jornal [in]formação 2ª. edição 2009

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JORNAL DO 3° ANO DE JORNALISMO LABORATÓRIO ÍnDiCE prÁtiCo o QuE VoCÊ QuEr VEr no Envie suas dicas para: [email protected] Ano 8 •• n. 42 ••• abril de 2009 Faculdades Integradas Teresa DʼÁvila Elisângela Cavalheiro CACHOEIRA DO PIMENTA RECEBE TURISTAS DE TODO O VALE O destino é uma boa opção para quem busca tranquilidade e, ao mesmo tempo, o contato com a natureza e suas belezas. Soraia Alves Conhecida como a terra do pinhão, do artesanato e das famosas festas reli- giosas, como a do Divino, por exemplo, a cidade é destino certo para quem deseja descansar e curtir um clima agradável. Conheça um dos pontos turísticos da região, nesta edição do Cunha é rica de histórias e belezas naturais, e a Cachoeira do Pimenta é uma dessas atrações O local é muito visitado por tu- ristas de diversas partes do Vale do Paraíba e outras regiões. Nos feria- dos prolongados, e no domingo, o movimento é mais intenso. p.08 EnFoQuE Crise financeira gera queda no Fun- do de partici pação dos Municípios do Vale do paraíba p.03 Wesley Almeida p.06 VIVER BEM Esquizofrenia: ele é artista plás- tico, possui quadros em diversos países. Conheça badico, o pintor que convive com a doença Projetos de extensão da FATEA beneficiam mais de 5000 pessoas em 2008 CiDADAniA p.05 EQuilÍbrio Equoterapia é recomendada para doenças, como síndrome de down, autismo, deficiência mental e visual, transtorno obsessivo compulsivo e acidente vascular cerebral p.06 Samantha Natielli Arquivo Projeto Caminhar de Lorena CADERNO bate-papo: o fotógrafo Beto Issa, de Guaratinguetá, fala com excluvidade ao (In) Formação. Ele já fotografou na Temporada 2008 da Fórmula 1 e da Fórmula Indy p.02 bi blioteca Conde Moreira lima, um amor aos livros: obras do século 19, livros clássicos com dedicatória, a primeira edição de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos e o menor livro do mundo. p.04 Cultura: Secretaria da Cultura promove eventos para incentivar a arte em Lorena p.07 profissões: Pessoas que fazem do seu trabalho um gesto de amor p.07 Luiza Andrini

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Jornal laboratório da Habilitação em Jornalismo do Curso de Comunicação Social, das Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Lorena, SP. Produzido pelos alunos do 3º ano.

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Page 1: Jornal [in]Formação 2ª. edição 2009

JORNAL

DO 3° ANO DE JORNALISMO

LABORATÓRIO

ÍnDiCE prÁtiCo

o QuE VoCÊQuEr VEr no

Envie suas dicas para:[email protected]

Ano 8 •• n. 42 ••• abril de 2009Faculdades Integradas Teresa DʼÁvila

Elis

ânge

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aval

heiro

CACHOEIRA DO PIMENTA RECEBE TURISTAS DE TODO O VALE

O destino é uma boa opção para quem busca tranquilidade e, ao mesmo tempo, o contato com a natureza e suas belezas.

Sora

ia A

lves

Conhecida como a terra do pinhão, do artesanato e das famosas festas reli-giosas, como a do Divino, por exemplo, a cidade é destino certo para quem deseja descansar e curtir um clima agradável.

Conheça um dos pontos turísticos da região,

nesta edição do

Cunha é rica de histórias e belezas naturais, e a Cachoeira do Pimenta é uma dessas atrações

O local é muito visitado por tu-ristas de diversas partes do Vale do Paraíba e outras regiões. Nos feria-dos prolongados, e no domingo, o movimento é mais intenso. p.08

EnFoQuECrise fi nanceira gera queda no Fun-

do de participação dos Municípios do Vale do paraíba p.03

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p.06

VIVER BEMEsquizofrenia: ele é artista plás-

tico, possui quadros em diversos países. Conheça badico, o pintor que convive com a doença

Projetos de extensão da FATEA benefi ciam mais

de 5000 pessoas em 2008

CiDADAniA

p.05

EQuilÍbrioEquoterapia é recomendada para doenças, como síndrome de down, autismo, defi ciência mental e visual, transtorno obsessivo compulsivo e acidente vascular cerebral p.06

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CADERNObate-papo: o fotógrafo Beto Issa, de Guaratinguetá, fala com excluvidade ao (In)Formação. Ele já fotografou na Temporada 2008 da Fórmula 1 e da Fórmula Indy • p.02

biblioteca Conde Moreira lima, um amor aos livros: obras do século 19, livros clássicos com dedicatória, a primeira edição de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos e o menor livro do mundo. • p.04

Cultura: Secretaria da Cultura promove eventos para incentivar a arte em Lorena •p.07

profi ssões: Pessoas que fazem do seu trabalho um gesto de amor •p.07

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Page 2: Jornal [in]Formação 2ª. edição 2009

Entrevista

Joselaine Costa

De 30 mil fotos tiradas, ele selecionou 30, que evidenciam as difi culdades desse tipo de cobertura

Fotógrafo beto issa expõe imagens da temporada da F-1 e F-indy

Jose

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sta

Bianca de FreitasJornal Laboratório 3° ano de JornalismoFaculdades Integradas Teresa Dʼ Ávila ‒ FATEA Ano VIII ‒ n° 42 - Abril / 2009

Equipe de Alunos:

Alexandre Silva, Ariane Fonseca, Bruna de Paula, Bruna Jardim, Carla Moura, Carolina Areco, Carolina Giancola, Flávia Farias, Guilherme Colombo, Joselaine Costa, Leonardo Souza, Lívia Castro, Lívia Fernandes, Lucas Staut, Luiza Andrini, Mariana Nogueira, Samantha Natielli, Sara Mimoso,Soraia Alves, Stela Gonçalves,Talita Escobar, Thaís Nunes e Verônica Pessoti.

Faculdades integradas teresa Dʼ Ávila ‒ FAtEAAv. peixoto de Castro, 539 ‒ Vila Celeste • lorena ‒ sp ‒ CEp: 12606-580 • Fone: (12) 2124-2888

EXpEDiEntE

Direção Geral: Prof.ª Dr.ª Olga de Sá

Editora: Prof.ª Ms. Bianca de Freitas (MTB: 28876)

projeto gráfi co: Agência Experimenta ‒ Agência Integrada de ComunicaçãoDiagramação: Samantha Natielli

Coordenação geral:Prof. Ms. Jeff erson Moura

“Entre Aspas”• >>>P. 02

EDITORIAL

No fi nal da tarde em meio a tanta cor-reria da vida empresarial, o fotógrafo e empresário Beto Issa me recebe com um sorriso orgulhoso em meio a várias fotos da Fórmula 1 e Fórmula Indy emolduradas em seu escritório na cidade de Guaratinguetá. Ele fala sobre sua carreira e sua segunda exposição “Olhos Rápidos II”, que teve iní-cio em 17 de março e seu término em 31 de março, no Buriti Shopping em Guaratin-guetá. A mostra conta com 30 fotos tiradas na temporada 2008 da F1 e F Indy.

(in)Formação: Como iniciou a car-reira de fotógrafo?

Beto Issa: Eu sou natural de Guara-tinguetá e em 1983 / 1984 eu era or-ganizador de campeonato de skate na cidade.Existia na época a revista Fluir que cobria eventos de surf, bodybo-ard e skate, e ocorreu de eles pedirem fotos de nossos eventos para publica-ção, eu não tinha para quem recorrer e acabei por fazer as fotos, na época eu já gostava de registrar imagens, já tinha experiência com fi lmadoras de super 8 mas eu registrava como fi lme, então comprei minha primeira câme-ra e passei a fotografar os eventos de skate e a colaborar com a revista .

(in)Formação: Como ingressou na carreira de fotógrafo da Fórmula 1?

Beto Issa: Logo após a colaboração com a revista fui morar em São Paulo e comecei a estagiar na revista Fluir. Após anos como fotógrafo e editor de fotografi a, a Fluir foi comprada pela Editora Abril, em 1989. Foi quando co-nheci o pessoal da Quatro Rodas, da editora Abril, e recebi o convite para fotografar corridas de Fórmula 1 e

outras categorias. Quando voltei para Guaratinguetá, em 1993, eu continuei a fotografar nos fi nais de semana para conciliar com a vida empresarial.

(in)Formação: Como são os basti-dores da Fórmula 1?

Beto Issa: Embora exista todo o gla-mour do evento, os fotógrafos fi cam longe desta realidade, pois a preo-cupação com a foto não permite que a gente curta o evento, além de que geralmente vou para pista iniciando as fotografi as às 7h e saio de lá às 22h editando as fotos. Existe também uma rivalidade muito grande entre as equi-pes, sendo que algumas contratam fo-tógrafos para fotografar os carros dos rivais para copiarem uma idéia boa. Por este motivo, às vezes, eles cobrem par-

tes do carro, difi cultando a fotografi a.O mundo da Fórmula 1 atrai muitas

personalidades e tive a oportunidade de fotografar atores de Hollywood como Silvéster Stallone, o melhor luta-dor de todos os tempos, Muhammad Ali, o ex-presidente dos EUA, George Bush e outras tantas personalidades.

(In)Formação: Quais foram as situ-ações mais inusitadas que ocorreram com você, como fotógrafo?

Beto Issa: Uma vez estava no Rio fotografando o mundial de surf e es-tava na areia, quando o surfi sta ha-vaiano Sunny Garcia estava saindo da água. Ele tinha acabado de perder a bateria para um brasileiro e, quando ele me viu, pegou a prancha e bateu na minha câmera. Ele pagou uma

multa de 10 mil dólares por isso, ele já era conhecido como “briguento”, mas para mim foi uma surpresa. Às vezes tomamos empurrões de pilotos quan-do temos que chegar muito perto, e empurrões dos próprios fotógrafos.

(In)Formação: O que você quer mos-trar nesta exposição “Olhos Rápidos II”?

Beto Issa: Esta exposição é das fotos feitas na temporada 2008 F1 e F.Indy, quando tirei aproximadamente 4 a 5 mil fotos por fi nal de semana. Das cer-ca de 30 mil fotos ao todo, estou ex-pondo apenas 30. Optei pelo critério da fotografi a e sua difi culdade.

Como em toda e qualquer profi ssão na vida, você deve se apaixonar pelo o que faz a minha paixão pela foto-grafi a descreve a fotografi a com uma obra de arte, é uma emoção ver uma fotografi a bem feita.

(In)Formação: Como você enxerga o mercado fotográfi co, e qual a dica para os iniciantes?

Beto Issa: O mercado melhorou por um lado e piorou por outro, com a inovação tecnológica qualquer um pode ser fotógrafo. Se por um lado há desvantagem na competição, por ou-tro há vantagem na divulgação que é mais rápida e fácil.

O segredo de um bom fotógrafo é o diferente que você capta na foto, pois o ambiente é o mesmo para to-dos, por exemplo, na F1 os carros são iguais para todos, mas existem fotos que chamam mais atenção.

“O bom fotógrafo é aquele que consegue enxergar o que o outro não está enxergando”.

Beto Issa apresenta a exposição “Olhos Rápidos II”, com fotografi as da F1 e F Indy

Está nas bancas o jornal-labora-tório [In] Formação, elaborado pelo 3º ano de Jornalismo da FATEA. Ele volta com novidades e desafi os.

A novidade é que ele passa a ser distribuído em algumas bancas de jornal e espaços frequentados pelos jovens da sua região de abrangên-cia. E o desafi o é o de lançar dez edi-ções em 2009. Além disso, a partir desse mês, os leitores também vão poder contar com seu conteúdo na internet, no site da Fatea.

Seu projeto editorial também se consolidou e, nesta edição, o leitor confere a tradicional entrevista pin-gue-pongue da página 2, com o fo-tógrafo Beto Issa. Na página 3, pode entender, por meio de uma reporta-gem de uma página, os impactos da

redução da arrecadação de Imposto de Renda e de IPI sobre a verba desti-nada às cidades, pelo Fundo de Parti-cipação dos municípios. Nas páginas seguintes, vai encontrar a cobertura dos temas da FATEA e da área de edu-cação, cidadania, cultura, comporta-mento, meio ambiente e turismo.

Para isso, conta com uma equipe de 23 estudantes, envolvidos direta-mente no levantamento de pautas, realização de entrevistas e fotogra-fi as, produção de textos, diagrama-ção e revisão. E tendo sempre como foco assuntos de interesse dos jo-vens da Fatea e região. Confi ra!

Prof.ª Ms. Bianca de Freitas, editora do jornal (In)Formação.

Page 3: Jornal [in]Formação 2ª. edição 2009

Ariane FonsecaLeonardo Souza

REDUÇÃO DE VERBA GERA CORTE DE DESPESAS NO VALE

Para conter os efeitos da crise financeira mundial, que se intensi-ficou no fim do ano passado, o go-verno federal adotou medidas que afetaram diretamente a rotina das prefeituras da região. Uma delas foi a diminuição do repasse do Impos-to de Renda (IR) e sobre Produtos Industrializados (IPI), formadores da principal fonte de receita de 81% das cidades brasileiras, o FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

As novas regras, que entraram em vigor a partir de janeiro, acarretarão em R$ 8,4 bilhões a menos nos cofres públicos da União, retirando R$ 1,386 bilhão dos mais de cinco mil muni-cípios brasileiros. O objetivo da me-dida, segundo o governo, é garantir recursos suficientes no bolso dos con-sumidores e evitar que o encalhe de estoques nas empresas se transforme em uma onda de demissões.

Para o consultor da ONG ‘Transpa-rência Municipal’, que coopera com órgãos e entidades ligadas ao poder público na aplicação de recursos, François Bremaeker, o governo bra-sileiro procurou minimizar os efeitos da crise e sinalizou no sentido da manutenção dos investimentos do PAC (Plano de Aceleração do Cres-cimento), mas acabou prejudicando as administrações municipais.

“Foi uma boa atitude para não criar um ambiente de pânico no país. Entretanto, com o intuito de es-timular alguns setores da indústria, a União promoveu isenções tributá-rias que refletiram nas finanças do município, sob a forma de redução dos repasses do FPM”, destacou.

Em Guaratinguetá, Lorena, Ca-choeira Paulista, Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz, a queda pôde ser obser-vada nos primeiros meses deste ano. Em relação a janeiro de 2009, a verba repassada em fevereiro teve uma média de 6,7% de redução.

Em Lorena, o corte obrigou a prefei-

tura a rever gastos e a buscar novas op-ções de receita. O município, que tem uma estimativa do orçamento mensal para 2009 de aproximadamente R$ 7 milhões, depende em 21% do FPM.

De acordo com o secretário ad-junto de Finanças, Benedito Carlos Bravin, a prefeitura já colocou em prática algumas soluções para au-mentar a fiscalização sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mer-cadorias e Serviços), o ISS (Imposto sobre Serviço) e o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). “Tudo isso para evitar a sonegação e au-mentar a arrecadação municipal. Não podemos ser tão dependentes do FPM, pois a tendência é que ele caia cada vez mais”, afirmou.

Já em Cachoeira Paulista, onde 13% do valor do FPM é destinado para a Saúde e 25% para a Educação, as medidas foram mais intensas. O prefeito Fabiano Vieira assinou um

decreto com diretrizes para com-bater a crise. Os maiores cortes são de gastos com o pessoal, custeios de verbas e adiantamentos, auxí-lio econômico e material a festas populares e suspensão do uso ou empréstimo de carros oficiais. Além disso, as contas de água, luz e tele-fone estarão sob responsabilidade dos secretários municipais que de-verão comprovar a sua exatidão.

Uma das maiores dependentes do FPM, com 36%, Queluz também criou um pacote de soluções para minimizar os efeitos da crise. As iniciativas vão des-de planejamento e acompanhamento

de despesas até o corte de horas extras.“Queremos aumentar a arreca-

dação municipal para não atingir os serviços prestados à população. Uma das principais ações é um le-vantamento para saber as medidas reais dos imóveis e realizar as mo-dificações necessárias quanto ao IPTU”, explicou a diretora de Admi-nistração, Sueli Emília de Paiva.

Mesmo com essas iniciativas, o economista José Augusto Ribeiro acredita que não existem soluções imediatas para o problema. Para ele, o momento pede que se mantenha um número elevado de crédito. “O que deve ser feito é o alto investimen-to, crédito sempre constante dos ban-cos nas casas de câmbio e o governo apoiando as empresas na produção. Para, com isso, diminuir o desempre-go e, assim, reduzir os efeitos deste mau momento da economia”.

Responsável pelos interesses das cidades da região, o Codivap (Consór-cio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba) também busca alternativas para a redução no repas-se do fundo. No dia 27 de março, o presidente do consórcio, Otacílio Ro-drigues, se reuniu em Piquete com o secretário estadual de Desenvolvi-mento, Geraldo Alckmin, e apresen-tou as dificuldades dos municípios.

“Outra forma de trabalhar a nova rea-lidade econômica são os convênios com os governos estadual e federal. Vamos cobrar do secretário soluções, pois essa queda no envio das verbas afetou em cheio a economia das pequenas cidades, como as do Vale Histórico”, ressaltou.

O Fundo de Participação dos Municí-pios é uma transferência constitucional, composta de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do país. A distribuição dos recursos é feita de acordo com o número de habitan-tes das cidades. São fixadas faixas po-pulacionais cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. O mínimo é de 0,6 para municípios com até 10.188 habitantes e, o máximo, é de 4,0 para

aqueles acima de 156 mil.Do total de recursos, 10% são

destinados às capitais, 86,4% para as demais e 3,6% para o fundo de reserva a que fazem jus os muni-cípios com população superior a 142.633 habitantes (coeficiente de 3,8), excluídas as capitais.

Confira quais são os coeficientes de algumas cidades da região e qual é o percentual da arrecadação total destinada a elas:

O QUE É FPM?

MUNICÍPIOS COEFICIENTE HABITANTES (mil) % da arrecadação totalGuaratinguetá

3,2 112.596 0,369345%

Queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios deixa prefeituras em alerta

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Fonte: Tribunal de Contas da União (TCU)

Lorena 2,8 82.391 0,323176%Cachoeira Paulista 1,6 33.999 0,184672%

Cruzeiro 2,6 79.418 0,300092%

Lavrinhas 0,6 6.915 0,069252%Queluz 0,8 11.012 0,092336%

[In]Foco • >>>P. 03

Prefeituras da região apelam a promoções e descontos no IPTU para aumen-tar arrecadação municipal e minimizar os efeitos da queda no repasse do FPM

Page 4: Jornal [in]Formação 2ª. edição 2009

Educação• >>>P. 04

NA FATEAD

Do dia 9 à 28 de março, a FATEA realizou a exposição “EVAS, MA-RIAS E MADALENAS”, em homena-gem ao Dia Internacional da Mu-lher. A exposição apresentou obras em tela e esculturas em argila, além de fotografi as.

Verô

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soti O 2°. Congresso Integrado do Co-

nhecimento, na FATEA irá se realizar em setembro deste ano e terá como tema: “Valores, Sociedade e Mu-dança”. Espera-se que 2 mil pessoas participem de mais de 150 ativida-des durante três dias de congresso.

Acesse: www.fatea.br

Portadores do Mal de Alzheimer se reunem no início de cada mês na FATEA em Lorena para trocar expe-riências vividas pelos pacientes. Nos encontros as pessoas aprendem a ouvir outras opiniões e experiência, tentando adaptá-las para o ambien-te de cada casa. O endereço é Ave-nida Dr. Peixoto de Castro, 539 Vila Celeste. Telefone (12) 2124-2888.

biblioteca Conde de Moreira lima, um amor aos livros

No dia 12 de março, foi comemo-rado o Dia do Bibliotecário. E a FATEA prestigia esse profi ssional não so-mente com o curso de Bibliotecono-mia, mas mantendo e investindo na Biblioteca Conde de Moreira Lima, uma das maiores do Vale do Paraí-ba. Seu acervo conta com mais de 72 mil livros, com acesso totalmente informatizado, em espaço amplo e aconchegante. São quase dois mil usuários entre alunos, professores, funcionários e pessoas de fora.

Outro destaque são as raridades, tais como: obras do século 19, livros clássicos com dedicatória, a primeira edição de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos e o menor livro do mundo.

Localizada dentro do Instituto Santa Teresa, foi fundada no ano de

1954, juntamente com o Instituto. Para a bibliotecária da FATEA e pro-fessora do curso de Bibliotecono-mia, Cristina Aparecida Lino de Pai-va, o maior objetivo da biblioteca é dar suporte de pesquisa para diver-sas áreas. “Além de formar alunos, é base para professores, servindo de apoio pedagógico para eles. Ajuda na formação cultural de alunos, pela oportunidade de conhecer vários li-vros não só da área especifi ca como de outras áreas”.

EmpréstimosEm 2007 foram 18.374 emprésti-

mos, contra 16.942 em 2008, mas isso não signifi ca que as pessoas tenham deixado de emprestar, muitas vezes, os alunos pesquisam e não levam o livro para casa. Pensando nisso, a bi-

blioteca criou um portal de movimen-tação: em 2007 foram 109.835 mil fre-qüentadores e, em 2008, 137.652 mil.

O aluno Jafhy Borges do 2° ano de RTV, destaca a importância bibliote-ca para a sua vida escolar. “Ela me dá todo o embasamento teórico para os meus trabalhos, tornando a minha vida de universitário mais fácil”.

Novidades para 2009Para 2009, estão sendo planejadas

algumas novidades, para que os alu-nos se interessem ainda mais pela leitura. Uma das idéias é montar um blog, para criar interação com o alu-no e a postagem de informações. O repositório institucional, é uma ma-neira de coletar todas as publicações de alunos e professores, os TCCs, deixando disponível a quem quiser utilizar, sendo tudo isso digitalmen-te. Outra idéia é criar uma extensão da biblioteca no CEMARI.

DiferencialOutro diferencial da Biblioteca

Conde de Moreira Lima é o acervo aberto à comunidade e a internet sem fi o (WI-FI) disponível para os usuários de notebook.

A Vitrine Cultural busca levar co-nhecimento para o público, disponibi-lizando livros de todas as áreas e todo o material que a biblioteca tenha dis-ponível, e em datas comemorativas.

Além disso, a biblioteca presta serviços, como gravação de TCC.

Além de livros, a biblioteca conta com revistas e jornais, tendo todos os anos no-vas assinaturas, a pedido dos professores. Ao todo são 43 tipos de revistas e jornais.

Verônica Pessoti

O acervo da biblioteca conta com mais de 72 mil livros

programa gestar visa capacitação de professores em lorena“Docentes receberão reforço em português e matemática; objetivo é melhorar aprendizado e técnicas de ensino”

Carolina Areco

O programa Gestar reuniu 40 professores da rede municipal de Lorena em março

Em março, 40 professores da rede municipal de ensino de Lorena co-meçaram a participar de uma série de cursos que visam à melhoria do conteúdo programático a ser aplica-do nas salas de aula. A capacitação teve, inicialmente, a participação de docentes de 5ª a 8ª séries.

Os professores passaram a integrar o Programa Gestar (Gestão de Apren-

dizagem Escolar), do Governo Federal, criado com a fi nalidade de implemen-tar a formação continuada de profes-sores. Em todo o país, de 2001 a 2007, o Programa Gestar já capacitou 65.524 professores, atendendo 2.729.252 alu-nos em 16.248 escolas. Roseira tam-bém faz parte do projeto.

“É um projeto que envolve todo o conteúdo programático de Português

e Matemática, obedecendo o nível do aluno. O professor tem a oportunida-de de estudar novamente todo o con-teúdo dessas matérias”, explica o co-ordenador do programa em Lorena, Nilson Bueno. Ele explica que as duas matérias seriam as que os alunos mais teriam difi culdades de aprendizagem e, por isso, foram escolhidas.

O curso terá duração total de 300 horas para cada turma, sendo 120 horas presenciais e 180 horas com atividades de livre escolha. O mate-rial é apostilado. Além de Bueno, que ministra aulas de português, o proje-to conta com a professora Iedângela Bonaldi, na área de Matemática.

De acordo com Bueno, o Gestar exerce importante papel na atualiza-ção dos conhecimentos dos profi s-sionais, possibilitando a aquisição de novos conceitos e técnicas de ensino. “É uma formação que o professor terá ao longo da sua prática pedagógica diária. Iremos também oferecer a ela-boração de novas estratégias para a parte pedagógica na escola”, disse.

A Fatea recebeu no dia 19 de mar-ço, no Espaço-Arte, Fábio Di Renzo, coordenador de comunicação interna da PSA PEUGEOT CITROÉN. A palestra abordou o tema “Comunicação Em-presarial” e teve como público os alu-nos dos cursos de Desenho industrial, Comunicação Social e Administração.

Leia a revista Ângulo da FATEA, disponível no site: www.fatea.br/revistaangulo

Page 5: Jornal [in]Formação 2ª. edição 2009

Cidadania • >>>P. 05

Cantina terceirizada passou por reforma

Alimentos arrecadados ajudam desabrigados da enchente

Bruna de Paula

A aluna Talita, do 1°. ano de Jornalismo, ao lado dos alimentos

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NÚCLEO DE EXTENSÃO DA FATEA REALIZA 105 PROJETOS EM 2008Samantha Natielli

Despertar no aluno o desejo de contribuir, através de seus conheci-mentos para o desenvolvimento de uma sociedade mais saudável. Esse é o objetivo do Núcleo de Extensão da FATEA (NEXT), criado em 2003.

No ano passado, foram realizados 105 projetos, envolvendo alunos e professores que, benefi ciam a comu-nidade não só acadêmica, com pes-

quisas e projetos, mas principalmente a comunidade cidadã de Lorena e ci-dades mais próximas. Projetos na área de saúde, educação, comunicação e administração benefi ciaram mais de 5 mil pessoas no ano de 2008.

Para a diretora geral da FATEA, Irmã Olga de Sá, as ações do NEXT, são uma grande oportunidade aos universitários, de vivenciarem a prá-

tica da cidadania: “A grande missão da FATEA é mais do que a formação de profi ssionais para o mercado, é também a formação de cidadãos so-cialmente responsáveis”, afi rma.

Entre os projetos, está o Cinema Criança, desenvolvido pela professo-ra Olga Arantes, que há 13 anos, abre as portas do Cine Clube da FATEA, aos alunos de rede pública e privada, e o “Sopa de Letras”, promovido pela professora Stela Maris, coordenadora do curso de Letras, que atinge a cada ano cerca de 2400 pessoas.

Um dos projetos mais conhecidos é o MUXUANGO, organizado pelos alu-nos de Desenho Industrial e Comuni-cação. A feira envolve artesãos da re-gião, que divulgam o seu trabalho em estandes organizados pelos alunos.

“O NEXT é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comu-nidade acadêmica, que encontrará na sociedade, a oportunidade da elaboração da práxis de um conhe-cimento acadêmico. No retorno à universidade, professores e alunos trarão um aprendizado que subme-tido à refl exão teórica, será acresci-do àquele conhecimento”, afi rma a professora Rosana Montemór, que coordena o Núcleo de Extensão des-

de junho do ano passado.

Com a participação no evento Mutirão de Cidadania no Campo, em setembro do ano passado, a FATEA recebeu o Selo de Responsabilidade Social. Segundo a assistente social da instituição, Zeila Pozzati, o selo serve como um certifi cado de que a faculdade está comprometida com a comunidade. “É também de extre-ma importância perante o MEC, a participação da faculdade em pro-jetos sociais, pois um dos requisitos institucionais é o zelo pela parceria de universidade e o serviço social realizado”, diz.

Para este ano, espera-se que o número de projetos em benefício à comunidade seja igual ou maior, pro-movendo cada vez mais a integração entre universidade e sociedade. “Os alunos que realizam projetos de ex-tensão recebem um certifi cado de atividades complementares. Para aqueles que desejarem realizar al-gum projeto, devem falar com o seu coordenador de curso, que irá enca-minhar ao NEXT”, explica Montemór:

FAtEA rEAliZA trotE soliDÁrio

Depois da alegria de ter pas-sado no vestibular, vem o inicio das aulas e com elas, o famoso trote. Este ano, a FATEA rece-beu seus bichos de forma dife-rente, com o Trote Solidário, ao invés das brincadeiras de mau gosto, que muitas vezes tor-nam-se violentas. A faculdade arrecadou mais de uma tone-lada de alimentos e materiais de higiene pessoal e limpeza, para as vítimas da enchente que afetou Piquete no início do ano. Os alunos também doa-ram R$ 721 para o Ambulató-rio do curso de Enfermagem, que atende gratuitamente, em média, 50 pacientes por dia.

“Há anos, a FATEA vem rece-bendo os calouros com respei-to e ações cidadãs, entrosando os alunos com a instituição por meio da Pastoral Universitária”, afi rma o coordenador da pas-toral professor Gentil Vian.

Uma gincana foi realizada, em que os calouros mostraram seus talentos, no piano no palco, no vio-lão, no saxofone, no canto e etc.

“Com essa e outras ações a faculdade forma profi ssionais cidadãos, não só voltado pro mercado de trabalho, mas com a consciência de que estamos nesse planeta para ajudar as pessoas, principalmente em momentos como esse, poder formar cidadãos socialmente responsáveis”, explica a pro-fessora e coordenadora do NEXT, Rosana Montemór.

Segundo a prefeitura de Pique-te, 30 famílias estavam desabri-gadas e receberam as doações.

Tradição a favor da solidariedadeAsilo de Guará recebe ajuda há 33 anos de família que ultrapassa a quarta geração

Lívia Fernandes

Existem muitas formas de se ser solidário. Ajudando pessoas que ne-cessitam de caridade é uma dessas formas. Há 33 anos, uma família de Guaratinguetá, ajuda o Asilo Santa Isabel, do Bairro Tamandaré, levan-do um lanche aos internos, como bolo e salgado, em todo primeiro domingo do mês. Lá vivem 39 ido-sos, 26 mulheres e 13 homens.

Essa tradição, que já atinge a quarta geração da família Moura, começou com a matriarca Dona Lucila, quituteira de primeira, mãe de oito fi lhos, sendo apenas dois homens. Desde o começo, ela ensinou aos seus fi lhos o signifi cado de solidariedade. “Eu lembro que eu e meus irmãos nunca tínhamos ido a um Asilo, fomos a primeira vez por curiosi-dade junto com a minha mãe, e conti-nuamos até hoje”, diz Beatriz Moura.

A Irmandade Santa Isabel- Casa de Repouso Santa Isabel, assim como é chamado agora, é uma entidade de longa permanência, sem fi ns lucrati-vos. Segundo Izilda Ambrósio, direto-ra técnica da promoção social da pre-feitura de Guaratinguetá, a entidade recebe um repasse do governo.

Além deste repasse, a Irmandade rece-be diversas ajudas do município e de fa-mílias, como a dos Moura. “Todo domingo é uma família que vem aqui trazer lanche e carinho aos idosos. Eles sabem certinho quais e quem são, e em quais domingos cada um vem. Eles ficam sempre ansiosos à espera da visita”, conta Maria Lice, coor-denadora do Santa Isabel. São também promovidas várias campanhas de fraldas, produtos de higiene, entre outros. Man-tendo-se sempre de doações.

Com a morte de Dona Lucila há 15 anos, seus fi lhos não só mantiveram o compromisso com o asilo como tam-bém levam consigo seus fi lhos, netos e amigos. “Para nós já virou um dever com eles. É uma tradição que vai de geração em geração”, diz Marina Moura, umas das seis fi lhas de Dona Lucila, que quan-do não pode ir por algum motivo, é re-presentada por sua única fi lha Mariane.

E além do lanche em todo mês, no primeiro domingo do ano, os Mou-ra fazem uma festa, em que levam bolo, salgado, presentes, roupas e produtos de higiene. Sem contar o carinho e compaixão que não lhes faltam em nenhuma visita.Br

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Selo de Responsabilidade Social

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PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS SE BENEFICIAM COM EQUOTERAPIA

Moradores de Lorena e Guará têm a oportunidade de participar de terapia com cavalosTalita Escobar

Luiza Andrini

Movimento dos passos do cavalo estimulam coordenação do praticante

Inúmeras são hoje as terapias conhe-cidas para ajudar na reabilitação e inte-gração social de portadores de neces-sidades especiais. Mas nenhuma tem crescido tanto nos últimos anos como a equoterapia, tratamento realizado com cavalos, que tem aumentado cada vez mais em nosso país. Apenas no estado de São Paulo, já são mais de 60 centros filiados à Associação Nacional de Equo-terapia (ANDE). Lorena e Guaratinguetá são sedes de dois desses centros.

Sendo reconhecida no Brasil como método terapêutico e educacional pelo Conselho Federal de Medicina, em 1997, a melhora física dos praticantes de equo-terapia é proporcionada pelo movimento do cavalo, que é o único animal que imita a marcha humana. Desta forma, quando o cavalo está ao passo, a pessoa sobre ele recebe muito estímulo neurológico, por meio do quadril e da coluna.

É por isso que a equoterapia é reco-mendada para vários tipos de doen-ças, como síndrome de down, autismo, deficiência mental e visual, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), acidente vascular cerebral (AVC), além de mui-tas outras doenças. Esse tratamento ainda pode ser utilizado por pessoas que possuam ansiedade crônica, sín-drome do pânico e depressão.

Os Projetos - Em Lorena, o Proje-to Caminhar existe há 10 anos, e foi criado com o objetivo de favorecer a alfabetização, a socialização e o de-senvolvimento global de portadores

de necessidades especiais. “A nossa principal intenção é justamente pro-porcionar para essas pessoas a reabi-litação, a educação e a inclusão por meio do cavalo”, informou a coorde-nadora técnica, Arailu Espinosa.

Atualmente são atendidas 80 pes-soas, entre crianças, jovens e adultos com as mais diversas patologias. São 90 atendimentos semanais. “Quando a empresa que era nossa parceira deixou de nos patrocinar tive medo que o projeto tivesse que ser fecha-do. Mas conseguimos dar a volta por cima e continuamos atendendo de graça os praticantes que eram ban-cados pela empresa”, disse a coorde-nadora geral, Lucíola Rabelo.

Sendo um dos centros filiados à ANDE, o projeto Caminhar hoje recebe apoio da prefeitura da cidade, que paga o tratamento de 50 crianças que parti-cipam da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), do Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CADEV) e da escola Professor Francisco Prudente de Aquino – Centro de Educação Especial. “Ao ano, a prefeitura investe mais de R$ 120 mil em nosso projeto. Se recebêsse-mos mais ajuda poderíamos atender a muito mais pessoas”, afirma Lucíola.

Guaratinguetá também implantou, em meados do ano passado, um pro-jeto de equoterapia, em parceria com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Arte e Vida.

De acordo com a coordenadora do projeto, Rosália Mancilha, a equote-rapia é uma opção diferente de trata-mento por não ser realizada em uma sala fechada, e sim em contato com a natureza. “Buscamos proporcionar um período de lazer para as pessoas, fa-zendo com que elas sintam prazer em realizar o tratamento, desta forma o re-sultado é bem mais rápido”, explicou.

Atendendo a 38 praticantes em menos de um ano, a equipe do proje-to já pôde notar a melhora em vários deles, como é o caso da professora Zuleica Senne, vítima de acidente vascular cerebral (AVC) há quatro anos. “Quando ela chegou aqui não conseguia andar e nem montar no cavalo. Hoje, apesar da dificuldade, já consegue andar”, contou a psicó-loga Ana Laura Galvão. Quem tam-bém pôde notar a melhora da pro-fessora foi seu irmão, Luciano Senne, que sempre a leva nas sessões. “Em-bora seja pouco perceptível, é possí-vel notar uma melhora no equilíbrio e no ânimo para andar”.

Em Lorena, o Projeto Caminhar funciona ás segundas e quartas-feiras, das 8h às 17h e as sextas e sábados das 8h às 11h30. Em Guará, as sessões de equoterapia são reali-zadas na terça-feira das 8h às 11h30 e nas quartas e quintas-feiras das 8h às 17h. Os interessados em partici-par das sessões devem procurar a prefeitura de ambas as cidades.

Entre crises, delírios e alucinações são pintados os quadros da vidaEsquizofrênico que faz da sua vida uma arte, a arte de pintar telas

“Perto de certos artistas, faço ape-nas esboços, eu sujo as telas”. , diz Lu-ciano Santana. Ele já pintou mais de 3 mil telas, espelhando-se nas obras de Picasso e Van Gogh que, como ele, também era esquizofrênico.

Luciano, conhecido como Badico, frequentou a escola Panamericana de Artes, passou por vários empregos, mas não parava em nenhum. Aos 22 anos, abandonou os estudos e parou de tra-balhar. Morava em São Paulo com os padrinhos, mas voltou para Guaratin-guetá, onde sua mãe vivia.

Ele era esquizofrênico, mas ainda não sabia. De acordo com o psiquia-tra Dr. Alfredo Miranda de Mello, a esquizofrenia é uma doença que distorce o pensamento e altera a percepção, causa alucinações visu-ais, auditivas e até olfativas.

Com a mudança de comportamen-to, isolamento, crises de medo, delírios de perseguição, Badico não se alimen-tava e nem fazia a higiene pessoal. Sua mãe o levou ao Neurologista e, a partir daí, foram seis anos até o diagnóstico da doença. Aos 28 anos, ele iniciou o tratamento, escondendo a doença por dez anos, com medo das pessoas.

Hoje com 48 anos, apesar da do-ença, Badico vive uma vida normal: pinta suas telas, estuda inglês, faz fa-culdade de Francês na Feg (Faculda-de de Engenharia de Guaratinguetá) e Informática. Seus quadros já foram expostos em diversos lugares, até

mesmo no MASP (Museu de Artes em São Paulo), numa exposição de pinturas de pessoas esquizofrênicas. Já conquistou 5 prêmios.

Segundo dr. Alfredo, qualquer pessoa está sujeita a ter esquizofre-nia, desde que tenha um fator here-ditário. Porém, apenas 1% das pes-soas são atingidas pela doença. Os primeiros sintomas são retraimento social e isolamento. A doença se ma-nifesta na juventude e o tratamento é feito com medicações antipsicóti-cas, via oral ou injetável.

O esquizofrênico tem uma vida conturbada, ouve vozes que falam o tempo todo em sua mente, tem alu-cinações, mas isso pode ser controla-do., permitindo que o esquizofrênico viva normalmente, porém é difícil trabalhar e estudar, pois a doença causa falta de concentração.

Badico confessa que é difícil para ele

encarar o cotidiano por causa da mu-dança de humor e o difícil contato social. “Para mim a esquizofrenia é um proble-ma a ser superado”. Badico tem quadros na Alemanha, Portugal, Estados Unidos, França e Itália. Algumas de suas obras estão expostas na Releitura e no Museu Frei Galvão, em Guaratinguetá.

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PARCERIA COM SECRETARIA DO ESTADO INCREMENTA CULTURA EM LORENA

Circuito de artes e programação própria objetivam “cultivar semente” culturalGuilherme Colombo

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Profissões por amorLivia Castro

A peça “Na casa da Ruth” , apresentada em 28 de março fez parte da programação cultural

Em 2008, a secretaria de Cultura de Lorena promoveu o incentivo cultural na cidade. E em 2009, o trabalho con-tinua a todo o vapor. Somente neste início de ano, dois espetáculos já fo-ram apresentados como parte da 2ª edição do Circuito Cultural Paulista. Lea Freire e Teco Cardoso realizaram a apresentação musical Quinteto, no dia 21 de março; e a cantora Fortuna apresentou “Na Casa da Ruth”, no úl-timo dia 28. Mas, para quem perdeu as primeiras atrações, outras seis também já estão agendados (veja tabela). Todos os espetáculos são de censura livre e gratuitos.

Além do Circuito, a secretaria já está trabalhando com sua progra-mação própria. Para abril, por exem-plo, o objetivo é trabalhar a cons-cientização e valorização do índio. “A intenção é trazermos tribos para fazer danças de festas, danças de guerra, mostrar a parte de esportes deles, fazer lançamentos de livros e oficinas de pintura indígena”, explica a secretária da Cultura, Eva Sales.

Ainda para abril, está sendo progra-mada a inauguração da Academia de Letras de Lorena. Alguns escritores da cidade estão se organizando, e já apresentaram as leis para seu funcio-namento. Confira a matéria na próxi-

ma edição do [In]Formação.Outros eventos que fazem parte do

calendário: exposições de artes plásti-cas, como o “Salão da Mulher” realiza-do em março – este, com pinturas de óleo sobre tela e aquarela e esculturas de artistas de Lorena. O Salão foi aber-to no dia 20 e ficará em exposição por apenas mais alguns dias.

Há também concertos e muitos outros espetáculos de música, teatro, etc., e mais uma edição do “Revelan-do São Paulo”, um evento que tem o

objetivo de abranger a região toda acolhendo aquilo que cada cidade tem de tradicional e folclórico. Mais de 300 municípios de todo o estado de São Paulo participam, e Lorena, estará participando pela terceira vez.

PLANTANDO A SEMENTEAlém de toda uma programação

própria, a cidade também recebeu 18 espetáculos em 2008, por meio de uma parceria com a Secretaria do Estado da Cultura. Eles fizeram par-te da 1ª edição do Circuito Cultural

Paulista. “Um dos objetivos maiores foi a inclusão cultural e aos poucos, com muito trabalho, muito esforço, conseguimos o mais difícil: formar público”, afirma Sales.

Nas primeiras apresentações, o pú-blico era de apenas de 100 a 120 pes-soas. Em todas outras apresentações, a média de público variou entre 200 e 450 espectadores. As direcionadas ao público infantil chegaram a ter mais de mil crianças, quando aconteciam no Teatro São Joaquim, chegando a três mil, quando ocorriam na Praça Dr. Arnolfo de Azevedo.

Música

PROGRAMAÇÃO04 / abril - Quixotes do Amanhã(Cia. de Danças de Diadema)

26 / abril - Os Cafundó - Teatro(Cia. Dedo de Prosa)

22 / maio - O barril - Teatro

30 / maio - Circo Irmãos Becker

07 / junho - Cérebro Eletrônico -

20 / junho - Pedreira das Almas

Desde pequenos lutamos por um ideal e esse, é o objeto de nossa mais alta aspiração, alvo de ambições ou afetos, mas nem sempre são fáceis de serem alcançados. As histórias de Thalita, que passou por várias di-ficuldades até conquistar seu sonho; Edival, que mesmo sem nenhuma faculdade dá palestras e escreve para jornais e Tatiane, que largou sua ex-profissão para se dedicar a alunos ca-rentes, são exemplos de realização.

Thalita Gonçalves Picciani, 22, nas-

cida em Guaratinguetá, em uma famí-lia humilde, tinha um sonho: a facul-dade de Medicina. Esforçou-se para passar, mas o vestibular era muito di-fícil e ela não conseguiu na primeira vez. Depois teve problemas de saúde e precisou parar de estudar por um ano. Recuperada, continuou tentan-do e, após três anos, Thalita passou, em 2007, na faculdade. “Enfrentei o desgaste emocional e opiniões desa-nimadoras, aguentei a frustração de não ser aprovada em muitos exames,

desanimei, pensei em desistir. Mas eu sabia que se o fizesse, era uma de-cisão que influenciaria a minha vida para sempre”, desabafa.

Traçar metas claras e objetivas para o futuro é um dos primeiros passos para alcançar um sonho. E é o que pensa o aposentado, Edival da Silva Castro, 68, que tem como meta ver seu livro de crônicas publicado.

“Do destino ninguém foge”. Essa é uma das crônicas que ele exibe em seu portifólio. Mesmo sem nenhu-ma faculdade na área, conta que sempre gostou de escrever, mas só com 58 anos, trabalhando como ge-rente de uma farmácia em Piquete, que descobriu seu talento. Numa propaganda de remédios, passou a escrever as histórias de seu tempo de criança. “Fui escrevendo do bi-lhar, dos bares, da loja de material de construção, da loja de sapatos. Por fim, escrevi sobre o marco que a praça central exibia - para mim era o marco da feliz cidade”, relembra.

Sua primeira crônica foi publicada em 2000 no jornal da cidade, ficando

conhecido, com o tempo, por todo Vale do Paraíba. Hoje suas crônicas saem nos jornais Guaypacaré e O Es-tafeta, além de participar de progra-mas de rádios e promover palestras sobre a importância da leitura.

Ter um objetivo em mente. É isso que faz alguém fazer várias faculdades até descobrir a “profissão por amor” foi o que aconteceu com Tatiane Rodrigues Martins que se formou em Desenho Industrial em 2004, mas trocou de faculdade e hoje é professora na área de Educação Especial.

Tatiane diz que sabia que D.I. não era a área que queria seguir. Após dois anos, matriculou-se no curso de Peda-gogia, formou-se e dedicou-se na área de educação especial. “Atualmente dou aula num bairro muito pobre em Lorena, tenho alunos que nunca vie-ram pra cidade, mas tento mostrar pra eles o outro lado da vida”, conta.

Tatiane trabalha numa escola rural no bairro Pinhal Novo, a viagem até lá demo-ra cerca de uma hora e meia, quando cho-ve é impossível de chegar devido à condi-ção da estrada, mas o que a motiva é ver o sorriso das crianças ao aprenderem.

Professoras utilizam caminhão como transporte até escolas da zona rural

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Quem nunca ouviu falar da char-mosa Estância Climática de Cunha? Conhecida como a terra do pinhão, do artesanato e das famosas festas re-ligiosas, como a do Divino, por exem-plo, a cidade é destino certo para quem deseja descansar e curtir um clima agradável. Cunha também é rica de histórias e belezas naturais e, a Ca-choeira do Pimenta é uma delas.

Antes de chegar à cascata, loca-lizada a 15 quilômetros do centro, pela estrada do Monjolo, é possível ver ao longe três quedas d’água que encantam por sua beleza.

No local, havia uma pequena usina hidrelétrica que abastecia a cidade e, que hoje, se transformou em Museu, com painéis explicativos sobre a his-tória da energia elétrica em Cunha.

A área possui lanchonete e banheiro. Há também um deck de madeira, de onde é possível apreciar a paisagem.

“Aqui, nós oferecemos, petiscos e pratos típicos, mas a truta à milane-sa é a mais pedida pelos turistas que frequentam a cachoeira”, ressalta o guia turístico e responsável pela lan-chonete, José Márcio Toledo.

Com o objetivo de atrair mais tu-

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CACHOEIRA DO PIMENTA: UM MISTO DE BELEZA E CONTEMPLAÇÃOSoraia Alves

ristas para a Cachoeira do Pimenta, a secretaria de turismo está desen-volvendo um projeto para melhorar a infraestrutura do local.

“Estamos com uma proposta para desenvolver na área um turismo de aventura, como trilhas, rapel. Existe também a ideia de restauração do espaço na parte de pintura, limpeza

e acesso”, afirma o secretário de Tu-rismo da cidade, Otávio Calckima.

O local é muito visitado por turis-tas de diversas partes do Vale do Pa-raíba e outras regiões. Nos feriados prolongados, e no domingo, o mo-vimento é mais intenso.

De acordo com o guia turístico, nesses dias, em média, 400 pessoas

chegam a visitar a Cachoeira.O estudante de Rádio e TV, que mora

em Queluz, Paulo César Marques é um dos turistas que frequentam o local.

“Sempre que posso vou a cacho-eira com minha família, vamos de manhã e voltamos à tardezinha, é um lugar muito bonito e alternati-vo”, relata o estudante.

Em Cunha, o turista também tem a opção de agendar uma cavalgada com acompanhante que sai do Vale das Cachoeiras, e percorre os pontos turísticos da cidade, como a Pedra da Marcela, erguida a 1840 metros de altitude, de onde é possível ver Angra dos Reis e Paraty.

O passeio á cavalo tem parada obrigatória em todas as cachoei-ras como a do Desterro, Cachoei-ra do Mato Limpo, Cachoeira do Paraitinga e, claro, Cachoeira do Pimenta.O investimento é de 30 reais por cavalo com duração de oito horas. Informações pelo tele-fone (12) 3111-0225.

O destino é, sem dúvidas, uma boa opção para quem busca tran-qüilidade e, ao mesmo tempo, o contato com a natureza.

A cachoeira é um ponto turístico de lazer e contemplação da natureza

AltErAção nA tribunA populAr CEnsurA guArAtinguEtAEnsEs

Carla Moura

Vereadores restringem participação dos cidadãos na Tribuna da Câmara

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Os cidadãos com domicilio elei-toral em Guaratinguetá sempre ti-veram o direito de utilizar a tribuna popular, na Câmara Municipal, para reivindicar melhorias para o seu bairro ou município. Porém, desde o dia 5 de fevereiro, as regras para o uso da tribuna mudaram, dificultan-do ainda mais o uso deste espaço.

O vereador Márcio Almeida (PPS) criou uma resolução que alterou dois artigos sobre a disposição da tribuna popular. Dos onze vereado-res, somente Claudinei Benedito Lo-pes (PDT) e José Benedito de Lima (PR), votaram contra a mudança.

O artigo nº 119 da nova resolução determina que o cidadão guaratin-

guetaense apenas poderá participar da tribuna popular uma vez, a cada seis meses. E o artigo nº 120, no in-ciso 1º, estipula que o assunto a ser tratado não pode ter sido discutido na tribuna nos doze meses anterio-res à data da inscrição.

“Tenho conhecimento do direito de usar a tribuna popular e tenho certeza que os vereadores tiveram uma atitude insana ao limitar a utili-zação da mesma, pois como farei, por exemplo, caso eu precise falar na tri-buna antes do prazo estipulado pela câmara, se algum problema no meu bairro estiver me prejudicando”, afir-ma o caixa Wellington de Souza.

Segundo o vereador Rogério Mon-teiro Barbosa, que votou a favor da alteração, a pessoa que já utilizou a tribuna e tiver algum outro problema pode redigir a sua reclamação e pedir para outra pessoa representá-lo ou procurar algum vereador para solici-tar o seu pedido, pois usar a tribuna não significa que o prefeito irá solu-cionar o caso, porque a tribuna não passa de um microfone aberto.

O vereador Claudinei Benedito Lopes (Nei Carteiro) que votou con-tra as mudanças na tribuna disse: “Votei contra a resolução porque o cidadão guaratinguetaense tem

que ter o máximo de oportunida-de para expressar as necessidades do seu bairro perante o legislativo. E limitar a tribuna popular para o cidadão falar apenas duas vezes ao ano, não é justo com a população”

De acordo com o advogado, Luis Flávio G. Cappio, a legislação constitucional qualquer projeto de emenda “tendente a abolir” direito e garantias individuais é inconstitucional. Essa linha deve ser rigorosamente seguida pelo Legislador Estadual e Municipal, que apesar de deter autonomia legislativa, deverá seguir os di-tames da lei maior, sob pena de afronta ao principio federativo.

Segundo Cappio, apesar da po-pulação ter seus direitos e garan-tias assegurados pela Constituição Federal, o máximo que poderá fa-zer se sentir lesado e protocolar o seu pedido em duas vias e aguardar a resposta da casa. “Pois a Câmara Municipal detém autonomia insti-tucional, para elaborar o seu regi-mento e disciplinar assuntos inter-nos, dentre eles o uso da tribuna”.

O Vereador Márcio Almeida, autor da resolução que alterou a redação do uso da tribuna popular, se negou a dar entrevista.