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  • 24/08/13 Termografia Aplicaes em Alta Tenso Subestaes - Mecatrnica Atual :: Automao industrial de processos e manufatura

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    Termografia Aplicaes em Alta Tenso Subestaes

    A Termografia uma tcnica de inspeo no destrutiva, que se baseia na deteco da radiao de Energia

    Trmica ou Infravermelha (IV), emitida pelos equipamentos, e que permite conhecer as condies operacionais e

    outros itens crticos - como a identificao de componentes aquecidos - sem qualquer contato fsico com os

    mesmos.

    Atravs de cmeras eletrnicas (Foto 1 - Termovisor capaz de ver a radiao IV) as imagens obtidas

    (termogramas) constituem o trunfo maior da termografia.

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    O que Inspeo Termogrfica?

    A Termografia constitui uma poderosa ferramenta Preditiva usada no diagnstico precoce de falhas e outros

    problemas em componentes eltricos em geral, evitando assim, panes e interrupes de energia nas instalaes de

    interesse do usurio.

    uma tcnica de inspeo no-destrutiva que se fundamenta na deteco e interpretao da radiao trmica

    emitida pelos equipamentos inspecionados, permitindo exame e avaliao dos seus componentes sem a

    necessidade de qualquer contato fsico com os mesmos.

    Os resultados so apresentados instantaneamente durante a inspeo na forma de imagens trmicas ou

    termogramas (Foto 2 Transformador de 25MVA com problema na conexo de Entrada do Tranformador).

    E, desta forma, so registrados para fins das subseqentes providncias (imediatas ou no) por parte dos

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    interessados e posterior arquivamento.

    Portanto, por sua caracterstica bsica, a Termografia integra-se perfeitamente aos programas de Manuteno

    Preditiva de redes e instalaes eltricas em geral, painis, subestaes, motores eltricos, entre outros.

    No caso de instalaes e equipamentos eltricos, a inspeo termogrfica busca a identificao / avaliao

    daqueles componentes com temperaturas de funcionamento significativamente superiores s temperaturas

    especificadas pelos fabricantes.

    A elevao anormal das temperaturas de funcionamento de alguns componentes eltricos se deve, principalmente,

    a um aumento de resistncia hmica provocado por oxidao, corroso, falta de contato em conexes e

    acoplamentos, ou pelo subdimensionamento de condutores e ou componentes (sobrecarga).

    Isto faz com que os componentes sobre-aquecidos (defeituosos) destaquem-se na imagem trmica como pontos

    quentes, pois encontram-se numa temperatura que, alm de superior temperatura ambiente, situa-se tambm,

    acima daquela esperada para componentes idnticos em boas condies de funcionamento (figura 3).

    Conceitos adicionais

    A Termografia uma tcnica de sensoreamento remoto realizada com a utilizao de sistemas infravermelhos

    (radimetros ou termovisores), para a medio de temperaturas ou a observao de padres trmicos diferenciais,

    com o objetivo de propiciar informaes relativas condio operacional do equipamento.

    A utilizao mais conhecida da termografia a referente a sistemas eltricos, que permite o conhecimento de

    diferenciais de periores a 60, pois estes sofrem reduo de emissividade.

    A emissividade um dos fatores que influenciam a emisso de radiao, variando de 0 1, de acordo com o ngulo

    de visualizao, comprimento de onda e textura do material.

    Outros trs pontos a serem destacados so:

    1 - o fato de no se fazer anlise de tendncia em componentes eltricos porque possuem carga (corrente) varivel

    ao longo do tempo o termograma representa a imagem trmica do componente naquele momento, indicando a

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    presena ou no do defeito;

    2 - o fato de a MTA no depender e no ser varivel com a Temperatura Ambiente dos componentes, j que estes

    deveriam estar especificados para trabalhar em ambientes mais quentes se necessrio;

    3 - o fato de se adotar uma Emissividade de 0,8 para realizao das inspees em componentes eltricos, por que

    a emissividade de diferentes tipos de material varivel, sendo que na prtica adota-se o valor de 0,8 como sendo

    um valor mdio.

    Lei Zero da Termografia:

    melhor estar aproximadamente certo, que absolutamente errado.

    Mximas Temperaturas Admissveis (MTAs):

    Com relao a componentes eltricos atravs de vrios estudos, chegou-se a uma tabela para Temperaturas

    Mximas Admissveis (MTA), registradas pelo Termovisor:

    Bobina Contactores 100 140 C

    Fusveis(Corpo) 90 110C

    Fusveis NH(Garra) 90 C

    Rgua de Bornes 70C

    Fios encapados(depende isolao) 70 110C

    Conexes Metal-Cabo BT 70 90C

    Conexes Metal-Metal e barramentos de BT 90C

    Seccionadoras AT 50C

    Conexes AT 60C

    Tais coeficientes de MTA determinam a interveno com urgncia ou no no sistema eltrico.

    Normas Utilizadas para a confeco das MTAs:

    Norma Petrobrs SC-23 N-2475;

    Norma Eletronuclear PN-T12;

    MIL STB 2194-SH.

    Consiste na deteco de componentes aquecidos em toda rede de energia eltrica (Linhas de transmisso e

    distribuio, Subestaes alta tenso, Painis eltricos alta e mdia tenso, entre outros).

    Esse aquecimento pode ocorrer devido a um mau contato, oxidao, desgaste ou mesmo sobrecarga de circuito. A

    no deteco antecipada desses problemas, provavelmente, resultar numa interrupo do processo produtivo e

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    conseqentemente nus produo, dentro de um parque fabril.

    Manuteno Preditiva em Subestaes - permite antecipar danos que possam causar elevados custos nos

    reparos;

    Consumo de energia - permite corrigir problemas que causam perda e consumo de energia em excesso;

    Tempo - inspeo de uma grande quantidade de equipamentos em curto perodo de tempo;

    Avaliao das cargas nos painis eltricos - fcil diagnstico durante o funcionamento dos equipamentos;

    Apoio a equipe de manuteno - avaliao da qualidade de servios executados;

    Planejamento - permite um prvio planejamento antes da concluso do servio poupando tempo;

    Vida til - ao detectar o problema evita-se a queima ou perda desnecessria das peas.

    Exemplos de casos em Alta Tenso e Subestaes

    Outra vantagem da Termografia em sistemas eltricos o fato dela ser benfica ao esforo para reduo e

    conservao de energia eltrica, pois maus contatos em componentes eltricos, provocam perda de energia por

    efeito Joule (aquecimento).

    Apresentaremos a seguir, exemplos de casos de inspees termogrficas, que representaram manutenes bem

    sucedidas evitando danos e perdas significativas, a fim de ratificar a validade do processo. Estes exemplos foram

    colhidos em uma empresa de grande porte e registram o ocorrido antes e depois do reparo, formando um histrico

    de manuteno.

    CASO 1

    Fotos do Cabo entre CC381 e TC04 - Fase Vermelha Subestao 69 KV Ptio Interno SB0001.

    Antes(31/07/02 - Relatrio Termogrfico N 346/01):

    TmaxPonto1

    TAmbiente MTA

    149.0C

    18.0C

    60C

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    Depois(12/08/02):

    TmaxPonto1

    TAmbiente

    MTA

    19.5C

    18.0C

    70C

    Servio executado pela Alta Tenso no dia 11/08/02, onde foi substitudo o cabo e os conectores que ligavam a

    Seccionadora CC0381 ao TC0004. Constatou-se mau contato em um dos conectores, alm da ocorrncia de

    centelhamento entre um dos fios, que compem a malha do cabo substitudo (ver fotos a seguir), causado por folga

    entre fios da malha (o que provoca o efeito de espiral na Termografia). Em caso extremo, poderia ocorrer o

    rompimento do cabo com formao de arco eltrico.

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    CASO 2

    Fotos da Bucha do Transformador TF115 Subestao SB41

    Antes (28/10/02 Relatrio Termogrfico N 435/01):

    TmaxPonto1

    TmaxPonto2

    TAmbiente

    MTA

    113.4C

    90.0C

    22.0C

    60C

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    Depois(04/11/02):

    TmaxPonto1

    Tambiente

    MTA

    45.1C

    20.0C

    60C

    Servio executado Alta Tenso no final de semana dias 02 e 03/11/02. Constatou-se folga entre a rosca do

    parafuso e a porca de fixao da bucha na parte interna do transformador(ver fotos). Caso o aquecimento

    continuasse, a porca ficaria soldada no parafuso e nica maneira de concertar seria cortar o parafuso e a porca,

    ocorreria vazamento acentuado de leo(a vedao j estava ressequida) com a contaminao do mesmo, seria

    necessria a substituio da bucha.

    Custo da Operao de Manuteno: aproximadamente R$3.500,00.

    Custo da Operao de Manuteno(caso a bucha estivesse danificada): aproximadamente R$8.000,00.

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    CASO 3

    Fotos da Chave Seccionadora CC0107 Subestao SB61.

    Antes(30/09/02 Relatrio Termogrfico N 405/03):

    TmaxPonto1

    TmaxPonto2

    TmaxPonto3

    Tambiente

    MTA

    71.1C

    55.5C

    40.5C

    25.0C

    60C

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    Depois(11/11/02 Relatrio Termogrfico N 448/01):

    TmaxPonto1

    TmaxPonto2

    TmaxPonto3

    TmaxPonto4

    TmaxPonto5

    TmaxPonto6

    TAmbiente

    MTA

    37.9C

    38.1C

    38.4C

    37.8C

    37.0C

    37.4C

    25.0C

    60C

    Este servio foi executado pela Alta Tenso, no 11/11/02. Constatado mau contato entre a mola de presso e

    contactos de fixao do fusvel. Foi lixado os pontos de contato e com a mola(estava carbonizando). Este fusveis

    alimentam Banco de Capacitores responsvel pela correo do Fator de Potncia da Granalha e Perfis. Possveis

    causas se no houvesse o reparo: queima do fusvel , comprometimento da chave e da correo do fator de

    potncia.

    Custo Estimado para Troca da Chave e dos Fusveis: aproximadamente R$3.500,00.

    CASO 4

    Fotos do Conector do Disjuntor DJ0362 Fase Branca Subestao 69 KV Ptio Interno TF02.

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    Antes (22/04/02 09:31 h.):

    TmaxPonto1

    Tambiente

    MTA

    434.3C

    22.0

    60C

    Depois (23/04/02 08:42 h.):

    TmaxPonto1

    TAmbiente

    MTA

    32.3C

    25.0C

    60C

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    Descrio:

    O conector do disjuntor de Mdia Tenso DJ0362 da Subestao 69KV Ptio Interno, apresentou ponto quente na

    Fase Branca de 434,3 C. O que resultou em uma parada tcnica de emergncia, realizada no mesmo dia (22/04/02

    s 17:00hs), para execuo de limpeza e reaperto da conexo. Aps a execuo do trabalho, realizada pela equipe

    de Alta Tenso, a temperatura no conector caiu para 32,3 C.

    Os principais riscos envolvidos foram:

    curto-circuito provocado pelo escorregamento do cabo da conexo, devido a dilatao do mesmo;

    estouro da porcelana do disjuntor pelo excesso de temperatura e ou pelo curto-circuito;

    queima do Transformador de 25MVA TF0002, motivado pela falta de fase supondo que o disjuntor afetado no

    atuasse a tempo;

    eventuais danos a equipamentos e componentes dentro da fbrica pela falta de fase;

    perda no fornecimento geral de energia eltrica para as unidades por um perodo superior a 24 horas, at a

    finalizao dos reparos.

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    Principais Custos Envolvidos:

    Custo de 1 Transformador de 25MVA: aproximadamente R$300.000,00.

    Custo de 1 Disjuntor de Mdia Tenso: aproximadamente R$ 50.000,00.

    Custo de Toda Empresa Parada por 1 Dia: aproximadamente R$240.000,00.

    Obs.: O tempo gasto para realizao desse reparo foi de 43 minutos, o que representou uma perda de

    aproximadamente R$7.500,00.

    Fotos:

    Apresentamos abaixo as fotos do conector, do cabo e dos parafusos de fixao do disjuntor em questo. Elas

    demonstram que, mais tardar em 2 dias, o cabo escaparia da conexo devido ao afrouxamento dos parafusos de

    fixao e do conector pela dilatao dos mesmos.

    Concluso

    Conclumos e destacamos a termografia como uma ferramenta de grande valia na rea de Manuteno Preditiva,

    que auxilia no aumento da disponibilidade de equipamentos industriais dentro do parque fabril, ajudando no ciclo

    produtivo, evitando panes e interrupes da produo e do fornecimento de energia. Alm de contribuir com a

    economia e reduo de energia eltrica nos componentes eltricos e, com isto, garantindo um retorno de

    investimento.

    *Originalmente publicado na revista Mecatrnica Atual - Ano 5 - Edio 26 - Fev/Mar/06