Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias.
Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), apontaram como objeto de
106
estudo na disciplina de biologia o fenômeno VIDA, em sua diversidade de
manifestações, eles apresentaram propostas inovadoras de avanços teóricos e
metodológicos, numa tentativa de romper as concepções teóricas anteriores, mas na
verdade promoveram um esvaziamento dos conteúdos formais, com a presença de
temas geradores e criação de subsistemas, em que valores, conhecimentos e
capacidades, estariam continuamente em transformação, orientados por uma
sociedade aberta, controlada pela competência individual.
Nas últimas décadas as mudanças estão ocorrendo de forma muito rápida,
vivemos num mundo em contínua transformação, não só tecnológica, como também
social, cada vez mais, a sociedade vai ter que opinar sobre problemas éticos referentes
a organismos geneticamente modificados, bebês de proveta, mães de aluguel e etc. O
ensino de Biologia para o ensino médio deve preparar os adolescentes na sua maioria
para uma vida adulta, onde mais importante do que apresentar grande quantidade de
conceitos, é fornecer aos jovens maneiras de buscar informações, estimulá-los a
questionar e propor soluções em diversos aspectos sócio-biológicos.
Em suma o maior objetivo do Ensino de Biologia hoje, é que os jovens sejam
crítico, com capacidade de síntese, de reelaborar o conhecimento; relacionando ao seu
contexto social.
Para que tudo isso se efetive, faz-se necessário que o ensino de Biologia seja
ágil e instigante, devendo fomentar a análise crítica e estimular o posicionamento
consciente dos alunos diante de situações no seu cotidiano; espera-se que os alunos
adquiram uma visão crítica do que lhe é proposto e apresente o conhecimento como
resultado do fazer humano, não fragmentado nem atemporal.
Resgatar no contexto histórico como se desenvolveu o conhecimento científico,
Abordar os conhecimentos científicos escolares, orientando que eles têm origem
nos modelos construídos a partir da investigação da Natureza.
Propiciar o acesso ao conhecimento da história da Biologia, associando os
conhecimentos científicos com os contextos políticos, éticos, econômicos e sociais que
originaram sua construção.
Propagar os conhecimentos científicos recentes, convictos que a produção
científica não deve ser entendida como uma verdade absoluta.
Apropriar-se das informações referentes os avanços científicos e tecnológicos,
as questões sociais e ambientais.
Propiciar o enriquecimento da cultura científica do aluno, rompendo com
obstáculos conceituais e adquirindo maiores condições de estabelecer relações
107
conceituais, interdisciplinares e contextuais.
Utilizar uma linguagem que permita comunicar-se com o outro e que possa fazer
da aprendizagem dos conceitos científicos algo significativo no seu cotidiano.
Propiciar acesso aos conteúdos científicos escolares que tenham significados
para estabelecer relações “substantivas e não arbitrárias” entre o que conhece de
aprendizagens anteriores e o que aprende de novo.
Propiciar a integração conceitual que estabeleça relações conceituais,
interdisciplinares e contextuais; superando a construção fragmentada do conhecimento.
Analise e discuta interesses econômicos, políticos, aspectos éticos e bioéticos
da pesquisa científica que envolva a manipulação genética.
Para que se efetive a valorização da cultura dos povos do Campo na escola, é
necessário repensar a organização dos saberes escolares, isto é, os conteúdos
específicos a serem trabalhados, as experiências a serem apresentadas pelos
professores, sinalizando que esta reorganização pode ser articulatória, sistematizando
os conteúdos de Biologia com a realidade do Homem do Campo.
Os saberes escolares localiza-se em dois planos: os saberes da experiência
trazida pelos alunos com os saberes da experiência trazida pelos professores,
somados aos específicos de cada área do conhecimento.
Elencar temas centrais para a prática pedagógica escolar da Escola de Campo,
pode ser um caminho para articular os conhecimentos específicos das áreas. Por
exemplo: Meio Ambiente, Trabalho na terra, Alimentação, Saúde podem ser temas de
projetos escolares, porem a essência do trabalho estará na articulação a ser feita entre
as áreas do conhecimento científico. O envolvimento de professores, equipe
pedagógica, alunos e comunidade rural é um dos caminhos para a realização da
participação social e garantira da qualidade de aproximação disciplinar.
Cabe à escola valorizar as indagações feitas pelos alunos da Escola de Campo
e seu aprofundamento, para que ocorram apropriação e produção de novos
conhecimentos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
* Organização dos seres vivos
* Mecanismos Biológicos
* Manipulação genética
* Biodiversidade
108
CONTEÚDOS BÁSICOS
- Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos.
- Sistema biológicos: anatomia, morfologia, fisiologia.
- Mecanismos de desenvolvimento embriológico.
- Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos.
- Teorias evolutivas.
- Transmissão das características hereditárias.
- Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e a
interdependência com o ambiente.
- Organismos Geneticamente Modificados.
1º. ANO MÉDIO
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
-A natureza da vida:
-O que é a vida
- Origem da vida na Terra
- A base molecular da vida
- A descoberta da célula
- Fronteiras da célula
- O citoplasma
- Núcleo e cromossomos
- Divisão celular
- ciclo celular
- Mitose
- Meiose
- Metabolismo energético: respiração celular e fermentação
- Energia para a vida
- ATP, a moeda energética do mundo vivo
- Respiração celular
- Fermentação
109
- Metabolismo energético: fotossíntese e quimiossíntese
- Aspectos gerais e etapas da fotossíntese
- Transformação de energia luminosa em energia química
- fotofosforilação acíclica e cíclica
- Ciclo das pentoses
- Quimiossíntese
- O controle gênico das atividades celulares
- Natureza química do geneticamente- Genes e RNA
- Mecanismo de síntese de proteínas
- A diversidade celular dos animais
- Tecidos epiteliais
- Tecidos conjuntivos
- Tecidos sanguíneos
- Tecidos musculares
- Tecidos nervosos
- Reprodução e desenvolvimento
- Reprodução e ciclos de vida
- Desenvolvimento embrionário dos animais
- Desenvolvimento embrionário humano
- Características dos seres vivos
- Níveis de organização em Biologia
- A Biologia e algumas questões da atualidade
- A Biologia como ciência
- A formação da Terra
- Biogênese Versus abiogênese
- Teoria moderna sobre a origem da vida
- Evolução e diversificação da vida
- A química da vida
- Constituinte da matéria viva
- A água e os seres vivos
- Glicídios
- Lipídios
- Proteínas
- Vitaminas
- Organização e Processos celulares
110
2º. ANO MÉDIO
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
- O que é sistemática
- O desenvolvimento da classificação biológica
- O sistema de classificação de Lineu
- O conceito de espécie biológica
- A evolução da vida
- Classificação e parentesco evolutivo
- O reino dos seres vivos:
- Vírus
- Os seres procarióticos - bactérias e arqueas
- Protoctistas: algas e protozoários
- Fungos
- Diversidade e reprodução das plantas
- Desenvolvimento e morfologia das plantas angiospermas
- Fisiologia das plantas angiospermas
- Características gerais dos animais;
- Poríferos e cnidárias
- Platelmintos e nematelmintos
- Moluscos e anelídeos
- Artrópodes
- Equinodermos e protocordados
3º. ANO MÉDIO
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
- Evolução humana; fisiologia I: coordenação nervosa e locomoção;
- Anatomia e fisiologia humana
- Fisiologia humana II: digestão e nutrição;
- Digestão
- O sistema digestório humano
- Nutrição e saúde
- Fisiologia humana III: respiração, circulação e excreção;
- Sistema respiratório
111
- Sistema cardiovascular
- Circulação linfática e mecanismos de defesa
- Seres humanos e a manutenção da temperatura interna
- Sistema cardiovascular
- Circulação linfática e mecanismos de defesa
- Seres humanos e a manutenção da temperatura interna
- Sistema urinário
- Fisiologia humana IV: controle hormonal e reprodução
- Controle hormonal
- O ciclo menstrual
- Reprodução humana
- Genética: a primeira lei de Mendel;
- O início da Genética.
METODOLOGIA
Em concordância com a Diretriz Curricular do Ensino de Biologia, a abordagem
dos conteúdos deve permitir a integração dos quatro conteúdos estruturantes de
modo que, ao introduzir a classificação dos seres vivos como tentativa de conhecer e
compreender a diversidade biológica, agrupando-os e categorizando-os, seja possível,
também, discutir o mecanismo de funcionamento, processo evolutivo, a extinção das
espécies e o surgimento natural e induzido de novos seres vivos. Deste modo, a
abordagem do conteúdo “classificação dos seres vivos” não se restringe a um único
conteúdo estruturante. Ao adotar esta abordagem pedagógica, o início do trabalho
poderia ser o conteúdo específico “organismos geneticamente modificados”, partindo-
se da compreensão das técnicas de manipulação do DNA, comparando-as com os
processos naturais que determinam a diversidade biológica, chegando à classificação
dos seres vivos.
Portanto, é imprescindível que se perceba a interdependência entre os quatro
conteúdos estruturantes. Outro exemplo é a abordagem do funcionamento dos
Sistemas que constituem os diferentes grupos de seres vivos. Parte-se do conteúdo
estruturante Mecanismos Biológicos, incluindo-se o conteúdo estruturante Organização
dos Seres Vivos, que permitirá estabelecer a comparação entre sistemas, envolvendo,
inclusive, a célula, seus componentes e respectivas funções. Neste contexto, é
importante que se perceba que a célula tanto pode ser compreendida como elemento
112
da estrutura dos seres vivos,quanto um elemento que permite observar, comparar,
agrupar e classificar os seres vivos. Da mesma forma , a abordagem do conteúdo
estruturante Biodiversidade envolve o reconhecimento da existência dos diferentes
grupos e mecanismos biológicos que determinam a diversidade, envolvendo a
variabilidade genética, as relações ecológicas estabelecidas entre eles e o meio
ambiente, e os seres vivos tem sofrido modificações naturais e as produzidas pelo
homem.
Compreender o fenômeno da Vida e sua complexidade de relações, na disciplina
de Biologia, significa analisar uma Ciência em transformação, cujo caráter provisório
permite a reavaliação dos seus resultados e possibilita mudar conceitos e teorias
elaborados em cada momento histórico, social, político, econômico e cultural.
O desenvolvimento dos conteúdos estruturantes deverá ocorrer de forma
integrada, à medida que se discute um conteúdo específico do conteúdo estruturante,
biodiversidade, por exemplo, requer conhecimentos sobre os mecanismos biológicos e
organização dos seres vivos, para compreender melhor porque determinados
fenômenos acontecem e como a Vida se organiza na Terra para tais implicações dos
avanços biológicos decorrentes.
Como recurso metodológico, é recomendável diagnosticar primeiro as ideias dos
alunos, favorecendo debates em sala de aula, pois ele oportuniza análise e contribui
para a formação de um sujeito investigativo, interessado, que busca conhecer e
compreender a realidade.
Para que aconteça a efetivação do processo pedagógico com os conteúdos
específicos de Biologia em sala de aula, faz-se necessário:
A prática social, que se caracteriza como ponto de partida cujo objetivo é
perceber e denotar, às concepções alternativas do aluno a partir de uma visão
sincrética, desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo a ser trabalhado;
A problematização do assunto, implica no momento para detectar e apontar as
questões a serem resolvidas na prática social e, por consequência, estabelecer que
conhecimentos são necessários para a resolução destas questões e as exigências
sociais de aplicação do conhecimento; a instrumentalização, consiste em apresentar os
conteúdos sistematizados para que os alunos assimilem e os transforme em
instrumento de construção pessoal e profissional;
A catarse seja a fase de aproximação entre o conhecimento adquirido pelo aluno
e o problema em questão. A partir da apropriação dos instrumentos culturais,
transformados em elementos ativos de transformação social, o aluno passa a entender
113
e elaborar novas estruturas de conhecimento, ou seja, passa da ação para a
conscientização.
O retorno à prática social, se caracteriza pela apropriação do saber concreto e
pensado para atuar e transformar as relações de produção que impedem a construção
de uma sociedade igualitária. A visão sincrética apresentada pelo aluno no inicio do
processo passa de um estágio de menor compreensão do conhecimento para uma fase
de maior clareza e compreensão.
AVALIAÇÃO
A avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico que mais carece de
mudança didática para favorecer uma reflexão crítica de ideias e modificar
comportamentos docentes de “senso comum” muito persistentes (CARVALHO & GIL-
PÉREZ, 2001).
Nestas Diretrizes, ao assumir fundamentos teórico-metodológicos que garantam
uma abordagem crítica para o ensino de Biologia, propõe-se um trabalho pedagógico
em que se perceba o processo cognitivo contínuo, inacabado, portanto, em construção.
Nesta perspectiva, a avaliação como momento do processo ensino aprendizagem,
abandona a ideia de que o erro e a dúvida constituem obstáculos impostos à
continuidade do processo. Ao contrário, o aparecimento de erros e dúvidas dos alunos
constituem importantes elementos para avaliar o processo de mediação desencadeado
pelo professor entre o conhecimento e o aluno. A ação docente também estará sujeita a
avaliação e exigirá observação e investigação visando à melhoria da qualidade do
ensino.
Deste modo, na disciplina de Biologia, avaliar implica um processo cuja
finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática
pedagógica para nela intervir e reformular os processos de ensino-aprendizagem.
Pressupõe- se uma tomada de decisão, em que o aluno também tome conhecimento
dos resultados de sua aprendizagem e organize-se para as mudanças necessárias.
Destaca-se que este processo deve procurar atender aos critérios para a
verificação do rendimento escolar previstos na LDB n. 9394/96 que considera a
avaliação como um processo “contínuo e cumulativo, com prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos”.
Enfim, adota-se como pressuposto a avaliação como instrumento analítico do
114
processo de ensino aprendizagem que se configura em um conjunto de ações
pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que professores e
alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de superarem os
obstáculos existentes.
REFERÊNCIAS:
AMABIS, José Mariano. MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia; 2. ed. - São Paulo: Moderna, 2004.
LAURENCE.J. Biologia: ensino médio, volume único - 1.ed.- São Paulo: Nova Geração, 2005.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica.
Biologia, 2008
7.3-PROPOSTA CURRICULAR DE CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS
A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico
que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por
Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua
complexidade. Ao Homem cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados na
Natureza, resultantes das relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço,
matéria, movimento, força, campo, energia e vida.
De acordo com as DCEs; a Natureza legitima, então, os objetos de estudo das
ciências naturais e da disciplina de Ciências. Denominar uma determinada ciência de
natural é uma maneira de enunciar tal forma de legitimação. Chauí (DCEs) corrobora
tal afirmação ao lembrar que no século XIX, sob influência dos filósofos franceses e
alemães, dividiu-se o conhecimento científico a partir de critérios como: tipo de objeto
estudado, tipo de método empregado e tipo de resultado obtido. Assim, as chamadas
ciências naturais passaram a ser tomadas como um saber distinto das ciências
matemáticas, das ciências sociais e das ciências aplicadas, bem como dos
conhecimentos filosóficos, artísticos e do saber cotidiano. As relações entre os seres
115
humanos com os demais seres vivos e com a Natureza ocorrem pela busca de
condições favoráveis de sobrevivência. Contudo, a interferência do Homem sobre a
Natureza possibilita incorporar experiências, técnicas, conhecimentos e valores
produzidos na coletividade e transmitidos culturalmente. Sendo assim, a cultura, o
trabalho e o processo educacional asseguram a elaboração e a circulação do
conhecimento científico, estabelecem novas formas de pensar, de dominar a Natureza,
de compreendê-la e se apropriar dos seus recursos.
Segundo KNELLER, a historicidade da ciência está ligada não somente ao
conhecimento científico, mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é
produzido, as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que as apoiam.
Nesses termos, analisar o passado da ciência e daqueles que a construíram, significa
identificar as diferentes formas de pensar sobre a Natureza, interpretá-la e
compreendê-la, nos diversos momentos históricos.
Dentre os epistemólogos contemporâneos, Gaston Bachelard (1884-1962)
contribuiu de forma significativa com reflexões voltadas à produção do conhecimento
científico, apontando caminhos para a compreensão de que, na ciência, rompe-se com
modelos científicos anteriormente aceitos como explicações para determinados
fenômenos da natureza. Para esse autor existem três grandes períodos do
desenvolvimento do conhecimento científico: estado pré-científico, estado científico e
novo espírito científico.
No estado pré-científico, esse pensamento representa, segundo Bachelard
(1996), um período marcado pela construção racional e empírica do conhecimento
científico.
Este estado representa a busca da superação das explicações míticas, com
base em sucessivas observações empíricas e descrições técnicas de fenômenos da
natureza, além de intenso registro dos conhecimentos científicos desde a Antiguidade
até fins do séc. XVIII.
RONAN afirma, com o pensamento mítico, o ser humano se preocupava com a
divindade dos acontecimentos e não com as causas desses fenômenos. Pelo mito e
pelas divindades o ser humano expressava o entendimento do mundo natural sob o
ponto de vista “de um mundo divino operando no mundo da natureza” .
Aristóteles (século III a.C.), ao propor um modelo de Universo único, finito e
eterno, composto por esferas que se dispunham em círculos concêntricos em relação à
Terra, descrevendo movimentos circulares perfeitos,formulou as bases para o modelo
geocêntrico. A explicação para a dinâmica do Universo, sistematizada por Aristóteles,
116
pressupunha a existência de um quinto elemento da Natureza, o éter, constituinte da
lua, dos planetas e das estrelas fixas; essas esferas consideradas superiores à esfera
da Terra, referência imóvel e central (modelo geocêntrico).
A alquimia, por sua vez, desde a Antiguidade, era uma prática que objetivava,
principalmente, a transmutação dos metais e a busca pelo elixir da vida eterna, com a
cura de todas as doenças (RONAN, 1997c). Outra interpretação da finalidade da
alquimia relacionava-a com uma prática de investigação a respeito da constituição da
matéria para dividir os compostos em elementos e estudar sua recombinação. Tal
interpretação foi superada no século XVIII.
No estado científico, o século XIX foi, segundo Bachelard (1996), um período
histórico marcado pelo estado científico, em que um único método científico é
constituído para a compreensão da Natureza.
No período do estado científico buscou-se a universalidade do método
cartesiano de investigação dos fenômenos da natureza, com maior divulgação do
conhecimento científico em obras caracterizadas por uma linguagem mais
compreensível.
No estado científico o mundo passa e ser entendido como mutável e o Universo
como infinito. Novos estudos permitiram considerar a evolução das estrelas, as
evidências de mudanças na crosta terrestre e a extinção de espécies, bem como a
transformação da matéria e a conservação de energia.
Além dos conhecimentos produzidos a partir das pesquisas sobre a constituição
da matéria, desenvolveram-se estudos sobre a transformação e a conservação dessa
matéria na Natureza. Tais estudos, associados aos conhecimentos relativos à lei da
conservação da energia, contribuíram para o entendimento de que na Natureza
ocorrem ciclos de energia, o que se contrapôs à ideia de criação e destruição e
estabeleceu modelos de transformação da energia na Natureza.
Nesse mesmo contexto, a mecânica clássica e o modelo “newtoniano-
cartesiano” influenciaram fortemente o pensamento científico que se apropriou das
“verdades” mecanicistas para explicar o funcionamento dos seres vivos, a dinâmica da
natureza, o movimento dos corpos celestes e os fenômenos ligados à gravitação.
O período do estado científico foi marcado, também, por publicações de cunho
científico não-literárias, com linguagem menos apropriada à divulgação, voltadas a uma
elite intelectual que as acessava por meio dos cursos universitários.
No estado do novo espírito científico configura-se também, como um período
fortemente marcado pela aceleração da produção científica e a necessidade de
117
divulgação, em que a tecnologia influenciou e sofreu influências dos avanços
científicos.
A preocupação crescente com a educação científica vem sendo defendida não
só por educadores em ciências, mas por diferentes profissionais; seus objetivos têm
tido uma grande abrangência. Nesse sentido, torna-se importante discutir os diferentes
significados e funções que se têm atribuído à educação científica com o intuito de
levantar referenciais para estudos na área de currículo, filosofia e política educacional
que visem analisar o papel da educação científica na formação do cidadão.
Devemos estar centrados no compreender o conteúdo científico e no
compreendera função social da ciência.
Pela natureza do conhecimento científico, não se pode pensar no ensino de
seus conteúdos de forma neutra, sem que se contextualize o seu caráter social, nem
há como discutir a função social do conhecimento científico sem uma compreensão do
seu conteúdo.
Os conteúdos de Ciências valorizam conhecimentos científicos das diferentes
ciências de referência – Biologia, Física, Química, Geologia, Astronomia, entre outras.
O ensino de Ciências deve promover inter-relações entre os conteúdos selecionados,
de modo a promover o entendimento do objeto de estudo da disciplina de Ciências.
Essas inter-relações devem ser fundamentar nos Conteúdos Estruturantes (ciência
atividade humana).
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Astronomia, Matéria, Sistemas Biológicos, Energia, Biodiversidade.
5ª SÉRIE
ASTRONOMIA
Universo – Galáxias, Movimento do Universo.
Movimentos Terrestres e Celestes – Eclipse do Sol, eclipse da Lua, fases da
Lua, constelações, dias e noites.
Movimentos Terrestres e Celestes – Rotação, translação, estações do ano.
Astros – Estrelas, planetas, planetas anões, satélites naturais, anéis,
meteoros,meteoritos, cometas.
MATÉRIA
118
Constituição da matéria – Conceito de matéria, atmosfera terrestre primitiva,
camadas atmosféricas, solos, rochas, minerais, água.
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Níveis de Organização – Organismo, sistemas, órgãos, tecidos, células,
unicelular,pluricelular, procarionte, eucarionte, autótrofo, heterótrofo.
ENERGIA
Formas de Energia – Energia elétrica, energia eólica.
Conversão de Energia - Fontes de energia renováveis e não-renováveis.
Transmissão de Energia – Mudanças de estado físico.
BIODIVERSIDADE
Organização dos Seres Vivos – Deriva continental, Diversidade das espécies,
extinção de espécies, comunidade, população.
Ecossistemas – Conceito de biodiversidade, ecossistemas (dinâmica e
características)
Evolução dos seres vivos- Catástrofes naturais e a relação com os seres vivos
Os conteúdos específicos estão presentes nos conceitos fundamentais de
Ciências que podem estar relacionados com conceitos de mais de um conteúdo
estruturante, de acordo com o encaminhamento e as preferências do autor, garantindo
a articulação entre eles. Para tal, é necessário que os conteúdos específicos da
disciplina de Ciências sejam entendidos na sua complexidade de relações, envolvendo
a integridade de natureza científica, não dissociada em áreas de conhecimento físico,
químico ou biológico, mas acrescida das possíveis relações conceituais,
interdisciplinares e contextuais.
POSSÍVEIS RELAÇÕES
Relações Conceituais: vulcões, tsunamis, terremotos, desertos, chuva ácida,
fósseis, efeito estufa, ação do vento, luminosidade, tornados, camada de ozônio,
gases, fontes de energia renováveis e não renováveis, entre outras.
Relações Interdisciplinares : territórios brasileiros, lendas indígenas, leituras de
119
diferentes narrativas (língua portuguesa e língua estrangeira moderna), medidas de
grandezas, pinturas rupestres, renascença, esportes aquáticos, literatura brasileira e os
casos de doenças, influência da altitude na prática de esportes, medidas de grandezas,
localização geográfica, distribuição dos seres vivos no planeta, Revolta da Vacina,
crescimento da população humana, as doenças e as condições sociais de moradias,
representação da natureza em obras de arte, evolução cultural do ser humano, formas
de comunicação humana, o ser humano e suas relações com o sagrado, mitos e outras
explicações sobre a origem da vida, distribuição da população humana, importação e
exportação de alimentos, práticas esportivas, taxas de natalidade, mortalidade e
fecundidade, medidas de grandezas, o contexto da Revolução científica, instrumentos
musicais, órgãos sensoriais e a arte, entre outras.
Relações de Contexto : instrumentos astronômicos, história da astronomia,
contaminação da água, desertificação, minerais e a tecnologia: joias, relógios e outros,
mineração, sismógrafos, poluição do solo, poluição da água, queimadas,
desmatamento, manejo do solo para agricultura, compostagem, contaminação do solo,
conservação dos aquíferos, tratamento da água, lixo tóxico, aquecimento global,
biotecnologia, plástico biodegradável, fibra ótica, elevadores hidráulicos, lixo e o
ambiente, coleta seletiva de lixo, reservas ambientais – APA, código florestal brasileiro,
fauna brasileira ameaçada de extinção, ação humana nos ecossistemas,
desmatamento, poluição do ar, balões e aviões, instrumentos de voo , aquecimento
global, saneamento básico, questões de higiene, alimentos transgênicos, aterro
sanitário, coleta seletiva e reciclagem, usinas geradoras de energia, forno micro ondas,
lâmpadas, chuveiro elétrico, consumo de energia elétrica residencial, bússola,
microfone e alto-falante, para-quedas e asa deltas, tecnologia da comunicação, pilhas,
baterias e questões ambientais, Código de Trânsito – acidentes de trânsito, educação
ambiental, educação do campo, agricultura e tecnologia, entre outras.
6ª SÉRIE
ASTRONOMIA
Astros – Constituição físico-química dos astros.
Movimentos terrestres -Estações do ano,dia e noite, etc
Movimentos celestes -Movimentos aparentes do céu, eclipsese do sol e da
lua,Composição fisio-1uímica do sol, etc.
120
MATÉRIA
Constituição da matéria – Composição do planeta Terra primitivo, a Terra antes
do surgimento da vida, atmosfera terrestre primitiva, crosta terrestre, manto
terrestre,núcleo terrestre, estrutura química da célula.
Sistemas Biológicos
Célula – Teoria celular, tipos celulares, mecanismos celulares, estrutura celular,
fotossíntese, reserva energética.
Morfologia e Fisiologia dos Seres Vivos – Características gerais dos seres
vivos, órgãos e sistemas animais e vegetais,
ENERGIA
Formas de Energia – Energia luminosa, energia térmica
Transmissão de Energia – A interferência da energia luminosa nos seres vivos,
sistemas ectotérmicos, sistemas endotérmicos,
BIODIVERSIDADE
Origem da Vida – Conceito de biodiversidade, biogênese, teorias sobre o
surgimento da vida, geração espontânea.
Organização dos Seres Vivos – , diversidade das espécies, extinção de
espécies.
Sistemática – Classificação dos seres vivos, categorias taxonômicas, filogenia,
populações.
Os conteúdos específicos estão presentes nos conceitos fundamentais de
Ciências que podem estar relacionados com conceitos de mais de um conteúdo
estruturante, de acordo com o encaminhamento e as preferências do autor, garantindo
a articulação entre eles. Para tal, é necessário que os conteúdos específicos da
disciplina de Ciências sejam entendidos na sua complexidade de relações, envolvendo
a integridade de natureza científica, não dissociada em áreas de conhecimento físico,
químico ou biológico, mas acrescida das possíveis relações conceituais,
interdisciplinares e contextuais.
121
POSSÍVEIS RELAÇÕES
Relações Conceituais: ação do vento, luminosidade, tornados, camada de
ozônio, a ação de substâncias químicas no organismo, gases, fontes de energia
renováveis e não renováveis, Ilhas de calor, entre outras.
Relações Interdisciplinares : territórios brasileiros, lendas indígenas, leituras de
diferentes narrativas (língua portuguesa e língua estrangeira moderna), medidas de
grandezas, pinturas rupestres, renascença, esportes aquáticos, literatura brasileira e os
casos de doenças, influência da altitude na prática de esportes, medidas de grandezas,
localização geográfica, distribuição dos seres vivos no planeta, Revolta da Vacina,
crescimento da população humana, as doenças e as condições sociais de moradias,
representação da natureza em obras de arte, evolução cultural do ser humano, formas
de comunicação humana, o ser humano e suas relações com o sagrado, mitos e outras
explicações sobre a origem da vida, distribuição da população humana, importação e
exportação de alimentos, práticas esportivas, taxas de natalidade, mortalidade e
fecundidade, medidas de grandezas, o contexto da Revolução científica, instrumentos
musicais, órgãos sensoriais e a arte, entre outras.
Relações De Contexto : Inovação tecnológica, fermentação, contaminação da
água, poluição do solo, poluição da água, queimadas, desmatamento, manejo do solo
para agricultura, contaminação do solo, tratamento da água, lixo tóxico, elevadores
hidráulicos, lixo e o ambiente, unidades de conservação, ocupação da mata atlântica,
exploração da Amazônia, conservação da mata ciliar, exploração da mata das
araucárias, tráfico de animais, ação humana nos ecossistemas, espécies exóticas,
desenvolvimento industrial, impactos ambientais, desmatamento, exploração da caça e
pesca, tráfico de animais e vegetais, poluição do ar , aquecimento global, resíduos
químicos no ambiente, uso de agrotóxicos na agricultura, Instituições governamentais e
ONG, tecnologia na produção vegetal – estufas, bactérias e degradação de petróleo,
dengue e saúde pública no Brasil, vigilância epidemiológica, biotecnologia dos fungos,
automedicação: antibióticos, polinização provocada pelo homem, hidroponia,
interferência do ser humano na produção de frutos de comercialização,
comercialização da carnes exóticas, vacinas e soros, raças e preconceitos raciais,
fome e desnutrição, questões de higiene, tecnologia e testes diagnósticos, saneamento
básico, medicamentos, influência da alimentação na saúde , aterro sanitário, corantes e
122
tingimento de tecidos, projeto Genoma Humano, gravidez precoce, DSTs, pilhas,
baterias e questões ambientais, Código de Trânsito – acidentes de trânsito, educação
ambiental, educação do campo, agricultura e tecnologia, entre outras.
7ª SÉRIE
ASTRONOMIA
Origem e evolução do Universo – Teorias sobre a origem do Universo (
Teorias Cosmogônicas), modelos de Universo finito, modelos de Universo infinito,
modelos de Universo inflacionário, modelos de Universo em expansão, a teoria da
relatividade e a cosmologia moderna.
MATÉRIA
Constituição química da matéria – alimentos , sangue, tecidos.
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Célula - Mecanismos celulares, estrutura celular, respiração celular,
fotossíntese, reserva energética.
Morfologia e Fisiologia dos Seres Vivos – Órgãos e sistemas animais e
vegetais, estrutura e funcionamento dos tecidos, tipos de tecidos, mecanismos
biológicos de diferentes seres vivos, sistemas comparados (aspectos evolutivos),
sistemas exclusivos de algumas espécies, diversidade de estruturas e sistemas de
acordo com os diferentes grupos de seres vivos e suas particularidades, como por
exemplo, sistema digestório, sistema cardiovascular, sistema excretor, sistema urinário.
ENERGIA
Formas de Energia - Energia mecânica, energia térmica, energia luminosa,
energia,nuclear, energia elétrica, energia química, energia eólica.
Evolução dos Seres Vivos – Teorias evolutivas
Os conteúdos específicos estão presentes nos conceitos fundamentais de
Ciências que podem estar relacionados com conceitos de mais de um conteúdo
estruturante, de acordo com o encaminhamento e as preferências do autor, garantindo
a articulação entre eles. Para tal, é necessário que os conteúdos específicos da
123
disciplina de Ciências sejam entendidos na sua complexidade de relações, envolvendo
a integridade de natureza científica, não dissociada em áreas de conhecimento físico,
químico ou biológico, mas acrescida das possíveis relações conceituais,
interdisciplinares e contextuais.
POSSÍVEIS RELAÇÕES
Relações Conceituais: a ação de substâncias químicas no organismo, gases,
fontes de energia renováveis e não renováveis, entre outras.
Relações Interdisciplinares : territórios brasileiros, lendas indígenas, leituras de
diferentes narrativas (língua portuguesa e língua estrangeira moderna), medidas de
grandezas, pinturas rupestres, renascença, esportes aquáticos, literatura brasileira e os
casos de doenças, influência da altitude na prática de esportes, medidas de grandezas,
localização geográfica, distribuição dos seres vivos no planeta, Revolta da Vacina,
crescimento da população humana, as doenças e as condições sociais de moradias,
representação da natureza em obras de arte, evolução cultural do ser humano, formas
de comunicação humana, o ser humano e suas relações com o sagrado, mitos e outras
explicações sobre a origem da vida, distribuição da população humana, importação e
exportação de alimentos, práticas esportivas, taxas de natalidade, mortalidade e
fecundidade, medidas de grandezas, o contexto da Revolução científica, instrumentos
musicais, órgãos sensoriais e a arte, entre outras.
Relações de Contexto : tecnologia na produção vegetal – estufas, bactérias e
degradação de petróleo, dengue e saúde pública no Brasil, vigilância epidemiológica,
biotecnologia dos fungos, automedicação: antibióticos, polinização provocada pelo
homem, hidroponia, interferência do ser humano na produção de frutos de
comercialização, saneamento básico, comercialização da carnes exóticas, vacinas e
soros, raças e preconceitos raciais, fome e desnutrição, questões de higiene,
tecnologia e testes diagnósticos, saneamento básico, obesidade, anorexia e bulimia,
melhoramento genético e transgênica, alimentos transgênicos, exames sanguíneos,
transfusões e doações sanguíneas, soros e vacinas, medicamentos, hemodiálise,
terapia gênica, CTNBio, influência da alimentação na saúde, consumo de drogas,
métodos contraceptivos, Organização Mundial da Saúde, reprodução humana
assistida, projeto Genoma Humano, gravidez precoce, DSTs, pilhas, baterias e
124
questões ambientais, Código de Trânsito – acidentes de trânsito, educação ambiental,
educação do campo, agricultura e tecnologia, entre outras.
8ª SÉRIE
ASTRONOMIA
Astros – Marés.
Gravitação Universal – Leis de Kepler, leis de Newton.
MATÉRIA
Propriedades da matéria – Massa ,volume densidade ,
compressibilidade,elasticidade,divisibilidade,indestrutibilidade, impenetrabilidade
,maleabilidade ,ductibilidade, flexibilidade, elasticidade, permeabilidade,
condutibilidade, dureza,tenacidade, cor, brilho, sabor, textura, odor.
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Morfologia e Fisiologia dos Seres Vivos -Sistema nervoso,Sistema sensoria,
sistema reprodutor e endócrino.
Mecanismos de herança genética - Noções de hereditariedade,
cromossomos, gene,DNA, RNA, mitose, meiose.
ENERGIA
Formas de energia- Elementos conversores de energia, fontes de energia a
sua relação com a lei da conservação.
Conservação de Energia – Sistemas semi-conservativos, ciclos de matéria,
eletro magnetismo, movimentos, velocidade, aceleração, colisões, trabalho,
potência,eletro magnetismo, conversão de energia potencial em cinética.
BIODIVERSIDADE
Interações Ecológicas – Ciclos biogeoquímicos, relações interespecíficas,
relações intraespecíficas.
Os conteúdos específicos estão presentes nos conceitos fundamentais de
Ciências que podem estar relacionados com conceitos de mais de um conteúdo
estruturante, de acordo com o encaminhamento e as preferências do autor, garantindo
125
a articulação entre eles. Para tal, é necessário que os conteúdos específicos da
disciplina de Ciências sejam entendidos na sua complexidade de relações, envolvendo
a integridade de natureza científica, não dissociada em áreas de conhecimento físico,
químico ou biológico, mas acrescida das possíveis relações conceituais,
interdisciplinares e contextuais.
POSSÍVEIS RELAÇÕES
Relações Conceituais: gases, fontes de energia renováveis e não renováveis,
Ilhas de calor, máquinas simples – alavancas, polia, engrenagens, entre outras.
Relações Interdisciplinares : territórios brasileiros, lendas indígenas, leituras de
diferentes narrativas (língua portuguesa e língua estrangeira moderna), medidas de
grandezas, pinturas rupestres, renascença, esportes aquáticos, literatura brasileira e os
casos de doenças, influência da altitude na prática de esportes, medidas de grandezas,
localização geográfica, distribuição dos seres vivos no planeta, Revolta da Vacina,
crescimento da população humana, as doenças e as condições sociais de moradias,
representação da natureza em obras de arte, evolução cultural do ser humano, formas
de comunicação humana, o ser humano e suas relações com o sagrado, mitos e outras
explicações sobre a origem da vida, distribuição da população humana, importação e
exportação de alimentos, práticas esportivas, taxas de natalidade, mortalidade e
fecundidade, medidas de grandezas, o contexto da Revolução científica, instrumentos
musicais, órgãos sensoriais e a arte, entre outras.
Relações de Contexto : lixo e o ambiente, biotecnologia, plástico biodegradável,
elevadores hidráulicos, panela de pressão, ultra-sonografia, máquina fotográfica,
óculos, telescópios , aquecimento global, resíduos químicos no ambiente, tecnologia na
produção vegetal – estufas, bactérias e degradação de petróleo, influência da
alimentação na saúde, consumo de drogas, métodos contraceptivos, Organização
Mundial da Saúde, instrumentos de medidas, tecnologias em produtos de eletrônica,
dessanilização, panela de pressão, ligas metálicas, aterro sanitário, biodiesel, corantes
e tingimento de tecidos, estações de tratamento de esgoto, biogás, adubos e
fertilizantes químicos, coleta seletiva e reciclagem, usinas geradoras de energia,
instrumentos e escalas termométricas, acidentes, forno micro ondas, lâmpadas,
chuveiro elétrico, consumo de energia elétrica residencial, bússola, microfone e alto-
126
falante, para-quedas e asa deltas, tecnologia da comunicação, pilhas, baterias e
questões ambientais, Código de Trânsito – acidentes de trânsito, educação ambiental,
educação do campo, agricultura e tecnologia, entre outras.
Em nosso trabalho será contemplada a legislação vigente: Lei 10639/03 –
história e cultura afro-brasileira e africana, Lei 11645/08 – história e cultura dos povos
indígenas, Lei 9795/99 – política nacional de educação ambiental.
Dessa forma, serão inseridos temas relacionados a História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena através de análise e reflexão sobre a diversidade cultural e racial
reconhecendo os afro-brasileiros como sujeitos na construção da sociedade e do país,
ressaltando os valores que precisam ganhar amplitude e status de conhecimento, na
perspectiva de uma sociedade multicultural e pluri-étnica , lei 11.645/03/08 que integra
a História e Cultura afro-Brasileira e Indígena ao Currículo de Ensino Fundamental e
Médio.
METODOLOGIA
Na metodologia, nós, professores nos embasamos na teoria da aprendizagem
de Ausubel que propõe que os conhecimentos prévios dos alunos sejam valorizados,
para que possam construir estruturas mentais utilizando, como meio, mapas
conceituais que permitem descobrir e redescobrir outros conhecimentos,
caracterizando, assim, uma aprendizagem prazerosa e eficaz.
A aprendizagem é muito mais significativa à medida que o novo conteúdo é
incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno e adquire significado para ele
a partir da relação com seu conhecimento prévio. Ao contrário, ela se torna mecânica
ou repetitiva, uma vez que se produziu menos essa incorporação e atribuição de
significado, e o novo conteúdo passa a ser armazenado isoladamente ou por meio de
associações arbitrárias na estrutura cognitiva. Quando o conteúdo escolar a ser
aprendido não consegue ligar-se a algo já conhecido, ocorre o que Ausubel chama de
aprendizagem mecânica, ou seja, quando as novas informações são aprendidas sem
interagir com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. Assim, a pessoa
decora fórmulas, leis, mas esquece após a avaliação.
Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas condições. Em
primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser
memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, então a aprendizagem será mecânica.
Em segundo, o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente
127
significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente significativo: o
significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado
psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma
filtragem dos conteúdos que têm significado ou não para si próprio.
Ao selecionarmos os conteúdos a serem ensinados, organizaremos nosso
trabalho docente tendo como referências: o tempo disponível para o trabalho
pedagógico (horas/aula semanais); o Projeto Político Pedagógico da escola, os
interesses da realidade local e regional onde a escola está inserida, a análise crítica
dos livros didáticos de Ciências disponíveis e informações atualizadas sobre os
avanços da produção científica.
Na organização do plano de trabalho docente faremos reflexões a respeito das
relações a serem estabelecidas entre os conteúdos, dos recursos pedagógicos
disponíveis, das estratégias de ensino que podem ser utilizadas e das expectativas de
aprendizagem para um bom resultado final.
Em nosso ensino de Ciências, alguns aspectos serão considerados essenciais
tanto para a nossa formação quanto para nossa atividade pedagógica. Abordaremos,
assim três aspectos importantes, a saber: a história da ciência, a divulgação científica e
a atividade experimental.
Assim, no momento da seleção dos conteúdos, das estratégias e dos recursos
instrucionais, dentre outros critérios, levaremos em consideração o desenvolvimento
cognitivo dos estudantes.
Entretanto, sabemos e consideraremos outras variáveis que interferem no
processo ensino-aprendizagem de conceitos científicos, dentre elas o enraizamento
das concepções alternativas, as apropriações culturais locais ou regionais, a
concepção de ciência do professor e a qualidade de sua prática de ensino.
Utilizaremos em nossa prática para garantir o processo ensino-aprendizagem de
forma bem articulada os seguintes itens:
· recursos pedagógicos/tecnológicos que enriquecem a prática docente, tais
como: livro didático, texto de jornal, revista científica, figuras, revista em quadrinhos,
música, quadro de giz, mapa (geográficos, sistemas biológicos, entre outros), globo,
modelo didático (torso, esqueleto, célula, olho, desenvolvimento embrionário, entre
outros), microscópio, lupa, jogo, televisor, computador, retroprojetor, entre outros;
· de recursos instrucionais como organogramas, mapas conceituais, mapas de
relações, diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros;
· de alguns espaços de pertinência pedagógica, dentre eles, feiras, laboratórios,
128
exposições de ciência, seminários e debates.
As estratégias de ensino e os recursos pedagógico-tecnológicos e instrucionais
são fundamentais para nossa prática docente. Além disso, contribuem de forma
significativa para melhorar as condições de aprendizagem aos estudantes.
Diante de todas essas considerações propõem-se alguns encaminhamentos
metodológicos que serão valorizados em nosso ensino de Ciências, tais como: a
problematização, a contextualização, a interdisciplinaridade, a pesquisa, a leitura
científica, a atividade em grupo, a observação, a atividade experimental, os recursos
instrucionais e o lúdico.
Abordagem problematizadora
A ação de problematizar é mais do que a mera motivação para se iniciar
um novo conteúdo. Essa ação possibilita a aproximação entre o conhecimento
alternativo dos estudantes e o conhecimento científico escolar que se pretende ensinar.
A problematização como estratégia de ensino pode ser efetuada, evidenciando-se duas
dimensões: na primeira, levaremos em conta o conhecimento de situações
significativas apresentadas pelos estudantes, problematizando-as; na segunda,
realizaremos a problematização de forma que o estudante sinta a necessidade do
conhecimento científico escolar para resolver os problemas apresentados.
Relações contextuais
Contextualizar é uma forma de articular o conhecimento científico com o
contexto histórico e geográfico do nosso aluno, com outros momentos históricos, com
os interesses políticos e econômicos que levaram à sua produção para que o
conhecimento disciplinar seja potencialmente significativo. A contextualização pode ser
um ponto de partida, de modo a abordar o conteúdo de modo mais concreto e próximo
à realidade do nosso aluno para uma posterior abordagem abstrata e específica. A
contextualização pode, também, ser utilizada como ponto de chegada caso façamos a
opção por iniciar a nossa prática com conteúdos mais abstratos e reflexivos.
Nesse caso, contextualizar significa aproximar os conteúdos científicos
escolares das estruturas sociais, políticas, éticas, tecnológicas, econômicas, entre
outras. Esta aproximação, no âmbito pedagógico, se estabelece por meio de
metodologias que fazem uso, necessariamente, de conceitos teóricos precisos e claros,
voltados para a abordagem das experiências sociais dos sujeitos históricos produtores
do conhecimento
129
Relações interdisciplinares
A abordagem interdisciplinar como pressuposto metodológico considera que
muitos conteúdos, ainda que específicos, se articulam permanentemente com outros
conteúdos e isso torna necessária uma aproximação entre eles, mesmo entre os
tratados por diferentes disciplinas escolares. As relações interdisciplinares se
estabelecem quando conceitos, modelos ou práticas de uma dada disciplina são
incluídos no desenvolvimento do conteúdo de outra. Em Ciências, as relações
interdisciplinares podem ocorrer quando buscamos nos conteúdos específicos de
outras disciplinas, contribuições para o entendimento do objeto de Ciências, o
conhecimento científico resultante da investigação da Natureza.
Pesquisa
A pesquisa é uma estratégia de ensino que visa à construção do
conhecimento. Essa estratégia inicia-se na procura de material de pesquisa, passa pela
interpretação desse material e chega à construção das atividades. A pesquisa pode ser
apresentada na forma escrita e/ou oral, entretanto, para que os objetivos pedagógicos
sejam atingidos, se faz necessário que seja construída com redação do próprio aluno,
pois ao organizar o texto escrito ele precisará sistematizar ideias e explicitar seu
entendimento sobre o conteúdo com recursos do vocabulário que domina. Na
apresentação oral o aluno deve superar a simples leitura e repetição, evidenciando a
compreensão crítica do conteúdo pesquisado e explicitando a sua interpretação.
Divulgação científica
A leitura científica como estratégia de ensino, permite aproximação entre alunos
e nós, professores, pois propicia o trabalho interdisciplinar e proporciona um maior
aprofundamento de conceitos. Cabe analisarmos o material a ser trabalhado, levando
em conta o grau de dificuldade da abordagem do conteúdo, o rigor conceitual e a
linguagem utilizada. Dentre os diversos materiais de divulgação que podem ser
utilizados como recursos pedagógicos, sugerem-se:
1. Revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje para as Crianças – Publicação da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – www.sbpcnet.org.br
2. Revista Eletrônica Café Orbital – Publicação do Observatório Nacional –
Disponível em www.on.br (Ministério da Ciência e Tecnologia).
3.Revistas Scientific American e Scientific American Brasil – Publicação da
Editora Duetto – Disponível em www.sciam.com.br
130
4.Portal dia-a-dia educação – Projeto Folhas – Disponível em
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
5.Coleção Explorando o Ensino – Educação Básica, Ministério da Educação –
Disponível em www.mec.gov.br
Atividade em grupo
No trabalho em grupo, o aluno tem a oportunidade de trocar experiências,
apresentar suas proposições aos outros alunos, confrontar ideias, desenvolver espírito
de equipe e atitude colaborativa. Esta atividade permite aproximar o estudo de Ciências
dos problemas reais, de modo a contribuir para a construção significativa de
conhecimento pelo estudante.
Observação
A estratégia da observação estimula nosso aluno, a capacidade de observar
fenômenos em seus detalhes para estabelecer relações mais amplas sobre eles. Por
outro lado, permite que nós, professores, perceber as dificuldades individuais de
interpretar tais fenômenos devido à falta de atenção e a lacunas teórico-conceituais.
Esta estratégia é uma alternativa viável e coerente com a própria natureza da
disciplina, pois o aluno pode desenvolver observações e superar a simples
constatação de resultados, passando para construção de hipóteses que a própria
observação possibilita.
Atividade Experimental
A inserção de atividades experimentais em nossa prática docente apresenta-se
como uma importante estratégia de ensino e aprendizagem, quando mediada por nós,
professores, de forma a desenvolver o interesse nos alunos e criar situações de
investigação para a formação de conceitos. Tais atividades não têm como único espaço
possível o laboratório escolar, visto que podem ser realizadas em outros espaços
pedagógicos, como a sala de aula, e utilizar materiais alternativos aos convencionais.
Entretanto, é importante que nossas práticas proporcionem discussões, interpretações
e se coadunem com os conteúdos trabalhados na sala. Não devemos, portanto,
propiciar apenas momento de comprovação de leis e teorias, ou meras ilustrações das
aulas teóricas.
131
Recursos instrucionais
Os recursos instrucionais (mapas conceituais, organogramas, mapas de
relações, diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros) podem e devem ser
usados na análise do conteúdo científico escolar, no trabalho pedagógico/tecnológico e
na avaliação da aprendizagem. Esses recursos são instrumentos potencialmente
significativos para sala de aula porque se fundamentam na aprendizagem significativa
e subsidiam nosso trabalho com o conteúdo científico escolar, porque são compostos
por elementos extraídos da observação, da experimentação, da contextualização, da
interdisciplinaridade, entre outros. Assim, ampliam a possibilidade do nosso aluno criar
sentido para o que está aprendendo e tornam a aprendizagem significativa, seja no
momento da aula, seja no momento da avaliação.
Os recursos instrucionais não possuem modelo único e não existem regras fixas
a serem utilizadas na sua construção. Por exemplo, mapas de conceitos podem ter
estruturas diversas, pois ultrapassam a ideia de serem apenas sínteses conceituais.
Lúdico
O lúdico é uma forma de interação do aluno com o mundo, podendo utilizar-se
de instrumentos que promovam a imaginação, a exploração, a curiosidade e o
interesse, tais como jogos, brinquedos, modelos, exemplificações realizadas
habitualmente por nós, professores. O lúdico permite uma maior interação entre os
assuntos abordados e, quanto mais intensa for esta interação, maior será o nível de
percepções e re estruturações cognitivas realizadas pelo estudante. O lúdico será
considerado nas estratégias de ensino independentemente da série e da faixa etária do
aluno, porém, adequaremos a elas quanto ao encaminhamento, à linguagem e aos
recursos utilizados como apoio.
AVALIAÇÃO
A avaliação é atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos
conteúdos científicos e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 deve ser
contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
132
INSTRUMENTOS
A diversificação dos instrumentos de avaliação está indissociavelmente ligada à
concepção de avaliação contínua e formativa.
Se a avaliação contínua e formativa visa a aprendizagem, a formação do aluno,
então essa continuidade precisa se concretizar, de fato, nas diferentes atividades de
ensino/aprendizagem que acontecem na sala de aula.
INSTRUMENTO 1
ATIVIDADE DE LEITURA COMPREENSIVA DE TEXTOS
A avaliação da leitura de textos é uma das possibilidades para que verifiquemos
a compreensão dos conteúdos abordados em aula, analisando o conhecimento prévio
do aluno e aquele adquirido na Educação Básica. Assim, devemos considerar algumas
situações para esse tipo de avaliação: a escolha do texto, o roteiro de análise e os
critérios de avaliação.
Os textos utilizados para leitura devem se referir ao conteúdo e à discussão
atual apresentada em aula. São importantes a adequação ao nível de ensino, bem
como à faixa etária do aluno. A escolha criteriosa dos textos é relevante para não se
perder o foco do conteúdo abordado, de modo a permitir, com a reflexão e a
discussão, a ampliação dos horizontes de conhecimento.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Neste contexto são utilizaremos critérios que possibilitem avaliar os
conhecimentos dos alunos, de forma clara e adequada, na especificidade de cada
disciplina.
Ao avaliar a leitura dos alunos devemos considerar: houve compreensão das
ideias presentes no texto, com o aluno interagindo com o texto por meio de
questionamentos, concordâncias ou discordâncias; o aluno, ao falar sobre o texto,
expressou suas ideias com clareza e sistematizou o conhecimento de forma adequada;
foram estabelecidas relações entre o texto e o conteúdo abordado em sala de aula.
INSTRUMENTO 2
PROJETO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
133
O Projeto de pesquisa bibliográfica, para os alunos da Educação Básica,
constitui-se numa consulta bibliográfica que tem como finalidade proporcionar ao aluno
o contato com o que já foi escrito ou pensado sobre o tema que ele está pesquisando.
Esse contato, entretanto, não poderá se resumir à mera cópia. O aluno precisa
construir esse conhecimento e, para isso, não é suficiente apenas o título da pesquisa.
O projeto de pesquisa bibliográfica demanda nosso papel de orientador. Isso
requer que tenhamos conhecimento do acervo da Biblioteca Escolar, tanto dos livros
quanto periódicos ou outros materiais, para podemos fazer indicações de leituras para
nossos alunos. Além da Biblioteca Escolar, podemos e devemos indicar artigos ou
textos, e mesmo sites, ampliando o leque de opções de leitura para que nosso aluno
tenha subsídios de qualidade para fundamentar a produção de seu texto.
A solicitação de uma pesquisa exige enunciado claro e recortes precisos do que
se propõe ao aluno.
Passos para uma consulta bibliográfica:
1.Contextualização: Significa abordar o tema de forma a identificar a situação, o
contexto (espaço / temporal) no qual o problema a seguir será identificado. É uma
introdução ao tema.
2.Problema: Uma questão levantada sobre o tema, uma situação problema,
apresentados de forma clara, objetiva e delimitando o foco da pesquisa na busca de
solução para o problema.
3.Justificativa: Argumentar sobre a importância da pesquisa para o contexto em
que alunos e professores encontram-se inseridos.
4.Revisão bibliográfica/ consulta bibliográfica: É o texto escrito pelo aluno, a
partir das leituras que fez. Na escrita, o aluno deve remeter-se aos textos lidos, através
de citações ou paráfrases, referenciando-os adequadamente.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Para avaliarmos analisaremos os passos da consulta bibliográfica se estão
atendendo as orientações.
INSTRUMENTO 3
PRODUÇÃO DE TEXTO
As atividades de produção escrita devem considerar a característica dialógica e
interativa da linguagem e o processo inter-locutivo. Isso significa compreender que a
134
linguagem – e, por conseguinte, os textos – se constroem justamente nas práticas de
linguagem que se concretizam nas atividades humanas. Qualquer texto produzido é
sempre uma resposta a outros textos, está sempre inserido num contexto dialógico.
Consideraremos, então, as circunstâncias de produção dos textos que
solicitaremos aos nossos alunos para que eles possam assumir-se como locutor e,
desta forma, conforme propõe Geraldi (1997), ter o que dizer; razão para dizer; como
dizer, interlocutores para quem dizer.
As propostas de produção textual precisam “corresponder àquilo que, na
verdade, se escreve fora da escola – e, assim, sejam textos de gêneros que têm uma
função social determinada, conforme as práticas vigentes na sociedade”.
Há diversos gêneros , nas diferentes disciplinas da Educação Básica, que
podem e devem ser trabalhados em sala de aula para aprimorarmos a prática de
escrita numa abrangência maior de esferas de atividade.
Na prática da escrita, há três etapas articuladas: planejar o que será produzido,
tendo em vista a intenção; escrever a primeira versão sobre a proposta apresentada;
revisar, re-estruturar e re-escrever o texto, na perspectiva da intencionalidade definida.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Produzir textos atendendo às circunstâncias de produção (gênero, interlocutor,
finalidade, etc.);
Expressar as ideias com clareza (coerência e coesão);
Adequar a linguagem às exigências do contexto de produção, dando-lhe
diferentes graus de formalidade ou informalidade, atendendo especificidades da
disciplina em termos de léxico, de estrutura;
Elaborar argumentos consistentes;
Produzir textos respeitando o tema;
Estabelecer relações entre as partes do texto;
Estabelecer relação entre a tese e os argumentos elaborados para sustentá-la.
INSTRUMENTO 4
PALESTRA/ APRESENTAÇÃO ORAL
A apresentação oral é uma atividade que nos possibilita avaliar a compreensão
do aluno a respeito do conteúdo abordado; a qualidade da argumentação; a
organização e exposição das ideias. Tanto pode ser a apresentação oral de um
135
trabalho que foi escrito como pode ter a forma de uma palestra, logicamente adequada
em questões como tempo de duração (Não se vai pedir a um aluno da Educação
Básica que pronuncie uma palestra de grande duração, esgotando as possibilidades de
um conteúdo).
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Os critérios de avaliação que utilizaremos nessa atividade são:
Conhecimento do conteúdo;
Argumentos selecionados;
Adequação da linguagem;
Sequência lógica e clareza na apresentação;
Produção e uso de recursos;
INSTRUMENTO 5
ATIVIDADES EXPERIMENTAIS
São aquelas atividades que têm, de fato, a característica de experimentação.
São práticas que dão espaço para que o aluno crie hipóteses sobre o fenômeno que
está ocorrendo.
Com as atividades experimentais levaremos em consideração as dúvidas, o erro,
o acaso, a intuição. Não devemos, portanto, antecipar para o nosso aluno os resultados
ou os próprios caminhos da observação, uma vez que, na construção do
conhecimento, o processo que ocorre é tão importante quanto o produto.
É fundamental que o experimento seja significativo no contexto daquele
conhecimento com o qual nossos alunos estão envolvidos, entendemos que esta
significação está diretamente relacionada a uma discussão teórica consistente, muito
mais do que com a sofisticação dos equipamentos.
A atividade experimental nos possibilita que avaliemos o aluno quanto à sua
compreensão do fenômeno experimentado, do conceito a ser construído ou já
construído, a qualidade da interação quando o trabalho se realiza em grupo, entre
outras possibilidades. Ressaltaremos que o uso adequado e conveniente dos materiais,
só poderá ser avaliado de fato se as atividades de experimentação forem sistemáticas.
Não conseguiremos uma utilização apropriada do ambiente e do instrumental se estas
atividades forem apenas eventuais.
136
A proposição de uma atividade experimental requer clareza no enunciado, para
que o aluno compreenda o que vai fazer, que recursos vai utilizar. O registro das
hipóteses e dos passos seguidos no procedimento são importantes para avaliarmos
juntos a atividade.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
g- quanto à sua compreensão do fenômeno experimentado,
h- do conceito a ser construído ou já construído,
i- a qualidade da interação quando o trabalho se realiza em grupo, entre
outras possibilidades.
INSTRUMENTO 6
PROJETO DE PESQUISA DE CAMPO
O trabalho de campo é um método capaz de nos auxiliar na busca de novas
alternativas para o processo de ensino-aprendizagem, colaborando com eficácia a
construção de conhecimentos e para a formação dos nossos alunos como agentes
sociais. Silva (Texto Grupo de Estudos – 2º encontro) descreve o trabalho de campo
como: a revelação de novos conteúdos decorre da descoberta de que a observação
investigativa proporciona, paralelamente à interpretação, à análise reflexiva e crítica
que possibilita a formulação de noções ou conceitos; a realização das ações,
notadamente no trabalho docente, insere na dimensão pedagógica como o ato de
fazer, refutada a reprodução, e como ação compartilhada, refutado o protagonismo
exclusivo de nós, professores, (ou do livro didático) que coloca nosso aluno no papel
de protagonista da própria aprendizagem.
Uma pesquisa de campo deve ter um planejamento prévio que demande a
busca de informações nos lugares que se pretende trabalhar, o que propicia uma
experiência educacional insubstituível.
Encaminhamento que utilizaremos para a pesquisa de campo: Preparar o
conteúdo a ser desenvolvido, definir tanto o conteúdo estruturante como o específico,
discutindo com os alunos em sala de aula. É importante investigar os interesses do
alunos e suas expectativas; Escolher o local, fazer o reconhecimento do mesmo
antecipadamente; Elaborar um roteiro de trabalho com todas as instruções
necessárias, questionamentos ou problematização; Os alunos devem ser orientados
para registrarem as informações, no local; Definir o material necessário para a
137
pesquisa de campo; Escolher a data, horário e instruir alunos de como devem
proceder, o que levar; Em classe o trabalho de organização dos dados e exame do
material coletado, concluindo assim o trabalho prático.
O projeto de pesquisa de campo nos possibilita avaliar o desempenho dos
alunos durante todo o processo, observando a adequação de seus procedimentos em
relação ao tema da pesquisa e aos dados que se quer coletar.
A conclusão do projeto ocorrerá na forma de relatórios, elaboração de croquis,
produção de texto, cartazes, avaliação escrita, entre outros, nos quais os alunos
avaliaram sua compreensão a respeito do conhecimento construído, sua capacidade
de análise dos dados coletados, sua capacidade de síntese.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Avaliaremos analisando o encaminhamento da pesquisa de campo.
INSTRUMENTO 7
RELATÓRIO
O Relatório é um conjunto de descrições e análise da atividade desenvolvida. Os
relatórios auxiliam no aprimoramento da habilidade nesta área específica da
comunicação escrita. É, também, um instrumento de ensino, pois possibilita ao aluno a
reflexão sobre o que foi realizado, reconstruindo seu conhecimento, o qual foi
desenvolvido na aula de campo, pesquisa, laboratório, atividade experimental, entre
outras.
O relatório deve apresentar quais dados ou informações foram coletadas ou
desenvolvidas e como esses dados foram analisados, bem como quais resultados
podem-se extrair deles.
Este é um instrumento que pode ser utilizado a partir de quaisquer atividades
desenvolvidas durante o processo de ensino e aprendizagem.
O relatório deve apresentar os dados ou informações coletadas, ou
procedimentos desenvolvidos, que análises foram feitas e a quais resultados
obtivemos.
São elementos do relatório:
1.Introdução: Informações iniciais que apresentem o trabalho que deu origem ao
relatório, apontando quais são os objetivos desta atividade, bem como a relevância do
138
conteúdo abordado, dos conceitos construídos.
2.Metodologia e materiais : descreve, objetiva e claramente, como realmente se
deu o trabalho ou atividade desenvolvida. Embora seja uma descrição sucinta, não
pode omitir informações que sejam relevantes para que o leitor compreenda a respeito
do que se está falando, ou para uma reflexão que permita que se aprimore a atividade.
3.Análise: é a descrição dos dados coletados durante os procedimentos e dos
resultados que foram obtidos. Na análise podem constar os elementos e situações
interessantes que tenham acontecido. Nesta parte do relatório, o estudante pode
utilizar tabelas, gráficos, imagens, que permitam uma visualização melhor dos
resultados. É importante, na análise, que se estabeleçam as relações entre a atividade,
os procedimentos realizados e o objeto de estudo e as discussões teóricas que deram
origem à atividade em questão.
Considerações Finais: Neste item do relatório será possível observar se a
atividade desenvolvida foi significativa na construção do conhecimento, já que, aqui, o
aluno vai apresentar os resultados obtidos de forma crítica, confrontando-os com os
objetivos da atividade realizada. Este é um item importante, pois vai possibilitar ao
estudante a apreciação sobre o trabalho realizado, seus objetivos, a aprendizagem
alcançada.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Avaliaremos analisando os elementos do relatório.
INSTRUMENTO 8
SEMINÁRIO
O seminário é um procedimento metodológico que tem por objetivos a pesquisa,
a leitura e a interpretação de textos. Trata-se de uma discussão rica de ideias, onde
cada um participa questionando, de modo fundamentado, os argumentos
apresentados.
A elaboração de um seminário, além de aprofundar e complementar as
explicações feitas em aula, cria, ainda, a possibilidade de colocar o aluno em contato
direto com a atividade científica e engajá-lo na pesquisa.
Segundo Frota-Pessoa, os seminários não devem ser trabalhados como se
fossem aulas expositivas dadas pelos alunos, onde relatam sobre assuntos estudados
em livros. Os seminários devem trazer, também, o relato de atividades realizadas pela
139
equipe, tais como experimentos, observações, coleta de dados, entrevista com
especialistas, entre outros. Além disso, esta atividade permite que o aluno fale em
público, ordene as ideias para expô-las, ouça críticas debatendo-as, perca a inibição e
fale aos colegas com seriedade.
Essa forma de avaliação em seminário merece atenção especial por nossa
parte, pois podemos cometer erros em relação aos alunos que têm dificuldade em se
expressar. É importante que a a avaliação do seminário seja dividida em itens, com
valores específicos para cada um deles. Entre algumas possibilidades, é importante
que avaliemos: a consistência dos argumentos, tanto na apresentação quanto nas
réplicas; a compreensão do conteúdo abordado (a leitura compreensiva dos textos
utilizados); a adequação da linguagem; a pertinência das fontes de pesquisa; os relatos
trazidos para enriquecer a apresentação; a adequação e relevância das intervenções
dos integrantes do grupo que assiste a apresentação.
O aluno precisa saber como foi realizada essa avaliação, para que veja onde
falhou e possa melhorar em outras oportunidades. Os itens devem ser discutidos com
os alunos na ocasião em que o seminário for proposto.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
• a consistência dos argumentos, tanto na apresentação quanto nas
réplicas;
• a compreensão do conteúdo abordado (a leitura compreensiva dos textos
utilizados);
• a adequação da linguagem; a pertinência das fontes de pesquisa;
• os relatos trazidos para enriquecer a apresentação;
• a adequação e relevância das intervenções dos integrantes do grupo que
assiste a apresentação.
INSTRUMENTO 9
DEBATE
É no debate que podemos expor nossas ideias e, ouvindo os outros, nos
tornarmos capazes de avaliar nossos argumentos. Mas, para que isso ocorra, é preciso
garantir a participação de todos. Na tentativa de assegurar a ética e a qualidade do
debate, os participantes devem atender as seguintes normas, que constituem-se em
possíveis critérios de avaliação:
140
1.Aceitar a lógica da confrontação de posições, ou seja, existem pensamentos
divergentes;
2.Estar dispostos e abertos a ultrapassar os limites das suas posições pessoais;
3.Explicitar racionalmente os conceitos e valores que fundamentam a sua
posição;
4.Admitir o caráter, por vezes contraditório, da sua argumentação;
5.Buscar, na medida do possível, por meio do debate, da persuasão e da
superação de posições particulares, uma posição de unidade, ou uma maior
aproximação possível entre as posições dos participantes;
6.Registrar, por escrito, as ideias surgidas no debate. Além disso, o debate nos
possibilita avaliar:
o uso adequado da língua portuguesa em situações formais;
o conhecimento sobre o conteúdo da disciplina envolvido no debate;
a compreensão sobre o assunto específico debatido e sua relação com o
conteúdo da disciplina.
INSTRUMENTO 10
ATIVIDADES COM TEXTOS LITERÁRIOS
Ao utilizar textos literários como recurso de aprendizagem poderemos, entre
várias possibilidades, enriquecer as discussões acerca do conteúdo que está sendo
discutido; apresentar o conteúdo no contexto de outra linguagem; utilizá-lo como
metáfora do que está sendo exposto.
O trabalho com o texto literário passa por três momentos necessários para sua
efetivação: a escolha do texto, a elaboração da atividade em si (seja através de
questões, seja por um roteiro de leitura), os critérios de avaliação.
Na escolha do texto, devemos nos atentar para adequação do mesmo, tanto no
que tange ao nível de ensino do aluno, quanto à faixa etária do mesmo, ou ainda a
linguagem utilizada.
Na elaboração da atividade, devemos considerar a especificidade da nossa
disciplina, porém, vale lembrar que dela poderão resultar trabalhos escritos, orais ou
expressos por meio de recursos artísticos tais como colagens, charges, gravuras, etc.
141
A atividade com o texto literário possibilita avaliarmos:
Z- a compreensão e interpretação da linguagem utilizada no texto;
AA- a articulação do conceito/conteúdo/tema discutido nas aulas com o texto
literário lido.
BB- o reconhecimento dos recursos expressivos específicos do texto literário.
INSTRUMENTO 11
ATIVIDADES A PARTIR DE RECURSOS AUDIOVISUAIS
Os recursos audiovisuais permitem situações de ensino/aprendizagem que
podem enriquecer o trabalho com os conteúdos das disciplinas.
O trabalho com filmes, documentários, músicas, teatro, entre outros, demanda a
nossa pesquisa sobre o recurso a ser levado para os alunos.
Qualquer que seja o recurso escolhido, é preciso considerar que o conteúdo
abordado naquela mídia não está didatizado, vem apresentado em linguagem
específica e com intencionalidade diferente daquela que existe na escola. A didatização
do conteúdo cabe a nós, professores.
As atividades efetivadas com os recursos audiovisuais nos possibilita avaliar,
entre outros critérios:
• a compreensão e interpretação da linguagem utilizada;
• a articulação do conceito/conteúdo/tema discutido nas aulas com o
conteúdo apresentado pelo audiovisual;
• o reconhecimento dos recursos expressivos específicos daquele recurso;
INSTRUMENTO 12
TRABALHO EM GRUPO
O objetivo do trabalho em grupo é desenvolver dinâmicas com pequenos grupos,
na tentativa de proporcionar, aos alunos, experiências que facilitem o processo de
aprendizagem.
A perspectiva para o trabalho em grupo é aquela em que as ações pedagógicas
envolvam o aluno, seja nas tarefas realizadas por seu grupo, seja na definição de
atitudes que promovam uma interação social; é aquela em que as ações de um aluno o
142
conduzem a compartilhar conhecimento, contribuindo de forma significativa para a sua
aprendizagem. Nesta prática pedagógica, nossas ações são as de um orientador que
acompanha o trabalho do grupo e que, na medida da necessidade, redireciona as
atividades.
Quando se considera que os alunos se aproximam do objeto de estudo de
formas e com intensidades diferentes, a realização do trabalho em grupo apresenta-se
como ocasião de enriquecimento desta aproximação, tendo em vista o trabalho
coletivo. Além disso, perguntas ou observações que muitos alunos não colocam para
nós, são socializadas no grupo.
O trabalho em grupo pode ser proposto a partir de diferentes atividades, sejam
elas, escritas, orais, gráficas, corporais, construção de maquetes, painéis, mural, jogos
e outros, abrangendo os conhecimentos artísticos, filosóficos e científicos.
Nessas atividades, poderemos avaliar se cada aluno:
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Demonstra os conhecimentos formais da disciplina, estudados em sala de aula,
na produção coletiva de trabalhos na sala de aula ou em espaços diferenciados;
Compreende a origem da construção histórica dos conteúdos trabalhados e sua
relação com a contemporaneidade e o seu cotidiano.
INSTRUMENTO 13
QUESTÕES DISCURSIVAS
Essas questões fazem parte do cotidiano escolar dos alunos e possibilitam
verificar a qualidade da interação do aluno com o conteúdo abordado em sala de aula.
Uma questão discursiva nos possibilita avaliar o processo de investigação e
reflexãorealizado pelo aluno durante a exposição/discussão do conteúdo, dos
conceitos. Além disso, a resposta a uma questão discursiva permite que identifiquemos
com maior clareza o erro do aluno, para que possamos dar a ele a importância
pedagógica que tem no processo de construção do conhecimento.
Este tipo de questão exige resposta clara, concisa e completa e estas
características decorrem da compreensão que o aluno tenha sobre o conteúdo
abordado pela questão e de sua capacidade de análise e síntese, uma vez que
escrever muito não garante uma resposta completa. Alguns critérios devem ser
considerados:
143
Verificar se o aluno compreendeu o enunciado da questão. Se não houve esta
compreensão, é preciso considerar se está havendo falha na leitura do aluno ou se o
próprio enunciado carece de clareza e objetividade.
Observar, quando for o caso, se o aluno planejou a solução, e se essa tentativa
foi adequada.
Capacidade do aluno se comunicar por escrito, com clareza, utilizando-se da
norma padrão da língua portuguesa.
Observar se houve a sistematização do conhecimento de forma adequada.
Na elaboração destas questões devemos apresentar um enunciado de forma
clara, com qualidade e linguagem adequada. O bom planejamento da questão, o grau
de dificuldade e os critérios previamente considerados são pontos importantes que
constituem o processo de avaliação.
INSTRUMENTO 14
QUESTÕES OBJETIVAS
Este tipo de questão deverá ser utilizada como um componente da
avaliação, nunca deve ser aplicada como a única ou principal forma avaliativa, pois seu
principal objetivo é a fixação do conteúdo.
Uma questão objetiva deve apresentar um enunciado objetivo e
esclarecedor, usando um vocabulário conceitual adequado, possibilitando ao aluno a
compreensão do que foi solicitado. Para a construção desse tipo de questão devemos
definir o grau de dificuldade de cada questão direcionada para cada série com vistas a
não cometer injustiças.
A questão objetiva possibilita avaliarmos a leitura compreensiva do
enunciado; a apropriação de alguns aspectos definidos do conteúdo; a capacidade de
se utilizar de conhecimentos adquiridos.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Ciências. Curitiba, Disponível em:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br. Acesso em 25 de
outubro de 2010.
144
7.4-PROPOSTA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A educação física é uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza
formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança, ginástica.
Formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de
cultura corporal.
A perspectiva da educação física escolar, que tem como objeto de estudo o
desenvolvimento da aptidão física do homem, tem contribuído historicamente para
defesa dos interesses da classe no poder mantendo a estrutura da sociedade
capitalista.
Apóia-se nos fundamentos sociológicos, psicológicos e enfaticamente, nos
biológicos para educar o homem forte, ágil, apto, empreendedor, que disputa uma
situação social privilegiada na sociedade competitiva de livre concorrência: a
capitalista. Procura, através da educação, adaptar o homem à sociedade, alienando-o
da sua condição de sujeito histórico, capaz de interferir na transformação da mesma.
Recorre a filosofia liberal para a formação do caráter do indivíduo, valorizando a
obediência, o respeito às normas e à hierarquia.
Nessa linha de raciocínio pode-se constatar que o objeto é desenvolver a
aptidão física. O conhecimento que se pretende desenvolver no aluno, é o de através
de atividades corporais, permitir que o mesmo atinja o máximo de sua capacidade
física. Os conteúdos são selecionados de acordo com a perspectiva do conhecimento
que a escola elege para apresentar ao aluno.
Na perspectiva referenciada, o esporte é selecionado porque possibilita o
exercício do alto rendimento e, por isso, as modalidades esportivas selecionadas são
geralmente as mais conhecidas e que desfrutam de prestígio social, como por exemplo,
voleibol, basquetebol etc.
O ensino da educação física escolar, que tem como objeto a reflexão sobre a
cultura corporal, contribui para a afirmação dos interesses de classe
as camadas populares, na medida em que desenvolve uma reflexão pedagógica sobre
145
valores como solidariedade substituindo individualismo, cooperação confrontando a
disputa, distribuição em confronto com apropriação, sobretudo enfatizando a
liberdade de expressão dos movimentos à emancipação, negando a dominação e
submissão do homem pelo homem.
A educação física tem também um sentido lúdico que busca instigar a
criatividade humana à adoção de uma postura produtiva e criadora de cultura, tanto no
mundo do trabalho como no do lazer, as quais pretendem possibilitar a comunicação e
a interação de diferentes indivíduos com eles mesmos, com os outros, com o seu meio
social e natural.
A Educação física traz uma proposta que procura democratizar, humanizar e
diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar de uma visão apenas
biológica, para um trabalho que incorpore as dimensões: afetiva, cognitiva e
sociocultural dos alunos, incorporando, de forma organizada, as principais questões
que o professor deve considerar no desenvolvimento de seu trabalho, subsidiando as
discussões, os planejamentos e as avaliações da prática da Educação Física nas
escolas. Que reconheça a recreação e o lazer como práticas educacionais importantes
para o desenvolvimento da autonomia, da consciência do movimento, da cidadania, da
comunicação do corpo através da expressão corporal e das manifestações culturais e
suas variações.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS PARA O ENSINO FUN DAMENTAL
Os conteúdos estruturantes são os conhecimentos de grande amplitude,
conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudos de uma
disciplina escolar, considerados fundamentais para compreender seu objeto de
estudo/ensino. Constituem-se historicamente e são legitimados nas relações sociais.
Esses conteúdos devem ser abordados em complexidade crescente, pois cada
aluno traz consigo múltiplas experiências que devem ser consideradas no processo
ensino-aprendizagem, e podem ser enriquecidos com experiências corporais das mais
diferentes culturas, priorizando as particularidades de cada comunidade.
Cada um dos conteúdos estruturantes deverá ser tratado sob uma abordagem
que contempla os fundamentos da disciplina, em articulação com aspectos políticos,
históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como elementos da subjetividade
representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência com as diferenças,
na formação social crítica e autônoma.
146
A disciplina de Educação Física apresenta os conteúdos estruturantes de acordo
com a DCEs. Caminham juntos os conteúdos básicos e estes estão coerentes com a
justificativa da disciplina no currículo escolar.
Em conformidade com as Leis Nº 10.639/03 e 11.645/08. Nesta disciplina serão
trabalhadas através da expressão corporal (danças e lutas).
Os conteúdos estruturantes como instrumentos para cumprir o objetivo da
disciplina na Educação Básica são os seguintes:
• Esporte;
• Jogos e brincadeiras;
• Ginástica;
• Lutas;
• Dança.
ESPORTE
Garantir aos alunos o direito de acesso e de reflexão sobre as práticas
esportivas, além de adaptá-las à realidade escolar, devem ser ações cotidianas na rede
pública de ensino.
Nesse sentido, a prática pedagógica de Educação Física não deve limitar-se ao
fazer corporal, isto é, ao aprendizado única e exclusivamente das habilidades físicas,
destrezas motoras, táticas de jogo e regras. Ao trabalhar o conteúdo estruturante
“esporte”, os professores devem considerar os determinantes histórico-sociais
responsáveis pela constituição do esporte ao longo dos anos, considerando a
possibilidade de recriação dessa prática corporal.
Portanto, o ensino do esporte nas aulas de Educação Física deve sim
contemplar o aprendizado das técnicas, táticas e regras básicas das modalidades
esportivas, mas não se limitar a isso. É importante que o professor organize, em seu
plano de trabalho docente, estratégias que possibilitem a análise crítica das inúmeras
modalidades esportivas e do fenômeno esportivo que sem dúvida é algo bastante
presente na sociedade atual.
Conteúdos Específicos
Coletivos futebol; voleibol; basquetebol; punhobol; handebol; futebol de salão;
rugby.
Individuais atletismo; tênis de mesa.
147
JOGOS E BRINCADEIRAS
Os jogos e as brincadeiras são pensados de forma complementar, mesmo
apresentando cada qual suas especificidades. Como conteúdo estruturante, ambos
compõem um conjunto de possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação
da realidade.
No caso do jogo, ao respeitarem seus combinados, os alunos aprendem a se
mover entre a liberdade e os limites, os próprios e os estabelecidos pelo grupo. Além
de seu aspecto lúdico, o jogo pode servir de conteúdo para que o professor discuta as
possibilidade de flexibilização das regras e da organização coletiva.
Os trabalhos com os jogos e as brincadeiras são de relevância para o
desenvolvimento do ser humano, pois atuam como formas de representação do real
através de situações imaginárias, cabendo, por um lado, aos pais e, por outro, à escola
fomentar e criar as condições apropriadas para as brincadeiras e jogos. Não obstante,
para que sejam relevantes é preciso considerá-los como tal. Tanto os jogos quanto as
brincadeiras são conteúdos que podem ser abordados, conforme a realidade regional e
cultural do grupo, tendo como ponto de partida à valorização das manifestações
corporais próprias desse ambiente cultural.
Almeja-se organizar e estruturar a ação pedagógica da Educação Física, de
forma que o jogo seja entendido, apreendido, refletido e reconstruído como
conhecimento que constitui um acervo cultural (COLETIVO DE AUTORES, 1992, apud
PARANÁ, 2008). Nesta perspectiva, não se pode esquecer dos brinquedos que, no seu
processo de criação, envolvem relações sociais, políticas e simbólicas que se fazem
presentes desde sua invenção.
Oportunizar aos alunos a construção de brinquedos a partir de materiais
alternativos discutindo a problemática do meio ambiente através do (re)aproveitamento
de sucatas e a experimentação de seus próprios brinquedos e brincadeiras pode dar
outro significado a esses objetos e a essas ações respectivamente, enriquecendo-os
com vivências e práticas corporais.
Dessa maneira, como conteúdo estruturante da disciplina de Educação Física,
os jogos, brincadeiras e brinquedos compõem um conjunto de possibilidades que
ampliam a percepção e a interpretação da realidade, além de intensificarem a
curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas diferentes
atividades.
148
Conteúdos Específicos
Jogos e brincadeiras populares
Amarelinha; elástico; 5 marias; caiu no poço; mãe pega; stop;
bolinha de gude; ;bets; peteca; fito; pipa; relha; corrida de sacos;
pau ensebado; paulada ao cântaro; jogo do pião; jogo dos paus;
queimada; policia e ladrão
Brincadeiras e cantigas de roda
Gato e rato; adoletá; capelinha de melão; caranguejo; atirei o pau
no gato; ciranda cirandinha; escravos de jó; lenço atrás; dança da
cadeira
Jogos de tabuleiro Dama; trilha; resta um; xadrez
Jogos dramáticos Improvisação; imitação; mímica
Jogos cooperativos Futpar; volençol; eco-nome; tato contato; olhos de águia; cadeira
livre; dança das cadeiras cooperativas; salve-se com um abraço.
GINÁSTICA
A ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as possibilidades de seu
corpo, ou seja, as diferentes formas de representação das ginásticas devem ser objeto
de ensino nas aulas de Educação Física.
Ainda, espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os apelos da
mídia no que se refere à apologia do culto ao corpo, aos padrões estéticos e aos
cenários e materiais que afirmam ser essenciais à prática da ginástica, sem deixar de
reconhecê-la como prática corporal sistematizada, ganhou estatuto de disciplina
escolar e importância como atividade para educação dos corpos na sociedade atual.
Ampliando esse olhar, é importante entender que a ginástica compreende uma
gama de possibilidades, desde a ginástica imitativa de animais, as práticas corporais
circenses, a Ginástica Geral, até as esportivizadas: artística e rítmica.
Por meio da ginástica, o professor poderá organizar a aula de forma que os
alunos se movimentem, descubram e reconheçam as possibilidades e limites do
próprio corpo. Com efeito, trata-se de um processo pedagógico que propicia a
interação, o conhecimento e a partilha de experiências, que contribuem para ampliar as
possibilidades de significação e representação do movimento.
Conteúdos Específicos
Ginástica artística/olímpica Solo; salto sobre o cavalo; barra fixa; argolas; paralelas
assimétricas
Ginástica rítmica Corda; arco; bola; maças; fita.
149
Ginástica de academia Alongamentos; ginástica aeróbica; ginástica localizada; step;
core board; pular corda; pilates
Ginástica circense Malabares; tecido; trapézio; acrobacias; trampolim; perna de
pau
Ginástica geral Jogos gímnicos; movimentos gímnicos (balancinha, vela,
rolamentos, paradas, estrela, rodante, ponte)
LUTAS
As lutas, como cultura humana, historicamente produzidas e repletas de
simbologias, possibilitam identificar valores culturais, conforme o tempo e o lugar onde
as lutas foram ou são praticadas. Ao abordar o conteúdo lutas, torna-se importante
esclarecer os alunos acerca de suas funções, inclusive apresentando às
transformações pelas quais passaram ao longo de sua trajetória.
De maneira geral, as lutas estão associadas ao contato corporal, a chutes,
socos, disputa, quedas, atitudes agressivas, entre outros. Apesar disso, elas não se
resumem apenas a técnicas, que também são importantes de serem transmitidas, pois
os alunos devem ter acesso ao conhecimento que foi historicamente construído.
O desenvolvimento desse conteúdo deve ser abordado de forma reflexiva,
levando o aluno à uma vivência crítica e consciente. Esse conteúdo pode propiciar
além do trabalho corporal, a aquisição de valores e princípios essenciais para a
formação do ser humano, como por exemplo, cooperação, solidariedade, o
autocontrole emocional, o entendimento da filosofia que geralmente acompanha sua
prática e acima de tudo, o respeito pelo outro, pois sem ele a atividade não se
realizará.
Uma das possibilidades de se trabalhar com as lutas na escola é a partir dos
jogos de oposição, cuja característica é o ato de confrontação que pode ocorrer em
duplas, trios ou até mesmo em grupos.
Conteúdos Específicos
Lutas de aproximação judô; luta olímpica; jiu-jitsu; sumô
Lutas que mantêm à distância karatê; boxe; muay thai; taekwondo
Lutas com instrumento mediador esgrima; kendô
Capoeira angola; regional
150
DANÇA
A dança pode ser considerada o conteúdo responsável por apresentar as
possibilidades de superação dos limites e das diferenças corporais, uma manifestação
da cultura corporal capaz de levar a reflexão sobre o corpo e suas formas de
expressão, que se concretiza em diferentes práticas, como nas danças típicas
(nacionais e regionais), danças folclóricas, danças de rua, danças clássicas entre
outras.
A dança pode se constituir numa rica experiência corporal, a qual possibilita
compreender o contexto em que estamos inseridos. É a partir das experiências vividas
na escola que temos a oportunidade de questionar e intervir, podendo superar os
modelos pré-estabelecidos, ampliando a sensibilidade no modo de perceber o mundo
(SARAIVA, 2005, apud PARANÁ, 2008).
O professor poderá aliar aos aspectos culturais e regionais específicos e
vivências dos diferentes estilos de dança, possibilitando a liberdade de recriação
coreográfica e a expressão livre dos movimentos. Outra maneira de abordagem da
dança, nesta perspectiva crítica proposta pelas diretrizes, seria problematizar a forma
como essa manifestação corporal tem se apropriado da erotização do corpo, tornando-
se um produto de consumo do público jovem.
Dessa forma, é importante que o professor reconheça que a dança se constitui
como elemento significativo da disciplina de Educação Física no espaço escolar, pois
contribui para desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a expressão corporal, a
cooperação, entre outros aspectos.
Conteúdos Específicos
Dança folclórica
Fandango; quadrilha; dança de fitas; dança de são Gonçalo;
frevo; samba de roda; batuque; baião; cateretê; dança do café;
cuá fubá; ciranda; carimbo
Danças de salão Valsa; merengue; forro; vanerão; samba; soltinho; xote; bolero;
salsa; swing; tango.
Danças de rua Break; street dance; funk
Danças criativas
Elementos de movimento ( tempo, espaço, peso e fluência);
qualidades de movimento; improvisação; atividades de
expressão corporal
Danças circulares Contemporâneas; folclóricas; sagradas
151
Sendo assim, a Educação Física para ser entendida e compreendida deve ser
considerada em um plano motor e intelectual, ocorrendo, portanto a integração entre
“FÍSICO E MENTE”
Nas aulas de Educação Física os docentes buscam que os alunos sejam
capazes de:
N- Entender o mundo e sua realidade de forma crítica superadora;
O- Ser solidário, cooperativo e tenha espírito associativo;
P- Entender a necessidade do movimento;
Q- Compreender a necessidade de criar o hábito de praticar as atividades
físicas;
R- Conhecer as regras e penalidades desportivas;
S- Conhecer um pouco da história da Educação Física e dos Desportos;
T- Desenvolver o seu próprio senso-crítico de forma construtiva visando um
mundo com melhor qualidade de vida para si e para seus companheiros.
Visando romper com a maneira tradicional como os conteúdos têm sido
tratados na Educação Física, faz-se necessário integrar e interligar as práticas
corporais de forma mais reflexiva e contextualizada, o que é possível por meio dos
Elementos Articuladores.
Podemos exemplificar isto através dos seguintes sistemas de complexos
temáticos:
• Cultura Corporal e Corpo;
• Cultura Corporal e Ludicidade;
• Cultura Corporal e Saúde;
• Cultura Corporal e Mundo do Trabalho;
• Cultura Corporal e Desportivização;
• Cultura Corporal – técnica e tática;
• Cultura Corporal e Lazer;
• Cultura Corporal e Diversidade;
• Cultura Corporal e Mídia.
Os elementos articuladores alargam a compreensão das práticas corporais,
indicam múltiplas possibilidades de intervenção pedagógica em situações que surgem
no cotidiano escolar. São, a um só tempo, fins e meios do processo de ensino-
aprendizagem, pois devem transitar pelos conteúdos estruturantes e específicos de
modo a articulá-los o tempo todo.
152
CULTURA CORPORAL E CORPO
O corpo deve ser entendido em sua totalidade, ou seja, o ser humano é o seu
corpo, que sente, pensa e age. Os aspectos subjetivos de valorização – ou não – do
corpo devem ser analisados sob uma perspectiva crítica da construção hegemônica do
referencial de beleza e saúde, veiculado por mecanismos mercadológicos e midiáticos,
que fazem do corpo uma ferramenta produtiva e um objeto de consumo.
Faz parte dessa discussão a reflexão crítica sobre a dicotomia corpo-mente.
Todas as discussões que envolvem o corpo devem estar atreladas às manifestações e
práticas corporais no interior das aulas de Educação física.
CULTURA CORPORAL E LUDICIDADE
Esse elemento articulador ganha relevância porque, ao vivenciar os
aspectos lúdicos que emergem das e nas brincadeiras, o aluno torna-se capaz de
estabelecer conexões entre o imaginário e o real, e de refletir sobre os papéis
assumidos nas relações em grupo. Reconhece e valoriza, também, as formas
particulares que os brinquedos e as brincadeiras tomam em distintos contextos e
diferentes momentos históricos, nas variadas comunidades e grupos sociais.
Dessa maneira, a ludicidade como elemento articulador, apresenta-se como uma
possibilidade de reflexão e vivência das práticas corporais em todos os conteúdos
estruturantes, desde que não esteja limitada a uma perspectiva utilitarista, na qual as
brincadeiras surgem de modo descontextualizado, em apenas alguns momentos da
aula, relegando o lúdico a um papel secundário.
Os aspectos lúdicos representam uma ação espontânea, de fruição, que
interfere sobre e na construção da autonomia, que é uma das finalidades da
escolarização.
CULTURA CORPORAL E SAÚDE
Esse elemento articulador permite entender a saúde numa dimensão
histórico-social. Portanto, é contrária à tendência dominante de conceber a saúde como
querer individual. Na esteira dessa discussão, propõem-se alguns elementos a serem
considerados como constitutivos da saúde:
• Nutrição: abordagem das necessidades diárias de ingestão de carboidratos,
de lipídios, de proteínas, de vitaminas e de aminoácidos, e também de seu
aproveitamento pelo organismo, no processo metabólico que ocorre durante uma
determinada prática corporal;
153
• Aspectos anatômicos e fisiológicos da prática corporal: trata-se de conhecer
o funcionamento do próprio corpo, identificar seus limites na relação entre prática
corporal e condicionamento físico, e propor avaliação física e seus protocolos;
• Lesões e primeiros socorros: abordam-se informações sobre as lesões mais
freqüentes ocorridas nas práticas corporais e como tratá-las a partir das noções de
primeiros socorros. Trata-se, ainda, de discutir as conseqüências ou seqüelas do
treinamento de alto nível no corpo dos atletas;
• Doping: discutem-se as influências das condições econômicas, sociais,
políticas e históricas no uso de substâncias ilícitas, por atletas e não-atletas, numa
sociedade pautada na competição exacerbada; os motivos, os valores determinantes
no uso de esteróides anabolizantes e seus efeitos.
Propõe-se ainda a sexualidade, que pode ser analisada sob, no mínimo, dois
aspectos: primeiro, que a entende como fruição, prazer, alegria, encontro; segundo, a
respeito do que ela representa em termos de miséria humana: prostituição infantil,
dominação sexual, sexismo, violência sexual, doenças sexualmente transmissíveis
entre outros. Na prática pedagógica, para dirimir as diferenças, sugere-se jogos mistos,
trazendo a responsabilidade da discussão para o aluno, mostrando a importância do
convívio social entre os mesmos, através da mudança de regras.
Nessa perspectiva, ter saúde, estar saudável não pode ser atribuído tão
somente a uma responsabilidade do sujeito, mas sim, compreendidos no contexto das
relações sociais, por meio de práticas e análises críticas dos discursos a ela relativos.
CULTURA CORPORAL E MUNDO DO TRABALHO
O mundo do trabalho torna-se elemento articulador dos Conteúdos Estruturantes
da Educação Física, na medida em que concentra as relações sociais de
produção/assalariamento vigentes na sociedade em geral e na Educação Física em
específico. A profissionalização esportiva, o assalariamento de diversos atletas são
exemplos de temas que devem ser abordados.
Outro aspecto a ser abordado é a o caráter utilitarista que a Educação Física
tem assumido na formação dos alunos. A Educação Física já esteve associada a
formação do trabalhador eficiente, adaptado.
Na crítica a esse processo, o professor poderá propor atividades que alertem os
alunos para os reais sentidos de tal prática, como exemplo dos exercícios calistênicos,
tão difundidos no interior da escola no período de ditadura militar.
154
CULTURA CORPORAL E DESPORTIVIZAÇÃO
A desportivização deve ser analisada à luz da padronização das práticas
corporais. Isso significa que o primeiro objetivo de tornar qualquer atividade um
esporte, é colocá-la sob normas e regras padronizadas e subjugadas a federações e
confederações, para que sua difusão seja ampla em todo o planeta, deixando o
aspecto criativo da expressão corporal num segundo plano.
Isso não significa que a criatividade não está mais presente nos esportes. É só
lembrarmos de inúmeras jogadas criadas por jogadores de futsal, ou dos movimentos
criativos da ginástica rítmica. Apesar disso, a objetividade é predominante no esporte
rendimento e, portanto, priorizada em detrimento da criatividade.
Com esse olhar, o professor poderá discutir com seus alunos as contradições
presentes nesse processo de esportivização das práticas corporais pois, no ensino de
Educação Física, é preciso compreender o processo pelo qual uma prática corporal é
institucionalizada internacionalmente com regras próprias e uma estrutura competitiva e
comercial.
CULTURA CORPORAL - TÉCNICA E TÁTICA.
Os aspectos técnicos e táticos são elementos que estão presentes nas mais
diversas manifestações corporais, especificamente naquelas que constituem os
conteúdos da Educação Física na escola. A técnica é, nesse sentido, fundamento
central para pensar os diferentes conteúdos da Educação Física, fruto do rigor
científico e do desejo humano em criar estratégias e métodos mais eficientes para
educar e padronizar gestos das diversas práticas corporais.
Não se trata de negar a importância do aprendizado das diferentes técnicas e
elementos táticos, mesmo porque compõem os elementos que constituem e identificam
o legado cultural das diferentes práticas corporais. Mas, sim, conceber que o
conhecimento sobre estas práticas vai muito além dos elementos técnicos e táticos. Do
contrário, corre-se o risco de reduzir ainda mais as possibilidades de superar as velhas
concepções sobre o corpo, baseadas em objetivos focados no desenvolvimento de
habilidades motoras e no treinamento físico, por meio das conhecidas progressões
pedagógicas.
CULTURA CORPORAL E LAZER
A disciplina de Educação Física tem, entre outros, o objetivo de promover
experiências significativas no tempo e no espaço, de modo que o lazer se torne um dos
155
elementos articuladores do trabalho pedagógico. Por meio dele, os alunos irão refletir e
discutir as diferentes formas de lazer em distintos grupos sociais, em suas vidas, na
vida das famílias, das comunidades culturais, e a maneira como cada um deseja e
consegue ocupar seu tempo disponível.
O professor de Educação Física pode trabalhar com seus alunos o conceito de
lazer, apresentando seus aspectos históricos, proporcionando uma compreensão mais
ampla de seu significado. Outra forma de se trabalhar com esse elemento articulador
pode ser através de pesquisas relacionadas ao dia-a-dia do aluno, onde o professor
propõe algumas indagações, tais como: o que faço no meu tempo livre? Quais são os
espaços e equipamentos de que me aproprio? Qual é a minha atitude frente ao
tempo/espaço de lazer?
Nesse sentido, trabalhar a questão do lazer nas aulas de Educação Física pode
possibilitar aos alunos, no tempo disponível – fora das obrigações escolares, familiares,
religiosas ou de trabalho – uma apropriação crítica e criativa de seu tempo, por meio da
interiorização do conhecimento historicamente construído e apreendido na escola.
CULTURA CORPORAL E DIVERSIDADE
A abordagem sobre a cultura corporal deve conduzir ao reconhecimento e
ampliação da diversidade nas relações sociais1. Por isso, as aulas de Educação Física
podem revelar-se excelentes oportunidades de relacionamento, convívio e respeito
entre as diferenças, de desenvolvimento de idéias e de valorização humana, para que
seja levado em conta o outro, numa perspectiva em que a inclusão represente uma
experiência formativa enriquecida pela pluralidade, pela diferença, pelo aprendizado
com os outros.
Ainda quanto ao reconhecimento das diferenças, é preciso valorizar as
experiências corporais do campo e dos povos indígenas. Esses registros culturais têm
riquíssimos acervos, muitas vezes esquecidos porque predominam os modelos
urbanos de educação do corpo. Assim, torna-se pertinente valorizar as práticas
corporais de cada segmento social e cultural nas escolas do campo e indígenas, tanto
quanto nas escolas urbanas.
Outra experiência que pode contribuir para a formação dos alunos é a
participação em esportes adaptados, facilitando a abordagem das dificuldades
1 Ressalta-se o que estabelece a Lei 10.639/03, que torna obrigatória a inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira, em todos os currículos.
156
encontradas pelos portadores de necessidades especiais. Busca-se, com isso, uma
conscientização das diferenças existentes entre as pessoas, tendo como pressuposto
básico de convivência o respeito e o convívio social.
CULTURA CORPORAL E MÍDIA
Esse elemento articulador deve propiciar a discussão das práticas corporais
transformadas em espetáculo e, como objeto de consumo, diariamente exibido nos
meios de comunicação para promover e divulgar produtos. Para uma análise crítica
dessa concepção das práticas corporais, diversos veículos de comunicação podem
servir de referência, quais sejam: programas esportivos de radio e televisão, artigos de
jornais, revistas, filmes, documentários, entre outros.
A atuação do professor de Educação Física tem sua importância no sentido de
aprofundar a abordagem dos conteúdos, considerando as questões veiculadas pela
mídia em sua prática pedagógica, de modo a possibilitar ao aluno discussão e reflexão
sobre questões como: a supervalorização de modismo, estética, beleza, saúde,
consumo; os extremos sobre a questão salarial dos atletas; os extremos de padrões de
vida dos atletas; o preconceito e a exclusão; a ética que permeia os esportes de alto
nível, entre outros aspectos que são ditados pela mídia.
CONTEÚDOS PARA ENSINO MÉDIO
1ª SÉRIE
j- Esportes, jogos, ginástica, lutas e danças. ( conteúdos estruturantes);
k- Elementos articulares: a desportização, a mídia, a saúde, o corpo, a tática
e a técnica, o lazer, a recreação.
2ª SÉRIE
• Esportes, jogos, ginástica, lutas e danças. ( conteúdos estruturantes);
• Elementos articulares: a desportização, a mídia, a saúde, a qualidade de
vida, o corpo, primeiros socorros, a tática e a técnica, o lazer, a recreação.
3ª SÉRIE
CC- Esportes, jogos, ginástica, lutas e danças. ( conteúdos estruturantes);
DD- Elementos articulares: o estilo de vida, a organização de eventos,
avaliação física ( cálculos de zona alvo de treinamento), desportização, a mídia, a
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saúde, a qualidade de vida, o corpo, primeiros socorros, a tática e a técnica, o lazer, a
recreação.
METODOLOGIA
As aulas no Ensino Fundamental devem propiciar aos alunos a participação em
atividades corporais, incentivar as relações equilibradas e construtivas com os colegas,
sem qualquer forma de discriminação, valorizar atitudes de respeito mútuo, dignidade e
solidariedade em situações lúdicas e esportivas. Deve transmitir também informações
sobre hábitos saudáveis de vida, despertando o gosto pela atividade física. Sendo
assim, coerente com a concepção metodológica proposta na DCE.
Os recursos didáticos e temáticos a serem utilizados são:
• Retroprojetor;
• Textos históricos evolução das modalidades;
• TV pen drive;
• Vídeo e DVD;
• Aparelho de som;
• Materiais diversos: bolas, cordas, bastões, cone e arcos, materiais de sucata;
pátio e quadra poliesportiva.
Propõem-se que a Educação Física, na Educação Básica, calçada na
concepção de Cultura Corporal, seja fundamentada nas reflexões sobre as
necessidades atuais de ensino perante os alunos, na superação de contradições e na
valorização da educação.
Por isso é de fundamental importância considerar os contextos e experiências de
diferentes regiões, escolas, professores, alunos e da comunidade. Pode e deve ser
trabalhada em interlocução com outras disciplinas que permitam entender a Cultura
Corporal em sua complexidade, ou seja, na relação com as múltiplas dimensões da
vida humana, tratadas tanto pelas ciências humanas, sociais, da saúde e da natureza,
de forma articulada com o projeto político-pedagógico da escola.
Nesse sentido, deve-se possibilitar aos alunos o acesso ao conhecimento
produzido pela humanidade, relacionando-o às práticas corporais, ao contexto
histórico, político, econômico e social, representando uma mudança na forma de
pensar o tratamento teórico metodológico dado às aulas de Educação Física, adotando
uma prática que contemple a enorme riqueza das manifestações corporais produzidas
socialmente pelos diferentes grupos humanos.
Portanto, compreender a Educação Física sob um contexto mais amplo significa
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entender que ela é composta por interações que se estabelecem nas relações sociais,
políticas, econômicas e culturais dos povos.
As DCEs apontam a Cultura Corporal como objeto de estudo e ensino da
Educação Física. A ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão
sobre o acervo de formas e representações do mundo que o ser humano tem
produzido, exteriorizadas pela expressão corporal em jogos, brinquedos e brincadeiras,
danças, lutas, ginásticas e esportes. Essas expressões podem ser identificadas como
formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem (COLETIVO DE
AUTORES, 1992, apud PARANÁ, 2008).
Considerando o objeto de ensino e de estudo da Educação Física, a Cultura
Corporal, por meio dos conteúdos estruturantes propostos – esporte; dança; ginástica;
lutas; jogos, brinquedos e brincadeiras – a Educação Física tem a função social de
contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio
corpo, adquirir uma expressividade corporal consciente e refletir criticamente sobre as
práticas corporais.
O professor de Educação Física tem, assim, a responsabilidade de organizar e
sistematizar o conhecimento sobre as práticas corporais, o que possibilita a
comunicação e o diálogo com as diferentes culturas. No processo pedagógico, o senso
de investigação e de pesquisa pode transformar as aulas de Educação Física e ampliar
o conjunto de conhecimentos que não se esgotam nos conteúdos, nas metodologias,
nas práticas e nas reflexões.
Cabe ressaltar que tratar o conhecimento não significa abordar o conteúdo
'teórico', mas, sobretudo, desenvolver uma metodologia que tenha como eixo central a
construção do conhecimento pela práxis, isto é, proporcionar ao mesmo tempo a
expressão corporal, o aprendizado das técnicas próprias dos conteúdos propostos e, a
reflexão sobre o movimento corporal, tudo isso segundo o princípio da complexidade
crescente, em que um mesmo conteúdo pode ser discutido tanto no Ensino
Fundamental quanto no Ensino Médio.
Ao pensar o encaminhamento metodológico para as aulas de Educação Física
na Educação Básica, é preciso levar em consideração, inicialmente, aquilo que o aluno
traz como referência acerca do conteúdo proposto, ou seja, é uma primeira leitura da
realidade. Esse momento caracteriza-se como preparação e mobilização do aluno para
a construção do conhecimento escolar.
Após o breve mapeamento daquilo que os alunos conhecem sobre o tema, o
professor propõe um desafio remetendo-o ao cotidiano, criando um ambiente de
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dúvidas sobre os conhecimentos prévios. Por exemplo, levantar a seguinte questão
sobre o jogo: todo jogo é necessariamente competitivo? Será que existe alguma forma
de jogar sem que exista um vencedor no final?
Posteriormente, o professor apresentará aos alunos o conteúdo sistematizado,
para que tenham condições de assimilação e recriação do mesmo, desenvolvendo,
assim, as atividades relativas à apreensão do conhecimento através da prática
corporal. Ainda neste momento, o professor realiza as intervenções pedagógicas
necessárias, para que o jogo não se encaminhe desvinculado dos objetivos
estabelecidos.
Finalizando a aula, ou um conjunto de aulas, o professor pode solicitar aos
alunos que criem outras formas de jogo, vivenciando-as. Neste momento, é possível
também a efetivação de um diálogo que permite ao aluno avaliar o processo de ensino-
aprendizagem, transformando-se intelectual e qualitativamente em relação a prática
realizada.
Enfim, é preciso reconhecer que a dimensão corporal é resultado de
experiências objetivas, fruto de nossa interação social nos diferentes contextos em que
se efetiva, sejam eles a família, a escola, o trabalho e o lazer.
Compreender a educação física num contexto mais amplo significa entender que
esta área de conhecimento é parte integrante de uma totalidade definida por relações
que se estabelecem na realidade social e política.
Na Educação Física tem-se o propósito de desenvolver aulas a partir de
perspectiva, utilizando as mais variadas formas possíveis de movimento para que o
aluno reflita sobre os mesmos, relacionando-os ao mundo onde o homem se
desenvolveu no decorrer de toda a história, através da experiência corporal, dos jogos,
danças, lutas, ginásticas, esportes, entre outros. Para tornar ainda mais interessantes
os conteúdos podem-se ainda ter variações a partir de idéias vindas dos alunos.
E de grande importância que o professor saiba trabalhar com o capitalismo, pois
o mesmo dita formas de agir com o corpo, assim teremos o esporte que pode servir de
potencializador das medidas.
As lutas, considerando as concepções e os aspectos voltados a sua história. A
ginástica como prática corporal abrangente e sistematizadora.
A dança como uma das formas mais primitivas de representação de cultura de
diversos povos, com enfoque no modismo emergente de toda a natureza. Está inserida
dentro do contexto escolar a cultura Afro-Brasileira Africana e Educação Escolar
Indígena.
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O jogo que na sociedade capitalista é apropriado à análise das regras e
preceitos a serem seguidos pelos indivíduos levando-os a organizar atividades de lazer
e recreação dentro da escola que enfatizam a importância do movimento e da
expressão corporal de um povo, assim como suas ideias sobre as mesmas para
diminuir as desigualdades. Utilizando a disciplina com fins recreativos que impliquem
desenvolvimento e capacidade de organizar seus próprios jogos e suas regras.
Compreender a educação física num contexto mais amplo significa entender que
esta área de conhecimento é parte integrante de uma totalidade definida por relações
que se estabelecem na realidade social e política.
AVALIAÇÃO
De acordo com as especificidades da disciplina de Educação Física, a
avaliação está vinculada ao projeto político pedagógica da escola, com critérios
estabelecidos de forma clara, a fim de priorizar a qualidade do ensino. Deve ser
contínua e identificar os processos do aluno durante o ano letivo de modo que
considere o que preconiza a LDB 9394/96, pela chamada avaliação formativa em
comparação à avaliação tradicional, qual seja, somativa ou classificatória, com vista a
diminuir a desigualdades sociais e construir uma sociedade justa e mais humanizada.
Os instrumentos de avaliação serão através de aulas práticas e teóricas,
atividades individuais, em duplas e grupos e também pesquisas e debates permitindo
uma formação contínua.
A avaliação deve estar vinculada ao projeto político-pedagógico da escola, de
acordo com os objetivos e a metodologia adotada pelo corpo docente. Com efeito, os
critérios para a avaliação devem ser estabelecidos, considerando o comprometimento e
envolvimento dos alunos no processo pedagógico: O comprometimento e envolvimento
dos alunos pode ser avaliado considerando:
K- Se os alunos entregam as atividades propostas pelo professor;
L- Se houve assimilação dos conteúdos propostos, por meio da recriação de
jogos e regras;
M- Se o aluno consegue resolver, de forma criativa, situações problemas sem
desconsiderar a opinião do outro, respeitando o posicionamento do grupo e propondo
soluções para as divergências;
N- Se os alunos se mostram envolvidos nas atividades, seja através de
participação nas atividades práticas ou realizando relatórios.
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Partindo-se destes critérios, a avaliação deve se caracterizar como um processo
contínuo, permanente e cumulativo, tal qual preconiza a LDB nº 9394/96, em que o
professor organizará e reorganizará o seu trabalho.
A avaliação deve, ainda, estar relacionada aos encaminhamentos
metodológicos, constituindo-se na forma de resgatar as experiências e sistematizações
realizadas durante o processo de aprendizagem. Isto é, tanto o professor quanto os
alunos poderão revisitar o trabalho realizado, identificando avanços e dificuldades no
processo pedagógico, com objetivo de (re)planejar e propor encaminhamentos que
reconheçam os acertos e ainda superem as dificuldades constatadas. Sugere-se os
seguinte passos:
W- Primeiro momento – início da aula ou bloco de aulas: o professor deve
buscar conhecer as experiências individuais e coletivas advindas das diferentes
realidades dos alunos, problematizando-as. É a primeira fonte de avaliação, que
possibilita ao professor reconhecer as experiências corporais e o entendimento prévio
por parte dos alunos sobre o conteúdo que será desenvolvido. Isso pode ser feito de
várias formas, como: diálogo em grupos, dinâmicas, jogos, dentre outras.
X- Segundo momento: é quando o professor propõe atividades correspondentes
à apreensão do conhecimento. A avaliação deve valer-se de um apanhado de
indicadores que evidenciem, através de registros de atitudes e técnicas de observação,
o que os alunos expressam em relação a sua capacidade de criação, de socialização,
os (pré)conceitos sobre determinadas temáticas, a capacidade de resolução de
situações problemas e a apreensão dos objetivos inicialmente traçados pelo professor
(PALLAFOX e TERRA, 1998, apud PARANÁ, 2008).
Y- Parte final da aula ou bloco de aulas: é o momento em que o professor
realiza, com seus alunos, uma reflexão crítica sobre aquilo que foi trabalhado. Isso
pode ocorrer de diferentes formas, dentre elas: a escrita, o desenho, o debate e a
expressão corporal. Neste momento, é fundamental desenvolver estratégias que
possibilitem aos alunos expressarem-se sobre aquilo que apreenderam, ou mesmo o
que mais lhes chamou a atenção.
Ainda, é imprescindível utilizar instrumentos que permitam aos alunos se auto-
avaliarem, reconhecendo seus limites e possibilidades, para que possam ser agentes
do seu próprio processo de aprendizagem.
Durante estes momentos de intervenção pedagógica, o professor pode utilizar-
se de outros instrumentos avaliativos, como dinâmicas em grupo, seminários, debates,
juri simulado, (re)criação de jogos, pesquisa em grupos, inventário do processo
162
pedagógico entre outros, em que os estudantes possam expressar suas opiniões aos
demais colegas.
A avaliação deve considerar todas as possibilidades e tentativas do aluno em
explicitar à sua maneira, de que forma compreende os conteúdos abordados.
O professor de Educação Física encontra-se em uma posição para avaliar a
partir de critérios informais e formais, como o interesse, a participação, a organização
para o trabalho cooperativo, o respeito aos colegas, debates, seminários, testes,
pesquisas trabalhos, pois esses aspectos tornam-se bastante evidentes nas situações
de aula. Alem de possibilitar que o aluno construa uma perspectiva positiva em relação
ao seu futuro. Daí a necessidade de explicar aos alunos, logo de início, sobre suas
competências de como, quando e de que modo estará sendo avaliados, para que sua
participação e entendimento do processo de ensino aprendizagem sejam ampliados.
Também será abordado como método para avaliar, a avaliação concomitante,
aquela que, como o nome sugere, ocorre junto ao processo de ensino aprendizagem,
fornecendo dados importantes para o ajustamento das ações educativas, possibilitando
a tomada de decisões quanto a continuidade do programado ou da necessidade de
alterações. E a avaliação final ou somática que se refere aos instrumentos que
pretendem avaliar o final de cada processo de aquisição de conteúdo. Por fim, os
professores devem ter clareza de que a avaliação não deve ser pensada a parte do
processo de ensino aprendizado da escola. Deve, sim, avançar dialogando com as
discussões sobre as estratégias didático-metodológicas entendendo esse processo
como algo contínuo, permanente e cumulativo.
Em síntese, os instrumentos de avaliação deverão:
5. Ser claros o suficiente para que o aluno saiba o que, como e quando sera
avaliado;
6. Aferir a capacidade do aluno de expressar-se pela linguagem escrita e
falada, sobre a sistematização dos conhecimentos relativos ao conteúdo
ou tema ministrado;
7. Reconhecer o desenvolvimento individual valorizando o aluno e
contribuindo para a auto-estima.
REFERÊNCIAS
DARIRO, Soraya Cristina, ANDRADE, Irene Conceição. EDUCAÇÃO FISICA NA
ESCOLAIMPLICAÇÕES PARA PRÁTICA PEDAGÓGICA. Ed. Guanabara Koogan s.a.
163
2005.
MATTOS, Mauro Gomes de : NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na adolescência:
Construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte editora,2000.
www.diadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/diretrizes/dir_em_edfisica.pdf
Diretrizes e Bases do Ensino Médio e fundamental do estado do Paraná 2006.
METODOLOGIA do Ensino da Educação Física/ Coletivo de autores, São Paulo,
Cortez, 1992.
Orientações curriculares de Educação Física – Departamento de Ensino Médio.
7.5-PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE
ENSINO RELIGIOSO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Após uma longa trajetória histórica do Ensino Religioso no Brasil, com a nova
redação do artigo 33 da LDBEN 9394/96, cumpre destacar que, o Ensino Religioso é
arte integrante da formação básica do cidadão, assegurado o respeito à diversidade
cultural religiosa do Brasil, sendo proibido toda forma de proselitismo.
O Ensino Religioso, embora de matrícula facultativa, cumpre parte importante na
formação da criança, pois, atualmente, em meio a tanta intolerância religiosa faz-se
necessário estabelecer relações entre culturas, espaços e diferenças como forma de
incutir o respeito pela crença do outro.
Desenvolver a vivência do diálogo e do respeito às diferenças pessoais, culturais
e religiosas em seu social, através da identificação dessas diferenças e semelhanças a
fim de firmar atitudes de paz, compreensão, solidariedade e superação de toda forma
de preconceito.
Reconhecer a importância dos ritos sociais, culturais e religiosos na vida das
pessoas, bem como os símbolos, os rituais e as espiritualidades das diferentes
Tradições Religiosas que orientam a vivência da fé dos adeptos, sua experiência e
relação com Transcendente, desenvolvendo respeito pela experiência e expressão
religiosa das culturas afros do Brasil.
Identificar a diversidade cultural na realidade social e conhecer a origem história
164
das diferentes religiões, bem como um dado da cultura, situando-se nele e
desenvolvendo o diálogo, o sentido da tolerância e do convívio respeitoso das religiões
africanas presentes no Brasil.
E através das aulas de Ensino Religioso os alunos passam a respeitar o
pluralismo religioso, tendo pensamento e o espírito voltados para o universo religioso,
visando uma educação para a paz, o diálogo, a cidadania, consciência ecológica e
outros temas relacionados a vida cidadã.
Pretende-se com a disciplina de Ensino Religioso que o aluno se torne uma
pessoa esclarecida quanto a diversidade religiosa presente no Brasil e no mundo e
desta forma, aprender a respeitar os outros nas suas diferenças e a conviver
respeitosamente com pessoas de diferentes religiões e culturas, bem como
proporcionar aos educandos oportunidades de se tornarem capazes de entender os
momentos específicos das diversas culturas, colaborando para a autêntica cidadania.
Os conteúdos trabalhados nas aulas de Ensino Religioso privilegia o estudo das
diferentes manifestações do Sagrado no coletivo, a partir da concepção prevista na
legislação e nas Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para o Ensino
Fundamental.
Cultura Afro–Brasileira, Africana e Indígena
A inserção da Lei 10.639/03 que dispões sobre a Cultura Afro–Brasileira e
Africana e a Lei 11.645/08 que se refere à História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena
nas Diretrizes Curriculares Nacionais, faz-se necessário para conhecer a situação
desses povos que aqui vivem e aprender a valoriza-los é para que isso aconteça é
preciso trabalhar desde as suas origens até a situação atual. Este tipo de abordagem
leva os alunos a entenderem a complexidade das origens da população brasileira como
uma confluência de heranças que se preservam,vencendo políticas explícitas de
homogeneização cultural havidas no passado, resistindo, recolocando-se, recriando-se,
ativas em diferentes momentos da história.
A existência de cultura, tecnologia e modos de vida própria desses povos são
pontos ainda obscuros na história do Brasil, que está para ser contada: a história dos
negros e dos índios. Como até então, essas questões passaram em branco no ensino
tradicional de História do Brasil e nos livros didáticos, agora, justifica-se um tratamento
à parte, propondo uma visão ampla sobre a trajetória dessas culturas e etnias, como
forma de resgatar a dignidade desses povos que também são partes integrantes e
essenciais da nossa própria história, tais como:
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- Estudo sobre a influencia das celebrações religiosas das tradições afros na
cultura do Brasil.
- Pesquisa acerca das religiões africanas presentes no Brasil-
- Pesquisa acerca das religiões indígenas presentes no cotidiano brasileiro.
DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
O compromisso com a formação do cidadão ativo faz com que a escolarização
assuma alguns princípios básicos que, tradicionalmente não era da sua área, até
mesmo era tabu falar sobre determinados assuntos, sexo, por exemplo, só de maneira
conceitual, técnica, pois quem devia falar sobre isso era a família; hoje, já não é
possível ficar alheia à medida que a gravidez na adolescência aumenta a cada ano –
observada na própria escola –, a violência, as drogas já chegaram à escola, e em vista
disso, abordagens sobre indisciplina, meio ambiente, droga dição, saúde, ética entre
outros devem ser discutidos à luz da realidade, pois os temas sugeridos são
fundamentais tanto para a própria formação do aluno quanto para a sua atuação de
modo crítico na sociedade, constituindo-se, pois, de conhecimentos sociais relevantes
e presentes no seu dia-a-dia.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Paisagem Religiosa
Universo Simbólico Religioso
Textos Sagrados
CONTEÚDOS BÁSICOS
5ª série
Organizações religiosas
Lugares Sagrados
Textos Sagrados orais ou escritos
Símbolos Religiosos
6ª série
Temporalidade Sagrada
Festas Religiosas
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Ritos
Vida e Morte
METODOLOGIA
O Ensino Religioso no sentido de contribuir para a formação da cidadania, como
toda disciplina escolar, tem uma prática docente metodológica própria.
Os conteúdos devem ser trabalhados conforme direção dos conteúdos
estruturantes. Observando a linguagem científica e não a religiosa, superando as
tradicionais aulas de religião. Evitando toda e qualquer forma de proselitismo e
doutrinação, trabalhando os conteúdos enquanto conhecimento da diversidade sócio-
político e cultural.
A abordagem desses conteúdos se realizará de modo diversificados,
dependendo dos fundamentos que recebem de cada conteúdo estruturante. E quando
necessário será desdobrado em conteúdos específicos. Contribuindo para a formação
da cidadania, como toda disciplina escolar, tendo uma visão pedagógica e holística, o
educando conhecerá ao longo do Ensino Fundamental os elementos básicos que
compõem o fenômeno religioso, para que possa entender melhor a sua busca pelo
transcendente.
As práticas pedagógicas desenvolvidas em Ensino Religioso em sala de aula,
serão no sentido de fomentar o respeito às diversidades de manifestações religiosas,
ampliando e valorizando o universo cultural dos alunos, com articulação de conteúdo,
diálogo, sensibilidade à pluralidade, mediar conflitos e também atenção especial aos
alunos com necessidades especiais, na inclusão social.
AVALIAÇÃO
Em Ensino Religioso é necessário destacar que os procedimentos avaliativos
não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se refere a
atribuição de notas ou de conceitos. Não se constitui objeto de reprovação, mas não
deixa de ser importante no processo educativo.
Para efetivar o processo de avaliação no Ensino Religioso, é necessário definir
os instrumentos e estabelecer os critérios que explicitem o quanto o aluno se apropriou
do conteúdo específico da disciplina e foi capaz de relacioná-lo com as outras
disciplinas. A avaliação pode revelar também em que medida a prática pedagógica,
167
fundamentada no pressuposto do respeito à diversidade cultural e religiosa, contribui
para a transformação social.
A apropriação do conteúdo trabalhado pode ser observada pelo professor em
diferentes situações de ensino e aprendizagem. Eis algumas sugestões que podem ser
tomadas como amplos critérios de avaliação no Ensino Religioso:
- O aluno expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm
opções religiosas diferentes da sua?
- O aluno respeita as diferenças de credo ou de expressão de fé?
- O aluno reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de
identidade de cada grupo social?
- O aluno emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes
manifestações do sagrado?
A avaliação é um elemento integrante do processo educativo na disciplina do
Ensino Religioso. Cabe, então, ao professor implementar práticas avaliativas e
construir instrumentos de avaliação que permitam acompanhar e registrar o processo
de apropriação de conhecimentos pelo aluno em articulação com a intencionalidade do
ensino explicitada nos planos de trabalho docente. O que se busca, em última
instância, com o processo avaliativo é identificar em que medida os conteúdos passam
a ser referenciais para a compreensão das manifestações do sagrado pelos alunos.
Diante da sistematização dos resultados da avaliação, o professor terá
elementos para planejar as necessárias intervenções no processo pedagógico, bem
como para retomar as lacunas identificadas na aprendizagem do aluno. Terá também
elementos indicativos dos níveis de aprofundamento a serem adotados em conteúdos
que desenvolverá a posteriori e da possível necessidade de reorganização do trabalho
com o objeto e os conteúdos estruturantes.
Para a avaliação do conhecimento na disciplina de Ensino Religioso, deve-se
levar em conta as especificidades de oferta e frequência dos alunos nesta disciplina
que todo professor ao ministrá-la deve estar ciente, pois tal disciplina está em processo
de implementação nas escolas e, por isso a avaliação pode contribuir para sua
legitimação como componente curricular. Apesar de não haver aferição de notas ou
conceitos que impliquem aprovação ou reprovação do aluno, recomenda-se que o
professor registre o processo avaliativo por meio de instrumentos que permitam à
escola, ao aluno, aos seus pais ou responsáveis a identificação dos progressos obtidos
na disciplina. A avaliação permite diagnosticar o quanto o aluno se apropriou do
conteúdo, como resolveu as questões propostas, como reconstituiu seu processo de
168
concepção da realidade social e, como, enfim, ampliou o seu conhecimento em torno
do objeto de estudo do Ensino Religioso, o sagrado, sua complexidade, pluralidade,
amplitude e profundidade.
REFERÊNCIAS
ELIADE, Mercer. Tratado de História das religiões do mundo.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino
Religioso para o Ensino Fundamental.
MARCHON Bent; KIEFFER, Jean François. AS Grandes Religiões no Mundo.
7.6-PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA
O cumprimento da exigência intrínseca a qualquer disciplina que figura na
matriz curricular faz surgir uma série de questões e problemas a serem discutidos. Daí
que, da década de 1980 até hoje, os professores de filosofia vêm manifestando uma
preocupação com o conteúdo e a metodologia, em outras palavras, a necessidade de
pensar a relação entre os textos filosóficos e a experiência filosófica no ensino médio.
Segundo Gallo (2004), observa-se hoje no Brasil um movimento de pensar
filosoficamente o ensino de Filosofia, no qual os filósofos têm tomado para si a
responsabilidade de pensar a prática docente nos vários níveis.
A Filosofia é filha da ágora e sua origem a vincula à política. Uma Filosofia sem
compromissos com a humanidade e distante da política, seria por si só uma
contradição insuperável. Esse vínculo histórico se fortalece na medida em que a
Filosofia desenvolve as potencialidades que a caracterizam: capacidade de indagação
e crítica; qualidades de sistematização, de fundamentação; rigor conceitual; combate a
qualquer forma de dogmatismo e autoritarismo; disposições para levantar novas
questões, para repensar, imaginar e construir conceitos, além da sua defesa radical da
emancipação humana, do pensamento e da ação livres de qualquer forma de
169
dominação.
Formação pluridimensional e democrática, capaz de oferecer aos estudantes a
possibilidade de compreender a complexidade do mundo contemporâneo, suas
múltiplas particularidades e especializações.
Adquirir espaço de experiência filosófica, espaço de provocação do pensamento
original, da busca da compreensão, imaginação, da investigação, da análise e da
criação de conceitos.
Provocar o despertar da consciência de ensinar a pensar filosoficamente, isto é,
ensinar a exercer a cidadania apoiada no pensamento crítico.
Formar o aluno crítico integrado com a sociedade.
Levar o aluno a desenvolver estilo próprio de pensamento
Levar o aluno a pensar, discutir, argumentar, criar e recriar para si os conceitos
filosóficos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Mito e Filosofia
O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria
explicações. Ao criar explicações, cria pensamentos, processo em que estão presentes
tanto o mito como a racionalidade. Ou seja, a base mitológica, como pensamento por
figuras, e a base racional, como pensamento por conceitos, são constituintes do
conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser considerado porque, a partir
dele, o homem desenvolve ideias, inventa sistemas, cria conceitos, elabora leis,
códigos e práticas.
Dentro deste conteúdo estruturante serão abordados os seguintes conteúdos
básicos: Saber mítico; Saber filosófico;~Relação mito e filosofia; Atualidades do mito; O
que é filosofia.
Teoria do Conhecimento
Constituída como campo do conhecimento filosófico de forma autônoma apenas
na Idade Moderna, a teoria do conhecimento se ocupa de modo sistemático com a
origem, a essência e a certeza do conhecimento humano. Basicamente, aborda
questões como:
170
• Critérios de verdade – O que permite reconhecer o verdadeiro?
• Possibilidade do conhecimento – Pode o sujeito apreender o objeto?
• Âmbito do conhecimento – Abrange ele a amplitude do real ou se
restringe
ao sujeito que conhece?
• Origem do conhecimento – Qual é a fonte do conhecimento?
]
Os conteúdos básicos são os seguintes: Possibilidades do Conhecimento; As
formas de conhecimento; O problema da verdade; A questão do método; Conhecimento
e lógica.
Ética
Ética é o estudo dos fundamentos da ação humana. Um dos grandes problemas
do campo da ética é o da relação entre o sujeito e a norma. Essa relação é
eminentemente tensa e conflituosa, uma vez que todo estabelecimento de norma
implica cerceamento da liberdade. Assim, “compete à tessitura das forças sociais
convencionar entre ambos alguma forma de equilíbrio; ou então, por vezes, reconhecer
que o equilíbrio se faz difícil e mesmo impossível” (BORNHEIM, 1997,p. 247).
A ética possibilita análise crítica para atribuição de valores. Pode ser ao mesmo
tempo especulativa e normativa, crítica da heteronomia e da anomia e propositiva na
busca da autonomia. Por isso, a ética possibilita o desenvolvimento de valores, mas
pode ser também o espaço da transgressão, quando valores impostos pela sociedade
se configuram como instrumentos de repressão, violência e injustiça.
A ética enquanto conteúdo escolar tem por foco a reflexão da ação individual ou
coletiva na perspectiva da Filosofia. Mais que ensinar valores específicos trata-se de
mostrar que o agir fundamentado propicia consequências melhores e mais racionais
que o agir sem razão ou justificativas.
Conteúdos Básicos que serão abordados: Ética e moral; Pluralidade ética; Ética
e violência; Razão, desejo e vontade; Liberdade, autonomia do sujeito e a necessidade
das normas.
171
Filosofia Política
A Filosofia Política busca compreender os mecanismos que estruturam e
legitimam os diversos sistemas políticos, discute relações de poder e concebe novas
potencialidades para a vida em sociedade. As questões fundamentais da política
perpassam a História da Filosofia, nas obras de grandes pensadores, da antiguidade à
contemporaneidade.
As sociedades que transformaram o poder político em coisa pública,
transparente, participável e voltado à construção do bem comum, são exceções no
espaço e no tempo. Se, por um lado, a modernidade está distante do ideal da polis
ateniense ou da res-publica romana, por outro é preciso reconhecer que ela trouxe
conquistas fundamentais, como a valorização da subjetividade e da liberdade
individual. Mas, a valorização exacerbada da esfera dos interesses privados nos
afastou da esfera pública e dos interesses comuns e, por isso, o modelo da
representação política tem sido a forma hegemônica do retorno da democracia nas
sociedades modernas. No entanto, é preciso considerar que atravessamos uma crise
da representação política que coloca em questão o atual modelo dos chamados
Estados democráticos liberais.
No Ensino Médio, a Filosofia Política, por meio dos textos filosóficos, tem por
objetivo problematizar conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça,
igualdade e liberdade, dentre outros, de maneira a preparar o estudante para uma ação
política consciente e efetiva. Na sequência são apresentados os Conteúdos Básicos:
Relação entre comunidade e poder; Liberdade e igualdade política; Política e
ideologia;Esfera pública e privada; Cidadania formal e/ou participativa.
Filosofia da Ciência
Filosofia da Ciência é o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos
resultados das diversas ciências. Sua importância consiste em refletir criticamente
sobre o conhecimento científico, para conhecer e analisar o processo de construção da
ciência do ponto de vista lógico, linguístico, sociológico, político, filosófico e histórico.
Ciência e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo
empirista e pragmatista da pesquisa aplicada. A Filosofia da Ciência nos mostra que o
conhecimento científico é provisório, jamais acabado ou definitivo, sempre tributário de
fundamentos ideológicos, religiosos, econômicos, políticos, históricos e metodológicos
No Ensino Médio, portanto, importa estudar a Filosofia da Ciência na perspectiva
172
da produção e do produto do conhecimento científico, problematizar o método e
possibilitar o contato com o modo como os cientistas trabalham e pensam.
Assim os conteúdos básicos serão os seguintes: Concepções de Ciência; A
questão do método científico; Contribuições e limites da ciência; Ciência e ideologia;
Ciência e ética.
Estética
A atitude problematizadora e investigativa, característica da Filosofia, volta-se
também para a realidade sensível. Compreender a sensibilidade, a representação
criativa, a apreensão intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as
relações do homem com o mundo e consigo mesmo, é objeto do conteúdo estruturante
Estética.
Voltada principalmente para a beleza e à arte, a Estética está intimamente ligada
à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir,
completar, alterar, apropriar-se do mundo como realidade humanizada.
Aos estudantes do Ensino Médio, a Estética possibilita compreender a apreensão da
realidade pela sensibilidade, perceber que o conhecimento não é apenas resultado da
atividade intelectual, mas também da imaginação, da intuição e da fruição, que
contribuem para constituir sujeitos críticos e criativos.
Os conteúdos básicos serão os seguintes: Natureza da arte; Filosofia e arte;
Categorias estéticas – feio, belo, sublima, trágico, cômico,grotesco, gosto, etc.; Estética
e sociedade.
METODOLOGIA
O trabalho com os conteúdos estruturantes da Filosofia e seus conteúdos
específicos se realizará em quatro momentos:
l- a mobilização para o conhecimento;
m- a problematização;
n- a investigação;
o- a criação de conceitos.
O ensino da Filosofia pode começar pela exibição de um filme ou de uma
imagem, da leitura de um texto jornalístico ou literário ou da audição de uma música.
São inúmeras as possibilidades de atividades conduzidas pelo professor para instigar e
173
motivar possíveis relação entre o cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a ser
desenvolvido.
Iniciando o trabalho propriamente filosófico: a problematização, a investigação e
a criação de conceitos, o que n~´ao significa dizer que a mobilização não possa ocorrer
diretamente a partir do conteúdo problematizado.
A partir do conteúdo em discussão, a problematização ocorre quando o
professor e estudantes levantam questões, identificam problemas e investigam o
conteúdo. É importante ressaltar que os recursos escolhidos para tal mobilização.
Filmes, música, textos e outros podem ser retomados a qualquer momento do
processo de aprendizagem.
Por meio da investigação, através do professor o aluno é convidado a analisar o
problema, podendo ser o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica. Visto
que é imprescindíveis recorrer à história da Filosofia e os textos clássicos dos filósofos,
com diferentes maneiras de enfrentar o problema e, com as possíveis soluções já
elaboradas, que orientam e dão qualidade à discussão.
É imprescindível que o ensino de Filosofia seja permeado por atividades
investigativas individuais e coletivas que organizem e oriente o debate filosófico,
dando-lhe um caráter dinâmico e participativo.
A leitura, debate, produção de textos, entre outras estratégias, a fim de que a
investigação seja fundamento no processo de criação de conceitos no ensino da
Filosofia.
O bom planejamento.
O livro didático público possibilita o trabalho com os quatro momentos do ensino
da Filosofia.
AVALIAÇÃO
Conforme a LDB nº 9394/96, no seu artigo 24, a avaliação deve ser concebida
na sua função diagnóstica e processual, isto é, tem a função de subsidiar e mesmo
redirecionar o curso da ação no processo ensino-aprendizagem.
Ao avaliar, o professor deve ter profundo respeito pelas posições do estudante,
mesmo não concordando com elas, pois o que está em questão é a capacidade de
argumentar e a de identificar os limites dessas posições.
Deve ser levados em conta a atividade com conceitos, a capacidade de construir
e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e
174
discursos.
Trabalhar e criar conceitos, sob os seguintes pressupostos:
• qual conceito trabalhou e criou/recriou;
• qual discurso tinha antes;
• qual discurso tem após o estudo da Filosofia.
A avaliação de Filosofia se inicia com a mobilização para o conhecimento, por
meio da análise comparativa do que o estudante pensava antes e do que pensa após o
estudo.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Filosofia, Disponível em: http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/ Acesso em 26 de outubro
de 2010.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Livro
Didático Público. Fílosofia/ vários autores. 2ª Edição, Curitiba:SEED-PR, 2006.
Disponível
em:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/livro_e_diretrizes/l
ivro/filosofia/seed_filo_e_book.pdf. Acesso em 26 de outubro de 2010.
175
7.7-PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE
FÍSICA
APRESENTAÇÃOGERAL DA DISCIPLINA
A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda sua complexidade e, por
isso, como disciplina escolar, propõe aos estudantes o estudo da natureza, entendida,
segundo Menezes (2005), como realidade material sensível. Isto é, o Universo – sua
evolução, suas transformações e as interações que nele ocorrem. Ressalte- se que os
conhecimentos de Física apresentados aos estudantes do Ensino Médio não são
coisas da natureza, ou a própria natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no
intuito de explicar e entender essa natureza.
Os conhecimentos que temos hoje sobre o mundo físico resultam de um longo
processo histórico de experiências, descobertas, acertos e erros que na luta pela
sobrevivência o homem obrigatoriamente teve que dominá-lo. Através da interação
com a natureza, o homem aprendia e transmitia os conhecimentos adquiridos para as
suas gerações futuras.
Quando o homem pré-histórico usou uma pedra para abrir o crânio de um animal
ou fez um arco para atirar uma flecha, ele incorporou conhecimentos de Mecânica. Os
primeiros povos civilizados, na mesopotâmia e no Egito, aprenderam, entre outras
coisas a bombear água para as plantações, transportar e levantar enormes blocos de
pedra, a construir monumentos, eles estavam começando a desenvolver e aplicar
conhecimentos físicos.
As evoluções do conhecimento humano e físico estão intimamente ligadas, e
estas evoluções, uma vez que resultam da ação coletiva de alguns homens notáveis e
das condições históricas de uma determinada sociedade que favorece ou não a
ampliação do saber.
A Física estuda os fenômenos naturais tal como eles ocorrem no espaço e no
tempo e os descreve por meio de teorias expressas em uma linguagem matemática.
Com a ajuda da Física, podemos utilizar algumas formas de energia e fazê-las
trabalhar para nós, por este motivo que o conhecimento das leis e dos fenômenos
físicos constitui um complemento indispensável à formação cultural do homem
moderno, não só em virtude do grande desenvolvimento cientifico e tecnológico do
modo atual, como também porque o mundo da física nos rodeia por completo.
176
Nos nossos dias, as teorias físicas permitem predizer resultados experimentais
com grande precisão e muitas delas tiveram aplicações tecnológicas que
transformaram consideravelmente nosso modo de vida. Entende-se, então, que a física
deve educar para a cidadania contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito
crítico, capaz de admirar a beleza da produção cientifica ao longo da história e
compreender a necessidade dessa dimensão do conhecimento para o estudo e o
entendimento do universo de fenômenos que o cerca, bem como a não neutralidade da
produção desse conhecimento para que se perceba os aspectos sociais, políticos,
econômicos e culturais da mesma, seu comprometimento e envolvimento com as
estruturas que representam esses aspectos.
O ponto de partida da prática pedagógica são os conteúdos estruturantes,
propostos nas Diretrizes Curriculares com base na evolução histórica das ideias e dos
conceitos da Física. Para isso, os professores devem superar a visão do livro didático
como ditador do trabalho pedagógico, bem como a redução do ensino de Física à
memorização de modelos, conceitos e definições excessivamente matematizados e
tomados como verdades absolutas, como coisas reais. As Diretrizes buscam construir
um ensino de física centrado em conteúdos e metodologias capazes de levar os
estudantes a uma reflexão sobre o mundo das ciências, sob a perspectiva de que esta
não é somente fruto da racionalidade . O estudo da Física deve ressaltar a importância
de um enfoque conceitual que não leve em conta apenas uma equação matemática,
mas que considere o pressuposto teórico que afirma que o conhecimento científico é
uma construção humana com significado histórico e social.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
A partir da história da Física constituída ao longo dos tempos, o quadro teórico
dessa ciência foi sistematizado em três campos de estudo: MOVIMENTO,
TERMODINÂMICA E ELETROMAGNETISMO como estruturantes da disciplina, porque
representam campos de estudos que desdobrados em conteúdos básicos, garantem o
objeto de estudo (UNIVERSO) da forma mais abrangente aos estudantes do Ensino
Médio.
177
CONTEÚDOS BÁSICOS :
MOVIMENTO: Momentum e inércia, Conservação de quantidade de movimento, 2ª Lei
de Newton, 3ª Lei de Newton, condições de Energia e o Principio da conservação de
energia e Gravidade.
TERMODINÂMICA: Leis da Termodinâmica: Lei zero da Termodinâmica: 1ª Lei da
Termodinâmica, 2ª Lei da Termodinâmica, Oscilações, Entropia e 3ª Lei da
Termodinâmica.
ELETROMAGNETISMO: Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas,
Força eletromagnética, Equações de Maxwell: (Lei de Gauss, lei de Coulomb para
eletrostática, lei de Ampére, Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday) e A natureza da
Luz e suas propriedades.
Obs.: A presente Proposta Curricular vem contemplar a Lei 11.645/08, referente à
“História e Cultura Afro-brasileira e Indígena.”
METODOLOGIA
É importante que o processo de ensino-aprendizagem, em Física, parta do
conhecimento prévio dos estudantes onde se incluem as concepções alternativas ou
concepções espontâneas, que são provenientes da experiência cotidiana sobre os
fenômenos físicos. Todavia a concepção científica envolve um saber socialmente
construído e sistematizado, sendo a escola, por excelência, o lugar onde se produz
esse conhecimento. O professor deve mostrar ao estudante que o seu conhecimento
não está pronto e acabado, mas que deve ser superado. A principal finalidade é que
professores e estudantes compartilhem significados na busca da aprendizagem que
ocorre quando novas informações interagem com o conhecimento prévio do sujeito e,
simultaneamente, adicionam, diferenciam, integram, modificam e enriquecem o saber
já existente, inclusive com a possibilidade de substituí-lo .
Os conceitos de Física serão ministrados de forma a estimular o interesse pelos
conteúdos através de atividades práticas, associando com o cotidiano, levando a
178
formação de hipóteses, questionamentos e apresentações de soluções. Estes
aperfeiçoados com os trabalhos e pesquisas individuais ou em grupos.
Como introdução a esses conceitos básicos em Física, serão utilizados, entre
outras atividades, textos que despertem a curiosidade do aluno e que sirvam como
elos com os conceitos já aprendidos, objetivando familiarizar o aluno com termos,
símbolos, códigos, enfim a linguagem da Física escrita, fazendo uso também de
recursos áudio-visuais como TV multimídia, DVDs e a utilização do laboratório de
informática. Todos os textos utilizados para aperfeiçoar ideias e ampliar a linguagem
Física serão amplamente aproveitados em trabalhos de expressão oral, pois no
momento em que o aluno dominar a escrita física, se trabalhará com a interpretação de
acontecimentos do dia-a-dia através de questionamentos, pesquisas, etc.
Espera-se que o ensino da física, no Ensino Médio, contribua para a formação
de uma cultura efetiva que permita ao indivíduo a interpretação dos fatos, fenômenos e
processos naturais, situando e dimensionando a interação do ser humano com a
natureza como parte integrante da própria natureza em transformação. Sendo assim,
ao estudar gravitação sob o modelo de Newton, o aluno deve perceber não apenas
uma equação matemática, mas a síntese de uma concepção de espaço, matéria e
movimento, resultado de um processo que iniciou nos primeiros estudos dos
movimentos, movido pela necessidade ou pela curiosidade e chegou à sistematização
realizada por Newton, assim, o professor pode e deve utilizar problemas matemáticos
no ensino da física, mas entende-se que a resolução de problemas deve permitir que o
estudante elabore hipóteses além das solicitadas pelo exercício, para que efetivamente
ele compreenda a teoria física e possa relacioná-la com os fenômenos físicos de sua
vivência, permitindo um envolvimento maior com essas teorias e por consequência
uma aprendizagem muito mais significativa.
AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se
estuda e interpreta os dados da aprendizagem, assim, estando a serviço da
aprendizagem, sua finalidade deve ser sempre o crescimento e a formação do aluno.
Dessa forma, ela deve ter um caráter diversificado tanto qualitativo quanto do ponto de
vista instrumental. Entretanto, do ponto de vista quantitativo o professor deve orientar-
se normatizado pelo regimento escolar de cada instituição.
179
Os Critérios de avaliação em física devem corroborar:
1. A compreensão dos conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e
aprendizagem planejada;
2. A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos;
3. A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis
e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva
os conhecimentos da Física.
4. Os instrumentos de avaliação serão os seguintes:
5. Produção em sala de aula;
6. Trabalhos de Pesquisa;
7. Relatório individual em aulas de experiementação;
8. Relatório explicativo das práticas demonstrativas realizadas pelo professor;
9. Trabalhos e tarefas envolvendo situações problemas;
10. Avaliação envolvendo situações problemas.
11. Assim, o professor terá subsídio para verificar a aprendizagem dos estudantes e,
se for o caso, poderá interferir no processo pedagógico revendo seu
planejamento.
REFERÊNCIAS
BONJORNO, R.A; BONJORNO, J.R; BONJORNO,V; RAMOS, C.M. Física Completa,
volume único, São Paulo, ed. FTD. 2000.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Física. Curitiba, Disponível em: http://www.fisica.seed.pr.gov.br/arquivos/File/fisica.pdf
Acesso em: 03 de setembro de 2010
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Livro
Didático Público. Física/ vários autores. 2ª Edição, Curitiba:SEED-PR, 2006.
SAMPAIO, J.L; CALÇADA, C.S; Universo da Física. Volumes I,II e III. Atual editora, 2ª.
Edição, São Paulo, 2005.
PENTEADO, M. P. C.; TORRES, C. M; Física – Ciência e Tecnologia. Volumes I,II,III.
São Paulo: Moderna, 2005.
180
7.8-PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
Geografia tem como objeto de estudo o “Espaço Geográfico”, entendido como o
espaço produzido (LEFEBURE,1974) e apropriado pela sociedade, composta por
objetos (naturais, culturais e técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticas e
econômicas) inter-relacionadas (SANTOS, 1996). Desta perspectiva os objetos
geográficos são indissociáveis das ações humanas, mesmo sendo eles objetos
naturais.
O espaço geográfico é dinâmico, não se apresenta pronto e acabado. É
necessário que o aluno compreenda essa dinamicidade do processo de construção do
espaço.
A geografia fornece ao educando uma visão crítica e construtiva do seu espaço
no âmbito social, físico e histórico, passando a fazer parte do processo de mudança do
mundo em que vive.
A relevância da geografia está no fato de que todos os acontecimentos do
mundo têm uma dimensão espacial, onde o espaço é a materialização dos tempos da
vida social. Portanto, a escola é um dos lugares que produz, analisa e sistematiza
conhecimentos subsidiando os alunos para que sejam capazes de interpretar com olhar
crítico o mundo que o cerca, sem deixar de considerar a diversidade das temáticas
geográficas e suas diferentes formas de abordagem.
As teorias críticas da geografia possibilitam um ensino geográfico com base na
análise das relações sócio-espaciais, nas diversas escalas geográficas, do local ao
global, retornando ao local.
A cultura afro é colocada como parte integrante dos conteúdos, para que se
conheça esta cultura de forma aberta e ampliada. As influências africanas em nossas
vidas, suas contribuições, respeitando sempre a diversidade cultural, econômica, social
e racial. Muitos são os objetivos para o ensino de Geografia dentre ele citamos:
1. Selecionar e interpretar os conceitos de fatos geográficos e
transformações reais esses conhecimentos, sendo capaz de tomar
posições críticas com argumentações embasadas nas atuais situações.
2. Compreender as mudanças ocorridas no espaço geográfico, identificando
181
as em seu contexto histórico e estabelecendo entre elas uma relação
temporal;
3. Preparar e formar o cidadão crítico e com visão de mundo que lhe
permita participara ativamente da sociedade em que vive, tornando-o
capaz de perceber e entende os fatos que acontecem no mundo, de
interpretá-los e de estabelecer relações não só entre esses fatos, mas
também contextualizá-lo com a realidade do local onde vive;
4. Conhecer e utilizar procedimentos de pesquisa da geografia para
entender a paisagem, o território e o lugar, seus processos de construção,
identificando suas relações, problemas e contradições.
5. Valorizar o patrimônio sócio-cultural e respeitar a sócio-diversidade,
reconhecendo-os como direitos dos povos e indivíduos e elementos de
fortalecimento da democracia.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Dimensão Econômica do Espaço Geográfico.
Dimensão Política do Espaço Geográfico.
Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico.
Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico.
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
5ª SÉRIE Posição geográfica;
Recursos energéticos;
Políticas ambientais;
Biopirataria;
Meio ambiente e desenvolvimento;
Estado, nação e território;
Desigualdade social;
As eras geológicas;
Os movimentos da Terra no Universo e suas influências ( rotação, translação,
fuso horário, coordenadas geográficas );
As rochas e minerais;
Paisagem – espaço geográfico – lugar Cartografia – representação do espaço,
182
convenções cartográficas Ambiente urbano e rural;
Classificação, fenômenos atmosféricos e mudanças climáticas Rios e bacias
hidrográficas;
Sistemas de energia;
Circulação e poluição atmosférica;
Desmatamento;
Chuva ácida;
Buraco na camada de ozônio;
Efeito estufa ( aquecimento global );
Meios de comunicação;
O movimento do povo africano no tempo e no espaço;
Questões relativas a renda e trabalho Divisão social do trabalho.
6ª SÈRIE Organização do espaço geográfico a partir de políticas econômicas,
manifestações culturais e socioambientais;
Recursos energéticos;
Políticas ambientais;
Biopirataria;
Meio ambiente e desenvolvimento;
Movimentos sociais: ONGs, MST,MTST Divisões regionais do Brasil;
Contribuição do negro na construção da nação brasileira;
Ambiente urbano e rural;
Movimentos socioambientais;
Sistemas de energia;
Circulação e poluição atmosférica;
Desmatamento;
A composição étnica da formação da população Êxodo rural;
Urbanização e favelização;
Ambiente urbano e rural;
Fatores do tipo de migração e suas influências no espaço geográfico Estrutura
etária;
Movimentos sociais;
População: crescimento natural e vegetativo, população economicamente ativa e
etnia;
183
Divisão regional do Brasil;
Índice socioeconômico;
Estrutura populacional paranaense.
7ª SÉRIE Setores da economia;
Sistemas de produção industrial;
Globalização e seus efeitos no espaço geográfico;
Acordos e blocos econômicos;
Economia e desigualdade social;
Dependência tecnológica;
Sistema político econômico: capitalismo e socialismo Índice sócio-econômico;
As relações econômicas, a dependência tecnológica e desigualdade social do/no
espaço geográfico;
Sistema político econômico: capitalismo e socialismo;
Organização do espaço geográfico a partir de políticas econômicas,
manifestações culturais e socioambientais;
Blocos econômicos;
Formação dos estados nacionais;
Globalização;
Desigualdade dos países: Norte/Sul;
A Guerra Fria e suas influências no mundo Políticas ambientais;
Órgãos internacionais;
Biopirataria;
Meio ambiente e desenvolvimento;
Divisão do mundo: regionalização;
Terrorismo;
Narcotráfico;
Quadro natural: os continentes;
Movimentos socioambientais;
Circulação e poluição atmosférica;
Desmatamento;
Formação e conflitos étnicos, religiosos e raciais, consumo, consumismo e
cultura;
184
Movimentos sociais;
Índice socioeconômico;
Quadro social: os continentes;
Segregação racial no continente americano.
8ª SÉRIE Globalização e seus efeitos no espaço geográfico Acordos e blocos econômicos;
Economia e desigualdade social;
Dependência tecnológica;
Sistema político econômico: capitalismo e socialismo Índice socioeconômicos;
Sistemas políticos e econômicos: Capitalismo e Socialismo Organização do
espaço geográfico a partir de políticas econômicas, manifestações culturais e sócio-
ambientais Blocos econômicos;
Formação dos Estados Nacionais;
Globalização;
Desigualdade dos países: Norte e Sul Conflitos mundiais, suas causas e efeitos;
A Guerra Fria e as suas influências no mundo Políticas ambientais;
Órgãos internacionais;
Neoliberalismo;
Biopirataria;
Meio ambiente e Desenvolvimento;
Movimentos sociais;
Divisão do Mundo: regionalização;
Terrorismo;
Narcotráfico;
Quadro Natural: Os continentes;
Movimentos socioambientais;
Circulação e poluição atmosférica;
Desmatamento;
Chuva ácida
Buraco na camada de ozônio;
Efeito Estufa;
Desigualdade social e problemas ambientais;
História das migrações mundiais;
Estrutura etária;
185
Formação e conflitos étnicos, religiosos e raciais, consumo, consumismo e
cultura;
Movimentos sociais;
Quadro Social: Os continentes;
Características gerais do continente africano Apartheid;
A colonização da África pelos europeus e conflitos territoriais;
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O ENSINO MÉDIO
Dimensão Econômica do Espaço Geográfico
Modos de produção e formações sócio-espaciais;
A industrialização clássica, periférica e planejada;
Agroindústria;
A revolução técnico-científico informacional, e o novo arranjo do espaço na
produção;
Distribuição espacial das indústrias nas diversas escalas geográficas;
Urbanização e hierarquia das cidades: megalópoles, metrópoles, cidades
grandes, médias e pequenas; Industrialização no Brasil, Agroindústria no Brasil;
Recursos minerais e energéticos do Brasil;
O espaço agropecuário brasileiro;
Os transportes no Brasil;
Oposição norte/sul e aspectos econômicos da produção, Internacionalização do
capital e sistemas financeiros;
Formação dos blocos econômicos regionais;
Órgãos internacionais;
Re-estruturação do segundo mundo e economia de transição;
Industrialização dos países pobres: diferenças tecnológicas, econômicas e
ambientais.
Dimenção Política do Espaço Geográfico
Noções Cartográficas;
A organização política e administrativas e a divisão regional do Brasil;
Movimentos sociais e reordenação do espaço urbano brasileiro;
Conflitos rurais e a estrutura fundiária brasileira;
Questões territoriais indígenas;
186
Territórios urbanos marginais: narcotráficos, prostituição, sem teto, e outros;
A nova ordem mundial no início do século XXI: o fim dos três mundos, e a atual
oposição norte/sul;
Neoliberalismo;
Os atuais conceitos de estado-nação, país, fronteira, e território;
Regionalização do espaço mundial;
Redefinição de fronteiras: conflitos de base territorial, tais como: étnicos,
culturais, políticos, econômicos, entre outros.
Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfic o
Crescimento demográfico e suas implicações políticas , sociais e econômicas;
Teorias demográficas e políticas populacionais em diferentes países;
Composição demográficas dos lugares: geração, gênero e etnia;
População urbana e rural: composição etária, de gênero e de emprego;
Reconhecimento dos negros como sujeitos na construção da sociedade, em
diferentes tempos e lugares;
Relações entre composição demográfica, emprego, renda, e situação econômica
do Brasil, da região e do lugar;
População urbana e rural: composição etária, de gênero e de emprego;
Diferentes grupos étnicos e o racismo: migração e desemprego;
População brasileira;
Urbanização e regiões metropolitanas brasileiras;
Miscigenação de povos;
A distribuição espacial da população afro descendente no Brasil;
A contribuição do negro na construção da nação brasileira;
Apartheid;
Nacionalismo, minorias étnicas, separatismo, e xenofobia;
A formação e os conflitos étnico-raciais no continente africano.
Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico
A dinâmica da natureza e a formação dos objetos naturais( estrutura da Terra,
dinâmica interna e externa do relevo);
Meio ambiente e as paisagens naturais do planeta, Atividades humanas, e
transformação paisagem natural nas diversas escalas geográficas;
187
Recursos naturais, conservacionismo, ( uso sustentável de bens naturais) e
preservacionismo ( áreas protegidas); Patrimônio culturais e ecológicos
Crise ambiental: conflito e interesses econômicos Atmosfera e os fenômenos
metereológicos Produção do espaço geográfico e impactos ambientais sobre a água, o
solo, o ar, o clima ( efeito estufa, buraco na camada de ozônio, chuva ácida, lixo,
poluição das águas), Ocupação das áreas de riscos, encostas mananciais, Patrimônio
culturais e ecológicos do Brasil; Crise ambiental: conflitos políticos e interesses
econômicos do Brasil; Problemas ambientais dos grandes centros urbanos;
Biotecnologia e impactos ambientais; Caracterização do espaço brasileiro( localização,
estrutura geológica, clima, ecossistema e hidrografia);
Os conteúdos estruturantes se inter-relacionam e reúnem em seus conteúdos
específicos, os grandes conceitos geográficos que somente inter-ligados tornam-se
significativos e contribuem para a compreensão do espaço Geográfico, onde, não são,
desde sempre os mesmos conteúdos que constituem o campo de estudo da Geografia,
enquanto estes citados acima tiveram sua abordagem teórica re-elaborada, em função
das transformações históricas que modificaram as relações sócio- espaciais em
diferentes escalas geográficas.
Dos conteúdos estruturantes, derivam os conteúdos específicos, os quais devem
ser abordados a partir das relações entre poder, espaço-tempo e sociedade-natureza,
pois essas relações estão perpassando os mesmos, garantindo assim a totalidade da
abordagem.
Considera-se que, ao concluir o Ensino Fundamental, o aluno terá noções
geográficas sobre os diferentes recortes territoriais do planeta. No Ensino Médio esses
conhecimentos serão aprofundados em abordagens que considerem o princípio de
complexidade crescente, enfatizando um tratamento relacional dos conteúdos,
respeitando a crescente capacidade de abstração do aluno, agora adolescente e a
consequente possibilidade de formações conceituais mais amplas.
188
METODOLOGIA
A paisagem local e o espaço vivido são as referências para o professores
organizarem seu trabalho e, a partir daí, introduzir os alunos nos espaços geográficos.
O aluno precisa aprender a dialogar com o espaço geográfico para compreender
os diferentes elementos desse espaço, e para isso o professor deve manter constante
diálogo, debates, realizar experiências e reflexões que estabeleçam relações entre as
comunidades animais e vegetais que povoam a terra.
Os conhecimentos das diferentes culturas é importante para o aluno entender o
processo simultâneo de mundialização e fragmentação em que vive a humanidade face
ao diversidades culturais impondo internet, e–mail e a mídia de um modo geral como
comunicação rápida para a compreensão desse mundo tecnológico que se renova dia-
a-dia.
A geografia como outras ciências humanas dá ao aluno a possibilidade de
pensar o homem por inteiro em sua dimensão humana e social aberto ao novo com
força para intervir na realidade da qual é participante.
As atividades serão trabalhadas de forma crítica e dinâmica, e serão abordados
e enfocados temas do conteúdo estruturante de acordo com algumas metodologias
como:
Interpretação de texto; atividades cartográficas; gráficos e tabelas e dados
estatísticos (fazendo a leitura e atividades de cada recurso);
Uso de recursos áudio visuais – fotos, ilustrações, filmes, charges, reportagens,
enfocando temas relevantes, aproveitando os recursos tecnológicos disponíveis na
escola, como: vídeo, DVD, aparelho de som, retroprojetor, etc.
Aula de campo – com atividades dirigidas de acordo com a pesquisa; fazer a
visita in loco, sistematizando a observação, descrição, relatos, registro de informações;
Pesquisas bibliográficas, com a exposição de cartazes, orais, individuais e/ou
grupos;
Aulas expositivas e orais, utilizando-se livros didáticos, textos de apoio.
189
AVALIAÇÃO
No critério de avaliação é importante considerar o conhecimento prévio, as
hipóteses e os domínios dos alunos e relaciona-los com as mudanças que ocorrem no
processo de ensino e aprendizagem.
Como critério de avaliação utilizaremos instrumentos que terão como alguns
pressupostos: procedimentos, atitudinais, a aquisição de conteúdos conceituais,
observando pensamentos ou argumentos lógicos; coerentes e críticos.
A avaliação será diagnóstica, somativa, contínua e gradativa, contemplando as
diferentes práticas pedagógicas. A proposta avaliativa será bem clara para os alunos,
ou seja, será esclarecido previamente, como eles serão avaliados.
REFERÊNCIAS:
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Geografia. Curitiba, Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br.pdf Acesso em:
03 de setembro de 2010.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Livro
Didático Público. Geografia/ vários autores. 2ª Edição, Curitiba:SEED-PR, 2006.
7.9-PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Por meio destas Diretrizes Curriculares para o ensino de História na Educação
Básica, busca-se despertar reflexões a respeito de aspectos políticos, econômicos,
culturais, sociais, e das relações entre o ensino da disciplina e a produção do
conhecimento histórico.
O ensino de História pode ser analisado sob duas perspectivas: uma que o
compreende a serviço dos interesses do Estado ou do poder institucional; e outra que
privilegia as contradições entre a História apresentada nos currículos e nos livros
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didáticos e a história ensinada na cultura escolar.
Nestas Diretrizes, propõe-se analisar o ensino de História, principalmente no
período da década de 1970 até os dias atuais, a partir das tensões identificadas entre
as propostas curriculares e a produção historiográfica inserida nas práticas escolares.
Para tanto, serão destacadas as permanências, mudanças e rupturasocorridas no
ensino de História e suas contradições frente à ciência de referência.
Tais análises têm por finalidade fazer a crítica ao ensino de História que se quer
superar e propor Diretrizes Curriculares para essa disciplina na Educação Básica da
Rede Pública Estadual.
A História passou a existir como disciplina escolar com a criação do Colégio
PedroII, em 1837. No mesmo ano, foi criado o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
(IHGB), que instituiu a História como disciplina acadêmica. Alguns professores do
Colégio Pedro II faziam parte do IHGB e construíram os programas escolares, os
manuais didáticos e as orientações dos conteúdos que seriam ensinados.
Essas produções foram elaboradas sob influência da História metódica e do
positivismo1, caracterizadas, em linhas gerais, por uma racionalidade histórica
orientada pela linearidade dos fatos, pelo uso restrito dos documentos oficiais como
fonte e verdade histórica e, por fim, pela perspectiva da valorização política dos heróis.
A narrativa histórica produzida justificava o modelo de nação brasileira, vista
como extensão da História da Europa Ocidental. Propunha uma nacionalidade
expressa na síntese das raças branca, indígena e negra, com o predomínio da
ideologia do branqueamento. Nesse modelo conservador de sociedade, o currículo
oficial de História tinha como objetivo legitimar os valores aristocráticos, no qual o
processo histórico conduzido por líderes excluía a possibilidade das pessoas comuns
serem entendidas como sujeitos históricos.
Este modelo de ensino de História foi mantido no início da República (1889),e o
Colégio Pedro II continuava a ter o papel de referência para a organização educacional
brasileira. Em 1901, o corpo docente alterou o currículo do colégio e propôs que a
História do Brasil passasse a compor a cadeira de História Universal.
Nessa nova configuração, o conteúdo de História do Brasil ficou relegado a um
espaço restrito do currículo, que, devido à sua extensão, dificilmente era tratado pelos
professores nas aulas de História. Assim mantinha-se a produção do modelo de nação
brasileira mencionado anteriormente.
O retorno da História do Brasil nos currículos escolares deu-se apenas no
período autoritário do governo de Getúlio Vargas, vinculado ao projeto político
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nacionalista do Estado Novo (1937-1945), e se ocupava em reforçar o caráter moral e
cívico dos conteúdos escolares.
Desde o início da década de 1930, porém, debates teóricos sobre a inclusão da
disciplina de Estudos Sociais na escola foram incentivados pelo recém criado Ministério
da Educação e Cultura. As experiências norte-americanas na organização dessa
disciplina passaram a fazer parte dos debates educacionais trazidos pela Escola Nova.
Para dar viabilidade à inserção dessa disciplina nos currículos escolares, Anísio
Spínola Teixeira (1900-1971), responsável pela Diretoria de Instrução Pública do
Distrito Federal e intelectual da Escola Nova, publicou uma proposta de Estudos
Sociais para a escola elementar em 1934, denominada Programa de Ciências Sociais.
Contudo, essa proposta não chegou a ser instituída no Brasil dos anos 1930 e 1940.
Na década de 1950, em continuidade a essa proposta, foi instituído o Programa
de Assistência Brasileiro-Americano ao Ensino Elementar (PABAEE), resultado do
convênio entre os governos Federal de Minas Gerais e estadunidense, para instituir o
ensino de Estudos Sociais. A proposta se efetivava com investimentos na formação dos
professores da Escola Normal Primária, na produção de materiais didáticos e na
publicação dos trabalhos desenvolvidos nas escolas primárias de Minas Gerais. Essas
experiências serviram como referência para a posterior instituição dos Estudos Sociais
no Ensino de Primeiro Grau, por força da Lei n. 5.692, de 1971.
Durante o regime militar, a partir de 1964, o ensino de História manteve seu
caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e narrado apenas do
ponto de vista factual. Mantiveram-se os grandes heróis como sujeitos da História
narrada, exemplos a serem seguidos e não contestados pelas novas gerações. Modelo
da ordem estabelecida, de uma sociedade hierarquizada e nacionalista, o ensino não
tinha espaço para análise crítica e interpretações dos fatos, mas objetivava formar
indivíduos que aceitassem e valorizassem a organização da pátria. O Estado figurava
como o principal sujeito histórico, responsável pelos grandes feitos da nação,
exemplificado nas obras dos governantes e das elites condutoras do país.
Naquele contexto, o Estado realizou um amplo programa de reorganização
educacional, com o propósito de ampliar o controle sobre as instituições escolares,
tendo em vista a legitimação dos interesses político-ideológicos do regime e o
necessário controle dos espaços e de setores da sociedade que se opunham à ordem
estabelecida e/ou representavam alguma forma de resistência.
Ao mesmo tempo em que grupos de intelectuais e vários setores da sociedade
brasileira apresentavam resistência no período ditatorial, havia uma parcela da classe
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média que defendia o regime pelo avanço econômico do país, o qual a beneficiava.
Essas tensões também eram percebidas no espaço escolar por meio do silêncio de
alguns professores e pela fala de outros – que denunciavam o regime por cercear os
direitos humanos e a liberdade de expressão.
Ainda no regime militar, a partir da Lei n. 5692/71, o Estado organizou o Primeiro
Grau de oito anos e o Segundo Grau profissionalizante. O ensino centrou-se numa
formação tecnicista, voltada à preparação de mão-de-obra para o mercado de trabalho.
Em decorrência dessa ênfase no currículo, as disciplinas da área de ciências humanas
passaram a ser tratadas de modo pragmático, na medida em que assumiam o papel de
legitimar, por meio da escola, o modelo de nação vigente junto às novas gerações. No
entanto, na configuração curricular definida pelo regime militar, as disciplinas da área
de ciências humanas perderam espaço nos currículos.
No Primeiro Grau, as disciplinas de História e Geografia foram condensadas
como área de Estudos Sociais, dividindo ainda a carga horária para o ensino de
Educação Moral e Cívica (EMC). No Segundo Grau, a carga horária de História foi
reduzida e a disciplina de Organização Social e Política Brasileira (OSPB) passou a
compor o currículo. O esvaziamento da disciplina de História deu-se também devido à
proliferação de cursos de Licenciatura Curta em Estudos Sociais, que abreviavam e
tornavam polivalente a formação inicial, seguida da simplificação de conteúdos
científicos.
Com a adoção dessas medidas, o Estado objetivava exercer maior controle
ideológico sobre o corpo docente, porque retirava o instrumental intelectual politizador
e centrava a formação numa prática pedagógica pautada na transmissão de conteúdos
selecionados e sedimentada pelos livros e manuais didáticos.
O ensino de História tinha como prioridade ajustar o aluno ao cumprimento dos
seus deveres patrióticos e privilegiava noções e conceitos básicos para adaptá-los à
realidade. A História continuava tratada de modo linear, cronológico e harmônico,
conduzida pelos heróis em busca de um ideal de progresso de nação.
Na década de 1970, o ensino dessa disciplina era predominantemente
tradicional, tanto pela valorização de alguns personagens como sujeitos da História e
de sua atuação em fatos políticos quanto pela abordagem dos conteúdos históricos de
forma factual e linear, formal e abstrato, sem relação com a vida do aluno. A prática do
professor era marcada por aulas expositivas, a partir das quais cabia aos alunos a
memorização e repetição do que era ensinado como verdade.
Nesse contexto, o ensino distanciou-se da produção historiográfica acadêmica,
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envolvida em discussões a respeito de objetos, fontes, métodos, concepções e
referenciais teóricos da ciência histórica. A aproximação entre a Educação Básica e a
Superior foi retomada apenas a partir da década de 1980,com o fim da ditadura militar
e o início do processo de redemocratização da sociedade brasileira.
O ensino de Estudos Sociais foi radicalmente contestado no início dos anos
1980, tanto pela academia quanto pela sociedade organizada, sobretudo pela
Associação Nacional dos Professores Universitários de História (ANPUH). Esses
segmentos sociais defendiam o retorno da disciplina de História como condição para
que houvesse maior aproximação entre a investigação histórica e o universo da sala de
aula.
Posteriormente, na segunda metade da década de 1980 e no início dos anos
1990, cresceram os debates em torno das reformas democráticas na área educacional,
processo que repercutiu nas novas propostas de ensino de História.
Essa discussão entre educadores e outros setores da sociedade foi resultado da
restauração das liberdades individuais e coletivas no país. Isso levou tanto à produção
diferenciada de materiais didáticos e paradidáticos quanto à elaboração de novas
propostas curriculares, em vários Estados. A produção de livros didáticos e
paradidáticos procurou incorporar novas historiografias e, em alguns casos, chegou a
ditar o currículo.
No Paraná, houve também uma tentativa de aproximar a produção acadêmica
de História ao ensino desta disciplina no Primeiro Grau, fundamentada na pedagogia
histórico-crítica, por meio do Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do
Paraná (1990). Essa proposta de renovação tinha como pressuposto a historiografia
social, pautada no materialismo histórico dialético, e indicava alguns elementos da
Nova História.
A opção teórica do Currículo Básico, coerente com o contexto de
redemocratização política do Brasil, valorizava as ações dos sujeitos, em relação às
estruturas em mudança, que demarcam o processo histórico das sociedades e incluía,
entre os conteúdos da 5.a série, o estudo da produção do conhecimento histórico, das
fontes e das temporalidades.
A proposta confrontou o esvaziamento de conteúdos até então presente no
ensino de Estudos Sociais no Primeiro Grau, assim como procurou ser contrária, em
seus pressupostos teóricos, ao ensino de uma racionalidade histórica linear; ou seja,
eurocêntrico, factual, heroico e cronológico, pautado na memorização, na realização de
exercícios de fixação e no direcionamento dos livros didáticos.
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Por sua vez, o documento Reestruturação do Ensino de Segundo Grau no
Paraná (1990), também fundamentado na pedagogia histórico-crítica dos conteúdos,
apresentava uma proposta curricular de História que apontava a organização dos
conteúdos, a partir do estudo da formação do capitalismo no mundo ocidental e a
inserção do Brasil nesse quadro pela retomada da historiografia social ligada ao
materialismo histórico dialético.
Apesar do avanço das propostas naquele contexto histórico, os documentos
apresentaram limitações, principalmente devido à definição de uma listagem de
conteúdos que se contrapunha, em vários aspectos, à proposta apresentada nos
pressupostos teóricos e metodológicos. Para o Primeiro Grau, o conteúdo foi dividido
em dois blocos distintos: História do Brasil e História Geral. A História do Paraná e da
América Latina, apareciam como estudos de caso, descolados dos grandes blocos de
conteúdos. Eram apresentadas com pouca relevância nos contextos estudados. Essa
forma de organização curricular demonstrava a dificuldade da proposta em romper a
visão eurocêntrica da História. Exemplo disso foi o uso de termos como comunidades
primitivas para designar os grupos indígenas, o que desconsiderava a abordagem
antropológica da diversidade cultural e do processo histórico dessas comunidades.
No encaminhamento metodológico, o Currículo Básico indicou o trabalho
didático com outras linguagens da História, sem tecer orientações para sua realização;
indicou a importância do trabalho com os conteúdos significativos, mas não os
esclareceu adequadamente nem os relacionou de modo efetivo aos conteúdos
propostos. Por fim, tendeu a uma supervalorização dos conteúdos em detrimento dos
temas, sub-temas que tinham como orientações as formações sociais do processo
histórico.
Apesar de apresentarem referências de autores da história cultural, os
documentos curriculares para o Primeiro e Segundo Graus não superaram a
racionalidade histórica linear e cronológica na abordagem político-econômica da
disciplina, o que dificultava a inserção de uma perspectiva cultural no tratamento dos
conteúdos.
A ausência de oferta de formação continuada dificultou a implementação dessas
propostas para o ensino de História, pois, desde os anos de 1970, os professores
ministravam aulas de Estudos Sociais, Organização Social e Política do Brasil,
Educação Moral e Cívica. Devido a isso, estavam afastados da especificidade do
conhecimento histórico. A orientação para que essas propostas fossem adotadas
simultaneamente em todas as séries, desconsiderou a necessidade de discussões
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teórico-metodológicas, o que limitou sua compreensão. Além disso, os governos que se
seguiram deram pouca ênfase à implementação dos currículos de Primeiro e Segundo
Graus. Os problemas então identificados tiveram implicações significativas para o
currículo de História da Rede Pública Estadual. Destaca-se que, devido a pouca
apropriação do Currículo Básico no ensino da disciplina, o professor se viu na
iminência de submeter-se aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e à orientação
dos livros didáticos.
Durante as reformas educacionais da década de 1990, o Ministério da Educação
divulgou, entre os anos de 1997 e 1999, os PCN para o Ensino Fundamental e Médio.
Os PCN para o Ensino Médio organizaram o currículo por áreas do
conhecimento e a disciplina de História fazia parte das Ciências Humanas e suas
tecnologias juntamente com as disciplinas de Geografia, Sociologia e Filosofia. No
Ensino Fundamental, os PCN apresentaram as disciplinas como áreas do
conhecimento, e a História foi mantida em sua especificidade, integrada às demais
pelos chamados Temas Transversais.
O Estado do Paraná incorporou, no final da década de 1990, os Parâmetros
Curriculares Nacionais como referência para a organização curricular da Rede Pública
Estadual. Tal implementação se deu de modo autoritário, apesar de ser garantida na
LDB/96 a autonomia das escolas para elaborar suas propostas curriculares.
Os PCN foram referências para os programas educacionais, os procedimentos
de avaliação institucionais destinados ao Ensino Fundamental (Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica – SAEB) e ao Ensino Médio (Exame Nacional do
Ensino Médio – ENEM), bem como para a definição de critérios para a seleção do livro
didático (Programa Nacional do Livro Didático – PNLD).
Nos PCN, a disciplina de História foi apresentada de forma pragmática, com a
função de resolver problemas imediatos e próximos ao aluno. Ressaltou-se a relação
que o conhecimento deve ter com a vivência do educando, sobretudo no contexto do
trabalho e do exercício da cidadania. Essa perspectiva abriu espaço para uma visão
presentista da História, porque não se ocupava em contextualizar os períodos
históricos estudados. Além disso, muitos conceitos referenciais da disciplina foram
preteridos em nome da aquisição de competências.
Apesar dos PCN proporem uma valorização do ensino humanístico, a
preocupação maior era de preparar o indivíduo para o mercado de trabalho, cada vez
mais competitivo e tecnológico, principalmente no Ensino Médio.
Para atender a essa demanda do mercado, a área de Ciências Humanas perdeu
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espaço no currículo. Essa situação repercutiu na Rede Pública Estadual do Paraná
com a redução da carga horária da disciplina de História por causa da aprovação da
Deliberação 14/99, pelo Conselho Estadual da Educação, que dividiu a carga horária
da matriz curricular em base nacional comum (75%) e parte diversificada (25%).
A implementação dos PCN na Rede Pública Estadual ofereceu pouca
oportunidade de formação continuada aos professores de História. Os cursos foram
reduzidos a um encontro anual e ocorriam em conjunto com outras disciplinas da área
de humanas, com poucas vagas disponíveis nos chamados Seminários de Área de
Ciências Humanas e suas Tecnologias.
Os PCN do Ensino Fundamental, entretanto, apresentavam alguns aspectos
positivos, quais sejam: um histórico da disciplina no Brasil; a historiografia sugerida era
atualizada; e houve uma tentativa de aproximação entre o ensino e a pesquisa em
História. Uma nova racionalidade não-linear pautada em novas temporalidades, novos
objetos, novas perspectivas, novas metodologias presentes na discussão acadêmica
foram incorporadas ao documento, tais como: tempo, memória, fontes históricas,
patrimônio histórico, bem como o incentivo à pesquisa e a diversificação de
metodologias de ensino, de modo que estimulou a superação do ensino de uma
racionalidade linear.
Por outro lado, com base em conteúdos conceituais, atitudinais e
procedimentais, os PCN do Ensino Fundamental privilegiaram uma abordagem
psicológica e sociológica dos conteúdos; minimizaram a análise do objeto de estudos
da disciplina e do pensamento crítico; e propuseram uma articulação dos conteúdos
aos elementos psicológicos, à historiografia atual e ao contexto vivido pelos alunos. A
complexidade da proposta dificultou uma apropriação mais efetiva pelos professores.
No entanto, sua inserção no âmbito escolar foi favorecida pela adoção dos livros
didáticos que, para serem aprovados pelo PNLD, deveriam adequar-se aos
fundamentos teórico-metodológicos dos PCN.
No Ensino Médio, a articulação entre os conteúdos propostos e as competências
apresentadas nos PCN remetia a uma abordagem funcionalista, pragmática e
presentista dos conteúdos de História. A relação entre o saber e os princípios propostos
pela Unesco (aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a
ser), ao lado de uma referência cognitivista e psicológica, não se conectava à
historiografia proposta como base teórica da disciplina. Além disso, a contextualização
proposta para o ensino de História vinculava-se, principalmente, às preocupações do
mercado de trabalho.
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Esse conjunto de fatores marcou o currículo de História na Rede Pública
Estadual até o ano de 2002. No ano seguinte, iniciou-se uma discussão coletiva
envolvendo professores da rede estadual, com o objetivo de elaborar novas Diretrizes
Curriculares Estaduais para o ensino de História.
Sob uma perspectiva de inclusão social, estas Diretrizes consideram a
diversidade cultural e a memória paranaenses, de modo que buscam contemplar
demandas em que também se situam os movimentos sociais organizados e destacam
os seguintes aspectos:
• o cumprimento da Lei n. 13.381/01, que torna obrigatório, no Ensino
Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual, os conteúdos de História do Paraná;
• o cumprimento da Lei n. 10.639/03, que inclui no currículo oficial a
obrigatoriedade da História e Cultura Afro-Brasileira, seguidas das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico-raciais e para o ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
• o cumprimento da Lei n. 11.645/08, que inclui no currículo oficial a
obrigatoriedade do ensino da história e cultura dos povos indígenas do Brasil.
A análise histórica da disciplina e as novas demandas sociais para o ensino de
História se apresentam como indicativos para estas Diretrizes Curriculares, visto que
possibilitam reflexões a respeito dos contextos históricos em que os saberes foram
produzidos e repercutiram na organização do currículo da disciplina.
Neste documento, a organização do currículo para o ensino de História tem
como referência os Conteúdos Estruturantes, entendidos como conhecimentos que
aproximam e organizam os campos da História e seus objetos. Os Conteúdos
Estruturantes relações de trabalho, relações de poder e relações culturais podem ser
identificados no processo histórico da constituição da disciplina e no referencial teórico
que sustenta a investigação histórica em uma nova racionalidade não- linear e
temática.
A inserção da Lei 10.639/08 que dispões sobre a História e Cultura afro–
brasileira, e Indígena nas Diretrizes Curriculares Nacionais, faz-se necessária para que
se conheça a situação desses povos que aqui vivem, e para que se aprenda a valorizá-
los, assim, é preciso trabalhar desde as suas origens até a situação atual. Este tipo de
abordagem leva os alunos a entenderem a complexidade das origens da população
brasileira como uma confluência de heranças que se preservam, vencendo políticas
explícitas de homogeneização cultural havidas no passado, resistindo, recolocando-se,
recriando-se, ativas em diferentes momentos da história.
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A existência de cultura, tecnologia e modos de vida própria desses povos são
pontos ainda obscuros na história do Brasil, que está para ser contada: a história dos
negros e dos índios. Como até então, essas questões passaram em branco no ensino
tradicional de História do Brasil e nos livros didáticos, agora, justifica-se um tratamento
à parte, propondo uma visão ampla sobre a trajetória dessas culturas e etnias, como
forma de resgatar a dignidade desses povos que também são partes integrantes e
essenciais da nossa própria história.
O compromisso com a formação do cidadão ativo faz com que a escolarização
assuma alguns princípios básicos que, tradicionalmente não era da sua área, até
mesmo era tabu falar sobre determinados assuntos, sexo, por exemplo, só de maneira
conceitual, técnica, pois quem devia falar sobre isso era a família; hoje, já não é
possível ficar alheia à medida que a gravidez na adolescência aumenta a cada ano –
observada na própria escola –, a violência, as drogas já chegaram à escola, e em vista
disso, abordagens sobre indisciplina, meio ambiente, droga dição, saúde, ética entre
outros devem ser discutidos à luz da realidade, pois os temas sugeridos são
fundamentais tanto para a própria formação do aluno quanto para a sua atuação de
modo crítico na sociedade, constituindo-se, pois, de conhecimentos sociais relevantes
e presentes no seu dia-a-dia.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes da disciplina de história, apontam para o estudo das
ações e relações humanas que constituem o processo histórico, configuram-se em:
Relações de Trabalho.
Relações de Poder.
Relações Culturais.
Por meio destes conteúdos estruturantes, o professor deve discorrer também
sobre os problemas contemporâneos que representam carências sociais concretas,
deste modo, destacam-se no Brasil as temáticas da Histórica Local, História e Cultura
Afro-Brasileira, História do Paraná, bem como a História da Cultura Indígena.
CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
OS DIFERENTES SUJEITOS, SUAS CULTURAS E SUAS HISTÓR IAS
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1)A experiência humana no tempo: a memória local e memória da humanidade; o
tempo (as temporalidades e as periodizações); o processo histórico (as relações
humanas no tempo)
O local e o Brasil
• o jovem aluno e suas percepções do tempo histórico (temporalidades e
periodizações): memórias e documentos familiares e locais;
• o jovem e suas relações com a sociedade no tempo (família, amizade, lazer, esporte,
escola, cidade,estado, pais, mundo).
A relação com o Mundo
• a formação do pensamento histórico;
• os vestígios humanos: os documentos históricos;
• o surgimento dos lugares de memórias: lembranças, mitos, museus, arquivos,
monumentos espaços públicos, privados,sagrados;
• as diversas temporalidades nas sociedades indígenas, agrárias e industriais;
• as formas de periodização: por dinastias, por eras, por eventos significativos,etc.
2)Os sujeitos e sua relação com o outro no tempo:as gerações e as etnias
O local e o Brasil
• os povos indígenas e suas culturas na história do Paraná: xetás, kaigangs, xoklengs e
tupi-guaranis;
• colonizadores portugueses e suas culturas na América e no território paranaense;
• os povos africanos e suas culturas no Brasil e no Paraná;
• os imigrantes europeus e asiáticos e suas cultura no Brasil e no Paraná;
• a condição das crianças, dos jovens, dos idosos na história do Brasil e do Paraná.
A relação com o Mundo
• o surgimento da humanidade na África e a diversidade cultural na sua expansão: as
teorias sobre seu aparecimento;
• as sociedades comunitárias;
• as sociedades matriarcais;
200
• as sociedades patriarcais – o significado das crianças, jovens e idosos nas
sociedades históricas;
3-) A cultura local e a cultura comum: os mitos, lendas, a cultura popular, festas e
religiosidades; a constituição do pensamento científico; as formas de representação
humanas; a oralidade e a escrita; as formas de se narrar a história.
O local e o Brasil
• os mitos, rituais, lendas dos povos indígenas paranaenses – as manifestações
populares no Paraná: a congada, o fandango, cantos, lendas, rituais e as festividades
religiosas;
• pinturas rupestres e sambaquis no Paraná – a produção artística e científica
paranaense.
A relação com o Mundo
• pensamento científico: a antiguidade grega e Europa moderna;
• a formação da arte moderna;
• as relações entre a cultura oral e a cultura escrita: a narrativa histórica;
A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DOS MUNDOS: RURAL E URBANO E A
FORMAÇÃO DA PROPRIEDADE EM DIFERENTES TEMPOS E ESPA ÇOS
1)As relações de propriedade: a propriedade coletiva; a propriedade pública; a
propriedade privada; a terra.
O local e o Brasil
• a propriedade coletiva entre os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhas, de ilhéus e
faxinais no Paraná;
• a família e os espaços privados: a sociedade patriarcal brasileira a constituição do
latifúndio na América portuguesa e no Brasil imperial e republicano, as reservas
naturais e indígenas no Brasil;
• a reforma agrária no Brasil; a propriedade da terra nos assentamentos.
201
A relação com o Mundo
• a constituição do espaço o público da antiguidade na pólis grega e na sociedade
romana;
• a reforma agrária na antiguidade greco romana . a propriedade coletiva nas
sociedades pré-colombianas.
2)O mundo do campo e o mundo da cidade
O local e o Brasil
• as primeiras cidades brasileiras: formação das vilas e das Câmaras municipais -o
engenho colonial a conquista do sertão;
• as missões jesuíticas;
• a Belle Èpoque tropical modernização das cidades -cidades africanas e pré-
colombianas.
A Relação com o mundo
• as cidades na antiguidade oriental;
• as cidades nas sociedades antigas clássicas;
• a ruralização do Império Romano e a transição para o feudalismo europeu;
• a constituição dos feudos (Europa Ocidental, Japão e sociedades da África
meridional) e glebas servis (Europa Ocidental);
• as transformações no feudalismo europeu;
• o crescimento comercial e urbano na Europa.
3)As relações entre o campo e a cidade
O local e o Brasil
• as cidades mineradoras;
• as cidades e o tropeirismo no Paraná;
• os engenhos da erva mate no litoral e no Primeiro Planalto.
A relação com o Mundo
• relações campo – cidade no Oriente;
• as feiras medievais;
• o comércio com o Oriente;
• os cercamentos na Inglaterra moderna;
• o inicio da industrialização na Europa;
202
• a reforma agrária na América Latina no século XX.
4)Conflitos, resistências e produção cultural campo /cidade
O local e o Brasil
• a relação entre senhores e escravos;
• o sincretismo religioso(formas de resistência afro-brasileira) . as cidades e as
doenças;
• a aquisição da terra e da casa própria;
• o MST e outros movimentos pela terra;
• os movimentos culturais camponeses e urbanos no Brasil republicano nos séculos
XIX, XX e XXI.
A relação com o Mundo
• a peste negra e as revoltas camponesas;
• as culturas teocêntrica e antropocêntrica;
• as manifestações culturais na América Latina África e Ásia . as resistências no campo
e na cidade: América Latina e continente africano . a história da mulheres orientais,
africanas e outras.
O MUNDO DO TRABALHO E A LUTA PELA CIDADANIA
1)História das relações da humanidade com o trabalh o
O local e o Brasil
• o trabalho nas sociedades indígenas;
• Sociedade patriarcal e escravocrata;
• Mocambos/Quilombos as resistências na colônia -Remanescentes de quilombos.
A relação com o Mundo
• a história do trabalho nas primeiras sociedades humanas;
• o trabalho e a vida cotidiana nas colônias espanholas: a mita o trabalho assalariado.
2)O trabalho e a vida em sociedade
O local e o Brasil
• a desvalorização do trabalho no Brasil Colônia e Império . a busca pela cidadania no
Brasil Império;
203
• os saberes nas sociedades indígenas: mitos e lendas que perpetuam as tradições
corpos dóceis: o papel da escola no convencimento para um bom trabalhador.
A relação com o Mundo
• os significados do trabalho na Antiguidade – Oriental e Antiguidade Clássica;
• as três ordens do imaginário feudal;
• as corporações de ofício;
• o entretenimento na corte e nas feiras;
• o nascimento das fábricas e a vida cultural ao redor.
3)O mundo do trabalho
O local e o Brasil
• a desvalorização do trabalho;
• o latifúndio no Paraná e no Brasil;
• a sociedade oligárquico-latifundiária;
• a vida cotidiana das classes trabalhadoras no campo e as contradições da modernização. A relação com o Mundo
• a produção e a organização social capitalista
• a Ética e moral capitalista
4)As resistências e as conquistas de direito
O local e o Brasil
• o movimento sufragista feminino;
• a discriminação racial e linguística (o caipira no contexto do capital);
• as congadas como resistência cultural;
• a consciência negra e o combate ao racismo;
• movimentos sociais e emancipacionistas;
• os homens, as mulheres e os homossexuais no Brasil e no Paraná.
A relação com o Mundo
• o movimento sufragista feminino;
• a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão;
• o Ludismo;
• a constituição dos primeiros sindicatos de trabalhadores os homens, as mulheres e os
homossexuais no mundo contemporâneo.
204
RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO E RESISTÊNCIA:A FORMAÇÃO DO E STADO E DAS
INSTITUIÇÕES SOCIAIS
1)A formação das instituições sociais: as instituiç ões políticas; as instituições
econômicas; as instituições religiosas; as institui ções culturais; as instituições
civis
O local e o Brasil
• a formação do cacicado nas sociedades indígenas do Brasil;
• aIgreja Católica e as reduções jesuíticas na América portuguesa;
• as irmandades católicas e as religiões afro-brasileiras na América portuguesa;
• o surgimento dos cartórios, hospitais, prisões, bancos, bibliotecas, museus, arquivos,
escolas e universidades no Brasil;
• a formação dos sindicatos no Brasil;
• as associações e clubes esportivos no Brasil.
A relação com o Mundo
• a instituição da Igreja no Império Romano;
• as ordens religiosas católicas;
• as guildas e as corporações de ofício na Europa medieval;
• o surgimento dos bancos, escolas e universidades medievais;
• a organização do poder entre os povos africanos;
• a formação das associações de trabalhadores e dos sindicatos no Ocidente o
surgimento das empresas transnacionais e instituições internacionais (ONU, FMI,
OMC, OPEP, FIFA, Olimpíadas).
2)A formação do Estado: a monarquia; a república (a ristocracia, ditadura e
democracia); os poderes do Estado
O local e o Brasil
• as relações entre o poder local e o Governo Geral na América portuguesa -os
quilombos na América portuguesa e no Brasil Imperial -a formação do Estado nação
brasileiro;
• as constituições do Brasil imperial e republicano -a instituição da república no Brasil:
as ditaduras e a democracia -os poderes do Estado brasileiro: executivo, legislativo e
judiciário -as empresas públicas brasileiras;
• a constituição do Mercosul.
205
A relação com o Mundo
• o surgimento da monarquia nas sociedades da antiguidade no Crescente Fértil; a
monarquia e a nobreza na Europa medieval; a formação dos reinos africanos;
• o Estado Absolutista europeu;
• a constituição da república no Ocidente;
• o imperialismo no século XIX;
• a formação dos Estados nacionais nos séculos XIX a XXI: as ditaduras e as
democracias;
• a constituição dos dos Estados socialistas e dos Estados de Bem- Estar Social;
• a formação dos blocos econômicos;
3)Guerras e revoluções: os movimentos sociais: polí ticos, culturais e religiosos;
as revoltas e revoluções sociais (políticas, econôm icas, culturais e religiosas);
guerras locais e guerras mundiais .
O local e o Brasil
• as guerras e revoltas indígenas e quilombos na América portuguesa e no Brasil
imperial;
• as revoltas republicanas na América portuguesa -as revoltas sociais no Brasil imperial
e republicano -as guerras cisplatinas e a guerra do Paraguai -os movimentos
republicano e abolicionista no Brasil imperial -o movimento anarquista, comunista e
tenentista no Brasil;
• o Brasil nas Guerras Mundiais;
• os movimentos pela redemocratização do Brasil (carestia, feministas, étnico raciais e
estudantis).
A relação com o Mundo
• as revoltas democráticas nas pólis gregas;
• as revoltas plebeias, escravas e camponesas na república romana -as heresias
medievais;
• as guerras feudais na Europa Ocidental e as cruzadas -as revoltas religiosas na
Europa moderna;
• A conquista e colonização da América pelos povos europeus -as revoluções modernas
• os movimentos nacionalistas;
• as guerras mundiais;
• as revoluções socialistas no século XX;
206
• as guerras de independência das nações africanas e asiáticas -os movimentos
camponeses latino-americanos e asiáticos.
CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre
• O conceito de trabalho – livre e explorado;
• O mundo do trabalho em diferentes sociedades no tempo: trabalho explorado
escravo e servil (teocráticas, greco-romanas, medievais e africanas;
• Transição do trabalho escravo, servil e artesanal para o trabalho assalariado;
• O trabalho livre: as sociedades do consumo produtivo: as primeiras sociedades
humanas, as sociedades nômades e semi-nômades, as etnias indígenas e
africanas;
• As experiências do trabalho livre em sociedades revolucionárias: a Comuna de
Paris, os sovietes russos, associações húngaras, os círculos bolivarianos.
Urbanização e industrialização
• As cidades na História: cidades neolíticas, da antiguidade greco-romanas, da
Europa medieval, pré-colombianas, africanas e asiáticas;
• Urbanização e industrialização no Brasil; Urbanização e industrialização nas
sociedades ocidentais, africanas e orientais;
• Urbanização e industrialização no Paraná no contexto da expansão do
capitalismo;
• A arquitetura das cidades brasileiras em diferentes épocas e espaços
O Estado e as relações de poder
EE- Os Estados teocráticos;
FF- Os Estados na Antiguidade Clássica;
GG- O Estado e a Igreja medievais;
HH- A formação dos Estados Nacionais;
II- As metrópoles europeias, as relações de poder sobre as colônias e a expansão
do capitalismo;
JJ- O Paraná no contexto da sua emancipação;
KK- O Estado e as doutrinas sociais (anarquismo, socialismo, positivismo);
207
LL- O nacionalismo nos Estados ocidentais;
MM- O populismo e as ditaduras na América Latina;
NN- Os sistemas capitalista e socialista;
OO- Estados da América Latina e o neoliberalismo;
Os sujeitos, as revoltas e as guerras
• Relações de dominação e resistência nas sociedades grega e romana na
Antiguidade grega e romana: mulheres, crianças, estrangeiros e escravos;
• Guerras e Revoltas na Antiguidade Clássica: Grécia e Roma;
• Relações de dominação e resistência na sociedade medieval: camponeses,
artesãos, mulheres, hereges e doentes;
• Relações de resistência na sociedade ocidental moderna;
• As revoltas indígenas, africanas na América portuguesa;
• Os quilombos e comunidades quilombolas no território brasileiro;
• As revoltas sociais na América portuguesa.
Movimentos sociais, políticos e culturais e as guer ras e revoluções
• As revoluções democrática-liberais no Ocidente: Inglaterra, França e EUA);
• Movimentos sociais no mundo do trabalho nos séculos XVIII e XIX: o surgimento
do sindicalismo;
• A América portuguesa e as revoltas pela independência;
• As revoltas federalistas no Brasil imperial e republicano;
• As guerras mundiais no século XX e a Guerra Fria;
• As revoluções socialistas na Asia , Africa e América Latina;
• Os movimentos de resistência no contexto das ditaduras da América Latina;
• Os Estados africanos e as guerras étnicas;
• A luta pela terra e a organização de movimentos pela conquista do direito a terra
na América Latina;
• A mulher e suas conquistas de direitos nas sociedades contemporâneas.
Cultura e religiosidade
• A formação das religiosidades dos povos africanos, americanos, asiáticos e
europeus neolíticos: xamanismo, totens, animismo;
208
• os mitos e a arte greco-romanos e a formação das grandes religiões: hinduísmo,
budismo, confuncionismo, judaísmo, cristianismo, islamismo;
• Teocentrismo versus antropocentrismo na Europa renascentista;
• Reforma e Contra-Reforma seus os desdobramentos culturais;
• O modernismo brasileiro;
• Cultura e ideologia no governo Vargas;
• Representação dos movimentos sociais, políticos e culturais por meio da arte
brasileira;
• As etnias indígenas e africanas e suas manifestações artísticas, culturais e
religiosas;
• As manifestações populares: congadas, cavalhadas, fandango, folia de reis, boi
de
• mamão, romaria de São Gonçalo.
DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS BÁSICOS SERIADOS NO ENS INO MÉDIO
1ª SÉRIE: TEMAS HISTÓRICOS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Relações de trabalho.
Relações de poder.
Relações culturais.
CONTEÚDOS BÁSICOS
1)Trabalho escravo, servil, assalariado e o trabalh o servil.
I – O conceito de trabalho livre e explorado.
II – O mundo do trabalho em diferentes sociedades no tempo: trabalho explorado
escravo e servil (teocráticas, greco-romanas, medievais e africanas).
III – Transição do trabalho escravo, servil e artesanal para o trabalho assalariado.
IV – O trabalho livre: as sociedades do consumo produtivo; as primeiras sociedades
humanas, as sociedades nômades e semi-nômades,as etnias indígenas e africanas.
V – As experiências do trabalho livre em sociedades revolucionárias: a Comuna de
Paris, os sovietes russos, associações húngaras, os círculos bolivarianos.
2) Urbanização e industrialização
I – As cidades na História: cidades neolíticas, da antiguidade greco-romanas, da Europa
medieval, pré-colombianas, africanas e asiáticas.
II – Urbanização e industrialização no Brasil. Urbanização e industrialização nas
209
sociedades ocidentais, africanas e orientais.
III – Urbanização e industrialização no Paraná no contexto da expansão do capitalismo.
IV – A arquitetura das cidades brasileiras em diferentes épocas e espaços.
VI – Urbanização nos países em desenvolvimento: problemas sociais.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS.
1) O Estado e as relações de poder.
I – Os Estados teocráticos.
II – Os Estados na Antiguidade Clássica.
III – O Estado e a Igreja Medieval.
2) O Estado e a relações de poder na História Moder na
I – A formação dos estados Nacionais.
II – As metrópoles europeias, as relações de poder sobre as colônias e a expansão do
capitalismo.
III – O Paraná no contexto da sua emancipação.
IV – O Estado e as doutrinas sociais (anarquismo, socialismo e positivismo).
V – O nacionalismo nos Estados ocidentais.
VI – O populismo e as ditaduras na América Latina.
VII – Os sistemas capitalistas e socialistas.
VIII – Estados da América Latina e o neoliberalismo.
IX – Jovens na sociedade globalizada: drogas e violência.
3) Cultura e religiosidade
I – A formação das religiosidades dos povos africanos, americanos, asiáticos e europeus
neolíticos: xamanismo, totens, animismo.
II – Os mitos e a arte greco-romana e a formação das grandes religiões: hinduismo,
budismo, confuncionismo, judaísmo, cristianismo, islamismo.
III – Teocentrismo versus antropocentrismo na Europa renascentista.
IV – Reforma e Contra–Reforma : seus desdobramentos culturais.
V – O modernismo brasileiro.
210
VI – Cultura e ideologia no governo Vargas.
VII – Representações dos movimentos sociais, políticos e culturais por meio da arte
brasileira.
VIII – As etnias indígenas e africanas e suas manifestações artísticas, culturais e
religiosas.
IX – As manifestações populares: congadas, cavalhadas, fandango, folia de reis, boi de
mamão, romaria de São Gonçalo.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS.
1) Os sujeitos, as revoltas e as guerras.
I – Relações de dominação e resistência nas sociedades grega e romana: mulheres,
crianças, estrangeiras e escravos.
II – Guerras e Revoltas na Antiguidade Clássica: Grécia e Roma.
III-Relações de dominação e resistência na sociedade medieval: camponeses, artesãos,
mulheres, hereges e doentes.
IV – Relações de resistência na sociedade ocidental moderna.
V – As revoltas indígenas, africanas na América portuguesa.
VI – Os quilombos e comunidades quilombolas no território brasileiro.
VII – As revoltas sociais na América portuguesa.
VIII – Perspectivas para os jovens do século XXI.
XIX - Movimentos Sociais Políticos e Culturais e as Guerras e Revoluções .
211
METODOLOGIA
A metodologia proposta por esta diretriz curricular tem como base a utilização
dos conteúdos estruturantes, os quais deverão estar articulados com a fundamentação
teórica e os temas selecionados pelos professores e devem estar assegurados no
Projeto Político Pedagógico da Escola. A Metodologia de História deve se constituir do
processo histórico das diversas sociedades humanas, desde as comunidades
primitivas e a sociedade atual globalizada.
Os conteúdos da disciplina de História serão desenvolvidos de forma que cada
tema trabalhado seja uma oportunidade oferecida aos alunos para possibilitar um
aprendizado eficiente.
Caberá, ao problematizar o conteúdo propondo a produção do conhecimento,
considerando que a apropriação pelo aluno é processual, exigindo assim, constante
retomada do mesmo.
Este encaminhamento metodológico terá que ir além do livro didático, buscando
outros referenciais que possam compreender o conteúdo tratado em sala de aula.
Para enriquecimento das aulas, o uso da biblioteca e dos materiais didáticos,
tecnológicos tais como: DVD, TV, CD, filmes, retroprojetores, computador, etc., é de
fundamental importância, sendo orientado pelo professor.
AVALIAÇÃO
Ao propor reflexões sobre a avaliação no ensino de História nestas diretrizes,
objetiva-se favorecer a busca da coerência entre a concepção da história defendida e
as práticas avaliativas que integram o processo de ensino e de aprendizagem. A
avaliação deve ser colocada a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo
que permeie o conjunto das ações pedagógicas.
No processo avaliativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio
diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de
investigação da prática pedagógica, sempre com uma dimensão formadora, uma vez
que, o fim desse processo é aprendizagem, ou verificação dela, mas também permitir
que haja uma reflexão da prática pedagógica. Para cumprir essa função a avaliação
deve possibilitar o trabalho com o novo, numa dimensão criadora que envolve o ensino
e a aprendizagem.
Desta forma, se estabelece o verdadeiro sentido da avaliação: acompanhar o
desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar as
212
práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar o processo educativo
que envolve professor e aluno e aluno no acesso ao conhecimento.
É importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se
estabelece no Projeto Político Pedagógico, na Proposta Pedagógica Curricular e no
Plano de Trabalho Docente, documentos fundamentais nas Diretrizes Curriculares.
Esse projeto e sua realização explicitam a concepção de escola e de sociedade
com que se trabalha e indicam os sujeitos que se quer formar para sociedade que se
quer construir .
Nesta Diretriz Curricular para a Educação Básica, propõe-se formar sujeitos que
construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e
histórico de que são frutos e que , pelo acesso do conhecimento, sejam capazes de
inserir como cidadãos transformadores na sociedade.
A avaliação nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vista às mudanças necessárias para
que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da comunidade,
da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço onde os alunos
estão inseridos.
Os critérios de avaliação devem ser definidos pela intenção que orienta o ensino
e explicita os propósitos e a dimensão do que se avalia.
Os instrumentos de avaliação devem ser pensados e definidos de acordo com
as possibilidades teórico-metodológico que oferecem.
A recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os
conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno, É
preciso investir em todas as estratégias possíveis para que ele aprenda usar diversas
formas de avaliação para que haja possibilidade de observa os diversos processos
cognitivos dos alunos tais como: memorização, observação, percepção, descrição,
argumentação, análise crítica, interpretação criatividade e formulação de hipóteses.
Recuperação é o esforço de retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os
encaminhamentos metodológicos, para assegurar a possibilidade de aprendizagem, a
recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de conteúdos.
Refutam-se as práticas avaliativas que priorizam o caráter classificatório,
autoritário, que desvinculam a sua função da aprendizagem, que não se ocupam dos
conteúdos e do seu tratamento conforme as concepções pedagógicas definidas no
projeto pedagógico da escola.
Propõe-se para o ensino de História uma avaliação formal, processual,
213
continuada e diagnóstica, considerando três aspectos importantes: (1) a apropriação de
conceitos históricos; (2) o aprendizado dos conteúdos estruturantes e, (3) específicos.
A avaliação deve possibilitar uma constante elaboração não só do conhecimento
produzido, mas da ação pedagógica como um todo.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de História para o Ensino Fundamental. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação e Superintendência da Educação, 2006.
______. Diretrizes Curriculares de História para o Ensino Médio. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação e Superintendência da Educação, 2006.
______,Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Coordenação de Educação Escolar Indígena. - Curitiba:SEED – PR.,2006. - 88 p-(Cadernos Temáticos).
______,Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. História e cultura afro-brasileira e africana: educando para as relações étnico - raciais. Curitiba:SEED-PR, 2006. - 110p.-(Cadernos Temáticos).
______,Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: inserção dos conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED-PR,2005. 43 p.
214
7.10-PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE LÍNGUA
PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Historicamente, o processo de ensino da Língua Portuguesa no Brasil iniciou-se
com a Educação Jesuítica. Era instrumento fundamental na formação da elite colonial,
ao mesmo tempo em que se propunha a "alfabetizar" e "catequizar" os indígenas. Não
havia uma educação institucionalizada, partia-se de práticas pedagógicas restritas à
alfabetização, que visavam manter os discursos hegemônicos da metrópole e da igreja.
Objetivava a formação de elites subordinadas à metrópole, favorecendo o modelo de
sociedade escravocrata e de produção colonial destinada aos interesses do país
colonizador.
Quanto ao ensino da Língua Portuguesa, limitava-se as escolas de ler e
escrever, mantidas pelos Jesuítas. Nos cursos chamados secundários, as aulas eram
de gramática, latina e retórica, além de estudos de grandes autores clássicos.
No período colonial a língua mais utilizada era o Tupi. O Português era a língua
da burocracia, a língua das translações comerciais, dos documentos legais. A interação
entre colonizadores e colonizados resultou na constituição da Língua Geral. Por muito
tempo essas línguas foram usadas na comunicação informal por grande parte da
população não escolarizada.
A partir de 1758, um decreto do Marquês de Pombal tornou a Língua
Portuguesa o idioma oficial do Brasil, proibindo o uso da língua Geral. A partir da
Reforma Pombalina, a educação brasileira passou por mudanças estruturais que
atendiam a uma parcela reduzida da elite colonial . Com a vinda da família real para o
Brasil, foram instaladas as primeiras instituições de ensino superior no Brasil, as quais
privilegiavam as camadas superiores da sociedade. As classes populares que
precisavam aprender ler e escrever Língua Portuguesa continuavam abandonadas.
Nas ultimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua Portuguesa passou a
fazer parte do currículo escolar brasileiro. Até 1869, o currículo privilegiava as
disciplinas clássicas, sobretudo o Latim, restando ao Português um espaço sem
relevância. O ensino de Português fragmentava-se no ensino de Gramática, Retórica e
Poética. No final do século XIX, com advento da República e a nascente
215
industrialização influenciou a estrutura curricular em vista a formação profissional. O
ensino de Português tratava de prover uma determinada classe de uma língua,
considerada "boa língua"., houve tentativa de uma aprendizagem hierárquica e seletiva.
O conteúdo gramatical ganhou denominação de Português em 1871, data em
que foi criado o cargo de Professor de Português.
Em 1922, defendia a necessidade de romper com os modelos tradicionais
portugueses e privilegiar o falar brasileiro, contribuindo para uma língua escrita mais
próxima do falar cotidiano do Brasil.
O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista até meados
do século XX, quando a partir de 1960, iniciou um processo de expansão do ensino
primário público, o qual ampliou as vagas e em 1971, a eliminação dos chamados
exames de admissão, multiplicando assim os alunos.
A partir dos anos 80, a disciplina de Língua Portuguesa se revela nos estudos
linguísticos centrados no texto/contexto e na interação social das práticas discursivas. A
dimensão tradicional de ensino da língua cedeu espaço a novos paradigmas,
envolvendo questões de uso , contextuais, valorizando o texto como unidade
fundamental de uso.
Na década de 90, o Currículo Básico do Paraná visava uma prática pedagógica
que enfrentasse o normativismo e o estruturalismo e, na Literatura, uma análise mais
aprofundada dos textos, com menos ênfase na conotação moralista.
Considerando o percurso da disciplina de Língua Portuguesa na Educação
Básica brasileira, e confrontando com a situação de analfabetismo funcional, de
dificuldade compreensiva e produção de textos apresentados pelos alunos das
Diretrizes curriculares estadual de Língua Portuguesa , requerem, novos
posicionamentos em relação às práticas de ensino ; sejam pela discussão crítica
dessas práticas, seja pelo desenvolvimento direto dos professores na construção de
alternativas.
Essas considerações resultaram nas DCEs numa proposta que dá ênfase à
língua viva, dialógica, em constante movimentação, permanentemente reflexiva e
produtiva. Com adoção das práticas de linguagens como ponto central de trabalho
pedagógico.
Para que seja alcançado tal objetivo é importante pensarmos sobre a
metodologia que vamos usar.
Para que isso aconteça, se busca uma nova proposta e novos posicionamentos
baseados no contexto onde se reconhece a linguagem como uma realidade social e
216
histórica, como um fato linguístico do qual o homem se serve para construir o seu
mundo e a sua história.
Nessa perspectiva, o grande objetivo da Língua Portuguesa é a interação, a
comunicação com o outro dentro de um espaço social. É preciso basear nas práticas
de oralidade, leitura e escrita a partir do uso da língua em situações concretas de
produção e reflexão.
Vale a pena lembrar que aprender a Língua não significa apenas aprender
palavras, mas sim, seus significados que são construídos no processo de interação.
Portanto, está em contínua mudança e aquele que a utiliza não é um ser passível, mas
o sujeito da comunicação, tendo o discurso como prática social. Sendo assim, a
disciplina deve contemplar conteúdos estruturantes que envolvam leitura, oralidade e
escrita. Buscando através da análise linguística, o uso de uma linguagem mais flexível
capaz de cumprir sua função na comunicação.
Essa proposta curricular tem como princípio educativo a perspectiva do campo,
uma vez que a prática social é a agricultura familiar, o trabalho do campo, os
conhecimentos e valores construídos historicamente no campo. Assim a educação
escolar estará vinculada organicamente a essa problemática, no sentido de explicações
de suas contradições , ao mesmo tempo, construindo um conhecimento com base nas
ciências, na história e na filosofia.
Os objetivos de ensino de Língua Portuguesa, tendo como base a leitura,
oralidade e escrita, compreende:
Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la em
cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos
discursos do cotidiano e se posicionando diante dos mesmos;
Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por
meio de práticas sociais, considerando: os interlocutores, os seus objetivos, o assunto
tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção/leitura.
Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero ou
tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua organização.
Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento
crítico e a sensibilidade estética dos alunos , propiciando através da Literatura, a
constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com as
práticas da oralidade, da leitura e da escrita;
Reconstruir o texto, eliminando possíveis dúvidas resultantes da primeira leitura;
Observar diferenças e semelhanças entre os textos lidos, no que se refere à
217
forma de composição e ao ponto de vista;
Perceber diferenças entre a comunicação oral e escrita;
Utilizar-se da linguagem como forma de manifestação e compreensão do meio
em que vive, permitindo o exercício de cidadania.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Discurso como prática social.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Prática da Oralidade
Prática da Leitura
Prática da Escrita
Análise Linguística
Literatura
5ª.SÉRIE
LEITURA
• Interpretação textual, observando:
• conteúdo temático
• interlocutores
• fonte
• ideologia
• papéis sociais representados
• intertextualidade
• intencionalidade
• informatividade
• marcas linguísticas
*Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários *As
particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro formal e informal.
-Texto verbal e não verbal
218
ORALIDADE
*Adequação ao gênero:
• conteúdo temático
• elementos composicionais
• marcas linguísticas
*Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação (entonação, repetições, pausas...)
*Variedades linguísticas
*Intencionalidade do texto
*Papel do locutor e do interlocutor:
• participação e cooperação
*Particularidades de pronuncia de algumas palavras
ESCRITA
*Adequação ao gênero:
• conteúdo temático
• elementos composicionais
• marcas linguísticas
• Linguagem formal/informal
• Argumentação
• Coerência e coesão textual
• Organização das ideias/parágrafos
• Finalidade do texto
Refacção textual
ANÁLISE LINGUÍSTICA
perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
• Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no texto
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elemento do texto
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
• Recursos gráficos: Aspas, travessão, negrito, itálico, parênteses, hífen
• Acentuação gráfica
• Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais
219
• Representação do sujeito no texto (expressivo/elíptico; determinado/indeterminado; ativo/passivo
• Neologismo
• Figuras de pensamento (hipérbole, ironia,eufemismo, antítese)
• Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal
• Linguagem digital
• Semântica
• Particularidade de grafia de algumas palavras
6ª. SÉRIE
LEITURA
• Identificação do tema
• Interpretação textual, observando:
• conteúdo temático
• interlocutores
• fonte
• intertextualidade
• informatividade
• intencionalidade
• marcas linguísticas
• Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
• Inferências
ORALIDADE
• Adequação ao gênero:
• conteúdo temático
• elementos composicionais
• marcas linguísticas
• Variedades linguísticas
• Intencionalidade do texto
• Papel do locutor e do interlocutor;
• participação e cooperação
• Particularidades de pronúncia de algumas palavras
• Elementos extralinguísticos:
• entonação, pausas, gestos...
ESCRITA
220
• Adequação ao gênero:
• conteúdo temático
• elementos composicionais
• marcas linguísticas
• Argumentação
• Paragrafação
• Clareza de ideias
• Re-facção textual
ANÁLISE LINGUÍSTICA
• perpassando as praticas de leitura, escrita e oralidade:
• Coesão e coerência do texto lido ou produzido pelo aluno
• Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elemento do texto
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
• Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico, acentuação gráfica
• Processo de formação de palavras
• Gírias
• Algumas figuras de pensamento (prosopopeia, ironia... 0
• Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal
• Particularidade de grafia de algumas palavras
GÊNEROS DISCURSIVOS
• Entrevista (oral e escrita), crônica de ficção, música, notícia, estatutos, narrativa,
mítica, tiras, propaganda, exposição oral, mapas, paródia, chat, provérbios, torpedos,
álbum de família, literatura de cordel, carta de reclamação, diário, carta ao leitor,
instruções de uso, cartum, história em quadrinhos, placas, pinturas, provérbios, entre
outros
7ª. SÉRIE
LEITURA
• Interpretação textual, observando:
• conteúdo temático
• interlocutores
• fonte
• ideologia
221
• intencionalidade
• informatividade
• marcas linguísticas
• identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
• As diferentes vozes sociais representadas no texto
• Linguagem verbal, não-verbal, midiático, infográficos, etc.
• Relações dialógicas entre textos
ORALIDADE
• Adequação ao gênero:
• conteúdos temático
• elementos composicionais
• marcas linguísticas
• Coerência global do discurso oralidades
• Variedades linguísticas
• Papel do locutor e do interlocutor:
• participação e cooperação
• turnos da fala
• Particularidades dos textos orais
• Elementos extralinguísticos:
• entonação, pausas, gestos...
• Finalidade do texto oral
ESCRITA
• Adequação ao gênero:
• conteúdo temático
• elemento composicionais
• Marcas linguísticas
• Argumentação
• Coerência e coesão textual
• Paráfrase de textos
• Paragrafação
• Re-facção textual
ANÁLISE LINGUÍSTICA
• perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade;
• Semelhanças e diferenças entre o discurso escrito e oralidades * Conotação e
denotação
222
• A função das conjunções na conexão de sentido do texto
• progressão referencial (locuções adjetivas, pronomes, substantivos...)
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
• Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico
• Acentuação gráfica
• Figuras de linguagem
• Procedimentos de concordância verbal e nominal
• A elipse na sequência do texto
• Estrangeirismos
• As irregularidades e regularidades da conjugação verbal
• A função do advérbio: modificador e circunstanciador
• Complementação do verbo e de outras palavras
GÊNEROS DISCURSIVOS:
-regimento, slogan, telejornal, telenovela, reportagem (oral e escrita), pesquisa, conto
fantástico, narrativa de terror, charge, narrativa de humor, crônica jornalística, paródia,
resumo, anúncio publicitário, sinopse de filme, poema, biografia, narrativa de ficção
científica, relato pessoal, outdoor, blog, haicai, júri simulado, discurso de defesa, e de
acusação, mesa redonda, dissertação escolar, regulamentos, caricatura, escultura,
entre outros.
8ª. SÉRIE
LEITURA
• Interpretação textual, observando:
• conteúdo temático
• interlocutores
• fonte
• intencionalidade
• intertextualidade
• ideologia -informatividade
• marcas linguísticas
• Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
• Informações implícitas em textos
• As vozes sociais presentes no texto
223
• estética de textos literários
ORALIDADE
• Adequação ao gênero:
• conteúdo temático
• elementos composicionais
• marcas linguísticas
• Variedades Linguísticas
• Intencionalidade do texto oral
• Argumentação
• Papel do locutor e do interlocutor:
• turnos da fala
• Elementos extralinguísticos:
• entonação, pausas, gestos...
ESCRITA
• Adequação ao gênero:
• conteúdos temáticos
• elementos composicionais
• marcas linguísticas
• Argumentação
• Resumo de textos
• Paragrafação
• Paráfrase
• Intertextualidade
• Refacção textual
METODOLOGIA
As aulas serão trabalhadas de forma variada, procurando despertar o interesse
dos alunos pelos assuntos abordados, garantindo a participação dos mesmos no
processo de construção do conhecimento.
O ensino da Língua Portuguesa hoje deve abordar a leitura, a produção de
textos e a produção gramatical sobre uma mesma perspectiva da língua como
instrumento de comunicação e interação social. Para isso propõe-se:
224
Retomar os temas anteriormente, sob outros enfoques e linguagens;
Propiciar momentos de vivência, bem como desenvolver outras formas de
expressão e ampliar de forma sistematizado e gradual suas habilidades orais de leitura
e escrita;
Trabalhando em grupo aprendendo a ouvir a voz dos colegas, ouvir críticas e
delas tirar o melhor proveito, a reconsiderar seus pontos de vista, a pensar da melhor
maneira e obter sucesso no conjunto;
Ampliar seus referenciais e suas leituras de mundo;
Realizar com os alunos estudos e pesquisas de países que falam a língua
portuguesa. Qual a composição étnica? Apurar as diferenças entre o português falado
e o escrito entre eles: alimentação, música, religião.
Oferecer um conjunto de atividades aos alunos para utilizá-los de forma efetiva
e criativa;
Realizar e exercitar determinadas operações como: antecipações a partir do
contexto e do conhecimento prévio que possui;
Trabalhar levantamentos de hipótese, captando o que não está explícito: As
práticas discursivas subdividem-se em:
PRÁTICA DA ORALIDADE
Considerando-se a língua em sua perspectiva histórica e social, esse trabalho
precisa pautar-se em situações reais e tendo o aluno como sujeito do processo,
lembrando-se sempre de que a oralidade está presente em todos os momentos da vida
do aluno, compete à escola valorizar a fala como forma de expressão a as
possibilidades de adequação de acordo com a situação. Fazendo uso da variedade de
linguagem que eles empregam, suas interações familiares, no cotidiano.
As possibilidades de trabalho são diversas e apontam diferentes
caminhos,como: apresentação de temas variados (histórias de família, da comunidade,
um filme, um livro); depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo aluno
ou pessoas do seu convívio; dramatização; recado; explicação; contação de histórias;
declamação de poemas; troca de opiniões; debates; seminários; juris-simulados e
outras atividades que possibilitem o desenvolvimento da argumentação.
As atividades propostas não devem ter como objetivo simplesmente ensinar o
aluno a falar, emitindo opiniões. É necessário avaliar, juntamente com o falante, por
meio da reflexão sobre os usos da linguagem, é o conteúdo de sua participação oral.
225
Pode-se analisar a linguagem em uso em outras esferas sociais, como: em
programas televisivos ( jornais, novelas, propagandas); em programas radiofônicos; no
discurso do poder em suas diferentes instâncias: público, privado, enfim, nas mais
diversas realizações do discurso ora.
PRÁTICA DA LEITURA
A leitura é vista como um ato dialógico, interlocutivo. O leitor, nesse contexto,
tem um papel ativo no processo da leitura, e para se efetivar como co-produtor, procura
pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa
estratégias baseadas no seu conhecimento linguístico, nas suas experiências e na sua
vivência sócio-cultural.
Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diferentes esferas
sociais: jornalísticas, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana,
midiática, literária, publicitária e também o hipertexto( texto no suporte
digital/computador); considerando as linguagens verbais e não-verbais.
É preciso considerar na prática da leitura o texto em que se quer trabalhar e,
então, planejar as atividades.
LITERATURA
Na literatura deve-se partir da recepção dos alunos para, depois de ouvi-los,
aprofundar a leitura e ampliar os horizontes de expectativas dos mesmos.
O aluno é o leitor, e como leitor é ele quem atribui significados ao que lê, é ele
quem traz vida ao que lê, de acordo com seus conhecimentos prévios, linguísticos, de
mundo.
O texto literário deve ser de sensibilidade, de identificação. Numa apresentação
em sala de aula, o educando pode se projetar na narrativa através do estímulo do
professor. Os alunos serão solicitados a dizer o que entenderam da história lida.
As estruturas de apelo serão trabalhadas demonstrando aos alunos que não é
qualquer interpretação que cabe à literatura, mas aquelas que o texto permite. No caso
de texto poético, deve-se estimular, nos alunos, a sensibilidade estética, usando a
leitura expressiva. Dar-se-á oportunidade ao aluno a experiência ,na leitura, escrita e
oralidade, com novos gêneros e novas formas de expressão, adequadamente à série
ou ao nível do aluno.
226
PRÁTICA DA ESCRITA
Em relação à escrita, resulta-se a partir das necessidades de comunicar-se, o
aperfeiçoamento só é possível através da leitura de diferentes textos, o aluno
perceberá a diferença da estrutura e a função de cada um e terá maiores condições de
produzir de acordo com o gênero do texto, percebendo a utilidade daquilo que produz e
a quem é dirigido. Variam de conforme se produza uma história, um poema, um bilhete,
uma receita, um texto de opinião, ou outro tipo de texto.
Para que se produza um texto com sucesso é preciso que haja um
envolvimento do autor com aquilo que ele escreve por meio da motivação, reflexão e
revisão daquilo que fez. É um processo que acontece em vários momentos, o da
motivação do texto; o da reflexão, da re-estruturação e de re-escrita do texto.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
• perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
• Conotação e denotação
• Coesão e coerência textual
• Vícios de linguagem
• Operadores argumentadores e os efeitos de sentidos
• Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao que diz, como: felizmente, comovedoramente...)
• Semântica
• Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
• Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico
• Acentuação gráfica
• Estrangeirismos, neologismos, gírias
• Procedimentos de concordância verbal e nominal
• Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais
• A função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto
• Coordenação e subordinação nas orações do texto
227
CULTURA AFRO-BRASILEIRA –AFRICANA E INDÍGENA
Este conteúdo será incluído em todas as séries, faz-se necessário abordar
pontos importantes como estabelece a lei 11.645/03 que torna obrigatório a inclusão
em todos os currículos da História e Cultura Afro-Brasileira, levando-se em
consideração a participação dos negros e os índios na constituição do país. Bem como
sua contribuição cultural neste caso para Língua Portuguesa.
Serão trabalhadas as palavras de origem africanas, as de origem indígenas,
seus significados, a importância da raça negra no Brasil, valorizando os da raça negra
como ser humano consciente, igual a qualquer outra raça, independente da sua cor.
• Realizar com os alunos estudos e pesquisas de países que falam a língua
portuguesa. O que os une? Quais as razões? Atualmente como estão esses países?
Qual a composição étnica? Apurar diferenças do português falado e escrito entre eles.
Ex: Alimentação: vatapá, acarajé, caruru, canjica etc; _ Música: os instrumentos
musicais, marabá, cuíca, atabaque, reco-reco, agogô, e _ Religião: umbanda, e
candomblé.
• Organizar debates sobre textos propostos aos alunos, solicitar que produzam
textos sobre temas como:
• o racismo no Brasil;
• a presença do negro na mídia;
• políticas afirmativas, cotas;
• mercado de trabalho, etc.
• Analisar implicações da carga pejorativa atribuída ao termo “negro” e outras
expressões do vocabulário.
• Realizar com os alunos estudos de obras literárias de escritores negros como
Cruz e Souza, Lima Barreto, Machado de Assis, Solano Trindade etc., destacando a
contribuição do povo negro à cultura nacional.
• Incluir nos conteúdos de literatura o estudo do teatro experimental de negro,
iniciado no Rio de Janeiro, produzidos por afros-descendentes que circularam
semanalmente durante até mais de cinquenta anos.
• Utilizar pesquisas e revistas produzidas pela comunidade afrodescendente do
município.
• Ler e interpretar letras de músicas relacionadas à questão racial.
• Propiciar acesso aos gêneros musicais do samba e rap.
228
• Propor aos alunos a produção de poesias relacionadas ao povo afrodescendente
e sua cultura. A partir dessa literatura, a criança afrodescendente constrói uma imagem
da realidade social que não a inclui.
• Realizar estudos de obras brasileiras que discutam, abordem questões
relacionadas à cultura afro-brasileira: Macunaíma, Mário de Andrade; Casa Grande e
Senzala, Gilberto Freyre; O Escravo, Castro Alves; Sermões do Pe. Antônio Vieira; A
Cidade de Deus, Paulo Lins; O mulato, Aluísio de Azevedo; O Bom Crioulo, Adolfo
Caminha.
• Na pintura, interpretar obras de Di Cavalcanti, Lazar Segall e Cândido Portinari
que retratam a figura do negro.
EDUCAÇÃO DO CAMPO
O que caracteriza os povos do campo é jeito peculiar de se relacionarem com a
natureza, o trabalho na terra, a utilização de mão-de-obra dos membros da família; cuja
a identidade desses povos comporta categorias sociais como posseiros, boias frias,
ribeirinhos, pequenos proprietários( dependendo da região do Brasil), comunidades
negras rurais, quilombolas e também as etnias indígenas.
Toda essa diversidade encontrada nas populações do campo paranaense
sinaliza um fato que não pode ser deixado de lado: as escolas do campo onde terão
presente no seu interior essa conflituosa e rica diversidade sociocultural e política. A
educação do campo deve imergir os conteúdos e debates sobre a utilização de
recursos naturais, agroecologia e demandas históricas por reformas agrárias,
trabalhadores assalariados rurais.
A educação para os povos do campo deve ser trabalhada a partir de um
currículo essencialmente e deslocado das necessidades e da realidade do campo.
O objetivo é que o estudo tenha o desenvolvimento dos conteúdos escolares
que venham valorizar a cultura construída nos diferentes lugares do país, ampliando
conhecimentos; mediante o estabelecimento de relação entre o conhecimento científico
e o conhecimento do mundo da vida.
AVALIAÇÃO
É imprescindível que a avaliação em Língua Portuguesa e Literatura seja um
processo de aprendizagem contínuo e de prioridade à qualidade e ao desempenho do
229
aluno ao longo do ano letivo.
A Lei 9394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), destaca a
chamada avaliação formativa (capitulo II, artigo 24, inciso V item a: "avaliação contínua
e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos
sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais;"), vista como mais adequada ao dia a dia da sala de aula e com grande
avanço em relação à avaliação tradicional, que se restringe tão somente ao somativo
ou classificatório.
A avaliação é o instrumento de compreensão do nível de aprendizagem dos
alunos. É contínua, pois o processo de aprendizagem realiza-se a cada momento,
entretanto é necessário priorizar o desenvolvimento do aluno e não um momento em
destaque.
Há de se ter em mente que a avaliação serve para perceber os avanços e
dificuldades do aluno, portanto será usada principalmente como referência para o
professor selecionar os conteúdos e metodologia a serem utilizados, de acordo com o
objetivo previamente definido. Sendo assim, é fundamental que se faça uso de
instrumentos variados para verificação do desempenho de acordo com o conteúdo
proposto, pois numa avaliação diagnostica, torna-se possível escolher o caminho a
seguir.
Nessa perspectiva, adota-se uma avaliação formativa, que respeita o ritmo e
processo de aprendizagem de cada aluno, considerando as diferenças individuais, ela
considera a participação do aluno em atividades orais, de leitura e escrita, focando os
objetivos gerais. Assim recomenda-se que na oralidade o aluno expresse suas
opiniões em debates, discussões e narrações, com clareza e adequação, observando
sempre, o seu interlocutor; na leitura é recomendado que se verifique se houve
compreensão do texto lido e qual seu posicionamento diante do tema; na escrita deve
ser considerado o caminho que o aluno percorreu em seu processo de produção, bem
como, sua capacidade de rever o texto, adequando a linguagem ao gênero. Outro
critério a ser considerado é a Análise linguística, onde o texto oral e escrito pode ser
manifesto em vários aspectos discursivos, textuais e gramaticais, assim os elementos
linguísticos de diferentes diferentes gêneros devem ser avaliados sob uma prática
reflexiva e contextualizada que possibilite a compreensão desses elementos no texto.
Com o uso da língua oral e escrita em práticas sociais, os alunos são avaliados
continuamente em termos desse uso, pois efetuam operações com a linguagem e
refletem sobre as diferentes possibilidade de uso da língua, os que lhes permite o
230
aperfeiçoamento linguístico constante, o letramento.
REFERÊNCIAS:
Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica.
Língua Portuguesa, 2008
Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná:
Educação do Campo, SEED- 2006
Paraná, Secretaria de Estado da Educação. História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana: educando para as relações étnicos-raciais. Curitiba : SEED-PR, 2006.
(Cadernos Temáticos).
7.11-PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE MATEMÁTI CA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
Há registros que 2000 a C. Já haviam anotações matemáticas que hoje estão
classificados como álgebra elementar ( comparar formas, tamanhos, quantidades)
Esse seriam nascimento da Matemática.
Foi com a civilização Grega que regras, princípios lógicos começaram a ser
registrados e também surgiram as preocupações iniciais da matemática no ensino e na
formação das pessoas.
Um século depois a matemática entrou no contexto educacional e já se tinha
uma matemática mais abstrata, assim veio acontecendo a sistematização das
matemáticas estáticas e desenvolveram a aritmética, a geometria, a álgebra e a
trigonometria.
Baseada em práticas pedagógicas no século V a. C. Os sofistas tinham objetivo
de formar o homem político e as suas metodologias era uma educação intelectual e
científica.
No século IV a II a. C. A educação foi de forma clássica e enciclopédica. Ensino
231
baseado na memorização e repetição.
No século V d. C o ensino teve caráter religioso- cálculos para entender o
calendário litúrgico.
No século VII e IX o ensino passa por mudanças e surgem escolas e a
organização dos sistemas de ensino.
Com avanço das atividades comerciais e industriais aconteceram novas
descobertas na matemática e seu ensino foi, influenciado para atividades práticas e
experimentais.
No século XVI aconteceu um processo científico e econômico e a matemática
servia para preparar os jovens para o exercício de atividades de comércio, arquitetura,
música, geografia, astronomia, arte de navegação e outros.
No século XVIII- a educação desempenhou um papel para comprovação e
resultados- lei quantitativa- conceito de função do cálculo.
Dessa maneira, a Educação Matemática necessita de profissionais que
estabeleçam uma postura teórico-metodológico e seja questionador frente às
concepções pedagógicas historicamente difundidas.
O objeto de estudo da Educação Matemática ainda encontra-se em processo de
construção, pode-se dizer que ele está centrado na prática pedagógica da Matemática
e engloba as relações entre o ensino e a aprendizagem e o conhecimento matemático,
e envolve o estudo de processos que investigam como o estudante compreende e se
apropria da própria matemática concebida como um conjunto de resultados, métodos,
procedimentos,algoritmos, etc. Investiga, também, como o aluno, por intermédio do
conhecimento matemático, desenvolve valores e atitudes de natureza diversa, visando
a sua formação integral como cidadão. Aborda o conhecimento matemático sob uma
visão histórica, de modo que os conceitos são apresentados, discutidos, construídos e
reconstruídos, influenciando na formação do pensamento do aluno.
Pela Educação Matemática, almeja-se um ensino que possibilite aos estudantes
análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias.
Aprende-se Matemática não somente por sua beleza ou pela consistência de suas
teorias, mas, para que, a partir dela, o homem amplie seu conhecimento e, por
conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade.
A disciplina de Matemática tem como objetivo geral:
• Desenvolver o campo da investigação matemática e a produção do
conhecimento, com relevância a história da matemática.
• Associar o conhecimento matemático com outras áreas do conhecimento.
232
• Desenvolver um pensamento reflexivo que lhe permita a elaboração de
conjecturas, a descoberta de soluções e a capacidade de construir (resoluções de
problemas).
• Relacionar o conteúdo matemático com o ambiente do indivíduo e suas
manifestações culturais e relações de produção de trabalho (etno matemática).
• Formular, resolver e elaborar expressões que valham não apenas para
uma solução particular, mas que também sirvam, posteriormente, como suporte para
outras aplicações e teorias(modelagem matemática).
• Ampliar suas possibilidades de observação e investigação através das
mídias tecnológicas.
• Proporcionar a formação integral do aluno para que este possa ser capaz
de interagir com autonomia nas suas relações sociais.
• Permitir a todos os acessos dos conhecimentos matemáticos, presentes
em qualquer situação da realidade, como condição necessária para participarem e
interferirem na sociedade em que vive.
• Propiciar o conhecimento de forma que compreenda os conceitos e
princípios matemáticos, raciocine claramente e comunique as ideias matemáticas,
reconheça suas aplicações e aborde problemas matemáticos com segurança.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Entende-se por Conteúdos Estruturantes os conhecimentos de grande
amplitude, os conceitos e as práticas que identificam e organizam os campos de
estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a sua
compreensão. Constituem-se historicamente e são legitimados nas relações sociais.
• Números e Álgebra
• Grandezas e Medidas
• Geometria
• Funções
• Tratamento da Informação
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
233
NÚMEROS E ÁLGEBRA NO ENSINO FUNDAMENTAL:
conjuntos numéricos e operações
equações e inequações
polinômios
proporcionalidade
NÚMEROS E ÁLGEBRA NO ENSINO MÉDIO
Números reais;
Números Complexos;
Sistemas Lineares;
Matrizes e determinantes;
Equações e inequações exponenciais, logarítmicas e modulares;
Poinômios.
GRANDEZAS E MEDIDAS NO ENSINO FUNDAMENTAL:
Sistema monetário;
Medidas de comprimento;
Medidas de massa;
Medidas de tempo;
Medidas derivadas: área e volumes;
Medidas de ângulos;
Medidas de temperaturas;
Medidas de velocidade;
Trigonometria: relações métricas no triângulo retângulo e relações
trigonométricas nos triângulos.
GRANDEZAS E MEDIDAS NO ENSINO MÉDIO
Medidas de Massa;
Medidas derivadas: área e volume.
Medidas de informática;
Medidas de energia;
Medidas de grandezas vetoriais;
Trigonometria: relações métricas e trigonométricas no triângulos retângulo e a
234
trigonometria na circunferência.
GEOMETRIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Geometria plana;
Geometria espacial;
Geometria Analítica;
Noções básicas de geometria não-euclidianas.
No Ensino Médio esses conteúdos terão seus conceitos mais aprofundados, na
geometria plana e espacial por exemplo, o nível de abstração terá maior
complexidade.
FUNÇÕES NO ENSINO FUNDAMENTAL
Função Afim;
Função quadrática;
FUNÇÕES NO ENSINO MÉDIO
Função afim;
Função quadrática;
Função polinomial;
Função Exponecial;
Função Logarítmica;
Função trigonométrica;
Função modular;
Progressão Aritmética;
Progressão Geométrica.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL :
Noções probabilidade
Estatística
Matemática financeira
Noções de análise combinatória
235
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL :
Análise combinatória;
Binômio de Newton;
Estatística;
Probabilidade;
Matemática Financeira.
Conteúdo Afro-brasileiro contemplando as Leis10639/03 -História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana, Lei nº 11645/08 – História Cultura Afro-Brasileira e Indígena.
No Ensino Fundamental e Médio, de acordo com a Lei 10.639/03, referente à
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana serão trabalhadas as seguintes atividades:
• Análise dos dados do IBGE sobre a composição da população brasileira
por cor, renda e escolaridade no país e no município.
• Análise de pesquisas relacionadas ao negro e mercado de trabalho no
país.
• Realização com alunos de pesquisas de dados no município com relação
á população negra.
Dessa forma, serão inseridos temas relacionados a História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena através de análises e reflexão sobre a diversidade cultural e racial
reconhecendo os afro-brasileiros como sujeitos na construção da sociedade e do país,
ressaltando os valores que precisam ganhar amplitude e status de reconhecimento, na
perspectiva de uma sociedade multicultural e pluri-étnica, lei 11.645/08 que integra a
história e Cultura afro-brasileira e Indígena ao Currículo de Ensino Fundamental e
Médio.
Refletir sobre à cultura afro-brasileira, com intuito de preparar uma construção
de críticas construtivas, e apontar soluções para construção de relacionamentos
positivos em relação às diversidades. Especificamente montar gráficos e fazer
porcentagens referente pesquisas realizadas na própria escola.
Essa proposta curricular tem como principio educativo a perspectiva do campo,
uma vez que a prática social é a agricultura familiar, o trabalho do campo, os
conhecimentos e valores construídos historicamente no campo. Assim a educação
escolar estará vinculada organicamente a essa problemática, no sentido de explicações
de suas contradições , ao mesmo tempo, construindo um conhecimento com base nas
ciências, na história e na filosofia.
236
METODOLOGIA
Os conteúdos propostos devem ser abordados por meio de tendências
metodológicas da Educação Matemática que fundamentam a prática docente, das
quais destacamos:
• resolução de problemas;
• modelagem matemática;
• mídias tecnológicas;
• etno matemática;
• história da Matemática;
• investigações matemáticas.
Resoluções de problemas
Possibilitar aos estudantes compreender os argumentos matemáticos e ajudá-
los a ver com um conhecimento passível de ser aprendido por todos os sujeitos
presentes de ensino e da aprendizagem.
As etapas da resolução de problemas são: compreender o problema; destacar
informações, dados importantes do problema, par sua resolução; elaborar um plano de
resolução; executar o plano; conferir resultados; estabelecer nova estratégia, se
necessário, até chegar a uma solução aceitável( POLYA, 2006).
Etno matemática
O papel da etno matemática é reconhecer e registrar questões de relevância que
produzem o conhecimento matemático
Leva em conta que não existe um único, mas vários e distintos conhecimentos e
todos são importantes. As manifestações matemáticas são percebidas por meio de
diferentes teorias e práticas, das mais diversas áreas que emergem dos ambientes
culturais.
Modelagem matemática
A modelagem matemática tem como pressuposto a problematização de
situações do cotidiano. Ao mesmo tempo em que propõe a valorização do aluno no
contexto social, procura levantar problemas que sugerem questionamentos sobre
situações de vida . Consiste na arte de transformar problemas reais com os problemas
matemáticos e resolvê-los interpretando sua linguagem do mundo real.
237
Mídias Tecnológicas
Os recursos tecnológicos, como o software, a televisão, as calculadoras, os
aplicativos da Internet, entre outros, tem favorecido as experimentações matemáticas e
potencializado formas de resolução de problemas. De posse dos recursos tecnológicos,
os estudantes conseguem desenvolver argumentos e conjecturas resultados dessa
experimentação. Enfim, esse trabalho insere formas diferenciadas de ensinar e
aprender e valorizar o processo de produção de conhecimento.
História da Matemática
A história deve ser o fio condutos que direciona as explicações dadas aos
porquês da Matemática. Assim, pode promover uma aprendizagem significativa, pois
propicia ao estudante entender que o conhecimento matemático é construído
historicamente a partir de situações concretas e necessidades reais.
Investigação Matemáticas
Uma investigação é um problema em aberto e, por isso, as coisas acontecem de
forma diferente do que na resolução de problemas e exercícios. O objeto a ser
investigado não é explicitado pelo professor, porém o método de investigação deverá
ser indicado através, de uma introdução oral, de maneira que o aluno compreenda o
significado de investigar. Na investigação matemática, o aluno é chamado a agir como
um matemático, não apenas porque é solicitado a propor questões, mas,
principalmente, porque formula conjecturas a respeito do que está sendo investigado.
Assim, as Investigações matemáticas envolvem, naturalmente, conceitos,
procedimentos e representações matemáticas.
Valorizar os conhecimentos de cada aluno, quer sejam adquirido em séries
anteriores ou de forma intuitiva. Estes conhecimentos e experiências provenientes das
vivências dos alunos deverão ser aprofundados e sistematizados, com objetivo de
validá-los cientificamente, ampliando-os e generalizando-os. É importante a utilização
de recursos didáticos pedagógicos e tecnológicos como instrumentos de
aprendizagem.
Desenvolver os conhecimentos matemáticos a partir do processo dialético que
possa intervir como instrumento eficaz na aprendizagem das propriedades e relações
matemáticas, bem como as diferentes representações e conversões através da
linguagem e operações simbólicas, formais e técnicas. Objetivando uma formação
científica geral, os procedimentos e estratégias a serem desenvolvidas pelo professor
objetivam garantir ao aluno o avanço em estudos posteriores, na aplicação dos
conhecimentos matemáticos em atividades tecnológicas, cotidianas, das ciências e da
238
própria ciência matemática.
Em relação às abordagens, destacam-se a análise e interpretação crítica para
resolução de problemas, não somente pertinentes à ciência matemática, mas, como
nas demais ciências que, em determinados momentos, fazem uso da matemática.
Possibilitar aos estudantes análises, discussões, conjecturas, apropriação de
conceitos e formulação de ideias. Aulas expositivas, pesquisas extra-classe, trabalho
em grupo, aula-prática. Utilização de material concreto.
AVALIAÇÃO
No processo avaliativo, é necessário que o professor faça uso da observação
sistemática para diagnosticar as dificuldades dos alunos e criar oportunidades
diversificadas para que possam expressar seu conhecimento. Tais oportunidades
devem incluir manifestação escritas, orais, e de demonstração, inclusive por meio de
ferramentas e equipamentos, tais como materiais de manipuláveis, computador e
calculadora.
Propor atividades em sala de aula, sempre insistir com os alunos para que
explicitem os procedimentos adotados e que tenham a oportunidade de explicar
oralmente ou por escrito as suas afirmações, quando estiverem tratando algoritmos,
resolvendo problemas, entre outras. A avaliação deve ser continua, diagnóstica,
cumulativa, participativa e somativa.
Encaminhamentos diversos como trabalho extraclasse, pesquisas, tarefas, prova
escrita, atividades em grupo, bem como, a observação, a intervenção, a revisão de
noções e subjetividade, isto é, buscar diversos métodos avaliativos, incluindo o uso de
materiais manipuláveis, computador e calculadora.
O professor deve considerar as noções que o estudante traz, decorrentes da sua
vivência, de modo a relacioná-las com os novos conhecimentos abordados nas aulas
de Matemática. Assim, será então possível que as práticas avaliativas finalmente
superem a pedagogia do exame para basearem-se numa pedagogia do ensino e da
aprendizagem.
Alguns critérios devem orientar as atividades avaliativas, quais sejam:
Comunicar-se matematicamente, oral ou por escrito;
Compreender por meio da leitura, o problema matemático;
Lança mão de organização do pensamento que possibilite a solução de
239
problemas;
Encontra meios diversos para a resolução de um problema matemático.
Realiza o retrospecto da solução de um problema.
A diversificação dos instrumentos de avaliação está indissociavelmente ligada à
concepção de avaliação contínua e formativa. Assim os instrumentos podem ser
afetivar em manifestações escritas, orais e de demonstração, inclusive por meio de
ferramentas e equipamentos, tais como materiais manipuláveis, computador e
calculadora.
Se a avaliação contínua e formativa visa a aprendizagem, e a formação do
aluno, precisa se concretizar, de fato, nas diferentes atividades de
ensino/aprendizagem que acontecem na sala de aula.
REFERÊNCIAS:
ANDRINI, Álvaro. Novo Praticando a Matemática , Maria José C. de V. Zampirolo. - São
Paulo: Editora do Brasil, 2002.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Matemática. Curitiba, Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/out_2
009/matematica.pdf. Acesso em 18/10/2010.
240
7.12-PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE QUÍMICA
APRESENTAÇÃO GERAL DISCIPLINA DE QUÍMICA
A química está ligada intimamente a todo o desenvolvimento das civilizações, a
partir das necessidades do homem pré – histórico, tais como: necessidades de
sobrevivência, de comunicação, de desenvolvimento de técnicas de domínio de fogo,
etc. Também não se pode falar da história da química sem se reportar a fatos
políticos, religiosos e sociais. O poder, representado pela riqueza, e a cura de todas as
doenças, sinônimo da vida eterna, são buscas incessantes da humanidade. Sendo
assim as primeiras citações acerca da química são provenientes da alquimia, que
buscava o elixir da vida eterna e a pedra filosofal.
O século XIX foi o período no qual a ciência se consolidou e passou a definir as
marcas na caminhada da humanidade. As primeiras atividades qual a de caráter
educativo envolvendo a química no Brasil, surgiram também neste século, provenientes
das transformações de ordem política e econômica que ocorriam na Europa.
Dentre as descobertas e avanços científicos, nas últimas quatro décadas do
século XX passou-se a conviver com a crescente miniaturização dos sistemas de
computação. Com o aumento de sua eficiência e ampliação do seu uso, o que constitui
uma era de transformações nas ciências que vêm modificando a maneira de se viver.
Esse período, marcado pela: descoberta de novos materiais, engenharia genética,
exploração da biodiversidade, obtenção de diferentes combustíveis, pelos estudos
espaciais e pela farmacologia; marca o processo de consolidação científica, com
destaque à Química, que participa das diferentes áreas das ciências e colabora no
estabelecimento de uma cultura científica, cada vez mais arraigada no capitalismo e
presente na sociedade, e, por conseguinte, na escola.
Muito embora existam, atualmente, formas distintas de conceber o ensino de
Ciências e de Química, a pedagogia sócio-histórica já é um referencial teórico na
prática de alguns professores.
Qual seria a concepção de ensino de QUÍMICA que romperia com as
abordagens tradicionais do objetivo de estudo da disciplina?
Chassot propõe “alternativas para um ensino com utilidade onde se busca
mostrar uma educação, através da Química, que: contribua para a alfabetização
científica do cidadão; faça a migração do esoterismo ao exorcismo e, facilite a leitura
do mundo”. (CHASSOT,1995,p.151).
241
Nessas diretrizes propõe-se que a compreensão e apropriação do conhecimento
químico aconteçam por meio do contato do aluno com o objeto de estudo da química,
que é o estudo da matéria e suas transformações. Este processo deve ser planejado,
organizado e dirigido pelo professor, numa relação dialógica, onde a aprendizagem dos
conceitos químicos se realize no sentido da organização do conhecimento científico.
Acredita-se, pois, que o ensino de Química que leve à alfabetização científica do
sujeito, e deve estar centrado na inter – relação de dois componentes básicos:
conhecimento químico e o contexto social.
A abordagem no ensino da Química, será norteada , pela construção/
reconstrução de significados de conceitos científicos, vinculada aos contextos
históricos, políticos, econômicos, sociais e culturais, e estará fundamentada em
teóricos como: Chassot, Mortimer, Maldaner, Bernadelli.
Educação do Campo: Pensar a educação desde ou junto com uma concepção
de campo significa assumir uma visão de totalidade dos processos sociais; significa no
campo da política pública, por exemplo, pensar a relação entre uma política agrária, e
uma política de educação; entre política agrícola, política da saúde, a política da
educação, e assim por diante. E na dimensão da reflexão pedagógica significa discutir
a arte de educar, e os processos de formação humana, a partir dos parâmetros de um
ser humano concreto e historicamente situado.
Desafios Educacionais Contemporâneos; numa perspectiva histórica, para o
entendimento destas discussões em sua totalidade, é preciso, em primeiro lugar, que o
professor busque outros referenciais que possibilitem outra representação sobre os
fatos e sobre o passado. É importante perceber,
Segundo Savoia (2008), que na impossibilidade de resgatar o passado tal como
foi, construímos sempre em relação a ele uma representação. É preciso então que os
conhecimentos universais como os desafios do cotidiano tornam-se parte do
conteúdo sobre os fatos e sobre a história que nos indicam que as questões sociais,
econômica, sexualidade, meio ambiente, educação fiscal, suscitando a busca por
suportes concretos, dada a compreensão dos mesmos em sua concretude.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande amplitude
que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar,
considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. Os
242
conteúdos estruturantes da Química devem considerar, em sua abordagem teórico-
metodológica, as relações que estabelecem entre si e entre os conteúdos específicos.
A partir deles derivam conteúdos específicos a serem trabalhados na relação de ensino
aprendizagem no cotidiano escolar. Os conteúdos estruturantes estão em constante
relação uns com os outros e que na realidade nunca se separam; precisam se inter-
relacionar para se tornarem significativos, nesta proposta serão ministrados nas três
séries, aprofundados em abordagens que considerem o princípio da complexidade
crescente.
São conteúdos estruturantes de química:
• Matéria e sua natureza;
• Biogeoquímica;
• Química sintética.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
É o conteúdo estruturante que dá início ao trabalho pedagógico da disciplina de
Química por se tratar especificamente de seu objeto de estudo: a matéria e sua
natureza. É ele que abre o caminho para um melhor entendimento dos demais
conteúdos estruturantes.
BIOGEOQUÍMICA
Bio geoquímica é a parte da Geoquímica que estuda a influência dos seres vivos
sobre a composição química da terra, caracteriza-se pelas interações existentes entre
hidrosfera, litosfera e atmosfera e pode ser bem explorada a partir dos ciclos
biogeoquímicos (RUSSEL, 1986, p.2).
QUÍMICA SINTÉTICA
Esse conteúdo estruturante tem sua origem na síntese de novos produtos e
materiais químicos e permite o estudo dos produtos farmacêuticos, da indústria
alimentícia (conservantes, acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), dos fertilizantes e
dos Agrotóxicos.
CONTEÚDOS BÁSICOS
243
MATÉRIA
Constituição da matéria;
Estados de agregação;
Natureza elétrica da matéria
Modelos atômicos (Rutherford, Thomson, Dalton, Bohr...).
Tabela Periódica.
SOLUÇÃO
Substância: simples e composta;
Misturas;
Métodos de separação;
Solubilidade
Concentração;
Forças intermoleculares;
Temperatura e pressão;
Densidade;
Dispersão e suspensão;
Tabela Periódica.
VELOCIDADE DAS REAÇÕES
Reações químicas;
Lei das reações químicas;
Representação das reações químicas; Condições fundamentais para ocorrência
das reações químicas. (natureza dos reagentes, teoria da colisão) Fatores que
interferem na velocidade das reações ( superfície de contado, temperatura, catalisador,
concentração dos reagentes); Lei da velocidade das reações químicas; Inibidores das
reações químicas; Tabela Periódica.
EQUILÍBRIO QUÍMICO
Reações químicas reversíveis;
Concentração;
Relações matemáticas e o equilíbrio químico (constante de equilíbrio )
Deslocamento de equilíbrio ( princípio de Le Chatelier): Catalizadores;
Equilíbrio químico em meio aquoso (pH, constante de ionização,Ks ).
Tabela Periódica.
244
LIGAÇÃO QUÍMICA
Tabela periódica;
Propriedade dos materiais;
Tipos de ligações químicas em relação as propriedades dos materiais;
Solubilidades e as ligações químicas; Interações intermoleculares e as propriedades
dos materiais; Ligações de Hidrogênio;
Ligação metálica;
Ligações sigma e Pi ;
Ligações polares e apolares
Alotropia.
REACÕES QUÍMICAS
Princípios da termodinâmica;
Calorias;
Reações exotérmicas e endotérmicas Variação de entalpia;
Equações termoquímicas;
Lei de Hess;
Entropia de energia livre;
Diagrama das reações exotérmica e endotérmicas; Calorimetria;
Tabela periódica.
RADIOATIVIDADE
Modelos atômicos (Rutherford);
Elementos químicos (radioatividade); Tabela periódica;
Reações químicas;
Velocidades das reações;
Emissões radioativas;
Leis da radioatividades;
Cinética das reações químicas;
Fenômenos radioativos (fusão e fissão nuclear);
245
GASES
Estados físicos da matéria; Tabela periódica;
Propriedades dos gases (densidade/difusão e efusão, pressão x temperatura,
pressão x volume e temperatura x volume);
Modelos de partículas para os materiais gasosos; Misturas gasosas;
Diferença entre os gás e vapor;
Leis dos gases.
FUNÇÕES QUÍMICAS
Funções Orgânicas;
Funções inorgânicas;
Tabela Periódica
METODOLOGIA
A abordagem teórico metodológica mobilizará para o estudo da química
presente no cotidiano dos alunos, evitando que ela se constitua meramente em uma
repetição de fórmulas, números e unidades de medida. Sendo assim quando o
conteúdo químico for abordado na perspectiva do conteúdo estruturante
Biogeoquímica será feito um diálogo sobre a atmosfera, hidrosfera e litosfera; na
abordagem com o conteúdo estruturante química sintética o foco será a produção de
novos materiais e com o conteúdo estruturante Matéria e sua Natureza, serão
priorizados o comportamento macroscópico e microscópico da matéria.
Para os conteúdos estruturantes Biogeoquímica e Química Sintética a
sistematização dos conceitos acontecerá por meio das abordagens histórica,
sociológica e ambiental, representacional dos conteúdos químicos. Mas para o
conteúdo estruturante Matéria e sua Natureza tais abordagens são limitadas, pois pela
sua origem, apenas abordagem representacional como as fórmulas químicas, modelos
podem ser explorados amplamente.
Cabe ao professor programar uma relação dialógica em sala de aula, expressa
em oportunidades pelas quais as múltiplas formas de pensar e as pré-concepções dos
alunos entrem em contatos umas com as outras.
246
AVALIAÇÃO
A Avaliação Formativa e Processual leva em conta todo o conhecimento prévio
do aluno e deve subsidiar e redirecionar o curso da ação dos professores no ensino
aprendizagem, garantindo a qualidade do processo educacional desenvolvido no
coletivo da escola.
Espera-se que o aluno;
p- Entenda e questione a Ciência de seu tempo e os avanços tecnológicos
na área de química;
q- Construa e reconstrua o significado dos conceitos químicos;
r- Problematize a construção dos conceitos químicos;
s- Tome posições frente as situações sociais e ambientais desencadeadas
pela produção do conhecimento químico.
A avaliação deve ser diagnóstica e continua, podendo o professor utilizar-se
dos seguintes instrumentos: avaliação escrita e oral, leitura, interpretação de textos,
leitura e interpretação da tabela periódica, pesquisas bibliográficas, apresentação de
seminários, conferências, simpósios experimentação no laboratório etc.
REFERÊNCIAS
PARANÁ, Secretaria do estado da educação, DIRETRIZES CURRICULARES DE
QUÍMICA PARA O ENSINO MÉDIO ,Curitiba Paraná, 2008.
PARANÁ, Secretaria do estado da educação, EDUCAÇÃO DO CAMPO, Curitiba
Paraná, 2005.
PARANÁ, Secretaria do estado da educação, OS DESAFIOS EDUCACIONAIS
CONTEMPORÂNEOS E OS CONTEÚDOS ESCOLARES: REFLEXOS NA
ORGANIZAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR E A ESPECIFICIDADE
DA ESCOLA PÚBLICA ,CGE/SEED, julho de 2008.
247
7.13-
PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
A Sociologia, ciência que se constitui no século XIX, na Europa, está ligada
diretamente ao desenvolvimento e consolidação da sociedade capitalista. As
Revoluções Industrial e Francesa marcaram definitivamente a configuração das
sociedades em nível mundial, provocando profundas e intensas transformações, onde
a mudança torna-se fator chave na moldagem das relações sociais.
Com o objetivo de compreender as alterações nas relações sociais e, ao mesmo
tempo, a permanência de determinados elementos que permitem a existência de um
conjunto social, E. Durkheim, amplamente influenciado por A. Comte, estabelece as
bases desta ciência ao definir seu objeto de estudo e metodologia. À Sociologia
caberia, de acordo este pensador, o estudo dos fatos sociais, modos de ser, pensar e
agir que são exteriores ao indivíduo, a eles se impõem e independem de suas vontades
para se manifestarem. Por meio de uma análise objetiva, afastando-se as pré-noções,
as instituições sociais poderiam ser compreendidas, explicadas e, em caso de
eventuais desequilíbrios sociais, restaurados os padrões normais de equilíbrio e
harmonia, inerentes às sociedades.
No entanto, se é com Durkheim que as bases científicas da Sociologia são
consolidadas, outros pensadores contribuem com o desenvolvimento desta ciência, à
medida que introduzem outros elementos na análise do social. Karl Marx, nesse
sentido, em seus escritos, realiza uma análise que mescla elementos sociológicos,
econômicos, políticos, culturais, sem segmentá-los em uma ou outra direção.
Considerando que as relações sociais só podem ser compreendidas a partir dos
interesses diferenciados e contraditórios que as classes sociais, formadas por
proprietários e não proprietários apresentam, Marx constata que não basta apenas
explicar essas relações, para ele essencialmente de exploração, mas antes modificá-
las. Não há um suposto equilíbrio social, mas conflitos, latentes ou explícitos, que só
serão superados com a revolução proletária, quando os resultados do trabalho serão
igualmente apropriados por todos os trabalhadores, e não apenas por aqueles que
detêm os meios de produção.
Nessas duas visões, opostas entre si, as relações sociais são vislumbradas
como se impondo aos indivíduos, embora para Durkheim essa imposição seja
248
inevitável e incapaz o indivíduo de resistir, enquanto que para Marx há a necessidade
de modificá-las, possibilidade concreta a partir da organização da classe trabalhadora.
Para Max Weber, no entanto, não existe a sociedade, mas indivíduos que, por
meio da ação social, conferem sentido as suas ações. A sociedade nada mais seria do
que um conjunto de relações sociais, estabelecidas por meio do compartilhar de
sentido estabelecido por meio das ações sociais. Para se compreender a sociedade,
torna-se necessário considerar as motivações individuais, já que os indivíduos são os
únicos portadores de sentido, possibilitando o entendimento dessa “teia de
significados”.
Essas linhas teóricas diferenciadas, e apresentadas brevemente, configuram o
pensamento sociológico em seu desenvolvimento inicial e posterior. Considerados os
fundadores da Sociologia, Dukheim, Marx e Weber são clássicos, ou seja, permanece
a atualidade do seu pensamento. T. Parsons, P. Bordieu, J. Habermas, A. Touraine, R.
Kurz, e tantos outros, nos países desenvolvidos, assim como Fernando Azevedo, Caio
Prado Jr., Gilberto Freyre, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, no Brasil,
estarão comumente atualizando, contextualizando ou mesmo se contrapondo aos
pressupostos dos fundadores da Sociologia.
Ciência marcada pela análise e eventuais intervenções na realidade social, os
métodos específicos da disciplina não impedem que discordâncias apaixonadas sobre
o que é, e o que deve ser a realidade, aflorem no debate científico.
Assim como cada pessoa percebe algumas coisas que para outras são
imperceptíveis, a Sociologia não é uma ciência monolítica, comportando interpretações
diversas e opostas, todas elas referenciais teóricos válidos para a análise do social.
Essa pluralidade analítica influiu na sua inserção e permanência no conjunto das
disciplinas oferecidas no sistema oficial de ensino brasileiro.
Introduzida como disciplina oficial nos cursos secundários no início do período
republicano, foi excluída no início do século XX e, no decorrer deste, a inconstância foi
uma das marcas, ora sendo obrigatória, ora retirada conforme o contexto social político
mais amplo.
A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96) abre
novas perspectivas para a inclusão da Sociologia nas grades curriculares, uma vez que
dita no art.36, §1º, inciso III, a importância do “domínio da Filosofia e Sociologia como
necessários ao exercício da cidadania”. No entanto, durante a regulamentação da Lei,
a seguinte interpretação deste artigo foi feita: a partir das Diretrizes Curriculares
Nacionais do Ensino Médio (DCNEM, Parecer CNE/CEB 03/98) tanto o art.36, quanto o
249
artigo 35 da LDB, ambos relativos ao Ensino Médio, tiveram alterados profundamente o
seu sentido, pois as “Diretrizes” apresentaram como proposta o tratamento
interdisciplinar, por outras disciplinas das Ciências Humanas, dos conteúdos de
Sociologia, esvaziando, portanto, o seu caráter de obrigatoriedade.
Essa trajetória do ensino da Sociologia, caracterizada por frequentes
interrupções, trouxe marcas a esta disciplina, as quais não podem ser ignoradas
quando se reflete a respeito da sua inserção no cenário educacional. Alguns aspectos
originários dessas intermitências irão contribuir para que a disciplina apresente
dificuldades em impor-se nas escolas. No entanto, em alguns estados, como Minas
Gerais e Paraná, políticas públicas voltadas à inserção da Sociologia na grade
curricular têm obtido sucesso, promovendo a conscientização da comunidade escolar a
respeito da importância do conhecimento sociológico para o aluno do Ensino Médio.
A Sociologia no presente tem o papel histórico que vai muito além da leitura e
explicações teóricas da sociedade. Não cabem mais as explicações e compreensões
das normas sociais e institucionais para a melhor adequação social, ou mesmo para a
mera crítica social, mas sim a desconstrução e a desnaturalização do social no sentido
de sua transformação. É tarefa inadiável da escola a formação de novos valores, de
uma nova ética e de novas práticas sociais que apontem para a possibilidade de
construção de novas relações sociais, no que a Sociologia pode oferecer importante
contribuição.
A disciplina tem como objeto o conhecimento e a explicação da sociedade
através da compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos vivem em
grupos, das relações que se estabelecem no interior e entre esses diferentes grupos,
bem como a compreensão das consequências dessas relações para indivíduos e
coletividades.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
t- O Processo de Socialização e as Instituições Soc iais
Conteúdos Básicos:
Processo de Socialização;
Instituições Sociais: Familiares; Escolares; Religiosas;
Instituições de reinserção(prisões, manicômios, educandários, educandários, asilos,
etc.).
250
• Cultura e Indústria Cultural
Conteúdos Básicos:
Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na análise
das diferentes sociedades;
Diversidade cultural;
Identidade;
Indústria cultural;
Meios de comunicação em massa;
Sociedade de consumo;
Questões de gênero;
Culturas afro-brasileira e africana;
Cultura indígena.
PP- Trabalho, Produção e Classes Sociais
O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;
Desigualdades sociais:estamentos, castas, classes sociais;
Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições;
Globalização e neoliberalismo;
Relações de trabalho;
Trabalho no Brasil.
QQ- Poder, Política e Ideologia
Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;
Democracia, autoritarismo, totalitarismo;
Estado no Brasil;
Conceitos de Poder;
Conceitos de Ideologia;
Conceitos de dominação e legitimidade;
As expressões de violência nas sociedades contemporâneas.
RR- Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais
Direitos:civis, políticos e sociais;
Direitos humanos;
Conceito de cidadania;
Movimentos sociais;
251
Movimentos sociais no Brasil;
A questão ambiental e os movimentos ambientalistas;
A questão das ONG's.
METODOLOGIA
Os instrumentos metodológicos para o ensino de Sociologia devem ser variados,
mas adequados aos objetivos que se pretende atingir, pois assim como os conteúdos
estruturantes e os específicos deles desdobrados, os encaminhamentos metodológicos
e o processo de avaliação ensino-aprendizagem devem estar relacionados à própria
construção histórica da Sociologia crítica, caracterizada por posturas teóricas e práticas
favorecedoras ao desenvolvimento de um pensamento criativo e instigante. Por isso as
diretrizes sugerem que o ensino da disciplina seja iniciado com uma breve
contextualização da construção histórica da Sociologia e das teorias sociológicas
fundamentais, que devem ser constantemente retomadas durante o curso, no sentido
de fundamentar os conteúdos específicos.
Nesse sentido, as problemáticas sociais devem ser explicitadas e explicadas de
maneira concreta e contextualizada, desconstruindo pré-noções que os alunos possam
trazer e que dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas
direcionadas à transformação social.
Para que os conteúdos trabalhados e a metodologia usada possam atender às
necessidades do grupo social atendido, nesse caso o aluno do ensino Médio, este deve
ser considerado em sua especificidade etária e em sua diversidade cultural, além de
aspectos como: a linguagem, interesses pessoais e profissionais e necessidades
materiais. Outro aspecto importante a ser levado em conta são as peculiaridades da
realidade em que a escola está inserida e a origem social do aluno. O ensino de
Sociologia pressupõe metodologias que coloquem o aluno como sujeito de seu
aprendizado; que este aluno seja constantemente provocado a relacionar a teoria com
o vivido, a rever conhecimentos e reconstruir coletivamente novos saberes.
Sejam quais forem as práticas pedagógicas no ensino de Sociologia, se não
forem trabalhadas com método e rigor em nada contribuirão para a construção do
pensamento científico.
Três encaminhamentos metodológicos são próprios do conhecimento
sociológico: a pesquisa de campo e o uso de recursos áudio-visuais, especialmente
vídeos e filmes, leitura e análise de textos Sociológicos.
252
Para trabalhar a Lei 10.639/03 que trata da História e Cultura Afro Brasileira e
Africana e a Lei 11. 645/08, referente à História e Cultura Afro Brasileira e Indígena,
Propõem-se que, sejam revistos os:
• Princípios de de igualdade básico de pessoa humana como sujeito de
direitos;
• `a compreensão de que a sociedade é formada por pessoas que
pertencem a grupos étnico raciais distintos, que possuem cultura e história próprias,
igualmente valiosas e que em conjunto constroem, na nação brasileira, sua história;
• à valorização da história dos povos africanos e da cultura afro brasileira
na construção histórica e cultural brasileira;
• à superação da indiferença, injustiça e desqualificação com que os
negros, os povos indígenas e também as classes populares às quais os negros, no
geral, pertencem, são comumente tratados;
• à desconstrução, por meio de questionamentos e análises críticas,
objetivando eliminar conceitos, ideias, comportamentos veiculados pela ideologia do
branqueamento, pelo mito da democracia racial, que fazem tanto mal a negros e
brancos;
• combate à privação e violação de direitos de individuais.
Para que haja um bom aproveitamento, são necessárias ações que propiciem o
contato com a cultura africana e afrodescendente, culminando em exposições, mostras
de teatro e dança, por meio das quais sejam apresentados penteados, vestimentas,
adereços, utensílios, objetos e rituais resultantes desse processo. Provocar discussões
e atividades que tenham o jovem negro e sua família em diferentes contextos sociais e
profissionais, para a valorização da diversidade étnica brasileira. Pesquisas e debates
sobre o espaço dos afrodescendentes e de sua cultura nos meios de comunicação em
massa ( em especial na TV).
É importante que se use a leitura e análise de textos teóricos sociológicos, para
subsidiar o desenvolvimento dos conteúdos. Os textos sociológicos que forem
utilizados deverão ser contextualizados. Exemplo: quem é o autor, quando escreve,
onde ele escreve, com quem dialoga? Etc, para que o texto não seja tomado como
uma verdade absoluta.
O exercício de texto teórico propicia e aproxima o aluno com as linguagens das
Ciências Sociais. A utilização de textos literários contextualizados e articulados com as
análises dos conteúdos trabalhados, também é uma ferramenta importante na sala de
aula.
253
Pesquisa de campo:
• discussão com o grupo para definição do tema e enfoque a ser
privilegiado;
• elaboração de pré-projeto de pesquisa a partir de revisão bibliográfica;
• elaboração de roteiro de observação e/ou entrevistas;
• visita ao campo para levantamento de dados;
• organização dos dados coletados;
• organização de tabelas ou gráficos;
• análise e articulação com a teoria.
Filme:
O filme deve ser entendido como “texto” e como tal, passível de “leitura” pelo
aluno; “leitura” esta reflexiva, inserida num contexto, afinal cinema e TV têm linguagens
próprias e compreendê-las não significa apenas apreciar imagens e sons:
• escolha do filme — que atenda aos interesses do conteúdo, faixa etária e
repertório cultural do aluno;
• discussão da ficha técnica do filme;
• elaboração de roteiro com aspectos fundamentais para o conteúdo em
estudo;
• exibição do filme;
• discussão e articulação das temáticas contempladas com a teoria
sociológica;
• sistematização através da produção de texto e/ou outra linguagem (visual,
musical, literária).
É importante ressaltar a importância do Livro Didático Público de Sociologia
como suporte teórico às aulas, podendo este ser usado como ponto de partida para
professores e alunos, embora o ensino da disciplina não estará esgotado ou suprido
com seu uso.
AVALIAÇÃO
Considerando as especificidades da Sociologia e os objetivos que se pretende
atingir, a avaliação nesta disciplina deve perpassar todas as atividades relacionadas a
254
ela, necessitando para isso de um tratamento metódico e sistemático.
Os critérios estabelecidos para a avaliação devem ser debatidos, criticados e
acompanhados por todos os envolvidos pela disciplina. São critérios passíveis de
observação no decorrer do curso:
• apreensão de alguns conceitos básicos da ciência, articulados com a
prática;
• a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
• a clareza e coerência na exposição das ideias, seja no texto oral ou
escrito.
O processo de avaliação no âmbito do ensino da Sociologia, deve perpassar
todas as atividades relacionadas à disciplina, portanto necessita de um tratamento
metódico e sistemático. Deve ser pensada e elaborada de forma transparente e
coletiva, seus critérios devem ser debatidos, criticados e acompanhados por todos os
envolvidos pela disciplina. A apreensão de alguns conceitos básicos da ciência,
articulados com a prática social; a capacidade de argumentação fundamentada
teoricamente; a clareza e coerência na exposição das ideias, seja no texto oral ou
escrito, são alguns critérios possíveis de serem verificados no decorrer do curso.
Também a mudança na forma de olhar para os problemas sociais assim como iniciativa
e a autonomia para atitudes diferenciadas e criativas, que rompam com acomodação e
o senso comum, são dados que informarão aos professores, o alcance e a importância
de seu trabalho no cotidiano de seus alunos.
As formas de avaliação em Sociologia devem acompanhar as próprias práticas
de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica nos debates
derivadas de textos ou filmes; a participação nas pesquisas de campo quando estas
forem possíveis; a produção de textos que demonstrem capacidade de articulação
entre teoria e prática, tudo no sentido da apreensão/ compreensão/ reflexão dos
conteúdos pelo aluno. Portanto, entendemos que não só o aluno, mas também
professores e a instituição escolar devem constantemente ser avaliados em suas
dimensões práticas e discursivas e principalmente em seus princípios políticos com a
qualidade e a democracia.
A avaliação no ensino de Sociologia proposto nestas Diretrizes pauta-se numa
concepção formativa e continuada, onde os objetivos da disciplina estejam afinados
com os critérios de avaliação propostos. Concebendo a avaliação como mecanismo de
transformação social articulando-a aos objetivos da disciplina, pretende-se uma prática
avaliativa que vise desnaturalizar conceitos tomados historicamente como irrefutáveis e
255
propicie o melhoramento do senso crítico e a conquista de uma maior participação na
sociedade.
Deve ocorrer de maneira diagnóstica, a avaliação formativa deve acontecer
identificando aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuadas, e também as que
apresentaram dificuldades, para que o trabalho docente possa ser reorientado. Deve
servir como instrumento docente para a reformulação da prática através de
informações colhidas, a avaliação também deve ser contínua, processual, por estar
presente em todos os momentos da prática pedagógica e possibilitar a constante
intervenção para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
Os instrumentos de avaliação em Sociologia, atentando para a construção da
autonomia da educando, acompanham as próprias práticas de ensino e aprendizagem
da disciplina e podem ser registros de reflexões críticas em debates, que acompanham
os textos ou filmes; participação nas pesquisas de campo; produção de textos que
demonstrem capacidades de articulação entre teoria e prática, dentre outras
possibilidades. Várias podem ser as formas, desde que tenham perspectivas ao
selecioná-las, a clareza dos objetivos, que se pretende atingir, no sentido de
apreensão, compreensão, reflexão dos conteúdos pelo aluno e, sobretudo, expressão
oral e escrita da sua percepção de mundo. Assim a avaliação de Sociologia busca
servir como instrumento diagnostico da situação, tendo em vista a definição de
encaminhamento adequado para uma efetiva aprendizagem. A avaliação se dará de
forma contínua e participativa, através de trabalho de pesquisa, avaliação escrita,
apresentação de trabalho, etc.
REFERÊNCIAS
IANNI, Octavio. Pensamento social no Brasil . Bauru, EDUSC: 2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Sociologia
para o Ensino Médio . Curitiba 2008.
PARANÁ: Secretaria de Estado da Educação. Sociologia Ensino Médio/Vários
autores. 2da. Ed. Curitiba: SEED-PR, 2006.
ROMANCINI, Maria Rosa. Direitos Humanos! Que direitos? In Secretaria de Estado
da Educação Cadernos Temáticos disponível em
256
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/arquivos/File/educacao_dh/material_apoio/folhas_dire
itoshumanos.pdf acesso em 10 de outubro de 2010.
SELONK, Marcus. Jacarezinho: paradoxo de prosperidade e miséria in Revista
Mediações V. 4 n. 2 jul-dez. Londrina. Ed. UEL, 1999.
7.14-PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE LEM – ING LÊS APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE INGLÊS
O cenário do ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a estrutura do currículo
escolar sofreram constantes mudanças em decorrência da organização social, política
e econômica ao longo da história. As propostas curriculares e os métodos de ensino
são instigados a atender às expectativas e demandas sociais contemporâneas e a
propiciar a aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos às novas
gerações. O Estado orienta as mudanças curriculares, justificando-as pela atualização
dos debates.
Com objetivo de melhoria na instrução pública, D. João VI, em 1809, assinou o
decreto de 22 de junho para criar as cadeiras de Inglês e Francês.
Em 1837, com a fundação do Colégio Pedro II, em nível secundário, foi
referência para outras instituições por quase um século. O currículo do Colégio se
inspirava nos moldes franceses: sete anos de Francês, cinco de Inglês e três de
Alemão, implantado em 1840.
O modelo de ensino de línguas instituído por esse Colégio se manteve até 1929.
O Francês era o idioma priorizado, por representar um ideal de cultura e civilização,
seguido do Inglês e depois do Alemão. De 1929 até 1931, o Italiano também passou a
compor o currículo .
A abordagem pedagógica tradicional das raízes europeias, também chamadas
de gramática-tradução, prevaleceu no ensino de línguas modernas. A língua era
concebida como um conjunto de regras e privilegiava a escrita. Essa metodologia
vigorou até o início do século XX e tinha como objetivos permitir o acesso a textos
literários e possibilitar o domínio da gramática normativa. As atividades tratavam das
regras gramaticais, tradução, versão e ditados, sendo que a avaliação preocupava-se
com o conhecimento gramatical.
257
Com a publicação de Cours de Linguistique Générale de Ferdinand Saussure
(1857-1913), na Europa, em 1916, os estudos da linguagem assumiram um caráter
científico, fornecendo elementos para definição do objeto de estudo específico da
linguística: a língua, possibilitando a fundamentação e estrutura, uma das principais
correntes da linguística moderna.
Em 1920, a reforma educacional de São Paulo, de caráter nacionalista, proibiu o
ensino de Línguas Estrangeiras à crianças menores de dez anos que ainda não
dominasse corretamente o português.
A reforma Francisco Campo em 1931, estabeleceu, pela primeira vez, um
método oficial de ensino de Línguas Estrangeiras: o Método Direto, surgido na Europa,
no final do século XIX e início do século XX, atendendo aos novos anseios sociais
impulsionados pela necessidade do ensino das habilidades orais, visando à
comunicação na língua alvo.
Nesse método, a língua materna perde seu papel de mediadora no ensino de
língua estrangeira e tem como princípio fundamental a aprendizagem em constante
contato com a língua em estudo, sem intervenção da tradução; raciocina-se na língua
estrangeira. A transmissão dos significados acontece por meio de gestos, gravuras,
fotos, simulação, de tudo que possa facilitar a compreensão. A gramática é aprendida
de forma indutiva, praticando perguntas e respostas, exercitando a pronúncia, com
objetivo de atingir uma competência semelhante à do nativo. Dava-se preferência ao
professor nato.
Com a Segunda Guerra Mundial, em 1939, o ministério de Educação e Saúde
privilegiou, nos currículos oficiais, os conteúdos que valorizassem a História do Brasil e
de seus heróis, e que contribuíssem para a apropriação da Língua Portuguesa por
todos os brasileiros. A aversão ao estrangeiro fez com muitas escolas, principalmente
de colônias alemãs, fossem fechadas ou perdessem sua autonomia.
Com a Reforma Capanema, em 1942, atribuiu-se ao ensino secundário um
caráter patriótico - o currículo oficial buscava atrelar todos os conteúdos ao
nacionalismo.
A partir do Estado Novo, no Governo Vargas, a estrutura de ensino intensificou a
ênfase no discurso nacionalista de fortalecimento da identidade nacional. O prestígio
das línguas estrangeiras foi mantido no ginásio. O Francês apresentava-se com uma
ligeira vantagem sobre o Inglês, e o Espanhol foi introduzido como matéria obrigatória,
alternativa ao ensino de Alemão. O Latim permaneceu como língua clássica. Mesmo
com a valorização do Espanhol no ensino secundário, o ensino de Inglês teve espaço
258
garantido nos currículos oficiais, por ser o idioma mais usado nas transações
comerciais, enquanto o Francês era mantido pela sua tradição curricular.
A dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos se acentuou
durante e após a Segunda Guerra Mundial, intensificando a necessidade de aprender
Inglês. Assim, falar Inglês passou a ser um anseio das populações urbanas. Desse
modo, o ensino de Inglês ganhou cada vez mais espaço no currículo.
Desde a década de 1950, o sistema educacional brasileiro se viu responsável
pela formação de seus alunos para o mundo de trabalho, gerando a ampliação da rede
escolar, e o ensino das humanidades foi substituído, paulatinamente, por um currículo
cada vez mais técnico, diminuindo a carga horária das Línguas Estrangeiras, a Língua
Inglesa foi valorizada devido às demandas de mercados de trabalho, que se expandiu
no período.
Com o Método Audiovisual, com uso de gravador com gravações de falantes
nativos, do projetor de slides, dos cartões ilustrativos, dos filmes fixos, dos laboratórios
audiolinguais, conferiu-se um avanço inestimável à aquisição de línguas.
Na década de 1970, em oposição ao modelo inatista de aquisição da língua, é
entendida como resultado de interação entre o organismo e o ambiente, em
assimilações e acomodações responsáveis pelo desenvolvimento da inteligência.
No mesmo período, como alternativa ao cognitivismo piagetiano, educadores
brasileiros passaram a estudar a concepção de Vygotsky (1896-1934), no campo da
aquisição da linguagem.
Com a Lei nº. 5692/71 e sob a égide de um suposto nacionalismo, o governo
militar desobrigou a inclusão de línguas estrangeiras nos currículos de 1º e 2º graus.
Assim, evitar-se-ia o aumento da dominação ideológica de outras sociedades e do
colonialismo cultural no país.
Na década de 1970, o pensamento nacionalista do regime militar tornava o
ensino de línguas estrangeiras um instrumento a mais das classes favorecidas para
manter privilégios, já que a grande maioria dos alunos da escola pública não tinha
acesso a esse conhecimento.
Em 1976, o ensino voltou a ser valorizado, quando a disciplina se tornou
novamente obrigatória somente no 1º grau, desde que a escola tivesse condições de
ofertar.
No Estado do Paraná, a partir da década de 1970, geraram-se movimentos de
professores insatisfeitos com a reforma do ensino, movimentos estes que ecoaram no
Colégio Estadual do Paraná, fundado em 1846, o qual contava com professores de
259
Latim, Grego, Francês, Inglês e Espanhol. Após o parecer nº. 581/76, uma das formas
de manter a oferta de línguas estrangeiras nas escolas públicas, numa tentativa de
superar a hegemonia de um único idioma ensinado nas escolas, foi a criação do Centro
de Línguas Estrangeiras do Colégio Estadual do Paraná, em 1982, que passou a
oferecer aulas de Inglês, Espanhol, Francês e Alemão, aos alunos no contra turno. Em
15 de agosto de 1986, a Secretaria de Estado da Educação criou oficialmente os
Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM), como forma de valorizar o
plurilinguismo e a diversidade étnica que marca a história paranaense. Tal oferta tem
sido preservada pela SEED há mais de vinte anos.
Para Hymes (1972), competência comunicativa era o uso da língua na
integração de sistemas de competência gramatical , o sociocultural, e o probabilístico,
unia, dessa forma, as noções de desempenho e competência que estariam bem
distintas na dicotomia proposta por Chomsky. Era importante que o sujeito não somente
conhecesse, mas se apropriasse das regras do discurso especifico da comunidade de
falantes da língua-alvo.
Savignon (1972), destacou que a capacidade de falar/aprender está
condicionada a elementos, tais como: léxico, sintático e até mesmo a subjetividade do
falante.
Por sua vez, Halliday desenvolveu a teoria de funções da linguagem e a língua
passou a ser vista como um sistema de escolhas de acordo com o contexto de uso da
língua, as quais devem estar em constante associação para que se desenvolva a
interpretação.
Em 1980, Canale e Swain ampliaram o conceito de competência comunicativa
ao incorporarem, além da competência gramatical, outras três em seu modelo final: a
competência sociolinguística, a estratégica e a discursiva. Ainda propuseram quatro
habilidades respectivas: leitura, escrita,fala,e audição. Após dez anos do primeiro
modelo, Bachman apresentou o modelo de competência comunicativa e desempenho,
no qual o uso de uma determinada língua envolve tanto o seu conhecimento quanto a
capacidade de implementação ou de seu uso.
Na Abordagem Comunicativa, o professor deixa de ser o centro do ensino e
passa ser à condição de mediador do processo pedagógico. Espera-se que o aluno
desempenhe o papel de sujeito de sua aprendizagem. De acordo com essa concepção,
as atividades pedagógicas devem priorizar a comunicação, por meio de jogos,
dramatizações, etc. O erro integra o processo de ensino e aprendizagem, entendido
como um estágio provisório de interlíngua, por meio do qual os alunos podem testar as
260
possibilidades de uso da língua.
O surgimento das teorias da análise do discurso da Escola Francesa contribuiu,
no Brasil, com uma nova orientação de ensino/aprendizagem com ênfase no texto e
não mais na gramática. Em paralelo, as teorias da análise do discurso da Escola
Anglo-Saxã, subsidiaram o ensino pautado na abordagem comunicativa de Língua
Estrangeira, cujo objeto era a conversação cotidiana, sob referência apenas da cultura
e não das formações sócio-histórico-ideológicas.
A partir de 1990, a abordagem comunicativa passou a ser criticada por
intelectuais adeptos da pedagogia crítica, inspirados pelas ideias de Paulo Freire.
Embora a abordagem comunicativa tenha se apresentado como reação à visão
estruturalista da língua, concentrando-se nos aspectos semânticos e não no código
linguístico, ela começou a ser criticada por muitos intelectuais.
Em 1996, a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº.9.394 determinou
a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna no Ensino
Fundamental, a partir da 5ª série, e a escolha foi atribuída à comunidade escolar,
conforme suas possibilidades de atendimento (Art. 26, § 5º.).
Para o Ensino Médio, a lei determinou que fosse incluída uma Língua
Estrangeira moderna como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e
uma segunda, em caráter optativo, dentro das possibilidades da instituição(Art. 36,
Inciso III).
Em 1998, como desdobramento da LDB/96, o MEC publicou os Parâmetros
Curriculares Nacionais para o Ensino fundamental de Língua Estrangeira (PCN),
pautados numa concepção de língua como prática social, fundamentada na abordagem
comunicativa. Tal documento recomendou um trabalho pedagógico com ênfase na
prática de leitura, em detrimento das demais práticas de oralidade e escrita,
apresentando a justificativa que no contexto brasileiro há poucas oportunidades de
uso efetivo da oralidade pelos alunos, particularmente da Rede Pública de Ensino.
Em 1999, o MEC publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua
Estrangeira para Ensino Médio, cuja ênfase está no ensino da comunicação oral e
escrita, para atender às demandas relativas à formação pessoal, acadêmica e
profissional. Esta diferença entre as concepções de língua observadas nos dois níveis
de ensino influencia os resultados da aprendizagem desta disciplina na Educação
Básica. Muitos linguistas têm realizado trabalhos que analisam a função da Língua
Estrangeira com vistas a um ensino que contribua para reduzir desigualdades sociais e
desvelar as relações de poder que as apoiam. Tais estudos e pesquisas têm orientado
261
as propostas mais recentes para o ensino de Língua Estrangeira no contexto
educacional brasileiro e servem de subsídios na elaboração destas Diretrizes.
Ao contextualizar o ensino da Língua Estrangeira , pretendeu-se problematizar
as questões que envolvem o ensino da disciplina, nos aspectos que tem marcado,
sejam eles políticos, econômicos, sociais, culturais e educacionais.
O objetivo do ensino de Língua Inglesa como parte do currículo é de contribuir
para a formação, o desenvolvimento psicológico, social, cultural e afetivo do aluno,
dando-lhe conhecimentos gerais que lhe permitam efetuar estudos posteriores mais
complexos ou encaminhar-se para o trabalho. O ensino de Inglês compromete-se,
portanto, com um processo educacional mais amplo, cooperando para alargar o
horizonte do aprendiz, respeitando sua individualidade e levando em conta suas
necessidades e expectativas.
Por tudo isso, busca-se uma nova proposta baseada no contexto onde se
reconhece a linguagem como uma realidade social, lembrando que aprender uma
língua não significa somente aprender palavras, mas sim seus significados que são
construídos no processo de interação, porque a língua está em constante mudança e
quem a utiliza não é um ser passível, mas sim o sujeito da comunicação, tendo como
prática social, o discurso.
A partir das reflexões em torno da abordagem comunicativa e de suas
implicações no ensino de Língua Estrangeira Moderna, serão apresentados a seguir os
fundamentos teóricos metodológicos que referenciam as Diretrizes. Inicialmente
destacam-se alguns princípios educacionais que orientam essa escolha:
- atendimento às necessidades da sociedade contemporânea brasileira e a
garantia da equidade no tratamento da disciplina de Língua Estrangeira Moderna em
relação às demais obrigatórias do currículo;
- o resgate da função social e educacional do ensino de Língua Estrangeira no
currículo da Educação Básica;
- o respeito à diversidade (cultural, identitária, linguística), pautado no ensino de
línguas que não priorize a manutenção da hegemonia cultural.
Propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço para
que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que
se envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados em
relação ao mundo em que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os significados
são historicamente construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática
social.
262
Sendo assim, a disciplina de Língua Estrangeira deve contemplar conteúdos
estruturantes que envolvam leitura, oralidade e escrita, oportunizando ao educando a
capacidade de ler, escrever, falar e compreender a língua estrangeira que ele está
conhecendo.
Portanto a Língua Estrangeira deve ser apresentada tanto no ensino
fundamental como no ensino médio, como um processo dinâmico onde o sujeito
reconhece e compreende a realidade, mesmo esta sendo apresentada em outra língua.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
O Conteúdo estruturante para o ensino da Língua Estrangeira Moderna é o
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL , desdobrado em quatro práticas: gêneros
discursivos, oralidade, leitura e escrita.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Gêneros discursivos Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística,
serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas
esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas
diferentes esferas, a, em conformidade com as características da escola e com o nível
de complexidade adequado a cada uma das séries.
Esferas Sociai s de Circulação
Exemplos de Gêneros
COTIDIANA
Adivinhas Álbum de Família Anedotas Bilhetes Cantigas de Roda Carta Pessoal Cartão Cartão Postal Causos Comunicado Convites Curriculum Vitae
Diário Exposição Oral Fotos Músicas Parlendas Piadas Provérbios Quadrinhas Receitas Relatos de Experiências Vividas Trava-Línguas
LITERÁRIA/ARTÍSTICA
Autobiografia Biografias Contos Contos de Fadas Contos de Fadas Contemporâneos Crônicas de Ficção Escultura
Letras de Músicas Narrativas de Aventura Narrativas de Enigma Narrativas de Ficção Científica Narrativas de Humor Narrativas de Terror Narrativas Fantásticas Narrativas Míticas
263
Fábulas Fábulas Contemporâneas Haicai Histórias em Quadrinhos Lendas Literatura de Cordel Memórias
Paródias Pinturas Poemas Romances Tankas Textos Dramáticos
CIENTÍFICA
Artigos Conferência Debate Palestra Pesquisas
Relato Histórico Relatório Resumo Verbetes
ESCOLAR
Ata Cartazes Debate Regrado Diálogo/Discussão Argumentativa Exposição Oral Júri Simulado Mapas Palestra Pesquisas
Relato Histórico Relatório Relatos de Experiências Científicas Resenha Resumo Seminário Texto Argumentativo Texto de Opinião Verbetes de Enciclopédias
IMPRENSA
Agenda Cultural Anúncio de Emprego Artigo de Opinião Caricatura Carta ao Leitor Carta do Leitor Cartum Charge Classificados Crônica Jornalística Editorial Entrevista (oral e escrita)
Fotos Horóscopo Infográfico Manchete Mapas Mesa Redonda Notícia Reportagens Resenha Crítica Sinopses de Filmes Tiras
PUBLICITÁRA
Anúncio Caricatura Cartazes Comercial para TV E-mail Folder Fotos Slogan
Músicas Paródia Placas Publicidade Comercial Publicidade Institucional Publicidade Oficial Texto Político
POLÍTICA
Abaixo-Assinado Assembleia Carta de Emprego Carta de Reclamação Carta de Solicitação Debate
Debate Regrado Discurso Político “de Palanque” Fórum Manifesto Mesa Redonda Panfleto
JURÍDICA
Boletim de Ocorrência Constituição Brasileira Contrato Declaração de Direitos Depoimentos Discurso de Acusação Discurso de Defesa
Estatutos Leis Ofício Procuração Regimentos Regulamentos Requerimentos
Bulas Manual Técnico Placas
Relato Histórico Relatório Relatos de Experiências Científicas Resenha
264
PRODUÇÃO E CONSUMO Resumo Seminário Texto Argumentativo Texto de Opinião Verbetes de Enciclopédias
MIDIÁTICA
Blog Chat Desenho Animado E-mail Entrevista Filmes Fotoblog Home Page
Reality Show Talk Show Telejornal Telenovelas Torpedos Vídeo Clip Vídeo Conferência
Conteúdos Básicos para o Ensino Fundamental LEITURA - Identificação do tema; - Intertextualidade; - Intencionalidade; - Léxico; - Coesão e coerência; - Funções das classes gramaticais no texto; - Elementos semânticos; - Recursos estilísticos (figuras de linguagem); - Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos(como aspas, travessão, negrito); - Variedade linguística; - Acentuação gráfica; - Ortografia.
ESCRITA - Tema do texto; - Interlocutor; - Finalidade do texto; - Intencionalidade do texto; - Intertextualidade; - Condições de produção; - Informatividade (Informações necessárias para a coerência do texto); - Léxico; - Coesão e coerência; - Funções das classes gramaticais no texto; - Elementos estilísticos ( figuras de linguagem); - Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); - Variedade linguística; - Ortografia; - Acentuação gráfica.
ORALIDADE - Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc...; - Adequação do discurso ao gênero; - Turnos da fala; - Variações linguísticas; - Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; - Pronúncia.
Conteúdos Básicos para o Ensino Médio Leitura Escrita Oralidade - Identificação do tema; - Intertextualidade; - Intencionalidade; - Vozes sociais presentes no texto; - Léxico; - Coesão e coerência; - Marcadores do discurso; - Funções das classes gramaticais no texto; - Elementos semânticos; - Discurso direto e indireto; - Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto; - Recursos estilísticos(figuras de
- Tema texto; - Interlocutor; - Finalidade do texto; - Intencionalidade do texto; - Intertextualidade; - Condições de produção; - Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto); - Vozes sociais presentes no texto; - Vozes verbais; - Discurso direto e indireto; - Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
- Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc,...; - Adequação do discurso ao gênero; - Turnos de fala; - Vozes sociais presentes no texto; - Variações linguísticas; - Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; - Adequação da fala ao contexto; - Pronúncia.
265
linguagem); - Marcas linguísticas: particularidade da língua, pontuação; recursos gráficos(como aspas, travessão, negrito); - Variedade linguística; -Acentuação gráfica; - Ortografia.
- Léxico; - Coesão e coerência; - Funções das classes gramaticais no texto; - Elementos semânticos; - Recursos estilísticos (figuras de linguagem); - Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); - Variedade linguística; - Ortografia; - Acentuação gráfica;
METODOLOGIA
O trabalho com a Língua Estrangeira em sala de aula parte do entendimento do
papel das línguas nas sociedades como mais que meros instrumentos de acesso à
informação: as línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e
transformar modos de entender o mundo e de construir significados. O trabalho com a
Língua Estrangeira em sala de aula parte do entendimento do papel das línguas nas
sociedades.
O Discurso como prática social, é o Conteúdo Estruturante da língua
estrangeira moderna e nele serão trabalhados questões linguiísticas, sociopragmáticas,
culturais e discursivas, bem como, leitura, oralidade e escrita, todavia, o ponto de
partida para a aula será o texto, verbal e não verbal.
Serão abordados os vários gêneros textuais , através de atividades
diversificadas, analisando sua função, composição, a intertextualidade, recursos
coesivos, coerência e então por último, o professor poderá trabalhar a gramática;
Assim o ensino de língua inglesa prioriza antes de tudo o texto e não a gramática, sem,
no entanto, abandoná-la.
O contato com textos verbais e não-verbais, proporciona ao aluno a reflexão
critica, a medida que eles os reconhecem como representações da realidade, como
construções sociais, portanto, eles poderão rejeitá-los ou reconstruí-los a partir de seu
universo de sentido.
As atividades serão abordadas a partir de textos de modo a proporcionar ao
aluno condições para assumir uma atitude crítica e transformadora com relação aos
discursos apresentados. Deste modo, para cada texto escolhido, verbal ou não-verbal,
o professor poderá trabalhar, levando em conta os itens abaixo:
a) Gênero: explorar o gênero escolhido e suas diferentes aplicabilidades. Cada
266
atividade da sociedade se utiliza de um determinado gênero;
b) Aspecto Cultural/Interdiscurso: influência de outras culturas percebidas no
texto, o contexto, quem escreveu, para quem, com que objetivo e quais outras
leituras poderão ser feitas a partir do texto apresentado;
c) Variedade Linguística: formal ou informal;
d) Análise Linguística: será realizada de acordo com a série, conforme se
apresenta nas Diretrizes Curriculares da LEM.
e) Atividades:
• Pesquisa: será proposta para o aluno, acerca do assunto abordado.
Lembrando, aqui, que pesquisa é entendida como uma forma de saber mais
sobre o assunto, isso significa que poderá ser realizada não só nos livros ou
na internet. Uma conversa com pessoas mais experientes, uma entrevista, e
assim por diante, também serão consideradas pesquisas.
• Discussão: conversar na sala de aula a respeito do assunto, valorizando as
pesquisas feitas pelos alunos. Aprofundar e/ou confrontar informações. Essa
atividade poderá ser feita em Língua Materna.
• Produção de texto: o aluno irá produzir um texto na Língua Estrangeira, com
a ajuda dos recursos disponíveis na sala de aula e a orientação do professor.
267
AVALIAÇÃO
Conforme analisa Luckesi (1995, p. 166), a avaliação da aprendizagem
necessita, para cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a
construção da aprendizagem bem-sucedida. A condição necessária para que isso
aconteça é de que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade,
que decide sobre os destinos do educando, e assuma o papel de auxiliar o
crescimento.
Segundo Ramos (2001), é um desafio construir uma avaliação com critérios de
entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizador no processo
ensino/aprendizagem, que nos permita formar cidadãos conscientes, críticos, criativos,
solidários e autônomos.
A avaliação deverá, então, dar subsídios para o professor analisar as
dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções, encarando o erro como
efeito da própria prática, ou seja, como resultado do processo de aquisição de uma
nova língua. Este deve ser visto como fundamental para a produção de conhecimento
pelo ser humano, como um passo para que a aprendizagem se efetive e não como um
entrave no processo que não é linear, não acontece da mesma forma e ao mesmo
tempo para diferentes pessoas. Refletir a respeito da produção do aluno, o
encaminhará à superação, ao enriquecimento do saber e, nesse sentido, a ação
avaliativa reflexiva cumprirá a sua função. Tudo isso deve levar o professor a um
processo de ação- reflexão-ação. Ao identificar dificuldades, ele deverá planejar e
propor outros encaminhamentos que busquem superá-las.
A avaliação deverá, ainda, estar articulada com os objetivos e conteúdos
definidos a partir das concepções e encaminhamentos metodológicos constantes neste
documento.
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Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação básica.
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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos Temáticos: Inserção dos conteúdos
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Curitiba: SEED- PR, 2005.
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reflexões. Porto Alegre: APRIS, 2004
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educando para as relações étnico-raciais. Curitiba: SEED/PR, 2006
− PARANÁ. CADERNOS TEMÁTICOS. Educação Escolar Indígena. Curitiba:
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Curitiba: SEED/PR, 2008.
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Curitiba: SEED/PR, 2008.
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Reprovação escolar: renúncia a educação: São Paulo: Xamã, 2001, p. 33 à 56.
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