a autonomia de gestão dos portos comerciais

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SINAL DOS TEMPOS A autonomia de gestão dos portos comerciais A equação que se impõe resolver é como optimizar as estruturas e com os mesmos recursos obter os melhores resultados e aumentar o volume de negócios Renato Sampaio O facto de Portugal ser um país perifé rico voltado para o Atlântico e possuir apenas uma fronteira terrestre pesa deci sivamente na sua vocação atlântica razão que favoreceu ao longo da sua história o desenvolvimento de um equilíbrio geo político entre a sua vertente marítima e europeia A sua localização geográfica com a sua frente marítima fez com que se afirmas se como uma das principais portas de comunicação da Europa com o exterior particularmente com África e os países de expressão e língua portuguesa com o continente americano o Brasil e os EUA estabelecendo se ainda como um ponto de ligação entre o Norte da Euro pa atlântico e o Sul da Europa mediter rânico Daqui se infere a importância do sec tor marítimo portuário que deve cons tituir para nós uma prioridade dentro da política de transportes sobretudo hoje quando as autevestradas marítimas estão em franco desenvolvimento Actual mente as novas tecnologias de transpor te marítimo são um elemento eficiente e respeitador do meio ambiente no sis tema de transporte mundial por permi tirem concentrar os fluxos de mercado rias dos itinerários marítimos reduzir o congestionamento rodoviário e melho rar a comunicação entre os estados e as regiões periféricas e insulares É aqui que ganham relevância os or tos comerciais nacionais O seu posicio namento perante a concorrência inter na e externa num mundo onde se exi gem padrões cada vez mais elevados de eficiência tem nos lançado numa com petição constante com vista a tornarem se cada vez mais eficazes mais produ tivos ea aumentar os níveis de qualida de dos serviços Batalha que têm vencido com resultados dignos de registo Neste momento em Portugal o deba te em torno desta matéria centra se no modelo de gestão Chegados aqui a equação que se impõe resolver reside em como conseguir opti mizar as estruturas dos portos e com os mesmos recursos obter os melhores resultados satisfazer os clientes finais para aumentar o volume de negócios e assim tomar mais competitivas as nos sas exportações ajudando a nossa eco nomia a crescer Esta deve ser a princi pal preocupação dos decisores políticos neste ponto que devem concentrar as suas atenções Até aqui as administrações portuárias em Portugal têm assumido a forma de sociedades anónimas de capitais exclu sivamente públicos com autonomia de gestão mas que gerem os seus desti nos dentro de uma estratégia nacional mais ampla definida pela tutela crian do assim excelentes condições de ope racionalidade A operação nos portos portugueses é executada na sua grande maioria por operadores privados através de conces sões modelo que se tem revelado de grande eficácia e produtividade ao mes mo tempo que são promovidos avulta dos investimentos por ambos os secto res público e privado A associação do público e do privado com áreas de actuação bem definidas e complementares tem se mostrado acer tada garantindo a defesa do interesse público ao mesmo tempo que se obtêm ganhos de operacionalidade A eficácia do actual modelo de gestão que não é novo em Portugal mais de 150 anos fica bem demonstrada pelos resultados alcançados A carga tem aumentado de modo significativo em todos os portos em geral e muito espe cialmente em Leixões o que tem permi tido gerar recursos para os seus próprios investimentos e distribuir dividendos ao accionista Estado No porto de Leixões foram realizados fortes investimentos no Centro de Coor denação e Segurança no aprofundamen to do Canal de Navegação no Terminal Multiusos dedicado às auto estradas do mar na ponte móvel na portaria única e na via dedicada dos acessos e no ter minal de cruzeiros o que aliado a uma gestão criteriosa e rigorosa permitiu a sua afirmação como principal porto do Noroeste peninsular Tudo isto se fica a dever a uma estra tégia que passa não pelo desenvolvi mento no segmento da carga contento rizada mas também pela consolidação no segmento dos granéis e reforçada agora pela construção do novo termi nal de cruzeiros que permitiu a sua entra da na rota de cruzeiros turísticos o que em muito contribuirá no futuro para o desenvolvimento do turismo na região Os resultados obtidos e o caminho per corrido constituem razões suficientes para não alterar o modelo de gestão dos portos Pelo contrário devemos manter a sua autonomia e sobretudo reforçar o seu papel na economia nacional rejei tando a visão centralista que campeia nas hostes governativas Deputado do PSpelo Porto Escreve às ter ças feiras i 14 S/Cor 378 80000 Nacional Informação Geral Diária Página (s): Imagem: Dimensão: Temática: Periodicidade: Classe: Âmbito: Tiragem: 31012012 Economia

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A equação que se impõe resolver é como optimizar as estruturas e com os mesmos recursos obter os melhores resultados e aumentar o volume de negócios.

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Page 1: A autonomia de gestão dos portos comerciais

SINAL DOSTEMPOS

A autonomia de gestãodos portos comerciais

A equação que se impõe resolver é como optimizar as estruturas e com os mesmosrecursos obter os melhores resultados e aumentar o volume de negócios

Renato Sampaio

O facto de Portugal ser um país periférico voltado para o Atlântico e possuirapenas uma fronteira terrestre pesa decisivamente na sua vocação atlântica razãoque favoreceu ao longo da sua históriao desenvolvimento de um equilíbrio geopolítico entre a sua vertente marítima eeuropeiaA sua localizaçãogeográfica com a sua

frente marítima fez com que se afirmasse como uma das principais portas decomunicação da Europa com o exteriorparticularmente com África e os paísesde expressão e língua portuguesa como continente americano o Brasil e osEUA estabelecendo se ainda como umponto de ligação entre o Norte da Europa atlântico e o Sul daEuropa mediterrânico

Daqui se infere a importância do sector marítimo portuário que deve constituir para nós uma prioridade dentroda política de transportes sobretudohoje quando as autevestradas marítimasestão em francodesenvolvimento Actual

mente as novas tecnologias de transporte marítimo são um elemento eficiente

e respeitador do meio ambiente no sistema de transporte mundial por permitirem concentrar os fluxos de mercadorias dos itinerários marítimos reduziro congestionamento rodoviário e melhorar a comunicação entre os estados e asregiões periféricas e insularesÉaquiqueganham relevância ospor

tos comerciais nacionais O seu posicionamento perante a concorrência interna e externa num mundo onde se exigem padrões cada vez mais elevados deeficiência tem nos lançado numa competição constante com vista a tornaremsecada vez mais eficazes mais produtivos e aaumentaros níveis dequalidade dos serviços Batalha que têm vencidocom resultados dignos de registoNeste momento em Portugal o deba

te em torno desta matéria centra se no

modelo de gestão

Chegados aqui a equação que se impõeresolver reside em como conseguir optimizar as estruturas dos portos e com osmesmos recursos obter os melhoresresultados satisfazer os clientes finaispara aumentar o volume de negócios eassim tomar mais competitivas as nossas exportações ajudando a nossa economia a crescer Esta deve ser a principal preocupação dos decisores políticose é neste ponto que devem concentraras suas atençõesAté aqui as administrações portuárias

em Portugal têm assumido a forma desociedades anónimas de capitais exclusivamente públicos com autonomia degestão mas que gerem os seus destinos dentro de uma estratégia nacionalmais ampla definida pela tutela criando assim excelentes condições de operacionalidade

A operação nos portos portugueses éexecutada na sua grande maioria poroperadores privados através de concessões modelo que se tem revelado degrande eficácia e produtividade ao mesmo tempo que são promovidos avultados investimentos por ambos os sectores público e privadoA associação do público e do privado

com áreas de actuação bem definidas ecomplementares tem se mostrado acertada garantindo a defesa do interessepúblico aomesmo tempo que se obtêmganhos de operacionalidadeA eficácia do actual modelo de gestãoque não é novo em Portugal mais de

150 anos fica bem demonstrada pelos

resultados alcançados A carga temaumentado de modo significativo emtodos os portos em geral e muito especialmente em Leixões o que tem permitidogerar recursospara os seus própriosinvestimentos e distribuir dividendos aoaccionista EstadoNo porto de Leixões foram realizados

fortes investimentos no Centro de Coor

denação e Segurança no aprofundamento do Canal de Navegação no TerminalMultiusos dedicado às auto estradas do

mar na ponte móvel na portaria únicae na via dedicada dos acessos e no ter

minal de cruzeiros o que aliado a umagestão criteriosa e rigorosa permitiu asua afirmação como principal porto doNoroeste peninsularTudo isto se fica a dever a uma estra

tégia que passa não só pelo desenvolvimento no segmento da carga contentorizada mas também pela consolidaçãono segmento dos granéis e reforçadaagora pela construção do novo terminal de cruzeiros que permitiu a sua entrada na rota de cruzeiros turísticos o queem muito contribuirá no futuro para odesenvolvimento do turismo na regiãoOs resultados obtidos e o caminho per

corrido constituem razões suficientes

para não alterar o modelo de gestão dosportos Pelo contrário devemos mantera sua autonomia e sobretudo reforçar oseu papel na economia nacional rejeitando a visão centralista que campeianas hostes governativasDeputado do PSpelo Porto Escreve às terças feiras

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Nacional

Informação Geral

Diária

Página (s):Imagem:

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Temática:Periodicidade:

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Âmbito:Tiragem:31­01­2012

Economia