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ARTIGO ORIGINAL: Glenda A. et al (2020) , Theory of meaningful learning as a proposal for university extension: experience of nursing students, Journal of Aging & Innovation, 9(1): 167- 179
JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-13
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Teoria da aprendizagem significativa como proposta para
extensão universitária: experiência de estudantes de enfermagem
Theory of meaningful learning as a proposal for university extension: experience of nursing students
Teoría del aprendizaje significativo como propuesta de extensión universitaria: experiencia de
estudiantes de enfermería
Glenda Agra1; Ana Cláudia Queiroz2; Andrielly Cavalcante Fonseca3; Layla Caroline Lino da Silva4; Letícia Lima Kaspar
Deininger5; Roberta Gomes Brandão6
1 RN, CNS, MsC Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande/UFCG, campus Cuité; 2,3,4,5,6 RN student Corresponding author: [email protected]
Resumo
Objetivo: Relatar a experiência de estudantes do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal de Campina
Grande, campus Cuité – PB vinculados ao projeto “Educar para Paliar: curso de capacitação em cuidados paliativos”.
Método: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, referente à vivência de estudantes voluntárias do Curso de
Bacharelado em Enfermagem em um projeto de extensão – modalidade curso - vinculado ao edital de Fluxo Contínuo de
Extensão – FLUEX desenvolvido entre os meses de agosto a outubro de 2019.
Resultados e Discussão: Para a realização do curso de aperfeiçoamento e o alcance de seus objetivos, se fez necessário
seguir três fases, descritas a seguir: 1ª fase: Capacitação da Equipe de Trabalho; 2ª fase: Inscrições para o curso de capacitação
e 3ª fase: Intervenção educativa. As etapas do curso seguiram o modelo proposto por estudioso da Teoria da Aprendizagem
Significativa.
Conclusão: A Teoria da Aprendizagem Significativa se apresentou como subsídio para um método de extensão transformador
que busca, por meio da valorização dos conceitos prévios do estudante e da construção de mapas conceituais, a formação crítica
e pró-ativa almejada para as estudantes e futuras enfermeiras
Palavras-chave: Enfermagem; Educação em enfermagem; Aprendizagem; Educação.
Abstract
Objective: To report the experience of students of the Bachelor of Nursing Course at the Federal University of Campina Grande,
campus Cuité - PB linked to the project “Educating to Palliative: training course in palliative care”.
Method: This is an experience report study, referring to the experience of volunteer students from the Nursing Bachelor Course
in an extension project - course modality - linked to the Continuous Flow Extension Call - FLUEX developed between the months
of August to October 2019.
Results and Discussion: For the completion of the improvement course and the achievement of its objectives, it was necessary
to follow three phases, described below: 1st phase: Training of the Work Team; 2nd phase: Registration for the training course
and 3rd phase: Educational intervention. The stages of the course followed the model proposed by a scholar of the Theory of
Meaningful Learning. Conclusion: The Theory of Meaningful Learning presented itself as a subsidy for a transformative extension
Glenda A. et al (2020), Theory of meaningful learning as a proposal for university extension: experience of nursing students, Journal of Aging & Innovation, 9 (2): 167- 179
Artigo Original
ARTIGO ORIGINAL: Glenda A. et al (2020) , Theory of meaningful learning as a proposal for university extension: experience of nursing students, Journal of Aging & Innovation, 9(1): 167- 179
JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-13
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method that seeks, through the valorization of the previous concepts of the student and the construction of conceptual maps, the
critical and proactive training desired for students and future nurses.
COPD.
Keywords: Nursing; Nursing education; Learning; Education
1. INTRODUÇÃO
De forma geral, a educação em saúde envolve aspectos críticos e transformadores para que
o ser humano se qualifique e se visualize como parte de um grupo sócio-historicamente
situado e inserido em um ambiente que é influenciado por uma ação, bem como a influencia,
tendo por objetivo a adoção de hábitos de cuidado da saúde individual, da higiene do ambiente
e da relação sócia (Barroso; Vieira & Varela, 2003). Portanto, a educação em saúde se
expressa como a linha mais tênue entre o agir ético, humanístico, técnico e sistêmico, em que
a pessoa desenvolve sua capacidade de compreensão da complexidade dos determinantes
do ser saudável, sobretudo, os que dependem dos cuidados de outras pessoas (por exemplo,
familiares, profissionais da prática do cuidado dentre outros) (Depraz, 2005; Gonçalo, 2008;
Rios, 2009).
Nesse contexto de transformação, com o desafio de envolver profissionais preparados para
atuar na atenção à saúde, em todos os níveis de atenção, foram criadas, em 2003, a Política
Nacional de Educação Permanente em Saúde por meio da Resolução do Conselho Nacional
de Saúde (CNS) nº 335 de 27 de novembro de 2003, que aprovou a ‘Política Nacional de
Formação e Desenvolvimento para o Sistema Único de Saúde: Caminhos para Educação
Permanente em Saúde’ e a estratégia de ‘Polos ou Rodas de Educação Permanente em
Saúde’(Brasil, 2003).
Em 2018, foi criada a Resolução nº 41 de 31 de outubro de 2018, que dispõe sobre as
diretrizes para a organização dos cuidados paliativos, à luz dos cuidados continuados
integrados, no âmbito do Sistema Único de Saúde, que no seu artigo 3, objetiva fomentar a
instituição de disciplinas e conteúdos programáticos de cuidados paliativos no ensino de
graduação e especialização dos profissionais de saúde; ofertar educação permanente em
cuidados paliativos para os trabalhadores da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) e
promover a disseminação de informação sobre os cuidados paliativos na sociedade dentre
outros (Brasil, 2018).
Essas políticas seguem os pressupostos pedagógicos apresentados pela Organização Pan-
América de Saúde (OPAS)/OMS e têm o objetivo de transformar as práticas profissionais de
saúde, por meio de ações educativas que considerem as especificidades e necessidades dos
profissionais envolvidos como elementos essenciais e significativos para os mesmos, para
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que, a partir da aprendizagem significativa, tais profissionais possam propor e reorganizar as
práticas, com vistas a mudanças no processo de trabalho (Brasil, 2009; Brasil, 2012).
A Teoria de Ausubel refere-se a um processo de ensino e aprendizagem que contempla um
papel mais ativo do aprendiz, que precisa ter disposição para aprender e se confronta com
modelos tradicionais de educação, que, geralmente, têm caráter higienista, imperativo e de
transmissão vertical de conhecimentos.
Na Teoria de Ausubel (Moreira & Masini, 2008; Ausubel, 2000; Novak & Gowin, 1984;
Ausubel, Novak & Hanesian, 1980), a aprendizagem é mais significativa quando um novo
conteúdo é agregado às estruturas do conhecimento do aprendiz, oferecendo-lhe um
significado, baseado em seu conhecimento anterior. Para Ausubel, o ato de aprender é mais
eficaz nas ocasiões em que o estudante consegue agregar aos conceitos anteriores novos
conteúdos, evitando que sejam absorvidos de modo mecânico (Moreira & Masini, 2008;
Ausubel, 2000; Novak & Gowin, 1984; Ausubel, Novak & Hanesian, 1980).
Para haver aprendizagem significativa são necessárias três condições: 1 – intenção do
aprendiz para aprender; 2 – disponibilidade de elementos relevantes na estrutura cognitiva do
aprendiz; e 3 – que o material a ser aprendido seja potencialmente significativo (Ausubel,
Novak & Hanesian, 1980).
É com base na teoria cognitivo-construtivista de Ausubel que se desenvolveu uma
capacitação para profissionais de saúde vinculados à Secretaria Municipal de Saúde de Cuité
- PB, utilizando metodologias ativas e colocando esses atores sociais como seres ativos e
participantes no seu processo de aprendizagem.
Portanto, este estudo teve como objetivo relatar a experiência de estudantes do Curso de
Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande, campus Cuité –
PB vinculados ao projeto “Educar para Paliar: curso de capacitação em cuidados paliativos”
2. MÉTODO
Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, referente à vivência de estudantes
voluntárias do Curso de Bacharelado em Enfermagem, vinculadas ao projeto “Educar para
paliar: curso de aperfeiçoamento em cuidados paliativos”.
Este projeto foi vinculado ao Edital Propex nº 03/2019 – Fluxo Contínuo de Extensão – FLUEX.
A modalidade escolhida foi curso, definido como ação pedagógica de caráter teórico e/ou
prático, presencial, planejada e organizada de modo sistemático, com carga horária mínima
de 15 horas e critérios de avaliação definidos; a linha de extensão foi educação de qualidade,
caracterizada por projetos que viabilizem estratégias em todos os níveis educacionais, desde
a primeira infância até a vida adulta, com vistas a contribuir para a garantia de que a educação
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seja viável para todas e todos, sem discriminação de gênero e a temática escolhida para as
ações extensionistas e educativas foram os cuidados paliativos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com a aprovação do projeto “Educar para Paliar: curso de capacitação em cuidados
paliativos”, houve um processo de seleção dos estudantes voluntários para participarem da
proposta. Foram selecionadas cinco estudantes do Curso de Bacharelado em Enfermagem,
que já tinham cursado a disciplina Cuidados Paliativos e Enfermagem.
O desenvolvimento do curso partiu de todo um planejamento teórico e metodológico, norteado
por um cronograma de atividades que foi elaborado previamente pela coordenadora do
projeto. As atividades a serem cumpridas incluíram desde a capacitação prévia das
estudantes, pela necessidade de competências e habilidades adequadas ao tema em estudo,
bem como a importância da formação de conceitos em suas estruturas cognitivas, a partir da
seleção, leitura, análise e discussão de artigos científicos sobre a temática, até a participação
como facilitadores do curso de capacitação destinado aos profissionais de saúde vinculados
à Secretaria Municipal de Saúde de Cuité – PB.
Para a realização do curso de aperfeiçoamento e o alcance de seus objetivos, se fez
necessário seguir três fases, descritas a seguir:
1ª FASE: Capacitação da Equipe de Trabalho
A equipe desenvolveu estudos teóricos sobre os assuntos que foram abordados no curso,
bem como preparou as aulas e material instrucional específico de cada aula (que foi entregue
aos profissionais antes de cada aula) e selecionou as metodologias ativas que foram utilizadas
no curso de aperfeiçoamento.
A coordenadora do projeto explicou à equipe de trabalho sobre a abordagem teórico-
metodológica que norteou o curso de aperfeiçoamento. Os encontros com a equipe de
trabalho foram realizados nas segundas-feiras dos meses de agosto e setembro de 2019, no
turno da noite, das 19h às 22h. Os encontros com a equipe de trabalho foram realizados em
uma sala de aula do Centro de Educação e Saúde para a explanação do conteúdo.
2ª FASE: Inscrições para o curso de capacitação
Para as inscrições do curso, a equipe realizou divulgação física nos serviços de saúde e por
redes sociais com informações específicas sobre o curso, tais como: público-alvo, número de
vagas, período de inscrição, pré-requisitos, documentos exigidos e data de divulgação dos
inscritos, bem como as datas, o local e o horário do curso de capacitação. As inscrições foram
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realizadas por meio de uma ficha de inscrição enviada por um endereço eletrônico divulgado
tanto fisicamente como por redes sociais.
Inscreveram-se para o curso 30 profissionais da área de saúde, contudo, somente 19
estiveram presentes durante o curso de capacitação.
O curso foi realizado em algum local pré-determinado pela Secretaria Municipal de Saúde
(SMS); os dias pré-selecionados foram às segundas-feiras, no turno da noite, das 18h às 22h
(parceria previamente firmada entre a Coordenadora do projeto e a SMS Cuité – PB) dos
meses de setembro e outubro de 2019. O curso de aperfeiçoamento teve carga horária total
de 20h e foi ministrado pelas estudantes do Curso de Bacharelado em Enfermagem e
mediado pela Coordenadora do projeto.
3ª FASE – Intervenção educativa
As etapas do curso seguiram o modelo proposto por Moreira (2011), desenvolvido a partir das
orientações e dos requisitos básicos propostos por Ausubel (Novak & Gowin, 1984; Ausubel,
2000; Moreira & Masini, 2008), que concebe a teoria da Aprendizagem Significativa como
Cognitivista, ou seja, que descreve o que sucede quando o aprendiz organiza e atribui
significados à realidade em que se encontra (significados em constante transformação) e
como Construtivista, isto é, interpreta a aquisição do conhecimento na asserção de que ver,
ouvir, cheirar, apalpar, compreender, elaborar, relacionar, transformar e lembrar, que são atos
de construção do aprendiz (Masini, 2011).
As etapas do curso seguiram o modelo proposto por Moreira (2011) e estão descritas no mapa
conceitual a seguir:
Figura 1 – Mapa conceitual: modelo esquemático da intervenção educativa
Fonte: Dados do projeto, 2019
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1ª Etapa – Apresentação do tema a ser abordado durante o curso
No primeiro encontro, foram entregues pastas que continham o material instrucional
preparado pela equipe, bloco de papel e caneta. A coordenadora explicou aos profissionais
de saúde os objetivos e o processo de intervenção educativa e criou momentos introdutórios
(dinâmicas, discussão, construção de mapas conceituais, trechos de filmes e vídeos
educativos) de aprendizagem, que permitiram o acesso da equipe aos conhecimentos prévios
dos profissionais.
Nesse sentido, para o primeiro encontro, elegeu-se uma dinâmica específica, em que, em um
primeiro momento, os profissionais foram convidados a se levantar, darem as mãos e, com
isso, formar um círculo. Cada um se apresentou e verbalizou suas expectativas em relação
ao primeiro encontro e ao curso.
Baseando-se nos pressupostos da Teoria da Aprendizagem Significativa, a equipe propôs a
realização de dinâmicas de grupos com os profissionais, em cada encontro, uma vez que a
dinâmica de grupo constitui um valioso instrumento educacional que pode ser utilizado para
trabalhar o ensino-aprendizagem quando se opta por uma concepção de educação que
valoriza tanto a teoria quanto a prática e considera todos os envolvidos neste processo como
sujeitos (Perpétuo & González, 2005).
Dando prosseguimento, apresentou-se o conteúdo disposto a seguir, que seria abordado
durante o curso e que foi elaborado pela equipe, baseado em artigos científicos sobre
cuidados paliativos, a saber: Conceitos, fundamentos e princípios dos Cuidados Paliativos;
Avaliação do paciente em Cuidados Paliativos; Diagnóstico e abordagem do sofrimento
humano; Indicações de Cuidados Paliativos; Aspectos éticos dos Cuidados Paliativos e
Comunicação em Cuidados Paliativos.
Em consonância com a Teoria da Aprendizagem Significativa, procurou-se respeitar, no
mínimo, duas condições: 1) a natureza do conteúdo a ser aprendido deve ter significado
lógico, ou seja, a abordagem pedagógica do conteúdo partiu de conceitos mais simples até
os mais complexos, estabelecendo relações entre eles de forma não arbitrária e substantiva
às existentes na estrutura cognitiva; e 2) a natureza da estrutura cognitiva do aprendiz, que
deve apresentar uma relação não arbitrária e substantiva entre o novo conhecimento e o já
existente (Moreira, 2016).
Para o desenvolvimento dos conteúdos em sala de aula, as estratégias de ensino
selecionadas visavam à participação dos profissionais de saúde como sujeitos ativos do
processo de ensinar e aprender, com a finalidade de facilitar a construção e reconstrução do
conhecimento.
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2ª Etapa – Verificação do conhecimento prévio dos profissionais de saúde
Para verificação do conhecimento prévio do saber, é necessário criar ou propor situações-
problema por meio de discussão, questionário, mapa conceitual, mapa mental, que levem o
aprendiz a externalizar seu conhecimento prévio, aceito ou não aceito no contexto da matéria
de ensino, supostamente relevante para a aprendizagem significativa do tema abordado
(Moreira & Masini, 2008; Ausubel, 2000; Novak & Gowin, 1984; Ausubel; Novak & Hanesian,
1980; Moreira, 2016).
Nessa etapa, em cada encontro, os profissionais foram convidados a refletir individualmente
e escrever no bloco de papel os conceitos gerais do tema abordado em cada aula (por
exemplo, a definição de cuidados paliativos), e depois, abriu-se a discussão para o grupo.
A discussão em grupo resgatou os conhecimentos prévios e as experiências dos profissionais
de saúde como ponto de partida, uma vez que apresentaram a compressão e os significados
internalizados sobre o tema. Ao socializar o conhecimento, o aprendiz amplia, assimila e
organiza os conhecimentos prévios e novos em sua estrutura cognitiva, atribuindo significado
ao que está sendo ensinado e aprendido (Moreira, 2016).
3ª Etapa – Utilização de organizadores prévios para os profissionais de saúde
A partir do conhecimento prévio do aprendiz, identificado na etapa anterior, propôs-se a
situação-problema para preparar o aprendiz para a introdução do conhecimento, que funciona
como organizador prévio e dá sentido aos novos conhecimentos, mas, para isso, o aprendiz
deve percebê-la como problema e deve ser capaz de modelá-la mentalmente. A situação-
problema inicial pode ser proposta por meio de simulações, demonstrações, vídeos,
problemas do cotidiano, representações vinculadas à mídia, mas sempre se modo acessível
e problemático (Moreira & Masini, 2008; Ausubel, 2000; Novak & Gowin, 1984; Ausubel;
Novak & Hanesian, 1980; Moreira, 2016).
Assim, apresentaram-se trechos de filmes relacionados ao tema abordado de cada encontro
ou vídeos educativos (por exemplo, o primeiro vídeo educativo apresentado foi o que explica
sobre os direitos dos pacientes em processo de terminalidade, disponível no YouTube)
(Santos, 2019). Depois, os profissionais foram convidados a refletir, individualmente, sobre o
assunto específico abordado no encontro e em seguida, construir um mapa conceitual sobre
o tema.
Conforme a teoria da aprendizagem significativa, nesse momento, deve-se provocar conflitos
cognitivos nos aprendizes que os levem a empreender uma busca pessoal para a resolução
de problemas. Os profissionais foram estimulados a discutir em grupo.
A discussão dos profissionais possibilitou a negociação de conceitos e significados sobre o
tema, a ressignificação de saberes e a possibilidade, de mais uma vez, a troca de experiências
com os colegas, o que ampliou mais ainda a estrutura cognitiva deles.
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4ª Etapa – Apresentação do conhecimento a ser ensinado/aprendido
Nesta etapa, considerou-se o princípio da diferenciação progressiva, no qual as ideias e os
conceitos mais gerais e mais específicos do assunto devem ser apresentados no início para,
progressivamente, serem diferenciados. A estratégia de ensino pode ser uma exposição oral
seguida de atividade colaborativa em pequenos grupos, que, por sua vez, deve ser seguida
de atividade de apresentação ou discussão em grande grupo (Moreira & Masini, 2008;
Ausubel, 2000; Novak & Gowin, 1984; Ausubel; Novak & Hanesian, 1980; Moreira, 2016).
Assim, em todos os encontros, os conteúdos foram ministrados, por meio de apresentação
expositiva-dialogada, com a utilização de mapas conceituais projetados por recursos
multimídia.
A apresentação expositiva-dialogada, segundo a teoria ausubeliana, é aquela em que se
recebe a informação pronta e o trabalho do aprendiz consiste em atuar ativamente sobre esse
material, a fim de relacioná-lo a ideias relevantes disponíveis em sua estrutura cognitiva
(Moreira, 2016).
Nessa direção, os mapas conceituais foram empregados como recurso instrucional à
facilitação da aprendizagem, uma vez que podem ser utilizados para o processo de
planejamento bem como avaliativo.
Mapas conceituais são representações gráficas que relacionam palavras e conceitos, desde
os mais abrangentes até os menos inclusivos, e são usados para facilitar, ordenar e dar uma
sequência organizada dos conteúdos a serem estudados, para estimular a aprendizagem de
modo adequado.
5ª Etapa – Continuação da apresentação do conhecimento
Em continuidade, esta etapa deve retomar os aspectos mais gerais, estruturantes do conteúdo
da unidade de ensino, em nova apresentação, porém em nível mais alto de complexidade em
relação à primeira apresentação. As situações devem ser propostas em níveis crescentes de
complexidade; dar novos exemplos, destacar semelhanças e diferenças relativamente às
situações, ou seja, promover a reconciliação integrativa. Após esta apresentação, propor
alguma atividade colaborativa que leve os aprendizes a interagir socialmente, negociando
significados, tendo o professor como mediador (Moreira & Masini, 2008; Ausubel, 2000; Novak
& Gowin, 1984; Ausubel; Novak & Hanesian, 1980; Moreira, 2016).
Esta atividade pode ser a resolução de problemas. Nesta etapa, o conhecimento foi
desenvolvido com a exposição dialogada e um exercício teórico-prático usando uma dinâmica
de grupo.
O exercício teve o objetivo de estimular o processo cognitivo de reconciliação integrativa: a
equipe fez placas escritas com palavras-chave que envolviam os seguintes temas: avaliação
do paciente em Cuidados Paliativos; diagnóstico e abordagem do sofrimento humano e
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indicações de Cuidados Paliativos. Solicitou-se a presença de um profissional para iniciar a
dinâmica; o profissional tinha que descobrir a palavra-chave escrita na placa (exposta por uma
das estudantes, sem que o profissional visualizasse), mediante a ajuda dos colegas, que
deveriam, por sua vez, dar dicas até que o mesmo adivinhasse a palavra-chave.
Alguns profissionais erraram a palavra-chave sorteada, contudo, foi dada mais uma
oportunidade para que pudessem avaliar os conceitos verbalizados pelos colegas e
tentassem adivinhar qual seria o termo. Todos acertaram a palavra-chave depois da segunda
chance.
Sobre esse aspecto, Moreira (2011) destaca que durante o processo de avaliação da
aprendizagem significativa deve-se incentivar a busca de evidências, pois essa aprendizagem
não é linear e sim progressiva (está em constante modificação e reestruturação, bem como
aprende-se corrigindo-se os erros), que ocorre na zona cinza da estrutura cognitiva, onde o
processo de aprendizagem mecânica é o continuum da aprendizagem significativa. A zona
cinza é onde ocorre o erro, que deve ser aproveitado, ao invés de ser punido. Por esse motivo,
deve-se considerar o erro como parte integrante do processo de aprendizagem e a sua
superação como uma evolução no conhecimento de determinado conteúdo (Moreira & Masini,
2008; Ausubel, 2000; Novak & Gowin, 1984; Ausubel; Novak & Hanesian, 1980; Moreira,
2016).
6ª Etapa – Conclusão da unidade
A conclusão da unidade relaciona-se ao seguimento ao processo de diferenciação
progressiva retomando as características mais relevantes do conteúdo em questão, porém
numa perspectiva integradora, ou seja, buscando a reconciliação integrativa. Novas
situações-problema devem ser propostas e trabalhadas em níveis mais altos de complexidade
em relação às anteriores e devem ser resolvidas em atividades colaborativas e depois
apresentadas e/ou discutidas em grande grupo, sempre com a mediação do docente (Moreira
& Masini, 2008; Ausubel, 2000; Novak & Gowin, 1984; Ausubel; Novak & Hanesian, 1980;
Moreira, 2016).
Nesse momento, foi realizada a dinâmica da Tenda do Conto, caracterizada dentro da
concepção teórica das metodologias participativas, como uma prática integrativa do cuidado
em saúde e de intervenção psicossocial, cuja dinâmica de narrar-se uma história, se dá de
acordo com a configuração do processo grupal. A concepção metodológica da Tenda do
Conto parte do incentivo à autonomia desde o primeiro momento em que se faz o convite ao
participante, solicitando-lhe que escolha entre seus pertences um objeto que lhe afete ou que
lhe remeta a um fato ou a uma história relacionada à experiência de vida e, caso não o
encontre, pode ir de mãos abertas para pegar um dos objetos que esteja à exposição na tenda
e a partir dele fazer seu conto (Silva et al, 2014).
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Essa dinâmica foi realizada com objetos que remetiam à temática dos cuidados paliativos
(fotos de família, relógios, caixa de medicamentos, bíblia, crucifixo, perfume etc), escolhidos
previamente pela equipe. Os objetos foram dispostos sobre uma mesa, os profissionais se
posicionaram em círculo e uma cadeira que simboliza o púlpito dos contadores de história. Os
profissionais, um a um, escolhiam um objeto e falavam sobre ele, associando uma experiência
(profissional ou pessoal) prévia em cuidados paliativos.
A estratégia de narrar o vivido abre possibilidades de reencantamento e ressignificação das
experiências de vida que ganham potência em direção a construção de desfechos menos
sofridos à medida que essas experiências são compartilhadas (Gadelha, 2015).
O objetivo dessa dinâmica é promover o autoconhecimento, buscando uma identidade
enquanto grupo e o amadurecimento emocional de cada profissional, no sentido de modificar
os olhares dentro do processo educacional, aprendendo a observar e escutar as histórias de
vida. Observou-se que o diálogo aproximou os profissionais enquanto grupo ao conhecer as
histórias de vida de cada e revelou que a sabedoria popular associada ao conhecimento
científico, tornou-se uma prática terapêutica através da narrativa.
7ª Etapa – Reavaliação do conhecimento
Nesse momento foi estimulada uma reflexão sobre a percepção dos profissionais de saúde
sobre o curso do ponto de vista da autoavaliação, a partir do que foi aprendido.
Sabe-se que, quando a aprendizagem é significativa, a experiência do conhecimento é
agradável porque faz sentido para a atividade desenvolvida e tem retenção significativa em
relação à memorização (Moreira & Masini, 2008; Ausubel, 2000; Novak & Gowin, 1984;
Ausubel; Novak & Hanesian, 1980; Moreira, 2016).
8ª Etapa – Encerramento do curso
Neste momento, foi estimulada a fala dos profissionais de saúde quanto aos aspectos
positivos e negativos da intervenção, houve sorteios de brindes e serviu-se um lanche como
forma de confraternização. Os certificados foram enviados para o endereço eletrônico de cada
profissional de saúde.
4. CONCLUSÃO
Com a realização da intervenção educativa acerca dos cuidados paliativos norteada pela
Teoria da Aprendizagem Significativa voltada para os profissionais de saúde, as estudantes
tiveram a oportunidade de refletir sobre o processo ensino-aprendizagem com bases
direcionadas para o aprendiz como sujeito em formação, que participa de maneira ativa na
construção de sua formação.
As atividades de extensão contribuem para aproximar a teoria da realidade e favorecem o
desenvolvimento do senso crítico do aprendiz, quando se exige do estudante a capacidade
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de refletir acerca das relações entre a teoria e a prática, assim como as situações adversas
podem surgir.
A intervenção educativa foi um momento que possibilitou aos profissionais de saúde
construírem e reconstruírem os saberes relativos aos cuidados paliativos como direito da
pessoa que sofre de uma doença ameaçadora de vida e como uma modalidade terapêutica
que melhora a qualidade de vida, por meio do alívio do sofrimento, e promove dignidade
humana no processo de finitude.
Também oportunizou aos profissionais de saúde resgatarem memórias afetivas negativas
e/ou positivas trabalhadas conscientemente durante o processo de ensino-aprendizagem e,
que, posteriormente foram manifestadas como sentimentos de superação, crescimento
pessoal, de gratidão, bem como o agir com ética, empatia, compaixão em relação à pessoa
em cuidados paliativos.
Dessa forma, a Teoria da Aprendizagem Significativa se apresentou como subsídio para um
método de extensão transformador que busca, por meio da valorização dos conceitos prévios
do estudante, a formação crítica e pró-ativa almejada para as estudantes e futuras
enfermeiras.
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