teorias-criticas e teorias tradicionais

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Teorias do Currículo Teorias Críticas

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  • Teorias do Currculo Teorias Crticas

  • A essncia do currculo: o professor como mais do que um tcnico de ensino

    As Teorias Crticas centradas na escola abordam o currculo como resultado de determinada seleco feita por quem detm o poder.

    O facto de seleccionar, de entre um universo amplo, aqueles conhecimentos que constituiro o currculo , por si s, uma operao de poder!

  • Para Tomaz Tadeu da Silva:

    As Teorias Tradicionais eram teorias de aceitao, ajuste e adaptao.

    As Teorias Crticas so teorias de desconfiana, questionamento e transformao radical.

  • A ideologia e os aparelhos ideolgicos do Estado

    Louis Althusser (1918-1990): Idologie et appareils idologiques dEtat (1970).

    A Ideologia tem costumes, rituais, comportamentos-padro, modos de pensamento que o Estado utiliza para a manuteno do poder, por parte das classes dominantes.

    O controlo exercido por: Foras repressivas, ou seja, Aparelhos Repressivos do Estado: tribunais, polcia,

    prises, foras armadas, etc..

    Aparelhos Ideolgicos do Estado: a escola, os partidos polticos, a igreja, a famlia, a comunicao social, etc..

  • A reproduo social por via da escola

    Pierre Bourdieu (1930 2002) e Jean-Claude Passeron (1930 - ...) estudam (tambm) o papel desempenhado pela escola na manuteno do status quo, centrando ateno na cultura que ela veicula.

    Les Hritiers, les tudiants et la culture (1964).

    Concluem, por exemplo, que a universidade francesa acolhia predominantemente os herdeiros dos privilgios sociais.

    Herana cultural / capital cultural meio familiar.

  • La rproduction. lments pour une thorie du systme denseignement (1970).

    Procuram demonstrar: a relao entre sucesso escolar e situaes sociais privilegiadas. A relao entre o fracasso escolar e situaes sociais

    desfavorecidas.

    Concluem que a escola confirma e refora a cultura de classes privilegiadas, dissimulando a seleco social sob as aparncias duma pretensa objectividade tcnica.

  • Capital cultural e violncia simblica

    A escola apesar de proclamar a sua funo de instrumento democrtico de mobilidade social, acaba por ter a funo, talvez inconsciente, de legitimar e, em certa medida, perpetuar as desigualdades de oportunidades dos alunos.

    Segundo os autores: all pedagogic action is, objectively, symbolic violence insofar as it is the imposition of a cultural arbitrary by an arbitrary power.

  • Papis de submisso e dominao veiculados pela Escola

    Christian Baudelot (1938 - ...) e Roger Establet (1938 - ...): Lcole capitalist en France (1971).

    Consideram que a escola capitalista tem a funo de reproduzir as relaes sociais de classes da sociedade capitalista.

    Samuel Bowles (1939 - ...) e Herbert Gintis (1939 - ...): Schooling in capitalist America (1976).

    Para estes autores o sexo, a idade, a raa e a personalidade ligada classe social tm, no seu conjunto, mais fora do que os conhecimentos fornecidos pelas escolas.

  • A educao problematizadora na libertao do oprimido

    Paulo Freire (1921 1997) encara a educao em geral mais como um processo poltico do que pedaggico.

    Pedagogy of the Oppressed (1971).

    problematizadora e no bancria (transmisso em massa).

  • Algumas ideias chave dos filmes 1 e 2.

    Para Moacir Gadotti, Freire definia o Homem como:

    1. Um ser Curioso (por isso h que ler o mundo; Tematizao - Problematizao) 2. Um ser inacabado, precisa do outro. 3. Um sujeito que nasceu como um ser conectivo, compartilha com o outro o mundo; um mundo em

    transformao. Antropologia!

    Para mim o exlio foi profundamente pedaggico. A distancia do Brasil fez-me compreender aquele contexto. [A importncia da distncia no entendimento do objecto.]

  • (continuao...)

    PilaresdaEducaosegundoaUNESCO:Aprenderaaprender;Aprenderaconviver;Aprenderafazer;Aprenderaser

    Freireacrescenta:Aprenderporqu?

    Dadoslme2

    Ensinarnotransferirconhecimento,mascriaraspossibilidadesparaasuaproduoouasuaconstruo.Quemensinaaprendeaoensinarequemaprende,ensinaaoaprender.

    Nstemosqueeducarparasermosmais;maishumanos;termaisqualidadeenquantogente!

  • Currculo como responsvel pelas desigualdades sociais

    Anos 70 Inglaterra:

    Movimento: Nova Sociologia da Educao (NSE), liderado por Michael Young.

    Publica Knowledge and Control: New directions in the Sociology of Education (1971).

    A NSE vira o seu foco de ateno para o prprio currculo, responsabilizando-o pela produo das desigualdades sociais.

    Procura estudar os motivos por que determinados saberes so seleccionados e os processos por que estes passam at se escolarizarem.

  • A sociologia do currculo estudaria: As relaes de poder entre as diversas disciplinas e reas de

    saber:

    Porqu umas teriam mais prestgio do que outras? Porqu umas teriam uma maior carga horria do que outras? Porqu umas seriam objecto de avaliao formal e no outras? Que interesses de classe, profissionais e institucionais, estariam

    envolvidos nesse jogo de poder?

  • Reconceptualizao curricular

    I Conferncia sobre o Currculo Universidade de Rochester em Nova York (1973)

    Resultou o livro organizado por William Pinar: Curriculum Studies: The Reconceptualization

    Pe em causa o entendimento do currculo como actividade meramente tcnica e administrativa do ensino.

    Destacam-se daqui, dois autores que se centraram na vertente poltica do currculo e conhecimento escolar: Michael Apple e Henry Giroux.

  • O que o conhecimento legtimo?

    Michael Apple (1942 - ...): o mundo dentro e fora da educao no apenas um texto!

    Ideology and Curriculum (1979). Education and Power (1985). Democratic Schools (1995). Cultural Politics and Education (1996).

    So alguns dos livros de onde se pode extrair a sua preocupao por uma educao mais justa e democrtica!

  • Michael Apple. A crtica:

    Opunha-se perspectiva neoliberal, que nos leva a pensar o mundo como um vasto supermercado, reduzindo a democracia escolha livre do consumidor.

    Alerta para o facto de que a seleco que constitui o currculo o resultado de um processo que reflecte os interesses particulares das classes e dos grupos dominantes.

    Contudo, como se d uma luta em torno dos valores, smbolos, significados e propsitos sociais, o campo social no feito s de domnio e subordinao, mas tambm de resistncia e oposio.

  • Currculo e Multiculturalismo

    Henry Giroux (1943 - ...) filho de trabalhadores imigrantes franco-canadianos, desde cedo se preocupou com a questo da diversidade tnica , lingustica, econmica e cultural, que cada vez mais se impe nas escolas pblicas hodiernas.

    A crtica: Os estudos culturais alertam os professores para as questes do

    multiculturalismo, da raa, da identidade, do poder, do conhecimento, da tica e do trabalho, levando-os a repensar os fins ltimos da escolarizao.

    Os trabalhos de Giroux vo no sentido de consciencializar os professores para a necessidade de encarar os seus alunos como portadores de diversas memrias sociais que tambm so legtimas, com direito a se exprimirem e representarem na busca de aprendizagem e autodeterminao.

  • Concluso

    O currculo j no pode ser lido como aquela rea simplesmente tcnica, aterica e apoltica.

    O currculo do ponto de vista das teorias crticas um artefacto poltico que interage com a ideologia, a estrutura social, a cultura e o poder.

    Passamos de um currculo tcnico, assptico, fechado, descontextualizado, para um currculo que toma conscincia crtica do seu territrio enquanto subsistema de um sistema mais amplo onde jogam mltiplas presses de natureza poltica, econmica, social e cultural.