hidroterapia aplicabilidade clínica

12
25/02/2015 Moreira Jr Editora | RBM Revista Brasileira de Medicina http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 1/12 Home Busca Avançada Normas de Publicação Assinaturas CopyRight Grupo Editorial Moreira Jr Gostou do artigo? Proibida a reprodução sem autorização expressa curta nossa página no Facebook: Tópicos em... terapêutica Hidroterapia: aplicabilidades clínicas Hydrotherapy: the use in different clinical disorders Maria Cristina Biasoli Fisioterapeuta. Especializada em Fisioterapia Respiratória pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em Medicina.Manual pela Faculdade de Medicina Osteopática da Christiane Márcia Cassiano Machado Fisioterapeuta. Especializada em Neurologia e Neurofisiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Reabilitação pela Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM). Professora da Central TValle Assessoria e Treinamento em Educação. Coordenadora do Curso de Pós graduação em Neurologia TVALLE/ Universidade ÍtaloBrasileira. Endereço para correspondência: Rua Itapeva, 366 conj.41 Bela Vista CEP 01332000 São Paulo SP. Email: [email protected] © Copyright Moreira Jr. Editora. Todos os direitos reservados. Indexado na Lilacs Virtual sob nº: LLXP: S003472642006001600008 Unitermos: hidroterapia, técnicas, aplicação clínica. Unterms: hydrotherapy, tecnics, clinical usage. Numeração de páginas na revista impressa: 225 à 237 RESUMO A hidroterapia vem sendo indicada e utilizada por médicos e fisioterapeutas em programas multidisciplinares de reabilitação para pacientes nas mais diversas áreas. Com o seu ressurgimento na década passada, houve um grande desenvolvimento científico das técnicas e tratamentos aquáticos, permitindo uma ampla abordagem e atuação com os pacientes neste meio. Os princípios básicos para a utilização da hidroterapia nas diversas disfunções e clínicas serão abordados neste artigo, assim como os efeitos fisiológicos e terapêuticos da água. INTRODUÇÃO A hidroterapia vem sendo indicada e utilizada por médicos e fisioterapeutas em programas de reabilitação multidisciplinares nas mais diversas áreas. Com o seu ressurgimento na década passada, houve um grande crescimento e desenvolvimento das técnicas e tratamentos utilizados no meio aquático. É pertinente a este artigo o esclarecimento e a conscientização dos profissionais que utilizam as atividades aquáticas como parte do processo de reabilitação. Definição O conceito do uso da água para fins terapêuticos na reabilitação teve vários nomes como: hidrologia, hidrática, hidroterapia, hidroginástica, terapia pela água e exercícios na água. Atualmente, o termo mais utilizado é reabilitação aquática ou hidroterapia (do grego: "hydor", "hydatos" = água / "therapeia" = tratamento). Existem diversas formas de se usar a água como elemento terapêutico. O termo hidroterapia engloba todas elas, mas podem ser diferenciadas algumas formas distintas de utilização da água em processos profiláticos ou terapêuticos, tais como: 1 Hidroterapia por via oral 2 Balneoterapia 3 Duchas quentes, frias ou mornas 4 Compressas úmidas 5 Crioterapia 6 Talassoterapia 7 Fangoterapia 8 Crenoterapia 9 Saunas 10 Turbilhão 11 Hidromassagem 12 Hidrocinesioterapia ou fisioterapia aquática(1). Histórico A utilização da água como meio de cura vem sendo descrita desde a civilização grega (por volta de 500 a.C.). Escolas de medicina foram criadas próximas às estações de banho e fontes desenvolvendo, assim, as técnicas aquáticas e sua utilização no tratamento físico específico. Hipócrates já utilizava a hidroterapia para pacientes com doenças reumáticas, neurológicas, icterícia, assim como tratamento de imersão para espasmos musculares e doenças articulares (460375 a.C.). Já os romanos utilizavam os banhos para higiene e prevenção de lesões nos atletas. Esses banhos de temperatura variada evoluíam desde muito quentes (caldarium), mornos (tepidarium), até mais frios (frigidarium). Com o tempo esses banhos deixaram de ser de uso exclusivo dos atletas e se tornaram centros para a saúde, higiene, repouso e atividades intelectuais, recreativas e de exercícios, de acesso a coletividade. Em meados de 330 d.C., a finalidade principal dos banhos romanos era curar e tratar doenças reumáticas, paralisias e lesões. Com o declínio do Império Romano, o uso do célebre sistema de banhos caiu em ruína ao longo de décadas e por volta do ano 500 d.C foi extinto. Na

Upload: diego-campina

Post on 02-Oct-2015

60 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

hidroterapia clinica aplicada

TRANSCRIPT

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 1/12

    Home BuscaAvanada NormasdePublicao Assinaturas

    CopyRight

    GrupoEditorialMoreiraJrGostoudoartigo?

    Proibidaareproduosemautorizaoexpressa

    curtanossapginanoFacebook:

    Tpicosem...teraputica

    Hidroterapia:aplicabilidadesclnicasHydrotherapy:theuseindifferentclinicaldisorders

    MariaCristinaBiasoliFisioterapeuta.EspecializadaemFisioterapiaRespiratriapelaIrmandadedaSantaCasadeMisericrdiadeSoPaulo,emMedicina.ManualpelaFaculdadedeMedicina

    Osteopticada

    ChristianeMrciaCassianoMachadoFisioterapeuta.EspecializadaemNeurologiaeNeurofisiologiapelaFaculdadedeMedicinadaUniversidadedeSoPaulo(USP).MestreemReabilitaopelaUniversidadeFederaldeSoPauloEscolaPaulistadeMedicina(Unifesp/EPM).ProfessoradaCentralTValleAssessoriaeTreinamentoemEducao.CoordenadoradoCursodePs

    graduaoemNeurologiaTVALLE/UniversidadetaloBrasileira.Endereoparacorrespondncia:

    RuaItapeva,366conj.41BelaVistaCEP01332000SoPauloSP.

    Email:[email protected]

    CopyrightMoreiraJr.Editora.Todososdireitosreservados.

    IndexadonaLilacsVirtualsobn:LLXP:S003472642006001600008

    Unitermos:hidroterapia,tcnicas,aplicaoclnica.Unterms:hydrotherapy,tecnics,clinicalusage.

    Numeraodepginasnarevistaimpressa:225237

    RESUMO

    Ahidroterapiavemsendoindicadaeutilizadapormdicosefisioterapeutasemprogramasmultidisciplinaresdereabilitaoparapacientesnasmaisdiversasreas.Comoseuressurgimentonadcadapassada,houveumgrandedesenvolvimentocientficodastcnicasetratamentosaquticos,permitindo uma ampla abordagem e atuao com os pacientes nestemeio. Os princpios bsicos para a utilizao da hidroterapia nas diversasdisfuneseclnicasseroabordadosnesteartigo,assimcomoosefeitosfisiolgicoseteraputicosdagua.

    INTRODUO

    Ahidroterapiavemsendoindicadaeutilizadapormdicosefisioterapeutasemprogramasdereabilitaomultidisciplinaresnasmaisdiversasreas.Como seu ressurgimento na dcada passada, houve umgrande crescimento e desenvolvimento das tcnicas e tratamentos utilizados nomeioaqutico.pertinenteaesteartigooesclarecimentoeaconscientizaodosprofissionaisqueutilizamasatividadesaquticascomopartedoprocessodereabilitao.

    Definio

    Oconceitodousodaguaparafinsteraputicosnareabilitaotevevriosnomescomo:hidrologia,hidrtica,hidroterapia,hidroginstica,terapiapelaguaeexercciosnagua.Atualmente,otermomaisutilizadoreabilitaoaquticaouhidroterapia(dogrego:"hydor","hydatos"=gua/"therapeia"=tratamento).

    Existem diversas formas de se usar a gua como elemento teraputico. O termo hidroterapia engloba todas elas,mas podem ser diferenciadasalgumasformasdistintasdeutilizaodaguaemprocessosprofilticosouteraputicos,taiscomo:

    1Hidroterapiaporviaoral2Balneoterapia3Duchasquentes,friasoumornas4Compressasmidas5Crioterapia6Talassoterapia7Fangoterapia8Crenoterapia9Saunas10Turbilho11Hidromassagem12Hidrocinesioterapiaoufisioterapiaaqutica(1).

    Histrico

    Autilizaodaguacomomeiodecuravemsendodescritadesdeacivilizaogrega(porvoltade500a.C.).Escolasdemedicina foramcriadasprximassestaesdebanhoefontesdesenvolvendo,assim,astcnicasaquticasesuautilizaonotratamentofsicoespecfico.Hipcratesjutilizavaahidroterapiaparapacientescomdoenasreumticas,neurolgicas,ictercia,assimcomotratamentodeimersoparaespasmosmuscularesedoenasarticulares(460375a.C.).

    Josromanosutilizavamosbanhosparahigieneeprevenode lesesnosatletas.Essesbanhosdetemperaturavariadaevoluamdesdemuitoquentes(caldarium),mornos(tepidarium),atmaisfrios(frigidarium).Comotempoessesbanhosdeixaramdeserdeusoexclusivodosatletasesetornaramcentrosparaasade,higiene,repousoeatividadesintelectuais,recreativasedeexerccios,deacessoacoletividade.Emmeadosde330d.C.,afinalidadeprincipaldosbanhosromanoseracuraretratardoenasreumticas,paralisiaseleses.

    ComodeclniodoImprioRomano,ousodoclebresistemadebanhoscaiuemrunaaolongodedcadaseporvoltadoano500d.Cfoiextinto.Na

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 2/12

    IdadeMdia,comainflunciadareligio,queconsideravaousodasforasfsicaseosbanhosdeguaumatopago,teveumdeclnioaindamaior,persistindoatosculoXV,quandohouveumligeiroressurgimento.

    Ousoteraputicodagua,noentanto,comeouaaumentargradualmentenoinciodosanosde1700,quandoummdicoalemo,SigmundHahn,eseusfilhosdefenderamautilizaodaguaparatratamentodelcerasdepernaseoutrosproblemasmdicos.Essanovacondutamdicapassaachamarse hidroterapia que, conformea definio deWymaneGlazer, consiste na aplicao de gua sob qualquer formapara o tratamento dedoenas.

    BaruchcitaaGrBretanhacomoolugardenascimentodahidroterapiacientfica,comapublicaodosprimeirostrabalhosem1697porSirJohnFloyer(AnInquiry into therightuseandabuseofhot,coldandtemperatebuthsUma investigaosobreousocorretoeoabusodosbanhosquentes, frios e temperados). Baruch acreditava que o tratamento de Floyer influenciara os ensinamentos da Heidelberg University, atravs doprofessorFridrichHoffmann,queincluaasdoutrinasdeFloyernosseusensinamentos.EssesensinamentosforamlevadosparaFranaeInglaterrapelo professor Currie, que elaborou vrios trabalhos cientficos sobre a hidroterapia. Embora o trabalho de Currie tenha sido pouco aceito naInglaterra,oinversoaconteceunaAlemanha.JohnWesley,ofundadordometodismo,escreveuumlivroem1747,enfocandoaguacomoummeiocurativo.Osbanhosdevaporquente seguidosporbanhos frios forampopularizadose se tornaram tradio,na culturaescandinavaena russa,durantemuitasgeraes.

    EmmeadosdosculoXIX,oprofessoraustracoWinterwitz(18341912)fundouumaescoladehidroterapiaeumcentrodepesquisaemViena,onderealizavaestudoscientficosqueestabeleceramumabase fisiolgicaaceitvelparaahidroterapianaquelapoca.Seusdiscpulos,particularmenteKelogg,BrixbaumeStrasser,trouxeramcontribuiesimportantesparaoestudodosefeitosfisiolgicosdocalorefrioesobreostermorreguladosdocorpo na aplicao da hidroterapia clnica. Tais pesquisas serviram de impulso importante na instalao dos banhos de turbilho e exercciossubaquticosqueentraramemusoregularsnocomeodosculoXX.Umdosprimeirosnorteamericanosadedicarseusestudoshidroterapiafoiodr.SimonBaruch.Elerealizouseustrabalhosapartirdeestudosquefezcomodr.WintirwitznaEuropa.Publicou livroscomo"Ousodaguanamedicinamoderna"e"Princpioseprticadahidroterapia".Ele foioprimeiroprofessornaColumbiaUniversityaensinarahidroterapia.

    Apartirdessapoca,aguadeixadeserutilizadadeumaformapassiva,atravsdebanhosdeimerso,ecomeaaserutilizadadeumaformamaisativa,empregandoapropriedadedeflutuaoparaarealizaodeexerccios.Em1898,oconceitodehidroginstica,queimplicaousodeexercciosdentrodagua, foi recomendadoporvonReydeneGoldwater.Em1928,omdicoWalterBlountdescreveuousodeumtanquecomturbilhoativadopormotorqueficouconhecidocomo"TanquedeHubbard".Talinvenofoicriadaparaaexecuodeexercciospelospacientesnaguaque,porsuavez,trouxeparaaEuropagrandedesenvolvimentodetcnicasdetratamentosaquticos,comoomtododosanisdeBadRagazeomtodoHalliwick(2).NoBrasil,ahidroterapiacientficateveincionaSantaCasadoRiodeJaneirocombanhosdeguadoceesalgada.NaquelapocaaentradaprincipaldaSantaCasaerabanhadapelomar(emmeadosde1922)(3).

    Atualmente,ocontedodeinstruoemfisioterapiaaquticanosprogramasacadmicosumaprticacadavezmaisfreqente,comumndicede62%deinclusonocurrculodenvelbsico.EmboraareabilitaoaquticavenharealizandograndesavanosdesdeocomeodosculoXX,precisointensificaraindamaisautilizaodestaprticateraputicapelosprofissionaisdasadequeacreditamnosseusbenefcios,estimulandoaincorporaodareabilitaoaquticanosprogramasdetratamentoteraputico.

    EFEITOSFISIOLGICOSETERAPUTICOSDAGUA

    EfeitosfisiolgicosnaguaaquecidaSo resultantes do exerccio executado e variamde acordo comas temperaturas da gua, a presso hidrosttica, a durao do tratamento e aintensidadedosexerccios.Outrofatorimportantequeasreaesfisiolgicaspodemsermodificadaspelascondiesdadoenadecadapaciente.

    Muitosefeitosteraputicosbenficosobtidoscomaimersonaguaaquecida(comoorelaxamento,aanalgesia,areduodoimpactoedaagressosobreasarticulaes)soassociadosaosefeitospossveisdeseobtercomosexercciosrealizadosquandoseexploramasdiferentespropriedadesfsicasdagua,como:

    Densidaderelativadeterminaacapacidadedeflutuardeumobjetooucorpo.Adensidadedaguaiguala1,jadeumcorpohumanode0,93,porissoeleflutua(4)Foradeempuxooudeflutuaoaforadesentidoopostoaodagravidade.Ouseja,aoinspirar,oindivduobiaeaoexpirareleafunda,poiscom5%daestruturacorporalacimadagua,ocorpohumanoflutua(5).Essapropriedadeutilizadacomoresistnciaaomovimento,sobrecarganatural, estmulo circulao perifrica, fortalecimento da musculatura respiratria, facilitao do retorno venoso e participante do efeitomassageadordaguaTensosuperficialatuacomoresistnciaaomovimento.Possuivalorapenasquandoomsculopequenooufraco(4)Pressohidrostticaagua,comoqualquerlquido,exercepressonoobjetonelaimerso.Seoobjetoestiveremrepouso(relaxamento),apressoexercidaemtodososplanosser igual.Seoobjetoestiveremmovimentoeagua tambm,verseapressoreduzidabemcomooempuxoprovocandocertoafundamentoque,secontrolado,parcial.SegundoaleidePascal,cadatipodemassa(corpo,lquido,gasosoouslido)recebeetransmiteumapressodeterminada,dependendodaprofundidadedeimerso.Quantomaioraprofundidadeemqueocorposeencontra,maiorserapressoexercidasobreele. Istosignificaqueum indivduoempnaguasofrermaiorpressonosps.Apressohidrostticapossuiefeitosteraputicos,promovendoaumentododbitocardaco,dapressopleuraledadiurese(4)Impactoaocontrriodosexercciosnosolo,osaquticossoexecutadosembaixavelocidade,diminuindooimpacto,oquefazdiminuirtambmosproblemasadvindosdetalformao,quandoemsolo(4).

    Nosdiferentessistemasosefeitosencontradosso:

    Sistematermorregulador:amanutenodocalordaguaduranteaterapiadiminuiasensibilidadedafibranervosacomrapidez(tato)eaexposioprolongadadiminuiador,atravsdasensibilidadedafibranervosalenta(4).Ento,natemperaturade33Ca36,5Chaver:

    1. Dilatao dos vasos sangneos, levando ao aumento do suprimento sangneo perifrico e elevao da temperaturamuscular, que leva aoaumentodometabolismodapeleedosmsculose,conseqentemente,aoaumentodometabolismogeraledafreqnciarespiratria2.Oaumentodaatividadedasglndulassudorparasesebceasmedidaqueatemperaturainternaelevarse(6).Sistemacardiorrespiratrio:havermudanascomo:

    1.Melhoradacapacidadeaerbica2.Melhoranastrocasgasosas3.Reeducaorespiratria4.Aumentonoconsumodeenergia5.Auxlionoretornovenoso6.Melhoriadairrigaosangnea,resultandonaestabilidadedapressoarterialenoretardodoaparecimentodevarizes(5,6).Sistemanervoso:ocalorrelativamentebrandoreduzasensibilidadedasterminaessensitivase,medidaqueosmsculossoaquecidospelosanguequeosatravessa,seutnusdiminuilevandoaorelaxamentomuscular(6).Sistemarenal:comavariaodopHedaprofundidadenaqualocorpoestsubmerso,haumentodosfluidoscorporais,levandoaoaumentodadiureseprofunda.Issoporqueosangue,aoserbemdistribudo,melhoraacirculaovenosae,conseqentemente,arespostarenaleoestmuloaoprocessodemico,devendosetomarcuidadocompacientescomincontinncia(5).Sistema imunolgico:algunsestudos comprovamqueaaplicao intensaeprolongadade calormidopenetraat3,4 cm,atingindo inclusivecamadassuperficiaisdosmsculos.Promove,tambm,oaumentodonmerodeleuccitos,almdamelhoradascondiestrficas,levandoaumquadrogeralmaissaudveldopaciente(5). Sistemamsculoesqueltico: os exerccios fsicos podem comear nas primeiras fases do tratamento, demodo que osmsculos possam serrelaxadoseometabolismoestimulado,ocorrendo:1.Reduodoespasmomuscularedasdores2.Diminuiodafadigamuscular3.Melhoradaperformancegeral(trabalhodeagonistaseantagonistasigualmente)4.Recuperaodeleses5.Melhoradocondicionamentofsico6.Auxlionoalongamentomuscular7.AumentooumanutenodasADMs8.Melhoradaresistnciaedaforamuscular(trabalhoequilibrado)(5).

    Efeitosteraputicosdaguaaquecida

    Preventivo:

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 3/12

    1.Previnedeformidadeseatrofias2.Previnepioradoquadrodopaciente3.Diminuioimpactoeadescargadepesosobreasarticulaes(5).Motor:1.Melhoradaflexibilidade2.Trabalhodecoordenaomotoraglobal,daagilidadeedoritmo3.Diminuiodotnus(diminuindoasrefernciasfusais)4.Reeducaodosmsculosparalisados5.Facilitaodoortostatismoedamarcha6.Fortalecimentodosmsculos(4,6).Sensorial:1.Estimulaoequilbrio,anoodeesquemacorporal,apropriocepoeanoodeespacial,jqueaguaummeioinstvel2.Facilitaasreaesdeendireitamentoeequilbrio,vistoquenoexistepontosdeapoioeopacienteobrigadoapromoveralteraesposturais(flutuaoeturbulncia)3.Diminuiosestmulosproprioceptivosmedidaqueaumentaaprofundidade,diminuindoadescargadepeso(5).

    EfeitospsicolgicosdaguaaquecidaBateseHanson(1998)eDegani(1998)concordamquecomoemtodoprogramadesade,ahidroterapiaobjetivaobemestarsocialdoindivduo.Quandopassamospordificuldades,oorganismotendeasedesorganizareessadesarmoniapodetrazersriasconseqnciasfsicase/oupsquicas.Obemestar,segundoessesautores,noconsisteapenasemrespostasdocorpo,daestruturafsica,mas,sobretudo,deumaintegraodocorpoedamenteparaaobtenoderesultadosideais,levandoaumaperfeitacondiodeexercciodacidadania.

    TCNICASUTILIZADASNAHIDROTERAPIA

    MtodoHalliwickOmtodoHalliwick foidesenvolvidoem1949,naHalliwickSchool forGirls,emSouthgate, Londres.McMillian,o criadorda tcnica,desenvolveuinicialmenteumaatividaderecreativaquevisavadarindependnciaindividualnagua,parapacientescomincapacidadeetreinlosanadar.Comopassardosanos,elefoiaperfeioandoseumtodooriginaleadotoutcnicasadicionaisqueforamestabelecidasapartirdosseguintesprincpios:

    Adaptaoambiental:envolveoreconhecimentodeduasforas,gravidadeeempuxoque,combinados,levamaomovimentorotacionalRestauraodoequilbrio:enfatizaautilizaodegrandespadresdemovimento,principalmentecomosbraos,paramoverocorpoemdiferentesposturaseaomesmotempomanteroequilbrioInibio:acapacidadedecriaremanterumaposioouposturadesejada,atravsdainibiodepadresposturaispatolgicos Facilitao: a capacidade de criar um movimento que desejamos mentalmente e controllo fisicamente, por outros meios, sem utilizar aflutuao.Talaprendizadograduadoatravsdeum"programadedezpontos",queutilizaaseqnciadodesenvolvimentodomovimentofsicopelocrtexcerebral.

    Essas tcnicas tmsidoutilizadaspara tratar terapeuticamentepacientespeditricosouadultos comdiferentesalteraesdedesenvolvimentoedisfunesneurolgicas,naEuropaenosEstadosUnidosdaAmricadoNorte.

    BadRagazBadRagazumacidadeSuaconstrudaemtornodeumspadeguamornanatural,comtrsmodernaspiscinascobertas.Em1930teveincioautilizaodestespaparaexercciosaquticos.TaltcnicadeexercciosoriginousenaAlemanhapelodr.KnupferIpsen,cujoobjetivoerapromoveraestabilizaodotroncoedasextremidadesatravsdepadresdemovimentosbsicose,seresistidos,realizadossegundoosplanosanatmicos.Opacienteposicionadoemdecbitodorsal,comauxliodeflutuadoresou"anis"nopescoo,pelveetornozelos,porissoqueatcnicatambmdesignadade"mtododosanis".Em1967,BridgtDavisincorporouomtododefacilitaoneuromuscularproprioceptivaao"mtododosanis".BeaticeEggerdesenvolveuaindamaisestatcnica,publicandoaemalemo.

    Atualmente, omtodoBadRaggaz constitudo de tcnicas demovimentos compadres emplanos anatmicos e diagonais, com resistncia eestabilizao fornecidos pelo terapeuta. O posicionamento do paciente em decbito dorsal mantido atravs de flutuadores nos seguimentosanatmicosjmencionadosanteriormente.Atcnicapodeserutilizadapassivaouativamenteempacientesortopdicos,reumticosouneurolgicos.

    Os objetivos teraputicos incluem reduo de tnus muscular, prtreinamento de marcha, estabilizao de tronco, fortalecimento muscular emelhoradaamplitudearticular.

    MtodoWatsuOWatsu,tambmconhecidocomo"WaterShiatsu",aquashiatsuouhidroshiatsu,foicriadoporHaroldDullem1980.Taltcnicaaplicaosalongamentosemovimentosdoshiatsuzennagua,incluindoalongamentospassivos,mobilizaodearticulaese"haratrabalho",bemcomopressosobre"tsubos"(acupontos)paraequilibrarfluxosdeenergiaatravsdosmeridianos(caminhosdeenergia).Hdoistiposdeposies nowatsu: as posies simples e as complexas.As simples incluemosmovimentos bsicos e de livre flutuao.As posiescomplexassochamadasberos.Ofluxodetransiodowatsuconsisteem:umaabertura,osmovimentosbsicosetrssesses:1)berodecabea2)embaixodapernadistante,ombroequadril3)berodapernaprximaeumaconcluso.

    AtravsdaorganizaoWorldwideAquaticBobyWorkAssociation(AssociaoMundialdeTrabalhoCorporalAqutico),naEscoladeShiatsueMassagemlocalizadoemHarbinHotSprings,MiddletownCaliforniaEUA,oautordatcnica,HaroldDull,ministraeorientacursosdewatsueoutrastcnicasdetrabalhocorporal(9).

    AhidrocinesioterapiaAhidrocinesioterapiaconstituiumconjuntodetcnicasteraputicasfundamentadasnomovimentohumano.afisioterapianaguaouaprticadeexercciosteraputicosempiscinas,associadaounoaosmanuseios,manipulaes,hidromassagememassoterapia,configuradaemprogramasdetratamentoespecficosparacadapaciente.

    Os mtodos teraputicos especficos para a fisioterapia aqutica que surgiram na Europa e nos EUA vm auxiliar a recuperao dopaciente,comoHalliwick(Inglaterra),BadRagaz(Sua),Watsu(EUA),Burdenko(Rssia),OsteopatiaAqutica(FranaeCanad),entreoutros.

    Desta forma,umprogramadehidrocinesioterapiaadequadoacadapacientepode representarumgrande incrementonoseu tratamento,obtendoseosefeitosdemelhoraemtempoabreviadoecommenorriscodeintercorrncias,taiscomodormusculartardiaemicrolesesarticularesdecorrentesdoimpacto.

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 4/12

    Umaavaliaocriteriosadopacienterealizada,acrescidadeinformaessobreasuaexperinciacomagua,imersoedomnioounode nados.O exame fsico, a anlise dos exames complementares e a avaliao dosmovimentos funcionais so indispensveis para seestabelecerosobjetivosdotratamentoeprognsticoidealizadopara,ento,seremdeterminadososprocedimentoshidrocinesioteraputicosem escala progressiva. A primeira sesso do paciente na gua visa complementar a avaliao convencional, a fim de observar suaadaptaoehabilidadesnomeiolquido,densidadecorporaleflutuabilidade,bemcomooseucomportamentonapiscina.

    As entradas e sadas dopaciente na piscina so diferenciadas entre pacientes que deambulame os que nodeambulam, bemcomoosprocedimentosutilizadosparaaadaptaodoindivduoaomeiolquido.Cabesalientarquetodooprogramaeexecuodotratamentosopersonalizados,especficosparacadapaciente(3).

    ADAPTAESDAPISCINAEEQUIPAMENTOSPARAAHIDROTERAPIA

    ApiscinaAs piscinas podem ser planejadas para "multiuso" sendomaiores (22,3m de comprimento e 13,5m de largura) ou para atendimentoindividualizado,queseriaumapiscinatipo"tanque"(at3por3m).Atemperaturaidealparaapiscinamaioroscilaentre27oCe29oCeparaamenor,entre33oe34oC.

    Arampaquedacessocadeiraderodasnecessria,assimcomoescadasinternascomosdegrausbaixosecorrimesbilateraisparaaseguranadousurio.Obanco longo localizadoao ladodaescadacomhidrojatosposicionadosemalturasvariadasparamassagearosdiversos seguimentos corporais (coluna, ombros, joelhos) so utilizados. Os corrimes tambm so colocados ao longo das reasdelimitadaspelaparededapiscina.Os tiposdeelevadoresso:hidrulico,eltrico,mecnicoepneumticoepodemserutilizadosparafacilitaroacessodopacientepiscina.

    Aprofundidadedapiscinavariade1,05ma1,35meidealparagrandepartedostiposdeterapia(piscinatipo"tanque").Entretanto,aprofundidadede2,10mpodeserutilizadaempiscinasmaiores(tipo"multiuso")queapresentamumfundograduado,indopaulatinamentedeumaprofundidademenor(1,05m)aumaprofundidademaior(2,10m)(10).

    OvestirioUma instalao bem planejada concede at 1,8m para vestirio por pessoa. Pia, toalete, tomadas para secadores de cabelo, balces,bancosearmriossoconsideradoscomodidadesmnimas.Opisoindicadoparaestasreasotexturizadoeouantiderrapante.Tapetesdenilondealtadensidadetambmpodemsercolocados(10).

    SalamecnicaequmicadapiscinaTalsalacontmabombadecirculaodegua,filtros,controladoresqumicos,sistemadevcuo,sistemadesinfetante,aquecedordeguaesubstnciasqumicas,assimcomosistemadeventilaoadequado.

    Aguamornadepiscinaouspaexigeumcontroledoequilbrioqumicocorreto.Osnveisdecolorao,assimcomoacoloraomineral,os"pontosdequebra"eaespumaodevemsermonitoradoseregistradosporumoperadordepiscinaconstantemente(10).

    OpisoaoredordapiscinaoudequeOpisoaoredordapiscinaoudequeconstrudodematerialantiderrapante(coeficientedeatritomidoacimade0,70cmemrefernciaapsdescalos),devendoserlivredeobstculosparaprticaeprocedimentodeevacuaodeemergncia(10).

    ConsideraesdeseguranaparaapiscinaAsmarcasdeseguranainternanapiscina,assimcomoaoredordevemsercolocadasparacomunicarosriscosaosusurios.Hquatrotiposdeavisoderisco:1)riscoscomportamentais:nocomer,noutilizarapiscinaalmdohorriopermitido,nomergulharousaltar2)perigosfsicos:guaturva,superfciedodequemolhadaouescorregadia,profundidademaioretc.3)perigosqumicos:armazenarprodutosqumicosdelimpeza4)riscosambientais:fioseltricosoudeenergia,equipamentodecomunicao,rdioououtroselementos.

    Ailuminaonodequedapiscinatambmfazpartedasconsideraesdeseguranaedeveterumaintensidademnimade100psvelas(10).

    EquipamentosdeexerccioparahidroterapiaOs equipamentos utilizados para a hidroterapia oferecem suporte para a flutuao ou aumentam a intensidade de um exerccio ouadicionamvariedadeaumprogramatornandoomaisagradvelediversificado.

    Osequipamentosdeauxlioflutuaogeramumambienteaquticomaisconfortveleseguroparaopaciente.Elessoutilizadosparaobter posio correta do corpo, fornecer estabilidade, promover meio de trao, graduar foras compressivas, assistir movimentos eaumentararesistnciadomovimento.

    Osequipamentosparaexercciosaquticosqueintensificamaresistncianormalmentesoelaboradosemcimadeumaumentodareadesuperfciequepuxadaouempurradaatravsdagua.Aquantidadederesistnciadeterminadaportrsfatores:otamanhodapeaeoespao na gua que a pea ocupa, proporcionando um arrasto maior ou menor a forma que o objeto apresenta na gua, variando arespectivaaerodinmicaeavelocidadedomovimentodapeanagua.

    Osequipamentosmaisutilizadosdeumaformageralso:esteirasrolantes,equipamentosdeacessopiscina,equipamentosdeflutuao,pesos, equipamentosde resistnciabaseadoemarrasto, aquatoner,hidrotone, sistemasdeamarrao, estaesdeexerccios submersas,brinquedoseequipamentosrecreativos,equipamentosdesegurana,vesturioaquticoeaparelhosdemedio(11).

    APLICAESGERAISDAHIDROTERAPIA

    IndicaesOsefeitosteraputicosgeraisso:

    1Alviodedor2Alviodoespasmomuscular3Relaxamento4Aumentodacirculaosangnea5Melhoradascondiesdapele6Manutenoe/ouaumentodasamplitudesdemovimento(ADMs)7Reeducaodosmsculosparalisados8Melhoradaforamuscular(desenvolvimentodeforaeresistnciamuscular)9Melhoradaatividadefuncionaldamarcha10Melhoradascondiespsicolgicasdopacientee11Mximaindependnciafuncional(6).

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 5/12

    Dentreos resultadosdepesquisaspublicadash efeitos teraputicosdahidroterapia j comprovadospor evidncia cientfica,dentreosquais destacamse os benefcios como aumento da amplitude de movimento, diminuio da tenso muscular, relaxamento, analgesia,melhoranacirculao,absorodoexudatoinflamatrioedebridamentodeleses,bemcomoincrementonaforaeresistnciamuscular,almdeequilbrioepropriocepo.Afirmamqueoespasmomuscularpode ser reduzidopelocalordagua, auxiliandona reduodaespasticidade.Osautoressustentamaindaqueaimersonaguaprovocareduodotnusmuscular,enquantoqueadorpodeserreduzidaporambososestmulostrmicos.Almdisso,aimersonaguafacilitaamobilidadearticular,relacionadareduodopesocorporal(3).

    ContraindicaesH algumas contraindicaes absolutas, como feridas infectadas, infeces de pele e gastrointestinais, sintomas agudos de trombosevenosa profunda, doena sistmica e tratamento radioterpico em andamento. Alguns processos micticos e fngicos graves tambmrequeremafastamentodopacientedeambientesmidos.Processos infecciosose inflamatriosagudosdaregiodafaceepescoo, taiscomoinflamaesdentrias,amigdalites,faringites,otites,sinusiteserinitescostumamapresentarpioracomaimerso,por issodevemrepresentarcontraindicao(3).

    Algunscuidadossoimportantescomo:aoentrarnapiscina,osvasoscutneosseconstringemmomentaneamente,causandoumaumentoda resistncia perifrica e aumento momentneo da presso arterial. Mas durante a imerso as arterolas se dilatam, ocorrendo umadiminuiodaresistnciaperifricae,poressarazo,umaquedadapressoarterial.Logo,quantomaiora temperaturadagua,menordeveserotempodeexposio(5,6).

    J os problemas cardacos graves, alm de hipo ou hipertenso descontrolada, devem ser acompanhados com cuidado, bem comoinsuficincias respiratrias e epilepsia ou uso de vlvulas intracranianas.Alm disso, incontinncias urinria e fecalmerecem atenoespecial.Problemascomonuseas,vertigem,doenasrenais,hemofilia,diabetes,diminuioimportantedacapacidadevitaledeficinciatireidea,almdetratamentoradioterpicorecentedevemserdiscutidoscomomdico,paraestudaraindicao.Pacientescomfobiaguadevemterumacompanhamentocriterioso,enquantoquepacientescomaparelhosdesurdeznodevemutilizlonapiscina.NemmesmopacientescomHIVpositivosoexcludos,masdevemser tratadosnofinaldoexpedientedapiscina,paraqueaguacirculeosuficienteantesqueoutrospacientessejamtratados(3).Existemascontraindicaesgerais,como:

    1Febre2Feridaaberta3Erupocutneacontagiosa4Doenainfecciosa5Doenacardiovasculargrave6Histriadeconvulsesnocontroladas7Usodebolsaoucateterdecolostomia8Menstruaosemproteointerna9Tubosdetraqueostomia,gastrostomiae/ounasogstricos10Controleorofacialdiminudo11Hipotensoouhipertensograve12Resistnciagravementelimitada(12).

    APLICAONASDIVERSASDISFUNESECLNICAS

    Disfunesmsculoesquelticas/ortopdicas

    Os pacientes com leses ortopdicas e msculoesquelticas nas extremidades podem beneficiarse do uso da hidroterapia. Qualquerpessoacomrestriooulimitaonasustentaodepesopodeprogressivamentepassardaimersototalatpequenasprofundidadesparaavanareobterganhosfuncionais(13).

    Apiscinaaquecidaforneceummeionoqualopacientecomlesopodeefetuarpadresdemovimentosrepetidosecontnuoseemumavariedadededirees.

    Nas alteraes sofridas pelos membros inferiores h tambm excelentes resultados na utilizao do exerccio progressivo resistido,inclusivenosdficitsdamarcha,comganhodeamplitudearticulardemovimento(ADM)aousaraturbulnciaeaflutuaofornecidaspelagua.

    Aflutuaopodeinclusiveserdegrandevaliaparaotratamentodepessoascujosmovimentosestonormalmentedolorosos,facilitandosuamobilidade.Possibilita,ainda,ousodeexercciosresistidosqueemterraestocontraindicados.

    Aadiodealgunsequipamentos (ps, luvas,pesose flutuadores)permiteoaumentodareadesuperfcieea turbulncia, tornandooexercciomaisdifcileaindaalterandosuaqualidade.Podeseaindaassociarcomotreinamentocardiovascular,comoacaminhadaeotrote.

    Osobjetivosatingidossoaumentodamobilidade,nutrioarticular,controle,resistnciaeforamuscular(13,14).

    CapsuliteadesivaNestalesoencontrasecomprometimentodaarticulaoglenoumeralcomalteraodoritmoescapuloumeralporperdaprogressivadaADM. A imobilizao aps fraturas tambm pode levar a produo de fibrose, encurtamento e enfraquecimento dos tecidos molesassociados.

    Umalesoaguda,comoquedaouexcessodeuso,podedarincioaociclodedoraumentadaeimobilizaoautoimposta.Esteciclolevapioradoquadroclnico,senoocorrerumaintervenoprecoce.

    Osobjetivosdotratamentohidroterpicoso:darespecialatenodor,perdadamobilidadeeperdadaforamuscular.Prevenirainstalaodafraquezamuscularpordesusoeasalteraesdasrelaesdecomprimentoetensodamusculaturacircunvizinha,impedindo,assim,aperdadafunodestemembro(13).

    Hipomobilidadepsfraturas,luxaes,traumasoucirurgiasEstassituaespodemlevaraalteraesdaADMemumaoumaisarticulaes,dor,adernciaoufibrosedacpsulaarticular,ligamentoseoutrostecidose,ainda,atingirarticulaesprximas.

    Com asmudanas ocorridas nas relaes de comprimentotenso damusculatura circundante aparece a fraquezamuscular em toda aextremidade.

    Nestescasos,osobjetivosdahidroterapiasosemelhantesaospostuladosparao tratamentodacapsuliteadesivae,quandoa imersopermitida, podese utilizar as tcnicas de flutuao e os exerccios de alongamento e de mobilizao (passivos, ativoassistidos eposteriormenteativos),quepodemsercombinados.

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 6/12

    Nestequadro,astcnicasdeBadRagazpermitemcontrolaraforaeaamplitudedemobilizaoeresistnciaduranteoexerccio(13).

    As fraturas podem ser tratadas conservadora ou cirurgicamente. Assim que ocorrer liberao mdica para retirada da rtese deimobilizaooucicatrizaocirrgica,jpodeseriniciadootratamentohidroterpico.

    Nestescasos,podeseutilizaraflutuao,enquantoopacientenoestiverliberadoporseumdicoparausarcargadepesosobreossoouextremidade afetada e, posteriormente, mediante evoluo da ossificao iniciar a segunda fase do tratamento com exerccios defortalecimentomuscularprogressivocomdescargadepesoparcialsobreaextremidadelesada.

    Nafasefinaldareabilitaoaquticaseadicionamosexercciosresistidos.Noscasosdefraturasdomembroinferiordeveincluirseosexercciosdemarchasemcarga,comcargaparciale,posteriormente,comcargatotalsobreestemembro.

    Os objetivos gerais da hidroterapia so:melhorar a circulao sangnea, diminuir as alteraes trficas, diminuir os edemas (quandopresentes),restauraramobilidadearticular,reeducarapostura(s/n),melhoraroequilbrio(s/n),manterosmovimentosvoluntrios,mantere/oumelhoraracoordenaomotora,melhoraraforamuscularetreinaramarchasubmersa.

    Traumas com rupturade tendomerecemcuidados especiais quanto cicatrizao cirrgica e ao retornodamobilidadeosteoarticularmuscularparamaiorgraudeindependnciafuncional.Aps a liberao mdica para uso da hidroterapia, o fisioterapeuta, mediante avaliao fsicafuncional e o estgio da cicatrizaocirrgica,podedeterminarograudecomprometimentoarticulareograudeperdadaviscoelasticidademusculareprescreverosexerccioseequipamentosaseremutilizadosnapiscina,visandoorestabelecimentodafuno.

    Hipermobilidadeinstabilidadedoombroumproblemacomumemjovens.Podeocorreremumaoumaisdirees,comoanterior,posterioreamultidirecional.Socausadastantoporluxaotraumticaunilateralquantoporinstabilidadenotraumticaemultidirecional(13).

    Osobjetivosdahidroterapiasorestauraramobilidadenormal,aforaearesistnciamuscular,apropriocepoeocontrolemotorpararestabelecera funo.Nestecasodadanfasenosmovimentosde rotaoexternaeabduopara instabilidadeanteriore flexoparafrenteeaduohorizontalparainstabilidadeposterior.

    medida que o paciente for evoluindo e sendo liberado por seumdico para incremento das atividades fsicas, o fisioterapeuta podeutilizar diferentes tcnicas hidroteraputicas e equipamentos aquticos para obter os ganhos necessrios completa restaurao dafuncionalidadedopaciente.

    LesesdetecidosmolesAslesesmaiscomunssoasdosligamentosnasarticulaesdojoelho,tornozeloeombro.Normalmentesotratadascirurgicamenteporartroscopiaetendematerboaevoluo.

    Ahidroterapiamaisumrecursoquepodeserutilizadonotratamentodessespacientes,aindanafaseaguda.

    Osobjetivosprincipaissodiminuirador,aliviaroespasmomuscularnaregio,obterorelaxamentomuscularprximoaregiolesadacommanutenodosmovimentosvoluntrios(quantopossvel)enasarticulaesvizinhasregiotraumatizada,melhorarasADMsnaarticulaolesada,melhoraraforamuscularetreinaramarchaemlesesdaextremidadesinferior.

    LesododiscointervertebralAolongodavida,osdiscosintervertebraissofremdesgastesedegenerao,poistmafunoprimordialdeamortecerosimpactossobreosossosdacolunavertebral.

    Nafaseadultaenoenvelhecimentooorganismotendeapassarporvriasmudanasmetablicaseendcrinasquelevam,entreoutros,perdadelquidonostecidos.Osdiscosintervertebraistambmsofremumaperdaconsidervelnaporcentagemdelquidoemseuncleopulposoeissocorroboraparaqueestejamaisexpostoleso.

    Estascursamcomenrijecimentodeseuncleoehpossibilidadedetraumacomesfacelamentodeumoumaisdiscosintervertebrais,cujosfragmentos tendemaherniarse,geralmentenosentidopsterolateral,causandocompressodenervosqueestoemergindodamedulaespinhalneste(s)nvel(is).

    Isso gera dor em choque, espasmo muscular e at alterao da postura com adoo da chamada "postura antlgica", muitas vezesimpedindoadeambulaoeatarealizaodasatividadesdevidadiria.

    Otratamentomdicopodeserconservadoroucirrgico.Apsaliberaodomdicoresponsvel,ahidroterapiadeveserutilizada,visandoforneceraopaciente:

    1Alviodedor2Alviodoespasmomuscular3Diminuiodasaderncias(causadaspelaimobilidadelgica)4Relaxamentomuscular5Orientaopostural6MelhoradasADMs7Manutenodosmovimentosvoluntrios8Melhoradaforamusculare9Nadoleve.

    Disfunesreumatolgicas

    Afisioterapiaaquticaofereceumagamadebenefcioseresultadosadicionaisaosfornecidospelosexercciosetcnicasterrestres,tantoacurtoquantoalongoprazo.Porcombinarcomponentesevantagensdenumerosasteoriasetcnicasdeexerccios,vemsendoamplamenteutilizadanomeiomdico.Aexpansoeaceitaodessatcnicadereabilitaoresultamdarespostapositivadospacientesedaaltataxadesucessoquantoaresultadose,svezes,onicomeioquepermiteamovimentaodopacientecomdoenareumtica.

    Normalmente, a equipe mdica avalia o paciente e estabelece programas e diretrizes com procedimentos variados para acomodar asnecessidades individuais e modificar as rotinas estruturadas do paciente. O mdico realiza uma avaliao fsica e encaminha para ofisioterapeuta que ir completar esta avaliao e projetar um programa de exerccios que se adeque s necessidades individuais e, aomesmo tempo, monitorar, a cada sesso, os nveis de fadiga e dor, entusiasmo, motivao e ganhos funcionais de cada paciente.Reavaliaes so realizadas periodicamente para determinar e graduar o nvel de recuperao e traar novos objetivos para evoluir ashabilidadesdomeioaquticoparaousodetaishabilidadestambmnosol.

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 7/12

    ObjetivosdahidroterapianospacientesreumticosemgeralNasdoenasreumatolgicas,grandepartedascomplicaesocorrenasarticulaes.Aslesesarticularesprimriasespecficasdadoenaou a disfuno ortopdica secundria ao esforo anormal sobre estruturas frgeis do corpo podem resultar em disfunes do tronco,extremidades superiores e inferiores, alterando a biomecnica da postura, marcha e amplitude de movimento ativo (deformidadesarticulares,fraquezamuscular,tendinite,capsuliteadesiva,subluxao,bursiteetc.)(6).

    Adornasarticulaesafetadasconduztensoeaoespasmoemcertosgruposmuscularesqueatuamsobreelasdiretaouindiretamente.Napiscina,ocalordaguaquecircundaaarticulaoaliviaadorerelaxaamusculaturaperiarticular.Aflutuaotambmproporcionaadiminuiodatensosobrearticulaes.Alimitaodamovimentao,assimcomoarigidezarticularsoreduzidasdevidoaoalviodadoresustentaodasarticulaespelaflutuao,duranteamovimentao(6).

    Afraquezadamusculaturaperiarticulardeumaoumaisarticulaesafetadas,assimcomooutrosproblemascomoafrouxidoligamentar,alteraesdofuncionamentobiomecnicoe/oumanifestaesextraarticularessotrabalhadasatravsdeexerccios(6).

    A princpio, a flutuao pode ser utilizada como auxlio do exerccio e gradualmente ser reduzida para dar maior resistncia aomovimento(6).

    Tanto a deformidade articular quanto a alterao postural podem ser corrigidas ou reduzidas devido tepidez da gua que auxilia osmsculosaserelaxar(6).

    A capacidade funcional restabelecida gradativamente com amelhora da atividademuscular e articular do paciente, edificando a suaconfianaecapacidadederealizarmovimentostambmforadagua(6)(Tabela1).Arotinateraputicadospacientespodeincluirahidrocinesioterapiaqueconstitudade:

    1Exercciosisoladosdemembrossuperiores,membrosinferioresetroncoparafortalecimentoeganhodeamplitudedemovimento2Exercciosdealongamentoparaaumentaraflexibilidade3Treinamentodeambulativoparareeducaodamarcha,propriocepoeiniciaodesustentaodopeso4Tcnicasdeposicionamentousadasparadiminuirador5Trabalhodecondicionamentogeral6Padrescomplexosdemovimentosparacoordenao,equilbrio,agilidadeesimulaodehabilidadesatlticasoudetrabalho(12).

    Existem, tambm, tcnicas especficas de exerccios usadas em combinao e adaptadas aos pacientes individualmente. Cada tcnicacontribuidealgumamaneiraparaaestabilizaoapropriadadasarticulaes,recuperandoospadresdemovimentossinrgicosnormais.Podemosutilizaratcnicade"BadRagaz"ou"mtododosanis",atcnicadeWatsueoutrasjexplicadasanteriormente.

    Patologiasreumticasmaisfreqenteseseusrespectivostratamentoshidroterpicos

    DisfunesdacolunavertebralOs tratamentos edisfunesda colunavertebral secundrios sdoenas reumticas emgeral socausadaspor subluxaesdas facetasarticulares,prolapsosdiscaisealteraesposturais.Todososprocessosdesgenerativoslevamamodificaodadescargadepesosobreacolunae,conseqentemente,deformaodasuperfciesseaeoaparecimentodeostefitos.Nessescasos,areabilitaoaquticaminimizaosefeitosdagravidade,proporcionandoadiminuiodadorduranteosexercciosativos,aumentaamobilidadeea foramusculardotronco,commenorpotencialdelesodoanelfibrosodiscalesobrecargasvertebrais(12).

    Osteoartrite/osteoartroseAosteoartriteumprocessoinduzidonasarticulaesporinflunciasmecnicas,metablicasegenticas,causandoperdadecartilagemehipertrofia ssea. A perda progressiva da cartilagem articular e a recuperao inadequada levam a formao de ostefitos durante aremodelao ssea subcondral. Com a instalao lenta e progressiva da doena os sintomas de dor articular, rigidez, limitao demovimento, crepitao, edema e graus variveis de inflamao surgem de maneira insidiosa(15). Os pacientes com alteraesdegenerativas das articulaes das mos, ps, coluna, quadril e/ou joelhos freqentes so encaminhados hidroterapia devido aosbenefcios da flutuao como: auxlio ao movimento, sustentao da articulao para possibilitar o movimento livre e, finalmente, aresistnciaaomovimento.Naosteoartritetambmocorremdeformidadesarticularesquelevamadesequilbrioscompensatriosemoutrasarticulaes emsculos (p. ex.: o encurtamento aparente de uma perna causada por uma deformidade da articulao coxofemoral emflexo, aduo e rotao lateral, pode levar uma alterao escolitica lombar compensatria). Portanto, o objetivo no tratamento daosteoartritevisaoalviodadoreespasmosmusculares,ofortalecimentodosmsculosperiarticulares,amobilizaodeoutrasarticulaesenvolvidas,oaumentodaamplitudedemovimentodaarticulaoafetadaemelhoradopadrodamarcha(6).

    OsteoporoseA osteoporose uma enfermidade crnica, multifatorial, relacionada perda progressiva de massa ssea, geralmente de progressoassintomtica at a ocorrncia de fraturas. um estado de insuficincia ou de falncia ssea que surge com o envelhecimento,principalmenteemmulheresapartirdasextadcada.

    Osprincipaisfatoresderiscosohistriafamiliar,hipoestrogenismo,nuliparidade,sedentarismo,imobilizaoprolongada,baixamassamuscularemmulheresbrancasouasiticas,dietapobreemclcio,tabagismo,usocrnicodecorticosterides,anticonvulsivantes,heparinaeoutros(16).

    Navignciadeumaosteoporosemaisgravecommltiplasfraturasedorssea,areabilitaoaquticaoferecemtodoscomtcnicasmaissuaves, destinadas a aliviar a dor, aumentar a amplitude demovimento e proporcionar eventual fortalecimento.Aps a fase aguda doquadro, ou seja, quandoos locais de fraturas ou trincas estiverembemconsolidados, osmovimentosmais vigorosos e exercciosmaisintensos gerados pela resistncia da gua podem ser iniciados, assim como uma combinao de exerccios de sustentao parcial ecompleta de peso que provm esforosmecnicos necessrios para estimular a formao demassa ssea eminimizar a progresso dadoena(12).

    Fibromialgia

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 8/12

    umasndromedolorosacaracterizadapordordifusa,comenvolvimentocrnicodemltiplosmsculos.Ospacientesapresentamvriossintomascomodormusculardifusa,pontosdolorosos,dorarticular,rigidezmatinal,cefleia,parestesia,formigamento,ansiedade,cibras,depresso,irritao,alteraesdememria,alteraodaconcentrao,fadiga,insnia,sononorestaurador,nistagmo,sensaodeedemae intolerncia ao calor e frio(15). De difcil tratamento, a fibromialgia tem sido um desafio profissional para muitos pesquisadores eclnicos.Poucasmodalidadesdetratamentotiveramsucessoparacontrolarossintomas(12).

    Ospacientesnecessitamdemltiplasabordagens teraputicas, comoassociaode farmacoterpicos (analgsicos, antidepressivosetc.),fisioterapia,hidroterapia,acupuntura,psicoterapiaemudanadoestilodevidaparaquehajaa recuperaodaatividade funcionaledetrabalho,melhoradasademental,dodistrbiodosono,dasalteraesdehumoredafadiga.

    A reabilitao aqutica oferece tratamento paramelhorar o condicionamento fsico geral, alvio da dor,melhora dos padres do sonoatravs de esforo fsico, relaxamento emelhora postural.O relaxamento obtido a partir do exerccio e o suporte fornecido pela guamelhoramossintomasdedorerigidez.Taltratamentoexigeumcompromissoalongoprazo,supervisionadodentrodeumprogramadereabilitao(12).

    SndromesespondilticasAssndromesespondilticasouespondiloartropatiassoronegativascorrespondemaumgrupodeenfermidadesquecompartilhamdesordensmultissistmicas. Alm de envolvimentos osteoarculomusculares, como o processo inflamatrio da coluna vertebral, das articulaesperifricasedos tecidosperiarticulares (emespecial asnteses), aindaocorremmanifestaesextraarticulares, comoauveteanterior,lesesmucocutneas,fibrosepulmonar,anormalidadesdoarcoarticoedistrbiosdeconduo.Soconsideradasespondiloartropatias:aespondiliteanquilosante,asndromedeReitereoutrasartritesreativascomoaartropatiapsoritica,aenteroartropatia,asndromeSAPHO(sinovite,acne,pustulose,hiperostoseeosteomielite),entreoutras(17).

    Oprocessodetaisdoenasdesencadeiamdesviosposturais(flexodetronco),fibroseeossificaodascpsulasarticularesetecidosmolesperiarticulares e, tambm, diminuio da capacidade pulmonar (doenas restritivas). A hidroterapia pode atuar na correo postural ecoordenao da respirao diafragmtica, assim como na reduo da dor, do espasmo muscular e manuteno da mobilidade dasarticulaesdacinturaescapular,colunacervical,torcica,lombarequadris(12).

    ArtritereumatideA artrite reumatide (AR) uma doena autoimune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite simtrica, que leva deformidade e destruio das articulaes em virtude da eroso ssea e da cartilagem. Em geral aAR acomete duas vezesmais asmulheresqueoshomens,atingindograndesepequenasarticulaesemassociaocommanifestaessistmicascomo:rigidezmatinal,fadiga,perdadepesoeincapacidadeparaarealizaodesuasatividadesnavidadiriaeprofissionais(20).

    Osobjetivosdahidroterapianestadoenaseriam:alviodadoredoespasmomuscular,manutenoourestauraodaforamuscularemtornodasarticulaesdolorosas, reduodedeformidadeseaumentodaamplitudedemovimentaoemtodasasarticulaesafetadas,restauraodaconfianaereeducaodafunoperdida(6).

    IndicaesdahidroterapiaparapacientesreumticosemgeralA fisioterapia aqutica pode oferecer grandes benefcios atravs de um programa de exerccio a quase todas as pessoas que queiramparticipar.ATabela2mostraasindicaesespecficasparaopacientereumtico.

    Disfunescardiovasculares

    Principal causa de morte do sculo XX, a cardiopatia tem sido alvo de muitos estudos cientficos para aprimorar o seu diagnstico,tratamentoepreveno,principalmentenoqueserefereasubstnciasfarmacolgicas,bioengenhariaeprocedimentoscirrgicos.Napartepreventiva, tanto a diminuio da morbidade quanto da mortalidade esto sendo alcanadas atravs das mudanas de hbito,principalmentequandosetratadasatividadesfsicasedelazer.Desdeadcadade1960,quandoocorreuaimplantaoedesenvolvimentodeprogramasdereabilitaocardaca,houvediminuiodosfatoresderiscodadoenaediminuiodeusodefarmacoterpicos(19).

    Essesprogramasincluemdesdeatividadescautelosasdecaminhadaatotreinamentoresistidocompesos,exercciosglobaisparaotodoocorpo,assimcomootreinamentoaqutico,redirecionandoaatitude,ascrenaseocomportamentodopacientecardaco(19).

    A reabilitao cardaca aqutica exige um plano de emergncia rigoroso, contando com determinados procedimentos e equipamentos,como:

    1Retiradadopacientedagua2Procedimentosdesecagemrpida,3Supervisomdicanolocal4Suportecardacoavanado5Equipamentosdeemergnciacompletos6MonitorizarodeECGePA7Aquecimentolentoeresfriamentolongo8Obedecerafreqnciacardacaalvo(comverificaesfreqentesdopulso)9 Usar escalas: GEP (grau de esforo percebido de Borg), FD (fadiga e dispnia), dor para DVP (doena vascular perifrica), ICC(insuficinciacardaca),DPOC(doenapulmonarobstrutivacrnica)eangina10Minimizarcompetionosjogos11Proibirchuveiroquenteaofinaldasessoetc.(1).

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 9/12

    A natao deve ser utilizada por aqueles que anteriormente disfuno cardaca j a realizavam. Deve ser reiniciada gradativamentequandohouvertotalreequilbrioecontroledosdadosvitaisdopaciente(19).

    Concluindo,areabilitaocardacaaquticapodeserseguraemuitoapreciadaemprogramasgeraisdereabilitaoeaplicadaspelamesmaequipe.deextremaimportnciaparaaumentaraobedinciaeatransformaodocomportamentodopacientecardaco,conduzindooaumavidamelhoremaissaudvel(19).

    Disfunesginecolgicas/obsttricas

    Duranteoperodogestacionalocorremvriastransformaes,tantoanatmicasquantofisiolgicasnocorpodamulher.Asarticulaes,osligamentoseosmsculosvosofrendoalteraesemodificaesbiomecnicasdurante todooperodogestacional,parapermitiraboaacomodaoedesenvolvimentodofeto,quecrescepaulatinamenteatomomentodoparto.

    Entreestasalteraesumadasmaisvisveisapostural.Podeseobservarque:

    1.OcentrodegravidadenagestantepassadeS2paraselocalizaranterioremaissuperior2.Apronaodospsaumentaeoarcoplantarsetornamaisforado3.Aflexoaumentadadoquadriltendeaexacerbarse4.Aextensodojoelhotendeaexacerbarsetambm5.Usualmenteocorreumalordoseexcessiva6.Acolunatorcicaseapresentacifticaeacaixatorcicatendeaficarlimitada,levandoaalteraesrespiratrias7.Osombrostendemarodarinternamente8.Acabeapodesalientarseparaafrente(paracompensartaisalteraes)9.Amarchaapresentaabasealargadaeagrvidapassaadesenvolveruma"marchadepata"10.Ocorre,tambm,umafrouxidoligamentar,permitindooalargamentodapelve(20).

    Do ponto de vista fisiolgico, a mulher grvida sofre alteraes nutricionais, respiratrias, cardiovasculares, de termorregulao ehormonais(1). Os maiores efeitos hormonais sobre o sistema msculoesqueltico so os causados pelo hormnio relaxina, que estpresentenosorodesdeoincio,chegandoaomximonoprimeirotrimestreediminuindoantesdoparto.Entretanto,seusefeitoslevamsemanasparasedissiparapsoparto.Comoconseqncia,amulherficamaispropensafrouxidoligamentar,levandoalesoduranteosmovimentos balsticos. Outro fator que as altas concentraes deste hormnio esto associadas dor na cintura plvica, porque aarticulaosacroilacaeasnfisepbicasetornamhipermveis(20).

    Prevedeletal.(2003)citamqueaatividadefsicaumaprticafreqentementeiniciadaoumantidanoperodogestacional.Naliteratura,no entanto, existem controvrsias quanto intensidade e freqncia do exerccio materno, assim como so conflitantes os resultadosrelacionadosaosefeitosmaternosefetais.Parecehaverconsensosomentenaindicaodoexerccioaquticocomoatividadeidealparaagestante.

    Aobservaodatemperaturacorporalmaternatambmdeextremaimportncia,vistoqueofetodependedosistemacirculatriodamepararealizaradissipaodoseucalorcorporal.Mashorientaesecuidadosbsicosquedevemserpassadosdesdeaprimeiraconsultacomofisioterapeuta,quesodefcilassimilaoedevemserseguidospelagrvida,como:a)beberumagrandequantidadedelquidos(hiperidratao)b)evitarrealizarexerccioemcasodedoena.Ofisioterapeutaeomdicodevemaferiremonitorarafreqnciacardacaprogramadaduranteaatividadefsicamelhorarastcnicasderespiraoemonitoraromovimentofetalapsoexerccio(21).

    Aps o parto, as alteraes anatmicas e fisiolgicas devem ser observadas, avaliadas e tratadas. Exerccios especficos podem seriniciados24horasapsopartoeprogrediremumritmoconfortvel.Todososexercciosrealizadosemsolopodemsertransferidosparaomeioaquticotambmnopsparto.Bastaaguardaracicatrizaoderupturaseouepisiotomiassofridasduranteopartovaginal.

    Estudoscomprovamqueosefeitosdapressohidrostticasobreossistemascardiovascularepulmonarso:aumentodoretornovenoso,aumentodovolumedeejeoemat60%eadiminuiodafreqnciacardacaedapressoarterial(21).

    Demodoespecfico,osbenefciosdaatividade fsicaem imerso foramdestacadospelapossibilidadedecontroledoedemagravdico,incremento da diurese e preveno ou melhora dos desconfortos msculoesquelticos. Alm destes, foram relatados maior gastoenergtico,aumentodacapacidadecardiovascular,relaxamentocorporalecontroledoestresse(21).

    OutrodadocitadoporPrevedelecols.(2003)emseuestudoqueagravidezperodoespecficoassociadocomganhodepesomaterno,decorrentedocrescimentodofetoedeseusanexosedasadaptaesdoorganismomaterno,envolvendootecidoadiposo.Esteganhodepesonofinaldas40semanasdegestaopodechegaraaproximadamente12,5kg,correspondendoaumaumentodecercade20%dopesocorporalparaamaioriadasmulheres.Emseusresultadosevidenciaramque,duranteagravidez,oganhodepesomaternonosofreumodificaoemfunodahidroterapia.

    Nogrupodegestantesadeptasdahidroterapia,osndicesdemassamagraaumentaramdemodosignificativoentreoincioeofinaldagestaoe,apesardoaumentosignificativodegorduraabsoluta,aproporopeso/gordurafoimantida.Taisobservaesconfirmaramque,comahidroterapia,oaumentodopesocorporalmaternofoiincrementadodevidoaoganhodemassamuscular.Esteefeitodesejveledeve ser valorizado para a grvida pois: 1) a adiposidade influencia negativamente no desempenho fsico, favorecendomaior risco dedoenaspotencialmentefatais2)opesomagroserelacionacomforaevitalidadedoorganismo.Assim,podeseinferirqueoganhodepesodogrupodegestantes praticantes dahidroterapia foi, nomnimo, demelhor qualidadequando comparado aogrupocontrole(22).Estesresultadostmrepercussesacurtoemdioprazos.

    Apartirdetaisresultados,Prevedelecolaboradoes(2003)constataramque:

    1Aprticadeexercciosaquticosotimizouaadaptaocirculatriamaterna,favorecendooaumentosignificativodovolumesistlicoedodbitocardaco.Esseaumentopodeestar influenciadopelamanutenodoVO2mxepelo incrementodaprcarga,decorrentedoretornovenosoelevadoemrespostapressohidrostticadagua2Almdosefeitosmaternosdesejveis,aadequadaadaptaometablicaecardiocirculatriagravidezsodefundamentalinteressenoresultadoperinatal gestantebemadaptadad luz recmnascidodepesoe idadegestacionaladequados.Poroutro lado,aprticadeexerccios durante a gestao tem sido alvo de crtica quando relacionada prematuridade e aomenor peso do recmnascido.Nesseaspecto,ahidroterapia,apesardenodiferenciarosresultadosperinatais,nodeterminouprejuzoaosrecmnascidosdasgestantesquesofreram a interveno. Nos dois grupos a maioria deles foi de termo e peso adequado e no se observou bito fetal ou neonatal.Acrescentese,ainda,quenenhumrecmnascidodogrupodemespraticantesdehidroterapiafoiclassificadocomopequenoparaaidadegestacional.

    Dependendodoestgiodagravidez,dosobjetivosclnicosedacondiopsicolgicadagrvidasoprescritosatcnicaeosexercciosmaisadequadosacadacaso.Podemserrealizadosexercciosdealongamentomuscular,fortalecimentomuscular(inclusivedamusculaturadoassoalhoplvicoedosmsculosabdominais),exercciosderelaxamento(p.ex.:plvicos),exercciosposturais(p.ex.:estabilizaoescpulotorcica),caminhadaseatonado.

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 10/12

    Outrotratamentoquepodeserrealizadoemmeioaquticoparaadistasedoretoabdominal,quepodeocorrernagrvida,emmultparase em pessoas obesas. A avaliao criteriosa do mdico e posteriormente do fisioterapeuta indica a gravidade do quadro (separaoincompleta,mistaoucompletadasfibrasdomsculoretoabdominal)epermiteprescreverosexerccios,aintensidadeeafreqnciadarealizaodahidroterapia,visandoarecuperaodapaciente(20).

    Queixas freqentes entre as mulheres, principalmente as que sofrem de TPM, so as dores plvicas e da coluna vertebral baixa(lombossacra) que irradiam para o assoalho plvico, causando grande desconforto e, por vezes, dificuldades em realizar atividadesfuncionais e at laborais. Esse diagnstico geralmente feito, em conjunto, pelo ginecologista e pelo urologista. Nestes casos, ahidroterapiatemcomoobjetivoprincipalaanalgesiaeorelaxamentomuscular.

    Disfunesneurolgicas

    Vriosautorestmdescritoaimportnciadereabilitarospacientesacometidospordoenasedisfunesdosistemanervoso.Aolongodossculos,surgiramnovastcnicasdetratamentoe,devidogravidadedoscasos,hnecessidadededesenvolverpesquisasparaincrementode matrias, produtos e equipamentos para atender a demanda e as necessidades de recuperao, readaptao ou reabilitao dessespacientes.

    Coma reutilizaodousodaguacomomeiode terapia, ahidroterapiavoltouaocupar seu lugardedestaque,quehaviaperdidonasltimasdcadas.Ocorrequeissoaumentousignificantementeaexpectativadevidadessespacientese,portanto,anecessidadedepromoversuaqualidadedevidaemanutenodeindependnciafuncionalpormaiortempopossveleintegraosocial.Issogeroutambmaumentonoscustosdotratamentoparacadadoenteemparticular.

    Areabilitaoneurossensriomotoraaquticafoidescritacomoumrecursotilparaosprogramas tradicionaisdereabilitaode lesocerebral(22).Nosanosde400d.C.,oescritorCaeliusAurelianustraduziuvriostextosdogrego.Entreeles,estumadescriodetalhadadotratamentofisioteraputicojusadonosanos100d.C.(Tardarumpassionum,II,14),quecontinhamumamploexpectrodeteraputicacombinada,com nfase especial quanto ao uso da hidroterapia em pacientes particos e ou plgicos ainda que sem muitos conhecimentospatofisiolgicos,mascomumsensodeprecisoimpressionantequantovisodocomprometimentoorgnicoindividualdecadapacientequefoitratado(23).

    Hojehconsensosobreosbenefciosdoambienteaquticosobreaslesessupraeinfrasegmentaresdosistemanervoso.Asdiferentestcnicasutilizadasnahidroterapiajcitadasanteriormenteeseusequipamentospropiciamaopacientetodososrecursosnecessriosparasua reabilitao, inclusive permitindoo recurso da natao,mesmo empacientes tetraplgicos espsticos por lesomedular que nuncahaviampraticadoonado.

    Kesiktas e cols. (2004), em recente estudo, investigaram os efeitos da hidroterapia sobre a espasticidade e o nvel de independnciafuncional empacientes com lesomedular.Emborano tenhamencontradodiferenaestatisticamente significantequantoaoescoredaescala deAsworth entre o grupocontrole (sem hidroterapia) comparado ao de lesadosmedulares com hidroterapia, esta diferena foiverificadaquantoaograudegravidadedeespasmos.Tambmfoiconstatadaadiminuiodadosedebaclofenoutilizadapelosgrupos,ocorreu diminuio da dose oral de 100 mg para 45 mg no grupo de lesados medulares com hidroterapia, sendo estatisticamentesignificanteeaumentonoescorenaescaladeindependnciafuncionalemambososgrupos,sendoestatisticamentemaissignificantenolesadosmedularescomhidroterapiaquenogrupocontrole(24).

    Os objetivos do uso da hidroterapia so diversos e dependem da clnica apresentada pelo paciente. Estes so definidos aps extensaavaliaofsicafuncionalrealizadaemsoloenomeioaqutico.

    Entreelespodemoscitar:

    1Oalviodepesocorporalquedadopelaflutuaoepermiteaopacienteadotarposturaquenosoloasvezessoimpossveis2Oalviodepesosobreasarticulaestambmdevidoflutuao,podeaindalevarmelhoradasensibilidade,desdequeoterapeutautilizeprofundidadeeequipamentosadequados3 Outro benefcio da flutuao o aumento da amplitude demovimento articular em cada uma das articulaes comprometidas e apossibilidadedeprevenodeoutroscomprometimentos4Melhoradapostura5Estmuloaossistemascardiovascularepulmonar,gastrointestinaleurinrio6Ajustedotnusmuscular7Melhoradacoordenaomotora8Aumentodaliberdadeevelocidadedemovimentosemelhoradaperformancemotora9Desenvolvimentomaisrpidodehabilidadesquessopossveisgraasflutuao10Comoarrastoturbulentodaguapossvelcriarresistnciaaomovimentoe,comisso,ganharforamuscularprogressivamente11Treinodeortostatismoemarcha12Benefciospsicolgicosepsicossociais13Independnciafuncionalemelhoradaqualidadedevida(6).

    Disfunesmaiscomunsnaclnicaneurolgica

    AcidentevascularenceflicoCom quadros de hemiplegia completa, geralmente desproporcionada com predomnio braquiofacial (artria cerebralmdia). Objetivosespecficos:observarseopaciente temcompreensodoscomandosverbais,cuidadoscomincontinnciaurinriae fecal, seasdoenasassociadascomoahipertenso,acardiopatiae/ouadiabetesestocontroladasepermitemoexerccio.

    TraumatismocranioenceflicoComseuquadromultivariadoeporvezesassociadoapolitraumatismosdeossos longosdocorpo.Objetivosespecficos:observarseopacientetemcompreensodoscomandosverbaise,emcasosdepolitraumatismos,observaracicatrizaodocalosseonasfraturasparaeleger omomento adequadopara usoda carga e doortostatismo.Cuidados com incontinncia urinria e fecal, usode cateteres e, nostetraplgicos,asdificuldadesdeventilao.

    LesomedularComquadrosdeparaplegiaou tetraparesias/plegias e suas complicaesmais comuns sobreosdiferentesrgos e sistemas.Objetivosespecficos:cuidadoscomincontinnciaurinriaefecal,usodecateteres,disreflexiaautonmica,ausnciadesensibilidadeabaixodonveldaleso,enostetraplgicosasdificuldadesdeventilao.

    EsclerosemltiplaeoutrasdoenasdesmielinizantesComquadro de dficit de foramuscular e dosmovimentos ao longo da progresso da doena.Objetivos especficos: evitar a fadigamuscular.Alteraroprogramadetratamentocadavezqueopacienteapresentarnovosurtoremissodadoena.

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 11/12

    ParalisiacerebralDevesedaratenoespecialaosquadrosespstico,atetideouatxica(dentreoutros).Objetivosespecficos:movimentosinvoluntrios"amortecem"nagua,possibilitandoamelhoradoequilbrioedocontrolemotor.

    ParkinsonOsobjetivosespecficosso:1)restauraodasADMs2)"reduo"darigidez3)reeducaodosreflexosposturaistnicosedapostura,reeducao dos reflexos posturais fsicos e das reaes posturais de endireitamento 4) melhora do equilbrio 5) manuteno dosmovimentos voluntrios 6) melhora da coordenao motora e do padro de marcha 7) encorajamento a natao e 8) independnciafuncional.

    PolineuropatiasOsobjetivosespecficosso:1)melhoraracirculaoediminuiredema(s)2)prevenircontraturasedeformidades3)reeducarosmsculosafetados4)manterasADMseFM5)melhoraraexpansorespiratria6)reeducaroequilbrioe7)melhorarafuno.

    LesodenervosperifricosOsobjetivosespecficosso:1)mantere/oumelhoraracirculao2)diminuirasalteraestrficas3)prevenircontraturasedeformidades4) reeducar osmsculos afetados 5)manter as ADMs e FM e 6)melhorar a sensibilidade (s/n). Obs.: manter o tratamento em solo.Cuidadosespeciaisnopscirrgico.

    LesodeplexobraquialTratamento lento e progressivo. Cuidados especiais no pscirrgico. Objetivos especficos: 1) manter e ou melhorar a circulao 2)diminuirasalteraestrficas3)prevenircontraturasedeformidades4)reeducaodosmsculosafetados5)manterasADMseFMe6)melhorarasensibilidade(s/n).Obs.:manterotratamentoemsolo.

    Aseguirsodescritosalgunsdosobjetivosgeraisdareabilitaoaquticanasdoenasacimacitadas:

    1.RestauraodasADMs2."Reduo"daespasticidade3.Reeducaodosreflexosposturaisedapostura4.Melhoradoequilbrioedacoordenaomotora5.Estmulosensibilidadeereeducaodosmovimentosvoluntrios6.Ortostatismo7.Treinodemarcha(sepossvel)8.Melhoradopadrorespiratrio9. Independncia funcional, comoo treino de atividades da vida diria (em especial o uso da transferncia da cadeira de rodas para apiscina)eoencorajamentonatao,quandopossvel.

    Disfunesgeritricas

    Oenvelhecimentodapopulaomundialvemaumentandogradativamente.Em2025,oBrasildevetornarseasextamaiorpopulaodeidososnomundoeafaixaquetermaiorcrescimentoserados"muitovelhos"(maiorque80anos)(25).

    As causas deste aumento so: queda na fecundidade e aumento da expectativa de vida. A tendncia indica que as doenas crnicodegenerativasvoserasprincipaiscausasdemorteeoaumentodasincapacidadesedependncias(queafetamasociedadeeconmica,poltica,socialesade).

    A expectativa de vidamxima tem aumentado e suamdia, puxada para cima. Esta expectativa de vida saudvel determinada pelonmerorelativamentelimitadodecondiescrnicasquesetornammaiscomunscomoaumentodaidade.Asuacontribuiovariadeacordocomasincapacidades,queincluem:

    1Doenascardiovasculares(coronariopatiaeoacidentevascularcerebral)2Doenasmsculoesquelticas(artriteeosteoporosefraturas)3Doenasneurodegenerativas(perdadamemriaedemncia)4Doenasneuropsiquitricas(depresso)5Vriostiposdeneoplasias6Doenasdegenerativas(catarataeperdadaaudio)(25).

    Aschancesdeenvelhecercomsucessovmaumentandoprogressivamente.Comintervenesnosdiferentesestdiosdedesenvolvimento(intrauterina, infncia, adolescncia, idade adulta), ocorrem conseqncias positivas que podem ser mantidas na idade avanada. Asdoenasnestafasetmassociaode:deterioraodasfunesfisiolgicasealteraesmaiscomplexas(25).

    Ahidroterapiavemaserumdosrecursosparaotratamentodoidosonasdiferentesdoenasqueomesmovenhaaapresentar,comojdescritasanteriormenteemcadaclnica.

    Bibliografia1.Moor,F.B.Peterson,S.C.Manwell,E.M.Noble,M.F.Muench,G.ManualdeHidroterapiaeMassagem.2edio.CasaPublicadoraBrasileira.SantoAndr.1980.227pginas.

  • 25/02/2015 MoreiraJrEditora|RBMRevistaBrasileiradeMedicina

    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 12/12

    2.IrionJM.Panoramahistricodereabilitao.In:RuotiRG,MorrisDM,ColeAJ.ReabilitaoAqutica.1edio.SoPaulo,Ed.Manole,2000,p.314.3.www.pucrs.br/reabil/fisioaqua.phpHidroterapia,HidrocinesioterapiaouFisioterapiaAqutica:UmaOpoInteligente.4.Bates,A.Hanson,N.ExercciosAquticos.Ed.Manole,pags.79e2132,19985.Degani,A.M.Hidroterapia:osefeitosfsicos,fisiolgicoseteraputicosdagua.FisioterapiaemMovimento11(1):93105,1998.6.Skinner,A.T.Thomson,A.M.DuffieldExercciosnagua.3aedio.Ed.Manole,1985.7.Cunningham.MtodoHalliwick.In:RuotiRG,MorrisDM,ColeAJ.ReabilitaoAqutica.1edio,SoPaulo,Ed.Manole,2000,p.337366.8.GarrettG.MtododosanisdeBadRagaz. In:RuotiRG,MorrisDM,ColeAJ.ReabilitaoAqutica.1edio.SoPaulo,Ed.Manole,2000,p319322.9.Dull,H.Watsu.In:RuotiRG,MorrisDM,ColeAJ.ReabilitaoAqutica.1edio.SoPaulo,Ed.Manole,2000,p.367388.10.Moschetti,M.Projetodeinstalaes.In:RuotiRG,MorrisDM,ColeAJ.ReabilitaoAqutica.1edio,SoPaulo,Ed.Manole,2000,p.391410.11.Fuller,C.S.Equipamentodeexerccionoambienteaqutico.In:RuotiRG,MorrisDM,ColeAJ.ReabilitaoAqutica.SoPaulo,Ed.Manole,2000,P431443.12.McNealR.Reabilitaoaquticadepacientescomdoenasreumticas.In:RuotiRG,MorrisDM,ColeAJ.ReabilitaoAqutica.1edio,Brasil,SoPaulo,2000,p.215225.13.Thein,L.eMcNamara,C.ReabilitaoAquticadePacientescomDisfunesMsculoesquelticasdasExtremidades.In:Ruotietal.ReabilitaoAqutica.Ed.Manole,2000,cap.5,pgs.6793.14.McNamara,C.Thein,L.reabilitaoAquticadePacientescomDisfunesMusculoesquelticasdaColunaVertebral.In:Ruotietal.ReabilitaoAqutica.Ed.Manole,2000,cap.6,pgs.95115.15.Issy,A.M.Sakato,R.K.Dormsculoesqueltica.RevistaBrasileiradeMedicina200562:7279.16.Azevedo,E.Couto,R.A.L.Chahade,W.H.Elementosdiagnsticosdaosteoporose.TemasdeReumatologiaClnica1(1):1317,2000.17.Lima, S.M.M.A.L. Fernandes, J.M.C. Betting, C.G.G. et al. Espondiloartropatias soronegativas. Temas de Reumatologia Clinica20001(3):6673.18.Laurindo,I.M.M.Pinheiro,G.R.C.Ximenes,A.C.etal.Diagnsticoetratamentodaartritereumatide.TemasdeReumatologiaClnica20034(4):116121.19. Congdon, K. Reabilitao aqutica de pacientes com doena cardiovascular. In: Ruoti, RG,Morris, DM, Cole AJ. ReabilitaoAqutica.SoPaulo,Ed.Manole,2000,p.251262.20.Cirullo, J. reabilitaoAquticaparaaPacienteObstrtricaeGinecolgica. In:Ruotietal.ReabilitaoAqutica.Ed.Manole,2000,cap.10,pgs.191213.21.Prevedel,T.T.S.Calderon,I.M.P.Conti,M.H.Consonni,E.B.Rudge,M.V.C.Repercussesmaternaseperinataisdahidroterapianagravidez.Rev.Bras.Ginecol.Obstet.,200325(1):5359.22.Morris, D.M. Reabilitao Aqutica do Paciente com Prejuzo Neurolgico. In: Ruoti et al. Reabilitao Aqutica. Ed.Manole,2000,cap.7,pgs.117139.23.LippertGrner,M.Paresis,historicaltherapyintheperspectiveofCaeliusAurelianus,withreferencetotheuseofhydrotherapyinantiquity.J.Hist.Neurosci.200211(2):105109.24. Kesiktas, N. Paker, N. Erdogan, N. et al. The use of Hydrotherapy for the management of spasticity. Neurorehabil. NeuralRepair200418(4):268273.25.Rodrigues,L.O.C.ExerccioFsiconoidoso.In:Pimenta,L.G.ePetroianu,A.ClinicaeCirurgia.Ed.GuanabaraKoogan,1999,cap.10,pags.6573.