universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato … · transforme a realidade.” (salomon,...

53
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA PARA AS ORGANIZAÇÕES Por: Verônica Paes Sinforoso Orientador Prof. Edla Trocoli Rio de Janeiro - RJ 2011

Upload: others

Post on 22-Jul-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA PARA AS

ORGANIZAÇÕES

Por: Verônica Paes Sinforoso

Orientador

Prof. Edla Trocoli

Rio de Janeiro - RJ

2011

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA PARA AS

ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Recursos Humanos

Por: Verônica Paes Sinforoso

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que de alguma maneira

contribuíram para a realização deste trabalho e

a todos que doaram um pouco de si para que a

conclusão deste curso se tornasse possível:

Em especial, agradeço a DEUS pela

oportunidade que nos deu em compartilhar

desta experiência e, ao frequentar este curso,

conceder-nos a oportunidade de realizar-nos

ainda mais.

Aos colegas de turma, de forma especial

àqueles que contribuíram para a realização

desse estudo, trocando informações numa rara

demonstração de amizade e companheirismo e

pelos momentos agradáveis de convívio.

Aos demais colegas de curso, por terem

contribuído para a nossa formação.

Aos meus pais e demais familiares pelo apoio,

compreensão e incentivo, para que mais essa

conquista fosse alcançada.

A todas essas pessoas, gostaria de dizer:

Muito Obrigado!

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

4

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus familiares que estiveram comigo durante todo o tempo, me incentivando na realização desse curso e especialmente sendo compreensíveis para que eu pudesse elaborar esse estudo.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

5

RESUMO

Esse estudo trata da Universidade Corporativa como um instrumento de

retenção de conhecimento dentro das organizações, auxiliando-as na

conquista de resultados melhores e também na tomada de decisões. Verificar

a importância dessa Universidade e a diferença entre esta e as Universidades

Tradicionais faz com que as empresas compreendam a necessidade e a

relevância do conhecimento para todos os seus processos e procedimentos,

razão pela qual esse estudo foi realizado.

Palavras-Chave: Universidade Corporativa; Universidade Tradicional;

Conhecimento; Empresas.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

6

METODOLOGIA

“É a Universidade Moderna que tem a dupla missão de formar o

individuo e dar-lhes condições de incorporar-se aos quadros sociais, como

autêntico integrante da época. Enquanto a Universidade não cumprir sua

missão, teremos produção cientifica precária e a existência dos “anfíbios

profissionais” e seus eternos descontentes com sua sorte” (SALOMAN, 1999).

“O Método Cientifico é a estratégia que organiza e orienta a atividade

cientifica, encaminhando à obtenção de um novo conhecimento cientifico que

transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995).

Mediante essa afirmação, apresento o seguinte estudo, que será

desenvolvido através da seguinte metodologia: Será utilizado o método

indutivo, que leva a conclusões de caráter gerais, através do estudo de casos

particulares e o método dedutivo, realizado através da analise de premissas

para obtenção de resultados conclusivos.

O levantamento de dados, será efetuado através de pesquisa

exploratória e bibliográfica, buscando encontrar a resposta para o problema em

questão nesse projeto, pesquisa histórica, buscando identificar a importância

do conhecimento e da universidade para as organizações, desde o seu

principio e pesquisa teórica, buscando informações em diversas bibliografias

sobre o assunto supra mencionado, com intuito de conhecer mais sobre o

tema e buscar a resolução do problema, certificando-se da importância das

universidades corporativas para o sucesso das organizações, através da

disseminação do conhecimento.

Passo 1 - A pesquisa exploratória será efetuada em um primeiro

momento, porque segundo Gil, (1996, p. 41) destaca que as pesquisas

exploratórias “têm o objetivo principal de aprimoramento de ideias ou a

descoberta de instituições”. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem:

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

7

(a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram

experiências práticas com os problemas pesquisados; e (c) análise de

exemplos que estimulem a compreensão.

Passo 2 - Já a pesquisa bibliográfica segundo Lakatos (1991, p. 174)

tem como característica a fonte de coleta de dados “restrita a documentos,

escritos ou não, constituindo-se o que se denomina de fontes primárias. Essas

podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois.”

As fontes de documentos podem ser arquivos particulares e fontes estatísticas.

Passo 3 - A pesquisa bibliográfica (fontes secundárias), ainda segundo

Lakatos (1991, p. 183) “abrange toda a bibliografia tornada pública em relação

ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,

pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc”. As fontes

bibliográficas podem ser, segundo Lakatos (1991, p. 183-185), imprensa

escrita, meios audiovisuais, material cartográfico e publicações.

Esta pesquisa bibliográfica deu respaldo a pesquisa exploratória,

possibilitando assim que os objetivos propostos nesse estudo fossem

atendidos satisfatoriamente.

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9

CAPÍTULO I ..................................................................................................... 14

O CONHECIMENTO E AS ORGANIZAÇÕES ................................................. 14

1.1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO PARA AS ORGANIZAÇÕES 14

1.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ............... 17

CAPÍTULO II .................................................................................................... 29

UNIVERSIDADES CORPORATIVAS .............................................................. 29

2.1 O QUE É “UNIVERSIDADE CORPORATIVA” ....................................... 29

2.2 A RELAÇÃO ENTRE AS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS E AS

UNIVERSIDADES E TREINAMENTOS TRADICIONAIS ............................. 31

2.3 O USO DA TECNOLOGIA NA RETENÇÃO DO CONHECIMENTO ...... 34

2.4 O APRENDIZADO ATRAVÉS DE AMBIENTES VIRTUAIS –

RELEVANCIA DA UNIVERSIDADE CORPORATIVA VIRTUAL .................. 35

CAPÍTULO III ................................................................................................... 40

EXEMPLOS DE UNIVERSIDADES CORPORATIVAS .................................... 40

3.1 UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NO BRASIL ................................. 40

3.2 UNIVERSIDADE BANCO DO BRASIL ................................................... 41

3.3 UNIVERSIDADE PETROBRAS .............................................................42

3.4 UNIVERSIDADE DOS CORREIOS ......................................................43

3.5 UNIVERSIDADE DATASUL .................................................................44

3.6 UNIVERSIDADE SERPRO ..................................................................44

3.7 UNIVERSIDADE CAIXA ........................................................................46

CONCLUSÃO ..............................................................................................48

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ..................................................................50

INDICE ........................................................................................................53

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

9

INTRODUÇÃO

Estamos vivendo em uma era, onde as organizações buscam mais do

que pessoas capacitadas e experientes para fazer parte de sua equipe de

trabalho.

Qualquer negócio vem a exigir da empresa um conjunto de

características atribuídas a grandes necessidades, como a agilidade, a

flexibilidade, a criatividade, a inovação, o conhecimento especifico, entre tantas

outras.

As empresas buscam constantemente criar vantagem competitiva

frente aos seus concorrentes e procuram cada vez mais, meios diferenciados

de vencer essa concorrência.

Para que isso realmente aconteça às organizações precisam utilizar

ferramentas que gerem, disseminem, desenvolvam, apliquem e comprovem

diferentes táticas e áreas do conhecimento, capazes de focar a empresa, os

negócios, as estratégias, os clientes, a equipe de trabalho, a produção e

muitos outros pontos, fundamentais para que a empresa obtenha sucesso e

excelentes resultados.

Esse conhecimento é procurado de diferentes formas pela própria

organização ou então pelos colaboradores, que sentem as exigências e

necessidades da empresa. Na maioria das vezes, a única opção encontrada

são os treinamentos, devido ao curto tempo para obtenção de tais

informações.

Porém, a área de treinamento vem enfrentando certa dificuldade para

atender essas exigências. Apesar de desenvolver habilidades com rapidez,

utilizam técnicas antigas, deixando de lado a inovação dos meios de

disseminação e de gerenciamento do conhecimento.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

10

Com base nessa dificuldade e considerando a demanda, as

Universidades Corporativas vem tendo destaque nos últimos tempos.

Elas são instaladas diretamente na empresa, seja física ou

virtualmente, são proativas, suas ações são direcionadas as necessidades da

empresa, em especial ao ambiente de negócios, cooperam com a formação e

desenvolvimento de competências, utilizam formas inovadoras de

disseminação e de entrega de conhecimento.

Além disso, as universidades corporativas proporcionam a captação do

conhecimento relativo à empresa de uma forma mais intensa, utilizando como

base os funcionários, os clientes, os fornecedores e também a sociedade,

contribuindo para que haja uma disseminação adequada das informações que

possa ser facilmente utilizada quando necessário.

Os participantes não se restringem ao publico interno, mas a todos os

profissionais ligados a organização.

Mas a característica mais importante das universidades corporativas

esta no acompanhamento da fase “prática”, onde se pode observar a

transformação do conhecimento em uma vantagem competitiva.

Muitas empresas, ainda acreditam que essa prática pode ser

importante, mas gera custos altos para a organização, um mito, que precisa

ser desmascarado, pois através das universidades corporativas as empresas

reduzem custos com programas de educação continua, treinamentos

especializados e outros meios de obtenção de conhecimento.

Ao contrário do que muitos pensam essas universidades corporativas

não tem o objetivo de substituir as universidades tradicionais, mas de servir

como apoio, como complemento, uma vez que as universidades tradicionais

apresentam a metodologia, a teoria e o conceito das “necessidades”,

“problemas” ou “soluções”, mas não tem condições de apresentar tudo isso na

prática.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

11

Há ainda a possibilidade futura de que essas duas entidades possam

trabalhar unidas, com intuito de fornecer conhecimento completo, visto teoria e

prática, ampliando ainda mais o sucesso empresarial e profissional.

Não podemos esquecer que a universidade corporativa visa

desenvolver e disseminar as necessidades, exigências e cultura das empresas,

buscando melhores resultados organizacionais e não tem como principal meta,

a formação profissional individual.

Apesar da implantação das universidades corporativas ser um desafio

para a empresa e contribuir muito para o desenvolvimento dos profissionais, o

aumento dos lucros, o crescimento da organização e a obtenção de vantagem

competitiva

A busca constante de conhecimento, esta presente na maioria das

organizações. É bastante comum, verificarmos a necessidade das empresas

em trazer o conhecimento cada vez mais para perto, com intuito de aplicá-lo

nos processos e projetos empresariais.

Como se sabe cada vez mais as empresas buscam profissionais com

experiência, que sejam capacitados em determinada área de atuação, o que

nada mais é do que, pessoas repletas de conhecimento e capazes de utilizar o

que sabem em beneficio da empresa.

É comum encontrarmos nos classificados de emprego, organizações a

procura de profissionais graduados, em muitos casos, pós-graduados ou até

mesmo mestres ou doutores, dependendo do cargo em questão.

Isso se dá, porque as universidades são as principais fontes de

transmissão de conhecimento profissional atualmente, e as empresas têm

cada vez mais carência em desenvolver novas oportunidades, em receber

novas ideias, sugestões, opiniões e até mesmo na utilização de técnicas

inovadoras e criativas. Conhecimento esse, encontrado apenas em lugares

onde há o compartilhamento de experiências.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

12

Na faculdade, aprendemos a teoria e de certa forma um pouco da

prática profissional em uma área de atuação especifica, o que vem auxiliando

as organizações há algum tempo, na tomada de decisões e no

desenvolvimento de novos projetos.

Profissionais especializados tendem a contribuir mais com os projetos

da empresa, auxiliando na corrida constante das organizações em busca da

tão sonhada vantagem competitiva, que determina hoje, quem continua

satisfatoriamente no mercado.

Visto que o conhecimento é extremamente importante para a empresa,

devemos avaliar esse conceito de forma múltipla. Se um funcionário

qualificado produz bons resultados, uma equipe capacitada pode quem sabe

levar a empresa ao sucesso definitivo.

Mas como fazer com que o conhecimento chegue cada vez mais

próximo das empresas, sem que elas gerem custos elevados com programas

educacionais, treinamentos, cursos de aperfeiçoamento e outros?

Com base nessas informações, esse projeto visa conhecer melhor uma

possível ferramenta, que pode contribuir para a resolução desse problema, as

chamadas universidades corporativas.

Através desse estudo, poderemos identificar e conhecer melhor esse

tipo de universidade, capaz de trazer para dentro da empresa, o lado prático

do conhecimento, com intuito de aumentar a produtividade, a competência e a

capacidade de seus colaboradores, fazendo que isso tudo, seja utilizado em

beneficio da própria organização.

Para tanto esse estudo será distribuído da seguinte forma:

Em um primeiro momento, apresentar-se-á as necessidades das

empresas em relação à disseminação de conhecimento e o que essa prática

apresenta em benefícios para a organização.

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

13

Posteriormente, será utilizada a pesquisa bibliográfica para buscar

maiores informações sobre a universidade corporativa, com intuito de observar

sua eventual importância no âmbito empresarial.

Para finalizar, será realizada uma comparação entre as informações

adquiridas com as necessidades atuais e reais das organizações, buscando

obter uma resposta concreta em relação ao problema apresentado

anteriormente.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

14

CAPÍTULO I

O CONHECIMENTO E AS ORGANIZAÇÕES

Esse capítulo apresenta a importância do conhecimento para as

organizações nos dias atuais.

1.1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO PARA AS ORGANIZAÇÕES

Nunca se falou tanto em buscar conhecimento, como nos últimos anos.

A procura por cursos sejam eles profissionalizantes ou universitários,

aumentaram significativamente e acredita-se que o maior responsável por esse

aumento, são as organizações, que cada vez mais, exigem que as pessoas

sejam graduadas, para adentrarem a equipe.

Segundo DRUCKER (1994), o conhecimento era para os antigos

frequentemente percebidos como algo que servia ao engrandecimento do ser,

do intelecto e do espírito.

Apenas algo pessoal intransferível, bem diferente do que

presenciamos hoje. Vive-se na era digital, e a “chuva” de conhecimento invade

nossas vidas todos os dias. O avanço tecnológico obriga as pessoas a

conhecerem mais sobre informática e as instituições de ensino aplicam cada

vez mais projetos aos alunos, devido à facilidade na busca de informação.

A Internet é uma biblioteca virtual instalada dentro de cada residência,

disponível ali, 24 horas por dia, para ser acessada quando preciso for. A

informação é disponibilizada de diferentes formas, através de textos, imagens,

vídeos, áudio, e muitos outros recursos.

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

15

Já não se precisa mais adquirir livros e mais livros para estudar sobre

algum assunto especifico. Adquirir conhecimento tornou-se hábito, como

“escovar os dentes”.

Mediante toda essa revolução envolvendo o conhecimento, as

empresas passaram a utilizar mais esses e outros recursos em beneficio de

seu sucesso.

Os treinamentos começaram a chegar com mais facilidade, os

fornecedores podem ser encontrados em qualquer lugar do mundo, bem como

os clientes podem ser visitados todas as semanas, onde quer que eles estejam

graças ao apoio da tecnologia e do conhecimento.

As empresas passaram a receber mais informações, que possibilitaram

a implantação de novos programas, novas técnicas ou métodos, auxiliando no

aumento da produtividade.

Através das pesquisas realizadas e apresentadas ao mundo através da

internet, as empresas puderam compartilhar situações, dividir experiências

aprender á distância, meios diferenciados e recompensantes para a estrutura

operacional ou intelectual da organização.

As pessoas deixaram de ser funcionários individuais e passaram a ser

“equipe”, o setor de pessoal deixou de ser uma área burocrática e passou a ser

“recursos humanos” e a preocupação com o ser humano dentro da empresa,

aumenta significativamente todos os dias.

Isso porque se descobriu que o “homem” tem a principal arma para

melhoria dos processos “o cérebro”. O ser humano é capaz de captar

mensagens e transformá-las em soluções, é capaz de criar, de inovar, de

gerenciar, de produzir, etc. muito mais do que as máquinas.

O que o ser humano oferece são processos diferenciados, porque ele

pensa, age, tem atitude. Uma máquina jamais poderá transformar o que lhe foi

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

16

recomendado em algo extraordinário que venha a trazer resultados

inspiradores a organização.

Além do mais a máquina é operada pelo ser humano.

QUINN (1992) salientou que “virtualmente todas as corporações

públicas e privadas – incluindo-se a maioria das empresas bem sucedidas –

estão se tornando predominantemente repositórios e coordenadores de

intelecto, i.e., companhias ‘baseadas no conhecimento’ ou ‘inteligentes’.

Intelecto e serviços criam valor agregado.”

Depois de muito tempo, o ser humano voltou os olhos para si mesmo e

se deu conta de quanto ele é importante para ele próprio. Todos esses fatores

envolvem o conhecimento. Foi através de estudos, da facilidade em buscar

informações, em pesquisas, em compartilhar experiências, que se chegou a

essa verdade, sempre presente.

O conhecimento deixou de ser algo presente apenas nas escolas ou

instituições de ensino e agora tem espaço reservado dentro das organizações.

A busca constante por conhecimento, esta fazendo com que as empresas

busquem meios de achegar-se a ele com ainda mais facilidade.

NONAKA e TAKEUCHI (1995) apresentaram uma percepção

importante, feita por eles em estudo no Japão “as empresas aqui têm sido bem

sucedidas por causa de suas habilidades e expertise em criação de

conhecimento organizacional’’

As organizações estão disponibilizando cada vez mais recursos

financeiros para treinar, capacitar ou aperfeiçoar sua equipe. A teoria esta ali

disponível a todo instante, e pode ser buscada em qualquer parte do mundo,

porém a prática, ainda assusta um pouco as organizações.

Muitas das informações adquiridas pelos colaboradores da empresa

ficam registradas apenas na mente desses profissionais, não passando ao

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

17

ponto prático que realmente iria solucionar os problemas mais graves da

empresa.

O desafio agora, esta em procurar recursos ou meios que façam com

que todo conhecimento adquirido pela equipe, fique na empresa, mesmo

depois que haja o desligamento do profissional.

1.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO

Sabe-se que quanto mais conhecimento um funcionário possui, mais

competente e habilidoso ele se mostra ser. Setzer (1999) ao realizar estudo

para levantamento de competências profissionais conceituou dado, informação

e conhecimento para gerar uma matriz de competências e sua implantação.

Sendo:

Definimos dado como uma sequência de símbolos quantificados ou

quantificáveis. Portanto, um texto é um dado. De fato, as letras são símbolos

quantificados, já que o alfabeto por si só constitui uma base numérica.

Também são dados imagens, sons e animação, pois todos podem ser

quantificados a ponto de alguém que entra em contato com eles ter

eventualmente dificuldade de distinguir a sua reprodução, a partir da

representação quantificada, com o original (SETZER, 1999, p. 2).

Informação é uma abstração informal (isto é, não pode ser formalizada

através de uma teoria lógica ou matemática), que representa algo significativo

para alguém através de textos, imagens, sons ou animação (SETZER, 1999, p.

3).

A representação da informação pode eventualmente ser feita por meio

de dados. Nesse caso, pode ser armazenada em um computador. Mas,

atenção, o que é armazenado na máquina não é a informação, mas a sua

representação em forma de dados (SETZER, 1999, p. 3).

Conhecimento é uma abstração interior, pessoal, de alguma coisa que

foi experimentada por alguém. (...) Conhecimento está associado com

pragmática, isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no ‘mundo real’ do

qual temos uma experiência direta (SETZER, 1999, p. 4).

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

18

Figura 1 - Esquema da cadeia de valor do conhecimento

Fonte: Powell, T.W adaptado por Brasiliano (2001)

Fleury e Fleury (2000), porém, apresentam 05 tipos de conhecimento

necessários para a construção do processo de desenvolvimento de

competências, sendo:

1. Conhecimento teórico: (entendimento e interpretação), adquirido

na educação formal e continuada;

2. Conhecimento sobre os procedimentos: (como proceder),

adquirido na educação forma e experiência profissional;

3. Conhecimento empírico: (saber como fazer), adquirido pela

experiência profissional;

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

19

4. Conhecimento social: (como comportar), adquirido pela

experiência profissional e social;

5. Conhecimento cognitivo: (como lidar com a informação e como

aprender), adquirida pela educação formal e continuada, e as experiências

sociais e profissionais.

Nonaka e Takeuchi (1997) salientam que gestão do conhecimento é

compreendida como a capacidade da empresa em criar um novo

conhecimento, sendo capaz de difundi-lo internamente como um todo e

incorporá-lo a seus produtos, serviços e sistemas, apoiando a colaboração,

compartilhamento e consulta, onde: colaborar refere-se ao desenvolvimento de

soluções comuns a partir de diferentes visões dos envolvidos no processo.

Compartilhar significa tornar o acesso amplo, disponibilizando informações e

conhecimentos para todas as pessoas e áreas da empresa. Consultar: o autor

trata dos diversos mecanismos através dos quais qualquer pessoa possa

localizar a informação desejada.

Os mesmos autores desenvolveram um modelo para o processo de

criação do conhecimento dentro das organizações, descritos em cinco etapas:

compartilhamento do conhecimento tático, criação de conceitos, justificativa de

conceitos, construção de arquétipos e difusão interativa do conhecimento.

1º Fase: ocorre a partilha de habilidades e experiências entre as

pessoas de diferentes áreas funcionais para atingir um objetivo comum.

Interagem por meio de diálogos e atividades em equipe, corresponde à

socialização;

2º Fase: por meio dos diálogos, procuram traduzir o modelo mental

tácito da primeira fase em palavras e conceitos explícitos, corresponde á

exteriorização;

3º Fase: os conceitos são avaliados se estão alinhados aos propósitos

da organização, normalmente por critérios formulados pelo alto e médio

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

20

escalão administrativo como custo, margem de lucro, contribuição para os

negócios da empresa. Corresponde à internalização;

4º Fase: o conceito aprovado é transformado em algo tangível ou

concreto, denominado pelo autor de arquétipo, que pode ser um protótipo

físico ou um mecanismo de funcionamento para um modelo. Corresponde à

conversão;

5º Fase: os conceitos criados, aprovados e modelados são

disseminados e utilizados para estimular novos ciclos de criação do

conhecimento dentro da organização ou também em clientes, fornecedores,

concorrentes e outros segmentos.

Conforme nota-se, os autores apresentam tanto pontos comuns, como

pontos divergentes, referente à gestão do conhecimento, alguns modelos são

extremamente simples, outros, porém, são mais complexos, porém, uma

concordância há entre todos os autores, que é o processo de interação do

individuo com a empresa na geração do conhecimento.

1.3 A GESTÃO DO CONHECIMENTO E O CAPITAL INTELECTUAL

DAS EMPRESAS

Segundo Hommerding (2001, p. 102) a Gestão do Conhecimento pode

ser resumida como um conjunto integrado de ações que visa a identificar,

capturar, gerenciar e compartilhar todo o ativo de informações de uma

organização. Numa abordagem prática, a Gestão do Conhecimento refere-se à

identificação e ao mapeamento do capital intelectual de uma organização.

De acordo com o HSM Management (2000), o capital intelectual é a

soma de capital estrutural e humano, indicando capacidade de ganhos futuros

de um ponto de vista humano, levando à capacidade de criar continuamente e

proporcionar valor de qualidade superior.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

21

Hommerding (2001, p. 102 -103) destaca que a Gestão do

Conhecimento leva ainda à geração de novos conhecimentos que ofereçam

vantagens competitivas no mercado, tornando acessíveis grandes quantidades

de informações corporativas, além de aumentar a inovação na organização, o

tempo de resposta, a competência e a eficiência das ações.

Para se compreender melhor o envolvimento da gestão de

conhecimento com as organizações, note a figura abaixo:

Figura 2 - Gestão do Conhecimento nas organizações

Fonte: Moura (2000)

Como destacado anteriormente, no primeiro tópico, a gestão de

conhecimento exige um trabalho continuo, por parte da empresa e também dos

colaboradores.

“A criação do conhecimento organizacional é um processo interminável que exige inovação contínua. Como o ambiente competitivo e as preferências do cliente mudam constantemente, o conhecimento existente logo se torna obsoleto.” (Nonaka e Takeushi, 1997, p.139)

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

22

A gestão do conhecimento, é na maioria das vezes trabalhada dentro

da organização com base na pirâmide dos C´s do conhecimento, que segundo

Davenport & Prusak, (1998, p. 31) tratam de:

(1) Capturar, armazenar, recuperar e distribuir ativos tangíveis de

conhecimento, tais como patentes e direitos autorais;

(2) Coletar, organizar e disseminar conhecimentos intangíveis, tais

como know-how e especialização profissional, experiência individual, soluções

criativas, etc.;

(3) Criar um ambiente de aprendizado interativo, no qual as pessoas

transfiram prontamente o conhecimento, internalizem-no e apliquem-no para

criar novos conhecimentos.

Conforme se pode observar na figura abaixo:

Figura 3 - Transformação de dados em informações e conhecimento.

Fonte: Austin (2005)

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

23

Hommerding (2001, p. 105) destaca que segundo pesquisa realizada

nos EUA pela Management Review em 1999, é aproveitar os recursos que já

existem na empresa, para que as pessoas procurem, encontrem e empreguem

as melhores práticas, em vez de tentar reinventar a roda.

Desta forma a gestão de conhecimento transforma-se em diferencial

competitivo, pois aproveita as informações contidas na empresa e transforma-

as em competência, habilidades e crescimento intelectual, aproveitando os

talentos e possibilitando a empresa, maior envolvimento com o mercado

competitivo e suas principais características.

Segundo Slim (2000) o conhecimento competitivo é aquele que

trabalha com dois tipos de recursos, tais como:

Recursos Quantificáveis - passíveis de troca e de imitação, como por

exemplo, ativos, capital, tecnologia, marca, economias de escala;

Recursos Não Quantificáveis - não passíveis de troca ou imitação, por

exemplo, competências, experiências, sistemas de trabalho, estilo de gestão, e

isto é conhecimento.

No entanto, para que a gestão de conhecimento venha a ser utilizada

como forma de competitividade, é imprescindível que seja unida a gestão de

competência, para que haja realmente, a administração de capital intelectual

na organização.

1.4 ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL INTELECTUAL

A organização e gerenciamento intelectual são imprescindíveis para

que haja competitividade, no entanto essa administração de competências,

somente é possível, através da junção conhecimento e competências,

conforme será focado esse tópico.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

24

Zarifian (2001) cita dois elementos presentes, nas mudanças ocorridas

na empresa, em relação às competências:

1) (...) a prescrição desloca-se, foco não nas operações do trabalho, mas nos objetivos e resultados da atividade profissional. O trabalhador passa a ter acesso ao por que dos objetivos e ao como atingir estes objetivos. Cria-se um espaço aberto que já dispara a competência da tomada de iniciativa ao assumir responsabilidades pelos objetivos apresentados (...) 2) A competência é assumida por um coletivo, ou seja, as competências individuais são necessárias, porém convergem para ações profissionais com modelos de organização por equipe, por rede ou por projeto. A automação em cadeia deixa de existir e o sucesso da ação coletiva passa a ser resultado da competência ativa de cada um. (ZARIFIAN, 2001, p. 29)

Para Ruas (2005), o conceito de competência está mais próximo da

capacidade de combinar e mobilizar adequadamente recursos já desenvolvidos

do que no armazenamento de conhecimentos e habilidades que se voltam

mais para a qualificação.

De acordo com Fleury e Fleury (2000), competência é um saber agir de

maneira responsável que implica em mobilizar, integrar, transferir

conhecimentos, recursos e habilidades que agreguem valor econômico à

organização e valor social ao indivíduo. Segundos os autores, o aumento da

competitividade, da instabilidade econômica e a política dos mercados cada

vez mais globalizada, têm levado as empresas a se especializarem em core

business, gerando mais competência interna e que é por meio do processo de

aprendizagem e da gestão do conhecimento que as organizações podem

desenvolver as competências necessárias para a realização da sua estratégia

competitiva.

Figura 4- Construção das competências e da estratégia por meio da

aprendizagem

ESTRATÉGIA

APRENDIZAGEM

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

25

COMPETÊNCIAS

Fonte: Fleury & Fleury (2000)

Dutra (2001) complementa o conceito de Fleury & Fleury ao definir que

a competência está vinculada à capacidade de entrega do indivíduo, realizada

a partir da aplicação do estoque de repertórios individuais e organizacionais.

Para Secretan (1989) apud Fleury & Fleury (2000) “a Competência é

alcançada através do orgulho, da mente aberta, do auto desenvolvimento, do

trabalho em equipe, da pesquisa e da boa vontade em admitir a própria

ignorância”.

Para Dutra (2001) a gestão de competências visa:

1. Garantir que os resultados e as competências dos funcionários

sejam identificados, medidos e avaliados com o objetivo de subsidiar os

demais processos do Sistema de Gestão Integrada de RH.

2. Garantir que os funcionários obtenham feedback em relação às suas

competências e resultados.

3. Garantir o Processo de gestão do desempenho como elemento

central para efetivar o alinhamento à Estratégia.

4. Garantir as políticas, práticas e processos da gestão de recursos

humanos integrados entre si.

5. Garantir as políticas, práticas e processos baseados no efetivo

desempenho e competências dos empregados.

Antunes (2001, p.17) diz que “competente é aquele que pondera,

aprecia, avalia, julga e depois de examinar uma situação ou um problema por

ângulos diferentes encontra a solução ou decide”.

Oliveira Junior (2004, p.7) cita que a “natureza do conhecimento,

agregado às competências, será decisiva para a sustentabilidade da vantagem

competitiva, conferida pela competência”.

Resende (2003, p.32) destaca que:

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

26

Competência é a transformação de conhecimentos, aptidões, habilidades, interesse, vontade, etc. em resultados práticos. Ter conhecimento e experiência e não saber aplicá-los em favor de um objetivo, de uma necessidade, de um compromisso, significa não ser competente.

Vê-se então que competência é o resultado da aplicação de uma série

de conhecimentos da empresa e do individuo somado a habilidades e

características pessoais dos indivíduos, que através do comportamento gera e

demonstra no contexto de trabalho o desempenho superior de cada um.

Dutra (2001) define as características pessoais, para a competência

como sendo:

1. Estrutura de referência mental de cada um;

2. Potencializam ou restringem o domínio e expressão de

competências;

3. Indicam preferências individuais em relação ao trabalho e não

a aptidão individual;

4. São relativamente estáveis e duradouras e variam de acordo

com cada indivíduo.

Quanto ao comportamento, o autor cita a forma pela qual uma pessoa

transmite e demonstra suas habilidades, conhecimentos e características

pessoais no contexto em que está inserida e diz ainda que é a demonstração

do que uma pessoa sente, pensa ou quer.

Quantos as habilidades o autor salienta que são diferentes

capacidades, como: capacidade de desenvolver tarefas físicas e intelectuais;

capacidade de “saber fazer”; capacidade de saber colocar em prática.

E o conhecimento como mencionado anteriormente, é o conjunto

consciente e acessível de dados, informações, conceitos e percepções

adquiridos através de educação e experiências e ainda a capacidade de

“saber” transmitir, considerada em um ponto mais elevado como “competência

essencial”.

Segundo diversos autores, como Prahalad & Hamel, Harb e Dutra,

competências essenciais são aquelas mais importantes para a organização,

mas que exigem comprometimento mutuo.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

27

Para Prahalad & Hamel (1990), competências essenciais nas

empresas são core competences, aquelas que atribuem vantagens

competitivas, geram valor distintivo percebido pelos clientes e difíceis de serem

imitadas pela concorrência.

Para Harb (2001, p.20):

Desenvolver as competências essenciais pode proporcionar á organização um diferencial competitivo, possibilitando o surgimento de novas oportunidades no mundo dos negócios. As organizações que implementam suas estratégias com base nas competências essenciais ou capacidades únicas pode iniciar o seu processo estratégico reconhecendo suas capacidades e competências críticas a partir de uma expectativa interna dos processos de negócios, considerando a expectativa dos clientes, selecionando segmentos de mercado e consumidores, nas quais as competências podem oferecer maior valor agregado.

Prahalad (1997) afirma que para ter competência essencial, é preciso

três determinantes: treinamento contínuo dos funcionários, uso contínuo das

competências, desdobrando e reformulando-as de diversas formas e por último

desenvolvendo as competências, rompendo as barreiras funcionais,

organizacionais para haver trabalho em equipe.

Lazarotto (2001, p. 2-3), salienta que:

Nos últimos anos, os empregados ganharam um papel estratégico nas organizações. O novo discurso centra-se nas competências essenciais, tornando-se cada vez mais importante, uma vez que as empresas estão competindo pelos recursos humanos, e o conhecimento está dando inicio a profundas transformações, na tecnologia e na administração. Tais desafios impõem-se ao desempenho das pessoas e dos negócios, exigem estratégias para competição, evidenciam padrões mundiais de excelência, de qualidade, geram, nos trabalhadores, a importância do desenvolvimento das competências essenciais (conhecimento, habilidades e atitudes) no trabalho.

Como se pode verificar as competências essenciais requerem

aprendizagem coletiva por parte da organização, bem como, envolvem o

comprometimento e a responsabilidade de todos os integrantes da empresa.

Explorar essa competência depende da capacidade e das estratégias que a

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

28

organização adota para promover a integração, a comunicação, e ainda a

cooperação entre os diferentes setores da empresa.

Para Sampaio (2007, p. 27) utilizar as competências essenciais como

base estratégica:

(...) consiste em focalizar os esforços e investimentos de uma empresa em um pequeno grupo de capacidades e obter vantagens nas outras capacidades, “comprando-as” do mercado, e, com isso, partilhando alguns benefícios, tais como economia de escala, flexibilidade no atendimento das demandas e, principalmente, competitividade.

Sendo assim, pode-se verificar, que a competência esta focada na

capacidade de cada individuo, e que é essencial para que a empresa venha a

obter resultados satisfatórios, alcançando uma etapa significativa de

competitividade.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

29

CAPÍTULO II

UNIVERSIDADES CORPORATIVAS

Esse capítulo trata das Universidades Corporativas, sua finalidade e

particularidades frente às situações e necessidades das empresas nos dias

atuais.

2.1 O QUE É “UNIVERSIDADE CORPORATIVA”

Mediante tanta necessidade em adquirir conhecimento, as

organizações passaram a buscar recursos para achegar-se aos seus objetivos.

Os colaboradores passaram a receber benefícios financeiros que auxiliam nos

estudos, treinamentos passaram a fazer parte do cotidiano das empresas e

cursos de aperfeiçoamento viraram febre no mundo todo.

Atualmente, nos deparamos com boa parte da população mundial

correndo atrás de mais conhecimento. Existem universidades em todos os

cantos e podem até mesmo chegar diretamente a nossa casa, através de

programas de ensino á distância.

Mas tudo isso, gera teoria, conhecimento esse adquirido pelos alunos

ou então profissionais, que devem ser traduzidos á prática. O maior desafio

esta em fazer com que os funcionários apliquem tudo que aprendem na

organização.

Foi pensando nisso, que surgiram as “universidades corporativas”.

Mesteir referiu-se a essa ferramenta, como sendo:

... um guarda-chuva estratégico para o desenvolvimento e a educação de funcionários, clientes e fornecedores, buscando otimizar as estratégias organizacionais, além de um laboratório de aprendizagem para a organização de um pólo permanente (Meister, 1999, p.8).

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

30

Para Meister o conhecimento e as qualificações das pessoas “só são

adequadas durante um período, que pode ir de 12 a 18 meses, depois do qual

precisamos reabastecê-las para competir na economia global do

conhecimento”.

A universidade corporativa vem de encontro ao que as empresas

realmente precisam. Ainda para Meister (1999, p. 15) “o diferencial decisivo de

competitividade reside no nível de capacitação (...) de seus funcionários,

fornecedores principais, clientes, e até mesmo membros das comunidades

onde atuam” .

É como trazer a universidade para dentro da própria organização, mas

não com intuito de competir com as universidades tradicionais, mas com a

intenção de utilizar todo conhecimento teórico adquirido, colocando-o em

prática na empresa, no momento em que foi absorvido.

Para Meister (1999, p. 2) “a empresa que a implanta tem um efetivo

interesse em tornar-se um pólo de educação permanente de hoje”. Quartiero e

Cerny (2005 p. 34-35) salientam que:

As empresas, ao criarem universidades corporativas, estão preocupadas em desenvolver pesquisas e ações para obter respostas para as suas atividades-fim, ou seja, estão procurando treinamento e desenvolvimento para seus profissionais nos assuntos de seu interesse operacional e estratégico. Por outro lado, não poderíamos deixar de analisar que este contexto de educação permanente gera uma população de clientes que cresce continuamente: os adultos profissionais/alunos. Nesse sentido surge um grande mercado para as universidades corporativas, consórcios educacionais, universidades virtuais e empresas de treinamento especializado. A educação do aluno adulto torna-se um grande e diversificado negócio.

Podemos dizer então que a universidade corporativa é um espaço

reservado para a educação dentro da empresa, gerenciado por ela com o

intuito de trazer mais próximo, uma cultura de aprendizagem continua que

possa formar e gerar novas competências que proporcionem soluções mais

rápidas e eficientes e que cooperem com as estratégias empresariais, gerando

vantagem competitiva e duradoura as empresas.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

31

Para a maioria dos estudiosos, como Meister (1999), Senge (1996) e

Stuart (1998) “as universidades tradicionais são incapazes de proporcionar a

formação exigida pelas organizações, já a universidade corporativa é a solução

para esses problemas educacionais”

Conforme o site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior – Portal de Educação Corporativa – existem 89 instituições

corporativas, atualmente, no Brasil (Brasil, 2007), isso significa, que o Brasil

esta cada vez mais interessado em modificar seus hábitos educacionais e as

empresas estão buscando brasileiras estão buscando saídas para suas

dificuldades educacionais.

Muitas dessas instituições são parceiras de universidades tradicionais,

utilizam recursos físicos como acontece habitualmente no universo acadêmico.

Porém outras instituições, sendo parceiras ou não de universidades

acadêmicas, utilizam recursos virtuais, fazendo que a empresa receba as

orientações e conhecimentos virtualmente. São as chamadas “Educação a

distância”.

2.2 A RELAÇÃO ENTRE AS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS E AS UNIVERSIDADES E TREINAMENTOS TRADICIONAIS

Muito se fala nas empresas em T&D (Treinamento e Desenvolvimento)

ferramenta utilizada até então para capacitar ou aperfeiçoar os empregados. A

T&D, vem sendo substituída pela UC (Universidade Corporativa) que visa

aprimorar a disseminação de conhecimento dentro da empresa.

Através da UC, as organizações poderão contar com uma

porcentagem maior de conhecimento adquirido, sendo introduzido na empresa,

ou seja, poderá presenciar com mais facilidade e agilidade, a teoria ser

transformada em prática, auxiliando a empresa em seu desenvolvimento.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

32

Como podemos perceber, a UC é uma meio aprimorado do T&D,

talvez o mesmo objetivo, mas utilizando formas diferenciadas e mais diretas de

aplicação do conhecimento na organização. A respeito disso, Grisci & Dengo

(2005, p. 69) comentaram que:

A denominação UC está basicamente associada aos programas de T&D das empresas, agregando-se a ela um sentido de divulgação mercadológica que gera ganhos de imagem externa e reconhecimento pelo mercado. O emprego do neologismo Universidade Corporativa passa a idéia de que a empresa utiliza práticas inovadoras de T&D.

Isso significa que nada adianta, utilizar técnicas inovadoras, o

importante é que todos apostem e acreditem nessas técnicas, fortalecendo os

recursos e as idéias, desejando realmente, usar o conhecimento em benefício

próprio e da empresa.

Grisci & Dengo afirmam ainda que “As UCs mais referenciadas pelo

mercado, geralmente, têm parcerias com as melhores faculdades não obstante

a mídia se voltar mas para a UC e fazer críticas às universidades tradicionais”

(Grisci & Dengo, 2005, p. 71).

O que indica que não existe uma concorrência, mas que a

universidade corporativa depende da universidade tradicional e ainda utiliza

técnicas dos Treinamentos & Desenvolvimento, para ampliar os resultados.

Mas então porque a Universidade Corporativa foi criada? Visto que

ainda utiliza técnicas de T&D e realiza parcerias com Universidade

acadêmicas?

Semerene, responde essa questão afirmando que “desenvolver neles a

visão da empresa como um todo, em relação ao mercado, à concorrência, às

oportunidades no ambiente nacional e internacional” (Semerene, 2007).

Ou seja, por mais que as universidades tradicionais tentem, não

conseguem de fato, chegar próximo ao que as empresas realmente precisam.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

33

Uma organização, quando investe em conhecimento, deseja receber um

resultado positivo em troca, aumentar a produção, as vendas, os lucros.

Ninguém investe em educação ou em aperfeiçoamento, simplesmente

porque gosta, existe um objetivo por trás de cada esforço, no caso das

empresas, esse objetivo estende-se ao crescimento e ao desenvolvimento da

organização.

Semerene cita ainda "Entendemos a importância da inovação, não só

em prol do lucro, mas também para o desenvolvimento sustentável e em prol

do meio-ambiente". (Semerene, 2007)

E destaca ainda "O nosso desafio é formar gestores para as

Universidades Corporativas e conseguir equilibrar dois mundos aparentemente

diferentes (empresa e academia)" (Semerene, 2007).

A intenção, portanto, não é gerar uma concorrência entre

universidades tradicionais e as universidades corporativas, mas criar um

vinculo entre elas, capaz de trazer benefícios ainda maiores para a empresa e

para o profissional, conseqüentemente, beneficiando a sociedade e as

instituições de ensino.

É certo que quanto mais conhecimentos obtêm, maiores são as

condições que temos, em transferir o que sabemos para o lado prático.

Solucionar problemas acaba sendo uma tarefa descomplicada e as pessoas

tendem a ficar mais competentes, mais responsáveis, capazes de aumentar a

produtividade e motivar-se ao mesmo tempo, contribuindo então, para que os

objetivos da empresa sejam alcançados com sucesso.

Porém é fato que a teoria e a prática andam juntas, por isso as

universidades corporativas, sentem-se a vontade para utilizar técnicas de T&D

e sentem-se na necessidade de juntarem-se as universidades acadêmicas.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

34

2.3 O USO DA TECNOLOGIA NA RETENÇÃO DO CONHECIMENTO

A aplicabilidade de tecnologia nas empresas, de modo que reforcem o

uso de informações e comunicação, é uma técnica favorável a junção

conhecimento e retenção de informações para a formação de conhecimento.

Segundo Miranda (2010 p. 2) o desenvolvimento de sistemas de

suporte ao conhecimento deve estar claramente vinculado aos resultados

globais das empresas. Sendo que as ferramentas tecnológicas de suporte ao

conhecimento devem ser flexíveis e fáceis de usar, possibilitando assim uma

maior autonomia aos participantes.

De um modo geral, Miranda (2010, p. 2) destaca que quando

pensamos em TI de suporte à Gestão de Conhecimento surgem logo como as

mais importantes: a videoconferência, groupware, workflows, painéis

eletrônicos, portais e grupos de discussão, bases de dados on-line, Internet,

intranets, sistemas especialistas, agentes de pesquisa inteligentes, data

warehouse / data mining e gestão eletrônica de documentos, que podem ser

utilizados entre empresas, de modo que s pessoas possam trocar informações

e conhecimento entre si, independente de estarem ou não no mesmo

ambiente.

De acordo com Miranda (2010 p. 3) as tecnologias deverão ser vistas

como úteis para a Gestão do Conhecimento, pois proporcionam a integração

das pessoas, facilitam a superação das fronteiras, ajudam a prevenir a

fragmentação das informações e permitem criar redes globais para a partilha

do conhecimento.

Miranda (2010, p. 3) destaca ainda que as Tecnologias devem ser

eficazes para a criação de uma eficiente Gestão do Conhecimento, sendo que

a TI deve ser utilizada para facilitar as atividades essenciais para a evolução

das organizações e pessoas, proporcionando melhores soluções para os

problemas, assim como fomentar a inovação. Isto é, deve possibilitar o

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

35

fornecimento de todos os meios através de ferramentas flexíveis e de fácil

utilização.

Finalizando sua opinião sobre o assunto, Miranda (2010) destaca que

a relação do conhecimento com a capacidade de inovação e a preparação e

flexibilidade que esta possui para aprender rápido, permite uma reação

favorável sempre que haja mudanças, estas modificações são cada vez mais

frequentes nos dias atuais.

2.4 O APRENDIZADO ATRAVÉS DE AMBIENTES VIRTUAIS – RELEVANCIA DA UNIVERSIDADE CORPORATIVA VIRTUAL

Todas as pessoas têm direito a educação e consequentemente a

aprendizagem. De acordo com Gagné (1974, p. 3) “aprendizagem é uma

modificação na disposição ou na capacidade do homem, modificação essa que

pode ser retida e que não pode ser simplesmente atribuída ao processo de

crescimento”. Para Gagné (1974), no entanto, a aprendizagem se manifesta

como uma alteração no comportamento ou na disposição, que, conforme o

caso pode ser atitude, interesse ou valor.

Kolb (1984, p. 3) conceitua aprendizagem baseado-se na abordagem

vivencial (experiência à distância): “Aprendizagem é o processo pelo qual o

conhecimento é criado, através da transformação da experiência”.

A educação à distância esta baseado, portanto em uma teoria de

aprendizagem:

“De um modo geral, uma teoria é uma tentativa humana de sistematizar uma área de conhecimento, uma maneira particular de ver as coisas, de explicar e prever observações, de resolver problemas” (MOREIRA, 1999, p. 12)

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

36

Moreira (1999) apresenta ainda as teorias mais recentes de

aprendizagem, agrupando-as em três enfoques: comportamentalismo,

cognitivismo e humanismo, conforme mostra a figura a seguir:

Figura 5 - Principais enfoques teóricos à aprendizagem e ao ensino

Fonte: Moreira (1999)

Mediante esses enfoques Moreira (1999, p. 20) destaca que a teoria

conexionista “todas as respostas (comportamentos) são eliciadas por estímulos

(condições que levam aos comportamentos)”.

E quanto a teria cognitiva Moreira (1999, p. 15) destaca que a

“atribuição de significados, da compreensão, transformação, armazenamento e

uso da informação envolvida na cognição”. Entretanto, utilização da educação

à distância (EAD) na aprendizagem, vai além da teoria, necessitando de

técnicas:

“As técnicas de ensino não são naturais ao processo de ensinar, mas são condições que dão acesso a ele. Portanto, nesse sentido, elas são compreensíveis como ‘artifícios’, que se interpõem na relação

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

37

entre o professor e o aluno, submissas à autoridade e à intencionalidade do primeiro”

De acordo com Godoy e Cunha (1997) as técnicas de aprendizagem

podem ser agrupadas em: aula expositiva, ensino em pequenos grupos e

ensino individualizado.

Godoy e Cunha (1997) destacam ainda que a aula expositiva consiste

na exposição contínua do professor, que utiliza recursos audiovisuais e

responde a perguntas eventuais dos alunos. O ensino em pequenos grupos

utiliza-se de outras técnicas, como destacam Godoy e Cunha (1997, p. 86-98):

(1) Seminário: encontro de grupo pequeno para discutir um assunto

determinado;

(2) Método do caso: estudantes trabalham e discutem com base na

descrição de uma situação real, possibilitando a análise de questões e

problemas fundamentais e concretos;

(3) Jogo de empresa: os participantes realizam ações em uma

empresa fictícia, que são implementadas em rodadas sucessivas e os

resultados das decisões são acompanhados.

Godoy e Cunha (1997), porém, orientam que o ensino individualizado

como a utilização dos recursos audiovisuais e tecnológicos na educação

buscando facilitar a aprendizagem através da individualização da instrução,

destacando-se aqui a educação à distância, acompanhada das seguintes

características, conforme citam Godoy (1997, p. 103):

(1) Respeito pelo ritmo do aluno, o importante é adquirir o domínio

dos conteúdos estudados;

(2) Aluno é o responsável pelo seu aprendizado, sendo exigida

participação ativa;

(3) Objetivos são claros e subdivididos em unidades a serem

aprendidas conforme uma sequência determinada;

(4) Sistema de avaliação a partir de testes e/ou tarefas específicas,

permitindo acompanhamento e feedback do professor.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

38

De acordo com Araújo (2001) as técnicas estão mais centradas na

individualização, como o ensino programado, ou na socialização do aluno,

como o estudo do meio, seminário, debate, discussão e trabalho em grupo.

Mediante essa afirmação Brown e Atkins (1997) apresentam o nível de

participação e controle do professor e do aluno para cada técnica de ensino

analisada, conforme mostra a figura abaixo:

Figura 6 - Participação e Controle do Professor e Aluno

Fonte: BROWN e ATKINS apud Moreira (1999)

Seguindo essa mesma linha de pensamento, Johnson e Foa apud

Moreira (1999) relacionam os níveis de interatividade cognitiva com os níveis

de independência do aluno, dando ênfase nos usos da tecnologia para o

ensino conforme figura abaixo:

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

39

Figura 7 - Uso da tecnologia para o ensino

Fonte: Johnson e Foa (1989) apud Moreira (1999)

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

40

CAPÍTULO III

EXEMPLOS DE UNIVERSIDADES CORPORATIVAS

Este capítulo apresenta exemplos bem sucedidos de empresas que já

implantaram o conceito de Universidade Corporativa.

3.1 – UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NO BRASIL

Segundo a Associação Brasileira de Educação Corporativa, diversas

organizações atuantes no país, tanto na esfera pública quanto privada, já

implantaram e estão operando sistemas de educação corporativa. Não existem

dados sobre a porcentagem de empresas que investem em Universidades

Corporativas, mas podemos notar que as Universidades são o passo seguinte

à implementação do e-Learning em algumas delas.

A Faculdade de Economia e Administração da USP revelou que a média

de investimentos empresariais em educação corporativa gira em torno de

alguns milhões. Tais recursos visam compensar as deficiências do mercado de

trabalho.

Muito além dos centros de treinamento, o conceito de Universidade

Corporativa ultrapassa o quadrado da sala de aula e aplica o saber em

situações reais de trabalho, solucionando problemas e melhorando

performances.

No Brasil as mais conhecidas são as do Banco do Brasil, dos Correios,

da Petrobras, da Caixa Econômica Federal, da Datasul e do Serpro, entre

outras.

3.2 - UNIVERSIDADE BANCO DO BRASIL

O sistema de educação corporativa do Banco do Brasil existe desde a

década de 60. Em 1986 foi criado o setor de produção de vídeos para

treinamento; em 1989 surgiu o programa de informatização no treinamento,

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

41

com a introdução do “treinamento baseado em computador”; em 1993 foi

lançado o programa BB MBA para o desenvolvimento de altos executivos; em

1998 houve a criação da TV corporativa do banco, inaugurando a experiência

em teletreinamento; em 2001 foi inaugurado o portal do desenvolvimento

profissional, possibilitando o acesso a toda informação sobre educação

corporativa em ambiente web; em 11 de julho de 2002, o Banco do Brasil

instituiu a sua Universidade Corporativa, com o propósito de dar continuidade

ao processo evolutivo da educação corporativa da instituição. Com a

Universidade Corporativa, observou-se a intensificação dos esforços no

sentido da utilização da expertise em educação para agregar valor à

organização e aos relacionamentos do banco, visando a alcançar o cliente e a

sociedade. Quanto ao posicionamento na hierarquia, a Universidade

Corporativa Banco do Brasil vincula-se à Diretoria de Recursos Humanos. Em

2004 é lançado o programa de gestão de desempenho por competências no

banco e foi assinado convênio entre a Universidade Corporativa Banco do

Brasil e o Ministério da Educação, por intermédio do INEP, para o

desenvolvimento do projeto de certificação de competências no banco.

Além de contemplar a participação de funcionários, os programas,

gradativamente, estenderam-se a clientes, fornecedores e parceiros.

Os programas educacionais focam o desenvolvimento humano e

profissional, a busca de soluções para problemas de desempenho profissional,

o aperfeiçoamento da performance organizacional e a formação de sucessores

para os quadros técnicos e gerenciais do Banco. Os programas educacionais

vinculam-se ao planejamento estratégico do banco, analisando a concorrência

e as competências necessárias para que o banco se mantenha bem

posicionado no mercado.

A Universidade Corporativa trabalha por projetos, com foco nos

aspectos metodológico e de conteúdo. São incentivadas as parcerias

institucionais, sobretudo com o meio acadêmico. Além das parcerias, destaca-

se a participação de funcionários como docentes nos programas educacionais

da Universidade Corporativa.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

42

Programas contínuos de aperfeiçoamento são mantidos pelo Banco:

ciclo de palestras, formação e aperfeiçoamento em nível superior,

desenvolvimento em idiomas estrangeiros, desenvolvimento da excelência

técnico-gerencial, desenvolvimento da excelência executiva, bolsas de estudo

para graduação e para pós-graduação (lato sensu e stricto sensu).

Adicionalmente a essas iniciativas, o Banco do Brasil realiza parcerias com

instituições acadêmicas renomadas para o desenvolvimento conjunto de

programas de pós-graduação “lato sensu in company”, nas áreas de

conhecimento consideradas críticas e estratégicas para a instituição.

Segundo a estratégia definida pelo Banco do Brasil, cabe à

Universidade Corporativa:

• Definir temas e prioridades, em articulação com o nível

estratégico do banco;

• Desenvolver o projeto básico do programa em conjunto com a

área afeta ao conteúdo;

• Pesquisar as melhores opções de mercado para a realização do

programa, considerando-se a avaliação da instituição na área de

conhecimento correspondente ao programa e o preço dos

serviços;

• Acompanhar e avaliar o programa, incluindo os resultados

alcançados.

Além da Universidade Corporativa, o Banco do Brasil administra o Portal

da Universidade aberto a funcionários e não- funcionários, ampliando o acesso

profissional a informativos, artigos, entrevistas, notícias, informações sobre

eventos e resenhas de livros. Segundo Marcos Fadanelli Ramos, gerente

executivo em gestão de pessoas do Banco do Brasil:

“O Portal, baseado na Intranet do BB não demandou investimentos

significativos em tecnologia. Usamos a capacidade instalada que o banco já

possuía.”

Conforme essa tendência se confirma, novas oportunidades surgem,

não somente para as companhias que criam universidades on-line, mas para

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

43

muitas outras, como as que oferecem conteúdo. Isso acontece porque muitas

Universidades Corporativas terceirizam grande parte de sua produção.

As companhias não precisam necessariamente se tornar provedoras de

conteúdo para aproveitar essa oportunidade. O que elas precisam é entender

as tendências tecnológicas, compreender os estilos de aprendizagem e seus

métodos e como criar um conteúdo que pode ser usado num ambiente de e-

Learning. O conteúdo está se tornando cada vez menos texto e mais mídia e

este é provavelmente o ponto chave para as empresas que desejam tirar

proveito das oportunidades deste espaço. Um conteúdo claro, persuasivo e

eficiente, e a tecnologia são fundamentais para o sucesso do e-Learning. Não

importa se a empresa oferece treinamento on-line somente para seus

funcionários ou se ela o disponibiliza para todos, os benefícios podem fazer

valer a pena assumir os desafios de se colocar o conteúdo certo no lugar certo.

3.3 – UNIVERSIDADE PETROBRAS

A Petrobras tem investido estrategicamente em sua Universidade

Corporativa. Foi a forma encontrada pela estatal para treinar equipes num país

que forma poucos engenheiros e onde há um déficit crônico de mão de obra

especializada.

Segundo Ricardo Salomão, gerente-geral da Universidade Corporativa:

“Somos parceiros de instituições acadêmicas, mas preferimos oferecer

os cursos internamente porque necessitamos de agilidade e temos de

aprimorar um grande número de pessoas.”

Todos os dias, um número significativo de executivos passa pelo

campus da companhia, no Rio de Janeiro, que compreende três unidades: a

Escola de Ciências e Tecnologias, voltada para exploração e produção, a

Escola de Gestão e Negócios, que desenvolve lideranças, e a Escola Técnica,

que oferece aos empregados uma formação específica para cada atividade.

Salomão ressalta:

“Todos os funcionários da Petrobras são incluídos nos treinamentos e

podem participar de cursos formação até doutorado.“

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

44

3.4 – UNIVERSIDADE CORREIOS

A Universidade Correios foi criada a partir da fusão da Escola Superior

de Administração Postal com o Departamento de Treinamento &

Desenvolvimento de Pessoal, em 2000. Na hierarquia dos Correios, a

Universidade Corporativa situa-se no nível de departamento, seu titular tem a

função de “coordenador nacional” e subordina-se ao diretor de Recursos

Humanos da empresa. A sede da Universidade Correios localiza-se em

Brasília e sua estrutura compreende: centros de treinamento &

desenvolvimento, situados no Rio de Janeiro, São Paulo e em outras cidades

do país. O atendimento à clientela deve levar em conta as áreas de

estruturação dos Correios: operacional, comercial, financeira, internacional,

tecnológica, recursos humanos, administração e controle.

Os programas de pós-graduação realizados pela Universidade Correios

vinculam-se ao planejamento estratégico da instituição. Este é concebido com

bastante antecedência e é revisto anualmente. A definição dos programas de

pós-graduação corresponde às prioridades estabelecidas no planejamento

estratégico. A Universidade Correios concluiu, em 2003, os Cursos de

Especialização em Tecnologia da Informação e de Especialização em Logística

Empresarial. Ambos os cursos foram realizados em parceria com a

Universidade de Brasília – UnB e organizados como turma fechada para os

Correios. Cada curso teve o total de 400 horas-aula e contou com a

participação de 35 alunos. Para a realização desses cursos, houve atuação

diferenciada da Universidade Correios: no caso do MBA em Tecnologia da

Informação, a Universidade de Brasília demonstrou expertise que prescindiu de

colaboração mais intensiva e direta da Universidade Correios, no que tange ao

conteúdo do programa. No entanto, em relação ao MBA em Logística

Empresarial, a Universidade de Brasília não detinha o domínio necessário à

realização do programa, o que ensejou etapa preliminar de conhecimento, por

parte dos professores da UnB, sobre a estrutura e o funcionamento da área

operacional dos Correios, que se situa em São Paulo, visando ao

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

45

entendimento do trabalho executado nos centros de triagem e de distribuição

postal.

A Universidade Correios não tem a intenção de desenvolver programa

autônomo de pós-graduação. Deverá permanecer a parceria com instituições

acadêmicas de ensino superior.

3.5 – UNIVERSIDADE DATASUL

A Universidade Datasul foi implantada em setembro de 2002 e pretende

oferecer conhecimentos de acordo com a demanda do usuário. O novo serviço

visa à distribuição eficiente do conhecimento. Por meio de uma plataforma de

gestão de aprendizagem, batizada de Knowledge Server, é possível monitorar

a grade curricular de cada profissional da empresa e fornecer treinamentos

personalizados.

De acordo com Alice Feuser, gerente da Universidade Datasul:

“... a ferramenta permite gerar economia e aumentar a rapidez e eficiência pelo

fato de ser baseada em Web. Além disso, por gerenciar cada funcionário

individualmente, os conhecimentos oferecidos estão alinhados à demanda.”

3.6 – UNIVERSIDADE SERPRO

A Universidade Serpro foi criada em outubro de 2003 como

departamento subordinado à superintendência de gestão de pessoas. Possui

em sua estrutura uma divisão de educação corporativa, voltada para a parte de

metodologias e de tecnologias educacionais, e um setor de educação regular e

complementar. Encontra-se em algumas cidades do país.

O público-alvo a ser atendido inclui, além dos empregados do próprio

Serpro, os integrantes dos quadros das instituições clientes da empresa.

O programa de educação pós-graduada no Serpro consiste na formação

especializada dos empregados e compreende dois subprogramas:

especialização estratégica e aperfeiçoamento indireto requerido. A

especialização estratégica é a formação em nível de pós-graduação feita a

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

46

pedido e por recomendação do titular da unidade organizacional de lotação do

empregado, voltada para fins de aperfeiçoamento do profissional e melhoria

dos serviços. O aperfeiçoamento indireto requerido é a concessão de

aperfeiçoamento mediante requerimento formal do empregado, condicionado

ao seu interesse, em áreas de conhecimento aplicáveis à empresa, visando ao

retorno indireto que o programa propiciará para o seu desempenho

profissional.

A Universidade Serpro pretende realizar programa de pós-graduação

com certificação própria. No entanto, essa estratégia não substituirá à atual,

que preconiza parceria com instituições acadêmicas. A opção autônoma estará

restrita às áreas de competência específicas da empresa.

3.7 – UNIVERSIDADE CAIXA

O processo de educação corporativa foi iniciado na década de 70.

Desde então, a Empresa vem aprimorando-o, visando a uma educação

empresarial de excelência e capaz de gerar competências reconhecidas tanto

dentro, quanto externamente à Empresa.

Iniciado com programas de treinamento e desenvolvimento

exclusivamente presenciais e, em sua maioria, com foco no desenvolvimento

de gerentes, o processo de educação corporativa da CAIXA cresceu de forma

horizontal e verticalmente. Isso, porque, além de ampliar o público atendido,

passou também a utilizar outras modalidades de ensino-aprendizagem, como a

Educação a Distância, o Treinamento Em Serviço (On The Job), o Aprendizado

Prático Monitorado, o Suporte ao Desempenho, etc e, ainda, mídias

alternativas como meios para prover aprendizagem.

A introdução do e-learning foi mais um passo dado pela CAIXA, a partir

de 1994, em direção à ampliação das oportunidades de aprendizagem, sem,

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

47

contudo, limitar o acesso a outras formas que privilegiem os vários estilos de

aprendizagem do público participante.

A implantação da Universidade Corporativa CAIXA, a partir de 2001, foi

mais um passo evolutivo no processo de educação corporativa da Empresa, o

que permitiu uma atuação mais efetiva em relação ao desenvolvimento de

competências individuais e coletivas, além de ampliar o processo para

parceiros como Lotéricos, Órgãos do Governo, Prefeituras Municipais, etc.

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

48

CONCLUSÃO

Atualmente, o ambiente organizacional está cada vez mais competitivo,

sendo assim, gerenciar o conhecimento é vital para sobrevivência das

organizações. Depois de cometer dispendiosos erros por ignorar a importância

do conhecimento, as empresas estão agora mais empenhadas para entender

melhor o que sabem, o que precisam saber e o que fazer com esse

conhecimento.

Nesse momento, então, surge a Universidade Corporativa como um

instrumento estratégico para o desenvolvimento e educação dos funcionários,

clientes e fornecedores, com o objetivo de atender as estratégias empresariais

de uma organização.

O comprometimento da empresa com a educação e o desenvolvimento

dos funcionários é uma necessidade das organizações que procuram a

garantia do seu sucesso por um diferencial rápido e sustentável. Para criar

este diferencial as organizações estão fazendo a gestão do conhecimento com

ações de desenvolvimento que privilegiem atitudes, posturas e habilidades do

seu capital intelectual e não apenas conhecimento técnico e instrumental.

Seguindo esse raciocínio, podemos afirmar que a Universidade

Corporativa pode contribuir para o desenvolvimento das organizações de forma

efetiva, sendo considerada hoje, um diferencial imprescindível para as

empresas que estão buscando vantagem competitiva pela única fonte

sustentável: o seu capital intelectual.

A educação corporativa, também, agrega valores para a formação e

qualificação de pessoas com vista à sua integração profissional e social.

Além de poder ser usada como ferramenta na busca por vantagens

competitivas, a educação corporativa promove o desenvolvimento de uma

estrutura de educação voltada à disponibilização de conhecimento de interesse

da empresa.

Finalmente, podemos concluir que o conhecimento é o alicerce para que

o processo produtivo se desenvolva, proporcionando sustentabilidade

financeira e competitividade mercadológica a empresa. Assim, um grande

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

49

diferencial competitivo das empresas para destacar-se no mercado é

justamente a sua capacidade de aprendizagem e de criação de novos

conhecimentos. É de fundamental importância promover aos seus funcionários

através da educação corporativa, não só o desenvolvimento profissional, mas

também a sua integração social ao favorecer o crescimento e desenvolvimento

de habilidades nos aspectos cognoscitivos, políticos e sociais.

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

50

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

ANTUNES, Celso. Como desenvolver competências. Revista da Educação, 2001

DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): prática e princípios. Trad. Carlos J. Malferrari. São Paulo: Pioneira, 1994

DUTRA, Joel Souza et al. Gestão por competências: um modelo avançado para o gerenciamento de pessoas. São Paulo: Editora Gente, 2001.

FLEURY, Afonso Carlos Corrêa & FLEURY, Mª Tereza. (2000) Estratégias Empresariais e Formaçäo de Competências. Atlas, SP

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

51

GRISCI, Carmem Ligia I.; DENGO, Normélio. “Universidades Corporativas: modismo ou inovação?”. In: QUARTIERO, E. M.; BIANCHETTI, L. (Orgs.). Educação Corporativa, mundo do trabalho e do conhecimento: aproximações. Santa Cruz do Sul: EDUNISC; São Paulo: Cortez, 2005, p. 50-76.

HARB, Antonio Geraldo. (2001) - A determinação das competências essenciais, no setor supermercadista da cidade de Manaus, segundo a percepção de gestores, funcionários e clientes. Florianópolis. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal de Santa Catarina.

HOMMERDING, Nádia Maria dos Santos. O profissional da informação e a Gestão do conhecimento nas empresas: um novo espaço de atuação com ênfase no processo de mapeamento do conhecimento e disponibilização por meio da Intranet. [ Dissertação de Mestrado – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/ USP] São Paulo, 2001.

LAZZAROTTO, Elizabeth Maria. (2001) - Competências essenciais requeridas para o gerenciamento de unidades básicas de saúde.Florianópolis. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal de Santa Catarina.

MEISTER, Jeanne. Educação Corporativa: a gestão do capital intelectual através das universidades corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999.

NONAKA, Ikujiro, TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de Conhecimento na Empresa. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1995

OLIVEIRA JR, M. Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem e competências. São Paulo: Atlas, 2001.

PRAHALAD, C. K. & HAMEL, Gary. (1990) - The competence of the corporation. Harvard Business Review, Boston, p. 79-91, May – June.

PRAHALAD, C. K. (1997) - A competência essencial. HSM Management. n.1, Ano 1, p.6-11, mar/abr.

QUINN, J.B. Intelligent enterprise. New York, The Free Press, 1992

RESENDE, E. O livro das competências: desenvolvimento das competências: a melhor auto-ajuda para pessoas, organizações e sociedade. 2 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.

RUAS, R. (2001) Desenvolvimento de Competências Gerenciais e a Contribuição da Aprendizagem Organizacional in Fleury, M.T. & Oliveira Jr. M. (Organiz.) Gestão Estratégica do Conhecimento. ed. Atlas.

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

52

SAMPAIO, K. Comportamento Organizacional - Princípios. Publicação para Pós Graduação, FTC – Vitória, Maio 2007.

SEMERENE, B. Ser empresário júnior é 1º passo para sua carreira como gestor. Disponível em: http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=13437. Acesso em: Julho de 2011

SERGE, Peter M. Quinta Disciplina: arte, teoria e prática da organização de aprendizagem. 11 ed. São Paulo: Best Seller/Círculo do Livro, 1996.

SETZER, Valdemar W. Dado, Informação, Conhecimento e Competência. Revista de Ciência da informação – n. zero, Artigo 01, dez/99.

SLIM J. Gestão de equipes e conhecimento. São Paulo: Atlas, 2000

STEWART, Thomas. Capital Intelectual – a nova vantagem competitiva das empresas. São Paulo: Campus, 1998.

www.istoedinheiro.com.br – Universidades Corporativas. Acesso em: Setembro de 2011.

www.banners.noticiasdot.com – Universidades Corporativas no Brasil. Acesso em: Setembro de 2011.

www.universidade.datasul.com.br – Universidade Corporativa Datasul. Acesso em: Setembro de 2011.

www.serpro.gov.br – Universidade Corporativa Serpro (Uniserpro). Acesso em: Setembro de 2011.

www.bb.com.br – Universidade Corporativa Banco do Brasil (Unibb). Acesso em: Setembro de 2011.

www.correios.com.br – Universidade Corporativa dos Correios. Acesso em: Setembro de 2011.

www.petrobras.com.br - Universidade Corporativa Petrobras. Acesso em: Setembro de 2011.

ZARIFIAN, Philippe. Objetivo Competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · transforme a realidade.” (SALOMON, 1999 apude M.L.Garcia, 1995). ... O levantamento de dados, será efetuado através

53

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9

CAPÍTULO I ..................................................................................................... 14

O CONHECIMENTO E AS ORGANIZAÇÕES ................................................. 14

1.1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO PARA AS ORGANIZAÇÕES 14

1.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ............... 17

CAPÍTULO II .................................................................................................... 29

UNIVERSIDADES CORPORATIVAS .............................................................. 29

2.1 O QUE É “UNIVERSIDADE CORPORATIVA” ....................................... 29

2.2 A RELAÇÃO ENTRE AS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS E AS

UNIVERSIDADES E TREINAMENTOS TRADICIONAIS ............................. 31

2.3 O USO DA TECNOLOGIA NA RETENÇÃO DO CONHECIMENTO ...... 34

2.4 O APRENDIZADO ATRAVÉS DE AMBIENTES VIRTUAIS –

RELEVANCIA DA UNIVERSIDADE CORPORATIVA VIRTUAL .................. 35

CAPÍTULO III ................................................................................................... 40

EXEMPLOS DE UNIVERSIDADES CORPORATIVAS .................................... 40

3.1 UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NO BRASIL ................................. 40

3.2 UNIVERSIDADE BANCO DO BRASIL ................................................... 41

3.3 UNIVERSIDADE PETROBRAS .............................................................42

3.4 UNIVERSIDADE DOS CORREIOS ......................................................43

3.5 UNIVERSIDADE DATASUL .................................................................44

3.6 UNIVERSIDADE SERPRO ..................................................................44

3.7 UNIVERSIDADE CAIXA ........................................................................46

CONCLUSÃO ..............................................................................................48

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ..................................................................50

INDICE ........................................................................................................53