apostila de metodologia cientiífica

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2 Semestre de 2006

www.unoesc.edu.br

Universidade do Oeste de Santa Catarina

M593

Metodologia cientfica : educao a distncia / (coord.) Ardinete Rover. Joaaba : UNOESC, 2006. 103 p. : il. ; 23 cm. (Material didtico)

Modo de acesso: Unoesc Virtual. Tambm disponvel para reprografia. Inclui bibliografia

1. Metodologia cientfica. I. Rover, Ardinete, (coord.)

CDD 001.42Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Universitria da Unoesc.

Este material de uso exclusivo dos alunos matriculados nas disciplinas a distncia da Unoesc. Reitoria: Rua Getlio Vargas, 2125 Bairro Flor da Serra CEP 89600-000 Fone: 49 3551-2098 www.unoesc.edu.br Campus de Joaaba Rua Getlio Vargas, 2125 Bairro Flor da Serra CEP 89600-000 Fone: 49 3551-2000 Campus de So Miguel do Oeste Rua Oiapoc, 211 Bairro Agostini CEP 89900-000 Fone: 49 3631-1000 Campus de Videira Rua Paese, 198 Bairro das Torres CEP 89560-000 Fone: 49 3551-1422 Campus de Xanxer Rua Dirceu Giordani, 696 Bairro Universitrio CEP 89820-000 Fone: 49 3441-7000

Reitor: Aristides Cimadon Presidente da Funoesc: Genesio To Vice-reitor de Pesquisa, Ps-graduao e Extenso: Luiz Carlos Lckmann Vice-reitora de Graduao: Ana Beatriz Brancher Vice-reitores de Campus: Campus de So Miguel do Oeste: Vitor C. DAgostini Campus de Videira: Antonio Carlos de Souza Campus de Xanxer: Genesio To

Diretor Geral de Administrao: Campus de Joaaba: Osmar Mena Barreto Pr-reitores de Pesquisa, Ps-Graduao e Extenso: Campus de So Miguel do Oeste: Roque Strieder Campus de Videira: Marcelo Zenaro Pr-reitores de Graduao: Campus de So Miguel do Oeste: Nelson Santos Machado Campus de Videira: Ernani Tadeu Rizzi Campus de Xanxer: Roberto Mauro DallAgnol

Coordenao da Unoesc Virtual: Ardinete Rover Coordenaes locais da Unoesc Virtual: Campus de Joaaba: Roseli Rocha Moterle Campus de So Miguel do Oeste: Anibal Lopes Guedes Campus de Videira: Rosa Maria Pascoali Campus de Xanxer: Cristiane Sbruzzi Bert

Coordenadoria de Tecnologia da Informao e Comunicao: Campus de Joaaba: Lindamir Secchi Gadler Campus de So Miguel do Oeste: Carlos Requia Campus de Videira: Fabiano Wonzoski Campus de Xanxer: Davidson Mazzoco Davi Professores conteudistas da Disciplina de Metodologia Cientfica: Abele Marcos Casarotto Ardinete Rover Claudia Elisa Grasel Ernani Tadeu Rizzi Rosa Maria Pascoali Teresa Machado da Silva Dill Elaborao e produo grfica: Roseli Rocha Moterle Reviso Lingstica: Marisa Vargas Dbora Diersmann Silva Pereira Reviso Eletrnica: Dbora Diersmann Silva Pereira Capa: Coordenadoria de Comunicao e Marketing Elediana Ftima de Quadros

SUMRIOAPRESENTAO................................................................................ 3 PLANO DE ESTUDO DA DISCIPLINA ................................................. 5 UNIDADE 1 CINCIA E CONHECIMENTO.......................................... 7 SEO 1 A disciplina Metodologia Cientfica ..................................................... 8 SEO 2 A definio de cincia ......................................................................... 9 SEO 3 A natureza do conhecimento .............................................................13 SEO 4 Mtodo e tcnica .................................................................................17 UNIDADE 2 A LEITURA E A DOCUMENTAO............................... 23 SEO 1 A importncia da leitura.................................................................... 24 SEO 2 Aproveitamento da leitura ................................................................ 26 SECO 3 Documentao ................................................................................... 28 UNIDADE 3 ELABORAO DE TRABALHOS CIENTFICOS ACADMICOS .................................................................................. 33 SEO 1 Tcnicas para redigir textos ............................................................... 34 SEO 2 Trabalhos cientficos acadmicos ...................................................... 37 UNIDADE 4 FORMAS DE ELABORAR CITAES E REFERNCIAS. 43 SEO 1 Regras para elaborao de citaes.................................................... 44 SEO 2 Regras complementares das citaes (NBR: 10520, ago.,2002) .....51 SEO 3 Formas de apresentao das referncias .......................................... 56 SEO 4 Regras complementares de referncias (NBR: 6023, ago. 2002) ... 64 UNIDADE 5 ESTRUTURA DOS TRABALHOS CIENTFICOS ACADMICOS ................................................................................... 71 SEO 1 Estrutura e apresentao de trabalhos cientficos acadmicos......... 72 SEO 2 Elementos pr-textuais ..................................................................... 73 SEO 3 Elementos textuais............................................................................ 81 SEO 4 Elementos ps-textuais..................................................................... 84 SEO 5 Formas de apresentao ................................................................... 86 UNIDADE 6 PROJETO DE PESQUISA ...............................................91 SEO 1 Projetos de Pesquisa: noes introdutrias ...................................... 92 REFERNCIAS ................................................................................ 101 GABARITO ......................................................................................105

APRESENTAOCaro acadmico, este material didtico corresponde disciplina de Metodologia Cientfica. Ele foi elaborado visando a uma aprendizagem autnoma; os contedos foram cuidadosamente selecionados e a linguagem utilizada facilitar seus estudos a distncia.

A disciplina de Metodologia Cientfica importantssima para a sua vida acadmica; os contedos apresentados serviro de base para todo o curso e para a sua atuao profissional tambm, portanto necessrio que voc dedique tempo para a leitura do material e realize as atividades de auto-avaliao que se encontram ao final de cada unidade. As atividades de auto-avaliao no devem ser encaminhadas ao professor tutor, elas foram elaboradas pensando em facilitar seus estudos e testar seus conhecimentos aps o trmino da leitura da unidade. Ao final do material, voc encontrar o gabarito para comparar com as suas respostas.

Recomendamos que, antes de comear os seus estudos, leia com muita ateno o Guia do Aluno da disciplina, pois ele contm informaes importantes para voc concluir a disciplina com sucesso. No Guia ,tambm se encontram o cronograma da disciplina e as atividades avaliativas de G1, que devero ser encaminhadas ao professor tutor. As datas estabelecidas no cronograma devem ser cumpridas rigorosamente.

Quando falamos em educao a distncia, no quer dizer que voc estar sozinho nos seus estudos; lembre-se de que poder contar, sempre que precisar, com a ajuda do professor tutor.

Desejamos que tenha muito sucesso nesta disciplina e em todo o curso.

Bons Estudos!

Equipe Unoesc Virtual.

PLANO DE ESTUDO DA DISCIPLINA

EMENTRIOCincia e tipos de conhecimento. Mtodos de estudo. Mtodos e tcnicas de elaborao e apresentao de trabalhos cientficos (projetos, relatrios e artigos), de acordo com as normas da ABNT.

DISCIPLINA OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA Levar o aluno a compreender os conceitos bsicos sobre a cincia, o mtodo cientfico para a elaborao de textos e pesquisa, obedecendo ao que rezam as normas da ABNT.

OBJETIVOS ESPECFICOS Despertar no aluno, desde o comeo de seu curso, o interesse pela pesquisa e, assim, educ-lo a pensar e raciocinar de forma crtica. Habilitar o aluno para a leitura crtica da realidade e a produo do conhecimento. Instrumentalizar o aluno para que, a partir do estudo, possa elaborar trabalhos acadmicos inseridos nas normas tcnicas. Oportunizar ao aluno assumir um comportamento cientfico, para que seja capaz de construir textos por meio da pesquisa.

CARGA HORRIAA durao da disciplina seguir um cronograma de atividades para orientar o seu estudo, conforme a carga horria proposta na matriz curricular.

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_________________________________________________ Metodologia Cientfica

CRONOGRAMA DE ESTUDOEVENTO ATIVIDADES Incio da disciplina com a apresentao dos responsveis e professores tutores, orientaes sobre o funcionamento da disciplina, da modalidade de ensino e uma oficina de utilizao do ambiente virtual de aprendizagem - Portal de Ensino da Unoesc. Primeira temtica: tipos de conhecimento. DATAS DE ENTREGA

Encontro presencial

__ /__ /__

Frum de discusso Unidade 1 Cincia e conhecimento Unidade 2 A leitura e a documentao Frum de discusso Unidade 3 Elaborao de trabalhos cientficos acadmicos Unidade 4 Formas de elaborar citaes e referncias Unidade 5 Estrutura dos trabalhos acadmicos Unidade 6 Projetos de pesquisa Encontro presencial

__ /__ a __ /__

Leitura das unidades 1 e 2 do material didtico. Realizao das atividades de auto-avaliao. __ /__ a __ /__ Realizao da atividade: Avaliao on-line. Segunda temtica: citaes e referncias em trabalhos cientficos acadmicos.

__ /__ a __ /__

Leitura das unidades 3 e 4 do material didtico. Realizao das atividades de auto-avaliao. __ /__ a __ /__ Realizao da atividade: Redigir um paper.

Leitura da unidade 5 do material didtico. Realizao das atividades de auto-avaliao. __ /__ a __ /__ Realizao da atividade: Trabalho cientfico acadmico.

Avaliao presencial de G2

__ /__ /__

Avaliao de G2 fora de prazo Avaliao de G3

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__ /__ /__

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Metodologia Cientfica ________________________________________________

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Unidade 1 Cincia e conhecimento

APRENDIZAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao terminar a leitura desta unidade, voc dever ser capaz de: entender a cincia como um modo de compreender e analisar o mundo emprico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento cientfico; compreender a importncia dos conhecimento e saber diferenci-los; distinguir mtodo de tcnica. diferentes nveis de

PLANO DE ESTUDO

Seo 1: A disciplina Metodologia Cientfica Seo 2: A definio de cincia Seo 3: A natureza do conhecimento Seo 4: Mtodo e tcnica

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Unidade 1

A fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o contedo est dividido em sees:

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Para incio do estudo Antes de apresentarmos os contedos que fazem parte da ementa desta disciplina, vamos refletir um pouco sobre o significado da Metodologia Cientfica e a importncia dela para a sua formao acadmica.

SEO 1 A disciplina Metodologia CientficaVoc j conheceu, no plano de estudo, os objetivos desta disciplina e deve ter percebido a sua importncia, mas gostaramos de aprofundar um pouco nossa reflexo sobre a presena dela no seu curso, a fim de conduzi-lo, com os contedos que sero desenvolvidos, ao entendimento de que, por meio do estudo e da leitura, voc poder ampliar suas capacidades de pensamento e atitudes. Para isso, precisamos partir da compreenso de que Metodologia Cientfica a disciplina que "estuda os caminhos do saber", entendendo que "mtodo" representa caminho, "logia" significa estudo e "cincia", saber.

Perceba, ento, o quanto importante estudarmos os caminhos do saber. Os caminhos, ou seja, os mtodos ensinados nesta disciplina, so procedimentos ou normas para a realizao de trabalhos acadmicos, a fim de dar ordenamento aos assuntos pesquisados. O mtodo um conjunto de procedimentos sistemticos no qual os questionamentos so utilizados com critrios de carter cientfico, para termos fidedignidade dos dados, envolvendo princpios e normas que possam orientar e possibilitar condies ao pesquisador, na realizao de seus trabalhos, para que o resultado seja confivel e tenha maior possibilidade de ser generalizado para outros casos. Mas, sobre o mtodo, voc ter, na prxima unidade, uma seo especfica e poder entender melhor seu significado e sua relao com esta disciplina. Voc tambm aprender, nesta disciplina, a arte da leitura, da anlise e interpretao de textos, para que no seja, durante o curso, um aluno-copista, que reproduz em suas pesquisas e trabalhos acadmicos o que outros disseram, sem nenhum juzo de valor, crtica ou apreciao, mas, sim, um aluno que analisa, interpreta e participa ativamente do seu processo de aprendizagem.

Voc sabia que o homem pr-histrico no conseguia entender os fenmenos da natureza, por isso tinha reaes de medo?

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Durante algum tempo foi assim, as geraes, ao se sucederem, foram recebendo um mundo j trabalhado e adaptado, e as fases foram se modificando, passando do medo tentativa de encontrar explicaes aos fenmenos da natureza, buscando respostas por meio de crenas e magias, que tambm no foram suficientes. O ser humano evoluiu para a busca de respostas atravs de caminhos que pudessem ser comprovados, nos quais pudesse refletir sobre as experincias e transmitir a outros. A necessidade de saber o porqu dos acontecimentos foi o impulso para a evoluo do homem e o surgimento da cincia.

Aprofundaremos nossos estudos sobre a evoluo do homem e o surgimento da cincia nas sees a seguir.

SEO 2 A definio de cinciaVoc deve ter percebido que o homem sentiu a necessidade de saber o porqu dos acontecimentos e que, dessa forma, surgiu a cincia (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 84). Para entender melhor esse assunto, voc precisa compreender o que cincia e, tambm, distinguir cincia e senso comum.

Vamos, ento, ao conceito de cincia!

O que cincia?

Etimologicamente, cincia significa conhecimento. Mas, nem todos os tipos de conhecimento pertencem cincia, como o conhecimento vulgar e outros, que estudaremos na seo 3. Vejamos o que alguns autores nos apresentam.

Cervo e Bervian (2002, p. 16) afirmam que:

A cincia um modo de compreender e analisar o mundo emprico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento cientfico atravs do uso da conscincia crtica que levar o pesquisador a distinguir o essencial do superficial e o principal do secundrio.

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A cincia demonstra que capaz de fornecer respostas dignas de confiana sujeitas a crticas; uma forma de entender, compreender os fenmenos que ocorrem. Na verdade, a cincia constituda pela observao sistemtica dos fatos; por intermdio da anlise e da experimentao, extramos resultados que passam a ser avaliados universalmente.

Quando faz referncia cincia, Oliveira (2002, p. 47) afirma que:

Trata-se do estudo, com critrios metodolgicos, das relaes existentes entre causa e efeito de um fenmeno qualquer no qual o estudioso se prope a demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicaes prticas. uma forma de conhecimento sistemtico, dos fenmenos da natureza, dos fenmenos sociais, dos fenmenos biolgicos, matemticos, fsicos e qumicos, para se chegar a um conjunto de concluses verdadeiras, lgicas, exatas, demonstrveis por meio da pesquisa e dos testes.

Uma hiptese uma teoria provvel, mas no demonstrada; uma suposio admissvel.Fonte: http://pt.wikipedi a.org/wiki

Voc pode perceber, com o autor, que os fenmenos de que os homens prhistricos sentiam medo passaram a ser explicados pelos estudos, por meio de critrios metodolgicos. Veja a importncia da cincia como uma forma de conhecimento humano, objetivo, racional, sistemtico, geral, verificvel e falvel.

Agora que voc j sabe o que a cincia, precisa entender tambm que o trabalho de cunho cientfico implica a produo do conhecimento, sendo este classificado como comum e cientfico.

No conhecimento cientfico, o pensar deve ser sistemtico, verificando uma hiptese (ou conjunto de hipteses), atribuindo o rigor na utilizao de mtodos cientficos. Dessa forma, o trabalho cientfico configura-se na produo elaborada a partir de questes especficas de estudo. Segundo Galliano (1986, p. 26), ao analisar um fato, o conhecimento cientfico no apenas trata de explic-lo, mas tambm busca descobrir suas relaes com outros fatos e explic-los.

E sobre o senso comum?

Para entendermos melhor o senso comum e sabermos diferenci-lo do conhecimento cientfico, podemos nos apropriar da literatura que nos apresentam diversos autores, como Galliano (1986), Cervo e Bervian (2002), Lakatos e Marconi (2003), Fachin (2003), entre outros, que definem senso comum como algo que vem da experincia do dia-a-dia, os conhecimentos que se desenvolvem a partir do cotidiano ou da necessidade.Unoesc Virtual _________________________________________________________

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O senso comum, enquanto conhecimento aprendido luz das experincias e observaes imediatas do mundo circundante, uma forma de conhecimento que permanece no nvel das crenas vividas, segundo uma interpretao previamente estabelecida e adotada pelo grupo social. Ao contrrio do conhecimento cientfico, leva a pensar de forma assistemtica, sensitiva e subjetiva, sem atribuir o rigor e a utilizao do mtodo cientfico.

importante sabermos que do conhecimento do senso comum podemos desenvolver o conhecimento cientfico, pois ditos populares podem gerar questes que, s vezes, levam pesquisa e investigao cientfica, ou seja, aquilo a que o senso comum no responde, a cincia pode responder.

Voc pode entender melhor a diferena entre o senso comum e o conhecimento cientfico, pensando nos tratamentos mdicos. Muitos remdios foram utilizados, inicialmente, pelas comadres ou pelos ndios, uma vez que o conhecimento deles era advindo do senso comum, que tambm chamamos de conhecimento vulgar.

Quer saber como? Aos remdios produzidos pelas comadres, pode ser aplicado um mtodo cientfico, aps ser comprovada a eficcia dos mtodos de cura; passam, ento, a ser considerados um conhecimento cientfico. Antes disso, no era vlida a comprovao do senso comum, mesmo que j tivesse curado diversas doenas, porque no havia passado pelo mtodo cientfico.

Voc pode associar isso sua vida acadmica. Muitas vezes, na realizao de um trabalho de estudos, com a investigao de um problema, voc precisar aplicar os mtodos cientficos para chegar a um resultado comprovado, no poder ficar no achismo ou no vou fazer assim porque sempre deu certo. Perceba, ento, a importncia da utilizao dos mtodos cientficos na sua vida acadmica!

Agora que voc finalizou o estudo desta seo, veja se assimilou bem o contedo, fazendo a auto-avaliao a seguir.

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AUTO-AVALIAO 1Classifique as situaes seguintes como senso comum (SC) ou conhecimento cientfico (CC): ( ( ( ( ( ) Para a elaborao de trabalhos acadmicos, utilizamos as normas definidas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT). ) Segundo os ditos populares, no podemos comer uva e melancia ao mesmo tempo, porque isso causa dor de estmago. ) Angino-Rub ungento um composto de cnfora e mentol + associaes e indicado ao alvio da tosse e ao descongestionante. ) O leite de soja sem lactose um alimento com protena isolada de soja e indicado para quem no pode beber leite de vaca. ) A certificao ISO 9001, verso 2000, que versa sobre Sistema de Gesto da Qualidade, garante sucesso ao processo de qualidade implantado pelas organizaes. ) A melhor coisa para quando a criana est agitada o benzimento; com isso, imediatamente, ela se acalma. ) Se algum tomar todos os dias uma xcara de ch quente com ervas (carqueja, espinheira santa e alcachofra), pode emagrecer at 5 quilos por ms.

( (

( ( (

) O adoante diettico composto de sacarina sdica e ciclamato de sdio e utilizado por quem est fazendo regime alimentar. ) Para elaborar citaes, a melhor fonte de informaes a NBR 10520 da ABNT. ) Antigamente, muitas mulheres, quando concebiam um filho, ficavam de resguardo na alimentao e no lavavam a cabea por 40 dias, porque isso poderia causar problemas de sade para a vida toda. ) O Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) cuida da normalizao de produtos e servios de qualidade. ) Algumas mes usam algumas gotas de leite materno para curar a dor de ouvido das crianas.

( (

Agora que voc j sabe a diferena entre conhecimento cientfico e senso comum e percebe que seus trabalhos devem obedecer ao rigor cientfico, importante que se concentre para estudar mais profundamente sobre a natureza do conhecimento.

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SEO 3 A natureza do conhecimentoVoc j parou para pensar nos tipos de conhecimento existentes?

Certamente voc convive com alguns deles. Fazendo a leitura dessa seo, voc conseguir identificar os conhecimentos que fazem parte da sua vida. Ento, vamos l!

Existem pelo menos quatro nveis de conhecimento fundamentais: emprico, cientfico, filosfico e teolgico. Cabe lembrar que, na academia, voc utilizar somente o conhecimento cientfico, porm necessrio conhecer todos, para entend-lo melhor. Veja o que dizem os autores Cervo e Bervian (2002, p. 8-12) sobre o assunto. No h controle; adquire-se independentemente de estudos, pesquisas ou aplicaes de mtodos e investigaes.

Emprico: o conhecimento popular (vulgar), guiado somente pelo que adquirimos na vida cotidiana ou ao acaso, servindo-nos da experincia do outro, s vezes ensinando, s vezes aprendendo, num processo intenso de interao humana e social. assistemtico, est relacionado com as crenas e os valores, faz parte de antigas tradies. Como exemplo de conhecimento emprico, voc j deve ter ouvido o dito popular de que tomar ch de macela, mais conhecida como marcela, cura dor de estmago, mas ela precisa ser colhida na Sexta-feira Santa, antes do sol nascer. Cientfico: o conhecimento real e sistemtico, prximo ao exato, procurando conhecer alm do fenmeno em si, as causas e leis. Por meio da classificao, comparao, aplicao dos mtodos, anlise e sntese, o pesquisador extrai do contexto social, ou do universo, princpios e leis que estruturam um conhecimento rigorosamente vlido e universal. Neste, so feitos questionamentos e procuradas explicaes sobre os fatos, atravs de procedimentos que possam levar ao resultado com comprovao. No considerado algo pronto, acabado e definitivo, busca constantemente explicaes, solues, revises e reavaliaes de seus resultados, pois, segundo Cervo e Bervian (2002), a cincia um processo em construo.

Controlado por registros e observaes, fazendo-se controles do observador e do observado.

Analisar o mesmo exemplo anterior no contexto cientfico, poderia, mediante o estudo, verificar a relao de causa e efeito e o princpio ativo que determina o desaparecimento do sintoma dor de estmago, quando da ingesto do ch de macela. Filosfico: procura conhecer a realidade em seu contexto universal, sem solues definitivas para a maioria das questes; busca constantemente o

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sentido da justificao e a possibilidade de interpretao a respeito do homem e de sua existncia concreta. A tarefa principal da filosofia resume-se na reflexo. Cervo e Bervian (2002) apresentam alguns exemplos que deixam claro esse conceito, verifique: - A mquina substituir o homem? - As conquistas espaciais comprovam o poder ilimitado do homem? - O que valor hoje? A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto universal. No produz solues definitivas para grande nmero de questes, mas habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para entender melhor o sentido da vida, concretamente. Teolgico: o estudo de questes referentes ao conhecimento da divindade, implicando sempre em uma atitude de f diante de revelaes de um mistrio ou sobrenatural, interpretados como mensagem ou manifestao divina. Esse conhecimento est intimamente relacionado a um Deus, seja este Jesus Cristo, Buda, Maom, um ser invisvel, ou qualquer entidade entendida como ser supremo, dependendo da cultura de cada povo, com quem o ser humano se relaciona por intermdio da f religiosa.

Tudo o que oculto, que provoca curiosidade e busca; pode estar ligado a dados da natureza, da vida futura, da existncia do absoluto, entre outros.

Exemplo disso so os conhecimentos adquiridos e praticados pelos homens tendo como base os textos da Bblia Sagrada ou quaisquer outros livros sagrados. Voc j pode diferenciar os diversos tipos de conhecimento, mas vale a pena apresentarmos algumas contribuies de outros autores.

Oliveira (2003) contribui, ainda, sobre o assunto, sintetizando os tipos de conhecimento, conforme Quadro 1: Vulgar valorativo reflexivo falvel assistemtico verificvel inexato Cientfico real contingente falvel sistemtico verificvel exato Filosfico valorativo racional infalvel sistemtico no-verificvel exato Religioso valorativo inspiracional infalvel sistemtico no-verificvel exato

Quadro 1: As vrias formas de conhecimentoFonte: Oliveira (2003, p. 37).

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A seguir, procuramos sintetizar o quadro apresentado por Oliveira (2003, p. 3741), somado s contribuies de Galliano (1986, p. 18-20), sobre as formas de conhecimento:

Conhecimento vulgar ou popular: utilizado por meio do senso comum, geralmente passado de gerao em gerao, disseminado pela cultura baseada na imitao e experincia pessoal; empregado pela experincia pessoal do dia-a-dia, sem crtica.

Conhecimento filosfico: no passvel de observaes sensoriais, utiliza o mtodo racional, no qual prevalece o mtodo dedutivo antecedendo a experincia; no exige comparao experimental, mas coerncia lgica, a fim de procurar concluses sobre o universo e as indagaes do esprito humano.

Conhecimento religioso ou teolgico: incontestvel em suas verdades, por tratar de revelaes divinas; no colocado prova e nem pode ser verificado.

Conhecimento cientfico: por meio da cincia, busca um conhecimento sistematizado dos fenmenos, obtido segundo determinado mtodo, que aponta a verdade dos fatos experimentados e sua aplicao prtica.

O conhecimento cientfico pode ser: contingente (hipteses traduzem resultado atravs da experimentao); sistemtico (procedimento ordenado forma um sistema encadeado de idias); verificvel (afirmaes podem ser comprovadas); falvel (novas proposies podem mudar as teorias existentes); real (lida com o real, conforme ocorrncia dos fatos) isso o que enfatiza Oliveira (2003, p. 3940).

Chegou o momento de fazermos uma parada, para refletir. Voc entendeu a classificao dos diferentes tipos de conhecimento? Ento, faa a auto-avaliao 2.

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AUTO-AVALIAO 2

Leia o que solicitado no enunciado de cada questo e responda.

1 Todo conhecimento cientfico verdadeiro e definitivo. Argumente sua resposta. ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________

2 Correlacione as afirmaes sobre os tipos de conhecimento com as situaes apresentadas para eles.

a) Emprico b) Cientfico c) Filosfico d) Teolgico ( ) Gelatina diet (sem adio de acar), contendo trs vitaminas e dois sais minerais, indicada para quem necessita fazer tratamento de ingesto controlada de acar.

( ) O homem poder ser produzido em srie, em tubos de ensaio. ( ) Benzer cura dor de cabea, mas tem de ser antes do pr do Sol. ( ) Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar dos pecados.

Voc concluiu a seo que trata do conhecimento. Agora, voltaremos nossa ateno ao mtodo e tcnica, pois toda Cincia ou todo acontecimento que pretende tornar-se cientfico caracteriza-se, pela utilizao de mtodos cientficos. Mas, nem todos os campos de estudo que se utilizam desses mtodos podem ser classificados como Cincia. Vejamos!

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SEO 4 Mtodo e tcnicaIniciaremos os estudos desta seo observando que a utilizao de mtodos cientficos no uma questo exclusiva da Cincia. Por outro lado, podemos afirmar que no h Cincia sem que haja o emprego sistemtico de mtodos cientficos. Assim, apresentamos alguns conceitos de mtodo cientfico, para depois apresentarmos a diferena entre o mtodo e a tcnica, e voc entender melhor essa relao com a Cincia.

Veja como Lakatos e Marconi (2003, p. 85) o definem:

[...] o mtodo um conjunto das atividades sistemticas e racionais que, com maior segurana e economia, permite alcanar o objetivo conhecimentos vlidos e verdadeiros , traando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decises do cientista.

Tambm Oliveira (2002, p. 58) contribui, afirmando que mtodo um conjunto de regras ou critrios que servem de referncia no processo de busca da explicao ou da elaborao de previses, em relao a questes ou problemas especficos. Porm, antes de desenvolver o mtodo, preciso estabelecer os objetivos que pretendemos atingir, de forma clara, examinando de uma maneira ordenada as questes: Por que ocorre? Como ocorre? Onde ocorre? Quando ocorre? O que ocorre?

Mtodo o conjunto de processos empregados em uma investigao. Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 23-25), no inventamos um mtodo, ele depende do objeto da pesquisa, pois toda a investigao nasce de algum problema observado ou sentido, por isso o uso do conjunto de etapas de que se serve o mtodo cientfico, para fornecer subsdios necessrios na busca de um resultado para a hiptese pesquisada.

Segundo Fachin (2003, p. 28), o mtodo cientfico um trao caracterstico da cincia aplicada, pelo qual se coloca em evidncia o conjunto de etapas operacionais ocorrido na manipulao para alcanar determinado objetivo cientfico. Para tanto, consideramos pelo menos dois aspectos do mtodo cientfico: sua aplicao de modo generalizado, denominada mtodo geral; sua aplicao de forma particular, ou, relativamente, a uma situao do questionamento cientfico, denominada mtodo especfico.

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O mtodo , portanto, segundo Oliveira (2002, p. 57), Uma forma de pensar para se chegar natureza de um determinado problema, quer seja para estud-lo, quer seja para explic-lo. Voc j pode entender que a cincia constituda de um conhecimento racional, metdico e sistemtico, capaz de ser submetido verificao, buscado atravs de mtodos e tcnicas diversas, ou seja, por passos nos quais se descobrem novas relaes entre fenmenos que interessam a um determinado ramo cientfico ou aspectos ainda no revelados de um determinado fenmeno (GALLIANO, 1986, p. 28).

Racional: constitudo por conceitos, tendo como ponto de partida e ponto de chegada apenas idias (hipteses), no os fatos. Metdico: segue etapas, normas e tcnicas, cuja aplicao obedece a um mtodo preestabelecido. Sistemtico: constitui-se de um sistema de idias interligadas logicamente que se apresentam como um conjunto de princpios fundamentais, adequados a uma classe de fatos, que compem uma teoria. Verificao: o conhecimento vlido, quando passa pela prova da experincia ou, da demonstrao.

Agora que voc leu a contribuio de diversos autores especializados no assunto sobre mtodos, apresentaremos uma situao interessante, descrita por Galliano (1986, p. 4-5). O autor afirma que qualquer pessoa vive diariamente cercada por mtodos, ainda que no os perceba. Ao limpar a casa, voc no passa, primeiro, o pano molhado, para, depois, varrer o cho; ao fazer um churrasco, voc no assa a carne antes de colocar o sal e os temperos; ao comer uma laranja, voc no a corta em pedaos para depois tirar a casca; tem de usar o mtodo adequado para atingir um objetivo to simples. Galliano cita um exemplo, o de estar calado com meia e sapato, que deixa ainda mais clara a explicao. Se no seguir a ordem correta das aes, primeiro voc calar o sapato, depois verificar que no possvel pr a meia, j calado com o sapato, assim, ter de descal-lo, para ento colocar a meia e novamente callo. O que o autor quis demonstrar com o exemplo? Que, ao deixar de seguir a ordem correta das aes no emprego do mtodo, o resultado no alcanado na primeira tentativa. Para chegar ao resultado esperado, voc deve voltar ao incio da seqncia e faz-la de forma correta, ou seja, observar o mtodo, j que quando o mtodo no observado, voc gasta tempo e energia inutilmente. O autor complementa: o mtodo nada mais do que o caminho para chegarmos a um fim. Reflita um pouco. Voc consegue lembrar de outros mtodos que esto presentes na sua vida cotidiana? Analise o que existe de comum entre eles, assim, poder fazer sua prpria definio sobre mtodo.

Como se classificam os mtodos cientficos?

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Para esclarecer melhor o assunto, apresentaremos as diversas formas de classificao dos mtodos cientficos, segundo alguns autores especializados no assunto.

Dentre os mtodos mais usuais para o desenvolvimento e a ordenao do raciocnio, Bastos e Keller (2002, p. 84-85) destacam: deduo: descobre uma verdade a partir de outras verdades que j conhecemos; induo: parte da enumerao de experincia ou casos particulares, para chegar a concluses de ordem universal; inclui quatro etapas: observao, hiptese, experimentao e a constatao de que a hiptese levantada, para explicar o fato observado, confirmada pela experimentao e transformada em teoria ou lei.

Saiba Mais O livro Aprendendo a aprender: uma introduo metodologia cientfica, de Bastos e Keller (2002, p. 87-90), apresenta um exemplo muito interessante do mtodo de induo.

Para a compreenso dos fatos pela cincia, os procedimentos fundamentais na pesquisa devem ser processados, conforme Fachin (2003, p. 29-31), pelo mtodo indutivo (anlise) e pelo mtodo dedutivo (sntese): indutivo: um procedimento do raciocnio que, a partir de uma anlise de dados particulares, encaminhamos para as noes gerais. A autora apresenta o seguinte exemplo: partindo da observao emprica de que a prata minrio condutor de eletricidade e que se inclui no grupo dos metais, ela faz, por sua vez, parte dos minrios. Disso se infere, por anlise indutiva, que a prata condutor de eletricidade; dedutivo: parte do geral para o particular. Sobre o mesmo exemplo, a autora afirma que todos os metais so condutores de eletricidade. A prata um metal, logo, condutor de eletricidade. Pelo raciocnio dedutivo, se os metais pertencem ao grupo dos condutores de eletricidade e se a prata conduz eletricidade, necessariamente, entendemos que a prata um metal.

Conclui Fachin (2003, p. 31) que os mtodos indutivo e dedutivo no se opem e constituem uma nica cadeia de raciocnio. Cita, ainda, como exemplo: a varola curvel com a vacina X; ora, um paciente tal portador de varola, logo, curado com a vacina X. Houve uma intuio para estabelecer a ordem geral do conhecimento quanto ao medicamento, por meio do raciocnio dedutivo, com o_____________________________________________________________ Unidade 1

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aproveitamento de uma experincia conhecida e induzida anteriormente. O mtodo indutivo uma fase meramente cientfica, o esprito experimental da cincia, que oferece probabilidades, enquanto o dedutivo a fase da realizao da atividade, oferecendo certezas. Oliveira (2002, p. 63) complementa, sobre os mtodos indutivo e dedutivo, quando observa que:

A deduo e a induo, tal como a sntese e anlise, generalizaes e abstraes, no so mtodos isolados de raciocnio de pesquisa. Eles se completam [...]; a concluso estabelecida pela induo pode servir de princpio premissa maior - para a deduo, mas a concluso da deduo pode tambm servir de princpio da induo seguinte premissa menor , e assim sucessivamente.

De acordo com Miranda Neto (2005, p. 22-26), o mtodo cientfico no um s, existem diferentes formas de procedermos para obter resultados cientficos; os mtodos analtico e sinttico, indutivo e dedutivo so de importncia fundamental para a construo da base terica de todas as cincias, cabe ao pesquisador decidir qual o mtodo mais adequado.

At este momento, falamos sobre mtodo de pesquisa; agora, falaremos sobre tcnicas e a diferena entre mtodo e tcnica.

A tcnica da pesquisa trata dos procedimentos prticos que devem ser adotados para realizar um trabalho cientfico, qualquer que seja o mtodo aplicado, o que escreve Miranda Neto (2005, p. 39). A tcnica serve para registrar e quantificar os dados observados, orden-los e classific-los. A tcnica, especifica como fazer (OLIVEIRA, 2002, p. 58).

Para a realizao de uma pesquisa, necessrio o uso de tcnicas adequadas, capazes de coletar dados suficientes, de modo que dem conta dos objetivos traados, quando da sua projeo. Para determinar o tipo de instrumento, necessrio observar o que ser estudado, a que ir reportar. Na realizao de uma pesquisa, segundo Oliveira (2003, p. 66), depois de definidas as fontes de dados e o tipo de pesquisa, que pode ser de campo ou de laboratrio, devemos levantar as tcnicas a serem utilizadas para a coleta de dados, destacando-se: questionrios, entrevistas, observao, formulrios e discusso em grupo.

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Cincia e conhecimento ________________________________________________

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E ento, como podemos diferenciar mtodo e tcnica?

Veja o que Fachin (2003, p. 29) escreve:

Vale a pena salientar que mtodos e tcnicas se relacionam, mas so distintos. O mtodo um conjunto de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a realizar e antecipar uma atividade na busca de uma realidade; enquanto a tcnica est ligada ao modo de se realizar a atividade de forma mais hbil, mais perfeita. [...] O mtodo se refere ao atendimento de um objetivo, enquanto a tcnica operacionaliza o mtodo.

Vamos em frente! Realize agora a auto-avaliao sobre mtodo e tcnica, para testar seus conhecimentos.

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AUTO-AVALIAO 3Preencha o espao em branco com uma palavra que complete corretamente a afirmativa:

a) O _________________ um conjunto de procedimentos sistemticos que devem ser seguidos, para a realizao de trabalhos cientficos acadmicos, a fim de dar ordenamento ao assunto abordado, de forma fidedigna, havendo maior possibilidade de generalizar os resultados para outros casos.

b) Classificamos como mtodo ___________________ aquele que parte de uma anlise de dados particulares, devidamente constatados, a partir dos quais podemos inferir verdades universais.

c) O mtodo ____________________ parte do geral para chegar realidade de casos especficos.

d) Miranda Neto (2005) acrescenta dois mtodos cientficos: _______________, que consiste em detalhar, do todo, partes para melhor exame e o ________________, que, ao contrrio, rene e compe os elementos de um todo, previamente separado e decomposto pela anlise; porm, as operaes desses mtodos so inseparveis.

e) A grande diferena entre o mtodo e a tcnica que o mtodo estabelece ___________ e a tcnica especifica ____________.

Parabns, voc completou mais uma seo! Caso sinta necessidade, faa uma nova leitura, registre suas dvidas e encaminhe-as ao professor tutor. Vamos, ento, prxima unidade?

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Unidade 2 A leitura e a documentao

APRENDIZAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao terminar a leitura desta unidade, voc dever ser capaz de: perceber a acadmica; importncia da disciplina para a formao

desenvolver o hbito pela leitura; conhecer as etapas para a realizao da leitura; adotar a prtica da documentao.

PLANO DE ESTUDOA fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o contedo est dividido em sees: Seo 1: A importncia da leitura Seo 2: Aproveitamento da leitura Seo 3: Documentao

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Unidade 2

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Para incio de estudo Precisamos reservar tempo para a leitura, pois o ato de ler constitui-se numa atitude fundamental para a formao, de maneira que, quando optamos por um curso superior, no podemos fugir do compromisso de ser leitores assduos dos temas que so tratados na sala de aula e dos acontecimentos que envolvem a sociedade em que vivemos. Seu sucesso nos estudos e, conseqentemente, profissional, depende apenas de voc, da sua capacidade de ir em frente.

SEO 1 A importncia da leituraQuem no possui o hbito da leitura, precisa desenvolv-lo, pois difcil uma formao de qualidade sem muita leitura. O objetivo desta seo apresentar algumas informaes que venham a despertar em voc o gosto pela leitura e oportuniz-lo a fazer melhor proveito dela.

Como voc costuma selecionar seu material de leitura?

O que voc necessita saber que, quando encontrar o material que julgar certo, primeiro precisa fazer uma leitura de reconhecimento, olhar a capa e contracapa, o autor, as orelhas, o sumrio (neste, observe os ttulos e subttulos), as referncias indicadas pelo autor (para ter uma noo mais precisa sobre as bases em que o autor se apoiou), a introduo e o prefcio dos livros, para depois ler. Esses elementos, de acordo com Cervo e Bervian (2002, p. 91), Nascimento e Pvoas (2002, p. 29-30) e Galliano (1986, p. 74), podem dar uma idia sobre o tema, e voc poder identificar se ser til para o objetivo que pretende alcanar no seu estudo. Uma dica importante: quando fizer leitura para pesquisa, anote os pontos principais em fichas de leitura, bem como a fonte consultada. No perca isso de vista, pois, se no tiver mo a referncia do material utilizado, no poder utilizar daquele contedo.

No livro, os dados esto contemplados, em uma ficha catalogrfica, na segunda ou terceira folha, nas revistas, esto na capa. Faa uma cpia desses dados ou anote, para referenciar ao final do texto, quando for fazer os apontamentos. A finalidade da leitura deve ser memorizar, apreender o contedo e formar um senso crtico sobre o assunto, de acordo com Bastos e Keller (2002, p. 19-32) eUnoesc Virtual _________________________________________________________

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Galliano (1986, p. 70-71). preciso, antes de se fazer qualquer fundamentao, levar em considerao trs regras bsicas para facilitar a aprendizagem: ateno: capacidade de concentrao em um s objeto, sabendo que, a ateno no pode se manter fixa por longos perodos, sem perder sua eficcia, por isso um perodo de ateno requer outro de descanso. Para prender a ateno, ideal criar o mximo de interesse pelo assunto estudado; memria: memorizar reter ou compreender o que mais significativo de um contedo, ao inverso de ter decorado, o que s permite repetio. A memorizao possvel a partir da observao dos seguintes pontos: repetio, ateno, emoo, interesse e relacionamento dos fatos com outros contedos, j retidos na memria; associao de idias: uma capacidade que possibilita ao indivduo relacionar e evocar fatos e idias. fcil observar quantos assuntos vm tona, por fatos e idias relacionadas com experincias anteriores dos interlocutores, na troca de palavras em uma conversa. Para melhor aprendizagem, podemos usar dessa tcnica, para associar o contedo.

Para adquirir o hbito da leitura, devemos reservar um tempo dirio para ler, selecionar material e local apropriado.

Saiba Mais Visite a biblioteca da Universidade, observe o acervo de materiais para leitura, tanto impressos quanto digitais e o caminho ideal para localizar livros e demais materiais, para a realizao de seus trabalhos. Alm disso, na internet, h diversos sites de busca de contedo, por exemplo: www.google.com.br www.scielo.com.br ww.dominiopublico.com.br

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SEO 2 Aproveitamento da leituraCom certeza, voc j sabe que, mesmo com todo o avano de tecnologias, a leitura a melhor forma para a aquisio do conhecimento. Por intermdio da leitura, podemos ampliar e aprofundar conhecimento sobre determinado campo cultural ou cientfico, aumentar o vocabulrio pessoal e, por conseqncia, comunicar as idias, de forma mais eficiente. Algumas etapas devem ser seguidas, para realizar uma leitura; vejamos o que nos apresenta Cervo e Bervian (2002, p. 96-99): pr-leitura: a leitura de reconhecimento que examina a folha de rosto, os ndices, a bibliografia, as citaes ao p da pgina, o prefcio, a introduo e a concluso. Tratando-se de livro, a dica percorrer o captulo introdutrio e o final; no caso de leitura de um captulo, ler o primeiro pargrafo. Quando for um artigo de revista ou jornal, geralmente, a idia est contida no ttulo do artigo e subttulos, que se apresentarem. Lembre que os primeiros pargrafos, em geral, tratam dos dados mais importantes; leitura seletiva: selecionar eliminar o dispensvel para nos fixarmos no que realmente nos interessa; para tanto, necessrio definir critrios, ou seja, os objetivos do trabalho, pois somente os dados que forneam algum contedo sobre o problema da pesquisa que possam trazer uma resposta que devem ser selecionados; leitura crtica ou reflexiva: supe a capacidade de escolher as idias principais e de diferenci-las entre si das secundrias. Dessa forma, diante da problemtica de uma pesquisa, o estudante precisa fazer reflexo por meio da anlise, comparao, diferenciao, sntese e do julgamento, levantando similaridades ou no, para formar sua idia sobre o assunto. Nessa fase, tambm, voc deve ter viso global do assunto, passando para a anlise das partes, chegando a sntese; leitura interpretativa: nessa fase, o pesquisador procura saber o que realmente o autor afirma e que informaes transmite para a soluo dos problemas formulados na pesquisa. Chegando a essa etapa, o momento de procedermos integrao dos dados descobertos durante a leitura na redao do trabalho de pesquisa.

Para alcanar os resultados a que se prope, de acordo com Galliano (1986, p. 7173) e Andrade (2001, p. 25-26), o leitor dever levar em conta algumas regras: jamais realizar uma leitura de estudo sem um objetivo definido. Para que est lendo? Qual o propsito da leitura? preste ateno no texto para haver entendimento, assimilao e apreenso das idias apresentadas pelo autor;

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A leitura e a documentao ______________________________________________

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caso haja palavras desconhecidas no texto, recorra ao dicionrio, para se orientar; seja crtico, avaliando o texto lido. Distinga o que verdadeiro, significativo e importante no texto. Questione-se da validade do texto, tentando encontrar respostas para as questes: Para que serve essa leitura? Como o autor est demonstrando o tema? Qual a idia principal do texto? Posso aceitar o argumento do autor? O que estou aprendendo com esse texto? Vale a pena continuar a leitura? analise as partes do texto e estabelea relaes entre elas, a fim de compreender a organizao do contedo; saiba fazer uma triagem do que esteja lendo e perceba a sua aplicabilidade no momento; evite sublinhar um texto na primeira leitura, primeiramente, faa uma leitura de reconhecimento e, em seguida, realize uma leitura reflexiva; elabore uma sntese, resumindo os aspectos essenciais, deixando de lado aquilo que secundrio ou acessrio, mantendo uma seqncia lgica; busque saber a autenticidade do texto, verificando a autoria (quem escreveu?), poca (quando foi escrito?), local (onde?), se documento original ou cpia, por que via chegou at voc? Analise a autoridade dos autores citados; verifique possveis circunstncias que levaram o autor redao (por qu?), visando obteno de uma explicao objetiva, lgica para o aparecimento do texto. (Geralmente, encontramos na apresentao ou prefcio do livro); preste ateno nas palavras-chave, que indicam a idia principal contida no texto.

Muito bem, agora que voc j sabe como alcanar os resultados desejados com a leitura, passaremos a outra etapa muito importante que a fase da documentao, pois precisamos registrar as informaes que lemos. Vamos em frente!

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SECO 3 DocumentaoPara que voc obtenha resultados eficazes em seus estudos, alm de muita leitura, necessrio compreenso e assimilao dos contedos. Um recurso que poder lhe auxiliar nesse sentido adotar a prtica da documentao. Documentao a organizao e o registro de informao; uma prtica que dever ser desenvolvida, visando facilitar seus estudos. Existem duas formas de documentao:

Documentao geral: a conservao do material em pastas ou caixa. Os materiais geralmente conservados so textos, apostilas, recortes de jornais e outros. Normalmente, so organizados por temas, o que torna a busca pela informao mais demorada.

Documentao bibliogrfica: o material lido deve ser armazenado; as formas de organizao e armazenamento podem variar, como, por exemplo, a organizao por intermdio de citaes, resumos, comentrios, entre outros, e por meio do fichamento, que, alm de documentar o texto, registra tambm as informaes da obra consultada, a essas informaes da obra, chamamos de referncia. Para elaborar referncias de diversas fontes, tais como livros, revistas, sites de internet e outros, precisamos conhecer as Normas estabelecidas pela ABNT; mais adiante, voc ter a oportunidade de conhec-las.

O fichamento um procedimento utilizado na organizao de dados da pesquisa de documentos. Sua finalidade a de arquivar as principais informaes das leituras feitas e auxiliar, na identificao da obra. Pode no parecer, por ser incio de estudo, mas pode ter certeza de que as fichas constituem um dos mais valiosos recursos de estudo de que se valem os pesquisadores, para a realizao de uma pesquisa, por isso, ao elaborar o fichamento, importante a utilizao de critrios segundo as normas da ABNT, pois, assim, voc ter as anotaes necessrias, no momento em que precisar escrever sobre determinado assunto. Voc poder armazenar seu fichamento no computador, facilitando o acesso s informaes quando da elaborao dos trabalhos acadmicos. A estrutura mnima sugerida para um fichamento :

Iniciar com a elaborao do cabealho, que pode ser dividido em apenas dois campos: o primeiro deve ser o ttulo geral e o segundo, o ttulo especfico. Ex: Metodologia Cientfica (ttulo geral)

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Mtodo Indutivo e Dedutivo (ttulo especfico) O Mtodo Cientfico (ttulo geral) Maior eficincia nos estudos (ttulo especfico)

Referncia: deve contemplar a autoria, o ttulo da obra, local de publicao, editora e ano de publicao. Ex: LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. MetodologiaCientfica. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2000. 279 p.

GALLIANO, Alfredo Guilherme. O mtodo cientfico: teoria e prtica. So Paulo: Harbra, 1986. 200 p.

Corpo ou texto da ficha: onde o contedo desenvolvido, por meio de resumo ou citao.Citao a indicao de um texto escrito, por outro autor.

O corpo ou texto da ficha pode mudar, dependendo do tipo de fichamento. Trataremos, agora, sobre ficha de citao e ficha de resumo.

FICHA DE CITAO Ficha de citao construda utilizando partes de obras, ou captulos ou artigos. O fichamento de transcrio refere-se a texto de autores, ou seja, formada de citaes diretas, e essas transcries, ao serem elaboradas, devero seguir as normas da ABNT. As transcries podem ser: Consulte as normas para a elaborao de citaes na unidade 5 deste material.

citaes diretas, com texto na ntegra; citaes com omisses de palavras, isto , supresses de texto que no interessam no contexto, indicadas com trs pontos entre colchetes [...];

Assim, ao transcrever no corpo ou texto da ficha, deve observar todas as normas de citaes, isto , fazer em bloco, letra 10, espao simples, citaes que ultrapassem trs linhas; fazer em texto corrido e entre aspas duplas ( ) se a citao for de at trs linhas, sempre lembrando de citar a pgina da obra pesquisada ao final da citao. Lembre-se de que, no momento do fichamento, no precisa colocar o autor e o ano, porque esses dados j constam no cabealho da ficha.

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Acompanhe um exemplo de ficha de citao.

Ttulo geral

Ttulo especfico

Metodologia Cientfica

Mtodo Indutivo e Dedutivo

01

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Cientfica. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2000. 279 p. A induo um processo mental por intermdio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, no contida nas partes examinadas (p. 53).

Uma caracterstica que no pode deixar de ser assinalada que o argumento indutivo, da mesma forma que o dedutivo, fundamenta-se em premissas. Contudo, se nos dedutivos, premissas verdadeiras levam inevitavelmente concluso verdadeira, nos indutivos conduzem apenas a concluses provveis (p. 53).Corpo ou

[...] de vital importncia compreender que, no mtodo dedutivo, a necessidade de explicao no reside nas premissas [...] por outro lado, no necessrio que o princpio geral aduzido seja uma lei casual (p. 69).

texto da ficha

Outro importante ponto a ser assinalado no mtodo dedutivo a questo de se saber se a explicao de leis [...] tambm consiste, unicamente, em subordin-las a algum princpio mais geral [...] dizer que a teoria explica as leis significa algo mais do que a mera deduo lgica: a deduo necessria verdade da teoria, mas no suficiente [...] (p. 70).

Biblioteca UnoescLocal

No modelo de ficha apresentado, iniciamos com uma citao curta (c0m at 3 linhas) na continuidade do texto e entre aspas duplas, identificando a pgina do livro de onde foi extrada a citao. Seguimos com uma citao longa, obedecendo a um recuo de 4 cm da margem, sem aspas e com mais de 4 linhas. Continuamos com uma citao, iniciando com supresso [...] em que suprimimos palavras do texto, nas citaes.

Quando voc estudar as Normas da ABNT sobre citaes, lembre-se de retornar a esta seo para melhor identificar e ampliar sua viso, sobre ficha de citao.

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A leitura e a documentao ______________________________________________

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FICHA DE RESUMO Ficha de Resumo: uma sntese das principais idias contidas na obra. Nesse tipo de ficha, voc deve elaborar uma sntese com suas prprias palavras. Segundo Medeiros, um dos recursos mais comuns na realizao de pesquisas bibliogrficas. Observe o modelo de fichamento de resumo.

Ttulo geral

Ttulo especfico

O Mtodo Cientfico

Maior estudos

eficincia

nos 01

GALLIANO, Alfredo Guilherme. O mtodo cientfico: teoria e prtica. So Paulo: Harbra, 1986. 200 p.

A obra de Galliano apresenta que, antes de iniciarmos o estudo da Metodologia Cientfica, preciso ter conscincia de que no um bicho-de-setecabeas, mas, que preciso dedicar ateno e ser persistente nos estudos.Corpo ou texto da ficha

Que necessrio entender o mtodo a partir das prprias experincias vivenciadas no dia-a-dia, que existem mtodos e tcnicas, e que ns j sabemos que assim, que existe uma diferena fundamental entre ambos, sendo o mtodo um conjunto de etapas a serem vivenciadas e a tcnica, um modo de fazer mais hbil e que um mtodo, permite a utilizao de diferentes tcnicas. O autor tambm faz referncia ao processo de acumulao e transmisso de conhecimento como a mola propulsora da Cincia e do progresso da humanidade, e que o acumulo de conhecimento conduz ao aperfeioamento da mentalidade, e o desenvolvimento racional que desperta para a cincia propriamente dita. Biblioteca UnoescLocal

Voc tambm pode optar por ficha de resumo mista, construindo pargrafos, resumindo as idias do autor com suas prprias palavras e incluindo pargrafos com citaes curtas e longas.

Conforme j mencionado, o tipo de ficha voc quem escolhe, mas importante observarmos as contribuies de Medeiros. Com a difuso dos microcomputadores e dos processadores de texto, Medeiros (2004, p. 130) observa que hoje se tornou muito fcil armazenar informaes em arquivos eletrnicos, com a vantagem de que no h limite de linhas, como o____________________________________________________________ Unidade 2

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fichamento de papel. Outra grande vantagem que possvel copiar textos, transferir informaes de um local para outro, facilmente. necessrio que voc se lembre de que, quando fizer o fichamento, dever sempre utilizar as tcnicas de leitura, aproveitando ao mximo o que est lendo, a fim de compreender e separar as partes que interessam quela temtica. Percebeu como o trabalho de pesquisa poder ser facilitado, a partir da compilao dos dados, por intermdio do fichamento?

Saiba Mais Sobre as diversas formas de fichamento, voc poder encontrar no livro de Medeiros (2004, p. 114-130). Tambm, se voc deseja conhecer outros exemplos de tipos de fichamentos, leia Lakatos e Marconi (2003, p. 48-70).

AUTO-AVALIAO 4Responda s questes sobre as prticas de documentao, apresentadas abaixo. 1 O fichamento de transcrio sem cortes tambm pode ser considerado como uma citao_____________________________________. 2 Para identificar o fichamento de transcrio com corte de algumas palavras internas do texto, utilizam_____________________________________________ __________________________________________________. 3 H maneiras diferentes de fazer fichas de um documento; pode citar como principais: ______________________________________, ______________________.

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Unidade 3 Elaborao de trabalhos cientficos acadmicos

APRENDIZAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao terminar a leitura desta unidade, voc dever ser capaz de: entender as tcnicas para redigir textos; elaborar trabalhos cientficos acadmicos solicitados pelos professores.

PLANO DE ESTUDOA fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o contedo est dividido em sees. Seo 1: Tcnicas para redigir textos Seo 2: Trabalhos cientficos acadmicos

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Unidade 3

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SEO 1 Tcnicas para redigir textosNa redao do texto de forma cientfica, Fachin (2003, p. 188) determina que as informaes devem obedecer ordem lgica do raciocnio, passando para o papel uma linguagem clara e precisa, sem verbalismo inconsistente, podendo seguir essas orientaes:

usar de frases completas e curtas; evitar repeties do ttulo na primeira frase; empregar verbos em terceira pessoa; coletar dados bibliogrficos obedecendo ordem das informaes; preferir palavras familiares e termos de fcil compreenso; no rascunho, escrever o que lhe vier cabea. Depois, eliminar as partes desnecessrias e dar continuidade construo do texto; recorrer a um amigo fazendo-o ler; as reaes dele podero ser de grande utilidade; usar clareza ao expressar as idias, pois um trabalho cientfico acadmico tem por objetivo expressar e no impressionar; ter sempre mo um dicionrio de lngua portuguesa; ter cuidado com termos que expressem qualidade, quantidade, freqncia, quando usados com palavras como bom, muito, s vezes; podem dar margem a diferentes interpretaes; evitar o incio de frases diretamente com nmeros, como: 12 professores pertencem ao Curso de Direito. O indicado seria: No curso de Direito, h doze professores.

O rigor nas regras apresentadas faz da redao do trabalho uma atividade cientfica que deve atender os leitores em geral, porm, a linguagem escrita, deve levar em conta seu estilo prprio de escrever.

Voc gostaria de conhecer algumas tcnicas na elaborao de trabalhos para facilitar seus estudos? Ento, venha comigo!

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tcnica de sublinhar ou destacar: o uso dessa tcnica, segundo Salomon (2001, p. 103-104), Oliveira (2003, p. 153) e Medeiros (2004, p. 25), possibilita destacar as idias principais, as palavras-chave e as passagens importantes de um texto. Em geral, a idia principal encontrase na primeira frase. preciso ler o texto e formular perguntas sobre ele, procurando respond-las medida que l.

Para a eficcia no uso dessa tcnica, voc, aluno, pode seguir os passos abaixo: fazer a primeira leitura integral do texto, sem sublinh-lo; em uma segunda leitura, sublinhar apenas o que realmente importante: idias principais, dando destaque s palavras-chave. As palavras sublinhadas devem permitir uma releitura do texto, semelhante leitura de um telegrama; destacar passagens importantes do texto, com traos na margem, assim como indicar dvidas, com pontos de interrogao; reconstruir o pargrafo com base nas palavras e expresses sublinhadas; no interromper a leitura ao encontrar palavras desconhecidas. Se aps a leitura completa do texto, as dvidas persistirem, o leitor dever anot-las, para buscar esclarecimentos (mantenha vista um dicionrio).

tcnica de esquema: significa listar tpicos essenciais do texto, com a finalidade de permitir ao leitor uma visualizao completa do texto. Essa alternativa uma das melhores formas de estudar. indispensvel uma boa leitura do material para ter compreenso do texto e estabelecer hierarquia em relao s idias do material lido. O esquema deve conter as idias do autor, idia principal e detalhes importantes.

Mas, lembre-se de que, para elaborar um esquema, voc dever respeitar algumas caractersticas.

Veremos quais so. Na elaborao de esquema no permitido alterar as idias do autor, voc dever manter fidelidade ao texto original. Quer uma dica? Parta sempre das idias mais importantes para construir a estrutura lgica.

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Como o objetivo do esquema auxiliar em seu estudo, ele deve ser funcional e flexvel, mas voc poder elabor-lo de acordo com suas habilidades.

Existem vrios tipos de esquema. Os mais adotados so: Chaves { } Reta de chamada: Regras para a aprendizagem ateno memria associao de idias Esquema numrico dos ttulos das sees 1; 1.1; 2; 2.1 ... No existem normas para elaborao de esquema, ele deve ser um registro til para voc, por isso voc quem deve definir a melhor maneira de faz-lo. Veja agora a sntese de dicas teis para um esquema, segundo Hhne (2000): aps a leitura do texto, dar ttulos e subttulos s idias identificadas no texto, anotando-os s margens; colocar esses itens no papel como uma seqncia ordenada por nmeros (1, 1.1, 1.2, 2 etc.) para indicar suas divises; utilizar smbolos para relacionar as idias esquematizadas, como setas para indicar que uma idia leva a outra, sinais de igual para indicar semelhana ou cruzes para indicar oposio etc; igualmente til utilizar chaves ({ ) ou crculos para agrupar idias semelhantes.

Saiba Mais Exemplos dos mais diversos tipos de esquema esto no livro de Salomon (2001, p. 109-113).

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AUTO-AVALIAO 5

Esta seo reserva a voc muita informao, assim, melhor fazer uma parada e responder s questes.

Complete a afirmativa com a palavra mais adequada em cada questo: a) b) Todo trabalho acadmico, tcnico ou cientfico deve ter carter ______________, e o texto deve ser redigido na _________________. A tcnica de _____________ ou _____________ possibilita destacar a idia principal, as palavras-chave e as partes mais importantes do texto.

c)

Dizemos que a __________________________ a essncia do que tirou, com base na leitura.

d)

Ao listarmos tpicos essenciais, de forma que permitam ao leitor uma visualizao do todo do texto, estaramos utilizando a tcnica do ____________________.

e)

O esquema deve manter a idia do autor e ser fiel ao texto, sendo seu resultado como um ______________.

SEO 2 Trabalhos cientficos acadmicosMuitas vezes, o estudante ou pesquisador, ao ser abordado para fazer um trabalho cientfico acadmico, tem muitas dificuldades de diferenciar as caractersticas quanto estrutura, ao contedo ou forma de apresentao inerentes de cada tipo de trabalho. Dessa forma, ser apresentado, nesta seo, caractersticas de alguns tipos de trabalhos cientficos acadmicos e seus pr-requisitos. Veja o que Lakatos e Marconi (2003, p. 234) explicam sobre trabalhos cientficos acadmicos:

[...] devem ser elaborados de acordo com as normas preestabelecidas e com os fins a que se destinam. Serem inditos ou originais e contriburem no s para ampliao de____________________________________________________________ Unidade 3

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conhecimentos ou compreenso de certos problemas, mas tambm servirem de modelo ou oferecer subsdio para outros trabalhos.

A principal razo que leva o pesquisador a escrever a necessidade de expressar os resultados de pesquisas, reflexes e estudos que realizou, em determinado perodo, por solicitao dos professores ou espontaneamente, por isso deve pensar em comunicar de forma clara, precisa e objetiva. Mas, segundo Oliveira (2003, p. 97-111), tambm, necessrio identificar caractersticas especficas de cada tipo de trabalho cientfico acadmico. Aqui, o autor destaca os principais trabalhos cientficos acadmicos.

RESUMO O resumo a condensao do texto, tendo o cuidado de manter a inteno do autor. No cabem, no resumo, comentrios ou avaliaes do material que est sendo condensado. Resumir no reproduzir frases do texto original, fazendo uma colagem de pedaos do texto; devemos exprimir, com as prprias palavras, as idias do texto. Para isso, necessrio compreender, antecipadamente, o contedo de todo o material, assim, no possvel resumir medida que vamos lendo pela primeira vez. Devemos proceder a primeira leitura de reconhecimento ininterrupta. Na segunda leitura, por meio de anotaes, apontando idias importantes e buscando no dicionrio o sentido de palavras mais complexas, fazemos um esboo, elaborando, em seguida, o resumo. Salomon (2001, p. 114-115) e Medeiros (2004, p. 142-144) destacam itens importantes a serem observados, ao construirmos o contedo do resumo. a primeira frase deve ser significativa, expondo a idia principal, isto , identificando o objetivo do autor quando escreveu o texto; a articulao das idias deve seguir a lgica dada s idias pelo autor, incluir todas as divises importantes, dando igual proporo a cada uma delas e sempre observando o tema principal do documento; as concluses do autor do texto objeto do resumo; dar preferncia ao uso da terceira pessoa do singular e o verbo na voz ativa (descreve, aborda, estuda etc.); evitar a repetio de frases inteiras do original; respeitar a ordem em que as idias ou fatos so apresentados; no deve apresentar juzo valorativo ou crtico; deve ser compreensvel por si mesmo, dispensando a consulta ao original; evitar o uso de pargrafos ou frases longas, citaes e descries ou explicaes detalhadas, expresses como: o autor trata, no texto do

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autor o artigo trata e similares, figuras, tabelas, grficos, frmulas, equaes e diagramas.

H trs tipos de resumo: a) Resumo informativo: em que devemos obedecer aos seguintes passos: resumimos a obra somente aps a elaborao de um esquema; apresentamos as principais idias contidas no texto; respeitamos as idias do autor do texto que estamos resumindo; redigimos de forma clara, fazendo pargrafo a cada idia principal; quando copiamos, colocamos entre aspas, e com a fonte citada; relacionamos as referncias.

b) Resumo crtico: como a prpria denominao estabelece, esse tipo de resumo, alm de cumprir os passos do informativo, acrescenta a manifestao da opinio, ou implica perante o assunto estudado, por parte do autor do resumo. Desse modo, de acordo com Dmitruk (2004, p. 91),[...] sempre, aps o resumo, acrescentam-se opinies e apreciaes pessoais.

c) Resumo acadmico cientfico: a leitura do resumo deve permitir determinar se preciso ler o documento na ntegra; o resumo constitudo de uma seqncia de frases concisas e objetivas; a extenso recomendada, segundo a ABNT NBR 6028:2003, para trabalhos como monografias e artigos, 250 palavras; relatrios, teses e dissertaes no ultrapassar 500 palavras; os resumos para publicaes podem variar de 150 a 300 palavras; no caso de trabalhos com menor extenso, diminumos o nmero de palavras, podendo chegar a, no mximo, 100 palavras; ressaltamos, ainda, que o resumo deve ser seguido, das palavras representativas do contedo do trabalho, isto , palavras-chave; o resumo deve ser feito em um nico pargrafo, utilizando espao simples e letra dois nmeros abaixo daquela que for usada no texto;

Sobre os diversos tipos de resumo, voc pode encontrar no livro de Andrade (2001, p. 29-37).

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RESENHA A resenha uma espcie de resumo crtico, constitui-se em um texto que estabelece comparao com mais obras da mesma rea, permite comentrios e juzo de valor e exige um profundo conhecimento do assunto, bem como capacidade crtica para discutir as idias nele contidas.

A estrutura da resenha descreve as propriedades da obra (descrio fsica da obra), relata credenciais do autor, resume a obra, apresenta ainda as concluses e metodologia utilizada, expe o quadro de referncias em que o autor se baseou (narrao), apresenta uma avaliao da obra e menciona a quem se destina (dissertao). A resenha pode ser descritiva, quando dispensa a apreciao daquele que a elabora, ou crtica, quando exige apreciao de forma justificada; a opinio pode ser concordante, convergente ou divergente, parcial ou totalmente. Como norma geral, a resenha no deve ultrapassar quatro folhas, em espao duplo. Sobre a resenha, Nascimento e Pvoas (2002, p. 32-33) enfatizam que o resenhista, alm de incluir elementos informativos, acrescenta o julgamento, por isso deve conhecer com profundidade o tema da obra que est sendo analisada, bem como outras obras sobre o assunto.

Segundo os autores, para elaborar uma resenha, devemos observar o seguinte roteiro: 1 Referncias (NBR 6023:2002) 2 Informaes gerais sobre o autor 3 Sntese dos principais elementos da obra De que trata a obra? O que diz? Possui alguma caracterstica especial? Como foi abordado o assunto? 4 Concluso do autor 5 Apreciao crtica a) Mrito da obra Qual a contribuio dada? Idias verdadeiras, originais, criativas? Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente? b) Estilo Conciso, objetivo, simples? Claro, preciso, coerente? c) Forma H equilbrio na disposio das partes? d) Indicao da obra A quem dirigida: grande pblico, especialistas, estudantes? Quadro 3: Estrutura de uma resenhaFonte: adaptado de Nascimento e Pvoas (2002, p. 33-34).

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A resenha pressupe que o aluno: leia, resuma, faa uma crtica do assunto. De modo geral, uma forma de estudo que aprofunda um assunto, esclarece sobre a vida do escritor, apresenta o contedo e qual o mtodo utilizado para escrever, dentre outras informaes.

Saiba Mais Nascimento e Pvoas (2002, p. 34-35) apresentam um exemplo de uma resenha. Vale a pena voc consultar a obra.

PAPER O paper trata-se de um instrumento de contestao ou complementao de uma idia ou obra, mediante julgamento prprio, avaliao e interpretao de fatos e informaes que foram recolhidas. baseado em pesquisa bibliogrfica e em descobertas pessoais. Se apenas compilar informaes, sem fazer avaliaes ou interpretaes sobre elas, o resultado ser um relatrio e no um paper. Neste, o pesquisador desenvolve seu ponto de vista sobre determinado tema, uma tomada de posio e a expresso dos pensamentos, de forma original. impessoal e escrito com imparcialidade, no deixando transparecer as crenas e preferncias do escritor. Cinco passos so importantes seguir: escolher o assunto; reunir informaes; avaliar o material; organizar as idias; redigir o paper.

O tamanho do paper depende da complexidade do tema e da motivao do pesquisador para o trabalho. Sobre a sua estrutura, Prestes (2003, p. 35) assim escreve: um artigo cientfico, embora no apresente subdivises, constituindose em um texto unitrio, ou seja, o texto apresenta uma introduo, um desenvolvimento e uma concluso em texto corrido, sem divises de sees. Deve conter tambm resumo e referncias.

ARTIGO Resultado de um problema cientfico ou desenvolvimento de uma pesquisa, que poder ser publicado em revistas tcnicas, jornais ou boletins. Estruturalmente, deve conter elementos pr-textuais (ttulo, autoria, resumo e relao de palavraschave), elementos textuais (a introduo, o desenvolvimento, a concluso e os elementos de apoio) e os elementos ps-textuais (apndice e anexos). Concordando com Oliveira (2003), Prestes (2003, p. 35) afirma que o artigo tem como objetivo publicar resultados de um estudo. Trata-se de um texto integral e____________________________________________________________ Unidade 3

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completo, geralmente no ultrapassa 20 pginas, dependendo sempre da rea. Como trabalho acadmico, deve conter introduo, desenvolvimento e concluso e, no corpo do desenvolvimento, so feitas subdivises. Existem tambm vrios trabalhos cientficos acadmicos como: informe cientfico, relatrios de pesquisa, monografias entre outros. Mas, sobre estes, voc estudar na disciplina de Metodologia da Pesquisa, que tambm faz parte do seu curso.

Saiba Mais Leia mais sobre como elaborar artigos, no livro de Trevisol (2001, p. 19-37).

AUTO-AVALIAO 6Voc chegou ao final de mais uma seo. Faa a atividade de auto-avaliao para verificar se entendeu o contedo.

Escreve V se a alternativa for verdadeira e F se for falsa: ( ) A resenha um resumo crtico, que permite comentrios e juzo de valor, a partir da comparao de um texto, com mais obras da mesma rea. ( ( ) O resumo utilizado para condensar um contedo, procurando reproduzir frases do texto original na sua construo. ) No paper, o pesquisador pode desenvolver seu ponto de vista sobre determinado tema, uma tomada de posio e a expresso dos pensamentos de forma original. impessoal e escrito com imparcialidade, no deixando transparecer as crenas e preferncias do escritor.

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Unidade 4 Formas de elaborar citaes e referncias

APRENDIZAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao terminar a leitura desta unidade, voc dever ser capaz de: conhecer as normas que norteiam a elaborao de citaes e referncias; elaborar citaes; referenciar de forma correta contedos citados durante a elaborao de um texto.

PLANO DE ESTUDOA fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o contedo est dividido em sees. Seo 1: Regras para elaborao de citaes Seo 2: Regras complementares das citaes (NBR: 10520, ago. 2002) Seo 3: Formas de apresentao de referncias Seo 4: Regras complementares de referncias (NBR: 6023, ago. 2002)

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SEO 1 Regras para elaborao de citaesSegundo a Associao Brasileira de Normas Tcnicas, NBR 10520:2002, citao a meno no texto de uma informao extrada de outra fonte. A citao pode ser direta ou indireta. direta (de transcrio ou textual) quando trata da reproduo fiel das palavras de um autor, conservando a grafia, a pontuao, o uso de maiscula e o idioma original, isto , transcreve com exatido as palavras do autor citado. usada apenas quando for absolutamente necessrio e essencial transcrever as palavras de um autor e pode ser curta ou longa. indireta quando for uma citao livre, sem manter as palavras tal qual o texto apresenta. Destaca a norma que, quando o autor mencionado no texto, iniciamos a transcrio com o sobrenome do autor ou autores (at trs), com primeira letra maiscula e demais minsculas, e, na seqncia, entre parnteses, ano da publicao e pgina de onde foi retirada a citao. Podemos, tambm, colocar sobrenome(s) do(s) autor(es), ano e pgina todos entre parnteses sempre ao final da frase, no entanto, nesse caso, devemos colocar o sobrenome do(s) autor(es) com todas as letras maisculas, e separar com ponto-e-vrgula cada sobrenome, quando houver mais de um autor. Ressaltamos que, em caso de citaes indiretas, a colocao do nmero da(s) pgina(s) consultada(s) opcional. Quando houver palavra em outro idioma, devemos destac-la em itlico, a fim de diferenci-la. Lembrando, tambm, que uma citao (literal), sendo curta ou em bloco, deve ficar em uma mesma pgina; no aconselhvel quebrar ao meio uma citao e dispor as partes em pginas diferentes; se, pela seqncia do texto, verificar que isso vai acontecer, deixe aquele espao em branco e passe para a folha seguinte.

Agora que j sabe algumas dicas sobre citaes, voc vai conhecer a classificao quanto aos tipos, para usar adequadamente quando for trabalhar na elaborao de seus textos: citao direta curta, citao direta longa, citao com supresso, citao indireta e citao de citao.

CITAO DIRETA OU LITERAL CURTA aquela que tem at trs linhas; transcrevemos no corpo do trabalho e colocamos entre aspas duplas. As aspas simples so utilizadas para indicar citao no inferior da citao. A seguir, voc vai observar exemplos de citaes curtas, apresentadas em diversas situaes, quanto ao nmero de autores e forma de apresentao, ou seja, com autores antes da citao ou entre parnteses. ValeUnoesc Virtual _________________________________________________________

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dizer que essa situao pode ser a mesma de quando fazemos citao longa, o que diferencia o nmero de linhas. Se no ultrapassar trs, deve ser escrita em texto corrido e entre aspas (...); se for maior, escrita em bloco, como veremos mais adiante.

CITAO CURTA COM UM AUTOR Voc pode citar o autor pelo sobrenome, como parte do texto, no incio da citao, apenas com primeira letra maiscula e entre parnteses ano e pgina consultada. Ou, ento, pode colocar aps a citao, nesse caso, entre parnteses, com o sobrenome do autor em CAIXA-ALTA, isto , todas as letras MAISCULAS, juntamente com ano e pgina de onde foi tirada a citao.

Conforme Azevedo (2004, p. 41), O resultado de uma pesquisa depende da adequada escolha do assunto (tema, objeto, problema) a ser investigado. Ou O resultado de uma pesquisa depende da adequada escolha do assunto (tema, objeto, problema) a ser investigado. (AZEVEDO, 2004, p. 41).

CITAO CURTA COM DOIS AUTORES Quando houver dois autores fazendo parte do texto, no incio da citao escreva os sobrenomes dos autores com primeira letra maiscula, separados pela conjuno e entre eles, e cite ano e pgina entre parnteses. Caso sejam mencionados aps a citao, coloque os sobrenomes dos dois em CAIXA-ALTA, separados por ponto-e-vrgula, seguidos de ano e pgina, todos entre parnteses.

Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 35), Seminrio uma tcnica de estudo que inclui pesquisa, discusso e debate; sua finalidade pesquisar e ensinar a pesquisar. Ou Seminrio uma tcnica de estudo que inclui pesquisa, discusso e debate; sua finalidade pesquisar e ensinar a pesquisar. (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 35).

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CITAO CURTA COM TRS AUTORES Devemos citar, se for no incio do texto, sobrenomes dos autores com primeira letra maiscula, separados por vrgula (,), do primeiro para o segundo e com conjuno e (minscula) deste para o terceiro autor, seguido do ano e pgina entre parnteses. Caso sejam colocados aps a citao, escreva os sobrenomes de todos em CAIXA-ALTA, separados por ponto-e-vrgula, seguidos de ano e pgina, todos entre parnteses.

De acordo com Radin, Benedet e Milani (2003, p. 25), Ao longo do tempo, para tentar esclarecer o desconhecido, a experincia humana desenvolveu explicaes que se costuma classificar de mstica, teolgica, filosficas e cientficas. Ou Ao longo do tempo, para tentar esclarecer o desconhecido, a experincia humana desenvolveu explicaes que se costuma classificar de mstica, teolgica, filosficas e cientficas. (RADIN; BENEDET; MILANI, 2003, p. 25).

CITAO CURTA COM MAIS DE TRS AUTORES Nesse caso, quando fizer parte do texto, no incio da citao devemos indicar o sobrenome do primeiro autor em letra maiscula e minscula, seguido da expresso e outros (letras minsculas) e do ano e pgina entre parnteses. Se colocado aps o texto, escrevemos o sobrenome do primeiro autor em CAIXAALTA, seguido da expresso et al. (letras minsculas), bem como o ano e a pgina, todos entre parnteses.

Atkinson e outros (2000, p. 569) enfatizam que Os clientes da empresa representam um papel central em seu negcio. Ou Os clientes da empresa representam um papel central em seu negcio. (ATKINSON et al., 2000, p. 569).

CITAES LONGAS Citaes com mais de trs linhas, devem ser destacadas com recuo de 4 cm a partir da margem esquerda, com letra menor que a do texto (10), sem aspas, em espao simples. Da mesma forma que a citao curta, a referncia do autor poder estar no incio da citao, fazendo parte do texto, ou aps a citao, e poder ser de um ou mais autores, seguindo as mesmas normas.

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CITAO LONGA QUE INICIA COM NOME DE AUTOR OU COM AUTOR APS A CITAO

Trevisol (2003, p. 92) explica sobre a importncia da educao para um futuro melhor da humanidade e chama a sociedade a refletir:

A incerteza em relao ao futuro e a insegurana que os riscos cotidianamente despertam tm levado as pessoas e os governos e enobrecerem o papel da educao. Ela tem sido apontada como a soluo por excelncia, o nico barco que permite fazer a travessia de forma mais ou menos segura.

Ou

Nunca foi to necessrio, como hoje se mostra, reabilitar a TICA. A crise da Humanidade uma crise moral. Os descaminhos da criatura humana, refletidos na violncia, no egosmo e na indiferena pela sorte do semelhante, assentam-se na perda de valores morais. De nada vale reconhecer a dignidade da pessoa se a conduta pessoal no se pautar por ela. (NALINI, 2001, p. 36).

CITAO DIRETA LONGA DE ARTIGO DE LEI

O art. 99 do Cdigo Civil de 2002 estabelece o que so bens pblicos:

Art. 99. So bens pblicos: I os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praas; II os de uso especial, tais como edifcios ou terrenos destinados a servio ou estabelecimento de administrao federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III os dominicais, que constituem o patrimnio das pessoas jurdicas de direito pblico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada entidade. Pargrafo nico: No dispondo a lei em contrrio, consideramse dominicais os bens pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico a que se tenha dado estrutura de direito privado.

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CITAO DIRETA LONGA SEM AUTOR

O Boletim IOB Pasta Tcnica Contbil e Balanos (2000, p. 2) destaca que:

A contabilidade de custos foi desenhada, fundamentalmente, para as empresas industriais. Entretanto, alguns, como o controle de estoques naquelas empresas, so facilmente aplicados a hotis, restaurantes, hospitais e mesmo estabelecimentos de ensino.

CITAO DIRETA LONGA DE INTERNET COM AUTOR As citaes de informaes extradas de textos da Internet devem ser utilizadas com cautela, dada a sua temporariedade. necessrio analisar cuidadosamente as informaes obtidas, avaliando sua fidedignidade, indicando dados que possibilitem sua identificao, incluindo na lista de referncias. importante lembrar de citar, alm da data de acesso, o ano da publicao, geralmente encontrado no copyright , e no colocar nmero de pgina.

No que concerne eutansia, Diniz (2005) afirma que:

O direito a se manter vivo , certamente, um dos direitos mais fundamentais que possumos. O princpio tico de que a vida humana um bem sagrado e que, portanto, deve ser protegido por legislaes de um Estado laico faz parte de nosso consenso moral sobreposto. Diferentes religies e convices morais sustentam o direito vida como um princpio tico fundamental ao nosso ordenamento social.

Na referncia desse mesmo exemplo: DINIZ, Dbora. Por que morrer? Braslia: UnB. 2005. Disponvel em: Acesso em: 24 jul. 2006.

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CITAES DIRETAS COM OMISSES DE PALAVRAS Algumas palavras, quando no interessam ao texto, podem ser eliminadas sem que modifiquem o sentido do contedo da citao; essas palavras podem ser omitidas no incio, meio ou final do texto, devendo ser substitudas por reticncias entre colchetes [...]; essa situao pode ocorrer em citaes diretas longas ou curtas.

Segundo Azevedo (2004, p. 55), Se a pesquisa for de natureza documental, [...] pode comportar tambm uma discusso acerca da periodizao adotada ou das possibilidades tericas de tratamento do objeto. Ou Para explicar o papel do estudante e do professor no processo de aprendizagem, recorremos s palavras de um grande pesquisador do tema:

Pela experincia universitria que se tem, percebe-se que um dos grandes empecilhos da qualidade de ensino reside na forma como professores e estudantes dialogam. Se por um lado os estudantes [...] debocham, zombam, evitam e tratam o professor como adversrio, idntico procedimento ocorre com o professor (CIMADON, 2004, p. 45).

CITAO INDIRETA OU SINTTICA (PARFRASE) De acordo com Furast (2003, p. 52), para fazer uma citao indireta, voc utiliza suas palavras para dizer o mesmo que o autor disse no texto. Contudo, a idia expressa continua sendo de autoria do autor que voc consultou, por isso necessrio citar a fonte: dar crdito ao autor da idia. Deve ser usada no corpo do trabalho, de maneira corrente, sem o uso de aspas, citando, da mesma forma que a citao direta, a fonte. Quando fizer parte do texto, dever ter o sobrenome do autor com primeira letra maiscula, e entre parnteses, o ano da publicao e as pginas pesquisadas; estas so opcionais, mas aconselhvel mencion-las, pois muitas normas para publicao de artigos esto exigindo que seja feita a citao, mesmo que indireta, com o nmero das pginas consultadas, para que, quando necessite consultar novamente o assunto, voc tenha mais facilidade com a numerao da pg