aula4 pesquisa norte americana modelo de lasswell
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Teoria da Comunicação I
A Pesquisa Norte-Americana – O modelo de Lasswell
Aula 3
Valéria Machado
Mass Communication Research
Provém da Arte Retórica, de Aristóteles (384-322 a.C.) a mais antiga caracterização do processo de comunicação:
Uma “pessoa que fala” (quem); “pronuncia um discurso”, dizendo alguma coisa (o quê); e se dirige a alguém que “a ouve” (a quem).
Este é o paradigma clássico da comunicação.
Modelo de Lasswell
Lasswell sustentou que uma forma de descrever um ato de comunicação é responder a cinco questões:
Quem? – Diz o Quê? – Em que Canal? – A Quem? – Com que Efeitos?
A iniciativa do ato comunicativo é sempre do emissor e os efeitos ocorrem unicamente no receptor.
De acordo com Lasswell, o estudo da comunicação pode ocorrer em vários campos:
Quem? - ocupa-se do comunicador e das circunstâncias em que ele dá a partida e dirige tal processo. Análise dos mecanismos de controle (control analysis).
Diz o quê? - análise do conteúdo (content analysis) Em que canal? - análise da mídia (media analysis) –
jornal, cinema, rádio etc. A quem? - estudo da audiência e estudo sobre o
receptor e a recepção das mensagens– análise das reações do público (audience analysis).
Com que efeitos? - análise dos efeitos das mensagens e da comunicação – análise dos efeitos proporcionados (effect analysis).
Exemplo: Quem é, como funciona a rede Globo de
televisão? Por que a organização das notícias no Jornal
Nacional é feita desse jeito, com essa linguagem?
Como funciona uma televisão? Quais são as características desse meio? Sua linguagem?
Quem é o telespectador do Jornal Nacional? Como os telespectadores do Jornal Nacional
recebem suas notícias? Que efeitos elas causam?
É um modelo claramente funcionalista, pois atomiza e articula em vários segmentos funcionais, objetivados, o fenômeno da comunicação, propondo, conseqüentemente, vários campos de estudo.
Acerca dos processos de comunicação de massas, Lasswell aponta algumas premissas: Esses processos são estritamente assimétricos,
com um emissor ativo que produz o estímulo e uma massa passiva de destinatários que, ao ser “atingida” pelo estímulo, reage;
A comunicação é intencional Tem por objetivo obter um determinado efeito,
observável e susceptível de ser avaliado na medida em que gera um comportamento que se pode de certa forma associar a esse objetivo. Este está sistematicamente relacionado com o conteúdo da mensagem.
A análise do conteúdo apresenta-se como o instrumento para inferir os objetivos de manipulação dos emissores.
Os papéis de comunicador e destinatário surgem isolados, independentes das relações sociais, situacionais e culturais em que os processos comunicativos se realizam, mas que o modelo em si não contempla: os efeitos dizem respeito a destinatários atomizados, isolados.
Assim, o modelo mereceu várias críticas, como: o modelo é linear, quando o processo de
comunicação é complexo, admitindo várias formas que transpassam dessa aparente linearidade.
é um modelo redutor, já que não dá conta de várias variáveis, como o feedback;
é um modelo compartimentado, pois segmenta em diferentes elementos aquilo que, na realidade, é um todo, o processo de comunicação;
é um modelo que pressupõe que o efeito constitui uma mudança observável ou mesmo mensurável que se regista no receptor, quando isto pode não ocorrer;
finalmente, que não dá conta do contexto do processo de comunicação, nomeadamente da história e circunstâncias dos seus elementos.
Referências
POLISTCHUK, Ilana; TRINTA, Aluizio Ramos. Teorias da comunicação: o pensamento e a prática da Comunicação Social. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de teoria e pesquisa da comunicação e dos media. Porto: BOCC, 2006.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Portugal: Editorial Presença, 2006.