dcd20out1977.pdf - diários da câmara dos deputados
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ANO XXXII - N9 127 CAPITAL FEDERAL
SEÇÃO I
QllNTA.FElRA, 20 DE OUTUBRO DE 1977
CONGRESSO NACIONALFaço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Petrânio Portella, Presidente do Senado Federal, nos
iir::..:lllúS do art. 52, inciso 30, do Regimen~ Interno, promulgo o seguinte
DECRETO LEGISLATIVO N9 98, DE 197'7
Aprova as contas da Petróleo 'Brasileiro S. A. - PETROBRÁS - ,e suas subsidiárias PetrobrásQuímica S.A. - PETROQmSA - Petrobrás Distribuidora S.A., Petrobrás Internacional S.A. BRASPETRO - e Companhia de Petróleo da Amazônia - COPAM - relativas ao exércício de 1972.
Art. 1Q São aprovadas as contas prestadas pela Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS e suas subsidiáriasPetrobrás Química S.A., - PETROQUISA - Petrobrás Distribuidora S.A., Petrobrás Internacional S.A. BRASPETRO - e Companhia de Petróleo da Amazônia - COPAM - relativas ao exercício de 1972, de conformidadecom O parágrafo único do art. 32 da Lei n Q 2.004, de. 3 de outubro de 1953, e do Decreto n.Q 61.981, de 28 d.edezembro de 1967.
Art. 29 Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições emcontrário.
Senado Federal, 18 de outubro de 1977. - Senador Petrônio Port4~lla, Presidente.
Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § 19, da Constituição, e eu, PetrônioPortella, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte
DECRETO LEGISLATIVO N'1 99, DE 1977
Aprova.o texto do Decreto-lei n l1 1.572, de 111 de setembro de 1977, que "revoga a Lei n 9 3.577, de4 de julho de 1959, e dá outras providências".
Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-Iei n 9 1.572, de 1Q de setembro de 1977, que "revoga a Lein Q 3.577, de 4 de julho de 1959, e dá outras providências".
Senado Federal, 19 de outubro de 1977. ~ Senador Petrônio Portella, Presidente.
CÂMARA DOSSUMARIO
1- ATA DA 127.a SESSllO DA 3.a SESSllO LEGISLATIVADA s.a LEGISLATURA, EM 19 DE OUTUBRO DE 1977
I - Abertura. da Sessãon - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior
m - Leitura do Expediente
Do Sr. Inocêncio Oliveira, solicitando a retirada do Projeto n.o 3.945, de 1977.
PROJETOS A IMPRIMIR
Projeto de Lei n.o 1. DOB-D, de 1972 - Substitutivo do Senado ao projeto de Lei n.o 1.006-C, de 1972, que "declara oPau-Brasil árvore nacional, determina o seu plantio e sua divulgação durante a Festa Anual das Arvores".
, Projeto de Lei 11.0 1.66D-A, de 1975· (Do Poder Executivo) Mensagem n.o 390/75 - Regulamenta a profisoo.o de Biomédico,cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biomedi-
10078 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'77
cina e dá outras providências; tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidadee técnica legisiativa; da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação, com emendas; e, da Comie.são de Finanças, pela aprovação, com voto em separado do Sr. Ruy Côdo.Pendente de pareceres das Comissões de Saúde e de Educaçãoe Cultura, em audiência.
Projeto de Lei n.O 3.332-B, de 1977 - Emenda do Senadoao Projeto de Lei n.o 3.332-A, de 1977, que "altera dispositivosda Lei n.o 5.682, de 21 de julho de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos)".
PROJETOS APRESENTADOS
Projeto de Lei n.o 4.270, de 1977 (Do Sr. Yasunori Kunigo)- Dispõe e fixa o salário minimo aos estagiários de advocacia,e dá outras providências.
Projeto de Lei n.o 4.271, de 1977 (Do Sr. Dayl de Almeida)- Introduz dispositivo na Lei n.o 5.274, de 24 de abril de 1967,para garantir salário minimo integral ao menor não aprendiz.
Projeto de Lei n.o 4.272, de 1977 (Do Sr. Aloisio Santos) Introduz alteração na Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960(Lei Orgânica da Previdência Social).
Projeto de Lei n.o 4.274, de 1977 (Do Sr. Valdomiro Gonçalves) - Introduz alterações na Lei n.o 4.215, de 27 de abrilde 1963, que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos AdvogadosBrasil.
Projeto de Lei n.o 4.275, de 1977 (Do Sr. Adhemar Santillo)- Dá nova redação ao § 1.0 do' art. 5.0 da Lei Orgânica daPrevidência Social e revoga seu art. 161.
Projeto de Lei n.O 4.276, de 1977 (Do Sr. Dayl de Almeida)- Acrescenta parágrafo ao art. 583 da Consolidação das Leisdo Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, de 1.0 demaio de 1943.
Projeto de Lei n.o 4.277, de 1977 (Do Sr. Nelson Marchezan)- IE-·enta da contribuição relativa ao empregador para a Previdência Social as entidades sindicais de trabalhadores.
Projeto de Lei n.O 4.280, de 1977 (Do Senado Federal) Dispõe sobre a participação obrigatória de brasileiros natos nocapital das empresas do setor de abastecimento, na proporçãoque especifica, e dá outras providências.
IV - Pequeno Expediente
OCTÁVIO TORRECILLA - Funcionamento dos postos degasolina nas madrugadas de fins de semana e feriados.
NINA llIDELRO - Isenção tributária para os Sindicatosdo Estado do Rio de Janeiro.
HÉLIO LEVY - Atuação da Liderança política de Goiásna indicação de representantes locais para cargos públicos federais.
JOAO CLíMACO - Dia do Piauí.OCTACíLIO ALMEIDA - Administração do Prefeito Mu
nicipal de Ariranha, São Paulo.CÉSAR NASCIMENTO - Acidente com avião do Ministério
do Interior em Boa Esperança, Santa Catarina.HUMBERTO SOUTO - Conveniência de isentar o usuário
de baixa renda do pagamento de taxa d.e ligação de instalaçõeshidráulicas em Minas Gerais.
SANTOS FILHO - Falecimento do político paranaense Joaquim Cardoso da Silveira.
CELIO MARQUES FERNANDES - Sucessão presidencial edisciplina partidária.
REZENDE MONTEIRO - Corte de créditos e de verbas dosetor agricola.
NORBERTO SCHMIDT - Nonagésimo nono aniversário deemancipação política do Município de Santa Cruz do Sul, RioGrande do Sul.
AFRíSIO VIEIRA LIMA - Falecimento do prócer políticobaiano Rosalvo Lopes da Silva.
ALOíSIO SANTOS - Expectativa de prolongamento daBR-259, Espirito Santo.
NELSON THIBAU - Campanha da pechincha.
CARDOSO DE ALMEIDA - Política cafeeira do Governo.
HUMBERTO LUCENA - Pagamento das despesas com a as-sistência médico-farmacêutica a cargo da Previdência.
EXPEDITO ZANOTIT - Prorrogação de mandatos parlamentares.
AURÉLIO CAMPOS - Atuação no Brasil de firmas estrangeiras de auditoria.
ERNESTO DE MARCO - Necessidade de construção de umcanal de escoamento de águas pluviais> na cidade de Xaxim,Santa Catarina.
JORGE ARBAGE - Preço mínimos dos produtos agrícolas.OCTACÍLIO QUEIROZ - Remuneração dos militares da
reserva.SIQUEIRA CAMPOS - Necessidade de suprimento de
energia elétrica no Grande Norte de Goiás e sul do Maranhãoe Pará. Conveniência da titulação definitiva de terras da Fazenda Vale das Cunhãs, Goiás.
FLORIM COUTINHO - Aposentadoria das mulhereeo e pracinhas.
PEIXOTO FILHO - Conveniência de criação do Ministérioda Família e do Menor.
JOSÉ ZAVAGLIA - Política algodoeira do Governo.
FRANCISCO ROCHA - Combate ao terror aéreo.FRANCISCO LIBARDONI - Inclusão do Estado de Santa
Catarina no Plano Nacional de Renovação e Revigoramento dosCafezais.
AROLDO CARVALHO - Compensação financeira aos Municípios pela implantação de terminais petrolíferos da PETROBRAS.
GOMES DO AMARAL - Atualização da gratificação de"risco ce vida" para os membros da Polícia Militar do Paraná.
JOEL FERREIRA - Necessidade de instalação de agênciado Banco do Brasil no Municipio de Fonte Boa, Amazonas.
DASO COIMBRA - Distribuição de correspondências pelaECT no Estado do Rio de Janeiro.
ITURIVAL NASCIMENTO - Exercício da Pasta da Justiça.WALDOMIRO GONÇALVES - Conveniência de criação do
Ministério da Família e do Menor.JUAREZ BERNARDES - Sexagésimo oitavo aniversário de
emancipação politica do Município ce Itumbiara, Goiás.MILTON STEINBRUCH - Situação do bairro de Caramujo,
na cidade de Niterói, Rio de Janeiro.GERSON CAMATA - Editorial do O Globo: "A Reciproci
dade da Informação".EMANOEL WAISMAN - Pagamento de pensão, pela Pre
vidência Social, a dependentes de contribuinte falecido.HENRIQUE EDUARDO ALVES - Conveniência de conces
são de abono a assalariados e funcionários públicos.PACHECO CHAVES - Necessidade de antecipação do rea
juste salarial para associados do Sindicato dos Trabalhadoresna Indústria de Energia Hidrelétrica de Londrina, Paraná.
LÉO SIMõES - Produção, estocagem e comercialízaçãoagropecuária.V - Grande Expediente
ANTONIO MORIMOTO - Problemática da cafeiculturabrasileira.
ELOY LENZI - AspectoS do problema habitacional no País.
VI - Ordem do DiaINOC:ENCIO OLIVEIRA, ALCm PIMENTA, VALDOMIRO
GONÇALVES, OCTÁVIO TORREüILLA, íTALO CONTI, PAULOMARQUES, CÉLIO MARQUES FERNANDES, GERSON CAMATA, LYGIA LESSA BASTOS, PEIXOTO FILHO, JOSÉ CAMARGO, PACHECO CHAVES, HENRIQUE EDUARDO ALVES, ALBERTO HOF'FMANN, MINORU MASSUDA, RAIMUNDO PARENTE, DASO COIMBRA - apresentação de proposições.
ALíPIO CARVALHO - 'Comunicação como Líder sobre expediente dirigido à Liderança da ARENA pelo Mini.!ltro AlmeidaMachado, da Saúde, a propósito de ocorrência da doença deChagas em Monte Claro, Mínas Gerais.
PEIXOTO FILHO, CÉLIO MARQUES FERNANDES, DASOOOIMBRA - Discussão do Projeto de Decreto Legislativo número 106-A, de 1977.
AROmO CARVALHO, ALVARO DIAS, ALíPIO CARVALHO- Encaminhamento de votação do Projeto de Decreto Legislativo n.o lD6-A, de 1977.
ALCEU COLLARES (Como Líder) -, Convocação de Assembléia Nacional Constituinte.
ADHEMAR GmSI (Como Líder) - Aperfeiçoamento democrático.
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seçã.o I) Quinta-feira 20 10079
C]1:LIQ MARQUES FERNANDES, NELSON THIBAU, DABOCOIMBRA - Discussão do Projeto de Lei n.o 2.237-A, de 1976.
ALVARO DIAS - Encaminhamento de votação do Projetode Lei n.o 2.237-A, de 1976.
HUMBERTO LUCENA, CJ1:LIO MARQUES FERNANDES,NELSON THIBAU, DASO COIMBRA - Discussão do Projeto deLei n.o 2 .286-A, de 1976.
CJ1:LIQ MARQUES FERNANDES, NELSON THIBAU, JOAQUIM BEVILACQUA ..:- Discussão do Projeto de Lei número 2.286-A, de 1976.
ALVARO DIAS, ALÍPIO CARVALHO - Encaminhamentode votação do Projeto de Lei n.o 2.253-A, de 1976.
JOSÉ COSTA, CÉLIO MARQUES FERNANDES - Discussãodo projeto de Lei n.o 2.253-A, de 1976.
JOAQUIM BEVILACQUA - Encaminhamento de votaçãodo Projeto de Lei n.o 2.253-A, de 1976.
SECRETARIA-GERAL DA MESA
RELAÇAO DOS DEPUTADOS INSCRITOS NO GRANDEEXPEDIENTE
Outubro/1977
DATA DIA DA SEMANA NOME
20 Quinta-feira I5l0y Lenzi - MDBJoão Pedro - ARENiA.
21 Sexta-feira Amaral Furlan - AREN'AJosé Costa - MDB
24 Segunda-feira César Nascimento - MJDIBVasco Amaro - .ARENA
25 Terça-feiraJoaquim Guerra - ARENAJoão Gilberto - MDB
26 Quarta-feira Ruy Côdo - MOBA.H. Cunha Bueno - ARENA
27 Quinta-feira t\lípío Carvalho - ARENAFrancisco Libardoni - .MOB
28 Sexta-feira Peixoto Filho - MlDBJorge Arbage - ARENA
31 Segunda-feira Alberto Hoffman - ARENAOctacílio Queiroz - MOB
Obs.: -Caso não se realize a sessão ou o Grande Expediente tenhaeutro objetivo, a inscrição ficará -adiada para a próxima.sessão.
RESOLUÇÃO N.O 56, DE 1977
Autoriza o Deputado Francisco Rollemberg a participar de missão cultural no exterior.
Faço saber que a Câmara dos Deputados aprovou e eu promulgo a seguinte Resolução:
Art. 1.° Fica autorizado a participar de missão cultural naRepública Federativa da Alemanha por um período de 25 (vintee cinco) dias, a partir de 15 de outubro de 1977, o Senhor Deputado Francisco Rollemberg, considerando-se esse período como decomparecimento efetivo.
Art. 2.0 Esta Re!!olução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Câmara dos Deputados, 17 de outubro de 1977. - MarcoMacíel, Presidente da Câmara dos Deputados.
-------------------,Projeto de Decreto Legislativo n.o 106-A, de 1977 - Apro-
vado.
Projeto de Lei n.o 2.237-A, de 1976 - Rejeitado.
Projeto de Lei n.o 2.286-A, de 1976 - Emendado.
Projeto de Lei n.o 2.235-A, de 1976 - Aprovado.
Projeto de Lei n.o 2.253-.A., de 1976 - Rejeitado.
VII - Comunicações Parlamentares
vm - Designação da Ordem do Dia
IX - Encerramento
2 - MESA (Relação dos membros)
3 - LíDERES E VICE L1tDERES DE PARTIDOS (Relaçãodos membros)
4 - COMISSõES (Relação dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mista e de Inquérito)
ATA DA 127.a SESSÃOEM 19 DE OUTUBRO DE 1977
PRESID1J:NCIA DOS SRS.:MARCO MACIEL, Presidente;
JOÃO r~INHARE:S, lQ-Vice-Presidente;ADHEMAR SANTILLO, 2Q-Vice-Presidente;
JOAO CLíMACO, 3Q-Secretário; ePEIXOTO FILHO, Suplente de Secretário.
I - As 13:30 horas comparecem os Senhores:Marco MacielJoão LinharesAdhemar SantilloDjalma BessaJader BarbalhoJosé CamargoDiogo NomuraNorberto SchmídtPeixoto It"ilhoAntônio Morais
Acre
Nabor Júnior -- MDB; Nosser Almeida - ARENA; Ruy Lino- MDR
Amazonas
Antunes de Oliveira - MDB; Joel Ferreira - MD'B; MárioFrota - MOR
Pará
Alacid Nunes - ARENA; ;roão Menezes - MDB; Jorge Arbage - ARENA; Ubaldo Corrêa - ARENA.
Ma.ranbão
Epitácio Cafeteira - MDB; José Ribamar Machado - ARENA; Luíz Rocha -' ARENA; Marão Filho - ARENA; Vieira daSilva - ARENA.
Piauí
Celso Barros - MDB; Dyrno Pires - ARENA; Hugo Napoleão- ARENA; Pinheiro Machado - ~ENA.
CearáClaudino Sales - ARENA; Furtado Leite - ARENA; Gomes
da Silva - ARENA; Jonas Carlos - ARENA; Josias Gomes ARENA; Marcelo Linhares - ARENA; Ossian Araripe - ARENA.
Rio Grande do Norte
Antônio Florêncio - ARENA; Francisco Rocha - MDB; Ulisses Potiguar - ARJ<::NA; .Vingt Rosado - ARENA.
Paraíba
Alvaro Gaudêncio - ARENA; Antônio Mariz - ARENA; Humberto Lucena - MDB; Marcondes Gadelha - MDB; MaurícioLeite - ARENA; Wilson Braga - ARENA.
Pernambuco
Aderbal Jurema - ARENA; Carlos Alberto Oliveira - ARENA; Fernando Coelho - MOB; Geraldo Guedes - ARENA; Inocêncio Oliveira - ARENA; Jarbas Vasconcelos - MDB; JosiasLeite - ARENA; Thales Ramalho - MDR
IDOs{} Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
AlagoasJosé Alves - ARENA; José Costa - MDB; Theobaldo Barbo
sa - ARENA.Sergipe
Celso Carvalho - ARENA; Passos Pôrto - ARENA; Raimundo Diniz - ARENA.
Bahia
Hildérico Oliveira - MDB; Horácio Matos - ARENA; JoãoAlves - ARENA; João Durval - ARENA; Joir Brasileiro - ARENA; Manoel Novaes - ARENA; Menandro Minahim - ARENA;Odulfo Domingues - ARENA; Ruy Bacelar - ARENA; TheõduloAlbuquerque - ARENA; Wilson Falcão - ARENA.
Espírito SantoArgilano Dario - MDB; Henrique Pretti - ARENA; Mário
Moreira - MDB; Moacyr Dalla - ARENA.
Rio de JaneiroAlberto Lavinas - MriB; Antônio Mota - MDB; Ario Theo
doro - MDB; Daniel Silva - MDB; Daso Coimbra - ARENA;Dayl de Almeida - ARENA; Flexa Ribeiro - ARENA; FlorimCoutinho - MDB; Francisco Studart - MDB; Léo Simões MDB; Leõnidas Sampaio - MDB; Milton Steinbruch - MDB;Osmar Leitão - ARENA; OSwaldo Lima - MDB; Pedro Faria MDR
Minas GeraisAltair Chagas - ARENA; Batista Miranda - ARENA; Carlos
Cotta - MDB; Cotta Barbosa - MDB; Fábio Fonseca - MDB;Geraldo Freire - ARENA; Homero Santos - ARENA; HumbertoSouto - ARENA; Jorge Vargas - ARENA; José Bonifácio ARENA; Manoel de Almeida - ARENA; Melo Freire - ARENA;Murilo Badaró - ARENA; Navarro Vieira - ARENA; NelsonThibau - MDB; Nogueira de Rezende - ARENA; Padre Nobre- MDB; Silvio Abreu Júnior - MDB; Sinval Boaventura - ARENA; Tancredo Neves - MDB; Tarcisio Delgado - MDB.
São PauloAdalberto Camargo - MDB; Alcides Franciscato - ARENA;
Athiê Coury - MDB; Aurélio Campos - MDB; Blota Júnior ARENA; Edgar Martins - MDB; Faria Lima - ARENA; HerbertLevy - ARENA; Israel Dias-Novaes - MDB; João Cunha - MDB;.Joaquim Bevilacqua - MDB; José Zavaglia - MDB; MlnoruMassuda - MDB; Octacílio Almeida - MDB; OCtávio Torrecilla- MDB; Pacheco Chaves - MDB; Ruy Brito - MDB; SantilUSobrinho - MDB; Yasunori Kunigo - MDB.
GoiásElclval Caiado - ARENA; Fernando Cunha - MDB; Gener
vlno Fonseca - MDB; Hélio LevY - ARENA; Iturival Nascimento - MDB; Juarez Bernardes - MDB; Onísio Ludovico - ARENA; Siqueira campos - ARENA.
Mato Grosso.AntônIo Carlos de Oliveira - MDB; Nunes Rocha - ARENA;
Ubaldo Barem - ARENA; Valdomiro Gonçalves - ARENA.
ParanáAgostinho Rodrigues - ARENA; Alipio Carvalho - ARENA;
Alvaro Dias - MDB: Antônio Annibell1 - MDB: Braga Ramos- ARENA; Expedito Zanotti - MDB; Fernando Gama - MDB;Gamaliel Galvão - MDB; Hermes Macêdo - ARENA; Igo Losso- ARENA; ítalo Conti - ARENA; João Vargas - ARENA; Olivir Gabardo - MDB; Paulo Marques - MDB; Walber Guimarães - MDB.
Santa CatarinaAbel AvUa - ARENA; Adhemar Gmsi - ARENA; César Nas
cimento - MDB; Dib Cherem - ARENA; Francisco Libardoni- MDB; Laerte Vieira - MDB.
Rio Grande do SulAlberto Hoffman - ARENA; Alceu CaUares - MDB; Aldo
Fagundes - MDB; Augusto Treln - ARENA; Cid Furtado - ARENA; Eloy Lenzl - MDB; Getúlio Dias ---; MDB; Jairo Brum MDB; Jorge Uequed - MDB; Lauro RodrIgues - MDB; Magnul:!Guimarães - MDB; Nelson Marchezan - ARENA; Rosa Flores- MDB; Vasco Amaro - ARENA.
Amapá
Antônio Pontes - MDB.Roraima.
Hélio Campos - ARENA.
O SR. PRESIDENTE (loão Linhares) - A lista de presençaacusa o comparecimento de 179 Senhores Deputados.
Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.
O Sr. Secretário procederá à leitura da Ata da sessão anterior.
11 - O SR. NORBERTO SCHMIDT, Suplente de Secretário,servindo como 2.o-Secretário, procede à leitura da Ata da sessãoantecedente, a qual é, sem observações, assinada.
O SR. PRESIDENTE (João Linhares) - Passa-se à leitura doexpediente.
O SR. PEIXOTO FILHO, Suplente de Secretário, servindo como l.°-Secretário, procede à leitura do seguinte.
lU - EXPEDIENTE
REQUERIMENTO DEFERIDOExmo. Sr.Presidente da Câmara dos DeputadosNesta
Solicito a V. Ex." a retirada do Projeto de Lei n.O 3.945177,de minha autoria.
Sala das Sessões, 18 de outubro de 1977. - Inocêncio Oliveira.
PROJETO DE LEI N.o 1.006-D, UE 1972
Substitutivo do ,Senado ao Projeto de Lei n.O 1.006-C de1972, que "declara o Pau-Brasil árvore nacional, determina o seu plantio e sua. divulgação durante a Festa Anualdas Arvores" .
(As Comissões de Constituição e Justiça, de Agricultura e Política Rural e de Finanças).
O Congresso Nacional decreta:
Art. l.0 Fica declarada Arvore Nacional a leguminosa denominada Pau-Brasil (Caesalpina Echinata, LamL
Art. 2,0 Durante a realização da Festa Anual das Arvores, osMinistérios da Agricultura e da Educação e Cultura promoverãocampanha elucidativa sobre a relevância do Pau-Brasil na História Pátria, sugerindo e estimulando o seu plantio.
Parágrafo único. O Ministério da Agricultura expedirá instruções no sentido de preservar a espécie, proibindo o seu corte eindustrialização sj:lgundo condições a serem estabelecidas com vistas à sua não extinção. .
Art. 3.0 Durante a Festa Anual das Arvores, instituída peloDecreto n.o 55.79li, ~e 24 de fevereiro de 1965, será promovido oplantio de mudas de Pau-Brasil, inclusive nos estabelecimentos oridais ~ particulares de ensino de todo o País, ocasião em que seporá em relevo a sua importância como fonte de riqueza e tradiçãohistórica nacionais.
Art. 4.0 Esta Lei entràráem vigor na data de sua publicação,revÇlgadas as disposições em contrário.
Câmara dos Deputados, 14 doe abril de 1975. - Célio Borjá.
Substitutivo do Senado ao Projeto de Lei da Câmarados Deputados que "declara o Pau-Brasil árvore nacional,determina o seu plantio e sua divulgação durante a FestaAnual das Arvores".
Substitua-se o Projeto pelo seguinte:
Declara o Pau-Brasil árvore nacional, institui o Dia doPau-Brasil, e dá outras providências.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1.0 É declarada ÁrVore Nacional a leguminosa denominada Pau-Brasil (Caesalpina Echinata, Lam) -cuja festa será comemorada, anualmente, no dia 3 de maio, datll- em que o Ministérioda Educação e Cultura promoverá campanha elucidativa sobre arelevância daquela espécie vegetal na História do Brasil.
Art. 2.° O Ministério da Agricultura promoverá, através de seuórgão especializado, o plantio, em todo território nacional, de viveiros de mudas de Pau-Brasil, visando à sua conservação e distribuição para finalidades cívicas, devendo, ainda, expedir instruçõespermitindo-lhe o corte e a industrialização com o dever da respectiva replantação da própria espécie.
AÍt. 3.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art.4,o Revogam-se as disposições em contrário.
Senado Federal, 17 de outubro de 1977. - PetrôDÍo Portella,Presidente.
Outubro de 197'7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10081
PROJETO DE LEI N.o 1.660-A, DE 1975
(Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 396175
Regulamenta a profissão de Biomédico, cria f) ConselhoFederal e os Conselhos Re(ionais de Blomedicina, e dá outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidadee técnica legislativa; da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação, com emendas; e, da Comissãode Finanças, pela aprovação, com voto em separado doSr. Ruy Côdo. Pendente de pareceres das Comissões deSaúde e de Educação e Cultura, em audiência.
(Projeto de Lei nO 1.660, de 1975, tendo anexado o den.o 438175, a que se referem os pareceresJ
O Congresso Nacional decreta:
CAPíTULO I
Da Profissão de Biomédico
Art. 1.0 O exercício da profissão de biomédico é privativo dosportadores de diploma;
I - devidamente registrado, de bacharel em curso oficialmente reconhecido de Ciências Biológicas, modalldade médIca;
II - emitido por instituições estrangeiras de ensino superior,devidamente revalldado e registrado como equivalente ao diploma"tlencionado no Item anterior.
Art. 2.° Ao biomédico compete atuar em equipes de saúde, anível tecnológico, nas atividades complementares de diagnósUcos.
Art, 3.° Sem prejuízo do exercício das mesmas atividades. poroutros profissionais Igualmente habilitados na forma da legislação específica, o Biomédico poderá:
I - Realizar análises clinico-laboratoriais, bromatológlcas,anállses para controle de medicamentos, análises físico-químicas emicrobiológicas de interesse para o saneamento do meio ambiente;
n - realizar serviços de radiografia, excluida a interpretação;nI - atuar, sob supervisão médica, em serviços de hemotera
pia, de radiodiagnóstico e de outras para os quais esteja legalmentehabilitado;
IV - planejar e executar pesquisas científicas em instituiçeoes públicas e privadas, na área de sua especialidade profissional;
V - exercer o magistério, de qualquer nível, das disciplinasconstantes do respectivo curriculo de formação, observadas as demais exigências pertinentes;
VI - exercer outras atividades relacionadas ao serviço desaúde.
Parágrafo único. O exercício das atividades referidas nositens I a VI deste artigo, fica condicionado ao curriculo efetivamente realizado que definirá a especialidade profissional.
CAPtTULO 11
Dos órgãos de Fiscalilação
Art. 4.° São criados o Conselho Federal, e os Conselhos Regionais de Biomediclna, com a Incumbência de fiscalizar o exercÍcio da profissão de biomédico definida nesta Lei.
§ 1.° Os Conselhos Federal e Regionais a que se refere este&rtigo constituem, em conjunto, uma autarquia federal vinculadaao Ministério do Trabalho.
I 2.° O Conselho Federal de Biomedlcina terá sede e forono Distrito Federal e jurisdição em todo o Pais e os Conselhos Regionais em Capitais de Estados ou Territórios.
Art. 5.° O Conselho Federal compor-se-á de 9 (nove) membros efetivos e suplentes, respectivamente, eleitos pela forma estabelecida nesta LeI.
§ 1.0 Os membros do Conselho Federal e respectivos suplentes, com mandato de 4 (quatro) anos, serão eleitos por um ColégioEleitoral integrado de 1 (um) representante de cada Conselho Regional, por este eleito em reunião especialmente convocada.
§ 2.° O Colégio Eleitoral convocado para a composição doConselho Federal reunir-se-á, preliminarmente, para exame, discussão, aprovação e registro das chapas concorrentes, realizandoas eleições 24 (vinte e quatro) horas após a sessão preliminar.
§ 3.0 Competirá ao Ministro do Trabalho baixar as instruções reguladoras das eleições nos Conselhos Federal e Regionaisde Blomedicina.
Art. 6.° Os membros dos Conselhos Regionais de Biomediclnae os respectivos suplentes, com mandato de 4 (quatro) anos, serãoeleitos pelo sistema de eleição direta, através do voto pessoal, secreto e obrigatório dos profissionais inscritos no Conselho, apl1-
cando-se pena de multa em importância não excedente ao valor daanuidade ao que deixar de votar sem causa justificada.
Parágrafo único. O exercício do mandato do membro doConselho Federal e dos Conselhos Regionais de Biomedicina assim como a respectiva eleição, mesmo na condição de suplente, ficarão subordinados, além das exigências constantes do artigo 530da Consolidação das Leis do Trabalho e legislação complementar,ao preenchimento dos seguintes requisitos e condições básicas:
I - cIdadanla brasileira;11 - habllltação profissional na forma da legislação em vigor;IH - pleno gozo dos direitos profissionais, civis e políticos;IV - Inexistência de condenação por crime contra a segu-
rança nacional.Art: 7.° A extinção ou perda de mandato de membro do Con
selho Federal ou dos Conselhos Regionais ocorrerá:I - por renúncia;II - por superveniência de causa de que resulte a lnab1l1ta
ção para o exercicio da profissão;III - por condenação a pena superior a 2 (dois) anos, em vir
tude de sentença transitada em julgado;IV - por destituição de cargo, função ou emprego, reb~ciona
da à prática de ato de improbidade na administração públlca ouprivada, em virtude de sentença transitada em julgado;
V - por falta de decoro ou conduta incompatível com a dignidade do órgão;
VI - por ausência, sem motivo jusUfIcado, a 3 (três) sessõesconsecutivas ou 6 (seis) intercaladas em cada ano.
Art. 8.° Compete ao Conselho Federal:I - eleger, dentre os seus membros, por maioria absoluta, o
seu Presidente e o VIce-Presidente;11 - exercer função normativa, baixar atos necessários à in
terpretação e execução do disposto nesta lei e à fiscalização doexercício profissional, adotando providênciQ8 indispensáveis à realização dos objetivos institucionais;
UI - supervisionar a fiscal1zação do exercício profissional emtodo o território nacional;
IV - organizar, propor instalação, orientar e inspecionar osConselhos Regionais e examinar suas prestações de contas, nelesintervindo desde que indispensável ao restabelecImento da normalidade administrativa ou financeira ou à garantia da efetividadeou princípio da hierarquia institucional;
V - elaborar e aprovar seu Regimento ad refuendum do Ministro do Trabalho;
VI - examinar e aprovar os Regimentos dos Conselhos Regionl&1s, modificando o que se fizer necessário para assegurar unidadede orientação e uniformidade de ação;
VII - conhecer e dirimir dúvidas suscitadas pelos ConselhosRegionais e prestar-lhes assistência técnica permanente;
VIII - apreciar e julgar os recursos de penalidade impostapelos Conselhos Regionais;
IX - fixar o valor das anuidades, taxas, emolumentos e multasdevidas pelos profissionais e empresas aos Conselhos Regionais aque estejam jurlsdicionados;
X - aprovar sua proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos adicionais, bem como operações referentes a mutações patrimonlals;
XI - dispor, com a participação de todos os Conselhos Regionais, sobre o Código de ~ca Profissional, funcionando como Tribunal Superior de 1:tlca Profissional;
XII - estimular a exação no exercício da profissão, velandoll€'lo prestígio e bom nome dos que a exercem;
xrn - insUtutr o modelo das carteiras e cartões de identidade profisslonal;
XIV - autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienarbens imóveis; .
XV - emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas aque seja obrigado;
XVI - publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais, ou balanços, a execução orçamentária e o relatório de suas atividades.
Art. 9.° Os Conselhos Regionais de Biomedicina serão organizados nos moldes do Conselho Federal.
10082 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
Art. 10. Aos Conselhos Regionais compete;I - eleger, dentre os seus membros, por' maioria absoluta, o
seu Presidente e o Vice-Presidente;H - expedir a carteira de identidade profissional e o cartão
de identificação aos profissionais registrados;IH - fiscalizar o exercício profissional na área de sua juris
dição, representante, inclusive, às autoridades competentes, sobreos fatos que apurar e cuja solução ou repressão não seja de suaalçada;
IV - cumprir e fazer cumprir as disposições desta lei, dasresoluções e demais normas baixadas pelo Conselho Federal;
V - funcionar como Tribunal Regional de Jl:tica, conhecendo, processando e decidindo os casos que lhes forem submetidos;
VI - elaborar a proposta de seu Regimento, bem como asalterações, submetendo-a à aprovação do Conselho FederaÍ;
VII - propor ao Conselho Federal as medidas necessárias ao~primoramento dos serviços e do sistema de fiscalização do exercicio profissional;
VIII - aprovar a proposta orçamentária e autorizar a aberturade créditos adicionais e as operações referentes a mutações patrimoniais ;
IX - autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienarbens imóveis;
X - arrecadar anuidades, multas, taxas e emolumentos eadotar todas as medidas destinadas à efetivação de sua receita,destacando e entregando ao Conselho Federal as importâncias correspondentes a sua participação legal;
XI - promover, perante o juizo competente, a cobrança dasimportâncias correspondentes a anuidades, taxas, emolumentos,e multas, esgotados os meios de cobrança amigável;
XII - estimular a exação no exercício da profissão, velandopelo prestígio e bom conceito dos que a exercem;
XIII - julgar as infrações e aplicar as penalidades previstas nesta leI e em normas complementares do Conselho Federal;
XIV - emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas aque estejam obrigados;
XV - publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos cré<!.itos adicionais, os balanços, a execução orçamentária, o relatóriode suas ativIdades e a relação dos profissionaIs registrados.
Art. 11. Aos Presidentes dos Conselhos Federal e Regionaisincumbe a administração e a representação legal dos mesmos,facultando-se-Ihes suspender o cumprimento de qualquer deliberação de seu Plenário, que lhes pareça Inconveniente ou contrárioaos interesses da instituição, submetendo essa decisão à autoridadecompetente do Ministério do Trabalho, ou ao Conselho Federal,respectivamente.
Art. 12. Constitui renda do Conselho Federal:I - 20%' (vinte por cento) do produto da arrecadação de
anuidades, taxas, emolumentos e multas de cada Conselho Regional;
II - legados, doações e subvenções;III - rendas patrimoniais.Art. 13. Constitui renda dos Conselhos Regionais:I - 80% (oitenta por cento) do produto da arrecadação de
anuidades, taxas, emolumentos e multas;li - legados, doações e subvenções;IH - rendas patrimoniais.Art. 14. A renda dos Conselhos Federal e Regional só poderá
ser aplicada na organização e funcionamento de serviços úteisà fiscalização do exercício profissional, bem como em serviços decaráter assistencial, quando solicitados pelas Entidades Sindicais.
CAPíTULO IJ:rDo Exercício Profissional
Art. 15. O livre exercicio da profissão de biomédico, em todoterritório nacional, somente é permitido ao portador de CarteiraProfissional expedida por órgão c~mpetente.
Parágrafo único. É obrigatório o registro nos Conselhos Regionais das empresas cujas finalidades estejam ligadas à biome-
• dicina, na forma estabelecida em Regulamento.Art. 16. Para o exercício da profissão na administração públi
ca direta e indireta, nos estabelecimentos hospitalares, nas clinieas, ambulatórios, creches, asilos, ou exercicio de cargo, função ouemprego de assessoramento, chefia ou direção, será exígida, comocondição essencial, a apresentação da carteira profissional de biomédico.
Parágrafo único. A inscrIção em concurso público dependeráde prévia apresentação da Carteira Profissional ou certidão doConselho Regional de que o profissional está no exercicio de seusdireitos.
Art. 17. O exercício simultâneo, temporário ou definitivo, daprofissão em área de jurisdição de dois ou mais Conselhos Regionais submeterá o profissional de que trata esta lei às exigênciase formalidades estabelecidas pelo Conselho Federal.
CAPÍTULO IVDas Anuidades
Art. 18. O pagamento da anuidade ao Conselho Regional darespectiva jurisdição constitui condição de legitimidade do exercício da profissão.
Parágrafo único. A anuidade será paga até 31 de março decada ano, salvo a primeira, que será devida no ato do registro doprofissional ou da empresa.
CAPíTULO VDas Infrações e Penalidades
Art. 19. Constitui infração disciplinar:I - transgredir preceito do Código de Ética Profissional;
li - exercer a profissão, quando Impedido de fazê-[o, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não registrados ouaos leigos;
HI - violar sigilo profissional;IV - praticar, no exercicio da atividade profissional, ato que
a lei defina como crime ou contravenção;V - não cumprir, no prazo assinalado, determinação emanada
de órgão ou autoridade do Conselho Regional de Biomedicina,em matéria de competêncía deste, após regularmente notificado;
VI - deixar de pagar, pontualmente, ao Conselho Regionalde Biomedicína as contribuições a que está obrigado;
VII - faltar a qualquer dever profissional prescrito nesta lei;VIII - manter conduta incompatível com o exercício da pro
fissão.Parágrafo único. As faltas serão apuradas, levando-se em
conta a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso.Art. 20. As penas disciplinares consistem em:
I - advertência;
II - repreensão;
III - multa equivalente a até 10 (dez) vezes o valor daanuidade;
IV - suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 3(três) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 7.°;
V - cancelamento do registro profissional.
§ 1.° ,salvo os casos de gravIdade manifesta ou reincidência,.a imposiçâo das penalidades obedecerá à gradação deste artigo,observadas as normas estabelecidas pelo Conselho Federal paradisciplina do processo de julgamento das infrações.
§ 2.0 Na fixação da pena serão considerados os antecedentesprofissionais do infrator, o seu grau de culpa, as circunstânciasatenuantes e agravantes e as conseqüências da infração.
§ 3.0 As penas de advertência, repreensão e multa serão comunicadas pelo Conselho Regional, em ofício reservado, não sefazendo constar dos assentamentos do profissional punido, senãoem caso de reincidência.
§ 4.° Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso,com efeito suspensivo, ao Conselho Federal:
a) voluntário, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciênciada decisão;
b) ex offício, nas hipóteses dos incisos IV e V deste artigo, noprazo de 30 (trinta) dias a contar da decisão.
§ 5.° As denúncias somente serão recebidas quando assinadas,declinada a qualificação do denunciante e acompanhada da indicação dos elementos comprobatórios do alegado.
§ 6.° A suspensão por falta de pagamento de anuidades, taxasou multas só cessará com a satisfação da dívida, podendo sercancelado o registro profissional se, após decorridos 3 (três) anos.não for o débito resgatado. .
§ 7.0 É lícito ao profissional punido requerer, à instânciasuperior, revisão do processo no prazo de 30 (trinta) dias contadosda ciência da punição.
Outubro de 1977 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Quinta-feira 20 10083
§ 8.° Das decisões do Conselho Federal ou de seu Presidente,por força de competência privativa, caberá recurso, em 30 (trinta)dias, contados da ciência para o Ministro do Trabalho.
§ 9.° As instâncias recorridas poderão reconsiderar suas próprias decisões.
§ 10. A instância ministerial será última e definitiva, nosassuntos relacionados com a profissão e seu exercício.
Art. 21. O pagamento da anuidade fora do prazo sujeitará odevedor a multa prevista no Regulamento.
CAPíTULO VIDisposições Gerais
Art. 22. Os membros dos Conselhos farão jus a uma gratifícação, por sessão a que comparecerem, na forma estabelecida emlegislação própría.
Art. 23. Aos servidores dos Conselhos de Biomedicina aplicase o regime jurídíco da Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 24. Os Conselhos de Biomedicina estimularão, por todosos meios, inclusive mediante concessão de auxilio, segundo normasaprovadas pelo Conselho Federal, as realizações de naturezacultural visando ao profissional e à classe.
Art. 25. Os estabelecimentos de ensino superior, que ministrem cursos de Biomedicína, deverão enviar, até 6 (seis) mesesda conclusão dos mesmos, ao Conselho Regional da jurisdição desua sede, ficha de cada aluno a que conferir diploma ou certificado, contendo seu nome, endereço, filiação e data de conclusão.
CAPíTULO VIIDisposições Transitórias
Art. 26. A exigência da carteira profissional de que trata oCapítulo lI, somente será efetiva a partir de 180 (cento e oitenta)dias, contados da instalação do respectivo Conselho Regional.
Art. 27. O primeiro Conselho Federal de Biomédicos seráconstituído pelo Ministro do Trabalho.
Art. 28. Os Conselhos Regionais serão instalados desde queagrupem um número suficiente de profissionais capaz de garantirsua normalidade administrativa, a critério e pÓr ato do Ministrodo Trabalho.
Art. 29. A presente Lei será regulamentada pelo Poder Executivo dentro de 90 (noventa) dias.
Art. 30. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.
Brasília, em de de 1975.
MENSAGEM N.O 396, DE 1975, DO PODER EXECUTIVOExcelentíssimos Senhores Membros do Congresso Nacional:Nos termos do art. 51 da Constituição, tenho a honra de
submeter à elevada deliberação de Vossas Excelências, acompanhado de Exposição de Motivos dos Senhores Ministros de Estado doTrabalho, da Educação e Cultura e da Saúde, o anexo projetode lei que "regulamenta a profissão de Biomédico, cria o ConselhoFederal e os Conselhos Regionais de Biomedicina, e dá outrasprovidências.
Brasília, 28 de novembro de 1975. - Ernesto Geisel.
EXPOSIÇãO DE MOTIVOS GM/N.o 129, DE 19 DE NOVEMBRODE 1975, DOS SRS. MINISTROS DE ESTADO DO TRABALHO,DA EDUCAÇAO E CULTURA E DA SAÚDE.Excelentíssimo Senhor Presidente da República:A imperiosa necessidade de regulamentar o exercillio profis
sional de bacharéis em Ciências Biológicas levou-nos a constituirum grupo de trabalho, de caráter interministerial, integrado porrepresentantes dos Ministérios do Trabalho, Educação e Cultura eSaúde, a quem se incumbiu a obrigação de apresentar um anteprojeto de lei especifico sobre a matéria, tarefa agora terminadae que temos a honra de submeter à elevada consideração de VossaExcelência.
A parte do estudo relacionada com o trabalho do pessoal biomédico é original. Falta-lhes mais que uma simples regulamentação para o exercício normal de ativídade. O que se pretendeagora é dar normatividade definitiva à carreira, como atividadeisolada. '
A Biomédica, como carreira própria, deve a sua existência aoincoercível desenvolvimento das ciências biológicas relacionadascom a Medicina e, conseqüentemente, da multiplicação de provastécnicas e instrumentos de trabalho complexos e sofisticados, masimprescindíveis às modernas exigências de pesquisa científica edas práticas de diagnóstico e terapêutica.
No presente, a Medicina oferece duas grandes áreas de atuação: a primeira, clássica, é a do profissional que conduz o problemamédico, seja o caso individual, seja o coletivo - o doente é oseu campo. A ele cabe a clecisão mêdica. O desempenho de taltarefa exige uma formação cultural peculiar, em que o desenvolvimento de certas características epistemológicas como a do conhecimento intuitivo, é de importância fundamental; à segundacabe organizar e fazer funcionar a complexa maquinaria' tecnológica de diagnóstico e terapêutica, que completa o trabalho daprimeira área. A doença é o seu campo, não lhe cabendo emtermos formais uma decisão médica no sentido da condução globaldo caso.
A sua formação cultural deve ser muito mais científica, nosentido exato do termo, de modo a conferir um sentido maissatísfatório, onde o conhecimento do tipo industivo-dedutivo, bemcomo a capacidade de analisar dados concretos, é fundamental.
Os biomédicos possuem uma formação que lhes permite o usomais eficiente de instrumentos e métodos de pensar usados napesquisa das ciências básicas da Medicina, sendo-lhes pois garantido mais acesso à pesquisa de verdades novas.
Naturalmente, a colaboração entre todos ramos da atividademédica ou biomédica é um princípio dos mais desejáveis na solução de problemas comuns, e a isto se deve a crescente aproximação entre eles nos países mais desenvolvidos.
Tais são as bases da conceituação da carreira Biomédíca. Sãoprofissionais especialmente preparados para o trabalho nas ciências básicas da Medicina.
Na sua formação universitária, o bacharelado lhe conferecompetência para um desempenho tecnológico e ensíno técnico.Os cursos de pós-graduação ampliarão sua capacitação para o ensino universitário e a pesquisa cientifica.
No Brasil, a carreira Biomédica destacou-se da carreira deBiólogo através da iniciativa do Conselho Federal de Educacãocom o Parecer n.o 571/66, aperfeiçoado e consolidado na Resoluçãon.O 107/69. Ao assim proceder, pretendeu o egrégio Conselho atender a uma exigência social -ditada pelo desenvolvimento do Paíse consubstanciada na solicitação de várias escolas médicas.
Ao nível de graduação, os profissionais terão a seu cargo aprestação de serviços na complexa tecnologia qtle suporta a moderna prática médica, inclusive nas indústrias, laboratórios dePatologia Clínica, Bancos de Sangue, Unidades de Anatomia Patológica e de Radiologia, Unidades de Saúde Pública e serviços deapoio à pesquisa científica em institutos especializados ou universidades.
O nível universitário do seu curso confere capaCitação para após-graduação, ampliando-lhes as possibilidades de atuarem profissionalmente no magistério superior e na pesquisa cientifica, deacordo com os princípios de hierarquia universitária.
O problema central, quanto ao exercício profissional do Biomédico, parece residir na necessidade de uma clara definição docampo de competência, na proposição de um elenco .de atribuiçõesque caracterize ocupacionalmente a profissão, na divulgação doprocesso de sua formação e outras medidas que possam ser adotadas para favorecer sua aceitação na equipe de saúde e queevitem conflitos com os outros profissionais que atuam nos mesmos campos.
Quanto à criação dos Conselhos impõe-se assinalar que asprofissões cogitadas apresentam, numericamente, coletividadesprofissionais suficientemente expressivas para enfrentar os encargos financeiros com a instalação e o funcionamento de Conselhospróprios. Considerando a evolução histórica dos Conselhos existentes, a individualização por grupo profissional representa, naatual conjuntura, a resposta mais satisfatória aos interessados.
Conseqüentemente, o trabalho que apresentamos a Vossa Excelência procura dar os passos essenciais ao desenvolvimento dacarreira.
Aproveitamos a oportunidade para renovar a Vossa Excelênciaos protestos do nosso mais profundo respeito. - Arnaldo Prieto Ney Braga - Paulo de Almeida Machado.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇ-lfODAS COMISSõES PERMANENTES
DECRETO N.o 50.780, DE 10 DE JUNHO DE 1961
Dispõe sobre a venda de produtos farmacêuticos esimilares.
Art. 1.0 O comércio de especialidades- farmacêuticas, preparados biológicos, produtos químicos para uso farmacêutico e produtos oficiais, só poderá ser exercido, em todo o território nacional,por estabelecimento previamente licenciado no Serviço Nacional de
18084 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 1977
Fiscalização da Medicina e Farmácia, Ministério da Saúde, ou nasrepartições congêneres dos Estados e Territórios.
Art. 4.° Não se incluem entre os produtos menclónados noart. 1.0 os produtos químicos utilizados ou vendidos por estabelecimentos fabris ou comerciais cujo funcionamento independe delicença das Autoridades Sanitárias.
PARECER DA COMISSãO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇAI e 11 - Relatório e Voto do Relator
O Poder Executivo, através da Mensagem n.O 396/75, capeandoo Projeto n.o 1.660/75, nos termos do art. 51 da Constituição,submete, acompanhada de Exposição doe Motivos dos Srs. Ministrosde Estado do Trabalho, e de Educação e Cultura, lei que regulamenta a profissão de Biomédico, cria o Conselho Federal e os Con.selhos Regionais de Biomedicina, dando outras providências.
É legitima a iniciativa do Poder Executivo, tendo respaldoconstitucional, jurídico e de boa técnica legislatiya, por isso o nossoparecer neSSe particular é favorável.
Deixo o mérito às demais Comissões especializadas às quais oProjeto foi distribuído.
Bala da Comissão, -3 de dezembro de 1975. - José Sally, Relator.
m - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reUnIao plenária,
realizada em 3-12-75, opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa do Projeto n,O 1.660/75, nostermos do Parecer do Relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Luiz Braz, Presidente; José Se.lly, Relator; Alceu Collares, Antonio Mariz, Blota.Junior, Cantídio Sampaio, Daso Coimbra, Djalma Bessa, ErasmoMartins Pedro, Gomes da Silva, Joaquim Bevilacqua, Lauro Leitão,Lidovino Fanton, Miro Teixeira, Nogueira da Gama e TarcisioDelgado.
Sala da Comissão, 3 de dezembro de 1975. - Luiz Braz, Pre.sidente - José Sally, Relator.
COMISSãO DE SAúDE
Excelentíssimo senhor Deputado Célio BorjaDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNos termos do art. 127 do Regimento Interno, requeiro a Vossa
Excelência seja encaminhado para audiência desta Comissão, oProjeto de Lei n.o 1.660/75.
Nestes Termos, P. Deferimento - Fábio Fonseca, Presidente.
PARJOC}ER, DA COMISSãO DE TRABALHO E LEGISLAÇãOSOCIAL
I _ Relatório
Em análise o Projeto em epígrafe que regulamenta' a profissão de Biomédico e dispõe sobre outras medidas decorrentes.
A proposição, fruto de trabalho de um grupo interministerialconstituído de representantes dos Ministérios do Trabalho, Educação e Saúde, vem suprir uma lacuna que já se fazia sentir nomercado de trabalho brasileiro com a existência de profissionaisjá formados e impedidos de exercer suas atividades.
Conforme a Exposição de Motivos que acompanha a Mensagem governamental, "os biomédicos possuem uma formação quelhes permite (/ uso mais eficiente de instrumentos e métodos depensar usados na pesquisa das ciências básicas da Medicina, sendo-lhes pois garantido mais acesso à pesquisa de verdades novas".E mais adIant.e "são profissionais especialmente .preparados parao() trabalho nas .ciências básicas da Medicina. -Na sua formaçãouniversitária, o bacharelado lhe ·oonfere competência para umdesempenho tecnológico e ensino técnico. Os Cursos de pós-graduação il.mpliarão sua capacidade para o ensino universitário e apesquisa científica". .. -
, Vê-se pois que se trata de uma Importante área de atuaçãopara o nosso desenvolvimento desde qué não permànece estacionada na atividade ·de prática médica, mas também, na -indústria,nas atividades paramédicas e na ciência. -
Apesar de aparentemente poder parecer fácil proceder talregulamentação - dada sua importáucia - há uma grande dificuldade em definir o campo de competência profissional em virtude da estreita correlação na formação universitária com a graduação de outras profissões, propiciando destarte conflitosinsuperáveis. Não obstante, devemos considerar que compete aesta Comissão o exame dos aspectos técnicos da proposta não
estando em nossas observações o currículo escolar ou a estruturadidática responsável direto pelos citados óbices, pois se a formação é concorrente o elenco de competência forçosamente o será,restando assim evitar que se estabeleçam competências privativas.
Entretanto, examinando detidamente a matéria pudemos verificar que na realidade foram incluídas para o Biomédico atrIbuições que não comportam uma concorrência com outros profisfissionais que no nosso entender devam permanecer como competência privativa do farmacêutico, Da mesma forma entendenl'Jsque permitir o exercicio "de outras atividades relacionadas aoserviço de saúde" não nos parece aconselhável pois equivale aatribuir uma competência indefinidã a especialistas. Outro dispositivo digno de nossa atenção é o que permite a realização deanálises clinico-laboratoriais, bromatológicas, sem que lhes sejacc-nferido o direito de assinar o laudo respectivo o que não nosparece ser procedente por entender que caIba àquele que realizaa análise a responsabilidade pelo resultado obtido.
Daí a razão por que apresentamos algumas emendas no sentido de sanar tais imperfeições buscando com isto aprimorar aproposição.
Quanto à criação doo órgãos de fiscallzação e as diretrizesrelacionadas com o exercício profissional nada temos a acrescentar ou modificar pois se coaduna com a legislação pertinente.
U - Voto do RelatorIsto posto somos pela aprovação do projeto com as emendas
apresentadas,Sala das Comissões. - Pedro Carolo, Relator.
UI - Parecer da ComissãoA Comissão de Trabalho e Legislação Social, em sua reunião
ordinária realizada em 12 de maio de 1977, opinou pela aprovação,com duas Emendas do Projeto de Lei n.O 1.660, de 1975, nos termos do parecer do Relator, Deputado Pedro Carolo.
Estiveram presentes os seguintes senhores Deputados: WilsonBraga - Presidente, Alvaro Gaudêncio, Wilmar Dallanhol, LuizRocha, Raimundo P·arente, Osmar Leitão, Vasco Neto, SiqueiraCampos, Vilmar Pontes, Antonio Gomes, Frederico Brandão, Rezende Monteiro, Carlos· Cotta, Getúlio Dias, Jorge Moura, FernandoCunha, Rosa Flores e Gamaliel Galvão,
Saia das Comissões, 12 de maio de 1977. - Wilson Braga, Presidente - Pedro Carolo, Relator.
EMENDAS ADOTADAS PELA COMISSÃON.o 1
Ao inciso I do art. 3.0 dê-se a seguinte redação:Art. 3.0 ..•.•...•••.••...•••..••...• , .•....••.•.•.•.••••..••
I - realizar análises clínico-laboratoriais, bromatológicas assinando os respectivos laudos, análises físico-quimicas e microbiológicas de interesse para o saneamento do meio ambiente.
Sala das Comissões, 12 de maio de 1977. - Wilson Braga, Pre-sidente - Pedro Carolo, Relator. -
N.O 2
Dê-se ao inciso V do art. 3.0 a seguinte redação:Art. 3.0 •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
V - Exercer outras atividades referentes ao serviço de saúde,diretamente relacionadas com a formação universitária.
Sala das Comissões, 12 de maio de 1977. - Wilson Braga, Pre-sidente - Pedro Carolo, Relator. '
PARECER DA COMISSAO DE FINANÇASI - Relatório
Através da Menmgem n.O396175, submete o senhor. Presidenteda República à deliberação do Congresso Nacional o Projeto deLei D.a 1.66W75, que cuida da regulamentação da profissão deBiomédico e da criação dos Conselhos Federal e Regionais de Bio·
'medicina.. .-.' A E]cposição de Motivos ql,1e acompanha a Mens-agem Presi
dencial, de autoria dos Senhores Ministros do Trabalho, da Educação e da -Saúde, entoea a imperiosa necessidade de regulamentar o exercicio profissional do Biomédico, que, como carreira própria, deve a sua .existência ao incoercivel desenvolvimento dasCiências Biológicas relacionadas com a Medicina e, consequentemente, da multiplicação de provas técnicas e instrumentos de tra- ,balho complexos e sofisticados, mas imprescindíveis às modernasexigências de pesquisa científica e das práticas de diagnóstico eterapêutica, e que', naturalmente, a colaboração entre todos os ramos da atividade médica ou biomédica é um principio dos maisdesejávéis na solução de problem·as comuns, a isto se devendo acrescente aproximação entre eles nos paises mais desenvolvidos.
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10085
o curso de Biomedicina ou Ciências Biológicas-ModalidadeMédica, já reconhecido, com várias Flliculdades funcionando emvários pontos do Pais, já diplomou milhares de biomédicos, estádiplomando anualmente centenas de profissionais especializados,eom 'curnículos atualizados, principalmente para a área de saúdepública.
Enfatizam os Senhores Ministros na Exposição de Motivos quefundamenta a matéria em apreço que "no Brasil, a carreira biomérlica destacou-se da carreira de Biólogo, através da iniciativa doOonselho Federal de Educação com o Parecer .n.o 571/66, aperfeiçoado e consolidado na Resolução n.O 107/69. Ao assim proceder,pretendeu o egrégio Conselho at~nder a uma exi~ência soci~l.ditada pelo desenvolvimento do PaIS e consubstanclada na soliCIta·ção de várias escolas médicas".
Anexados ao Processo referente ao projeto de Lei n.o 1.660/75,encontram-se solicitações de órgãos representantes da classe farmacêutica de alguns Estados da Federação, reivindicando a nãoaprovação do projeto em pauta, na alegação de que a regulamentação das atividades biomédicas invade o âmbito da classe profissional brasileira; que o projeto representa a divisão pura e sim·pIes, com outra profissão, cujo currículo é bastante inferior ao dosFarmacêuticos, uma vez que o ensino sobre medicamentos concentra-se, com exclusividade, nos currículos das Faculdades deFarmácia.
Em contraposição, a Comissão Nacional Pró-Regulamentaçãoda Profissão de Biomédico, com representação estudantil junto àOCOO Biológicas - Universidade de Brasília, afirma em Nota àImprensa:
"Possui o biomédico um curriculo profissional cientifico etecnicamente bem superior ao do farmacêutico e a provadisso está no elevado número de mestrandos e mestres,doutorandos e doutores biomédicos no ensino de pós-graduação no Brasil. Falta-nos apenas a legislação profissional para podermos prestar um trabalho de excelente nívelà comunidade ....." ... à comunidade brasileira, a categoria biomédica nacional se propõe prestar eficientes serviços de alto padrãotecnológico e científico; às profissões co-irmãs ela se propõe ser um membro a mrlÍs da grande equipe de saúde,não tendo nada a temer quanto à sua capaCitação profissional."
Por versar matéria análoga, encontra-se anexado ao Projetode Lei n.O 1.660/75, nos termos do art. 71 do Regimento Interno,o de n.O 438/75, do nobre Deputado Adhemar Ghisi, ao qual, porforça do mesmo dispositivo regimental, já estavam anexadns osde números 483 e 432, de 1975.
Conclui-se, pela multiplicidade de proposições que cuidam damatéria em apreço, a sua importância e a preocupação existentepor parte dos legisladores, em resolver ,a aflitíssima situação demilhares de biomédicos no País.
Data vênia, por não constituir a análise do mérito competência desta Comissão, sentimo-nos impelidos, entretanto, a lembrarflue o Pais necessita, urgentemente, de técnicos dessa especialidade. Face à grandeza demográfica e à pobreza de atendimento-em todos os sentidos, devemos imediatamente aproveitar na prática esse contingente de jovens prontos para o trabalho.
Distribuído às doutas Comissões de Constituição e Justiça erle Trabalho e Legislação Social, o Projeto de Lei n.O 1.660/75 rece·beu, nas duas Comissões, pareceres favoráveis à sua aprovação.
Na Comissão de COnstitui~ão e Justiça, o projeto foi, por unanimidade, reconhecido como jurídico,' constitucional e de boa técnica legislativa.
A Comissão de Trabalho e Legislação Social, reconhecendo omérito do projeto, opinou pela sua aprovação, nos termos do paIecer do seu Relator, Deputado Pedro Oarolo, com duas emendas.
Deve agora esta Comissão de Finanças manifestar-se sobre amatéria, nos termos do disposto no art. 28, § 7.0 , do RegimentoInterno.
É o relatório.11- Voto do Relator
Quanto ao aspecto sobre o qual nos compete opinar, qual seja,o aspecto financeiro, fllndamentamos o nosso voto nos termos daExposição de Motivos que integra a proposição:
"Quanto à criação dos Conselhos, impõe-se assinalar queas profissões cogitadas apresentam, numericamente, coletividades profissionais suficientemente expressivas' paraenfrentar os encargos financeiros com e. instalação e ofuncionamento de COnselhos próprios."
Em face das razões expostas, consideramos o Projeto de Lein.O 1.660/75 em condições de ser acolhido por esta douta Comissão.
Sala das Sessões, 22 de junho de 1977. - João Cunha, Relator.
lU ~ Parecer da ComissãoA Comissão de Finanças, em sua reunião ordinária realizada
no dia 25 de agosto de 1977, opinou, unanimemente, pela aprovação do parecer do relator, Deputado João Cunha, favorável aoProjeto de Lei n.o 1.660/75, do Poder Executivo (Mensagemn.O 396/75), anexo o Projeto de Lei n.O 438(75. O Deputado RuyCôdo apresentou voto em separado.
Estiveram presentes os Senhores Deputados Gomes do Amara~Presidente, João Cunha e Moacyr Dalla, Vice-Presidentes, EmanoelWaisman, José Ribamar Machado, Dias Menezes, Epitácio Cafeteira, Antônio José, Carlos Alberto Oliveira, Roberto Carvalho,José Alves, Florim Coutinho, João Menezes, Antônio Morimoto,Milton Steinbruch, Ruy Oôdo, Temístocles Teixeira, Adriano Voalente, Jair Brasileiro, Homero Santos, Odacir Klein, Pinheiro Machado, Jorge Vargas, Athiê Coury e Francisco Bilac Pinto. \
Sala da Comissão, 25 de agosto de 1977. - Gomes do Amaral,Presidente - João Cunha, Relator.
varo EMSEP~DO SR. RUY CODO
Relatório e Voto
Nos termos do artigo 51 da constituição, o Senhor Presidenteda República submete à deliberação do Congresso Nacional, acompanhado de Exposição de Motivos dos Senhores Ministros de Estado do Trabaiho, da Educação e Cultura e da Saúde, através daMensagem n.o 300/75, o Projeto de Lei n.o 1.000, de 1975, que "regulamenta a profissão de Biomédico, cria o Conselho Federal e osConselhos Regionais de Biomedicina, e dá outras providências."
Distribuído" de início, à apreciação das doutas Comissões deConstituição e Justiça, de Trabalho, e Legislação Social e de Finanças, recebeu o projeto em exame pedidos de audiência dasComissões de Saúde e de Educação e Cultura, solicitados por requerimento, nos termos regimentais, de seus respectivos Presidentes,Deputados Fábi.o Fonseca ,e Rômulo Galvão.
Apreciado pela Comissão de Constituição e Justica, opinouaquela douta Comissão, unanimemente, pela constitucionalidade,juridicidade e técnica legis1ativa do Projeto de Lei n.o 1.660/75, nostermos do Parecer do Relai,or, Deputado José Sally.
A Comissão de Trabalho e Legislação Social manifestou-se pelaaprovação do projeto, com duas Emendas apresentadas pelo Relator, Deputado Pedro Carolo.
Cabe, nesta Comissão, nos termos do art. 28, § 7.0 do Regimento:Enterno, apreciar a matéria sob o enfoque do aspecto financeiro esuas repercussões. A este respeito, já se manifestou o Relator desteórgão técnico, o nobre Deputado João Cunha, que, após amploestudo, concluiu: seu voto favorável fundamentando-se nos termosda Exposição de Motivos que integra a proposição, qu~do diz:
"Quanto à criação dos Conselhos, impõe-se assinalar queas profissões cogitadas apresentam, numericamente, coletividades profissionais suficientemente expressivas paraenfrentar os encargos financeiros com a instalação e ofuncionamento de Conselhos próprios."
Estamos perfeitamente de acordo com o voto proferido peloilustre Relator desta Oomissão de Finanças, e, por considerarmosa importância da matéria e as manifestações contrárias que têmchegado"a esta Casa, em forma de solfcitações para a não aprovação do projeto, oriundas de entidades representativas de outroscampos da área de saúde, que argumentam quanto a uma possivelinvasão de atribuições profissionais, é que emitimos o nosso votoem separado.
A propósito, citamos aqui também trechos da Exposição deMotivos dos Senhores Ministros, que integra a Mensagem presidencial:
"Os biomédicos possuem uma formação que llles permiteo uso mais eficientt! de instrumentos e métodos de pensarusados na pesquisa das ciâm'!ª,J:l.básiealHia medicina, sendo-lhes pois garantido mais acesso à pesquisa de verdadesnovas."
"O problema central, quanto ao exercício profissional doBiomédico, parece residir na necessidade de uma clara de:finição_ do campo de competência, na proposição de umelenco de atribuições que caracterize ocupacionalmente aprofissão, na divulgação do processo de sua formação eoutras medidas que possam ser adotadas para favorecersua aceitação na equipe de saúde e que evitem conflltoscom os outros profissionais que atuam nos mesmos campos."
Tão relevante é a importância da profissão ora regulamentada- cuja iniciativa enaltecemos -, que, além do Projeto de Lei n.O
1.660/75, que traz anexado o de n.O 438/75, outros tramitam na Câmara, versando a mesma matéria. A exemplo, citaremos o Pro-
10086 Quinta-feira 20 DIARIO 00 CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
jeto de Lei n.o 432175, de autoria do ilustre Presidente desta Comissão, Deputado Gomes do Amaral.
Vejamos:PROJETO D:E LEI N.o 432, DE 1975
(Do Sr. Gomes do Amaral)"Dispõe sobre o exercicio da profissão de Biomédico,
cria seus órgãos de fiscalização, e dá outras providências."Andamento:
Pleruirio
12-5-75 - Fala o autor apresentando o ProjetoDCN 13-5-75, pág. 2520, col. 3
Mesa
Despacho. As Comissões de C'onstituição e Justiça, de saúdee de Trabalho e Legislação Social.
Pleruirio19'::5-75 - ll: lido e vai a imprimir
DCN 20-5-75, pág. 2910, col. 2.COM!SSAO DE CONSTI'11UlÇAO iE JUSTIÇA
3-6-75 - Distribuído ao Relator, Deputado Erasmo MartinsPedro
DCN 5-6-75, pág. 3.738, cal. 2
roMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA
24-6-75 - Aprovado requerimento do Deputado Noide Cerqueira, solicitando anexação dos projetos n.OS 438175 e 483/75 aeste
DCN 6-8-75, pág. 5447, cal. 2
COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA
24-9-75 ~ Aprovado requerimento do relator, Deputado Erasmo· Martins Pedro, solicitando desanexação do Projeto D.O 438/75,deste
Aprovado unanimemente parecer do relator, Deputado ErasmoMartins Pedro, pela constitucionalidade e juridicidade.
DCN 11-10-75, pág. 8743, col. LaMesa
3-10-75 - Deferido o ru. n.o 214/75 da Comissão de Oonstituição e Justiça, solicitando a desanexação do Projeto n.O 438/75,desta:
DCN 4-10-75, pág. 8315, col. 2
MesaAnexado a este, o Projeto de Lei n.o 2.154/7~, nos termos do
art. 71 do Regimento Interno.O número de proposições relativas à regulamentação da pro
fissão de Bio::nédico evidencia a justa preocupação dos componentes desta Casa com o problema, que é de âmbíto nacional.
Pelas razões expostas, manifestamo-nos pela aprovação doProjeto de Lei n.o 1.6600/75. .
Sala da Comissão, 23 de agosto de 1977. - Ruy Côdo.
Exm.o Sr.Presidente da Câmara dos Deputados
Tendo em vista a apreciação pela Comissão de Educação e Cultura do Projeto n.o 438/75, do Sr. Adhemar Ghisl, que "dispõe sobreo exercicio da profissão de Biologista, cria os Conselhos Federal eRegionais de Biologia, e dá outras providências." Solicito, nos termos regimentais, pára fins comparativos, audiência do referidoórgão com referência ao Projeto n.O 1.660/75, do Poder Executivo,que "regulamenta a profissão de Biomédico, cria O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biomediclna, e dá outras providências", em face de tratar-se de matéria correlata.
Sala das Sessões, 27 de maio de 1976. - Rômulo Galvão.COMISSAO DE EOiUCAÇAO E CULTURA
Ofício n.O 214176Brasília, 16 de setembro de 1976.
A Sua Excelência o SenhorDeputado Célio BorjaDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta,
Senhor Presidente,Atendendo ao aprovado unanimemente por esta Comiss~o em
reunião realizada a 15 do corrente, tenho a honra de soliCitar a
Vossa Exceiência as providências necessanas no sentido de ser oProjeto n.O 438/75, do Sr. Adhemar Ghlsi, que "dispõe sobre o exercício da profissão de Biologista, cria os Conselhos Federal e Regionais de Biologia, e dá outras providências", anexado ao projeton.o 1.660/75, do Poder Executivo, que "regulamenta a profissão deBiomédico, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais deBiomedicina, e dã outras providências", por versarem matériascorrelatas.
Consoante ainda ao deliberado, reitero o pedido de audiênciadesta Comissão· formulado pelo Sr. Rômulo Galvão para o Projeto n.O 1.660/75, a fim de serem as duas proposições examinadasem conjunto.
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelênciameus protestos de elevada estima e distinta consideração. - AlvaroValle, Presidente.
PROJETO DE LEI N.o 438, DE 1975(Do Sr. Adhemar Ghisi)
ANEXADO AO DE N.o 1.660/75
Dispõe sobre I) exercício da profissão de Biologista,cria os Conselhos Federal e Regionais :de Biologia, e dá. outras providências. .
(As Comissões de Constituição e Justiça, de Educação eCultura e -de Trabalho e Legislação Social.)
O Congresso Nacional decreta:
CAPíTULO I
Da. profissão e do seu exercícioArt. 1.0 O exercicio da profissão de Biologista obedecerá ao
disposto na presente lei.Art. 2.0 A designação de Biologista é privativa:
a) dos diplomados em escolas ou cursos de biologia, ciênciasbiológicas ou história natural, oficiais ou reconhecidos;
b) dos diplomados, em data anterior à respectiva oficialização(lU equiparação às da União, por escolas nacionais de biologia,ciências biológicas ou história natural, cujos diplomas hajam sidoreconhecidos em virtude de lei federal;
c) dos diplomados no estrangeiro que hajam revalidado seudiploma, na forma da legislação em vigor;
d) daqueles que, diplomados por escolas ou institutos estrangeiros de biologia, ciências biológicas ou história natural, tenhamregistrado seus diplomas de acordo com o Decreto n.O 3.001, de 9de outubro de 1880, ou consoante o disposto no art. 22 da Lein.O 4.370, de 7 de janeiro de 1924.
Art. 3.0 O .exercício das atividades só será permitido aos portadores de carteira profissional expedida pelo Conselho Federal oupelos Conselhos Regionais de Biologia, criados na presente lei.
Parágrafo único. Antecedendo a inscrição no Conselho deBiologia, deverá o interessado efetuar o registro do respectivo diploma no Ministério da Educação e Cultura.
Art. 4.0 Os funcionários públicos e os empregados particulares que dentro do prazo de seis meses, contados da data da publicação desta lei, provarem perante o Conselho de Biologia, que, posto não satisfaçam as condições do art. 1.0 vêm, à data da referidapublicação, exercendo cargos para os quais se exijam conhecimentos de biologia, poderão continuar a exercê-los, mas não poderãoser promovidos nem removidos para outros cargos técnicos.
Parágrafo único. Os funcionários públicos a que se refere esteartigo deverão, logo que haja vaga, ser transferidos para outroscargos de iguais vencimentos e para que os quais não seja exigidahabilitação técnica.
Art. 5.° :JJ: garantida ainda, o exercicio da profissão, dentro doslimites das respectivas licenças e circunscrições, aos atuais biologistas licenciados que provarem o exercício das funções à data dapublicação desta lei, sem notas que os desabonem, a critério doConselho de Biologia.
Parágrafo único. Os profissionais de que trata este artigoperderão o direito às licenças, se deixarem de pagar os respectivosimpostos durante um ano, ou se cometerem erros técnicos ou atosdesabonadores, devidamente apurados pelo Conselho de Biologia.
Art. 6.° Aos diplomados por escolas estrangeiras que satisfazendo as condições da alínea c do art. 1.0, salvo na parte relativaà revalidação, provarem perante o órgão fiscalizador a que serefere o art. 18, que, à data da publicação desta lei, exerciam aprofissão no Brasil, e registrarem os seus diplomas dentro do prazode seis meses, contados da data da referida publicação, será permitido continuar o exercício da mesma.
Outubro de 1977 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Se'Ção I) Quinta-feira 20 10087
Art. 7.° O exercício da profissão de Biologista compreende:a) elaboração, execução e formulação de estudos, planejamen
to e pesquisas que se relacionem com a preservação e melhoramento do meio ambiente;
b) assessoramento de empresas, fundações, sociedades e associações de classes, entidades autárquicas, privadas, ou de poder público, no âmbito de sua especialidade;
c) orientação, direção, assessoramento e consultoria, em quaisquer níveis, relacionados com a especialidade ou setor;
d) a realização de pesquisas e perícias, bem como emíssão delaudos técnicos e pareceres, e publicações de trabalhos em matériade sua competência;
e) identificação de organismos no campo da bacteriologia, microbiologia, museologia (história natural), imunologia, parasitologia e outros setores da Biologia ou a ela ligados;
f) exercício do magistério, nas disciplinas relacionadas à Biologia, nos cursos de todos os graus de ensino.
Parágrafo único. Os documentos relacionados com a matériade sua competência, deverão ser assinados por Biologista, devidamente registrado, sendo obrigatória a citação do número de registro e a sigla do órgão competente.
Art. 8.° Os indivíduos, firmas, sociedades, associações, com-"panhias e empresas, em geral, e suas filiaIs, que exerçam ou explorem, sO'b qualquer forma, algum dos ramos da Biologia ou a seucargo tiverem alguma seção dessas profissões, só poqerão executaros respectivos serviços depois de provarem, perante os Conselhosde Biologia, que os encarregados da parte técnIca são, exclusivamente, profissionais habilitados e registrados de acordo com estalei.
Parágrafo único. A substitutição dos profissionais obriga anova prova, por parte das entidades a que se refere 'este artIgo.
Art. 9.° A União, os Estados e os MunicipIos, em todos os cargos, serviços e trabalhos de Biologia, somente empregarão profissionais diplomados pelas escolas oficiais ou equiparadas, previamente registrados de acordo com o que dispõe esta lei, ressalvadasas exceções nela previstas.
Parágrafo único. A requerimento do Conselho de Biologia, deprofissional legalmente habilitado e registrado de acordo com estedecreto, de sindIcato, ou associação de Biologia, será anulado qualquer ato que se realiza com Infração deste ou do artigo precedente.
Art. 10. O Biologista poderá exercer suas atividades: comoprofissional liberal, funcionário público ou medIante contrato detrabalho, respeitadas sempre as normas técnIcas e éticas da profissão.
CAPíTULO li
Do Conselho Federal e dos Conselhos
Regionais de Biologia.Art. 11. A fiscalização do exercicio da profissão de Biologista
.será feIta pelos Conselhos Federal e Regionais de Biologia, oracriados.
Parágrafo únIco. O Conselho Federal de BIologia WFB} e osConselhos Regionais de Biologia (ORBs), constituem, em seu conjunto, uma autarquia vInculada ao MinIstério do Trabalho.
Art. 12. O Conselho Federal, ao qu,al ficam subordinados osConselhos RegionaIs, terá jurisdição em todo o território n!j.cionale sede na Capital da República.
Art. 13. Haverá um Conselho Regional em cada Estado e TerrItório, com sede na respectIva capital e no, Distrito Federal.
Parágrafo único. O Conselho Federal poderá, quando onúmero de profissionaIs habilitados na unIdade da federação forinferior a cInqüenta, determinar a formação de regiões, compreendendo mais de uma unidade.
Art. 14. O Conselho Federal terá nove membros efetivos eigual número de suplentes, de nacIonalidade J:;lraslleira.
Art. 15. Os membros do Conselho Federal e respectivos suplentes serão eleitos por maioria de votos em escrutinlo secreto,na Assembléia dos Delegados Regionais.
Art. 16. O Conselho Federal elegerá dentre seus membros, emsua primeira retmião, o Presidente, o Vice-Presidente, o Primeiro eo Segundo-Secretários e o Primeiro e Segundo-Tesoureiros.
Art. 17. Compete ao Conselho Federal:I - aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos Re
gionais;II - Instalar os 'Conselhos RegionaIs;lI! - elaborar o Código de Ética Profissional e alterá-lo, quan
do necessário, ouvidos os Conselhos Regionais; .
IV - baIxar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos RegIonais;
V - dirImir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais;VI - apreciar, em grau de recursos, as decisões dos Conselhos
Regionais;VII - instituir o modelo das carteiras profissionais de identi
dade e as insígnias da profissão;VIII - homologar, suprir ou anular atos dos Conselhos Re-
gionais; .IX - aprovux anualmente as.contas e a proposta orçamentá
ria da autarquia, remetendo-as aos órgãos competentes;X - promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento
profissional;XI - publicar relatórios anuais de seus trabalhos;XII - convocar e realizar as eleições para sua direwria;XllI - exercer as demais atribuições que lhe forem confe-
ridas por lei. •Art. 18. Q mandato dos membros do Conselho Federal será
honorífico e terá a duração de três anos, admi,tida uma reeleição.Art. 19. A receita do Conselho Federal de BIologia será cons
tituida de:I - um quatro da taxa de expedição das carteIras profissIo
nais;li - um quatro das multas aplicadas pelos Conselhos Regio
nais;III - um quatro das anuidades recebidas pelos Conselhos Re-
gionais;
IV - doações e legados;
V - subvenções oficiaIs;
VI - rendas eventuais.
Art. 20. Os Conselhos RegionaIs serão instalados em suasrespectivas sedes, com cinco a vinte e um membros e outros tantossuplentes, todos de nacIonalidade brasileira.
Parágrafo único. O número de membros dos Conselhos Regionais será sempre ímpar, e a suafixaçã,o será feIta pelo ConselhoFederal, em proporção ao número de profissionais inscritos.
Art. 21. Os membros dos Conselhos Regionais e respectivossuplentes serão eleitos por voto pessoal, secreto e obrigatórIo, emépoca determinada pelo Conselho Federal, em AssembléIa-GeraIespecialmente convocada para esse fim.
Parágrafo único. Ao eleitor que, sem causa, justa, deixar devotar nas eleiç6e.'.l referidas Jneste artigo, será aplicada pelo Conselho Federal RegIonal multa em importância correspondente ao valor da anuidade.
Art. 22. Calia Conselhct Regional elegerá seu PresIdente, Secretário e Tesoureiro, admitida a criação de cargo de Vice-Presidente, Segundo-secretário e Segundo-Tesoureiro, para os Conselhos com mais de doze membros.
Art. 23. O mandato dos membros dos Conselhos Regionais será honorifico e terá a duração de três anos, admitida uma reeleição.
Art. 24. Compete aos Conselhos Regionais:I - deliberar sobre inscrição no Conselho e seu cancelamento;li - disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas
as dIretrizes gerais do ConsHlho Federal;III - fazer executar as instruções e provImentos do Conselho
,Federal;
IV - manter o registro cios profissionais com exercício na respectiva jurisdição;
V - conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as penalidades cabíveis;
VI - elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projetode seu regimento interno e submetê-los à aprovação do ConselhoFederal;
VII - expedir a carteira profissional indispensável ao exercício da profissão, a qual terá fé pública em todo o território nacional e servirá de documento de identidade;
ViII - zelar pelo bom conceito ·da. profissão e dos que a exerçam;
IX - publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relaçãodos profissIonais registrados;
10088 Quinta-feira 20 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
x - propor ao Conselho Federal medidas visando à melhoriado exercício profissional;
XI - fixar o valor da anuidade;XII - apresentar sua prestação de contas ao Conselho Fe
deral, até o dia 28 de fevereiro de cada ano;XIII - eleger sua diretoria e seus delegados eleitores ao Con
selho Federal;XIV - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas
por esta lei ou pelo Conselho Federal.Art. 25. A renda dos Conselhos Regionais será constituída de:I - três quartos da taxa de expedição das carteiras profis-
sionais;II - três quartos das multas aplicadas;III - três quartos das anuidades;IV - doações e legados;V - subvenções oficiais, de empresas ou entidades particula
res;VI - rendas eventuais.•Art. 26. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais deverão
reunir-se, pelo menos, uma vez mensalmente.Parágrafo único. O Conselheiro que faltar, durante o ano,
sem licença prévia do respectivo Conselho, a cinco reuniões perderáo mandato.
Art. 27. Aos infratores do Código de J!:tlca Profissional pode-rão ser aplicadas as seguintes penas:
I - advertência verbal;II - multa;III - censura;IV - suspensão do exercício profissional;V - cassação do direito ao exercício profissional.§ 1.0 As penas referidas nos incisos I, lI, III e IV deste artigo
são da alçada dos Conselhos Regionais e a referida no inciso V,do Conselho Federal, ouvido o Conselho Regional interessado.
§ 2.0 O valor das multas, bem como as infrações que implicam nas diferentes penalidades, serão disciplinados no Regimento do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais.
Art. 28. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terãotabela própria de pessoal, cujo regime será o da Consolidação dasLeis do Trabalho.
Art. 29. A responsabilidade pela gestão administrativa e financeira dos Conselhos caberá aos respectivos diretores.
Art. 30. A composição do primeiro Conselho Federal de Biologia, com mandato de um ano, será feita por ato do Ministro doTrabalho, mediante indicação, em lista tríplice das Associações deBiologistas, devidamente registradas.
Parágrafo único. Ao Conselho Federal assim constituído caberá, além das atribuições previstas nesta lei:
a) promover as primeiras eleições para composição dos Conselhos Regionais e instalá-los;
b) promover as primeiras eleições para composição do Conselho Federal, até noventa dias antes do término do seu mandato.
Art. 31. Durante o periodo de' organização do Conselho Federal de Biologia, o Ministério do Trabalho lhe facilitará a utilização de seu próprio pessoal, material e local de trabalho.
Art. 32. Se o profissional registrado em qualquer dos Conselhos Regionais de Biologia mudar de jurisdição, fará visar, no Conselho a que o novo local de seus trabalhos estiver sujeito, a carteira profissional de que trata o art. 24, item VII, consIderando-semudança o exercício das atividades na nova jurisdição, por prazosuperior a 90 (noventa) dias.
Art. 33. As autoridades federais, estaduais ou municipais sóreceberão impostos relativos ao exercício profissional do Biologista à vista da prova de que o interessado se acha; devidamente registrado.
Art. 34. Todo -aquele que, mediante anúncio, placas, cartões.comerciais ou outros meios quaisquer, se propuser ao exercício daBiologia, em algum de seus ramos, fica sujeito às penalidades aplieáveis ao exercicio ilegal da profissão, se não estiver devidamenteregistrado.
CAPíTULO mDas Especializações dos Profissionais
Art. 35. Os profissionais de Biologia poderão exercer quaisquer funções ou cargos que requeiram especializações no campo
biológico, desde que essas especializações constem de seus currículos de formação profissional.
Parágrafo único. Caberá ao Conselho Federal de Biologia estudar as diversificações surgidas dentro do campo de biologia, paraestabelecimento de novas especializações profissionais a seremexercidas por biologistas.
CAPíTULO IVDa. Remuneração dos Diplomados em. Biologia
Art. 36. A remuneração dos diplomados pelos cursos regulares superiores, mantidos pelas Escolas de Biologia, será regida pelodisposto neste Capitulo.
Art. 37. A remuneração míníma, fixada pela presente lei, éobrigatória por serviços prestados pelos profissionais definidos noartigo anterior, com relação de emprego, a empresas privadas,individuais ou coletivas, de qualquer natureza ou atividade.
Art. 38. Para os efeitos desta lei, as atIvidades ou tarefasdesempenhadas pelos profissionais enumerados no art. 36 são classificadas em:
a) atividades Ou tárefas com exigência de 6 (seis) horas diárias de serviço;
b) atividades ou tarefas com exigência de mais de 6 (seis)horas diárias de serviço.
Parágrafo único. A jornada de trabalho será fixada no contrato de trabalho.
Art. 39. Para a execução das atividades ou tarefas classificadas na alinea a do art. 38 fica fixada a remuneração mínimade 6 (seis) vezes o maior salário mínimo comum vigente no País.
Art. 40. Para execução das atividades ou tarefas classificadasna alínea b do art. 38, a fixação da remuneração mínima seráfeita tomando-se por base o custo da hora fixada no art. 40 destaLei, acrescidas de 25% as horas excedentes das 6 (seis) horas diárias de serviço.
Art. 41. A remuneração do trabalho noturno será feita nabase da remuneração do trabalho diurno, acrescida de 25% (vintee cinco por cento).
CAPíTULO VDisposições Gerais
Art. 42. As disposições do Capítulo III não se aplicam aosdiplomados em épocas anteriores à criação das respectivas especializações nos cursos das escolas federais consideradas padrões.
Art. 43. Aos Conselhos J;tegionais de Biologia fica cometido oencargo de dirimir quaisquer dúvidas suscitadas acerca das especializações de que trata o Capítulo III, com recurso suspensivo parao Conselho Federal, a quem compete decidir em última instânciasobre o assunto.
Art. 44. Dos anteriores registros de títulos profissionais efetuados nas Secretarias de Estado, federais ou estaduais, os quaisficam adstritos à revisão do Ministério da Educação e Cultura,serão cancelados os que este reputar irregulares ou ilegais e incorporados ao registro de que se ocupa o art. 3.° desta Lei, os queconsiderar regulares e legais.
Parágrafo único. Os profissionais cujos títulos forem considerados regulares e legais, consoante o disposto neste artigo, ficamsujeitos também à inscrição nos Conselhos de Biologia.
Art. 45. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.
JustificaçãoAinda há pouco, justificando o projeto de criação dos Conse
lhos de Enfermagem, afinal transformado na Lei n.o 5.905, de12-7-73 (D.O. de 13-7-73), declarava o Governo que: "a profissãode Enfermeiro, porque em nada diverge das demais atividades queexigem formação de nível superior, reclama, efetivamente, a instituição de organismo análogo aos que a lei vem, paulatinamente,instituindo com vistas para a regularização do exercicio profissional e a imposição de preceitos éticos a seus titulares".
Não é outro o sentido do presente projeto que, orientando asatividades dos Biologístas, através da criação de organismos idênticos àqueles empenhados na disciplinação do exercício profissional e na imposição de preceitos éticos semelhantes aos que outrasprofissões, se propõe a garantir direitos, com a finalidade de incentivar os estudos de Biologia no Brasil e de colocar os exercentesda citada atividade em sua verdadeira condição de profissionais denível superior.
Por outro lado, o projeto encontra apoío no art. 8.°, item XVII,letra r da Constituição Federal - que atribui à União competênciapara legislar sobre "condições de capacidade para o exercício dasprofissões liberais e técnico-cientificas, e não se indispõe com o
Outubro de 1977 DUBlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10089
livre exercício das profissões, assegurado pelo art. 1'53, § 23 da LeiMaior, uma vez que este mesmo preceito submete a prática prof~sBional "às condições de capacidade que a lei estabelecer".
Aliás, o insigne jurista pontes de Miranda, ao comentar osdispositivos constitucionais referentes ao exercicio das profissões,assim se manifesta:
"Liberdade de profissão significou, de início, exclusão doprivilégio de profissão, das corporações de oficio. Na Constituição de 1967, ao mesmo tempo que se reconhece aliberdade de profissão, prevê-se o direito de legislação, oexercicio das profissões liberais, bem como as restriçõesimpostas pelo bem público. Em alguma coisa, portanto, otexto constitucional de 1967, como o de 1946, discrepado texto constitucional de 1891, aproximando-se do textoconstitucional de 1934. O que é preciso é que as exigênciaspara o exercicio das profissões não criem inacessibilidade,por diferenças de nascimento, de sexo, de raça, de profissão anterior lícita dos indivíduos em causa, ou de qualquer dos pais deles, de classe social, de riqNeza; de crengasreligiosas, ou de idéias políticas. Assim, em conjunto eharmonicamente, podem e devem ser entendidas as regrasjurídicas constitucionais sobre educação, profissão e trabalho ("Comentários à Constituição de 1967" - Tomo V,pág.498).
acrescentando:"A liberdade de profissão não pode ir até o ponto de sepermitir que exerçam algumas profissões pessoas inabilitadas, nem até ao ponto de se abster o Esta.do de firmarmétodos de seleção" (Cp. cit., pág. 504).
para concluir:"A lei pode estabelecer pressupostos necessários (subjetivos) para o exercício (do direito) de qualquer profissão.Há direito de livre escolha de profissão, mas só se podeexercer a profissão escolhida se se satisfazem os pressupostos que a lei exigiria. A permissão, título, licença, ou oque seja, não tem a mesma natureza. A inscrição é integrante da produção dos pressupostos, o que afasta adiscussão sobre ser declarativa ou constitutiva: o Estadotem direito de habilitar, e a pessoa tem pretensão a obtera habilitação, na qual é ineliminável o elemento declarativo, e esse elemento declarativo integra a habilitação talcomo ocorre com o passaporte, que integra os pressupostospara o exercício da liberdade de sair e entrar no território"COp. et loc cit.).
A regulamentação das profissões é, pois, na presente conjuntura, medida de ordem pública e, principalInente, atrativo paraa obtenção de novos especialistas, confiantes no aproveitamentonum mercado de trabalho estável e de características bem definidas.
A estrutura da proposição, ora apresentada, é a mesma deinúmeras leis disciplinadoras do exercício de profissões. ~ela seconsagra, inclusive, a tendência para a completa separação entreas entidades sindicais e os organismos de fiscalização profissional,defendida, aliás, pelo Governo, no projeto dos Conselhos de Enfermagem, com os seguintes argumentos:
"A diversidade de origem e finalidades, as funções queformam suas competências legitimas, suas existências autônomas: os Conselhos fiscalizam o exercicio individual dasprofissões e os Sindicatos são órgãos de defesa dos interesse.s da Classe. Instituições distintas e inconfundíveis, desaconselhável seria a ingerência dos Conselhos nos Sindicatos como o é a participação destes na eleição dos membros dos órgãos fiscalizadores da profissão." (Exposição deMotivos n.o SG 1.257, de 13-11-72, do MTPS,.)
Outro importante aspecto da propositura diz respeito à designação dOS integrantes dos Conselhos Regionais pelo voto diretodos profissionais aos mesmos filiados. A autenticidade da escolha,ficará assim resguardada pela forma tradicional de manifestaçãopopular.
O projeto institui, também, o salário profissional da categoria,-distribuindo-o em dois grupos; segundo a duração diária da prestação dos serviços (art. 38, letras a e b), com Um piso equivalentea 6 (seis) vezes o salário mínimo legal - correspondendo àduração prevista na letra a do art. 38 - e a previsão de um adiciorial de 25%, incidente sobre as horas de trabalho prestado alémdas 6, conSideradas como jornada normal (art. 41) .
, A providência acima se orienta no sentido da obtenção do<lenominado salário justo, uma vez que, de acordo com a informação do atual Presidente do TribuD9.1 Superior do Trabalho, Ministro Mozart Victor Russomano:
"Para alguns, esse ideal está no chamado salário profissional, estabelecido de acordo com as condições especiais das
profissões" (Comentários à CLT, Volume I, pág. 243 - odestaque é do original).
E, não obstante a oposição de alguns autores, que não' consideram recomendável a adoção do salário profissional, preferindodeixar a discussão de pormenores dessa ordem aos próprios interessados, com vistas ao seu estabelecimento em contratos coletivos,generaliza-se a outorga da aludida prerrogativa, bastando citarcomo exemplo as remunerações mínimas asseguradas a médicos,dentistas e engenheiros.
Finalmente, para que não pairem dúvidas quanto à legitimidade da previsão de salálios específicos para determinadas categorias profissionais, vale a pena reproduzir a seguinte opiniãode outro ilustre magistrado trabalhista, o Juiz do TRT da l.a Região(Guanabara), Amaro Barreto:
"Não é inconstitucional a lei que fixa salário profissional,porque a Constituição, art. 157, I, (art. 165, l, da Emendan.O 1/69), autoriza a intervenção do poder público para ainstituição do salário minimo, sem especificar a naturezadesse mínimo. Tanto pode ser ele o geral, ou o especial oup~ofissionai, aquele para a comunidade dos trabalhadores,este para determinada categoria profissional. E na espéciedo salário mínimo especial se inclui o salário profissional,uma vez que, através dele, se fixa um mínimo de l'emuneração da categolia, aquém do qual se não permite ajustesalarial. Constitucional e legitimo é, pois, o salário mínimoprofissional, instituído e fixado pelo poder público competente, que pode ser o Legislativo, por lei, ou a Justiçado Trabalho, por sentença normativa" (Tutela Geral doTrabalho, Volume II, pág. 127 - o esclarecimento entreparêntesis é nosso).
Esperamos contar com o apoio de nossos ilustres pares, naaprovação da propositura ora oferecida à consideração da Câmarados Deputados e que, segundo a tradição de amparo e ordenamento do exercício de atividades de nível superior, confere aosBiologistas o status a que fazem jus.
Sala das Sessões, 12 de maio de 1975. - Adhemar Ghisi.PARECER DA COMISSÃO DE .cONSTITUIÇãO E JUSTIÇA
I - RelatórioExpediente constante dos autos de todos os projetos epigra
fados manda anexar os de n.'" 438 e 483 ao de n.O 432, de 1975,por tratarem de matérias análogas.
Isto enseja que, embora o Projeto de Lei n.o 438, de 1975, estejadistribuído ao ilustre Deputado Noide Cerqueira, os três projetossejam examinados em conjunto por esta Con:íissão dE! Constituição e Justiça.
Os projetos de n."· 432 e 483, com algumas poucas diferenças de ordem redac;ional, técnico-legislativa ou, ainda, de maiorou menor amplitude da área de atuação, dão à profissão que sepretende regulamentar a. denominação de Biomédico, abarcandoo título a atividade profissional dos bacharéis em ciências biológicas, modalidade médica, diplomados em cursos oficialmente reconhecidos.
Cuidam, }lor ser de nível superior a profissão, de criar osorganismos fiscalizadores do respectivo exercício, tal como ocorre,por exemplo, em relação aos médicos <conselhos de medicina),aos advogados (OABs) e engenheiros (conselhos de engenharia).
Já o Projel;o de n.O 438, dando à profissão o nome de Biologista.na verdade visa objetivo semelhante ao preconizado pelas proposisões anteriores mencionadas, visto que quer a regulamentaçãoda atividade profissonal dos diplomados em cursos de biologiae correlatos. Face aos demais, este traz a inovação de conter disposições especiais atinentes à remuneração mínima obrigatóriadevida aos diplomados em Biologia, quando exerçam a profissãocom subordinação empregatícia.
As justificações orientam-se no sentido ~e que a profissãode biomédico ou biologista, possuindo já um considerável contigente de diplomados em cursos regulares, não dispõe ainda de regulamentação legal específica, do que resultam inconveniências eprejuízos não HÓ para os que escolherem a carreira, como para o.País.
)j: o relatório.11 -- Voto do Relator
O simples fato de existirem três projetos cuidando da mesmamatéria (n.o, 432, 438 e 483, de 1975) constitui motivo ao oferecimento de SubsLitutivo, em o qual, certamente, seriam fundidas asproposições, a.proveitando-Ihes as disposições comuns convenientes e suprimindo-lhes as conflitantes ou inadequadas.
Entretanto, regimentalmente, o 8ubstitutiv,o somente podeser oferecido por comissão técnica à qual se atribUl'l o exame 'domérito das profissões, cometimento que, neste caso concreto, escapa à alçada da Comissão de Constituição e ·Justiça. Nestas condi-
10090 lQuinta-feira 20 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 197'7
ções, como as proposições estão também distribuídas a outras comissões - de Saúde e de Legislação Social - (um deles, o den.O 438, deverá ir também à Comissão de Educação e Cultura),essas, certamente, ocupar-se-ão de exame da sua conveniênciae oportun~dade, cuidando, obviamente, do oferecimento do substitutivo mencionado.
No que tange aos aspectos sobre os quais deve esta Comissãomanifestar-se - constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa - apenas um pequeno senão deve ser apontado, assim mesmo só no Projeto n.o 438/75, de autoria do Sr. Adhemar Ghisi,quando, através da parte final do art. 4.° e do parágrafo único dessemesmo artigo, se pretende adentrar por um campo cuja iniciativalegiferante está vedada ao legislador ordinário, por envolver o regime jurídico f' outras questões pertinentes aos funcionários públiéos (v. art. 109, da Constituição Federal).
Mas, a eliminação dessas poucas disposições descabidas através de simples emenda, não prejudicará, em absoluto, a estruturaou a substância, assim como os objetivos fundamentais da referidaproposição.
Quanto ao mais, esta Comissão já tem orientação pacificantefi.!mada quanto à constitucionalidade e juridicidade de proposiçoes desta natureza, visando regulamentar o exercício de profissões. Nem mesmo a criação de órgãos fiscalizadores (consellios federal e regionais) chega a comprometer a constitucionalidade dasproposições em exame, visto como tal criação não implica emaumento da despesa pública, mantidos que serão tais órgãos porrecursos estranhos ao erário. '
A técnica legislativa empregada nos projetos em exame, quecertamente será aperfeiçoada quando do oferecimento de substitutivo, ainda assim nos parece adequada.
A Vista do exposto, o nosso voto é pela constitucionalidade; juridicidade e boa técnica legislativa dos Projetos n.o' 432, 483 e 438,de 1975, nos termos das Emendas oferecidas, em apartado, a esteúltimo.
É o parecer.Sala das Sessões, de outubro de 1975. - Erasmo Martins
Pedro, Relator.Senhor Presidente:Embora tenha dado parecer em conjunto com os Projetos
D.as 432 e 438, deve este Projeto n.o 438 ser desanexado dqs demais.BrMília, 24 de setembro de 1975. - Erasmo Martins Pedro.
IH - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur
ma "A", realizada em 24-9-75, opinou, unanimemente, pela constitucionalidade e juridicidade 'com 2 (duas) Emendas' do Projeton.o 438/75, nos termos do parecer do Relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados:Luiz Braz - Presidente, Erasmo Martins Pedro - Relator,
Blota Júnior, Celso Barros, José Sally, Lauro Leitão, Nereu Guidi,Noide Cerqueira e Tarcísio Delgado.
Sala da Comissão, 24 de setembro de 1975. - Deputado LuizBraz, Presidente - Erasmo Martins Pedro, Relator.
EMENDAS ADOTADAS PELA COMISSAo- N.o 1-
Suprima-se, da parte final do caput do art. 4.° do Projeto, aexpressão:
"mas não poderão ser promovidos nem xemovidos paraoutros cargos técnicos."
Luiz Braz - presidente, Erasmo Martins Pedro - Relator._ N.o 2-
Suprima-se o parágrafo único do art. 4.° do Projeto.Sala da Comissão, 24 de setembro de 1975. - Luiz Braz, Pre
sidente - Erasmo Martins Pedro, Relator.
PROJETO DE LEI N.o 3.332-B, DE 1977Emendà do Senado ao Projeto de Lei n.o 3.332-A, de
1977, que "altera dispositivos da Lei n.O 5.682, de 21 de jnlho de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos)".
(A Comissão de Constituição e Justiça).O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os art. 63, 64, 65 e 66 da Lei n.o 5.682, de 21 de julho
de 1971 - Lei Orgânica dos Partidos Políticos, passam a vigorarcom a seguinte redação:
"Art. 63. A filiação partidária far-se-á em fichas padronizadas, fornecidas pela Justiça Eleitoral.§ 1.0 A ficha de filiação será preenchida e assinada peloeleitor, em três vias.
§ 2.° O processo poderá abranger mais de um pedido,quando conterá relação nominal acompanhada das fichascorrespondentes.
Art. 64. O cidadão filiar-se-á no Diretório do Municípioem que for eleitor.
§ 1.0 Inexistindo Diretório Municipal,.o interessado filiar-se-á na Comissão Provisória a que se refere o § 1.0 doart. 59 ou no respectivo Diretório Regional.
§ 2.0 Qualquer eleitor filiado ao Partido poderá impugnarpedido de filiação partidária, no prazo de três dias da datado preenchimento da ficha, assegurando-se ao impugnadoigual prazo para contestar.
§ 3.0 Esgotado o prazo para contestação, a Comissão Executiva decidirá dentro de cinco dias.
§ 4.0 Da decisão denegatória de filiação, que será sempremotivada, cabe recurso direto à Comissão Executiva regional, a ser interposto dentro de três dias, salvo na segundahipótese do § 1.0, quando caberá recurso, no mesmo prazoà Comissão Executiva Nacional. '§ 5.0 Deferida a filiação, a Comissão Executiva enviará,dentro de três dias, as fichas à Justiça Eleitoral, que, após
>conferi-las e autenticá-las, arquivará a primeira via' devolverá, no mesmo prazo, a segunda, à Comissão Exec~tivaMunicipal e entregará a terceira ao filiado.§ 6.° Considerar-se-á deferida a filiação, caso a ComissãoExecutiva não se pronunci~ dentro do prazo referido no§ 3.°
§ 7.0 Na hipótese do § 1.0, a ficha de filiação partidáriaserá enviada ao Tribunal Regional Eleitoral, para os finsde que trata o § 5.° deste artigo.
§ 8.0 Onde inexistir Diretório Municipal, a primeira viada ficha ficará arquivado no cartório da Zona Eleitoral dofiliado e a segunda será devolvida à Comissão ExecutivaRegional, que a transferir à Comissão Provisória Municipal.
Art. 65. O pedido poderá, a critério exclusivo do interessado, ser apresentado ao Juiz Eleitoral, que detetrminarã,no mesmo dia, sua remessa à Comissão Executiva ou à Comissão Provisória do Municipio, mediante recibo no processo, que ficará arquivado em cartório.
§ 1.0 Vaga a Zona Eleitoral, ou ausente o Juiz, a providência a que se refere este artigo poderá ser requerida aoEscrivão Eleitoral, que certificará a data da apresentaçãodo pedido e diligenciará sua entrega, no mesmo dia, àComissão Executiva ou à Comissão Provisória do Municípiosob recibo nos autos. '§ 2.0 Requerida a filiação ao Juizo Eleitoral, uma das viasda ficha será remetida à Comissão Executiva ou à Comissão Provisória do Municipio, e as duas restantes permanecerão em cartório.§ 3.0 De seu despacho ao pedido de filiação, a ComissãoExecutiva ou a Comissão Provisória do Município fará imediata comunicação ao Juizo Eleitoral.
§ 4.° Recebida a comunicação de deferimento do pedidoo Juizo Eleitoral providenciará a entrega de uma das fi~chas ao requerente e manterá a outra arquivada em cartório.§ 5.° Decorrido o prazo previsto no § 3.° do artigo anteriorsem a comunicação a que se refere o § 3.0 deste, o Juiz Elei~toral declarãrá deferido o pedido.§ 6.0 Deferida a filiação na forma do parágrafo anterioro Juízo Eleitoral entregará ao requerente uma das fichaSem seu poder, manterá a outra arquivada em cartório ecomunicará sua decisão à Comissão Executiva ou à Comissão Provisória do Municipio, que fará na ficha em seu poder a anotação adequada.
Art. 66~ Ao receber as fichas de filiação, o Escrivão Eleitoral tomará as seguintes providências:
I - verificará a autenticidade dos dados delas constantes;
II - submetê-Ias-á, em caso de verificação da reguláridade, ao visto do Juiz Eleitoral, para os efeitos mencionados no § 5.0 do art. 64; eIH - anotará, no fichário geral dos eleitores da Zona adata da filiação e a sigla do Partido." '
Art.2.o Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação.
Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10091
A COMISSAO DE CONSTI'I'UIÇAO E JUSTIÇA
Emenda do Senado ao Projeto de Lei da Câmara dosDeputados que "altera dispositivos da Lei n.o 5.682, de21 de julho de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Politicos)".
N.O 1
(corresponde à Eménda n.O l-CCJ
Adite-se o seguinte parágrafo ao art. 65 da Lei n.O 5-.6l!2, de 21de julho de 1971, referido no art. 1.0 do Projeto:
"§ 7.° A Comissão Executiva comunicará,' igualmente, aojuizo as razões do indeferimento, cabendo, por despacho,ao Juiz Eleitoral determinar, ou não, a filiação procedendo como disposto no parágrafo anterior."
Senado Federal, 14 de outubro de 19771. - Senador PetrônioPortella, Presidente.
LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSÕES PERMANENTES
LEI N.o 5.6a2, DE 21 DE JULHO DE 1971
Lei Orgânica dos Partidos Políticos.
TíTULO V.Da Filiação Partidária
Art. 63. A filiação partidária far-se-á em fichas padronizadas, fornecidas pela Justiça Eleitoral.
Art. 64. O cidadão inscrever-se-á no Diretório do "Municípioem que for eleitor.
Parágrafo único. Não existindo Diretório "Municipal, o interessado inscrever-se-á no Diretório Regional ou junto à ComissãoProvisória a que se refere o § 1.0 do art. 59.
Art. 6'5. A ficha de filiação será preenchida e assinada peloeleitor, em 3 (três) vias.
§ 1.0 Qualquer eleitor filiado ao Partido poderá impugnarpedido de filiação' partidária, no prazo de 3' (três) dias da data dopreenchimento da ficha, assegurando-se ao impugnado igual prazo:para contestar.
§ 2.0 .Esgotado o prazo para contestação, a. Comissão Exeeutiva decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
§ 3.° Da deeisão denegatória de filiação, que será sempremotivada, cabe recurso dIreto à ComIssão Executiva Regional, a serinterposto dentro de 3 <três) dias, salvo na primeira hipótese doparágrafo único do artigo anterior, quando caberá recurso, no mesmo prazo, à Comissão Executiva Nacional.
§ 4.° Deferida a filiação, a Comissão Executiva enviará, dentro de 3 (três) dias, as fichas à Justiça Eleitoral que, após conferi-Ias e autenticá-las, arquivará a primeira via, devolverá, no mesmo prazo, a segunda à Comissão Executiva Municipal e entregará aterceira ao filiado.
§ 5.0 Considerar-se-á deferida a filiação, caso a ComissãoExecutiva não se pronuncie dentro do prazo referido no § 2.°
§ 6.0 Na hipótese do parágrafo único do artigo anterior, aficha de filiação partidária será enviada ao Tribimal RegionalEleitoral, para os fins de que trata o § 4.0 deste artigo.
§ 7.° Onde inexistir Diretório Municipal, a primeira via da.ficha ficará arquivada no cartório da Zona Eleitoral do filiado e asegunda será devolvida à Comissão Executiva Regional, que atransferirá à Comissão Provisória Municipal.
.art. 66. Ao receber as fichas de filiação, o Escrivão Eleitoraltomará as seguintes providências:
I - verificará a autenticidade dos dados delas constantes:
II - submetê-Ias-á, em caso de verificação da regularidade,ao vIsto do Juiz Eleitoral, para os efeitos mencionados no § 4.0 doartigo anterior; e
IH - anotará, no fichário geral dos eleitores da Zona, a datada filiação e a sigla do Partido.
PROJETO DE LEI N.o 4.270, DE 197"3
(Do Sr. Yasunori Kunigo)Dispõe e fOOL o salário rmínimo .aos estagiários de advo
cacia" e dá outras, providências.
(Às Comissões de Constituição e Justiça e de Trabalhoe Legislação Social).
O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É devida remuneração àqueles que, com o caráter de
emprego, trabalham em serviços de advocacia como estagiários,seja na atividade de natureza privada ou em repartições públicas.
§ 1.0 Fica fixada a remuneração mínima correspondente aovalor de dois salários minimos regional para os estagiários que executam as atividades referidas neste artigo.
Art. 2.0 O salário minimo fixado pela presente Lei é a remuneração mínima obrigatória pelos serviços prestados por estagiários de último ano de Ciências Juridicas, ou diplomados que prestam serviços em escritórios de advocacia ou no foro, qualquer queseja a fonte beneficiada.
Art. 3.0 Para os efeitos desta Lei, as atividades ou tarefas desempenhadas pelos estagiários enumerados nos arts. 1.0 e 2.0, sãoclassificados em:
a) atividades ou tarefas com exigências de 6 (seis) horas diárias de serviço.
b) jornada de trabalho fixada em contrato de trabalho ouatravés de determinação legal competente.
Art. 5.° Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação,revogadas as disposições em contrário.
Justificação
A vida dos estudantes após sua formação nas universidades étão insegura atualmente, que acaba marginalizand'O a .iuventudede hoje. Aquele otimismo, aquela esperança no inicio da Faculdadeé enegrecido no instante em que termIna o seu curso. Pois, seu esforço acabou na ilusão.
Porque, na maioria das vezes o cidadão sacrifica a sua vida, eaté da sua familia para custear despesas decorrentes do estudo.
Os estudantes de Ciências Jurídicas devido a precariedade decentro de aperfeiçoamento ou centro de acolhimento ou treinamento dos estagiários pfl.l"a formação de advogados - porque asfaculdades formam os juristas e não advogados - após terminaro seu estudo nas universidades ou mesmo no último ano de seucurso, terá de estagiar pura se aperfeIçoarem.
O que não ocorre nas áreas de medicina ou odontologia que,geralmente funcionam junto dos hospitais e são remunerados.
"Mas, lnfeUzmente, como vem ocorrendo e ocorre sempre emtodos os Estados, (lnde os advogados exploram os estagiários, utilizando-os como se fossem offioo boys gratuitos e pior ainda, nasrepartições públicas, como no forum que recebe estagiários para oexercício de justiça gratuita sob a justificativa de que estão aprendendo. "Mas que na realidade, estão a executar serviço público dasecretaria de justiça, porquanto alguns Estados tem adequado corpo de Defensores Públicos remunerados por tal mister. A falta decontraprestaçiio é uma exploração, verdadeiro enriquecimento oulocupletamente ilegal.
Até os analfabetos ou operários com sua ausência técnica profissional são remunerados, muito bem remunerados. Por que sóos estagiários de advocacia que tem de ser alvo de exploração? Sópor que não preencheu aquele requisito de que não tem práticaprofissional? Pois, a técnica e a legislação adquirem nas faculdades.
Assim sendo, senhor Presidente e senhores Deputados, os estagiários também sejam remunerados, não só em nome da dignidade do trabalhador, mas também como fonte para manter osseus estudos e também a sua própria subsistência.
LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COll11SSÕES PERMANENTES
LEI N.o 5.842, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1972Dispõe sobre 4) estágio ,nos cursos de graduação em
direito, e dá outras providências.Art.1.° Para fins de inscrição no quadro de advogados da Or
dem dos Advogados do Brasil, ficam dispensados do exame de Ordem'e de comprovação do exercício e resultado do estágio de quetrata a Lei n.O 4.215, de 2~r de abril de 1963, os Bacharéis em Direito que houverem realizado, junto às respectivas faculdades, estágio de prática forense e organização judiciária.
§ 1.° O estágio a que se refere este artigo obedecerá a programas organizados pelas Faculdades de Direito.
§ 2.° A partir do ano letivo de 1973, o Conselho Federal deEducação disciplinará o e.stágio a que alude este artigo, garantida
16692 Quinta-feira 20 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
a situação dos que já o tenham feito, nos termos da legislação emvigor.
PROJETO DE LEI N.O 4.271, DE 1977
(Do Sr. Dayl de Almeida)Introduz dispositivo na Lei n.o 5.274, de 24 de abril
de 1967, para garantir salário mínimo integral ao menor não aprendiz:.
(As Comisseõs de Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É acrescentado ao art. 1.0 da Lei n.o 5.274, de 24 de
abril de 1967, como § 2.°, o seguinte dispositivo e renumerado,como 3.°, o atual § 2.°:
"Art. 1.0 ........•............................•..........
§ 1.° , , .
§ 2.° Ao menor não aprendiz é devido o salário mínimointegral."
Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.
JustificaçãoEm nossa legislação, sobejamente reconhecido o direito do
menor à proteção de seu trabalho e de seus interesses.Direito esse, reafirmado sob uma de suas formas, que é justa
remuneração ao seu labor, pelo Tribunal Superior do Trabalho,através do Prejulgado n.o 5, nos seguintes termos:
"Proc. TST - RR 2.724/62
Ao menor não aprendiz é devido o salário mínimo integral."
Entretanto, dada a complexidade dos textos legais, a sua interpretação torna-se difícil a pessoas simples, como as que, geralmente, compõem a relação de trabalho.
A presente proposição se justifica, poi.!'; neste objetivo desustar dúvidas sobre o alcance das normas relativas à remuneraçãodo trabalho do menor, evitando, assim, que reclamatórias justas,mas perfeitamente dispensáveis, diante da clareza da disposiçãoora sugerida, sejam propostas.
Com isto, eliminar-se-ão ocorrentes injustiças praticadas contra o menor-trabalhador a que não se proporcione aprendizado.
Sala das Sessões, 16 de outubro de 1977. - Dayl de Almeida..
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES
LEI N.o 5.274, DE 24 DE ABRIL DE 1967Dispõe sobre o salário mínimo de menores, e dá outras
providências .
O Presidente da República,Faço saber que o Congresso ~;acional manteve e eu promulgo,
nos termos da parte final do I 3.°, do art. 62, d~ C::onstituição Federal, a seguinte Lei:
Art. 1.0 Para menores n io portadores de curllO completo deformação profissional, o salári ) mínimo de que trata o Capitulo UIdo Título II da Consolidação ,las Leis do Trabalho, aprovada peloDecreto-lei n.o 5.452, de 1.° di maio de 1943, respeitada a proporcionalidade com que vigorar rara os trabalhadores adultos da região, será escalonado na base de 50'lf (cinqüenta por cento) paraos menores entre 14 (quatorze) e 16 ( 'ezesseis) am." de idade e em75% (setenta e cinco por cent,,) pal'~ os menores entre 16 (dezesseis) e 18 (dpezoito) anos de ida::e.
§ 1.0 Para os menores aprendizes assim considerados os menores de 18 (dezoito) anos e maiores ~e 14 (quatorze) anos deidade, sujeitos à formação profissional metódica do oficio que exerçam seu trabalho, o salário mínimo I ,derá ser fixado em até metade do estatuído para os trabalhadores adultos da região.
§ 2.° A execução deste artigo não importará em dIminuição desalários para os que estejam trabalhando S<lP condIções pecuniárIas mais. vantajosas.
Art. 2.° Ficam os empregadores obrigados a ter em seu serviço um número de trabalhadores menores de 18 (dezoito) anosnão inferior a 5% (cinco por cento) nem superior a 10% (de~ porcento) do seu quadro de pessoal, percentuais estes calculados sobreo número de empregados que trabalham em funções oompatÍ'i'eiscom o trabalho do menor.
. Art. 3.° Ficam revogados o art. 80 e seu parágrafo único daConsolidação das Leis do Trabalho, referida no art. 1.° desta Lei.
Art. 4.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5.° Revogam-se as disposições em contrário.
PROJETO DE LEI N.O 4.272, DE 1977
(Do Sr. Aloisio Santos)Introduz alteração na. Lei n.o 3.807, de 26 de agosro de
196() (Lei Orgânica da Previdência Social).
(As Comissões de Constituição e Justiça e de Trabalhoe Legislação SociaL>
O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 A alínea c, do inciso I, do art. 141, da Lei n.O 3.807, de
26 de agosto de 1960, passa a vigorar com a seguinte redação:"c) "Certificado de Quitação", que constitui condição paraque o contribuinte possa praticar determinados atos, enumerados neste artigo, com validade de trinta (30) dias, acontar da data de sua emissão, salvo nos casos de construção civil particular em que a validade será definitiva."
Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
Mantido o prazo de trinta dias para validade do "certificadode quitação" (art. 141, I, e, da Lei n.o 3.807/60), na generalidade doscasos, o que se pretende neste projeto de lei, excepcionalmente, éque o referido documento valha para sempre quando se tratar deconstrução civil particular.
O interesse do INPS, nos casos de construção civil particular,extingue-se concomitantemente com a conclusão da obra, de modopermanente, uma vez que aí se encerram também as obrigaçõescontributivas dos responsáveis. Não se justifica, nesses casos, ayaUdade de apenas trinta dias, tal como atualmente consta da l~i.
l!: justo e correto que se atribua validade tão curta a todos osdemais casos, uma vez que uma determinada empresa, hoje quitescom as obrigações previdenciárias, pode deixar de estar quites nomês seguinte.
.rá o mesmo não se pode dizer quando se trata de construçãocivil particular, eis que aí os deveres do contribuinte cessam simultaneamente com a conclusão da obra e obtenção do primeiro "certificado de quitação".
Sala das Sessões, - Aloisio Santos.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISS6ES PERMANENTES
LEI N.o.3.807, DE 26 DE AGOSTO DE 1960
Dispõe sobre a. Lei Orgânica. da Previdência Social.
TíTULO IV
Do Custeio
C~fTULO II
Do SaláriÜ'-de-Contribuição
Art. 81. Compete às instituições de previdência social a arrecadação e o recolhimento das contribuições e de outras quaisquerImportâncias previstas nesta lei, obedecendo no que se refere a"Quota de Previdência" às instruções do Departamento Nacionalda Previdência Social.
TíTULO VIII
Disposições Gerais e Transitórias
Art. 141. Para os efeitos do art. 81, todas as empresas incluidas no regime desta lei deverão organizar mensalmente folhas depagamento, das quais constarão os descontos e consignações devidos às instituições de previdência social, sendo as mesmas arquivadas durante 5 (cinco) anos.
Art. 142. As empresas abrangidas por esta lei não poderãoreceber qualquer subvenção ou participar de qualquer concorrênciapromovida pelo Governo ou autarquias federais nem alienar, ceder,transferir ou onerar bens imóveis, embarcações ou aeronaves, semque provem a Inexistência de débito para com a instituIção de previdência social a que estejam ou tenham estado vinculadas sob penade nulidade de ato e de registro público a que estiverem sujeitas.
§ 1.0 A Previdência Social poderá intervir nos Instrumentosnos quais é exigido o "Certificado de Quitação" para dar quitaçãode dívida do contribuinte ou autorização para a sua lavratura, independente da liquidação da dívida, desde que fique assegurado o
Gutubro de 19'2': DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL {Seção I) Quinta-feira 26 10003
seu pagamento com o oferecimento de garantia suficiente, ·a serfixada em regulamento, quando o mesmo seja parcelado.
PROJETO DE LEI N.o 4.274, DE 1977
(Do Sr. Valdomiro Gonçalves)
Introduz alterações na Lei n.O 4.215, de 27 de abril de1963, que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogadosdo Brasil.
<A Oomissão de Constituição e JustiçaJ
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1.0 São feitas as seguintes alterações nos arts. 84 e 85da Lei n.o 4.125, de 27 de abril de 1963, que dispõe sobre o Estatutoda Ordem dos Advogados do Brasil, que assim passam a vigorar:
"Art. 84.
I - chefe do Poder Executivo Federal e Estadual e seussubstitutos legais, Ministros de Estado, Secretários de Estado e de Territórios.
Art. 85
VI - Suprima-se.
Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
Pode-se entender a história de um país pelo papel desempenha<lo por seus advogados.
A grandeza de uma nação pode ser medida não apenas porsuas contribuições científicas e artísticas, mas também pelo funcionamento de suas instituições e proteção dispensada às liberdades individuais.
A instituição dos cursos jurídicos em São Paulo e Olinda ensejou o processo da edificação de nosso ordenamento jurídico, doqual nos orgulhamos, e marcou indelevelmente a feição culturalde nossa sociedade.
Ainda hoje as ciências humanas se destacam na. preferênciado estudante brasileiro. Em 1973, de um total de 722.800 estudantesuniversitários, 404.653, ou 52,4%, estavam matriculados em cursosdessa área. Numeroso, portanto, é o contingente de bacharéis emDireito que buscam, semestralmente, uma vaga no mercado de-trabalho.
l!: incontestável que as transformações tecnológicas e as complexidade crescentes da vidoa moderna estão ampliando cada vezmais a área de atuação dos advogados, atribuindo-lhes novas incumbências e exigindo do profissional a responsabilidade de exercitar-se cada vez mais no labor da advocacia para atender o homem e seus interesses individuais e coletivos. '
Entretanto, não obstante as novas solicitações de ordem técnica da época contemporânea, o Estatuto da Ordem dos Advogadosdo Brasil mantém disposições do início do século que limitam aatividade profissional em forma de impedimentos absolutos ourelativos.
Em inúmeras cidadezinhas do interior, o advogado é, às vezes,o único profissional de nivel superior e o representante dos interesses e aspirações da comunidade. Sua posição de destaque fatalmente o conduz à condição de prefeito. A partir &e então, podeexercer as atribuições administrativas inerentes ao cargo, mas nãopode, por imposição do art. 84, item l, da Lei n.O 4.215, de 1963,pleitear em juízo os direitos dos membros da comun idade.
Acreditamos que OS prefeitos brasileiros, hoje em número queascende a quase quatro mil, devem exercer a ad"l-"ocacia - profissão que em nada ~onflita com a atividade política. A medida viriaao encontro dos interesses das comunidades interioranas onde,muitas vezes, é grande 11 carência de advogados. .. - ,
O mesmo ponto 'de vista mantemos em' relação aos servidorespúblicos, cuja ativiàade, função ou cargo públlco torna incompatível o exercício da advocacia contra llS pessoas de direito público,em geral, de acordo com o art. 85; item VI do citado diploma legal.
Todos sabemos que são elevados Os investimentos despendidosna educação {lo indivíduo, sendo, portanto, mais do que justo propiciar-lhe todas as oportunidades para o livre exercicio de suaprofissão.
l!: a proposta que trazemos à preciação dos ilustres pares.Sala das Sessões, 16 de outubro de 1977. - Valdomiro Gon
çalves.
LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES
1,E! N.O 4.125, DE 27 DE ABRIL DE 1963Dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados dG
Brasil.
TíTULO liDo Exercício da Advocacia
. , , .CAPíTULO TII
Das Incompatibilidades e Impedimentos
Art. 84. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades, funções e cargos:
I - Chefe do Poder Elxecutivo e seus substitutos legais, Ministros de Estado, Secretários de Estado, de Territórios e Municípios;
Art. 85. ,':tão impedidos de exercer a advogacia, mesmo emcausa própria:
VI - servidores públicos, inclusive do magistério, de autarquiase entidades paraestatais, das sociedades de economia mista, contraas pessoas de direito público em geral;
PROJETO iDE LEI N.O 4.275, DE 1977(Do Sr. Adhemar S,antillo)
Dá nova redação ao ti 1.0 do art. 5.° da Lei Orgânica.da. Previdência Social e revoga. seu art. 1&1.
(As Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Bocial e de Finanças,)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O § 1.0 do art. 5.° da Lei Orgânica da Previdência
Social (Lei n. ~t. 807, de 26 de agosto de 196(}), passa a vigorar coma seguinte redação:
"Art. 5.° , .§ 1.0 São equiparados aos trabalhadores autônomos osempregados de representações estrangeiras e os dos organismos oficiais esl,rangeiros ou internacionais que funcionem no Brasil, salvo se obrigatoriamente sujeitos a regimepróprio de previdência, bem como os ministros de confissão religiosa e os membros de congregação religiosa."
Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário, especial
mente o art. 161 da Lei orgânica da Previdência Social (Lei n.o3.807, de 26 de agosto de 1960).
.TustificaçãoSomente com o advento da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973,
(art. 1.0), os ministros de confissão religiosa e os membros decongregação religiosa foram admitidos como segurados da Previdência Social, mas na categoria de facultativos.
Desde então, os segurados facultativos equiparam-se aos autõnomos, no que tange à forma de contribuição, ou seja,sobreuma escala de definição legal calcada em salário-base.
Não vemos porque, então, constituam os segurados autônomose os facultativos duas categorias distintas, eis que em tudo seidentificam. Parece-nos que melhor seria trazer os ministros deconfissão religiosa e os membros de .congregação -religiosa paraa classificação de segurados autônomos, visando a maior simplifi-cação do sistema previdenciário. .
,A medida .mais se justifica, se tivermos em conta que nãoacarretará.' qualquer prejuizo para os segurados que atualmenteilstentam a situação de facultativos.' , .
Daí, termos formulado esta proposição, que agora estamossubmetendo à. consideração dos nossos eminentes pares.
Bala das Sessões. - Adhemar Santillo.
LEGISLAÇ)[O CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇlI.ODAS COMiSSõES PERMANENTES
LEI N.o 3AI07,DE 26 DE AGOSTO DE 1960Lei Orgânica da Previdência Social.
(Com as alterações introduzidas pela legislação posterior)
. .
10094 Quinta-feira 20 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Outubro de 1971
TÍTULO li
Dos Segurados, dos Dependentes e da Inscrição
CAPITULO I
Dos SeguradosArt. 5.° São obrigatoriamente segurados, ressalvado o disposto
no art. 3.°:
I - os que trabalam, como empregados, no território nacional;II - os brasileiros e estrangeiros domiciliados e contratados
no BrasIl para trabalharem com empregados nas sucursais ou agências de empresas nacionaIs no exterior;
UI - os titulares de firma individual e os diretores, sóciosgerentes, sócios- solidários, sócios-quotista, sócios-de-indústria, dequalquer empresa;
IV - os trabalhadores autônomos.~ 1.0 São equiparados aos trabalhadores autônimos os em
pregados de representações estrangeiras e os dos organismos oficiais estrangeiros ou internacionais que funcionam no Brasil, salvose obrIgatoriamente sujeitos a regime próprio de previdência.
TÍTULO VIII
Disposições Gerais e Transitórias
CAPíTULO I
Disposições Gerais
Art. 161. Aos ministros de confissão religiosa e membros decongregação religiosa é faculta~a a filiação à Previdência Social.
PROJETO DE LEI N.O 4.276, DE 1977
(Do Sr. Dayl ue Almeida)
Acrescenta parágrafo ao art. 583 da Consolidação dasLeis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, de 1.°de maio de 1943.
(As Comissões de Constituição e Justiça e de Trabalhoe Legislação Social.!
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1.0 O art. 583 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.0 de maio de 1943, passa avigorar acrescido do seguinte parágrafo:
"Art. 583. . .
§ 3.0 Por ocasião da entrega da Relação Anual de Empregados de que trata o art. 36() desta Consolidação, aempresa fica obrigada a apresentar à repartição competente do Ministério do Trabalho os seguintes documentos:I - comprovante do recolhimento da Contribuição Sindical;II - Relação, em duas vias, contendo o nome do empregado, número da Carteira de Trabalho e Previdência Social,salário percebido, data de admissão e, se for o caso, dedemissão e o valor da contribuição para o respectivo Sindicato."
Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.
JustificaçãoEste projeto de lei tem por objetivo instituir um controle mais
eficiente no que tange à arrecadação da Contribuição Sindical,uma vez que é constatadâ, rotineiramente, uma considerável evasão de recursos, em vista da frágil fiscalização hoje existente.
Dessa forma, juntamente com a Relação Anual de Empregados,deverão ser entregues ao órgão competente do Ministério do Trabalho:
I - o comprovante de recolhimento da Contribuição Sinuical;II - relação, em duas vias, contendo o nome do empregado, número da Carteira do Trabalho e Previdência Social,salário percebido, data da admissão, e, se for o caso, dademissão e o valor da contribuição para o respectivo Sindicato.
Intentamos introduzir a presente regra na Consolidação dasLeis do Trabalho, no Capítulo referente à Contribuição Sindical,de sorte a permitir o controle mais efetivo do seu recolhimento atravês dos órgãos competentes do Ministério do Trabalho.
A época de apresentação da Relação Anual de Empregadosparece-nos oportuna para que seja feito também o controle do
cumprimento das obrigações da empresa relativamente ao pagamento da Contribuição Sindical, que ocorre no mês de abril, dandotempo suficiente à empresa para a elaboração da Relação que pretendemos seja exigida.
Não estamos inovando em tal matéria. Há algum tempo, oDelegado Regional do Trabalho no Rio de Janeiro, Dl'. Camilo Silva,recomendava aos seus subordinados fosse exigido o comprm-antede recolhimento da contribuição sindical, por ocasião da apresentação, pelas err..presas, da Relação Anual de Empregados.
A Federação dos Empregados no Comércio dos Estauos do Riode Janeiro e do Espirito Santo - órgão diligentemente voltadopara a defesa e valorização da classe que representa - em correspondência a nós dirigida, sugerindo a transformação em lei dapresente matéria, acentua que a referida decisão do Sr. Delegadodo Trabalho provocou excelentes resultados.
Quanto mais perfeito o controle da arrecadação da Contribuição Sindical, melhores condições terão os órgãos dela beneficiários de executar as tarefas que lhes são destinados pela legislaçãotrabalhista.
A Consolidação das Leis do Trabalho, na Seção II do Capítulo III, enumera um vasto elenco de objetivos que deverão seratingidos mediante a aplicação da referida contribuição pelas entidades beneficiárias.
Os Sindicatos recebem 60% do seu valor e devem prestar a assistência prevista no art. 592 da CLT; 20% dessa contribuição sãodestinados às entidades de grau superior para aplicação na conformidade do que dispuserem os respectivos conselhos de representantes (art. 593); e os demais 20%, creditodos pela Caixa Econômica Feueral na "Conta Especial e Salário", visam à realizaçãodos objetivos da referida conta, gerida pelo Ministério do Trabalho,na forrr..a da legislação específica.
Acreditamos que a presente exigência virá, também, colaborarno sentido do aperfeiçoamento dos diagnósticos sobre a mobilidadeda hão-de-obra, resguardando, por sua vez, os interesses das entidad;es que têm programas definidos a cumprir, de largo alcanceSOCIal, com se deduz do próprio texto da CLT, sob a supervisãodo Ministério do Trabalho.
Com esses fundamentos, temos a honra de apresentar à consideração dos Ilustres Membros do Congresso Nacional o presenteProjeto de lei.
Sala das Sessões, 7 de outubro de 1977 .- Dayl de Almeida.
LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELO AUTOR
CONSOLIDAÇãO DAS LEIS DO TRABALHO
Aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, d.e 1.° de maio de1943. .
TiTULO UIDas Normas Especiais de Tutela do Trabalho
................. ~ ~ " .CAPíTULO II
...............................................................Da Nacionalização ,do IJ'rabalho
• 1 ...
SEÇãO II
Das Relações .Anuais de Empregados
Art. 359. Nenhuma empresa poderá admitir a seu serviço empregado estrangeiro sem que este exIba a carteira de identidade dreestrangeiro devidamente anotada.
Parágrafo único. A empresa é obrigada a assentar no registro de empregados os dados referentes à nacionalidade de qualquer empregado estrangeiro e o número da respectiva Carteira deIdentidade.
Art. 360. Toda empresa compreendida na enumeração do art.35'2. § 1.0, deste Capítulo, qualquer que seja o número de seusempregados, deve apresentar anualmente às repartições competentes do Ministério do Trabalho, de 2 de mala a 30 de junho, umarelação, em três vias, de todos os seus empregados, segundo o modelo que for expedido.
.. : ..TITULO V
Da Organização Sindical............................................................/.................................. -••••••••••••••••••••••••••••• 1..
Outubro de 1977..r
DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10095
CAPíTULO IHDa Contribuição Sindical
SEÇÃO I
Da Fixação e do Recolhimento da Contribuição Sindical
Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos queparticipem das categórias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades, serão, soba denominação de "Contribuição Sindical", pagas, recolhidas eaplicadas na forma estabelecida neste Capitulo.
Art. 579. A contribuição sindical é devida por todos aquelesque participarem de uma determinada categoria econômica ouprofissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicatorepresentativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591.
Art. 580. A contribuição sindical será recolhida, de uma sóvez, anualmente, e consistirá:
I - na importância correspondente à remuneração de um diade trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma dareferida remuneração;
II - para os agentes ou trabalhadores autônomos e para Osprofissionais liberais, numa importância correspondente a 15%(quinze por cento) de maior valor de referência fixado pelo PoderExecutivo, vigente à época em que é devida a contribuição sindicalarredondada para Cr$ 1,00 (um cruzeiro) a fração porventura existente;
lI! - para os empregadores, numa importância proporcionalao capital social da firma ou empresa, registrado nas respectivasJuntas Comerciais ou órgãos equivalentes, mediante a aplicaçãode alíquotas, conforme a seguinte tabela progressiva:
Classes de CapitalAliquota
1) até 60 vezes o maior valor de referêncía ..... :.... 9,5%
2) acima de 60, até 1.200 vezes o maior valor de re-ferência 0,1 %
3) acim~ d.e 1.200, até 600 vezes o maior valor dereferenCla 0,05%
4) acima de 60.000, até 600.000 vezes o maior valorde referência 0,01%
§ 1.0 A contribuição sIndical prevista na tabela constante doitem III deste artigo corresponderá à soma da aplicação das aliquotas sobre a porção do capital distribuido em cada classe, observados os respectivos limites.
§ 2.0 Para efeito do cálculo de que trata a tabela progressivainserta no item III deste artigo, considerar-se--á o valor de referência fixado pelo Poder Executivo, vigente à data de competênciada contribuição, arredondando-se para Cr$ 1,00 (um cruzeiro) afração, porventura existente.
§ 3.0 É fixado em 20% (vinte por cento) do maior valor dereferência a que alude o parágrafo anterior, a que a contribui~ãominima devida pelos empregadores, independentemente do capItalsocial da firma ou empresa, ficando, do mesmo modo, estãbelecidoo capital social equivalente a 600.000 (seiscentos mil) vezes o valor de referência, para efeito do cálculo da contribuição máxima,respeitada a, tabela progressiva constante do item lI!
§ 4.° Os agentes ou trabalhadores autônomos e os profissionais liberais organizados em firma ou empresa, com capital social registradO, recolherão a contribuição sindicial de acordocom a tabela progressiva a que se refere o item III
§ 5.0 As entidades ou instituições que não estejam obrigadas ao registro de capital social, considerarão, como capital, paraefeito do cálculo de que trata a tabela progressiva constante doitem III deste artigo o valor resultante da aplicação do percentual de 40% (quare'nta por cento) sobre o movimento econôm].co registrado no exercicio imediatamente anterior, do que daraoconhecimento à respectiva, entidade sindical ou à Delegacia Regional do Trabalho, observados os limites estabelecidos no § 3.°deste artigo.
§ 6.0 Excluem-se da regra do § 5.0 as entidades ou instituições que comprovarem, através de requerimento. dirigido ao Ministério do Trabalho, que não exercem atividade econômica comfins lucrativos.
Art. 581. Para os fins do item lU do artigo anterior, as empresas atribuirão parte do respectivo capital às suas suclfrsll:is,filiais ou agências desde que localizadas fora da base ierntonalda entidade sindi~al representativa da atividade econômica doestabe'lecimento principal, na proporção das correspondentes operações econômicas, fazendo a devida c?municação às DelegaciasRegionais do Trabalho, conforme a localIdade da sede da empresa,sucursais, filiais ou agências.
§ 1.0 Quando a empresa realizar diversas atividades econômicas sem que nenhuma delas seja preponderante, cada uma dessaatividade será incorporada à respectiva categoria econômica, sendo a contribuição sindical devida à entidade sindical representativa da mesma categoria, procedendo-se, em relação às correspondentes sucursais, agências ou filiais, na forma do presente artigo.
§ 2.0 Entende-se por atividade preponderante a que caracterizar a unidade de produto, operação ou objetivo final, para cujaobtenção todas as demais atividades convirjam, exclusivamente,em regime de conexão funcional.
Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de marçode cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos.
§ 1.0 Considera-se um dia de trabalho, para efeito de determinação da importância a que alude o item I do art. 580, o equivalente:
a) a uma jornada normal de trabalho, se o pagamento ao empregado for feito por unidade de tempo;
b) a 1/30 (um trinta a,vos) da quantia percebida no mês anterior, se a remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão.
§ 2.0 Quando o salário for pago em utilidades, ou nos casos emque o empregado receba, habitualmente, gorgetas, a contribuiçãosindical corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da importância quetiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição doempregado à Previdência Social.
Art. 583. O recolhimento da contribuição sindical referenteaos empregados e trabalhadores avulsos será efetuado no mês deabril de cada ano, e o relativo aos agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberaIs realizar-se-á no mês de fevereiro.
§ 1.0 O recolhimento obedecerá ao sistema de guias de acordocom as instruções expedidas pelo Ministro do Trabalho.
§ 2.0 O comprovante de depósitos da contribuição sindical seráremetido ao respectivo sindicato; na falta deste, à correspondenteentidade sindical de grau > superior, e, se for o caso, ao Ministériodo Trabalho.
Art. 584. Servirá de base para o pagamento da contribuiçãosindical, pelos agentes ou trabalhadores autônomos e profissionaisliberais, a lista de contribuintes organizada pelos respectivos sindicatos e, na falta destes, pelas federações ou confederações coordenadoras da categoria.
Art. 585. Os profissionais liberais poderão optar pelo pagamento da contribuicão sindical unicamente à entidade sindical representativa da respectiva profissão, desde que a exerça, efetivamente, na firma ou empresa e como tal sejam nelas registrados.
Parágrafo único. Na hipótese referida neste artigo, à vistada manifestação do contribuinte e da exibição da prova de quitação da contribuição, dada por sindicato de profissionais liberais, oempregador deixará de efetuar, no salário do contribuinte, o desconto a que se refere o art. (i82.
. Art. 586. A contribuição sindical será recolhida, nos mesesfixados no presente Capitulo, à Caixa Econômica. Federal, ao Banco do Brasil S.A. ou aos estabelecimentos bancários nacionais integrantes do sistema de arrecadação dos tributos federais, os quais,de acordo com instruções expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, repassarão à Caixa Econômica Federal as importâncias arrecadadas.
§ 1.0 Integrarão a rede arrecadadora as Caixas EconômicasEstaduais, nas localidades onde inexistam os estabelecimentos previstos no caput deste artigo.
§ 2.0 Tratando-se de empregador, agentes ou trabalhadoresautônomos ou profissionais liberais, o recolhimento será efetuadopelos próprios, diretamente ao estabelecimento arrecadador.
§ 3.0 A contribuição sindical devida pelos empregados e trabalhadores avulsos será recolhida pelo empregador e pelo sindicato, respectivamente.
Árt. 587. O recolhimento da contribuição sindical dos empregadores efetuar-ge-á no mês de janeiro de cada ano, ou, para osque venham a estabelecer-se após aquele mês, na ocasião em querequeiram às repartições o registro ou a licença para o exercicioda respectiva atividade.
Art. 588. A Caixa Econômica Federal manterá conta-corrente intitulada "Depósitos da Arrecadação da Contribuição Sindical",em nome de cada uma das entidades sindicais beneficiadas, cabendo ao Ministério do Trabalho cientificá-la das ocorrências pertinentes à vida administrativa dessas entidades.
§ 1.° Os saques na conta-corrente referida no caput desteartigo far-se-ão mediante ordem bancária ou cheque com as assinaturas conjuntas do presidente e do tesoureiro da entidadesindical.
1009& Quinta-feira 20 Dumo DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1971
§ 2.° A Caixa Econômica Federal remeterá, mensalmente, acada llntidade sindical, um extrato da respectiva conta-corrente,c, quando solicitado, aos órgãos do Ministério do Trabalho.
Art. 589. Da importância da arreeadação da cont_ribuição síndical serão feitos os seguintes créditos pela Caixa Econômica Federal, na forma das instruções que forem expedidas pelo Ministroao Trabalho:
I - 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente;II - 15% (quinze por cento) para a federação;
lI! - 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo;IV - 20% (vinte por cento) para a "Conta Especial Emprego e
Salário".
Art. 590. Inexistindo confederação, o percentual previsto noitem I do artigo anterior caberá à federação representativa dogrupo. ~r
§ 1.0 Na falta de federação, o percentual a ela destinado caberá a confederação correspondente à mesma categoria econômicaou profissional.
§ 2.° Na falta de entidades sindicais de grau superior, cipercentual que àqelas caberia será destinado à "Conta EspecialEmprego e Salário".
§ 3.° Não havendo sindicato, nem entidade sindical de grausuperior, a contribuição sindical será creditada, integralmente, à"Conta EspeeiaI Emprego e salário".
Art. 591. Inexistindo sindicato, o percentual previsto no itemIn do art. 589 será creditado à federação correspondente à mesmacategoria econômica ou profissional.. Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo, caberãoà confederação os percentuais previstos nos itens I e n do art. 589.
SEÇAO II
Do. Aplicação da. Contribuição SindicalArt. 592. A contribuição sincHcal, além das despesas vincula
das à sua arrecadação, recolhimento e controle, será aplicada pelos sindicatos, na conformidade dos respectivos estatutos, visandoaos seguintes objetivos:
I - Sindicatos de empregadores e de agentes autônomos:a) assistência técnica e jurídica;b) assistência médica, dentária, hospitalar e farmacêutica;c) realização de estudos econômicos e financeiros;d) agências de colocação;e) cooperativas;f) biblioteeas;g) creches;h) congressos e conferências;i) medidas de divulgação comercial e industrial no pais, e no
estrangeiro, bem como em outIRS tendentes a incentivar e aperfeiçoar a produção nacional.
j) feiras e exposiçõesI) prevençao de acidentes do trabalho;m) finalidades desportivas.n - Sindicatos de empregados:a) assistência jurídica;b) assistência médica, dentária, hospitalar e farmacêutica;c) assistência à maternidade;d) agências de colocação;e) cooperativas;f) bibliotecas;g) creches;h) congressos e conferências;i) auxílio-funeral;j) colônias de férias e centros de recreação;I) prevenção de acidentes do trabalho;m) finalidades desportivas e sociais;n) educaçr,o e formação profissional;o) bolsas de p.studo.
TI! - Sindicato de profissionais liberais:a) assigtêr;cia juridica;b) assistência médica, dentária, hospitalar, e farmacêutica;c) assistência à maternidade;d) bolsas de estudo;e) cooperativas;f) bibliotecas;g) creches;h) congressos e conferências;i) auxI1io-funeral;j) colônias de férias e centros de recreação;I) estudos técnicos e científicos; .m) finalidades desportivas e sociais;n) educação e formação profissional; •o) prêmios por .trabalhos técnicos e científicos.
IV - Sindicatos de trabalhadores autônomos:
a) assistência técnica e juridica;b) assistência médica, dentária, hospitalar ·e farmacêutica;c) assistência à maternidade; ,d) bolsas de estudo;e) cooperativas;f) bibliotecas;g) creches;h) congressos e conferências;i) auxílio-funeral;j) colônias de férias e centros de recreação;I) educação e formação profissional;m) finalidades desportivas e sociais;§ 1.0 A aplicação prevista neste artigo ficará a critério de
cada entidade, que, para tal fim, obedecerá, sempre, às peculiaridades do respectivo grupo ou categoria, facultado ao Ministro doTrabalho permitir a inclusão de novos programas, desde que assegurados os senriços assistenciais fundamentais da entidade.
§ 2.0 Os sindicatos poderão destacar, em seus orçamentosanuais, até 20% (vinte por cento) dos recursos da contribuiçãosindical para o custeio das suas atividades administrativas, independentemente de autorização ministerial.
§ 3.° O uso da contribuição sindical prevista no § 2.0 nãopoderá exceder do valor total das mensalidades sociais consignadas nos orçamentos dos sindicatos, salvo autorização expressa doMinistro do Trabalho."
Art. 593. As porcentagens atribuidas às entidades sindicaisde grau superior serão aplicadas de conformidade com o que dispuserem os respectivos conselhos representantes.
Art. 594. (Revogado.)SEÇAO ![1I (Revogada)
(Artigos 595 a 597'>SEÇ&Ü ]V
Das PenalidadesArt. 598. Sem prejuízo da ação criminal e das penalidades
previstas no art. 553, serão aplicadas multas de 1/50 do saláriomínimo a vinte salários mínimos regionais, pelas infrações desteCapítulo, impostas pelas Delegacias Regionais do Trabalho.
Parágrafo único. A graduação da multa atenderá a naturezada infração e às condições sociais e econômicas do infrator.
Art. 599. Para os profissionais liberais, a penalidade consistirá na suspensão do exercício profissional, até a necessária qui'tação e será aplicada pelos órgãos públicos ou autárquicos disciplinadores das respectivas profissões mediante comunicação dasautoridade!; fiscalizadoras.
Art. 600. O recolhimento da contribuição sindical efetuadofora do prazo referido neste Capitulo, quando espontâneo seráacrescido da multa de 10% (dez por cento), nos trinta. primeirosdJas, como adicional de .2% (dois por cento} por mês subseqüentede atraso, além de juros de mora de 1% (um por cento) ao mêse correção monetária, ficando, nesse caso, o infrator, isento de outra penalidade.
§ 1.° O montante das cominações previstas neste artigo re-verterá sucessivamente:
a) ao sindicato respectivo;b} à federação respectiva, na ausência de sindicato;c) confederação respectiva, inexistindo federação.§ 2.° Na falta de sindicato ou entidade de grau superior, o
montante 3 que alude o parágrafo precedente reverterá à conta"Emprego e Salário".
SEÇAlO VDisposições Gerais
Art. 601. No ato da admissão de qualquer empregado, deleexigirá o empregador a apresentação da prova de quitação da contribuição sindical.
Art. 602. Os empregados que não estiverem trabalhando nomês destinado ao desconto da contribuição sindical, serão descontados no primeiro mês subseqüente" ao do reinicio do trabalho.
Parágrafo único. De igual forma se procederá com os empregados que forem admitidos depois daquela data e que não tenham .trabalhado anteriormente nem apresentado a respectivaquitação.
Art. 60S. Os empregadores são obrigados a prestar aos en·carregados da fiscalização os esclarecimentos necessários ao desempenho de sua missão e a exibir-lhes, qaundo exigidos, na parterelativa ao pagamento de empregados, os seus livros, folhas depagamento e outros documentos comprobatórios desses pagamentos, sob pena da multa cabivel.
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 2G 10097
Art. 604. Os agentes ou trabalhadores autônomos ou profIssionais liberais são obrigados a prestar aos encarregados da fiscalização os esclarecimentos que lhes forem solicitados, inclusive exibição de quitação da contribuição sindical.
Art. 605. As entidades sindicais são obrigadas a promover apublicação de editais concernentes ao recolhimento da contribuiçâo sindical, durante três dias, nos jornais de maior circulaçãolocal e até dez dias da data fixada para depósito bancário.
Art. 606. As entidades sindicais cabe, em caso de falta depagamento da contribuição sindical, promover a respectiva cobrança judicial, mediante ação executiva, valendo como titulo dedívida a certidão expedida pelas autoridades regionais do Ministério do Trabalho.
Art. 607. 11: considerado como documento essencial ao comparecimento à concorrência públicas ou administrativas e parao fornecimento às repartições paraestatais ou autárquicas, a prova da quitação da respectiva contribuição sindical e a de recolhimento da contribuição sindical, descontada dos respectivos empregados.
Art. 608. As repartições federais, estaduais ou municipais,não concederão registro ou licenças para funcionamento ou renovação de atividades aos estabelecimentos de empregadores e aosescritórios ou congêneres dos agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberais, nem concederão alvarás de licençaou localização, sem que sejam exibidas as provas de quitação dacontribuição sindical, na forma do artigo anterior.
Parágrafo único. A não observância do disposto neste artigoacarretará, de pleno direito, a nulidade dos autos nele referidos,bem como dos mencionados no art. 607.
Art. 609. O recolhimento da contribuição sindical e todos oslançamentos e movimentos nas contas respectivas são isentos deselos e taxas federais, estaduais ou municipais.
Art. 610. As dúvidas no cumprimento deste Capitulo serãoresolvidas pelo Diretor-Geral do Departamento Nacional do Trabalho, que expedirá as instruções que se tornarem necessárias àsua execução.
PROJETO DE LEI N.O 4.27'1, DE 19'77
(Do Sr. Nelson Marchezan)
Isenta. da contribuição rela.tiva. lLO empregador para aPrevidência. Social as entidades sindicais de trabalhadores.
(As Comissões doe constituição e Justiça, de Trabalho eLegislação Social e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:,Art. 1.0 As entiddes sindicais de trabalhadores ficam isentas
da contribuição relativa ao empregador para a Previdência Social.Art. 2.0 Esta lei entra em vigor na ,data de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.
JustificaçãoDesde 1970, 3lS entida~ Jlindicais receberam,. atra.1é:s dos
.convênios de assistêne1a médica e odontológica, a incumbência de
.administrar parte da assistência que .está afeta ao INPS - InstitutoNacional de Previdência Social -, disciplina esta contida no Decreto n;o 67.227, de 21-9-70, preconizando a ação da valorizaçãosindical.
Aquele diploma legal estabelece que os sindicatos de trabalhadores que realizem com-ênios com o INPS receberão um subsidiopara efeito de pagamento dos médicos e dentistas que forem contratados para proceder ao atendimento dos associados e seus dependentes, arcando também com os encargos administrativos.
Tais encargos, segundo estimativas, atingem a cerca de 30%(trinta por cento) ou mais, eis que incidem sobre os mesmos asobrigações sociais: contribuições para o IPNS de 17,5 (dezessete emeio por cento) e mais 8% (oito por cento) para o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço.
As entidades sindicais de trabalhadores tem prestado serviçosassistenciais de caráter médico-odontológico aos seus associados edependentes com mais eficiência do que o INPS, sem que se menospreze essa novel instituição.
Caracteriza-se como verdadeira filantropia a prestação dessesserviços pelos sindicatos, que deveriam ser reconhecidos de utilidade pública por lei' especial.
Os encargos administrativos estão afetos às entidades de trabalhadores como já foi referido e desafogam a demanda no órgãoprevidenciário com relação aos atendimentos clínicos e odontológicos, proporcionando uma economia substancial ao erário público.
É totalmente injusto para os sindicatos absorverem uma tarefaespecifica do INPS, arcando com as despesas administrativas esociais, que atingem 47,5% (quarenta e sete e meio por cento)divididos em 30% (trinta por cento) de encargos administrativos emais 17,5% (dezessete e meio por cento) de obrigações previdenciárias, parte patronal, pagarem contribuições como se fossemempresas que visam lucro, o que, na realidade, não acontece, poissua verdadeira filosofia é prestar o melhor serviço possivel aosSeus associados.
Há inúmeraS entidades que são consideradas de utilidade pública para efeito das isenções de obrigações sociais a que os sindicatos se equivalem, prestando estes, muitas vezes, maior assistênciano campo social.
Entendendo ser justo o objetivo do presente projeto de lei,esperamos que os nobres pares o acolham para que as entidadessindicais de trabalhadores que estejam enquadradas nas premissasdo Decreto n.O 67.227, de 21-9-70 e art. 118 do Decreto n,o 77.077,de 24.-1-78, fiquem isentas das contribuições previdenciárias daparte patronal, contribuindo apenas com o seguro de acidente detrabalho, descontando e recolhendo a parte do empregado.
Sala das Sessões, em - Nelson MarchezaaLEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAO
DAS COMISSOES PERMANENTES
DECRETO N.o 67.227, DE 21 DE SETEMBRO DE 1970
Estabelece prioridade pa...a uma política de valorizaçãoda ação sindical.
O Presidente da Repúbica, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, item IH, da Constituição, e
Considerando ser orientação do Governo a implantação de umapolítica, que valorize a participação das entidades sindicais noesforço para a promoção social do trabalhador;
Considerando que no complexo de, órgãos, públicos e privados,com atuação na área do bem-estar social, tem o Ministério doTrabalho e Previdência Sociai responsabilidade preponderante pelaexecução da política do Governo:
Considerando que se impõe estabelecer um programa setorial,que, racionalizando a aplicação de recursos técnicos e financeirosdesses órgãos, possibilite e estimule, por outro lado a participaçãodos sindicatos, decreta: '
Art. 1.0 O Ministério do 'rrabalho e Previdência Sócial atravésde. seus órgãos ,tanto d~ administração direta, quanto da indireta,alem de outros, a ele vmculados ou subordinados, a partir do presente exercicio e nos futuros, até 1974., observará, com prioridadeem sua politica de ação social, os seguintes objetivos e medidas:
I - AllSistêneia Social.a) ampliação da prestação de assistência médico-cirúrgico
hospitalar e odontológica, para os trabalhadores rurais e urbanosatra\"'és de convênios, com instituições públicas e privadas especial~mente cpm 'Os Sindicatos; ,
b) doação aos sindicatos 'lJ hospitais de material inédico-hospl-talar de grande e médio porte; , ._
c) doação de gabinetes odontológicos e de unidades leves hospitalares equipadas a instituições idôneas doas comunidades ruraissobr.etudo eindicatos Rurais e de trabalhadores; •
d) 'doação aos sindicatos de trabalhadores, de remédios fabricados pelo Governo ou venda, a preço de custo, conforme o nivelsalarial do trabalhador.
fi - Assistência Sindical
a) empréstimos financeiros às entidades sindicais, para construç~o! reforma, ampliação ou aquisição de sedes, escolas, colônias·de fenas, campos de esporte, clubes recreativos, hospitais crechesambulatórios e cooperati'\.-as de consumo: "
b} incentivo à realização de atividades culturais recreativas eCÍvicas, organização de cursos de interesse dos trabálhadores e dedivulgação da legislação social;
c} prestação de assistência judiciária gratuita para os casosde acidente:;; do trabalho;
d) empréstimos financeiros simples aos previdenciários sindicalizados até o máximo de 5 (cinco) vezes o valor do salário mínimo;
~) .bolsas de estudos, principalmente no campo da formaçãoproflsslonal, para os previdenciários-sindicalizados:
J) doaçã.o aos Sindicatos, de bens e equipamentos para instalaça0 e funCIOnamento de seus serviços de finalidades assistenciaise de interesse coletivo;
g) concursos inter-sindicais com objetivo de estabelecer emulaç.ão sadia quanto as atividades culturais, esportivas e educacionalS.
10098 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
Art. 2.° Para o atendimento das prioridades no art. 1.0 e, segundo a natureza das mesmas, serão utilizados recursos orçamentários ou extra-orçamentários existentes em 1970 ou a serem constituídos nos exercícios seguintes, proporcionados pelos seguintesórgãos e Entidades:
a) Instituto Nacional de Previdência Social, através de suasfontes de receita, de;>tinadas ao custeio de suas atividades-fins,inclusive as resultantes do rendimento de seu patrimônio, doações,legados e rendas extraordinárias ou eventuais;
b) Fundo de ASSistência e Previdência ao Trabalhador Rural(FUNRURAL) através de seus recursos normais;
c) Departamento Nacional do Trabalho, através dos recursosespecificos da "Conta Emprego e Salário", a que alude o artigo 18da Lei n.o 4.589, de 11 de dezembro de 1964;
d) Departamento Nacional da Previdência Social, através do"Fundo de Liquidez da Previdência Social" e apenas na hipóteseem que se torne necessário o custeio da União para cobrir eventuaisinsuficiências financeiras do Instituto Nacional de PrevidênciaSocial decorrentes da aplicação de recursos nas atividades enumeradas no p:çesente Decreto (art. 164, item VI, do Regulamento daLei Orgânica da Previdência Social - Decreto n.o 60.501, de 14 demarço de 1967);
e) Departamento Nacional de Mão-de-Obra, através de recursos do Orçamento da União e os da conta "Emprego e Salário";
f) Programa Especial de Bolsa de Estudo, através dos meios1inanceiros disponíveis;
Parágrafo único. Entidades como a Legião Brasileira de Assistência, o Serviço Social da Indústria, o Serviço Social do Comércio, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e o ServiçoNacional de Aprendizagem Comercial e respectivos órgãos regionais, além das próprias organizações sindicais, deverão colaborarmediante recursos técnicos e financeiros com o poder público paraa consecução dos objetivos previstos no presente Decreto.
Art.3.0 Os recursos financeiros, indicados no artigo 2.°, a juizodo Ministro do Trabalho e Previdência Social quanto à aplicação emontante, poderão ser destacados em dotações globais dos orçamentos das diversas unidades e depositados em especial no Bancodo Brasil.
Parágrafo único. Será elaborada contabilização especificapara tais recursos, os quais serão geridos pelo DepartaIr..ento Nacional da Previdência Social.
Art. 4.° O Ministro do Trabalho e Previdência Social baixaráas instruções complementares que se fizerem necessárias ao fielcumprimento do presente.
Art. 5.° Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
DECRETO N.o 77.077, DE 24 DE JANEIRO DE 1976Expede a COllBolid.açâo das Leis da Previdência Social
(CLPS) .
TíTULO UIPrestações
CAPíTULO XXIII
Disposições Especiais
Art. 118. Mediante convênio entre o INPS e a empresa ousindicato, estes poderão encarregar-se de:
I - processar os pedidos de beneficios, preparando-os e instruindo-oS de maneira que possam ser despachados;
II - submeter os seus empregados a exames médicos, inclusivecomplementares, encaminhando ao INPS os respectivos laudos, paraa concessão dos beneficios que dependam de avaliação de incapacidade;
III - prestar assistência médica, nos termos do artigo 68, aossegurados a seu serviço e respectivos dependentes, diretamente oupor intermédio de estabelecimento e profissionaiS contratados, desde que obedecidos os padrões fixados pela previdência social;
IV - pagar beneficios;V - preencher documentos de cadastro de seus empregados,
bem como carteirllB a serem autenticadas pelo INPS, e prestar aeste outros serviços.
Parágrafo único. O reembolso dos gastos correspondentesaos serviços previstos nos itens H e IH poderá ser, ajustado porum valor g~obal, conforme o número de empregados de ca{la empresa, dedutivel no ato do recolhimento das contribuições, juntamentecom as importâncias correspondentes aos pagamentos de beneficios
ou de outras despesas efetuadas nos termos dos convênios firmados.
PROJETO DE LEI N.o 4.280, DE.1977(Do Senado Federal)
Dispõe sobre a participação obrigatória de brasileirosnatos no capital -das empresas do setor de abastecimento,na proporção que especifica, e dá outras providências.
<As Comissões de Constituição e Justiça e de Economia,Indústria e Comércio.)
O Congresso Nacional decret~:,
Art. 1.0 As empresas cOIr..erciais ou industriais que operamno setor de abastecimento devem ter capítal, majoritariamente,pertencente a pessoas fÍSicas de nacionalidade brasileira.
Art. 2.° As empresas que, à data da publicação desta Lei, estiverem operando no ramo de abastecimento é dado o prazo de1 (um) ano para se adaptarem ao estabelecido no artigo anterior.
Parágrafo único. A nacionalização da parte majoritária docapital das empresas abrangidas por esta Lei far-se-á em conformidade com instruções baixadas em regulamento.
Art. 3.° O Poder Executivo definirá, para os efeitos desta Lei,empresa comercial ou industrial do ramo de abastecimento.
Art. 4.° Esta Lei entra eIr.. vigor na data de sua publicação.Art. 5.° ,Revogam-se as disposições em contrário.
Senado Federal, 17 de outubro de 1977. - Petrônio Portella,Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Linhares) - Está finda a leiturado expediente.
IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.
Tem a palavra o Sr. Octávio Torrecilla.
O SR. OCTAVIO TORRECILLA (MDB - SP. Pronuncia o se~guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a publicaçãoda Revista Quatro Rodas, de setembro último, traz um manual indicando os postos que ficam abertos nas estradas para servir àpopulação aos sábados, domingos, feriados e periodo noturno.
Diz a publicação:
"Quando o Governo Federal baixou o decreto regulamentando o funcionamento dos postos de gasolina nas madrugadas, fins de semana e feriados, deixou transparecerque sua intenção além de obter uma redução direta noconsumo de combustível, era também desestimular as viagens rodoviárias, principalmente as de caráter turístico.Deduz-se isso pelo fato de as restrições de funcionamentoterem atingido, além da venda de gasolina, outros serviços,como o de troca de óleo e borracharia, igualmente indispensáveis para quem viaja. Decorridos seis meses de suavigência, entretanto, pode-se verificar que a medida nãofoi capaz de dar todos os frutos desejados. Estabeleceu,ao contrário, um clima de confusão e incerteza entre osdonos de postos e entre os usuários, que prevalece aindahoje, beneficiando aleatoriamente alguns e prejudicandooutros. Essa situação pôde ser constatada pela equipe deQuatro Rodas, que, durante trinta dias, percorreu 50.000quilômetros de estradas no território brasileiro. Foram visitados, um a um, mais de 600 postos de gasolina que, segundo as distribuidoras, estão em condições de funcionamento sem interrupção por estarem dentro das exceçõesprevistas no art. 4.° do decreto governamental (situados amais de 20 quilômetros dos perimetros urbanos mais próximos)."
E mais adiante:"As autorizações dadas pelo CNP para que os postos possamfuncionar sem interrupção se baseiam exclusivamente eminformações - nem sempre corretas - fornecidas pelaspróprias companhias distribuidoras, que, entretanto, nãose responsabilizam pelos erros que possam. cometer, nemtêm competência legal para resolver os casos duvidosos.O levantamento feito por quatro rodas demonstrou aindaque é perfeitamente possivel, a partir de São Paulo oudo Rio de Janeiro e viajando durante a noite e fins desemana, se chegar aos principais pólos turísticos, comoFoz do Iguaçu, Salvador, Brasília, Manaus, Porto Alegre eaté Buenos Aires, sem qualquer risco de ficar na estradapor falta de gasolina. Ironicamente a única região quepermaneceu marginalizada pelo ato governamental, emtermos de turismo, foi o Nordeste, onde são raríssimos oSpostos capacitados a funcionar sem parar e onde, inclusive, há quatro Estados sem nenhum posto nessas condições: Sergipe, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte."
Outubro de 19'7'7 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10099
Evidentemente que esta dura verdade trazida a público poresta Revista motivará o Conselho Nacional de Petróko a rever aSUa Portaria.
Infelizmente o Brasil tem-se caracterizado pela tomada demedidas sem que haja os devidos e acurados estudos que se requer.
Desta forma, apelamos para o Conselho Nacional de Petróleoa fim de que sirvam de exemplo os erros cometidos por ocasiãoda edição da portaria em vigor e realize os estudos com o máximode atenção que se exige de um assunto de tamanha importância.Sabemos que a matéria é complexa, pois afinal se fecharem ospostos, de imediato se enfrentará um serlissimo problema - otráfego de caminhões com carga perecivel.
Apelamos, portanto, para o CNP com o fito de medidas precipitadas não serem totiladas. Após a análise dos mapas feitos nolevantamento citado, poder-se-ia pensar, entre outras, na reduçãopara 15 quilômetros, a qual, em principio, não prejudicaria ossupostos objetivos que se propôs com a Portaria, e, por outro lado,favoreceria a Região Nordeste, hoje totalmente desamparada e enfrentando problemas de tráfego, mormente de caminhões quetransportam gêneros alimenticios.
O SR. NINA RIBEIRO (ARENA _ m. Sem revisão do orador,)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero congratular-me com oeminente Governador do meu Estado, Faria Lima, pela adoção datese pela qual há tanto tempo nos batemos, qual seja, a isençãotributária para os Sindicatos.
Em companhia desse brilhante, abnegado e id~alista líder~indical Mata Roma, Presidente do Sindicato dos Empregados noComércio do Rio de Janeiro, pleiteamos junto a S. Ex.", o Sr.Governador Faria Lima, a suspensão da cobrança dos tributosestaduais dos Sindicatos, porque achamos que, em determinado sentido, acima dos partidos políticos e de outras agremiações e organismos que têm merecido a chamada isenção tributária, osSindicatos, até por serem um dos esteios da democracia e por prestarem serviços inestimáveis à comunidade, precisam ser incentivados, precisam ter condições de prosperar.
Só alcançaremos o ideal da democracia perseguido pelo Brasilno dia em que tivermos um sindicalismo forte, independente, livre.Até porque não encontramos, nos países totalitários, liberdade desindicato ou direitos trabalhistas legítimos, autênticos, direito degreve ou de protesto. Eles simplesmente não existem.
Por isso, todos que forem, por coerência, democratas, terão depugnar por um sindicalismo forte e livre. Essa a tese que reiteramos, diante do líder sindical que mencionei, perante o Governador do meu Estado, que felizmente acolheu a pretensão e decretou a isenção tributária dos Sindicatos no Dia do Comerciário.Estávamos a autografar exemplares do livro "A Defesa do Consumidor" no Sindicato dos Comerciários quando recebemos a alvissareira notícia.
Sr. Presidente, essa mesma tese eu a trouxe para esta Casa,ao apresentar o Projeto de Lei Complementar n.O 114, de 1976,que isenta do Imposto Predial os Sindicatos legalmente constituídos, e que se encontra na Comissão de Constituição e Justiça, emmãos do eminente Deputado Tarcísio l?elgado, Relator da matéria.
Espero, Sr. Presidente, ver triunfar em todos os planos, nãoapenas no municipal, no estadual, mas também no federal, estatese que consubstancia a legitimidade de um sindicalismo livre,autêntico, que seja a expressão do sindicalismo cristão, de umademocracia mais forte, mais coerente, para que não apenas o capital, mas também o trabalho, principalmente o trabalho, comometa de valorização do homem, possa encontrar o seu raspaldo, oseu anseio e a sua eminente dignídade.
O SR. HÉLIO LEVY (ARENA - GO. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente Srs. Deputados, a disposiçã9 do Presidente nacional da ARENA, Deputado Francelino Pereira, de darênfase às realizações do Governo, seja no âmbito federal, estadualou municipal, é mais uma contribuição altamente positiva que opartido oferece à Nação, no momento em que todos nós empenhamos em legar às gerações futuras um País mais desenvolvido,mais consolidado e mais forte.
Não só através de manifestações pessoais, como de recomendações aos demais integrantes da Aliança Renovadora Nacionaltem o Deputado Francelino Pereira procurado fazer sentir à opinião pública que o atual Governo vem dando o melhor dos seusesforços para que o Brasil supere a crise econômico-financeiradesfechada sobre os países em desenvolvimento, crise esta que temseus alicerces maiores no encarecimento dos preços dos derivadosdo petróleo e no agravamento dos desníveis sociai,ll.
Tem razões de sobra o eminente Presidente da A!RENA quandoassim se manifesta, não apenas por ser o dirigente máximo dopartido que apóia o Governo no Congresso Nacional, mas, principalmente, por ter a certeza de estar realçando tudo aquilo quede positivo vem sendo realizado. É um princípio de justiça, Sr.Presidente, que nos leva a reconhecer os méritos do otimismo doPresidente da ARENA.
Gostaria, por outro lado, Sr. PresidÊmte, de registrar aqui omeu mais veemente apelo aos políticos de Goiás, no sentido de quese unam em torno de objetivos comuns sempre que o nosso Estadofosse distinguido com algum cargo público federal de nível maiselevado.
Esta minha observação vem a propósito da desarticulaçãoreinante e dos desentendimentos constatados em ocasiões anteriores, nas quais, enquanto se discutia a indicaçíio de A ou B enão se chegava a um denominador comum, a oportunidade desaparecia, e quem vinha se prejudicando com isto era o Estado. Entendo que em primeiro lugar estão os interesses de Goiás, Sr.Presidente, depois os interesses pessoais ou isolados. E, como osaldo dessas situações não tem sido nada positivo, reitero aqui omeu desejo de colocarmos os interesses e as conveniências deGoiás acima de quaisquer outras conveniências.
A propósito, eu me permito fazer uma referência ao que, arespeito, escreveu o jornalista Batista Custódio, no j'Ürnal Cincode Março, no Caderno Político da edição 17/23 de outubro corrente, sob o título "Goianos em Cargos Federais".
Tem razão aquele jornalista quando posiciona o nosso Estado no contexto nacional e condena a falta de um maior entrosamento entre as lideranças políticas nesses casos.
Era o que tinha a dizer.O SR. JOãO CLíMACO (ARENA - PI. Pronuncia o seguinte
discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, se cantar a terra, evocar seus feitos gloriosos, seu passado de lutas e suas conquistailatravés dos tempos constitui, mais que um sentimento patriótico,uma demonstr·ação viva de amor e de carinho para com o torrãonatal, o solo que nos serviu de berço, eu me permito, nesta oportunidade, dedicar, desta tribuna, algumas considerações e manifestações de apreço ao meu querido Piaui, cuja Data Magna é vividaneste 19 de outubro.
Há quarenta anos, exatamente, Sr. presidente, o então Governador Leônidas de Castro Melo sancionava, a 3D de agosto de1937, a Lei n.O 1"'6, de autoria do eminente Deputado Estadual JoséAuto de Abreu, "declarando 19 de outubro O Dia do Piauí, estabelecendo feriado estadual e determinando providências para a promoção de comemorações civicas nos estabelecimentos de ensino ecentros culturais do Estado, com a colaboração do Governo".
E o fazia, Sr. Presidente, por ser esta. a data que mais se identificava com as gloriosas tradições do meu Estado.
Como bem salientou o ilustre Deputado José Auto de Abreu,em conferência pronunciada em Teresina, anos atrás, a convitedo Governo do Estado, "O 19 de outubro é, para nós, o ponto alto,o marco' histórico daquele. atormentado, agitado, sublimado, emuitas vezes sanguinolentamente patriótico ciclo de que nos falaAbdias Neves, iniciado em 1817, quando o Nordeste, fremindo,sofrendo e reagindo, lutava pela expansão do pensamento eman··cipacíonista. E foram estas lutas e as que as antecederam, no regime colonial, ora com a explosão de sentimentos nativistas, ora coma repulsa à invasão estrangeira, que, dando-nos a consciência danacionalidade, prepararam-nos para a Independência".
E, naquela sucessão de pronunciamentos e movimentos de rebeldia, verdadeira epopéia de civismo, os nordestinos, imantados,contagiados, irmanados nos mesmos sentimentos patrióticos, uni·dos e em uníssono, erguiam··se ·altaneiros como um só bloco, o quelevou Hermínio Conde a concluir, com muita felicidade, que "oNordeste não aderiu à Independência, construiu-a duramente, nocampo de luta".
Desde 1817, quando se acentuou a luta entre colonos brasileirose dominadores portugueses, e que seriam os pródromos da Revolução Re12ublicana de Pernambuco proclamando a malograda Confederaçao do Equador, na qual o Piauí se integrara, que Parnaibaera, no dizer de Abdias Neves, "um foco de mal veladas conjuras":pela riqueza de ·algumas de suas famílias, pela cultura de algunsde seus expoentes, exercia preponderância notável na vida daProvíncia. Na destinação histórica do Piauí, ela está presentesempre, no preparo, na evolução, na eclosão e na finalidade d~todos os movimentos insurgentes e políticos em que se envolveue participou, desde os primórdios da sua história.
Mas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, a história do Piauí não éapenas eB:'le co~~lário de eventos ~ltamente significativos e profundamente IdentlfICados com as raIzes da nossa própria história.
Sofrido e abatido durante longos anos em conseqüência dassecas que abalaram o Nordeste, soube ele resistir e reagir voltando-se para a exploração racional de suas potencialidades' e viabilidade'!, econômicas. Necessário era que ·alguém se interessasse pelaevoluçao do Estado no contexto do desenvolvimento nacional desenvolvimento que não se fez esperar. A partir da construçã'o dahidr~létrica.de Boa Esperança e da elaboração de planos de desenvolVImento mtegrado, planos estes altamente prestigiados e apoiados pelos Governos da Revolução, podemos hoje apresentar umanova ímagem do Estado do Piauí perante o País inteiro.
10100 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'7'7
Já temos condição de orgulhar-nos do nível de· progresso al-cançado, em relação a décadas passadas, embora muita coisa aíndahaja por fazer - o que é perfeitamente compreensível.
As reservas turísticas, os recursos pesqueiros, hidrelétricos eeconômicos, de um modo geral, dão ao Piauí a. dimensão de umEstado em franca atividade nos rumos do desenvolvimetlto pleno.-
Confiantes no apoio, sempre presente, do Governo Federal,haveremos de chegar, em futuro não muito distante, ao estágiode progresso com que sonharam os nossos antepassados.
Desejo, pois, nesta oportunidade, ao fazer este registro, renovarao valoroso povo piáuiense, na pessoa do seu ilustre GovernadorDr. Dirceu Mendes Arcoverde, os melhores sentimentos de afetoe de apreço, formulando-lhe votos de crescente progresso nos maisdiferentes setores de suas atividades.
Estamos construindo, com o Piauí de hoje, os verdadeiros caminhos do Piauí de amanhã, numa antevísão gloriosa do Brasildo futuro.
Era o que tinha a dízer, Sr. Presidente, Srs. Deputados.O SR. OCTAClLIO ALMEIDA (MDB - SP. Pronuncia o seguin
te discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Política tem suaspeculiaridades. Uma das complementações do bom político, quandoadentra a área da administração, é dar boa aplicação ao dinheiropúblico. N-este particular é inconcebível que ainda se encontre, emSão Paulo, Estado que, felizmente, recheia-se de faculdades portodo o interior, prefeito municipal alheio às obras iniciadas porseu antecessor. Esquece-se o prefeito que o antecessor ocupou omesmo cargo, manipulou a mesma verba municipal oriunda doscofres públicos, e que tais obras fazem parte do universo de realizações do município.
Assumir o cargo de prefeito e desconhecer que obras inacabadas ou construídas pelos antecessores devem merecer prioridadepara o acabamento ou serem colocadas em movimentação, não éfavor que o prefeito faz ao município, mas uma obrigação à boaaplicação de suas verbas.
Infelizmente, Srs. Deputados, assim não pensa o Prefeito Municipal de Ariranha, pequeno mas rico município do Estado de SãoPaulo, onde o Prefeito Municipal fechou o Centro Comunitário"Antônio Angelotti", inaugurado no dia 27 de janeiro de 1977,portanto, há dez meses, simplemente pelo fato de a Diretoria sercomposta de elementos de outra facção política. Mesmo usando desuas prerrogativas, demitindo a Diretoria, o Prefeito Municipalcontinuou insensivel aos anseios populares, mantendo o Centrofechado para gáUdio de sua satisf,ação pessoal.
O Centro Comunitário "Antônio Angelotti" foi construido peloex-Prefeito Reinaldo Sappion, constando de uma área de quinhentos metros quadrados, com as seguintes dependências: palco, salãode festas, sala de jogos, sala da Diretoria, piscina e campo de basquete. Ali, durante toda a semana, a população reunia-se à noite,para um pouco de lazer.
Estranhamente, o Sr. Prefeito Municipal deInitiu a Diretoriaconstituída pelo seu antecessor, não nomeou outra até o presentemomento e mantém o Centro Comunitário fechado, desgastando-sepor completo.
Esquece o Sr. Prefeito Municipal da procedência do dinheirogasto na construção. Duzentos mil cruzeiros foram cedidos pelaSecretaria do Trabalho do Estado; centro e cinqüenta mil sairamdos cofres municipais, e setenta e cinco mil fluimm da colaboraçãodo povo, via de "livro de ouro".
A atitude do Prefeito Municipal espelha duas aná>lises: ou éposicionamento do político do "tempo em que Judas perdeu asbotas", que deveria ter sido aposentado dos cargos públicos peloconsenso social, ou- é simplesmente pirraça. Em realidade, nemuma nem outra são adInissíveis no universo moderno da ciênciapolítico-administrativa.
Outra obra estagnada em Ariranha é o hospital municipalEsta já vem há longo tempo. Clama por sua conclusão, considerando que todo trabalho de infra-estrutura já está concluído. Daípara frente é fácil continuar a obra. Basta que o Prefeito nãotenha preguiça.
Aqui em Brasilia, a FAS, "Fundação de Assistência Social" doMinistério de Assistência Social, por intermédio da Caixa Econômica Federal, ou do Banco Nacional de Habitação, estuda comatenção a assistência hospitalar, concedendo-lhe empréstimos alongo prazo, a juros módicos. Basta que o Prefeito Municipaltome a iniciativa, cujo início dar-se-á na Caixa Econômica Federalmais próxima. Se houver uma Agência' em Ariranha, poderá ser aímesmo.
O que não se admite mais neste século XX, são posições negativas, como essa do Prefeito Municipal, deixando o Centro Comunitário desgastar-se completamente, simplesmente para demonstrara força da situação naquele município. Este tipo de atuação já estásuperado, sendo hoje visto como simples limitação de inteligência.
Tenho dito.
O SR. CÉSAR NASCIMENTO (MDH - SC. Pronuncia o seguinte discursn.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em nome do Estadode santa Catarina, que tenho a honra de representar no Congresso Nacional, quero, desta tJ;'ibuna, registrar o profundo pesar e atristeza que se abateram sobre o povo catarinense, pelo trágicoacidente ocorrido com o avião do Ministério do Interior, em BoaEsperança, Santa Catarina, quando ficaram enlutadas as famílias dos funcionários da Superintendência do Desenvolvimento daRegião Sul \SUDESUL) e do Dep~rtamento Nacional de Obras eSaneamento (DNOS).
Aquele infausto acidente aéreo ceifou as preciosas vida.s deD. Aracy Mollmann Freitas de Melro, digna esposa do Dr. PauloAffonso de Freitas Melro, Superintendente da SUDESUL; de D.Adelayde Giordani Costa, digna esposa do Dr.~Harry Amorim Costa,Diretor-Geral do DNOS; do Dr. Fernando COrrêa Oliveira, Superintendente de Operações da SUDESUL; do Dr. Iru Carneiro, Assist,mte Técnico do mesmo órgão, além do piloto e co-piloto, respectivamente, Srs. Dante Lunardini e Ednan .césar Martins Salgado.
Todos que pereceram no acidente estavam a caminho de Paranavaí, onde, juntos com o Ministro do Interior Rangel Reis, participariam da 39.a Reunião Ordinária da SUDESUL, que por issofoi cancelada.
Também não poderia ficar sem registro, nesta tribuna, o nossoprotesto de repulsa e indignação pela ação de vandalismo praticada por pessoas desqualificadas da região, que, despidas dos maiselementares principios de respeito, solidariedade humana e cristã,praticaram saque em torno do avião acidentado, enquanto as vítimas jaziam entre as ferragens do avião sinistrado. Oxalá baixezas desse nível nunca mais venham a ocorrer em santa Catarina, terra sempre cantada em prosa e verso no País inteiro, pelogrande respeito que sempre dispensou às mais profundas tradições de solidariedade cristã.
À8 famílias enlutada.s renovamos os nossos sinceros votos depesar. Rogamos a Deus que mantenha sob seu manto protetoraquelas mães, pais e filhos queridos e capazes, que foram tiradostão bruscamente do fraternal convívio de seus lares, dos parentese amigos. Que a certeza de eles estarem no regaço de Nosso Paisirva como mais um alentado conforto para aqueles que continuarão sentindo a falta de seus entes queridos que deixaram oaconchego de seus lares, indo para o Além.
Era o que tinha,a dizer, Sr. Presidente.O SR. HUMBERTO SOUTO (ARENA - MG. Pronuncia I) se
guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Companhiade Agua e Saneamento de Minas Gerais está exigindo uma taxa novalor aproximado de cr$ 365,00 para a ligação das instalações hidráulicas de residências com a rede externa de água e esgotos.
Ninguém desconhece, Sr. Presidente, que para o consumidorde baixa renda a construção de uma casa é fato que, por si só,representa um grande sacrificio, e pode-se facilmente imaginarque não lhe é possível construi-la de uma vez, e que ao términoda obra seus recursos financeiros para esse fim estejam esgotados.
Se caracterizarmos o consuInidor de baixa renda como aqueleoperário ou trabalhador de salário minimo, cuja renda familiaré complementada por serviços - muitas vezes esporádicos - dosdemais membros da família temos que a construção da casa própria seja feita por etapas, passo a passo, de acordo com o numerário que se torne disponivel para a realização do ideal, acalentado durante tanto tempo, como se fosse um sonho quase inatingível.
Sim, sem exagero piegas, quase um SOnho, porque somenteassim se pode conceber o empenho de uma família pobre ·em separar do indipensável para a sobrevivência - penosa, por motivos óbvios,' nas circunstâncias atuais - parcelas necessárias paraa edificação da casa próprIa. .
Tenha-se em mente que, não raro, o grupo familiar se abrigaem parte já construida, passando a concluir o restante, segundoas disponibilidades em espécie. Por motivos de maior complexidadena sua montagem, ou de necessidade de maior soma de recursosfinanceiros para 'a compra do material especifico, as dependênciassanitárias se constituem no último lance.
Será compreensível que, ao chegar a esse ponto, tudo tenhasido gasto, de tudo se tenha lançado mão, no afã de atingir oobjetivo fixado. E qualquer soma, por mais inexpressiva que sejaou pareça ser, torna-se absolutamente inviável.
O novo proprietário vê-se diante de um impasse. Acabou degastar tudo o que lhe foi possível extrair de renda modestíssima,para desfrutar de casa provida de serviços higiênicos. Mas nãopode· usá-la porque não dispõe, naquele momento, daquela quantia. Quantia irrisória para outros, vital para ele, porque indispensável para a manutenção do lar.
Tendo sempre em mente configurado o consumidor em questão, como o obreiro do salário mínimo ou o homem da classe média-
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 2~ 10101
baixa, pode-se afirmar, sem receio de incorrer em leviandade,que ele despendeu muito mais do que podia na construção dasúltimas dependências de sua moradia.
O cálculo mais simples indica que, antecedendo essa ligaçãoda "entrada" da água, ele construiu anexos para cozinha e banheiro, procedeu à implan~ação das instalações hidráulicas e preparou a fase de acoplamento dessas com a rede externa.
Ora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o mais modesto serviçodesse tipo, abrangendo despesas com alvenaria, louça, ferragens,tubos, etc., ultrapassa a casa dos Cr$ 2.000,00, a preços de 1974.A mão-de-obra, na base de uns cinco dias de trabalho, pode representar o desembolso de uns Cr$ 600,00. O trecho que deve uniras vias hidráulicas da residência com a rede externa de águas eesgotos, demandando novos serviços, com a compra de manilhas,tubos, cimento e areia, sem falar em novo emprego de mão-deobra, absorverá, no minimo, aproximadamente Cr$ 400,00.
De acordo com previsão de tal sorte otimista, esse homem daclasse média-baixa ou operário de salário mínimo gastou, para desfrutar de serviços higiênicos hidráulicos imprescindiveis à sua saúde, e à de sua família, uma soma de cerca de Cr$ 3.000,00.
Está exaurido de finanças. Não pode dispor de mais um cruzeiro sequer para obras, a não ser que prive a si e os seus da satisfação de necessidades mais elementares e essenciais à vida,como, por exemplo, a de alimentar-se.
É chegado o momento, então, Sr. Presidente, de se manifestara humana flexibilidade da Lei: Conceder ao consumidor de baixarenda a isenção da taxa exigida pela COPASA de Minas Gerais,que passará, então, a constituir-se em medida de alto alcancesocial e de sen~ido humanitário.
Visando a essa providência é que apelamos para o espiritode justiça e de solidariedade humana do Governador AurelianoChaves. Que mande isentar desse pagamento o consumidor debaixa renda.
Era o que tínhamos a dizer.O SR. SANTOS FILHO (ARENA - PRo Pronuncia o seguinte
discursa..) - Sr. Presidente, 8rs. Deputados, faleceu no último dia14 deste, em Santo Antônio da Platina, Paraná, o Sr. JoaquimCardoso da Silveira, ex-Prefeito e ex-Deputado Estadual. Troncode numerosa e tradicional família platinense, Joaquim Cardoso deOliveira residia desde 1925 naquele Municipio, época em que também ingressou na política.
Os políticos platinenses elegeram-no no ano de 1926 paracumprir o restante do mandato do então Prefeito Altamiro daCosta Negrão, falecido naquele ano. Devido à sua brilhante atuação frente à Prefeitura, em 1928 'era reeleito Prefeito, desta vezpara um mandato de quatro anos.
Realizou, não obstante l1.S'dificuldades da época, diversas obrasde relevo, destacando-se aJl seguintes:
Ajardinamento da Praça Independência; criação do Termo,em 1928; instalação da Comarca, a :<4 de maio de 1929; Construçãodo antigo prédio da Prefeitura Municipal; construção do GrupoEscolar Dl'. Ubaldino do Amaral; construção da antiga estradaque ligava a cidade à Estação Platina; ampliou a iluminação Pública; restaurou a estrada de Santo Antônio da Platina a Cambará.Em 1930, em decorrência da Revolução, Joaquim Cardoso foi obrigado a deixar o cargo.
Em 1935, com a realização da primeira eleição para prefeito,após a Revolução, candidatando-se foi eleito para o cargo, noqual permaneceu até 1940. Ao demitir-se, indicou para substitui-lo,Luiz Rodrigues de Oliveira, que foi nomeado.
Da sua segunda gestão frente ao Executivo Platinense constaminúmeras realizáções, destacando-se diversas rodovias municipaise prédios públicos na sede do Municipio e nos Distritos de Abatiá,Jundiai do Sul. Ribeirão do Pinhal e Cc·nselheiro Mairinck, quefaziam parte de Santo Antônio da Platina.
Em 1947, indicado pelas lideranças políticas da região, can.(lidatou ao cargo de Deputado Estadual, ficando como primeirosuplente. Em 1950 assumia o cargo, ocupando a vaga de AvelinoVieira, que renunciava.
Em 1951, candidatou-se novamente a Deputado Estadual, elegendo-se destf( vez com expressiva votacão para o periodo de 1951a 1954. Durante sua passagem pelo Legislativo Estadual, dedicou-seinteiramente à missão de bem representar o Norte Pioneiro. Conseguiu para Santo Antônio da Platina, entre outros beneficios, ainstalação do Ginásio, Estadual e da Escola de Comércio, a construção do prédio para o Ginásio Estadual, o Posto de Puericultura,de Higiene, Delegacia de Policia e o Grupo Escolar Tiradentes; instalação do extinto Departamento de Edificações, a implantação darede de água e esgoto para a cidade, criação da Escola de Agronomia, que nunca foi instalada; pertencem a ele ainda os esforçosfeitos para a instalação da extinta escola Normal Regional no Colégio Santa Terezinha.
Ao terminar seu mandato em 1954, foi-se retirando da políticagradativamente, consciente, no entanto, de ter bem desempenhadoseu papel de homem público.
Sr. Presidente, Joaquim Cardoso da Silveira foi reconhecidamente um líder político no Norte Pioneiro. Prova disto-é a homenagem que lhe prestou a Associação dos MunicípiOB no mês dejaneiro do corrente ano, em reconhecimento aos relevantes serviços que ele prestou à região.
O seu falecimento causou grande consternação em SantoAntônio da Platina e na região.
São estas, Sr. Presidente, as razões que nos "levam a solicitarnão só a aprovação de um voto de pesar pelo seu falecimento,mas também que se dê ciência à família do ilustre extinto, destahomenagem da Câmara dos Deputados. -
O SR. CÉLIO MARQUJli:S FERNANDES (ARENA - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nodia 7 do corrente mês fizemos no Pequeno Expediente, um pronunciamento sobre o momento político nacional. Nesse discurso,logo no início, dizíamos:
"Estamos vivendo um dos mais apreensivos momentos da vidapolítica nacional. A redemocratização total da nossa Pátria,grande anseio de todos os brasileiros conscientes das suas responsabilidades, virá quando o Brasil estiver devidamente resguardadodaqueles que tentam contra a nossa soberania e a tranqüilidadeda família brasileira, Não podemos esquecer nunca que estamossob um regime revolucionário, que a Revolução foi feita para valere que seus postulados são irreversíveis. Vivemos em uma democracia relativa. O regime é o mesmo ainda e procura sempre melhorara situa~ão do nosso Pais. Não devemos esquecer também que, n,ãofosse a Revolução, teriamos Implantada em nossa Pátria a República Sindicalista, com funestas conseqüências para todos.
Todos nós temos obrigação de procurar -aperfeiçoar a nossademocracia, caracterizando os caminhes e abrangendo as áreaseconômica, social e política na trajetória segura e autêntica dosdestinos nacionais.
Devemos cerrar esforço!! em torno do Presidente Ernesto Geisel, Comandante e Chefe da Revolução. Convém que saibamos queCo Brasil será o que dele fizemos.
"Temos de escolher: ou o caos, a ruína, a escravidão, ou oduro trabalho de reconstrução de nós próprios; ou a satisfação denossos apetites e de nossos caprichos; ou a obediência às regrasde conduta racional de vida; ou triunfaremos ou nos afundaremosnos abismos profundos do caos e da degenerescência". (AlexisCarrel).
O Presidente Geisel, como estadista e como militar de EstadoMaior, é quem vai escolher o futuro Presidente da República, etodas as manifestações de Parlamentares em torno do palpitanteproblema são de grande valia ao Chefe da Nação, que tomaráconhecimento assim das tendências daqueles que vão votar nofuturo Presidente brasileitc>,
Assim, Sr. Presidente, Srs. Deputados, solicitamos, com todo oresp~ito e acatamento que temos pelo Sr. Presidente Geisel queconSIdere o nome honrado do Sr. General Sylvio Frota, dignoMi!lÍstro do. Exército, como candidato à Presidência da República,pOIS o conSIderamos altamente capaz e apto a dar continuida:deao processo revolucionário instalado em nossa Pátria a partir de1964. Sabemos também que o ilustre Ministro General Sylvio Frota,que goza de grande respeito de- povo brasileiro e dos políticos,lev:ará o Brasil ao pleno desenvolvimento e à redemocratizaçáo,pOIS tem as qualidades precisas para a revitalização dos princípiosrevolucionários.
Embora saibamos - e o respeitamos - que o proeesso sucessório será deflagrado pelo Sr. General Geisel a partir de janeirodo próximo ano e sabendo como sabemos ser o General SylvioFrota homem de inteira confiança do Sr. Presidente Geisel é quenos filiamos entre os Deputados que apóiam a candidatura destedigno militar, para entregar-lhe os destinos do Brasil".
Sr. Prêsidente, 8rs. Deputados, nossa filosofia política é asocial democrática. Fomos fundadores do Partido Social Democrático (PSD) e só o deIxamos quando da extinção dos partidos existentes, ocasião em que ingressamos na Aliança Renovadora Nacional.
Sempre fomos favoráveis ao estabelecimento de relações coma República Popular da China, pela importância comercial e diplomática desse relacionamento. Nossa Pátria acompanhou umatendência internacional, visando a um mercado de 800 milhõesde pessoas, com garantias de não intromissão na política internadesse Pais, o que assegura um relacionamento acima de ideologia.
Achamos que a medida foi muito acertada, pois a China constitui hoje um parceiro comercial de grande importância para oBrasil, abrindo a possibilidade de ser grande importador, entreoutros produtos, de açúcar e minério, além de uma boa altf)rnativacomo fornecedor de petróleo e urânio a preços favorecidos.
10102 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
Sr. Presidente, o Brasil pode hoje manter relacionamento comtodos os países do mundo sem que ísso constitua um rísco à soberania ou à estabilidade política do País.
Nunca, em toda a nossa vida política, fomos reacionários ouhomem de direita. Temos os nossos princípios e por eles lutamossem descanso.
Do único grupo de que fazemos parte do Parlamento Nacionalé aquele que visa a dinamizar, cada vez maís, a tribuna da Câmarados Deputados. Defendemos sempre os ideais revolucionários elutamos de todas as maneiras pelo aperfeiçoamento do regime emque vivemos. Nossa luta tem sido sempre dentro da disciplina partidária. Sempre acatamos as decisões partidárias e temos sempreapoiado as medidas governamentais justas.
Ao solicitarmos fCoSse considerado o nome de um candidato àpróxima Presidência da Repúbica, jamais pensamos em menosprezar o General Geisel ou outro possivel candidato. Sempre temos reiterado nosso respeito, acatamento e apreço ao Governodo Presidente Geisel.
Nossa luta é contra as discriminações; é contra a injustiça; écontra o imobilismo político que nos querem impor dentro de nossoPartido.
O SR. REZENDE MONTEIRO (MDB - GO. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, lemos ainda hcje, naimprensa, notícias a respeito de cortes de crédito e de verbas dosagricultores brasileiros. Essa medida, se vier a concretizar-se que realmente nos preocupa - prejudicará sensivelmente o homem do campo, que, além de ter de enfrentar as intempéries, sofre, ainda, a falta de estimulo, para produzir CC'fi eficiência.
Endereçamos, desta tribunlj., apelo ao Presidente do INCRA,aos Srs. Ministros da Agricultura e da Fazenda e ao próprio Presidente Ernesto Geisel, para que, através de estudos, verifiquem asituação do agricultor, cada vez pior, e mandem prorrogar o vencimento do Imposto Territorial Rural, cujo prazo expira a 31do corrente. Já foi cometido um grande erro em relação à pecuária,uma vez que os órgãos técnicos do Ministério da Agricultura nãofizeram o levantamento do rebanho' de bovinos existentes no Pais.De um momento para outro, obedecendo à lei da oferta e daprocura, o preço do gado subiu enormemente. Issso accnteceu porfalta de estudos sobre o crescimento da população, o que leva ademanda de alimentos a aumentar cada vez mais.
Tendo na agricultura nossa atividade principal - devemospl~ntar 739 hectares neste ano - preocupamc-nos com o destinodos brasileiros, especialmente dos menos favorecidos, como os agricultores do nordeste goiano, talvez os de menor poder aquisitivodo País.
Era o que tinha a dizer.
O SR. NORBERTO SCHMIDT (ARENA - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o dia 28 depolítica do nosso Município natal, Santa Cruz do Sul. Para comemorar o significativo evento festivamente, a Prefeitura Municipalfez realizar a Semana do Município, com a promoção de diversasfestividades, entre estas, promoções culturais, exposição de trabalhos manuais e artesanais, de pinturas e outras obras de arte defilhos da terra, as quais foram muito apreciadas. Promoveu umaexposição das mais variadas espécies de suínos, no que teve a valiosa colaborac;áo da entidade máxima de Suinocultores do Brasil,sediada na cidade de ~trela; e promoveu igualmente a exposiçãoanual de gal1náceos e outras espécies de aves, além de coelhos, exibindo ao povo o elevado capricho dos seus criadores.
'Muito bem elaborado o programa em seu todo, no que nãofaltou o apoio popular maciço, havendo grande afluência ao Parque da FE;NAF, onde a exposição se realizou. Registro aqui osnossos cumprimentos ao Sr. prefeito, Arno João Frantz e toda asua laboriosa equipe que demonstrou capacidade e fOi incansávelpara servir a todos os que à festividade afluíam.
De resto, a festividade pode ser considerada como uma avantpremiere do que serão as festividades que assinalarão a passagemdo primeiro centenário da Emancipação Política de Santa Cruzdo Sul. A preparação já teve, pois, o seu início, e o Sr. PrefeitoAmo J. Frantz já escolheu inclusive o nome de quem deverá presidir a Comissão dos Festejos de Centenário, E o fez, com agradogeral, na pessoa do Sr. Armando Wink, Vice-Prefeito do Munic,ípio,que reúne, sem favor algum, todas as condições necessárias ao árduo compromisso. Queremos, neste momento, cumprimentar osdois, desta tribuna, pelo acerto de suas resolyções, a saber: oPrefeito por faze'r recair a sua escolha em pessoa íntegra e capaz;o Sr. Armando Wink, atual Vice-Prefeito, pela aceitação que registra, por mais uma vez, o seu propósito de servir à coletividadesanta-cruzense que tão bem representa.
Embora fugindo um pouco ao objetivo desta minha manifestação, desejo registrar rapidamente que Santa Cruz do Sul foiconhec~da, durante deéênios, como a "capital brasileira do fumo".Hoje - e são terceiros que o dizem - está posítivada como a "ca-
pital mundial do fumo". Respeitando a opinião dos que vêem nofumo os inconvenientes que se lhe atribuem, temos que convirque representa, no Orçamento da União, mais de 10% de toda asua receita, o que, econômicamente, nos dá uma demonstraçãoda valia do produto na balança comercial do País. No ano de1975, os Municlpios da região (Santa Cruz do Sul - Cachoeirado Sul - Arroio do Meio, Venâncio Aires, Candelária, Lajeado eVera Cruz) exportaram para o exterior fumos em folha no vaiorde 88,931,348.60 dálares; em 1976, 119,214.927,36, sendo que parao corrente ano já está prevista a exploração de 139,198,590.00 dedólares, algo em torno de dois bilhões de cruzeiros.
Mas não é somente no fumo em folha que Santa Cruz do Sultem sua alta expressão. Nem apenas na produção de cigarros, jáque lá temos duas fábricas. Não, a variedade e diversificação industrial é amplíssima e contamos com um parque industrial dos maisexpressivos, inclusive há uma fábrica de artefatos de borracha,com uma variedade considerável de artigos com ampla vendagemem todo o País e mesmo para o exterior, entre os quais nos caberealçar as tão conhecidas bolas de tenis "Mercur", únicas fabricadas no Brasil e que tem igualmente, boa aceitação no exterior,dado a sua boa qualidade: Temos fábricas de artefatos plásticos(uma, da própria fábrica de artefatos de borracha à qual ant~s
fiz referência); ótimas fundições de artefatos de ferro, com fabncação de maquinarias de múltiplas variedades e qu~ operam paratodo o País; fábricas de chocolates, bombons e artigos outros domesmo ramo. Uma indústria que se especializou no ramo de casaspré-fabricadas, de larga aceitação e preços acessíveis à gente demenos recursos. Uma fábrica de carros de bombeiros - a CIMA8AS.A. - que fornece suas viaturas inclusive para o parque paulista.Enfim uma série infinda de indústrias, todas elas colaborandopara ~ grandeza do parque industrial da nossa "capital do fumo".
É óbvio que não cabe aqui uma análise profunda das condiçõeseconômicas do Município, o que, porém, faremos:)l)'lrtnname"t"J.Mesmo porque tornará mais conhec~do o nosso Mu.nicíp~o nat3"1(o segundo em arrecadação da receita federal no mterlOr gaucho só superado por Canoas, onde se localiza a sua sede daPETROBRáS Rio Grande do Sul, preparando, assim, desde l?go,o interesse dos nossos patricios de todos os recantos brasileirospela cidade que possui, a ornament~:la, magníficos t~mplos religiosos, em particular a catedral catchca, uma d~s maIOres do estilo gótico na América do Sul e a maior do BraSIl.
Mas como já dissemos, voltaremos oportunamente 'ao assuntojá entã~ com todos os dados individualizados a respeito do nossointeresse comum. Não passará o nosso centenário de Emancipação Política sem a merecida caracterização nos Anais desta Câmara, o que representará, pelo menos, uma pequena pa~cela da iP'~~deza daquela grande gente laboriosa que vem construmdo e SOlidificando a pujança de Santa Cruz do Sul.
Feito o presente registro, agradeço-lhes a atenção que esteresumido trabalho mereceu de V. Ex:a.
O SR. AFRíSIO VIEIRA LIMA (ARENA - BA. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputad?S, após rr;e.lindrosa cirurgia, faleceu no dia 18 do corrente, aqm em Brasllla osenhor Rosalvo Lopes da Silva, sendo o seu corpo trasladado e s.epultado ontem em sua terra, cidade de Cocos, Estado da Bahia.Em verdade os seus conterrâneos não admitiram, nem permitiramque o Chefe' político e o amigo que tantos e relevantes serviços jáprestara à comunidade, não se afastando de sua terra natal durante a vida, permanecesse dela distante depois da morte.
Rosalvo Lopes da Silva, Lider político de invejável pre~ti~io.homem dedicado às atividades agropastoris, foi um autenticoexemplo de civismO, trabalho e bondade, por isso sempre merecedordo respeito e do apreço de seus patricios.
Deixou viúva D. Ana Lacerda Lopes e cinco filhos maiores:Adervaldo Lacerda Lopes, Sebastião Lacerda Lopes, Rosália LopesViana, casada com Arnoldo Viana, Maria de Lourdes Lopes Lima,casada com otávio Bezerra Lima, e. Dilma Lacerda Lopes.
O falecido era um homem querido porque estreitamente ligado à comunidade, representando o seu povo em diversas legislaturas na Câmara Municipal, amigo de todos e a todos dedicava-sea servir.
Com efeito era um permanente interessado em auxiliar ospobres e necessitados, busc.ando sempre trabalhar pelo atendimento e o desenvolvimento do Munícípio.
- O seu falecimento enlutou toda a cidade, cujo respeito e afetopelo grande líder político ficou demonstrado no seu sepultamentoum dos mais concorridos da cidade de Cocos.
Registro com o maior pesar a lamentável ocorrência, a fimde que as gerações futuras da região saibam que os grandes exemplos são exaltados, nem a morte os apaga.'
A ARENA da cidade de Cocos, com a morte de Rosalvo Lopesda Silva, perde uma das suas maiores expressões políticas. Porisso, ao inserir o fato nos Anais da Câmara dos Deputados, apresen-
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to minhás condolências à viúva e à família daquele que foi omeu grande amigo e companheiro de todas as horas.
O SR. ALOíSIO SANTOS (MDB - ES. Pronuncia o ~guinte
discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Dep.utados, se há, no EspíritoSanto, um inegável surto de desenvolvimento, animado pelas esperanças relativas à siderurgia e à melhoria dos portos, verifica-se,por outro lado, a existência de um verdadeiro gargalo, um pontode estrangulamento quanto à infra-estrutura viária de superfície,prejudicando o escoamento da produção.
É o que ocorre nos Municípios do Norte do Estado, enfrentandosérios entraves econômicos, como decorrência da péssima situaçãodas estradas que servem à região, principalmente no que tangeà rodovia Colatlna-Baixo Guandu, que não oferece mínimas condições de segurança aos usuários.
Aquela estrada está inçada de valas, cheia de verdadeiras crateras no seu leito, as pontes inseguras, enquanto as encostas,castigadas pela erosão, ameaçam desmoronar, impossibilitando,totalmente, a sua utilização.
São apenas cinqüenta e quatro quilômetros, que demandamduas cansativas horas de viagem, quando a habilidade do motorista consegue, realmente, fazer vinte e cinco quilômetros horários.
Os insistentes apelos dos produtores da região continuamencontrando ouvidos de mercador nos órgãos do Governo, quantoà recuperação da estrada que, se não for promovida a partir desteano, ficará totalmente impossibilitada de atender ao escoamentoda produção.
A situação é semelhante em Pancas, Mantenópolis, !tarana,Itaguaçu e outT'OS municipios da região, embora menos grave oproblema. Em Pancas, depois de anunciado o asfaltamento, pelomc, da sede até o Distrito de Frechiani, nada foi feito em beneficio da rodovia, cheia de buracos e com as 'encostas erodidas.
Em Mantenópolis, a estrada para Pancas, há meses, nãorecebe qualquer tipo de conservação, enquanto a rodovia entreColatina, Itaguaçu e Itarana,. em franca deterioração, ficará. intransitável na próxima estação chuvosa. -
O problema será. resolvido com o prolongamento da BR-259,que serviria a todos esses Municipios, solução que encarecemosao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem e ao Ministério dos Transportes, para que não se perca a produção, estrangulada, de uma vasta região do Estado do Espírito Santo.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. NELSON TlURAU (MDB - MG. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, Srs. Deputados, a minha presença nesta tribunaé para criticar o Governo pela campanha que vem fazendo, em todoo território nacional, a respeito da pechincha. O Governo deveriasugerir medidas inteligentes, para haver equilíbrio entre a ofertae procura, mas não fazer uma campanha ridícula, propondo aopovo a pechincha, jogando os consumidores contra os comerciantes, enquanto o próprio Governo aumenta os impostos, sejam municipais, estaduais ou federais, sem se preocupar, absolutamente,com o aumento do custo de vida. decorrente desse aspecto. Aoinvés disso - repito - lança uma campanha ridicula, propondoque o povo pechinche, como se o Brasil fosse uma nação semexpressão. Por isso, da tribuna da Câmara dos Deputados, qualifico de ridícula essa campanha do Governo. É preferivel que oGoverno através dos seus Ministros, dê incentivos aos comerciantes, aos 'pequenos e grandes produtores, aos industriais, aos agricultores e aos pecuaristas, não incentivando essa campanha dapechincha, que prejudica a Nação brasileira. (Palmas.)
, O SR. CARDOSO DE ALMEIDA (ARENA - SI'. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a política docafé torna-se cada vez mais confusa e parece que não se encontrará. solução para ela. Não existe comprador de café procurandoo café do produtor, a economia cafeeira está totalmente estatizadae à beira de colapso, constituindo uma ameaça para a economianacional.
Este ano devia ser de grande lucros para o produtor de café,para o exportador e para o maquinista de café, pois a escassezdo produto no mercado internacional -estava a augurar bonsresultados. Mas a orientação dos negócios do café pelos tecnocratas governamentais apesar dessa situação extraordinariamentefavorável, em poucbs meses lt;vou a uma situação intoleráv.el. edestrutiva a economia do cafeICultor e dos membros do comermocafeeiro.
A orientação adotada pelo Presidente do IBC, sem consultarninguém do ramo, foi desastrosa, e ao invés de agricultores felizese animados, vemos agricultores endividados, desiludidos de continuar na atividade. Não se vende uma saca de café. O IBC também não vende. Mantemos um preço irreal e mi~abolante de registro para exportação de 420 dólares por saca, quando o mercadomundial negocia café a 210 dólares, e a Colômbia e outros paísescolocam os seus cafés e o Brasil fica de lado. O produtor, se recebesse sem confisco o preço mundial, teria 3 mil cruzeiros pela
sua saca de café, o que seria muito bom para ele. Mas o Governo,desejando confiscar tudo que o lavrador produz, não deixa o comércio funcionar e ninguém trabalhar. E, ao invés de lucros justos, razoáveis, há muito esperados pelos cafeicultores, eles estãoaumentando suas dividas e seu produto perdendo valor dia a dia.
Com os (:ortes violentos do crédito agrícola e a paralisaçãodos negócios de café, os produtores rurais sentem-se cavalgandoum leão, que são suas dívidas. Não podem abandonar a atividade,porque não têm como pagar seus débitos. E Vêem, a cada dia quepassa, mais confisco, mais restrição de crédito, mais proibição deexportação. Isso está desesperando a população agrícola, que nãoacredita que o Governo permita lucratividade no, setor. Eles ficammontados no leão, apavorados, sem poder descer do leão, porque, sepularem do le.âo, o leão os engolirá.
A maior parcela de eleitores que apóia o Governo está no campo, e parece que ela não está estimulada a votar na ARENA se oGoverno Federal não estabelecer o preço de 3 mil cruzeiros porsaca de café ou tirar o confisco e deixar o produtor vender pelos3 mil ao mercado externo sem a interferência do IBC.
Cumpre lembrar que o preÇO de 3 mil cruzeiros pelo café foisugerido pelo Presidente do mc, Camillo Calazans, que disse publicamente que seria tolo o cafeicultor que vendesse café a menosde 3 mil cruzeiros.
O SR. HUMBERTO JLUOENA (,MOR - pB. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, há poucos dias o DiárioOficial da União publicou a Lei n.O 6.439, que "dispõe sobre acriação do Sístema Nacional de Previdência Social, e dá outrasprovidências".
Tive oportunidade de apresentar, em seguida, projeto de leiora tramitando nos órgãos técnicos desta Casa e que visa a revogaros §§ 2.°, 3.° e 5.° do art. 6.° do mencionado diploma legal, quaissejam, aqueles que autorizaram o Poder Executivo a criar umesquema de pagamento das despesas com assistência médica efarmacêutica por parte dos contribuintes de maior nível de renda.A respeito do assunto, acabo de receber oficio da Câmara Municipal de Natal, Rio Grande do Norte, que passo a ler para queconste dos Anaís da Câmara:
"Natal, 28 de setembro de 1977.Oficio n.O 1.00617'7Do Presidente da Câmara Municipal de NatalAo Ex.mo Sr. Deputado Humberto LucenaCâmara dos Deputados70.000 - Brasília - Distrito Federal.Senhor Deputado:
Levo ao conhecimento de V. Ex.a que, na sessão de 2(} docorrente, desta Câmara, foi aprovado Requerimento den.O 553177, de autoria dos Vereadores Epitácio Nunes eEustáquio Lucena, cujo teor transcrevo:"Requeiro que, como moção de solidariedade e medida deinteresse público, seja consígnado na Ata da presente Sessão um voto de apoio ao Excelentissimo Senhor DeputadoFederal Humberto Lucena, pela iniciativa da apresentaçãode um projeto de lei, revogando os §§ 2.°, 3.0 e 5.° do art. 6.°da Lei n.O 6.439, de 1977, oriunda. do Projeto de Lei n.o 11,de 1977-CN.
Justificando a proposição, é oportuno ressaltar que estaCasa; comungando com o mesmo entendimento do Deputado Federal Humberto Lucena, aprovou o Requerimenton.O 483/77, de autoria do Vereador Epitácio Nunes, pedindoao Excelentissimo l>enhor Presidente da República que, aosancionar a lei oriunda do Projeto de Lei n.O 11, de 1977-CN,se dignasse de vetar os §§ 2.0, 3.°, 4.° e 5.° do mesmo,mas, ao que tudo indica, não chegou a tempo. Por conseguinte, com a apresentação, agora, do novo projeto de lei,já em tramitação, é de esperar-se seja alcançado, finalmente, o alvo desejado".Prevaleço-me da oportunidade para apresentar-lhe meusprotestos de especial apreço e consideração. - Atenciosamente, lLourival Bezerra da Silva, Presidente."
Com estas palavras, SI'. Presidente, encaminho apelo às Comissões Técnica.": e ao Plenário da Câmara, através de suas lideranças, no sentido _de apoiarem a minha proposição, que visa afazer justiça aos contribuintes da Previdência Social no Brasil.
Era o que tinha a dizer.O SR. EXPlmITO ZANOT.I'I (MDR - PRo Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, quero fazer breves considerações sobre a prorrogação de mandatos parlamentares. Estiveno Rio Grande do Sul, em São Paulo, no Paraná e em meuEstado. Sou natural de Minas Gerais, mas represento a bancadado Paraná. E pude constatar que corre nos bastidores, desde ospampas do Rio Grande do Sul até o Território do Acre, a notíciade que serão prorrogados os nossos mandatos. Isso seria a maior
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imoralidade, é quase inacreditável! E é evidente que é inconstitucional, já que a Câmara não pode advogar em causa própria,prorrogando mandatos cuja duração é de 4 anos e que expirarãoem 1,0 de fevereiro. !l: de admirar que homens investidos emcargos políticos estejam falando sobre essa prorrogação. Na Câmara, alguns colegas chegam até a encomendar projetos ao IPEACnesse sentido. Não quero criticar ninguém, Sr. Presidente, porquefui um dos Deputados menos votados com assento nesta Casa,apesar de não ser esta a primeira vez que ocupo cargo público.Já fui Prefeito - o mais novo do Brasil -, fui Vereador e, hoje,graças à legenda do meu Partido, o MDB, que me abriu a possibilidade de representar o Estado do Paraná, sou Deputado Federal.Quero dar minha opinião particular e sincera. Não falo em nomedo MDB. Repito que acho uma imoralidade política, tanto parao partido do Governo como para a Oposição, falar-se em prorrogação de mandatos parlamentares. O povo está descontente e, seisso ocorrer, a classe política ficará desmoralizada.
Deixo aqui o meu protesto, esperando que os mandatários ponham termo a essa notícia; a esse blefe de prorrogação. É claroque em 15 de novembro o povo irá julgar quem esteve legislan~ono último quadriênio, quem trabalhou ou não. Aquele que naotrabalhou, que faça segunda época para as eleições. E a segundaépoca politica não é igual à universitária ou secundária, que se fazapós três meses. Para quatro anos depois deve preparar-se quemnão tiver condições para disputar as próximas eleições.
Nossa posição, Sr. Presidente, é contra a prorrogação dosmandatos parlamentares.
O SR. AURÉLIO CAMPOS (MDB - SP. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o mundo modernovai sendo comprimido rapidamente pelos tentáculos das grandésempresas multinacionais que se apossam de todos os ramas dasatividades humanas, ameaçando até a soberania nacional dospaíses onde se instalam. No Brasil acelera,.se o processo impuneda "espionagem econômica" exercida pelas firmas alienigenas deautoria, que têm livre acesso aos livros de registros contábeis dasmaiores empresas e até de organismos estatais. Em se tratandode organizações multinacionais, seus relatórios são passados paraas respectivas matrizes, que os cedem aos seus clientes no paisde origem.
Agora, pergunto, que tipo de fiscalização governamental seexerce sobre as atividades desses auditores? Ao que me foi dadoapurar, a fiscalização inexiste e o Projeto de Lei n.O 2.460, de 1976,de autoria do Deputado Getúlio Dias, tramita nesta Casa há algum tempo, passando pelo crivo regimental das Comissões Técnicas. Na justificativa do projeto, que veda às multinacionais deauditoria exercerem qualquer tipo de atividade em território nacional, mesmo que associadas a empresas brasileiras, o ilustreDeputado gaúcho argumenta que "o auditor verifica, sem maiores-dificuldades, a situação econômico-financeira, patrimonial, custos,rentabilidade, mercado, estoques, contratos de toda a- espécie, sistema administrativo, politica de pessoal, possibilidades de expansão, tecnologia operacional, técnicas de produção, distribuição deiucros, quem são os acionistas. Enfim, pode saber qualquer coisaque queirl;l. e ainda tirar conclusões que desejar, em termos deeconomia e desenvolvimento. Pode realizar verdadeira radiografiado passado, do presente e projetar a empresa no futuro". Acrescente-se que está verdadeira devassa atinge empresas estataiscomo PETROBRAS, ELETROBRÁS, Vale do Rio Doce, o que envolve a própria segurança nacional.
Em recente congresso de auditores nacionais foi narrado oseguinte fato, que bem esclarece até onde vai o perigo na atuaçãodas multinacionais de auditoria: "uma empresa de calçados doRio Grande do Sul, ao discutir as bases de uma possível âssociaçãocom um grupo estrangeiro, ficou surpreendida quando teve conhecimento, durante os debates, de que o interessado já conhecia deantemão todos os custos e dados da sua estrutura". Caso tipicode "espionagem econômica", da quai não estão livres as grandesempresas estatais, o que afeta perigosamente, repito, a segurançanacional. Em vão os auditores nacionais têm chamado a atençãodas autoridades públicas para o problema, mas sem qualquer resultado prático. Ao contrário, os auditores brasileiros estão sendotolhidos por organismos oficiais e de economia mista, que dãopreferência aos auditores estrangeiros. Isto quer dizer que a cadadia que passa a economia nacional fica mais vulnerável, conhecida nos seus mínimos detalhes, sujeita ao jogo de interesses quenem sempre coincidem com os interesses nacionais. Até que setorne vigente o projeto de lei em tramitação nesta Casa, umacircular do Executivo deverá coibir a expansão das multinacionaisde auditoria, determinando que só possam atuar na área oficiale em empresas de economia mista auditores nacionais. Mesmoporque, dentre as firmas estrangeiras que operam no ramo aqui,no Brasil. algumas existem que foram severamente punidas nosEstados Unidos, envolvidas em afrontosas falcatruas. A desculpada existência de um know-how, quase sempre discutível, não deveprevalecer, porque o trabalho é feito todo ele por auditores etécnicos nacionais, funcionários das empresas estrangeiras. Há,
ainda, a burla das associações em que o auditor nacional entraapenas com o nome.
O problema é de suma gravidade e precisa ser urgentementefocalizado pelas autoridades públicas, até agora insensíveis a estaameaça permanente que é a "espionagem econômica" exercida semfreios pelas multinacionais de auditoria. O problema tem merecidoestudos por parte de comitês das Nações Unidas, do Senado norte-americano, da OEA - Organização dos Estados Americanos -,de organismos oficiais da Inglaterra, enfim, as autoridades dosprincipais paises já estão perfeitamente conscientizadas sobre aintervenção não raro nociva desses grupos internacionais de auditoria, e o Brasil, que acoihe filiais de oito das maiores empresasespecializadas do mundo, não pode permanecer indiferente aoproblema. A única e patriótica solução será a nacionalização daprofissão, porque, na condição de potência emergente, os assuntosque interessam ao Brasil devem ser decididos por brasileiros, comos centros de decisão enquadrados pelas fronteiras nacionais.
O SR. ERNESTO DE MARCO (MDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a cidade catarinense de Xaxim sempre foi vitima de inundações, mas o problemase agravou a partir do asfaltamento da BR-282, que, por ocasiãodas chuvas torrenciais, desvia todo o excesso de água para aquelecentro urbano, agravando os efeitos das enormes quedas pluviais.
O riacho que atravessa a cidade, fazendo verdadeiros ziguezagues, não compotta a soma das precipitações no centro urbanocom aquelas que afluem ao seu leito, vindas dos escoamentos darodovia. Assim, agravam-se os problemas de segurança, de higiene,de saneamento, cujas proporções aumentam de ano a ano. Alémdisso, com ° funcionamento da Chapecó A'vícola SIA, Indústria eComércio de Aves, instalada às mar.gens daquele curso d'água, osresíduos da matança criam crescentes problemas à saúde e àhigiene públicas.
Dai a necessidade urgente de que seja construído um canal deescoamento, já projetado, mas cuja execução, até agora, não tev~,
início.A esse propósito, o Prefeito de Xaxim, Sr. Santo Valentino
Mattiello, oficiou, mais uma vez ao Dr. Herry Amorim da Costa,Diretor-Geral do Departamento Nacional de Obras e f?aneamento,lembrando-lhe que, há muitos anos, promovido o levantamentotécnico e aprovado o respectivo projeto pelos órgãos competentes,chegando a constar a verba em Orçamento, até agora não se tomounenhuma iniciativa de execução.
Diante disso, endereçamos apelo ao Ministro do Interior, nosentido de propiciar àquele órgão as verbas necessárias para Ciinício imediato dos trabalhos de construção do Canal de xaxim.
·Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
O SR. JORGE ARBAGE <ARENA - PA. Sem revisão do orador.}- Sr. Presidente, a política crediticia do Governo e a de preçosminimos para os produtos regionais são, de certo modo, fundamentais para o processo do desenvolvimento das regiões amaZônicae nordestina. Agora mesmo, Sr. Presidente, a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados acaba de examinar projeto denossa autoria, em que propomos para os preços mínimos majoraçãoigual à do salário mínimo. Com esta proposição, Sr. Presidente,esperamos socorrer o produtor nacional, dando-llie condições decontinuar a .exercer sua atividade no campo; produzindo para estePaís, que realmente necessita aumentar sua produtividade parapoder sair do perigoso estágio das importações e partir com arrojopara uma política de exportações, a fim de corrigir os desníveisde nosso balanço de pagamentos.
Por isso, Sr. Presidente, vai aqui o nosso apelo ao Ministérioda Agricultura, para que examine carinhosamente a importânciadesse projeto e lhe dê o seu apoio para que seja aplicado sobretudonas regiões subdesenvolvidas, como a Amazônia e O Nordeste.
O SR. OCTACíLIO QUEIROZ (MOB - PB. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, recente relatório - levado ao Sr. Presidente da República por um Deputado Estadual do Rio Grandedo Sul e objeto de notícia, hoje, no Jornal do Brasil - dá conta dasituação verdadeiramente angustiante que atravessam os militaresda reserva neste País, pois perdem de 4{} a 50% de seus vencimentos ao deixarem o serviço ativo.
Como representante do Movimento Democrático Brasileiro,quero levantar aqui também a minha voz, fazendo um apelo aoSr. Presidente da República para que encaminhe a esta Casa mensagem no sentido de eliminar essa situação vexatória para os militares da reserva remunerada, que percebem vencimentos absolutamente irrisórios. A informação textual é.de que um Tenente-Coronel,patente razoavelmente alta, que ganhava 22 mil cruzeiros quandona ativa, na reserva percebe apenas 13 mil cruzeiros. ImaginemV. Ex.as por que situação aflitiva! na escala decrescente das patentes e graduações, passam os militares da reserva remuneradaneste País.
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Q1Ünta-feira 20 10165
Deixo aqui o justo apelo que fazemos em favor desses milltares.que não são generais à testa de empresas multinacionals, mas pertencem à numerosa classe dos que, na reserva. perderam todas asvantagens e enfrentam ainda os efeitos da inflação e de outrosgravames.
Meu apelo é para que o Sr. Presidente da República encaminhea este Parlamento, mensagem elevando justificadamente os vencimentos dos militares da 'reserva remunerada do Exército. da Armada, da Aeronáutica e das Forças Auxiliares.
O SR. SIQUEIRA CAMPOS (ARENA - GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.. Presidente, Srs. Deputados, prosseguindona campanha que deflagrei há tempos, volto a solicitar as maisurgentes providências do Governo Federal no sentido da imediataimplantação da linha de transmissão de energia hidrelétrica daUsina de Boa Esperança para o Grande Norte de Goiás e Sul doMaranhão e do Pará. '
Reitero, também, Sr. Presidente, solicitação do !NORA paraque sejám agilizadas as providências para efetivar o anunciadoacordo que permita a titulação final e definitiva da Fazenda Valedas Cunhãs, que abrange áreas dos Municípios de COlinas de Goiás,Arapoema e Pequizeiro, no Estado de Goiás.
se o Governo Federal resolver o grave problema da falta deenergia elétrica, abundante e barata, e se igualmente titular, documentar as terras rurais do Grande Norte de Goiás, estará ensejando àquela região melhores meios para eliminação do estado depobreza do seu nobre povo e para levar o progresso a todos osrecantos da Amazõnia goiana.
O Grande Norte precisa de rodovias; escolas dos diversos níveisde ensino, inclusive superior; armazéns e silos; hospitais, clínicasdentárias e postos médicos; agências bancárias; centros de assistência à infância e à velhice; água encanada e assistência técnicaà produção, mas os seus maiores problemas são, ainda, a falta deenergia elétrica e a documentação de suas terras rurais.
Eis por que prosst,go nesta luta em favor da solução desses doisgrandes problemas. E o faço com todo o vigor das minhas forças.
Confio, como confiam os nortenses de Goiás, em que a vitóriaestá próxima.
Era o que tinha a dizer.O SR. FLORIM COUTINHO (MDB - RI. Pronuncia o seguinte
discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, desde 15 de março de1961, quando entrou em vigor a Constituição vigente, foi assegurado à mulher funcionária pública a aposentadoria voluntária aos3'0 anos de serviço, com proventos integrais (arts. HJO e 101). E àmulher trabalhadora, aposentadoria aos 30 anos de trabalho, comsalário integral (art. 158, XX).
Ao ex-combatente da Força Expedicionária Rrasileira, da ForçaAérea Brasileira, da Marinha de Guerra e da Marinha Mercante,garantida ficou a aposentação aos 25 anos de serviço efetivo, comproventos integrais, se funcionário público da administração centralizada ou autárquica; e com pensão integral, se contribuinte daPrevidência Social (art. 178, letras c e d).
Fizemos questão de reproduzir as próprias expressões constitucionais de então, com as distinções que elas exibem.
Das Emendas Constitucionais, somente a de n.o 1, de 1009,buliu com a matéria, a nosso ver conferindo-lhe o sacramento da'Çonfirmação, solenemente oficiado pelos três Ministros militaresque a promulgaram: Augusto Hamann Rademaker Grünewam,Aurélio M Lyra Tavares e Márcio de Souza e Mello.
Esse direito líquido e certo das mulheres funcionálias e trabalhadoras, e dos pracinhas, encontra-se presentemente confinadonos artigos 101, parágrafo único e 100, r, &; 165, XIX; e 19'7, c,l'espectivamente.
Com a Mensagem n.o 347/77, do Poder Executivo, foi-nos "submetido à elevada deliberação" o Projeto n.o 4.151, que reconheceesses direitos da mulher funcionália e do ex-combatente, em iniciativa de lei ordinária de caráter interpretativo.
Na Exposição de Motivos a acompanhar a proposição g~verna
mental, Srs. Deputados. subscrita pelo Diretor-Geral do DASP,, Cel. Darcy Duarte de Siqueira, foi consIgnado:
"O nÚIDer.o de reIvindicações a esse respeito, chegando aoconhecimento de V. Ex.a, sensibilizou-o, a tal ponto, quêdeterminou V. Ex.a estudos do DASP, para que a mulherfuncionária possa obter o beneficio integral com a reduçãode tempo de serviço na passagem voluntária para a inatividade.Igualmente, em relação aos ex-combatentes, medida da espécie está sendo exigida, considerando que por preceitoconstitucional passaram a ter aposentadoria voluntária aosvinte e cinco anos de serviço (Constituição de 1967, art.
197, letra. c, disciplinado pela Lei n,o 5.316, de 1967, art. 8.0 )."
Frente a tal situação, Srs. Deputados, nosso primeiro impulsofoi no sentido de nos servir do ensejo para fazer justiça aos servIdores inativos com base no Ato Institucional n.O 1, ele 9-4~64.
Apressamo-nos, então, em elaborar emenda alJ. Projeto n.O4.1'51/77, oferecendo-a ao relator da matéria perante a Comissãode Constituição e Justiça, concebida1'1os seguintes termos:
O servidor inativado com fundamento no § 1.0 do art. 7.0 ,
do Ato Institucional n.o 1, de 9 de abril de 1004, e que,posteriormente, foi ou vier a ser declarado livre de culpapor decisão judicial unãnime, terá direito a perceber, comoproventos, os ve:tLclmentos e vantagens integrais de seugrau funcional.
E na justificação, explicitamos:O Ato Institucional n.o I, de 9 de abril de 1964, determinouno art. 7.0 e seu § 1.0 :
- Ficam suspensas, por 6 (seis) meses as garantias constitucionais.ou legais de vitallcidade e estabilidade.§ 1.0 Mediante investigação sumária, no prazo fixadoneste artigo, os titulares dessas garantias poderão serdemitidos ou dispensados, ou, ainda, com vencimentos evantagens proporcionais ao tempo de serviço, postos emdisponibilidade, aposentados, transferidos para a reservaou reformados, por Decreto do Presidente da República ou,em se tratando de servidores estaduais, por decreto doGovernador do Estado, desde que tenham tentado contraa segurança do Pais, o regime democrãtico e a probidadeda administração pública, sem prejuízo das sanções penaisa que estejam sujeitos."
Com base nesses dispositivos, muitos titulares das garantiasconstitucionais ou leg.ais dle ·vitaliciedade e estabilidade foram dispensados, ou demitidos, ou postos em disponibilidade, ou aposentados, ou transferidos para a reserva, ou reformados por decretodo Presidente da República.
Todos reconhecemos que o movimento moralizador de 1964,na ânsia de se ver livre da balbúrdia reinante, coma hierarquiafuncional violentada, cometeu injustiças.
Assim, militares e civis foram desativados sumariamente, comfundamento em acusaçõe.s que não ficaram prov,adas perante oPoder Judiciário, fatos esses que deram causa à suspensão outrancamento de alguns IPMs, e por vezes chegaram a levar os jul-gadores, à absolvição dos indiciados. '
Tais servidores, no entanto, apesar de haverem sido considerados inocentes pela Justiça, continuam inativos recebendo proventos proporcionais a seu tempo de serviço, ou seja, como se culpados fossem dos crimes que equivocadamente lhes imputaram:
Ao transcurso. do "Dia do Soldado", neste ano, em sua "Ordemdo Dia", S. Ex.a, o Ministro do Exército, reconheceu e enfatizouque "toda revolução desencadeia outras forças" difíceis de controlar.
Superadas as dificuldades do pl1-ssado, e restabelecida a normalidade que ora vivemos, urge corrijamos certos excessos praticadoscom precipitação e açodamento, passando a acatar, em toda suaintegralidade. as soberanas decisões do Poder Judiciário. Impõe-se,urgentemente, que cumpramos as sentenças que recompuseram averdade, reconhecendo a total inocência de uns poucos.
E finalizando, acrescentamos:A presente Emenda, que confiamos venha a merecer a apro
vação dos parlamentares designados para examiná-la, intenta resgatar uma injustiça, ao garantir proventos justos aos servidoresque foram declarados inocentes pelo Poder Judiciário, e no entantoprosseguem, a duras penas, percebendo "proventos de condenados".
OCorre, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que-se--fícãssemos· so-. mente aqui, estaríamos concordando, queda, tácita e injustamente,que se mantivesse fora do pálio protetor da lei consecutiva - quevai amparar só as funcionárias públicas, os ex-combatentes servidores públicos, e os referidos em nossa Emenda - as mulherestrabalhadoras e os ex-combatentes. da Segunda Guerra Mundialque hajam participado, comprovadamente, em operações bélicasda Força Expedicionária Brasileira, da Marinha, da Força AéreaBrasileira, da Marinha Mercante ou de Força do Exército, quesej.am contribuintes da Prevldência Social e que contam 25 an~de serviço. .
Em razão disso, acabamos de elaborar outra emenda, mediantea qual intentamos reparar tão grande injustiça, justamente coma mulher e o praclnha, que trabalham em atividades mais sacrificantes, ou seja, em serviços da empresa privada ou em empresaspúblicas sob o regime da Oonsolidação das Leis do Trabalho.
Esse humano objetivo - de igualmente amparaI' aqueles aosquais a "Lex Magna" também garante a inativação com 25 e 30
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anos de trabalho - segundo entendemos, justifica nossa presençanesta alta tribuna, e explica a atenção com que somos ouvidos.
Mas se a tanto chegamos, foi para pedir a V. Ex.as concedermaior atenção às aludidas iniciativas parlamentares, dispensandolhes o aperfeiçoamento e ajud·a de que carecerem - se carecerem- para que se convertam em texto da nova lei interpretativa que,assim, irá de logo favorecer não só as mulheres e pracinhas funcionários públicos, como igualmente às mulheres trabalhadoras eos ex-combatentes que contribuem para a Previdência SOcial; quepagam mensal e religiosamente sua contribuição para as respectivas aposentadorias.
Acreditamos, piamente, que a falha do projeto do poder Executivo configura mesmo uma omissão, e jamais a intenção de prejudicar as mulheres trabalhadoras e os pracinhas trabalhadores.
O encontrado e oferecido por nós constitui o meio hábilde preencher essa lacuna, de resgatar essa injustiça, de deixar osPoderes Executivo e Legislativo bem com os pracinhas trabalhadores que são poucos, e com as brasileiras trabalhadoras, Brasiladentro, que se somam aos milhões!
Certos de que podemos contar com o concurso homologatório,dos caros colegas parlamentares nas duas Casas do CongressoNacional, relativamente às citadas Emendas de nossa autoria, encarecemos a mesm·a atitude do Poder Executivo.
O Governo não deve deixar escapar esse ensejo de fazer justiça aos pracinhas e mulheres que trabalham sob o regime celetista, aplicados diligentemente nas tarefas diárias voltad·as para areconstrução econômica nacional.
Neste instante raro de congraçamento geral das forças reaisdo País, Sr. Presidente, em torno de direitos constitucionalmenteassegurados à mulher, ao ex-combatente, e aos teconhecidos inocentes pelo Poder Judiciário, cumpre ao Governo viabilizar aaprovação das mencionadas Emendas, apagando da memória detodos a omissão, que, todos sabemos, não foi intencional.
Que o Governo, o esquema legislativo do sistema acione e sancione uma lei livre de qualquer eiva. Uma lei que consagre, interpretativalnente, como é o presente caso, o direito da mulherfuncionária, da mulher trlj.balhadora, do pracinha em atividadepública ou privlldr., e dos absolvidos pela Justiça, contempladosem uma de nossas proposições.
Propiciemos justiça, aos que têm fome e sede de justiça!O SR. PEIXOTO FILHO (MDB - RJ. Pronuncia o seguinte
discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no 7.° Congresso daAssociação Brasileira de Juizes de Menores, que encerrou seus trabalhos sábado último em Salvador, Bahia, foi aprovad·a sugestãodo Dl'. Liborni Siqueira, Juiz de Menores da Comarca de Duque deCaxias, R.T, de criação do Ministério da Família e do Menor. S. Ex.ajustificou sua moção lembrando que, mesmo com a criação doSlNPAS, a FUNABEM continuará como órgão normativo, não existindo até o momento um órgão que execute a politica nacionaldo bem-estar do menor.
O ilustre magistrado fluminense esclareceu ainda que a repre.sentante da FUNABEM no Congresso adotou posição contrária àcriação do Ministério, certa de que o mesmo prejudicaria os interesses politicos da Fundação.'
Sr. Presidente, a propósito da idéia da criação do Ministérioda Familla e do Menor, impõe-se-me o dever de lembrar que, dorelatório oferecido pela Comissão Especial, destinada a elaborarProjeto de Lei sobre Estabilidade da Familia Brasileira recentemente entregue ao Presidente da Câmara dos Deputadbs, constaa proposta de instalação de uma Comissão Permanente da Famíliae do Bem-Estar Social, como primeiro passo para a criação doMinistério com a mesma denominação, sugestão que formalizei,como membro efetivo daquela Comissão.
As estatisticas são impressionantes. São 25 milhões de menores em estado de carência, dos quais 13,5 milhões de menoresabandonados.
Mudam-se normas ou siglas das instituições, criam-se novosinstrmnentais na esperança de um maior desemfJenho em suafunção, porém, na realidade, a situação permanece inalterável,com prognósticos os mais sombrios. Parece mesmo qUI! os governantes responsáveis por uma politica mais objetiva em favor domenor abandonado ainda não perceberam que este é um dos maisgraves e constrangedores problemas sociais, deles necessitando demaior atenção, se é que se pretende dar ao menor a devida assistência.
Acresce dizer que, para os experts, o grande problema policialnas áreas metropolitanas se situa entre os delinqüentes menores,havendo muitos delinqüentes entre 18 e 21 anos que ainda nãosão totalmente responsáveis pelos seus delitos, para afinal indicarem que esses menores constituem, hoje, a maioria da populaçãodas grandes cidades brasileiras.
Sr. Presidente, no meu modesto entendimento, a criminalidadeé apenas um argumento válido, mas comprometido com motivosegoístas e defensivos, uma vez que a delinqüência é, tão-somente,o resultado do abandono, a sua conseqüência natural e lógica.
Pôr isso, desde que haja proteção efetiva, social e legal de todaa sociedade, transfere-se ao menor uma substancial estabilidadeemocional, preservando-o, assim, do abandono que lhe causa revolta, pressão e medo, predispondo-o à prática do vicio e, conseqüentemente, de crimes.
Ainda mais.É jurisprudência pacífica que a assistência institucional já
deu o que tinha que dar. Hoje, pelas novas técnicas, exige-se aprevenção pelo fortalecimento da família.
Toda doutrina moderna baseia-se na premissa-afirmativa deque o problema do menor gira em torno do trinômio pai-filha-lar.A criança não pode prescindir do lar, o próprio ou um substituto,mas um la!;'. E isso, aliás, está inserido na Carta dos Direitos daCriança .que proclama enfaticamente: "Nenhuma criança deveráser privada de seu lar por razões econômicas".
Da tese infere-se que é dever do Estado até subvencionar diretamente determinadas famílias, desde que o abandono sej a deorigem puramente econômica, pois existe também o caso do abandono moral.
O Estado efetivará sua proteção, assistência e amparo, pormeio de medidas preventivas ao desajuste da família. A família é olar, são células sociais decisivas na formação moral dos menores.Respeitando a integridade da familia, estaremos, sem dúvida, ajudando a infância.
A temática é vasta e apaixonante. A solução brasileira deveser encontrada dentro de nossa própria realidade. Certo é gue asolução do problema do menor é primordial para a ruptura dosgrilhões do subdesenvolvimento.
Dai a esperança de que o Governo implante, o quanto antes,uma política autêntica, objetiva, de amparo ao menor, descompromissada com preconceitos e puritanismos.
Até quando!O SR. JOS:t ZAVAGLIA (MDB - sr. Pronuncia o seguinte
discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a incerteza ditada peloexcesso de mudanças que ocorrem na área financeira do Governo,com reflexos sobre ll. politica agricola, tem gerado os mais desencontrados comentários. Entendem alguns que as estatisticas sobrea área plantada no Estado de São Paulo deverão mostrar expansão no próximo ano agricola, mas, na prática, essa área deverápermanecer a mesma ou diminuir. A explicação para esse fenômenoé dada como forma de levantar nos Bancos financiamentos sobreárea calculada e não efetivamente plantada. Essa meia verdadenão deve ser tratada como má fé, mas sim como um subterfúgIoque será consumido pelos insumos e fertilizantes - que, segundoesses entendidos, estão com seus preços inflacionados - para
. compensar o prazo dado para seu pagamento, que está sendoadiado para o final da colheita.
Ocorrem, porém, algumas exceções com relação à área plantada. Uma delas a da cultura do algodão, cujo plantio poderá sermaior em algumas regiões do nosso Estado.
A venda de sementes pela Secretaria da Agricultura, até 28de agosto, 7.757 sacas de 30 quilos, foi 750% superior ao volumevendido no ano passado até a mesma data.
É bastante paradoxal eSsa tendência favorável ao plantio doalgodão, tendo em vista que a comercialização da última safravem sendo feita de forma lenta e a preços baixos em razão demercado interno e externo. Alguns explicam esse fenômeno daseguinte forma: o algodão foi das culturas que teve maior reajuste no preço minimo e é também um dos cultivos que permitelevantar maior volume de financiamento por hectare a ser plantado.
Novo paradoxo surge da( por ser o algodão uma lavoüra bastante dispendiosa. Para este caso, o Presidente da Comissão TéCrnica de Algodão da FAESP, ,José Maria Azambuja Rolim, tem umaexplicação bastante simples: "a maioria dos lavradores não levaem conta esses detalhes. O que vai ocorrer fatalmente é que osgastos com os tratos culturais, e também com a colheita, irãoanular completamente a vantagem inicial".
Já no âmbito federal, aS perspectivas para o mercado internode algodão são mais favoráveIs do que neste ano, com produçãomenor, mas preços melhores, principalmente na Regiãu Centro-Sul.Como explicação, os técnicos argumentam que a queda de 40%na produção prevista no principio deste ano, devido à concorrênciada soja, foi eliminada exatamente em razão da queda nos preçosdesta última.
Cabe aqui também considerar as dificuldades por que passamos cotonicultores do Nordeste. Embora o preço mínimo estabelecido
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pelo Governo seja o mesmo para todos os Estados brasileiros, oproduwr nordestino recebe um preço muito abaixo do mínimo. Asdiferenças se devem à intermediação de corretores rurais, que sevalem das dificuldades de acesso dos pequenos produtore.s às usinasbeneficiadoras, o que se dá por falta de transporte e, às vezes, atémesmo por comodismo.
O Governo, segundo se informa oficialmente, pretende, paraaliviar a crise econômica, financiar os estoques privados de algodãoem pluma, estImados em cerca de 130 mil toneladas. A!irmam ostécnicos que, retirando esse produto do mercado, havera uma natural elevação de preços em função da redução da oferta, beneficiando principalmente os produtores nordestinos que estão colhendosua safra. A medida será positiva, também, para os produtoresda Região Centro-Sul, pois uma grande parte da produção empoder das cooperativas permanece sem comercialização.
Não temos dúvida quanto ao acerto dessa medida. Urge quea executem, para que .seus efe~tos se façaIll- sentir de i~ediatosobre a cotonicultura. O que nao podemos e permanecer mertesdiante das apreensões que se generalizam. A medida restabeleceráa confiança do setor nas nossas autoridades.
Era o que tínhamos a dizer.O SR. FRANCISCO ROCHA (MDB - RN. Pronuncia o seguinte
discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a eficiência com queos organij:lmos de segurança do governo alemão promoveram o ~esgate dos ocupantes do Boeing da Lufthansa, no aeroporto da CapitaleLa Somália numa repetição do que fizera, há algum tempo, ogoverno de 'Israel em Uganda, v~io .de,monst.rar q1}e nem todC!s oshorizontes são plenamente favoravels. a prollferaçao do terrorIsmoe da pirataria aérea no mundo atual.
Em verdade a onda de terrorismo desfechada nos últimostempos está a eXigir uma tomada de posição de todas as nações-contra o procedimento daqueles que se propõem a ir às.úl~imasconseqüências, na defesa de interesses escusos e inconfessavelS.
Dias antes aliás foi o Japão, que estive visitando recentemente coagido' a ent~egar aos terroristas vultosa quantia em dinheiro e ·a libertar elementos altamente perigosos para a segurança mundial que mantinha presos, à disposição da justiça. Masos piratas do ár não confiaram na ~ção da j~stiç~, Sr; ~residen~.Na primeira oportunidade, foram a forr,a, nao so eXIgmdo o dinheiro e a libertação de seus comparsas, como impondo gravesriscos ao tráfego aéreo em todo o mundo.
E o mais grave é que ainda encontraram um pais árabe quenão teve nenhum acanhamento em recebê-los, como se fôssembem-vindos depois de tamanha ferocidade cometida contra umanação desenvolvida como o Japão e contra indefesos passageirosde um avião comercial.
No caso da Alemanha, ·Sr. Presidente, o seqüestro ,abalou todaa humanidade, a ponto de o próprio Papa Paulo VI haver-se oferecido para ficar em lugar dos indefesos refém.
Felizmente, a pronta ação dos comandos de resgate devolveu-aos seus lares os oitenta e seis reféns, exceto o Comandante daaeronave, que não escapou à crueldade dos terríveis inimIgos dasociedade mundial.
Diante dessa situação, Sr..Presidente, é o caso de se perguntar:que faz o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que não reúne os países dele participantes para adotaremmedidas de controle e prevenção do terrorismo? O que faz a ONlU,que, diante da tanta barbarídade, não se manifesta, não exige deseus membros severas medidas de repressão? Até quando passageiros da aviação comercial continuarão sujeitos à sanha dosterroristas? O que fazem os serviços de segurança de todos osaeroportos do mundo, que não se mobilizam em torno de um sóobjetivo, o do combate ao terrorismo?
Da mesma maneira como esses países se preocupam com aseguranca do võo, deveriam preocupar-se com a segurança dospassageiros, uma vez que é em função deles que a aviação comercial existe. Sinceramente, não podemos acreditar que o mundohaja cruzado os braços ou decidido tolerar o terrorismo, Sr. PresIdente, Hoje em dia, já não se pode viajar ,ao exterior com a mesma tranqüilidade de alguns anos atrás.
Como podem caravanas inteiras embarcar numa aeronave depassageiros, conduzindo material explosivo de alta periculosidadee armas de fogo com que conseguem concretizar tamanha barbaridade? Quem estaría financiando essa omissão, Sr. Presidente?
São indagações que não podem ficar no ar, como no a~ nãopode permanecer vagueando, impunemente, a sanha destruHl;orado terrorismo, que já se organizou em comandos e em verdadeirasmáfias internacionais.
Até quando continuaremos testemunhando atos de pirataria·em que a vida humana está sempre condicionada a negociaçõesdessa natureza?
Em termos de eficiência, os comandos alemães merecem osnossos melhores aplausos, porque, como tenho dito desta tribuna,com marginal não se transige. Lamentavellnente, o Comandanteda aeronave não pôde retornar com vi$-. Mas, por outro lado,quatro terroristas deixaram de operar nas linhas internacionaisda aviação comercial.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR, FRANCISCO LIBARDONI (MDB - SC. Pronuncia. o
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, b Plano Nacional de Renovação e R.evigoramento' dos Cafezais, prevendo oplantio de 150 milhões de novas covas de café, acaba de ser lançado em Vitória da Conquista, na Bahia, pelo Presidente do mc.Ali serão plantados 20 milhões de mudas do "rábica" e do "robusta", enquanto São Paulo renovará as lavouras velhas e o Paranáplantará 50 milhões de mudas em áreas não atingidas pela geada.O plano contempla também os Estados de Minas Gerais, MatoGrosso, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e oTerritório de Rondônia.
Não conseguimos entender, Sr. Presidente, por que o mc marginaliza Estados capazes de obter resultados na cafeicultura.Assim, em Santa Catarina há regiões, pelo clima, pelo solo, pelaaltitude, não apenas indenes à geada mas com amplas condiçõespara a cafeícultura.
Os catarinemes têm todos os motivos para protestar contraessa discriminação, não só porque o plano não atende aos tradicionais produtores, senão também porque promove a cefeiculturaem Mato Grosso e Rondônia que jamais conseguiram produziro suficiente para o consumo interno.
Esse plano é tanto mais injusto quanto até o Estado do Parádele se vê alijado, quando se trata da região pioneira da produção de café, no País, que de lá se espalharam para o Sul, a partirda Bahia e do Vale do paraíba, antes de invadir as montanhasdo SUl de Minas e os altiplanos paulistas.
Nós, os catarinenses, não podemos ficar fora desse plano. Daío nosso veemente apelo ao Presidente do mc no sentido de incluiro Estado de Santa Catarina entre aqueles que devam ser beneficiados pelo Plano Nacional ele Renovação e Revigoramento dos Cafezais.
. Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
O SR. AROLDO CARVALHO (ARENA - SC. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Prefeitos de cidadesonde existem terminais da PETROBRAS - Ilhéus, Rio de Janeiro, São Francisco do Sul, São Sebastião e Tramandaí - pleiteiamdessa empresa uma compensação pelos danos que sofrem em virtude da presença de tais instalações.
Nós, de Santa Catarina que lutamos pela implantação deuma refinaria de petróleo como aquela com que foi contempladoo ~tado do Paraná, em Araucária, recebemos apenas o terminalpetrolífero de São Franci.sco do Sul, que causa danos terríveis àcidade, além de aumentar os encargos da Prefeitura Municipal.
Parece-me justo o que pleiteiam esses Prefeitos. Daí por que,apelo ao Sr. Presidente da. República no sentido de ser atendidaessa reivindicação.
O SR. GOlUS DO AMARAL (MDB - PR. Pronuncia o secninte discurso.) - Sr. presidente, Srs. Deputados, çerca de 10 milintegrantes da Polícia Militar do Paraná deverão impetrar uma.ação contra o Governo do ~tado para atualizar a gratificaçãoconcedida pelo "risco de vida" da profissão. O montante a sercobrado ao Estado está cl~lculado em um bilhão de cruzeiros, jáque esta gratificação vem sendo congelada desde 1004. O processoestá sendo coordenado peito Departamento Jurídico da SociedadeBeneficente dos 8ubtenentes e sargentos do Paraná e já contacom a adesão das corporações de todo o Estado. A cada policialmilitar que esteja trabalhando desde 1964 deverá caber cerca deCr$ 100.000,00,. ,
Sr. Presidente, Srs. Deputados, há. muito tempo que o funcionalismo do Paraná de um modo geral vem sendo relegado a Umsegundo plano, dentro do, esquema das preocupações do GovernoEstadual. li: difícil localizar uma categoria funcional dentre osservidores do Flstado do Paraná que não demomtre sua insatisfação com respeito a problemas que os afetam. li: o professoradoque continua sendo mantido e alimentado pela vocação de cadamestre desejoso de ceder a sua parcela de contribuição à sua comunidade, pois a remuneração é aviltante e apresenta um quadrodesolador como o espelhado nos jornais mineiros, onde uma professora primária, num anúncio comercial, externava as razões quea levaram a solicitar emprego como empregada doméstica. NoParaná o quadro é o mesmo e não envolve apenas o magistérioprimário. A sítuação envolve toda a categoria funcional do professor, vai do primário ao ensino superior. Chegou-se até a mutilar o Estatuto do Magistério para não se conceder melhoras ouesperanças ao quadro dos respomáveis pelo ensino no Paraná.
1616S Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'7'1
A remuneração pelo exercício de cargo comissionado, como diretorde qualquer estabelecimento de ensino paranaense, é a mostra,é a evidência da desconsideração do Governo para com os responsáveis pela educação do povo de meu Estado. A situação nãoé diferente, se analisarmos os demais quadros dos prestadoresde serviços ao Governo paranaense. São funcionários miseravelmente rémunerados dentro de um Estado rico.
Deixo aqui o registro de minha esperança de que o problemado "risco de vida" dos homens da Policia Militar venha a serresolvido.
O SR. JOEL FERREIRA (MDB - AR Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, ao Presidente do Banco do Brasil, ao Sr. Ministro da Fazenda e, de resto, ao Governo brasileiro, dirijo veementeapelo no sentido de que sejam tomadas providências para a instalação de uma agência do Banco do Brasil em Fonte Boa noAmazonas.
Essa cidade, Sr. Presidente, fica exatamente a meio caminhoentre Manaus e a fronteira com o Peru. Jj: isolada, desprovida demeios de comunicação e, sobretudo, de recursos bancários. Paraefetuar os depósitos compulsórios do Governo, os cidadãos ali residentes precisam se deslocar durante dois ou três dias de barco,até o MunicíPio mais próximo, onde existe uma agência bancária.
Por isso, faço, desta tribuna, em nome do Município amazonense de Fonte Boa, o mais veemente apelo ao Governo, para queali instale uma agência do Banco do Brasil.
O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RI. Pronuncia {} seguintediBcUl"OO.) - sr. Presidente, Srs. Deputados, não desconhecemosde Correios e Telégrafos, depois da criação da EBCT. Mas algunssenões observado, sobretudo no Estado do Rio de Janeiro, pois recebemos muitas cartas de volta, por falta de distribuição em lugares próximos dos centros urbanos.
Penso, Sr. Presidente, que não se justifica inexistirem, no Estado do Rio de Janeiro ou em qualquer outra parte do País, zonasonde não se distribua correspondência, ficando cartas retidas nasagências, para serem, posteriormente, devolvidas a quem as endereçou.
Não se trata, aqui, de uma crítica. Antes, temos aplaudido aEmpresa Brasileira de Correios e Telégrafos por sua eficiência.Mas é preciso corrigir as deficiências. Por isso nos apressamos emapelar à EBCT no sentido de suprimir estas zonas onde não sedistribuem correspondências, cobrindo com seus carteiros todo oterritório nacional, coisa que não nos parece impossíveL
Outro aspecto que desejo abordar, neste assunto, é a situaç.ãode distribuição de correspondência na Região dos Lagos, Estadodo Rio de Janeiro.
Os municípios da Região dos Lagos são vizinhos e bem próximos. Entretanto, uma correspondência, expedida de um paraoutro, custa a chegar, pois não havendo mala direta entre eles,toda carta precisa vir a Niterói, para voltar, dois dias depois, e serentregue ao destinatário.
Solicitamos da Diretoria Regional que atende à Região dosLagos, sediada em Niterói, que estude uma solução para este problema, facilitando o trânsito de correspondência entre aquelesmunicipios, aperfeiçoando o trabalho e tornando-o mais eficiente.
São muitas as .reclamações dos moradores de Cabo Frio, Aral'uama, São Pedro d'Aldeia e saquarema por esta deficiência nadistribuição de correspondência na Região dos Lagos. Estamoscertos de que a Empresa Brasileira de COrreios e Telégrafos há decorrigir essa deficiência.
Era o que tinha a dizer.O SR. ITURIVAL NASClMENTO (MOB - 00. Pronuncia o
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, concordo plenamente com o meu companheiro, eminente secretário-Geral doMovimento Democrático Brasileiro, Deputado Thales Ramalho,quando sugere ao Presidente da República a substituição do Sr.Armando Falcão no Ministério da Justiça.
O SR. VALDOMIRO GONÇALVES (ARENA - MT. Pronuncia{) seguinte diBcUl'SQ.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Associação Brasileira de Juizes de Menores, em seu 7.0 Congresso, realizado recentemente em Salvador, decidiu unanimemente sugerir aoSr. Présidente da República a criação do Ministério da Familia edo Menor, ·acolhendo sugestão do Juiz de Menores de caxias, Dr.Liborni Siqueira, que afirmou existirem em nosso Pais 89 milhõesde pessoas pertencentes ao grupo materno-infantil, ou seja, 76%da população brasIleira.
. Dentre os treze pontos que apresentou como justificação para a instituição do novo Ministério, apontou os resultados da Comissão Parlamentar de Inquérito do Menor, realizada por estaCasa, que teve como Presidente o insigne Deputado Carlos santos, e como Relator o nobre Deputado Manoel de Almeida, concluindo pela existência de 25 milhões de menores carentes e aban-
danados no território nacional, dos quais mais de 13 milhões sãoabandonados.
O estado de pobreza e de subalimentação desse grande contingente de menores, a partir da gestação, todos com problemasde desnutrição, cria em nosso Pais grande percentual de deficientes mentais, porquanto suas células nervosas nascem enfraquecidas, ou então diminuídas, ou ainda lesadas.
Como sabemos, o encéfalo desempenha funções que associamos à inteligência, ao controle biológico e à integração, sendoesta uma das razões da elevada taxa de criminalidade infantilexistente no País.
Temos, por outro lado, nos dias de hoje, uma influência negativa da televisã.o sobre o comportamento do menor. A exibiçãode chamadas para filmes policiais em horários destinados à programação infantil, apresentam exatamente as cenas de excitação à violência e à sexualidade.
Seria recomendável que as emissoras de televisão evitassemapresentar "traillers" de violência e sexo antes das 22 horas.
No cinema, de outra parte, a grande maioria dós filmes versam igualmente sobre sexo e violência, como se inexistissem outros temas para abordagem cinematográfica.
Mesmo com a criação recente do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social - SINPAS - a Fundação Nacional doBem-Estar do Menor ~ FUNABEM - continuará como órgão normativo, inexistindo um órgão executivo da politica do bem-estardo menor.
Segundo o relatório da CPI do Menor, "os fenômenos da marginalização social geram efeitos corrosivos e desintegradores queatingem, simultaneamente, as familias de baixas rendas, geralmente prolificas e despojadas de capacidade aquisitiva, e os menores carenciados de O a 18 anos, vítimas da desagregação familiar, que lutam pela sobrevivência em condições adversas de existência."
E, continua: "os problemas de marginalização de vastos contingentes da população carenciada evidenciam dimensões, complexidade e perspectivas ameaçadoras e constituem o desafio maiora ser enfrentado pelas forças governamentais, empresariais e comunitárias, no espaço geográfico, politico, econômico, social eadministrativo do Pais.
Nas áreas deterioradas das regiões metropolitanas e zonas urbanas congestionadas, o processo marginalizante vem-se agravando, num ritmo potencialmente explosivo, revelando os indicadores sociais que a problemática das famílias, das crianças e dosmenores carenciados está rapidamente evoluindo para situaçãode calamidade pública.
Assim, os efeItos acumulados e convergentes das altas taxasde incremento demográfico; as migrações desordenadas; os desequilíbrios inter-regionais; a precariedade financeira e notória incapacidade operativa dos governos locais; os impactos negativosda má distribuição da renda; a poluição ambiental; os baixos níveis da qualidade da vida; a paternidade irresponsável; a desagregação familiar; as péssimas condições de habitação, alimentação e escolaridade; as 'doenaçs; o analfabetismo; a evasão escolar; a insuficiente carga horária nos estabelecimentos de ensino; o subemprego, o desemprego e o pauperismo; o recrudescimento da delinqüência e da criminalldade; a superlotação daspenitenciárias constituem, em síntese, uma constelação de fatosque devem ser identificados e diagnosticados convenientementepara o exato conhecimento e .plena compreensão das forças geradoras da marginalização social.
Todas estas razões - paupáveis a olho nu·em nossa realidade- e mais OS efeítos multiplicadores da marginalização das famílias pobres, das crianças e dos menores, criando obstáculos aos esforços governamentais para o desenvolvimento social do Pais, gerando intoleráveis tensões psicossociais e traumatizando a consciência nacional, nos levam a encampar a decisão unânime dosJuizes de Menores do Pais, no sentido de ser instituído o Ministério da Família e do Menor, para fazer frente aos problemasfocalizados.
Esperamos que o insigne Presidente. Geisel, conscientizado queestá· dessa grande questão social e que reclama soluções urgentes,acolha a idéia da Associação Brasileira de Juízes de Menores eviabilize a cria1;ão do novo ministério.
Era o qúe tinha a.dizer, Sr. Presidente.O SR. JUAREZ BERNARDES (MDB - GO. Pronuncia o se
guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, dfa 12 últimoa cidade de Itumbiara comemorou festivamente o seu fl8.o aniversário. Foi, sem dúvida alguma, uma festa digna do seu povo,com um desfile que durou 3:30 horas sob aplausos incessantes dapopulação .
Itumbiara é realmente uma das cidades que maís crescem noBrasil. Mas para isso é indispensável que haja confiança nos seus
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administradores. E a cidade tem sido muito feliz com os seus úl~
timos administradores. Não podemos voltar muito no tempo, masé indispensável que se renda homenagem especial ao extraordinário homem público que é João Rocha, que, no exíguo prazo dedois anos de administração, tudo fez em prol do desenvolvimentomunicipaL Imbuido do mesmo propósito, segue-se o dedicado Sebastião Xavier Júnior, "Tãozinho", como é conhecido de todos,devotado administrador, que, mesmo sofrendo todas as pressõese restrições do Governo Estadual, marcou sua passagem pelo Governo Municipal com uma proficua administração, em favor detodos, mas sobretudo para a classe menos favorecida, sendo mesmo conhecido como o "pai dos pobres". Posteriormente, apareceo Modesto de Carvalho, que de "modesto" tem pouco, mas muitotem de "carvalho", porque plantou os alicerces de uma administração duradoura, séria e honrada que dignificou toda famíliaitumbiarense. Por fim, chegamos à atual administração do Prefeito Radivari Miranda Machado.
A cidade explode em crescimento. Os problemas se avultam.Mas o moço Radivari não se atemoriza, porque é homem testadono trabalho. São oito meses de administração e, nesse curto espaço de tempo, já se pode notar a que veio. Pelo seu dinamismo, peloseu tirocinio e sua volitade de servir, temos a certeza de umaadministração que deixará saudades. Já adquiriu duas chácarasvisando a instalar um matadouro moderno e a' dotar a cidaçlede um novo e moderno cemitério, por falta de condições do atual.
Adquiriu área na "Beira Rio" para instalação do Hospital Municipal, tendo sido lançada a pedra fundamental no dia do aniversário da cidade. No setor educacional, a rede municipal já temmatriculado na L'" a 8.'" série o total de 10.735 alunos.
O seu plano administrativo é, sem dúvida alguma, arrojado,mas ele emerge de uma vontade 'firme e férrea, que quer levar-avante um programa de governo à altura de sua cidade que, temos certeza, alcançará completo êxito, graças a uma equipe deassessoramento capaz e bem intencionada que o cerca.
O SR. MILTON STEINBRUCH (MDB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o subúrbio maispobre de Niterói - absolutamente carente de todos os serviçospúblicos, ignorados pela sede municipal e pelo Governo do Estado- tem o nome original de Caramujo. Deve-se o topõnimo a umatriste inspiração: seus primeiros moradores tiveram os casebresdestruidos por um temporal e de lá fugiram, levando às costas oque podiam. Como se diz que o caramujo é o único animal queanda com a própria casa no dorso, surgiu o batismo irônico dalocalidade.
Tem apenas uma rua asfaltada - com verdadeiras crateras.empoçadas - as demais de terra batida, as residências, são, namaioria, paupérrimas. Só há uma escola pública, apenas um ônibus para Niterói, um só médico do Estado, iluminação precária,praticamente sem abastecimento de água no período de estiageI!l,nenhuma serviço de limpeza e higiene pública: é um tipico bairrooperário fluminense, no extremo limite da pobreza.
Muitos dos seus moradores trabalham em Niterói e, como a"Viação Caramujo" não prima pela pontualidade, têm que andarum quilõmetro a pé, até o Largo do Moura, a fim de apanhar outra condução. Também ali se encontra o único telefone públicopróximo do bairro sem comunicações.
Praticamente não há policiamento, e fica na jurisdição do3.° Distrito, totalmente desaparelhado, crescendo, por isso, a incidência dos assaltos em Caramujo. Por isso mesmo o comércio local cerra muito cedo as suas portas, ficando as ruas desertas.
Aquela população proletária só tem três alegrias: uma semanal, o futebol; duas anuais, o Carnaval e a festa de Nossa Senhora de Nazaré, na única igreja existente. Rezam para a Santa,para diminuir-lhe a miséria; torcem pelo Figueira Futebol Clubee animam a Escola de Samba combinados do Amor, uma das maisantigas de Niterói, que, no último carna....al, obteve a quarta colocação no Primeiro Grupo.
Depois do tríduo de Momo, a festa grande mesmo é a daPadroeira: as ruas embandeiradas, procissão, miSSa festiva e quermesse no largo da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré. O povo deCaramujo acha que deve muito mais à sua Santa do que a qualquer autoridade municipal, estadual ou federal.
Só vêem políticos em vésperas de eleição, e uma praça inacabada, com dois bancos quebrados, tomada pelo capim, é a únicalembrança de uma promessa que começou a ser cumprida, emtroca dos seus votos, interrompida para sempre, depois da apuração.
Cercado pela miséria e pelo abandono, totalmente ignoradopela administração municipal, o bairro' de Caramujo, com a suapopulação proletária, quase sem assistência médica, sem escolasque atendam à infância e à adolescência suficientemente, enfrentando a lama, a falta de água e de transportes, as ameaças dosmarginais, consola-se nas três alegrias: o campo de futebol, a praçada Matriz, no dia da Padroeira e os preparativos para o desfile. da
sua Escola de Samba. Nela gastam as minguadas economias, inclusive para custear uma improvisada "polícia mineira", para evitar brigas que deslustrem os "Combinados do Amor".
Dai por que ocupamos esta alta tlibuna, para encaminhar umapelo ao Prefeito de Niterói, no sentido de lançar suas vistas parao Caramujo, onde poucas alegrias não disfarçam o desconforto detodo o dia e o aband,ono da vida inteira, pela absoluta precariedadedos serviços públicos.
Era o que tínha:rr.os a dizer, Sr. Presidente.
O SR. GI!JRSON CAMATA (ARENA - ES. Pronuncia o seguintediscurso.) -, Sr. Presidente, Srs. Deputados, o digno DeputadoFalia Lima dev~rá apresentar, nos próximos dias, à consideraçãodesta Casa proJeto de emenda constitucional que estabelece oprincípio da reciprocidade de informação, pelo qual todo o cidadãoterá o direito de saber o que é dito a seu respeito nos ficháriosdos organismos oficiais de informação.
No meio de tanto debate estéril, tal projeto de emenda constitucional se constitui numa excelente contribuição para o aperfeiçoamento do Estado de Díreito.
O editorial do. jornal O Globo, ontem, fixou de maneira magistral essa contribuição e se constitui numa exaltação à maneiramais simples. de o legislativo participar da busca do aperfeiçoamento dos direitos humanos.
Passamos a ler o editorial, a fim de que seja transcrito nosAnais da Casa:
"A RECIPROCIDADE DA INFORMAÇAO
Dentre os direitos hoje indiscutíveís do Estado moderno,mesmo nos casos dos regimes democráticos de menor taxaintervencionista, está o cercar-se de um sistema de informações para tornar-se mais habilitado a prevenir os perigos que afetem a segurança nacional, a segurança dopróprio Governo e a da comunidade no seu todo ou nassuas parcelas. O fenômeno do terrorismo se incumbe porsi só, de avaliar a legitimidade desse procedimento q~e asconcepções liberalizantes do passado em princípio repugnariam.
Nàturalmente, a forma de captar essas informações deanalisá-las e de utilizá-las - sobretudo quando se refe'remao modo de agir ou de pensar de pessoas - pode variara partir de um exercício éompatível com as regras legais,políticas e éticas de uma sociedade aberta até o extremoda intromissão policialesca e arbitrária, própria dos governos de opressão.Informações de earáter pessoal constituem, por outro ladomatéria de uso corrente em organismos privados da estru~tura do nosso tempo. Há toda uma sistemática e já umatecnologia avançada a serviço de empresas que precisamcomputar dados sobre a idoneidade ou a credibilidade financeira de consumidores e investidores. Um pedido decrédito ou de financiamento exige das partes envolvidasficha limpa nos cartórios de títulos e nos serviços de proteção a essas operações.O que resta saber, agora, é se o cidadão está, por sua vezprotegido da segurança dessas informacões - as do Es~tado ou as de órgãos particulares - e > se tem condiçõesde contestar erros eventuais, cuja permanência pode trazer-lhe danos ÍlTeparáveis. E para chegar à retificaçãosaneadora, o indivíduo atingido precisa, antes de maisnada, de livre a(:esso às fontes do registro.
Um projeto de emenda constitucional do Deputado FariaLima, já com 240 assinaturas na Câmara - e segundoconsta, apoiado pelo Líder José Bonifácio - pretende pre- .cisamente estabelecer o princípio da reciprocidade nodireito da informação, de maneira que o cidadão alcancepleno conhecimento do que é dito a seu respeito nos fichários dos organismos governamentais e privados e gozeda faculdade de retificar, nos termos da lei, os registrosdeliberada ou casualmente errôneos.
Eis o exemplo de como uma boa contribuição para o aperfeiçoamento do ]~stado de Direito pode ser feita de modoconcreto, viável, equilibrado, sem carregar no seu bojosegundas intenções desvirtuadoras.
A informação de caráter pessoal é aquela mais sujeita aequívocos e deturpações de toda ordem. Serve. como nenhuma outra, à malignidade dos propósitos de desforra eaos venenos do ressentimento não raro gratuito. Nadatão justo, por isso, quanto criar meios de neutralizaçãodo erro de julgamento ou do intuito perverso eventualmente contidos nos arquivos da privacidade, assim permitindoreabilitações de outra maneira jamais praticáveis.O projeto Faria Lima encerra sentido democrático e humanista. Não devemos aceitar, de fato, que a complexi-
!OIlO Quinta-feira 20 DIARIO 1)0 CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
dade e a sofisticação dos mecanismos de informação oscoloquem acima do direito de cada participante da sociedade, sem discriminações, de cotejar a verdade neutra dasfichas e dos computadores com as alegações de sua verdade em carne e alma."
O SIR. EMANOEL WAISMANN (MDB - R.J. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o pagamento depensão por parte do INPS aos dependentes do contribuinte falecido obedece a determinados princípios burocráticos que geralmentedeixam a descoberto, por mais de um mês, a família do extinto.
No que tange aos contribuintes do IPASE, servidores públicosfederais, ou aos institutos previdenciários dos Estados e Munícípíos,o problema assume proporções mais alarmantes, e não raro a pensão começa a ser paga 60 ou 90 dias depois de ocorrido o falecimento do contribuinte.
São incontáveis os casos do duplo desespero que vísita tais famílias. Primeiro, a perda do ente querido. Depois, a burocracia,quase intransp,mível, na luta para recebimento de um benefícioque deveria ter solução simples e rápida, o que infelizmente jamaisacontece.
Temos entendido, Sr. Presidente, que a forma inteligente e humana de se equacionar tal problema reside na determinação de oempregador, seja o Estado ou particular, vindo a falecer o empregado, manter o seu nome na folha de pagamento, até ser regularizada d, pensão com o instituto competente, que com o mesmofaria acérto de contas, deduzindo-se a importância paga aos dependentes do total a ser recolhido à instituição previdenciária.
Te/iam acesso ao pagamento creditado os dependentes arrola-dos,Pós assentamentos do empregado, conforme dispusesse a norm}!" reguladora desta matéria.
Não haveria, desta forma, qualquer solução de continuidade norecebimento, por parte da família do empregado morto, do necessário às suas despesas indispensáveis. Evitar-se-ia o surgimento deproblemas sociais, e o empregador não estaria absorvendo prejuizos, pois que na própria folha de pagamento deduziria aquela importância do montante a recolher ao instituto de previdência.
1 Neste sentido, Sr. Presidente, já nos temos manifestado em outras oportunidades. E se insistimos no assunto é porque ainda nãovimos prosperar esta idéia junto aos órgãos responsáveis pela previdência social em nosso País.
Enquanto isso, o problema' subsiste ante a insensibilidade dasautoridades e o desespero dos que, muitas vezes colhidos pela surpresa, não se preveniram suficientemente, documentando-se o bastante para apressar a concessão da pensão devida.
Assim, ao tempo de burocracia oficializada, outro se junta, ouseja, o que se gasta para ordenar toda a documentação exigida aoatendimento do benefício.
Deixo o assunto à consideracão do Sr. Ministro da Previdênciae Assistência Social, na certeza' de que S. Ex.a há de, por esta v€z,se sentir sensibilizado com este problema.
Era o que tinha a dizer.O SR. HENRIQUE EHUARDO ALVES (MDB - RN. Pronuncia
o seguinte disc1U"So.) - Sr. presidente, Srs. Deputados, os jornaiscontinuarão, ao menos até o inicio do próximo ano, ocupando páginas sobr-e nova fase do diálogo. E notícias esparsas, como a doendurecimento da política salarial, afirmado por autoridades deprimeiro nivel, prosseguirão angustiando o povo brasileiro, há tantos anos chamado a sacrifícios imensos em nome do combate àinflação.
Não podemos, no entanto, silenciar nossas vozes. Cumpre àOposição clamar sempre em favor do povo, especiahnente das classes mais humildes, na esperança de que venham a ter dias melho:res.
ll: o que vimos fazer, mais uma vez, afirmando a necessidadeurgente de um abono salarial que venha a atenuar um pouco asagruras da vida do assalariado.
Em 1964, visando a estancar a espiral ínflacionária, adotou-se amais rígida política salarial. Nem esta veio a ser cumprida, poisnumerosas distorções foram criadas, sempre com o objetivo de conter cada vez mais os salários. Assim é que os reajustes previstospela própria legislação governamental nunca foram reais, graçasao manuseio de dados e índices pré-fabricados.
Absurdo querer combater qualquer inflação à custa do assalaríado. Ainda mais em país pobre e de situação social tão deprimente como é o nosso. Conseguiu o Governo esvaziar a mesa dotrabalhador, pela perda real de salários. Mas a inflação não foiestancada e adquiriu vigor novo recentemente. E novamente sequer combatê-la à custa de quem nada tem ou dispõe de muitopouco para sua mera sobrevivência.
Além de profundamente injusto, social e humanamente, issosignifica reincidir em erro grave. Na verdade, necessitamos - e
com urgência - não de esvaziamento salarial, mas de melhoria,inclusive para a sobrevivência da grande maioria do povo, comopara que algum dia possamos vir a dispor de um mercado internosuficientemente rico, capaz de nos libertar de uma insuportáveldependência externa, onde as restrições aos nossos produtos crescem a cada dia.
Sr. Presidente, o atual Governo teve o grande mérito de confessar que o assalariado foi lesado e sofreu substancial perda realde salário. Resta que dê conseqüências a essa atitude honesta, fazendo justiça ao trabalhador prejudicado. Eis por que esperamosque venha, ao contrário do que querem tantos, a conceder ao assalariado, inclusive ao servidor público, um abono que o recompensede prejuízos confessados pelo Ministro da Fazenda e alivie umpouco sua situação aflitiva.
Não necessitamos de arrocho salarial, mas de melhoria de salários. Esta se impõe, tanto por graves razões sociais e humanascomo também em face de razões de natureza econômica: enquant-oformos um mercado pobre, nossa economia jamais se firmará, suasbases estarão sempre expostas aos ventos externos.
O SR. PACHECO CHAVES (MDB - SP. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputadas, com data de 11 de maiodo corrente ano, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria deEnergia Hidrelétrica de Londrina, no Estado do Paraná, endereçouoficio ao Ministro do Trabalho, Deputado Arnaldo Prieto, atravésdo qual expunha a situação de seus seis mil e quinhentos associados, solicitando uma antecipação do reajuste a que farão jus esteano.
O oficio está vasado na linguagem simples e objetiva característica dos trabalhadores brasileiros e, por isso mesmo, demonstrativa da procedência do apelo, que é fruto das grandes dificuldades porque passam os assalariados, as grandes vitimas da inflação e da implacável correção monetária.
Infelizmente o apelo - ao que sabemos - não foi ainda atendido e o oficio permanece sem resposta. Eis por que, Sr. Presidente,o lemos desta tribuna, expressando nosso apoio à reivindicação. Odocumento a que aludo tem o seguinte teor:
"Excelentissimo Senhor Ministro:
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de EnergíaHidroelétrica de Londrina, entidade que congrega l.BO!}empregados no Norte do Paraná, vem mui respeitosamenteexpor à V. Ex.a os considerandos abaixo e, ao final, solicitarsua interferência para o que alegamos a seguir:
1.0 - A data-base para concessão de aumento salarial, nabase de 40%, de acordo com a política salarial do governo,está prevista para outubro de cada ano.2.° - A família copeliana é de mais de 6.500 empregadosem todo o Estado.3.0 - A maioria desses empregados é constituida de trabalhadores braçais, que lutam com todas as forças para asobrevivência e a da família.
4.0 - Vários fatores, .que V. Ex.a bem os conhece, concorrem para a constante fluidez do poder aquisitivo dosassalariados, mormente nesse interregno de maio a outubro.
5.0- O bom e fiel desempenho das atribuições de cada
um encontra-se diretamente vinculado à satisfação pessoal de prover o necessário a si e aos seus dependentes.Assim sendo, sugerimos a V. Ex." interferir junto ao Conselho Nacional de Politica Salarial para que antecipe 50%(cincoenta por cento) do aumento previsto à classe emoutubro, com efeito retroativo a partir de maio do correnteexercício.
Contando com a prestimosa colaboração de V. Ex.a na concessão de uma medida que virá beneficiar a laboriosa classe, antecipamos agradecimentos e firmamo-nos mui atenciosamente,
Hélio de Alcântara.
Presidente."
Sr. Presidente, junto meu apelo ao Ministro Arnaldo Prietono sentido de socorrer a trabalhadores que r-ecorrem a S. Ex."atendendo à sua justa pretensão.
O SR. LÉO SIMÕES (MOB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presiqente, Srs. Deputados, o assunto que hoje tragoa esta tribuna é da mais relevante importância e do mais alto interesse nacional.
Trata-se de chamar a atenção do Governo para os rumos e~iretrizes pr~or~tárias de sua p!:ópria política, ec~nômica e de planeJamento, obJetlvando a reflexao sobre essas pnoridades e a refor-
Outubro de 1977 DURIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quinta-feira 20 10111
mulação de consensos estratificados nos altos escalões técnicos daAdministração.
Estamos convictos de q!le a opção brasileira é a agricultura eiremos provar, compulsando os dados fornecidos pelas publicaçõesoficiais do próprio Governo, que sua politica nesse sentido temsido de pouquíssima objetividade, relegando quase ao desinteresseessa atividade que gera nada menos de 67.4% de nossas divisas,e que através de medidas muito simples, e infinitamente menos dispendiosas para a Nação, poderíamos alcançar em prazo muito curtosenão a. independência econômica pelo meilOs a estabilidade.
Em março deste ano, quando o Governo adotava medidas extremas, algumas das quais até hoje vigentes, como o fechamentodos postÓs de gasolina aos domingos e a limitação da velocidadepara SI} km/h nas rodovias de todo o Pais, diminuindo com essasmedidas o' nivel de produtividade nacional e gerando problemasde toda espécie nas indústrias de veículos automotores, surpreendeu-se ele mesmo com a atuação de nossa agricultura, que comapenas 4% do nosso território cultivado, lançou o Brasil à invejável posição de segundo exportador mundial de produtos agrícolas, batido apenas pelos EUA, e superando a França e a URSS.
A soja, o café e o suco de laranja alcançavam as mais altascotações no mercado externo e S. Ex.a o Sr. Presidente da Repúblicaia eufórico às câmeras de televisão participar à Nação o desempenho da nossa agricultura, que já no mês seguinte fazia com queo País apresentasse superavit na balança comercial, o que vemimpedindo que o nosso endividamento externo bruto continue acrescer numa progressão assustadora. Nessa oportunídade, S. Ex.a.pôde sustar o depósito compulsório sobre a gasolina, medida queseria altamente inflacionária e precipitada.
Aliás, esse é um capítulo que merece uma consideração: quando se está produzindo menos do que se gasta, em termos puramente economicos, não é se reduzindo o consumo de produtos básicos para o desenvolvimento, como o petróleo, que se resolve oimpasse. Mas sim, aumentando a produção e otimizando a produtividade. Medidas restritivas à circulação de veículos num paíseminentemente rodoviário cllmo o nosso geram, no mínimo, a atenuação dos resultados para os quais foram objetivadas. Se osveículos não circulam, ou circulam restringidos ou restritivamen~e,
encalha-se aInda mais uma produção já encalhada e perdida, numlargo percentual, por falta de armazenagem. E aí é exatamenteonde reside a nossa maior preocupação. Na politica de armazenagem é onde se configura a grande falta de atenção das nossasautoridades. Na política de armazenagem está o enfoque destorcido dos Ministérios da área econômica. E vou prová-lo! Vou provar com os próprios dados do IIP PND, com os dados da revistaPlanejamento e Desenvolvimento, da Secretaria de Planeiamentoda Presidência da República, do Anuário da FAO, da revista De.sempenho do Setor Agropecuário do Ministério da AgriculturaSG/SUPLAN.
As recentes medidas governamentais de fechamento de créditos agrícolas, e sobretudo da paralisação do PRONAZEM - Programa Nacional de Armazenagem, na persecução da redução dosindices inflacionários, constituem-se num verdadeiro suicídio econôrlilco.
Desde a criação do Programa Nacional de Armazenagem, em2 de maio de 1975, mais de 200 projetos foram aprovados peloGoverno, incluindo-se unidades de armazenamento a nivel de fazenda, instalação de armazéns em empresas privadas ou cooperativas, aumento da capacidade de armazenagem dos diferentes niveis de Governo, os quais, em sua dimensão global, representarãoum aumento de capacidade da ordem de 1,5· milhão de toneladas.
A meta do Programa é que a capacidade estática seja incrementada para 2,5 milhões de toneladas anualmente, nível que possibilita o acompanhamento do crescimento do setor agropecuário,que até o final da década deverá se expandir à média de 7% ao ano.
O Brasil tem hoje uma capacidade armazenadora de cerca de35 milhões' de toneladas que, entretanto, não se encontra homogeneamente distribuida por todo o território, observando-se concentrações na região Sul.
A distorção na distribuição da rede de armazéns é estabelecidaquando se constata que, das 36 milhões de toneladas de capacidade estática, 29 milhões se encontram nos Estados sulinos, apresentando apenas 6 milhões de toneladas de capacidade para todoo resto do País. Considerados individualmente, o destaque fica como Rio Grande do Sul e Paraná, cada um com uma capacidade de9 milhões de toneladas. Em São Paulo a capacidade é de cerca de8 milhões e meio de toneladas. .
No exemPlo acima citado, da falta relativa de capacidade armazenadorá em Goiás' e Mato Grosso, o déficit é atribuído ao crescimento acelerado da safra de arroz, sem correspondente avançona capacidade armazenadora. Mato Grosso, por exemplo, contacom uma capafilidade de 500 mil toneladas, enquanto sua produção
de aTrOZ fica perto dos 2 milhões de toneladas, que é maior do que!lo do Rio Grande do Sul. J'á em Goiás o- déficit é mais discreto,registrando-se uma capacIdade armazenadora de 1 milhão e 30 miltoneladas para uma produção de arroz de 1 milhão e 500 mil toneladas. O problema em Mato Grosso foi agravado sensivelmente naépoca da colheita, há alguns meses, tendo sido provisoriamentecontornado pela CIBRAZEM com a instalação de 20 unidades armazenadoras infláveis, que atuam como pólos intermediários para atransferência posterior para armazéns de Minas.Gerais e de SãoPaulo (Fonte: Revista P & D - 1977l .
Sob o título "PLANTAR, COLHER E PERDER", manIfestava-seo jornal O Estado de S. Paulo em slia coluna Atualidade Econômicado dia 12-4-77, com o PRONAZEM ainda em funcIonamento, demaneira alarmante:
"A insuficiência da rede de armazéns do Centro-Oesteconstitui um dos pontos de estrangulamento da politicaoficial de expansão agrícola na região. Isto porque a produção de alimentos, como o arroz e o milho, vem crescendomais rapidamente do que a capacIdade da rede armazenadora, tanto em Goiás como em Mato Grosso. Dessa forma, os agricultores, quando não perdem parte da safra,que se deteriora por ter de ficar ao relento, acabam vendendo-a por preços aquém mesmo daqueles estabelecido$como mínimo pelo Governo federal.Os rizicultores mato·-grossenses estimam para este ano umaprodução de 40 milhões de sacas de arroz (3 milhões desacas a mais que lG76). Em Goiás, técnicos da ComissãoEstadual de Planejamento Agrícola (CEPA) informam queeste ano a produção armazenável de grãos, no Estado, seráda ordem de 1,9 milhão de toneladas, enquanto a capacidade armazenadora atual é de cerca de 1,3 milhão de toneladas. Paralelamente, a Comissão de Financiamento daProdução (CFP), órgão do Ministério da Agricultura encarregado da coordenação da política oficial de armazenageme movimentação de safras, informa que este ano o GovernoFederal deverá financiar a construção de 50 armazéns naregIão, os quais aumentarão de 2,5 milhões de sacas (150mil toneladas) a capacidade armazenadora do CentroOeste.Essa diferença entre o volume de grãos que será colhidoe a capacidade armazenadora de cada Estado poderia Selreduzida se a movimentação d·as safras - entre as zonasprodutoras e os grandes centros consumidores - fosse maiságil. Ocorre que toda a produção de grãos do Centro-Oestenão precisa, necessariamente, ser encaminhada ao mesmotempo aos armazéns da Região. Os produtos, segundo oritmo de cada colheita anual, podem ser deslocados paulatinamente para locais que ofereçam melhores condições deabrigo, como o Centro-Sul, onde os armazéns, do IBC, nomomento, tem bastante espaço ocioso. Mas, segundo produtores, dirigentes de cooperativas e empresários no setorde transportes, a CFP promove muito lentamente a re~
moção das safras. Os produtos começam a chegar aOSarmazéns quando estes ainda estão ocupados por remanescentes da safra anterior. A lentidão é explicada pelanecessidade da CFI', como órgão governamental, ter deabrir concorrência pública para contratar particulares(empresas de transporte) para realizar a remoção. Alémdisso, o volume de produtos é muito grande e provém dediversas áreas, o que implica em .dificuldades no estabe·lecimento de um programa rígido e eficaz de escoamento.Em safras anteriores a CFP chegou a mandar produtospara locais onde nem sequer havia armazéns. Na safrapassada, um funcionárIo do órgão de Uberlândia, semsaber se havIa ou não disponibilidade de navios em Santos para um embarque de milho, preencheu as papeletasde origem-destino com nomes de navios que lhe vieramà cabeç.a.: Santa Maria, Pinta e Nina. Não houve maioresproblemas porque havia navios em disponibilidade noporto. '
O agricultor deveria poder encarregar-se ele mesmoda remoção e comercialização de seus produtos, individualmente ou em 15.l"Upos. No entanto, a maioria preferedeixar esse trabalho ·a cargo da CFP, que controla a redede armazéns e eOll1'.:ede os EGFs (empréstimos do Governo federal) em troca das mercadorias. Esses empréstimos são proporcionais ao volume de produtos entre·gues à Cl!'P.e o seu valor corresponde aos preços mínimosvigentes para cada produto."
A revista "Desempenho do Setor Agropecuário", do Ministérioda Agricultura _. SG/SUPLAN, em 1976, dizia:
"PRONAZEM SUPERA AS METAS PREVISTAS PARA OANO .
O Programa Nacional de Armazenagem - PRONAZEM ~
superou em 4% as metas previstas para o bIênio 75176. De
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nossa capacidade atual de armazenagem - 3 milhões ecem mil toneladas - foram alcançadas 2 milhões e melode toneladas. Ao nível de fazenda, foram distribuídas 635unidades armazenadoras e 59 ao nível íntermediário e terminal. Pela ação direta do Setor Público instalaram-sema.s 38 unidades em 1976, com capacidade para 364 miltoneladas."
E mais adiante a mesma publicação do Governo afirma, sobo titulo "O Mercado Externo; Exportações. Exportações de Sojae Café Pagam todo o Petróleo Importado".
"Em 1976, os principais produtos de origem agropecuáriacontribuíram com a significativa cifra de UlS$ 6.261,4 miolhões para atenuar os problemas de desequilibrio no balanço de pagamento. Isso significa 61,8% do total das exportações brasileiras durante o ano. O valor das exportações de produtos agrícolas evoluiu de 24,6% em relaçãoao ano anterior.As exportações totais evoluíram de 16,8%.
Há um fato que caracteriza melhor esse quadro: em 1976,apenas dois produtos agrícolas - café e a soja - renderam para o Brasil o equivalente ao total das importaçõesde petróleo."
Ainda assim, é de 30% atualmente a perda de milho, arroz e.soja por falta de armazenagem. Somente no Estado de Goiás estáprevisto um déficit de armazenagem na ordem de um milhão detoneladas - o equivalente a encomenda de soja feita pela URSSaos Estados Unidos para. 1978.
É incrível que as autoridades não se apercebam de que estãodeixando apodrecer dólares, por falta de uma política objetiva deescoamento e armazenamento da produção agricola.
O II PND prevê um aumento para 1979 de 50% na produçãode cereais, enquanto o aumento previsto da capacidade estáticade armazenagem para o mesmo período, estimada pelo mesmoII PND, é de apenas 22%. Isto quer dizer que se hoje já perdemos 30% da produção por falta de armaj!enagem, em 1979 perderemos muito mais. Diga-se de passagem que esses índices foram tomados com o PRONAZEM funcionando. Hoje, por obra egraça da mentalidade pequena, da tecnocracia que nos sufocae oprime, ele está fechado.
~ clamoroso o desencontro entre os objetivos do II PND parao setor agropecuário e a ação desenvolvida pelo Governo nos últimos 3' meses nesse setor.
Tem o maior cabimento a inserção, na íntegra, de sua "Estratégia Agropecuária" no texto do presente pronunciamento, paraque fiquem, um e outro, registrados nos Anais desta Casa e venham a constituir-se em prova histórica da incoerência entre oque o Governo planeja e o que põe em execução:
"ESTRATÉGIA AGROPECUARIA - II PND, É necessário que a Agricultura e a Pecuária passem a de
sempenhar novo papel na estratégia nacional de desenvolvimento.Tem-se assinalado que o setor Agropecuário, nos anos 60e 70 vem revelando dinamismo, razoável capacidade dereação aos estímulos de preços, desempenho satisfatóriodas suas funções tradicionais. A manter-se o quadro recente, poderia a agricultura continuar acompanhandO ocrescimento geral, através do fornecimento dos alimentose matérias-primas necessários, sem elevação do preçoreal (a despeito de, a partir de 1970, ter-se notado a tendência a que os preços agrícolas se elevassem a uma taxasuperior a da média da economia).Trata-se agora de exigir muito mais do setor agropecuário. Significa, por outro lado. efetivar a vocação do Brasilcomo supridor mundial de alimentos, matérias-primas agrícolas e produtos agrícolas industrializados.Por outro lado, o extraordinário dinamismo do setor nãoagrícola da economia, em anos recentes, criou as condiçõespara tornar viável a modernização agríce,la progressiva nasáreas já ocupadas. Tal ocorreu principalmente do ponto devista da demanda e em especial se considerarmos as oportunidades que as perspectivas mundiais de carência de alimentos estão abrindo.
A verdade ti que, pelos dados mais recentes, a agropecuária atualmente responde por apenas 15% da renda interna,embe,ra nas regiões menos desenvolvidas continue sendo osetor básico de sustentação. A atual dimensão do setor nãoagrícola já não é suficiente para apoiar a modernizaçãoprodutiva da agricultura do Centro-Sul.Ao mesmo tempo, passando a agropecuáría a servir de modo mais eficaz à estratégia, a elevação mais rápida de suarenda líquida ajudará a sustentar o dinamismo do resto
da economia (através da demanda por insumos e por bensde consumo), além de contribuir de forma mais significativa para a redução do déficit na balança de comércio.
Outro aspecto a assinalar é a relevância de consolidar adiversificação e especialização regional do desenvolvimento agropecuário, tendo em vista as diferentes vocaçõesnaturais das diversas regiões e a diversidade na dotaçãode fatores de produção.A estmtégia agropecuária está orientada no sentido decriar facilidades e dotar o setor de instrumentos para opleno aproveitamento do seu potencial produtivo; ampliar o estoque de recursos produtivos pela atração depoupanças (internas e externas) e capacidade empres·arial para as atividades diretamente ligadas a produção;estimular a participação mais intensa do setor privadopara as funções de serviços de apoio à produção, circulação, transformação dos produtos agropecuários; dinamizar o processo de criação, importação, adaptação e difusão de tecnologia às peculiaridades regionais.Esforço de Modernizar e de Dotar de Bases Empresariaiso Setor Agropecuário, Principalmente o Centro-Sul
O objetivo é levar a capacidade empresarial, que já semostrou apta a desenvolver a indústria e outros setoresurbanos, à atividade agropecuária nacional. Através daampla disseminação da empresa rural - pequena, médiae grande - principalmente pelo apoio financeiro e fiscaldo Governo, melhor se equacionarão problemas como ode induzir ao uso de projetos, de levar em conta os cálculos de rentabilidade e estímulos de preços, de empregarmais moderna tecnologia, considerando a relação entrepreços de insumos e de produtos.
Serão pontos principais desse esforço de modernização:a) a identificação de áreas prioritárias, em face de estudos das condições de produção e dos aspectos de mercado, permitirá, especialmente, a criação de "corredoresde abastecimento", ou seja, a definição de áreas para suprimento preferencial a6s grandes centros urbanos e paraefeito de vinculação com os corredores de exportação. Oefeito prático da medida será orientar a ação do Governopreferencialmente para essas áreas.
Continuação da Política de Implantação de Novas Estru·turas de Abastecimento: rede nacional de centrais deabastecimento, sistemas de supermercados, mercados deprodutores etc. Nesse campo, será feito o reaparelhamento do setbr serviços, visando a redução de custos de armazenagem, transportes, unidades de primeiro beneficiamento."
No 1.0 Seminário Nacional de Produtividade, promovido peloCEBRAE - órgão da Secretaria de Planejamento da Presidênciada República - realIzado de 12 a 16 de setembro de 1977, a Comissão de Agropecuária propõe expressamente, como recomendaçãoprioritária, "propiciar a expansão e reativação do PRONAZEM",e em palestra realizada no mesmo Seminário o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro lembrou,pateticamente, que "a agricultura, depois de alimentar 110 milhõesde brasileiros, oferta ao País 70% de suas divisas; por isso ela deveter prioridade de recursos para investimento, pois é competitiva,ao passo que a indústria pouco consegue exportar". O Sr. ResendePeres declarou finalmente que "a agricultura olha com invej a aposição das financeiras, qUe já arrebataram do erário, como admitiu O Ministro Mário Henrique Simonsen, 21 bilhões de cruzeiros".
Enquanto isso, S. Ex.a o Sr. Ministro da Fazenda fecha os créditos rurais e paralisa o PRONAZEM.
Medidas restritivas ao crédito rural e aos mecanismos de incentivo de produção agrícola, como as que vêm sendo tomadas,arrastam o País a situações econômico-sociais caóticas e írreversíveis, acarretando um desestímulo à população rural, e seu êxododas zonas de produção em direção aos grandes centros urbanos,já perigosamente superpopulados, e onde são assustadores os níveis de críminalidade e miséria absoluta em todas as camadas sociais; onde a qualidade de vida piora numa progressão absurda,gerando problemas de circul·ação de massas humanas que absorvem astronômicas cifras, como o metropolitano do Rio de Janeiro,cujo custo/km é dos mais caros do mundo.
É regra básica de qualquer quitandeiro que o investimento devese dar na razão direta da produtividade e do lucro. No Brasil, contudo, dá-se o contrário: as prioridades de verb·a são para as atividades onerosas e secundárias. Dá-se crédito a quem não precisa.Subsidiam-se falências ciclópicas e copiosas, enquanto se fechamtodas as portas a quem produz, a quem gera. a riqueza que paga airresponsabilidade e ° desmazelo.
Saliente-se que, sendo conhecida a circunstância de que a população mundial deverá simplesmente dobrar em duas décadas, e
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que o Brasil possui condições inigualáveis para multiplicar a suaprodução agropecuária - imprescindivel ao consumo interno e ã.exportação com vistas ao balanço comercial com o exterior - écom espanto e estarrecimento que a Nação assiste as restriçõesimpostas pelo Governo precisamente no setor da produção, estoeagem e comercialização .agropecuária, setor que deveria mereceratenção e medidas de prioridades absolutas para todos os governosde todos os povos, e, com muito maior razão, para o Governo brasileiro. Seria de se esperar maior sensibilidade e acuidade por par
. te do Governo neste setor d·as atividades produtivas nacionais. Aoinvés de restrições, é óbvio que o Governo deveria proporcionar asmais amplas facilidades, estimulo e apoio a tudo que diz respeitoao desenvolvimento, baseado em fatos incontestáveis e previsõesracionais, irreversíveis, é de se esperar que o Governo atente paraeste nosso gríto de alerta sobre a sítuação em que se encontra omundo, a situação antevéspera da fome e que, dentro em poucotempo, tanto mais poderoso será o pais quanto maior for a suaprodução e comercialização de alimentos. Que se abram, pois, ascomportas governamentaIs em favor da agropecuária. Que se mecanize e se eletrifíque a agricultura. Que se multipliquem os campos cultivados e se facilite ao máximo a proliferação de silos earmazéns gerais. Que se prepare o país para alimentar convenientemente seus filhos e ajudar a salvar milhões de seres humanos da fome, cujo espectro já passou por Bangladesh e está aextravasar por numerosas fronteiras, ameaçadoramente. Atentai,!Senhores, para a extrema gravidade desta denúncia e dessa advertência, deste brado de alerta que, esperamos, repetindo com
,profunda angústia, não venha a ecoar no deserto.
V - O SR. PRESIDENTE (João Linhares) - Passa-se aoGrande Expediente.
Tem a palavra o Sr. Antônio Morimoto.
O SR. ANTôNIO MORIM()TO (ARENA - SP. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a agriculturacontinua representando papel relevante em nosso processo- de desenvolvimento, não obstante o aumento global da indústria brasileira, hoje dentro de uma diversificação efetiva e real, mostran-do-nos ao mundo como um parque industrial moderno e eficiente.
Num mundo faminto, e dentro de uma explosão demográficaassustadora, nunca será demasiado ressaltar a importância capitalda produção agrícola para o futuro da humanidade.
E necessário repetir o conceito magistral de Arnold Toynbee:"A dignidade humana requer um tamanho ótimo e não ummáximo de população."
Cumpre não olvidar a realidade e é indispensável enfrentar aviolência dos números: em 1900, no alvorecer do Século XX, 11avíana Terra uma população de um e meio bilhão de habitantes; em1960, éramos três e meio bilhões de seres humanos; no ano 2.000, apopulação mundial alcançará o angustiante total de seis e meiobilhões de habitantes!
Seis e meio bilhões de bocas a alimentar, e tudo a provir desolos mais do que seculares, pois que milenarmente explorados!
Aquela lição de Toynbee - que a população tem de se ater aum tamanho ótimo e não a um máximo sem controle - é um ensinamento irrefutável, é uma lição magistral, é um caminho traçado em prol da paz do mundo.
Chega a ser a luz que alumia, ou deve iluminar, todas as consciências de todos os estadistas!
Mas, e enquanto os Poderes Públicos, mundialmente considerados, não se ajustam a uma política científíca e permanente emprol do controle da natalidade, é forçoso que o administrador supremo do bem comum, tenha olhos para a agricultura, pois é doproduto da terra - vegetal ou animal - que depende a continuidade da raça humana!
De mim - e no estrito cumprimento dos deveres do meu mandato, não me tenho afastado da luta em favor de melhores condições globais para os que, no Brasil, lidam com a terra. Em sucessivos discurso,s parlamentares tenho focalizado toda a problemática vinculada à produção telúrica, e mesmo cheguei a solicitar, e aobter, no dia quatro do corrente, audiência pessoal com o eminente Sr. PreElidente da República, a quem entreguei, de mão própria,juntamente com um estudo sumário de problemas relativos à lavoura e à pecuária paulista, um angustioso apelo em favor das urgentes e imediatas necessidades daqueles patrícios que, no meu SãoPaulo, lidam diuturnamente com todas as atividades rurícolas.
Hoje, Sr. Presidente e Srs. Deputados - vou me fixar tão-somente no problema da cafeicultura, deixando de lado, por irrecÍJ.sável carênma de tempo e para não ferir os melindres regímentais da Câmara, outros ângulos, tais os da pecuária de corte e deleite e do algodão, por exemplo, onde tantas dificuldades tambémse acumulam, tanto desservindo aos produtores quanto não atendendo às legítimas reivindicações dos consumidores.
Se me valho do pouco tempo de que posso dispor para situr..rme exclusivamente no campo do café é porque, além de sua importância nacional no consumo interno ele continua sendo um dositens mais especificos e mais importantes da nossa pauta de exportações, gerador material e potencial daquelas divisas fortes indispensáveís ao equilíbrio de nosso intercâmbio mundial.
Assim, não há negar que o café é vital para a economia t <asileira, como um todo, e, particularmente, de extraordinária sig::líficação para a economia paulista.
Repito argumentos que alicerçaram a reivindicação paulistaque pude ofenlcer ao Chefe da Nação. Todos eles, hoje como ontem, são indisputáveis. Claros e cristalinos, como a verdade queencerram.
Em São Paulo - e aqui falo eminentemente como Deputadopaulista e ex-membro da Junta Admínistrativa do IBC - os nossos cafeicultores, aquela gente ousada e trabalhadora, que lidacom o produto que continua sendo inestimável item arrecadador dedivisas na nossa pauta de exportações - os cafeicultores paulistas,insisto - estão quase que totalmente descapitalizados, senão mesmo descapitalizados, de todo.
Não podemos esquecer que as terríveis condições advindas datristemente célebre geada, a catastrófica geadá havída durante asafra de 1975/76, não só puseram a perder as esperanças de então,como, e ainda, tornam assaz pequenas as safras de 1976/77.
Dois prejuízos com uma só causa: perda de produção da primeira das safras lembradas; diminuição drástica da segunda delas.
Daí, inexoravelmente, a conclusão tremenda: a produção dasafra 76/77 não será suficiente, nem de longe, para cobrir sequeros financiamentos contraidos nos anos anteriores, naqueles anosem que a mão da natureza desabou, violenta e má, contra os campos da produção paulista.
Vale recordar - sobretudo porque o fato é verdadeiro - que àsafra 76/77 começou com expectativa altamente promissora de preço bom. Contudo, e além de outras causas e novos fatores, mas sobretudo devido à política ele contingenciamento, cuja adoção abalou drasticamente o mercado internacional do café, os reflexosconseqüentes e inevitáveis ]1{) preço do café no mercado interno nãose fizeram esperar.
Há uma crise que não se pode disfarçar. Existem ameaçasimensas pesando sobre os cafeicultores. A crise e as ameaças precisam de ser acudídas, seja em beneficio da lavoura paulista e brasileira, de um modo geral, seja em favor das fontes nacionais querespondem pela obtenção de divisas em moeda forte.
Daí, necessariamente, a reivindicação maior da sacrificadaclasse dos cafeicultores, reivindicação que não é somente justa,correta e oportuna mas que se transforma, igualmente, em necessidade absoluta.
Que necessidade é esta?! A de que o Governo adote, imediatamente, um preço justo de sustentação para a saca do café beneficiado.
Que preço justo será este?! A garantia de Criil 3.000,00 (três milcruzeiros} por saca, para vigorar a partir de LO de janeiro de 1978,com financiamento baseado nesse preço de garantia a partir destemês de outubro.
Esta reivindicação - Sr. Presidente. 81'S. Deputados - tem,posso afirmá-lo, o total apoio da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo.
Permita-me a Casa, dentro dos meus compromissos de representantes do povo paulista e segundo as minhas ligações morais emateriaís com a gente de Marília, que eu continue no meu tema etrazendo à colação aquelas razões sustentadas pela Cooperativa dosCafeicultores de Marília.
Essa Cooperativa, uma das maiores de São Paulo, reúne mil equjnhentos produtores de café. Seu presidente, o Sr. Orlando Fogaça, é, país, uma voz que deve ser ouvida, sobretudo porque é umvelho lidador do problema ·e porque fala em nome de uma comunidade angustiada, uma comunidade acima de tudo trabalhadorae respeitável.
Falando com clareza e expondo as dificuldades existentes dificuldades, vale relembrar, advindas não da incúria dos homensnem de aventuras comerciais, mas filhas exclusivamente de imprevisíveis mutações meteorológicas, como aquelas que geraram aSterriveis geadas que tudó assolaram - o Sr. Orlando Fogaça, Presidente da Cooperativa de Cafeicultores de Marília, afirmou:
"O não atendimento das reivindicações da lavoura cafeeira trará profundos reflexos sobre o desempenho da próxima safrl'l do café. Os cafeicultores estão descontentes comas recentes medidas anunciadas pelo Instituto Brasileirodo Café, que fixou o preço da saca em dois mil e quinhentos cruzeiros, a partir de janeiro próximo, e· aumentou oconfisco cambial de 160 para 220' dólares pela saca de 60quilos." .
10114 Quínta-feira 20 DIARIO DO OONGR~,NA.qQNAL (Seção I) Outubro de 1977
Este, Srs. Deputados, o drama angustiante da lavoura do café:fixa-se um preço aquém, muito aquém mesmo, das necessidades minimas dos produtores e se aumenta em sessenta dólares por sacaa taxa do confisco cambial.
Tenho a honra de conceder o aparte ao Deputado Célio Marques Fernandes.
O Sr. Célio Marques Fernandes - Eu é que tenho a honra deapartear V. Ex.a , que sempre traz ao debate problemas de grandeinteresse nacional. Focaliza V. Ex.a a lavoura do café, mas a revo:ta,a insatisfação é generalizada. Se V. Ex.a for ao Rio Grande do Sul,verá que há um descontentamento geral em todas as nossas lavouras, tanto do trigo, quanto da soja, como do milho. Hoje, são tantase tão grandes as dificuldades impostas pelo nosso Governo aohomem que plan,ta que, aos poucos, ele abandona a terra e " ai paraas grandes cidades, como fez um amigo meu. De tanto se aborrecer,acabou por vender tudo o que possuia e comprou um belísa.imoapartamento em Copacabana, onde pretende terminar seus dias,gozando a vida com o dinheiro que ajuntou na lavoura. Urge queQ Governo tome providências positivas nesse sentido. Refere-seV. Ex.a ao café, demonstrando, através de dados e números, o quevem ocorrendo no setor. Vários colegas nossos têm, reiteradamente,tratado deste assunto, inclusive a B;a.ncada de S,ão Paulo, mas tudocontinua na mesma. Que estará havendo? Acho que tudo isso ésabotagem dos tecnocratas contra, o Governo, contra nós, daARENA, porque, depois, quem deverá colher os votos do povo seremos nós. Nós é que ouviremos os desaforos, não eles. Então, émuito fácil. O pior é que todos esses tecnocratas querem ser candidatos a Deputado Federal, a "Senador biônico", a Governador.Esse estado de coisas não pode mais perdurar. É preciso que nossopartido, que a direção partidária ouça o c~amor dos Deputados daARENA. E não estamos reclamando apenas em nosso nome, masno de toda a coletividade, doe todos os que plantam, que produzem,contribuem para o engrandecimento de nossa Pátria, para o seudesenvolvimento. Felicito, pois, V. Ex.a por trazer ao debate, maisuma vez, problema sério como este.
O SR. ANTôNIO MORIMOTO - Deputado CéIlo Marques, otestemunho de V. Ex.a acerca dos problemas que se verificam emoutras áreas de economia agropecuária enriquece meu pronunciamento. Reconheço que, realment'e, esses problemas são bastanteg,raves. Estou tratando especificamente do café, mas reconheço quehá outras questões tão importantes quanto essa, nos diversos setores da produção agropecuária.
Recentemente, no dia 4 do corrente, em audiência especial como Senhor Presidente da República, tive oportunidade de levar aS. Ex.a problemas ligados ao algodão, à pecuária de leite. Na ocasião, referi-me também à questão da soja. Encontrei o SenhorPresidente da República altamente sensivel a essas reivindicações.Entretanto, causa-me estranheza que, em outras áreas do Governo, em escalões inferiores da administração, não encontramos am,esma sensibilidade e a mesma disposição de atender àquelesque são responsáveis pela produção nacional, principalmente nosetor agropecuário.
Ouço com prazer o nobre Deputado Octacilio Queiroz.
O Sr. Octacílio Queiroz - Nobre Deputado Antônio Morimoto,o discurso de V. Ex.a é extremamente oportuno. Serei breve nesteaparte, já que a limitação de tempo não nos permite maiores consíd'erações. Parece-me, Sr. Deputado, que o assessoramento quevem sendo feito ao Senhor Presidente da República, em relação aoproblema da produçãço agrícola do Pais, de alta relevância, nãoestá contemplando o aspecto social. Quero referir-.rr..e sobretudo àsituação por que hoje passa o Nordeste. Nesta Casa, oS apelos jáassumem quase um tom monocórdio, em relação ao preço infimoque teve o algodão nordestino. Ocorre que, depois de colhida a safra, depois de milhares de meeiros nordestinos terem-na vendido,vem essa medida, que visa a dar um subsidio de 20% em espécieao exportador de algodão, enquanto nada se fez até agora comreferência ao subsidio em dinheiro. Há apenas uma vaga promessa,e esta é quase que incabível a esta hora, porque os legítimos produtores, os meeiros e os humildes agricultores do Nordeste foramtremendamente sacrificad'os, estando em situação desesperadora,sendo levados a emigrar para outras regiões. A assessoria técnica doSenhor Presidente da República deveria ter dado a S. Ex.a os 1i~
neamentos necessários, pois se tràta de problema altamente social,não só econômico, de milhares e milhares de pobres agricultores,que agora se encontram nessa situação desesperadora, sem esperança alguma de melhores dias. Responsabilizamos, pois,'a aSsessoria da Presidência da República por não ter tido a devida clarividência de levar ao conhecimento de S. Ex." a tragédia que agora seabateu sobre o Nordeste, à semelhança da seca.
O SR. ANTôNIO MORIMOTO - Muito grato a V. Ex.a, Deputado Octacílio Queiroz.
O Sr. Alvaro Dias - Permita-me, nobre Deputado. A Oposiçãotambém deseja unir sua voz às críticas de V. Ex.a, relativamente àpolítica econômica no setor da agricultura brasileira. As últimasmedidas adotadas pelo Instituto Brasileiro do Café, que culminaram na fixação do preço de 2.500 cruzeiros a saca para janeiro, e a
elevação do confisco cambial de 160 para 220 dólares causaramterrivel desalento aos cafeicultores do meu Estado, o Paraná. E é,sobretudo, o momento de V. Ex.a , que pertence ao Partido do Go-'verno, dirigir apelo ao Senhor Presidente da República, no sentidode que promova S. Ex.a alterações no campo da política econômica; .que afeta diretamente a cafeicultura. É hora de se pôr um para-'deiro na escalada da incompetência em matéria de política docafé no Pais, sob pena de vermos a Nação a braços com prejuízos.irreparáveis. É hora de se substituir homens, princípios e fórmulas,.para que a cafeicultura, artífice do progresso deste País, receba oestímulo necessário, que lhe permita continuar promovendo nossodesenvolvimento econômico. Quando o setor do café contava comdecisões de estimulo, sofreu o impacto de medidas que trouxeram:o desalento, o desestímulo e a desesperança. CumprimentamosV. Ex.a pelo pronundamento realista, que ora faz, em que abordaa situação real da cafeicultura, vista com olhos de agricultor, queentende realmente o drama daqueles que estão na terra, procurando fazer com que a balança de pagamentos deste Pais se equilibregraças à exportação desse produto. Por essa razão unimos nossoapelo ao de V. Ex.a , solicitando providências no sentido de se substituir homens, se necessário for, para que haja uma nova políticacom relação ao café neste Pais.
O SR. ANTôNIO MORIMOTO - Ilustre Deputado Alvaro Dias,Líder em exercicio do MDB, estou trazendo a esta Casa um testemunho de quem vive o drama dessa gente 'que produz uma riquezasenão a mais importante, uma das mais importantes para a economia nacional. E meu apelo é no sentido de que as autoridadesreal.rr..ente corrija.m a tempo essa politica, acudindo os produtoresque enfrentam a tremenda .crise que se abate sobre sua área deatividade.
O Sr. Fl:'ivio Giovíni - Permite V. Ex." um aparte?
O SR. ANTôNIO MORIMOTO - Tem o aparte V. Ex.a
O Sr. Flávio Giovíni - Aborda V. Ex.a tema cruciante e palpitante da Nação. Homem da agricultura, sinto a verdade de suas ..palavras. Mas é necessário abrir um parêntese. Acredito, com modéstia e humildade, que, em termos de café, nesta Casa, durante,sete anos, poucos o tenham defendido como eu. Conheço o pro-,blema da cafeicultura desde sua origem até sua exportação. Concordo com V. Ex." Na minha vida privada minha atividade é ocafé, que vive momentos difíceis. Muito fácil é criticar, mas é'necessário que, mesmo na área de produção da cafeicultura sacrificada, filha pródiga da economia nacional, nos quedemos apensar o que ocorre nos vários setores da economia nacional. O'café realmente foi o responsável pelo equilíbrio da balança de pagamento, no primeiro semestre. O café é hoje comercializado, digamos, em números redondos, em torno de dois mil cruzeiros a,saca. Recordo-me muito bem de que há dois anos geou no Brasil .e o café era vendido a quatrocentos cruzeiros a saca. Dois anosdepois, a importância percebida pela área de produção era dequatrocentos cruzeiros. Hoje ela alcança dois mil cruzeíros. Tendotido um pique de preço em abril e maio, de quatro mil cruzeiros asaca. Medidas erradas, parece-me, estão acontecendo, e, ao examiná-las, precisamos mudar de posição e fazer o papel de advogado,do diabo, defendendo a lavoura e ·as intenções do Governo. Tudoisso ·tem conotação com o preço de registro de venda de café. OGoverno nos obriga, para exportarmos, ao registro de 3,20 dólares alibra-peso, para sustentar os preços internacionais de café. Creioeu - e não tenho condições de examinar o mercado internacional- e crêem as autoridades do IBC e do Governo, que a mercadoriaestá em falta, que os estoques mundiais de café estão para soe exaurir. O Governo busca, através do café, a defasagem de dólar,necessário à compra do petróleo e atendimento de todas as necessidades -de importação. Aumentou o confisco, sim, em termosincompreensíveis, para 220 dólares a saca, quando estava a 160. OGoverno ac·ertará, se o café reagir no mercado internacional, eerrará, se sua quotação cair no mercado internacional. A área dalavoura realmente necessita de amparo, de melhores preços, para,juntamente com o Governo, ter suporte para manter o produto. 1t política econômica do Governo, no sentido de manter ospequenos estoques de café existentes, para alcançar maior preçoem dólar, é correto. O que não é correto é o preço de sustentaçãopara financiamentos. Se o Governo nos desse um financiamentocompatível com o moml:lnto, um financiamento em que a la"ourapudesse sustentar seu produto para podermos alcançar, em preçosinternacionais, registros mais altos, o Governo estaria tremendamente correto. ~ muito fácil atacar e reivindicar preços. O difícilé dá-los. Se o Governo estipulasse, ao invés de um financiamentode Cr$ 1.250,00, Um financiamento de Cr$ 2.000,00, o lavrador teriacondições de sustentar o produto para, na época doo inverno americano, quando aumentam as compras de café no mundo, ter condições de vender a registros mais altos. O Governo tem problemas deinflação. A compra de café faz com que haja emiSsão de moedaso que inflaciona ainda mais os meios de pagamentos. É uma séri~de problemas - temos que convir. Não serei eu o traidor àa cafeicultura, pois sempre a defendi. Nos Anais desta Casa estão dezenasde discursos que proferi em sua defesa. Mas, de 400 cruzeiros asaca, há dois anos, passou hoje para 2 mil cruzeiros, depois de um.
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pique em abril e maio. A intenção do Governo é carrear recursos eriquezas para o Tesouro Nacional, em dólares. O erro do Governo-está na falta de sustentação, em cruzeiros, para o lavrador. Era oa,parte que queria dar a V. Ex.'"
O SR. AN'l;'ôNIO MQRIMOTO - Deputado Flávio Giovini,V. Ex.'" valoriza bastante o meu pronunciamento. Profundamenteconhecedor da problemática cafeeira, V. Ex.'" me vem prestigiarcom seu depoimento. Creio que estamos de acordo. V. Ex.'" afirmaque a política global do Governo, a- respeito da economia cafeeira,deve estar certa. Entretanto, V. Ex.'" há de convir - e creio seressa sua opinião - em que o agricultor não tem' condições deacompanhar essa política que a médio e a longo prazo poderáresultar em carreamento de divisas para a Nação. No momento,o produtor precisa ser acudido, e o Governo não teve a sensibillidade de estipular o preço de sustentação necessário, assim como ofinanciamento para a safra de 77178.
O Sr. Olivi!" Gabardo - Permite-me V. Ex.'" um aparte?O SR. ANTôNIO MORIMOTO - Ouvirei V. Ex.'" cpm muito
:prazer.
O Sr. Oüvir Gabardo - Nobre Deputado, serei breve. Inicialmente, eu queria dizer a V. Ex.'" que a politica do café, a partirde 1964, tem-se constituído de erros. A criminosa política levadaa efeito para o setor cafeeiro resultou no que vemos hoje. E estaCasa é testemunha dos pronunciamentos que fizemos, alertandoo Governo para o fato de estar levando a cafeicultura nacional auma posição de desastre. A partir de 1964 a erradicação de 1bilhão e 500 milhões de pés de café resultou em desestimulo, pelos:mcessivos aumentos do confisco cambial, que alcança hoje 220dólares por saca de café, o que é uma barbaridade. Não há justificativa alguma para a concessão de financiamentos ou de qualquer()utro incentivo. Não adianta dar dinheiro, nem financiamento,nem sustentação de preços, se o Governo confisca quase tudo. Nãohá condições de chegarmos a produzir o que necessitamos para onosso consumo, se o Governo insiste em manter essa esdrúxula ecriminosa política para o setor cafeeiro. Esta é a realidade em quenos encontramos hoje. Nobre Deputado, congratulo-me com V. Ex.apor levantar um tema da maior importância para a economiadesta Nação. O café não é mais importante para a economiaJ;laeional. Hoje, temos que lamentar e chorar. O Governo deve estar(\horando, a esta altura, como vem fazend,o com relação ao algodão,ao soja e a tudo o que provêm da agricultura no País.
O SR. ANTôNIO MORIMOTO - Fico muito honrado com oaparte de V. Ex.'" Gostaria de ouvir, ao fínel de meu pronunciamento o aparte do nobre D€putado por Sf'o paulo, meu colegaSérgio Cardoso de Almeida, ardoroso defensor desse problema.
O Sr. Cardoso de Almeida - Nobre Deputado, suas palavrasem defesa da cafeicultura são uma afirmação de que as coisastêm que ser postas nos seus devidos lugares. V. Ex.a é um Deputado que conhece a realidade do campo, conhece o interior doEstado de São Paulo e sabe o que está dizendo. Representa reforçomuito grande à campanha encetada pelas entidades regionaisa palavra dos Deputados que defendem a agricultura, bem como'a posição, já assumida, inclusive, pelos Governadores Paulo Egy-liio e Aureliano Chaves. Portanto, o discurso de V. Ex.a muito contribuirá para a solução do problema cafeeiro.
O SR. ANTôNIO MüRIMOTO - Agradeço a V. Ex.a o aparte.Prossigo, Sr. Presidente: •Daí, seguramente, a manifestação tornada público pelo pre
sídente do Sindicato Rural de Garça, Sr. Jaime Nogueira Miranda,antigo dirigente do IBC, quando pôs em relevo que, enquanto oGoverno concede um aumento de apenas vinte e cinco por centono preço da saca de café, a partir de janeiro de 1978, por outrolado e incompreensivelmente, impõe um novo confisco que corresponde a uma elevação de novecentos cruzeiros por saca.
A situação real da cafeicultura, face às fixações de preçosde garantia e novos valores para o confisco cambial, não é, pois,nada animador. Chega, mesmo, a ser muito má. Os que amainama terra e buscam produzir mais e melhor café foram, ainda maissurpreendidos com os valores estabelecidos quando, oficialmente,ou pelo menos em forma muito oficial, as notícias que tiveramforam bem outras.
Dai por que o Sr. Orlando Fogaça recorqou, ainda, que, discursando há poucos dias em Garça, o Governador Paulo Egydioprometera preços mínimos de dois mil.e quinhentos cruzeiros,])Or saca, a partir já de agosto, e o novo preço - que é o mínimojusto para a sobrevivência da lavoura e da sua produção - detrês mil cruzeiros por saca, a começar de 1.0 de janeiro de 1978.
Os anúncios, como se vê, caíram no vazio, pois a verdade éque o mc deliberou frontalmente contra o anunciado.
Conceituado o problema em toda a sua extensão e verificadaa importância de uma solução que garanta a continuidade daprodução paulista, e brasileira, do café, torna-se realmente impe-
rioso que as altas autoridades acorram em auxílio daqueles quetanto e tão porfiadamente se dedicam a uma cultura cujo valor,interno e externo, se mede por bilhões de cruzeiros.
Mas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, volto a socorrer-me dasopiniões abalizadas do representante maior dos cafeicultores daRegião de Marília e torno a citar sua luta.
O sr. Orlando Fogaça, falando por muitos milhares de lavradores de café e ante a atitude assumida pelo me, que teima emnão ouvi-los - e, menos ainda, em atendê-los - insiste em queos cafeicultores já esgotaram, como classe, as possibilidades deserem atendidos.
Dai o presiclente da Cooperativa de Cafeicultores de Maríliaaconselhar, previdentemente, que se unam os Governadores dostrés principais Estados cafeeiros - São Paulo, Paraná e MinasGerais - num esforço comum, no sentido de obter do GovernoFederal o atendimento das reivindicações mais do que justas, porque justíssimas, da lavoura cafeeira, para que, assim, e só assim,se afastem os reflexos calamitosos sobre o futuro desempenhoda nossa grande lavoura nacional.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, não é segredo para ninguémque a lavoura cafeeira mundial atravessa um momento de crisegeneralizada. Baixa produção em centros tradicionais, investidasde atravessadores internacionais, retenção ou súbita disposiçãode estoques - tudo, em suma, contribui para agravar a crise.
Produtor e fornecedor tradicional, grande nome mundial nocomércio do café, o Brasil não pode, - necessariamente, não pode- abandonar os cafeicultores nacionais, sobretudo negando-lhespreços justos e financiamentos corretos, pois qualquer enfraquecimento de nossa produção, seja quantitativa, seja qualificativa,representará prejuizos atuais e futuros que a nossa balança depagamentos não está em condições de suportar.
É imperioso repetir qUe os preços mínimos decretados para apróxima safra são totalmente desestimulantes e que, por certo,e caso seja mantida essa orientação, tudo provocará uma brutalqueda na produção. Acrescente-se, ainda, que os constantes epermanentes atrasos nas normas de financiamento aprovadaspelo Conselho Monetário Nacional, principalmente a nível de Bancos, têm gerado terriveis dHiculdades e até mesmo descrédito nósetor agrícola.
Com relação aos preços minimos, os agricultores reclamama revisão imediata, vale dizer o aumento da base de financiamento,de sessenta pOr cento para cem por cento daqueles preços.
Há que haver olhos que vejam e ouvidos que escutem as rei':vindicações do homem do campo, eís que elas traduzem os interesses gerais do País e não apenas os interesses dos agricultores.
Deputado e integrante da ARENA, agremiação política que dásustentação popular ao Governo do eminente Presidente ErnestoGeisel, não poderia eU faltar aos meus deveres funcionais de delegado do povo paulista e de correligionário do Chefe da Nação,trazendo-lhe, como lhe trago, os problemas que angustiam oscafeicultores de Marília, de São Paulo e do Brasil.
Por isso mesmo, solidarizando-me com os interesses do meuEstado e do meu País, apelo - em nome da gente bandeirante,em nome de todos os lavradores de café do meu Brasil - para aclarivivência e para o descortino do Presidente Ernesto Geisel,convencido de que o Governo que S. Ex.'" tão superiormente dirigen,ão faltará, como jamais faltou, aos interesses do Povo e da Nação!(Palmas~
. Durante o discurso do Sr. Antônio Morimoto, o Sr.João Linhares, 19-Vice-Presidente, deixa a cadeirà da pre8zdência, que é ocupada pelo Sr. Adhemar Santillo, 29-VicePresidel~te.
O SR. ELOY LENZI (MDB - RS. Pronuncia o seguinte dis('urso.) - Sr. presidente, Srs. Deputados, o problema habitacional do P!ís contínua sendo um dos maiores desafios à capacidadeorganizacional e administrativa do Governo, pois o Plano Nacional de Habitação não tem alcançado o objetivo para o qualfoi criado, e, muitas vezes, dele tem-se afastado.
Em verdade, ignoramos ainda o verdadeiro déficit habitaicional do Pais, embora tenhamos realizado o Recenseamentoele 1970, quando o Plano Nacional de Habitação já se encontravaem plena fase Gperacional.
Em 1964 o Gov'erno estimou em sete milhões de unidades, alcançando cerca de 40% de nossa população.
Naquele ano, 'calculava-se também que o crescimento da população, superior a 3% ao ano, produziria anualmente um crescimento dn déficii; em cerca de trez~ntas mil novas habitações.
Porém essa.;: estimativas não tinham apoio de um estudo correto do problema, porque nELo fora feito o levantamento sócioeconômico dos municipios brasileiros, através do qual seria com-
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posta uma "radiografia" global da mIserm da moradia popular,!Jara que se p11desse fazer perfeita identificação dos focos e contagem dos casos e, a partir daí, o estudo e a adoção de medidasde erradicação das chagas habitacionais, dizem as autoridades dosetor. Sabemos também que, em data posterior. outras estimati'Iras foram feitas, mas a grosso modo, pois o levantamento sócioeconômico do~ municípios brasileiros. em sua plenitude, aindanão fora efetuado,
Entret8nto. acredita-se que o déficit habitacional seja muitomais elevado do que as estimativas oficiais. Mesmo porque, eantes de r:lais nada, precisa-se estabelecer exato critério do quelÍeva ser entendido por "deficiência habitacional".
Parece-nos que o conceito oficial seria o complexo: causa.efeito e solução. como o responsável pela marginalização habitacional de grande parte da população, que carece de abrigo emcondições mínimas de conforto, higiene e dignidade onde possaVIver e procriar.
Já especialistas da Organização Mundial de Saúde adotamcritério mais rigoroso na definição: "habitação é a estruturamaterial que :l humanidade utiliza como abrigo e equipamentocomplementar necessário à saúde fisica e mental e o bem-estarsocial da família e do indivíduo", Com base nesse 'conceito, maisrestritivo, não podemos considerar como habitação a moradia..ubumana dos nossos mocambos, das favelas, dos cortiços, dosbarracos, dos ranchos espalhados nas cidades e na zona rural detodo o Pais. Essas subabitações são apenas componentes do déficite, por isso, se pode afirmar, com relativa segurança, que metadeda população I,Jrasileira carece de habitação. Aliás, de acordocom pesquisas efetuadas por comissões técnicas da ONU, é deaproximadamente 50% da população da Asia, América Latina eAfrica, Quanto à Europa, apesar da devastação causada pela segunda guerra, em 1960 o déficit já estava reduzido para menos de20'7c, provavelmente, hoje, já nem exista mais,
Na América do Norte e Oceania o déficit é quase nulo, reduzido que ef:tá a desajustamentos localizados nas grandes cidades,
Este é o maior desafio do Governo brasileiro e dos demaispaíses do Tel'ceiro Mundo. Aqui entre nós, não tem ele merecidodas autoridades a devida atenção, Quando dizemos da tribuna daCâmara dd8 Deputados, e fora dela, que o Governo devia colocara figura do HOMEM no centro de todas as suas decisões e programas, temos em mente uma melhor distribuição de renda, para-que o homelu, isoladamente ou em grupo, tenha melhores condições de cuidar de si; de seus familiares ou da comunidade em quevive,
ll: no subdesenvolvimento econômico e cultural que se há deel1contrar a causa maior do enorme déficit habitacional, pois aindigência, a miséria e a ignorância produzem a subabitação,
Quando pugnamos por uma melhor distribuição de rendas,temos pre,"entl', também, o problema do déficit habitacional esuas graví~simas conseqüências para as famílias e a sociedade,Lamentavelmente, num Pais como o nosso, onde o~ desniveis salariais vão de um para cento e cinqüenta, em que as rendas sãoconcentradas nas mãos de poucos, conforme comprovam as próprias estatísticas governamentais, inclusive o IBGE, criam-se touas as condições, não para resol.er-se esse problema, mas, sim,para agravá-lo.
A essa causa maior se a icionam outras com ~la correlacionadas. como o êxoto dos cam lOS e as concentrações urpanas delertecorrentes. es~imulado, de c.,rta maneira, pelo desenvolvimentohldustrial de certas cidades; '1 elevada taxa de expansão demográfica nas regiões onde o prnblema é crítico; a falta de crédito,a desvalorização da moeda, 'l inflação, as más administraçõesmunicipais, príncipalmente nai: grand,'s cidades e nas demais onde('corre o problema.
O crescimento desordenadu clq cicl8.des exerce grande pressãona demanda dl" terrenos urbanos, ' ;evando-Ihes o preç~ excessivamente, A falta de legislação regu] , Jora dos negócios imobiliáriosE'm ,áreas urbanas, além de entrave pan o desenvolvimé;nto ul'ballÍstico das cidades. também exercE' ' l'essão no problema habitacional, po,ssibilitando maior especuluc ) sobr.' o preço do, terrenose habitação.
O Professor Jorge Hage Sobrinho, da Universidade Federalda Bahia, em conferência no Seminário Internacional Sobre 'Administracão UJ.bana, realizada em Brasília há poucos dias, disseque a "política urbana ainda se encontra no papel",
Rage, que foi prefeítd na cidade de Salvador, destacou ql ~ osproblemas administrativos, enfrentados pela grande malOria dosprefeitos brasíleiros, somente terão solução "quando os programasadministrativos se adequarem às necessidades reais das comuni-dades". •
Não há, afirmou, por enquanto. repostas adequadas às necessidades da população.
A propósito, lembra também que, no Brasil, confunde-se 1\figura do administrador com a de construtor de pistas e viadutos,salientando que tais obras de investimento "nem sempre tradu7,em as prioridades necessárias ao atendimento do bem-estar comum", Como exemplo, recorda, que em Salvador "a tradiçãdadministrativa durante muito tempo foi a de se procurar o desenvolvimento urbano através de abertura de novas vias impon€ntes e da construção de pontes e viadutos". Contudo, esqueceu-sede que tais investimentos apenas beneficiam pequena parcela dapopulação Jocal. esvaindo-se grande parte dos recursos municipais,que poderiam ser aplicados na implantação de um eficente sistema de transporte urbano.
Citou também, como exemplo dos erros da política urbana,uma heterogeneidade das cidades brasileiras. Sente-se nos bairrolie na periferia das cidades o reflexo da desorganização administrativa, marcada pelas estreitas ruas sem iluminação, água, es..gato. contrastando com o que se vê nos centros e bairros luxuosos. Enfim. são sempre duas cidades diferentes em uma só.
A extensão horizontal do perímetro urbano das cidades, porsua vez, eleva a demanda de serviços públicos como a água potável, redes de esgoto e de energia elétrica, vias 'e m€ios de transportes e de comunicações, em ritmo - com freqüência - bemsuperior a capacidade financeira de Estados e municípios. <
O incremento da demanda habitacional se transmite à de ma':terial de construção l" a oferta destes nem sempre evolui com á,lllesma rapidez. facilitando as manobras especulativas de preços,com reflexos .mediatos nos custos da construção civil.
O Diretor da COHAB do Rio de Janeiro, esclareceu - n~seminário reglOnal de habitação, em Curitiba - que, no ,R.io~
constatou-se crescimento, entre 45% a 60%, no custo de mate"liais de construção no período de outubro de 1975 a outubro de1976. .
O Plano Nacional de Habitação, criado pela Lei n.o 4.380}instituiu as c;)ndíções legais para os contratos de venda, cons-'trução ou financiamento de construção, ou aquisição de unidadeshabitacionais. Instituiu também, dentro do Sistema Fi,nanceiro Na,cional, um setor especializado em financiamento de investimentQimobiliário, chamado Sistema Financeiro de Habitação (SFHI, con...,fiando sua supervisão, controle e coordenação ao organismo POI;ele críado e chamado Banco Nacional da Habitação (BNHJ. . :'!
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Quando de sua criação, condenaram-se os instrumentos···existentes anteriormente, que atuavam na mesma área: Caixas Econômicas, rAPES. Fundação da Casa Popular e outras instituiçõesvoltadas para a mesma área, porque às casas por elas vendidasaplicava-se apenas juro baíxo, sem outro gravame, e por isso, aimportância total recuperada era muitas vezes inferior ao valorrpal efetivCo da importância investida.
Pretenceu-se que o novo instrumental jurídico viesse garan..;tir o retorno integral do investimento graças ao mecanismo da"correção monetária" e assegurasse a multiplicação dos recurSOSjmercê de me"anismo de auto-suficiência,
Dai concluir-se que revogaram os mecanismos anteriores pc""que foram considerados, pela administração revolucionária, W'ú"não reprodutivos, de modo a corrigir o valor real do imóvel vendido no sentido da absorcão dos índices das taxas inflacionárias.Tais mecanismos foram taxados de paternalistas, pois, não havendo correção de valores mbnetários, dizia-se que o Governo gas~
tava recUl'OOS públicos para a construção de casas e as vendessepor preços qm estaría abaixo do valor real do imóvel ao prazofinal do pagamento das prestações pelas quais era vendido.
Necessitava-se, diziam, as novas autoridades de novos meca~
msmos, mais agressivos, e que viessem reajustar periodicamenteG preço das habitações vendidas ou financiadas, de maneira acompensar a desvalorização da moeda, sofrida pela inflação, ouseja, aplicação do mecanismo da correção monetária, Esta é aplicada em tudo: nas prestações dos contratos de compra e venda,110S seus saldos devedores, pagamento de impostos etc.
Os mutuários do BNH e de seus agentes financeiros pagaram,no ano passado, 37% de correção monetária sobre seus débitos emais juro médío de 5<;1,., alcançando um total de 42% sobre suadívida.
Como o prazo do contrato de compra e venda desses imóveisé longo, e, em certos casos, vai até vinte anos, e o fato de os ínciices da taxa de inflação serem muito altos, torna facilmente deduzível o grande aumento das parcelas e. depois de algum tempo,1olrnam-se insuportáveis para 'o adquirente. Para o compradorde baixa renda, os periódícos reajustamentos do valor nominalda prestação a tornam excessivamente elevada de modo que oadquirente do imóvel passa a não dispor de condições financeiraspara o cumprimento de tais obrigações. Nesse caso ele é despejadode sua habitação, perdendo o que já pagou e a casa é vendidaa outro. ql;e, se não pagar em dia suas perstações, também serádespejado, perdendo o dinheiro pago, e o imóvel será vendidO a
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terceiro, estabelecendo-se desse modo, aquilo que o Sistema de Habitação denomina de "rotatividade."
Em Belo Horizonte está ocorrendo um movimento de granderotatividade entre os associados das Cooperativas Habitacionais,pois os compradores de uma determinada faixa de renda são obrigados a abandoná-la por falta de condições para pagar as mensalidades, reajustadas trimestralmente.
Mesmo os que conseguem manter em dia o pagamento, estãosujeitos a perderem o imóvel pretendido, porque nenhum dos mutuários conhece o custo total da casa. Somente quando os conjuntos ficarem prontos é que os mutuários saberão seu valor, ocasiãoem que terão de comprovar possuir renda mensal suficiente paragarantir sua inscrição e a propriedade do imóvel.
Mauricio Schulman, em seu depoimento na CPI da Politica Habitacional, declarou que um terço da população brasileira (mais de30 milhões de pessoas, portanto) não tem condições de participar dequalquer programa habitacional, por mais longo que seja o prazopara pagamento. Esta nivelação, tida como otimista pelos queacompanham os programas habitacionais no Brasil, é feita pelopróprio presidente do BNH. Evidentemente, ele quis referir à faltade renda dessa baixa faixa populacional.
A vIsta de estudos estatístícos da Fundação Getúlio Vargas, oGoverno reajusta anualmente os salários mínimos das diferentesregiões do Brasil. A variação do salário mínimo é também indicadora da desvalorização monetária e serve, também, de base para acorreção monetária.
Acontece que os índices de correção monetária aplicados nacorreção das prestações da venda da casa, vezes há em que são superiores aos índices do aumento salarial.
Recentemente, a imprensa vem divulgando, reíteradamente, ocaso dos metalúrgicos em São Paulo, segundo o qual a FundaçãoGetúlio Vargas, ao calcular os índices inflacionários, para efeitode aumento salarial, por pressão do Governo, "manipulou" os in-;dices em 34,1% no que resultou uma redução no salário real dotrabalhador, correspondente a uma importância equivalente. O fatoé verdadeiro, pois foi publicamente admitido pelas autoridades emnota divulgada à imprensa.
11. Ora, se o salárío do trabalhador passou a ter menos força aquisitiva - em função da manipulação dos indices - aumentaramsuas dificuldades para atender seus compromissos financeiros, inclusive o do pagamento da prestação da casa comprada do SistemaFinanceiro de Habitação.
Não é difícil concluir-se que, face à experiência de quase 14anos de implantação e funcionamento desses mecanismos, o planonacional de habitação não está a atender às finalidades para asquais fora instituído, pois as faixas de baixa renda da sociedadebrasileira não têm condições de adquirir sua moradia de conformi<lade com a maneira de o sistema operar.
Daí por que o BNH preferiu trabalhar com outras categoriassociais, de renda mais alta, desvirtuando, assim, sua finalidade.
Na opinião dos técnicos do Sistema Financeiro de Habitação,os dispositivos legais de certos municípios e a insuficiência detransporte de massa contribuíram para que, de um milhão e 400mil moradias financiadas, até o final do ano passado, no âmbito doBNH, apenas 320 mil, menos de 25%, se destinassem:às populaçõesde menor renda, isto é, às COHAEs. Isso agrava as tensões sociais,na medida em que as regiões metropolitanas geram maior partedos empregos, atraindo mão-de-obra sem a contrapartida em moradias, provocando o crescimento das favelas.
Os mutuários das COHABs e cooperativas habitacionais, naverdade, são penalizados com exigências que não se estendem aoscompradores de unidades habitacíonais produzidas pela iniciativaprivada, tais como o pagamento da infra e superestrutura urbanas indispensável à implantação de conjuntos - água, esgoto, escolas etc.
No Rio, segundo os técnicos em habitação popular, há o exemplo de uma cooperativa habitacional, cujos mutuários se viramobrigados a financiar a construção de escolas em que serão matriculadas todas as crianças da redondeza, inclusive de edifícios que,na fase de construção, .se valorizam com isso. No exemplo citado, ocusto das escolas, a ser incluido na prestação dos mutuários, chegaa Cr$ 12 milhões.
Na prática, os programas habitacionais se tornam inviáveis pela ausência de transporte barato. JlJ que, embora em áreas mais residencíais da Zona Norte, do Rio, para exemplificar, o metro quadrado de terreno não urbanizado esteja em torno de Cr$ 50,00 emCampo Grande, por exemplo, mas a ligação do conjunto habitf1cional ao mercado de trabalho, feita por empresas de õnibus, consome a renda famíliar dos mutuários.
O'preço da terra e o custo da construção cresceram muito maisdo que os salários, e o apartamento, que há alguns anos poderIaser comprado por um trabalhador na faixa de três salários míni-
mos, agora somente pode ser adquirido por trabalhadores de faixaigualou superior a cinco salários.
Se foram concedidos tantos benefícios, como se apregoa, taiscomo prorrogação de praw,s, redução de juros, por que as habitações subiram tanto de preços? Quem se está beneficiando, realmente, da política da casa própria? O mutuário é que não. Dissotodos sabem. Até pelo contrário, ele é vítima de um processo espaliativo. .
Afirmou o Sr. Schulman, Diretor-Presidente do Banco Nacional da Habitação, que o Sistema Financeiro de Habitação foi criado para servir quem tem renda. Só esqueceu de dizer que o trabalhador que tem baixa renda está fora dessa faixa.
No entanto, o Sístema Financeiro de Habitação utiliza comofonte principal de recursos o "Fundo de Garantia do Tempo de Serviço". A arrecadação bruta do Fundo de Garantia cresceu em16,34%, entre 1975/1976, para alcançar o montante de 25 milhões.,
O Banco Nacional da Habitação, entre outras exigências, compromete a renda famíliar com a prestação do financiamento habitacional, em taxa variável de acordo com o nível de renda e otamanho da família, até 25% para uma família de cinco pessoascom renda de Cr$ 4.703,60.
Ora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, a renda comprometida éa familiar, isto é, de toda a família que vai habitar a casa a setcomprada e não somente a renda do mutuário, como a mim pareceser o certo. Acontece que, por lei natural, os filhos tendem a s'ah:da casa de seus pais, para formação, em princípio, de novas famílias, com caracteristicas próprias.
Exemplifiquemos: o caso de uma família com cinco pessoas, quese enquadre nos critérios do Sistema Financeiro de Habitação éque aufere a renda mencionada de Cr$ 4.703,60. Suponhamos lJ:ueos três filhos se afastem de casa, em razão da formação de novasfamílias, ou por outra qualquer, inclusive por morte, a renda cairáem três quintas partes, isso admitindo-se que a mulher tambémpartüüpe dessa renda. O comprometimento perante o sistema habitacional não será reduzido, como deveria ser. No caso em exame,a renda familiar passou a ser, exclusivamente, do casal, quase toda;ou simplesmente toda ela comprometida com o agente vendedor;pouco ou nada restando para a satisfação dos encargos do casatEstá claro que, no caso figurado, o adquirente não cUsporá maisde renda para pagamento das mensalidades, pois deverá usufruirdos seus recursos para atendimento dos encargos essenciais.
Estamos cUante de uma exemplificação que traduz uma dascausas da rotatividade, pois o BNH, ou seu agente financeiro, promoverá o despejo do mutuário inadimplente, sem levar em contaas causas do inadimplemento.
O Antropólogo Paulo Duarte afirma que a época de construção de residência para renda já passou e "repugna" às sociedadesbem cl)nstituídas que o homem, por ser abastado e proprietário,exerça a exploração do homem pelo homem, exigindo que o seusemelhante lhe pague um tributo para morar. Se o inquilinato erauma instituição superada, não se deveria expoliar os propríetários,mas dar-lhe uma indenização justa.
Refere-se o sociólogo a empresas imobiliárias privadas, quevisam ao lucro. No caso, o raciocínio vale também sobre o BancoNacional da Habitação e seus agentes financeiros, pois, como ocorre com a empresa privada, buscam o lucro como finalidade básica,com a agravante de que as fontes dos recursos não têm origem nasfinanças privadas.
Paulo Duarte chegou a sugerír um projeto que criava uma espécie de direito de desapropriação por iniciativa do particular,abria algumas exceções à aplicação da lei e definia a responsabilidade penal pela sua vIolação; diversamente do sistema posterior,a correção m":lDetária previa pagamento pelo sistema Price ou outro qualquer, combinado com juros máximos de 12 % ao ano.
Paulo Duarte, em sua obra "Residência", aborda criticamente, os resultados do BNH, alcançados até então. Respondendo a umapergunta que lhe fizera um jornalista sobre o novo sistema parao BNH, disse: "o primeiro tornou realidade uma- piada: a primeira prestação à vista e o restante a perder de vista, isto é, uma dívida a prestações eternas, gue aumentava sempre". Era o Plano deCorreção Monetária. Prossegue: "o segundo sistema" mudou apenas a atitude psicológica do comprador: sua dívida aparentemente na mesma proporção que o salário mínimo e dentro de um prazodeterminado. Na realidade é um fundo que paga o restante da dívida, cobrando de outro's compradores". É o Plano ele EquivalênciaSalarial.
Outros sistemas têm surgido de lá para cá, no BNH, mas emnada modificou a situação no que diz .respeito ao mutvário de baixa renda, que continua comprando por preços excessivos habitações de péssima qualidade. ...,.
Diz ainda o venerando mestre .que as falhas do PCM. PES e deoutros planos não são apenas técnicas, mas de filosofia que rege. Osístema faz captação a curto praw e financi,a a longo p:razo.; utili-
10118 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 1977
za a construção civil, não industrial, o que leva a custos crescentes. Isto sem contar que a indústria de material de construçãocivil estava despreparada e que o BNH não tem condições de fiscalizar eficazmente o construtor e o agente financeiro.
Assim, contrariamente ao que se apregoa, o valor do imóvel éfixado muito acima do valor do mercado, sendo utilizado, comotécnica de venda, a ilusão do financiamento a longo prazo.
O Governo tem afirmado, reiteradamente, que a "habitação"é sua meta prioritária. Todavia, o BNH utiliza recursos em outrasáreas. O Diretor do Planejamento e Coordenação do Banco Nacional da Habitação, Luiz Sand, declarou, em 7 de dezembro último,que o Programa Habitacional não será afetado pelos cortes do Governo, para 1977.
Os cortes de investimentos pelo BNH serão feitos nas áreasdo desenvolvimento urbano, principalmente em transporte de massa. O investimento estimado pelo BNH para 1977, segundo LuizSand, era de 41,3 bilhões, mas o Governo estipulou que a aplicação·deverá ser de 33,2 bilhões.
Os 8,1 bilhões restantes deverão ser aplicados em ObrigaçõesReajustáveis do Tesouro Nacional.
Informa ainda que o BNH tem atualmente 14,:> bilhões emORTNs, sendo 10 bilhões indisponíveis, utilizados pelo Banco Central para investimentos em projetos prioritários do Governo.
Vemos, pois, recursos provenientes do Fundo de Garantia doTrabalhador, financiar obras prioritárias do Governo, ou, então,destinados à compra de ORTNs, a juros baixíssimos.
As distorções são muitas e podem ser detectáveis em qualquerlugar onde funcione órgão ligado ao Plano Nacional de Habitação.Ainda recentemente o Economista Paulo Tímm, Coordenador-Técnico do Programa de Desenvolvimento da Região Geoeconômica deBrasília, denunciou, na Secretaria de Planejamento da Presidênciada República, a Companhia Imobiliária de Brasília (TERRAGAP),que vem fazendo o jogo da especulação imobiliária, impedindo,assim, que dezenas de milhares de trabalhadores possam adquirirsua casa própria. Foi mais longe o Economista, ao denunciar também que, na atual adminis~raçãoda TERRACAP, ocorre um verdadeiro amontoado de irregularidades contábeis, que pode, inclusive,levar o órgão a extinção.
O preço dos imóveis, em Brasilia, assumiu proporções proibitivas. Quanto ao aluguel, também.
O projeto de construção da Capital previa uma cidade de integração, onde todas as camadas sociais poderiam integrar-se namesma comunidade. Com o transcurso do tempo, porém, nota-seprecisamente o contrário. A cidade é antiintegração, pois umafamília, para residir no Plano Piloto, mesmo em apartamento dequalidade inferior, terá de ter renda mensal mínima, de Cr$10.000,00. Se a renda for inferior, simplesmente não terá condições de residir na Capital. Então, a solução é morar nas cidadessatélites e, para deslocar-se para a área de serviço, terá de enfrentar os problemas decorrentes do transporte coletivo, de péssimaqualidade, onde é freqüente a capotagem de ônibus com váriasmortes, num só acidente.
A grande procura por casas e apartamentos populares, nasgrandes cidades brasileiras, que, segundo estimativas das Companhias Estaduais de Habitação atinge uma média de 15 candidatospara cada moradia construída (contando apenas as familias inscritas nas OOHABs), é uma das graves distorções produzidas pelapolítica nacional de habitação, voltada para o financiamento dehabitaç"ões luxuosas. Especialistas nesta área calculam em cercade 5 milhões o déficít de moradias populares, somente, nos grandes centros urbanos brasileiros, situação difícil de ser corrigida,agora, mesmo com uma reformulação completa na política do BNH.
Dentro de uma tendência registrada desde a sua fundação,reconhecida pela atual diretoria, que reafirma estar mudando essasituação, o Banco Nacional da Habitação financiou, até agora, nosseus 13 anos de existência, um número consideravelmente maiorde moradias de luxo para camadas de renda mais alta do que decasas populares para as classes pobres.
Em abril últímo, ao anunciar que o·BNH passaria a concentrara concessão de financeamentos no âmbito do Sistema Financeiroda Habitação, para a construção de moradias para a classe média,já que as classes de renda inferiores estavam atendidas, o MinistroMário Henrique Simonsen não levou em consideração os númerosoficiaís do Banco Governamental.
Até o final do ano passado, o BNH, havia concedido para asfaixas de renda mais alta, no âmbito do Sistema Brasileiro dePoupança e Empréstimo (o Banco mais seus agentes financeiros),um total de 702.658 financiamentos, no valor de 40 bilhões, maisdo que o dobro do que foi liberado para as habitações populares:348.731 financiamentos, no valor de 12,3 bilhões.
SOmados os empréstimos concedidoB nas Operações Sociais comos dois outros programas de interesse popular - cooperativas elotes urbanizados - mesmo assim o total continua inferior aosempréstimos no BNH para construção de residência de luxo: juntosos financiamentos para as COHABs, cooperativas e lotes urbanizados foram de 686.383, correspondendo a um total de 38,3 bilhões.
Especialistas em habitação afirmam que não apenas as distorções verificadas na política de habitação, mas também a estrutura da concentração de renda no País constituem um dos maioresobstáculos para que uma grande parte da população possa teracesso à casa própria.
Na verdade, frisam esses especialistas, as famílias candidatasà compra de uma casa popular, limitadas pelos programas dasCOHABs a uma faixa ele até 5 salários mínimos, não podem nemmesmo pagar uma prestação de 300 a 500 cruzeiros por mês, conforme se poderá ver pelo atraso de pagamento das prestações e pelaalta rotatividade existente nos conjuntos habitacionais.
Acontece ainda que essas famílias se inscrevem nos planos semum mínimo de informação necessária, sem saber onde vão morar,o preço final da casa que pretendem comprar, o valor da UPC eo regime de correção das prestações. Ao final, pressionadas poroutros gastos, eles acabam sublocando a casa, atrasando o pagamento e levando à retomada do imóvel, criando elevado grau derotatividade nos conjuntos. .
Em conseqüência dessa sítuação, afirmam os especialistas, éque já começa a se verificar uma nova tendência nos planos habitacionais das COHABs: ao invés de casa própria, a solução é rebaixar o candidato para programa de lote urbanizado, cujas prestaçõessão mais baixas. Entretanto, com isso as COHABs estimularão oaparecimento de novas favelas, porque a falta de recursos paraconstruir uma casa de alvenaria levará estas famílias a ergueremnovos barracos nos lotes.
Para enfrentar a situação de escassez de moradia, déficithabitacional para a população mais pobre, crescendo de ano pa\-aano, a Companhia de Habitação Popular do Rio, por exemplo, utilizará a seleção, que será feita entre seus candidatos para transferir um número ainda não definido deles para o Programa de LotesUrbanizados.
Com isso, estes candidatos, que se inscreveram para a comprade uma casa ou apartamento dentro do programa da OOHAB,terão que se contentar com um lote dentro de uma área urbanizadacom serviços essenciais de água e esgoto.
Segundo o Estado de S. Paulo, edição de 24 de abril último,Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro, à época, játinha 70.000 candidatos para a compra d~ casa popular e umamédia de entrega de 2.{){)O habitações por ano, onde se Vê, quechegará ao ano 2 mil ,sem atender os que já estão inscritos emseus planos.
Embora não exista nenhuma perspectiva para entrega decasas, os candidatos pagam uma taxa de inscrição de CR$ 27,00,que já proporcionou à COHAB uma arrecadação de 1 milhão 89D'mil cruzeiros.
Desde que foi criada em 1962, a COHAB construiu cerca de40.000 mil casas e apartamentos populares, número consideradoinsuficiente para atender às necessidades da população com rendade um até. cinco salários mínimos - faixa para a qual se destinamseus planos - já que somente as favelas cariocas abrigam atualmente mais de um milhão de pessoas.
O acentuado crescimento da procura de habitação, a partir doinício deste ano, é conseqüência, também da maior utilização dachamada denúncia vazia. segundo um operário que procurava instruções para se inscrever no posto central da COHAB do Rio, a"denúncia vazia vírou uma espécie de epidemia que todo proprietário utiliza para botar o inquilino para fon(.
Para 0$ técnicos do BNH os problemas surgidos na área dasCOHABs não são da responsabilidade do banco. Depois da apresentação dos projetos, há para a liberação dos recursos, os quaisestão disponíveis sem nenhuma limitação. Afirmam que a responsabilidade pela feitura e execução dos projetos cabe aos poderespúblicos estaduais e municipais, através das companhias que foramformadas para esse fim.
Este argumento, todavia, não procede, porque não podem esquecer que as COHABs e outros agentes fazem parte do PlanoNacional da Habitação, que tem o BNH, como carro-chefe e que,por isso mesmo, comanda todo o Plano. A responsabilidade é doBNH e de todo o Sistema Nacional de Habitacão; do Governo emfim. Este jogo de esquivar-se em assumir responsabilidade 'peloserros e omissões j á é claro indicio de que o Sistema Nacional deHabitação vai mal e precisa ser radicalmente reformulado.
Estabeleceu-se como causa única do êxodo rural a possibilidadeempregatícia, que o desenvolvimento industrial nas cidades ofere-
Outubro de 1977 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10119
ciam, além do conforto inerente à cidade. Essa causa é verdadeira.Entretanto não é a única, nem a principal. O fator principal determinante desse movimento migratório é a péssima qualidade devida de grande parte da população rural; é a pobreza deenorme contingente de patricios nossos que vivem espalhadospor esse Brasil afora, numa miséria ainda maior daquela dosfavelados do Rio de Janeiro, ou de qualquer outra grande cidadebrasileira. As favelas são fáceis de serem localizadas. Basta percorrer a periferia de cada grande cidade. Podem ser até contadas,e a população favelada ter seu número calculado em nível quemuito se aproxima da realidade. Agora, os "favelados" da zonarural não são muito visíveis, pois não vivem agrupados em malocas, mas, sim, esparramados num território de oito milhões quinhentos e onze mil quilômetros quadrados.
São ex-pequenos proprietários de terras, recebidas por herança,que tiveram de vender sua gleba, por qualquer razão, e consumiramo produto da venda. De proprietários passaram a ser "agregados"no novo titular do domínio do imóvel, ou simples intrusos, morando,muitas vezes, em barracos construídos de barro com coberta decapim em promiscuidade igualou pior da que vivem os faveladosnas cidades. São filhos, netos, bisnetos de ex-proprietários de terras, que vivem como peões à base do salário mínimo, meio salárioou salário algum, para a maioria dos quais não há Justiça doTrabalho, pois a eles não chega sua ação tutelar, e que, alémdisso, não dispõe de assistência médico-hospitalar-farmacológica ede ensino.
Vivem nessa faixa grande parcela de nossa população, maiorainda do que aquela que habita a periferia das nossas grandescidades, em piores condições e absolutamente desassistidas. Essaspopulações precisam ser reintegradas à sociedade Nacional; O Governo não poderá continuar a desconhecê-las para sempre. Já éhora de se conscientizar da existência do problema social, de estudá-lo a fundo e encontrar solução para o mesmo.
O BNH também desconhece a existência dessa camada da população, tão carente de recursos quanto os favelados nas cidades,pois, se o conhecesse, já teria estendido sua ação junto a ela.
O Sistema Habitacional precisa produzir e vender habitações,também, para as famílias que habitam a zona rural, 'saindo docritério discriminatório em que se tem mantido até agora. O Governo fala muito em conter o êxodo rural, que tantas dores decabeça tem dado aos administradores de nossas cidades, especialmente das grandes, mas nada de significativo faz esse sentido. Aconstrução e venda de casas pelo BNH na área rural seria umaboa maneira, o início de uma política certa no sentido de contero êxodo rural para as cidades, fixando nosso homem do campo,no seu habitat, fato que teria enorme reflexo na agricultura brasileira, na produçáo de mais e melhores alimentos, numa Naçãode vocação natural agrícola, mas quase que totalmente ignoradapelas autoridades.
O Sistema Nacional de Habitação, portanto, precisa passar poruma remodelação em todas suas áreas, a fim de corrigir as distorções, que são tantas, a ponto de desfigurá-lo, e, além disso,1;;7~!- com que estenda sua ação para ajudar a suprir o déficithabitacional também na zona rural.
Durante o discurso o Sr. Eloy Lenzi, o Sr. AdhemarSantillo, 29-Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Peixoto Filho, Suplente de Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Peixoto Filho) - Está findo o ·tempod.estinado ao Expediente.
Vai-se passar à Ordem d~ Dia.
CompareceJll mais os Srs.:João Clímaco
Amawnas
Rafael Faraco - ARENA; Raimundo Parente - ARENA.Pará
, Edison Bonna - ARENA; Gabriel Hermes - ARENA; JúlioViveiros - MDB; Juvêncio Dias - ARENA; Newton Barreira ARENA.
Maranhão
Eurico Ribeiro - ARENA; João Castelo - ARENA; MagnoBacelar - ARENA; Temístocles Teixeira - ARENA.
PiauíCorreia Lima - ARENA; Murilo Rezende - ARENA; Paulo
Ferraz - ARENA.Ceará
. Flávio Marcílio - ARENA; Januário Feitosa - ARENA;Mattfo Sampaio -'''ARENA; Vilmar Pontes - ARENA.
Rio Grande do NorteHenrique Eduardo Alves - MDB; Wanderley Mariz - ARENA.
Paraíba
Ademar Pereira - ARI!lNA; Antônio Gomes - ARENA; Ar-naldo Lafayette MDB; Octacílio Queiroz - MDB; TeotônioNeto - ARENA.
PernambucoAiron Rios - ARENA; Carlos Wilson - ARENA; Gonzaga Vas
concelos - ARENA; Joaquim Coutinho - ARENA; Joaquim Guerra - ARENA; Lins e Silva - ARENA; Ricardo Fiuza - ARENA.
Alagoas
Antonio Ferreira - ARENA; Geraldo Bulhões - ARENA;Vinicius Cansanção - MDB.
SergipeJosé Carlos Teixeira - MDB.
BahiaAfrisio Vieira Lima - ARlúNA; Antonio José - MDB; Hen
rique Brito - ARENA; Henrique Cardoso - MDB; Jutahy Magalhães - ARENA; Leur Lomanto - ARENA; Lomanto Junior- ARENA: Ney lrerreira - MDB; Noide Cerqueira - MDB; PriscoViana - ARENA; Rogério Rêgo - ARENA; Rômulo GalvãoARENA; Vasco Neto - ARJ1:NA; Viana Neto - ARENA.
Espírito Santo
Aloisio Santos - MDB; Gerson Camata - ARENA; OswaldoZanello - ARENA.
Rio de JaneiroAbdon GOnçalves - MDB; Alair Ferreira - ARENA; Alcir Pi
menta - MDB; Alvaro Valle - ARENA; Amaral Netto - ARENA;Brigido Tinoco - MDB; Darcílio Ayres - ARENA Eduardo Galil- ARENA; Emal10el Waisman - MDB; Erasmo Martins Pedro MDB; Hydekel Freitas - ARENA; JG de Araújo Jorge - MDB;Joel Lima - MDE; Jorge Moura - MDB; José Mauricio - MDB;'Luiz Braz.- ARl~NA; Lygia Lessa Bastos - ARENA; Mac Dowell
,Leite de Castro - MDB; Marcelo Medeiros - MDB; Miro Teixeira - MDB; Nina Ribeiro - ARENA; Rubem Dourado - MDB;Rubem Medina -- MDB; Walter Silva - MDB.
Minas GeraisBento Gonçalves - ARENA; Francelino Pereira -ARENA; Fran
cisco Bilac Pinto - 4RENA; Genival Tourinho - MDB; IbrahimAbi-Ackel- ARENA: Jairo Magalhães - ARENA; Jorge Ferraz MDB; Juarez Batista - MDB; Luiz Couto - MDB; Luiz Fernando - ARENA; Paulino Cicero de Vasconcellos - ARENA; RaulBernardo - ARENA; Renato Azeredo - MDB.
São PauloA. H. Cunha Bueno - ARENA; Mrton Sandoval- MDB; Air
ton Soares - MDB; Amaral Furlan - ARENA; Antônio Morimoto- ARENA; Cantidio Sampaio - ARENA; Cardoso de Almeida ARENA; Dias Menezes - MDE; Ferraz Egreja -ARENA; FredericoBrandão - MDB; Freitas Nobre-MDB; Gioia Junior-ARENA;Ivahir Garcia-ARENA; João Arruda - MDB; João Pedro-ARE_NA; Jorge Paulo - MDB; Odemir Furlan - MDB; Otávio Ceccato- MDB; Pedro Carolo-ARI~NA;Roberto Carvalho - MDB; RuyCôdo - MDB; Salvador JulianeHi - ARENA; Sylvio VenturolliARENA; Ulysses Guimarães - MDB.
GoiásHélio Mauro -- ARENA; Jarmund Nasser - ARENA; Rezende
Monteiro - ARENA; Wilmar Guimarães - ARENA.Mato Grosso
Benedito Canellas - ARENA; Vicente Vuolo - -ARENA Walter de Castro - MDB.
Paraná
Antônio Ueno - ARENA; Flávio Giovini - ARENA; Gomes<10 Amaral - MDB; Minoro Miyamoto - ARENA; Nelson Maculan - MDB; Osvaldo Buskei - MDB; Pedro Lauro - MDB;Samuel Rodrigues - MDB; Santos Filho - ARENA; SebástiãoRodrigues Júnior - MDB.
Santa CatarinaAroldo Carvalho - ARENA; Ernesto de Marco - MDB; Hen
rique Córdova - ARENA; Jaison Barreto - MDB; José Thomé- MDB; Pedro Colin - ARENA; Walmor de Luca. - MDB; Wilmar Dallanhol - ARENA.
Rio Grande do Sul
Alexandre Machado - ARENA; Aluizio Paraguassu - MDB;Antônio Bresolin - MDB; Arlindo Kunzler - ARENA; CarlosSantos - MDB; Célio Marques Fernandes - ARENA; FernandoGon<ialves-ARENA; Harry Sauer-MDB; João Gilberto-MDB;
10120 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NA.CIONAL (Seção I) Outubro de 1977
Jo~ Mandelli - MDB; Lauro Leitão - ARENA; Lidovino Fanton- MDB; Mário Mondino - ARENA; Nunes Leal- ARENA; Odacir Klein - MDR.
Rondô~ia
Jerônimo Santana - MDB.
VI - ORDEM DO DIA
O SR. PRESIDENTE (Peixoto Filho) - A lista de presençaacusa o comparecimento de 254 Srs. Deputados.
Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentarpoderão fazê-lo.
O SR. INOC:/l:NCIO DE OLIVEIRA - Projeto de lei que estabelece normas para o julgamento de ações indenizatórias decorrentes de erros médicos pelos Conselhos Regionais de Medicina.
O SR. ALeIR PIMENTA - Projeto de Resolução que alteraa redação do § 4.°, do art. 28, do Regimento Interno da Câmarados Deputados.
O SR. VALDOMIRO GONÇALVES - Projeto de lei que incluiligação rodoviária no Plano Nacional de Viação, instituido pelaLei n.o 5.917, de 1.0 de setembro de 1973.
O SR. OCTAVIO TORRECILLA - Projeto de lei que dá novaredação ao art. 3.° do Decreto-lei n.O 594, de 27 de maio de 1969.
O SR. íTALO CONTI - Requerimento de consignação nosAnais da Casa de voto de regozijo com o Chanceler HelmuthSchmidt, da Alemanha OCidental, pela operação de resgate dospassageiro~ e tripulantes do avião seqüestrado na Somália.
O SR. PAULO MARQUES - projeto de lei que autoriza o.Poder Executivo a criar a Zona Franca de Foz do Iguaçu.
O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES - Requerimento de consignação nos Anais da Casa de voto de congratulações com o povodo Município de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, pela inauguração da Rádio São Francisco FM-Stéreo daquela cidade.
- Requerimento de consignação nos Anais da Casã de voto.-de pesar pelo falecimento do Dr. Celso Ignácio de Almeida Mar-tins Costa, advogado e professor universitário.
O SR. GERSON CAMATA - Projeto de lei que introduz alte:ação na Lei n.O 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui oCódigo Florestal. '
A SRA. LYGIA LESSA BASTOS - Requerimento de consignação nos Anais da Casa de voto de congratulações com o InstitutoHistórico e Geográfico Brasileiro, pelo transcurso do 139.° aniversário de sua fundação.
O SR. PEIXOTO FILHO - Requerimento de consignação nosAnais da Casa de voto de pesar pelo falecimento de Jaime de Carvalho, compositor' musical.
O SR. JOSÉ CAMARGO - Projeto de lei que estabelece normas :para a escrituração e expedição de documentos de natureza escolar.
O SR. PACHECO CHAVES ~ Projeto de lei que dá nova redação ao § 1.0 do art. 5.° da Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de1960 - Lei Orgânica da Previdência Social.
O SR. HENRIQUE EDUARDO ALVES - Projeto de lei que altera a redação do art. 14 da Consolidação das Leis do Trabalho.
O SR. ALBERTO HOFFMANN - Requerimento de consignação nos Anais da Casa de voto de congratulações com o povo doMunicípio de Ijuí, Rio Grande do Sul, pela passagem de seu 87.°aniversário de emancipação político-administrativa.
O SR. MINORU MASSUDA - Projeto de lei que torna obrigatória a citação do réu também pelo rádio e televisão, alterandoo § 2.0 do art. 231 do Código de Processo CIvil.
O SR. RAIMUNDO PARENTE - Projeto de lei que estabelececritério para o pagamento de quotas do Fundo Rodoviário Nacionaldevidas aos Municípios e retidas ou suspensas.
O SR. DABO COIMBRA - Requerimento de consignação emAta de voto de congratulações com o Movimento de Assistênciaaos Encarcerados do Rio de Janeiro pela passagem do 22.° aniversário de sua fundação.
O Sr. Peixoto Filho, Suplente de Secretário, deixa acadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. MarcoMaciel, Presidente.
O Sr. Alípiu Carvalhu - Sr. Presidente, peço a palavra parauma comunicação, como Líder.
O SR. PRESIDENTE (Macco Maciel) - Tem a palavra o nobreDeputado.
o SR. ALtPIO CARVALHO (ARENA - PRo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nosso Líder, Deputado José Bonifácio, vemde receber comunicação do Ex.mo Sr. Ministro da Saúde, Dr. Paulode Almeida Machado, com referência ao pronunciamento do Deputado Genival Tourinho, do MDB de Minas Gerais, sobre a doençade Chagas em Montes Claros.
l!: a seguinte a comunicação do Sr. Ministro:
'~Cita S. Ex." inicialmente um "relatório da Secretaria de,saúde de Minas Gerais resultante de notável trabalho depesquisa".Na verdade, o tal relatório da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, de dezembro de 1976, cita os dados constantesdo Relatório n.O 882, de 13-8-75, da SUCAM, e confesso-ohonestamente. Não me parece sério atribuir à Secretariaos méritos do que foi feito pelo Ministério.
Os dados a que se refere o Deputado dizem respeito aoperíodo 1958/1974 e foram fornecidos à Secretaria em1975.Em 1975, foi instituído o Programa Nacional de Controleda Doença de Chagas, que o Deputado Tourinho ignora,acusando o Ministro da Saúde de insensibilidade...
Afirma o Deputado que o Ministro teria reduzido as dotações para o controle da doença de Chagas, que seriam deCr$ 184.126.000 em 1977 e cairiam para Cr$ 145.870.000 em1978.O Deputado está mal informado. Em 1977 estão sendo aplicados os 184 milhões que figuram na Lei de Meios e mais35 milhões para fazer face ao aumento de vencimentos. Sãoportanto 219 milhões e não 184 milhões, como disse.
A proposta orçamentária da SUCAM para o Programa Nacional de Controle da Doença de Chagas prevê 197,4 milhões e mais 45 milhões suplementares, totalizando 242,4milhões.Não houve qualquer redução nas dokções. Pelo contrário,houve aumento, dentro das possibilidades.
O Programa Nacional de Controle da Doença de Chagasprogride em áreas contínuas e contíguas.'Em Mínas Gerais, até junho de 1977, já foi concluído o reconhecimento geográfico, casa por casa, na zona rural, em196 municipios e em todos foi concluído o levantamentotriatomínico. 12.000 localidades foram cadastradas, totalizando 135.977 prédios.
Já foram borrifados com BHC 95.927 prédios em 142 municipios. 40 municípios do Triângulo Mineiro já estão no2.° ciclo de borrificação e na área do Jequitinhonha 12 municipios já estão na fase de vigilância. .O inquérito sorologico já está concluído em 86 muniCÍpios.
O Deputado do MDB citou dados anteriores à implantaçãodo Programa, dados levantados pelo Ministério da Saúde enão pela Secretaria de Saúde e, sem se informar sobre oPrograma em desenvolvimento, deitou falação que nãocorresponde à verdade."
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos a seguinte
REDAÇAO FINAL
DO PROJETO DE LEI N.O 2.232-R, DE 1976Dispõe sobre a prestação de asBistência médica a víti
mas de acidente de trânsito, e determina outras provi-dências. .
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1.° A prestação de assistência médico-hospitalar a vítimas de acidente de trânsito de qualquer natureza é obrigatória para médicos, entidades hospitalares e para-hospitalares, independentemente de autorização do próprio interessado ou de quem seresponsabilize pelo evento.
Art. 2.0 Revogam-se as disposições em contrário.
Comissão de Redação, 19 de outubro de 1977. - Daso CDimbra.,Presidente - José Ribamar Machado, Relator - Theobaldo Barbosa..
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que a aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)
Aprovada.
Vai ao Senado Federal.
Outubro de 1977 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quinta-feira 20 10121
o SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos a seguinte
REDAÇÃO FINAL
PROJETO DE' LEI N.o 3.614-B, DE 1977
Altera o 'art. 11 do Decreto-lei n.a 67, de 21 de novembro de 1966, que dispõe sobre ações da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, e dá outras providências.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1.0 O art. 11 do Decreto-lei n.O 67, de 21 de novembro de1966, passa a vigorar com a seguinte redação: ..
"Art. 11. As ações da Sociedade serão ordinárias nominativas, com direito de voto, e preferenciais, sempre sem direito a voto, inconversiveis em ações ordinárias."
Art. 2.0 iEsta lei entrará em vigor na data da sua publicação.Art. 3.0 Ficam revogados o art. 14 e seu parágrafo único do
Decreto-lei n.O 67, de 21 de novembro de 1966, e demais disposiçõesem contrário. •
Comissão de Redação, 19 de outubro de 19'17. - Daso Coimbrlli,Presidente - .José Ribamar Machado, Relator - Theobaldo Barbosa.
O SR. PRE·S·IDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que a aprovamqueiram ficar como estão. (Paus·a.)
Aprovada.
Vai ao Senado Federal.
O SR. PiRESIDENTE (Marco Maciel) - Irá sobre a mesa e vousubmeter a votos o seguinte
REQUERIMENTO
Senhor Presidente:Nos termos regimentais, ·requeiro urgência para a tramitação
do Projeto de Lei n.O 1.660/75.
Sala das Sessões, em 19 de outubro de 1977. - Al!Wio CarvaJhfr.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - OS Srs. que o aprovam
ilueiram ficar como estão. (Pausa.)
Aprovado.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Nos termos do art. 86,§ 3.°, do Regimento Interno, convoco a Câmara dos Deputados parauma Sessão Extraordinária Matutina, amanhã, as lO horas, destinada a trabalho das Comissões.
O SE. PRESIDENTE (Marco Maciel) -
Discussão única do Projeto de Decreto Legislativo n.o10B-A, de 1977, que aprova o texto do Convênio de Assistência Recíproca para a Repressão do Tráfico Ilícito de Drogas que Produzem Dependência, firmado entre a RepúblicaFederativa do Brasil e a República da Bolivia, em Brasília,em 17 de agosto de 1977; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicida-
,de e técnica legislativa; e, na Comissão de Saúde, pelaaprovação. (Da Comissão de Relações Exteriores.) - Relatores: Srs. Erasmo Martins Pedro e Leõnidas Sampaio.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Peixoto Filho, para discutir o projeto.
O SR. PEIXOTO FILHO (MDB - RI. Sem revisão do (l,radar.)- Sr. Presidente, o Projeto de Decreto Legislativo n.o 106-A, de1977, aprova o texto do Convênio de Assistência Recíproca para aRepressão do Tráfico Ilicito de Drogas que Produzem Dependência, firmado entre a República Federativa do Brasil 'e a Repúblicada Bolívia, em Brasília, em 17 de agosto de 1977.
O parecer da Comissão de Relações Exteriores, firmado peloDeputado Fernando Gama, faz referência à iniciativa que tomei,em 1973, de constituição de uma CPI sobre o tráfico e uso de substâncias alucinógenas no País. Reporta-se também ao trabalho desenvolvido por esta Casa no sentido de uma colaboração mais efetiva com o Governo para a solução desse grave e constrangedorproblema. Ainda ontem, aqui na Câmara se, coletavam assinaturas para a apresentação de proposição visando à constituição deuma nova CPI de Tóxicos.
Desde 1973, portanto, Sr. Presidente, lutamos por encontrarmeios para debelar esse terrível mal. Aquela época, o MDB nãodispunha de número suficiente de Deputados para contar com aaprovação do meu requerimento de constituição daquela CPI. Façoquestão de registrar, nesta oportunidade, o desprendimento, acoragem pessoal, o amor à causa pública, o alto espírito demonstrado por 32 Deputados da ARENA, entre eles os Deputados CélioMarques Fernandes e Siqueira Campos, que, contrariando orientação de sua Liderança, subscreveram o requerimento de minha autoria.
Anunciei, entâo, que apresentaria meu requerimento, comoefetivamente o fiz no dia 22 de outubro. E assim o fazia, Sr. Presi-.dente, em virtude do trauma sofrido pela consciência nacionalcom o episódio de que foi vitima uma menina em Brasília - AnaLídia. O fato justificava a minha iniciativa, apoiada por 128 Deputados.
Pois bem, hoje, 19 de outubro, quatro anos são decorridos daquela minha iniciativa. Trago aqui recorte do Diário do CongressoNaciunal, de 19 de outubro de 1973, que passo a ler antes de conceder o aparte ao meu ilustre colega Deputado Gérson Camata:
"Objetivamos, ao optarmos pela instituição da CPI, contribuir para a luta desigual que as autoridades travam contra os mais infames dos criminosos: os que, visando a lucros fáceis, levam, através do fornecimento de substânciastóxicas, os nossos jovens, alguns adolescentes ainda, a degradação mora! e física e à própria morte.
l!: necessário dizer um basta a esse estado de coisas, sobpena de, com a nossa omissão, sermos co-responsáveis comatos degradantes como os que vitimaram a universitáriaMaria Cecilia Mansur Leite, a criança Ana Lidia Braga e ajovem Eleonora Augusta Guedes. Isto para citarmos, comoilustração, esses três casos ocorridos nesta Capital, poispelo Brasil afora sua incidência são aos milhares, desgraçadamente. ,
Além de, com a constituição da CPI, contribuirmos com oGoverno em sua luta contra as "gangs" dos tóxicos, impõe-nos um dever de consciência, pois somos cristãos, pais,e desejamos preservar os valores morais de nossa juventude, sorrateiramente ameaçada pela ação da pior ralé domundo: os traficantes de ópio, morfina, cocaína, LSD e,entre outras substâncias tóxicas, a maconha. Clama anossa consciência para que tomemos uma providênciaagora e já.
Ademais, seria uma forma de o Poder Legislativo demonstrar, quando não está muito desprestigiado, que é válidoainda para alguma obra. Seria, por outro lado, um escárnioao povo e à Nação se, eventualmente, alguma Liderançanesta Casa disser "não" à instituição da OPI que pedimos; seria a assinatura no atestado de incompetênciae inutilidade do Legislativo ante os graves problemasque afligem o País, .como é o caso do tráfico e uso detó~icos ' como o LSD.
Sabendo como a maioria dos membros desta Casa a quepode levar o abuso de entorpecentes por parte de um rapaz ou uma moça, e não contribuindo, de uma forma oude outra, na luta contra o mal, melhor seria que renunciássemos aos nossos mandatos e fôssemos curtir a vergonha própria dos impotentes em nossàs casas."
Esta,_ Sr. Presidente, é parte da justificação que ofereci. Ejâ no dia 22, três dias após, llpresentei o seguinte requerimento:
"Requeremos, na forma regimental, a constituição de, umaComissão Parlamentar de Inquérito, para investigar ascamms do tráfico e uso de substÍl.ncias alucinógenas, observadas as seguintes disposições:
Art. 1.0 l!: constituida, nos termos de dispositivos do Regimento da Câmara dos Deputados, Comissão Parlamentar
de Inquérito para apurar:
a) o tráfico e uso de substâncias alucinógenas.
Art. 2.0 A Comissão terá o prazo de 120 dias, a contar de.sua instalação, para estudar relatórios de repartições policiais sobre tráfico e uso de substâncias tóxicas, assimcomo tomar depoimen~os em sessão livre ou secreta conforme a conveniência que cada caso exija.
Art.3.0 A Comissão será composta de 12 (doze) membrosdeputados e terá crédito de até 30 míl cruzeiros, para asdespesas decorrentes de seu funcionamento.
Art. 4.° No desempenho de suas funções; a Comissãopoderá requisitar funcionários de setores da Câmara dosDeputados."
Na ocasião, o Deputado Geraldo Freire, Lider do Governo,proibiu ...
O Sr. Célio Marques Fernalndes - Proíbiu - esse o termo.
O SE. PEIXOTO FILHO - ... que os Deputados da ARENAassínassem o meu requerimento. Mas, felizmente, conseguimosuma vitória, e a CPI :ficou assim constituída: Wilson Braga, Presidente; Marcondes Gadelha, Vice-Presidente; France1ino Pereira,Relator; Alberto Hoffmann, Relator-Substituto; membros: ChavesAmarante; Djalma Bessa; José Bonifácio Neto; José Haddad;Peixoto F'ilho; Roberto Galvani; Sílvio Botelho e Sinval Boaventura.
10122 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
Contou ainda a Comissão com o assessorarr..ento dos Drs. AlyrioCavallieri, Antonio Ponce, Celso TelIes, Décio dos Santos Vives,Elisaldo LUiz de Araújo Carlini. João de Deus Lacerda Menna Barreto, José Elias Murad e Oswaldo Moraes Andrade.
O Re'atório da CPI foi encaminhado ao Governo, que designouuma Comissão, tendo o Ministro da Justiça requisitado os nossosmesmos assessores, Drs. Menna Barreto e Oswaldo Moraes Andrade. E dos nossos trabalhos, dos trabalhos desta Casa, do nossoesforço, originou-se a Lei n.o 6,368, de 21 de outubro de 1976, quedispõe sobre medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito euso indevido de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica. Como já disse, essa lei é reflexo dosnossos trabalhos, do relatório elaborado pelo Deputado FrancelinoPereira, com o nosso apoio. E a Comissão constituída pelo Governopara elaborar aquela lei contou com a colaboração, entre outros, docientista Moraes Andrade e do jurista Menna Barreto.
Sr. Presidente, trago estes subsídios para que constem dosAnais da Casa. É a nossa contribuição. Inclusive, o relatório doDeputado Francelino Pereira, acatado pe~o Governo, resultou naLei n,o 6.368. Sou terminantemente contra a constituição de urr..anova CPI, porque esta Casa já deu a sua contribuição ao problemados tóxicos. Agora, cabe ao Governo decretar as medidas necessárias, como a que se oferece hoje à nossa apreciação. Realmente,este convênio, muito justo, trará grandes resultados, porque a Bolívia é reconhecidamente um grande centro de tráfico de substâncias alucinóg~!llas. Naquele país, a incidência do uso do tóxicoé IIJuito maior do que no Brasil. Quero Sr. Presidente, ao final,louvar tal iniciativa, porque o problema é grave e precisa dacolaboração da Câmara dos Deputados.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciell - Tem a palavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para discutir o projeto.
O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES (ARENA _ RS. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Deputados, já temosenunciado, por 4 ou 5 vezes, desta tribuna, o recrudescimento douso de tóxicos em nossa Pátria. Nos grandes centros urbanos doPaís, São Paulo, Rio de Janeiro, a minha Porto Alegre, Recife eoutras mais, drogas como a cocaína estão sendo consumidas pelasmais diversas classes sociais, principalmente as mais favorecidaseconomicamente, uma vez que a mesma é de aquisição dispendiosa. Trata-se de um tráfico mortal e de conseqüências imprevisíveis.
Ultimamente, homicídios e escândalos têm sido provocados, emvirtude do uso de tóxicos, pela alta sociedade brasileira, tirandoJhe o sentimento de responsabilidade E' incentivando o comportamento antissocial dos viciados. Segundo depoimentos de fontescredenciadas, o uso da cocaína era muito limitado até há poucotempo, sendo preferida por grupos discretos de boêmios e de pessoas do jet set. Mas, ultimamente, terminou por alastrar-se a todasas classes sociais, através de um golpe dos traficantes, que ensinaram nossa mocidade a fumar maconha para depois retirá-la docomércio clandestino, introduzindo a cocaína a preço o mais baixolJossível. Numa segunda fase, elevaram seu preço e estão ganhandorios de dinheiro.
Nós, que tivemos uma longa experiência policial e sempre trabalhamos nesse setor, que conhecemos o caminho por onde entramas drogas no Pais, ticamos satisfeitíssimos por ver que o GovernobrasEeiro assinou convênio com a República da Bolívia, de ondevem a cocaína. Há pouco os jornais noticiaram que uma aeromoça,que víajava todas as semanas para a Europa. transportava 1 luilode cocaína para entregar em Paris. Após ter sido presa, ficou constatado que o produto era adquirido aqui bem perto. na Bolívia. Descobertos os traficantes descobriu-se a origem, mas quando o Brasilquis tomar providências nada pôde fazer, porque a droga era nrocedente de outro país.
O convênío que vamos aprovar deve ser assinado pelos Governos da Bolívia e do Brasil com a maior urgência possivel, poisvai contribuir não para acabar - não ;tcredito nisto - mas paraminorar esse gravíssimo problema.
1 Temos feito uma série de pronunciamentos a respeito e, o queé triste, fomos obrigados a dizer mais de uma vez que a Políciabrasileira não está aparelhada para combater esses criminosos.
Deus fez comparecer hoje a este plenário o nosso colega,Deputado Francelino Pereira, Relator da CPI dos tóxicos, CPI quecustou a ser organizada, depois de requerida pelo esforçadíssimo,dedicado e atuante Deputado Peixoto Filho. Naquela ocasião, faltavam as assinaturas de seis Deputados da ARENA. Assinamosimediatamente. Não era possível imaginar que forças estranhasnão admitissem a constituição dessa CPI destinada a apurar otráfico de entorpecentes. Fomos, então, chamado ao gabinete doentão Líder da ARENA, que nos mandou, de dedo em riste, retirara assinatura. Fomos obrigado a dizer ao ilustre Deputado GeraldoFreire que S. Ex.R não conhecia bem os homens do Sul, para osquais um fio de bigode valia muito mais do que uma ll:ssinatura.·E que gritos e ameaças não nos assustavam. Não só não a retiramos como conseguimos as que faltavam. Assim conseguimos criar
a CP!. É verdade que não fizemos parte dela. Nós que tínhamosexperiência no set{}r e poderíamos colaborar para o êxito de seustrabalhos fomos punido a priori, porque haviamos assinado o requerimento sem consultar o Líder do partido. Sabem por quê, Srs.Deputados? Porque o Ministro da Justiça, da época, havia ameaçado renunciar se saísse a CP!. Mas a CPI saiu.
Os resultados apresentados foram mnito fracos, foi mais umsimpósio, um congresso sobre tóxicos, do que qualquer outra coisa.Mas algo foi feito e a lei foi aprovada.
Sr. Presidente, vamos aprovar o texto do Convênio de Assistência Reciproca firmado pelos Governos do Brasil e da Bolívia,segundo o qual re~onhecem ambos que o tráfico ilícito e o usoindevido de drogas que produzem dependência constituem umprobcema que afeta as comunidades de ambos os países; admitemque as fronteiras territoriais dos dois países possibilitam o tráficoilícito de drogas e consideram que é dever de ambos os paísescombater essa modalidade delitiva err.. todas as suas formas.
Sr. Presidente, estamos começando a trilhar o caminho certono combate ao grande mal. Brasil e Bolívia empreenderam todos osesforços no sentido de lograr a efetiva repressão do tráfico ilícitode drogas que produzem dependência, mediante cooperação mútuae adequada. Segundo dispõe o referido Convênio, entende-se pordrogas que produzem dependência quaisquer substâncias naturaiscu sintéticas que, ao serem administradas aos organismos humanos, alteram o estado de ânimo, a percepção ou o comportamento,provocando modificações fisiológicas ou psíquicas. Diz tambémele "ambos os países contratantes comprometem-se a adotar asmedidas legislativas e administrativas que forem necessárias parao cumprimento do presente Convênio no mais breve prazo possivel" ~
Para que possamos atingir os objetivos desse Convênio, dizainda que os dois países, por seus serviços competentes - isto é,as polícias especializadas - encarregados da repressão ao tráficoilícito de drogas, como também as organizações de saúde de ambosos países manterão mútua assistência técnico-científica, assimcomo estímulo o intercâmbio de informações sobre traficantesindividuais ou associados.
No ano passado, sobrevoando a Turquia, observamos maravilhosas plantações, que pareciam um tapete vermelho. Ao perguntarde que se tratava, fomos informados de que eram papoulas, de cujasemente é retirado o ópio. EsseS os países que produzem os entorpecentes, favorecendo o ,-ício. A cocaína vem da Bolívia, o fumo,todos sabem de onde vem. Permita Deus que este Convênio deAssistência Recíproca para a Repressão do Tráfico Ilícito de Drog<\s que Produzem Dependência, firmado entre o Brasil e a Bolívia,entre em execução o quanto antes, para que possamos assistir aosseus resultados práticos.
Concluindo, faço um apelo a todos os Deputados. no sentidode que se preor:upem com este problema. Aqui em Brasília, a mocidade chegada a nós, Deputados, usa e abusa de drogas. Esta é acidade que possui maior número de viciados, proporcionalmente àsua popu!ação. É a Capital da República, o centro do Brasil. E estequadro, Sr. Presidente, se reproduz no Rio de Janeiro, em SãoPaulo e em Porto Alegre. Este Convênio é o passo inicial que vemde dar o Governo, como medida objetiva, real, para combatermosum mal terrível que está atingindo a nossa mocidade, os homensque amanhã deverão ocupar os nossos lugares.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Daso Coimbra, para discutir o projeto.
O SR. DASO COIMBRA (ARENA' - &l. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o assunto é do dia, daépoca - o problema dos entorpecentes. E os crimes se vão repetindo, em várias partes do País e do mundo, como conseqüênciado uso de drogas e substâncias que produzem dependência. Sr.Presidente, a esse respeito, a legislação é farta. O Brasil mesmo,nesse sentido, tem feito uma série de acordos, tem sido signatáriode uma série de tratados internacionais, a partir das Convençõesde Haia, em 1912, de Genebra, em 1925 e 1936, e do Protocolo deLake Success, em 1946. Em 1961, tivemos a Convenção 'única deEntorpecentes, em Nova Iorque, aprovada três anos depois poresta Casa Legislativa. Ultimamente, depois do Tratado de Genebra,em 1972, tivemos o Acordo Sul-Americano Sobre Entorpecentes ePsicotrópicos, oriundo da Conferência Sul-Americana de BuenosAires, em 1973, naquele mesmo ano referenciado em nosso Pais,através do Decreto Legislativo n.o 78.
Sr. Presidente, este Convênio de Assistência Reciproca para aRepressão do Tráfico TIícito de Drogas que Produzem Dependência, firmado entre o Governo brasileiro e o Governo da Bolívia, hápoucos meses assinado aqui em Brasilia, através de 16 artigos estabelece uma série de medidas que visam à repressão do tráficode entorpecentes entre os dois países. A extensa fronteira doBrasil e da Bolívia, praticamente despoliciada, constantemente tempropiciado o tráfico de entorpecentes. Os artigos V e VI do Convênio, estabelecem como serviços competentes para a repressãodo tráfico ilícito de drogas os organismos policiais destes dois paí-
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10123
ses. O art. X prevê a realização de reuniões anuais entre as partescontratantes, a fim de que, através de consultas e intercâmbio deinformações, sejam aperfeiçoadas cada vez mais as medidas decombate ao tráfico de entorpecentes. O art. XI estabelece o intercâmbio de pessoal especializado do Brasil e da Bolívia, no combate ao tráfico ilícito de drogas. O art. XII prevê a forma como oBrasil e a Bolívia realizarão operações conjuntas nas zonas defronteira. Já o art. XIII cuida da forma como deverá ser feita aerradicação das plantações e dos cultivos clandestinos, dos quaispossam ser extraídas substâncias consideradas como drogas nasáreas do Brasil e da Bolívia. '
Concedo o aparte ao Deputado Inocêncio Oliveira.O Sr. Inocêncio Oliveira - Nóbre Deputado Daso Coimbra,
desde o início dos nossos trabalhos nesta Casa, temo-nos preocupados sobremodo com o problema da toxicomania em nosso País.A esse respeIto, inclusive, já fizemos um pronunciamento em Grande Expediente e apresentamos três projetos de lei, visando a diminuir a incidência desse mal, que aflige sobretudo nossa juventude. Em um País de dimensões continentais como o nosso, comuma área de mais de 17 mil km de fronteiras, seria difícil e quaseimpossível bloquear, de uma vez por todas, a entrada de substâncias tóxicas ou que determinem dependência físic'a ou psíquica.Já existe um dispositivo, permitindo à INTERPOL a fiscalização eo controle dessas substâncias tóxicas. No entanto, o consumo decocaina em nosso País vem aumentando dia a dia, sendo que aprincipal fonte de fornecimento é a Bolívia, com a qual o Brasilassina este Convênio da mais alta importância. Hoje mesmo,anunciam os jornais que o Brasil adquirirá novos materiais, comvistas à detectação, à fiscalização, ao combate das substâncias tóxicas. Portanto, merece todo nosso apoio e louvor a iniciativa emquestão. Gostaríamos de assinalar ainda que a maconha ,apresentaum consumo muito grande devido ao seu baixo preço. Pode sercomprada em maior escala porque o foco é quase sempre o Nordeste, enquanto que a cocaina quase sempre é procedente de outrospaises, principalmente da Bolívia. Este projeto merece nosso integraI apoio e, creio, também, o de toda a Casa.
O SR. DASO COIMBRA - Tem razão V. Ex."" Realmente, umad9:S drogas que produzem maior número de viciados em nosssaPátria é a cocaína, que quase sempre provém da Bolívia. Entretanto, em nosso próprio território, temos plantações e mais plantações de maconha, o que vem acarretando uma série de problemaspara a nossa juventude.
Mas, Sr. Presic'lente, quando apoiamos este Convênio, que,aliás, já está vigendo, porque um dos seus artigos diz que entraráem vigor na data da sua assinatura, aguardando o referendumdos dois países, através do seu Poder Legislativo ou órgão competente, lembramo-nos da farta legislação existente em nosso Paíse paramos para meditar um pouco sobre o assunto.
Sr. presidente, temos muitas leis, o problema é cumpri-las.Temos forças policiais, mas é preciso dar força a esse,g policiaispara o combate à droga. O problema também é dos pais de familia, que precisam melhor, assistir seus filhos, a fim de que a droganão penetre nos lares mais ilustres desta Nação, como tem a,contecido últimamente. Se nãQ'40uver uma·chamada de conscientização nacional no que se refere às drogas de nada aàillntará a fartale~slação brasileira e, todo o trabalho das nossas autoridades. po,..liClais. . '
Era o que tinha a' dizer..O SR. PRESIDENTE' (Marco 'Maciel) - Não havendo mais
oradores inscritos, declaro encerrada a discuss~o.
Vai-se passâr' à' votação da matéria.O SR. PRESIDENTE. (~í1rcB Ma~iei» ,.- Tém a' palavra o' Sr.
Aroldo Carvalho, para encamín1;lgr a v'?tação. "O SR. ,AROLDO CARVALHO (ARENA - se. Sem revisão do
orador.) -!.. Sr. Presidente, 81's.' Deputadós, quero" manifestar meuentusiasmo pela aprovação 'da.presente propositura, que simboliza,sobretudo, o 'interesse e o c8lrinho "com que o· Governo brasileirovem enfrentando a questão' do combate aos tóxicos. Tenho paramim que este é um dos problemas'mil.is graves da atualidade brasileira. Ele gera a elevação ·dos índices de criminalidade, sobretudonos grandes centros; faz com que ocorram· episódios dolorosos, quea Nação deplora, com@ o recente, no Rio de Janeiro, de uma jovemde Ipanema e outros que se' verificaram nesta Capital. O Brasilpossui uma fronteira de mais de ·dois mil quilômetros com a Bolívia, sabendo-se que aquele pais é um dos principais centros produtores de cocaína no mundo e que 'O tráfico .desse entorpecentese verifica pela fronteira do Brasil, uma de stlas rotas com escalaem Brasília, vinda de Mato Grosso, para daqui se disseminar peloscentros de consumo do Pais e do mundo.
Por esta razão, é indispensável este convênio entre as duasnações. Os traficantes saQ poderosos, lançam mão de todos os recursos, não têm escrúpulos. Resta aos Estados darem-se as mãosno combate a este nefasto mal, que tantos danos causa à sociedade brasileira. Se, na BolívIa, os pobres mineiros e os ruricolas
da região de Cochabamba ou de Santa Cruz de La Sierra consomem a coca nativa para que desapareça a sensação da fome, noBra~l ela é consumida pelos mais diferentes segmentos da sociedade brasileira, desde as camadas mais humildes até a chamadahigh society, onde o seu uso já se vai disseminando.
É indispensável que todos os brasileiros se dêem as mãos nocombate aos entorpecentes, como é necessário, também, que asnações mobilizem seus esforços para o combate a este terrivel mal.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Alvaro Dias, para encaminhar a votação.
O SR. ALVP1RO DIAS (1\IIJoB - PRo Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Câmara aprova o texto do Convênio de Assistência Recíproca para a Repressão do Tráfico Ilícitode Drogas que Produzem Dependência, firmado entre a RepúblicaFederativa do Brasil e a República da Bolívia.
O Convênio visa a sistematizar essa cooperação, especifica suasformas, dispõe sobre consultas, intercâmbio e assistência mútu.atécnico-científica, além de estimular a troca de informações sobre traficantes individuais ou associados, e prevê a colaboraçãonecess~~ia para a realização de operações conjuntas, em zonasfronteIflças, em casos de tráfico ilícito de drogas ou de atividadesconexas que, pela sua importância e natureza, interessem a ambosos países.
Não é necessário, Sr. Presidente, dissertar sobre a importânciade me~i~as desta natureza. Todos sabemos os males provocadospelos tOXICOS em !l;0sso País e em outras nações, desfibrando físicae moralmente a Juventude, comprometendo o presente e arruinando o futuro de milhares de pessoas. Se alg'uma coisa tem feitoo Governo neste campo, tem sido muito pouco diante da gravidadedo problema. Nos últimos anos, os crimes, em nosso País avolun:am-se em consequência, sobretudo, do vicio da droga. Hi necesSIdade, portanto, de o Governo tomar medidas preventivas decombate ao tráfico desses entorpecentes.
É por esta razão, não poderia ser outra a atitude da Oposição~o _momento em que se vota matéria desta natureza. Vota a Oposlçao, portanto, favoravelmente, à aprovação deste texto.
. ~ SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.AhplO Carvalho, para encaminhar a votação.
O SR. ALíPIO CARVALHO (ARENA - PRo Sem revisão doorador.)- Sr. Presidente, não há dúvida de que há o interessecomu:n entre os dois países no combate ao tráfico ilícito e usoIndeVIdo de ent,9rpecentes e somente uma ação conjunta será eficaz na prevençao e repressão ao tráfico internacional de tóxicos.
Somos pela apro.vação do projeto.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vou submeter a votoso seguinte:
PROJETO Im DÉCRETO LEGISLATIVO N.O 10G-A, DE 1977
o Congresso Nacional decreta:Art. 1.° É aprovado o texto do Convênio de Assistência Recí
proca para a Repressão do Tráfico ilícito de Drogas que ProduzemPependência•.firmado entre a República Federativa do Brasil e aRepública çla Bolívia, em Brasília:, em 17 de agosto de 1977.
,: ,Art. 2.° _Este Decreto Legislativo entra em vigor na data delIUa publicaçao. ' .;:;.. ,.0. SR.. PRESIDENIr'E' Ü\llarco Maciel)' - Os Srs. que o aprovamqueItam fIcar como estao. (Pausa.)
Aprovado.Vai it reda'ção final.
CONVÉlNIO DE.'ASSrST11:NcÍA REC:tPROCA PARA A REPRESSAO. DO T:R-AFlCOILíCITO DE DROGAS QDE PRODUZEM
DEPEND11:NCIA ENTRE O GOVERNO DA REPúBLICAFEJ;>ERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DA
. REPÚBI,.ICA DA BOLíVIAO Governo da Repúblíc~~ Federativa do Brasile .' .O ·Governo ela República da Bolívia,Reconhecendo que o tráfi-co ilícito e o uso indevido de drogas
que produzem dependência constituem um problema que afeta as,comunida~es de ambos países;
Admitindo que as fronteiras territoriais dos dois países possibilitam o tráfko ilícito de drogas; e
Considerap,do que é 'Seu dever' combater esta modalidade deIítiva em todas as s.uas formas;
Convieram o seguinte:Artigo I
As Partes Contratantes empreenderão todos os esforços nosentido de lograr a efetiva repressão do tráfico ,ilícito de drogas
10124, Quinta-feira 20 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
que produzem dependência, mediante cooperação mútua e adequada.
Artigo 11
Para fins do presente Convênio, entende-se por drogas queproduzem dependência quaisquer substâncias naturais ou sintéticas que ao serem administradas ao organismo humano, alteram o0stado de ânimo, a percepção ou o comportamento, provocandomodificações fisiológicas ou psiquicas.
Artigo 111
As Partes Contratantes comprometem-se a adotar as medidaslegislativas e administrativas que forem necessárias para o cumprimento do presente Convênio, no mais breve prazo.
Artigo IV
As Partes Cúntratantes reiteram as recomendacões da I ConfErÊncia Regional de países limítrcfes subscritos em Cochabamba,em 11 de julho de 1975. por Delegados da Argentina, Bolívia, Brasil,Chile, Paraguai e do Peru.
Artigo V
Para alcançar os objetivos do presente Convênio, os serviçoscompetentes encarregados da repressão do tráfico ilícito dê drogase os organismos de saúde de ambos os paises manterão mútuaassistência técnico-científica, assim como também estimularão oIntercâmbio de informacões sobre traficantes individuais ou asso-dados. .
Artigo VI
Para efeitos do presente Convênio, entende-se como serviçoscompetentes Os organismos policiais encarregados da repressão dotráfico ilícito de drogas, em seus respectivos territórios.
Artigo VII
As Partes Contratantes, por intermédio dos organismos respensáveis pela repressão do tráfico ilícito das substtncias mencíonadas no art. 2.°, efetuarão as ações necessárias para que os autores, cúmplices e encobridores deste delito sejam submetidos aprocesso, observando as disposições legais vigentes em !3ada pais.
Artigo VIU
As sentenças condenatórias pronunciadas por este delito serãocomunicadas reciprocamente.
Artigo IXAs Partes Contratantes, com a finalidade de assegurar uma
maior coordenação para a repressão do tráfico ilícito de drogas,designarão nas respectivas Embaixadas um funcionário encarregado desse serviço.
Artigo X
Os serviços competentes das Partes Contratantes deverão realizar, pelo menos uma vez ao ano, uma reunião num ou noutropais, alternadamente, para consultas e intercâmbio de informações, assim como avaliação d':JS resultados obtidos na repressão dotráfico ilícito de drogas.
Artigo XI
As Partes Contratantes procurarão efetuar intercâmbio dopessoal de seus serviços competentes para o estudo dos organismose técnicas especializadas do outro pais, com o fim de conseguir oaperfeiçoamento de sua participação na luta contra o tráfico ilícito de drogas em seus respectivos territórios.
Artigo XIIAs Partes Contratantes, em casos concretos de tráfico ilícito
de drogas ou de atividades conexas que pela sua expressão enatureza interessem a ambos os países, prestarão a cooperaçãonecessária para a realização de operações conjuntas, em zonas defronteira.
Artigo XIIIAs Partes Contratantes intensificarão medidas para detectar
e erradicar plantações e cultivos clandestinos dos quais possam serextraidas substâncias consideradas como drogas na área de seusrespectivos territórios.
Artigo XIV
Os organismos competentes de cada país estabelecerão os procedimentos e mecanismos necessários que permitam uma adequadaexecução do' presente Convênio. '
Artigo XV
O presente Convênio vigorará provisoriamente a partir de suaassinatura e entrará em vigência permanente na data em que ambos os Governos se informarem, por troca de notas, que procederemà sua aprovação, de conformidade com suas legislações internas.
Artigo XVI
Cada uma das Partes Contratantes poderá denunciar esteConvênio em qualquer momento, mediante uma comunicação diri-
gida à outra, e a denúncia produzirá seus efeitos no prazo de 90dias depois de recebido por esta última.
Feito em dois exemplares, nos idiomas português e espanhol,sendo ambos igualmente válidos e assinados na cidade de Brasília,em dezessete de agosto de 1977.
PElo Governo da República Federativa do Brasil - Antonio FAzeredo da Silveira.
Pelo Governo da República da Bolívia - Guillermo JiménezGaUo.
O SR. PRESIDENTE (l\larco Maciel) - Nos termos do incisoIV do art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr.Alceu Collares, na qualidade de Lider do Movimento DemocráticoBrasileiro.
O SR. ALCEU COLLARES (MDB - RS. Como Líder. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados, depois deanos de sofrimento e de luta, durante os quais foi duramente atingido em seus direitos, perdeu inúmeros de seus mais expressivoslíderes, fulminados que foram por atos de força, defendeu as liberdades democráticas, combateu a censura, que avilta a criaçãointelectual, e criticou as estruturas do crescimento econômico,cujo elevado preço foi o sacrifício das classes assalariadas, oMovimento Democrático Brasileiro, em Convenção Nacional, porunanimidade de seus membros, chegou à conclusão de que o únicocaminh:J legitimo para o reordenamento político-jurídico-democrático-representativo é o da convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.
Se imaginam que desejamos a provocâção e a agressividade,que conduzem ao caos, enganam-se. O que reclamamos é a devolução d:JS direitos fundamentais dos povos livres, restituindo-se àsociedade civil o poder que é seu e que ninguém pode exercer semo seu consentimento.
Queremos o diálogo responsável e sincero e o debate livree permanente, sem ameaças e tutelas, a fim de que todos os brasileins participem das decisões sobre os destinos da Nacão. É aNação, através de seu povo. escrevendo a sua história, forjando,na luta,. o seu destino, preparando, no trabalho e na paz, o seufuturo.
O poder do povo somente pode ser exercido num regime deampla e inteira liberdade, fundamento básico para a construçlodo desenvolvimento político, econômico, social e cultural, comsegurança, harmonia e concórdia, sem o que corremos o risco decair num clima de obscurantismo, de intolerância e de tirania.
Além da liberdade, queremos a Nação emancipada dos tentáculos do capital estrangeiro que a sugam e a enfraquecem, deformando os valores da nacionalidade, prejudicando a integridade territorial, descaracterizando a fisionomia cultural e criando dificuldades para o exercício pleno da sua soberania.
A convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte significa a maneira lógica e pacifica de conciliação do Estado coma sociedade civil de harmonizar interesses e conflitos, aspirações eansei:Js do povo. Será o povo livremente escolhendo seus representantes para, em seu nome, dar ao País uma nova Constituição queseja a sintese da sua vontade.
A legitimidade de um sistema democrático de governo é oresultado da expressão popular e não do diá1::lgo, reformista mantido entre as elites, que por mais representativas sejam, são quasesemore conservadoras, algumas vezes reacionárias e, raramente,progressistas, carentes, portanto, de sensibilidade para a interpretação fiel das necessidades do povo, por isto e por não teremrecebido o seu consentimento, não podem tomar decisões em seunome.
O diálogo que defendemos, através da convocação de umaAssembléia Nacional Constituinte, é o que deve ser mantido, deforma livre, ampla e direta, com todas as camadas sociais, nabusca da vontade coletiva da Nação.
Esse diálogo, para ser legítimo e representativo, tem comopressupostos fundamentais e extinção de todos os instrumentosexcepcionais, a liberdade de expressão, de/reunião e de imprensae a anistia ampla e irrestrita para todos os brasileiros atingidospor atos de força.
O Brasil de hoje não é mais o país de 30, nem de 46, nem de67 ou de 69. Profundas transformações ocorrem na estrutura da sociedade brasileira, conseqüência do intenso processo de urbanização e industrilização, que provocou, por sua vez, a migração demilhões de criaturas do campo para a periferia das cidades,Criando· demandas novas que dificilmente seriam compreendidaspor elites que normalmente têm os olhos voltados para o passado,procurando manter intactos privilégios injustos de épocas ultrapassadas.
O Brasil está exigindo transformações sociais profundas, queacabam com as disparidades existentes entre as grandes fortunas
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quinta-feira 20 10125
e a extrema miséria, que suavizam os desníveis regionais, permitindo a todos os brasileiros uma melhor participação nos resuitadosdo desenvolvimento econômico, na justa proporção do trabalhorealizado e socialmente útil.
Para atingirmos essa nova fase de desenvolvimento político,econômico, social e cultural, livres do arbítrio, da opressão e dainsegurança é preciso criar-se uma consciência política nacionalde pl'ofUndÓ respeito e acatamento aos principias fundamentaisdos povos civilizados que vierem a ser inseridos na Carta Consti·tucional aprovada pela Assembléia Nacional Constituinte.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, nos atrevemos a sugerir àNação brasileira alguns princípios que nos parecem básic~lS e. fundamentais para a elaboração de uma nova Carta ConstitucIOnal,uma vez que, mesmo através da convocação de uma AssembléiaNacional Constituinte, não se pode imaginar a elaboração de umaCarta cujos princípios estejam superados em face das _deman~~ssurgidas em conseqüência das profundas transformaçoes socraIsque o Brasil sofreu nas últimas décadas.
Em razão disso, Sr. Presidente, estamos a sugerir alguns princípios que nos parecem básicos, fundamentais, e qu~ deve~ ~m
basar a elaboração de uma nova Carta para a Naçao braSIleira.Eis o primeiro, Sr. Presidente:
"1 - A fonte de todo poder é o povo, portanto, somenteele pode eleger uma AssembLéia Nacional Constituintepara, em seu rwme, elaborar uma nova Constituição e leisposteriores, reorganizando, definitivamente, o ordenamentopolítico-jurídíco-democrático-representativo do Brasil."
Sr. Presidente, depois de 1964 até esta parte, em m~téria deinstituições políticas tem ocorrido uma profunda deformaçao. Através dos atos de exceção e medidas outras, todas embasadas naforça o que se fez, depois de 19.64, ao invés de se respeitar osprincipios pelos quais a Revolução - dizem teria sido feita, foia de formação, a deturpação, a distorção das instituições livres queexistiam e que eram consagradas na Carta de 1946.
Sr. Presidente nessas idas e vindas, nessas ameaças, a cadauma dessas tentativas de redemocratização, de reabertura e dis-.
·tensões, em nosso País ocorre atraso nos campos político e social.
Por isso, Sr. Presidente, se efetivamente se quiser um regimedemocrático ao povo se deve devolver o poder de escolher o seupróprío destino. O povo tem amadurecimento suficiente para dispensar as tutelas, as ameaças que pesam sobre ele permanentemente.
Outro princípio que me parece básico, Sr. Presidente, é o se-guinte:
"2 - O poder do povo, num regime democrático, é exercido por intermédio dos partidos políticos, instrumentosdestinados à difusão de idéias; à organização da opiniãopública para as opções políticas, à indicação de candidatosa cargos eletivos e-à formação da vontade nacional. Querqueiramos, ou não, a democracia, em sua essência, é umE.stado de partidos. Não pode haver democracia e liberdadesem partidos políticos fortes, modernos, organizados, comhierarquia e disciplina, e definidos ideologicamente. Asatribuições dos partidos políticos, num regime democrático,não podem ser delegadas nem usurpadas, sob pena de ilegitimidade do poder constituído."
Sr. Presidente, Srs. Deputados, deSde 1964 até hoje 08 partidospolíticos foram apenas instrumentos de que se serviram QS políticos não para a realização de seus interesses pessoais, mas paraa defesa dos ínteresses e privilégios de classes dominantes, sempossibilitar que, ao longo da luta partidária, pudessem as agremiações fortalecer-se na sua essência e nos seus próprios fundamentos. Em W64 houve o fracasso da sociedade civil, através dafragilidade dos partidos politicos. Lamentavelmente, Sr. Presidente, até hoje, nós, os políticos, não demos aos partidos a importância que eles realmente têm como instrumentos, realizadores dademocracia e defensores da liberdade. Enquanto a classe políticanão voltar os seus olhos e a sua consciência para a significaçãodos partidos políticos, evidentemente não teremos condições de ter€ manter a democracia e a liberdade. Daí por que, Sr. Presidente,não basta apenas a Constituinte. 11:: preciso haver uma mentalidade nova de políticos, que os tornem capazes de enxergar nospartidos os instrumentos realizadores da sua atividade e tambémdefensores da própria liberdade e instituidores da democracia.
Sr. Presidente, como item terceiro desta análise sobre os elementos que devem embasar uma Constituinte ou a elaboração deuma nova Constituição para o País, apresentamos a seguintesugestão:
"3 - A liberdade de ir e vir, de reunião, de associação, deexpre,gsão do pensamento, de crítica, de imprensa e televisão, respondendo cada um pelos abusos praticados, na
forma da lei, é condição fundamental para a existência deum reginle democrático autêntico."
Não se pode falar em democracia, ainda que na democraciarelativa, quando há um elenco de atos que' impedem a manifestação .do pensamento, que proíbem a critica, que levam a conseqüências últimas o comportamento de determinados políticos,quando, em determinado momento, eles têm a coragem e a altivezde fazer a crítica mais profunda a este sistema que se implantouno País.
E mais, Sr. Presidente, se nos demorarmos numa análise,vamos verificar que agrupamentos humanos do Brasil estão aexercer as atribuições dos partidos politicos, e como não têm osmecanismos dos partidos políticos para a superação de impasse ede crises, a cada uma delas o País corre o risco de entrar numasituação anárquica e caótica, sem a possibilidade da sua recomposição.
. Vejamos, a seguir, mais dois itens que apresento:"4 - A democracia pressupõe o diálogo responsável e sincero e o debate livre e permanente entre todos - politicos,intelectuais, empresários, trabalhadores, religiosos e estudantes, para se extrair a vontade geral da Nação, sem aprevalência de classes ou grupos que não representam avontade ele todo o povo;5 - O nacionalismo é o instrumento básico, no relacionamento internacional, para enfrentar a voracidade degrupos estrangeiros, ou de empresas e conglomerados mul-
. tinacionais cujos interesses, por serem apátridos, conflitam sempre com os interesses do País."
Não é preciso dizer, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que todos ospaíses, por mais desenvolvidos que sejam, são essencialmente nacionalistas quando, às vezes, se colocam na defesa de interesses queestão em outros países, através de interferências as mais espúrias.O que fazem fundamentalmente, de forma muitas vezes imoral, éa defesa dos interesses dos paises em que as matrizes desses conglomerados internacionais têm sua sede. Espoliação sofre um paisquando se vê debaixo dos tentáculos sugadores da economia sempre levada adiante pelo capital internacional que, de forma nenhuma, jamais poderá promover o engrandecimento de outro país,pois a sua intenção, o seu objetivo, a sua meta é sempre obtermaior lucro em menos tempo, com menor risco, ainda que naesteira da sua caminhada fiquem a miséria e as privações de todoo povo.
Outra sugestão que apresento:"6 - Transformação das estruturas econômicas, visando-se ao desenvolvimento integrado, sem os desníveis sociais que acumulam a riqueza nas mãos de uns poucos econdenam os muitos a viver na miséria."
Não se pode, Sr. Presidente, justificar um tipo de crescimento econômico que privilegia a minoria e condena a maioria a viverem privações. O preço elevado, alto, desumano e anticristão docrescimento econômico que aí est_á tem sido representado pelosacrificio das classes trabalhadoras deste Pais. Basta lembrar que,em termos governamentais, de administração, e com base numregime fechado, foi possível ao último Governo manipular dadosestatísticos que resultaram em prejuizos enormes na composiçãodos valores do salário dos trabalhadores brasileiros. .
Lamentavelmente ocultou-se da opinião pooliea documentodenúncia de autoria do Proi. Mário Henfique Simonsen, no qual seinserem críticas ao Governo anterior ao atual, quanto à manipulação de dados estatisticos. Parece-me, Sr. Presidente, que estefa~o nos leva à conclusão de que há necessidade de se ouvir amplamente o povo brasileiro, para que ele possa alterar profundamente o sistema de governo. Num regime democrático esse documento seria um instrumento lógico e normal para se colocar nacadeia mUltas pessoas que manipúlaram os dados em prejuizo daclasse trabalhadora, em prejuizo daqueles que depositam em cadernetas de poupança" em prejuízo daqueles que ínvestem emObrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional. Mas o que ocorreuaté agora no regime fechado em que estamos vivendo? Houveapenas a publi('ação do documento, assim mesmo quase três anosdepois de ter sido apresentado ao Presidente Geisel como confidencial. No dia 10 de agosto de 1977, a Gazeta Mercantil publicou o documento, que é um libelo do atual Governo ao Governoanterior.
O Sr. Alipio Carvalho - Nobre Deputado Alceu CoUares,V. Ex.'" condena o diálogo reformista. No entanto, o MDB, quandopropõe a convocação de Constituinte, está buscando exatamenteum diálogo para a reforma da Constituição. A única diferençaestá tão-somente no seguinte: V. Ex.'" julga que não temos autenticidade nem condições para reformar a Constituição, quandoaqui estamos pelo voto expresso do povo. A Constituição estabelece que podemos realizar isto a qualquer momento. Por isso mesmo o PresIdente da República e o nosso Partido estão ~do
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esse diálogo. V. Ex.a disse que é preciso haver diálogo com os estudantes, com os religiosos, com os trabalhadores. É exatamenteisto que o Presidente do Congresso, Senador Petrônio Portella, estáprocurando fazer. Precisamos, sim, entender o pensamento daNação, sobretudo daquelas classes que, como V. Ex.a e os representantes do Partido da Oposição, estão em condições de manifestar-se. O povo a que V. Ex.a se refere teria simplesmente deeleger homens para exercerem o papel de modificadores da Constituição, isto é, homeps que pudessem reformular a Constituição através de uma Assembléia Constituinte. Isso poderia ser feito pelos queforem efeitos, ou por nós mesmos, que aqui nos encontramos. Refere-se V. Ex." ao problema da manipulação de dados estatísticos.O Ministro da Fazenda, quando aqui esteve, colocou-se à disposição dos Congressistas para debater todos os pontos que, na ocasião, julgassem oportunos e importantes. E isto foi por S. Ex.asobejamente informado. Com referência aos dados, às diferençasde índices. foi dito por S. Ex.a que havia índices levantados através de dados de tabelamento e índices levantados à base do verdadeiro custo de vida. Haveria, por conseguinte, uma diferença.Informou S. Ex.a que esses dados deveriam ser computados. Enão somente U11l dos dados foi computado. Mais do que isso: a partir de 1974, foram feitas as devidas retificações, inclusive comreferência ao salário. Os índices salarIais, cOmo sabe V. Ex.", sãotambém determinados pelo Ministério do Trabalho, que faz levantamentos em mais de dez cidades importantes do País,' a fim deque sejam efetivamente estabelecidos, uma vez que, se considerados nos parâmetros tais e quais, os resultados são completamente diferentes. V. Ex." se baseia - e este é o motivo da solicitação de criação da CPl pelo seu Partido - em assunto quehoje à. noite iremos discutir e. sobre o qual saberemos dar o pontode vista do nosso Partido.
O SR. ALCEU COLLARES - Agradeço a V. Ex." o aparte. DeI>ejaria fazer ~lgumas considerações sobre ele, pela hónra de tersido por V. Ex." aparteado. Não se pode fazer confusão entre convocação de Assembléia Nacional Constituinte para ouvir todo opovo e tentativa de reforma da Constituição por um Congressomutilado, sem liberdade, que pode ter cassados os mandatos deseus membros e suspensos seus direitos políticos. O poder originálio para apresentar emenda à Constituição pertence ao atual Congresso. Estamos tentando ir à fonte de onde emana o poder, queé o povo, para buscar a sua autorização, a fim de que se possaelaborar uma nova Constituição para o País. Não vamos tratarde emendas, de reformas nem de remendos. Hoje, no Brasil, háum diálogo, náo se sabe a respeito de quê, inclusive se está autorizada a pessoa que o promove. E mais: não se sabe quais são oselementos básicos para as transformações políticas deste País;não se sabe de que forma essas transformações serão feitas; nãose sabe que emendas seriam apresentadas à atual Constituição,de per si já ilegítima, sem representatividade, uma vez que foioutorgada por uma junta militar que, num determinado momento,ússomou ao poder no 'País. V. Ex.a , num exame mais apurado,do ponto de vista da sociologia política, há de concordar conoscoem que, nesta hora de desagregação e de conflito, a Nação brasileira enfrenta um enorme risco.
O Sr. Alípio Carvalho - Isto não foi demonstrado.O SR. ALCEU COLLARES - Na qualidade de militar, sabe-o
V. Ex." mE'lhor do que eu.O Sr. Alipio Carvalho - Estamos totalmente tranqüilos. O
País está trabalhando, progredindo e o povo está satisfeito. Osenador Petrônio Portella está- devidamente credenciado pela autoridade máxima do País a ouvir todas as classes, inclusive o Partido de V. Ex.a a fim de que, num tJ:abalho conjunto preocupadoscom os destino,s do nosso Pais, possamos compor aquilo que nos permita continuar caminhando para frente.
O SR. ALCEU COLLARES -·E será que vão ser extintos o,satos de arbítrio? será que vão ser extintos os instrumentos deopressão? Será que vamos ter liberdade de imprensa, liberdade deexpressão, liberdade de reunião e liberdade de associação? será quevão re~tabelecer os principios fundamentais dos povos livres? Ouvamos fazer rearranjos numa Constltl1ição que já foi arranjada?
O Sr. Alipio Carvalho - Será que V. Ex." é tão utópico aponto de pens'lr que uma nação se-faz exclusivamente por pensamentos, idéias e concepções? Estamos num País pelo qual todostêm muita responsabilidade. E, por isso, é preciso que se ouça. a.Nação e se procure efetivamente entender esse sentimento nacional, mas não somente aquilo que vem sendo ditado por alguns quese julgam os grandes lideres pacionais.
O SR. ALCEU COLLARE8 - A Nação não é o Senador PetrônioPortella, não são os bispos. .
O Sr. Alipio Carvalho - Somos todos nós.O SR. ALCEU COLLARES - A Nação não é o Sr. Raymundo
Faoro. A Nação é todo o povo, inclusive trabalhadores, jornalistas,donas-de-casa. Esta é a Nação. V. Ex.a confunde elites com nação_ e elites conservadoras, reacionárias, ultrapassadas, com raríssimas exceções.
O Sr. Alípio Carvalho - Está V. Ex." desempenhando exata~ente o mesmo papel, procurando transmitir idéias suas ...
O SR. ALCEU COLLARES - Não tenho capacídade para interpretar com fidelidade os mais profundos anseios do povo.
O Sr. Alípio Carvalho - Também estamos procurando entender os anseios do povo.
O SR. ALCEU COLLARES - Se procurar, V. Ex." vai achar.O Sr. Alípio Carvalho - Sim, pois não é privilégio da Oposi
ção.O SR. ALCEU COLLARES - Mas é preciso saber se V. Ex." e
seu Partido estão autorizadQs a procurar soluções, achá-las e resolver Os problemas. Porque, se o Partido de V. Ex." não estiverautorizado a procurar soluções, achá-las e resolver os problemasdo povo, só uma pessoa, que está no ápice do Governo, na condição de semideus, pode dizer quando e onde reformar a Constituição. Não me parece que isto consulte as angústias, anseios e aspirações de todo o povo brasileiro.
O Sr. .JolUluím Bevilacqua - Permite V. Ex.", Deputado AlceuCollares.
O SR. ALCEU COLLARES - Queria, antes, responder à interpretação inadequada do que dissemos a respeito do documentodenúncia do Ministro Mário Henrique Simonsen, que é de uma.gravidade enorme. Se V. Ex." o ler todo, vai chegar à conclusãode que, efetivamente, no ano de 1973, de forma consciente, irresponsável, ilícita e criminosa, foram manipulados GS dados para fixação do salário dos trabalhadores, que foi calculado sobre percentuais defasados. O Professor Mário Henrique Simonsen não podefazer confusão entre os dados estatísticos de preços tabelados,controlados, e os dados estatísticos resultantes de pesquisa dospreços ao consumidor. E não pode fazer essa confusão porque éum dos grandes economistas deste País. Não concordamos com asidéias do Professor Mário Henrique Simonsen, mas não lhe podemos negar -a condição de homem que conhece Economia, a seumodo. Ele não pode fazer confusão entre dados levantados pelaFundação Getúlio Vargas - que pesquisa apenas no Estado do
_ Rio de Janeiro, onde faz uma verificação de 400 artigos e manipulaas ponder·ações dos diversos itens - e os que são levantados peloMinistério do Trabalho. Estes últimos, meu nobre Deputado, valemapenas para a fixação do salário mínimo, não para a fixação d9salário profissional. O salário profissional é estabelecido combase numa fórmula matemática de política salarial, onde entramvários itens, alguns dos quais nenhum dos Ministros soube nos informar como são levantados. A confusão é muito grande. É muitomaior do que V. Ex.a está pensando.
O Sr. Joaquim Bevilacqua - Deputado Alceu Oollares, V. Ex.afaz uma análise muito lúcida. Concordo inteiramente com V. Ex.aquando afirma que ·a democracia é o Estado de partidos políticos.E mais ainda quando diz que a crise e o movimento políticomilitar de 1964 foram decorrência exatamente da falta de cristalização, de solidificação dos instrumentos partidários. Entretanto,ll. própria figura do Presidente do Congresso Nacional, na suaaventura chamada diálogo, demonstra a falência dos partidos políticos, até mesmo a inexistência deles. Não fora isso, DeputadoAlceu Collares, e o diálogo estaria sendo feito através dos partidos politicos. Eles estariam indo à televisão, da mesma maneiracomo vão os generais, como vão os tecnocratas e outros. Apenasos políticos não vão, inclusive os membros da Aliança RenovadoraNacional, que votaram a Lei Falcão, se autocensurando, se retirando o direito de ir à televisão e falar ao povo. Então, é ·a própria classe política - e nisso estamos também inteiramente deacordo - que, desde 1964, se vem autodiminuindo, se vem humilhando e perdendo as prerrogativas que de direito lhe competiriam, de dirigir a Nação. Parabéns a V. Ex.a pela lucidez da análise que faz, inclusive no tocante ao nacionalismo econômico umdos itens a serem abordados e melhor estruturados dentro de 'umanova C'arta.
O SR. ALCEU COLLARES - Não castiguemos aqueles que,companheiros nossos de atividades políticas, sofrem as conseqüências de estar num partido que tem vez, mas não tem voz. Deixemo-los com seus sofrimentos. Possivelmente estejam purgandopecados de encarnações passadas. Talvez como políticos não desempenharam bem suas funções e hoje vieram purgar'esse errona própria Alianç,a Renovadora Nacional, sem esperanças, semperspectivas, sem autonomia, sem liberdades, sem nada, entim.Ou têm alguma coisa? Ou podem alguma coisa? Ou decidem alguma coisa? Ou influem em alguma decisão? Não, nem isso, nemaquilo, nada. Ainda nem nosso Partido, embora não possa chegarao poder, temos ampla liberdade para que as diversas correI,ltesde idéias possam ir, aos poucos, se consolidando na luta na divergência, no combate, no debate. Sob este aspecto, parece~me queo nosso sacrifício é muito mais leve, menos penoso do que aqueleque atinge os nossos companheiros do Partido do lado de lá.
O Sr. Humberto Lucena - V. Ex.a me permite?O SR. AWEU COLLARES - Pois não.
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o Sr. Humberto Lucena - Nobre Deputado Alceu Collares,V. Ex.a , com o brilho que lhe é peculiar, aborda com muita propriedade o tema que hoje é a preocupação maior do nosso Partido- a luta pela convocaçãc. de uma Assembléia Nacional Constituinte. E, ao discorrer sobre ele, faz V. Ex.a uma análise bastantelúcida da situação política, econômica e social brasileira: Nesteaparte, quero chamar a atenção de V. Ex.a para dois' pontos: ODrimeiro é quanto ao diálogo. Fala-se em diálogo com os trabalhadores, mas o Governo não admite as reivindicações do Sindi
.cato dos Metalúrgicos de São Paulo, e já agora de outros sindicatos, se não me engano na área bancária; no sentido da reposiçãosalarial, com base em índices de 1973, a que V. Ex.a fez referêncía.E a causa se encontra hoje entregue à decisão da .Justiça do Trabalho. Fala-se em diálogo cüm os estudpn,es '=:. enquanlO isso, enquadram-se centenas deles na Lei de Segurança Nacional. O segundo ponto se relaciona com o elenco de leis de exceção quecontinuam em vigor e ameaçam permanentemente e-ste Congresso, que, por isso mesmo, não tem condições de se dedicar à nobretarefa de elaborar uma nova constituição para o País. 11:, nesteDarticular, eu desejaria lembrar a V. Ex.a que a própria Cartaouotr~ada pelos Ministros militares, em IS-09, no auge da crisepolítico-militar que se abateu sobre o Brasil, naquela oportuntdade, depois de estabelecer, no seu Capítulo IV, os Direitos e Garantías Individuais estatui textualmente, no seu art. 154: "Art. 154.O abuso de direito individual ou político, com o propósito de subversão do regime democrático ou de corrupção, importará na suspensão daqueles direitos de dois a dez anos, a qual será declaradapelo Supremo Tribunal Federal, mediante representação do Procurador-Geral da República, sem prejuízo da ação cível ou penalque couber, assegurada ao paciente ampla defesa.
Parágrafo único. Quando se tratar de titular de mandatoeletivo, o processo não dependerá de licença da Câmara a quepertencer ... " Logicamente, nobre Deputado, diante deste dispositivo constitucional, não seria necessário o AI-õ para punir os queporventura venham a abusar dos seus direitos individuais ou políticos.
O SR. ALCEU COLLARES - Sr. Presidente, nobres colegas,Deputado Humberto Lucena, a conversa que se ouve por ai, arespeito de diálogo e da necessidade de salvaguarda do País coma criação 'de um estado de emergência é para embalar os leigos,porque, na verdade, a nossa Constituição tem o instituto do estadode sitio, adotado em muitos países, com o qual, inclusive, o Marechal Dutra colocou fora da lei o Partido Comunista e cassou osmandatos dos próprios integrantes daquele partido. Não estou adizer que tenha tomado a decisão certa. Estou a informar àquelesque de história não conhecem ou dela não tomaram conhecimentoque não há necessidade do estado de emergência. Mas que estadode emergência é este? Como será constituido? Quem vai integrálo? Terão seus integrantes autorização do povo para, em determinados momentos, estabelecer o estado de emergência, restringindo as liberdades públicas e privadas, cassando mandatos e suspendendo direitos políticos?
Ora, Sr. Presidente, Srs. Deputados, parece-me que se está aganhar tempo para chegar-se a outros portos mais seguros paraaqueles que governam. Porque, na verdade, nada há de concretoquanto às propostas de reforma da Constituição, que são feitasatravés de diálogo mantido pelos dialogantes, que são muitos, nãosão poucos, tendo como dialogante-mor o Senador Petrônio Portella. Mas de todas as suas conversações nada escapa à opinião pública quanto aos pontos fundamentais que vão ser reformados, para o estabelecimento do Estado de Direito. E essas reformas poderão ser feitas por um Congresso como o nosso, que está mutilado,que sofreu nas suas entranhas, que viu membros seus caírem soba força? É possível, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que venhamosdizer à Nação que cada um de nós tem atribuições legítimas, autênticas e representativas para levar a efeito essas modificações?
Concedo o aparte ao Deputado José Costa.O Sr. .José Costa - Nobre Deputado Alceu Collares, V. Ex."
aborda, com a proficiência de sempre, o problema da Constituinte·e, bem assim, do diálogo, do pretenso diálogo iniciado pelo eminente Senador Petrônio Portella. Em verdade, S. Ex." não estádialogando, mas monologando. O Senador Petrônio Portella nãoleva àqueles que procura qualquer proposta concreta de modificação da Constituição da República, qualquer proposta concreta para que se chegue ao Estado de Direito. Prefere ouvir opiniões, como o fez com o Presidente da Ordem dos Advogado!! do Brasil, Sr.Raymundo Faoro, e com o representante da CNBB. Quero; nestaoportunidade, Deputado Alceu Collares, alertar o nosso Partidopara um problema que me parece -da maior relevância. Só há umasolução para este País: a Constituinte, e não o debate do SenadorPetrônio Portella com meia-dúzia de pretensos iluminados que sejulgam capazes de decidir pela Nação inteira, por 110 milhões debrasileiros, que acham que conhecem as aspirações reais do povobrasileiro. O mérito da Constituinte está exatamente em levar odebate a todos os estratos da sociedade, a todos os níveis, a todasas camadas sociaís e, sobretudo, em legitimar esse conflito de in-
teresses que verificamos. Foi -a Carta de 1946, resultante de umaConstituinte, que permitiu ao País maior estabilidade política.Fundamental, agora, é dizer ao Governo que nós, do MDB, não,aceitamos reforma por via de ato institucional - e parece-me queisso acontecerá.' Ou o MDB aceita um novo "pacote", ou entãoessas reformas serão, mais uma vez, baixadas por ato institucional, o que vale dizer que a opinião pública nacional não conta. queo povo será afastado do debate dos assuntos da maior relevânciae do maior intE'resse desta Nação. Inclusive, este Congresso ~erá
ainda mais apoucado, como se já não bastasse sua inexpressívidade. Concordar, Sr. Deputado, com reformas baixadas por atoinstitucional significa trair os interesses deste País, os interessesdo povo brasileiro. A tese válida, realmente é a da Constituinte,porque só ela é capaz de, através do confronto de valores e dodebate, chegar àquilo que é importante, uma Carta definitiva,isto é, a Carta política deste Pais, mas em caráter definitivo. Aivoltaremos ao Estado de Direito. Ai desaparecerá o arbítrio. Salvaguarda para o Estado? Quem precisa de salvaguarda é o cidadão. Em 5 anos o Esquadrão da Morte matou 5 mil pessoas noEstado do Rio de Janeiro. Em dois anos e meio, no Estado de Alagoas foram assassinadas 240 pessoas, o que resulta numa média deaproximadamente 8 pessoas por mês. O cidadão necéssita de' sal.vaguardas, não apenas do restabelecimento da garantia do habeascorpus, mas sobretudo de uma redefinição dos crimes de respons-abilidade, do restabelecimlmto do equilíbrio dos Poderes, porquesó existe um Poder, que é o Executivo. Existe um Parlamento e um.Judiciário que não são Poderes. Muito obrigado a V. Ex.a pelaoportunidade de aparteá-Io.
O SR. PRESIDENTE (.João Climaco) - Lembro ao nobre Deputado Alceu Collares que faltam três minutos para terminar o prazo destinado a S. Ex.a
00 SR. ALCEU COLLARES - Terminarei no prazo, Sr. Presidente.
A Constituinte é o único caminho capaz de legitimar um Governo que possa surgir, de organizar todos os institutos jurídicosdo País, de estabelecer competências aos diversos Poderes de acabar com a hipertrofia do Poder Executivo sobre os demai~ de devolver ao Congresso Nacional suas perrogativas, de dar ao Judiciário suas garantias. Não pode ser por outro caminho. Não será através de uma reforma provida de um diálogo, pois não se sabe sobreo que se está dialogando. Parece-me que este é um diálogo sigilosoconfidencial, corno talvez sigiloso e confidencial foi o document~do Professor Mário Henrique Simonsen a respeito da denúncia feitaquanto à manipulação dos dados estatísticos.
Sr: ~resic!.ente, vamos tentar ler ~apidamente, aqui, esses itensessenCIaIS. Nao basta uma Constitumte para o estabelecimentoapenas da liberdade, da liberdade em si, na busca do liberalismoeconômico. É preciso considerarmos as profundas transformaçõesque a sociedade sofreu nas últimas décadas, para adequar a CartaConstitucional às demandas urgentes, em conseqüência do processo de industrialização ede urbani2\ação que o País experimentounos últimos tempos. O povo ficaria frustrado se a Constituinte fosse integrada por elites carcomidas e ultrapassadas, que não visualizam os desdobramentos do processo político nem têm sensibilidadepara captar as aspirações mais profundas das camadas populares.
Sr. Presidente, lerei os itens finais do trabalho que elaborei eao qual denominei "Decálogo da Constituinte". Trata-se dos princípios fundamentais que devem embasar o grande debate sobre amatéria. Parece-me que esta campanha precisa ter um elenco dedez normas que devem ser difundidas, a fim de imantarem aconsciência coletiva para a necessidade da convocação de uma assembléia Nacional Constituinte. São os seguintes os tópicos finais aque me refiro:
"7 - A remuneraçã_o do trabalho deve atender - às necessidades normais do trabalhador e de sua família permitindo-lhes um padrão de vida compatível com su~ dignidade de pessoa humana. O sacrifício das classes assalariadas não pode servir de alicerce para a construção de umcrescimento econômico que favorece apenas o capital daía necessidade de profunda alteração da política sal~rialobjetivando-se a participação do trabalhador nos resulta~dos do desenvolvimento econômico;
8 - Modificação da estrutura agrária, como fator essencial à sustentação do desenvolvimento econômieo integrado e da Justiça Social. A reforma agrária não se confundecom simples medidas de cadastramento, de tributação oude colonização; exige alteração no sistema de propriedadeagrícola, com a imediata extinção de f-armas anti-econômicas de exploração da terra, como o latifúndio e o mini\fúndio. Entre as medidas de assistência técnica, creditícia, educacional e de saúde e outras, requer a redistribuição dosdireitos sobre a terra com os camponeses, com a finalidade de promovê-los política, social e economicamente;
·9 - A educação, em tod-as os níveis, é prioridade fundamental para o desenvolvimento político, economico e so-
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cial do Pais. :É preciso adotar-se a concepção de que educação é um investimento cuja rentabilidade, a longo prazoé superior a quaisquer outros nos demais s.etores da econo'~mia. O ensino, portanto, deve ser gratuito para todos e nãoum bem de consumo à disposição de poucos;
10 - A previdência e a assistência social, em todos os níveis, desde o INPS, BNH, PIS-PASEP, FGTS e outros, devem passar por um processo de humanização capaz de lhesdar condições de cumprirem as finalidades sociais para asquais foram criados." (Palmas.)
Durante o discurso do Sr. Alceu Collares, o Sr. MarcoMaciel, Presidente, deixa a cadeira da presidência, que éocupada pela Sr. João Clímaco, 39-Secretário.
O SR. PRESIDENTE (João Clímaco), - Nos termos do incisoIV do art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr. Adhemar Ghisi, na qualidade de Líder da Aliança Renovadora Nacional.
O SR. ADHEMAR GHISI (ARENA - SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Liderança da AliançaRenovadora Nacional tem freqüentemente comparecido a esta tribuna, at!avés de figuras de escol do partido, para versar sobre otema objeto do pronunciamento feito há poucos instantes pelo nobre representante do Rio Grande do Sul, Deputado Alceu Collares.
Releva dizer, de inicio, que as colocações do eminente representante gaúcho já foram devidamente esclarecidas perante a Nação brasileira, assim como nesta Casa e no Senado Federal, nãoconstituindo novidade o elenco das reformulações propostas porS. Ex.", ou seja, as mudanças que, na opinião da Oposição, deveriam ser realizadas no sentido do aperfeiçoamento politico do País.Como porta-vozes da Maioria, cumpre, assim, transmitir ao eminente Senador Petrônio Portella nossos votos de que continue mantendo entendimentos com os vários segmentos da representaçãopolítica e social do nosso Pais, ai incluídos os setores da economiae. qas finanças, dos profissionais liberais. Esse diálogo nos permitira o retorno ao Estado de Direito, com liberdade e responsabilidade, capaz de assegurar a cada um de nós a tranqüilidade e apaz que nos conduzirão ao desenvolviment-o que todos - Situação eOposição - almejamos alcançar.
Sr. Presidente, a Liderança da Aliança Renovadora Nacionalpede-nos também que anunciemos a sua opinião de que os segmentos da comunidade nacional que têm sido objeto de contatos permanentes do eminente Presidente do Congresso Nacional SenadorPetrônio Portella, não representam, de maneira alguma: o atrasocultural; não significam, em hipótese alguma, a tradição colocadaa serviço de alguns, em prejuizo de muitos. Não se trata de umaforma atrasada e errônea de colocação dos nossos problemas. Clero, empresários, profissionais liberais, sindicatos, estudantes, reitores, além dos políticos, todos serão ouvidos, inclusive aqueles quesão Minoria em nosso País e que estão integrados no partido daOposição, o Movimento Democrático Brasileiro.
Quando o Senador Petrônio Portella concluir que o diálogo jáse poderá estabelecer também com os representantes da Oposição,conv.encidos que estiverem estes - não como se mostrou hoje oDeputado Alceu Collares - de que sua missão deve visar à paz, àordem, ao progresso e ao desenvolvimento do País, eles serão consultados. E ninguém diga que não constituem a Minoria.
O Sr. Alceu Collares - Permite-me V. Ex." um aparte?O SR. ADUEMAR GmSI - Já ouvirei V. Ex.", com muito pra
zer.As eleições de 1974, realizadas neste País em clima de paz, de
ordem, de liberdade, com o usá do rádio, da televisão, dos jornais,bem ao gosto do MDB, resultaram realmente num aumento do potencial de representatividade política da Oposição no CongressoNacional. Mas não lhe deram a maioria para falar em nome dopovo brasileiro. Em nome deste, fala ainda a Alianca RenovadoraNacional, majoritária na Câmara dos Deputados, majoritária noSenado Federal, em todas as Assembléias estaduais - à exceção dequatro ou cinco - majoritária em expressivo número de CâmarasMunicipais neste Pais. .
Sr. Presidente, percebe-se com bastante nitidez o aperfeiçoamento do 'processo político e institucional. E quem tivesse, ontem,visto e ouvido o Sr. Ministro do Exército, haveria de - oposicionista ou não; emedebista ou arenista - oferecer mais um voto deconfiança a esses homens que, governando-nos com dificuldadesvencendo toda espécie de obstáculos, nos querem dar, a todos nós;Sr. Deputado Alceu Gollares, aquilo que V. Ex.", em sua ótica, nãoadmite possa vir a ocorrer - prestando. como me parece que prestou, um desserviço à Nação, quando procura minar a oportunidade de chegar a bom termo uma missão que está sendo feita, comalma e coração, por um brasileiro investido, na área política arenista, governamental e revolucionária, de poderes para estabeleceros primeiros passos para esse aperfeiçoamento que todos desejamos para o nosso País.
Ouço V. Ex.", com muito prazer.
O Sr. Alceu Collares - Nobre Deputado Adhemar Ghisi, vamos tentar fazer uma análise um pouco mais profunda - para.não ficarmos na rama, na superfície - das instituições no Pais.
O SR. ADHEMAR GHISI - Perdoe a humildade deste seu colega, que não tem, como V. Ex.a , a cultura e a profundidade de conhecimentos...
O Sr. Alceu Collares - O que lamento profundamente.
O SR. AD,HEMAR GmSI - ... mas que possui o bom-senso q'Uetalvez 'falte a V. Ex.", embora grande e invejável a cultura aquiostentada em dois períodos de representação política.
O Sr. Alceu Collares - Com o que, data venia, não concordo.Mas, nobre Deputado Adhemar Ghisi, há uma confusão entre institutos juridicos e institutos ,democráticos, coisas perfeitamentedistintas. Acha V. Ex.a que a Constituinte é barreira para o entendimento, para a conciliação, para a harmonização, para a concórdia? Nega V. Ex." ao povo o direito de escolher os seus representantes?
O SR. ADHEMAR GHISI - Não creio, Excelência, que a Constituinte seja barreira para qualquer coisa.
O Sr. Alceu Collares - Então, V, Ex.a concorda comigo.O SR. ADHEMAR GHISI - E vou explicar a V. Ex.a porque
assim penso.O Sr. Alceu Collares _ Há o chamado diálogo reformista, feito
entre elites que, embora representativas - e por mais que o sejam- são, muitas delas, eminentemente conservadoras. Disse no meutrabalho que a maioria delas talvez seja até reacionária. Prova"elmente haverá algumas progressistas. Mas não têm elas legitimidade para falar em nome da Nação, não têm representatividadepolítica para dizer o que a Nação pe&e. E mais: foi V. EX,a quemdisse que o Senador Petrônio Portella está ouvindo. Não sei se eleestá recebendo sug'estões. Nós nada sabemos - nem V. Ex." sabe.Tenho a impressão de que somos os últimos a saber, ..
O SR. ADHEMAR GHISI ""'" V. Ex.a pode não saber, mas eu sei.
O Sr. Alceu Collares - A imprensa, eu, V. Ex.", os nossos companheiros nada sabemos sobre o que se está fazendo no diálogo:por exemplo, quais são os tipos de reformas que vamos levar aefeito na Constituição. Por outro lado, nobre Deputado, fala V. Ex.aem Maioria e Minoria. Nós nunca chegamos à conclusão de que somos Maioria. Somos, sim, Minoria. Não tivemos o prazer de ser Maioria e o dissabor de ser Maioria e não mandar. Parece-me muito triste que Deputados tenham de andar pelos Ministérios pedindo favores para resolver problemas que não podem resolver aqui, através deprojetos. Não pode V. Ex." negar esta verdade, que é evidente.Quando um Ministro uiz que ta', projeto não deve ser aprovado,ele é rejeitado. Vi aqui um Vice-Líder da ARENA recusar um projeto qe sua própria autoria, porque veio ordem para não aprová-lo.Isso e representação política majoritária? Num regime democrático, quando urr. partido conquista a maioria, vai para o polier,assume a responsabilidade pelos destinos do Pais e se submete àcrítica, inclusive à alternância dos partidos no poder. São princípios tão rudimentares de Sociologia Política, que sei que V. Ex.a ,embora se declarando humilde em conhecimentos, deve saber.Meu Deus do Céu, nobre Deputado Adhemar Ghisi, há 13 anos,ou mais, vivemos como caranguejos, em termos de sistema ou dedesenvolvimento &0 processo político. V. Ex.a não me aponta umasó iniciativa da Revolução, no campo político, que tenha 'Comoobjetivo o aprimoramento das instituições democráticas. Todasas que houve deformaram as instituições. Veja o "pacote de abril".V. Ex.a , quando criança, por certo votava na escola, com um papelzinho, para escolher o monitor da aula, e sabe que o voto eraseereto, direto e universal. Como, então, vamos agora e~eger Senadorindiretamente? Como se altera o quorum do Congresso Nacionala fim de possibilitar emendas à Constituição? Acho que o silêncióseria o posicionamento mais lógico" mais tranqüilo, menos comprometedor e menos embaraçoso, sob o ponto de vista moral, dequantos quisessem defender a alteração das instituicões provocadoa pela Revolução. Em termos de instituicão Exeelência a Revolução se perdeu. Ela foi feita para manter i democraci~ paradefender oS Poderes contra o caos e a anarquia que antes s~ diziaexistirem. E como vivemos no Congresso Nacional? Onde estão asnossas prerrogativas? Não caimos, de quando em quando algunssem direito de defesa? Não está o Judiciário sem as suas garantiasde vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilida&e de vencimentos? Ou isto não vale mais nada? Não terão mais valor a'gum osprincípios que _embasam a democracia entre povos civilizados? Provavelmente, nao - segundo o pensamento de alguns.
O SR. ADHEMAR GHISI - Nobre Deputado Alceu Collares,honrou-me V. Ex," com seu aparte, trazendo-nos a repetição, desta vez curta, do tema que abordou durante 45 minutos da tribuna.
Afirma V. Ex." que não deveríamos nós, da. Alianca Renovadora Nacional, insurgir-nos contra a idéia da Constituinte.
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Para nós, da ARENA, a Constituinte não trará qualquer fatl1novo à vida institucional do País. Ela objetiva, em última análise,à reformulação de princípios, de colocações, de preceitos, de idéias,de concei~os vigentes na Constituição. Essa reformulação podeperfeitamente ser feita sem a convocação de Constituinte. As eleições marcadas para o próximo ano, Deputado Alceu Ca'lares, serão, no meu modo de entender, o primeiro passo para a Constituinte tão desejada por V. Ex.as Caso consigam maioria, poderãorealizar essas reformulações.
Próximo de nós há o exemplo de 1962 e a Constituição de 1967.Tudo podemos fazer por um processo de consenso, se assim entenderem as forças políticas brasileiras, principalmente as que sededicam à atividade parlamentar, como expressão maior do pensamento políti·co nacional. Também em 1962 os homens dos antigospartidos, que se elegeram para cumprir mais um estágio no processo de representação política, não foram trazidos a Brasília como objetivo de elaborar uma Constituição.
Todavia, com a eclosão do Movimento Revolucionário de 1964e com as cassações efetuadas em 1965, nem por isso se tirou doCongresso Nacional a prerrogativa de proceder à mudança daprópria Constituição, de forma completa, global, total, radical, acomeçar pelas estruturas.
Sr. Deputado Alceu Collares, assim, a oportunidade. para chegarmos ao aperfeiçoamento político não precisa ser encontradaatravés de uma Constituinte. Ela existe, já e agora.
No momento em que critica a ação do nobre Senador PetrônioPortella, V: Ex." revela uma incoerência muito grande. S. Ex.a,como nós da ARENA, do Governo, da Revolução, acredita que osistema político neste Pais precisa ser aprimorado, exatamente porjulgarmos que é preciso dar mais um passo em direção ao futuro.O Senador Petrônio Portella se encontra desempenhando a missãode conversar com diversas representações, setores e segmentos danossa vida política e representativa. Se tudo fosse um mar de rosas,se tudo estivesse contido dentro dos limites do razoável, do desejável, do aplaudível, é claro que não estariamos aqui a debater assuntos políticos, nem o Senador Petrônio Portella se preocupariacom tais aspectos. Consoante nosso entendimento, é preciso sair dasituação em que nos encontramos, em busca de melhor pacto entreGoverno, Estado e povo, englobados nesse acordo todos os setoresda vida nacional.
Ademais, creio que se trata, de um processo que deveria seraplaudido pela Oposição. O Senador Petrônio Portella levará osresultados a S. Ex.a, o Senhor Presidente da República que, comochefe da Revolução e do nosso Partido, haverá de promover asgestões que julgue oportunas e necessárias para, então, realizar asreformulações por que tanto ansiamos, para o nosso bem e para apreservação do futuro desta grande Pátria.
O Sr. Alvaro Dias - Permite-me V. Ex.a um aparte?O SR. Al>HEMAR GHISI - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
antes de conceder o aparte ao Sr. Deputado Álvaro Dias, eu gostariaainda de fazer referência à colocação feita pelo Deputado AlceuCollares.
Nós, da ARENA, realmente, temos liberdade. Possuimos comando, mas nem por isso deixamos de julgar pelos nossos pensamentes, pelas nossas idéias, pela nossa condição de seres humanos.Não precisamos, aliás, Sr. Deputado Alceu Collares, fechar questãodentro do partido para votar o projeto de reforma do Poder Judiciário nesta Casa.
O Sr. Alvaro Dias - A questão já vem fechada do Executivo.O SR. Al>HEMAR GHISI - Exatamente isso é o que nos causa
espécie, Sr. Presidente. Os nossos legitimos e dignos representantesda Oposição, perante uma matéria de tamanha importância, resolvem, não pelo consenso ditado pela consciência de cada ummas pela imposição de um órgão superior à vontade dos Srs. Parlamentares, votar contra, pois perderiam o mandato e seriam expulsos do partido aqueles que se manifestassem a favor da reformado Poder Judiciário. S. Ex.as agiram como se tratasse de mais de40 artigos dirigidos à déstruição e ao prejuízo do Poder Judiciário.
Com a Aliança Renovadora Nacional aconteceu o contrário.Cada um de nós, consciente do que fazia, considerando que oproJeto, na forma ditada pelo Senhor Presidente da República eaperfeiçoada pelas emendas apresentadas neste Congresso Nacional. atendia em grande parte às necessidades do Judiciário brasileiro, votou favoravelmente. A proposição, todavia, não atingiu oquorum de 2/3. Logo, não nos cabe responsa.bilidade pelo queaconteceu.
A nobre O)1osição, através de um dos seus mais legitimos arautos, não nos imputará o que muitas e muitas vezes não ocorre,porque não precisamos ser conduzidos, pois o nosso dever de homens livre~ sempre nos dirige à decisão mais nobre e justa.
Ouvirei agora, o nobre Deputado Álvaro Dias que, neste momento, exerce a representação da Liderança do Movimento Democrático Brasileiro.
O Sr. Alvaro Dias - Nobre Deputado, V. Ex.a fala no diálogodo Sr. Petrônio Portella como se se tratasse do acontecimento governamental deste século. Não temos o direito de ser ingênuos aponto de acreditar nesse esdrúxulo diálogo, que não é um diálogoda verdade, mas do engodo. O seu objetivo não é o esclarecimento,e sim a confusão. Na peça política encenada no palco desta Nação,o Sr. Petrônio Portella é o ator escolhido para distrair a platéia,enquanto nos subterrâneos do sistema luta-se acirradamente pelacoroa. Esse diálogo não nos conduzirá a nada, nobre Deputado,mesmo porque não é diálogo. V. Ex.a diz que a Constituinte nadapode trazer de novo. Sei que V. Ex.a sabe o que é uma Constituinte, não duvido disso.
O SR. Al>HEMAR GHISI - Muito obrigado.O Sr. Alvaro Dias - Ê por isso que não entendo uma afirma
tiva desta natureza, já que o objetivo de uma Constituinte, naatual situaçâo brasileira, é reconstituir a Nação, que jaz sob osescombros de uma ordem juridica dilacerada pelos instrumentosexcepcionais. Quando o MDB clama pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte - e não é apenas o MDB queclama por ela - o faz por entender que o regime atual não maisatende às aspirações do povo brasileiro. O objetivo de uma Com!-;tituinte é, acima de tudo, substituir o regime, oferecendo à Naçãoum modelo democrático. Nobre Deputado Adhemar Ghisi, lamentamos que V. Ex.a, com a sua inteligência, tenha que se colocar a serviço da antidemocracia, da ilegalidade, do arbítrio, defendendo um sistema...
O SR. ADHEMAR GHISI - Na opinião de V. Ex.a
O Sr. Alvaro Dias - ... que marginaliza o povo das pequenase das grandes decisões nacionais. Representa o seu Partido o sustentáculo polüico do arbítrio, regime que do povo exige apenassacrifício, trabalho e sofrimento e que o julga incapaz de escolher, de opinar, de decidir. A Constituinte visa a arrancar dasmãos de um só homem, ou de poucos homens, o poder que devepertencer a toda a Nação brasileira.
O SR. ADHEMAR GHISI - V. Ex.a , Deputado Álvaro Dias,jovem e impetuoso, cheio de idealismo - quero acreditar - repeteas surradas expressões com as quais, de algum tempo a esta data,já estamos acosl,umados nesta Casa e mesmo fora dela. Quero lamentar, porém. Sr. Deputado, que V. Ex.a , tão jovem ...
O Sr. Alvaro Dias - A repetição é uma necessidade, já que osistema não se altera.
O SR. ADHEMAR GHIS][ - ... seja um pessimista e não traga,com sua juventude, alguma coisa que possa constituir novidade.Nessas repetições, que já se estão tornando cansativas ...
O Sr. Alvaro Dias - Cansativo já se tornou o Govenio, que jácansou o povo deste Pais.
O SR. ADHEMAR GHISI - ... V. Ex.a, direta e acerbamente,repetiu críticas e acusações de que o nobre Senador Petrônio Portella estaria a fazer o papel cêníco do vilão, no proscênio da vidapública brasileira, nessa quadra da nossa história, estaria a engodar, a tapear, a ofender a própria consciência cívico-políticanacional. Mas, nobre Deputado Álvaro Dias, V. Ex.a não nos trouxenenhum fato novo ...
O Sr. Álvaro Dias - Não tenho que trazer fato novo. Quemtem que t:'azer fato novo é o Governo. Estamos esperando fatosnovos.
O SR. ADHEMAR GHISI - ... Só na opinião de V. Ex.a oEenador estaria a praticar alguma coisa que não o engrandece,nem ao Congresso Nacional, que ele representa, nem tampouco oPartido e a Revolução, que neste momento ele encarna; que S. Ex.aestaria a praticar o ato do vilão que, com o objetivo de manter oregime discricionário vigente no Pais, intenta desviar a atenção daopinião pública para tudo quanto se possa imaginar, menos parao aperfeiçoamento político do nosso País. O Deputado Álvaro Dias,com a imagem que projetou perante as nossas mentes, coloca-seao lado de seus ilustres companheiros dê Partido, na platéia dosacontecimentos políticos nacionais, nem como ator, nem comorepresentante. S. Exas ficam na platéia, constituindo-se numaminoria a verberar, a criticar, a gritar, a transmitir algo que osque querem escutar, ver e entender o espetáculo ainda não conseguiram compreender. De lá gritam: vamos pela Constituinte!
Poderemos chegar ao resultado que tbdos desejamos - muitas vezes já repetido da tribuna desta Casa - através do entendimento, da conversa, do diálogo, do amor entre irmãos. Ora,Sr. Deputado Álvaro Dias, não queira V. Ex.a dar-nos lições de democracia. V. Ex.a está falando com alguém que já tem cinco mandatos políticos, dois pelos antigos partidos e três que se multiplicaram em votos e aumentaram em índices 1Jercentuais a cadanova eleição, prova e demonstração de que os tranqüilos, os serenas ...
O SI'. Alvaro Dias - Não quero dar lições, Deputado, queroreceber lições.
10130 Quinta-feira 20 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Outubro de 197'7
o SR. ADHEMAR GHISI - ... os calmos, os verdadeiramenteidentificados com o futuro desta Nação acabarão por ser compreendidos e, como aconteceu em 1976, voltarão a ser consagrados pelaopinião pública nacionaL Eu, que nos meus mais de 40 anos jáme acostumei a ouvir muitas coisas, não me vou impressionar,nesta tarde, nem com as palavras do Deputado Alceu CoUares,apesar do seu brilho e da sua inteligência, nem com o entusiasmodo nobre Deputado Álvaro Dias. S. Ex.as cumprem, por cumprir,um desejo: o de chegar ao poder. Mas numa tamanha confusãode Idéias, de projetos, de desentendImentos entre segmentos doseu Partido, em permanente conflito dentro da sua própria casa.Isso os levará ao resultado que constataremos no dia 15 de novembro de 1978. Se V. Ex."" fizerem maioria para o Congresso Nacional. q17e façam bom proveito com a Constituinte que estãoanunciando; se, todavia, não fizerem essa maioria, desculpema Revolução, a ARENA e aqueles que as representam nas duasCasas do Congresso Nacional, porque as reformulações serão feitas de acordo com a vontade do povo brasíleiro.
Ouço, com muito prazer, o Deputado Jonas Carlos.
O Sr. Jonas Carlos - Nobre Deputado Adhemar ahisi, V. Ex.ainferiorizou-se à cultura do Deputado Alceu Collares. Negar acultura de S. Ex.''', a agilidade de seu raciocinio, sua facilidadede falar, seria injustiçá-Io. Mas, francamente, não julgamos acultura de V. Ex." inferior à do Deputado Alceu CoUares. Com relação à subserviência, podemos trocar* ARENA pelo MDB, semvolta, porque não há prejuizo para ninguém. Quando o Liderdiz "não", o eco é um só: não, não, não. Ç> que é isto? Ou entãoé estratégia. Se estivessem no poder, este mesmo papel que exercemos eles estariam exercendo do outro lado. Por conseguinte, pode-se trocar a ARENA pelo MDB, o MDB pela ARENA, sem volta,em questão de subserviência, que não vai haver prejuizo paraninguém. (Risos.)
O Sr. Epitácio Cafeteira - Permite-me V. Ex.... um aparte?
O SR. ADHEMAR GHFSI - Tenho o prazer de ouvir o nobreDeputado Epitácio Cafeteira, ilustre representante do povo maranhense nesta Casa.
O Sr. Epitácio Cafeteira - Nobre Deputado Adhemar Ghisi,~stou acompanhando com muito interesse o discurso de V. Ex.a.
O SR. ADHEMAR GHISI - Muito obrigado, Excelência.O Sr. Epitácio Cafeteira - Quero, neste aparte, sar o mais
claro possível no entendimento que tenho das coisas, a fim de quepão se alegue ronfusão de pensamento. Duas palavras, hoje, sãotemas dos dois Partidos. O MDB fala em Constituinte, a ARENAtala em diálogo. Ora, o diálogo da ARENA para buscar uma mudança na Constituição é uma Constituinte em petit comité, apenaspara alguns, apenas para nós que temos hoje um mandato. AConstituinte que o MDB prega é um diálogo, mas um diálogo nacional. É um diálogo com todo o povo do Brasil. E o MDB nãoestá pretendendo ser o dono da verdade. Tanto não está, que nãoquer falar pelo povo antes de ouvi-lo. Queremos é que o povo' sejaouvido, contribuindo para um diálogo grande, porque Constituinte, para mim, é diálogo completo de uma nação que se irmana,que se abraça, sem inimigos, entre irmãos. É por isso que somoscontra o diálogo da Constituinte em petit comité; é por isso quesou a favor da Constituinte, porque realmente quero que sejaouvida não a minha voz, mas a voz do povo brasileiro, no momento em que o Governo também diz querer o aperfeiçoamentodemocrático. O Líder de V. Ex.", Deputado José Bonifácio, quandoperguntado sobre se a vinda do Presidente Carter ao Brasil produziria bons efeitos, disse: "Acho que sim, porque vão conversarde Presidente para Presidente, sem intermediários". O diálogo éuma conversa com intermediários. Creia V. Ex." que, segundo entendo, um Governo que tem o AI-5 e uma Oposição que nada tem,tTavam um di(i.logo. parecido com aquele que li quando menino,entre o "Lobo Mau" e o "Chapeuzinho Vermelho". Muito obrigado.
O SR. ADHEMAR GHISI _ Não temos, Sr. Deputado EpitácioCafeteira, nenhuma restrição à colocação que V. Ex.a acaba defazer. Gostaríamos apenas de proceder a um reparo nas observações que V. Ex." apresentou, em tom de crítica, quando mencionou que o Presidente Carter virá ao Brasil para conversar diretamente com o Presidente da República. Para um entendimentoentre Chefes de Estado, principalmente levando em conta a importância dos Estados Unidos da América do Norte, jamais, nestaflise tão importante da história dos dois países, esse diálogo poderia frutificar em resultados se não fosse estabelecido de formadireta pelos detentores do poder de ambas as nações. Certamente,V. Ex." não gostaria que o Senador Petrônio Portella fosse aosEstados Unidos para estabelecer esses primeiros lances - nemé isso o que se pretende. O Sr. Senador Petrônio Portella temuma grande missão: a de conheecr, graças à sua argúcia, à suainteligênc18. e experiência política, o termômetro político-institucional brasileiro, para transmitir elementos ao Sr. Presidente daRepública. Isso deveria até servir de exemplo para a nobre Oposição.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - O tempo de V. Ex.aestá esgotado.
O SR. ADHEMAR GHISI - Sr. Presidente, ainda disponhode dois minutos.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - O tempo de V. Ex.a. expirar-se-á às 17:45 h, e são, no momento, 17:45 h.
O SR. ADHEMAR GHISI - Então, não tenho mais dois minutos.
Peço desculpas a V. Ex." Vou terminar este meu pronunciamento, dizt'ndo que o que me traria a esta tribuna hoje seria umassunto muito mais doce do que aquele sobre o qual modestamente pudemos expender algumas modestas considerações. Iria falarsobre a suinocultura e a apicultura, produtos da economia catarlnense que nos colocam, em termos brasileiros, em primeiro lugardentro desta grande Pátria de todos nós.
Os eminentes colegas da Oposição, todavia, nos conduziram aessa resposta desalinhavada, que pretendeu, acIma de tudo, e porfim, convencer-nos de que é preciso crer, Sr. Presidente, no futuro deste País, acreditando no trabalho do Sr. Presidente ErnestoGeisel e daqueles que, ao seu lado, procuram, com sofreguidão,com esforço e com trabalho, aperfeiçoar as instituições projetarnos m~lhor e mais fortes para o amanhã radioso que nos espera.<Palmas.)
Durante o discurso do Sr. Adhemar Ghisi, o Sr. JoãoClímaco, 3'?-Secretário, deixa a cadeira da presidência, queé ocupada pelo Sr. Marco Maciel, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) -
Discussão única do Projeto de Lei n.'" 2.237-A, de 1976,que acrescenta dispositivo à Lei n.O 5.108, de 21 de setembro de 1966 (Código Nacíonal de Trânsito); tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridlcIdade e técnica legislativa; e, da Comissão de Transportes, ;pela aprovação. (Do Sr. Jorge Paulo.)- Relatores: Srs. Luiz Bra~ e Abel Avila.
O SR. PRESIDENTE (Marro Maciel) - Tem a palavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para discutir o projeto.
O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Deputados, o Projetode Lei n.O 2.237-AI76, de autoria do ilustre Deputado Jorge Paulo,que acrescenta dispositivo à Lei n.O 5.108, de 21 de setembbro de1976 - Código Nacional de Trânsito - recebeu pareceres favoráveis de todas as Comissões.
Ha um problema, Sr. Presidente, que há muito vem preocupando aqueles que estão vinculados aos DETRANs. Já na época.em que fui Diretor do Trânsito no RIo Grande do Sul, veriticavase esse fato. O cidadão é multado, mas não tem conhecimentodisso. Ao fim do ano, quando vai emplacar seu veículo, é notificado da multa, ;por alta. velocidade. Ele contesta, mas o agente dotrânsito, o guarda ou o elemento da Polícia Militar achou queele estava correndo e multou, não havendo meio de conseguir adispensa da multa, porque já transcorreu o prazo para o depósito e para o recurso. Isso acontece amiúde. No ano passado, deixei meu automóvel na garagem do prédio onde moro e, quandofui emplacá-lo, aqui, tive a surpresa de saber que ele havia sidomultado em Porto Alegre. Consegui um atestado da Câmara dosDeputados - com base em informações prestada pela VARIG de que viajara de avião. O encarregado do prédio também atestou que o carro ficou na garagem todo o verão, de janeiro amarço. Provei, dessa maneira, que não havia como ser multado.Mas a multa foi mantida.
Desde há muito afirma-se que, para a multa ter valor, deveser entregue imediatamente àquele que estiver guiando o veículo.Mas são inúmeros os exemplos de problemas que podem ser criados: quando o veículo está estacionado em lugar proibido, o policial terá de deixar a multa presa no pára-brisa no caso da ausência do dono. Há uma série de fatos que mostram a inviabilidade doprojeto. A idéia vem de longa época, tem sido discutida nos Conselhos Estaduais de Trânsito, entre os Diretores dos DETRANs que fizeram um simpósio há pouco tempo - bem como nas organizações policiais e nas reuniões de Secretários de Segurança de todosos Estados do Brasil, mas nunca se achou uma solução.
Se adotarmos o que sugere o autor do projeto. críaremos situações muito dificeis. Suponhamos que, em Belo Horizonte - jáque vejo o nobre Deputado Nelson Thibau à minha frente - umcidadão estacione - isto é comum - seu carro em lugar proibido.Se o guincho está disponivel, reboca o veículo. Mas suponhamosque o guincho não está em condições de fazer o reboque. Então,a multa tem que ser colocada no pára-brisa. Como o policial poderia entregá-la ao proprietário ou a quem está dirigindo o veiculo?Conhecemos pessoas que encostam o carro às 7:30 horas e só o
Outubro de 1977 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10131
retiram no fim do dia, para não perder a vaga. O projeto seriaaltamente prejudicial, com resultados práticos muito dificeis deserem atingidos.
O que sabemos é que este assunto estã sendo debatido pelostécnicos, pelas pessoas que trabalham nesse métier, bem comopelas autoridades policiais e de trânsito, que há muito lutam parasolucioná-lo.
Embora relatando a V. Ex.R ' todos esses fatos, inclusive umrelacíonado comigo mesmo, quero esclarecer que o problema aindanão tem solução. Perdido o prazo para o recurso - e para isto énee.essário que se deposite o valor da multa - não se tem comoresolver a questão. Acredito que a má vontade existe, que os quemais reclamam são os motoristas frofissionais, que, entrando emchoque com um guarda qualquer, dali em diante, são sempre multados sem saber quando, onde e porquê.
Embora reconhecendo tudo isto que o ilustre autor relata aqui,Sr. Presidente, não vemos como ser aprovado o presente projeto,por haver impossibílídade técnica de atender àquilo que seu autordeseja, ou seja, evitar prejuizo para o motorista ou para o proprietário do carro. A prática nos indica que a melhor solução é deixarcomo está e não aprovar o projeto, que tumultuará muito maisa situação, já gravissima nos centros urbanos, embora os Prefeitosprocurem abrir avenidas, estreitar os passeios públicos, reduzir aspraças, para dar vazão ao tráfego. O que se procura fazer, hoje,é evitar que o motorista, profissional ou amador, penetre no centrodas cidades.
Ontem, antes de viajar para cá. ao aguardar o táxi que melevaria ao Aeroporto do Rio de Janeiro, a titulo de curiosidade,juntamente com um irmão, passei a contar o número de automóveis que trafegava apenas transpurtando uma pessoa. Contei quasecem veiculos. Na verdade, se estes tivessem deixado os carros emcasa e utilizado os transportes coletivos, poderia locomover-semelhor.
Este projeto agravaria ainda mais o problema da circulaçãodos veículos nas grandes cidades.
Desta maneira, Sr. Presidente, baseado numa experiência demuitos anos, sou contra a sua aprovação.
O SR. PRESIDENTE (l\!Iarco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Nelson Thibau, para discutir o projeto.
O SR. NELSON TIIlBAU (MDB - MG. Sem revisão do orador'.)- Sr. Presidente, Brs. Deputados, o projeto ora em discussão, deautoria do nobre Deputado Jorge Paulo, do MDB, acrescenta dispositivo à Lei n.o 5 108, de 21 de setembro de 1966 (Código Nacionalde Trânsito), tendo pareceres, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa,e da Comissão de Transporte, pela aprovação.
Diz o art. 1.0
"Acrescente-se ao art. 104, da Lei n.O 5 .108, de 21 de setembro de 1966, o seguinte parágrafo único:
Nos casos previstos no item XXXIV do art. 89, a multasomente terá validade quando o proprietário ou condutordo veículo assinar o auto de infraçãô e imposição danlulta."
Sr. presidente, Srs. Deputados, é oportuno que eu venha a esta tribuna para discutir este projeto do Deputado Jorge Paulo,que considero de grande importância, pois permite que o motoristamultado não seja-vitima de arbitrariedades - que muitas vezestêm acontecido - dos inspetores de trânsito em todo o TerritórioNacional. Na verdade, essas autoridades multam em qualquer condição, sem comunicar ao motorista. Então, o que o nobre Deputado Jorge Paulo está pretendendo é que este assine o auto deinfração, livrando-o de ser multado e só saber quando for renovara licença do veiculo.
Mas, Sr. presidente, Sr. Deputados, o mais importante dissotudo é que, apoiados no Código Nacíonal de Trânsito, os DETRANs,principalmente nos grandes centros, criaram uma verdadeira indústria do estacionamento.
Sr. Presidente, toda a Nação foi conscientizada da necessidadede se economizar gasolina. Ora, o Governo deveria acabar comos estacionamentos proibidos, porque. se o carro está parado,é óbvio que não está consumindo gasolina, não está perturbando o trânsito, está, sim, seguindo a orientação proposta peloGoverno, na campanha de economizar gasolina. Entretanto, oque se vê no Brasil é a campanha do estacionamento proibido. Nocentro da Grande Belo Horizonte, é comum surgirem, de um diapara o outro, indiscriminadamente, placas de estacioname~toproibido em diversas ruas, muitas das quais sem nenhum trânsito. Qualserá. a finalidade dessa verdadeira indústria do estacionamento?Os DETRANs estão faturando neste Pais uma verdadeira fortuna.Para onde vai este dinreiro? Os tais luminosos automáticos nãoestão sendo colocados. Por isso, a maioria dos desastres ocorre nos
cruzamentos de ruas, principalmente em Belo Horizonte, cujo traçado se assemelha a um xadrez: de 100 em 100 metros, há um cruzamento de ruas. Verifica-se, por aí, que o DETRAN não tem nenhum interesse em colocar, em qualquer setor da cidade, os taisluminosos automáticos.
Sr. Presidente, o projeto em questão não tem condições de seraprovado, porque lhe falta substância, como afirmou o DeputadoCélio Marques F'ernandes. Mas, Sr. Presidente, o que nos causaestranheza é o fato de, num Governo forte como é o do PresidenteGeisel, que propõe determinada iniciativa patriótica, os outros departamentos e órgãos governamentais tomarem medidas justamente contrárias a esse interesse. Haja vista que o Governo deveriareceber com grande agrado os estacionamentos permitidos, porquequanto maior o número de carros estacionados maior será a economia de divisas, e; através dessa economia de petróleo, sem dúvida o ouro negro da atualida<le, estariamos indo ao encontro dointeresse nacional
Sou favorável ao projeto de lei de autoria do nobre DeputadoJorge Paulo, pelo mérito que tem de procurar limitar esta indústriada multa no País. ll; sabido que em todo o território nacional nãoexiste uma regulamentação especifica dessas multas e elas hojesão de caráter definitivo, uma vez que são registradas pelo compntador. Assim, tenha razão ou nã.o, o motorista deverá pagá-las. if:preciso que se tome uma providência nesse sentido, pois, ao pagara taxa de licença do seu veículo, o motorista tem direito de percorrer com o seu carro todas as ruas da cidade, bem assim de estacioná-lo nos locais apropriados. Sou favorável ao estacionamentoem determinados locais. O que desaprovo e contesto é essa indiscriminada e absurda indústria do estacionamento, promovida noPaís para dar lucro ao DE:TRAN. -
O SR. PRESIDENTE( Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Daso Coimbra, para discutir o projeto.
O ISR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, é louvãvel a intenção do Deputado Jorge Paulo, autor do Projeto de Lei n.o 2.237-A, que visa aacrescentar parágrafo único ao art. 104 da Lei n.O 5.108, de 21 desetembro de 1966 - Código Nacional do Trânsito. Pretende ele extinguir a chamada indústria de multas, evitando o excesso de mu[tas, às vezes aplicadas àqueles que não transgrediram norma alguma do Código Nacional de Trânsito.
Sr. Presidente, embora louvável a intenção do autor, medidapOr ele proposta é inexeqüível: .
"Parágrafo único. Nos casos previstos no item XXXIXdo art. 89, a multa somente terá validade quando o proprietário ou condutor do veículo assinar o auto de infração e imposição de multa."
Ora, Sr. Presidente, a multa pode ser impOsta na ausência docondutor do veículo, ou porque ele estacionou em local não permitido, ou porque abandonou o veículo na via pública, ou ainda porque o estacionou de forma indevida. Assim, não estando ele presente, como poderá apor sua assinatura no auto de infração lavradonaquele instante? Por outro lado, a multa às vezes, pode ocorrerem virtude de excesso de velocidade. Assim, se o condutor em questão não atend.er às exigências e instruções do guarda para acostaro veículo e, ao invés, evadir-se, não apondo sua assinatura noauto de infração, ficará isento da multa referente à infração cometida por excesso de velocidade, prevista no Código Nacional deTrânsito. No caso de avanço de sinal, também seria impossivel lavrar-se o auto de infração, porque o proprietário ou condutor doveiculo, depois de avançar o sinal, não iria parar para apor suaassinatura no respectivo auto.
Logo, Sr. Presidente, podemos perceber que é inexeqüíver a:medida proposta neste projeto, embora, como disse, seja louvável aintenção do seu autor, o nobre Deputado Jorge Paulo.
O SR. PRESIDENTE (Ma.rco Maciel) - Não havendo mais oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.
Vai-se passar à votação da matéria.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Álvaro Dias, para encaminhar a votação.
O SR. ALVARO DIAS (M'DB - PR. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados. o nobre Deputado Jorge Paulo pretende acrescentar dispositivo ao Código Nacional de Trânsito, estabelecendo que a multa somente terá validade quando o proprietário ou o condutor do veiculo assinar o auto de infração e imposição de multa.
Sr. Presidente, consideramos válida a preocupação do DeputadoJorge Paulo, quando procura evitar o abuso das multas fictícias,muitas vezes lavradas com má-fé, sem que qualquer infração tenhasido cometida. O mecanismo atual possibilita o erro irreparável, jáque, não tendo sido notificado da multa, o proprietário do veiculonão terá condições sequer de apresentar sua defesa. Através destaproposição, de autoria do DI,putado Jorge Paulo, tais erros seriamsanados.
10132 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
As Comissões Técnicas desta Casa - Comissão de Constituiçãoe Justiça e Comissão de Transportes - aprovaram unanimementeo projeto. E, na verdade, não vemos argumento algum que possafazer com que a Oposição venha a rejeitá-lo. Por esta razão, oMDB vota favoravelmente ao Projeto n.O 2.237-A, de 1976.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vou submeter a votosO seguinte:
Parágrafo único. Nos casos previstos no item XXXIX,do art. 89, a multa somente terá validade quando o proprietário ou condutor do veiculo assinar o auto de infração e imposição de multa."
Art. 2.0 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.O SR. PRESIDENTE (Maroo :Maciel) - Os Srs. que o aprovam
queiram ficar como estão (Pausa.)Rejeitado.
Vai ao arquivo.O SR. PRESIDENTE (Maroo ·Maciel) ..-
Discussão única do Projeto de Lei n.O 2.2B6-A, de 1976,que dispõe sobre a exigência de diploma de curso superior·para inscrição em concurso público, e dá outras providências; tendo pareceres: da Comissão de ConstitUição e Justiça pela constitucionalidade e juridicidade, com emenda;e, da Comissão de Serviço Público, pela aprovação, comadoção da emenda da Comissão de Constituição e Justiça.(Do Sr. Humberto Lucena.) - Relatores: Srs. Erasmo Martins Pedro e Ary Kffuri.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Humberto Lucena, para discutir o projeto.
O SR. HUMBERTO LUCENA (MDB - PB. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, falo como autor do presente projeto de lei, que tomou o n.O 2.286/76 e que "dispõe sobre aexigência de diploma de curso superior para inscrição em concurso público e dá outras providências".
A proposição veio para responder a um apelo de centenas, senão milhares, de cidadãos que têm procurado inscrever-se em coneursos públicos, para o preenchimento de cargos na administraçãocentralizada ou autárquica, no âmbito federal, sem que possamreunir todas as condições, pois o Departamento Administrativo doServiço Público tem insistido em fixar critérios absolutamente arbitrários para a realização dessas provas de seleção, entre os.quais se destaca sempre o da exigência de exibição de diplomas decursos superiores, mesmo em se tratando de cargos meramente burocráticos, para cujo desempenho não se faz mister que o seu titular possua nível universitário. Então, em última análise, quemdecide sobre a matéria e quem, portanto, vem preterindo o direito de muitos brasileiros ascenderem aos cargos públicos, no Brasil,é um dos setores do Poder Executivo, no caso o DASP, diretamentevInculado à Presidência da República o qual é o órgão responsável pela politica de pessoal da Administração Federal. Essa situaçãotem levado muitos desses candidatos que não conseguem inscreverse nos concursos públicos à Justiça, que, vez por outra, concedenão somente liminares em mandados de segurança, como até mesmo, no próprio mérito, atendem à segurança pleiteada pelo recorrente, uma vez que não se encontra arrimo na legislação vigentepara esse procedimento do Departamento Administrativo do Serviço público. Foi, portanto, em face disso que deliberei apresentarà Câmara o presente projeto de lei, que contou com a aprovaçãounânime de todos os órgãos técnicos competentes, istu é, a Comissão de Constituição e Justiça, que o considerou constitucional ejurídico, e a Comissão de Serviço Público, que apreciou o seu mérito e que terminou por acolher uma emenda. sugerida pelo Re-
,lator da Comissão de Constituição e Justiça, Deputado ErasmoMartins Pedro, no sentido apenas de sintetizar .em um único dispositivo, a parte principal do projeto de lei, de 'vez que eu dividia asua matéria em um artigo e um parágrafo único e achou S. Ex.a. serde melhor técnica legislativa, que todo o assunto ficasse consubstanciado num único dispositivo, que é o art. 1.0 da proposição queora se discute.
Já sei, Sr. Presidente, que o nobre Deputado Célio Marques Fernandes, que me deve suceder, nesta tribuna, apresent-ou umaemenda ao meu projeto, no sentido de que se estenda também aproposição aos diplomas de curso médio. Desejo apenas fazer umapelo a S. Ex.a. e aos demais colegas que integram os dois órgãostécnicos competentes para que, ao receberem a sua emenda, de ca-
PROJETO N.O 2.237-A. DE 1976
O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° Acrescente-se ao art. 104 da Lei n.O 5.108,
setembro de 1966, o seguinte parágrafo único:"Art. 104.
de 21 de
ráter aditivo, procurem abreviar o seu and!1mento, a fim de que,afinal, o plenário possa decidir-se sobre um projeto que reputo, Sr.Prellidente - modéstia à parte - de real importância para todosos brasileiros, uma vez que procura tão-somente simplificar a inscrição nos concursos públicos.
Conheço, como toda a Casa, muitos brasileiros autodidatas, quenão possuem diplomas de curso médio ou superior, mas com acultura suficiente para serem aprovados em concursos públicos eque, portanto, poderão ter acesso aos cargos públicos da Administração Federal, sejam da União ou de suas autarquias.
Era o que tinha a dizer.O Sr. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.
Célio Marques Fernandes, para discutir o projeto.O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Sem
revisão do oraoor.) - Sr. Presidente: nobres Deputados, de fato,o ilustre autor do projeto, Deputado Humberto Lucena, tomouconhecimento da emenda que apresentei, visando apenas a completar aquilo que deseja S. Ex..., porque a exigência não é só deapresentação de diplomas de curso superior: o DASP exige o certificado de conclusão de curso ou habilitação legal, conforme o cargoo exigir. O projeto. visa a matéria de edital de concurso. Queroser sincero com o ilustre autor do projeto: jamais tive conhecimento de exigência do diploma de curso superior para o exercíciode cargo de nível médio e procurei, há pouco, entrar em contatodireto com o DASP para saber disso. Não o consegui, porque apessoa que tomou os dados até o momento não me deu resposta.
A minha emenda justifica-se pela necessidade de se regulamentar tal matéria não só quanto ao nível superior, porque pareceria uma 'discriminação nossa legislar apenas para os que têmcurso superior. E os demais, para os quais também se exige o certificado ou diploma. Então, procura-se legislar para todos.
O art. 1.0, com a redação que dou na minha emenda, ficariaassim:
"Art. 1.0 Para inscrição em concurso público para ingressonas categorias funcionais previstas na Lei n.O 5.645, de1.° de dezembro de 197{}, só se exigirá diploma ou certificadode conclusão de curso ou habilitação legal equivalente àescolaridade exigida para o exercício do cargo."
.Babemos que, hoje, o DASP tem exigências para todos os cargos. Faço votos de que as Comissões, com a rapidez que se faznecessária, aprovem ou não a emenda e que o projeto possa voltarao plenário, porque ele resolve um problema gravissimo, que causapreocupação àqueles que procuram fazer um concurso para evitarque haj a discriminação.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Nelson Thibau, para discutir o projeto.
O SR. NELSON THIBAU (MDB - MG. Se-m revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o projeto de lei do nobre Deputado Humberto Lucena tem realmente mérito. Estamos de plenoacordo com ele, porque, como especifica o art. LO, "quando se tratarde cargos ou funções de nivel universitário", é exigido o diploma.Não seria justo que um procurador, um médico ou um engenheiro,para cargo de nível universitário, prestasse concurso se não tivessediploma universitário legal. Assim estaríamos subestimando asuniversidades do Brasil. Sabemos que o estudante universitário lutacom toda espécie de dificuldades: custo de vida, transportes, oschamados vestibulares únicos, que são verdadeiras guerras, paraconseguir uni diploma e ter mais condições de acesso na vida. Ehá prioridade em cargos mais elevados, em concursos para essescargos públicos. Concordo com o Projeto n.O 2.2M-A, do ilustreDeputado Humberto Lucena, meu colega do MDB. Acho que, parajustificar meu ponto de vista, não podemos subestimar a importância do nivel universitário nem dos diplomas secundários. Emoutra oportunidade, desta tribuna, condenei os chamados examesde ordem, nos quais os candidatos são convocados pela Ordem dosAdvogados ou dos Médicos, por exemplo, e recebem permissão paraexercer a prOfissão, em prejuízo dos universitários.
Sr. Presidente, o projeto não vai prejudicar o universitário.Ao contrário, vai favorecê-lo. Precisamos valorizar aquele queestuda. O estudante hoje é um capital, é um patrimônio. Ele aplica, durante o estudo, o tempo de sua mocidade; tem despesas dealimentação, transporte, deixa passar a juventude, a fase mais felize mais agradável da vida. O universitário enfrenta lutas árduas,difíceis, enfrenta o custo de vida. E esse Governo que aí estásomente para tomar atitudes fortes, não toma atitudes fortes para.resolver o problema do custo de vida e para. atender aos menoafavorecidos pela sorte. Por isso temos que render honra ao mérito.Os cargos de nível universitário só poderão ser preenchidos pelosuniversitários diplomados.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, está de parabéns o DeputadoHumberto Lucena, que pretende especificar os cargos e funções denível universitário. Aí, sim, o DASP deverá exigir o diploma' univer-
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sitário. Mas para cargos simples não é preciso exigir, por exemplo,o diploma de segundo grau, mesmo porque existem os chamadossupletivos, que são outra profissão no País. Em cada esquina deBelo Horizonte, cidade que tem dois milhões de habitantes, existeuma escola de supletivo. Há mais cursos supletivos em Belo Horizonte do que grupos escolares. Vai-se chegar a um ponto que nãosei como essas escolas terão alunos. Em futuro próximo, como serãopreenchidas as vagas dos cursos supletivos se os grupos escolaressão em número reduzido e ainda afastados do centro da cidade?
Convido os Srs. Deputados, os Srs. Senadores e o ilustre Presidente desta Casa a visitarem Belo Horizonte para verem as indústrias de supletivo, em cada esquina do centro da cidade - Supletivo Visão, Supletivo Internacional, Supletivo Realístico, SupletivoSupletivo e outros, Sr. Presidente, que não quero enumerar.
Para encerrar meu pronunciamento, favorável declaro-me favorável ao projeto. Acho que o nivel universitário deve ser respeitado e resguardados os estudantes que se dedicam com suor,com lágrimas e com sangue aos estudos para conseguir um diplomade curso superior. Muitos trabalham, enfrentam dificuldades,dormem mal, procuram, por todos os meios, um lugar ao sol, umdiploma de curso superior para ser alguém. Sr. Presidente, encerroa minha discussão dizendo que sou favorável ao projeto do nobreDeputado Humberto Lucena, resguardando, porém, a prioridade eo direito dos universitários.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Prorrogo a Sessão por25 minutos, a fim de que seja apreciada a matéria constante dapauta da Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Daso Coimbra, para discutir o projeto.
O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, teria o DASP direito de exigir, sem nenhumalegislação promulgada pelo Executivo, ou que tenha passado poresta Casa, determinadas condições num edital de concurso? :É estaa nossa dúvida. Esta é a razão pela qual também apresentou umprojeto o Deputado Humberto Lucena, dispondo sobre a exigênciade diploma de curso superior para inscrição em concurso público.
O nobre Deputado Célio Marques Fernandes apresentou emenda que dá ao art. 1.0 nova redação de forma mais abrangente, eisque engloba não apenas a exigência de diploma de ·curso superiorpara aqueles que estão procurando um cargo de nivel universitário,mas também a de diploma ou certificado de conclusão de curso ouhabilitaçáo legCCl equivalente à escolaridade exigida para o exercicio do cargo. Portanto, achamos mais completa a emenda doDeputado Célio Marques Fernandes e discordamos do entendimento do DA8P, de que, sem nenhuma legislação específica departe do Poder Executivo, ou de legislação partida desta Casa, podeestabelecer exigências especiais nos editais dos seus concursos.Aliás, Sr. Presidente, era tempo de se pensar também no excesso devalorização que se tem dado em nosso País ao diploma de níveluniversitário, o que faz com que muitas pessoas incapacitadas defreqüentarem curso superior de boa qualidade estejam cursandoescolas de deficiente ensino para dispor de um diploma que lhespossibilite acesso à carreira funcional.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Não havendo mais oradores'inscritos, declaro encerrada.a díscussão.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tendo sido oferecidauma emenda ao Projeto n.O 2286-A de 1976, em discussão únicavolta o mesmo às Comissões de Constituição e Justiça' e de ServiçoPúblico '
EMENDA AO PROJETO DE LEI N.o 2.286-A/76Dê-se ao art. 1.0 a seguinte redação:
"Art. 1,0 Para inscriçáo em concurso público para ingresso nas categorias funcionais previstas na Lei n.o 5.645,de 1.0 de dezembro de 1970, só se exigirá diploma ou certificado de conclusão de curso ou habilitação legal equivalente à escolaridade exigida para o exercício do cargo."
Sala das Sessões, em 19 de outubro de 1977. - Célio MarquesFernandes.
JustificaçãoJustifica-se a presente emenda pela necessidade de se regula
mentar tal matéria não só quanto ao nível superior pois, na realidade, pareceu-nos desejar o autor não permitir que se exija noconcurso o que não é exigido para o exercicio do cargo, o que podeocorrer nos diversos níveis, seja primário, secundário ou superior.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) -
Primeira discussão do Projeto de Lei n.o 2.235-A, de1976, que modifica o art. 19 do Decreto-lei n.O 3.200, de 19de abril de 1941, que fixou o valor do bem de família;tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade, juridicidade e, no mérito, pela aprovação. (Do Sr. Joaquim Bevilacqua.) - Relator: Sr. LuizBraz.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para discutir o projeto.
O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, o nobre Deputado JoaquimBevilácqua tem muita razão em procurar modificaI,' o art. 19 doDecreto-lei n.O 3.200, de 19-4-41, que fixou o valor do bem defamília. Ora, Sr. Presidente, a inflação corroeu de tal forma essevalor, instituido por lei, que talvez ele não chegue hoje a um cruzeiro. Lembro aqui que a legislação de 1955 fixava-o em um milhão de cruzeiros. Quando se criou o cruzeiro novo, através doDecreto-lei n.o 1, de 13 de novembro de 1965, o cruzeiro velho passou a representar um milésimo dessa moeda, o que reduziu o valordo bem de família a mil cruzeiros, quantia absolutamente insignificante e incapaz de cumprir a finalidade da lei. Achamos queo critério da fixação desse teto não atende mais as suas finalidades no momento. O Código Civil brasileiro, ao fixar nos seusarts. 70 e 73, o chamado bem de família, visou a permitir aoschefes de família destinarem um prédio para domicílio desta, coma cláusula de ficar isento de execução por dívidas, salvo as queproviessem de impostos relativos ao mesmo prédio. Mas determinou também que a isenção durará enquanto viverem os cônjugese até que os filhos completem a maioridade.
Quero dar os parabéns ao ilustre autor do projeto, pois "botouo dedo na ferida", como se diz. E a experiência tem-nos aconselhado a não fixar um valor máximo para o bem de família, senão deixá-lo ao livre arbitrio segundo as disponibilidades econômicas do instituidor. O que propõe o nobre Deputado JoaquimBevilacqua é exatamente isto, não haveria limite de valor para(, bem de família. desde que o imóvel seja residência dos interessados por-mais de dois anos.
Sr. Presidente, estamos de pleno acordo com a idéia. Achamos que as Ltderanças dos dois partidos estão em condições deaprovar o projeto, e fazemos votos para que ele se transformeem lei o quantos antes, tendo em vista eliminar os muitos problemas quI' têm sido criados.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Nelson Thibau, para discutir o projeto.
O SR. NELSON TIlIBAU (MDB - MG. Sem revisão do orador.)Sr. Presidente, Srs. Deputados, acho que o projeto <;lo DeputadoJoaquim Bevilacqua tem todo o mérito, porque realmente nãodeve haveJ' limite de valor para o bem de família, desde que oimóvel seja residência do interessado por mais de 2 anos. É quea instabilidade dos indices. do custo de vida, a correção monetáriae a permanente desvalorização do cruzeiro não permitem estabelecer um valor para o bem de família. Por isso, foi muito feliz oDeputado Joaquim Bevilacqua quando propôs a modificação doart. 19 para estabelecer que não haverá limite para o valor do bemde família, e acredito que vá merecer o apoio das Lideranças daARENA e do MDB.
Sr. Presidente, voto favoravelmente ao projeto do nosso ilustre Vice-líder, o brilhante Deputado Joaquim Bevilacqua, da representação de São Paulo.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.•Toaquim Bevilacqua para discutir o projeto.
O SR. JOAQUIM BEVILACQUA (MDB -:' SP. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a discussão se fere emtorno do art. 19 do Decreto-lei n.O 3.200, de 19 de abril de 1941,que deu complementação ao Instituto do bem de família, incluídono Código Civil, e fixou um valor em cruzeiros, posteriormente1esvalorizado e, em conseqüência, alterado pela Lei n.o 2.514, de27 de junho de 1955, que estabeleceu em um milhão de cruzeiros.
A inflação que vem atingindo o Brasil há vários anos fez comque, em 13 d!~ novembro de 1965, o Gmreme-llrõftfü1gasse o decreto que instituiu o cruzeiro novo, em função do que o legisladorentendeu de votar a Lei n.O 5.653, de 27 de abril de 1971, alterando novamente a redação do art. 19, do Decreto-lei n.O 3.200 e estabelecendc que não será instituído bem imóvel de família devalor superior a 500 vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Entendemos, Sr. Presidente, que essa fixação de valor infringea própria natureza do in.stituto. O Congresso Nacional debateu longamente o assunto e depoís de várias tentativas, foi o bem de família incluído no projeto de nossa Lei Civil. Seus objetivos sãomuito bem fixados por Clóvis Bevilacqua, quando diz:
"O bem deve ser um prédio, isto é, um imóvel urbano ourural. Não exige o CódigO que o prédio seja habitado ouexplorado pela família antes de se lhe dar o destino deservir para domicílio dela. A família deve fixar residência no prédio. Essa condição se infere das palavras dosartigos 70 e 72. O primeiro, o art. 70, permite ao chefede família destinar um prédio para domicílio desta. O fimda lei é, conseqüentemente, assegurar à família um abrigo de onde não a possa expulsar o credor exeqüente. Sendo assim, é claro que aí deve estar asilada a família, aídeve residir."
10134 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1977
PROJETO N.o 2.235~A, DE 1976
O Congresso Nacional -decreta:Art. 1.0 O art. 19 do Decreto n.o 3.200, de 19 de abril doe 1941,
que dispõe sobre o valor do bem de família, com a redação que lhedeu a Lei n.O 2.514, de 27 de junho de 19S5, passa assim a vigorar:
"Art. 19. Não há limite de valor para. o bem de famíliadesde que o imóvel seja a residência dos interessados pormais de dois anos."
São palavras textuais de Clóvis Bevilacqua, nos Comentáriosao Código Civil, inciso 1, art. 70.
Ora, Sr. Presidente,. a nossa propositura visa novamente aalterar o art. 19 do Decreto-Lei n.O 3.200, no sentido de eliminaro teto de valor para que este bem seja instituído em bem de família. Ape!1as faz uma restrição, ou seja, que o imóvel seja a residencia dos interessados, da família, por mais de dois anos. Preenchido este pré-requisito, ou seja, residindo a família num imóvel urbano ou rural por mais de dois anos - poderá ele valer 1milhão, 2 lnilhóes, 10 milhões a 50 milhóes - será instituido comobem de família. Desta forma será dada maior substância e maiorcunho social ao instituto do bem de família, consagrado pelo nosso Código Civil. Tenho, também absoluta certeza de que a Liderança da Mfi.ioria, nesta Casa, haverá de aprovar este projetoque convalida e moderniza um instituto tão útil à nossa sociedade.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Não havendo mais oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.
Vai-se passar à votação da matéria.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Alvaro Dias, para encaminhar a votação.
O SR. ALVARO DIAS (MDB - PRo Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Projeto de Lei n.O2.235-A/76, de autoria do ilustre Deputado Joaquim Bevilacqua,que em seguida iremos votar, cuida de modificar o art. 19 doDecreto-lei n.O 3.200, de 19 de abril de 1941, que fixou o valor dobem de família.
Com tal alteração, objetiva-se ilimitar o valor do bem de família, desde que o imóvel respectivo seja a residência dos interessados por mais de dois anos.
Os argumentos preponderantes para o acolhimento da medidadizem respeito à atual inadequação dos valores fixados em lei para'o bem de família, bem como à vantagem de, uma vez aprovado oprojeto, não mais haver necessidade de leis periódicas fixando taisvalores.
Na Comissão de Constituição e Justiça, sendo relator da matéria o ilustre Deputado Luiz Braz, embora feita a advertência deque se discute, no âmbito do Congresso, um projeto de novo Código Civil, houve manifestação unânime quanto à constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, COm recomendação deaprovação quanto ao mérito.
Trata-se de proposição contendo medida prática de evidenteutilidade e oportunidade, motivo por que não se pode negar-lheaprovação. Até porque, quanto ao novo Código Civil, ninguém sabequando estará concluído o seu exame pelo Congresso e quando,enfim, entrará em vigor.
Pela aprovação, pois.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.
Alipio Carvalho, para encaminhar a votação.O SR. ALiPIO CARVALHO (ARENA - PRo Sem revisão do
orador.) - O Projeto do nobre Deputado Joaquim Bevilacquaprocura eliminar o limite de valor estabelecido até então para aconstituição do bem de família. Argüímos por que teria sido fixadoesse limite. Esse dispositivo legal teve origem nos Estados Unidos,no Texas, onde foi determinado qúe houvesse essa preservação dobem de família, que a propriedade rural ou urbana pudesse ficardefinida como um bem de família.
Lá, nos Estados Unidos, a legislação também definia um tetocom a preocupação de que aquilo fosse um mínimo para o bem defamília. No entanto, há de se perguntar: interessa a quem esseteto? É interesse de segundos? É interesse de terceiros? É de interesse dos descendentes para que a propriedade seja aquela de me.nor valor, porquanto, no momento atual, a propriedade atinge aordem de 500 mil cruzeiros, que são cerca de 500 vezes o saláriomínimo? Ora, se o responsável pela família tem o direito de estabelecer o bem de família, ele o fará no valor que julgar conveniente,porquanto ele é quem tem a propriedade. Admite-se até Uma ingerência de segundos ou de terceiros e, muito pior ainda, uma ingerência do Governo, de nós mesmos, pretendendo definir que essapropriedade só pode ser estabelecida diante de um limite de valor.
Com essas conceituações, julgamos que o projeto é válido e aMaíoria o aprovará. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vou submeter a votoso seguinte:
Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)
Aprovado.
Passa-se à 2.a discussão.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel)
Primeira discussão do Projeto de Lei n.O 2.253-A, de1976, que altera a redação do inciso IH e acrescenta novoinciso ao art. 89 da Lei n.O 4.215, de 27 de abril de 1963, que"dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil"; tendo pare~er, da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, jurididdade e técnica legislativa,com Substitutivo. (Do Sr. JG de Araújo Jorge.> - Relator:Sr. Theobaldo Barbosa.
O SR.. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.José Costa, para discutir o projeto.
O SR. JOSÉ COSTA (MDB - AL. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, a História mostra que, sempre queas liberdades públicas são garroteadas, certas categorias profissionais ou certas entidades comprometidas na luta pela liberdade sãoatingidas. Assim acontece com jornalistas, com os advogados: sempre que uma nação opta pela exceção, deixa à margem o E~tado
de Direito, o advogado é perseguido, dificulta-se-lhe o exercício domúnus público e aquilo que constitui prerrogativa profissional érelegado a um plano secundário.
Louvo a intenção do eminente autor deste projeto, DeputadoJG de Araújo Jorge. Pretende S. Ex.a modificar os incisos III e VIIdo art. 89 do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, onde sãodefendidos direitos e prerrogativas do advogado.
Pelo Proj eto o inciso lU do art. 89 passaria a ter a seguinteredação:
"Art. 89. São direitos do Advogado:
IrI - Comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seusclientes, ainda quando se achem presos ou detidos em estabelecimento civil ou militar, incomunicáveis, em qualquerdia da semana, inclusive sábados, domingos ou feriados."
O inciso VII do art. 89 passaria a ter a seguinte redação:
·"VII - Sabedor de fato degradante ou ofensivo à pessoado interno ou detento, ou ainda de qualquer tipo de ameaça que possa pôr em risco sua vida ou integridade física,avistar-se com o mesmo, imediatamente, para as providências legais cabíveis, a qualquer hora do dia ou danoite."
8r. Presidente, o art. 89 do Estatuto da Ordem dos Advogadosdo Brasil já se referia, no inciso IH. a essa faculdade de o advogado, no seu mister profissional, avistar-se, pessoal e reservadamente, com seu cliente, em qualquer dia e em qualquer estabelecimento carcerário, seja civil ou militar, e mesmo estando ele presosob o regime de incomunicabilidade. Entretanto, Srs. Deputados, apartir de 1964 não apenas esse direito, não apenas essa prerrogativa foi negada ao advogado. Há outras prerrogativas que constamdesse mesmo art. 89, às quais, apenas para ilustrar o encaminhamento da votação do projeto, desejo referir-me, como, por exemplo,a contida no inciso II do art. 89:
"li - fazer respeitar, em nome da liberdade de defesa edo sigilo profissional, a inviolabilidade do seu domicilio,-do seu escritÓrio e dos seus arquivos."
Quantos advogados, sobretudo aqueles que militam em defesados direitos de presos políticos, tiveram seus arquivos violados, ouforam presos e até compelidas a depor contra os seus clientes?Temos o exemplo histórico do advogado Sobral Pinto, um modelode profissional, que ofereceu uma resistência impressionante emtal situação.
No inciso IV do art. 89, outra prerrogativa está inscrita:
"IV - reclamar, quando preso em flagrante, por motivode exercício de profissão, a presença do Presidente da se·ção local para a lavratura do auto respectivo."
Sr. Presidente, Srs. Deputados, o próprio orador que fala nesteinstante já foi vítima do arbítrio de Um Secretário de Segurança,no seu Estado de Alagoas, em 1964, quando defendia um colegaacusado da autoria intelectual de um homicídio. Tive a minhaprisão decretada por aquela autoridade, numa hipótese que configurava, sem dúvida alguma, a violação do meu direito de exercerlivremente a profissão e atentava contra a própria Constituiçãosegundo a qual os cidadãos só podem ser presos em flagrante de~lito ou por ordem escrita de autoridade competente.
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 lIH35
o inciso V do art. 89 estabelece outra prerrogativa, freqüentemente ignorada pelos detentores do poder:
"V - não ser recolhido preso antes da sentença transitada em julgado, senão em sala especial de Estado Maior."
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil temregistrado, em seus arquivos, inúmeras denúncias de violação dessa prerrogativa legalmente deferida aos advogados. O inciso X doart. 89 do Estatuto refere-se à seguinte prerrogativa do profissional:
"pedir a palavra, pela ordem, durante o julgamento, emqualquer juízo ou Tribunal, para, mediante intervençãosumária e se esta lhe for permitida, a critério do julgador,esclarecer equivoco ou dúvida surgida em relação a fatos,documentos ou 'afirmações que influam ou possam influirno julgamento."
Pouquissimos Tribunais reconhecem ao advogado esta prerrogativa, a despeito de estar contida na Lei n.O 4.215, o Estatuto daOrdem dos Advogados do Brasil. O Conselho Federal tem posiçãofirmada a respeito das modificações propostas em vários projetos,atr·avés dos quais o Parlamento tenta aprimorar as disposições doart. 89 do Estatuto. Esses projetos sempre foram apresentados coma melhor das intenções. Na maioria dos casos, essas prerrogativasnão são reconhecidas. Em geral são transformadas em letra morta,simplesmente porque a lei que define os crimes de responsabilidade concebeu um tipo de processo pa:t;a apuração e definiçãodessas responsabilidades que protege de tal forma a autoridadeque abusa das suas prerrogativas e de seu poder, que a torna imune à ação do Poder Judiciário. Não se conhece, nesta República,um único Presidente ou Secretário de Estado alcançado por essalei. Assim, a despeito dos bons propósitos do Deputado JG de Araújo Jorge, devemos reconhecer que melhor seria uma redefinição dalei que trata dos crimes de responsabilidade, além do que, sob oguante do Ato Institucional n.o 5, ·as prerrogativas deferidas legale constitucionalmente ao advogado não são respeitadas, porquepredomina o arbítrio. Enquanto não voltarmos ao Estado de Direito, enquanto o Ato Institucional n.O 5 não for derrogado, asprerrogativas do advogado, assim como as dos jornalistas, entreas quais a de manter em sigilo as suas fontes de informação, serãoignoradas.
Louvo a intenção do Deputado JG de Araújo Jorge. A despeito,entretanto, de pedir ao Líder do meu partido que endosse a proposição, considero-a inócua, porque não têm os advogados lamentalvelmente, neste país, como fazer valer as suas prerrogativaslegais.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para discutir o projeto.
O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, talvez o autor do projeto,Deputado JG de Araújo Jorge, não tenha lido com a acuidadenecessária o art. 89 da Lei n.o 4.215, que confere aos advogados osmesmos direitos propostos por S. Ex.a O Deputado José Gosta, quedeixou a tribuna há pouco, declarou o mesmo. A Constituição, noseu art. 153, § 14, dispõe sobre a matéria, ·assim como o Código deProcesso Penal, art. 21, e respectivos parágrafos. Não consideramos necessária a modificação que se pretende introduzir no incisoIII do art. 89 da Lei n.O 4.215, de 1963, para acrescentar as pala~
vr·as "inclusive sábados, domingos e feriados", visto que a legisla~ção não excetua esses dias. .
Sr. Presidente, não tem, pois, razão o presente projeto. A legislação já citada disciplina o assunto. Desta maneira, não vejo,razão alguma que justifique a aprovação do projto ou do seu substitutivo. Ambos devem ser reje~tados pelo Plenário.
O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Não havendo mais oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.
Vai-se passar à votação da matéria..O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.
Joaquim Bevilacqua, para disct!tir o projeto.O SR. JOAQUIM BEVILACQUA (MDB - SP. Sem revisáu do
orador.) - Sr. Presidente, a Minoria vai adotar e aprovar o substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça, uma vez que estálavrado em melhor técnica legislativa, aproveitando a idéia do ilustre Deputado JG de Araújo Jorge.
Sr. Presidente, se há uma classe que precisa ter garantia parao exercício pleno das suas prerrogativas profissionais é a dos advogados. Entendo que o projeto não somente atende a este objetivo,mas também resguarda os direitos daquele que se encontra detido,mormente na situaçã-o de excepcionalidade em que vivemos. Discordo do meu ilustre companheiro de partido, Deputado José Costa,quando diz que a medida é inóqua em face da existência do AI-5.Este ato existe, mas estamos lutando pela normalização democrática, pela abertura política, pelo Estado de Direito. Acredito queo projeto de autoria do Deputado J"G de Araújo Jorge é mais uma
pedra que colocamos no sentido de galgar o outro lado do muro,a plenitude democrática. ~rudo que se puder fazer em favor doadvogado e daquele que se encontra detido, quer por crime político, quer ·por crime comum implica na aplicação dos direitos docidaàão, na ampliação dos direitos de cada um, na ampliação dosdireitos da defesa. Daí por que o MDB aprova o projeto. Entretanto,o aprova na forma do substitutivo adotado pela Comisso de Constituição e Justiça. .
O SR. PRESIDENTE (l\Ilarco Maciel) - A Comissão de Constituição e Justiça, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vousubmeter a votos o seguinte:
SUBSTITUTIVOO Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 A .Lei n.o 4.2]5, de 27 de abril de 1963, passa a ter
as seguintes modificações:1) Fica alterado o item III do artigo 89, que passa a ter a.
seguinte redação:"IH - comunicar-se, pessoal e reservadamente, com osseus clientes, ainda quando estes se achem presos ou detidos em estabelecimento civil ou militar, mesmo incomunicáveis, em qualquer dia da semana, inclusive sábados,domingos ou feriados;"
2) Fica acrescentado ao artígo 89 o seguinte item: .
"XXIV - sabedor de fato degradante ou ofensivo à pessoa do interno ou detento, ou ainda d·e qualquer tipo deameaça que possa pôr em risco sua vida ou integridadefísica, avistar-se com o mesmo, imediatamente, para asprovidências legais cabíveis, a qualquer hora do dia ou danoite."
Art.2.0 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.O SR. PRESIDENTE (l\lfarco Maciel) - Os Srs. que o aprovam
queiram ficar como estão. (Pausa.)Rejeitado.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vou submeter a votos
o seguinte:PROJETO N.o 2.253-A, DE 1976
O Congresso Nacional decreta:Art. 89. São direitos do Advogado:lU - Comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus clien
tes, ainda quando se achem presos ou detidos em estabelecimentocivil ou militar, incomunicáveis, em qualquer dia da semana, inclusive sábados, dl1mingos ou feriados.
VII - Sabedor de fato degradante ou ofensivo à pessoa dointerno ou detento, ou ainda de qualquer tipo de ameaça que possapôr em rÍsco sua. vida ou integridade fisica, avistar-se com o mesmo, imeditamente, para as providências legais cabíveis, a qualquer hora do dIa ou da noite.
O SR. PRESIDENTE (Mfarco Maciel) - Os Srs. que o aprovamqueiram ficar como estão. ('Pausa.)
Rejeitado.Vai ao Arquivo.O SR. PRESIDENTE (Mfarco Maciel) - Nada mais havendo a
tratar, vou levantar a sessão.Deixâ.nt de comparecer os Senhores:
Ceará .
Ernesto Valente - AR]lNA; Figueiredo Correia - MDB; Paesde Andrade - MDB; Paulo Studart - ARENA.
.Rio Grande do NortePedro Luc·ena - MDB.
l'ernambucoFernando Lyra - MDB; Gonzaga Vasconcelos - ARENA;
Sérgio Murilo - MDRSergipe
Francisco Rollemberg -- ARENA.Espírito Sant1)
Parente Fro1,a - ARENA.Rio de Janeiro
Célio Barja - ARENA; Hélio de Almeida - MDB; José Bonifácio Neto - MDB; José Haddad - ARENA; José Maria de Carvalho - MDR
Minas GeraisJosé Mache.do - ARENA.
10136 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 197'7
Mato Grosso
Gastão Müller - ARENA.Paraná
Adriano Valente - ARENA; Ary Kffuri - ARJENA; CleversonTeixeira - ARENA; Norton Macedo - ARENA.
Santa Catarina
Angelino Rosa - ARENA.
vm - O Bit. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Levanto a sessão designando para amanhã a seguinte
ORD.EM DO DIA
Sessão em 20 de outubro de 1977(Quinta-feira)TRAMITAÇAO
EM URGlNCIA
Discussão
1
PROJETO DE LEI N.o 1.66G-A, DE 1975
Discussão única do Projeto de Lei n.O 1.660-A, de 1975, que re-. gulamenta a profissão de Biomédico, cria o Conselho Federal e os
Conselhos Regionais de Biomedicina, e dá outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; da Comissão deTrabalho e Legislação Social, pela aprovação, com emendas; e, daComissão de Finanças. pela aprovação com voto em separado doSr. Ruy Côdo. Pendente de pareceres das Comissões de Saúde e deEducação e Cultura, em audiência. (Do Poder Executivo) - Relato,res: Srs. Pedro Carolo e João Cunha.
EM PRIORIDADE
Discussão
fitas gravadas as respectivas letras; tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa, com emenda; e, da Comissão de Educação eCultura, pela aprovação, com adoção da emenda da Comissão deConstituição e Justiça. (Do Sr. José Maurício) - Relatores: Srs.Joaquim Bevllacqua e Magno Bacelar.
6PROJETO DE LEI N.o 2. 329-A, DE 1976
Primeira discussão do Projeto de Lei n.O 2.329-A, de 1976, queintroduz alterações na Lei dos Registros Públicos, quanto às escrituras e partilhas lavradas ou homologadas na vigência do Decreton.O 4.857, de 9 de novembro de 1939; tendo parecer, da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. (Do Sr. Igo Losso) Relator: Sr. Gomes da Silva.
7
PROJETO DE LEI N.o 2.470-A, DE 1976
Primeira discussão do ProJeto de Lei n.o 2.470-A, de 1976, queassegura aos deficientes visuais o direito de contratarem seguro devida, e dá outras providências; tendo pareceres: da Comissão deConstituIção e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; da Comissão de Saúde, pela aprovação, com emendas; e, da Comissão de Economia, Indústria e Comércio, pela rejeição. - Relatores: Srs. Erasmo Martins Pedro, Jaison Barreto eA.H. Cunha Bueno.
AVISOS
SECRETARIA-GERAL DA MESA
RELAÇÃO DOS DEPUTADOS INSCRITOS NOGRANDE EXPEDIENTE'
Outubroll977
Ohs.: Caso não se realize a sessão ou o Grande Expediente tenhaoutro objetivo, a inscrição ficará adiada para a próximasessão.
NOME
MDBLidovino FantonRosa Flores
ARENASuplentes
Eduardo GalilGastão MüllerIgo Losso
CóDIGO DE PROCESSO PENAL
Comissão Especial
MembrosEfetivos
ARENAAdriano ValenteClaudino SalesIvahir Garcia
20 Quinta-feira Airton Soares - MDBJoão Pedro - ARENA
21 Sexta-feira Amaral Furlan - ARENACésar Nascimento - MDB
24 Segunda-feira José costa - MDBVasco Amaro - ARENA
25 Terça-feira Joaquim Guerra - ARENAJoão Gilberto - MDB
26 Quarta-feira Ruy Côdo - MDBA. H. Cunha Bueno - ARENA
27 Quinta-feira Alípio Carvalho - ARENAFrancisco Libardoni - MDB
28 Sexta-feira Peixoto Fllho - MDBJorge Arbage - ARENA
31 Segunda-feira Alberto Hoffman - ARENAOctacílio Queiroz - MDB
DATA DIA DA SEMANA
VagoFernando GonçalvesHugo Napoleão
José Bonifácio NetoPeixoto Filho
Geraldo FreireIbrahim Abi-AckelSantos Filho
Oradores:
Airton Soares - MDBJoão Pedro - ARENA
2PROJETO DE LEI N.o 3.563-A, DE 1977
Discussão única do Projeto de Lei n.o 3.563-A, de 1977, que autoriza o Poder Executivo a doar imóvel à Associação Brasileira dosCriadores de Zebu; tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, das Comissões de Agricultura e Política Rural e de Finan.ças, pela aprovação. (Do Poder Executivo) - Relatores: Srs. Lido-vino Fanton, Henrique Cardoso e José Ribamar Machado.
EM ORDINARIA
Discussão
3PROJETO DE LEI N.o 1. 945-A, DE 1976
Discussão única do Projeto de Lei n.o 1.945-A, de 1976, queacrescenta parágrafo ao art. 29 do Decreto-lei n.O 221, de 28 de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a proteção e estímulo à pesca;tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, das Comissões-de Agricultura e Política Rural e de Finanças, pela aprovação. (DoSr. Alexandre Machado) - Relatores: Srs. Sebastiâo Rodrigues Júnior, Humberto Lucena e Carlos Alberto Oliveira.
4
PROJETO DE LEI N.o 2.397-A, DE 1976
Discussão única do Projeto de Lei n.o 2.397-A, de 1976, que dispõe sobre a obrigatoriedade de aceitar inscrição, em concurso público, de candidato que, não estand!l de posse do diploma do curso~scolar exigido, possa provar h~vê-Io concluído; tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça. pela constitucionalidade'ejuridicidade; e, da Comisão de Serviço Público, pela aprovação. (DoSr. Walber Guimarães) - Relator: Sr. Ary Kffuri.
5
PROJ'ETO DE LEI N.o 2,455-A, DE 1976Discussão única do Projeto de Lei n.O 2.455-A, de 1976, que
dispõe sobre a obrigatoriedade de as empresas gravadoras de músIcas estrangeiras inserirem nas capas de discos e embalagens de
GRANDE EXPEDmNT:e
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10137
CONGRESSO NACIONAL
1
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.O 8/77"Eleva o Território Federai de Rondônia à categoria de Estado,
cria. novos Municípios, e dá outras providências." Autor: Sr. Jerônimo Santana.
2) COMISSAO PARLAMF:NTAR DE INQUÉRITO DES1.'INADA AAPURAR DENÚNCIAS RI':LATIVAS A INVASÃO DE RESERVASINDíGENAS E AVALIAR li SISTEMA DE MEDIDAS DESENVOLVIDAS, NO SENTIDO Dt. RESGUARDAR A FlXAÇAO DOS GRU-
POS INDíGENAS ~OS RESPECTIVOS HABITATS
<REQUERlMENTO N.O 107/77-CPDPrazo: 5-5-77 a 5-12-77
Presidente: Israel Dias-NovaesVice-Presidente: Lauro RodriguesRelator: Ubaldo CorrêaRelator-Substituto: João Pedro
Comissão Técnica
Deputado Geraldo Guedes:Livro n - Atividades Negociais
Deputado Lauro Leitão:Livro In - Das CoisasDeputado Cleverson Teixeira:Livro IV _.- Da FamiliaDeputado Celso Barros:Livro V - Sucessões e Livro Complementar
1
Comissão de Agricultura e Política Rural2) Reunião: 20-10-77
Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Prof. Osman Fontinelli, Diretor
do DNOCS.
Comissão MistaPresidente: Senador Adalberto SenaVice-Presidente~ Senador Braga JuniorRelator: Deputado Josias Leite
Prazo
Até dia 31-10-77 --- no Congresso Nacional.
2PROPOS'l'A DE EMENDA A CONSTITuIÇãO N.o 13/77
"Altera a redação do parágrafo único do art. 92 da CoWltituição Federa!.'" (As mulheres e eclesiásticos ficam isento.s do 1e0'1ço militar em tempo de paz.) Autor: Sr. João Menezes.
ComiS\São Mista
Presidente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Senador Otto LehmannRelator: Deputado Paulo Studart
Prazo
Até dia 9-11-77 - no Congresso Nacional.
3PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 14/77
"Acrescenta parágrafo ao art. 104 da Constituição." (Acumulação do mandato de vereador c/o cargo de secretário municipal" diretor-geral de autarquia,) - Autor: Sr. Alexandre MachadQ.
ComissÃo MistaPresidente: Deputado Aloisio SantosVice-Presidente: Deputado He_nrique BritoRelator: Senador Osires Teixeira
COMISSÕES DE INQUÉRITOS
I) COMISSAO PARLAMlt~NTAR DE INQUÉRITO DESTINADA AINVESTIGAR E AVALIAR A POLíTICA MINERAL BRASILEIRA
(REQUERIMENTO N.o l08/'i'l-CPI)
Prazo: 29-4-77 a 25-11-77
Presidente: Oswaldo LimaVice-Presidente: Jerônimo SantanaRelator: Prisco Viana
MDB
Mário MoreiraOswaldo Lima
MDBCelso BarrosJosé Costa
Suplentes
ARENACid FurtadoVagoTheobaldo Barbo.1I.
CÓDIGO CIVILMembrosEfetivol!
Comissão Especial
ARENAGeraldo GuedesLauro LeitãoJoão Linhares
MDB
Israel Dias-Novae.Mac Dowell Leite de C••tro
Antônio MorimotoHenrique CórdovaMarcelo Linhares
Brigido TinocoCelso BarrosTancredo Neves
Erasmo Martins PedroFernando CoelhoTarcisio Delgado
Presidente: Deputado Tancredo NevesVice-Presidente: Deputado Brigido TinocoVice-Presidente: Deputado Igo LossoRelator-Geral: Deputado João Linhares
Relatores Parciais:Deputado Brigido Tinoco:
Parte-GeralDeputado Raimundo Diniz:Livro I - Obrigações
Cleverson Teixeira110 LosloRaimundo Diniz
Airton SoaresJoel FerreiraRubem Dourado
Presidente: Sérgio MuriloVice-Presidente: Peixoto FilhoVice-Presidente: Santos FilhoRelator-Geral: Geraldo Freire
Relatores Parciais:Deputado Santos Filho:Livro X - Disposições Finais e Transitórias <arts. 1121 to llJ'l)Livro I - Disposições Introdutórias (arts. 1.° a 20)
Deputado Peixoto Filho:Livro II - Da Justiça Penal (arts. 21 a 122)
Deputado Lidovino Fanton:Livro lII - Dos Atos Processuais (arts. 123 e 22~)
Livro VIII - Das Rela~ões Jurisdicionais com Autoridade.Estrangeiras (arts. 821 a 828)
Deputado Ivahir Garcia:Livro IV - Do Processo de Conhecimento até o Titulo II
Do Prócedimento Ordinário .- Capítulo III - da Reprellentaçáo doOfendido (arts. 225 a 264)
Deputado Adriano Valente:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Titulo II - Do
Procedimento Ordinário - Capitulo IV - Da Denúncia ou Queixaaté o Capitulo XII - Da Coisa Julgada (arts. 265 a. -M5)
Deputado José Bonifácio Neto:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Titulo III
Dos Procedimentos Incidentes até o final do Livro IV (art•. 448a 625)
Deputado Claudino Sales:Livro V - Do Procedimento Sumárío - eLivro VI - procedimentos Especiais (arts. 626 a 635 e 636 a 785)
Deputado Freitas Nobre:Livro VII - Da Reparação do Dano Causado pelo Crime (art...
'186 a 820)
Deputado Ibrahim Abi-Ackel:Livro IX - Do Processo Executório Penal (arts. 82lJ a 1121»Prazo na Comissão: até 25-8-77.Obs.: (Para apresentação dos Pareceres às emenda. ao Pro
jeto de Código de Processo Penal.)
10138 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 1977
Prazo
Até dia 16-11-77 - no Dongresso Nacional.4
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 16177-CN"Acrescenta §' 2.° ao art. 98 da Constituição Federal." (Ne
nhum vencimento dos cargos públicos pode ser inferior ao saláriominimo regional.) - Autor: Sr. Octacílio Queiroz.
Comissão Mista.
Presidente: Deputado Lauro RodriguesVice-Presidente: Deputado Wilmar GuimarãesRelator: Senador Helvídio Nunes
Prazo
Até dia 18-10-77 - na Comissão Mista;Até dia 12-3-78 - no Congresso Nacional.
-- 5
PROJETO DE LEI N.o 19177-CN"Autoriza o Poder E:x;ecutivo a abrir créditos suplementares
aos programas constantes da Lei n.O 6.395, de 9 de dezembro de1976." Autor: Poder Executivo - (Mensagem n.o 365177.)
Comissão MistaPresidente: Deputado Peixoto FilhoVice-Presidente: Deputado Nosser AlmeidaRelator: Senador Murilo Paraiso
PrazoAté dia 23-10-77 - na Comissão Mista;Até dia 12-11-77 - no Congresso Nacional.
6
PROJETO DE LEI N.o 20/77-CN"Modifica o art. 42 da Lei n.o 6.435, de 15 de julho de 1977
que dispõe sobre as -entidades de previdência privada." - Autor:Poder Executivo - (Mensagens n.OS 101/77-CN e 381/77-PE).
Comissão Mista
Presidente: Deputado Athiê CouryVice-Presidente: Deputado Aroldo .CarvalhoRelator: Senador Lourival Baptista
CalendárioDias 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 26/10 - Apresentação das emen
das, perante a Comissão.Prazo
Até dia 5-11-77 - na Comissão Mista;Até dia 25-11-77 - no Congresso Nacional.
7
PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 1, DE 1976"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para
elaboração de Lei criando o Ministério da Ciência e TecnoloBia,e determinando outras providências."
Comissão Mista
Presidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: SenadoI'" Arnon de MelloRelator: Deputado Parsifal Barroso
8
PROPOSTA DE DELOOAÇAO LEGISLATIVA N.o 3/76Propõe delegação de poderes ao Senhor Presidente da Repú
blica para elalY.Jração de Lei criándo o Ministério doa Esportes, Idetetmina outras providências. (Art. 54 da Constituição Federale arts. 117 a 127 do Regimento Comum.) - Autor: Sr. Pedro Lauro.
Comissão Mista
Presidente: Senador Roberto SaturninoVice-Presidente: Senador Saldanha DerziRelator: Deputado Hélio Mauro
9
REQUERIMENTO N.o 15176-CN"Cria Comi...~ão Parlamentar Mista de Inquérito para exami
nar a situação da mulher em todos os setores de atividades."
Comissão Parlamentar Mista de InquéritoPresidente: Senador Gllvan RochaVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelatora: Deputada Lygla LessR Bastos
PralloSeis meses (180 dias).
10MENSAGEM N.o 97/77-CN
Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n.O 1.573, de 5 de setembro de 1977, que "dispõe sobre criaçãode cargos e empregos nas Secretarias do Tribunal Federal deRecursos e do Conselho da Justiça Federal, e dá outras providências". Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 342/77).
Comissão l\'listaPresidente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Senador Murilo ParaisoRelator: Deputado Antônio Gomes
PrazoAté dia 9-10-77 - na Comissão Mista;Até dia 5-11-77 - no Congresso Nacional.
11MENSAGEM N.o 99/77-CN
Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decretolei n.O 1.574, de 19 de setembro de 1977, que "altera o Anexo VII doDecreto-lei n.O 1. 445, de 13 de fevereiro de 1976, que alterou oAnexo II do Decreto-lei n.O 1.341, de 22 de agosto de 1974". Autor:Poder Executivo (Mens. n.O 370/77).
. Comissão Mista
Presidente: Senador Danton JobimVice-presidente: Senador Luiz CavalcanteRelator: Deputado Francisco Rollemberg
PrazoAté dia 29-11-77 - na Comissão Mista;
Até dia 19-11-77 - no Congresso Nacional.
12
MENSAGEM N.o 100/77-CN
Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decretolei n.O 1.575, de 23 de setembro de 1977, que "autoriza o Ministérioda Fazenda a conceder redução de alíquotas do Imposto sobreProdutos Industrializados para os produtos que menciona e dáoutras providências". Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 371177).
Comissão MistaPresidente: Deputado Silvio Abreu JúniorVice-Presidente: Deputado Moacyr DallaRelator: Senador Osires Teixeira
PrazoAté dia 30-10-77 - na Comissão Mista;Até dia 25-11-77 - no Congresso Nacional.
(*) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DAR PARECER AOPROJETO N.o 633, DE 1975, DO PODER EXECUTIVO, QUE
DISPõE SOBRE O CóDIGO DE PROCESSO PENAL.(0) o texto taqulgráflco será publicado em Suplemento a este DIárIo.
IX - Levanta-se a sessão ds 19 horas.
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 10139__________________--..C _
MESA LIDERANÇASPresidente:
Marco Maciel - ARENA1.0_Vice-Presidente:
João Linhares - ARENA
2.°-Vioe-Presidente:Adhemar Santillo - MDR
l.°-Secretário:Djalma Bessa - ARENA
2.o-Secretário:Jader Rarbalho - MDB
3.0 -Secretário:João Clímaco - ARENA
4.o-Secretário:José Camargo - MDB
SUPLENTESDiogo Nomura - ARENANorberto Schmidt - ARENAPeixoto Filho - MDBAntonio Morais - MDR
ARENA - MAIORIA
Líder:José Bonifácio
Vice-Lideres:
Herbert LevyAiron RiosAlípio CarvalhoAugusto TreinBlota JúniorCantídio SampaioEduardo GalilIbrahim Abi-AckelJorge VargasJosé AlvesMarcelo Linhares
-Parente FrotaVasco NetoViana NetoDib Cherém
MDB - MINORIA
Lider:
Freitas Nobre
Vice-Líderes:
Marcondes Gadelha
Alvaro DiasArio Theodoro
Epitácio CafeteiraFernando LyraFigueiredo Correia
Francisco StudartGetúlio Dias
Joaquim Bevilacqua
Lidovino FantonOdacir KleinTarcísio Delgado
DEPARTAMENTO DE COMISSGESDiretor: PAulo Rocha
Local; Anexo II - Ramal 661
Coordenação de Comissões Permanente.
Diretora: Geny Ravier MarquesL<Jcal: Anexo II - Telefones: 24-5179 e
25-4805 - Ramais: 601 e 619
COMISSOES PERMANENTESn COMISSAO DE AGRICULTURA E POLfrICA
RURALPre5i~ente: Vinicius cansanção·- MOB
Turma A
Vice-Presidente: Henrique Ca.rdoso - MDB
Turma B
Vice-Presidente: Antonio Gomes - ARENA
TitularesARENA
Turma.BAfrisio Vieira Lim..Blota JúniorIbrahim Abi-AckelGomes da SilvaLauro LeitãoLuiz BrazHenrique Córdov..Nunes Rocha
MDBTarcisio DelgadoJa.rbas VasconoeloaJoaquim Bevilacqul.Lidovino FantonMiro TeixeiraEloy Lenzi
SuplentesARENA
Jorge ArbllgeMagno BacelarMinoro MlyamotoOswaldo ZanelloPassos Pôrto
MDBMário FrotaMilton SteinbruchVago
SuplentesARENA
Jannund NasserMoacyr DallaNogueira de RezendeOsma.r LeitãoParente FrotaRaimundo Pa.rent&Viana NetoVagoVago
Abel AvilaAntônio FerreiraAugusto TreinBlota, JúniorEdison Bonna
Dias MenezesEloy LenzyJoão GilbertoJosé Carlos Teixeira
'rul'lQ A
Altair ChagasAntônio MariZClaudino SalesCleverson Teixeira.Rica.r([o FiuzaTheobaldo BarbosaWllma.r Guimarlles
REUNIÕESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo fi --.:Sala 6 - Ranlals 653 e 115'Secretária: lole Laziarini
4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA:E'residente: Célio Borja - ARENA
Turma AVice-:Pre8idente: Jairo Magalhlíes - ARENA
Turma. :B
Vice-lPl"esidente: Erasmo Ma.rtins Pedro - 1mB
Titulares
ARENA
Alceu Colla.resCelso Ba.rrosFernando CoelhoJoão GilbertoJosé Bonifácio NetoNoide CerqueiraJosé Mauricio
Antônio MorimotoCantídio SampaioDib CherémEduardo Gall1Henrique PrettiHomero Santos19o LollSO ,Daso Coimbra. '
MDBJorge PauloJúlio ViveirOil
MDBHélio de Almei-da.Jaison BarretoNelson Thlbau
MOBOCtacilio QueirozUlysses GUimarlíell
Suplentes
ARENAGabriel HermesJoaquim GuerraMurilo RezendeUbaldo Barém
2) COMISSAO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIAPresidente: Pedro Fa.ria - MDB
Vice-Presidente: Mário Moreira - MDBVice-Presidente: Vingt ROSado - ARENA
Titulares
ARENAJarmund NasserJooias GomesNina Ribeiro
Ary KffuriCélio Marques
FernandesCorreia LimaDiogo Nomura
Getúlio DiasJorge UequedLuiz Couto
AMon Gonçalve.sAluizio Pa.raguassuDias MenezesFernando Cunha
Antônio FlorêncioBatista MirandaEdison BonnaFlá~(I Giovini
3) COMISSAO DE COMUNICAÇÕESPresidente: 06waldo Lima - MOB
Vice-Presidente: Joel Lima - MDB
Vice-Presidente: Mauricio Leite -, ARENA
Titulares
ARENAMário MondinoNorberto Schmidt .Valdomiro Gonçal..,.Vieira da Silva
REUNIÕES
QUa.rtas e quintas-feiras, às 10:00 hor811
L<Jcal: Anexo II - Sala 11 - Ramal 621Secretário: Eni Machado Coelho
Aurélio CamposHumberto Lucena.Joal Ferrlm'a
REUNIõESQuartas e quintas-feiras. às 10:00 horuLocal: Anexo II - Ramal 664
secretária: Maria Luzia Brandão da Sfino
Alair FerreiraCorreiA LimaDib Ch-erémGerson CamataGióia Júnior
Tunna.B
Celso Ca.rvalhoElcival CaiadoFerraz Egreja.Geraldo BulhõesJuvêncio DiasMelo FreireVasco Amaro
MDBLuiz CoutoO'-valdo BuskeiPedro LauroRoberto _CarvalhoYa.sunori KunigoVago
Turma A
Alexandre MachadoBenedito CanellasCardoso de AlmeidaErnesto ValenteHenrique BritoHumberto SoutoJoão Durval
Antonio AnnibelliAntônio BresolinFrancisco LibardonlJosé ZavagliaJosé Mandelli
Eloy LenziErnesto de MarcoIturival NascimentoJosé CostaJOIé MauricioJuaral: Batista
MOBJua.re:ll Berna.rdesNelscn MaculanPacheco ChavesRenato AzeredoWalber GUimarãe.
SuplentesARENA
Alcides Franciscato Jorge Va.rgasAntônio Ueno JOSé Ribama.r MachadoBatista Miranda Maurício LeiteJ!'lávio Giovinl Menandro Mina.hlmFrancisco Bilac Pinto Prisco VianaHorá.cio MatOB Ruy BacelarInocêncio Oliveira Sinval Boaventurll.JoaqUim Coutinho
10140 Quinta-feira 20. DIARIO no CONGRESS{} NACIONAL (Seção I) Outubro de Im
6} COMISSAO DE EDUCAÇAO E CULTURA
5) COMISSAO DE ECONOMIA, INDÚSTRfA ECOM~RCIO
REUNIõES
Terçali, quartali e quintas-feiras, às 10 :00 horas
Local: Anexo II - Sala 17 - Ramal 626
Secretária: Silvia Barroso Martinli
REUNIõES
Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horas
Local: Anexo II - Sala 4 - Ral lal 631secretária: Delzuite Macedo de AveIar villas
Boas
Manoel NovaesMinoro MiyamotoNasser AlmeidaOswaldo ZanelloSinval BoaventuraTh€ódulo Albuquerque
MDB
MDBVagoVagoVagoVagoVago
MDB
José CarlOS TeixeiraLauro RodriguesLeõnidali SampaioSilvio Abr€u JúniorVago
MDBNelson ThibauPedro LauroRubem DouradoSamueI RodriguesWalmor de Luca
SuplentesARENA
José MachadoLins e SilvaLuiz RochaOdulfo DominguesSiqueira CamposWilmar DallanholVago
José ThoméLéo SimôesPeixoto FilhoWalter SilvaVagoVago
SuplentesARENA
João CasteloLauro LeitãoLomanto JuniorMarcelo LinharesMário MoudinoWanderley MarizWilson Falcão
Airton SoaresCarlos CottaFrederico BrandãoJoão Arruda.Joel LimaJorge Moura
Alberto LavinasAivar[) DialiIsrael Dias-NovaesJerônimo SantanaJorge Ferraz
Benedito CanellasCarlos Alberto
OliveiraFerraz EgrejaFrancelino Pereira.Gastão MüllerHugo NapoleáoJosias Gomes
Aécio CunhaAlacid NunesAntônio FerreiraCantídio SampaíoGonzaga VasconcelosHorácio MatosJoão P.edro
Presidente: Ubaldo Corrêa - ARENAVice-Presidente: Hélio Levy - ARENAVice-Presidente: Yasunori Kunigo - MDB
TitularesARENA
Jutahy MagalhãesNewton YarreiraPaulino Cícero de
VasconcellosPrisco VianaRafael Faraco
Ario TheodoroEpitácio CafeteiraJoaquim BevilacquaJosé Bonifácio NetoJosé Carlos TeixeiraOctacilio Queiroz
Airton SandovalAluízio ParaguassuAntonio MoraisDias MenezesErnesto de Marc[)
Alberto HoffmannArlindo KunzlerEurico RibeiroGabriel HermesJoão VargasJorge Arbage
REUNIõESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horaaLocal: Anexo II - Sala 7 - Ramal 660secretário: Luiz de Olivclra Pinto
REUNIOESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 (Auditório Nereu
Ramos) - R. 665Secretário:-Walter Gouvêa Costa
Aécio CunhaAlvaro ValleDarcllio AyresDayl de AlmeidaFernando GonçalvesGeraldo FreireIvahir Garcia
8) COMISSAO DE FISCALlZAÇAO FINANCEIlAE TOMADA DE CONTAS
9) COMISsAO DE MINAS E ENERGIA
Presidente: Furtado Leite - ARENAVice-Presidente: Josias Leite - ARENAVice-Presidente: Marcelo Medeiros - MDB
TitularesARENA
ARENAMaráo FilhoMelo FreireNelson MarchezanPedro CaroloPedro ColinRaimundo DinízWilson Braga.Vago
MDB
Marcelo Medeir05Odemir FurlanVagoVagoVagoVago
MDB
Genival TourinhoPaulo MarquesJG de Araúje> JorgeJosé Maria de CarvalhoHildérico OliveiraVago
Suplentes
ARENANorton MacedoNasser AlmeidaOssian AraripePaulo FerrazRafael FaracoSílvio VenturolliTemístocles Teixeira
Aluízio ParaguassuAntonio Carlos
de Oliveira.Arnaldo LafayetteDias MenezesFlorim CoutinhoJosé Bonifácio Neto
Alair FerreiraAngelino RosaAntônio FlorêncioArlin~t) KunzlerCarlos WilsonCelso CarvalhoJosias Leite
Antônio JoséAthiê CouryEmanoel WaismanElJz.~cio CafeteiraJ Dão ,JIenezes
TurrnaA TurrnaB
Adriano Valente Joir BrasileiroAntônio Morimoto Jorge VargasCarlos Alberto Oliveira José AlvesDyrno Pires José Ribamar MachadoFrancisco Bilac Pinto Pinheiro MachadoHomero Santos Temfstocles TeixeiraJoão Castelo Vago
MDBMilton SteinbruchOdacir KleinRoberto CarvalhoRuy CôdoVago
Suplentes
MDB
Lauro RodriguesMagnus GJIimaráesOlivir GabardoOCtacílio Almeida.VagoVago
REUNIõES
Quartas-feiras. às 10:00 hOras
Local: Anexo Ir - Sala 9 - Ramal 639
Secretária: Marta Clélia Orrico
Airton SoaresAlcir PimentaDaniel SilvaEdgar MartinsFigueiredo Correia
Presidente: Gomes do Amaral - MDB
Turma A
REUNIõES
Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horBll
Local: Anexo II - saIa 16 - R&mai.s 6-&2, 84Se 644 (direto 24-6669)
Secretário: Ru,y Ornar Prud~cio da SI1Ya
7) COMISSAO DE FINANÇAS
Aderbal JuremaAntônio MarizGOmes da SilvaHerbert LevyHydekel Freitas.Jairo MagalhãesJutahy MagalhãesLuiz Braz
Vice-Presidente: Jolío Cunha - MDB
TurrnaB
Vice-Presidente: Moacyr Dalla - ARENA
Titulares
ARENA
Alvaro DiasAntônio MoraisArgilano DarioArlO TheodoroCelso BarrosExpedit[) Zanotti
Turma B
Amaral FurlanAugusto TreinCarlos WilsonHerbert LevyNorton MacedoVIana NetoVago
MDBGenervino FonsecaMarcondes GadelhaRubem MedinaSantilli SobrinhoTancredo Neves
MDB
Thales RamalhoWalber GuimarãesWalter SilvaVagoVagoVagoVago
Suplentes
ARENAHumberto SoutoJanuário FeitosaPaulino Cícero de
VasconcelosRicardo FiuzaRogério RêgoUliSSBS PotiguarVago
MDBMilton S';einbruchOtávio C !ccaroRuy Côc •8ebastiác Rodrigues Jr.Vinicius ~ansançáo
Presidente: Salvador Julianelli - A. JENA
Vice-Presidente: Leur Lomanto - ARENA
Vice-Presidente: Antunes de Oliveira -- MDB
Titulares
ARENA
Hélio MauroLygia Lessa BastosMagno BacelarManoel de Almeida.Menandro MinahimRômUlo Galváo
Alvaro ValleBraga RamosDarcílio AyresDuo CoimbraDayl de AlmeidaFiexa RibeiroGeraldo Freire
Antonio PontesCesar NascimentoFernando GamaGomes do AmaralJorge UequedJuarez Batista
Airon RiosAlberto HoffmannAlexandre MachadoAltair ChagaliCardoso de AlmeidaDyrno PiresFaria Lima
Turma A
Amaral NettoAngelino RosaFernando GonçalvesIgo LossoJosé HaddadMarão FIlho
Aldo FagundesJoáo ArrudaHarry SauerLaertp Vieira
Presidente: Antonio Carlos de Oliveira - MDB
Turma A
Vice-Presidente: Silvio Abreu Júnior - MDB
Turma B
Vice-Presidente: A. H. Cunha Bueno-AIlENA
Titulares
ARENA
FigueIredo CorreiaFrancisco 13tudartHumberto LucenaJorge UequedRubem DouradoSérgio MuriloSilvio Abreu Jr.
Outubro de 1977 D1AR.IO no CONGR.E'SSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 2G lGl41
12) COMfSS.AO DE SAODE
REUNIÕES
Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Ramal 672Secretário: José Lyra BarrOjlo de Ortegal
REUNIõES
Quartas e quintas-teiras, às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala I - Ramal 677Secretário: Paulo José Maestrall
Presidente: Jaison Barreto - MDBVice-Presidente; Pedro Lucena - MDBVice-Presidente: Mauro Sampaio - ARENA
TituIa.res
ARENA
MDBIturival NascimentoJuarez BatistaNabor Júniorotávio Ceccato
Vago
SuplentesARENA
Ubaldo CorrêaVasco AmaroVasco N~to
Vicente VuoloVilmar Ponte6
Nunes Leal - ARENAHenrique Pretti - ARENAOctacilio Almeida - MDB
TitularesARENA
Lomanto JúniorMurilo RezendeRes:mde MonteiroRuy Bacelarsantos Filho
16) C'DMISSÃO DE TRANSPORTESPresidente :
Vice-Presidente:Vice-Presidente :
Aurélio CamposGamaliel GalvãoGenival TourinhoPeixoto FilhoRuy Gôdo
Abel AvilaAlcides FranciscatoBento GonçalvesHermes MacedoHydekel FreitasJoaquim <luerr.a
Antonio MotaFernando LyraFrancisce RochaHélio de AlmeidaHenrique Eduardo
Alves
Alípio CarvalhoHélio CamposHélio l.l€vYJoão PedroNavan·o Vieira.Nunes RochaRaul Bernardo
Adernar PereiraAntônio GomesElcival CaiadoFurtado LeiteGeraldo BulhõesGioia JúniorHélio MauroHenrique Córdova
Aloísio SantosArgilano DarioArnaldo LafayetteCarlos CottaFernando CunhaJorge Moura
15) ,COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇ.AO:SOCIALPresid.ente: Wilson Braga - ARENA
Vice··Presidente: Wilmar Dallanhol - ARENAVice··Presidente: Frederico Brandã<> MDB
TitularesARENA
Luiz RochaNelson MarchezanOsmar LeitãoRaimundo ParenteSiqueira CampoilVasco NetoVilmar Pontes
MDBJosé CostaMário FrotaOctávio Torreci11aRosa FloresRuy BritoVago
SuplentesARENA
Ibrahim Abi-Ackelítalo ConUJosé HaddadLygia Lessa BastosMurilo BadaróNina RibeiroRezende Monteirosantos Filhe>
MDBSílvio de Abreu JúniorTarcísio DelgadoVagoVagoVagoVagoVagoVago
REUNIõESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo Ir - Sala 15 - Ramal 647Secretário: Nelson Oliveira de Souza
MDBAlceu CoUares Fernando CoelhoAntonio Annibelli J oel FerreiraDias Menezes José CostaErasmo Martins Pedro Pedro Lucena
REUNIõESQuartas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 12 - Ramal 694Secretário: Hélio Alves Ribeiro
Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioAroldo CarvalhoEduardo GalilJacoh CaroloJoão AlvesLuiz Fernando
Dias MenezesOdemir FurlanSamuel Rodrigues
Francisco R:oUembergJonas CarlosJosé Ribamar MachadoNewton Barreira'Teotônio Neto
MDB
MDBNey FerreiraRuy LinoVago
SuplentesARENA
Ossian AraripePassos PortoPaulo FerrasRaul BernardoWanderley Mariz
MDB
Léo SimõesSebastiãO Rodrigues .Jr.Sérgio Murilo
Suplentes
ARENA
Mauro SampaioNunes LealRômulo GalvãoVieira da SilvaTh,eobaldo Barbosa
MDB
Odemir FurlanOsvaldo BuskeiWalter de Castro
SuplentesARI!,'NA
Manoel Novaes'Salvador Juli=elliTheódulo AI~uquerque
Vingt RosarioVago
Expedito ZanottiFlorim CoutinhoMinoru Massuda
Amaral FurlanCid FurtadoClaudino SalesErnesto ValenteEurico RibeiroManoel de Almeida.
Antônio PontesCesar NascimentoLauro Rodrigues
Ary KffuriFrancelino PereiraGeraldo GuedesIvahir GarciaJonas Carlos
Afrísio Vieira LimaAlacid NunesBento GonçalvesCélio BorjaFlávio Marcílio
AIípio CarvalhoCéliu Marques
FernandesJanuário FeitosaOdulfo Domingues
Adriano ValenteBraga RamosH~nrique BritoJoão AlvesJoão DurvalJosé Alves
13) COMISSl(O DE SEGURANÇA NACIONAL•Presid1!nte: Hélio Campos -ARENAVice-Presid1!nte: 1talo Conti - ARENAVice-Presidente: José Carlos Teixeira - :MDB
TitularesARENA
Parente FrotaPaulo StudartSylvio VenturolliVicente Vuolo
14) COMISS.AO DE SERViÇO PÚBLICOPresidente: Paes de Andrade - MDB
Vice-Presidente: Gamaliel Galvão - MDBVice-Presidente: Agostinho Rodrigues - ARENA
TitularesARENA
Abdon GonçalvesFábio FonsecaLeônidas Sampaio
MDBAthiê Coury Walmor de LucaCarlos Cotta Yasunori KunigoJoaquim Bevila.cqua VagoMarcondes Gadelha Vago
REUNIõES
Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo Ir - Sala 10 - Ramal 682Secretária: Iná Fernandes Costa
Aldo FagundesAluizio ParaguassuErasmo Martins PedroJG de Araújo Jorge
REUNIõESQUartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo lI-SaIa l3-Ramais 688 e 6119Secretário: Zorando Moreira de Oliveira
Inocêncio OIive~aNavarro VieiraOnísio Ludovicomisses PctiguarWilson Falcão
João VargasJuvêncio DiasLeur LomantoLuiz FernandoNorberto SchmidtPaulo StudartPinheiro MachadoWaldomiro Gonçalves
MDB
Paes de AndradePedro FariaRoberto CarvalhoSérgio MuriloUlysses GuimarãesYasuncri Kunigo
Marcelo LinharesMurilo BadaróNogueira de RezendeRaimundo DinizRogério RêgoTeotônio NetoUbaldo Barém
MDB
Mac Dowel Leitede Castro
Magnus GuimarãesOlívir GabardoPadre NobreTl1ales Ramalho
MDB
Henrique Cardoso
Suplentes
ARENA
Antônio Bresolin
Suplentes
ARENA
Theobaldo Barbosa
Alberto LavinasAldo F'agundesz\ntunes de Oliveira.Daniel SilvaDias Menel\esJG de Araújo JorgeJoão-Menezes
Aleir Pimenta
Diogo NomuraPrisco Viana
Edgar Martins
Adernar PereiraJ).derbal JuremaAiron RiosDiogo NOmural"rancisco Rollemberg
A. H. Cunha BuenoAdhemar GhisiAlvaro GaudêncioCleverson TeixeiraFlexa RibeiroGeraldo GuedesGerwn CamataHermes Macedo
10) COMISSÃO DE REDAÇAOPresidente: Daso Coimbra - ARENA
Veie-Presidente: João Castelo - ARENA
TitularesARENA
José Ribamar Machado
MDB
11) COMISSAO DE RELAÇÕES EXTERIORESPresidente: Flávio Marcllio - ARENA
Vice-presidente: Pedro Collin - ARENAVice-Presidente: Adalberto Camargo - MDB
Titulares
ARENA
Antônio UenoCid FurtadoFaria LimaHugo Napoleão.Joaquim CoutinhoJosé MachadoLins e Silva
Ario TheodoroBrígido TinocoCarlos SantosCotta BarbosaFernando GamaFrancisco StudartJairo Brum -
10142 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Outubro de 1977
2) COMISSÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO
1) COMISSÃO DA AMAZÔNIA
COMISSÕES ESPECIAIS
Diretora: GIlda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo II - Ramal 749
MDB
MDB
AIrton SoaresCelso BarrosJoel FerreIraJosé CostaRubem Dourado
MDB
Erasmo Martins PedroTarc1sio DelgadoFernando CoelhoMário MoreiraOswaldo Lima
MDB
José Bonifácio NetoLidov1l10 FantoLlROsa Flores
MDB
Titulares
MDE
Padre NobrePeixoto FilhoSalvador Julianelli
Celso BarrosMac Dowel Leite de
CastroIsrael Dias-Novaes
Suplentes
Suplentes
Suplentes
Adriano ValenteGenival TourlllhoJairo BrwnJosé Bonifácio NetoOUvir Gabardo
REUNIõES
ARENA
ARENA
ARENA
Marcelo LinharesHenríque CórdovaAntônio MorimotoTheobaldo Barbosa,Cid FurtadoVago
PreSIdente: Tancredo Neves - MDBVice-Presidente: Brigldo Tinoco - MDBVice-Presidente: Igo Losso - ARENA
Relator-Geral: João Linhares - ARENA
Titulares
I
6) CPMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DARPARECER AO PROJETD N.o 634, DE 1975,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE SOBREO CóDIGO CIVIL
8) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABORAR PROJETO DE LEI SOBRE A ESTABilIDADE DA FAMiLlA BRASILEIRA
7) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DARPARECER AO PROJETO N.o 633, DE 1975,
DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE SOBREO CóDIGO DE PROCESSO P.ENAL
Presidente: Sérgio Murilo - MDBVice-PresIdente: Peixoto Filho -- MDBVice-PresIdente: Santos Filho - ARENA
Relator-Geral: Gera\po Freire - ARENA
Titulares
Cleverson TeixeiraLauro LeIlãoGeraldo GuedesRaymundo Diniz
ARENA
Eduardo GalílFernando GonçalvesOast ão MüllerHugo NapoleãoIgo LossoVago
REUNIOES
Local: Anexo II - Sala 8-A - Ramais 603 e 6<J4Secretáno: Antônio Fernando Borges Manzan
ARENA
Adriano ValenteClaudmo SallesIbrahim Abl-AckelIvahir Garcia
Presidente: Figueiredo Correia - MDBVice-Presidente: Magnu5 Gmmaráes - MDB
RelatorGeral: Cid Furtado - ARENA
REUNIõES
Local: Anexo II - Sala 8-B - Ramais 603e 604
Secretária: Maria Izabel Azevedo
ARENA
Blota, JuniorCleverson TeixeiraGeraldo FreireNavarro VIeira
Faria LimaNasser AlmeidaPaulo StlldartOswalod ZanelloRafael FaIaco
QUlntas-feiras, às 16:30 hora.sDJcal: Anexo H-Sala, 8-A-Ramais l\O3 e 1lO68eeretária: Vánia Garcia Dôrea
MDB
Jaison Barret,oOdacir KleínVagoVagoVago
MDB
Walter de Castro
anisio LudovicoRezende Monteiro
Menandro MinahimPinheiro MachadoWanderley Mariz
MDB
Fernando LyraOctacilio Queíroz
MDB
AluíZIO ParaguassuAntômo AnnibelJiDIas MenezesErnesto de Marco
Suplentes
SuplentesARENA
Ubaldo BarémVicente VuoloWllmar Gulmarães
MDB
VagoVago
REUNIOES
Antônio Ueno -- ARENAAlexandre Machado - ARENAEloy Lenzi - MDB
Titulares
PresIdente:Vice-Presidente:Vice-PresIdente:
Presidente: Inocêncio Oliveira - ARENAVice-PreSIdente: Dyrno Pires - ARENAVice-Presidente: Cw:los Cotta - MDB
EfetivosARENA
Ernesto ValenteJutahy Magalhães
MDB
ARENA
Adriano ValenteArlindo KunzlerHenrique CórdovaHermes MacedoVasco AmaroWilmar Dallanhol
Antonio Carlosde OliveIra
Juarez Bernardes
Benedito CanellasGastão MüllerJarmund Nasser
Iturival NascimentoVago
ARENA
Abel AvilaJoão VargasLauro LeitãoPedro Colin
Celso CarvalhoGeraldo Guedes
Humberto SoutoJanuárío FeitosaManoel de Almeida
5) COMISSÃO DO POLiGONO DAS SECAS
3) COMISSÃO ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTODA REGIAO CENTRO-OESTE
Presidente: Fernando Cunha - MDBVice-Presidente: Genervino Fonseca - MDBVice-Presidente: Valdomiro Gonçalves - ARENA
TitularesARENA
Celso Barros Josê CostaJarbas Vasconcelos Geniva,l Tourinho
SuplentesARENA
REUNIóES
Quartas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo III - Sala B-B - Comissões
Especiais - Te!.: 24-6719 - Ramais 607í608Secretário: Agassis Nylander Bnto
4) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREG/Ao SUL
Qumtas-feiras. às 10:00 horasLocal- AnexO II - Sala 8-B - Ramal 685Secretário: Ramualdo Fernandes Arnaldo
Fernando CoelhoFigueiredo CorreiaJosé Carlos Teixeira
REUNIõES
Hélio LevyNunes RochaSiqueira Campos
Quintas-feiras, às 11 horasLocal: Anexo II - Sala 8-ATelefone: 23-7289 (Direto> e Ramal 695Secrf'tário: José Salomão Jacobina Airee
Antônio JoséNei FerreIraThales RamalhoVagoVago
MDBJosé Carlos TeixeiraJo.sé CostaVinicius Cansanção
MDB
MDB
José MandelJiMário MoreiraOdacir KlemPedro LauroRuy Côdo
TitnlaresARENA
Juvêneio DiasRaimundo Parente
MDB
JerônimO SantanaNabor Júnior
SuplentesARENA
Suplentes
AntoniO Carlosde Oliveira
Dias MenezesErnesto de MarcoFrancisco LlbardoniJairo Brum
Alacid NunesGabnel Hermes
Joel Fe; r~iraJúlio Viveiros
Antonio PontesEpitário Cafeteira
ARENA
SIqueIra CamposTemístocles TeíxeiraUbaldo Corrêa
MDB
Ruy LínoVagoVago
REUNIõES
Quartas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II-Sala B-A-Ramais 606/616Secretária: Jacy da Nova Amarante
ARENABento GonçalvesGeraldo BulhõesManoel NovaesRicardo FiúzaRogéno Rêgo
Presidente: Nasser Almeida - ARENAVice-Presidente: Rafael Faraco - ARENAVlce-Presidpnte: Mário Frota - MDB
COORDENAÇÃO DE COMISSÕESTEMPORARIAS
Se.;áo .te Comissões Especiais
Chefe: SieHa Prata da Silva LopesLocal: Anexo II - Sala B-B - Ramal 604
Presidente: Hildérico Oliveira - MDBVice-Presidente: Cotta Barbosa - MDBVice-Presidente: Menandro Minahim - ARENA
Titulares
FranCISco RollembergJairQ MagalhãesJosias LeitePassos PôrtoPaulino Cícero
de VasconcellosPrisco VIana
REUNIóES
Quartas e qumtas-feiras. às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala 5 - Ramal 696Secretário: Carlos Brasil de Araújo
Se<;áo d.. ('omissõ..s de Inquérito
Chefe: Luiz Antônio de Sá CordeirQ da SilvaLOcal: Anexo II -- Ramal 612 - 23-3239 (Direto)
REUNIõES
Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala, 3 - Ramal 611secretária: Marci Ferreira Eorges
Edison BonnaElcival CaiadoHélio Campos
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quinta-feira 20 10143
9) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA À ELAIORAÇAO DE PROJETOS DE LEI SOBREREDIVISAO TERRITORIAL E POLlTICA DEMOGRAFlCA
REUNIóES
Terças-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramal 605Secretário: Antônio Estanis1au Gomes
PJ.-esidente: Siqueira Campoo - ARENAVice-Presidente: Vicente Vuolo - ARENA
RelatGr Geral: - MDBRelator de Redivisã.o: JG de Araújo Jorge
MDBSub-Relator de Redivisáo: Daso CGimbra
ARENARelator de Politica Demográfica: João Alves
ARENASub-Relator de Politica Demográfica: Antonio
Carlos de Oliveira - MDB
Titulares
Ernesto ValenteNewton BarreiraSiqueira Campos
MDB
Jerônimo SantanaOctacilio QueirOZ
Rafael FarecoVicente Vuolo
MDB
Sa.tltilli SobrinhoWalter de Castro
SuplentesARENA
2) <:OMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUbITOIllESTINADA A APURAR DENONCIAS RELATIVAS À INVASÃO DE RESERVAS INDIGENASE AVALIAR O SISTEMA DE MEDIDAS DESENVOLVIDAS. NO SENTIDO DE RESGUARDARA FIXAÇÃO DOS GRUPOS INDIGENAS NOSRESPECTIVOS "HABITATS"
REQUERIMENTO N.o 107/77-CPIPrazo: 5-5-77 a 5-12-77
Presidente: Israel Dias-Novaes - MDBVice··Presidente: Lauro Rodrigues - MDB
Relator: Uba.ldo Corrêa - ARENARelllltor-Subst.: João Pedro - ARENA
TitularesARENA
REUNIOES
Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo IJ - Plenário das CPI.sTelef{)ne: R. 4.97 (Anexo IInSecretária: Lya de Lima Borges
Afrís'io Vieira LimaAntônio FerreiraDarcilio A.vres
Airton Soares
Hélio CamposMoacyr DaUa.
Aloísio SantosEpitâcio Cafeteira1"ernando Cunha
Paulino CíceroRuy BacelarWilmar Dallanhol
MDB
Walmor de Luca
Suplentes
ARENA
João PedroMagno BacelarNina Ribeiro
MDB
Tarcísio Delgado-Vago
José Carlos TeixeiraNoide CerqueiraOctacilio Queiroz
(Requerimento n.O 108J77-CPI)Prazo: 29-4-77 a 25-11-77
AntOnio PontesJOX/ll! Ferraz
COMISSÕES DE INQUÉRITO
1) COMISSAO' PARLAMENTAR DE INQU~!RITODESTINADA A INVESTIGAR E AVALIAR A. POLlTICA MINERAL BRASILEIRA
Presidente: OSwaldo Lima. - MDBVice-Presidente: Jerônimo Santana - MOB
Relator: Prisco Viana. - ARENA
Titulares
ARENA
REUNIóES
Terças-feiras, às 9:00 horas eQUintas-feiras, às 14:30 horas.Local: Anexo II - Plenário da CllIl1issácl de
ComunicaçõesTelefones: Ramais 655 e 656 (Anexo lI)secretária: Regina Maria Za.túolo de Carvalho
Ary KffuriAugusto TreinBatista. Miranda.
Adhema;r Gbi5l.Gabriel Hermes
Antônio BresolinJerônimo SantanaNabor Júnior .Pedro LucenaPeixoto FilhoRuy Côdo
MDB
MDB
Antonio PontesHenrique CardosoJoão GilbertoJoaquim BevilacqUA
Suplentes
ARENA
Francisco Rolemb~Geraldo BulhõesHenrique Brito
ARENA
Gastão MüllerHélio CamposHwni;>erto SoutoJorge Arbagel.iygia I..essa BastosNosser AlmeidaRaimundo Parente
10144 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 1917
DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL
PREÇO DE ASSINATURA
Seção I (Câmara dos Deputados)
Via-Superfície:Semestre •••. • ••• • • ... Cr$ 200,00
""'- -<,"
Ano ••••.•.• .. . • . • • • •• Cr$ 400,00
Exemplar avulso .••.••• Cr$ 1,00
Via-Aérea:
Semestre ..•.•••••. ••• Cr$ 400,00
Ano ..•.•...••. :•••••• Cr$ 800,00
Exempl.ar avulso •••.••• Cr$ 2,00
Seção II (Senado Federal)
Via-Superfície:Semestre •••••.••••••• Cr$ 200,00
Ano .•••.••• •• • • • • • • •• Cr$ 400,00
Exemplar avulso ••••••• Cr$ 1,00
Via-Aérea:Semestre ••••••••••••• Cr$ 400,00Ano Cr$ 800,00
Exemplar avulso •••.••• Cr$ 2,00
Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado, Vale Postal,pagáveis em Brasília ou Ordem de Pagamento pelo Banco do Brasil S.A. Agência Parlamento, Conta-Corrente nQ 498705/5, a favor do:
CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL
Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 1.203 - Brasília .. DF
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
CONSTITUiÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
Emendas Constitucionàisn9 1, de 1969,n~ 2, de 1972~'
n9 3, de 1972,n9 4, de ·1975n9 5,_ de 1n5,nC} 6o! de 1976,nC} 7,de1977,nC} 8, de 1977 enC}' 9, de 1977.
EDICÃO JUNHO DE 1977"
(formato bolso)
194 páginas
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À venda no SENADO FEDERAL, 119 andar
. Os pedidos de pub!icaçAo deverão ser dirinidos àSUBSECRETARIA DE EDIÇOES TÉCNICAS DO SENADO FE[)ERA~
·Ed. Anexo 1,.11 9 andar•.Praça dos "Frês Poderes -70000 - BRASi'uA- DF
aCO~p'aflhadós·de.cheque nominal. visado, pagável em Brasília e emitido a favor do.. . .' . CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL
OU pelo sistema de REEMBOLSO POSTAL.
Quinta-feira 20 16145
10146 Quinta-feira 20 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 19'7'1
DIRETRIZES E BASES PARA O ENSINO19E29 GRAUS
OBRA ELABORADA E REVISADA PELASUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL
Dois V~Iumes co~ 638 páginas
HISTÓRICO DA LEI N9 5.692, DE 11 DE AGOSTO DE 1971
PREÇO DE VENDA DOS DOIS VOLUMES - Cr$ 45,00
À VENDA NO SENADO FEDERAL, 119 ANDAR
Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos à,SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS DO' SENADO FEDERAL,Ed. Anexo I, 119 andar, Praça dos Três Poderes -70000 - BRÀsILIA -. DF,
acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor doCENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL"
ou'pelo sistema de reembolso postal.
Outubro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sclção I)
LEGISLAÇÃO ELEll·0RAL
E PARTIDARI~~
Quinta-feira 20 10147
(obra elaborada pela Subsecretaria de Ediçôes Técnicas)·
:..-:.. Lei Orgânica dos Partidos Polfticos (e suas alterações);
~ Código Eleitoral (e suas alterações);
- Sublegendas;
- InelegibiJidàd~s (LeiS Complementares nC?s 5/10 e 18/74) ~
-:. Colégio Eleitoral (Presidente da República e Governadores);
- Resoluções do Tril;>unal Superior Eleitoral;
- Resolução d9 Tríbunal de Contas da União
(prestação de contas dos Partidos Políticos);
- Lei do transporte gratuito em dias de eleição
(Lei nl? 6.091 t de 15-8-1974);·
. - As últimas instruções do TSE
(voto no Distrito Federal; justificação dos eleitores que não votarern).
Edição - Setembro de 1914
340 páginas
Preço: Cr$ 20,00
SUPLEMENTO 197'(i
Preço: Cr$ 20.00
AVENDA NO SENADO FEDERAL, 11 9 ANDAR.
Os pedidos de .publicações deverão ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDiÇÕES T~CNICASDO SENADO FEDERAL,
Ed. Anexo I, 11 q andar, Praça dos Três Poderes - 7000() - BRASíLIA - DF:,acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor do
CENTRO GRÂFICO DO SENADO FEDERAL,ou peJo sistema de Reembolso Postllll.