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UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA
LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Radiologia Convencional e Odontológica
Brasília / DF
2015
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LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA
RA B681AD0
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Radiologia Convencional e Odontológica
Relatório de Estágio Supervisionado realizado com 150 horas apresentado à Universidade Paulista – UNIP como requisito parcial para conclusão do curso de Graduação em Tecnologia em Radiologia
Orientador: Prof. Glêicio Oliveira Valgas
Brasília / DF
2015
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“... os que não aprendem a duvidar e a
criticar serão sempre servos. A
aceitação passiva das respostas pode
abortar o desenvolvimento da
inteligência”.
Augusto Cury
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RESUMO
Este relatório reporta-se ao aprendizado e conhecimento adquiridos durante a
realização na Secretaria Municipal de Saúde de Correntina do estágio curricular
obrigatório nesta primeira parte de práticas supervisionadas do curso de Graduação
em Tecnologia em Radiologia realizado na Universidade Paulista e foi realizado com
o intuito de demonstrar o conhecimento adquirido nesta importante etapa da vida
acadêmica onde busca-se nesta fase entrelaçar o conhecimento teórico ao prático,
vivenciando em um ambiente real de trabalho as situações encontradas pelo
profissional da radiologia aprendendo assim, “in loco” as rotinas, normas e condutas
para a realização de exames radiológicos com finalidade de diagnóstico, onde foi
aprendido posições, incidências e técnicas radiológicas com a finalidade de se
produzir imagens de qualidade para o auxílio diagnóstico valendo-se de
equipamento de radiação ionizante, onde envolveu-se também métodos de
radioproteção, parte também relevante deste período de aprendizagem, pois
verifica-se que a radiologia é mais do que simplesmente produzir imagens para
diagnóstico, deve se preocupar com os efeitos produzidos/decorrentes pelo uso
incorreto da radiação ionizante, aprendendo portanto, como manipular um aparelho
de raios-x para a realização de exames radiológicos convencionais com e sem
contraste e exames odontológicos, onde ficou evidenciado que este método de
diagnóstico é uma importante ferramenta de auxílio diagnóstico, sendo ao mesmo
tempo rápido, acessível, barato, podendo ser utilizado por pessoas dos mais
diferentes tipos de constituição física.
Palavras chaves: Estágio. Radiologia. Convencional. Odontológico. Radioproteção.
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LISTA DE SIGLAS
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BaSO4 – Sulfato de Bário Hidratado
CEO – Centro de Especialidades Odontológicas
CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde
CONTER – Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia
CRTR – Conselho Regional de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia
HMLJA – Hospital Municipal Dr. Lauro Joaquim de Araújo
IOE – Indivíduo Ocupacionalmente Exposto
INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social
NR – Norma Regulamentadora
PS – Pronto Socorro
RT – Responsável Técnico
SATR – Supervisor de Aplicação das Técnicas Radiológicas
SPR – Supervisor de Proteção Radiológica
SVS/MS – Serviço de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde
UNIP – Universidade Paulista
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................
2 OBJETIVOS...............................................................................................................
2.1 Objetivo Geral........................................................................................................
2.2 Objetivos Específicos............................................................................................
3 CONHECENDO O CAMPO DE ESTÁGIO.................................................................
3.1 1ª Etapa - Centro de Especialidades Odontológicas..........................................
3.1.1 Atividades realizadas no CEO............................................................................
3.1.2 Fotografias do Estágio (CEO)...........................................................................
3.2 Impressões sobre o Estágio no CEO...................................................................
3.3 2ª Etapa – Hospital Municipal Dr. Lauro J. de Araújo.........................................
3.3.1 Atividades realizadas no HMLJA...........................................................................
3.3.2 Fotografias do Estágio (HMLJA)...........................................................................
3.4 Desenvolvimento de rotina para radiografias de tórax .....................................
3.4.1 Rotina desenvolvida........................................................................................
3.5 Impressões sobre o Estágio no HMLJA...............................................................
4 ANÁLISE TÉCNICA SOBRE O CAMPO DE ESTÁGIO...........................................
5 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E TEÓRICA: REVISÃO DE LITERATURA.................
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................
REFERÊNCIAS..............................................................................................................
ANEXOS...................................................................................................................
APÊNDICES............................................................................................................
PLANILHAS DE AVALIAÇÃO......................................................................................
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1 INTRODUÇÃO
A apresentação do presente relatório de estágio curricular obrigatório tem a
intenção de demonstrar a prática vivenciada em um ambiente real de trabalho, onde
são realizados diariamente exames radiográficos, valendo-se da utilização de
radiação ionizante para a realização dos mesmos.
Sabe-se que o estágio em campo é uma importante etapa da vida acadêmica
para a formação do profissional das técnicas radiológicas e que somente com a
vivência na prática de situações reais é que se consegue formar um profissional com
qualidade, preparado para o ingresso no mercado de trabalho e para o exercício
efetivo da profissão escolhida e é durante este período que se dirimem as dúvidas
que porventura possam existir, podendo assim entrelaçar o conhecimento teórico ao
prático ampliando assim o conhecimento acadêmico-científico.
A metodologia utilizada durante o estágio curricular obrigatório foi a
qualitativa, visto que foi revisada ampla literatura antes de imergir no campo de
estágio propriamente dito aliada a pesquisa documental e pesquisa de campo onde
levantou-se dados relevantes para o projeto de estágio, vindo a exemplificar
detalhadamente o campo de estágio e como foi o aproveitamento do mesmo,
finalizando com a realização na prática de exames radiográficos sob supervisão de
profissional habilitado e devidamente inscrito no Conselho Regional de Técnicos e
Tecnólogos em Radiologia (CRTR).
Este relatório visa demonstrar o conhecimento adquirido durante a realização
do estágio obrigatório não somente do uso das técnicas radiológicas para realização
de exames, mas também como se geram as imagens dos exames realizados, como
são revelados os filmes planos radiológicos, e como são tratados os rejeitos
radiológicos provenientes de revelações de películas e filmes perdidos por algum
motivo, além é claro, de tratar também do tema radioproteção, visto que os
profissionais das técnicas radiológicas não são somente as pessoas que realizam os
exames em si, eles devem estar atentos às normas existentes para sua própria
proteção, visto que ele é um indivíduo ocupacionalmente exposto à radiação
ionizante, mas também há que se preocupar com a exposição dos usuários do
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serviço, além de toda a comunidade de um modo geral, visto que o descarte
inadequado dos rejeitos reflete no meio ambiente.
Para melhor compreensão este relatório foi dividido em 6 partes, sendo a
primeira a introdução, a parte atual, onde se dá a apresentação inicial do relatório,
quais os métodos utilizados para a realização do referido estágio, evidenciando
assim quais os objetivos se almejam.
Destarte, evidentemente a segundo parte deste relatório relata os objetivos
deste estágio curricular obrigatório, incluindo o objetivo geral que é a finalidade
maior desta etapa, exemplificando então os objetivos específicos que em conjunto
vão tornar possível o intento maior que é a formação profissional.
Na terceira parte o tópico se referirá ao campo de estágio propriamente dito,
será relatado localização, estrutura física, equipamentos, filmes e químicos
utilizados, condição geral do ambiente e adequação, além de relatar como foi o
estágio, as atividades executadas, inclusive com imagens e fotografias, interação
com a equipe, onde analisar-se-á de forma crítica a postura dos profissionais da
unidade, as rotinas, os métodos de radioproteção e controle de qualidade além de
descrever a impressão geral da(s) unidade(s) e métodos utilizados.
Para alcance da terceira parte será feita uma análise crítica do funcionamento
da unidade com descrição dos problemas encontrados, sejam em nível de
profissionais, gerenciamento ou controle de qualidade da unidade de estágio.
Como endosso, na quarta parte será feita uma análise técnica da unidade,
onde a intenção não será somente apontar erros, mas indicar possíveis soluções ou
correções onde elas caibam, valendo-se para tal intento de argumentos
fundamentados.
Na quinta parte para alicerçar o tópico anterior, será feita revisão de literatura
específica, procurando assim encontrar fundamentação para o estágio prático aliado
aos estudos já realizados sobre as técnicas radiológicas, sobre radioproteção e se
orientando também em legislação específica sobre o assunto, aplicando então
conceitos já existentes sobre o tema.
Nas considerações finais, a sexta parte, serão tecidos comentários sobre as
impressões encontradas no campo de estágio, finalizando com possíveis
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contribuições para a melhoria do funcionamento do serviço, além de se apresentar
as considerações pessoais do estagiário em relação à vivência do estágio curricular
supervisionado.
Finalizando este capítulo, ainda que não descrito anteriormente como parte
do relatório de estágio curricular obrigatório, há que se ressaltar que o presente será
enriquecido com elementos como anexos e apêndices relativos à realização do
referido estágio onde se apresentarão situações vivenciadas e documentação
pertinente à realização do mesmo, como planilhas de avaliação e carga horária
cumprida, além de treinamento realizado antes da realização do referido estágio.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Capacitar o estudante para a correta utilização das técnicas radiológicas para
a realização de exames de radiodiagnóstico, utilizando-se para tanto de aparelhos
de Raios-X convencional e odontológico, observando as normas de segurança e de
radioproteção, preparando-se para a futura vida profissional.
2.2 Objetivos específicos
Conhecer uma unidade de radiodiagnóstico;
Conhecer normas e rotinas de funcionamento;
Receber o paciente para a realização do exame;
Interagir com o paciente;
Interagir com a equipe de forma multiprofissional;
Fazer anotações em livros próprios;
Reportar-se ao orientador e ao supervisor de estágio para dissolução de
dúvidas existentes;
Orientar e posicionar o paciente para a realização do exame;
Manipular aparelhos de emissão de radiação ionizante sob supervisão;
Aplicar as técnicas radiológicas adequadas para a realização do
procedimento;
Realizar a revelação dos filmes em processadoras automáticas ou manuais;
Realizar condutas dentro do projeto de radioproteção proposto;
Realizar o estágio com postura aberta a novos conhecimentos, mas com
visão crítica em relação à possíveis erros detectados.
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3 CONHECENDO O CAMPO DE ESTÁGIO
O estágio realizado foi dividido em duas etapas, sendo a primeira semana
relativa à realização das atividades em um Centro de Especialidades Odontológicas
(CEO) encontrado em uma unidade de saúde designada Centro de Saúde José
Mendonça (CS II) e quanto à segunda parte do estágio, quatro semanas, o mesmo
foi realizado em uma unidade hospitalar de nome Hospital Municipal Dr. Lauro
Joaquim de Araújo (HMLJA), onde se realizam exames radiológicos convencionais
(raios-x) com e sem aplicação de rádio-fármacos.
O estágio foi realizado de forma a se contemplar 30 horas semanais conforme
disposto na Lei 11.788/2008 no Capítulo IV, Artigo 10, Inciso II, que diz:
Artigo 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar: [...] II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. (BRASIL, 2008, n.p. Grifo nosso).
Assim sendo, o estágio de cinco semanas, foi dividido entre radiologia
odontológica, realizada na primeira semana em um CEO, ficando as quatro semanas
consecutivas para a realização do estágio curricular em radiologia convencional em
uma unidade hospitalar, somando-se assim ao final uma carga de 150 horas de
estágio curricular obrigatório.
3.1 1ª Etapa - Centro de Especialidades Odontológicas
Ao chegar ao campo de estágio em meu primeiro dia, encontrei-me com o
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profissional das técnicas radiológicas que iria ser meu supervisor de campo ao qual
me recebeu com simpatia e veio me apresentar à equipe e ambientar-me com a sala
de procedimentos realizados na unidade.
O CEO encontra-se alocada dentro de uma unidade de atenção básica de
porte I ao qual presta serviços à comunidade como exame laboratorial, atendimento
de fisioterapia, além é claro dos serviços odontológicos, implantados na unidade
pelo programa federal Brasil Sorridente (Fig. 1).
Figura 1 – Unidade de Radiologia CEO
Fonte: Elaborado pela autora
A unidade de porte considerável possui recepção com bancos de espera, 03
consultórios odontológicos, 02 salas de fisioterapia, um laboratório para exames de
rotina e de emergência, além de sala de expurgo, sala de coleta de materiais, sala
para arquivo e digitação de resultados, sala de agendamentos, sala da
administração, copa, cozinha, sala de esterilização e obviamente uma sala de
exames radiológicos odontológicos.
No total a unidade conta com 06 odontólogos que se revezam em turnos
matutino e vespertino, 02 fisioterapeutas, 03 técnicas em laboratório, 03 auxiliares
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de higiene dental, 02 biomédicos, 04 auxiliares de manutenção, copeira, uma
diretora administrativa e o técnico em radiologia.
Inicialmente o técnico em radiologia mostrou-me o aparelho de raios-x
odontológicos da unidade, demonstrando como inicializar seu funcionamento e como
se dava a revelação dos filmes utilizados no exame, onde a revelação é feita de
forma manual em uma câmara escura portátil (Figs. 2 e 3).
Figura 2 – Aparelho Raios-X Odontológico Figura 3 – Câmara escura portátil
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
O aparelho de raios-x da unidade é um aparelho da marca GNATUS, modelo
do tipo 70E Timex Parede (Fig. 4), aparelho leve, portátil de fácil manipulação com
caixa de comando digital e em auto-relevo (FIg. 5).
Posteriormente fui orientada como proceder no procedimento de revelação
dos filmes radiográficos dos exames realizados, onde foi aberta a câmara escura
portátil e pude ver o sistema de revelação como é feito, onde há três
compartimentos, na sequência da esquerda para a direita contendo as químicas e a
água para a lavagem, onde ficam nesta ordem: revelador, água, fixador (Figs. 6 e 7).
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Figura 4 – Aparelho GNATUS Figura 5 – Caixa de comando
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
Figura 6 – Sistema de revelação Figura 7 – Químicos
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
Confesso que fiquei bastante ansiosa para realizar meu primeiro exame
radiológico sob orientação supervisionada, pois este é o momento mais esperado
durante a realização do curso, é a aplicação de toda teoria que você já estudou
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sendo utilizada na prática, onde se vê o resultado do seu trabalho quase que
imediatamente.
Antes, porém conheci como são os filmes radiográficos utilizados na unidade.
São filmes de tamanho 22 x 35 mm, fui informada que existiam outros tamanhos de
filme, porém na unidade só havia este tipo de filme (Fig. 8 e 8.1).
Figura 8 – Filme da unidade Figura 8.1 – Filmes radiográficos intra-orais
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Biasoli Jr. p. 12
Ao ambientar-me com a unidade e passado o primeiro deslumbramento,
atentei-me às condições técnicas da unidade, utilizando deste modo uma visão
crítica em relação ao campo de estágio, então percebi que a unidade continha
somente um avental plumbífero (Fig. 9), ao qual o técnico ou o odontológo que
estivessem realizando o exame deveriam utilizar expondo assim
desnecessariamente o paciente à radiação ionizante, além de que a sala de exames
não continha sinalizações de alerta evidenciando assim a falta de proteção
radiológica como indicado na Portaria ANVISA 453/98 e na NR 32 (Fig. 10).
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Figura 9 – Avental plumbífero (único) Figura 10 – Ausência de Sinalização
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
Seguindo as orientações contidas no tópico Dicas para o Inicio do Estágio da
cartilha que recebi do professor orientador Gleicio Oliveira, não fiz comentários ou
questionei com o supervisor de campo ou o odontólogo, deixando assim para relatar
tal fato neste trabalho e posteriormente sanando dúvidas na unidade de ensino.
Preste muita atenção no técnico e nos estagiários mais antigos. Mesmo que não concorde com as suas colocações você não deve questioná-los. A forma mais adequada é fazer uma analise do ocorrido é colocar nos relatórios, embasando-se nas nossas bibliografias. Desta forma poderemos dar um retorno, mas adequado e dirimir as suas duvidas. (PROF. GLÊICIO, 2015).
Dando seguimento ao estágio supervisionado obrigatório percebi que às
vezes o técnico em radiologia se ausentava da sala e o próprio odontólogo realizava
o exame radiológico, o mesmo alegou a portaria 453/98 da ANVISA, confesso que
fiquei um pouco receosa, pois tanto a Lei 7.394/85, quando o Decreto 92.790/86,
ambos em seu 10º artigo trazem o texto: “Art . 10. Os trabalhos de supervisão da
aplicação de técnicas em radiologia, em seus respectivos setores, são da
competência do Técnico em Radiologia.” (BRASIL, 1985, 1986), porém
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posteriormente verifiquei e detectei no tópico 3.32 e 3.33, onde percebi inclusive que
no mesmo item no inciso B havia resguardo para que eu própria realizasse também
o exame radiológico.
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 3.32 Nenhum indivíduo pode administrar, intencionalmente, radiações ionizantes em seres humanos a menos que: a) Tal indivíduo seja um médico ou odontólogo qualificado para a práti ca, ou que seja um técnico, enfermeiro ou outro profissional de saúde treinado e que esteja sob a supervisão de um médico ou odontólogo. b) Possua certificação de qualificação que inclua os aspectos proteção radiológica, exceto para indivíduos que estejam realizando treinamentos autorizados. 3.33 Para responder pela solicitação ou prescrição de um procedimento radiológico é necessário possuir formação em medicina ou odontologia, no caso de radiologia odontológica. (ANVISA, 1998, n.p. Grifo nosso).
Por fim o meu primeiro dia resumiu-se a observar como os exames eram
realizados, como os filmes eram revelados e as técnicas utilizadas, além dos
posicionamentos. Fiquei também conhecendo o modelo de solicitação de exames
radiográficos utilizados na unidade, onde me atentei que na unidade somente
realizavam-se os exames radiológicos chamados periapicais que são indicado para
estudos individuais ou de grupos de dentes, proporcionando através de uma imagem
bi-dimensional uma visão da anatomia dentária e das estruturas que circundam o
dente. (FENELON, 2014).
Figura 11 – Radiografia periapical
Fonte: Google imagens
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Ao final do primeiro dia de estágio, já havia me adaptado ao ambiente, houve
boa receptividade por parte de toda a equipe, e com a perspectiva de eu própria
realizar a manipulação do aparelho, posicionar o paciente, realizar a técnica
radiológica adequada e em seguida revelar a radiografia, foi um momento de grande
ansiedade para que o próximo dia de estágio logo viesse por chegar para tal
momento.
3.1.1 Atividades realizadas no CEO
Data Hora Entrada
Hora Saída
Total de horas
Atividades desenvolvidas
05/01/2015 07:00 h 13:00 h 06
horas
Conhecendo a unidade, o equipamento, método de revelação e funcionamento do aparelho.
06/01/2015 07:00 h 13:00 h 06
horas
Limpeza do equipamento, anotação em livro próprio, revelação da primeira radiografia.
07/01/2015 07:00 h 13:00 h 06
horas
Posicionamento do paciente, ligando o aparelho, acompanhando a realização do exame, revelação de radiografias.
08/01/2015 07:00 h 13:00 h 06
horas
Realização do primeiro procedimento de utilização do aparelho, ao qual fiz meu primeiro exame radiográfico acompanhada.
09/01/2015 07:00 h 13:00 h 06
horas
Utilização de técnicas radiológicas para exame radiográfico, manipulação do aparelho, posicionamento do paciente, preparo da carga e disparo no equipamento, toda conduta feita sozinha, sendo observada. (várias vezes). Revelação manual.
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3.1.2 Fotografias do Estágio (CEO)
A seguir demonstrarei através de imagens parte do estágio curricular
obrigatório realizado no CEO, onde tive meu primeiro contato com um equipamento
de radiodiagnóstico, conheci o método de revelação realizado na unidade, além de
realizar meu primeiro procedimento valendo-se das técnicas radiológicas.
Um momento emocionante na vida de qualquer estudante e que se projeta
para o mesmo entusiasmo no exercício da futura profissão.
Figura 12 – Preparo da técnica Figura 13 – Posicionamento do paciente
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
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Figura 14 – Realização do disparo Figura 15 – Revelação Manual
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
3.2 Impressões sobre o Estágio no CEO
A primeira a impressão é de que o serviço de radiologia da unidade deixa a
desejar no quesito radioproteção e controle de qualidade. Não há também uso de
dosímetros pelos profissionais que operam o aparelho de radiografias, visto que
tanto o técnico em radiologia quanto o odontólogo quando em uso do aparelho não
foi verificado o uso do dosímetro.
Também não há sinalizações de sala de raios-x (luminoso ou letreiro), quase
sempre a auxiliar do odontologista encontra-se na sala durante a realização dos
exames sem vestimenta adequada (avental plumbífero), visto que o número deste
equipamento é insuficiente para o serviço a proteção radiológica na unidade então é
nulo o que é extremamente grave, considerando-se que “uma desvantagem
apontada aos métodos de diagnóstico com raios X é a dose de radiação ionizante
recebida por pacientes e trabalhadores”. (LIMA, 2009, p. 5).
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O serviço também não apresenta a figura do Supervisor de Proteção
Radiológica ou do Supervisor de Aplicação das Técnicas Radiológicas, tais fatos
contrariam a Portaria SVS/MS 453/98, assim como a situação descrita
anteriormente, além da NR 32 e Resolução 11/11 do Conselho Nacional dos
Técnicos em Radiologia (CONTER), o que consta é que se atende somente ao
tópico 3.34 da portaria 453 que diz que “para responder pela função de RT é
necessário possuir: a) Formação em medicina, ou odontologia, no caso de radiologia
odontológica”. (BRASIL, 1998).
A sala de procedimentos não é baritada (revestida de argamassa de barita),
material utilizado porque tem agregado um minério de alta densidade (barita) ou
sulfato de bário hidratado (BaSO4) prestando-se à proteção radiológica, o que
também demonstra estar fora das normas para radioproteção (NPR, 2014).
Quando aos resíduos de radiografias inutilizadas, filmes velados, químicas
vencidas, não me foi apresentada a destinação final de tais produtos, não se tendo
visto na unidade sala de recolhimento adequado para esses materiais.
Quanto à estrutura em si, equipamento e sistema de revelação as mesmas se
apresentaram aparentemente satisfatórias a que se propõe que é a realização de
exames radiológicos simples, com imagens satisfatórias, o serviço realmente peca
por não contar com um programa de radioproteção ou mesmo prevenção de riscos
ambientais.
3.3 2ª Etapa – Hospital Municipal Dr. Lauro J. de Araújo
Na segunda semana do estágio supervisionado, apresentei-me na unidade
HMLJA, hospital público de porte I contendo cerca de 40 leitos, com leitos para
internações na área de cirurgia geral (6), clínica geral (6), Unidade de isolamento (1),
obstetrícia clínica e cirúrgica (15) e pediatria (8), além de contar com leitos de
observação e pronto socorro (Fig. 16).
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Figura 16 – CNES HMLJA
Disponível em:
http://cnes.datasus.gov.br/Exibe_Ficha_Estabelecimento.asp?VCo_Unidade=2909302801574
Situado estrategicamente à Avenida Tancredo Neves, Setor Colina Azul em
uma avenida que é estendida à BR-324, na saída da cidade, onde obrigatoriamente
trafega todo o fluxo de veículos que atravessa o município, facilitando, até
mesmo, o atendimento em situações de emergências, como acidentes de
trânsito que é uma ocorrência bastante comum na unidade (1).
Há em seu quadro funcional 128 funcionários efetivos das mais diferentes
áreas que vão de serviço de higiene hospitalar, passando por profissionais técnicos
em saúde e cerca de, 22 prestadores de serviços, em sua maioria médicos (1).
Desta vez já menos ansiosa, fui novamente recepcionada pelo técnico de
radiologia do serviço onde novamente percebi a mesma receptividade, interesse em
dividir as experiências e os conhecimentos
_____________________
(1) Conteúdo adaptado do PIM V G-Rh – Acadêmico Emilio José de O. Queiroz
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Fui conduzida à sala do serviço de radiologia da unidade, onde pude perceber
que a sala apresenta boas condições e dimensionamento (37,5 m2) para o
atendimento individual a que se propõe (Fig. 17) dispondo em anexo uma câmara
escura com processadora automática para revelações de filmes radiográficos (8,75
m2) e possui também um tanque de 13 lts para revelações manuais caso necessário
por algum problema na processadora, a câmara escura dispõe de luz vermelha de
segurança, exaustor de ar e pia com torneira conforme recomendado na portaria 453
e NR 32 e a sala de exames dispõe de sinalização luminosa e letreiros na entrada
conforme orientam as referidas portaria e NR citadas (Figs. 18, 19, 20 e 21).
Figura 17 – Conhecendo a sala de exames
Fonte: Elaborado pela autora
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Figura 18 – Entrada da Sala de Raios-X Figura 19 - Aparelho de 500 mA, mural e mesa bucky
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
Figura 20 - Processadora automática de filmes Figura 21 - Luz de segurança e exaustor de ar
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
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Iniciadas as atividades do estágio, fiquei conhecendo o funcionamento da
processadora, como ela funciona e como se faz também a revelação manual,
princípio que já havia sido visto durante o estágio em radiologia odontológica, pois
os filmes são imersos na química na mesma sequência de revelador, água, fixador e
nova lavagem em água para retirada do excesso de produtos químicos.
Foi demonstrada a parte interna da processadora e como se dá a limpeza e
troca das químicas (Fig. 22), além de ficar conhecendo os tipos e tamanhos de
filmes utilizados para cada exame.
A processadora é da marca Macrotec, com velocidade de revelação
controlada, também com termostato de controle para aquecimento adequado das
químicas utilizadas na revelação. A troca dos produtos é feita de forma automática,
controlando a entrada ou saída dos produtos de forma automática, sem a
necessidade de manipular estes produtos.
Aprendi como revelar manualmente uma radiografia em um tanque próprio,
procedimento em que se demora mais para se ter o exame pronto, visto que a
secagem é feita de forma espontânea, pendurando-se as colgaduras que seguram o
filme individualmente para imersão nas químicas e aguardando secagem que dura
cerca de 20 minutos, o que se fosse rotina seria extremamente demorado para a
dispensação dos exames realizados (Fig. 23).
Figura 22 – Processadora por dentro Figura 23 – Revelação Manual
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
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Na sala do serviço de radiologia encontra-se em utilização, avental plumbífero
(02 unidades), protetor de tireóide, aparelho de raios-X de 500 mA com colimador,
mural bucky e mesa bucky com gavetas em bom estado e funcionando sem
problemas, cabine de proteção com vidro plumbífero para disparos, painel de
controle com tabela padrão conforme indicado na Portaria 453 SVS/MS, tanques
para armazenamento dos químicos que posteriormente são recolhidos para a devida
e correta destinação por empresa especializada, que também recolhe as
radiografias veladas, de má qualidade ou expostas acidentalmente à luz.
Na sala de exames também tem um negatoscópio para visualização das
radiografias depois de reveladas para se conferir a qualidade das mesmas para só
então dispensar ao paciente.
O aparelho da unidade é um conjunto radiológico marca SHR modelo SH 500
F com variação de 100 a 500 mA, com mesa e mural bucky, cabine de disparo
baritada e toda a sala também é revestida de argamassa de barita, além de proteção
de chumbo nas portas, tornando assim a sala adequada para a realização dos
exames.
O serviço funciona com 03 técnicos em radiologia que se alternam em turnos
de 04 ou 06 horas conforme a escala ou dia da semana, ficando o serviço noturno a
cargo de sobreaviso, sendo necessário chama-se o técnico para a realização do
exame.
A unidade possui contrato de dosimetria e os dosímetros são em número
suficiente para todos os profissionais do setor (Figs. 24 e 25), além de todo efetivo
para radioproteção, como dito anteriormente com aventais plumbíferos, protetor de
tireóide, sala baritada, portas adequadas, contando não somente com avisos
externos, como internos para orientação dos usuários do serviço (Figs. 26 e 27).
Os filmes utilizados na unidade são os filmes:
18 x 24 cm
24 x 30 cm
30 x 40 cm
35 x 35 cm
35 x 42 cm
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Figura 24 – Relatório de dosimetria
Figura 26 – Radioproteção
Fonte: Elaborado pela autora
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 25 – Dosímetros termoluminescentes
Fonte: ProRad Consultores S/S Ltda / Dir. Admist. HMLJA
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Figura 27 – Sinalização de segurança externa e interna
Fonte: Elaborado pela autora
Fonte: Elaborado pela autora
Não se pode deixar de mencionar neste tópico que fiquei conhecendo os
diversos tipos e tamanhos de chassis e a quais regiões e tipos de exames os
mesmos se destinam, ao mesmo tempo em que fui orientada do funcionamento e
acionamento da mesa e mural bucky, como se introduz o chassi na gaveta, como
centralizar o foco do aparelho e a colimação, além da importância do colimador visto
que o mesmo diminui a incidência da radiação emitida, diminuindo, portanto a carga
a qual o indivíduo será exposto.
Fiquei conhecendo também um modelo de aparelho de raios-x bastante
antigo, segundo o técnico do serviço o aparelho deveria ter mais de 25 anos, porém
ainda estava em funcionamento e operando perfeitamente, pois segundo o próprio o
equipamento havia passado por uma manutenção e trocado o foco em cone por um
28
colimador, viabilizando assim seu uso, é um aparelho portátil da marca SH, modelo
SH 30, com 30 mA, que quando se precisa ir em uma enfermaria com paciente
acamado sem condições de locomoção, no centro cirúrgico ou na unidade de pronto
socorro quando em caso de acidentes o mesmo é transportado e é realizado o
exame radiográfico, agilizando assim o atendimento (Fig. 28).
Figura 28 – Aparelho portátil de 30 mA
Fonte: Elaborado pela autora
Depois de conhecer todo o funcionamento da unidade comecei então o
estágio na prática, onde comecei com as anotações, com cálculos de potências,
sempre se orientando pela tabela existente no equipamento e posteriormente
fazendo as revelações na processadora automática na câmara escura, reposição de
filmes nos chassis, até que no terceiro dia no segundo campo de estágio iniciei a
realização de todo o procedimento de aplicação das técnicas radiológicas. Fui
autorizada à atender o paciente desde o início, foi quando recebi a solicitação,
anotei em livro próprio, posicionei o paciente, posicionei o equipamento, utilizei o
colimador para delimitar a área, fui para a câmara de disparo e realizei o disparo,
fazendo uma radiografia de mão em duas incidências (PA + Perfil), passei o filme
pelo passa chassis, recebi na câmara escura, retirei o filme do chassis, fiz a
revelação, repus o filme no chassi vazio, conferi a qualidade da revelação no
29
negatoscópio e finalmente dispensei o exame para o paciente. Todo o procedimento
foi feito sob supervisão direta do técnico responsável pelo serviço no momento (Figs.
28, 29, 30 e 31). .
Figura 28 – Realização da conduta e procedimento
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 29 – Realização da conduta e procedimento
Fonte: Elaborado pela autora
30
Figura 30 – Realização da conduta e procedimento
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 31 – Realização da conduta e procedimento
Fonte: Elaborado pela autora
31
Foi também realizado um ensaio com emissão de radiação ionizante em
diversos tipos de materiais para verificação de como a radiação penetra em
diferentes densidades, comprovando que a técnica radiológica a ser utilizada varia e
depende de que tipo de imagem se deseja produzir (Fig. 32).
Figura 32 – Ensaio com emissão de radiação em diferentes materiais
Fonte: Emilio José de Oliveira Queiroz – CRTR 5642T
Este ensaio realizado com o acompanhamento do supervisor de campo foi
bastante esclarecedor, pois foi verificado na prática como a radiação produz
imagens a partir de diferentes materiais com diferentes densidades, sendo utilizados
dois balonetes com água, tendo um balonete um ponto metal dentro para se
verificar, um cubo de madeira, um cubo de gesso, um tubo de plástico e uma lâmina
de bisturi (metal).
Foi notado que a técnica radiológica a ser utilizada vai depender do que se
deseja observar na imagem e que a nitidez varia de acordo com a densidade do
material a ser observado, além da espessura, sendo verificado o que é
radiopacidade e radiolucidez.
32
O supervisor de campo demonstrou também como produzir uma identificação
em uma radiografia sem o uso de marcadores de chumbo, algo extremamente
primário, mas com eficácia, pois se escrevendo em um pedaço de papel o que se
deseja identificar com caneta esferográfica comum e com tinta preta e se colocando
dentro do chassi na área em que será emitida a radiação ionizante, após a revelação
nota-se que a radiação passou pouco pela tinta da esferográfica, pois a mesma
segundo explicação do supervisor apresenta em sua composição chumbo para
fixação da pigmentação da cor no papel ficando então gravada na “chapa”,
identificando assim a radiografia sem o uso de marcadores de chumbo (Fig. 33).
Figura 33 – Identificação na radiografia com papel e caneta esferográfica preta
Fonte: Emilio José de Oliveira Queiroz – CRTR 5642T
O estágio demonstrou que onde não há técnicas de revelação digital como
em grandes hospitais ou grandes centros, os profissionais aprendem ou criam
técnicas que tornam o serviço eficiente dentro do que se propõe, pois em
determinados locais como o INSS, por exemplo, só são aceitas radiografias com
identificação impressa na “chapa”
33
3.3.1 Atividades realizadas no HMLJA
Data Horário
Entrada
Horário
Saída
Total de
horas
Atividades desenvolvidas
12/01/2015
07:00 h
13:00 h
06 horas
Conhecendo a unidade, o equipamento,
funcionamento da processadora, anotações,
reposição de filmes nos chassis, conhecendo
tipos de filmes, rotinas da unidade
13/01/2015
07:00 h
13:00 h
06 horas
Aprendendo a fazer limpeza no equipamento,
entendendo o funcionamento das gavetas,
mural e mesa bucky, anotações, revelando um
filme, ensaio com emissão de radiação em
diferentes tipos de materiais
14/01/2015
07:00 h
13:00 h
06 horas
Realizado o 1º exame sob supervisão, realizei
a recepção do paciente, posicionei, colimei o
aparelho, realizei o disparo, recebi o chassi,
revelei, entreguei ao paciente após conferir
qualidade da imagem, anotações
15/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Participando efetivamente da rotina da
unidade, realizando exames sob supervisão
(radiografias diversas)
16/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Avaliação do ambiente, assumindo rotina,
realizando exames diversos em diversas
incidências, limpeza e manutenção do
equipamento
19/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Elaborando rotina para exames de raios-x de
tórax, assumindo a unidade sob supervisão,
realizando exames diversos
20/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Acompanhando administração de rádio-
fármacos para exame contrastado
(uretrocistografia), revelação, entrega de
exames
21/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Realizando exames em aparelho portátil em
paciente acidentado na sala de emergência,
manipulação de equipamento, paciente e
orientação (sob supervisão)
22/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Assumindo a rotina, fazendo radiografias
diversas em várias incidências, feita
radiografia de seios da face com utilização de
cone de limitação de dose para melhorar a
imagem, revelações,
23/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Integração total com o ambiente, assimilação
da rotina, domínio parcial das técnicas,
segurança para realização de exames, limpeza
do equipamento, troca das químicas da
processadora após limpeza
34
3.3.2 Fotografias(2) do Estágio (HMLJA)
A seguir demonstrarei através de fotografias, parte do estágio em radiologia
convencional, onde conheci como se produz imagens radiográficas utilizando-se de
técnicas diversas, inclusive conhecendo um aparelho bastante antigo, algo que em
grandes centros provavelmente nenhum profissional da radiologia recém formado
viu ou irá ver.
____________________
(2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estágio
39
3.4 Desenvolvimento de rotina para radiografias de tórax
Durante o estágio, percebeu-se que depois das radiografias solicitadas por
traumas diversos foi constatado que o maior número de radiografias solicitadas
foram radiografias do tórax e por esse motivo descreveremos como rotina o
atendimento a este tipo de exame.
3.4.1 Rotina desenvolvida
Bezerra (2014) descreve como rotina de tórax a rotina ambulatorial, onde
“geralmente o paciente fica em posição ortostática e deambulando, em posição ereta
em perfil e PA e a rotina de paciente acamados ou sem locomoção como em
traumas, encontrando-se, portanto em dificuldade ou impossibilidade de movimentos
por exemplo, ficando geralmente em decúbito dorsal com o raio central tendo que
entrar anteriormente e saindo posteriormente (AP).
Segundo Prenda (2012) “o biotipo exige uma consideração especial na
radiografia de tórax, para posicionamento do chassis no bucky mural e/ou mesa”,
conforme demonstrado na figura 34
Figura 34 – Posicionamento do chassis
Fonte: Prenda, 2012.
40
Logo sabendo-se a posição do chassi no mural ou mesa bucky ou quando
feita a radiografia no leito ou cadeira, verificamos a instruções a serem passadas
para o paciente para uma melhor realização do exame(3):
Instrução para a respiração no momento do exame, visto que qualquer
movimento torácico ou pulmonar pode resultar em borramento da imagem;
Instrução para manter apnéia na hora do disparo.
Quanto à posição dos marcadores no filme:
Paciente em ortostática = numerador fica no canto superior direito.
Paciente sentado = numerador fica no canto lateral direito.
Paciente em decúbito = numerador fica no canto inferior direito.
Filmes utilizados:
Filmes do tamanho 35 x 43 para homens, 35 x 35 para mulheres e filmes 18 x 24
para crianças.
Destarte, sabendo-se os filmes, posições e rotina pré-estabelecidas, inicia-se
o atendimento ao usuário, onde se chegando à unidade de atendimendo, verifica-se
as solicitações existentes, confere-se os diferenciais do pedido como solicitação de
rotina, paciente internado, paciente com trauma, possibilidade de locomoção além
de fatores como idade ou patologia se for o caso.
Cumprida esta primeira etapa, dar-se-á inícios aos procedimentos de
realização dos exames solicitados, onde como exemplo citaremos na unidade que
quando estávamos por iniciar as atividades deparamo-nos com alguns pacientes de
rotina para fazer o exame dentre deles uma senhora idosa com dificuldade de
_____________________
(3) Adaptado de Bezerra (2014), artigo publicado no blog radiologia para estudantes
41
locomoção devido a sequela de AVC, onde a mesma foi selecionada como a
primeira a ser feito o exame, avisando aos demais usuários do serviço por qual
motivo a estávamos colocando como primeira paciente a ser realizado o
procedimento.
Em seguida anotando a solicitação em livro próprio, adentramos com a
paciente na sala de exames, orientando aos familiares que aguardassem do lado de
fora da sala durante a realização do exame conforme disposto nas normas de
radioproteção.
O exame teve que ser realizado com a paciente sentada em uma cadeira de
rodas, sem o uso do mural bucky visto que a paciente não se mantinha em ortostase
e sentia dores para ficar em decúbito dorsal na mesa bucky (Fig. 35).
Figura 35 – Posicionando a paciente e o RC para o exame
Fonte: Elaborado pela autora
Realizado o exame, foi feito então a etapa da revelação do filme radiográfico,
solicitando ao familiar que acompanhasse a paciente enquanto aguardavam a
revelação do filme para entrega do mesmo. Toda a etapa entre chamada, anotação,
realização do exame com revelação e entrega deve ter durado em torno de 16
42
minutos, ao término entregou-se o a radiografia para o acompanhante e foi feita a
orientação quanto à entrega do mesmo para o médico solicitando do exame.
Dando andamento ao atendimento, é chamado o paciente por ordem de
chegada conforme orientação da direção da unidade, excetuando-se situações de
emergência ou idosos conforme orienta o estatuto do idoso e crianças que choram
muito ou ficam desinquietas.
Todo o trabalho é realizado na seguinte ordem:
Chamada;
Anotação em livro próprio;
Escolha do filme adequado;
Identificação no filme;
Posicionamento do chassis no mural ou mesa bucky, observando-se a
conveniência do serviço e do paciente;
Orientações quanto à respiração, posicionamento, etc.
Escolha da técnica adequada e disparo;
Retirada do chassi da gaveta da mesa ou mural;
Colocação do material no passa chassis;
Retirada do chassis na câmara escura, inserindo o filme na processadora
automática;
Recarregamento do chassis;
Retira do filme da processadora;
Conferência da qualidade da imagem no negatoscópio;
Entrega e liberação do paciente;
Chamada do próximo paciente.
Em condições normais, com pacientes orientados, deambulando e
colaborativos, todo este procedimento dura em torno de 08 minutos.
Vale salientar para enriquecimento deste relatório que durante o expediente,
foi solicitado um exame radiológico de tórax de uma paciente que havia sofrido um
trauma por acidente automobilístico trazida pelo SAMU e que de pronto foi
comunicado aos demais pacientes que aguardavam para a realização de exames
43
radiológicos a situação, tendo que se ausentar da sala por algum tempo para a ida
ao pronto socorro para atendimento da referida paciente.
Transportou-se o aparelho de raios-x portátil até a unidade do PS onde se
deparou com uma paciente em uso de colar cervical, na maca da ambulância e com
todas as vestimentas, tornando o exame mais dificultoso, pois com a paciente
deitada, com roupas, utilizando colar cervical e na maca não podendo movimentar-
se é mais complicado a realização do exame, porém o médico exigia o exame
radiológico antes mesmo de o próprio ter realizado o exame físico adequado,
inclusive sem realizar as etapas do atendimento de emergência que prevê entre
outras coisas a exposição do paciente para avaliação de lesões existentes. porém
não havia o que se contestar com o médico e o exame foi realizado e que
posteriormente ao avaliar a imagem notou-se um que a paciente usava soutien com
metal o que poderia ter comprometido a avaliação da imagem (Fig. 36) . A situação
foi comunicada e explicada ao médico do plantão.
Figura 36 – Paciente com vestimentas, na maca e imagem comprometida
Fonte: Elaborado pela autora
Ademais durante o transcorrer do estágio, a rotina foi mantida dentro do que se
propôs e que era pré-estabelecido pela instituição.
44
3.5 Impressões sobre o Estágio no HMLJA
Durante o estágio do HMLJA pude perceber que os profissionais que
trabalham com as técnicas radiológicas na unidade (técnicos em radiologia) nem
sempre seguem as normas de radioproteção. Por vezes vi exames serem realizados
com a porta aberta e quando o aparelho portátil era transportado para a o PS ou
enfermarias os exames eram realizados sem a devida distância de segurança para
com os demais pacientes no local ou acompanhantes, chegando até mesmo a ver o
técnico realizar um desses exames sem a vestimenta plumbífera, vestimenta essa
que inclusive quando se necessitava de acompanhante para a realização de algum
procedimento na sala de exames, jamais foi oferecido para o acompanhante ou
dada alguma orientação para o mesmo sobre os riscos da radiação e a
radioproteção.
No HMLJA, como no CEO não existe a figura do SATR, ficando o diretor
médico como supervisor da unidade, o que contraria a Lei 7.394 que normatiza que a
supervisão de aplicação das técnicas radiológicas é de competência do técnico e do
tecnólogo em radiologia e a Lei 12.842/13 (Lei do Ato Médico) em seu artigo 4º,
parágrafo único que diz “§ 7o O disposto neste artigo será aplicado de forma que
sejam resguardadas as competências próprias das profissões de [...] técnico e
tecnólogo de radiologia.”, não existindo também um programa de proteção
radiológica, uma avaliação periódico do aparelho existente na unidade, além de não
existir no local uma cópia impressa da Portaria 453/98 da ANVISA como a mesma
institui, não deixando acesso nem para os demais profissionais do hospital, como
para os pacientes e usuários do serviço de tais informações sobre o que vem a ser
um exame que se utiliza radiação ionizante (raios-x) ou o que vem a ser
radioproteção.
Não há um gerenciamento efetivo, não há controle de qualidade, perdem-se
muitas radiografias por erro de posicionamento (Fig. 37), expondo
desnecessariamente o paciente realizando novo exame.
A identificação do filme sempre é colocada no canto direito superior
independentemente se o paciente estiver em pé, sentado ou deitado onde na figura
45
38 nota-se que o paciente por estar deitado, inclinou a cabeça, prejudicando a
imagem, além de estar identificado no canto superior direito como se estivesse de pé,
tornando necessária a realização de novo exame.
Figura 37 – Radiografia perdida por erro de posicionamento
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 38 – Radiografia perdida por erro de posicionamento e identificada errôneamente
Fonte: Elaborado pela autora
Paciente não centralizado no
mural (imagem “cortada”).
46
Por fim, conforme visto na figura 39, os exames de um modo geral chegam às
mãos dos técnicos em radiologia da unidade incompletos, pois quase nunca as
solicitações vêm corretamente preenchidas, ou seja, o médico apenas solicita o
exame indicando a área a ser radiografa, mas não especifica as incidências que o
mesmo deseja, dando margens inclusive para exames incompletos, pois se o
técnico desejar o mesmo realiza o exame em apenas uma incidência, visto que a
solicitação está incompleta.
Figura 39 – Solicitação sem especificação de incidência desejada
Fonte: Unidade de radiologia do HMLJA
De um modo geral, apesar de o estágio ter sido considerado satisfatório, a
unidade em si mostra-se bastante defasada principalmente no quesito
radioproteção. Conta a favor o fato de a unidade contar com programa de controle
de radiação recebido pelos técnicos da unidade através de dosimetria além da
unidade estar com sinalização de segurança interna e externamente na sala de
exames. Peca por não seguir a legislação pertinente ou nomear pessoas
responsáveis legalmente pela unidade na divisão de vigilância sanitária ou junto ao
CRTR.
Ausência da incidência desejada
47
4 ANÁLISE TÉCNICA SOBRE O CAMPO DE ESTÁGIO
Como já pontuado nos capítulos anteriores, a Secretaria Municipal de Saúde
de Correntina em suas unidades de radiodiagnóstico pouco tem feito no sentido de
se atingir um projeto de radioproteção adequada.
Os profissionais das técnicas radiológicas alegam que “têm chefe demais”,
pois enfermeiros, médicos, o secretário de saúde além de outros profissionais como
odontólogos e fisioterapeutas interferem nos procedimentos e se sentem “chefes” do
serviço, incumbindo os profissionais com solicitações desnecessárias e mal
solicitadas ou solicitadas inadequadamente, tornando o serviço quase que acéfalo,
pois não há responsável técnico, não há supervisão de aplicação das técnicas
radiológicas, não há protocolos de proteção e os próprios profissionais da área não
trabalham com o princípio da otimização da exposição de radiação ionizante.
As radiações ionizantes são utilizadas em diversas áreas da medicina, como tal a sua utilização deve ser feita de maneira correta, para que os benefícios possam ser produzidos em detrimento dos danos que estas possam causar, ao paciente e ao meio ambiente. A radiologia diagnóstica constitui uma poderosa ferramenta utilizada pela medicina. Neste contexto, a adoção de uma cultura de proteção radiológica e de garantia da qualidade deve ser uma tônica, na atual tendência, de oferecer aos usuários dos serviços transparência no que diz respeito a segurança e eficácia dos exames radiológicos. (MACEDO e RODRIGUES (2009), apud SECCA e BRASIL).
Macedo e Rodrigues (2009) explicitam que um programa de controle de
qualidade em radiologia (PCQ) analisa e avalia as doses de radiação por área,
medição das doses individuais dos indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE),
calibração dos equipamentos, teste de fuga de cabeçote, testes de constância e
quantificação de películas inutilizadas, considera-se que as unidades, tanto de
radiologia odontológica, quanto a de radiologia convencional efetivamente estão
muito aquém do que pode determinar como controle de qualidade em radiologia,
tornando a situação da unidade considerada do ponto de vista técnico como grave,
visto que radiação ionizante vai muito além de “dar disparos e revelar filmes”.
48
A impressão que foi passada durante o estágio é a de que nas unidades do
campo de estágio o exame de raios-x é considerado meramente somente “mais um
exame complementar”, não havendo por parte das pessoas responsáveis a
preocupação de se aplicar o que diz a legislação relacionada.
Nas unidades de radiologia odontológica o descarte dos resíduos não é feito
adequadamente, na unidade de radiologia convencional o armazenamento não é
feito de forma correta, armazenando-se os filmes inutilizados e os químicos em
ambiente impróprio (um “cantinho” na sala de revelação), onde se aguarda por
tempo indeterminado que uma empresa que recolhe e processa esse material venha
buscá-lo e depois de a empresa recolher tais produtos a secretaria de saúde não
sabe que destino é dado para os mesmos.
Do ponto de vista técnico muito há o que se fazer para melhorar a situação
em que se encontram as unidades que serviram para campo de estágio, acreditando
que com interesse e boa vontade por parte dos gestores na área da saúde local há
como reverter a atual situação, desde que se respeitando a legislação vigente e
adequando o funcionamento das unidades, dando treinamentos e capacitações para
os profissionais que não são da área da radiologia e orientando e capacitando os
demais profissionais da unidade, inclusive os profissionais das técnicas radiológicas,
afinal utilizando-se de raios x nos procedimentos em radiodiagnóstico para se
alcançar o intento desejado, há que se ter em mente que é o paciente que obtém o
benefício do exame, devendo para tanto utilizar-se de todos os meios de
radioproteção, inclusive para os IOE para que as doses sejam tão baixas quanto
razoavelmente praticáveis. (OLIVEIRA, 2014).
Acredito que os profissionais das técnicas radiológicas da unidade têm
capacidade e conhecimento para tal mudança, afinal são profissionais com
especialidade em radiodiagnóstico, o que parece faltar na unidade é reconhecimento
e valorização profissional, assim como a aplicação correta das normas e legislações
vigentes sobre o assunto.
49
5 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E TEÓRICA
Em uma tarde, na Universidade de Wurzburg, na Alemanha, deu-se início à
história da radiologia, mais exatamente no dia 08 de novembro de 1895, quando o
físico W. C. Roentgen, fazia suas pesquisas em um tubo de raios catódicos,
invenção do inglês W. Crookes. Roentgen conseguiu então projetar a imagem dos
ossos de sua mão em uma tela. Fascinado, mas ainda confuso Roentgen decidiu
chamar sua descoberta de Raios-X - símbolo usado em ciência para designar o
desconhecido. (ARRUDA, 1996).
Desde então, métodos muito além da chamada radiologia convencional foram
desenvolvidos valendo-se de radiações ionizantes, mas que jamais tirarão o mérito
do cientista Roentgen.
O tema por si só já é bastante interessante, porém atentaremos para os
conceitos inerentes a uma das profissões que adentram o fascinante mundo da
radiologia, o tecnólogo em radiologia, profissão regulamentada por lei, reconhecida
como graduação em nível superior e que conta com valorosos profissionais.
Baseando-se na Lei 7.394/85 que regula sobre os profissionais das técnicas
radiológicas, o CONTER em seu código de ética dirigido aos profissionais por ele
abrangidos enuncia os fundamentos e condutas necessárias para a prática das
profissões de Tecnólogo em Radiologia, relacionando seus direitos e deveres aos
profissionais inscritos no sistema CONTER/CRTR, apontando que para o exercício
da profissão impõe-se a inscrição do mesmo no CRTR da respectiva jurisdição ao
mesmo tempo em que o referido profissional conta como objeto da sua profissão
entre outras atribuições o de radiologia no setor de diagnóstico médico.
Porém, no Brasil, existem outras leis que disciplinam a utilização da radiação
ionizante, fazendo-se necessário então a normatização de atividades que dela
fazem uso, como a Portaria 453/98 da ANVISA que “Aprova o Regulamento Técnico
que estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico
médico e odontológico, dispõe sobre o uso dos raios -x diagnósticos em todo
território nacional e dá outras providências”.
50
Ainda sobre o tema radiação ionizante e radioproteção dispomos ainda da
Portaria GM 485, de 11 de novembro de 2005 e Portaria GM 939 de 18 de novembro
de 2008, que formam a NR 32 que trata sobre segurança e saúde no trabalho em
serviços de saúde no capítulo 32.4 – Das Radiações Ionizantes, onde há o seguinte
texto:
32.4.1 O atendimento das exigências desta NR, com relação às radiações ionizantes, não desobriga o empregador de observar as disposições estabelecidas pelas normas específicas da CNEN e da ANVISA, além do MS.
32.4.2. É obrigatório manter no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho o plano de proteção radiológica – PPR, aprovado pela CNEN, e para os serviços de radiodiagnóstico aprovado pela vigilância sanitária. (BRASIL, 2005).
Portanto, pode ser perceber que a radiologia é mais do que uma simples
profissão que “produzirão imagens” para diagnóstico médico, por isso então a
capacitação cada vez maior dos profissionais que dela farão uso, criando-se então a
figura do Tecnólogo em Radiologia, profissional de nível superior, com formação
técnico-científica além do técnico em radiologia, profissional que até bem pouco
tempo era praticamente o único responsável nesta área pela produção de imagens.
Para Dimenstein e Netto (2002) os raios X têm seu uso em radiologia voltado
para fins diagnósticos, assim como a radioterapia para o tratamento de certas
doenças e por isso a importância de que a correta manipulação dos aparelhos e
equipamentos utilizados seja uma constante preocupação por parte do profissional
que o utiliza.
Evidencia-se então a importância da melhor capacitação dos profissionais que
manipularão estes equipamentos, afinal sabemos que mais de um século após sua
descoberta por Roentgen, “os raios X ainda ocupam lugar de destaque no arsenal
de diagnóstico por imagens”. (DIMESTEIN e NETTO, 2002).
51
É aí então que entra o profissional Tecnólogo em Radiologia, ele tem uma
formação superior em carga horária e conhecimento teórico-técnico-científico ao
profissional de nível médio, profissional mais capacitado para dentro da sala de
exames ter total autonomia para realizar o procedimento, responsável pela proteção
radiológica de todos os presentes durante o procedimento (CADU, 2011).
Porém todo cuidado se faz necessário, por isso a necessidade de se conduzir
todo o procedimento de forma correta, respeitando as normas de radioproteção e as
técnicas radiológicas, além do princípio da justificação da dose e é neste ponto que
entra na formação profissional o estágio curricular, pois é onde o estudante entrará
em contato com situações reais, com o inesperado, com a emergência, com
situações que nem sempre a princípio estão sob nosso controle, fugindo de tudo
aquilo que se vê em sala de aula, em livros ou laboratórios.
Passerini (2007, p. 30) descreve o estágio curricular como:
[...] Estágio Curricular Supervisionado [é] aquele em que o futuro profissional toma o campo de atuação como objeto de estudo, de investigação, de análise e de interpretação crítica, embasando-se no que é estudado nas disciplinas do curso, indo além do chamado Estágio Profissional, aquele que busca inserir o futuro profissional no campo de trabalho de modo que este treine as rotinas de atuação. (PASSERINI, 2007, p. 30).
Daí a importância do estágio curricular na formação do futuro profissional para
a sua inserção no mercado de trabalho, pois ao final do curso o mesmo poderá
executar gerenciar e supervisionar os serviços e procedimentos radiológicos,
atuando conforme as normas de biossegurança e radioproteção em clínicas de
radiodiagnóstico, hospitais, policlínicas, laboratórios, indústria, fabricantes
(comércio) e distribuidores de equipamentos hospitalares. Possuirá habilidades
técnicas e conhecimentos de gestão, interagindo com a equipe médica e técnica.
(UNIP, 2005).
52
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste primeiro estágio curricular obrigatório percebi a importância da
profissão de Tecnólogo em Radiologia, pois compreendi que se trata de um
profissional com autonomia para a utilização de técnicas radiológicas que envolvem
o uso de radiações ionizantes em seres humanos que servirão como base para um
diagnóstico médico, algo primordial para o tratamento de diversas patologias.
Consegui compreender a importância do uso da radiação ionizante para o
benefício da coletividade indo muito além do que se lê em livros e se assiste em sala
de aula, complementando, portanto toda a teoria vista em estudos e laboratórios.
Claro que não pude deixar de notar que a radiologia vai muito além de
“apertar botões” como muitos podem pensar e que quando se trata de radiologia
existem regras, métodos e técnicas radiológicas, incluindo-se aí a radioproteção,
que determinam o conjunto de normas que fazem o uso de tais radiações muito mais
seguro para os seres humanos e o meio ambiente.
Estagiando, vivenciei na prática situações que encontrarei como profissional
da radiologia, deparei-me com métodos que só conhecia na teoria e aprendi como é
o funcionamento de um serviço de radiologia na prática, “in loco”, mesmo que o de
radiologia convencional, que foi o primeiro método de utilização da radiologia para
diagnóstico médico. Encontrei um local para estágio que contava também com um
aparelho bastante antigo, algo que muito poucos profissionais recém saídos das
faculdades irão encontrar ou ver a não ser em museus e vi como era o trabalho
desses profissionais antigamente, indo desde o uso de um aparelho analógico até o
uso de revelação manual para manipulação e revelação das películas radiográficas
utilizadas para a produção de imagem.
Conheci e compreendi o uso das técnicas radiológicas para a visualização de
diferentes materiais com diferentes densidades, compreendendo então que para o
que se pretende visualizar utiliza-se a técnica adequada.
Compreendi também para que serve a radioproteção e a sua importância e
como um primeiro passo na minha formação acadêmica, este estágio
supervisionado foi deveras enriquecedor, tornando a minha caminhada muito mais
53
promissora, florescendo em mim a vontade então de ir cada vez mais longe na
profissão.
Desenvolvendo várias atividades sob supervisão de um profissional da área e
empenhado em passar adiante seus conhecimentos, vivenciei o dia a dia do
profissional da radiologia medica, onde desenvolvi experiência para poder atuar na
área e me tornar uma profissional da profissão que escolhi.
Alcancei em meu entendimento ao término do estágio que esta etapa
concluída contribuiu para minha compreensão sobre os deveres, os direitos e as
responsabilidades que incumbem aos profissionais das técnicas radiológicas,
acreditando ter alcançado meu intento que era de adquirir conhecimento prática da
profissão, o que é a intenção maior do estágio supervisionado.
Claro que encontrei obstáculos, tive dificuldades, mas eles estão no caminho
para serem transpostos, pois para se alcançar o sucesso profissional há que se ter
muito mais do que todo o conhecimento adquirido em livros, tem que se
experimentar, viver na prática, há que se “meter a mão na massa” e ir além do
saber, pois o bom profissional sabe o que tem para se fazer, tem conhecimento para
fazê-lo.
Por fim, mesmo encontrando um serviço de radiologia sem a normatização
adequada a unidade do campo de estágio mostrou-se bastante valorosa, pois os
profissionais que laboram nesta área vêem se às voltas com profissionais
despreparados para trabalhar em equipe, mas que como em qualquer ambiente ou
situação encontrada com a capacitação adequada toda situação adversa pode ser
sanada e espero que isso aconteça na unidade onde completei meu primeiro
estágio.
Guardarei profundo carinho por todos ao mesmo tempo em que agradeço
essa experiência tão valorosa e que muito contribuiu para o meu engrandecimento
não só como estudante ou futura profissional das técnicas radiológicas, mas
enriqueceu-me como ser humano.
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REFERÊNCIAS
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