nuctemeron de apolonio de tiana -j. van rijckenborgh

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o nuctemer on

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o nuctemer onde

 apolÙnio de ti ana

coment ado por 

 J. v  an R ijckenbor gh

4.ª ediÁ„o

lectorium rosicrucianum

2011

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Cop yright © 1968 Rozekruis Pers, Haarlem, Holanda

TÌtulo original:

 Het Nuc t emer on Ä an A  poll onius Ä an Ty ana2011

impresso no brasil

LectoriumR osicrucianum

Escola Internacional daR osacruzÁurea

Sede InternacionalBakenesserg raØt 11-15, Haarlem, Holanda

 www.rozenkruis.nlSede no Brasil

Rua Sebastião Carneiro, 215, São Paulo, SP www.rosacruzaurea.org .br

Sede em PortugalTra vessa das Pedras Neg ras, 1, 1.o, Lisboa, Portugal

 www.rosacruzlectorium.org 

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Rij®enborgh, J. van, 1896-1968.O Nuctemeron de Apolônio de Tiana / comentado por J. vanRij®enborgh. - 4. ed. Jarinu, SP: Lectorium Rosicrucianum, 2011.

Título original: Het Nuctemeron Ä an Apollonius Ä an Tyana

isbn: 978-85-62923-03-6Vários tradutores.

1. Apolônio, de Tiana, 4-97. Nuctemeron 2. Esoterismo3. Filosoa antiga 4. Gnose 5. Hermetismo I. Título.

10-04657 cdd–186

Índices para catálogo sistemático:

1. Filosoa hermética. 186Todos os direitos desta edição reservados ao

LectoriumR osicrucianum

Caixa Postal 39€13.240-000 € Jarinu € SP € BrasilTel. (11) 4016.1817 € fax (11) 4016.3405

 www. pentag rama.org .brlivros@ pentag rama.org .br

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Sum·rio

ONuctemeron deApolÙnio deTiana 7

Pref·cio 11

Primeira Hora 19

Segunda Hora 27

TerceiraHora 39

Q uarta Hora 49

Q uinta Hora 57

Sexta Hora 65

SÈtima Hora 79

Oitava Hora 87

Nona Hora 95

DÈcima Hora 113

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UndÈcimaHora 121

DuodÈcima hora 129

Biografia do autor 135

Gloss·rio 139

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ONuctemer ondeApolÙnio deTi ana

Primeira hora Na unidade os demônios entoam louvor a Deus; eles perdem a maldade e a ira.

Segunda Hora Mediante a dualidade, os peixes do zodía≠co entoam louvor a Deus, as serpentes íg ≠neas entrelaçam-se em torno do caduceu, eo relâmpago torna-se harmonioso.

TerceiraHora As serpentes do caduceu de Hermes entre≠laçam-se três Äezes, Cérbero escancara suas

três bocarras, e o fogo entoa louvor a Deusmediante as três línguas do relâmpago.

Q uarta Hora NaQuartaHoraaalmaregressada Äisita aos túmulos. É o momento em que as lan≠ternasmágicassãoacesasnosquatrocantosdos círculos. É a hora dos sortilégios e das

ilusões.

Q uinta Hora A Äoz das grandes águas entoa louvor ao Deus das esferas celestiais.

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Sexta Hora O espírito permanece impassível, ele Äê osmonstros infernais mar Ø arcontrasieestá

 sem medo.

SÈtima Hora Um fogo que dá Äida a todos os seres ani≠mados é dirigido pela Äontade de seres hu≠manospuros.Oiniciadoestendeamão,eo

 grande sofrimento transforma-se em paz.

Oitava Hora As estrelas conversam entre si. A alma dos sóis responde ao suspiro das flores. Corren≠tes de harmonia interligam todos os seresda natureza.

Nona Hora O número que não deve ser revelado.

DÈcima Hora A Ø ave do ciclo astronômico e do movi≠mento circular da Äida do ser humano.

UndÈcimaHora Asasasdosgêniosmovimentam-secommis≠terioso rumorejar. Eles Äoam de esfera aesfera e levam de mundo em mundo as

mensagens de Deus.

DuodÈcimaHora Aquiserealizam,pelofogo,asobrasdaluzeterna.

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Pref·cio

Talvez já tenhais ou vido f alar a respeito de A polônio de Tiana,essa gura misteriosa que surg iu no mundo no alvorecer de nossaera. Considerado um lósof o da escola neopitag órica, ele f oi com≠

 parado a Jesus, pois seu nascimento também f oi anunciado peloEspírito*1 Santo.

Ele via jou e ensinou em quase todas as reg iões ao redor do Mar

Mediterrâneo. O po vo vinha de todos os lugares para ou vi-lo e, para os padrões daquela época, seus seguidores eram numerosos.Ele f ez muitos milag res, curou enf ermos, e sua influência era tãog rande que, por onde ele passa va, os po vos em luta enterra vam osmaØados de guerra. Como é compreensível, ele f oi perseguido pelasautoridades relig iosase várias vezes encarceradoe torturado.Q uando, por m, resolveram atirá-lo a cães selvagens para ser

estraçalhado, desapareceu de modo misterioso.Depois que se retirou da cena do mundo, seus f eitos e sua bio≠g raa f oram reunidos em um livro. E assim apareceu nalmenteum e vangelho em oito partes volumosas. O conteúdo desse e van≠

gelho era tão g rande e poderoso que a jo vem ig re ja cristã e seusfundadores dele caram temerosos.

Como a imprensa ainda não existia naqueles dias, as obras de

A polônio de Tiana eram apenas manuscritas; por conseguinte,

Pala vras seguidas por um asterisco aparecem no Glossário, que se inicia na1

 pág. 139.

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

ha via um número bastante reduzido de e xemplares, o que f aci≠litou seu roubo, consco e destruição. Em seguida, o po vo f oiad vertido de modo muito brutal, e assim, pelo método segurode incutir medo, a lembrança de A polônio de Tiana f oi apagada.E isso sobretudo porque f oi aplicado outro método, clássico ee xtremamente renado, ainda aplicado até o presente: a f alsica≠ção. De tempos em tempos f oram aparecendo obras atribuídas aA polônio de Tiana e outrassobre ele, que somente os entendidos poderiam reconhecer como falsicações.

Assim, nalmente, esse homem f oi descaracterizado de talf orma que ninguém mais pôde reconhecer a verdade e a reali≠dade a seu respeito. A polônio de Tiana tornou-se mera guralendária, e não é de sur preender o f ato de muitos terem du vidadode sua e xistência. Desse modo, o g rande ob jetivo f oi alcançado:depois de alguns séculos de trabalho perse verante e inteligente,

A polônio f oi banido para o domínio da lenda, tornaram seus en≠

sinamentos misteriosos e imag inários. Sua origem, procedência eseu aparecimento histórico foram postos em dúvida.

Tendo Øegado a esse ponto, os conspiradores conseguiram irmais além. Em algumas bibliotecas públicas, sob a forma de doa≠ção, puderam introduzir escritos f alsicados, tanto de A polôniocomo também de muitos outros, segundo o método de armar

que f oram “recentemente descobertosemesca vações”. Então, emseguida, a seleta “sociedade intelectual” pôde debruçar-se sobreeles. Naturalmente, os manuscritos f oram decifrados, lidos e a va≠liados por pessoas treinadas no assunto, e apareceram g rossoslivros mediante os quais uma pessoa aqui e outra acolá puderamreceber o título de doutor.

E assim a semente da f alsicação e da mutilação espalhou-se

sólida e vigorosamente. E os que € até esse momento € com issocolaborarampor ignorância, orgulhando-sedeseuconhecimentoe de le var no bolso a análise da sabedoria de A polônio de Tiana,f oram vítimasda ilusão. Damesmamaneiracomomuitas pessoas

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Pref·cio

continuamsendo, porquanto a e xumaçãodeantigosmanuscritosestá na ordem do dia.

Nós, porém, que já estamos preparados para trilhar a senda darosa e da cruz, sabemos e compreendemos que a verdade podeser aprisionada durante muito tempo, que ela pode ser mutiladadurante longo tempo, que os servidores da verdade podem ser perseguidoseatacados, masa verdadeumdia se libertará. Q uantomais tempo ela f or reprimida e ag rilhoada, maiores se tornarãoas tensões, e mais poderosamente irromperá o fogo da verdade.

Compreendereis que A polônio de Tiana é um dos maiores en via≠dos. No alvorecer de nossa era se manif estou, nos países ao redordo Mar Mediterrâneo, nas g randes civilizações e culturas daque≠les dias, um número de g randes obreiros da Gnosis* universal. Jesus, o Senhor, foi um deles.

Esses obreiros f orma vam um g rupo iniciado de sete Filhosdo Pai ou Filhos da Viúva, en viados da humanidade-alma. Por≠tanto, é compreensível que A polônio de Tiana € assim comoseus irmãos € tenha trilhado uma via-crúcis, um caminho de so≠frimento e sacrifício, ting ido pelo sangue do pró prio coração. Elef oi amado por seus lhos gnósticos e odiado pelos servos da natu≠reza dialética.* Esses f atos são tão conhecidos que já não temos

necessidade de estender-nos nesse assunto.Q ueremos ele var essa g rande personalidade diante de vossoentendimento e de vossa visão e, ao mesmo tempo, livrá-la da poeira, da ilusão e da traição dos séculos.

Q ueremos mostrar-vos esse en viado de Deus, esse Filho do Pai,tal como ele é realmente, pois mais uma vez, neste nal dos dias,o círculo universal dos g randes lhos de Deus tomou a iniciativa

de um trabalho grandioso.Por isso, a verdade sobre A polônio de Tiana também de ve serre velada. E, como a hora mais escura é a que precede o romper daaurora, também agora podemos esperar que a iniciativa da jo vem

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

Gnosis de colocar A polônio de Tiana à clara luz da realidadese ja acompanhada por uma iniciativa paralela e diversionária dahierarquia* dialética. Em nossos comentários, baseamo-nos emalguns fragmentos de uma edição mais antiga de sua obra2 e combase nesses fragmentos vereis claramente por que seus ensina≠mentos f oram destruídos e sua e xistência histórica e x purgada daconsciência da massa.

A escola gnóstica f undada por A polônio de Tiana tinha porob jetivo ef etuar a realização imediata da vida da no va alma.* Eledese ja va Øegar diretamente ao ob jetivo único, por isso dirig ia-seàqueles em quem podia presumir abertura e compreensão. Seusensinamentos não se presta vam, de modo algum, ao uso dialé≠tico: eles eram inadequados para os servos deste mundo. Maistarde, A polônio de Tiana f oi muitas vezes le vado a mal, por nãotra var relações com “qualquer um”, e também por selecionar

seu público “a crivo de peneira”. Podemos compreender isso, visto que também a Escola da Rosacruz Áurea emprega medidassemelhantes.

Contudo, estaríamos f azendo in justiça a A polônio de Tianase, ao mesmo tempo, não vericássemos que sua amorosa luze sua prof unda compaixão abrangeram toda a humanidade, eque seus milag res e suas curas estiveram a serviço de todos, sem

e xceção alguma. Unicamente com base em “le var o ser humanode volta ao lar”, na verdadeira realidade, ele dirig ia-se aos que def ato esta vam aptos a ser conduzidos imediatamente para o “lar”, pois ele sabia que seus irmãos esta vam ativos em outro campo,como Jesus, o Senhor, que trabalha va mais para a f utura geraçãodos escolhidos.

Assim, Jesus f ala va mais para a massa, mas também, como sabe≠

mos, f alouparaseusdiscí pulosemum âmbito mais estreito. Jesus

O Nuc t emer on f oi publicado por Eli phas Lévi como apêndice de sua obra2

 Dogme et Rit uel de l  a haut e mag ie (Dogma e titual da alta mag ia), Paris, 1856.

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Pref·cio

f ala va por parábolas, em termos velados e simbólicos, a m dedespertar na massa um pouco de anseio e de fé. Foi por isso queos opositores puderam distorcer a linguagem de Jesus para uso pró prio. Q ue método admirável f oi para eles apossarem-se das pa≠la vras de um en viado divino que se dirig ia à massa para encobrircom essa mesma linguagem seus pró prios ob jetivos. Q ue métodoadmirável f oi para eles f azer de Jesusumdeus, umdeus intang ívele inating ível, e f azer de si mesmos uma ig re ja e um sacerdócio de Jesus.

Toda via, ao mesmo tempo, a lembrança de A polônio de Ti≠ana de veria desaparecer do cenário, e seus ensinamentos dire≠tos, como toda Gnosis, de veriam ser aniquilados, pois A polônio prega va e ensina va o Deus manif estado na f orma humana dalosoa hermética, o homem que, pela transguração* e pelo re≠nascimento da alma, podia ing ressar diretamente na pró pria vida

libertadora para, desse modo, tornar perf eitamente livre e ativoseu deus interior.A “Grande Farsa”*3 não é um acontecimento f uturo! Ela é um

no vo capítulo da peça que há milhares de anos se encena para ahumanidade. Rasgai vós mesmos, de um só gol pe, a teia da ilusãoe da fraude, na qual já há tanto tempo soismantidosaprisionados,e permiti que os ensinamentos diretos de A polônio de Tiana vos

influenciem. Fazei disso todo o vosso empenho! Então, tambémestareis f azendo justiça a Jesus, o Senhor, que há dois mil anos vos f alou por parábolas, porque ainda não estáveis maduros paraou vi-lo e compreendê-lo de outra maneira, nem para pôr em prática seus ensinamentos.

Neste livro, f alaremosdetalhadamentesobreoNuctemerondeA polônio de Tiana, título que traduziremos por “o dia de Deus

que resplandece nas tre vas” ou “o Deus que está aprisionado em

R ij®enborgh, J. v. Desmascar  ament o. 2. ed. São Paulo: Lectorium Rosicrucia≠3

num, 1983.

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

nosso microcosmo*”. Esse “dia” está dividido em doze horas oudeg raus, e cada hora encerra uma instrução concreta quanto aomodo pelo qual cada candidato pode realizar o “dia de Deus”.Em suma, é um método, um caminho para a completa libertação.

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Primeir  aHor  a

 Na unidadeos demônios ent oam

l ouvor a Deus ;

el es per dem amal dade e a ir  a.

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PrimeiraHora

Como dissemos no prefácio, o “dia de Deus” descrito no Nucte≠meronconsisteemdozepartesØamadasde “horas”. Tentaremosagora lançar um olhar sobre a Primeira Hora, que diz:

 Naunidadeosdemôniosent oam l ouvor  a Deus ; el esper dem a maldade e a ira.

Q uem dese ja trilhar a senda da Gnosis universal de ve começaring ressando nessa primeira hora. Ela relaciona-se com o caminho joanino: asendaqueendireita as veredaspara o Deusemnós, queé o homem-alma decaído.

Os “demônios”, de que aqui se trata, não são as várias espé≠cies de f antasmas que habitam a esf era* refletora, mas sim os

demônios presentes em cada ser humano. Sem o menor e xagero, pode-se dizer que qualquer ser humano dialético é possuído pelodemônio.

O demoníaco é o mal e o impuro, opecaminosonoser humano.O demoníaco é a soma negativa de todas as e xistências que f oram vividasnomicrocosmoehabitamosubconscientecomoum f eixede certas tensões magnéticas.

O microcosmo do ser humano contém inúmeras cargas mag ≠néticas heterog êneas, acumuladas por ele em suas intermináveis viagenspela naturezadialéticade vido a todaaespéciedesituaçõesde vida, sentimentos, pensamentos, ações e experiências.

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

Compreendereis que cada ser humano está sempre ocupadoem engendrar no vas tensões magnéticas negativas, isto é, aindalatentes. Todas essas tensões, tão dif erentes, f ormam o campo*de respiração particular, o campo de vida, a atmosf era na qual, naqualidade de ser humano, respirais.

Talvez já observastes as nu vens passar no ar e, ao  xardes osolhos nelas, vistes em cada nu vem inúmeros rostos, com múlti≠ plas f ormas. Eles tam-vos, e seu olhar perde-se à distância; elesmudamdemauspara ine x pressivos, e neles há algodemortiço, deirreal. São como sonhos negativos. Assim também podeis  xar osolhosem vosso pró prio campo de respiração, no interior de vossoser* aural. Ali, todas as tensões magnéticas nebulosas possuemigualmente cabeças, bem como guras f antásticas e g igantescas,mais ou menos monstruosas e demoníacas. Assim, pode-se com≠

 preender a razão de f alarem de demônios as pessoas que podem

 vê-las no pró prio ser. Eles são as imagens das tensões magnéti≠

cas que habitam o subconsciente. São as tensões do campo derespiração aural.

Por que se f ala de “subconsciente”? Bem, porque tambéme xiste ainda outra consciência,* a consciência-eu comum. A cons≠ciência-eu desen volve-se como uma soma de todos os princí piosde consciência, de todos os átomos que f ormam vosso sistema.

Ela é alimentada diretamente por radiações siderais queØ

egamaté vós de nosso cosmo circundante. As nu vens demoníacas dastensões magnéticas de que acabamos de f alar não permanecemapenas em vosso campo de respiração, mas também vos pene≠tram; elas f azem parte dos cinco fluidos anímicos naturais e, porconseguinte, de cada átomo de vosso ser.

Portanto, não e xiste somente um princí pio de vida positivo

no ser humano que lhe permite dizer “eu”, mas também há neleuma compulsão subconsciente, uma longa e difícil viagem paraosabismosdopassado, a multi plicidadede vozesdeumprincí piode vida negativo, do subconsciente.

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Primeira Hora

É por essa razão que muitos in vestigadores da psique humana vericaram, em todos os tempos, a e xistência de dois eus no serhumano: o eu da consciência comum e o eu da subconsciência;o eu da natureza comum e o eu da natureza desarmoniosa e dia≠bólica. É e vidente que todos os seres humanos vivem desses doiseus. Em certo momento, eles vivem do eu comum, e considera-seisso normal. No momento seguinte, vivem do subconsciente esão, como se diz, anormais. Nesse caso, são arrastados pelas f orças primitivas do passado a ações, pensamentos e sentimentos que oeu normal lastima.

E xistem pessoas, muitas pessoas, que são go vernadas tão f orte≠

mente pelas tensões magnéticas desarmoniosas que le vam uma vida que mostra mais o aspecto anormal do que o normal. Entãoelas estão possuídas pelo demônio; frequentemente elas descemabaixo das normas de vida que a sociedade estabelece; seu sistema

nervoso nada pode fazer em contrário.Essas pessoas são consideradas criminosas. E os que de vem julg á-las e condená-las, e os que como massa humana se encon≠tram a seu redor, ainda não estão sob o jugo do pró prio subcons≠ciente. Ainda não! Sua natureza subconsciente ainda não vem àtona, mas atrás dos muros de casa, atrás das paredes dos quartos,deixam que seus impulsos tenham livre curso. Dessa maneira eles

ainda podem conservar certo equilíbrio, ao passo que na vida pública assumem uma expressão de integridade. Todavia, seu es≠tado é tão sinuoso e tão complicado quanto o dos outros. Essa éa condição de toda a onda de vida humana em manifestação.

Os incontáveis séculos das manif estações dialéticas f alam emcada ser como uma série de tensões magnéticas desarmoniosas ede problemas não resolvidos. Isso é o diabólico no homem. Isso

é o que lhe é peculiar. Isso é o pecaminoso nele. E quem diz,comoser humanonatural, quenão veiodopecadomente. É nessarealidade, nessa medonha realidade, que A polônio de Tiana sedirige a seus alunos.

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

Percebeis, assim, que a Øamada psicolog ia moderna não éabsolutamente moderna. Ela é uma tentativa de proteger o serhumano, com as verdades dos antigos gnósticos e dos antigosmétodos ocultistas, contra seus pró prios demônios, sem curá≠

-los verdadeiramente. É a versão moderna do velho e conhecidoexorcismo.

A polônio de Tiana coloca seus alunos diante da mais assusta≠dora verdade da dialética: a de que cada ser humano é o produtoda totalidade do passado do microcosmo. O passado e o presenteemaranham-se em dois eus: o consciente e o subconsciente.

Como de veis conduzir-vos agora diante dessa realidade Øo≠cante? Tendes de aceitá-la! Tendes de esf orçar-vos para colocartodo esse comple xo de tensões magnéticas diante da Gnosis e desua luz, quando a Primeira Hora do Nuctemeron ele va sua voz.Assim, in vocais as radiações consoladoras e curadoras de Belém,

na prof unda fé dequesomentedosmontesdessasublimidade virá vossa salvação. Assim, in vocais, em primeiro lugar, as verdadeirasf orças curadoras. E uma vez que in vocais essas f orças au xiliadorase curadoras e vos entregais a essas radiações magnéticas, é claroque tendes de viver completamente delas. De veis € assim dizA polônio de Tiana € af adigar-vos com toda a vossa seriedadenessas forças para, assim, realizar algo.

Desse modo, no aluno que se encontra sobre o tapete,* desen≠ volvem-se cinco processos, ao mesmo tempo, no consciente e nosubconsciente.

Em primeiro lugar, a Gnosis submete-vos a um julgamento.Isso signica que a totalidade da vida e do campo de vida, comtoda a sua complexidade, são atacadas pelas radiações gnósticas.

Assim, o candidatoØega, em segundo lugar, a g rande autoco≠

nhecimento. O consciente e o subconsciente são confrontadosreci procamente. O aluno descobre as origens das estranhas e di≠ vergentes tensões que tão frequentemente go vernam e estorvamsua vida, e que tantas vezes assumem formas gigantescas.

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Primeira Hora

Desse modo, em terceiro lugar, o candidato vence o autodes≠ prezo. Não é verdade que sois frequentemente possuídos peloautodesprezo, pela autorrepreensão? Em muitos momentos não vos considerais secretamente um indivíduo insignicante? Nãoconheceis e e x perimentais frequentemente o ef eito paralisanteque resulta disso? Para vencê-lo, precisais e xaminar completa≠mente a causa dessa diabólica f orça paralisante. E xaminar essacausa à luz da Gnosis signica, ao mesmo tempo, sua remoção.A pós cair nesse autodesprezo, o candidato ca por muito tempocercado de g rande vácuo, em que nada mais entra senão g randefrialdade. É a solidão da terra de ninguém.

Eis por que, emquarto lugar, o vácuodo isolamento é rompido pelas radiaçõesgnósticas, easalvação gnósticapenetranalmentetodas as partes do microcosmo, da personalidade e do campode respiração. Assim, os f ocos de uma no va f orça de vida vão-se

f ormando em todo o campo de respiração. Uma no va esf era mag ≠

nética começa a e x pandir-se. Um no vo estado de eu começa af ormar-se. Esse no vo eu é a síntese, a unicação do conscientecom o subconsciente. Todas as desarmonias con vertem-se emharmonia.

Então, em quinto lugar Øega o momento g lorioso em que,nessa unicação, as antigas tensões desarmoniosas se dissi pam e,

naunidade recém-surg ida, todososantigosdemôniose diabosen≠toam lou vores ao Pai. Todas as oposições desaparecem e perdemsua antiga ira e maldade.

Desse modo, cada candidato pode endireitar as veredas parao seu deus e tornar-se totalmente digno de trilhar a senda dalibertação de modo consciente.

Primeiro, o subconsciente de ve dissolver-se no consciente, e

depois ambos de vem f azê-lo na puricação da Gnosis. Essa é atarefa da Primeira Hora do Nuctemeron de A polônio de Tiana.Q uem começa essa taref a na primeira hora do seu dia de Deus,não e xtingue o passado ou o carma,* como muitos costumam

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frisar, porém ele f az o passado tornar-se muito valioso, pois f azdele um tesouro permanente de sabedoria, experiência e força.

As tensões desarmoniosas do passado, que se ag itam e re vol≠ vem no ser humano, não são causadas, em princí pio, por ações e pensamentos terríveis e acontecimentos assustadores em tempos passados, mas ref erem-se sobretudo a coisas, vivências, proble≠mas e processos que ainda não f oram solucionados, que aindanão Øegaram a um m, que ainda não f oram concluídos. Porconseguinte, o ser humano encontra-se diante da taref a que seusantepassados e predecessores não realizaram.

Q uando, mediante a vida de autodescoberta do verdadeirodisci pulado, deixais a atmosf era gnóstica penetrar todo vosso ser,endireitais as veredas, armados com o conhecimento pro vindodo tesouro do passado. Então, tudo o que se manif esta comodesarmonioso entoará, com tudo o mais, sonoro louvor ao deus

em vós. Todo o passado apresenta-se como um benefício no ho je vivente, base de um futuro absolutamente seguro.Na unidade das f orças naturais, com base na alma-espírito,*

todas as f orças da natureza cantam o lou vor e a honra de Deus.Elas perdem a maldade e a ira.

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SegundaHor  a

 Med i ant e a dualidade ,os peix es do zod í  aco

ent oam l ouvor a Deus ,

 as ser  pent es í  gneasentr el  a ç  am- seem t or no do caduceu ,

e o r elâmpagot or na- se har monioso.

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SegundaHora

Na Primeira Hora de A polônio de Tiana, pudemos ver como to≠dasas tensõesmagnéticasdesarmoniosas, incompreendidase, porconseguinte, desgo vernadas, que se manif estam no microcosmo, poderão ser conduzidas à unidadepelo disci puladognóstico. Elas perdem suas características negativas de maldade e ira e põem-se

completamente a serviço do candidato aos mistérios gnósticos.Cada tensão magnética com que o ser aural do homem se en≠contra sobrecarregado f oi e é causada por determinada ação, emum período de vida de uma das personalidades que viveram nomicrocosmo. Q uando todas essas tensões magnéticas€ livres demaldade e ira e de suas reações e ventuais € se colocam a serviçodo ser humano que está vivendo atualmente no microcosmo, ve≠

ri

ca-se a liberação de um imenso tesouro de e x periências, de pu≠

ricação e de conhecimentos, que torna cada candidato mil vezesmais forte do que seria explicável pelo estado de vida comum.

À Primeira Hora ajusta-se agora a Segunda Hora:

 Med i ant e a dualidade , os peix es do zod í  aco ent oam l ou≠Äor a Deus , as ser  pent es í  gneas entr el  a ç  am- se em t or no do

caduceu, e o relâmpago torna-se harmonioso.

Para poderdes compreender essas pala vras, de veis ter bem pre≠sente oque aPrimeira Hora quis dizer, isto é, quemantendouma

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orientação inequívocaeestandosobre o tapete, ocandidatoconse≠gue o autodomínio e, mediante essa unidade do ser, os demôniosno ser perdem a maldade e a ira. Agora, de maneira f undamental,o candidato já não está preso à vida dialética inf erior. Ele estálivre, então, para poder trilhar a senda. Essa liberdade f undamen≠tal somente é possível com base na já mencionada transf ormaçãodo demônio no ser humano: o subtrair-se da garra caótica dastensões magnéticas, e a ordenação e transformação resultantes.

Tão logo um aluno se tenha libertado dessa garra, ele é con≠frontado de maneira direta com o campo astral onde vive, com ocampo de seu nascimento sideral, em suma, com o g rande campode vida astral da dialética, pois a oposição não de ve ser vencida eultrapassada somente no pró prio microcosmo, mas também nogrande mundo, onde vivem o microcosmo e a personalidade.

Nesse campo de vida sideral, com os éons* aí dominantes, ma≠

nif esta-se a f orça da dualidade, as influências das f orças g êmeasda natureza, de vido às quais tudo na natureza visível é impelido paraseuoposto, oqueesclareceamplamente o jogodaalternânciacontínua da dialética.

É uma lei natural vigente no campo de nascimento sideralque quando alguém princi pia com aleg ria e entusiasmo, em dadomomento é tomado e dominado pelo pessimismo e pela tristeza.

Não é sem razão€

ao contrário€

que isso acontece: toda umasérie de f enômenos no g rande jogo das alternâncias dá motivo para isso em abundância. Assim, alternam-se continuamente, eem todos os aspectos, a crença e a descrença, a certeza e a dúvida,a luz e as trevas.

E quem não venceu o demônio das tensões magnéticas na Pri≠meira Hora também não poderá ir a vante na Segunda Hora do

Nuctemeron. Ele será completamente sub jugado e neutralizado pelas f orças do campo sideral. Somente pode tentar dominar ocampo de nascimento sideral quem conseguiu um no vo ser, alcan≠çou o nascimento da alma e, mantendo-se rmemente sobre o

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Segunda Hora

tapete, serenou a tempestade magnética no pró prio ser. Ele podef azer isso, desde que encontre o método pelo qual os opostos danaturezaseequilibram, eassimpodepreparar para si mesmo uma passagem harmoniosa atra vés do Mar V ermelho do nascimentosideral.

Com certeza já ou vistes f alar a respeito do equilíbrio dos opos≠tos e de veis ter aprendido algo disso em vossa ju ventude; possivel≠mente tenhais tirado notas e xcelentes em matemática, contudo,criar e seguir semelhante caminho matemático na pró pria vidaé algo bem dif erente e coloca o ser humano diante de g randes problemas. Deixai queoNuctemeron, naSegundaHora de vossodisci pulado, vos ensine o modo como podereis resolver esses pro≠

blemas, supondoque já atra vessastessatisf atoriamente a PrimeiraHora.

 Med i ant e a dualidade , os peix es do zod í  aco ent oam l ouvor a

 Deus. Esta é a primeira fórmula que tendes de resolver.Conheceis, naturalmente, o símbolo do signo zodiacal de Pei≠ xes ( P i sces): osdois peixescolocadosumao ladodooutro e ligados por uma cruz. Um dos peixes é o símbolo do homem divino, ooutro é o símbolo do homem preso à natureza. Ambos de vemtornar-se um mediante uma via-crúcis. Compreendemos issocomo sendo: a dissolução endurística do homem* natural no

homem-alma divino. Assim, os dois tornam-se um; os opostosidenticam-se.Desse modo, possuís aØa ve paraapassagematra vésdocampo

de vosso nascimento sideral. Neste campo sideral do nascimentonatural arde um f ogo que flame ja intensamente. Vós o conheceiscomo o f ogo do dese jo e nele e x perimentais três estados: o deatração, o de repulsão e o neutro. O ser humano encontra-se

 perfeitamente sintonizado com esse fogo e é uno com ele.Compreendeis que, justamente pela f orte e e xtremada indivi≠dualização do ser humano dialético, o f ogo sideral torna-se uminferno flamejante.

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A vida de dese jos de qualquer ser humano é semelhante à deoutros, já que pertencem a esta natureza* da morte. No entanto,cada uma delas não se sintoniza com o mesmo ob jetivo. O f ogoque um ser humano atrai e assim vivica pode ser repelido poroutro, ou este pode querer e xtingui-lo, ou então ele não tem inte≠ressepor isso. Estando, pois, sintonizadosdemaneira tãodesigual,tão dif erenciada, os seres humanos tornam-se um inf erno uns para os outros. Q ueimam-se uns aos outros com f ogo, apesarde não o dese jarem, atiçando umØarco generalizado de f ogo e,assim, torna-se compreensível a f uriosa alternância do jogo dosopostos; as contínuas transf ormações são lóg icas e e x plicáveis.Por sua natureza comum, os seres humanos atiram-se reci pro≠camente no inf erno do f ogo sideral e mantêm-se mutuamenteaprisionados. Pelo desejo, atrai-se a discórdia.

Suponhamos que tenhais percebido isso e queirais neutralizar

esse f ogo pelo qual cada ser humano é responsável, que dese≠

 jeis conseguir um equilíbrio dos opostos e assim abrir para vósmesmos uma passagem. Que tendes de fazer então?

Observemososimbolismodosignozodiacal dePeixes. Por queecomoqueohomem inf erior eohomemdivinose ligam, ecomoa dualidade se transf orma em unidade? Pela cruz, isto é: peloamor divino, que tem o poder de tudo santicar e tudo vencer. É

essa, pois, a verdadeira f orça anímico-espiritual, a harmonia de vida, que tão-somente se torna possível mediante a via-crúcis doamor.

Podeis agora compreender do que se trata aqui? Suponhamosque tenhais um inimigo. Todos os seres humanos têm inimigos,conhecidos ou desconhecidos, querendo-o ou não. Como surgea inimizade? Ela surge, é obrigada a surg ir, pelo desequilíbrio

dos opostos. Vós repelis, portanto, quereis e xtinguir. Outro atraio mesmo, ele dese ja atiçar o f ogo. Imediatamente surge g randeconflito, um antagonismo de interesses no campo dos opostos.Logo surge a guerra! Dela partici pais porque viveis na natureza

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Segunda Hora

da morte, porque tendes dese jos no campo de nascimento side≠ral. E assim, os seres humanos prendem-se f ortemente uns aosoutros na dança inf ernal, na pró pria perdição. Cumpre-se umalei natural. Ora eles estão no f orno e são torrados, ora estão f orado f ornoparaassar e torrar a outrem. A polônio de Tianaprocurafazer-vos ver a estupidez disso.

Por que a dualidade dos peixes entoa lou vor a Deus? Por causada via-crúcis do amor! Como deveis entender isso? Da seguintemaneira:

Tomai a Primeira Hora do Nuctemeron como vossa base. Su≠ ponhamos que estejais na calma e na unidade da Primeira Hora.Então sabereis, se ja lá como f or, que cada dese jo que possui a qua≠lidade e a natureza do campo de nascimento sideral e voca umoposto, e, assim, orig inam-se a inimizade e o f ogo inf ernal. É tam≠

bém e vidente que já não alimentareis esses dese jos, já não os atiça≠

reisemproporçõescada vezmaiores e, portanto, osneutralizareis. Vós vos ele vareis, em orientação superior, à vida libertadora daalma. Q uem f az isso passa, são e salvo, atra vés de quaisquer pro≠f undezas do inf erno. Ele encontra a harmonia que pro vém doequilíbrio dos opostos.

Q uando vos tornais sem dese jos no tocante a tudo o que per≠tence ao campo de nascimento sideral, então, no decorrer de

 vossa vida, cada f orça sideral de que necessitais, de vido a vossoestado biológ ico, vem a vós. Sem que in voqueis uma oposição!Outra lei natural assegura isto quando arma: “Buscai, em pri≠meiro lugar, o reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vosserão acrescentadas”.

Bem, suponhamos que já vosencontreisnaausênciadedese jose na via-crúcis do amor e apareça um inimigo, isto é, um inimigo

natural, visto que, segundo a natureza, cada ser humano da dia≠lética é vosso inimigo. Ele quer queimar-vos com a orientaçãode seu dese jo, ele é obrigado a f azê-lo em razão de seu ser. Issosignica que, em vosso caminho atra vés do campo de nascimento

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sideral, quase que diariamente sois confrontados com as f ar pasinflamadas do g rande f ogo. Compreendeis que cada ser humanoassim age, é obrigado a ag ir, de vido a seu estado de ser. Percebeisisso perfeitamente.

No entanto, por vossa ausência de dese jos, já não podereis serarrastadospara o f ogoe também não o atiçareis paraosoutros. Eleestá diante de vós. Ele procura, pelo medo, ou por outro modoqualquer, induzir-vos à atividade. Contudo, a única atividadeque agora parte de vós é o g rande amor da via-crúcis das rosas,o princí pio de vida do mundo da alma, a g rande compreensãocompassiva do próximo, da situação do próximo. Para vós já nãoe xistem oposições. Para vós há somente a f ase da via-crúcis €a tra vessia pelo deserto € atra vés do campo sideral, pois estais voltados para o mundo do estado de alma.

E assim prosseguis, amais vossos inimigos, e todos as oposi≠

ções desaparecem; encontrais a g rande harmonia. O

lho deDeus, a alma vivente, tomouseu lugar junto a vossoestadosideral.Ingressastes nos cânticos da Segunda Hora:

 Med i ant e a dualidade , os peix es do zod í  aco ent oam l ouvor  a Deus.

E assim, ainda resta examinar a segunda parte:

 A  s ser  pent es í  gneas entr el  a ç  am- se em t or no do caduceu , e orelâmpago torna-se harmonioso.

Dissemos há pouco que o candidato, quando permanece “sobreo tapete” em orientação inequívoca, obtém o autodomínio e

que, por meio dessa unidade com o ser, os demônios no ser per≠dem sua maldade e ira. Isso signica que quando o candidato,mediante o autossacrifício do eu dialético, segue o verdadeirocaminho joanino atra vés do deserto, produz-se um alinhamento

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Segunda Hora

de todas as correntes magnéticas que atuam no ser dialético. Astensões magnéticas, com todas as suas consequências tão natu≠ralmente presentes na vida dialética, desaparecem. Por um lado,a totalidade da f orça de tensão magnética acumulada no ser au≠ral é harmonizada e colocada a serviço do candidato. Por outrolado, essa f orça de tensão magnética é ordenada ou af astada dosistema, de modo que, no nal, nada permaneça além da unidade.A amargura e a ira desaparecem completamente.

A pós essa ordenação e preparação, o candidato ing ressa na Se≠gunda Hora, na qual ele é confrontado direta e conscientementecom o mundo astral da natureza comum onde vive e respira emrazão de sua natureza dialética. Nesse campo, ele de ve aprender a vencer oque é ti picamente “inerente” à naturezadialética, asaber,as Øamadas forças gêmeas da natureza, os pares de opostos.

O candidato soluciona agora os g randes problemas relacio≠

nados com isso seguindo uma via-crúcis. Aqui ele se encontratotalmente voltado para o signicado simbólico do signo de Pei≠ xes do zodíaco. Nesse símbolo, o homem natural, inteiramenteaprisionado e ardendo no f ogo sideral, encontra-se ligado aohomem divino, ao Espírito, que é livre de todas as aflições ter≠renas. A ligação entre ambos é realizada pela cruz do amor divino,isto é, pela radiação da Divindade. O candidato, mediante ver≠

dadeiro amor impessoal, universal, pode atra vessar ileso o f ogosideral. Esseamor torna-se viventecombasenaausênciadedese josegundo a natureza.

O f ogo sideral é dese jo, desperta dese jo, e cada dese jo despertae possui um oposto. Se nele mergulhais, então seguis pelo inf ernoda natureza comum. Há apenas um anseio, uma diretriz volitiva, pela qual o candidato pode ascender, visto que o ser humano

nascido da natureza nada mais pode f azer! É o anseio pelo outroreino, pelo no vo campo astral, o prof undo anseio pelo homemdivino com o qual ele está ligado pela harmonia de P i sces , que é ocontínuo entoar louvores à Gnosis.

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

Se a diretriz da Primeira Hora trou xe ordem ao sistema mag ≠nético, então a diretriz da Segunda Hora trará, em anseio pro≠f undo, o autoes vaziamento pelo autossacrifício à alma divina pormeio do caminho joanino, que se torna possível mediante o: “Énecessário que ele cresça e eu diminua”. Em decorrência desseacontecimento, as ser pentes ígneas entrelaçam-se em torno docaduceu, e o relâmpago torna-se harmonioso.

Na Doutrina* Universal, as radiaçõesdo f ogosideral são indica≠dascomoser pentes ígneas, comomo vimentosqueseassemelhamà f orma do relâmpago. O caduceu representa a coluna vertebral,e nele circula o f ogo* ser pentino, o f ogo sideral, o animador doser humano, o f ogo que o impele atra vés da vida. No caduceu eao seu redor se realiza continuamente toda espécie de processosígneos. O f ogo sideral multif orme dos pares de opostos disparasuas f ar pas flame jantes ininterruptamente no f ogo ser pentino

do ser humano e, por meio desse f ogo ser pentino e do sistemanervoso correspondente, todas as influências são conduzidas portodo o sistema. O observador atento vê que a totalidade do ca≠duceu está en volvida continuamente por um espectro multicorde flamas de radiações siderais, às vezes de cor branca, viva e res≠ plandecente, às vezes de cor vermelha escura e de vibração pesada.E o ser humano contorce-se nesse Øarco inf ernal de f ogo. Ele é

obrigado a reagir.Contudo, quem segue seu caminho em orientação inequívocae f az com que a ordem se estabeleça em seu estado magnético,caminha sossegado e ileso atra vés doØarco inf ernal da vida dialé≠ticaporque, emautossacrifício, seencontra voltadopara a ele vadae única meta da liação divina, isto é, para o despertar da alma, para o renascimento da alma mediante a via-crúcis das rosas.

Então realiza-se g rande milag re. A ag itação con vulsiva desapa≠rece do ser e da vida. Grande quietude interior desen volve-se, aqual é esclarecida pela intensa transf ormação que se produz nos processos ígneos siderais no caduceu e a seu redor.

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Segunda Hora

 A  s ser  pent es í  gneas entr el  a ç  am- se em t or no do caduceu , e orelâmpago torna-se harmonioso.

Sim, pois as forças siderais da Gnosis, as forças do reino da alma,do mundo da alma, da se xta reg ião cósmica, começam a go vernaro caduceu. E assim surge um f ogo claro, brilhante, unif orme esereno, uma flama tranquila e ine xtinguível, pela qual todo o seré alimentado harmoniosamente.

Nessa harmonia interior, o candidato ing ressa na TerceiraHora.

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Ter ceir  aHor  a

 A  s ser  pent es do caduceu de Her mesentr el  a ç  am- se trê  s Äezes ,

C ér ber o escancar  a suas trê  s bocarr  as ,

e o f  ogo ent oa l ouvor a Deusmed i ant e as trê  s lí nguas do r elâmpago.

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TerceiraHora

Q uando a flama serena, pro veniente da ausência de dese jo se≠gundo a natureza, tornou-se um f ato e o candidato a vança pela via-crúcis das rosas, ele de ve tornar-se um ca valeiro do SantoGraal, isto é, um guerreiro, um obreiro a serviço da luz univer≠sal. Para tanto, ele precisa primeiro f abricar sua arma, sua espada.Ele possuirá essa espada pelo correto preparo interior do cadu≠

ceu, da coluna do f ogo ser pentino de seu ser. Essa coluna de f ogoespiritual, esse caduceu, possui três canais. Q uando considera≠mos os dois aspectos do simpático* nesse processo, vemos que of ogo desce por um dos cordões para, em seguida, subir pelo outro.Desse modo o caduceu é proteg ido pelo no vo f ogo e recebe aoportunidade de, nesse entrelaçamento, preparar-se completa≠mente para o g rande processo de transguração que acontecerá

depois e de sintonizar todo o ser com esse processo, armando-seassim contra Cérbero.Na mitolog ia, Cérbero é descrito como um cão tricéf alo do

inf erno. Outras f ontes descre vem-no como possuindo cinquentacabeças, caudaparecidacomadeumdrag ão, cristadecemser pen≠tes, saliva e hálito venenosos. Seu latido f az o inf erno estremecer.Ele é denominado o guardião do portal, o vig ia na outra margem

do Estige. Dentre as muitas lendas que os séculos teceram sobreCérbero, escolhemos uma, a que arma que os vivos que dese jam passar para a outra margem do Estige de vem possuir o bastão deMercúrio. Aqui é f eita uma ref erência ao caduceu de Hermes.*

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

O candidato tem de pro var que sua arma, sua espada de ca valeirodo Graal, tornou-se sucientemente forte.

Um candidato aos mistérios trilha a senda una com o ob jetivoúnico de partici par do mundo da alma, do no vo campo de vida, para estar livre dos g rilhões da natureza da morte. E por issoele quer atra vessar o Estige. Mas a dialética não permite a umser humano seguir assim tão f acilmente. O que f oi construído econservado durante milhões de anos na natureza da morte não pode desaparecer de modo tão repentino!

Cérbero é o símbolo do ser do pecado que se oculta, qual umaser pente, no ser aural e que, em virtude das leis dos processosmagnéticos, nalmente se impõe ao aluno, antes de desaparecer e permitir queocandidato atra vesse. Comanoção “ser do pecado”não se de ve pensar em um f antasma, no resultado das ações ecrimes terríveis dos predecessores em vosso microcosmo, mas na

soma de tudo o que mante ve vossos predecessores e mantém a vós mesmos af errados à natureza da morte. Pensai tão-somenteno medo e xistencial, no medo inerente a todos os seres humanosem sua luta pela sobre vivência. Este é apenas um dos aspectos deCérbero. Precisais compreender perf eitamente qual a aparênciade vosso Cérbero, para que saibais, a cada hora, se por vosso ca≠minhar na senda já vos tornastes f ortes o bastante para transpor

essa serpente do passado.Contudo, Cérbero em g rande parte nada mais é do que ilusão.Ele é apenasoespelhodopassado. Q uandoØegar omomento emque tudo o que esse espelho mág ico reflete, se ja em vosso cérebro,se ja em vosso coração, já não af etar-vos, podereis dissolver emnévoa essa gura ilusória por meio das três línguas do relâmpagode vosso fogo serpentino renovado.

C ér ber o escancar  a suas trê  s bocarr  as , assim está escrito na Ter≠ceira Hora. Cérbero é o símbolo do ser do pecado do homemque, semelhante a uma serpente, se encontra oculto no ser aurale se pro jeta continuamente no caduceu do ser humano vivo e

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Terceira Hora

impõe-se ao candidato de conf ormidade com as leis das radiaçõesmagnéticas. Porém, quando nos mistérios gnósticos, o candidatoreno vou seu pró prio caduceu de modo trí plice (o caduceu possuitrês aspectos), então é preciso vericar se o candidato se encon≠tra f orte o bastante para atra vessar a sombra do passado e suagarra, a m de neutralizá-la e aniquilá-la. Portanto, Cérbero ésimplesmente o estado f undamental do ser humano dialético, éa soma do passado no presente. Se vosso “ho je vivente” situa-sena Gnosis, então é lóg ico que esse f ato se compro ve eletromagne≠

ticamente, e é e vidente que, em certo momento, ele entrará emf orte conflito com a f orça nuclear do passado. Então se vericaráquem é o mais forte.

Cérbero, a f orça nuclear do passado, que e videntemente con≠trola e go verna vossa condição de nascido desta natureza, log i≠camente é, com razão, “o guardião do portal” na outra margem

do Estige. Cada pereg rino que está a caminho do País dos Vi≠

 ventes tem de passar por esse guardião. Passar por ele signica:aniquilá-lo mediante a e xtinção completa do passado e o estabe≠lecimento de um no vo início em todo o microcosmo, o início dohoje vivente.

Seria bom que livrásseis as realidades relacionadas com tudoisso de todo o romantismo e de todas as histórias de horror sobre

os guardiães do umbral e ans. Pois € como dissemos anteri≠ormente € cada radiação magnética possui uma estrutura queaparece no campo de respiração como uma imagem, como umagura que se apresenta frequentemente sob um aspecto mais oumenos assustador. Q uando semelhante imagem surge no campode respiração de um aluno, e este está de posse do caduceu verda≠deiramente no vo, então, a influência magnética mencionada é

transf ormada imediatamente em outra vibração pela radiaçãodo caduceu. Dessa f orma, assim diz o Nuctemeron, todos osdemônios € todas as f ormas g rotescas no campo de respiração €

desaparecem e entoam louvor a Deus.

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

Resta então a f orça nuclear ainda presente no ser aural, da qual partiram e ainda partem todas as influências magnéticas. Porm, essa f orça nuclear, Cérbero, de verá também ser e x pulsa, vistoque Cérbero é a Øa ve para a fronteira e xtrema da sétima reg iãocósmica.

Por conseguinte, se algum candidato quer passar da sétima para a se xta reg ião cósmica, ele de ve confrontar-se com Cérbero,que escancara suas três bocarras para de vorar o pereg rino quese aproxima e, dessa maneira, devolvê-lo à região a que pertencedevido a seu nascimento natural.

Q uando, portanto, f alamos sobre vosso e nosso Cérbero e suaatuação como nosso opositor, tendes de pensar em um caminhoque todos temos de percorrer, em uma resistência que todos te≠mos de romper. Q uando nos armamos com a espada do caduceureno vado, de vemos em seguida a veriguar o campo de batalha,

o lugar do confronto, e analisar os meios com que Cérbero seapresenta para opor-se a todos os que desejam passar por ele.Estamoscon victosdequeoguardiãodoportal do microcosmo

 vos aparecerá sob uma luz totalmente dif erente quando refletir≠mos sobre seus meios de luta. Talvez este jais propensos a crer que, para poder passar por ele, tereis de dispor de g rande medida deespírito de luta em sentido dialético e, por outro lado, possuir

g rande medida de pureza. No entanto, compreendereis que, parater sucesso, há necessidade de algo mais e que tendes de ponderarsobre as autocorreções mais evidentes a serem feitas.

Em primeiro lugar, de vemos indicar mais uma vez o f antasmado medo, que vos mantém aprisionados em razão de vosso nas≠cimento natural. A ansiedade é pró pria da natureza dialética.Tendes ansiedade por causa de vossa saúde, de vossa posição so≠

cial, de vossas posses, de vosso marido, mulher, lho, de todos osacontecimentos que possivelmente possam interf erir em vossa vida. Por medo f azeis coisas que não de veríeis f azer e deixais def azer muitas outras que de veríeis f azer. Ansiedade, preocupação

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Terceira Hora

e medo deixam-vos “em frangalhos”. Isto é, se dese jais trilhar asenda, se quiserdes tecer a veste gnóstica.

Para o candidato, Cérbero é o maior obstáculo no caminho, éa causa pela qual repetidamente ele busca um compromisso como mundo. E quando já não há medo dos obstáculos no mundo,desen volve-se a ansiedade de que a veste* áurea nupcial não possaser tecida. Cérbero despertará, se ja de que maneira f or, a ansie≠dade no candidato. Por receio de perder a Gnosis, o candidato pode tornar-se um f anático, que é o e xemplo tí pico do ser hu≠mano que perse vera em algo em razão de um medo duplo: medode partici par e medo de não partici par. A loucura do f anatismode semelhante ser humano circula em seu fogo serpentino.

Portanto, para banir esse medo é preciso muitíssima perse ve≠rança e persistência. Por isso, é preciso ter passado de maneiracorreta pela Segunda Hora. A cruz do amor de ve ser carregada de

tal maneira que esse amor vos torne f ortes, para que toda a açãoou não ação se ja realizada de maneira correta em sua f orça e paraque tudo enfrenteis com a tranquilidade interior que esse mesmoamor concede. Enquanto esse amor ainda não estiver perf eito em vós, Cérbero vos manterá a passagem f eØada, e isso tão-somente pelo medo, que ainda está presente em vós.

Libertar-se de ansiedade, preocupação e medo é também a ta≠

ref a que o Sermão da Montanha propõe ao candidato. Isso nãoquer dizer: neutralizar e vencer no mundo dialético todos os me≠

dos, preocupações e ansiedades, pois isso é impossível, porqueeles são inerentes à dialética. Por conta das leis naturais, eles apa≠recem em vossa vida. Não, de veis ele var-vos acima deles na f orçae na luz do outro reino.

A supercialidade de muitos contos, lendas e mitos está no

f ato de o ca valeiro vencer o drag ão mediante coragem cultivada.Mas de modo algum se trata de coragem! Q uem consolida emsi mesmo a luz do outro reino ele va-se acima de qualquer medo.O medo desaparece de sua vida. Passar pelo guardião do portal

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mediante luta violenta e demonstração de g rande valentia e cora≠gem está fora de questão.

Outro aspecto de Cérbero em vós é o dogma. Um dogma éuma doutrina. E xistem inúmeras doutrinas. A Gnosis pode sere x plicada, descrita e denida doutrinariamente. Essas doutrinassão necessárias para ter-se um ponto de partida e seguir deter≠minado caminho. Todos os grandes do Espírito também deramao mundo, além de tudo o mais, doutrinas. Todas elas tinhamum aspecto dogmático e nos deram um prog rama f undamentado.Também a Rosacruz Áurea, como não podia deixar de ser, trans≠mite uma doutrina, e xtensamente esclarecida com o au xílio daliteratura. O candidato que traz esta doutrina na cabeça e nocoração também a  xa no sangue e veste-se completamente coma roupagem da doutrinação. Essa doutrinação preenØe toda asua vida.

Contudo, pode ser que nessa situação, sobre essa base, Cér≠

bero tenha o candidato f ortemente sob seu poder. O candidatoconsidera-se um gnóstico por e xcelência. Pois não é verdade queseus semelhantes o estimam muito? Com que eleg ância e clarezaele sabe e x por a doutrina, como ela é f ormulada corretamente,bem pensada, esclarecida com pureza losóca.

Noentanto, aqui espreita o g randeperigo! Umadoutrina é um

 prog rama, e um prog rama e xiste para ser realizado. E o e xecutoré muitíssimo mais que um conhecedor do prog rama. Alguém pode ser um mau conhecedor do prog rama, porém um e xcelenterealizador. Por isso, o candidato corre o perigo de car preso nadoutrinação. Deixar o mundo sufocar-se em doutrinação é umatática, um método de Cérbero.

E é precisamente nisso que consiste o declínio da teolog ia, da

ig re ja, que em sua maior parte nada mais é que um institutodoutrinário. Em um de seus aspectos a Gnosis orig inal veio aoser humano como uma doutrinação, como uma doutrina ab≠solutamente pura. Hou ve pessoas que se consolaram com essa

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Terceira Hora

doutrina e sorveram-na como um nardo. Em seguida, saíram para pregar a doutrinação. Algumas escre veram livros para di≠ vulgar a mensagem e le vá-la aos que não esta vam em condiçãode alcançá-la pessoalmente. A geração seguinte baseou-se nesseslivros. Surg iram universidades, g randes escolas, a m de ensinaressa doutrinação. E os dogmáticos reuniram-se para re visar e cor≠rig ir as doutrinas, a m de adaptá-las ao mundo, à civilização, aosconhecimentos e dese jos dialéticos e xistentes. O medo distorceua doutrina. As doutrinas tornaram-se conf usas e se contradisse≠ram. Ficaram reduzidas a fragmentos. E um g rupo disse: “Esteé o fragmento correto!” Outro g rupo buscou sua salvação nosegundo fragmento. E assim surg iram as universidades das diver≠g ências. E todo esse dogmatismo de séculos estabeleceu-se nosangue e no f ogo ser pentino do ser humano. Cérbero mantém ahumanidade rmemente em suas garras de vido aos instintos dog ≠

máticos do passado. Não e xistem, dentre os candidatos da sendadasalvação, muitosqueprecisam lutar desesperadamenteconsigomesmos, porque o instinto dogmático herdado não concordacom o programa e a losoa da Gnosis?

Como podeis libertar-vos das garras do dogma? Colocandoo dogma que escolhestes como um prog rama de vida e e xecu≠tando-o com todo o vosso ser. Desse modo careis logo sabendo

se ele é um dogma morto ou vivo e se ele vos conduz para oobjetivo a que se propõe.Se cardes presos ao dogma, sem f azer mais nada, e de tempos

em tempos trocardes um dogma por outro, então vossa vida ≠cará po voada de ídolos. Permanecereis então acorrentados nocárcere. Todas as vossas esperanças dogmáticas se mostrarão inú≠

teis e af undareis no pântano das decepções. Cérbero, vosso ser

do pecado, terá então triunfado pela enésima vez.

Candidato, aprendei esta lição:Recebeis a doutrina para realizá-la.

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Realizai-a, e estareis livre do dogma.Então vós mesmos vos tornareis o ensinamento.E sobrepujareis vosso Cérbero!

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Q  uart aHor  a

 Na Q uart  a Hor  a a al ma r eg r essa

da Äi sit  a aos túmul os.

 É o moment o em que as l  ant er nas m á g icas s ã o acesas nos quatr o

cant os dos c ír cul os. É a hor  a dos sortilé  g ios

e das il usõ es.

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realizá-la. Conheceis o alvo da viagem. Em princípio, nada mais poderá atrapalhar-vos o caminho ou opor-vos resistência. Noentanto, em vossa viagem pelos mistérios universais, não sereisembalados, transportados e entregues no destino. Ou, f alandode maneira romântica, não sereis le vados para o alvo como queem asas de an jos com música e cântico de salmos. Não, equi pa≠dos com todas as possibilidades e f orças, vós mesmos tendes deestabelecer a direção passo a passo. Vós mesmos tendes de to≠mar a decisão no tocante a cada detalhe do plano de viagem. Porconseguinte, as no vas f aculdades têm de ser utilizadas, testadas,e tendes de aprender a mane já-las na prática. Assim, a viageminteira dependerá de vossa própria avaliação.

Se possuís cérebro, tendes de utilizá-lo; se possuís coração, ten≠des de f azê-lo irradiar. Assim, todas as f aculdades do estado dealma capazes de libertar a humanidade de vem ser colocadas em

 prática. Essa é a razão pela qual muitas di

culdades no desen≠

 volvimento do candidato somente princi piam depois de ele ter passado por Cérbero. São diculdades que resultam da inexperi≠ência da f ase inicial, da frag ilidade do no vo estado de nascimento.E repetimos: a totalidade da viagem a ser iniciada agora de ve ba≠sear-se na no va f aculdade de a valiação. Ninguém, a não ser vósmesmos, de verá decidir sobreoquede veis f azer oudeixar de f azer

na Q uarta Hora; vós mesmos tendes de a valiar, tomar a decisãoe e xecutá-la. A voz de todos os vossos irmãos e irmãs silencia naQuarta Hora.

É Øegado o momento em que as lanternas mág icas de umestado de a valiação autônoma são acesas nos quatro cantos doscírculos, e de veis atentar se a alma, após ter visitado os túmulos,deles reg ressa de f ato. Por túmulo de vemos entender aqui a natu≠

reza da morte, que, com todas as assim Øamadas manif estaçõesde vida, é, emessência, g igantescocemitério. Nelanadae xisteque,em realidade, não se ja efêmero. A vida da dialética, com todos osseus aspectos, é uma sepultura terrível.

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Q uarta Hora

A Q uarta Hora de ve agora compro var, pois, se o candidato,que em princí pio já está equi pado de maneira f undamental paraa g rande viagem, que já preparou tudo para ela, também já sedespediu de f ato e no mais amplo sentido da imensa armadilhada dialética.

Essa sepultura é mais complicada do que o candidato possaimag inar à primeira vista. Ela não somente possui os aspectosmateriais g rosseiros, mas abrange também muitos estados de sere xtremamente renados e cultivados. E quando venceis o que ég rosseiro e o m aisbanal, o renado, o veladoeoseleto atacam-vos.Q uem ing ressana Q uarta Hora vivencia ahor  adossortilé  g iosedasil usõ es. Justamente então ele precisa urgentemente das l  ant er nasmágicas nos quatro cantos dos círculos.

Os círculos de que se f ala aqui também podem ser indicadoscomo esf eras ou círculos de vida. O estado de vida dialético, em

sua totalidade, abrange diversas esf eras ou círculos de vida emque se manif estam vários estados de ser. Pela e x pressão “esf erarefletora” compreendemos todos esses dif erentes círculos de vidae os processos que neles se manifestam.

É claro, pois, que quando o candidato enceta sua viagem e seele va, por conseguinte, acimadaesf era mais g rosseira do reinodosmortos, ele de ve em seguida atra vessar todos os outros círculos

da natureza da morte, em vivência consciente e triunfante. Paratanto, ele de ve colocar em cada círculo de vida pelo qual alme ja passar as quatro lanternas mág icas, para que, na luz quádrupla daa valiação mág ica, ele possa eliminar o sortilég io e a ilusão de cadaum desses círculos de vida.

A polônio de Tiana indica aqui, portanto, um processo menci≠onado em todas as escrituras sag radas e na Doutrina Universal

de todos os tempos. Pensai, por e xemplo, na viagem da Pistis*Sophia: em seu retorno para o Décimo* Terceiro Éon, ela não pode omitir nenhum círculo de vida. Em cada círculo que elaatravessa, os éons e forças tentam detê-la ou aprisioná-la.

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Pensai na viagem de Dante, em A d ivina comé d i a. Ao iniciara angustiante viagem, ao encetar sua viagem pelo inf erno, eleencontra-se em uma floresta tenebrosa. Imediatamente precisaapelar para as f aculdades de seu pró prio estado de ser, e assim serecupera de um ataque de medo:

 Mas depois que Øeguei ao pé de uma colina, Lá onde terminava o Ä ale Que me havia compungido de medo o coração,

Olhei para o alto e Äi sua encostaVestida já dos raios do planeta

 Que reto conduz o homem por todas as Äias.

 Então aquietou-se um pouco o medo

 Que, no lago do coração, me havia duradoToda a noite, passada com tanto pesar.

 E como alguém que ofegante Emerge do pélago e atinge a praiaVolta-se para a água perigosa e a encara,

 Assim meu ânimo, ainda fugindo,Voltou-se para contemplar de novo o passo Que pessoa alguma jamais deixara com Äida.4

E de Jesus, o Senhor, f oi-nos dito que morreu, f oi sepultado,desceu ao reino dos mortos, ressuscitou, ascendeu aos céus ouingressou em sua pátria.

Esse é o caminho universal de cada candidato. Por isso é des≠critademaneira lóg icapara nós, na Q uarta HoradoNuctemeron,

Dante. A divina comédia, Inferno, Canto i, 13–27.4

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Q uarta Hora

essa viagem pelo inf erno, essa marØa atra vés de todos os círculosda natureza dialética.

A seguir, precisamos ainda deter-nos nas quatro lanternas mag ≠néticas que são colocadas nos quatro cantos de cada círculo aser ultrapassado. Essas quatro luzes f ormam naturalmente umquadradomág ico, um tapete, umabasedeconstrução, umaØa veabsoluta. Conheceis o quadrado mág ico universal do tapete daRosacruz: unidade* de g rupo, orientação inequívoca, ausênciade luta e harmonia em todas as manifestações de vida.

O quadrado mág ico da autoa valiação enobrecida, no qual seaØa a f orça para passar por todos os sortilég ios e ilusões doscírculos, consiste em:

1. razão pura,2

. vontade pura,3. sentimento puro ou coração puro4. e ação pura.

A a valiação absoluta depende de estardes perf eitamente rmesna Gnosis e orientados para ela sem vacilações. V ossa vontadenão de ve querer outra coisa senão o que a Gnosis quer. V osso

coração somente de ve amar o que a Gnosis dese ja que o coraçãoame. V ossa vidadeações não de ve realizar outra coisasenãooqueestá em harmonia com a razão, com a vontade e com o coração.

Essas são as quatro luzes da mag ia que, em cada círculo de vida, em cada passagem, de vemen volver ocandidato. Sabe-sequef orças poderosas se encontram ocultas na razão, na vontade e nocoração. Q uando, impelidos por essas três f orças, o ser humano

 passa à ação, à realização, ele ca ligado aos resultados da ação,que o detêm até ele ser capaz de aniquilar no vamente a açãoe suas consequências. Por isso, compreendereis a necessidadeurgente de pôr em prática a mag ia gnóstica das quatro luzes. O

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conhecimento e a e x periência pertinentes a isso não caem do céu.Eles de vem ser conquistados! Eles de vem pro var se a alma, defato, em todos os aspectos, regressou da visita aos túmulos.

Por m, consideremos ainda os sortilég ios e as ilusões. Sãotambémquatroemnúmero, ordenadosemquatro rubricas, comosombras projetadas ou imitações das quatro luzes mágicas.

A primeira imitação é a que aparece frequentemente nos círcu≠los de vida mais sutis da natureza dialética: a mistura da verdadecom a mentira, da realidade com a aparência, mediante a qualuma segunda intenção, uma orientação egocêntrica, um dese jo pro veniente da natureza da morte é en volvido com uma bela lin≠guagemecom vestidura da verdade, a mdeconseguir ser ou vidoe realizado.

A segunda imitação é o veneno dos f alsos ensinamentos, o veneno mortal de cobra. A absorção desse veneno por um ser

humano, bebendo-o ou in jetando-o, f az com que ele

que ag ri≠

lhoado à natureza da morte.A terceira imitação é a do amor. O amor, em todos os seus

aspectos, mesmo no mais renado, mesmo naquele classicadocomo desapaixonado, é nito. O que queremos dizer com isso éque um assim Øamado relacionamento sentimental na naturezadialética também está voltado para o eu, para a autossatisf ação

e a autoconservação, para a e x ploração, a relação entre senhore escra vo, a ostentação. É um amor, uma condição sentimental,que nada tem a ver com a natureza do amor, com a esf era deamor da alma. A quarta imitação é a especulação, a irrefle xão,a irracionalidade, a ação espontânea negativa sem f undamento,sem a razão, motivadas por tendências ou influências.

Essas quatro imitações ameaçam cada candidato em sua via≠

gem de alma atra vés dos círculos da natureza da morte. Contudo,se ele souber conservar acesas suas quatro lanternas mág icas erealmente tiver reg ressado da visita aos túmulos, nada poderácausar-lhe dano.

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Q  uint aHor  a

 A Äoz das g r  andes á guasent oa l ouvor ao Deusdas es f  er  as cel esti ai s.

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Q  uintaHora

Estamos seguindo o candidato aos mistérios libertadores em sua viagem pela esf era refletora. Tal como a Pistis Sophia, ele atra≠ vessou todas as esf eras dessa reg ião mediante o uso das quatrolanternas mág icas, que soube manter acesas, de modo que todosos sortilég ios e ilusões da esf era dialética não puderam retê-lonem prejudicá-lo.

E assim ele adentra a Q uinta Hora, o quinto período de seucaminho de desen volvimento. A Q uinta Hora é a hora da vitória,a hora da libertação completa de todas as influências, f orças easpectos da dialética, tanto em relação à esf era* material comotambém em relação à esf era refletora. A penas agora é possívelf alar-se de uma no va g ênese humana, de um nascimento verda≠deiramente no vo, da estrela quíntupla de Belém, da verdadeira e

 profunda paz interior.Para o candidato que se apro xima de uma escola* espiritualgnóstica, essa situação inteiramente no va não se encontra em umf uturo long ínquo. Essa situação não aparece somente quando elese liberta da morte e de toda a cor poralidade dialética, pois o Nuc≠temeron quer inf ormar-nos que é possível alcançar esse estadode ser enquanto o aluno ainda dispõe completamente de sua per≠

sonalidade nascida da natureza, contanto que essa personalidadenascida da natureza se tenha tornado perfeitamente “joanina” etenha ing ressado no estado de nascimento da alma mediante oestado de ausência do eu.

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Q uinta Hora

em um microcosmo. A pagar o passado, aniquilar o carma, nãosignica perdê-lo totalmente. Q uer dizer somente e x piá-lo, so≠brepu já-lo. Toda via, em certo sentido, ele sempre permanece namemória do microcosmo. Com ef eito, sempre podeis e vocá-loem vossa lembrança. Essa lembrança pode ser uma tendênciaou uma influência quando está relacionada a predecessores nomicrocosmo.

Contudo, independente disso, agoraocandidato ing ressouemno vas reg iões, e, com base em no vas possibilidades, descortina-seum futuro completamente novo.

Em sua refle xão sobre a Q uinta Hora, o candidato de ve de≠cidir-se agora a pôr um m denitivo ao passado, embora esteeste ja disponível e possa ser vivicado no vamente. O candidatode ve ing ressar na no va terra e e x plorá-la unicamente com baseemsuasno vaspossibilidades. Talvez algunse xemplos tornem isso

mais claro, visto que situações semelhantes também ocorrem emníveis mais inf eriores na vida dos alunos, como uma pre visão daQuinta Hora.

Suponhamosqueocandidato, comoser humanoamadurecido,com vasta e x periência de vida e muitas obrigações, ing resse, emdado momento, em uma escola espiritual gnóstica e ali se ja en≠carregado de um trabalho qualquer. Animado com as melhores

intenções, ele estará inclinado a aplicar, também em uma escolaespiritual, os métodos e hábitos antigos de vida que se mostra≠ram úteis e produziram bons resultados. Contudo ele vericaráque esse método sempre tem resultados negativos em uma escolaespiritual.

Q uando, pois, na hora da vitória, o candidato e xamina seu passado, ele vê toda uma série de fraquezas ti picamente huma≠

nas que antes preenØiam sua vida, fraquezas que imprimiramseu selo em seu caráter, que f ormaram sua personalidade, que de≠terminaram sua conduta com seus semelhantes, bem como suasalegrias e suas tristezas.

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Além disso, eledescobrequenopassadosempre f oi um joguetedo destino. O destino, a dialética, determinou seu caminho de vida. Em seguida, o candidato vê nitidamente por que o destino,nesse período, tomouemmãosas rédeasdesua vida, vistoquediae noite ele se ocupou com as práticas, com as f orças da dialética.Desde a hora de seu nascimento dialético até o momento do ama≠durecimento na vida, cada ser humano é preparado, sintonizado para partici par da vida dialética, para f amiliarizar-se com os hábi≠tos e as f orças da prática de vida dialética. Portanto é e vidente emesmo ine vitável que essas f orças mantenham um ser humanocativo, que o dominem e governem.

Certos hábitos e práticas de vida são tão renadamente inteli≠gentes, tão engenhosos, tão poderosos mental e astralmente, tãoecazes na natureza comum, que é preciso resistir à tentação deaplicá-los tambémnono vo estadodeser. Emsua retrospecção, na

Q uinta Hora, o candidato de ve tomar a resolução de não aplicarno no vo estado de vida nenhum, mas nem um sequer, dos hábi≠tos ou métodos de vida antigos. De sua visão retrospectiva ele se volta, então, para o no vo ho je vivente e o f uturo nele contido, ena hora da vitória ele toma em mãos as no vas armas e f az uso desuas novas possibilidades.

O que elas contêm? O candidato encontra-se nas correntes de

 vida das g randes águas universais, o que signica que um no vof ogo mág ico o toca e traspassa, f azendo nele sua morada. A vozdasg randes águasnelecantacomoscincosonsprimordiais. Essescinco sons fundem-se.

E agora ele e xtrai a quinta-essência dessa consonância, que é,na música, o quinto tom da escala f undamental. Na mag ia, essetom é o mais e xcelente, o maisnobre, o maispoderosodessa f orça

g randiosa, que agora é sua. E assim ele se apresenta como umservidor na g rande casa da intervenção divina, a m de realizaras taref as que o aguardam no campo de colheita. É uma f orça nu≠clear com a qual ele le va por toda parte, mesmo nas prof undezas

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Q uinta Hora

abissais do inf erno, a harmonia, a tranquilidade e a paz, a paz deBelém.

Q uem sabe e pode empregar essa f orça já não precisa lutar, por≠quanto qualquer luta surge da inimizade recí proca entre as f orçasg êmeas da natureza dialética. Q uem já não vive dessas f orças g ê≠meas ele va-se acima de toda a contenda e é um portador de pazsobre a terra para todososqueainda vivemnas tre vas. Semelhanteser humano le va o vácuo do no vo estado de alma à natureza damorte, de modo que nesse vácuo os abatidos e os f eridos possamser santicados, possam ser curados. Nos mistérios isso é denomi≠nado “o casamento dos opostos”. A alma, quando e x perimentaesses opostos: bem e mal, luz e tre vas, aleg ria e tristeza, amor eódio € equilibra-os.

Então, a alma, somente a alma, transcende a dialética.

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Se xt aHor  a

O espírit o per manece impassível,el e Äê os monstr os in f  er nai s

mar Ø ar contr  a si e está sem medo.

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SextaHora

Pudemos vericar que a Q uinta Hora f oi a hora da vitória, naqual o candidato aos mistérios gnósticos f az primeiro uma retros≠ pectiva e se decide a já não empregar, sob nenhum prete xto, osmétodoseas f orçasdaantiga vida, porque, seassim o zesse, essasforças outra vez automaticamente passariam a governá-lo.

Em seguida, ele dirige os olhos para o f uturo, quando poderátomar sobre si sua taref a como um servo de Deus e dos homens,equi pado com f orças completamente no vas, isto é, com as f or≠ças das g randes águas ou as f orças do Espírito Sétuplo. A pós tercomemorado sua vitória, ele encontra-se, pela primeira vez emseu caminho de desen volvimento, como um ser humano comple≠tamente livre na natureza da morte. Somente agora se tornam

 verdadeiras para ele as pala vras: “No mundo, porém já não domundo”.Muitos f oram os místicos que tentaram dar uma solução a

essas pala vras, f ug indo literal e cor poralmente do mundo. Ocul≠taram-se por trás de g rossas paredes de mosteiros, em lugaresinacessíveis de florestas virgens ou de montanhas e, como seisso não bastasse, procuraram ainda, no interior das paredes dos

mosteiros, o isolamento em celas.Contudo, agora não se trata de paredes e celas em lugares isola≠dos, porém de estar no mundo, no sentido mais amplo da pala vra.Em meio a este mundo, o candidato demonstrará que é uma peça

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ínteg ra e dinâmica a serviço do mundo e da humanidade, com≠

 pletamente mergulhado na vida da natureza da morte para, dessamaneira, entrar em contato estreito com todos os que nela se en≠contram aprisionados. Assim, ele está no mundo, e, no entanto,não é do mundo. Esse é o segredo da arte hermética.

“Não ser do mundo” não é uma f uga do mundo ou uma ini≠mizade pelo mundo e pela vida, mas é estar no mundo, servi-loe, mediante os mistérios gnósticos, vencê-lo interiormente, pormeio do nascimento da no va alma e do no vo estado de consciên≠cia. E assim, mediante um no vo estado de ser, poder manter oespírito impassível diante dos ataques e do domínio dialéticos.

Semelhante ser humano não tem medo. Em sentido gnóstico,ele está enobrecido para o serviço à humanidade. Ele pode cami≠nhar tranquilamente pelo mundo, pois, embora tenha de contarcom perigos, não os teme de vido à no va f orça interior. Ing ressar

nessa liberdade superior e prof unda de ve ser o anseio mais ele≠

 vadoeametadecadaalunodaEscolaEspiritual. Q ualquer f ormadialética de liberdade é g rande engodo, absoluta ilusão e sempreuma forma de aprisionamento.

Acompanhemos agora no campo dialético esse servidor ou servi≠dora dos seres humanos em seu caminho da verdadeira liberdade.

Esse servidor ou servidora realiza sua tarefa por mandato da luzuniversal. Ele é Øamado, em primeiro lugar, de rei-sacerdote.Seu sacerdócio de ve estar claro para vós. Certamente ele serve aDeus e à humanidade, e é uma luz na senda para o buscador. Suarealeza de ve ser compreendida no sentido clássico. Um rei, nosentido orig inal da pala vra, é um monarca, isto é, um homem quese tornou autônomo, um homem que, vivendo verdadeiramente

o sacerdócio, alcança essa autonomia. Não há poder algum, af orao da Gnosis, que este ja acima de seu poder. Não há na naturezadialética reg ião alguma que ele não possa penetrar para realizarsua tarefa.

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Sexta Hora

Com certeza já lestes na escritura sag rada universal sobre arealeza da alma que foi libertada pelo Espírito. É compreensívelque esse estado de rei-sacerdote se ja necessário para o obreiro doreino de Deus. Por conseguinte, esse estado de rei-sacerdote é, por e xemplo, indicado como o de Melquisedeque, o misteriosolíder de uma ordem excelsa, a Ordem de Melquisedeque.

Melquisedeque é a entidade que representa a mais ele vada justiça divina e reside na justiça do reino divino da paz. Por isso,ele é denominado rei de Salém, o rei do reino da paz.

Todos os que, na Se xta Hora de sua viagem para a vida univer≠sal, assumemsua taref adeservirinteg ralmente são reis-sacerdotessegundo a Ordem de Melquisedeque, o que indica a ele vadaautonomia e a in violabilidade desse sacerdócio na natureza damorte.

De veis compreender bem que todo o candidato aos mistérios

gnósticos que ing ressou na ordem do estado de rei-sacerdote e passaa realizar seu trabalhoservidor temmais a f azer doque f alare testemunhar sobre a vida libertadora do no vo estado da alma.Mediante e xemplo dinâmico e vivo, mediante a construção deum campo de trabalho, ele de ve estimular o buscador a tomar emmãos o cajado de peregrino.

Toda via, esse trabalho é tão-somente uma parcela relativa≠

mente insigni

cante do que, em realidade, tem de ser alcançado.O campo de atividade ao qual o ref erido servidor de ve dirig ir-seé tão extenso que é quase impossível fazer-se ideia dele.

Q uem quiser compreender, mais ou menos, o signicado daSe xta Hora, de ve tentar lançar um olhar nesse campo de ativi≠dade para, de algum modo, ter uma noção de sua magnicênciae in violabilidade. Vivemos em um mundo de f enômenos cu jas

causas, em sua maioria, se encontram ocultas. Portanto, quemquer realmente au xiliar uma criatura em sua caminhada atra vésdo campo de e xistência de ve conhecer as causas mais recônditasda vida dessa criatura.

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Todos os seres humanos possuem um caráter distinto. Todoseles possuem ti pos dif erentes e assim, nas mesmas situações, pen≠sarão, sentirão e ag irão de maneira muito diversa. As causas eos ef eitos das atividades psicológ icas em todos eles são bastanteindividuais. Poderíamos simplicar essas dif erenças f alando em: passado, carma, estadodesangue, f atoreshereditários, raça, nação,condição social. Contudo, em verdade diríamos muito poucocom essas pala vras. Q uando dizemos: “o ser humano é o produtodo passado”, nada e x pressamos ainda sobre a natureza essencialdesse passado. É e xtremamente necessário sondar-se de maneira perfeita algo desse passado.

NaEscolaEspiritual, apro ximamo-nosdesseproblemaquandodizemos que qualquer e x pressão de vida é o resultado de certaradiação eletromagnética de natureza cósmica. No entanto, tam≠

bém ainda assim nada dissemos do que se encontra por trás disso.

No que se ref ere a seus intentos, os raios cósmicos vêm direta≠

mente a nós ou não? E xistem f orças ou seres que os modicame des viam com segundas intenções? E xistem talvez ainda outrosimpedimentos? Não poderia acontecer de vários reinosde vida es≠tarem interag indo, f azendosurg ir, assim, todoo ti pode radiaçõessecundárias?

Assim, podeis propor umasériedeperguntasecompreendereis

que, quandonaEscoladaRosacruz Áurea simplesmente dizemosque há uma radiação dialética e uma radiação gnóstica, estamosapenas balbuciando os primeiros rudimentos de uma ciência daradiação a ser in vestigada, por meio da qual todas as causas eestados de vida de vem ser esclarecidos, antes que se possa f alarrealmente de auxílio, de uma terapia.

O que sabemos, em sentido mais prof undo, um do outro?

V emo-nosunsaosoutros f azendo coisasestranhas, coisas desag ra≠dáveis ou lamentáveis. E, muitas vezes per ple xos, perguntamos:“Por quê?” Emseguida vemumasérie de indagações: “Por queumser humano entra para a EscoladaRosacruzeoutro não? Por que

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muitos, que esta vam a ponto de encontrar a Rosacruz, recuaramno último momento? Q ue influências in visíveis os des viaram desua senda?”

Eis por que o verdadeiro e prof undo amor ao próximo requerque se saiba por que alguém pensa, sente e age tal como o f az.Q ue f orças, em toda a sua variegada multi plicidade, go vernamo ser humano? É possível, uma vez descoberta a f onte dessasf orças, obstruí-la ou des viar seu curso de determinados g ruposhumanos?

Percebeis que possuir o domínio e o conhecimento da ciênciada radiação em sentido universal é uma necessidade para reali≠zar-seumserviço verdadeiroaopróximo? Os antigosdistinguiam,em maior ou menor g rau, muitos g rupos de radiações segundosuasatividades. Elespersonicaramessesg rupos, eassim f ala va-sede deuses, ídolos e espíritos. Mediante con jurações e venerações,

mediante numerosas práticas ocultistas, procurou-se limitar aatividade de uma radiação mediante o estímulo de outra. Por≠tanto, vemos que se trata de uma ciência muito antiga, que atécerto ponto se perdeu, f oi esquecida e se arruinou de vido ao usoincorreto.

Essa ciência somente de ve ser conhecida e utilizada quando seestá animado de intenções verdadeiramente gnósticas, intenções

que são colocadas diariamente diante de todos nós. Podemosindicar-vos essa ciência, que, há muitas dezenas de milhares deanos, este veempoder dahumanidadeparaqueesta pudesse, comsegurança e rapidez, endireitar para si mesma o caminho para a vida libertadora. Entretanto, desde há muito esse saber antigo re≠tirou-se outra vez para os mistérios da Ordem de Melquisedeque,e somente é conf erido aos que, na Se xta Hora, de vem iniciar sua

tarefa auxiliadora.

Temos agora de responder ao porquê de o ser humano que se li≠bertou da dialética e, não obstante, nela se encontra em atividade

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a serviço do mundo e da humanidade estar absolutamente semmedo, embora veja os monstros infernais vir contra si.

De veis compreender bem que esse “sem medo” nada tem a vercom uma ansiedade eventual em relação a si mesmo, em relaçãoao pró prio estado de ser, pois o candidato, já na Q uinta Hora,obteve a vitória sobre a morte e sobre a matéria.

Portanto, quando ele dá início a sua taref a de libertação dahumanidade, é e vidente que não se trata, de modo algum, de ummedo banal pela e xistência e consequentemente da tí pica lutadialética pela existência.

O liberto tornou-se existencialmente “sem medo”, e, por isso,não terianenhumsentido, naSe xta Hora, aludir no vamenteaumestado de ser e vidente. Além disso, seria desperdício de pala vras preciosas, visto que, conf orme pudemos concluir, a totalidadedo Nuctemeron, no que concerne às doze horas mág icas, caracte≠

riza-se por uma formulação especialmente concisa. Ele pode serescrito em uma página.A polônio de Tiana tinha, na Se xta Hora, uma intenção bem

dif erente, e por isso uma e x posição pormenorizada é necessária.Para tanto, de veis ter em vista a constituição de um microcosmo.Seu aspecto e xterior é o seguinte: do e xterior, vedes primeiro og rande campo magnético do microcosmo. Em seguida, encon≠

trais o ser aural sétuplo, que consiste em camadas de dif erentesespessuras e está semeado de pontos magnéticos. No interiordesse ser aural, vedes um espaço aparentemente vazio, o campode respiração, onde vos encontrais como personalidade.

Q ueremos dirig ir vossa atenção muito especialmente para ocampo de respiração do microcosmo. Até o presente momentonunca zemos na Escola Espiritual um estudo minucioso desse

campo de respiração. Sabeis que o campo de respiração é organi≠zado e nele circulam diversas correntes de f orças astrais, as quaisestão ligadas ao sistema fígado-baço. Além disso, o campo de res≠ piração abriga f orças das quais o microcosmo de ve ser puricado,

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f orças demoníacas, autogeradas, que estorvam o ser humano na vida e muitas vezes podem ser fatais para ele.

A polônio de Tiana dese ja que o candidato, em sua refle xãosobre a Se xta Hora, tome conhecimento disso e descubra queespécie de f orças se apresentam no campo de respiração ou cor poastral deummicrocosmo. Q uando vosaprof undardesnoassunto, vericareis que jamais hou ve momento em que o campo de respi≠ração de um microcosmo estivesse desabitado.

Vericamos, em uma de nossas considerações anteriores, queuma puricação e uma ordenação gerais das várias tensões e ra≠diações magnéticas de verão ocorrer nos vários órg ãos e esf erasdo microcosmo. Portanto, de vemos dizer que sempre surgemoutras relações magnéticas em um microcosmo quando certastensões magnéticas importunas e pre judiciais ao ser humano sãodescobertas, desatadas e dissolvidas. No decorrer dos anos, onde

se concentraram vossos pensamentos, sentimentos e atividades volitivas, atividades que na maioria das vezes determinam vossasações?

Sabeis que determinados pensamentos e sentimentos se im≠

 põem periodicamente a vós. Eles influenciam vossa secreção in≠terna, vosso sangue e vosso fluido nervoso. Com a regularidadedeum relóg io, permaneceisocupadoscomasconsequências disso

no cor po. Abertamente ou em seg redo, com relutância ou commuitomedo, comoquepossuídospor umapaixão ou, talvez, comcerto ag rado, ou ainda com intenso desgosto, passais a ag ir deacordo com tudo isso.

Alguns lutam desesperadamente contra essas inclinações, masnão há ninguém que se ja capaz de dominá-las. O ser humano éobrigado a obedecê-las, ainda que ponha em suas ações maior ou

menor dose de cultura, de modo que a consequência da ação satis≠f açasuaconsciênciaouaadormeça. Alguns tentamenf eitar todosesses processos com uma etiqueta losóca e psicológ ica. Outrosdissertam sobre eles nas universidades e procuram psicanalisá-los.

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Alguns buscam caminhos que of ereçam um comportamento me≠dianteoqual seupró prio g randeconflitodeconsciência, causado por todos esses impulsos animalescos no ser humano, possa sereliminado, possa ser dissolvido psicanaliticamente.

A razão mais prof unda de tudo isso situa-se, sem e xceção, nocampo de respiração do microcosmo, onde residem todos os es≠tados magnéticos, tensões, tendências e f orças. Algumas dessastensões entram pelo sistema fígado-baço, e f ala-se então de sub≠consciente. Outras alcançam o coração atra vés do cerebelo e damedula oblonga, e fala-se então de desejos, anseios e estados sen≠timentais. Outras ainda penetram no cérebro pelas aberturas da pineal* e af etam os sentidos, os órg ãos da razão e, por m, os ór≠g ãos da vontade. E quando o f ogo da vontade é atiçado, segue-sea explosão, como lei natural.

Por que sois assim como sois? Por que ag is do modo como

agis?Podeis encontrar a resposta no campo de respiração e em seushabitantes. Algumas das f orças que nele residem já se encontra≠ vam ali ao nascerdes, porquanto o microcosmo que vos en volvenão era puro e virg inal ao nascerdes! Muitos outros já habitaram vosso microcosmo antes de vós. Ele é uma casa que já f oi habi≠tada inúmeras vezes. E muitosmoradoresanterioresdocampode

respiração declaram-se a vós, impõem-se a vós. Alternadamente,eles f oram tomando o comando de vossa vida e f oram impulsio≠nando-a nas mais diversas direções. Eles ganham poder sobre vósem concordância com vossas experiências e situações.

Acaso pensais que todos os po vos primitivos, com suas cren≠ças em demônios e seu animismo aperf eiçoado, eram tolos? Não,nesseponto todosessespo vos são igualmente naturais, e xatos e ve≠

rídicos! Eles não negam os fatos nem conhecem outro caminhosenão aceitá-los e servi-los. Eles tentam, em perf eita rendição,servir e satisf azer alternadamente os deuses de seu campo derespiração, aliviando assim as tensões.

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Sexta Hora

O que os po vos primitivos f azem aberta e naturalmente, todosos po vos cultos o f azem às escondidas e sob muitos disf arces, atémesmo com o nome de Jesus Cristo nos lábios.

Compreendereis o que pensamos a respeito desse ti po de cul≠tura. Não há ser humano algum de estrutura dialética que nãosirva aos deuses de seu campo de respiração!

Isso não é nenhuma acusação, mas apenas arrebatamos a reali≠dade de sua ilusão, retiramos as máscaras, porquanto não e xisteser humano dialético ou homem divino que possa subtrair-se aodomínio das f orças magnéticas de seu campo de respiração. Porisso, não de veis presumir ser o que na realidade não sois. Na mais prof unda essência, sois pobres homúnculos, joguetes das f orçasmagnéticas da natureza.

No capítulo precedente dizíamos que há apenas uma solução para o imenso conflito de consciência€ pois a vida, em sua tota≠

lidade, particularmente para o portador do átomo orig inal, é umg rande conflito de consciência € a saber: desen volver, na Gnosis,forças magnéticas novas e diferentes no campo de respiração.

Realizais isso, em primeiro lugar, mediante fé inabalável, aspira≠ção intensa e dedicação ininterrupta. Esse é o seg redo do sucessoque denominamos “estar sobre o tapete”. Se tiverdes êxito em in≠

troduzir algumas dessas f orças magnéticas libertadoras em vosso

campo de respiração e as obedecerdes, seguindo-as perf eitamentequando se zerem sentir em vossa vida mediante um dos canaismencionados, e nelas resistirdes, do imo, às outras f orças, entãoestareis no bom caminho.

Conf ormeconsideramosantes, ocandidatonoNuctemeron jáiniciaessecaminhodedesen volvimentonaSegundaHora. V ossocampo de respiração microcósmico é vossa esfera de vida, literal≠

mente o campo em que respirais. Ele é completamente idênticoao g rande campo de respiração do cosmo-terra. Se vosso campode respiração é de natureza inteiramente dialética, isso signicaque ele corresponde ao g rande campo de respiração e xterior, com

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o qual enØeis os pulmões. Assim, vossa pequena natureza encon≠tra-se em perf eito equilíbrio com a g rande natureza, com todas asconsequências desse aprisionamento. No entanto, se mediantedisci pulado verdadeiroeperse verança€ e não há outrocaminho!€ conseguis desen volver e manter f orças magnéticas gnósticasem vosso campo de respiração, o g rande campo de respiração mu≠dará igualmente para vós. Então já não assimilareis seu veneno,seus demônios e todo o perigo que a humanidade demoníaca, adialética possessa, nele irradia. Então, inalareisapenasoqueserve para vossa paz, saúde e bênção, vossa respiração modicar-se-á.

Atentai agora paraaSe xta Hora. O irmãodaSe xta Hora, comoser humano perf eitamente liberto e servidor da humanidade, tra≠balha em terra hostil. Por conseguinte, é uma realidade que osmonstros inf ernais de inúmeras tensões magnéticas € ag rupadosem g randes poderes no g rande campo de respiração cósmico €

a vançam contra ele, porque ele está ocupado em arrebatar-lhesas vítimas. Toda via, um obreiro desse nível está absolutamentesem medo. Ele não teme por si mesmo, o que é e vidente! Domesmomodoele não temepelo resultadodeseu trabalhosalvador,libertador.

Demoremo-nos um pouco nessa conclusão. Imag inai que vós,em vossa condição de liberto, vos empenhais em a judar e salvar

uma alma ainda não liberta. Os poderes inf ernais le vantam-secontra vós, porém eles não podem pre judicar-vos e sim o ob jetode vosso cuidado.

Os g randes poderes inf ernais capturam o ser humano a quemestendeis as mãos. Eles arrancam-no de vós! Ele é como um jo≠guete em seus braços vampirescos.

Agora compreendereis também por que todo servidor da luz

universal sempre encontra incompreensão, insultos, ódio, inos≠ pitalidade, resistência, calúnia e oposição organizada em seu tra≠balho sobre a terra. Eis a razão por que ele precisa estar continua≠mente atento às atividades de todas as pessoas com quem entra

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em contato, até mesmo em seu ambiente imediato. A inimizadenatural dos monstros inf ernais assaltam-no dia e noite por meiodas pessoas que eles ainda conseguem influenciar.

Contudo, isso tudo não perturba o irmão servidor. Seu espí≠rito permanece inabalável, ele está sem medo, sem preocupação,mesmo quando ameaçado pelos seres humanos a quem dirige seuinteresse amoroso.

Então ele não será vencido pela dor, pelo pesar e pela misé≠ria pro venientes de todas essas e x periências com a humanidade possessa? Não! Pois ele possui o saber absoluto de quem é um perf eito detentor de poder. Ele vencerá! Como? Em todos osseus caminhos, ele está cercado e acompanhado, dia e noite, pela justiça vingadora de Deus.

Q ue signica isso? Seriaumaespeculaçãoacercadodeusdo V e≠lho Testamento? Não. Todo irmão da luz possui em seu campo

de respiração uma f orça magnética, uma tensão magnética quede f ato pode ser indicada como uma justiça vingadora, uma f orçaqueoacompanhaeprotege. Trata-sedeuma f orçaqueos rosa-cru≠zes* clássicos denomina vam Jeo vá, sem com isso f azerem alusãoao V elho Testamento. Eles coloca vam conscientemente todo oseu trabalho sob a sombra de suas asas.

Portanto, quando os monstros inf ernais tentam opor-se ao

trabalhoamorosodecolheita, quer de f orma direta, quer de f ormaindireta, por meio de terceiros, o irmão obreiro já nãosepreocupa,não teme nem desenterra para si o maØado de guerra, em umaluta pela e xistência segundo os padrões dialéticos. Então, a f orça jeo vística, que o penetra, en volve e acompanha, f alará por seuintermédio e o au xiliará atra vés de todos os obstáculos, até queseu objetivo tenha sido alcançado.

Seria então essa justiça jeo vística uma radiação mortal, vinga≠tiva, rancorosa e ávida de sangue?Não, ela é um f ogoprotetor. Q uemag rideouprof anaesse f ogo

oudealgummodooameaça será, emdadomomento, consumido

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SÈtimaHor  a

Um f  ogo que d  á Äida a t odos os ser es animados

é d iri g ido pel  a Äont  ade

de ser es humanos pur os.O inic i ado est ende a m ã o ,e o g r  ande so friment otr  ans f  or ma- se em paz.

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SÈtimaHora

Sabeis o que a Se xta Hora tinha para re velar-nos. Ela relaciona-secom a puricação completa do campo de respiração que se encon≠tra entre o ser aural e a personalidade. E x plicamos com detalheso modo pelo qual essa puricação se realiza e quais são suas con≠sequências. Q uando essa puricação se realiza, o candidato aosmistérios universais torna-se uma entidade perf eitamente livre.

Ele está de posse de todas as suas f aculdades orig inais e começa aaprender a utilizar essas faculdades e suas forças intrínsecas.Sua situação microcósmica é a seguinte: os pontos magnéticos,

situados no se xto anel aural, tornaram-se sensíveis. Esse rma≠mento* magnético tornou-se luminoso, e o rmamento magné≠tico do sétimo anel, que rege o nascimento natural, tornou-setotalmente subordinado ao no vo rmamento. O f ogo mág ico do

universo, de onde dimana a vida, já não precisa penetrar o campode respiração atra vés do emaranhado de os da teia do destino.Pelo contrário, o f ogo, segundo seu ob jetivo orig inal, entra direta≠mente no sistema microcósmico do candidato, concentrando-se, perf eitamente puro, no campo de respiração, onde o candidato€ respirando com o coração sétuplo puricado€ alimenta seuser com esse fogo hermético.

Agora a Sétima Hora diz:

Um f  ogo que d  á Äida a t odos os ser es animados é d iri g ido pela Äontade de seres humanos puros.

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

E perguntamos: O f ogo que concede a vida a todos já está sendodirig idopor vossa vontade? Parecequeaindanão! Bemque viveisdo f ogo que concede a vida, mas em razão de vosso nascimentodialético, violentais esse f ogo, e cada pulsação do coração é um pecado contra seus santos valores. Por conseguinte, entrais emconflito com ele. Um f ogo ímpio mantém-vos aprisionados, umfogo que podeis influenciar com vossa vontade apenas de modomínimo.

Como podemos e x plicar isso? Pois bem, o f ogo dialético que vem a vós € e crepita em impiedade, tal como Jacob Boehme dizcomacerto€ tornou-seassim porqueassete raças raízesorig inais,que po voaram todo o universo visível, a sétima reg ião cósmica, o jardim da humanidade divina, a g rande ocina da humanidadedivina, não souberam utilizá-lo da maneira correta.

Todos os seres humanos são os descendentes dessas sete raças

orig inais, e o

rmamento magnético€

a lí pica* da qual viveme e xistem € é um refle xo el do universo da impiedade. O r≠mamento magnético de seu nascimento natural é uma projeçãodo sistema solar e do zodíaco e consequentemente também uma pro jeção da inteira hoste estelar. Esse rmamento manif estadoé uma rede g igantesca de pontos magnéticos que se pro jeta el≠mente em vosso ser aural e, mediante o ser aural, em vosso campo

de respiração e no círculo ígneo da pineal no santuário da cabeça.Dessa maneira, estais totalmente aprisionados na teia do destino.A teia do destino do macrocosmo* pro jeta-se no cosmo, a docosmo, no microcosmo, e a do microcosmo pro jeta-se em vossa personalidade.

E assim debatei-vos e contorcei-vos, ano após ano, no emara≠nhado de os dessa enorme teia magnética até que se jais consu≠

midos e tragados pelo fogo.E xiste uma ciência que todos vós conheceis, se ja de nome ou por e x periência, conhecida em nossos dias como astrolog ia. No passado ela f oi tida em alta conta por vários po vos. É uma ciência

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SÈtima Hora

usada para tentar estabelecer de que maneira as radiações magné≠ticas do macrocosmo e do microcosmo atuam na personalidade.Sem dúvida alguma é uma ciência da qual parte g rande atração.Uma ciência em que se caminha ef etivamente por vias estelares.Nós mesmos a praticamos durante muito tempo, ensinando-a anossosalunosdurante quinzeanos, como intuitodemostrar-lhescomo esta vam suspensos na teia do destino e nela eram mantidoscompletamente aprisionados; para mostrar-lhes como cada dia emesmo cada hora de sua vida são determinados pelas radiaçõesmagnéticas e suas combinações; como era possível deni-las comexatidão e conhecer com antecedência as respectivas consequên≠cias. Contudo, após tomarmos conhecimento de tudo isso e oe x perimentarmos muito bem, camos apreensivos em f ace dessa violência magnética desenfreada. E nesse ponto já se trata va dasconsequências.

A consequência dessa ciência era: “Como de vo comportar-mecomo prisioneiro da teia do destino? Como de vo conduzir-mesob o flagelo das radiações magnéticas? Como de vo receber seusgol pes? Q ual omodomais vanta josodedebater-mena teia? Q uala melhor maneira de utilizar a teia para lutar na vida até que amorte por combustão seja o resultado nal?”

Ou a consequência era: “Como libertar-me da teia do destino?

Como posso Øegar a uma vida libertadora, onde já não sereisugado pela aranha da vida dialética?”A consequência era: “Como sigo, com o au xílio dessa ciência,

meu caminho para a morte?” Ou seria: “Já que vi o destino e en≠carei a Medusa, despeço-me desta realidade mortal para trocá-la pela realidade de um novo caminho de vida?”

Q uando puderdes f este jar essa despedida, a Gnosis virá com

sua sabedoria universal. E rogamos, nessa mesma hora, comoo f ez Hermes Trismeg isto: “Oh, que jamais nos enganemos naGnosis.” Já nos despedimos da astrolog ia no plano horizontal,mas sabemos que há muitos que não podem desprender-se dessa

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

ciência. Inf elizmente para seu pró prio pre juízo, pois a astrolog iae sua prática, com sua estrutura mág ica, prendem f ortemente à

terra. Issonão é mauparaapessoa ligada à terraeegocêntrica, queassim quer ser e permanecer, mas para o ser humano que buscaa Gnosis a astrolog ia é f unesta. Não queremos declará-la ciência proibida, mas € considerando-a à luz da Gnosis € ela é uma ciên≠cia inútil e pre judicial ao pró prio ser. Para aqueles a quem isso seaplica, gostaríamos de dizer: de veis e xaminar-vos de modo claroe perguntar a vós mesmos se a astrolog ia, em algum momento,tornou-vos um segundo mais f elizes, se ela não ref orçou muitomais o medo e a angústia em vossa vida.

Ele vai-vos então à g randiosa verdade da Sétima Hora do Nuc≠

temeron:

Um f  ogo que d  á Äida a t odos os ser es animados é d iri g ido

 pelaÄ

ontade de seres humanos puros.Isso signica que quando seguis a senda, o caminho da Gnosis,entrais em ligação com outro universo magnético: com o uni≠ verso ínteg ro, o universo sanador. O universo dialético derivasuas f orças do f ogo primordial, do f ogo intacto; esse f ogo é entãotransf ormado pelos éons da natureza e carregado de influências

secundárias, tornando-se assim um f ogo ímpio. Contudo, o f ogo primordial continua presente; ele está mais próximo que mãos e pés, ele é oni presente. Ele não conhece fraqueza nem g radaçãode f orça-luz. Ele não brilha em um lugar mais que em outro; éuma radiação que tudo en volve! Ele é! Ele conf ere vida a todosos seres animados, mesmo aos que não o recebem de primeiramão, mas de segunda mão do universo dialético, recebendo-o

transformado e profanado.Os que conseguem alçar-se a essa luz e manif estam para sium no vo céu, um no vo rmamento magnético, realizando nointerior desse círculo de f ogo uma no va terra, ele vam-se ao f ogo

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SÈtima Hora

oni presente como seres puricados. Eles não estão ligados a umateia do destino no va ou dif erente. Ao contrário, eles vivem emuma f orça ígneaquepodeser empregadaeguiadapor sua vontadeimaculada e puricada. Eles não caminham curvados sob a maté≠ria, mas estão acima dela; eles controlam a substância orig inal e of ogo que nela resplandece. Para eles o espaço da substância orig i≠nal torna-se no vamente um Éden, um Jardim dos Deuses, umaocina. Uma ocina em sentido perf eito, segundo seu ob jetivooriginal.

Visto que até este momento o Jardim dos Deuses está su jeito ag randes danos e os descendentes das sete raças primordiais estãosubmetidos à natureza das coisas e são go vernados pela natureza,o ti po de trabalho dos libertos no Jardim dos Deuses ca e vi≠dente: os que estão ag rilhoados à natureza da morte de vem serdespertados segundo sua natureza primordial.

Uma vez despertados, eles de vem ser au xiliados, a

m de f a≠

zerem que essa natureza primordial obtenha a vitória sobre anatureza da morte. Todos os éons, f orças e criações antag ônicasà natureza divina têm de ser totalmente neutralizados no Jardimdos Deuses.

O iniciado de ve estender e estenderá a mão, a mão de seu poder sobre as no vas f aculdades de seu no vo estado de vida, para

que o sofrimento oni presente na inteira natureza da morte se jasubstituído pela paz, isto é: a m de transgurar e regenerar emconcordânciacomanaturezadivina. Esse é osentidodaspala vras:

O inic i adoest endeam ã o , e o g r  andeso  friment o tr  ans  f  or ma- seem paz.

Não penseis que os iniciados gnósticos irão correr atrás de vós para servir-voscomsuas f orçasepossibilidades, am de f ortalecer≠-vos em vosso estado dialético do eu e au xiliar-vos quando pendeisna teia do destino. Não, eles estendem a mão para vós e sobre

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

 vós para libertar-vos do sofrimento per pétuo € se esse f or vossodesejo!

E assim a Sétima Hora do Nuctemeron permitiu-nos ter um primeiro vislumbredog randeemara vilhoso trabalhodos libertos,que transf ormam o sofrimento universal em paz mediante a ori≠entação do f ogo magnético divino, que é oni presente. Portanto, podemos dizer com certeza que um dia o Jardim dos Deuses será puricado e o sofrimento presente em toda a parte se con verteráem paz, a paz da nova Jerusalém. Eis por que é dito:

O set en ário e x  pr essa a Äitóri a do mago. Est e d  á a pr osperi≠dade aos se r es humanos e à s na çõ es e sust ent  a-os med i ant e 

 seus ensinament os sublimes. E l e pair  a sobr e el es como uma á gui a , d iri g indoascorr ent esdo  f  ogoastr  al. T odososport  ai sdo sant u ário estã o abert os par  a el e , e t odas as al mas que

d ili genc i ampel  a Äer dade se con    amael e. E l e é bel oemsua g r  andeza mor  al e tr  az consi go e em si o poder r  ad i ant e do amor.

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Oit a v  aHor  a

 A  s estr el  as conver  sam entr e si. A al ma dos sói s r esponde

 ao suspir o das fl or es.

Corr ent es de har moni a int erli gamt odos os ser es da nat ur eza.

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OitavaHora

A polônio divideodia de Deusque resplandecenas tre vasemdoze partes ou horas: são os doze aspectos clássicos do vir-a-ser divino.Doze é o número que e x prime a ressurreição da alma-espíritoapós o declínio completo do homem dialético. É o número dosofrimentoedamorte e, aomesmo tempo, da g raçaedaperf eição.Ele é o número e vang élico por e xcelência: o irrompimento da luz

nas trevas.Na Sétima Hora, o candidato aos mistérios gnósticos torna-seum verdadeiro homem sacerdotal. O f ogo do Espírito Santo eoutras f orças e radiações gnósticas do campo astral puro da Es≠cola Espiritual capacitaram-no a atuar em todas as reg iões damatéria a serviço da humanidade sofredora que anseia por liber≠tação. PreenØido por esse espírito santicador, isto é, curador, e

trabalhando com ele em toda a sétima reg ião cósmica, o homemsacerdotal descobre na Oita va Hora, em primeira mão, por e x peri≠ência pró pria, que as luzes celestiais f alam sua pró pria linguagem.Ele compreende, do imo, a linguagem, a f ala, a natureza essencialdas radiações.

Uma radiação é como se f osse uma voz, possuindo um f un≠damento denido, uma causa e um ob jetivo. Essa causa e esse

ob jetivo tornam-se conhecidos em sua atividade mediante a ra≠diação, tendo como resultado um ef eito. Portanto, quem vivee trabalha na luz gnóstica e, por conseguinte, f alando mistica≠mente, segue seu caminho pela mão da Gnosis, compreenderá a

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linguagem das radiações, a linguagem das flamas. É necessário po≠der conquistar a abertura para essas radiações e o conhecimentoligado a isso, porquanto a plenitude de radiação do espaço da sé≠tima reg ião cósmica manif estado para nós é totalmente dif erenteda plenitude de radiação da se xta reg ião cósmica€ do mundo doestado de alma vivente.

O candidato torna-se e xtremamente sensível a todas as ativida≠desdas leis, tanto à harmoniaquanto à desarmonia. Q uem trilha asendacompreenderá isso. Tendosintonizadoseuser como úniconecessário mediante a prática de uma correspondente atitude de vida, ele vericará que possui ele vadog raudesensibilidadea tudoo que o cerca. Esse candidato perceberá, imediatamente, quandoao seu derredor hou ver pensamentos de crítica e desarmonia; elecompreende, por conseguinte, “a linguagem das radiações”. Cadamicrocosmo assemelha-se a um sol e emite uma radiação e, por

conseguinte, f ala uma linguagem. Não se trata aqui de sons arti≠

culados, produzidos pela laringe, visto que eles podem estar emcompletaoposição à linguagem das radiaçõesqueemanamdeumser humano. Todos os seres humanos, toda a vida manif estada,todos os cor pos celestes f alam uns aos outros mediante radiaçõesinequívocas. Igualmente e xiste em todo o universo manif estadouma verdademanif estada, semqueossereshumanososaibamou

suspeitem. Em virtude da radiação que emana de um ser humano,ele não é capaz de mentir, pois traz consigo a verdade medianteas radiações que emite.

Portanto, compreendereis que, ao entrar pelo portal dos g rausinternos, cada iniciado gnóstico adquire uma no va f aculdade,como uma qualidade que lhe é imprescindível. Em virtude da plenitude radiante do no vo estado de ser, ele tem a f aculdade de

discernir todos os espíritos, todas as radiações, com relação aoúnico caminho e à única f orça. Ele tem condição de pro var “seos espíritos são de Deus”, segundo a Primeira Epístola de João,capítulo 4, versículo 1.

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Oitava Hora

Para tanto e xistem três pontos de reconhecimento: um na parte mais ele vada do coração, um na fronte, e um terceiro que é

o duplo etérico inteiro.No coração encontramos a rosa, o ponto central do micro≠

cosmo. O iniciado perceberá com f acilidade se esse ponto centralestá inteiramente unicado com o coração material, portanto, af onte de emoções, dese jos e paixões; ou se a rosa abriu-se ou estáem vias de fazê-lo.

No espaço aberto atrás do osso frontal se localiza o ponto cen≠

tral, o f ocodaconsciência, queatuanamaioriadossereshumanose que corresponde ou à consciência-eu nascida da natureza, ou àno va almadesperta, quebrilhaecintilanesseponto e é conhecidacomo a flor áurea do coração celeste.

O duplo etérico tantopodeser opontodeconcentraçãodose x≠tratose produtosdas f orçasastrais inf eriorescomunsdanatureza

da morte como pode ser o cor po que está ocupado em receber,ordenar e conservar as no vas f orças anímicas. Neste último caso,o duplo etérico é a veste áurea nupcial.

Uma luta contínua está sendo tra vada entre os seres humanos;as mais terríveis oposições os mantêm divididos. Eles são, pornatureza, inclinados a odiar a Deus e ao próximo. Contudo, deacordo com sua natureza, com seu verdadeiro estado de radiação,

todos são iguais, todos pertencem a uma mesma ordem, portantoestão em completa harmonia entre si. Por isso, f ala-se tambémde correntes, de g rilhões, de espécies acorrentadas umas às outrasem harmonia e, no entanto, segundo sua natureza, em contínuae inevitável guerra entre si, sem poderem distanciar-se umas dasoutras. Essa é a linguagem que a humanidade, mergulhada no poçodamorte, f ala sem cessar. Daí nasce o sofrimento, a torrente

interminável de dores que flagela a criatura dialética. Visto que o iniciado gnóstico compreende a linguagem dasradiações, ele descobre também a causa mais prof unda dos sofri≠mentos. Ele é muito versadoemenf ermidadesdadialética, porém,

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

em virtude do no vo ponto nuclear inflamado em seu ser comorosa* áurea, ele é também o administrador de g randes tesouros.Os g randes tesouros da Luz das Luzes estão em seu poder. Diz-sedo iniciadognósticoqueeledomina a f orçadaspombas. A pombaé o símbolo do Espírito Santo, o sétimo raio. Por isso o iniciadoé capaz de pro var se cada alma, segundo sua radiação, é de Deus.Por ser capaz de sondar o âmago do ser humano, ele pode presen≠teá-lo, em suas necessidades, com seus tesouros de luz gnóstica,negando-os aos indignos. “Ele não atira pérolas aos porcos nemdeita rosas aos burros”.

O que de f ato importa ao servidor dos mistérios gnósticos dosg raus internos é que ele é capaz de libertar os ag rilhoados. Osque alcançaram o estado sacerdotal, no curso de seu desen volvi≠mento gnóstico, adquirem em dado momento a assim denomi≠nada gema preciosa, a pedra losof al ou o shamir. Eles passam a

ser denominados “Mestres da Pedra”.Isso signica que a plenitude de radiação da se xta reg ião cós≠mica€ ou o Santo Graal€ re vela-se neles como princí pio ativo.Esse princí pio ativo é uma f orça que capacita o iniciado a le var abom termo a autorrealização completa e, por esse meio, servir àhumanidade.

A Gnosis não au xilia nem salva mediante pala vras solenes ou

símbolos, ou ainda mediante um método a ser seguido, comoacontece, por e xemplo, com fórmulas ocultistas. Não, ela a juda atodos os que realmente anseiam com uma f orça, a f orça do SantoGraal. É comessa f orçaqueo iniciadoeaquelesaquemele au xiliaseguem atra vés dos mistérios até a união perf eita com a ordemmundial da humanidade-alma. De veis vivenciar tudo isso comoa panaceia para a mais profunda dor da humanidade.

Os irmãos e irmãs dos g raus internos são todos Mestres daPedra, servidores do Santo Graal. A plenitude da luz gnóstica passou a ser um f ator ativo em sua vida. Ativo na natureza damorte para uma ressurreição na vida libertadora.

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Oitava Hora

Agora podemos compreender melhor as antigas lendas quedizem que o mero olhar para o Santo Graal já pode curar. OSanto Graal é a radiação da Gnosis em sua setuplicidade. Q uemconsegue ver o Graal e nele declina ing ressa em um no vo estadode vida. Por conseguinte, a Rosacruz dá-nos o conhecimento; ocatarismo, a devoção; e o Graal, a libertação.

Assim como a antiga porta de Saturno, a Oita va Hora doNuctemeron também possui dois aspectos. Ela dá-nos o quadrodescritivo da natureza da morte e também o da vida libertadora.Q uem consegue atra vessar a porta de Saturno na f orça do SantoGraal é capaz de perceber a nova linguagem estelar, a linguagemdo mundo do estado de alma vivente. Também é lá que a f orçanuclear da luz responde aos suspiros, ao anseio ilimitado da rosado coração. E assim, todos nós, ligados pelas correntes do amoruniversal, dissolvemo-nos em uma harmonia no va, universal e

eterna. Elevemo-nos, pois, com base nessa certeza!A f orça do Santo Graal conduziu-vos até o ponto em que po≠deis compreender esses mistérios sag rados. Essa f orça não querapenas demonstrar-se em vós, mas também libertar-se em vóscomo um f ator ativo a serviço de toda a humanidade. Este é, pois,o alvo mais importante de uma fraternidade gnóstica: propagar oSanto Graal no tempo em que ela é con vocada para ser um f ator

ativo.Q ue esse tempo possa Øegar logo, para consolo e bênção detodos os que anseiam o auxílio da Gnosis.

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NonaHor  a

O númer oque n ã o deve ser r evel  ado.

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NonaHora

i Os quatro primeiros segredos

Agora que Øegamos à Nona Hora do Nuctemeron de A polôniode Tiana, surge uma diculdade. O te xto da Nona Hora diz: Onúmer oquen ã o deve ser r evel  ado. Essa diculdade, pois, reside no

f ato de que seria divulgado publicamente o que é impossível deser dadoaconhecer. Pela simples razãoque isso teria um resultadototalmente indesejável. Est e númer o , diz A polônio, deve ser passado em silê nc io , por quecontém em si os grandes segredos do iniciado:

1. a força que torna a terra fecunda;

2. os mistérios do fogo oculto;3. a Ø ave universal das línguas;4. a segunda Äi s ã o , d i ant e da qual o mal n ã o pode per manecer 

oculto;5. a g r  ande l ei do equilí brio e do moviment o l uminoso , r epr esen≠

t  ada pel os quatr o animai s simbólicos na cabal  a e pel os quatr ocavalos solares na mitologia grega;

6. a Ø ave que libert  a os cor  pos e as al mas e que abr e t odas as prisões;7. a f  orç  a da escol ha et er na que conc l ui a c ri a çã o do homem e o

consolida na imortalidade.

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

O número no ve sempre f oi um número misterioso e sempre es≠te ve ligado à f orça do silêncio. O número no ve e suas f orças estãoligados à região astral.

Na Escola da Rosacruz Áurea é re velada ao aluno a maneira pela qual ele pode livrar-se da esfera astral da natureza da morte,com a qual todo o seu ser está entretecido. Também lhe é e x pli≠cado como ing ressar no no vo campo* astral da Escola e estabele≠cer uma ligação denitiva com esse campo. Portanto, precisaiscompreender plenamenteaad vertência f eita pelaNonaHora. Asf orças relacionadas à Nona Hora geralmente são as f orças da vidaastral, tanto as da vida astral da sétima reg ião cósmica, como asda se xta, que é o no vo campo de vida. Portanto, quem não possuio dom do discernimento* e, por conseguinte, é incapaz de f azeruma escolha, será literalmente vitimado quando desencadear asf orças da esf era astral, pois justamente a esf era astral € muito

mais que o campo de vida material€

está repleta de perigos.É por essa razão que, na Escola Espiritual gnóstica, tudo é f eito para que o sono do cor po se torne em “lucidez da alma”, como pro va de que o processo transgurístico começou, de que o can≠didato ing ressou no no vo campo astral, podendo, sobre essa base,a vançar, livre de todos os perigos elementares. Se alguém trilhassesua senda sem estar sobre essa base, estaria, na realidade, ag ra≠

 vando os perigos, visto que tremendas misticações governam a vida astral comum. Eis por que a Nona Hora é o número que nãode ve ser re velado, que não pode ser re velado como campo de tra≠balho a pessoas inaptas. É possível f alar unicamente em sentidogeral sobre esse número, porque ele contém todos os seg redose, portanto, todas as f orças do iniciado gnóstico. Contudo, nãohá nenhum incon veniente em indicar a natureza desses seg redos

sem desvendar a essência desses mistérios.Como vimos, e xistem sete desses seg redos, e deles f alaremostanto quanto f ormos capazes e à medida que nos f or permitidofazê-lo.

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Nona Hora

O primeiro seg redo relaciona-se a uma f orça que, ao ser utilizada,abre para o iniciado a sétima reg ião cósmica, no sentido presenteno propósito orig inal do Logos.* Denominamos a sétima reg iãocósmica o Jardim dos Deuses.

O homem original, o homem-alma espiritual, foi enviado, dase xta reg ião cósmica e das reg iões cósmicas acima dela, ao Jardimdos Deuses. Ele recebeu esse jardim paradisíaco como uma o≠cina alquímica g randiosa e magníca, a m de au xiliar, com asf orças e possibilidades ali e xistentes, a realizar o g rande planoque se encontra na base da manif estação universal e, desse modo,mediante atividade criadora, eng randecer o nome de Deus. Con≠siderando-se que o Jardim dos Deuses degenerou no que vemosatualmente € porque as f orças do bem e do mal, as f orças da dia≠lética, f oram inflamadas nele e o homem-alma passou a servi-las,tornando-as ainda mais poderosas e desnaturando-se a si mesmo€

compreendereis por que as f orças da Nona Hora não podemnem devem ser reveladas. Se quiser utilizá-las com êxito, em sen≠tido libertador e sem perigo, o ser humano de verá, antes de tudo,regressar ao ponto de partida de outrora.

Esse é o estado de ser do homem-alma que entrou em relação vivente com seu Pimandro,* com sua alma vivente. Somente en≠tão o ser humano herdará de no vo o reino terrestre e, com a f orça

do primeiro seg redo da Nona Hora, poderá anular a anarquia dadialética, a anarquia das f orças g êmeas, restabelecendo o Jardimdos Deuses em seu estado orig inal, com o fruto da árvore da vida.

Portanto, em primeiro lugar, de veis tornar-vosnaalma viventede que Paulo f ala. Depois, sobre essa base, podereis prosseguir etornar-vos num espírito vivicante.

Somente os que encontraram o caminho do renascimento da

alma e o palmilham podem despertar na luz plena da Gnosishermética e, em dado momento, obter as f orças do seg redo daNona Hora, bem como a f orça para a restauração do Jardim dosDeuses. Essa restauração de ve começar pela criação de um campo

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astral puro, imaculado, de um cor po-vivo* gnóstico, livre dosenganos e impurezas da dialética, um campo semelhante ao quea Escola Espiritual pôde construir.

Com base nesse primeiro seg redo, re velam-se para a alma trans≠gurada, para a alma que se tornou vivente, os três seg redosseguintes:

1. o controle sobre os fogos mágicos;2. a origem das radiações magnéticas;3. e a f aculdadede reconhecer tudooquenão f azpartedoplano

original.

O controlesobre os f ogosmág icos relaciona-seao f atode g  randesf orças estarem ocultas na substância orig inal do espaço innito.

Nos livros sag rados se f ala dos sete vezes sete, portanto dos qua≠

renta e no ve f ogos santos do Espírito Sétuplo. Esses f ogos santosde vem ser inflamados e utilizados por todos os lhos de Deus.Todos os que trilham a senda da transguração da alma se torna≠rão no vamente lhos de Deus e, a seu de vido tempo, dominarãoos fogos mágicos no alento de Deus.

Para compreender bem isso, basta pensar em uma pessoa que

seapro ximadeumespelho: ela vê refletidanoespelhosuapró priaimagem. O mesmo acontece com o ser humano que encontrouseu Pimandro, com o ser humano em quem alma e espírito estãounidos. A essência do Espírito é Deus, que se projeta ininterrup≠tamente como um refle xo na alma. O ser humano reg ressou àunidade divina. Onde quer que se encontre, e como quer que a vida a tormente, a alma traz consigo, traz em si, a imagem do Es≠

 pírito. E, assim como o Espírito se pro jeta na substância orig inale lá conserva latentes os quarenta e no ve f ogos, assim também aalma, que se tornou vivente pelo Espírito, é capaz de inflamar econservar ardendo os quarenta e nove fogos santos latentes.

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Nona Hora

Dissemos, com base na Oita va Hora do Nuctemeron, que cadaser humano f ala uma linguagem por meio das radiações magné≠ticas que dele emanam. Essas radiações assemelham-se a umaescrita, pela qual o ser humano re vela a verdade incontestávelde sua natureza e de seu ser, pro jetando-a no espaço a seu redor.Na origem das radiações magnéticas € portanto no terceiro se≠g redo da Nona Hora € a alma-espírito aprende a compreendera “causa” dessa escrita das radiações magnéticas. Visto que o serhumano natural e videntemente f ala uma linguagem magnéticaque não é santa, não é divina, os que são capazes de perceber acausa, a raiz dessa impiedade em um ser humano, e sondar o mais profundamente possível essa causa, podem auxiliá-lo da melhormaneira possível. Deveis buscar principalmente o elemento útil,o aspecto auxiliador, no segredo das forças da Nona Hora.

O que pode ser útil para aliviar e erradicar a dor da humani≠

dade? O que pode ser útil para sustentar a humanidade na sendada salvação?A m de poder realizar esse trabalho amoroso, os seg redos da

Nona Hora são des vendados para a alma transgurada. Deles f az parte, entre outras coisas, o conhecimento relativo à origem dasradiações magnéticas, pois é e vidente que, apesar de ha ver umacausa f undamental do declínio do g ênero humano dialético, os

caminhos e os g iros de cada microcosmo na roda* do nascimentoe da morte possuem um caráter particular. Portanto, f ala-se deumaorigemmuito “ peculiar” das radiaçõesmagnéticas. Eassim, of ato de o transgurista compreender o terceiro seg redo da NonaHora passa a ser imensa bênção para todos os que se encontramem aflição.

O quarto seg redo da Nona Hora é a f aculdade de reconhecer

tudo o que não f az parte do plano orig inal. Compreendereis que, para o iniciado, essa é uma f aculdademagníca e verdadeiramentedivina. No campo astral do espaço manif estado da sétima reg iãocósmica há miríades de manif estações de natureza innitamente

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 variegada. Q uem poderia, sem diculdade, encontrar o caminhoreto em meio a variedade tão innita de vidas?

A terceira e a quarta f aculdades da Nona Hora constituemum recurso inf alível para seguir, sem perigo algum, o g rande emara vilhoso caminho do serviço à humanidade: o caminho daGnosis original e de seus lhos e lhas.

ii O quinto segredo

Até o momento, já consideramos quatro dos sete seg redos daNona Hora. O primeiro seg redo diz respeito à f orça de recupera≠ção do Jardimdos Deuses; osegundo é indicadocomoodomíniosobre os f ogos mág icos; o terceiro é o seg redo da origem das radi≠ações magnéticas, e o quarto seg redo é a f aculdade de reconhecer

tudo o que não faz parte do plano original.Descobrimosque, após o ing resso libertador nono vo estadode vida, a vocação de todo homem-alma é a de trabalhar na sétimareg ião cósmica, que ele acabou de abandonar na qualidade dehomem nascido da natureza. Esse é o signicado da armação deque um dia, após ter-se libertado, o homem herdará no vamenteo reino terrestre.

O reg resso à sétima reg ião cósmica não signica, nessa situ≠ação, uma no va submersão na dialética, aprisionado à roda donascimento e da morte, porém signica, com base na vida liberta,como verdadeiro homem, trabalhar na g rande ocina, a sétimareg ião cósmica. É assim que se cumprirá o plano de Deus e serárestaurada a degeneração da contranatureza.*

Força e poder são conf eridos ao ser humano liberto para que

ele possa realizar essa g rande e magníca missão. Essa é a f orça do primeiro segredo.O ser humano liberto, portanto, possui o poder de utilizar

os quarenta e no ve f ogos santos latentes ocultos na substância

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orig inal para a g lória e a realização do plano de Deus. Esse é o poder do segundo segredo.

Considerando-se que o Jardim dos Deuses estáØeio de con≠f usão e de erva daninha e que uma vida ímpia aí se desen volve,uma vida de máxima diversidade, compreende-se que o obreirono Jardim dos Deuses também de va estar munido da f aculdadede poder sondar até as maiores prof undidades a linguagem dasradiações magnéticas.

Assim, em quarto lugar, ele poderá identicar tudo o que nãoestá deacordocomog randeplanoeof erecer o único e verdadeiroauxílio a todos os que se esforçam por encontrar uma saída.

O ser humano liberto, queencontrouseuPimandro, tem aindaà sua disposição três outras f aculdades. Ele conhece, em quintolugar, a g rande lei do equilíbrio e do mo vimento. Para compreen≠der isso, tendes de observar que a manif estação universal é reg ida

 por uma lei universal. Isto é, a sétima reg ião cósmica, da qualestamos tratando nesta Nona Hora do Nuctemeron, o Jardimdos Deuses ou a g rande ocina alquímica, é go vernada por umaideia f undamental, por uma fórmula básica. A ideia f undamentalé inerente a cada átomo da substância orig inal da sétima reg iãocósmica. Portanto ca claro agora por que, em relação a isso, aGnosis hermética f ala do sol universal, de A br  a x  as.* É o sol uni≠

 versal que tudogo verna, quea tudoconf ere vida, enm, que tudodirige.Desse princí pio orig inal da substância partem quatro emana≠

ções; quatro aspectos, quatro f orças emanam da luz universal.Essas emanações são denominadas os quatro senhores do destino,osquatro animaissag rados, osquatro ca valossolaresouosquatroevangelistas.

Os quatro ca valos solares de Abra xas representam as quatrocorrentes ou emanações da vontade, da sabedoria, da atividadeeternas e, acima de tudo, a do amor, que é a mais ele vada e a mais poderosa, o cavalo solar mais dinâmico e de maior vitalidade.

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De vemos compreender muito bem que tudo o que está pre≠sente no plano divino se orig ina do sol universal, Abra xas, e desuas quatro emanações. A g rande ocina que denominamos o Jar≠dim dos Deuses é o Paraíso em potencial, onde ing ressa, como f oidito, o verdadeiro lho de Deus a m de realizar o plano divino.Para tanto, o ponto de partida para todo lho de Deus são as qua≠troemanaçõesemcompletoequilíbrioemo vimento harmonioso:amor, sabedoria, vontade e atividade.

Muitos seres humanos são bastante sábios. Outros possuem vontade inquebrantável, f orte como um f uracão. Outros aindacaracterizam-se por um labor e xtraordinário e estão sempre ocu≠ pados. No entanto, tudo o que considerais em vossa sabedoria,tudo o que quereis com vossa vontade dinâmica e irredutível,tudo o que f azeis em vossa laboriosidade, baseia-se no amor? Se,naqualidadedemais ele vadoemaispoderoso, oamor não estiver

 presente ou apenas estiver presente parcialmente, ou ainda

zerdiscriminações, se não abranger a tudo e a todos, então tudo vosescapará das mãos, e não sereis bem sucedidos em nada ou tudoserá tomado no vamente de vós. Então, em companhia de inúme≠ros outros, transf ormareis o Jardim dos Deuses em um deserto,em uma estrebaria, em um antro de pestilência, como é dito naBíblia. E isto é o que tem acontecido no decorrer dos séculos.

Osquatrosenhoresdodestino, osquatrosenhoresde vossodes≠tino, estão sempre juntos. Por mais corrompido e pervertido, pormais arruinado e violado que o ser humano este ja, sempre e xiste“amor” em um ser humano dialético: amor como Øame jantedese jo de posse, dese jo por coisas materiais ou amor como umorgulho poderoso, e ventualmente amor como um ódio ardente.Sabíeis que o ódio é uma e x pressão de amor? O ódio terrível

e e xecrável é uma manif estação, uma erupção vulcânica, da pri≠meira emanação da substância orig inal af astada de sua ordem. Éum amor que já não conhece critério, que já não possui sabedo≠ria, é um dese jo poderoso que irrompe como f ogo inf ernal, para

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consumir e aniquilar. Enquanto não souberdes ordenar correta≠mente essa f orça do amor, que é a primeira emanação de Abra xas,nempuderdescumprir inteiramenteseus requisitos, o JardimdosDeuses permanecerá uma selva, um oceano de f ogo crepitante.Q ualquer que se ja a distância alcançada pelos telescó pios, sempre vemos e veremos ondas de flamas!

 V ossa reação espontânea a essas pala vras será naturalmente delamento: “Comomalog rei demodo tãodesesperador! O queseráde mim?” E a resposta é: “Nada”, porqueo f ogodacontranatureza vosconsome. Ninguém é bom; todosdesencaminharam-se, desdeo início. Por isso, de veis reg ressar ao início, ao início do estadode alma vivente.

Q uando esse início f or ating ido, sereis capazes de trazer o equi≠líbrio a Abra xas e seus quatro ca valos solares em vós mesmos ef azer com que desse equilíbrio resulte o verdadeiro mo vimento.

Então podereis realizar, com a f orça quádrupla plena de amor,sabedoria, vontade e atividade, o trabalho libertador único e ver≠dadeiro no Jardim dos Deuses. Somente então conhecereis oamor em toda a sua realidade. E x perimentareis o amor e o irradia≠reis, e não direis: “Ó Deus, como te ag radeço por estar livre destemar de lág rimas, livre desta estrumeira, livre deste mundo mau eamaldiçoado”, pois, como um meteoro, impelidos pelo amor, pre≠

ci pitar-vos-eis para baixo, até mesmo nas prof undezas abissais doinf erno, para en volver com vossa compaixão e com o f ogo orde≠nado e equilibrado todos os que se encontram perdidos no f ogore volto das quatro emanações, a judando-os e estimulando-os nasenda.

Se possuirdes e compreenderdes algo disso, já não separareisamigos e inimigos em diversos g rupos, dando a uns vosso amor,

ou o que considerais como amor, e a outros vosso ódio ou vossaindignação, ou ainda vosso protesto veemente, porque compre≠endereis que todos, sem nenhuma e xceção, se trans viaram; quetodos, sob as mesmas circunstâncias, agirão do mesmo modo. A

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históriamundial semprenosdeuamplas e vidências disto. Por isso,en viareis vossa f orça de amor a todos os seres humanos, a f orçade amor que é o mais vigoroso dos cavalos solares de Abraxas.

Ao mesmo tempo, percebereis que nenhum vestíg io de ini≠mizade, nenhuma oposição, nenhuma divisão em simpatia ouanti patia, de ve e xistir em vós. O amor de João E vangelista di≠rige-se, em primeiro lugar, e com maior f orça, a tudo o que podeser classicado como inimigo, a tudo o que possui o veneno mais poderoso, porque, antes de tudo, o veneno do drag ão, o f ogoímpio do ódio que tanto en venena o mundo, de ve ser dominadoe transmutado. “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vosodeiam, f azei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos mal≠tratam e perseguem; para que se jais lhos do vosso Pai que estános céus” (Mateus 5:44–45).

Há uma g ra vura bastante conhecida em que Hermes Tris≠

meg isto põe o pé sobre o drag ão. Este f oi dominado, o cor poimpotente lança seu último veneno flame jante, e com a mão di≠reita ele vada Hermes mostra, em plena luz, a T  abul  a Smar  agd ina.Dela se ele va o íbis, o animal dos mistérios, consag rado ao amor,à vontade, à sabedoria e à atividade, portanto, a Abra xas e suasquatro emanações.

Q ue possamos ter transmitido essa sabedoria da Nona Hora

do Nuctemeron para consolo e bênção.

iii O sexto e o sÈtimo segredos

Em nossas considerações sobre o quinto segredo da Nona Hora,aprof undamo-nos no signicado de Abra xas e de suas quatro

emanações. Abra xas é a f orça orig inal de Deus, a qual está ocultaem cada átomo e está presente em toda a parte. Não há, em todaa imensidão do espaço, lugar algum em que essa f orça orig inalnão este ja presente. Ela capacita o verdadeiro homem a realizar

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o plano divino que está na base do universo. Por esse motivo, asétima reg ião cósmica é denominada o “Jardim dos Deuses”, agrande ocina alquímica.

O verdadeiro homem, nascido de Deus, de ve ing ressar nessaocina para, mediante seu trabalho, “eng randecer” a ideia divina.Essa é a razão por que a Bíblia diz que o homem f oi criado para ag lória de Deus, para eng randecer a ma jestade de Deus, e também por que a losoa hermética f ala de Abra xas e de suas quatroemanações.

A f orça orig inal de Deus contém em si quatro outros atributos:amor, sabedoria, vontade e atividade. O princí pio f undamentalda substância orig inal e das quatro emanações que dela resultamf ormam, em con junto, uma estrela de cinco pontas, plena dema jestade e g lória, como um sol universal, como Abra xas. Q uem,da únicamaneira correta, quer liberar as f orças inerentes à matéria

orig inal e empreg á-las na vida, precisa conhecer bem todos ossegredos da fórmula e aplicá-los na ordem correta.Em primeiro lugar, trata-se do amor, em seu aspecto mais

ele vado e puro, do amor em sua indivisibilidade absoluta, queabrange tudo e todos, sem considerar o estado em que se encon≠tra um lho de Deus. É com esse amor que o candidato de veabordar qualquer conflito, qualquer cristalização, qualquer tolice,

qualquer f orça néscia. É com esse amor que todo obreiro de vesair para o campo de colheita. Q uando se é capaz de ing ressar nag rande ocina, desen volve-se a sabedoria. Não uma habilidadeintelectual, porém a sabedoria que abrange o plano, sabedoriaque sonda todas as situações e todos os f enômenos de vida emseu estado de ser, de maneira que, sobre essa base, se desen volvama magia correta da vontade e o trabalho correto.

 Já f alamossobre isso detalhadamente e abordaremos agoranossase x plicações do se xto seg redo da Nona Hora: a Ø ave da libert  a çã odos corpos e das almas, a Ø ave que abre todas as prisões.

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As f orças que emanam do se xto seg redo são, em sua aplicação,destinadas princi palmente aos lhos de Deus que pertencemà onda de vida humana, os quais f orçaram a lei sag rada do soluniversal, utilizando de modo incorreto a substância orig inal eliberando de maneira caótica a f orça oculta nela, com todas asconsequências terríveis e ímpias.

Conheceis as propriedades gerais da matéria. Os átomos po≠dem ser f usionados ou ssionados; podem ser combinados paraa f ormação de toda espécie de substâncias. Mediante combina≠ção apropriada de substâncias e átomos, pode-se gerar vida, f azersurg ir f enômenos de vida. Numerosas entidades ativas na sétimareg ião cósmica são capazes de realizar semelhante trabalho cri≠ador. O biólogo, que in vestiga as miríades de manif estações de vidanos reinos vegetal e animal, caØeiodeadmiração. Toda via,todos esses f enômenos de vida em sua multi plicidade são a pro va

das propriedades mais conhecidas da matéria. Contudo, aindanada dizem ou e x plicam sobre a verdadeira natureza da matériaoriginal.

Dizemo-vos: o homem somente será capaz de des vendar a verdadeira natureza divina da matéria quando dela apro ximar-se pela mão do sol universal, pela mão de Abra xas, e quando f orcapaz de aplicar a lei das quatro emanações. Então ca e vidente a

necessidade de eliminar-se em primeiro lugar não os resultadosda impiedade, porém suas causas. Uma f onte causadora de caos econf usão sempre trará de no vo caos e conf usão. Por conseguinte,essa fonte deve primeiro ser destruída.

Pensais que o perigo que se abateu sobre a humanidade pelouso da ciência nuclear pode ser neutralizado por meio de uma proibição do uso de armas atômicas? Ou por um acordo entre

as partes interessadas? O ser humano, além de segurança para simesmo, para seu po vo e para sua pátria, também anda à procurade energ ia. É que a humanidade necessita de luz e f orça para man≠ter a vida f uncionando. E será precisamente a aplicação “ pacíca”

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da ciência nuclear que desencadeará sobre a humanidade uma ca≠lamidade assustadora, como sempre tem acontecido no decorrerdos anos siderais.

Não, os que ing ressam no Jardim dos Deuses, para a g lóriade Deus e para realizar o plano de Deus, são obrigados log ica≠mente, em primeiro lugar, a anular a desordem. Não medianteo estabelecimento de uma teocracia, como f arão os autores daGrande Farsa,5 porém reconduzindo a humanidade trans viada e prisioneira ao lar, a seu ponto de partida de outrora: o mundo daalma.

É isso que a Gnosis universal empreende, e é por isso que oirmão e a irmã iniciados, após terem f este jadoseupró prio reg ressoao lar, voltam-se para tudo o que está perdido, para tudo o queestá aprisionado. Esse é o propósito da f aculdadedose xtoseg redo: aØ ave que abr e t odas as pri sõ es , aØ ave da libert  a çã o dos cor  pos e

das almas.Talvez já zestes algumacon jeturasobreamagnitude indizíveldessa f aculdade. Esse seg redo contém a fórmula da ssão com≠

 pleta do átomo e da utilização das f orças nele contidas, fórmulaessa que emana, lóg ica e e videntemente, do quinto seg redo, deAbraxas.

Conf orme dissemos, em cada átomo se encontra oculta a sa≠

bedoria f undamental, a sabedoria orig inal do plano divino, umaforça para a realização, portanto uma faculdade mágica para ma≠nif estar e irradiar a sabedoria f undamental. Uma atividade que pode tornar-se duradoura se liberada e posta em mo vimento pelaf orça do amor que tudo sustenta. Em outras pala vras: um libertognóstico que ing ressa na g rande ocina é perf eitamente capazde modicar, mediante sua vontade, a natureza dos cor pos e sua

composição atômica. Em suma, ele está em condição de alterar

R ij®enborgh, J. v. Desmascar  ament o. 2. ed. São Paulo: Lectorium Rosicrucia≠5

num, 1983.

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completamente a fórmula que está na base de uma manif estaçãode vida com o propósito de libertar uma alma encarcerada, umacentelha espiritual ag rilhoada. Trata-se, portanto, da f aculdadede dissolver, por meio de um f ogo de vorador, tudo o que temexistência dialética.

Compreendereis que de modo algum semelhante f aculdade pode ser empregada, nem o será, para dissolver nossa ordemmundial, que descarrilou. Q ue ef eito libertador isso teria para asentidades que f azem parte dessa desordem e, em con junto, pro vo≠caram a situação atual? Q uem é redimido estando em ignorânciarecairá sempre nos mesmos erros.

Por isso, a prática do se xto seg redo de ve acontecer simultanea≠mente com a prática do sétimo seg redo da Nona Hora. O sétimoseg redo possibilita a f  orç  a da escol ha et er na. É com essa f orça do

sétimo seg redo que a Escola Espiritual gnóstica vai ao encontroda humanidade em sua obra salvadora, a serviço de todos os quese aproximam e querem escutar.

A Escola Espiritual gnóstica dese ja consolidar no ser humanoa f orça da escolha eterna. Trata-se de uma f orça que capacita oser humano a f azer a escolha entre dois caminhos: o caminho daqueda e o caminho libertador do renascimento da alma. É uma

f orça que capacita o ser humano a tornar eterna sua escolha, atransf ormá-la em uma no va f aculdade. De acordo com o sentidodo quinto seg redo, o ser humano de ve amar essa escolha, elede ve penetrar a sabedoria contida nesse seg redo e liberá-la para simesmo. Então a vontadeseconcentrará emumaatividademág icaque conduz à vida libertadora. Com o au xílio dessa f orça da livreescolha eterna, a Gnosis conduzirá todos os que livremente vêm

a ela e livremente se decidem a partici par do sacerdócio santosegundo a Ordem de Melquisedeque. Ela os conduzirá para alémda fronteira de um processo de g ênese relacionado com isso e daí para diante, de glória em glória, com rapidez cada vez maior.

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Nona Hora

Portanto, compreendereisquea f orçadaescolha eterna, a f orçado sétimo seg redo, relaciona-se com o emprego metódico e pro≠cessual da f orça e da f aculdade do se xto seg redo, da Øa ve queabre todas as prisões: a vitória sobre a morte, mediante completaautorrendição* ao corpo-vivo da Escola Espiritual.

E assim, desde a aurora da queda adâmica, trabalha-se para omundo e a humanidade, a m de eliminar de modo absoluto asconsequências dos pecados e restabelecer em sua antiga g lória oParaíso decaído. Portanto, ele vai-vos até esse g rande amor que, por meio dos lhos de Deus, vem a vós e vos en volve. Se a Gno≠sis conseguir salvar vossa alma e rmar-vos na f orça da escolhaeterna, então é certo que todo o vosso aprisionamento, todos os vossos g rilhões, por mais pesados que se jam, serão aniquilados pelo imenso poder dos lhos de Deus, pela Øa ve que abre todasas prisões. A Escola Espiritual gnóstica não signica para o ser hu≠

mano nenhuma iniciação, mas a libertação total, a trans

guraçãode todo o seu ser.

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DÈcimaHor  a

 A Ø ave do c ic l o astr onômicoe do moviment o c ir cul  ar da Äida do ser humano.

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DÈcimaHora

Chegamos à décima f asedoprocessodeg ênesedodeus-em-f orma≠-humana; a Décima Hora despontou. E x plicamos, tanto quanto possível, o signicadodaNonaHora e vimoscomooser humanoque se tornou apto para o sacerdócio gnóstico ing ressa no Jardimdos Deuses a m de salvar, restaurar e reconduzir ao lar tudo o

que se encontra degenerado e ameaça perder-se.Também consideramos as f aculdades que o ser humano má≠g ico-gnósticopossui paraesse m, asquaisconstituemumaØa vecapaz de abrir verdadeiramente todas as prisões. Q uando o can≠didato atra vessa a Nona Hora, ele encontra-se inteiramente equi≠ pado para sua taref a como obreiro na g rande vinha. O númeronove , segundoseuaspecto mág ico, é o últimodosnúmeros, é o nú≠

merodahumanidade. É o númerodag loricaçãoedaconsecuçãoe, por isso, desencadeia grande força.Daí compreendereis que o número dez representa um no vo

ciclo, ondeumano vasequênciadedesen volvimentos inicia-seemum plano superior. Em outras pala vras: uma ampla perspectivarelativa à magnitude da intervenção dos lhos de Deus abre-sediante de vós, que tentais perceber e xteriormente esse g rande

caminho de desenvolvimento.Na Décima Hora, é necessário para o obreiro ver as manif es≠tações da degenerescência e da desnaturação não tanto em seusdetalhes, porém em sua interligação. Para isso ele recebe a Øave

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

do ciclo astronômico e do mo vimento circular da vida do serhumano.

Para poder-se compreender a Décima Hora, temos de mencio≠nar as leiseas f orçasde radiaçãoquego vernamog randeespaço dasétima reg ião cósmica. São as f orças de radiação do imenso reinoda natureza, que descre vem suas tra jetórias circulares, crescendoe decrescendo em sua atividade em círculos que se dif erenciamum do outro. Poderíamos designá-las como “a g rande alma” doespaço natural. Nacosmolog ia gnóstica elas sãoØamadasde é ons.

Esses éons atuam evidentemente em colaboração mútua. Pormais caótica ou Øeia de tensões e lutas que essa colaboração possa parecer-vos em seu aspecto e xterno, ela é contudo um f ato,sendo indispensável e inf alível em seu resultado. Mediante essasf orças de radiação que estão ligadas à lei única e dela se orig inam,a sétima reg ião cósmica demonstra seu ob jetivo: ser o jardim

alquímico ou a o

cina alquímica, o Jardim dos Deuses, de todoo espaço intercósmico.Suponde que entrásseis em um laboratório alquímico. V eríeis

muitos alambiques e retortas Øeios de pós e de líquidos de co≠res e propriedades dif erentes. Dentre esses pós e líquidos muitosse re velariam e xtremamente perigosos, e x plosivos e venenosos,caso f ossem mani pulados e empregados sem conhecimento das

leis que os regem e de seus propósitos. Disso resultariam, então,as maiores desg raças. Por acaso de vemos considerar esses prepa≠rados ruins ou maus em si mesmos? Certamente que não! Elessão impessoais, absolutamente neutros. Eles possuem uma f orça,uma possibilidade, uma natureza. E essa f orça pode ser utilizadade modo salutar, libertador, realizando seu ob jetivo, se quem autiliza conhece esse ob jetivo e anela por ele. Nesse caso, uma

bondade e uma verdade superiores podem manifestar-se.Q uem emprega a f orça determina, portanto, o resultado; é oalquimista, o ser humano, que conduz os éons à maldade. Q uemdesencadeia o bem e o mal é o alquimista. Desde o princí pio f oi

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DÈcima Hora

 proibido ao alquimista comer da árvore do conhecimento dobem e do mal, em sentido e x perimental ou cientíco, pois f oidesse modo que se acendeu, e ainda se acende, o f ogo na sétimareg ião cósmica, e, segundo nosso parecer e nossa e x periência, obem e o mal foram desencadeados.

Então não podemos liberar a bondade superior da f orça alquí≠mica? Sim, podemos, pois isso constitui a vocação do lho deDeus! Com a condição de que, em perf eito conhecimento e aspi≠ração interior, ele se submeta à lei e à direção única da árvore da vida, que está no meio do jardim.

Assim podeis f azer uma ideia de como “o f ogo”, as flamas dadesarmonia e da ruptura violenta, f oi uma vez inflamado no es≠ paço, tendo surg ido uma reação em cadeia, de vido à qual umf ogo surg ia da f aísca lançada pelo outro. Desse modo, a maldadetornou-se conhecida no universo, e apareceram os éons bons e

maus. Inúmeras entidades f oram apanhadas pelo jogo de flamase mergulharam na degeneração, enquanto se ocupa vam de suamanif estação na f orma. A essência e a f orçadamaldademanif esta≠ram-seemseuestadoatômico. A maldadeadquiriu f orça e tomouf orma nos átomos de seu ser. Assim como um af ogado dese ja ar,também se manif estou intenso anseio por bondade, segurança, paz, equilíbrio e amor.

O ser humano, acometido por essa desg raça, f oi atirado entreo bem e o mal. Ele procura o bem e, contudo, não pode e vitar omal. Não conheceis o lamento de Paulo: “Porque não f aço o bemque quero, mas o mal que não quero esse f aço”? Essa é a maldiçãoda dialética que vos acometeu e cu ja natureza vos impregna atéos ossos, pois a totalidade da sétima reg ião cósmica arde no f ogoímpio.

E poderíamos perguntar: “Como é possível que, nessas circuns≠tâncias, o espaço inteiro e suas criaturas não tenham sofrido umadestruiçãocompleta?” Porqueoslhosde Deus intervieramnessadesordem! Segundoosantigos relatos, eles dividiramoespaço em

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duas partes: uma em que a ordem divina permaneceu, e outra emqueadesordemdo f ogopôdemanif estar obemeomal. Contudo,esta última f oi como que isolada. O verdadeiro Paraíso, o Jardimdos Deuses, tornou-se completamente inacessível aos lhos dadesobediência.

Não podiam os lhos de Deus reconduzir o espaço inteiro asua condição original?

É e vidente que eles tinham esse poder. Contudo, se isso tivesseacontecido, inúmeras entidades vitimadas pela impiedade e que,consequentemente, esta vam totalmente desorganizadas e se ti≠nham manif estado na f orma segundo sua no va natureza, seriamincapazes de partici par da restauração, e uma no va impiedadeseria criada.

Por isso, o leg ítimo f oi separado do f also, e este, com tudo oque continha, f oi encerrado em uma ordem* de emerg ência e

submetido a um plano de salvação, a um sistema de sete leis deradiação, a m de que a verdadeira vida pudesse libertar-se proces≠sualmente da morte e da necessidade, por meio da atividade daluzque, comoumaestrelade cincopontascomsete propriedades, penetra a noite da existência cativa do ser humano.

Essa luz é denominada Estrela de Belém. Essa é a razão por queos irmãos e as irmãs da antiga Fraternidade in voca vam, uns para

os outros, as “belas e magnicentes consolações de Belém”, isto é,a transguração, a g rande restauração mediante a luz libertadora.E quem ing ressa na Décima Hora recebe a Ø ave do c ic l o astr onô≠mico e do moviment o c ir cul  ar da Äida do ser humano. Ele torna-seum copartici pante da Estrela de Belém, do cor po-vivo da Gnosis.

O que signica a posse dessas Øaves? Sobre isso lemos:

 Encontr  amo-nos , aqui, em t err enoar dent e , e deverá ser-nos per mitido n ã o e x  plic  á-l o aos n ã o inic i ados nem ao d i abo ,que é seu mestr e , nem ao in  f   antic ida , que é seu amor, nem

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DÈcima Hora

 à cobiç  a , que é seu deus , nem aos c  ã es , com os quai s con≠t udo n ã o quer emos compará-l os , nem à ped r  a ônix, quel hes escapa , nem aos Ä ampir os , que os seduzem , nem à f   al  sa

 aparência, que eles tomam pela Äerdade.

Em sua g rande maioria, o g ênero humano decaído encontra-se possuído pela maldade. Portanto, podemos dizer que a vida demuitos é reg ida pelo diabólico. Q uando a luz de Belém os toca eneles desperta uma no va possibilidade, surgem então os inf anti≠cidas de Herodes para matar esse no vo princí pio. Um sintomado ser humano nascido da natureza é a cobiça ilimitada, que em parte resulta do medo, mas também da egocentrismo petricado.

Há igualmente inúmeras pessoas que estão imbuídas da ilusãode pertencerem à verdadeira humanidade. Elas imag inam ser cri≠aturas de descendência divina e a isso dão f orma e e x pressão. No

entanto elas não sabem que são como “cães” quando comparadasao deus-em-f orma-humana. Elas estimam o ônix, tão bem conhe≠cido na mag ia. Talvez saibais que o ônix, em sua f orma mais pura,apresenta listras brancas e pretas. Como tal, ele é um símbolo dobem e do mal desencadeados na natureza da morte. O homemnascido da natureza é continuamente le vado à ira pelo ônix, por≠que os aspectos branco e preto são sempre relativos, permutáveis

entre si: “Porque não faço o bem que quero…”!Descobrimos também que o campo de respiração do homemnascido da natureza está Øeio de vampiros, ocupados com suas práticas repugnantes. Por conseguinte, em todo o estado de vidanatural surge uma aparência inteiramente f alsa, que sem cessartenta pôr-se no lugar da Estrela de Belém.

Q uem, na Décima Hora, na qualidade de obreiro equi pado

com f aculdades, percebe tudo isso compreende que não tem ne≠nhum sentido e xaminar e au xiliar o homem decaído unicamentecomo individualidade, mas que também as circunstâncias cósmi≠cas de seu campo de vida de vem ser atacadas processualmente.

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Com ef eito, o ser humano não pode ser dif erente do que é, emrazão de seu aprisionamento no calabouço das f orças naturaisdesarmoniosas que f oram desencadeadas. Portanto, trata-se dedois trabalhos de salvação mediante a luz de Belém. Um vemdo alto, mediante a atividade das leis de radiação, uma atividaderegeneradora que ob jetiva modicar as relações cósmicas, a mde reunir o espaço isolado com o espaço da árvore da vida. Porisso é dito que Cristo, ao iniciar esse trabalho, venceu o mundo,que ele aniquilou o pecado do mundo e o mundo inteiro lhe f oientregue. Ao lado desse au xílio do alto, há o trabalho a serviçode um indivíduo que verdadeiramente busca a luz de Belém.

Assim, compreendereis que todas as entidades decaídas serãole vadas nalmente à luz universal pelos que receberam as Øa vesda Décima Hora, a saber: a Ø ave do c ic l o astr onômico e do movi≠ment o c ir cul  ar da Äida do ser humano. As flamas do f ogo cósmico

serão e xtintas, e todas as aparências se es vairão em névoas. E ve≠

reis que o demoníaco, em essência, não e xiste. Esse é o mistério pleno de graça da Décima Hora.

Q ue as belas e magnícas consolações de Belém possam embreve ser vertidas também sobre vós.

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UndÈcimaHor  a

 A  s asas dos g ê nios moviment  am- secom mi st erioso r umor e j  ar.

 E l es Äoam de es f  er  a a es f  er  a

e l ev am de mundo em mundo as mensagens de Deus.

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UndÈcimaHora

Com a e x plicação do te xto da Undécima Hora, apro ximamo-nosdo nal de nossa jornada de volta para o Pai. É possível que oscontornos da senda que viemos seguindo através dessas horas setornem cada vez mais vagos e abstratos para vós e, portanto, cada vez mais difíceis de determinar. Não obstante, de vemos prosse≠

guir, de modo a podermos logo abranger o con junto e utilizá-locomoumguia na vida. Portanto, tentaremosanalisar aUndécimaHora, pois por vários motivos essa análise se torna necessária.

Na Décima Hora dissemos que e xistem dois trabalhos de salva≠ção: umque vemdoalto, mediante a atividadedas leis de radiação,uma atividade regeneradora que ob jetiva modicar processual≠mente as relações cósmicas, a m de reunir o espaço isolado da

dialética com o espaço da árvore da vida; e o outro, o trabalhoa serviço do indivíduo que verdadeiramente busca a luz de Be≠lém. O microcosmo dialético g ira na roda do nascimento e damorte atra vésdoespaço isoladodanaturezadamorte, eoobreiroiniciado da Décima Hora recebe agora tanto a Øa ve desse cicloastronômico, repleto de solidão e morte, como também, no in≠terior dessa morte, a Øa ve do mo vimento circular da vida do

ser humano, a m de que cada entidade decaída possa um diaser ele vada à luz universal e todas as flamas do f ogo cósmico nointerior do espaço isolado sejam extintas.

A Undécima Hora diz agora:

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 A  s asas dos g ê nios moviment  am- se com mi st erioso r umo≠r e j  ar. E l es Äoam de es f  er  a a es f  er  a e l ev am de mundo em

mundo as mensagens de Deus.

Compreendereis que o te xto da Undécima Hora ref ere-se à in≠cumbência colocada sobre os ombros do obreiro iniciado daDécima Hora. A Undécima Hora re vela-nos a atuação práticados iniciados gnósticos que dese jam ele var e salvar a natureza damorte e tudo o que nela se encontra. Seu campo de trabalho éo g igantesco espaço da sétima reg ião cósmica. Podeis ver clara≠mente o enorme trabalho en volvido em tudo isso e ao mesmotempo compreender com que tremendas f orças e possibilidadesesses obreiros iniciados de vem estar equi pados. Essas f orças e pos≠sibilidades, associadas com esses obreiros, são denominadas as asas dos g ê nios. Um g ênio é uma entidade pro vida de um no vo

 poder criador. Trata-se, em sentido gnóstico, de uma f orça e x≠

traordinária, de natureza especial, com a qual o mago gnóstico pode trabalhar. Então, os servidores da Undécima Hora abremas asas de seu poder gnóstico mág ico e realizam sua taref a ondefor possível.

Esse g randioso poder de ve ser visto de f orma sétupla. Em primeiro lugar vemos que o iniciado gnóstico pode controlar

completamente o f ogo astral. O f ogo astral obedece a esse serhumano, que pode subordiná-lo à sua vontade. Desse modo ofogo se torna o instrumento de sua força e a luz de seus ar Øotes.

Sabeis o quanto o ser humano ainda aprisionado à roda donascimento e da morte é go vernado pelo f ogo astral e suas f or≠ças, tal como se manif estam neste cárcere planetário onde ele seencontra. De segundo a segundo, tudo o que ele f az ou deixa de

f azer é determinado pelo f ogo astral da dialética. Tudo o que possui ou venha a possuir forma origina-se desse fogo.Q ualquer obstáculo em vossa senda, qualquer imperf eição,

qualquer fracasso, todos têm um f undo astral. A substância astral

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UndÈcima Hora

de que viveis é vossa substância-raiz cósmica; e é nela que a mortetem sua raiz. Portanto, é e vidente que os g ênios alados da Undé≠cima Hora venceram o estado astral do cárcere planetário, queo controlam e são capazes de liberar e utilizar a substância astrallímpida e pura de Abra xas, da qual os alimentos* santos podemser separados, extraídos e utilizados.

Cada escola espiritual, cada g rupo que aspire à libertação, so≠mente poderá ser bem sucedido quando f or en volto e sustentado por essa substância astral pura, não planetária. Os g ênios aladosamorosos da Fraternidade precedente têm-nos au xiliado e tam≠

bém trazido o f ogo sag rado, a luz de seus arØotes, para que nossof ogo templário possa ser aceso. Em consequência disso, tendesconhecimento agora de no vo campo astral, o qual f az parte docor po-vivo da Escola Espiritual. E tomais conhecimento da salva≠ção que ele encerra para a jo vem Gnosis; mostramo-vos como po≠

deis partici par desse campo, sim, como desde já podeis partici pardesse campo durante o sono do corpo.

Dese jamos dar-vos uma imagem clara de um dos aspectos dosgênios da Undécima Hora.

O f ogo astral obedece-lhes: O f  ogo astr  al é o Äeí cul o de sua Äon≠t  ade , o instr ument o de sua f  orç  a e a l uz de seus ar Øot es (A vontade

do homem dialético tem por veículo os éteres*). Os g ênios le vama substância astral pura a toda a parte em que ela se zer neces≠sária, onde quer que ela se mostre útil, onde quer que ela se jasolicitada com compreensão plena.

O f ogoastral puro é apanaceia paraamais prof unda dor dahu≠manidade, pois quem vive desse f ogo puro e orig inal certamenteencontrará seu Pimandro.

O trabalho dos g ênios alados da Corrente Universal não con≠siste apenas em trazer-vos o único necessário, mas ao mesmo

tempo eles abrem as asas protetoras sobre vós a m de proteger≠-vos do fracasso denitivo. Q uem verdadeiramente aspira a isso

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

recebe todo o au xílio e proteção de que necessita. Podeis sentir≠-vosseguros, abrigadossobasasasdosg êniosquego vernamo f ogoastral, abrigados “sob as asas de Jeo vá”, como o e x primiam os rosa≠

-cruzes clássicos, querendo com isso dizer a mesma coisa. Umaesf era astral pura estende-se a nossa volta; e, quando nossos esf or≠ços são sinceros e verdadeiros, uma radiação poderosa emana danu vem que nos cobre, e, em concordância com nosso esf orço, of ogo astral da natureza da morte será mantido af astado de nós.Assim, e xistindo nesse estado, desen volve-se intenso, g randioso eglorioso milagre. O milagre que foi formulado com as seguintes palavras:

Oráculos falam nos carvalhos dos bosques sagrados;os metais são transmutados em ouroou tornam-se talismãs;

 as roØ

 as desprendem-se de sua base; arrebatadas pela lira do grande hierofante* e tocadas pelo misterioso shamir,transformam-se em templos e palácios;

 as doutrinas são formuladas;os símbolos, representados por pentáculos,* 

 adquirem grande efeito;

os espíritos são acorrentados por poderosas simpatiase obedecem às leis da famíliae da amizade.

Essa é a fórmuladomilag requesee x pandirá quandoono vo reinognóstico re velar-se e f or colocado sob as asas e o poder dos g êniosda Undécima Hora.

A humanidade ing ressou em um no vo dia em que a luz sere velará, um período em que os véus serão retirados e tudo o queaté agora f oi conservado na obscuridade do seg redo será re velado.O g rande hierof ante da Gnosis ergueu o shamir ou aØaramela

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UndÈcima Hora

do ano jupiteriano, e um no vo Øamado tocou-nos. Eis por queo milag re da Undécima Hora de ve ser des velado, a m de queessas pala vras não permaneçam mera teoria. Essas coisas de verãoser reconhecidas e bem acolhidas por vós, para que desse modouma poderosa base de colaboração seja obtida.

O misterioso shamir ressoou no início do ano jupiteriano.6Q ue todos os que puderem entender algo disso, todos os queou virem esse mara vilhoso som, se reúnam para a no va taref a dacabeça, do coração e das mãos.

As considerações sobre o Nuc t emer on f oram prof eridas no ano de 1957, um6

ano jupiteriano (n.e.)

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DuodÈcimaHor  a

 A qui se r eali zam , pel o f  ogo ,

 as obr  as da l uz et er na.

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DuodÈcima hora

Ficamos sabendo como os g ênios alados da Undécima Hora,os g randes iniciados das Fraternidades precedentes, le vam demundo a mundo as mensagens de Deus. Também camos sa≠bendo como esses iniciados trabalham no Jardim dos Deuses dasétima reg ião cósmica. Além disso, lemos como eles triunf aramsobre os impedimentos astrais planetários e como trazem a todo

o espaço inter planetário o f ogo astral puro do princí pio, para que,com seu au xílio, o ser humano encontre a senda única e receba af orça parasegui-la. EagoraoNuctemeron nalizacomaseguinteexclamação de júbilo:

 Aqui se realizam, pelo fogo, as obras da luz eterna.

As obras e os desígnios da luz eterna sempre se relacionam à prática da lei universal do amor: salvar o que se encontra perdido,consolar o abatido, curar as feridas de tudo o que sofre dor.

Em todos os séculos, sempre e xistiu um reino gnóstico, um po≠deroso reinosobre a terra, um reinoque te vedeser realizadopelosiniciados, para que, no interior desse reino e mediante sua força,todos os que buscam au xílio pudessem encontrar seu caminho.

A ordem magnética de semelhante reino te ve de ser estabelecida pelo novo fogo astral.A cronolog ia da Grande Pirâmide reg istra todos os séculos

em que se trabalhou na realização desse reino. V eremos agora

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

como se desen volverão os processos indicados na Undécima e naDuodécima Horas. Não é mara vilhoso saber que o Nuctemeronde A polônio de Tiana tem relação não apenas com o desen vol≠ vimento particular do indivíduo, mas ao mesmo tempo re velao prog resso da manif estação universal? Nós também podemoscolaborar, no presente, na realização da Undécima e da Duodé≠cimaHoras, e nissoocor po-vivodaEscolaEspiritual daRosacruzÁurea tem igualmente uma taref a importante a realizar. De umlado vemos os sublimes g ênios alados trazendo o f ogo astral, e deoutro a Escola Espiritual e seu grupo.

Q ual é a taref a mais importante de um aluno na Escola Espiri≠tual? Ele de ve criar, mediante autorrendição ao santo trabalho, a possibilidade para que o no vo f ogo astral possa realizar sua taref ano período que atra vessamos. Mediante autorrendição e serviçoamoroso pessoal ao mundo e à humanidade, temos de criar a

 possibilidade de f azer do g rupo um espelho tão bem lapidadoe polido que se ja capaz de refletir em nosso mundo sombrio oesplendor da eternidade, a luz astral do sol universal.

Os que dessa maneira podem colaborar, servindo plenamenteconscientes com a cabeça, o coração e as mãos, podem ser deno≠minados, no sentido mais amplo da palavra, magos gnósticos.

Um mago gnóstico é um ser humano que quer e é capaz de

trabalhar com f orças que lhe são concedidas do alto, que não sãodeste mundo. De f ato, o f ogo astral do mundo do estado de alma vivente não contém nada que se ja terrestre ou planetário. Essef ogo pode, com razão, ser Øamado de f orça divina. Por isso, omago gnóstico tem o de ver de lembrar-se diariamente das bemconhecidaspala vras: “Q uemestá de pé, cuidepara não cair!”, poistrês g randes perigos ameaçam-no a todo instante enquanto tiver

de trabalhar na natureza da morte. Contudo, em compensação,há quatro g randes f orças que sempre estarão prontas a acorrerem seu au xílio tão logo ele as in voque, quatro f orças da g raça quenalmente o tornarão invencível.

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DuodÈcima hora

Os três g randes perigos que o ameaçam procedem do f ato deo obreiro encontrar-se na natureza da morte. O mago gnósticolibertou-se da natureza da morte e partici pa, em seu estado renas≠cido, do mundo do estado de alma vivente. No entanto, tendoem vista que tem de realizar seu trabalho em uma ordem naturalque se tornou completamente estranha para ele, onde e xistemmuitas f orças inimigas, está claro que o mago gnóstico a cadainstante deve levar em conta essas forças.

O primeiro perigo com que o mago gnóstico de ve confron≠tar-se é a incessante solicitação de sua ajuda e assistência.

Será que e xiste nisso algum perigo? Decerto! Justamente por≠que, em virtudedeseuser, omagognósticoquer antesde tudoserum au xiliador. De veis compreender bem que quando um gnós≠tico au xilia alguém sempre surge uma ligação magnética entre oau xiliador e o au xiliado. Semelhante ligação entre um homem≠

-alma e um ser humano dialético somente se justi

ca em casose xcepcionais, isto é, apenas quando o ser humano dialético podeencontrar ou obter nela um benefício para sua alma, um pro≠g resso para a vida libertadora. É e vidente que o mago gnósticoque trabalha com o no vo f ogo astral disporá de g randes pode≠res e possibilidades. Por isso, em muitos aspectos será “o f orte”.Consequentemente, ele será estimulado ao mau uso dessas possi≠

bilidades e tentará utilizá-las para

nalidades terrestres comuns. Justamente por isso, e em razão da lei magnética de ligação, oobreiro poderá tornar-se vítima e correr perigo de car aprisio≠nado no vamente no cárcere planetário. Assim, quem trabalhacom f orças gnósticas terá de estar muito vig ilante para não serapanhado em uma armadilha.

É e vidente que todo obreiro gnóstico está e x posto a persegui≠

çõesdosmais diversos ti pos. Os éonsnaturaisdaesf era planetáriae todas as suas f orças de luz são e videntemente perturbados pela presença dos verdadeiros obreiros gnósticos, pois a g rande f orça≠-luz da se xta reg ião cósmica, segundo o e vangelho gnóstico P i sti s

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

Sophi a , f az que os éons naturais “abandonem sua ordem”. Porisso, cada obreiro, onde quer que este ja e aonde quer que vá e permaneça, será perseguido ou obstaculizado em suas atividades.Ele não será perseguido por f orças lúgubres, mas por tudo e portodos os que se sintam ameaçados em sua e xistência. Portanto, vede essa perseguição como algo essencial a tudo o que pertenceà natureza da morte.

Assim como alguém que tenta atra vessar uma correnteza e x pe≠rimenta a resistência da água, pelo f ato de o elemento água opormaior resistência que o elemento ar, do mesmo modo as resis≠tências f undamentais inerentes à natureza da morte ocupam-se,incessantemente, em resistir ao obreiro na vinha degenerada deDeus.

Assim, também e xiste a possibilidade de que uma resistênciaou uma confluência de f atores contrários cause um incidente,

criando uma situação que ef etivamente retenha o obreiro, e daqual ele não consiga des vencilhar-se de imediato. Isso representauma perda de tempo e de energ ia e signica uma estagnação nogrande processo de salvação do mundo e da humanidade.

Portanto, vemos que o candidato se defronta com três perigos:

1.º o perigo de uma ligação magnética funesta;

2.º o perigo de perseguição e, portanto, de atraso;3.º o perigo de uma séria estagnação.

Compreendereis que o obreiro que conhece esses perigos, que percebe de antemão que eles irão cruzar seu caminho, também pode pre venir-se contra eles. Ele sempre estará vig ilante, e assimnenhum mal poderá ating i-lo, princi palmente porque ele sabe

que, ao ladodesses três perigos, quatro f orçasdag raça o protegem,quatro forças que diariamente o acompanham passo a passo.Em primeiro lugar, o irmão ou a irmã do Santo Graal sabe que

€ desde que ele ou ela assim o queira, ou mesmo quando algo

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DuodÈcima hora

acontece de que não tenha consciência € não será vítima de umaligação desarmoniosa, de perseguição ou estagnação. A Gnosisgarante a impossibilidade de profanação.

Em segundo lugar, em consequência disso, cada partici panteda vida universal, onde quer que se encontre, em virtude de sua vocação, conservará a partici pação integ ral e direta no mundodo estado de alma vivente. Nenhuma separação pode e xistir paraos que foram recebidos na comunidade de almas.

Em terceiro lugar, o obreiro gnóstico possui a f aculdade dediscernir os espíritos. Ele sempre pode pro var, e de antemão, seeles verdadeiramente são de Deus.

E em quarto lugar, o mago gnóstico possui como coroa dagraça o poder da invencibilidade absoluta.

Portanto, é certo que os que se encontram inteligentementena senda do serviço € conhecendo sua taref a e sua vocação no

 processodesalvaçãodaalmadomundoedaalmadahumanidade€ e estando de posse das quatro f orças da g raça, não precisamtemer os três perigos f undamentais que acabamos de mencionar.

Sem dúvida alguma, eles levarão sua tarefa a bom termo.

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Biografia do autor 

 Jan van R ij®enborgh, pseudônimo de Jan Leene, f oi um rosa≠-cruz moderno e um gnóstico hermético € duas qualicações quemarcaram toda a sua vida.

Ele nasceu em Haarlem, na Holanda, em 1896, numa f amíliade orientação cristã. Ainda jo vem, aprof undou-se em questões re≠lig iosaseprinci palmentenaaplicaçãoconscienciosadelasna vidacotidiana. De vido a isso, af astou-se do cristianismo supercial

bemcomodamentalidade teológ icasemnenhumaprof undidade.Seu g rande senso de justiça le vou-o a ligar-se ao mo vimento tra≠balhista que já toma va f ortes contornos em sua ju ventude. Essef oi um período bastante ag itado, no qual o prof essor dr. ArnoldHendrik de Hartog (1869–1938) atraía multidões à ig re ja comsua T eol og i a Reali st  a. Jan Leene era um de seus ou vintes. Comde Hartog ele aprendeu o prof undo signicado das pala vras do

 versículo 1 do capítulo 12 da Epístola aos Romanos, onde é dito:“Rogo-vos, pois, irmãos, pela misericórdia de Deus, que apresen≠teis o vosso cor po por sacrifício vivo, santo e ag radável a Deus,que é o vosso culto racional”.

 Jan Leene e seu irmão Zwier Willem Leene, ambos ardoro≠sos buscadores, f oram aos poucos se conscientizando da direçãoque de viam tomar a m de poder aplacar sua f ome da única re≠

alidade. Em 24 de agosto de 1924, eles lançaram a primeira eainda modesta base para a construção do verdadeiro lar espiri≠tual para a no va era: a casa Sanc ti Spirit us. Durante essa primeiraf ase construíram a Escola de Mistérios da Rosacruz, inspirados

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ONuctemeron deApolÙnio deTiana

 pelos manif estos dos rosa-cruzes da Idade Média. A m de teracesso aos te xtos orig inais, Jan Leene visitou a Briti sh Libr  ary emLondres. Esses document os encontr  am- se pr ov avel ment e h á duzen

t osanosnasest  ant es dest  a bibliot ecasemqueningué m sequer t enhaol hado par  a el es! Em janeiro de 1937, apareceram suas traduçõesem holandês dos manif estos dos rosa-cruzes: a Fama F r  at er nit  a≠

ti s R .C ., a Con f  essio F r  at er nit  ati s R .C . e A  s nú pc i as quí micas deC ri sti ano Rosa-C r uz A nno 1459 , num único volume, como título:O testamento espiritual da Ordem da Rosa-Cruz.

Ele queria, assim, tornar conhecidos a essência e o Øamadoda “Escola de Mistérios do Ocidente”, conf orme é dito no fron≠tispício da primeira edição. O ob jetivo era a ref orma geral, o des≠locamento da ênf ase da vida para o desen volvimento da alma, demaneira que pelo renascimento ela se preparasse para encontraro espírito de Deus.

Para elucidar o ideal rosa-cruz o mais amplamente possível,ele se serviu dos escritos do “lósof o teutônico” Jacob Boehme,do sábioØinês Lao Tsé e do poeta silesiano Johannes SØe✏er(1624–1677), que passou a ser conhecido como Ângelo Silésio.Princi palmente alguns versos deste último, também citados comfrequência pelo prof essor de Hartog , f ormaram a base para o de≠sen volvimento de um ensinamento gnóstico-transgurístico in≠

teiramente no vo para a era atual. Antes da Segunda Guerra Mun≠dial, Jan Leene continuou a publicar ainda com o pseudônimo J ohn T wine. Mais tarde, escolheu o pseudônimo J  an Ä an Rij ®en≠bor  gh como símbolo da riqueza gnóstica que lhe era permitidotransmitir a seus alunos e ouvintes interessados.

Em todas as suas obras ele f ez uma ligação com aspectos gnósti≠cos na literatura mundial, mostrando desse modo muitos pontos

em comum no hermetismo, na Bíblia e, princi palmente, nos ma≠nif estos dos rosa-cruzes da Idade Média. Além disso, ele elucidouos insi ght  s e pensamentos de Paracelso, Comênio e Fludd. Em≠

bora re jeitasse o Cristo histórico das ig re jas, sua escola era e é

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Biografia do autor

 puramente cristocêntrica, ou se ja: totalmente baseada na f orçauniversal de Cristo e em sua atividade onipenetrante.

A obra de Jan van R ij®enborgh consiste em milhares de alo≠cuções nas quais a doutrina gnóstica de libertação é o pontocentral. Em 1935/36 ele publica va o semanário A quarius , no qual punha abaixo muitos “valores sag rados” e descre via os aconteci≠mentos vindouros. Por intermédio do mensário Het Rozekr ui s(A Rosa-Cruz) ele fez soar a voz da Escola em desenvolvimento.A cruz f oi plantadanomundo. No “mensárioesotérico” DeHoek≠ st een (A Pedra Angular) ele e x plicouabasesobreaqual o trabalhode renovação do espírito, da alma e do corpo devia ser realizado.A pós sua morte, em 1968, o mensário De T opst een (A Pedra deTopo) (1969–1978) anuncia va o período da colheita. Muitas desuas e x planações e alocuções encontram-se reg istradas na f ormade quarenta livros de sua autoria. Estes livros são publicados pela

Rozekruis Pers em Haarlem, Países Baixos; muitos deles já seencontram disponíveis em dezessete idiomas.A Escola de Mistérios da Rosacruz desen volveu-se, transf or≠

mando-se na Escola Espiritual Internacional da Rosacruz Áurea,quepossui cercade 130núcleoseatuaem 36 países, incluindomui≠tos países da Europa, América do Sul, África, Austrália e No vaZelândia. Sua sede central ca em Haarlem, Países Baixos.

 Jan van R ij®

enborgh, que sempre considera va o f uturo com justicado otimismo, disse em 1968, no nal de sua e xistência: Esper o que minha Äida possa t er ac r escent  ado um pequeno gol  pe demartelo na eternidade.

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Gloss·rio

Paraqueo leitor tenhaumamelhor compreensão da terminolog iaqueaEscolaEspiritual daRosacruz Áureaemprega,guramnesteg lossário as pala vras que no te xto f oram acompanhadas de umasterisco (*). O número entre colØetes corresponde à pág inaonde o termo foi mencionado pela primeira vez.

 Abra x as: Designação gnóstica para o caráter universal do amorde Deus, por e xemplo, na doutrina de Apolônio de Tiana. [101]

 Alimentos santos: São determinadas vibrações e emanações dasubstância primordial que fluem dos sete polos nortes do setená≠rio cósmico a m de alimentar todas as criaturas divinas. Em seu

conjuntos eles formam a atmosfera original. [123]

 Alma: No homem orig inal trí plice (Espírito € alma € cor po), aalma transmite ao cor po as sugestões do Espírito. Unicamentea reconstrução dessa alma orig inal, da qual o último vestíg io seencontra no coração, no centro do microcosmo, pode permitirseu renascimento. O que o homem normalmente Øama de alma

nada mais é do que o con junto de ideias, tendências pessoais edo condicionamento a que f oi submetido quando sua individu≠alidade-eu f oi f ormada. Essa alma-eu des via-se, sem cessar, daideia libertadora da reconstrução da alma imortal, numa ilusória

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tentativa de instalar-se de f orma duradoura no Além. A alma datrí plicemanif estação dialética é natural enecessariamente mortal.Eis a razão pela qual Cristo é denominado o Salvador das Almas, visto que sem uma alma intermediária absolutamente pura não é possível uma vida mais elevada. [14]

 Alma-espírito: O caminhodaendura, ocaminhododisci puladonumaescolaespiritual gnóstica, tempor ob jetivodespertar a almaimperecível de seu estado latente. Assim que ela acorda de seusono mortal, é restabelecido o vínculo com o Espírito universal,com Deus. Esse vínculo restauradoentreoespírito e a alma, entreDeus e o homem, compro va-se na g loriosa ressurreição do Ou≠tro, no retorno do verdadeiro homem à casa do Pai. A alma queconsegue f este jar essa ligação, essa unicação com o “Pimandro”,a Gnosis orig inal eg í pcia, é a alma-espírito. É a unidade Osíris €

Ísis, Cristo€

Jesus, Pai€

Filho, as núpcias alquímicas de Cristi≠

ano Rosa-Cruz dos rosa-cruzes clássicos, o casamento do noivoceleste com sua noiva celeste. [24]

 Autorrendição: Ver Gnosis Universal Quíntupla. [109]

CabeçaÁurea: Aspecto do cor po-vivo da jo vem Gnosis, perten≠

cente à reg ião dos g raus internos da Escola Sétupla de Mistérios;alusão ao campo da ressurreição, o novo campo de vida. [58]

Campo astral, novo: Ver Reino neognóstico na Europa. [96]

Campo de manif estação: O campo de manif estação, tambémØamado de campo de respiração, esf era aural, ou cor po de dese jo,

é o campo de f orça onde emerge a manif estação trí plice dialéticado ser humano. É a área de cone xão entre o ser aural e a persona≠

lidade da ordem de emerg ência e está em perf eita concordânciacom esta em sua ação de atração e repulsão de f orças e substâncias

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Gloss·rio

 para a sua vida e sustentação. Esse campo de f orça é luminoso e vibrante e possui uma estrutura individual de linhas e centrosde f orça com um mo vimento dinâmico. Dependendo do estadodo campo de respiração (qualidade € vibração € f orça) todas asf orças e substâncias que nele ing ressam, pro venientes do e xterior,são aceitas ou repelidas, retardadas ou intensicadas em sua ati≠

 vidade, admitidas no sistema ou re jeitadas por ele. O campo demanif estação f az parte do sistema trí plice dialético do homem: éuno com ele, em sua essência.

Campo de respiração: Ver Campo de manifestação. [20]

Carma: Lei de ação e reação, de causa e ef eito, que ensina “co≠lherás o que semeaste”. Resultado das ações boas e más das vidas passadas e da atual. [23]

Cátaros: (do g r. kat har os: puros) Mo vimento iniciático cristãoquesedesen volveunaEuropaentreosséculosxi exiv, sobretudono Sul da França, na reg ião montanhosa dos Pirineus, conhecidacomo Sabartez, ou Languedoc. Ali, ao redor de Sabart-Tarascone das aldeias vizinhas de Ussat-Ornolac, nas muitas g rutas e xisten≠tes desde a pré-história e transf ormadas em santuários naturais,

se constituiu o lugar de longa, se vera e dura iniciação dos cátaros.Eles, a e xemplo dos essênios e dos primeiros cristãos, le va vamuma vida ascética de alta espiritualidade, vivenciando na práticaum cristianismopuro, numa total autorrenúncia a tudooqueeradeste mundo. Não possuíam bens materiais nem dinheiro, e dedi≠ca vam-se inteiramente à comunidade onde viviam, pregando oE vangelho e curando os enf ermos, pois também eram terapeutas.

No entanto, f oram acusados de heresia pelo Papa Inocêncio iii,que en viou a histórica cruzada contra os albigenses, em 1209.Durante o tempo em que ela durou, numa sequência trág ica demortes e torturas, cidades inteiras da reg ião e os castelos de quem

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os def endia f oram saqueados, com as populações, incluindo mu≠

lheres e crianças, sendo passados a o de espada. A pós a quedado castelo de Montségur em 16 de março de 1244, duzentos ecinco cátaros f oram queimados vivos em uma imensa f ogueira.Os poucos remanescentes abrigaram-se, então, na g rande g rutasubterrânea de Lombrives, a assim Øamada a Catedral do Ca≠tarismo, onde mais tarde, em 1328, quinhentos e dez cátarosf oram emparedados vivos, encerrando assim a epopéia medie valdesse mo vimento mártir. Os cátaros eram também denomina≠dos “os puros, os perf eitos, os bons homens”, porque, seguindoo caminho dos mistérios cristãos, ha viam operado em seu ser aref ormação, e assim, tal como verdadeiros discí pulos de Cristo, aserviço do mundo e da humanidade, galga vam o “caminho dasestrelas”, o caminho da transf ormação (ou da transguração, nalinguagem da jo vem Fraternidade gnóstica). Fazendo alusão a

esse estado de puro, a Escola Espiritual f ala de alma renascida, aalma-espírito que, por sua ligação restabelecida com o Espírito,obte ve outra vezapartici paçãonasabedoria divina, a Gnosis. Mai≠ores inf ormações sobre a vida dos cátaros podem ser encontradasno livro No caminho do Santo Graal, de Antonin Gadal. [58]

Consciência: A consciência ou consciência-eu biológ ica é o cen≠

tro da consciência natural comum do trí plice sistema dialéticodo homem, delimitado pelo campo de manif estação. É preciso, porém, não conf undir a consciência-eu biológ ica com o aspectoespiritual superior humano, embora este este ja su jeitado pela primeira. [20]

Consciência-eu: Ver Consciência.[20]

Contranatureza: Nossocampodialéticodee xistência, ondeahu≠manidade decaída, que está apartada de Deus, do Espírito, vive presentemente. Essa vida f ora da ordem cósmica estabelecida

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Gloss·rio

 por Deus tem como característica básica a maldade, que o serhumano, em sua teimosia, teima em combater. Em concordân≠cia com a natureza de nossa e xistência, esse desen volvimentonão divino e contranatural apenas pode, por isso, ser negado, oque na Escritura Sag rada é designado como “reconciliação comDeus”. [100]

Cor po-viv o: Alusão da Gnosis orig inal eg í pcia à arca que é men≠cionada no Gênesis, o primeiro livro do Pentateuco, Construídoem cooperação com a corrente universal gnóstica, esse cor po deforças libertadoras está a serviço da colheita, que no nal de umdia cósmico de ve ser reunida e le vada ao celeiro da no va vida. É oaprisco do bom pastor, mencionado no E vangelho de João. [98]

Décimo Terceiro Éon: A Escola Espiritual como campo mag ≠

nético de radiação da Fraternidade Universal, que se manif estaneste mundo aprisionado pelos éons da natureza para au xiliar alibertar a humanidade indicando-lhe, por meio da transguração,o caminho de retorno ao reino imutável. [51]

Dialética: Nosso atual campo de vida, onde tudo se manif estaem pares de opostos. Dia e noite, luz e tre vas, aleg ria e tristeza,

 ju ventude e velhice, bem e mal, vida e morte etc. são pares inse≠ paráveis. Um sucede o outro de maneira ine vitável, e, assim, umcompro va o outro. Em virtude dessa lei f undamental, tudo o quee xiste nesta ordem de natureza está su jeito a contínua mudança edesinteg ração, ao surg ir, brilhar e f enecer. Por isso, nosso campode e xistência é um domínio do m, da dor, da ang ústia, da des≠truição, da doença e da morte. Por outro lado, de um ponto de

 vista superior, a lei da dialética é, ao mesmo tempo, a lei da g raçadivina. Por meio da destruição e da reno vação constantes, essa leiimpede a cristalização denitiva do ser humano, ou se ja, seu declí≠nio ine xorável. Ela sempre lhe of erece uma no va possibilidade de

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manif estação e, com isso, uma no vaØance de reconhecer o ob je≠tivo de sua e xistência e percorrer a senda do retorno mediante atransguração, o renascimento da água e do Espírito. [13]

Discernimento: Ver Gnosis Universal Quíntupla. [96]

Doutrina Univ ersal: Não é um ensinamento, uma doutrina, nosentido literal comum, tampouco se pode encontrar em livros.Nasuaessência mais prof unda, é a vivente realidadede Deus. EssaDoutrinaouFilosoa Universal é, portanto, oconhecimento, a sa≠bedoria e a f orçaquesempredeno vo são of ertadosaoser humano pela Fraternidade Universal, a m de possibilitar à humanidadedecaída trilhar o caminho de retorno à casa do Pai. [34]

Efésio: O homem que busca e que, no dese jo de realmente ele var

e puri

car a vida, segue o caminho da bondade neste plano dee xistência, descobrindo, mais cedo ou mais tarde, que este cami≠nho tem um ponto culminante, um limite que o homem destemundo não pode transpor. A Bíblia denomina “efésio” àquelequeØegou a essa fronteira. Tal ser humano está diante de umaescolha: libertar-se das limitações da dialética por meio de umamudança f undamental de sua vida ou permanecer ag rilhoado ao

g iro da roda da vida e da morte, sofrendo a ang ústia do ine vitáveldeclínio segundo a lei da natureza. [58]

Éons: 1. Enormes períodos de tempo. 2. Grupo dirigente hierár≠quico de espaço e tempo, às vezes indicado como æons ou ar Øon≠t es. Monstruosa f ormação de potestades da natureza, antidivinas,criadas pelo humanidade decaída no decorrer dos tempos, em

consequência de sua vida contrária a Deus, ou se ja, por meio deseu pensar, querer e dese jar, pois todos os seus impulsos, inclusiveos pretensos bons, os criam e alimentam. Essas potestades ma≠ni pulam abusivamente todas as f orças naturais da dialética e da

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Gloss·rio

humanidade terrena, impulsionando-as a uma atividade ímpiaem prol do pró prio e tenebroso ob jetivo desse g rupo: a automa≠nutenção. Esse ag rupamento hierárquico conseguiu livrar-se darodadadialética, àscustas, porém, de terrível sofrimentohumano.Essa “libertação” apenas pode ser mantida, por meio de incalculá≠

 vel egoísmo, enquanto a humanidade, apesar de ser sua criadora, permanecer como sua presa e acorrentada à roda do nascimentoe da morte, aumentando assim e conservando a dor neste mundo.Essas potestades, em seu con junto, são às vezes denominadashierarquia dialética ou “príncipe deste mundo”. [28]

EscolaEspiritual: Escolade MistériosdosHierof antesdeCristo.(ver Fraternidade Universal). [57]

Esf eramaterial/esf era refletora: Asduasmetadesquecompõem

o campo de e xistência da ordem de natureza dialética. A esf eramaterial é odomínioemque vivemosquandoemnossocor poma≠terial. A esf era refletora é a reg iãoondesedesen volve, entre outrascoisas, o processo de morte e reencarnação. Abrange, além dasesf eras do Inf erno e do Purgatório (a esf era da puricação), tam≠

bémaque éØamada “céu” e “vida eterna” na relig ião natural e noocultismo. Essas esf eras celestes, a e xistência nessas esf eras bem

como na esf era material, estão su jeitas a um m, à temporalidade.Portanto, a esf era refletora é a morada transitória dos mortos, oque não quer dizer que a personalidade quádrupla do f alecido ve≠nhaanascer deno vo, pois ela nãosubsiste. Somente o núcleomais prof undo da consciência, o raio espiritual ou centelha dialética,é temporariamente recolhido no ser aural, f ormando a base daconsciência de no va personalidade terrena, que é construída pelo

ser aural em colaboração com as f orças ativas na gestante. [19/57]

Espírito Santo Sétuplo: O terceiro aspecto da Divindade, quese manif esta de f orma trí plice. Ele é o amor oniabarcante do

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Pai, e x plicado pelo Filho, que dimana para toda a humanidadedecaídaemumpoderosocampode irradiação sétuplo, para salvaro que está perdido. Sob a direção e o au xílio dessa f orça sétuplauniversal que se manif esta na Fraternidade Universal, torna-se possível concluir o processo de transguração. Nesse poderoso processo, o Espírito Santo Sétuplo encontra no vamente moradano candidato: as nú pcias alquímicas de Cristiano Rosa-Cruz é aunicação da alma imortal com esse Espírito Sétuplo. [11]

Éteres: Do Setenário Orig inal, a terra sétupla orig inal, emanamsete f orças de que vive o homem primordial. Nosso sistema vi≠tal apenas subsiste nesta ordem de socorro com quatro aspectosbastante deg radados dessas sete f orças: o éter químico, que asse≠gura a vida e o desen volvimento do cor po físico; o éter vital, quetem ligação com as f orças de reprodução; o éter luminoso, que

se relaciona com os sentimentos; o éter refletor, que se relacionacom os pensamentos. Essas quatro f orças dialéticas, esses quatroalimentos, apenas possuem uma relação long ínquacomasquatrof orças orig inais, os quatro alimentos santos. Eles pro vêm con≠tudo da mesma f onte, do coração do Setenário Cósmico, porémcorrespondem a radiações bem dif erentes das do coração da subs≠tância primordial. O processo da transguração visa a confrontar

a personalidade com esses alimentos santos, a substituir os éteresdialéticos pelos éteres orig inals, a m de tornar o sistema vital,reorientadopela rosasétupla paraoReino orig inal, apto a receberos três éteres superiores, que possibilitarão a reconstituição totaldo microcosmo. Uma escola espiritual gnóstica corresponde €entre outras coisas por sua relação com o no vo campo de vida€ a uma f orja de concentração desses éteres superiores, sem os

quais a verdadeira Alquimia não é possível. [123]

Farsa,  A Grande: Intenso e renado plano da esf era refletora visando a imitar a volta do Senhor, e que utilizará todo o Além,

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manif estando-se por meio de e xtraordinários f enômenos físicos.Mais detalhes sobre os f enômenos do declínio intensivamente preparados que acompanharão o m deste dia cósmico e ten≠tarão aprisionar a humanidade inteira e ceg á-la numa ilusão ir≠resistível são encontrados no livro Desmascar  ament o , de J. vanRij®enborgh, São Paulo: Lectorium Rosicrucianum, 1983. [15]

Firmamento: O rmamento (o ser aural ou a lí pica) representaa totalidade das f orças, valores e ligações como resultado das vi≠das de diversas personalidades no campo de manif estação. Todasessas f orças, valores e ligações f ormam juntos as luzes, os astrosem nosso rmamento microcósmico. Essas luzes são f ocos mag ≠néticos que, em concordância com sua espécie, determinam aqualidade do campo espiritual magnético, isto é, a natureza dasf orças e dos materiais que são atraídos da atmosf era e assimilados

 pelo sistema microcósmico, portanto, também pela personali≠

dade. A natureza de nossa personalidade é determinada por essasluzes. Uma mudança essencial da personalidade tem de ser pre≠cedida, assim, por uma mudança essencial do rmamento dasluzes. Isso somente é possível pelo autossacrifício do ser-eu, pelademolição ou autorrendição completa do eu. [79]

Fogo ser pen

tino

:

É a energ ia criadora da consciência biológ icaque circula pelo sistema cerebrospinal e, por meio dele e do sis≠tema nervoso, controla a completa manifestação dialética. [34]

Fraternidade Univ ersal: Hierarquia do divino reino imutávelque constitui o cor po universal do Senhor. É conhecida como:Ig re ja In visível de Cristo, Hierarquia de Cristo, Corrente gnós≠

tica universal, Gnosis. Em sua atuação em prol da humanidadedecaída ela é a Fraternidade de Shamballa, a Escola de Mistériosdos Hierofantes de Cristo ou Escola Espiritual dos Hierofantes,congurando-se na jovem Fraternidade gnóstica. [58]

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Gnosis: a) O Alento de Deus; Deus, o Logos, a Fonte de Todasas Coisas, manif estando-se como espírito, amor, luz, f orça e sabe≠doria universais; b) A Fraternidade Universal como portadora emanif estaçãodocampode radiaçãodeCristo; c) oconhecimento vivo que está em Deus e que se torna parte dos que, mediante orenascimento da alma, entraram no nascimento da luz de Deus,isto é, no estado de consciência de Pimandro. [13]

Gnosis Univ ersalQ uíntupla: Designação con junta das cincof ases de desen volvimento pelas quais o caminho para a vida sere velanoaluno: 1) discernimento libertador; 2) dese jodesalvação;3) autorrendição;4) no va atitudede vida; 5) ressurreiçãonono vocampo de vida.

Hermes: Hermes Trismeg isto, o Três V ezes Grande. Designação

 para o ele vado estado de espírito de que testemunham os dezoitolivros do Cor  pus He r me ticum , que f oram no vamente proclama≠dos e esclarecidos por Jan van R ij®enborgh nos quatro tomosda Gnosis original egípcia. [39]

Hierarquia dialética: Ver Éons (2). [14]

Hierofante: Ver Fraternidade Universal. [124]

Homem natural: O homem nascido da matéria e su jeito à lei daordem natural da dialética. [29]

Lí pica: O rmamento aural, o con junto dos centros sensoriais,centros de f orça e f ocos magnéticos que constituem as luzes, os

astros ou as estrelas de nosso sistema microcósmico, no qual ointeiro carmaestá g ra vado. Nossoser terrestreemortal, comopro≠ jeção desse rmamento aural, é inteiramente determinado porele no que se ref ere a suas possibilidades, limitações e caráter. A

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lí pica representa a totalidade da carga de pecados do microcosmodecaído. [80]

Logos: O Verbo criador, a Fonte de Todas as Coisas. [97]

Macrocosmo: O macromundo, o universo. [80]

Microcosmo: O ser humano como minut us mundus , pequenomundo, constitui um sistema de vida de f orma esférica. Nele, docentro para a perif eria, podemos distinguir: a personalidade, oser aural e um campo espiritual magnético sétuplo. O verdadeirohomem é um microcosmo. O que neste mundo se denomina “ho≠mem” é apenas a personalidade de um microcosmo degenerado.Nossa consciência atual é uma consciência da personalidade e,

 por conseguinte, apenas percebe o campo de e xistência a que ela

 pertence.O  r mament o ou ser aur  al representa a totalidade de f orças, valores e ligações resultantes das vidas das diversas manif estaçõesde personalidades no campo de manif estação do microcosmo.Todas essas f orças, valores e ligações f ormam, em con junto, as lu≠zes, as constelações do rmamento microcósmico. Essas luzes sãof ocos magnéticos que, em concordância com a sua natureza, de≠

terminam a natureza das f orças e das substâncias que são atraídasda atmosf eraeassimiladaspelo sistemamicrocósmico e, portanto,também pela personalidade. Consequentemente, assim como éa natureza dessas luzes, assim é a personalidade! Para mudar anatureza da personalidade é necessário antes mudar a naturezado rmamento aural, o que apenas é possível pela oblação doser-eu, pela total demolição do eu. O campo de manif  est  a çã o (ou

campo de r espir  a çã o) é o campo de f orça imediato no interior doqual é possibilitada a vida da personalidade. Ele é o campo deligação entre o ser aural e a personalidade. Em seu trabalho deatração e repulsão das f orças e das substâncias em benefício da

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 vida e da conservação da personalidade, ele é inteiramente unocom esta última. [16]

Naturezadamorte:Vida, verdadeira vida, é umae xistência eterna.Toda via, em nosso atual campo de e xistência domina a lei da mu≠dança e destruição contínuas. Tudo o que vem à e xistência jáesta, desde o primeiro instante de vida, no caminho para a morte.Por isso, o que denominamos “nossa vida” é apenas uma e xistên≠cia aparente, uma e xistência na g rande ilusão. É idiotice e semsentido agarrar-se a ela como o f az quase toda a humanidade. Ador do rompimento que e x perimentamos tão prof undamente,e contra a qual nos def endemos inutilmente, de ve servir paraque compreendamos o mais rá pido possível que esta dialética,esta natureza da morte, não é o campo de vida determinado parao homem, porém a natureza da vida, o campo de vida orig inal

adâmico, descrito na Bíblia como o reino dos céus. O impulsoine xtinguível em cada ser humano para a g raça per pétua, a pazimorredoura, oamor imperecível e seu anseio por vida eterna pro≠ vém do núcleo de vida em repouso nele, o princí pio primordialdo verdadeiro homem imortal. Desse átomo orig inal ou átomode Cristo, desse reino oculto, “o reino de Deus dentro de nós”,ressuscitará, por meio da total transf ormação de vida na Gnosis,

esse verdadeiro homem imortal, e poderá retornar à natureza da vida, à casa do Pai. [30]

Ordem de emergência: Ver Dialética. [116]

Pentáculo: A estrela de cinco pontas ou pentáculo en volto pelo pentag rama é, nos mistérios gnósticos, o homem renascido se≠

gundo a alma, sobre quem brilha a estrela de Belém. As cinco pontas da estrela estão interligadas. São os cinco pontos lumi≠nosos do no vo homem, a saber, o ponto da cabeça, os pontosdas duas mãos e os pontos dos dois pés. Nas representações dos

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antigos, o ponto direito inf erior do pentáculo sempre era dei≠ xado aberto, como uma indicação de que a no va alma renascidade veria estar constantemente a serviço do próximo ainda nãoliberto. [124]

Pimandro: (ad j. pimândrico) O espírito vivicante que se ma≠nif esta no homem-alma renascido. Essa manif estação ocorre deduas maneiras: primeiro, pela f ormação da radiação nuclear sétu≠

 pla do microcosmo, que penetra o santuário da cabeça; depois,quando o trabalho de salvação, possibilitado pela autorrendiçãoda alma mortal, tiver prog redido o suciente, pela ressurreição,da tumba da natureza, do homem celeste ilimitado, o ser doCristo imanente, com f undamento no átomo orig inal, o pontocentral da terra microcósmica. Esse desen volvimento tambémé perf eitamente cristocêntrico: Cristo desce, após sua crucica≠

ção (o sepultamento da luz divina na personalidade terrestre) ao ponto central da terrra para, após ha ver consumado ali seu santotrabalho, ressurgir de sua sepultura. [97]

Pineal: (ou epíse) Q uando, junto com a f orça cundalini, quereage somente ao impulso da verdadeira luz espiritual, a g lândula pineal é inflamada pela luz da Gnosis, via átomo-centelha-do≠

-espírito, g lândula timo e hormônio crístico, então o con junto passa a constituir o trono do raio de Cristo, da iluminação inte≠rior, a porta aberta pela qual a sabedoria de Deus é transmitidadiretamente ao homem. [72]

Pistis Sophia: a) E vangelho gnóstico escrito pro va velmente an≠tes do século ii, cu ja autoria é atribuída a V alentino. Narra com

impressionante pureza e com detalhes o caminho único de liber≠tação em Cristo, a senda da transmutação e da transguração;b) Denominação dada ao verdadeiro aluno, que perse vera atéatingir a meta. [51]

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Rodadonascimentoedamorte:Ou rodada vidaedamorte. É ociclo a que está submetido o microcosmo pela lei da dialética. Eleadotaumapersonalidade, que temdedecidir, durantesua vida, en≠tre vidaemorte. Se não liberta o microcosmosegundooplanodoLogos, essa personalidade morre para que o microscosmo, depoisde esvaziado, tenha nova oportunidade de libertação. [99]

Rosa áurea: Indicação do f ato de que a alma renascida se mani≠f esta de modo sétuplo no santuário da cabeça mediante uma luzáurea que se torna visível, e xteriormente, entre as sobrancelhas.Na linguagem bíblica é o sinal do Filho do Homem. [90]

Rosa-Cruz clássica: Escola de mistérios de Johann V alentimAndreæ, manif estação da Fraternidade Universal no nal do sé≠culo xvi e durante o século xvii. Andreæ publicou importantes

obras, entre elas a Fama F r  at er nit  ati s Ros æ C r uc i s , a Con f  essio F r  at er nit  ati s Ros æ C r uc i s , e A  s nú pc i as quí micas de C ri sti ano Rosa≠-C r uz , consideradas o mais importante testamento da Ordemda Rosa-Cruz clássica, um dos pilares luminosos em que estáalicerçado o trabalho da Rosacruz Áurea.

Rosa-cruzes clássicos: Ver Rosa-Cruz clássica. [75]

Ser aural: O con junto das f orças, valores e restrições como resul≠tado da vida das dif erentes manif estações de personalidades nocampo de manif estação, os quais f ormam as luzes, as estrelas dormamento microcósmico. Essas luzes são f ocos magnéticos edeterminam a natureza do campo magnético espiritual, portantodeterminam a espécie de f orças e substâncias que são e xtraídas

da atmosf era e acolhidas pelo sistema microcósmico e também pela personalidade, queestá emperf eitaconcordânciacomanatu≠rezadessas luzes. Uma transf ormaçãodocaráter dapersonalidadede ve ser precedida necessariamente por uma transf ormação da

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naturezadesse rmamento, oqueapenas é possível pelosacrifíciodo eu, a aniquilação total do eu. [20]

Simpático: Parte do sistema nervoso que, no ser humano dia≠lético, não está sob o controle da vontade, porém f unciona demaneira automática; ref ere-se em especial aos dois cordões denervos situados à direita e à esquerda da medula espinal. Este par de cordões junta-se na parte superior da medula espinal, naglândula pineal. [39]

Tapete: A atitude interior do aluno que se esf orça, séria e de vota≠damente, com perse verança, para realizar em si mesmo a GnosisUniversal Q uíntupla é designada maçonicamente como “estarsobre o tapete”.[22]

Trans

guração: (ad j. trans

gurístico) O processo e vang élicodo renascimento da água e do Espírito, o caminho de volta paraa pátria perdida, para o outro reino, para a ordem de vida deCristo. [15]

Unidade de g rupo: A unidade de g rupo requerida pela naturezada Escola Espiritual não é uma manif estação e xterior de solida≠

riedade bem intencionada, mas a unidade interior da no va vidaanímica que cresce na Gnosis e se pro va em no va atitude de vidaconforme o espírito do Sermão da Montanha. [53]

 Veste áurea nupcial: A veste-de-luz da alma renascida na Gnosis,que, com isso, está preparada para a reunicação com o Espírito.Com outras pala vras: as nú pcias alquímicas podem começar, a

noiva está pronta para adentrar o salão nupcial. [43]

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Livros de autoria de J. van R ijckenborgh

• O advento do novo homem• Análise esotérica do testamento espiritual da Ordem da Rosacruz

Vol. i: OØamado da Fraternidade da RosacruzVol. ii: Confessio da Fraternidade da RosacruzVol. iii: As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuz - Tomo 1Vol. iv: As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuz - Tomo 2

• Christianopolis• Filosoa elementar da Rosacruz moderna• A Gnose em sua atual manifestação• A Gnosis original egípcia - Tomos i, ii, iii e iv

• A luz do mundo• O mistério da vida e da morte• O mistério das bem-aventuranças• O mistério iniciático cristão: Dei Gloria Intacta• Os mistérios gnósticos da Pistis Sophia• Não há espaço vazio• Um novo Øamado• O Nuctemeron de Apolônio de Tiana• O remédio universal

Livros de autoria deC atharose de Petri

• O Verbo Vivente

Série das Rosas

• Transguração · Tomo i

• O selo da renovação · Tomo ii

• Sete vozes falam · Tomo iii

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Livros de autoria de J. van R ijckenborgheC atharose de Petri

• O apocalipse da nova eraA veste-de-luz do novo homem · Série Apocalipse, vol. i

A Fraternidade Mundial da Rosa-Cruz · Série Apocalipse, vol. ii

Os sinais poderosos do conselho de Deus · Série Apocalipse, vol. iii

A senda libertadora da Rosa-Cruz · Série Apocalipse, vol. iv

O novo caduceu · Série Apocalipse, vol. v• O caminho universal• A Fraternidade de Shamballa• A Gnosis Øinesa• A Gnosis universal• A grande revolução• O novo sinal• Réveille!

Eckartshausen

• Algumas palavras do mais profundo do ser• Das forças mágicas da natureza

MikhailN aimy

• O livro de Mirdad

AntoninG adal

• No caminho do Santo Graal

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SÈrieCristal

• 1 - Do castigo da alma• 2 - Os animais dos mistérios• 3 - O conhecimento que ilumina• 4 - O livro secreto de João• 5 - Gnosis, religião interior• 6 - Rosacruzes, ontem e hoje

•7

- Jacob Boehme, pensamentos• 8 - Paracelso, sua losoa e sua medicina atemporais• 9 - O Graal e a Rosacruz

Outros tÌtulos

• O caminho da Rosacruz no dias atuais• O evangelho dos doze santos• Trabalho a serviço da humanidade

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