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APOSTILA DE SAÚDE DO IDOSO PROF: MARLON A SANTOS 3

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APOSTILA DE SAÚDE DO IDOSO

PROF: MARLON A SANTOS

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- O PAPEL DO ENFERMEIRO NA SAÚDE DO ADULTO E IDOSO.

Os enfermeiros são profissionais de saúde com um papel prioritário nos apoios aos idosos, patológicos ou não, independentes ou não, com autonomia ou não. São profissionais determinantes, principalmente no processo de reabilitação fazendo com que a assistência seja sistematizada permitindo assim que se identifiquem os problemas dos idosos de maneira individualizada, colocando seus conhecimentos teórico-práticas no controle do processo do envelhecimento, e sempre mantendo sua formação em continuidade para os estudos clínicos preventivos, curativos e paliativos a essa população.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cuidados paliativos é uma abordagem que objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que ameaça a vida, através da prevenção e alivio de sofrimento, através da identificação precoce e avaliação impecável, tratamento de dor e outros problemas físicos, psicológicos e espirituais.

A enfermeira também tem como papel avaliar cuidados da assistência, dar acessória, planejar e coordenar serviços prestados pela enfermagem, orientações e avaliações das ações relacionadas á saúde dos idosos, comandar no tratamento de feridas, úlceras de pressão, planejando ações de proteção ao surgimento de escaras e complicações das doenças do idoso, estimulando deambulação precoce, e gerenciando procedimentos em saúde, deve saber investigar e identificar os casos em prioridade, abordar corretamente o idoso, agir coordenadamente com outros profissionais, traçar intervenções eficazes para cada caso.

Preventivamente, pode utilizar-se de estratégias educativas a saúde, em todos os níveis de complexidade. Deve ainda estimular o autocuidado, atuando na prevenção e não na complicação das doenças inevitáveis, individualizando o cuidado a partir do princípio de que todos os idosos vão apresentar um grau diferente de dependência, diferindo assim a maneira de assistência.

A equipe de enfermagem deve zelar para que o idoso consiga aumentar os hábitos saudáveis, diminuir e compensar as limitações inerentes da idade confortar-se com a angustia e debilidade da velhice, incluindo o processo de morte. No entanto, observa-se em muitas instituições a ausência do enfermeiro, assim como da equipe multiprofissional (Aires, Paz e Perosa, 2006). Fato justificado pela falta de recursos financeiros, e da consciência dos governantes para tal problema presente, que futuramente nós, provavelmente vamos enfrentar.

Com o atual crescimento da população idosa, decorrente do aumento da expectativa de vida, deve-se pensar num melhoramento da qualidade de vida para a terceira idade e na criação de políticas públicas que favoreçam essa melhoria. É preciso que haja implementação de programas que atinjam principalmente a população idosa de baixa renda, já que é um agravante para o indivíduo que tem uma saúde debilitada, a falta de condições financeiras para sua resolutividade.

Segundo Brasil (2001, p. 185), “Envelhecer é um processo fisiológico e natural pelo qual todos os seres vivos passam e é, sem dúvida, a maior fase de desenvolvimento humano. Nascemos, crescemos e amadurecemos; e deste momento até a morte passamos a vida toda envelhecendo...”.

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O ato de envelhecer não deve ser encarado como a etapa que antecede a morte, mas sim uma fase como outra qualquer em que ocorrem mudanças biopsicosociais; é quando chegamos ao auge da maturidade e não apenas onde nossa vitalidade entra em declínio.

É a fase onde muitos sofrem com a solidão, o abandono, o preconceito e a baixa auto-estima, resultante muitas vezes de serem colocados em uma instituição asilar, como se não bastasse ter que conviver com as doenças crônico-degenerativas, perder a autonomia e a independência de realizar algo com seus próprios meios.

Segundo Schons; Palma (2000), a Organizações das Nações Unidas (ONU) considera o período entre os anos de 1975 a 2025 como sendo a Era do Envelhecimento. De acordo com as previsões estatísticas, o Brasil em 2025 está cotado para ser o sexto país do mundo com a maior população idosa, perfazendo cerca de 32 milhões de idosos (Landini, 2000; Nascimento et al 2000;

Palma, 2000; (Andrade, 1996; Santos; Silva, 1993). Todo esse processo se deve ao fato das pessoas estarem vivendo por mais tempo e as crianças estarem nascendo menos. Sobre isso, Salgado (1998) afirma que o declínio da natalidade e da mortalidade serem os dois fatores preponderantes para o envelhecimento populacional. Com relação a esses fatores estão envolvidas variáveis como: acessibilidade aos métodos anticoncepcionais, aumento do nível educacional das mulheres, tecnologias em saúde quanto às vacinações profiláticas, domínio de doenças infecto-contagiosas e melhorias no saneamento básico.

De acordo com Duarte (1994), o profissional de enfermagem tem um amplo espaço para atuar, frente a grupo de idosos, com autonomia ao sistematizar através da experiência e criatividade ações de assistir, ajudar, orientar e capacitar a pessoa idosa quanto à capacidade de gerenciar a própria independência e saúde. São ações que devem ser trabalhadas pelo profissional de enfermagem:

· Obter conhecimento e competência sobre o processo de envelhecimento, pela perspectiva do aumento populacional de idosos;

· Conhecer quais são as mudanças fisiológicas ocorridas no processo de envelhecer, contribuindo para proporcionar a máxima autonomia;

· Trabalhar no sentido do cuidado preventivo, em consequência das debilidades dos processos mórbidos que ameaçam a integridade física decorrente da incapacidade de realizar o auto-cuidado;

· Salientar a importância da família no processo de envelhecimento, constituindo um ambiente colaborador na recuperação de processos patológicos e na compreensão dos problemas físicos e mentais, ajudando-os no sentido de não se sentirem inúteis frente as suas limitações;

· Mobilizar a família e a comunidade para que assumam um papel atuante no processo de valorização do idoso;

· Ajudar o idoso a acreditar na auto-imagem, encorajando-o a participar de atividades produtivas e processos de decisão, fazendo sentir-se útil e desmistificando crenças preconceituosas e negativistas sobre a velhice e contribuindo assim para um envelhecimento psicossocial bem sucedido;

· Atuar como educador de um contexto social, valorizando a inter-relação família, idoso e convívio em comunidade.

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A FORMAÇÃO PARA O ENVELHECIMENTO

Referindo a temática do papel da enfermagem sob a realidade educacional devem ser feitas duas abordagens: quanto ao preparo dos profissionais e quanto à formação da comunidade.

A qualificação dos profissionais de saúde exige uma reestruturação curricular abrangendo a gerontologia e geriatria, preparando o profissional para a assistência preventiva, como também curativa da população idosa. Isso exige a adequação das escolas profissionalizantes e das universidades em promover uma formação educacional enfatizando o processo do envelhecimento, capacitando os profissionais no planejamento e assistência a pessoa idosa, ajudando-os a adaptarem-se as transformações biopsicosocias e de superação dos obstáculos e das perdas.

Sobre isso, Nascimento et al (2000) refere sobre a necessidade das universidades em investirem em cursos de especialização e pesquisas aprofundadas sobre os assuntos, estimulando a criação de serviços alternativos de atendimento, como também de outros tipos de incentivos.

A criação de políticas públicas de saúde pretende elevar a revalorização do idoso, compreendendo melhorias para a qualidade de vida, garantindo um bom nível da assistência à saúde, a consciência aos seus direitos. Segundo Sayeg (1998), as políticas públicas devem visar a manter o idoso como cidadão participativo e ativo, sendo necessária a intervenção nos meios primários para a manutenção da saúde pessoal, da família e da comunidade.

Quanto à educação na comunidade, ela deve ser trabalhada de forma abrangente, investindo nos indivíduos ao longo de todo o ciclo de vida. Sobre isso, pode-se citar Palma (2000) ao referir que tanto a nível educacional como de saúde, as medidas para uma velhice saudável devem decorrer desde a infância.

Então, o profissional de saúde deve desenvolver em meio à comunidade uma práxis educacional que vise priorizar o convívio social de todas as faixas etárias estimulando a convivência em família; a autonomia sendo considerada de acordo com Vieira (1996) como um “pilar fundamental na manutenção da qualidade de vida”; e a valorização da velhice, sendo esta fase considerada a que o indivíduo está proveniente de experiências e maturidade.

Como, na maioria das vezes, a sociedade vê o idoso com muito preconceito e associam o termo “velho” a algo ruim, deve-se priorizar o trabalho de valorização da velhice, fazendo com que a atitude do idoso seja a de não se considerar um velho, não parecer um velho, mas sim, um jovem

(Borba, 2002).A enfermagem, na medida em que compreende as alterações

biopsicossociais que ocorrem ao longo do envelhecimento, tem a possibilidade de se aproximar deste universo, o que poderá ajudá-la em sua atuação quanto profissão, amenizando dificuldades e iatrogênicas e colaborando para que o idoso se adapte melhor a sua realidade e não deixe de exercer sua cidadania.

Pessoas agentes de mudanças capazes de ajudá-los a encarar sua fragilidade e vulnerabilidade. Investir nas relações interpessoais e familiares, já que eles se sentem desvalorizados e excluídos; é preciso que suas opiniões sejam ouvidas e executadas, porque estão no ápice da sabedoria. Para isso a família deve ter um arranjo forte, equilibrada sendo a fonte de sua segurança, que supra suas necessidades. Que seja um lugar de acolhimento, onde o idoso

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se sinta útil, um ser importante que ainda faça parte da sociedade e recupere a satisfação de viver, pois ele ainda é capaz de amar e relacionar-se como um ser social.

O ESTATUTO DO IDOSO

Após sete anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo presidente da República no mês seguinte, ampliando os direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos. Mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava garantias à terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos da terceira idade.

DIREITOS DO IDOSO

O Estatuto do Idoso foi criado através da Política Nacional do Idoso (PNI / Lei 8.842 de 4 de janeiro de 1994) que garante os direitos

sociais, defendendo a causa do idoso nos mais diversos parâmetros. Foi criado para fornecer um conhecimento dinâmico e atualizado a todos com idade superior ou igual a 60 (sessenta) anos que não tenham base de seus devidos direitos e deveres perante a sociedade.

O ESTATUTO DO IDOSO

O Estatuto do Idoso foi criado pela Lei Nº. 10.741, de 1º de Outubro de 2003, com vista a garantir a pessoa idosa a proteção a vida e a saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que assegurem ao idoso, direito a vida, a saúde, a alimentação, a educação, a cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, a cidadania, a liberdade, a dignidade, ao respeito e a convivência familiar e comunitária.

Veja os principais pontos do estatuto:

SAÚDE

O idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS).A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso

continuado (hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses.

Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade.

O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende.

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TRANSPORTES COLETIVOS

Os maiores de 65 anos têm direito ao transporte coletivo público gratuito. Antes do estatuto, apenas algumas cidades garantiam esse benefício aos idosos. A carteira de identidade é o comprovante exigido.

Nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível.

Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Se o número de idosos exceder o previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor da passagem, considerando-se sua renda.

VIOLÊNCIA E ABANDONO

Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão.

Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena varia de seis meses a um ano de reclusão, além de multa.

Famílias que abandonem o idoso em hospitais e casas de saúde, sem dar respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a penas de seis meses a três anos de detenção e multa.

Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses a um ano de prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a punição será de 4 a 12 anos de reclusão.

Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético (de conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.

ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO

O dirigente de instituição de atendimento ao idoso responde civil e criminalmente pelos atos praticados contra o idoso.

A fiscalização dessas instituições fica a cargo do Conselho Municipal do Idoso de cada cidade, da Vigilância Sanitária e do Ministério Público.

A punição em caso de mau atendimento aos idosos vai de advertência e multa até a interdição da unidade e a proibição do atendimento aos idosos.

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LAZER, CULTURA E ESPORTE

Todo idoso tem direito a 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer.

TRABALHO

É proibida a discriminação por idade e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer.

O primeiro critério de desempate em concurso público é o da idade, com preferência para os concorrentes com idade mais avançada.

HABITAÇÃO

É obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos.

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DO IDOSO NO BRASIL

O envelhecimento da população é um fenômeno mundial iniciado, a princípio, nos países desenvolvidos em decorrência da queda de mortalidade, a grandes conquistas do conhecimento médico, urbanização adequada das cidades, melhoria nutricional, elevação dos níveis de higiene pessoal e ambiental tanto em residências como no trabalho assim como, em decorrência dos avanços tecnológicos. Todos esses fatores começaram a ocorrer no final da década de 40 e início dos anos 50.

Nos países menos desenvolvidos como o Brasil, o aumento da expectativa de vida tem sido evidenciada pelos avanços tecnológicos relacionados a área de saúde nos últimos 60 anos, como as vacinas, uso de antibióticos, quimioterápicos que tornaram possível a prevenção ou cura de muitas doenças. Aliado a estes fatores a queda de fecundidade, iniciada na década de 60, permitiu a ocorrência de uma grande explosão demográfica.

No Brasil estima-se que nos próximos 20 anos a população de idosos poderá alcançar e até mesmo ultra passar a cifra dos 30 milhões de pessoas, o que representará aproximadamente 13% da população. Em 2000, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com 60 anos ou mais era de 14.536.029, contra 10.722.705 em 1991.

Esse crescimento traz a consciência da existência da velhice como uma questão social. Questão esta que pede grande atenção, pois está diretamente relacionada com crise de identidade; mudança de papéis; aposentadoria; perdas diversas e diminuição dos contatos sociais.

É importante destacar que a população de idosos está crescendo mais rapidamente do que a de crianças. Em 1980, existiam aproximadamente 16 idosos para cada 100 crianças. Em 2000, essa relação aumentou para 30 idosos por 100 crianças, praticamente dobrando em 20 anos. Isso ocorre devido ao planejamento familiar e consequente queda da taxa de fecundidade, e também pela longevidade dos idosos. Dados do IBGE mostram que as

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pessoas estão vivendo mais. O grupo com 75 anos ou mais teve o maior crescimento relativo (49,3%) nos últimos dez anos, em relação ao total da população idosa.

Entretanto a sociedade não está preparada para essa mudança no perfil populacional e, embora as pessoas estejam vivendo mais, a qualidade de vida não acompanha essa evolução. Dados do IBGE mostram que os idosos apresentam mais problemas de saúde que a população geral. Em 1999, dos 86,5 milhões de pessoas que referiram ter consultado um médico nos últimos 12 meses, 73,2% tinham mais de 65 anos, sendo que esse grupo, no ano anterior, apresentou 14,8 internações por 100 pessoas, representando o maior coeficiente de internação hospitalar. Mais da metade dos idosos (53,3%) apresentou algum problema de saúde, e 23,1% tinham alguma doença crônica.

Em pesquisa realizada nas cinco regiões do município de São Paulo no início dos anos 90, foi verificado que 86% dos entrevistados apresentavam pelo menos uma doença crônica, fato este confirmado em estudo de seguimento de dois anos desses indivíduos, mostrando que 94,4% dos idosos avaliados apresentavam mais de uma doença crônica. Nesse mesmo estudo foi demonstrado que 32% dos idosos entrevistados eram dependentes para suas atividades rotineiras e instrumentais de vida diária.

Esses dados retratam uma realidade preocupante na vida dos idosos que é: o envelhecimento sem qualidade e a carência no aspecto político e social que deem suporte para um envelhecimento saudável.

ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIIMENTO

Na sociedade atual, capitalista e ocidental, qualquer valoração fundamenta-se na idéia básica de produtividade, inerente ao próprio capitalismo.

O modelo capitalista fez com que a velhice passasse a ocupar um lugar marginalizado na existência humana, na medida em que a individualidade já teria os seus potenciais evolutivos e perderia então o seu valor social. Desse modo, não tendo mais a possibilidade de produção de riqueza, a velhice perderia o seu valor simbólico.

Todos os seres vivos são regidos por um determinismo biológico e sendo assim, o envelhecimento envolve processos que implicam na diminuição gradativa da possibilidade de sobrevivência, acompanhada por alterações regulares na aparência, no comportamento, na experiência e nos papéis sociais.

Diante dessa visão, o envelhecimento é entendido como parte integrante e fundamental no curso de vida de cada indivíduo. É nessa fase que emergem experiências e características próprias e peculiares, resultantes da trajetória de vida, na qual umas têm maior dimensão e complexidade que outras, integrando assim a formação do indivíduo idoso.

As tensões psicológicas e sociais podem apressar as deteriorações associadas ao processo de envelhecimento. Percebe-se no indivíduo que envelhece uma interação maior entre os estados psicológicos e sociais refletidos na sua adaptação às mudanças. A habilidade pessoal de se envolver, de encontrar significado para viver, provavelmente influencia as transformações biológicas e de saúde que ocorrem no tempo da velhice.

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Assim, o envelhecimento é decisivamente afetado pelo estado de espírito, muito embora dele não dependa para se processar.

O papel social dos idosos é um fator importante no significado do envelhecimento, pois o mesmo depende da forma de vida que as pessoas tenham levado, como das condições atuais que se encontram.

Neste aspecto destacamos a aposentadoria, momento em que o indivíduo se distancia da vida produtiva. Na vida do homem, a aposentadoria muitas vezes acontece como uma descontinuidade. Há uma ruptura com o passado, o homem deve ajustar-se a uma nova condição que lhe traz certas vantagens, como o descanso, lazer, mas também graves desvantagens como desvalorização e desqualificação.

PERFIL DOS IDOSOS NO BRASIL

Devido à elevação na taxa de expectativa de vida mundial, e em particular no Brasil, é importante traçar o perfil de nossa população idosa, considerando a situação demográfica e socioeconômica desse grupo. Os principais indicadores utilizados para traçar esse perfil foram: sexo, idade, cor, situação conjugal, educação, trabalho, renda e pobreza, participação social e relação de convivência e acesso à saúde.

Sexo: predominância de mulheres em relação aos homens. Idade: divide-se os idosos em três categorias: os pré-idosos, os idosos

jovens e os idosos de idade avançada. Cor: predomina a cor parda, seguida de brancos e negros. Situação Conjugal: como as mulheres vivem em média mais que os

homens, o número de viúvas é maior que o de viúvos nessa fase da vida.

Educação: deficiência educacional com alto índice de analfabetismo. Trabalho: observa-se que mesmo após a aposentadoria, o idoso

permanece no mercado de trabalho. Renda: o idoso brasileiro possui renda média de 1 salário mínimo. Participação Social: Atualmente os idosos estão mais participativos

socialmente.

A maioria de nossos idosos é do sexo feminino, cerca de 55%, e existe uma explicação para tal fato:

1. Diferença de exposição às causas de risco de trabalho, porque os homens estão mais expostos aos trabalhos ditos pesado.

2. Morte denominada “externa”, acidentes de trânsito, homicídios, quedas, suicídios, etc. No Brasil tais causas são muitas vezes superiores em homens que em mulheres.

3. Consumo de tabaco e álcool, apesar do crescente número de mulheres, dependentes do uso destas drogas nos dias atuais. O fumo e o álcool estão associados às causas de morte na faixa etária acima de 45 anos.

4. Relação da mulher frente às doenças e incapacidades físicas. As mulheres em geral são mais atentas aos sintomas das doenças, conhecem mais as doenças

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e procuram precocemente serviços de saúde podendo assim obter um diagnóstico precoce.

5. Assistência obstétrica reduziu a mortalidade materna.6. Programas e campanhas governamentais de assistência à mulher, como

prevenção do câncer do colo do útero e da mama.

APOSENTADORIA

A aposentadoria foi concebida como uma instituição social, assegurando aos indivíduos renda permanente até a morte, correspondendo a crescente necessidade de segurança individual que marca as sociedades da nossa época.

Os estudos sobre a aposentadoria revelam que, comumente é gerada uma crise no indivíduo. A retirada da vida de competição, a auto-estima e a sensação de ser útil se reduzem. No início a maioria dos idosos se sente satisfeito, pois lhe parece ser muito bom poder descansar. Aos poucos, descobrem que sua vida tornou-se tristemente inútil. Nesta ausência de papéis é que podemos observar o verdadeiro problema do aposentado, sua angústia, sua marginalização e, muitas vezes o seu isolamento do mundo. Percebendo que ninguém necessita dele por estar isolado, recusado e excluído da sociedade, ele se sente cada vez mais angustiado, tornando difícil sua adequação ao mundo no qual vive. Aliado a esses fatores da aposentadoria, o idoso também enfrenta uma queda do nível de renda que, por sua vez, afeta a qualidade de vida bem como a saúde.

Os termos “status” e “papel” são considerados como definidores da posição social e do modo geral de interação entre os indivíduos. A cada “status” pessoal têm-se papéis que, somados, definem a posição individual da pessoa, ou seja, a soma dos direitos e obrigações que representam o seu comportamento social.

O trabalho e seu significado na formação do indivíduo é uma questão importante a ser levantada quando se discute a aposentadoria. É na atividade profissional que depositamos nossas aspirações pessoais e perspectivas de vida.

É o trabalho que permite o ato de existir enquanto cidadão e auxilia na questão de se traçar redes de relações que servem de referência, determinando, portanto, o lugar social e familiar. Pode ocorrer também o contrário, e o idoso inserir-se num processo de despersonalização. Na realidade do contexto social de muitos países, os idosos apresentam poucas perspectivas em relação ao futuro. Embora o progresso industrial e tecnológico tenha conquistado avanços, identifica-se outro problema concernente ao idoso, à dificuldade em lidar com esses avanços, pois o mercado exige modernos equipamentos e profissionais mais capacitados para manter-se produtivo. Encerra-se assim o seu ciclo produtivo e fica a esperança de receber uma aposentadoria que as políticas previdenciárias lhe proporcionam, insuficiente para suprir todas as necessidades para a sua sobrevivência. Em nossa sociedade, o ser humano está intimamente ligado ao processo de trabalho,

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produção, construção de família e ganhos. Diante disto, aposentar-se pode significar uma fase ameaçadora e até desastrosa.

As estatísticas demonstram que um número considerável de trabalhadores aposentados vai a óbito logo após aposentar-se. Estes óbitos ocorrem no período de dois anos de gozo deste beneficio.

O IMPACTO NO SETOR SAÚDE

Existem doenças crônicas que, antes de representar um risco de vida, constituem uma ameaça à autonomia e independência do indivíduo. Essa constatação leva à preocupação imediata com o aumento da demanda por serviços de saúde e com os custos que isso acarreta, sendo uma das principais consequências desta transformação demográfica, a que se dá no financiamento e funcionamento do setor saúde.

DOENÇAS PREVALENTES DO ADULTO E DO IDOSO

DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Doença Coronariana

A doença arterial coronariana ou aterosclerose coronariana é caracterizada pelo estreitamento dos vasos que suprem o coração em decorrência do espessamento da camada interna da artéria devido ao acúmulo de placas. 

A irrigação do coração é denominada circulação coronariana. As artérias coronárias são artérias situadas na superfície do coração para

alimentar o músculo cardíaco (miocárdio).As artérias coronárias saudáveis têm um interior liso flexível, que deixa

passar livremente o sangue.A doença coronária consiste no desenvolvimento de placas no interior das

artérias coronárias. Estas placas são formadas por depósitos de gordura e outras substâncias e chamam-se placas de aterosclerose.

As placas de aterosclerose causam estreitamento nas artérias e podem mesmo bloquear a passagem do sangue.

Quais as causas da doença coronária?

Para a formação de placas de aterosclerose nas artérias coronárias contribuem fatores relacionados com o estilo de vida das pessoas. É o caso do tabaco, colesterol elevado, tensão alta, diabetes, obesidade, sedentarismo e do stress.

À medida que a idade avança o risco vai sendo maior. Os homens são mais atingidos por esta doença que as mulheres. Os fatores hereditários são também importantes.

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Quais os sintomas da doença coronária?

O estreitamento das artérias coronárias pode causar angina de peito. A angina de peito é uma dor que aparece no peito, braços e pode irradiar para o queixo, quando o músculo cardíaco não recebe sangue suficiente. Geralmente surge com os esforços ou as emoções e desaparece com o repouso. Os doentes com placas de aterosclerose nas artérias coronárias estão em risco de ter um ataque cardíaco (enfarte agudo do miocárdio). Isto acontece quando uma artéria coronária fica completamente bloqueada. Aqui a dor surge repentinamente, não alivia com o repouso e é prolongada.

Como se trata a doença coronária?

O tratamento da doença coronária divide-se em três tipos:

- Médico - utilização de medicação. Todo o doente coronário é medicado, podendo ser utilizados como único tratamento, mas também como complemento para as outras técnicas seguidamente apresentadas.- Angioplastia Coronária - intervenção - consiste na dilatação das estenoses (pequenos apertos nas artérias que impedem a normal circulação sanguínea), e colocação de uma malha metálica (stent) para manter a artéria aberta e restabelecer a normal circulação. - Cirurgia de Revascularização Coronária - método que visa utilizar artérias ou veias da própria pessoa e com elas fazer uma ponte (bypass) que leva o sangue às zonas situadas para alam dos apertos do coração e assim restabelecer a normal circulação.

Como se diagnostica a doença coronária?

O electrocardiograma simples pode mostrar sinais de um enfarte de miocárdio ou de fluxo de sangue insuficiente para o miocárdio (isquemia). Outros testes como o electrocardiograma de esforço ou a cintigrafia cardíaca são, no entanto muito mais completos e informativos.O melhor método para diagnosticar a doença coronária é a angiografia coronária. Esta técnica envolve a utilização de um tubo (cateter) inserido no corpo por uma artéria e através do qual é injetado um produto de contraste radiológico. Com uma câmara de raios-X é feito um filme onde fica registrado o fluxo sanguíneo e a exata localização e a gravidade das obstruções nas artérias coronárias. Este procedimento é o cateterismo cardíaco e efetua-se num Laboratório de Hemodinâmica.

ATEROSCLEROSE CORONARIANA

É o nome deste processo de endurecimento e obstrução da artéria coronariana que pode ser lento e gradativo iniciando-se na infância e progredindo rapidamente na terceira década de existência, sendo que em algumas pessoas não se torna ameaçador até a quinta ou sexta década de vida. Uma pessoa que tem os fatores de risco como taxa de colesterol e

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triglicérides altos, obesidade, diabetes e hipertensão arterial tem possibilidades de desenvolver o processo de aterosclerose coronariana.

O termo aterosclerose vem do grego athero que significa empastamento e sclerosis que significa endurecimento. Envolve além do depósito de colesterol, o depósito de detritos celulares, de cálcio e fibrina (material da coagulação do sangue) na camada média da artéria.

Ao lado uma representação do processo de deposição de colesterol na camada média de uma artéria.

Uma placa aterosclerótica pode bloquear parcialmente ou totalmente o fluxo sanguíneo arterial. Duas coisas podem ocorrer quando uma placa é formada:

Sangramento dentro da placa Formação de coágulo na superfície da placa

Se um destes eventos ocorrer e bloquear uma artéria, um infarto poderá ocorrer.

EFEITOS DA INSUFICIÊNCIA CORONARIANA

ANGINA PECTORIS

O sintoma mais comum de uma pessoa portadora de insuficiência coronariana é a dor no peito, conhecida como angina pectoris. Esta é uma condição na qual o miocárdio não recebe a quantidade suficiente de sangue, resultando em dor no peito. A angina é um sintoma de uma condição chamada de isquemia miocárdica. Ocorre quando o miocárdio não obtém a quantidade suficiente de oxigênio para suprir suas necessidades para um dado nível de trabalho ou esforço. A angina pode ocorrer quando o fluxo

de sangue para o coração é suficiente para as necessidades normais, mas insuficiente quando tais necessidades aumentam. Ela pode acontecer durante o exercício físico, fortes emoções ou exposição a temperaturas extremas, ao correr para pegar o ônibus, por exemplo. Outras variações de angina podem ocorrer quando a pessoa estiver descansando.

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Em resumo, a angina é uma condição que indica que uma pessoa está em risco para um ataque cardíaco. A angina pectoris pode se apresentar de duas formas:

Angina estável - é o tipo de dor que a pessoa portadora de doença coronariana tem diante de situações consideradas previsíveis. Alguns exemplos de situações que podem causar a dor no peito: esforço físico, exposição ao frio, após as refeições, após emoções fortes. É chamada de estável porque, em geral, passa com medidas clássicas como o repouso e o uso de medicações vasodilatadoras. Este tipo de dor não dura mais do que 30 minutos.

Angina instável - é o tipo de dor que a pessoa portadora de doença coronariana tem, sem que exista uma condição predisponente das citadas acima, e que dura tempo superior a 30 minutos.

Uma pessoa que é portadora de insuficiência coronariana deve fazer acompanhamento médico e tomar medicamentos sistematicamente, isto é, durante um período regular e indeterminado. Deve também fazer também algumas mudanças no estilo de vida.

Fatores associados à Angina

Esforço físico Exposição ao frio Estresse ou fatores emocionais Ingestão de refeição volumosa e calórica

Manifestações Clínicas

Dor Sudorese Náuseas

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Palpitações Risco aumentado para IAM

O INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)

Conhecido popularmente como infarto do coração, enfarte ou ataque cardíaco, é uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Muitas delas morrem ou têm problemas cardiológicos permanentes por não buscarem socorro médico de forma rápida. Atualmente existem excelentes tratamentos para o infarto agudo do miocárdio, que podem salvar vidas e prevenir incapacidades físicas. No entanto, o tratamento é mais efetivo quando iniciado dentro da primeira hora de início dos sintomas. Por isto, é tão importante reconhecer um episódio de infarto

O que é infarto agudo do miocárdio?

Conceito: infarto agudo do miocárdio se refere à morte de parte do músculo cardíaco (miocárdio), que ocorre de forma rápida (ou aguda) devido à obstrução do fluxo sanguíneo das artérias coronárias para o coração.

Causas do infarto agudo do miocárdio

Trata-se de uma doença onde há a deposição de placas de gordura por dentro das paredes das artérias coronárias (as artérias coronárias são vasos sanguíneos que irrigam o coração). 

Quando estas placas de gordura causam obstrução ao fluxo sanguíneo das coronárias para o coração, o músculo cardíaco sofre pela falta de sangue/oxigênio e começa a morrer. Por isso, o tratamento deve ser feito rapidamente, no sentido de desobstruir as artérias coronárias e evitar a morte do músculo cardíaco.

Outra causa relacionada ao infarto agudo do miocárdio é a ocorrência de um severo espasmo coronariano. O espasmo coronariano se refere ao colabamento das paredes das artérias coronárias, impedindo o fluxo sanguíneo

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ao coração. Embora não se saiba ao certo o que causa o espasmo das artérias coronárias, muitas vezes esta condição está relacionada a:

•Uso de determinadas drogas, como a cocaína.

•Dor intensa ou estresse emocional.

•Exposição ao frio extremo.

•Hábito de fumar cigarro.

Fatores de risco para o infarto agudo do miocárdio

Alguns fatores de risco podem aumentar as chances de desenvolver uma doença arterial coronariana (DAC) e ter um infarto do coração. Alguns fatores de risco podem ser controlados, outros não: 

Os fatores de risco que podem ser controlados são os seguintes:

•Tabagismo ou hábito de fumar.

•Hipertensão arterial.

•Colesterol alto.

•Sobrepeso e obesidade.

•Sedentarismo (indivíduo que não pratica atividades físicas).

•Diabetes Mellitus (glicose aumentada no sangue).

Os fatores de risco que não podem ser mudados ou controlados são os seguintes:

•Idade: o risco aumenta para homens acima de 45 anos ou para mulheres acima de 55 anos (ou após a menopausa).

•História familiar de doença arterial coronariana (DAC): O risco aumenta se o pai ou um irmão foi diagnosticado com DAC antes de 55 anos de idade, ou a sua mãe ou uma irmã foi diagnosticada com DAC antes de 65 anos de idade.

Sintomas do infarto agudo do miocárdio

Nem todas as pessoas têm dor no peito de forma intensa e aguda como mostra a TV e os Cinemas. Os sinais e sintomas do infarto podem variar de pessoa para pessoa.

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Dentre os sintomas mais comuns, podemos citar:

•Dor no peito ou desconforto torácico: são os sintomas mais comuns do infarto. A dor ou desconforto ocorrem geralmente no centro do peito, com características do tipo pressão ou aperto, de grau moderado a intenso. Geralmente, a dor pode durar por vários minutos ou parar e voltar novamente. Em alguns casos, a dor do infarto pode parecer com um tipo de indigestão, queimação no estômago ou azia.

Outros sintomas observados durante um infarto são:

•Sensação de desconforto nos ombros, braços, dorso (costas), pescoço, mandíbula ou no estômago. Algumas pessoas podem ainda sentir uma sensação de dor tipo aperto nos braços e sensação de incômodo na língua ou no queixo.

•Palidez da pele, suor frio pelo corpo, inquietação, palpitações e respiração curta também podem ocorrer.

•Pode haver também náuseas, vômitos, tonturas, confusão mental e desmaios.

Diagnóstico do infarto agudo do miocárdio

O diagnóstico é feito pela análise dos sintomas, histórico de doenças pessoais e de familiares, e pelos resultados de exames solicitados. Abaixo segue uma lista de exames para diagnóstico do infarto agudo do miocárdio:

•Eletrocardiograma (ECG): na presença de um infarto, geralmente há alterações no eletrocardiograma que o identifica. Este exame pode mostrar também a presença de arritmias cardíacas causadas pelo próprio infarto.

•Dosagem de enzimas cardíacas: quando as células do músculo cardíaco começam a morrer, há a liberação de uma grande quantidade de enzimas cardíacas na circulação sanguínea. Por isso faz-se a dosagem dessas enzimas para diagnosticar o infarto. Muitas fezes são feitas várias dosagens no decorrer do dia para melhor avaliação e diagnóstico. As enzimas mais pesquisadas são a Troponina, CK-Total, CK-MB, Mioglobina TGO e LDH.

•Angiografia coronariana: consiste na passagem de um cateter através de um vaso sanguíneo (cateterismo), que visa mapear e estudar a circulação coronariana do coração. Caso este procedimento identifique uma obstrução coronariana, pode se feita uma angioplastia no mesmo momento para desobstruir a coronária e restaurar o fluxo sanguíneo normal para o coração. Algumas vezes, durante a angioplastia, pode ser necessária a colocação de um “stent” (um pequeno tubo em forma de mola) para manter a artéria coronária aberta e desobstruída.

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Tratamento do infarto agudo do miocárdio 

O tratamento precoce pode prevenir e limitar os danos causados ao músculo cardíaco. O importante é agir rápido diante dos primeiros sintomas de infarto agudo do miocárdio, procurando um atendimento médico prontamente.

Alguns tratamentos são iniciados pelo médico diante da primeira suspeita de infarto do miocárdio, mesmo antes do diagnóstico ser confirmado definitivamente. São eles:

•Inalação de oxigênio, para melhor oxigenação no músculo cardíaco.

•Aspirina, para prevenir formação de trombos ou coágulos sanguíneos.

•Nitroglicerina: trata-se de um medicamento utilizado para reduzir a sobrecarga de trabalho do coração e melhorar o fluxo de sangue pelas artérias coronarianas.

•Tratamento da dor torácica com analgésicos. A presença da dor pode piorar um quadro de infarto agudo do miocárdio.

Uma vez feito o diagnóstico de infarto do miocárdio (ou quando a suspeita é muito forte) são iniciados tratamentos mais específicos para tentar restaurar fluxo sanguíneo para o coração o mais rápido possível. Os tratamentos incluem medicamentos e procedimentos médicos.

Os medicamentos mais utilizados pelos médicos são:

•Trombolíticos: medicações que dissolvem o trombo ou coágulo no interior das coronárias.

•Beta-bloqueadores: diminuem a sobrecarga do coração.

•Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA): controlam a pressão arterial e reduzem a tensão do músculo cardíaco.

•Anticoagulantes: previnem a formação de trombos ou coágulos.

•Antiagregantes plaquetários: também previnem a formação de trombos.

•Outras medicações para reduzir a dor, ansiedade ou tratar arritmias.

Quando as medicações não conseguem parar o processo de infarto, são necessários procedimentos médicos para melhor tratamento. Os procedimentos mais utilizados para desobstruir as coronárias são a angioplastia e procedimentos do tipo ponte de safena (a safena é uma veia da perna que é transplantada para o coração no lugar da artéria coronária obstruída). Este procedimento de transplante de vasos sanguíneos para substituir a artéria coronária, que está obstruída, pode ser feito também com artérias mamárias (do tórax) e artérias radiais (dos antebraços).

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Diante do que foi exposto, todo tratamento deve ser prescrito e acompanhado por médicos, de preferência em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Prevenção do infarto agudo do miocárdio

A prevenção baseia-se em um maior controle e tratamento dos fatores de risco listados anteriormente, bem como adotar hábitos de vida mais saudáveis.

Dentre as principais recomendações, podemos citar:

•Seguir uma dieta balanceada, rica em frutas e verduras. Com baixa quantidade de gorduras e sal.•Perder peso, em caso de obesidade ou sobrepeso.•Parar de fumar.•Praticar atividades físicas regularmente, sob orientação médica.•Tratar adequadamente doenças como o colesterol alto, hipertensão arterial e diabetes mellitus.

As doenças cardiovasculares, dentre elas o infarto agudo do miocárdio, são as principais causas de morte no Brasil. Segundo dados do DATASUS, cerca de 66.000 pessoas morrem todos os anos devido ao infarto do coração em nosso país. Cerca de 60% dos óbitos por infarto acontecem na primeira hora após o início dos sintomas. Diante disto, vale à pena ressaltar que o rápido reconhecimento dos sintomas, bem como o pronto atendimento médico são de fundamental importância para um melhor tratamento desta doença bem como para evitar complicações e mortes prematuras.

PNEUMONIA

A pneumonia se caracteriza como sendo uma inflamação dos alvéolos pulmonares, com ou sem infecção. Vírus, fungos, protozoários e bactérias são capazes de provocá-la, sendo mais comuns as pneumonias causadas por pneumococos.

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Afeta pessoas de todas as idades, desde que estejam com baixa imunidade: é por tal motivo que é comum ouvirmos casos de pessoas que desenvolveram a pneumonia a partir de uma gripe.

Esta doença pode se instalar quando há a inalação, ingestão de bactérias que se proliferaram na boca, ou condução de patógenos de outras infecções, via corrente sanguínea. No primeiro caso, gotículas de saliva e secreções contaminadas propiciam o contágio.

Tosse com secreção, dores torácicas, febre alta, calafrios, dores de ouvido e respiração curta e ofegante são alguns de seus sintomas. Em idosos, pode haver confusão mental. Não sendo tratada, acúmulo de líquidos nos pulmões e ulcerações nos brônquios pode surgir.

Para diagnóstico, ausculta dos pulmões e radiografias do tórax é essencial. Exames de sangue e de catarro podem ser solicitados, a fim de identificar o agente causador da doença e se buscar o tratamento mais adequado. Geralmente, antibióticos são receitados e, em alguns casos – como os de pacientes idosos, manifestação de febre alta e alterações clínicas – é necessária a internação. Uma dieta apropriada e o isolamento do indivíduo doente são medidas igualmente importantes: o primeiro visando à recuperação do sistema imune da pessoa comprometida; e o segundo a fim de evitar o contágio. Ficar em repouso é necessário.

Gripes que duram mais de uma semana e febre persistente devem ser motivo de atenção. Não fumar nem beber exageradamente, alimentar-se bem, ter bons hábitos de higiene, sempre fazer a manutenção dos ares-condicionados e evitar a exposição a mudanças bruscas de temperatura são medidas preventivas.

Vale lembrar que, para pneumonia, há vacina (a mesma indicada para meningite); e que esta e a vacina contra o vírus influenza são necessárias em caso de idosos, soropositivos, asplênios, alcoólicos e demais pessoas com sistema imune debilitado.

Classificação geral da pneumonia

A pneumonia a um processo inflamatório do parênquima pulmonar, comumente causada por agentes infecciosos. É classificada de acordo com o agente causal. Pode ser viral, bacteriana, fúngica ou gordurosa. Pode ser causada por terapia com irradiação, ingestão de substâncias químicas e aspiração.

Na maioria dos casos, a pneumonia advém da flora endógena do paciente, cuja resistência foi alterada ou por aspiração da flora bucal.

A pneumonia causada pelo Streptococcus pneumoniae é a mais comum e prevalece durante o inverno e a primavera quando as infecções do trato respiratório superior são mais freqüentes. O S. penumoniae é um coco Gram-positivo, capsulado, imóvel que reside naturalmente no trato respiratório superior. É comumente referido como pneumococo.

Gram-negativos: Klebsiella, Pseudomonas, Escherichia coli, Enterobacteriaceae, Proteus, Serratia.

Gram-positivos: cocos, anaeróbios, micobactérias, agentes da espécie Norcadia

Vírus, Clamídeas, Fungos, Parasitas.

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TIPOS DE PNEUMONIA

Dupla Lobar: quando uma porção substancial de um ou mais lobos é envolvida. bronco pneumonia: quando a pneumonia está dividida em placas, tendo

sua origem em áreas localizadas nos brônquios estendendo-se para o parênquima pulmonar circunvizinho.

química por aspiração hipostática

MANIFESTAÇÕES

Comumente a pneumonia começa com um rápido estabelecimento de calafrios, febre de elevação rápida (39,5 a 40,5° C) e dor torácica que é agravada pela tosse, além de taquipnéia (25 a 45/ min), acompanhada por roncos respiratórios batimentos da asa do nariz e utilização dos músculos acessórios da respiração.

Com frequência o paciente se deita sobre o lado afetado em uma tentativa de sustentar seu tórax. O pulso é rápido e fino. Em geral, ele aumenta 10 batimentos / min para cada grau de elevação da temperatura. O escarro é purulento, sanguinolento ou ferruginoso e não constitui um indicador seguro do agente etiológico. Pode ocorrer faringite, rinite, tosse produtiva ou improdutiva, mialgias, artralgias, derrame pleural, perda de peso, sudorese noturna, hemoptise e sinais de consolidação lobar (frêmito vocal e tátil, respiração brônquica e macicez à percussão).

Em idosos pode ocorrer: alteração do estado mental, prostração, ICC, inquietação e delírio excitado.

DERRAME PLEURAL

O derrame pleural é uma coleção de líquidos no espaço pleural localizado entre as superfícies parietal e visceral; raramente constitui um processo patológico primário mas, em geral, é secundário à outras doenças. Normalmente, o espaço pleural pode conter uma pequena quantidade de líquido (5 a 15 ml), atuando como um lubrificante que permite que as superfícies viscerais e parietal desloquem-se sem atrito.

Em determinadas patologias intratoráxicas e sistêmicas o líquido pode acumular-se no espaço pleural até um ponto onde ele se torne clinicamente evidente, sendo quase sempre de significado patológico.

O derrame pode ser um líquido relativamente claro, o qual pode ser um transudato ou um exsudato, ou pode ser sangue ou pus. O derrame pleural pode, ainda, ser uma complicação da tuberculose, pneumonia, insuficiência cardíaca congestiva, infecções pulmonares virais, tumores neoplásicos e trauma.

Um transudato indica uma condição como ascite, doença sistêmica como a insuficiência cardíaca congestiva ou insuficiência renal crônica. Um exsudato (extravasamento de líquido para dentro de tecidos ou cavidades) resulta de

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inflamação por produtos bacterianos ou tumores que envolvem as superfícies pleurais.

Manifestações clínicas

Usualmente, as manifestações clinicas são aquelas causadas por doença subjacente; a pneumonia causará febre calafrios e dor torácica pleurítica enquanto que um derrame por malignidade pode resultar em dispnéia e tosse. Uma grande quantidade de derrame pleural provocará dificuldades respiratórias o desvio da traquéia para fora do lado afetado pode ocorrer como acúmulo significado de líquido pleural.

EMPIEMA PLEURAL

Os pulmões são revestidos por uma membrana, a pleura. Entre a pleura e os pulmões há um espaço chamado de cavidade pleural. Este espaço é preenchido por um líquido que facilita os movimentos da pleura e pulmões durante a respiração. Se neste espaço existir ar ou gases, a pessoa sofre de um pneumotórax, se for ocupado por líquido com pus apresenta uma empiema pleural. 

Origem

O empiema tem geralmente origem numa infecção pulmonar, pneumonia ou abcesso pulmonar. Também pode ocorrer após uma toracocentese (procedimento cirúrgico, cuja finalidade é retirar líquido da cavidade pleural). Em geral, os estafilococos são os agentes causadores da infecção.

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas típicos do empiema são:

- Falta de ar – dispneia- Febre - hipertermia- Tosse

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- Sensação de mal-estar- Transpiração em repouso – sudorese- Dor torácica.

Os doentes crônicos podem apresentar hipocratismo digital. É um sinal característico, onde há um aumento do volume da ponta dos dedos e a base da unha é empurrada para cima. O oxigênio tem dificuldade em chegar a estas zonas, pelo que a cor das extremidades é cianosada (acinzentada).

Diagnóstico

O médico tenta saber através do doente ou familiar os sinais e sintomas, história familiar e pessoal do doente. Após o exame físico, RX ao tórax, TAC e toracocentese, o médico pode confirmar o diagnóstico.

O líquido colhido na toracocentese, é enviado ao laboratório para serem feitas culturas. Desta forma pode-se determinar qual o agente causador do empiema e quais os antibióticos corretos para essa situação.

Tratamento

O tratamento é feito essencialmente com antibióticos e drenagem do empiema.A maioria dos doentes não fica com lesões pulmonares, recuperam totalmente.

DPOC

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A DPOC é uma classificação ampla, inclusive bronquite crônica, enfisema e asma. É uma condição irreversível, associada à dispnéia ao esforço e fluxo aéreo reduzido para dentro ou para fora dos pulmões.

A obstrução da via aérea que causa a redução do fluxo de ar varia de acordo com a doença. Na bronquite crônica, o excessivo acúmulo de muco e secreção bloqueia a via aérea. No enfisema, a obstrução à troca de oxigênio e dióxido de carbono resulta da destruição das paredes do alvéolo causada pela hiperexpansão dos espaços aéreos no pulmão. Na asma, as vias brônquicas estreitam-se e restringem a quantidade de ar que entra nos pulmões.

Estudos apoiam a teoria de que a DPOC é uma doença de interação genética e ambiental. O fumo, a poluição do ar e a exposição ocupacional (algodão, carvão, grãos), são fatores importantes de risco que contribuem para seu desenvolvimento, o que pode ocorrer durante um período de 20 a 30 anos. Parece começar muito precocemente na vida e é um distúrbio lentamente progressivo, que está presentes muitos anos do início dos sintomas clínicos de comprometimento da função pulmonar.

Como se desenvolve?

O DPOC se desenvolve após vários anos de tabagismo ou exposição à poeira (em torno de 30 anos), levando à danos em todas as vias respiratórias, incluindo os pulmões. Estes danos podem ser permanentes. O fumo contém irritantes que inflamam as vias respiratórias e causam alterações que podem levar à doença obstrutiva crônica.

O que se sente?

Os sintomas típicos de DPOC são: tosse, produção de catarro e encurtamento da respiração. Algumas pessoas desenvolvem uma limitação gradual aos exercícios, mas a tosse somente aparece eventualmente. Outras, costumam ter tosse com expectoração (catarro) durante o dia, principalmente pela manhã, e tem maior facilidade de contrair infecções respiratórias. Neste caso, a tosse piora, o escarro (catarro) torna-se esverdeado ou amarelado, e a falta de ar poderá piorar, surgindo, às vezes, chiado no peito (sibilância). À medida que os anos passam e a pessoa segue fumando, a falta de ar vai evoluindo. Pode começar a aparecer com atividades mínimas, como se vestir ou se pentear, por exemplo. Algumas pessoas com DPOC grave poderão apresentar uma fraqueza no funcionamento do coração, com o aparecimento de inchaço nos pés e nas pernas.

Como o médico faz o diagnóstico?

O médico faz o diagnóstico baseado nas alterações identificadas no exame físico, aliado às alterações referidas pelo paciente e sua longa exposição ao fumo. O médico poderá, ainda, solicitar exames de imagem ou de função pulmonar, além de exames de sangue. Todos estes exames complementares irão corroborar o diagnóstico de DPOC. Os exames de

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imagem, como a radiografia ou a tomografia computadorizada do tórax mostrarão alterações características da doença. A espirometria, que é um exame que demonstra como está a função pulmonar, usualmente demonstra a diminuição dos fluxos aéreos. Neste exame, a pessoa puxa o ar fundo e assopra num aparelho que medirá os fluxos e volumes pulmonares. Outro exame importante é a gasometria arterial, em que é retirado sangue de uma artéria do paciente e nele é medida a quantidade de oxigênio. Nas pessoas com DPOC, a oxigenação está freqüentemente diminuída.

Como se trata?

A primeira coisa a fazer é parar de fumar. Nas pessoas com muita dificuldade para abandonar o fumo, podem ser utilizadas medicações que diminuem os sintomas causados pela abstinência deste. Os broncodilatadores são medicamentos muito importantes no tratamento. Podem ser utilizados de várias formas: através de nebulizadores, nebulímetros (sprays ou "bombinhas"), turbohaler ( um tipo de "bombinha" que se inala um pó seco ), rotadisks (uma "bombinha" com formato de disco que se inala um pó seco), comprimidos, xaropes ou cápsulas de inalar. Os médicos costumam indicar estes medicamentos através de nebulímetros, turbohaler, cápsulas inalatórias ou nebulizadores, por terem efeito mais rápido e eficaz, além de contabilizarem menos efeitos colaterais. Contudo, os medicamentos corticosteróides também podem ser úteis no tratamento de alguns pacientes com DPOC. O uso de oxigênio domiciliar também poderá ser necessário no tratamento da pessoa com DPOC, melhorando a qualidade e prolongando a vida do doente. Além disso, a reabilitação pulmonar através de orientações e exercícios também poderá ser indicada pelo médico com o intuito de diminuir os sintomas da doença, a incapacidade e as limitações do indivíduo, tornando o seu dia-a-dia mais fácil.

Devemos lembrar a importância da vacinação contra a gripe (anual) e pneumonia, que, geralmente, é feita uma única vez.

Como se previne?

Evitar o fumo é a única forma de prevenção da doença. A terapia de reposição de nicotina ou o uso de uma medicação chamada bupropiona poderá auxiliar neste sentido.

A bronquite crônica é definida como a presença de uma tosse produtiva, que perdura por três meses a um ano, por dois anos consecutivos. A bronquite crônica está principalmente associada ao fumo de cigarro e à exposição à poluição. A fumaça irrita as vias aéreas, resultando em hipersecreção de muco e inflamação.

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O principal problema do paciente é a produção abundante e protraída de exsudato inflamatório, que enche e obstrui os bronquíolos e é responsável por uma tosse produtiva e persistente, além da dispnéia.

Esta constante irritação provoca hipertrofia das glândulas secretoras de muco (caliciformes), hiperplasia das células caliciformes, perda dos cílios e produção aumentada de muco, levando ao tampão brônquico e estreitamento dos brônquios. Pacientes com bronquite crônica apresentam suscetibilidade aumentada às infecções reincidentes do trato respiratório inferior.

As exacerbações da bronquite crônica ocorrem durante o inverno. A inalação de ar frio produz broncoespasmo em pessoas mais sensíveis.

Tratamento

Os principais objetivos do tratamento são manter a permeabilidade da árvore brônquica periférica, facilitar a remoção dos exsudatos brônquicos e evitar a incapacidade. As alterações no padrão do escarro (natureza, coloração, quantidade, espessura) e no padrão da tosse são importantes sinais a se observar. As infecções bacterianas reincidentes são tratadas com terapia antibiótica, após a complementação da cultura e dos estudos de

sensibilidade.Para facilitar a retirada do muco, os broncodilatadores são prescritos para

aliviar o broncoespasmo e reduzir a obstrução das vias aéreas; desta maneira, a distribuição gasosa e a ventilação alveolar são melhoradas. A drenagem postural e a percussão torácica, após o tratamento medicamentoso, são comumente valiosas. A água (administrada por via oral ou parenteral, se o broncoespasmo for severo), é uma parte importante da terapia, porque a hidratação adequada ajuda a fluidificar as secreções e a expectoração.

ENFISEMA PULMONAR

É definido como uma distensão anormal dos espaços aéreos distais aos bronquíolos, com destruição dos septos alveolares. Quando o paciente apresenta os sintomas, a função pulmonar já está comprometida de maneira irreversível. O fumo constitui a principal causa, entretanto existe uma predisposição genética onde por anormalidade enzimática ocorre a destruição do tecido pulmonar. Outros fatores que

causam a obstrução das vias aéreas são: inflamação e edema dos brônquios, produção excessiva de muco; perda da elasticidade das vias aéreas, colapso dos bronquíolos e redistribuição de ar para os alvéolos funcionais.

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À medida que as paredes dos alvéolos são destruídas, a área de superfície alveolar diminui aumentando os espaços mortos, comprometendo a difusão de oxigênio, o que resulta em hipoxemia. Nos estágios posteriores da doença, a eliminação de CO2 está comprometida, provocando a acidose respiratória. O fluxo sangüíneo pulmonar é aumentado e o ventrículo direito é forçado a manter maior pressão sangüínea na artéria pulmonar. Desta maneira, a insuficiência cardíaca direita (cor pulmonale) é uma das complicações do enfisema. A presença de edema de membros inferiores (edema gravitacional), veias do pescoço distendidas ou dor na região do fígado sugere o desenvolvimento de insuficiência cardíaca. O paciente torna-se progressivamente dispnéico, o tórax torna-se rígido e as costelas são fixadas em suas articulações. O tórax em barril de muitos desses pacientes é devido a perda da elasticidade pulmonar. A dispnéia é o principal sintoma no enfisema e tem um início insidioso. Geralmente o paciente apresenta uma história de tabagismo de longa data, tosse crônica, sibilos e crescente taquipnéia, sobretudo com infecção respiratória.

Tratamento

Remoção das secreções brônquicas, uso de broncodilatadores, prevenção e tratamento das infecções, fisioterapia torácica (exercícios e treinamento respiratórios, exercícios e tratamento físico), oxigenoterapia contínua com fluxo baixo, apoio psicossocial e educação do paciente.

ASMA

A asma é uma doença obstrutiva das vias aéreas, intermitente e reversível, caracterizada por responsividade aumentada da traqueia e brônquios a vários estímulos. Manifesta-se por um estreitamento das vias aéreas, resultando em dispneia, tosse e sibilos. O grau de estreitamento das vias aéreas pode mudar espontaneamente ou por causa da terapia. A asma difere das outras doenças pulmonares obstrutivas pelo fato de ser um processo reversível. As exacerbações agudas

podem ocorrer, as quais duram desde minutos até horas, espaçadas por períodos livres de sintoma. Quando a asma e a bronquite ocorrem ao mesmo tempo, a obstrução é composta e é chamada de bronquite asmática crônica.

A asma pode começar em qualquer idade; cerca de metade dos casos desenvolve-se na infância, outro terço antes dos 40 anos. Embora a asma raramente seja fatal, ela afeta a freqüência escolar, escolhas ocupacionais, atividades físicas e muitos outros aspectos da vida. Com frequência a asma é caracterizada como alérgica, idiopática, não alérgica ou mista. A asma alérgica é provocada por um alérgeno (poeira, mofo, pelo de animais, alimentos). A asma idiopática e não alérgica não está relacionada a alérgenos específicos.

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Distúrbios como um resfriado comum, exercício, emoções e poluentes ambientais podem deflagrar uma crise.

Alguns agentes farmacológicos (como a aspirina e outros agentes anti-inflamatórios não hormonais, corantes, etc.) também podem ser fatores. As crises de asma não alérgica, idiopática, tornam-se mais severas e frequentes com o tempo, podendo progredir para a bronquite crônica e enfisema.

A asma mista é a forma mais comum de asma. Apresenta características de forma alérgica e da idiopática ou não alérgica.

Fisiopatologia

A asma é uma obstrução difusa e reversível das vias aéreas. A obstrução é causada por um ou mais dos seguintes fatores:

Contração dos músculos que circundam o brônquio, o que estreita a via aérea.

Edema das membranas que revestem os brônquios. Depleção dos brônquios com muco espesso.

Além disso, existe hipertrofia muscular brônquica, hipertrofia das glândulas mucosas, escarro espesso e tenaz e hiper-insuflação ou represamento de ar nos alvéolos.

Tratamento

Existem cinco categorias de substâncias utilizadas no tratamento da asma:

beta - agonistas. metilxantinas. anti-colinérgicos. corticosteróides. inibidores de mastócitos.

DOENÇAS GASTRINTESTINAIS

Distúrbios do Esôfago

Os principais sintomas são: disfagia (dificuldade de deglutição), odinofagia (dor aguda à deglutição), obstrução à passagem de alimentos, redução ou perda do apetite, anorexia, regurgitação, eructação, pirose, sensação de saciedade precoce, náuseas, vômitos, redução ponderal, halitose.

Hérnia de Hiato

Também conhecida como Esofagite de Refluxo. A abertura no diafragma através da qual o esôfago passa torna-se aumentada, e parte do estômago superior tende a subir para a porção inferior do tórax. Quando o esfíncter da extremidade inferior torna-se incompetente o refluxo ocorre e os sintomas

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surgem. Os sinais e sintomas são: sensação de plenitude, ulcerações e sangramento, esofagite, dor e desconforto na região subesternal.

O tratamento para hérnias de deslizamento (axial ou esofagogástrica) é evitar roupas apertadas e levantamento de peso. Para hérnias de rolamento (concêntrica ou paraesofagiana) é necessária a correção cirúrgica.

Câncer de Esôfago

Afeta mais os homens que as mulheres, entre 50 e 70 anos. Está relacionado com o traumatismo crônico pelo uso freqüente de álcool, tabaco, alimentos condimentados e má higiene bucal. O paciente pode ter uma lesão ulcerada avançada no esôfago antes que se apresentem os sintomas. Os sinais e sintomas são: disfagia, sensação de massa na garganta, deglutição dolorosa ou plenitude subesternal, regurgitação com hálito fétido e soluços. O tempo entre o início dos sintomas precoces e a época em que o paciente procura parecer médico é de 12 a 18 meses. A neoplasia é do tipo epidermóide de células escamosas ou pode ir além das camadas musculares por dentro dos vasos linfáticos. Nos estágios finais, surge obstrução do esôfago com possível perfuração para o mediastino e erosão para os grandes vasos. A avaliação diagnóstica é feita por esofagografia, exame citológico de lavados esofagianos e esofagoscopia. O tratamento é a excisão cirúrgica da lesão, irradiação ou combinação das modalidades.

Diarreia

É a evacuação de fezes de consistência diminuída, numa freqüência maior que a normal.

Localização

Alta: volumosas e em pequeno número (até 10x/dia), náuseas e vômitos associados, cólicas periumbilicais ou não, sem urgência de evacuação, pastosas com presença de restos alimentares.

Baixa: pequeno volume e muito freqüente (mais de 10x/dia). Tenesmo (falsa vontade de evacuar), cólicas infraumbilicais, com urgência de evacuação, fezes liqüefeitas com presença de muco, pus ou sangue.

Início e duração

Agudas Crônicas

Sinais e Sintomas

Borborigmos à palpação, dor à palpação profunda, peristaltismo aumentado.

Causas

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Alta: salmonelas, estafilococos, estreptococos, vírus, uso de antibióticos, ingestão de substâncias contaminadas, intoxicação digitálica, parasitoses, AIDS, síndrome de má absorção, insuficiência gástrica, pancreática e biliar.

Baixa: shiguelose, diverculite, amebíase, tumores de cólon, colite ulcerativa, suboclusões, alergia alimentar, hipertiroidismo.

Complicações

Distúrbios hidroeletrolíticos, desnutrição, desidratação e carências.

Constipação

Trata-se de uma raridade anormal da defecação e também ao endurecimento anormal das fezes, o que torna a eliminação difícil e ocasionalmente dolorosa. Então podemos dizer que o principal fator determinante da constipação é a consistência das fezes e não a frequência da evacuação, uma vez que há indivíduos que só evacuam uma ou duas vezes por semana, mas que apresentam fezes que passam com facilidade.

Causas

Baixa ingestão hídrica, falta de exercícios, alimentação pobre em fibras, hábitos de defecação irregulares, uso excessivo de laxativos, algumas patologias (CA de intestino) e também algumas medicações (tranqüilizantes, narcóticos)

Sintomas

Distensão abdominal, ruídos intestinais reduzidos, dor e pressão, redução do apetite, cefaleia, fadiga, indigestão, sensação de esvaziamento incompleto, esforço exagerado para evacuar e eliminação de fezes endurecidas e em pequeno volume.

Gastrite

Significa inflamação da mucosa gástrica e, em primeira instância, a gastrite deve ser descrita de acordo com critérios histológicos. Atualmente a biópsia gástrica é realizada de rotina na grande maioria dos serviços de endoscopia para pesquisar a presença do Helicobacter pylori, uma bactéria descoberta em 1987 e hoje responsabilizada pelas gastrite e úlceras. O aparecimento da doença está relacionado com o aumento da produção do suco Gástrico ou da diminuição da resistência da mucosa, ou de ambos.

Fatores Agressivos: HCl e Pepsina, Gastrina, AAS, Antiinflamatórios, álcool, Nicotina, Ácidos Biliares, Fatores emocionais, Helicobacter pylori.

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Fatores Defensivos: Muco Gástrico, Barreira da mucosa, secreção de bicarbonato, circulação sangüínea, prostaglandinas.

Divisão da Gastrite

Histologicamente, a gastrite é inicialmente dividida em erosiva e não erosiva. Dentro de cada tipo de inflamação, se existir, pode ser aguda ou crônica  (a diferenciação é feita através da visualização no microscópio da presença de células específicas que identificam a presença de inflamação aguda ou crônica). A gastrite crônica é muito mais comum, mas as duas podem coexistir. A gastrite não-erosiva inespecífica crônica pode ser superficial ou profunda (transmucosa), com ou sem atrofia glandular ou metaplasia. A gastrite decorrente da idade conhecida com atrófica é tão comum que alguns a consideram um fenômeno do envelhecimento. Seu aparecimento em jovens merece atenção especial. A gastrite erosiva é melhor diagnosticada endoscopicamente.

Gastrite Crônica

Gastrite crônica é definida com a presença de alterações inflamatórias mucosas crônicas que acabam resultando em atrofia mucosa e metaplasia epitelial, habitualmente na ausência de erosões. As alterações epiteliais podem tornar-se displásicas e constituem um terreno apropriado para o surgimento de carcinoma. A gastrite crônica é notável pelos subgrupos causais distintos, localização da doença no estômago (ex: antral, corporal), histologia e características clínicas. Os padrões de gastrite variam também nas diferentes regiões do mundo. A discussão seguinte baseia-se principalmente em dados das populações de pacientes ocidentais, nas quais a prevalência de gastrite crônica histológica é superior a 50% nas últimas décadas da vida.

A gastrite crônica pode ser classificada como do tipo A ou do tipo B. A doença tipo A resulta em alterações nas células parietais que

produzem atrofia e infiltração celular. Ocorre no fundo ou no corpo do estômago.

A gastrite tipo B afeta o antro (extremidade inferior do estômago, perto do duodeno). Está associada à presença de bacilos Campylobacter pylori. Pode estar associada também a certos fatores dietéticos como bebidas quentes ou tempero, uso de medicamentos, álcool, fumo, ou refluxo do conteúdo intestinal para dentro do estômago.

Características Clínicas

A gastrite tipo A é essencialmente assintomática, exceto pelos sintomas de deficiência de vitamina B12. Na gastrite tipo B, o paciente queixa-se de anorexia, azia após as refeições, eructações, gosto amargo na boca, ou náuseas e vômito.

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Diagnóstico

A gastrite tipo A está associada à ausência ou nível baixo de ácido clorídrico, enquanto que a gastrite tipo B está associada com hipercloridria. O diagnóstico é determinado por gastroscopia e exame histológico.

Tratamento

O tratamento (controle) é dirigido para uma modificação dietética, repouso, redução do estresse e farmacoterapia.

Complicações

Hemorragia na forma de hematêmese ou melena. Perfuração do peritônio (peritonites). Estenose pilórica. Anemia. Caquexia. Degeneração maligna.

Gastrite Aguda

Gastrite aguda é um processo inflamatório mucoso agudo, habitualmente de natureza transitória. A inflamação pode ser acompanhada por hemorragia para dentro da mucosa e, em circunstâncias mais graves, por desprendimento da mucosa superficial. Essa forma erosiva grave da doença é uma causa importante de sangramento gastrintestinal agudo.

Admite-se que uma ou mais das seguintes influências operam nessas circunstâncias variadas: maior secreção ácida, menor produção do tampão bicarbonato, fluxo sangüíneo reduzido, ruptura da camada mucosa aderente e dano direto do epitélio. Foram identificados outros insultos mucosos potenciais, tais como regurgitação de ácidos biliares e de lisolecitinas do duodeno proximal e síntese mucosa inadequada de prostaglandinas. Convém enfatizar que um número substancial de pacientes sofrem de gastrite idiopática sem distúrbios associados.

Evolução Clínica

Dependendo da gravidade das alterações anatômicas, a gastrite aguda pode ser totalmente assintomática; pode causar dor epigástrica variável, náuseas e vômitos; ou pode manifestar-se com hemorragia líquida, hematêmese maciça, melena e perda sangüínea potencialmente fatal. Em síntese, trata-se de uma das principais causas de hematêmese maciça, como ocorre nos alcoólicos. Em circunstâncias particulares, a condição é extremamente comum. Até 25% das pessoas que tomam diariamente AAS, como ocorre, por exemplo, na artrite reumatóide, desenvolvem gastrite aguda, muitas vezes com sangramento.

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Tratamento

O tratamento (controle) consiste em proibir toda e qualquer ingestão oral até a regressão dos sintomas. Quando o paciente é capaz de se alimentar via oral, oferece-se uma dieta leve. Se os sintomas persistirem poderá ser necessária administração parenteral de líquidos.

Úlcera Péptica

É uma escavação formada na parede mucosa no estômago, no piloro, no duodeno, ou no esôfago. Com bastante freqüência uma úlcera péptica recebe a designação de úlcera gástrica, duodenal ou esofagiana, de acordo com sua localização. É causada pela erosão de uma área circunscrita da membrana mucosa. Esta erosão pode estender-se profundamente até as camadas musculares ou, através do músculo, até o peritônio. As úlceras pépticas são mais prováveis no duodeno que no estômago.

Etiologia e Incidência

A etiologia da úlcera péptica é pouco compreendida. Sabe-se que ela ocorre somente nas áreas do trato gastrointestinal que ficam expostas ao ácido clorídrico e pepsina. A doença ocorre com maior freqüência entre os 40 e 60 anos de idade; são afetados mais homens do que mulheres (três para um), porém existe alguma evidência que a incidência em mulheres está aumentando. Acomete pessoas que realizam refeições apressadas e irregulares, fumar excessivamente, uso de café, sensibilidade emocional, tendência familiar e causas genéticas.

Fisiopatologia

A úlcera péptica ocorre principalmente na mucosa gastrointestinal, pois esse tecido é incapaz de suportar a ação digestiva do ácido gástrico e da pepsina. A erosão é devida a um aumento na atividade do ácido - pepsina ou então a uma redução na resistência normal da mucosa. Uma pessoa corre o risco de desenvolver úlcera péptica por uma de duas causas:

Hipersecreção de ácido - pepsina. Uma mucosa gástrica enfraquecida.

Fatores de Risco

História familiar de úlcera péptica Estresse emocional Ansiedade Raiva Ressentimento Bebidas com cafeína: chá, café, cola Drogas: Salicilatos, Indometacina

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Manifestações Clínicas

Os sintomas da úlcera duodenal (a forma mais comum de úlcera péptica) podem durar por poucos dias, semanas e mesmo meses e podem até desaparecer apenas para reaparecer, o mais das vezes sem qualquer causa identificável.

Dor: como regra geral, o paciente queixa-se de dor enfadonha e corrosiva; ou de uma sensação de queimação na parte média do epigástrio ou nas costas. A dor é aliviada habitualmente ao comer, pois o alimento neutraliza o ácido, depois que o estômago fica vazio e que o álcali deixa de agir, a dor retorna.

Pirose (hipersialorréia, azia): alguns pacientes experimentam uma queimação no esôfago, que se desloca para a boca, ocasionalmente com eructação azeda. A eructação é comum quando o estômago está vazio.

Vômitos: apesar de serem raros na úlcera duodenal sem complicações, os vômitos podem constituir um sintoma de úlcera péptica. São devido à obstrução da saída gástrica causada por espasmo muscular do piloro ou por obstrução mecânica.

Constipação e sangramento: a constipação pode ser evidente no paciente com úlcera duodenal, provavelmente como resultado da dieta e das medicações. Cerca de 20% dos pacientes que sangram através de uma úlcera duodenal aguda não tiveram queixas digestivas prévias, porém passam a ter sintomas daí em diante.

Apendicite

Ocorre quando há o esvaziamento ineficaz da luz do apêndice vermiforme, ficando obstruído e vulnerável a infecção. É uma inflamação aguda no quadrante inferior direito da cavidade abdominal.

Manifestações Clínicas:

Dor abdominal alta, generalizada e intensa no quadrante inferior esquerdo

Febre baixa Náuseas e vômitos Leucocitose Anorexia

Sinal de Rovsing:

A compressão no quadrante inferior esquerdo intensifica a dor no quadrante inferior direito.

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Tratamento:

Compressas frias, apendicectomia e suspensão de Dieta.

SISTEMA RENAL

É de extrema importância para a vida a função adequada dos sistemas renal e urinário.

A principal função é manter o estado de homeostasia do organismo regulando os líquidos e eletrólitos, removendo os resíduos e fornecendo hormônios envolvidos na produção de eritrócitos, metabolismo ósseo e hipertensão.

É comum a disfunção desses sistemas, podendo ocorrer em qualquer idade e com graus variados de intensidade.

Os sistemas renal e urinário incluem os rins, ureteres, bexiga e uretra.O sistema renal tem como função filtrar o sangue que chega bombeado

pelo coração, regulando o volume intravascular. A estrutura renal é constituída de dois rins, dois ureteres, bexiga e uretra. O sangue chega ao rim pela artéria renal e no interior de cada rim, essa artéria se ramifica em numerosas arteríolas aferentes presentes na região do córtex. Cada uma destas arteríolas se ramifica em pequenos capilares denominados, glomérulos.

Os glomérulos presentes aos milhares em cada rim são constituídos por pequenos enovelados de capilares. O sangue flui no interior dos capilares onde é filtrado através da parede destes. A capacidade de cada glomérulo em filtrar o sangue por volume compreende 125 ml por minuto. Este filtrado se acumula no interior da cápsula de Bownmann – formado por uma membrana interna que envolve intimamente os capilares glomerulares e uma externa que separa a interna, na cavidade formada o filtrado glomerular é acumulado. O filtrado glomerular passa pela parede dos capilares, a qual retém um grande número de proteínas, por meio de um sistema coletor formado pelos segmentos do túbulo contornado proximal, alça de Henle, túbulo contornado distal e ducto coletor. Ao passar por este sistema diversas substâncias são reabsorvidas através da parede tubular, e ao mesmo tempo, outras são excretadas para o interior dos mesmos.

DISFUNÇÃO MICCIONAL

Definida como um desequilíbrio ou uma falta de coordenação entre a atividade do detrusor, do colo vesical e do esfíncter estriado seja individualmente ou em combinação provocando um aumento da pressão vesical que é capaz de provocar lesão renal.

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Mecanismos da micção

A micção é o processo mediante o qual a urina armazenada na bexiga é expulsa, através da uretra, para o exterior do organismo. Entre a bexiga e o exterior existem duas barreiras naturais formadas por estreitas válvulas musculares: o esfíncter liso, que se encontra na base da bexiga, rodeando a parte inicial da uretra, e o esfíncter estriado, que se situa no segmento médio da uretra.

A micção compreende duas fases distintas. A primeira, que acontece de forma automática e involuntária, provocada pela contracção da bexiga e pelo relaxamento do esfíncter liso, o que determina a consequente passagem da urina, ao longo do seu percurso para a uretra, até ao ponto em que se encontra com o esfíncter estriado. A segunda fase, cujo controlo deve ser aprendido nos primeiros anos de vida, é provocada pelo relaxamento do esfíncter estriado, o que proporciona a passagem da urina pela uretra para o exterior.

Classificação nos termos técnicos dos problemas de micção

Poliúria. Corresponde à eliminação de volume de urina superior ao normal, ou seja, superior aos 2 500 ml/dia.Oligúria. Corresponde à eliminação de volume de urina inferior ao normal, ou seja, menos de 400 ml/dia.Anúria. Corresponde à ausência de eliminação de urina, embora se considere como tal a eliminação de um volume inferior a 100 ml/dia.Polaquiúria. Corresponde a um aumento da frequência das micções, mas sem que exista um aumento do volume total de urina eliminada durante o dia. É sempre provocada por uma doença das vias urinárias.Nictúria. Corresponde à necessidade de urinar durante a noite. Pode ser provocada por uma poliúria. Neste caso, cada micção é acompanhada da emissão abundante de urina. Pode também ser provocada por uma polaquiúria, que representa o aumento da frequência de micção durante a noite.

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

A insuficiência renal aguda é uma perda súbita e quase completa da função renal causada por insuficiência de circulação renal ou por disfunção glomerular ou tubular. Manifesta-se por súbita oligúria (menos de 500 ml de urina por dia), elevado débito urinário, ou anúria (menos de 50 ml de urina por dia). Independentemente do volume de urina excretado, o paciente com insuficiência renal aguda apresenta elevação dos níveis séricos de creatinina e uréia e retenção de produtos metabólicos normalmente excretados pêlos rins. Qualquer condição que cause redução do fluxo sangüíneo renal, como depleção do volume, hipotensão ou choque causa uma redução da filtração glomerular, isquemia renal e lesão tubular. A insuficiência renal também pode resultar de queimaduras, lesões por esmagamento e infecção, assim como de agentes nefrotóxicos que causem lesão tubular aguda e cessação temporária da função renal.

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Causas

Causas tóxicas: Aminoglicosídios (ex.: gentamicina), Tetracloreto de carbono, Polimixina, Etilenoglicol, Metais pesados, Mioglobina e hemoglobina

Causas não tóxicas : Podem ser classificadas pela origem: pré-renal, renal e pós-renal.

- Pré-renais: Hipovolemia, Hemorragia, Desidratação, Isquemia, Clampeamento transversal da aorta, Cirurgia da aorta ou de vasos renais, Cirurgia extensa no idoso, Septicemia, Choque séptico.

- Intra-renais: isquemia renal prolongada, nefropatia pigmentar, hemoglobinúria (reações à transfusão, anemia hemolítica), mioglobinúria (lesão por esmagamento, queimaduras, lesão tecidual maciça), meios de contraste radiopacos, glomerulonefrite aguda e pielonefrite aguda.

- Pós-renais: obstrução do trato urinário, cálculo, tumores, hipertrofia prostática, estenoses.

Manifestações Clínicas

Quase todos os sistema do corpo são afetados quando há insuficiência renal. O paciente apresenta-se letárgico, com náuseas persistentes, vômitos e diarréia. A pele e mucosa apresentam-se secas por desidratação e a respiração pode ter o mesmo odor da urina. As manifestações do sistema nervoso central incluem cefaléia, sonolência, abalos musculares e convulsões. O débito urinário é pequeno, pode apresentar sangue, e possui baixa densidade. O paciente é incapaz de excretar potássio; o catabolismo protéico resulta na liberação de potássio celular para os líquidos do corpo, causando hipercalemia grave, que pode levar à arritmias e à parada cardíaca. A anemia acompanha a insuficiência renal aguda por perda de sangue devido a lesões gastrintestinais urêmicas, redução de vida das hemácias, e redução da produção de eritropoietina.

Tratamento

O rim possui uma significativa capacidade de recuperar-se de lesões. Portanto, o objetivo do tratamento da insuficiência renal aguda é restabelecer o equilíbrio químico normal e evitar complicações, de forma que possa ocorrer reparo do tecido renal e restabelecimento da função renal.

A diálise pode ser iniciada para evitar complicações graves da uremia, como a hipercalemia (intoxicação por potássio), pericardite e convulsões.

Monitorização clínica cuidadosa, de preferência em uma unidade especializada.

Controle do balanço hidroeletrolítico, especialmente hipercalemia e hiponatremia.

Corrigir fatores contribuintes, como hipovolemia e hipertensão. Interromper a exposição ao(s) agente(s) desencadeante(s).

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Monitorização cuidadosa das doses de drogas potencialmente nefrotóxicas, se forem absolutamente necessárias.

Administrar furosemida endovenosa nas doses de 250 mg (até 1 g/dia); em crianças 2 a 5 mg/kg (até 15 mg/kg/dia).

Iniciar dopamina em infusão endovenosa contínua (até 3 µg/kg/minuto) Controlar oferta hídrica Controlar oferta calórica Hemodiálise ou diálise peritoneal deve ser instituída com urgência nas

seguintes situações : a. Hipercalemia com arritmias cardíacasb. Hiper-hidratação em paciente anúrico c. Acidose metabólica refratária.

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

A insuficiência renal crônica ou doença renal terminal é uma deterioração progressiva e irreversível da função renal, na qual a capacidade do organismo em manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico falha, resultando em uremia (uma síndrome decorrente de um excesso de uréia e de outros produtos nitrogenados no sangue). Pode ser causada por glomerulonefrite crônica; pielonefrite; hipertensão não controlada; lesões hereditárias, como doença renal policística; distúrbios vasculares; obstrução no trato urinário; doença renal secundária à doença sistêmica (diabetes); infecções; medicamentos ou agentes tóxicos. Normalmente, torna-se necessária a diálise ou transplante renal para manutenção da vida.

Fisiopatologia

À medida que a função renal diminui, os produtos finais do metabolismo protéico, que normalmente são excretados pelo rim, acumulam-se no sangue. Há desequilíbrio da bioquímica sangüínea e dos sistemas circulatório, hematológico, gastrointestinal, neurológico e esquelético. Também são observadas alterações cutâneas e reprodutivas. O paciente tende a reter sódio e água, aumentando o risco de edema, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão, e, ocasionalmente, ascite. Há desenvolvimento de anemia, em virtude da redução de vida das hemácias; deficiências nutricionais e produção inadequada de eritropoietina.

Complicações

As complicações neurológicas da insuficiência renal podem resultar da própria insuficiência renal, da hipertensão grave, de um desequilíbrio hidroeletrolítico, intoxicação hídrica e de efeitos farmacológicos. Estas manifestações incluem alteração da função mental, alterações do comportamento, convulsões e coma.

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Anasarca Anemia Alterações ósseas Alterações da acuidade mental e ritmo do sono Alterações da pressão intra-ocular Alterações cardíacas Hipertensão

Manifestações Clínicas

Embora algumas vezes o início da insuficiência renal crônica seja súbito, na maioria dos pacientes começa com um ou mais sintomas - fadiga e letargia, cefaléia, fraqueza geral, sintomas gastrintestinais (anorexia, náuseas, vômitos, diarréia), tendências hemorrágicas e confusão mental. Se for iniciado tratamento ativo logo, os sintomas podem desaparecer. De outra forma, estes sintomas tornam-se mais acentuados e outros surgem à medida que as anormalidades metabólicas da uremia afetam praticamente todos os sistemas orgânicos.

Tratamento

O objetivo do tratamento é manter a função renal existente e a homeostasia pelo maior tempo possível. Todos os fatores que contribuem para o problema e aqueles que são reversíveis (Ex.: obstrução) são identificados e tratados. Com a deterioração da função renal, é necessária intervenção dietética com regulação cuidadosa da ingestão protéica, de líquidos, de potássio e de sódio.

DIÁLISE

A diálise é um processo utilizado para remover o líquido e produto do metabolismo do corpo quando os rins são incapazes de fazê-lo devido ao comprometimento da função renal ou quando toxinas ou venenos devem ser removidos imediatamente para evitar lesões permanentes ou letais.

Na diálise, moléculas de soluto fundem-se através de uma membrana semipermeável,

passando do lado de maior concentração para aquele de menor concentração. Os líquidos atravessam a membrana semipermeável através da osmose ou ultrafiltração.

O objetivo da diálise é manter a vida e o bem estar do paciente até que a função renal seja restabelecida e remover as substâncias indesejadas do sangue se a função renal não corresponde. Os métodos de tratamento incluem: hemodiálise, hemofiltração e diálise peritoneal.

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DIÁLISE PERITONEAL

Este procedimento substitui o trabalho dos rins, remove o excesso de água, resíduos e substâncias químicas do corpo. Usa o revestimento do abdome (membrana peritoneal) para filtrar o sangue. Uma solução purificadora chamada dialisado flui por um tubo especial em seu abdômen. Líquido, resíduos e substâncias químicas passam de minúsculos vasos de sangue da membrana peritoneal para o dialisado. Depois de várias horas, o dialisado é escoado de seu abdômen e leva os resíduos do sangue.

A seguir novamente se enche o abdômen de dialisado fresco e o processo de limpeza recomeça para tal procedimento se coloca um cateter permanente em seu abdome para

transportar o dialisado para a cavidade peritoneal e vice-versa. Na diálise peritoneal, a superfície do peritônio, que é de

aproximadamente 22.000 cm3 atua como superfície de difusão. Um líquido de diálise estéril apropriado (dialisador) é introduzido na

cavidade peritoneal periodicamente. A uréia e a creatinina, ambas produtos do metabolismo normalmente excretados pêlos rins, são removidas (depuradas) do sangue durante a diálise peritoneal.

Geralmente são necessárias 36 a 48 horas para atingir com a diálise peritoneal o que a hemodiálise realiza em 6 a 8 horas.

PRINCÍPIOS

Infunde-se 1 a 3 litros (geralmente 2 litros) de solução de diálise estéril (dialisador) na cavidade peritoneal através de um cateter abdominal. A solução flui para a cavidade graças à gravidade. O líquido entra em íntimo contato com os vasos sanguíneos da cavidade peritoneal, que serve como membrana de diálise.

Os metabólicos tóxicos e os excessos de líquido passam da circulação para a cavidade peritoneal por difusão e osmose durante o período de permanência de equilíbrio, período no qual o líquido permanece na cavidade abdominal antes de ser drenado. Ao final do tempo de permanência, a solução é drenada da cavidade abdominal sob a ação da gravidade e desprezada. Um novo recipiente de líquido é infundido e drenado.

Objetivos e Indicações

Os objetivos desse método de tratamento são auxiliar a remoção de substâncias tóxicas e resíduos metabólicos, restabelecer o equilíbrio hídrico normal através da remoção do excesso de líquidos e restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico. A diálise peritoneal pode ser o tratamento de escolha em

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pacientes com insuficiência renal incapazes ou que não desejam ser submetidos à hemodiálise ou transplante renal.

Preparo

O paciente, na eminência de ser submetido a uma diálise peritoneal, pode apresentar uma doença aguda, exigindo, assim, tratamento a curto prazo para corrigir distúrbios graves do estado hidroeletrolítico. Portanto o preparo do paciente e da família, pela enfermagem, depende da condição física e emocional do paciente, nível de consciência, compreensão e familiaridade com o procedimento. São registrados os sinais vitais básicos, o peso e os níveis séricos de eletrólitos. Pode ser necessários esvaziamento intestinal e da bexiga para minimizar o risco da punção de órgãos e estruturas internas.

Material

Além de reunir o equipamento para diálise peritoneal (bandeja de punção), a enfermeira consulta o nefrologista para determinar a concentração do dialisador a ser usado e os medicamentos a serem adicionados a este. A heparina normalmente é usada para evitar formação de coágulos e conseqüente oclusão do cateter peritoneal.

O Cateter Peritoneal

Antes do procedimento, a pele é preparada com um anti-séptico local para reduzir as bactérias da pele e reduzir o risco de contaminação e infecção no local de inserção do cateter de TENCKOF OU PRÓTESE DEANE. A inserção é um procedimento médico, no qual a enfermagem auxilia. O médico infiltra a pele e o tecido subcutâneo do paciente com um anestésico local antes do procedimento. É feita uma pequena incisão ou perfuração na região inferior do abdome, 3 a 5 cm abaixo da cicatriz umbilical. Esta área é relativamente destituída de grandes vasos sanguíneos e deve haver pequeno sangramento.

Um trocarte (instrumento de extremidade pontiaguda) é utilizado para puncionar o peritônio enquanto o paciente enrijece os músculos abdominais levantando a cabeça. O cateter é passado através do trocarte e posicionado. O líquido de diálise previamente preparado é infundido na cavidade peritoneal, afastando o omento (revestimento peritoneal que se estende a partir dos órgãos abdominais) do cateter. Pode ser usada uma sutura para fixar o cateter no lugar.

Tipos de DP

C.A.P.D. - Diálise Peritoneal Ambulatorial Continua: É a mais comum, não precisa de máquina e o sangue é limpo continuadamente. O dialisado passa de uma bolsa de plástico pelo cateter para o abdômen. O dialisado fica no abdome com o cateter lacrado. Depois de várias horas o portador escoa a solução de reserva à bolsa e preenche o abdômen com solução fresca. No caso da CAPD, a solução de diálise fica no abdome durante 4 horas. O processo de drenar o dialisado e substituí-lo por uma solução nova leva de 30 a 40 minutos. A maioria das pessoas troca a solução quatro vezes por dia.

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Com a CCPD, o tratamento dura de 10 a 12 horas e é feito todas as noites. A DPI é realizada de 2 a 3 vezes por semana, com um total de 30 a 42 horas semanais. As sessões podem durar até 24 horas.

C.C.P.D. - Diálise Peritoneal Cíclica contínua. É como a C.A.P.D., difere por necessitar de uma máquina que se conecta ao cateter e automaticamente enche e drena o dialisado do abdome. Pode ser feita à noite, quando o paciente dorme.

D.P.I. - Diálise Peritoneal Intermitente, usa o mesmo tipo de máquina da C.C.P.D. para infundir e escoar o dialisado. Pode ser feita em casa, mas é normalmente feita no hospital, levam muito mais tempo que a C.C.P.D. 

Complicações da DP

A infecção do peritônio ou peritonite é a principal complicação da diálise peritoneal . Muitas vezes o início da infecção acontece no orifício pelo qual o cateter sai do corpo. Se não for tratada rápida e corretamente, esta infecção pode espalhar-se e infectar o peritônio determinando a peritonite. A peritonite também poderá se desenvolver se houver dificuldades em conectar ou desconectar o cateter das bolsas.

Um dos primeiros sinais de peritonite é a mudança da cor e aspecto do líquido drenado que deve ser claro e fluido e, com a peritonite, torna-se turvo e espesso. A peritonite poderá também se manifestar por febre, dor abdominal, náuseas, vômitos e anorexia.

Evitando a Peritonite...

Siga o procedimento com o máximo de rigor. Vigie o aparecimento de rubor e edema ao redor do cateter.

Observe atentamente o aspecto da solução de diálise drenada. Outra complicação comum na diálise peritoneal é a dificuldade para

infundir ou drenar o liquido no abdômen, que pode acontecer por obstrução do cateter.

Todas as formas de diálise necessitam de acompanhamento médico rigoroso. Apesar de na CAPD o paciente ter mais liberdade, isto não significa que esteja dispensado da avaliação médica periódica e da realização de exames laboratoriais. Os exames laboratoriais são feitos mensalmente para verificar a  quantidade de uréia, potássio, cálcio, fósforo, glicose e ainda, para verificar a presença e o grau de anemia, a possibilidade de infecções por bactérias ou vírus, entre outros. Estes exames, feitos em períodos regulares, juntamente com a avaliação do médico, vão mostrar com exatidão o seu estado de saúde e a sua adaptação ao tratamento.

Hemofiltração

Também chamada de Hemofiltração Arteriovenosa Contínua (HAVC). O sangue circula através de um hemofiltro heparinizado. Graças a pressão arterial do próprio paciente, são removidos o excesso de líquidos, eletrólitos e resíduos nitrogenados e o sangue retorna ao paciente através do segmento da derivação ou cateter venoso.

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Indicações: - Sobrecarga hídrica secundária à insuficiência renal;- Rins incapazes de lidar com o súbito aumento das necessidades

metabólicas e nutricionais.

Cuidados - HD

Proporcionar ambiente limpo, calmo e arejado. Controlar peso e pressão arterial antes de iniciar a hemodiálise. Acomodar o paciente no leito ou cadeira e orientá-lo sobre o processo. Conectar corretamente os cateteres do paciente na máquina. Puncionar corretamente a fístula. Observar funcionamento da máquina e estar alerta para quaisquer alterações;

neste caso interromper o processo imediatamente. Manter assepsia rigorosa para prevenir infecções. Manter assepsia rigorosa para prevenir infecções. Observar sinais de hemorragia, choque e infecção. Orientar o paciente quanto à dieta e ajudá-lo nas refeições. Colher sangue do paciente, conforme rotina da Unidade, para

realização de exames. Terminado o processo pesar novamente o paciente e verificar pressão

arterial, anotar todos os dados relativos à hemodiálise. Preparar emocionalmente o paciente para o procedimento, pois cada

diálise peritoneal significa um trauma para o organismo. Incentivar o paciente e conscientizá-lo da importância do tratamento. Fazer tricotomia na região abdominal. Fazer lavagem intestinal. Orientar e auxiliar para que o paciente esteja devidamente higienizado e

vista a camisola cirúrgica. Controlar o peso e anotá-lo antes de iniciar a diálise. Controlar pressão arterial antes de iniciar a diálise. Preparar o material para a inserção do cateter. Auxiliar o médico no que for necessário. Orientar o paciente para que levante a cabeça para facilitar a introdução

do trocater e facilitar a penetração do cateter, evitando lesão de vísceras abdominais. O trocater é retirado logo em seguida. ficando apenas o cateter que é fixado através de sutura.

Conectar a solução dialisadora no cateter peritoneal e observar as fases de infusão, difusão e drenagem.

Controlar rigorosamente os líquidos introduzidos e eliminados na diálise rigorosamente, anotando em um quadro especial para controle.

Controlar diurese e líquidos ingeridos. Observar sinais de hemorragia ao redor do cateter Observar sinais e sintomas de hemorragia interna (palidez, sudorese.

hipotensão, taquisfigmia, distensão abdominal. Observar sinais de infecção peritoneal (febre, dor intensa, rigidez

abdominal, náuseas e vômito. Incentivar o paciente a mudança de decúbito, visto que o processo é

demorado, e como profilaxia de complicações circulatórias e escaras de decúbito.

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Auxiliar o paciente na alimentação. Trocar o curativo na inserção do cateter, sempre que necessário. Qualquer intercorrência deve ser avisada imediatamente o médico, e a

diálise deve ser suspensa. Ao término da diálise, o cateter é retirado e realizado curativo

compressivo. O orifício fecha-se espontaneamente. Pesar o paciente e verificar pressão arterial novamente. Anotar o peso

pré diálise; o paciente normalmente perde peso, mas nunca poderá ganhar peso.

HEMODIÁLISE

A hemodiálise é um processo utilizado em pacientes com doença aguda e que necessitam de diálise por curto período (dias a semanas) ou em pacientes com doença renal terminal (DRT), que necessitam de tratamento prolongado. Uma membrana sintética semipermeável substitui os glomérulos e túbulos renais e atua como filtro para os rins deficientes. Em pacientes com insuficiência renal crônica, a hemodiálise proporciona

reabilitação e expectativa de vida razoáveis. Entretanto, a hemodiálise não cura ou reverte a doença renal e não é capaz de compensar as perdas das atividades endócrinas e metabólicas do rim. Estes pacientes são submetidos à diálise durante o resto de suas vidas (geralmente três vezes por semana, durante no mínimo 3 a 4 horas por tratamento), ou até receberem um transplante renal bem sucedido. Os pacientes são colocados em diálise crônica quando necessitam de diálise para a sobrevivência e para o controle dos sintomas urêmicos.

As necessidades de hemodiálise em um paciente com insuficiência renal terminal são:

Acesso à circulação do paciente. Um dialisador com um membrana semipermeável (o rim artificial). Um banho dialisado apropriado.

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PRINCÍPIOS

Os objetivos da hemodiálise são extrair substâncias nitrogenadas tóxicas do sangue e remover o excesso de água. A heparina é adicionada ao sangue para evitar coagulação. O sangue passa, através de uma bomba, para a membrana semipermeável, e o líquido de diálise flui no outro lado da membrana. As toxinas presentes no sangue são removidas por difusão, deslocando-se de uma área de maior concentração no sangue por uma área de menor concentração no dialisador. O dialisador é composto de todos os importantes eletrólitos em suas concentrações extracelulares ideais.

O excesso de água é removido do sangue por osmose. A remoção da água pode ser controlada criando-se um gradiente de pressão desejado (ultrafiltração). O sangue purificado retorna ao corpo através da veia do paciente. Ao final do tratamento por diálise foram removidos vários produtos do metabolismo, sendo restabelecido o equilíbrio hidroeletrolítico. Durante a diálise, o paciente, o dialisador e o líquido de diálise exigem monitorização constante para detectar as numerosas complicações que podem surgir (por exemplo: embolia gasosa, contaminação e complicações com a fístula).

Complicações

A principal causa de morte entre pacientes submetidos à hemodiálise crônica é a doença vascular ateriosclerótica. A insuficiência cardíaca congestiva, cardiopatia coronariana, angina, acidente vascular cerebral, fadiga, úlceras gástricas e outros problemas gastro-intestinais podem ocorrem devido ao estresse fisiológico da doença crônica, medicação e problemas relacionados.

Considerações Emocionais

As pessoa submetidas à hemodiálise prolongadas preocupam-se com problemas muito reais. Geralmente sua condição clinica é imprevisível e suas vidas são interrompidas, freqüentemente possuem problemas financeiros, dificuldades de manter um emprego, diminuição dos desejos sexuais e impotência, depressão por viver como um doente crônico e medo de morrer.

A diálise impõe uma modificação do estilo de vida da família. O tempo necessário para a diálise diminui as atividades sociais e pode criar conflito, frustração, culpa e depressão na família.

DOENÇA DE PARKINSON

É um distúrbio neurológico do movimento lentamente progressivo, que mais adiante leva à incapacidade.

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As formas mais comuns são as degenerativas ou idiopáticas e secundárias (causa conhecida ou suspeita).

A doença de Parkinson está associada a níveis diminuídos de dopamina (neurotransmissor inibitório) devido à destruição das células neuronais dopaminérgicas na substância negra nos gânglios da base.

A perda das reservas de dopamina nessa área do cérebro resulta em mais neurotransmissores excitatórios que inibitórios, levando à um desequilíbrio que afeta o movimento voluntário.

Os homens desenvolvem a doença com mais frequência que as mulheres e os sintomas aparecem pela primeira vez por volta da quinta década de vida.

Sintomas Clínicos

Os sintomas clínicos não aparecem até que 60% dos neurônios pigmentados sejam perdidos e que os níveis de dopamina esteja diminuído em torno de 80% no corpo estriado.

Sinais cardinais: - Tremor - Rigidez - Bradicinesia

Tremor

O tremor pode apresentar-se como um movimento de rotação(pronação - supinação) lento e ritmado do antebraço e da mão e como o movimento do polegar contra os dedos.

Geralmente está presente quando o paciente está em repouso, aumentando quando inicia um movimento, quando está ansioso ou concentrado.

Os tremores são característicos da doença porque com a diminuição da dopamina a excitação dos músculos é maior do que a sua inibição, fazendo com que estejam a maior parte do tempo contraindo, mesmo quando os membros estão imóveis.

Rigidez

A rigidez muscular decorre do aumento da resistência que os músculos oferecem quando um segmento do corpo é deslocado passivamente.

Dessa forma, quando um músculo é ativado para realizar determinado movimento, em condições normais seu antagonista é inibido para facilitar esse movimento. Na doença de Parkinson essa inibição não é feita de maneira eficaz, e como conseqüência, os músculos tornam-se mais tensos e contraídos e o paciente sente-se rígido e com pouca mobilidade.

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Bradicinesia

O paciente apresenta redução da movimentação espontânea em todas as esferas.

A mímica facial torna-se menos expressiva, transmitindo com menor intensidade sentimentos e emoções que, por sua vez, mantém-se preservados.

A caligrafia torna-se menos legível e de tamanho reduzido, fenômeno conhecido por micrografia.

As atividades diárias, antes realizadas com rapidez e desembaraço, são agora realizadas com vagar e à custa de muito esforço. O paciente anda com passos mais lentos e pode apresentar alguma dificuldade para equilibrar-se.

A postura geral do paciente modifica-se causando a predominância dos músculos flexores de modo que a cabeça permanece fletida sobre o tronco, este sobre o abdômen e os membros superiores são mantidos ligeiramente à frente com os antebraços semi-fletidos na altura do cotovelo.

Os outros aspectos incluem a hipocinesia (movimento anormalmente diminuído), além disso, o paciente tende a arrastar os pés e a destreza diminui.

A fala do paciente fica mais macia, baixa, menos audível e bem arrastada, fenômeno conhecido como disfonia, que pode ocorrer em decorrência da fraqueza e incoordenação dos músculos da fala.

Em muitos casos o paciente desenvolve disfagia, começa a salivar e está em risco de sufocação e aspiração.

Outras Manifestações

Sudorese excessiva e descontrolada Rubor paroxístico (intenso) Hipotensão Ortostática (relacionado à posição de pé) Retenção Gástrica Retenção urinária Alucinações Constipação Distúrbios sexuais Depressão Demência Distúrbios do sono Alucinações

DOENÇA DE ALZHEIMER

A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurológica degenerativa, progressiva e irreversível, que começa de forma insidiosa e se caracteriza por perdas graduais da função cognitiva e distúrbios do comportamento e afeto.

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Fisiopatologia

Alterações neuropatológicas e bioquímicas são encontradas nos pacientes com DA. Estas incluem o emaranhado neurofibrilar (massa emaranhada de neurônios não-funcionantes) e as placas senis (depósitos de proteína amilóide,parte uma proteína maior, APP) no cérebro.

Esse comprometimento neuronal ocorre principalmente no córtex cerebral e resulta em tamanho diminuído.As células que utilizam o neurotransmissor acetilcolina são aquelas principalmente afetadas por esta doença. Do ponto de vista bioquímico,a enzima ativa na produção de acetilcolina, a qual está especificamente envolvida no processamento da memória,mostra-se diminuída.

Fatores de Risco

Idade Aumento exponencial de prevalência e incidência da doença com o

avançar da idade; Sexo

Prevalência é mais elevada no sexo feminino; 

Traumatismos cranianos

Fatores hereditários Quando um dos familiares em 1º grau teve uma demência o risco de

desenvolver doença de Alzheimer é duas vezes maior;

Idade materna Filhos de mães com mais de 40 anos, podem ter mais tendência a

problemas demenciais na terceira idade;

Fatores genéticos Em cerca de 7% dos casos, a doença de Alzheimer é de família, com

transmissão genética do autossômico dominante;

Síndrome de Down Indivíduos com síndrome de Down têm cópia extra de cromossomo

21; Fatores de risco vascular

Risco acrescido de doença de Alzheimer; 

Metais O Al e o Zn têm sido associados às alterações do tecido cerebral; Fatores de proteção

Altos níveis de instrução Nível acadêmico e sócio-cultural   

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Antioxidantes A ingestão regular de medicamentos com ação antioxidante (ex:

vitamina E), podem retardar a progressão clínica da doença de Alzheimer, no 2º estágio da doença.

AINE’s O seu consumo regular num período de mais de 2 anos, diminui a

probabilidade de aparecimento da doença, através de um mecanismo inflamatório;  

Estrogênios As mulheres que usam estrogênio (reposição hormonal) podem

apresentar menores taxas de doença de Alzheimer.

ESCLEROSE MÚLTIPLA

A esclerose múltipla (EM) é uma doença desmielinizante progressiva imunomediada do SNC. A desmielinização refere-se à destruição da mielina, um material gorduroso e proteináceo que circunda determinadas fibras nervosas do cérebro e na medula espinhal.

Ela resulta em comprometimento da transmissão dos impulsos nervoso. A EM apresenta-se tipicamente em adultos jovens, com 20 a 40 anos de idade, afetando as mulheres com maior freqüência que os homens (Boyden, 2000)

Causas

A causa da EM é uma área de pesquisa contínua. A atividade auto-imune resulta em desmielinização, mas o antígeno sensibilizado não foi identificado. Múltiplos fatores desempenham uma função no início do processo imune. Acredita-se que a exposição ambiental na juventude possa desempenhar alguma função no desenvolvimento de EM um momento posterior na vida.

A predisposição genética é indicada pela presença de um agrupamento específico dos antígenos leucocitários humanos (HLA) na parede celular. A presença desse haplotipo (são uma combinação de alelos que não se encontram em equilíbrio de ligamento, quer dizer, que existem combinações de alelos em "excesso" e há uma "falta" de combinações de outros alelos) pode promover a suscetibilidade aos fatores, como os vírus, que deflagram a resposta auto-imune ativada na EM. Não foi identificado um vírus específico capaz de iniciar a resposta auto-imune. Acredita-se que o DNA no vírus mimetize a sequencia de aminoácidos da mielina, resultando em uma reação cruzada do sistema imune na presença de um sistema imune defeituoso (Boyden, 2000).

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Fisiopatologia

As células T sensibilizadas tipicamente atravessam a barreira hematoencefálica; sua função é verificar o SNC para antígenos e, em seguida, estes linfócitos então destruirão o vírus. Na EM, as células T sensibilizadas permanecem no SNC e promovem a infiltração de outros agentes que lesam o sistema imune. O ataque do sistema imune leva à inflamação que destrói a mielina (que, normalmente, isola o axônio e acelera a condução dos impulsos ao longo do axônio) e as células da oligodendróglia que produzem a mielina no SNC.

As placas de tecido esclerótico aparecem nos axônios desmielinizados, interrompendo ainda mais a transmissão dos impulsos. A desmielinização interrompe o fluxo dos impulsos nervosos e resulta em diversas manifestações, dependendo dos nervos que são afetados. Os axônios desmielinizados espalham-se de maneira irregular por todo o SNC. As áreas mais frequentemente afetadas são os nervos, quiasma e tratos ópticos; o cérebro; o tronco cerebral e o cerebelo; e a medula espinhal. Mais adiante, os próprios axônios começam a se degenerar, resultando em lesão permanente e irreversível (Bshir & Whitaker, 2002; Halper, 2001).

Manifestações Clínicas

A evolução da EM pode assumir muitos padrões diferentes. Em alguns pacientes, a doença segue um curso benigno, com um espectro de vida normal e sintomas tão brandos que os pacientes não procuram os cuidados e tratamentos de saúde. 80 a 85% dos casos de EM começam com uma evolução de recidiva - remissão, com a recuperação completa entre as exacerbações sintomáticas definidas.

A EM progressiva primária caracteriza-se por declínio contínuo, com o desenvolvimento potencial da quadriparesia, disfunção cognitiva, perda da visão e síndromes do tronco cerebral. Os sinais e sintomas da EM são variados e múltiplos, refletindo a localização da lesão (placa) ou combinação das lesões. Os sintomas primários mais comumente reportados são fadiga, depressão, fraqueza, dormência, dificuldade na coordenação, perda do equilíbrio e dor.

Os distúrbios visuais decorrentes das lesões nos nervos ópticos ou em suas conexões podem incluir a turvação da visão, diplopia, cegueira em placa (escotoma) e cegueira total. A fadiga compromete a função ótima durante todo o curso da doença.

A fadiga é exacerbada quando a doença febril, temperatura ambiente, banhos quentes ou ritmos circadianos normais, durante a tarde, elevam a temperatura do corpo. A depressão pode relacionar-se com a fisiopatologia ou pode ocorrer como uma reação ao diagnóstico. O suicídio como uma causa da morte ocorre 7,5 vezes mais freqüentemente entre as pessoas diagnosticadas com EM que entre a população geral com idade compatível. Quando ocorre o suicídio, é provável que ele aconteça dentro dos cinco primeiros anos do diagnóstico (Walther & Hohlfeld, 1999).

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A dor pode ser causada pela desmielinização das fibras de dor, estresse mecânico sobre os músculos, ossos e articulações decorrente da própria incapacidade ou das medidas de tratamento (Maloni, 200).

A espasticidade (hipertonicidade muscular) dos membros e a perda dos reflexos abdominais são decorrentes do envolvimento das principais vias motoras (tratos piramidais) da medula espinhal. A ruptura dos axônios sensoriais pode produzir disfunção sensorial (parestesias, dor).

Os problemas cognitivos e psicossociais podem refletir o envolvimento do lobo frontal ou parietal; algum grau de alteração cognitiva (p.ex., perda de memória, concentração diminuída) ocorre em cerca de metade dos pacientes, porém são raras as alterações cognitivas graves com demência (distúrbio mental orgânico progressivo). O envolvimento do cerebelo ou dos gânglios de base pode produzir ataxia (coordenação comprometida dos movimentos) e tremor. A perda das conexões de controle entre o córtex e os gânglios de base pode acontecer e provocar a labilidade emocional e euforia. São comuns as disfunções da bexiga, intestino e sexual.

Complicações

As complicações secundárias da EM incluem as infecções do trato urinário, constipação, úlceras de pressão, deformidades em contratura, edema dependente no pé, pneumonia, depressão reativa e massa óssea diminuída. Os problemas emocionais, sociais, conjugais, econômicos e vocacionais também podem ser uma conseqüência da doença.

As exacerbações e remissões são características da EM. Durante as exacerbações, novos sintomas aparecem e os existentes se agravam; durante as remissões, os sintomas diminuem ou desaparecem.

As recidivas podem estar associadas a períodos de estresse emocional e físico. Os exames de RM demonstram que muitas placas não produzem sintomas graves; no entanto, a doença pode ser muito ativa, conforme demonstrado pela RM. Também existe evidência de que a remielinização acontece de fato em alguns pacientes.

Tratamento Clínico

Não existe cura para a EM. Um programa de tratamento individualizado está indicado para aliviar os sintomas do paciente principalmente para os indivíduos com alterações cognitivas (50%), ao quais podem precisar de mais estrutura e suporte. Os objetivos do tratamento consistem em retardar a progressão da doença, controlar os sintomas crônicos e tratar as exacerbações agudas. Muitos pacientes com EM apresentam doença estável e precisam apenas de tratamento intermitente, enquanto outros experimentam progressão contínua da doença. Os sintomas que exigem intervenção englobam a espasticidade, fadiga, disfunção vesical e ataxia.

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O CENTRO CIRÚRGICO

Histórico

Na Índia, no século IV. aC, os indianos já realizavam trepanação, amputações, suturas e corrigiam fraturas usando cascas e talas de madeira. Nessa época, já se faziam orientações sobre como arrumar as salas de cirurgia e administrar medicamentos. Os estudantes simulavam cirurgias em folhas de árvores e em bonecos de argila.

O cirurgião tinha de ser habilidoso. Na Babilônia de 2242 a.C., aquele que deixasse o cliente morrer tinha as mãos amputadas, pagando assim o valor do escravo (caso o cliente fosse um escravo) ao seu dono.

Foi na Grécia que a Medicina tornou-se científica, com Hipócrates, considerado o pai da Medicina. Muito do que se sabe atualmente nasceu dos seus registros e afirmações.

Segundo Potter e Perry (1999), foi a partir do século XIX que a cirurgia tornou-se uma especialidade médica, abrindo novos horizontes e possibilidades para casos nos quais os problemas clínicos não podiam ser resolvidos apenas com medicamentos. O grande problema era a dor , uma vez que a anestesia só pôde ser utilizada por volta de 1840, tornando-se totalmente segura no século XX, após a Segunda Guerra Mundial.

Os autores citam o papel dos enfermeiros que atuaram nas primeiras cirurgias. Suas funções se limitavam à limpeza das salas e dos equipamentos, à coleta de materiais dos clientes e ao acompanhamento destes até a sala de cirurgia. Em 1976, o Massachusetts General Hospital ofereceu a primeira oportunidade de treinamento para enfermeiros em salas de cirurgia.

Os avanços que interessavam à cirurgia moderna aconteceram no século XIX e também após a Segunda Guerra Mundial, que foi palco de muitos testes, principalmente com os judeus nos campos de concentração.

No século XIX, o éter foi descoberto e consagrado no controle da dor, e o óxido nitroso (NO) foi indicado como anestésico. Foi nesta época que surgiu a preocupação com as infecções, e em 1860, Pasteur descobriu como podia eliminar microrganismos que provocavam a fermentação do vinho: quando levou ao fogo uma amostra de vinho fermentado, matando os responsáveis pela fermentação, inventou o forno (nos dias hoje estufa, autoclave).

A partir disso, outras invenções na área da química foram testadas e descobertas, como substâncias anti-sépticas, bactericidas e, durante inventos de prevenção e tratamento de infecções, a penicilina. Foi nesse tempo que foram ampliados conhecimentos sobre estes espaços chamados de centros cirúrgicos, mesmo que já existissem nos locais de guerras ou em hospitais em várias partes no mundo.

Conceito

O Centro cirúrgico é uma unidade do hospital que é destinado a realizações de cirurgias, constituído de salas com esta finalidade. O centro cirúrgico exige um alerta permanente da equipe, pois muitas das vezes, a vida e a integridade do paciente estão em foco (MOURA, 2003).

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Para Lima (1999), o centro cirúrgico é uma unidade específica de um hospital constituída por mais de uma sala de cirurgia, destinada tanto a realização de procedimentos, de qualquer natureza, que venham requerer intervenção cirúrgica, como a recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.

Finalidades

Prestar assistência integral ao cliente cirúrgico durante todo o período perioperatório;

Realizar intervenções cirúrgicas e encaminhar o cliente à unidade, na melhor condição possível de integridade;

Proporcionar recursos humanos e materiais para que o procedimento anestésico-cirúrgico seja realizado dentro das condições ideais, técnicas e assépticas

Favorecer o ensino e servir como campo de estágio; Desenvolver programas e projetos de pesquisa.

Localização

O C.C. deve ser construído em uma área do Hospital de onde a circulação de pessoas seja mínima, havendo livre trânsito apenas de profissionais que atuem nesta unidade e de clientes que serão submetidos à intervenções cirúrgicas.

Espaço Físico

Deve conter vestiários, armários, sanitários, postos de enfermagem, área de recepção dos pacientes, sala de pré-anestesia, copa, sala de material de limpeza, sala de expurgo, sala de estocagem de material esterilizado, lavabo, salas de cirurgias, sala de estar para a equipe cirúrgica, sala para guardar aparelhos e equipamentos, rouparia, sala para armazenamento de medicamentos e soluções de uso próprio e sala de recuperação pós-anestésica.

Estas exigências tornam este setor praticamente independente do restante do hospital, fato muito útil no que diz respeito à redução dos índices de infecção nos clientes submetidos a procedimentos cirúrgicos.

Resoluções

A Portaria n.º 554, de 19 de março de 2002, revoga a Portaria n.º 1884, de 11 de Novembro de 1994 que aprova normas para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

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Classificação das Cirurgias

Pequena Cirurgia

A sala de pequena cirurgia, geralmente utilizada pelos serviços de oftalmologia, endoscopia, otorrinolaringologia, entre outros, deve ter no mínimo 20 m² e com dimensão mínima de 4 m (MOURA, 2003).

Média Cirurgia

Já a de média cirurgia, muito utilizada para cirurgias gerais, deve ter no mínimo de 25 m², com dimensão mínima de 4,7 m (MOURA, 2003).

Grande Cirurgia

A sala de grande cirurgia, utilizada pelos serviços de ortopedia, neurologia, cardiologia, entre outros, deve ter no mínimo de 36 m² e dimensão de no mínimo de 5 m (MOURA, 2003).

Sala de Limpeza de Materiais

É a sala mais próxima da sala de cirurgia, pois quando a operação termina, o instrumentador ou outra pessoa devidamente preparada deve limpar todo o material, colocá-Io em solução detergente / bactericida, contar e checar a lista de instrumentos, além de preparar a caixa para que eles sejam esterilizados no centro de material e usados em nova cirurgia. Essa caixa deve vir acompanhada de uma lista discriminando o seu conteúdo.

Nessa sala deve haver uma pia para que seja depositado o material sujo, uma para colocar o material já livre de sangue e tecidos e uma terceira para o enxágüe final, no qual os materiais são colocados em solução bactericida e em bacias de aço inoxidável.

Além das pias, a sala deve conter: uma balança para pesar as compressas e assim fazer o diagnóstico dos líquidos perdidos durante a cirurgia; uma bancada para o preparo das caixas; um hamper para guardar as compressas medidas que serão encaminhadas à rouparia para serem lavadas e voltarem para a esterilização no centro de material; armários para acondicionar soluções para limpeza e esterilização dos instrumentos.

Sala de Expurgo

A sala de expurgo é onde se deposita todo o lixo restante das cirurgias, baldes sujos e / ou contaminados, aspiradores com secreções e as roupas sujas usadas nas salas, devendo ser identificadas e separadas as que estiverem contaminadas.

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A sala deve ter: dois hampers com sacos grandes e de diferentes cores, para guardar as roupas; caixas duras para colocar seringas, agulhas e lâminas usadas; panos e soluções para limpeza das salas; armários para guardar soluções de limpeza, baldes, rodos etc.

Equipamentos e Materiais

Os equipamentos e materiais utilizados dentro do CC podem ser classificados em materiais fixos, móveis e de consumo.

São materiais fixos: foco central do teto, armários embutidos, negatoscópio, balcão, foco central, ar condicionado, fontes de ar comprimido, oxigênio e outros gases, além de vácuo.

São materiais móveis: mesa auxiliar, mesa de mayo, focos móveis, bacias, cubas, hamper, escadinhas, bisturi elétrico, monitores, entre outros.

São materiais de consumo: seringas, agulhas, fios de sutura, drenos, sondas, medicamentos, entre outros.

Perioperatório

Momento Operatório

Emergência: Exigem intervenção imediata. Exs: Hemorragias, perfuração de vísceras, ferimento por arma branca ou de fogo.

Urgência: Exigem intervenção mediata, podendo-se aguardar algumas horas. Exs: Abdome agudo, ressecção de tumores.

Eletiva: realizadas com agendamento do cliente. Exs: Varizes, adenóide - Optativos: Plásticas.

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Finalidade do Procedimento

Paliativa: Melhorar as condições clínicas do paciente, sem cura. Exs: Colostomia.

Radical: Retirar parcial ou totalmente um órgão. Exs: Mastectomia. Plástica: Finalidade estética ou corretiva, Exs: Blefaroplastia. Diagnóstica: Tem a finalidade de diagnosticar. Exs: Laparoscopias,

biópsias.

Risco Cardiológico

Pequeno porte: Risco reduzido de perda de sangue e fluidos. Ex.: Cirurgias Oftálmicas.

Médio porte: Risco moderado de perda de sangue e fluidos. Ex.: Prostatectomia.

Grande porte: Risco alto de perda de sangue e fluidos. Ex.: Aneurismas, cardíacas.

Duração

Porte I: Até duas horas de duração. Ex.: Curetagem uterina. Porte II: De duas a quatro horas de duração. Ex.: Histerectomia. Porte III: De quatro a seis horas de duração. Ex.: Revascularização do

miocárdio. Porte IV: Ultrapassa seis horas de duração. Ex.: Transplantes.

Potencial de Contaminação

Cirurgias limpas: tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação / ausência de processo infeccioso ou inflamatório / não penetra trato digestório, respiratório ou urinário. Risco de infecção entre 1,5 a 5,1%. Ex: Neurocirurgias.

Cirurgias potencialmente contaminadas: tecidos de difícil descontaminação ou com flora residente / Penetra trato digestório, respiratório ou urinário. Risco de Infecção entre 7,7 a 10,8%. Ex: Gastrectomia.

Cirurgias Contaminadas: tecidos traumatizados, abertos ou com colonização abundante / falhas na técnica operatória. Risco de infecção entre 15,2 e 16,3%. Ex: Cirurgias dentárias, cirurgia de cólon.

Cirurgias Infectadas: tecidos onde haja processo infeccioso com supuração local, tecido necrótico ou corpo estranho. Risco de Infecção entre 28 e 40%. Ex: Amputação de pé diabético, nefrectomia com infecção.

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O PROCESSO INFECCIOSO

O centro cirúrgico é uma unidade hospitalar considerada crítica do ponto de vista clínico, do ponto de vista tecnológico e, principalmente, do ponto de vista microbiológico, se considerarmos que, durante a intervenção cirúrgica, tecidos até então livres de colonização estarão completamente expostos aos microrganismos em suspensão na atmosfera das salas de cirurgia.

Dessa forma, os profissionais que atuam nessa unidade, em particular os profissionais de enfermagem, devem ter todo o cuidado no sentido de garantir um ambiente com o menor risco de contaminação possível, isto é, garantir maior segurança microbiológica.

Os cuidados deverão estar direta e profundamente respaldados nos princípios de microbiologia. Portanto, vale rever e atualizar alguns conceitos e tecer alguns comentários sobre eles.

Assepsia

Chama-se assepsia o conjunto de técnicas que têm como objetivo evitar a presença de microrganismos em locais que não os contêm. Deverá existir em todos os procedimentos invasivos constituindo uma necessidade dentro do centro cirúrgico. Caberá aos profissionais de enfermagem zelar e cobrar dos demais profissionais o rigor asséptico, fundamental no centro cirúrgico. Medidas de assepsia abrangem da desinfecção da unidade até a utilização de materiais e instrumentos estéreis na realização dos procedimentos invasivos.

Tipos de Assepsia

Processo pelo qual se consegue afastar os germes patogênicos local ou objeto (MS). “A técnica asséptica é o esforço para manter o cliente tão livre de microorganismos quanto possível.”

Assepsia Cirúrgica: Consiste no emprego de métodos com o fim de impedir a penetração e / ou eliminar os germes em local que não os contenha.

Assepsia Médica: Quando a infecção já existe e procura-se evitar a sua propagação. Procedimentos utilizados para reduzir e prevenir a disseminação de microorganismos.

Antissepsia

Antissepsia é o conjunto de técnicas que tem como objetivo reduzir a microbiota sobre determinadas estruturas orgânicas, geralmente pele e mucosas. É feita obrigatoriamente antes da realização da intervenção cirúrgica, e compreende basicamente o preparo prévio da área a ser operada e a pintura do campo cirúrgico. Sua realização depende da utilização de soluções anti-sépticas. Segundo a Portaria 196, de 24 de junho de 1983, pelo Ministério da Saúde, anti-sépticos são formulações germicidas de baixa causticidade,

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hipoalergênicas, destinadas à aplicação sobre a pele e mucosas íntegras ou lesionadas.

Os principais representantes dos anti-sépticos são as soluções à base ele PVP-I (polivinil pirrolidona iodo), de clorexidina e hexaclorofeno. São inadequadas as soluções à base de quaternários de amônio (cloreto de benzalcônio, por exemplo). Mercuriais orgânicos, acetona, éter, clorofórmio e líquido de Dakin também são considerados inadequados como anti-sépticos.

As soluções mais adequadas são os degermantes anti-sépticos que associam detergentes e anti-sépticos; no entanto, são aplicáveis somente na degermação das mãos para a anti-sepsia parcial da pele íntegra.

São exemplos a solução de PVP-I degermante a 10% e solução de clorexidina a 4%, sendo ambas indicadas para a degermação das mãos e para a anti-sepsia da área íntegra da pele a ser cirurgiada. A última solução é opção também em casos de alergia do profissional ou do cliente. As soluções de hexaclorofeno a 0,3% de clorocresol está indicada para a realização do banho do cliente antes da cirurgia, e também para o recém-nascido com mais de dois quilogramas, principalmente se houver suspeita de colonização da pele por Staphylococcus aureos, multirresistentes ou não (banho de descolonização).

Desinfecção

Compreende todas as medidas de controle e contenção da disseminação da infecção, pela destruição dos microrganismos patogênicos, com exceção dos esporulados. Há dois tipos: - Concorrente: é realizada diariamente, com o cliente ocupando o leito ou

não; - Terminal: é realizada por ocasião da alta do cliente da unidade, que

poderá ser por óbito, transferência para outra unidade ou alta hospitalar. As medidas de desinfecção devem ser capazes de destruir os

microrganismos patogênicos e, por isso, as soluções desinfetantes devem ser utilizadas adequadamente em cada situação.

Um excelente representante dos desinfetantes são os derivados e associações de quaternários - são misturas de diquaternários e monoquaternários sem formaldeído na concentração mínima para uso de 0,2% (2.000 ppm) - juntamente com detergentes compatíveis para limpeza, desinfecção e desodorização, simultaneamente. É importante salientar que os desinfetantes deverão ser utilizados para a desinfecção de unidades hospitalares e utensílios hospitalares, não da pele. O hipoclorito de sódio é o principal representante desse grupo de desinfetantes, indicado principalmente para a desinfecção de superfícies previamente limpas, em particular aquelas contaminadas por vírus hidrofílicos.

Contaminação

Presença de agentes infecciosos na superfície de um corpo, um ambiente, ou em qualquer tipo de objeto inanimado.

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Infecção

É o processo de invasão, instalação e crescimento de microrganismos patogênicos nos tecidos do corpo. Geralmente, a presença desses microrganismos gera uma resposta inflamatória por parte dos tecidos.

Fundamentação

Portaria nº. 2616, de 12 de maio de 1998. Ementa não oficial: Controle de Infecção Hospitalar. Publicação: D.O.U.

- Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 13 de maio de 1998.

Infecção Comunitária

É aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital.

A infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção.

A infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS);

As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas.

Infecção Hospitalar

É aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.

Princípios: O diagnóstico das infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de:

Evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário;

Resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa de antígenos, anticorpos e métodos de visualização realizados.

Evidências de estudos com métodos de imagem; Endoscopia; Biópsia e outros. Critérios gerais:

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- Quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado como infecção hospitalar;

Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e / ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão;

- São também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e / ou terapêuticos, realizados durante este período;- As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das

transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas;

- Os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores de infecção hospitalar do hospital de origem infecção hospitalar. Nestes casos, a Coordenação Estadual / Distrital / Municipal e / ou o hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio como infecção hospitalar naquele hospital.

Classificação de Artigos

Há produtos de maior ou menor risco de infecção, cuja classificação compreende:

Artigos críticos: são artigos que entram em contato com tecidos subepiteliais, órgãos, sistema vascular, assim como os elementos conectados a eles. Exemplos: agulha, equipo;

Artigos semi-críticos: são aqueles que entram em contato com a mucosa íntegra. Exemplo: equipamento de anestesia gasosa;

Artigos não-críticos: são aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra e os que não entram em contato direto com o cliente. Exemplo: aparelho de radiografia, roupa de cama.

PRÉ-OPERATÓRIO

O sucesso do ato anestésico-cirúrgico está relacionado ao preparo físico e emocional do paciente e seus familiares, que se inicia com a notícia da necessidade de intervenção cirúrgica. É importante que enfermeiros, cirurgiões, assistentes sociais, psicólogos e anestesistas orientem a família e ao cliente sobre a intervenção, suas finalidades, o que se pode esperar da mesma, os riscos e benefícios, entre outros.

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Finalidades da Orientação

Descrever as etapas do ato anestésico-cirúrgico; Cumprir a necessidade burocrática; Solicitar exames pré-operatórios; Encaminhar para a avaliação de especialistas; Marcar o dia da cirurgia; Esclarecer dúvidas de clientes e familiares.

Avaliação

A avaliação pré-operatória pode ser realizada sob a forma de visita do enfermeiro do C.C., com o objetivo de interagir com o paciente e com a família.

O principal objetivo desta visita é oferecer informações objetivas e realistas sobre o processo anestésico e cirúrgico.

Orientações Iniciais

O enfermeiro deve iniciar as orientações por uma apresentação genérica sobre a cirurgia, a anestesia e o preparo do cliente para se submeter com segurança ao procedimento. Também é importante esclarecer sobre as possíveis complicações pós-operatória, caso o preparo não seja realizado corretamente.

Alergias A abordagem deve ser iniciada com questões relacionadas a existência

de alergias, uso pregresso de anestesia e suas repercussões, além de hábitos que possam ter influência no processo anestésico, como uso de drogas entorpecentes, analgésicos opióides, tabaco e álcool. Nos casos em que o cliente já se submeteu a processos anestésicos anteriores, deve-se questionar quanto a ocorrência de vômitos, agitação ou outra alteração relevante.

Tabagismo

Quanto ao tabagismo, deve-se questionar o tempo de fumo e a quantidade de cigarros / dia. Este hábito está relacionado com restrições respiratórias, potencializando os riscos de atelectasia e infecções no pós-operatório. O tabagista apresenta as vias aéreas superiores irritáveis, tornando a intubação endotraqueal ainda mais traumática.

O acúmulo de secreção traqueobrônquica retarda a extubação, prolongando a necessidade de cuidados intensivos pós-operatórios e o tempo de hospitalização.

Se possível, o paciente pode ser estimulado a interromper o hábito alguns dias antes do procedimento anestésico. Essa medida pode contribuir para a melhora na resposta mecânica mucociliar e otimizar a condição cardiovascular pela retirada da nicotina.

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A interrupção do hábito por, pelo menos, 24 horas mostrou evidências de melhoras significativas na oxigenação. Por outro lado, a interrupção súbita do fumo, de 24 horas a 6 semanas, promove efeito negativo sobre a mecânica mucociliar e pode contribuir para elevar a morbidade pós-operatória. Caso a interrupção seja superior a esse período, a resposta pulmonar aproxima-se da normalidade.

Alcoolismo

Este problema nem sempre é fácil de ser identificado, principalmente na situação de ansiedade do período pré-operatório. O uso abusivo de álcool pode determinar maior metabolismo hepático e exigir maiores volumes de anestésicos. Por outro lado, dependendo da expressão desse hábito, a função hepática pode já estar deteriorada, condição essa que retardará a excreção de metabólitos anestésicos, ou, ainda, oferecer riscos adicionais de sangramentos pela presença de varizes no esôfago e coagulopatias.

Opióides e Entorpecentes

O uso crônico de opióides e de entorpecentes evidencia fenômenos de tolerância e dependência física, além de risco para arritmias cardíacas. Esse achado deve constar no registro pré-operatório e, caso o anestesista não saiba desse fato, deve ser informado antes da indução anestésica.

Avaliação Cardiovascular

Manifestações ou relatos como tosse seca, fadiga, arritmias, hipertensão arterial, dor torácica ou infarto recente (até seis meses antes) são significativas para a possibilidade da existência de doença cardíaca. Um fator importante na avaliação cardiovascular é a tolerância ao exercício. É descrito que, se o paciente for capaz de caminhar 1600 m sem sentir desconforto respiratório, a probabilidade de doença coronária grave é pequena.

Diferentemente, se o paciente informar taquipnéia associada à dor torácica com pequeno esforço físico, a probabilidade de ser portador de doença coronária grave é relevante. A doença coronária de alto grau oferece grande risco peri-operatório. O teste de tolerância ao exercício pode ser aplicado com um questionário que avalia as atividades da vida diária.

Avaliação Respiratória

Deve incluir a análise da capacidade ventilatória e a presença de tosse, secreção, dispnéia e asma brônquica. A existência de processo infeccioso ou apenas do estado gripal pode estabelecer a necessidade de adiamento da cirurgia em casos eletivos, principalmente, em crianças, pelo risco de broncoespasmo.

Pacientes obesos podem ser portadores de síndrome de apnéia do sono, o que sugere obstrução intermitente de via aérea que se associa a dificuldade de ventilação invasiva controlada e, muitas vezes, não a relatam por desconhecerem a existência dessa restrição.

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Avaliação Endócrina

Deve priorizar a identificação de pontos principais, como os distúrbios de pâncreas e tireóide.

O diabetes melittus pode pressupor a existência de comorbidades, como afecções renais e doenças miocárdicas.

Deve-se investigar o esquema de controle de glicemia e alterações recentes, como hiper ou hipoglicemia.

Não há consenso quanto a suspensão de insulina no período pré-operatório imediato. Essa dúvida deve ser esclarecida durante a visita pré-operatória do anestesista. Freqüentemente, adota-se esquema proposto de descontinuado de insulina subcutânea, obter glicemia básica, manter jejum oral após a meia-noite, manter solução intravenosa com 5 UI de insulina e solução glicosada a 5% durante o intra e o pós-operatório até a restituição da dieta via oral e a reintrodução da insulina subcutânea.

A presença de hipotireoidismo é marcada por suscetibilidade a drogas depressoras e tendência ao desenvolvimento de hipotermia, hipoventilação e hipoglicemia. O hipertireoidismo pode manifestar-se como estados hipermetabólicos, além da presença de tumores de tireóide que podem dificultar a intubação orotraqueal.

Avaliação Hematológica

O problema mais freqüentemente constatado é a anemia, seguida pelas coagulopatias. A anemia pode oferecer risco, dependendo do grau. Considera-se anemia se os valores de hematócritos estiverem abaixo de 10 g / dL. Nesses casos, é importante investigar se é uma anemia crônica ou aguda. Muitas vezes, a anemia aguda pode estar relacionada à extração dentária recente, à epistaxe e ao sangramento gengival.

Avaliação Renal

A existência de disfunção renal, mesmo que não oligúrica, pode causar transtornos de reabsorção de fluidos e íons que podem desencadear acúmulo com congestão pulmonar e dificuldades respiratórias. Por outro lado, a presença de doença renal pode estar associada a diabetes mellitus, hipertensão arterial, doença hepática, anemia e coagulopatias. Exames laboratoriais simples, como creatinina e uréia séricas, são suficientes para promover segurança quanto ao estado funcional renal pré-operatório, à exceção de pacientes desnutridos e geriátricos, em que se pode subestimar os valores reais.

Sistema Musculoesquelético

O sistema musculoesquelético também deve ser considerado na avaliação pré-operatória. A reabilitação pós-operatória depende também dessa capacidade, e doenças articulares podem comprometê-la.

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PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO

Pré-operatório é o tempo que se passa desde o momento que o paciente sabe que vai passar por uma cirurgia até o momento da internação hospitalar.

Um dos cuidados muito importante dado ao paciente no pré-operatório é o preparo psicológico, ou seja, o evento em si é traumatizante então é muito importante que o paciente esteja sem medo e tranquilo, claro isso só pode ser feita em cirurgia eletiva ( ou seja com data marcado) porque em cirurgia de emergência as vezes não há tempo.

Outro cuidado que pode ser prestado é sobre algumas mudanças no estilo de vida do paciente que vai potencializar o sucesso da cirurgia ex: Paciente com uma intervenção respiratório seria prudente que ele se abstenha do cigarro pelo menos alguns dias antes da cirurgia, pode ser preciso em alguns casos mudar a dieta, perder peso etc.

Já os cuidados prestados no pré-operatório imediato são vários, mas geralmente são: jejum, tricotomia, retirada de próteses, joias, banho completo com antissépticos.

PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO

O pré-operatório imediato consiste nas 24 horas que antecedem a cirurgia. Alguns cuidados são realizados ainda clínica cirúrgica, mas devem ser reforçados quando o cliente dá entrada no CC.

TRANSOPERATÓRIO

O período Trans-Operatório é caracterizado pela realização da cirurgia. Ele vai desde a entrada do cliente na S.O. até a saída do cliente da mesma.

Neste período, o enfermeiro deve estar atento a várias situações que podem interferir no procedimento cirúrgico, no controle de processo infecciosos e na manutenção da vida do cliente.

Recepção no C.C.

A atuação da enfermagem nesse período requer conhecimento acerca de todos os eventos que acontecem durante o procedimento cirúrgico.

Os profissionais de enfermagem são os responsáveis pela recepção do paciente. Na área de recepção do paciente, eles deverão estar devidamente paramentados, com pijamas, sapatilhas e gorros. A recepção do paciente deve ser personalizada, respeitando sempre suas individualidades.

Realizar uma breve leitura do prontuário ou das recomendações de enfermagens vindas do setor de origem do paciente, certificando-se sobre os dados de identificação do paciente e sobre a cirurgia a que ele será submetido;

Observar se todos os cuidados pré-cirúrgicos relacionados ao procedimento foram devidamente realizados, como a administração de

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medicamentos pré-anestésicos (avaliando inclusive os seus efeitos)  e preparo do local (tricotomia) entre outros;

Verificar os sinais vitais do paciente, comunicando ao médico anestesista ou ao enfermeiro possíveis alterações;

Atentar para a presença e a necessidade de retirar esmalte dos dedos, adornos, brincos, cordões e pulseiras ou próteses dentárias, que normalmente são retirados antes do paciente deixar a unidade de origem com destino ao centro cirúrgico;

Colocar no paciente gorro e sapatilhas; as roupas de cama que o cobriam devem ser trocadas por roupas de cama do próprio centro cirúrgico;

Manter uma recepção calma, tranqüila que traga segurança ao paciente; Observar o comportamento do paciente: confiança, ansiedade,

melancolia, insegurança, agressividade, etc.

Transporte para a S.O.

Garantir a segurança física e emocional do paciente: as grades devem estar erguidas, o profissional deve posicionar-se à cabeceira da maca;

Avaliar a expressão facial do paciente; Cuidados com acesso venoso, drenos, infusões; Não realizar movimentos bruscos e manter o paciente protegido com o

lençol devido ao frio. Comunicar-se com o paciente; Garantir um transporte tranqüilo; Evitar conversas desnecessárias, brincadeiras, ruídos, etc. respeitando

o estado em que se encontra o paciente. 

Posicionamento na Mesa

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A transferência da maca para a mesa cirúrgica deverá ser realizada com muito cuidado, evitando-se movimentos bruscos, contando preferencialmente com a ajuda de outros profissionais presentes na sala. Cuidados sempre com próteses, como tubo oro-traqueal e ventilação mecânica, drenos e cateteres (dreno de tórax, cateter intracraniano) que poderão acidentalmente ser tracionados durante a passagem do paciente para a mesa de cirurgia. Se for possível contar com a ajuda do próprio paciente.

Necessidades no Posicionamento

Permitir o acesso seguro ao anestesista e cirurgião; Expor a região a ser operada; Manter a permeabilidade das VAS; Observar regiões que fiquem comprimidas;

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Observar se tem regiões do corpo em contato com a parte metálica da mesa;

Evitar garroteamento e distensões musculares.

Cuidados com o Posicionamento

Manipular lentamente o paciente anestesiado para evitar alterações no sistema cardiovascular e respiratório;

Retirar cuidadosamente as pernas das perneiras para evitar o afluxo de sangue da porção superior do tórax para os MMII, o que ocasiona queda da pressão arterial;

Manter a cabeça lateralizada e com uma cânula de Guedel na boca para aspiração de vômitos e secreção e queda de língua;

Observar as reações do paciente, Sinais Vitais e parâmetros de minitorização;

Registrar intercorrências e fatores de risco.

Anestesia

A maioria dos procedimentos cirúrgicos requer inconsciência, analgesia, amnésia e relaxamento neuromuscular.

Eles podem ser aplicados de formas diferentes, dependendo da cirurgia a ser realizada.

Medicamentos Pré - Anestésicos

Redução da Ansiedade; Sedação; Amnésia Anterógrada; Analgesia; Redução de Secreção das VAS; Redução do volume gástrico; Aumento do pH gástrico; Efeito antiemético; Redução da quantidade de anestésico. Benzodiazepínicos (Clonazepan, Diazepan); Difenidramina, utilizada no controle de reações alérgicas; Opióides (Morfina, Dolantina, Codeína); Anticolinérgicos, que inibem o reflexo vagal; Drogas Inibidoras da secreção de ácido clorídrico; Bloqueadores neuromusculares (Atracúrio, Pancurônio)

ANESTESIA

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Tipos de Anestesia:- Geral: Via inalatória, Via Endovenosa e Balanceada.- Anestesia Regional: Peridural, Espinhal ou epidural e Bloqueio de plexos

nevosos.- Anestesia combinada: Geral e Regional.- Anestesia Local.

Anestesia Geral

Estado reversível de inconsciência, caracterizado por amnésia, analgesia, depressão dos reflexos e relaxamento muscular resultante da ação de uma ou mais drogas no sistema nervoso.

Fase de Indução Fase de Manutenção Fase do Despertar

Anestesia Geral Inalatória

Os agentes anestésicos voláteis são utilizados sob pressão. Os efeitos se iniciam quando o agente inalado atinge concentração adequada no cérebro.

Estágio de Analgesia Estágio de Excitação Estágio de Anestesia Cirúrgica Estágio de Sobredose

Anestésicos Inalatórios

Óxido Nitroso (N2O); Halotano Enflurano Isoflurano Sevoflurano Desflurano Metoxiflurano

Efeitos

Produzem inconsciência, mas são analgésicos fracos. Produzem vasodilatação periférica. Produzem hipóxia por difusão, o que justifica sua administração em conjunto com o oxigênio. Produzem relaxamento da musculatura uterina, ocasionando hemorragia grave em pacientes e profissionais que entram e contato com estes gases.

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Anestesia Geral Endovenosa

Anestésicos venosos não - opióides: Barbitúricos, Cetamina, Propofol e benzodiazepínicos;

Opióides: Fentanil, Alfentanil; Bloqueadores Neuromusculares: Pancurônio.

Anestesia Geral Balanceada

Trata-se da combinação de Agentes anestésicos inalatórios e intravenosos.

Morbidade e Mortalidade em Anestesia Geral

American Society Anestesiologist (ASA) ASA 1: Paciente sadio, normal; ASA 2: Paciente com doença sistêmica leve; ASA 3: Paciente com doença sistêmica grave; ASA 4: Paciente com doença sistêmica intensa que é constante risco

para a vida; ASA 5: Paciente moribundo, que se espera sobreviver sem a cirurgia; ASA 6: Paciente com morte cerebral declarada e doador de órgãos em

potencial.

Anestesia Regional

Perda reversível da sensibilidade decorrente da administração de um agente anestésico para bloquear ou anestesiar a condução nervosa a uma extremidade ou região do corpo.

Anestesia Subdural

Também chamada de anestesia espinhal, raquianestesia ou epidural. A aplicação do anestésico acontece no LCR, que está no espaço subaracnóideo, resultando em bloqueio simpático, bloqueio motor, analgesia e insensibilidade aos estímulos. É realizada em procedimentos cirúrgicos realizados abaixo da cicatriz umbilical. A punção se dá entre L2 e L3 ou entre L3 e L4 ou entre L4 e L5.

Epinefrina, Fenilefrina, Opióides, Fentanil e anestésicos podem ser administrados por esta via.

Cefaléia, retenção urinária, lesão das raízes nervosas, hipotensão, parada respiratória, hematoma espinhal, meningites sépticas e assépticas, Síndrome da Cauda Eqüina (disfunção vesical e intestinal, perda de sensibilidade no períneo e fraqueza de MMII).

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Anestesia Peridural

Aplicação de anestésico no espaço peridural (localizado entre a dura-máter e o espaço subaracnóideo). O posicionamento e o local da punção são os mesmos da raquianestesia. Lidocaína e Cloroprocaína são os anestésicos mais utilizados. Punção subaracnóidea acidental, Punção vascular com hipotensão, convulsões, taquicardia e PCR, Retenção urinária, infecção local, abscesso, Hematoma, dor lombar são os efeitos mais comuns.

Bloqueio de Nervos Periféricos

Consiste na administração de anestésico local provocando perda da sensibilidade local. O início e a duração do bloqueio estão relacionados com a droga, a concentração e o volume administrado. Dentre as complicações estão: Injeção acidental intravascular, superdosagem, lesão do nervo, compressão do nervo.

Anestesia Local

É a infiltração de um anestésico local. A maioria dos anestésicos locais possui ação vasodilatadora, sendo mais comumente utilizada a lidocaína e a bupivacaína.

PÓS-OPERATÓRIO

O período pós-operatório tem início a partir do término da cirurgia, com a transferência do paciente para a Sala de Recuperação Pós-anestésica.

É dividido em imediato (primeiras 24 horas), mediato (do 2º ao 7º dia) e tardio (do 8º ao 30º dia).

Equipamentos da SRPA

Cama com grades laterais de segurança, se possível, antropométrica; Monitor Multiparamétrico: contendo ECG e opcional para pressão arterial

não invasiva e invasiva (PAP,PVC,PIC,DC), oximetria de pulso, capnografia, temperatura e respiração. Incluindo os acessórios: cabo paciente, sensor para oximetria de pulso, cabo para transdutor de pressão, suporte de transdutor, kit de monitorização completo ou para montagem (transdutor, dome, torneirinha, tubo extensor e bolsa de pressão);

Respirador; Bomba de Infusão; Esfigmomanômetro; Estetoscópio;

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Termômetro; Suporte de soro; Painel de gases checado (manômetro de oxigênio, ar comprimido e

vácuo, e fluxômetro de oxigênio e ar comprimido); Aspirador a vácuo (coluna d’água); Aspirador de secreção (frasco coletor e redutor); Ambú com máscara; Nebulizador com traquéia e máscara; Umidificador. Carrinho Cardio-respiratório, contendo desfibrilador, materiais e drogas; Colchão Térmico; Eletrocardiógrafo; Gerador de Marcapasso; Balão Intra-aórtico; Bomba de Aspiração à vácuo Intermitente. Carrinho Cardio-respiratório, contendo desfibrilador, materiais e drogas; Colchão Térmico; Eletrocardiógrafo; Gerador de Marcapasso; Balão Intra-aórtico; Bomba de Aspiração à vácuo Intermitente. Eletrodos; Cateter para aspiração de secreções; Cateter de oxigênio nasal; Luvas; Máscaras; Gaze; Régua de nível.

Aspectos Gerais

A SRPA é localizada próximo às salas de cirurgia. Os equipamentos especiais incluem aqueles para auxílio respiratório; oxigênio, laringoscópio, kits para traqueostomia, sondas, ventiladores mecânicos e material de sucção. Outros equipamentos são necessários para atender à demanda circulatória, como aparelho de pressão, conjuntos para nutrição parenteral, sangue de doador universal, expansores plasmáticos, bandejas de dissecção, e equipamentos de parada cardíaca, desfibrilador, cateteres venosos e torniquetes. Materiais de curativo cirúrgico, narcóticos e medicamentos de emergência devem estar disponíveis, bem como conjuntos de cateterização e equipamentos de drenagem.

A temperatura da sala deve estar entre 19º e 22º C e a sala deve possuir boa ventilação. O paciente deve permanecer nessa unidade até que se tenha recuperado totalmente da anestesia, isto é, até que apresente uma pressão arterial estável, função respiratória adequada e grau de consciência razoável.

Cuidados Específicos

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Os sinais vitais e a avaliação física do paciente devem der verificados a cada 15 minutos na primeira hora, a cada 30 minutos na segunda hora e a cada hora a partir de então.

Em ordem de prioridade, a permeabilidade das vias aéreas e a função respiratória são avaliadas com prioridade, seguidas da avaliação da função cardiovascular (incluindo-se os sinais vitais), da condição do local da cirurgia e do sistema nervoso central. O choque pode ser em grande parte, evitado com a administração adequada de líquidos intravenosos, sangue e medicamentos que elevem a pressão arterial.

Complicações

Padrão Respiratório alterado Alterações de ritmo e freqüência cardíaca Alterações na Pressão Arterial Hipovolemia Excesso de Volume de Líquidos Edema Alterações de Temperatura

- Hipertermia maligna: taquipnéia, taquicardia, hipóxia, rigidez muscular, acidose respiratória, arritmia, cianose, sudorese, e elevação de 1 a 2º C de temperatura a cada 5 minutos.

Lesão de descontinuidade na pele Lesão por trauma Dor Redução da mobilidade Náuseas e vômitos Infecção

Alta da SRPA

Critérios para Alta da SRPA:- Padrão respiratório eficaz, com troca gasosa adequada;- Presença de Reflexos Glossofaríngeos,- Estabilização dos Sinais Vitais;- Retorno do Nível de consciência;- Mínimo de dor possível;- Sinais de volemia adequada, com volume urinário de 30 ml / h e Pressão

Arterial estabilizada;- Ausência de sangramento por sondas ou drenos.

Tempos Cirúrgicos

A expressão “tempo cirúrgico” caracteriza a seqüência de procedimentos utilizada na manipulação dos tecidos e vísceras durante o ato operatório, sendo

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identificada por quatro tempos básicos: Diérese, hemostasia, exérese e síntese.

Diérese

Constitui a secção tecidual e propicia o campo operatório ou liberação as estruturas anatômicas. A diérese pode ser obtida por:

Secção: Ato de cortar com tesoura, serra, lâmina, bisturi elétrico, laser, ultra-som.

Divulsão: Separação dos tecidos com pinça, tesoura ou afastadores. Punção: materiais perfurantes, como trocartes, agulha de veres. Dilatação: Obtida por rotura de fibras musculares ou de tecido fibroso. Serração: realizada por meio de serra.

Hemostasia

Conjunto de medidas adotadas pelo cirurgião para prevenir, deter ou coibir o extravasamento sanguíneo. No período intra-operatório, de modo a manter limpo o campo operatório. A hemostasia pode ser natural ou espontânea, temporária ou definitiva.

Hemostasia natural é o fechamento espontâneo de dezenas de pequenos vasos seccionados em uma incisão cirúrgica.

Hemostasia temporária pode ser cruenta, se for se for executada no campo operatório, ou incruenta, se for distante dele. É realizada por pinçamento, garroteamento, ação farmacológica, parada circulatória com hipotermia ou oclusão endovascular.

A hemostasia definitiva é quase sempre cruenta, interrompendo de forma definitiva a circulação do vaso. Ela pode ser do tipo ligadura, cauterização, sutura ou tamponamento.

Exérese

Significa retirada. É a cirurgia propriamente dita. Podem-se utilizar instrumentos de preensão, clampes, sondas criogênicas ou endoscópios.

Síntese

É o tempo cirúrgico que consiste na aproximação das bordas dos tecidos seccionados. A síntese pode ser realizada por meio de fios de sutura ou de grampos metálicos. Os instrumentos mais utilizados são porta-agulhas, pinças, agulhas e fios.

Os fios podem ser de material natural ou sintético. Eles podem ser absorvíveis ou não absorvíveis.

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Os fios absorvíveis podem ser naturais ou sintéticos. O fio absorvível natural, o categute, é obtido a partir do intestino de ovelhas ou bovinos. Pode ser simples (absorção em até 08 dias) ou cromado (absorção em até 20 dias).

Os fios absorvíveis sintéticos são o ácido poligaláctico (absorção em 60 a 90 dias) e o fio polidioxanona (absorção em até 90 dias).

Os fios inabsorvíveis podem ser obtidos através da seda (mantém força tênsil por até 01 ano e são fagocitados em até 02 anos) ou através do algodão.

O fio de poliamida pode ser fagocitado em até 05 anos. O fio de polipropileno é o de menor reação tecidual, sendo muito usado em cirurgias cardíacas. Também existem fios de aço inoxidável, mais utilizado em suturas ósseas.

O Bisturi elétrico

O bisturi elétrico é um equipamento que transforma a corrente elétrica de baixa em alta freqüência. É utilizado para cortar e realizar hemostasia ao mesmo tempo. A placa neutra requer gel condutor e deve ser colocada em um local limpo, com pele seca, sem pêlos e sobre grande massa muscular.

EVOLUÇÃO DO ADULTO E IDOSO

Deve-se começar a evolução lavando as mãos, realizar as medidas antropométricas e a verificação dos sinais vitais, só depois devemos começar com as anotações na ficha de evolução.

ATENÇÃO AO ADULTO

O preenchimento da evolução deve ser feito desta forma:

Nome do paciente, idade, cor, sexo.

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Deve-se começar a evolução lavando as mãos, realizar as medidas antropométricas e a verificação dos sinais vitais, só depois devemos começar com as anotações. Deve-se começar informando o estado de consciência do paciente (lúcido, deslúcido), estado de orientação (Consciente, confuso, Calmo, agitado, orientado, desorientado, sonolento, acordado), informar se está acompanhada por quem: (mãe, pai, tia, avó, esposa, etc..), como se encontra o paciente e seus parâmetros: (corado, descorado, ictérico, afebril, dispneico,etc..) condições em que se apresenta o paciente: (escoriações, hematomas, tosse produtiva / seca, tipo de abdome, e se há presença de dor ou indolor a palpação), em relação ao estado nutricional: jejum, (soroterapia, avp (msd - mse / mid - mie) (salinizado) - (com/sem sinais flogísticos) , sva / svd(com debito em ml), condições do curativo umbilical (tipo: oclusivo, etc..).

Após a identificação das condições do paciente, deve iniciar o exame físico no sentido encéfalo podálico.

Tipos de crânio, presença de escoriações e moléstias, pele, exame de simetria dos olhos, pupilas (Isocórica /Anisocórica), esclerótica (ictérica/Anictérica), sensibilidade a luz (foto reagente, isofotoreagente, anisofotorreagente), nariz verificar a simetria dapirâmide nasal, mucosa, no ouvido verificar presença de dor/indolor a palpação, presença de cerume no conducto auditivo, na boca verificar a hidratação/ mucosa, presença ou ausência da dentição, condições de coloração da língua (rósea/saborosa), no pescoço deve-se observar a presença dos gânglios supra, infra e meato mandibular e subclaviculares, no tórax verificar a simetria das mamas, expansibilidade torácica, deve-se realizar a inspeção das mamas (bicos, aureolas e coloração), verificar o icto cortiz no 5º espaço intercostal, realizar a ausculta cardíaca (bulhas, ritmo, tons), na ausculta respiratória (ritmo, freqüência, murmúrios vesiculares e ruídos adventícios), observar o tipo de abdome n o exame da inspeção (globoso, flácido, rígido, côncavo, distendido), na ausculta verificar a presença de movimentos peristálticos, na percussão avaliar a presença de tons timpânicos, na palpação verificar as condições do fígado, pâncreas, bolos fecais e gazes, no exame das genitálias, devemos observar a presença de Corrimento incomum no pênis ou vagina, Feriadas ou verrugas na área genital, Queimação ao urinar, Coceira e vermelhidão na área genital, Coceira, ferida ou sangramento no ânus, nos membros superiores e inferiores verificar a hidratação da pele (Coloração: palidez, vermelhidão e cianose em extremidades) (Hidratação: Integridade,espessura, elasticidade/Mobilidade,turgor), verificar edemas, feridas, manchas, se há presença de curativo (tipo: oclusivo, fechado, simples, aberto, etc..).

Após as informações acima, devemos colocar os valores dos sinais vitais (SSVV): PA, bpm, irpm, tax.

Informar a conduta a ser feita para o paciente (se refere ao que você achou das condições de saúde/ doença dele).

ATENÇÃO AO ADULTO HOSPITALIZADO

Deve-se começar a evolução lavando as mãos, realizar as medidas antropométricas e a verificação dos sinais vitais, só depois devemos começar com as anotações na ficha de evolução.

Data atual e o nome do paciente, ala, setor, leito

#DI (dias de internação)## QP (queixa principal)## SOLUÇÕES E MEDICAMENTOS (Todo e qualquer tipo de medicação,

soroterapia entre outros equipamentos ligados ao paciente)#

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Deve-se começar informando o estado de consciência do paciente (lúcido, deslúcido), estado de orientação (Consciente, confuso, Calmo, agitado, orientado, desorientado, sonolento, acordado), informar o diagnostico médico, dias de internaçcomo se encontra o paciente e seus parâmetros: (corado, descorado, ictérico, afebril, dispneico,etc..) condições em que se apresenta o paciente: (escoriações, hematomas, tosse produtiva / seca, tipo de abdome, e se há presença de dor ou indolor a palpação), em relação ao estado nutricional: jejum, (soroterapia, avp (msd - mse / mid - mie) (salinizado) - (com/sem sinais flogísticos) , sva / svd(com debito em ml), condições do curativo umbilical (tipo: oclusivo, etc..).

Após a identificação das condições do paciente, deve iniciar o exame físico no sentido encéfalo podálico.

Tipos de crânio, presença de escoriações e moléstias, pele, exame de simetria dos olhos, pupilas (Isocórica /Anisocórica), esclerótica (ictérica/Anictérica), sensibilidade a luz (foto reagente, isofotoreagente, anisofotorreagente), nariz verificar a simetria dapirâmide nasal, mucosa, no ouvido verificar presença de dor/indolor a palpação, presença de cerume no conducto auditivo, na boca verificar a hidratação/ mucosa, presença ou ausência da dentição, condições de coloração da língua (rósea/saborosa), no pescoço deve-se observar a presença dos gânglios supra, infra e meato mandibular e subclaviculares, no tórax verificar a simetria das mamas, expansibilidade torácica, deve-se realizar a inspeção das mamas (bicos, aureolas e coloração), verificar o icto cortiz no 5º espaço intercostal, realizar a ausculta cardíaca (bulhas, ritmo, tons), na ausculta respiratória (ritmo, freqüência, murmúrios vesiculares e ruídos adventícios), observar o tipo de abdome n o exame da inspeção (globoso, flácido, rígido, côncavo, distendido), na ausculta verificar a presença de movimentos peristálticos, na percussão avaliar a presença de tons timpânicos, na palpação verificar as condições do fígado, pâncreas, bolos fecais e gazes, no exame das genitálias, devemos observar a presença de Corrimento incomum no pênis ou vagina, Feriadas ou verrugas na área genital, Queimação ao urinar, Coceira e vermelhidão na área genital, Coceira, ferida ou sangramento no ânus, nos membros superiores e inferiores verificar a hidratação da pele (Coloração: palidez, vermelhidão e cianose em extremidades) (Hidratação: Integridade,espessura, elasticidade/Mobilidade,turgor), verificar edemas, feridas, manchas, se há presença de curativo (tipo: oclusivo, fechado, simples, aberto, etc..).

Após as informações acima, devemos colocar os valores dos sinais vitais (SSVV): PA, bpm, irpm, tax.

Realizar a prescrição de enfermagem a ser feita para o paciente (se refere ao que você fará para a melhoria das condições de saúde/ doença do paciente).

EXAME FÍSICO NO ADULTO E IDOSO

AULA DISPONIVEL NO SITE DO PROFESSOR.

Endereço eletrônico: WWW.professormarlon.weebly.com

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ANEXOS

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APOSTILA DE SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

ANEXOS

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