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LUIZ DELGADO

CADERNO PEDAGÓGICO

AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Trabalho apresentado, elaborada e implementada como um dos requisitos necessários na participação do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) 2010, idealizado e mantido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED/PR), em convênio com as Instituições Públicas de Ensino Superior (IES), Produção Didático-Pedagógica Produção na área de Educação Física, com o tema Avaliação no Processo de Ensino-aprendizagem da Educação Física

Orientadora: Profa. Ms. Rubiane Giovani Fonseca.

LONDRINA

2011

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CADERNO PEDAGÓGICO

SUMÁRIO 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 4 2. TEMA 4

3. TÍTULO 4 4. INTRODUÇÃO 5

4. 1. 1 Justificativa 5

4.1. 2 Objetivo 6

5 - ENCAMINHAMENTO DA PROPOSTA 7

5. 1 UNIDADE I 8

5. 1. 1 Conceito de avaliação para professores de educação 8 5. 1. 2 Modelos de avaliação 10 5. 1. 3 APROXIMAÇÃO COM OS PROFESSORES E A FORMAS DE AVALIAÇÃO

UTILIZADAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA: 12 ATIVIDADE 1: 12 TEXTO 1 12 TEXTO 2 15

TEXTO 3 16 QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES 18

6. 2 UNIDADE II 21 6. 2. 1 - 1 FUNÇÕES DO PROCESSO AVALIATIVO 21

ATIVIDADE 1 22 - Ficha de registro individual de acompanhamento nas aulas de

Educação Física – 1 Aspecto Conceitual (Conhecimento) 22 - Aspecto Atitudinais-Atitudes 23 - Aspecto procedimentais - Habilidade 24 Ficha de registro individual de acompanhamento nas aulas de

educação física para serem entregues para os nos responderem alunos responderem (Queimada Maluca) 25 ATIVIDADE 3 26 Planilha para a avaliação do aluno pelo professor 27

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Exemplo de planilha para a auto-avaliação do aluno, acerca de um determinado conteúdo 28

7 - REFERÊNCIAS 29

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CADERNO PEDAGÓGICO

1 - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Luiz Delgado

Área PDE: Educação Física

NRE: Ivaiporã

Professora Orientadora: Profa. Ms. Rubiane Giovani Fonseca

IES Vinculada: UEL - Universidade Estadual de Londrina

Escola de Implementação: Colégio Estadual Comendador Geremias Lunardelli

Ensino Fundamental e Médio

Público objeto da intervenção: professores do Ensino Fundamental e médio.

2 - TEMA DE ESTUDO

Avaliação na Educação Física Escolar.

3 - TÍTULO

A avaliação no processo ensino-aprendizagem da Educação

Física.

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4 - INTRODUÇÃO:

O Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE prevê em

sua proposta, a construção de material didático pelos seus participantes, de

forma colaborativa com os grupos de professores da rede, visando apresentar

uma alternativa de grande motivação para que a avaliação possa ser

trabalhada de forma que vise à melhoria da qualidade do ensino, buscando

estratégias que venha minimizar o problema da avaliação em Educação Física.

Objetivando auxiliar o professor de forma criativa e prática,

elaborou se este Caderno Pedagógico constituído de atividades vivenciais

formativas e informativas.

Este material não tem a pretensão de ser um receituário, podendo

cada atividade ser adaptada, transformada e melhorada de acordo com cada

realidade.

4. 1. 1 JUSTIFICATIVA:

Este Caderno Pedagógico está sendo preparado como parte do

programa e termos estipuladas pelo Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE) 2010 da Secretaria de Estado da Educação do Estado do

Paraná (SEED). Trata-se de uma produção didática elaborada da disciplina de

Educação Física destinada a professores do Ensino Fundamental e Médio no

Colégio Estadual Comendador Geremias Lunardelli Ensino Fundamental e

Médio do município de Grandes Rios, e tem como objetivo principal a análise

da temática a avaliação, que é uma preocupação constante nas ações de sala

de aula dos professores e a ausência dia a dia de novas discussões e

encaminhamentos no âmbito escolar, e buscando posturas pedagógicas

inovadoras.

Na área da Educação Física a avaliação do processo educativo

fica ligado às questões da prática do movimento em detrimento dos

conhecimentos que envolvem todo o processo de aprendizagem. Isso reflete

nas ações dos alunos, dos professores, reforçando assim a preocupação com

este tema a necessidade de propor o PROGRAMA DEDESENVOLVIMENTO

6

EDUCACIONAL – PDE que visa possibilitar o acesso a subsídios teóricos e

práticos que possam colaborar na busca de uma melhor avaliação em

Educação Física.

Esse trabalho visa propor procedimentos que contribuam para

que os professores tenham um pensamento necessário à construção de

conhecimentos através de sua prática e da conscientização de seus valores,

discutindo e propondo aquilo que ainda não foi colocado em uso, com novos

encaminhamentos para as práticas avaliativas de Educação Física num

processo conjunto entre professor e aluno.

Levando em conta a investigação com os professores, o material

utilizado em sala de aula e a concepção de avaliação que acreditam ser mais

adequada para sustentar a ação dos professores do ensino fundamental e

médio, proponho atividades alternativas neste caderno pedagógico.

4.1. 2 OBJETIVO

GERAL

Conhecer e analisar as práticas e concepções de avaliação

utilizadas nas aulas de educação física pelos professores e contribuir com a

construção de uma proposta de avaliação relacionada ao contexto de ensino e

aprendizagem na disciplina.

ESPECIFICOS

A) Identificar as formas de avaliação dos professores de

educação física do colégio Comendador Geremias Lunardelli

de Grandes Rios e como compreendem os objetivos da

avaliação no processo de aprendizagem.

B) Construir uma proposta de avaliação de aprendizagem na

Educação Física, com a elaboração de materiais e

instrumentos pedagógicos de avaliação, a partir da pesquisa

ação.

Esperamos que sejam de proveito, não somente para o Colégio

Estadual Comendador Geremias Lunardelli como também para tantos outros

colégios e escolas do nosso estado.

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5 - ENCAMINHAMENTO DA PROPOSTA

Nesta proposta de trabalho a avaliação está presente através das

aplicações de atividades envolvendo conhecimentos prévios sobre como os

professores avaliam e conseqüente aplicação dos mesmos no dia a dia, na

análise e reflexão critica do professor durante o processo de ensino e

aprendizagem e na participação efetiva das atividades propostas.

Como ponto de partida, na unidade 1 pretende se utilizar um

questionário para diagnosticar como os professores percebem a avaliação em

Educação Física. Após a sondagem, apresentação e explicação sobre o

trabalho a ser realizado com os professores seguiram com as outras etapas do

trabalho.

As práticas avaliativas propostas para os professores irão nortear

o andamento do trabalho, e ainda após cada atividade proporcionar momentos

para discussão e reflexão sobre a atividade realizada. Todas essas práticas

serão sempre realizadas no coletivo dos professores, oportunizando a todos

expor suas idéias e observações, as quais serão todas registradas em um

caderno para posteriormente, serem utilizadas para fundamentar as propostas

desse trabalho.

Ao final da implementação desta Proposta PDE, vamos identificar

como os professores percebem a avaliação, sugerem propostas e assim,

oferecer um material que sirva de suporte para melhor avaliação dos alunos

nas aulas de educação física na escola.

Na unidade 2 serão apresentadas algumas propostas de

avaliação aos professores. Os professores vão aplicar em suas aulas as

propostas sugeridas e descrever quais propostas foram mais viáveis no

contexto de ensino vivenciado. Todas as sugestões que vierem a acrescentar

em novas propostas serão consideradas.

Ao final dessa fase pretende-se ter uma sequencia de propostas

de avaliação para professores de educação física, aplicadas e comentadas

levando em consideração os pontos positivos e negativos da proposta.

8

Caderno Pedagógico

AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO FÍSICA

5. 1 UNIDADE I

5.1.1 CONCEITO DE AVALIAÇÃO PARA OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

São diversos os conceitos de avaliação. Segundo Turra (2006),

avaliação em educação é o julgamento e a aceitabilidade de um programa

escolar, do procedimento curricular e o comportamento de um indivíduo ou de

um grupo. Portanto, trata-se de um valor da mensurabilidade da conduta

humana, usado como um suporte para o processo de ensino e aprendizagem.

Luckesi (2006, p. 29) discorre acerca da avaliação com uma

posição mais política, conforme se observa: “A avaliação da aprendizagem

escolar no Brasil, hoje, tomada in genere, está a serviço de uma pedagogia

dominante que, por sua vez, serve a um modelo social dominante”. Dominante

porque pode ser identificado como paradigma social liberal conservador,

considerada um juízo de valor, o que significa uma afirmação qualitativa sobre

um dado objeto, a partir de critérios pré-estabelecidos.

Levando-se em referência as varias concepções, percebe-se que

a primeira definição de avaliação tecida por Turra (2006) trata a avaliação do

comportamento do indivíduo a partir de um modelo de referência estabelecido

anteriormente e politicamente pré determinado. Enquanto a definição de

Luckesi (2010), complementa a primeira, pois o modelo é estabelecido pela

classe dominante, qualquer forma de conduta ou ação que vá de encontro a

este modelo não vai corresponder ao processo de avaliação determinado.

Desta forma, pode-se compreender, em princípio, porque o processo de

avaliação educacional se mostra inerte.

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Para o Luckesi (2010), a avaliação é uma apreciação, diagnostica

qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que

auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho. A avaliação

apresenta os seguintes objetivos: verificação do trabalho pedagógico do

professor, ou seja, através de suas práticas pedagógicas deverá alcançar os

objetivos esperados na disciplina; prevenção e identificação de problemas

relacionados à saúde do aluno; verificação do desenvolvimento cognitivo e

motor do aluno (LUCKESI, 2010 p. 95), ou seja, constatar se o mesmo

realmente consegue compreender e realizar as atividades propostas durante as

aulas, sendo que, se o professor perceber que o aluno apresenta alguma

dificuldade, ou limitação, deverá retomar os conteúdos propostos para que o

mesmo supere a limitação em questão, preocupando-se com superação das

limitações e com a causa das mesmas, sejam elas, motoras, sócio-afetivas ou

cognitivas.

A avaliação tem sido estudada desde o inicio do século XX,

porém, segundo Kraemer (2005), existem registros deste período que relatam

que executar exercícios (tanto em disciplinas como da área de português e

matemática entre outras) não levava ao melhor rendimento quando os alunos

eram avaliados.

Kraemer explica que a palavra avaliar “vem do latim a + valere,

que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Portanto, avaliar é

atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a aferição

da qualidade do seu resultado […]” (2005, p.1).

Outro autor que problematiza a lógica da avaliação no proceso de

ensino e aprendizagem é Perrenoud (1999). Para o autor “certos adultos

associam a avaliação a uma experiência gratificante, construtiva; para outros,

ela evoca, ao contrário, uma seqüência de humilhações” (p. 13). Esse sentido

ela acaba sendo um instrumento que cria hierarquias que, posteriormente,

serão intensificadas na sociedade, no mercado de trabalho ou para a entrada

em cursos posteriores. Nesse sentido o autor afirma que a avaliação fortalece

a hierarquia social: “aqueles que são reprovados são relegados às habilitações

pré-profissionais ou entram no mercado de trabalho aos 15-16 anos; por outro,

os que avançam no curso e se orientam para os estudos aprofundados”

(PERRENOUD, 1999, p. 13).

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Assim, a avaliação pode reafirmar a lógica da educação voltada

ao ensino funcionalista, que organiza sua ação pedagógica para gerir alunos

aptos ao mercado de trabalho. A avaliação utilizada como instrumento

classificatório, descomprometida das responsabilidades pedagógica que

representa, apenas reforça o sistema de reprodução capital.

Portanto a avaliação não deve ser voltada ao fim em si mesma,

mas deve assumir que “faz parte de uma engrenagem no funcionamento

didático e, mais globalmente, na seleção e na orientação escolares. Ela serve

para controlar o trabalho dos alunos e, simultaneamente, para gerir os fluxos”

(PERRENOUD, 1999, p. 13).

Podemos observar que Perrenoud quando questiona os critérios

de avaliação encontra uma lógica: a de que o alvo da avaliação é a promoção

humana (avaliação formativa). A produção que deve levar em consideração o

processo e não apenas os resultados.

Porém, contraditoriamente, a avaliação no atual contexto

educacional vem fazendo das escolas um espaço de competição no qual os

alunos participam inconscientemente, disputando quem aprendeu mais, e cujo

prêmio é a nota, resultado da avaliação; e em termos gerais, pode-se dizer que

a avaliação tem sido um meio de estereotipar o aluno como bom ou ruim.

Considerando esta perspectiva, na seqüência vai ser apresentado

como a Educação Física trata a questão da avaliação conforme a proposta do

Projeto Político Pedagógico.

5.1. 2 MODELOS DE AVALIAÇÃO

De acordo com o caminho que trilhamos, adotamos um

determinado modelo de Avaliação. O modelo mais comum em nossas escolas

é o “tradicional”, onde se configura a preocupação com a objetividade dos

resultados e dos instrumentos de medida; a ênfase na Avaliação do

conhecimento; a preocupação com aprovação/reprovação; pouca participação

dos sujeitos envolvidos; ênfase na avaliação do aluno. Outro modelo, pouco

presente nas escolas atuais é o “democrático e participativo”, onde ocorre a

valorização dos aspectos qualitativos da avaliação, preocupação não apenas

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com avaliação do produto, mas com todo o processo educacional, com

participação de todos os sujeitos envolvidos no processo educativo, avaliação

focalizada mais no sucesso escolar do que com a reprovação em si. Portanto a

preocupação com a Avaliação de todos os componentes do processo educativo

e não apenas com a avaliação do aluno. “ROCHA, C. R. G Ensaio de Artigo

Cientifico – Avaliação – Processo em Construção - (2008)”

A Lei Nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação),

quando trata da Avaliação na Educação Básica no Artigo 24, inciso V diz: “A

verificação do rendimento escolar observará o seguinte item:

“avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”; ( LDB ,1996 , p.11 )

A Diretrizes Curricular da Educação Básica do Estado do Paraná

quando versa sobre a avaliação na escola, apresenta o seguinte: “Durante estes momentos de intervenção

pedagógica, o professor pode utilizar-se de outros instrumentos avaliativos, como dinâmicas em grupo, seminários, debates, júri-simulado, (re) criação de jogos, pesquisa em grupo, inventário do processo pedagógico, entre outros, em que os estudantes possam expressar suas opiniões aos demais colega”.

Analisando o Projeto Político Pedagogico do Colégio Estadual

Comendador Geremias Lunardelli de Grandes Rios, onde implantaremos o

projeto “A avaliação no processo ensino-aprendizagem da Educação Física

percebe-se que o mesmo encontra-se dentro dos critérios estabelecidos pela

LDB, e nas Diretrizes Curricular da Educação Básica do Estado do Paraná

Nele, encontramos pontos importantes como:

“Outra sugestão é a organização e a realização de festivais e jogos escolares, cuja finalidade é a de demonstrar a aprensão dos conhecimentos e como estes se aplicam numa situação real de atividade que demonstre à capacidade de liberdade a autonomia dos alunos (p.62)”:

“As provas e os trabalhos escritos podem ser utilizados para a avaliação das aulas de Educação Física, desde que a nota não sirva exclusivamente para hierarquizar e classificar os alunos em melhores ou piores; aprovados e

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reprovados; mas que sirva, também, como referência para redimensionar sua ação pedagógica (p. 62).”

Portanto nos festivais e jogos escolares a avaliação poderá ser

feita nas dinâmicas de grupo, na medida em que os alunos expõem o que

aprenderam com o tema em questão com suas turmas e equipes de jogos.

A Avaliação nas provas e trabalho escrito devera ser através do

conhecimento do aluno, respeitando critério de não valorização da nota, mas

sim para superar suas dificuldades de aprendizagem

5. 1. 3 APROXIMAÇÃO COM OS PROFESSORES E A FORMAS DE

AVALIAÇÃO UTILIZADAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA:

ATIVIDADE 1:

Através da leitura de textos, os professores deverão ser levados a

refletir sobre a avaliação no contexto das aulas na Educação Física e as

diferentes formas de avaliação possíveis. Para isso, serão entregues alguns

textos para motivar a reflexão dos professores tais como:

TEXTO 1

AVALIAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: entre a teoria e a prática Resumo A avaliação da aprendizagem escolar vem sendo objeto de constante pesquisa e estudo na área da Educação Física Escolar, mesmo assim ainda percebemos muitas dúvidas a respeito deste tema, o que não deve ocorrer visto que é um dos pilares do ensino-aprendizagem. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi revisar a teoria publicada em literaturas atuais e verificar os conceitos dos professores de Educação Física Escolar no que se refere a pratica da avaliação. Introdução A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou na atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino. Requer atualização dedicação e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos. Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico. O professor, que trabalha numa dinâmica interativa, tem noção, ao

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longo de todo o ano, da participação e produtividade de cada aluno. É preciso deixar claro que a prova é somente uma formalidade do sistema escolar. Como, em geral, a avaliação formal é datada e obrigatória, devemos ter inúmeros cuidados em sua elaboração e aplicação. A avaliação e seu significado A recente a publicação dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais - 1997) com a preocupação de nortear os professores no sentido de oportunizar a participação de todos, de debater temas de relevância para a educação. E a existência da Lei 9.394/96, LDB (Lei de Diretrizes e Bases) em seu artigo 24, priorizando a educação em valores e a avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais (grifo meu). Quando nos referimos à avaliação na maioria das vezes a resposta que ouvimos é: Este tema é muito complexo. Também temos observado que, na Educação Física, a avaliação por muitas vezes tem sido utilizada para avaliar a freqüência, o uso do uniforme adequado ou a “veia” de campeão, a fim de que os alunos selecionados possam participar de jogos e competições, utilizando um só padrão de avaliação para todos, sem ter a preocupação de acompanhar o desenvolvimento coletivo e a finalidade educativa. Nesse sentido sedimenta Luckesi (2000): “Mais importante do que ser uma oportunidade de aprendizagem significativa, a avaliação tem sido uma oportunidade de prova de resistência do aluno aos ataques do professor”. Certamente precisamos buscar respostas para a real importância de se avaliar e de atingir os objetivos educacionais. Nesse momento vamos definir o que entendemos pelo termo avaliação e seu significado na prática educativa. Ainda para Luckesi (2000) “... a avaliação é o ato crítico que nos subsidia na verificação de como estamos construindo o nosso projeto.” È importante que o aluno faça parte deste projeto, que perceba sua importância para dar a colaboração necessária, e para que isso ocorra o professor deve informá-lo, quais são os objetivos e onde pretende chegar e por fim analisar com os alunos se o resultado foi ou não alcançado, através de uma avaliação cumulativa e continua como já citado anteriormente pelo PCN. Hoffman (2003) afirma que: “Avaliação significa ação provocativa do professor, desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-se a um saber enriquecido.” Quando a nota ou conceito são atribuídos aos alunos sem o seu devido significado, sem estar entrelaçado ao conteúdo vivido, impedem que o professor e aluno estabeleçam uma maior interação sobre a disciplina ensinada, restando ao professor cumprir as exigências burocráticas e aos alunos sofrer o processo avaliativo, perdendo-se assim o significado básico da avaliação. Em relação às diferentes modalidades de avaliação destacam-se a avaliação diagnóstica, a avaliação formativa e a avaliação somativa, todas essas modalidades podem vir a contribuir com diferentes tipos de decisões no processo de avaliação, neste momento buscaremos refletir sobre as modalidades de avaliação a fim de tornar clara a função específica de cada uma delas. Para Bloom (citado por Sant’anna, 1995):“A avaliação diagnóstica visa determinar a presença ou a ausência de conhecimentos e habilidades, inclusive buscando detectar pré-requisitos para novas experiências de aprendizagem. Permite averiguar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem”. Logo, planejar sem o conhecimento prévio da realidade do aluno é planejar sobre o vazio. É necessário aqui se destacar que a avaliação diagnóstica não ocorre somente no início do ano letivo, mas deve ser aplicada a cada novo projeto, avaliando as habilidades dos alunos referentes ao que pede o projeto a ser aplicado e se

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necessário, fazer as adequações pertinentes como metodologia e materiais necessários para o bom desenvolvimento do trabalho. Temos ainda como instrumento mensurador a avaliação formativa, que no entendimento de Piletti (1999): “... esse tipo de avaliação tem uma função controladora e como propósitos de informar o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem e de localizar as deficiências na organização do ensino. Dentro desta concepção pressupomos que a função formativa tem como finalidade permitir a compreensão da situação em que se encontra o educando, para que haja apoio, estabelecendo entre professor e aluno uma relação de confiança e diálogo, envolvendo cada um deles em sua própria avaliação, fazendo-os refletir sobre suas ações, construindo cidadãos críticos. Quando nos referimos à avaliação final, ou seja, avaliação somativa como próprio nome diz é efetuada no final do processo de ensino aprendizagem e tem a função classificatória, isto é, classifica os alunos no final de um período letivo, segundo níveis de aproveitamento apresentados. Na construção e uma avaliação coerente Sant’Ana (1995) esclarece: “... é que não apenas os objetivos individuais devam servir de base, mas também o rendimento apresentado pelo grupo (...) a classificação deve se processar conforme parâmetros individuais e grupais...” A partir deste ponto nos ateremos a uma reflexão sobre as teorias e práticas da avaliação na educação física escolar, que como já foi dito anteriormente é a nossa palavra chave. A função da avaliação na educação física escolar A avaliação quantitativa é aquela feita com base em informações numéricas obtidas através de provas e testes. Parece ser mais objetiva que a avaliação qualitativa, toda via apresenta apenas uma visão artificial da realidade. Por isso deve ser complementada pela avaliação qualitativa, ou seja, aquela que obtém informações com base em observações, documentos, diálogos, discursos e atitudes percebidas pelo professor. Libâneo (1994) nos chama a atenção para alguns equívocos no processo de avaliação na pratica escolar deixando de se compreender a avaliação como tarefa didática. Entre esses equívocos destacaremos aqui os que mais condizem com a realidade da educação física escolar. Para ele é o professor não deverá tomar a avaliação unicamente como ato de atribuir notas e classificar os alunos, nem usá-la como instrumento de controle. Estes itens ainda estão presentes na educação física escolar, servindo como auxiliador de manutenção da ordem. No entender de Perrenoud (1999), “... a função nuclear da avaliação é ajudar o aluno a aprender e ao professor, ensinar”. Portanto, o professor deve estabelecer objetivos e metas que possam ser alcançados por todos os alunos e que contribuam efetivamente para a melhoria da qualidade de vida dos alunos dentro e fora do ambiente escolar. Metodologia Os resultados obtidos nesta pesquisa nos subsidiaram a responder a questão proposta inicialmente (Como está sendo concebida a Avaliação no Processo de Ensino Aprendizagem na Educação Física Escolar?). Lançando mão dos questionários aplicados entre 18(dezoito) professores de Educação Física Escolar da rede Estadual de Ensino e que lecionam para o Ensino Fundamental II no município de Poá/SP, podemos constatar questões relativas ao contexto da educação física e principalmente sobre os procedimentos avaliativos que a permeia. Concluímos que a avaliação no processo de ensino aprendizagem na Educação Física está adequando a sua postura junto ao tema, visto que os professores pesquisados disseram ter conhecimento das modalidades de avaliação, às vezes só muda a nomenclatura utilizada, ou seja, na teoria está tudo muito claro, mas nas questões referentes ao processo de avaliação propriamente dito a realidade nos mostrou alguns que pontos importantes que ainda continuam nebulosos, como por exemplo, a existência de professores que realizam a avaliação no final do semestre, e ainda professores que disseram usar os resultados

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da avaliação apenas para repassar as notas para a planilha, sem se ater ao rendimento escolar propriamente dito, ou seja, estão preocupados em mera formalização junto à administração da unidade de ensino levando-nos a acreditar na importância da divulgação do tema, pois quanto mais for discutido mais teremos chances de acertar, e que estarão mais abertos a mudanças sempre necessárias e nem sempre bem vindas. Considerações finais Para que a avaliação em Educação Física Escolar tenha maior valor educativo, é ecessário que os professores apliquem os seus conhecimentos teóricos a fim de ampliar sua visão de mundo de forma a ajudar os alunos a desenvolver habilidades, hábitos, convicções relevantes e necessárias para sua vivência e sucesso como indivíduo e como cidadão, pois o papel fundamental da educação física é o desenvolvimento integral do ser humano. Nesse contexto, a avaliação em educação física apresenta como um dos mais importantes instrumentos didático-pedagógicos para o alcance dos bjetivos amplos e imediatos, gerais e específicos dessa disciplina. Desse modo, avanços e superações decorrem – de modo geral - de iniciativas às vezes tímidas e de passos geralmente pequenos, que tem como ponto de partida a conscientização e o envolvimento daqueles cuja tarefa é educar. Defendemos uma avaliação em Educação Física Escolar que auxilie o professor e os alunos a obterem resultados, a identificarem falhas durante o processo de ensino-aprendizagem, e que aponte acertos e as dificuldades. A avaliação é apoio, é o resultado do trabalho do professor e do aluno na busca do conhecimento, e conseqüentemente, da aprendizagem. “Silva W. G. , Peric, R. B. A., AVALIAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: entre a teoria e a prática, Revista Interfaces: ensino,pesquisa e extensão, Ano 1, nº 1, 2009”

TEXTO 2

Como avaliar os alunos em Educação Física?

Bruna Nicolielo ([email protected]). Com reportagem de Rita

Trevisan

Os instrumentos de avaliação devem ser diversificados para que não haja a

supervalorização do desempenho dos alunos nas atividades que exigem

habilidades motoras. Afinal, a concepção mais atual de avaliação em Educação

abarca o processo e não apenas os resultados finais. O exame deverá informar

ao professor e aos alunos sobre o andamento da aprendizagem, a necessidade

de modificar o que vem sendo feito e os pontos mais e menos fortes do

trabalho pedagógico. A atribuição da nota poderá ser feita com base nos

resultados obtidos em diversos tipos de exercício, em trabalhos e provas

escritos e na elaboração de um projeto - uma coreografia de dança, um roteiro

de atividades, um diário de campo - que abordem temas como brinquedos e

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brincadeiras que caracterizam determinados grupos sociais ou espaços

geográficos, modalidades esportivas internacionais ou radicais, ginásticas

competitivas ou profiláticas, lutas ou artes marciais, danças nativas ou

contemporâneas, por exemplo. O ideal é que as atividades viabilizem uma

compreensão maior daquela prática corporal na sociedade. Vale lembrar que

só pode ser avaliado o que de fato foi dado nas aulas. “NICOIETO, Bruna,

Publicado em NOVA ESCOLA Edição 232, MAIO 2010”

TEXTO 3

Avaliação não é ameaça

As provas devem servir para acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, e nunca ser temidas como sentenças.

Luis Carlos de Menezes ([email protected])

Julgamentos e estimativas são sempre necessários. Um simples olhar avalia

uma vaga de estacionamento ou a deselegância de um gesto. Uma rápida

operação mede a pressão arterial ou verifica o saldo bancário. Somente a

análise complexa, no entanto, diagnostica um paciente ou uma grande

organização. Avaliações educacionais, por sua vez, verificam habilidades de

alunos e o desempenho de redes escolares. Os objetivos, nesse caso, são tão

diferentes quanto os de exames médicos que orientam tratamentos ou de

provas para certificar profissionais e classificar serviços.

As avaliações mais importantes são as que orientam o ensino, integradas ao

processo de aprendizagem, e não simples provas periódicas. Ao propor uma

gincana em que as crianças escrevam bilhetes anônimos e numerados, com

instruções para ações dos colegas, a professora que acaba de assumir uma

turma desenvolve uma boa socialização enquanto verifica as competências de

ler e escrever de cada um. Atividades desse tipo, da Educação Infantil ao

Ensino Médio, revelam mais do que provas. Porém, o uso delas é tão raro

quanto o de diagnósticos iniciais. O resultado disso é que, às vezes,

expectativas de aprendizagem equivocadas somente são percebidas quando já

é tarde demais.

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Quando as turmas são grandes, em vez de levar pilhas de trabalhos para

corrigir (e às pressas, pois a vida é curta), é melhor o professor instruir os

estudantes para que se auto-avaliem em atividades de classe ou de casa.

Sabendo contornar possíveis limitações, a escola pode orientar as famílias

para se tornarem parceiras no processo, mostrando os objetivos das etapas do

ensino e o que será verificado em provas parciais. As finais ganham a função

de confirmar e certificar o trabalho, mas insucessos põem em questão a própria

escola.

A qualidade da Educação deve ser aferida, e as provas gerais têm esse papel,

nem sempre bem interpretado. Classificar escolas lembra "coisa de mercado"

e, como provocação, eu diria que a escola que fazia o estudante aprender só

para tirar boas notas nas provas - como alguém que cuida da saúde só para

passar no exame médico - agora também ensina para ela mesma ser

aprovada.

Avaliações como a Prova Brasil permitem planejar o aperfeiçoamento de

escolas e redes. Já o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, foi concebido

para que cada jovem, ao fim da Educação Básica, possa mostrar as

competências adquiridas para se expressar, compreender, intervir, argumentar

e propor, mas também pode servir para apontar a uma escola como está o

desempenho médio dos estudantes.

Cabe a esses exames orientar, e nunca "carimbar" uma instituição - e é bom

evitar comparações absolutas entre escolas e professores atuando em

situações diversas. A sociedade e o Estado precisam saber que quem trabalha

em condições difíceis e com público carente está na trincheira da eqüidade

social e do desenvolvimento, sendo assim a vanguarda - não a retaguarda da

Educação.

Em síntese, em quaisquer circunstâncias, avaliações são meio ou confirmação

de nosso trabalho, nunca sua razão de ser. Assim, devem ser vistas como

recursos para aprender e ensinar melhor, nunca temidas como sentenças, nem

pelo aluno nem por nós. “MENEZES, L. C. Publicado em Revista NOVA

ESCOLA Edição 214, ABRIL 2011”

18

Os professores deverão apresentar suas idéias através de

discussão, de como acontece a avaliação no ensino fundamental e médio nas

aulas de Educação Física.

Perguntas para estimular a discussão com professores:

- O que vocês pensam sobre a avaliação na educação Física?

- Vocês acham que a avaliação devem ser as mesmas para os meninos e

meninas nas aulas de Educação Física?

Após as discussões, os professores deverão preencher o questionário

sobre o processo de avaliação, afim de oferecer informações sobre a dinâmica,

o planejamento e a visão do próprio professor sobre como organiza a avaliação

na disciplina. Tais informações servirão como um levantamento das formas de

avaliação que acontecem na disciplina de educação física. O questionário

apresenta algumas questões construídas e outras adaptadas do questionário

da Schühli (2008).

QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES

A partir da leitura reflexiva, e da discussão, propor aos

professores que respondam o questionário abaixo:

IDADE:_____ ANOS SEXO: ( ) MASCULINO ( ) FEMININO ESTÁ FORMADO HÁ QUANTO TEMPO? ONDE SE FORMOU? ATUA EM MAIS DE UMA ESCOLA? QUANTAS? NA TUA OPINIÃO, A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR É:

VOCÊ COSTUMA REALIZAR AS AVALIAÇÕES NOS SEUS ALUNOS

CONSIDERANDO O QUÊ:

19

COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ AVALIA SEUS ALUNOS? O QUE CONSIDERA IMPORTANTE SER AVALIADO NA EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR?

QUAIS OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO QUE VOCÊ UTILIZA?

( ) TESTES ORAIS ( ) REAVALIAÇÃO DE CONTEÚDOS ( ) DEBATES ( ) PRODUÇÃO DE TEXTOS ( ) RESUMOS ( ) SIMULADOS ( ) PESQUISAS ( ) CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS ( ) RELATÓRIOS ( ) QUESTÕES SUBJETIVAS ( ) SEMINÁRIOS ( ) CARTAZES/MAPAS ( ) DEBATES ( ) APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ( ) MAQUETES ( ) PREENCHIMENTO DE APOSTILAS ( ) FICHAMENTOS ( ) TESTES RELÂMPAGO ( ) AULA PRÁTICA ( ) JOGOS PRÁTICOS ( ) PARTICIPAÇÃO EM JOGOS COLEGIAIS ( ) JÚRI-SIMULADO ( ) (RE)CRIAÇÃO DE JOGOS ( ) PESQUISA EM GRUPO ( ) INVENTÁRIO DO PROCESSO PEDAGÓGICO

ALÉM DOS INSTRUMENTOS JÁ CITADOS, VOCÊ ATRIBUI CONCEITOS OU NOTAS A: ( ) LEITURAS ( )PARTICIPAÇÃO EM PALESTRAS ( ) GINCANAS ( ) DESFILES ( ) COMPORTAMENTO EM SALA ( ) PARTICIPAÇÃO EM PROJETOS ( ) ASSIDUIDADE ( ) PARTICIPAÇÃO EM SALA DE AULA ( ) CONTEÚDOS NO CADERNO ( ) TAREFA DE CASA ( ) PROVÕES EXTRAS-ESCOLARES

20

DEPOIS DAS AVALIAÇÕES REALIZADAS OS CONTEÚDOS NÃO

APRENDIDOS FORAM RETOMADOS PELO PROFESSOR?

( ) SEMPRE

( ) QUASE SEMPRE

( ) NUNCA

PORQUE?__________________________________________ APÓS AS AULAS HÁ MOMENTOS DE DISCUSSÃO SOBRE OS ESTUDOS FEITOS? ( ) SEMPRE ( ) QUASE SEMPRE ( ) NUNCA PARA VOCÊ QUAL A MELHOR FORMA DE AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA? ( ) PROVAS PRÁTICAS ( ) PROVAS TEÓRICAS ( ) PARTICIPAÇÃO NAS AULAS ( ) APRESENTAÇÕES DE TRABALHOS ( ) FICHAS ( ) PESQUISA ( ) OUTRAS QUAIS?__________________________________________________ VOCÊ PERGUNTA OU EXPLICA AOS SEUS ALUNOS SE ELES SABEM COMO ESTÃO SENDO AVALIADOS DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E COMO ELES GOSTARIAM DE SEREM AVALIADOS? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________

21

6. 2 UNIDADE II

6. 2. 1 - 1 FUNÇÕES DO PROCESSO AVALIATIVO

Dentro de todo o processo ensino e aprendizagem, a Avaliação

pode ter a função Diagnóstica, Formativa ou Somativa.

A Função diagnóstica, (ou inicial), é a que proporciona

informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo de

ensino/aprendizagem, ou ainda, segundo Bloom (1975), busca a determinação

da presença ou ausência de habilidades e pré-requisitos, bem como a

identificação das causas de repetidas dificuldades na aprendizagem.

A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do aluno

face a novas aprendizagens que lhe vão ser propostas e a aprendizagens

anteriores que servem de base àquelas, no sentido de identificar as

dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver situações presentes.

Avaliação Diagnóstica antecede a elaboração de um projeto, de

uma unidade ou de uma aula. Ela fornecerá dados sobre o contexto em que o

trabalho pedagógico irá se realizar, bem como sobre os sujeitos que

participarão desse trabalho e em que nível estão os acontecimentos dos

mesmos.

Avaliação Formativa, ajuda a captar os avanços e as dificuldades

que forem se manifestando ao longo do processo, ainda em tempo de tomar

providências para afastar as dificuldades percebidas. Sua função é a de

informar sempre o que está acontecendo. Os resultados desse tipo de

Avaliação nos mostram a necessidade de rever nossos planos, de fazer

mudanças em algumas decisões tomadas anteriormente.

Avaliação Somativa: acontece ao final de um trabalho

desenvolvido (unidade, bimestre, semestre...). A Avaliação Somativa preocupa-

se com o resultado final, o produto alcançado “ROCHA, C. R. G. Ensaio de

Artigo Cientifico – Avaliação – Processo em Construção – 2008”.

Ao observarmos que a Avaliação é o ponto de partida e o ponto

de chegada de qualquer trabalho pedagógico, e tendo nesse entremeio todo

um caminho a ser percorrido, reafirmamos que não há como nos prendermos

22

apenas a uma função da Avaliação. Nesse sentido, serão apresentados abaixo

alguns instrumentos de avaliação especificamente utilizados na educação física

que podem servir de referência para o professor organizar seu planejamento

anual.

Os professores deverão efetuar as avaliação sugeridas abaixo

com os alunos, sobre os conteúdos específicos que estão administrando em

sala de aula, anotando quais os sucessos qualitativos, os bloqueios e as

dificuldades na utilização de cada instrumento apresentado no presente

caderno.

Assim poderemos identificar quais estratégias de avaliação são

consideradas viáveis para a sua utilização no decorrer das aulas de educação

física escolar.

ATIVIDADE 1

Para a avaliação na Educação Física Escolar, Schuhli (2008)

apresentou uma ficha de registro individual que avalia as dimensões

conceituais, atitudinais procedimentais no processo de ensino e aprendizagem

do aluno. Tais fichas facilitam a organização das informações sobre os

conteúdos, às ações que vem sendo vivenciadas nas aulas e no

comportamento observado pelo professor de cada aluno, contemplando as

dimensões da aprendizagem necessárias para a formação escolar. Cada ficha

contempla uma dimensão da aprendizagem com perguntas específicas que

deverão ser observadas pelo professor, como apresentadas a seguir:

Ficha de registro individual de acompanhamento nas aulas de educação física 1 - Aspecto conceitual (conhecimento) Aluno (a):______________________________________________________

Série________ turma______ Ano __________

CONTEÚDOS DATA

1‐Demonstra conhecimento sobre o conteúdo trabalhado

( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca

23

2‐ Consegue expor oral, por escrito ou pratico o que aprendeu ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 3‐ Usa o conteúdo aprendido em situações problemas ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 4‐Utiliza os conteúdos trabalhados em situações do cotidiano ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 5‐ É capaz de participar de debates, seminários, trabalhos em grupo e em diálogos entre alunos e professores ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 2 - ASPECTOS ATITUDINAIS - ATITUDES CONTEÚDOS DATAS ‐1‐ Aprecia a atividade física participativa ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 2‐Auxilia os outros (solidariedade) ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 3‐Problemas de relacionamentos com os outros ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 4‐Competitivo ao extremo ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 5‐Respeita as regras ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 6‐Cuida dos materiais ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 7‐Responsável‐comprometido ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 8‐Distraído – passivo ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 9‐Aceita sugestões para melhorar ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 10‐Pouco resistente ao fracasso ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca

24

11‐Consegue sentar e ouvir ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 12‐Espírito de equipe ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 13‐Persistente ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 14‐ Respeita as diferenças entre seus colegas ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 3 - ASPECTO PROCEDIMENTAL – HABILIDADES (Observar os progressos individuais dos alunos sempre comparando o seu resultado consigo próprio.) CONTEÚDOS DATAS 1‐Executa os movimentos da modalidade trabalhada ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 2‐Conseguem realizar com habilidade os movimentos trabalhados ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 3 ‐ É preciso nos movimentos realizados ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 4 ‐ Possuem reflexos em movimentos realizados ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 5 ‐Possuem harmonia nos movimentos básicos ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 6 ‐Têm facilidade em expressar‐se corporalmente ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 7‐ Têm controle e consciência corporal ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca 8‐Utilizam as estratégias básicas de jogo ( ) sempre ( ) à vezes ( ) nunca

25

Um instrumento de auto avaliação também foi pensando por

Schuhli (2008), como uma estratégia para captar as percepções dos próprios

alunos sobre o que aprenderam e como entenderam os conteúdos, já que cada

aluno pode ter uma perspectiva diferente sobre as temáticas que envolvem a

educação física como saúde, esporte, dança, estética entre outras.

Ao se pensar a estética em sala de aula, por exemplo, alguns

alunos podem entender que os padrões vigentes de beleza são ideais para

assumir e seguir enquanto outros alunos podem não se orientar por tais

padrões.

Assim, a ficha de avaliação sugerida por Schuhli (2008) é um

instrumento de avaliação que poderá ser utilizado pelo professor para

complementar o as informações sobre o processo de aprendizagem dos

alunos.

Ficha de registro individual de acompanhamento nas aulas de educação física para serem entregues para os alunos responderem Aluno (a):_______________________________________________________ DATA : AULA: OBJETIVOS: O QUE EU APRENDI ? ATIVIDADE 2

Alguns instrumentos de avaliação podem explorar a dimensão

lúdica da aprendizagem, fugindo dos padrões tradicionais de levantamento e

julgamento do rendimento dos alunos. A proposta de Rodrigues (2002) abaixo,

é um jogo que pode ser utilizado como um meio de avaliar a conduta e o perfil

motor dos alunos nas aulas de educação física.

QUEIMADA MALUCA Objetivo: queimar, não ser queimado e salvar seus colegas. As crianças terão

oportunidades de jogar tentando manter o jogo vivo. Para isso poderão ou não

manter os colegas jogando.

26

Objetivo do Professor: avaliar seus alunos quanto à participação, cooperação

e competição. Avaliar quais atitudes individuais e coletivas estão acontecendo

na suas aulas

Propósito: colocar os alunos frente a frente com a sensação de vencer ou

colaborar. As crianças estarão avaliando seu desenvolvimento de acordo com

o equilíbrio do jogo.

Recursos: uma bola de meia e giz.

Número de participantes: pode ser jogado com diferentes números de

crianças, sendo maior que 10 para maior motivação. Caso seja um grupo muito

grande (40) pode-se usar 2 bolas.

Duração: dependerá do interesse do grupo e da avaliação do professor.

Normalmente 20 a 30 minutos. Todos os acontecimentos deverão ser anotados

para futura analise e discussão do grupo.

Segundo Rodrigues (2002) este jogo é muito bom para que o

professor possa avaliar o comportamento real de seu aluno. É possível detectar

crianças mais cooperativas (salvam mais), mais competitivas (salvam menos),

crianças que fazem parcerias.

É necessário que o professor proporcione o momento de

debate, com tranqüilidade, para ouvir os comentários e fazer as possíveis

colocações. O professor poderá fazer o jogo sem a marcação e depois colocá-

la para eles possam avaliar. É importante colocar que existem diferentes

crianças jogando e elas têm a liberdade de serem verdadeiras. Não podemos

impor as atitudes e sim mostrar os diversos caminhos que elas podem seguir

(RODRIGUES, 2002).

ATIVIDADE 3

Alguns instrumentos de avaliação servem como suporte ao

professor para ser utilizado ao longo do ano e dessa forma, serve como

arcabouço do desenvolvimento e evolução dos alunos em meio aos conteúdos

aprendidos em cada fase do ciclo escolar.

27

PALMA, OLIVEIRA, PALMA (2008) apresentam uma planilha que serve de

roteiro de observação para o professor de educação física sobre as

competências que se espera do aluno sobre seu desenvolvimento cognitivo,

motor e comportamental, possibilitando a valorização da individualidade,

potencial e também as limitações do aluno e dessa forma, facilitando a tomada

de decisão do professor sobre as mudanças que pode fazer em seu

planejamento para atender as necessidades dos alunos.

PLANILHA PARA A AVALIAÇÃO DO ALUNO PELO PROFESSOR

Nome do aluno: Ano:

Aspectos a serem observados N PV AV MV S Identifica e verbaliza sua ação motora Compreende a razão do êxito/não êxito de sua ação motora

Reconhece a importância do conteúdo estudado Verbaliza a antecipação de sua ação Compreende a proposta sugerida pelo professor Contribui com outras possibilidades motoras para o atendimento aos problemas propostos

Colabora na elaboração e na reelaboração das regras

Aceita as sugestões formuladas Argumenta e defende suas sugestões pessoais Respeita seus colegas, independentemente dos aspectos físicos, sociais, culturais ou de gênero

Compreende o conteúdo proposto Enfrenta desafios Retirado de PALMA, OLIVEIRA, PALMA (2010)

N - Nunca PV - Poucas vezes AV - Algumas vezes MV - Muitas vezes S – Sempre

A segunda planilha, também de PALMA, OLIVEIRA, PALMA

(2008), é um exemplo de auto avaliação pelo aluno que segue os mesmos

28

princípios da planilha de avaliação do professor e portanto pode ser utilizada

ao final de qualquer bloco de conteúdos como forma de obter informações

suplementares para avaliação do aluno.

EXEMPLO DE PLANILHA PARA A AUTO- AVALIAÇÃO DO ALUNO, ACERCA DE UM DETERMINADO CONTEUDO Nome do aluno: Ano:

Aspectos a serem observados N PV AV MV S Sei aplicar as principais regras do Jogo Identifico as regras do jogo Cumpro as regras do jogo Utilizo adequadamente a manchete Utilizo oportunamente o passe Aceito as decisões do arbitro Aceitos erros dos colegas Desenvolvo o espírito de grupo Coloco-me em condições de ajudar os colegas Utilizo adequadamente o espaço de jogo Sou capaz de admitir os meus erros Integro-me bem no grupo Aceito o resultado do grupo Retirado de PALMA, OLIVEIRA, PALMA (2008, p. 106)

N - Nunca PV - Poucas vezes AV - Algumas vezes MV - Muitas vezes S – Sempre

As características dos conteúdos da educação física,

essencialmente motores, permitem explorar formas de avaliação tanto objetivas

quanto subjetivas para determinar o desenvolvimento e o rendimento escolar

do aluno, e por isso, o professor precisa ter a clareza de considerar as

diferenças individuais nos julgamento solicitados no processo de avaliação.

Portanto, os instrumentos de avaliação podem ser utilizados de formas e em

momentos diferentes conforme a necessidade do professor e sua realidade.

29

7. REFERÊNCIAS BARBOSA, Cláudio Luís de Alvarenga. Educação Física e Didática: um

dialogo possível e necessário, Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

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