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AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA
1998—2011
_Brasil
AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA
1998—2011
_Brasil
presidente do conselho deliberativo nacional | Roberto Simões
diretor-presidente | Luiz Barretto
diretor técnico | Carlos Alberto dos Santos
diretor de administração e finanças | José Claudio dos Santos
gerente da unidade de gestão estratégica | Pio Cortizo Vidal Filho
gerente da unidade de marketing e comunicação | Maria Candida Almeida Bittencourt
equipe de pesquisa do sebrae:
coordenação técnica | Rafael de Farias Costa Moreira
equipe | Heitor Cova GamaMarcio Augusto SchermaMarco Aurélio BedePaulo Jorge de Paiva FonsecaAlmiro Breno de Moura
equipe de pesquisa funcex | Ricardo Markwald
Rodrigo Branco
apoio | Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Secretaria de Comércio Exterior Roberto Jorge E. de Souza Dantas (Diretor do Dep. Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior)
Paulo Roberto Pavão (Coordenação Geral de Produção Estatística)
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SebraeSGAS 604/605 - Módulos 30/31 - Asa Sul - 2° andar70200-645 – BRASÍLIA – DFwww.sebrae.com.br
RELATÓRIO BRASIL
As micro e pequenas empresas na exportação brasileira. Brasil: 1998-2011. Rafael Moreira, Heitor Gama, Marcio Scherma, Marco Bede, Paulo Fonseca, Almiro Moura. Brasília: SEBRAE, 2012.144 p.: il. color. 1. Exportação. 2. Estudo de mercado. I. Moreira, Rafael. II. Gama, Heitor.
08Apresentação
10Introdução
12Sumário Executivo
_Sumário
16Quadro Geral
51Anexo I:
Nota metodológica
63Anexo II:
Séries estatísticas de 1998 a 2011
_Tabelas e gráficos18 TABELA 1.1_Exportações segundo tamanho das firmas, em anos selecionados
19 GRÁFICO 1.1_Evolução do valor exportado por MPE — 1998-2011
20 GRÁFICO 1.2_Participação das MPE no valor das exportações brasileiras — 1998-2011
21 GRÁFICO 1.3_Evolução do número de MPE exportadoras — 1998-2011
21 GRÁFICO 1.4_Evolução do valor médio exportado por MPE — 1998-2011
24 TABELA 1.2_Exportações realizadas via DSE, segundo tamanho das empresas, em anos selecionados
25 GRÁFICO 1.5_Participação das MPE que realizaram exportações via DSE no número total de MPE exportadoras — 1999-2011
25 GRÁFICO 1.6_Participação das operações de DSE no valor total das exportações das MPE — 1999-2011
27 GRÁFICO 2.1_Distribuição do número de empresas exportadoras segundo ramos de atividade — 2011
27 GRÁFICO 2.2_Distribuição do valor exportado pelas empresas, segundo ramos de atividade — 2011
28 TABELA 2.1_Exportações de microempresas segundo setores CNAE de atividade das empresas, em anos selecionados
29 TABELA 2.2_Exportações de pequenas empresas segundo setores CNAE de atividade das empresas, em anos selecionados
30 TABELA 2.3_Exportações de microempresas segundo faixas de valor exportado, em anos selecionados
31 TABELA 2.4_Exportações de pequenas empresas segundo faixas de valor exportado, em anos selecionados
32 TABELA 2.5_Valor exportado por MPE segundo classes de produtos
33 GRÁFICO 2.3_Participação dos produtos manufaturados no valor exportado por MPE — 1998-2011
34 TABELA 2.6_Valor exportado por MPE segundo principais produtos, em anos selecionados
36 GRÁFICO 2.4_ Distribuição das exportações das MPE segundo blocos econômicos de destino — 2011
37 TABELA 2.7_Valor exportado por MPE segundo principais produtos, em anos selecionados
39 TABELA 2.8_Eportações de microempresas segundo unidades da federação selecionadas, em anos selecionados
39 GRÁFICO 2.5_Distribuição do valor exportado pelas MPE segundo unidades da federação selecionadas — 2011
40 TABELA 2.9_Exportações de pequenas empresas segundo unidades da federação selecionadas, em anos selecionados
42 GRÁFICO 2.6_Evolução do número de microempresas contínuas, estreantes e desistentes — 1998-2011
42 TABELA 2.10_Exportações de microempresas segundo frequência exportadora, em anos selecionados (exceto desistentes)
43 TABELA 2.11_Exportações de pequenas empresas segundo frequência exportadora, em anos selecionados (exceto desistentes)
44 GRÁFICO 2.7_Evolução do número de pequenas empresas contínuas, estreantes e desistentes — 1998-2011
45 GRÁFICO 2.8_Participação das firmas desistentes no valor total exportado pelas MPE no ano anterior — 1999-2011
46 GRÁFICO 2.9_Distribuição das exportações das MPE segundo a intensidade tecnológica dos produtos — 2011
47 GRÁFICO 2.10_Distribuição das exportações das MPE segundo a intensidade tecnológica dos produtos indutrializados — 1998-2011
48 GRÁFICO 2.11_ Distribuição das exportações das MPE segundo a intensidade de uso dos fatores de produção — 2011
50 GRÁFICO 2.12_Distribuição das exportações das MPE segundo dinamismo do comércio mundial dos bens exportados — 2011
ANEXO I: NOTA METODOLÓGICA
52 TABELA 1_Critérios de estratificação de empresas segundo o tamanho
54 TABELA 2_Critérios de classificação de empresas segundo o porte
55 TABELA 3_Valores-limite de exportação, em cada ano, para classificação de MPE — 1998-2011
58 TABELA 4_Estratos de valor anual das exportações da empresa
62 TABELA 5_Classificação dos produtos SH-6 segundo dinamismo do comércio mundial
ANEXO II: SÉRIES ESTATÍSTICAS DE 1998 A 2011
64 TABELA 1A_Número de empresas e valor exportado pelas empresas exportadoras classificadas
segundo o tamanho da firma — 1998-2011
65 TABELA 1.B_Operações de DSE — Número de empresas e valor exportado por empresas exportadoras classificadas segundo o
tamanho da firma — 1999-2011
66 TABELA 2.A_Número de empresas exportadoras classificadas segundo tamanho e ramo de atividade — 1998-2011
69 TABELA 2.B_Valor exportado por empresas classificadas segundo tamanho e ramo de atividade — 1998-2011
72 TABELA 3.A_Número de empresas exportadoras classificadas segundo tamanho e setor de atividade — 1998-2011
75 TABELA 3.B_Valor exportado por empresas exportadoras classificadas segundo tamanho e setor de atividade — 1998-2011
78 TABELA 4.A_Número de empresas exportadoras classificadas segundo o tamanho e a faixa de exportação
anual da firma — 1998-2011
79 TABELA 4.B_Valor exportado por empresas classificadas segundo o tamanho e a faixa de exportação
anual da firma — 1998-2011
80 TABELA 5_Valor exportado por empresas classificadas segundo tamanho, discriminado por classes de
produtos exportados — 1998-2011
82 TABELA 6_Valor exportado por empresas classificadas segundo tamanho, discriminado por principais
produtos exportados — 1998-2011
85 TABELA 7_Valor exportado por empresas classificadas segundo tamanho, discriminado por blocos econômicos
de destino — 1998-2011
88 TABELA 8.A_Número de microempresas exportadoras segundo unidades da federação — 1998-2011
90 TABELA 8.B_Valor exportado por microempresas segundo unidades da federação — 1998-2011
92 TABELA 8.C_Participação do número de microempresas do estado no total de microempresas
exportadoras brasileiras — 1998-2011
94 TABELA 8.D_Participação das exportações das microempresas do estado no total das exportações das
microempresas brasileiras — 1998-2011
96 TABELA 8.E_Participação das microempresas no total de empresas exportadoras do estado — 1998-2011
98 TABELA 8.F_Participação das microempresas no valor exportado do estado — 1998-2011
100 TABELA 9.A_Número de pequenaas empresas exportadoras segundo unidades da federação — 1998-2011
102 TABELA 9.B_Valor exportado por pequenas empresas segundo unidades da federação — 1998-2011
104 TABELA 9.C_Participação das pequenas empresas do estado no total de pequenas empresas
exportadoras brasileiras — 1998-2011
106 TABELA 9.D_Participação das exportações das pequenas empresas do estado no total das exportações das
pequenas empresas brasileiras — 1998-2011
108 TABELA 9.E_Participação das pequenas empresas no total de empresas exportadoras do estado — 1998-2011
110 TABELA 9.F_Participação das pequenas empresas no valor exportado do estado — 1998-2011
112 TABELA 10.A_Número de micro e pequenas empresas exportadoras segundo unidades da federação — 1998-2011
114 TABELA 10.B_Valor exportado por micro e pequenas empresas segundo unidades da federação — 1998-2011
116 TABELA 10.C_Participação das micro e pequenas empresas do estado no total de micro e pequenas
empresas exportadoras brasileiras — 1998-2011
118 TABELA 10.D_Participação das exportações das micro e pequenas empresas do estado no total das exportações das MPE
brasileiras — 1998-2011
120 TABELA 10.E_Participação das micro e pequenas empresas no total de empresas exportadoras do estado — 1998-2011
122 TABELA 10.F_Participação das micro e pequenas empresas no total das exportações do estado — 1998-2011
124 TABELA 11.A_Número de empresas exportadoras classificadas segundo o tamanho e a frequência exportadora — 1998-2011
126 TABELA 11.B_Valor exportado por empresas classificadas segundo o tamanho e a frequência exportadora — 1998-2011
128 TABELA 12.A_Número de empresas exportadoras desistentes discriminadas por tamanho — 1998-2011
130 TABELA 12.B_Valor exportado no ano anterior por empresas desistentes, classificadas segundo tamanho
e frequência exportadora — 1998-2011
131 TABELA 13_Valor exportado por empresas classificadas segundo tamanho, discriminado por intensidade tecnológica
dos produtos exportados — 1998-2011
135 TABELA 14_Valor exportado por empresas classificadas segundo tamanho, discriminado por grupos de
produtos exportados — 1998-2011
141 TABELA 15_Valor exportado por empresas exportadoras classificadas segundo tamanho, discriminado pelo dinamismo
do mercado internacional dos produtos exportados — 1998-2011
_Apresentação
8_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
Este trabalho apresenta as estatísticas referentes ao desempenho exportador das micro e pequenas empresas
(MPE) brasileiras, com dados de 1998 a 2011.
As estatísticas aqui apresentadas mostram o número de empresas, o valor total exportado e o valor médio
exportado por tamanho de firma. Além disso, são apresentadas informações desagregadas segundo o ramo e o setor
de atividade das firmas, as faixas de valor exportado, as classes de produtos, os principais produtos exportados e
os principais países e regiões de destino das vendas. Apresentam-se, também, dados referentes às exportações
efetuadas por meio do Despacho Simplificado de Exportação (DSE). Os estados são apresentados em ordem
decrescente do valor exportado pelas MPE em 2011.
Os números apresentados neste trabalho mostram também que o desempenho foi bastante diferenciado entre os
diversos estados em 2011. De forma geral, houve maior crescimento nas regiões exportadoras de produtos básicos
e semimanufaturados, beneficiadas pela forte alta dos preços internacionais das commodities.
Observou-se também um crescimento mais lento das exportações das MPE em relação às vendas totais do
país, tendo em vista que, na maior parte deles, as vendas das empresas de menor porte são concentradas em
bens manufaturados. Houve também, uma redução do número de MPE exportadoras em comparação com os anos
anteriores.
Outro fato que merece destaque é a expressiva participação de MPE do ramo comercial nas exportações
brasileiras, refletindo o importante papel desempenhado pelas empresas comerciais exportadoras.
É grande também a importância dos países da América Latina como destino das vendas das MPE. Com efeito,
este é o mercado mais acessível para as empresas menores, seja por questões de proximidade geográfica, seja pela
existência de acordos de livre comércio entre o Brasil e estes países, seja ainda por serem mercados mais receptivos
às vendas de bens manufaturados do país.
APRESENTAÇÃO_9
_Introdução
10_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
Este trabalho apresenta um amplo conjunto de estatísticas referentes ao desempenho exportador das micro e peque-
nas empresas (MPE) do Brasil, com dados anuais referentes aos anos de 1998 a 2011, e analisa os principais aspectos
que caracterizam seu desempenho, com foco nos dados mais recentes, mas também contemplando seu desempenho nos
anos anteriores, em especial a partir de 2004. As estatísticas referem-se não apenas ao total das exportações, mas contêm
também informações desagregadas segundo diversas classificações, tipologias e taxonomias, tais como: setores de ativi-
dade econômica das empresas, principais produtos exportados, principais países e regiões de destino das vendas, unidades
da federação (UF) de onde se originam as exportações, frequência exportadora, intensidade tecnológica dos produtos etc.
A Nota Metodológica apresentada no Anexo I escreve os critérios e procedimentos adotados para a classificação
das empresas segundo seu tamanho, apontando suas justificativas e implicações. A referida nota descreve ainda as
formas e critérios de classificação segundo as diversas tipologias e taxonomias de classificação utilizadas. No Anexo II são
mostradas as séries estatísticas completas para o período 1998-2011.
Este trabalho divide-se em duas partes. A primeira apresenta o quadro geral das exportações das empresas brasileiras
classificadas segundo tamanho, destacando-se o número de empresas exportadoras, o valor total exportado e o valor mé-
dio exportado por firma em cada tamanho, tanto para o total das exportações quanto para as operações feitas por meio do
Despacho Simplificado de Exportação (DSE). Apresenta ainda uma breve discussão sobre os fatores que vêm influenciando
o desempenho exportador das MPE comparativamente às exportações das empresas de maior porte nos últimos anos.
A segunda parte exibe os dados de exportação das empresas desagregados segundo diversas tipologias de classifi-
cação, quais sejam:
• faixas de valor exportado;
• ramos de atividade;
• setores de atividade (segundo a classificação CNAE-IBGE, nível de dois dígitos);
• classes de produtos exportados (básicos, semimanufaturados e manufaturados);
• principais produtos exportados;
• principais regiões de destino1 das exportações;
• UF de onde se originam os produtos exportados;
• frequência exportadora das empresas (contínuas, descontínuas, estreantes ou desistentes);
• grau de intensidade tecnológica dos produtos industrializados exportados;
• tipos de produtos exportados segundo a intensidade do uso de fatores de produção e/ou fonte de vantagem
comparativa (trabalho, capital, recursos naturais, economias de escala, pesquisa e desenvolvimento (P&D)); e
• grau de dinamismo do mercado internacional dos produtos exportados, definido em termos da taxa de crescimen-
to do comércio mundial de cada produto.
INTRODUÇÃO_11
1 Análise baseada na classificação elaborada pela Secex/MDIC, que considera cerca de 360 produtos.
12_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_Sumário Executivo1. O ano de 2011 foi bastante positivo para o comércio exterior brasileiro, com forte
crescimento das exportações (26,8%) e das importações (24,5%) e aumento do su-
perávit comercial em relação ao ano anterior, alcançando US$ 29,8 bilhões.
2. As exportações foram realizadas por um total de 18.772 firmas, o que significou uma
queda de 2,9% em relação ao ano anterior. Isso representa a continuidade de um
processo de redução do número de empresas exportadoras no país. Após atingir o
pico de 21.030 firmas em 2004, o número vem se reduzindo ano a ano.
3. O número de MPE exportadoras brasileiras em 2011 foi de 11.525, as quais foram
responsáveis por exportações de US$ 2,2 bilhões, com valor médio exportado por
empresa de US$ 192,8 mil.
4. O número de MPE exportadoras sofreu redução de 2,6% em comparação com o ano
anterior. O valor exportado pelas MPE, em contraste, cresceu 11,3% em 2011, ainda
assim uma taxa bem inferior ao total do país, e o valor médio exportado por firma
cresceu 14,3%, também abaixo da média nacional.
5. A participação das MPE no total de empresas exportadoras manteve-se estável em
relação ao ano anterior, alcançando 61,5%, sendo 27,0% referentes às microempre-
sas e 34,5% às pequenas. Com relação ao valor exportado, porém, a participação
das MPE voltou a cair em 2011, para 0,87%, percentual mais baixo da série histórica
desde 1998. As pequenas empresas responderam por 0,80% do total e as micro-
empresas, por 0,07%.
6. Ao longo de todo o período 1998-2011, as exportações das MPE cresceram a uma
taxa média anual de 5,6%, com um ritmo mais elevado entre as pequenas empresas
SUMÁRIO EXECUTIVO_13
(5,7% ao ano) do que entre as micro (4,7% a.a.). As exportações totais brasileiras
aumentaram, contudo, a um ritmo bem mais acelerado, de 13,2%.
7. A explicação para o pior desempenho das exportações das MPE em relação às firmas
de maior porte nos últimos anos aponta tanto para fatores relacionados à conjuntura
econômica — como o câmbio valorizado e os efeitos da crise internacional — quan-
to para as características específicas da pauta exportadora das MPE, que as diferen-
ciam das demais empresas. Dentre elas, destacam-se a composição segundo o tipo
de produtos exportados e a distribuição segundo os países e/ou blocos econômicos
de destino das exportações.
8. Os principais problemas das MPE, contudo, ainda estão relacionados a questões
internas às empresas, que dizem respeito à sua gestão, à eficiência de seu processo
produtivo e às dificuldades de gerir o processo de exportação.
9. Um total de 3.022 MPE realizou exportações de US$ 65,6 milhões por meio do Des-
pacho Simplificado de Exportação (DSE) em 2011, com um valor médio de US$ 21,0
mil por empresa. Cerca de ¼ das MPE exportadoras utilizam-se desse mecanismo.
10. As firmas industriais representam cerca de 60% do total de MPE exportadoras, con-
tra um percentual de 80% referente às firmas de maior porte. As firmas do setor
comercial, ao contrário, têm uma participação bem mais importante entre as MPE do
que entre as firmas de maior porte.
11. Uma parte predominante das microempresas exportadoras (27,0% do total) pertence
ao setor de Comércio por atacado e 15,1% do total são do setor de Comércio vare-
jista. Entre os setores industriais, os mais importantes são Fabricação de máquinas e
equipamentos, Fabricação de produtos diversos e Fabricação de produtos químicos.
12. Entre as pequenas empresas exportadoras, o principal setor de atividade também é
Comércio por atacado, com 1.378 empresas em 2011, responsáveis por exporta-
ções de US$ 538 milhões. Outros setores importantes são Fabricação de máquinas e
equipamentos, Fabricação de produtos químicos, Fabricação de produtos de madeira
e Fabricação de produtos alimentícios.
13. A grande maioria das microempresas registra valores de exportação relativamente
baixos, mas a maior parte do valor total exportado pelas microempresas (66,4%)
concentrou-se naquelas que realizaram vendas superiores a US$ 100 mil em 2011,
sendo responsáveis por 66,4% do total exportado pelas empresas desse porte.
14. Entre as pequenas empresas, mais da metade das firmas exportaram valores supe-
riores a US$ 500 mil em 2011. Quanto aos valores exportados, 59,2% das vendas
das pequenas empresas em 2011 foram realizadas por firmas que exportaram mais
de US$ 1 milhão e outros 36,0% por aquelas alocadas na faixa entre US$ 500 mil
e US$ 1 milhão.
14_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
15. Os produtos manufaturados permanecem sendo dominantes nas exportações das
MPE, tendo respondido em 2011 por 75% de suas vendas totais, uma participação
duas vezes maior do que a observada no total das vendas do país.
16. O item Calçados, suas partes e componentes foi o principal produto da pauta ex-
portadora das microempresas brasileiras em 2011, com participação de 3,7% nas
vendas totais dessas empresas. O segundo item de maior importância foi Vestuário
para mulheres e meninas. Entre as pequenas empresas, destacam-se os itens Mó-
veis e suas partes, exceto médico-cirúrgicos, Calçados, suas partes e componentes,
Madeira serrada ou fendida, Partes e peças para veículos automóveis e tratores e
Obras de mármore e granito.
17. Com relação aos blocos econômicos de destino, os países da América Latina, in-
clusive o Mercosul, tiveram participação destacada nas vendas das MPE brasileiras
em 2011, respondendo por cerca de 24% do total das microempresas e 23% das
pequenas empresas. Para o conjunto das empresas brasileiras, em contraste, essa
região representou somente 10,9%. A União Europeia respondeu por cerca de 17%
e Estados Unidos e Canadá por 14,0% das exportações das MPE. Já os países da
Ásia-Pacífico tiveram menor peso nas vendas das MPE (cerca de 10,0%), embora
seja o bloco mais importante nas exportações das firmas maiores.
18. O Estado de São Paulo destaca-se entre as microempresas exportadoras em 2011,
com 2.434 firmas, ou 48,1% do total do país, que realizaram exportações de US$
72,6 milhões, o equivalente a 40,1% do total das microempresas. Em seguida des-
tacam-se o Rio Grande do Sul, com 12,4% das empresas e 13,4% do valor exporta-
do; Minas Gerais, com 8,4% e 8,6%, respectivamente; Paraná, com percentuais de
8,4% e 8,5%; e Santa Catarina, com 6,7% e 7,2%.
19. O Estado de São Paulo também teve participação dominante entre as pequenas em-
presas exportadoras do país em 2011, com 51,7% do número total de firmas e
38,4% do valor exportado (US$ 783,3 milhões). O Rio Grande do Sul possuía 15,4%
das empresas e 14,5% do valor; Paraná, 10,0% das empresas e 7,9% do valor;
Santa Catarina, 9,0% e 7,7%; e Minas Gerais, 8,9% e 7,8%.
20. As empresas exportadoras contínuas — aquelas que realizaram exportações em todos
os anos desde a sua estreia na atividade exportadora — têm participação dominante
entre as MPE exportadoras: de fato, em 2011 elas responderam por 43% do número
total de firmas e por 66,2% do valor exportado. As firmas descontínuas — aquelas que
interromperam suas vendas ao exterior ao menos uma vez desde o ano de sua estreia —
também têm participação expressiva entre as MPE: 39,1% do total de firmas e 26,3% do
valor exportado no ano. Já as firmas estreantes — as que exportaram pela primeira vez
em 2011 — responderam por 17,8% do total de firmas e por 7,5% do valor exportado.
SUMÁRIO EXECUTIVO_15
21. Os produtos de baixa tecnologia e os de média-alta tecnologia têm papel de desta-
que nas exportações das MPE brasileiras, tendo sido responsáveis por 63,3% das
vendas totais dessas firmas em 2011. Os produtos de baixa tecnologia representa-
ram 33,5% das exportações das microempresas e 32,0% das pequenas empresas,
enquanto que os bens de média-alta tecnologia tiveram participação de 33,3% nas
micro e de 31,0% nas pequenas. Os produtos de tecnologia média-baixa respon-
deram por 14,5% do total das vendas das microempresas e 15,1% do total das
pequenas, enquanto os de alta tecnologia responderam por 5,3% das vendas das
microempresas e por 5,6% do total das pequenas.
22. As exportações das MPE têm participação expressiva dos produtos manufaturados
intensivos em trabalho, que representaram 24,4% das exportações das microem-
presas e 18,8% das pequenas empresas no ano, e também dos produtos de forne-
cedores especializados (bens de capital), que responderam por 22,5% das vendas
das microempresas e por 19,6% das pequenas. Os bens de origem agrícola também
têm participação importante nas vendas dessas empresas, especialmente entre as
pequenas, onde tiveram a maior participação individual dentre todos os grupos de
produtos em 2011 (26,5%).
23. Grande parte dos produtos exportados pelas MPE nos últimos anos tem dinamismo
intermediário, ou seja, registraram um crescimento do comércio mundial próximo da
média. Em 2011 esses produtos responderam por 43,2% das exportações dessas
empresas. Têm destaque ainda os produtos pouco dinâmicos — ou seja, aqueles
cujo comércio mundial teve crescimento positivo, mas abaixo da média —, que re-
presentaram 28,1% das exportações das MPE no ano.
16_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_Quadro GeralO ano de 2011 foi bastante positivo para o comércio exterior, com forte crescimento
das exportações (26,8%) e das importações (24,5%) e aumento do superávit comercial
em relação ao ano anterior, alcançando US$ 29,8 bilhões. O crescimento das exporta-
ções foi, mais uma vez, comandado pelo desempenho dos produtos básicos, que cresce-
ram 36,1% e chegaram à marca de US$ 122,5 bilhões, representando 47,8% da pauta.
Os manufaturados tiveram crescimento de apenas 15,4% no ano, somando US$ 91,8
bilhões, retornando aos níveis alcançados antes da crise internacional (na faixa de US$
92 bilhões/ano).
O Brasil foi novamente beneficiado pela alta das cotações internacionais das com-
modities, que permitiram um ganho de 23,0% dos preços de exportação em relação
ao ano anterior. O quantum cresceu a um ritmo muito mais modesto, de 2,9%. O efeito
dos preços foi especialmente positivo no caso dos produtos básicos, que tiveram ganho
de 31,3%, mas houve aumento significativo também nos manufaturados, de 14,1%. O
quantum cresceu pouco em ambas as classes de produtos: 3,6% nos básicos e 1,7%
nos manufaturados. Nesses últimos, vale notar que o índice médio de 2011 ainda estava
18,8% abaixo do recorde alcançado no ano de 2007.
De fato, desde 2005 o crescimento das exportações brasileiras tem sido comandado
pelos preços − com exceção do ano de 2009, devido à crise internacional. No acumu-
lado do período 2005-2011, os preços de exportação do país tiveram alta de 116,8%,
com ganho especialmente forte dos produtos básicos (169,7%). No mesmo período, o
quantum acumulou crescimento de apenas 17,0%, sendo que, no caso dos produtos
manufaturados, houve queda de 5,1%.
QUADRO GERAL_17
A importância dos ganhos de preço em relação à expansão do quantum explica, em
grande parte, a dinâmica de variação do número de empresas exportadoras. Em 2011
o país registrou um total de 18.772 firmas exportadoras, o que significou uma queda de
2,9% em relação ao ano anterior (Tabela 1.1). Esse resultado representa, em termos
gerais, a continuidade de um processo de redução do número de empresas exportadoras
no país. Após atingir o pico de 21.030 firmas em 2004, o número vem se reduzindo ano
a ano, em linha com o fraco desempenho do quantum exportado. Esses dois fenômenos
estão intimamente correlacionados, em especial quando se trata do desempenho expor-
tador das MPE, pois a maior parte dos bens exportados por essas firmas são manufa-
turados, e suas vendas se beneficiam pouco dos aumentos de preço das commodities.
Na verdade, toda a redução do número de empresas exportadoras nos últimos anos
relacionou-se às MPE, quadro que não foi diferente em 2011, quando o número de
firmas exportadoras só não sofreu redução no grupo de médias empresas, que cresceu
1,4%, enquanto o número de grandes empresas manteve-se estável.
_1.1. DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO TAMANHO DAS EMPRESAS
O número de MPE exportadoras brasileiras em 2011 foi de 11.525, as quais foram
responsáveis por exportações de US$ 2,2 bilhões, com valor médio exportado por em-
presa de US$ 192,8 mil. O número de MPE exportadoras sofreu redução de 2,6% em
comparação com o ano anterior, com taxa bem mais negativa entre as microempresas
(-4,8%) do que entre as pequenas empresas (-0,9%). As micro e pequenas especiais
(MP especiais) também tiveram redução, de 2,3%. O número de grandes empresas ex-
portadoras manteve-se acima de 2 mil firmas, com estabilidade em relação ao ano an-
terior. As médias empresas exportadoras somaram 3.733 firmas, com aumento de 1,4%
em relação a 2010 (Tabela 1.1).
O valor exportado pelas MPE, em contraste, cresceu 11,3% em 2011, ainda assim
uma taxa bem inferior ao total do país, e o valor médio exportado por firma cresceu
14,3%, também abaixo da média nacional. Com efeito, essas taxas foram inferiores às
observadas entre as médias empresas (29,2% e 27,4%, respectivamente) e também en-
tre as grandes empresas, cujo valor exportado cresceu 24,7% e o valor médio teve varia-
ção positiva de 24,7%. As MP especiais também registraram números bastante positivos,
com alta de 49,5% do valor exportado e de 52,9% do valor médio exportado por firma.
Tendo em vista que a taxa de variação do número de MPE exportadoras em 2011 foi
semelhante ao observado no número total de empresas exportadoras, sua participação
no total ficou estável em relação ao ano anterior, da ordem de 61,5%, sendo 27,0% refe-
18_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_TABELA 1.1
Exportações segundo tamanho das firmas, em anos selecionados
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
rentes às microempresas e 34,5% às pequenas. Com relação ao valor exportado, porém,
a participação das MPE voltou a cair em 2011, para 0,87%, o percentual mais baixo da
série histórica desde 1998. As pequenas empresas responderam por 0,80% do total e
as microempresas, por 0,07%.
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
NÚMERO DE EMPRESAS
Micro 6.267 5.524 5.313 5.058 (4,8)
Pequena 7.705 6.927 6.525 6.467 (0,9)
MPE 13.972 12.451 11.838 11.525 (2,6)
MP Especial 1.557 1.371 1.192 1.165 (2,3)
Média 3.583 3.709 3.680 3.733 1,4
Grande 1.734 1.957 2.099 2.099 -
Não classificada 184 309 465 200 (57,0)
Total 21.030 19.797 19.274 18.722 (2,9)
VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
Micro 133,0 179,4 167,7 181,2 8,1
Pequena 1.450,8 2.060,2 1.828,1 2.040,4 11,6
MPE 1.583,8 2.239,6 1.995,8 2.221,5 11,3
MP Especial 9.396,7 15.323,7 13.411,3 20.043,7 49,5
Média 13.629,2 23.444,5 18.970,2 24.515,3 29,2
Grande 71.794,6 156.293,9 167.290,2 208.563,4 24,7
Não classificada 41,3 296,1 247,9 289,9 16,9
Total 96.445,7 197.597,8 201.915,3 255.633,7 26,6
VALOR MÉDIO EXPORTADO POR FIRMA (US$ MIL)
Micro 21,2 32,5 31,6 35,8 13,5
Pequena 188,3 297,4 280,2 315,5 12,6
MPE 113,4 179,9 168,6 192,8 14,3
MP Especial 6.035,2 11.177,0 11.251,1 17.204,9 52,9
Média 3.803,9 6.321,0 5.155,0 6.567,2 27,4
Grande 41.404,0 79.864,0 79.699,9 99.363,2 24,7
Não classificada 224,7 958,3 533,0 1.449,4 171,9
Total 4.586,1 9.981,2 10.476,0 13.654,2 30,3
QUADRO GERAL_19
_GRÁFICO 1.1
Evolução do valor exportado por MPE — 1998-2011 (Em US$ milhões)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
O gráfico 1.1 ilustra a evolução histórica das exportações das MPE desde 1998, evi-
denciando-se um crescimento contínuo ao longo de todos os anos até 2008, seguido por
forte queda em 2009 e recuperação em 2010 e 2011, quando retornou a níveis próximos
aos de 2008. Ao longo de todo o período, as exportações das MPE cresceram a uma taxa
média anual de 5,6%, com um ritmo mais elevado entre as pequenas empresas, de 5,7%
ao ano (a.a.) do que entre as micro (4,7% a.a.). As exportações totais brasileiras aumen-
taram, contudo, a um ritmo bem mais acelerado, de 13,2%, com especial destaque para
as grandes empresas (alta de 14,8% a.a.).
1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600 1.700 1.800 1.900 2.000 2.100 2.200 2.300
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Por conta disso, o gráfico 1.2 ilustra que a participação das MPE no valor de expor-
tação total brasileiro reduziu-se notavelmente ao longo de toda a série, com exceção de
2009. Naquele ano, o aumento da participação das MPE esteve relacionado não a um
bom desempenho de suas exportações em termos absolutos, mas principalmente ao
efeito da queda dos preços internacionais das commodities, que acabaram por prejudicar
mais frontalmente o valor das vendas das empresas de maior porte, visto que as expor-
tações das MPE concentram-se em bens manufaturados.
20_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_GRÁFICO 1.2
Participação das MPE no valor das exportações brasileiras — 1998-2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00 2,10 2,20 2,30 2,40
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
As microempresas respondiam por 0,19% do total das exportações brasileiras em
1998, percentual que se reduziu a menos da metade em 2011. Já a participação das
pequenas empresas caiu de 1,94% para 0,80%. Em 2011, as grandes empresas foram
responsáveis por 81,6% das exportações do país, as médias empresas responderam por
9,6% e as MP especiais por 7,8% do total.
O gráfico 1.3 mostra que o número de MPE exportadoras cresceu rapidamente entre
1998 e 2004, atingindo um total de 13.972 empresas. Desde então, os números vêm se
reduzindo de tal forma que, em 2011, registrava-se uma redução acumulada de 17,5% no
número de MPE exportadoras em relação a 2004.
A combinação de queda do número de MPE exportadoras com crescimento, ainda
que modesto, dos valores exportados vem gerando um aumento do valor médio exporta-
do por firma desde 2005. O gráfico 1.4 mostra que, em 2011, os valores médios tanto
das microempresas quanto das pequenas empresas já superaram os níveis recordes
alcançados em 2008. O valor médio das microempresas está em US$ 35,8 mil, com
alta de quase 68,8% em relação ao nível de 2004. No caso das pequenas empresas, o
valor médio em 2011 ficou em US$ 315,5 mil, com crescimento acumulado de 67,6%
desde 2004.
QUADRO GERAL_21
_GRÁFICO 1.3
Evolução do número de MPE exportadoras — 1998-2011
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
_GRÁFICO 1.4
Evolução do valor médio exportado por MPE — 1998-2011 (Em US$ mil)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
8.500
9.000
9.500
10.000
10.500
11.000
11.500
12.000
12.500
13.000
13.500
14.000
14.500
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
90 95
100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150 155 160 165 170 175 180
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
22_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
A explicação para o pior desempenho das exportações das MPE em relação às firmas
de maior porte nos últimos anos recai, por um lado, em fatores relacionados à conjuntura
econômica e, por outro, nas características específicas da pauta exportadora das MPE
que as diferenciam das demais empresas.
Não restam dúvidas de que o bom desempenho das exportações brasileiras desde mea-
dos da década passada foi impulsionado por uma conjugação de fatores internos e externos.
A manutenção de uma taxa de câmbio desvalorizada e a grande capacidade ociosa gerada
na fase de baixo crescimento da demanda doméstica (entre 1999 e 2003) foram elementos
vitais para estimular a oferta exportadora. Do lado da demanda, o país beneficiou-se de uma
conjuntura internacional extremamente favorável, com crescimento acelerado da economia
mundial e forte aumento dos preços das commodities. Mais recentemente, a situação cambial
se inverteu, com uma trajetória de valorização expressiva e sustentada. Os preços, contudo,
continuaram a impulsionar as vendas, mesmo após a crise internacional.
Com relação ao câmbio, há evidências fortes de que as exportações das MPE apre-
sentam, de fato, mais sensibilidade ao câmbio real do que as empresas de maior porte,
sensibilidade essa que parece operar mais intensamente em momentos de valorização
do câmbio, tanto por meio de uma redução da taxa de crescimento do quantum expor-
tado quanto por um menor incentivo à entrada de novas MPE na atividade exportadora.
Com efeito, a forte valorização cambial que caracterizou a segunda metade da década
de 2000 reduziu sobremaneira o percentual de MPE estreantes. Na questão dos preços,
parece claro que seu movimento tende a favorecer as empresas maiores, visto que as
vendas das MPE são mais concentradas em produtos manufaturados, que tiveram ga-
nhos de preço menos expressivos neste período.
Já com relação às características da pauta exportadora que diferenciam as MPE das fir-
mas maiores, dois aspectos parecem relevantes: a composição segundo o tipo de produtos
exportados — mais especificamente, os setores aos quais pertencem os produtos — e a
distribuição segundo os países e/ou blocos econômicos aos quais se destinam as exporta-
ções. Na questão setorial, é certo que grande parte das MPE pertence a setores industriais
intensivos em trabalho, notadamente Produtos de madeira, Móveis, Couros e calçados e
Confecção de artigos do vestuário. Nestes, as exportações têm crescido a taxas bem infe-
riores às das exportações brasileiras totais. Esses setores são os que mais têm sofrido com
a concorrência de países que pagam salários relativamente baixos, especialmente aqueles
localizados no Sudeste Asiático. São setores em que o Brasil tem encontrado dificuldades
cada vez maiores para se manter competitivo devido ao expressivo aumento dos salários
pagos na indústria doméstica na última década e à valorização do câmbio. Além disso, são
setores que praticamente não importam insumos, e que, portanto, não têm se beneficiado
de redução de custos por conta da valorização cambial.
QUADRO GERAL_23
Por fim, há diferenças importantes na composição das exportações das MPE segundo
blocos econômicos de destino, em comparação com as demais empresas − os países da
Aladi (Mercosul inclusive) têm peso relativamente maior na pauta das MPE. Entre as demais
empresas, em contraste, os países da Ásia-Pacífico e os demais países têm maior partici-
pação, e são justamente essas regiões que têm registrado as maiores taxas de crescimento
econômico e, em consequência, as maiores taxas de crescimento das importações.
Portanto, há evidências de que o pior desempenho exportador das MPE, comparati-
vamente ao das empresas de maior porte, está em parte relacionado a fatores conjuntu-
rais, com destaque para a valorização da taxa de câmbio e o aumento dos custos da mão
de obra, além de sua composição setorial e da distribuição geográfica no destino das
exportações. Tais evidências, contudo, não devem obscurecer o fato de que os principais
problemas das MPE ainda estão relacionados a questões internas às empresas, que
dizem respeito à sua gestão, à eficiência de seu processo produtivo e às dificuldades de
gerir o processo de exportação. Isso evidencia a importância crucial da ação de agentes
públicos no sentido de capacitar as MPE e apoiá-las na promoção das exportações, per-
mitindo não só sua entrada nos mercados externos, mas também, e principalmente, sua
permanência ao longo dos anos.
_1.2. EXPORTAÇÕES VIA DSE
As empresas brasileiras que efetuam exportações de baixo valor passaram a contar,
desde 1999, com o DSE, mecanismo de despacho aduaneiro de exportação de lotes de
baixo valor e de pequenas dimensões, feito de forma bem mais rápida e desburocratizada
do que o despacho aduaneiro comum. Desde 2008, o limite de operação para a utilização
do DSE é de US$ 50 mil. Tal instrumento é especialmente importante para as exportações
das empresas de menor porte. No primeiro ano de operação do DSE, ele foi utilizado por
um número muito reduzido de apenas 42 MPE, com valor total exportado quase inexpres-
sivo (apenas US$ 200 mil). Já no ano seguinte, contudo, um número dez vezes maior de
MPE utilizou-se do DSE, com vendas que somaram US$ 3 milhões.
Desde então, verifica-se um firme crescimento ano a ano, que se sustentou mesmo
diante da crise internacional. Em 2011, contudo, observou-se pela primeira vez uma
redução do número de empresas que utilizaram esse mecanismo: 3.427 empresas, com
redução de 5,7% em relação ao ano anterior. O valor total de exportações realizadas via
DSE também se reduziu em 2011, para US$ 103,7 milhões (-19,4%).
Com relação especificamente às MPE, 3.022 firmas realizaram exportações de
US$ 65,6 milhões via DSE em 2011 (média de US$ 21,0 mil por empresa). O número
24_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
de firmas foi 7,8% menor do que o registrado em 2010 e o valor exportado teve redu-
ção de 3,8%. Desse total, 2.017 são microempresas, número que representou redução
de 7,6% em relação ao ano anterior, e 1.005 são pequenas empresas, com queda de
8.2% (Tabela 1.2). As microempresas realizaram exportações, via DSE, no montante de
US$ 26,8 milhões em 2011, com crescimento de 6,8% em relação a 2010, ao passo que
as pequenas empresas exportaram US$ 36,7 milhões, com redução de 10,3%.
É importante notar que o DSE é um mecanismo utilizado primordialmente por MPE.
Essas empresas representaram cerca de 88% do número total de empresas que utiliza-
ram DSE em 2011 e 61% do valor total exportado por esse mecanismo.
_TABELA 1.2
Exportações realizadas via DSE, segundo tamanho das empresas, em anos selecionados
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
TAMANHO NÚMERO DE EMPRESAS
Micro 1.945 2.181 2.182 2.017 (7,6)
Pequena 812 1.022 1.095 1.005 (8,2)
MPE 2.757 3.203 3.277 3.022 (7,8)
Total 3.068 3.551 3.633 3.427 (5,7)
TAMANHO VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
Micro 11,7 25,0 25,1 26,8 6,8
Pequena 14,2 26,9 40,9 36,7 (10,3)
MPE 25,9 51,8 66,0 63,5 (3,8)
Total 29,5 57,2 128,7 103,7 (19,4)
O gráfico 1.5 mostra que o DSE vem se tornando um meio cada vez mais impor-
tante para as exportações das MPE. De fato, de 1999 a 2011 o percentual de firmas
exportadoras que utilizaram esse mecanismo passou de 0,43% para 25,5%. Trajetória
semelhante é observada no que concerne à participação das operações de DSE no valor
total exportado pelas MPE (Gráfico 1.6), que saiu de níveis insignificantes em 1999 para
3,18% em 2011.
QUADRO GERAL_25
_GRÁFICO 1.5
Participação das MPE que realizaram exportações via DSE no número total de MPE
exportadoras — 1999-2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
_GRÁFICO 1.6
Participação das operações de DSE no valor total das exportações das MPE — 1999-2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0 2 4 6 8
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
26_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_2. EXPORTAÇÕES CLASSIFICADAS SEGUNDO DIFERENTES TIPOLOGIAS
_2.1. RAMOS DE ATIVIDADE
As empresas exportadoras brasileiras concentram-se essencialmente nos ramos
industrial e de comércio. Em todo o período 1998-2011, as empresas industriais re-
presentaram algo em torno de 65% do total de empresas exportadoras, enquanto as
comerciais responderam por percentuais da ordem de 25% a 28%. Quando se considera
a participação no valor total exportado, as empresas industriais responderam sempre
por percentuais em torno de 80% e as comerciais por cerca de 12% do total. No ano de
2011, especificamente, as industriais representaram 63,5% do número total de empre-
sas exportadoras e foram responsáveis por 81,9% do valor exportado. Para as comer-
ciais, estes percentuais foram, respectivamente, de 27,9% e 13,0% (Gráficos 2.1 e 2.2).
Este quadro apresenta duas diferenças importantes quando se consideram apenas
as MPE. As firmas do setor comercial têm uma participação bem mais importante en-
tre as microempresas exportadoras, comparativamente às firmas dos demais portes,
ao passo que a participação das industriais é significativamente menor. A participação
das empresas comerciais no número total de microempresas exportadoras ao longo do
período 1998-2011 é da ordem de 40%, ou cerca de 15 pontos percentuais (p.p.) acima
da participação que têm nos demais tamanhos de firma. Em 2011, o percentual foi de
44,6%. As microempresas industriais, ao contrário, representam cerca de 50% do total
de firmas, o que significa 15 p.p. abaixo do que se registra nas firmas de maior porte. Em
2011, a participação ficou em 50,3%.
No caso do valor exportado, a participação das firmas comerciais entre as microem-
presas exportadoras alcançou 42,9% em 2011, o que representa cerca de 30 p.p. a mais
do que a participação observada entre as empresas de maior porte. As microempresas
exportadoras do ramo industrial, por sua vez, responderam por cerca de 50% do total,
em 2011, dentro do padrão da série histórica (Gráficos 2.1 e 2.2).
Quanto às pequenas empresas exportadoras, também se registra uma participação
relativamente mais elevada das firmas comerciais em seu valor exportado. Em 2011, as
comerciais responderam por 32,1% das vendas totais deste porte de empresas, e nos
anos anteriores este percentual oscilou em torno de 30%. Isso representa cerca de 20
p.p. a mais do que a participação das comerciais nas vendas externas das firmas de
maior porte. As pequenas empresas exportadoras do ramo industrial realizaram 62,0%
das vendas totais deste porte de empresa em 2011. Esta participação manteve-se sem-
pre acima de 60% ao longo do período 1998-2011, e significa cerca de 20 p.p. a menos
do que a participação das industriais nas vendas das firmas maiores.
QUADRO GERAL_27
_GRÁFICO 2.1
Distribuição do número de empresas exportadoras segundo ramos de atividade — 2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
_GRÁFICO 2.2
Distribuição do valor exportado pelas empresas, segundo ramos de atividade — 2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0 5
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Indústria Comércio Construção civil Agricultura Serviços
Micro Pequena Micro + Pequenas Total de empresas
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Indústria Comércio Construção civil Agricultura Serviços
Micro Pequena Micro + Pequenas Total de empresas
Com relação ao número de empresas exportadoras, a distribuição das pequenas em-
presas segundo ramos de atividade não apresenta diferenças significativas em relação
ao total das empresas exportadoras brasileiras.
28_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_2.2. SETORES DE ATIVIDADE
A predominância de empresas do ramo comercial nas exportações das MPE reflete-
-se na composição das exportações segundo setores de atividade, classificados de acor-
do com a CNAE do IBGE. A tabela 2.1 mostra que, em 2011, 1.368 microempresas
exportadoras (27,0% do total) pertenciam ao setor de Comércio por atacado, número
este que sofreu queda de 1,5% em relação ao ano anterior. Outras 763 microempre-
sas exportadoras (15,1% do total) eram do setor de Comércio varejista, número que
teve redução de 7,9% em comparação com 2009. Entre os setores industriais, os mais
importantes eram Fabricação de máquinas e equipamentos (446 firmas, 8,8% do total),
Fabricação de produtos diversos (237 firmas, 4,7% do total) e Fabricação de produtos
químicos (174 firmas, 3,4% do total). Somente o setor de Fabricação de produtos quí-
micos teve aumento de número de empresas exportadoras em comparação com 2010.
Em termos de valores exportados, todos os setores registraram crescimento em
2011, embora o setor mais importante, que é Comércio por atacado, tenha tido um
_TABELA 2.1
Exportações de microempresas segundo setores CNAE de atividade das empresas, em anos selecionados
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
SETORES NÚMERO DE EMPRESAS
Comércio por atacado 1.510 1.436 1.389 1.368 (1,5)
Comércio varejista 909 840 828 763 (7,9)
Fabricação de máquinas e equipamentos
505 432 469 446 (4,9)
Fabricação de produtos diversos 333 282 268 237 (11,6)
Fabricação de produtos químicos 180 166 159 174 9,4
Demais produtos 2.830 2.368 2.200 2.070 (5,9)
Total 6.267 5.524 5.313 5.058 (4,8)
SETORES VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
Comércio por atacado 39,1 55,2 52,6 55,0 4,5
Comércio varejista 13,7 18,0 17,5 18,5 5,4
Fabricação de máquinas e equipamentos
11,2 17,2 16,5 18,1 9,4
Fabricação de produtos diversos 6,5 8,4 8,2 9,6 17,2
Fabricação de produtos químicos 3,7 5,8 6,1 6,8 11,0
Demais produtos 58,8 74,7 66,7 73,4 9,9
Total 133,0 179,4 167,6 181,2 8,1
QUADRO GERAL_29
_TABELA 2.2
Exportações de pequenas empresas segundo setores CNAE de atividade das empresas, em anos selecionados
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
SETORES NÚMERO DE EMPRESAS
Comércio por atacado 1.499 1.385 1.380 1.378 (0,1)
Fabricação de máquinas e equipamentos
698 741 748 764 2,1
Fabricação de produtos químicos 352 341 350 352 0,6
Fabricação de produtos de madeira 421 307 222 189 (14,9)
Fabricação de produtos alimentícios
217 219 203 199 (2,0)
Demais produtos 4.518 3.934 3.622 3.585 (1,0)
Total 7.705 6.927 6.525 6.467 (0,9)
SETORES VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
Comércio por atacado 360,4 525,7 480,6 538,0 11,9
Fabricação de máquinas e equipamentos
125,3 207,2 190,0 213,2 12,2
Fabricação de produtos químicos 60,9 96,5 99,5 109,7 10,3
Fabricação de produtos de madeira 129,0 166,2 117,6 109,2 (7,2)
Fabricação de produtos alimentícios
50,2 92,6 82,9 96,6 16,6
Demais produtos 725,2 971,9 857,5 973,7 13,6
Total 1.450,8 2.060,2 1.828,1 2.040,4 11,6
desempenho relativamente fraco (alta de 4,5%). Este setor registrou exportações de US$
55,0 milhões, representando 30,3% das vendas das microempresas no ano. Em seguida,
destacam-se os setores de Comércio varejista, com participação de 10,2%, Fabricação
de máquinas e equipamentos (10,0%), Fabricação de produtos diversos (5,3%) e Fabri-
cação de produtos químicos (3,7%).
No caso das empresas de pequeno porte, a tabela 2.2 mostra que o principal setor
exportador também é Comércio por atacado, com 1.378 empresas em 2011 que reali-
zaram exportações de US$ 538 milhões. Estes números representam 21,3% do número
total de pequenas empresas exportadoras e 26,4% do valor exportado por elas.
O segundo setor mais importante foi o de Fabricação de máquinas e equipamentos,
com 764 firmas (11,8% do total das pequenas) e exportações de US$ 213,2 milhões
(10,4%). Os demais setores de grande importância entre as pequenas empresas são
Fabricação de produtos químicos (5,4%, tanto do número de pequenas empresas quanto
de seu valor exportado), Fabricação de produtos de madeira (2,9% do número de firmas
30_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
e 5,4% do valor exportado) e Fabricação de produtos alimentícios (3,1% das firmas e
4,7% do valor).
_2.3. FAIXAS DE VALOR EXPORTADO
A grande maioria das microempresas registra valores de exportação relativamente
baixos, como se vê na tabela 2.3. Mais da metade delas exportou menos de US$ 50 mil
em 2011, e apenas 22,0% realizaram exportações superiores a US$ 100 mil. Houve,
contudo, crescimento do número de firmas entre 2010 e 2011 entre as que exportaram
mais de US$ 100 mil (+6,2%) e queda das que exportam valores menores.
A distribuição é bem diferente quando se consideram os valores exportados por cada
grupo de firmas. A maior parte do valor total exportado pelas microempresas concentrou-
-se naquelas que realizaram vendas superiores a US$ 100 mil em 2011, sendo respon-
sáveis por 66,4% do total exportado pelas empresas desse porte. As que venderam entre
US$ 50 mil e US$ 100 mil, responderam por 24,1%. No outro extremo, as firmas que
exportaram menos de US$ 10 mil representaram apenas 4,1% do valor total exportado
pelas microempresas.
_TABELA 2.3
Exportações de microempresas segundo faixas de valor, em anos selecionados
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
FAIXAS (EM US$ MIL) NÚMERO DE EMPRESAS
Mais de 100 644 1.126 1.050 1.115 6,2
>50 até 100 1.592 1.332 1.236 1.183 (4,3)
>10 até 50 1.038 794 721 675 (6,4)
Até 10 2.993 2.272 2.306 2.085 (9,6)
Total 6.267 5.524 5.313 5.058 (4,8)
FAIXAS (EM US$ MIL) VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
Mais de 100 49,3 110,9 104,1 120,3 15,6
>50 até 100 58,1 48,9 45,1 43,6 (3,3)
>10 até 50 15,0 11,5 10,4 9,8 (5,8)
Até 10 10,6 8,0 8,0 7,4 (7,5)
Total 133,0 179,3 167,6 181,1 8,1
QUADRO GERAL_31
_TABELA 2.4
Exportações de pequenas empresas segundo faixas de valor, em anos selecionados
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
A exemplo do que ocorreu no número de empresas, só houve crescimento do valor
exportado entre 2010 e 2011 no grupo das empresas que exportaram mais de US$ 100
mil, cuja alta foi de 15,6%.
No caso das pequenas empresas exportadoras, a tabela 2.4 evidencia um quadro dife-
rente do observado entre as microempresas, visto que mais da metade das firmas exportou
valores superiores a US$ 500 mil em 2011, com destaque para aquelas que exportaram
entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão (36,2% do total). Cerca de 18% das empresas expor-
taram mais de US$ 1 milhão e, no outro extremo, 22,9% das firmas exportaram menos de
US$ 10 mil.
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
FAIXAS (EM US$ MIL) NÚMERO DE EMPRESAS
Mais de 1000 610 1.210 1.025 1.169 14,0
>500 até 1000 3.031 2.656 2.467 2.340 (5,1)
>100 até 500 1.035 606 606 619 2,1
>10 até 100 1.045 906 876 858 (2,1)
Até 10 1.984 1.549 1.551 1.481 (4,5)
Total 7.705 6.927 6.525 6.467 (0,9)
FAIXAS (EM US$ MIL) VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
Mais de 1000 459,3 1.158,6 991,5 1.208,8 21,9
>500 até 1000 842,5 803,4 741,6 734,7 (0,9)
>100 até 500 96,9 53,2 52,1 54,4 4,4
>10 até 100 38,1 33,8 32,2 31,9 (0,9)
Até 10 14,1 11,2 10,6 10,6 -
Total 1.450,9 2.060,2 1.828,0 2.040,4 11,6
Quanto aos valores exportados, 59,2% das vendas das pequenas empresas em
2011 foram realizadas por firmas que exportaram mais de US$ 1 milhão, e outros 36,0%
por aquelas alocadas na faixa entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão. Em relação ao ano
anterior, houve crescimento de 21,9% das vendas externas das empresas que exportam
mais de US$ 1 milhão. Entre as empresas situadas nas faixas mais baixas, as que expor-
taram até US$ 100 mil foram responsáveis por apenas 2,1% das vendas externas totais
das pequenas empresas em 2011.
32_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_2.4. CLASSES DE PRODUTOS EXPORTADOS
A pauta exportadora do país vem passando por uma transformação importante nos últimos
anos, com aumento da participação dos produtos básicos, que já são o grupo de maior peso
na pauta, e redução da participação dos manufaturados. Estes últimos, porém, permanecem
sendo dominantes nas exportações das MPE, tendo respondido em 2011 por 75% de suas
vendas totais, uma participação duas vezes maior do que a observada no total das vendas do
país (Tabela 2.5).
_TABELA 2.5
Valor exportado por MPE segundo classes de produtos (Em US$ milhões)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
CLASSES MICRO
Básicos 14,5 23,1 22,9 22,1 (3,5)
Semimanufaturados 8,6 9,4 7,5 8,7 16,0
Manufaturados 107,1 143,5 133,7 146,6 9,6
Demais 2,8 3,3 3,5 3,7 5,7
Total 133,0 179,3 167,6 181,1 8,1
CLASSES PEQUENA
Básicos 201,6 302,4 303,5 364,8 20,2
Semimanufaturados 153,2 165,9 124,1 126,1 1,6
Manufaturados 1.069,2 1.552,7 1.367,8 1.518,4 11,0
Demais 26,9 39,2 32,8 31,1 (5,2)
Total 1.450,9 2.060,2 1.828,2 2.040,4 11,6
CLASSES MICRO + PEQUENA
Básicos 216,1 325,5 326,4 386,9 18,5
Semimanufaturados 161,8 175,3 131,6 134,8 2,4
Manufaturados 1.176,3 1.696,2 1.501,5 1.665,0 10,9
Demais 29,7 42,5 36,3 34,8 (4,1)
Total 1.583,9 2.239,5 1.995,8 2.221,5 11,3
CLASSES TOTAL DE EMPRESAS
Básicos 28.303,8 72.815,4 90.147,3 122.059,3 35,4
Semimanufaturados 13.433,0 27.073,0 28.207,4 36.027,1 27,7
Manufaturados 53.238,4 92.888,0 79.786,0 92.487,1 15,9
Demais 1.470,7 4.821,4 3.774,6 5.060,2 34,1
Total 96.445,7 197.597,8 201.915,3 255.633,7 26,6
QUADRO GERAL_33
No caso das microempresas, os produtos manufaturados responderam, ao longo de
todo o período compreendido entre 1998 e 2011, por percentuais entre 73% e 82% das
exportações totais (Gráfico 2.3). Neste último ano, a participação dos manufaturados
subiu para 80,9%, com as vendas tendo registrado aumento de 9,6% em relação a
2010. Essa taxa, porém, foi inferior à observada nas exportações totais brasileiras de
manufaturados (15,4%), fazendo com que a participação das microempresas no total
desses bens se reduzisse para 0,16%.
Entre as pequenas empresas exportadoras, os produtos manufaturados responderam
por 74,4% das exportações em 2011, com um leve aumento em relação ao ano de 2010
(Gráfico 2.3). Ao longo do período 1998-2011, a participação desses produtos oscilou
entre 70% e 75%, com 2008 tendo registrado a maior participação da série, e 1999 o
menor percentual. Esses produtos tiveram aumento das exportações de 10% em 2011
frente a 2010, e a participação das empresas desse porte nas exportações totais brasi-
leiras de manufaturados foi de 1,64%.
_GRÁFICO 2.3
Participação dos produtos manufaturados no valor exportado por MPE — 1998-2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Micro + Pequena
Micro
Pequena
34_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_2.5. PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS1
A pauta de exportações das MPE brasileiras é bastante diversificada em termos de
produtos, de maneira que os cinco principais itens responderam por somente 13,1%
das vendas totais em 2011. Esses itens referem-se, em sua grande maioria, a produtos
intensivos em mão de obra, tornando a composição da pauta dessas empresas bastante
diferente da pauta de exportações totais do país, onde se destacam commodities como
soja, minério de ferro, petróleo, entre outros.
A tabela 2.6 mostra que o item Calçados, suas partes e componentes foi o principal
produto da pauta das microempresas em 2011, com participação de 3,7%, e tendo re-
1 Análise baseada na classificação elaborada pela Secex/MDIC, que considera cerca de 360 produtos.
_TABELA 2.6
Valor exportado por MPE segundo principais produtos, em anos selecionados (Em US$ milhões)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
PRODUTOS MICRO
Calçados. suas partes e componentes
5,5 6,6 6,3 6,7 6,8
Vestuário para mulheres e meninas 6,5 6,2 4,9 5,0 2,7
Pedras preciosas ou semipreciosas. trabalhadas
1,7 3,3 3,7 4,4 21,0
Móveis e suas partes. exceto médico-cirúrgicos
5,4 4,9 3,6 4,1 16,3
Instrumentos e aparelhos de medida. de verificação. etc,
1,3 2,5 2,5 3,4 35,5
Demais produtos 112,6 155,9 146,8 157,4 7,3
Total 133,0 179,3 167,6 181,1 8,1
PRODUTOS PEQUENA
Móveis e suas partes. exceto médico-cirúrgicos
75,1 82,2 62,2 59,8 (3,8)
Calçados. suas partes e componentes
68,0 63,7 47,7 55,1 15,6
Madeira serrada ou fendida longitudi-nalmente de espessura >6 mm
109,5 95,2 56,0 55,0 (1,8)
Partes e peças para veículos automóveis e tratores
22,5 46,1 42,2 48,5 15,1
Obras de mármore e granito 51,8 60,2 52,1 48,3 (7,4)
Demais produtos 1.123,9 1.712,9 1.568,0 1.773,7 13,1
Total 1.450,9 2.060,2 1.828,2 2.040,4 11,6
QUADRO GERAL_35
gistrado um crescimento de 6,8% das vendas em relação a 2010. O segundo item de
maior importância foi Vestuário para mulheres e meninas, que teve participação de 2,8%
na pauta e registrou crescimento de 2,7% em seu valor exportado. Os itens que re-
gistraram maior expansão das vendas foram Instrumentos e aparelhos de medida, de
verificação, etc. (+35,5%) e Pedras preciosas ou semipreciosas, trabalhadas (+21,0%).
Entre as empresas de pequeno porte, o item mais importante em 2011 foi Móveis e
suas partes, exceto médico-cirúrgicos, com participação de 2,9% nas vendas de em-
presas desse porte e queda de 3,8% em relação ao ano anterior. Os demais produtos de
destaque foram Calçados, suas partes e componentes (participação de 2,7%), Madeira
serrada ou fendida (2,7%), Partes e peças para veículos automóveis e tratores (2,4%) e
Obras de mármore e granito (2,4%). Somente Calçados e partes e Peças para veículos
registraram crescimento do valor exportado pelas pequenas empresas no ano, de 15,6%
e 15,1%, respectivamente.
_2.6. BLOCOS ECONÔMICOS DE DESTINO
As exportações das MPE brasileiras apresentaram um bom grau de diversificação
em termos de blocos econômicos de destino, mas com algumas diferenças importantes
na participação de cada região. Em 2011, a participação dos países da União Europeia,
por exemplo, foi bastante parecida em todos os portes de empresa, com percentuais
de 17,4% para as microempresas, 17,9% para as pequenas e 20,7% para o total das
exportações do país. O mesmo ocorre nas exportações para Estados Unidos e Canadá,
com percentuais de 14,4%, 14,0% e 11,3%. Os países da América Latina, inclusive
o Mercosul, tiveram participação relativamente mais importante nas vendas das MPE,
respondendo por cerca de 24% do total das microempresas e 23% das pequenas em-
presas, ao passo que, para o conjunto das empresas brasileiras, essa região representou
somente 10,9% (Gráfico 2.4). Os países da Ásia-Pacífico tiveram peso bem mais elevado
no total brasileiro (na casa dos 29%) do que nas exportações das microempresas (8,9%)
e pequenas empresas (10,5%).
Com efeito, as vendas brasileiras para a América Latina são tradicionalmente mais
concentradas em produtos manufaturados, os quais têm peso relativamente mais ele-
vado nas exportações das MPE. Para as demais regiões, notadamente Ásia-Pacífico, as
exportações brasileiras são dominadas por commodities de origem agrícola e mineral,
produtos que têm maior importância na pauta exportadora das empresas de maior porte.
Deve-se considerar também a questão da proximidade geográfica e cultural da América
Latina em relação ao Brasil, o que torna mais fácil o acesso de produtos brasileiros
36_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
nesses mercados. Sem contar que o Brasil possui acordos de livre-comércio com prati-
camente todos os países da região. Quando se trata de mercados mais distantes, como
a Ásia, os custos de acesso são naturalmente mais elevados e mais difíceis de serem
suportados por firmas de micro e de pequeno porte.
_GRÁFICO 2.4
Distribuição das exportações das MPE segundo blocos econômicos de destino — 2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0 2 4 6 8
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Mercosul ALADI (exclusive Mercosul)
União Europeia Estados Unidos e Canadá
Ásia-Pacífico Resto do mundo
Micro Pequena Micro + Pequena Total de empresas
A tabela 2.7 mostra que as exportações das MPE registraram crescimento para todos
os blocos econômicos em 2011, com altas mais expressivas nas vendas direcionadas
para o Mercosul, Aladi e região Ásia-Pacífico. Entre as microempresas, foi especialmen-
te forte o crescimento das vendas direcionadas para a Aladi (22,3%), valendo destacar,
ainda, a alta de 9,1% das exportações para o mercado agregado de Estados Unidos e
Canadá. Em contraste, o crescimento foi inexpressivo nas vendas para a União Europeia e
para os grupos de demais países.
Com relação ao ranking dos blocos, o Mercosul permaneceu como principal destino
das vendas das microempresas (24,1% do total), seguido pelos países da Aladi (20,2%) e
os países da União Europeia (17,4%). Os países da Ásia permaneceram com participação
baixa, de apenas 8,9%.
QUADRO GERAL_37
Quanto às pequenas empresas, a tabela 2.7 mostra taxas de variações positivas das
vendas entre 2010 e 2011 para todos os principais blocos econômicos, destacando-se
o crescimento das exportações destinadas a Mercosul (19,4%), Ásia-Pacífico (14,6%) e
Aladi (13,8%). Quanto à composição da pauta, o Mercosul permaneceu como principal
_TABELA 2.7
Valor exportado por MPE segundo principais produtos, em anos selecionados (Em US$ milhões)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
BLOCOS MICRO
Mercosul 29,1 39,7 40,4 43,7 8,0
Aladi (exclusive Mercosul) 22,9 32,6 29,9 36,5 22,3
União Europeia 32,9 39,9 31,4 31,6 0,7
Estados Unidos e Canadá 22,1 26,2 23,9 26,1 9,1
Ásia-Pacífico 8,6 15,0 15,0 16,1 7,4
Demais Países 17,4 25,9 27,2 27,2 -
Total 133,0 179,4 167,7 181,1 8,1
BLOCOS PEQUENA
Mercosul 252,9 422,5 396,4 473,2 19,4
Aladi (exclusive Mercosul) 244,5 382,8 348,9 397,1 13,8
União Europeia 346,6 441,9 354,5 365,8 3,2
Estados Unidos e Canadá 289,7 328,4 266,6 285,8 7,2
Ásia-Pacífico 122,2 174,1 187,7 215,1 14,6
Demais Países 194,9 310,5 274,0 303,5 10,8
Total 1.450,8 2.060,2 1.828,1 2.040,4 11,6
BLOCOS MICRO + PEQUENA
Mercosul 282,0 462,2 436,8 516,9 18,3
Aladi (exclusive Mercosul) 267,4 415,4 378,8 433,6 14,5
União Europeia 379,5 481,8 385,9 397,4 3,0
Estados Unidos e Canadá 311,8 354,6 290,5 311,9 7,4
Ásia-Pacífico 130,8 189,1 202,7 231,2 14,1
Demais Países 212,3 336,4 301,2 330,7 9,8
Total 1.583,8 2.239,6 1.995,8 2.221,5 11,3
BLOCOS TOTAL DE EMPRESAS
Mercosul 8.922,6 21.725,2 22.602 27.849 23,2
Aladi (exclusive Mercosul) 10.824,5 21.351,6 18.601 21.790 17,1
União Europeia 24.630,1 46.353,7 43.135 52.905 22,6
Estados Unidos e Canadá 21.290,6 29.281,9 21.628 28.926 33,7
Ásia-Pacífico 13.669,4 35.667,2 54.299 73.835 36,0
Demais Países 17.108,5 43.218,3 41.651 50.329 20,8
Total 96.445,7 197.597,8 201.915,3 255.633,7 26,6
38_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
destino, respondendo por 23,2% das vendas totais. Os países da Aladi ficaram em se-
gundo lugar, com participação de 19,5%, seguidos pela União Europeia (17,9%) e pelo
mercado agregado de Estados Unidos e Canadá (14,0%).
Tem sido notável a queda da participação da União Europeia, dos Estados Unidos e
Canadá e o aumento das participações de Ásia-Pacífico e dos demais países, não apenas
nas vendas das MPE, mas também nas exportações totais do país. Isso é reflexo do cres-
cimento mais acelerado e reflete o maior dinamismo econômico dessas regiões, que vêm
há vários anos crescendo mais rapidamente do que o resto do mundo. Essa diferença
acentuou-se ainda mais após a crise financeira internacional.
_2.7. UNIDADES DA FEDERAÇÃO2
As MPE exportadoras do Brasil são bastante concentradas geograficamente. Obser-
va-se que, ao longo de todos os anos entre 1998 e 2011, mais de 90% das empresas e
cerca de três quartos das exportações das MPE originaram-se em apenas cinco estados:
São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
A tabela 2.8 mostra que o Estado de São Paulo foi o mais importante entre as
microempresas exportadoras em 2011, com 2.434 firmas, ou 48,1% do total do país,
que realizaram exportações de US$ 72,6 milhões, o equivalente a 40,1% do total
das microempresas. Em seguida destacam-se o Rio Grande do Sul, com 12,4% das
empresas e 13,4% do valor exportado; Minas Gerais, com 8,4% e 8,6%; Paraná, com
percentuais de 8,4% e 8,5%, respectivamente; e Santa Catarina, com 6,7% e 7,2%
(Gráfico 2.5).
Em comparação com o ano anterior, todos os estados, dentre os mais importantes,
registraram redução do número de microempresas exportadoras, sendo que as quedas
mais expressivas ocorreram em Minas Gerais (–8,6%) e no Paraná (–7,4%). Quanto ao
valor exportado, Santa Catarina e Minas Gerais registraram as maiores taxas de cresci-
mento em 2011, de 26,8% e 15,1%, respectivamente.
Outros estados importantes em termos de número de microempresas exportadoras e
de valores exportados (todos com valores superiores a US$ 1 milhão) são Rio de Janeiro,
Espírito Santo, Pará, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Rondônia, Pernambuco, Goiás e Amazo-
nas. Vale destacar ainda algumas UF nas quais as microempresas tiveram participação
destacada no total das exportações do estado em 2011. São os casos de Roraima, onde
2 Os dados referem-se à UF onde foi realizada a produção do bem exportado, e não à UF onde se localiza a empresa exportadora. Como uma mesma empresa pode exportar bens produzidos em diferentes estados, pode haver dupla contagem, de modo que a soma das firmas de cada estado é superior ao número total do país.
QUADRO GERAL_39
_TABELA 2.8
Exportações de microempresas segundo unidades da federação selecionadas, em anos selecionados
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
UF NÚMERO DE EMPRESAS
São Paulo 2.717 2.539 2.514 2.434 (3,2)
Rio Grande do Sul 911 763 652 629 (3,5)
Minas Gerais 634 542 466 426 (8,6)
Paraná 479 443 457 423 (7,4)
Santa Catarina 489 388 342 341 (0,3)
Demais Estados 1.582 1.289 1.264 1.178 (6,8)
Total 6.267 5.524 5.313 5.058 (4,8)
UF VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
São Paulo 51,8 71,3 68,6 72,6 5,8
Rio Grande do Sul 19,8 25,1 22,2 24,2 9,0
Minas Gerais 11,3 16,6 13,6 15,6 15,1
Paraná 9,4 12,9 15,2 15,3 0,8
Santa Catarina 10,9 13,4 10,3 13,1 26,8
Demais Estados 29,8 40,1 37,8 40,3 6,6
Total 133,0 179,4 167,6 181,0 8,0
_GRÁFICO 2.5
Distribuição do valor exportado pelas MPE segundo unidades da federação selecionadas — 2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0 3 6 9
12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42
Micro Pequena Micro + Pequena
São Paulo Rio Grande do Sul Santa Catarina
Paraná Minas Gerais Demais estados
40_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
as microempresas responderam por 2,9% do valor total exportado, Acre (0,39%), Rio
Grande do Norte (0,35%) e Rondônia (0,29%) (Vide tabelas 8.a, 8.b e 8.f do Anexo II).
A tabela 2.9 evidencia que o Estado de São Paulo também teve participação dominante
entre as pequenas empresas exportadoras do país em 2011, com 51,7% do número total de
firmas e 38,4% do valor exportado (US$ 783,3 milhões). O Rio Grande do Sul possuía 15,4%
das empresas e 14,5% do valor; Paraná, 10,0% das empresas e 7,9% do valor; Santa Cata-
rina, 9,0% e 7,7%; e Minas Gerais, 8,9% e 7,8% (Gráfico 2.5). Comparativamente a 2010,
houve queda do número de empresas exportadoras em São Paulo e Minas Gerais, enquanto o
valor exportado cresceu em todos os estados, com destaque para Rio Grande do Sul (18,8%)
e Minas Gerais (15,6%).
Os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará e Bahia também merecem des-
taque pelo número relativamente elevado de pequenas empresas exportadoras (mais
de 100 em 2011) e por registrarem valores exportados significativos, variando de
US$ 42,8 milhões na Bahia até US$ 81,1 milhões no Espírito Santo. Alguns outros esta-
dos também merecem destaque pelo fato de as pequenas empresas terem uma partici-
pação expressiva em suas exportações totais em 2011. São os casos de Roraima, onde
_TABELA 2.9
Exportações de pequenas empresas segundo unidades da federação selecionadas, em anos selecionados
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
UF NÚMERO DE EMPRESAS
São Paulo 3.645 3.457 3.355 3.344 (0,3)
Rio Grande do Sul 1.208 1.034 989 995 0,6
Paraná 761 739 627 649 3,5
Santa Catarina 853 673 579 585 1,0
Minas Gerais 726 589 598 575 (3,8)
Demais Estados 2.468 2.064 1.964 2.053 4,5
Total 7.705 6.927 6.525 6.467 (0,9)
UF VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
São Paulo 521,9 763,0 695,0 783,3 12,7
Rio Grande do Sul 178,6 283,7 249,8 296,6 18,8
Paraná 120,1 196,4 151,4 160,6 6,1
Santa Catarina 159,4 179,2 155,2 157,4 1,4
Minas Gerais 100,0 146,4 137,7 159,2 15,6
Demais Estados 370,8 491,5 439,0 483,2 10,1
Total 1.450,8 2.060,2 1.828,1 2.040,4 11,6
QUADRO GERAL_41
as pequenas empresas responderam por 17,9% das exportações totais do estado no
ano passado; Acre (14,5%), Piauí (5,7%), Rio Grande do Norte (5,6%) e Rondônia (5,5%)
(Vide tabelas 9.a, 9.b e 9.f do Anexo II).
_2.8. FREQUÊNCIA EXPORTADORA
Pouco mais da metade das empresas exportadoras brasileiras são classificadas
como contínuas, quais sejam, aquelas que realizaram exportações em todos os anos des-
de a sua estreia na atividade exportadora. Essa categoria de empresas tem participação
dominante também entre as MPE exportadoras, tendo representado 43% do número de
firmas e 66,2% de seu valor exportado em 2011. As firmas descontínuas, ou seja, aque-
las que registraram alguma interrupção na sua atividade exportadora após sua estréia,
também têm uma participação importante entre as MPE: representaram 39,1% do total
de firmas e 26,3% do valor exportado. Já as firmas iniciantes — as que exportaram pela
primeira vez em 2011 — responderam por 17,8% das firmas e 7,5% do valor exportado.
A participação das exportadoras contínuas entre as microempresas foi de 33,4% em
2011, com as descontínuas tendo participação preponderante de 40,3% e as estreantes,
de 26,3%. Entretanto, houve crescimento do número de microempresas contínuas em
2011, de 7,9%, em contraste com a queda do número de descontínuas e estreantes.
Com relação ao valor exportado, as contínuas foram as que registraram o maior
crescimento no ano entre as microempresas, de 18,6%, respondendo por 48,0% das
vendas totais. O valor exportado pelas descontínuas teve aumento de apenas 3,8% e as
estreantes viram seu valor reduzir-se em 7,5%. É importante destacar, ainda, que o valor
médio exportado pelas firmas contínuas (US$ 51,5 mil) é bem mais elevado do que o das
descontínuas (US$ 31,3 mil) e estreantes (US$ 22,7 mil).
O gráfico 2.6 ilustra que a participação das microempresas exportadoras contí-
nuas vem aumentando ao longo dos últimos anos, tanto no número de firmas quanto
no valor total exportado. Outro fato importante refere-se à grande redução do número
de microempresas estreantes no período recente. Em 2004 essas empresas somaram
2.259, número que se reduziu para 1.331 em 2011. Sua participação no valor exportado
também se reduziu no período, de 25,6% para 16,7%. Já há alguns anos o número de
microempresas estreantes tem sido bem menor do que o número de desistentes, o que
explica a redução do número total de microempresas na exportação.
42_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_GRÁFICO 2.6
Evolução do número de microempresas contínuas, estreantes e desistentes — 1998-2011
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0 200 400 600 800
1,000 1,200 1,400 1,600 1,800 2,000 2,200 2,400 2,600 2,800 3,000
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Contínuas Desistentes Estreantes
_TABELA 2.10
Exportações de microempresas segundo frequência exportadora, em anos selecionados (exceto desistentes)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
FREQUÊNCIA NÚMERO DE EMPRESAS
Contínua 547 960 1.565 1.689 7,9
Descontínua 3.461 3.051 2.278 2.038 (10,5)
Estreante 2.259 1.513 1.470 1.331 (9,5)
Total 6.267 5.524 5.313 5.058 (4,8)
FREQUÊNCIA VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
Contínua 19,3 50,7 73,4 87,0 18,6
Descontínua 79,7 96,3 61,5 63,9 3,8
Estreante 34,0 32,4 32,7 30,3 (7,5)
Total 133,0 179,4 167,6 181,2 8,1
FREQUÊNCIA VALOR MÉDIO EXPORTADO POR FIRMA (US$ MIL)
Contínua 35,3 52,8 46,9 51,5 9,9
Descontínua 23,0 31,6 27,0 31,3 16,0
Estreante 15,1 21,4 22,3 22,7 2,1
Total 21,2 32,5 31,6 35,8 13,5
QUADRO GERAL_43
_TABELA 2.11
Exportações de pequenas empresas segundo frequência exportadora, em anos selecionados (exceto desistentes)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
As pequenas empresas possuem um percentual ainda mais elevado de exportado-
ras contínuas, que representaram 50,6% do número total de firmas exportadoras desse
porte em 2011 (3.272 firmas). As estreantes representaram apenas 11,1%. Entre 2010
e 2011, registrou-se redução de 1,7% no número de exportadoras contínuas, e uma
redução de 5,9% no número de estreantes, em contraste com o crescimento de 1,9% do
número de descontínuas (Tabela 2.11).
2004 2008 2010 2011Var, %
2011/2010
FREQUÊNCIA NÚMERO DE EMPRESAS
Contínua 1.960 2.723 3.330 3.272 (1,7)
Descontínua 4.395 3.382 2.429 2.474 1,9
Estreante 1.350 822 766 721 (5,9)
Total 7.705 6.927 6.525 6.467 (0,9)
FREQUÊNCIA VALOR EXPORTADO (US$ MILHÕES)
Contínua 531,1 1.170,2 1.269,3 1.382,7 8,9
Descontínua 758,0 774,0 435,1 521,5 19,8
Estreante 161,7 116,1 123,7 136,2 10,1
Total 1.450,8 2.060,2 1.828,1 2.040,4 11,6
FREQUÊNCIA VALOR MÉDIO EXPORTADO POR FIRMA (US$ MIL)
Contínua 271,0 429,7 381,2 422,6 10,9
Descontínua 172,5 228,8 179,1 210,8 17,7
Estreante 119,8 141,2 161,5 188,9 17,0
Total 188,3 297,4 280,2 315,5 12,6
O gráfico 2.7 mostra que o recuo do número de pequenas empresas exportadoras
contínuas em 2011 foi o primeiro desde 1998. No caso das empresas estreantes, elas al-
cançaram o recorde de 1.385 firmas em 2001 e desde então estão em trajetória de que-
da, reduzindo-se para apenas 721. Desde 2005, o número de desistentes supera o de
estreantes, redundando na queda do número total de pequenas empresas exportadoras.
Considerando o valor total exportado pelas pequenas empresas, a participação das
contínuas é dominante, tendo atingido 67,8% em 2011, contra 25,6% das descontínuas
e somente 6,7% das estreantes. Verificou-se crescimento das exportações em todas as
categorias de empresa, em especial entre as descontínuas (19,8%). Quando se obser-
44_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
vam os valores médios exportados por firma, as contínuas alcançaram uma média de
US$ 422,6 mil em 2011, valor duas vezes maior do que o referente às descontínuas
(US$ 210,8 mil) e às estreantes (US$ 188,9 mil).
_GRÁFICO 2.7
Evolução do número de pequenas empresas contínuas, estreantes e desistentes — 1998-2011
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0
400
800
1,200
1,600
2,000
2,400
2,800
3,200
3,600
4,000
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Contínuas Desistentes Estreantes
O gráfico 2.8 permite identificar a perda de valor exportado das MPE resultante do
grande número de empresas desse porte que desiste de exportar a cada ano. Entre as
microempresas, as desistentes em 2011 (ou seja, aquelas que exportaram pela última
vez em 2010) haviam sido responsáveis por 30,0% das exportações totais das microem-
presas no ano anterior. Nos últimos 12 anos este percentual variou entre 29% e 38%. No
caso das pequenas empresas, a queda é relativamente menor, mas também é relevante,
visto que no período 1999-2011 as desistentes responderam por percentuais entre 10%
e 14% das exportações do ano anterior.
QUADRO GERAL_45
_GRÁFICO 2.8
Participação das firmas desistentes no valor total exportado pelas MPE
no ano anterior — 1999-2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Micro Pequena Micro + Pequena
_2.9. INTENSIDADE TECNOLÓGICA DOS PRODUTOS EXPORTADOS
As exportações brasileiras de produtos industrializados são bastante concentradas
em dois tipos de produtos segundo sua intensidade tecnológica: os bens de baixa tecno-
logia e os de média-alta tecnologia, que foram responsáveis, juntos, por 41,0% do total
das vendas externas do país e por 68,4% das vendas externas de produtos industriali-
zados em 2011. Os produtos de tecnologia média-baixa foram responsáveis por 13,4%
do total do país e por 22,4% dos industrializados, enquanto os bens de alta tecnologia
representaram apenas 3,5% do total brasileiro e 5,9% do total dos industrializados. É im-
portante destacar a elevada participação dos bens não industrializados, como agrícolas e
minérios, que foram responsáveis por 40,1% do total brasileiro.
O gráfico 2.9 ilustra que os produtos de baixa tecnologia e os de média-alta tecnolo-
gia têm papel ainda mais importante nas exportações das MPE, tendo sido responsáveis
por 63,3% das vendas externas totais dessas firmas em 2011. Os produtos de baixa
tecnologia — dentre os quais se destacam calçados, têxteis, vestuário, alimentos, produ-
tos de madeira e produtos de ferro e aço — representaram 33,5% das exportações das
microempresas e 32,0% das pequenas empresas. Os bens de média-alta tecnologia —
em que se incluem produtos da indústria automobilística, produtos químicos e diversos
46_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
tipos de máquinas e equipamentos — tiveram participação de cerca de 33,3% nas micro
e de 31,0% nas pequenas.
_GRÁFICO 2.9
Distribuição das exportações das MPE segundo a intensidade tecnológica dos produtos — 2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0 3 6 9
12 15 18 21 24 27 30 33 36 39
Micro Pequena Micro + Pequena Total de empresas
Baixa Média-baixa Média-alta Alta Não industrializados
Os produtos de tecnologia média-baixa responderam por 14,5% do total das vendas
das microempresas e 15,1% do total das pequenas, enquanto os de alta tecnologia respon-
deram por cerca de 5,3% das vendas das microempresas e 5,6% do total das pequenas.
O gráfico 2.10 evidencia duas alterações ocorridas na composição das exportações
das MPE segundo a intensidade tecnológica ao longo dos últimos anos, considerando
apenas as exportações de bens industrializados. A primeira é a queda da participação
dos produtos de baixa tecnologia, que no início da década representavam 47% do total,
mas que em 2011 responderam por apenas 38,3%, embora ainda permaneçam como
o grupo de maior peso. Em contrapartida, registrou-se um aumento da participação dos
bens de tecnologia média-alta, de cerca de 30% no início da década para 37,2% em
2011. Os produtos de tecnologia média-baixa têm preservado uma participação em torno
de 18%, ao passo que os bens de alta tecnologia atingiram em 2011 participação de
6,6% no ano, a mais alta de todo o período analisado.
QUADRO GERAL_47
_GRÁFICO 2.10
Distribuição das exportações das MPE segundo a intensidade tecnológica dos produtos indutrializados
— 1998-2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Baixa Alta Média-baixa Média-alta
_2.10. INTENSIDADE DE USO DOS FATORES DE PRODUÇÃO
A pauta brasileira de exportações é dominada por produtos agrícolas, produtos ma-
nufaturados intensivos em economias de escala e produtos de origem mineral. Os bens
de origem agrícola tiveram a maior participação individual, com 34,7% das vendas totais
em 2011, o equivalente a US$ 88,6 bilhões. Os produtos de origem mineral representa-
ram 23,8% e os manufaturados intensivos em escala — dentre os quais se destacam
a indústria automobilística, os produtos químicos e os siderúrgicos — responderam por
14,0%. Os produtos manufaturados de fornecedores especializados (basicamente bens
de capital) e os produtos energéticos (petróleo, carvão etc.) também tiveram participação
significativa em 2011, representando 7,6% e 10,3% do total, respectivamente. As meno-
res participações referem-se aos bens intensivos em P&D (4,2%) — que incluem aviões,
alguns farmacêuticos e equipamentos de precisão — e os manufaturados intensivos em
trabalho, nos quais se incluem itens como calçados, vestuário, produtos de madeira e
têxteis (apenas 3,3%).
48_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
O gráfico 2.11 mostra que a composição é bastante diferente quando se consideram
as vendas das MPE. As únicas semelhanças referem-se aos bens intensivos em econo-
mias de escala e aos intensivos em P&D. Nos primeiros, a participação nas exportações
totais das microempresas foi de 12,7% em 2011 e nas das pequenas empresas, de
14,9%. Nos intensivos em P&D, a participação foi de 9,9% nas microempresas e de
9,4% nas pequenas. As exportações das MPE têm participação expressiva dos produtos
manufaturados intensivos em trabalho, que representaram 24,4% das exportações das
microempresas e 18,8% das pequenas empresas no ano, e também dos produtos de
fornecedores especializados (bens de capital), que responderam por 22,5% das vendas
das microempresas e por 19,6% das pequenas. Os bens de origem agrícola também têm
participação importante nas vendas dessas empresas, especialmente entre as pequenas,
onde tiveram a maior participação individual dentre todos os grupos de produtos em
2011 (26,5%).
_GRÁFICO 2.11
Distribuição das exportações das MPE segundo a intensidade de uso
dos fatores de produção — 2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0 3 6 9
12 15 18 21 24 27 30 33 36
Micro Pequena Micro + Pequena Total de empresas
Agrícolas Intensivas em trabalho Fornecedores especializados Intensivas em econ. de escala Intensivas em P & D
QUADRO GERAL_49
Ao longo dos últimos anos, as principais mudanças na composição da pauta de
exportação das MPE segundo a intensidade de utilização de fatores de produção fo-
ram a redução da participação dos produtos manufaturados intensivos em trabalho e
dos produtos de origem agrícola entre 2005 e 2011, contrastando com o aumento da
participação dos fornecedores especializados, das indústrias intensivas em P&D e dos
produtos de origem mineral. Os intensivos em trabalho viram sua participação reduzir-se
em 5,6 p.p. no período e os produtos agrícolas perderam 3,5 p.p. Já os fornecedores
especializados aumentaram sua participação em 3,2 p.p., as indústrias intensivas em
P&D ganharam 2,4 p.p. e os produtos de origem mineral tiveram aumento de participa-
ção de 2,2 p.p.
_2.11. DINAMISMO DO MERCADO MUNDIAL
Grande parte dos produtos exportados pelas MPE nos últimos anos tem dinamismo
intermediário, ou seja, registrou um crescimento do comércio mundial próximo da média.
Em 2011 esses produtos responderam por cerca de 43,2% das exportações dessas
empresas. Têm destaque ainda os produtos pouco dinâmicos — ou seja, aqueles cujo
comércio mundial teve crescimento positivo, mas abaixo da média —, que representa-
ram 28,1% das exportações das MPE (Gráfico 2.12). No caso das microempresas, a par-
ticipação dos produtos de dinamismo intermediário em 2011 foi de 47,3%, e os pouco
dinâmicos representaram 27,2%. Entre as pequenas empresas, há uma participação um
pouco menor dos intermediários (42,8%) e semelhante nos pouco dinâmicos (28,2%),
destacando-se ainda participação dos bens dinâmicos (15,7%).
Este perfil contrasta com o observado nas exportações totais brasileiras, onde mais
da metade da pauta refere-se a produtos dinâmicos ou muito dinâmicos (58% do total),
cujo crescimento do comércio mundial ficou acima da média.
Ao longo de todo o período 1998-2011, a composição das exportações das MPE se-
gundo o dinamismo do mercado mundial apresentou poucas alterações, com os bens de
dinamismo intermediário respondendo sempre por cerca de 40% do total e os dinâmicos
e muito dinâmicos por não mais do que 20%.
50_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_GRÁFICO 2.12
Distribuição das exportações das MPE segundo dinamismo do comércio mundial
dos bens exportados — 2011 (Em %)
Fontes: Secex/MDIC, Rais/MTE e IBGE (PIA e Cadastro Central de Empresas).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Micro Pequena Micro + Pequena Total de empresas
Muito dinâmicos Dinâmicos Intermediários Pouco Dinâmicos Em decadência
ANEXO I: NOTA METODOLÓGICA_51
_Anexo I: Nota MetodológicaDefinições, Classificações e Tipologias utilizadas na geração de estatísticas de exportação das micro e pequenas empresas brasileiras
Esta Nota Metodológica se propõe a delimitar mais precisamente o conjunto de em-
presas focalizado pelas estatísticas que compõem este Boletim e a descrever as di-
ferentes tipologias e taxonomias de classificação das exportações das MPE segundo
características das empresas e/ou dos produtos exportados. A seção I apresenta os cri-
térios metodológicos utilizados para classificar as empresas segundo o seu porte: micro,
pequena, micro e pequena especial, média ou grande. A segunda seção descreve a
forma de classificação dos dados de exportação das empresas segundo as seguintes
tipologias: faixas de valor exportado, setores de atividade das firmas, classes de produtos
exportados, principais produtos exportados, principais países e/ou regiões de destino
das exportações, unidade da federação onde os produtos exportados foram produzidos e
frequência exportadora das firmas.
A seção III apresenta três taxonomias especiais de classificação das exportações
das empresas, desenvolvidas pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior
(Funcex): (I) grau de intensidade tecnológica dos produtos industrializados exportados; (I)
tipo de produto, segundo a intensidade do uso de fatores (mão de obra ou capital) e/ou
fonte de vantagem comparativa — recursos naturais, economias de escala, intensidade
de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); e (III) dinamismo dos produtos exportados, em
termos da taxa de crescimento do comércio mundial.
52_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_TABELA 1
Critérios de estratificação de empresas segundo o tamanho
Fontes: Sebrae e Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.
TAMANHO DE EMPRESA
RAMOS DE ATIVIDADE
IndústriaConstrução Civil
Agropecuária Outros
ComércioServiços
NÚMERO DE EMPREGADOS
Micro 0 a 19 0 a 9
Pequena 20 a 99 10 a 49
Média 100 a 499 50 a 99
Grande 500 ou mais 100 ou mais
FATURAMENTO BRUTO (LEI GERAL DAS MPE)
Micro Até R$ 240 mil Até R$ 240 mil
Pequena R$240 mil a R$ 2.4 Milhões R$240 mil a R$ 2.4 Milhões
_I. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS SEGUNDO O PORTE
_I.1. A DEFINIÇÃO DE MICRO E PEQUENA EMPRESA
A estratificação das empresas segundo o porte baseia-se normalmente em dois cri-
térios, não exclusivos entre si: número de pessoas ocupadas e valor da receita/fatura-
mento. A opção por essas variáveis tem refletido, em boa medida, o propósito da classifi-
cação. Para fins fiscais, o critério tem sido o valor da receita; no caso de caracterizações
associadas a definição e implementação de políticas de governo, bem como no caso de
estudos, pesquisas e levantamentos estatísticos, as empresas têm sido classificadas
segundo o pessoal ocupado.
No caso das pesquisas e levantamentos estatísticos, a opção pelo critério do total de
empregados tem algumas vantagens, como, por exemplo, o fato de que a classificação
de uma empresa, de acordo com essa variável, não é afetada por variações de preços ao
longo do tempo. Contudo, o predomínio desse critério reflete, sobretudo, o fato de que
essa informação é mais fácil de ser obtida e menos sujeita a restrições derivadas de sigilo
comercial ou estatístico.
A tabela 1 a seguir apresenta dois critérios de estratificação de empresas segundo o
tamanho: (I) por número de empregados, no qual há diferenciação de acordo com o ramo
de atividade das firmas; e (II) por faturamento bruto, que consta da Lei Geral das Micro e
Pequenas Empresas, aprovada no final de 2006.
ANEXO I: NOTA METODOLÓGICA_53
Para os fins deste trabalho, decidiu-se pela adoção de uma classificação híbrida,
onde prepondera o critério de número de empregados, mas que também leva em conta
os critérios de faturamento no caso específico das micro e pequenas empresas (MPE).
Em virtude do sigilo fiscal imposto pela Receita Federal quanto ao valor individual de
faturamento por empresa, somente é possível definir as faixas de valor de exportação
dessas empresas. Portanto, o enquadramento das MPE é realizado com base no seu
valor exportado, e não no valor de faturamento total de cada empresa.1
A simples observação da distribuição de frequência das empresas exportadoras por
faixa de valor das exportações demonstra a relevância de se considerar o critério de fatu-
ramento. Por exemplo, entre as firmas classificadas como microempresas pelo critério do
número de empregados, cerca de 35% exportam montantes superiores a US$ 100 mil/
ano. Entretanto, estas respondem por mais de 97% do valor das exportações das micro-
empresas. A concentração do valor em pequenas empresas que exportam mais de US$
1 milhão é, igualmente, bastante elevada. Diante desse quadro, torna-se indispensável
conferir um tratamento especial a esses exportadores de maior volume, sob o risco de se
distorcer completamente os resultados relativos ao conjunto de MPE.
Para a criação desta classificação híbrida, foram avaliados dois procedimentos al-
ternativos. O primeiro consistiria em “graduar” as MPE assim classificadas em vista do
número de empregados e proceder à sua reclassificação em faixas de tamanho superio-
res, quando os limites de faturamento superassem aqueles determinados pela Lei Geral.
Nesse caso, as micro e as pequenas empresas com faturamento exportador superior aos
limites seriam “graduadas” e reclassificadas em estrato superior.
O procedimento alternativo consistiria em introduzir uma nova categoria no âmbito
das MPE que permitisse discriminar, por exemplo, entre MPE stricto sensu (cujo número
de pessoas ocupadas e valor das exportações se situassem dentro dos limites usualmen-
te associados ao estrato correspondente) e MPE “especiais” ou “altamente exportadoras”
(cujo valor das exportações fosse superior aos limites usualmente aplicados à receita
bruta da empresa de seu porte).
Optou-se por uma combinação desses dois critérios. A “graduação” ocorre ape-
nas no caso de microempresas cujo faturamento exportador seja superior ao limite da
receita bruta prevista para esse porte de empresa na Lei Geral, mas inferior ao limite
estabelecido para a pequena empresa. Nesse único caso, a microempresa é “gradua-
da” e reclassificada como pequena empresa. Os demais casos (MPE cujo faturamento
exportador é maior do que o limite superior do estrato de receita bruta associado às
pequenas empresas) integram a categoria “MP especiais”. Não há, portanto, “gradua-
1 Naturalmente, tal fato tende a subestimar o verdadeiro valor do faturamento da empresa, pois exclui o valor das vendas efetuadas dentro do país.
54_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_TABELA 2
Critérios de classificação de empresas segundo o porte
PORTE DA EMPRESA
NÚMERO DE EMPREGADOS
FATURAMENTO EXPORTADOR(BASE 2006)
Indústria.Construção Civil.Agropecuária e
outras atividades
Comércio eServiços
Micro 0 a 19 0 a 9 Até US$ 120 mil
Pequena 20 a 99 10 a 49 Até US$ 1.2 milhão
Micro e pequena especial 0 a 99 0 a 49 Maior que US$ 1.2 milhão
Média 100 a 499 50 a 99 Não se aplica
Grande 500 ou mais 100 ou mais Não se aplica
ção” de empresas de menor tamanho (micro e pequenas) para o conjunto das empresas
médias ou grandes.
Tomando-se as faixas de número de empregados e de valores de faturamento se-
gundo a Lei Geral como referência, e convertendo-os à taxa de câmbio de R$2/US$
(semelhante à média das cotações registradas no ano de 2006), a classificação das
empresas de menor porte é feita da seguinte maneira:
Note-se que, segundo esses critérios, empresas com menos de 20 empregados (me-
nos de 10 nos casos das firmas de comércio e serviços), mas com faturamento exporta-
dor anual entre US$ 120 mil e US$ 1,2 milhão serão consideradas empresas pequenas,
em vez de microempresas, prevalecendo, assim, o critério de faturamento, em detrimento
do critério de número de empregados.
Vale destacar que, como as exportações representam, em geral, apenas uma parcela
do faturamento total das empresas, a utilização do valor exportado, em vez da receita
bruta, traz uma hipótese implícita de que todo o faturamento das firmas vem da expor-
tação, o que certamente não é verdadeiro para a grande maioria delas. Isto introduz
um viés em favor da classificação das empresas como micro ou pequenas, reduzindo
o número de empresas que seriam efetivamente classificadas como micro e pequenas
especiais.
Um último ponto refere-se à determinação dos valores-limite de exportação para cada
tamanho de empresa para anos anteriores e posteriores a 2006. A primeira alternativa seria
mantê-los fixos em toda a série, iguais aos valores de 2006. Entretanto, é preciso levar em
conta as variações dos preços em dólares dos produtos exportados. Caso, por exemplo,
ANEXO I: NOTA METODOLÓGICA_55
_TABELA 3
Valores-limite de exportação, em cada ano, para classificação de MPE — 1998-2011 (Em US$ mil)
Fonte: Funcex.
ANO
VALORES-LIMITE DE EXPORTAÇÃO VARIAÇÃO DOSPREÇOS DE
EXPORTAÇÃO (%)MICRO PEQUENA
1998 106,6 1.066,3 (1,3)
1999 95,2 952,5 (10,7)
2000 96,1 961,3 1,0
2001 96,0 960,2 (0,1)
2002 91,5 914,9 (4,6)
2003 91,0 910,5 (0,6)
2004 96,4 963,5 6,0
2005 106,9 1.068,5 11,0
2006 120,0 1.200,0 12,4
2007 130,1 1.300,7 8,4
2008 151,2 1.511,6 16,2
2009 142,3 1.423,4 (5,8)
2010 154,4 1.544,3 8,5
2011 176,1 1.761,30 14,1
estes preços sofressem um aumento de um ano para o outro, o valor exportado das firmas
cresceria, mesmo que as quantidades exportadas não se alterassem. Neste caso, diversas
empresas poderiam mudar de classificação, especialmente aquelas cujos valores exporta-
dos anteriormente estivessem próximos dos limites. Esta mudança, contudo, seria espúria,
visto que não teria havido nenhuma mudança real nas vendas das empresas. Em outras pa-
lavras, o que importa é a evolução das quantidades efetivamente exportadas pelas firmas.
Para evitar esse problema, os valores-limite são corrigidos anualmente pela variação
do índice de preço das exportações brasileiras de produtos manufaturados, calculado
regularmente pela Funcex. Os valores citados anteriormente (US$ 120 mil e US$ 1,2 mi-
lhão) são aplicados apenas ao ano de 2006, sofrendo reajustes nos demais anos. Sendo
assim, se as MPE estiverem aumentando o seu valor de exportação apenas devido a
ganhos de preço (medidos pelo índice da Funcex), isto não seria suficiente para fazer
com que elas fossem reclassificadas. Utiliza-se o índice de preços dos manufaturados,
e não o das exportações totais, porque, historicamente, cerca de 90% das exportações
das MPE referem-se a esse tipo de produtos. Além disso, o índice das exportações totais
é muito influenciado pelas variações das cotações internacionais das commodities, que
têm pouca relevância nas vendas das MPE.
56_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
A tabela 3 apresenta os valores-limite adotados em cada ano para a classificação
de micro e de pequenas empresas, de acordo com o critério de ajuste acima descrito.
Em 2011, por exemplo, o limite para as microempresas foi de US$ 176,1 mil, valor
obtido pela correção do valor de US$ 120 mil pela variação dos preços de exportação
entre 2006 e 2011 (que foi de 46,8%). De 2008 para 2009, ao contrário, o valor-limite
reduziu-se, visto que os preços de exportação tiveram queda de 5,8%.
_I.2. FONTES DE INFORMAÇÃO
A classificação das empresas exportadoras é feita pelo cruzamento dos dados refe-
rentes às empresas que exportaram a cada ano, identificadas a partir de informações da
Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (Secex/MDIC), com as informações da Relação Anual de Informações Sociais
(Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A Rais é a única informação estatística
disponível para todo o universo de pessoas jurídicas ativas no país, e fornece o número
de pessoas ocupadas em cada empresa. Deve-se observar que, no caso das empresas
exportadoras do ano de 2011, como ainda não se dispõe da Rais referente a esse ano,
considera-se a informação disponível na última Rais existente, no caso a de 2010.
Quando os registros da Secex identificam uma empresa exportadora, mas a mesma
não consta dos registros da Rais no respectivo ano, busca-se identificar o número de em-
pregados da empresa com base no Cadastro Central de Empresas e no banco de dados
da Pesquisa Industrial Anual (PIA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).2
Quando, ainda assim, não se consegue obter o número de empregados, adota-se
a informação constante da Rais referente ao ano anterior. As empresas que, embora
tenham estado ativas, não possuíam nenhum empregado (segundo a Rais), são incluídas
na categoria de microempresas, exceto quando a classificação obtida com base na Rais
(ou no cadastro do IBGE) dos anos anterior e posterior indicavam, simultaneamente, que
a empresa em questão era média ou grande. Considera-se isto como um forte indício
de que houve uma falha na informação da Rais do ano intermediário (onde a empresa
consta com zero empregado). Nesse caso, optou-se por confiar nas informações dos
anos anterior e posterior e mantê-la classificada como média ou grande.
Mesmo com todos estes procedimentos, ainda resta um conjunto de empresas ex-
portadoras para os quais não se dispõe de informações que permitam sua classificação
2 O Cadastro Central de Empresas do IBGE é alimentado pelas diversas estatísticas econômicas realizadas por aquela instituição, bem como por informações da Rais e de outros registros administrativos. A PIA é uma pesquisa censitária para empresas industriais com 30 ou mais pessoas, complementada por uma amostra de empresas industriais com menos de 30 pessoas ocupadas.
ANEXO I: NOTA METODOLÓGICA_57
segundo o porte. Essas empresas são incluídas na categoria “não classificada”. Feliz-
mente, este conjunto é pouco representativo dentro do universo de empresas exporta-
doras. Em 2011, as não classificadas representaram somente 1,0% do total de firmas e
0,1% do valor total exportado.
_II. TIPOLOGIAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
_II.1. SETOR DE ATIVIDADE DAS FIRMAS
As informações da Rais e do IBGE permitem classificar as MPE exportadoras de acor-
do com seu setor ou classe de atividade, segundo a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE), versão 2.0, no nível de dois dígitos da CNAE. Os dados apresentados
no Boletim referem-se tanto ao número de empresas quanto ao valor exportado segundo
cada porte de empresa.
Tendo em vista que a Rais só começou a classificar as empresas segundo a CNAE 2.0
a partir de 2007 (até então, utilizava-se a CNAE 1.0), foi necessário realizar um esforço de
compatibilização de classificação das empresas que exportaram no período 1998-2006.
O exportador do período 1998-2006 cujo Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)
consta de alguma das três últimas Rais (2007 a 2009) foi automaticamente classificado
segundo o setor CNAE 2.0 constante destas versões da Rais. O exportador do período
1998-2006 cuja classificação pela CNAE 1.0 tem correspondência única com a CNAE 2.0
(segundo tradutor do próprio IBGE) ficou, também, automaticamente classificado.
O problema residiu nas empresas exportadoras que estavam classificadas segundo a
CNAE 1.0, mas não constavam de alguma das três últimas Rais, e cuja classificação 1.0
correspondia a duas ou mais alternativas de classificação pela CNAE 2.0. Foi necessário,
então, arbitrar em qual setor CNAE 2.0 essas empresas seriam alocadas. Três foram os
critérios utilizados para enquadrar essas empresas “na melhor alternativa disponível”: (I)
o tipo de produtos NCM-6 exportados pela empresa; (II) a atividade “sugerida” pela razão
social; e (III) informações colhidas na Internet, quando pesquisada a razão social.
Vale destacar que eventuais falhas na arbitragem do setor CNAE 2.0 referem-se
apenas a empresas que não exportaram nos últimos três anos, tratando-se, muito pro-
vavelmente, de MPE comerciais e de serviços, sem continuidade na exportação e com
valores exportados pouco expressivos.
58_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_II.2. CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS EXPORTADOS
As exportações das MPE são classificadas segundo as características do produto
exportado. As informações são apresentadas em dois níveis distintos:
• Classes de produtos: básicos, semimanufaturados e manufaturados, segundo defini-
ção usual da Secex/MDIC.
• Principais produtos exportados: classificação adotada pela Secex/MDIC, que divide os
diversos produtos em aproximadamente 360 itens.
_II.3. FAIXA DE EXPORTAÇÃO
Os dados das MPE exportadoras são também discriminados segundo o valor anual
das exportações de cada empresa, observando-se os estratos indicados na tabela 4.
_TABELA 4
Estratos de valor anual das exportações da empresa
Fonte: Classificação elaborada pela Funcex.
MICROEMPRESA PEQUENA EMPRESA MPE ESPECIAIS
Acima de US$ 100 mil Acima de US$ 1 milhão Mais de US$ 20 milhões
US$ 50 mil até US$ 100 mil US$ 500 mil até US$ 1 milhãoUS$ 10 milhões até
US$ 20 milhões
US$ 10 mil até US$ 50 mil US$ 100 mil até US$ 500 mil US$ 5 milhões até US$ 10 milhões
Até US$ 10 mil US$ 10 mil até US$ 100 mil US$ 1,2 milhão até US$ 5 milhões
Até US$ 10 mil Até US$ 1,2 milhão
_II.4. FREQUÊNCIA EXPORTADORA
A análise do desempenho exportador das MPE inclui também a frequência com que
essas empresas vêm atuando na atividade exportadora ao longo dos anos. Nesse sentido,
são identificadas, a cada ano, as empresas que exportaram pela primeira vez no ano da
consulta e aquelas que já exportaram em anos anteriores. Entre estas últimas, são iden-
tificadas as empresas que exportaram de forma contínua ao longo dos anos anteriores e
aquelas que exportaram de forma irregular.
ANEXO I: NOTA METODOLÓGICA_59
Em síntese, as empresas que exportaram no ano em questão são classificadas se-
gundo as categorias abaixo:
• Exportadora estreante: empresa que exportou no ano em questão, mas que não consta
nos registros de exportação da série histórica precedente.
• Exportadora contínua: empresa que exportou em todos os anos após sua estreia no
mercado externo (desde que a estreia tenha ocorrido antes do último ano disponível
para consulta).
• Exportadora descontínua: empresa que exportou no ano em questão e que já havia
exportado em algum dos anos anteriores, mas que interrompeu as vendas externas
uma ou mais vezes entre o ano de estreia e o ano em análise.
As estatísticas apresentadas no Boletim identificam também as empresas desistentes
a cada ano — vale dizer, aquelas que, tendo exportado no ano anterior, não o fizeram no
ano em questão. Tais empresas desistentes são também classificadas segundo a tipologia
apresentada acima, referida, contudo, ao ano anterior ao analisado. Assim, a empresa de-
sistente pode ser classificada como: (I) exportadora contínua até o ano anterior; (II) exporta-
dora descontínua até o ano anterior; e (III) exportadora estreante no ano anterior.
_II.5. ORIGEM E DESTINO
As exportações das MPE são classificadas segundo a unidade da federação de ori-
gem, conforme indicado no registro da Secex. É importante destacar que, conforme os
critérios adotados pela Secex/MDIC, a origem refere-se à unidade da federação respon-
sável pela produção, extração ou cultivo da mercadoria exportada, que pode não coincidir
com a localização da sede da empresa exportadora e também com o estado pelo qual a
mercadoria é embarcada para o exterior.
Esta informação é a base de todas as estatísticas apresentadas no Boletim de expor-
tações das MPE segundo unidades da federação. Sendo assim, os dados não dizem res-
peito às MPE exportadoras localizadas em cada um dos estados, mas sim aos produtos
exportados que foram produzidos em cada estado e à sua distribuição segundo o porte
da empresa que realizou a exportação — mesmo que tal empresa esteja localizada em
um estado diferente.
Por fim, as exportações das MPE são também caracterizadas em função do país e/ou
região do mundo para os quais elas foram destinadas. As exportações foram agrupadas
segundo os seguintes países e/ou regiões de destino:
• Mercosul.
• Demais países da Aladi: Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Peru e Venezuela.
60_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
• Estados Unidos e Canadá.
• União Europeia (27 países).
• Ásia-Pacífico: Japão, China, Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan, Cingapura, Índia, Indo-
nésia, Malásia e Tailândia.
• Demais países: África, Oceania, Europa Oriental, América Central e Caribe, Oriente
Médio e demais países asiáticos.
_III. TAXONOMIAS ESPECIAIS DE CLASSIFICAÇÃO
Além das classificações de natureza estatística, as exportações das MPE são clas-
sificadas também segundo algumas características especiais dos produtos exportados,
quais sejam:
• intensidade tecnológica;
• intensidade no uso dos fatores de produção e/ou fonte de vantagem comparativa;
• dinamismo do comércio mundial.
_III.1. INTENSIDADE TECNOLÓGICA
Distinguem-se quatro classes de produtos: alta, média-alta, média-baixa e baixa in-
tensidade tecnológica, havendo ainda um grupo de produtos não industrializados, para
os quais a classificação de intensidade tecnológica não é pertinente.
Esta taxonomia é proveniente de um estudo da Organização para Cooperação e De-
senvolvimento Econômico (OCDE), que classificou as atividades industriais conforme o
dispêndio do setor em P&D, associando, posteriormente, essas atividades à classificação
internacional de mercadorias SITC-Rev.2 a três dígitos. A Funcex atualizou esse trabalho,
estabelecendo a correspondência das atividades caracterizadas no estudo da OCDE com
a SITC-Rev.3 e, posteriormente, com o Sistema Harmonizado a seis dígitos (SH-6). Mais
recentemente, a OCDE divulgou uma nova descrição detalhada para os produtos de alta
tecnologia, dessa vez associando-a à SITC-Rev.3 a cinco dígitos. Essa nova classificação
dos produtos de alta tecnologia foi incorporada ao banco de dados da Funcex.
Dessa forma, a classificação a ser utilizada no Boletim combina: (I) a classificação
tradicional da Funcex (estudo antigo da OCDE ajustado à SH-6) para os produtos de
média-alta, média-baixa e baixa intensidade tecnológica, bem como aos produtos não
industrializados; e (II) a nova classificação da OCDE (SITC-Rev.3 a cinco dígitos) para os
produtos de alta tecnologia.
ANEXO I: NOTA METODOLÓGICA_61
_III.2. INTENSIDADE NO USO DE FATORES DE PRODUÇÃO E/OU FONTE DE VANTA-
GEM COMPARATIVA
Esta classificação baseia-se na taxonomia desenvolvida originalmente por Pavitt
(1987) e discrimina os produtos primários, semimanufaturados e manufaturados nas 11
categorias indicadas abaixo:
_Primários
(I) produtos agrícolas — incluem sementes oleaginosas, cereais, frutas e legumes
frescos ou refrigerados, café, cacau, fumo não manufaturado, madeiras brutas, couros e
peles sem curtir, peixe fresco ou refrigerado etc.;
(II) produtos minerais — incluem minério de ferro e seus concentrados, minerais
metálicos, adubos brutos etc.; e
(III) produtos energéticos — abrangem óleos brutos de petróleo, hulha, gás natural etc.
_Semimanufaturados
(I) produtos agrícolas intensivos em trabalho — incluem carnes e miudezas comes-
tíveis, preparações de carne, produtos lácteos, tortas e farelos de sementes oleaginosas,
óleos comestíveis, madeiras processadas, couros curtidos etc.;
(II) produtos agrícolas intensivos em capital — compreendem peixes em conserva,
pasta química de madeira, açúcar, fumo manufaturado etc.;
(III) produtos minerais — incluem alumínio e demais metais não ferrosos, produtos
químicos orgânicos e inorgânicos, adubos manufaturados, fios e fibras sintéticas etc.; e
(IV) produtos energéticos — abrangem basicamente os óleos refinados de petróleo.
_Manufaturados
(I) produtos intensivos em trabalho — incluem móveis, calçados, fios e tecidos de
fibras têxteis, vestuário e confecções, manufaturas de couro e artigos de peleteria etc.;
(II) produtos intensivos em economias de escala — compreendem produtos side-
rúrgicos, manufaturas de metais, veículos automotores e suas partes e peças, veículos
férreos, embarcações etc.;
(III) produtos fabricados por fornecedores especializados — cuja principal carac-
terística é sua capacidade inovativa e o alto grau de diversificação de sua produção,
compreendendo, basicamente, os bens de capital; e
62_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_TABELA 5
Classificação dos produtos SH-6 segundo dinamismo do comércio mundial
Fonte: Classificação elaborada pela Funcex.
(IV) produtos intensivos em P&D — incluem os produtos do setor aeroespacial, da
química fina, do setor de telecomunicações, eletroeletrônicos etc.
III.3. DINAMISMO DO COMÉRCIO MUNDIAL
Esta classificação tem como base a taxa de crescimento das importações dos pro-
dutos, definidos a seis dígitos do Sistema Harmonizado (SH-6), nos principais merca-
dos internacionais. A classificação atual é baseada na taxa de crescimento média anu-
al das importações mundiais observada por cada produto entre as médias dos biênios
2003/2005 e 2008/2010. Como proxy das importações mundiais, foram consideradas
as importações agregadas de mais de 130 países, responsáveis por mais de 99% das
importações mundiais. O uso de médias trienais destina-se a suavizar possíveis distor-
ções decorrentes das flutuações dos preços, principalmente das commodities.
Como o total das importações mundiais cresceu a uma taxa de 9,6% ao ano entre
os triênios considerados, os produtos SH-6 que evoluíram, por exemplo, no intervalo de
crescimento entre 6% e 12% ao ano foram classificados na categoria de crescimento
intermediário, derivando-se daí as demais categorias de dinamismo, conforme mostrado
na tabela 5 a seguir.
CRESCIMENTO DOS PRODUTOS ENTRE OS BIÊNIOS 2003/05 E 2008/10
CATEGORIA DE DINAMISMO
< 0% a.a. Em decadência
>= 0% e < 6% a.a. Baixo dinamismo
>= 6% e < 12% a.a. Intermediários
>= 12% e < 18% a.a. Dinâmicos
>= 18 % a.a. Muito dinâmicos
ANEXO II: SÉRIES ESTATÍSTICAS DE 1998 A 2011_63
_Anexo II: Séries estatísticas de 1998 a 2011
64_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
_TAB
ELA
1.A
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1998
1999
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2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
TAM
ANHO
NÚM
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MPR
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Mic
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.855
4
.345
4
.773
5
.262
5
.527
5
.681
6
.267
6
.072
5
.935
5
.883
5
.524
5
.487
5
.313
5
.058
Pequ
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4.9
17
5.4
84
6.0
33
6.5
63
6.6
78
7.0
86
7.7
05
7.4
74
7.0
91
7.1
23
6.9
27
6.6
97
6.5
25
6.4
67
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Peq
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10.7
70
11.8
28
12.8
06
13.8
26
14.2
07
14.7
70
15.9
76
15.5
51
15.0
32
15.0
13
14.4
59
14.1
93
13.8
48
13.5
36
MP
espe
cial
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9
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ANEXO II: SÉRIES ESTATÍSTICAS DE 1998 A 2011_65
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ANEXO II: SÉRIES ESTATÍSTICAS DE 1998 A 2011_75
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ANEXO II: SÉRIES ESTATÍSTICAS DE 1998 A 2011_131
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1,1
132_AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA_BRASIL
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ANEXO II: SÉRIES ESTATÍSTICAS DE 1998 A 2011_133
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Baixa
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Gran
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1.79
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Baixa
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ANEXO II: SÉRIES ESTATÍSTICAS DE 1998 A 2011_139
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ANEXO II: SÉRIES ESTATÍSTICAS DE 1998 A 2011_143
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