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Ano XIII | 218 | Agosto 2013 ISSN 2178-5781 Economia e Sustentabilidade Sistema de Irrigação com uso da água da chuva garante economia e produção sustentável Crédito Rural Fábio Lenza, vice-presidente da Caixa Econômica Federal é entrevistado desse mês Produção e qualidade Programa Leite Legal aumenta qualidade do produto no Estado

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Page 1: Economia e Sustentabilidade - Sistema FAEG...Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas

Ano XIII | 218 | Agosto 2013

ISSN

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Economia e Sustentabilidade

Sistema de Irrigação com uso da água da chuva garante economia e produção sustentável

Crédito Rural Fábio Lenza, vice-presidente da Caixa Econômica Federal é entrevistado desse mês

Produção e qualidadePrograma Leite Legal aumenta

qualidade do produto no Estado

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NÃO BASTA A CARNE TER CARA BOA, PERGUNTE SE É FRIBOI. PEÇA A CARNE QUE É INSPECIONADA E, TODOS OS DIAS, PASSA POR TESTES DE QUALIDADE.

SABE POR QUE A FRIBOI É A MELHOR PEDIDA? Porque a Friboi segue um rigoroso controle de qualidade para oferecer a melhor carne que vai a sua mesa. Na fábrica, todo o processo é fiscalizado de perto, com muita responsabilidade, para que a carne receba o Selo de Inspeção Federal. Quando você pede Friboi, leva procedência e garantia de origem. Leva o cuidado, a seriedade e o mais alto padrão de higiene. Por isso, não tenha vergonha de perguntar se é Friboi. Leve a marca em que você e sua família podem confiar. FRIBOI. CARNE CONFIÁVEL TEM NOME.

friboi.com.br

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

COnselhO editOriAl

Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;

Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins

editores: Francila Calica (01996/GO)

reportagem: Catherine Moraes e Leydiane Alves

Fotografia: Larissa Melo e Mendel Cortizo

revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

diretOriA FAeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. Vice-Presidentes institucionais: Bartolomeu

Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes

Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-

hares Ribeiro. suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,

Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,

Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo

Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da

Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva

Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes:

Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Mar-

gareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo

Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu

Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,

Walter Vieira de Rezende.

COnselhO AdMinistrAtiVO senAr

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:

Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson

Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos

Fernandes.

suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

superintendente: Marcelo Martins

FAeG - senAr

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

site: www.sistemafaeg.com.br

e-mail: [email protected]

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

site: www.senargo.org.br

e-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

Acabamos de sair de um período muito produtivo no que se refere à discussão sobre a produção de ali-mentos e a sustentabilidade ambiental em Goiás. Te-

mos aprovado o novo Código Florestal Estadual e, com isso, maior clareza sobre os diretos e deveres de cada produtor.

Durante esse período de discussões, o segmento agro-pecuário pode apresentar à sociedade o que é produção com sustentabilidade. Demonstrou que os maiores responsáveis pela preservação do meio ambiente estão no campo. Dia após dia, o setor não se polpa em dar exemplos de que re-cursos naturais devem ser utilizados com racionalidade.

É o caso dos produtores do município de Cristalina. Re-conhecida como a maior área irrigada da América Latina, abriga inúmeros exemplos de utilização de processos que racionalizam o uso da água e potencializam os resultados da produção de alimentos.

São práticas utilizadas largamente em Goiás pelos pro-dutores, conscientes de que a continuidade da atividade produtiva está atrelada à perpetuação dos recursos naturais. Agricultura sustentável, altamente produtiva e competitiva é o que fazemos por aqui.

Produção sustentável

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NÃO BASTA A CARNE TER CARA BOA, PERGUNTE SE É FRIBOI. PEÇA A CARNE QUE É INSPECIONADA E, TODOS OS DIAS, PASSA POR TESTES DE QUALIDADE.

SABE POR QUE A FRIBOI É A MELHOR PEDIDA? Porque a Friboi segue um rigoroso controle de qualidade para oferecer a melhor carne que vai a sua mesa. Na fábrica, todo o processo é fiscalizado de perto, com muita responsabilidade, para que a carne receba o Selo de Inspeção Federal. Quando você pede Friboi, leva procedência e garantia de origem. Leva o cuidado, a seriedade e o mais alto padrão de higiene. Por isso, não tenha vergonha de perguntar se é Friboi. Leve a marca em que você e sua família podem confiar. FRIBOI. CARNE CONFIÁVEL TEM NOME.

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PAINEL CENTRALsh

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Aviação agrícola em discussãoFaeg discute projeto que visa proibir atividade em Goiás

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Cursos e treinamentos do Senar 36

Produção aliada à qualidadePrograma Leite Legal busca capacitar

produtores e auxiliar no crescimento produtivo com foco na qualidade

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The

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Caixa operará R$ 3,7 bilhõesFábio Lenza, da Caixa, fala sobre como o banco irá atuar na disponilização do crédito

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Sistema de irrigação utilizado em Cristalina garante economia e alta produtividade. Foto: Mendel Cortizo.

Importância da administraçãoApós participar do Programa Empreendedor Rural, vitivinicultora, Vanilda Padilha, de Itaberaí, auxilia o marido na administração do negócio

24Resgate de tradições

Cavalgadas e queimas de alho reforçam cultura rural

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Sistema de irrigação com uso da água da chuva em Cristalina auxilia produtores

Men

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Produtividade sustentável 26

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AGENDA RURAL

13/08 17/08

Seminário Regional de legislação Trabalhista Rural

Local: Jataí

Informações: (64) 3631-2223

Inauguração Memorial Antônio Fábio Ribeiro

Local: Padre Bernardo

Informações: (61) 3633-1152

23/08 24/8

Campo Saúde Luziânia/ Jardim Ingá

Local: Luziânia

Informações: (62) 3096-2114

Campo Saúde Cidade Ocidental

Local: Cidade Ocidental

Informações: (62) 3096-2114

16 e 17 de agosto

4º Festival ABC da Boa Mesa – Alho, Batata, Cebola e Leite

Local: Cristalina

Informações: (61) 3612-5732

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FIQUE SABENDO

Livro

Para ter sucesso em qualquer atividade agropecuária, o empre-sário rural deverá lançar mão de conhecimentos da Administração Rural. Embora seu campo de atu-ação seja bastante amplo, a obra busca enfocar os principais aspec-tos da Administração, visando ao uso racional dos fatores de produ-ção e objetivando o aumento da produtividade por meio da adoção das principais práticas agrícolas sob a coordenação de uma sólida base administrativa.

edito

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a reunião discute entrega da ferrovia norte-sul

Administração rural teoria e Prática

registro

No último dia 19 de julho, o vice--presidente institucional da Fede-ração da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz, ao microfone) participou de reunião so-bre o andamento da Ferrovia Norte--Sul. O evento foi realizado na sede da Federação das Indústrias do Es-tado de Goiás (Fieg) e contou com a presença do Diretor de Operações da Valec, Bento José de Lima e do vice--governador do Estado, José Eliton.

Durante o evento, Bento de Lima

anunciou a entrega do trecho Palmas--Anápolis para fevereiro de 2014 e dis-se ainda que, no Estado, 94% da obra já está conclusa. Foi cogitado ainda a possibilidade de incluir no projeto inicial um terminal no município de Goianira. Com localização na Região Metropolitana, o local serviria como complemento para o modal de Anápo-lis. Iniciada há quase 30 anos, a ferro-via tinha como penúltima meta ser en-tregue no ano de 2010. Em todo o país, 38% dos trechos já foram executados.

Pesquisa

Café faz bem ao coraçãoM

ende

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tizo

O tradicional cafezinho é uma das bebidas mais consumidas e apreciada no Brasil e no exterior. Mesmo tendo essa popularidade, as propriedades nutracêuticas do café ainda é vítima de desinformação. No entanto, estu-dos recentes mostram que a bebida, se consumida com moderação, é sau-dável para o ser humano.

De acordo com o médico e pesqui-sador Luiz Antonio Machado César, do Instituto do Coração - InCor, do Hospi-tal das Clínicas – HC da Faculdade de Medicina da Universidade de São Pau-lo – FMUSP, o café não faz mal à saúde se tomado em quantidades moderadas, ou seja, até quatro xícaras ao dia. Ele avalia os efeitos do café sobre variáveis

que envolvem o sistema cardiovascu-lar para saber os efeitos da bebida na pressão arterial e no coração de pa-cientes que já têm doenças coronárias. Os estudos vêm sendo desenvolvidos há quatro anos na Unidade Café e Co-ração, instalada no InCor, por meio de parceria com o Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

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PROSA RURAL

Em busca do crédito rural

Leydiane Alves | [email protected]

Caix

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Fede

ral

A Caixa Econômica Federal irá destinar R$ 3,7 bilhões ao

custeio agrícola e pecuário, além de verba para investimento

em máquinas/equipamentos, aquisição de animais e projetos

de infraestrutura rural. No total, cerca de mil agências irão operar o

crédito rural e poderão auxiliar ainda em programas habitacionais no

campo. Nesta edição da Revista Campo, o vice-presidente da Caixa,

Fábio Lenza fala sobre o trabalho a ser executado, as metodologias e

garantias a serem oferecidas.

Fábio LEnzA é vice-presidente de Pessoa Física da Caixa Econômica Federal

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revista Campo: A Caixa iniciou a

sua atuação no Crédito Rural (CR)

em setembro de 2012, com um pro-

jeto piloto desenvolvido em 62

agências de oito estados brasileiros.

Qual a meta para esse ano?

Fábio lenza: Para o ano-safra

2013/2014, iniciado em 1º de julho,

o banco vai aplicar mais de R$ 3,7

bilhões em recursos destinados ao

custeio agrícola e pecuário e a opera-

ções de investimentos em máquinas/

equipamentos, aquisição de animais

e projetos de infraestrutura rural. A

atuação no Crédito Rural veio com-

plementar o amplo portfólio de pro-

dutos já oferecidos pela Caixa a seus

clientes e possibilitar a intensificação

do relacionamento com o segmen-

to de Agronegócios que representa

cerca de 25% do PIB Nacional e tem

crescido a um ritmo acima da média

dos demais setores da economia.

revista Campo: Quais são os do-

cumentos necessários para o cálculo

do Limite de Crédito do Produtor?

Fábio lenza: Os principais são: os

documentos pessoais, documentos

de caracterização do cliente como

produtor rural, identificação do imó-

vel de aplicação do crédito, orçamen-

to simplificado, plano ou projeto da

atividade a ser desenvolvida. O orça-

mento simplificado pode ser utiliza-

do em operações de custeio de valor

até R$ 500 mil.

revista Campo: Essa é a maior

participação da Caixa neste segmen-

to. Além de trazer novos recursos

para o setor agropecuário, quais ou-

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tros benefícios serão oferecidos aos

produtores rurais?

Fábio lenza: Os produtores rurais

pessoas físicas que contratarem o

crédito rural na Caixa terão à sua dis-

posição condições diferenciadas em

outros produtos e serviços do banco,

tais como cestas de tarifas, financia-

mento habitacional, outras operações

de crédito, aplicações financeiras, se-

guros, dentre outras.

revista Campo: As garantias são

as mesmas praticadas por outros

agentes? E como ficam os produ-

tores que já possuem hipoteca em

primeiro grau com outros agentes

financeiros?

Fábio lenza: As garantias são ne-

gociadas e definidas de acordo com

a operação, e são aquelas permitidas

pelas normas vigentes e válidas para

todos os bancos. Alguns exemplos

são: a hipoteca ou alienação fiduci-

ária de imóveis, penhor agrícola ou

pecuário, alienação fiduciária de au-

tomóveis e máquinas, aval ou fiança.

No caso de hipoteca, a garantia em

primeiro grau deve ser registrada em

nome da Caixa.

revista Campo: Como será feito o

cálculo do limite de crédito?

Fábio lenza: O limite de crédito é

definido com base na avaliação do

perfil do cliente e na análise do orça-

mento, plano ou projeto apresentado

pelo produtor, levando-se em conta

aspectos como os custos de produção,

produtividade, receita esperada, etc.

revista Campo: Os bancos têm

metodologias para deferimento de

operações em agências, superinten-

dências e diretoria de crédito, como

isso é feito pela Caixa?

Fábio lenza: A metodologia ado-

tada pela CAIXA prevê alçadas de

agência, superintendência regional e

diretoria, com destaque aos finan-

ciamentos realizados por meio do

“Custeio Fácil CAIXA”, para valores

até R$ 300 mil, que poderão ser ana-

lisadas e aprovadas diretamente na

agência de forma rápida e fácil.

revista Campo: As linhas de crédi-

to rural estão disponíveis em quan-

tas agências da Caixa? E quais as

regiões?

Fábio lenza: As linhas de crédito

rural estarão disponíveis em cerca

de mil agências da Caixa, distribuí-

das por todas as regiões e em cida-

des com forte atuação no agronegó-

cio. Outra novidade que a Caixa traz

para safra 2013/2014 é o Caminhão

do Agronegócio, unidade móvel que

funciona como agência, divulgando

e disponibilizando o crédito rural

em feiras agropecuárias e em outros

eventos do setor.

revista Campo: A Caixa atende

produtores, cooperativas e agroin-

dústrias em diferentes tipos de cul-

turas. Quais são elas? A atuação do

banco também envolve o financia-

mento a atividades pecuárias?

Fábio lenza: As principais culturas

atendidas são soja, milho, trigo, ar-

roz, feijão, sorgo, café, laranja, cana e

algodão. A atuação do banco também

envolve o financiamento a atividades

pecuárias, incluindo os segmentos de

bovinos, suínos, aves e ovinos/capri-

nos. Novas culturas e modalidades

de financiamento serão incluídas de

acordo com a demanda identificada.

revista Campo: Com relação ao

Pronaf, vocês pretendem operar

apenas com operações de custeio ou

serão mais agressivos nas operações

de investimento?

Fábio lenza: Estamos iniciando o

atendimento ao Pronaf por meio de

repasse a cooperativas, para poste-

rior ampliação.

revista Campo: O programa Minha

Casa, Minha Vida Rural já é operado

pela Caixa, existe alguma vinculação

com as operações de investimentos?

Como, por exemplo, contratar um

empréstimo para habitação e outo

para investimento.

Fábio lenza: O objetivo da Caixa

não é vincular operações e sim aten-

der as necessidades dos clientes,

buscando ofertar as melhores solu-

ções e opções de crédito. A maior

participação do banco no segmento

do Agronegócio, além de trazer no-

vos recursos para o setor agropecuá-

rio, também propiciará o acesso, aos

produtores rurais e seus familiares

e empregados, a outros produtos da

Caixa como planos odontológicos

e programas habitacionais para a

construção, reforma e ampliação de

moradia no campo.

O limite de

crédito é

definido pelo

perfil do cliente

e pela análise do

orçamento,

plano ou

do projeto

apresentado

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MERCADO E PRODUTO

O novo patamar de preços do leite tem permitido ao produtor a recompo-

sição de perdas de outras épocas e tem sido fundamental para o planejamento de novos investi-mentos em médio e longo pra-zos. A menor produção de leite, neste período de entressafra, e a demanda firme impactaram para essa recomposição.

A oferta de leite no campo con-tinua restrita, acirrando a disputa pela matéria-prima por parte dos laticínios. Essa restrição foi cau-sada, dentre outros fatores, pelos elevados custos de produção ao longo do ano passado que fizeram com que os produtores freassem a produção para não incorrerem em prejuízos na atividade.

Segundo o levantamento do CEPEA/USP, a captação de leite no Brasil caiu 2% de maio de 2013 em relação a abril de 2013. Também segundo levantamento da Faeg, em 20 cooperativas em Goiás essa captação quando comparado maio de 2013 a maio de 2012, recuou cerca de 9,32%, se considerado o período de janeiro a maio de 2013, a queda foi de 10,8%.

Mesmo a entrada da safra de leite no sul do país não foi sufi-ciente para alterar o quadro de escassez do produto. Agentes de mercado mencionam que as chuvas que eram esperadas para abril e maio, chegaram somente no final de maio, atrasando a se-meadura das pastagens de inver-no e fazendo a produção do sul do país avançar somente 0,72% de

maio/2013 em relação a abril/2013.Outro aspecto que contribuiu

para essa recomposição de preços ao produtor foi que as condições para a importação não estão fa-voráveis devido à valorização do dólar e também à menor oferta mundial de leite, o que elevou os preços internacionais de lácteos.

Os preços em julho, impulsio-nados, principalmente, pela que-da na produção de leite da Nova Zelândia, maior player no merca-do internacional. No último leilão realizado pela plataforma Global Dairy Trade (que é a referência para o mercado internacional de lácteos), a cotação do leite em pó integral apresentou alta de 7,7% em relação ao último leilão reali-zado 15 dias antes, fechando em US$ 5 mil/tonelada.

As cotações internacionais continuam bem acima das ob-servadas no mesmo período do ano passado. O preço médio dos lácteos está 75% maior que no mesmo período de 2012. Em maio/2013, a balança comercial de lácteos brasileira foi deficitá-ria em US$ 25 milhões, mesmo com uma redução de 26% no vo-lume importado.

Essa baixa disponibilidade de leite, tanto no mercado interno como no mercado externo, alia-da à demanda firme pelo con-sumidor tem provocado grande disputa pela matéria-prima entre as indústrias, com reflexos sobre os preços aos produtores e aos preços dos derivados lácteos.

Simultaneamente, o merca-

do de derivados lácteos tem re-fletido a oferta mais restrita de matéria-prima. Muitos represen-tantes de laticínios estão aumen-tando os preços de seus produ-tos justamente para diminuir as vendas, no receio de não con-seguir cumprir as entregas. Se-gundo levantamento no mercado atacadista de São Paulo, os pre-ços médios do leite UHT estão na faixa de R$ 2,30/litro (cotação de 22/07/2013), aumento de 1,91% nos últimos 15 dias.

Apesar do acréscimo dos pre-ços aos produtores, a rentabilida-de não aumentou muito. Isso em função de que os custos de pro-dução ainda estão maiores em 2013. O Custo Operacional Efe-tivo (COE) entre abril/maio/2013 está 11% maior do que no mes-mo período do ano passado, o que mantém o alerta no que diz respeito ao controle dos gastos.

Em junho os preços de lei-te recebido pelos produtores em Goiás variaram entre R$ 0,85 e R$ 1,15/litro. Tais preços variam de-vido a vários fatores, como quan-tidade, qualidade, distância até a indústria, dentre outros conforme sistema de pagamento por parte das indústrias de laticínios.

Observa-se que é a lei da de-manda e da oferta regendo o mer-cado. Segundo especialistas do setor, a tendência é de que os pre-ços continuem firmes pelo menos até setembro, quando as preci-pitações devem voltar com mais frequência e permitir que o gado leiteiro tenha mais pastagem.

Preços do leite em recuperaçãoEdson novaes | [email protected]

edson novaes

[email protected]

é gerente de estudos

técnicos e econômicos

da Faeg

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Agosto / 2013 CAMPO | 11www.senargo.org.br

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

Piracanjuba

jauPaci

itauçu

anáPoLis

corumbá de goiás

Mais de cinco mil pessoas se reuniram na 3ª Confraternização dos Associados da Cooperativa Agropecuária Mista de Piracanjuba (Coapil), onde foi oferecido pelo presidente da Coapil, José Lourenço de Castro, um almoço para festejar com seus associados e familiares. Na ocasião, o presidente do Sistema Faeg/Senar José Mário, participou da abertura do evento e destacou a importância de cooperativas para o segmento.

O Sindicato Rural de Jaupaci realizou, no dia 11 de julho, a abertura da Expojaú 2013. A solenidade foi realizada na arena do rodeio. Entre os presentes estavam o prefeito municipal Absalon Batista Guimarães, o presidente do Sindicato de Jaupaci, Laerte Dourado; o Deputado Estadual, Tales Barreto e o Gerente Sindical da Faeg, Antelmo Teixeira. O evento iniciou com uma queima de fogos, apresentação das autoridades ao público e montaria dos peões. Segundo o presidente do Sindicato Rural, a realização da Expajau é um grande desafio.

Cerca de 100 pessoas participaram da solenidade que deu início às capacitações das turmas do Projeto Jovem Empreendedor Aquicultor. O evento foi realizado no dia 17 de julho. Na ocasião foram formadas as primeiras seis turmas que receberão o treinamento de aquicultura, que será ministrado em Itauçu, Itaberaí e Inhumas. Segundo o prefeito de Itauçu, Moacir Barbosa (Tulim)o projeto terá um fábrica de rações que será construída com recursos do Ministério da Pesca, na ordem de R$ 14 milhões. A administração dos recursos será de responsabilidade da prefeitura de Itauçu.

Os 20 primeiros contratos das casas em construção pelo Programa Minha Casa, Minha Vida Rural, foram entregues, no mês de julho, em uma solenidade realizada pelo Sindicato Rural de Anápolis e a empresa GAU. A previsão é que as 20 primeiras casas sejam entregues, no dia 30 de setembro. Entram na lista dos beneficiários os municípios de Anápolis, Ouro Verde, Campo Limpo, Abadiânia e Pirenópolis. O objetivo é que até o final do ano sejam entregues 200 moradias.

Mais de cinco mil pessoas acompanharam, no dia 6 de julho, os desfiles em comemoração ao 283º aniversário do município de Corumbá de Goiás. O Sistema Faeg/Senar e o Sindicato Rural de Corumbá participaram com os Programas Agrinho e Pronatec. A caminhada teve várias apresentações que ressaltaram a cultura local, como as Cavalhadas e Carros de Boi.

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Confraternização Coapil

resgate de tradições

Jovens aquicultores

Minha Casa, Minha Vida rural

Município Bicentenário

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iPameri

nota de FaLecimento:

Uma vaca que ensina a garantir a qualidade do leite tirado foi a atração mais visitada do estande do Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural de Ipameri, durante a Expo Ipameri 2013. Dotada de computadores, a maquete da vaca do Programa Leite Legal instrui o produtor, por meio de um vídeo educativo, a como cumprir as normas da Instrução Normativa (IN-62), para a qualidade do leite. O vídeo apresenta os cuidados que devem ser tomados desde a pré-ordenha até a chegada do leite à indústria.

Laris

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elo

leite legal chega a Goiás

Faleceu no dia 15 de julho o primeiro secretário do Sindicato Rural de Bom Jesus de Goiás, Benedito Maia. A liderança sindical integrou o grupo fundador da entidade.

Bom Jesus de Goiás

No dia 14 de julho, faleceu o ex-presidente do Sindicato Rural de Itaberaí, Otávio Luz.

itaberaí

Posse e eLeiçõesDurante os meses de junho e julho cinco Sindicatos Rurais realizaram posses de diretoria eleitas, confira:

Para o próximo triênio, o Sindicato Rural de Fazenda Nova terá Dionísio Gomes Dias como presidente; Tiago de Oliveira, vice-presidente; Israel Fernandes como primeiro secretário e Clarindo Oliveira assume como tesoureiro.

Fazenda nova

Assume o posto de presidente Kássio Douglas Gomes que tem em sua diretoria executiva o vice-presidente, Rogério Lopes Viana, a secretária, Edna das Graças Rosa e o tesoureiro Rogério Silva.

Petrolina de Goiás

Edil Yuiti Morissugui foi reeleito presidente do Sindicato Rural de Aporé, acompanhado de Corival Cândido, como secretário; Gercione Carvalho Filho, como tesoureiro. No Conselho Fiscal ficaram: Luiz Cláudio Lorusso, Eldo de Assis e Leonel Navarini.

Aporé

Nilson José da Silva é o presidente eleito do Sindicato Rural de Campo Alegre. Para o próximo triênio, o acompanham na diretoria executiva o primeiro secretário Ricardo Ariki e tesoureiro, Rideo Okuda.

Campo Alegre

No Município de Barro Alto, assume a presidência do Sindicato Rural Maria do Socorro Moreira como presidente; Célio Aguiar, vice-presidente; Hélio Justino da Costa, primeiro secretário e Eloi Pascoal Vasconcelos da Silva, tesoureiro.

Barro Alto

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PECUáRIA DE LEITESh

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Programa Leite Legal capacita produtor para produzir mais e melhor. Consumidor será beneficiado

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para a Revista Campo

Produção com mais qualidade

Segundo o presidente da Comis-são Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agri-

cultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ro-drigo Alvim, são dois os maiores pon-tos positivos do programa: a educação continuada e a possibilidade de o pro-dutor rural conseguir, após a confir-mação da melhor qualidade do leite, angariar melhores preços na venda do litro de leite para as indústrias.

Rodrigo explica que todos os par-ticipantes do curso, recebem visitas técnicas em suas propriedades. No local, é realizada uma avaliação pas-so a passo em todo o procedimento de boas práticas de produção de lei-te em um sistema de check list. Vale lembrar que o processo começa na ordenha e termina na entrega do leite as indústrias.

“Tudo é feito com uma caneta es-pecial que memoriza o que está sendo escrito. Ela aponta as características da propriedade, descarrega as infor-mações em um programa e todos os dados vão fazer parte de um banco de dados”, diz. Rodrigo ressalta que em uma próxima etapa, com base na aná-lise do leite, poderá ser providenciada uma nova visita técnica. A análise po-derá ser feita também via indústrias.

A ideia é de que seja trabalhada toda a cadeia produtiva. Confirman-do uma melhor qualidade do leite de uma região, a perspectiva é de a in-dústria de laticínio pague um preço

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mais elevado pelo litro do leite. A presidente da CNA, senadora

Kátia Abreu também conversou com as principais indústrias dos Estados. “Se não houver uma melhora em toda a cadeia, se a indústria não fizer uma análise do leite de todos os produ-tores, pelo menos, uma vez por mês, fica difícil avançarmos”, avalia a pre-sidente. Para ela, a tomada da decisão por parte da indústria de pagar mais por um leite de qualidade é o que irá definir a velocidade do avanço da

qualidade do produto no País.O diretor técnico do Sebrae Goi-

ás, Wanderson Portugal, afirma que a instituição ajudou a elaborar as car-tilhas e liberou parte dos recursos. A proposta, diz, é acompanhar as ações e oferecer para os produtores noções de gestão e complementar o ensino técnico dos produtores. “Pretende-mos fazer uma consultoria no campo, acompanhar mais de perto e traba-lhar a visão de empreendedorismo no campo”, diz.

Para Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da CNA, a educação continuada é um dos pontos positivos do Programa Leite Legal

Presidente da CNA, senadora Kátia Abreu afirma que indústria precisa fazer análises

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Para Rodrigo Alvim, as medidas são fáceis de serem cumpridas. Dos procedimentos, dois são os mais co-brados: contagem de células somá-ticas e contagem bacteriana. O pri-meiro é feito pelo teste da caneca de fundo preto. Nela, os primeiros jatos de leite da ordenha são ana-lisados. Se estiverem com aspecto coalhado, são indícios de que o ani-mal apresenta infecção. “Aí tem um custo maior, porque terá que tratar o rebanho e o leite não pode ser aproveitado”, diz.

Entretanto, a contagem bacteria-na é simples. “É capricho, higiene”, resume. Ele informa que o produtor rural deve utilizar um detergente desengordurante específico para re-alizar a lavagem de todos os equi-pamentos. “Não é comprar esses domésticos, eles não retiram toda a gordura, gerando presença de bac-térias”, diz.

Pronatec Leite Segundo o presidente do Sistema

Faeg/Senar, José Mário Schreiner, a

maior demanda do Programa Nacio-nal de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) é da pecuária leiteira. “30% do orçamento do Pro-natec é destinado à atividade”, diz. Sendo assim, diz, o Senar Central está desenvolvendo o Pronatec Leite.

O programa consiste em não só qualificar a mão de obra, mas tam-bém realizar o acompanhamento na propriedade. Para ele, o maior gargalo do setor é a assistência técnica e o processo educacional. “Precisamos atualizar os técnicos, capacitar o produtor e qualificar a mão de obra”, diz.

Ao encontro dessa necessidade, o Senar já oferece os programas de Gestão da Pecuária Leiteira, Merca-do Leite e Balde Cheio. O primeiro, com base na formação continuada, o aprendizado das melhores téc-nicas de manejo, reprodução, ad-ministração da propriedade, entre outros assuntos ligados à pecuária

leiteira. A duração média é de quatro meses. “Os produtores

obtêm informações voltadas para a gestão”, explica o

superintendente do Senar Goiás, Marcelo Martins.

Já o programa Mercado Leite, in-cute conhecimento em outra seara na qual o produtor costuma ter pouca habilidade. Conhecer o custo de pro-dução, rentabilidade e as técnicas de negociação são fundamentais para a sustentabilidade do negócio. Dividido em dois módulos, o período de apli-cação do curso é de cerca de 30 dias.

Marcelo lembra que os produ-tores devem procurar os Sindicatos Rurais de sua região. “Eles são os mobilizadores das turmas”, afirma. O Senar contabiliza mais de 18 mil participantes ao longo de sua histó-ria. O Programa Balde Cheio pode ser considerado a menina dos olhos da instituição. Em parceria com os municípios, o programa trabalha a aplicação de assistência técnica nas propriedades rurais.

O Balde Cheio, atualmente, pos-sui mais de 60 grupos e a meta é atingir 100 grupos até o fim do ano. “Em pouco tempo, um produtor que tira 100 litros por dia, pode atingir cerca de 400 litros”, afirma.

Medidas simples garantem qualidadeLa

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Segundo o superintendente do Senar, em Goiás, Marcelo Martins, já está sendo desenvolvido um Pronatec Leite

Presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner afirma que maior demanda do Pronatec é da pecuária leiteira

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Discussões sobre a atividade

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liO vice-presidente administrati-vo da Faeg e produtor de leite, Eu-rípedes Bassamurfo, explica que a saúde do animal reflete na saúde do homem e na saúde da renda da propriedade. É necessário criar métodos minuciosos para controle da sanidade, mas também para os gastos e rentabilidade. “O produ-tor rural costuma investir na pro-priedade, mas apresenta dificul-dades para gerir”, diz.

A realidade do Estado é que cerca de 80% dos pecuaristas de leite não recebem assistência téc-nica. “Eles estão descobrindo aos poucos que, com gestão é possível ter lucro e sustentabilidade”, diz.

Alguns exemplos pontuais pro-vam o sucesso de programas como o Balde Cheio. Eurípedes afirma

Rosangela Zoccal, afirma que é necessário levar mais informações aos produtores, já que a atividade é cheia de detalhes

que alguns produtores, aplicando so-mente as técnicas repassadas, ou seja, sem imprimir investimentos, nem contrair dívidas, conseguiram até tri-plicar a produtividade do rebanho.

GestãoPor ser uma atividade dissemina-

da em todo o Estado e, geralmente, os conhecimentos são passados de geração em geração, boa parte dos

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produtores rurais acreditam que dominam a técnica de produção de leite. A pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, Rosângela Zoccal, explica que essa é das características que difi-cultam a melhoria na gestão. “O nível de ins-trução formal dos produtores ainda é baixo e, bem ou mal, todos acham que sabem produ-zir leite”, argumenta. Ao contrário dessa sim-plicidade imaginada por alguns produtores, ele explica que a atividade leiteira é complexa e cheia de detalhes. “São muitos os fatores envolvidos: alimentação, reprodução, sanida-de, meio ambiente, entre outros”, afirma.

Ele ressalta que, em sua palestra, pretende focar na gestão técnica, discutindo a importân-cia de acompanhar os indicadores zootécnicos, como produção por animal, por área e por mão de obra, por exemplo.

Além disso, os produtores serão informa-dos sobre custo de produção de leite e os prin-cipais itens que os compõem. Para isso, aposta na confecção de uma planilha. Ela explica que essa ferramenta proporciona conhecer os pon-tos que mais pesam no custo de produção. “A planilha proporciona ao produtor informações para tomar decisões”, diz.

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Projeto que tramita na Assembleia Legislativa de Goiás quer proibir prática

Catherine Moraes | [email protected]

Aviação agrícola em discussão

DEFENSIVOS AGRíCOLAS

Com o intuito de discutir o pro-jeto de lei que proíbe a prática de aviação agrícola em Goiás,

de autoria do deputado estadual Mau-ro Rubem (PT), representantes das empresas responsáveis se reuniram, no último mês, com diretores, técni-cos e o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner. Projetos se-melhantes já foram discutidos e rejei-tados nos estados do Paraná e Piauí.

A Faeg elaborou um parecer téc-nico/jurídico e concluiu que o uso da aviação é viável e os malefícios expli-citados no projeto de lei não condi-zem com a realidade. Esta técnica é usada há mais de 65 anos. A entidade defende que a lei não seja modifica-da, mas que a fiscalização seja cum-prida de forma mais efetiva.

“Queremos trabalhar em sincro-nia, pois a aviação agrícola é funda-mental. Eu não poderia tomar deci-

sões isoladas, individuais. Por isso, chamei todos aqui. Esta análise, as-sim como as decisões a serem toma-das é algo que temos que fazer em conjunto”, afirmou o presidente José Mário durante a reunião.

Importância e viabilidadeA utilização de aviões para pul-

verização de defensivos apresenta vários benefícios em relação ao uso de pulverizadores terrestres. En-tre as principais vantagens estão a uniformidade, redução nos custos, redução no tempo de aplicação e melhor aproveitamento das condi-ções climáticas.

Para o engenheiro agrônomo e consultor técnico da Faeg, Cristiano Palavro, outro fator importante é o fato de o avião não encostar-se à la-voura a ser aplicada, diminuindo as perdas por “pisoteamento de máqui-nas” e evitando o transporte de do-

enças e pragas para outros locais, que ao infestarem outras lavouras, exigi-riam maior número de aplicações de produtos químicos. Para algumas culturas como o milho, por exemplo, a utilização de equipamentos ter-restres fica inviável após as plantas atingirem um maior porte, sendo a aplicação realizada geralmente com aviões agrícolas.

“Fazendo um cálculo simples, numa lavoura de soja com produtividade de 50 sacas por hectare, utilizando a co-tação atual do grão (R$ 55), as perdas pela utilização de aplicação terrestre seriam de R$ 82,50 por hectare, pela destruição das plantas no ‘rastro de pulverização’, completa o técnico.

EficiênciaEnquanto um avião agrícola co-

bre uma área de até 1.200 hectares em um dia, um pulverizador terres-tre atingiria uma área máxima de 150

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hectares diários. Outro fator impor-tante é que na aplicação terrestre, o uso médio de água é de 100 litros por hectare pulverizado, contra os 15 li-tros por hectare da aplicação aérea, garantindo assim uma maior econo-mia de recursos naturais.

Problemas geraisO parecer da Faeg afirma que,

do ponto de vista técnico, sem o devido acompanhamento por pro-fissional da área todos os meios de aplicação de produtos químicos utilizados atualmente apresentam riscos. Por este fato é necessário o cumprimento e fiscalização da le-gislação vigente sobre a utilização destes produtos, garantindo assim o uso de boas práticas no campo que eliminem os riscos oferecidos pela atividade. E isso, não diz respeito apenas ao uso de aviação, mas de toda forma de atuação.

Presidente da Faeg, José Mário se reuniu com representantes das empresas

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Com presença forte em outros Estados, cavalgadas e queimas do alho ganham força em Goiás

Catherine Moraes | [email protected]

Resgate de tradições

CULTURA POPULAR

Preparar a refeição à moda dos tropeiros ou desfilar com bois, mulas, cavalos e burros: ações

que se tornam mais frequentes em Goiás. Seja com arroz de carreteiro ou o feijão que ganha o nome de tropeiro, o importante é queimar o alho e pre-parar a comida em fogão improvisado, próximo ao chão. Já para as cavalga-das, tralha antiga é pré-requisito!

O engenheiro agrônomo Flávio Bimbata é natural do interior de São Paulo e afirma que lá, a tradição da Queima do Alho é mais forte. Desde 2006, com ajuda de aproximadamen-te 40 amigos, ele formou uma co-mitiva em Goiás para participar dos principais eventos do país. Entre as ci-dades que eles já passaram: Barretos,

Iporá, Trindade e Rio Verde. Além do concurso de comida, eles participam também de desfiles de mulas.

“Meu pai foi tropeiro e eu tenho muitas recordações boas. Há cinco anos decidimos, por exemplo, ir para Trindade em comitiva, montados à cavalos. Levamos aproximadamente seis dias. Não há restrição, tem ido-sos e crianças, filhos, sobrinhos. O importante é nos reunir e comemo-rar”, completa.

Apenas em julho, Pontalina, Goia-tuba, Itarumã e Campinorte realiza-ram cavalgadas. Em Itarumã, o ani-versário da cidade é comemorado em grande estilo, com concurso de desfi-le country em cavalos, burros e bois. A tralha usada é antiga e os acessó-

rios valem nota! O julgamento é por equipe e leva em consideração traje, organização e disciplina. Neste ano, cerca de 265 pessoas participaram, divididas em 28 equipes.

“Não é permitido ingerir bebida alcoólica durante o concurso. Na pre-miação, entretanto, compensamos os vencedores. O primeiro lugar ganha 30 caixas de cerveja, o segundo 20 e o terceiro 10. É um momento de diversão e muitas cidades vizinhas como Lagoa Santa também partici-pam. Para o final de 2014, a meta é começar a realizar também a queima do alho”, afirma Luís José Machado, vice-presidente do Sindicato de Itaru-mã e um dos responsáveis pela orga-nização do evento.

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Em Itarumã, aniversário da cidade foi comemorado com cavalgada

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Cadastro Ambiental Rural recebe ajustes

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CóDIGO FLORESTAL

O Ministério do Meio Ambien-te suspendeu, temporaria-mente, o Cadastro Ambien-

tal Rural (CAR) que estava disponível para inscrição de produtores no site www.car.gov.br.

O CAR estava há quatro meses em fase de testes em Goiás e no Rio de Janeiro. O período serviu para que o Ministério pudesse detectar os pontos deficientes da ferramenta.

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente explica que o site do CAR ficará fora do ar, temporariamente, para que melhorias sejam implemen-tadas. A previsão é de que o prazo

necessário seja de três meses. A nota também esclarece que, durante esse período, novas inscrições estarão suspensas, mas que todos os dados dos Cadastros já inscritos não serão perdidos.

Após a conclusão dos trabalhos de adequação do Cadastro, um Ato da Ministra de Estado do Meio Am-biente estabelecerá a data a partir da qual o CAR será considerado, oficial-mente, implantado no país para que os produtores possam cumprir a Lei 12.651/2012 e o Decreto 7.830/2012.

Segundo a Semarh, os produto-res goianos não serão prejudicados

com a decisão do Ministério do Meio Ambiente, pois o órgão não suspendeu os atuais procedimentos de registro de Reserva Legal, mesmo quando o CAR estava sendo testado em Goiás. A Lei Federal 12.651/12 já previa que os Estados deveriam dar continuidade aos processos de aver-bação durante o período de transi-ção para o CAR.

Mesmo diante da suspensão temporária, a Semarh continuará os treinamentos da Ferramenta CAR. Atualmente, já foram realizadas 38 turmas e, aproximadamente, 1400 pessoas treinadas.

Previsão de retorno é de três meses. neste período, inscrições não serão realizadas

Fracila Calica | [email protected]

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Sistema sustentável permite que produtores rurais de Cristalina utilizem água da chuva armazenada em

barragens para plantar e colher o ano todo

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para Revista Campo

Mais produtividade com menos água

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Produtor Luiz Carlos Figueiredo possui dois mil hectares irrigados com uso de 20 pivôs centrais

Produtores do Vale do Pamplona, localizado na região de Crista-lina, não conseguem apontar

uma única desvantagem no sistema de irrigação sustentável. O armazena-mento da água das chuvas em sistema de contenção de barragem, permite que os produtores produzam o ano todo, com mais segurança, controle de pragas, maior produtividade e o melhor, sem desperdício - já que o aprimoramento da técnica e investi-mento em novas tecnologias, nos úl-timos anos, reduziram pela metade o uso da água na irrigação.

A conta não batia. Reconhecida pela abundância de chuva entre os meses de outubro e março, produto-res de Cristalina viam uma quantida-de absurda de água escorrer pela ter-ra sem conseguir aproveitá-la. Já no período de seca, a carência do recur-so impedia que a região deslanchasse o agronegócio de forma sistematica-mente rentável.

Foi quando produtores começaram a desenvolver técnicas para trabalhar em harmonia com o fenômeno de sa-zonalidade climática. Barragens com o intuito de armazenar a água da chu-va foram construídas na tentativa de

equalizar essa conta. “Antes buscavam direto do

rio, justamente no período em que o nível estava caindo. Era pouca água e muito uso. Hoje, tem todo um trabalho científico, a água que escorria é arma-zenada, sem prejudicar o rio. É todo um processo sustentável”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Cris-talina e superintendente de Irrigação do Estado de Goiás, Alécio Maróstica.

Atualmente, em Cristalina, são 635 pivôs instalados e estão constru-ídas 110 barragens sustentáveis. Essa tecnologia, permite que o município plante e colha durante todo o ano, culturas como café, alho, batata, ce-noura, cebola, trigo, milho, beterraba e tomate industrial, entre outras. Alé-cio atesta que Cristalina é o município com maior área irrigada da América Latina – com 54 mil hectares.

Ele explica que, dessa forma, o pro-dutor domina a quantidade necessária

de água para produzir, maximizando a qualidade, produtividade e empre-gabilidade. “Hoje nós irrigamos 34 culturas e existem outras 12 em fase de teste de irrigação” diz. Outro bene-fício, conforme ele, é que a irrigação é um importante regulador de mercado. “Quando falta feijão no mercado, por exemplo, temos capacidade de produ-zir mais essa cultura”, afirma.

O produtor rural, Luiz Carlos Fi-gueiredo, possui dois mil hectares ir-rigados distribuídos em culturas como café, milho, feijão, trigo, aveia, alho, cebola, cenoura e beterraba. Para tan-to, são utilizados 20 pivôs centrais e quatro barragens para contenção de água. Para o produtor, o sistema de irrigação sustentável permite plantar e colher com segurança. “Você controla a água, pragas e os custos de produ-ção”, diz. Ele cita o feijão, como uma cultura que apresenta grande dificul-dade de manejo e produtividade em condições climáticas desfavoráveis.

Prova disso é que o município já comemora maior volume de produ-ção no período da seca. Figueiredo calcula, em determinadas culturas, produtividade até 30% superior no período da seca se comparada ao pe-

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ríodo chuvoso. Dessa forma, a eleva-ção do custo de produção por meio do bombeamento da água na irrigação é compensada com o aumento da pro-dutividade e também pelo controle de pragas. “Às vezes conseguimos dimi-nuir o número de aplicações”, afirma.

Segundo o produtor rural, Ono-rato Paludo, o sistema de irrigação sustentável possibilita que as culturas como milho e soja, sejam plantadas mais cedo, no início do mês de ou-tubro, logo após a liberação do vazio sanitário. Como não costuma chover na região na primeira quinzena de ou-tubro, eles utilizam as águas armaze-nadas nas barragens para fazer uma irrigação suplementar. “Utilizamos a irrigação suplementar no início do ciclo da soja, porque não chove ain-da nessa época”, ressalta. O mesmo ocorre a partir de abril, no fim do ci-

clo do milho safrinha. Esse ganho de tempo só é permitido graças a segu-rança garantida pelo sistema de irri-gação sustentável.

De olho no mercadoOnorato explica que a tomada de

decisão das culturas plantadas no pe-ríodo da seca, depende da necessida-de do mercado. “Busco a perspectiva de melhores preços, ou seja, a lei da oferta e procura”, afirma. Ele acredita que, nesta safra, a bola da vez seja o feijão. Com preço em alta no mercado, a rentabilidade deve atrair boa parte dos produtores do Vale do Pamplona.

Nos 310 hectares irrigados de sua propriedade, também cabem culturas como trigo, tomate e milho para as agroindústrias. “Mas o produtor costu-ma ficar antenado com o mercado para tomar as decisões mais rentáveis”, diz.

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Onorato afirma que sistema de irrigação sustentável possibilita que as culturas como milho e soja sejam plantadas mais cedo.

Um dos pioneiros na atividade agrícola baseada na irrigação sus-tentável da Região de Cristalina, o produtor rural e empresário, Paulo Boni, faleceu aos 53 anos, no dia 05 de julho e deixa, além da saudade, exemplos de coragem, perseverança e empreendedorismo.

Boni saiu do Estado do Rio Gran-de do Sul, muito jovem, aos 21 anos, cheio de sonhos e vontade de desbra-var a região. Desacreditado por mui-tos, inclusive sem total apoio finan-ceiro e governamental, Boni investiu dinheiro próprio, em sociedade com seus irmãos, na implantação de pivôs centrais de irrigação. Em áreas arren-

dadas, plantaram diversas culturas em locais ainda não explorados. Assim, Paulo Boni investiu na construção das primeiras barragens para acúmulo de águas fluviais para serem utilizadas no período de estiagem. O sonho do jovem Boni, firmou e expandiu. Pro-va de que o visionário gaúcho estava correto é que, atualmente, a região de Cristalina é a maior área irrigada da América Latina e o celeiro agrícola do Estado de Goiás.

Familiares ressaltam que Paulo Boni inovou também no mundo do empreendedorismo. Ele criou um modelo de negócio verticalizado, onde somou a produção agrícola com

parcerias na industrialização dos pro-dutos cultivados, agregando valor aos produtos agrícolas. O resultado desse passo arrojado é a consolida-ção do Grupo Goiás Verde, com mais de 30 anos de mercado, é uma das maiores produtoras individuais de to-mate e milho doce em área irrigada, contando, atualmente, com 60 pivôs centrais.

Paulo Boni, deixa esposa, Maria Terezinha Boni, três filhos, Paula, Luiz Paulo e Caroline Boni. Como legado, além da força na inovação e coragem, familiares espelham virtu-des como humildade e honestidade a serem seguidos e admirados.

Uso Racional

Paulo bonni, pioneiro e empreendedor

Alécio Maróstica explica que estudos técnicos apontam que o uso racional da água não prejudica os rios. Se usada democraticamente e aplicando as técnicas de conservação e preservação, diz, não falta água para ninguém.

“Mas ainda precisamos pesquisar mais e buscar o máximo de informações sobre atingir uma maior produtividade com o mínimo de água. Qual a quantidade ideal de água para cada cultura, para o momento da cultura, a hora certa de começar e parar de irrigar. Temos que buscar essas respostas embasadas na ciência”, afirma.

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Entre os dias 16 e 18 de agos-to, o município de Cristalina será palco da 4º edição do Festival do Alho, Batata, Cebola e Leite – o ABC da Boa Mesa. O festival, que surgiu com o objetivo de divulgar o papel das três hortaliças no de-senvolvimento socioeconômico do município e aproximar os produto-

res da sociedade, promete ganhar mais destaque com a participação da cadeia produtora leiteira.

Além disso, com a parceria da Prefeitura Municipal de Cristalina e do Sebrae-GO, o aspecto gastro-nômico e de entretenimento serão reforçados com um caráter de ca-pacitação profissional e de incu-

tir possibilidades de empreende-dorismo para o pequeno e médio empresário. Uma dessas ações está vinculada ao curso de capacitação de garçons da região. Entre os dias 15 e 19, eles participarão de aulas sobre higiene, regras de etiqueta à mesa, estrutura e utilização de equipamentos e utensílios.

Festival da boa Mesa

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Decreto do governo estadual aumentou o valor de 13,5% para 15%

Catherine Moraes | [email protected]

Aumento na alíquota do ICMS do Diesel chegará ao consumidor

TRIBUTAÇÃO

O aumento de 1,5% na alíquota do ICMS do Óleo Diesel (13,5% para 15%) vai refletir diretamente nos

custos de produção agropecuários e chega-rá, inevitavelmente, ao bolso do consumidor. Desestímulo na produção de alimentos, ele-vação dos custos de transporte e de produ-ção são apenas alguns dos problemas a se-rem enfrentados pelas famílias goianienses e, é por este motivo, que representantes das entidades do setor rural, da sociedade civil, produtores rurais e lideranças municipais se reuniram, dia 30 de julho, na sede da Federa-ção de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para tratar do assunto.

No que se refere apenas à soja, milho, feijão, algodão e cana, o impacto direto no setor será de R$ 24 milhões ao ano. Ainda não é possível dizer a porcentagem de au-mento que chega ao bolso do consumidor final, devido à complexidade das cadeias de distribuição e comercialização.

Na soja, o óleo diesel representa 13% para cada hectare de lavoura. Quem depende de transportes e fretes também será atingido, imediatamente. A previsão é que o Diesel aumente em 3 centavos no posto. Como o ál-cool e a gasolina também são transportadas por caminhões movidos ao óleo, os demais combustíveis passarão a valer mais caro.

De acordo com o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, o produtor rural e a popula-ção goiana não podem ser sacrificados para

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que problemas de perda de arrecada-ção fiscal sejam resolvidos. Ele afirma que entende a perda da receita do Esta-do, mas acredita que apenas o setor não pode arcar com o prejuízo por comple-to. Por fim, ele voltou a defender o Fun-do de Desenvolvimento Agropecuário.

“O setor rural goiano não pode ser onerado com mais aumento de tributos. O produtor já fica com o ônus do alto custo de produção cau-sado pela infraestrutura e logística ineficientes. É um setor que tem ga-rantido divisas ao Estado e ao Bra-sil nos últimos anos e já contribuiu em muito com o governo apoiando, inclusive, o Fundo de Transportes Goiano”, completou.

Defesa agropecuáriaO decreto governamental aumen-

tou ainda as taxas de defesa agrope-cuária. Para o abate de bovinos, por exemplo, a taxa por cabeça subiu de R$ 0,50 para R$ 1,25, um aumento de 150%. A porcentagem é maior que

o aumento do IGPM acumulado en-tre os anos de 2002 e 2013, que foi de 85,73%. No primeiro semestre de 2013, Goiás abateu 2,1 milhões de ca-beças de gado e, se a média perma-necer, os pecuaristas devem pagar, no próximo semestre, valor equiva-lente a R$ 2,7 milhões em impostos.

Pecuarista e presidente do Sindi-cato Rural de Britânia e Aruanã, Wag-ner Marchesi afirma que Goiás está vivendo uma reserva de mercado por cartel. “O produtor não tem opção de vender para fora do Estado. São Paulo, por exemplo, compra gado de Rondônia, porque paga mais barato. Goiás é hoje o maior confinador, mas acredito que se continuarmos nesta situação, em dois anos estaremos im-portando boi para abate. O produtor está desestimulado e 80% dos pecu-aristas daqui têm a atividade apenas como um bico”, pontua.

Outro exemplo que tira a com-petitividade da produção goiana é a alíquota do ICMS cobrado pela venda

do boi vivo para fora de Goiás. En-quanto o Estado recolhe 12%, Mato Grosso e Tocantins recolhem, respec-tivamente, 7% e 3%.

Transporte de gadoPor fim, foram criadas 12 taxas

correspondentes ao trânsito de ani-mais. A decisão prejudica, por exem-plo, produtores que realizam a cria, recria e engorda. Dentre de um mes-mo sistema, quem tiver que transpor-tar os animais de uma fazenda para outra deverá arcar com encargos mais de uma vez.

Entre os meses de janeiro e junho deste ano, a movimentação de gado de até 24 meses, que não simbolizam a quantia total, foi de 4,8 milhões. Com o acréscimo de R$ 0,20 por ca-beça, o rombo aos produtores atinge a casa dos mais de R$ 960 mil.

Uma necessidade apontada por todas as entidades presentes na reu-nião foi a de dialogar com o governo estadual em busca de uma solução.

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CAMPO RESPONDE

Envie sua pergunta para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

A lagarta Helicoverpa armigera foi um grande problema na Bahia no ano passado e acredita-se que ela já esteja infestando as lavouras também em Goiás. Já foi identificada a praga no estado? Quais culturas ela pode atacar e trazer danos econômicos?Sebastião Alcântara

É necessário emitir GTA de bezerros recém-nascidos, de vacas leiteiras, que serão doados?Luís de Almeida Assis

CRIStIANo PALAvRo, Consultor Técnico da Faeg para a área de cereais, fibras e oleaginosas

ChRIStIANE RoSSI, assessora técnica da Faeg para a área de pecuária de corte

Toda e qualquer movimentação de saída de animais (venda, doações, exposições) ou entrada de animais na propriedade (recebimento de doação, aluguel, compra) é necessário estar acompanhada da Guia de Trânsito Animal (GTA). Mesmo que seja de somente um animal e mesmo que este seja movimentado entre vizinhos de cerca, será necessário tal documento.

O procedimento se faz necessário para evitar problemas sanitários, manter o controle do estoque de animais em dia e evitar contratempos com a Secretaria da Fazenda que também exige a emissão de nota fiscal.

Atualmente, o produtor pode solicitar o seu cartão CNA CARD para auxiliar na emissão de GTA de forma on-line, de qualquer local que acesse a internet. Procure o Sindicato Rural de seu município e se informe.

Sim. Tanto os produtores, como as instituições de pesquisa e defesa vegetal já identificaram a praga atacando as lavouras dentro do Estado de Goiás. A lagarta H. armigera é extremamente polífaga podendo se alimentar de mais de 180 espécies de plantas, já tendo sido identificada em lavouras de soja, milho, algodão, feijão, tomate, milheto, sorgo, citros e hortaliças.

Brun

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mog

awa

32 | CAMPO Agosto / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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DELíCIAS DO CAMPO

INGREDIENTES

1 Kg de farinha (ou até dar o ponto)3 ovos2 copos de farinha de fubá½ copo de açúcar1 colher de sopa de sal½ copo de óleo2 copos de leite4 colheres de sopa cheia de margarina20 g de fermento biológico seco

MODO DE PREPARO:1º PASSO: Bata no liquidificador os ovos, o fubá, o açú-car, o sal, o óleo e o leite.2º PASSO: Em uma bacia misture o líquido batido, a margarina e o fermento. Vá colocando a farinha até a massa se desprender da vasilha.3º PASSO: Cobrir a massa com um pano e deixar fer-mentar por (no mínimo) 40 minutos. 4º PASSO: Coloque em uma assadeira, pincele-os com ovo batido e coloque para crescer até dobrar de tama-nho. Leve ao forno pré-aquecido 150° até dourar.

Receita elaborada por tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar Goiás, Cristiano Ferreira da Silveira.

PÃO de FUBÁ Envie sua sugestão de receita [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

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Agosto / 2013 CAMPO | 33www.senargo.org.br

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Participante do PER em itaberaí afirma que produção modificou após gestão da propriedade

Catherine Moraes | [email protected]

O segredo da administração

CASO DE SUCESSOLa

rissa

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o

Em 1998, o casal Razia deixava o Sul do País para se dedicar à plantação de uvas em Itaberaí,

região Central de Goiás. A princípio, foram chamados de loucos e muitos afirmaram que o clima aqui não era propício para os parreirais. Por sorte, as pessoas estavam erradas e o casal hoje possui 12,5 hectares de diversos tipos de uva que são colhidas duas vezes por ano. Apesar do sucesso, a esposa, Vanilda Padilha Razia per-cebeu, no final do ano passado, que eles ainda careciam de experiência sobre gestão. Foi aí que ela decidiu participar do Programa Empreende-

34 | CAMPO Agosto / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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Laris

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elo

um dos programas mais importantes do Senar e do Sebrae e sou muito grata por ter participado dele”, completa.

Ela afirma que, no início o marido Danilo Razia não acreditava muito em seu potencial de administradora, mas, aos poucos, foi cedendo. “Eu achei que sabia tudo, mas percebi que a ajuda dela e deste curso eram muito impor-tantes”, reforça o esposo. Atualmente, além de venderem a uva, eles fabricam um suco natural - vendido em todo o Estado - geleia e estão iniciando a pro-dução de vinho caseiro.

O desejo de se aperfeiçoar não para por aí não! Danilo conta que a propriedade está prestes a receber a

3ª visita de adequação do Programa Alimento seguro e adianta que o ca-sal pretende abrir a propriedade para visitação e vender, além dos próprios produtos, alimentos de outros produ-tores como queijo. Vanilda também não parou no primeiro curso, fez trei-namento em adubação e se orgulha de dizer que os galhos do parreiral que antes tinham 3 ca chos, hoje pos-suem até seis, acima do normal.

O desejo agora é fazer a segunda etapa do PER, ainda mais avançada. “A gente sabia trabalhar mas não en-tendia de administração. Ter consci-ência dos gastos e lucros é fundamen-tal em qualquer negócio”, conclui.

os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Itaberaí devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (62) 3375-1533.

dor Rural (PER), oferecido pelo Senar Goiás em parceria com o Sindicato Rural da cidade e o Sebrae Goiás e afirma que tudo mudou para melhor.

Vanilda conta que, na proprieda-de do casal, não havia organização exata das vendas, assim como do que possuíam. Com o PER ela realizou um inventário da fazenda catalogando os pés de uva, mexerica, eucalipto e aprendeu outras coisas como plantar frutas diversas para que os passari-nhos não comam as uvas, principal fonte de renda. “Hoje, se eu vendo uma caixa de uva, eu anoto. Tenho tudo catalogado. Acho que o PER é

Agosto / 2013 CAMPO | 35www.senargo.org.br

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CURSOS E TREINAMENTOS

Aplicação de defensivosCláudio José de sousa | [email protected]

Men

del C

ortiz

o

eM JUnhO, O senAr PrOMOVeU

338 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 86 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

4.917PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

47 127 15 8 7 100 33 33 6 3 13 27 4

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

A hora, dose e forma correta

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Aplicação de defensivos

treinamento de aplicação de defensivos agrícolas é fornecido pelo Senar GoiásPequeno, médio ou grande produtor, todos en-

frentam a mesma dificuldade, conseguir defi-nir o momento certo de aplicar os defensivos

e acertar a regulagem da quantidade a ser aplicada. A aplicação correta dos defensivos agrícolas segue uma recomendação feita por um técnico, devendo ser seguida à risca, pois pode comprometer toda a efici-ência do processo. A tecnologia de aplicação é vista como a principal causa do não sucesso no controle de muitas pragas e doenças.

As condições do tempo como: sol, vento, chuva, umidade, são fatores que interferem diretamente no aproveitamento do produto aplicado e a sua eficá-cia. Os hábitos de certas pragas e características das doenças devem ser estudados antes de se optar por uma das tecnologias de aplicação disponíveis. Po-demos melhorar todo esse processo via capacitação dos aplicadores com ênfase nos itens regulagem dos equipamentos, determinando a vazão e momento corretos da aplicação.

Realizar os ajustes necessários de forma a aten-der as orientações dos fabricantes dos equipamen-tos e as dosagens dos produtos é o principal desafio para uma aplicação de forma profissional. O Senar Goiás vem realizando um grande número de trei-namentos no estado, voltados para a orientação da forma correta de se aplicar os produtos como: her-bicidas, fungicidas, inseticidas, dentre outros e, com isso, aumentar tanto a segurança do aplicador, do consumidor final dos alimentos e do meio ambiente.

É importante lembrar que os métodos de apli-cação mais utilizados são: aplicação costal, tratori-zado de barra e autopropelido. A definição de qual método utilizar vai depender, principalmente, do tamanho da propriedade, da cultura e do grau de tecnologia do produtor.

Para mais informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o con-tato é pelo telefone (62) 3545-2600 ou pelo site www.senargo.org.br

eM JUnhO, O senAr PrOMOVeU

338 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 86 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

4.917PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

47 127 15 8 7 100 33 33 6 3 13 27 4

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

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CAMPO ABERTO

A Lei que propôs reformular o Código Florestal do Esta-do de Goiás foi amplamente

discutida e estudada pelo Grupo de Trabalho, criado pelo Decreto Esta-dual N° 7.037, de 27 de novembro de 2009, contando com a participa-ção de mais de 21 entidades. Tendo em vista a importância da temática, o atual governo manteve a atuação desse Grupo de trabalho pelos de-cretos de N° 7.449, de 08 de setem-bro de 2011 e Decreto N° 7.514, de 09 de dezembro de 2011.

Todas as propostas trabalhadas pelo Grupo foram apresentadas e apreciadas em audiências públicas, realizadas e coordenadas pela Co-missão de Meio Ambiente da Assem-bleia Legislativa e Secretaria Estadu-al de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), quando se discu-tiu exaustivamente o assunto.

As reuniões contaram ainda, ao longo dos três anos de discussão, com a participação de especialistas de outros estados, visando contri-buir nas discussões técnicas e, tam-bém, com especialistas florestais e pesquisadores da Embrapa Floresta.

As principais propostas de refor-ma do Código Florestal do Estado de Goiás visam adequá-lo ao Código Florestal Brasileiro, aprovado no ano passado. Regulamentar os disposi-tivos criados pelo código nacional (CAR e PRA) significa trazer segu-rança jurídica à economia do estado, pois, atualmente, existe uma grande lacuna entre a Lei Federal de 2012 e a

Lei Estadual de 1995.A revolução jurídica causada pela

aprovação do Código Florestal Bra-sileiro, Lei Federal 12.651 de 2012, atua para a conciliação da produção econômica com a preservação am-biental. De forma pioneira no país, o estado de Goiás aprovou o Códi-go Florestal Estadual que prima pelo equilíbrio entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico do Estado.

Cada ano que passa os produto-res têm a consciência da importân-cia da produção sustentável, asso-ciando o aumento de produtividade com o respeito ao meio ambiente. Com as projeções futuras do cres-cimento populacional, em pouco tempo o mundo viverá uma crise na produção de alimentos e os países produtores, como o Brasil, serão os grandes responsáveis por esse de-safio de abastecimento. O Brasil dá exemplo, lutando por uma produção que anda ao lado da preservação, pois não existe vida sem meio am-biente, assim como não existe vida sem alimento.

O novo Código Florestal Estadual proposto está em sintonia com esse novo momento, onde áreas preserva-das e áreas de produção, não devem ser tratadas separadamente. E é de conhecimento geral que a produti-vidade anda de mãos dadas com o meio ambiente, é isso que os produ-tores clamam e desejam, produzir sempre e melhor, em consonância com a preservação ambiental.

Produção com sustentabilidade

Jordana Gabriel

é engenheira agrôno-

ma e consultora do

Sistema Faeg/Senar

Goiás para a área de

Meio Ambiente

Men

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ortiz

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Jordana Gabriel | [email protected]

38 | CAMPO Agosto / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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© S

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201

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