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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
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Webjornalismo hiperlocal: proposta de linha do tempo dos veículos on-line do
Tocantins 1
Liana Vidigal ROCHA2
Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO
RESUMO
O objetivo desta pesquisa é traçar o percurso histórico de sites jornalísticos tocantinenses
por meio da criação de uma linha do tempo cronológica. Além disso, o artigo visa registrar
as principais informações referentes aos veículos, observando em qual fase do
webjornalismo se encontram e quais se destacam ao longo desse percurso histórico. Para
esta pesquisa, de caráter descritivo e com observação sistemática (planejada), foram
selecionados 21 sites jornalísticos presentes de norte a sul do Estado. Conclui-se que a
maioria dos veículos tocantinenses foi criada a partir do ano 2000, sobretudo, na segunda
metade da década, cerca de 10 anos depois da chegada da internet ao Brasil. Deste modo
observou-se ainda que todos têm no hiperlocalismo a base para a divulgação das notícias.
PALAVRAS-CHAVE: Webjornalismo; Hiperlocalismo; Linha do Tempo; Mídia On-
line; Tocantins.
Webjornalismo e hiperlocalidade
Apesar de ter sido criado na década de 1960, nos Estados Unidos, as iniciativas
com a internet só começaram no Brasil em 1987. Na época, pesquisadores e
representantes do Governo e da Embratel se reuniram para discutir quais fins a rede teria
e quem seria responsável por explorar o serviço. No ano seguinte, CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Fapesp (Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo) ligam-se às redes internacionais Bitnet e Hepnet. Em
1989, é a vez da UFRJ e da UFRGS fazerem parte da rede.
No ano de 1992, é instalada “a primeira espinha dorsal conectada à internet”3 no
país. Essa rede pioneira era formada por centros de pesquisa brasileiros, universidades e
organizações não-governamentais. Na época, houve um esforço para a implantação do
serviço, sobretudo, em função da Rio-92, evento mundial que discutiu o futuro do meio
ambiente e da sustentabilidade. Contudo, apenas três anos mais tarde, o Governo decide
pela exploração comercial da internet que ficaria a cargo da Embratel e da RNP (Rede
1 Trabalho apresentado no GP Geografias da Comunicação, XVIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação,
evento componente do 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Docente do Curso de Jornalismo e do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Sociedade da Universidade
Federal do Tocantins. Líder do Grupo de Pesquisa Jornalismo e Multimídia, do CNPq. E-mail: [email protected].
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Nacional de Pesquisas). Nesse mesmo ano, surgem os primeiros provedores de internet e
o primeiro veículo jornalístico em versão digital: o Jornal do Brasil.
Na sequência, surgem outros veículos jornalísticos on-line, como Agência Estado
(1995) e o Universo Online (1996). Em apenas dois anos a internet já estava consolidada
no país e, em 1998, já contava com 1,5 milhão de internautas (BALDESSAR, 2009, p.
4). No ano seguinte, é criado o primeiro serviço gratuito de e-mail que receberia o nome
de Zipmail e, em menos de seis meses de funcionamento, já tinha cadastrado um milhão
de usuários.
No final dos anos de 1990, O Yahoo! Brasil começa a operar no país. O grupo
IDG lança o canal IDG Now! cuja equipe de jornalistas produzia conteúdo em tempo real.
Outro momento importante acontece em 1999 quando a empresa Telefônica compra o
ZAZ e cria o Terra Networks que viria a ser um dos mais importantes portais jornalísticos
brasileiro. Nessa mesma época, a rádio Jovem Pan dá início às transmissões via web.
Já no século XXI, o destaque é a chegada da banda larga no Brasil, o que permitiu
o lançamento, por exemplo, de provedores gratuitos, como o IG, considerado também o
primeiro webjornal nativo, ou seja, criado e produzido exclusivamente para a internet
brasileira. Em setembro de 2006, as Organizações Globo lançam o portal de notícias G1.
Apesar de já disponibilizar sites de outros veículos jornalísticos na web (Globo.com), a
empresa viu a necessidade de oferecer ao usuário informações de caráter multimídia
reunidas em um mesmo espaço.
As novidades vindas com esse ambiente comunicacional fizeram com que sua
adoção e aceitação acontecessem de forma mais rápida. Em pouco tempo, os veículos
impressos, sobretudo os jornais, migraram para o novo meio sem que alterações
importantes fossem feitas, como no design e na linguagem. Segundo Canavilhas (1999),
deu-se o nome de jornalismo on-line à “simples transposição dos velhos jornalismos
escrito, radiofônico e televisivo”.
Entretanto, ao longo dos anos, outros termos foram cunhados para definir essa
nova configuração do jornalismo, tais como: jornalismo digital, jornalismo na internet,
ciberjornalismo e webjornalismo. Esse último começa a ser utilizado “pelo fato de
apresentar interação internauta-notícia através de elementos multimídia, como imagem e
áudio, oferecendo ao consumidor uma leitura não-linear” (ROCHA, 2015, p. 46).
Essas modificações sobre o termo surgem a partir do momento que também são
definidas as fases (gerações ou estágios) do webjornalismo. A primeira a ser identificada
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pelos pesquisadores diz respeito à fase da reprodução, quando o conteúdo das edições
impressas era transposto de forma sequencial e sem imagens, pois as redações
jornalísticas não dispunham de recursos dedicados exclusivamente à edição digital.
A segunda fase do webjornalismo recebeu o nome de metáfora (ou percepção),
que está relacionada à introdução do hipertexto e a incorporação de elementos
audiovisuais, caracterizando-se como a etapa cuja configuração física do jornal digital
desprende-se da versão impressa. A terceira fase foi da incrementação dos conteúdos
multimídia - recursos de animação e som -, além de interatividade por meio de fóruns,
chats e enquetes. O hipertexto ganhou força e passou a ser utilizado na narração dos fatos.
Os bancos de dados se tornaram também mais um diferencial dos produtos online.
Já a quarta fase está ligada à web 2.0 e à base de dados, que é caracterizada pela
prática do jornalismo participativo. Foram criadas plataformas colaborativas, permitindo
assim a participação mais efetiva do usuário. Essa fase tem as bases de dados como
definidoras da estrutura e da organização, bem como da composição e da apresentação
dos conteúdos.
Por fim, a quinta fase é marcada pelo jornalismo desenvolvido para mídias
móveis. Apoiado na inovação e na renovação, seus pontos fundamentais são o processo
de produção de conteúdo, o formato, a linguagem, a edição, a circulação (e a
recirculação), a recepção e o consumo (BARBOSA, 2013, p. 33). Essa é, portanto, a fase
da convergência, da mobilidade e do hiperlocalismo.
O hiperlocalismo “pode ser entendido como a tendência do jornalismo em
explorar temas e discussões de interesse local organizado por regiões, cidades ou bairros”
(ROCHA, 2015, p. 56). Apesar de não ser recente - os jornais impressos norte-
americanos, em pleno século XIX, adotaram o noticiário local - essa prática tornou-se
mais evidente e presente com o advento da internet.
O hiperlocalismo caracteriza-se pela existência de modelos que buscam oferecer
informação e criar serviços que auxiliem comunidades locais a prosperar. De acordo com
Camponez (2011, p. 40), o jornalismo hiperlocal tem como objetivo explorar “as
mentalidades, hábitos, modos de viver, níveis de vida, preocupações culturais e sociais”
de uma determinada região.
São mídias que promovem o engajamento comunitário - seja pela
participação na geração de conteúdo ou pelo ativismo subsidiado pelas
matérias – e também buscam a “energia” e suporte financeiro
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necessários na própria comunidade. [...] o hiperlocalismo não existe
como um ponto fixo em nenhuma escala. É um composto de medidas
em diferentes parâmetros como a geografia e o engajamento cívico
(BALDESSAR ET AL, 2011, p. 6).
Segundo estudo desenvolvido por Metzgar, Kurpius e Rowley, em 2009, e citado
por Baldessar et al (2011), foi possível estabelecer seis diretrizes para as mídias
hiperlocais. A saber: a) são oriundas da internet; b) a produção de notícias é original; c)
apresenta orientações para a comunidade a qual se destina; d) procura preencher vazios
detectados na cobertura de assuntos pertinentes à região; e) promove e incentiva a
participação do leitor/cidadão e f) possui bases geográficas. Portanto é a partir dessas
diretrizes que esta pesquisa se desenvolve, visto que as publicações on-line existentes no
Tocantins fazem parte do segmento que investe na cultura local, fazendo contraponto aos
veículos de âmbito nacional e/ou internacional.
A mídia no Tocantins nasceu oficialmente, em 1989, a partir do poder público
com a criação da Comunicatins (Companhia de Comunicação do Estado do Tocantins),
tendo o governo do Estado como acionista majoritário (ROCHA, SOARES E ARAÚJO,
2014). Já o setor privado é dominado pela Organização Jaime Câmara (OJC), grupo
originalmente nascido em Goiânia, mas que sempre atuou no então norte goiano.
Fundado em 1979 para atender ao norte goiano, O Jornal do Tocantins
circulou no formato tabloide até 1981, quando foi fechado sob alegação
de inviabilidade econômica e falta de profissionais dispostos a atuar na
região. Seu retorno só ocorreria com a criação do estado, ressurgindo
em formato standard, inicialmente com 12 páginas (ROCHA, SOARES
E ARAÚJO, 2014, p. 175).
No decorrer dos anos, o Jornal do Tocantins se consolidou como o principal jornal
impresso do estado. No ano 2000, o veículo passa a contar com uma versão on-line e, em
2010, relança o site oferecendo informações além do conteúdo impresso. Ao longo do
Estado, outros sites começaram a fazer parte do ciberespaço, como o Portal O Norte
(Araguaína), Cock1 (Gurupi), TocNotícias (Tocantinópolis), Centro Norte Notícias
(Pedro Afonso), apenas para citar alguns deles.
É importante destacar que esta pesquisa se trata de um desdobramento da
investigação iniciada em 2015 no projeto “A mídia regional na era on-line: mapeamento
dos sites e blogs jornalísticos no Estado do Tocantins, que tinha como objetivo principal
identificar e mapear os veículos de comunicação presentes no Estado. O passo seguinte
foi criar um site que servisse como banco de dados para armazenar e disponibilizar as
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informações coletadas. O resultado pode ser conferido no seguinte endereço:
www.midiatocantins.com.br.
Portanto, a partir desse levantamento, pode-se perceber que atualmente o
Tocantins possui 85 sites jornalísticos4 distribuídos pelas oito microrregiões que
compõem o Estado. Nesse sentido, fez-se necessário apurar o percurso histórico dos
principais veículos on-line tocantinenses, visto que o segmento se consolidou como uma
das principais formas de informação por parte do público, além de apresentar-se como
alternativa no mercado de trabalho para os estudantes que se formam na área da
Comunicação.
Para ilustrar a coleta dos dados, foi criada uma linha do tempo em ordem
cronológica alimentada com as principais informações a respeito do surgimento dos
veículos, ou seja, a partir da criação do Estado, passando pela implantação da internet no
Brasil até chegar nos primeiros sites jornalísticos criados no Tocantins. Vale ressaltar que
a linha do tempo é um tipo de narrativa muito utilizada no meio on-line geralmente para
esclarecer fatos que ocorreram há algum tempo ou com um volume considerável de
dados.
Material e Métodos
A pesquisa científica é constituída por fases distintas que vão desde a formulação
do problema, a escolha do objeto até a apresentação dos resultados. Para um melhor
desenvolvimento do processo, é necessário explicar sobre os procedimentos adotados
nesta investigação.
Apesar da luta por um Tocantins emancipado remontar ao início do século XIX e
ser associada à figura do militar Teotônio Segurado, a separação do norte de Goiás da
antiga capitania aconteceu somente em 1988 com a promulgação da Constituição Federal.
“O caput do artigo 13º fala que o Tocantins efetivamente passou por três etapas: criação,
eleição e instalação” (NASCIMENTO, 2013, p. 49). Deste modo, há também três datas
históricas relevantes: i) 05 de outubro de 1988 (criação); ii) 15 de novembro de 1988
(primeira eleição) e iii) 1º de janeiro de 1989 (dia da instalação).
Com base nessas informações, foi possível determinar o início e o fim do percurso
histórico dos veículos on-line tocantinenses. No caso, a data escolhida para a captação
4 Dados obtidos em maio de 2018.
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dos dados foi 1º de janeiro de 1989 por representar o período da efetiva instalação do
Estado. Em relação à data final, foi escolhido o dia 31 de dezembro de 2016 por ser o
último dia do ano e por representar o fechamento de um ciclo anual.
Entende-se que essa pesquisa é de caráter descritivo (MARCONI e LAKATOS,
2009), visto que faz o registro, a descrição, a análise e a interpretação de determinados
fenômenos, no caso, os sites jornalísticos do Tocantins. Em relação aos procedimentos,
foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre os seguintes assuntos: webjornalismo,
hiperlocalismo e mídia tocantinense. A documentação direta é do tipo intensiva, ou seja,
por meio de uma observação sistemática (planejada) e não-participante, na qual a
pesquisadora limitou-se a observar os fatos. Neste caso, os veículos selecionados.
Sobre a coleta dos dados, é possível dizer que a catalogação dos veículos on-line
já foi iniciada no projeto “A mídia regional na era on-line: estudo e mapeamento dos
veículos de comunicação no Estado do Tocantins”, cujos objetivos eram identificar,
mapear, catalogar e disponibilizar as informações dos veículos jornalísticos existentes no
Tocantins e inseridos no Mapa da Mídia no Tocantins (www.midiatocantins.com.br).
Nesse primeiro projeto, todas as mídias (impressa, eletrônica e digital) foram
identificadas. Agora a intenção foi traçar o percurso histórico dos principais veículos on-
line de caráter jornalístico a fim de perceber não apenas quantos meios existem, mas
principalmente quais foram os pioneiros e sua natureza (nativa, impressa ou eletrônica).
Para esta pesquisa foram selecionados os seguintes veículos: a) Voz do Bico
(Augustinópolis); b) Jornal do Tocantins (Palmas); c) Portal Cléber Toledo (Palmas); d)
Portal O Norte (Araguaína); e) Folha do Bico (Araguatins); f) O Jornal (Palmas); g) Toc
Notícias (Tocantinópolis); h) Conexão Tocantins (Palmas); i) Cock 1 (Gurupi); j) T1
Notícias (Palmas); k) Gurupi Online (Gurupi); l) Portal Benício (Paraíso); m) Portal CNN
(Pedro Afonso); n) Araguaína Notícias (Araguaína); o) Mira Jornal (Miracema); p)
Guaraí Notícias (Guaraí); q) Rede TO (Palmas); r) G1 Tocantins (Palmas); s) Portal do
Tocantins (Gurupi); t) Norte Agropecuário (Palmas); u) Jornal Cidade (Porto Nacional).
Destaca-se que a intenção desta pesquisa era também contemplar todas as
microrregiões que compõem o Estado para se ter uma ideia de quando a informação on-
line passou a ser explorada na localidade. No entanto, dois veículos – Portal do Sudeste
(Dianópolis) e Portal Maciel (Goiatins) não forneceram as informações e, por este motivo,
não foram inseridos na linha do tempo.
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Como citado anteriormente, a criação do Estado ficou definido como o primeiro
item da Linha do Tempo e o início da exploração comercial da internet no Brasil como o
segundo item. Na sequência, foram coletados dados diretamente dos sites a fim de
entender um pouco da trajetória histórica de cada um. De posse das informações, o passo
seguinte foi redigir os textos para abastecer a linha do tempo. Esse tipo de narrativa é
muito utilizado no webjornalismo (ver figura 01), pois auxilia na compreensão de fatos
históricos por parte do público de forma objetiva e didática. A linha do tempo é
considerada também um tipo de infografia criada para auxiliar no contexto de um fato a
partir de narrativas temporais.
Figura 01: Linha do Tempo sobre a história da Internet
Fonte: UOL
Para a criação da linha do tempo, foram testadas diferentes plataformas, como
Timeglider, Timerime e MyHistro. Contudo, a que mais atendeu às necessidades foi o
site Timetoast (www.timestoast.com). A ferramenta permitiu criar narrativas interativas
e hipertextuais, duas das principais características ligadas ao webjornalismo. Além disso,
foi possível inserir fotos e ilustrações que ajudam a identificar os sites selecionados. Cada
texto contém, em média, 500 caracteres, o número máximo permitido na exposição de
cada evento, acompanhado pela URL do veículo. É importante explicar que as datas
foram inseridas de acordo com as informações obtidas junto aos veículos. No entanto,
quando havia a imprecisão do dia, foi escolhido o primeiro dia do mês como data
representativa para a criação.
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Já as imagens foram capturadas diretamente do site oficial dos veículos com o
auxílio do aplicativo FireShot, disponível na Chrome Store. A imagem que ilustra o
primeiro item – a Instalação do Estado – foi obtida no portal de Turismo do Estado do
Tocantins (www.turismo.to.gov.br) e devidamente creditada no final do texto. Já a
imagem do segundo item – Internet Comercial – foi obtida junto ao banco gratuito de
imagens chamado Pixabay (www.pixabay.com).
Na fase final da pesquisa, foram inseridas informações sobre os veículos surgidos
entre os anos de 2011 e 2016 mais os dados sobre a Voz do Bico, surgido em 1997, a fim
de complementar a linha do tempo. Além disso, foi feita uma análise do material coletado
com a expectativa de entender quantos e quais veículos são nativos do meio e quantos
surgiram a partir de versões impressas ou eletrônicas. Para completar, os sites
selecionados foram observados e associados às fases do webjornalismo.
A Linha do Tempo
Neste item são apresentadas as informações obtidas junto aos veículos
jornalísticos on-line e que compõem a linha do tempo final. Abaixo segue o print do
material (figura 02) já disponibilizado na plataforma Timetoast.
Figura 02: Linha do Tempo do Webjornalismo Tocantinense
Fonte: http://www.timetoast.com/timelines/1575265
Ao clicar em cada uma das ilustrações, abre-se uma caixa de texto contendo as
principais informações referentes aos webjornais hiperlocais tocantinenses. Abaixo segue
o print de um texto (figura 03) e, na sequência, todos os textos produzidos sobre o
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percurso histórico dos sites de jornalismo selecionados para esta pesquisa e organizados
em ordem cronológica.
Figura 03: Texto informativo
Fonte: http://www.timetoast.com/timelines/1575265
1989 – Instalação do Estado
Apesar de ter sido criado em 05 de outubro de 1988, já havia no Tocantins um movimento
separatista que lutava pelo desmembramento do Estado desde o século XIX, liderado por
Teotônio Segurado. Contudo, a instalação da nova unidade federativa acontece somente
em 1º de janeiro de 1989, tendo a capital Palmas sido inaugurada em maio de 1990,
recebendo definitivamente a sede do Governo.
1995 – Internet comercial
A internet foi criada em 1969 pelos norte-americanos, sendo utilizada principalmente para
fins militares. Durante mais de duas décadas esteve também a serviços de universidades
e pesquisadores até que, no início dos anos de 1990, começou a ser comercializada. No
brasil, a internet chega em 1995 e com ela aparecem novas possibilidades, como os blogs
e sites de notícias que modificaram a forma de se fazer Jornalismo.
1997 – Voz do Bico
Em 1982, Anderson Dias da Silva criou o jornal Folha do Interior durante a emancipação
de Augustinópolis. Em 1994, o nome do veículo foi alterado para Folha do Bico e, em
1997, é criada a versão on-line. Nesse mesmo período passa a ser administrado por Paulo
Palmares que estava no projeto desde 1987. O Voz do Bico é considerado um dos mais
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importantes veículos do extremo norte do Tocantins, levando informação para a região
do Bico do Papagaio. [http://www.vozdobico.com.br/]
2000 – Jornal do Tocantins
O site do Jornal do Tocantins foi lançado no ano 2000, porém sofreu poucas melhorias
ao longo dos anos até que 2010, após uma significativa modificação, foi relançado. Em
2014, o veículo começou a trabalhar com recursos multimídias, explorando assim uma
das principais potencialidades do meio além de investir em um conteúdo mais
interativo. Em 2016, o site sofreu modificações novamente quando foram incorporadas
novas editorias e um novo design, mais moderno e atrativo.
[http://www.jornaldotocantins.com.br/]
2005 – Portal CT
Em 12 de março de 2005, o jornalista Cleber Toledo criou o blog de notícias que levava
o seu nome. Atualizado diariamente com informações sobre política em sua maioria, o
produto cresceu e acabou sendo transformado em um site composto por diferentes
editorias. Em 2007, o veículo passa por uma reformulação e ganha uma nova
nomenclatura: Portal Cleber Toledo. Além disso, conteúdos multimídia passaram a ser
disponibilizados ao internauta. Dois anos mais tarde, o portal muda novamente e passa a
ser chamado de Portal CT. [http://www.clebertoledo.com.br/]
2005 – Portal O Norte
Tony Veras cria o jornal O Norte em 15 de Abril de 1999, em Araguaína. A versão on-
line surgiria apenas em 2005. Em um primeiro momento, o veículo fazia apenas a
transposição do jornal impresso para a internet, mas, em agosto de 2010, ganha uma nova
versão, passando a se chamar Portal O Norte. O veículo publica notícias locais,
abrangendo ainda o norte do Tocantins, o sul do Pará, do Maranhão e também do Piauí.
[http://www.portalonorte.com.br/]
2006 – Folha do Bico
Fundada em janeiro de 2006, na cidade de Araguatins, a Folha do Bico produz notícias
voltadas para a região do Bico do Papagaio, localizado no extremo norte do Tocantins. O
conteúdo é voltado principalmente para assuntos ligados à política, economia, cotidiano
e meio ambiente. O site da Folha do Bico é composto por seis editorias: Bico do Papagaio,
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Tocantins, Pará, Maranhão, Geral e Coluna Social, que são atualizadas diariamente com
exceção desta última. [http://www.folhadobico.com.br/]
2007 – O Jornal
A versão impressa de O Jornal foi fundada em 6 de janeiro de 1989, em Miranorte, pelo
jornalista Salomão Wenceslau. Entretanto, a versão on-line surgiu apenas em abril de
2007 durante um evento para apresentar o novo veículo. A proposta era a de um produto
com design moderno, de fácil acesso, mas mantendo a mesma qualidade do impresso. Em
julho de 2009, O Jornal se une à Rádio Cultura de Miracema do Norte (AM 1480 KHZ),
constituindo-se assim no Grupo de Comunicação O Jornal. [www.ojornal.net]
2007 – Toc Notícias
Em 19 de maio de 2007, quatro amigos residentes em Tocantinópolis, na região do Bico
do Papagaio, decidem criar um canal no YouTube para protestar contra os problemas da
cidade. Com o nome de Toc Notícias (abreviação de Tocantins Notícias), o canal
começou a ser conhecido na internet e ganhou importância junto ao público local. Raeulan
Pereira, um dos idealizadores, decide criar o Blog Toc Notícias para publicar informações
locais baseadas na demanda da população. Em 2008, o blog passa a ser administrado por
Roberlan Barbosa da Silva e, em 2011, é transformado em site.
[http://www.tocnoticias.com.br]
2007 – Conexão Tocantins
Com o objetivo de cobrir os fatos ligados ao Estado, o site Conexão Tocantins é lançado
em 12 de julho de 2007 pelo jornalista Umberto Salvador. O veículo se considera “um
arquivo permanente da história de personalidades políticas, empresariais e culturais”.
Após dez anos de existência, o Conexão Tocantins conta com 17 editorias sobre assuntos
diversificados, como: Economia, Meio Ambiente, Cultura, Ciência & Tecnologia,
Polícia, Saúde e Política. [http://conexaoto.com.br/]
2008 - Cock 1
Considerado um dos veículos mais antigos do Tocantins, o jornal impresso Cocktail
surgiu em janeiro de 1990, em Gurupi. A princípio com características de revista, o
produto não abordava os assuntos da cidade, mas sim temas ligados a anúncios, eventos
e lazer. Em 1991, já com aspecto de jornal, passa a circular em Palmas. A partir dos anos
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2000, o jornal vive um momento financeiro bom, mas perde qualidade editorial e leitores.
Em 2008, o Cocktail Online é lançado com linha editorial independente da versão
impressa. Em 2015, passa a se chamar Cock 1. [http://cock1.com.br/]
2008 – T1 Notícias
A jornalista Roberta Tum criou, em junho de 2008, o blog da Tum com três editorias:
Minha Opinião, Café Online e Vitrine Viva. Com assuntos voltados, sobretudo, para a
política regional, em 29 de março de 2009, o blog ganha status de site e passa a ter o nome
completo da profissional e 12 editorias, como Opinião, Polícia, Curtas, Ação Parlamentar,
Em Debate e Especiais. No dia 30 de julho de 2012, o site se transforma em Portal T1
Notícias e passa a ter 21 editorias, o que mostra a sua preocupação em oferecer uma
diversidade maior de assuntos para o público tocantinense.
[https://www.t1noticias.com.br/]
2008 – Gurupi Online
No dia 07 de outubro de 2008, é criado o portal Gurupi Online com o objetivo de fazer
uma cobertura jornalística sobre a cidade e os municípios da região. Com editorias
voltadas para o Agronegócio, Esporte, Meio Ambiente, Política, Educação entre outros,
o veículo ainda disponibiliza cinco rádios on-line e informações sobre Brasil, Tocantins
e o Mundo Universitário. [http://www.gurupionline.com.br/jornalismo/]
2008 – Portal Benício
O Portal Benício foi criado em março de 2008, na cidade de Paraíso do Tocantins. Com
o slogan “Compromisso com a verdade”, o site aposta na veiculação de notícias sobre o
Tocantins com destaque para Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso,
Guaraí, além do Vale do Araguaia. O portal oferece ao internauta conteúdo em diferentes
formatos como texto, vídeo e fotografias. Destaca-se a nuvem de tags na home page que
facilita a busca pelas informações. [http://www.portalbenicio.com.br/]
2010 – Portal CNN
No ano de 2009, o jornalista Fred Alves criou o jornal impresso chamado Centro Norte
Notícias em Pedro Afonso. De circulação mensal, o veículo tinha como objetivo levar
informação para as cidades próximas, como Bom Jesus do Tocantins, Tupirama, Santa
Maria do Tocantins, Centenário, Recursolândia, Guaraí, Itacajá, Rio Sono, Fortaleza do
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Tabocão, Colméia, além de Miranorte, Miracema e Palmas. Em fevereiro de 2010, o
jornal ganha uma versão on-line, consolidando-se como um dos principais veículos da
região. [http://www.centronortenoticias.com.br/]
2010 – Araguaína Notícias
Fundado em 25 de novembro de 2010, o Araguaína Notícias é considerado um dos
primeiros webjornais do município. Com o foco no noticiário regional, o veículo publica
conteúdo voltado para Política, Economia, Educação, Entretenimento, Polícia e
Empregos. Com design moderno e de fácil navegação, o Araguaína Notícias se destaca
pela seção intitulada Colunas na qual são publicadas opiniões sobre os assuntos mais
relevantes ligados, sobretudo, ao Tocantins. [http://araguainanoticias.com.br/]
2011 – Mira Jornal
O impresso Mira Jornal foi lançado no dia 1º de maio de 1992 e somente em junho de
2011 ganhou uma versão on-line ainda de forma experimental. Em 2013, o site se
consolida e, no ano seguinte, passa por uma remodelação na qual é instituída a atual home
page. O Mira Jornal publica informações variadas que vão desde Política passando por
Tecnologia e Meio Ambiente. O veículo disponibiliza a seção Boca no Trombone, um
espaço para os leitores de expressarem. [http://www.mirajornal.com/]
2012 – Guaraí Notícias
Lançado em março de 2012, o Guaraí Notícias tem como proposta noticiar sobre os
principais acontecimentos ocorridos no Tocantins e no município tanto que mantém duas
editorias específicas: Câmara dos Vereadores e Prefeitura Municipal. Além disso, o
veículo aposta na participação do internauta por meio das Enquetes e mantém perfis em
mídias sociais (Facebook, Instagram e YouTube) e um programa de rádio veiculado na
emissora comunitária de Guaraí, Rádio Ativa FM (87,9Mhz).
[https://www.guarainoticias.com.br/]
2013 – Rede TO
O site Rede Tocantins de Notícias, mais conhecido como Rede TO, foi lançado em março
de 2013, em Palmas. Composto por editorias que abordam variados assuntos, o veículo
tem o foco voltado para os temas que envolvem o Estado do Tocantins. O Rede TO, desde
a criação, apostou na participação do internauta, por meio de Enquetes e na seção Galeria,
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na qual publica vídeos do YouTube que viralizaram na internet.
[http://www.redeto.com.br/]
2013 – G1 Tocantins
O G1 foi criado pelas Organizações Globo em 2006 e somente em 2010 passou a atuar
em conjunto com as afiliadas da Rede Globo de Produções. No Tocantins, o G1 foi
lançado em 28 de junho de 2013, tendo como proposta noticiar os principais fatos
ocorridos no Estado. A página segue as diretrizes da versão nacional e agrega em seu
conteúdo os vídeos dos telejornais locais, como o Jornal Anhanguera 1ª e 2ª Edições.
[http://g1.globo.com/to/tocantins/]
2014 – Portal do Tocantins
O veículo foi fundado em 2014, em Gurupi, região sul do Estado. A equipe é formada
editores, jornalistas e colaboradores que escrevem sobre saúde, esportes, artes e educação.
O Portal aposta ainda na publicação de notícias voltadas para o entretenimento, polícia e
mundo. O destaque é a seção de Arquivo no qual o internauta pode acessar o conteúdo já
publicado no site, pesquisando pelo mês e pelo dia. [http://www.portaldotocantins.com/]
2015 – Norte Agropecuário
O site Norte Agropecuário surgiu no dia 02 de fevereiro de 2015 é e um dos poucos
veículos on-line especializados em pecuária e agricultura presentes no Estado do
Tocantins. A sua proposta é levar informações para o produtor rural, mas também servir
como um espaço para a divulgação de produtos e serviços de instituições e empresas
ligadas ao agronegócio. O site oferece ao público informações em diferentes formatos,
como: Rádio NorteAgroTO, TV NorteAgroTo e Click Rural.
[http://www.norteagropecuario.com.br/]
2016 – Jornal Cidade
O Jornal Cidade foi fundado em 01 de novembro de 2016, em Porto Nacional. A proposta
do veículo é fazer um jornalismo mais interativo, contando com a participação do leitor
e investindo no design e na diversidade de canais de difusão, como Facebook, Twitter e
Google +. O foco das notícias é mostrar o que mais de relevante acontece no Tocantins,
no Brasil e no mundo, priorizando temas de interesse público.
[http://www.jctocantins.com.br/]
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Algumas considerações
O objetivo principal dessa pesquisa era traçar o percurso histórico dos sites
jornalísticos presentes no Tocantins a partir da instalação do Estado, em 1989, chegando
até o ano de 2016. Para tanto, foi necessário fazer o levantamento de informações que
auxiliassem na construção da linha do tempo sobre o webjornalismo tocantinense. Ao
longo de 18 meses, foram captadas informações junto aos veículos selecionados, tendo
como ponto de partida o Mapa da Mídia no Tocantins.
Com os dados em mãos foi possível chegar às seguintes conclusões, relacionando-
as com os objetivos propostos:
i) A maioria dos veículos transita entre as cincos fases do webjornalismo descritas
na Introdução deste relatório. Observou-se que os veículos ainda reproduzem material de
outras fontes, como assessorias de comunicação de instituições (Polícia Civil, Governo
do Estado, Prefeituras etc) o que remete à primeira fase nomeada de Transposição; Notou-
se que os veículos se esforçam para explorar as principais potencialidades da internet
(hipertextualidade, interatividade e multimidialidade) ao contextualizar o conteúdo, abrir
espaço para os internautas se expressarem e publicar galerias de fotos, gráficos e vídeos,
características ligadas às demais fases do webjornalismo. Por fim, ao valorizarem o
conteúdo local/regional, os veículos também se encaixam na quinta fase referente ao
hiperlocalismo.
ii) A criação da linha do tempo permitiu observar que a maioria dos veículos
tocantinenses foi criada a partir do ano 2000, sobretudo, na segunda metade da década.
Isso mostra que a mídia on-line no Estado começou a se consolidar apenas 10 anos depois
da chegada da Internet ao Brasil. Outra particularidade que chama a atenção é o fato dos
veículos priorizarem as informações generalistas, ou seja, divulgarem notícias ligadas aos
principais fatos ocorridos, no Brasil, no mundo e na região sem aprofundar temas únicos,
como Economia, Meio Ambiente ou Esporte. Nesse sentido, o site Norte Agropecuário
desponta como a exceção, pois se dedica a informar sobre agricultura e pecuária,
configurando-se no jornalismo especializado.
iii) Em relação à origem, observou-se que, dos 21 sites selecionados, 08 (oito)
surgiram a partir do meio impresso enquanto 13 (treze) são nativos, isto é, foram criados
já na própria Internet. É possível citar os seguintes veículos oriundos do impresso: Jornal
do Tocantins, Voz do Bico, O Jornal, Portal O Norte, Cock 1, Folha do Bico, Mira Jornal
e Centro Norte Notícias. Já os nativos são: Portal CT, Toc Notícias, Conexão Tocantins,
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T1 Notícias, Gurupi Online, Portal Benício, Araguaína Notícias, Guaraí Notícias, Rede
TO, G1 Tocantins, Portal do Tocantins, Norte Agropecuário e Jornal Cidade. Sobre este
último veículo, vale destacar uma curiosidade: primeiro foi criado o site, em novembro
de 2016, e depois surgiu a versão impressa, em abril de 2017.
Entre os veículos que tiveram maior destaque, ao longo desses anos, destacam-se
Voz do Bico, G1 Tocantins e Norte Agropecuário. O primeiro por ter sido criado logo
após a chegada da internet no Brasil, apostando no meio on-line como forma de levar
informação ao público; o segundo por pertencer a um conglomerado de comunicação
(Organizações Globo), porém explorando a informação de proximidade e o terceiro por
investir na segmentação como diferencial para conquistar uma determinada parcela do
público consumidor de informação on-line.
Portanto, conclui-se que os sites jornalísticos selecionados para esta linha do tempo
apresentam as principais características do webjornalismo, sendo que todos têm no
hiperlocalismo a base para a divulgação das notícias. A presença desses veículos reforça
a relevância da informação de proximidade por meio do jornalismo, atendendo
principalmente às necessidades do público local. Essa diversidade de produtos
jornalísticos on-line mostra também a importância que a Internet ganhou ao se consolidar
como um dos meios de comunicação mais consumidos da atualidade, sobretudo, em
função da velocidade e do baixo custo de manutenção.
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