caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

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BR99B0317 HELENA HIDEKO SEGUCHI KAZIYAMA CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA, RADIOGRAFICA E CINTILOGRÁFICA DA OSTEOARTROSE TRAPEZIOMETACARPIANA Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do títulu de Mestre em Medicina. Area de concentração: Reumatologia SAO PAULO 1996 30-12

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Page 1: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

B R 9 9 B 0 3 1 7

HELENA HIDEKO SEGUCHI KAZIYAMA

CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA, RADIOGRAFICA E

CINTILOGRÁFICA DA OSTEOARTROSE

TRAPEZIOMETACARPIANA

Dissertação apresentada à Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo para obtenção dotítulu de Mestre em Medicina.

Area de concentração: Reumatologia

SAO PAULO1996

3 0 - 1 2

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Page 3: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

HELENA HIDEKO SEGUCHI KAZIYAMA

CARACTERIZAÇÃO CLINICA; RADIOGRAFICA ECINTILOGRÁFICA DA OSTEOARTROSE

TRAPEZIOMETACARP1ANA

Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina daUniversidade de São Paulo para obtenção do título deMestre em Medicina.

Área de concentração : Reumatologia

Orientadora: Prof. Dra. Linamara Rizzo Battistella

São Paulo

1996 /LO*

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Page 4: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela'Biblioteca daFaculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Kaziyama, Helena Hideko SeguchiCaraclerização clinica, radiográfica e cintilográfica da osteoartrose

trapeziometacarpiana / Helena Hideko Seguchi Kaziyama. -- São Paulo,1996.

Dissertação(mesirado)--Faculdade de Medicina da Universidade de SãoPaulo. Departamento de Clinica Médica.

Área de concentração: Reumatologia.Orientador: Linaroara Rizzo Battistella.

Descritores: 1.CARTILAGEM ARTlCULAR/patologiaLOSTEOARTRITE/radiografia S.OSTEOARTRITE/cintilografia 4.PÓS-MENOPAUSA/metabolismo 5.FATORES DE RISCO 6.OSSO DO CARPO/patologia 7.M0DALIDADES DE MOVIMENTO

USP/FM/SBD-158/96

IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO :

Page 5: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Ao

Prof. Dr. Wilson Cosermelli, titular da Disciplina de Reumatologia e Chefe doDepartamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de São Paulo,exemplo de competência e profissionalismo, pela oportunidade que me foiproporcionado para a relização deste trabalho, meus profunde^agradecimentos.

Dra Satiko Tomikawa Imamura, Diretora do Serviço de Medicina Física eReabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo,grande profissional, dedicada e competente, pelo estímulo e orientação na vidaprofissional, meus sinceros agradecimentos.

Page 6: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Aos meus pais

Ao meu marido Hironobu

minha filha Vivian

pela ausência.

Page 7: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Agradecimentos

À Prof. Dra. Linamara Rizzo Battistella pela orientação e pelo incentivo constante.

Ao Prof. Dr. Manoel Jacobsen Teixeira e Prof. Dra. Elda Hirose Pastor pelaamizade sincera , estímulo e apoio indispensável na realização deste trabalho.

À Dra. Tomoco Watanabe médica assistente do Centro de Medicina Nuclear doHospital das Clinicas da Universidade de São Paulo pela realização dos examescintilográficos.

Ao Dr. Luiz Vitule, pela realização dos estudos radiográficos.

Ao Dr. José Brenha Ribeiro pela execução e interpretação dos exameseletroneuromiográficos.

Ao Prof. Associado da Medicina Preventiva Clóvis Takiguti pela realização dosestudos estatísticos.

à Dra. Maria Cristina Horta Vilar e Carlos Augusto Câmara pela tabulação doscadastros dos pacientes

Ao Dr.Ricardo Fuller e a todos aqueles que participaram direta ou indiretamentedeste trabalho .

Page 8: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

ÍNDICE

Lista de abreviaturas

Lista de figuras

Lista de quadros

Lista de tabelas

Resumo

Summary

1. INTRODUÇÃO 01

2. OBJETIVOS 04

3. REVISÃO 05

4. CASUÍSTICA E MÉTODO 06

5. RESULTADOS .' 57

6. DISCUSSÃO 65

7. CONCLUSÕES 77

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79

9. ANEXOS

Page 9: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

LISTAS DE ABREVIATURAS

OA - osteoartrose

OATM -OA articulação trapeziometacarpiana

OAN-OA nodal

OANE - OA nodal erosiva

IFD - interfalangena distai

IFP - -interfalangeana proximal

CMC- carpometacarpiana

TM- trapeziometacarpiana

APL -abductor pollicis longas

APB- abductor pollicis brevis

EPL- extensor pollicis longus

EPB - extensor pollicis brevis

FPL- flexor pollicis longus

ADD -adductor pollicis

OPP -oponnens pollicis

I - interossei

AP-anteroposterior

APP- anteroposterior pronado

Page 10: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

AP - adução palmar

AU - adução ulnar

AD - adução dorsal

AR - adução radial

A - aposição

R - retroposição

Al - índice articular

EVA - escala visual analógica

g.l. - grau de liberdade

fig.- figura

Page 11: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação de OA

Quadro 2: Critério diagnóstico de Altman

Quadro 3: Escala de gravidade dos achados radiológicos de casos de OA

segundo Kellgren; Lawrence (1957).

Page 12: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Relação de doentes com OATM, segundo o número de ordem,número do registro geral do Hospital das Clínicas da Faculdade deMedicina da Universidade de São Paulo, idade (em anos), sexo,ocorrência de menopausa, dominância funcional da mão eatividade ocupacional.

Tabela 2. Número de ordem, mão afetada, escala visual analógica, valor dapressão necessária (kg/cm2) para gerar dor com o dolorímetro naarticulação sintomática dos doentes com OATM.

Tabela 3. Distribuição dos pacientes com OATM segundo a atividade ocupacionalprincipal declarada.

Tabela 4. Distribuição da positividade do teste de Grind nas mãos sintomáticasdireitas e esquerdas.

Tabela 5. Distribuição das alterações radiográftcas das mãos sintomáticas deacordo com a classificação de EATON ; LITTLER (1973).

Tabela 6. Distribuição da ocorrência das alterações radiográficas da regiãotrapeziometacarpiana na mão sintomática direita e esquerda dospacientes com OATM.

Tabela 7. Distribuição da ocorrência das alterações cintilográficas nas mãossintomáticas direitas e esquerdas.

Tabela 8. Distribuição da positividade (ou negatividade) do teste de Grind eanormalidades radiográficas.

Tabela 9. Distribuição dos resultados do teste de Grind em relação àsanormalidades da cintilografia nas mãos sintomáticas.

Tabela 10. Distribuição da ocorrência ou não de alterações radiográficas ecintilográficas nas mãos sintomáticas.

B i b l i o t e c a C •• ,-. Í i à I

Page 13: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

RESUMO

A osteoartrose trapeziometacarpiana ocorre predominantemente

em mulheres no período da menopausa. Relaciona-se às atividades manuais e é

freqüentemente bilateral. Instala-se insidiosamente e tem evolução lenta e

progressiva. Caracteriza-se por diminuição de força e dor na base do polegar

que limita a função da mão.

O diagnóstico é clínico. A manobra de compressão axial-

rotacional da articulação trapeziometacarpiana é um achado freqüente.

Observa-se alterações típicas da osteoartrose ao estudo radiológico. A

cintilografía tem um valor preditivo. A realização do diagnóstico precoce

visando à eliminação dos possíveis fatores de risco pode prevenir a

incapacidade funcional da mão.

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SUMMARY

Trapeziometacarpal osteoarthritis occurs mainly in women during

the menopausal period. It is related to manual activities and is usually bilateral.

The onset is insidius and the evolution is slow and progressive. It is

characterized by reduction of strength and pain in the basis of the thumb

resulting in limitation of the use and function of the hand.

The diagnosis of this condition is based on the physical

examination. The manouver of compression axial-rotation of the

trapeziometacarpal joint is a common positive finding. Tipical findings of

osteoarthritis are present in the radiological studies. Scintigraphic images have

a preditive value. The early diagnosis is important to avoid the risk factors and

to prevent disabilities of the hand.

Page 15: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

INTRODUÇÃO

Page 16: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

1. INTRODUÇÃO

A osteoartrose (OA) é a enfermidade mais comum do âmbito

reumatológico.

Atinge particularmente os adultos de ambos os sexos, sem

predileção racial. Há maior prevalência após a quinta década, no sexo

feminino e na idade da menopausa. Nas últimas décadas, o número de

indivíduos de faixas etárias mais avançadas tem aumentado

consideravelmente e, em igual proporção, os casos de OA.

Page 17: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Admite-se que a OA pode ser o produto da combinação de vários

fatores de risco incluindo a idade, lesões mecânicas, constituição,

hereditariedade e inflamação.

A OA é clinicamente heterogênea, com etiologia múltipla

apresentando características patológicas e radiológicas constantes. A

incidência de fatores de risco é diferente para cada articulação.

A OA da articulação trapeziometacarpiana (TM) apresenta

particular importância, uma vez que compromete a capacidade funcional do

polegar, dedo do qual depende grande parte da eficiência da mão. O

movimento especializado de oposição realizado entre o polegar e outros

dedos é um dos mais importantes para a função da mão. Apesar da

importância funcional da articulação TM e da freqüência com que ela é

acometida na OA, são raros os trabalhos que concentram a atenção para esta

entidade, particularmente no que diz respeito aos critérios para caracterização

precoce da OA do polegar. Poucos trabalhos clínicos geralmente enfatizando

o suporte físico ou medicamentoso, em contrapartida aos estudos referentes a

técnicas e resultados de procedimentos cirúrgicos sobre OA das máos, foram

publicados.

Isto demonstra que a atenção dispensada à OATM é geralmente

tardia, provavelmente pela falta de critérios diagnósticos nas fases iniciais da

afecção, resultando na perda da oportunidade de prevenção da lesão

incapacitante e do tratamento conservador. Estes argumentos, justificam a

realização de um trabalho sobre a caracterização dos aspectos clínicos e

Ir-, c " - - ' . . ,

Page 18: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

sobre o valor dos exames complementares visando ao estabelecimento do

diagnóstico da OA da articulação TM.

Page 19: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

OBJETIVOS

Page 20: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

2. OBJETIVOS

Avaliar, em um ambulatório especializado de doenças

degenerativas e osteoarticulares, doentes com dor nas mãos e a freqüência

da OATM.

Verificar a correlação entre a ocorrência de dor, presença de

deformidade articular, manobras para desencadeamento de sintomas e

ocorrência de anormalidades neurofisiológicas, radiológicas e cintilográficas

em doentes com OATM.

Organizar um protocolo de avaliação visando ao diagnóstico da

OATM.

Page 21: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

REVISÃO

Page 22: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

3. REVISÃO

A OA era conceituada como uma doença articular relacionada com

o envelhecimento e que atingia as articulações diartrodiais, levando à

destruição da cartilagem, espessamento e remodelação do osso subcondral,

formação de osteófitos marginais e de cistos ósseos (HOWELL, 1975).

Atualmente, considera-se ser resultante de um complexo de processos

interativos de degradação e reparação da cartilagem, ossos e membrana

sinovial, no qual há participação de componentes secundários da inflamação

(HOWELL; PELLETIER, 1992).

Vários estudos epidemiológicos mostram aumento da ocorrência de

OA com a idade. Nos indivíduos provavelmente sintomáticos com alterações

Page 23: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

radiológicas moderadas a graves o aumento de OA com o progredir da idade

é exponencial. Há diferenças clínico-radiológicas entre a cartilagem artrósica

e a senescente. Mesmo nos indivíduos com OA clínica, o aumento da idade

não necessariamente acarreta aumento da dor ou da incapacidade

(LAWRENCE et ai., 1966). Estudos epidemiológicos demonstram que nos

Estados Unidos da América (EUA) a OA atinge um quarto da população:

aproximadamente 5% dos indivíduos acometidos estão afastados do trabalho

(LAWRENCE, 1977; PEYRON, 1981; PEYRON, ALTMAN, 1992). Estes

dados são comparáveis aos da doença cardíaca como causa de

incapacidade. No Brasil, dados obtidos junto ao Instituto Nacional de

Previdência Social demonstram que a OA (primária e/ou secundária) ocupa o

terceiro lugar entre as razões dos benefícios pagos por esse órgão

previdenciário, sendo só superada pelos gastos com as doenças mentais e

cardiovasculares (CRUZ, 1981).

3.1. CLASSIFICAÇÃO DA OA

A OA não é uma doença simples. Obedece um padrão clínico

estereotipado. Representa a via final comum de numerosas condições clínicas

de causas diversas ( MANKIN, 1993).

Quanto à etiologia, MANKIN et. ai. (1986) classificaram a OA como

primária ou idiopática quando não havia fator causal definido e como

Page 24: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

secundária quando associada a fator causai bem determinado ( traumático,

congênito, metabólico, endócrino e outros) (Quadro 1).

Quadro 1 - Classificação de OA*.

I . PRIMÁRIA OU IDIOPÁTICA

A. localizada

Lmãos ( nódulos de Heberden, Bouchard, OA erosiva)

2.pés ( hállux valgo, hállux rígido)

3joelhos (articulação da fêmoro-patelar, compartimento medial e lateral)

4.quadril ( excêntrico, concêntrico, difuso)

õ.coluna vertebral (doença apofisária, articulações intervertebrais, espondilose,

hiperostose esquelética difusa idiopática).

6.Outros locais

B. generalizada.

I I . SECUNDÁRIA

A. traumática (aguda, crônica)

B. congênita:

1.doença localizada (doença de Perthes, displasia femoral congênita do

quadril, deslocamento episifisário).

2.fatores mecânicos

3.displasia óssea (displasia epifisária múltipla, espondiloepifisário)

C. metabólica (ocronose, doença do dihidropirofosfato de cálcio)

D. endócrína (acromegalia, obesidade, diabetes)

E. outras doenças ósseas ou articulares ( osteonecrose, infecção, artropatia de

Charcot, artrite reumatóide e gota).

F. doença de etiologia obscura. (doença de Kashin-Bech, doença de

Meseleni).

•(MANKINetal., 1986)

Page 25: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Quanto à localização, a OA pode ser generalizada ou localizada.

O conceito de OA generalizada é controverso. Considera-se como

OA generalizada aquela que atinge pelo menos três articulações ou grupo de

pequenas articulações (MANKIN et ai., 1993). A OA generalizada foi descrita

pela primeira vez por KELLGREN; MOORE em 1952. Estes autores

observaram que dentre 129 doentes com OA das mãos e com nódulos de

Heberden, 64 tinham OA de joelhos, 57 OA da coluna vertebral e 36 OA do

quadril. A maioria era constituída por mulheres de meia idade, que referiam

início agudo dos sintomas freqüentemente acompanhados de inflamação

articular.

3.2. OA LOCALIZADA DAS MÃOS

A OA das mãos acomete com grande freqüência as articulações

interfalangeanas distais (IFD) e as interfalangeanas proximais (IFP)

(KELLGREN; MOORE, 1952). Na OA da IFD e da IFP, ocorrem excrescências

ósseas de fácil identificação na região dorsolateral das falanges,

denominadas de nódulos de Heberden quando presentes na IFD e de

Bouchard quando na IFP (Fig. 1).

Page 26: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Fig. 1. Fotografia de doente com OATM e nódulos de Hcberden.

A OA das mãos que cursa com nódulos é denominada OA nodal

(OAN). A apresentação da OAN, tem nítida conotação hereditária e é

transmitida por um gene autossômico dominante no sexo feminino (STECHER

et ai., 1993). Em alguns casos de OAN, há processo inflamatório persistente

que acarreta grave comprometimento articular. Esta apresentação de OA é

denominada OA nodal erosiva (OANE) ou, simplesmente, OA erosiva.

A OA erosiva é considerada um subgrupo da OA generalizada

(CRAIN, 1961) que compromete caracteristicamente as mãos de mulheres de

meia-idade. O início pode ser agudo e o curso subseqüente pontuado por

episódios de reacutização com dor, edema e eritema, afetando tanto as

articulações IFD como as IFP. O curso clínico tende a ser agressivo e

prolongado. O diagnóstico clínico é confirmado pela radiografia e depende da

presença da erosão da superfície articular (Fig. 2). Em um estudo recente

envolvendo 500 pacientes com OA articular periférica sintomática, foram

identificados 24 casos de OA erosiva pelo critério radiográfico (COBBY, et ai.,

Page 27: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

10

1990). Na OA erosiva, a função da mão é comprometida principalmente pelo

envolvimento da articulação IFP (50%) mais do que pela articulação IFD distai

(PELLEGRINI, 1992).

A articulação da IFD do indicador é particularmente acometida.

Porém a OAN pode comprometer todas as articulações de ambas as mãos

(AUNE, 1955).

Fig. 2. Radiografia da mâo de um doente com OA erosiva da mão: erosões subcondrais com perdado contorno cortical ósseo.

O Subcomite do Colégio Americano de Reumatologia em OA criou

um critério para o diagnóstico da OA sintomática da mão, quadril e joelho útil

Page 28: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

11

para a avaliação clínica dos pacientes (ALTMAN, 1991) (Quadro 2). Este

critério, entretanto, não.foi testado adequadamente. Estudos sugerem que

apresenta pouca sensibilidade que pode resultar em prevalência

extremamente baixa da OA (SPECTOR et ai., 1991).

Quadro 2. Critérios diagnósticos de ALTMAN (1991)para a OA sintomática da mão.

1. Dor, sensação dolorosa ou rigidez na maioria dos dias do mês anterior

e

2. Alargamento ósseo de 2 ou mais articulações das 10 previamente

selecionadas (*)

e

3. Edema em até 2 articulações metacarpofalangeana

e

4. Alargamento ósseo envolvendo pelo menos 1 articulação IFD

ou

5. Deformidade em 1 ou mais articulações previamente selecionadas (*)

segunda e terceira IFD

segunda e terceira IFP

primeira carpometacarpiana de ambas as mãos

Obs.: A segunda e terceira IFD podem ser contados no item 2 e 4.

O critério mínimo para a dassaficaçâo da OA da mão é a presença

dos itens: 1, 2, 3, 4 ou 1, 2, 3, 5.

3.3 EPIDEMIOLOGIA DA OA DAS MÃOS

As doenças musculoesqueléticas constituem a causa mais

freqüente de dor e incapacidade dos membros superiores. Em 1986, nos EUA,

aproximadamente 17 milhões de pessoas referiram dor nos membros

Page 29: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

12

superiores devida a diferentes lesões. Destes, em 15 milhões a dor foi devida

à sinovite não artrítica, em 4,3 milhões à bursite ou tenossinovite e, em 3,23

milhões, a outras afecções. O custo total referente aos cuidados com a saúde,

comprometimento de dias de trabalho, compensações e outras perdas

indiretas foi superior a 17 bilhões de dólares (KELSEY, 1980).

A mão é uma articulação comumente envolvida na OA. A OA da

mão acarreta acentuada incapacidade global e considerável comprometimento

da qualidade de vida, limitando a realização das atividades da vida diária. A

definição de OA da mão, particularmente em estudos epidemiologicos tem

sido reavaliada e revista freqüentemente nos últimos anos. Embora a

definição de OA seja baseada em fatores clínicos, alterações radiográficas e

achados patológicos variam consideravelmente de acordo com o estudo. Os

estudos epidemiologicos das enfermidades osteoartrósicas das mãos

requerem critérios diagnósticos explícitos para classificar a doença numa

população em geral. Não há, entretanto, padrão clínico, radiográfico ou

patológico absolutos que possam ser utilizados para avaliação epidemiológica

da OA das mãos (SPECTOR; COOPER, 1993).

SCOTT; HOCHBERG (1984) baseando-se em dados por eles

coletados, concluíram que a prevalência da OA da mão foi 38% nas mulheres

com mais de 66 anos de idade e de 24,5% nos homens da mesma faixa etária.

Resultados similares foram encontrados por CUSHNAGHAN; DIEPPE (1991)

após estudo de 500 pacientes com OA sintomática das articulações dos

membros. Das 847 articulações afetadas, 30% envolviam as mãos. A OA das

Page 30: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

13

mãos acomete as articulações IFDs (85%), IFPs (45%) e a articulação

trapeziometacarpiana (65%) (PELLEGRINI, 1992).

Estudo longitudinal em Baltimore realizado por BUSBY et ai.

(1991), envolvendo 177 indivíduos, permitiu concluir que a incidência da OA

das mãos foi mais alta na articulação IFD e aumentou com a idade em todas

as articulações da mão, alcançando o máximo de 106/1000 pessoas em faixas

de idade superiores a 60 anos.

A OA da mão é indicadora da tendência do acometimento sistêmico

envolvendo as articulações de carga, principalmente o quadril e os joelhos

(HOCHBERG, 1991).

3.4. FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA OA DASMÃOS

3.4.1. IDADE. O fator mais intimamente associado com o desenvolvimento da

OA da mãos é a idade. Geralmente a OA das mãos manifesta-se após os 50

anos de idade (LAWRENCE, 1977; PEYRON, 1986). Porém, enquanto a OA

da articulação metatarso-falangeana surge desde a idade de 25 anos, a OA

das mãos manifesta-se geralmente após os 45 anos.

Os mecanismos pelos quais a idade se relaciona com o

desenvolvimento da OA das mãos são questionáveis. Há evidências de que

as alterações anatômicas decorrentes do envelhecimento articular são

importantes na patogênese da OA (LAWRENCE et ai., 1966).

O envelhecimento está também associado com anormalidades

funcionais do sistema nervoso periférico que provavelmente predispõem

Page 31: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

14

alguns indivíduos ao desenvolvimento da OA com maior gravidade

(LAWRENCE et ai., 1966). Pesquisa realizada na Suécia pela National Health

e Nutrition Examination Survey (NHNES-1), demonstrou que a morbidade e a

proporção de mortalidade cumulativa em pacientes na faixa etária entre 55 e

74 anos é significativamente maior nas mulheres com OA de joelhos.

3.4.2. PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA. Apesar das controvérsias, dados

epidemiológicos sustentam o papel dos fatores genéticos na gênese da OA

das mãos. No desenvolvimento da OA da mão no sexo feminino, parece haver

forte componente genético (LAWRENCE, 1977). Os nódulos de Heberden

ocorrem com freqüência três vezes maior em irmãs de mulheres afetadas do

que na população em geral (STECHER, 1941). STECHER (1955) estudou as

famílias de 64 pacientes com nódulos de Heberden e observou que a

prevalência destes era quatro vezes maior em mães e três vezes maior em

irmãs que na população. LAWRENCE (1977) observou que os nódulos de

Heberden ocorrem em 60% das gêmeas idênticas e em 39% das gêmeas não

idênticas (LAWRENCE, 1977). A OA generalizada é aproximadamente duas

vezes mais comuns nos familiares de primeiro grau de indivíduos com OAN do

que na população geral (KELLGREN et ai., 1963). Estes dados reforçam a

hipótese da transmissão homogenética autossômica dominante na mulher e

recessiva no homem, ou da herança poligenética com maior expressão no

sexo masculino onde proporção significativa de nódulos poderia ser de origem

traumática (FREY, MULLER, 1984).

Page 32: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

15

O estudo dos antígenos de histocompatibilidade (HLA) em

pacientes com OAN generalizada proporcionou resultados conflitantes.

Freqüências aumentadas de HLA-A1 e HLA-B8 foram evidenciadas por alguns

autores (BRODSKY et ai., 1979; PATTRICK et ai., 1989) mas não por outros

BENAVIDES et ai., 1985; CICUTTINI; SPECTOR, 1995). O fenótipo HLA

específico pode estar ligado ao risco de ocorrência de nódulos de Heberden

em alguns grupos étnicos; assim por exemplo, entre os judeus ASHKENAZI,

os nódulos de Heberden foram mais comuns nos casos de HLA-DR2-positivo

(TOMER et ai., 1988).

3.4.3. SEXO E FATORES HORMONAIS. O sexo apresenta clara associação

com a OA, particularmente com as formas localizadas em algumas

articulações.

Estudos epidemiológicos demonstram que as mulheres

desenvolvem mais OA dos dedos do que os homens. A ação dos hormônios

sexuais na OA das mãos ainda não está esclarecida. O pico da incidência

ocorre durante o período da menopausa, sugerindo que fatores hormonais

contribuíram para a gênese da OA dos dedos (STECHER, 1955; SPECTOR;

CAMPION, 1989). LAROCHE et ai. (1989) observaram que mulheres no

período da menopausa desenvolveram dor nas articulações dos dedos após a

descontinuação da terapia de reposição hormonal.

Mulheres histerectomizadas apresentam significativamente maior

freqüência de OA da primeira articulação MF do que as não

histerectomizadas. Esta diferença persiste quando são correlacionadas as

Page 33: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

16

idades, obesidade, paridade e tabagismo dos dois grupos (SPECTOR et ai.,

1991). Entretanto, SCKOUTEN et ai. (1992), não observaram aumento do

risco de OA em mulheres histerectomizadas ou ooferectomizada em relação

às mulheres no período da pré-menopausa. No estudo publicado por FELSON

(1990) avaliando a ocorrência de OA em Framinghan, não foi observada

relação evidente entre esta entidade com o uso de estrógenos ou com a

histerectomia.

Trabalhos experimentais demonstraram também resultados

conflitantes. Foi descrito efeito protetor dos estrógenos em camundongos

machos suscetíveis à OA ( SILBERBERG; SILBERBERG, 1963). Entretanto,

um estudo com coelhos meniscectomizados revelou que os sinais de

comprometimento articular pioraram com a estrogenoterapia e melhoraram

após a administração do tamoxifeno (CICUTTINI; SPECTOR, 1995).

3.4.4. OBESIDADE. Os resultados de estudos entre a associação da

obesidade com a OA da mãos são também controversos. A análise de dados

da National Health Examination Survey (DAVIS, et ai., 1990) revelou existir

associação entre o índice de massa corpórea (IMC) com a ocorrência de OA

na mãos nos homens, mas não nas mulheres. Associação entre a OA

radiográfica das mãos e o IMC no homem foi também observada em um

estudo prospectivo realizado em Gotenberg envolvendo indivíduos com 70

anos de idade (BAGGE et ai., 1991). O Tecumseh Community Health Study

também demonstrou existir associação entre o IMC e OA das mãos (SOWERS

et ai., 1991). Entretanto, não foi observada associação entre os índices de

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ü"s P 1

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17

obesidade e a OA das mãos em homens no estudo longitudinal de Baltimore

(HOCHBERG, 1991). A obesidade foi também correlacionada com a OA da

articulação IFD e carpometacárpica (CMC) pelo Chingford Study (HART;

SPECTOR, 1993). Embora seja desconhecido o mecanismo pelo qual a

obesidade possa predispor à OA da mão, é possível que esta associação seja

em parte relacionada com anormalidades metabólicas.

3.4.5. FATORES MECÂNICOS. Um dos mais importantes fatores de risco

para a instalação de OA da mão e de outros segmentos corpóreos é o uso

repetitivo da articulação e o estresse mecânico. Os nódulos de Heberden não

desenvolvem do lado paralisado de pacientes com hemiplegia (WERNER et.

ai., 1992). STECHER ; KARNOSH, (1947) observaram que em mãos

paralisadas não ocorriam nódulos de Heberden nem alterações radiográficas

compatíveis com a OA. Isto sugere a possibilidade de que para o

desenvolvimento da OA há necessidade do uso regular das articulações

(STECHER, 1941).

Estudos sobre o efeito das atividades ocupacionais demonstraram

que a atividade repetitiva causa OA mais precoce e grave nas pequenas

articulações das mãos que nas demais. A ocorrência da OA da articulação TM

é comum em mulheres com atividade doméstica, tapeceiros, gravadores,

escultores e cirurgiões (AUNE, 1955). No estudo de LAWRENCE (1961),

mineiros de carvão apresentaram maior freqüência de OA de mãos do que os

estivadores e, estes, mais do que os trabalhadores de escritório. A mão direita

Page 35: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

foi mais freqüentemente acometida do que a esquerda (ACHENSON et ai.

1970).

Um estudo realizado com mulheres japonesas comparou

cozinheiras profissionais que preparavam de 150 a 450 refeições, com as que

preparavam 30 a 80 refeições por dia e com empregados que cozinhavam

somente para seus próprios familiares. A incidência de nódulos de Heberden

foi significantemente maior nas mulheres que preparavam maior número de

refeições (NAKAMURA et ai., 1993). Além disso, dados relacionando o papel

dos traumatismos no desenvolvimento de OA das mãos indicam que as

articulações IFDs são as mais comumente afetadas em ambos os sexos

(STECHER, 1941; STECHER; KARNOSH, 1947) e apresentam manifestações

mais graves que as da OA das IFPs ou das carpometacarpianas. A OA da

mão direita nas pessoas destras é mais freqüente e mais grave do que a da

mão esquerda (ACHENSON, 1970). •

Fraturas, luxações e entorses ou mesmo um simples episódio

traumático violento dos dedos sâo causa de 10% dos casos de OA dos dedos

(STECHER, 1955).

Os nódulos pós-traumáticos geralmente desenvolvem-se semanas

a meses após o evento traumático, são progressivos, evoluem mais

lentamente, são menos dolorosos e produzem menor deformidade do que os

nódulos clássicos da OA primária (STECHER, 1941). Microtraumatismos

repetitivos são também relacionados com o desenvolvimento da OA dos

dedos (LAWRENCE, 1961). WERNER et ai. (1992) avaliaram as mãos e os

punhos de pacientes com poliomielite e paralisia de membros inferiores e

Page 36: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

19

evidenciaram OA mais grave nas articulações dos dedos, naqueles que

faziam uso de meio auxiliares de marcha ou de cadeiras de rodas. FREY;

MULLER (1984) demonstraram que todos os 30 membros do time suíço de

judô tinham evidências radiológicas de OA das articulações IFD. Na maioria

dos casos haviam nódulos de Heberden nas articulações IFP de vários dedos

das articulações IFD. Os autores concluíram que enquanto a lesão aguda

resulta no desenvolvimento de nódulos de Heberden, o estresse mecânico

repetitivo resulta nas alterações radiológicas da OA.

Um dos mais conhecidos trabalhos sobre OA pós-traumática foi

conduzido em mulheres trabalhadoras em um moinho têxtil da Virgínia.

Somente foram estudadas operárias que tinham trabalhado durante 20 anos

ou mais, realizando repetitivamente um dos seguintes movimentos: pinça fina

em garra (oposição do polegar para os quatro outros dedos); garra com força

(requerendo mínima precisão) e garra de pinça (envolvendo somente o

polegar, indicador e o dedo médio). A distribuição das lesões osteoartrósicas

variou de acordo com o tipo de movimentos repetitivos. No primeiro grupo, as

lesões foram regularmente distribuídas do segundo ao quinto dedo, no

segundo, o punho foi seletivamente afetado e, no terceiro, o quarto e o quinto

dedo estavam normais (HADLER et ai., 1978).

3.6. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA OA TRAPEZIOMETACARPIANA

A mão representa a extremidade executora do membro superior.

Serve de suporte e localiza-se na posição mais favorável para cada ação.

Porém, a mão não é apenas um órgão de execução mecânica mas, sobretudo,

Page 37: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

20

um órgão de recepção sensorial de grande precisão e extrema sensibilidade,

que coleta informações sobre dor, temperatura, forma, consistência, peso,

volume e distância, fundamentais para a vida de relação.

Porém, na mão humana, a estabilidade da base do primeiro dedo

tornou-se comprometida, devido à mobilidade e ao refinamento dos

movimentos do polegar, elemento preensor dominante. O recesso do "bico

metacarpal palmar" proeminente facilitou o movimento de rotação do polegar e

a permanência do "bico ligamentar" residual permitiu estabilizar a pinça lateral

do primeiro metacarpiano. Parece que o aumento da instabilidade do polegar

que permite a realização de movimentos de grande precisão, próprios da mão

humana, aumentou em muito, o atrito entre as estruturas anatômicas da

articulação, constituindo um dos principais fatores responsáveis pela elevada

prevalência da OA do polegar (PELLEGRINI, 1992).

A articulação da base do.polegar é formada pelos ossos trapézio,

metacarpo do polegar, metacarpo do indicador, trapezóide e escafóide, que se

relacionam através da articulação TM do polegar, articulação TM do indicador,

articulação trapézio-trapezóide e articulação trapézio-escafóide (NORTH;

EATON, 1983) (Fig. 3). WINSLOW, em 1752, descreveu a articulação TM

como um duplo ginglimo que permite os movimentos de flexão, extensão,

adução e abdução do polegar. Quase 50 anos depois, BICHAT (1801-1803)

descreveu as facetas articulares do trapézio e da base do primeiro

metacarpiano como superfícies côncavas e convexas em direções opostas.

Considerou que o polegar não apresentava uma rotação verdadeira e que a

oposição era produzida pela combinação dos movimentos de abdução palmar

Page 38: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

e aduçáo ulnar. Estudos realizados por ZANCOLLI (1979) revelaram que a TM

é uma articulação do tipo selar (Fig. 4), isto é, aquela que permite amplo

movimento de rotação, de modo que a ponta do dedo polegar possa opor-se a

dos demais dedos. A alta capacidade de rotação da articulação TM é

decorrente da diferenciação geométrica da superfície articular que apresenta

uma porção selar localizada central e distalmente e uma porção esférica

localizada ventralmente.

Fig. 3. Fotografia dos ossos da mão

Fig. 4. Apresentação da articulação selar.

Page 39: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

22

A porção esférica do trapézio é convexa em todas as direções e toca nas

partes côncavas da base do primeiro metacarpiano durante o movimento de

circundução. Tal contato congruente permite a rotação axial do primeiro

metacarpiano durante os movimentos de oposição e retroposição (Fig. 5A e

5B). A superfície articular da base do primeiro metacarpiano possui três

partes: sela (crista metacarpal), inclinação palmar e dorsal. A crista

metacarpiana segue a direção radioulnar em repouso. É côncava na face

radioulnar e convexa na face dorsopalmar e está relacionada com a porção

selar do trapézio nos movimentos angulares simples.

Fig. 5. As superfícies articulares opostas do trapézio (a) e do primeiro metacarpiano(b). Osmovimentos angulares não-rotatórios são produzidos na articulação selar. A.P. (abdução palmar),A.D. (adução dorsal), A.U. (adução ulnar) e A.R. (abdução radial). Movimento angular rotatório,oposição (O) e retroposição (R) são produzidos na articulação esférica. Trapézio (a): antero-radial(1), antero-ulnar (2), póstero-radial (3), póstero-ulnar (4), tubérculo, sulco para o tendão do flexorcarpi raMalis (5) e ligamento radial (6). Primeiro metacarpiano (b): tubérculo ulnar (1), radial (2),palmar (3), dorsal (4).

Page 40: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

23

O suporte ligamentar da articulação TM é classificado de acordo

com as quatro regiões anatômicas (Fig. 6):

a. O ligamento radial corre da face lateral ou radial do trapézio no

lado radial da base do primeiro metacarpiano;

b. O ligamento ulnar extende-se da crista do trapézio para o bico

ulnar do primeiro metacarpiano;

c. O ligamento palmar corre entre a superfície extra-articular

(triangular) da face palmar do trapézio e o tubérculo palmar da base do

metacarpiano. A porção medial do ligamento palmar corre obliquamente para

alcançar o bico ulnar do primeiro metacarpiano (ligamento oblíquo anterior de

HAINES). Este produz a supinação do primeiro metacarpiano durante a

retroposição (HAINES, 1944).

d. A porção carpometacarpiana do ligamento dorsal (ligamento

lateral posterior de POIRIER, ligamento oblíquo posterior de HAINES) corre

distai e medialmente na face lateral do trapézio e se insere no tubérculo dorsal

e bico ulnar da base do primeiro metacarpiano (POIRIER; CHARPY, 1899;

HAINES, 1944). O ligamento dorsal é também descrito como o ligamento

"pronador" do polegar (FICK, 1854; HAINES, 1944) pois é responsável pela

pronação do polegar durante a oposição e pela estabilização do primeiro

metacarpiano durante a pinça de polpa digital. O complexo ligamentar dorsal e

o ligamento ulnar alongam-se na artrite degenerativa TM provocando

subluxação da base do primeiro metacarpiano na direção radiopalmar.

Page 41: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

24

B

DFigs. 6. (a) Abdução palmar e (b) adução dorsal são limitadas pelos ligamentos dorsal (1) e palmar(2), respectivamente. Na abdução palmar (A*), há uma ampla congruência entre a superfícieesférica do trapézio e a inclinação metacarpiana palmar fisiológica. O contato articular éreduzido na adução dorsal (B'), seguindo a subluxação palmar da base do metacarpo físiológico. A(c) Abdução radial e A (d) abdução ulnar são limitadas pelos ligamentos ulnar (3) e radial (4),respectivamente.

Page 42: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

25

A musculatura da região da base do polegar inclui músculos

abdutores, flexores e extensores. Dentre estes, um dos mais importantes é o

abdutor polliás longus que se insere firmemente na região dorsoradial da base

metacarpiana do polegar, através de uma espessa expansão tendinosa (Fig.

7).

Na região palmar e radial (profundamente à musculatura tenar)

situa-se uma cápsula volumosa inserida no trapézio e no primeiro

metacarpiano, vários milímetros distante da margem articular. Esta área

membranosa da cápsula acomoda o translado fisiológico do metacarpiano

sobre o trapézio na abdução palmar e na adução. Além disso, exerce

influência estabilizadora modesta na superfície articular, com restrição passiva

para a pronação (PELLEGRINI, 1991).

£Pt

Fig. 7. Oito forças músculo-tendinosas (flechas) sobre o polegar. EPL - extensor poUicis longus;EPB = extensor poUicis brevis; FPL - flexor poUicis longus; ADD = adductor poUicis; FPB = flexorpollicis brevis; APL = abductor poUicis longus; APB = abductor poUicis brevis; OPP = opponenspoUicis.

Page 43: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

26

No limite palmar deste recesso situa-se a estrutura ligamentar

intracapsular ligada ao ápice ulnar do metacarpjano do polegar que conflui

com a superfície articular. Este ponto estratégico da inserção, denominado

"bico ligamentar" (PELLEGRINI, 1991), é considerado um estabilizador

estático primário da articulação TM e recebe várias denominações: ligamento

volar oblíquo, ligamento volar carpometacarpiano, ligamento oblíquo anterior e

ligamento ulnar profundo (EATON; LITTLER, 1969; EATON; LITTLER, 1973).

Em virtude de sua localização intracapsular, com inserção direta na margem

articular do lado ulnar do bico metacarpiano e sua origem no tubérculo palmar

do trapézio, é um contentor efetivo contra o translado do metacarpo sobre o

trapézio durante a atividade funcional comum envolvendo a pinça lateral ou

chave. Entre a margem ulnar do bico ligamentar e a inserção do abdutor

pollicis longus há uma outra área capsular membranosa, que fornecem a

amarração estática para a supinação do raio do polegar e oferece pequena

função estabilizadora para a articulação TM.

O estudo do contato das superfícies articulares da TM gerou várias

considerações sobre a natureza incongruente da superfície articular. A área

de contato primário durante a atividade funcional envolvendo a flexão-adução

do raio do polegar, tal como a pinça lateral e garra, ocorre predominantemente

sobre as superfícies palmares do trapézio e do metacarpo (PELLEGRINI et

ai., 1990). PIERON (1973) demonstrou que a área de contato da articulação

Page 44: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

27

TM situa-se na mesma direção que a cabeça metacarpiana durante o

movimento do polegar.

3.7. MECÂNICA DO MOVIMENTO ARTICULAR TM

a. Movimentos angulares simples. Estes movimentos decorrem

exclusivamente da porção selar da articulação TM. São produzidos por um

mecanismo de deslizamento e rolamento'entre as superfícies articulares em

contato. Os ligamentos vizinhos contribuem limitando a excursão em cada

direção (Fig. 7a a 7d). A abdução palmar é produzida pelos músculos tenar

lateral e abdutor pollids longus e limitada pelo ligamento

trapeziometacarpiano dorsal. (Fig. 7a). O movimento de adução dorsal é

realizada pelo extensor pollids longus, extensor pollids brevis e abdutor

pollids longus. A ação destes músculos é limitada pelo complexo ligamentar

palmar (Fig. 7b). A abdução radial depende do abdutor pollids longus é e

limitada pela tensão no complexo ligamentar ulnar (Fig. 7c). Os músculos

tenar e flexor pollids longus produzem adução ulnar e o movimento de

extensão do polegar é limitado pelos ligamentos radiais (Fig. 7d);

b. Movimentos angulares simultâneos (rotação). A interpretação

da mecânica dos movimentos angulares simultâneos e de rotação do polegar

durante os movimentos de oposição e retroposição é controversa. A maioria

dos fatores envolvidos na mecânica dos movimentos rotatórios angulares do

primeiro metacarpiano está relacionada com a atividade muscular, com a

Page 45: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

28

geometria das superfícies articulares contactantes e com a tensão ligamentar.

Durante a oposição, os músculos tenares, abdutor pollicis longus e extensor

pollicis brevis produzem abdução palmar e adução ulnar. Na posição de

oposição há congruência entre a superfície esférica do trapézio e a inclinação

palmar da base do primeiro metacarpiano. Sob estas condições, o primeiro

metacarpiano gira automaticamente (pronação) ao redor de seu eixo

longitudinal (mecanismo automático de parafuso ou de rosqueamento). Este

efeito é produzido pela força dupla (forças paralelas em direções opostas)

formada pelos músculos de oposição e as fibras do ligamento dorsal. As

estruturas envolvidas na dupla força variam de acordo com a posição do

polegar no arco de circundução. Durante os movimentos de retroposição, a

rotação axial do primeiro metacarpiano (supinação) é também produzida pela

combinação da atividade muscular, contato com a articulação esférica e

tensão ligamentar. Neste caso, a ação dò extensor pollicis longus e brevis e

abdutor pollicis longus, envolvidos nos movimentos angulares do primeiro

metacarpiano (abdução radial e adução dorsal), produz tensão dos ligamentos

palmares originando a rotação automática (supinação).

3.8. TERMINOLOGIA DOS MOVIMENTOS DO POLEGAR

Os movimentos do polegar são divididos em dois tipos:

movimentos angulares simples (não rotacionais) e movimentos angulares

simultâneos (compostos ou rotacionais). Cada movimento referia-se ao plano

da mão e eixos axiais que seguem o terceiro metacarpiano.

Page 46: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

29

a. Movimentos angulares simples (não rotacionaisj. Movimentos

de abdução palmar e adução dorsal em torno de um eixo de rotação que

corre na direção radioulnar à base do primeiro metacarpiano. Este eixo se

desvia de 15 graus do plano frontal da mão com o polegar na posição de

repouso. Na abdução palmar, o polegar se separa do segundo metacarpiano

em até 50 graus. Os movimentos de abdução palmar e adução dorsal

seguem 15 graus do plano sagital da mão (Fig. 8a a 8c) devido à inclinação

normal do trapézio. Durante estes movimentos, o polegar não gira sobre seu

eixo longitudinal como é evidenciado pela unha, que permanece perpendicular

ao plano frontal da mão; contudo, algumas rotações longitudinais são

produzidas por tensão do complexo ligamentar oblíquo dorsal.

O eixo de rotação dos movimentos de abdução radial e adução ulnar passa

sobre o trapézio na direção ântero-posterior aproximadamente a 35 graus do

plano transversal da mão (Fig. 8b). Na abdução radial máxima, o primeiro e o

segundo metacarpianos são separados por um ângulo de 45 graus, enquanto

que o primeiro metacarpiano torna-se paralelo ao lado radial da mão em

adução máxima. Somente com a circundução e a pronação (oposição), o

primeiro metacarpiano pode superar o eixo longitudinal do segundo

metacarpiano.

Page 47: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

30

B

Figs. 8a a 8c Eixos TM dos movimentos angulares simples. A - A': eixo da abdução radial -adução ulnar que passa através do trapézio na direção fintero-posterior. Devido à orientação dotrapézio, o eixo inclina 35° para o plano coronal da mia B - B': eixo da abdução palmar - aduçãodorsal passa transversalmente pela base do primeiro metacarpiano. Tem inclinação de 15° noplano frontal e 15° no plano coronal da mão.

b. Movimentos angulares simultâneos (rotacionais). Os

movimentos angulares simultâneos consistem em oposição e retroposiçáo. A

oposição representa um movimento de circunduçâo na direção ulnar e palmar

com uma rotação axial (pronaçâo) do primeiro metacarpiano. Durante a

oposição, os movimentos simples de abdução palmar e adução ulnar são

Page 48: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

31

combinados. A retroposição combina abdução radial e adução dorsal. Quando

o polegar está em abdução-palmar máxima e segue um arco de circundução

na direção palmar e ulnar, este se inclina de 90 graus enquanto seu

metacarpiano passa por uma mudança angular de somente 45 graus. Isto

demonstra que a articulação TM é especialmente estruturada para produzir

grande rotação axial do polegar com os menores movimentos angulares do

metacarpiano, combinação que acentua muito a efetividade da gnosia táctil.

3.9. ESTABILIDADE ARTICULAR E FORÇA DE COMPRESSÃOTRANSARTICULAR NA PINÇA EM GARRA

A estabilidade da articulação TM varia de acordo com a área do

contato articular produzida durante os diferentes movimentos do polegar. A

estabilidade articular TM é de dois tipos: máxima e crítica (ZANCOLLI, 1992).

Estabilidade máxima. É observada durante os movimentos de abdução e

oposição do primeiro metacarpiano, quando o contato articular é máximo entre

a faceta esferoidal do trapézio e a inclinação esferoidal radial do primeiro

metacarpiano (Fig. 9). Durante o movimento de oposição do primeiro

metacarpiano, um mecanismo de rosqueamento é produzido e formado pelos

músculos de oposição e os fascículos do ligamento dorsal, gerando grande

estabilidade para a pinça entre a ponta do polegar e a polpa digital do

indicador. Durante a abdução e oposição transarticular, a força de

compressão é exercida pela parte esferoidal da articulação TM e da

articulação radioescafóide. Esta força resulta da atividade dos músculos

Page 49: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

32

extrínsecos e intrínsecos envolvidos nos movimentos de abdução e oposição

(pinças ponta e palmar), da tensão do ligamento dorsal e das forças reativas

aplicadas ao polegar. A magnitude da força transarticular (estresse) é maior

durante o pinçamento forçado do que durante o simples movimento de

abdução, porque na função de preensão há maior número de músculos

envolvidos .

B

Fig. 9a. Biomecânica da articulação TM durante o movimento de pinça feito com a polpa dopolegar e com a face radial da articulação IFP do indicador (pinça lateral do tipo proximal), (a)Na pinça de ponta, a força transarticular compressiva depende dos seguinte músculos: tenar (T);abductor poUicis longas (APL); flexor polücis tongus (FPL); adductor poüicis (AP); interossei (I); eflexor longo dos dedos (F). Neste tipo de pinça, como na pinça palmar e pinça contra o lado radialda articulação IFD do indicador (pinça lateral distai), a articulação da base do polegar está naposição de máxima estabilidade. A superfície articular da base do metacarpiano estacompletamente coberta pelo trapézio e a carga é transmitida através de um contato grandearticular. Fig. (b). Na pinça lateral contra a face lateral da IFP (tipo proximal), existem maismúsculos envolvidos do que na pinça da ponta de dedo. A força compressiva transarticularaumenta substancialmente e a articulação TM está em estabilidade crítica com "subluxação"dorsoradial da base do metacarpa Esse tipo de pinça deve ser evitado pelos pacientes com OA dabase do polegar. Pinça lateral proximal lateral repetitiva e forçada da mão que possui tendãoacessório AP, inserido distalmente na articulação, pode produzir OA na base do polegar.

Estabilidade crítica. Durante a retroposição do polegar, como

ocorre na pinça lateral proximal (pinça contra a face radial da articulação IFP

do indicador) e no movimento de aposição ou pinça de adução (onde o

polegar se aproxima da face radial do segundo metacarpiano), a estabilidade

Page 50: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

33

da articulação TM é precária devido à subluxação fisiológica da base

metacarpiana, que produz "força compressiva na extremidade radial do

trapézio (Fig. 10).

Fig. 10. (a) A força compressiva transarticular na pinça de aposição (R) passa através da basearticular do polegar na condição de estabilidade crítica. A atividade do abductor pollicis e EPLtende a subluxar a base do metacarpo. (b) A força compressiva em retroposição (R) érepresentada pelo EPL, EPB e abductor pollicis longus (APL).

3.10. OA DA BASE DO POLEGAR OU RIZARTROSE

A rizartrose ou OA da base do polegar compreende a OA de

qualquer uma das 4 articulações que formam o complexo articular deste

segmento. A rizartrose associa-se à OA de outras articulações. Vários

autores demonstraram que a OA idiopática primária afeta a articulação IFD

mais freqüentemente do que a IFP e a TM (KELLGREN; MOORE, 1952;

KELLGREN et ai., 1963; LAWRENCE, 1969). EATON; LITTLER (1969; 1973)

e PELLEGRINI, 1991, observaram que a faceta dorsoradial da articulação TM

era o principal local envolvido na doença degenerativa articular. Estudando

esta região durante as reconstruções cirúrgicas articulares demonstraram

ocorrer condromalácia na cartilagem articular. Os autores concluíram que esta

área, adjacente à inserção do abductor pollicis longus, sofre compressão de

Page 51: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

34

carga direta e impacto na superfície articular na posição de abdução palmar e

extensão.

Investigações subseqüentes avaliaram a superfície articular do

trapézio e do metacarpiano durante procedimentos cirúrgicos e de autópsia,

confirmando a natureza da condromalácia da cartilagem articular no

compartimento dorsal, demonstrando também que as superfícies articulares

palmares apresentavam eburnização óssea progressiva em graus variáveis

(PELLEGRINI, 1994). Nos pacientes com alterações radiológicas menos

graves, a eburnizaçâo localizava-se somente no perímetro mais palmar da

articulação. De qualquer modo, aquelas articulações com alterações

radiológicas mais acentuadas exibiram aumento da extensão dorsal da

eburnizaçâo. Numa fase ulterior, toda a superfície articular toma-se ebúrnea e

margeada por osteófito marginal (PELLEGRINI, 1991). Estudos de peças de

necropsia confirmaram a predominância do padrão palmar da superfície

articular e revelaram associação estreita com degeneração do "bico

ligamentar" da margem articular do metacarpiano. Em todos os casos de

eburnização da superfície palmar, havia franca desinserção do ligamento de

sua posição normal confluente com a superfície articular (PELLEGRINI, 1991).

3.11. QUADRO CLÍNICO DA OA TRAPE2IOMETACARPIANA

A rizartrose acomete mais mulheres de diferentes faixas etárias que

homens na razão de 10 a 15:1 (AUNE, 1955; SWANSON, 1972; BRANDT,

1986; BAGGE, 1991; PELLEGRINI, 1994; ARMSTRONG, 1994; ÇARR, 1994).

Page 52: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

35

A rizartrose sintomática na mulher jovem é usualmente associada

com frouxidão ligamentar generalizada e hipermobilidade articular na

ausência de sinais radiográficos de doença degenerativa (KIRK, 1967).

Algumas vezes pode ser decorrente da lesão da articulação TM

aparentemente benigna sem evidências pregressas de fratura, entorse ou

subluxação transitória e lesão no bico ligamentar ocorridos no passado que

poderiam constituir causa de sintomas secundários e tardios nos pacientes

jovens (HOWARD, 1987).

A OA pantrapezial é mais freqüente na mulher na pós-menopausa,

constitui a forma mais comum da síndrome osteoartrósica primária e

geralmente apresenta-se associada à OA das articulações IFPs e IFDs dos

dedos (LAWRENCE, 1952).

A dor é o sintoma cardinal da OA da base do polegar. Geralmente

instala-se insidiosamente, progride lentamente e associa-se a rigidez articular

que limita os movimentos. É agravada pelo uso do movimento sustentado da

mão envolvendo posição de pinça lateral nas atividades de vida diária como

durante o ato de escovar os dentes, costurar ou agulhar, girar a chave, abrir a

porta do carro ou pegar um livro (LASSERE, 1949; AUNE, 1955; MARMOR,

1969; BURTON, 1986). Nas fases iniciais, as queixas são vagamente dirigidas

para a base do polegar e eminência tenar. A dor é freqüentemente associada

com sensação de dormência ou formigamento na articulação. Queda de

objetos, fraqueza muscular e proeminência evidente da base do metacarpo

são os eventos freqüentemente responsáveis pela procura de cuidados

Page 53: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

36

médicos. A história de anormalidades sensoriais na mão ou a ocorrência de

dedos em gatilho deve ser valorizada (MELONE, 1986).

Deformidade secundária em hiperextensão ou em valgismo das

articulações interfalangeanas ou metacarpofalangeanas do polegar são os

achados clínicos mais comuns (BURTON, 1973). O grau de frouxidão em

ambos os planos deve ser cuidadosamente avaliado e registrado para futura

utilização em caso de necessidade de tratamento cirúrgico. Na subluxação

dorsal da articulação metacarpiana na sela do trapézio é usual o

aparecimento de uma proeminência aparente na base radial do polegar.

A palpação específica da mão e do punho localiza dolorimento da

articulação TM ou escafóide-trapeziana ou de ambas as articulações. O

ângulo da membrana polegar-indicador está diminuído e a articulação

metacarpiana do polegar pode convergir com o raio do indicador quando a

subluxação TM é grave (Fig. 11).

Fig. 11. Palpação da articulação trapeziometacarpiana.

Page 54: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

37

A realização de alguns testes específicos para verificar o

comprometimento da articulação da base do polegar são de importância para

o diagnóstico clínico da rizartrose. Entre eles, destaca-se o teste de Grind.

O teste de Grind consiste no movimento de compressão axial

combinado com a rotação do metacarpo do polegar sobre o trapézio. Esta

manobra reproduz a dor e a crepitação na articulação TM lesada.

Freqüentemente a síndrome do túnel do carpo e a artrite TM coexistem e

algumas vezes dificultam a identificação da causa da dor. O teste de Phalen

realizado para o diagnóstico da síndrome do túnel do carpo e o teste de

Finkelstein (1930) para o diagnóstico da tenossinovite de DeQuervain

auxiliam no diagnóstico diferencial. Na doença avançada ocorre a dor durante

os movimentos passivos que pode ser aliviada pela injeção de anestésico

local no espaço articular trapeziometacarpiano (BURTON, 1973).

3.12. ETIOPATOGENIA DA RIZARTROSE

A etiopatogenia da rizartrose é controversa. Entre os fatores

considerados mais importantes na sua gênese são citados os genéticos, a

hipermobilidade, a frouxidão ligamentar produzida durante os movimentos

que acentuam a incongruência da superfície articular causando padrão de

pressão anormal que pode resultar em alterações degenerativas da cartilagem

articular (AUNE, 1955; KIRK, 1967), os processos degenerativos pós-

traumatismos como a fratura de BENNETT (HOWARD, 1987), as variações

Page 55: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

38

anatômicas ósseas e das inserções tendíneas e do uso excessivo ou

inadequado da articulação.

Segundo ZANCOLLI (1992), a Rizartrose primária é resultante do

efeito combinado de dois fatores: atuação constante dos tendões acessórios

do músculo abdutor pollicis longus, que aumentam a magnitude da força

compressiva transarticular ao longo da coluna do polegar, o uso repetitivo do

polegar quando em posição de pinça na instabilidade crítica da articulação

TM, isto é, quando o contato articular é reduzido. Sob certas condições, como

durante o movimento de retroposição com pinça de aposição e lateral

proximal, usual e repetitivamente realizados pelas donas de casa, jogadores

de golfe, pianistas, violonistas, cirurgiões e marceneiros, estes mecanismos

podem acarretar o início do processo degenerativo (ZANCOLLI, 1990).

COONEY et ai. (1977) demonstraram que a força de compressão

articular na superfície TM é 12 vezes maior que aquela gerada pela

extremidade do polegar e do dedo indicador na pinça lateral. Nos estágios

finais da doença, nas articulações com OA foram observadas alterações

patológicas para contato total, refletindo congruência adaptável na superfície

articular designada para distribuir carga anormal na superfície articular sobre

a superfície máxima disponível. O osteófito marginal hipertrófico e a

eburnização de toda a superfície inteira são características patológicas

articulações congruentes.

A análise bioquímica da cartilagem hialina da articulação TM de

pacientes com OA mostra perda de glicosaminoglicanos da matriz

extracelular, e fragmentação de algumas fibras do colágeno na região palmar

Page 56: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

39

da articulação onde as lesões osteoartrósicas surgem precocemente

(PELLEGRINI, 1994). Estes achados sugerem que há degradação bioquímica

seletiva da matriz da cartilagem (MANKIN et ai., 1971).

Para explicar a gênese da osteoartrose da articulação TM, uma das

hipóteses inclui a ocorrência de alterações do atrito mecânico inicial no bico

ligamentar, culminando com a eventual desinserção tendinosa com

desestabilização da articulação metacarpiana do polegar. O aumento das

forças de fricção gera, na área de contato palmar, lesão da camada superficial

protetora da cartilagem hialina, permitindo a entrada do líquido sinovial (e dos

mediadores químicos produzidos pelos sinoviócitos) até as camadas mais

profundas da cartilagem. A perda completa da cartilagem hialina poderia,

portanto resultar do efeito combinado das forças biomecânicas anormais e dos

mediadores bioquímicos na superfície articular (PELLEGRINI, 1994).

3.13. EXAMES LABORATORIAIS NA OA

Pacientes com OA, geralmente não apresentam anormalidades nos

exames laboratoriais. Os leucócitos e a contagem diferencial são geralmente

normais. A velocidade de hemossedimentação ocasionalmente pode estar

aumentada, (até duas a três vezes o valor normal), mas possivelmente é de

pouco valor diagnóstico. Excepcionalmente auxilia o diagnóstico de pacientes

com OA generalizada (ALTMAN, 1992), permitindo identificar casos de artrites

inflamatórias. OS exames do fator reumatóide, fator anti-núcleo e

complemento também são normais (MANKIN, 1993).

Page 57: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

40

O volume do líquido sinovial de pacientes com OA pode estar

aumentado, apresenta aspecto claro e cor amarelo pálida e é de padrão

"não-inflamatório" (ROPES; BAUER; 1953). Entretanto, há evidências de

ocorrência de processo inflamatório caracterizado por diminuição da

viscosidade, pleocitose discreta a moderada e modesta elevação de

proteínas (ALTMAN, 1992). A celularidade é mista, constituída por linfócitos e

leucócitos polimorfonucleares e que raramente atinge valores acima de 8.000

células por mm3 (ROPES, BAUER; 1953)

3.14. DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO DA OA

A radiografia convencional constitui elemento importante para o

diagnóstico da OA. São alterações sugestivas da doença: a diminuição do

espaço articular que geralmente reflete a perda da cartilagem (LEQUESNE et

ai., 1994) e a esclerose subcondral e formação de osteófitos que representam

a resposta óssea ao aumento de sobrecarga mecânica decorrente da

degeneração e perda da cartilagem. As alterações degenerativas podem estar

presente em mais do que uma faceta do trapézio. Estas características

radiográficas têm sido utilizadas para o diagnóstico da OA e em estudos

clínico-epidemiológicos visando a classificar a ocorrência e o estadiamento da

afecção (KELLGREN; LAWRENCE, 1957).

A avaliação radiológica do complexo articular da base do polegar

inclui a incidência ântero-posterior pronada (APP), oblíqua, lateral verdadeira,

e a de estresse dinâmico.

Page 58: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

41

A incidência ântero-posteríor pronada ou incidência de Robert

(1936) é realizada com a superfície dorsal da articulação metacarpiana do

polegar posicionada sobre o filme radiológico, estando o antebraço em

hiperpronação e o ombro em rotação interna (Fig. 12). Esta projeção permite

visualizar perfeitamente as quatro facetas do trapézio e o osteófito

proeminente da articulação TM adjacente à articulação TM do indicador.

(Fig. 12) Posição da mão do paciente para obter a imagem radiográfica do trapézio : o antebraço ea mão devem ficar totalmente pronados.

As incidências oblíquas e lateral verdadeira, permitem avaliar a

extensão e a gravidade da doença TM. A primeira proporciona visão clara do

bico palmar do metacarpo e a segunda demonstra o bico da articulação

metacarpiana no perfil, mas com sobreposição do trapézio adjacente (Fig. 13).

Page 59: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

42

Fig. 13: Radiografia incidência lateral

A radiografia na incidência ântero-posterior da base do polegar

(mão em extensão e pronada sobre o chassis radiográfico) revela OA

pantrapezial com alterações degenerativas nas articulações TM do polegar,

trapézio-escafóide, trapezio-trapezóide e TM do indicador, estreitamento do

espaço articular, eburnização, osteófitos e subluxação radial da base do

primeiro metacarpo (Fig. 14).

Page 60: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Fig. 14: Fotografia da radiografiade doente com OA pantrapezial.

A visualização da articulação TM do polegar é adequada na

radiografia simples da mão, entretanto, é incompleta nas articulações TM do

indicador (31%), trapézio-escafóide (25%) e trapézio-trapezóide (18%)

(NORTH; EATON, 1983).

EATON et ai. (1969; 1973; 1985) elaboraram uma classificação

radiológica da OA da TM baseados na radiografia lateral e correlacionaram os

achados radiográficos com a clínica (índice Radiográfico de EATON).

A avaliação radiográfica da OA da base do polegar e o exame

anatomopatológico das articulações do trapézio (TM do polegar,

trapeziometacarpiano do indicador, trapézio-trapezóide, trapézio-escafóide)

de cadáveres de doentes com rizartrose foi realizado por (NORTH, EATON

1983). Observaram-se alterações radiográficas na articulação TM do polegar

em 73% dos casos e alterações degenerativas anatômicas em somente 46%.

Em nenhum caso havia mais do que 2 articulações envolvidas. A razão

Page 61: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

44

principal desta discrepância foi o erro na interpretação radiográfica da

natureza do osteófito da articulação TM do indicador.

A excisão do trapézio é recomendada em casos de alterações

degenerativas pantrapezial. Entretanto, as alterações anatômicas da OA

foram observados em somente 60% das articulações TM do polegar e em 34

% da articulação trapézio-escafóide. Alterações degenerativas foram também

raras nas articulações TM do indicador e do trapézio-trapezóide ( NORTH,

EATON; 1983).

A incidência de estresse de EATON; LITTLER, consiste da

radiografia simples ântero-posterior, sendo a articulação TM submetida a

pressão simultânea exercida na borda radial com a ponta do polegar do

examinador que resulta em acentuada subluxação do metacarpo do polegar

sobre o trapézio. Nesta incidência, a radiografia fornece visão clara de todas

as facetas articulares, avalia a estabilidade da articulação TM e a frouxidão

ligamentar do polegar e permite a visualização de osteófitos (EATON,

LITTLER, 1973). Permite visualizar o osteófito que freqüentemente é

sobreposto à articulação TM do indicador (LASSERRE et ai., 1936, MARMOR,

1969; NORTH; EATON, 1983). Na doença degenerativa pantrapezial,

observou-se que 2 facetas, no mínimo, estavam envolvidas (NORTH; EATON,

1983).

É muito útil na identificação do estágio I da doença quando as

radiografias estáticas são comumente normais. Nas fases mais avançadas

(estágios II, III e IV) a instabilidade com subluxação é um achado universal e a

Page 62: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

45

incidência de estresse confirma a anormalidade observada em outras

projeções (NORTH, EATON, 1583)

Em poucos estudos, a progressão radiográfica da OA das

articulações IF da mão foi avaliada. No estudo longitudinal de Baltimore, a

radiografia da mão esquerda e do punho de 386 homens brancos foi avaliada

durante, pelo menos 5 anos, e após duas ou mais visitas. Aferiram-se a

prevalência e a progressão da OA das articulações da IFD e IFP da mão.

Usando um método de análise de toda vida, a progressão da OA foi avaliada

segundo o aumento da gravidade alterações radiográficas das articulações

previamente acometidos e pelo aumento do número de novas articulações

afetadas. Observou-se que a OA das articulações IFDs e IFPs progridem

mais rapidamente na população mais idosa do que nos indivíduos com menos

que 60 anos de idade. Além disso, a OA das articulações interfalangeanas

progrediram na mesma taxa quando o referencial foi o grau de KELLGREN de

0 (nenhuma doença) ou 1 (doença duvidosa) (KELLGREN; LAWRENCE,

1957).

Em um estudo prospectivo envolvendo homens seguidos durante

20 anos com idade inferior a 60 anos quando do início do ensaio, a OA

apresentou progressão muito lenta. Foram necessárias 10 a 20 anos para as

anormalidades radiográficas progredirem de grau intermediário para os

estágios finais da OA.

Page 63: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

3.15. ANORMALIDADES CINTILOGRÁFICAS NA OA

A cintilografia é considerada um método sensível para identificar a

OA da mão. (HUTTON et ai., 1986; MACFARLANE et ai., 1991). Detecta

alterações precoces da estrutura óssea, particularmente nas superfícies, e

revela formação e reabsorção óssea (CHRISTENSEN, 1983). Na OA

identifica-se captação do agente radioisotópico bem definida e localizada

tipicamente na base do polegar e articulações distais da mão, punho e

articulações metacarpofalangeanas (Fig. 15). HUTTON et ai. (1986)

compararam o resultado da cintilografia e da radiografia convencional póstero-

anterior dos ossos da mâo e constataram que a cintilografia detecta a OA

precocemente. Concluíram também que a cintilografia apresenta sensibilidade

alta mas não é específica.

Fig. IS. Fase tardia da cintilografia óssea de um doente com OA da mio. Observa-se aumento daatividade do radioisótopo nas articulações envolvidas.

Page 64: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

47

A cintilografia não é valorizado como um instrumento para o

seguimento de pacientes com OATM. A captação dos radioisótopos reflete a

ocorrência de inflamação e pode identificar pacientes com doença ativa. Há

correlação entre a pontuação cintilográfica e o desenvolvimento subseqüente

de osteófitos e entre o crescimento dos osteófitos e a extensão da área

dolorosa na articulação (HUTTON et ai., 1986; MACFARLANE et ai., 1991).

A presença e o crescimento de osteófitos correlaciona-se com os

sintomas e com a cintilografia positiva. Os osteófitos, particularmente quando

crescem rapidamente, produzem dor, aumentam a atividade cintilográfica e

podem predizer a desintegração da arquitetura articular A cintilografia,

entretanto, não detecta os aspectos característicos da radiolucência justa-

articular, esclerose subcondral ou afinamento da cartilagem (MACFARLANE

et ai., 1991).

Page 65: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

CASUÍSTICA E MÉTODO

Page 66: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

4. CASUÍSTICA E MÉTODO

4.1. CASUÍSTICA

A elaboração desta casuística abrangeu duas fases: a primeira fase

para a seleção dos pacientes e a segunda para a caracterização do grupo em

estudo.

Page 67: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

4.1.1. SELEÇÃO DOS PACIENTES

Foram entrevistados no período de janeiro de 1992 a julho de 1994,

409 pacientes do ambulatório de "Doenças degenerativas e osteoarticulares -

OA" do Serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo. Destes, 257 (62,84%) apresentavam

queixa de dor nas mãos e apenas 71 (17,36%) queixavam-se de dor na base

do polegar.

Quarenta e um pacientes concordaram em se submeter aos

critérios de inclusão e exclusão para participação no estudo.

4.1.2. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO:

Presença de:

- relato de ocorrência de dor na articulação TM

- deformidade na articulação TM

e

- dor à palpação da articulação TM

Page 68: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

4.1.3. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO.

Ocorrência de anormalidades de pelo menos um dos seguintes

exames laboratoriais:

- velocidade de hemossedimentação (Westergren) superior a 12

mm/Hg;

- positividade do fator reumatóide (látex).

Após aplicação desses critérios, apenas 30 dos 41 pacientes foram

selecionados.

4.1.4. CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO ESTUDADO

Foram estudados 30 pacientes; todos do sexo feminino. A idade

mínima foi 46 anos e a máxima 77, sendo a média 60,86 anos. Todas as

doentes estavam em período da menopausa.

O tempo de história de doença articular da mão variou de 3 meses

a 492 meses (média de 233,64 meses).

Page 69: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

4.2. MÉTODO

Os 30 pacientes selecionados foram submetidos à avaliação

clínica, radiográfica e cintilográfica das mãos e ao exame

eletroneuromiográfico visando ao estudo da função do nervo mediano,

conforme protocolo padronizado (Anexo 1).

A. Avaliação clínica.

a. Anamnese. Consistiu da coleta de dados sobre a idade, sexo,

dominância funcional da mão, tempo de doença, intensidade da dor (segundo

a técnica da escala visual analógica - EVA- PIMENTA, 1995), incapacidade

funcional, traumatismo articular, doenças associadas e ocupação profissional

habitual.

b. Exame físico. Consistiu da avaliação sistematizada das

articulações das mãos sobre ocorrência e intensidade da dor, crepitação,

alargamento, deformidade e limitação articular, bem como do emprego das

manobras para o diagnóstico de OA trapeziometacarpiana, da execução de

manobras para o diagnóstico de outras condições dolorosas locais (manobras

de Grind, Finkelstein, Froment e Phalen) e do teste pressórico para

desencadear dor com o dolorímetro de FISHER (FISHER et ai. 1995).

O teste de Grind ou de compressão axial-rotacional consistiu

do movimento de compressão axial e rotacional da falange proximal sobre o

r « « M i x í i f ; i o a U S P |

Page 70: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

52

trapézio. O desencadeamento de dor foi critério para considerá-la positiva. O

teste de Finkelstein consistiu da estabilização do antebraço, solicitando-se

ao paciente prender com os quatro dedos o polegar fletido. O desvio

passivo do punho no sentido ulnar visando ao estiramento do tendão

desencadeia a dor sobre o tendão abductor poilicis longus em casos de

doença de DeQuervain. O teste de Phalen consistiu da manutenção do

punho em flexão máxima durante 60 segundos. O teste foi considerado

positivo quando ocorreu geração de sensação parestésica no território do

nervo mediano.

Fig.16: Teste de Grind

Page 71: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

53

Fig. 17: Teste de Finkelstein

Fig. 18: Teste de Phalen

B. Exames radiológicos.

Consistiram da avaliação da radiografia simples da mão na

incidência ântero-posterior. Os resultados foram expressos como: 1) normal e

Page 72: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

2) com alterações, de acordo com a escala de gravidade de KELLGREN;

LAWRENCE (1957).

Quadro 3. Escala de gravidade dos achados radiológicos decasos de OA segundo KELLGREN; LAWRENCE (1957).

Grau 0

Grau 1

Grau 2

Grau 3

Grau 4

ausência

duvidoso

mínimo

moderado

grave

ausência de características de OA

osteófito discreto, duvidoso

osteófito definido

pequena diminuição do espaçoarticulargrande diminuição do espaçoarticular com esclerose eesclerose do osso subcondral

C. Avaliação cintilográfica.

O exame cintilográfico constituiu da administração intravenosa de

dose única de 740- 1110 Mbq (megabequerel) de difosfonato - 99m Tc, em

uma veia superficial do pé e da obtenção da imagem das mãos e punhos, na

incidência palmar, realizada em gama-câmara.

A aquisição das imagens constou de 3 fases: 1) fase angiográfica,

(imagem de 5/5 segundos, durante o primeiro minuto da administração do

radiofármaco); 2) fase de equilíbrio após 5 minutos (imagem com 300.000

contagens) e 3) fase tardia (2 horas após a administração). Apenas as

imagens da fase tardia foram consideradas. A interpretação dos achados, foi

baseada na presença ou não de hipercaptaçâo de radiofármaco na articulação

estudada.

Page 73: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

55

D. Avaliação neuromuscular.

Para diagnosticar a ocorrência ou não de lesão ou compressão dos

nervos periféricos envolvidos na inervação das mãos, os pacientes foram

submetidos a exame eletroneuromiográfico, realizado com o equipamento da

marca MEDELEC, modelo Saphira(R) e eletródios de superfície. Todos os

exames constaram da avaliação da condução nervosa sensitiva (condução

sensitiva antidrômica) e da avaliação da condução nervosa motora. Os

estímulos duraram 0,2 milissegundos e atingiram intensidade supramáxima. O

estudo dos potenciais motores foi realizado com eletródios tipo agulha

bipolares da marca DANTEC^. A avaliação em repouso permitiu identificar a

ocorrência de instabilidade da membrana neural e os sinais de desnervação.

Durante a contração submáxima, avaliou-se a morfologia dos potenciais

motores e, durante a contração máxima, o padrão de recrutamento motor.

Na tabela 1 estão apresentados os doentes que compuseram

esta casuística, de acordo com a identificação, sexo, idade, ocorrência de

menopausa, atividade ocupacional, dominância funcional da mão e ocupação.

Page 74: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Tabela 1. Relação de doentes com OATM, segundo o número de ordem, número do registrogeral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,idade (em anos), sexo, ocorrência de menopausa, dominância funcional da mao e atividadeocupacional.

123456789101112131415161718192021222324252627282930

REGISTRO2831723K2141491C2839223B2757957J5003242K2844824G2236398G2765666B2507832C2857437G2836889B2109233K2818659J2867107K2800365C2817183J5032345B2026076C2892903B2079404F2865331J2155665G2164462E283864112273313E2902918G2744813G2886970B2516743B2981920B

IDADE516459666761645258657768586267587075525262557253636349654652

SEXOFFFFFFFFFu.

FFFF

li.FFFFFFu.

FFFFFFFF

MENOP.SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSssssssss

M. DOM.D .DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD

ATIV.OCUP.professorado lardo lardo lardo lardo lardo lardo lardo lardo lardo lardo lardo lardo lardólardólardo lardo lardo lardo lardo lardo lardiaristadólardo lardo larprof.trícoteirababácostureira

F= feminino; MENOP. = período de menopausa; S= sim; M. DOM. = membro

dominante; D = direito; ATIV. OCUP. = atividade ocupacional principal.

Page 75: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

RESULTADOS

Page 76: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

57

5. RESULTADOS

Todos os 30 doentes eram destros e do sexo feminino.

Vinte e dois doentes apresentavam as mãos afetadas

bilateralmente e 8 unilateralmente, sendo 3 à direita e 5 à esquerda. A

intensidade da dor, foi considerada leve (EVA de 1 a 3), moderada (EVA de 4

a 7) ou intensa (EVA de 8 a 10) em 7 (13,46%), 26 (50,00%) e 18 (34,61%)

mãos respectivamente. A avaliação com o emprego do manómetro sobre a

articulação TM (dolorímetro) revelou que a intensidade da pressão para gerar

dor variou entre 1,5 kg/cm2 e 10 kg/cm2 (mediante 3,29 kg/cm2) nos 23

doentes em que o método foi empregado (Tabela 2).

Page 77: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Tabela 2. Número de ordem, mão afetada, escala visual analógica, valor da pressão necessária(kg/cm2) para gerar dor com o dolorímetro na articulação sintomática dos doentes com OATM.n° paciente MAO AFETADA EVA DOLORÍMETRO

D E^ D £ I) E1 - +2 + +3 + +4 + +5 + +6 + +7 - +8 +9 + +10 + +11 + +12 +13 + +14 + +15 + +16 + +17 + +18 + +19 +20 - +21 + +22 - +23 + +24 + +25 + +26 + +27 + +28 + +29 + +30 - +

média

DP 3.268 2.872

n° = número; D = mão direita; E = mão esquerda; EVA = escala visual analógica; DP = desviopadrão.

Nódulos de Heberden / Bouchard estavam presentes em todas as

doentes.

Na tabela 3 está apresentada a distribuição dos doentes conforme

a atividade principal.

0627470942105042256708059988390

4.7

85579

• 0

3072

. 507108954098584855558

5.46

4.05.05.8

4.24.24.05.22.84.23.2

3.43.23.44.04.23.0

3.04.25.8

4.05.43.22.8

4.23.65.0

3.04.23.05.22.44.23.2

3.41.53.43.84.43.6

4.24.25.9

4.05.23.22.8

Page 78: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

59

Tabela 3. Distribuição dos pacientes com OATM segundo aatividade ocupacional principal declarada.

_ _ _ _ _ _ %

dólarprofessorababáatendente de nutriçãodiaristatricotei ra

2421111

(80,00 %)( 6,66%)( 3,33%)( 3,33%)( 3,33%)( 3,33%)

TOTAL 30(100,00%)

Pode-se observar que a grande maioria dos doentes exercia

atividades domiciliares e manuais.

O teste de Grind estava positivo em 23 (44,23%) mãos

sintomáticas. Na tabela 4 está apresentada a distribuição dos doentes

segundo a positividade do teste de Grind na mão sintomática direita e

esquerda respectivamente.

Tabela 4. Distribuição da positividade do teste de Grind nasmãos sintomáticas direitas e esquerdas.

Teste de GrindPositivoNegativoTOTAL

Direita131225

MãoEsquerda111627

Não foi observada associação entre positividade do teste de Grind

nas mãos, direita e esquerda.

O teste de Phalen foi positivo em 4 (7,69%) mãos sintomáticas,

sendo 2 à direita e 2 à esquerda, e o de Fromment foi negativo em todos os

Page 79: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

casos avaliados. O exame eletroneuromiográfico foi anormal em 39 (75,00%)

das mãos sintomáticas, ou seja em 22 mãos direitas e em 17 mãos esquerdas.

Estas diferenças não foram estatisticamente significativas (x2=3,11, g.l. = 1,

p=7,79%).

Ocorreram anormalidades radiológicas da articulação TM em 35

(67,30%) mãos sintomáticas. As anormalidades observadas de acordo com a

classificação de EATON ; LITTLER (1973) estão apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5. Distribuição das alterações radiográficas das mãossintomáticas de acordo com a classificação de EATON ; LITTLER (1973).

ESTAGIOIIIIIIIV

TOTAL

D9295

25

MÃOE83115

27

Não houve associação entre exames radiográficos e as mãos

sintomáticas direitas e esquerdas.

Na tabela 6 está apresentada a distribuição dos doentes de acordo

com a ocorrência não de alterações radiográficas da articulação TM das

mãos sintomáticas direitas e esquerdas.

Page 80: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Tabela 6. Distribuição da ocorrência das alteraçõesradiográficas da região trapezíometacarpiana na mão sintomática direitae esquerda dos pacientes-com OATM.

Radiografia

AlteradaNão alteradaTOTAL

Direita16925

MãoEsquerda198

27

Teste de y2 %2 = 0,04 g.l. = 1 p= 84,66%

Não foi observada diferença significativa na ocorrência das

anormalidades radiográficas entre a mão direita e esquerda dos doentes

com OATM.

Alterações da cintilografia foram observadas em 35 (67,30%)

mãos, e sendo 14 à direita e 21 à esquerda (tabela 7)

Tabela 7. Distribuição da ocorrência das alteraçõescintilográficas nas mãos sintomáticas direitas e esquerdas.

CintilografiaPositivaNegativaTOTAL

Direita141125

MãoEsquerda

216

27Teste do %2 -tf. = 1,90 g.l. = 1 p=16,85%

Não houve associação entre resultados do exame cintilograficos e

mão sintomático direita e esquerda.

Page 81: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Em 30,76% das mãos estudas, o teste de Grind e o exame

radiográfico foram positivos quanto ao diagnóstico da OATM, em 13,46% das

mãos, o teste de Grind foi positivo e o exame radiográfico normal, em 34%

das mãos, o teste de Grind foi negativo e a radiografia demonstrava OATM e,

em 21,53% das mãos, ambos os exames foram negativos. Na tabela 8 está

apresentada a distribuição positividade ou não do teste de Grind e

anormalidades radiográficas nas mãos sintomáticas.

Tabela 8. Distribuição da positividade (ou negatividade) doteste de Grind e anormalidades radiográficas.

RadiografiaAlteradaNão alteradaTOTAL

Teste de GrindPositivo167

23

Negativo181129

Teste do x2 x2 = 0,07 g.l. = 1 p=78,64%

Não foi observada associação entre a positividade do teste de

Grind e alterações radiográficas.

Em 17 (32,69%) das mãos sintomáticas, íoi constatada positividade

do teste de Grind e anormalidades do exame cintilográfico, em 20 (38,46%), o

teste de Grind foi negativo e a cintilografia foi anormal, em 6 (11,53%), o teste

de Grind foi positivo e a cintilografia normal e, em 16 (30,76%), ambos foram

normais. Na tabela 9 está apresentada distribuição dos resultados do teste de

Grind em relação à ocorrência de anormalidades ao exame cintilográfico.

Page 82: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Tabela 9. Distribuição dos resultados do teste de Grind emrelação às anormalidades da cintilografia nas mãos sintomáticas.

Teste dePositivoNegativoTOTAL

Grind

Teste do x 2

Alterada172037

X2=1,31 g.l. = 1c

Cintilografia

p= 25,17%

Normal61622

Não houve associação entre os resultados do teste de Grind e os

resultados da cintilografia.

Anormalidades cintilográficas e radiográficas ocorreram em 33

(63,46%) das mãos. A cintilografia foi anormal e a radiografia normal em 2

(3,84%) mãos, a radiografia foi anormal e a cintilografia normal em 4 ( 7,69%)

mãos e ambos os exames foram normais em 13 ( 25,00%) mãos. Em 2

(3,84%) mãos não afetadas, a radiografia foi anormal e, em 1(1,92%) a mão

não afetada, a cintilografia foi anormal. Na tabela 10 está apresentada a

distribuição da ocorrência das alterações radiográficas e cintilográficas nas

mãos afetadas.

Tabela 10. Distribuição da ocorrência ou não de alteraçõesradiográficas e cintilográficas nas mãos sintomáticas.

CintilografiaAlteradaNão alteradaTOTAL

Alterada334

37

RadiografiaNão alterada

21315

Teste exato de Fisher p<0.01

Page 83: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

Constatou-se haver associação entre as anormalidades do estudoradiográfico e cintilográftco.

Page 84: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

DISCUSSÃO

Page 85: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

65

6. DISCUSSÃO

A OA primária é uma afecção freqüente que acarreta dor e

incapacidade funcional, muitas vezes expressiva, durante a fase de vida

produtiva (Peyron, 1990). Dentre as formas de OA a OATM é uma das mais

comuns. Na presente casuística, dor nas mãos foi relatada por 62,8% dos

casos atendidos na unidade da Clínica Reumatológica responsável pelo

atendimento de doentes com afecções osteoarticulares degenerativas de um

hospital geral. Em 17,36% dos casos atendidos, havia dor na base do

polegar. Destes, 42,25% foram selecionados e apresentavam condições para

serem avaliados, o que indica que a ocorrência de OATM é superior a 7,33 %

Page 86: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

dos casos de OA de uma clinica especializada no tratamento de doenças

osteoarticulares. A elevada freqüência de casos de OA de mãos é enfatizada

por SCOTT ; HOCHBERG (1984), que a descreveram em 38% das mulheres

e em 24,5% dos homens com mais de 66 anos. O número de casos aumenta

com o envelhecimento da população (BRAND ; FIFE, 1986; MANKIN, 1993).

Isto indica que número crescente de casos deva procurar entidades de

assistência médica ou entidades previdenciárias, para tratamento da condição

clínica ou como amparo para compensar incapacidades profissionais nos

próximos anos. Os custos sociais de manutenção e atendimento de tais

doentes são muito elevados (LAWRENCE, 1977; PEYRON, 1981; PEYRON ;

ALTMAN, 1992), razão pela qual programas de prevenção da ocorrência e da

progressão da OA são necessários. Para que haja organização de tais

programas, o diagnóstico precoce e a identificação de fatores responsáveis

pela sua instalação e progressão devem ser identificados.

A OA é clinicamente heterogênea, com etiologia múltipla

apresentando características patológicas e radiológicas constantes. A

incidência de fatores de risco é diferente para cada articulação (RADIN 1981).

O diagnóstico da OA obedece critérios clínicos e de exames

complementares que ainda necessitam ser melhor estabelecidos (AUNE,

1955; ALTMAN, 1991; SPECTOR et ai., 1991). A ocorrência de dor e de

deformidade na articulação TM (BURTON, 1973; MARMOR 1969) e a

ausência de anormalidades da velocidade de hemossedimentaçâo e do teste

do látex (ALTMAN, 1992) foram os critérios clínicos utilizados para o

diagnóstico de OATM e para exclusão de doentes com outras afecções

Page 87: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

causadoras de condições clínicas que também acarretam dor nas mãos na

presente casuística. Os exames.radiológicos (KELLGREN ; LAWRENCE,

1957) e cintilográficos (HUTTON et ai., 1986; MACFARLANE et ai., 1991) e as

provas funcionais (BURTON, 1973) foram utilizados para a avaliação dos

doentes no presente estudo.

A OATM, pode resultar em comprometimento permanente da função

da mão (LASSERE, 1949), órgão fundamental para a vida de relação pela dor

ou limitação da função articular. Na presente casuística, a dor, avaliada pela

escala visual analógica, referida pelos doentes foi moderada e intensa na

maioria dos casos em que pode ser aferida com precisão (80,76%). A dor é

maior razão da incapacidade funcional dos doentes com OATM(MARMOR,

1969). Estudos epidemiológicos relatam que as doenças músculo-

esqueléticas, incluindo a OA são a mais importante causa de dor nos

membros inferiores dos indivíduos adultos. A dor, pode ser aferida por vários

métodos que utilizam escalas uni ou multidimensionais. Foi utilizada a EVA,

porque é simples e porque por foi validada em nosso meio (PIMENTA, 1995).

O valor do uso de instrumentos para avaliar a dor, como o algiômetro por nós

utilizado, é controverso. Apresenta a vantagem de padronizar e quantificar os

achados do exame físico (FISHER et ai., 1995) e a desvantagem de não

traduzir necessariamente a condição clínica dos doentes PIMENTA, 1995).

Admite-se que a OA pode ser o produto da combinação de vários

fatores de risco incluindo a idade, lesão mecânica, constituição e/ou

hereditariedade e inflamação (PEYRON; ALTMAN, 1992). Destes, a idade e

I • • M « d i r a -ju U S P i

9 l b l l 0 ! » c « C o n t r a i j

Page 88: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

os micro e macrotraumatismos parecem ser os mais importantes (ZANCOLLI,

1992).

Na presente casuística, a OATM acometeu apenas indivíduos do sexo

feminino durante a menopausa. A OA, acomete com maior freqüência,

indivíduos do sexo feminino durante a menopausa (STRECHER, 1955). A

prevalência do diagnóstico clínico de OATM entre mulheres durante a

menopausa, selecionadas ao acaso, na presente casuística foi semelhante à

relatada por KELLGREN; LAWRENCE (1958). e é concordada por outros

autores que também notaram OA no sexo feminino e na sexta e sétima

décadas da vida (SCOTT, HOCHBERG, 1984; PEYRON, 1984). O

acometimento preferencial dos indivíduos do sexo feminino durante a

menopausa, foram as razões pelas quais alguns autores correlacionaram as

variações hormonais desta fase da vida da mulher como envolvidas na

gênese da OA (STECHER, 1955; LAROCHE et ai., 1989; SPECTOR,

CAMPION, 1989) Entretanto, o papel da atividade hormonal na ocorrência da

OA é controverso (SCHOUTEN et ai., 1992), segundo trabalhos clínicos e de

experimentação animal (CICUTTINI, SPECTOR, 1995) . As pesquisas

populacionais mostram que os nódulos de Heberden são mais comuns em

mulheres e se correlacionam mais com a idade do que com a presença de

sintomas (LAWRENCE, 1952).

A freqüência de casos tende a aumentar em doentes com idades

avançadas (LAWRENCE, 1977; PEYRON, 1986). A idade é considerada um

dos mais importantes fatores associados à OA primária (LAWRENCE, 1966).

É provável que a falência dos elementos articulares possa facilitar a ação de

Page 89: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

69

fatores desencadeantes. Há maior prevalência após a quinta década, no sexo

feminino e na idade da menopausa (PEYRON, 1986). Em conseqüência, os

casos de OA também crescem numericamente em igual proporção (BRANDT ;

FIFE, 1986; MANKIN, 1993).

Outro fator importante para a instalação da OA é a lesão

mecânica. A patogênese guarda certa relação com a susceptibilidade para

desenvolver a doença e com o desequilíbrio mecânico local de cada

articulação em particular (RADIN, 1981). O traumatismo mecânico resulta do

uso excessivo, repetitivo e crônico da articulação ou de um grupo de

articulações como conseqüência de atividade física forçada (AUNE, 1955) ou

de sobrecarga mecânica aguda (HOWARD, 1987). A ação de agentes

mecânicos lesivos acarreta fadiga, rotura ou falência das redes de fibras ou

ativação dos processos de degradação celular (RADIN, 1976; 1981). A

cartilagem é altamente vulnerável à ação de cargas repetitivas de impacto.

Isto justifica a alta freqüência de OA dos ombros e cotovelos nos operadores

de perfuradores pneumáticos, em joelhos e tornozelos de bailarinas e

jogadores de bola, nas articulações metacarpofalangeanas de lutadores de

boxe e na articulação trapeziometacarpiana dos tapeceiros e donas de casa

(HADLER et ai., 1978, FREY; MULLER, 1984; STECHER, 1941). Na presente

casuística, a maioria dos doentes apresentava atividades que requeriam o uso

das mãos para sua execução, o que está de acordo com o observado por

outros autores. Quantitativamente, a maior força de impacto na cartilagem

resulta da contração muscular que estabiliza a articulação e não da

sobrecarga articular (REILLY; MERTENS, 1972). Assim, na marcha normal

Page 90: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

(um exemplo de sobrecarga repetitiva de impacto), 4 a 5 vezes o equivalente

ao peso do corpo é transmitido aos joelhos. Na posição de cócoras este valor

aumenta de 10 vezes (SOKOLOFF, 1969). A atividade mecânica repetitiva é

uma fonte potencial para o desenvolvimento da OA dos dedos (LAWRENCE,

1961). É possível que a dominância da mão dos doentes e/ou a execução

funcional dos movimentos de preensão em pinça ou em garra, repetitivos e

com carga (HADLER et ai., 1978; LAWRENCE, 1961; COONEY et ai., 1977)

resulta na maior freqüência de casos no membro funcionalmente dominante.

Na maioria dos pacientes avaliados no presente estudo, entretanto, a OATM

foi bilateral. Quando unilateral, a OATM não predominou na mão direita que

era a funcionalmente dominante em todos os doentes avaliados. Esta

observação contrasta com o observado por outros autores que notaram

evidente predominância desta entidade no lado dominante (ACHENSON et ai.,

1970). Este achado, sugere que outros fatores além dos mecânicos,

provavelmente constitucionais estejam relacionados com a instalação da

OATM (FREY ; MULLER, 1984).

Dentre os testes destinados ao diagnóstico da OATM, o de Grind é

um dos mais utilizados (BURTON, 1973). Em nossa casuística, entretanto,

apenas 44,23% dos doentes apresentou-o positivo, o que sugere ser ele de

baixa sensibilidade para o diagnóstico de OATM.

A dor na mão pode também ser decorrente de outras afeções

músculo-esqueléticas e de afecções neuropáticas. As doenças inflamatórias

reumáticas, podem ser diagnosticas através de dados de história clínica e

pelo exame de hemossedimentaçâo e prova do látex, que foram critérios para

Page 91: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

7 1

exclusão destes casos durante a realização deste estudo (MANKIN, 1993).

Dentre as afecções músculo-esqueléticas, que acarretam dor na mão,

destaca-se a tenossinovite DeQuevain ou a tenossinovite estenosante do

primeiro compartimento dorsal da mão (EATON; LITTLER; 1973). Esta

condição inflamatória, é causa freqüentemente por desuso da mão e do punho

e eventualmente associada ao diabetes, à hiperuricemia, hipotireoidismo,

gravidez e artrite reumatóide, podendo estar associada rizartrose. O exame

cuidadoso permite distinguir a dor sobre a porção distai do rádio próximo ao

tendão abdutor pollicis longus e extensor pollicis brevis da queixa sobre a

articulação carpometacarpiana do polegar. O "teste de compressão axial-

rotacional" ou Teste de Grind é positivo na artrose mas não na doença de

DeQuervain. O teste de Finkelstein é usualmente positivo na artrite da

articulação basal e na doença de DeQuervain. O teste de FINKELSTEIN

(FINKELSTEIN, 1930), foi negativo em todos os doentes desta casuística. A

subluxação da articulação carpometacarpal ou o impacto da faceta dorso

radial causa dor no primeiro caso e a excursão do tendão no segundo.

A segunda condição que deve ser aferida é a presença do dedo em

gatilho, que é constituída pela tendinite do primeiro extensor relacionada com

a postura de flexão-adução do metacarpo subluxado com compensação em

hiperextensão do m. abdutor pollicis longus e extensor pollicis brevis. Esta

entidade e a síndrome do túnel do carpo, são manifestações de síndrome de

OA primária generalizada e mais relacionados como o processo de

membrana sinovial hipertrófica envolvendo a bainha do tendão flexor. Dentre

as afecções neuropáticas, a neuropatia compressiva do nervo mediano

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Page 93: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

73

EATON, 1983). Foi entretanto normal em 30,76% dos casos avaliados

(estágio I de EATON ; LITTLER, 1973) e estava alterada em 3,84% das mãos

não sintomáticas. MACFARLANE et ai. (1991), constataram correlação entre a

presença e o crescimento dos osteófitos com a sintomatologia. Observaram

que as alterações cintilográficas, prognosticam a desintegração da arquitetura

articular. BUCKLAND-WRIGHT et ai., (1995) concluíram que os osteófitos, a

esclerose subcondral e os cistos justa-articulares são marcadores mais

sensíveis para o diagnóstico da OA das mãos e. que o estreitamento articular

corresponde aos estágios mais avançado da OA. Estes dados contrastam com

os da progressão da OA da mão, onde o estreitamento do espaço articular é o

segundo parâmetro confiável e sensível. O número e, especialmente o

tamanho dos osteófitos, parece ser um dos melhores marcadores para a

progressão da doença. A radiografia é importante para o diagnóstico de

condições associadas à OATM. Uma paciente com OATM apresentava

também OA trapézio-escafoidal. Este dado coincide com a prevalência entre

11% a 40 % encontrada por outros autores (HAFFGUR, 1977; SWANSON,

1972; NORTH; EATON, 1983). Em 30,76% das mãos afetadas estudadas, o

teste de Grind e o exame radiográfico coincidiram quanto ao diagnóstico da

OATM, em 13,46% das mãos, o teste de Grind foi positivo e o exame

radiográfico normal, em 34% das mãos, o teste de Grind foi negativo e a

radiografia demonstrava OATM e, em 21,53% das mãos, ambos os exames

não foram compatíveis com o diagnóstico.

O desempenho da cintilografia para o diagnóstico da OATM foi similar

ao da radiografia. A fase tardia da cintilografia óssea exame de cintilografia

Page 94: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

óssea estava alterada em 67,30% das mãos doentes na presente casuística,

valor similar ao do exame radiográfico. Em 3,84% das mãos, entretanto a

cintilografia foi compatível com a OATM e a radiografia foi normal, em 7,69% o

exame radiológico foi compatível com OATM e a cintilografia normal e em

1,92%, revelou sinais de OATM em uma mão assintomática. Ambos os

exames não permitiram o diagnóstico da afeção em 25% das mãos

comprometidas pela OATM. A cintilografia é considerada exame sensível que

permite o diagnóstico precoce da OATM (MACFARLANE et ai., 1993;

CHRISTENSEN, 1983) com maior resolução que o estudo radiográfico

(HUTTON et ai., 1986). Ocorreu concordância entre a positividade do teste de

Grind e o diagnóstico cintilográfico em 32,69% das mãos sintomáticas, em

38,46%, o teste de Grind foi negativo e a cintilografia foi anormal, em 11,53%,

o teste de Grind foi positivo e a cintilografia normal e, em 30,76%, ambos

foram normais. Esta observação é similar a que ocorreu quando o teste de

Grind foi comparado com o estudo radiográfico..

Neste estudo fica claramente documentada a importância da

caracterização clínica da OATM. O exame clínico, portanto é fundamental

para a condução de casos de OATM, pois fornece dados que possibilitam o

diagnóstico e o acompanhamento da afecção conceito e subsídios para

avaliação das repercussões funcionais mais que o exame radiológico e

cintilográfico. O diagnóstico desta condição é baseado na freqüente ausência

de correlação entre a ocorrência da dor e as anormalidades radiográficas. A

despeito da importante contribuição que o estudo da imagem radiográfica

oferece para o seguimento dos doentes com OATM e constitui subsídio para a

Page 95: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

75

decisão cirúrgica, o estudo radiográfico tem valor controverso. Esta afirmação

está de acordo com a observação do Comitê de critérios diagnósticos e de

tratamento do American College of Rheumatology de que a radiografia tem

menor valor para o diagnóstico da OATM que o exame físico (ALTMAN, 1990).

e contrariam as evidências que sugerem que a radiografia é melhor do que o

exame clínico para a definição de OA das mãos em estudos epidemiológicos

(HART et ai., 1994).

Baseando-se nos resultados deste trabalho, o seguinte protocolo de

avaliação de doentes com dor nas mãos foi desenvolvido:

ROTEIRO PARA O DIAGNÓSTICO DA OA TRAPEZIOMETACARPIANA NAPRÁTICA CLÍNICA

1. Identificação: sexo, idade, atividade ocupacional

2. História clínica de dor na base do polegar, presença de nódulos

de Heberden e/ou Bouchard.

3. Quadro clínico de dor na articulação trapeziometacarpiana,

deformidade ou aumento de volume . Presença de dor no teste de Grind,

ausência de dor no teste de Finkelstein e de Phalen.

4. Exames laboratoriais para exclusão de doenças articulares

inflamatórias

Page 96: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

5. Exame radiográfico da mão, na incidência ântero-posterior, para

avaliar presença de diminuição do espaço articular, osteófitos, esclerose

óssea, cistos, subluxação articular e irregularidades no contorno ósseo.

6. Exame cintilográfico da mão para revelar hipercaptação na

articulação TM acometida.

7. Exame eletroneuromiográfico para descartar a ocorrência de

sindrome do túnel do carpo e sindrome do canal de Guyon.

Page 97: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

CONCLUSÕES

Page 98: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

7. CONCLUSÕES

7.1 A OATM é causa freqüente de dor incapacitante na base do polegar em

doentes tratados em unidades de reumatologia especializadas em afecções

degenerativas osteoarticulares.

7.2 A OATM predomina em mulheres menopausadas.

7.3 O fator mecânico parece ser importante um elemento etiopatogênico.

7.4 O teste de Grind, o exame radiográfico e a cintilografia apresentam

elevada freqüência de achados falso-negativos.

7.5 O exame radiográfico e o cintilográfico apresentam o mesmo valor

diagnóstico para a OATM.

7.6 O exame clínico ainda é um instrumento importante para o diagnóstico da

OATM.

Page 99: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

78

7.7 O teste de Phaien é menos sensível que o exame eletroneuromiográfico

para o diagnóstico da sindrome'do túnel do carpo.

7.8. A síndrome do túnel do freqüentemente está presente em doentes com

OATM.

Page 100: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 101: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

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Referências apresentadas de acordo com: CUNHA, A.C.F.

Estrutura e apresentação de dissertações e teses. São Paulo, Faculdade de

Medicina da Universidade de Sào Paulo, 1993, 50p.

Page 112: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

ANEXOS

Page 113: caracterização clínica, radiografica e cintilográfica da osteoartrose

PROTOCOLOOA TRAPEZIOMETACARPIANA

*N:

data da 1 cons:A) IDENTIFICAÇÃO

nome: RG:

idade_J sexo cor est civil prof.:

Res.: bairro munic_

CEP: fone:

Mão dominante: D ( ) E ( ) Mão afetada: D ( ) E ( )

Ocupação habitual: torcer roupa ( ) tecer ( )esfregar roupa ( ) tricotar ( )

passar roupa ( ) girar a maçaneta ( )arear panelas ( ) abotoar ( )pegar panela pesada ( ) puxar zíper ( )descascar batata ( ) massagear ( )sovar massa ( ) costurar ( )

escrever ( ) outros ( )

B. HISTÓRIA CLÍNICA

Traumatismo único: Não ( ) Sim D ( ) E ( ) bilateral ( )

Rigidez matinal: Não ( ) Sim D ( ) E ( ) bilateral ( )

Tempo de doença: D : E :

Início : abrupto D ( ) E ( ) insidioso D ( ) E ( )

Dor : D ( ) E ( ) bilateral ( )

Fatores melhora : repouso ( ) movimento ( )

Fatores piora : movimento ( ) esforço ( )

C. EXAME FÍSICO:

Deformidade : N ( ) S ( ) D( ) E ( ) bilateral ( )

Manobra de Finkelstein : N ( ) S ( ) D ( ) E ( ) bilateral ( )

Manobra de Phalen: N ( ) S ( ) D ( ) E ( ) bilateral ( )

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Teste de Grind: N ( ) S f ) D ( ) E ( ) bilateral ( )

D) RADIOGRAFIA SIMPLES DA MÃO (AP)

normal ( ) alterado ( ) D ( ) E ( ) bilateral ( )

Osteofitos: N ( ) S ( ) D ( ) E ( ) bilateral ( )

Esclerose: N ( ) S ( ) D ( ) E ( ) bilateral ( )

Cistos: N ( ) S ( ) D ( ) E ( ) bilateral ( )

Diminuição do espaço articular : N ( ) S ( ) D( ) E ( ) bilateral ( )

Subluxação : N ( ) S ( ) D ( ) E ( ) bilateral ( )

E) CINTILOGRAFIA da articulação trapézio metacarpiana:

alteração ausente ( ) presente ( ) D ( ) E ( ) bilateral ( )

F) ELETRONEUROMIOGRAFIA:

normal ( ) alterado ( ) D ( ) E ( ) bilateral ( )