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Mais cinco casinos no mapa do COTAI PÁGS 2 E 3 DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3883 | SEXTA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS PÁG 7 Serviços de Saúde fazem “mea culpa” e prometem mais cursos de internato ÚLTIMA Muhammar Kadhafi morto em Sirte após mais de 40 anos no poder LIMITE DE MESAS NÃO IMPEDE PLANOS DE EXPANSÃO DE UM SECTOR PRESTES A BATER NOVO RECORDE Plataforma de negócios com criatividade 16ª MIF ABRIU PORTAS NO VENETIAN Medicamentos violaram propriedade intelectual Os Serviços de Alfândega de Macau anunciaram que confiscaram medicamentos no valor total de 970 mil patacas, naquele que as autoridades consideram tratar-se do maior caso de violação de propriedade intelectual em fármacos jamais registado no território. Depois de terem recebido uma denúncia de uma fábrica sediada nos Estados Unidos, os Serviços de Alfândega investigaram 33 locais, incluindo os fornecedores dos medicamentos de Macau, farmácias e clínicas particulares. Após terem sido encontrados os medicamentos suspeitos, 34 pessoas foram levadas para prestar declarações às autoridades. Os fármacos em causa tinham múltiplas proveniências, incluindo Portugal, Suíça, Índia, Turquia, China Continental e Taiwan. Foram confiscados mais de 210 mil compridos relacionados com doenças cardiovasculares e respiratórias. A porta-voz dos Serviços de Alfândega salientou que os medicamentos em si não eram falsos, mas não respeitavam os direitos de propriedade intelectual. Digressão de estrelas da NBA pode passar por Macau Várias estrelas do basquetebol norte-americano, como LeBron James, Kobe Bryant e Dwyane Wade, entre outros, poderão vir a fazer uma digressão internacional com jogos de exibição previstos para diferentes pontos do globo. Macau, Londres, Austrália e Porto Rico estão na lista, segundo o site da ESPN. Numa altura em que a NBA, liga profissional norte-americana de basquetebol, continua a enfrentar uma situação de greve, jogadores como Derrick Rose, Carmelo Anthony, Chris Paul, Amare Stoudemire, Chris Bosh, Paul Pierce, Carlos Boozer, Rajon Rondo, Blake Griffin, Kevin Durant e Kevin Garnett devem ser os outros integrantes da selecção de estrelas. Citando fontes anónimas, o site da cadeia televisiva ESPN indicou ainda que os jogos amistosos decorrerão entre os dias 30 do corrente mês e 9 de Novembro. O projecto, idealizado pelo empresário americano Calvin Darden, ainda não foi oficializado por causa de problemas relacionados com a questão dos seguros e dos direitos de transmissão televisiva. Todas as exibições da digressão serão organizadas em arenas com capacidade para mais de 15 mil pessoas. PÁGS 4 A 6 Dois anteprojectos sobre novos aterros em fase de consulta PÁG 8 Mais de 200 idosos estão à espera de vaga para lar PÁG 9 Mostra gastronómica leva sabores da lusofonia à Torre CENTRAIS Salão de Outono revela jovens artistas na Casa Garden CENTRAIS Economia paralela ronda 20% do PIB em Portugal PÁG 13 “All Blacks” favoritos na RAEM para a final do Mundial de Râguebi PÁG 15

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Jornal Tribuna de Macau

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Page 1: JTM 21-10-2011

Mais cinco casinos no mapa do COTAI Págs 2 e 3

Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3883 | sexta-feira, 21 De outubro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

Pág 7

Serviços de Saúde fazem

“mea culpa” e prometem

mais cursos de internatoúltima

Muhammar Kadhafi

morto em Sirte após

mais de 40 anos no poder

LImItE DE mESAS NÃo ImPEDE PLANoS DE EXPANSÃo DE Um SEctoR PREStES A BAtER NoVo REcoRDE

Plataforma de negócios com criatividade16ª mIF ABRIU PoRtAS No VENEtIAN

Medicamentos violaram propriedade intelectual os serviços de alfândega de Macau anunciaram que confiscaram medicamentos no valor total de 970 mil patacas, naquele que as autoridades consideram tratar-se do maior caso de violação de propriedade intelectual em fármacos jamais registado no território. Depois de terem recebido uma denúncia de uma fábrica sediada nos estados unidos, os serviços de alfândega investigaram 33 locais, incluindo os fornecedores dos medicamentos de Macau, farmácias e clínicas particulares. após terem sido encontrados os medicamentos suspeitos, 34 pessoas foram levadas para prestar declarações às autoridades. os fármacos em causa tinham múltiplas proveniências, incluindo Portugal, suíça, Índia, turquia, china continental e taiwan. foram confiscados mais de 210 mil compridos relacionados com doenças cardiovasculares e respiratórias. a porta-voz dos serviços de alfândega salientou que os medicamentos em si não eram falsos, mas não respeitavam os direitos de propriedade intelectual.

Digressão de estrelas da NBA pode passar por Macauvárias estrelas do basquetebol norte-americano, como lebron James, Kobe bryant e Dwyane Wade, entre outros, poderão vir a fazer uma digressão internacional com jogos de exibição previstos para diferentes pontos do globo. Macau, londres, austrália e Porto rico estão na lista, segundo o site da esPN. Numa altura em que a Nba, liga profissional norte-americana de basquetebol, continua a enfrentar uma situação de greve, jogadores como Derrick rose, carmelo anthony, chris Paul, amare stoudemire, chris bosh, Paul Pierce, carlos boozer, rajon rondo, blake Griffin, Kevin Durant e Kevin Garnett devem ser os outros integrantes da selecção de estrelas. citando fontes anónimas, o site da cadeia televisiva esPN indicou ainda que os jogos amistosos decorrerão entre os dias 30 do corrente mês e 9 de Novembro. o projecto, idealizado pelo empresário americano calvin Darden, ainda não foi oficializado por causa de problemas relacionados com a questão dos seguros e dos direitos de transmissão televisiva. todas as exibições da digressão serão organizadas em arenas com capacidade para mais de 15 mil pessoas.

Págs 4 a 6

Dois anteprojectossobre novos aterrosem fase de consulta Pág 8

Mais de 200 idosos estão à espera de vaga para lar Pág 9

Mostra gastronómicaleva sabores dalusofonia à Torre centrais

Salão de Outono revela jovens artistas na Casa Garden centrais

Economia paralelaronda 20% do PIBem Portugal Pág 13

“All Blacks” favoritosna RAEM para a finaldo Mundial de Râguebi Pág 15

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Pág 02 sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Paulo Barbosa e Viviana Chan • Editor Multimédia: Pedro André Santos • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

jOrnAl TrIbunA de MACAu

local (...) “Entre Julho e Setembro, as receitas encaixadas em Macau representaram 73,15 por cento do total de 1,3 mil milhões de dólares contabilizado pela Wynn Resorts” (...)

(...) “A SJM mantém a liderança do mercado, conseguindo mais quatro pontos percentuais que a Galaxy, que na “Semana Dourada” tinha encurtado a distância para dois” (...)

SÉRGIO TERRA

RESULtADoS SUBIRAm Em “FLEcHA” No tERcEIRo tRImEStRE

Wynn e Galaxy com cofres recheadosOs resultados financeiros da Wynn e Galaxy “dispararam” no terceiro trimestre deste ano, graças ao elevado volume de receitas geradas em Macau

Os lucros líquidos da Wynn Ma-cau aumentaram 84 por cento para cerca de 210 milhões de

dólares americanos (cerca de 1,7 mil milhões de patacas) no exercício tri-mestral encerrado no final de Setem-bro, comparativamente a igual período do ano passado. De acordo com dados ontem anunciados pelo grupo Wynn Resorts, as receitas da subsidiária de Macau cresceram 41,7 por cento para 951,4 milhões de dólares num período em que os resultados EBITDA (antes de juros, impostos, amortizações e depre-ciações) também avançaram 49,5 por cento para 296 milhões de dólares.

Entre Julho e Setembro, as recei-tas encaixadas em Macau representa-

ram 73,15 por cento do total de 1,3 mil milhões de dólares contabilizado pela Wynn Resorts, o que levou o presiden-te do grupo, Steve Wynn, a afirmar que “os resultados falam por si”.

Em termos globais, os ganhos lí-quidos da Wynn Resorts atingiram 127,1 milhões de dólares, contrariando os prejuízos de 33,5 milhões verificados no trimestre homólogo do ano prece-dente. Apesar de tudo, os lucros foram inferiores aos valores antecipados por analistas de “Wall Street”, o que provo-cou uma queda de cinco por cento nas acções da empresa após o anúncio dos resultados financeiros.

Na RAEM, os negócios da Wynn continuam a ser “alimentados” so-bretudo pelos grandes apostadores. Segundo indica o relatório divulgado em Las Vegas, o volume de apostas do segmento VIP cresceu 45 por cento para 21,7 mil milhões de dólares face ao terceiro trimestre de 2010. Do total das apostas feitas nas salas VIP, a ope-

radora arrecadou 2,95 por cento, uma percentagem de acordo com as suas previsões, que se situavam entre 2,7 e 3,0 por cento. No mercado de massas, as apostas totalizaram 704,3 milhões de dólares, mais 16,4 por cento do que há um ano. Para a “casa” reverteu 27,7 por cento do total apostado.

Por outro lado, nas “slots”, o ga-nho diário por máquina cresceu 29,3 por cento para 696 dólares, depois dos apostadores terem investido 1,1 mil milhões de dólares, ou seja mais 6,9 por cento do que no mesmo trimestre de 2010.

A vertente hoteleira também acompanhou a melhoria no desempe-nho operacional do casino, com a taxa de ocupação do Wynn Macau e Encore a passar de 87,6 para 93,7 por cento no intervalo de um ano. A receita média por quarto disponível também subiu 9,7 por cento para 315 dólares. Em ge-ral, as receitas oriundas dos negócios extra-jogo aumentaram 32,4 por cento

para 102,6 milhões, indica ainda o rela-tório de contas.GALAXY TRIPLICA EBITDA. Na Galaxy, o dia de ontem também ficou marcado pela divulgação de resulta-dos não auditados muito positivos. De acordo com o grupo, o EBITDA registou um acréscimo de 191 por cento para 1,8 mil milhões de dólares de Hong Kong, face ao terceiro trimestre de 2010, e de 62 por cento relativamente aos três me-ses anteriores deste ano.

A empresa da família Lui destacou ainda a subida de 148 por cento para 13 mil milhões de dólares de Hong Kong nas receitas apuradas no período com-preendido entre Julho e Setembro.

Só no “resort” Galaxy Macau, o EBITDA cifrou-se em 973 milhões de dólares de Hong Kong e as receitas atingiram 6,39 mil milhões. No “Sta-rWorld”, os números apontam para re-ceitas de 6,4 mil milhões e um EBITDA de 779 milhões.

S.T.

REcEItAS Do joGo AtINGIRAm 17 mIL mILHÕES Em 19 DIAS

a um passo do recorde dos recordesO sector do jogo continua a aproveitar o impulso da “Semana Dourada” e terá praticamente assegurado mais um recorde de receitas. Os números finais de Outubro prometem ser “explosivos”, depois dos casinos já terem facturado cerca de 17 mil milhões de patacas em 19 dias, soube o JTM

Os casinos de Macau estão cada vez mais próximos de estabelece-rem mais um recorde mensal de

receitas brutas, mas desta vez ameaçam elevar substancialmente a fasquia. Se os dados relativos aos primeiros nove dias de Outubro, que coincidiram com o pe-ríodo da “Semana Dourada” comemora-tiva do Dia Nacional da República Po-pular da China, já deixavam antever tal façanha, o volume de apostas manteve-se a um nível elevado após os feriados que atraíram multidões de apostadores, contribuindo para que o total da factura-ção ascendesse a cerca de 17 mil milhões de patacas entre os dias 1 e 19, segundo revelaram ao JTM fontes do sector.

Este valor, que apenas inclui as re-ceitas derivadas das mesas de jogo, uma vez que a contabilidade das “slot-ma-chines” não é efectuada diariamente por todas as operadoras, traduz uma média de cerca de 900 milhões por dia. Caso se mantenha a média actual, o corrente

Média diária de receitas nas mesas cerca de 900 milhões de patacas

(entre 1 e 19 Outubro)

mês poderá encerrar com valores próxi-mos dos 29 mil milhões de patacas em receitas brutas (incluindo já as “slots”), embora se admita que o balanço final possa ser um pouco inferior, atendendo a que os montantes registados na “Sema-na Dourada” superaram as expectativas mais optimistas. Recorde-se que, confor-me noticiou o JTM, entre 1 e 9 de Ou-tubro, as receitas brutas cresceram cerca de 40 por cento para 10,8 mil milhões de patacas, face ao período homólogo do ano transacto.

De qualquer forma, tudo indica que o actual recorde de 24,7 mil milhões de patacas, alcançado em Agosto, será lar-gamente ultrapassado em Outubro, mês que volta a reforçar a tendência para um crescente equilíbrio entre as seis opera-doras do jogo. Depois de se ter situado, durante muitos meses, acima dos 30 por cento, a quota de mercado da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) voltou a ficar aquém desse patamar nos primeiros 19 nove dias de Outubro, com a operadora do Grand Lisboa e Lisboa a absorver cer-ca de 26 por cento das receitas totais.

Apesar de tudo, a SJM mantém a li-derança do mercado, conseguindo mais quatro pontos percentuais que a Galaxy, que na “Semana Dourada” tinha encur-tado a distância para dois. No “pódio” permanece também a Sands China, com uma quota próxima dos 15 por cento.

Na segunda metade do “ranking” encontram-se a Melco Crown (cerca de 14,5 por cento), Wynn Macau (13 por cento) e a MGM China (9,5 por cento), segundo indicam os dados a que o JTM teve acesso.

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jOrnAl TrIbunA de MACAu sexta-feira, 21 de outubro de 2011 Pág 03

local(...) “Aos espaços de jogo projectados pelas três operadoras que ainda não têm “os dois pés” no COTAI irão juntar-se ainda os que estão incluídos na fase de expansão do Galaxy Macau e no complexo “Macau Studio City” “ (...)

(...) “Dependendo de questões ligadas à gestão de terrenos e recursos humanos, nomeadamente dos milhares de trabalhadores da construção que será necessário recrutar, a oficialização dos projectos da Wynn, MGM e SJM tanto poderá ser faseada como até simultânea, embora a primeira hipótese se afigure como mais provável” (...)

SÉRGIO TERRA

Mensagem nos vasos?os planos da Wynn para o cotai poderão ganhar novos contornos na próxima quinta-feira, dia em que steve Wynn apresentará na raeM um conjunto de vasos do século xviii que a empresa adquiriu em Julho, num leilão da “christie’s em londres, por mais de 102 milhões de patacas. sendo conhecida a paixão do magnata pela arte, a compra em si até poderia ter passado despercebida se a empresa não tivesse revelado que as valiosas peças de porcelana chinesa, de 1,2 metros de altura, vão decorar o “resort” projectado para o cotai. Datados do período Jiaqing (1796-1821), os vasos, que já pertenceram

a vários aristocratas escoceses, chegam assim a Macau, numa altura em que parece estar iminente a aprovação governamental para o projecto, uma possível coincidência que se junta a outra: a presença do ex-chefe do executivo, edmund Ho, na cerimónia. S.T.

LImItE DE mESAS NÃo ImPEDE PLANoS DE EXPANSÃo

Mais cinco casinos no mapa do coTaIO limite fixado pelo Governo para o crescimento do número de mesas de jogo entre 2013 e 2023 não vai inviabilizar os planos de expansão das operadoras para o COTAI, apurou o JTM. Nos próximos anos, deverão ser erguidos naquela zona pelo menos mais cinco casinos, satisfazendo as pretensões de todas as empresas do sector

A estratégia de contenção definida pela RAEM como forma de con-trolar o desenvolvimento do jogo

causou alguma agitação entre analistas e investidores, que temem que o “tra-vão” imposto ao sector venha a com-prometer os planos de expansão das operadoras, mas as promessas feitas pelo anterior Executivo relativamente ao COTAI serão mesmo cumpridas. “É certo que empresas como a Wynn, MGM e Sociedade de Jogos (SJM) vão poder ter casinos no COTAI”, adiantou fonte oficial ao JTM, ao salientar que os respectivos projectos foram apresen-tados e aprovados, ainda que apenas verbalmente, antes de 2008.

A questão foi reavivada no mês passado, quando o Secretário para a Economia e Finanças anunciou que o Governo estabeleceu um limite médio anual de aumento de três por cento para as mesas de jogo durante 10 anos, a partir de 2013, uma decisão que teve em conta o prazo dos contratos com as seis operadoras. No entanto, a medida não afectará os projectos de investi-mento aprovados até 2008, explicou a mesma fonte, notando que as recentes declarações do próprio Francis Tam deram indicações nesse sentido.

Dependendo de questões ligadas à gestão de terrenos e recursos huma-nos, nomeadamente dos milhares de trabalhadores da construção que será

“Independentemente da data da apresentação dos vários projectos, a própria fasquia de três por cento

anunciada por Francis Tam não representa um obstáculo incontornável, na medida em que a percentagem definida pelo Governo diz respeito ao crescimento

agregado autorizado para o período de 2013 a 2023 e não a um acréscimo “travado” ano a ano”

“Com as mesas a não poderem exceder um total de 5.500 em 2013, segundo definiu igualmente o Governo,

o número poderá crescer assim para perto de 7.200 em 2023, deixando margem para que cada um dos

cinco casinos previstos para o COTAI possa acolher, em média, cerca de 400, o que se enquadra nos padrões

normais da indústria”

necessário recrutar, a oficialização dos projectos da Wynn, MGM e SJM tanto poderá ser faseada como até simultâ-nea, embora a primeira hipótese se afi-gure como mais provável.

Neste lote de projectos cabem pelo menos mais cinco casinos, uma vez que aos espaços de jogo projectados pelas três operadoras que ainda não têm “os dois pés” no COTAI irão juntar-se ain-da os que estão incluídos na fase de ex-pansão do Galaxy Macau e no comple-xo “Macau Studio City”. Neste último caso, a primeira pedra do projecto - nos últimos moldes conhecidos - até já foi lançada, em Janeiro de 2007, e apesar das várias disputas entre investidores terem colocado o empreendimento em “ponto morto”, a entrada em cena da Melco Crown deverá dar novo impulso à empreitada. Recorde-se que a empre-sa liderada por Lawrence Ho e James Packer anunciou, em meados de Junho deste ano, a compra de 60 por cento das acções do “Macau Studio City” que

pertenciam à eSun Holdings, a troco do pagamento de 360 milhões de dólares americanos.

Independentemente da data da apresentação dos vários projectos, a própria fasquia de três por cento anun-ciada por Francis Tam não representa um obstáculo incontornável, na medi-da em que a percentagem definida pelo Governo diz respeito ao crescimento agregado autorizado para o período de 2013 a 2023 e não a um acréscimo “travado” ano a ano, explicou a mesma fonte ao JTM.

Com as mesas a não poderem exce-der um total de 5.500 em 2013, segundo definiu igualmente o Governo, o núme-ro poderá crescer assim para perto de 7.200 em 2023, deixando margem para que cada um dos cinco casinos previstos para o COTAI possa acolher, em média, cerca de 400, o que se enquadra nos pa-drões normais da indústria. WYNN NA LINHA DA FRENTE. A avaliar pelos últimos desenvolvi-mentos, tudo indica que a Wynn Ma-cau continua na dianteira desta nova “corrida” ao COTAI. Em Setembro, a concessionária chegou mesmo a avan-çar que chegou a acordo para pagar ao Executivo 1.550 milhões de patacas como prémio pela concessão, durante 25 anos, de um terreno com 20,6 hecta-

res, localizado entre a Universidade de Ciência e Tecnologia e a Nave Despor-tiva dos Quartos Jogos da Ásia Orien-tal. A renda anual a pagar pela opera-dora terá sido fixada nos 6,17 milhões de patacas.

A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes reagiu prontamente, sublinhando que o pe-dido da Wynn ainda está em fase de apreciação, não existindo, por isso, uma “decisão final”, mas a posição do organismo liderado por Jaime Carion em nada contraria os avanços regista-dos neste processo.

Ontem, Steve Wynn voltou a abor-dar o assunto, confirmando que a em-presa já aprovou e assinou um esboço de contrato que lhe foi submetido pelo Governo. “Isso é geralmente associado à fase final da coreografia em Macau”, disse o presidente do grupo Wynn Re-sorts, numa conferência telefónica com analistas para análise dos resultados fi-nanceiros do terceiro trimestre deste ano (ver texto na página 2). Referindo que está agora a aguardar a publicação do acordo no Boletim Oficial da RAEM, Ste-ve Wynn ressalvou ainda, mais uma vez, que respeita tanto os “timings” como o sistema de procedimento do Governo.

A Wynn planeia construir um “re-sort” integrado com casino, com cerca de 1.500 quartos de hotel, espaços para convenções e entretenimento, áreas co-merciais e restaurantes.

O terreno pretendido pela MGM China também se situa próximo do “Macau Dome”, ocupando cerca de 17,8 hectares, nas traseiras das parcelas cinco e seis, cedidas à Sands China. Me-nos divulgados têm sido os planos da SJM, pelo menos desde Junho de 2008, altura em que a empresa de Stanley Ho anunciou dois projectos para aquela zona: o “Pearl” e o “COTAI II”.

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Pág 04 sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

localAICEP “EXPLICA” PRESENÇA REDUZIDA. a reduzida presença portuguesa na Mif não revela um interesse menor, segundo Mariana oom. citada pela rádio Macau, a delegada da aiceP disse que “Portugal continua vivo em Macau” e a participação na Mif também depende da “disponibilidade das próprias empresas”, podendo ainda ter sido condicionada pela crise.

CRUZEIRO JÁ NAVEGA. o primeiro cruzeiro de Macau fez a viagem de estreia na quarta-feira. com capacidade para 388 passageiros, o barco faz viagens de ida e volta entre o Porto interior e vários pontos turísticos de Macau. o cruzeiro, que tem uma área viP e serviço de “buffet”, navega todos os dias entre as 11 e 23h30. cada passeio custa entre 120 e 398 patacas por pessoa.

SALIENtoU FRANcIS tAm NA ABERtURA DA 16ª mIF

Feira “dinamiza” plataformaForam centenas os empresários e dirigentes que marcaram presença na abertura da MIF. Francis Tam explicou que o tema da feira foi escolhido tendo em conta a necessidade de desenvolver o papel da RAEM enquanto “plataforma regional de serviços económicos”

PAULO BARBOSA

Perante centenas de empresários que assistiram à cerimónia de abertura da 16ª Feira Interna-

cional de Macau (MIF, na sigla ingle-sa), Francis Tam reiterou confiança no “crescimento económico sustentado” da região, defendendo que a economia local não sofreu o impacto da crise fi-nanceira mundial e regista uma “cres-cimento económico anual na ordem dos 26,4%, em termos reais”.

“Presentemente, duma forma ge-ral, a economia de Macau mantém-se com boa dinâmica de crescimento, orientada para uma diversificação adequada, com desenvolvimento ace-lerado, especialmente nos sectores de convenções e exposições, retalho, res-tauração, hotelaria e outras indústrias não integradas no jogo de fortuna e azar”, disse o Secretário para a Econo-mia e Finanças na inauguração da MIF, que aconteceu ontem no Centro de Convenções do Venetian.

O dirigente apontou alguns dos objectivos que estão a ser prossegui-dos pelo Governo da RAEM, tais como “promover o desenvolvimento diversi-ficado da economia, transformar Ma-cau num centro mundial de turismo e lazer e, ao mesmo tempo, platafor-ma regional de serviços económicos e comerciais”. Francis Tam enumerou alguns dos sectores que a região pre-tende desenvolver, nomeadamente “as indústrias de turismo de lazer, de con-

venções e exposições, de medicina tra-dicional chinesa, serviços educativos e indústrias culturais e criativas, entre outras”. O Secretário disse ainda que o tema da MIF (“Cooperação-Chave para Oportunidades de Negócio”) foi escolhido “tendo em vista promover as vantagens da harmonização das cultu-rais oriental e ocidental e desenvolver com dinamismo o papel de plataforma regional de serviços económicos”.PAVILHÃO LUSÓFONO “ATRAEN-

TE”. No centro do recinto da MIF, que tem uma área superior a 30 mil metros quadrados e conta com a presença de mais de 850 expositores, o pavilhão dos países de língua portuguesa sus-citava curiosidade entre os primeiros visitantes da mostra. À margem da cerimónia, a secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum Macau opinou que o pavilhão “é mui-to atraente” e congratulou-se por ter sido “conseguido um maior número de participantes dos países de língua portuguesa na edição deste ano”. “Os representantes sabem, tendo em con-ta a experiência do ano passado, que muitos empresários foram ao pavilhão dos países de língua portuguesa pedir informações, trocar cartões e procurar oportunidades de investimento. Al-guns desses contactos já estão a dar frutos”, disse Rita Santos ao JTM.

A responsável sublinhou ainda que o pavilhão lusófono vai contar com o apoio de estudantes bilingues da Uni-versidade de Macau, que “vão fazer a tradução e registar todos os encontros e trocas de informações, para poder haver acompanhamento futuro por parte dos empresários e dos delegados dos países de língua portuguesa no Fó-rum”. O Secretariado Permanente do Fórum vai também organizar uma ci-meira temática sobre o desenvolvimen-to industrial e comercial dos países de língua portuguesa, numa organização conjunta com o Governo da Província de Jiangsu.

Europa aposta nas indústrias criativasO IPIM deixou indicações claras de que a 16a edição da MIF iria dedicar atenção especial às empresas que fazem da criatividade e das artes um negócio. É esta a aposta do pavilhão da Europa, que este ano trouxe 23 empresas na bagagem. De Portugal continuam a predominar os produtos alimentares

Uma Europa em crise económica está cada vez mais a virar-se

para as indústrias criativas, que podem ser um estímulo para mais emprego. Foi esta a explicação que Verónica Llor-ca, responsável pelo pavilhão da Europa na Feira Internacio-nal de Macau (MIF), deu ao JTM sobre mais uma presença de empresas do “Velho Conti-nente” no certame. “Segundo as instruções do IPIM, vai ha-ver um grande foco nas indús-trias criativas. O que a União Europeia está a tentar fazer é integrá-las dentro da econo-mia, pelo potencial que têm para o desenvolvimento, pois contribuem para o aumento do emprego e do Produto In-terno Bruto (PIB)”, disse a res-ponsável.

Para já, o objectivo é alar-gar a cooperação com a China, principalmente com as peque-nas e médias empresas (PME). “A ideia é ter mais ligações, principalmente com as PME de Macau para entrar no mer-

cado chinês. Muitas empresas vêem a RAEM como uma pla-taforma, especialmente para o sul da China”, disse Verónica Llorca. A também membro da Câmara de Comércio da Eu-ropa em Hong Kong referiu que este ano são 23 os exposi-tores presentes, sendo que há “muito interesse da parte dos

consulados e das câmaras de comércio dos países”.

São diversas as áreas que podem estar incluídas nas indústrias criativas, nomea-damente a arquitectura ou o “marketing”. E esta temática vai continuar a estar presen-te no programa da MIF, dado que hoje vai realizar-se um se-

minário sobre o tema. PORTUGAL VIRADO PARA O AGRO-ALIMENTAR. A participação da Europa tam-bém está assinalada através do pavilhão de Portugal, onde as indústrias criativas ficaram de fora e os produtos ali-mentares voltaram a marcar presença. Francisco Sendas,

representante do pavilhão e responsável da Associa-ção Empresarial de Portugal (AEP) para o mercado asiá-tico, reconheceu que há uma menor presença lusa nesta edição da feira. “Macau con-tinua a ser importantíssimo para a maior parte das empre-sas portuguesas para exportar para a China. No entanto, te-mos vindo a perder um boca-dinho de relevância, mas acho que vamos renovar a imagem de Portugal na forma de par-ticipação na MIF, e isso pode trazer ainda mais empresas”, afirmou.

Com cinco empresas pre-sentes no pavilhão, Francisco Sendas explicou que a AEP comparticipou cerca de 45 por cento das despesas de deslo-cação a este evento, mas que mesmo assim a crise afastou muitas presenças. “Há menos empresários a vir, e há dois ou três anos que não passa das seis empresas”, apontou o res-ponsável.

A.S.S.

Francis Tam esteve na inauguração do pavilhão dos EUA

As indústrias criativas estão entre os destaques da MIF, certame em que Portugal volta a ter presença reduzida

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jOrnAl TrIbunA de MACAu sexta-feira, 21 de outubro de 2011 Pág 05

localPROMOÇÃO NA AUSTRÁLIA E NOVA ZELÂNDIa. Decorre até amanhã a semana da Gastronomia de Macau, no Hotel four seasons, de sydney, austrália. elementos dos serviços de turismo estiveram recentemente tanto na austrália, como na Nova Zelândia a promover Macau.

OPERAÇÃO DE CHARME DO TURISMO. cerca de 180 operadores turísticos de tianjin e províncias da região de bohai, china, participaram ontem numa bolsa de contactos organizada pela Direcção dos serviços de turismo e pela air Macau. o objectivo era divulgar a raeM.

ecos da MIFLALIDA jIVANANtAPRAVAt (responsável pelo departamento de exportações do Governo da tailândia)

“Organização do eventoé muito boa e activa”

(....) “sei que esta é uma das maiores exposições em Macau, então esperamos poder expandir as nossas relações comerciais não só aqui como também na china. Mostramos o que há de melhor na tailândia. temos o arroz feito de forma tradicional, e também outros produtos alimentares. o turismo também é outra das coisas que queremos mostrar . a organização do evento é muito boa e activa, espero maiores resultados este ano. Queremos continuar a participar” (...)

DANNy D. wANG (gestor do “Bank of communications” em macau)

“Queremos voltar para a próxima MIF”

(...) “o ‘bank of communications’ é o quinto maior na china, e é a segunda vez que participamos nesta feira em Macau. temos dois objectivos com a nossa presença: não só aumentar as ligações com as empresas locais como também fazer com que mais cidadãos de Macau conheçam a nossa entidade bancária. oferecemos aqui diversas promoções especiais. Queremos voltar para a próxima Mif” (...)

cLIFFoRD SEqUEIRA (assistente comercial do consulado da Índia em Hong Kong)

“A nossa presença é para promover o turismo”

(...) “fundamentalmente a nossa presença em Macau é para promover o turismo, isso é o mais importante. temos muitas ligações com Hong Kong, a maioria dos nossos turistas são de lá. a área da joalharia entre Índia e esta região também é importante. a Mif é um evento bem organizado”.

SózINHo ARNALDo BoANE (chefe de departamento do Instituto para a Promoção de Exportações de moçambique)

“Tem sido muito produtiva a nossa vinda à MIF”

“em 2000 assinámos um acordo com o iPiM que, entre muitas outras coisas, inclui a participação recíproca em eventos nos nossos dois países. Desde então nunca mais parámos de vir à Mif. Há muitas empresas moçambicanas que já estão a vender directamente para as empresas chinesas, e existe uma série de contactos entre empresários moçambicanos e de Macau para produtos que estamos a vender para a china. Há também investidores da china continental que já estão a trabalhar em Moçambique. tem sido muito produtiva a nossa vinda à Mif. usamos Macau como um trampolim para a china e o resto da Ásia”.

A.S.S.

livros do chile para a UMMário ignacio artaza não acredita no fortalecimento do turismo sem a aposta na educação. “Muitas vezes as pessoas não param para descobrir o que está por detrás dos acordos de cooperação”, apontou. Por essa razão, o cônsul-geral do chile para as rae’s vai trazer obras sobre aquele país da américa latina, que deverão chegar à universidade de Macau (uM) no próximo mês. “a única maneira de conseguirmos uma ligação mais próxima com a china é dar a conhecer o chile. este programa vai começar primeiro em Hong Kong. irei levar pessoalmente 40 volumes de livros à uM, que representam o chile em diversas áreas. ainda há alguns aspectos a tratar, mas posso dizer que antes do final deste ano o chile terá o primeiro consulado da américa latina a doar este tipo de biblioteca”, garantiu.

PAVILHÃo DA AmÉRIcA LAtINA tEm mAIS DoIS PAÍSES

Do chocolate às esmeraldasPresente na MIF desde 2008, o Pavilhão dos Países da América Latina conta este ano com a presença de “stands” do Perú e Colômbia. Os produtos alimentares são a imagem de marca dos países latino-americanos que querem chegar aos casinos e hotéis da RAEM. Gary Ngai, presidente da MAPEAL, salientou a importância do Delta do Rio das Pérolas para o continente latino

Desfazem-se na boca à primeira dentada, e fo-ram apresentados como sendo “os melhores do mundo”. Contudo, falta ao mercado chi-

nês conhecer de perto os chocolates que são feitos no Peru. Este ano o país veio à Feira Internacional de Macau (MIF) com um expositor próprio e uma aposta clara em mostrar a produção dos chocolates e do café a este lado do mundo. David Málaga, cônsul-geral do Peru em Macau e Hong Kong, falou da importância que o mercado asiático representa neste momento. “A China pode ser um grande parceiro. Exportamos minerais e produtos do mar, mas o que estamos a trazer para Macau são as exportações não tradicio-nais, e isso é completamente diferente. Temos café de alta qualidade, somos o primeiro produtor na Amé-rica Latina. Fazemos também o melhor chocolate do mundo com preços muito competitivos, sem a adição de corantes nem conservantes. Queremos projectar um novo Peru em Macau e na China, trazer produtos orgânicos e de alta qualidade. Este é um pequeno ni-cho, mas é importante”, disse.

Da Colômbia chegaram as brilhantes esmeral-das verdes, que têm feito sucesso desde a abertura do expositor. As pedras preciosas “são muito bonitas e muitas pessoas vêem ver. Há interessados a quere-rem comprar as pedras, mas ainda não temos negó-cios firmados”, contou José Rozo, gerente da “Fine Colombian Emerald H.K. Co. Ltd”, que, tal como nome indica, já tem presença em Hong Kong. “É a primeira vez que estamos na MIF, recebemos um convite do cônsul da Colômbia. O mercado da China

é interessante, daqui para a frente queremos tentar entrar”, afirmou.

O Chile é outro dos países representados no cer-tame e este ano a aposta faz-se no turismo, produtos alimentares e na educação. “Nesta fase movemo-nos mais numa perspectiva de turismo e cultura. Estamos a estabelecer relações muito próximas na área dos vi-nhos e na alimentação. O nosso objectivo não é che-gar aos próprios turistas, mas sim a quem os serve. Cada hotel inclui muitas pessoas, e estamos a tentar mostrar os nossos produtos às unidades hoteleiras de Macau”, defendeu Mário Ignacio Artaza, cônsul-geral do Chile para Hong Kong e Macau. ENTRADA PARA O DELTA. No início eram apenas seis as empresas presentes a representar um único continente, hoje já são 11. Contudo, Gary Ngai, pre-sidente da Associação de Macau para a Promoção de Intercâmbio entre Ásia-Pacífico e América Lati-na (MAPEAL), entende que este pavilhão ainda tem margem para crescer. Isto porque o espaço “é apenas uma pequena parte face aos países da América Lati-na, mas os principais estão aqui. As relações econó-micas entre a China e esta região têm crescido muito depressa. Todos os anos as relações comerciais cres-cem entre 40 a 60%, é uma coisa tremenda”, assumiu. Para Gary Ngai, estamos perante um mercado que quer fundamentalmente penetrar no segmento hote-leiro. “Estamos a falar de produtos de consumo, para um mercado limitado, mais destinados ao turismo, sobretudo nos casinos. Muitos deles são pensados para os consumidores e os visitantes”, referiu o res-ponsável, adiantando que Macau não é apenas uma porta de acesso ao mercado chinês.

“A ideia é usar Macau como plataforma para fo-mentar os negócios no Delta do Rio das Pérolas. Há um potencial enorme e tem de ser explorado cada vez mais no futuro para levar também os empresá-rios chineses à América Latina”, defendeu Gary Ngai. Para o futuro, “o objectivo é trazer mais países” para este pavilhão, acrescentou.

A.S.S.

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Pág 06 sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

localCIÊNCIA MOTIVA CONCURSO FOTOGRÁFICO. o centro de ciência de Macau, para festejar o 2º aniversário, e a associação de fotografia Digital lançaram um concurso de fotografia. o objectivo é captar imagens relacionadas com ciência ou natureza e as fotografias têm de ser entregues até 30 de Novembro. Há um prémio em dinheiro.

ATRASO NA ESTAÇÃO DE METRO DE GONGBEI. as obras da paragem do Metro rápido em Gongbei podem sofrer um atraso, depois da conclusão da empreitada estar agendada para o final do ano. o Metro que vai ligar cantão e Macau pode diminuir o tempo de viagem entre as duas cidades até duas horas.

ADMITE

UM TÉCNICO-AUXILIAR(Referência n° 002/2011-DSG)

Funções genéricas:u Técnico-Auxiliar (Inspector) – 1 (Uma) vaga.

Fungio especifica: u Exercer funções no Departamento de Supervisão de Seguros na área de licenciamento de mediadores de seguros.

incluindo fiscalização “off-site” e “on-site” desse sector.Natureza do vínculo:u Contrato individual de trabalho a termo certo (1 ano), renovável por períodos iguais, podendo ingressar no quadro do

pessoal da AMCM decorridos, pelo menos, 3 anos, mediante o preenchimento de certos requisitos.Retribuição mensal:u MOP 18.474,30 (nível 1) ou MOP 20.520,20 (nível 2) do Grupo III (Técnico-auxiliar), consoante a experiência

profissional.Regalias:u 14 meses de retribuição (incluindo um a título de subsídio de férias e outro como gratificação de Natal);u 30 dias de férias anuais; eu Assistência médica, medicamentosa e hospitalar e adesão ao fundo de pensões de direito privado para os

trabalhadores da AMCM.Requisitos gerais de candidatura:u Ser residente permanente na Região Administrativa Especial de Macau que reúna os requisitos gerais para o

desempenho de funções públicas;u Licenciatura em contabilidade, finanças e economia;u Fluência numa das línguas oficiais; eu Domínio (escrito) da língua inglesa, para a elaboração de relatórios em inglês.

Factores de preferência:u Experiência profissional, não inferior a três anos na indústria seguradora ou em empresas de auditoria; eu Conhecimento prático de programas de computador, normalmente usado em escritório.

Prazo de validade do concurso de admissão:u 12 (doze) meses, terminando a 17 de Outubro de 2012.

Selecção:u A selecção dos candidatos admitidos é efectuada em 3 fases: apreciação dos currículos, prova escrita de

conhecimentos e entrevista. O acesso à 2ª fase e à 3ª fase é condicionado pela passagem na 1ª fase.Prazo para apresentação de candidaturas:u Até ao dia 17 de Novembro de 2011.

Os interessados devem formalizar a sua candidatura mediante apresentação de requerimento, conforme impresso a solicitar à AMCM ou a imprimir do “website” desta entidade e entregar o mesmo, devidamente preenchido, no “Serviço de Gestão dos Recursos Humanos do Departamento Financeiro e dos Recursos Humanos da AMCM” (devendo no envelope indicar a referência n° 002/2011-DSG), na Calçada do Gaio, 24-26, em Macau, ou enviar a documentação exigida por correio para esse endereço. Esse requerimento deve ser acompanhado de currículos e de cópias autenticadas do documento de identificação e do(s) documento(s) comprovativo(s) das habilitações académicas. A autenticação pode ser feita pela AMCM ou pelo serviço onde o original está arquivado, ou pelo Notário. Os dados pessoais recolhidos pela AMCM destinam-se apenas ao recrutamento.

O “Regulamento de recrutamento de pessoal” para a AMCM está disponível no “website” desta entidade (http://www.amcm.gov.mo). ou ser pedido expressamente pelo candidato. Quaisquer informações respeitantes à composição do júri, local de consulta das listas provisória e definitiva dos candidatos e quaisquer outras informações/esclarecimentos podem, igualmente, serem solicitados pelo candidato.

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“Não há nada planeadopara uma visita da Dilma,há uma intenção política”

O cônsul geral do Brasil em Hong Kong, António José de Castro, foi uma das entidades oficiais presente no jantar de on-tem de recepção às comitivas cul-turais da China e dos países de

língua portuguesa. Ao JTM clarificou as suas declarações sobre a eventual visita da presidente do Brasil, Dilma Rousseff a Macau, garantindo que “não há nada planeado, o que há é uma intenção polí-tica para que numa futura visita à China incluamos também Hong Kong e Macau [na rota da presidente]”. Segundo o côn-sul, a visita à China “pode ser em 2012, porque as relações andam muito estrei-tas”. Da parte do Governo da RAEM, António de Castro esclareceu também “não houve qualquer conversação, mas se isso se vier a concretizar será óptimo”, lembrando que a anterior visita do Che-fe do Executivo, Edmund Ho, ao Brasil “correu muito bem”. O cônsul aprovei-tou para conversar com os artistas bra-sileiros que vão actuar no Festival da Lusofonia, que se inicia hoje, chegando mesmo a subir ao palco com os artistas para cantar uma letra brasileira.

H.A.

mINIStRA DA EcoNomIA DA GUINÉ-BISSAU Em mAcAU

Fundo causa “expectativa”Maria Helena Embaló, a titular da pasta da Economia da Guiné-Bissau, veio à RAEM no âmbito da Feira Internacional promover a diplomacia económica. Admitiu que já pediu informações sobre o fundo de 1.000 milhões de dólares e assegurou que o seu país está interessado no investimento chinês

A ministra da Economia da Guiné-Bissau, Maria Helena Embaló, de visita a Macau no âmbito na Feira

Internacional (MIF), confessou ao JTM que o fundo de 1.000 milhões de dólares (cerca de oito mil milhões de patacas) que está a ser preparado pela China para ajudar o desenvolvimento de investi-mentos nos países de língua portuguesa causa “uma grande expectativa”.

“O fundo de investimento vai poder ser o tal suporte financeiro que permita às empresas investir na Guiné-Bissau”, acredita a governante. Admi-tindo que em Macau já obteve algumas informações, explica que neste momen-to tudo parece estar “numa fase de ver quais os melhores mecanismos para a operacionalização”.

Maria Embaló acredita que o fun-do “vai agilizar as transacções comer-

ciais e o investimento no país, sobre-tudo se as condições de acesso forem pouco complicadas”.

Neste momento, o país está pre-parado para receber investimento es-trangeiro directo, garante. “O capital é averso ao risco. E se num país houver instabilidade tudo isso vai pesar. Por isso criámos todas as condições políti-cas, económicas e jurídicas para o in-vestimento. Integramos duas entidades económicas regionais, o que é impor-tante, uma vez que investir na Guiné é

investir em mercados mais alargados”.Neste momento, as áreas em que

o país é mais carenciado envolvem as “infraestruturas, energias renováveis e o sector agro-alimentar”, refere. E “esta feira é uma ocasião excepcional para falar de negócios e encontrar empresas que desejem investir”.

Lembrando que recentemente uma comitiva de empresários, encabeçada pelo cônsul honorário da Guiné-Bissau em Macau, John Lo, esteve no território para encontrar oportunidades de inves-timento, Maria Embaló afirma que a Guiné quer mais investimento chinês.

Mas por outro lado, também se de-seja aumentar as exportações, nomea-damente da castanha de cajú. “No ano passado, as nossas exportações para a China representavam 0,2 por cento do PIB, e agora já representam 0,6 por cen-to. É evidente que ainda são quase nu-las mas há interesse em aumentar”.

Pela segunda vez na RAEM, a mi-nistra acredita no potencial de Macau como plataforma, pela “identificação linguística e cultural”, que é “muito im-portante e até facilita o investimento”.

Maria Embaló falou ao JTM à mar-gem do jantar de boas-vindas às Comiti-vas Culturais da China e países de língua portuguesa realizado ontem, pelo Secre-tariado Permanente do Forum Macau.

H.A.

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jOrnAl TrIbunA de MACAu sexta-feira, 21 de outubro de 2011 Pág 07

local (...) “Esperamos que antes da conclusão das novas infraestruturas hospitalares [em Macau, na Taipa e em Coloane] tenhamos os médicos e enfermeiros necessários” (...) - Chan Wai Sin

(...) “Admito que houve negligência mas agora temo-nos esforçado por resolver os problemas” - Lei Chin Ion

REItERoU o cHEFE Do EXEcUtIVo

“Total respeito” pela liberdade de imprensaO Governo vai continuar a adoptar “medidas efectivas” de apoio aos órgãos locais de comunicação social e a respeitar a liberdade de imprensa, reiterou Chui Sai On

O Chefe do Executivo prometeu ontem um “aperfeiçoamento contínuo do mecanismo de porta-voz e o reforço dos trabalhos de siste-

matização e concretização de uma acção governati-va científica para maior transparência de actuação”. Reiterando que o Governo tem “total respeito” pela liberdade de imprensa, Chui Sai On disse ainda que a Administração vai continuar “a estimular as relações triangulares entre Governo, comunicação social e po-pulação, para promoção conjunta do desenvolvimen-to sustentável de Macau”.

As palavras de Chui Sai On foram proferidas no

jantar comemorativo do Dia Nacional da China da As-sociação dos Trabalhadores da Imprensa de Macau e de entrega de prémios de antiguidade aos respectivos sócios. Na ocasião, o governante elogiou a comunica-ção social do território, sublinhando que esta contri-bui para “elevar o nível de eficácia governativa, bem como salvaguardar a estabilidade e progresso social”, através da “fiscalização eficaz da acção do Governo.

De acordo com uma nota oficial, no seu discurso, o Chefe do Executivo voltou ainda a assegurar que o Governo da RAEM vai “promover o desenvolvimen-to diversificado e adequado da economia, auxiliar as

comunidades menos favorecidas, elevar a qualidade geral de vida dos residentes, e partilhar os frutos do desenvolvimento com a população, sempre que exis-tam saldos positivos financeiros”.

A cooperação entre Guangdong e a RAEM tam-bém mereceu a atenção de Chui Sai On, convicto de que o acordo-quadro assinado entre as duas partes “reflecte os planos pioneiros e sistemas inovadores de desenvolvimento e cooperação regional, sob o princí-pio de “um país, dois sistemas”, que se traduzirão em mais e diversificadas oportunidades de desenvolvi-mento para a população de Macau”.

DIREctoR DoS SERVIÇoS DE SAÚDE DIz qUE “FALtoU EXPERIÊNcIA”

cursos de internato para serenar ânimosOs Serviços de Saúde de Macau marcaram ontem uma conferência de imprensa para responder às críticas feitas num relatório do Comissariado da Auditoria: foram assumidos erros e anunciados mais cursos de internato geral e complementar. Depois da formação destes profissionais ter sofrido uma grande queda na última década corre-se agora atrás do prejuízo

Um dia depois do relatório pu-blicado pelo Comissariado de Auditoria (CA), que faz um

diagnóstico demolidor dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), principal-mente ao nível da gestão dos recursos humanos, o director dos SSM, Lei Chin Ion, admitiu que tem de “assumir al-gumas responsabilidades” mas que na altura da transição havia “falta de ex-periência”, não respondendo à questão sobre se colocaria o cargo à disposição. E para serenar os ânimos, Lei Chin Ion avançou que no próximo ano vai ser lançado um curso de aperfeiçoamento de conhecimentos clínicos, com a dura-ção de quatro meses, e com um limite de 400 vagas, sendo que para cada ano está prevista a formação de 100 médi-cos no internato geral.

Para a conferência de imprensa de ontem, foram ainda convocados o sub-director dos SSM, Chan Wai Sin, e o co-ordenador da Direcção dos Internatos Médicos, Chau Chi Hong. Estes três elementos dos serviços foram os prin-cipais responsáveis por colocar “água na fervura”, depois da polémica criada com o relatório da CA, que referia que a formação de internos diminuiu dras-ticamente após a transição do território para a China. A “falta de um plano de longo prazo” ou a falta de “estimativas precisas de médicos necessários” eram apenas mais duas falhas graves detec-tadas, num relatório extenso, em que foram feitas sete recomendações. Fala-ram por isso, em corrigir o que está mal e anunciaram o que se prevê fazer.

“No próximo ano vamos iniciar

um curso de aperfeiçoamento clínico para licenciados em medicina, com 400 vagas e que vai durar quatro meses. Depois abrimos um concurso para 100 internatos gerais e 34 internatos com-plementares, em que já há 133 inscri-tos”, garantiu o director dos SSM. Lei Chin Ion explicou ainda que “este ano já começou o internato complementar com 19 médicos”, sublinhando que no ano passado eram 11. Era também criti-cada a falta de planos que previssem a necessidade de médicos a longo prazo.

Quanto ao regime legal que en-quadra os internatos, datado de 1999 e que está a ser revisto desde 2002, Chan Wai Sin garante “deve estar pronto até ao final deste ano, ou no máximo iní-cio do próximo” e que só depois deste regulamento estar aprovado é que “os internatos vão ser actualizados”. Ain-da assim, não deixou de referir algu-mas mudanças.

No internato geral, o tempo de for-mação vai diminuir dos actuais 18 meses para 12 meses e o período de internato complementar vai ser estendido até seis anos (actualmente o período de forma-ção vai de três a cinco anos). O director dos SSM não respondeu, porém, se as conclusões deste relatório é que vieram acelerar a conclusão de um regulamen-to que estava a ser revisto desde 2002.

Um argumento que Lei Chin Ion voltou a utilizar para justificar a falta de planeamento e de preparação dos serviços para a formação de médicos prende-se com “o grande crescimento

que Macau teve depois da transferên-cia da soberania e que não estava pre-visto. Admito que houve negligência mas agora temo-nos esforçado por re-solver os problemas”.

Outro argumento invocado por Lei Chin Ion para justificar as compli-cações neste processo prende-se com a própria estrutura organizativa. “Temos sete médicos neste processo que têm um trabalho muito pesado, mesmo contando com a participação de um es-pecialista de Hong Kong. Este processo devia ser conjugado com uma univer-sidade”, defende.

Os números que o CA avança-va no relatório apontavam para uma descida drástica do número de médi-cos formados nos hospitais da RAEM, segundo uma comparação feita entre dois períodos: de 2000 a 2010 e de 1989 a 1999 (antes da transição de poderes). E constatava-se que na última década foram formados menos 123 médicos no internato geral e menos 40 no internato complementar. Para além disto, houve a interrupção destes cursos durantes vários anos seguidos, numa atitude criticada pelo CA.

“Esperamos que antes da conclu-são das novas infraestruturas hospita-lares [em Macau, na Taipa e em Coloa-ne] tenhamos os médicos e enfermeiros necessários”, referiu Chan Wai Sin. Não deixou de anunciar ainda que “colocá-mos os auxiliares a fazer outros traba-lhos, de modo a libertar os enfermeiros para trabalhos mais específicos”.

TEMPO MÉDIO DE ESPERA DE UM MÊS. Segundo o sub-director dos SSM, “o tempo médio que um pacien-te tem de esperar por uma consulta da especialidade é de cerca de um mês, em todas as especialidades, menos em cardiologia e ortopedia, em que esse tempo sobe para três”. Chan Wai Sin referiu ainda que houve uma “subida de sete por cento este ano” nos doen-tes que são encaminhados pelos servi-ços para tratamentos no estrangeiros, sobretudo em Hong Kong, “devido à falta de alguns tratamentos”. Ao todo “são 2087 doentes, mas queremos bai-xar este número”.

Outro ponto abordado Chan Wai Sin foi a vinda de 47 médicos do exte-rior, oito dos quais são portugueses, tal como o JTM já avançou. “Estamos no período de avaliação dos médicos vin-dos de fora. Vêm 47 novos médicos, de Portugal, da China e de outros países. Quantos aos portugueses só falta al-guns apresentarem toda a documenta-ção necessária para se poderem assinar os contratos”.

Segundo dados oficiais, os SSM dispõem de 344 médicos, dos quais 297 são médicos locais e 47 médicos recru-tados no exterior (equivalente a 13,66% do número total de médicos). Dos mé-dicos recrutados no estrangeiro, há 30 oriundos da China, 14 de Portugal e três de outros países. Existem ainda 31 médicos no internato geral e 23 médi-cos no internato complementar.

H.A.

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Pág 08 sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

localTORNEIO SOBRE SEGURANÇA LABORAL. Grupos profissionais de cantão, Hong Kong e Macau participam hoje, pelas 19 horas, no Pavilhão do tap seac, numa competição de conhecimentos sobre a segurança e saúde ocupacionais. esta será a sexta edição do evento.

“ACELERADAS” OBRAS PARA GRANDE PRÉMIO. as autoridades aceleraram o ritmo das obras na avenida de Horta e costa, bem como as de manutenção das vias incluídas no circuito da Guia, por forma a evitar congestionamentos durante o Grande Prémio de Macau.

SEGUNDA AUScULtAÇÃo PÚBLIcA comEÇA AmANHÃ

o que esperar dos novos aterros?A segunda fase de auscultação pública sobre o Plano das Novas Zonas Urbanas arranca já amanhã e dura dois meses, indica a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Fique a conhecer os dois anteprojectos possíveis para um conjunto de terrenos que vão albergar entre 100 mil a 130 mil pessoas

Principais características- Proporção dos terrenos para indústrias é moderada - Espaços verdes espalhados principal-mente à beira-mar- Predominam nas zonas quarteirões tradicionais e uma textura urbana orga-nicamente misturada, tendo em termos gerais um ‘skyline’ relativamente plano, para salvaguardar a conexão visual entre a colina e o mar - Sistema de mobilidade lenta em todos os bairros

Zona A - Carga populacional planeada de cerca de 60 mil habitantes e uma densidade populacional aproximada de 43 mil pes-soas/km²- 20 mil fracções habitacionais- Dividida em três parcelas. A parcela Norte será um aglomerado habitacional, a parcela Central um aglomerado misto de comércio e habitação e a parcela Sul um aglomerado de indústrias diversas e de turismo e cultura onde serão instala-dos monumentos culturais e um parque portal- As instalações públicas serão dispostas ao longo do lado Oeste, em conjugação com a função das zonas da Península de Macau- O corredor verde do lado Oeste como sujeito principal reserva espaço para o corredor verde costeiro- Através da transferência do Terminal Marítimo do Porto Exterior e do helipor-to, liga-se em série o Porto Exterior e os espaços públicos verdes para constituir uma zona de baía de lazer- Na disposição do sistema rodoviário a circular externa será construída junto do lado do Leste e o metro ligeiro seguirá o percurso ao longo do eixo- As principais infra-estruturas são a es-tação de tratamento de águas residuais, a estação de tratamento de água renovada, a subestação de electricidade e o armazém

intermediário de combustíveis

Zona B- Não devem existir terrenos para finali-dade habitacional, sendo todos eles uti-lizados para construções públicas, ins-talações turísticas e culturais e espaços verdes costeiros- O objectivo é criar um corredor verde costeiro de nível internacional que inte-gra as instalações turísticas e culturais e de lazer- Sob o pressuposto de manter o campo visual da Colina da Penha para o mar, a intensidade do desenvolvimento é mo-derada e serão dispostas nos dois lados da Ponte Governador Nobre de Carva-lho instalações públicas, remodelando a paisagem do portal urbano

Zonas C, D e E - Capacidade de carga populacional pla-neada de cerca de 40 mil habitantes e uma densidade populacional aproximada de 24 mil pessoas/km²- Cerca de 13 mil fracções habitacionais- Ficarão instaladas infra-estruturas de grande dimensão.- Ideia de transferir o terminal marítimo do Porto Exterior, sobressaindo a visão a longo prazo de criar uma zona de baía de lazer de Macau, em conjugação com o corredor verde costeiro a Sul da Zona A e o ‘landmark’ do portal urbano- A utilização dos terrenos é diversifica-da, mantendo a textura urbana singular de Macau caracterizada por “pequenez, primor e imagem compacta” enquanto o skyline tem como background predomi-nante a paisagem natural, sobressaindo com ênfase a imagem urbana de “colinas, mar e cidade”- Instalações públicas, espaços verdes e ciclovias- A zona C destina-se principalmente à habitação- A zona D área mista de comércio e ha-bitação

Principais características- Maior proporção de terrenos para as indústrias diversas - Espaços verdes são principalmente espalhados pela beira-mar e pelos bairros das novas zonas urbanas - O núcleo é a zona que medeia as novas zonas urbanas e o Norte da Taipa- É criado um lago interior de lazer e a partir daí são dispostos nove aglomerados de desenvolvimento enquanto a ligação da linha costeira do Sul e do Norte faz-se através do corredor verde

Zona A - A via circular exterior fica no meio. O skyline urbano misturado com as características da paisagem urbana cria a imagem de uma cidade mo-derna- capacidade de carga populacional planeada de cerca de 57 mil habitan-tes e uma densidade populacional aproximada de 41 mil pessoas/km²- Cerca de 19 mil fracções habitacio-nais- O desenho do espaço é principal-mente de morfologia de quarteirão regular, organizado e aberto que cria uma disposição de espaço repleto de modernidade - A parcela Norte será um aglome-rado habitacional, a parcela Central um aglomerado misto de comércio e habitação e a parcela Sul um aglo-merado de indústrias diversas e de turismo e cultura onde serão insta-lados monumentos culturais e uma praça costeira- As instalações públicas serão dis-postas ao longo do eixo longitudi-nal- O corredor verde que ficará no cen-tro em conjugação com a faixa verde costeira constituirá um sistema de espaços verdes completo

- Contempla a mudança do helipor-to- A subestação de electricidade é a principal infra-estrutura

Zona B- Capacidade de carga populacional planeada de 6 mil pessoas- Cerca de 2 mil fracções habitacio-nais - Para além de terrenos para finali-dade mista de comércio e habitação, serão disponibilizados terrenos para instalações turísticas e culturas, ins-talações públicas e corredor verde costeiro, formando um bairro comu-nitário aberto na frente marítima- A intensidade do desenvolvimento deve ser ligeiramente elevada, com vista a equilibrar o desenvolvimen-to e a conservação

Zonas C, D e E - Cerca de 67 mil habitantes e uma densidade populacional aproxima-da de 41 mil pessoas/km²- 22 mil fracções habitacionais- Lago interior de lazer- As infra-estruturas de grande di-mensão concentram-se principal-mente na Zona E- Predominam nas Zonas C e D ter-renos para habitação, utilização mis-ta de comércio e habitação e espaços verdes - A textura urbana é bem organiza-da. A cota altimétrica de construções é alta a Oeste e baixa a Leste, o que delineia um ‘skyline’ desnivelado- O sistema de mobilidade lenta das Zonas tem como núcleo a zona do lago interior - As três Zonas estão ligadas à vila da Taipa através de caminho pedo-nal e Metro Ligeiro- No extremo Norte da Zona E1, o espaço subterrâneo é destinado às infra-estruturas municipais

anteprojecto I anteprojecto II

- Instalações municipais, educativas, serviços sociais, desportivas e de cuidados mé-dicos

- Criar as Zonas C e D como zonas piloto de baixo teor de carbono com um conjunto completo de instalações de apoio, promovendo a deslocação pedonal e utilização de bici-cletas, bem como restrições de acesso de veículos motorizados particulares

- A Zona E será um centro modal de transportes e os seus terrenos serão principalmen-te utilizados para finalidade mista de comércio e habitação, comércio e escritório, assim

como instalações municipais e espaços ajardinados- Articulação do corredor verde costeiro que se estende no sentido Leste-Oeste- Criação de zonas pedonais e a ciclovias, aperfeiçoando as instalações de atravessa-

mento dos peões da Avenida Dr. Sun Yat Sen e elevando a acessibilidade pedonal à Zona B e ao NAPE

- Manutenção do “corredor visual” virado para o mar do Farol da Guia, Terminal Ma-rítimo de Passageiros do Porto Exterior e Centro de Ciência de Macau

Pontos em comum

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jOrnAl TrIbunA de MACAu sexta-feira, 21 de outubro de 2011 Pág 09

localCINEMA E ENTRETENIMENTO NO COTAI. o hotel “four seasons” vai ser palco, entre os dias 1 e 3 de Novembro, do festival internacional de cinema Digital da china e da expo de tecnologias de entretenimento. segundo a organização, o evento vai trazer a Macau conhecidas personalidades de Hollywood e da indústria cinematográfica chinesa.

CASA DE PORTUGAL AFASTA SPORTING DA BOLINHA. a formação da casa de Portugal derrotou ontem a do sporting de Macau por 3-1, em jogo dos 32 avos de final do campeonato da segunda divisão da bolinha, realizado no campo do Dom bosco. a derrota afastou os “leões” da prova.

INDIcAm coNtAS PÚBLIcAS AtÉ SEtEmBRo

Saldo positivo atinge 56 mil milhões A administração de Macau encerrou o terceiro trimestre do ano com um saldo orçamental positivo de 56.087 milhões de patacas, mais 77,4 por cento do que no mesmo período de 2010

Dados disponíveis na página electrónica dos Serviços de Finanças de Macau indicam que as receitas totais da administração, excluindo

as entidades autónomas, atingiram 81.426 milhões de patacas, mais 45,9 por cento do que no mesmo perío-do de 2010 e estão cumpridas em 116 por cento.

Já as receitas correntes foram contabilizadas em 81.345,4 milhões de patacas, um número que represen-ta um aumento de 46,1 por cento e uma execução de 115,9 por cento face ao orçamentado para os 12 meses.

Nas receitas correntes, os impostos directos es-tavam a subir 45,8 por cento para uma execução de 114,4 por cento e contabilizados em 71.514,9 milhões de patacas, com os impostos sobre o sector do jogo a contabilizarem 69.724,9 milhões de patacas, mais 47,6 por cento face aos primeiros nove meses do ano pas-sado e 116,1 por cento da previsão para 2011.

No campo das despesas, os gastos totais da ad-ministração, contabilizados em 25.339,3 milhões de patacas estavam a subir 4,7 por cento e totalizavam 47,7 por cento do previsto, enquanto que as despesas correntes valiam 22.633,5 milhões de patacas, cres-ciam 3,8 por cento e representavam 56,9 por cento da previsão dos gastos para os 12 meses do ano.

Entre receitas e despesas, a Administração de Macau encerrou Setembro com um saldo orçamental positivo de 56.087 milhões de patacas, mais 77,4 por

cento do que no mesmo período de 2010 e 328 por cento do previsto para todo o ano.

JTM/Lusa

Proposta de lei elaborada até Junho a elaboração da proposta de lei sobre os Direitos e Garantias dos idosos deverá começar a ser redigida no primeiro semestre do próximo ano, referiu o presidente do ias, sem conseguir prever uma data para o diploma dar entrada na assembleia legislativa. o organismo realizou uma segunda consulta pública entre Junho e Julho durante a qual recolheu 207 opiniões sobre 776 temáticas. Para 30% a maior preocupação diz respeito aos “benefícios dos idosos e respectiva garantia”. a “responsabilidade do Governo”, “promoção da participação social dos idosos”, “modos de preparação de cuidados aos idosos” e “quem são os destinatários da lei”, ou seja definir a idade para considerar uma pessoa sénior e se o diploma abrange residentes permanentes e não permanentes, foram temas que mereçam 10 por cento das atenções cada uma.

7,3% PREcISAm DE cUIDADoS PERmANENtES mAS LARES NÃo coRRESPoNDEm A toDAS AS NEcESSIDADES

Mais de 200 idosos à espera de um larA meta do Instituto de Acção Social é conseguir até 2013 responder às necessidades de todos os idosos que precisam de um lar. Neste momento a lista de espera soma mais de 200 nomes. O organismo promete aumentar o número de camas até ao próximo ano e a formação de mão-de-obra no sector. Segundo um estudo ontem apresentado 7,3 da população idosa precisa de cuidados permanentes, mas os lares não conseguem fazer face a todas as carências

FÁTIMA ALMEIDA

Se a alguns os cabelos brancos não tiram vitalidade a outros o acu-mular das décadas vai projec-

tando no rosto a necessidade de mais amparo. Em Macau há cerca de 7,3 por cento da população idosa que precisa de cuidados permanentes, mas os ser-viços dos lares não acompanham as ne-cessidades de todos os utentes, revelou uma pesquisa elaborada por uma ins-tituição de consultadoria a pedido do Instituto de Acção Social (IAS).

O estudo, que tinha como objectivo avaliar a situação actual e o desenvol-vimento futuro dos serviços prestados aos idosos, salienta que nos planos do Governo para aumentar o número de camas não poderá constar uma taxa de oferta inferior a 3,4 por cento. Como o

retrato da população muda velozmente é ainda aconselhado ao IAS que daqui a cinco anos reveja os critérios de bási-cos de planeamento das instituições de internamento.

Segundo disse o presidente do Ins-tituto de Acção Social (IAS) numa con-ferência de imprensa, decorrida após da reunião da Comissão para os As-suntos do Cidadão Sénior, até 2012 vão estar disponíveis mais 80 camas para idosos, sendo que dois anos depois surgirão mais 280 vagas em centros de cuidados e 1000 nos centros de dia. En-quanto o tempo não passa há mais de 200 idosos que repousam o seu cansaço numa lista de espera, que só deverá ter fim em 2013.

O IAS mostra-se, contudo, con-fiante que no futuro o problema do nú-mero de camas será resolvido através do “aumento da habitação social para idosos, dos serviços de prestação de cuidados na comunidade e da quanti-dade de camas para a assistência médi-ca e de reabilitação” e da ampliação de algumas unidades, esperando aumen-tar “820 camas”.

Estão a ser reunidos esforços, mas como reclamaram alguns idosos já aquando de uma sessão de consulta pública, o calendário do Governo nem sempre desliza as suas folhas ao ritmo das necessidades dos que caminham a passos largos para a velhice. Face à fal-ta de infra-estruturas públicas, no pre-sente, o Governo têm o argumento do dinheiro. “Há cerca de 200 e tal idosos que estão a pedir para ingressar num lar. Podemos prestar apoio financeiro para que para que entrem num lar pri-vado”, mencionou Iong Kong Io.

O mesmo responsável disse ain-da que “além de aumentar os centros de dia” o organismo “vai prestar mais serviços de assistência no domicílio”, tendo por base a experiência de Hong Kong. Neste sentido “já foi criada a 5ª equipa para auxiliar os idosos em casa”.MAIS ENFERMEIROS. Porém o or-ganismo também se vê a braços com

a escassez de profissionais e segundo Iong Kong Io “são necessários [mais] 100 enfermeiros para cuidas dos ido-sos”. O responsável referiu que além da formação no território deverá ser também ponderada a importação. “Es-timamos através de acções de forma-ção aumentar o número de enfermeiros locais, mas também é preciso pensar na importação de profissionais para este sector”, disse. Neste âmbito estão a dis-cutir com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais a importação de empregadas domésticas do Continente Chinês.

Nesta reunião da Comissão tam-bém estive presente o sub-director dos Serviços de Saúde para dar con-ta das políticas de assistência médica aos idosos, que ainda se encontra no papel. Segundo um comunicado, dis-tribuído na conferência de imprensa, encontra-se “em fase de planeamento a criação do grupo de trabalho inter-disciplinar do foro da gerontologia, a criação da consulta externa destinada ao tratamento da memória das pesso-as idosas”. Nos planos dos Serviços de Saúde está ainda a melhoria de servi-ços médicos e mais vagas no âmbito da oftalmologia, psiquiatria da tercei-ra idade. Na sessão de ontem, a nova unidade hospitalar da Taipa ficou de fora da discussão.

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Pág 10 sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

PAULO BARBOSA

FÁTIMA ALMEIDA

OS DIAS DA MODA. os vestidos de cerimónia da estilista vanessa cheah fizeram as honras de abertura da segunda edição do “Macau fashion festival”, que incluirá diversos desfiles de moda até domingo, no âmbito da Mif. o evento conta com a presença de 10 estilistas locais. tal como referiu irene va Kuan lau, do iPiM, “a indústria cultural e criativa é importante para a implementação da diversificação adequada da economia local”. local

moStRA GAStRoNómIcA DA LUSoFoNIA

Feijoada, “calulu” e minchi na TorreDez chefes lusófonos vão participar na Mostra Gastronómica da Lusofonia até ao próximo dia 30. O JTM falou com alguns dos cozinheiros, que apresentam as iguarias que vão confeccionar ao longo dos próximos dias

Até dia 30, dez chefes lusófo-nos vão cozinhar algumas das iguarias típicas de cada país no

restaurante 360º, da Torre de Macau. Ontem foi inaugurada a Mostra Gastro-nómica da Lusofonia, que surge inseri-da pela primeira vez no programa da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa. Para além dos

Salão de outono revela jovens artistas na casa Garden

países e regiões lusófonas, está presen-te um chefe indiano, em representação de Goa, Damão e Diu.

“No ano passado também convi-dámos alguns chefes de cozinha, mas nem todos vieram e fizemos [um even-to] somente na Taipa, por altura do Fes-tival da Lusofonia”, revela Rita Santos, secretária-geral adjunta do secretaria-do permanente do Fórum Macau. Este ano, a organização resolveu alargar a mostra por um período mais alarga-do “para que os cidadãos de Macau e os turistas que vêm à Torre de Macau possam estar neste restaurante girató-rio, apreciando a paisagem de Macau”, afirma a dirigente.

Todos os dias, os visitantes poderão experimentar os mais diversos sabores, num serviço buffet que custa 210 pata-cas ao almoço e 310 ao jantar. Para Rita Santos, este é uma preço “muito razoá-

vel para um buffet” e possibilita que a “população de Macau e os turistas pos-sam aproveitar para sentir a cultura gas-tronómica” dos locais representados.

Por questões logísticas, apenas na abertura estiveram a cozinhar os todos os chefes convidados, com excepção do

angolano, que ainda não tinha chegado a Macau. Nos outros dias da mostra, cinco chefes fornecerão a ementa de cada refeição. A ideia da organização é que o intercâmbio gastronómico se traduza “numa troca de experiências entre os chefes, que, ao mesmo tempo,

Na Casa Garden estão expostas as obras de artistas já comprovas dadas e de jovens que agora começam a despertar para a arte. Até 19 de Novembro, o Salão de Outono aproxima diferentes gerações de artistas e mostra aos cidadãos de Macau e turistas o ambiente artístico do território

Estudante de Sociologia, Tang Kuok Hou encontra estímulo na arte para expressar os problemas que observa no quotidiano das pessoas. Apaixonado

por fotografia, este ano decidiu submeter as suas obras à organização do Salão de Outono, acabando por ser um dos 37 artistas seleccionados para se juntar a uma exposição com nomes de peso artístico como Ung Vai Meng, Konstantin Bessmertny ou Guido Scarabottolo.

Inaugurado ontem, na Casa Garden, o Salão de Ou-tono afirma-se como um ponto de encontro entre artis-tas já consagrados e as novas gerações. “Este ano além de convidarmos artistas também abrimos inscrições para que fossem submetidas obras, e sentimo-nos satis-feitos, porque muitos novos artistas enviaram os seus trabalhos para esta exposição”, referiu ao JTM James Chu, presidente da Associação Art For All (AFA), que organiza a iniciativa com o apoio da Fundação Oriente.

No total, a organização recebeu trabalhos de 42 artistas e 154 obras, tendo posteriormente o júri se-leccionado 115 obras de 37 artistas. Segundo James Chu, neste lote de artistas estão muitas “caras novas” com trabalhos que já apresentam qualidade. “Alguns são jovens que se licenciaram recentemente, mas os

seus trabalharam são bastante bons e diferentes do que normalmente vemos. Por isso temos de lhes dar mais oportunidades para expor em conjunto com ou-tros artistas reconhecidos, para que se tornem mais maduros e conhecidos”, referiu James Chu.

Além de permitir mostrar o talento escondido de

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Pág 11sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

JANTAR RECEBE LUSOFONIA. cerca de 300 representantes políticos e culturais, bem como artistas de angola, Moçambique, cabo verde, Guiné-bissau, são tomé e Príncipe, Goa, Damão, Diu, timor-leste, brasil, Portugal e china estiveram ontem reunidos num jantar de boas-vindas, oferecido pela organização, o secretariado Permanente do forum Macau.local

Temos uma coisa única que mais ninguém tem: temos castas que só existem em Portugal e, primei-

ro, temos de manter a nossa identida-de; segundo fazer bem, ser consistentes ano após ano, e em terceiro lugar temos de ter paciência”, disse.

“É impossível mudar tudo num dia”, disse Francisco Olazabal, reco-nhecendo que é difícil para Portugal competir com a tradição vinícola de 200 anos de algumas regiões e países como a França, ou mesmo com os vinhos do Novo Mundo como os do Chile e da Argentina, pelo que o melhor é “ser consistente” e não ceder à tentação de “copiar os outros”.

“Não podemos de um momento para o outro dizer que os nossos vi-nhos são melhores e que vão substi-tuir os vinhos franceses. É impossível porque existe um trabalho de 200 anos. Também é impossível competir com os vinhos chilenos e argentinos, que têm uma promoção diferente da nossa, e que são fáceis de explicar porque têm uma casta, enquanto os nossos são mis-turas de várias castas”, explicou.

Entre os entraves ao aumento das exportações dos vinhos portugueses, Francisco Olazabal identificou a falta de volume e a falta de dinheiro para investir em marketing, bem como de “uma rede de restauração como as de que dispõem os espanhóis e italianos para a colocação

dos produtos no mercado”.Nesse sentido, aconselhou os pro-

dutores nacionais a tirarem partido da “identidade muito própria”, e a “pega-rem na mala” e irem para fora “expli-car” os vinhos.

“Quando surgiram estas grandes regiões [de vinhos], as pessoas anda-ram a vendê-los no mundo inteiro. Nós temos de fazer exactamente a mesma coisa e não ter pressa: mais vale fazer as coisas devagar e bem. Nós temos vi-nhos diferentes, não temos de compa-rá-los com nenhuns”, considerou.

Apesar das dificuldades, o enólo-go defendeu que nos últimos 10 anos houve “uma revolução qualitativa” no mundo dos vinhos em Portugal: “Pas-sámos de cinco ou 10 vinhos razoáveis em Portugal para 100 vinhos muito bons e 1.000 ou 2.000 bebíveis ou muito interessantes”, vincou.

“Também não temos muito vo-lume e não podemos gastar muito di-nheiro em marketing quando nos falta algum volume. É sempre possível ter mais volume de vinhos top e fazer me-lhor, mas o importante é ser consistente e ser persistente”, concluiu.

O enólogo está em Macau no âmbi-to de uma promoção da empresa Vino Veritas que se dedica à importação e co-mercialização de produtos portugueses.

JTM/Lusa

moStRA GAStRoNómIcA DA LUSoFoNIA

Feijoada, “calulu” e minchi na TorreENóLoGo DEIXA coNSELHoS A PRoDUtoRES PoRtUGUESES

Vinhos que valem pela“identidade e qualidade”Os vinhos portugueses devem manter a sua “identidade e qualidade” para singrarem no estrangeiro, defendeu ontem em Macau o enólogo da Quinta do Vale do Meão, Francisco Olazabal

Salão de outono revela jovens artistas na casa Garden

jovens artistas e exibir o trabalho de alguns já consa-grados no mundo artístico, o Salão de Outono é uma plataforma para levar a arte mais perto das pessoas, considera o presidente do Instituto Cultural. “Sin-to-me muito feliz dentro deste salão porque é uma boa oportunidade para os artistas se encontrarem e

é muito bom para que os cidadãos consigam ver o ambiente da arte em Macau”, disse ao JTM Ung Vai Meng, mostrando a sua obra “Float” de tons azuis.

O Salão de Outono decorre até dia 19 de Novem-bro, mas a organização mantém a vontade de realizar o evento anualmente. “O nosso objectivo é que se crie

este hábito de termos sempre o Salão de Outono neste época. É um conceito a manter”, disse Ana Paula Cle-to, delegada da Fundação Oriente em Macau, acres-centando que o evento que permite ainda dar a conhe-cer ao estrangeiro a arte que se faz no território, dado o número de turistas que diariamente visita o espaço.

vão transmitir os seus conhecimentos aos cozinheiros de Macau”, conta a secretária-geral adjunta do Fórum.CHEFES APRESENTAM IGUARIAS. Hirondina Rampão é a representante de São Tomé e Príncipe na mostra. A cozinheira conta ao JTM que incluiu

na ementa pratos tradicionais como o “molho no fogo” (com peixe fumado, peixe salgado, óleo de palma, beringela e outros ingredientes) ou o “calulu de peixe”. Este último é o “mais falado” da gastronomia do território, mas a chefe africana elenca outras iguarias, como o “cozido de banana com peixe” e o “ran-cho à moda da terra”. “É a primeira vez que estou em Macau e esta mostra é muito importante para mim. Os nossos pratos precisam de ser apresentados no mundo inteiro”, aponta a africana.

Carlos Alberto Graça regressa em representação da gastronomia mo-çambicana e considera que o evento “é muito importante, porque é sempre uma nova experiência, que permite co-nhecer chefes doutros países, o que é super-gratificante”. Do Brasil vem Má-rio Borges, um chefe que já foi guarda-redes na equipa brasileira do Flamengo. Ontem, brilhava no espaço brasileiro do restaurante 360º a “moqueca de pei-xe”, um prato típico do Estado da Baía, com o seu famoso molho à base de leite de coco e azeite de dendê.

Nos outros dias, “a ideia é ter pra-tos de algumas regiões do Brasil, como o Nordeste, o Centro-Oeste, do Sul e do li-toral, que tem uma cozinha que foi origi-nada pelos índios, pelos africanos e pelos portugueses”, segundo descreve Mário Borges. Vamos tentar fazer uma visita a várias regiões do Brasil, logicamente sem intenção de esgotar este assunto, porque existe uma diversidade muito grande na gastronomia brasileira”, acrescenta. Um dos pontos altos acontecerá na quarta-feira, quando o chefe preparar a “feijoa-da carioca”, onde o feijão preto acompa-nha vários tipos de carnes.

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Pág 12 sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

localMAIS UM SUICÍDIO. o corpo de um residente de Macau, com 32 anos, foi encontrado no terraço do edifício de long fai da avenida do ouvidor arriaga. a Polícia Judiciária suspeita de suicídio.

MENTIRA DE LADRÃO. um turista chinês de 23 anos, viciado em Jogo, foi detido por alegadamente roubar e enganar a polícia. o jovem estava num apartamento de um amigo, quando denunciou um caso de furto ontem de manhã. Mas quem roubou o dono da casa foi ele mesmo, concluíram as autoridades.

VOX POPULI

WENDY SUN (estudante universitária de Hong Kong)

-O que é que a trouxe a Macau?-Vim do Interior da China para estu-

dar em Hong Kong. Como estou aqui ao lado, é uma oportunidade para explorar os dois lugares, tanto Macau como Hong Kong. Noto que ambas as regiões têm em comum o cruzamento das culturas orien-tal e ocidental. Olho para Macau como uma cidade muito atractiva.

-Porque é que decidiu estudar em Hong Kong?

-O facto de o sistema educativo ser diferente do Continente foi a principal motivação. Hong Kong adoptou um siste-ma de ensino mais próximo daquele que é aplicado no Ocidente. Isso é interessan-te. Embora Hong Kong fique tão perto da China oferece possibilidades totalmente diferentes. Para além dos estudos, tam-bém acho que posso aprender mais coi-sas diferentes. Posso abrir os olhos para o mundo. Estou a fazer um mestrado em jornalismo. E noto que em Hong Kong te-mos mais liberdade. A sociedade é mais aberta.

-Olhando para o que já visitou em Macau, qual é a impressão que leva da cidade?

-É uma cidade bonita, que tem mais edifícios europeus. O ritmo de vida é mui-to lento. Na minha opinião, Macau é uma cidade mais de lazer do que Hong Kong, em termos de densidade dos edifícios e da população.

- Pretende ficar a trabalhar em Hong Kong ou até em Macau?

-Ainda não comecei a pensar nisso. Mas se tiver alguma oportunidade, gos-tava de trabalhar aqui para obter mais experiência, porque é verdade que existe um ambiente de trabalho diferente, com-parando com o Continente.

V.C.

“Macau é uma cidade

mais de lazer

do que Hong Kong”

PEDRO ANDRÉ SANTOS

SUSPEItoS jÁ tINHAm coNSEGUIDo 100 mIL DóLARES Em FURtoS

Reforço apanhou “gang” de carteiristas

Ficou sem o telemóvel de diamantessaiu a sorte grande a um ladrão que ao roubar uma habitação na avenida sir anders ljungstedt foi dar com um telemóvel coberto de diamantes avaliado em 100 mil dólares de Hong Kong. como se não tivesse bastado, levou ainda um computador portátil, avaliado em 7 mil patacas, um outro telemóvel e mais 100 mil dólares em numerário, tudo enquanto o dono estava a dormir.

Um reforço policial foi a solução encontrada pelas autoridades para apanhar um “gang” de carteiristas que andava a causar prejuízos avultados em furtos na Rua Luís Gonzaga Gomes

As constantes queixas de assaltos na zona da Rua Luís Gonzaga Gomes andavam a preocupar as autoridades, de tal forma que foi feito um refor-

ço do patrulhamento no local como forma de colocar um ponto final à onda de furtos por parte de um supos-to “gang” de carteiristas.

A detenção foi feita durante a manhã de ontem quando uma equipa de agentes detectou um grupo de três homens que estava a exibir um comportamento suspeito, observando atentamente as pessoas que pas-savam na rua, até que um deles confirmou as suspeitas da polícia ao tentar roubar uma carteira recorrendo a uma pinça metálica, enquanto os outros dois tentavam “disfarçar” o acto.

A vítima, no entanto, deu conta da tentativa de as-salto, tal como a polícia, e os três homens colocaram-se em fuga. Acabaram detidos pelas autoridades, tendo alegadamente confessado que eram responsáveis pelos assaltos ocorridos na zona que lhes tinham rendido cer-ca de 100 mil dólares de Hong Kong.

Os suspeitos são todos oriundos do Continente, do sexo masculino, com idade compreendida entre 38 e 40 anos.GANÂNCIA TRAMOU SEQUESTRADORES. Foi mais um caso de tentativa de sequestro que correu mal para os alegados sequestradores, desta vez com mais pessoas envolvidas já que os suspeitos eram dois, e as vítimas três homens, todos provenientes de Pequim.

Terá sido feito um empréstimo inicial de 300 mil dólares de Hong Kong destinados às mesas de jogo de um casino, com a particularidade de jogarem todos na mesma mesa, os dois homens que emprestaram o di-nheiro, e os restantes, havendo uma “pequena” cláu-sula no recibo assinado por todos em que “obrigava” a parte a quem o dinheiro foi emprestado a pagar um milhão de renminbis em caso de derrota.

Um par de horas depois e já o dinheiro tinha de-saparecido na mesa de jogo, mas os três homens, não tendo meios para pagar, tentaram colocar-se em fuga. As autoridades foram entretanto chamadas por um dos indivíduos, conseguindo capturar um dos suspeitos.

O outro apenas foi capturado mais tarde quando tentou contactar uma das vítimas, desta vez pedindo apenas 200 mil renminbis para devolver os documen-tos que tinham sido entregues como garantia quando as partes assinaram o recibo de empréstimo.

Combinaram um ponto de encontro num hotel si-tuado na Rua de Cantão, mas as autoridades já lá esta-vam prontas para o receber.

Gabinete alerta para riscos das redes sociaisO Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais apelou à população para que preste atenção às políticas de privacidade e termos de serviço das redes sociais

O tema “Redes sociais e pri-vacidade” motivou a re-alização de um inquérito

“online” por parte do Gabinete para a Protecção de Dados Pesso-ais (GPDP), que na sequência das conclusões extraídas já prometeu reforçar as acções de divulgação.

Segundo o GPDP, o estudo revelou que a “maioria dos uti-lizadores tem um certo nível de consciência sobre a necessidade de autoprotecção, no entanto, existe uma elevada proporção de utilizadores que não leram a po-lítica de privacidade nem os ter-mos de serviço”.

Além disso, o Gabinete ad-verte que “é necessário prestar atenção à situação de segurança informática e de partilha exces-siva de dados pessoais por parte dos utilizadores”.

Face aos resultados do in-quérito, o GPDP vai continuar a apostar em acções de divulgação, designadamente através da orga-nização de palestras, seminários e exposições, entre outras, por forma a que o público reforce “a consciência de autoprotecção de dados pessoais”.

O GPDP promete ainda “es-tar, permanentemente, atento

às questões relacionadas com os dados pessoais divulgados nas redes sociais, particularmente, em relação aos seus jovens utili-zadores”.

“Elevar a consciência de autoprotecção dos utilizadores, nomeadamente, através da di-vulgação preventiva de meios de autoprotecção efectivos, incluin-do a recomendação da leitura, antes da utilização de redes so-ciais, da sua política de privaci-dade e dos termos de serviço”, será também parte integrante da estratégia a desenvolver pelo Ga-binete.

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acTUal VoLtA AomUND

CAVACO CRITICOU MAS NÃO VAI TRAVAR ORÇAMENTO. embora constitucionalistas garantem que cortes nos subsídios de férias e de Natal são ilegais e que, por isso, cavaco silva deve enviar o orçamento do estado para o tribunal constitucional, tudo indica que o Pr não vai travar oe 2012.

Panasonic vai cortar 1.000 trabalhadoresa multinacional japonesa Panasonic anunciou on-tem que reduzirá a produção de painéis plasma e suprimirá 1.000 postos de trabalho para reduzir o défice, informou a agência Kyodo. o gigante da eletrónica projecta durante o actual ano fiscal, que termina em Março de 2012, interromper a produção de uma fábrica na província de Hyogo, no centro do Japão, encarregada da produção de painéis plasma utilizados em alguns dos seus televisores. a Panasonic informou que irá reduzir até 1.000 postos de trabalho através do programa de refor-mas dos trabalhadores, estratégia que tem como objectivo melhorar a competitividade da empresa, afectada pela concorrência e queda de preços.

Pedida mais segurança alimentar no Japãoa Greenpeace pediu ao governo japonês para reforçar os controlos da radioactividade sobre o peixe e marisco, depois de ter detetado baixos níveis de radiação em mais de 30 produtos com-prados em supermercados de tóquio e do nor-deste do país. a organização ambientalista afir-mou que testou 60 peixes e mariscos e detectou césio 134 e 137 em 34 deles, admitindo tratar-se de uma consequência do desastre nuclear causa-do pelo terramoto e tsunami de 11 de março. “em-bora o conteúdo encontrado nas amostras esteja bastante abaixo do limite de 500 becqueréis por quilograma definido pelas autoridades japonesas, estes produtos representam, apesar de tudo, um risco para a saúde, especialmente para mulheres grávidas e crianças” disse Wakao Hanaoka, um ativista da Greenpeace Japão. as autoridades japonesas afirmaram que os produtos alimentares em causa não apresentam riscos para a saúde.

PM admite “crise nacional” na Tailândiaa primeira-ministra tailandesa, Yingluck shinawa-tra, reconheceu a “crise nacional” causada pelas fortes inundações, admitindo que se tinha tornado impossível proteger banguecoque e que as cheias surpreenderam o seu Governo. Numa intervenção emotiva perante os jornalistas, a primeira-ministra tailandesa afirmou que o executivo que lidera está a fazer tudo o que pode e a tentar ser o mais since-ro possível acerca dos locais que as cheias podem afectar. “Não podemos bloquear a água indefinida-mente”, disse aos jornalistas, antes de explicar que as autoridades devem escolher as áreas da capi-tal para dar vazão à enorme quantidade de água.

Directores da PSP aumentaram em segredo o seu salárioo director-nacional, os três directores adjuntos e o inspector Nacional da PsP aumentaram-se a si próprios já no ano passado, colocando-se logo no novo regime remuneratório da polícia, deixando para trás a esmagadora maioria do efectivo que não transitou para esta tabela, em vigor desde início do ano. só para o “chefe” máximo foram mais de 800 euros mensais. os aumentos foram processados quando era director Nacional o superintendente-chefe francisco oliveira Pereira, que se aposentou em abril deste ano, e director-nacional adjunto de operações e segurança, o superintendente-chefe Guedes da silva, actualmente o chefe máximo. a iniciativa foi discreta e, até agora, rodeada do maior secretismo, mas uma auditoria realizada este ano à PsP pela inspecção-Geral de finanças (iGf) veio revelar a “traição” dos Directores aos seus homens.

Centros comerciais perdem 29%de visitantes em quatro anosem 22% dos lares em Portugal há dificuldade em pagar as necessidades básicas, situação que se agravou em 2011. são casais dos 35 aos 49 anos, têm filhos entre os seis e os 15 anos e ren-dimentos abaixo da média. Mudaram de loja, es-colhem os produtos pelo tamanho e pelo preço, não compram roupa e vão menos aos centros co-merciais. Mas a crise afectou os hábitos do con-sumo em geral. No primeiro semestre de 2011, 47% dos residentes não compraram vestuário e as visitas ao shopping caíram 29% em quatro anos.

PoRtUGAL

Economia paralela ronda os 20% do PIB

cHINA

Banca tem “riscos controlados”Os bancos chineses têm os riscos controlados de forma rigorosa, apesar das preocupações quanto aos efeitos das dívidas locais e dos esquemas de empréstimos informais na estabilidade financeira do país, disse o presidente da autoridade reguladora da banca chinesa

Estamos preocupados de uma forma geral com os emprésti-mos dos governos locais, com

os empréstimos imobiliários, e com outras áreas de potencial risco”, afirmou Liu Mingkang, presidente da Comissão Reguladora Bancária da China (CBRC), num comunica-do divulgado no site do organismo chinês.

O presidente da Comissão Re-guladora Bancária da China disse que “os riscos globais são controlá-

veis”, apelando no entanto ao con-trolo dos riscos dos empréstimos aos governos locais e empréstimos não bancários, uma fonte de finan-ciamento crucial para o sector pri-vado, nomeadamente da indústria, mas actualmente sob forte pressão.

Os comentários publicados no site da CBRC criticam analistas e agências de rating por “difama-rem” a banca e economia chinesas, afirmando que estão a subestimar a capacidade de reforma e gestão da

China. Soube-se ontem, entretanto, através da imprensa oficial que a China cortou 36.500 milhões de dó-lares à sua carteira de títulos do Te-souro norte-americano em Agosto, no maior corte do género em mais de uma década. Foi um corte de 3,1 por cento em relação ao montante de Julho - 1,1735 biliões de dólares- o que não acontecia desde 2000. Em Fevereiro passado, a carteira chine-sa daqueles títulos também dimi-nuiu, mas apenas 0,8 por cento.

A economia paralela deverá crescer duas décimas em Portugal este ano, para 19,4% do produto interno bruto (PIB), contra os 19,2% de 2010 ou os 18,7% de 2008. Ao todo são 33,122 mil milhões de euros que vão fugir a qualquer controlo por parte do Estado, revelou ontem o matutitno “i”

De acordo com um texto assinado pela jornalista Margarida Bon de Sousa, médicos e advogados pertencem à classe dos que mais fogem aos im-

postos, embora o fenómeno se alargue a um sem-núme-ro de trabalhadores, como canalizadores ou electricistas, que não passam facturas dos serviços que prestam.

Pelo menos uma pequena fatia desta economia in-formal vai servindo para aguentar o ganha-pão de uma pequena parte da sociedade que já está em dificuldades e por essa via acaba por entrar na economia formal.

Os números constam da edição de 2011 do estu-do “The Shadow Economy in Europe”, patrocinado pela Visa Europa, que dá indicações genéricas sobre a economia informal nos países da UE. De acordo com o documento, tem-se registado um crescimento um pouco por toda a Europa, identificando-se três regi-ões com perfis de economia paralela distintos: a Eu-ropa ocidental, com um nível de economia informal reduzido (mínimos no Luxemburgo e na Áustria, 8% do PIB, e a Alemanha, com 14%); o Sul da Europa, onde Portugal e Espanha estão ligeiramente abai-xo da média da UE (cerca de 19% contra 19,5% de média) e onde a Itália (22%) e em particular a Gré-cia (25%) ultrapassam largamente aquele patamar; a Europa de Leste, onde é comum encontrar países em que a economia paralela gera 30% ou mais do PIB.

Estima-se que este ano o volume da economia paralela na Europa seja de 2,2 biliões de euros, mais 5% que em 2008. Isto acontece apesar de nos últimos anos os governos terem adoptado inúmeras medidas para reduzir este fenómeno. Só que, diz o estudo, “a complexidade das causas faz com que seja uma tarefa complexa”. A obrigatoriedade do recibo verde electró-nico introduzida este ano em Portugal pode contribuir para a sua diminuição, mas o aumento de impostos previsto para 2012 pode fazer com que a informalida-de cresça significativamente a nível nacional.

Parte desta economia-sombra é gerada por todo o tipo de serviços prestados quer por empresas-som-bra quer por profissionais que não declaram tudo o que ganham. Exemplos: um pintor que oferece o seu trabalho a um preço mais baixo se não passar factu-ra ou os cinco euros cobrados por um copo de vinho

pelo dono de um bar que não regista a venda.O estudo, que fez o levantamento pela primeira

vez em 2008, tem sido actualizado desde então para incluir mais insights sobre o impacto da crise econó-mica mundial na economia paralela e para analisar de que forma as práticas adoptadas pelos vários gover-nos nos últimos anos têm contribuído para reduzir o seu efeito. Os dados agora divulgados não incluem as verbas geradas nem pelas actividades ilegais nem pe-las criminosas, como o tráfico de armas ou de drogas.

A informação recolhida tem em atenção as dis-crepâncias entre a despesa nacional e as receitas, as diferenças entre os números oficiais e força de traba-lho real, as estatísticas sobre transacções, a procura de moeda e as comparações entre o consumo de energia eléctrica e a produção da economia real.

Muita da informação é recolhida através de in-quéritos anónimos, onde as pessoas e as empresas não têm medo de dizer o que verdadeiramente fazem.

Ainda segundo o estudo, os governos da União Europeia admitem que nos dois últimos anos houve um retrocesso na sua capacidade de conterem a eco-nomia subterrânea.

O aumento da inoperacionalidade nesta área deve-se sobretudo ao crescimento do desemprego e à diminuição dos padrões de vida, bem como à estag-nação económica, que criou mais incentivos para as pessoas se envolverem em actividades sombra.

As recentes subidas e aumentos previstos para o IVA, o IRS, as contribuições para a Segurança So-cial e a tributação dos lucros das empresas puseram a economia paralela em níveis semelhantes aos da crise anterior. Em 2007, e apesar de não haver ainda esta informação sistematizada, o nível da economia infor-mal atingiu igualmente os 2,2 biliões de euros.

A única nota positiva, refere ainda o documento, é que a informalidade tem crescido a um ritmo mais lento que o PIB dos países da União Europeia.

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Pág 14 sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

DESPoRToVAN BASTEN DECLINOU CONVITE DO AJAX. Marco van basten, antigo jogador e treinador do ajax, recusou uma proposta para regressar ao clube de amesterdão, desta feita, para assumir a pasta de director para o futebol, foi ontem anunciado.

STUART PEARCE DIRIGE GRÃ-BRETANHA NOS JO LONDRES.stuart Pearce, actual seleccionador inglês sub-21, vai orientar a selecção olímpica da Grã-bretanha nos Jogos olímpicos de londres 2012, com uma equipa formada com jogadores da escócia, País de Gales e irlanda do Norte.

A SAAM irá realizar obras de manutenção na rede de abastecimento durante o período abaixo indicado, pelo que o abastecimento de água será interrompido nos locais abaixo indicados: Data da Interrupção: 2011/10/22 Sábado Horário da Interrupção: Entre as 10.00 e as 16.00 Local da Obra: Nº 12, Estrada de D. João Paulino Locais Afectados: Nº 10 e Nº 30, Nº 17 e Nº 23, Estrada de D. João PaulinoNº 2 & Nº 10, Estrada de Santa SanchaJardins da Penha, Igreja da Penha,Miradouro da Penha, Calçada das Chacaras Local de Abastecimento Temporário: Nº 17, Calçada da Penha HIDRANTE Nº. 3318 Linha Aberta de Informação: 28220088 A SAAM irá afixar este aviso nas portas dos locais onde o abastecimento de água será interrompido, antes das 17.30 do dia que precede a interrupção do abastecimento, no sentido de confirmar o período de interrupção. Pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado!

1ª Vez

Declaração de Morte Presumida Proc. nº CV2-11-0167-CPE 2° Juízo Cível

Requerente: NG YUEN YUEN, casada, de nacionalidade chinesa, residente em Macau, na Rua Tomé Pires, nº 15-A, 1º andar C, Edf. Tung Heng.Requeridos: 1. ARIFIN aliás TENG WENG TAk, nascido em 16 de Setembro de 1931, casado, filho do TENG A KuI e NG KIM WOEN, com última residência em Macau, na Rua Tomé Pires, nº 15-A, 1º andar C, Edf. Tung Heng, ora ausente em parte incerta;2. MINISTÉRIO PúBLICO; e3. INTERESSADOS INCERTOS.

Correm éditos de TRêS MESES, para o requerido ausente, e TRINTA DIAS, para os interessados incertos, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando o requerido ausente ARIFIN aliás TENG WENG TAk e os INTERESSADOS INCERTOS, para no prazo de TRINTA DIAS, posteriores aos dos éditos, contestarem a petição inicial dos autos acima identificados, apresentada pela requerente, a qual pede ser declarada judicial de morte presumida de ARIFIN aliás TENG WENG TAk. Tudo como melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram nesta Secretaria à sua disposição, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso seja contestar ou tenha lugar qualquer outro procedimento que siga os termos do processo declarativo.

Macau, aos 17 de Outubro de 2011.

A Juiz,Cheong Un Mei

A Escrivã Judicial Principal,Cheong Hio Wa

“JTM” - 21 de Outubro de 2011

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍzO CÍVEL

ANúNCIO

LIGA DoS cAmPEÕES

chelsea continua nas goleadasO Chelsea, de André Villas-Boas, goleou o Genk, por 5-0, com um golo do português Raul Meireles, em jogo da terceira jornada da Liga dos Campeões de futebol, que marcou o fim do ciclo vitorioso do Marselha

O médio internacional português deu vantagem aos londrinos, aos 08 minutos, e o espanhol

Fernando Torres encarregou-se de “bisar”, aos 11 e 27, enquanto o sérvio Ivanovic assinar o quarto tento, a três minutos do intervalo.

Aos 73, o marfinense Kalou fe-chou a goleada que igualou o melhor registo de Villas-Boas como técnico principal e manteve o Chelsea na li-derança do Grupo E, com sete pon-

tos, mais um que Bayer Leverkusen, que venceu em casa por o Valência, por 2-1.

A equipa espanhola, que alinhou com Miguel a tempo inteiro, adian-tou-se pelo brasileiro Jonas, aos 24, mas os alemães Schurrle e Sam vi-raram o resultado em apenas quatro minutos, aos 52 e 56, respectivamen-te. O Valência ocupa o terceiro posto, com dois pontos, enquanto o Genk permanece no último lugar, com ape-nas um ponto.

No Grupo F, um golo tardio de Ramsey deu a vitória ao Arsenal em Marselha e pôs termo ao ciclo vitorio-so dos gauleses, que cederam a lide-rança para os londrinos, agora com sete pontos.

Ainda atrás do Marselha, que conta seis pontos, está o Olympia-cos, que saiu vencedor na recepção

ao Borussia de Dortmund, por 3-1. O alemão Holebas, aos 08 minutos, deu vantagem aos campeões gregos, aos 08 minutos, e, depois do empate do polaco Lewandowski, aos 26, o arge-lino Djebbour, aos 40, e o francês Mo-desto, aos 78, garantiram o triunfo para os anfitriões.

O campeão em título FC Barce-lona venceu sem dificuldade os che-cos do Viktoria Plzen, por 2-0, num encontro disputado em Camp Nou, e que decorreu praticamente apenas no sentido da baliza de Marek Cech. A formação “blaugrana” rematou 18 vezes, marcou por Iniesta, aos 10, e Villa, aos 82, enquanto os visitantes nem visaram a baliza de Valdés.

Igual resultado conseguiu o AC Milan na recepção aos bielorrussos

do BATE Borisov, com o 25.º golo do sueco Ibrahimovic em 80 jogos na “champions”, aos 33, e do ganês Prin-ce Boateng, aos 70.

Os colossos italianos e espanhóis lideram o Grupo H a par, com sete pontos, remetendo BATE Borisov e Viktoria Plzen, ambos com um ponto, para a luta pelo terceiro posto.

No Grupo G, os empates do APO-EL Nicósia frente ao FC Porto (1-1), no Estádio do Dragão, e do Zenit de São Petersburgo na deslocação ao terreno do Shakhtar Donetsk (2-2), deixaram a classificação inalterada. A formação cipriota, lidera a “poule”, com cinco pontos, mais um do que Zenit e FC Porto, enquanto o Shakhtar Donetsk permanece no quarto posto, com dois pontos.

Um Porto nervoso e sem soluçõeso fc Porto cedeu um empate (1-1), frente ao aPoel, numa partida em que voltou a mostrar grandes dificuldades em criar soluções ofensivas. o brasileiro Hulk viria a inaugurar o marcador na sequência de um livre directo, sobre a direita, contando com alguma displicência do guardião chiotis, que deixou a bola passar entre os braços e o poste. a vantagem, porém, funcionou como relaxante para a equipa portista, que os cipriotas aproveitaram da melhor

forma, empatando o jogo através do brasileiro aílton, que “disparou” de fora da área, aos 19 minutos. com este desfecho, o fc Porto vê-se praticamente obrigado a vencer os próximos três jogos do agrupamento para garantir a presença nos oitavos de final da prova, embora o empate entre o shakhtar e o Zenit (2-2) no mesmo dia tenha atenuado a perda destes dois pontos.

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jOrnAl TrIbunA de MACAu sexta-feira, 21 de outubro de 2011 Pág 15

DESPoRToFIGO DIz qUE CONFIA NA SELECçãO. luís figo acredita que a selecção Nacional vai ultrapassar a bósnia. «vai ser uma eliminatória mais difícil do que a tivemos para o Mundial da África do sul, mas confio a 100 por cento no valor da selecção», salientou.

UEFA DECRETA EURO PARA NãO FUMADORES. a uefa ratificou ontem a proibição de fumar nos estádios do campeonato europeu de 2012. esta decisão sem precedentes pretende consciencializar os adeptos da ligação que existe entre o desporto e os hábitos saudáveis.

mUNDIAL DE RÂGUEBI DEcIDE-SE No DomINGo

Nova Zelândia favorita na RaEMO Mundial de râguebi tem tido assistência atenta em Macau. Analisando o que foi a prova até agora, Luís Herédia nota um maior equilíbrio entre as equipas e elege a Nova Zelândia como a favorita para a final de domingo

PAULO BARBOSA

Seis candidatos a melhor jogadora international rugby board revelou a lista dos seis jogadores nomeados para Jogador do ano. Quatro deles estarão presentes na final de domingo, com destaque para três neozelandeses, entre os quais não está, obviamente, o capitão richie Mccaw - único jogador vencedor do prémio em mais do que uma ocasião (por três vezes, em 2006, 2009 e 2010), que sofreu uma lesão num pé e viu arruinada a sua época de 2011. o poderoso centro Ma”a Nonu (Hurricanes) é o único elemento das linhas atrasadas dos “all blacks” presente na lista, sendo acompanhado pelo médio de formação Piri Weepu (Hurricanes), que foi autor de 19 pontos, em pontapés, nos quartos-de final e meia-final do mundial. o terceiro “all black” é o flanqueador Jerome Kaino (auckland blues), considerado como um dos jogadores com maior capacidade de cobertura de terreno do râguebi internacional. também nomeados estão o capitão e asa gaulês thierry Dusatoir (campeão francês pelo stade toulousain), juntamente com Will Genia e o flanqueador David Pocock, dois australianos que irão disputar hoje, com transmissão a partir das 15h20, o jogo da medalha de bronze, frente a Gales.

É já no domingo que se realiza a partida decisiva do Campeonato do Mundo de râguebi, que vai

opor as formações da Nova Zelândia e da França, às 16 horas de Macau. As peripécias da prova têm sido seguidas atentamente entre nós, com grupos a reunirem-se em bares para assistirem às partidas em directo. Luís Herédia, praticante e treinador da modalidade, dá 75% do favoritismo para a equipa da casa, que chega à final após derrotar a Austrália por 20-6. Já a França teve mui-tas mais dificuldades para desenvenci-lhar-se do País de Gales, vencendo por tangenciais 9-8.

Fazendo uma análise dos jogos dis-putados até agora, Luís Herédia nota “um maior equilíbrio entre as equipas mais fracas” do lote de participantes na fase final. Selecções como a Geórgia, a Roménia, Tonga, o Canadá ou os EUA podem ser “uma segunda divisão den-tro do campeonato”, mas “provaram que conseguem aguentar os jogos até aos 60 minutos”, analisa o praticante.

Só na ponta final dos jogos estas equi-pas deitam tudo a perder, quando “ a parte física e psicológica começam a

pesar e são necessárias substituições”. É então que as equipas de topo conse-guem dar melhor resposta ao ritmo ele-

vado dos jogos. Outra ilação que Herédia retira

deste mundial prende-se com os “avan-ços no treino “, que levam a que o jogo tenha uma componente mais física, com as equipas a apresentarem jogado-res robustos e ágeis.

Também a nível técnico há avan-ços e o praticante destaca a qualidade de jogo apresentada pela Nova Zelân-dia e pela Irlanda. Estas foram as equi-pas que, na sua opinião, apresentaram um râguebi “mais ‘jogado’, evitando as paragens, através do apoio de um joga-dor”. Ou seja, sempre que há placagens, estas equipas conseguem soltar a bola para um jogador que surge como apoio, fazendo com que o jogo não pare.

Avaliando as equipas que se vão defrontar na final de Auckland, Luís Herédia refere que a França teve um começo “fraco” (chegou a ser derrotada por Tonga), mas “fez um grande jogo contra a Inglaterra”. Na meia-final, os franceses acabaram por beneficiar da expulsão do capitão galês, Sam War-burton, que obrigou a equipa a jogar uma hora com menos um homem.

“A França é sempre uma incóg-nita, mas não me parece que a Nova Zelândia se deixe surpreender, são jo-gadores possantes e ágeis e têm feito um campeonato fantástico”, comenta o praticante, acrescentando que os “all blacks” apresentam apenas um aspecto em seu desfavor, que se prende com o “nervosismo que a equipa tem apresen-tado em jogos decisivos.” Talvez por isso, os neo-zelandeses conseguiram apenas ganhar o primeiro campeonato mundial de râguebi, no longínquo ano de 1987. Nos campeonatos entretanto decorridos, a Austrália e a África do Sul venceram duas vezes e a Inglaterra arrebatou o título em 2003. “A França vai ter que se manter disciplinada na final, o que nem sempre acontece com as equipas latinas. Se mantiver essa disciplina, tudo está em aberto”, prevê Herédia.

O certo é que a história se volta a repetir, 24 anos depois da primeira edi-ção da prova, apenas com uma troca dos semi-finalistas vencidos. Em 1987, a Nova Zelândia e a França chegaram ao jogo decisivo depois de eliminarem o País de Gales e a Austrália, respecti-vamente.

“Portugal tem Ronaldo, mas nós Dzeko”O seleccionador da Bósnia acredita que é possível surpreender Portugal, mesmo tendo em conta o valor individual dos jogadores portugueses. Safet Susic conhece as capacidades de Cristiano Ronaldo, mas relembra que conta com Edin Dzeko

Tenho jogadores excepcionais na minha equipa e porque razão não posso surpreender o mundo do futebol uma vez mais? Eles têm Cristiano

Ronaldo e nós Dzeko», realçou Susic, em declarações à UEFA.

O seleccionador da Bósnia acredita nas potencia-lidades da sua equipa: «Temos de esquecer o jogo com

a França (empataram 1-1), visto que temos um novo desafio. É preciso concentrar todas as energias nesse objectivo e sabemos que muitas pessoas por toda a Europa estão ao lado da Bósnia».

Apesar disto, Safet Susic reconhece que Portugal era adversário indesejado no «play-off». «O sorteio poderia ser bem melhor. Queríamos evitar Portugal», afirmou Susic, citado pelo site oficial da Federação da Bósnia.

«Não sou pessimista, apenas realista», prosseguiu o treinador, lamentando não poder contar pelo menos com três jogadores para o encontro da primeira mão (Sasa Papac, Boris Pandza e Mensur Mujduza).

«Mas vamos fazer o nosso melhor para conse-guirmos vencer», salientou.

Reconhecendo o favoritismo da equipa da casa, Luís Herédia diz que “tudo está em aberto” na final

Piri Weepu e Ma’a Nonu são dois dos nomeados

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(...)“Estamos de tanga há muitos anos, mas agora nas ruas de Portugal, sob a égide de milhares de assobiadelas, o rei vai nú”.

Carlos M. Cordeiro in “Hoje Macau”

Dit

o oPINIão

Pág 16 sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 21/10/1991

Há 20 anos

UM FINAL DE ANODE AGENDA CARREGADAA presença em Macau, nestes últimos dias, de um elevado número de “VIPs” da área financeira e política, preencheu a agenda dos principais responsáveis locais, que andaram num virote, entre almoços, jantares, reuniões e conferências. Os próximos tempos não prometem, porém, grande acalmia, dado que sucessivos eventos vão tornar intensa a actividade dos que têm responsabilidades protocolares. O Festival de Música (que mais uma vez trará a Macau a esposa do Presidente da República) tem inscrição obrigatória, como o terá depois a agitada semana do Grande Prémio. Pelo meio metem-se algumas deslocações a Bruxelas onde aliás se encontra agora Vítor Pessoa, desconhecendo-se ainda a data em que irá recair uma ida a Pequim do general Rocha Vieira, dada como certa, mas ainda não programada. Entretanto a Assembleia Legislativa deve andar a voltas com análise do Orçamento que quase certamente irá debater em Dezembro, devendo haver, antes, decisões importantes na área do aeroporto, onde vários concursos esperam decisão.

BELEZA PARTIU BEM IMPRESSIONADOO ministro das Finanças, Miguel Beleza, concluiu uma visita de dois dias a Macau a convite do Governador Rocha Vieira, tendo-se manifestado “bem impressionado com a vitalidade do território”. Numa curta declaração à partida para Lisboa, Beleza referiu que a integração de funcionários da Administração de Macau nos quadros do Estado português foi “o único assunto concreto” abordado nos seus encontros com Rocha Vieira.

Nas duas últimas semanas falei-vos de algumas difi-culdades que pais e educadores enfrentam perante

crianças que rejeitam comida nas quantidades que são consideradas normais e adequadas a cada idade. Pelo que nos parece ser dado a concluir, nada disto é de grande im-portância se a dita criança for saudável e seguir padrões normais de desenvolvimento.

No entanto, antes de deixar o assunto arrumado, existe uma pequena particularidade que pode fazer uma grande diferença, e diz respeito à qualidade do que estas crianças comem. Digamos que, se não conseguimos domi-nar a quantidade do que comem podemos definitivamen-te decidir o que comem.

Analisem a vossa despensa e tenham apenas coisas saudáveis à disposição. Assim, quando eles decidirem co-mer, comem o que nós escolhemos: produtos saudáveis, frescos e nutricionalmente ricos. Em jeito de mote, aplique o princípio: comida-lixo fora de casa (em inglês parece que soa melhor: keep junk food out of the house).

Mas como? Será assim tão simples? Vejamos o que se pode fazer: no supermercado afaste-

se dos refrigerantes e se tiver que comprar bebidas, alem de água, opte por sumos naturais (tipo compal – passe a publicidade). Contorne também aos SSS’s o corredor das bolachas e apanhe apenas as que são ricas em fibras e pobres em cremes e aditivos (as cobertas e recheadas são para deixar na prateleira). Fuja do corredor dos salgadi-nhos e outros snacks duvidosos.

Por outro lado, passe longos períodos na prateleira das frutas. Faça uma selecção variada e apetitosa e em casa mantenha a fruta sempre à vista de toda a gente. Alongue-se também no corredor dos lacticinios: escolha bons quei-jos, de preferência brancos, sem grande teor de gordura, iogurtes simples ou de fruta, e leite. Compre pães varia-dos, e cereais de pequeno-almoço simples, de preferência sem chocolate ou açucar a mais.

Mas lembre-se: não deve ser radical. Nunca. O que eu quero dizer é: estes conselhos são para a maioria dos dias, mas não para todos os dias. Pois o que é proibido é sempre mais apetecido. Por isso, devemos ir dando alguma aber-

“Junk Food out of The House”

tura para coisas como: bolachinhas recheadas, cereias de chocolate, um refrigerante ocasional, etc. Cá em casa te-mos a regra: uma vez por mês ou uma vez por semana (depende do que se trata).

É claro que estes conselhos são tão validos para os piscos como para aqueles a quem temos que dizer: já che-ga por agora, não!!!

E termino com uma receita que cá em casa pertence à categoria - uma vez por mês, mas que até pode ser um bom reforço de proteinas ocasional para os nossos pis-quitos...

HAMBURGUER COM MOLHO DE NATAS ACOMPANHADO DE ARROZ INTEGRAL

COM MISCELANIA DE LEGUMES:Derreta uma colher de sopa de manteiga com uma

folha de louro. Coloque 4 hamburguer e deixe alourar, vire e tempere com uma pitada de sal e pimenta moida na hora. Retire e reserve num prato aquecido. No molho restante junte uma colher de sopa de natas e 3 colheres de sopa de leite, mexa em lume brando, coe e sirva à parte. Acompanhe com arroz integral refogado com miscelan-cia de legumes (cenoura, ervilhas e milho).

* Colaboradora. Escreve neste espaço às sextas-feiras.

MaMI Na coZINHa Manuela Nunes *

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍzO DE PEqUENAS CAUSAS CÍVEIS

ANúNCIO Cumprimento de Obrigações Pecuniárias

nº PC1-11-0233-COP Juízo de Pequenas Causas Cíveis

Autor: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22.Réu/Ré: ERNIE JOSEPH GONzALES MANGABAT, com última residência conhecida em Macau, na Avenida de Olímpica, nº 66, Jardim de Wa Bao, Bloco 1, 26° andar B, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que nos autos, Juízo e Tribunal acima referidos, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da data da publicação do anúncio, citando o Réu/a Ré ERNIE JOSEPH GONzALES MANGABAT, acima identificado, para querendo, no prazo de QuINZE (15) DIAS, findo o dos éditos, contestar querendo, a acção supra identificada, com a cominação de que a falta de contestação importa a confissão dos factos articulados pelo Autor o que consiste na condenação do(a) Réu/Ré a pagar a dívida, as despesas e os juros de mora na quantia de MOP$20.9S6,9S (vinte mil, novecentas e cinquenta e seis patacas e noventa e cinco avos), a que acrescem os juros que se forem vencendo, à taxa de juros convencionais, após a propositura da acção e até integral pagamento, o respectivo imposto de selo que sobre os mesmos incide e, ainda, as custas e condigna procuraâoria.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do Juízo de Pequenas Causas Cíveis à disposição do(a) citando(a).

Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial.

Para constar se lavrou este e outros de igual teor, que serão fixados nos lugares designados pela Lei.

R.A.E.M., aos 23 de Setembro de 2011.

A Juiz,Lap Hong Lou Silva

A Escrivã Judicial Auxiliar,Chan Ka Choi

“JTM” - 21 de Outubro de 2011

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍzO DE PEqUENAS CAUSAS CÍVEIS

ANúNCIO Cumprimento de Obrigações Pecuniárias

nº PC1-11-0271-COP Juízo de Pequenas Causas Cíveis

Autor: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22.Réu/Ré: SYED SHAHRIzAL BIN SYED OTHMAN, com última residência conhecida em Macau, na Rua de Tai Lin, nº 325, Edifício Pou Long Garden, Kam Long Kok, 13º andar “A”, Taipa, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que nos autos, Juízo e Tribunal acima referidos, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da data da publicação do anúncio, citando o Réu/a Ré SYED SHAHRIzAL BIN SYED OTHMAN, acima identificado, para querendo, no prazo de QuINZE (15) DIAS, findo o dos éditos, contestar querendo, a acção supra identificada, com a cominação de que a falta de contestação importa a confissão dos factos articulados pelo Autor o que consiste na condenação do(a) Réu/Ré a pagar a dívida, as despesas e os juros de mora na quantia de MOP$23.097,29 (vinte e três mil, noventa e sete patacas e vinte e nove avos), a que acrescem os juros que se forem vencendo, à taxa de juros convencionais, após a propositura da acção e até integral pagamento, o respectivo imposto de selo que sobre os mesmos incide e, ainda, as custas e condigna procuradoria.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do Juízo de Pequenas Causas Cíveis à disposição do(a) citando(a).

Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial.

Para constar se lavrou este e outros de igual teor, que serão fixados nos lugares designados pela Lei.

R.A.E.M., aos 23 de Setembro de 2011.

A Juiz,Lap Hong Lou Silva

A Escrivã Judicial Auxiliar,Chan Ka Choi

“JTM” - 21 de Outubro de 2011

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍzO DE PEqUENAS CAUSAS CÍVEIS

ANúNCIO Cumprimento de Obrigações Pecuniárias

nº PC1-11-0347-COP Juízo de Pequenas Causas Cíveis

Autor: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22.Réu/Ré: HARRYSON UMALI BAYTA, residente em Macau, na Rua de Tomás Vieira, n.º 94, Edifício Chun Meng Lau, 6.° andar “A”, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que pelo Juízo de Pequenas Causas Cíveis do Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRlNTA (30) DIAS, contados da data da publicação do anúncio, para citar o Réu/a Ré HARRYSON UMALI BAYTA, querendo, no prazo de quinze (15) dias, findo o dos éditos, contestar a acção supra identificada, na qual pede que se julgue procedente e provada e, em consequência condena o(a) Réu/Ré a pagar as dívidas, as despesas e os juros de mora na quantia de MOP$14.549,84 (catorze mil quinhentas quarenta e nove patacas e oitenta e quatro avos), a que acrescem os juros que se forem vencendo, à taxa de juros convencionais, após a propositura da acção e até integral pagamento, o respectivo imposto de selo que sobre os mesmos incide e, ainda, as custas e condigna procuradoria.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do Juízo de Pequenas Causas Cíveis à disposição do(a) citado(a).

Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial.

Para constar se lavrou este e outros de igual teor, que serão fixados nos lugares designados pela Lei.

R.A.E.M., aos 07 de Outubro de 2011.

A Juiz,Lap Hong Lou Silva

O Escrivão Judicial Auxiliar,Ng Kuai On

“JTM” - 21 de Outubro de 2011

Page 17: JTM 21-10-2011

jOrnAl TrIbunA de MACAu sexta-feira, 21 de outubro de 2011 Pág 17

oPINIão“O maior risco que correm é que com eles cresça a ilusão de uma democracia “impolítica”, que certamente aumentará a erosão das formas tradicionais da legitimidade política, mas sem criar nenhuma outra. E abrindo entretanto as portas a sabe-se lá o quê!”-Manuel Maria Carrilho

“Sem cumplicidades nos salões, Álvaro é apenas Álvaro não porque tenha perdido o apelido, mas porque não tem família política identificada. É um ovni, um ovni talvez até com ideias, mas que, para já, não faz ideia nenhuma do que está a fazer por aqui.”-André Macedo

TRIBUNa

o Álvaro tem apelido, não tem é partido

André Macedo

É muito fácil criticar Álvaro Santos Perei-ra. Não é apenas fácil, é tentador fazer

dele o pára-raios das misérias do País e do Governo. Como estratégia de comunicação até é legítimo achar que foi inteligente - ou maquiavélico - escolher um substituto à al-tura da herança de Manuel Pinho. O novo ministro da Economia talvez não faça uns corninhos no Parlamento, como o outro, mas não é um absurdo antecipar-lhe um desfecho igualmente inofensivo e gratuito.

Na verdade, ao fim de três meses é im-possível avaliar Álvaro Santos Pereira pela simples razão de que ele está à frente de um mamute governativo sem pés nem cabeça - energia, emprego, obras públicas, transpor-tes, comunicações, trabalho, além de dezenas de dossiês brutalmente complexos. Juntemos a esta boçalidade a inexperiência política, a ausência de conhecimentos sobre a máquina pública e a total falta de rendas para distri-buir e chegamos à conclusão de que, se a es-colha de Álvaro Santos Pereira para a Eco-nomia foi inocente, de certa forma também calhou muitíssimo bem.

Todos os dias ele é atirado aos leões e, quando não é empurrado, o próprio avança so-zinho sem medir as consequências do que ten-ta dizer, mas não lhe sai de maneira nenhuma.

Esta terça-feira, por exemplo, logo a se-guir à apresentação do Orçamento do Estado,

podia ter-se circunscrito aos seus aposentos. Não era uma boa altura para ser visto.

No entanto, em vez disso, cobriu-se no-vamente de vergonha com promessas vagas de ajudas inexistentes às empresas. Para quando os apoios?, perguntaram-lhe os re-pórteres no final de mais um debate. “Nos próximos dias” - disse ele, mastigando as pa-lavras - ... “nas próximas semanas...”.

Ou seja, nunca, porque simplesmente não há dinheiro, só há cortes, e ele, se ninguém lho disse, já o deveria ter percebido sozinho.

Perante um ministro fragilizado, o as-sunto podia ficar por aqui; mas não pode, porque vêm aí as privatizações. No entan-to, também aí não se esperam contributos ou obstáculos inultrapassáveis. Na verdade, Álvaro Santos Pereira tem toda a responsa-bilidade e tem zero autoridade. Tem o dever mas não tem o poder.

É um estranho, um académico longín-quo com teses longínquas a quem falta o pedigree de outros estrangeirados, como o fabuloso dr. Borges.

Sem cumplicidades nos salões, Álvaro é apenas Álvaro não porque tenha perdido o apelido, mas porque não tem família política identificada. É um ovni, um ovni talvez até com ideias, mas que, para já, não faz ideia ne-nhuma do que está a fazer por aqui.

JTM/DN

UM PoNToé TUDo

o deputado do ‘post-it’

Antes de falar no Parla-mento o deputado Pe-

dro Saraiva distribuiu 230 post-it -nos lugares dos seus colegas. Um papelito por cada deputado de todos os partidos.

Lembram-se da inter-venção, ontem, de outro deputado? Mas a de Pedro Saraiva conhecem - mérito dele, ter chamado a atenção.

É verdade que também chamaria se se tivesse exi-bido em cuecas nos Passos Perdidos, mas o dia de fama que ele ganhou conseguiu-o com um gesto de algum sen-tido. O post-it tinha a forma de balão de diálogo - ima-gem sempre boa de recordar num parlamento - e era um post-it.

O post-it, pequeno papel com adesivo que se tira facil-mente sem deixar marcas, é das invenções mais práticas e úteis da História da Hu-manidade. Eu sei que nun-ca seria capaz de inventar

o Teorema de Gauss, mas o post-it quando apareceu, em 1977, já eu ganhava a vida e se tivesse ousado pensar te-ria descoberto o post-it. Mas falhei, não fui eu.

Propondo um post-it aos colegas, Pedro Saraiva pedia-lhes uma pequena su-gestão para Portugal.

Ao que sei, recolheu um alvoroço de protestos por não se ter limitado a dis-cursar, como é costume na casa, para o esquecimento do País, como a casa sabe ser costume.

Ser diferente é duro em Portugal. Também ontem, soube-se que João Ricardo Pedro tinha ganho o prémio literário Leya (100 mil eu-ros) e os jornais titularam: “Desempregado ganha pré-mio literário”. Desemprega-do coisa nenhuma, estava todo empregado a fazer pela vida.

JTM/DN

Ferreira Fernandes

TRIBUNa

Indignados... e depois?

Manuel Maria Carrilho

A onda de indignação global que atravessou, no sábado passado,

centenas de cidades em dezenas de países é interessante e deve ser ma-téria de reflexão. Trata-se de movi-mentos que, desde a sua irrupção em Madrid em Maio passado, se têm multiplicado por todo o mundo, re-velando a intensificação de um cada vez mais intolerável sentimento de injustiça - e a boa cólera, como ensi-nava Aristóteles, é justamente a que nasce do imperativo de justiça.

Isso acontece porque o capitalis-mo financeiro, e a ideologia ultralibe-ral que o tem sustentado, tem sobre-vivido à crise dos últimos anos com uma facilidade que reforça a impres-são de uma total impunidade. Impu-nidade que, se bem analisada, revela não ser em geral mais do que a outra face da tão propagandeada como en-ganadora impossibilidade de “haver alternativas”...

Basta, por exemplo, olhar para o que aconteceu com a taxa Tobin so-bre as transacções financeiras, desde que foi proposta (em rigor, retoma-da) no fim dos anos 90, para se com-

preender como o chavão “não há alter-nativas” funciona como um garrote em relação a possibilidades tão efectivas como realistas. A prová-lo, aí está o modo como, depois de durante quinze anos ser sistematicamente acusada de radicalismo delirante, ela acabou por ser adoptada por N. Sarkozy, A. Merkel ou J. M. Barroso.

Tudo hoje aponta, a meu ver, para o facto de a crise que estamos a viver exigir uma revolução no modo de fazer política. Mas uma revolução que au-mente a sua eficácia, e esse é sem dú-vida o grande problema que os movi-mentos de “indignados” enfrentam.

Porque é bom não ter ilusões: a in-dignação, apesar de ser um forte deto-nador mediático, é, na verdade, um fra-co operador político. A razão é que, por um lado, ela combina bem demais com a insatisfação típica do individualismo contemporâneo e da sua interminável reivindicação de direitos. E, por outro lado, porque ela se apoia mais em senti-mentos do que em ideias, e acredita mais em palavras do que em programas.

A “verdadeira” democracia que estes movimentos defendem é, sem dú-

vida, mais do que compreensível, no-meadamente quando olhamos para a desvitalização das nossas democracias representativas. Mas ao escolherem a via da simplicidade expressiva dos es-tados de alma para enfrentar um mun-do de tão extrema complexidade, eles acabam por funcionar sobretudo como válvulas de escape do sistema que tan-to contestam, dando forma ao que Da-niel Innerarity chamou, e bem, a função conservadora da indignação.

Dito de outro modo: estes movi-mentos são um fenómeno indiscuti-velmente novo na cena política global. Mas sem organização, sem objectivos, sem estratégia e sem liderança, a sua eficácia no único plano em que conver-gem - e que é o da crítica do capitalismo contemporâneo - é muito incerta.

O maior risco que correm é que com eles cresça a ilusão de uma demo-cracia “impolítica”, que certamente au-mentará a erosão das formas tradicio-nais da legitimidade política, mas sem criar nenhuma outra. E abrindo entre-tanto as portas a sabe-se lá o quê!

É por isso que as “primárias” fran-cesas, realizadas nestes dois últimos

fins-de-semana, foram um aconte-cimento político de primeiro plano. Antes de mais, pela extraordinária mobilização que suscitaram, claro, a confirmar a importância da “oferta” (isto é, da ousadia) na vida políti-ca: depois de dois milhões e meio na primeira volta, votaram cerca de três milhões de franceses na segunda volta destas eleições. Mas sobretudo pelas novas condições políticas que criaram, mais propícias à construção de uma autêntica alternativa à situação actual, que ajude a responder aos impasses políticos em que a União Europeia se tem vindo a afundar.

Ao contrário do que muitas ve-zes se diz, não são tanto as ideias que faltam: o que verdadeiro tem faltado é “potência” para as projectar e susten-tar no espaço público, articulando a vontade de participar dos cidadãos e a capacidade de inovação dos políticos em torno de uma nova compreensão dos problemas e de uma efectiva ca-pacidade de lhes dar resposta. É isto que vai estar em jogo, na França, nos próximos meses.

JTM/DN

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Pág 18 sexta-feira, 21 de outubro de 2011 jOrnAl TrIbunA de MACAu

laZERFAFÁ DE BELÉM RECEBEU MEDALHA DE PORTUGAL. a cantora brasileira fafá de belém recebeu, no rio de Janeiro, a medalha de mérito turístico pelo seu trabalho espontâneo de divulgação e promoção de Portugal como destino turístico no brasil e no mundo.

LEONARD COHEN CONFIRMA NOVO ÁLBUM. o novo álbum de leonard cohen chama-se «old ideas» e tem saída marcada para 2012. isso mesmo confirmou o autor numa conferência de imprensa em oviedo. a dúvida de cohen reside agora em transpor as canções para o palco ou não.

clooney “apresentou” nova namoradaGeorge clooney e stacy Keibler “oficializam” relação, ao aparecerem juntos no festival de cinema de Nova iorque. o casal de actores posou, pela primeira vez, de mãos dadas, com clooney a mostrar o seu afecto à namorada, antiga diva do wrestling, durante a estreia do filme “the Descendants”, de que o actor norte-americano é protagonista. a actriz já tinha aparecido com George clooney no festival de cinema de toronto, no canadá, e na festa posterior organizada pela revista vanity fair. stacy Keibler completou 32 anos na passada sexta-feira, e George clooney celebrou os seus 50 anos no passado mês de Maio. o galã do cinema só se casou uma vez e garantiu que não voltaria ao altar.

lindsay lohan de volta à prisão

lindsay lohan regressou à prisão esta quarta-feira após uma juiza ter revogado a sua liberdade condicional. a fiança foi fixada em 100 mil dólares. a

juiza stephanie sautner decidiu revogar a liberdade condicional devido a problemas da actriz durante o cumprimento de serviço comunitário num abrigo para mulheres. lindsay terá ainda direito a uma audiência antes da decisão final de a condenar a uma presa de prisão. a actriz de 25 anos saiu da sala algemada.

Nelly doa dinheiro que recebeu de Khadafia cantora luso-canadiana Nelly furtado anunciou que doará um milhão de dólares que recebeu em 2007 por actuar para a família de Khadafi para construir uma escola feminina no Quénia. Nelly furtado anunciou a sua decisão num evento em toronto da organização não governamental canadiana “free the children”. Nelly furtado já tinha manifestado a intenção de doar o dinheiro recebido de Khadafi, através da sua conta de twitter, em fevereiro.

adriana é a nova beleza da Wonderbratem 20 anos, nasceu na eslováquia e foi a escolhida para suceder às inesquecíveis eva Herzigova, adriana Karembeu e Dita von teese, na campanha do emblemático soutien. os olhos azuis e o cabelo loiro foram decisivos para escolher a menina de sorriso grande para a campanha. “ela é divertida, naturalmente sexy e inteligente - e tem uma confiança que a torna única”, afirmou um porta-voz da marca para justificar a escolha de adriana cernanova. a modelo foi descoberta com apenas 14 anos, já fez produções para as revistas elle e Marie claire e deixou para trás dezenas de outras modelos ao ser eleita a nova cara da Wonderbra. vER víDEO NA EDIçãO ONLINE DO jTM www.jTM.COM.MO

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55 BiograPhy channel13:00 Intervention14:00 Hoarders15:00 Private Chefs Of Beverly Hills17:00 Flip This House18:00 Sell This House18:30 Caesars 24/719:00 Hoarders20:00 My Ghost Story21:00 Celebrity Ghost Storie22:00 Sarah Jessica Parker23:00 Hoarders00:00 Intervention

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MuHAMMAr KAdHAFI MOrreu OnTeM eM sIrTeO antigo líder líbio Muhammar Kadhafi morreu ontem nos arredores da sua terra-natal, Sirte, foi ontem noticiado. Durante várias horas hou-ve rumores com diferentes versões sobre o que realmente se passou em Sirte, mas finalmente ficou estabelecido que efectivamente Kadhafi desapareceu fisicamente. A versão mais fiável, é a de que tenham sido aviões da NATO a bombardear um grupo de veículos de Kadhafi que tentava sair de Sirte às primeiras horas da manhã de ontem, o que faz supor ter havido conhecimento antecipado da sua tentativa. Kadhafi e outros elementos da sua “entourage” terão ficado feridos, tendo a BBC apresentado um grupo de soldados da CNT que explicou como o encontrou, vestindo um fato bege e um turbante na cabeça, muito ferido num buraco, de onde o retiraram para enviar a Miszrat. Alguns desses soldados retiraram-lhe pistolas douradas que parecem reforçar a hipótese do ataque da NATO, pois negam a possibilidade de estar a fazer parte do grupo de combatentes contra a CNT. Foram apresenta-das imagens de um vídeo, que tudo indica tenha sido feito através de um telemóvel, do corpo de um homem, já sem vida, que foi “levado” pelas ruas de Sirte antes de ter sido enviado para Miszrat. Há também notícia de que terão sido mortos o antigo chefe das Forças Armadas, o porta-voz do Governo e o Ministro da Defesa. Vários membros do Governo terão sido presos.

21,8% dOs esPAnHÓIs vIveMAbAIXO dO lIMIAr dA PObreZA

A cada ano que passa os espanhóis ficam cada vez mais pobres e endividados. Em Espanha, 21,8% da população já vive abaixo do limiar da pobreza. Os dados foram publicados ontem pelo Instituo Nacional de Estatística de Espanha e re-velam um panorama desolador para o país vi-zinho. Segundo o documento, 36% das famílias espanholas não tem capacidade de suportar gas-tos imprevistos, 26% chegam ao fim do mês com

grandes dificuldades, 6% tem rendas, contas de electricidade ou gás em atraso e quatro em cada dez não consegue sequer passar uma semana de férias por ano, avançava ontem o jornal “El Mundo”. As regiões espanholas mais afectadas pela pobreza são a Extremadura (38% das pessoas abaixo do limiar da pobreza) e as Canárias (com 31%). As regiões menos afectadas são Navarra (com 7,3%), o País Basco (11,6%) e as Astúrias (12,3%).

Ps vAI AbsTer-se nA vOTAçãOnA generAlIdAde dO Oe 2012O PS vai abster-se na votação na generalidade do OE-2012. Embo-ra a decisão socialista não esteja oficialmente tomada - algo que só acontecerá na próxima semana - fontes da direcção do partido e do grupo parlamentar avançaram ao DN que o conhecimento do con-teúdo concreto da proposta do Governo não fez o líder do partido inflectir em relação ao que já havia dito na TSF: “Essa possibilidade [votar contra o OE] é a que menos probabilidade tem de acontecer. Se quer que diga é de 0,001%”. De acordo com as fontes do DN, um dos principais factores de ponderação no PS tem sido a “coesão interna” no partido face a esta decisão. À direcção do PS e do grupo parlamentar não é indiferente o facto de pesos-pesados como António Costa, Francisco Assis (ambos da oposição interna) ou Carlos César (que nas últimas directas se man-teve equidistante entre Seguro e Assis) já terem defendido a abstenção. Na votação final o sentido de voto poderá ser outro, consoante a resposta da maioria PSD/CDS às propostas que os socialistas fizeram no debate na especialidade (artigo a artigo).

brunI Teve MenInA, sArKOZY nãO AssIsTIu A PArTOA cantora e primeira-dama da França, Carla Bruni, deu ontem à luz uma menina. A crian-ça nasceu na última noite, por volta das 3 da manhã de Macau, numa das clínicas preferi-das da sociedade parisiense, de acordo com o Le Monde. Desde o começo de Outubro que a clínica La Muette, em Paris, se preparava para receber Carla Bruni, que poderia entrar em trabalho de parto a qualquer momento. O presidente francês Nicolas Sarkozy, que fez uma rápida visita à mulher, descreveu este momento que o casal vive como “uma ale-gria muito profunda”. E acrescentou: “Tão profunda como privada”. “É realmente muito bonito, muito delicado”, disse Sarkozy. “Tivemos a oportunidade de viver uma grande felicidade, todos os pais aqui podem entender a nossa profunda alegria”, comentou numa visita a uma zona rural do oeste de França. O presidente francês disse ainda que tanto Carla Bruni como a filha “estão bem”. Mas não esclareceu o nome da bebé: “Vamos deixar que seja a mãe a ter o prazer de dizer”. O presidente francês não alterou a sua preenchida agenda, mas antes desta visita oficial em que fez declarações sobre o mais recente membro da família, visitou a mulher na clínica La Muette durante cerca de uma hora. Na quarta-feira, dia em que nasceu a bebé, apesar de uma viagem a Frankfurt para um encontro com Angela Merkel, o presidente conseguiu ir duas vezes à clínica, de manhã e à noite.

PrínCIPe WIllIAM O MAIs InFluenTe, rOnAldO eM TerCeIrO lugAr

O príncipe William de Inglaterra, de 29 anos, que casou com Kate Midlleton em Abril, lidera uma lista de personalidades submetida à avaliação de 7000 leitores do site AskMen, para deliberar quem é o que mais impacto tem tido na vida do Reino Unido nos últimos 12 meses, tendo em con-ta os seus sucessos, perfil e estatuto. O DJ

francês David Guetta e o futebolista português Cristiano Ronaldo estão em segundo e terceiro lugares, respetivamente. O apresentador de talk show Piers Morgan está em quarto lugar, enquanto o fundador do Face-book Mark Zuckerberg está em quinto. O irmão de Guilherme, o prín-cipe Harry, está em 22º lugar, enquanto o primeiro-ministro britânico David Cameron ficou em 49º.

eTA AnunCIA FIM dA vIOlÊnCIAA ETA anunciou ontem em comunicado publicado em duas edições di-gitais de jornais bascos, que renuncia de forma definitiva à violência. A Conferência de Paz de San Sebastian, realizada segunda-feira, onde foi pedido o fim da violência, “foi uma iniciativa de grande relevância po-lítica”, diz a organização basca, que garante que este é um compromisso “claro, firme e definitivo”. Um dos factores determinantes para este fim prende-se com a declaração de Anarldo Otegi, líder do Batasuna, braço político da ETA, que afirmou em tribunal que o atentado de Dezembro de 2006, no aeroporto de Barajas, marcou o afastamento da organização separatista da esquerda radical, segundo o jornal “El Pais”.

sATÉlITe CAI esTe FIM-de-seMAnAUm satélite desactivado alemão encontra-se neste momen-to em rota de colisão com a Terra, devendo despenhar-se no próximo fim-de-semana, ainda que os cientistas des-conheçam exactamente onde e quando tal acontecerá. O Centro Aeroespacial Alemão anunciou ontem, que os pe-daços do satélite ROSAT - que tem as dimensões de um automóvel monovolume - deverão cair “no sábado ou no domingo”. Esta é uma afinação das previsões iniciais, que apontavam apenas para uma janela de quatro dias. No entanto, com o passar do tempo, deverá ser possível prever com uma precisão de dez horas o momento do impacto, noticiava a agência AP.