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Faculdade Souza Lima 04/10/2014 O Periodo Classico Estudantes: Cezanne Garcia

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Page 1: Trabalho de Historia Da Musica

Faculdade Souza Lima 04/10/2014

O Periodo Classico

Estudantes: Cezanne Garcia

Luciano Bolhoes.

Prof: Gilberto de Syllos

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Introdução

O nome clássico está diretamente ligado aos ideais da antiga Grécia, que se tornaram também ideais clássicos: a objetividade, controle emocional, a clareza formal e o respeito pelos princípios estruturais no discurso musical. Em relação ao estilo da arte desse período, o que marcou foi a delicadeza, a ornamentação, as linhas curvas, o preciosismo, o refinamento, e a galanteria.

O periodo Classico

O classicismo faz parte e situa-se como a primeira fase da Arte Moderna (séc. XVII a XVIII). Nesse período é alcançada a música pura através de um grande desenvolvimento equilibrado da música. O classicismo nasceu a partir de um grande movimento de ideias vindas do período da renascença, que teve como princípio a exaltação da beleza antiga. Esse período foi, na verdade, a grande realização dos últimos compositores do Barroco, a criação de uma arte abstrata.

Essa tal arte abstrata foi o meio de obter a perfeição da forma, a linguagem para expressar a religião, o amor, ou qualquer outra coisa. Essa abstração foi alcançada através da forma sonata e a sinfonia. Entre o final do século XVIII e inicio do século XIX, ocorreu um período de transição onde aquele rígido formalismo clássico entrou em decadência.

Entre os séculos XVIII e XIX, após a decadência do formalismo clássico, as formas musicais passaram por um longo desenvolvimento e aperfeiçoamento, os instrumentos atingem um grau de técnica ainda não superada em sua época presente.

Em relação às novas concepções da melodia e harmonia, houve um novo estilo de compor, as melodias passaram a articular em frases distintas dando origem a uma estrutura periódica. A melodia podia ainda fazer uso apenas de figurações acórdicas, em algumas ocasiões com ornamentos (notas de passagem, grupetos, appoggiaturas, etc.).

A música do período clássico poderia ser caracterizada como música refinada, ou bem construída. A música instrumental foi a que se destacou nesse período, com estruturas maiores e mais desenvolvidas.

A partir do Classicismo os compositores começam a se preocupar com a sonoridade dos instrumentos, com o timbre dos instrumentos e com suas respectivas características técnicas ao compor uma frase pra tal instrumento. Com isso o colorido instrumental começou a aparecer.

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A base instrumental moderna, ou a orquestração, surge no período clássico, e com isso surge a preocupação com as intensidades, denominada dinâmica. Ou seja, as dinâmicas que temos hoje surgiram a partir daí, com os crescendose diminuendos, pois até então a única diferença de intensidade utilizada era o piano e o forte (bem contrastante).

Em relação à orquestra, foi no período clássico que foi desenvolvido um modelo de agrupamento instrumental. Esse agrupamento ficou dividido em: cordas, sopros de madeira, sopros de metal, e percussão. As cordas foram divididas em 1os violinos, 2osviolinos, violas, violoncelos, e contrabaixos (os contrabaixos tacavam a mesma coisa que os violoncelos). Já os sopros de madeira foram divididos em: uma ou duas flautas, dois oboés, duas clarinetas e dois fagotes. Os sopros de metal eram até então duas trompas e dois trompetes, os trombones e as tubas foram inseridas no século XIX. A percussão ficou representada pelos tímpanos, que eram apenas dois.

Com grande destaque, a música instrumental passa por um desenvolvimento após passar, no período de transição, por Palestrina, passa por Bach e finaliza com Ludwig Van Beethoven, na qual suas obras puderam representar sua expressão máxima. Beethoven (1770 – 1827) foi um dos compositores que mais marcaram o período do classicismo por causa de suas sinfonias, suas musicas pianísticas e de câmara, óperas, missas, e oratórios. Beethoven foi também quem fez a passagem para o estilo do romantismo.

Joseph Haydn (1732 – 1809) foi outro grande compositor do período clássico, foi ele que praticamente criou os gêneros utilizados até nos dias de hoje na música de concerto. Foi nas mãos de Haydn que a sinfonia deixou de ser uma simples peça instrumental e passou a ser o momento principal de um programa musical. Assim como fez com a sinfonia, Haydn fez com o quarteto de cordas transformando-o em sinônimo da melhor música de câmera.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) foi também um dos principais compositores clássicos. Também compositor de óperas, Mozart se baseava em acontecimentos contemporâneos a sua época, influenciado por Gluck. No entanto, seu talento fez com que suas óperas fossem as mais executadas no século XVIII. Seu estilo mostra com clareza sua influência italiana. Mozart utilizou muito oparlando(declamando ou cantando) e sempre concentrou a ideia principal em grandes personagens. Mozart escrevia óperas mais extensas e mais dramaticamente desenvolvidas do que as outras de seu tempo. Ao longo de sua vida Mozart escreveu três tipos de ópera: Singspiel, opera seria, e opera buffa.

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Um fato importante do período do classicismo foi a presença do maestro que até então não existia. Quem exercia essa função era o spalla (primeira cadeira dos primeiros violinos) que fazia gestos indicando o inicio da obra e outra vez no término da peça instrumental. Com o desenvolvimento da orquestra os compositores começaram a explorar a mudança de andamentos em suas obras, com isso se tornou mais do que necessário a presença de uma pessoa para estar à frente da orquestra.

Por estar em evidencia e comandar a orquestra, o maestro passou a ser o responsável pela execução da orquestra, assim, tornou-se o intérprete da música, como se fosse um pianista interpretando uma peça em seu piano, nesse caso, a orquestra.

As formas

O conceito para forma sonata implica em um ciclo de vários movimentos com características diferentes, foi desenvolvida inicialmente pelos filhos de J.S. Bach, em especial por Carl Philip Emanuel Bach - consolidado em seguida por Joseph Haydn – e posteriormente utilizado de forma genial por compositores como Mozart e Beethoven. (cf. SCHOENBERG, 1993, p 241)

Baseia-se no princípio da coerência e contraste do material musical apresentado. Onde, de forma geral, no início da obra (tema A) é estabelecida uma tonalidade (em tom maior ou tom menor), e em seguida é inserido (tema B) um elemento de dissonância (na dominante quando em tonalidades maiores e na tônica relativa quando em tonalidades menores) que exige uma conclusão.

Essa dissonância é acentuada num segundo momento da estrutura, por meio do desenvolvimento dos temas apresentados inicialmente, até serem concluídos ao final na recapitulação, quando em tonalidades maiores, os temas A e B reaparecem ambos na mesma tonalidade principal da obra; e quando em tonalidades menores, o tema A volta a aparecer no mesmo tom menor inicial, mas o tema B retorna em um tom homônimo.

O final do desenvolvimento e o início da recapitulação são os momentos de maior tensão dentro da estrutura da forma sonata, pois é quando a tensão musical (não necessariamente dramática) do movimento é resolvida com o retorno à tonalidade de origem.

Ela não serve apenas de estrutura para sonatas, mas para qualquer formação possível, duetos, trios, quartetos, quintetos, aberturas, concertos e sinfonias. Por aí bem

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se vê que seu uso foi (e ainda é) amplo, e, curiosamente, mesmo seguindo um padrão rígido de disposição, dificilmente é monótono. Como ela serve, numa primeira análise, a qualquer formação instrumental, podemos concluir que a diferença entre uma sonata e uma sinfonia, depois do classicismo, é apenas quanto ao número de instrumentistas.

Descendendo diretamente da abertura da suíte barroca, a forma sonata clássica se estrutura da seguinte forma:

I – INTRODUÇÃO; muitos compositores não a utilizavam, por tanto ela não aparece obrigatoriamente em todas as obras em forma sonata.

II – EXPOSIÇÃO DO TEMA “A”: normalmente aparece na tonalidade principal da obra.

III – PONTE: responsável por interligar o tema A ao tema B.

IV – EXPOSIÇÃO DO TEMA “B”: normalmente aparece escrito na dominante quando em tonalidades maiores e na tônica relativa quando em tonalidades menores.

V – CODETTA: encerra a primeira parte da estrutura da forma sonata, a qual recebe o nome de “Exposição”.

VI – DESENVOLVIMENTO: uma das partes mais elaboradas da estrutura, onde os dois temas surgem muitas vezes em contraponto com tonalidades diferentes e variações rítmicas diversas, gerando certa instabilidade e tensão musical que, de certa forma, pede para ser resolvida com o retorno à tonalidade de origem e ao tema principal.

VII – RECAPITULAÇÃO DO TEMA “A”: tanto nas tonalidades maiores quanto menores, o tema “A” recapitulado normalmente aparece na mesma tonalidade que foi inicialmente apresentado na exposição.

VIII – PONTE MODIFICADA: responsável por ligar o tema “A” recapitulado ao tema “B” recapitulado.

IX – RECAPITULAÇÃO DO TEMA “B”: quando a tonalidade principal da obra é em tom maior, o tema “B” recapitulado costuma aparecer na “tônica” desta tonalidade, e não mais na dominante. Quando a tonalidade principal é em tom menor, o “B” recapitulado costuma retornar em um tom homônimo.

X – CODA: conclui a terceira grande parte da estrutura (Recapitulação) – iniciada na recapitulação do tema “A” – e encerra propriamente a obra. (cf. BENNETT, 1986, p 49, 50. cf. PALISCA, 1994, p 486)

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Vale ressaltar que, na utilização da forma sonata durante o período clássico, é mais comum encontrarmos grande ênfase na parte destinada a exposição temática. Enquanto no período romântico (a partir de Beethoven principalmente) vemos uma maior valorização da parte da estrutura destinada ao desenvolvimento dos temas.

A Sonata

Nesta época criou se a sonata. Sonata é o termo que designa, desde o século XVIII,‐

uma composição instrumental para um ou mais instrumentos de forma ternária

(exposição, desenvolvimento, reexposição), construída sobre dois temas e obedecendo

a um plano que afirma o princípio da tonalidade.

A Sinfonia

A sinfonia é, na realidade, uma sonata para orquestra. Seu número de movimentos

passam a ser quatro: rápido ‐ lento ‐ minueto ‐ muito rápido. Haydn e Mozart foram os

maiores compositores de sinfonias do Classicismo.

O Concerto

O concerto consiste em uma composição para um instrumento solista contra a massa

orquestral. Tem três movimentos: rápido ‐ lento ‐ rápido.

O Quarteto de Cordas

Os principaes compositores

Joseph Haydn inventou o quarteto de cordas (dois violinos, viola e violoncelo), uma

combinação soberba de música de câmara.

JOSEPH HAYDN

Franz Joseph Haydn nasceu em Rohrau, Baixa Áustria, a 31 de março de 1732 e morreu

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a 31 de maio de 1809. Haydn é o iniciador de uma nova fase na história da música. Não

foi homem de grande cultura, mas de rara inteligência musical. Sua experiência em

conjuntos ambulantes, nas ruas, onde era impossível o acompanhamento de baixo

contínuo, levou o a compreender a auto suficiência do conjunto instrumental de‐ ‐

cordas. Com a sua obra se desenvolve uma nova polifonia instrumental, sem o apoio

harmônico do baixo contínuo.

Haydn é o primeiro nome da tríade "clássica", seguido por Mozart e Beethoven. Mas

não deve ser tomado por um iniciador primitivo de um estilo depois aperfeiçoado. Sua

obra, ou pelo menos a parte válida de sua obra imensa, já é perfeita dentro de suas

proposições. E o que se propôs foi justamente o aperfeiçoamento de uma nova

linguagem musical. Sua origem musical foi o folclore musical da Baixa Áustria, e nesse

sentido sua música é inconfundivelmente austríaca, mas seu ponto de chegada, o

enriquecimento da música instrumental, foi um idioma universal falado por todos os

músicos modernos, e não só pelos clássicos vienenses.

As seções mais importantes da música instrumental de Haydn são as sinfonias e

quartetos. As primeiras sinfonias, que não sobreviveram no repertório, datam da

década de 1760. Utiliza se nelas de elementos da música barroca, conjugando, em‐

pequenas orquestras, instrumentos de sopro e cordas. Quanto à estrutura, Haydn não

tardou em adotar a divisão em quatro movimentos: allegro, andante, minueto e

segundo allegro.

W. A. MOZART

Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em Salzburgo a 27 de janeiro de 1756. Foi um dos

mais espantosos exemplos de precocidade na história da arte: desde os três anos de

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idade revelou excepcional aptidão para música, estudando cravo com seu pai, Johann

Georg Leopold Mozart (1719 1787), compositor e violinista. Aos dezesseis anos já tinha‐

composto quase 200 obras em todos os gêneros!

Mozart representa o ponto culminante da música no século XVIII. Figura importante no

desenvolvimento final da ópera napolitana, foi também um dos maiores mestres da

nova concepção da sonata na época. Criou obras primas da música instrumental, nos‐

últimos anos do século XVIII. Estabeleceu normas musicais que transformaram aquele

período na era clássica por excelência, no campo da música. Foi admirado por todos os

mais destacados compositores subseqüentes, que souberam reconhecer o valor do

legado que Mozart lhes deixou.

Compositor essencialmente vocal, Mozart se realizou de modo mais completo na

ópera. As primeiras óperas datam ainda da adolescência do mestre. Ao todo realizou

23 óperas, destacando se seis, todas elas do último período de sua vida. A ópera mais‐

conhecida de Mozart é A flauta mágica (1791). Das incoerências do libreto, Mozart

tirou uma obra de grande riqueza, numa síntese de estilos: ópera séria, comédia

musical popular, tragédia filosófica e drama sentimental. A música que acompanha

essa trama complicada é também a síntese do seu universo musical.

Mozart escreveu ao todo 41 sinfonias e 11 sinfonias concertantes. Seção importante

na obra de Mozart é a dos concertos. A forma do concerto ainda estava indefinida em

meados do século XVIII, não havendo distinção nítida entre a forma concertante e a

música para orquestras de câmara. Foi C.P.E.Bach o primeiro a desenvolver o contraste

entre o instrumento solo e a orquestra. Os concertos para piano de Mozart

contribuíram decisivamente para a formação do gênero, desenvolvendo o em escala‐

Page 9: Trabalho de Historia Da Musica

mais ampla.

As obras de Mozart são identificadas pelo prefixo K, seguida de um número que

designa a ordem cronológica de suas composições. O K vem do nome de Ludwig von

Köchel, que organizou um catálogo das obras de Mozart, publicado em 1862, sob o

título de Registro cronológico temático de todas as obras musicais de W.A.Mozart.‐

LUDWIG VAN BEETHOVEN

Beethoven (Bonn, 16 de dezembro de 1770 — Viena, 26 de março de 1827) foi um

compositor erudito alemão do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e

o período Romântico (século XIX). É considerado como um dos pilares da músical

ocidental pelo incontestável desenvolvimento tanto da linguagem quanto do conteúdo

musical demonstrado em obras como seus últimos quartetos de cordas, a nona

sinfonia, suas últimas sonatas etc.

Ludwig, que era canhoto, nunca teve estudos muito aprofundados mas sempre

revelou um talento excepcional para a música. Compôs as suas primeiras peças aos

onze anos. Os seus progressos foram de tal forma notáveis que em 1784 já era

segundo organista da capela do Eleitor. Pouco tempo depois foi violoncelista na

orquestra da corte. Em 1787 foi enviado para Viena para estudar com Joseph Haydn.

Em 1792, muda se para Viena, e, afora algumas poucas viagens, permaneceria lá para‐

o resto da vida. Durante os anos 1790, firma uma sólida reputação como pianista e

compõe suas primeiras obras primas: Três Sonatas para piano Op.2 (1795), Concerto‐

para Piano No.1 em Dó maior Op.15 (1795), Sonata No.8 em Dó menor Op.13 [Sonata

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Patética] (1798), Seis Quartetos de cordas Op.18 (1800).

Beethoven na época em que ficou surdo

Por volta de seus 24 anos (1794), Beethoven sentiu os primeiros indícios de surdez.

Embora tenha feito muitas tentativas para tratá la durante os anos seguintes, a doença‐

continuou a progredir e, aos 46 anos (1816), estava praticamente surdo. Porém, ao

contrário do que muitos pensam, Beethoven jamais perdeu toda a audição, muito

embora não tivesse mais, em seus últimos anos, condições de acompanhar uma

apresentação musical ou de perceber nuances timbrísticas.

A culminância desses anos foi a Sinfonia nº 9 em Ré menor Op.125 (1824), para muitos

a sua obra prima. Pela primeira vez é inserido um coral num movimento de uma‐

sinfonia. O texto é uma adaptação do poema de Schiller “Ode à Alegria”, feita pelo

próprio Beethoven. Os anos finais de Beethoven foram dedicados quase que

exclusivamente à composição de quartetos de cordas. Foi nesse meio que ele produziu

algumas de suas mais profundas e visionárias obras.