ifpa - portugues instrumental

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  • 8/6/2019 Ifpa - Portugues Instrumental

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    Curso Superior de Tecnologia em Anlise e

    Desenvolvimento de Sistemas

    Guia de Estudos

    Disciplina: Portugus Instrumental.

    Prof. Abilio Pacheco.

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    Plano da Disciplina

    Ementa: Este curso pretende propiciar a competncia textual dos alunos de graduao de modo a dar

    suporte para a leitura crtica e reflexiva de textos, bem como para a produo eficiente de textos.

    Objetivos

    Possibilitar a aquisio de conhecimentos lingsticos como fonte de conhecimento e reflexoanaltica e crtica para o uso da lngua nos diferentes contextos da vida acadmica e

    sociocultural.

    Estimular a atividade de leitura de textos expositivos como prtica de ampliao das formas deraciocnio e preparao para a produo escrita conforme a variante padro da lngua

    portuguesa.

    Proporcionar condies para a escrita e reescrita de textos de gneros diversos, levando osalunos ao reconhecimento da universidade como lugar de pesquisa e produo intelectual.

    Contedo Programtico

    Unidade I

    A(s) lngua(s) portuguesa(s) no mundo e no Brasil

    Variaes Lingsticas Regionais

    Texto e textualidade: coeso e coerncia

    Funes da linguagemDissertao e Argumentao

    Unidade II

    Leitura e leituras: tipos, formas, nveis...

    Prtica de Leitura e Estratgias de Leitura.

    Estratgias de escritura: anotaes, resumo...

    Questes lingsticas pertinentes: implcitos, subentendidos...

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    Unidade I

    TEXTO: Lngua Portuguesa

    Texto adaptado

    A lngua portuguesa, com mais de 215 milhes de falantes nativos, a quinta lngua mais falada no

    mundo e a terceira mais falada no mundo ocidental. Idioma oficial de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde,

    Guin-Bissau,Moambique, So Tom e Prncipe e Timor-Leste, sendo falada na antiga ndia Portuguesa

    (Goa, Damo, Diu e Dadr e Nagar-Aveli), Macau e Guin Equatorial, alm de ter tambm estatuto oficial

    na Unio Europeia, no Mercosul e na Unio Africana.

    A situao da Galiza e do galego em relao ao portugus controversa. De um ponto de vista poltico

    e, portanto, oficial, o galego uma lngua porque assim o determinam os organismos de Estado espanhol e

    da Regio Autnoma da Galiza, com legitimidade democrtica. De um ponto de vista cientfico, a idia de

    que o galego uma variedade dialetal da lngua portuguesa -e vice-versa- rene hoje um vasto consenso,

    sendo estudado a par com as restantes variedades do portugus nas universidades e centros de investigao

    lingstica. Ver o artigo Lngua galega. A lngua portuguesa uma lngua romnica (do grupo ibero-

    romnico), tal como o castelhano, catalo, italiano, francs, romeno e outros.

    Assim como os outros idiomas, o portugus sofreu uma evoluo histrica, sendo influenciado por

    vrios idiomas e dialetos, at chegar ao estado conhecido atualmente. Deve-se considerar, porm, que o

    portugus de hoje compreende vrios dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante

    distintos, alm de dois padres reconhecidos internacionalmente (portugus brasileiro e portugus europeu).

    No momento atual, o portugus a nica lngua do mundo ocidental falada por mais de cem milhes de

    pessoas com duas ortografias oficiais (note-se que lnguas como o ingls tm diferenas de ortografia

    pontuais mas no ortografias oficiais divergentes), situao a que o Acordo Ortogrfico de 1990 pretende pr

    cobro.

    Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a lngua portuguesa tem,

    atualmente, cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades esto dicionarizadas no Vocabulrio

    Ortogrfico da Lngua Portuguesa.O portugus conhecido como A lngua de Cames (por causa de Lus de Cames, autor de Os

    Lusadas),A ltima flor do Lcio, expresso usada no sonetoLngua Portuguesade Olavo Bilac ou aindaA

    doce lngua por Miguel de Cervantes.

    Nos sculos XV e XVI, medida que Portugal criava o primeiro imprio colonial e comercial

    europeu, a lngua portuguesa se espalhou pelo mundo, estendendo-se desde a costa Africana at Macau, na

    China, ao Japo e ao Brasil, nas Amricas. Como resultado dessa expanso, o portugus agora lngua

    oficial de oito pases independentes alm de Portugal, e largamente falado ou estudado como segunda

    lngua noutros. H, ainda, cerca de vinte lnguas crioulas de base portuguesa. uma importante lnguaminoritria em Andorra, Luxemburgo, Paraguai,Nambia, Sua e frica do Sul. Encontram-se, tambm,

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_ocidentalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Angolahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Verdehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9-Bissauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Timor-Lestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Europeiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mercosulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Africanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Galizahttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_galegahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_galega#L.C3.ADnguas_distintas_ou_dialetos_da_mesma_l.C3.ADngua.3Fhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_brasileirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_europeuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_ocidentalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990http://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Brasileira_de_Letrashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vocabul%C3%A1rio_Ortogr%C3%A1fico_da_L%C3%ADngua_Portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vocabul%C3%A1rio_Ortogr%C3%A1fico_da_L%C3%ADngua_Portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5eshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lus%C3%ADadashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lus%C3%ADadashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sonetohttp://www.ruadapoesia.com/content/view/125/47/http://www.ruadapoesia.com/content/view/125/47/http://www.ruadapoesia.com/content/view/125/47/http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilachttp://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_de_Cervanteshttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Macauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Chinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crioulo_de_base_portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Andorrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Luxemburgohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paraguaihttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nam%C3%ADbiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nam%C3%ADbiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paraguaihttp://pt.wikipedia.org/wiki/Luxemburgohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Andorrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crioulo_de_base_portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Chinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Macauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_de_Cervanteshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilachttp://www.ruadapoesia.com/content/view/125/47/http://pt.wikipedia.org/wiki/Sonetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lus%C3%ADadashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lus%C3%ADadashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lus%C3%ADadashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5eshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vocabul%C3%A1rio_Ortogr%C3%A1fico_da_L%C3%ADngua_Portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vocabul%C3%A1rio_Ortogr%C3%A1fico_da_L%C3%ADngua_Portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vocabul%C3%A1rio_Ortogr%C3%A1fico_da_L%C3%ADngua_Portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Brasileira_de_Letrashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_ocidentalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_europeuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_brasileirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_galega#L.C3.ADnguas_distintas_ou_dialetos_da_mesma_l.C3.ADngua.3Fhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_galegahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Galizahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Africanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mercosulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Europeiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Timor-Lestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9-Bissauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Verdehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Angolahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_ocidental
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    numerosas comunidades de emigrantes, em vrias cidades em todo o mundo, onde se fala o portugus como

    Paris na Frana; Toronto, Hamilton, Montreal e Gatineau no Canad; Boston, New Jersey e Miami nos EUA

    e Nagoya e Hamamatsu no Japo.

    Histria

    O portugus nasceu na antiga Gallaecia -Galiza e Norte de Portugal- ao noroeste da Pennsula Ibrica

    e desenvolveu-se, na faixa ocidental da mesma incluindo parte da antiga Lusitnia e da Betica romana. O

    romance galego-portugus nasce do latim falado, trazido pelos soldados e colonos romanos desde o sculo

    III a.C.. O contacto com o latim vulgar fez com que, aps um perodo de bilingismo, as lnguas locais

    desaparecessem, levando ao aparecimento de uma variedade de Latim com caractersticas Galaicas. Assume-

    se que a lngua iniciou o seu processo de diferenciao das outras lnguas ibricas atravs do contacto das

    diferentes lnguas nativas locais com o latim vulgar, o que levou ao possvel desenvolvimento de diversos

    traos individuais ainda no perodo Romano.[4] [5][6] A lngua iniciou a segunda fase do seu processo de

    diferenciao das outras lnguas romnicas depois da queda do Imprio Romano, durante a poca das

    invases brbaras no sculo V quando surgiram as primeiras alteraes fonticas documentadas que se

    refletiam no lxico. Comeou a ser usada em documentos escritos pelo sculo IX, e no sculo XV tornara-se

    numa lngua amadurecida, com uma literatura bastante rica.

    Chegando Pennsula Ibrica em 218 a.C., os romanos trouxeram com eles o latim vulgar, de que

    todas as lnguas romnicas (tambm conhecidas como "Lnguas novilatinas", ou, ainda, "neolatinas")

    descendem. S no fim do sculo I a.C.os povos que viviam a sul da Lusitnia pr- Romana, os Cnios e os

    Clticos,comeam o processo de romanizao. As lnguas paleo-ibricas, como a Lngua lusitana ou a Sud-lusitana so substitudas pelo Latim. Estrabo, um gegrafo da Grcia antiga, comenta num dos livros da sua

    obra Geographia que os Turdetanos adotaram os costumes romanos, e j no se lembravam da prpria

    lngua, sendo este o povo mais romanizado da poca na pennsula. A lngua difundiu-se com a chegada dos

    soldados, colonos e mercadores, vindos das vrias provncias e colnias romanas, que construram cidades

    romanas normalmente perto de cidades nativas.

    Em 409 d.C., assim que o Imprio Romano entrou em colapso, a Pennsula Ibrica foi invadida por

    povos de origem germnica e iraniana ou eslava (Suevos, Vndalos, Brios, Alanos, Visigodos), conhecidos

    pelos romanos como brbaros que receberam terras como foederati. Os brbaros (principalmente os suevos eos visigodos) absorveram em grande escala a cultura e a lngua da pennsula; contudo, desde que as escolas e

    a administrao romana fecharam, a Europa entrou na Idade Mdia e as comunidades ficaram isoladas, o

    latim popular comeou a evoluir de forma diferenciada e a uniformidade da pennsula rompeu-se, levando

    formao de um "Romance Lusitano". Desde 711, com a invaso islmica da pennsula, que tambm

    introduziu um pequeno contingente de saqalibas, o rabe tornou-se a lngua de administrao das reas

    conquistadas. Contudo, a populao continuou a usar as suas falas romnicas, o morabe nas reas sob o

    domnio mouro, de tal forma que, quando os mouros foram expulsos, a influncia que exerceram na lngua

    foi relativamente pequena. O seu efeito principal foi no lxico, com a introduo de cerca de mil palavras

    atravs do morabe-lusitano.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Parishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Torontohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hamiltonhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Montrealhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gatineauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Canad%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/Bostonhttp://pt.wikipedia.org/wiki/New_Jerseyhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Miamihttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nagoyahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hamamatsuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gallaeciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Galizahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Norte_de_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lusitaniahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Betica&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Latimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_III_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_III_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim_vulgarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Latimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_ib%C3%A9ricashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Latim_vulgarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-3http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-3http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-3http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-4http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-4http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_rom%C3%A2nicashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Romanohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_Vhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/218_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim_vulgarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_rom%C3%A2nicashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_I_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Lusit%C3%A2niahttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3nioshttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lticoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_lusitanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_do_sudoestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_do_sudoestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estrab%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_antigahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Geographiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Geographiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Turdetanoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Suevoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A2ndaloshttp://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%BArioshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alanoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Visigodoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A1rbaroshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Foederatihttp://pt.wikipedia.org/wiki/Suevoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Visigodoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_das_Trevashttp://pt.wikipedia.org/wiki/711http://pt.wikipedia.org/wiki/Saqalibahttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_%C3%A1rabehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7%C3%A1rabehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mourohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_palavras_portuguesas_de_origem_%C3%A1rabehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7%C3%A1rabehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7%C3%A1rabehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_palavras_portuguesas_de_origem_%C3%A1rabehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mourohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7%C3%A1rabehttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_%C3%A1rabehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Saqalibahttp://pt.wikipedia.org/wiki/711http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_das_Trevashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Visigodoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Suevoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Foederatihttp://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A1rbaroshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Visigodoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alanoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%BArioshttp://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A2ndaloshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Suevoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Turdetanoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Geographiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_antigahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estrab%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_do_sudoestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_do_sudoestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_lusitanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lticoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3nioshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lusit%C3%A2niahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_I_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_rom%C3%A2nicashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Latim_vulgarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/218_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_Vhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Romanohttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_rom%C3%A2nicashttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-4http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-4http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-4http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-3http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim_vulgarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_ib%C3%A9ricashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Latimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Latim_vulgarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_III_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_III_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_III_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Latimhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Betica&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Lusitaniahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Norte_de_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Galizahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gallaeciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hamamatsuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nagoyahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Miamihttp://pt.wikipedia.org/wiki/New_Jerseyhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bostonhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Canad%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/Gatineauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Montrealhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hamiltonhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Torontohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paris
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    Os registros mais antigos que sobreviveram de uma lngua portuguesa distinta so documentos

    administrativos do sculo IX, ainda entremeados com muitas frases em latim. Hoje em dia, essa fase

    conhecida como o "Proto-Portugus" (falado no perodo entre o sculos IX e XII).

    Portugal tornou-se independente em 1143 com o rei D. Afonso Henriques. A lngua falada poca, o

    portugus antigo (antepassado comum ao galego e ao portugus modernos, do sculo XII ao sculo XIV),

    comeou a ser usada de forma mais generalizada, depois de ter ganhado popularidade na Pennsula Ibrica

    cristianizada como uma lngua de poesia. Em 1290, o rei Dom Dinis cria a primeira universidade portuguesa

    em Lisboa (o Estudo Geral) e decretou que o portugus, at ento apenas conhecido como "lngua vulgar"

    passasse a ser conhecido como Lngua Portuguesa e oficialmente usado.

    No segundo perodo do Portugus Arcaico, entre os sculos XIV e XVI, com as descobertas

    portuguesas, a lngua portuguesa espalhou-se por muitas regies da sia, frica e Amricas. Hoje, a maioria

    dos falantes do portugus encontram-se no Brasil, na Amrica do Sul. No sculo XVI, torna-se a lngua

    franca da sia e frica, usado no s pela administrao colonial e pelos mercadores, mas tambm para

    comunicao entre os responsveis locais e europeus de todas as nacionalidades. A irradiao da lngua foi

    ajudada por casamentos mistos entre portugueses e as populaes locais e a sua associao com os esforos

    missionrios catlicos levou a que fosse chamada Cristo em muitos stios da sia. ODicionrioJapons-

    Portugus de 1603 foi um produto da atividade missionria jesuta no Japo. A lngua continuou a gozar de

    popularidade no sudoeste asitico at ao sculo XIX.

    Algumas comunidades crists falantes de portugus na ndia, Sri Lanka, Malsia e Indonsia

    preservaram a sua lngua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal. A lngua modificou-se bastante

    nessas comunidades e, em muitas, nasceram crioulos de base portuguesa, alguns dos quais ainda persistem,aps sculos de isolamento. Encontra-se tambm um nmero bastante considervel de palavras de origem

    portuguesa no ttum. Palavras de origem portuguesa entraram no lxico de vrias outras lnguas, como o

    japons, o suali, o indonsio e o malaio.

    O fim do "Portugus Arcaico" marcado pela publicao do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende

    em 1516. O perodo do "Portugus Moderno" (do sculo XVI at ao presente) teve um aumento do nmero

    de palavras originrias do latim clssico e do grego, emprestadas ao portugus durante a Renascena,

    aumentando a complexidade da lngua.

    Em maro de 1994 foi fundado o Bosque de Portugal, na cidade sul-brasileira de Curitiba; o parqueabriga o Memorial da Lngua Portuguesa, que homenageia os imigrantes portugueses e os pases que adotam

    a lngua portuguesa; originalmente eram sete as naes que estavam representadas em pilares, mas com a

    independncia de Timor-Leste, este tambm foi homenageado com um pilar construdo em 2007.

    Em maro de 2006, fundou-se em So Paulo o Museu da Lngua Portuguesa.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1143http://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_I_de_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_antigohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1290http://pt.wikipedia.org/wiki/Dinis_de_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81fricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9ricashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francahttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francahttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_de_Jesushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sri_Lankahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mal%C3%A1siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Indon%C3%A9siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crioulo_de_base_portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9tumhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_japonesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/KiSwahilihttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_indon%C3%A9siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_Malaiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1516http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascen%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1994http://pt.wikipedia.org/wiki/Bosque_de_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Sul_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Curitibahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_portuguesa_no_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Timor-Lestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/2007http://pt.wikipedia.org/wiki/2006http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_%28cidade%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_da_L%C3%ADngua_Portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_da_L%C3%ADngua_Portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_%28cidade%29http://pt.wikipedia.org/wiki/2006http://pt.wikipedia.org/wiki/2007http://pt.wikipedia.org/wiki/Timor-Lestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_portuguesa_no_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Curitibahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Sul_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bosque_de_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1994http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascen%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1516http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_Malaiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_indon%C3%A9siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/KiSwahilihttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_japonesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9tumhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crioulo_de_base_portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Indon%C3%A9siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mal%C3%A1siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sri_Lankahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_de_Jesushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francahttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francahttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9ricashttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81fricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dinis_de_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1290http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_antigohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_I_de_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1143http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IX
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    Geografia da lngua portuguesa

    Em destaque, pases e regies onde o Portugus lngua oficial

    O portugus primeira lngua em Angola, Brasil, Portugal, So Tom e Prncipe e Moambique.

    A lngua portuguesa tambm a lngua oficial de Cabo Verde, da Guin-Bissau e uma das lnguas

    oficiais da Guin Equatorial (com o espanhol e o francs), de Timor-Leste (com o ttum) e de Macau (com o

    chins). bastante falado, mas no oficial, em Andorra, Luxemburgo, Nambia e Paraguai. Crioulos de base

    portuguesa so as lnguas maternas da populao de Cabo Verde e de parte substancial dos guineenses e so-

    tomenses.

    O portugus falado por cerca de 187 milhes de pessoas na Amrica do Sul, 16 milhes de africanos,

    12 milhes de europeus, dois milhes na Amrica do Norte e 330 mil na sia.

    A CPLP ou Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa uma organizao internacional

    constituda pelos oito pases independentes que tm o portugus como lngua oficial. O portugus tambm

    uma lngua oficial da Unio Europeia, Mercosul e uma das lnguas oficiais e de trabalho da Unio Africana.

    A Unio Latina outra organizao internacional constituda por pases de lnguas romnicas como o

    portugus. A lngua portuguesa tem ganhado popularidade como lngua de estudo na frica, Amrica do Sul

    e sia.

    Dialetos

    Dialetos da lngua portuguesa

    A lngua portuguesa tem grande variedade de dialetos, muitos deles com uma acentuada diferena

    lexical em relao ao portugus padro seja no Brasil ou em Portugal

    [13]

    [14]

    [15]

    . Tais diferenas, entretanto,no prejudicam muito a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialetos.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Angolahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Verdehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9-Bissauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9_Equatorialhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Timor-Lestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9tumhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Macauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_chinesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Andorrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Luxemburgohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nam%C3%ADbiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paraguaihttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crioulos_de_base_portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crioulos_de_base_portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Verdehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9-Bissauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipehttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_dos_Pa%C3%ADses_de_L%C3%ADngua_Portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Europeiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mercosulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Africanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Latinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_rom%C3%A2nicashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-12http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-12http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-13http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-13http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-14http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-14http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-14http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-14http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-13http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa#cite_note-12http://pt.wikipedia.org/wiki/Dialetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_rom%C3%A2nicashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Latinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Africanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mercosulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Europeiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_dos_Pa%C3%ADses_de_L%C3%ADngua_Portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipehttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9-Bissauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Verdehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crioulos_de_base_portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crioulos_de_base_portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crioulos_de_base_portuguesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paraguaihttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nam%C3%ADbiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Luxemburgohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Andorrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_chinesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Macauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9tumhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Timor-Lestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9_Equatorialhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9-Bissauhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Verdehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Angola
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    Os primeiros estudos sobre os dialetos do Portugus europeu comearam a ser registrados por Leite de

    Vasconcelos no comeo do sculo XX. Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialetos de

    Portugal podem ser encontrados nalgum dialeto no Brasil. O portugus africano, em especial o portugus

    santomense, tem muitas semelhanas com o portugus do Brasil. Ao mesmo tempo, os dialetos do sul de

    Portugal (chamados "meridionais") apresentam muitas semelhanas com o falar brasileiro, especialmente, o

    uso intensivo do gerndio (e. g. falando, escrevendo, etc.). Na Europa, o dialeto "transmontano-alto-

    minhoto" apresenta muitas semelhanas com o galego. Um dialeto j quase desaparecido o portugus

    oliventino ou portugus alentejano oliventino, falado em Olivena e em Tliga.

    Aps a independncia das antigas colnias africanas, o portugus padro de Portugal tem sido o

    preferido pelos pases africanos de lngua portuguesa. Logo, o portugus tem apenas dois dialetos de

    aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note-se que, na lngua portuguesa, h um dialeto preferido em

    Portugal e que deu origem norma-padro: o de Lisboa (tambm chamado de Coimbra por ser falado na

    Universidade de Coimbra, mas que, no entanto, no falado no resto dessa regio). No Brasil, o dialeto de

    mais prestgio o falado pelos habitantes cultos das grandes cidades, sendo os mais difundidos na mdia o de

    So Paulo e o do Rio de Janeiro. Todos os dialetos, contudo, so mutuamente inteligveis sem nenhuma

    dificuldade e nenhum pode ser considerado melhor

    ou mais correto do que os outros.

    Dialetos de Portugal

    1. Dialetos portugueses insulares aorianos. Ouvir

    registro sonoro recolhido em Ponta Gara (SoMiguel).

    2. e 3. Dialetos portugueses centro-meridionais:

    dialetos do centro interior e do sul. Ouvir registro

    sonoro recolhido em Serpa (Beja, Alentejo).

    8. Dialetos portugueses insulares madeirenses.

    Ouvir registro sonoro recolhido em Cmara de

    Lobos.

    4. e 10. Dialetos portugueses setentrionais: dialetostransmontanos e alto-minhotos. Ouvir registro sonoro recolhido em Castro Laboreiro (Minho).

    9. 6. 5. Dialetos portugueses setentrionais: dialetos baixo-minhotos-durienses-beires. Ouvir registro sonoro

    recolhido em Granjal (Viseu).

    7. Dialetos portugueses centro-meridionais: dialetos do centro litoral. Inclui Coimbra, Leiria e Lisboa. Ouvir

    registro sonoro recolhido em Moita do Martinho (Leiria).

    Dialetos do Brasil

    H pouca preciso na diviso dialetal brasileira. Alguns dialetos, como o dialeto caipira, j foram estudados,

    estabelecidos e reconhecidos por lingistas, tais como Amadeu Amaral. Contudo, h poucos estudos a

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ger%C3%BAndiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_oliventinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_oliventinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_alentejano_oliventinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Oliven%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1ligahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Coimbrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Coimbrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeirohttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som69.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_Gar%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Miguelhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Miguelhttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som40.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Serpahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bejahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alentejohttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som60.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_de_Loboshttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_de_Loboshttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som1.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Castro_Laboreirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Minhohttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som9.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Granjalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Viseuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Coimbrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Leiriahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som22.htmlhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Moita_do_Martinho&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Leiriahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_caipirahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Amadeu_Amaralhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Portugueselanguagedialects-Brazil.pnghttp://pt.wikipedia.org/wiki/Amadeu_Amaralhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_caipirahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Leiriahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Moita_do_Martinho&action=edit&redlink=1http://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som22.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Leiriahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Coimbrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Viseuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Granjalhttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som9.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Minhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Castro_Laboreirohttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som1.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_de_Loboshttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_de_Loboshttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_de_Loboshttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som60.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alentejohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bejahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Serpahttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som40.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Miguelhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Miguelhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Miguelhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_Gar%C3%A7ahttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som69.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Coimbrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Coimbrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttp://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1ligahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Oliven%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_alentejano_oliventinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_oliventinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_oliventinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_oliventinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ger%C3%BAndio
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    respeito da maioria dos demais dialetos e, atualmente, aceita-se a classificao proposta pelo fillogo

    Antenor Nascentes e outros.

    1. Caipira - interior do estado de So Paulo, norte do Paran, sul de Minas Gerais, sul de Gois e leste de

    Mato Grosso do Sul

    2. Maranhense, Piauiense (Meio Nortista) -Maranho e Piau

    3. Baiano - regio da Bahia

    4. Fluminense (ouvir) - Estado do Rio de Janeiro

    5. Gacho - Rio Grande do Sul, com alguma influncia do castelhano, como dizer "bueno", "griz",

    "cucharra" e "entonces".

    6. Mineiro -Minas Gerais

    7. Dialetos nordestinos - Conjunto de dialetos falados na Regio Nordeste, com exceo da Bahia.

    8. Nortista - estados da bacia do Amazonas(ouvir) - (o interior e Manaus tm falares prprios)

    9. Paulistano - cidade de So Paulo e proximidades

    10. Sertanejo - Estados de Gois e Mato Grosso. Se assemelha aos dialetos mineiro e caipira.

    11. Sulista - Estados do Paran e Santa Catarina. Este dialeto sofre inmeras variaes de pronncia de

    acordo com a rea geogrfica, sendo influenciado pela pronncia de So Paulo no norte do Paran e do Rio

    Grande do Sul no oeste do Paran e em algumas regies de Santa Catarina. H pequena influncia nas reas

    de colonizao alem com sotaque.

    Outras conexes:Veja sites na Internet sobre o Documentrio: Lngua: Vidas em portugus

    http://www.almacarioca.com.br/lingua.htm

    http://www.natelona.com/review_c.asp?id=348

    http://www.geocities.com/maxpires/meninos/lingua.htm

    Trailer do filme:

    http://tvuol.uol.com.br/cinema/trailers/2004/11/04/ult2489u140.jhtm

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Antenor_Nascenteshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Maranh%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Maranh%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Piau%C3%ADhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Piau%C3%ADhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bahiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bahiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_fluminensehttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som90.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_ga%C3%BAchohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_mineirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialetos_nordestinoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Nordestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bahiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonashttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som91.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manaushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_paulistanohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_%28cidade%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Goi%C3%A1shttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grossohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grossohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sulistahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paran%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paran%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paran%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paran%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/Sulistahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grossohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Goi%C3%A1shttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_%28cidade%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_paulistanohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manaushttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som91.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bahiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Nordestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialetos_nordestinoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_mineirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_ga%C3%BAchohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeirohttp://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som90.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_fluminensehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bahiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Piau%C3%ADhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Maranh%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antenor_Nascentes
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    TEXTO: A HISTRIA DO PORTUGUS BRASILEIRO

    Todos os brasileiros sabem que o portugus a lngua majoritria e oficial do Brasil, e muitos sabem

    que ele derivado do latim. Mas a maioria desconhece a histria do idioma no pas e da sua relao com as

    diversas outras lnguas que aqui se falavam antes da chegada de Pedro lvares Cabral e com as que vieramdurante e depois da colonizao. Segundo o lingista Aryon Rodrigues, do Laboratrio de Lnguas Indgenas

    da Universidade de Braslia, quando o Brasil foi descoberto pelos portugueses, havia mais de 1.000 lnguas

    no pas, faladas por ndios de diversas etnias. As numerosas etnias da famlia J haviam migrado para o

    interior, e s conheceriam o contato com os colonizadores no final do sculo XVII. Outras, como a dos

    Aruak e dos Karib, permaneceriam isoladas por ainda mais tempo, especialmente as amaznicas.

    A colonizao portuguesa comeou gradativamente pelo litoral, a partir de 1532, com a instituio das

    capitanias hereditrias. Nesse perodo, diversas comunidades da famlia Tupi e Guarani habitavam o litoral

    brasileiro entre a Bahia e o Rio de Janeiro. Havia entre elas uma grande proximidade cultural e lingstica.

    Para estabelecer uma comunicao com os nativos, os portugueses foram aprendendo os dialetos e idiomas

    indgenas. A partir do tupinamb, falado pelos grupos mais abertos ao contato com os colonizadores, criou-

    se uma lngua geral comum a ndios e no-ndios. Ela foi estudada e documentada pelos jesutas para a

    catequizao dos povos indgenas. Em 1595, o padre Jos de Anchieta a registrou em sua Arte de gramtica

    da lngua mais usada na costa do Brasil. Essa lngua geral derivada do tupinamb foi a primeira influncia

    recebida pelo idioma dos portugueses no Brasil.

    Outro contato que influenciou a lngua portuguesa na Amrica foi com as lnguas dos negros africanostrazidos como escravos para o pas. O trfico de escravos comeou com a introduo do cultivo da cana-de-

    acar na capitania de So Vicente (que corresponde a parte do atual estado de So Paulo), no Recncavo

    Baiano e em Pernambuco, no comeo da colonizao. Ele se intensificou no sculo XVII, espalhando-se por

    todas as regies ocupadas pelos portugueses. Os escravos acabaram aprendendo o portugus, para se

    comunicar com os seus senhores. O lingista Mattoso Cmara Jr., em Histria e Estrutura da Lngua

    Portuguesa, afirma que, no Brasil, os escravos chegaram a desenvolver um portugus crioulo, tal como

    ocorreu nas colnias africanas. Cmara Jr. diz ainda que os africanos tambm se adaptaram lngua geral de

    origem indgena, que continuava a ser a mais falada entre os colonos. "Um texto do padre Antonio Vieira, de1694, diz que a lngua que as famlias portuguesas falavam em So Paulo era a dos ndios", afirma o

    pesquisador Jaqueson da Silva, aluno de ps-graduao em Teoria Literria na Unicamp. "E os filhos dessas

    famlias aprendiam o portugus na escola", completa.

    Aps mais de dois sculos de condio minoritria do uso do portugus no Brasil em relao lngua

    dos nativos, sua predominncia no pas comea a se dar a partir da segunda metade do sculo XVIII. Com a

    explorao do interior pelos bandeirantes, iniciada no fim do sculo XVII, e a descoberta das minas de ouro

    e diamante, aumenta o nmero de imigrantes portugueses que chega ao Brasil para ocupar os novos centros

    econmicos. O crescente nmero de falantes do portugus comea a tornar o bilingismo das famlias

    portuguesas no pas cada vez menor. Em 17 de agosto de 1758, a lngua portuguesa se torna idioma oficial

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    do Brasil, atravs de um decreto do Marqus de Pombal, que tambm probe o uso da lngua geral. No ano

    seguinte, os jesutas, que haviam catequisado os ndios e produzido literatura em lngua indgena, foram

    expulsos do pas por Pombal.

    A essa altura, o portugus j havia tido a evoluo natural que sofre toda lngua no decorrer do tempo.

    As mudanas, porm, se deram de maneira distinta em Portugal e no Brasil. Paul Teyssier, emHistoire de lalangue portugugaise, conta que no final do sculo XVIII, o brasileiro j aparece no teatro portugus como

    um personagem com peculiaridades em sua fala. Um exemplo que ele apresenta generalizao do uso da

    forma de tratamento que at hoje se mantm no Brasil, mas que em Portugal era empregada apenas

    familiarmente: o "voc", reduo de "voismic", que por sua vez deriva de "vossa merc". Alm disso,

    quando Pombal decretou a obrigatoriedade do uso do portugus no Brasil, os falantes brasileiros j haviam

    incorporado diversas palavras de origem indgena e africana em seu vocabulrio.

    Muitos nomes de plantas, frutas e animais brasileiros tm origem no tupinamb. Alguns exemplos so

    abacaxi, araticum, buriti, caatinga, caju, capim, capivara, carnaba, cip, cupim, curi, ip, imbuia, jaboticaba, jacarand, mandacaru, mandioca, maracuj, piranha, quati, sucuri e tatu. A toponmia, cincia

    que estuda a origem dos nomes de lugares, tambm revela um grande nmero de palavras indgenas na fala

    do brasileiro: Aracaju, Ava, Caraguatatuba, Guanabara, Guapor, Jabaquara, Jacarpagu, Jundia, Parati,

    Piracicaba, Tijuca, etc. A influncia indgena tambm acabou propiciando a criao de expresses

    idiomticas, como "andar na pindaba" e "estar de tocaia", que so marcas lingsticas de uma cultura

    especfica.

    Os africanos do grupo banto e ioruba deixaram um legado prprio na cultura do nosso pas. A

    culinria afro-brasileira tem o abar, o acaraj e o vatap; e o candombl tem orix, ex, oxossi, ians. O

    quimbundo, lngua falada em Angola, emprestou ao portugus do Brasil palavras do vocabulrio familiar,

    como caula, cafun, molambo e moleque. Termos que expressavam o modo de vida e as danas dos

    escravos, como senzala, maxixe e samba, tambm se incorporaram ao nosso lxico. Certas comunidades

    africanas no Brasil, alm de falarem o portugus, preservaram a sua lngua de origem, que se mantm viva

    no pas at os dias de hoje. o caso dos habitantes do Cafund, um bairro rural do municpio de Salto de

    Pirapora, no estado de So Paulo.

    Alguns estudiosos afirmam que as influncias no se restringiram apenas ao vocabulrio. JacquesRaimundo, em O Elemento Afro-Negro na Lngua Portuguesa, aponta algumas mudanas fonticas,

    iniciadas na fala dos escravos, que ainda se mantm em algumas variedades do portugus do Brasil: as

    vogais mdias pretnicas "e" e "o" passam a ser pronunciadas como vogais altas, respectivamente "i" e "u"

    (mininu, nutia); as vogais tnicas de palavras oxtonas terminadas em "s", mesmo as grafadas com "z", se

    tornam ditongos (atrais, mis, vis); a marca de terceira pessoa do plural, nos verbos do pretrito perfeito, se

    reduz a "o" (fizero, caro, tocaro). Em 1822, Jernimo Soares Barbosa registrava em sua Grammatica

    Philosophica, uma peculiaridade sinttica, originada na fala dos escravos, que at hoje apontada como uma

    das distines entre o portugus falado em Portugal e o que se fala no Brasil: a colocao de pronomestonos antes dos verbos (mi deu, ti fal). Aps a independncia do Brasil, o trfico de escravos diminui, at

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    cessar por volta de 1850. Muitos ndios se miscigenaram e novos imigrantes europeus, como alemes e

    italianos, chegaram ao pas. O novo contato do portugus brasileiro com outras lnguas foi um dos fatores

    que gerou as diversas variedades regionais existentes hoje no Brasil.

    Na segunda metade do sculo XIX, os autores do Romantismo tentam retratar em sua obra uma

    brasilidade que distingua a ex-colnia de Portugal. Alm de exaltar a figura do ndio, autores como Jos deAlencar trazem para a literatura a linguagem prpria do brasileiro. O movimento modernista, no comeo do

    sculo XX, retoma a idia romntica de resgate das origens e construo de uma identidade prpria, com

    projetos como a Gramatiquinha da Fala Brasileira, pensada por Mrio de Andrade.

    A discusso sobre as distines entre a fala de Portugal e a do Brasil se mantm at hoje. A nossa

    estrutura gramatical continua bem prxima do portugus europeu. O brasileiro incorporou emprstimos de

    termos no s das lnguas indgenas e africanas, mas do francs, do espanhol, do italiano, do ingls. Mas a

    maior parte do nosso vocabulrio idntica a do portugus europeu. As diferenas fonticas so notveis. E

    algumas distines semnticas tambm se verificam em palavras como "estao" e "trem", que em Portugalso "gare" e "comboio". Para o lingista brasileiro Mrio Perini, professor convidado da Universidade do

    Mississipi, nos EUA, as mudanas na lngua so naturais, e pode at ser que um dia a fala do brasileiro

    chegue a ser considerada um idioma distinto do portugus

    Extrado de [http://www.comciencia.br/reportagens/linguagem] em 30/05/2008

    Variaes Lingsticas

    Postal, Jairo & Postal, Mrcia Rita Lazzarini. Formas de comunicao e expresso em Lngua Portuguesa.

    So Paulo: Catlise. S/d. p. 87 a 97 (com adaptaes).

    Uma lngua no esttica. medida que o tempo passa, algumas palavras vo deixando de ser

    utilizadas e outras, em contrapartida, vo surgindo a fim de satisfazer os avanos tecnolgico e cientfico.

    Porm, a variao de uma lngua no se d apenas atravs de sua histria. Se observarmos o uso da lngua

    portuguesa em uma determinada poca (a do incio do sculo XXI, por exemplo), verificamos que ela

    apresenta perceptveis variaes, dependendo de alguns fatores como: regio, classe social, idade e sexo do

    falante. Alm disso, nota-se tambm que um mesmo indivduo, dependendo da circunstncia em que seencontra, usa, muitas vezes, um nvel de lngua diferenciado.

    Para facilitar o estudo, vamos dividir as variaes lingsticas em quatro modalidades:

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    1. Variao histrica ou diacrnica

    Joo Ferreira de Almeida, em 1861, traduziu o Novo Testamento do grego para a lngua portuguesa.

    At hoje, a verso da Bblia feita por Almeida uma das mais queridas e apreciadas no Brasil.

    Transcrevemos abaixo, a ttulo de curiosidade, um trecho do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas,

    traduzido no sculo XVII e, logo em seguida, sua traduo em portugus do sculo XX.

    Um homem tinha dous filhos. E disse o mais moo delles a seu pae: Pae, dme a parte que (me)

    pertence, e elle repartio a fazenda. E depois de na muitos dias, ajuntando o filho mais moo tudo, partiose a

    hu terra muy longe, e ali desperdiou sua fazenda, vivendo disolutamente. E desque j teve tudo

    desperdiado veio hu grande fome naquella terra, e comeou a padecer necessidade. E foi, e achegouse a

    hum dos cidadas daquella terra; o qual o mandou a sua quinta, a apascentar os porcos. E desejava encher

    seu ventre das mondadouras que comia os porcos, e ningum lhas dava. E tornando em si disse: Quantos

    jornaleiros de pae tem abundancia de pam, e eu aqui pereo de fome.

    (Lucas, cap. 15, vs. 11-17, verso Almeida, 1681) [88]

    Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moo deles disse ao pai: Pai, d-me a parte da fazenda

    que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.

    E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longnqua e ali

    desperdiou a sua fazenda, vivendo dissolutamente.

    E, havendo ele gasto tudo, houve naquela terra uma grande fome, e comeou a padecer necessidades.E foi e chegou-se a uma dos cidados daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a

    apascentar os porcos.

    E desejava encher o seu estmago com as bolotas que os porcos comiam, e ningum lhe dava nada.

    E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai tm abundncia de po, e eu aqui pereo de

    fome!

    (Lucas, cap. 15, vs. 11-17, verso Almeida, 1995, revista e corrigida)

    Como se pode notar, ocorreram vrias modificaes. Essas variaes se devem ao fato de que aslnguas se alteram com o passar do tempo.

    As alteraes ocorrem tanto na grafia quando no sentido de muitas palavras.

    Vejamos agora o seguinte texto de Carlos Drummond de Andrade:

    Antigamente as moas se chamavam mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. No

    faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo no sendo rapages, faziam-lhe

    ps-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tbua, o

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    remdio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia (...) Os mais idosos, depois da janta,

    faziam o quilo, saindo a tomar a fresca; e tambm tomavam cautela de no apanhar sereno. Os mais jovens,

    esses iam ao animatgrafo, e mais tarde ao cinematgrafo, chupando balas de altia. Ou sonhavam em andar

    de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas e at em calas pardas; no admira

    que dessem com os burros ngua.

    (Andrade, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1998)

    Observao:

    As palavras que deixam de ser usadas recebem o nome de arcasmos. As palavras que vo surgindo

    recebem o nome de neologismos. Neologismo a denominao dada palavra recm-criada ou mesmo a

    uma palavra que adquire um novo significado: neologismar o ato de criar neologismos. Por exemplo:

    Em 1990, Antnio Rogrio Magri, ministro do Trabalho do governo Collor, criou o termo imegvel,

    que, na poca, foi motivo de risadas pelos puristas da lngua. O Dicionrio Houaiss, j registrou essa palavra.

    Na Revista Imprensa, n 109, de outubro de 1996, a Telesp publicou a seguinte propaganda: A Telesp

    est inaugurando 28 mil telefones pblicos a carto. Contamos com voc para no desinaugurar. O verbo

    desinaugurar um neologismo. [...]

    A prpria palavra apago, que se tornou moda no Brasil a partir de 2001 com o processo de racionamento

    de energia eltrica, um neologismo.

    Mais uma: hebiatra (de Hebe, deusa da juventude), termo reconhecido pela Associao Mdica Brasileira

    em 1998, o mdico de adolescentes.

    2. Variao social ou diastrtica

    Os membros de uma comunidade, mesmo que nascidos e criados num mbito geogrfico restrito,

    no usam as mesmas formas de expresso. Existem diferenas explcitas no uso da lngua de acordo com a

    idade, com a classe social ou com o sexo do falante.

    freqente que indivduos pertencentes a uma classe scio-econmica mais baixa, por exemplo, no

    pronunciem o lh em palavras como mulher, filho, telha etc., pronunciando mui, fio, teia etc. Palavras

    terminadas em em passam a i. Ex: homi em vez de homem.

    O emprego da forma gracinha restringe-se, em boa parte, faixa de falantes do sexo feminino.Tambm caracteriza o falar feminino o prolongamento da primeira vogal no adjetivo maravilhoso

    (maaaaaaaaaaaaaaaaravilhoso!!!!!). Alm disso, temos tambm expresses tipicamente femininas, como

    menina, bem, nem te conto, uma graa etc. Ex: Menina, tenho uma pra te contar!, Olha, bem,

    assim voc no vai conquistar o Ricardo. [90]

    3. Variao geogrfica ou diatpica

    Leia os seguintes textos:

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    Texto 1:

    Te deita no div, tch.disse o analista de Ba.

    Pra qu?quis saber o paciente, desconfiado.

    Oigal bicho bem xucrodisse o analista com um risada agradvel, enquanto torcia o brao do

    outro e obrigava-o a se deitar.

    (VERSSIMO, Lus Fernando. O analista de Bag. Porto Alegre: L&PM, 1982.)

    Texto 2:

    Fale sobre sua vida aqui.

    Eu vivi questo de 34 anos pr trs mesmo, inds que eu nasci aqui. Eu interei im vida, inds que

    eu nasci, vivo bem graas a Deus, pessoas boa. Fal aqui, dinheiro no nada, mais a gente usa dinheiro,

    n? Nunca sobr.

    (VILEFORT, Mariza T. Costa.Aspectos sintticos do dialeto caipira da regio de Morrinhos.

    Goinia: Universidade Catlica de Gois, 1985.)

    O primeiro trecho apresenta caractersticas do falar do Rio Grande do Sul, o segundo trata do falar

    caipira do interior de So Paulo, e o terceiro registra a fala de um habitante da zona rural de Gois.

    Num pas de vasta extenso territorial, como o caso do Brasil, comum verificarmos o emprego de

    algumas palavras que so conhecidas apenas em determinadas regies, caracterizando os chamados

    regionalismos. Ex: No Maranho, ri-ri significa zper; macaxeira ou aipim, no Nordeste, corresponde a

    mandioca; cacetinho, na Bahia, equivale ao nosso pozinho [em Belm: po careca ou apenas careca]. Doponto de vista fontico, h tambm diferenas: caracteriza, de certo modo, a pronncia de toda a regio

    nordestina brasileira a abertura da vogal pr-tnica, como em dezembro, menino e colina, regularmente

    fechada em outras regies. J no Rio grande do Sul, so produzidas as vogais /e/ e /o/ tonas finais,

    pronunciadas como /i/ e /u/ em So Paulo. Ex: parede (RS), paredi (SP). No serto baiano, o fonema /t/

    pronunciado como um /tch/; assim, oito se diz oitcho. Na regio do rio So Francisco, a palavra dama,

    pouco usada em So Paulo, tem o significado de meretriz.

    Outros regionalismos:birita (Rio de Janeiro e So Paulo): cachaa.

    cafund (Bahia): lugar afastado, de difcil acesso.

    fifo (Bahia e Minas Gerais): pequeno lampio.

    Se, no territrio brasileiro, j existe uma grande variao lingstica regional, o que se dir ao se

    comprar a lngua portuguesa do Brasil com a lngua portuguesa de Portugal. [93]

    Abridor de Garrafastira-cpsulas

    Aposentadoreformado

    Banheirocasa de banho

    Filabicha

    Goleiroguarda-redes

    Meia de homempega

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    Balarebuado

    Band-aidpenso rpido

    Bondeeltrico

    Cardpioementa

    Chicletepastilha elstica

    Cinemaanimatgrafo

    Conversveldescapotvel

    Frentistagasolineiro

    nibusauto-carro

    Perucacapacinho.

    Privada, vaso sanitrioretrete

    Sanduchesandes

    Secretria eletrnicaatendedor automtico

    Tigelamalga

    Trem - comboio

    Vitrina - montra

    Embora as diferenas de vocabulrio entre o portugus do Brasil e o de Portugal sejam as mais

    ntidas, no so as nicas. Podemos assinalar ainda algumas diferenas nos campos fontico e sinttico.

    INa fontica

    1A vogal a, em Portugal, soa quase como : Mria, cjdo;

    2As vogais /o/ e /e/, em Portugal, quando tonas, soam como /u/ e /i/: urao, Dulores;

    3No falar lusitano, o ditongo ei equivale a i: cijo (quiejo), dixo (deixo);

    4Em Portugal, aparece um /e/ ou /i/ no final das palavras terminadas em l e r: lari (lar), pastele (pastel),

    mari (mar) etc;

    5No Brasil, fala-se com mais vagar, pronunciando-se calmamente as slabas, ao passo que, em Portugal,

    fala-se rapidamente e, s vezes, com supresso de vogais: mnino (menino), pru (peru).

    IINa sintaxe

    1 Na lngua moderna, o brasileiro prefere o gerndio, enquanto o portugus usa o infinitivo

    preposicionado: estou lendo (no Brasil); estou a ler (em Portugal);

    2 No Brasil, preferimos a preposio em em lugar da preposio a: estou na janela (Brasil); estou

    janela (Portugal);

    3 No Brasil, inicia-se a frase com pronome oblquo, o que no acontece em Portugal: Me d o livro(Brasil); D-me o livro. (Portugal).

    Oua as variaes regionais e depois inicie a atividade glossrio de expresses regionais.

    Voc deve inserir pelo menos cinco palavras por semana.

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    Questes de textualidade

    Coeso textual

    I - Mecanismo de coeso textual como forma de evitar repetio de palavras

    Observe o texto:

    Os cientistas do Laboratrio Nacional de Sandia, do Novo Mxico, nos EUA, esto desenvolvendo

    uma pistola que s disparar pelo dono da pistola. A idia dotar a pistola de um cdigo eletrnico. A

    pistola s executar ordens do dono da pistola. O objetivo aumentar o grau de segurana das pistolas e

    diminuir os acidentes.

    Observe, agora, a nova verso em que se utilizam mecanismos de coeso textual, e, logo a seguir, osrecursos adotados, com o auxlio dos nmeros colocados entre parnteses:

    Os cientistas do Laboratrio Nacional de Sandia, do Novo Mxico, nos EUA, esto desenvolvendo

    uma pistola (1) que s disparar pelo seu (2) dono (3). A idia dot-la (4) de um cdigo eletrnico. A

    arma (5) s executar ordens do proprietrio (6-7). O objetivo aumentar o grau de segurana (8) e

    diminuir os acidentes.

    evidente que h outras verses possveis para o texto apresentado. Outros mecanismos poderiamser empregados para se evitar a to enfadonha repetio de palavras.

    Os mecanismos de coeso textual so recursos lingsticos de natureza sinttico-semntica que

    contribuem para a qualidade do texto e servem para solucionar o problema da repetio de palavras.

    Observe os seguintes recursos de coeso referencial como mecanismos de construo de texto:

    1. EMPREGO DE PRONOMES

    pessoal reto:Joo Donato recebe hoje o Prmio Shell. Eleest tocando com Ed Motta, Joyce e Emilio Santiago.

    pessoal oblquo:

    Para fazerLulu Santos ficar sentado, tivemos que deslig-loda tomada.

    demonstrativo:

    Machado de Assis e Castro Alves so contemporneos. Aquele se destaca pelos romances; este, pela

    poesia.

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    relativo:

    A msica quenos deixa mais prximo do cu serve para enobrecer a alma.

    2. EMPREGO DE ADVRBIOS

    Joo Gilberto esteve no Show de Joo Donato. Lele rendeu merecidas homenagens ao msico.

    3. EMPREGO DE NUMERAIS

    Compositor de rara inspirao, pedra fundamental da bossa nova ao lado de Tom Jobim e Joo Gilberto

    ambos sempre o tiveram como dolo, Joo Donato sobe hoje ao palco para um show.

    Alm desses recursos de substituio, chamados pro-formas pronominais, adverbiais e numerais,

    podemos utilizar ainda na construo do texto:

    ELIPSE TOTAL OU PARCIAL (indicada pelos asteriscos):

    a) Desde que Viviane Todeschini trocou a tradicional broca pelo laser para obturaes, (*) registrou um

    aumento de 40 por cento no nmero de pacientes, no consultrio de Ipanema. (*) Diz ainda que a outra

    modernidade um aparelho de anestesia computadorizada que libera gota a gota o produto, no local que

    deve ser adormecido.

    b) Aps mau desempenhodo Ensino Bsico, o MEC divulga amanh o (*) do Ensino Mdio.

    c) O doutor Antonio Carlos de Abreu se encontra na enfermaria B. Doutor Abreu (*) est ansioso para

    ver o novo paciente.

    REPETIO DO MESMO ITEM LEXICAL:

    Traga-me cerveja e bolinhos de bacalhau. Olha! a cerveja eu quero bem gelada!

    SINONMIA

    No que a criana colocou o dedo no buraco da tomada! Tambm o menino mexia em tudo que via.

    HIPERNIMOS E HIPNIMOS

    A concessionria no recebeu os carros. O cliente vai a agncia e no encontra os veculos anunciados.

    ( muito comum o hipnimo termo especfico preceder o hipernimo termo geral como forma de

    evitar a repetio).

    EMPREGO DE SIGLAS

    O Partido dos Trabalhadores defendeu sua proposta na Assemblia Legislativa do Rio de Janeiro. O PTregistrou nos anais da ALERJ que os interesses dos trabalhadores sempre foram lesados pelo patronato.

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    SUBSTITUIO DE CONSTITUINTES LONGOS COMO FRASES OU PARTE DELAS (Com o

    auxlio de palavras ou expresses do tipo: tambm, isso, tudo isso, fazer o mesmo, dessa forma, etc.):

    a) Meus amigos votaram no partido do governo. Eu no fiz o mesmo.

    b) Lcia foi aprovada no vestibular. Seu irmo tambm.

    IIOS TIPOS DE COESO TEXTUAL

    1. REFERENCIAL: concorre para o texto progredir atravs da retomada de referentes textuais, utilizando a

    co-referncia. Pode ser por meio de substituio ou reiterao.

    1.1. Substituio: um elemento do texto retomado (anfora) ou precedido (catfora) por outro chamado

    pro-forma (pronome verbo, advrbio, numeral); e, tambm, por elipse:

    Pro-forma pronominal:

    a) O mundo no se fez para pensarmos nele

    (pensar estar doente dos olhos)

    Mas para olharmos para elee estarmos de acordo...

    (Alberto Caieroheternimo de Fernando Pessoa)

    b) Em sua caa ao indgena, os colonos foram conhecendo melhor a floresta e descobrindo suaspotencialidades.

    c) Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo. Quaresma era antes de tudo um brasileiro.

    (Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma)

    d) Pedro e Paulo so bons professores. Este, de Histria; aquele, de Geografia.

    Pro-forma verbal:Pedro votou nesse candidato. E o pior que toda sua famlia fez o mesmo.

    Pro-forma adverbial:

    Vou-me embora para Pasrgada.

    L sou amigo do rei.

    L tenho a mulher que quero

    Na cama que escolherei

    Vou-me embora para Pasrgada. (Manuel Bandeira)

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    Pro-forma numeral:

    Jlia e Joana se inscreveram na maratona. Ambas subiram ao pdio.

    Elipse ( a substituio por zero):

    A professora de ingls se encontra de licena mdica. (*) Ser, no entanto, substituda por uma colega.

    1.2 Reiterao: repetio que se faz atravs de sinnimos, de hipernimos, hipnimos, de expresses

    nominais definidas, de nomes genricos.

    Sinonmia: Minha filha ganhou um cachorro. O Cozinho nem estranhou a nova casa.

    Heteronmia // Hiponmia

    Pedro gosta muito de doces. Cocada, ento, adora.

    Jlia comprou uma moto. O veculo a sua mais nova paixo.

    Expresses nominais definidas:

    O professor Miguel leciona Latim. um mestre querido de todos.

    Nomes genricos (coisa, gente, negcio, etc.):

    Isto um dicionrio. uma coisa que contm todas as informaes corretas, especficas e precisas para cada

    palavra que lhe consultada.

    2. RECORRENCIAL: concorre para o texto progredir atravs da repetio de termo, de estruturas, de

    contedo semntico e de recursos fonolgicos.

    Repetio de termos: a repetio de palavra ou expresso.

    Casa entre bananeiras

    Mulheres entre laranjeiras

    Pomar amor cantar. (Drummond, Cidadezinha Qualquer)

    Repetio de estruturas:

    Um homem vai devagar.

    Um cachorro vai devagar.

    Um burro vai devagar. (idem)

    Repetio de contedo semntico (parfrase): consiste em dizer a mesma coisa com palavras diferentes.

    Quero voc no aniversrio do meu filho. J est intimado para a festa.

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    Repetio de recursos fonolgicos: ritmo, rima, aliterao, eco, etc.

    Vozes, veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)

    3. SEQUENCIAL: consiste no estabelecimento de relaes semnticas (sindtica ou assindeticamente) entre

    termos da orao, oraes ou conjunto de oraes.

    3.1Seqncia temporal:

    Ordenao linear dos elementos:

    Ele chegou, entrou, e pediu silncio.

    Expresso que indica coordenao:

    Primeiro avistei os ces, em seguida a tropa.

    Partculas temporais:

    No deixe de vir amanh.

    Correlao de tempos verbais:

    Pedi que deixasse os livros na biblioteca.

    Peo que deixe os livros na biblioteca.

    3.2. Seqencial por conexo (conjuno):a) Ele morreu, uma vez que tomou a medicao errada.

    b) Ser demitido, apesar de ser bom funcionrio.

    c) S aceitarei o cargo, se me derem plena autonomia.

    d) Ele bebeu; no pode, portanto, dirigir o carro.

    3.2.1 por oposio: Empregam-se alguns termos com valor de oposio (mas, contudo, todavia, porm,

    entretanto, contudo) para tornar o texto compreensvel.

    Estvamos todos aqui no momento do crime, porm no vimos o assassino.

    3.2.2 por concesso ou contradio: So eles: embora, ainda que, se bem que, apesar de, conquanto, mesmo

    que.

    Embora estivssemos aqui no momento do crime, no vimos o assassino.

    3.2.3 por causa: So eles: porque, pois, como, j que, visto que, uma vez que.

    Estvamos todos aqui no momento do crime e no vimos o assassino uma vez que nossa viso fora

    encoberta por uma nvoa muito forte.

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    3.2.4 por condio: So eles: caso, se, a menos que, contanto que.

    Caso estivssemos aqui no momento do crime, provavelmente teramos visto o assassino.

    3.2.5. por finalidade: So eles: para que, para, a fim de, com o objetivo de, com a finalidade de, com

    inteno de.

    Estamos aqui a fim de assistir ao concerto da orquestra municipal.

    Coerncia

    Ferreira, Marina. Redao: Palavra e arte. 2 ed. So Paulo Atual, 2006.

    [299] Teorizando sobre a Coerncia Textual

    Diz-se que um texto coerente se fizer sentido. Sentido para quem fala/escreve e para quem ouve/l.Os trs textos que abrem este captulo so coerentes para seus produtores, pois eles conhecem a

    realidade sobre a qual falam e encontraram uma maneira para se expressar condizente com esse

    conhecimento. Um leitor do ensino mdio, que estudou a Segunda Guerra Mundial, que conhece a obra de

    Drummond e que l jornais, ver coerncia nesses mesmos textos, embora possa dizer que no entendeu bem

    as metforas do poema de Drummond.

    No existe o texto incoerente em si, mas que o texto pode ser incoerente em/para

    determinada situao comunicativa.[...] O texto ser incoerente se seu produtor no souber adequ-lo situao, levando em conta inteno comunicativa, objetivos, destinatrio, regras socioculturais,

    outros elementos da situao, uso dos recursos lingsticos, etc. Caso contrrio, ser coerente.

    evidente que a capacidade de clculo do sentido pelo receptor fundamental. Pode

    acontecer que, mesmo o texto sendo bem estruturado, com todas as pistas necessrias ao clculo do

    seu sentido, um receptor pode, no nvel individual, no ser capaz de determinar-lhe o sentido por

    limitaes prprias (no domnio do lxico e/ou estruturas, desconhecimento do assunto, etc.). Neste

    caso, no dir, sobretudo considerando o produtor, que o texto incoerente, provavelmente seu

    comentrio ser: "No consegui entender este texto".

    (Ingedore G. Villaa Koch e Luiz Carlos Travaglia. A coerncia textual. So Paulo:

    Contexto, 1993. p. 50.)

    Assim, a coerncia textual um processo que inclui dois fatores:

    a) o conhecimento que o produtor e o receptor tm do assunto tratado no texto, determinado por suaviso de mundo, sua classe social, profisso, idade, escolaridade, etc;

    b) o conhecimento que eles tm da lngua que usam: tipos de texto, vocabulrio, recursosestilsticos, etc. (que depende do fator acima: classe social, escolaridade, etc.).[300]

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    Evidentemente, o tipo de texto influi no processo de construo de sentido. A literatura e a

    publicidade, por exemplo, podem manifestar coerncia de um modo bem diferente que um texto dissertativo

    manifesta. Na dissertao, utilizam-se recursos lingsticos que facilitem a compreenso do assunto; j um

    poeta no necessita desses mesmos mecanismos, podendo inventar, rebuscar, enfeitar, pois no tem o

    compromisso de desenvolver um raciocnio lgico-argumentativo, como na dissertao. [...]

    A coerncia necessria ao texto narrativo chama-se verossimilhana. Toda narrativa, portanto, deve

    ser verossmil (similar verdade), passando ao leitor uma idia de possibilidade, que est muito ligada

    coerncia interna da histria que se narra. Assim, mesmo em histrias inventadas, ficcionais, nota-se a

    verossimilhana ou coerncia na articulao de seus elementos personagem, tempo, espao, em relao

    ao contexto a que se refere. Tudo ali faz sentido: as chuvas fora de poca, o envolvimento de homens e

    mulheres em novas atividades, a estocagem de alimentos, o telegrama que comunica a morte, o clima de

    pesar.

    A coerncia num texto dissertativo, [...] pode ser observada na gradao e aprofundamento de suas

    idias.[...]

    Observaes:

    Quando voc estiver lendo um texto qualquer, veja se capaz de falar sobre seus pontos mais

    importantes, se consegue discorrer sobre ele, ligando uma idia outra, numa seqncia lgica. Se no

    conseguir, porque ainda no compreendeu esse texto. Nesse caso, tente identificar se sua dificuldade reside

    nos termos empregados, na organizao das frases ou no prprio assunto debatido. Procure l-lo outras vezes

    e, se necessrio, busque ajuda.E ao escrever sua redao, antes de pass-la a limpo, observe se h continuidade no desenvolvimento

    de suas idias, se uma "puxa" a outra, se voc as percebe globalmente, como um todo, se no h contradio,

    enfim, se uni texto coerente. E lembre-se de que fazer rascunhos muito importante para o exerccio da

    coerncia. [301]

    Exemplos clssicos no trato com a textualidade:

    Havia um menino muito magro que vendia amendoins na esquina de uma das avenidas de So

    Paulo. Ele era to fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim.Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade, perdeu a direo. O carro

    capotou e ficou de rodas para o ar. O menino no pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de l o

    motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o at a calada, parou um carro e levou o homem para

    o hospital. Assim salvou-lhe a vida.

    O quarto espelha as caractersticas de seu dono:um esportista que adorava a vida ao arlivre e no

    tinha o menor gosto pelas atividades intelectuais. Por toda a parte havia sinais disso:raquetes de tnis,

    prancha de surf, equipamento de alpinismo, skate, um tabuleiro de xadrez com as peas arrumadas sobre

    uma mesinha e as obras completas de Shakespeare.

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    KATO, Mary A. No mundo da escrita. Uma perspectiva psicolingstica. 7 ed. So Paulo: tica, 2003.

    [55] A busca da Coerncia

    O que queremos dizer quando afirmamos que Fulano coerente quando fala ou queNossos alunos

    no escrevem coerentemente?

    Na verdade, o falante e o escritor sempre buscam a coerncia de sua fala ou texto, embora nem

    sempre sejam bem-sucedidos.

    Da mesma forma, o leitor, ao enfrentar o texto, procura a coerncia e, no caso de encontrar alguma

    falha, tenta ajustar a representao desse texto, de forma que ele se torne coerente.

    Mas afinal o que essa coerncia? Tanto a coerncia textual quanto a discursiva dependem de trsnveis diferentes: a) a coerncia global; b) a coerncia local; e c) a coerncia temtica.

    A coerncia global tem a ver com a adequao do texto como um todo nossa viso de mundo, aos

    nossos esquemas prvios. o que se pode chamar tambm de princpio da realidade. A coerncia local tem a

    ver com a consistncia interna. A violao desse princpio da consistncia pode tornar o texto falso, levando

    o escritor a violar, sem inteno, o postulado da sinceridade.

    A coerncia temtica aquela que responde pela manuteno do tpico do discurso; pode tambm

    ser chamada de princpio da parcimnia, que procura reduzir o nmero de participantes no cenrio mental

    que o leitor constri a partir do texto.A coerncia pode ser tambm uma qualidade atribuda forma. Um texto que mistura nveis

    diferentes de linguagem peca pela falta de coerncia formal. Determinadas formas discursivas so

    caracterizadas por um conjunto de convenes a que se tem de obedecer consistentemente. A obedincia a

    umas e no a outras leva tambm a uma incoerncia formal, que pode dificultar a tarefa do leitor, por desviar

    sua ateno do contedo para a forma. [...56]

    Fatores de que depende a textualidade1

    Texto 1 (fragmento)por Flvio de Aguiar Barbosa (UERJ)

    Uma srie de elementos favorece o estabelecimento da coerncia pelo receptor de um texto. Eles so

    agrupados diferentemente pelos tericos, mas so basicamente os seguintes:

    Elementos lingsticos - O conhecimento gramatical (tanto por parte do produtor quanto do receptor de

    textos) importante para o estabelecimento da coerncia textual: por meio desse conhecimento, o

    receptor pode detectar no desenvolvimento linear de um texto conexes lgicas que balizam a

    interpretao da mensagem. A concordncia gramatical, a referncia pronominal, a elipse, a seleo

    1O ttulo foi atribudo por questes didticas. Outra possibilidade: Fatores adicionais de textualidade. [nota do professor]

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    lexical, o uso de tempos verbais, de elementos diticos, de conectivos etc. so recursos da coeso textual,

    segundo a terminologia predominante.

    Conhecimento de mundo -Na conceituao de Koch e Travaglia (1993), o conhecimento de mundo visto

    como uma espcie de dicionrio enciclopdico do mundo e da cultura arquivado na memri a. Essas

    informaes so armazenadas e organizadas sistematicamente por cada indivduo em modelos cognitivos

    que aciona para interagir com a realidade. Esse tipo de conhecimento e principalmente o seu

    compartilhamento so essenciais no processo comunicativo (ver tambm o tpico informatividade, a

    seguir).

    Fatores pragmticos - Os que ancoram um texto em uma situao comunicativa determinada, como a

    situacionalidade (ver subtpico seguinte), caractersticas dos interlocutores ou da relao entre eles

    (posio hierrquica, afetividade, familiaridade com o assunto abordado, entre outras), crenas pessoais,

    a funo do texto produzido etc.

    Situacionalidade - Fator que ancora um texto em uma dada situao comunicativa. materializada por

    contextualizadores (assinatura, data, local, elementos grficos, como disposio da pgina, fotos, etc.,

    que ancoram o texto na situao comunicativa) e perspectivos ou prospectivos (elementos que avanam

    expectativas sobre o contedo; dependem do conhecimento de mundo do leitor ttulo, autor [seu estilo,

    dados biogrficos, postura poltica etc.], estilo de poca, corrente cientfica, filosfica, religiosa).

    Inferncia - o processo cognitivo usado para estabelecer relaes no explcitas entre informaes de um

    texto, que garantem a continuidade de sentido. Tem a ver com o conhecimento de mundo e

    principalmente com o compartilhamento desse conhecimento. Todo texto repleto de informaes

    pressupostas que devem ser recuperadas pelo receptor. Intencionalidade e aceitabilidade - O produtor de um texto pode deflagrar o processo comunicativo com

    uma srie de possveis intenes, desde a simples criao e manuteno do canal de comunicao at a

    interferncia no comportamento ou nas crenas do interlocutor. necessrio que o receptor perceba essa

    inteno e a adequao do texto produzido situao comunicativa, considerando-o aceitvel e relevante

    para o propsito almejado.

    Informatividade - O conhecimento partilhado entre produtor e receptor define a parcela de informaes

    dadas e novas de um texto. Quanto mais informativo ele for, maior ser a dificuldade para se estabelecer

    a coerncia textual; a situao inversa tambm pode abalar o clculo da coerncia textual: se houvermuitas informaes j conhecidas, o texto no ser informativo e o intercmbio textual ser percebido

    como irrelevante e sem objetivo; fere-se, nesse caso, o princpio da aceitabilidade.

    Extrado de [http://www.filologia.org.br/xcnlf/8/04.htm] em agosto de 2007.

    Texto 2 (fragmento) - Sandra Sebastio de Andrade

    [...] No captulo Texto e Textualidade, Costa Val (1991) define texto ou discurso como ocorrncia

    lingstica falada ou escrita, de qualquer extenso, dotada de unidade sociocomunicativa, semntica e

    formal (p.3). Para se ter um texto basta ter um enunciado falado ou escrito que, independente de sua

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    extenso, comunique algo a algum, em sua forma especfica de linguagem; pode-se ter um texto, por

    exemplo, em um sinal de trnsito ou em um panfleto publicitrio.

    A autora diz que um texto precisa ser dotado de textualidade: conjunto de caractersticas que fazem

    com que um texto seja um texto e no apenas uma seqncia de frases (p. 5).

    Costa Val afirma tambm que

    a coerncia do texto deriva de sua lgica interna, resultante dos significados que sua rede de

    conceitos e relaes pe em jogo, mas tambm da compatibilidade entre essa rede conceitual o

    mundo textuale o conhecimento de mundo de quem processou o discurso (1991, p.6).

    Ou seja: para ser um produtor eficiente de textos coerentes, necessrio ter uma viso ampla de

    conceitos e ainda relacion-los entre si. Quem processa razoavelmente bem as vrias informaes e

    conhecimentos no momento de pensar ter mais chance de escrever coerentemente. Isso vem argumentar

    tambm a favor da leitura. Lendo se estabelece relaes com o j visto e j lido e, para juntar esses ncleos

    informativos preciso coerncia no momento da escrita.

    Se a coerncia est mais no mbito das idias, a coeso a parte mais palpvel do texto. Val afirma

    que a coeso a manifestao lingstica da coerncia; advm da maneira como os conceitos e relaes

    subjacentes so expressos na superfcie textual (...) constri-se atravs de mecanismos gramaticais e lexicais

    (p.6). O uso de anafricos e conjunes, por exemplo, e a substituio de palavras por expresses sinnimas

    constituem recursos para manter a coeso dentro de um texto.

    Textualidade, para Val, o conjunto, no texto, dos fatores coeso e coerncia, e ainda daintencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade. Esses critrios de

    textualidade so base de estudo dos tericos Beaugrande e Dressler (1983) e tambm foram comentados

    pela autora.

    A intencionalidadediz respeito ao empenho do produtor em construir um discurso (...) capaz de

    satisfazer os objetivos que tem em mente numa determinada situao comunicativa (p.10). O importante,

    dentro do quesito intencionalidade, saber para que existe determinado texto e se ficou claro ao leitor o que

    se est querendo comunicar.

    Aaceitabilidadeest relacionada ao receptor do texto, se este considera de importncia o que leu: ooutro lado da moeda a aceitabilidade, que concerne expectativa do recebedor de que o conjunto de

    ocorrncias com que se defronta seja um texto coerente, coeso, til e relevante, capaz de lev-lo a adquirir

    conhecimentos. (p.11)

    O terceiro fator de textualidade, a intencionalidade, est ligado pertinncia e relevncia do texto

    quanto ao contexto que ocorre (p.12). Determinado texto s faz realmente sentido se estiver adequado s

    exigncias do contexto.

    A informatividade a qualidade do texto que traz a novidade, tem discurso menos previsvel e,

    portanto, mais informativo (p. 14).

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    Outro componente da textualidade a intertextualidade, que o dilogo com outros textos:

    inmeros textos s fazem sentido quando entendidos em relao a outros textos (p.15).

    Segundo Val, tanto esses ltimos fatores citados, os pragmticos, quanto a coerncia (aspecto

    semntico) e a coeso (aspecto formal) s tornaro um texto realmente eficiente se funcionarem

    conjuntamente.

    Todos os conceitos da autora, mencionados anteriormente, vm a contribuir para a idia de que no

    se pode imaginar um texto apenas pela tica da coeso. Ele resultado de uma srie de fatores que

    contribuem para a sua completude. Porm, este estudo enfocar preponderantemente a anlise da coeso nos

    textos produzidos. [...]

    Extrado de [http://www.facosfacad.com.br/pos/lin_lit/docs/12.doc] em agosto de 2007.

    Dicas de pginas sobre o assunto:

    [http://br.geocities.com/esquinadaliteratura/autores/benedito/index.html][http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno11-14.html]

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    AS FUNES DA LINGUAGEM E A PRODUO DE TEXTOS

    Introduo

    A partir de agora, vamos estudar as funes da linguagem e sua relao com o ato de produzir textos.

    O estudo dessas funes, como voc ver, nos fornece subsdios para analisar e incrementar as prticas da

    leitura e da redao.

    Cada funo ser estudada separadamente, mas isso no significa que elas ocorram de forma isolada

    nos textos; ao contrrio, a todo momento se evidenciam suas inter-relaes.

    Nosso estudo se encerra com alguns captulos que interligam as funes da linguagem e os gneros

    redacionais consagrados: narrao, descrio e dissertao. Esses captulos, portanto, lhe daro oportunidade

    de aprimorar-se na prtica da produo de textos.

    Reduzimos a exposio terica ao mnimo indispensvel, privilegiando as atividades de leitura ecriao. Dessa forma, voc ir enfrentar uma srie de problemas de produo de textos que tentar resolver

    na prtica:

    quebrando a cabea, ensaiando solues, trocando idias com seus colegas, consultando o professor

    Mais uma vez, o sucesso de tudo o que propomos depende de seu interesse e de sua iniciativa.

    As funes da linguagem

    Quando estudamos a comunicao, verificamos que cada ato comunicativo apresenta seis elementos.Esquematicamente, eles so assim representados:

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    Partindo desses seis elementos, o lingista russo Roman Jakobson elaborou seus estudos sobre as

    funes da linguagem, muito teis para a anlise e a produo de textos. Foram seis as funes que

    caracterizou, cada uma delas estreitamente ligada a um dos seis elementos que compem o ato de

    comunicao: a funo referencial, a funo expressiva ou emotiva, a funo conativa, a funo ftica, a

    funo metalingstica e a funo potica.

    Funo referencial

    Referente o objeto ou situao de que a mensagem trata. A funo referencial privilegia o

    referente da mensagem, buscando transmitir informaes objetivas sobre ele. Valoriza-se, assim, o objeto ou

    a situao de que trata a mensagem, sem que haja manifestaes pessoais ou persuasivas. a funo que

    predomina em textos de carter cientfico e em grande parte dos textos jornalsticos.

    Exemplo:

    Em 1665 Londres assolada pela peste negra (peste bubnica) que dizimou grande parte de sua

    populao, provocando a quase total paralisao da cidade e acarretando o fechamento de reparties

    pblicas, colgios etc. Como conseqncias desta catstrofe, Newton retornou a sua cidade natal,

    refugiando-se na tranqila fazenda de sua famlia, onde permaneceu durante dezoito meses, at que os

    males da peste fossem afastados, permitindo seu regre