paulo tigre, gestÃo da inovaÇÃo. ed.elsevier, 2006 capítulo 2 a tecnologia nas visões marxista...

29
PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia da Tecnologia no Brasil

Upload: internet

Post on 17-Apr-2015

156 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Capítulo 2A tecnologia nas visões marxista e neoclássica

Paulo Tigre

Gestão da Inovação: A Economia da Tecnologia no Brasil

Page 2: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Inovações da Segunda Revolução Industrial

Aprimoramento da tecnologia da máquina a vapor e sua ampla difusão na indústria e nos transportes.

Desenvolvimento da tecnologia do aço

Inovações se espalham na Europa continental e nos Estados Unidos

Page 3: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Tecelagem movida a vapor em Lancastershire

Page 4: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Boom ferroviárioda Segunda Revolução Industrial

Page 5: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

O Brasil entra na era ferroviária relativamente cedo. Em 1854, João

Evangelista de Souza, o Barão de Mauá inaugura a primeira ferrovia brasileira ligando o Porto de Mauá, na baia de Guanabara, com a raiz da serra de Petrópolis.

Page 6: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Estação da Estrada de Ferro Mauá a Raiz da Serra O trajeto servia para a

ligação com a região pioneira na produção de café (Vale do Paraíba) e era utilizado pelo Imperador Pedro II para suas idas a Petrópolis.

Page 7: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

O processo Bessemer de fabricação de aço

Primeiro processo industrial de baixo custo para produção em massa de aço a partir de ferro gusa derretido.

O processo foi patenteado em 1855 por Henry Bessemer tendo sido desenvolvido a partir de conhecimentos práticos conhecidos na China desde o século III.

O princípio chave é a remoção das impurezas do ferro pela oxidação obtida por meio da injeção de ar no ferro derretido. A oxidação também aumenta a temperatura da massa de ferro e o mantêm derretido.

Page 8: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Conversor de Bessemer (1856)

O processo é realizado em um grande container oval de aço forrado com argila e dolomita chamado de conversor de Bessemer.

A capacidade de um conversor variava de 8 a 30 toneladas de ferro derretido.

No alto do conversor tem uma abertura geralmente inclinada para o lado para permitir a introdução do ferro e a retirada do produto final.

A parte de baixo é perfurada por canais chamados de tuyeres através dos quais o ar é introduzido no conversor.

O conversor gira em torno de eixos de forma a receber a carga e descarregar o aço.

Page 9: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

QUAIS OS PROBLEMAS PRINCIPAIS ENFRENTADOS PELOS PAÍSES CONTINENTAIS?

-CUSTOS DE TRANSPORTES E FRAGMENTAÇÃO DOS MERCADOS

•NECESSIDADE DE IMPORTAÇÃO DE LÃ FINA À INDÚSTRIA DE TECIDOS

TERRITORIAL -Países maiores em termos populacionais;

-Tamanho + Dificuldades geográficas

RECURSOS NATURAIS-Menos favoráveis ao aumento produtivo;

DEFICIÊNCIAS DA NATUREZA-Agravado pela ação do homem

•COBRANÇAS DE PEDÁGIO (ABUSIVOS)

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Page 10: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

Quais os problemas principais enfrentados pelos países continentais?

Pelo lado da demanda - Limitações sociais e institucionais, provocada pela distribuição da riqueza de forma mais desigual nos paises continentais e desestímulo ao consumo de produtos padronizados por parte da sociedade;

Pelo lado da oferta- Considerações políticas e sociais que acabam por agravar as desvantagens naturais. (a iniciativa empresarial era um atividade classista);

Além das restrições institucionais, outro problema enfrentado foi a ausência do espírito empreendedor dos industriais, inclusive com o investimento elevado em unidades fabris ineficientes.

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Page 11: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Adam Smith e “A Riqueza das Nações”

Page 12: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

Adam Smith e a revolução industrial O maior aprimoramento das forças

produtivas do trabalho, e a maior parte da habilidade, destreza e bom senso com os quais o trabalho é em toda parte dirigido ou executado, parecem ter sido resultados da divisão do trabalho.

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Page 13: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

A fabricação de alfinetes Um operário não treinado para essa atividade dificilmente

poderia talvez fabricar um único alfinete em um dia, empenhando o máximo de trabalho; de qualquer forma, certamente não conseguirá fabricar vinte.

(Com divisão de trabalho) um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes...

Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente 18 operações distintas, as quais, em algumas manufaturas são executadas por pessoas diferentes,ao passo que, em outras, o mesmo operário às vezes executa 2 ou 3 delas.

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Page 14: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

Fabricação com divisão do trabalho (Com divisão do trabalho), essas 10 pessoas

conseguiam produzir entre elas mais do que 48 mil alfinetes por dia. Assim, já que cada pessoa conseguia fazer 1/10 de 48 mil alfinetes por dia, pode-se considerar que cada uma produzia 4 800 alfinetes diariamente. Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro, e sem que nenhum deles tivesse sido treinado para esse ramo de atividade, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia, e talvez nem mesmo 1.

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Page 15: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Karl Marx e a Tecnologia

Para Marx, a relação entre tecnologia e

sociedade não era determinista, pois um

sistema econômico não poderia ser

moldado apenas pela tecnologia, porque

dependia fundamentalmente das

instituições políticas e sociais; A tecnologia é considerada um elemento

endógeno presente nas relações

produtivas e na valorização do capital. A economia capitalista não pode ser

entendida sem que se compreenda a

lógica da mudança tecnológica, pois “a

burguesia em si não poderia existir sem

revolucionar constantemente os meios

de produção”;

Page 16: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

“Tudo que é sólido desmancha no ar”

“A economia capitalista está sempre em processo de transformação em um turbilhão de permanente desintegração de mudança, luta e contradição.”

Marx atribui ao sistema capitalista um caráter instável e extremamente dinâmico. A economia capitalista não pode ser considerada estacionária pois está sempre sendo revolucionada por novos empreendimentos, pela introdução de novas mercadorias e novos métodos de produção.

Page 17: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Marx e a dinâmica econômica

As inovações em bens de capital e o aprofundamento da divisão social do trabalho constituem segundo Marx, a base técnica necessária para o processo de acumulação de capital.

As empresas capitalistas procuram a todo custo aumentar o tempo de trabalho excedente, ou seja, a mais-valia, por meio de melhoramentos no processo de produção e pela introdução de máquinas que substituem o “trabalho vivo” pelo “trabalho morto”.

Page 18: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

A Escola Neoclássica

Enquanto que para os clássicos a discussão se centra na

natureza e nas causas da riqueza das nações (o título do

livro de Smith é “Inquiry about the Nature and Causes of the

Wealth of Nations”) para Walras, Marshall e a escola que

veio ser conhecida como neo-clássica a preocupação se

centra na questão da formação de preços e alocação de

recursos. A preocupação dos economistas se descola da produção

de bens e serviços para a sua distribuição, enfatizando os

mecanismos de mercado que formam preços e quantidades

produzidas.

Page 19: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Visão neoclássica sobre a firma O negligenciamento histórico dos economistas

neoclássicos das questões relativas à organização

industrial e mudança tecnológica se deve à idéia de que

estes temas estão fora do âmbito de competência e

especialização dos economistas, devendo ser tratados

por engenheiros e administradores de empresas. A firma neoclássica é tratada não como instituição, mas

sim como ator, com um status similar ao consumidor individual. Um ator passivo e sem autonomia, cujas funções se resumem em transformar fatores em produtos e aperfeiçoar as diferentes variáveis de ação.

Page 20: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Leon Walras (1834-1910)

Procurou ordenar de forma lógica o funcionamento da economia por meio de um modelo matemático de equilíbrio geral formado por uma série de equações simultâneas.

Page 21: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Equação equilibro geral

Page 22: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Walras e a Lei da Oferta e da Procura Propõe um mecanismo

em que todos os preços e quantidades são determinados de uma única forma: a lei da oferta e da procura regula automaticamente a economia

Page 23: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Alfred Marshall (1842-1924)

Marshall aperfeiçoa o modelo walrasiano através das teorias de equilíbrio parcial.

Apesar de também recorrer ao método matemático, ele não via a economia com suas análises e “leis” como dogmas universais e imutáveis.

Page 24: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Equilíbrio Parcial Estático

Page 25: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Fluxo circular de renda

Page 26: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

A visão neoclássica sobre a tecnologia

Apesar do maior realismo da visão de Marshall, a teoria

neoclássica acabou dominada pela proposta walrasiana.

A questão da mudança tecnológica não ocupa o interesse pois

as preocupações centrais se concentram nas questões de

equilíbrio geral;

Somente no final do século XX a abordagem neoclássica

incorporou avanços teóricos no sentido de tratar a inovação

como variável explicativa da dinâmica do sistema;

Page 27: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

Homogeneidade e Diferenciação de produtos Apesar dos avanços a teoria neoclássica não dá destaque às

inovações tecnológicas, principalmente aquelas que visam à

diferenciação de produto.

Um novo produto é considerado um novo mercado, que criará sua

própria demanda. Assim o processo de formação de preços tem

por princípio uma relativa homogeneidade do produto.

Tal pressuposto é pouco realista nos dias de hoje, pois o processo

concorrencial é ostensivamente intensivo em marketing e

diferenciação de produtos.

Page 28: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

A tecnologia é endógenaou exógena?

Na teoria neoclássica, a tecnologia é considerada exógena à empresa, pois constitui um fator de produção que pode ser adquirido no mercado por meio da compra de bens de capital ou via contratação de trabalhadores especializados

Para Marx, em contraste, a mudança tecnológica é principalmente endógena pois sua apropriação em bases exclusivas é uma preocupação central do empresário.

Na medida em que o capital avança, a utilização do conhecimento científico se torna cada vez mais necessária para aumentar a capacidade produtiva.

O acesso a estes conhecimentos não é necessariamente universal, sendo capturado e aplicado pioneiramente por algumas empresas mais capacitadas técnica e financeiramente

Page 29: PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 Capítulo 2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica Paulo Tigre Gestão da Inovação: A Economia

PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006

A revisão neoclássica do processo de inovação

Introduz um novo conceito de tecnologia, pelo qual esta deixa

de ser considerada um bem público puro, e passa a ser

considerada um bem econômico passível de exclusão.

Admite a concorrência imperfeita em alguns setores da

economia de forma a justificar a “sobra” de produto para

remunerar as atividades inovadoras, admitindo assim a

existência de retornos crescentes de escala na geração de

novas tecnologias.