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7/18/2019 Modelo de Sistemas Viables http://slidepdf.com/reader/full/modelo-de-sistemas-viables-56d52935ad21c 1/20 Modelo de Sistemas Viáveis (VSM) aplicado no planejamento de ambientes virtuais de aprendizagem: Um estudo de caso do LaViE Sessão temática I – Teorias, Conceitos e Metodologias Sistêmicas  Roberta Aparecida Neves Granito Mestranda em Administração de Organizações na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP).  Irene Kazumi Miura Professora Doutora do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA- RP/USP). Resumo O presente trabalho procura, com a utilização do Modelo de Sistemas Viáveis (VSM: Viable System Model), analisar, sob o enfoque sistêmico, o planejamento e a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem. Inicialmente foi apresentada uma breve revisão da literatura sobre a teoria de sistemas, a cibernética nas organizações, o Modelo de Sistemas Viáveis de Beer e sobre educação a distância e planejamento de ambientes virtuais de aprendizagem. Por fim, através de uma pesquisa qualitativa, foi realizado um estudo de caso com o Laboratório Virtual de Estatística (LaViE), utilizado em disciplinas semipresenciais de estatística na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/ USP). O VSM parece adequado como ferramenta para visualização sistêmica e complexa do processo de planejamento e utilização de ambientes virtuais. Em suma, a aplicação do modelo de sistema viável no LaViE possibilitou visualizar as ações inter-relacionadas e interdependentes do processo de planejamento e utilização de ambientes virtuais de aprendizagem, contribuindo para o planejamento estratégico e identificação das deficiências estruturais. Palavras-chave: sistemas, cibernética, ambientes virtuais de aprendizagem. Introdução A Educação a Distância (EAD) tem despertado significativo interesse de várias instituições educacionais nos últimos anos. Com efeito, os recentes avanços tecnológicos propiciaram um crescimento substancial na aplicação da EAD, apoiada por diversos tipos de tecnologias. Para Azevêdo (1999) o passado marcado por uma sociedade industrial cede lugar

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Modelo de Sistemas Viáveis (VSM) aplicado no planejamento de ambientes virtuais de

aprendizagem: Um estudo de caso do LaViE

Sessão temática I – Teorias, Conceitos e Metodologias Sistêmicas

 Roberta Aparecida Neves GranitoMestranda em Administração de Organizações na Faculdade de Economia, Administração eContabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP).

 Irene Kazumi MiuraProfessora Doutora do Departamento de Administração da Faculdade de Economia,Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP).

ResumoO presente trabalho procura, com a utilização do Modelo de Sistemas Viáveis (VSM:

Viable System Model), analisar, sob o enfoque sistêmico, o planejamento e a utilização de

ambientes virtuais de aprendizagem. Inicialmente foi apresentada uma breve revisão da

literatura sobre a teoria de sistemas, a cibernética nas organizações, o Modelo de Sistemas

Viáveis de Beer e sobre educação a distância e planejamento de ambientes virtuais de

aprendizagem. Por fim, através de uma pesquisa qualitativa, foi realizado um estudo de caso

com o Laboratório Virtual de Estatística (LaViE), utilizado em disciplinas semipresenciais deestatística na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo (FEA-RP/ USP). O VSM parece adequado como ferramenta para

visualização sistêmica e complexa do processo de planejamento e utilização de ambientes

virtuais. Em suma, a aplicação do modelo de sistema viável no LaViE possibilitou visualizar

as ações inter-relacionadas e interdependentes do processo de planejamento e utilização de

ambientes virtuais de aprendizagem, contribuindo para o planejamento estratégico e

identificação das deficiências estruturais.

Palavras-chave: sistemas, cibernética, ambientes virtuais de aprendizagem.

Introdução

A Educação a Distância (EAD) tem despertado significativo interesse de várias

instituições educacionais nos últimos anos. Com efeito, os recentes avanços tecnológicos

propiciaram um crescimento substancial na aplicação da EAD, apoiada por diversos tipos de

tecnologias. Para Azevêdo (1999) o passado marcado por uma sociedade industrial cede lugar

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à sociedade da informação. Neste novo panorama, em que a informação e os saberes

adquiridos tornam-se obsoletos muito mais rapidamente, as instituições de ensino são

obrigadas a repensarem em seus modelos pedagógicos. A partir daí, a educação on-line surge

como novo desafio.

No entanto, a educação no contexto a distância requer a elaboração de pedagogia

própria e cuidados especiais com o planejamento e construção dos cursos. Esta modalidade de

educação enseja novas concepções no tratamento do processo de aprendizagem para garantir a

efetividade do ensino (ABAR, 2006; PIMENTEL; ANDRADE, 2003). A inadequação do 

layout   do ambiente, dos conteúdos e dos procedimentos pedagógicos envolvidos pode se

tornar um impeditivo à aprendizagem do aluno.

Assim, surge a necessidade de se aplicar um modelo eficiente na elaboração do

planejamento estratégico, que possibilite mostrar com clareza as informações necessárias e

disponíveis e diagnosticar problemas quanto ao fluxo das informações e medidas para a sua

melhor distribuição.

Neste sentido, este trabalho utiliza o Modelo de Sistemas Viáveis – VSM, criado por

Stafford Beer (1969, 1979), como instrumento para análise do sistema de planejamento e

utilização de ambientes virtuais de aprendizagem. Assim, o estudo se constitui em uma

tentativa de aplicação dos conceitos de cibernética ao planejamento estratégico de ambientes

virtuais de ensino.

De acordo com Dias (1998), a aplicação dos conceitos de cibernética na administração

constitui uma forma diferenciada de lidar com a complexidade das organizações, ao permitir

uma nova perspectiva de sua compreensão.

A cibernética representa um processo de transformação de informação que visa à

consecução de ações. Assim, a cibernética funde-se à teoria dos sistemas e tem como

fundamentos a comunicação, a circulação de informações tanto entre o sistema e o ambiente,

como internamente ao sistema e, o controle ou a regulação do funcionamento do sistema emdecorrência do ambiente (BAUER, 1999).

Este artigo apresenta, então, o modelo de sistemas viáveis de Beer (1969, 1979),

baseado nos conceitos de sistemas e cibernética, para propor uma nova visão da sistemática de

planejamento e utilização de ambientes virtuais de aprendizagem.

1. Objetivo

O objetivo principal deste artigo é compreender o processo de planejamento de umambiente virtual de aprendizagem sob a ótica do Modelo de Sistema Viável (VSM).

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2. Referencial teórico

2.1 Sistemas e Cibernética nas Organizações

A Teoria dos Sistemas, iniciada por L. Von Bertalanffy, surge como uma crítica ao

mecanismo e reducionismo. O paradigma reducionista considera que os eventos se relacionam

de forma causa-efeito e se fundamenta no determinismo mecanicista. Essa concepção de

causalidade linear é então superada, uma vez que os eventos não necessariamente ocorrem, e

sim expressam uma “tendência a ocorrer”. As probabilidades de ocorrência de qualquer

evento só podem ser mensuradas em função da dinâmica global de todo o sistema. Assim, o

Universo pode ser visto como um todo indivisível, uma gigantesca teia de eventos inter-

relacionados, em que os fenômenos somente podem ocorrer no contexto de suas relações com

a totalidade (BAUER, 1999).

Desta forma, o enfoque sistêmico é uma abordagem essencialmente organicista,

retratando a organização como um sistema vivo, orgânico e aberto ao seu meio. Pela teoria

dos sistemas, o todo é formado pela sinergia das partes interdependentes, em permanente

interação, mantendo relação com o ambiente, sendo tanto por ele influenciado como o

influenciando (BAUER, 1999; MORGAN, 1996).

Um sistema é definido, de acordo com Bauer (1999, p.45), como “um conjunto de

elementos interdependentes, cujo resultado final é superior ao somatório dos resultados que

esses elementos teriam caso operassem de forma isolada”. Assim, os sistemas são orgânicos,

ou seja, suas partes são interdependentes e, qualquer modificação em uma das partes implica

em modificações para as demais partes e para as relações entre elas.

Bauer (1999) assinala ainda que é o processo de comunicação que torna o sistema

integrado e é através do controle que seu comportamento pode ser regulado. De acordo com o

autor, a ciência da comunicação que visa ao controle é denominada de cibernética.Bertalanffy (1973, apud CHIAVENATO, 1993, p.691) conceitua a cibernética como

“uma teoria dos sistemas de controle baseada na comunicação (transferência da informação)

entre o sistema e o meio e dentro do sistema, e do controle (retroação) da função dos sistemas

com respeito ao ambiente”.

Para Bauer (1999), a cibernética representa um processo de transformação de

informação que visa à consecução de ações. Assim, a cibernética funde-se à teoria dos

sistemas tendo como fundamentos a comunicação, a circulação de informações tanto entre o

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sistema e o ambiente como internamente ao sistema e, o controle ou a regulação do

funcionamento do sistema em decorrência do ambiente.

Segundo Dias (1998, p.7), o conceito de cibernética aplicado à administração

possibilita uma melhor compreensão dos processos de controle usados na organização. A

autora explica que os propósitos de uma organização são definidos pelo processo de interação

entre as pessoas e, os esforços serão direcionados aos propósitos por meio da comunicação.

Assim, a comunicação deve ser bem administrada para que os propósitos não se tornem

disfuncionais.

2.2 Sistema Viável 

Um sistema viável é um sistema dotado de autonomia, sendo capaz de uma existência

independente num meio ambiente específico (BEER, 1969).

Dias (1998) assinala que um sistema viável é formado por subsistemas viáveis

(recursivamente) e autonomia que lhe permite continuar funcionando corretamente caso seja

inserido em um ambiente equivalente. A autora dá como exemplo de um sistema viável um

coração transplantado.

Desta maneira, os sistemas viáveis possuem capacidade própria de resolver problemas.

Para sobreviver eles necessitam de capacidade não apenas para resolver os distúrbios

conhecidos como também para solucionarem as perturbações não conhecidas previamente.

Por conseguinte, os sistemas viáveis possuem capacidade de adaptar-se aos ambientes em

transformação (ESPEJO, 1979).

Rodrigues (1997) ressalta que, apesar da existência autônoma dos sistemas viáveis, o

sistema não existe no vácuo, ou seja, não existe sem um ambiente externo que o influencie.

Ainda, segundo o autor, o ambiente em que está inserido possui nível de complexidade

superior ao do sistema viável, que, por sua vez, é mais complexo do que sua própria

administração.A figura 1 mostra um sistema viável inserido no seu ambiente e a gestão

(administração) inserida no seu ambiente viável.

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Ainda mais, a administração de qualquer organização deve estar atenta à gestão da

complexidade, pois esta ameaça o bom funcionamento dos reguladores do sistema. Espejo et

all (1996) definem complexidade como a capacidade de um sistema adotar grandes números

de estados ou comportamentos. Segundo os autores, a medida de complexidade de um sistema

viável é denominada de “variedade”.

O controle do desbalanceamento do sistema, causado pela complexidade, pode se

entendido pelo o que Ashby denominou de “Lei da Variedade Requerida”. De acordo com a

lei de Ashby, para controlar e regular um sistema complexo, a variedade do sistema

controlador deve ser pelo menos igual à variedade da situação a controlar. Deste modo, a

variedade de saída deve se igualar à variedade da entrada. Para conseguir este resultado e

responder aos distúrbios de variedade são utilizados atenuadores (que diminuem a variedade)

e amplificadores (que aumentam a variedade) (DIAS, 1996; ARREGUI, 2001).

A condição de organização recursiva do modelo de sistema viável é definida a partir

do desdobramento da complexidade. A teoria da recursividade estabelece que, numa estrutura

organizacional recursiva, todo sistema viável contém um ou mais sistemas viáveis e, ao

mesmo tempo, está contido dentro de um sistema viável maior. Assim, a administração em

cada nível de recursão do sistema viável estabelece suas próprias políticas, sempre seguindo

as diretrizes gerais do sistema que o contém e as implementa de forma autônoma (DIAS,

1998).

AMBIENTE

SISTEMAVIÁVEL

ADMINISTRAÇÃO

Figura 1. O sistema viável, seu ambiente e sua administração.Fonte: Espejo et all, 1996, p.107

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2.2.1 O Modelo de Sistema Viável (VSM) 

O modelo de sistema viável (VSM), proposto por Beer (1969; 1979), é uma aplicação

dos princípios da cibernética à gestão empresarial. Trata-se de um modelo utilizado para

analisar a estrutura organizacional e o processo gerencial e também buscar soluções para os

problemas de adaptação às mudanças. Segundo Dias (1998), o VSM pode ser utilizado para o

controle de qualquer organismo viável, pois todos eles apresentam, no mínimo, os aspectos

estruturais do modelo.

O VSM é formado por cinco sistemas que possuem linguagem, critérios, diálogos e

exigências próprias. O conjunto desses cinco sistemas define um sistema viável, que por sua

vez engloba um conjunto de cinco sistemas (outro sistema viável) e assim recursivamente. Os

sistemas são dispostos hierarquicamente em um eixo vertical, com exceção do “sistema 1”

(disposto em um eixo horizontal), e são dependentes uns dos outros. A seguir será descrito

cada um dos cinco sistemas.

•  Sistema 1: Implementação

É composto pelo conjunto de unidades que desempenham as atividades primárias ou

subsidiárias. É responsável pela produção de produtos e/ou prestação de serviços. Assim,

trata-se da divisão funcional diretamente ligada com a operacionalização e produção do

sistema como um todo.

De acordo com Espejo et all (1996, p.110) “as atividades primárias da organização são

a sua razão de ser”.

•  Sistema 2: Antioscilatório ou Coordenação

Trata-se de um mecanismo de coordenação. É o conjunto de regras e comportamentos

que visam ao controle das operações direcionando-as rumo aos objetivos previstos. Este

sistema deve permitir aos vários “sistemas 1” que resolvam seus próprios problemas, de

forma autônoma e descentralizada, tendo o intuito de apenas estabelecer a coordenação

necessária para garantir a harmonia entre eles, evitando uma oscilação descontrolada entre asdivisões funcionais (sistemas 1).

É importante ressaltar que o “sistema 2” não possui a função de comandar e sim, de

extinguir as oscilações. É considerado uma interface entre o “sistema 1” e o “sistema 3”.

•  Sistema 3: Controle

Está relacionado com a auto-organização, autonomia e regulação. É o sistema

responsável pela administração do meio ambiente interno da organização (funções cotidianas

da organização), sendo também denominado de “dentro e agora” ( Inside & Now).

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É o canal para as ordens e informações relacionadas com as operações correntes. Atua

como um controlador, visando à estabilidade interna da organização. Ele envia as informações

do meio interno para os “sistemas 1”, recebe as informações filtradas pelo “sistema 2” e é

responsável pelo manejo das informações do “sistema 3*”. Ainda mais, é o único sistema a

possuir entrada para o “sistema 4” e, por isso, é o único agente regulador da homeostase 

(auto-regulação interna) da administração autônoma. Em suma, cada “sistema 1” tende a

seguir seus objetivos locais, sendo necessário que os objetivos da organização sejam

constantemente acompanhados, que é a tarefa desempenhada pelo “sistema 3” (DIAS, 1998).

•  Sistema 3*: Auditoria

É um sistema de monitoramento e auditoria, cujas atividades são esporádicas e

realizadas através de um conjunto de diretrizes separadas. Ressalta-se que o “sistema 3*”

além de transmitir, também processa informações, mas não possui existência separada do

“sistema 3”. Este sistema é acionado para fim sinérgico quando o “sistema 3” identifica um

conflito entre as informações captadas no “sistema 2” e as informações recebidas do “sistema

1”. De acordo com Dias (1998, p.66) “cada divisão tem seu próprio centro auditor que se

comunica diretamente com a diretoria de operações e trata globalmente da sinergia

corporativa”.

•  Sistema 4: Inteligência

Responsável pelas atividades externas e visão futura, define as ações estratégicas e a

longo prazo da organização, além de projetar a identidade e a comunicação da organização

para seu ambiente interno. É o sistema que obtém todas as informações relevantes sobre o

ambiente externo e tem a tarefa de trocar informações entre o “sistema 5” e os sistemas de

níveis inferiores. Também define as prioridades indicando as atividades mais relevantes e

suficientes para garantir adaptação para o futuro (DIAS, 1998).

Para Rodrigues (1997), o “sistema 4” é fundamental para a sobrevivência da

organização pois, faz a integração da organização com seu ambiente externo, determinando ospotenciais riscos e benefícios, ameaças e oportunidades.

•  Sistema 5: Políticas

Sua atividade é “fazer política”, exercendo um papel de juiz entre os sistemas

inferiores. Sua função é manter o equilíbrio entre o “sistema 3” e o “sistema 4”. Suas ações

devem fornecer uma direção ao sistema, estabelecer os valores e as finalidades da unidade

organizacional e definir as condições para a eficiência operacional. Ele utiliza as informações

geradas pelo “sistema 4” e então cria políticas que serão dirigidas ao “sistema 3”, para seremimplementadas pelo “sistema 1”.

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A figura que segue ilustra o funcionamento dos cinco sistemas apresentados.

Figura 2. Modelo de Sistema ViávelFonte: Arregui (2001, p.36)

2.3 Educação a Distância 

A educação a distância (EAD) tem sido um tema amplamente discutido e empregado nos

últimos quinze anos em todo o mundo. A EAD pode ser definida como:

uma forma sistematicamente organizada de auto-estudo onde o aluno se

instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado, onde o

acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo

por um grupo de professores. Isto é possível de ser feito à distância através

da aplicação de meios de comunicação capazes de vencer longas distâncias.

O oposto de “educação a distância” é a “educação direta” ou “face a face”:

um tipo de educação que acontece com contato direto entre professor e aluno

(KEEGAN, 1996, p.41). 

Com a utilização da EAD surgem novos métodos educacionais, novas concepções de

material didático, novas relações humanas e novas relações com o conhecimento

(PIMENTEL; ANDRADE, 2003). A nova postura diante do conhecimento transforma, então,

a relação professor-aluno, provocando mudanças no processo ensino-aprendizagem e na

forma de avaliação educacional. Neste novo panorama, as instituições de ensino são obrigadas

a repensar em seus modelos pedagógicos, iniciando uma reflexão sobre todo o processo

educativo no contexto escolar (ABAR, 2006).

Deste modo, o ensino a distância requer planejamento mais cuidadoso do que o

método tradicional de ensino. No ambiente a distância, aspectos simples relacionados ao

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planejamento do curso podem provocar altos índices de insatisfação do aluno, dificultando o

aprendizado e provocando a evasão do curso. O próximo tópico relata, assim, os aspectos

referentes ao planejamento de ambientes virtuais de aprendizagem.

2..3.1 Planejamento de ambientes virtuais de aprendizagem 

De acordo com Santos e Rodrigues (1999), o desenvolvimento instrucional de curso

EAD geralmente segue um processo cíclico de 4 etapas principais:

- Projeto: envolve determinar as necessidades de aprendizagem, analisar a audiência e

estabelecer metas;

- Desenvolvimento: envolve a revisão do material; organização e desenvolvimento do

conteúdo e selecionar/ desenvolver materiais de formas de acesso;

- Avaliação: envolve rever as metas e objetivos, desenvolvimento das estratégias de

avaliação, coleta e análise de dados;

- Revisão: etapa de desenvolvimento e implementação de um plano de revisão.

A figura que segue ilustra o conceito apresentado pelo autor.

Figura 3 . Ciclo do desenvolvimento instrucional de cursos EADFonte: Adaptado de Santos e Rodrigues (1999)

Desse modo, o desenvolvimento de um curso a distância envolve muito mais do que a

simples transcrição do conteúdo de uma apostila impressa para a tela do computador. De

Projeto Desenvolvimento

AvaliaçãoRevisão

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acordo com Noronha Viana (2006) um bom curso a distância envolve além do planejamento

didático cuidadoso, bons recursos tecnológicos, como audiovisuais e de animação, e o

estímulo à interação professor-aluno. Noronha Viana (2006, p.57) destaca que, o processo de

desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem “deve se pautar por conceitos de

engenharia, ergonomia de interface e de arquitetura de informações, de forma a tornar os

conteúdos de fácil acesso, possibilitando rapidez na localização de informações, navegação

amigável e otimizada”.

Moore e Kearsley (1996) ao proporem uma visão sistêmica para o processo de

planejamento de cursos a distância destacam a importância da etapa de diagnóstico. O

diagnóstico inclui as avaliações necessárias para se determinar as possibilidades e

potencialidades do meio para que o curso a distância possa ser implementado.

A partir dos estudos e experiências de professores da Faculdade de Economia,

Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-RP/ USP), foi elaborado

um modelo para construção e utilização de ambientes virtuais de aprendizagem, que abrange

três componentes principais: Pedagogia Virtual, Tecnologia da Comunicação e, Processo de

Qualidade (DUTRA, NORONHA VIANA, MIURA, 2003). A figura 11 mostra os

componentes delineados pelos autores.

Figura 4. Estrutura básica para o desenvolvimento de AVA

Fonte: Dutra, Noronha Viana, Miura (2003)

Cada um dos componentes citados acima é subdividido em fases, conforme demonstrao quadro 1.

 Ambiente Virtual 

Tecnologia daComunicação

Pedagogia Virtual

Processo de ValidaçãoQualidade

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Componentes da Construção de Ambiente virtual Fases de Desenvolvimento do Trabalho

Fase de AnálisePedagogia Virtual

Fase de Projeto Lógico

Fase de Projeto FísicoTecnologia da Comunicação

Fase de UtilizaçãoFase de Avaliação

Processo de QualidadeFase de Acompanhamento

Quadro 1 – Componentes e Fases da construção de AVA

Fonte: Dutra, Noronha Viana, Miura (2003)

A primeira etapa deste modelo destaca a importância de uma solução pedagógica

virtual que irá compor o ambiente de aprendizagem. Esta etapa é dividida em duas Fases:

Fase de Análise e Fase do Projeto Lógico. Cabe, na Fase de Análise, a definição do objetivo

do ambiente virtual, análise do público alvo, dos conteúdos a serem abordados e a

determinação do desenho do ambiente. Já na Fase do Projeto Lógico ocorre a estruturação de

todo o conteúdo que será utilizado, baseado nas teorias cognitivas, sociais e comportamentais

(DUTRA, NORONHA VIANA, MIURA, 2003).

A segunda etapa do modelo determina a Tecnologia de Comunicação do ambiente

virtual de aprendizagem e é composta por duas fases: Fase do Projeto Físico e Fase de

Utilização. Assim, o passo seguinte implica o Projeto Físico, em que se dá a escolha doferramental tecnológico a ser utilizado para o processo de aprendizagem a distância do aluno.

Por conseguinte, conclui-se a construção do ambiente virtual propriamente dito, passando-se

então para a Fase de Utilização. Nesta fase deve-se realizar o planejamento da utilização do

ambiente, estabelecendo a tutoria, os encontros presenciais, suportes técnicos e de conteúdo,

feedback de atividades, entre outras atividades (DUTRA, NORONHA VIANA, MIURA,

2003).

A última etapa é o Processo de Qualidade, dividido em duas partes: Fase de Avaliaçãoe Fase de Acompanhamento. Durante a Fase de Avaliação, busca-se avaliar a efetividade do

ensino proporcionado pelo ambiente virtual. Esta avaliação deve ser feita a fim de se

mensurar a satisfação dos usuários em termos de usabilidade e aspectos pedagógicos, além de

analisar o avanço no conhecimento dos alunos. Por fim, quando o ambiente já estiver

funcionando em todos os aspectos, deve ser realizado um procedimento de acompanhamento

com o intuito de se buscar adaptações necessárias e melhorias constantes (DUTRA,

NORONHA VIANA, MIURA, 2003).

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3. Metodologia

A parte ilustrativa deste estudo teve caráter exploratório e qualitativo. As evidências

colhidas foram pesquisadas numa lógica de estudo de casos, visto que essa estratégia de

trabalho permite a descoberta de situações que não seriam encontradas de outra forma, em que

análises e inferências são realizadas por analogias de situações, procurando responder às

questões “como?” e “por quê?” (YIN, 2005).

A unidade de estudo se materializou nas ações de planejamento e utilização do LaViE

(Laboratório Virtual de Estatística), utilizado em disciplinas semipresenciais do curso de

graduação em administração de empresas da Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/ USP).

O protocolo formado para execução desta pesquisa descreveu os procedimentos de

preparação, coleta e análise dos dados. As fontes de evidências consideradas na fase

preparatória e de coleta foram entrevistas com a docente responsável pelas disciplinas de

estatística e o projeto de dissertação de mestrado da autora deste artigo, com apoio financeiro

da FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

As informações colhidas foram obtidas por meio de um roteiro relacionado à revisão

teórica do trabalho. Suas análises foram montadas comparando o caso escolhido com a teoria

estudada.

4. O Laboratório Virtual de Estatística - LaViE

As profundas mudanças verificadas na sociedade contemporânea conferiram uma nova

realidade ao mundo moderno, que se configurou, sobretudo, a partir da introdução de novas

concepções de organização do trabalho e desenvolvimento de novas tecnologias. A educação

a distância revigorou-se nesta última década em função, principalmente, do surgimento dessas

novas tecnologias de comunicação mediada por computador em rede‚ mais precisamente, com

a popularização da Internet.É importante ressaltar que os alunos apresentam um melhor aproveitamento ao

participar ativamente de sua aprendizagem e, especialmente, em disciplinas teóricas. Nesse

sentido, as tecnologias educacionais representam um recurso promissor no ensino de

Estatística, pois oferecem um ambiente interativo e individualizado em que o aluno é

constantemente convidado a interagir com os conteúdos, podendo escolher o tipo de mídia

que se adapta melhor ao seu estilo de aprendizagem (MANTOVANI, 2005).

O presente trabalho prossegue, então, descrevendo o planejamento e utilização doLaboratório Virtual de Estatística, ambiente virtual de aprendizagem utilizado como apoio às

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disciplinas de estatística do curso de graduação em administração de empresas da Faculdade

de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

(FEA-RP/ USP).

Apresentação

O LaViE é um ambiente virtual de aprendizagem desenvolvido como um recurso de

apoio ao ensino presencial das disciplinas de Estatísticas do curso de Administração da FEA-

RP/ USP. A criação do ambiente virtual de aprendizagem buscou, principalmente, amenizar

possíveis deficiências no ensino/ aprendizagem de estatística para alunos, professores, autores

e avaliadores.

Assim, a proposta do LaViE é oferecer um ambiente virtual de aprendizagem

considerando três dimensões: estrutura (interfaces e organização do portal); ferramentas deinteração (Chat, fórum, correio eletrônico, enquête) e, material didático (conteúdos

complementares às aulas presenciais) (MANTOVANI, 2005).

Este projeto começou a ser desenvolvido no ano de 2003, pela Profa. Dra. Adriana

Backx Noronha Viana em seu projeto de pesquisa junto ao Departamento de Administração

da FEA-RP/ USP.

O projeto geral do LaViE foi desenvolvido com base nas fases do modelo para

construção e utilização de ambientes virtuais de aprendizagem, desenvolvido por Dutra,Noronha Viana, Miura (2003), encontrando-se atualmente na Fase de Qualidade. O quadro a

seguir demonstra as fases do desenvolvimento do LaViE.

Fases Etapas deDesenvolvimento

Procedimentos:

PedagogiaVirtual Etapa de Análise

•  Objetivo do Ambiente Virtual: disponibilizar conteúdos einterações que facilitem o ensino-aprendizagem de ferramentaestatística aplicada à Administração; propiciar apoio aos cursos deEstatística para a graduação e pós-graduação do departamento de

Administração da FEA-RP/USP.•  Público-Alvo: alunos de graduação e pós-graduação,

particularmente, em Administração; pesquisadores; autores deartigos; avaliadores que precisem de uma visão geral dedeterminadas ferramentas estatísticas.

•  Conteúdos a serem abordados: Dados e estatísticas; EstatísticaDescritiva – Métodos Gráficos; Estatística Descritiva – Métodosnuméricos; Probabilidade; Distribuições Discretas e Contínuas deProbabilidade; Distribuição amostral de média e de proporção;Estimativa por intervalo; Amostragem; Teste de Hipóteses;Comparações envolvendo médias e proporções; Análise deVariância; Análise de Correlação; Análise de Regressão; AnáliseFatorial; Análise de Cluster; Análise discriminante; Análise deRegressão Logística; Escalonamento Multidimensional; Métodosestatísticos para o Controle da Qualidade; Testes não-paramétricos;

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Análise Multivariada.•  Definição do desenho do ambiente virtual de aprendizagem.

Etapa de ProjetoLógico

•  I - Estruturação do Conteúdo•  II-Especificação de Mídia•  III –Especificação e Estruturação das Ferramentas de Interação.

Etapa de Projeto

Físico

•  Determinação da ferramenta tecnológica

Tecnologia daComunicação

Etapa de Utilização

•  Planejamento da utilização dos recursos disponíveis, alinhados aoprojeto lógico preestabelecido: encontros presenciais; chatsprogramados; tutoria; suporte técnico (web, banco de dados,pedagógico); suporte conteúdo (professor responsável); respostarápida; feedback das atividades desenvolvidas;

•  Planejamento que oriente a utilização do ambiente para:- Usuários Visitantes: dicas de acesso aos materiais disponibilizadopelo link  “Como funciona”; participação de Fórum e Chat ;interação com o docente responsável pelo projeto através do item“Fale Conosco”.- Usuários alunos de disciplinas em andamento: link  “ementa”apresenta todas as informações e programações.

Processo deQualidade

Etapa de Avaliação

•  Avaliação do ambiente:- avaliação contínua da satisfação dos usuários, em termos deusabilidade e aspectos pedagógicos;- primeira avaliação da implementação do LaViE realizada em13/10/2005 (MANTOVANI, 2005).

•  Avaliação da efetividade do ensino:- disponibilização da ferramenta de teste online para avaliar oconhecimento com feedback imediato;- criação da ferramenta “teste seu conhecimento”, disponibilizadapara cada ferramenta estatística (MARQUES, 2007).

Etapa deAcompanhamento

•  Realização de um procedimento de acompanhamento para

melhorias e adaptações necessárias.•  O projeto encontra-se nesta fase, sendo efetivada quando o

ambiente estiver funcionando em todos os aspectos (MARQUES,2007).

Quadro 2 – Componentes da Construção do LaViEFonte: Adaptado de Noronha Viana (2006) e Marques (2007)

Análise do caso

O propósito da pesquisa é compreender o processo de planejamento do LaViE sob a

ótica do modelo de sistema viável. Desta forma, procurou-se conceber cada parte do

planejamento do ambiente virtual como um sistema integrante do Modelo de Sistemas

Viáveis proposto por Beer (1969; 1979).

Assim, a seguir serão expostos os representantes de cada um dos cinco sistemas do

VSM, de acordo com suas características.

•  Sistema 5 - Política:  A etapa de Pedagogia Virtual é a responsável por fornecer

direção ao sistema, através de duas fases: Fase de Análise e Fase de Projeto Lógico.

Assim, esta etapa utiliza as informações provenientes do diagnóstico (“sistema 4”),cria as políticas que são dirigidas à Fase de Acompanhamento (“sistema 3”), para

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serem implementadas nas disciplinas semipresenciais de estatística que utilizam o

LaViE. Na Fase de Análise são definidos os objetivos do ambiente virtual, o público

alvo, os conteúdos a serem abordados e a definição do desenho do ambiente. Já na

Fase do Projeto Lógico é definido conteúdo que será utilizado, baseado nas teorias

cognitivas, sociais e comportamentais. Outra etapa que faz parte do “sistema 5” é a do

Projeto Físico, que implica a escolha da ferramenta tecnológica que irá sustentar o

curso virtual.

•  Sistema 4 - Inteligência:  este sistema, responsável pela condução estratégica da

organização e por suas interações com o meio ambiente, é desempenhado pelo

Diagnóstico. Esta etapa é responsável pela obtenção de dados do ambiente que possam

influenciar as etapas de planejamento e utilização do ambiente virtual de

aprendizagem. Nesta etapa são determinados os elementos essenciais para garantir

adaptação para o futuro. Assim, o diagnóstico inclui as avaliações do ambiente que são

necessárias para se determinar as possibilidades e potencialidades da implementação

do curso a distância. 

•  Sistema 3 - Controle: Para que o ambiente virtual de aprendizagem esteja cumprindo

de fato com o seu objetivo principal, deve ser realizado um procedimento de

acompanhamento com o intuito de se buscar adaptações necessárias e melhorias

constantes. A Fase de Acompanhamento relaciona-se, portanto, com o “sistema 3”,

sendo responsável pela administração interna do ambiente virtual. Atua, assim, como

um controlador, visando à estabilidade interna do ambiente virtual de aprendizagem 

•  Sistema 3* - Auditoria: a Fase de Avaliação é a responsável pelo sistema de auditoria

e engloba dois aspectos: efetividade do ensino e avaliação do ambiente virtual. A

avaliação do ambiente virtual é realizada esporadicamente com o intuito de medir o

grau de satisfação dos usuários (alunos) em termos de usabilidade da interface e

aspectos pedagógicos. Já a avaliação da efetividade do ensino objetiva verificar a

assimilação do conhecimento por parte dos alunos. Tal avaliação consiste em um

instrumento de avaliação formativa que permite identificar deficiências no processo de

aprendizagem para, então, retificá-las. O LaViE disponibiliza uma ferramenta de teste

on-line  onde o usuário pode realizar uma avaliação do seu conhecimento com

 feedback   imediato. Outra ferramenta do LaViE que permite a avaliação do

conhecimento após o estudo de cada ferramenta estatística é a “Teste seu

conhecimento”. 

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•  Sistema 2 - Coordenação: A Fase de utilização é a responsável pelo delineamento das

diretrizes que vão orientar a utilização do sistema (LaViE), direcionando-o rumo aos

objetivos previstos. Oferece, portanto, a coordenação para garantir a atuação

harmônica entre as disciplinas que utilizam o LaViE. Este planejamento inclui alguns

elementos básicos de acordo com os recursos disponíveis e, deverão estar alinhados

com o Projeto Lógico estabelecido:

- Encontros presenciais (horário escolar);

- Chats programados;

- Tutoria;

- Suporte técnico;

- Suporte de conteúdo (professor responsável);

- Resposta rápida;

- Feedback  das atividades desenvolvidas.

•  Sistema 1 - Implementação: As unidades responsáveis pela operacionalização e

produção do sistema são as disciplinas semipresenciais de estatística do curso de

graduação em administração de empresas (diurno e noturno) da FEA-RP/ USP:

- RAD 1506 Introdução à Estatística para Administração

- RAD 1507 Estatística aplicada à Administração I

- RAD 1509 Estatística aplicada à Administração II

- RAD 1511 Estatística aplicada à Administração III

Desta maneira, o modelo proposto, construído com base no VSM de Beer, demonstra

todos os níveis administrativos que são relevantes não apenas para o funcionamento interno

do ambiente virtual de aprendizagem, como para a sua projeção no meio ambiente. A figura

que segue ilustra a aplicação do VSM para o planejamento e utilização do LaViE.

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5. Conclusão

O VSM parece adequado como ferramenta para visualização sistêmica e complexa do

processo de planejamento e utilização de ambientes virtuais de ensino. A aplicação do modelo

de sistema viável no LaViE possibilitou visualizar as ações inter-relacionadas e

interdependentes do processo de construção e utilização de ambientes virtuais de

Figura 5. Modelo de sistema Viável para o planejamento e utilização do LaViE

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aprendizagem, contribuindo para o planejamento estratégico e identificação das deficiências

estruturais.

Ainda mais, a aplicação do VSM como instrumento para análise do sistema de

planejamento e utilização de ambientes virtuais de aprendizagem possibilitou mostrar com

clareza as informações necessárias e disponíveis de um planejamento estratégico, além do

prover o diagnóstico de problemas quanto ao fluxo das informações e medidas para a sua

melhor distribuição. Assim, o uso do VSM possibilitou o emprego de uma prática sistêmica

em uma situação de complexidade como o planejamento de um ambiente virtual de ensino.

Pensou-se na utilização do VSM pelo fato deste modelo permitir não apenas a

compreensão do sistema como um todo, mas também os fluxos de informação e os sistemas

de controle das atividades desenvolvidas.

Pelas análises conduzidas, verificou-se que, o modelo para construção e utilização de

ambientes virtuais de aprendizagem, desenvolvido por Dutra, Noronha Viana, Miura (2003),

deve contemplar uma fase de diagnóstico. Esta etapa seria responsável pela obtenção de dados

do ambiente que possam influenciar as etapas de planejamento e utilização do ambiente

virtual de aprendizagem, desempenhando o papel do “sistema 5” do VSM.

Pretende-se, assim, que a estrutura proposta seja adequada ao controle interno do

ambiente virtual de aprendizagem e facilite sua adaptabilidade ao meio que se desenvolve.

Como contribuição prática, sugere-se que as ações de planejamento e utilização do LaViE

sejam vistas através de uma abordagem sistêmica, de modo a facilitar a implementação de

modificação em seus processos de planejamento estratégico, canais de comunicação e

mecanismos de controle.

6. Referências

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Ambiente Teleduc como Apoio ao Ensino Presencial no Contexto da Matemática.Disponível em: <www.abed.org.br/congresso2004/por/pdf/056-TC-B2.pdf >. Acesso em 05abr.2006.

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