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 TEORIAS DA CUL TURA – LUISA LEAL F ARIA CULTURA Entende-se por cultura: “aquele to do complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e cap acidades adquir idos pel o homem como membro da sociedade”. Cultura é um conceito ambíuo como a de!niç"o demonstra. #o lono dos séculos a pala$ra cultura adquiriu in%meros sini!cados, por $e&es contradit'rios. (oi atra$és desta tradiç"o da cultura e da sociedade, pelas críticas e di$er)ncias que se criaram, que manti$eram $i$o o sonho, como o autor descre$e, de uma “oranic societ*”. +or “oranic societ*” entende-se uma sociedade interante, com um sini!cado coeso e $ista como um todo. Esta sociedade uia$a-se atra$és de duas linhas: uma remonta$a ao passado e aos ideais eudais de uma comunidade ordenada hie rar qui camente. #q ui, a cul tur a assume uma unç"o qu ase sar ada. #ssim sendo, a cultura é $ista como uma orma de express"o, como a 'pera, o ballet, o drama, entre outros. /o seundo conceito, traçado por 0illiams, o termo “cultura” reere-se 1 antropoloia. #ssim, cultura é $ista como um modo de $ida especí!co que expressa certos sini!cados e $alores, n"o s' atra$és da arte e da aprendi&aem mas também atra$és de instituiç2es e comportamentos quotidianos. 3ais tarde, tentou inserir nas uni$ersidades o estudo das culturas que se baseou no con4ito entre duas de!niç2es: cultura como um standard de excel)ncia e cultura como modo de $ida, tendo ti do di!culdade em determinar qual representa o polo de in$estiaç"o mais $iá$el. 5ma cultura que acaba por aparecer de uma orma pouco enuína, imposta por uma sociedade uiada pelo consumismo. 6

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TEORIAS DA CULTURA LUISA LEAL FARIA

CULTURA Entende-se por cultura: aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenas, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hbitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade. Cultura um conceito ambguo como a definio demonstra. Ao longo dos sculos a palavra cultura adquiriu inmeros significados, por vezes contraditrios. Foi atravs desta tradio da cultura e da sociedade, pelas crticas e divergncias que se criaram, que mantiveram vivo o sonho, como o autor descreve, de uma organic society. Por organic society entende-se uma sociedade integrante, com um significado coeso e vista como um todo.Esta sociedade guiava-se atravs de duas linhas: uma remontava ao passado e aos ideais feudais de uma comunidade ordenada hierarquicamente. Aqui, a cultura assume uma funo (quase) sagrada. Assim sendo, a cultura vista como uma forma de expresso, como a pera, o ballet, o drama, entre outros. No segundo conceito, traado por Williams, o termo cultura refere-se antropologia. Assim, cultura vista como um modo de vida especfico que expressa certos significados e valores, no s atravs da arte e da aprendizagem mas tambm atravs de instituies e comportamentos quotidianos.Mais tarde, tentou inserir nas universidades o estudo das culturas que se baseou no conflito entre duas definies: cultura como um standard de excelncia e cultura como modo de vida, tendo tido dificuldade em determinar qual representa o polo de investigao mais vivel. Uma cultura que acaba por aparecer de uma forma pouco genuna, imposta por uma sociedade guiada pelo consumismo.

CULTURE AND ANARCHY MATTHEW ARNOLD (Antecedentes importantes para compreenso da obra: a ideia de educao liberal e conceito de Universalidade de Newman)O contexto de educao liberal o da posse do conhecimento que o fim de si mesmo. Assim, no mbito universitrio deve falar-se no apenas em instruo mas tambm em educao. A educao liberal consiste no cultivo da inteligncia, do saber. O resultado final desta educao ser uma viso do mundo calma e serena; compreenso de todas as coisas cada uma no seu lugar. Na sua ideia de universidade, Newman, afirmou que esta deveria estar ligado criao de bons membros da sociedade, ensinando-os a serem o melhor de si mesmos.

Neste contexto, os objectivos desta obra so: definio de cultura crtica aos aspectos de mecanizao da poca crtica aos philistines

Para Matthew Arnold, Cultura um conceito que est assente na busca pela perfeio e no alcance da mesma. O autor recomenda cultura como uma ajuda s dificuldades presentes na vida dos indivduos. Neste contexto, cultura ento vista como um meio a atingir a perfeio total atravs do saber, conhecimento e de um pensamento livre sobre a nao e os hbitos da sociedade.1) Em relao aos aspectos mecnicos, o autor aponta o facto da massificao das pessoas originar indivduos destruturados de si mesmos.2) Quando o autor critica os chamados philistines, refere-se ao homem ou mulher que desvalorizam os valores, mostrando uma indiferena pelas artes, pela filosofia e pela cultura em si. Tm portanto uma atitude de anti-intelectualismo, mostrando-se indiferentes para com a espiritualidade, beleza, artes etc.No captulo sweetness and light, o autor fala sobre cultura ter origem no na curiosidade mas sim na perfeio. movida no apenas pela paixo cientfica mas pelo sentimento de fazer o bem. Noutras palavras, ao contrrio do que as pessoas associam de cultura ao conhecimento, Arnold acredita que cultura est associada a um pensamento liberal, promovendo o bem da sociedade. Quem abraar este tipo de cultura, ajuda a trazer um lado bom para a sua vida intelectual e moral para a sociedade.Apenas pessoas que vm cultura como o estudo da perfeio so uma verdadeira boa sociedade. Neste sentido, cultura muito benfica. Procurar cultura significa ento realizar o que realmente importante na vida.Cultura o mais importante e renova a nossa paixo pelo sweetness and light. Quando cultura alcanada, o verdadeiro bem ocorre e as classes sociais so destrudas.Arnold ignorava as massas e favorecia as minorias.Arnold liga cultura a religio. Cultura a vontade de Deus, acreditando na razo e fazendo com que a vontade de Deus permanea. A perfeio concebida pela cultura, no possvel enquanto o indivduo permanece isolado. Deve levar os outros com ele no caminho perfeio, fazendo todo o possvel para aumentar o fluxo humano.

MASS CIVILIZATION AND MINORITY CULTURE - F.R LEVIS Leavis expressa muitos dos mesmos valores de cultura que Williams e Arnold. O autor culpa a falta de tradio como entrave cultura. Ao mencionar o sistema elitista da cultura, afirma que as geraes acham difcil ajustarem-se uns aos outros. Assim, o autor expressa o seu desejo em manter as tradies do passado vivas. Aponta que a cultura est reservada para as minorias (para os elitistas que so suficiente educados para compreender a cultura, o que era bastante restrito e que nem todos poderiam usufruir.O aumento dos mass media naquele tempo fez com que Leavis acreditasse que a sociedade estava numa crise cultural. Assim, decidiu culpar a Amrica por isso, ao mesmo tempo que a sociedade se tornava americanizada. Esta questo gera-se devido ao facto da sociedade e cultura serem alteradas mais rapidamente na Amrica, seguidas pelo resto do mundo.Isto era um dos maiores problemas, pensava que viver numa sociedade americanizada iria resultar numa falta de cultura inglesa e tambm na falta de criao de uma falta de cultura singular e universal para todos, em vez de valores e tradies separados.F.R.Leavis, insiste que como uma hierarquia de valorizao de cultura est a ser rapidamente corroda, as elites encontravam-se ameaadas pela suposta cultura democrtica popular.Para o autor, cultura ficou dividida m dois campos opostos: cultura de minorias e civilizao de massas. O autor afirma que a cultura das minorias, mais educada, ou seja, alta cultura de literatura clssica, arte, filosofia, se encontra ameaada e em perigo de desaparecer ao passo que vai sendo substituda pela influncia da imprensa, cultura comercial, ou seja cultura popular e pblico em geral.Neste contexto, o texto acaba por ser uma resposta industrializao e s alteraes mecnicas no inicio do sculo XX. Leavis afirma que os desenvolvimentos tecnolgicos e a industrializao acabam por afectar as famlias no seu circulo. Para comprovar a sua afirmao, o autor refere um estudo feito no middle west middletown onde verifica que o automvel afecta a religio, repartiu a famlia e revolucionou os costumes sociais. Assim, concluiu que as geraes tm dificuldade em se ajustar umas s outras pois as novas tecnologias vo alterando os hbitos. Neste contexto de mudana social, o autor defende a necessidade de uma minoria mais culta em manter o seu gosto e julgamento cultural contra ameaa e formas comercializadas de cultura de massa. A ideia de alta cultura pode ser vista como a criao de certos autores que trabalhavam em determinados contextos histricos ao invs de algo que uma categoria universal de cultura. Leavis aborda varias vezes assunto do cinema, culpabilizando-o pelo afastamento da sociedade. Os filmes eram produzidos em massa e no continham nenhuma forma de processo intelectual ao contrrio do ato de ler um livro. O autor acusa ento a indstria cinematogrfica americana de oferecer respostas bsicas audincia. Assim, conclui que tanto o cinema como a rdio ou a fico contempornea (meios de diverso) tornam o uso ativo da mente mais difcil.

CULTURE AND SOCIETY RAYMOND WILLIAMS Nesta obra, Culture and Society, o autor procura estudar o desenvolvimento do conceito de cultura no Ocidente. No inicio, Williams comea por traar a origem da palavra e o seu desenvolvimento. Para o autor, uma das palavras existentes mais complicadas devido sua relevncia e impacto. Para o autor, cultura no sentido de cultura popular serve como resposta Industrializao, uma resposta ao carcter mecnico da civilizao e era utilizada para distinguir entre humanos e o desenvolvimento material.Williams, estudando o seu desenvolvimento, critica como a cultural evolui e se desenvolve com o passar do tempo.

Na definio de cultura do autor, existem 3 categorias bastante importantes:1. ideal de cultura um processo de perfeio humana, em termos de certos valores (neste caso anlise da cultura a descoberta em vidas, de valores)2. A cultura o conjunto da obra intelectual em que o pensamento humano e experincia so registados (a atividade critica pela qual a natureza do pensamento avaliado)3. A cultura a descrio de um modo de vida particular que expressa determinados valores e comportamentos comuns.

Em suma para Williams, Cultura significa a tendncia natural de crescimento ou seja, processo de formao humana. Neste contexto, cultura estava diretamente relacionada com o desenvolvimento das artes, da intelectualidade, transformando-se no todo da vida espiritual e intelectual, da o termo a whole way of life.Assim, o sentido mais importante na definio de Williams, leva-nos a considerar a cultura como todas as atividades quotidianos que nos envolvem permanentemente: o que fazemos, o que dizemos, a nossa esttica, o nosso gosto.O autor no entende como algum se pode sentir no direito de classificar algumas coisas como cultura e outras no, excluindo as ltimas da vida das pessoas, pois para ele o conceito de cultura remete para todos os aspetos da nossa vida.

FREUD CIVILIZATION AND ITS DISCONTENTSA obra foi escrita em 1929 e publicada em 1930, sendo um dos trabalhos mais conhecidos de Freud. A obra aborda os temas e o paralelismo entre as necessidades dos nossos instintos e as restries da civilizao. O estudo explora as culpas que surgem quando as necessidades e os nossos desejos pessoais entram em conflito com a sociedade. De certa forma, as culpas, encontravam-se na base da construo da civilizao, mantendo dentro os limites da agressividade e os nossos instintos egostas permitindo assim que a sociedade funcione. No entanto, pode ser uma enorme frustrao humana. Desta forma, o autor fala sobre a estrutura da mente que se encontra dividida no super ego, ego e inconsciente. O super ego so as normas da sociedade e para Freud onde a cultura se integra; a formao do individuo em si e o seu desenvolvimento civilizacional. O super ego construdo atravs da absoro de acontecimentos culturais e histricos que absorvemos. Por outro lado, o inconsciente o nosso ser mais animalesco, ou seja a parte de ns que se encontra ligada aos nossos instintos. Liga-se ao princpio do prazer, da sobrevivncia e da propagao da espcie. O ID no tem nada dos conceitos de cultura e de sociedade; comum a todos e baseia-se na procura de satisfao.Com estas duas entidades principais, origina-se um equilbrio e neste cruzar que se encontra o ego. Ego o nvel do consciente que se cria, atravs da presso do super ego (normas sociais e culturais) e do inconsciente (traumas e eventos desagradveis que preferimos esquecer). O inconsciente est sempre a querer vir ao de cima e pressionar o ego. O ego instvel por viver sob estas presses e aqui que encontra equilbrio, seno geram-se doenas.Neurose represso enorme por parte do superego ao consciente, no deixando nada do inconsciente passar. Ex: militares vm cobardia como inaceitvel, sendo conduzidos a estados neurticos. a incapacidade de gerir a relao entre S.E e I.D.Psicose mais perigosa que a neurose, s tem o ID a determinar a realidade, no tendo S.E. Ex: um serial killer mais psictico. Um psictico no consegue integrar as normas da sociedade, no tem noes da realidade.

O inconsciente tem 2 princpios:1. vida (eros- instinto de auto preservao do corpo e da comunidade)2. morte instinto para auto destruio nossa e dos outros. Atraco para abismo.

Ambos os princpios esto presentes na nossa vida e tm de estar em equilbrio. Desta forma, a interiorizao de normais sociais uma forma de reprimir o que mais catico. Freud, lamenta que a religio no seja superada pela cincia como viso do mundo. Para Freud, na religio tudo to estranho realidade. No entanto, no texto o autor aceita que a questo da religio na vida humana aparece, oferecendo-lhe um propsito, um sentido que sem ela no existe.Quando abordou o tema da questo da possibilidade de felicidade, afirma que a civilizao representou a troca da segurana por felicidade. Um dos grandes problemas da civilizao que a vivncia tnue, enquanto o sofrimento mais fcil de experimentar. Existem vrias formas de evitar o sofrimento, o que faz com que busquemos a felicidade ou lutemos pelo bem comum. A felicidade para Freud a satisfao do instinto. A no satisfao do mesmo o contrrio do bem-estar e da felicidade. O sentimento de culpa ento uma espcie de forma que a sociedade tem de por em ao contra o ego a agressividade que o ego teria gostado de satisfazer. Para Freud a vulnerabilidade humana ento evidente e determinante. Existem variadas percepes sobre o motivo que realmente motiva o ser humano, no entanto so as nossas lutas para nos libertarmos da culpa que resulta num crescimento da civilizao e cultura.

THE NEW CULTURAL POLITICS OF DIFFERENCE CORNEL WEST O texto aborda um conceito nuclear de vrias teorias crticas e culturais, no quadro do ps-estruturalismo e do ps-modernismo, sobretudo, convergindo para a discusso das diferenas raciais, sexuais e de gnero, que so determinadas por movimentos polticos e sociais que acabam por criar minorias dentro das comunidades de indivduos. Frederic Jameson chamou a ateno para as limitaes da ideologia da diferena: "se a 'diferena' umsloganpoltico duvidoso, repleto de desvios internos por exemplo, ele prolonga muito a propsito a defesa dos anos 60 daquilo que muitas vezes chamado pelo nome horrvel de 'questes de estilo de vida', at que acaba por chegar, no fim das contas, a um anti-socialismo como o da Guerra Fria , a 'diferenciao', certamente um instrumento sociolgico fundamental para se entender o ps-moderno ( e a chave conceitual para a ideologia da 'diferena'), no menos indigna de confiana. Esse ento o mais intricado dos paradoxos encenados pelas tentativas de se compreender o 'ps-modernismo' na forma de uma abstraco totalizante ou peridica" (1996, p.343). A ideia de ps-modernismo tem sido construda pela diferena, rejeitando o pressuposto moderno de construo de uma identidade homognea, o que tem permitido o convvio (mesmo que no pacfico) epistemolgico de diferentes reas do conhecimento. O ps-modernismo afirmou-se por aquela via a que Lyotard chamou o "diffrend", pois todas as nossas crenas ps-modernas esto por cumprir face ausncia de um paradigma universal que as possa regular. O que permanece uma cultura poltica da diferena cujos objectivos ps-modernos so, de acordo com a proposta de Cornel West: "to trash the monolithic and homogeneous in the name of diversity, multiplicity and heterogeneity; to reject the abstract, general and universal in light of the concrete, specific and particular; and to historicize, contextualize and pluralize by highlighting the contigent, provisional, variable, tentative, shifting and changing" ("The New Cultural Politics of Difference", in Russel Fergusonet al., 1990, p.19).2.Nas teorias feministas contemporneas, o conceito de diferena tem merecido a especial ateno de pensadoras como Luce Irigaray, Jane Gallop, Hlne Cixous, Diana Fuss, etc. O consenso possvel sobre o alcance epistemolgico do conceito pode descrever-se do seguinte modo: 1) No sistema social patriarcal, prevalece apenas a identidade masculina que tende a apresentar-se como a identidade universal. A diferena faz-se pela anulao desse sistema e pela garantia de que a identidade no se constri com uma s face. 2) A diferena diz respeito no s quilo que separa uma mulher de um homem mas tambm quilo que separa a mulher de um sistema social ou poltico subjugador e falsamente universal e quilo que separa a mulher de outros grupos oprimidos. Por exemplo, uma campanha contra o racismo numa determinada comunidade no diretamente correlacionvel com uma atitude de simpatia para com todos os outros grupos oprimidos, como o grande grupo das mulheres. 3) Mesmo que alguns homens possam alinhar em movimentos feministas de emancipao, a diferena entre os dois sexos mantm-se a todos os nveis. Mesmo num contexto patriarcal tolerante, a mulher procura sempre o seu modo de ser diferente, porque possui uma identidade e uma sexualidade diferentes. 4) A potica do feminismo uma potica da diferena: a busca de uma definio da identidade da mulher afecta tanto o conceito de mulher como o seu ser-no-mundo. (Alguns defendero mesmo que afecta o prprio mundo.) 5) A poltica da diferena uma potica radical da histria, que importa reescrever em termos exclusivamente feministas.

ORIENTALISM EDWARD SAID Notas biogrficas de Edward Said:- Viveu entre 1935 e 2002;- Natural de Jerusalm;- Viveu entre Jerusalm, no cairo e nos Estados Unidos;- Estudou em Princeton e Harvard, e foi docente de literatura na universidade de Columbia (Nova Iorque) durante cerca de quatro dcadas;- Integrou o Conselho Nacional Palestiniano e foi um ativista da causa palestiniana durante toda a sua vida;- Escreveu sobre cultura, poltica, histria, literatura e o Oriente;- considerado um dos fundadores dos estudos ps-coloniais.Orientalismo: Um modo de relacionar-se com o Oriente que se baseia no lugar especial que o Oriente ocupa na experiencia da Europa Ocidental.O oriente no apenas um lugar adjacente Europa; tambm a regio onde se encontram as maiores, mais ricas e antigas colnia europeias, a fonte das civilizaes e lnguas europeias, o adversrio cultural e uma das imagens mais profundas e recorrente do Outro.Por outro lado, o Oriente ajudou a definir a Europa (ou o Ocidente) como contraoposio sua imagem, como ideia, personalidade e experiencia contrarias a sua. O Oriente uma parte integrante da civilizao e cultura materiais da Europa. O orientalismo exprime e representa, cultura e ideologicamente, essa parte, como um modo de discurso apoiado em instituies, vocabulrio, erudio, imagens, doutrinas e at burocracias e estilos coloniais.

Trs significados para Orientalismo:1. Quem ensine, escreva ou investigue sobre o Oriente quer se trate de um antroplogo, um socilogo, um historiador ou um fillogo tanto nos seus aspectos especficos como gerais, um orientalista, e aquilo que ele ou ela fazem orientalismo SENTIDO ACADEMICO.5. Orientalismo um estilo de pensamento baseado numa diferena ontolgica e epistemolgica estabelecida entre o Oriente e (na maioria dos casos) O Ocidente. Assim, uma grande quantidade de escritores, entre os quais se contam poetas, romancistas, filsofos, teorizadores polticos, economistas e administradores imperiais, aceitaram a distino entre oriente e ocidente como ponto de partida para elaborar teorias, epopeias, romances, descries sociais e relatrios polticos a respeito do oriente, a sua gente, costumes, mentalidade, destino, etc. SENTIDO IMAGINATIVO.6. O orientalismo pode ser debatido e analisado como uma instituio corporativa que lida com o oriente que se relaciona com ele emitindo juzos sobre ele, autorizando vises dele, descrevendo-o, ensinando-o, colonizando-o, governando-o: em suma, o orientalismo um estilo ocidental para dominar, reestruturar e exercer autoridade sobre o Oriente () O meu argumento o de que sem examinar o orientalismo como um discurso no podemos compreender a disciplina enormemente sistemtica pela qual a cultura europeia foi capaz de administrar e at produzir O oriente, dum ponto de vista poltico, sociolgico, militar, ideolgico, cientfico e imaginrio durante o perodo ps-iluminista SENTIDO HISTRICO.O oriente no um facto inerte da natureza. No est ali, do mesmo modo que o Ocidente tambm no esta exatamente ali. (...) os homens fazem a sua prpria histria. (...) esses lugares, regies e sectores geogrficos que constituem o Oriente e o Ocidente, enquanto entidades geografias e culturais para j no dizer histricas so criaes do homemA relao entre o Ocidente e o Oriente uma relao de poder, de domnio, com diferentes graus, de uma complexa hegemonia.O orientalismo, consequentemente, no e uma fantasia criada pela Europa acerca do Oriente, mas sim um corpo composto de teoria e pratica em que, durante muitas geraes, se investiu de modo considervel. Devido a este contnuo investimento, o orientalismo chegou a ser um sistema para conhecer o Oriente.

NEW ETHNICITIES STUART HALL O autor Stuart Hall tenta, neste texto, identificar e caracterizar uma mudana significante que tem existindo e contnua presente na poltica cultural negra. Porm, esta mudana no definitiva, no sentido em que existem duas fases perceptveis e que ns podemos contrapor entre si. Uma, no passado (que agora est acabada) e a outra, no comeo.A luta e os obstculos que teve de ultrapassar para se tornar representao foi previsto numa crtica de grau de fetichizao, objetivao e figurao negativa que so uma caracterizao da representao do sujeito negro.Houve uma preocupao no apenas com a ausncia ou marginalizao da experincia negra mas, com a sua simplificao e com o seu carcter estereotipado.A cultura poltica e as estratgias que se desenvolveram volta desta crtica tinham muitas facetas, mas os seus dois objetos principais so: 1. A questo do acesso aos direitos de representao de artistas negros e prprios trabalhadores negros culturais,2. A contestao da marginalizao, a qualidade estereotipada e a natureza fetichizada de imagens de negros

O autor tem a sensao de que, no perodo recente, a sociedades est a ingressar numa nova fase. Quando nos referimos a esta nova fase preciso que sejamos completamente lcidos e claros porque assim que se comea a falar sobre a nova fase, as pessoas instantaneamente imaginam que, o que est implicado a substituio de uma nica poltica por outra.Stuart Hall toma uma posio e afirma que no fala sobre a mudana nestes termos, porque no faz nenhum sentido que uma nova fase na poltica cultural negra possa substituir a anterior. Contudo, verdade que enquanto a luta continua a avanar e assume novas formas causa em alguns aspectos, uma deslocao, uma reorganizao e uma reposio da diferente estratgia cultural na relao com o outro.Conclumos que existe a dificuldade para definirmos o termo negro, como se fosse uma cor que se tem ou no tem. A cor de um ser humano sempre presumida, uma vez que cor uma categoria classificatria criada culturalmente. A atribuio ou a auto de atribuio de cor a tentativa de situar um sujeito num contexto social usando uma presumida aparncia para posicionar o referido sujeito nas relaes de poder como dominante, subalterno, igual, diferente. Uma vez que a identidade muda de acordo com a forma como o sujeito representado, a identificao no automtica, mas pode ser ganha ou perdida.O que est em discusso o "jogo de identidades" e suas consequncias polticas.Na medida em que a raa construda poltica e socialmente e que o racismo manifesta-se tanto no sentido da diferenciao essencial nos nveis biolgico e cultural, o combate ao racismo s possvel quando se aceita que existe, de facto, uma diferenciao racial entre a populao de uma determinada formao social multicultural.

THE RHETORIC OF THE IMAGE ROLAND BARTHES Toda a atividade humana representao. exprimida por uma linguagem composta: a semitica. Esta tem uma dupla vertente por um lado um mtodo de leitura; por outro a construo das bases para essa mesma leitura, as interpretaes. Deste modo, a semitica tem como objectivo as representaes e as prticas dessas mesmas representaes. Saussure e Barthes so dois autores que estudaram o tema da semitica.Saussure contribuiu vitalmente para o desenvolvimento da lingustica. Este estabeleceu a lngua como sistema semiolgico separou os elementos psquicos, dos fsicos e fisiolgicos. A lingustica pe de lado o ato da fala e centra-se no facto social. Saussure recusa a viso vulgar e simples da lngua, pois defende a ideia de que as ideias so anteriores s palavras, afirmando assim que a relao entre um nome e uma coisa uma operao simples. Esta viso de Saussure perante a lngua, torna-a complexa.A unidade lingustica trata-se do conjunto de dois termos: os psquicos e os unidos no nosso crebro por meio de associao. No se trata de relacionar um objecto a um termo, mas sim a um conceito a uma imagem acstica. esta a funo do signo, segundo Saussure. A imagem acstica do signo no se trata apenas do som material, de algo unicamente fsico, mas a marca psquica desse som.

Concluindo, o signo lingustico uma entidade psquica bi-face, constituda por conceito e imagem acstica, os quais se relacionam intimamente. Saussure props no entanto substituir respectivamente conceito e imagem acstica, por significado e significante, para evitar problemas de terminologia. Para alm disto, Saussure ainda afirma que o signo tem trs caractersticas significativas: linear, imutvel e, ao mesmo tempo, mutvel.Em primeiro lugar, a linearidade do signo deve-se ao facto do significante ser de natureza auditiva. Este evolui com o tempo e nele se caracteriza. Em segundo lugar, a imutabilidade do signo baseia-se na ideia de que a lngua resulta das influncias sociais, o que a torna no-livre. Estas surgem em funo do tempo. A lngua trata-.se de algo estvel, pois est presa colectividade e est situada no tempo. Graas arbitrariedade, a escolha livre; graas ao tempo, a escolha impossvel. Em terceiro lugar, a mutabilidade do signo diz que a lngua no livre porque est sempre dependente de constantes alteraes e desvios, influenciado pelas foras socias. Esta no livre para se manter igual sempre. O tempo ir sempre afect-la e, por outro lado, a continuidade implica alteraes e desvios.Roland Barthes inspirou-se nos estudos desenvolvidos por Saussure a nvel da lingustica e deu-lhes continuidade. Barthes parte de Saussure e da teoria do signo lingustico e enriquece-o desenvolvendo o principio da dupla articulao, separando entre os signos lingusticos, as unidades significativas e as unidades distintivas.No que se refere imagem, esta tambm representao. Tal como James Monaco afirma, a imagem a mais realista das representaes, pois o significado e o significante sobrepem-se. Por outro lado, a imagem tambm no permite ter conscincia entre o sintagma e o paradigma. Deste modo, o imaginrio fica sujeito a este simulacro da realidade. Aos nossos olhos, a imagem parece realidade. A pintura de Ren Magritte Ceci nest pas une pipe ilustra bem esta questo. Magritte no pintou o cachimbo mas representou-o. Neste contexto, a imagem verosmil, tendo uma enorme capacidade de nos iludir quanto sua verdadeira significao, tornando-se muito mais manipuladora do que o texto. Vrias opinies foram formadas em volta desta questo, dividindo-se: uns pensam que a imagem um sistema muito rudimentar em relao linguagem, outros que a significao no se pode substituir imagem.- As trs mensagens: lingustica, icnica-codificada e icnica no-codificadaSegundo Roland Barthes, a imagem publicitria considerada a melhor quando queremos fazer uma anlise acerca das mensagens que esta pode conter. Isto porque, em publicidade a significao da imagem seguramente intencional (the signification of the images is undoubtedly intentional). A mensagem publicitria , como diz o autor, franca, ou pelo menos enftica (is frank, or at least emphatic).Posto isto, Barthes, sugere que nos foquemos numa publicidade da empresa francesa Panzani e que reparemos como diferentes mensagens podem convergir numa mesma imagem atravs de um sistema de signos. As mensagens so: a lingustica, a icnica-codificada (ou simblica) e a icnica-no-codificada (ou literal).A mensagem lingustica -nos transmitida atravs dos logtipos e da legenda em francs (Pates Sauce Parmesan. A Litalienne de luxe.) que esto inseridos no natural da cena. Esta mensagem tem outra particularidade na medida em que o signo Panzani, atravs da sua assonncia nos transmite a ideia de italianidade. Conclumos assim que esta primeira mensagem dupla: por denotao (ao sabermos que a marca de produtos franceses) e por conotao (pela sentido de italianidade que ns atribumos marca).Para compreendermos a segunda mensagem, a icnica-codificada ou simblica, necessrio colocar de parte a primeira mensagem, a lingustica. Desta forma, obteremos uma imagem pura, ou seja, sem qualquer tipo de texto. A imagem pura () fornece imediatamente uma srie de signos descontnuos. Esta transmite a ideia de um regresso das compras atravs da representao da frescura dos produtos e da confeco a que se destinam, sendo este o primeiro signo. partida fcil compreend-lo, pois na imagem esto presentes produtos embalados (em latas e em pacotes de plstico) que, segundo Barthes, so caractersticos da nossa sociedade, sendo esta uma sociedade mais mecnica cujas compras so, em grande parte, base de conservas e congelados. O segundo signo respeita juno das cores amarelo, vermelho e verde que o anncio contm, cujo significado , como j vimos, o da italianidade que por sua vez, est directamente ligado questo da assonncia italiana do nome Panzani. O objectivo de suscitar a italianidade conseguido atravs de um estereotipado conhecimento turstico dos franceses perante a culinria italiana, o que para os italianos j comum e por isso faz com que este anncio no tenha o mesmo impacto junto do pblico francs, que , no fundo, a quem o anncio se destina. O conjunto de alimentos que nos apresentado na imagem, e que compe assim o terceiro signo, d-nos a ideia de que a marca Panzani nos fornece um servio culinrio completo e que, para alm disso, nos deixa a reflectir sobre a origem dos produtos naturais apresentados bem como o seu destino, serem cozinhados. O quarto e ltimo signo, compreendido atravs de um determinado saber cultural pois relembra-nos pinturas alimentares remetendo para o significado esttico da natureza-morta11. Isto porque, o que nos permite saber que este um anncio publicitrio e no um quadro de natureza-morta, so exatamente os logtipos impressos nas embalagens com o nome da marca e o facto de podermos encontrar o anncio em alguma pgina de revista.Os significados desta terceira mensagem so formados pelos objetos reais da cena sendo ela a mensagem icnica no-codificada ou mensagem literal. Esta consiste em, se retirarmos todos o signos referidos anteriormente, conseguirmos ainda visualizar e extrair da imagem os seus objetos reais atravs do nosso conhecimento primrio daquilo que nos rodeia, sendo este um saber, como diz o autor, quase antropolgico. Este signo no codificado, dando origem a uma mensagem sem cdigo, que decifrada atravs da nossa percepo: o que estamos a ver um tomate, um saco de rede, um pacote massa.Assim, podemos admitir que a mensagem literal aparece como suporte da mensagem simblica, ou seja, sem o saber natural das coisas inerente ao indivduo, a mensagem simblica no teria o mesmo significado que nos transmite e, portanto, no teria o mesmo efeito sobre o pblico em geral.Concluindo, verificamos que a marca Panzani apropriou-se do sistema cultural da italianidade, para dessa forma nos transmitir o significante que o de que aqueles produtos so to bons como aqueles que a culinria italiana possui.- A relao entre a mensagem lingustica e mensagem icnicaNos dias de hoje, encontrarmos uma imagem sem texto associado raro. Para isso teramos de recuar at s imagens rupestres, uma das primeiras formas de comunicao escritas, por isto entenda-se as primeiras imagens.A necessidade urgente do homem se expressar levou inveno da escrita, consequentemente elaborao de textos e, mais tarde, a uma colectnea de textos a que viriam chamar de livros. Desde a inveno do livro que a ligao dos textos com as imagens frequente. Barthes, no texto The rethoric of image, d-nos como exemplo dessa relao a obra As Fbulas de La Fontaine que refere ser impensvel no sculo XVIII a obra no ser ilustrada. Menstrier, entre outros autores da poca, j se tinha mostrado interessados nesta relao entre as figuras (mensagem icnica) e a diegese (mensagem), tal como Barthes nos demonstra com a retrica da imagem.Atualmente, num mundo de comunicao de massas, encontramos a mensagem lingustica bastante presente nas imagens. Podemos reparar neste facto ao passarmos por uma banca de jornais onde nos deparamos com as capas das revistas em que as letras ocupam tanto espao quanto a fotografia ou nos ttulos de jornais que acompanham a imagem em destaque, por exemplo. Barthes refere que no correto falarmos em civilizao da imagem mas sim numa civilizao da escrita, uma vez que a escrita e o discurso continuam a ser o pilar da estrutura informativa. De referir que a existncia da mensagem lingustica tem um grande peso uma vez que o texto poder comprometer o significado global da imagem, devido sua funo conotativa e concludentemente colocar o significado em relao com a imagem.O autor v na relao entre a mensagem icnica (imagem) e a mensagem lingustica (texto) as funes de ancoragem e o relay.Antes de partirmos para a explicao das funes lingusticas, h que compreender que embora a mensagem lingustica tenha o seu significado, a leitura da mensagem icnica tem os seus significados. Por outras palavras a mensagem icnica polissmica, o que indica que a imagem, quando natural, d origem a um vasto leque de significados, podendo o individuo escolher um de vrios. Como forma de simplificar a escolha do significado foram desenvolvidas formas de fixar os significados, como o caso da mensagem lingustica que, com a sua funo dominante, corresponde ancoragem.A ancoragem supe a atribuio de determinado significado presente na imagem. Independentemente de nos referimos ou no publicidade, a ancoragem pode ser ideolgica, sendo essa a sua principal funo: os textos levam o individuo a raciocinar, fazendo uma triagem dos significados recolhidos, seguindo para a atribuio dos mesmos imagem. A existncia de texto cria, assim, a necessidade de anlise da imagem.Tendo em conta a liberdade de significados inata a qualquer imagem, a mensagem lingustica surge como agente controlador, isto , contm um valor repressivo e podemos ver que a este nvel que a moralidade e a ideologia de uma sociedade so postas prova. Esta funo das mais usadas e podemos ver vrios exemplos no quotidiano, como o caso das publicidades que contm o logtipo da marca, que faz com que haja uma apropriao da marca sobre a imagem; o slogan, que passamos a associar imagem da campanha publicitria.Um pouco diferente do anterior, o relay tambm uma funo, porm menos comum em imagens estticas. Ao contrrio da ancoragem, que permite a atribuio de significados, o relay apenas complementa a mensagem icnica. Um dos exemplos que Barthes refere a banda desenhada, onde visvel uma relao de complementaridade entre a imagem e o texto. Como refere o autor: as palavras, tal como as imagens, so fragmentos de um sintagma e a unidade da mensagem transmitida atravs da histria.Nos filmes, por exemplo, a funo de relay ganha especial importncia. So os dilogos que fazem avanar a aco atravs da sequncia das mensagens e atravs desta pequenos significados que no so possveis de encontrar na imagem em movimento.Roland Barthes refere ainda a coexistncia da ancoragem e relay numa mensagem icnica, havendo a possibilidade de um dominar sobre o outro fenmeno que intitula de economia de trabalho. O autor defende que quando o relay possui um valor diegtico, a informao torna-se mais cara do que quando existe um valor substituto, que se traduz pela ancoragem, onde a imagem que detm a carga de informao. Um exemplo da coexistncia de ambas o cartoon, onde a diegese confiada ao texto e a imagem transmite informaes de forma paradigmtica atravs do uso de personagens estereotipadas. Esta coexistncia propositada, de forma a coincidir para que o leitor dos nossos dias no perca tempo com descries que so perceptveis no cartoon.- A denotao da imagemLibertando a mensagem das conotaes e ligando-a denotao, a imagem poderia alcanar uma objectividade. Sendo objectiva, torna-se inocente e revela-se sempre incompleta pois despida das suas conotaes. Se os signos de conotao forem retirados de uma imagem, esta perde todo o sentido, pois muitas vezes a conotao impregna toda a imagem. Trata-se de uma ausncia de sentido cheia de todos os sentidos. Barthes ope a fotografia ao desenho e ao cinema. A fotografia uma mensagem sem cdigo, ao contrrio do desenho, que mesmo denotado, uma mensagem codificada. Desenhar codificar, pois nunca h desenho sem estilo (o que implica uma denotao menos pura). J a fotografia no intervem no objecto, o que significa um maior grau denotativo. Embora o cartaz Panzani esteja pleno de smbolos, fica contudo na fotografia uma espcie de estar-l natural dos objetos, na medida em que a mensagem literal suficiente: a natureza parece produzir espontaneamente a cena representada. simples variedade dos sistemas abertamente semnticos, substitui-se sub-repticiamente uma pseudo verdade. A ausncia de cdigo desintelectualiza a mensagem porque parece fundamentar naturalmente os signos de cultura. Este sem dvida um paradoxo histrico importante: quanto mais a tcnica desenvolve a difuso das informaes (e nomeadamente das imagens), mais ela fornece os meios de mascarar o sentido construdo sob a aparncia do sentido dado.

DEFINING THE POSTMODER JEAN FRANOIS LYTARD POSTMODERNISM AND THE CONSUMER SOCIETY FREDERIC JAMSEOSON(PS-MODERNIDADE)Sobre o conceito de ps-modernidade atravs das caractersticas que so atribudas a este momento na histria e na cultura por dois autores: Jean.Franois Lyotard e Frederic Jameson. Ambos sublinham o carcter fragmentrio da experincia contempornea, a quebra de relaes com o passado, a reconstituio por bricolage ou pastiche de estilos do passado sem se vislumbrarem potenciais de inovao criadora. Na anlise de Jameson, e de outros autores, sublinha-se tambm o progressivo apagamento das distines tradicionais entre disciplinas acadmicas, entre reas cientficas, sendo referido Michel Foucault como exemplo. Mas o ps-modernismo no apenas um termo que define estilos. um termo de periodizao, que se refere a uma nova ordem econmica, que implica uma sociedade de consumo ps-industrial, a sociedade dos mdia ou do espetculo, o capitalismo multinacional.

O PS-MODERNISMOO Ps-Modernismo o perodo tambm chamado de capitalismo ps-industrial. a situao que vivemos atualmente. Est inteiramente ligado com o fenmeno da globalizao, porque este pretende a insero de todas as culturas num mecanismo nico com difuso dos seus princpios estticos atravs dos meios de comunicao. Esta poca de inovaes sociais, artsticas, tcnicas, literrias, polticas e vem se opor, naturalmente, que a antecedera a Modernidade, na medida em que o declnio de uma marca a transio para outra.Em ltima instncia o ps-modernismo a dissolvncia de fronteiras entre o sujeito e o objecto, o fim das grandes narrativas, imperando o que irrepresentvel, as colagens do que j havia para criar uma nova realidade.Em Definir a Ps Modernidade Lyotard apresenta trs ideias, que ele quer que sejam debatidas. A primeira sobre a arquitetura, a segunda sobre o progresso e a terceira sobre as vrias maneiras de expressar o pensamento.O ensaio de Lyotard vem definir o Ps Modernismo e lanar trs argumentos para o seu debate. O primeiro sobre as mudanas na arquitetura, o segundo sobre a tristeza sentida na poca e falta de uma nova perspectiva, somos capazes de inovar e tentar fazer mais coisas mas nada de novo, e em terceiro o fim do vanguardismo, dos artistas mais desenvolvidos que experimentavam outras coisas, e atravs da arte nos faziam progredir.As ideias de progresso, tpicas da modernidade ocidental, j no so aceitveis visto que agora, com a queda do Murro de Berlim e a criao da internet que nos permite estar em qualquer parte do mundo, vivemos numa era global. Esta modernidade no era pensada a nvel global, a Ps-Modernidade j .A Ps-Modernidade definida como o fim das grandes narrativas, isto significa o fim de uma tradio de contnua mudana, o fim da fronteira entre a elite e as massas, agora tudo sociedade e massas, significa a apropriao e a citao constante de obras do passado. Esta aponta para o esgotamento do modelo que nos chegou desde os gregos, a tentativa de apreenso da realidade por meio da razo. A grande novidade o sentido de ruptura, de desconstruo, de descentramento e de negao da unidade que antes se queria alcanar. A multiplicidade de ideias, julgamentos, pontos de vista, modos de viver fazem com que hoje seja muito difcil estruturar modelos slidos de interpretao da realidade.

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