olhai os lirios do campo
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OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO!
“Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?”
(Lucas 12:27-28)Esta é uma das citações mais conhecidas da Bíblia. Faz parte de um dos mais belos momentos vividos pelos discípulos na companhia de Jesus.
A essência de seu discurso envolvia a questão da ansiedade das pessoas, já naquele tempo, com a sobrevivência, com o vestir, o ter, o exibir.
Na sua palavra, Jesus exortava osNa sua palavra, Jesus exortava os presentes no sentido de não se presentes no sentido de não se
angustiarem tanto com as necessidadesangustiarem tanto com as necessidades do dia a dia. Muito sabiamente, Jesus já do dia a dia. Muito sabiamente, Jesus já
preparava as pessoas daquele tempo –preparava as pessoas daquele tempo – e dos tempos atuais – a respeito da importânciae dos tempos atuais – a respeito da importância
de preservar sua qualidade de vida,de preservar sua qualidade de vida, não permitindo a ocupação da mente comnão permitindo a ocupação da mente com
pesos em excesso nem com uma configuraçãopesos em excesso nem com uma configuração de vida super avaliada nas coisas materiais.de vida super avaliada nas coisas materiais.
Aliás, Jesus também deu uma certa Aliás, Jesus também deu uma certa importância às demandas materiais de nossas vidas, importância às demandas materiais de nossas vidas,
deixando bem claro, porém, de deixando bem claro, porém, de que nossa preocupação com essas coisasque nossa preocupação com essas coisas deveria caminhar até um certo limite.deveria caminhar até um certo limite.
A partir daí......... A partir daí.........
As palavras de Jesus lastreiam também uma afirmação de fé. No
momento em que fez essa afirmação era verão na Palestina e nos campos, rigorosamente, não havia lírio algum.
Jesus tencionava, assim, puxar pela mente das pessoas, fazendo-as lembrar de que, apesar da geografia árida, seca que elas
tinham diante de si, existia sempre a perspectiva de um tempo de beleza, de
fartura, de provisão. Ou por outra: mesmo quando a vida está em baixa,
com predominância da dor, da incerteza, da amargura, existe sempre a perspectiva
de surgir o outro lado da medalha.
E, através da fé, um novo tempo poderá ser alcançado. À frente de Jesus as pessoas
estavam confusas. Como enxergar lírios belíssimos, de uma textura luxuriante,
em meio à secura de um período de verão? Ou como enxergar uma
nova realidade de vida diante da escravidão materializada na presença
do senhorio romano?
“Olhai os lírios do campo!” Ao fazer tal afirmativa, Jesus queria
enlarguecer nossa visão, ampliar nossos horizontes. Sabe-se que no campo existem
armadilhas contra a vida. As aves de rapina, os répteis, os rigores do inverno,
o calor inclemente do verão. Os predadores, os animais de grande porte, as ervas
daninhas.... Apesar disso tudo, os lírios também surgem, emoldurando com
sua beleza uma nova realidade.
O problema é quando o campo – em síntese, na ótica de Jesus,
uma alegoria da vida, do mundo – é visualizado somente através das
grossas lentes do negativismo gratuito. Apesar de todas as adversidades da vida,
há sempre a presença de algo belo a ser visto, focalizado, priorizado. E que,
diante de um vastíssimo leque de sentimentos que a vida nos impõe, tais como
o egoísmo, o individualismo, a soberba, a arrogância, há sempre a chance de cultivarmos o belo, o frutífero,
o substancial, o edificante.
Ao que tudo indica, a planta que Jesus nomeou em seu discurso como lírio é hoje
conhecida com o nome científico de “anemone coronária” (como indicado
na figura acima). Tinha uma haste de uns 40 centímetros e pétalas vermelhas, púrpuras,
azuis, róseas ou brancas. Como se vê, algo de uma beleza realmente estonteante
em meio à aridez do solo palestino. Segundo relatos históricos era uma planta de floração comum na região, florescendo
próxima ao tempo da colheita do feno. Devido à sua beleza, já era usada em larga escala na decoração dos ambientes requintados,
bem como nas casas simples dos moradores do campo.
Era, por assim dizer, um referencial de beleza, de nobreza, de excelência decorativa. Uma planta que realmente fazia a diferença.
É nesse ponto que quero destacar o eixo sobre o qual gira o ensinamento de Jesus. Fazer a diferença. Priorizar sentimentos
nobres sobre o negrume dos valores cultivados atualmente.
Há momentos na vida em que a mente se fecha. O horizonte divisado vai somente um pouco além das agruras do dia a dia. O belo da vida se perde diante da feiúra
do contexto da existência. É preciso romper essa linha divisória que demarca a tristeza da alegria, a angústia da paz,
o caos da ordem, da serenidade, da esperança. Quando o campo da existência está
recheado de abutres, répteis e ervas daninhas, é necessário se crer que, mesmo num
campo assim, a semente do lírio está lá, latente, pronta a brotar – a se fazer presente.
A irradiar a vida com a variedade de suas cores, a emergir bela, firme,
altaneira em meio à aridez da geografia social da atualidade. “Olhai os lírios do Olhai os lírios do
campocampo” é em sua essência uma receita inteligente
de vida. Ou por outra, uma concepção ideal de vida para quem deseja enxergar a realidade atual como algo mais do que
um mero passar de dias. Vai olhar?
Públio José
Uma coisa aprendi durante a minha vida, sofrer nao e a pior
coisa que existe. Desobedecer a Deus
e a pior de todas as coisas.
Sinceramente,
Fernanda Torres/[email protected]