aula de hepatite viral 2014 1
TRANSCRIPT
Definição
Hepatite viral pode ser definida como uma infecção que leva a uma necro-inflamação do fígado, onde as manifestações clínicas e laboratoriais são relacionadas, principalmente, às alterações hepáticas decorrentes deste processo inflamatório
Forma IctéricaForma Ictérica
Períodos evolutivosPeríodos evolutivosperíodo de incubaçãoperíodo de incubação
fase pré-ictérica ou prodrômicafase pré-ictérica ou prodrômica
período ictéricoperíodo ictérico
fase convalescente.fase convalescente.
Kools AM. Postgrad Med. 1992 Feb 15;91(3):109-14Kools AM. Postgrad Med. 1992 Feb 15;91(3):109-14. .
Período de Incubação
Algumas semanas até 6 meses
Paciente, habitualmente, permanece assintomático
Vírus está se replicando.
Período de Incubação
Vírus PeríodoVírus PeríodoVHA 4 semanas (2-7)VHA 4 semanas (2-7)VHB 10 semanas (4-24)VHB 10 semanas (4-24)VHC 5 semanas (3-12)VHC 5 semanas (3-12)VHD 10 semanas (4-24)VHD 10 semanas (4-24)VHE 6 semanas (2-9)VHE 6 semanas (2-9)
Kools AM. Postgrad Med. 1992 Feb Kools AM. Postgrad Med. 1992 Feb 15;91(3):109-14. 15;91(3):109-14.
Fase Pré-Ictérica ou Fase Pré-Ictérica ou ProdrômicaProdrômica
Duração de 1 a 3 semanas.Duração de 1 a 3 semanas.
Sintomas semelhantes aos de um quadro gripal: Sintomas semelhantes aos de um quadro gripal: – Febre, astenia, fadiga, mialgia, cefaléia, faringite Febre, astenia, fadiga, mialgia, cefaléia, faringite e tosse. e tosse.
Sintomas gastrointestinais:Sintomas gastrointestinais: anorexia, náuseas, desconforto abdominal no anorexia, náuseas, desconforto abdominal no epigástrio ou hipocôndrio direito, vômitos ou epigástrio ou hipocôndrio direito, vômitos ou modificações do ritmo intestinal.modificações do ritmo intestinal.
Perda de apetitePerda de apetite
Fase Pré-Ictérica ou Fase Pré-Ictérica ou ProdrômicaProdrômica
Exame físico: Exame físico: fígado discretamente aumentado,fígado discretamente aumentado,
consistência elástica, consistência elástica,
por vezes doloroso. por vezes doloroso.
Teleangiectasias transitóriasTeleangiectasias transitórias
Período Ictérico
Duração de alguns dias até 4 a 8 semanas. Duração de alguns dias até 4 a 8 semanas.
Com o surgimento da icterícia Com o surgimento da icterícia febre febre tende a desaparecertende a desaparecer
Acolia fecal: duração de 7 a 14 dias, em Acolia fecal: duração de 7 a 14 dias, em média. média.
Evolução para a curaEvolução para a cura
Período Ictérico
Alguns casos Alguns casos progressão para um progressão para um quadro grave, subfulminante ou quadro grave, subfulminante ou fulminante com alta letalidade.fulminante com alta letalidade.
Níveis de bilirrubinas são inferiores Níveis de bilirrubinas são inferiores a 20 mg/dl, em geral. a 20 mg/dl, em geral.
Na hepatite causada pelo vírus A Na hepatite causada pelo vírus A período ictérico mais curto. período ictérico mais curto.
Hepatite Aguda ViralDiagnóstico
Quadro ClínicoLaboratorial
– BioquímicoAST/ALT BT, FA,GT, LDH.
– EtiológicoMarcadores virais
Hepatite Aguda ViralDiagnóstico Laboratorial - aminotransferases
Destruição de hepatócitos
Diagnóstico bioquímico
Elevação de até 100x o valor normal
ALT > AST Elevação precede icterícia
Hepatite A 3 a 19 dias
Hepatite B 35 a 200 dias
Hepatite C 5 a 8 semanas
Diagnóstico Laboratorial – Outras enzimas hepáticas e bilirrubinas
Fosfatase alcalina < 4x o valor normal LDH se eleva pouco Bilirrubinas < 20 md/dl Bilirrubinas > 20 md/dl:
Hepatite ColestáticaAnemia falciformeDeficiência de G6PD
Diagnóstico Laboratorial – Alterações Hematológicas
Anemia leve Baixa contagem de reticulócitos Leucopenia Linfocitose Granulocitopenia Trombocitopenia leve a moderada
Alterações Histológicas na Hepatite Aguda Viral
Desarranjo lobular Balonização de hepatócitos Corpúsculos acidofílicos de Councilman Áreas de necrose focal Inflamação portal e parenquimatosa linfocítica
Colestase
R.76.09. Inflamação lobular.
R.76.09. Inflamação portal e sinusoidal.
R.76.09. Inflamação portal.
R.76.09. Colestase em torno a veia
centrolobular.
Tratamento
Cuidados higiênicosCuidados higiênicos
Evitar medicaçõesEvitar medicações
Dieta – não há específicaDieta – não há específica
Repouso – de acordo com os sintomas do Repouso – de acordo com os sintomas do pacientes pacientes
Uso de antivirais – hepatite CUso de antivirais – hepatite C
Hepatite Aguda ViralHepatite Aguda ViralComplicações e PrognósticoComplicações e Prognóstico
Hepatite de evolução grave
TP prolongado (<50% do controle)
Edema / ascite
Necrose em ponte ou submaciça
Hepatite Fulminante
Hepatite Aguda ViralCritérios de Cura
• Hepatite A normal anti-VHA IgG +
• Hepatite B normal HBsAg - anti-HBs +
• Hepatite C sem critério ?• Hepatite E normal anti-VHE IgG +
• Hepatite D normal HBsAg - anti-VHD +
ALT/AST M. Viral
Vírus da Hepatite A
Vírus RNA, fita única positiva, genoma de 7,5 kb; família Picornaviridae
Tamanho : 27nm
Uma única ORF (região aberta para leitura) – poliproteína de 2237 aa
Marcadores sorológicos: anti-VHA IgM, anti-VHA IgG
Vírus da Hepatite A Epidemiologia
Transmissão oral-fecal
– Reservatório de água e alimentos
– Aglomerações primárias
Países em desenvolvimento
Tipo de atividade sexual
Epidemiologia da Hepatite A no Brasil
• Fatores de Risco Idade Renda familiar Escolaridade Condições sanitárias
Prevalência de anti-VHA nas faixas etárias 5–9 e 10–19 de idade: 41.5 e 57.4% Nordeste 32.3 e 56.0% Centro-Oeste 33.8 e 65.1% Distrito Federal
Aos 19 anos seropositividade de 70% em todas as regiões estudadas
Definição
Doença hepática persistente com Doença hepática persistente com inflamação e necrose hepato-celularinflamação e necrose hepato-celular
Duração maior do que 6 mesesDuração maior do que 6 meses
Características clínicas
Ausência de sintomasAusência de sintomas Achado incidental durante exames de Achado incidental durante exames de rotinarotina
Sintomas vagos e inespecíficosSintomas vagos e inespecíficosFadiga, desconforto leve em HD, Fadiga, desconforto leve em HD, náuseas, dores muscularesnáuseas, dores musculares
Sintomas relacionados a envolvimento Sintomas relacionados a envolvimento extra-hepático (renal, reumatólogico, extra-hepático (renal, reumatólogico, dermatológico)dermatológico)
Características clínicas
Cirrose Cirrose fadiga intensa e sintomas fadiga intensa e sintomas de insuficiência hepática crônicade insuficiência hepática crônica
Exame físico:Exame físico:NormalNormalAchados de insuficiência hepática Achados de insuficiência hepática crônicacrônica
Vírus da Hepatite B
• 2 bilhões de pessoas já foram infectadas
• 350 milhões de pessoas estão infectadas pelo VHB no mundo
• 520 mil morrem a cada ano – 50 mil de hepatite aguda e 470 mil de cirrose e CHC
Vírus da Hepatite B
Vírus DNA, dupla fita, genoma de 3,2 kb; envelope
Família HepadnaviridaeTamanho: 42nm4 (ORFs) regiões abertas para leitura: S, C, P e X
Representação esquemática dos Representação esquemática dos eventos clínicos e sorológicos na eventos clínicos e sorológicos na
hepatite B hepatite B Endemicidade:Endemicidade:
Baixa: < 2% de prevalênciaBaixa: < 2% de prevalência Intermediária: 2 a 7%Intermediária: 2 a 7% Alta: > 7%Alta: > 7%
Reservatório: pacientes com infecção Reservatório: pacientes com infecção crônicacrônica
Transmissão:Transmissão: ParenteralParenteral SexualSexual VerticalVertical
Prevalência dos VHB em diferentes regiões geográficas
Alta Intermediária Baixa
Sudeste Asiáticonorte da África
China
JapãoÁsia CentralPaises do Mediterrâneo
Oriente MédioAmérica Latina
(Brasil)
Estados UnidosCanadá
Europa OcidentalAustrália
Prevalência dos marcadores do VHB por áreas de endemicidade
Baixa Intermediária
Alta
AgHBs (+) 0,1-1% 2-7% 8-15%
Infecção perinatal
Rara(<10%)
Incomum (10-60%)
Comum(>20%)
Infecção na infância
Rara (<10%)
Comum (10-60%)
Muito Comum(>60%)
Infecção na adolescênci
a/adulta
Comum (70-90%)
Comum (20-50%)
Incomum (10-20%)
Fonte: Luiz Caetano Silva (2003)
Concentração do vírus da hepatite Concentração do vírus da hepatite B nos diversos fluidos corpóreosB nos diversos fluidos corpóreos
Alta : sangue, soro , exsudatos de feridas
Moderada: sémem , fluido vaginal, saliva
Baixa / indetectável: urina, fezes, suor, leite materno
Estágios evolutivos da infecção pelo VHB:
• Infecção aguda:– Hepatite aguda
• Infecção crônica:– Portador inativo– Hepatite crônica
– Cirrose– Carcinoma hepatocelular
Fase replicativa Fase sem replicação
AgHBS
Antígeno de superfície do HBV É o marco da infecção pelo HBV Detectado a partir de 1 a 10 semanas após exposição
Eliminado dentro de 4 a 6 meses pelos pacientes que se recuperam
Persistente nas formas crônicas
Anti HBS
É o anticorpo contra o antígeno de superfície
É um anticorpo neutralizante que oferece imunidade protetora contra o HBV
Marca a cura da hepatite B, juntamente como desaparecimento do HBsAg
A co-existência de ambos é rara (forma crônica, com anti-HBs não neutralizante)
A ausência de ambos define a “janela imunológica”
HBcAg
Antígeno central do HBV (core) É um antígeno intracelular Encontrado no plasma quando a partícula viral é desintegrada
Anti-HBc IgM
Primeiro anticorpo a ser identificado após a infecção por HBV (1mês após o HBsAg)
Presente em altas titulações na fase aguda da infecção.
Diminui na fase de recuperação ou nos casos que evoluem para infecção crônica
Pode persistir em baixas titulações por anos após a infecção aguda
Pode aumentar nas fases de exacerbação da hepatite crônica
Anti-HBc IgG
Aumenta na fase de recuperação, à medida em que diminuem as titulações de Anti-HBc IgM
O Anti-HBc é o único anticorpo detectável durante o período de “janela imunológica
HBeAg
Indicativo de replicação viral e infectividade
Surge no período de incubação Presença associada à detecção do HBV-DNA É rapidamente eliminado na fase aguda, antes do desaparecimento do HBsAg
Sua persistência por mais de 6 meses indica tendência à cronicidade
Cepas mutantes: mutação pontual na região pré-core origina stop codon bloqueia a transcrição do HBeAg (pode haver HBV-DNA positivo na ausência de HBeAg) maior virulência
Anti-HBe
Ocorre conversão do HBeAg para anti-HBe Associa-se ao desaparecimento do HBV-DNA
Indica a interrupção da replicação viral
Pode haver janela imunológica do sistema “e
pode ser indicativo de bom prognóstico
• Hepatite crônica B: doença necroinflamatória crônica do fígado, causada pela infecção persistente (mais de seis meses) do vírus da hepatite B (HBsAg +); pode ser subdividida em HBeAg positiva e HBeAg negativa
Hepatite B
Vírus da hepatite B
• Pacientes cronicamente infectados representam o único reservatório importante para infecções em humanos
• O VHB é transmitido, principalmente, por via parenteral, sexual e vertical
• O diagnóstico sorológico da infecção pelo VHB é confirmado pela presença do antígeno de superfície do vírus (AgHBs).
Vírus da Hepatite B
Genótipos: A-H (divergência de pelo menos 8% nos genomas)
Subtipos: adr, adw, ayr, ayw Sorotipos: ayw1, ayw2, ayw3, ayw4, ayr, adw2, adw4, adrq+, adrq-
Vírus da Hepatite B
Genótipo
Distribuição
A Noroeste da Europa, USA, África Central
B Ásia, China, Japão C Ásia Oriental, China, Japão D Sul da Europa, Oriente Médio,
Índia, Norte da África E Oeste da África F América Central e Sul, Polinésia G França, USA H América Central
Genótipos e sorotipos do HBV
Genótipos Sorotipos A Adw2 ayw1 B adw2 ayw1 C adw2 adrq+
adrq- ayr D ayw2 ayw3 E ayw4 F Adw4q- ayw4 G adw2 H adw2
Hepatite C
Vírus RNA, fita única positiva, genoma de 9,5 kb; família Flaviviridae, envelope de lípidio
Uma ORF - poliproteina de 3000 aa – 10 polipeptídeos
Diversidade genética: genótipos, subtipos e quasispecies
Transmissão parenteral, comunidadeMarcador sorológico: anti-VHC
Exposições associadas com infecção pelo HCV
Uso de drogas injetáveisUso de drogas injetáveis Transfusão, transplante de doadors infectado Exposição ocupacional ao sangue
Acidentes com pérfuro-cortantes Iatrogênico Nascimento de mãe com HCV Sexo com parceiro infectado
Múltiplos parceiros sexuais
Uso de droga injetável e transmissão do HCV
Altamente eficiente Contaminação seringas, agulhas e demais materiais utilizados
Rapidamente adquirida após o início
Quatro vezes mais comum do que o HIV
Transmissão Ocupacional do HCV
• Incidência média de 1.8% após de acidente com agulha de fonte HCV-positiva
• Relatos de caso de transmissão de pingos de sangue nos olhos e em pele não intacta
• Prevalência de 1-2% entre trabalhadores da área de saúde
– Menor que infecção pelo HBV
Transmissão perinatal do HCV
Transmissão de mães HCV-RNA positivas no parto Media de taxa de infecção 6% Media de taxa de infecção em co-infectadas com HIV
17% Papel do título viral ainda indefinido
Não há associação com Método do parto Amamentação
Lactentes infectados evoluem bem Hepatite grave é raro
Outras fontes potenciais de exposição ao sangue
Uso de cocaína intra-nasal
Tatuagem
“Piercing”
Acupuntura
LentaLenta
RápidaRápida
ProgressãoProgressão
>> 30 anos 30 anos
FígadoFígadonormalnormal
InfecçãoInfecçãoAgudaAguda
Infecção Infecção crônica crônica 55-80%55-80%
HepatiteHepatiteCrônicaCrônica
CirroseCirrose20%20%
C.H.CC.H.C1-4%1-4%P/anoP/ano
Sexo feminino – jovem quando Sexo feminino – jovem quando infectadainfectada
<< 20 anos 20 anos
Sexo masculinoSexo masculinoIdoso quando Idoso quando infectadoinfectado
ÁlcoolÁlcoolCoinfecção – HIV-1, VHBCoinfecção – HIV-1, VHB
TRATAMENTO ANTI-VIRAL
História Natural da Infecção pelo Vírus C da Hepatite
Infecção pelo vírus da Infecção pelo vírus da Hepatite CHepatite C
Prevalência: cerca de 1,5% na população Prevalência: cerca de 1,5% na população brasileirabrasileira
Aumento do diagnóstico de indivíduos Aumento do diagnóstico de indivíduos infectados até 2015infectados até 2015
Principal causa de doença crônica de fígado Principal causa de doença crônica de fígado e transplante hepáticoe transplante hepático
Diversidade Genética do VHC
Graus de diversidadeGenótipos (1 a 6) 31-35%
Subtipos 20-23%
Quasispecies 1-9%
Implicações Clínicas dos Implicações Clínicas dos Genótipos do VHCGenótipos do VHC
Genótipo 1: mais prevalente Genótipo 3: usuários de drogas Genótipo 4: Oriente Médio
Genótipo 1 (e 4?): resposta à terapia combinada menos favorável
Genótipos 2 e 3 melhor resposta à terapêutica
Genótipo não interfere na gravidade da doença
Epidemiologia
Formas de contágio:Formas de contágio:
– Transfusão sanguínea antes de 1992Transfusão sanguínea antes de 1992
– Uso de drogas ilícitasUso de drogas ilícitas
– Procedimentos médicosProcedimentos médicos
– Compartilhamentos de perfuro-cortantes não Compartilhamentos de perfuro-cortantes não
esterilizadosesterilizados
– SexualSexual
Testes DiagnósticosTestes DiagnósticosAnti-HCVAnti-HCV
EIA - III • 99% sensibilidade • 99% especificidade
Falso Negativo • Renais crônicos - Hemodiálise
• Imunodeficiência
Falso Positivo • Doença autoimune
Testes DiagnósticosTestes DiagnósticosDetecção do HCV-RNADetecção do HCV-RNA
QualitativaRT-PCR ou TMA ou Real Time PCR
Quantitativa (carga viral)RT-PCR ou TMA ou por técnicas de amplificação de sinal (bDNA) ou Real Time PCR
Hepatite D Vírus RNA, família Deltaviridae
Vírus defectivo – necessita do VHB
Envelope composto por lipídios e AgHBs
Genoma de 1.8 Kb, fita única, positiva – AgHDV
Marcadores: Anti-HDV IgM , anti-HDV IgG
Amazônia
Vírus da Hepatite D Vírus da Hepatite D Modos de TransmissãoModos de Transmissão
Exposição PercutâneaExposição Percutânea– Uso de drogas injetáveisUso de drogas injetáveis
Exposição Peri - mucosaExposição Peri - mucosa– Contato sexualContato sexual
Vírus da hepatite E
Vírus RNA, fita única positiva, genoma de 7,5 kb; família Caliciviridae?
Três ORFs:
– ORF1 – metiltransferase, helicase e RNA polimerase RNA dependente
– ORF2 – capsídeo viral
– ORF3 - ?
4 genótipos
Marcadores sorológicos: anti-VHE IgM e anti-VHE IgG