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ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO DE MIRAFLORES PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ANO LETIVO 2011-2012 GRUPO: Filosofia/Núcleo de Estágio Objetivos Gerais Comuns ao grupo Promover o desenvolvimento integral e harmonioso do aluno. Facilitar a comunicação entre os intervenientes no processo educativo. Contribuir para a atualização científica interdisciplinar. Promover o espírito crítico e reflexivo. Fortalecer a imagem positiva da escola no meio. Enquadramento no ponto 3. Objetivos e metas do projeto educativo Atividades Objetivos específicos da atividade Dinamizado res Destinatários Data Local Avaliação da atividade em relação ao objetivos propostos 3.1.1 - Desenvolvimento integral e harmonioso de todos os alunos, nos planos individual e social, com vista Aulas de Yoga . Compreender as bases éticas (Yamas e Niyamas) para uma vida de não-violência, autenticidade e de autossuperação. . Tornar consciente a forma de respirar, através de exercícios de pránáyama, tendo em vista uma Alice Santos Comunidade Escolar Todo o ano letivo Sala C6 Os alunos inscritos desejam a continuidade do projeto

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ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO DE MIRAFLORES

PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ANO LETIVO 2011-2012

GRUPO: Filosofia/Núcleo de Estágio

Objetivos Gerais

Comuns ao grupo

Promover o desenvolvimento integral e harmonioso do aluno.

Facilitar a comunicação entre os intervenientes no processo educativo.

Contribuir para a atualização científica interdisciplinar.

Promover o espírito crítico e reflexivo.

Fortalecer a imagem positiva da escola no meio.

Enquadramento

no ponto 3.

Objetivos e metas

do projeto

educativo

Atividades Objetivos específicos da atividade Dinamizado

res Destinatários Data Local

Avaliação da

atividade

em relação ao

objetivos

propostos

3.1.1 -

Desenvolvimento

integral e

harmonioso de

todos os alunos,

nos planos

individual e

social, com vista

Aulas de Yoga

. Compreender as bases éticas

(Yamas e Niyamas) para uma vida

de não-violência, autenticidade e

de autossuperação.

. Tornar consciente a forma de

respirar, através de exercícios de

pránáyama, tendo em vista uma

Alice

Santos

Comunidade

Escolar

Todo o ano

letivo

Sala C6

Os alunos

inscritos

desejam a

continuidade

do projeto

-1-

Escola Secundária de Miraflores

Ano letivo 2011/2012 - 11º ano

Ficha de trabalho sobre as falácias informais

De acordo com as “Orientações para efeitos de avaliação sumativa externa das aprendizagens

na disciplina de Filosofia”, homologadas a 02/11/2011, devem merecer especial atenção as

seguintes falácias informais: petição de princípio, falso dilema, apelo à ignorância, ad hominem,

derrapagem (ou “bola de neve”) e boneco de palha.

→ Reveja as falácias da petição de princípio, do falso dilema, do apelo à ignorância e ad

hominem na ficha referente aos Argumentos Legítimos e aos Principais Tipos de Falácias e nas pp.

89-90 do manual A Arte de Pensar 11º ano.

Falácia do boneco ou do homem de palha (ver em http://www.defnarede.com/f.html) - Esta

falácia consiste em atacar as ideias de uma pessoa apresentando-as numa versão imperfeita ou

distorcida (um boneco de palha). Constitui uma violação do princípio de caridade — a exigência

de que, no debate racional, se ataque a versão mais sólida das ideias que queremos contestar. Ao

utilizar esta falácia, o orador cria uma posição/argumento que atribui ao seu oponente, algo fácil de

refutar/destruir - como um boneco de palha – e semelhante ao que o oponente realmente defende.

Assim, dá a ideia de que o refutou. O argumento inicial foi modificado, ou mesmo transformado

em algo indefensável, para criar a ilusão de que foi rebatido.

Um artigo do New York Times descreve muito bem a técnica do boneco de palha: “O truque consiste nisto: leva o argumento do teu oponente até um extremo ridículo — e depois ataca os

extremistas”. E acrescenta um método eficaz para o detectar: quase sempre se antepõem frases

introdutórias como “Há quem diga que…” ou “Alguns afirmam…”.

Exemplos desta falácia:

a) As pessoas que querem legalizar a eutanásia, não gostam dos seus pais. Nós somos

eticamente responsáveis. Por isso, a eutanásia não deve ser legalizada.

b) Aqueles que não estão prontos a defender o seu país não são patriotas. Logo, as pessoas que

estão contra esta guerra não são patriotas. As suas vozes não devem ser escutadas.

-2-

Falácia da derrapagem (ou “bola de neve”) (ver em http://criticanarede.com/welcome.htm) - Para mostrar que uma proposição P é inaceitável, extraem-se consequências inaceitáveis de P e

consequências das consequências...que aumentam como uma bola de neve. O argumento é

falacioso quando pelo menos um dos seus passos é falso ou duvidoso. Mas a falsidade de uma ou

mais premissas é ocultada pelos vários passos "se... então..." que constituem o todo do argumento.

Exemplos:

Se aprovamos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos os nossos direitos.

Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas.

Nunca deves jogar. Uma vez que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em

breve estarás a deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer que te

vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas. Se eu abrir uma excepção para ti, terei de abrir excepções para todos.

Se vou à escola, tenho de estudar. Se estudar, canso-me. Se me canso, posso adoecer. Se

adoeço, posso morrer. Então, se não quero morrer, é melhor não ir à escola.

Prova: Identifique a proposição, P, que está a ser refutada e identifique o evento final, Q, da série de eventos. Depois mostre que este evento final, Q, não tem de ocorrer como consequência de

P.

Janeiro de 2012

Joana Baião

Mário Almeida

Dimensão da ação humana e dos

valores

Joana Baião

Justificações possíveis da moralidade. Limites da justificação moral. Leitura e análise de pequenos

textos.

Resumindo a última aula…

Joana Baião

O egoísmo ético é a ideia de que cada pessoa tem a obrigação exclusiva de lutar pelos seus interesses.

Distinção entre egoísmo psicológico e egoísmo ético.

O egoísmo ético afirma: que o nosso único dever é promover os nossos próprios interesses.

O egoísmo ético tem em consideração o interesse pessoal a longo prazo.

Egoísmo ético: argumentos contra!

Joana Baião

Três argumentos a favor do egoísmo ético:

1º Argumento - O altruísmo derrota-se a si mesmo;

2º Argumento - “Se um ser humano aceita a ética do altruísmo, a sua primeira preocupação não é como viver a sua vida mas como sacrificá-la” Ayn Rand, ou seja, a ética egoísta é a única ética que leva a realidade da pessoa individual a sério;

3º Argumento – O egoísmo ético é compatível com o que normalmente consideramos correto.

Egoísmo ético: argumentos a favor!

Joana Baião

Dois argumentos contra o egoísmo ético:

1º Argumento – O egoísmo ético não pode resolver conflitos

de interesses;

2º Argumento – O egoísmo ético é inaceitavelmente

arbitrário

Conclusões do texto:

Joana Baião

Devemos importar-nos com os interesses das outras pessoas pela mesma razão que nos importamos com os nossos interesses e necessidades, pois os deles são comparáveis aos nossos.

É a tomada de consciência de que estamos em plano de igualdade uns com os outros, que constitui a razão mais profunda pela qual a moralidade deve incluir algum reconhecimento das necessidades dos outros, e a razão pela qual o egoísmo ético fracassa enquanto teoria moral.

Por que razão haveremos de ser

morais?

Joana Baião

Especificidade da questão (Peter Singer)

- fora do âmbito da ética

Pede razões para ir além do interesse

pessoal, juízos universalizáveis – porque

se refere à esfera moral.

Por que razão haveremos de ser

morais?

Joana Baião

1ª resposta - a moralidade dispensa justificações.

Porque….

a) Se arranjarmos justificações morais para a moral caímos num argumento circular (devemos ser morais porque temos a obrigação moral de o sermos)

b) Se arranjarmos justificações não morais fugimos à justificação direta da ética.

Thomas Nagel) alerta : já não estamos perante uma preocupação direta e desinteressada para com os outros. As pessoas virtuosas são as que agem moralmente sem procurar razões não morais para justificar a sua conduta. (texto pp. 150-151)

Mas muitos filósofos consideraram

justificações para o agir moral…

Joana Baião

Alguns exemplos:

Sócrates (469 a.C. –399 a.C.)

Hannah Arendt (1906 –1975)

Peter Singer (1946 - …)

Sócrates - a vida boa

Joana Baião

Sócrates afirmou que devemos agir moralmente porque a moralidade constitui um requisito essencial da vida boa.

A vida boa consiste em viver uma vida justa ( in Górgias).

A virtude é suficiente para a felicidade, e que os bens amorais não levam a uma vida feliz (in República).

A vida boa tem sido considerada, desde Sócrates, como o melhor padrão de vida para a realização integral e digna dos seres humanos.

Estamos, na realidade, à procura de razões para ir além dos interesses dos indivíduos.

Peter Singer defende uma justificação da moralidade, a que chamaremos interesse pessoal esclarecido e que afirma que “Devemos ser morais porque, para nós próprios, é melhor ter uma vida ética do que ser egoístas”.

A satisfação que sentimos só poderá ser duradoura se ultrapassar os nossos interesses estritamente pessoais.

Uma pessoa que viva somente para o seu bem-estar, dedicando-se a satisfazer os seus caprichos não se sentirá preenchido.

Perspetiva imparcial, objetiva, que nos leva a alcançar algo mais do que a preocupação connosco próprios (leitura de excertos do manual das pp. 149/151 e 152)

Peter Singer – O interesse

pessoal esclarecido

Joana Baião

Limites da justificação moral

Joana Baião

Peter Singer chamou a atenção para o facto de existirem pessoas que preferem outros modos de dar sentido à vida para além da moralidade

A moral não é a única forma de dar sentido à vida;

Exemplo da vida científica: encontrar um sentido numa carreira na investigação científica?

Mas para o autor a vida ética é a única que nunca podemos encarar como trivial ou inútil.

Hannah Arendt – A preocupação com o

outro numa medida universal

Joana Baião

A globalização obriga-nos a expandir a conceção de comunidade moral e exige instituições justas.

A preocupação com o outro numa medida universal é uma das defesas da filósofa Hannah Arendt.

A proibição do genocídio, dos crimes contra a humanidade.

Será importante chamar a atenção para a “banalidade do mal”, as atrocidades cometidas pelo ser humano recordam-nos a responsabilidade de proteger e reforçar as instituições que protegem.

Uma visita no âmbito da preocupação

com o outro numa medida universal

Joana Baião

http://www.amnistia-internacional.pt/

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião

-1-

Lição nº Data: 15.05.2012

Sumário: A justificação do juízo estético. Subjetivismo e objetivismo estéticos.

Filosofia 10º ano

3 – Dimensões da ação humana e dos valores

3.2. – A dimensão estética: Análise e compreensão da experiência estética

Objetivos Competências Conteúdos Estratégias Recursos Avaliação Tempo

*Consolidar

conhecimentos

da aula anterior (Stolnitz)

*Identificar a perspetiva de

Dickie face ao

conceito de desinteresse

estético.

* Distinguir as

duas teorias de

resposta ao problema da

justificação do

juízo estético *Posicionar-se

perante os objetos artísticos

como

defensores/as de cada uma das

teorias

*Problematização

*Argumentação

*Assunção de

posições críticas

sobre os

conteúdos

*Interpretação

*Concetualização

* Conclusão da teoria da atitude estética¸ de

Stolnitz

*A experiência

estética não é relevante

(Dickie) * A justificação do

juízo estético *Subjetivismo estético

*Objetivismo estético;

*Criticas ao

subjetivismo;

*Vantagens do

objetivismo;

* O padrão do gosto

proposto por Hume *Perspetiva

contemporânea do objetivismo estético:

Beardsley

*Análise do texto p. 15, Stolnitz

*Exposição da teoria de Dickie sobre a

experiência estética;

*Análise de alguns

objetos artísticos à luz das

duas teorias da justificação estética:

1. Schubert – Ave Maria

2. Leonardo da Vinci,

Madona dos Rochedos

3. Maurice Bejart,

Bolero de Ravel *Leitura do quadro

síntese sobre as duas teorias

*Discussão final com os alunos sobre a entrevista

com Umberto Eco

*Quadro

* Projetor

*Schubert – Ave Maria

* Leonardo da

Vinci, Madona dos Rochedos

* Maurice Bejart,

Bolero de Ravel

*Entrevista a

Umberto Eco sobre

o feio e o belo

*TPC – ficha de trabalho

* Intervenção oral dos alunos

*Atenção e

participação

*Defesa de posições pessoais e críticas

devidamente

justificadas

* Análise do texto do

manual e dos textos

apresentados

*Pertinência na análise

dos exemplos dados

(música, ballet e

quadro apresentados

25’

35’

30’

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião

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Roteiro da aula:

a) A aula iniciar-se-á com algumas questões de verificação de aprendizagens da aula anterior.

b) Voltaremos à atitude estética, segundo Stolnitz: Para este autor o desinteresse é a caraterística definidora da atitude estética. A atitude controla a nossa

perceção no sentido em que a direciona para determinado ponto (a atenção é seletiva – “uma pessoa dará ênfase a determinadas coisas que outra ignorará”,

Stolnitz).

c) Leitura da p. 15 do manual - Vemos o mundo normalmente em termos de utilidade, a atitude estética pede que excluamos qualquer tipo de interesse. A

atitude estética é pura contemplação ativa porque exige uma atenção perspicaz.

d) Breve análise da proposta de Dickie sobre a arte: não podemos afirmar uma atitude estética ou sequer podemos definir uma experiência estética. Mesmo

que conseguíssemos encontrar momentos em que uma pessoa revela desinteresse e outra interesse no mesmo objeto estético não poderíamos afirmar que esse

aspeto ditaria o que é uma experiência estética ou, em última análise, o que é arte.

e) A justificação do juízo estético: Será que quando afirmamos que uma pintura é bela estamos a referir algo que está realmente na pintura, ou é apenas uma

maneira de manifestar os nossos sentimentos ao ver a pintura?

f) Para responder a esta questão, normalmente conhecida como o problema da justificação do juízo estético, a filosofia apresenta duas teorias rivais

(continuamos com o exemplo do Belo):

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião

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Subjetivismo estético Objetivismo estético

- Os objetos são belos em virtude do que sentimos quando os percecionamos;

- Os objetos são belos de acordo com os sentimentos de prazer que fazem

surgir em nós.

- Não estão em causa as propriedades do objeto;

- Esta tese defende a validade dos juízos de gosto

- Os objetos são belos em virtude das suas propriedades intrínsecas e

independentemente do que sentimos quando os observamos;

- As propriedades do objeto são independentes das nossas reações ou

sentimentos perante ele;

- Ou seja, os sentimentos que temos são causados por certas caraterísticas que

estão nos objetos;

- Devem existir critérios objetivos que permitam justificar a verdade dos

juízos estéticos (comparação com a ciência);

O objetivismo estético sempre foi mais atraente que o subjetivismo devido a:

a) Críticas ao subjetivismo:

- Contraria o modo como falamos;

- Torna impossível a comunicação;

- Torna os juízos estéticos autobiográficos;

- Torna irracional a discussão estética;

Referência ao padrão do gosto proposto por Hume.

b) Resolução das discussões aparentemente insolúveis sobre a arte e a beleza. Até ao séc. XVIII a maioria dos filósofos identificaram-se com esta

perspetiva porque acreditavam na existência de caraterísticas que os objetivos tinham de possuir para ter valor estético. Estas regras receberam o

nome de cânones (modelos). Apesar da arte contemporânea ser diferente da arte moderna ou clássica existem filósofos que continuam a defender a

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião

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teoria objetiva. É o caso de Beardsley.

Propriedades estéticas que geram consenso na teoria objetivista:

- Unidade; Harmonia; Equilíbrio; Diversidade, Perfeição.

Propriedades estéticas defendidas por Beardsley:

1. Intensidade – sons contrastantes;

2. Unidade – repetição da mesma forma ou de formas sonoras semelhantes encaixadas num tom harmonioso;

3. Complexidade – diferentes recursos sonoros instrumentais e a voz humana

Exemplo 1 – Schubert - Ave Maria (Opera).mp3

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião

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Exemplo 2 – Leonardo da Vinci

Exemplo 3 - http://www.youtube.com/watch?v=UnSh-KPV7QQ - Maurice Bejart- bolero de ravel

g) Beardsley defende algo semelhante à atitude estética: a obra de arte precisa ser apreciada de um ponto de vista estético e quando não nos encontramos

dispostos neste ponto de vista não podemos apreciar a obra de arte segundo as suas características por isso caímos na discórdia.

h) Visualização da entrevista a Umberto Eco sobre o feio e o belo como modo de encerrar o debate sobre o juízo estético e os critérios estéticos.

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião

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http://www.youtube.com/watch?v=OOIOkc6fSuE&feature=related

i)

Ficha de Trabalho

A dimensão estética

“O belo é o que é representado sem conceitos como objeto de um comprazimento universal. Aquilo a que respeito de cujo comprazimento alguém é

consciente de que é nele próprio independente de todo o interesse, isso ele não pode ajuizar de outro modo senão que tem de conter um fundamento

de comprazimento para qualquer um (…). Consequentemente, tem que se atribuir ao juízo de gosto, com a consciência da separação nele de todo o

interesse, uma reivindicação de validade para qualquer um, sem universalidade fundada sobre objetos, isto é, uma reivindicação de universalidade

subjetiva tem de estar ligada a esse juízo”.

Kant, Crítica da Faculdade de Julgar, Lisboa, INCM, pp. 99-100

1. Explique o conceito de Belo, em Kant.

2. A partir do texto, justifique a universalidade do juízo estético.

3. Defina atitude estética, segundo Stolnitz.

4. Identifique as duas soluções que respondem ao problema da justificação do juízo estético.

Analise o quadro Eu e a Aldeia, de Chagall

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião

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5. Segundo o objetivismo estético, identifique as qualidades de um objeto “capazes de nos proporcionar uma experiência estética”.

6. Relacione essas qualidades com o quadro acima apresentado.

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião

1

10º ano Data: 07.02.2012

Sumário: O egoísmo ético como teoria normativa. Argumentos a favor e

argumentos contra o egoísmo ético.

Filosofia 10º ano

II – A ação humana e os valores 3. Dimensão da ação humana e dos valores 3.1.2.1.A dimensão pessoal da ética: - o si mesmo e o outro: a pessoa como sujeito moral (a consciência moral).

Objetivos Competências Conteúdos Estratégias Recursos Avaliação Tempo

*Consolidar os conteúdos da aula

anterior: tipos de atos,

universalização e imparcialidade da

moral; *Identificar o egoísmo ético com uma teoria normativa;

*Definir egoísmo ético; *Analisar três argumentos a favor do

egoísmo ético; *Analisar dois argumentos contra o egoísmo ético;

*Problematização

*Assunção de

posições críticas

sobre os conteúdos

*Interpretação

*Concetualização

*O egoísmo ético

*O egoísmo ético

como teoria

normativa

*Argumentos a

favor do egoísmo

ético

*Objeções ao

egoísmo ético

*Retomar,a partir de um esquema

no quadro, conteúdos lecionados

na aula anterior como modo de os

consolidar *Discussão sobre as respostas encontradas para a questão do fim

da última aula

*Análise dos argumentos contra e

a favor do egoísmo ético

*Discussão com os alunos sobre a

pertinência de cada um dos

argumentos *Encontrar exemplos para os

argumentos analisados *Leitura e Análise de um excerto da obra Elementos de Filosofia

Moral, de James Rachels, presente

na p. 145 do manual

* Manual

* Quadro

*Projetor

*Imagens

*Pertinência das

respostas dadas às questão proposta

para TPC

* Intervenção oral

dos alunos

*Atenção e

participação

*Defesa de posições

pessoais e críticas devidamente

justificadas

* Análise do texto

do manual

*Pertinência na

análise dos

exemplos dados

20’

50’

20’

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião

2

Roteiro da aula:

a) Na última aula:

- Foi introduzida a seguinte questão: o ponto de vista pessoal entra em conflito com o ponto de vista moral? Foram identificados vários casos em que estes

dois pontos de vista não coincidem. Às vezes preferimos satisfazer o nosso prazer pessoal a fazer o que é mais correto.

- Realizou-se a distinção entre ética e moral, seguindo a via etimológica: moral remete para mores, ou seja, costumes, normas, de uma determinada

sociedade. Enquanto que ética provém do ethos grego, que remete para caráter. Enquanto que a moral tem como função dar aos sujeitos um conjunto de

indicações sobre a sua ação, a ética reflete sobre essa ação e as normas que a orientam.

- Foi ainda introduzido, através da citação de Umberto Eco, o papel do Outro enquanto ser sempre presente quando falamos da esfera ética. O Outro como

indivíduo, o Outro na sociedade, o Outro na política.

- Caracterizámos os atos sob o ponto de vista moral. Os alunos identificaram facilmente aqueles que não são da ordem moral, os atos a que chamámos

indiferentes. Chamámos a atenção para três grandes grupos: os atos errados, os atos certos e os opcionais. Dentro dos opcionais vimos os atos recomendáveis e

objetáveis.

b) Voltaremos, de modo a sublinhar estes conteúdos, ao esclarecimento dos dois pontos de vista sobre os quais refletimos na última aula, o “ponto de

vista pessoal” e “o ponto de vista moral”. Nem sempre um e outro estão de acordo. Nem sempre é fácil agir de uma forma eticamente aceitável, já que fazê-lo

implica sacrificar os nossos próprios interesses. Pelo menos à primeira vista, existe um conflito entre a ética e o interesse pessoal. Nem sempre aquilo que a

ética exige que façamos vai de encontro à nossa vontade.

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião

3

c) O ponto de vista moral caracteriza-se por uma certa imparcialidade: devemos avaliar atos semelhantes de forma semelhante, sem nos importarmos

com a identificação dos agentes. Os juízos morais são universalizáveis.

Exemplo – se consideramos que alguém age de forma errada perante uma promessa numa certa situação, então, para sermos imparciais, temos de estar

dispostos a universalizar este juízo, isto é, a estendê-lo a todos os outros casos relevantemente semelhantes. Por vezes, diz-se que a universalidade dos juízos

morais é “formal”. Se julgarmos atos semelhantes de formas diferentes estaremos a ser inconsistentes. Não seguimos o Princípio da Universalização

d) Esta parte da aula é baseada no capítulo “Egoísmo Ético” do livro Elementos de Filosofia Moral.

Análise da frase: “Alcançar a sua própria felicidade é o objetivo moral mais elevado do ser humano” Ayn Rand, The Virtue of Selfishness (1961)

Percurso de pensamento:

- Encaramos os nossos luxos como mais importantes do que a vida de outras pessoas?

Raramente pensamos no problema de morrerem milhares de pessoas à fome. As pessoas estão a morrer a alguma distância de nós, não as vemos e podemos

mesmo evitar pensar nelas.

Coloquemos a seguinte questão: qual é o nosso dever? O que devemos fazer?

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião

4

A moralidade supõe que equilibremos os nossos interesses com os interesses do próximo. Temos deveres para com os outros porque são pessoas que podem

ser prejudicadas ou auxiliadas pelo que fazemos.

Alguns pensadores defendem que não temos quaisquer deveres para com as outras pessoas. O egoísmo ético é a ideia de que cada pessoa tem a obrigação

exclusiva de lutar pelos seus interesses.

- É diferente do egoísmo psicológico, que vimos anteriormente, que se dedica ao estudo de como as pessoas se comportam. O egoísmo psicológico afirma

que as pessoas, de facto, lutam pelos seus próprios interesses. O egoísmo ético é, pelo contrário, uma teoria normativa – uma teoria sobre como devemos

comportar-nos. Independentemente de como nos comportamos, o egoísmo ético afirma que o nosso único dever é fazer o melhor para nós mesmos. É uma

teoria que levanta desafios pois contradiz algumas das nossas crenças morais mais profundas.

Esclarecimento da teoria – O egoísmo ético afirma:

- que o nosso único dever é promover os nossos próprios interesses;

- que não devemos evitar ações que ajudem os outros, porque pode acontecer, em várias circunstâncias, que essas ações coincidam com os nossos próprios

interesses. Devemos sempre ter em conta que ajudar os outros não foi o que tornou essa ação correta mas sim o facto de termos beneficiado com ela;

- O egoísmo ético tem em consideração o interesse pessoal a longo prazo. Não concordaria em satisfazer os desejos momentâneos se estes prejudicam o

interesse próprio a longo prazo. Exemplo: consumir drogas, desperdiçar os melhores anos da vida em corridas de motos, fumar cigarros, conduzir em excesso,

etc. “Esta teoria aprova o egoísmo, não a parvoíce”.

Três argumentos a favor do egoísmo ético:

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião

5

1º Argumento - O altruísmo derrota-se a si mesmo: Cada um de nós está intimamente relacionado com os seus desejos e necessidades, só conhecemos os

desejos e necessidades dos outros de forma imperfeita, por isso, não estamos bem colocados para os satisfazer. Acresce ainda que a política de cuidar dos

outros é uma intromissão ofensiva na privacidade das outras pessoas. Para além disso, tornar os outros no alvo da nossa caridade é degradante para eles

próprios. A oferta de caridade diz para si mesmos que eles não são competentes para cuidar de si. Os beneficiários da caridade tornam-se dependentes desta.

Se cada um cuidar dos seus próprios interesses é muito mais provável que fiquem todos melhor.

Como refutar este argumento?

O problema é que não é, de todo, um argumento a favor do egoísmo ético. O argumento conclui que devemos adotar determinadas políticas de

comportamento que têm como consequência o «aperfeiçoamento da sociedade». Mas segundo o egoísmo ético não devíamos preocupar-nos com isso.

2º Argumento - “Se um ser humano aceita a ética do altruísmo, a sua primeira preocupação não é como viver a sua vida mas como sacrificá-la” Ayn Rand

A ética egoísta é a única ética que leva a realidade da pessoa individual a sério.

Uma pessoa só tem uma vida para viver. Se valorizamos o indivíduo então devemos concordar que a sua vida tem uma importância suprema. A ética do

altruísmo encara a vida do indivíduo como algo que devemos estar dispostos a sacrificar para o bem dos outros. O egoísmo ético é o único modo de vida que

leva a sério o indivíduo.

(Como refutar este argumento? - O altruísmo fala-nos de um equilíbrio entre os nossos interesses e os interesses dos outros, de modo a atingir o bem-estar de

ambos. Não fala de sacrifício dos nossos interesses pelo dos outros mas de um equilíbrio entre ambos).

3º Argumento – O egoísmo ético é compatível com o que normalmente consideramos correto.

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6

- Não fazer mal aos outros: se fizermos mal aos outros, eles não se sentirão responsáveis por nos fazer mal, logo, devemos evitar magoar os outros como

modo de nos beneficiar a nós mesmos;

- Não mentir: Temos vantagens em não mentir, mantemos a necessidade de que os outros não nos mintam;

- O dever de cumprir as promessas: É do nosso próprio interesse entrar em acordos mutuamente benéficos com outras pessoas.

Thomas Hobbes concluiu que o egoísmo ético pode representar-se pela seguinte regra: “Devemos ajudar os outros porque se o fizermos será mais provável

que eles nos ajudem a nós”.

Dois argumentos contra o egoísmo ético:

Introdução: esta não é uma doutrina popular, apesar de nenhum dos pensadores mais importantes a ter defendido muitos sentiram necessidade de justificar

porque a rejeitavam. Ou seja, é uma teoria que surge recorrentemente na mente daqueles que tratam as questões éticas.

1º Argumento – O egoísmo ético não pode resolver conflitos de interesses, uma vez que coloca os interesses pessoais acima dos outros interesses. Se

levássemos a sério o egoísmo ético não teríamos necessidade do tipo de orientação que a moral nos oferece. A moralidade é concebida precisamente para se

aplicar a casos de conflitos de interesses. O egoísta ético defende que os conflitos devem ser ultrapassados pelo que consegue dar o seu melhor e não

resolvidos por um juiz, segundo a moral.

2º Argumento – O egoísmo ético é inaceitavelmente arbitrário (texto do manual, p. 145). O egoísmo ético é uma teoria moral que defende que cada

pessoa divida o mundo em duas categorias de pessoas – nós e os outros – e que encare os interesses dos primeiros como mais importantes do que os interesses

dos segundos. Ao não encontrarmos uma resposta que justifique esta diferença que introduzimos entre nós e os outros o egoísmo ético torna-se numa teoria

arbitrária.

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião

7

Assim, devemos importar-nos com os interesses das outras pessoas pela mesma razão que nos importamos com os nossos interesses e necessidades, pois os

deles são comparáveis aos nossos. É a tomada de consciência de que estamos em plano de igualdade uns com os outros, que constitui a razão mais profunda

pela qual a moralidade deve incluir algum reconhecimento das necessidades dos outros, e a razão pela qual o egoísmo ético fracassa enquanto teoria moral.

-1-

Escola Secundária de Miraflores

Ano letivo 2011/2012

Relatório de atividade – Participação na Conferência do Prof. Dr. Ricardo Santos

21 de março de 2012

No âmbito da Prática de Ensino Supervisionada de Filosofia desenvolvida na

Escola Secundária de Miraflores (ESM), os mestrandos Joana Baião e Mário Almeida

participaram no dia 21 de março de 2012, pelas 12 horas, numa Conferência filosófica

no âmbito da Semana da Escola, e que decorreu no auditório da ludoteca. Esta

Conferência teve como orador o Prof. Dr. Ricardo Santos, docente da Universidade de

Évora e presidente da Associação Portuguesa de Filosofia. É de salientar que esta

Conferência foi organizada pelo núcleo de Estágio de Filosofia e que ela fazia parte do

respetivo Plano Anual de Atividades.

A conferência teve como tema “Um filósofo, um livro e um problema filosófico”.

Estiveram presentes diversos docentes do grupo de Filosofia da ESM e muitos

estudantes, que enchiam por completo o auditório, incluindo a turma do 11º H1, uma

das duas turmas com quem os mestrandos Joana Baião e Mário Almeida fazem a prática

de ensino supervisionada.

Apresentamos uma breve síntese dos conteúdos da conferência. O filósofo

escolhido pelo Prof. Ricardo Santos foi Aristóteles, tendo sublinhado a versatilidade do

pensamento deste gigante da Antiguidade clássica, com uma obra que revela o seu

interesse por distintas áreas do saber. O livro introduzido foi Como se faz um Filósofo,

de Colin McGinn, obra que data do ano 2002. O autor, nascido em 1950 e atualmente

docente na Universidade de Miami, nos EUA, expõe os bastidores do processo de

formação de um filósofo. Num tom de escrita autobiográfico, o filósofo é descrito como

um ser normal sem nenhuma aura de ser extraordinário.

Quanto ao problema filosófico discutido, o Prof. Ricardo começou por expor duas

posições distintas: os problemas da Filosofia não são solucionáveis, pois são eternos ou

os problemas da Filosofia podem ser solucionados, mas o processo pode ser longo e

complexo. O problema filosófico exposto foi o da verdade, a partir da correspondência

-2-

notada por Aristóteles entre a realidade e o que dizemos: dizer daquilo que é que é, e do

que não é que não é. Ressalvando não ser possível reproduzir neste relatório todos os

detalhes da exposição, os exemplos de frases referidos pelo Professor Ricardo,

nomeadamente de frases que falam de si mesmas, apontaram, contudo, para a

possibilidade de se poder declarar simultaneamente a verdade e a falsidade de uma

determinada afirmação, o que é obviamente contraditório.

Assim sendo, ou o princípio enunciado por Aristóteles é falso ou há um problema

da nossa linguagem quanto à sua capacidade de falar de si mesma. O problema continua

em aberto, pois ainda não foi encontrada uma solução satisfatória. Alfred Tarski

afirmou que dado que a linguagem quotidiana natural é contraditória, para se fazer

ciência seria necessário usar uma linguagem especial, com regras próprias, proposta que

não recolheu a anuência da comunidade científica. Saul Cricker, por seu lado, defendeu

que as frases que falam delas próprias não são verdadeiras nem falsas, mas esta solução

também foi rejeitada. A questão em aberto que se coloca implica a necessidade de se

evitar cair em contradição, pois a defesa de crenças e teses contraditórias significaria

que tudo se seguiria, ou seja, que poderíamos acreditar em tudo, o que repugna

evidentemente ao pensamento crítico.

Após a intervenção do orador, estabeleceu-se um diálogo vivo entre os presentes.

Joana Baião

Mário Almeida

ESCOLA SECUNDÁRIA DE MIRAFLORES

Visita de Estudo à Assembleia da República

Ano letivo de 2011-2012

Local e data:

Assembleia da República – assistência à Sessão Plenária de dia 11 de novembro de 2011

Objetivos:

Educar para a cidadania, estimulando o gosto pela participação cívica e política.

Dar a conhecer a Assembleia da República e as regras do debate parlamentar.

Promover o debate democrático, o respeito pela diversidade de opiniões e pelas regras de

formação das decisões.

Incentivar a reflexão e debate sobre a argumentação em democracia.

Analisar as intervenções tendo em conta a importância da lógica para o pensamento/discurso.

Horário e itinerário da visita de estudo:

8:30 h - Partida da Escola Secundária de Miraflores (autocarro).

9:30 h – Chegada à Assembleia da República.

10h – Início da Sessão Plenária.

13h – Regresso à Escola Secundária de Miraflores (autocarro).

♦ Algumas informações a considerar antes da visita

1. O Parlamento

O Parlamento de Portugal é constituído por uma única Câmara, designada Assembleia da República.

Sendo um dos órgãos de soberania consagrados na Constituição, para além do Presidente da República,

do Governo e dos Tribunais, é, nos termos da lei fundamental, “a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses”.

A Constituição, o Regimento e o Estatuto dos Deputados definem as competências e as regras de

funcionamento da Assembleia da República e os direitos e deveres dos seus Membros, garantindo as relações de separação de poderes e interdependências relativamente aos outros órgãos de soberania.

Para além da função primordial de representação, compete à Assembleia da República assegurar a

aprovação das leis fundamentais da República e a vigilância pelo cumprimento da Constituição, das leis e dos atos do Governo e da Administração.

2. Organização e Funcionamento do Parlamento

No início da Legislatura, a Assembleia elege o seu Presidente, bem como os restantes membros da Mesa. Compete ao Presidente representar a Assembleia, presidir à Mesa, dirigir os trabalhos

parlamentares, fixar a ordem do dia, depois de ouvir a Conferência dos Representantes dos Grupos

Parlamentares, assinar os Decretos e outros documentos expedidos em nome da Assembleia da República e superintender na sua administração.

O Presidente da Assembleia da República é eleito por maioria absoluta dos Deputados em funções.

Compete-lhe também substituir, interinamente, o Presidente da República. Os Deputados eleitos por cada partido, ou coligação, podem constituir-se em Grupo Parlamentar.

Habitualmente existem tantos grupos parlamentares quantos os partidos representados na

Assembleia.

Os Grupos Parlamentares têm determinados direitos, nomeadamente, indicar os seus representantes nas Comissões, apresentar projetos de lei, ser ouvidos sobre a fixação da ordem do dia, através dos seus

Presidentes, apresentar moções de censura ao Governo ou de rejeição do seu programa, e suscitar dois

debates, em cada sessão legislativa, para interpelação ao Governo.

A Assembleia constitui Comissões Especializadas permanentes cuja composição corresponde à

representatividade dos partidos com assento na Assembleia.

O estudo e debate das iniciativas legislativas apresentadas à Assembleia é feito em Comissão antes da sua apreciação ou votação em reunião plenária.

A Assembleia pode constituir também Comissões eventuais e grupos de trabalho para fins

determinados. Fora do período normal de funcionamento da Assembleia, ou durante o período em que se encontre

dissolvida, funciona a Comissão Permanente que é composta pelo Presidente da Assembleia, Vice-

Presidentes e Deputados indicados por todos os partidos. Compete-lhe, nomeadamente, acompanhar a

atividade do Governo, dar assentimento à ausência do Presidente da República do território nacional, autorizar o funcionamento de comissões, se tal for necessário, preparar a abertura da sessão legislativa.

Os debates políticos e legislativos têm lugar quer nas Reuniões Plenárias, quer nas reuniões das

Comissões. A agenda da reunião plenária - designada por ordem do dia - é fixada com a antecedência mínima de

15 dias pelo Presidente, depois de ouvir a Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares,

onde o Governo também pode fazer-se representar.

Os membros do Governo podem intervir nos debates. As reuniões plenárias são públicas. Realizam-se, habitualmente, 3 reuniões plenárias por semana.

Cada reunião plenária é gravada integralmente, sendo este registo publicado na I Série do Diário da

Assembleia da República. As reuniões das Comissões são marcadas pela própria Comissão ou pelo seu Presidente e a respetiva

ordem do dia é fixada previamente.

Os membros do Governo podem participar nas reuniões das Comissões. As reuniões das Comissões são públicas, podendo, no entanto, reunir à porta fechada quando o caráter reservado dos assuntos a tratar

o justificar.

In http://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas

Após a visita, deve tentar responder às seguintes questões:

1. Quais são as funções do Parlamento? Tendo em conta que a Constituição da República define o

Parlamento como “a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses”, como classifica a

relação existente atualmente entre os cidadãos e o Parlamento? Julga ser satisfatório o grau de confiança dos cidadãos na capacidade da política de dar resposta aos ideais democráticos da justiça social, da

solidariedade, da participação cívica e da procura de realização do bem comum?

2. Descreva por palavras suas e de forma resumida o tema do debate a que assistiu.

3. Como avalia as intervenções que escutou? Sentiu-se persuadido pelos argumentos apresentados e

pelo raciocínio seguido pelos intervenientes? Porquê? Dê exemplos.

4. Comente, de modo pertinente e justificado um dos seguintes textos:

A - “A democracia é a condição indispensável ao desenvolvimento da eloquência; reciprocamente, a eloquência é a qualidade superior do indivíduo que pertence a uma democracia: nenhum dos dois pode

passar sem o outro. A eloquência é ‘necessária’: eis o seu traço dominante e, ao mesmo tempo, a

explicação do seu sucesso” (Cícero, Do orador).

B – “A democracia (…) não é mais do que um sistema de proteção contra a ditadura, e nada no seio

da democracia proíbe as pessoas mais instruídas de comunicarem o seu saber às que o são menos. Pelo contrário, a democracia sempre procurou elevar o nível de educação; é essa a sua autêntica aspiração”

(Karl Popper, “Uma lei para a televisão”, 1999).

5. Avalie de forma breve a visita em que participou: aspetos positivos, aspetos a melhorar, significado para a sua vida pessoal e de estudante.

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Escola Secundária de Miraflores

Ano letivo 2011/2012

Reunião com a Professora de Ensino Especial da Escola de Miraflores

7 de fevereiro de 2012

A Reunião com a Professora de Ensino Especial, Patrícia Lima, sobre as

Necessidades Educativas Especiais do aluno Duarte Paulino, nº 4 da turma 11º H1,

decorreu pelas 14h30m, na sala de Diretores de Turma e contou com a presença dos

dois estagiários em Filosofia e mestrandos em Ensino de Filosofia no Ensino

Secundário pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de

Lisboa, Joana Baião e Mário Almeida.

Esta reunião foi marcada por iniciativa da estagiária Joana Baião e pretendia dar

resposta à ausência de conhecimentos sentida pelos dois estagiários no que concerne ao

trabalho com alunos com necessidades educativas especiais abrangidos com o decreto-

lei 3/2008.

A reunião tinha como objetivos específicos preparar os estagiários para a

construção de elementos de avaliação, assim como munir os estagiários de um maior

conhecimento do processo, dificuldades e estratégias de auxílio que pudessem ajudar o

aluno Duarte Paulino em sala de aula. Os dois estagiários notaram, desde o início do

primeiro período, um acentuado afastamento do aluno em causa para com o resto da

turma. O facto de estar constantemente a balançar-se e de ficar visivelmente nervoso

quando lhe é dirigida a palavra não passa despercebido a ninguém e pode levar, por

vezes, a que os colegas não se sentem com ele. O Duarte senta-se normalmente sozinho

e quando lhe é solicitado que trabalhe com colegas não existe uma real cooperação de

ambas as partes. Os estagiários revelaram ainda preocupação relativamente à questão da

avaliação sumativa e pretendiam, com esta reunião, encontrar modos de enunciar as

questões que fossem mais acessíveis ao Duarte.

Os estagiários expuseram esta situação à professora de Ensino Especial que não

se mostrou surpreendida com nenhum dos elementos dados, uma vez que o Duarte

-2-

reage do mesmo modo na maioria das disciplinas. A professora de Ensino Especial

levou consigo o processo do Duarte e classificou a sua situação como uma situação de

instabilidade emocional. O Duarte está a ser medicado e ainda não se adaptou com

sucesso à nova medicação (introduzida há cerca de quatro meses).

De modo a que o Duarte possa melhorar os seus resultados podemos levar a

cabo fichas individuais e testes adaptados. Apesar de o aluno não ter adaptações

curriculares a Filosofia. A professora de Ensino Especial mostrou aos estagiários alguns

exemplos das adaptações de outras disciplinas de modo a que pudessem seguir estes

exemplos como modelos. Assim, os estagiários podem levar a cabo uma série de

estratégias que podem ajudar o Duarte:

- Criação de enunciados recorrendo a exercícios de

Preenchimento de espaços,

Ligação entre colunas,

Exercícios de escolha múltipla;

Frases em que o aluno escolhe o conceito adequado;

Exercícios de verdadeiro ou falso;

- Em exercícios de análise de texto procurar colocar questões diretas, com uma

tarefa por questão e linguagem simplificada;

- Permitir ao aluno que escreva no próprio enunciado;

- Não realizar testes ou fichas em frente e verso;

- Recorrer a imagens ou textos para auxiliar à compreensão;

- Modificar o peso dos testes, dando igual peso às fichas de trabalho, realizadas

em aula ou em casa;

- Por fim, a professora de Ensino Especial recorda a necessidade de insistir com

o Duarte na realização das tarefas, questionando-o com frases como: “Duarte, o que é

para fazer aqui?”

Os estagiários mostraram-se agradados e agradecidos com as informações

fornecidas pela professora de Ensino Especial, Patrícia Lima. Esperam colocar em

prática rapidamente as estratégias aconselhadas de modo a tornar o ensino e a

aprendizagem da Filosofia mais eficaz para o Duarte.

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Joana Baião

Mário Almeida

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Escola Secundária de Miraflores

Ano letivo 2011/2012

Reunião com a Professora de Ensino Especial da Escola de Miraflores

7 de fevereiro de 2012

A Reunião com a Professora de Ensino Especial, Patrícia Lima, sobre as

Necessidades Educativas Especiais do aluno Duarte Paulino, nº 4 da turma 11º H1,

decorreu pelas 14h30m, na sala de Diretores de Turma e contou com a presença dos

dois estagiários em Filosofia e mestrandos em Ensino de Filosofia no Ensino

Secundário pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de

Lisboa, Joana Baião e Mário Almeida.

Esta reunião foi marcada por iniciativa da estagiária Joana Baião e pretendia dar

resposta à ausência de conhecimentos sentida pelos dois estagiários no que concerne ao

trabalho com alunos com necessidades educativas especiais abrangidos com o decreto-

lei 3/2008.

A reunião tinha como objetivos específicos preparar os estagiários para a

construção de elementos de avaliação, assim como munir os estagiários de um maior

conhecimento do processo, dificuldades e estratégias de auxílio que pudessem ajudar o

aluno Duarte Paulino em sala de aula. Os dois estagiários notaram, desde o início do

primeiro período, um acentuado afastamento do aluno em causa para com o resto da

turma. O facto de estar constantemente a balançar-se e de ficar visivelmente nervoso

quando lhe é dirigida a palavra não passa despercebido a ninguém e pode levar, por

vezes, a que os colegas não se sentem com ele. O Duarte senta-se normalmente sozinho

e quando lhe é solicitado que trabalhe com colegas não existe uma real cooperação de

ambas as partes. Os estagiários revelaram ainda preocupação relativamente à questão da

avaliação sumativa e pretendiam, com esta reunião, encontrar modos de enunciar as

questões que fossem mais acessíveis ao Duarte.

Os estagiários expuseram esta situação à professora de Ensino Especial que não

se mostrou surpreendida com nenhum dos elementos dados, uma vez que o Duarte

-2-

reage do mesmo modo na maioria das disciplinas. A professora de Ensino Especial

levou consigo o processo do Duarte e classificou a sua situação como uma situação de

instabilidade emocional. O Duarte está a ser medicado e ainda não se adaptou com

sucesso à nova medicação (introduzida há cerca de quatro meses).

De modo a que o Duarte possa melhorar os seus resultados podemos levar a

cabo fichas individuais e testes adaptados. Apesar de o aluno não ter adaptações

curriculares a Filosofia. A professora de Ensino Especial mostrou aos estagiários alguns

exemplos das adaptações de outras disciplinas de modo a que pudessem seguir estes

exemplos como modelos. Assim, os estagiários podem levar a cabo uma série de

estratégias que podem ajudar o Duarte:

- Criação de enunciados recorrendo a exercícios de

Preenchimento de espaços,

Ligação entre colunas,

Exercícios de escolha múltipla;

Frases em que o aluno escolhe o conceito adequado;

Exercícios de verdadeiro ou falso;

- Em exercícios de análise de texto procurar colocar questões diretas, com uma

tarefa por questão e linguagem simplificada;

- Permitir ao aluno que escreva no próprio enunciado;

- Não realizar testes ou fichas em frente e verso;

- Recorrer a imagens ou textos para auxiliar à compreensão;

- Modificar o peso dos testes, dando igual peso às fichas de trabalho, realizadas

em aula ou em casa;

- Por fim, a professora de Ensino Especial recorda a necessidade de insistir com

o Duarte na realização das tarefas, questionando-o com frases como: “Duarte, o que é

para fazer aqui?”

Os estagiários mostraram-se agradados e agradecidos com as informações

fornecidas pela professora de Ensino Especial, Patrícia Lima. Esperam colocar em

prática rapidamente as estratégias aconselhadas de modo a tornar o ensino e a

aprendizagem da Filosofia mais eficaz para o Duarte.

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Joana Baião

Mário Almeida

Filosofia 11º ano – 1º Período - Ano lectivo 2011/2012, 2º teste

-1-

Escola Secundária de Miraflores

Teste de Avaliação (Duração: 90min)

Nome:

Ano _____ Turma _____ Nº _____ Data ___/___/___

Classificação _______________

Grupo I

1. Identifique a alternativa correta para completar cada afirmação.

1.1 - O conceito de pathos diz respeito…

a) Ao tipo de emoções que o orador é capaz de suscitar na audiência.

b) A um tipo de caráter tão convincente que deixa o público hipnotizado.

c) À dimensão lógica e racional do discurso.

Resposta correta: ___________

1.2 - A retórica…

a) É a arte de persuasão utilizada no âmbito do discurso científico.

b) É a arte de persuadir por meio do discurso.

c) É a arte de discursar sem a preocupação da eloquência.

Resposta correta: ___________

1.3 – A dialética platónica distingue-se da retórica porque…

a) Tem como finalidade a sedução.

b) Depende da opinião dos oradores.

c) Dá acesso a uma verdade única.

Resposta correta: ___________

1.4 – Um argumento dedutivo…

a) Garante a verdade da conclusão, desde que as premissas sejam verdadeiras.

b) Tem sempre duas premissas.

c) Está ligado à noção de probabilidade.

Resposta correta: ___________

1.5 – Um argumento por analogia…

Filosofia 11º ano – 1º Período - Ano lectivo 2011/2012, 2º teste

-2-

a) Dá-nos um exemplo complicado para que se alcance a compreensão de um mais

simples.

b) Estabelece uma comparação entre realidades semelhantes.

c) Estabelece uma comparação de relações entre objetos distintos.

Resposta correta: ___________

1.6 - Uma falácia de falsa causa (Post Hoc)…

a) É um erro de raciocínio porque estabelece uma relação de causa-efeito entre

fenómenos só porque um precede o outro.

b) É uma questão temporal.

c) É um erro de raciocínio em que se usam argumentos para justificar a tese que têm

exatamente o mesmo significado que a tese.

Resposta correta: ___________

1.7 - O falso dilema…

a) Não se preocupa com o interesse do orador.

b) É uma mentira que tentamos tornar verdade para um determinado auditório.

c) Reduz todas as alternativas possíveis a apenas duas, ignorando ou escondendo

outras possíveis.

Resposta correta: ___________

1.8 – Analise o seguinte silogismo condicional:

Se estudar, reprovo.

Não estudo.

Logo, não reprovo.

O silogismo pode ser considerado como:

a) Válido, porque corresponde ao modus tollens.

b) Válido, porque corresponde ao modus ponens.

c) Inválido, porque corresponde à falácia da negação do antecedente.

Resposta correta: ___________

Grupo II

1. Qual dos seguintes silogismos corresponde à forma Modus ponens?

A Se corro muito, fico cansado B Se corro muito, fico cansado

Corro muito Não fico cansado

Logo, fico cansado Logo, não corro muito

Resposta: ___________

2. Determine se os seguintes silogismos são válidos ou inválidos:

Filosofia 11º ano – 1º Período - Ano lectivo 2011/2012, 2º teste

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a) Todos os desportistas são saudáveis.

Alguns alunos são desportistas.

Logo, alguns alunos são saudáveis. Resposta: ___________

b) Todos os budistas são vegetarianos.

Alguns filósofos são vegetarianos.

Logo, alguns filósofos são budistas. Resposta: ___________

3. Apresenta duas diferenças entre argumentação e demonstração.

Resposta:____________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

_________________________________________________________________

4. Considera os dois argumentos que se seguem e identifica qual deles

corresponde ao argumento de autoridade.

A O Manuel é imortal, porque todos os homens são imortais.

B Segundo Platão, a alma é imortal. Logo, a alma é imortal.

Resposta: ___________

5. Leia atentamente o texto que se segue e responda às questões

“Os sofistas atenienses são professores que vendem a técnica do êxito na democracia

grega pela arte de convencer intelectualmente e pela arte de seduzir (…): propõem-

se ensinar todas as artes úteis ao Homem e todos os recursos da retórica suscetíveis

de empolgar os ouvintes”.

P. Ducassé, As grandes correntes da filosofia, Publ. Europa-América, Lsiboa, 1963

5.1. - Caracterize o movimento sofista.

Resposta:____________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Filosofia 11º ano – 1º Período - Ano lectivo 2011/2012, 2º teste

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5.2. – Exponha as razões que levavam os políticos e oradores atenienses a aprender retórica.

Resposta:____________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

_________________________________________________________________

5.3. – Indique o contributo do movimento da Nova Retórica para a

reabilitação da retórica.

Resposta:____________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Grupos Itens Cotações

I 1. 8 x 5 pontos = 40 pontos

II

1. 1 x 20 pontos = 20 pontos

2. 1 x 30 pontos = 30 pontos

3. 1 x 30 pontos = 30 pontos

4. 1 x 20 pontos = 20 pontos

5.1 1 x 20 pontos = 20 pontos

5.2 1 x 20 pontos = 20 pontos

5.3 1 x 20 pontos = 20 pontos

Total: 200 pontos

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

1

Esta unidade contém 6 subunidades (sendo que das duas últimas se leciona apenas uma), a saber:

II – A ação humana e os valores

1. A ação humana

2. Os valores

3. Dimensões da Ação Humana e dos Valores

3.1 – Dimensão Ético-Política

3.2 – Dimensão Estética

3.3 – Dimensão Religiosa

Subunidade 1. – Ação Humana – Análise e compreensão do agir

Esta subunidade divide-se nos seguintes temas:

1.1 – A rede concetual da ação

1.2 – Determinismo e liberdade na ação humana

Roteiro de aulas:

O objetivo geral da unidade é analisar a especificidade da ação humana e refletir sobre a importância da liberdade e da vontade livre.

Enquadramento científico da unidade: II - A Ação Humana e os Valores (10º ano)

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

2

Num primeiro momento (1.1 – A rede concetual da ação) será importante distinguir entre o fazer e o acontecer e destacar a partir desta distinção

a especificidade do agir humano.

Num segundo momento (1.2 – Determinismo e liberdade na ação humana) o objetivo será levar o aluno a reconhecer as razões, fins, intenções e

os projetos como base das nossas ações. Analisar a complexidade do agir e reconhecer no agir humano um carater voluntário, à exceção do

carater voluntário dos motivos e dos desejos. O aluno deve ainda reconhecer a difícil experiência da deliberação e da decisão. A reflexão sobre as

condicionantes físico-biológicas e histórico-culturais. Por fim, importa compreender a ação como a superação do determinismo e a afirmação da

liberdade.

O Programa destaca como principais competências a desenvolver no ponto 1 da Unidade II:

*Concetualização

*Problematização

Foi utilizada a obra de referência sugerida no Programa na planificação e lecionação desta unidade:

Searle, John. (1986) Mente, Cérebro e Ciência. Lisboa: Edições 70, Cap. 6.

Planificação da subunidade 1 – A Ação Humana: análise e compreensão do agir, da Unidade II – A ação Humana e os valores

Ano letivo de 2011 – 2012

Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação

1. A ação humana: análise e compreensão do agir 1.1 - A rede concetual da ação

*Problematização *Argumentação

Identificar o ramo da filosofia

que reflete sobre a ação humana.

Reconhecer a complexidade de

algumas ações.

Distinguir o que fazemos do que

Caracterização do

conceito de ação:

-distinção entre agir e

fazer;

- Comportamentos

Ação

Finalidade

1.1 -1.2

Realização de atividades.

Exposição de conceitos.

Análise e interpretação de

Observação Intervenções orais

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

3

1.2 – Determinismo e liberdade na ação humana

6 aulas

*Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação *Concetualização

nos acontece.

Difrenciar atos voluntários e

conscientes de atos involuntários

e inconscientes e de atos

involuntários conscientes.

Reconhecer que as ações

humanas são sempre conscientes,

voluntárias e intencionais.

Explicar como o motivo clarifica

a intenção de uma ação.

Reconhecer a dificuldade de

deliberar e decidir em algumas

situações

Salintar as condições exigidas

para se ser considerado agente.

Compreender o problema do

livre-arbítrio.

Identificar as teses que afirmam e

negam o livre arbítrio.

Indicar os principais argumentos

das diferentes teses.

Problematizar as teses relativas

ao livre-arbítrio.

Adotar uma postura pessoal

fundamentada sobre o problema

do livre-arbítrio.

intencionais,

conscientes e

voluntários

A rede concetual da

ação: agente,

consciência do agente,

livre-arbítrio ou

vontade, intenção e

motivo

-Complexidade do

agir: o voluntário e o

involuntário, as

motivações,

constrangimento

Condicionantes da

ação:

Físico-biológicas e

histórico-culturais.

1.2 – Determinismo e

Liberdade na Ação

Humana

-Determinismo

Radical

- Indeterminismo

Intenção

Agente

Causalidade

Liberdade

Condicionantes

Livre-arbítrio

Decisão

Motivo

Deliberação

textos.

Diálogo socrático com os

alunos.

Consulta do dicionário de

Filosofia.

Trabalho individual por

parte dos alunos.

Avaliação participada dos

trabalhos dos alunos.

Apresentação de textos

filosóficos

argumentativos.

Trabalho, em pequenos

grupos, na análise e

interpretação do texto.

Apresentação de trabalhos

/ debate.

Composição de um texto

argumentativo individual

com contra-argumentos.

Discussão e apreciação

dos argumentos

apresentados

Apresentação de um

esquema – síntese.

Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

4

Reconhecer o caráter situado e

condicionado da ação humana.

Relaciona determinismo e

liberdade

Identifica as várias

condicionantes da ação humana.

Compreende o agir do homem

sujeito às várias condicionantes

Avalia a ação humana como livre

mas limitada.

- Compatibilismo

(Determinismo

Moderado)

- Libertismo

Determinismo

Condicionantes

físico-biológicas

Condicionantes

histórico-sociais

Projeto

Apresentação de um texto

que relate uma ação

humana complexa.

Levantamento de

questões sobre o texto.

Registo e sistematização

das conclusões.

Exposição dos conceitos

acompanhados de

exemplos.

Realização de atividades

de problematização.

Apresentação de textos

onde se defendam teses

contrárias.

Redação de um texto que

fundamente a posição

pessoal do aluno.

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

5

Subunidade 2. Os valores – Análise e Compreensão da Experiência Valorativa

Esta unidade divide-se nos seguintes temas:

2.1 – Valores e valoração – A questão dos critérios valorativos

2.2 – Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de culturas

Roteiro de aulas:

Num primeiro momento (2.1 – Valores e valoração – A questão dos critérios valorativos) devemos levar os alunos a reconhecer que a nossa

relação com o mundo, enquanto seres humanos, é de natureza valorativa. E que na sequência deste facto os valores desempenham um papel

fundamental nas relações humanas.

A tentativa será, num segundo momento (2.2 – Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de culturas) de levá-los a compreender que as

preferências e os valores variam em função da pessoa, do grupo social e da cultura. É necessário estabelecer com os alunos um acordo sobre

critérios e hierarquização de valores, à luz das várias teorias da história da filosofia e após uma reflexão crítica e pessoal sobre esta questão.

Compreender os critérios e hierarquização de valores como um problema em aberto permitirá aos alunos alargar os seus horizontes culturais e

ganhar espaço e abertura para a reflexão sobre a diversidade e riqueza dos valores e o diálogo intercultural.

O programa sugere neste ponto a análise de casos e esta deve ir de encontro, na minha ótica, à turma com a qual estamos a trabalhar. Pode ser

fornecido para esta análise de casos um guião de trabalho de modo a que não se fuja ao rigor filosófico e científico que se pretende preservar.

Apoio-me para a sugestão de um guião de trabalho sobre os valores na Análise Didática do Programa de Filosofia, da Porto Editora, que sugere:

1º Apresentação do caso em que estejam em causa valores;

2º Identificação dos conceitos específicos do tema neste estudo de caso;

3º Explicitar o problema;

4º Formular possíveis respostas ao problema;

5º Apresentação de argumentos que sustentem as propostas de respostas. Os argumentos devem ter em conta as várias correntes de pensamento

referidas no presente tema.

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

6

O Programa destaca como principais competências a desenvolver:

*Leitura Crítica e compreensiva

*Problematização

*Argumentação (centrada na comunicação e no debate oral)

Planificação da subunidade 2 – Os valores – análise e compreensão da experiência valorativa,

da Unidade II – A ação Humana e os valores

Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação

2. Os valores – análise e

compreensão da

experiência valorativa

2.1. Valores e valoração

- Experiência valorativa

- Caracterização dos

valores

-Os critérios valorativos

2.2. Valores e a cultura

6 aulas

*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos

Reconhecer a anterioridade

da experiência valorativa face

aos factos.

Identificar a diversidade de

experiências valorativas.

Distinguir juízos de facto de

juízos de valor.

Relacionar facto e valor.

Compreender as

características dos valores.

2.1. Valores e valoração:

Juízos de facto e juízos de

valor

O conceito de valor

Definição de valor

Diferentes tipos de valores:

materiais e espirituais

Características gerais dos

valores: Polaridade,

Hierarquização,

Historicidade,

Absolutividade e

Relatividade.

Absoluto

Etnocentrismo

Axiologia

Juízo

Critério Valorativo

2.1/2.2 -

Visionamento de

excertos da

entrevista a Savater.

Trabalho de análise

e interpretação de

textos.

Análise e discussão

de dilemas.

Apresentação de

Powerpoint alusivo

Observação Intervenções orais Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

7

- A dimensão social e

cultural dos valores

- As sociedades atuais e

a diversidade de valores

- O relativismo cultural

- O diálogo intercultural

*Interpretação *Concetualização

Identificar diferentes critérios

valorativos (pessoal, cultural e

transubjetivos).

Reconhecer a relação entre a

identidade cultural do

indivíduo e os valores.

Identificar diferentes atitudes

face à multiculturalidade

atual.

Compreender o problema do

relativismo cultural.

Analisar as vantagens e as

desvantagens das teses

relativistas.

Discutir as consequências do

relativismo.

Reconhecer no diálogo

intercultural e na procura de

critérios transubjetivos de

Conceções acerca da

natureza dos valores:

conceção objetiva de valor

ou objetivismo axiológico e

conceção subjetivista dos

valores ou subjetivismo

axiológico.

2.2 - Valores e a cultura

Papel da cultura na ação

humana: identidade própria.

Dinâmica Cultural:

aculturação, sociedades

multiculturais, novos

valores, defesa dos direitos

humanos, crimes contra a

humanidade, intolerância,

movimentos nacionalistas,

genocídios.

Relativismo cultural:

etnocentrismo, relativismo

cultural, críticas às teorias

Multiculturalismo

Cultura

Relativo

Valor

às atitudes face à

diversidade cultural.

Resolução das

atividades propostas

no manual.

Leitura, análise e

interpretação de

textos.

Elaboração de

sínteses reflexivas.

Realização de

atividades do

caderno de

atividades.

Apresentação de um

esquema-síntese.

Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

8

valoração a via para a

resolução de conflitos

interculturais.

apresentadas. O conceito de

tolerância. Os direitos

humanos.

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

9

Subunidade 3. Dimensões da Ação Humana e dos Valores

Esta unidade divide-se nos seguintes temas:

3.1 – A dimensão ético-política

3.2 – A dimensão estética ou 3.3 – A dimensão religiosa

A subunidade a tratar no presente momento é a subunidade 3.1 – A dimensão ético-política que se divide em:

3.1.1. – Intenção Ética e Norma Moral

3.1.2 - A dimensão pessoal e social da ética – o “si mesmo”, o outro e as instituições

3.1.3. – A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas perspetivas filosóficas

3.1.4. – Ética, direito e política – liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade

Roteiro de aulas:

Num primeiro momento (3.1.1. – Intenção Ética e Norma Moral) estabelecer-se-á a distinção concetual entre moral e ética, intenção e norma;

Num segundo momento (3.1.2 - A dimensão pessoal e social da ética – o “si mesmo”, o outro e as instituições), a intenção será levar os alunos a

compreender a ação ética na sua tripla dimensão: a relação do sujeito consigo mesmo, com o outro e com as instituições.

Num terceiro momento (3.1.3. – A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas perspetivas filosóficas),

Será importante colocar em confronto duas perspetivas éticas, neste caso foram escolhidos Kant e Stuart Mill.

Problematização da fundamentação metafísica da moralidade em Kant

Crítica à moral tradicional e à transmutação de valores

Compreensão da dimensão e limites da visão utilitarista.

Num último momento desta subunidade (3.1.4. – Ética, direito e política – liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade),

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

10

Compreensão da relação entre a atividade filosófica, o direito e a política, partimento da análise de questões sobre a liberdade e justiça social,

universalidade da justiça e direito à igualdade, universalidade da justiça e direito à diferença, salvaguarda dos direitos humanos e

responsabilidade pelas gerações futuras

O Programa destaca como principais competências a desenvolver:

*Leitura Crítica e compreensiva

*Pesquisa e seleção de informação

*Construção e apresentação de argumentos (destacando a capacidade de argumentação oral)

*Problematização

Tendo em conta estas competências específicas e os conteúdos a abordar será importante fornecer aos alunos textos dos autores a tratar, deste

modo será possível levar a cabo o levantamento de conceitos, teses e argumentos, assim como colocar várias perspetivas em confronto. Pode

pedir-se aos estudantes que se dividam em pequenos grupos e que leiam os diferentes textos que foram fornecidos aos diferentes grupos, terão

como tarefa construir quadros de síntese que apresentarão à turma em forma de debate orientado. Um dos modos de realizar debates orientados é

dar como tarefa ao estudante que ele procure no discurso dos outros grupos o contra-argumento (ou aquele que mais se impõe como tal) e que o

confronte com o seu argumento.

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

11

Planificação da subunidade 3 - Dimensões da Ação Humana e dos Valores,

da Unidade II – A ação Humana e os valores

Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação

3. Dimensões da ação

humana e dos valores

3.1. A dimensão ético-

política – análise e

compreensão da

experiência

convivencial

3.1.1. Intenção ética e

norma moral: os

conceitos de ética e de

moral.

3.1.2.1.A dimensão

pessoal da ética:

- o si mesmo e o outro: a

pessoa como sujeito

moral (a consciência

moral).

- o egoísmo psicológico

e o egoísmo ético

14 aulas

*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação *Concetualização

Distinguir intenção ética de

norma moral.

Reconhecer a inter-relação entre

ética e moral.

Caracterizar o sujeito moral.

Descrever a consciência moral.

Reconhecer a incompatibilidade

da doutrina do egoísmo ético

com a ação moral.

Relacionar o relacionamento dos

outros em instituições com o

desenvolvimento de uma

consciência cívica.

3.1. a 3.1.2

A dimensão ética do ser

humano – dimensão

ética e social.

Consciência moral.

Definição de ser ético.

Juízos éticos: princípios

universais, direitos e

deveres de cada

indivíduo.

3.1.3 -

Uma teoria

deontológica: a ética

racional de Kant.

Legalidade e

moralidade.

Disposições do ser

humano segundo Kant:

animalidade,

personalidade e

Cidadania

Consciência

moral

Liberdade

Política

Liberalismo

Direito

Moral

Direitos

Sistematização de

ideias, teses e

argumentos diferentes.

Debate orientado pelo

professor.

Leitura e análise de

textos.

Consulta do dicionário

de filosofia.

Elaboração de um

pequeno glossário.

Redação de textos

argumentativos

críticos.

Realização de

Observação

Intervenções

orais

Exposições

orais

Produções

escritas

Análise e

interpretação

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

12

3.1.2.2. A dimensão social

da ética:

- O outro e as instituições

(a consciência cívica).

3.1.3. A necessidade de

fundamentação da moral:

análise de duas

perspetivas filosóficas:

- A moral utilitarista de

Stuart Mill;

- A filosofia moral

kantiana.

3.1.4. Ética, Direito e

Política

- O problema da origem

do estado: análise das

filosofias políticas de

Aristóteles e Locke.

- O problema da

desobediência civil

- A justiça e sua

universalidade

Comparar as filosofias morais de

Mill e Kant.

Compreender as diferenças e

limitações das duas

fundamentações.

Adotar uma postura ética pessoal

fundamentada.

Desenvolver atitudes morais,

responsáveis e cívicas.

Relacionar os conceitos de ética,

direito, política, estado e justiça.

Comparar as perspetivas de

humanidade.

Transformação da

vontade dividida e

imperfeita em vontade

boa.

Dever e lei moral:

imperativo categórico

da moralidade.

Uma teoria

consequencialista: a

ética utilitarista de Stuart

Mill

O princípio da Utilidade

ou da Maior Felicidade.

O ideal moral

utilitarista: felicidade

pessoal e felicidade

global.

3.1.4 -

Necessidade do Direito

e da Política (o Estado)

Normas morais e

Humanos

Norma

Pessoa

Equidade

Estado

Política

Ética

Responsabilidad

e

Justiça Social

atividades do caderno

de atividades: Escolha

múltipla, verdadeiros e

falsos e palavras

cruzadas.

Realização de

atividades do manual.

Apresentação de um

esquema-síntese.

Análise de casos da

atualidade

relacionados com os

conteúdos lecionados.

de textos

argumentativo

s

Composições

filosóficas

Fichas de

trabalho

Exercícios de

resposta curta

no fim das

aulas

Questões

breves em

diálogo com

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

13

- A perspetiva de Rawls

sobre a justiça

- Problemas práticos da

aplicação da justiça

- Os direitos humanos

Liberdade

Responsabilidade

Aristóteles e Locke relativas ao

problema da origem do estado.

Compreender a razão que

justifica a autoridade do estado

sobre o cidadão.

Argumentar a favor ou contra a

desobediência civil.

Distinguir os diversos sentidos

do termo justiça.

Analisar as virtualidades e

limitações da teoria da justiça de

Rawls.

Avaliar os problemas práticos

decorrentes da aplicação da

justiça.

Conhecer os direitos humanos

universais.

Reconhecer a necessidade do

cumprimento da Declaração

normas jurídicas.

Funções da Política

(Estado).

A Filosofia Política.

As relações entre o ser

humano e o Estado

segundo Aristóteles

O ser humano é, por

natureza, um animal

político

A Política como ética

social

A legitimidade do

Estado.

As relações entre o ser

humano e o Estado

segundo John Locke

Sociedade sem Estado

ou estado de Natureza

O contrato social como

fundamento da

autoridade do Estado.

A justiça social:

Sociedade Civil

os alunos

Organização

de dossiês

temáticos

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

14

Subunidade 3 – Opção por 3.2 ou 3.3

3.2 – A dimensão estética – Análise e compreensão da experiência estética

ou

3.3. – A dimensão religiosa – Análise e compreensão da experiência religiosa

O percurso 3.2 – A dimensão estética – Análise e compreensão da experiência estética divide-se nos seguintes temas:

3.2.1 – A experiência e o juízo estético

3.2.2 – A criação artística e a obra de arte

3.2.3 – A arte – produção, comunicação, conhecimento

Roteiro de aulas:

Universal dos Direitos do

Homem

liberdade, igualdade e

direito à diferença

segundo John Rawls

A escolha racional dos

Princípios da justiça

social.

Os princípios da justiça

ou de uma sociedade

bem ordenada.

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

15

Num primeiro momento (4.1 – A experiência e o juízo estético) reconhecimento da especificidade da experiência estética. Estética nas

seguintes dimensões: experiência da natureza, da criação artística e da contemplação da obra de arte. Questionamento sobre a possibilidade da

comunicação e intersubjetividade da experiência estética. A natureza do juízo estético.

A tentativa será, num segundo momento (4.2 – A criação artística e a obra de arte) Significado da arte e da criação artística - o ponto de vista do

artista. Reflexão sobre a multidimensionalidade da obra de arte.

No último momento dedicado a esta unidade (4.3 – A arte – produção, comunicação, conhecimento) O objeto artístico, pluralidade de sentidos

(polissemia), manifestação da identidade cultural dos povos, a arte como um outro modo de conhecer o Homem e o Mundo.

Uma vez que nesta subunidade se pretende, especialmente, tratar a competência de leitura crítica da linguagem icónica será de maior importância

levar os estudantes a conhecer e refletir sobre elementos culturais que ainda não conhece ou que conhece mas não analisou de modo crítico e

filosófico. Assim, poder-se-á levar @s alun@s a visionar filmes, a ouvir obras musicais, a visitar museus, a conhecer o depoimento de artistas

sobre o seu processo criativo ou a ler críticas de arte em jornais ou livros. A tentativa será a de ampliar conhecimentos e exercitar o

posicionamento crítico. Qualquer um destes momentos deve ser acompanhado de um guião de análise e implicar a redação de um texto ou uma

apresentação oral breve de modo a aferir conhecimentos ou competências adquiridas.

Uma proposta que me pareceu interessante levar a cabo foi a comparação de três obras musicais de três compositores com origens culturais

diferentes, mas com uma temática idêntica: Britten, The Beggars Opera (séc. XIX), K. Weil, Ópera dos três vinténs (séc. XX) e Chico Buarque,

Ópera do Malandro (séc. XX). Esta comparação serve o propósito de levar os alunos e alunas a sentir a ligação da arte com a cultura.

Com este objetivo foi utilizada, por exemplo, numa das minhas aulas a análise de uma música de Chico Buarque, Cálice, que permitiu mostrar

aos alunos como alguns elementos artísticos eram utilizados pelos autores-cantores para passar mensagens de resistência durante a ditadura

brasileira.

O Programa destaca como principais competências a desenvolver:

*Leitura da linguagem icónica

*Sensibilidade ao gosto estético

*Abertura ao universo da criação artística

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

16

Planificação da subunidade 3.2 - A dimensão estética – Análise e compreensão da experiência estética

Ano letivo de 2011 - 2012

Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação

3.2. A dimensão estética

– análise e compreensão

da experiência estética

(8 aulas no total)

3.2.1. A experiência e o

juízo estéticos

- A experiência estética

- O juízo estético

- O objetivismo estético de

Platão

- O subjetivismo estético

de Kant

3.2.2. A criação artística e

a obra de arte

- O significado da arte

- A criação artística

2 aulas

*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação

Caracterizar a experiência estética

enquanto experiência da

natureza, da criação artística e da

contemplação da obra de arte.

Compreender a especificidade do

juízo estético.

Diferenciar a categoria do belo de

outras categorias estéticas.

Compreender as várias

dimensões do objetivismo

estético de Platão.

Avaliar o alcance do subjetivismo

estético de Kant.

Caracterizar a arte e a obra de

arte.

Caraterização da

experiência estética

Sensibilidade estética

Teorias acerca do juízo

estético: subjetivismo

estético e objetivismo

estético.

A criação artística e a

obra de arte

Definição de Estética:

- A arte como imitação

- A arte como forma

significante

(formalismo)

- Teoria da arte como

expressão

(expressionismo)

Agradável

Gosto

Horrível

Arte

Artista

Juízo Estético

Belo

Visionamento e

interpretação de

diapositivos, quadros,

filmes/curtas-

metragens e excertos

de entrevistas.

Audição de obras

musicais.

Visitas de estudo

orientadas a museus

e/ou exposições

(Fundação Calouste

Gulbenkian).

Análise de imagens do

Observação Intervenções orais Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

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- Tentativa de compreensão

da obra de arte

- Teorias da arte

a) teoria da arte como

imitação

b) teoria da arte como

expressão

c) teoria da arte como

forma significante

d) teoria institucional da

arte

e) teoria idealista da arte

3.2.3. A Arte

produção e consumo,

comunicação e

conhecimento

- Arte e sociedade

- Arte e mercado

- Arte e Indústria

- Arte e comunicação

- Arte e conhecimento

2 aulas 2 aulas

*Concetualização

Reconhecer criticamente

classificações possíveis da arte.

Refletir acerca das razões que

levam o artista à criação das suas

obras.

Ponderar acerca de diferentes

possibilidades de compreensão

das obras de arte.

Reconhecer a necessidade da

existência de critérios na

reflexão sobre a arte.

Caracterizar as diversas teorias da

arte: imitação, expressão, forma

significante, teoria institucional e

teoria idealista.

Refletir acerca das objeções às

várias teorias referidas.

O conceito de arte é um

conceito aberto

A arte: produção e

consumo, comunicação

e conhecimento

a) A arte como forma de

conhecimento;

b) Arte como

linguagem: pluralidade

de sentidos da obra de

arte

c) A arte como criação

de formas

d) A arte como

mercadoria e bem de

consumo

Obra de Arte

Criação Artística

Sublime

Espetáculo

Teoria estética

Estética

Útil

Experiência

Estética

manual.

Apresentação do

quadro “Mona Lisa”.

Realização das

atividades propostas

no manual e no

caderno de atividades.

Elaboração de dossiers

temáticos.

Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

18

2 aulas

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

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O percurso 3.3. – A dimensão religiosa – Análise e compreensão da experiência religiosa divide-se nos seguintes temas:

3.3.1 – A religião e o sentido da existência - a existência da finitude e a abertura à transcendência

3.3.2 – As dimensões pessoal e social das religiões

3.3.3 – Religião, razão e fé – tarefas e desafios da tolerância

Roteiro de aulas:

Devemos começar pela clarificação filosófica dos termos nucleares deste ponto: religião, culto e procura de um sentido para a existência.

Depois poder-se-á realizar um levantamento de manifestações de religiosidade no nosso quotidiano. Pode pedir-se aos alunos que entrevistem

pessoas que se afirmam como religiosas e pessoas que não o são. Deste modo será possível comparar pontos de vista e atitudes, face à religião,

face aos que possuem crenças diferentes das nossas e face à tolerância e compreensão religiosa.

O Programa destaca como principais competências a desenvolver:

*Intervir em debates

*Expor pontos de vista

*Confrontar ideias

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

20

Planificação da subunidade 3.3. – A dimensão religiosa – Análise e compreensão da experiência religiosa

Ano letivo de 2011 - 2012

Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação

3.3. A dimensão religiosa – análise e compreensão da experiência religiosa 3.3.1. A religião e o sentido da existência – a experiência da finitude e a abertura à transcendência - O sagrado e o profano - Da finitude à transcendência - Religião e sentido da existência a) Kierkegaard: a religião como fonte de sentido b) Marx: a religião como ilusão 3.3.2. As dimensões pessoal e social das religiões - Religião e indivíduo: a fé -Dimensão social da religião -Secularização e ressacralização 3.3.3. Religião, razão e fé – tarefas e desafios da tolerância

8 Aulas 3 aulas

2 aulas

*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação

Consciencializar-se acerca da importância de se interpretar a dimensão religiosa à luz de uma pluralidade de aspetos. Diferenciar sagrado e profano. Relacionar a experiência da finitude com a abertura à transcendência. Articular a dimensão religiosa com a necessidade de sentido da existência humana. Avaliar a perspetiva de Kierkegaard acerca da religião como fonte de sentido. Avaliar a perspetiva de Marx acerca da religião como ilusão. Explicitar as características e o âmbito da fé. Caracterizar o processo da secularização e o fenómeno da ressacralização. Enquadrar historicamente as relações entre filosofia e religião. Compreender as diversas perspetivas relativas à existência de Deus: teísmo, deísmo, ateísmo, agnosticismo, fideísmo e panteísmo.

Definição do conceito de

religião

O sagrado e o profano

Dimensão pessoal e social

da religião

A experiência religiosa e o

sentido da existência

1) Há experiências religiosas

que dão um sentido ao

mundo;

2)O mundo não tem

sentido: o existencialismo

segundo Sartre

Religião, razão e fé:

Agnosticismo

Ateísmo

Culto

Deus

Dogma

Profano

Razão

Religião

Sagrado

Sentido da

Visionamento de um

excerto da entrevista

a Savater.

Visitas de estudo

orientadas (exemplo:

Mesquita de Lisboa

ou a um Convento)

Pesquisa e seleção

de informação.

Exposição/confront

o de pontos de vista.

Observação Intervenções orais Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

21

- Religião e Filosofia a) enquadramento histórico b) posições relativas à existência de Deus c) provas da existência de Deus d) a existência de Deus segundo Kant - Religião e Ciência - Tarefas e desafios da tolerância.

3 aulas

*Concetualização Avaliar criticamente o argumento cosmológico, teleológico e ontológico. Refletir sobre o significado e o alcance da perspetiva de Kant sobre a existência de Deus. Enquadrar historicamente as relações entre ciência e religião. Refletir de forma integrada sobre a situação atual das relações entre ciência e religião. Relacionar os conflitos religiosos com a necessidade da tolerância e do respeito pelos direitos humanos. Refletir sobre o significado e a importância do diálogo inter-religioso.

Momentos fundamentais

das relações entre razão e fé

O problema da existência

de Deus

-Argumentos a favor da

existência de Deus;

-Objeções

Kant e o problema da

existência de Deus

A existência de Deus é uma

consequência da

moralidade.

existência

Sentido Religioso

Teísmo

Transcendência

Tolerância

Realização das

atividades propostas

no manual e no

caderno de

atividades.

Elaboração de

dossiers temáticos.

Debate sobre: “A

origem do mundo e

do ser humano”.

Apresentação de um

esquema-síntese.

Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

22

Subunidade 4 – Temas/Problemas do mundo contemporâneo

Opção por um tema/Problema

- Os direitos humanos e a globalização

- Os direitos das mulheres como direitos humanos

- A responsabilidade ecológica

- A manipulação e os meios de comunicação de massa

- O racismo e a xenofobia

- O voluntariado e as novas dinâmicas da sociedade civil

- A obra de arte na era das indústrias culturais

- A dessacralização do mundo e a perda do sentido

- A paz social e o diálogo inter-religioso

- Outros

Roteiro de aulas:

Neste ponto os alunos já devem dominar as competências anteriores, muitas foram sendo repetidas nos vários temas. Neste momento os alunos

devem desenvolver hábitos de estudo e trabalho autónomo, realizando uma utilização criteriosa de fontes de informação, integração de saberes e

problematização.

Os alunos irão trabalhar, de preferência em grupo, sobre temas interdisciplinares, aos quais devem obviamente atribuir um caráter filosófico.

Deste modo @s alun@s devem, com a orientação do professor/a:

Determinar objetivos

Enquadrar problemáticas

Formular questões filosóficas

Realizar a pesquisa documental

Selecionar o material recolhido

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

23

Tratar o material recolhido

O resultado do trabalho pode ser apresentado sob a forma de dossiê temático, através de um relatório de pesquisa, de uma proposta de projeto

para uma instituição ou através de uma exposição oral (com suporte escrito).

Deste modo, o Programa destaca como principais competências a desenvolver com este tipo de trabalho são:

*Utilização criteriosa de fontes de informação

*Integração de saberes (perspetiva interdisciplinar)

*Problematização

*Trabalho autónomo

*Hábitos de estudo

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

24

Planificação da Unidade 4. – Temas/Problemas do mundo contemporâneo: a manipulação e os meios de comunicação de massas

Ano letivo de 2011 - 2012

Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação

4. Temas/problemas

do mundo

contemporâneo: A

manipulação e os

meios de comunicação

de massas.

8

Aulas

*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação *Concetualização

Compreender os conceitos de

manipulação e de meios de

comunicação de massas.

Reconhecer o problema da

manipulação veiculada pelos

meios de comunicação de

massas.

Avaliar os efeitos da

mediatização da informação,

nomeadamente, através da

televisão.

Perspetivar os principais

perigos da manipulação.

Relacionar os meios de

comunicação com os

eventuais efeitos positivos e

negativos para a democracia.

- Os conceitos de

manipulação e de

meios de comunicação

de massas.

- A televisão como um

dos meios de

comunicação de

massas mais poderoso.

- Os perigos da

manipulação.

- Relação entre meios

de comunicação de

massas e a

democracia.

Manipulação

Meios de

comunicação

Informar

Estratégias

argumentativas

Globalização

Apresentação do problema. Trabalhos de grupo. Recolha de materiais e obras de referência. Pesquisa orientada de materiais na internet. Elaboração de dossier temático. Apresentação oral dos trabalhos. Discussão e apreciação crítica dos trabalhos. Registo sistemático das conclusões.

Observação Intervenções orais Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos

Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião

25

- Em seguida, apresenta-se o modelo de trabalho de projeto, assim como um trabalho realizado a partir desse modelo pela aluna Rita Cruz, nº

23, do 10º E2.

Problematizar os efeitos dos

meios de comunicação de

massas sobre as crianças.

Adotar uma postura crítica

face aos meios de

comunicação de massas.

- As vantagens dos

meios de comunicação

de massas.

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-1-

Escola Secundária de Miraflores

Teste de Avaliação

(Duração: 90 min)

Nome ________________________________________________________

Ano _____ Turma _____ Nº _____ Data ___/___/___

Classificação _______________

Versão B

Grupo I

1. Identifique a alternativa correta para completar cada afirmação.

1.1 No que se refere à relação de causa e efeito, Hume consideraria ilegítimo…

afirmar que esta relação traduz uma conexão necessária.

1.2 Algumas das características da ciência moderna são:

o mecanicismo, a matematização e o determinismo.

1.3 Comparando as teorias filosóficas do conhecimento de Descartes e de Hume, é

legítimo afirmar que…

Descartes considerava a razão a fonte do conhecimento verdadeiro; Hume entendia que todas as

ideias derivam das impressões;

1.4 A epistemologia é a ciência que…

a) estuda criticamente os princípios, as hipóteses e os resultados das diversas ciências;

1.5 “As pessoas que querem legalizar o aborto não gostam de crianças. Nós somos

eticamente responsáveis. Por isso, o aborto não deve ser legalizado”. Esta falácia é…

uma falácia do boneco de palha.

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-2-

1.6 “É melhor não contares aos jornalistas o que se passa aqui no tribunal, pois é

sempre complicado ficar sem emprego”. Esta falácia é…

ad baculum;

Grupo II

Após a leitura atenta do texto, responda às questões:

1. Apresente um argumento cartesiano a favor da existência de Deus.

(Um dos seguintes argumentos deverá ser apresentado)

Argumento causal: Ao dirigirmos a nossa atenção para o conteúdo da nossa mente, poderemos

verificar que, entre as várias ideias que aí descobrimos, se encontra a ideia de perfeição. O

problema é saber qual a causa da ideia de perfeição que o cogito descobre em si próprio.

A ideia de perfeição provém do cogito ou de um ser exterior ao cogito? Não pode vir do cogito,

uma vez que este reconhece a sua imperfeição, senão não duvidaria, conheceria. Mas como se

julga o ser pensante imperfeito se não tivesse em si a ideia de perfeição? Descartes pensa deste

modo: qualquer coisa que seja a causa de outra tem de possuir realidade, pelo menos num grau

idêntico ao do efeito a que der origem. Portanto, a ideia de um ser infinito e perfeito tem de ter

origem num ser perfeito e infinito. Deus, conclui Descartes, é a causa da ideia que dele

possuímos, logo, tem de existir.

Há ainda a acrescentar a este argumento o conceito de ideia inata. A ideia de um ser perfeito é

inata, tendo sido colocada na mente por Deus. Por ideia inata Descartes refere-se a algo que

descobrimos em nós próprios e cuja origem não podemos atribuir aos sentidos ou à imaginação,

mas a Deus.

Argumento ontológico: Este argumento consiste na afirmação de que a existência está contida

na ideia de um ser perfeito, não poderia ser um ser perfeito se lhe faltasse a existência. Por

conseguinte, esse ser perfeito tem de existir. Toda a limitação é uma privação, Deus não pode

ter privações senão não seria infinito e perfeito.

2. Esclareça o papel de Deus no sistema cartesiano.

Deus assume um papel fundamental no sistema cartesiano na medida em que irá permitir ir

para além do cogito e alcançar o mundo físico. Descartes assume como critério de verdade a

clareza e distinção mas, no que se refere ao mundo físico, só podemos considerar o que é

claro e distinto como verdadeiro porque Deus, ser perfeito e sumamente bom, não nos

“Depois, tendo refletido que duvidava e, por consequência, o meu ser não era inteiramente

perfeito, pois claramente via que o conhecer é uma maior perfeição do que o duvidar, lembrei-

me de procurar donde me teria vindo o pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que eu

era; e conheci com evidência que deveria ter vindo de alguma natureza que fosse efetivamente

mais perfeita”.

Descartes, Meditações Metafísicas

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-3-

enganaria, portanto, o que concebemos pelos sentidos como claro e distinto é também

verdadeiro.

3. Identifique uma crítica ao sistema cartesiano.

Limites do argumento de perfeição, Círculo cartesiano, Critica ao argumento ontológico

3.1. Explique a crítica identificada.

(Uma das três críticas seguintes deverá ser apresentada)

Limites do argumento de perfeição: Como podemos saber que a ideia de perfeição implica a

ideia de Deus? A hipótese de um génio maligno paira ainda sobre nós e permite-nos considerar

a questão: e se estivermos a ser enganados quando pensamos que a ideia de perfeição vem de

um Deus perfeito? A nossa mente pode ainda estar a ser manipulada. Aparentemente podemos

inventar para nós mesmos a ideia de perfeição sem que esta se refira a qualquer modelo de

perfeição. Exemplo lido em aula, do manual: ideia de um professor de filosofia perfeito, daí não

se segue que exista um professor de filosofia perfeito que tenha causado esta ideia.

Círculo cartesiano: O famoso “círculo cartesiano” é repetidamente apontado a Descartes como

uma das críticas mais evidentes ao seu sistema: se Deus tem de ser invocado para assegurar que

a mente humana é fidedigna, como podemos estar seguros que são fidedignas as perceções de

que precisamos para estabelecer a existência de Deus em primeiro lugar? Ou seja, estamos

perante uma falácia da circularidade: para saber que as ideias são claras e distintas, tenho

primeiro que saber que Deus existe mas para saber que Deus existe tenho primeiro que ter a

ideia clara e distinta da sua existência (que provém da ideia de perfeição).

Criticas ao argumento ontológico: Kant questiona, na obra Crítica da Razão Pura, o

argumento ontológico, na medida em que a existência não pode ser deduzida como um

atributo. A afirmação em que Kant se centra para esta refutação é de Descartes: “Deus tem

todos os atributos, logo não pode faltar-lhe o atributo da existência”. O raciocínio que

Descartes faz a partir daí e pelo qual considera provar a existência de Deus, perde o seu

fundamento se considerarmos, tal como Kant, que a existência não é um atributo. Como

explica Kant que a existência não é um atributo? Kant afirma que se a existência fosse um

atributo (qualidade, predicado do sujeito) esta acrescentaria qualidades ao sujeito. Mas o que

verificamos é que se imaginarmos, por exemplo, 100 euros temos em nós a representação

mental desse conceito e que, ao comparar o conceito com 100 euros existentes não existe

qualquer diferença ao nível das qualidades. Não há um salto do conceito para o ser existente.

Os nossos conceitos, se verdadeiros, adequam-se ao existente porque a existência não altera

ou acrescenta nada ao conceito.

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-4-

Tendo em consideração o texto, responda à questão:

4. Caracterize as impressões e as ideias.

Hume formula a distinção entre dois tipos de realidade que a experiência nos fornece: as

impressões e as ideias. Estamos perante duas classes de perceções.

- as impressões (SENTIR) são todas as nossas perceções imediatas tais como a visão, o ouvido

e o paladar. Incluem também os nossos sentimentos internos, como a emoção e os desejos. São

as sensações que recebemos na sua vivacidade e intensidade imediatas.

- as ideias (PENSAR) são para Hume as impressões secundárias, reativadas, mais ou menos

diluídas e esfumadas. Recordar ou imaginar algo. As ideias são cópias das nossas impressões.

Após a leitura atenta do texto, responda às questões:

5.1. Esclareça o significado da frase sublinhada no texto.

A frase sublinhada no texto remete-nos para a distinção entre conjunção constante e conexão

necessária, para a qual Hume nos chamou a atenção. Hume considera que “não existe, em

qualquer caso, singular e particular de causa e efeito, coisa alguma que possa sugerir a ideia de

poder ou conexão necessária”, ou seja, a conexão necessária entre os objetos é apenas inferida

por nós da sucessão constante que verificámos repetidamente entre determinadas causas e

“Todas as perceções do espírito humano reduzem-se a duas espécies distintas que

denominarei impressões e ideias. A diferença entre estas reside nos graus de força e

vivacidade com que afetam a mente e abrem caminho para o nosso pensamento ou

consciência”.

Hume, Tratado da Natureza Humana

“O impulso de uma bola de bilhar é esperado com movimento na segunda. Eis tudo o que

aparece aos sentidos externos. A mente não experimenta nenhum sentimento ou impressão

interna a partir desta sucessão de objetos; consequentemente, não existe, em qualquer caso,

singular e particular de causa e efeito, coisa alguma que possa sugerir a ideia de poder ou

conexão necessária. A partir do primeiro aparecimento de um objeto, nunca podemos

conjeturar que efeito dele irá resultar”.

Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-5-

determinados efeitos (causalidade). A ideia de causalidade não pode ser compreendida como

uma conexão necessária porque não existe uma relação necessária entre fenómenos, nós é que

projetamos essa relação no futuro tal como a vimos acontecer no passado. Nem a razão nem a

experiência nos permitem, a partir de um elemento, inferir os seus efeitos, o que leva a concluir

que “em toda a natureza, não aparece um único exemplo de conexão, que por nós seja

concebível”. É o nosso hábito à regularidade da natureza que nos leva a acreditar saber o que se

passará no futuro mas Hume chama a atenção para o carater probabilístico desta crença. Importa

ainda referir que o hábito é, sem dúvida, um guia imprescindível da vida prática, mas não

constitui um princípio racional.

5.2. Hume afirma que não existe a ideia de Eu. Justifique a posição do autor.

Hume considera que não possuímos qualquer impressão relativa à ideia de eu e sem impressões

não podem existir ideias, logo a ideia de Eu não existe. Na realidade, só dispomos da intuição

de várias ideias e impressões que remetemos ao Eu, que consideramos “nossas”, e entre elas

verifica-se a sucessão e a mutabilidade; nenhuma delas apresenta um caráter de permanência

que nos poderia dar a noção de identidade e constância que associamos ao Eu. Sendo assim, a

crença na identidade, na unidade e na permanência do Eu é apenas um produto da imaginação,

não sendo possível afirmar que existe o Eu como substância distinta em relação às impressões e

às ideias. Mas se falamos de um Eu é porque unimos pela memória todas as impressões que

consideramos nossas e formamos assim a nossa identidade.

Grupo III

“A ciência, a filosofia, o pensamento racional, todos devem partir do senso comum.

Não, talvez, por ser o senso comum um ponto de partida seguro: a expressão «senso comum»

que estou aqui a usar é muito vaga, simplesmente porque denota uma coisa vaga e mutável – os

instintos, ou opiniões de muitas pessoas, às vezes adequados ou verdadeiros e às vezes

inadequados ou falsos”.

K. Popper, Conhecimento Objetivo, Belo Horizonte, Ed. da Univ. de S. Paulo e Itatiaia Lda.,

1975, p. 42

1. Tendo em conta o texto anterior, apresente a perspetiva de Karl Popper de

avaliação do conhecimento vulgar.

2. Indique de que modo Gaston Bachelard defende uma perspetiva oposta.

3. Identifique algumas características principais do conhecimento científico.

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-6-

Grupos Itens Cotações

I 1. 6 x 5 pontos = 30 pontos

II

1. 1 x 15 pontos = 15 pontos

2. 1 x 20 pontos = 20 pontos

3. 1 x 15 pontos = 15 pontos

3.1. 1 x 20 pontos = 20 pontos

4. 1 x 10 pontos = 10 pontos

5.1. 1 x 20 pontos = 20 pontos

5.2. 1 x 20 pontos = 20 pontos

III 1. 1 x 20 pontos = 20 pontos

2. 1 x 20 pontos = 20 pontos

3. 1 x 10 pontos = 10 pontos

Total: 200 pontos

Filosofia 10º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-1-

Escola Secundária de Miraflores

CORREÇÃO

Grupo I

1. Identifique a alternativa correta para completar cada afirmação.

1.1 – O subjetivismo moral é a perspetiva segundo a qual:

a) Não existem factos morais, porque o valor de verdade dos juízos morais depende da

perspetiva de quem os faz.

b) Existem factos morais, mas o valor de verdade dos juízos morais depende da

perspetiva de quem os faz. √

c) Não existem factos morais, porque o valor de verdade dos juízos morais depende de

estarem ou não de acordo com a realidade.

d) Existem factos morais, porque o valor de verdade dos juízos morais depende de estarem

ou não de acordo com a realidade.

1.2 – O relativismo cultural é a perspetiva filosófica que defende:

a) A universalidade de valores e culturas.

b) A diversidade de valores e culturas.

c) Nada existe que esteja certo ou errado independentemente das sociedades particulares. √

d) Diferentes sociedades têm moralidades diversas, sendo umas mais certas do que outras.

1.3 – Pode objetar-se ao relativismo cultural afirmando que…

a) Nem sempre a tolerância é desejável. √

b) Nem todas as pessoas numa sociedade são tolerantes.

c) Nem todas as sociedades são tolerantes.

d) Nunca é desejável que uma sociedade seja tolerante.

1.4 – Um ato eticamente obrigatório é aquele que…

a) É permissível não o realizar.

b) Seria errado abstermo-nos de o realizar. √

Filosofia 10º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

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c) Realizá-lo ou não é indiferente do ponto de vista da moralidade.

d) A sua realização é recomendável.

1.5 – A perspetiva defensora de que devemos fazer apenas o que for mais vantajoso para

nós designa-se por:

a) Egoísmo normativo. √

b) Altruísmo.

c) Altruísmo moderado.

d) Egoísmo psicológico.

1.6 – De acordo com o hedonismo de Mill, aquilo que importa é…:

a) A quantidade dos prazeres.

b) A qualidade dos prazeres.

c) A quantidade e a qualidade dos prazeres. √

d) Ou a quantidade ou a qualidade dos prazeres.

Grupo II

1. Apresente a função pessoal e social da ética.

O ser humano é capaz de realizar ações voluntárias, conscientes e intencionais, ou seja, ações

pelas quais é responsável. Esta liberdade da ação coloca em tensão duas esferas - a pessoal e a

social (seja enquanto indivíduo ou instituição) – porque a relação é o pano de fundo da ética.

O “ponto de vista pessoal” (interesse pessoal) e “o ponto de vista moral” (ética) nem sempre

são coincidentes. Nem sempre é fácil agir de uma forma socialmente aceitável, já que fazê-lo

implica sacrificar os nossos próprios interesses. Pelo menos à primeira vista, existe um conflito

entre a ética e o interesse pessoal. Nem sempre aquilo que a ética exige que façamos vai de

encontro à nossa vontade.

De modo a que seja possível harmonizar o social e o pessoal no âmbito da ética, devemos

procurar condutas que se possam universalizar, que encontrem o equilíbrio entre o que quero

para mim e o que não prejudica os outros (Princípio da Universalização).

Filosofia 10º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

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2. Clarifique a seguinte afirmação: “A moralidade dispensa justificações”.

“A moralidade dispensa justificações” porque segundo este ponto de vista seria absurdo exigir

uma justificação para a moral. Alguns filósofos acharam esta questão tão desconcertante que a

rejeitaram por ser logicamente imprópria; por ser uma tentativa de perguntar algo a que não se

pode dar uma resposta apropriada, tentar arranjar uma justificação é absurdo. E isto deve-se às

duas possibilidades que se abrem caso queiramos descobrir as razões para sermos morais:

1. Podemos procurar razões que sejam elas próprias morais: devemos ser morais

porque temos a obrigação moral de o sermos, o que nos leva a uma argumentação circular. Se o

que está em causa é saber por que razão se há de agir por razões morais, de nada nos serve

apresentar razões morais para agirmos dessa forma.

2. Podemos procurar razões que não sejam morais: Podemos, neste caso, encontrar

razões religiosas mas, tal como referiu Thomas Nagel, ao propormos este género de justificações

fugimos à justificação direta da ética, ou seja, já não estamos perante uma preocupação direta e

desinteressada para com os outros. As pessoas virtuosas são as que agem moralmente sem

procurar razões não morais para justificar a sua conduta.

(A resposta tem de apresentar pelo menos uma justificação)

“Se procurarmos um objetivo mais amplo do que os nossos interesses pessoais, alguma coisa

que nos permita ver a nossa existência como algo que tem um sentido que extravasa os estreitos

limites dos nossos estados conscientes, uma solução óbvia é adotar o ponto de vista ético”.

Peter Singer, Ética Prática, 1993, p. 359

3. Considere o texto anterior e responda às seguintes questões:

3.1. Identifique a posição do autor em relação à questão da necessidade de justificação da

moralidade.

Peter Singer defende que a ética é justificável, propondo um género de justificação da

moralidade a que chamamos interesse pessoal esclarecido (e que afirma que “Devemos ser

morais porque, para nós próprios, é melhor ter uma vida ética do que ser egoístas”).

Filosofia 10º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-4-

3.2. Explique a posição identificada.

Peter Singer defende que “Devemos ser morais porque, para nós próprios, é melhor ter uma

vida ética do que ser egoístas”, ou seja, defende um interesse pessoal esclarecido. A satisfação

que sentimos só poderá ser duradoura se ultrapassar os nossos interesses estritamente pessoais.

Uma pessoa que viva somente para o seu bem-estar, dedicando-se a satisfazer os seus caprichos,

não se sentirá preenchida. Esta perspetiva vai de encontro a uma perspetiva imparcial, objetiva,

que nos leva a alcançar algo mais do que a preocupação connosco próprios. O autor defende que

nunca iremos considerar o compromisso com uma vida ética como trivial ou inútil, porque este

compromisso dá um sentido à nossa vida e este sentido deve ser procurado fora de nós próprios

na preocupação e cuidado com os outros.

4. Tendo em consideração o texto acima apresentado:

4.1. Identifique o critério que, segundo o autor, torna uma ação certa ou errada.

R: Trata-se do Princípio da Utilidade ou da Maior Felicidade, que defende que as ações estão

certas na medida em que tendem a promover a felicidade, erradas na medida em que tendem a

produzir o reverso da felicidade.

4.2. Concorda com o conceito de felicidade proposto por Stuart Mill? Justifique a sua

resposta.

R: Aceita-se tanto uma resposta afirmativa como negativa, desde que mostre ter percebido

bem o conceito de felicidade proposto por Mill (o prazer e a ausência de dor) e articule alguns

dos conceitos-chave do utilitarismo na versão de Mill, como a direção altruísta da felicidade, o

imperativo moral que deve presidir à ação humana (Age sempre de modo a produzir a maior

felicidade para o maior número de pessoas) ou a distinção entre prazeres espirituais e físicos.

“O credo que aceita a utilidade, ou o Princípio da Maior Felicidade, como fundamento

da moralidade, defende que as ações estão certas na medida em que tendem a promover

a felicidade, erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade. Por

felicidade, entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e a privação

de prazer.”

J. Stuart Mill, Utilitarismo, 1871, p. 48

Filosofia 10º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-5-

Grupo III

1. Distinga egoísmo normativo de egoísmo psicológico.

R: O egoísmo ético é diferente do egoísmo psicológico. O egoísmo psicológico afirma que as

pessoas, de facto, lutam pelos seus próprios interesses, ou seja, realiza um estudo do modo como

as pessoas se comportam. O egoísmo ético é, pelo contrário, uma teoria normativa – uma teoria

sobre como devemos comportar-nos. Independentemente de como nos comportamos, o egoísmo

ético afirma que o nosso único dever é fazer o melhor para nós mesmos. É uma teoria que

levanta desafios, pois contradiz algumas das nossas crenças morais mais profundas.

2. Apresente dois argumentos a favor do egoísmo ético.

R: (A resposta deve incluir dois dos seguintes três argumentos)

1º Argumento – (O altruísmo derrota-se a si mesmo) Cada um de nós está intimamente

relacionado com os seus desejos e necessidades, só conhecemos os desejos e necessidades dos

outros de forma imperfeita; por isso, não estamos bem colocados para os satisfazer. Acresce

ainda que a política de cuidar dos outros é uma intromissão ofensiva na privacidade das outras

pessoas. Para além disso, tornar os outros no alvo da nossa caridade é degradante para eles

próprios. A oferta de caridade diz para si mesmos que eles não são competentes para cuidar de si.

Os beneficiários da caridade tornam-se dependentes desta. Se cada um cuidar dos seus próprios

interesses, é muito mais provável que fiquem todos melhor.

2º Argumento - “Se um ser humano aceita a ética do altruísmo, a sua primeira

preocupação não é como viver a sua vida mas como sacrificá-la” (Ayn Rand).

A ética egoísta é a única ética que leva a realidade da pessoa individual a sério. Uma pessoa só

tem uma vida para viver. Se valorizamos o indivíduo, então devemos concordar que a sua vida

tem uma importância suprema. A ética do altruísmo encara a vida do indivíduo como algo que

devemos estar dispostos a sacrificar para o bem dos outros. O egoísmo ético é o único modo de

vida que leva a sério o indivíduo.

“É esta tomada de consciência, de que estamos em plano de igualdade uns com os

outros, que constitui a razão mais profunda pela qual a nossa moralidade deve incluir

algum reconhecimento das necessidades dos outros, e a razão pela qual, portanto, o

egoísmo ético fracassa enquanto teoria moral”.

James Rachels, Elementos de Filosofia Moral

Filosofia 10º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

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3º Argumento – O egoísmo ético é compatível com o que normalmente consideramos correto.

Não fazer mal aos outros: se fizermos mal aos outros, eles não se sentirão responsáveis por nos

fazer mal; logo, devemos evitar magoar os outros como modo de nos beneficiar a nós mesmos.

Não mentir: temos vantagens em não mentir, mantemos a necessidade de que os outros não nos

mintam. O dever de cumprir as promessas: é do nosso próprio interesse entrar em acordos

mutuamente benéficos com outras pessoas.

3. James Rachels acusa o egoísmo ético de ser arbitrário. Justifique a posição do autor.

O egoísmo ético é inaceitavelmente arbitrário. O egoísmo ético é uma teoria moral que defende

a divisão do mundo em duas categorias de pessoas – nós e os outros – e que encara os interesses

dos primeiros como mais importantes do que os interesses dos segundos. Ao não encontrarmos

uma resposta sólida que justifique esta diferença que introduzimos entre nós e os outros, o

egoísmo ético torna-se numa teoria arbitrária. Por exemplo, o autor afirma que o racismo é uma

teoria arbitrária pois advoga o tratamento diferenciado das pessoas apesar de não existirem entre

elas diferenças que o justifiquem. Para o autor, devemos importar-nos com os interesses das

outras pessoas pela mesma razão que nos importamos com os nossos interesses e necessidades,

pois os delas são comparáveis aos nossos. É a tomada de consciência de que estamos em plano

de igualdade uns com os outros, que constitui a razão mais profunda pela qual a moralidade deve

incluir algum reconhecimento das necessidades dos outros, e a razão pela qual o egoísmo ético

fracassa enquanto teoria moral.

Grupos Itens Cotações

I 1. 6 x 5 pontos = 30 pontos

II

1. 1 x 20 pontos = 20 pontos

2. 1 x 25 pontos = 25 pontos

3.1 1 x 10 pontos = 10 pontos

3.2 1 x 15 pontos = 15 pontos

4.1 1 x 10 pontos = 10 pontos

4.2 1 x 25 pontos = 25 pontos

III 1. 1 x 25 pontos = 25 pontos

2. 1 x 10 pontos = 15 pontos

3. 1 x 25 pontos = 25 pontos

Total: 200 pontos

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-1-

Escola Secundária de Miraflores

Teste de Avaliação

(Duração: 90 min)

Nome ________________________________________________________

Ano _____ Turma _____ Nº _____ Data ___/___/___

Classificação _______________

Versão B

Grupo I

1. Identifique a alternativa correta para completar cada afirmação.

1.1 No que se refere à relação de causa e efeito, Hume consideraria ilegítimo…

a) concluir que não dispomos de qualquer impressão relativa à ideia de conexão necessária;

b) sustentar que esta relação exprime um conhecimento a posteriori;

c) defender que é nesta relação que se baseiam os nossos raciocínios acerca dos factos;

d) afirmar que esta relação traduz uma conexão necessária.

1.2 Algumas das características da ciência moderna são:

a) o probabilismo, o mecanicismo e a matematização;

b) o probabilismo, a relatividade e a incerteza;

c) a certeza, a matematização e a relatividade;

d) o mecanicismo, a matematização e o determinismo.

1.3 Comparando as teorias filosóficas do conhecimento de Descartes e de Hume, é

legítimo afirmar que…

a) Descartes defendeu as ideias inatas; Hume via em Deus o fundamento do conhecimento;

b) Descartes considerava a razão a fonte do conhecimento verdadeiro; Hume entendia que

todas as ideias derivam das impressões;

c) Descartes desconfiava da razão; Hume duvidava dos sentidos;

d) Descartes adotou o ceticismo metódico; Hume abraçou o dogmatismo.

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-2-

1.4 A epistemologia é a ciência que…

a) estuda criticamente os princípios, as hipóteses e os resultados das diversas ciências;

b) reflete sobre o conhecimento em geral;

c) divulga os resultados científicos;

d) estuda as aplicações técnicas e tecnológicas da ciência.

1.5 “As pessoas que querem legalizar o aborto não gostam de crianças. Nós somos

eticamente responsáveis. Por isso, o aborto não deve ser legalizado”. Esta falácia é…

a) uma falácia da bola de neve;

b) uma falácia ad populum;

c) uma falácia ad hominem;

d) uma falácia do boneco de palha.

1.6 “É melhor não contares aos jornalistas o que se passa aqui no tribunal, pois é

sempre complicado ficar sem emprego”. Esta falácia é…

a) petição de princípio;

b) ad baculum;

c) ad hominem;

d) post hoc.

Grupo II

Após a leitura atenta do texto, responda às questões:

1. Apresente um argumento cartesiano a favor da existência de Deus.

2. Esclareça o papel de Deus no sistema cartesiano.

3. Identifique uma crítica ao sistema cartesiano.

3.1. Explique a crítica identificada.

“Depois, tendo refletido que duvidava e, por consequência, o meu ser não era inteiramente

perfeito, pois claramente via que o conhecer é uma maior perfeição do que o duvidar, lembrei-

me de procurar donde me teria vindo o pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que eu

era; e conheci com evidência que deveria ter vindo de alguma natureza que fosse efetivamente

mais perfeita”.

Descartes, Meditações Metafísicas

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-3-

Tendo em consideração o texto, responda à questão:

4. Caracterize as impressões e as ideias.

Após a leitura atenta do texto, responda às questões:

5.1. Esclareça o significado da frase sublinhada no texto.

5.2. Hume afirma que não existe a ideia de Eu. Justifique a posição do autor.

“Todas as perceções do espírito humano reduzem-se a duas espécies distintas que

denominarei impressões e ideias. A diferença entre estas reside nos graus de força e

vivacidade com que afetam a mente e abrem caminho para o nosso pensamento ou

consciência”.

Hume, Tratado da Natureza Humana

“O impulso de uma bola de bilhar é esperado com movimento na segunda. Eis tudo o que

aparece aos sentidos externos. A mente não experimenta nenhum sentimento ou impressão

interna a partir desta sucessão de objetos; consequentemente, não existe, em qualquer caso,

singular e particular de causa e efeito, coisa alguma que possa sugerir a ideia de poder ou

conexão necessária. A partir do primeiro aparecimento de um objeto, nunca podemos

conjeturar que efeito dele irá resultar”.

Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano

Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste

-4-

Grupo III

“A ciência, a filosofia, o pensamento racional, todos devem partir do senso comum.

Não, talvez, por ser o senso comum um ponto de partida seguro: a expressão «senso comum»

que estou aqui a usar é muito vaga, simplesmente porque denota uma coisa vaga e mutável – os

instintos, ou opiniões de muitas pessoas, às vezes adequados ou verdadeiros e às vezes

inadequados ou falsos”.

K. Popper, Conhecimento Objetivo, Belo Horizonte, Ed. da Univ. de S. Paulo e Itatiaia Lda.,

1975, p. 42

1. Tendo em conta o texto anterior, apresente a perspetiva de Karl Popper de

avaliação do conhecimento vulgar.

2. Indique de que modo Gaston Bachelard defende uma perspetiva oposta.

3. Identifique algumas características principais do conhecimento científico.

Grupos Itens Cotações

I 1. 6 x 5 pontos = 30 pontos

II

1. 1 x 15 pontos = 15 pontos

2. 1 x 20 pontos = 20 pontos

3. 1 x 15 pontos = 15 pontos

3.1. 1 x 20 pontos = 20 pontos

4. 1 x 10 pontos = 10 pontos

5.1. 1 x 20 pontos = 20 pontos

5.2. 1 x 20 pontos = 20 pontos

III 1. 1 x 20 pontos = 20 pontos

2. 1 x 20 pontos = 20 pontos

3. 1 x 10 pontos = 10 pontos

Total: 200 pontos

PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ANO LETIVO 2011-2012

ao exercício pleno

de uma cidadania

ativa

harmonização energética.

. Desenvolver a flexibilidade

física, mental e emocional, através

da prática de ásanas, adaptados à

condição física de cada aluno.

3.1.2 - Abertura à

comunidade

Visita de

estudo à

Assembleia da

República

. Conhecer a organização e

funcionamento do Parlamento, a

assembleia representativa de todos

os cidadãos portugueses, como

condição essencial para um

exercício mais esclarecido do

inalienável direito de cidadania.

. Assistir a uma Sessão Plenária,

se possível do debate do

Orçamento de Estado para 2012.

Professora

Alice

Santos

Estagiários

Joana Baião

e Mário

Almeida

10º E2

11º H1

1º Período

Assembleia

da

República

Assistência à

Sessão

Plenária de

dia 11 de

novembro de

2011, com as

turmas 10º

E2 e 10º H2,

e elaboração

de um guião

informativo

para os

alunos

3.2.1 - Área de

Integração

Científico-

pedagógica

Dia

Internacional

da Filosofia

Dramatização

de um texto

filosófico

- Divulgar o dia da Filosofia.

- Dar a conhecer a filosofia aos

alunos mais novos da escola (7º,

8º e 9º anos) de modo a motivá-

los para a disciplina que irão ter

no ensino secundário.

- Envolver os alunos de 10º ano

na divulgação da filosofia como

património da humanidade.

Professora

Alice

Santos

Estagiários

Joana Baião

e Mário

Almeida

10º E2 17 de

novembro

Vários

espaços da

escola: salas

de aula, sala

de

professores,

gabinete da

direção,

biblioteca,

entre outros.

Ida de

algumas

“brigadas” de

alunos desta

turma a

várias outras

turmas para

colocarem

duas

perguntas

(“Quem és

tu?” e “O que

fazes aqui?”)

PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ANO LETIVO 2011-2012

3.1.2 - Abertura à

comunidade /

3.2.1 - Área de

Integração

Científico-

pedagógica

Workshop

“Isto é arte?

Compreender a

arte

contemporânea

. Reconhecer a especificidade da

experiência estética.

. Refletir sobre o significado da

Arte e da experiência artística.

. Refletir sobre a multidimen-

sionalidade da obra de arte.

Professora

Alice

Santos

Estagiários

Joana Baião

e Mário

Almeida

10º E2

2º Período

Fundação

Calouste

Gulbenkian

Realizou-se

no dia 10 de

abril; foi

elaborada a

partir desta

atividade

uma ficha de

introdução ao

estudo da

estética por

um dos

estagiários

3.1.2 - Abertura à

comunidade /

3.2.1 - Área de

Integração

Científico-

pedagógica

Workshop

“O poder da

Arte! Arte,

sociedade e

mudança”

. Reconhecer o poder da arte

enquanto elemento de mudança

social.

. Compreender a cidadania como

um dever.

. Reconhecer a importância da

Filosofia na construção da

cidadania.

. Refletir sobre a ligação entre

filosofia e arte, no âmbito de uma

cidadania consciente.

Professora

Alice

Santos

Estagiários

Joana Baião

e Mário

Almeida

11º H1 2º Período

Fundação

Calouste

Gulbenkian

Não se

realizou

3.1.2 - Abertura à

comunidade /

3.2.1 - Área de

Integração

Científico-

pedagógica

Semana da

Escola

Várias

atividades e

palestras.

Palestra por

Ricardo

. Refletir sobre a origem e os

fundamentos das nossas crenças.

. Apresentar a filosofia como uma

atividade racional crítica que

permite a clarificação do

pensamento e sua autonomia

Professora

Alice

Santos

Estagiários

Joana Baião

e Mário

Almeida

10º E2

11º H1

19 a 23 de

março

Escola -

auditório

A turma do

10º E2

participou na

conferência

do

doutorando

em Filosofia

Bruno Dias

PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ANO LETIVO 2011-2012

Santos,

presidente da

Associação

Portuguesa de

Filosofia

. Evidenciar a importância da

Filosofia no mundo

contemporâneo.

“As

Transforma-

ções da

Democracia”

(20/03); o 11º

H1 na

palestra do

Prof. Dr.

Ricardo

Santos “Um

autor, um

livro, um

problema

filosófico”

(21/03)

3.1.2 - Abertura à

comunidade /

3.2.1 - Área de

Integração

Científico-

pedagógica

Workshop de

Tai Chi e

Yoga

.Desenvolver colaborações entre

formadores e formandos do Curso

EFA

.Articular resultados de

aprendizagem

Professora

Alice

Santos e

formanda

Yeuk Ho

Curso EFA

e comunidade

educativa 19 de

Março

Sala C5 Ampla

participação

nos

exercícios e

relaxamento

3.2.1 - Área de

Integração

Científico-

pedagógica

Workshop de

“Literacia

Financeira”

.Articular resultados de

aprendizagem

. Aprofundar conhecimentos na

área económica e financeira

Professora

Alda

Coutinho

Curso EFA

e comunidade

educativa 6 de

Outubro

Biblioteca Aplicação

dos conheci-

mentos no

trabalho de

projeto

desenvolvido