multirresistência uma problemática na saúde pública brasileira

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Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira Estratégias para o Controle de Bactérias MR Abordagem em UTI Neonatal Roseli Calil Hospital da Mulher CAISM/UNICAMP www.paulomargotto.com.br I Seminário de Controle de Infecção em Neonatologia I Seminário de Controle de Infecção em Neonatologia Brasília, 6 de maio de 2014 Brasília, 6 de maio de 2014

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I Seminário de Controle de Infecção em Neonatologia Brasília, 6 de maio de 2014. Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira Estratégias para o Controle de Bactérias MR Abordagem em UTI Neonatal Roseli Calil Hospital da Mulher CAISM/UNICAMP www.paulomargotto.com.br. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Multirresistência uma problemática na Saúde

Pública Brasileira

Estratégias para o Controle de Bactérias MR

Abordagem em UTI Neonatal

Roseli Calil Hospital da Mulher CAISM/UNICAMP

www.paulomargotto.com.br

I Seminário de Controle de Infecção em NeonatologiaI Seminário de Controle de Infecção em NeonatologiaBrasília, 6 de maio de 2014Brasília, 6 de maio de 2014

Page 2: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira
Page 3: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

BactériasFungosVirus...

Page 4: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Noticias do Brasil -2013

• Infecção hospitalar13/06/2013

• Estado lança plano de contingência para conter bactérias multirresistentes

• Fato ocorre um dia após o fechamento da UTI Neonatal do Hospital Universitário de Santa Maria

Page 5: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Rio Grande do Sul 2013

• Na quarta-feira 12/06, a UTI neonatal do Hospital Universitário de Santa Maria foi fechada após a confirmação da infecção de um bebê pela bactéria multirresistente KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase).

• Nos últimos meses, dois hospitais de Porto Alegre, Nossa Senhora da Conceição e Santa Casa de Misericórdia, registraram pacientes com NDM (New Delhi Metallo-beta-lactamase), outra bactéria multirresistente inédita no Brasil.

• Agora, pela primeira vez no Estado, um paciente já falecido teve detectado uma terceira bactéria da mesma família das enterobactérias: a OXA-48, já identificada no País. O caso ocorreu no Conceição.

• A Secretaria Estadual da Saúde anuncia um Plano de Contingência para Bactérias Multirresistentes. A intenção é divulgar regras de prevenção e combate à infecção em estabelecimentos públicos e privados do Rio Grande do Sul.

Page 6: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

GERMES MULTRESISTENTES

• Incidência: variável

• Unidades terciárias maior incidência: maior uso de dispositivos e antibiótico

UTI pediátrica e neonatal:

• < 4% de VRE e MRSA

• 10 – 24% de colonização por BGN resistente a CAZ ou aminoglicosídeo

• < 3% de ESBL

Page 7: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Bactérias Multirresistentes em Neonatologia

• Staphylococcus aureus (MRSA)

• Staphylococcus coagulase negativa (20% de cepas sensíveis)

• Klebsiella pneumoniae (ESBL)

• Enterobacter cloacae

Page 8: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Mecanismos de Resistência

Page 9: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Nova Bactéria Resistente

Mutação

XX

Emergência de Resistência aos Antimicrobianos

Bactéria Suscetivel

Bactéria Resistente

Gen de transferência de Resistência

CDC prevention

Page 10: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Raras Cepas Resistentes

xx

Cepas Resistentes Dominantes

Exposição aos antibióticos

xxxx

xx

xx

xx

Seleção de Cepas Resistentes aos Antibióticos

CDC prevention

Page 11: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Introdução de microrganismos multirresistentes nas instituições

Os microrganismos multirresistentes são introduzidos nas instituições de duas

formas principais:

• Por pacientes colonizados e/ou infectados por microrganismos multirresistentes;

• Devido à pressão seletiva ocasionada pelo uso de antimicrobianos.

• Os patógenos gram-positivos (MRSA e VRE) são mais relacionados à presença de pacientes colonizados/infectados, enquanto os bacilos gram-negativos (Klebsiella spp., Pseudomonas spp., Acinetobacter spp.) são mais associados à pressão seletiva pelo uso de antimicrobianos, apesar da transmissão entre pacientes também ocorrer e estar relacionada a surtos no ambiente hospitalar

Page 12: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Resistência aos Antimicrobianos: Estratégias Chaves de Prevenção

Otimizaro uso

PrevenirTransmissão

PrevenirInfecção

Diagnósticoefetivo& Tratamento

PathogenAntimicrobial-Resistant Pathogen

Resistênciaaos

antibióticos

Uso de Antibióticos

Infecção

Patógenos Suscetíveis

Page 13: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Uso Racional de AntibióticosSaber quando dizer “não” as

Cefalosporinas e a Vancomicina

Page 14: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Fato: Não cessar o uso quando tratamento com antimicrobiano é desnecessário contribui para uso exagerado e resistência.

Ações: Quando infecção é curada Quando culturas são negativas e infecção não

confirmada Quando é descartado o diagnóstico de infecção

CDC Prevention

Uso Racional de Antibióticos Step 10: Parar tratamento

antimicrobiano

Page 15: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus aureus

Epidemiologia:

• Podem fazer parte da flora normal, colonizando vias aéreas anteriores e diversas partes do corpo

• Portadores podem transmitir S.aureus

• Transmissão: pessoa a pessoa - mãos, secreção nasal, gotículas

Page 16: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus aureus

Epidemiologia:• Fatores predisponentes: cateter vascular, prótese de válvulas

cardíacas, shunts (DVP, DVE)

** 53% das BSI por S. aureus foram associadas a cateter

** 23,5% das BSI por S. aureus foram associadas

ao PICC

CCIH CAISM/UNICAMP

Page 17: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus aureus Medidas de Controle

Precaução de contato• RN infectados ou colonizados por MRSA• Impetigo - até 24 horas do início do antibiótico• Outras lesões expostas

Precaução Padrão – meningite e sepse

Higiene das mãos: respeitar os cinco momentos da higienização.

Page 18: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus aureus

Medidas de Controle – Situações de surtos• Evitar as situações de superlotação

• Manter proporção de funcionários/clientes ** Priorizar ações na assistência

• Identificar portadores/tratamento com mupirocina?

• Banho com clorexidina do RN

• Cohort de RN infectados

Page 19: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

S. aureus

Penicilina

[1950s]

Penicilina-resistência

S. aureus

Evolução de Resistência do S aureus aos antimicrobianos

Methicillin

[1970s]

Methicillin-resistência

S. aureus (MRSA)

Vancomycina-resistência

Enterococo (VRE)

Vancomicina

[1990s]

[1997]

Vancomicina

resistênciaintermediária

S. aureus (VISA)

[ 2002 ]S. aureus

resistente a Vancomicina

Page 20: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus aureus - MRSA

Fatores de risco • Hospital terciário com pacientes idosos, unidade de

queimados, pacientes cirúrgicos• Uso de cateter central por tempo prolongado• Uso prévio de antibiótico• Proximidade de paciente com MRSA• Visitantes e profissionais de saúde colonizados ou

infectados por esta bactéria

* MSSA é tão virulento quanto MRSA?

Page 21: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus aureus - MRSA

Fatores de risco associado com aquisição de MRSA

• Nascimento prematuro, baixo peso, problemas respiratórios• Imunodeficiência• Uso de antibióticos• Longo tempo de hospitalização • Infecções do trato respiratório• Procedimentos cirúrgicos

(Haley et al.1995, Pujol et al. 1996, Corbella et al. 1997,

Villariet al. 1998).

Page 22: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

MRSA – Fatores de Risco

• Taxa de ocupação > 85% aumenta o risco para MRSA e outras infecções

• “Superlotação e número reduzido de profissionais na assistência aumenta a incidência de infecções por MRSA”

Adesão a higienização de mãos e limpeza do ambienteAdesão as boas práticas nos procedimentos invasivos

Dificuldade em estabelecer as precauções de contato em portadores

Page 23: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus aureus Virulência e resistência bacteriana

Na maioria das vezes, a infecção por

patógeno multirresistente tem manifestação

clínica similar e virulência comparável à

infecção por patógeno sensível, entretanto,

estudos recentes mostram uma associação

de infecções por bactérias multirresistentes e

o aumento de morbidade e mortalidade,

notadamente com MRSA.

Page 24: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus aureus Virulência e resistência bacteriana

Recentes estudos demonstram índices de mortalidade significativamente mais altos em pacientes que desenvolvem bacteremia por MRSA, do que por Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MSSA). Rubin e colaboradores apontaram índices de mortalidade 2,5 vezes maior nos casos de infecções por MRSA (21%) do que por MSSA (8%).

Page 25: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Descolonização MRSA

• O regime ótimo ainda não está determinado, pode ter algumas variações de orientação

• Descolonização nasal – mupirocin 2% 2 vezes ao dia durante 5 dias*

* Uso recorrente pode levar ocorrencia de resistencia ao produto

• Banho com clorexidine durante 7 dias

Page 26: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus coagulase negativa:

11 especies

• Staphylococcus epidermidis - mais frequente

Epidemiologia

• Coloniza pele e mucosa

• Transmissão pessoa a pessoa

• Infecção geralmente resulta da invasão endógena de uma cepa colonizante

Page 27: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Infecções Por Gram Positivos

Fatores predisponentes: cateter vascular, prótese

de válvulas cardíacas, shunts (DVP, DVE)

• CAISM 2003 – 66,7% (16/24) das BSI por Staphylococcus coagulase negativa foram associadas a presença de PICC

CCIH CAISM/UNICAMP

Page 28: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Staphylococcus coagulase negativa:

Prevenção• Higiene das mãos antes e após a manipulação do

cliente• Cuidados com acesso venoso central e periférico

- Inserção- Manipulação- Troca de curativo- Preparo de soluções EV

Page 29: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

lactamases de espectro estendido (ESBLs)

• Embora estas enzimas terem sido identificadas em várias espécies bacterianas como Pseudomonas aeruginosa e Enterobacer spp.

CLSI preconiza a realização do teste fenotipico pelos

laboratórios para: • Klebsiella pneumoniae• Klebsiella oxytoca• E.coli• Proteus mirabilis, isolados em líquidos estéreis como LCR

Page 30: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

lactamases de espectro estendido (ESBLs)

• Estas enzimas hidrolisam todos os - lactâmicos, à excecão dos Carbapenens e cefamicinas.

• A Cefoxitina é uma cefamicina, porém seu uso não é recomendado para o tratamento de infecções por ESBL pelo risco de falha terapêutica, devido a produção concomitante desta cepas ESBL como a produção de lactamases do grupo 1 (AmpC) e/ou da perda de porinas, levando a uma redução de permeabilidade de membrana externa

Page 31: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

lactamases de espectro estendido (ESBLs)Implicações Terapêuticas

Antibióticos não beta –lactâmicos como aminoglicosídeos e fluoquinolonas, não sofrem hidrólise por esta enzima, podendo ser alternativas terapêuticas, dependendo do antibiograma

Page 32: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

lactamases de espectro estendido (ESBLs)Implicações Terapêuticas

• Inibidores de lactamases – tem atividade in vitro contra ESBL, porém seu uso não está estabelecido

• Pode haver resistência por outros mecanismos

• Portanto tratamento = Carbapenens (Imipenen,meropenen, ertapenen)

Page 33: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Produtores de lactamases (Amp C)

• As amostras bacterianas pertencentes aos gêneros:• Citrobacter• Enterobacter• Morganela• Serratia• Proteus vulgaris• São reconhecidos como produtores de lactamases do

grupo 1 (ampC) Produção induzida frente a exposição a lactâmicos como Ceftazidima ou Ceftriaxona

Page 34: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Produtores de lactamases (Amp C)Implicações Terapêuticas

• Enzima codificada pelo gene Ampc

• Produção induzida pelo uso de lactâmicos

• Hidrólise de Ceftazidima e Ceftrixona

Page 35: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Produtores de lactamases (Amp C)Implicações Terapêuticas

• O CLSI não preconiza teste fenotípico específico para detecção de amostras produtoras Amp C

• Enterobacter, Citrobacter e Serratia podem desenvolver resistência durante terapias prolongadas com cefalosporinas de terceira geração

• Bactérias sensíveis ao teste podem tornar-se resistente, colher cultura de controle durante tratamento

Page 36: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Produtores de lactamases (Amp C)Implicações Terapêuticas

Opção terapêutica:

• Aminoglicosídeos

• Cefalosporinas de quarta geração

• Carbapenens

• Quinolonas, evitar em recém-nascidos e crianças.

Page 37: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Aprendendo com o surtos... São PauloKlebsiella pneumoniae ESBL

• Unidade Semi-intensiva neonatal/instituição ligada a um hospital universitário • Duração – 6 meses• 36 RN acometidos: • 7 infecções e 29 colonizados

Controle do surto: Identificação e tratamento de um profissional com onicomicose e que tinha as mãos contaminadas com Klebsiella pneumoniae ESBL

Fatores de Risco para colonização: • Uso de antibióticos: OR 12,3 (95%, CI: 3,6 - 41,2; P < 0,001)• Amamentação ao seio fator de proteção:OR = 0,22 (CI: 0,05-0,99; P = 0,049)

Cassetari VC et al JPediatr.2006;82(4):313-6

Page 38: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Aprendendo com o surtos... NigériaKlebsiella pneumoniae ESBL

• Surto em NICU em hospital terciário – Sepse• Duração – 6 meses (março a agosto de 2002)• 30 isolados de Klebsiella pneumoniae sendo:17 de pacientes e 13 do

ambiente.• 24 isolados tinham antibiograma identico (17 de pacientes, 7 de

profissionais de saúde, berço e superficie de incubadora)• Mortalidade durante o surto: 36,4% X 28,9% em 2002• Causa:

• Infecções causadas por uma cepa de Klebsiella pneumoniae ESBL trazida por um RN procedente de outro hospital

Page 39: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Aprendendo com o surtos... O que aprendemos

Rotina para o recebimento de RN procedentes de outros serviços

Triagem para MR, precaução de contato

• Cuidado com o cuidador, ele não pode ser colonizado por MR

• Papel da Limpeza concorrente e de equipamentos

• Cuidado no uso de luvas nas precauções – cuidado com o espaço em volta do leito

Page 40: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Fato: Profissionais da saúde podem espalhar patógenos resistentes aos antimicrobianos de paciente para paciente.

CDC Prevention

Previnir TransmissãoStep 12: Quebrar a cadeia

de contagio

Page 41: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Higienização das Mãos...

Estratégia fundamental

É quando pequenoque se aprende...

Page 42: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira
Page 43: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Cuidado no Uso de Luvas

• Use luvas somente quando indicado.

• Utilize-as antes de entrar em contato com sangue, líquidos corporais, membrana mucosa, pele não intacta e outros materiais potencialmente infectantes.

• Troque de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente.

Page 44: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Cuidado no uso de Luvas

• Troque também durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo

• Troque quando esta estiver danificada.

• Quando estiver com luvas, nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas)

• Observe a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das mãos.

Page 45: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Aprendendo com o surtos... Rio de Janeiro Klebsiella pneumoniae ESBL

• Surto em NICU em hospital terciário – Sepse• Duração – Agosto 1997 a Maio de 1999• 464 admitidos, 383 triados• Infecção – 13 casos (3,4%)• Colonização – 206 (53,8%)

Fatores de risco independentes para colonização: • Associação nos primeiros 9 dias de vida de Aminoglicosídeo e

Cefalosporinas de terceira geração (HR = 4,6; 95% CI: 1,48 -14,3)• Tempo de permanência em UTI: aumento de 26,1% de colonização por dia de

NICU

(HR = 1,26; 95% CI: 1,16-1,37)Fatores de risco independentes para Infecção: • Colonização prévia (HR = 5,19) e Uso de Cateter Central (HR = 13,89)

Pessoa da Silva CL et al, Journal of hospital Infection (2003) 53: 198-206

Page 46: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DAS INFECÇÕES POR GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES EM

UNIDADE NEONATAL

A prolonged outbreak of Pseudomonas aeruginosa in a neonatal intensive care unit: did staff fingernails play a role in disease transmission?. Moolenaar et al. Braz J Infect Dis. 2003

• Surto – 11 meses • 46 casos IRAS por P aeruginosa – Infecção de Corrente

Sanguínea • 35% óbito• 15 cepas isoladas – Clone A• 3 isolados P.aeruginosa – Enfermeiras A B C • Unhas artificiais• Exposição às Enfermeiras A e B – Fator de Risco Independente

Page 47: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DAS INFECÇÕES POR GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES EM

UNIDADE NEONATAL

Contaminated feeding bottles: the source of an outbreak of Pseudomonas aeruginosa infections in a neonatal intensive care unit Sánchez-Carrillo et al. Am J Infect Control. 2009

• 1.9 episódios de IRAS/ 1000 paciente-dia (Agosto 2004) para 8.8 episódios/1000 patciente-dia (Setembro 2004)

• 9 amostras positivas P aeruginosa – mamadeiras preparadas de forma doméstica

Page 48: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

An outbreak of Acinetobacter baumannii septicemia in a neonatal intensive care unit of a university hospital in Brazil . Von Dolinger de Brito. Braz J Infect Dis. 2005

ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DAS INFECÇÕES POR GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES EM

UNIDADE NEONATAL

11 neonatosICS – MDR Acinetobacter baumannii 3 Rns – óbitoRL – Uso prévio de CARBAPENEM Ventilação mecânica

Page 49: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

ESTUDO DE COLONIZAÇÃO BACTERIANA ESTUDO DE COLONIZAÇÃO BACTERIANA EM RECÉM-NASCIDOS E CONTROLE DE EM RECÉM-NASCIDOS E CONTROLE DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES EM BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES EM

BERÇÁRIO DE ALTO RISCO APÓS BERÇÁRIO DE ALTO RISCO APÓS INSTITUIÇÃO DE MEDIDAS DE INSTITUIÇÃO DE MEDIDAS DE

INTERVENÇÃOINTERVENÇÃO

Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher

Departamento de Pediatria – FCM Departamento de Pediatria – FCM

Universidade Estadual de Campinas Universidade Estadual de Campinas

Page 50: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Casuística e Métodos - Casuística e Métodos - Medidas de Medidas de IntervençãoIntervenção

• Substituição de gentamicina e ceftriaxona por

amicacina no tratamento empírico das infecções

• Vigilância de todos os pacientes internados e uso de

precauções de contato para aqueles colonizados por

bactérias multirresistentes

Page 51: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Estudo Longitudinal - Novembro Estudo Longitudinal - Novembro de 1995 a Abril de 1996de 1995 a Abril de 1996

324 pacientes colonizados:

• Staphylococcus coagulase negativa - 46,2%

• Streptococcus sp - 42,7%

• Escherichia coli - 41,0%

• Enterobacter cloacae - 33,0%

• Klebsiella pneumoniae - 29,5%

• Staphylococcus aureus - 26,9%

• Streptococcus agalactiae - 7,3%

Page 52: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Estudo Longitudinal – Estudo Longitudinal – Microorganismos MultirresistentesMicroorganismos Multirresistentes

• Staphylococcus aureus resistente à oxacilina -1,8%

• Pseudomonas aeruginosa resistente à aminoglicosídeo

- 0,3%

• Enterobacter aerogenes MR - 0,3%

• Enterobacter cloacae MR - 10,8%

Page 53: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Incidência de Colonização por Incidência de Colonização por Enterobacter cloacaeEnterobacter cloacae Multirresistente Multirresistente

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

E. cloacae

n = 342

Page 54: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Número de Pacientes Colonizados por Número de Pacientes Colonizados por E.cloacaeE.cloacae e e E. cloacaaeE. cloacaae MR MR

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Novem

bro

Dezem

bro

Janeir

o

Fever

eiro

Abril

Não MR MRCalil et al, AJIC 2001

Page 55: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Fatores de Risco para Colonização por Fatores de Risco para Colonização por Enterobacter cloacaeEnterobacter cloacae - Análise Multivariada - Análise Multivariada

• Nutrição parenteral - OR = 6,06 (2,21 - 16,63) p = 0,0005

• Uso de antibiótico- OR = 3,12 (1,30 - 7,48) p = 0,0106

• Alimentação enteral

-OR = 0,381 (0,15 - 0,96) p = 0,0417 Calil et al, AJIC 2001

Page 56: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Fatores de Risco para Colonização por Fatores de Risco para Colonização por Enterobacter cloacaeEnterobacter cloacae - Análise Multivariada - Análise Multivariada

Incluindo Alimentação EnteralIncluindo Alimentação Enteral

• Nutrição Enteral - Fator de Proteção

- OR = 0,381 (0,151 - 0,964) p = 0,0417

Pacientes em jejum têm 2,6 vezes mais chance de colonizar por E. cloacae MR

Calil et al, AJIC 2001

Page 57: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Quarta Fase - Vigilância das Infecções por Quarta Fase - Vigilância das Infecções por Bactérias Multirresistentes 1995 - 1999Bactérias Multirresistentes 1995 - 1999

• 1995 - 23% das IH com agente isolado foram causadas por bactérias multirresistentes: E. cloacae (14), Klebsiella sp (3) Staphylococcus aureus (1), Escherichia coli (1).

*Enterobacter cloacae - 17,9% (14/78)

1996 - 1999 - 2 casos ao ano

* Enterobacter cloacae - 3 casos Calil et al, AJIC 2001

Page 58: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Utilização de Cefalosporinas de 3ª Geração

0 50 100 150

1995

1996

1997Ceftriaxone

Ceftazidima

*

* p<0,001

Neo CAISM

Page 59: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Distribuição Percentual de Microorganismos Isolados em Infecções Hospitalares Adquiridas 1995-2001

Ano Bactérias gram-

negativa

Bactériasgram-

positiva

Fungos Total

1995 55,1% 37,2% 7,7% 78

1996 64,0% 34,7% 1,3% 75

1997 44,7% 54,0% 1,3% 76

1998 37,2% 62,7% – 43

1999 32,7% 61,8% 5,5% 55

2000 34,4% 60,7% 4,9% 61

2001 37,2% 62,8% – 43

Total 45,5% 51,3% 3,2% 431

Page 60: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Tabela 1 - Distribuição do número de indicações dos antibióticos eDDD /1000 pacientes-dia em 2002 e 2003

Antibiótico Indicações por ATB

2002

Indicações por ATB

2003

DDD 2002

DDD 2003

DDD p-valor

Oxacilina 134 176 79 88,7 0,02

Amicacina 165 215 93,9 123,9 <0,0001

Ampicilina 67 82 37,4 33,3 0,12

Vancomicina 21 36 27,5 34,26 0,006

Ceftriaxone 28 31 16,98 17,23 0,89

Cefalexina 36 40 42,97 17,3 < 0,0001

Cefazolina 30 25 9,8 5,58 0,0005

Imipenen 3 2 7,17 4,54 0,0000021

Page 61: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Indicações de antimicrobianos Neonatologia - CAISM

Page 62: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

185

141

94

63

134

100

60

35

020406080

100120140160180200

A B C D

Grupos de Peso

% d

e is

ola

men

tos

em

hem

ocu

ltu

ra

ICS ICSCL

72,4%

70,9%

63,8%

55,5%,

Total de Infecção da Corrente Sanguínea Adquirida (ICSCL e Sepse Clínica) por grupo de pesoCAISM/UNICAMP 1997-2006

Page 63: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Agentes de Infeccção da Corrente Sanguínea CAISM 1997-2006

2%2%

33%

5%

28%4% 3% 1%

2%

2%

2%

5%

1%10%

Enterobacter spp

E.coli

Acinetobacterspp

P. aeruginosa

S.marscecens

K.pneumoniae

Outros Gram neg

S.epidermidis

Outros S.coag neg

S.aureus

Streptococcus spp

E. faecalis

Outros Gram pos

Candida sp

N = 328

Page 64: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Neonatologia CAISM/UNICAMP 1997 – 2011 Candidíase invasiva

• 4971 crianças observadas

• 23 Casos - 0,47%

• 2,3% das IH com agente isolado

• Mortalidade 43,6

Calil R et al Early Human Development, may 2012

Page 65: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Sepse precoce

FungoFungo

INDICADORES CAISM X REDEINDICADORES CAISM X REDE

CAISM RBPCAISM RBP

Pneumonia adquirida

33%33% 57%57%

05%05% 12%12%

ATB <72hs 54%54% 84%84%

02 %02 % 11%11%

* 2005-2010 em menores 1.500 gramas: Rede Brasileira de Pesquisas Perinatais Fio Cruz

Gram negativoGram negativo 11 %11 % 22%22%

MeningiteMeningite 02 %02 % 10%10%

Enterocolite NecrosanteEnterocolite Necrosante 04 %04 % 07%07%

Page 66: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

GERMES MULTRESISTENTESControle - Medidas de Intervenção

• Suporte administrativo – comunicação – alertas- feedback a equipe

• Uso racional de antibióticos• Vigilância de colonização e infecção • Uso de precaução padrão e de contato de acordo

com a necessidade/ MR ou novo patógeno• Controle ambiental• Descolonização em situações especiais (MRSA) • Geralmente - Combinação destas estratégias

Page 67: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

GERMES MULTRESISTENTESTempo de uso de Precaução de contato

Poucos trabalhos sobre o assunto• 3 culturas negativas...• 2 culturas negativas em dias distintos em pacte há

mais de 2 semanas sem atb, sem inva procedimentos invasivos...

• Até a alta hospitalar, agilizar a alta sempre que possível

Page 68: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Enterobacter cloacaeEnterobacter cloacae - Tempo de - Tempo de DescolonizaçãoDescolonização

• Pacientes colonizados por E. cloacae MR - 37

• Pacientes acompanhados por tempo mínimo de três semanas - 12 ( peso médio de 1098g)

- Tempo médio de colonização - 28,8 dias

- 10 estavam descolonizados na alta - descolonização em média a partir de 27,6 dias

Calil et al AJIC, 2001

Page 69: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

GERMES MULTRESISTENTESImpacto do Uso de Precaução de Contato

Poucos trabalhos sobre o assunto... Em adultos...• Adulto – depressão pelo uso de quarto privativo• Maior número eventos adversos (pacte isolado)

Necessidade de esforços da equipe para que isso não

venha ocorrer:• Em Neonatologia não precisa de quarto privativo para

colonização ou infecção por MR

Siegel et al, AJIC Suplement 2007

Page 70: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

GERMES MULTRESISTENTESConclusão

• O Controle de MR depende portanto do conjunto destas ações:

• Higienização das mãos• Precaução de contato• Uso racional de antibióticos• Limpeza do ambiente• Melhoria da comunicação – toda equipe que cuida tem

que saber sobre este assunto

Siegel et al, AJIC Suplement 2007

Page 71: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

GERMES MULTRESISTENTESLimitações...

• Embora existam muitos estudos sobre o assunto, o estabelecimento de medidas baseadas em evidências que possam ser aplicadas universalmente, ainda não existem.• As ações devem ser adaptadas em cada serviço de acordo com o momento epidemiológico e o risco de transmissão.• Cuidados devem incluir consultórios, casas de repouso e a

comunidade... • Atenção as precauções padrão• Não banalizar as precauções de contato

Siegel et al, AJIC Suplement 2007

Page 72: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

OBRIGADAOBRIGADAcalil@unicamp.

brcalil@unicamp.

br

Temos um longo caminho a percorrer, mas penso que estamos no caminho certo...

Page 73: Multirresistência uma problemática na Saúde Pública Brasileira

Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto

Seminário de Prevenção de Infecção Neonatal: Enfermeira Dra Ana Flávia Araújo, Dra. Martha Vieira, Dr. Paulo R. Margotto, Dr. Felipe Teixeira e Dra. Roseli Calil (SP)

Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto