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Anais do VI Encontro Paraense de Educação Matemática
Universidade do Estado do Pará
03 a 05 de setembro de 2008 – Belém – Pará – Brasil
ISBN: 978-85-88375-28-4
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O TEXTO MATEMÁTICO: LINGUAGEM, IMAGEM E COMUNICAÇÃO
Alan Gonçalves Lacerda1 [email protected]
Universidade Federal do Pará Marisa Rosâni Abreu da Silveira2
[email protected] Universidade Federal do Pará
RESUMO
Neste artigo, buscou-se focalizar algumas dificuldades encontradas na atividade de
compreensão do texto, no uso da linguagem materna, linguagem matemática e suas
relações entre ler, escrever e interpretar que precisam ser compreendidas para que o seu
ensino não se limite ao uso de regras e procedimentos, destacando ainda a importância
das linguagens para a construção de conceitos. Porém, diversas são as origens das
dificuldades associadas à interpretação do texto em especial no que concernem as
linguagens, imagens e a comunicação. Cabe-nos, portanto, compreender os mecanismos
de funcionamento desta matemática à qual se deseja ensinar em sala de aula.
Palavras-chave: Texto matemático; Linguagem matemática; Imagem; Comunicação.
1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas do Núcleo de
Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Científica – PPGECM /NPADC – UFPA
2 Dra. em Educação pela UFRGS/Universidade de Paris 7. Professora do Programa de Pós-Graduação em
Educação em Ciências e Matemáticas do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Ed ucação
Matemática e Científica – PPGECM/ NPADC - UFPA
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1. Introdução
O papel da linguagem no desenvolvimento e na aprendizagem de conceitos vem sendo
objeto de estudos em Educação Matemática, especificamente no trabalho de resolução
de problemas, servindo como um eixo condutor, por envolver a exploração das
linguagens nas aulas de matemática para a compreensão de seus significados.
A preocupação com a linguagem, em particular com a aprendizagem da escrita, tem
levado a pensarmos nas atividades propostas em sala de aula.
As relações estabelecidas entre os problemas matemáticos e as linguagens, (linguagem
natural e a linguagem matemática) ajudam-nos a compreender os significados atribuídos
pelos alunos nos processos de leitura, escrita e interpretação do texto matemático, bem
como situa- los dentro de contextos. Dessa maneira, se entendidas tais relações,
permitirá aos seus envolvidos (alunos e professores) avançarem nas atividades
propostas em aulas de matemática.
É neste sentido, que a presente investigação se faz necessária aos processos
comunicativos estabelecido em sala de aula, bem como suas ações no fazer pedagógico
servindo ao signo e ao discurso enquanto construção do objeto matemático por meio da
linguagem.
2. Leitura e escrita do texto matemático: linguagens em comunicação
A linguagem como nos diz Santos (2005, p.117) “pode ser entendida como uma criação
social que utiliza símbolos, também criados socialmente”. Esse traço torna-se mais
evidente à medida que, temos que utilizar a leitura e escrita para orientar-nos na
compreensão do texto matemático em sala de aula.
Em vista disso, o trabalho realizado por Smole & Diniz (2001), sobre a leitura em
matemática, evidenciou que existe uma especificidade na linguagem própria da escrita
em matemática, pois a mesma se combina com termos, sinais e palavras que se
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organizam mediante certas regras para expressar idéias, que nem sempre compartilham
da mesma lógica em linguagem matemática.
Para estes autores a dificuldade em se apresentar uma resposta ao problema, deve-se ao
fato dos alunos ainda não dominarem procedimentos necessários para sua resolução, ou
ainda não compreenderem termos específicos na língua natural que não usufruem do
mesmo significado em linguagem matemática.
Assim como a compreensão de um texto em escrita matemática, não é uma tarefa fácil,
no aprendizado em sala de aula, e na tentativa de apropriar-se de formas mais
sofisticadas na representação da matemática escrita que a escola pretende ensinar as
crianças, podem incorrer em erros de cálculos na utilização dos algoritmos.
Sendo assim, é de fundamental importância que elas estejam seguras na utilização da
linguagem matemática, pois a eficiência na tarefa proposta depende não somente da
utilização do algoritmo, mas também de uma interpretação e compreensão do texto
matemático.
Como ressalta Echeverría & Pozo (1998), o modo de apresentação de um problema
pode evidenciar diferentes formas de compreensão através de ambigüidades lingüísticas.
A compreensão do problema não apenas sofre influência do uso léxico da palavra, mas
também de característica atribuídas por estas palavras em outros contextos da vida
diária do individuo.
Cavalcanti (2001) entende que a compreensão do texto é importante, pois a solução de
problemas evidenciada pelos alunos tem por base ou contexto ou a estrutura do texto
matemático.
No que concerne ao texto matemático, à abordagem das operações envolvidas em sua
compreensão são de fundamental importância para o engajamento na atividade
proposta, em sala de aula pelo professor.
Quando no interior do texto matemático aparecem as palavras-chave, os usos destas
expressões se disfarçam e acabam por orientar direções nem sempre bem sucedidas por
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aqueles que buscam uma compreensão do texto, pois os atos de falas com que aparecem
tais expressões nas falas dos professores, acabam por ocasionar nestas palavras a
realização de um ato que nem sempre é apropriada para a realização da tarefa.
Neste sentido, Austin (1990) evidencia que a linguagem é um instrumento de ação,
quando os sujeitos falam manifestam um desejo movido por sua intencionalidade no
interior do discurso.
Para este autor, as interações entre um locutor e um ouvinte, são contratuais ou de um
compromisso entre os seus envolvidos, o que pode ou não ser dito pela gramática, assim
a importância desta análise na filosofia da linguagem, fica estritamente restrita ao uso de
certas expressões, ressaltando ainda, a elucidação dos termos utilizados para a
determinação do significado.
Nesta perspectiva, a leitura desempenha um importante papel para a construção do
conhecimento matemático, pois exige que o aluno busque suas compreensões e novos
significados. A compreensão de um texto pelo seu leitor, pode levá- lo a aprender algo
novo sobre o texto, onde são criadas redes conceituais que podem estar viabilizando
outras características de interpretação e compreensão dos elementos constituintes do
texto, mas para isso é preciso que sejam ativados durante este processo de leitura:
questionamentos, dúvidas e discordâncias.
O processo de leitura ocorre quando há envolvimento do leitor e sua leitura. A ação é
estabelecida entre a leitura e a linguagem matemática, organizada sob os atos humanos
de compreender, de interpretar e de comunicar a experiência vivida. A leitura, quando
evidenciada na compreensão e interpretação, revela-se ao leitor novas possibilidades de
compreensão de si, do outro e do mundo (DANYLUK, 2002).
Neste sentido, é na realização da língua em discurso que a comunicação é estabelecida
como um acontecimento. Este acontecimento atribui à pessoa quem fala o discurso ao
um interlocutor, aquele para quem se fala. E, ainda, o discurso pretende exprimir ou
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representar o mundo. O acontecimento é então, a vinda à linguagem de um mundo por
meio do discurso. (DANYLUK, 2002).
A comunicação, assim vista, tem sentido de manifestação. É o mostrar para outro aquilo
que foi desvendado pela compreensão e pela interpretação. As falas então são dotadas
de uma intencionalidade, manifestadas por ações no interior da comunicação (AUSTIN,
1990).
Na medida em que a criança expressa o que compreendeu e interpretou, a outras
crianças, estas passam a incorporar nos seus discursos aquilo que foi enunciado. Assim,
abre a possibilidade de ampliação de fatos que são comunicados. (DANYLUK, 2002).
A comunicação estabelecida entre os alunos e a escrita, constitui um aspecto importante,
pois permiti ao professor possibilidades de investigação sobre como os alunos se
apropriam da escrita para o seu aprendizado. Entretanto, a comunicação não se dá
apenas em níveis de enunciado, mas também de enunciação, ressaltando ainda a
importância dos contextos para os textos matemáticos, evidenciando que a lógica do
aluno nem sempre condiz com a lógica da matemática.
3. O texto e os contextos: linguagem, imagem e formalização
Para Gómez-Granell (2003, p.260) “a linguagem matemática envolve a “tradução” da
linguagem natural para uma linguagem universal formalizada (...)”. A atribuição da
linguagem matemática para Gómez-Granell (2003) estaria ligada a manipulação de
sinais com regras no seu seguimento.
De acordo com a mesma autora, os símbolos matemáticos estariam ligados a dois
significados: (1) formal – evidenciando as regras propriamente ditas; e o (2) que a
autora chamou de referencial que permitiria estabelecer relações entre os símbolos
matemáticos às situações práticas e torná- los úteis, como em uma atividade de resolução
de um problema, por exemplo.
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As concepções de caráter formal, atribuídas no passado, uma conotação que influenciou
o ensino da matemática a manipulação sintática de símbolos e regras mais do que no
significado (GÓMEZ-GRANELL, 2003).
Nessa direção, os trabalhos de Carraher, Carraher & Schiliemann (2003), têm ressaltado
a importância dos contextos culturais para a aprendizagem das crianças, já que as
estratégias desenvolvidas pelas mesmas seriam diferentes. Os resultados destes estudos
revelaram que as crianças obtiveram um melhor desempenho na atividade nos
ambientes informais, isto é, na feira, onde as crianças não estavam preocupadas com o
uso de um algoritmo.
Partindo deste pressuposto, no ensino de matemática deveriam ser valorizadas as formas
de pensar da criança. A criança que desde cedo vivencia progressivamente sua
construção em direção a matemática situada em contextos de significações, ao se
deparar com a escola estes contextos são reduzidos ao uso de procedimentos e regras.
Estas polêmicas que contorna o ensino da matemática são importantes, pois nós somos
levados a pensar, em uma matemática que atenda as necessidades de formulação das
matemáticas e construí- las em contextos específicos de ensino-aprendizagem.
Os estudos realizados por Franchi (1994) ao investigar a compreensão de alunos de 4ª
série do ensino fundamental na atividade de resolução de problemas, mostraram que a
dificuldade dos alunos na compreensão da linguagem matemática é evidente no texto
matemático e que as lógicas dos alunos não correspondem à lógica da matemática.
A este respeito, a autora ao apresentar ao aluno o problema: “um feirante tem 11
embalagens de ovos com lugar para 12 ovos cada embalagem. Ele tem 154 ovos para
arrumar. Vai dar para ele arrumar os 154 ovos nessas embalagens?”
A resposta apresentada pelo aluno foi dada em relação as embalagens; “é claro que vai
dá para guardar...ele usou a embalagem inteira”.
Pode-se argumentar que a sala de aula corresponde a um espaço de reflexão para a
prática pedagógica docente, passando o professor a buscar subsídios para o
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enfrentamento dos problemas que competem a sua classe (onde os alunos dizem que o
professor não fala a mesma língua que eles).
Neste sentido, é importante a avaliação das respostas apresentadas pelos os alunos ao
texto, diversificando as situações descritas e suas relações que se estabelecem com suas
práticas sociais.
A questão da linguagem matemática, bem como sua relação com a linguagem natural,
pode se dá sem relação explícita aos elementos que à tornam significativa para os
alunos. Neste sentido, as variedades lingüísticas em sala de aula combinadas com a
linguagem natural e a linguagem matemática, podem evidenciar significados na
construção de conceitos matemáticos, que nem sempre condizem com o ambiente
cotidiano.
Neste sentido, as dificuldades encontradas pelos alunos na decodificação do texto se
mostram presentes, não apenas em linguagem natural, mas, sobretudo em linguagem
matemática na apropriação da formalização da matemática, sendo a mesma composta de
regras e estas têm que serem seguidas para que o texto matemático possa ser vínculo de
motivação no ensino-aprendizagem.
Como nos diz Wittgenstein (1999, p.93) “(...) não se pode seguir a regra privadamente”,
ou seja, não podemos aplicar regras aleatórias “nossas” às atividades em matemáticas,
pois a matemática tem uma lógica e esta lógica tem que ser respeitada, caso contrário
não obteremos sucesso na atividade proposta.
Entende Wittgenstein (1999) que os jogos de linguagem só têm sentido nos contextos
em que ele foi proferido, ao descrever a situação de operários, quando um deles
pronuncia “lajota”, este está pedido para que o outro traga uma lajota.
Enquanto que a linguagem natural está estruturada principalmente na comunicação, a
linguagem matemática tem outras características, que não dizem respeito somente a
comunicação, mas também a formalização (SANTOS, 2005).
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Para tanto, a língua natural está diretamente ligada à linguagem matemática, pois
propicia a leitura dos enunciados, já que o trabalho matemático se apóia na língua
natural, e desta valendo-se da sua organização sintática e do seu poder dedutivo.
Ricouer (2000) em relação à escrita evidencia que para elevar ao nível do discurso a
cadeia dos sinais escritos é necessário discernir a mensagem através das codificações,
pois a produção do discurso tem que proporcionar aos contextos de interpretação
veiculada por um locutor a um ouvinte.
E neste contexto que o texto toma emprestado o significado e habilita os alunos a
interpretação para que sejam superados os maus entendidos. Como nos diz Michel Otte
(1993, p.14) “o conteúdo do texto se apresenta como multiplicidade de possíveis
aplicações”. Para este autor, a idéia vinculada pelo texto é uma representação do
pensamento da qual se apresenta em meio à formulação lingüística.
Neste sentido, as competências e habilidades desencadeadas no texto matemático pelos
alunos, não dizem somente ao grau de instrução que têm, mas, sobretudo as idéias e as
analogias criadas pela rede conceitual da linguagem, imagem e representação. É neste
sentido, que se revela o texto matemático, com suas multiplicidades de olhares.
Por outro lado, a observação está sujeita a equívocos, quando não podemos mudar a
posição do que se observa. Ver, entretanto é estar em movimento sobre o olhar sob
vários pontos de vistas. “São necessárias, portanto, a comunicação e a aplicação em
diferentes contextos” (OTTE, 1993, p.15).
Neste sentido entende Silveira (2006) que o aluno tem sua própria lógica na construção
do objeto matemático, passando a produzir sentidos em direção à ação para assim,
estabelecer um novo conceito sobre o objeto matemático, que por meio da linguagem
escrita (gramática) e/ou à sua imagem.
Se referindo as imagens, Santaella & Nörth (1998) entendem que a relação entre a
imagem e seu contexto verbal é variada. A imagem pode ilustrar um texto verbal ou o
texto pode fornecer esclarecimentos a respeito da imagem.
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Santaella & North (1998) se referindo a Barthes evidenciaram duas formas de
estabelecermos a relação entre a imagem e o texto: (1) ancoragem; o texto deve orientar
quem esta lendo para os significados da imagem, bem como orienta a escolha de seus
significados antecipadamente e (2) relais; o texto e a imagem estão em
complementaridade.
4. Considerações finais
A dificuldade em ler e compreender textos não é somente em matemática, uma vez que
outras as atividades requerem leitura, escrita e interpretação. Nessa proposta, o processo
por meio de resolução de problemas amplia os recursos a comunicação em sala de aula,
onde o aluno possa revelar suas habilidades, seja escrevendo ou dizendo.
Fica então, explícita a essencialidade no trabalho de resolução de problemas ao qual
valorizem as formas do ensino da leitura nas aulas de matemática (SMOLE & DINIZ,
2001).
Para Cavalcanti (2001, p.121) para que o problema possa ser visto como uma questão
de estímulo à curiosidade, “tão importante quanto o tipo de problema a ser trabalhado e
a compreensão do texto é a atenção que devemos dar aos diferentes modos pelos quais
as crianças podem resolver problemas”.
No que concerne à oralidade na resolução de problemas, Cavalcanti (2001) atribui sua
importância, por constituir, num recurso indispensável à criança, po is podem tornar
explícito aquilo que está implícito na resolução de problemas, bem como comunicar
suas estratégias.
A oralidade pode ser estimulada nas mais variadas propostas de resolução de problemas
em sala de aula, tais como na exposição dos procedimentos e estratégias de resolução.
Ampliando a compreensão do problema e oportunizando o acesso a outros diferentes
saberes em matemática.
Assim aprender matemática exige a comunicação, como apontado por Candido
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(2001, p.15) “é através dos recursos da comunicação que as informações, os conceitos e
as representações são veiculados entre as pessoas”.
Assim, a oralidade exerce um importante papel para a construção dos signos escritos,
compartilhando com esta a natureza que se estabelece entre a língua materna e a
matemática, viabilizando o estabelecimento de relações mais efetivas.
Entende Machado (1990) que esta relação é necessária para se evitar a supervalorização
de uma sobre a outra, reconhecendo a essencialidade de ambas para evitarmos deslizes
no ensino da matemática.
Com relação às habilidades escolares tanto a oralidade quanto a escrita ocupam um
lugar especial na atividade de resolução de problemas, atribuindo a ambas, as
competências necessárias para o desenvolvimento sócio-cognitivo do aluno.
No ensino e aprendizagem de matemática, os aspectos lingüísticos têm que estarem em
sintonia com a linguagem dos alunos, para que, as manifestações de diferentes formas
de comunicação e de significados que não se revestem a enunciações de ambigüidades
em sala de aula.
5. Referências
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