bruno, pierre - satisfação e gozo [psicanálise - campo freudiano]

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Satifaçãoe

(ozoPierre Bruno

Tradução de : Cris ina Vidigal e Luiz Henrique Vidigal

Revisão: élio Garcia

Ed to ahl

Belo Horizonte

Aluanbrt

iblint ca igital

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Título Origina :Sa isfac ion et Jouissance

Tradução au o zada pe o autor paraSimpósio do Campo Fr udiano

Obra ita em co aboração com oSimpós o do Campo Fr ud ano

Editora ahRua Pouso A to252 A30240 Be o Horizonte Minas Ge ais

D s nho de capa L o ad i a

Impr ssão Grá ica Nova Repúb ca

Índice

Negat vação d s Ca esDespossessão do Su je toParadoxo da Satisf çãoSa s ação e Verd deDemanda, P lsões S n oma

Pa Im os or e Pa H m lhadoA A arelhagem do GozoFabr cação do Falso

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Aluanbrt

iblint ca igital

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N egativação das Cares

Vou comunicar o título do nosso curso desse ano, que nadatem e surpreendente, pois se trata de "Satisfação e Gozo"

E um título que eu a udei a escolher, na medida em que é umafQ lação que me ocorreu no momento de proposição de umtema à diretoria da Ecole de la Cause, que então a adotou para asJornadas de Primavera

Eu disse "a udei a escolher" e não "escolhi", primeiyo porquea instância de escolha é coletiva, a saber, a diretoria da Ecole, mastambém porque a idéia dessa formulação me veio num contextodeterminado por uma série de discussões, nas quais um dospontos de convergência se fazia pela via do termo "realidade"

marcado por Marc Strauss no escrito de Laca de1967: "A

Psicanálise as suas Relações com a Realidade". Para conti uar

nesse encaixe de bo ecas russas1, lembro que o termo realidadefoi proposto por Marc Strauss para· ser co jugado com o termo

"fantasia"2, que os membros da Escola de Toulouse tinham eleitocomo título para as or adas da Primavera, mas e laçando o aotermo ob eto "a"

Esse termo ob eto "a" figurava então o título proposto pelosmembros da Escola de Toulouse na fórmula "da fantasia ao ob etoa" Mas esse termo "ob eto a" não foi ma tido pela diretoria, emfunção de que poderia suscitar especulações verbais ou até ver-borréicas, ou um trabalho muito textual sobre os e u ciados deLacan, razões que considerei ustas

1 N doT. P qu nas bonecas qu s ncaixam umas d ntro das outras.2 N doT.: Adota-se atua mente no Brasil o termo fantasia quando até r entemen

usava s " antasma

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Pere B o

"Satisfação e Gozo" é então o título ao qual eu aderi, mas quenão seria o título que eu teria escolhido se não fosse o aconteci-'mento excepcional das Jornadas de Primavera em ToulouseAo tornar meu sse título para o curso deste ano eu não fizmais que acatar uma tradição que sem ser constrangedora incitaou convida aos organizadores que vivem na cidade sede (ou sejaaqueles que a exercem a psicanálise) a consagrar o ensino daqueleano ao tema das Jornadas Foi o que Jean-Rober Rabanel fez, porexemplo o ano passado em ClermontFerrand com o tema "O Atoe a Repetição". Acrescento que foi de bom grado que eu me curveia este costume, pois que eu não penso que ele me desvia mas simme indica um viés, que afinal pode se evidenciar fecundo, traçadopelo ensino de Lacan, que eu me esforço em percorrer isto é queeu me esforço em verificar a ransmissibilidade

Colocados estes preliminares, já que fiz referência a es e escrito de Lacan de 1967 (in Scilicet1) que tem como tí ulo "DaPsicanálise nas sua Relações com a Realidade", eu me permitirei,

para introduzir o que vou dizer es a noi e, ci ar a frase a qual euextraí estes dois termos "sa isfação e gozo" s a frase vocês aencontrarão em Scilice 1, pag 58:"Nós, psicanalistas, sabemos que aver de é essa satisfação que não põe obstáculos ao prazer do fato dela seexilar no deserto de gozo.

Se vocês permitem, uma vez fei a essa indicação, deixarei essafrase em suspenso; espero encon rar ainda uma pequena peçadesse quebra cabeças para po er fazer uma leitu a com umaexplicaçãoEssa noite, tomarei um outro onto de par ida que fará igaçãocom as questões que avançava no final do curso do ano passado,que resumiria dizendo que se trata de exa nar o laço entre o que,de um lado é do Outro e do outro lado diz respeito ao gozo ssa

uestão eu a re omarei esse ano por um ou rocaminhoComeçarei por ma observação é queo Ou ro, uer dizer

aquele que Lacan descobre como sendo de in cio o Outro dosignifican e depois (é a virada do exto "De uma questão Preliminar a todo ra amen o Poss vel da Psicose" como sen o aquele

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Stsfaço e Gozo

da lei, �se O tro só pode ser dito ao se incorporar Em o trapalavra , parto da tese seg ndo a q al o O tro não é exportávelpara fora do campo da psicanálise, não pode valer, por exemplo,como conceito estr t ralista. O disc rso analítico é o único q evalida essa tese O O tro só pode ser dito ao se incorporar Irei mpo co mais longe indicando q e podemos extrair em Lac n mtermo para designar o O tro antes q e e e seja O tro, ao seincorpora esse termo encontrei de maneira marcante em "Radiofonia", é o q e Lacan chama "o corpo do simbólico" O corpo dosimbólico, q e é ma expressão tilizada por acan, é entretanto

ma exp essão q e por si só já diz o bastante Po s o simbólico sótem corpo pelo fato q e s a vocação, poderia-se dizer, é j stamente se incorporar

Podemos deixar, por m m'omento, essa observação semtentar dar- lhe ma seqüência, para retomar a expressão de Lacan"o corpo do simbólico" como q alificando o O tro antes q e elese incorpore Pode se dizer q e o corpo do simbólico é aq ilo doq al a lingüística tenta fazer ciência Mas, espero q e daq i apo co isso fiq e mais claro para vocês; ela só pode tentar fazeriência desse corpo simbólico desmaterializando o, o q e leva,

aisq er q e sejam suas boas intenções, a s bstantivar esse cor o_simbólico

Se essa distinção q e introd zo entre o corpo do simb lico eo O tro é ma istinção pertinente, se é pertinente q alifi decorpo do simbólico o O tro enq anto ainda não incorporado, q erdizer, enq anto não é ainda O tro, é egítimo, n sa perspectiva,falar de gênese do O tro? Parece me q e, sem responder frontalmente a essa q estão, pode se observar q e esse momento deincorporação do corpo do simbólico, através do q al o O trotorna se O tro, é o q e Lacan chama: "o ponto de onde se agarraa estr t ra, é m ponto do q al, e seria tentado a dizer, q eleestá o não está, não é possível retraçar a gênese Pode-se dizer,de maneira abr pta: a es r t ra se agarra o não se agarra as se1

ela se agarra em alg m ponto, podemos dizer, é nesse p nto de

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Picrr Bruo

onde ela se agarra que, ao tomar corpo, o simbólico se trans utaem Outro

Eu avanço uma proposição aqui que eu creio simples decompreender, uma proposição que permite, entre outras coisas,distinguir o simbólico do Outro O Outro é o simbólico incorpora-do.

Evidentemente é uma proposição simples, mas que nos deixano limiar de dificuldades pois a uestão que deve se colocar agorapara ,ÓS é o que devemos entender por incorporação?

E a essa questão que vou me ater agora, começando porsubstituir esse termo incorporação, que é um termo que se encontra em Lacan, por esse d corpsificação que, como tinha lembradoano passado em resposta a uma questão, introduz a palavra inglesa "corpse", que quer dizer "cadáver . Corpsificação é um neologismo cujo preço, penso, é indicar em que a incorporação do corpodo simbólico dá ao corpo um estatuto para além do vivo Alinguagem introduz na questão do corpo essa parte de nad ificação

simbólica que vai lhe fundar o estatuto na psicanáliseEu reterei então esse termo de corpsificação e, como indiqueia instantes, dese o lhe dar todo o seu alcance no discurso nalítico,sublin ando que essa operação é constitutiva do ponto onde seagarra a estrutura

Ao contrário, sem essa operação de corpsificação, não te oslugar para falar de estrutura E insisto sobre o fato que aq Testamos aquém, num ponto fundamental aquém das formas deassu eitamento que são a neurose, a psicose ou a perversão Nósestamos no seguinte ponto: há lugar para falar de estrutura Só hálugar para falar de estrutura a partir desse ponto constituído pelacopsificação

Se é assim, vamos então nos interrogar sobre o que está nessacorpsi icação, util izando as fontes de doutrina contidas no ensinode Lacan

Isso que está no princípio da corpsificação, quer dizer, o queestá no princípio dessa incorporação do simbólico a partir da qual

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Sat sfaço e Gozo

somos egitima o a falar e Outro, é o que Lacan chama egativaç o a ca e

Ca a um e vocês sabem que a carne1

n o é o corpo. Po e se ser escarna o mas nem por i o eixar e ter um corpoSe ispõe essas uas expressões antinômica : po e se izer

e a guém, ele ou e a, que "tomou corpo"2e po e e izer ta bémque e e ou ela e tá pele e osso Essa última express o é o qu

izemos o anoréxico Po emos izer, o que será, sem úvi a,esc arece or, que o anoréxico negativa sua carne.

Essa negativaç o e carne que Lacan põe no princípio o quee e chama "corpsificaç o", nós lhe encontramos logo a figuraç principa na sepu tura, na me i a em que a sepultura equiva e

ímbolo e0, o conjunto vazio, ante me mo que esse ímbo oseja forja o como ta na teoria os conjuntos

A sepu tura é, nos z Lacan, o conjunto vazio as a urao conjunto vazio que se obtém, jus amente, pela negativaç o ascarnes Pois é claro que0 n o é o conjunto a o a uras ueseriam seus elementos, sen o não eria um conjunto vazio! E0pela negativaç o as carnes.

Nós po emo , a partir a p efiguraç o principal a epulturafazer érie Fazer série que, e uma certa aneira, tran verbera aestrutura, quer izer aí ocupa, ou sobretu o, aí representa funções

iversas mas fun amenta mente homogêneas e, para citar apenasuas que s o importantes no saber ana ítico, que v o a na ifica

ç o simbólica o pai morto ao- < a ca traç o a qua , você

sabem, uma as figuras é a libra e ca e a meno Dito e outra� aneira, essa quest o a negativaç o as carnes está no cerne acorp ificaç o por on e e agarra a e trutura, está também no cerneda estrutura em funç o. Eu lhes ei, a pouco, o exemp o clínico oanoréxico, que n o me parece um exemp o metafórico, quer izer,

N.doT.: Em portug ês temos m ünico term "ca e" enquanto que m francês temosdois termos "ch; lr" e "viande".

2 N.doT.: "bien en chair"

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Pe.re B o

existe nessa negativação de carne à qual procede de anei aimplacável o anoréxico, qualquer coisa que visa - vamos vê-lo -

fazer nascer o g�zoE por aqui que vou abordar o segundo termo que lhes disseue gostaria de relacionar com o "Outro que é esse do "gozo ; a

partir desse ponto onde se agarra a estrutura, a partir esse pontode corpsificação cujo princípio é a negativação das carnes, o queque é o gozo?

A operação que acabamos ver, poderemos, em outro momento, nos estender de maneira mais desenvolvida, n sso que o cor o,dessa vez não mais o corpo do simbólico, mas o corpo mesmo, ocorpo enquanto corpsificado, o corpo que tem haver com a psicanálise a nível dos sintomas de conversão histérica por exemplo

esse corpo se engendra como tal pela negativação das carnesE lá dentro? Como fica o gozo? Dizemos algumas vezes que

o gozo é a fra ueza da carne; em suma a carne é o que ozariaseo gozo não fosse justamente isso que procede de sua negativaçã

Pode-se dizer que somente a carne pode gozar, mas somentenquanto negativada como ca e e então la já não o pode maisE por isso ue o gozo é pura falta, mas uma fal a que, como dizLacan, "a ausência tor aria vão o universo"

Somos levados então a interrogar esse ponto, esse ponto qué necessário dizer, num primeiro tempo, desobede e à lógicaaristotélica, esse ponto onde, com a estrutura, se agarra o gozo.

O qu podemos observar é que quando Lacan, com muitas

dificuldades, tenta formular esse ponto nativo do gozo, esse pontoonde o gozo... nasce ou não é,1, ele convocao Gênese, quero dizero primeiro capítulo do Deuteronômio; e isso que torna esse pontinicial do gozo dificilmente apreensível, é que esse ponto inicial éu ponto evanescente, senão de evaporação, para utilizar a metáfora ue está subjacenteà maneira que Lacan aborda as coisas em

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N.doT : nait, ou n'est-E

francês a homofon a entre nait (nasce) e n est ãoê)

to a possível u jogo de palavras

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S sfaço Gozo

Radiofonia e que, tal ez, deveria nos levar a arriscar a expres oe �ascimento negavo o goz . Esse o toé então, intri seca

mente, um ponto de evanescênc a e de evaporação, e nãoé semi teresse que Lacan convoque a Bíblia para qualificá-lo

Eu espero ter a ocasião esse ano de t nsmitir'lh s a convicçãode que só existem dois livros importantes que são, de um lado, aBí lia, o que todo mundo percebe, e de outro lado, o Capital,·deMarx, o que se perceberá, mas que Laca á bia queé necessárioarticular com Lacan. A Bíblia é necessário lê-la com Lacan, e não9 inverso, não Lacan com a Bíblia Não ou fazer aqui a injúria de

c tar nomes Mas quando se lê a Bíblia, omo o f z Lacan, aparecessa assagem e "Radifonian que constitui uma das formulaçõesmais avançadas e mais precisa que Lacan a riscou concernente aopont nativo do gozo e que vocês, sem dúvida, con ecem" ssimnão vai toda a carne. As únicas u imprim m o signo a lh s n gativizar

vam, do qu do corpo aí s ra as n v ns águas sup rior s, d s gozo ch ias d raios a r distribuir corpo carn ".

Devo izer que essa frase de Lacan esc arece o que eu vouagora er l es:

"No começo, Eloi cria o céu e a terra a terra estádeserta e vazia, tinha tre as aci a do abismo e o espíritode Eloim plana a aci a da águas. Eloim diz: "Que sefaça a luz!" E a luz foi feita Eloi iu que a luz era boa,e Eloi para a luz das tre as Eloi cha aa luz dia,e as tre as noite; e te e u a noite e uma anhã · oprimeiro diaEloim diz "que se faça u fir a ento no meio das águas e que ele separe as águas das ág as Eloi fazentão o firmamento e ele para s águas que estão acimado firmamento das águas que tão abaixo do fir amen-

1 "Ainsi n va pas tout cha r.D u qu' mpr in I sig àl n a v r, montend u orps sn par n l nu aux supéri s d l jouiss n lo dd oudr s r d s bu r or r

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PiemBrw

o E e assim o fez Elo m chama o f rmamento céu, c sefez m no t c um man ã".

Não vou demorar me muito numa comparação que apareceda própria leitura, a não ser para marcar isso é que, se separando,no sentido que Lacan dá à separação, de engendramento; então,se engendrando, se separando da ca e pela negativação dessa, ocorpo se encontra dis unto do g o Ele se encontra dis unto pmesmo motivo que a carne, ela mesma, se encontra negativada.Em suma, pode se dizer que a ca e se entristece dessa viuvez que

a nega sem que o defunto, a saber, isso que vai fazer corposimbólico ao corpo, a encontre seu quinhão de gozo Isso pardizer de uma maneira um pouco diferente o que á pude dizersobre o fato de ser impossível que o pai real não seja morto

sso nos leva a uma conseqüência, ou sobretudo, por enquan-to, antes de fazer uma conseqüência, a uma observação da qualpode se perceber o cacife da questão que chamamos tradicional-mente a questão da localização do gozo Localização do goza questão através da q al, se apoiando sobre o que sepode chamara segunda parte do ensino de L can", se tenta introdu ir umadiscriminação entre Neurose, Psicose e Perversão Essa observação que deduz se, creio, disso que disse sobre a dis unção dcorpo e do gozo enq anto que produzido pela negativação dacarne é a seguinte: o retorno do gozo em direção ao corpo nãQJipor si mesmoo que u tentarei abordar,é a questão desse retorno

o gozo, segundo uma modalida e que eu queria, para concluiresse primeiro curso, lhes indicar ao menos a direção

Direiinicialmente para resumir o que disse até agora: que namedida em q e o simbólico, tendo tomado c o, se inco po9_corpo se faz verbo

O corpo se faz verbo, evidentemente é m enunciado contra-ditóri , mas é a definição que darei, em definitivo, da corpsifica _ ção: o corpo se faz verbo Ao formular as coisas assim, se r sgat

pode se dizer, sem que se tenha necessidade aí de lhe extrair, umaoutra vertente que devemos correlacionar à vertente da cor sifi

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Stisf lç o c Gozo

ca ão que é us ame e a ver e e da i car a ão. A car açãocoloca o problema de como o verbo pode se fazer car e

Direi fi alme e que ess é a ú ica coisa que es ou em co di-ões de dizer por e qua o co cer e e ao di heiro em ps ca á-

lise: "é caro 1 oma do a ques ão esses ermos podemosaumen ar a fórmula co de sada que propus a i s a tes: O simbó!ico e do 0 ado corpo, se i corpora, o corpo se faz verbo ecomple a do que se faz car e

Por ho e me co e arei em dizer simplesme e que essa éuma fórmula que esclarece, creio mu o bem o que é por exemplo

o gozo fálico No gozo fálico se ra a o corpo que se faz verbo quese faz car e Um gozo ue, para dizer abruptame e, ão O gozo,mas que es á fora do corpo Te arei abordar isso a próxima ezpor difere es v as te do como obje o os modos de ca ação.

N doT : ça it cher- refer6ncià homo onia as palavras rancesas cher (car ) echa r" carne).

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Despossessão do Sujeito

Balbino Bautist solicitou-me expor a vocês um trabalho quefez s bre o ozo e que e tão se inscreve dentro de nosso pro ramade cu o desse ano

Aceitei com muito prazer independente de qualquer outraconsideração pois parece me haver nisso ma forma de diálogo,a mais sé i que se pode conceber. Isso não quer dizer que não vaiha er curso hoje, isso quer dizer simplesmente que nossa jorn daserá um pouco mais lon a ois, por volta das22 horas, Bautistame devolve á a palavra

Temos aqu a exposição de B. Bautista sobre Hamlet

Penso que valeu a pena ter lido e escutado mas não earriscarei aqui a fa er uma tran ição artificial E nece sário o

tempo de decantar para que possa te lugao diálogo do qual faleiMas, primeiramente, a radeço ter i olado essa citação de S akespeare, citação da boca de Hamlet "Se essa ca ne udesse sefundir" EJ se undo lu ar, falarei hoje do es í ito, do píritopaterno E em Hamlet que poderemos fa er seu inventá ioO

terceiro ponto de aproximação que não falarei hoje, mas que tomode passa em pois, talvez vocês possam ver porque serei levado afa ar disso em se uida, é a questão do "eu".

Posto isso, retorno sobre o que introduzi na última vez, aer, a questão da ne ativação das carnes, através da qual arris

quei sa expressão nascimento negativo do o o"Anoto primeiramente que ne ativação não quer di er ne a

çãoe consideramos carnes, carnes no plural, como um conceito,

a ne ação das carnes quereria dizer: a esse conceito não correspon

de nenhum ar umento; ou ainda que o concei o subsume o número zero. Não é disso ue se tratan negativaçã as carnes

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Stsfaço e Gozo

Devemos, pe o co trário, compreender es negativação em rela-ção ao domínio de linguagem do qua surgiu, a ber, a referência

à ritmética como operação que transforma o número positivo emnúmero negativo pela marca ão do n mero positivo com o signo( ) Desse ponto de vista, pode se co statar que no final desnegativação, o número não desaparece, mas existe a partir des�xistência negativa

Eu partirei então des definição do go o que es prop s: ogozo é o equivalente à negativação das ca es:

G zo� negativação das ca esou o gozo é equiva ente à menos ca nesGozo� "menos" "carnes"

Na vez passada iz uso do equívoco a es e propósito, con ome um uso que he az Lacan que se autoriza disso ue na íng

az homon mia e asso ância pois não só arbitrários como que

Saussure mas co de sam o ensi o de uma experiência históricda li g agemNo temos simplesmente porque isso constit i uma espécie

de pescaria o uturo que pe a via do escrito, que como vocsabem tem, entre outras funções, a de ixar a ortográfia, vai4isti g ir isso q e ão é disti to ao níve fonético mas tambéco servar a medida em que a omofonia ermanece apesar da

ifere ça ortográ i a. Para reunir, para confundir n m mesmoermo esse movimento de ultrapassamen o e esse movi ento deconservação, a lí gua a emã, aquela com a qua Hege escrev

dispõe de um termo, que pode ser marcado a um dado momentoda leitura de Hegel o da Fe o e ologia do Espírito)Aufeben: ultr passar e manter.

E isso que faz o escrito em rel ção à omofonia depositadana ing age .

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Picrrc Brw\0

Me autorizando por minha parte desse equívoco me permescrever O gozo "m nos" "caro"1

Esse ( ) caro com efeito a encosta ou o vetor do gozovetor que tende em direção a um limite que seria contráradágio de Freudadágio que vocês encontram por exemplo nartigo sobre a ivagem do u tr duzido como: "só morte nad "

Que nada custe, al o limite ao qual tende o vetor do então algo que extravia o neuró ico, na medida em que o

tico e sobr� esse ponto podemos pe ar que a operação a

não sem efeito confunde usência de custo com a ausêcu pabilidade Q e nada custe então como o adágio e diqual tende o gozo, o que podemos ilustrar, mais uma veFausto de Goethe, mas dessa vez no segundo oethe, quer dnuma parte nem tanto consagrad o mor mas sim ao dinDesde que Mephist e Fausto propõem o imperador imptantas notas uanto ele queira para reencher os cofres do Eque se es ziaram, fazendo o credit r que os esouros acdos sob a terra no decorrer das er s e m l rg men e sufpara garantir o v lor disso que Mephisto ch mará, após a trofe financeira que se seguirá para o mpério do fato dor dor ter escutado e aplic do os conselhos de Mephisto Mephisto então chamará, co uma nota de ironia: o apel fan_ a

Ua.Esse adágio então, contrário quele preciosoa Freud, esse

adágio do gozo, pode se formular assim: "mesmo a vidanada" Adágio que faz impasse sobre isso, que Marx foi o úextrair todas as conseqüências, a saber: contrari mente às beque o mperador engol u, d abolicamente des il das porto, o valor só determinado pelo tempo de trab lho necesssua produção.

N.doT.:"moins" "ch r"- Ver nota à página 11

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: Satisfaço c Gozo

O fi me de Bresson, O Dinheiro, é sobre esse[ onto de vistabso utamente extraordinário, na suas perspicáci disso que é a

essência do dinheiro A questão que se coloc o herói, após tess ssinado sua benfeitora é onde está o dinheiro? O que testeunha bem que s� é levado a crer que o dinheiro existe em algum

parte, sob a f m e valor, de uma certa forma inato, e que, poí mesmo, ele também testemunha um certo recuo quanto à des-

va orização eces 1ria de seu gozo.Posto isso, tentarei p rtir daqui par exp orar o que é essa

existência negativa do gozoEstou deixando de lado por uns momentos a satisfação em-bora intuitivamente tenha tentado, por um momento, defini la

aqui por u a outra ma eira de nega o adágio de Freud O adági9e Freud: só a morte é por nada", l es disse que é negado peladá i d gozo "mes o a vida é por nada Podemos entret

e á l e uma outra for a: só a morte não é por adaPodemos perguntar se essa fórmu a respo deria a isso que

vem da satisfaçãoA tese que vou co ocar hoje à prova, para vocês e om você

é que essa existência negativa não está ausente do ensino de Lacane que pode ser e co trada num uga que costumamos chamar:

lto à esquerda das formulas da sexuação

3 x. <

fórmulas que v cês e contram no L'Etourdit e no seminário "OSaber do PsicanalistaEssa fór u a é então aquela que, na ordenação das fórmulas

ocupao posto de comando, no sentido que é por ela ue Lacancomeça Vocês encontraram no O Saber de Psicana ista u

entativa de ordenação dessas fórmu as da sexuação, por Lacanque efet vamente escol eu essa fórmu a como ponto de partida

An to, de passagem, ois não farei mais do que isso agora,que essas fórmulas da sexuação ão são, nem fór ulas da estrutura, nem fórmu as d discurso, mas sobretudo tentarei argu

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Pe Bno

entar sobre isso ais tarde- o q e p de os c a ar: a ponte daest utura ao discurso.

Então te os essa f r ula3 x. C.

Esse E invertidoé

usí bolo lógico co o vocês sabem que se cha a6 quant f cadore istencial.3 : e iste ao enos u que diz nãoà c x , querdizer que diz não à f�ção fá ica - esse é o sentido da barra danega ão sobre a unção

E neces ário notar ue nesse se inário - qu é u a espéciede falso se inário pois teve lugar ao es o te o que o verdadeiro ue se cha ava "Ou ire. . "- acan odaliza essa ór ula. O que quer dizer que te os que la, no: e ist um x, as siacrescentando u a modal zação, um modo lógico: é necessárique ex sta ao enos u x

Essa função fálica, pode os t bé e plicitá-la seguindo ouso da escritura inventada pelo lógico ale o Frege, ue encontramos em "Função e Conceito" o lugar vazio o de vai v r argumento susceptível de saturar a função

-

Uma vez lembrado que isso é u a funç o - e ness te t Sque falei a ouco ( Encore e L'Etourdit) há so es rita e te

ate ático do ter unção- pode s l r a aneira isdesenvolvida essa fór u a:3 x · C. E ecessário q e e sta o

enos um x que d ga não à função fálica, ou se a para o qu Jfunção ão é sat sfe ta- e aqui é u a tação de Lacan- quer diznão funcionando é ex l ído de fa o

A referênc a utilizada a ui por acan para dar u a idéia o

que po e ser esse que faz com que a função não funcione efaz com que a função fálica seja excluída de fato, é um exetemático, é o caso da função! ara a qual o argu e to x=O é

tal que o satisfaz a essa funçãoPo e os ostra lo, ito br ve ente: tome os do s ei os

ortogon is; sobre o ei o horizontal va os colocar os alores depode os to a los de ane ra arbitrária, por e emploO, 0,5, 1, 2

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Satsfaço e Gozo

tão ós temos x =O, x =0,5, x: 1, x = 2. Se x = 1, podemos ver 1 1q e�

= 1pois = 1.

E tão vamos colocar sobre o eixo vertical o valor da f çãotal como é determi ada pelo valor do arg me to sobre o eixohorizo tal,l = i:·Temos e tão a possibilidade de determi ar mprimeiro po o q e é m po to de coorde ação e tre o eixo daf ção e o eixo do arg me to

m seg ida se x = 2, l = 0,5

pois- 2

1

=0,5. O

valor do arg -.e to e temos para x = 2é 0,5

-

I

Io,s . + • -

I

X

Temos a ossibili ade de co str ir por esse método a c rvae sa f ção, c r a q e é chama a pelos matemáticos de hipér

bole e e é ma f ção decresce te O problema q e é colocadopor essa função é, diga os, de ma passagem ao limite pois, co op dem observar, q a to me or é o valor e x mais a f ção te deao i fi ito.A i dicação e passagem - q e sem dúvida tem sevalor para aq eles q e erem destacar a provocação de Laca apropósito de Holderli , pois o q e ele diz a propósito de Holderlié q e ele re cia a colocar a q estão des f ção hi erbólicaà

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Piere B o

sua potência lógica ext ema, o que, diz ele, pode ia escla ece oque é a questão do se de Holde l n Ao mesmo tempo Lacan fazalusão ao f acasso- malg ado sua boa vontade de Laplanche, emapl ca os ensinamentos de Lacan no seu liv o, hoje elativamen eantigo, "Holderlin u a Questão do Pai .

Pode-se desconfia que essa passagem ao l mite, que está dealguma fo ma insc ita na natu eza dessa função, é uma uestãofun amental na medida em que, pa a dize de uma out a manei ,quanto mais o valo de x se ap ox ma do (ze o), mais o valo dfunção se ap oxima do infinito Dito de out a fo ma, temos aqui,po essa simples constatação, uma ecusa da hipótese f lsa quepode a lhes faze pensa , po exemplo, que quando o valo de xse guala a (ze o), o valo dese iguala a (ze o)

X

Suponhamos que exista um núme ox tal que . valha X

Pode-seesc eve x = po s x = O aseeumu tiplicoX

um núme o po um nume o idêntico àquele pelo qual eu o divido,eu encont o o esmo núme o. Que d ze1

x = 1. Po out o.

lado se eu tomo a out a a te dessa pseudo equação x x = ,não podemos conse va hipótese cont ad tó a que demonst a a

ncon istência do sistema: a fun ãonão poder a te o valo ze oX

senão vale ia1Podemos efetivamente conco da que o va o (ze o) desse xcoloca em falta o funcionamento da função s mate ticos fala

ão nesse caso de "fun ão não def nida pa ax = Que dizeque x não é ne e da ei o ne falso ele faz co ue afunção não f ncione Eis do que se t ata na p imei a fo mula dasexua ão

Esse , é ele ue me pe mite dota a função de um existêncianegativa A tese ue lhes p o onho é consi e a ue a fo a lógica

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Stsfnção e G zo

dessa ex ress o: existência negativa, q e e a mesma ambígua eforçosa en e a roxi ativa, esse x que Lacan uti iza na primeira

fór u a a sex aç osse x o q e Lacan c ama e " ' to rdit o sujeito Preci-sa ente o s ei o s osto onde a f nção fá ica no comparece

C a o atenç o, se necessário sobre o que estou a ponto dedizer es

So ando t do, de onde vem essa questão do sujeito? Creioq e nos interrogamos pouco sobre sua nat reza E a resposta deLacan se a bigüidade: o sujeito vem daqui: 3 . <. Osujeito co ocado e s a existência a partir de um dizer não àfunção fá ica s jeito isso e psicanálise Isso que nos leva aler essa fór u a necessário q e exista ao enos um sujeito

vi ente ente esse s jeito, não irei que ele não tem nada aver com a efinição do sujeito que dá Lacan em re ação ao signifi-cante Penso entretanto q e á nesse nível, no ensino de Lacan,algo de in dito, que essa fórmu a lógica conce ente ao sujeito.

Ela que te a missão de dar conta dessa expressão de alguns anosantes q e Lacan deixa à sua própria sorte, pois não a repetirá mais,à propósito do Presi ente Schreber, no texto de apresentação datradução em francês do livro do Presidente Schreber, a saber, aexpressão: sujeito do gozo Quer dizer, o sujeito que encontramosnesse x, s jeito numa forma ógica que está aqui para prestar contada irrupção em Lacan dessa questão do sujeito do gozo Essesujeito, esse x, o pai rea Há a g te o diria que: na medida

e que está orto oje irei, porq e isso e parece mais satis-fatório: é o pai real na medida em que sua carne é negat vada,enq anto s a ca e, como disse Ba tista a po co, se evapora numaes cie de f uido suti

O s ei o, esse x, o ai rea , e maneira ainda a is abrupta,nqu nto com do.

Q ero fazer aqui uma pequena antecipação ois podemosdizer que o pai real enquanto comi o, incorporado, o que lhe

esta? Resta l e o osso Devo dizer que essa questão do osso foiara mim m ito esclareci a sobre uma passagem que tinha me

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.Piere B o

parecido um pouco obscura no seminário Un Discou s qui nSerait pas d u Semblant onde Lacan faz uma observação"E a par ir

de um osso que os gozos pode se abrir ao ser falante ".Ele não diz ogozo, mas sim os gozos. E esse osso, diz ele, não é dado elal nguagem mas sim pe a esc itura Podemos considera q e formula da sexuação da qual falei hoje, é bem pela escritura e nãopela linguagem que é possível colocar em evidência esse osso semo qual os gozos possíveis ao se falante não poderiam se ab ir Digisso por antecipação disso que tenta ei dizer mais tarde sob e aquestão da letra Um out o espanto pode nos ocor e do fato d"os" em latim - eu ve i i uei po que isso me pareceu bom demaispara ser verdade uer izerboca .

Temos aqui com esse os(so) que é uma boca, como di iaHeidegge que tem, é necessá io admiti lo, a genialidade pa ticula de te pe sado que podemos nos instruir a parti de uma língua- é a única coisa ue podemos estar de acordo com ele, mas éessencia esse s(so) que é uma boca é a go que pode nos dar um

idéia e ativamente exata do que é a pulsão'

�eto o ao que dizia sob e a negativaçã das ca nesE e tão de se i co por do que o pai ea pa a esumir o

disse até ago a existe enquanto sujeito, existência negativa,_ enos ca ne, pa a eto a a exp essã que utilizei a pouco Maum sujeito ofe ecido a que? Ofe ecido a um e ganchament daidentificação que Lacan chama identificaçãosimbólica Ident kção simb ica, p ecisa Lacan em R S , a um Outro eal Seconseqüentes com as formu ações de Lacan di emos: identi icaçãsi b ica ao " enos m ea ", pois é assim que Lacan def negrande Outro: e os um Essa ide ti icação simb ica é aq eque co espo deà identi icação eg essiva da qua fala F udtradiciona mente a segunda forma de identificação em Freud Eaque a ue faz Do a to si , se identificandoà tosse de seu pai, porintrojeção de um t aço uná io.

Essa identifica ão simbólica, vocês sabem que Lacan lhe presta muita atenção E a p op sito dela que Lacan, na Di eção Cura diz se um c ité io de ent ada no discurso analítico

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Satsfação e Gozo

mos aqui na passage o a or à i en i icação, na renúncia oºbje o e a or que é o pa

Creio que a ane ra na qual a re esco ri os aqui esclareceessa ques ão o porque ela e esse lugar pivo na en ra a iscurso analí ico

En ão eu vou arcar as co seqüências isso que eu aca o izer.

O Ou ro real? Isso não é con raria en e ao uso que se algumas vezes u Ou ro pré signi ican e, seja lá o que isigni ique, ne ora o signi ican e O Ou ro real não é, e algu a isso Se levamos a sério as co seqüência lógicas o e sie Lacan, ele só po e ser o sujei o; as, é o que az vocês remerao irare essa conseqüência, é u sujei o se i u arali ac mo se iz, às vezes, nas escolas ou universi a es, esse sujeinão es á ain a ocupa o

E e iva en e, esse sujei o não es á ain a ocupa o é porqao inal a incorporação, ou seja, isso que az que um pai real seum pai real nega iva o nas suas carnes, pai co i o, esse sujei oesse sujei o se i ulari a e, na al a e er u a exis ência pva, não un a s icien e en e o ser aquele que o co eu E isso que a esse racasso o co er, quer izer, a esse racasso

mor, se su s i ui a pega a i en i ica ória a i en i icação sica Ao co er es a os nu nível logica en e an ece en e, ne

i en i icação cha a a por Freu e pri áriaCo preen e se en ão porque esse cri ério a i en i icaç

sim ólica como a en ra a no iscurso analí ico é, e a o, eciÉ isso que ra uz, e algu a aneira, o a o e que há u a cerapercepção o racasso o amor, quer izer o comer, resul ado fa o e que o efei o essa incorporação, esse co er co já isse u a exis ência nega iva

Vocês leram nos jornais, a algu e po, que um japonêsc meu sua em a a a. Evi en e en e não po emos explicar isspelo a o a psicanálise ser i ícil aos japoneses Exis em medetalhes cabrosos: ele a congelou; o que es emunha que eli ha u a cer a in uição o que azia Ele a bé a consu iu

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Pie Bruo

pequenos edaços, o que vai no m smo s ntido. Mas; o ue essaleitura nos nsina é ue tudo isso não mudou a strutura não éum vitória do amor Qu r dizer u a identificação rimáriaa u la u Freud d st c f l ndo justam nt de incor oraçãoque eu retom i ar mostrar u é, m suma, sse rocesso dneg tivação da c rn do ai r l u o tr nsform m suj ito stitularid d , ssa d t f c ção rim r s revela, aofnl oproc sso, im ossív l Isso, el f lh mesmo e lh resultasab r u l faz nasc r um x stênci n gativa E elo fato dim ossív l u ela é co t tuint d estrutura, e não sem o a e

que fazà id ntificação s cund ria, uer diz r, simbólicaPar baix r um ouco os l nc s desse l lão, s osso assdizer, ueria t rmi r com um x m lo clínico ue já evo u última vez: o anoréx co, l ou l

V mos u o o éx co s d tifica o i r l ecomido, n u nto c e tiv dE uando l aí s d tific ?A ós o fracasso do mor! A ós t r com rovado o fr c sso damor E como la í s d t c ? lo traço ue, manif sté um traço do s ír to o s o f to sujeito ue é assim r epo ssa identif c ção s mból c , sse feito sujeito, u chsuj ito �m dis onib lid d , é fu damentalmente um s írito,S

irito1 E o es ctro m H ml t -Talvez, ela vi d ss x m lo, es ro lhes sensibilizar sob

isso: u o suj to d c d um não lh ertenc Meu sujeito é coisa u a gram t c t m or função desconhecer, de uma mane

r muito sim l s, ao nos rm tir falar "EU" Quando d z m" u", somos l vados a d sconhecer ue o sujeito ao ual u men ancho não m rt nc s o ue a gramática nos faz d scnh c r, an úst os lembr

A úst os lem r os r v lando a str nh za d nosuj ito em r l ção osso s r Estr nh za u n nhum det fi

N.doT : "S s c p n h f a t à alav a a a E t -

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Sa sfaço e Gozo

�ção, seja si bólica ou i aginária pode reparar. Que o sujeito,quer dizer, isso que nos parece o ais singular o mais particularde nosso ser, não nos pertença, é a verdade que a angústia nos fa:escutar.

A angústia te aqui todo o seu alc nce e podemos reconhecerseu valor nesse ou naquele o ento da cura, pois alcança negar9 pertenci ento do sujeito ao ser pois ela nos per ite reconhecero que a· gra ática ascara. A angústia te seu alcance desde quepossa os defini-la co Lacan. Vou dar lhes aqui u a definiçãoque Lacan dá da angústia na Terceira co o se senti ento quesurge da suspeita que nos ocorre de nos reduzir os ao nossocorpo Quer izer que o espírito aqui, ou ainda, o sujeito setitulari ade, aquele que se engancha graçasà identificação, asque se engancha se q e ele nunca nos pertença ou que pertença os a ele, o espírito aqui é be u fantas a, ou es o afantasia.1

·

Isso que nos conduz fazer do sujeito, si ples ente, para

reto ar o equívoco de Lacan, o "ES" freudiano, o que é u retornoaFreud.Veremos da próxi a vez e que a função do eu é u a função

que em i portância, pois, se não possuí os o sujeito, não é inútilter um eu.

1 N.doT.: '"Fan ôme e Fantsme

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O Paradoxo da Satisfação

Preparei algo para hoje que ão vou trazer porque tive quetomar o parti o de uma questão. O que eu pude dizer do segu dosábado co sagrado à preparação das m as redo das das Jor a-das de Primavera, posso aplicar a mim mesmo, a saber, que emrelação a esse termo satisfação , que é e treta to colocado emprimeiro lugar o bi ômio "satisfação e gozo", fui até agora muito

discreto �m mi has observações, muito pouco prolixo sobre oassu toÉ para te tar retificar essa falta que i titulei o curso dessa

oite o paradoxo da satisfação e que vou dedicar o tempo de ho ee do próximo mês a te tar e te der melhor esse termo a partir daquest o do gozo

Como já lhes disse, para abordar essa questão da satisfaçãoi úmeras pistas me pareceram a pri cípio possíveis mas nenhu-ma me tocou ao po to de poder dizer que ela co vém logicame -te ogicamente quer dizer: sem ser de alguma forma limitada pelaexperiê cia Ne huma tendo me tocado logicame te, eu as elim

ei uma após a outra, e vocês verão que e co trei uma espécie esa da o fato de partir da questão tal como a e co tramos emFreu .

Lembro me e ter deixado um osso para vocês roerem o queco ce e à questão da satisfação. Ti ha dado a fórmula da satisfaç ão, i spirado um adágio de Freud Só a morte não é por

ada .De xo es e adágio aos misté os de sua gestação, esperand

que se perceba que ele não foi concebido por nada. Ao co trárioeu gostar a de destacar que nesse " ão por ada" há, sem dúvida,uma relação com a etimologia da palavra satisfação: fazer o bas-ta te.

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Satsfaço e Gozo

Não por nada é, em efeito, uma interpretação plausível do" azer o bastante , que assinala a satisfação Vocês conhecem umpouco de latim para saber que satis quer dizer o bastante"

Em todo caso é a equivalência do não por nada e do "fazero bastante" que suporta em Marx a distinção do trabalho edaprodução N capital a distinção entre o trabalho produtivoe otrabalho improdutivo, visa principalmente a presença ou a ausência da mais-valia Nã vou retoma-la aqui, basta me uma distinçãogeral entre trabalho útil aquele que se realiza em valor de uso e trabalho em pura perda, do qual podemos sentir que tem nessemomento uma dimensão religiosa e punição, trabalho do qualse supõe - erradamente aliás que pode assegurar a dominaçãodaquele que o comanda sobre aquele que o efetua Existe inclusiveessa idéia que o fato de comandar um trabalho inútil ao outro, é amelhor maneira de assegurar uma dominância sobre ele Eu digo"erradamente" porque pens que o ser humano não é domesticável.

Pode se considerar, a partir dessa distinção, que o trabalho}til ou o trabalho que produz valores de uso é, na sua própriadefinição, um trabalho do qual podemos dizer que não é por nada,um trabalho satis fatório

·

Essa categoria de ti , que vem aqui corre acionar-se àdesatisfação a propósito do trabalho, é um termo sobre o qualteremos que retornar pois, é graças a ele que Lacan, no início deseu seminário Mais, A nda", define o gozo como justamente o que

ão é útil, que não serve para nadaSe queremos levar a sério essa dedução é necessário con idear o til como do lado da satisfação e o que não serve para nada

do lado do gozo Há uma certa antinomia entre satisfação e gozo.Eu utilizo o condicional: "se quiséssemos levar a sério essa

dedução , porque não creio que possamos nos apoiar firmementenessa afi 1ação De qualquer forma é sobre essa base que voutentar desenvolver daqui a pouco o paradoxo da satisfação

No momento estou tentado a pontuar essa questão da relaçãoentre o mais de gozar com a mais valia do lado de Marx, colocan

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Picrre Bro

do-lhes sob a perspectiva disso que iz Lacan a pr pósito de umteórico do utilitarismo que oi Bentham. Trata se de uma pessoa

que por sua tividade pro issionalé um especialista em economiapolítica de quem Marx alou muit , criticou muito, dizendo porexemplo, no início do capital, q e Bentham ousou de maneirage al a imbecilidade burguesa. Existem coisas a partir daí que

erecem maior atenção; é o que arei em seguida.Desenvolvendo essas considerações sobre o "não por nada e

"o bastante", consernindo à satis ação poderíamos dizer que"O

BASTANTE" e não "MAIS, AINDA" seria o talvez o t tulo queLacan teria escolhido se tivesse decidido dedicar um seminárioàsatis a ão

Para azer eco a uma palavra de Lacan poderíamos dizer queo basta te é o nome próprio da satis ação e sob esse ponto de

vi ta existe e etivamente na satis ação uma noção de contençãodisso que poderia se apresentar como um g zo·que não cessaria.

E em unção dessa consideração que lhes proponho ormular

da seguinte maneira o que chamei "o paradoxo da satis ação": asatis ação não vai sem o ozo. Essaé a tese desenvolvida porLacan, pecia mente na "Etica da Psicanálise" nãoh satis açãosem o gozo, então a satis ação não vai sem um gozo ao qualentre5anto, para que haja satis ação, ela deve conter.

E daqui que partirei, dessas preliminares que me parecem irno sentido da intuiç o que Lac tem a relação entre satisfaçãoe gozo.

Para citar apenas um exem lo dessa intuição, aconteceu deeu ser levado a reler um texto, que não é dos mais citados de Lacan,que é um texto um poucoà margem nos Escritos, um texto de1958:

"Propostas Diretivas para um Congresso sobre a SexualidadeFeminina".

Nesse texto Lacan põe na balança isso que de um ladoé g zoclitoriano e do outro satis ação vaginal. Cheguei a esse texto poracaso. Masé sem úvida um os raros enunciados no qual encontramos tão róximos o termo satis ação e o termo gozo aplicadosa uma distinção da qual se pode pensar que Lacan terá que, mais

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Satisfaçã c G z

tarde, encontrar uma saída, pois é preciso dizer que essa é umadistinção um pouco sexológica, não verdadeiramente fundada na

psicanálise.Mas o que nos interessa nessa expressão de Lacan, é que,subjacente a essa distinção: gozo clitoriano e satisfação vaginal, anoção de uma contenção, de um o bastante", que é constitu ivoda satisfação e que é sem dúvida orrelata a uma idéia de umapaziguamento consecutivo, pela oposição a um gozo que nãoencontra v rdadeiramente um ponto de parada

Essa conotação, que temos aqui ligada à noção de satisfação,encontramos, não na etimologia latina ou francesa, mas na etimo-logiaalemã, pois vocês sabem que o que é traduzido de Freud porsatisfação é aBefriedigung, que é uma palavra que, num certocontexto, pode tam ém ser traduzida simplesmente por apaziguamento ou pacificação

Haveria mil o servações esse tipo a fazer, mas não é meuestilo ceder a essa proliferação pois, qualquer que seja sua pertinência, como eu disse a pouco, isso não nos conduz a um acessológico,quer dizer ao acesso a uma questã que seja susceptível deum desenvolvimento transfeno enal, quer dizer um desenvolvi-mento que possa se desdobrar quaisquer que sejam as lacunasouos limites da experiência Pois se podemos dizer que a ex eriênciaé isso ao qual é necessário retornar, isso não quer dizer é quenecessário sacrificar, sob a fo ma de um culto, as fontes desseacesso lógico

É por essa razão que vou retornar às nossas aulas, quer diz r,partir de novo de FreudPartirei e uma oposição, de uma disjunção que não se er7

cebe por si mesma na leitura que se pode fazer de Freud, e qu oirecente ente destacada, precisamen e por J.A Miller em s ·intervençãoà Clermont Ferrand: a disjunção entre sonho e sinto-ma

Com essa distinção entre SO ho e sintoma, vocês verão queestamos, em suma, no coraçãoà o· p oblema do que pode causarsatisfação.

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Perre BrWo

Vocês sabem que em Freud e nclus ve numa grande parte doens no de Lacan, sonho e s ntoma são tomados como do s elementos const tut vos de uma mesma sér e: a sér e das formações do

nconsc enteEntretanto é possível, se apo ando f rmemente sobre Freud e

Lacan, tomar as co sa por uma outra v a, q er d zer pela v a darredut b l dade que ex ste do sonho ao s ntoma

Essa rredut b l dade pode part r d sso que o sonho é real zação de desejo mas a questão de saber se ele comporta uma s t s-fação não é uma questão que pode ser respond da pela af rmativa;

to de outra mane ra, não é man festo que o sonho comport umasat sfação enquanto que o s ntoma, por seu lado, não somentecomporta uma sat sfação da pulsão, mas pode até se def n r comotendo a função de sat sfazer a ulsão e sso, como nota Freud, aopreço n lus ve de um desprazer A sat sfação que com orta ums ntoma pode se acompanhar fortemente de desprazer, como éfrequente, senão a regra, na h ster a

Freud estabelece sso de mane ra bem clara nos textos ondeaborda a questão dos s ntoma h stér cos.Partamos então des a questão a sat sfação no s ntoma e pelos ntoma

É suf c ente tomar o cam nho ma s curto, quer d zer consultaro ndex das obras completas de Freud em alemão, seja o termoBefriedigung, sat sfação, seja Sy , o s ntoma, para ter umaresposta d gamos, mac ça, não ambígua, sob a forma de um temque, se qu sermos levar à exaustão, será necessár o consultarquase todos os volumes das Obras Completas, a saber, o temErsat�be riedigung: uma sat sfação subst tu va

D to de outra mane ra, a sat sfação da pulsão no s ntomaapresenta sso de part cular que ela é uma sat sfaçãoErsatz.

Fu levado, num outro conte to, a eflet r um pouco sobre·

essa noção freud ana de Ersatz, traduz da por "subst tuta",que ému to presente n obra de Freud Eu os conv do a reflet r do lado

de vocês, com esse trunfo, que no meu entender só o ens no deLacan é capaz de esclarecer retrospect vamente, o que me parece

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Satsfação e Gozo

ser o caráter fundamental e central dessa noção em Freud no quediz respeito à sua concepção de realidade

Eu diria mesmo e na ocasião farei uma exploração deste ladoque esta noção de substituta é necessário compreendê la e

apreendê la corretamente se queremos uma compreensão corretadisso que Lacan chamará numa idade mais avançada de seuensino, se é que o ensino tem idade de um lado o semblante e deoutro lado a suplência

Dizer desta maneira constitui certamente um tipo de teseconce ente à leitura d te termo substituta em F eud

rimeiramente questionarei essa tese sob uma forma interrogativa será que para Freud a realida edie Realitãt - é acess velsob outra forma que substituta? Me atenho aqui ao termo e àacepção freudiana pois Lacan não vai mantê lo assim na edidaem que propõe uma distinção entre real e reali ade e ·pode sedizer que a noção fre diana de realidade contém de forma nãodistinta a noção de real em Lacan Tomo o cuidado de indicarentão que em nenhum caso em Freud a noção de substitutapode se confundir com qualquer coisa que fosse da o dem dailusão ou da ordem de um fenômeno por oposição ao númenoquer dizer a manifestação da coisa por oposição à sua essência

Minhaopinião mesmo que possa parecer um pouco prema-tura é que se nos referimos ao segundo artigo que Freud consagraà neurose e psicose de1924, "A Perda da Realidade na Ne rose e

a Psicose" a resposta de Freud é que só há acesso à realidade por

substituição·

Uma vez constatado que de fato, tanto na neurose quanto napsicose há perda de realidade é a tese do artigo: perda dereali ade sob modalidades diferentes na neurose e na psicose,mas perda de realidade nos dois casos Freud não vai se lançarnuma submissão ideal onde de alguma maneira não seria nemneuros nem psicose, onde não haveria nenhuma perda, ondehaveria uma perda zero da realidade. Ele vai ao contrário deslocara questão há algo aí que está no coração da psicanálise formulando ma interrogação fundamental sobre essa noção de substi

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Pic c Bruo

tuta a partir deste fato que de toda maneir há perda de realidade

A questão da substituição é co ocada aqui em seu alcancedigamos geral no interior do discurso ana tico Podemos poroutro ado constatar para retornar à questão da satisfação, queesta noção de su stituta, nós encontramos em F eud muito antesde 1924, especialmente quando s trata e efinir a satisfaç o emjogo no sintoma

Há e fato em Freud uma constância uma definição desintoma que atravessa sua obra que podemos reencontrar tanto

nas "Conferências Introdutórias" como em "Inibições, Sintomas eAngústia" constante segundo a qual o sintoma é o substituto euma satisfação pu siona .

Isto posto a fórmula que proponho deve causar embaraço -há nesta definição de Freud da satisfação no sintom uma certaambigüidade. Podemos re acionar essa ambigüidade a duas for-mu ações, ambas encontra as em Freud que aparentemente sãoapenas igei amente diferentes mas as quais se pode desenvo verem dois sentidos tota mente antagônicos Uma primeira que falade uma satisfação substitutiva e uma segunda que fa a do substi-tuto não igado à satisfação mas ao sintoma O sintoma como osubstituto de uma satisfação que não teve lugar

Vocês êm que surge aqui o mesmo tipo de problema quepodemos ter quando se aborda a questão da sup ência em Lacana sup ência é uma sup ência do fato de que não existe re açãosexua , neste caso o Nome do Pai é e e mesmo uma suplência oua sup ência uma sup ência ao Nome do Pai que não está aqui ?O que abre um ca po de investigação tota mente diferente

Tentemos ver um pouco mais de perto essa ambigüida efreudiana que, num mesmo texto, pode osci ar de uma formu açãoa outra

·

Nas Conferências Introdutórias, no capítu o dedica o à for-mação dos sintomas, Freud esenvo ve esta questão e diz issopara co eçar: "Esta satisfação a pu são pe o sintoma, que umasatisfa ão substitutiva, é de natureza bizarra" O exemp o que

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Satisfaç o c Gozo

põe é da repugnância de alguns ao le te, espec almenteando ele se apresenta rec berto or uma pel c la de nata. Freud

di ss a mesma criança que absorv a c m av dez lei e do seaterno man fes a, lguns nos mais tarde, uma forte versão pore Ev dentemen e temos aqu um s ntoma de repugnância efeit b zarro d qua f Freud es á ligado aqui à r nsforma

d g s o em aversão Há entre anto um outr razão que marece mais profund e que F eud va desenvolver nis o que eam u efe bizarr de uma sat sfaçã da pu são de form

ubst ut va, é que nes e exempl do le e, o efe to b zarro qua transf rmação do gost em seu c ntrári , em aversão, vem do

mples fato do rec que.A represen ação investida, o lei e, não ém d f c d : é ei e no início e perm nece ei e no sintomc ntrário, em ou ros c sos, diz Freud, o que c r c eriz o modode sat sfação pe o sin om é o que podemos ch m r uma oc

açã extrem d s isf ção. De um l do por su condens ção, eapen s um sens ção" e, por ou r do por su redução u

equeno de a he de odo comp exo ibidin , é o r b h

desloc men oIs o nos permi iri em todo caso formu r o que es á em joges ques ão d s isf ção sob um form que penso pode esc

recer ques ão o e imin r os imp sses Poderí mos consideres a s tisf ção subs i u iv como rei er ção sob um for

sf rç d de um s isf ção n erior, que eve u r n erec lque, ou não?

Não é um ques ão mui o origin um ques ão que coloc norm men e qu ndo se r b l p r ir de um exFreud m s nem por isso e é menos c01 'p ic d

Se co i�er mos o que não é fáci de des rinch r no ex oFreud que s isf ção subs i u iv e o sin om é um ire ter ção ( ermo que em v n gem de não reme er n da, nà repe ição, nem à reprodução) de um s isfação an erior, que

eve ug r n es do rec que, en ão necessário deix r de l d

questão d s isfação subs i u iva para se n eressar dire mepel satisf ção primári ou an erior Se não for assim, é necessário

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Pierre Bro

consi erar- evi entemente a tese que sustento que� recalqu isso pelo qual tem lugar o que chamarei a simbolização

significante, por exemplo, est escolha e um pequeno etalhcomocon ição a satisfação. E aqui on e e opera pela simbolzação o significante a unção o significante e o organismRetornarei a isto na próxima vez.

Seconsi eramos que a satisfação tem or con ição esta simbolização o signi icante pelo recalque, é necessário concluir qua ita satisfação anterior não uma satis ação.

Seremos leva os a izer que neste mito a satis ação anterio

reencontramos simplesmente a questão gozo primário, paraizer não existe isso! Não existe gozo primário, não existe antriori a e o gozo

Po emos então ar um pequeno passo na elucidação darelação da satisfação com o gozo, dizen o que só po emos conceber satis ação na me ida em que existe alha no gozo.

Não igo isto para surpreen e los, pois e maneira bemexplícita a tese que en ncia Lacan no seu Seminário Mais, Ainno capítulo intitula o justamente A Outra Satisfação" e iz ispag. 52: "- a questão de ondeé que isto os satisfazia? sóé traduzível

desta man ira - ondeé que houve aí falta a u certo gozo? "Uma Outra satis ação, para retomar a expressão e Lacan

que izer e fato uma satis ação, a única possível, aquela quepen e o gozo que se suporta a lingu gem, pois o gozo tem

uma falha essa a tese e Lacan esse capítulo E, ara que

tenha acesso ao gozo, · necessário ele se aparelhe e outra coisa linguagem. Esse gozo que se suporta a linguagem e entãosuportaa Outra satis açã , quer izer, a satisfação, o que enominei a pouco, comentan o Freu simbolização o significant

Permanece então uma segun a questão, que sem úvi aain a mais fun amental que a primeira, e que eu abor arei a·

próxima vez: o que é que permite istinguir o fato e que hásatisfação a pulsão pelo sintom e realização e ese o no so hDe um mesmo golpe isso nos permitirá eci ir, no que concerneà ambigüi a e a formulação reu iana, o fato e saber seo

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Stsfaço e Gozo

lbstituto opera sobre o sintoma ou sobre a satisfação? Observoui isso que está no limite da formulação freudiana Se o sintoma

eve ser concebido como um significante de substituição a umati sfação que não teve lugar, pode se considerar que não hái erença entre o mecanismo do sonho e o do sintoma, entre aunção do sonho e a do sintoma

arquei a pouco esta fórmula, ao falar da simbolização dogni icante "onde se opera a junção do organismo e do signifi-

ante". O que não é sem relação com a definição do sintoma queLacan vai dar, relativamente tarde, como um acontecimento docorpoO sonho seria um acontecimento do corpo?

Certamente o sonho não acontece s m incidir sobre o corpoNão seria nem tanto pela intumescência que rovoca, por exem-plo, no homem que sonha, mas podemos ser tentados a considerarque em relação ao sonho, o acontecimento do corpo poderia serpro urado no despertar que interrompe o sonho e o impede de irma s longe

Em todo caso, são essas questões que tentare retomar de umamaneira mais regrada na próxima vez, para tentar chegar ao queLa anelabora no seu seminário sobre Joyce concernente ao gozodo sintoma Mas, antes mesmo de abordar essa segunda partedaquestão concernent à satisfação, algo parece poder ser tomadopor adquirido: O substituto, quando visamos seu alcance geral ecomputando o fato de que há sempre perda de realidade, o

substituto é incontestavelmente em Freud, menos um tipo decompensação simbólica à perda e mais alguma coisa que, por serfictícia, é a única em condições de modific r a realidade

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Satisfação e Verdade

Eu não sei ainda a té onde chegarei no curso d ta noite mas,para da um fio condutor que ajude a situá-los em relação a estaquestão da satisfação e do gozo, a tese que guiará meu propósitodesta noite é que não há satisfação a esperar no n vel da fantasia,e que o p oblema disso que faz satisfação está situado do ladodissoque o sintoma conté da verdade

E em di eção a esta conclusão que vou tentar caminhar estanoite, tomando um certo úme o de desvios, que não são divagações, pois são pa a _mim des ios tota me te necessários.

Parece me, com efeito, que sob e esta questão da satisfação,Laca dá um passo a mais que Freud A tese de F eud é que asatisfação se situa ao ível da satisfação da pulsão A tese de Lacanão desmente a tes de F eud mas a t a ins ficie te tendo emvista o que evoquei o início, que a satisfação supõe, de uma certamanei a,que se esteja em posição de se situa e elação àverdade

Da última vez destaquei o conceito freudiano de satisfaçãosubstituti a, E satzbef iedigung, penso que muitos e t e ocêescutaram este E satz, este substituto, omo sendo o te mo queFr ud uti iza pa a qualificar o fetiche O fetiche, diz Fre d, ésubstituto do falo da mãe

Vocês sabem que o fetiche na obra de eud é esta mat iz dafa tasia enqua to ele on uga re on e imento e desmentid dreal da cast ação. E eu coloca ei isso, como ponto de partida paesta noite, o que é uma retomada do que já avancei da última vez:não há satisfação co cebível fora da satisfação substi utiva Poque uma satisfação nã substitutiva seria est itamente o gozoanterio , o que por estrutura não existe Não existe anterioridadedo gozo, como diz Laca

Se o gozo anterior ão existe, podemos ide tificá-lo, pois sepode identificar u� a coisa que não existe Basta supo su ex

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Satsfaço e Gozo

ênc a para que a e sa co sa seja possível mputar um ser; e to de d zer dent f car

D to de outra mane ra: a neurose se d st ngue d ps coseue ela supõe a ex stênc a de algo que não ex st� E por elapode dent f car ou a nda fazer ex st r essa co sa·

.

É ev de e que es a supos ção tem na neurose o rdesment do E esse es nt do o r sco desse desment dops cose não assume E sem dúv da sso que expl ca que na p

ue d zer na ps cose paranó ca só podemos dent f ar fao gozo poster or Po s é normal se d ssermos que ele não epo s le está para chegarNa ps cose não há necess dade de dent f car o go o postsupor que ele ex ste po s ele está para chegar e é normal queex sta a nda Entretanto quando se trata de dent f car oanter or é necessár o supor que ele ex sta para poder dent f

Isso expl ca por um lado que Lacan possa falar do delírparanó co como uma dent f cação do gozo no lugar do Outro

expl catambém que no de rio de D P Schreber contrar aao q e se encontra na rel g ão nãoh uma gênese Não há umagênese po s a gênese se sustenta s b e o postulado de um go

nter orDevo d zer que f que efet vamente mp ess onado de

br r que Schreber propõe um s stema que vale para o futuro mcontrar amente às rel g ões não propõe uma gênese que expr a o presente a part r do passado Nesse sent do é prec so veo delír o de D. P Schreber não pode tornar se um m to fundComo Lacan subl nhou, essa dent f ca ão do gozo no do Outro que caracter za a paranó a falha em fazer le po so quequal f ca a pos ção de D P Schreber à part r d sso que fseu del r o é estar para ut l zar o termo de Lacan m ratôr a do ato

Uma moratór a do ato sto quer d zer que D P Schremane ra bem expl c ta nas suas "Memór as" reenv a a cópuDeus en uanto que esta cópula ter a por conseqüênc a egeração de uma nova hu an dade a um futuro n ef n do

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Pierre Bruo

ntretanto é somente através de uma posição sub etiva drecuo frente ao ato que ele poder a dispor de uma certeza conce

nindo a existência ou não disso q e faz ser para e e. Se isto coloca desta forma, é que D. P Schreber se encontra diante de umimp ssibilidade lógica de resolver esta aporia, este impasse, duma cópula entre corpos que seriam puramente gloriosos

O que por um lado existe nisto que chamamos o a o de amoque d zia Di Ciaccia em sua recente conferência sobre São Pau

o que ele chamo o mi tério da fé existe de m lado o corcorpsificado pela incorporação do corpo do simbólico, c rpo qupoderia ser dito glorioso se não ho vesse por outro lado a carnnegativada como gozo E esta ca e negativada como g o q epor um movimento, vai se s ar como li ido E é este como negativação da carne q e vai condensar, is o que aqpo ería ws chamar de um terceiro lado, estes ob etos que não sãnada mais que a incorporação dos azios do corpo do Out o, tacomo os recorta em negativo a de anda do su eito.

Vemos a este respeito q e ma das definições de objeto "ap ssíveis de ser enunciada por condensar o essencial deste movimento,é q e o a nada mais é q e o res ltado da incorporaçãde um vazio pelo cana da demanda

Como vocês podem ver, eu começo de maneira um poucoabrupta, mas em suma, esta questão da dis unção, de um lado, dcorpo corps ficado e de outro, a negativação da ca e é algo qeu á abordei em dois o três cursos Por outro lado é uma quessobre a q al e retornarei para tentar mostrar este gozo enq antgrandeza negativa .Este gozo que se apresenta a nós como falhenquanto algo q e não se encontra aí pode, pela via do q e sópoderíamos chamar uma val rização, l crar disso que ele é: grandeza ainda que negativa

u tomei à pouco o caso do delírio paranóico em relação agozo posterior

·

No que concerne a neurose obsessiva niversal q e constita religião, esta se distingue do delírio paranóico por esta única

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Satisfação c Gozo

azão que ela faz da mor e um significan e mestre, si uando "poor em" o vencimento do gozo pos erior

Énecessário dizer aliás que a religião e foi uma coisa que eudescobri com espan o recen emen e não elaborou de início

noção de ida e erna, aquela que c meçaria depois da morteParece que es a idéia de vida e erna após a morte, (não na religiãocris ãmas na judaica), começou com um cer o nível de elaboraçãodas discussões sobre o es a u o de Javé (Yahvé), o deus judeu Eveio em respos a à objeção que um cer o número de pessoas faziaà religião judaica e à dou rina de Javé, à saber, que se exis iam ojus os, não parecia ser possível fazer corresponder a justiça de Javéao fa o de que homens que em sua vida foram religiosos não

ivessem um benef cio par icular; e en ão surgiu uma discussãoem orno da dou rina Alguns obje avam que avé não era u

eus jus o pois que ele permi ia que em suas vidas, homens queeram homens religiosos não ivessem a felicidade que eles mereciam e que algumas vezes podiam a ravessa r provas piores do queaq eles que se por avam como canalhas Es a objeção suscidéia avançada por um cer o núme o de profe as, idéia nova nareligião judaica, de uma vida e erna após a mor e, respos a quera en ão uma opção permi indo salvaguardar a jus iça de Javé.

Em relação à religião pode se dizer que os mís icos transgre-di iam essa noção de vida e erna se eles não deixassem subsis ia possibilidade da bea i ude. Os místicos se distinguem na formade sub rair o êx ase (como gozo de excessão, como ex gozo, e qu

fique bem claro que só existe gozo enquan o "ex") da beati udePode se dizer que os mís icos são um incômodo para a religião namedida em que promovem essa falha en re o êx ase do sujei o e bea i ude do O ro O ê ase só valendo pelo fa o de er re irado da bea i ude q e não e is e a , a não ser que se acrednuma vida após a mor e

Quan o à his érica, e e ou ela, cons i ui o paradigma dessuposição do gozo no lugar do Outro. E é necessário dizer que es afórmula de Lacan no Seminário XVII:"O saberé o gozo do Outro ,se a tomamos do lado da iden ificação é a fórmula do paranóico

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Pierre Brw10

e se a tomamos do lado da suposição, é a fórmula da histérica. histérica supõe que o S2é o gozo do Out o. E está claro, p ra istobasta partir de um embrião de experiênc a clínica ou conhecehistéricas, que este paradigma da suposição do gozo no lugar doO tro comporta nele mesmo seu próprio desmentido

histérica condiciona então, de um lado, com sua suposiçãde gozo no lugar de Ou ro, a possibilidade da religião mas doutro lado �ambém, tudo o que condiciona o desmen ido desuposição E o que faz com que, quando o obsesssivo se torna umestre (Di Ciaccia nos lembrava a passagem, erta vez na r ligicris ã, do título de inistro ao título de general, ou seja os qudirigem as ordens religiosas) ele não dei a de se vingar da histéric , na medida em que, ele ou ela, com porta desmentido desssuposiçã>de saber

A stérica pode desta maneira ser em sucedida em suavocação de "sublime histérica" Voces sa em que é este o term

ue Lacan qualifica egel Isto é, inventar a dialética i eali

perfeita, q a q e comporta a suposiç o do gozo no lu arOutro é o saber absol to e aquela que comporta também comsendo de sua a çada e portanto de umacerta maneira, maisim ortante que o próprio sistema a negativação, ou seja, des entido desta suposição Se bem que poderíamos consideraq e este momento da negativi9ade na dialética ideal st , a dHegel, nada mais é que a reiter ção a cada momento do pacastrado, como mola da história.

sto me permite lhes dizer que nada melhor que quando ahistérica se torna materiali ta! Como diria R Desnos a matelização da histérica é a historização do materialismo.

Por o_utro lado, quando a histérica se incrustra em seu idealismo a ponto de aferrolha lo, nós temos o caso da irmã Jeanne dAnges: ela se aloja em Deus e se faz beata; isso nada tem a ver co

xtase místico, está muito mais do lado da máxima de Pasc l:

que faz o·anjo, faz a beata!Existe então, segundo a forma de assujeitamento, confor

se e teja do lado da neurose ou da psicose, identificação ou

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Satsfaço e Gozo

pos ção do gozo no lugar do Outro; mas tanto num cascomoo outro essa suposição ou esta dent icação é antinôm ca d

ue acan nscreve sob a orma de �atema: a saberJ (. )

ate a que é preciso ler então e voc e ão a mportância desst nção não como: o gozo do Outro não ex ste, mas: o O

ue goza não ex ste Po s a negação no mat não ca sobozo mas sobre a existência do Outro que goza

Este mate a, é evidentemente um mate a que não é dadoe nício na estrutura Introduzamos na estrutura uma certemporal dade a nal acan nos deu o exemp o, às ezes emem nário sobre "A opologia e o Tempo" e talvez também núlt ma lição do seminár o O Saber do Ps canalista onde ele ropor uma ordenação das órmulas da sexua ão Í ) não ém dado nic al, po s que a pr me ra órmula da estruturaomo a present cam as órmulas da sexuaçã , é 3x ( , o quee pode er como: ex ste Um que goza

Marquemos agora que na outra extrem dade das órmulasda sexuação, < , nós tem s sto e acan ns ste com muitapreCi ão, que não é para se ler como nen um goza

Poderíamos ser tentados a d zer com barra da negação sobreo qua tif cador: nenhum goza, mas não é sto Isto é explic tate recusado por acan Trata se com e eito neste ladoCque é aliás um uso lóg c inusitado da negação do quanti icadd sso que Lacan c ama: a nex stênciÇ de um, suspenso à un

ál caDitode outra orma, uma vez que deste lado 3x ( graçasa ess x que goza, nós temos um suspen o à unção á ica e aq

do lado3 < , nós temos a inexistênc a desta suspensão.Por que não ler então: este Um que goza, se é o Outro, ele não

ex steÉuma propos ção onde se conjugam, como o quer acan, isto

que le chama o imposs vel e o ndecidí elE mpossível prime ra le tura desta órmula que o Um

goza, se ele é o Outro, ex sta

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Pi rre BrWo

Por outro lado, é indecidível é a outra leitura saber se esteum ue goza, é o Outro

E qualquer coisa que, em sua forma lógica, só faz retoma opara oxo que Freud anuncia a propósito da criação literária quan-

o ele iz neste texto "Der dichter" o poeta, o escritor e "dafantasierem" que é um texto muito antigo, que data eu creio e1907 - para que a lguém crie, é necessário que ele tenh um saberOra este saber, ele é incapaz de transmití o e_então é um saber nãosabi o: primeira face do paradoxo A segunda face do paradoxoque o e volve: aquele que poss i este saber não estaria capacitado

a criarE iste aí incontestavelmente um aradoxo e este paradoxotem exatamente a mesma estrutura que aque e do indeci ível: éindecidível saber se este um qu goza é o Outro.

·

Eu creio que não h fim de an lise sem que estas duasespadas do im ossível e do indecidível se cruzem

Vocês sabem que antigamente dava se um nome própr o àsespadas, hoje em dia são os submarinos nucleares q e têm esteprivilégio e para dizer um ouco por antecipação, sem estecruzamento do im ossível e do indecidível não há satisfaçãopossível

Eu vou retornar ao nosso tema. Tinha dito na última vez queexiste um sujeito que diz ão àc x insistin o sobre o fato que osujeito não nos pertence E or essa razão que nós o arrendamos.O arrendamento é a fantasia, quer dizer, o que mantém a divisãodo sujeito entre saber e verdade.

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Sa isfaçãoc Gozo

A int rs cção é a do p cado or qu ? Porqu o p cadomordida do sab r na v rdad . Como cada m sab a antasuma xplicação do p c doA fantasia d sedução da histérica éuma coisa qu t m por unção xplicar qu a falta é do pai.

O ss ncial é v r aqui que a v rt nt do d sm ntidofantasia não é d forma alguma por ond o fantasia r cusar

ntrada no r al S ria um contrasenso consid rar qu a funçãantasia d s r para o �uj ito a ntrada no r al corr s

som t à v rt nt do reconh cim nto d c stração não

d sm ntido do r al da castração.Com ito pod mos v r qu o desm nti o do r al da cção é uma impos ção a nec ssidad qu diz qu a strutura dcom ar com 3x i .

Ainda mais u a v z não é qu sta fórmula sobr o pond partida da estrutura viria contradiz r a f rmula o Outro nã

xist Esta órmula não diz o Outro não xist Ela diz: UME para compl ta la s st um é o Outro, ss Outro não ex

S ria ntão m vão colocar como p rsp ctiva uma antam d sm ntido S qu r mos colocar uma antasia s m dtido como s isso foss da ord m da paixão da v rdad podtambé diz r que não hav ria aí n nhuma sp rança qu istroux ss satisfação ao suj ito

Uma fantasia m d sm ntido pudéss mos ima ins ria1ao co trário a r alização absoluta do Outro como p r

sion A abolição do d sm ntido do lado do suj ito corr sporia do ado do Outro a hipóst s do d sm ntido a abso utizdo d sm ntido Isso s ria par ir da alsa l itura qu r cu a não Um oza para corr lacionar: xist um Outro qu oza. Opod r amos traduzir assim: a v rdad não r sist ao sab rainda o sab r abole a v rdad r absorv ndo a.

N.doT.: Tradução li ral: versão do pai, mas qu mantém homo onia omI' c v rsion(p rv rsão)

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Picrrc Bnm

Existe um Outr que g za e é iss : existe um nt nde averdade nã resiste a 52 existe um nt nde 52 ab le averdade, r reabs rçã

Nã é que enuncia a sicanálise; que ela enuncia é que sint ma se intr mete n que seria a realizaçã da erversã , quec l ca de um lad nã Um g za, e de utr existe um Outr queg za

O sint ma se intr mete e é r iss que Lacan definiu c ma resistência da verdade à sua exaustã , à sua reabs rçã elsaber

O sint ma lembra c m um nó num lenç queo g z , ser azar ele é d Outr , é de um Outr barrad E é em uma poriss que aquele que chamam s ére ve s, aquele que é v ltad emdireçã a ai, ist é, em direçã à mulher nã barrada, estájustificad a desc nfiar d saber da mesma f rma que receia queeste saber faça desa arecer a verdade

Neste c ntext sua desc nfiança frente a saber entra nadimensã d sint ma is ela está a ara revenir que a verdadese a t talmente abs rvida elo saber, e que r iss desa areçaNeste sentid há uma es é ie de c rrelaçã entre ervers e aautenticidade, is ervers esc lhe a autenticidade ntr� saber na medida em que ele ameaça a existência da verdade Ele

faz a um reç algumas vezes esad mais que é reç a agarara nã t rnar se um canalha, quer dizer, ara nã aceitar que a

verdade desa areça afim de mani ular Outr

O que a sicanálise desc bre entã n sint ma, a a ret maruma ex ressã de Lacan, é que, à artir d g z , a verdadec nsegue resistir a saber Essa erdade d saber, que stá ligadaa fat d sint ma se intr met r n que deria ser um rec bri-ment da verdade el saber, que, bem entendid , só deriaser uma de figuraçã is a estrutura t rna im ssível esse recbriment . E ess erdade d sint ma que Lacan chama s tis

Ele a chama satisfaçã na medida em que ela õe um limitena miragem de uma·verdade que só deria se dizer t da se saber udesse identificá la sem rest , que nã é cas

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Stisfaço c Cozo

Se a erdade encontramos aqui o paradoxo que falei naúltima vez o paradoxo da satisfação- é essa satisfação à que o

prazer não faz obstáculo é porque ela se exila no deserto de gozoEudigo que reencontramos de novo o paradoxo a satisfaçãoporque se trata desde então de compreender duas coisas aparen-temente contraditórias Como a verdade pode ser satisfação e aomesmo tempo ser satisfação disso que se exila no deserto de gozo?Quer dizer disso que se exila do lado desertado pelo gozo do ladodo corpo corpsificado pois um sintoma é sempre um aconteci-mento corporal alguma coisa que toca o corpo corpsificado

Para tentar resolver esse paradoxo não o resolverei dessavez mas trago algun elementos parti ei de uma con tata ão qume parece possível de sustentar é que a verdade é satisfaçãporque ela é inassimilável A verdade é inassimilável não hrelaçãosex al é desse saber que se assegura o obsessivo ao finalda análise. E ne essário dizer que o final da análise de um o essivo é isso: o encontro dessa verdade que é inassimiláve Tudoque vetorializa a problemática do obsessivo enquant ele nãopassou ainda pelo fogo da análise é, ao contrário alguma coisa daordem da simulação do caráter assimilável da verdade

Lacan ele mesmo não toma o exemplo do obsessivo mas simo do masoquista E a questão que coloca Lacan é a propósito domasoquista pois em não se havendo satisfação sem gozo comopoderia ele ter aí satisfação se a satisfação está de um lado docorpo corpsificado e o gozo do outro?

·

A resposta do masoquista é entre uemos o gozo ao corpo Oque se obtem por essa via? btem que o gozo chamado assim aoorposó é simulação e que o corpo fica aí como deserto de gozo

O exemplo de Sacher Masoch i ustra bem isso pois ele tem aho estidade de restringir essa simulação no limite de um contratofora das horas de funcionamento nada é válido

Tomemos um outro caso de masoquismo como aquele apresentado no livro de Michel de M'uzan que é, como vocês sabemum analista do IPA Ele faz um artigo que é interessante sobretu-do porque é um documento clínico raro No fundo ele faz como

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Pie c Bruo

os anal stas do nst tuto, tenta constru r um retrato falado domasoqu sta

Este masoqu sta do qual encontramos o retrato no l vro deM'uzam, "Da Arte à Morte , pode se d zer que ele leva as co sasao extremo e que os maus tratos aos qua s ele se submete numpr me ro tempo al ás com sua mulher são ta s que colocam emper go a v da Não está excluído que a morte de sua mulher tenhas do ac�lerada pelo caráter extremo dos maus tratos dos qua spodemos ter uma dé a: eless penduravam, por exemplo, nessesganchos de açougue

Este masoqu sta va encontrar M'uzam para falar de suaexper ênc a mas não para começar uma anál se, e pode se ver carnesta entrev sta relatada porM uzam, que o esforço do masoqu s-ta é fazer o anal sta acred tar que o gozo pode voltar para oCOfO,e que ele mesmo, a esse respe to, não se de xa enganar. O que énecessár o er, é que é por aí que ele an ust a ou v sa angust arseu parce ro e o própr o M uzam, querendo convencê lo do que

sua exper ênc a masoqu sta lhe demonstra que não há gozo a nãoser com essa contrapart da de uma dor extremaE mesmo que só ha a aí uma s mulação de gozo o masoqu sta

, se ele goza, não é do gozo mas s m da s mulação deste ozo e denada ma s

Esta s mulação do gozo no caso do masoqu sta é ma or porque ela l va o suje to à fronte ra desse l m ar onde o gozo voltarao corpo e v r a repovoar este deserto do corpo, sto é, ess

fronte ra onde o pa morto gozar aMesmo que esta fronteira se a deslocada para ma s longe e,da mesma forma, ma s longe a s mulação se a colocada na fantas a,a satisfação permanece nacess vel, do outro ado da fronte ra

A fantas a, ao querer d zer a verdade provando que elamente, desmente em s mesmo e não d ssolve a verdade O que éum mpasse à sat sfação

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Demanda, Pulsões, Sintoma

Acon ece , con rariamen e aos meus hábi os, de er mão do úl imo c rso para preparar o des a noi e Cheg ei plado a preparar o que eu pensava ser a me ade do q e eu farianoi e Tinha na cabeça, como se diz, o proje o disso que e gde acrescen ar, pois me parecia es ar em condições de resolq es ão q e permanecia em suspenso sobre a sa isfação Dem definitivo, e não re ornei a essa primeira me ade

En ão,em relação ao q e em odo caso eu inha previs ome ade de c rso, e para me desc par m pouco, começarealg mas observações parcia men e improvisadas sobre o ponde es amos

Tra arei es a noi e de d as ques ões q e eu penso nos pirão avançar no ema. Essas duas q es ões são a verdad

demanda.A primeira observação é uma proposição de definição disq e é a sa isfação Eu an ecipo um pouco mas parece m

osso dizê o aq i e agor : a sa is ação não é nada maisverd�de q e exis e no sin oma

E es a definição q e lhes proponho hoje e que s s en arma forma mais arg men ada na próxima vez

A seg nda observação é um pouco mais problemá ica Ndisc ssão com M.J Sa re à par ir de uma observação q eaparece uma ques ão q e esqueci mas que deixou u 1 raçà par ir dela me veio a in uição de que valeria à pena pergse a primeira sa isfação que encon ra o er fa an e não ssa isfação igada ao fa o de que e e escolheu m sexo

Isso me ocorreu do fa o de q e falávamos disso: é possfalar de sa isfação ao níve das crianças? O q e pode ser a sa

çã para esse que chamamos "criança"?

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Picm BrwlO

É nesse qu dro que me coloquei ess questão p r umcri nç s t sf ção ão est r ssegur d pel escolh de ssexo?

Não t nto do f to de h ver escolh do seu sexo d retamente,m s do f to m is ex t mente do men no est r interess do pel smenin s sem que ele tenh de su p rte outro recurso ue smenin s e pel menin est r interess d nos men nos, m s qu

menin tem um recurso Ess questão introduzid por L c n,creio f nd ment l p r sexu id de fem nin , s ber que, foros meninos, solidã é o p rceiro d mulher

Estou imp c ente ue chegue o treze de m rço pois J M;S ure que tr b lh de m ne r específ c sobre questão dinf nt l, se enc rregou de ver se ess ntu ção poder ser ou nãover f d e como poder mos rgument r sobre el

A terce r observ ção é sobre rel ção d s t sf ção e ds cose

D mesm m ne r que me coloque questão de s ber sepoder ter um s t sf ção nível d cr nç , eu me perguntei poderí mos coloc r que há um s t sf ção no ps cót co.

Aqu ind respost que lhes proponho não é lgum co sde ue estou tot lmente ssegur do, m s contece que n s Me-mór s de um Doente dos Nervos", Schreber f l d s tisf ção Elf l de um m neir ue nos nteress , po s el c on es5 sf ção lgum co s ue lhe perm te de ntroduz r um p r dum p us , n sso que f z o seu tormento, s ber, ser obr g do de

m ne r ncess nte de pens r Qu ndo ele p r de pens r d z elDeus não goz m is, e o mesmo tempo p r retom r seuste 10s Deus se esquiv

Dito de outr form , o tormento de Schreber é bem e ele sequeix ·disso suficientemente de ter que pens r sem p r r p r

ssegur r esse gozo do Outro Gozo que de tod form não existesozinh , não se sustent por si mesmo, m s s m do esforço depens mento de Schreber.

Neste tormento, o que f z p us é o que Schreber ch m s t sf ção S t sf ção ue está l g d ess voluptuos d d

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Satisfaço c Gozo

s ntido qu l s outo ga, m comp n ação, d gozé fo çado a a gu a ao Out o, qu consist m um cde

manob as s xuai d ca át auto ótico. El p mant di c to sob a qu stão · poi como vocês sm nob a xuais à quai l s nt ga pas am

sp lho a gu ando s qu stá a ponto d s t ansfmulh .

Exi t ntão pa a Sch b , s s guimos o s u dimom nto d voluptuosidad nsual qu l ouba ao gOut o

Pa a qualifica sta satisfação Sch eb t m uma pba tant tocant : l diz qu é uma ati faç o pi dosa, nam qu tá conv ncido qu a é p mitida po D u

m no a não é uma coi a qu o of ndFui l vado a t abalha , ou sob tudo a t abalha a p

Antonin A taud pa a uma conf ência qu fa i D vo dhá aqui uma dif nça qu d v m dúvida ma cad

po ição d Sch b , qu finalm nt acomoda n a compromi o com D u qu h p mit ubt ai aoOut o pouco d voluptuo idad n ual a po içtaud qu é b m mai adicaL Quando s u d lí io d

l d ncad ia logo ant d ua pa tida pa a a a uptua com sua noiva C cil Sch amm xi t pa a A

adica m nt opo ta à d Sch b , uma po ição qu é tad d ca tidad E o qu é s m dúvida int ant nd A taud é qu é n c á io s o oca a qu tão d pod , p a po ia, x i ti � d í io, o qu não pfunciona com Sch b . E n c á io s coloca a qpo qu t v uc o u p n o qu a vontadca tidad é um d s l m ntos qu p mit comp nd

ssa vontad d ca tidad , como aliás o p óp io A taud dmuita cla za, A taud s opõ ao pai

Numa ca ta a And é B ton qu data d s t mb o d1937, nasua ch gada à I landa, xpõ cla am nt qu l

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Pierrc BrwlO

filho, isto é o Cristo, contra o pai que, diz ele, está do lado doAnti cristo

·

Existe aí alguma coisa que é muito complexa em Artaud, massem dúvida é nessa oposição intransigente e absoluta ao pai queassim mesmo destoa desta espécie de submissão ao pai (que estámanifesta sobretudo n reconciliação de Schreber com Deus), quereside um dos elementos que permitiram a Artaud, lançando mãod poesia, de ex istir a seu delírio

A última vez, eu anotei foi aí que eu parei que o masoquismo enquanto perversão, simulava, para retomar os termos· de

acan� a convocação do gozo no lugar do Outro, no lugar onde ocorpo de ser corpsi ica o se torna Outro.

Este é o nosso ponto de partida a disjunção de gozo e corpoTe os de um lado o corpo cor sificado, depois de ter incor-

po a o ocorpo do simbólico, uma vez que de organi mo ele setornou corpo de desejo Disjunção então do Outro e do gozo

O masoquis o simula a convocação do gozo do lado do

corpo enquanto que corpsificadoSe esta convocação no fosse simulada mas efetiva, se elativ sse realmente acontec do, isto uereria dizer que a estruturapoderia se recobrir, ou ainda que p deria haver gozo do corpo doOutro

Em suma, o gozo não estaria em falta, ele não seria o que euchamei : uma grandeza negativa.

Como vocês sabem não é o caso Isto é, que ele deve tomarcomo ponto de partida a impossibilidade para a estrutura de elaprópria se recobrir

Eu gostaria de lembrar lhes como Lacan demonstra e articulaesta mpossibilidade Ele o faz à partir não do sujeito do gozo, masà partir do sujeito definido como sendo representado de umsigni�icante para outro

E isto que nos permitirá fazer o vínculo entre esta demonst a-ção de acan, ta como ela vale para o sujeito representado porsignificante para outro, e aquela que vale também para o gozo.

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Satsfaço e Gozo

Lacan r cede assim es eC a mente em seu seminári De umoutr a Outr " e é a guma c isa s bre a qual eu me ebrucei anpassad Se c cam s que significante S re resenta su eitpara utr significante que vam s chamar A , n s enc ntram s

iante

esse fat que A é r sua vez um e ement que ntervémna

e açã , e, a mesm tem também significante que esigna c njunt da re açã , r sua definiçã c m ugar t d signi-ficante. E e é entã e ement d c njunt e que designa c njunt c m st r S e e e mesm De m d que dem sescrever e a re açã :

Nó vam s entã der (essas sã ev cações aqui que jáex us an ssad ) e a substituiçã essa re açã S1 A =A,reescrever a cada vez A enquant que significante d c njunt ,n interi r d re açã , que dá seguinte:

5 >S >A

SI > A I

c m a ib idade de c ntinuar indefinidamente, m vimentque L cín re ume e fat de que S é a cada vez ex u s rS > .

Se ic m es a fórmu a da ex u sã de S a que Lacanchama: c r raçã u ainda c r sificaçã , dem s di er que

essa ex u de S é equiva en e da negativaçã da carne e a·qua na ce g c m g nde a nega tiva

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Pierrc Brw

Tem entã :

S1 51 >AJ (-) or p o or p sificado

à d e ta c p enquant que c rp f cad e à e querda que eu v u marcar c m um ( ) para nd carqueeleé uma grandeznegat va

·

E te a ne te e quema alg que e pr me a te e egundqual e te uma h m gene dade da e t utu a, eja ela def npart d gn f cante u a a t d g zNó tem de um lad c rp c rp f cad enquant ce de utr , d junt de e c rp c rp f cad , g z

Vem aqu c m func nament de um gn f cantet da f rma mól g a que eu v u c amar na c ment negt v g z cuj re ultad é ua d junçã c m O tr

E e te m ment n c al que Lacan enunc a em Rad fqu n ele fala (eu já f z e a c taçã ) da ca e e d c rp

E per que atualmente já e tejam fam l a zad c m ec a O que eu g tar a de ntr duz de mane ra upleme a n te é que pel fat de a e pul ã emp e ren vada de

gn f cante Outr e revela e um lugar fu ad , um lugaré de m�ne ra ren vada fu ad p e a ubtraçã de um cante E nece á t r bre fat de que a e pul ã ren vada, t é, que aí m br gad a ad tar uma c ncep

temp ral da e t utura Al á , talvez eja que t az a d fde ab da m a que tã mente pela te a d c njuntAlguém me lemb ava que Lacan d z a, eu nã e nde, q

emp é que fe e, t é, que ele tem a e pe t d temme m exp e sã que F eud ut l za a pr pó t da ca traç

o s o d cam da ca t açã O temp é que fere: eu que ex e ealmen e a p b l dade de e c l car um mequi lênc a ent e eal d temp eo real da ca traçã

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Sntisfnç o c Gozo

Q lq r q s j , i b m l ro q o Outro é um l g r quesd q m signi i nt ntr m unção, só pod s r m l g

r do.Isso pod p r r bstr to, m s q ndo s t m xp riêna nális , s j do l do do n list ou do l do do n lis ndemosr lm nt xp riên i (pod mos diz r s mpr r nov du o un ion m nto d m signi i nt é lig do o to d q

tro é r do F nd m nt lm nt é b m isso q ontr rian lis ndo m s t r ; l não pod tr p r om isso.

Ess l g r r do é o q L n d in d um m n ir bim p s om s ndo v rd dA v rd d n d m is é q isso, é o to do ro no O tro

A v rd d p r d r m d inição um po o m is dolvid n m is q lh à p rtir d q l n nh m sod sgo r o O tro.

S s bimos m ponto p r , dig mos, p ss r um nív l m isróximo d Fr d, dir mos qu no ndo v rd d , ss b r

no Outro d m is é q o q Fr d h m o r onh imo r l d str ção

Est r onh im nto do r l d str ção, o ss r onhm nto do b r o d v rd d (s g ndo s dot m orm l ç

r di n o um orm l ção l ni n q são, omo vo êê m, l gi m nt quiv l nt s), d sd o mom nto m q

está olo do o nív l do s b r, não pod m is signi i r m smo

T os q i g ni l d s ob rt d Fr d on nt à si q o r onh im nto do r l d str ção não pod signc r si m smo d sd q l s j o ront d p l prov do sEl não pod signi i r si m sm no s b r, porq s l p d s

esigni i r l ontr diri o q l signi i : q n nh m sifi nt pod signi i r si m smo

Vo ês t m q i, sob m orm b m m is simpl , q éa ssív l os m s limit dos m ios on rn nt s à lógi , m l çãodo p r doxo d R ss l.

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'i e U uno

A verd de não pode signific r si mesm num s ber porqueisso signific ri que el se neg como verd de, pois ess verd d

é q�e um signific nte não pode signific r se si mesmoEu disse, é um descobert de Freud Vocês poderão emseguid ver porque.Éque verd de, pelo f t del não podersignific r se si mesm no s ber, tem que mentir no s ber Ess

su verd de.Como mente verd de d ·verd de? El mente gr ç s is

que Freud, elo menos n tr dução que f zemos, h mou: odesmentido Esse desmentido é p rticul rmente bem escolhidoem fr ncês pois que ele é quilo gr ç s que verd de o mennão se contr diz

Isso foi re lmente bem tr lh do do l do de Freud: mostrque f nt si é constituíd de m neir indissolúvel pelo reconhcimento do re l d c str ção e o mesmo tempo pelo seu desmentido, pois que Freud compreendeu estrutur lógic profund( ue em seguid foi extr íd e desenvol id or c n) do qua verd de

Não há, di Freud, f nt si que sej uro re l d c str çãnão há f nt si sem desmenti o

Conceber f nt si sem desmentido, isto é um verd de u eiri o verd deiro so re el mesm , isso não pode contecer E

que demonstr p r n� i t l como o texto exempl r de Schre ernos dá o testemunho. E t mbém o que l c n diz no seminário"L'insu que s i t de l'une evue s ile à mourre :"En tre a loucu e

a debili a e só e11 os tu a escol a .Nó temos, com efeito, escolh entre loucur quer dizeorn verd de demente, ou debilid de, quer dizer, to r

desmentido verd deiro

N.doT : Referênc a ao termo alemão "Verleugnu g

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Stisf ço c Cozo

Eu te tei most a , a p opósito deste adolesce te que chamHem, que efetivame te ele estava assujei ado a essa ta efa d

o a o desme tido ve dadei oPa a esumi uma última vez a tese qu p opus, após o quedei a ei po e qua to em suspe so, ão se deve espe a possía satisfação a fa tasia eu ótica ou o delí io, pela oa azão,cres e to ago a, que a ve dade aí se esquiva, po sua p ópst utura de ve dade.

Pe so que isso os pe mite da um passo a mais em di eção que coloquei como o izo te a alca ça a satisfação com

ve dade ue há o si tomae ess rio te ta mos pe sa que o si toma é feito de to ma ue e e vai admiti a ve dade ue é o stitutiva da fa

É o ue de uma erta ma eira vamos te ta veodemos dize que isso se passa sem que aí se toque, o que

ue dize ue ão po essa via que pode emos espe a um o t ar a verdade.E tão ara os o ie ta em direção a essa segu da questã

ue pa e e ser a solução do pro lema, vo voltar um pouco atvou pa tir de F eud, pois o que se e co t a em F eud, ão é

igação da verdade e da satisfação, é a gação da pulsão e atisfação

em ro a defi ição de Freud - defi ição p i cipal, como siz "O objeto da puls oé sso em q e e pe o ua(essa hesita ão é deato i evitável)a pu/são podeá ti ir sua fi alidade q a sa isfação".

Oque vou te ta faze a pa ti daquiémost a que em el çãoe a te e f eudüa de ba e La a ão t az co t ad ção Ce t eta to ue pela via do si toma, so e udo essa última ela

ação do si toma que co sistiu seu semi á io: "Joyce, le si thme", a a traz uma solução ai da ão e co t ada em F eud

aca ão co t adiz F eud Podemos simplesme te aceitaue aca diz o texto que já citei dive sas vezes "A Psica ál

nas suas Relações com a Realidade":"A satisfação,diz aca ,só sea ifesta na o tage da pu lsão. Ele toma como po to de pa tida

a tese de F eud Mas, te do em me te q e pa a aca a ligaç

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Picrre Bruo

pr v leg ada que resolve o problema da sat sfação é a l gasat sfação-verdade, e ão sat sfação pu são como em Freud

devemos passar da so ução freud a a para a solução laca aou sobretudo da tese freud a a, po s pe so que a tese freud aãoé uma solução, à so ução de Laca temos ue estabe ecer u

po to e tre o que é a pulsão e o que é a verdadeCre o que é um po to basta te s mp es de e co trarE suf

c e te para sso adotar a le tura que Laca faz do co ce topulsão em Freud. Se para Freud uma gação é estabe ec da ea rea zação e o desejo, se uma l gação se estabelece e tresat sfação e pulsão, é porque a pulsão é uma mo tagem que ocorpo corps f cado, co st tu a marca da d ma da qua dod sapar c u

A e tura de Laca é sem equívoco em re ação à Freud Né porque a pu são revela um pare tesco com a ecess dade que sco oca a questão da sat sfação. Se Freud faz uma gação e tsat sfação e a pu são ão é porqueh ele a gumas aderê c a quefazem com que o co ce to de pu são ão seja completadestacado da oção de ec ss dade, mas s m porque, clarameem Freud, a pulsão d z respe to à dema da da qual e a con ta marca qua do essa últ ma desapareceu, o que coloca o prob emda sat sfação. Mod co aqu eveme te a def ção d La

Vocês vêem aqu em que a le tura de Laca é esclarece ord sso que pode ou ão sat sfazer a guma co sa da pulsão, que pode ou ão sat sfazer a pu são que e co st tu pela co

ção dos traços da dema da desapar c daPo emos e tão, utiliza do es a fórmula que me erve e fco dutor:

S1 - > [ S1-> A ]

podemos ver, part do do f o co dutor dessa fórmu a o que édema da A dema da, fu dame talme te, é uma dema da dredução do S1 da esquerda ao S1 que está e tre colchete , qued zer, para d zer as co sa de d fe e tes formas que a dema d

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Stsfaço e Gozo

undamenta mente demanda de retorno do gozo dis unto dutro pe o funcionamento mesmo do significante da demanda

obre o orpo, feito Outro por essa expu são do sig ficantePara resumir esse prob ema, podemos dizer por exemp o que demanda pode se resumir por essa f echa

G z > Corpo Corpsificado

a demanda demanda do retorno do gozo no corpo e, fina mente, definição que dá Freud não tão bizarra uma vez que a eiamo

dessa maneira E e diz: "A satisfação o apaziguamento, ousupressão do estado de excitação na fonte da tensão"Como se pode er se a demanda do reto o do gozo no corpo

satisfeita, e e não terá mais uma excitação na fonte da pu sãoA fonte aqui, vemos bem como interpret a, a fonte da pu s

o ponto de partida do significante a i onde e e põe o corpo comxterno a ele.

A fina idade da pu são, quer dizer a satisfação, será entãoeste,seria este s ogan: "Que S1 vo te ao seu ugar!"

Como se sabe essa fina i ade não se atinge, quer dizer quenão h satisfação por essa via E porque esse objetivo não se atinque, como certamente nota Freud, o objeto é definitivamente

uase indiferenteDe toda forma não bem assim! De onde se compreende o

esforço de Lacan para repensar a pu são freudiana a partir da

sub imação, quer dizer, a partir da pulsão nibida quanto a sufina idade E essa questão que deixarei com vocês essa noiteSe Lacan considera que a sub imação o princípio do funcio

namento da pu são, é porque a pu são só pode se constituir comocircuito no corpo causa do pe o funcionamento do sig úficanmas que e a é inibida quanto à sua f na idade, que seria dsig úficante vo tar ao seu ugar.

·

A função de inibição da fina idade na sub imação, que o gozvo te para o corpo, então evidenciar no corpo do significante quo ob etivo que seria a vo ta do gozo não seja conseguido

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Pierr Bruo

Então, a sublimação é uma satisfação? Somando tudo a ques-tão vai se colocar e Lacan, verdadeiramente durante todo um

período, esperou que a sub imação fosse uma satisfação.Podemos entretanto dizer a ui e agora que a resposta énegativa. A sublimação ue já na perspectiva freudiana se opõeao sintoma só agarra da verdade o seu vazio Ponho essa fórmulaaqui ara ver se va e a pena ater se a e a

Direi que existe no sintoma alguma coisa que faz ressonar oque poderíamos chamar: o caminho da verdade à mentira

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Pai Impostor e Pai Humilhado

Esta noit t m um pouco o ar d fé ias e pela circunstânciap ns i qu vocês não t riam nada contra o fato u eia uma partd um po ma d Prév rt que s chama "A p scaà baleia pois no

u u vou diz r-lh s ssa noit a bal ia terá o ugar qu lhe éd vi o ou s ja, um lugar . important

E um po ma qu s m dúvida muitos nt e vocês conh c m

mas qu m r c s r lido pois, vocês v rão, l é v rdad iram ntlacanianoA pesca baleia

À pesca à bale a,à pe a à ba eiaDizia o pai com uma voz enfurecidaA s u fi ho Prosper, com a arma st ndidaÀ p sca à ba a,à pe a à ba iaVocê não quer ir,E porque en ão?E porque en ão eu irei pescar um animalQue ma nenhum me fez, papá,Va pap , vai pesca-la você mesmoporque você gosta,

refiro ficar em casa com minha po re e,E o primo Gas ão.Então em seu baleeiro o pai s foi sozinhoSobr o mar perturbado .Eis o pai bre o marEis o f ho na casaE s a ba e a enco erizada,E eis Gas ão qu derruba a sopeiraA sop ra ferv ndo.O mar estava maua sopa stava boa

E e s sobre sua cadeira rosper desolado:À pesca à ba eia, eu não fui

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Pier e Bruo

E porque então eu não eu não fui?Talvez se a tivessemos apanhado,Então eu ter a podido comê-la.

Mas is a porta que se abre, e escorrendo águao pai aparece o gante,carregando a bale a nas costasEle joga a baleia bre a me uma bale a de o hosazuis,Um animal raro,E diz com uma voz deplorável:�pres se em destrinchá la

Tenho fome, tenho sede, quero comer,Mas eis Prosper que se levant ,Olhando s u pai no branco dos olhos,No branco dos olhos azu s de s u pai,Azuis como os da baleia de olhos azuis:E porqu eu d str ncharei um pobre an mal que malnenhum me e ?Tanto pior, eu abandono m nha parteD pois e e joga a faca no chão,Mas a b leia se apodera d la, e se pr c p tando sobreo paEla o tr sp ssa em pedaços de pai(. .. )

Vocês viram q e va e a pena perder a g ns min tos lendoesse poema q e citado por Lacan no fim de Uma Q estãoPre iminar a Todo Tratamento Possível da Psicose"

Não direi i tas coisas essa noite diretamente sobre o gozoe a satisfação Vocês verão entretanto q e e não perdi o fio deme s propósitos e q e esse desvio será necessário para tentartrazer a g ma coisa de conc sivo a propósito da satisfação

Partirei essa noite da q estão: para q e serve o sign ficantemestre SI ? Para q e serve o significante mestre senão para amar-rar a apare hagem do gozo sem a q al a rea idade se desrealiz�

E entendo assim a desrealização da rea idade. Tomarei umexemplo da psicose paranóica se bem q e se pode fa ar também

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S t f ç o Gozo

da eurose, mas, na psicose paranóica a desrealização tem umaampl}tude exemplar.

E o que Schreber testemunha, na página7,

nas suas Memó-rias: " . .. desde então co siderando em conseqüência disto o únicohomem verdadeiro que ainda restava, e as poucas figuras huma-nas que além de mim eu ainda via o próprio professor Flechsig,algu enfermeiros e muitos poucos pacientes isolados, de apa-rência mais ou menos bizarra eu considerava como meros h

e feitos às pressas , produzidos por milagre.1A expressão que chama atençãofuchtig hingemachte que

quer dizer ao pé da letra escapados da mão de seu criador antesde estarem prontosO que faz então que esse amarramento se desfaça? Esse

amarra ento que concerneà aparelhagem do gozo. A resposta deLacan, no texto de58 sobre A Coisa, é impressionante por suaconcisão é, diz ele, a ausência desse traço horizontal que, nodesenho que faz o pequeno Hans de uma girafa vem se combinarcom o traço vertical que tem a reputação de representar o pênis(como o diz ans o faz pipida girafa ), traço horizontal que Lacan

não hesita em nomear o"011.

Temos o traço ho-rizontal que representao faz pipi da girafa

E temos o traço ho

rizontal que ve ao en-contro do traço do fazpipi que Lacan não hesita em nomear no tex-to de 8: o falo

R tirado d tr dução d s M mór s p r o por guês t por M rilen C one - EdGr l - p g.89

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Picrrc Bruo

O interesse isso é que acan não chama falo à figuração ofaz pipi mas sim o outro traço e considera que é a ausência esse

último traço que em D P. Schreber explica que a amarração daaparelhagem o gozo se esfaça.Po emos en ão, par in o essa uplicidade do sig ifican e,

concluir que 5 1 ão em valor de falo em es ado iso ado m_ apartir da estrutura, e concluir por ou ro lado que desde que alibi o (como é o caso o es emunho razido por Schreber) se re ira

o objeto, a presença do falo é a condição para que essa re raçãoa libido par indo do obje o não chegue a di solver a imagem

especular do sujei o, que é o canal por onde inicialme e a libidofluiu em direção ao obje o

obje o

libi o <

- >

Moi

Se omamos o caminho inverso, quer di er, o caminho are ração, exemplifica o por D. Schreber, a libido pode, após erafe a o o obje o, afe ar o eu. Di o de ou ra forma, vamos consideraro falo como esse sig ifican e que co dicio a o que Freud chamo:libido narcísica. Se temos o falo (veja o desenho) alguma coisa vaiimpe ir que a libido se retire para além do obje o e afe e o eumesmo Po emos en ão considerar que o falo é esse significa te

que condiciona o que Freud chamou de libido arcísica. Libidonarcísica que faz com que o corpo seja ou ra coisa que o enveloped um car ão, ou um corpo de polichinelo que eu posso deixar caira qualquer momen o.

Vou tomar um outro exemplo clínico onde se vê que a re ra-ção a libido é não somente uma re ração que afe a o obje o masuma retração que afe a o eu. E quando por exemplo Artaud es áem Ville Evrar e con a numa carta q e algumas de enas e anosan es, em Marseille, foi agre ido na rua, e propriamente falando

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S tsfaçio e Gozo

assassinado e que uma vez que ele fo assassinado ele escutou umcorpo cair.

Temos aqui algo que exemplifica perfeitamente esse desin-vestimento da libido não em relação ao objeto mas em relação aoeu mais exatamente à imagem espec lar

ntão, partindo desse construt um pouco grosseiro, eu odeixo nesse estado por enquanto fa endo simplesmente a lebrança que Freud definiu a sublimação como sendo algo que é daordem da dessexualização do obeto e que isso não é sem relaçãocom a pri eira parte desse processo

Parto então desse construto grosseiro e tentarei essa noiteclarificar esse ponto de partida, de he dar um acomodamentológico pela via e um matema que u privilegiei um poucoporque é mais fácil se servir de um ma tema único e tentar desen-volver todas as impossibilidades to os os impasses do que mu-dar continuamente de matema, o que permite, por vezes eludircertas contradições o que permite inclusive uma certa cegueiracausada pe a rotação mui o rápida que se faz do uso de um certoma tema

Partirei desse ma tema

S1 � I AS [S � A]

onde A é por sua vez e emento da relaçãoS � Ae designa oconjunto da elação EntãoA se igua a a A e iguala também aS � A .

Vocês vêem que eu introduzi na escritura dessa noite umafronteiravertical entreS e A pois somando tudo, temos aqui umaformula mínima da distinção entre o ser fa ante e a linguagem

Num de seus últimos textos Lacan observou: não deve seidentificar a linguagem ao ser falante.A psicanálise começa com

uma distinção entre a linguagem e o ser falante

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Pierre Bruo

demandadizer

A

Te os de um lado o O grau zero da palavra podemoschama lo nesse nível, um aconteciment " de palavra Do outrolado temos o A, que constituiria neste nível o conjunto dos significantes

Vou colocar uma barra entre o que está do lado da linguageme o que está do lado do ser falante Podemos co iderar que temosa escritura mínima da estrutura, na qual 1 tem, seja o que chama-remos o estatuto de um dizer (se o consideramos em seu momentode elação, do interior em direção ao exterior), seja o estatuto deuma demanda (se o consideramos em sua relação inversa com A)o que chamei na última vez de voltar ao seu lugar

Alguém entre vocês me pediu para que colocasse essa noite

uma questão sobre a relação da repetição com esse estatuto con-traditório de 5 , esse estatuto de elação e esse estatuto de deman-da, quer dizer de complementação regressiva de A

Temos então, como disse, essa estrutura mínima, suficiente àdesestabilização que o ser falante, ao falar, exerce sobre a linguagem. Desestabilização pois a linguagem se encontra assi presanuma alterna tiv a que é uma alterna ti va no sentido de uma disjun-ção exclusiva: ou bem isso ou bem aquilo. A linguagem ou éinutilizável ou é furada. Poderia por exem lo ser o caso do con-ju to das línguas mortas, se não soubéssemos que as línguasmortas, por mais recuadas que sejam, vivem sempre de uma certamaneira em nossa língua Alguém fez um recenseamento que oslingüistas conta v a m mais de dez mil línguas mortas enquanto quesó existem centenas e talvez mil línguas vivas. E claro quea

línguas são consideradas mortas a partir de um critério operatório

grosseiro Podemos deixar de lado essa questão da linguageminutilizável ainda que evidentemente o ser falante tenha algumacoisa da ordem da manutenção da linguagem como inutilizável,

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Satsfação e Gozo

que dize , alguma coisa que ensa ode mante como nãofu ada Retenhamos a alte nativa da linguagem fu ada

sse fu o em A, que é o imei o esultado do fato de queexiste um acontecimento da alav a, tem um nome. a definiçãomais elementa que Lacan dá da ve da e: A verdade é esse bu acono Outr e a verdade designa esse bu aco no Outro, na medidaem que por esse buraco ela dete mina A como sabe

Eis que temos uma combinató ia que e mite oduzi , aa ti da ve dade como bu aco de Ao 52 como dete minação de

A enquanto bu aco na ve dade, se bem que odemos esc evedesde á, desde o segundo estágio, 52 no luga de A

S �

S1 [SI � S2]Desde então tere os de um lado SI 52 do outro, e isso, cada

vez que á u aconteci ento de alav a desestabilizando S2 asaber S1

O que eu gostaria de a ca aqui é que este mo ento que meoco re cha a de inicial da estrutu a, eu não o conside o o iginal·

num sentido que se ia o da sicogênese, ois que este momentoinicial pode íamos defini lo de outra fo ma que sendo o momentoatual?

O o ento atual com o du lo sentido do atual neste mo-mento e o sentido do ato O momento atual: aquele onde, de umaconteci ento de alav a, nasce a estrutura

Este omento in cial não é absolutamente um momentoo iginário, é ao cont á io u momen o que t az nele o enigma doque nada ais é que o atual E é preciso di er que a ope açãoanalítica é algo que visa que o su eito este a a al tu a deste ato quefaz o atua ; donde renasce a cada momento a est utu a

A esse respeito, a estrutu a não é algo que nos dete ina ort ás de n s, mas algo que nos dete mina à frente, com a condição

que haja o ato elo qual o acontecimento de alavra e istaQue a estrutura de enda do ato ode efetiva en e dar a9su eito u a vertige Uma ve tigem que nada mais é que a

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Piere Bro

repercussão no corpo disso que minha palavra pode a cadaÍnstante passar da demanda ao di er

A ver igem toma o su ei o logo an es do di er e por isso enão di o que faz com que ele caia de novo na demanda

Nós emos então essa escri ura

51� A . 51� 51 � A

en ar mosa partir dela esclarecer a ques ão de par ida sobrea cond ção que az com que 51 esteja a para amarrar a apare hgem do gozo de ma maneira tal que essa aparelhagem só possaceder exatamente no pon o onde a libido na cís ca desaparecJusto no ponto o de ela se des solda:

51 I 52<

Nessa escrit ra podemos ver o que confere ao 5 essa capaci-dade de amarração que é a barra ver ical como fron eira entre o51 e o 52 Eu lhes proponho começar por aqui: considerar que o<

isto é o significante do Go o é, nesta escri ura a fron eira eno 51 e o 52

Vemos de cara que essa lei ura concorda com esse desenhoque troyxe de Hans de sua girafa onde não é a represen ação do

a pipi que nd ca para Lacan o< mas o raço horizontal quefigura no encontro do faz pipi. Da mesma maneira aqui onãose confunde com o 51

Vocês sabem que Lacan pr me ramen e apreende de maneirabastante freudia a a natureza desse como subs rativa Primeiramente ele creve< sob a forma da escri ura ( <) que ele definecomo sendo a parte fal an e à image dese ada Di o de ouforma se consideramos que a imagem dese ada é a de A como mtodo grande A que seria comple ado por 51 que lhe saiu do ventre(Lacan aqu utili a a imagem do cavalo de Troia)

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Satsfaç.o e Gozo

S A

S consid ramos qu a imag m d s ada é a d A comtodo do A ao qua s ria r int grado o S a art falta

mag m d s ada é a art fa tant d A como um todoOra v amos a rim ira d finição qu dá d ( $)

caracteriza sta scritura do onto d vista d s u sdobramlóg co é qu uma v z qu nós colocamos SA qu S , acont c m nto d a avra saiu d A nós t m s n c ssariS - S A assim or diant .

T nhamos firm sta axiomática d início: A é tanto o d signa o con unto con tituído a r ação SI- À nto ddir ito d sta r ação Nós pod os diz r d sta scritura; com l ntação qu s qu ria r gr ssiva o qu u chamvolta ao ugar m A d S1 , ou ntão SA no grá ico da art

ir it os SI- A da art da squ rda não ch ga aformar um todo, isto é sta co pl ntação não dá A co o toAo contrário, o qu ani sta sta scritura é a cada v

rodução d um signi icant a aisNa art squ rda vamos v r cada v z um significant a m

S b m qu , d sd ntão, não é su ici nt d finir< como a tfaltant à i a d s jada o qu é uma via stática d

scritura- é n c ssário d ini o co o signi icant do gozo

quanto grand za n gati a, s a d fini o, não co o part , faltant mas como o ração ta qu a part d sco p ta mas não od r co p tá o Esta é a di r nça ntr incod inconsistência

Dito d outra forma m ar c qu na ógica d sta scu ó od s d s nvolv r roduzindo a cada v z um SI

significant a mais, qu racassa d man ira radica no quum r torno a um stado s udo inicia d um A co o tov mos assim cr io o qu é c inica nt do statuto da d

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Pierre Bruo

à saber que ela está sob o regime de uma espécie de incessâncianão se pode retornar sobre um acontecimento de palavra

E li a po co ma passagem de um autor ing ês que se chamaSterne que de ma certa forma ilustra o víncu o, com isso q e strata, so ma forma mística E e escreve suas Memórias, e apercebe ao fim de um ano de escrita do q e ele escreve que egastou 364 dias de escrita para escrever um dia de sua vida.Evidentemente e e faz m cá cu o simples que o conduz a pensq e ele está diante de uma tarefa um tanto difícil se e e pretendescrever s a autobiografia que é seu objetivo inicial. E ma s aind

ele se põe a pensar que se e e quisesse escrever ainda me or sobru dia, lhe seriam necessários bem mais que36 dias; isto é, e ese encontra diante do paradoxo e que quanto mais e e quee aurir a biografia deste dia mais tempo he fa tará para sua tobiografia Existe aí ma espécie de contradição entre a intenção e a extensão q e é da mesma ordem do que se passa no q eexaminamos agora

Poderíamos partindo do fato de que existe nessa ógica deescrita ma s btração irreversíve a saber q e ão podemoreto ar sobre um acontecimento de palavra a go que podemosdesdobrar no sentido de mostrar o que é a repetição e que não épor acaso que a descobe ta da pulsão de morte se faz a partir dac ínica d repetição. Não é por acaso também que é a partir daque Lacan co ocou a q estão do gozo

A o tra palavra para s btração irreversível é: perda! Há ma

perda

·

Não era esta noite que eu pretendia desdobrar s coisas destam neira mas gostaria ainda assim de indicar em que a barra sobreo $ é ma f nção q e necessariamente implica m ponto deexceção Pois depois de tudo a questão d um ponto de ex eção

unção fá ica, para sobrevoar as três grandes definições que encontramos em acan do $: o $ como(-q) (a parte fal ante àimagem desejada) depois o $como significante do gozo e enfimo $ como função, e bem, não é fáci perceber em que af nçãotem n"ecessariamente m ponto de exceção coisa que se lê em

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Satsfaç e Gozo

acan existe um x que diz não função fálica:3x . <. Ponto dee;ce são do qual eu lhe dei a expressão emprestada de Lacan: de

ue há um ponto de suspe são na fu ção fálica· s e ponto de exceção na formulação:

� [51� I A]

pod os si ua lo de uma maneira que não é absolutamente mis-ter osa: esse ponto de exceção é este que es á esquerda dafronteir , isto é da barra do na expressã 1� [ 1� I A]

Com efei o,a função< vale para todo 5 à vir da direita, ouseja a Junção fálica va e p a odo que é potencia mente pard A mas e a não vale mais para o 5 squerda Ela não in efinidam n e recuá e , o 5 que poderíamos chamar pr meiroaquele que eu diria que ele representa o pai do nome, pai do no eque estando represen ado en ão por es e ignifican e da esquer anão pode me per encer, pois só pode me per encer o queé e emento de saber, isto é nada que não es e a do lado direi o pode me

ert�ncerFaço referência aqui a um achado de ico e Bousseyroux em

sua exposição sobre Claude , que in erpre a "O Pai Humilhadode Claude como sendo o pai h mus o pai eduzido ao estado dehúmus. u diria que es e pai húmus es e pai do nome, nós oencon ramos a cada ve sob a barra desse 5 que es á esquerdado .

É por represen ar assim o pai do nome que S , como significante a mais, o 5 da esquerda, pode se ornar o significan eme afórico

É por represen ar o pai do no e que o significan e se ornaignifican e me afórico, aquele que nós podemos encon rar no

den minador como o Nome do Pai O problema que permaneceen ão é en rever como, em seguida, es e componen e da es ru urvai entrar em função sob a forma da metáfora pa erna que no ugardo pai do nome vai admi ir o desejo da mãe, o que co por a que

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Piere B o

esta órmula da esquerda seja passada para o lado direito p is queo desejo a mãe só pode estar deste lado.

Nome do Pa(Desejo da Mãe)

Paido nome ·

Então é aí que vou retornar ao valor, colocandoa questão que

se passaria se o< , como unção, não com orta ponto de exceção?Eu d r a que se o< como função não comporta ponto deexceção o que teremos no lugar do pai do nome, o ai hu ' lh -do é isto que Lacan chama em um texto de1958: o 9i impostor

Uma vez que tenhamos aqui o ai mpostor

pa i postor

a baleia de mpostura como d z Lacan à partir deste poema dePré ert não podemos ma s à partir o pr"cesso de humilhaçãod pa do nome, colocar o signif cante do Nome do Pai

Este pai é impostor po s que ele pretende como pa do nomeser e ter s do, ou se ocês preferirem, ele preten e ser representadonos dois lados a e pressão

5} . [51pa do nome

mpostor

- > A ]pai o no

mpostor

No curso anterior eu def n o gozo como grandeza negat ae escrev :

Goz ( )

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Stsfiço e G zo

Pod mos diz r qu m r lação à sta d finição do gozo comgrand za n gativa, o pai impostor é aqu le qu m nt imp riosm nt faz ndo do gozo uma grand za positiva

·

O sup r u, a ss r s ito, cujo imp rativo é: Goza, ter mqu m dir as cons qüências já sab ndo qu le é suportad oum pai impostor, qu m nt imp riosam nt ao faz r do gozuma rand za positiva

E st pai impostor qu o suj ito psicótico r j ita El ra bal ia da· impostura, pois sta r j ição, o que Lacan m s u ttoma o cuidado d r lacionar ao t rmo fr udianod Verwerfun g

pois sa r j ição é a única man ira não ac itar a m ntiragozo como grand za positiva, m ntira u s l ac itasslhínt rdita ia toda apar ag 1 d gozo o d ixaria m r

sto é o d ixaria d s rto d gozoEl r j ita nt o o pai impostor, mas ao m smo t mpo, com

o v mos, l não dispõ do significant do Nom do Pai qucondiciona o pai umi ado - para dar s u nom mais fa antpai do nom .

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N Aparelha gem do Gozo

Espero aproveitar a prese ça de vocês para colocar à prova oque me parece satisfatório do trabalho desse a o e azer a triagemdo que melhor co viria a uma tra smissão para estas ornadas

O que não quer dizer que retomarei nas ornadas o que voudiz r aqui ho e, pela simples razão de que ai da não está prontoIsso quer dizer que te tarei mar ar (especialme ten questão do

gozo, ao risco d me repetir um pouco) o po to do que me parecees abelecido Sobretudo tenta ormular as questões que ainda nãestão resolvidas e, é necessário dizer que percebo que, desde· oi ício do a o eu recuo sem cessar dia te delas.

Disto o que propo ho terá, eu espero, não um aspecto des-costurado, mas digamos um aspecto ai da ão costura o, pois énecessário ai da cortar algu moldes do tama ho a tes de untalos E ão está excluído que o que vai sair daí ão se a um vestidode oite mas sim um bolero

Ve amos primeiro o que é do go oPodem spartir de Freud para constatar que a questão do

go o a ps ca álise só se coloca, o que está em ogo ho e, a arde Al m do Pri cípio do Prazer.

Podemos ormular as coisas assim dizendo que a compulsãoà repetição é a descoberta que permite Freud ter a i tuição ante-

cipadora que falar ão acont ce sem ameaçar, sem comprometerde ma eira r dical isso a que se esforça a uni icação da libidoQuer dizer, alar ão aco tece sem uma perda que podemosqualificar de i justificável.

·

Sob esse po to de vista é e tão ecessário partir dessa oposi-ção que se dese ha e tre o gozo que está do lado da pulsão demorte, que é isso que traduz uma perda certa, e a libido, que aoco trário, pela via disso que é a te dê cia à uni icação que acaracteriza, se esforça por u cio ar sem essa perda

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S tsfaço e Gozo

D to de uma outra forma, temos que nos ater por um lcom o que Freud cham uo pr ncíp o do prazer que é o reg meal b do, um reg }e onde, q squer que sej m s tr nsfonada se perde E dentro dess problemát a que Freud pepassagens da l b do de objeto à l b do do eu e v ce versa. lado, temos um pr ncíp o que Freud ace tou que ele fosse bde rvana, que co oca em jogo a questão do gozo pelo fauma perd , perda sem contrapart d Se bem que, após a setóp ca temos que nos ate om esses do s pr ncíp os que uma heterogene dade absolutamente nsuportável entre opodemoscham r o domín o da b doe o domín o do gozoDesse ponto de v sta, para tentar enquadrar as co sas, pod zer que a tarefa da pu são é uma tarefa mpossível po s sué justamente de ntroduz r um re ção entre domín os heterogêneos Desse ponto de v sta a melhor def n çãpode ach r de pulsão é que se encontra n Sem nár o, lEss é a ún ca parte que eu prepare para as jorna as, que título de m nha expos ção: a pulsão é um dínamo l gadobujão de g zEv dentemente, um dí a o l gado a um bujão de gaz,. . ! Nãoé prec so ser mu to l gado em e etr c dade ou mecân caque sso não func ona

Vocês conhecem a seqüênc a da def nição; "Uma plump vão que sa e em segu d vem fazer cócegas no ventre dl nda mulher que esta á pe a be eza d co sa

Temos aqu um def n ção que nclu em seu c rátertemente fantas oso d mensão essenc al d subl mação,mane r que é antec p tór a em relação ao ens no e Lac

P ra ret mar a questão dess perd njust f cáve , sconcordar com o car ter njust f c vel dess erda é o quma o f nal de uma anál se, pel resolução ue ess consentfornece, pode os d zer, pelo contrár o, que a pers stênc atratando do anal sante, espec lmente o stér co mamodelo para todo anal sante de uma revolta contra esse f cável, é o que dá, à sua revolt um aspécto u pouco falso

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Pícrre B uo

Entretanto� e é isso que faz com que nessa revolta tenha alque não é falso consentir com o injustificável dessa perda nãseria se confundir com uma resignação qualquer, um arranjoqualquer Podemos dizer ao contrário que o que está em jognum análise é chegar aonão nada fazer dessa perda injustificá-vel E a isso que deve chegar o que Lacan acabou por chamarsinthome, uer dizer, um termo onde, na sua origem, encontramos por sua vez como Lacan lembra osin que quer dizer op cado (para dar lhe a noção mais simples conforme o que nensina a Bíblia a mordida do sa ber sobre a verdade; pois é a par

do momento onde a injunção de não tocar na árvore do saber étransgredida e o pecado cometido, que começa de alguma formossa humanidade) Do outro lado othome, e se nos referirmos à

etimologia grega, o que se ivide com o pecado, poishomos emgrego quer dizer pedaço dividido, rtado, é o termo "tomo ,tomode um livro Esse tomo é o que se divide tal como o pecad

Paralevar em conta essas observações que me parecem justi-ficadas para sustentar a concepção que deve ser feita da econo mda psicanálise, e também sem d vida da economia da políticmodificarei uma definição que propus a pouco do gozo ao dizeque era uma grandeza negativa Modificarei, vocês o verão, duma maneira que não desminta o que disse mas que o corrija ouma razão que vou explicar

·

Com efeito, essa expressão de grandeza negativa, comassi-alei, devida a Kant, veicula com ela uma economia, que é tam

bém, sem d vida, a de Bentl am mesmo que suas co 1cepçõfilosóficas sejam antinômicas E uma economia onde não há peronde o que é retirado de um lado do sistema se reencontra dooutro

Eu hes dei um exemplo de Kant: a dívida de dez franc sum haver negativo, se temos uma dívida de dez francos, te osum haver ne ati o de dez francos.

Existe então co ervação na negativação da grandeza E s

dúvida isso que é falho na definição de gozo como grandezanegativa. Deixarei a grandeza de lado e proporei falar do gozo

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Satsfaço c Gozo

(ut l zando o termo produz do por Lacan creio em Enco e) couma ubstânc a negat va

Parti da opos ção entre l b do e gozo qu me parece fundapor reud, em parte no Para Além do Pr ncíp o do Praze conf rmada, confortada e expl c tada o texto do qual lancei mu pouco por acaso, O Problema Econômico do Masoqu smoo e Freud estabele e essa d ferença entre lib do e gozo, maexatamente entre pr ncí io do prazer e p ncíp o de N rvana

Gostaria de apresentar agora as coor enadas mín mas dessaant nomia que é necessár o cons d rar omo a t nomia nativ

estrutura, não no sentid a gênese cronológicaé

claro, mas nosent do de gênese lógicaO que se segue é em parte uma lembrança d sso que eu já tiv

oportunidade de l es dizer, mas, digamos, ordenado um pouco1elho que antes

om re , par colocar em perspectiva essa antinomia entrl b do e gozo, duas marcações no ensino de Lacan

a primeira, a marcação principal concernente a gozo, na"Subversão do Sujeito e D alét ca do Desejo" em1960;

a segunda em Radiofonia em970, dez anos após.Veja os a primeira marcação. Ela tem, a meu v r, duas

propos ções ·

• pr meira proposição na medida em que o Outro é in ons stente, o gozo é, na sua essênc a, falta

• segunda propos ção que completa a r me a a ausênessa falta tornar a vão o universo Vão, é claro um

alusão àvanitas da Igreja Ca ól ca D to de out a formo vers ser aanitas, quer dizer, n nguém poderiae perarsatisfação se o gozo, que e tretant é falta, estvesse ausen e.

Tem s aqui, nessa ntrodução à categoria de gozo por Lacana ori em da culpab l dade qual f z alusão no início um olugar, nesse mes o contexto, Lacan evoca a uestão da c lp!bi-l dade

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Pie e Bruo

A culpabilidade é com efeito isso de tomar sobre o Eu adisso ue falta que é o go?on medida em que o Outro não é nãoestá lá para suportá lo E então como nos ensina Freud ade sua línica a culpabilidade é fundamentalmente justific

· Freud nos iz: quando alguém em um sentimento de cubilidade é necessário procurar qual crime ele ometeu porqtodos os casos um crime foi cometido

A culpabilidade é fundamentalmente justificável mas podemos fazer um salto ao nível da clínica o de Freud faz descoberta dizendo que ela é justifica a simplesmente elo

que o Eu quer saber Pode se constatar a esse respeito, qurelações do sujeito com o saber quando são e baralhadas qdo são difíceis estão frequentemente a serviço de uma decontra a culpabili ade

Segunda marcação, que podemos tomar e "RadiofoniaTrata se aqui de articular as relações do gozo e da incorpordo corpo do simbólico no corpo do organismo.

Es a incorporação faz do corpo orga ismo o corpo o temos afaire na psicanálise quer diz r o corpo da pulsãmo ento lógico da incorporação (o que é a identificação primem Freud) consiste numa negativação das carnes onde o tecorpsificação é apropriado) do qual procede provém o enquanto de um mesmo golpe ele se separa d corpo corpsific

·O que é importante aqui é medir as conseqüências desprocesso Vocês sabem que pode os medi lo no esdob am

datese maior segundo a qual o corpo é um deserto de gozo. S

corpo é um deserto de gozo a outra conseqüência é que uaaparelhagem do gozo é exigível para que a satisfação da punão seja inconcebível.

Esta aparel agem sem a qual o corp permaneceria um serto de gozo sem nen um recurso é assegurada pela linguageÉ necessário ver em o a cance dessa contradição é a mesmestá no princípio da corpsificação no princí io da sepa açcorpo e do gozo

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Satsfação e Gozo

Vemos como a inguagem está no coração de dois funcionmentos con raditórios: ela provoca a separação dos corpos e

gozo mas assegura ao mesmo tempo a aparelhagem do gozo sea qual a satisfação da pulsão é impossível inconcebível.Desse tempo procede também o fato que assim incorporad

a estrutura faz o afe o Se eu menciono sa questão do afeto é pelo cuidado que me é estranho de ser exaustivo mas por ue me parece interessante que Freud justamente nesse texque é o fundador dessa prob emática da oposição entre a libidg zo isola um afeto do qual não se pode dizer que seja dos mcorrentemente citados na psicanálise a sa er o afeto do paem ale ãoSchreck.

O afeto do pavor que Freud no seu texto distingue cuidadosamente por um lado dos a etos do medo por outro dos afetosangústia; chegando até a sustentar essa tese que concernentefunção da angústia (é uma tese interessante para nós) que aparecimento da angú tia é independente do aparecimento dpavor

Quando ele tenta explicar como se forma uma neurose traumática ele coloca a tese que no acontecimento traumático produziu a neurose, é necessário que o sujeito não estivesse emestado de angústia senão ele não teria pavor

Então Freud considera esse feto do pavor como especí ida neurose traumática e o passo que proponho fazer com Lacande considerar ess�afeto do pavor como sendo aquele do instanonde o gozo se separa do corpoEsta éa definição de pavor o instante onde o gozo se separdocorpo E um afeto e um instante clinicamente identificávelsomente na cena traumática mas também após o desencadeamento da psicose Pode-se ver o exem lo emO. P Schreber e s mdúvida em outras ocorrências clínicas que dizem respeito à clínido passe

Aqui para ar mais um passo na construção lógica a estura é necessário si tua r um processo do qua1Freud faz mui to caso

se be 1 que f ra de Lacan ele não ten tido muita notorieda

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Pierr Brno

Trata-se doEntstellung que Lacan, em Radiofonia , traduz explicando, por eslocamento, e que é traduzido geralment

defo maçãoE um mecanismo que está no trabalho do sonho de manabsolu am nte necessária e que é distinto desses dois mecanque ão a condensação e o deslocamento

acan apreende esseEntstellung do sonho dizendo que é issoque resume os dois tropos da metáfora e da etonímia Com

ustifica isso? Enunciando que esse processo do Entstellungpelo qual - eu cito : "O gozo passa ao inconsciente, quer dcont bilidade . �Só aço aqui indicar o processo, sem detalhar o iz respe'metáfora e à metonímia Lacan fala deEntstellung como resumode dois tropos, mas seria necessário sem dúvida detalhar issod z respeito à me áfora e à metonímia nessa passagem do ginconsciente.

Não o faço simplesmente porque, por enquanto isso é mdifícil para mim, isso toca minha abordagem ainda vacilanensino de Lacan

Mas desde á é possível designar e se processo de maneira um pouco mais precisa como sendo o da valorização doem sua passagem ao inconsciente

Dito de outra forma, o pequeno parênteses que me permaqui a untar, é a correlação entre a passagem do gozo ao incie te e isso que é a valorização do gozo

Finalmente, bem entendido, podemos evocar a outra poda desvalorização do gozo, aquela de onde Lacan fala a propdo fim de análise e de onde é necessário então dizer se quiseser co seqüêntes com o já se disse que ela é isso que resuque aparece como o opost da passa em ao inconscient ,dizer, o desc mpromisso co inconsciente

Evoco aqui, de um mesmo olpe, a questão das reanápara dize elo menos que is o não é um conceito que vaisó Por exemplo: considerar que·nu a análise terminada, po emos fazer perdur' fim rec rrendo se de tempos em tempos

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Satsfação e Gozo

uma reaná ise Eu não d go que é isso que é necessá iO fazque isso não é concebíve D go que essa questão das reanánão v i por si só n med da em que imp ica um certo recommisso com o inconsc ente Ce tamente é concebíve , a um momento para a guém, e t vez mais especia mente para

n ista, que seu "Eu não quero nada sabe " he apa eça teconc uído mu to cedo Isso pode aparecer he como tendoconc uídomu to cedo, mas é necessário pe o menos consi erque se isso foi conc uído, é que conteceu m ce t desv

ção do gozo senão t t se de um s íd ac dentSej o que for, p p o ong ess propos ção ent e zação como p ss gem do ozo o nconsc ente e ess desvazação como descomp om sso com o nconsc ente, podeevoc a opos ção entre um "eu qu o s ber" (que d sse aque est v n r íz do pec o, um saber que supo ta o ozop c do, que d ze , o gozo da cu pabil dade) e um "eu não na a s ber" que é o que supo t o gozo do sintom

Entã questão que nos cabe agora, e sobre a qu eu sbreve, é o que é que se s t sfaz do gozo assim v or za o? que é ecessá o acentu o sentido nguístico de v o , como d sse S ussu e, o sent do de uma un dade defin d nãuma refe ênci um e d de exte n o omem, s ode uma un dade def nida pe as e a ões dessa unidade coo t os v es.

Acentu essa def nição s ussurri na d va o , é sem dúf ci ta comp eensão disso que des a orização consisteo va or é o sentido em exc uir o sentido.

En ão, eto emo nossa questão: o que, desse gozo, se sat�

.

Pode se omeç po se perguntar isso não se a juste re ação a ess exc são do sent do? E se a s t sf ção sóna mont gem d pu são, não h veria na pu são qua que co

cond ciona poss bi idade dessa exc usão do sentido,auspíc os d sso que f iaao contrário da verdade o sent do osent do? Ce t mente encont remos no texto de L c n, esp

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Pi r e Bro

mente no texto de1976, o prefácio à edição inglesa do emin rioX , efinições da satisfação que são congruentes com a maneira

que eu coloco a questão aquiSe xiste na pulsão alguma coisa que condiciona a p ssi ilidade de exclusão do sentido,é do lado do que nos permite definiro princípio de funcionamento da pulsão como sendo a su limaç o

É verdade que, para retomar a definição da p lsão, quandoos fios do dínamo uma vez desenrolados se tornam a pluma dopavão, existe assim mesmo uma certa exclusão do sentido que sefa Estou tentado a trazer uma resposta positiva a essa primeiraquestão que eu coloco em função dos elementos que lhes dei apouco sso posto, uma segunda questão se perfila: a pulsão éapenas condição da satisfação ou a pulsão é ela mesm satisfação

Vou m nter essa questão num estado de interrogação Enecessário ver que em Lacan, não é fácil encontrar uma re postasimples à questão, se bem que ele afirme, por exemplo no eminário , que a satisfação da ulsão é um dado de partida·

Não é uma respos a simples e só o seria sob o ponto de vistadisso que, finalmente, a pulsão em Freud está do lado da perversão. Freud fala por exemplo - e creio que não se trata e umaimperícia de linguagem - de pulsão sádica ou de pulsãO iss 'upulsão aquilo, como se de qualquer maneira a adjetivação queseria conveniente às pulsões seria uma adjetivação por uma per

rsão Isto é fundamental no pensamento d FreudComo dar a partida, se é assim, entre a exclusão do sentidoue seria · do lado da pulsão, e ao cont�ário, a alimentação d

sentido que est do lado da perversão? E essa questão que serianecessário resolver para responder à segunda questão.

e ao contrário só mantivermosa primeira resposta, a saberque a pulsão nada mais é que a condição da satisfação, é necessárioentão; por um novo salto, considerar que a satisfação só pode seencontrarao nível do sintoma E aqui ainda, uma última vez, u aquestão: para que o sintoma satisfaça, não é necessário que ele seja

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Satsfação e Gozo

depurado do que alimenta seu sentido, seja que ele se tor esinthoma.

São essas três questões que eu manterei e que entarei tra-tar,me mo se me é difícil, em meu último curso.

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Fabricação do Falso

Est oit é o ltimo curso qu u r i s br "S tisfGozo"

Eu·lh s ti h dito que u b rd ri n s gund p rtminh i t rv n ão n s Jorn d s lguns l m nt s qu toca s tis ção, u m d t r i est noit no limi r d m qqu s rá limi r de m u tr b lh d st n P rqu b ms tisf z? Est é um d s últim s cois s qu Lac n diss d f ção

l diss ss p qu n t xto "Ou pir . ." qu stá m5: "Só o b m diz r s tis z" O qu d v s r nt ndid em rci o qu l diz m "T l visão", s b r qu nã h B msobr o s xo

Vocês s l mbr m qu i íci d no p rti d st tin

qu r tom i do rgum to: S tisf ção ulsãoI r liz çã dod s joFoi d d p r i d ond r tom r i st oit , poii \omi coloc um r l ção cruci l nt s tisf çã gCom it nós s b mos no qu histéric é co stitui t

r v ução psic lític u di s constitui , d m smqu R volução Fr nc s dizi s "Ass mbléi Co stituq é d mo str r n su r l ção om o Outro qu ssdo d s jo, p r c um, é d s r i s tisf it ; s b m qud ro t mos d c r c m um dificuld d simpl s m s p ri

s b r qu s ssê ci o d s jo é f tiv m nt s r inscom pod mos conc b r s tisf ção do s r f l nt s d fisu ssênci nqu to d s jo?

oi st qu stão simpl s qu u t nt i tr t r st noprim ir r spost qu u tr r i st u stã c nsist m de

um ouco s cois s: mi h piniã , p r psic lise, o dão é ssê ci d s r l t .

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Satsfação c Gozo

ão o ente o desejo não é a essência do ser falante, e aícreio que é preciso recusar este tipo de doxa, de opinião comu

que se estabeleceu no pri eiro tempo do ensino de Lacan Nãsomente o desejo não é a essência do ser falante, mas de deSe inário XI, Lacan sublinhou o que ele chama "A m didlimitada do desejo .

Donde a necessidade de introduzir um termo que faça cont aponto àquele do desejo, um outro te mo que nós (nós,isto éalunos de Lacan) ainda não exploramos todo o alcance, que é da vontade

É um termo do qual ainda não exploramos todo o a anporque ainda não e ploramos todas os recursos do ensinamentde Lacan, e por outro lado porque, se o situamos na Clínipsicanalítica, este termo vontade deve ser mane ado com muprudência, pois q e ele poderá designar (eu o verifiquei) sejaque do lado da psicose forclui a demanda, seja do outro la o, ntemos esse termo vontade, não ao nível da psicose mas sim nível do que se pass no final de uma análi_se. Para isso é suficilembrar uma citação de Lacan que me arece particu armene clar cedorano que concerne ao final da análise "Será que analisante, no final de uma análise quer isso que ele d seja?-

É uma primeira abordagem em Lacan o final da análise, euma abordagem que é inteiramente co forme com os pri eirotextos de Freud, pois a primeira teoria que Freud nos dá do finda análise é dizer: uma vez que tenha feito um certo percurso e

seu inconsciente fica a questão do que fazer com ele! Você popor exemplo, esta é uma das saídas possíveis, reprimir esse inconsciente

Nã há então destino do desej .Podemos observar ademais que querer, não seria essa uma

for a de desejo?A questão, vou deix la em suspenso pois é suficiente col

c a Simplesmente, o que podemos d zer disso que distingquerer da demanda é que a demanda espera a esposta do Outroe o querer não espera do Outro essa resposta ..

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Pic Bruno

Não que ele não espere nada! Digamos simplesmente quaquele que quer não espera a resp ta e resumamos simplesmente ss95(�): ex ste um significante que falta ao Outro·

entre esse dois termos vontade e desejo que vou tentretomar essa noite esdobrar e comentar de uma certa manenão tudo mas parte de um certo número de coisas que e pus àJornadas c ndo en ão espec f camente à satisfação.

Começare por uma lembr nç na med da em que t vconstatação num lugar onde não esper va con tatar de uma ce

ncompreen& o qua to à definição que propus do gozo: que

gozo falta em todo luga .E f ta em todo o lugar pois se ele fa tasse em apenaponto d t r nado o gozo seria todo s gn ficant zável.

gozo não é um tomo que falta numa coleção de o rascom letas Senão poderíamos e sar por exemplo que em alganos com as obras de Freud, se ter a acesso ao gozo st éengano do qual não part lho.

Parece me que "o gozo fa ta em todo lugar nãoé um·a co sad fícil de compreender. ão é u ma co d fícil de compreenporq e nãoé, s gundo penso uma coi& desco erta pela psicanálise sobretudo so que se diz desde sempre no ateísmo sentid q e lhe dá Lacan.

O que pode ser d to do gozo a art r da s can lise é qgozo leva a questão do absolu o ao coração do ser a part r do que justamente o absoluto falta

Esse é um caminho mais específ co da ps canálise é poele falta que a questão o abso uto é levada ao coração do ser; a partir daí que se coloca a problemát ca do gozo.

Freud o d sse sob uma forma que vocês conhe em bem: •uboca não poder a be � r a sí mesma e mesmo a topologiades ent u es&'1 t e d Freud A garrafa de Klein onde poder amos ver a conf guração de uma ca se be jan o a sí m s a

a garrafa que real za esse e jar absoluto se posso assim dmas somente ao preço de um vaz o.

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Satsfação c Gozo

O que é difíci de compreender então não é que o gozo fae toda parte é que fa tando em toda parte, e aqui ultrapassam

o i iar da psicanálise ele é isso cu a ausência faria vão o uniso istoé, que o separaria de toda satisfa ão possívelDevo dizer que foi uma coisa que fui evado a compreende

p r ma via um pouco singu ar mas que retros ectiva ente mparece sempre a guma coisa bastante pertinente que eu comea e acan não co Freud mas co Lênin especialmente ufrase de ênin comentando a L gica de Hegel: O abso uto estáre ativo

Se vocês e e a crítica que Lacan fez de Hege do idealisabso uto de Hege compre nderão que ela pode se resumir nef rmula: O abso uto está no re ativo e que efetiva ente se vpensa ue o re ativo está no abs l uto é impossível apreendero gozo falte em toda parte, sendo isso que faz que o universo ãse a �ão

aí co efeito ue podemos tomar a questão da satisfaçãono ní e em que Freud a colocava pois que ele ão m dourespeito desta t e de que a questão da satisfação é a questão dsatisf ção da pulsão E neste níve que podemos tomar a quesda sati fação; falta apenas conceber a pul 1o como se do o q

ermi a apare hagem do gozo.É por isso que acan insiste, no SeminárioXI onde e e desen

vo ve a questão da pu são quea pul o deve struturar o corpoo co po enquanto corpsificado, de uma ma eira homóloga

iância que está escavada e tre a realidade e o sujei o, hiâ cnde se tem o gozo incluído o i conscie te sta tese é clara L can especia mente desenvolvida de maneira sistemática e Ob eto da Psicanálise : Ofuncioname toa pulsão é a sublimação

É a sublimação pois quea i ibição quanto ao objetiv queseria o gozo é digamos, a defi ição freudiana da sublimaçãoa condição para q e a pulsão opere sso que é o seu cir uito, isé conto e, para retomar a expressão de Lacan conto e o objeete amente fa tante

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Picr Bruno

Assim Laca ê Fr ud a saUsfação da pu são é a sub imaLaca não chega a essa co clusão de um só go pe. E e cheg

aí - é to o o traba ho do Seminário XI sobre a pu são e andoco sideração os quatro destinos das pu sões iso adas por F eucomo quatro mome tos ógicos

Em Pu são e Destino d s Pu sões , v cês podem encon res a ista dos quatro desti os da pu são, que, em Freud, ma gratodo respeito que he devemos, se aprese ta mais como u vetário à á Prévert! Isto é, como uma ista heteróc ita.Em todo cesta é a mi ha impressão e eu pe so quea gunsentre ocês, senãotodos, a parti ham .

O que há de comum e t e a reversão o seu o trário e or torno sobre a própria pesso , o reca qu e a sub imação? PorquF eud parou sua ista em quatro, por que faz de es o desti o dpu são e porque e e esco he esses quatro?

Trata se de a go em que cremos pois que damos crédito aFreud de saber o que e e diz, mas cuja ecessidade ão se aprese ta ao eitor, mes o advertido, de cara

Eu creio que a este respeito o gê io de Laca é mostrar comoatravés de uma retomada mi uciosa dos textos de Fre d, de umtexto ·comp icado em que é ecessário seguir em mea dros umpouco bizarros, os dois primeiros destinos, a reversão e o retorn ,da do co t� do que e e vai omear: o caráter circu ar do percuda pu são E some te p rtir daí que podemos apree der queobjetivo da pu são ada mais é que este reto o em circuito

ito de outra forma, a proposta de acan é consideraque aaná ise que Freud fazda re ersão e do retorno permite conc uirque a pu são é sub imação, que ão há esse ou aque e objetivmas q e o ú ico objetivo é o reto o em circuito, que é co struidopor este reto o e esta reversão

· O que fecha este aráter circu ar da pu são, o que faz quep ssamos fa ar de operação da pu são ou que possamos fa ai difere teme te de sub imação, é a aparição do novo sujeito

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Satsfaço e Gozo

O n wo suj to, o novo suj to da pulsã scóp ca é o qÉqu m? E o x mplo qu toma Lacan no S minário XI, qur toma d Fr udEst novo suj to é aqu l a qu m o pr m iro suj ito s mpara s r ol ado por l ao ol ar o qu não s pod v r, isto é aqu l idido do s cular dá t st mun o do pr mado do sl co st novo suj ito é sim l sm nt o anal sta quando osando sonha p la prim ra v z com s anal sta, cojud c osam nt avançouJô Att é na sua int rv nção m Toul

S tomamos sso a sér o, é o qu u vou faz r, r gorosamfalando, d sd qu um anal sant son a p la pr m ira s uanal sta, no son o, a pulsão f c a s u c rcu to c rcular capar ção do novo suj to. Cons üênc a placáv l uma acom ça la sublimaç o, n o, t rm na por la Isso é qu

o sa qu s nt mos a ps canál s com ça or uma subl ml ar d uma s canál s , o psicanal sta é subl mado .

Porqu n o diz r nt o qu no fim da anális , o anal sta éatam nt d ssubl mado, mas qu va s m l sm nt apas u osso ousar a m traço os t vo como o sal, o sal da

o sal com o qual s constro m as c vilizaçõ s, po s qu u qu a s canális é a uma co sa qu faz avançar a c viliza

sso, uma v z qu o analisant t rá r nunc ado a r st tuan lista sub mado s u stado mít co ant rior, s u stado dda subl mação, qu é d fato, paradoxalm nt no anal sando,

sp c d ponto "t " d ond l s originariaA qu stão qu nós pod mos nos coloc r po s que stamoslimiar d uma psicanál s , é: o qu f z qu ao m d uma

o analisant vá r nunc ar r st tuir para s u anal sta o quc am s u stado ant r or absoluto, ac tar qu l s missal da t rra?

Como l vai pod r abandonar a um dado mom nto sta vrv sa, st gozo rv rso, qu aca diz q é rm tid

discurso anal t co?Vocês od m ant ci ar sobr a r sposta é por causa s ntoma O qu manif sta com f ito o s ntoma, é qu

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l'i rrc Bruo

algumacoisa que não vai bem, seja ou não tisfação pela via dasublimação (e o que eu lhes disse é que haveria satisfação pela

sublimação) Somando tudo poderia se pretender que um analisante não se satis a de sua análise o que que que seja que a sepasse, mesmo que se es eja com um jun uiano? Satisfação ou nãonão cai bem que esta sublimação da análise o satisfaça O analisante, é incontestável, está satisfeito e ao m�smo tempo, le yemnos dizer, "isso não funciona" e ao nível disso manca que omatodo o seu alcance, a outra face do conceito f eudiano de sa isção,Ersatzbefried gung: a satisfação substitutiva pelo sint maFelizmente, pois de·outra forma a questão do final de análise nãose colocaria

Gostaria e retomar esse exemplo que tirei de Jô Attié udis e a pulsão se satisfaz, existe sublimação no momento deemergência do analista no sonho do analisanteÉ aqui que vemosintervir o quarto destino da pulsão: o recalcamento. Como inter-vém o recalcamento nesse sonho onde pela primeira vez umanalisante sonha com seu analista?

Se o recalcamento é o modo obrigatório de simbolização queimpõe a estrutura da pulsão, ela mesma dependente da estrutur ,é necessário concluir que o recalcamento, no exemplo em questão,vai referir se sobre o psicanalista

Pode parecer paradoxal considerar que desde que o psicana-lista aparece pela primeira ve no sonho do analisante, nes emomento que podemos dizer que o re alcamento se refere

analista Esse não é de todo um paradoxo lógico porque, verdadeiro que seja que o recalcamento se apóie sobre o analis ,qua do o psicanalista aparece pela primeira vez no son o doanalisante não é nunca como psicanalista

Eu lhes disse que é necessário desta ar a s exceções e dar umaexplicação, mas quando um psicanalisando sonha pela primeirv z com seu psicanalista,em eral, ele está sentado a lado do

nalisa te, ou discutindo com ele à mesa, ou ai da, passeandocom e e na rua, etc.

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Stsfaço c Gozo

Digamos e tão que esta aparição do psica alista o so ho uma aparição do psica alista e qua to recalcado, e é esse sedo que isso co stitui uma e rada em a ál se

Assim, recalcado e qua to a alista e ão e qua to imagemo psica alista vai co stituir a cura, a seqüê cia, o ó do i tpretável, e certame te essa é uma coisa fu dame tal, pois se prese ça do psica alista fosse uma oisa i terpretável (comac editaramos Klei ia os) poderíamos co ceber o fi al de umaanálise como o fato de ão haver mais si tomas, o fato de querel ç o sexual seria possível, ou ai da que a verdade diri

verdadeiroÉ à partir daí que eu gostaria de abordar a frase de Laca"A

mi gem da verdade pa a a q a a e t raé a lÍ ica í a n o em oua que a sa isfação que arc o f al de a á ise."Para co cluir

aprovei ta do a ocasião que me oi dada e fazer uma co ferês bre uma questão que eu ão domi o: a possessão, gostaria dmostra em que a posses� o o se tido verdadeiro, possessão pdiabo, é fi alme te alguma coisa a ti ômica a essa satisf ção qo fi de a álise traz e que põe um termo a essa miragem daverdad

Vocês � bem ou bem vocês apree deram, como eu rece tm te, que o diabo (à partir do fim da Idade Média , ou seja, deso aparecime to da reforma e de o de a co tra reforma vemreplicar), o diabo está prese te como Supremo Fraudador, i to em sum , o crete se do paradoxo de Epimê ides: ·"Todos ocrete sessão me tirosos e eu sou crete se Ora isso é exatamea guma coi�1 que ocupa um lugar ce tral o caso Haiz a pque se vocês se lembram um pouco do caso trata se de Um pido séc. XVII que se e co tra um dia preso de co vulsões Frediz, de caráter histérico e que em seguida i terrogado por seuc ra, ele co fessa um pacto com o diabo Ele vai e tão sujeitaa um primeiro e depois a um segu do exorcismo Vocês se lembram talv z que após o primeiro exorcis o, que em um primeiro

m me to foi bem sucedido, mas que depois ão fu cio ou, apóest primeiro exorcismo, o que muda é que se a tes (qua do el

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Pierre Bruo

havia sido tentado pelo diabo e que cedeu à tentação e a si oub

acto o iabo se apresentara sob a forma de diabo: com chifrabo . era um diabo, digamos, de acordo; após o primeiro ex

cismo não acontecem mais aparições do diabo, mas aparições C i to e da Virgem Haizmann vai sustentar como os ReverendPadres do monastério que o acolheu que essas manifestações doC isto e a Virgem são manifestações do diabo. E mais ainda as imposições que lhe são feitas pelo Cristo e pela Virgem dmaneira reiterada de se fazer eremita e escolher a via do ascetmo são também imposições do diabo

Eu devo dizer qu a teologia dessa época é sutil o suficient em sust n ar a mesma ese Encontrei isso num outro livro dovou lhes falar um pouco, pois que corresponde ao que vouapresentar-lhes, essa tese de que as injunções muito fo es aascetis 1o são tentações do diabo. Como então reencontrar a vedade uando se é possu do pelo diabo?

Essa questão tomou um rumo trágico com o que s chamacomumente a O Caso das Feiticeiras de Loudun" O abade G adier ue era acusado pelas irmãs Ursulinas de lhes haver po suídera manifestamente inocente e só foi conde ado pelo que nocorrência do júri civil alguém chamando Laubardemont defendeu, contra a opinião de uma grand parte dos teólogos de suaépoca (a tal ponto que pouco tempo depois o fato de Gra dier tesido queimado fez escândalo) pois que esse juiz sustentou queuma vez que o diabo, pela boca das Ursulinas em convulsões dizia"Foi Grandier que nos ntroduzi nos corpos dessas religiosasLaubardemont sustentava que o diabo dizia então a verdade Grandier, numa réplica que infelizmente não teve efeito, marcavque dizer que o diabo dizia a verdade sempre, era ir contra oensinamento da religião.

Uma nota cômica foi trazida a esse respeito por um escrmuito pouco lido hoje em dia, se bem que figure na léiadeTallemant de Réaux Ele falando do Caso de Loudun, ri de abardem t e reconta a história que seria aliás apócrifa, que amimomento dado o diabo teria dit através da boca de uma Ursulina

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StisfnÇo c Cozo

"Lauba demont co ud "e La bar m nt e i evi a ·ed e ã ao e crivã e t ia t " n�tes r : ã "La ba de

·é nu o" o diab iz v rdade"E cê e , o·:p te)t o n e ão á c r o a er r e Gt & k ,há t o ív l a e ao esã ve a i l:

P to r aHa a nn, a o r m K c s•nã ai o i bo e re e a o ia , ao C a V gem

e e f l otaJ ea ,; ; e,to a · a s ad , el r eeria r e per a, m ento a / z

a r couum fa o: elef rj u pseu o. r çãacto pelo diabo, poi era eci o q e ho e e e

Haizma , na c a, e ' o , sG aa e ar a e f ia a to b curo a p ae ·

ze o q ti a ist o bo a a ec r e e ca o c - ou b m o l q e i gué ti e e i - e '� en re p s a g e, e sm o -

o o ss acto quu

izF ,é ain a ev

nquiv .Ée t o a partir de e o o o e ele e ga a o O o, o

�le ub ui o toma pe a fab icaçã de ualso, ue e curralado a u a egun a me ra, a aber, a ve ção de egu do pac o, q e e ia e ri a n a. A im ó odere

fi ir a po e ã como um pacto co o fa o or p s ta

f o de que a rd d e e te e tão m e trita a ti o ia 'i oe e tá emjog :n u a li e, como le bra a or u aç o deL .

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Sobre o Autor:

Pierr Brunoé Psicanalista, Membro daÉ cole de la Ca se Freudienne de P ris Dotor Pro e sor e Co ferenc sta da Univer idade dePa s VIH

S b e o Seminári :

Satis açãoe Gozo oi o sem nár o preparatório para a Jornada da École de C se q ete e o mesmo tema. Trata-se de m perc r

do a tor obre esses dois conceitos, seg indo passo a passo as intrincadasrelaçõe com a teoria. Questionamento c ndo de problemas ndamentais abantement� exempli icados com a clínica

Coleção "Tfansmissão Ora

Trata se de trazer ao eitori o da transm ssão em ps canál se Dar ao eitor ( nãoacompanhou sem ár o a o ort n dade