migos ou inimigos reviewed no title no conclusion

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EL511 C: Psicologia da Educação Maria Holzer Wegher,- RA 139648 Rodrigo Kenji Ciampi - RA 14157 Micael P.C.R. dos Santos -RA147437 Yuri Duarte - Larissa Moussa - Olhares: as diferentes formas de mediação na relação entre professor e aluno e seus desdobramentos comportamentais Introdução: A proposta deste relatório consiste em analisar, por comparação, as requeridas visitas feitas às escolas com base nas discussões e conceitos trabalhados em sala. Os materiais utilizados para tal ponderação foram o texto de Ana Luíza Bustamente Smolka, O (im)próprio e o (im)pertinente na apropriação de práticas sociais e os capítulos cinco e seis de A Formação Social da Mente - O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores, Vigotski. A discussão se sustenta com foco nas diferentes formas de mediações empáticas dos professores com os seus respectivos alunos, de forma a transparecer os divergentes efeitos dessas relações no desempenho deles, tendo em vista diferentes idades entre os estudantes. Observa-se claramente as variações de respostas tanto negativas quanto positivas de acordo com os distintos métodos de docência escolhidos pelos professores. Tais estratégias se modificam em aspectos como nível de proximidade entre os sujeitos, as idades, afetividade, ambiente, objetivos, etc. Com a ajuda de conceitos

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Page 1: Migos Ou Inimigos Reviewed No Title No Conclusion

EL511 C: Psicologia da Educação

Maria Holzer Wegher,- RA 139648

Rodrigo Kenji Ciampi - RA 14157

Micael P.C.R. dos Santos -RA147437

Yuri Duarte -

Larissa Moussa -

Olhares: as diferentes formas de mediação na relação entre professor e aluno

e seus desdobramentos comportamentais

Introdução:

A proposta deste relatório consiste em analisar, por comparação, as requeridas visitas

feitas às escolas com base nas discussões e conceitos trabalhados em sala. Os materiais utilizados

para tal ponderação foram o texto de Ana Luíza Bustamente Smolka, O (im)próprio e o

(im)pertinente na apropriação de práticas sociais e os capítulos cinco e seis de A Formação

Social da Mente - O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores, Vigotski. A

discussão se sustenta com foco nas diferentes formas de mediações empáticas dos professores

com os seus respectivos alunos, de forma a transparecer os divergentes efeitos dessas relações no

desempenho deles, tendo em vista diferentes idades entre os estudantes. Observa-se claramente

as variações de respostas tanto negativas quanto positivas de acordo com os distintos métodos de

docência escolhidos pelos professores. Tais estratégias se modificam em aspectos como nível de

proximidade entre os sujeitos, as idades, afetividade, ambiente, objetivos, etc. Com a ajuda de

conceitos como mediação, apropriação, implicações educacionais, desenvolvimento, entre

outros, se traz à luz como estes podem ser cruciais ao longo de um processo de aprendizagem de

um aluno. Essas concepções, quando combinadas com o perfil de cada personagem envolvido e o

meio em que ele está inserido, apresentam resultados importantes tanto para o ser social,

comportamental deste, tanto dentro quanto fora das escolas, como também na assimilação de

conteúdos e, assim, em resultados da aquisição, ou não, dos mais diversos tipos de

conhecimento.

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Três diferentes experiências: olhares difusos da experiência comportamental e dos

resultados da empatia na aproximação da relação entre aluno e professor.

Pensando sobre as diferentes formas de tratamento que professores apresentam frente aos

alunos em aula, usaremos da professora da Escola João Jourenço para ilustrar uma forma de

mediação muitíssimo comum, empregada por diversos profissionais do ensino e educadores em

geral. Embora em um dos Relatórios descritivos elaborado e apresentado anteriormente só conste

aulas ministradas para terceiros anos, vale lembrar que a professora estudada também leciona

para todos os níveis que consistem o Fundamental II, e o elaborador do relatório em questão

usufruiu de diversas oportunidades no passado de assistir às aulas da professora com turmas de

6º Ano.

É importante que se começe destacando que a própria professora, quando entrevistada,

não hesitou em se autodenominar como " general "; quando inquirida a respeito de seus métodos

de ensino. Ela firmemente defende a ideia de que a relação entre os alunos deve ser a mais

profissional o possível, embora pude observar que essa crença não a impediu de manifestar

sentimentos de carinho por diversos alunos, com calorosas respostas dos mesmos. A própria

professora mencionou que reconhece e até gosta da fama de "durona" que tem, defendendo como

é preciso para manter os alunos "na linha".

Conforme relatado no roteiro descritivo, em diversos momentos das aulas com os

terceiros anos a professora usou de comentários sarcásticos e réplicas desconcertantes para

desestimular os alunos a falar em momentos inadequados. Embora algumas pontuais perguntas

fossem dirigidas aos alunos, a professora não se preocupava em oferecer muito espaço para

alunos esboçarem dúvidas ou opinões sobre o conteúdo. Os poucos momentos ofertados acabam

sendo ferozmente disputados pelos alunos mais desinibidos e participativos da sala, deixando

uma grande maioria da sala em um silêncio apático. A professora usa da exposição oral

acompanhada de anotações esquemáticas, mas caso os alunos estejam especialmente irredutíveis

no esforço de conversar a professora não hesita em usar da cópia extensa de conteúdo da lousa

como método de punição geral para a turma.

Quando nas aulas com os 6º anos, a professora não agiu de forma muito diferente com os

alunos. A exceção é que ao invés de sarcasmo e ironia, a repreensão pura e simples era usada

bem mais frequentemente e de forma muito mais efetiva do que o uso da mesma técnica com

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alunos de ensino médio. Outro diferencial é que nesta idade os alunos pareciam muito mais

interessados em participar ativamente das exposições da professora, com um número maior de

alunos levantando as mãos para responder às perguntas propostas

Em ambas as idades descritas, vemos que a professora estabelece uma mediação de

conhecimento extremamente dependente da professora e regida o tempo todo pela mesma. O

conteúdo se passa de forma bastante repetida e o único espaço de fala oferecido para a sala é o de

complementar informações estudadas na apostila. Além disso, a professora busca usar diferentes

formas de minar o espaço de atuação de alunos desordeiros ou muito falantes, usando técnicas

diferentes de acordo com as idades dos alunos. No caso dos alunos do 6º ano é eficiente usar da

bronca para embaraçar os alunos, mas os 3º anos não se intimidam tão facilmente. Como

resultado, a professora os satiriza, buscando colocá los em evidência, para que se envergonhem e

se silenciem.

Outra forma de comportamento possível de se analisar na relação professor-aluno se deu

no Colégio Salesiano Liceu, escola particular de viés católico, da cidade Campinas. Antes de

iniciar a análise, vale uma ressalva reflexiva sobre a postura do RH/financeiro do colégio frente à

necessidade do estágio: mesmo com a autorização e apoio da totalidade de professores que

compõem a coordenação do colégio além da autorização do próprio professor, que apontou como

positiva a experiência de receber um ex-aluno para um trabalho voltado para psicologia da

Educação, que segundo ele, faz o professor voltar a refletir sobre suas relações, que normalmente

são mecanizadas e automatizadas, o setor de tesouraria impôs diversas barreiras burocráticas e

financeiras, impedindo a realização do trabalho pelas vias formais cobradas pelo colégio. Ainda

assim, a atividade foi realizada pela chancela da coordenação e dos professores solicitados.

Além da primeira ressalva, interessante é reafirmar a intenção de realizar a atividade com

professores os quais um dos relatores já tivera contato prévio; não para deixar o estudo

enviesado, mas para compreender a noção extra-classe e ter dimensão das cargas construídas por

este professor dentro do microuniverso escolar. A analise do relatório descritivo não conseguiu

contemplar também a totalidade de aulas do professor: além do Salesiano, onde ministra aula

para os nonos anos e o terceiro colegial, leciona também em outro colégio particular, um

cursinho e uma faculdade que totalizam 80 aulas semanais. Ademais, a postura liberal do

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professor como estratégia de aproximação do aluno, caricaturou um caráter de “fama” e certo

teor de professor legendário frente às comunidades escolares que leciona.

Tais fatos devem ser destacados para que consigamos mensurar as facilidades ou dificuldades do

professor em ministrar sua aula devido as bases prévia construída ao redor do professor.

Experiente e com mais de 30 anos de magistrado, o professor é conhecido pelo jeito

extrovertido e o comportamento ultra-liberal(no sentido comportamental e não político) e

“rebelde” para o padrão de um professor de Geografia. Segundo o professor, isto se dá para

tentar resgatar o interesse pela geopolítica - que é um assunto normalmente deixado de lado na

salas de aula - se aproximar dos alunos de maneira a introduzir uma politização indireta é uma

das intenções do professor. Logo no início da aula, xingamentos às normas do sistema político,

aos atuais acontecimentos da Geopolítica atual além de piadas internas da escola em músicas e

parodias criadas pela turma, aproximam os alunos e os calibram num ritmo de aula frenético, que

é marcado pelo estilo “aula-show” com interações frequentes entre aluno e professor.

Ao contrário do que se pode imaginar, as “aulas-show” deste professor acabam por

estreitar a pessoalidade entre professor e alunos e não é rígida a um roteiro que distancia-os. Isso

por que o professor quebra o paradigma fechado deste tipo de aula e parece tentar aliar as sua

estratégias de repetição no humor, com a espontaneidade do comportamentos dos alunos - são

frequentes, por exemplo, às trocas de piadas internas que se relacionam com a matéria.

Um aspecto interessante de estratégia didática é em relação “tempo de aula real” do

professor: na intenção de deixar a aula mais leve e fluida para aproximar os alunos e cativa-los,

seu tempo de aula é reduzido em média de 15 a 20 minutos. Porém, tal fato se estabelece como

uma troca que justifica a atenção máxima exigida dos alunos durante o período de explicação

que é dada em forma de explicações desconstrutivas do senso comum e explanação do conteúdo

de forma objetiva. Perguntas dinâmicas e repetição de ideias para internalização do conteúdo são

frequentes. Para aumentar dinâmica da aula e a necessidade de prestar atenção na explanação do

conteúdo, a estrutura da lousa dá-se da seguinte maneira: a matéria é dividida em tópicos

genéricos em forma de resumo e palavras-chave dividias sem maiores explicações. Para que haja

algum entendimento do conteúdo, o aluno deve completar com suas ideias e palavras as lacuna

de seu caderno - assim, quando o professor começa a falar, a dedicação da turma é total, seja

para anotar o conteúdo referido, seja para não perder a próxima piada.

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Todos estes comportamentos liberais são considerados de tom mais “adulto” pelas

turmas, tanto de nono ano quanto de terceiro colegial no sentido do comportamento não

infantilizante e punitivo empregado pelas escolas que dá aula, confere uma certa “autoridade”

para os que chegam na série em que o professor leciona - é como um prêmio ilusório de

maturidade - isto confere ao professor respeito e não há muitas dificuldade com desordem ou

muita fala. A única diferença entre o comportamento estratégico e caricato do professor entre as

diferentes turmas reside na forma do humor - trocadilhos e paródias para os nonos anos são mais

frequentes que os terceiros, onde predominam as piadas sobre sexualidade e política atual.

Nos voltemos agora para as aulas assistidas na visita ao colégio Montessori Santa

Terezinha. Em algumas ficou bastante evidente a abordagem e a postura ao priorizar um dialogo

com os alunos e uma “punição” diferente vindas da professora de ciências da escola , de certa

forma uma mediação padrão no colégio que segue e promete a formação de cidadãos.

Dentre as turmas que ministra nos 6, 7 e 8 ano, a professora comentou durante as visitas o

quão diferente uma sala poderia ser da outra, mesmo que no começo de cada ano sejam feitas

reuniões para “balancear” as sala baseados na analise e no histórico de cada aluno. Apesar disso

a maior parte do ano letivo se baseia em um ciclo onde a teoria é passada a cada aulas seguidas

na mesma aula por exercícios com a livre consulta à professora . Na aula seguinte se a

quantidade de duvidas da aula anterior forem muito altas uma revisão rápida é feita antes de se

seguir com o conteúdo, aulas de laboratório concluem cada ciclo de matéria seguidos pelo livro

guia.

Porém muitas atividades fora da sala de aula são organizadas como a utilização do

laboratório de informática e as atividades durante a mostra cultural, apesar de serem poucos dias

no ano a quantidade de liberdade dada a cada aluno é proporcional a dedicação das tarefas,

durante este tempo o conteúdo em sala de aula é parado, já que o tema escolhido para a mostra

cultural, aborda conteúdos inter disciplinares.

Como forma de punição aos alunos que não respeitam a professora, como comentada por

ela na entrevista, a professora chama o aluno para uma conversa fora da sala, apesar da

exposição do aluno ao ser chamado, a medida da privacidade ao aluno ao não o expor a um

sermão em frente da classe, também há a aproximação dada graças a privacidade garantida pela

conversa onde a professora media as reflexões do aluno, se o “mal” comportamento continuar a

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professora avisa a orientadora, que a partir dai junto com a professora dialogam com o aluno e se

necessário com os pais.

Apesar da pouca diferença de idade entre as turmas da professora Elisete e assim como

descrito no relatório prévio a abordagem entre os diferentes anos pouco difere, talvez uma maior

independência, acompanhada porém em maior comprometimento com as atividades, mas a

postura da professora e sua abordagem com os alunos permanece a mesma, assim como suas

atividades como o teste de tipagem sanguínea. Desta forma o papel de mediadora se baseia

sempre em uma conversa com os alunos, para resolver problemas de comportamento ou no

respaldo dos alunos sobre atividades feitas pela a classe.

Todavia, ainda que a proposta de ensino do colégio baseie-se na conversa, durante as

visitas muitos comentários que chamaram a atenção foram feitos sobre outros professores, assim

como as conversar presenciadas na sala dos professores. Passam a ideia de que o dialogo não é a

postura de todos os educadores do colégio apesar de eles ainda seguirem as atividades inter

disciplinares e fora de classe o dialogo com um aluno “mal” comportado é rapidamente dirigido

a coordenadora.

Breves Considerações: