historia dos portos
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Análise de Sistemas de Informação Aplicados
à Gestão Portuária
Sampaio, Cláudio Mueller P.* e Kurosawa, Rosane S. S.*
* Depto. Engenharia Naval e Oceânica, Escola Politécnica da Universidade de São PauloAv. Prof. Mello Morais 2231, Butantã05508-900 São Paulo, SP, Brasil.
Tel: +55-11-3091-5350 ; Fax: +55-11-30915717 ; E-Mail: [email protected]
Resumo
A história mundial destaca os portos como sendo elos essenciais à cadeia de
suprimentos global; integrando economias, incentivando transações comerciais e
estruturando o comércio internacional. Entretanto, os portos não são mais apenas locais demovimentação, armazenamento e o transbordo de cargas, mas um componente
fundamental na reestruturação da matriz de transporte. Para executar essas novas funções
com eficiência, os responsáveis pelas administrações portuárias estão implementando os
mais variados sistemas de gestão da informação com o objetivo de agilizar tanto o processo
de documentação, quanto o processo de manuseio da carga.
O objetivo desse trabalho foi realizar um levantamento dos principais sistemas de
informação aplicados à gestão portuária em nível mundial buscando identificar os
requisitos, os procedimentos, as dificuldades e as restrições para a implantação desses
sistemas eletrônicos de informação. Adicionalmente, realizou-se levantamento de
modernas tecnologias de informação passíveis de aplicação em futuros sistemas de
informação portuária.
Entre as conclusões do estudo, conclui-se que a arquitetura de sistemas de gestão
portuária deve priorizar uma distribuição automática das informações, adotar uma
linguagem padrão de transmissão de dados e, preferencialmente, ocorrer através da
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Introdução
O desenvolvimento do comércio internacional está estreitamente ligado à questão
portuária, uma vez que a quase totalidade das mercadorias que circulam pelo mundo é
transportada em navios e movimentada através dos portos. As novas tecnologias
introduzidas na navegação marítima e na infra-estrutura portuária provocaram profundas
transformações no panorama do comércio mundial. No sistema portuário concentra-se, de
certa maneira, o ciclo de exportação e importação de insumos e bens de consumo. Aqualidade dos serviços prestados pelo sistema portuário influencia diretamente o custo final
dos produtos e determina a competitividade no mercado globalizado.
A movimentação da carga através do sistema portuário deve atender a dois requisitos
básicos: transcorrer no menor tempo possível e ocorrer com segurança. Ambos requisitos
podem ser alcançados através da implantação de sistemas eletrônicos de informação que
possibilitariam a agilização da tomada de decisão pelos órgãos gestores do sistema. Esses
sistemas constituem-se em ferramenta de gestão que permite o planejamento, a organização
e o controle dos recursos humanos e materiais viabilizando a qualidade dos serviços
prestados pelo sistema portuário.
O primeiro aspecto a ser considerado é uma precisa conceituação do termo sistemas de
informação. Segundo Laudon&Laudon (1999), esse termo pode ser definido como umconjunto de componentes inter-relacionados trabalhando integrados para coletar, processar,
armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle,
a coordenação, a análise e a tomada de decisão por parte das empresas e das organizações.
Essa definição pode ser complementada com o acréscimo do entendimento prático de
sistemas de informação computadorizados com capacidade de garantir confiabilidade e
rapidez de acesso às informações. É importante ressaltar que, embora ainda persista a
tendência de usar os termos dados e informações como sinônimos, os mesmos representam
idéias diferentes. Enquanto que o termo dados representa fatos brutos, o termo informação
está associado a dados coletados, organizados, ordenados, analisados e interpretados e,
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capacidade de armazenamento do sistema e qualidade e precisão da informação. Outro
aspecto importante nesse processo é a característica de transmissão automatizada dasinformações armazenadas e a capacidade de atualização das mesmas, inclusive com a
transmissão via satélite. Finalmente, além de atender as necessidades atuais, é importante
que o sistema escolhido tenha capacidade de adaptação ao ambiente empresarial dinâmico
que poderá requerer um aumento de serviço, uma modificação das metodologias de
trabalho ou uma modernização na operacionalidade dos serviços.
Rede de Computadores
Uma rede de computadores é uma interconexão de um ou mais computadores com o
objetivo de compartilhar dados, programas, correio eletrônico e recursos como
impressoras, dispositivos de armazenamento e aplicativos. A implementação de uma rede
necessita de um meio físico de transmissão (cabo, fibra óptica ou “wireless”) e a seleção deuma linguagem comum de entendimento da informação, isto é, de um protocolo de
comunicação.
Esta capacidade de compartilhar informações e recursos é que torna qualquer rede uma
ferramenta tão valiosa à empresa. O aparecimento dos sistemas em rede possibilitou a
imediata integração entre diferentes setores, constituindo-se hoje em uma ferramenta
fundamental ao aumento da produtividade. As principais vantagens das redes são o
compartilhamento de recursos, o maior controle das informações, o gerenciamento de
aplicativos e a possibilidade de armazenamento (“back-up”) centralizado e, como
desvantagens, apresenta a necessidade de planejamento, treinamento e manutenção. A
classificação das redes pode ser realizada segundo diversos critérios; alguns dos mais
comuns sendo:
• Dimensão ou área geográfica ocupada: Redes pessoais, redes locais, redes
metropolitanas, redes de área alargada, etc;
• Capacidade de transferência de informação: Redes de baixo, médio e alto débito;
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• Tecnologia de transmissão: Rede "ethernet", "token-ring", ATM (“Asynchronous
Transfer Mode”), etc.
Um computador conectado em rede necessita componentes específicos tanto em nível
de software (sistema operacional e aplicativos), como de “hardware”. O “hardware” é
constituído de placa de rede local, meios de transmissão, etc, enquanto que o “software” de
rede deve oferecer serviços ao usuário como; confiabilidade, identificação, compar-
tilhamento de recursos, emulação de terminal, correio eletrônico, transferência de arquivos
e gerência de rede. A implementação de redes requer também a escolha de um protocolo de
comunicação, definido como um conjunto de regras que define procedimentos, convenções
e métodos para que dois ou mais dispositivos da rede possam se entender. O procedimento
básico de funcionamento do protocolo é a divisão do fluxo de dados em pequenos pacotes,
que transmitidos pela rede, são re-agrupados novamente no sistema receptor.
O protocolo mais usado atualmente, base da Internet, é o TCP/IP (“Transport Control
Protocol / Internet Protocol”). Um dos fatores de seu sucesso é sua tecnologia aberta que
permitiu interligar sistemas de diferentes fabricantes. Entre suas qualidades, este protocolo
facilita a execução de tarefas como a transferência de arquivo e o acesso a sessões remotas
através do método chamado de transferência de dados confiável, ou seja, o processo de
transmissão assegura que os dados cheguem na mesma seqüência e estado em que foramenviados. Outra vantagem é a capacidade de verificação de erros, pois o protocolo associa
a cada bloco de dados um código numérico reconhecido tanto pelo emissor como pelo
receptor e que, ao ser transferido com sucesso, exige do receptor o envio de uma
mensagem confirmando a transferência isenta de erros.
Internet
O conjunto mundial de redes denominado “Internet” surgiu há mais de 40 anos com o
objetivo desenvolver um meio de comunicação capaz de sobreviver às condições adversas
de um conflito nuclear. Em 1972 aparece o correio eletrônico, porém somente na década de
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importância cada vez maior em razão do grande aumento da capacidade requerida de
transmissão de dados. Apesar de ainda se verificar a utilização de linha discada, cada vezmais se empregam novas tecnologias como, ATM, cabo ou microondas.
Tecnologias de informação
O desenvolvimento tecnológico possibilitou a introdução, nos últimos anos, de uma
ampla gama de novas tecnologias para o aprimoramento do desempenho dos sistemas de
informação. Entre as mais novas tecnologias aplicáveis aos sistemas de informação pode-
se citar: VoIP, cartões inteligentes (“smart cards”), etiquetas inteligentes (“smart tags”),
biometria digital, código de barras, etc. A tecnologia chamada de VoIP (Fig. 1), voz
através de rede sem fio, possibilitou a integração entre o universo da voz e o universo dos
dados, dois ambientes bastante distintos. Em seu atual estágio de desenvolvimento,
possibilita o acesso a Internet e a bancos de dados corporativos, assim como possibilita oacionamento de “hardwares” por comando sonoro.
Figura 1 - VoIP: Integração Voz/Dados (Fonte: van Oosterhout, 2001)
Outra tecnologia de larga aplicação é aquela associada aos cartões inteligentes (“chip
cards”). As primeiras perspectivas surgem na década de 1970, entretanto, somente em
1984, com o projeto piloto da telefonia pública francesa é que realmente tornam-se
acessíveis à Sociedade. Os cartões inteligentes possuem impressos circuitos integrados que
executam uma extensa gama de funcionalidades e garantem elevado grau de segurança eportabilidade de dados. Os cartões inteligentes (Fig. 2) transformaram-se em instrumentos
fundamentais para garantir o acesso à informação e a segurança do sistema.
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certificação confiáveis, capacidade essa somente fornecida pelos novos desenvolvimentos
da biometria digital que têm a capacidade de reconhecer características físicas específicasdo usuário através de uma enorme gama de métodos de identificação que incluem a leitura
da íris e da face, a geometria da mão e o reconhecimento do DNA (Fig. 3). A tecnologia
empregada, embora sofisticada, é bastante simples exigindo um sensor de leitura para a
aquisição dos chamados pontos de minúcia a partir dos quais é gerado um arranjo
geométrico que o sensor analisa. Essa tecnologia é extensamente aplicada no controle de
acesso físico, bem como no acesso lógico de gestão eletrônica de documentos.
Figura 3 – Aplicações da Biometria Digital (Fonte: Fonte: van Oosterhout, 2001)
Finalmente, introduzida a mais de quatro décadas, a tecnologia do código de barras
vem evoluindo constantemente. O código de barras é uma forma de caracterizar o produto
através da representação gráfica em barras (claras/escuras) cuja disposição está associada a
um código de identificação exclusivo chamado GTIN (“Global Trade Item Number”).
Apesar de todos os benefícios e vantagens oferecidas, apresentam pequenos inconvenientes
que conduziram o mercado, preocupado com o desempenho competitivo, a introduzir as
etiquetas inteligentes. Essas apresentam grande capacidade de armazenamento de
informações, rastreamento dos produtos e processos e a capacidade de transmitirinformação à medida que o responsável, equipado com equipamento de radio freqüência,
se desloca pelas instalações.
Transferência Eletrônica de Dados (“Eletronic Data Interchange - EDI”)
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adoção por parte das empresas participantes um elevado nível de cooperação, colaboração
e de partilha de informação. Entre as vantagens oferecidas e as expectativas geradas com aimplementação de um projeto EDI pode-se citar:
• Qualidade e consistência da informação gerada;
• Integração entre parceiros comerciais;
• Acesso à informação, dentro de uma estrutura hierárquica e de sigilo;
•
Melhoria de qualidade da informação nos níveis internos e externos;• Redução de documentos e cópias em papel;
• Redução de custos através da minimização de erros e atrasos;
• Melhor controle patrimonial e financeiro;
• Estruturação e integração da aplicação de tecnologias de informação;
• Apoio à globalização do comércio;
• Promoção à gestão organizacional de cada um dos parceiros.
A implementação de sistemas EDI apresenta, porém algumas dificuldades. Os pontos
críticos de um projeto de EDI estão associados à necessidade de promover acordos entre
parceiros comerciais, organizações privadas, órgãos públicos e/ou instituições financeiras;
à definição bastante clara dos objetivos; à formação de capacitação técnica, à manutenção
de estrutura de suporte técnico e aos altos investimentos requeridos.
Para possibilitar a transferência eletrônica de dados houve a necessidade de
padronização da linguagem. No início do processo, linguagens distintas eram empregadas
nos Estados Unidos e na Europa o que impossibilitava a troca de mensagens entre
empresas americanas e européias. Para disseminar o emprego do EDI, as Nações Unidas
realizaram um esforço para desenvolver uma norma internacional, o que resultou nanorma UN/EDIFACT (ISO 9735) ou, simplesmente, EDIFACT. Essas normas carac-
terizam-se por apresentarem uma gramática constituída de sintaxe própria, regras de
estruturação (elementos, segmentos e mensagem) e um vocabulário de termos específicos
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está na evolução do HTML (“ Hipper Text Markup Language”) e que apresenta como
principais características, a capacidade de armazenar e organizar todo tipo de informaçãoem um formato adequado; de aceitar um grande número de símbolos; de oferecer várias
maneiras para verificação da qualidade de um documento e por oferecer uma estrutura
clara e simples facilitando a leitura e análise, tanto por seres humanos como por programas.
É claro que, por ser de concepção mais moderna e de estrutura mais flexível, a
linguagem XML vem substituindo a linguagem EDI na maioria das aplicações. Entretanto,
ainda existem certas situações em que a adoção do padrão EDI é vantajosa como, por
exemplo, quando houver grande volume de troca de informações ou quando os custos de
implementação de sistemas dedicados forem aceitáveis. Por sua vez, o emprego do XML é
recomendado para baixos volumes de troca de informações, quando do uso da Internet de
baixa ou média; na existência de poucos parceiros que não queiram implementar EDI ou
em pequenas empresas sem condições financeiras para suportar os altos custos deimplementação dos sistemas tradicionais. Finalmente, como as duas linguagens foram
criadas em épocas distintas, existem no mercado empresas que trabalham como mediadores
entre os dois sistemas, bem como entre as diversas versões de sistemas XML.
Sistemas eletrônicos de transferência de informação - SETI
Existem diversos arranjos para a implementação de sistemas de troca eletrônica de
informação cuja escolha depende das necessidades de cada empresa. Entre esses sistemas
pode-se citar:
• SETI Integrado
Esse sistema apresenta, como característica principal, a comunicação entre
computadores sendo realizada sem qualquer intervenção humana e, portanto,
minimizando os tradicionais erros de digitação. O sistema requer, entretanto, altos
investimentos, conhecimentos técnicos específicos e o uso de sistemas de
transmissão on-line e fixos sendo implementado com sucesso em organizações de
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caixa postal da companhia destinatária. A vantagem deste processo é a segurança no
recebimento dos dados, pois a VAN emite constantemente notificações de entrega erecebimento, não permitindo que uma das companhias deixe de receber qualquer
correspondência endereçada a ela.
Figura 4 – SETI - Integrado (Fonte: Fonte: van Oosterhout, 2001)
• SETI - Workstation
Ao contrário do sistema anterior, a comunicação entre computadores é realizada
com a intervenção humana, sendo um sistema adequado para organizações com
volumes fixos e moderados de troca de informações. O aspecto positivo é o baixo
custo, enquanto o negativo corresponde ao alto índice de erros.
• SETI – Web/Internet
Neste sistema o preenchimento das informações é realizado através de uma página
na Internet (“Web Site”) não sendo, portanto, necessários grandes investimentos de
infra-estrutura. Essa modalidade de troca de informações tem a Web como interface e
um dos parceiros, geralmente a grande empresa, como responsável pelo
desenvolvimento, compra e disponibilização dos formulários Web padronizados. Osoutros parceiros de negócios, tipicamente as pequenas empresas, se conectam à
página utilizando identificação de usuário e senha e preenchendo os formulários
apropriados. O resultado é enviado para um servidor Web que valida o processo. As
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distintas; Open Internet e via FTP. A utilização desse modelo somente é viável
quando a tecnologia entre os parceiros comerciais é compatível, pois até versõesdiferentes de um mesmo aplicativo resultam em problemas de abertura e
configuração de arquivos, apesar de que a próxima geração de protocolos para a
Internet (NGN) estar sendo desenvolvida para garantir a entrega de mensagens e a
qualidade de serviços prestados. A principal vantagem deste modelo está nos
reduzidos investimentos necessários.
Figura 5 – SETI – Web/Internet (Fonte: Fonte: van Oosterhout, 2001)
Modernização dos portos através da implantação de sistemas eletrônicos de informação
O sistema portuário mundial, acompanhando de perto a evolução do comércio
internacional, tem se desenvolvido de forma rápida nos últimos anos. Na incessante busca
por novos mercados, os serviços portuários tornaram-se importantes instrumentos de
fomento à exportação, notadamente quando de baixo custo e de serviços com qualidade.
Na busca de qualidade e eficiência observa-se a necessidade de cooperação entre empresas,
autoridades e sindicatos objetivando soluções que aumentem a competitividade e que,
portanto, possam atrair novos usuários. Essa mudança de atitude acrescentada deinvestimentos na modernização de equipamentos e automação através de sistemas de
informação é fundamental para a criação de um novo paradigma de gestão portuária.
Qualquer análise sobre o funcionamento dos grandes complexos portuários mundiais
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O primeiro passo em qualquer estudo do sistema portuário é conhecer e compreender
as atividades que são realizadas para, somente então, identificar como as tecnologias deinformação poderiam contribuir para o aprimoramento do sistema. A atividade básica de
movimentação pelo porto corresponde aos processos de embarque e desembarque da carga
(Fig. 6). Concomitante à movimentação física existe um fluxo documental que estabelece
as ações requeridas para essa movimentação de carga. É justamente nesse circuito
documental que o emprego das tecnologias de informação, atuando isoladamente ou em
conjunto, pode agilizar o desempenho processos portuários. Essa tendência pode ser
observada na tabela 1 em que são apresentados os diversos sistemas implementados em
diferentes portos mundiais.
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Tabela .1 – Implantação de Sistemas de Informação no SistemaPortuário Mundial (Adaptado, Fonte: Lee, 2000).
País Nome(Ano Ínicio)
Entidade/Portosenvolvidos
PrincipaisServiços
Proposta
Alemanha DAKOSY(1982)
PortCommunityHarmburg
Mail BoxEDIFACT/XMLGDCS*, DGIS**Liberação AlfândegaPorto EDI
Sistema de intercâmbio de informa-ões para o setor de transporte.
França ADEMAR(1983)
PortCommunityLe Havre
Mail BoxEDIFACT/XMLGDCS, DGIS
Liberação Alfândegas
Intercâmbio de informações e docu-mentos entre os operadores de LeHavre e a rede interna da área
portuária; informações referentes àscargas/containeres e sistemaconectado ao sistema SOFI.
Holanda(PaísesBaixos)
INTIS(1985)
PortCommunityRotterdam
Mail BoxEDIFACT/XMLGDCS, DGISLliberaçãoAlfândegasPorto EDI
Comunicação em rede; estruturar ainformação no Porto de Rotterdam.
Bélgica SEAGHA(1986)
PortCommunityAntwerp
Mail BoxEDIFACT/XMLGDCS*
DGIS**Liberação AlfândegaPorto Virtual
Sistema EDI para setor de transportena Bélgica baseado no Sistema EDIdo Porto de Antuérpia.
Japão SHIPNET(1986)SEA
(1990)
NipponTelegraph& TelephoneCorporation,
Mail BoxEDIFACT/XMLGDCS*DGIS**Liberação AlfândegaPort-EDI
Intercâmbio de informações refe-rentes às transações de cargas utili-zando as facilidades da caixa decorreio.
Cingapura TRADENET(1991)
MaritimeCommunity
Singapore
Mail BoxEDIFACT/XML
GDCSDGISPort-EDI(PORTNET)Liberação Alfândega.
Sistema de informação e para inte-grar a documentação da comunidade
marítima.
Alemanha BHT(1993)
BremenHarborTelematics
Mail BoxEDIFACTGDCSPort-EDILiberação Alfândega
Integrar os setores de transporte,autoridades e carregadores na viarede do sistema EDI.
Coréia KL-NET
(1994)
Maritime
CommunityKorea
Mail box
EDIFACT/XMLPort-EDI
Sistema de comunicação para a
logística de cargas e containeres dacomunidade marítima.Espanha PortIC
(1998) PlataformaTelemáticada ComunidadePortuária deBarcelona
Mail BoxEDIFACT/XMLPort-EDI
Plataforma de comércio eletrônico/ transações comerciais/intercâmbiode informação e documentação.
Portugal MarNet Porto Mail Box Sistema de comunicação para a
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Sistema eletrônico de informação “DAKOSY” - Porto de Hamburgo / Alemanha
O sistema DAKOSY é fruto de um projeto iniciado em 1982 pela administração detransporte da cidade de Hamburgo cujo objetivo era aumentar a eficiência e a
competitividade do porto. Para tanto se investiu tanto na área de infra-estrutura de
equipamentos, como na automação dos procedimentos portuários. O sistema DAKOSY foi
desenvolvido, inicialmente, em uma rede de dados dedicada de comunicação (recebimento
e envio de arquivos/mensagens), exigindo elevados investimentos tanto por parte da
administração do porto, como também de seus usuários, a maioria grandes empresas. Com
o surgimento da Internet e intensificação do uso mundialmente, o sistema DAKOSY foi
reestruturado passando a operar também com comunicação através da Internet, opção mais
utilizada por pequenas empresas, pois é uma forma que não requer grandes investimentos.
Na figura 7 visualiza-se o conjunto de subsistemas de processamento estruturado
(pacotes de softwares) para os diferentes processos portuários. Ressalta-se a necessidade
contínua de atualização (“up grade”) e de desenvolvimento de novas ferramentas para dar
suporte e atender as necessidades de automação tanto de novos procedimentos quanto da
ampliação dos já existentes. É importante mencionar que o banco de dados central do
sistema DAKOSY processa a intercomunicação de todos os arquivos/mensagens recebidos
ou emitidos pelos diversos subsistemas, encarrega-se da distribuição automática a todos ossetores portuários envolvidos e do gerenciando através da Intranet (rede interna DAKOSY)
das atividades previstas e efetivadas em cada um dos setores portuários, além de
disponibilizar ao usuário o acompanhamento dos procedimentos efetuados em tempo real e
gerar cópia arquivo de segurança.
Por outro lado, o sistema DAKOSY processa a atividade de recebimento/envio através
de rede dedicada, da Internet e, numa versão mais recente, através de redes “wireless”.
Com relação à linguagem dos arquivos/mensagens, o recebimento/envio pode ser tanto na
linguagem EDIFACT, adotada quando da implantação do sistema, como na forma XML.
Dentre as ferramentas disponibilizadas pelo sistema DAKOSY pode-se citar:
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• Sistema de informação de cargas perigosas DGIS, que adicionalmente, para
assegurar ainda maior segurança, está integrado ao sistema da União EuropéiaPROTECT de notificação e rastreamento de cargas perigosas entre portos do Norte
da Europa;
• Sistema de simulação de movimentação de cargas, que possibilita movimentação e
alocação das cargas com maior precisão, menores custos de mão-de-obra e menor
tempo de embarque/desembarque.
Figura 7 - Configuração do sistema de informação “DAKOSY”
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Sistema eletrônico de informação “INTIS” - Porto de Rotterdam / Holanda
O sistema INTIS ( INternational Transport Information System) foi implementado em1987 com objetivos de disponibilizar uma infra-estrutura de comunicação entre todos os
integrantes do setor de transporte (marítimo e terrestre) para a transferência eletrônica de
dados e oferecer conectividade entre integrantes da cadeia de transporte de Rotterdam, da
Holanda e, até mesmo, de outros países em um sistema confiável e neutro de influências
externas capacitado a respeitar o sigilo da informação dos usuários. Similarmente ao
sistema DAKOSY, o sistema INTIS é um sistema de macro gerenciamento interligado a
subsistemas, definidos como sistemas funcionais, que processam atividades portuárias
específicas. Dentre os sistemas funcionais (Fig. 8), pode-se citar:
• RODOS ( ROtterdam DOuane System): Processo de liberação alfandegário;
• SAGITTA (Security Agents Information Terminal Transport Ag): Processamento e
rastreamento de cargas perigosas;
• COCASYS (COntainer CAll Information SYStem): Integra os terminais de
contêineres e os agentes de embarque.
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exportação. Exemplo dessa aplicação é o “Customs Container Scan” que permite o
recebimento “wireless” do conteúdo de contêineres para emissão automática do Manifestode Embarque. O sistema foi inicialmente implementado no padrão de linguagem
EDIFACT, entretanto, atualmente o sistema opera também na linguagem XML, sendo a
tradução e conversão entre padrões realizada pelo aplicativo INTISFACE.
Sistema eletrônico de informação “SEAGHA” - Porto de Antuérpia / Bélgica
O sistema SEAGHA (Systeem voor Elektronisch Aangepaste Gegevensuitwisselingin
de Haven van Antwerpen) foi implantado em 1986 sendo administrado pela empresa de
mesmo nome. Com o surgimento da Internet, a empresa passou também a ser uma
provedora. O sistema SEAGHA, apresentado na figura 9 foi idealizado para facilitar a
troca de informações entre os setores operacionais e administrativos do porto de Antuérpia,
porém o sucesso da implantação nos setores internos fez com que seu escopo fosse
ampliado aos diversos grupos integrantes do sistema portuário como um todo. Enquanto o
subsistema APICS tem a função específica de processar as informações referentes às
Autoridades Portuárias, todos os procedimentos das áreas administrativas e operacionais
incluindo os procedimentos VPC (“Virtual Port Community”) são gerenciados,
processados e registrados pelo SEAGHA Clearing.
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procedimentos de exportação e importação incluindo a tradução/conversão entre EDIFACT
e XML (SEAGHA BRIDGE).
Sistema eletrônico de informação “SEA” - Porto de Yokohama – Japão
Os principais objetivos da implantação do sistema SEA (Fig. 10) no porto de
Yokohama, foram de permitir a troca de informação, agilizar o acesso às declarações de
movimentação da carga, facilitar a liberação de cargas pela alfândega e controlar as
embarcações. Adicionalmente, as Autoridades Portuárias tinham como objetivo promovera redução e providenciar a prevenção de acidentes e a preservação do meio ambiente.
Figura 10 – Arquitetura do sistema de informação SEA (Fonte: Portcity Yokohama)
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ainda que o sistema do porto de Yokohama permite que a imagem seja transmitida
inclusive por satélite permitindo aos usuários acompanhar, através de imagens, asatividades que estão sendo realizadas em suas cargas inclusive com o rastreamento por
imagem das embarcações em alto mar. Analogamente aos outros sistemas, a plataforma
SEA opera arquivos/mensagens nas linguagens EDIFACT e XML.
Sistema eletrônico de informação “DTEDI” - Estados Unidos da América
O amplo e bem organizado sistema portuário, com uma estrutura de 185 portos quepertencem aos Estados e o Governo Federal constitui um dos pilares básicos da economia
dos EUA. Semelhantemente aos portos europeus, a livre-iniciativa foi fator de sucesso no
setor portuário. Após o término da II Guerra, a rápida expansão da economia americana
forçou uma ampla reestruturação do sistema portuário gerando uma política administrativa
de descentralização dos portos refletida na diminuição dos custos, agilização dos
embarques e redução de poder dos sindicatos. Paralelamente houve grandes investimentos
em modernos equipamentos automáticos e computadorizados (pontes e esteiras rolantes,
guindastes, empilhadeiras, portêineres etc.) e o aparecimento de uma extensa rede de
terminais privativos.
Devido à descentralização das atividades portuárias, o desenvolvimento de um sistema
unificado (DTEDI) para todo o país é bastante recente e resultado da grande preocupação
com a segurança nacional. O sistema, de maior amplitude que os outros apresentados,
corresponde a um sistema de informação com a padronização de procedimentos para a
movimentação de carga em qualquer modal de transporte incluindo o transporte marítimo.
O sistema DTEDI integra todo o setor de transporte através de uma rede on-line, permite o
rastreamento de qualquer tipo de carga em circulação e possibilita a distribuição eletrônicade informação de arquivos/mensagens nas linguagens EDIFACT e XML.
Sistema eletrônico de informação - Supervia Eletrônica de Dados - Porto de Santos
O objetivo da Supervia Eletrônica de Dados (SED) cujo conceito é mostrado na figura
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SETI/WEB e oferece duas opções para o envio de documentos: Através da Internet é
possível acessar gratuitamente o portal do porto de Santos e realizar os procedimentos deatracação e manifesto de carga ou através da caixa postal das VANs autorizadas utilizando
um aplicativo fornecido aos usuários.
Figura 11 – Diagrama esquemático da supervia eletrônica de dados (Fonte: FUSP, 2002)
As vantagens de implantação da transmissão eletrônica de dados estão associadas aoaumento da eficiência dos processos do Porto de Santos, ao apoio à fiscalização da
movimentação das cargas pela Autoridade Portuária e a integração dos sistemas gerenciais,
notadamente, aqueles relativos ao faturamento, à gestão de contratos e até, ao controle de
acesso de cargas e trabalhadores portuários avulsos à zona alfandegada. Entretanto, o
sistema SED não oferece uma forma de acompanhamento automático das atividades
efetivas e também não dispõe de um sistema de armazenamento de dados único de cópias
de segurança dos arquivos/mensagens.
Conclusões
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que a implementação de sistemas eletrônicos de informação tornou-se sinônimo de
produtividade e competitividade. Os projetos implantados se baseiam na troca de eletrônica
de informação buscando a distribuição automática da informação e a otimização dos
processos portuários. Por outro lado, no levantamento realizado, é marcante a tendência de
sistemas de informação associados à Internet, pois permite uma redução dos custos de
implantação e um incentivo de participação de empresas de menor porte. Outro aspecto de
importância corresponde à necessidade de padronização das mensagens para a efetivação
da troca eletrônica de dados.
Na implantação de sistemas de informação no sistema portuário mundial, verifica-se o
emprego cada vez maior de tecnologias de última geração como, por exemplo, as redes
wireless utilizadas nos portos de Rotterdam e Antuérpia, as etiquetas inteligentes de alta
portabilidade e rastreamento por satélite de cargas perigosas no porto de Yokohama, o
“Container Scan” do porto de Rotterdam, o visual “Gate Truck” utilizado no porto deSingapura e a digitalização de imagens e acompanhamento em tempo real do porto de
Antuérpia.
Finalmente, no cenário do sistema portuário nacional, observa-se um movimento para
modernização do setor, ainda em fase embrionária no que tange à ampla estrutura portuária
internacional. Esse aspecto pode, entretanto, ser uma vantagem, pois permite aos portosbrasileiros optarem por sistemas e/ou tecnologias de informação mais modernas sem a
necessidade passar pelo período de evolução e transição de tecnologias que os portos
mundiais já passaram.
Referências
Baalen, Peter van Marcel van Oosterhout, Yao-Hua Tan, Eric van Heck; “Dynamics insetting up an EDI-Community – Experiences from the Porto of Rotterdam”, EBURON,Delft, 2000.
Laudon, K. C. e Laudon, J. P.; “Management Information Systems: A ContemporaryPerspective”; McMillan, 1991.
5/12/2018 Historia Dos Portos - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/historia-dos-portos 21/21
Tabela 2 – Sistemas eletrônicos de informação; implementados no sistema portuário mundial.
PORTOS SISTEMASDEINFORMAÇÃO
OPERAÇÕESMARÍTIMAS(SEASIDE)
OPERAÇÕESTERRESTRES(LANDSIDE)
TRANSAÇÕESFINANCEIRAS
CARGASPERIGOSAS
TIPOSIIMPLANTADO
TIAPLICADAS
SIINTEGRADOS
MENSAGENS
1 Hambur go
DAKOSY SIM SIM SIMSIM
PROTECTEDI/WEB-EDI
R.F.O. – L.O.; S.C.;Biometria Digital;Container Scan.
ZAPP; SEEDOS;TALDOS;SHIP ACTION.
EDIFACTXML
2 Lê Havre ADEMAR SIM SIMSIM
PROTECTEDI/WEB-EDI R.F.O. – L.O. SOFI
EDIFACTXML
3 Rotterdam INTIS SIM SIM SIMSIM
PROTECTEDI/WEB-EDI
R.F.O. – L.O.; S. C.;Biometria Digital;Container Scan.
RODOS;SAGITTA;COCASYS.
EDIFACTXML
4 Antuérpia SEAGHA SIM SIM SIM SIMPROTECT EDI/WEB-EDI
R.F.O. – L.O.; S.C.;
Biometria Digital;Container Scan.
APICS EDIFACTXML
5 Yokohama SEA SIM SIM SIM SIM EDI/WEB-EDIR.F.O. – L.O.; S.C.;Biometria Digital;Container Scan.
?EDIFACTXML
6 Cingapura TRADENET SIM SIM SIM SIM EDI/WEB-EDIR.F.O. – L.O.; S.C.;Biometria Digital;Scan Container
?EDIFACTXML
7 Bremen BHT SIM SIMSIM
PROTECTEDI R.F.O. – L.O. ?
EDIFACTXML
8 Coréia KL-NET SIM SIM SIM SIM EDIR.F.O. – L.O.;Rede WireLess
Port-MIS; EIPOS;ATOMOS;
YESFULL KOSIS.
EDIFACTXML
9 Espanha PORTlC NÃO SIM SIM SIM WEB-EDI R.F.O. – L.O. SAP EDIFACT
10 Portugal MARNET SIM SIM NÃO NÃO WEB-EDIRede por cabeamento
?EDIFACTXML
11 EUA DTEDI SIM SIM SIM SIM EDI/WEB-EDIR.F.O. – L.O.; S.C.;Biometria Digital;Container Scan.
?EDIFACTXML
Tabela 3 – Sistemas eletrônicos de informação; implementados no sistema portuário brasileiro.
PORTOSSISTEMAS
DEINFORMAÇÃO
OPERAÇÕESMARÍTIMAS
(SEASIDE)
OPERAÇÕESTERRESTRES(LANDSIDE)
TRANSAÇÕES
FINANCEIRAS
CARGAS
PERIGOSAS
TIPOSI
IMPLANTADO
TI
APLICADAS
SI
INTEGRADOSMENSAGENS
1 Santos SED NÃO SIM NÃO SIM WEB-EDI ? ? EDIFACT/XML
2 Paranaguá CARGA ON-LINE NÃO SIM NÃO NÃO WEB-EDI ? ? EDIFACT/XML
3 Sepetiba COSMOS NÃO SIM NÃO NÃO WEB-EDI ? ? EDIFACT/XML