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0 UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Radiologia Convencional e Odontológica Brasília / DF 2015

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UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Radiologia Convencional e Odontológica

Brasília / DF

2015

1

LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA

RA B681AD0

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Radiologia Convencional e Odontológica

Relatório de Estágio Supervisionado realizado com 150 horas apresentado à Universidade Paulista – UNIP como requisito parcial para conclusão do curso de Graduação em Tecnologia em Radiologia

Orientador: Prof. Glêicio Oliveira Valgas

Brasília / DF

2015

2

“... os que não aprendem a duvidar e a

criticar serão sempre servos. A

aceitação passiva das respostas pode

abortar o desenvolvimento da

inteligência”.

Augusto Cury

3

RESUMO

Este relatório reporta-se ao aprendizado e conhecimento adquiridos durante a

realização na Secretaria Municipal de Saúde de Correntina do estágio curricular

obrigatório nesta primeira parte de práticas supervisionadas do curso de Graduação

em Tecnologia em Radiologia realizado na Universidade Paulista e foi realizado com

o intuito de demonstrar o conhecimento adquirido nesta importante etapa da vida

acadêmica onde busca-se nesta fase entrelaçar o conhecimento teórico ao prático,

vivenciando em um ambiente real de trabalho as situações encontradas pelo

profissional da radiologia aprendendo assim, “in loco” as rotinas, normas e condutas

para a realização de exames radiológicos com finalidade de diagnóstico, onde foi

aprendido posições, incidências e técnicas radiológicas com a finalidade de se

produzir imagens de qualidade para o auxílio diagnóstico valendo-se de

equipamento de radiação ionizante, onde envolveu-se também métodos de

radioproteção, parte também relevante deste período de aprendizagem, pois

verifica-se que a radiologia é mais do que simplesmente produzir imagens para

diagnóstico, deve se preocupar com os efeitos produzidos/decorrentes pelo uso

incorreto da radiação ionizante, aprendendo portanto, como manipular um aparelho

de raios-x para a realização de exames radiológicos convencionais com e sem

contraste e exames odontológicos, onde ficou evidenciado que este método de

diagnóstico é uma importante ferramenta de auxílio diagnóstico, sendo ao mesmo

tempo rápido, acessível, barato, podendo ser utilizado por pessoas dos mais

diferentes tipos de constituição física.

Palavras chaves: Estágio. Radiologia. Convencional. Odontológico. Radioproteção.

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BaSO4 – Sulfato de Bário Hidratado

CEO – Centro de Especialidades Odontológicas

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear

CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde

CONTER – Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia

CRTR – Conselho Regional de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia

HMLJA – Hospital Municipal Dr. Lauro Joaquim de Araújo

IOE – Indivíduo Ocupacionalmente Exposto

INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social

NR – Norma Regulamentadora

PS – Pronto Socorro

RT – Responsável Técnico

SATR – Supervisor de Aplicação das Técnicas Radiológicas

SPR – Supervisor de Proteção Radiológica

SVS/MS – Serviço de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde

UNIP – Universidade Paulista

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................

2 OBJETIVOS...............................................................................................................

2.1 Objetivo Geral........................................................................................................

2.2 Objetivos Específicos............................................................................................

3 CONHECENDO O CAMPO DE ESTÁGIO.................................................................

3.1 1ª Etapa - Centro de Especialidades Odontológicas..........................................

3.1.1 Atividades realizadas no CEO............................................................................

3.1.2 Fotografias do Estágio (CEO)...........................................................................

3.2 Impressões sobre o Estágio no CEO...................................................................

3.3 2ª Etapa – Hospital Municipal Dr. Lauro J. de Araújo.........................................

3.3.1 Atividades realizadas no HMLJA...........................................................................

3.3.2 Fotografias do Estágio (HMLJA)...........................................................................

3.4 Desenvolvimento de rotina para radiografias de tórax .....................................

3.4.1 Rotina desenvolvida........................................................................................

3.5 Impressões sobre o Estágio no HMLJA...............................................................

4 ANÁLISE TÉCNICA SOBRE O CAMPO DE ESTÁGIO...........................................

5 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E TEÓRICA: REVISÃO DE LITERATURA.................

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................

REFERÊNCIAS..............................................................................................................

ANEXOS...................................................................................................................

APÊNDICES............................................................................................................

PLANILHAS DE AVALIAÇÃO......................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

A apresentação do presente relatório de estágio curricular obrigatório tem a

intenção de demonstrar a prática vivenciada em um ambiente real de trabalho, onde

são realizados diariamente exames radiográficos, valendo-se da utilização de

radiação ionizante para a realização dos mesmos.

Sabe-se que o estágio em campo é uma importante etapa da vida acadêmica

para a formação do profissional das técnicas radiológicas e que somente com a

vivência na prática de situações reais é que se consegue formar um profissional com

qualidade, preparado para o ingresso no mercado de trabalho e para o exercício

efetivo da profissão escolhida e é durante este período que se dirimem as dúvidas

que porventura possam existir, podendo assim entrelaçar o conhecimento teórico ao

prático ampliando assim o conhecimento acadêmico-científico.

A metodologia utilizada durante o estágio curricular obrigatório foi a

qualitativa, visto que foi revisada ampla literatura antes de imergir no campo de

estágio propriamente dito aliada a pesquisa documental e pesquisa de campo onde

levantou-se dados relevantes para o projeto de estágio, vindo a exemplificar

detalhadamente o campo de estágio e como foi o aproveitamento do mesmo,

finalizando com a realização na prática de exames radiográficos sob supervisão de

profissional habilitado e devidamente inscrito no Conselho Regional de Técnicos e

Tecnólogos em Radiologia (CRTR).

Este relatório visa demonstrar o conhecimento adquirido durante a realização

do estágio obrigatório não somente do uso das técnicas radiológicas para realização

de exames, mas também como se geram as imagens dos exames realizados, como

são revelados os filmes planos radiológicos, e como são tratados os rejeitos

radiológicos provenientes de revelações de películas e filmes perdidos por algum

motivo, além é claro, de tratar também do tema radioproteção, visto que os

profissionais das técnicas radiológicas não são somente as pessoas que realizam os

exames em si, eles devem estar atentos às normas existentes para sua própria

proteção, visto que ele é um indivíduo ocupacionalmente exposto à radiação

ionizante, mas também há que se preocupar com a exposição dos usuários do

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serviço, além de toda a comunidade de um modo geral, visto que o descarte

inadequado dos rejeitos reflete no meio ambiente.

Para melhor compreensão este relatório foi dividido em 6 partes, sendo a

primeira a introdução, a parte atual, onde se dá a apresentação inicial do relatório,

quais os métodos utilizados para a realização do referido estágio, evidenciando

assim quais os objetivos se almejam.

Destarte, evidentemente a segundo parte deste relatório relata os objetivos

deste estágio curricular obrigatório, incluindo o objetivo geral que é a finalidade

maior desta etapa, exemplificando então os objetivos específicos que em conjunto

vão tornar possível o intento maior que é a formação profissional.

Na terceira parte o tópico se referirá ao campo de estágio propriamente dito,

será relatado localização, estrutura física, equipamentos, filmes e químicos

utilizados, condição geral do ambiente e adequação, além de relatar como foi o

estágio, as atividades executadas, inclusive com imagens e fotografias, interação

com a equipe, onde analisar-se-á de forma crítica a postura dos profissionais da

unidade, as rotinas, os métodos de radioproteção e controle de qualidade além de

descrever a impressão geral da(s) unidade(s) e métodos utilizados.

Para alcance da terceira parte será feita uma análise crítica do funcionamento

da unidade com descrição dos problemas encontrados, sejam em nível de

profissionais, gerenciamento ou controle de qualidade da unidade de estágio.

Como endosso, na quarta parte será feita uma análise técnica da unidade,

onde a intenção não será somente apontar erros, mas indicar possíveis soluções ou

correções onde elas caibam, valendo-se para tal intento de argumentos

fundamentados.

Na quinta parte para alicerçar o tópico anterior, será feita revisão de literatura

específica, procurando assim encontrar fundamentação para o estágio prático aliado

aos estudos já realizados sobre as técnicas radiológicas, sobre radioproteção e se

orientando também em legislação específica sobre o assunto, aplicando então

conceitos já existentes sobre o tema.

Nas considerações finais, a sexta parte, serão tecidos comentários sobre as

impressões encontradas no campo de estágio, finalizando com possíveis

8

contribuições para a melhoria do funcionamento do serviço, além de se apresentar

as considerações pessoais do estagiário em relação à vivência do estágio curricular

supervisionado.

Finalizando este capítulo, ainda que não descrito anteriormente como parte

do relatório de estágio curricular obrigatório, há que se ressaltar que o presente será

enriquecido com elementos como anexos e apêndices relativos à realização do

referido estágio onde se apresentarão situações vivenciadas e documentação

pertinente à realização do mesmo, como planilhas de avaliação e carga horária

cumprida, além de treinamento realizado antes da realização do referido estágio.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Capacitar o estudante para a correta utilização das técnicas radiológicas para

a realização de exames de radiodiagnóstico, utilizando-se para tanto de aparelhos

de Raios-X convencional e odontológico, observando as normas de segurança e de

radioproteção, preparando-se para a futura vida profissional.

2.2 Objetivos específicos

Conhecer uma unidade de radiodiagnóstico;

Conhecer normas e rotinas de funcionamento;

Receber o paciente para a realização do exame;

Interagir com o paciente;

Interagir com a equipe de forma multiprofissional;

Fazer anotações em livros próprios;

Reportar-se ao orientador e ao supervisor de estágio para dissolução de

dúvidas existentes;

Orientar e posicionar o paciente para a realização do exame;

Manipular aparelhos de emissão de radiação ionizante sob supervisão;

Aplicar as técnicas radiológicas adequadas para a realização do

procedimento;

Realizar a revelação dos filmes em processadoras automáticas ou manuais;

Realizar condutas dentro do projeto de radioproteção proposto;

Realizar o estágio com postura aberta a novos conhecimentos, mas com

visão crítica em relação à possíveis erros detectados.

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3 CONHECENDO O CAMPO DE ESTÁGIO

O estágio realizado foi dividido em duas etapas, sendo a primeira semana

relativa à realização das atividades em um Centro de Especialidades Odontológicas

(CEO) encontrado em uma unidade de saúde designada Centro de Saúde José

Mendonça (CS II) e quanto à segunda parte do estágio, quatro semanas, o mesmo

foi realizado em uma unidade hospitalar de nome Hospital Municipal Dr. Lauro

Joaquim de Araújo (HMLJA), onde se realizam exames radiológicos convencionais

(raios-x) com e sem aplicação de rádio-fármacos.

O estágio foi realizado de forma a se contemplar 30 horas semanais conforme

disposto na Lei 11.788/2008 no Capítulo IV, Artigo 10, Inciso II, que diz:

Artigo 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar: [...] II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. (BRASIL, 2008, n.p. Grifo nosso).

Assim sendo, o estágio de cinco semanas, foi dividido entre radiologia

odontológica, realizada na primeira semana em um CEO, ficando as quatro semanas

consecutivas para a realização do estágio curricular em radiologia convencional em

uma unidade hospitalar, somando-se assim ao final uma carga de 150 horas de

estágio curricular obrigatório.

3.1 1ª Etapa - Centro de Especialidades Odontológicas

Ao chegar ao campo de estágio em meu primeiro dia, encontrei-me com o

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profissional das técnicas radiológicas que iria ser meu supervisor de campo ao qual

me recebeu com simpatia e veio me apresentar à equipe e ambientar-me com a sala

de procedimentos realizados na unidade.

O CEO encontra-se alocada dentro de uma unidade de atenção básica de

porte I ao qual presta serviços à comunidade como exame laboratorial, atendimento

de fisioterapia, além é claro dos serviços odontológicos, implantados na unidade

pelo programa federal Brasil Sorridente (Fig. 1).

Figura 1 – Unidade de Radiologia CEO

Fonte: Elaborado pela autora

A unidade de porte considerável possui recepção com bancos de espera, 03

consultórios odontológicos, 02 salas de fisioterapia, um laboratório para exames de

rotina e de emergência, além de sala de expurgo, sala de coleta de materiais, sala

para arquivo e digitação de resultados, sala de agendamentos, sala da

administração, copa, cozinha, sala de esterilização e obviamente uma sala de

exames radiológicos odontológicos.

No total a unidade conta com 06 odontólogos que se revezam em turnos

matutino e vespertino, 02 fisioterapeutas, 03 técnicas em laboratório, 03 auxiliares

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de higiene dental, 02 biomédicos, 04 auxiliares de manutenção, copeira, uma

diretora administrativa e o técnico em radiologia.

Inicialmente o técnico em radiologia mostrou-me o aparelho de raios-x

odontológicos da unidade, demonstrando como inicializar seu funcionamento e como

se dava a revelação dos filmes utilizados no exame, onde a revelação é feita de

forma manual em uma câmara escura portátil (Figs. 2 e 3).

Figura 2 – Aparelho Raios-X Odontológico Figura 3 – Câmara escura portátil

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

O aparelho de raios-x da unidade é um aparelho da marca GNATUS, modelo

do tipo 70E Timex Parede (Fig. 4), aparelho leve, portátil de fácil manipulação com

caixa de comando digital e em auto-relevo (FIg. 5).

Posteriormente fui orientada como proceder no procedimento de revelação

dos filmes radiográficos dos exames realizados, onde foi aberta a câmara escura

portátil e pude ver o sistema de revelação como é feito, onde há três

compartimentos, na sequência da esquerda para a direita contendo as químicas e a

água para a lavagem, onde ficam nesta ordem: revelador, água, fixador (Figs. 6 e 7).

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Figura 4 – Aparelho GNATUS Figura 5 – Caixa de comando

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

Figura 6 – Sistema de revelação Figura 7 – Químicos

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

Confesso que fiquei bastante ansiosa para realizar meu primeiro exame

radiológico sob orientação supervisionada, pois este é o momento mais esperado

durante a realização do curso, é a aplicação de toda teoria que você já estudou

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sendo utilizada na prática, onde se vê o resultado do seu trabalho quase que

imediatamente.

Antes, porém conheci como são os filmes radiográficos utilizados na unidade.

São filmes de tamanho 22 x 35 mm, fui informada que existiam outros tamanhos de

filme, porém na unidade só havia este tipo de filme (Fig. 8 e 8.1).

Figura 8 – Filme da unidade Figura 8.1 – Filmes radiográficos intra-orais

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Biasoli Jr. p. 12

Ao ambientar-me com a unidade e passado o primeiro deslumbramento,

atentei-me às condições técnicas da unidade, utilizando deste modo uma visão

crítica em relação ao campo de estágio, então percebi que a unidade continha

somente um avental plumbífero (Fig. 9), ao qual o técnico ou o odontológo que

estivessem realizando o exame deveriam utilizar expondo assim

desnecessariamente o paciente à radiação ionizante, além de que a sala de exames

não continha sinalizações de alerta evidenciando assim a falta de proteção

radiológica como indicado na Portaria ANVISA 453/98 e na NR 32 (Fig. 10).

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Figura 9 – Avental plumbífero (único) Figura 10 – Ausência de Sinalização

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

Seguindo as orientações contidas no tópico Dicas para o Inicio do Estágio da

cartilha que recebi do professor orientador Gleicio Oliveira, não fiz comentários ou

questionei com o supervisor de campo ou o odontólogo, deixando assim para relatar

tal fato neste trabalho e posteriormente sanando dúvidas na unidade de ensino.

Preste muita atenção no técnico e nos estagiários mais antigos. Mesmo que não concorde com as suas colocações você não deve questioná-los. A forma mais adequada é fazer uma analise do ocorrido é colocar nos relatórios, embasando-se nas nossas bibliografias. Desta forma poderemos dar um retorno, mas adequado e dirimir as suas duvidas. (PROF. GLÊICIO, 2015).

Dando seguimento ao estágio supervisionado obrigatório percebi que às

vezes o técnico em radiologia se ausentava da sala e o próprio odontólogo realizava

o exame radiológico, o mesmo alegou a portaria 453/98 da ANVISA, confesso que

fiquei um pouco receosa, pois tanto a Lei 7.394/85, quando o Decreto 92.790/86,

ambos em seu 10º artigo trazem o texto: “Art . 10. Os trabalhos de supervisão da

aplicação de técnicas em radiologia, em seus respectivos setores, são da

competência do Técnico em Radiologia.” (BRASIL, 1985, 1986), porém

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posteriormente verifiquei e detectei no tópico 3.32 e 3.33, onde percebi inclusive que

no mesmo item no inciso B havia resguardo para que eu própria realizasse também

o exame radiológico.

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 3.32 Nenhum indivíduo pode administrar, intencionalmente, radiações ionizantes em seres humanos a menos que: a) Tal indivíduo seja um médico ou odontólogo qualificado para a práti ca, ou que seja um técnico, enfermeiro ou outro profissional de saúde treinado e que esteja sob a supervisão de um médico ou odontólogo. b) Possua certificação de qualificação que inclua os aspectos proteção radiológica, exceto para indivíduos que estejam realizando treinamentos autorizados. 3.33 Para responder pela solicitação ou prescrição de um procedimento radiológico é necessário possuir formação em medicina ou odontologia, no caso de radiologia odontológica. (ANVISA, 1998, n.p. Grifo nosso).

Por fim o meu primeiro dia resumiu-se a observar como os exames eram

realizados, como os filmes eram revelados e as técnicas utilizadas, além dos

posicionamentos. Fiquei também conhecendo o modelo de solicitação de exames

radiográficos utilizados na unidade, onde me atentei que na unidade somente

realizavam-se os exames radiológicos chamados periapicais que são indicado para

estudos individuais ou de grupos de dentes, proporcionando através de uma imagem

bi-dimensional uma visão da anatomia dentária e das estruturas que circundam o

dente. (FENELON, 2014).

Figura 11 – Radiografia periapical

Fonte: Google imagens

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Ao final do primeiro dia de estágio, já havia me adaptado ao ambiente, houve

boa receptividade por parte de toda a equipe, e com a perspectiva de eu própria

realizar a manipulação do aparelho, posicionar o paciente, realizar a técnica

radiológica adequada e em seguida revelar a radiografia, foi um momento de grande

ansiedade para que o próximo dia de estágio logo viesse por chegar para tal

momento.

3.1.1 Atividades realizadas no CEO

Data Hora Entrada

Hora Saída

Total de horas

Atividades desenvolvidas

05/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

horas

Conhecendo a unidade, o equipamento, método de revelação e funcionamento do aparelho.

06/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

horas

Limpeza do equipamento, anotação em livro próprio, revelação da primeira radiografia.

07/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

horas

Posicionamento do paciente, ligando o aparelho, acompanhando a realização do exame, revelação de radiografias.

08/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

horas

Realização do primeiro procedimento de utilização do aparelho, ao qual fiz meu primeiro exame radiográfico acompanhada.

09/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

horas

Utilização de técnicas radiológicas para exame radiográfico, manipulação do aparelho, posicionamento do paciente, preparo da carga e disparo no equipamento, toda conduta feita sozinha, sendo observada. (várias vezes). Revelação manual.

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3.1.2 Fotografias do Estágio (CEO)

A seguir demonstrarei através de imagens parte do estágio curricular

obrigatório realizado no CEO, onde tive meu primeiro contato com um equipamento

de radiodiagnóstico, conheci o método de revelação realizado na unidade, além de

realizar meu primeiro procedimento valendo-se das técnicas radiológicas.

Um momento emocionante na vida de qualquer estudante e que se projeta

para o mesmo entusiasmo no exercício da futura profissão.

Figura 12 – Preparo da técnica Figura 13 – Posicionamento do paciente

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

19

Figura 14 – Realização do disparo Figura 15 – Revelação Manual

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

3.2 Impressões sobre o Estágio no CEO

A primeira a impressão é de que o serviço de radiologia da unidade deixa a

desejar no quesito radioproteção e controle de qualidade. Não há também uso de

dosímetros pelos profissionais que operam o aparelho de radiografias, visto que

tanto o técnico em radiologia quanto o odontólogo quando em uso do aparelho não

foi verificado o uso do dosímetro.

Também não há sinalizações de sala de raios-x (luminoso ou letreiro), quase

sempre a auxiliar do odontologista encontra-se na sala durante a realização dos

exames sem vestimenta adequada (avental plumbífero), visto que o número deste

equipamento é insuficiente para o serviço a proteção radiológica na unidade então é

nulo o que é extremamente grave, considerando-se que “uma desvantagem

apontada aos métodos de diagnóstico com raios X é a dose de radiação ionizante

recebida por pacientes e trabalhadores”. (LIMA, 2009, p. 5).

20

O serviço também não apresenta a figura do Supervisor de Proteção

Radiológica ou do Supervisor de Aplicação das Técnicas Radiológicas, tais fatos

contrariam a Portaria SVS/MS 453/98, assim como a situação descrita

anteriormente, além da NR 32 e Resolução 11/11 do Conselho Nacional dos

Técnicos em Radiologia (CONTER), o que consta é que se atende somente ao

tópico 3.34 da portaria 453 que diz que “para responder pela função de RT é

necessário possuir: a) Formação em medicina, ou odontologia, no caso de radiologia

odontológica”. (BRASIL, 1998).

A sala de procedimentos não é baritada (revestida de argamassa de barita),

material utilizado porque tem agregado um minério de alta densidade (barita) ou

sulfato de bário hidratado (BaSO4) prestando-se à proteção radiológica, o que

também demonstra estar fora das normas para radioproteção (NPR, 2014).

Quando aos resíduos de radiografias inutilizadas, filmes velados, químicas

vencidas, não me foi apresentada a destinação final de tais produtos, não se tendo

visto na unidade sala de recolhimento adequado para esses materiais.

Quanto à estrutura em si, equipamento e sistema de revelação as mesmas se

apresentaram aparentemente satisfatórias a que se propõe que é a realização de

exames radiológicos simples, com imagens satisfatórias, o serviço realmente peca

por não contar com um programa de radioproteção ou mesmo prevenção de riscos

ambientais.

3.3 2ª Etapa – Hospital Municipal Dr. Lauro J. de Araújo

Na segunda semana do estágio supervisionado, apresentei-me na unidade

HMLJA, hospital público de porte I contendo cerca de 40 leitos, com leitos para

internações na área de cirurgia geral (6), clínica geral (6), Unidade de isolamento (1),

obstetrícia clínica e cirúrgica (15) e pediatria (8), além de contar com leitos de

observação e pronto socorro (Fig. 16).

21

Figura 16 – CNES HMLJA

Disponível em:

http://cnes.datasus.gov.br/Exibe_Ficha_Estabelecimento.asp?VCo_Unidade=2909302801574

Situado estrategicamente à Avenida Tancredo Neves, Setor Colina Azul em

uma avenida que é estendida à BR-324, na saída da cidade, onde obrigatoriamente

trafega todo o fluxo de veículos que atravessa o município, facilitando, até

mesmo, o atendimento em situações de emergências, como acidentes de

trânsito que é uma ocorrência bastante comum na unidade (1).

Há em seu quadro funcional 128 funcionários efetivos das mais diferentes

áreas que vão de serviço de higiene hospitalar, passando por profissionais técnicos

em saúde e cerca de, 22 prestadores de serviços, em sua maioria médicos (1).

Desta vez já menos ansiosa, fui novamente recepcionada pelo técnico de

radiologia do serviço onde novamente percebi a mesma receptividade, interesse em

dividir as experiências e os conhecimentos

_____________________

(1) Conteúdo adaptado do PIM V G-Rh – Acadêmico Emilio José de O. Queiroz

22

Fui conduzida à sala do serviço de radiologia da unidade, onde pude perceber

que a sala apresenta boas condições e dimensionamento (37,5 m2) para o

atendimento individual a que se propõe (Fig. 17) dispondo em anexo uma câmara

escura com processadora automática para revelações de filmes radiográficos (8,75

m2) e possui também um tanque de 13 lts para revelações manuais caso necessário

por algum problema na processadora, a câmara escura dispõe de luz vermelha de

segurança, exaustor de ar e pia com torneira conforme recomendado na portaria 453

e NR 32 e a sala de exames dispõe de sinalização luminosa e letreiros na entrada

conforme orientam as referidas portaria e NR citadas (Figs. 18, 19, 20 e 21).

Figura 17 – Conhecendo a sala de exames

Fonte: Elaborado pela autora

23

Figura 18 – Entrada da Sala de Raios-X Figura 19 - Aparelho de 500 mA, mural e mesa bucky

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

Figura 20 - Processadora automática de filmes Figura 21 - Luz de segurança e exaustor de ar

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

24

Iniciadas as atividades do estágio, fiquei conhecendo o funcionamento da

processadora, como ela funciona e como se faz também a revelação manual,

princípio que já havia sido visto durante o estágio em radiologia odontológica, pois

os filmes são imersos na química na mesma sequência de revelador, água, fixador e

nova lavagem em água para retirada do excesso de produtos químicos.

Foi demonstrada a parte interna da processadora e como se dá a limpeza e

troca das químicas (Fig. 22), além de ficar conhecendo os tipos e tamanhos de

filmes utilizados para cada exame.

A processadora é da marca Macrotec, com velocidade de revelação

controlada, também com termostato de controle para aquecimento adequado das

químicas utilizadas na revelação. A troca dos produtos é feita de forma automática,

controlando a entrada ou saída dos produtos de forma automática, sem a

necessidade de manipular estes produtos.

Aprendi como revelar manualmente uma radiografia em um tanque próprio,

procedimento em que se demora mais para se ter o exame pronto, visto que a

secagem é feita de forma espontânea, pendurando-se as colgaduras que seguram o

filme individualmente para imersão nas químicas e aguardando secagem que dura

cerca de 20 minutos, o que se fosse rotina seria extremamente demorado para a

dispensação dos exames realizados (Fig. 23).

Figura 22 – Processadora por dentro Figura 23 – Revelação Manual

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

25

Na sala do serviço de radiologia encontra-se em utilização, avental plumbífero

(02 unidades), protetor de tireóide, aparelho de raios-X de 500 mA com colimador,

mural bucky e mesa bucky com gavetas em bom estado e funcionando sem

problemas, cabine de proteção com vidro plumbífero para disparos, painel de

controle com tabela padrão conforme indicado na Portaria 453 SVS/MS, tanques

para armazenamento dos químicos que posteriormente são recolhidos para a devida

e correta destinação por empresa especializada, que também recolhe as

radiografias veladas, de má qualidade ou expostas acidentalmente à luz.

Na sala de exames também tem um negatoscópio para visualização das

radiografias depois de reveladas para se conferir a qualidade das mesmas para só

então dispensar ao paciente.

O aparelho da unidade é um conjunto radiológico marca SHR modelo SH 500

F com variação de 100 a 500 mA, com mesa e mural bucky, cabine de disparo

baritada e toda a sala também é revestida de argamassa de barita, além de proteção

de chumbo nas portas, tornando assim a sala adequada para a realização dos

exames.

O serviço funciona com 03 técnicos em radiologia que se alternam em turnos

de 04 ou 06 horas conforme a escala ou dia da semana, ficando o serviço noturno a

cargo de sobreaviso, sendo necessário chama-se o técnico para a realização do

exame.

A unidade possui contrato de dosimetria e os dosímetros são em número

suficiente para todos os profissionais do setor (Figs. 24 e 25), além de todo efetivo

para radioproteção, como dito anteriormente com aventais plumbíferos, protetor de

tireóide, sala baritada, portas adequadas, contando não somente com avisos

externos, como internos para orientação dos usuários do serviço (Figs. 26 e 27).

Os filmes utilizados na unidade são os filmes:

18 x 24 cm

24 x 30 cm

30 x 40 cm

35 x 35 cm

35 x 42 cm

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Figura 24 – Relatório de dosimetria

Figura 26 – Radioproteção

Fonte: Elaborado pela autora

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 25 – Dosímetros termoluminescentes

Fonte: ProRad Consultores S/S Ltda / Dir. Admist. HMLJA

27

Figura 27 – Sinalização de segurança externa e interna

Fonte: Elaborado pela autora

Fonte: Elaborado pela autora

Não se pode deixar de mencionar neste tópico que fiquei conhecendo os

diversos tipos e tamanhos de chassis e a quais regiões e tipos de exames os

mesmos se destinam, ao mesmo tempo em que fui orientada do funcionamento e

acionamento da mesa e mural bucky, como se introduz o chassi na gaveta, como

centralizar o foco do aparelho e a colimação, além da importância do colimador visto

que o mesmo diminui a incidência da radiação emitida, diminuindo, portanto a carga

a qual o indivíduo será exposto.

Fiquei conhecendo também um modelo de aparelho de raios-x bastante

antigo, segundo o técnico do serviço o aparelho deveria ter mais de 25 anos, porém

ainda estava em funcionamento e operando perfeitamente, pois segundo o próprio o

equipamento havia passado por uma manutenção e trocado o foco em cone por um

28

colimador, viabilizando assim seu uso, é um aparelho portátil da marca SH, modelo

SH 30, com 30 mA, que quando se precisa ir em uma enfermaria com paciente

acamado sem condições de locomoção, no centro cirúrgico ou na unidade de pronto

socorro quando em caso de acidentes o mesmo é transportado e é realizado o

exame radiográfico, agilizando assim o atendimento (Fig. 28).

Figura 28 – Aparelho portátil de 30 mA

Fonte: Elaborado pela autora

Depois de conhecer todo o funcionamento da unidade comecei então o

estágio na prática, onde comecei com as anotações, com cálculos de potências,

sempre se orientando pela tabela existente no equipamento e posteriormente

fazendo as revelações na processadora automática na câmara escura, reposição de

filmes nos chassis, até que no terceiro dia no segundo campo de estágio iniciei a

realização de todo o procedimento de aplicação das técnicas radiológicas. Fui

autorizada à atender o paciente desde o início, foi quando recebi a solicitação,

anotei em livro próprio, posicionei o paciente, posicionei o equipamento, utilizei o

colimador para delimitar a área, fui para a câmara de disparo e realizei o disparo,

fazendo uma radiografia de mão em duas incidências (PA + Perfil), passei o filme

pelo passa chassis, recebi na câmara escura, retirei o filme do chassis, fiz a

revelação, repus o filme no chassi vazio, conferi a qualidade da revelação no

29

negatoscópio e finalmente dispensei o exame para o paciente. Todo o procedimento

foi feito sob supervisão direta do técnico responsável pelo serviço no momento (Figs.

28, 29, 30 e 31). .

Figura 28 – Realização da conduta e procedimento

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 29 – Realização da conduta e procedimento

Fonte: Elaborado pela autora

30

Figura 30 – Realização da conduta e procedimento

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 31 – Realização da conduta e procedimento

Fonte: Elaborado pela autora

31

Foi também realizado um ensaio com emissão de radiação ionizante em

diversos tipos de materiais para verificação de como a radiação penetra em

diferentes densidades, comprovando que a técnica radiológica a ser utilizada varia e

depende de que tipo de imagem se deseja produzir (Fig. 32).

Figura 32 – Ensaio com emissão de radiação em diferentes materiais

Fonte: Emilio José de Oliveira Queiroz – CRTR 5642T

Este ensaio realizado com o acompanhamento do supervisor de campo foi

bastante esclarecedor, pois foi verificado na prática como a radiação produz

imagens a partir de diferentes materiais com diferentes densidades, sendo utilizados

dois balonetes com água, tendo um balonete um ponto metal dentro para se

verificar, um cubo de madeira, um cubo de gesso, um tubo de plástico e uma lâmina

de bisturi (metal).

Foi notado que a técnica radiológica a ser utilizada vai depender do que se

deseja observar na imagem e que a nitidez varia de acordo com a densidade do

material a ser observado, além da espessura, sendo verificado o que é

radiopacidade e radiolucidez.

32

O supervisor de campo demonstrou também como produzir uma identificação

em uma radiografia sem o uso de marcadores de chumbo, algo extremamente

primário, mas com eficácia, pois se escrevendo em um pedaço de papel o que se

deseja identificar com caneta esferográfica comum e com tinta preta e se colocando

dentro do chassi na área em que será emitida a radiação ionizante, após a revelação

nota-se que a radiação passou pouco pela tinta da esferográfica, pois a mesma

segundo explicação do supervisor apresenta em sua composição chumbo para

fixação da pigmentação da cor no papel ficando então gravada na “chapa”,

identificando assim a radiografia sem o uso de marcadores de chumbo (Fig. 33).

Figura 33 – Identificação na radiografia com papel e caneta esferográfica preta

Fonte: Emilio José de Oliveira Queiroz – CRTR 5642T

O estágio demonstrou que onde não há técnicas de revelação digital como

em grandes hospitais ou grandes centros, os profissionais aprendem ou criam

técnicas que tornam o serviço eficiente dentro do que se propõe, pois em

determinados locais como o INSS, por exemplo, só são aceitas radiografias com

identificação impressa na “chapa”

33

3.3.1 Atividades realizadas no HMLJA

Data Horário

Entrada

Horário

Saída

Total de

horas

Atividades desenvolvidas

12/01/2015

07:00 h

13:00 h

06 horas

Conhecendo a unidade, o equipamento,

funcionamento da processadora, anotações,

reposição de filmes nos chassis, conhecendo

tipos de filmes, rotinas da unidade

13/01/2015

07:00 h

13:00 h

06 horas

Aprendendo a fazer limpeza no equipamento,

entendendo o funcionamento das gavetas,

mural e mesa bucky, anotações, revelando um

filme, ensaio com emissão de radiação em

diferentes tipos de materiais

14/01/2015

07:00 h

13:00 h

06 horas

Realizado o 1º exame sob supervisão, realizei

a recepção do paciente, posicionei, colimei o

aparelho, realizei o disparo, recebi o chassi,

revelei, entreguei ao paciente após conferir

qualidade da imagem, anotações

15/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Participando efetivamente da rotina da

unidade, realizando exames sob supervisão

(radiografias diversas)

16/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Avaliação do ambiente, assumindo rotina,

realizando exames diversos em diversas

incidências, limpeza e manutenção do

equipamento

19/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Elaborando rotina para exames de raios-x de

tórax, assumindo a unidade sob supervisão,

realizando exames diversos

20/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Acompanhando administração de rádio-

fármacos para exame contrastado

(uretrocistografia), revelação, entrega de

exames

21/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Realizando exames em aparelho portátil em

paciente acidentado na sala de emergência,

manipulação de equipamento, paciente e

orientação (sob supervisão)

22/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Assumindo a rotina, fazendo radiografias

diversas em várias incidências, feita

radiografia de seios da face com utilização de

cone de limitação de dose para melhorar a

imagem, revelações,

23/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Integração total com o ambiente, assimilação

da rotina, domínio parcial das técnicas,

segurança para realização de exames, limpeza

do equipamento, troca das químicas da

processadora após limpeza

34

3.3.2 Fotografias(2) do Estágio (HMLJA)

A seguir demonstrarei através de fotografias, parte do estágio em radiologia

convencional, onde conheci como se produz imagens radiográficas utilizando-se de

técnicas diversas, inclusive conhecendo um aparelho bastante antigo, algo que em

grandes centros provavelmente nenhum profissional da radiologia recém formado

viu ou irá ver.

____________________

(2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estágio

35

____________________

(2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estágio

36

____________________

(2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estágio

37

____________________

(2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estágio

38

____________________

(2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estágio

39

3.4 Desenvolvimento de rotina para radiografias de tórax

Durante o estágio, percebeu-se que depois das radiografias solicitadas por

traumas diversos foi constatado que o maior número de radiografias solicitadas

foram radiografias do tórax e por esse motivo descreveremos como rotina o

atendimento a este tipo de exame.

3.4.1 Rotina desenvolvida

Bezerra (2014) descreve como rotina de tórax a rotina ambulatorial, onde

“geralmente o paciente fica em posição ortostática e deambulando, em posição ereta

em perfil e PA e a rotina de paciente acamados ou sem locomoção como em

traumas, encontrando-se, portanto em dificuldade ou impossibilidade de movimentos

por exemplo, ficando geralmente em decúbito dorsal com o raio central tendo que

entrar anteriormente e saindo posteriormente (AP).

Segundo Prenda (2012) “o biotipo exige uma consideração especial na

radiografia de tórax, para posicionamento do chassis no bucky mural e/ou mesa”,

conforme demonstrado na figura 34

Figura 34 – Posicionamento do chassis

Fonte: Prenda, 2012.

40

Logo sabendo-se a posição do chassi no mural ou mesa bucky ou quando

feita a radiografia no leito ou cadeira, verificamos a instruções a serem passadas

para o paciente para uma melhor realização do exame(3):

Instrução para a respiração no momento do exame, visto que qualquer

movimento torácico ou pulmonar pode resultar em borramento da imagem;

Instrução para manter apnéia na hora do disparo.

Quanto à posição dos marcadores no filme:

Paciente em ortostática = numerador fica no canto superior direito.

Paciente sentado = numerador fica no canto lateral direito.

Paciente em decúbito = numerador fica no canto inferior direito.

Filmes utilizados:

Filmes do tamanho 35 x 43 para homens, 35 x 35 para mulheres e filmes 18 x 24

para crianças.

Destarte, sabendo-se os filmes, posições e rotina pré-estabelecidas, inicia-se

o atendimento ao usuário, onde se chegando à unidade de atendimendo, verifica-se

as solicitações existentes, confere-se os diferenciais do pedido como solicitação de

rotina, paciente internado, paciente com trauma, possibilidade de locomoção além

de fatores como idade ou patologia se for o caso.

Cumprida esta primeira etapa, dar-se-á inícios aos procedimentos de

realização dos exames solicitados, onde como exemplo citaremos na unidade que

quando estávamos por iniciar as atividades deparamo-nos com alguns pacientes de

rotina para fazer o exame dentre deles uma senhora idosa com dificuldade de

_____________________

(3) Adaptado de Bezerra (2014), artigo publicado no blog radiologia para estudantes

41

locomoção devido a sequela de AVC, onde a mesma foi selecionada como a

primeira a ser feito o exame, avisando aos demais usuários do serviço por qual

motivo a estávamos colocando como primeira paciente a ser realizado o

procedimento.

Em seguida anotando a solicitação em livro próprio, adentramos com a

paciente na sala de exames, orientando aos familiares que aguardassem do lado de

fora da sala durante a realização do exame conforme disposto nas normas de

radioproteção.

O exame teve que ser realizado com a paciente sentada em uma cadeira de

rodas, sem o uso do mural bucky visto que a paciente não se mantinha em ortostase

e sentia dores para ficar em decúbito dorsal na mesa bucky (Fig. 35).

Figura 35 – Posicionando a paciente e o RC para o exame

Fonte: Elaborado pela autora

Realizado o exame, foi feito então a etapa da revelação do filme radiográfico,

solicitando ao familiar que acompanhasse a paciente enquanto aguardavam a

revelação do filme para entrega do mesmo. Toda a etapa entre chamada, anotação,

realização do exame com revelação e entrega deve ter durado em torno de 16

42

minutos, ao término entregou-se o a radiografia para o acompanhante e foi feita a

orientação quanto à entrega do mesmo para o médico solicitando do exame.

Dando andamento ao atendimento, é chamado o paciente por ordem de

chegada conforme orientação da direção da unidade, excetuando-se situações de

emergência ou idosos conforme orienta o estatuto do idoso e crianças que choram

muito ou ficam desinquietas.

Todo o trabalho é realizado na seguinte ordem:

Chamada;

Anotação em livro próprio;

Escolha do filme adequado;

Identificação no filme;

Posicionamento do chassis no mural ou mesa bucky, observando-se a

conveniência do serviço e do paciente;

Orientações quanto à respiração, posicionamento, etc.

Escolha da técnica adequada e disparo;

Retirada do chassi da gaveta da mesa ou mural;

Colocação do material no passa chassis;

Retirada do chassis na câmara escura, inserindo o filme na processadora

automática;

Recarregamento do chassis;

Retira do filme da processadora;

Conferência da qualidade da imagem no negatoscópio;

Entrega e liberação do paciente;

Chamada do próximo paciente.

Em condições normais, com pacientes orientados, deambulando e

colaborativos, todo este procedimento dura em torno de 08 minutos.

Vale salientar para enriquecimento deste relatório que durante o expediente,

foi solicitado um exame radiológico de tórax de uma paciente que havia sofrido um

trauma por acidente automobilístico trazida pelo SAMU e que de pronto foi

comunicado aos demais pacientes que aguardavam para a realização de exames

43

radiológicos a situação, tendo que se ausentar da sala por algum tempo para a ida

ao pronto socorro para atendimento da referida paciente.

Transportou-se o aparelho de raios-x portátil até a unidade do PS onde se

deparou com uma paciente em uso de colar cervical, na maca da ambulância e com

todas as vestimentas, tornando o exame mais dificultoso, pois com a paciente

deitada, com roupas, utilizando colar cervical e na maca não podendo movimentar-

se é mais complicado a realização do exame, porém o médico exigia o exame

radiológico antes mesmo de o próprio ter realizado o exame físico adequado,

inclusive sem realizar as etapas do atendimento de emergência que prevê entre

outras coisas a exposição do paciente para avaliação de lesões existentes. porém

não havia o que se contestar com o médico e o exame foi realizado e que

posteriormente ao avaliar a imagem notou-se um que a paciente usava soutien com

metal o que poderia ter comprometido a avaliação da imagem (Fig. 36) . A situação

foi comunicada e explicada ao médico do plantão.

Figura 36 – Paciente com vestimentas, na maca e imagem comprometida

Fonte: Elaborado pela autora

Ademais durante o transcorrer do estágio, a rotina foi mantida dentro do que se

propôs e que era pré-estabelecido pela instituição.

44

3.5 Impressões sobre o Estágio no HMLJA

Durante o estágio do HMLJA pude perceber que os profissionais que

trabalham com as técnicas radiológicas na unidade (técnicos em radiologia) nem

sempre seguem as normas de radioproteção. Por vezes vi exames serem realizados

com a porta aberta e quando o aparelho portátil era transportado para a o PS ou

enfermarias os exames eram realizados sem a devida distância de segurança para

com os demais pacientes no local ou acompanhantes, chegando até mesmo a ver o

técnico realizar um desses exames sem a vestimenta plumbífera, vestimenta essa

que inclusive quando se necessitava de acompanhante para a realização de algum

procedimento na sala de exames, jamais foi oferecido para o acompanhante ou

dada alguma orientação para o mesmo sobre os riscos da radiação e a

radioproteção.

No HMLJA, como no CEO não existe a figura do SATR, ficando o diretor

médico como supervisor da unidade, o que contraria a Lei 7.394 que normatiza que a

supervisão de aplicação das técnicas radiológicas é de competência do técnico e do

tecnólogo em radiologia e a Lei 12.842/13 (Lei do Ato Médico) em seu artigo 4º,

parágrafo único que diz “§ 7o O disposto neste artigo será aplicado de forma que

sejam resguardadas as competências próprias das profissões de [...] técnico e

tecnólogo de radiologia.”, não existindo também um programa de proteção

radiológica, uma avaliação periódico do aparelho existente na unidade, além de não

existir no local uma cópia impressa da Portaria 453/98 da ANVISA como a mesma

institui, não deixando acesso nem para os demais profissionais do hospital, como

para os pacientes e usuários do serviço de tais informações sobre o que vem a ser

um exame que se utiliza radiação ionizante (raios-x) ou o que vem a ser

radioproteção.

Não há um gerenciamento efetivo, não há controle de qualidade, perdem-se

muitas radiografias por erro de posicionamento (Fig. 37), expondo

desnecessariamente o paciente realizando novo exame.

A identificação do filme sempre é colocada no canto direito superior

independentemente se o paciente estiver em pé, sentado ou deitado onde na figura

45

38 nota-se que o paciente por estar deitado, inclinou a cabeça, prejudicando a

imagem, além de estar identificado no canto superior direito como se estivesse de pé,

tornando necessária a realização de novo exame.

Figura 37 – Radiografia perdida por erro de posicionamento

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 38 – Radiografia perdida por erro de posicionamento e identificada errôneamente

Fonte: Elaborado pela autora

Paciente não centralizado no

mural (imagem “cortada”).

46

Por fim, conforme visto na figura 39, os exames de um modo geral chegam às

mãos dos técnicos em radiologia da unidade incompletos, pois quase nunca as

solicitações vêm corretamente preenchidas, ou seja, o médico apenas solicita o

exame indicando a área a ser radiografa, mas não especifica as incidências que o

mesmo deseja, dando margens inclusive para exames incompletos, pois se o

técnico desejar o mesmo realiza o exame em apenas uma incidência, visto que a

solicitação está incompleta.

Figura 39 – Solicitação sem especificação de incidência desejada

Fonte: Unidade de radiologia do HMLJA

De um modo geral, apesar de o estágio ter sido considerado satisfatório, a

unidade em si mostra-se bastante defasada principalmente no quesito

radioproteção. Conta a favor o fato de a unidade contar com programa de controle

de radiação recebido pelos técnicos da unidade através de dosimetria além da

unidade estar com sinalização de segurança interna e externamente na sala de

exames. Peca por não seguir a legislação pertinente ou nomear pessoas

responsáveis legalmente pela unidade na divisão de vigilância sanitária ou junto ao

CRTR.

Ausência da incidência desejada

47

4 ANÁLISE TÉCNICA SOBRE O CAMPO DE ESTÁGIO

Como já pontuado nos capítulos anteriores, a Secretaria Municipal de Saúde

de Correntina em suas unidades de radiodiagnóstico pouco tem feito no sentido de

se atingir um projeto de radioproteção adequada.

Os profissionais das técnicas radiológicas alegam que “têm chefe demais”,

pois enfermeiros, médicos, o secretário de saúde além de outros profissionais como

odontólogos e fisioterapeutas interferem nos procedimentos e se sentem “chefes” do

serviço, incumbindo os profissionais com solicitações desnecessárias e mal

solicitadas ou solicitadas inadequadamente, tornando o serviço quase que acéfalo,

pois não há responsável técnico, não há supervisão de aplicação das técnicas

radiológicas, não há protocolos de proteção e os próprios profissionais da área não

trabalham com o princípio da otimização da exposição de radiação ionizante.

As radiações ionizantes são utilizadas em diversas áreas da medicina, como tal a sua utilização deve ser feita de maneira correta, para que os benefícios possam ser produzidos em detrimento dos danos que estas possam causar, ao paciente e ao meio ambiente. A radiologia diagnóstica constitui uma poderosa ferramenta utilizada pela medicina. Neste contexto, a adoção de uma cultura de proteção radiológica e de garantia da qualidade deve ser uma tônica, na atual tendência, de oferecer aos usuários dos serviços transparência no que diz respeito a segurança e eficácia dos exames radiológicos. (MACEDO e RODRIGUES (2009), apud SECCA e BRASIL).

Macedo e Rodrigues (2009) explicitam que um programa de controle de

qualidade em radiologia (PCQ) analisa e avalia as doses de radiação por área,

medição das doses individuais dos indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE),

calibração dos equipamentos, teste de fuga de cabeçote, testes de constância e

quantificação de películas inutilizadas, considera-se que as unidades, tanto de

radiologia odontológica, quanto a de radiologia convencional efetivamente estão

muito aquém do que pode determinar como controle de qualidade em radiologia,

tornando a situação da unidade considerada do ponto de vista técnico como grave,

visto que radiação ionizante vai muito além de “dar disparos e revelar filmes”.

48

A impressão que foi passada durante o estágio é a de que nas unidades do

campo de estágio o exame de raios-x é considerado meramente somente “mais um

exame complementar”, não havendo por parte das pessoas responsáveis a

preocupação de se aplicar o que diz a legislação relacionada.

Nas unidades de radiologia odontológica o descarte dos resíduos não é feito

adequadamente, na unidade de radiologia convencional o armazenamento não é

feito de forma correta, armazenando-se os filmes inutilizados e os químicos em

ambiente impróprio (um “cantinho” na sala de revelação), onde se aguarda por

tempo indeterminado que uma empresa que recolhe e processa esse material venha

buscá-lo e depois de a empresa recolher tais produtos a secretaria de saúde não

sabe que destino é dado para os mesmos.

Do ponto de vista técnico muito há o que se fazer para melhorar a situação

em que se encontram as unidades que serviram para campo de estágio, acreditando

que com interesse e boa vontade por parte dos gestores na área da saúde local há

como reverter a atual situação, desde que se respeitando a legislação vigente e

adequando o funcionamento das unidades, dando treinamentos e capacitações para

os profissionais que não são da área da radiologia e orientando e capacitando os

demais profissionais da unidade, inclusive os profissionais das técnicas radiológicas,

afinal utilizando-se de raios x nos procedimentos em radiodiagnóstico para se

alcançar o intento desejado, há que se ter em mente que é o paciente que obtém o

benefício do exame, devendo para tanto utilizar-se de todos os meios de

radioproteção, inclusive para os IOE para que as doses sejam tão baixas quanto

razoavelmente praticáveis. (OLIVEIRA, 2014).

Acredito que os profissionais das técnicas radiológicas da unidade têm

capacidade e conhecimento para tal mudança, afinal são profissionais com

especialidade em radiodiagnóstico, o que parece faltar na unidade é reconhecimento

e valorização profissional, assim como a aplicação correta das normas e legislações

vigentes sobre o assunto.

49

5 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E TEÓRICA

Em uma tarde, na Universidade de Wurzburg, na Alemanha, deu-se início à

história da radiologia, mais exatamente no dia 08 de novembro de 1895, quando o

físico W. C. Roentgen, fazia suas pesquisas em um tubo de raios catódicos,

invenção do inglês W. Crookes. Roentgen conseguiu então projetar a imagem dos

ossos de sua mão em uma tela. Fascinado, mas ainda confuso Roentgen decidiu

chamar sua descoberta de Raios-X - símbolo usado em ciência para designar o

desconhecido. (ARRUDA, 1996).

Desde então, métodos muito além da chamada radiologia convencional foram

desenvolvidos valendo-se de radiações ionizantes, mas que jamais tirarão o mérito

do cientista Roentgen.

O tema por si só já é bastante interessante, porém atentaremos para os

conceitos inerentes a uma das profissões que adentram o fascinante mundo da

radiologia, o tecnólogo em radiologia, profissão regulamentada por lei, reconhecida

como graduação em nível superior e que conta com valorosos profissionais.

Baseando-se na Lei 7.394/85 que regula sobre os profissionais das técnicas

radiológicas, o CONTER em seu código de ética dirigido aos profissionais por ele

abrangidos enuncia os fundamentos e condutas necessárias para a prática das

profissões de Tecnólogo em Radiologia, relacionando seus direitos e deveres aos

profissionais inscritos no sistema CONTER/CRTR, apontando que para o exercício

da profissão impõe-se a inscrição do mesmo no CRTR da respectiva jurisdição ao

mesmo tempo em que o referido profissional conta como objeto da sua profissão

entre outras atribuições o de radiologia no setor de diagnóstico médico.

Porém, no Brasil, existem outras leis que disciplinam a utilização da radiação

ionizante, fazendo-se necessário então a normatização de atividades que dela

fazem uso, como a Portaria 453/98 da ANVISA que “Aprova o Regulamento Técnico

que estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico

médico e odontológico, dispõe sobre o uso dos raios -x diagnósticos em todo

território nacional e dá outras providências”.

50

Ainda sobre o tema radiação ionizante e radioproteção dispomos ainda da

Portaria GM 485, de 11 de novembro de 2005 e Portaria GM 939 de 18 de novembro

de 2008, que formam a NR 32 que trata sobre segurança e saúde no trabalho em

serviços de saúde no capítulo 32.4 – Das Radiações Ionizantes, onde há o seguinte

texto:

32.4.1 O atendimento das exigências desta NR, com relação às radiações ionizantes, não desobriga o empregador de observar as disposições estabelecidas pelas normas específicas da CNEN e da ANVISA, além do MS.

32.4.2. É obrigatório manter no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho o plano de proteção radiológica – PPR, aprovado pela CNEN, e para os serviços de radiodiagnóstico aprovado pela vigilância sanitária. (BRASIL, 2005).

Portanto, pode ser perceber que a radiologia é mais do que uma simples

profissão que “produzirão imagens” para diagnóstico médico, por isso então a

capacitação cada vez maior dos profissionais que dela farão uso, criando-se então a

figura do Tecnólogo em Radiologia, profissional de nível superior, com formação

técnico-científica além do técnico em radiologia, profissional que até bem pouco

tempo era praticamente o único responsável nesta área pela produção de imagens.

Para Dimenstein e Netto (2002) os raios X têm seu uso em radiologia voltado

para fins diagnósticos, assim como a radioterapia para o tratamento de certas

doenças e por isso a importância de que a correta manipulação dos aparelhos e

equipamentos utilizados seja uma constante preocupação por parte do profissional

que o utiliza.

Evidencia-se então a importância da melhor capacitação dos profissionais que

manipularão estes equipamentos, afinal sabemos que mais de um século após sua

descoberta por Roentgen, “os raios X ainda ocupam lugar de destaque no arsenal

de diagnóstico por imagens”. (DIMESTEIN e NETTO, 2002).

51

É aí então que entra o profissional Tecnólogo em Radiologia, ele tem uma

formação superior em carga horária e conhecimento teórico-técnico-científico ao

profissional de nível médio, profissional mais capacitado para dentro da sala de

exames ter total autonomia para realizar o procedimento, responsável pela proteção

radiológica de todos os presentes durante o procedimento (CADU, 2011).

Porém todo cuidado se faz necessário, por isso a necessidade de se conduzir

todo o procedimento de forma correta, respeitando as normas de radioproteção e as

técnicas radiológicas, além do princípio da justificação da dose e é neste ponto que

entra na formação profissional o estágio curricular, pois é onde o estudante entrará

em contato com situações reais, com o inesperado, com a emergência, com

situações que nem sempre a princípio estão sob nosso controle, fugindo de tudo

aquilo que se vê em sala de aula, em livros ou laboratórios.

Passerini (2007, p. 30) descreve o estágio curricular como:

[...] Estágio Curricular Supervisionado [é] aquele em que o futuro profissional toma o campo de atuação como objeto de estudo, de investigação, de análise e de interpretação crítica, embasando-se no que é estudado nas disciplinas do curso, indo além do chamado Estágio Profissional, aquele que busca inserir o futuro profissional no campo de trabalho de modo que este treine as rotinas de atuação. (PASSERINI, 2007, p. 30).

Daí a importância do estágio curricular na formação do futuro profissional para

a sua inserção no mercado de trabalho, pois ao final do curso o mesmo poderá

executar gerenciar e supervisionar os serviços e procedimentos radiológicos,

atuando conforme as normas de biossegurança e radioproteção em clínicas de

radiodiagnóstico, hospitais, policlínicas, laboratórios, indústria, fabricantes

(comércio) e distribuidores de equipamentos hospitalares. Possuirá habilidades

técnicas e conhecimentos de gestão, interagindo com a equipe médica e técnica.

(UNIP, 2005).

52

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final deste primeiro estágio curricular obrigatório percebi a importância da

profissão de Tecnólogo em Radiologia, pois compreendi que se trata de um

profissional com autonomia para a utilização de técnicas radiológicas que envolvem

o uso de radiações ionizantes em seres humanos que servirão como base para um

diagnóstico médico, algo primordial para o tratamento de diversas patologias.

Consegui compreender a importância do uso da radiação ionizante para o

benefício da coletividade indo muito além do que se lê em livros e se assiste em sala

de aula, complementando, portanto toda a teoria vista em estudos e laboratórios.

Claro que não pude deixar de notar que a radiologia vai muito além de

“apertar botões” como muitos podem pensar e que quando se trata de radiologia

existem regras, métodos e técnicas radiológicas, incluindo-se aí a radioproteção,

que determinam o conjunto de normas que fazem o uso de tais radiações muito mais

seguro para os seres humanos e o meio ambiente.

Estagiando, vivenciei na prática situações que encontrarei como profissional

da radiologia, deparei-me com métodos que só conhecia na teoria e aprendi como é

o funcionamento de um serviço de radiologia na prática, “in loco”, mesmo que o de

radiologia convencional, que foi o primeiro método de utilização da radiologia para

diagnóstico médico. Encontrei um local para estágio que contava também com um

aparelho bastante antigo, algo que muito poucos profissionais recém saídos das

faculdades irão encontrar ou ver a não ser em museus e vi como era o trabalho

desses profissionais antigamente, indo desde o uso de um aparelho analógico até o

uso de revelação manual para manipulação e revelação das películas radiográficas

utilizadas para a produção de imagem.

Conheci e compreendi o uso das técnicas radiológicas para a visualização de

diferentes materiais com diferentes densidades, compreendendo então que para o

que se pretende visualizar utiliza-se a técnica adequada.

Compreendi também para que serve a radioproteção e a sua importância e

como um primeiro passo na minha formação acadêmica, este estágio

supervisionado foi deveras enriquecedor, tornando a minha caminhada muito mais

53

promissora, florescendo em mim a vontade então de ir cada vez mais longe na

profissão.

Desenvolvendo várias atividades sob supervisão de um profissional da área e

empenhado em passar adiante seus conhecimentos, vivenciei o dia a dia do

profissional da radiologia medica, onde desenvolvi experiência para poder atuar na

área e me tornar uma profissional da profissão que escolhi.

Alcancei em meu entendimento ao término do estágio que esta etapa

concluída contribuiu para minha compreensão sobre os deveres, os direitos e as

responsabilidades que incumbem aos profissionais das técnicas radiológicas,

acreditando ter alcançado meu intento que era de adquirir conhecimento prática da

profissão, o que é a intenção maior do estágio supervisionado.

Claro que encontrei obstáculos, tive dificuldades, mas eles estão no caminho

para serem transpostos, pois para se alcançar o sucesso profissional há que se ter

muito mais do que todo o conhecimento adquirido em livros, tem que se

experimentar, viver na prática, há que se “meter a mão na massa” e ir além do

saber, pois o bom profissional sabe o que tem para se fazer, tem conhecimento para

fazê-lo.

Por fim, mesmo encontrando um serviço de radiologia sem a normatização

adequada a unidade do campo de estágio mostrou-se bastante valorosa, pois os

profissionais que laboram nesta área vêem se às voltas com profissionais

despreparados para trabalhar em equipe, mas que como em qualquer ambiente ou

situação encontrada com a capacitação adequada toda situação adversa pode ser

sanada e espero que isso aconteça na unidade onde completei meu primeiro

estágio.

Guardarei profundo carinho por todos ao mesmo tempo em que agradeço

essa experiência tão valorosa e que muito contribuiu para o meu engrandecimento

não só como estudante ou futura profissional das técnicas radiológicas, mas

enriqueceu-me como ser humano.

54

REFERÊNCIAS

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atualizada pelas bibliotecárias Alice Horiuchi e Bruna Orgler Schiavi. – 2012.

57

ANEXOS

Anexo I – Declaração de Curso em Segurança do Trabalho

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Anexo II – Vista Ilustrada do aparelho de raios-X utilizado no estágio

59

Anexo III – Layout da sala de exames radiológicos

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Anexo IV – Aparelho radiografia odontológica

61

Anexo V – Relatório de Dosimetria

62

Anexo VI – Esquema da processadora

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APÊNDICES

Apêndice I – Protetor de tireóide

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Apêndice II – Caixa de armazenamento dos dosímetros

65

Apêndice III – Fotografias

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Apêndice IV - Fotografias