4 1971 u n h - super-região brasil · para ajudar a por um pouco de ordem, ... na realidade, finha...

35
N. 0 4 1971 u n h o EDITORIAL - Fale com lllle ...... . ... . de Esperança A ECffi cc>nv ersa com vocês ... ........ . O Valor da Oração num mundo seculari- p. p. p. 3 5 zado ... ... ... ........... . .... . .. ... p. 7 Marido e Mulher distribuem a comunhão p. 10 A Famll!a, meta urioritária da Pastoral Arquidiocesana em São Paulo .. . .. . Comunicar-se p. P- 16 18 Senta r-se para planejar . . . . . . . . . . . . . . . . p. 20 Not í cias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23 Mutirões e Sessões de Formação . . . . . . . . p. 29 Cõ:1. Caffarel no Brasil em Setembro . . p. 30 Retiros para 1971 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31 Oração para a próxima re união . . . . . . . . p. 32

Upload: vokhuong

Post on 10-Dec-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

N. 0 4 1971

u n h o

EDITORIAL - Fale com lllle ...... . ... .

M~nsagem de Esperança

A ECffi cc>nversa com vocês . . . ........ .

O Valor da Oração num mundo seculari-

p .

p.

p.

3

5

zado . . . ... ... ........... . .... . .. . . . p. 7

Marido e Mulher distribuem a comunhão p . 10

A Famll!a, meta urioritária da Pastoral Arquidiocesana em São Paulo .. . .. .

Comunicar-se p. P-

16 18

Senta r-se para planejar . . . . • . . . . . . . . . . . . p . 20

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p . 23

Mutirões e Sessões de Formação . . . . . . . . p . 29

Cõ:1. Caffarel no Brasil em Setembro . . p . 30

Retiros para 1971 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p . 31 Oração para a próxima r eunião . . . . . . . . p. 32

Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das Equipes de Nossa Senhora no Brasil.

Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel.: 80-4850 SÃO PAULO (CAP.)

- sàmente pata distribuição interna -

EDITORIAL

FALE COM ÊLE

Fazem algumas semanas, fui ter a um convento de Trapistas. O padre que me recebeu conduziu-me através de longos corredo­res, claros, pobres, silenciosos, até a cela do prior. Entro num quarto pintado a cal, sem ornamentos, sem imagens, onde sou recebido por um homem todo silêncio e serenidade. Seu rosto é um misto de rudeza e doçura, de uma doçura tôda espiritual que atenua as rugas de sua face ascética. Em seu olhar se mis­turam a candura da criança e a sabedoria do ancião. Conversa­mos abertamente. E, no decorrer da palestra, vem êle a falar do dia já longínquo que decidiu da orientação de sua vida.

Quando adoles~nte, frequentava êle, com outros jovens de sua idade, uma associação paroquial onde, ao lado de jogos nos quais se entretinham amistosamente, ouviam do vigário algu­mas orientações para a vida que se abria perante êles. Naquela !arde tinha falado da oração. Nosso adolescente, aparentemente para ajudar a por um pouco de ordem, deixou que os compa­nheiros partissem. Na realidade, finha alguma coisa a pedir ao vigário, mas não sabia como abordar o assunto. Foi assim que, com aparente indiferença e enquanto arrumava a sala - é me­nos embaraçoso do que frente a frente - disse ao vigário: "Pa­dre, o senhor nos repete sempre que é preciso rezar, mas não nos ensina como devemos proceder" - "É verdade! Você quer aprender a rezar ? Pois bem, Paulo, vá até a capela e, ali, fale com :t;:Ie". "Fui até a capela - disse-me o velhor prior - e, naquele entardecer, devo ter-me demorado bastante, pois lem­bro-me que, ao chegar em ~asa, fui severamente advertido por minha mãe. Pela primeira vez eu tinha rezado. E creio que, des­de então, nunca mais deixei de falar com :t;:le".

Acabada a sua confidência, o padre prior calou-se. Pela in­flexão de sua voz eu compreendera que não fôra sem emoção que evocara esta antiga lembrança, primeiro elo de uma longa intimidade com o seu Deus. O silêncio, que eu não ousava rom­per, se prolongava: estava certo que êle Lhe falava. Certamente rendia graças por ter encontrado, aos quinze anos, o padre que o orientara no caminho da oração.

-1-

O conselho do v1gano só era banal na aparênóa. Na reali­dade revelava um homem de oração, aquêle que, em lugar de um longo discurso, limitara-se em responder com essas breves palavras a um adolescente desejoso de aprender a rezar: Fale com t le. Não se fala a uma sombra. É preciso pois tomar consciência da presença de Deus, para com ~le falar. E para saber o que Lhe dizer, é preciso avivar a fé. E, para formular as palavras torna-se necessário não se contentar com impressões inconsistentes, mas sim exprimir pensamentos, desejos, sentimentos preciosos. São grandes, na realidade, os méritos de tal método - se podemos chamar de método um conselho tão simples.

São tantos aquêles que, na meditação, deixam-se embalar por devaneios imprecisos, enternecer sôbre si mesmos, entorpe­cer no doce calor de vagas emoções piedosas, sem nunca chegar a fixar o espírito incapaz de concentração. Por que não ouviriam êles, por que não adotariam o conselho simples daquele vigário! Talvez o menosprezem, s~Ja: por orgulho, seja por preguiça espi­r itual, seja porque se julgam mais adiantados nos caminhos da oração, seja por aversão ao esfôrço.

Se desejamos, nós também, aprender a rezar, ouçamos e ponhamos em prátirn o conselho do jovem vigário. Dia virá em que a meditação dispensará as palavras, quando tivermos, se as­:oim m e posso exprimir, adquirido ·a tarimba. Ou, mais exata­mente, quando a graça tiver lentamente realizado o seu trabalho. Mas não nos preocupemos em acelerar a marcha e, por enquan­to: Falemos com ~le.

Henri Caffarel

- 2-

A PALAVRA DO PAPA

mens~G em oe esPeR~nç~

Apercebemo-nos de que na humanidade é sentida uma neces­sidade dolorosa e, em certo sentido, profética, de esperança, que se pode com,parar à necessidade da respiração para a vida. Não é possível viver sem esperança. A atividade do homem é mais ~ondicionada pela expectativa do futuro do que pela posse do presente. O homem tem necessidade do finalismo, do encoraja­mento e da prelibação da alegria futura. O entusiasmo, que é a mola real da ação e do risco, não pode surgir senão de uma espe~ rança forte e serena. O homem tem necessidade de otimismo sincero e não ilusório.

Pois bem. Nós estamos em condições de vos dirigir uma men­sagem de esperança. A causa do homem não só não está perdida mas encontra-se, ao invés, em segura vantagem. As grandes idéias, que constituem os grandes f·aróis do mundo moderno, não se apagaram. A unidade do mundo há de ser realizada. A dignidade da pessoa humana será, não apena.s formalmente, mas sim real­mente, reconhecida. A intangibilidade da vida, desde o seio ma­terno até à última fase da velhice, virá a ter um apôio efetivo. As indevidas desigualdades sociais serão aplanadas. A relações en­tre os povos serão pacíficas, justas e fraternais. O egoismo, a prepotência, a indigên~ia, a licenciosidade dos costumes, a igno­rância, e muitas outras deficiências que ainda caracterizam c afligem a sociedade contemporânea, não devem impedir a ins­tauração de uma verdadeira ordem humana, de um bem comum e de uma civilização nova.

A fraqueza humana, o deterioramento gradual das metas al­cançadas, a dor, o sacrifício e a morte temporal não poderão ser ::J.bolidos; mas tôda a miséria humana poderá vir a ter assistência e confôrto; m elhor, poderá vir a conhecer a,quêle super-valor que o nosso segrêdo é capaz de conferir a tôda e qualquer decadência humana. A esperança não se extinguirá; pre~isamente por fôrça dêste segrêdo,que hoje em dia, aliás, já deixou de o ser para to­dos os que nos ouvem ... Entendeis ao que queremos aludir: ao segredo, ou antes, ao anúncio pascal.

- 3 --

Tôda a esperança se funda numa certeza, numa verdade, a qual, no drama humano, não poderá ser somente experimental ou científica. A autêntica esperança, que deve amparar o homem no seu cantinho, funda-se na fé. Esta, efetiv-amente, na linguagem bíblica, "é o fundamento das coisas que se esperam" e, na sua realidade histórica, é o acontecimento, é Aquêle que hoje cele­bramos: Jesus Ressuscitado!

Não se trata de um sonho, nem de uma utopia, nem de um mito: é realismo evangélico. E , nêste realismo, nós, crentes, fun­damos a nossa ~oncepção da vida, da história e da própria civili­zação terrena, que a nossa esperança transcende mas, ao mesmo tempo, impulsiona para as suas ousadas e confiantes conquistas.

Não é êste o momento propício para nos determos a expli­car-vos as razões válidas dêste paradoxo; ou seja: como é que nós. homens da esperança transcendente c eterna, podemos sustentar, c com quanto vigor, as esperanças do horizonte temporal e pre­sente? disso falou sapiente e amplamente o recente Concilio (Gau­dium et Spes). Mas, por outro lado, é êste o momento em que n. Nossa voz se torna eco da voz do vencedor, Cristo Senhor: "ten­de confiança, eu venci o mundo" (Jo., 16,33); e da voz do evan­gelista intérprete: "a vitória que venc:e o mundo é a nossa fé" (1 Jo. 1,4); entendendo por mundo, obviamente, todos os aspec­tos caducos e perversos do cenário natural da existência humana.

OlJ1amos, mais uma vez, do alto desta tribuna, ou seja, do vértice apostólico do Nosso humilde ministério, para o panora-· ma que se oferece à Nossa vista e nêle contemplamo-vos: a vós. homens que trabalhais e sofreis; a vós, que envidais todos o<; esforços para guiardes a sociedade pelos caminhos da justiça e da paz; a vós, jovens, ávidos de autentiddade e dedicação; a vós, pléiades inumeráveis de gente bôa e honesta, que, em silêncio, dais sentido, com a oração e com as obras, com a fidelidade e com o sacrifício, à própria passagem no tempo; a vós, que sofreis e estais desiludidos com um bem-estar que já não voz diz nada; e, sobretudo, a vós, que conosco acreditais em Cristo Ressuscitado e a :J;:.le vos consagrastes. E então, o Nosso espírito inunda-se de alegri·a e de esperança e a todos proclama: "Alegrai-vos sempre no Senhor; repito: alegrai-vos sempre" (Fil 4,4): CRISTO RES­SUSCITOU! Aleluia!

(aos fiéis, na Domingo de Páscoa)

-4-

A ECIR CONVERSA COM VOCÊS

Caros amigos

AqU'êles dentre vocês que participaram do Encontro dos res­ponsáveis de Equipes de abril último estarão certamente lem­brados da conferência pronunciada logo no início, sôbre a "orientação do ano". Devem ter notado- e isto é importante -que esta "orientação" vinha se inserir dentro de um plano mais amplo, abrangendo todo o Movimento, no âmbito interna­cional. Assim sendo o trabalho a desenvolver êste ano é parte integrante de uma progmmação que se prolongará por todo o ano próximo.

Êste plano mais amplo se acha condensado nestas palavras que constam do resumo daquela conferência: "Para 1972 o Mo­vimento vai pedir a tôdas as suas equipes um profundo exame de consciência. Cada um de nós, diante de Deus, deverá dar res­posta a esta indagação: por que estamos nas Equipes de Nossa Senhora?"

Em outra palavras, estamos nos preparando êste ano para um ano de aprofundam_ento a ser desenvolvido durante todo o correr de 1972. Aprofundamento no sentido de tomar consciên­cia nítida do que são, na realidade, as E.N.S. e encaminhar as ­sim os espíritos para uma decisão a tomar no fim do ano pró­ximo, quaL seja a de nossa real adesão ao Movimento.

Tal preparação consiste essencialmente no estudo do dis­curso de Paulo VI, pronunciado o ano passado, por ocasião da peregrinação das Equipes a Roma. Consiste em levar os equípis­tas a uma tomada ou retomada de consciência do que é o casa­mento no plano de Deus, que quis fazê-lo um caminho de per­feição, um caminho de santidade e fazer da família uma ver­dadeira célula da Igreja, "a mais pequena sem dúvida, mas tam­bém a mais fundamental do organismo eclesial".

Estas perspectivas deverão levar-nos, o ano próximo, a con­siderar e tomar também consciência exata do papel das Equipes de Nossa Senhora, que se propõem, como meta fundamental, forne­cer aos ~asais que a elas aderem, meios adequados e eficazes pa­ra os ajudar a tender para a realização do plano de Deus sôbre êles.

-5-

Caros amigos, talvez muitos de vocês 1rao dizer: para que, por que todo êste trabalho? As Equipes vão indo tão bem, o que é atestado pelo seu desenvolvimento firmemente progressivo ...

Sim , as Equipes estão se multipLicando, mas elas o fazem dentro de um mundo conturbado, caracterizado pelo espírito de contestação ao mais autênticos valores de uma tradição huma­na que é posta em xeque, arrastando também consigo a contes­tação da própria revelação divina.

Para não ser envolvido pela maré montante do materialismo e consequente desliquescência mora1 e religiosa, o cristão preci .. sa retemperar as suas fôrças espirituais. Mais do que isto, pre­cisa estar em ~ondições de exercer, mais do que nunca, o seu pa­pel de fermento na massa, para o que precisa possuir um forte dinamismo apostólico, através de um sólido dinamismo espi ritual.

É êste dinamismo espiritual e apostólico que as Equipes têm a missão de desenvolYer em seus membros. Para isto, torna-se necessário que cada uma de nossas equipes seja autêntica.

É para evitar a distorsão do Movimento, a diluição de sua mística, sempre possíveis em tôda e qualquer expansão numérica. que e torna necessário um trabalho de conscientização que as Equipes de Nossa Senhora estão levando avante.

Contamos com voeês para fazer das Equipes um Movimen­to forte e dinâmico, formado de ~asais ambiciosos por serem membros fortes e dinam.icos da Igreja de Cristo.

A ECIR

-6-

ESPER!ITUALIDADE

O VALOR DA ORAÇÃO NUM MUNDO SECULARIZADO

Durante uma reun1ao ecumênica interna:cional de jovEns realizeda em Taizé em 1967, D. Antônio, Exarca do Patriarcado de Moscou, (1 ) foi interrogado sôbre qual ssria o valor da oração para jovens cristãos que vivem em pleno mundo secularizado e como poderiam realizar concretamente essa oração.

A sua resposta, que impressionou vivamente os jo. vens, dirige·se a todos os que têm dificuldade em unir a vida e a oração.

"A vida e a oração são completamente inseparáveis. Uma vida sem oração é uma vida que ignora a dimensão essencial da existência, é uma vida que se satisfaz com o visível, como o nosso próximo, mas com o nosso próximo físico com o nosso próximo no qual não decobrimos a imensidão e a eternidade do seu destino. O valor da oração consiste em descobrir, afirmar e viver o :tato de tudo ter uma dimensão de eternidade e de imen­sidade, se assim se pode dizer.

O munqo em que vivemos não é um mundo profano. É um mundo que nós sabemos muito bem profanar, mas que em si mesmo saiu das mãos de Deus e é amado por Deus.

O valor que Deus lhe dá é a vida e a morte de seu Filho único. A oração manifesta o nosso conhecimento dêsse fato, a nossa des~oberla de que todos à nossa volta, tôdas as coisas à nossa roda, têm um valor sagrado aos olhos de Deus e se nos tornam preciosas c queridas. Não rezar é deixar Deus ficar de fora da existência. Não apenas Êle, mas também tudo o que Êle significa no mundo que criou, no mundo em que vivemos.

(1) - Na Igreja Ortodoxa Russa , o Patriarca é o chefe supremo. O "exarca", ou metropo:ita, é um arcebispo, o "eparca" , um bispo.

-7-

Parece-nos muitas vêzes ser difícil coordenar a vida e a oração. É um êrro, um êrro absoluto. E' devido a termos uma idéia falsa tanto da vida como da oração. Pensamos que a vida consiste na agitação e a oração em retirarmo-nos para qualquer parte e em esquecer tudo, o nosso próximo e a nossa situação hu­mana. É falso, uma calúnia da vida e uma calúnia da própria oração.

Se quisermos aprender a rezar, é preciso, em primeiro lugar, tornarmo-nos solidários da realidade total do homem, do seu destino e do mundo inteiro: assumi-lo totalmente. Foi êsse o ato essencial que Deus realizou na Encarnação, é o aspe~to total da­quilo a que chamamos intercessão. Normalmente, quando pen­samos em intercessão, pensamos que consiste em recordar deli­cadamente a Deus tudo o que Ê1e esqueceu de fazer. Na realida­de, intercessão consiste em dar um passo que nos leve ao âmago de uma s!Í.tuação trágica e um passo que seja da mesma exten­são do passo de Cristo ao se tornar homem de uma vez para sem­pre. A uma solidariedade cristã que é simultâneamente orientada para dois polos opostos. Cristo encarnado, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, inteiramente solidário com o homem no seu pecado quando se volta para Deus e inteiramente solidário com Deus quanto se volta para o homem. É esta dupla solidariedade que nos faz, ao mesmo tempo, estranhos e unidos aos dois campos.

Agora dir-me-ão: que fazer? Pois bem, a oração nasce de duas fontes: a admiração que sentimos em relação a Deus e às coisas de Deus (o nosso próximo ou o mundo que nos rodeia . apesar das suas sombras), ou então o sentido do trágico, o nosso e o dos outros sobretudo. Berdiaeff dizia: "Se tenho fome, é um fato físico, se o meu vizinho tem fome, é um fato moral". Pois bem, eis o trágico tal como nos aparece a cada instante: o meu vizinho tem sempre fome. Nem sempre tem fome de pão: às vêzes tem fome de um gesto de humanidade, de um olhar de cari­dade. Pois é aí que começa a oração, nessa sensibilização mara­vilhosa e trágica. Quando subsiste, tudo se torna fácil. Rezamos fàcilmente, na admiração, tal como rezamos fàcilmente quando o sentido da tragédia nos invade.

(Na existência diária), a vida e a oração devem formar um todo. Não tenho tempo de dizer muita ~oisa, mas queria apenas sa!.ientar o seguinte: Levantem-se de manhã, apresentem-se a Deus e digam: Senhor, abençoai êste dia que começa. E , a seguir, tra­tem todo êste dia como um dom de Deus e considerem-se ~omó os enviados de Deus neste desconhecido que é o nôvo dia. Isto quer dizer simplesmente algo de muito difícil: que nada do que aconte­eer ao longo dêste dia é estranho à vontade de Deus; tudo, sem exceção, é uma situaçã<;> na qual Deus os terá colocado para que se­jam a Sua presença, a Sua caridade, Sua compaixão, a Sua inteli­gência criadora, a Sua coragem, etc. E, por outro lado, cada vez

-8--

que enfrentarem uma situação, serão aquêles que Deus lá colocou para fazer ofício de cristão, para ser uma parcela do corpo de Cristo, uma ação de Deus.

Se fizerem isto, verão fàcilmente que, a cada instante, terão de se voltar para Deus e dizer: Senhor, ilumina a minha inteli­gência, reforça e dirige a minha vontade, dá-me um coração de fogo, ajuda-me. Em outros momentos, poderão dizer: Senhor, obrigado! E se forem sensatos, se souberem agradecer, evitarão a asneira chamada vaidade ou orgulho, que éonsiste em imaginar­se ter feito algo impossível. Foi Deus que o fez, foi Deus que lhes deu êsse presente maravilhoso: a oportunidade de realizar aquilo tudo.

Quando, à noite, se apresentarem a Deus e fizerem um rápi­do exame do dia, poderão cantar os Seus louvores, glorificá-Lo, agradecer-Lhe, c:horar sôbre os outros e chorar sôbre si mesmos.

Se começarem a unir a sua vida à sua oração, elas nunca mais se separarão. A vida será como um combustível que, ao alimentar um fogo, torna-o a cada instante, mais rico, mais ar­dente e pouco a pouco transformá-los-á naquela sarça ardente de que fala a Sagrada Escritura."

* llustra bem o pensamento de D. Antônio o seguinte texto de um pastor protestante japonês:

"Quando mergulhamos as mãos no tanque ou atiçamos o lume com o fole de bambu; quando ali-­nhamos algarismos sem fim em nossos registros; quando o sol nos queima ou afundamos no lôdo do arrozal; quando permanecemos diante da fornalha; se, nesse exato momento, não realizarmos a mesma vida religiosa como se estivéssemos em oração num mosteiro, então nunca o mundo será salvo."

• -9-

A IGREJA PRESENTE

MARIDO E MULHER DISTRIBUEM A COMUNHÃO

Na Igreja pós-conciliar, tudo pode acontecer, dirão os mais <!onservadores, lembrando, neste mês de junho em que se festeja o Santíssimo Sacramento, o s·anto temor com que na sua infân­cia foram acostumados a aproximar-se da Eucaristia ...

Os que compreendem a gravidade dos problemas que se co­locam para a Igreja num país sem clero alegrar-se-ão com a notícia: começam a multiplicar-se, pelo menos na arquidiocese de São Paulo, os cursos destinados a formar religiosas e leigos, mclusive C'asais, para assumir algumas das tarefas eclesiais em que é possível substituir os sacerdotes, permitindo aos mesmos dedicar-se a um número maior de fiéis.

Durante o ano de 1970, formaram-se várias "tunnas" de Ministros Extraordinários da Eucaristia e começam a formar-se êste ano os primeiros Minis.tros Extrardinários do Batismo e da Palavra. Alguns pensarão: daí ao diaconato, é um passo. De fato é, mas não um passo obrigatório, embora muito necessário ten­do-se em vista o pequeno número de leigos em condições de dá-lo. De qualquer maneira, o fato de o clero poder contar com religiosas e leigos capazes de assisti-lo e mesmo de substitui-lo na distribuição da Eucaristia, na administração do Batismo, na pregação da Palavra tem um significado espeC'ial num país co­mo o nosso que, embora do tamanho da Europa, conta com quatro vêzes menos sacerdotes. Representa uma grande esperança para a Igreja: a possibiLidade de atingir, num futuro menos re­moto, um número imenso de batizados que se encontram hoje "co1no ovelhas sem pastor".

Já existem em São Paulo várias centenas de Ministros Ex­traordinários da Eucaristia (mais ou menos 500), colaborando ém paróquias de maior movimento, hospitais, escolas, etc .. No entanto, é bastante raro, ainda, o caso em que ·marido e mulher foram investidos dêsse mandato e constitui motivo de alegria para nós o fato de casais equipistas terem estado entre os pri­meiros a recebê-lo. Entrevistamos um dêles.

-10-

Os que não conhecem Nívia e Antônio Basile tal­vez imaginem tratar-se de um casal de mais idade, já aposentado. Engano! tEle tem 43 anos, é engenheiro, ocupadíssimo, chega em casa muito tarde, salvo quando tem algum compromisso na paróquia ou no Movimente. Ela é mãe de cinco filhos, educados alegres e equili­brados, e leciona em dois colégios. São membros funda­dores do Conselho Paroquial e responsáveis pelos Cur­sos de Noivos e Círculos Familiares na sua paróquia. Ambos, apesar de todos êsses encargos, estão sempre calmos e sorridentes, bem humorados e prontos para "dar uma mão" onde quer que se precise dêles. O minis­tério que assumiram não é "um encargo a mai!!l', mas o prolongamento natural do espírito de doação que carac­teriza os dois.

C.M. QuaL a reação de vocês ao saber que foram es~olhidos para Ministros Extraordinários da Eucaristia?

Nívia e Antônio - Grande foi a nossa smprêsa ao sermos con-vidados para Ministros Extraordinários rla

Eucaristia. Não conhecíamos ainda essa função, e muito menos nos julgávamos dignos dela. Não sabíamos, por outro lado, co­mo nossos filhos e parentes a receberiam: teriam êles alguma objeção contra êsse nosso nôvo en<5argo?

C.M. - E qual foi a reação de seus filhos?

Nívia e Antônio - Ficamos muito contentes ao verificar que a sua reação foi favorável: ficaram felizes e

orgulhosos. Contavam a todo mundo que os pais iam poder dis­tribuir a Comunhão. Nosso filho de 7 anos estava, nessa época, se preparando para fazer a Primeira Comunhão, e ficou feli­císsimo porque ia poder recebê-la de seu pai; olhava para as irmãs mais velhas com superioridade, porque elas não tinham tido êsse privilégio . . .

C.M. - Vocês fizeram algum ~urso antes de receber o man­dato?

Nívia e Antônio - Por ser o encargo muito importante, foi-nos dado um curso, na Igreja Coração de

Maria, sede da Região Episcopal Centro. Foi um curso intensivo, minisb·Hdo por sacerdotes da arquidiocese, quase todos profes­sôres de seminário ou universidade. Os assuntos tratados versa­ram sôbre a História do Povo de Deus, Teologia e a Liturgia da Eucaristia.

- 11 -

Antonio dando a Primeira Comunhão ao ~llho.

C.M. - Quanto tempo durou o curso?

Nívia e Antônio - Mais ou menos quatro semanas. Foram ao

todo 8 aulas, que eram dadas duas vêzes por semana, à noite, com duração de mais ou menos duas ho­ras. Apesar de breve, foi o curso denso de ensinamentos, dando­nos uma visão geral elo pensamento da Igreja.

C.M. - Muitos outros Ministros receberam o mandato com vocês?

Nívia e Antônio Nossa turma - que foi a segunda em São Paulo - era de 93 ministros, entre leigos e

- 12 -

religiosas, representando as vár;as paróquias da Região Epis~o ­pal Centro. Da paróquia Nossa Sra. de Fátima, éramos 11: três casais, que já vinham com uma vivência religiosa das Equipes de Nossa Senhora, um leigo que já participava do Movimento Familiar Cristão, um Vicentino, duas religiosas do Colégio Notre­Dame. Depois da nossa, outras turmas de ministros extraordiná­rios têm se formado nas várias Regiões Episcopais de São Paulo e do Brasil.

C.M.- Como vocês se sentiram ao receber o mandato?

Nívia e Antônio - A recepção do mandato foi uma das maJO­res emoções que já sentimos. Nesse dia,

nós tomamos a Comunhão de nossas próprias mãos, sob as duas espécies.

C.M. - :v:ocês se sentiram muito emocionados, também, ao dar a Comunhão pe1a primeira vez?

Nívia e Antônio - A segunda grande emoção foi, realmente. a primeira vez que demos a Eucaristia ...

Para Antônio, foi na Igreja Nossa Senhora de Fátima, no do­mingo em que os m ;nistros extraordinários foram apresentados à comunidade paroquial. Os primeiros fiéis a comungar por suas mãos foram freims do Colégio Notre-Dame; em seguida. vieram os leigos, entre os quais sua espôsa e suas duas filhas mais velhas. . . Par'c'!J Nívia, que distribui a Comunhão durante a semana, os primeiros a receber a Eucaristia de suas mãos fo­ram pessoas doentes ou idosas, em suas próprias casas. Um f.a.to marcante foi a Primeira Comunhão de um senhor de 86 anos, que desejou ~omungar na segunda visita que a Ministra Extra­dinária fêz à sua casa.

C.M. - Quer dizer que Nívia nunca distribui a Eucaristia du­rante a Missa? Por que? Não pode?

Nívia - Posso, mas só se não houver Ministro Extraordinário algum presente - o que não acontece aqui em Na. Sra.

de Fátima, onde cinco homens foram investidos do mandato. Eu já dei duas vêzes a Comunhão na igreja, fora do horário da. Missa, e posso dar sempre que eu fôr pegar o Santíssimo se hou­ver alguém na igreja que queira comungar.

C.M. - Como você se veste quando vai dar a Comunhão?

Nívia - Como sempre, mas tenho que usar um véu. Antônio põe a. alva e o cíngulo.

- 13 -

C.M. - Como seus amigos e familiares receberam a notícia dêsse encargo de vocês?

Nívia e Antônio - A alegria que sentíamos com o ministério, e que já ~ontagiara nossos filhos, estendeu­

se a nossos familiares e amigos, que vinham, admirados, cum­primentar-nos pelo mandato. Sen"tíamos que todos ficavam sur­presos, mas felizes, ao ver tão digna missão confiada a leigos.

C.M. - Como vocês se sentem agora, exercendo o ministério extraordinário?

Nívia e Antônio - Nosso entusiasmo não diminuiu, embora a emoção não se faça sentir tão fortemente;

mas não queremos nunca nos deixar cair na rotina; queremos lembrar-nos, cada vez que pegamos no Corpo de Cristo, que es­lamos exercendo- um privilégio muito grande, que não merecía­mos e que desejamos agradecer ao Pai todos os dias.

C.M. -- E os outros casais ?

Nívia e Antônio - Como nós, estão muito animados e dese-josos de cooperar cada vez mais com a nos­

sa paróquia. Todos nós sentimos q:ue o leigo foi valorizado e que nos cabe uma tarefa muito importante junto a nossa Mãe, a Igreja.

-14-

NOSSOS COMPANHEIROS DO RIO Ti1:M NõVO ARCEBISPO

Quando o Senhor ~hamou a si D. Jayme, em circunstâncias que a todos impressionaram - acabara de celebrar em Apare­cida a missa do seu jubileu cardinal:ício - unimo-nos de cora­~ão aos equipistas cariocas que viam partir aquêle que durante quase trinta anos foi seu dedicado Pastor.

Congrat~lamo-nos agora com_ êles pela nomeação de Sua Ema. Rvma. D. Eugênio de Araújo Salles, e queremos aproveitar a oportunidade para contar a todos os equipistas alguma coisa sôbre a personal,idade do nôvo Arcebispo do Rio de Janeiro, até agora Cardeal Primaz do Brasil.

Para os que porventura não saibam, o Primaz é aquêle que ocupa a Sé da primeira diocese fundada no Brasil - isto é, Sal­vador. Deixando essa cidade, D. Eugênio ~ontinua Cardeal, mas não é mais Primaz, título que passa a pertencer a D. Avelar Brandão Villela que, deixando Teresina, o substitui à testa da Igreja da Bahia.

D. Eugênio Salles notabilizou-se pelo Movimento de Natal, exemplar organização de obras educacionais e assistenciais, cria­da e dirigida por êle. Já ocupou importantes cargos no Canse .. lho Episcopal Latino-Americano (CELAM), do qual D. Avelar é o atual presidente, e na Conferência Nacional dos Bispos do Bra­sil (CNBB). Membro da Pontifícia Comissão para os Instrumen­tos de Comunicação Social e Consultor da Comissão Pontifícia Justiça e Paz desde 1967, é tido ~omo perito em pastoral, pro­blemas de comunicação, doutrina e ação social. No Brasil, foi ainda um dos pioneiros do Movimento de Educação de Base, para a educação de adultos através de rádio-escolas. Foi legado do Papa durante a Assembléia da CNBB em Brasília, no ano pas­sado - i. e., representante do Santo Padre para todos os efeitos durante a ·solenidade.

D. CONSTANTINO AMSTALDEN

Recem-nomeado bispo-coadjutor de São Carlos com direito à sucessão de D. Ruy Serra, tomou posse no dia 23 de Maio. Uni­mo-nos aos equipistas de São Carlos para cumprimentá-lo e de­sejar-lhe abençoada gestão.

15 -

UM CASAL DAS E. N. S. NA SEMANA DOS INTELECTUAIS

CATóLICOS EM PARIS

Durante o tradicional encontro, dedi~ado êste ano ao tema "Sacramento, ato de fé ou gesto religioso?", estêve entre os ora­dores o casal Germa.ine e Francis de Baecque, ambos auditores no Concílio Vaticano Il.

Encerrando a sessão, o Cardeal Marty, Arcebispo de Paris, depois de salientar que "os sacramentos não são atos mágicos que teriam eficácia quase automática: êles são a palavra eficaz de Jesus Cristo, hoje, para os que ~rêem", afirmou: "Não há vida evangélica sem os sacramentos. Para o cristão. o sacra­mento é tão vital como o oxigênio para todo ser vivo."

A FAMíLIA, META PRIORITÁRIA DA PASTORAL

ARQUIDIOCESANA EM SÃO PAULO

Nos dias 16 a 18 de abril, todos os Movimentos de aposto­lado leigo da arquidiocese de São Paulo estiveram reunidos para um estudo, em profundidade, das metas prioritárias da Pastoral Arquidiocesana.

);:sses vários Movimentos acham-se em permanente diálogo, <ttravés da "Coordenação Ar-quidiocesana dos Movimentos de Apostolado Leigo - CAMAL", sob cujos auspícios foi realizado uquêle encontro.

O objetivo principal era, ao lado de mna maior conscienti­zação do papel de cada um na pastoral de eonjunto, analisar os meios de coordenar as atividades dos movimentos com objetivos de ação semelhantes, e, em particular, estudar a colaboração que cada um poderia dar para a promoção da família; objetivo central dentro do programa da Pastoral Arquidiocesana.

Devido ao enfoque dado à problemática da família nesse encontro, a ECIR havia designado vários casais para represen­tá-la. Infelizmente, só um pôde comparecer, mas a sua presença permitiu que, ao lado do Movimento Familiar Cristão, as Equi­pes de Nossa Senhora participassem dos trabalhos realizados e pudessem contribuir com a sua experiênda para o encaminha­mento dos estudos.

-- 16-

Durante os dois dias passados no Instituto Social do Mo­rumbi, anexo ao Colégio Santo América, num ambiente de cor .. dialidade dos mais fraternos, a família foi particularmente foca­lizada e cabe destacar a conferência proferida por S. Excia. Rvma. Dom Lucas Moreira Neves, na qual fêz uma exposição de "Quais vs principais problemas que a família enfrenta na Arquidiocese de São Paulo". Com a clareza que lhe é peculiar, Dom Lucas analisou as influências múltiplas que atuam sôbre a família: influências sociológicas, políticas, psicológicas, religiosas e mo­rais. Qual a repercussão de tais influências nas várias classes da sociedade - clas~e alta, média, popular.

O impacto causado sôbre o auditório por esta conferênóa motivou fortemente os presentes para a troca de idéias que se seguiu nos vários grupos de trabalho e nos quais foram estuda­dos, de um lado, os principais objetivos de uma pastoral fami · liar e, de outro, os principais campos desta pastoral.

Os métodos de trabalho da CAMAL, com os encontros pe­riódicos dos vários Movimentos de apostolado leigo, irão certa­mente favorecer o desdobramento e a efetivação das conclusões a que se chegou no Plenário de encerramento. Cabe salientar que a direção da CAMAL deixou bem daro que se tratava de promover uma coordenação de trabalhos para um objetivo co­mum, sem interferência nas atividades e objetivos peculiares a cada Movimento.

-17 -

TESTEMUN HO

COMUNICAR-SE

Recebemos de uma equipista o texto se­

guinte, e alegramo-nos em publicar essa primeira contribuição espontânea.

Comunicar-se - coisa dificil. Estou empenhada em fazer do meu casamento um sucesso. Para isso, preciso comunicar. Comunicar tudo. Mesmo o que fôr secreto. Comunicar pensa­mentos, emoções. Comuniéar para que haja encontro, para que haja diálogo. Será êste o ponto que faz com que nosso casa­mento persista bastante bom?

A sinceridade é a base da comunicação. Mas é necessário que haja compreensão para o que fôr comunicado. Sinceridade mais compreensão leva à integração. Isto já é mais difícil. ..

Primeiro, comunicar-se. Segundo, compreensão para o que foi comuni~ado. Pergunto: será que nós nos comunicamos como no tempo do namôro? Como nos primeiros anos de casados? Isto não me satisfaz, pois onde estaria o aprendizado dêsses anos todos ? Nossa comunicação hoje deveria ser mais rica, mais pro­funda. Será que há empenho de ambas as partes em aprofunda!' essa comunicação?

Comunicar só com o olhar, com palavras, ou também com gestos, com todo o corpo, comunicar com o espírito, ~om o não dito mas só intuido.

Mas será que só isto basta? Descobri que é necessário ler coragem para comunicar pensamentos íntimos, anseios, enfim, tudo o que sou. O bonito e o feio também.

- 18 -

E descobri que junto com a comunicação é necessano ter a coragem da ~mpreensão. Compreender as atitudes tomadas, os gestos esboçados, o olhar anunciador, as palavras ditas, às vêzes rudes, sêcas, dolorosas de se ouvir. Se não houver com­preensão não haverá crescimento. Mas sempre haverá comuni ­cação, que é melhor do que silêncio.

Em tudo isto pensei hoje enquanto minhas filhas na piscina tentavam uma melhor comunicação com a água. E ~oncluí ou­tra coisa importante: a gente preósa ter coragem de se olhar. De olhar os fatos, nossas atitudes, nossos gestos, nossos pensa­mentos e também olhar a dois nosso casamento, nossos carinhos mútuos e Lôda a forma de comunicação que usamos no rela~io ­namento de um com o outro. Aí, os dois, êle e eu, podemos res­ponder se nossa comunicação é boa, ou melhor, se há casamento de verdade enlre nós.

Casamento é êsse relacionamento básico que não pode ser rotina, nem silêncio, nem desligamento, mas que precisa de co­municação entre os dois que estão casados. Acho que há tempos em que não há casamento: há tempos em que o comuni~ção com a empregada, a mãe, o avô, o amigo é maior que entre o casal. E o casal pensa que está casado.

Isto tudo é muito pessoal, mas acho também que às vêzes atravessamos fases em que um só carrega o barco. Mas o que creio fundamental, é que se tenha consciência do fato.

- 19 -

SENTAR -SE PARA PLANEJAR

Uma das coisas que mais sul'preendem é descobrir que a maioria dos esposos levam em comum apenas uma vida física. ~les ~onvcrsam entre si tanto quanto um patrão conversaria com o seu chofer: um "bom rua" distraído, quem sabe um comentá­-.:-io sôbre o tempo; e depois só o estritamente necessário para que o chofer leve onde quer e o espere onde quer ser esperado.

Em verdade, todos nós conhecemos casais que conversam entre si tanto quanto o faz um casal de ursos, ou discute e briga em público como um par de baitacas. Não se trata no primeiro caso de apatia natural, nem no segundo de agressividade nata; trata-se apenas, de casais que, entre si, levam "lmicamente vida físic:a.

A luta pela vida, a monotonia das repetições diárias dos mes­mos gestos, dos mesmos trabalhos, das mesmas palavras, fêz­lhes esquecer que é necessário coisa mais do que trocarem as fra­ses mínimas indispensáveis para uma vida em comum ou, por causa desta, questionarem constantemente - e também é neces­sário coisa mais do que amarem-se físic:amente de quando em vez, para serem marido e espôsa.

A vida de hoje é mesmo agitada e difícil: a espôsa com os trabalhos domésticos, com os filhos, muitas vêzes também com trabalho externo; o marido cada vez mais ocupado com a sua pro­fissão, com o sustento da família. Desencontro de horários, can­saço, preocupações. A vida desgasta, separa; cada cônjuge tem seu caráter, seus gostos, seu temperamento.

É preciso harmonizar tudo isso. Tarefa às vêzes difícil, prin­cipalmente quando se torna necessário tirar a máscara um diante do outro, deixar que o outro nos veja com os defeitos e fraque­zas que temos.

É preciso, acima de tudo, planejar a vida em ~omum e a vi­da do lar. E planejar não significa apenas fixar horários, pro­gramas e atitudes. Planejar é por as partes em contato, as pes­soas em comum acôrdo; respeitando cada um as fraquezas do

-20-

outro e valorizando suas qualidades. Planejar é, sobretudo, dia'" Jogar, comunicar o mais íntimo de si, conservar o entusiasmo, a grandeza e o ideal do matrimônio cristão, como no primeiro dia de casados.

--0 - -

Tudo isso levou as Equipes de Nossa Senhora a adotarem o dever de sentar-se como um dos meios de aperfeiçoamento dos casais. Essa adoção não ocorreu sem muitas e demoradas expc­dênctas. Inicialmente partiu-se de um texto de São Lucas (14 .. 28-34), que por duas vêzes fala na necessidade de "sentar-se" para planejar. No inicio foi chamado o "dever desconhecido".

Em essência é um meio para atingir a própria finalidade do casamento: a unidade do casal, os empreendimentos do casal, a realização humana e sobrenatural do casal e de cada um dos côn­juges. Se a linha de mira fôr menos elevada, já não será o de­ver de sentar-se.

Não é um simples momento de agradável distensão ou re­pouso que marido e mulher se permitem. Sem dúvida é bom. agradável e útil que o casal se encontre depois do cansaço do dia. para usufruir al.guns instantes de diálogo ou de silêncio íntimo. um ao lado do outro. Mas isso ainda não é o dever de sentar-se.

O dever de sentar-se pode ser definido da seguinte forma: "um longo momento oue passam calmamente, todos os meses . marido e mulher, juntos, para um balanço de sua vida, sob o olhar de Deus".

A prática tem demonstrado que é bom marcá-lo com ante­cedência , para não correr o risco de adiá-lo indefinidamente. É

preciso iniciá-lo com uma oração e no seu decorrer os espôsos devem manter-se inteiramente desarmados, como convém na pre­sença de Deus - pois, desde que os dois estejam reunidos em seu nome, Deus está realmente presente. Finalmente, deve leva-r :1 resoluções nas quais irá o casal perseverar.

- - 0 - -

Todos os equipistas sabem quantos benefícios tiram de um dever de sentar-se. No entanto, é talvez, entre os meios de aper­feiçoamento , aquêle onde êles mais falham. A esse respeito e sôbre a necessidade de auxílio mútuo entre os companheiros de equipe para o seu cumprimento, contavam os equipistas mais velhos o seguinte caso, que vai narrado como era ~ontado:

Um casal não conseguia fazer o dever de sentar-se. Esgota­dos todos os meios de persuasão e auxílio mútuo, resolveram

- 21 -

seus companheiros de equipe fazer penitências até que êles con­segtússem aqu1êle fim: um inveterado fumante deixaria de fumar durante êsse tempo; um outro, que tinha dificuldades em rezar, faria diàriamente meia hora de oração ajoelhado em chão duro, uma das espôsas, muito gorda por abusar de doces, não comeria açúcar, e assim por diante. A partir do segundo dia o ~asal reni­tente passou a receber apelos desesperados de seus companheiros penitentes. Afinal, quinze dias depois, cedeu e fêz um belíssimo dever de sentar-se, que foi apenas o primeiro de uma série men­sal que não terminou mais. Mas o "happyend" não ficou aí; os maiores beneficiados foram os companheiros de equipe: o inve­terado fumante quando voltou ao cigarro sentiu tal náusea que deixou de fumar definitivamente; o outro passou a achar facílimo rezar dez minutos por dia - não ajoelhado em chão duro; c a espôsa gorda, à vista dos muitos quilos que perdera em duas !'.emanas, continuou o regime até voltar ao normal. "Se non é vero é ben trova to".

- 22-

NOTíCIAS DOS SETORES

Cm dos aspectos mais importantes da Carta :Mensal é a informação: através dela pro~ura-se estimular a co­municação entre todos os Setores e Coordenações, entre tôdas as equipes. O ideal seria que viéssemos a formar no Movimento uma "equipe de equipes" ...

Mas para isso é preciso que haja troca de informa­ções e experiências. Para que cada um se sinta realmente irmão do outro, o equipis~a de Malilia bem perto do de Cu­ritiba, o de Ituverava bem próximo do de Brusque, o de Petrópolis vizinho do de Santos, nas preo~upações, nos pro­blemas, nas soluções positivas, nas realizações e, plincl­palmente, naquele imenso desejo, comum a todos, de ser­vir ao próximo, à família e à Igreja - para isso é preciso que haja ês e fluxo de notícias dos Setores, das Com·dc­nações e também das equipes individualmente.

Ora, essas notícias não chegam - e nós, é claro, não podemos inventá-las. . . Não que não haja o que contar, porque há, e bastante. Mas não ficamos sabendo, ou fica­mos sabendo muito tarde - e quase sempre por a~so. O "fim" é quando descoblimos notícias dos Setores nos jornais, como já aconteceu por duas vêzes ...

Por isso vai aqui um apêlo - a todos: Responsáveis de Setor e de Coordenação, Responsáveis Regionais, Res­ponsáveis de Equipe, Casais de Ligação, Pilotos, Respon­sáveis por Retiros, Cursos de Noivos, Círculos Familiares, enfim: TODOS - E crevam-nos, enviem à Secretaria notícias sôbre encontros e r euniões de qualquer tipo, re­tiros, cursos, experiências novas, atividades apostólicas. novas equipes, compromissos, etc. Se vocês têm um bole­tim, enviem-no também à Secretaria.

Lembrem-se: tudo interessa, tudo pode ser útil, ser­vir de incentivo, e até as experiências negativas podem ajudar a evitar que outros caiam no mesmo êrro.

Há tanta vida neste nosso Movimento - vamos trans · mití-la uns para os outros! Vamos fazer funcionar o au­xilio mútuo, vamos estendê-lo a todo o Movimento!

- 23 -

Vocês viram quão pobre tem sido esla Seção. :f:ste mês, fizemos muita fôrça, com o pouco material que tí­nhamos, para que saisse alguma coisa que pudesse dar a vocês um idéia de como poderia ser se vocês colaboras sem ...

LONDRINA - Uma equipe, duas em pilotagem e um boletim ...

Eis o saldo atual dos esforços iniciados por um jovem sacer­dote dois anos atrás. No dia 29 dêste mês de Junho, a Equipe 11.0 1 de Londrina comemora dois anos de existência. O nome da equipe : Na. Sra. Rainha dos Apóstolos, é claro. É claro, porque nasceu da inspiração c perseverança de um apóstolo. Porque fci fundada no dia da festa dos Apóstolos São Pedro e São PauJo. E porque seus ~asais são animados do mais vivo espírito a,postó­lico. Para representar isto, o primeiro número do Boletim, ilus­trado de maneira singela e encantadora, traz no frontispício um desenho representando Nossa Senhora segurando uma vela que irradia e uma família caminhando de mãos dadas debaixo da sua luz. Logo abaixo, o editorial do Pe. Clemente, do qual fazemos questão de transcrever alguns trechos:

"Aqui estamos nós das E.N.S. de Londrina. So­mos poucos ainda, é verdade, mas já somos alguém. E queremos dizer da nossa existência a vocês, queri­dos casais, que propugnais o mesmo ideal: a forma -· ção de lares estáveis, testemunhas do amor conjugal cristão, formadores de pessoas, educadores na fé. pro­motores de desenvolvimento.

Aqui estamos nós para comunicar. É tão bom saber que não estamos sozinhos. Que nossas limita­ções, nossas imperfeições, nossas falhas, nossos de­sânimos, são partilhados ~om vocês ...

Aqui estamos nós, assim como nós somos. Ha­bitantes de uma cidade que brotou qual cogumelo, queremos transmitir a esta comunidade nossa pare­cela do espírito cristão. Para isso encontramos um meio: as Equipes de Nossa Senhora ... "

Incrível como há gente que já nasce com espírito de equipe I "Aqui estamos nós para nos comunicar." "É tão bom saber que não estamos sozinhos., É aquilo que estávamos expli~ndo a vocês agora mesmo. . . Não há ainda em Londrina sequer uma Coordenação e êles já sentem necessidade de se comunicar com o resto do Movimento. Obrigado, Londrina.

- 24 -

GUARARAPES - Dar banho em velhinhos é apostolado

Soubemos que os equipistas de Guararapes se ofereceram para ajudar as Irmãs a tomar conta do asilo de velhos: tôda semana, encarregam-se da limpeza do asilo, inclusive dando ba­nho nos velhinhos. E soubemos também que êste testemunho de amor cristão está repercutindo por tôda a cidade ...

GARÇA - Falar de casamento na roça também

Visando levar à população rural um pouco de espiriluali­dade conjugal, os equipistas de Garça, segundo ouvimos dizer, resolveram ir conversar com as familias e fazer palestras para das. Gostaríamos que mandassem notícias mais detalhadas sôbre esta experiência, a primeira do gênero no Brasil, ao que parece.

Na ~idade, com o objetivo de conquistar novos casais para o Movimento, cada um dos equipistas se comprometeu a levar à missa mensal das Equipes dois casais não equipistas.

Segundo lemos no Boletim de Marília, parece que Garça tam­bém já tem o seu Boletim - esperamos recebê-lo em breve! Por sinal, depois de fevereiro, não recebemos mais nada de Marília. O Boletim é muito bom e sentimos falta dêle - 'enviem logo, por favor!

HIBEIRÃO PRÊTO - Círculos Familiares "pegam fogo"

Além das equipes novas, originadas de 4 Círculos Familia­res, Ribeirão está com 10 - DEZ - Círculos ê te ano. No Bo­letim, O EQUIPISTA, contam éomo aconteceu: "Quando as fi­chas de inscrição começaram a chegar, fi~amos preocupados. A princípio, havia poucas, mas, de um dia para o outro, o número foi aumentando . .. e com êle a nossa alegria. Quanta gente, meu Deus! De inicio 10 casais, .. . 20, . . . 40, ... 60, . . . etc. Ao todü. 10 Círculos em. mãos. Graças a Deus, o trabalho tinha sido fe­cundo. Quantos ~asais tinham atendido ao chamado do Senhor - casais privilegiados que teriam a oportunidade de freqüentar e, sobretudo, viver um Círculo Familiar .... E para finalizar , uma notícia diferente: os pais dos casais da Equipe 9 vão formar um Círculo. Precisamos de um casal ,para êles e lá fomos nós telefonar para a Norma e o Geraldão, que se prontificaram a coordená-lo. Será o Cí·rculo dos Vovôs! . .. Aos nossos circulistas e novos equipistas, os nossos votos de boas vindas! Nós os recebe-

- 25 -

mos de braços e ~oração aberto. Lutaremos juntos, por um cres­cimento juntos. Crescendo como indivíduos, como famílias, como sociedade, elevaremos o mundo para mais perto de sua meta espe­cífica: Deus ! "

PETRóPOLIS - Como u.ma equipe se prepara para o Compromisso

A equipe n.0 4 de Petrópolis está levando bem a sério a pre­paração para o Compromisso que deverá fazer no fim do ano. Eis o programa que estabeleceu: vida sacramental e oração; se­dedade e disponibilidade a todos os apelos; estudo do Catecismo Holandês com uma sessão por mês; e, como não podia deixar de ~er, estudo e revisão dos Estatutos, em pequenas porções distri­buídas pelas reuniões do ano.

PETRóPOLIS ainda - Diário de viagem de um Conselheiro espiritual

Desde que o Frei Neylor foi para os Estados Unidos, tem mandado mensalmente para Petrópolis uma carta cheia de sau­dades do Brasil c de notícias sôbre a vida americana. O EQUI­PETRóPOLIS tem publicado regularmente essas "cartas de Washh1gton", verdadeiras reportagens, escritas num estilo muito vivo e fruto de um espírito de observação e de uma sensibili'dadc muito agudos.

Graças ao zêlo apostólico de Frei Neylor, a casa da irmã de uma equipista de Petrópolis em Filadelfia tornou-se o ponto de encontro de uns 30 a 40 brasileiros que ali se reunem com ami­gos ameri~nos do casal. Lá Fr~i Neylor celebrou a Missa de Na­tal, depois da qual todos cantaram "Noite Feliz", alternando es­trofes em inglês e em português. No Carnaval, depois do "Ide em paz e o Senhor vos acompanhe", que encerrou a Missa, a turma, segundo conta o próprio Frei Neylor, "caiu no maior sa­pateado", acabando por contagiar os americanos presentes, que já iam ensaiando também os seus passinhos, alguns com bastante sucesso . ..

JUNDIAf - Um final diferente para uma reunião de equipe

Escreveu-nos o Casal Responsável de uma equipe para nos contar: "Nosso encontro mensal já eslava na troca de idéias e nos preparávamos para tirar as conclusões finais, quando a Marisa.

- 26 -

grávida de nove meses, teve os primeiros sinais de que o parto estava próximo. Carlos, membro da equipe e médico, ~onstatou a procedência dos sintomas.

A primeira providência que tomamos, nós que, desde as 16 horas, estávamos em jejum, recomendado pelo nosso Assistente pois estávamos em plena Quaresma, tratamos de fazer um rápido lanche, principalmente para dar fôrças ao pai. Gustavo.

Em seguida, enquanto alguns, inutilmente, procuravam loca­lizar o médico que vinha assistindo à l\iarisa, os outros a acorn­panJ1amm à Maternidade. Ante a ausência do médico, o próprio Carlos resolveu fazer o parto.

Assim, lá pelas 3 c tanto da manhã, com a presença de quase tôda a equipe, unida em oração, nascia o 5.0 filho de Gustavo e Marisa."

Realmente, não é Lodo dia que uma reunião de equipe ter­mina na Maternidade .. .

SANTOS - Reunião de Conselheiros Espirituais

Os sacerdotes Conselheiros espirituais do Setor de Santos têm se reunido mensalmente, em reunião-almôço, ~da vez na residência de um dêles. Os objetivos do encontro são, antes de mais nada, "levar os padres a darem testemunho de espírito de equipe a êsse Movimento que faz , precisamente, da equipe um dos seus grandes ideais". Assim se expressou o Conselheiro Espiri­tual do Setor de Santos, Cgo. Lúcio Floro Grazziozi.

SANTOS ainda - "Encontrão" de férias

Durante as últimas férias de verão, o Setor de Santos, no intuito de congregar os equipistas que permaneceram na cidade e oferecer aos que vieram passar as suas férias em Santos e praias vizinhas a oportunidade de um encontro fraterno, promo­veu o que chamou de "Encontrão", no Clube Internacional de Regalas. Como a iniciativa foi coroada de êxito, será mantida nas próximas temporadas. Se vocês querem saber ~omo foi o "En­contrão" , é só ir lá ver_ ..

Em julho, os equipistas de outras cidades que estiveram em Santos e adjacências estão cordialmente convidados o tomar parte na Missa mensal do Setor, que será realizada no dia 3 de julho, às 18 horas, na Capela do Colégio Maria Imaculada, à Avenida Con­selheiro Nébias, 668. Após o ato litúrgico, será servido um cafe, zinho acompanhado do bate-papo costumeiro.

- 27 -

BOLETINS

Parabéns ao EQUIPETRóPOLIS e ao EQUIPISTA de Ri­be:rão Prêto, não só pelo contéudo, como também pela pontuali­àade com que nos são remetidos. De Marilia, rec'ebemos o de de­zembro e o de fevereiro, ambos exc'elentes. Como já assinalamos, aguardamos ansiosamente os seguintes. Obrigado, Caxias do Sul e Londrina, pela remessa do primeiro número. Quanto aos ou­tros, que fim levaram os boletins da Região Santa-Catarina-Rio Grande do Sul, de São José dos Campos, de Santos, etc.??? Pedi­mos a todos os "redatores chefes" dos respectivos boletins que enviem uma cópia de cada número diretamente à Secretaria.

- - - 01- --

ENCONTROS - 1.0 Encontro das E.N .S. em Dracena

Nos dias 17 e 18 de abril, os equipistas de Dracena, com o auxílio de Frei Júlio, Conselheiro espiritual da equipe 2, organi­zaram um Encontro para os equipistas de tôda a redondeza. Es­tiveram presentes casais de Marília, Araçatuba, Guararapes, Ada­mantina; assim como convidados de Junqueirópolis e "bicões" paulistanos - apesar da distância de 640 km da c'apital ...

Foram quatro os oradores, Frei José Carlos Corrêa Pedroso, Provincial dos Capuchinhos e Conselheiro Espiritual da Equipe n.0 35 de São Paulo, Fernando Frascá, das equipes de Guarara­pes, Franco Barusem, de Araçatuba, e Nicolau Zarif e Paulo Alex de Sousa, de São Paulo.

Dois dias frutuosíssimos, onde a parte de oração foi cuidada com muito carinho por Frei Júlio. No programa entregue aos participantes, a observação bíblica: "Eu estou longe de casa: con­duze-me, Tu pa.ra a frente! Não peço para ver já o que só lá adiante ~e deve ver; um passo por vez é o bastante para mim." Nesse "cli-· ma", com muita humildade, todos os participantes, com a ajuda de Cristo,puderam dar e receber os mais valiosos testemunhos de vida cristã autêntka.

Como não poderia deixar de ser, a confraternização foi "prá valer", imperando o sadio humorismo que caracteriza essa parte dos nossos encontros.

-28-

O esfôrço desenvolvido por Frei Júlio, Izaura e Kyioshi, Hiroko e ~akashi, Clotilde e Mário e os demais organizadores fo1 largamente re~ompensado pela satisfação e eficiência com que os casais participaram do encontro - o primeiro de uma série.

Dracena dista apenas 40 km da divisa de Mato Grosso e te­mos certeza que em breve o Movimento lá estará assentando as suas primeiras bases.

---01---

Mutirões e Sessões de Formação

SESSõES DE FORMAÇÃO DE I GRAU

- 10/ 13 de Junho, em MARíLIA - Julho, em PôRTO ALEGRE

MUTIRõES

- 11113 de junho, em PETRóPOLIS (Haverá um programa especial .para os filhos, para que TODOS possam compare~r)

- 25/ 27 de junho, em SÃO JOSÉ DOS CAMPOS -julho, em BAURU.

De 29 de abril a 2 de maio, realizou-se uma Sessão de For­mação de 1.0 Grau em Curitiba, e outra em São José dos Campos. de 27 a 30 de maio, e um Mutirão em Itaicí dos Setores de Jundiaí e Campinas aos 14/ 16 de maio.

Daremos notícias sôbre essas Sessões e Mutirões, na próxima Carta Mensal.

- 29-

-----···-------------------------·-------------,

O Cônego Caffarel no Brasil em Setembro

Está confirmada a chegada do Cgo. Caffarel para o dia 9 de setembro e já se acham fixadas as grandes linhas do programa que será desenvolvido durante sua permanência no Brasil.

Infelizmente, a sua saúde exigindo cuidados, o Cgo. Caffarel terá de limitar os seus deslocamentos, não podendo estar em todos os Setores que gosta­riam de recebê-lo. Haverá portanto apenas três pon­tos centrais onde os equipistas das cidades mai!': "próximas" serão chamados a encontrá-lo: Sãc. Paulo - para a Capital e o Interior, F lorianópolis - para Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, e Rio de Janeiro, de onde êle deverá em]Jarear de volta para a França - para o Rio, Petrópolis e Juiz de Fora.

O próximo número da Carta Mensal levará a vocês maiores detalhes: as datas das Sessões de For-mação - principal objetivo da vis ita - em São Paulo e Florianópolis, e os dias em que estarão pro­gramados os encontros com todos os equipistas na5 respectivas cidades.

t : I

• I I

I I t

-------------··------- . _________ {

- 30-

~etiroJ para 19'f 1

preparados pda Região São Paulo

11 a 13 de junho, em Baruerí (em silêncio) Pe. Domenico Trivi

6 a 8 de agôsto,em Valinhos

27 a 29 de agôsto, em Baruerí

10 a 12 de setembro, em Baruerí

24 a 26 de setembro, em Valinhos

8 a 10 de outubro, em Baruerí

22 a 24 de outubro, em Baruerí (sem filhos)

5 a 7 de novembro, em Valinhos

19 a 21 de novembro, em Valinhos

26 a 28 de novembro, em Baruerí

3 a 5 ele dezembro, em Valinhos

Inscrições na Secretaria: Tel: 80-4850

preparados pelo setor de SEmtos

24 a 26 de setembro, em Baruerí D. Lucas Moreira Neves

5 a 7 de novembro, em Barueri

Informações com o Casal Dacília e Raul Rocha do Amaral, rua Castro Alves, 14 - SANTOS (SP) - Tel.: 4-1325

preparados pelo setor de São José dos Campos

16 a 18 de julho, em S. José dos Campos

19 a 21 de novembro, em S. José dos Campos

Informações com o casal Ma. Antonieta e Luiz Gonzaga Rios, rua H19-A, n.0 101 -C. T.A. - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP) - Tel.: 3212- r/398.

preparados pelo setor de Marília

14 e 15 de agôsto- Pe. Oscar Melanson

Informações com o casal Diva e Venício Aurélio Onofre, rua Mal'quês de São Vicente, n.0 238 - MARíLIA (SP) - Tel.: 3629.

- 31-

ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇÃO (João 6, 53-58)

Enlão Jesus lhes disse: "Em verdade vos digo: Se não co­merdes da carne do Filho do homem, e não beberdes o seu san­gue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e pebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último ma. Pois a minha carne é deveras uma comida e o meu sangue deveras uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nêle. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também o que me come viverá por mim. Êste é o pão que desceu do céu. Não é ~orno o ,naná que vossos pais comeram e morreram. Quem come dêste pão viverá eternamente."

ORAÇÃO LITúRGICA (Sal. 14)

oremos:

Senhor, quem poderá ser hóspede na tua casa? Quem poderá comparecer na tua presença? Aquêile que caminha na integridade,

realiza a justiça, fala a verdade, e não calunia,

que não prejudica ao prox1mo, nem insulta o vizinho, não despreza os desprezados e honra os ·que a Deus temem,

que jura e não se retrata, mesmüo com prejuízo seu, não empresta dinheiro com usura, nem aceita subôrno contra o inocente.

Quem proceder dêste modo jamais va~ilará.

ó Deus Onipotente e eterno, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade, e fazei com que amemos o que ordenais, para que mereçamos alcançar o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo que conVosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.

AMÉM

-32-

EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciere

Paris Xlli

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Te!.: 80-485ú

São Paulo (Cap.)