tarja branca branca.pdf · o termo tarja branca, que serve de titulo ao filme que cura o se r...
TRANSCRIPT
Pá
gin
a1
Reflexões de Cinema
A ideia desta coluna não é uma crítica cinematográfica, mas trabalhar sobre os temas tratados por filmes para convidar a algumas reflexões. Recomendamos ao leitor ver o filme para melhor desfrutar dos aspectos aqui tratados.
Tarja Branca A revolução que faltava
Filme de Cacau Rodhen
Por Myrthes Gonzalez
Estamos acostumados a pensar no brinquedo com algo superficial que pertence a um mundo menor, uma fase quando ainda não éramos “produtivos”. O filme Tarja Branca é um convite à reflexão sobre este ato elementar e pouco valorizado que é o brincar.
Psicólogos e pedagogos estão de acordo com a constatação de que a brincadeira é um elemento fundamental na estruturação cognitiva e emocional do ser humano. Em uma sociedade voltada para a produção e consumo a qualquer custo, o tempo de brincar só é permitido dento de uma possibilidade mínima de estruturação psíquica. Ou seja, dentro desta mentalidade, é útil que seja dado um espaço mínimo para brincadeira, mas mais útil ainda é construir espaços para modelar o ser humano para cumprir seu papel social dentro das normas pré-estabelecidas.
O filme nos trás raízes históricas de nosso afastamento do ato de brincar. Liga à brincadeira à liberdade, à capacidade de criar o mundo, de modificá-lo. O ato de modelar é também um processo de poda da frondosa árvore que cada um de nós poderia ser. Em uma sociedade onde todos tem que ser iguais e adaptarem-se, é importante que cada pessoa creia que brincar é um ato banal e pouco importante. Assim, desde cedo somos levados a crer que a vida é escassa e que para sobrevivermos temos que nos submeter e fazer coisas que não gostamos.
Sofremos de estresse, angústia, depressão e pânico, mas não nos damos conta de que este é o preço que pagamos por não acrcrença, passamos 8, 10, 12 horas por dia trabalhando em atividades que nos dão única e exclusivamente condições de ter dinheiro para pagar as contas e adquirir produtos e serviços.
tivéssemos um mínimo de prazer pode ser consertada através daquilo que podemos adquirir.
O termo Tarja Branca, que serve de titulo ao filmeque cura o ser humano, que o afasta da necessidade dos medicamentos “tarja preta”. O filme chama a atenção de que a brincadeira é um direito fundamental não somente de criançastodo ser humano.
Vamos brincar!
Proibida reprodução total ou parcial do texto, sem
Sofremos de estresse, angústia, depressão e pânico, mas não nos damos conta de que este é o preço que pagamos por não acreditar que é possível viver com alegria e prazer.
passamos 8, 10, 12 horas por dia trabalhando em atividades que nos dão única e exclusivamente condições de ter dinheiro para pagar as contas e adquirir produtos e serviços.
O brincainfância, o adulto pode e deve brincar, seu trabalho deveria ser sua brincadeira. Toda pessoa poderia viver de coisas que gosta de fazer. Mas claro que isto implicaria em um mundo diferente. Um mundo onde não necessitaríamos de tantos medseria da indústria farmacêutica se isto acontecesse
As engrenagens da grande máquina da produção e do consumo se alimentam da manipulação de nossos desejos, fontes originais de prazer. morreríamos
emos um mínimo de prazer em viver. Então somos levados a crer que nossa infelicidade ertada através daquilo que podemos adquirir.
que serve de titulo ao filme, nos fala de que a brincadeira é o ato essencial r humano, que o afasta da necessidade dos medicamentos “tarja preta”. O filme
chama a atenção de que a brincadeira é um direito fundamental não somente de crianças
Proibida reprodução total ou parcial do texto, sem expressa autorização. © Myrthes Gonzalez 2014P
ág
ina2
Sofremos de estresse, angústia, depressão e pânico, mas não nos damos conta de que este é o editar que é possível viver com alegria e prazer. Baseados nesta
passamos 8, 10, 12 horas por dia trabalhando em atividades que nos dão única e exclusivamente condições de ter dinheiro para pagar as contas e adquirir produtos e serviços.
O brincar não se resume a infância, o adulto pode e deve brincar, seu trabalho deveria ser sua brincadeira. Toda pessoa poderia viver de coisas que gosta de fazer. Mas claro que isto implicaria em um mundo diferente. Um mundo onde não necessitaríamos de tantos medicamentos (e o que seria da indústria farmacêutica se isto acontecesse?).
As engrenagens da grande quina da produção e do
consumo se alimentam da manipulação de nossos desejos, do afastamento das fontes originais de prazer. Mas morreríamos se não
somos levados a crer que nossa infelicidade
nos fala de que a brincadeira é o ato essencial r humano, que o afasta da necessidade dos medicamentos “tarja preta”. O filme
chama a atenção de que a brincadeira é um direito fundamental não somente de crianças, mas de
ressa autorização. © Myrthes Gonzalez 2014