poiesis 191

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Literatura, Pensamento & Arte Ano XIX- nº 191 - fevereiro de 2012 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis www.jornalpoiesis.com Página 4 Psicoterapia Holística e Cursos de Reiki Tel. (22) 2653-3087 / 8102-0959 www.reikiadistancia.com.br Camilo de Lélis Mendonça Mota Terapeuta Holístico, CRT 42617 Hemolagos precisa de doadores de sangue Davi Sacer é recorde de público em Araruama Página 4 Estado poderá aprovar código ambiental em 2012 Camilo Mota Informe Publicitário Camilo Mota Sob a lona se faz cultura Aê Coaracy, do grupo Marinheiros do Sol, fez apresentação de teatro de bonecos e contação de histórias Além do projeto Verão Alto Astral, desenvolvi- do em parceria entre a Prefeitura de Saquarema e o Governo do Estado, trazendo vários grandes shows para o município, uma outra onda de cultu- ra, arte e lazer aconteceu nos finais de semana de janeiro na Lona Cultu- ral montada no canto da Praia da Vila. O evento mobilizou quem frequen- tou a orla nos finais de tarde com oficinas de ar- tes, contação de histórias, shows musicais. Apesar da importância do projeto e da ocupação do novo es- paço com atividades lúdi- cas e artísticas, ainda não há notícia de como será a continuidade das ativi- dades. Nota-se uma falta de planejamento a curto e médio prazo, o que faz re- fletir sobre a necessidade de se deixar claro quais as políticas culturais que se quer desenvolver no muncípio, tanto por parte dos órgãos governamen- tais envolvidos quanto por parte dos próprios artistas locais. Página 3. Camilo Mota ETE de Bacaxá será inaugurada dia 10 Renda Melhor é lançado em Saquarema e Araruama O ano letivo começa com novidades. A partir do dia 6 de fevereiro, a Es- cola Técnica Estadual de Bacaxá começa a receber seus primeiros alunos para os cursos de Edifi- cações, Meio Ambiente, Hospedagem, Eletrome- cânica, Petróleo e Gás, Segurança do Trabalho, Inglês, Espanhol e In- formática. O processo seletivo não conseguiu preencher todas as va- gas, mas a Faetec passou para a Prefeitura de Sa- quarema a incumbência de preencher as restan- tes a partir de critérios próprios. Página 4. Regina Mota A mata atlânca na Região Serrana Rodrigo Neves, prefeita Franciane Moa e Sérgio Cabral Filho O governador Sérgio Cabral Filho lançou os programas Renda Melhor e Renda Melhor Jovem em Saquarema e Araruama no dia 30 de janeiro. Os investimentos do Governo do Estado alcançam a cifra total de R$ 1 bilhão até 2014. Mais de 5 mil famílias serão atendidas nos dois municípios. Página 3. O primeiro Código Ambiental do Estado do Rio poderá ser votado no plenário da Alerj ainda em 2012. Esta é a in- tenção do vice-presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, deputado André Lazaroni (PMDB). O documen- to já está pronto e audiências públicas devem começar a ser realizadas com a sociedade civil. Página 5. Psicanálise e Cultura O relacionamento entre o indivíduo e o dinheiro A sociedade de consu- mo cria limitações ao desenvolvimento do in- divíduo, podendo este desenvolver patologias devido a sua falta de equilíbrio entre suas emoções, os impulsos de sua alma e as exi- gências de uma socie- dade marcadamente materialista. Página 7. Literatura Um conto e o seu tempo No conto “Vó-zona”, Ger- son Valle continua mos- trando a trajetória de sua personagem Saionara. Com uma narrativa leve e bem estruturada, o autor Luto Adeus a Maria Alice do PT nos apresenta uma obra aberta, fazendo uma refle- xão sobre a profundeza da compreensão do tempo e sua relação com o indiví- duo. Página 2. O movimento social e político de Saquarema perdeu uma de suas mais expressivas vozes: Maria Alice Correa. Conhecida como Maria Alice do PT, ela faleceu no dia 27 de janeiro. Página 4. Atendimento com hora marcada na Clínica Elaboração, no Porto da Roça. “Obedecer aos mandamentos da nossa Alma, do nosso Eu Superior, os quais aprendemos através da consciência, do instinto e da intuição, isso é o que verdadeiramente importa.” Dr. Edward Bach Claudia Shoes Em Jaconé, a Claudia Shoes ajuda você a estar sempre na moda, pagando muito pouco por isto. Beleza e conforto, com pagamento facilitado através de cartões de crédito e débito, para você levar para casa os mais lindos sapatos, sandálias, bolsas e acessórios. Faça-nos uma visita e comprove. ( (22) 2652-3848 - 9286 -0515 Fotos: Camilo Mota Rua 96, nº 2018 - esquina com R. 14 Jaconé - Saquarema - RJ

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Edição de fevereiro de 2012.

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Page 1: Poiesis 191

Literatura, Pensamento & ArteAno XIX- nº 191 - fevereiro de 2012 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

www.jornalpoiesis.com

Página 4

Psicoterapia Holísticae Cursos de Reiki

Tel. (22) 2653-3087 / 8102-0959

www.reikiadistancia.com.br

Camilo de Lélis Mendonça MotaTerapeuta Holístico, CRT 42617

Hemolagos precisa de doadores de sangue

Davi Sacer é recorde de público em AraruamaPágina 4

Estado poderá aprovar código ambiental em 2012

Camilo Mota

Informe Publicitário

Camilo Mota

Sob a lona se faz cultura

Aê Coaracy, do grupo Marinheiros do Sol, fez apresentação de teatro de bonecos e contação de histórias

Além do projeto Verão Alto Astral, desenvolvi-do em parceria entre a Prefeitura de Saquarema e o Governo do Estado, trazendo vários grandes shows para o município, uma outra onda de cultu-ra, arte e lazer aconteceu

nos finais de semana de janeiro na Lona Cultu-ral montada no canto da Praia da Vila. O evento mobilizou quem frequen-tou a orla nos finais de tarde com oficinas de ar-tes, contação de histórias, shows musicais. Apesar

da importância do projeto e da ocupação do novo es-paço com atividades lúdi-cas e artísticas, ainda não há notícia de como será a continuidade das ativi-dades. Nota-se uma falta de planejamento a curto e médio prazo, o que faz re-

fletir sobre a necessidade de se deixar claro quais as políticas culturais que se quer desenvolver no muncípio, tanto por parte dos órgãos governamen-tais envolvidos quanto por parte dos próprios artistas locais. Página 3.

Camilo Mota

ETE de Bacaxá será inaugurada dia 10

Renda Melhor é lançadoem Saquarema e Araruama

O ano letivo começa com novidades. A partir do dia 6 de fevereiro, a Es-cola Técnica Estadual de Bacaxá começa a receber seus primeiros alunos para os cursos de Edifi-cações, Meio Ambiente, Hospedagem, Eletrome-cânica, Petróleo e Gás, Segurança do Trabalho, Inglês, Espanhol e In-formática. O processo seletivo não conseguiu preencher todas as va-gas, mas a Faetec passou para a Prefeitura de Sa-quarema a incumbência de preencher as restan-tes a partir de critérios próprios. Página 4.

Regina Mota

A mata atlântica na Região Serrana Rodrigo Neves, prefeita Franciane Motta e Sérgio Cabral Filho

O governador Sérgio Cabral Filho lançou os programas Renda Melhor e Renda Melhor Jovem em Saquarema e Araruama no dia 30 de janeiro. Os investimentos do Governo do Estado alcançam a cifra total de R$ 1 bilhão até 2014. Mais de 5 mil famílias serão atendidas nos dois municípios. Página 3.

O primeiro Código Ambiental do Estado do Rio poderá ser votado no plenário da Alerj ainda em 2012. Esta é a in-tenção do vice-presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, deputado André Lazaroni (PMDB). O documen-to já está pronto e audiências públicas devem começar a ser realizadas com a sociedade civil. Página 5.

Psicanálise e CulturaO relacionamento entre o indivíduo e o dinheiro

A sociedade de consu-mo cria limitações ao desenvolvimento do in-divíduo, podendo este desenvolver patologias devido a sua falta de

equilíbrio entre suas emoções, os impulsos de sua alma e as exi-gências de uma socie-dade marcadamente materialista. Página 7.

LiteraturaUm conto e o seu tempo

No conto “Vó-zona”, Ger-son Valle continua mos-trando a trajetória de sua personagem Saionara. Com uma narrativa leve e bem estruturada, o autor

LutoAdeus a Maria Alice do PT

nos apresenta uma obra aberta, fazendo uma refle-xão sobre a profundeza da compreensão do tempo e sua relação com o indiví-duo. Página 2.

O movimento social e político de Saquarema perdeu uma de suas mais expressivas vozes: Maria

Alice Correa. Conhecida como Maria Alice do PT, ela faleceu no dia 27 de janeiro. Página 4.

Atendimento com hora marcada na Clínica Elaboração, no Porto da Roça.

“Obedecer aos mandamentos da nossa Alma, do nosso

Eu Superior, os quais aprendemos através da

consciência, do instinto e da intuição, isso é o que

verdadeiramente importa.”Dr. Edward Bach

Claudia ShoesEm Jaconé, a Claudia Shoes ajuda você a estar sempre na moda, pagando muito pouco por isto. Beleza e conforto, com pagamento facilitado através de cartões de crédito e débito, para você levar para casa os mais lindos sapatos, sandálias, bolsas e acessórios. Faça-nos uma visita e comprove.

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Fotos: Camilo Mota

Rua 96, nº 2018 - esquina com R. 14Jaconé - Saquarema - RJ

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2 nº 191 - fevereiro de 2012

CONTO

O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Edi-tor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Consel-ho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Celso Caciano Brito, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb. Diagramação:

EXPEDIENTECamilo Mota. CAIXA POSTAL 110.912 BACAXÁ - SAQUARE-MA - RJ CEP 28993-970 ( (22) 2653-3597 ( (22) 9201-3349 ( (22) 8818-6164 ( (22) 9982-4039 E-mail: [email protected] Site: www.jornalpoiesis.com. Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pe-dro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis. Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digi-

talizadas, em formato A4, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho edito-rial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo do Word (.doc ou .docx). Os textos assinados são de inteira responsabi-lidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

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Aos sete anos Saionara conhe-

ceu no colégio a palavra “zona” significando uma bagunça. Daí surgiu o primeiro trocadilho que fez na vida. Pelo menos o primeiro a chamar a atenção dos mais ve-lhos. E com isto demonstrar certa precocidade, ou tendência criati-va, imaginosa, inteligência, aos olhos dos adultos, que passaram orgulhosamente a incentivar seus ditos, narrando-os sempre, mesmo em sua presença, como a esperar que ela gratificasse o mundo a par-tir de algum dom que compense nossas misérias. Até então chama-va a mãe de seu pai adotivo sim-plesmente de “avozinha”, como lhe ensinaram desde que adotada. Mas, era tal a descontração que a senhora Maria Eduarda a deixava para fazer a “baguncinha” que qui-sesse, que resolveu promovê-la do diminutivo “zinha” para o aumen-tativo “zona”, e assim referir-se também à “zona” que fazia, à von-tade, sem reprimenda da generosa “vó-zona”.

Maria Eduarda era viúva de um diplomata. Com ele viveu em Caracas, Lisboa, e, sim, senhor, Paris! Uma carreira brilhante o le-vou para uma das representações mais cobiçadas de quase todos os colegas (no que chamam de “cir-cuito Helena Rubnstein”, Londres, Paris, Nova Iorque). Não de todos, pois sempre tem quem ache maior projeção em servir num lugar me-nos brilhante do que ser ofuscado pelo brilho do sol. E há também os que desejam só bater o ponto sem que lhe percebam a presen-ça, preferentemente onde pouca coisa acontece. Não era o caso de “Tiço”, forma carinhosa como a Vozona referia-se a seu amado. Saionara não o conheceu, já vendo

sempre a Vozona como uma eterna viúva. Para a criança as pessoas fo-ram sempre o que são. E, mesmo quando ela soube o nome do “avô adotivo” (função por ela inventa-da), Tarcísio de Azambuja Lemos, predominou para o resto de sua vida a forma “Tiço” para denomi-ná-lo, pois só pelas referências da avó formava-lhe alguma imagem com sentido, ainda que viesse a sa-ber um ou outro fato referente a ele. E isto a ajudou a compreender que a “ciência” da História também se faz pela vivência afetiva.

Não que a avó Maria Eduarda fosse uma saudosista no sentido de viver exclusivamente no passa-do. Até que ela se atualizava bem com os fatos e cultura dos novos tempos. Mas, seus sentimentos refletiam por vezes ecos de coisas acontecidas muito felizes. Sobretu-do Paris.

O pai adotivo de Saionara, Car-los Lemos, nascera temporão. De certa forma, o filho foi o primeiro “neto” de Maria Eduarda, cuja do-çura sempre tivera mais do distan-ciamento carinhoso de avó que da preocupação de mãe. Foi fácil para ela ser tão naturalmente avó da fi-lha adotiva de seu filho, o que nem toda pessoa de antiga geração ad-mite com facilidade. Não se pode esquecer que certa tradição egoísta fazia as pessoas se orgulharem pela tradição do sangue. E, no caso, o tal “sangue” ainda pareceria menos ortodoxo para uma pessoa antiga, pois a menina era mulata. Não, no entanto, para uma culta, bondosa e inteligente senhora como Maria Eduarda. Numa segunda piada da infância de Saionara, quando sua mãe adotiva reclamou que estava abusando do vigor da avó em cer-tas brincadeiras:

- Vozona nunca foi antiga.Com isto queria dizer não so-

mente que ela não envelhecera, mas também nunca pensara e agira como as pessoas de antigamente. Assim podia compreender as brin-cadeiras dos jovens, sendo ela mes-ma moderninha.

Na verdade, Saionara não se aprofundou jamais, mesmo com toda sua curiosidade por tudo que se refere à História, em como fora, de fato, a vida da Vozona. Parecia-lhe difícil fugir das impressões tão gratas que lhe ficaram da infância. E a História passava para o plano emotivo...

Sabia que em Paris ela se dava muito com duas senhoras do cír-culo de amizades do marido. Uma se tornou sua professora de piano, Magucha Larinska. A outra, Olga Garcia, destoava inteiramente das amigas. Já bem senhora, ali-ás, quando Saionara a conheceu, andava com uns vestidos curtos, muito pintada, faceira. Gostava de cantar canções francesas do tempo em que as três vivenciaram Paris. Trazia as partituras para Magucha acompanhá-la ao piano. Apesar de a professora ser musicalmente

muito séria, tendo feito carreira como concertista erudita, divertia-se com aquelas canções populares. Também a avó, que nada tinha de modinheira, ficava toda sorrisos com as melodias que, de certo, lembravam-lhe ares e charme pa-risienses.

Olga, das três, era a única não casada com diplomata. E ao tempo em que Saionara a conheceu em tardes na casa da Vozona, era tam-bém a única que não ficara viúva. Seu marido, Ênio Garcia, trabalha-va em importação e exportação. Bem sucedido, constantemente estava em Paris, sendo amigo dos diplomatas brasileiros. Maria Edu-arda conservara a amizade com o casal, sempre os convidando à sua casa. Saionara, já adolescen-te, estranhava cada vez que Olga cantava, cheia de trejeitos com o corpo, provocantemente sensual. A voz ganhava o timbre anasala-do francês com os erres fortes dos “chanssoniers” mudando o caráter meio ingênuo e com os efes e er-res familiares do ambiente da casa. Não lhe parecia ser a mesma Olga

que conversava “sem saliências” ainda há pouco, mesmo se brincan-do, com perguntas no máximo de audácia se a menina já tinha namo-rado... Uma mulher da noite pare-cia baixar ali. Incorporação do tipo umbandista de uma pomba gira? Como a música, a dança, qualquer representação, transportam as pes-soas! Volta e meia Olga lhe piscava um olho, como a mostrar conivên-cia com a sua juventude. Como se todo jovem estivesse prestes a fa-zer uma safadeza. E como se ela, já velha, voltasse com a canção de ambiente boêmio parisiense a ser também uma garota namoradeira... Será que ela o foi, realmente? Teria ido para Paris antes de conhecer seu Ênio e lá tornou-se numa es-pécie do que mais tarde se chamou garota de programa? Ele a conhe-ceu assim? Teria sido uma paixão tão grande que resolveram esque-cer todo passado comprometedor que ela pudesse ter? Seria ele, atrás da cara fechada de comerciante, parecendo sempre estar tratando de assunto decisivo, um boa praça cordato, compreensivo ao extre-mo, superior às convenções de seu tempo? E mais que isto, capaz de uma grande paixão? Tão acima das convenções que não se importasse que sua mulher recordasse em um meio familiar de suas safadezinhas antigas, como a forma com que ela torceu-se toda na frente de Carlos, o pai adotivo de Saionara como ex-pressão representada das intenções do que cantava? Todos os presen-tes riram. Tanta malícia, de brinca-deira? A adolescente Saionara se questiona até que ponto as pessoas necessitam extravasar sensualmen-te seus anseios mascarados “no dia a dia sem canção francesa”. Ao mesmo tempo sua imaginação cria possíveis caminhos do passado, pesquisando por hipóteses, procu-

rando a verossimilhança na imagi-nação, usando técnica narrativa de escritores.

As recordações da época em que eram amigas na França supera-vam tudo nas três. Paris tocava for-te nelas, e era preciso até que uma delas fizesse a coquete para que nada se perdesse de seu ambiente. Talvez de suas juventudes. Havia um momento em que Olga não fa-zia mais trejeito sensual, e as três cantavam juntas, com a emoção de quem a viveu de verdade, “La vie en rose”...

Momento inspirador para Saio-nara. O mundo já não está tão róseo como a espontaneidade e emoção das três velhinhas pareciam recor-dar. Por outro lado não se pode dar razão aos saudosistas de que somente aquele róseo de uma at-mosfera passada seja compatível com nossa existência. Sempre há mudanças de cores no ar. É preciso captá-las. E recuperá-las. Não será no estudo de História que a com-preensão de um róseo de canção sentimental pode complementar o marrom de uma era roqueira? É mesmo necessário apagar o passa-do como ultrapassado e vivenciar somente novos aspectos dos nossos velhos temas? Não estaremos ape-nas brigando por novas roupagens, esquecendo o fundamento de nossa essência? Brigar o presente contra o passado é guerra entre o que ves-timos, a variedade de nossas cria-ções aparentes, apenas parcelas do conjunto maior que somos. E nos põe neuróticos! Saionara ainda pesquisaria a História para redes-cobrir a alegria das três velhinhas. “La vie em rose” retornada e in-corporada numa sala de um aparta-mento de agora. Sem brigas com o contemporâneo. Sem passado nem presente posaram de superiores, competidores. Não seria possível?

Alexandre Rivero

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Page 3: Poiesis 191

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Sérgio Cabral lança Programa Renda Melhor em Saquarema e Araruama

A cultura que se constrói sob a lonaAinda sem definição sobre sua continuidade, projeto cultural sinaliza o caminho para a arte como construtora de cidadania

Camilo Mota

A Lona Cultural montada pela Prefeitura de Saquarema no canto da Praia da Vila trouxe uma nova vitalidade aos finais de tarde de verão, através do projeto desenvolvido às sextas e domingos, com oficinas de arte, contação de histórias, animação dançante e shows. Ainda que no início de janeiro houvesse um tanto de falta de organização, o projeto foi ganhando corpo e se fortalecendo, atraindo um públi-co bastante variado, superando assim as adversidades iniciais. Nisso, Cleber Santos (Binho) e Kelle Figueiredo, que estavam representando ali o poder pú-blico, conseguiram segurar a onda, na medida de suas possibi-lidades. E nem a chuva e o mau tempo foram obstáculos nalguns dias, tendo a persistência dos artistas sendo colocada à pro-va para atender às crianças que chegavam para aulas de pintura oferecidas pelo Círculo Artístico e Cultural de Saquarema (Cacs), sob a coordenação de Telma Ca-valcanti, por exemplo.

Mas quando a coisa começa a caminhar e se fortalecer, rece-bemos a notícia de que o projeto estaria acontecendo somente no mês de janeiro. Uma campanha de artistas e articuladores cul-turais chegou a ser ensaiada nas redes sociais, com a finalidade

de sensibilizar os que detêm o poder de dizer “sim” ou “não” à continuidade do projeto. Mas até o fechamento desta edição do Jornal Poiésis, ainda não ha-via qualquer sinal positivo por parte da Prefeitura. Em nosso entendimento, as secretarias de Educação e Cultura e de Turis-mo, Esporte e Lazer precisam demonstrar um posicionamento claro sobre o que realmente pre-tendem em termos de cultura e arte ao oferecer o espaço da Lona Cultural para a população e aos visitantes da cidade, não só na época do verão, mas também na chamada baixa temporada. Com um mês de atividades e mais onze de silêncio não se pode construir

muita coisa.Quando dizemos posiciona-

mento claro, queremos abrir um questionamento sobre va-lores, atitudes, duração, proje-ções e, enfim, vontade política no campo das ações culturais que podem ser proporcionadas inicialmente pelo poder público. Não se trata de a Prefeitura pro-porcionar lazer o tempo todo. O que se está propondo aqui é um esclarecimento (e um posiciona-mento) sobre as reais finalidades da arte e da cultura na forma-ção do cidadão. E neste tocante, o poder público ainda tem um papel fundamental. Ao gerir um projeto como o da Lona Cultural, está se criando um meio de pro-

porcionar às pessoas não só lazer (como a dança oferecida como meio de divertimento durante a programação), mas acesso a bens imateriais que levam à transfor-mação do indivíduo no contex-to de sua própria existência em sociedade. As apresentações do Grupo de Teatro Marinheiros do Sol, por exemplo, levaram para as crianças conceitos e expres-sões lúdicas riquíssimas sobre vida, amizade, meio ambiente e valores humanos. Os shows musicais aliaram divertimento e cultura de maneira harmoniosa, abrindo espaço tanto para gru-pos locais quanto para de ou-tros municípios, o que também deve ser valorizado como forma de intercâmbio saudável de cul-turas. A prática de tai chi chuan abre um novo campo de visão de mundo. O que incomoda, no entanto, é justamente a falta de continuidade, de duração, o que deixa transparecer que não há uma linha definida de política cultural no município.

A falta de uma política cultural também é de responsabilidade dos próprios artistas e da comu-nidade. Muitas vezes assistimos a críticas diversas feitas à admi-nistração municipal, mas as crí-ticas acabam não sendo acom-panhadas de ação, de defesa real dos interesses públicos, de abor-dagens criativas e que gerem novos conteúdos. Há, de certa

forma, uma falta de diálogo em todos os níveis. A administração pública não consegue se articular para chamar os artistas e produ-tores culturais para construir um projeto comum, e estes também se veem muitas vezes alijados do processo, sem ver com clareza em que medida podem exercer sua influência no jogo da cons-trução de uma sociedade em que arte e cultura sejam valorizadas como bem comum, como cons-trução coletiva de uma sociedade em transformação.

Estamos todos sob a lona. O espaço é comum e coletivo. Importante nesta hora abrir os olhos para enxergar com clareza o que estamos realmente cons-truindo e o que estamos fazen-do para que esta construção não seja obliterada pelo comodismo, pelo silêncio taciturno, pela crí-tica vazia. É preciso, ainda, ter em mente que o ano eleitoral não deve servir de parâmetro para julgamentos que transcendem a visão de mundo que podemos construir juntos. A Lona Cultu-ral está à espera de uma resposta ativa. Que a arte triunfe é o que desejamos.

Camilo Mota é editor do Jornal Poiésis, terapeuta holístico e ar-ticulador cultural no projeto Po-esia na Rua do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira.

Regina Mota

A artista plástica Flora Troper conduzindo uma oficina de escultura com as crianças

O governador Sérgio Cabral Fi-lho esteve em Saquarema e Ara-ruama no dia 30 de janeiro para o lançamento dos programas Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, que fazem parte do plano Rio Sem Miséria. Este é o primei-ro plano estadual de superação da pobreza extrema do país, deven-do atender 1,3 milhão de pessoas em todo o Estado até 2014, com investimentos totais de R$ 1 bi-lhão. Na solenidade em Saquare-ma, realizada no Ciep 258 - Astro-gildo Pereira, estiveram presentes a prefeita Franciane Motta, o pre-feito de Araruama André Mônica, o deputado estadual e presidente da Alerj Paulo Melo, o secretário de Estado de Assistência Social Rodrigo Neves e o vice-governa-dor Luiz Fernando Pezão.

Em Araruama, o Rende Melhor vai atender 5 mil famílias e o Ren-da Melhor Jovem, 633 estudantes

Sérgio Cabral Filho, Franciane Motta e Paulo Melo durante a entrega dos primeiros cartões compartilhados em Saquarema

Regina Mota

do Ensino Médio. Em Saquare-ma, serão beneficiadas 3 mil fa-mílias e 375 estudantes.

O Renda Melhor é um pro-grama de transferência de renda destinado a famílias que recebem

o Bolsa Família e que ainda vivem com menos de R$ 100 per capi-ta. Estas pessoas receberão do programa do Governo do Estado entre R$ 30 e R$ 300, através de um cartão compartilhado. Nas

cerimônias de lançamento nos dois municípios, houve a entrega simbólica dos novos cartões a fa-mílias e jovens beneficiados.

O Renda Melhor Jovem é uma poupança-escola anual, destina-da aos jovens integrantes de fa-mílias beneficiadas pelo Renda Melhor, que estejam matricula-dos na Rede Regular de Ensino Médio Estadual e que tenham até 18 anos incompletos. O es-tudante receberá o benefício ao ser aprovado no fim de cada ano letivo, sendo R$ 700 ao final da primeira série, R$ 900 ao final da segunda, e R$ 1 mil ao final da terceira. Caso curse o Ensino Pro-fissionalizante, em quatro anos, ao final do último ano, o estudan-te receberá ainda R$ 1,2 mil.

Para saber se já foi contempla-do, os interessados devem se di-rigir às secretarias de assistência social de cada município.

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Eles já foram chamados no passado de “Invisíveis”. A eles foram atribuídas capacidades incomuns. Profetas, cientistas, místicos e alquimistas... os Rosa-cruzes vêm fascinando gerações. Eles convidam você a se unir a eles no estudo dos mistérios da vida.

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Page 4: Poiesis 191

4 nº 191 - fevereiro de 2012

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EDUCAÇÃO

O cantor gospel Davi Sacer levantou o público de aproxi-madamente 20 mil pessoas no show em comemoração ao ani-versário de 20 anos da Rede de Supermercados Só Ofertas, rea-lizado na segunda-feira, dia 23 de janeiro, no Parque de Expo-sições de Araruama.

Essa festa acontece tradicio-nalmente na última semana do mês de novembro. No ano pas-sado, devido às fortes chuvas na região, o show gospel teve que ser adiado. A dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano e a banda Cheiro de Amor também participaram do evento.

Vários artistas locais e da ca-pital prestigiaram essa noite de louvor a Deus e o no encerra-mento a apresentação do cantor Davi Sacer, que chegou de uma turnê de sucesso na Europa, re-sultado do lançamento do Dvd “No caminho do milagre”.

O grande fluxo de pessoas na Região dos Lagos durante o período de verão e a aproxima-ção do Carnaval estão entre os principais motivos que levam o Hemolagos a solicitar a par-ticipação da população de Sa-quarema e região na campanha de doação de sangue deste ano. Com o aumento da demanda de transfusões de sangue nos hospitais e o baixo estoque neta época do ano, a urgência de do-adores é grande. Para isso, uma campanha de doação acontece-rá em Saquarema no dia 8 de fevereiro, com carro saindo às 8 horas, da Praça Santo Anto-nio, em Bacaxá, para conduzir os colaboradores até Cabo Frio. Maiores informações podem ser obtidas através do telefone (22) 92589792.

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Escola Técnica de Bacaxá começa a funcionar em fevereiro

A Escola Técnica Estadual (ETE) de Bacaxá receberá seus primeiros alunos no dia 6 de fevereiro. A inauguração está confirmada para o dia 10, com presença do governador Sérgio Cabral Filho e um grande show de música ao vivo. Considera-da uma das maiores e mais bem estruturadas unidades escolares do Estado do Rio, a ETE inicia o ano letivo oferecendo cursos de inglês, espanhol e informá-tica, além dos cursos técnicos de Edificações, Meio Ambiente, Hospedagem, Eletromecânica, Petróleo e Gás e Segurança do Trabalho.

Distribuição de vagas – Os cursos técnicos tiveram seu processo seletivo realizado em dezembro do ano passado, mas não houve número suficiente de candidatos aprovados para to-das as vagas. Segundo a diretora da unidade, Sandra Sant’Anna, a Faetec firmou um convênio com o Município, dando a opor-tunidade das vagas excedentes neste primeiro concurso serem distribuídas pela Prefeitura para alunos oriundos da rede pública de ensino. “Realizamos uma reunião com as diretoras das escolas e elas sugeriram os critérios a serem adotados para o loteamento do restante das

Sandra Sant’Anna, diretora da ETE Bacaxá

Camilo Mota

vagas”, informou. Ainda segun-do a diretora, todos os critérios foram aprovados pela Faetec, sendo que as vagas só poderiam ser distribuídas para alunos da rede pública, e não da rede pri-vada, conforme determina o Mi-nistério Público em casos como este.

A secretária municipal de Edu-cação, Ana Paula Giri Fortunato, entende que esse tipo de critério de seleção é comum nos casos de uma escola técnica em processo de instalação. “Chegamos a pen-sar num critério seletivo, como uma redação, por exemplo, mas a própria direção da Faetec en-

tendeu que não haveria tempo hábil para sua execução, tendo em vista que as aulas já come-çam no dia 6 de fevereiro”, disse. Os critérios adotados para ocu-par as vagas excedentes foram o aluno ser egresso da escola pú-blica (municipal ou estadual), ser esforçado nos estudos (crité-rio subjetivo adotado pelas dire-toras) e boas notas no currículo. Sandra Sant’Anna, por sua vez, ressaltou que o importante nes-te momento é aproveitar a exis-tência das vagas para dar acesso àqueles que realmente querem e precisam estudar no novo espaço pedagógico.

SAÚDE

Hemolagos faz campanha para aumentar doações de sangue

Condições Básicas para Doar Sangue

• Estar bem de saúde.• Trazer documentos oficial de

identidade com foto.• De 18 anos e menos de 65

anos.• Primeira doação ate 60 anos• Menor de 18 anos somente

com responsável• Pesar mas de 50 kg.

• Não é necessário estar de je-jum.

• Evitar apenas alimentos gor-durosos nas 4 horas que antece-dem a doação.

• Não ser usuário de drogas.• Não ingerir bebida alcoólica

nas ultimas 12 horas• Não estar grávida nem ama-

mentando.• Não ter doado nos últimos

60 dias (homens) 90 dias (mu-lheres)

• Não ter tatuagem ou piercin-gs com menos de 1 ano

• Não ter tido contado sexual com pessoas que tenham situa-ção de risco acrescido para AIDS e DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis).

• O doador recebera atestado abonando a falta do trabalho no dia da doação

Davi Sacer faz oração pela família Jeovani na festa de aniversário

do Só Ofertas

Durante o show, Davi Sacer convidou ao palco o empresá-rio e deputado estadual Miguel Jeovani, sua esposa Marcia e os filhos Mariana e Matheus Jeo-vani para fazer uma oração pela família e pelo empreendedoris-mo do Grupo Só Ofertas ao lon-go dessa trajetória.

“Eu quero orar por toda essa família que entendeu que é me-lhor repartir e se alegrar com todos em momentos de alegria e de festa. Eu peço a ti Senhor, que por causa da generosidade do coração deles, que a sua ben-ção esteja sobre a vida deles”, assegurou Davi Sacer.

Miguel Jeovani fez o seu agra-decimento: “Tenho certeza que Deus tem abençoado muito a sua carreira e junto com os lou-vores tem as suas orações tra-zendo paz e saúde para essa ci-dade. Obrigado ao povo de Deus pela presença”. (Arlindo Junior)

Miguel Jeovani recebe das mãos do cantor o dvd “Caminho do Milagre”

Divulgação / Paulo Porto

Maria Alice Correa(1938 - 2012)

Maria Alice Correa assis-tente social, professora, líder política, artista e acima de tudo uma mulher preocupada com o bem estar e com os di-reitos de outras mulheres. Fe-minista na dose certa, sensí-vel, desprovida de frescuras...

Lutava pelos direitos da-quelas que, apesar de maio-ria, historicamente são trata-das como “marias”...

A nossa Maria, com letra maiúscula, repudiava a fal-ta de respeito e de isonomia com que insistem em tratar as mulheres. Era uma incon-formada com a falta de cons-ciência e reivindicação de di-reitos mais merecidos pelas mulheres. Era defensora da mobilização e educação como caminhos inequívocos rumo à igualdade entre gêneros e res-peito às cidadãs brasileiras, sejam elas Marias, Joanas, Alices...

Esse espírito de luta e igualdade continuará nos movendo. O MAMAS (Movi-mento Articulado de Mulhe-res e Amigas de Saquarema), seguindo os ideais de uma de suas fundadoras, será cada vez mais atuante e levará

Regina Mota

adiante os sonhos de Maria Alice.

Querida amiga e compa-nheira, descanse em paz ten-do a plena certeza de que continuaremos firmes, fortes e coesas lutando a fim de ver uma Saquarema mais justa, igualitária, independente de sobrenome, gênero ou classe social. Direito e deveres hão de ser para todos!

MAMAS

Divulgação

“Nenhuma Nação pode alcançar a prosperidade, a menos que a educação se converta em uma de suas

preocupações centrais.”

Page 5: Poiesis 191

5nº 191 - fevereiro de 2012

MEIO AMBIENTE

Vice-presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o deputado André La-zaroni (PMDB) pretende votar no plenário da Casa, em 2012, o primeiro Código Ambiental para o Estado do Rio de Janeiro. O parlamentar explica que o do-cumento já está pronto e que foi preparado, por três anos, junto com o Núcleo Interdisciplinar da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio). “Foram mais de 2.700 leis compiladas e 300 artigos analisados. São leis boas. Precisávamos unificar e explicar melhor as normas para os cida-dãos e empresariado em um úni-co documento. Será como o Có-digo da Defesa do Consumidor”, afirma o deputado.

Antes de seguir para a votação em plenário, o novo código será debatido em audiências públicas com a sociedade civil e deverá receber emendas de parlamen-tares. De acordo com Lazaroni, os principais pontos do docu-mento envolvem o licenciamen-to ambiental e o gerenciamento costeiro. “O código dará poder ao Estado de legislar sobre o ge-renciamento costeiro. Isso faci-litaria na hora da aplicabilidade da lei e da fiscalização, evitando, assim, acidentes como os que ocorreram na Bacia de Campos e os dois vazamentos de óleo na Baia da Ilha Grande, em Angra dos Reis”, aponta o peemedebis-ta.

O deputado diz que sentiu ne-cessidade de elaborar um código depois das vistorias realizadas

Com o objetivo de traçar metas e ações para proteção do Parque Estadual da Cos-ta do Sol (PECS), foi reali-zada na última quinta-feira, dia 26 de janeiro, na sede da Coordenadoria Geral de Meio Ambiente de Cabo Frio, pertencente à Secre-taria de Desenvolvimento da Cidade e Ambiente, uma reunião com representan-tes do município sede, de Arraial do Cabo e do Insti-tuto Estadual do Ambiente (INEA).

Estiveram presentes ao encontro o Chefe da Unida-de de Conservação do INEA, Sérgio Ricardo Soares, o Co-ordenador de Meio Ambien-te de Cabo Frio, Julio Cé-sar Calvo, e o Secretário de Meio Ambiente de Arraial do Cabo, Davi Aguiar.

De acordo com o Coorde-

Deputado espera aprovar código ambiental este ano

Regina Mota

pela Comissão de Meio Ambiente da Alerj nos últimos cinco anos. “Percebi que tanto o empresário quanto o operador de direito e os cidadãos tinham muita dificulda-de em entender essa quantidade de leis”, comenta Lazaroni, que representará o Parlamento flu-minense no Grupo de Trabalho

da Conferência das Nações Uni-das sobre Desenvolvimento Sus-tentável a Rio +20. A conferência acontece em junho no Rio de Ja-neiro e tem como objetivo reno-var o comprometimento político das lideranças mundiais com o desenvolvimento sustentável. (Pedro Motta Lima / Alerj)

Reunião define ações de gerenciamento

do Parque Estadual da Costa do Sol

nador de Cabo Frio, a reu-nião serviu para criar ações de fiscalização e gerencia-mento do Parque Estadu-al da Costa do Sol nos dois municípios representados, além de delimitar as fun-ções relacionadas a eles e ao INEA, principal administra-dor do Parque.

PECS - O Parque Estadual da Costa do Sol, criado por lei em 18 de abril de 2011, tem cerca de 10 mil hectares divididos entre os municí-pios de Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema e São Pedro da Aldeia. São áreas segmentadas na Região dos Lagos que exercem um pa-pel importante na proteção de ecossistemas, como sam-baquis, dunas, restingas, lagoas e florestas. (Viviane Teixeira / PMCF)

Próximo encontro sobre polo naval de Jaconé será em MaricáNa continuidade dos en-

contros para esclarecimentos populares, no dia 09 de feve-reiro acontecerá o III encontro sobre o Pólo Naval de Jaconé em Maricá, às 19 horas no Es-porte Clube Maricá, com foco no questionamento sobre legi-timidade da alteração do Pla-no Diretor. A comunidade de Saquarema está convidada a participar, como forma de for-

talecer o movimento e refletir sobre os impactos diretos e in-diretos que o empreendimento causará nos dois municípios.

Este encontro tem como ob-jetivo: i) Anular ato de alteração do Plano Diretor ocorrido fim do ano. ii) Solicitar audiência públi-ca à Câmara de Vereadores para iniciar debates não decisórios sobre o Pólo Naval, somente in-formações.

Regina Mota

Em Saquarema, reuniões também estão sendo realizadas pela AMA Jaconé

Page 6: Poiesis 191

6 nº 191 - fevereiro de 2012

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LIMITES

Gerson Valle*

A casa parece ter nascido com as paredes levanta-das, e o arquiteto, preso nelas,tentando recompor o piso, teto, telhas...Talvez ele não fosseo construtor da serenidade,mas somente o decoradordos quadros, almofadas, tapetesde um conforto alheio às brigas lá de fora. Mas ele não está mais aqui,e eu daqui não sei sair.

A casa talvez fosse o términode uma longa caminhada,lugar onde o fôlego acaba,e as portas,entremeadas de objeções de saídas,apenas enfeitassem a acomodação interna.

A casa é incomunicável com o mundo.Suas portas são mais trancas que saídas.E tantas, tantas, por entre minhas poltronas e camas, que até parecem querer me expulsar, sem se abrirem, no entanto,vedando-me para semprea sensação do sereno,o vento no movimento dos carros,a visão reconfortante das mulheres e suas pernas caminhantes noutros destinos.

Minhas janelas esclarecidasme projetam mentalmenteà impossibilidade de um lugar.As portas inumeráveis estão trancadas, e eu não trago a chave que abra o ar, a caminhada,a liberdade dos morros distantes,verdes e sem trancas.

A casa se limita ao parâmetro de encontroda parede de nossos encostos espelhada nas outras paredes do cômodo,onde vemos o que somos,no retorno do reflexo de nosso próprio abandono.

*Este poema integra o livro “Vozes trazidas pelos ventos”, de Gerson Valle, Editora Poiésis, 2005.

A PONTE

Antônio Francisco Alves Neto(Chico Peres)*

A ponte sobre o rioliga sonho retirantefaz sombra na águaa marcar o temporelógio que pulsa permeávelcomo o vento da noite

As estrelas no firmamentonão deixam ver a sombra da pontesó a lua cheiacom seu poder de maré

A ponte é um signoda força do homema dobrar a natureza

Nada é invencível...

A rocha que estava alihá séculos, chora em pedaçosdestroçada pelo calor da dinamite

Não há limitequando se quer atravessar o rioa curiosidade é o combustível

Sonhos são asassão pontessão fontes de inspiração

Qualquer dia desbancam até a morteponte que ligao homem ao Criador.

*poeta e advogado, membro do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira, em Saquarema.

O TEMPO DO HOMEM

Anderson Braga Horta*

Quando chegar o tempo do HomemTe cantarei os seios róseos,Viajarei, lirico astronauta,Às constelações de teus olhos

Quando chegar o tempo do Homem

Nas minhas mãos vinte e um satélitesTrarei, sorrindo, aos nossos filhos.No vaso a rosa, inofensiva

Quando chegar o tempo do Homem

Mortos os sois exorbitantes,Alto, o Solho achará sua órbitaE então nos amaremos lúcidos

Quando chegar o tempo do Homem

Não de escasso amor conjugadoNum futuro condicionado.Amor atual, lauta romã

Quando chegar o tempo do Homem

Amor sem susto, amor unânime,Amor sem resíduos de estrôncio,Amor sem filamentos de ódio

Quando chegar o tempo do Homem

Possamos tê-lo antegravadoNo branco olhos dos nossos filhos,Se forem cinza os nossos olhos

Quando chegar o tempo do Homem

Como anuncia-se o relâmpagoQue cegos-surdos o pressentem,Assim — súbito — o saberemos

Quando chegar o tempo do Homem

Pois, quando for o tempo, rútilaRosa na mão do Povo abertaNos dirá: Llegó! È venuto!Chegado é o tempo! Tempo de Homem.

*natural de Carangola-MG, reside em Brasília. O poema acima foi extraído do livro "Signo - antologia metapoética" (Ed. Thesaurus).

Maria Clara Maia*

Passa-se à tarde.Escrevo seu nome no ar.

Uma palavra, uma nota,sinfonia, um poema.

A imagem logo se esfuma.As letras, uma a uma,as pétalas.

Par, ímpar,mal me quero.

É quando só.

*poeta, participa do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira.

PRAIA VERMELHA

Márcio Catunda*

Claridade de estio envolve o círculo de pedra.Em diáfana dispersão, sobre a laguna verde-azul,passeiam nuvens, matéria celeste.Na pequena praia represada,o campo líquido se reclina,e o mar, lago aprisionado entre ilhas,viaja na transparência ondulada.As ondas cantam nas correntes de frêmito.Tangem liras de espuma nos arcos das pedras.

*autor de “Emoção Atlântica” (Editora Oficina, 2010), mora no Rio de Janeiro.

Terças PoéticasEncontro de poetas, músicos e artistas de todas as expressões para compartilhar

sensibilidades e experiências. Sarau e bate papo toda terça-feira, a partir das 20 horas, na sede do Círculo Artístico e Cultural de Saquarema - CACS (Lake’s Shopping, segundo piso, loja

51). Em virtude do Carnaval, em fevereiro teremos os encontros nos dias 7, 14 e 28.Realização: Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira. Apoio: Jornal Poiésis e CACS

ESTAR NO MUNDO SEM SER... DO MUNDO

Julio Polidoro*

Mundo redoma de vidrode posseiros em litígio.Fortuna dos despossuídos.

Boa sorte quem temnão a compra no armazémnem é quinhão de bandido.

Estar no mundo sem serdo mundo é tero universo aos seus pés

sem chafurdá-los na lamanem sujar as mãos do sangueda inocência e brandura

quando o valor que se apuramuito além do que se temestá no Ser, que do mundo

nada mais leva que tudoque o vasto mundo não tem.

*reside em Juiz de Fora-MG

ALUMBRA

Paulo Luiz Barata

Os seus mares sempre alcançaQuem estuda na penumbraSe Zeus os seus raios lançaNa cabeça dele alumbra

*do livro “Escola do Trovão” (Ed. Ibis Libris, 2011)

CARNAVAL

Carnaval cariocaé tema de exposição

na AlerjA Assembleia Legislativa do

Rio (Alerj) e a Agência O Globo apresentam, a partir do dia 3 de fevereiro, a exposição “Abre Alas”, com fotografias e uma se-leção de músicas que contam a história do carnaval carioca. As 32 fotos do acervo da agência formam um mosaico de imagens dos foliões, dos blocos de rua e dos movimentos, como os ran-chos e os cordões, que deram ori-gem aos festejos de momo. “Va-mos proporcionar uma viagem no tempo aos visitantes que vie-rem ao Palácio Tiradentes. Tra-ta-se de um trabalho de história minucioso sobre a maior festa popular do Brasil e que mostra, desde a década de 30, com muita graça e verdade, a espontaneida-de do nosso povo”, destaca o pre-sidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB).

O objetivo da exposição é reve-lar, através de imagens, aspectos do carnaval carioca que não estão associados ao universo dos gran-des desfiles oficiais das Escolas de Samba. De acordo com a Ge-rente da Agência O Globo, Flávia Campuzano, o foco da exposição é o carnaval de rua. “Com um acervo muito amplo, procura-mos mostrar como as primeiras manifestações espontâneas, que deram origem ao carnaval como conhecemos hoje, foram surgin-do nas ruas e salões da cidade, desde a década de 30”.

“Abre Alas” apresenta a his-tória do carnaval em dois mo-mentos: em 14 painéis estarão expostas 32 imagens em preto e branco do período compreen-dido entre as décadas de 1930 a 1980; e uma apresentação em slideshow terá como foco o car-naval de rua da década de 90 até os dias de hoje, estas coloridas.

O público terá também à sua disposição dez aparelhos de mp3, para ouvir uma seleção de 13 das principais marchinhas de todos os tempos.

A exposição “Abre Alas” acon-tecerá no Salão Nobre do Palácio Tiradentes, na Rua Dom Manuel, s/nº, Centro do Rio, de segunda a sexta-feira, das 10 às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 12 às 17h. O acesso para ca-deirantes é pela Rua Dom Ma-nuel, s/n°, pela Praça XV. A mos-tra fica na Alerj até 31 de março. (Pedro Motta Lima / Alerj)

Diogo Nogueira em Saquarema

O sambista Diogo Nogueira fecha o projeto Verão Alto Astral promovido pela Prefeitura de Sa-quarema e Governo do Estado. O show acontece no dia 11/02, a partir das 22 horas, na Praça do Coração, com entrada franca.

Divulgação

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7nº 191 - fevereiro de 2012

MÚSICA

CONTO

PSICANÁLISE E CULTURA

WE CAN WORK IT OUTMárcio Salerno

A VIDA É CURTA de-mais, não há tempo para atritos e brigas, minha querida. Pense no que você está dizendo e fazendo. A gente pode dar um jeito nas coisas, sem mandar tudo para o espaço. E a vida que construímos jun-tos?

Na verdade, July che-gou depois e não construiu nada junto com June, que não ficou com Jude e, mais tarde, veio a se arrepender desta decisão. Mas July pintou logo depois e, ora, é melhor um pinto na cama que uma pintaiada voando lá no céu, né não? E June não estava ficando mais jo-vem, mesmo sabendo que, dali a 12 ciclos, voltaria a se apresentar ao mundo como uma infanta.

Jude acabou making it bad e July chegou junto, com frio e com fome. Aos olhos de June, ele parecia alguma coisa que, ao ser encontrada por acaso, de-veria ser levada para casa e cuidada. Um banho aqui, uma escovada ali e July es-tava pronto para ser apre-sentado ao mundo.

Mas o mundo não era

sempre o mesmo, nos qua-tro hemisférios. Se July tivesse se apresentado lá no Oeste, por exemplo, o tempo seria bem mais quente. Mas aqui em cima, onde ambos estavam, era o frio quem ditava as regras e, provavelmente, foi isso que fez Jude resolver não carregar aquele mundo ge-lado nas costas, e se man-dar.

Mas as coisas são o que elas são e July seguiria June onde quer que esta fosse, em qualquer dos he-misférios, mas sempre com paixões diferentes. Amena no Leste, quente no Oeste, fria no Norte, + - no Sul. A tragédia de tudo isso é que a paixão de ambos jamais explodiria em um fogo que a ambos consumisse, portanto, a coisa esfriou, a

ponto de uma não dividir mais a cama com o outro.

E assim foi, e essa é a maneira como a história é contada, pelo menos neste hemisfério. Nos outros, ela pode sofrer uma ou outra variação, mas no fundo, é sempre a mesma coisa. Life sucks some times, e coisas boas duram pouco tempo. Não que coisas ruins vão substituí-las, mas coisas tediosas o farão. E, cá pra nós, tédio não é mole, não! But... well... alright!

Across the Universe, nada vai mudar o mundo de June e July.

Jai guru deva OM!

MÁRCIO SALERNO é jor-nalista, escritor e artista plástico. E não, esse conto não é dedicado ao Paul, é dedicado ao John.

Márcio Salerno

A dinastia do Senhor DinheiroCamilo de Lélis Mendonça Mota

Um amigo disse cer-ta vez que os problemas emocionais e depressões são facilmente resolví-veis: basta depositar um milhão de reais na conta bancária. Há um fundo de verdade na afirmação por conta da represen-tação mental que o di-nheiro acumula na vida da maioria das pessoas. Quando focamos a aten-ção no aspecto de de-pendência que estabele-cemos com o conceito de riqueza tendo por base o padrão da sociedade atual (marcado certa-mente pelos impulsos ao consumo e ao acúmulo sem distribuição equi-tativa da renda), qual-quer ausência do objeto, ainda que parcialmente, pode levar a quadros pa-tológicos de sentimento de perda, de um verda-deiro luto em relação a não conseguir encontrar outra razão na vida a não ser quando se está com o “bolso cheio”. Essa mes-ma sobrevalorização do consumo leva ainda à coisificação do mundo e dos sentimentos. O im-pulso original do sujeito precisa ser satisfeito a qualquer preço, em al-guns casos, se estrutu-rando em atitudes irre-fletidas, que podem se tornar, por um lado, cau-sa de endividamentos, e por outro em obsessão pela retenção cada vez maior de dinheiro ape-nas para a satisfação de sua própria individua-lidade que só consegue se completar quando na presença do objeto de sua satisfação, que não é mais estar bem consigo

mesmo, mas estar bem na aparência em relação aos seus semelhantes.

No plano das questões individuais, é necessário encontrar em si mesmo o equilíbrio entre a sua ri-queza essencial de emo-ções que configuram a sua verdade interior e o mundo da riqueza mate-rial. Ou seja, a força mo-triz da vida é um impul-so interior que se revela numa mina de riqueza em cada pessoa, capa-citando-a a desenvolver qualidades e construir coisas que são produti-vas tanto para si mesma quanto para a sociedade em que vive. Dependen-do do grau dessas quali-dades, haverá o indivíduo de atrair mais ou menos riquezas materiais, mas não é a matéria a verda-deira fonte de sua reali-zação enquanto Ser.

Desejamos com este texto abrir a uma refle-xão mais ampla (ou pelo menos iniciá-la) sobre a maneira com que se estabelece hoje a rela-ção de dependência do indivíduo com o objeto que dará a “satisfação” imediata a seu impulso consumista. Mais par-ticularmente para olhar de uma maneira analíti-

ca certas condutas que demonstram um “deslo-camento por inversão”, no qual não se olha mais para a construção do mundo a partir do ide-al descoberto na inten-cionalidade do homem, mas, ao contrário, passa-se a construir o mundo na busca do acúmulo do dinheiro que possibilita-rá a suposta construção desejada. Mas a própria construção que se busca deixa de ter importância, ficando o dinheiro, no caso, em primeiro pla-no, transformando-se o objeto na própria pulsão que o gerou. O capital passa a viver indepen-dentemente da vontade do homem, do Ser. Daí a presença cada vez mais forte do “mercado”, que passa a ditar os modos de pensamento e de opera-ção tanto a nível coletivo como individual. A crise econômica no mundo, cuja causa passa pelos especuladores, que va-lorizam o capital virtual em vez de investirem na humanidade própria, na execução do trabalho, na cadeia produtiva em si, é apenas um dos aspectos dessa dinâmica em que o poder do dinheiro pas-sa a valer mais do que a

fundamentação huma-nista e espiritual da raça humana.

Presenciei, em certa ocasião, um gestor públi-co afirmar que a discus-são do plano habitacio-nal de certo município era apenas uma forma-lidade. É a isso que an-teriormente denominei de “deslocamento por inversão”. Segundo o au-tor da frase, a realização do evento era necessária para que se garantisse o acesso a verbas federais que possibilitariam o investimento nas obras. O foco da questão, por-tanto, não era dar acesso à moradia para as pes-soas de baixa renda. O fundamental, primeiro, é conseguir as verbas, e para isso é preciso reali-zar reuniões que beiram a ficção. O problema é que, quando, enfim, se conseguem os investi-mentos (montantes mi-lionários), estes seguem um caminho diverso, que já não é mais aquele que inicialmente se esperava deles. Basta ver os es-cândalos ocorridos em 2011 nas prefeituras de Teresópolis e Nova Fri-burgo, na região serrana do Estado do Rio, quan-do as verbas destinadas aos municípios após a tragédia das chuvas não foram usadas de maneira correta.

Essa perspectiva de olhar primeiro o capital e só depois, muito de-pois, a motivação para alcançá-lo está dissemi-nada de maneira ampla e geral na administra-ção pública e também no nosso dia a dia de cida-dãos comuns. Ora, por que a saúde e a educação no país continuam, ano

após ano, sendo causa de vergonha ao invés de orgulho? Conseguem-se verbas e mais verbas, mas esquecem de ana-lisar por que é mesmo que estavam querendo verbas! O objeto de sa-tisfação não é atender à população como se de-veria, mas a capacidade de atrair e acumular o dinheiro, que acaba sen-do investido de maneira equivocada, sem relação direta com as demandas das comunidades.

Há uma demanda na sociedade por atendi-mentos adequados em amplas áreas em que o Estado (governos mu-nicipais, estaduais e federal) é personagem fundamental (saúde, educação, moradia, cul-tura...). Ouvir essas de-mandas é essencial. Agir para atendê-las é a base para a construção de uma sociedade onde po-derá haver melhor qua-lidade de vida, distribui-ção de renda mais justa, valorização de manifes-tações culturais pela sua representatividade e não pelo lucro dela advindo, entre tantos pontos que são urgentes na vida co-tidiana. Manter o foco apenas na obtenção do lucro e na acumulação de capital para benefício próprio leva a sofrimen-to mútuo.

Camilo de Lélis Men-donça Mota é tera-peuta holístico (www.r e i k i a d i s t a n c i a . c o m .br), jornalista e editor do Jornal Poiésis. Faz atendimento com psica-nálise integrativa, tera-pia floral, reiki e EFT na Clínica Elaboração, em Saquarema.

Alexandre Rivero

Renato Barcelos

A música é uma arte viva que muda através dos tempos, mudam-se o gosto, a forma de fazer, os instrumentos, os mé-todos de registro. A situ-ação política,e conômica e cultural de uma sociedade também são fatores cru-ciais na forma de compor e ouvir música. Pensando nisso tudo dá para se ter uma ideia de que não é possível por em uma par-titura todas a intenções musicais desejadas, pelo contrário, ela é apenas o registro do que o composi-tor não pode fazer desper-tar no intérprete, ou seja, aquilo que nasce dentro dele mesmo. Por isso um professor não pode querer fazer seu aluno acreditar que a partitura seja o pro-duto final de uma obra, enquanto que na verdade ela é apenas o começo. Concepções equivocadas dessa natureza levam a opiniões infundadas e va-gas como por exemplo: a música clássica é muito quadrada.

Por volta do século IX começaram a surgir as pri-meiras formas de registro musical, o embrião do que viria a ser a partitura que se conhece hoje. Os mon-ges precisavam de alguma maneira anotar as melo-dias para que as mesmas não fossem esquecidas com o tempo, pois havia a produção de novos cantos. Apesar de toda a evolução que aconteceu na forma de se escrever música e continua acontecendo, a interpretação será sem-pre pessoal e única. Por mais detalhes que o autor tente transmitir através do papel, o que começou a ser feito a partir do pe-ríodo romântico por volta do final do século XVIII, cada intérprete coloca um pouco de si mesmo em sua execução.

Música é basicamen-te combinação de sons. Combinar sons é uma arte. Arte é comunicação. Pois bem, se fosse tão simples assim todos nós nos emo-cionaríamos ao ouvir as buzinas dos carros em um engarrafamento. É neces-sário que o músico tenha mais respeito pela arte e pelo compositor. Toda vez que pegamos uma parti-tura temos que dialogar com o autor da obra, con-seguir sentir o que ele quis dizer e não apenas ver um monte de notas escritas em uma folha de papel; quem leva a teoria a ferro e fogo acaba se queiman-do. Então sejamos menos displicentes, vamos dar à música o verdadeiro valor que ela tem.

Renato Barcelos é profes-sor de violão em Bacaxá (www.cursodemusica-barcelos.com.br)

O papel do papel

Marcos Espínola A cada final de ano é ine-

vitável a mistura de senti-mentos. Refletimos sobre o que passou e o que virá, ava-liando como podemos fazer diferente e melhor. O mundo está passando por profun-da transformação e embo-ra saibamos que isso é algo constante, o momento atual nos sinaliza com mudanças significativas e que podem determinar uma nova era no cenário mundial e isso, ob-viamente, inclui o Brasil.

Europa em crise, Estados Unidos “mal das pernas”, a China avançando e por aí vai. Especula-se até que o Brasil está prestes a assumir o pos-to de 4ª economia do mun-do, o que nos orgulha por um lado, mas por outro nos preocupa quando olhamos a realidade da nossa educação, saúde, segurança etc.

No entanto, ainda que por motivos esportivos, no compasso de espera da Copa do mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, o país e

SOCIEDADE

A hora é essa

mais precisamente o Rio de Janeiro está sob os holofotes e a hora é de não só mostrar toda a potencialidade como absorver o máximo de be-nefícios que tudo isso pode proporcionar à nação.

Somos conhecidos pela nossa beleza natural e pela característica de um povo acolhedor. Mas, em verdade, somos bem mais que isso. O Rio foi capital do país e ain-da hoje é uma das maiores (senão a maior) referência cultural e turística do Brasil e isso inclui também o cada vez mais aquecido turismo de negócios.

Como amantes da cidade fica o nosso desejo de que o ano que se inicia seja um divi-sor de águas para o país e para o Rio. Que nossas autoridades minimizem os interesses pró-prios e direcionem esforços para o crescimento sólido, trabalhando em prol do bem comum e de um crescimento uniforme de toda a nação.

*Marcos Espínola é advo-gado criminalista

Regina Mota

Page 8: Poiesis 191

8 nº 191 - fevereiro de 2012

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“O SER HUMANO PODE SER O QUE DEVE SER”(Cristófilo Nageo)

Presenças marcantes no show da Blitz - O deputado estadual Paulo Melo (PMDB), presi-dente da Alerj, e sua esposa Franciane Motta, prefeita de Saquarema, marcaram presença no show da Banda Blitz, em 14/01, numa das noi-tes mais agradáveis do Verão Alto Astral, pro-jeto promovido pela Prefeitura de Saquarema e Governo do Estado e que tem levado alegria e entretenimento ao povo saquaremense e de cidades vizinhas, que tem prestigiado as apre-sentações musicais. Parabéns ao casal por essa iniciativa, e que venham mais verões de altíssi-mo astral e otimismo!

Aniversário de Dime - A querida Dime Martinelli está completando mais um ano de vida no dia 02/02. Dimi tem muitas histórias para contar sobre a Região dos Lagos, onde nasceu e foi criada. Den-tre muitas das suas aptidões está a passarela, onde participou de vários desfiles, sempre apoiada pela filha Mara, da Liliputi Modas. Que Deus a abençoe sempre para que possa continuar alegrando a to-dos por muitos anos.

Protocolo na Lona Cultural - A banda con-seguiu levar uma multidão para o evento. Jovens, adultos e crianças dançaram sob vários ritmos. Foi uma das tardes mais animadas que o público já presenciou.

Serguei e Rita Lee- Imagem para ficar guardada na memória daqueles que assis-tiram ao show da rainha do Rock. Irreve-rentes e cientes de que a música imortali-za e seus atos ficarão para a história.

Boavista - João Paulo Ferreira Fernandes, 18, é um dos goleiros reservas do Boavista e reside em Saquarema. Ele está partici-pando do Campeonato Carioca e já mos-tra nos treinos sua garra e coragem.

Niver de Victor Emanuel - No dia 20/01 aconteceu a comemoração do aniversário do neto do maestro Joaquim Marin Poveda-no. Na foto ele está ao lado da mãe Nara Helena Marin Povedano. Parabéns, piccolo!

Praia e sol, assim é Saquarema - Muito embora o sol não tenha permanecido constante, com o verão às vezes com cara de outono e inverno, sempre que o mesmo aparece é mo-tivo para que Saquarema fique fervendo de banhistas da própria cidade e de lugares como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas e outros. São mais de 20 quilômetros de praia para serem apreciados e aproveitados da melhor forma possível. A ausência dos quiosques não intimida aqueles que gostam de ficar por mais tempo na orla. Muitos levam de casa suas bebidas e lanches. Os que preferem um conforto maior dão preferência a alguns restaurantes pró-ximos que oferecem frutos do mar, peixe, além de outras opções. Já à noite nada melhor do que um bom passeio pelo calçadão da Praça do Canhão para comer uma pizza, rever os amigos ou fazer novas amizades, ou estender um pouco e dar um pulinho na Praça Oscar de Macedo Soares para percorrer as barracas de artesanatos e de produtos diversos. Em frente à praça ainda há outras barracas com souvenirs e lanches. Ou seja, Saquarema é uma cidade aconchegante e acolhedora, basta conhecer para se apaixonar.

Fotos: Regina Mota e Camilo Mota