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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR
ANDRA MOTA CHASTINET DE PAULA
AVALIAO DOS RTULOS DE SUPLEMENTOS
NUTRICIONAIS PARA PRATICANTES DE
ATIVIDADE FSICA X PROPAGANDA X DIREITO
DO CONSUMIDOR.
FORTALEZA-CEAR 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR
ANDRA MOTA CHASTINET DE PAULA
AVALIAO DOS RTULOS DE SUPLEMENTOS
NUTRICIONAIS PARA PRATICANTES DE
ATIVIDADE FSICA X PROPAGANDA X DIREITO
DO CONSUMIDOR.
Dissertao apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Polticas Pblicas da Universidade Estadual do Cear como requisito parcial para obteno do grau de mestre. Profissional Em Polticas Pblicas. rea de concentrao:polticas de Sade. Orientador: Prof. Dr. Francisco Horcio da Silva frota.
FORTALEZA-CEAR
2008
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Ficha catalogrfica
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR
MESTRADO PROFISSIONAL EM POLTICAS PBLICAS
TTULO DO TRABALHO: ATIVIDADE FSICA, PROPAGANDA E DIREITO
DO CONSUMIDOR: AVALIAO DOS RTULOS DE SUPLEMENTOS
NUTRICIONAIS PARA ATLETAS.
AUTORA: ANDRA MOTA CHASTINET DE PAULA
Defesa em: _____/_____/_____ Conceito obtido:
Nota obtida:
Banca Examinadora:
NOME DO ORIENTADOR: Prof. Dr. Horcio. _________________________ Doutor em Sociologia Universidade Estadual do Cear MEMBRO TITULAR 1: ___________________________________________ Professora Dra. Helena Alves de Carvalho Sampaio Doutora em Farmacologia. Universidade Estadual do Cear MEMBRO TITULAR 2: __________________________________________ Prof. Dr. Paulo Csar de Almeida Doutor em Sade Pblica Universidade Estadual do Cear
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Aos meus pais, ao meu marido Srgio e principalmente a voc
Guilherme, meu filho, pela compreenso dos inmeros finais de semana em que eu no pude brincar ou passear com voc. A voc, meu irmo Marlowe Jnior, sem palavras... Que da sua maneira me ajudou a chegar aqui. E a todos aqueles que de alguma forma torceram ou torcem por mim. Meu muito obrigada.
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AGRADECIMENTOS
Ao meu pai, Marlowe, que sempre me apoiou em tudo, embora sempre
calado.
A minha me, Zeneida que com seu temperamento calmo me fez chegar
at aqui... Ah se no fosse ela...
Ao meu marido Srgio, pelo seu apoio nas horas mais difceis...
Ao meu filho, Guilherme, que apesar de pequeno soube entender a
grandeza da palavra tempo...
Aos meus amigos que torceram por mim e que me ajudaram de alguma
maneira, em especial Ana Clo Grangeiro Pinheiro
Profa. Dra. Evnia pela sua pacincia e pela sua humildade.
Profa. Dra Helena que com sua firmeza me ensinou a ser
Nutricionista
Ao mestre Carlos Mrcio Rocha pela sua imensa disponibilidade de me
ajudar.
A todos os professores que se dispuseram a viajar e a perder seus finais
de semana para passar um pouco do seu aprendizado para ns,
proporcionando oportunidade de crescimento intelectual e humano.
Meus agradecimentos especiais ao Prof. Dr. Horcio, por nos socorrer
nos momentos mais difceis... Ele sabe.
Ao Prof. Paulo Csar pelos momentos definitivos da dissertao.
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Por fim obrigado, meu bom Deus, por eu estar viva e poder usufruir de
tudo o que ele me proporciona...
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O melhor professor, nem sempre, o de maior
saber, e sim, aquele que, modesto, tem a
faculdade de transferir.
A estrada da vida uma reta marcada de
encruzilhadas, caminhos certos e errados,
encontros e desencontros do comeo ao fim.
Feliz daquele que transfere o que sabe e que
aprende o que ensina.
Cora Coralina
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RESUMO
Os rtulos dos alimentos trazem, muitas vezes, publicidades abusivas que induzem m conduta, colocando em risco a sade do consumidor. O mau hbito alimentar fator de risco para os grandes problemas de sade. Os suplementos alimentares so utilizados para suprir as necessidades de nutrientes, tanto de patologias como no desempenho atltico. Para que o consumo destes suplementos no oferea risco algum ao consumidor, se faz necessria educao para o consumo, direitos do consumidor e segurana alimentar. Com a vigncia, a partir de 1991, do Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC) e a criao da figura da publicidade enganosa e abusiva, a m publicidade passou, finalmente, a ser passvel de punio. Este trabalho avaliou 200 rtulos de suplementos para praticantes de atividade fsica luz da Anvisa em lojas especializadas objetivando a verificao dos tipos de irregularidades presentes nos dizeres de rotulagem de tais suplementos para luz da vigilncia sanitria x propaganda x cdigo de defesa do consumidor (segurana alimentar).Como resultado geral 68% no esto conforme com a lei e 32% sim. Conclui-se que, apesar da quantidade de normas escritas, o Estado tem sido ineficaz no controle destes problemas. Desta forma, faz-se necessria, a utilizao de fato dos recursos jurdicos disponveis no sentido de coibir a difuso da m publicidade e, ao mesmo tempo, estimular o bom uso da publicidade, assim promovendo a sade e estimulando hbitos saudveis. E a educao para o consumo nas escolas deve ser iniciada. Palavras-chave: Rotulagem, Suplemento alimentar, segurana alimentar e Cdigo de defesa do consumidor.
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ABSTRACT
The labels of foods bring, many abusive times, advertisings that induce to the bad conduct, placing in risk the health of the consumer. The bad alimentary habit is factor of risk for the great problems of health. The alimentary supplements are used to supply the necessities of nutrients, as much of diseases as in the athletical performance. So that the consumption of these supplements does not offer to risk some to the consumer, if it makes necessary education for the consumption, rights of the consumer and alimentary security. With the validity, from 1991, of the Code of Defense of Consumer (CDC) and the creation of the figure of the lied and abusive advertising, the bad advertising passed, finally, can be of the punishment. This work evaluated 200 labels of supplements for practitioners of physical activity to the light of the Anvisa in specialized store that the verification of the types of irregularities objectified gifts in saying of labels the supplements for practitioners of physical activity the light to them of sanitary monitoring x advertisement x code of defense of the consumer (alimentary security).With a general result of 68% is not in agreement with the law and 32% are in agreement. One concludes that, despite the amount of written norms, the State has been inefficacious in the control of these problems. Of this form, the use of fact of the available according to the lay,l resources in the direction becomes necessary, to restrain the diffusion of the bad advertising and, at the same time, to stimulate the good use of the advertising, thus promoting the health and stimulating healthful habits. And the education for the consumption in the schools must be stimulated. Key words: Labels, alimentary security and Code of defense of the consumer.
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SUMRIO
RESUMO .................................................................................................... 7 ABSTRAT ................................................................................................... 8
Lista de abreviatura e/ou smbolos ............................................................. 11
Lista de Quadros ......................................................................................... 12
1. Introduo ............................................................................................... 13
2. Desenvolvimento e Reviso da Literatura .............................................. 15
2.1.Histria da Educao Fsica ................................................................. 15
2.2. A Educao Fsica no Brasil................................................................. 18
2.3. Higiomania (A obsesso com a sade na sociedade contempornea) 20
2.4. Surgimento do Doping ......................................................................... 21
2.4.1.Anabolizantes Esterides .................................................................. 26
2.5. Os Suplementos .................................................................................. 29
2.5.1.Conceitos dos Suplementos Alimentares .......................................... 29
2.5.2. Classificao dos Suplementos ........................................................ 31 2.5.3. Critrios Estabelecidos para a Ingesto dos Suplementos Alimentares ................................................................................................. 33 2.5.4. Conseqncias do Uso Indiscriminado dos Suplementos Alimentares ................................................................................................. 35 2.6.Rotulagem ............................................................................................. 37
2.6.1 Definio de Rotulagem ..................................................................... 37
2.6.2.Importncia da Rotulagem ................................................................. 37
2.7.Conceitos Bsicos dos Direitos do Consumidor ................................... 41
2.7.1. A Proteo e a Defesa do Consumidor No Mundo ........................... 42
2.7.2. A Proteo e a Defesa do Consumidor no Brasil ............................. 43
2.7.3. Direitos Bsicos ................................................................................ 45
3. Objetivo Geral ......................................................................................... 50
3.1 Objetivos Especficos ........................................................................... 50
4.Metodologia ............................................................................................. 51
4.1.Tipo de Estudo ...................................................................................... 51
4.2.Amostra ................................................................................................. 51
4.3 Coleta de Dados ................................................................................... 51
4.4 Tabulao e Anlise dos Dados ........................................................... 51
5. Resultados e Discusses ....................................................................... 53
6.Concluses .............................................................................................. 64
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7. Recomendaes ..................................................................................... 67
8. Referncias Bibliogrficas ...................................................................... 68
ANEXOS ..................................................................................................... 74
ANEXO A - PORTARIA N 222 DE 24 DE MARO DE 1998 .................... 75
ANEXO B DRI ......................................................................................... 80
ANEXO C - PORTARIA 269 DE 13 DE JANEIRO DE 1998 ...................... 88
ANEXO D - CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ............................ 94
ANEXO E - RESOLUA
.... 121
ANEXO F - RESOLUA "!#$&%'()#*,+-%#*.#*0/1*23! #*+((% .... 129 ANEXO G - RESOLUA4 "!#$5+% DE 15 DE MARO DE 2000 ............. 138 APNDICE I LISTA DE VERIFICAO .................................................. 162
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LISTA DE ABREVIATURA E/OU SMBOLOS
ACSM - American College of Sports Medicine.
ANVISA - Agencia Nacional da Vigilncia Sanitria.
AI - Ingesto Adequada.
BPF - Boas Prticas de Fabricao.
COI - Comit Olmpico Internacional.
CDC - Cdigo de Defesa do Consumidor.
DOU - Dirio Oficial da Unio.
EAR - Requerimento de Ingesto Mdia (estimado).
IDR's - Ingesto Diria Recomendada.
ONU - Organizao das Naes Unidas.
PIQ - Padro de Identidade e Qualidade.
RDA - Recomendaes de Ingesto Suficientes de Nutrientes.
SACs - Servio de Atendimento ao Consumidor.
UNESCO - Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a
Cultura.
UL - Limite de ingesto mxima tolervel.
CCE - Comunidade Comum Europia.
CI - Organizao de consumidores de cinco pases (Holanda, Blgica, Reino
Unido, Estados Unidos e Austrlia).
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade
Industrial.
CONDECON - Conselho de Defesa do Consumidor.
ANDEC - Associao Nacional de Defesa do Consumidor.
ADOC - Associao de Defesa e Orientao do Consumidor.
APC - Associao de Proteo ao Consumidor.
IDEC - instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
SNDC - Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.
DPDC - Departamento de Proteo e Defesa do Consumidor.
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Lista de Quadros
Quadro-1 Distribuio do nmero de alimentos para praticantes de atividade fsica segundo as categorias e concordncia com a lei de rotulagem, Fort-Ce, Out, 2007..................................................
53
Quadro-2 Irregularidades e erros gerais encontrados nos rtulos de suplementos para praticantes de atividade fsica relacionados ao cdigo de defesa do consumidor (segurana alimentar) .........
55
Quadro-3 Irregularidades e erros encontrados nos rtulos de Repositores Hidroeletrolticos para praticantes de atividade fsica relacionados ao cdigo de defesa do consumidor (segurana alimentar) ......................................................................................
56
Quadro-4 Irregularidades e erros encontrados nos rtulos de Energticos para praticantes de atividade fsica relacionados ao cdigo de defesa do consumidor (segurana alimentar) ..............................
57
Quadro-5 Irregularidades e erros encontrados nos rtulos de alimentos Proticos para praticantes de atividade fsica relacionados ao cdigo de defesa do consumidor (segurana alimentar) ..............
58
Quadro-6 Irregularidades e erros encontrados nos rtulos de alimentos Compensadores para praticantes de atividade fsica relacionados ao cdigo de defesa do consumidor (segurana alimentar) ......................................................................................
60
Quadro-7 Irregularidades e erros encontrados nos rtulos de BCAA para praticantes de atividade fsica relacionados ao cdigo de defesa do consumidor (segurana alimentar) ..........................................
61
Quadro-8 Irregularidades e erros encontrados nos rtulos de suplementos na categoria de Outros para praticantes de atividades fsicas relacionados ao cdigo de defesa do consumidor (segurana alimentar) ......................................................................................
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1 INTRODUO
No Brasil e no mundo crescente a preocupao da populao com o
culto ao corpo.
A adoo da atividade fsica como parte integrante da rotina diria de
adultos e crianas tem sido muito estimulada, dada a constatao de que, quando
praticada com regularidade e com acompanhamento profissional, traz inmeros
benefcios para a sade Como conseqncias, observam-se alteraes no estilo de
vida, em especial a busca por maior atividade fsica e as modificaes nos hbitos
alimentares. Essas mudanas geralmente so estimuladas e direcionadas por
veculos de divulgao da mdia, como televiso, jornais, rdio, internet e por
categorias profissionais, destacando-se a poderosa influncia dos professores de
academia (NAGAYAMA, et al., 2000). Aliada a divulgao da mdia, o mercado de
alimentos e suplementos conta tambm com a influncia dos professores de
educao fsica sobre seus alunos. Boa parte dos usurios (31%) toma
suplementao por indicao de instrutores, professores ou treinadores (Pereira
1999; Hirschbruch & Carvalho 2002) que muitas vezes, e de forma antitica,
transmitem orientaes inadequadas sobre dietas e suplementos, por
desconhecerem at mesmo os conceitos bsicos de nutrio (VIVIANI et al., 2003).
A divulgao da mdia acerca de diferentes suplementos nutricionais e
seus possveis benefcios, os quais na maioria das vezes no tm efeito comprovado
cientificamente, crescente. Este fato pode influenciar o aumento da demanda
destes produtos (NAGAYAMA et al., 2000). Observa-se que o uso de suplementos
nutricionais feito sem a informao fundamental de que os mesmos nutrientes que
so ingeridos em forma medicamentosa, muitas vezes em altas doses, poderiam ser
fornecidos atravs de uma dieta balanceada, adaptada s necessidades geradas
pela atividade fsica.
Nota-se que o consumo de determinados nutrientes em propores
elevadas pode trazer conseqncias danosas sade. O alimento a base do
sucesso para aqueles que querem ganhar massa muscular, aumentar a fora e
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definir a musculatura, portanto no so tambm, complementos ou suplementos
caros que formam o fsico do consumidor, seja este atleta ou adepto de exerccios
fsicos. Os praticantes de atividade fsica de academias geralmente no so atletas,
e sabido que esta populao procura a academia de ginstica com finalidades de
condicionamento fsico, hipertrofia muscular, emagrecimento ou mesmo lazer.
(NAGAYAMA et al., 2000).
Considerando a necessidade do constante aperfeioamento das aes
educacionais e de controle sanitrio na rea de alimentos, visando proteo
sade da populao, e considerando que a rotulagem nutricional facilita ao
consumidor conhecer as propriedades nutricionais dos alimentos, essa pesquisa
objetivou avaliar os rtulos dos suplementos nutricionais para praticantes de
atividade fsica, verificar se os rtulos de suplementos para praticantes de atividade
fsica esto obedecendo s leis da Vigilncia Sanitria, identificar os erros de
rotulagem e relacionar tais aspectos com a publicidade propaganda e o direito do
consumidor.
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2 DESENVOLVIMENTO E REVISO DA LITERATURA
2.1 Histrico da educao fsica no mundo
Segundo Costa (1998) tudo comeou quando o homem primitivo sentiu a
necessidade de lutar, fugir ou caar para sobreviver. Assim o homem luz da
cincia executa os seus movimentos corporais mais bsicos e naturais desde que se
colocou de p: corre, salta, arremessa, sobe, empurra, puxa e etc. A seguir sero
resumidos alguns aspectos histricos de diferentes pases, adaptado principalmente
por Costa (1998).
CHINA - Como Educao Fsica as origens mais remotas da histria
falam de 3000 a.C. l na China. Certo imperador guerreiro, Hoang Ti, pensando no
progresso do seu povo pregava os exerccios fsicos com finalidades higinicas e
teraputicas alm do carter guerreiro.
NDIA - No comeo do primeiro milnio, os exerccios fsicos eram tidos
como uma doutrina por causa das "leis de Manu", uma espcie de cdigo civil,
poltico, social e religioso. Eram indispensveis s necessidades militares alm do
carter fisiolgico. Buda atribua aos exerccios o caminho da energia fsica, pureza
dos sentimentos, bondade e conhecimento das cincias para a suprema felicidade
do Nirvana, (no budismo, estado de ausncia total de sofrimento). O Yoga tem suas
origens na mesma poca, retratando os exerccios ginsticos no livro "Yajur Veda"
que alm de um aprofundamento da Medicina, ensinava manobras massoterpicas e
tcnicas de respirar.
JAPO - A histria do desenvolvimento das civilizaes sempre esbarra
na importncia dada Educao Fsica, quase sempre ligada aos fundamentos
mdico-higinicos, fisiolgicos, morais, religiosos e guerreiros. A civilizao japonesa
tambm tem sua histria ligada ao mar devido posio geogrfica alm das
prticas guerreiras feudais: os samurais.
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EGITO - Dentre os costumes egpcios estavam os exerccios Gmmicos
revelados nas pinturas das paredes das tumbas. A ginstica egpcia j valorizava o
que se conhecem hoje como qualidades fsicas, tais como: equilbrio, fora,
flexibilidade e resistncia. J usavam, embora rudimentares, materiais de apoio tais
como tronco de rvores, pesos e lanas.
GRCIA - Sem dvida nenhuma a civilizao que marcou e desenvolveu
a Educao Fsica foi a civilizao grega atravs da sua cultura. Nomes como
Scrates, Plato, Aristteles, e Hipcrates contriburam e muito para a Educao
Fsica e a Pedagogia atribuindo conceitos at hoje aceitos na ligao corpo e alma
atravs das atividades corporais e da msica. "Na msica a simplicidade torna a
alma sbia; na ginstica d sade ao corpo" Scrates. de Plato o conceito de
equilbrio entre corpo e esprito ou mente. Os sistemas metodizados e em grupo,
assim como os termos halteres, atleta, ginstica, pentatlo entre outros, so uma
herana grega. As atividades sociais e fsicas era uma prtica at a velhice, lotando
os estdios destinados a isso. Disse Scrates:
Nenhum cidado tem o direito de ser um amador na matria de adestramento fsico, sendo parte de seu ofcio, como cidado, manter-se em boas condies, pronto para servir ao Estado sempre que preciso. Alm disso, que desgraa para o homem envelhecer sem nunca ter visto a beleza e conhecido a fora que seu corpo capaz de produzir.
ROMA - A derrota militar da Grcia para Roma, no impediu a invaso
cultural grega nos romanos que combatiam a nudez da ginstica. Sendo assim, a
atividade fsica era destinada s prticas militares. A clebre frase "Mens Sana in
Corpore Sano" de Juvenal vem desse perodo romano.
IDADE MDIA - A queda do imprio romano tambm foi muito negativa
para a Educao Fsica, principalmente com a ascenso do cristianismo que
perdurou por toda a Idade Mdia. O culto ao corpo era um verdadeiro pecado sendo
tambm chamado por alguns autores, de "Idade das Trevas.
RENASCENA - Como o homem sempre teve interesse no seu prprio
corpo, o perodo da Renascena fez explodir novamente a cultura fsica, as artes, a
msica, a cincia e a literatura. A beleza do corpo, antes pecaminosa, novamente
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explorada surgindo grandes artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519),
responsvel pela criao utilizada at hoje das regras proporcionais do corpo
humano.
Consta desse perodo o estudo da anatomia e a escultura de esttuas
famosas como, por exemplo, a de Davi, esculpida por Michelngelo Buonarroti (1475
- 1564). Considerada to perfeita que os msculos parecem ter movimentos. A
dissecao de cadveres humanos deu origem Anatomia como a obra clssica
"De Humani Corporis Fbrica" de Andrea Vesalius (1514-1564).
A volta de Educao Fsica escolar se deve tambm nesse perodo a
Vitorio de Feltre (1378-1466) que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa", onde
o contedo programtico inclua os exerccios fsicos.
ILUMINISMO - O movimento contra o abuso do poder no campo social
chamado de Iluminismo surgido na Inglaterra no sculo XVII deu origem a novas
idias. Como destaque dessa poca os alfarrbios apontam: Jean-Jaques Rousseau
(1712-1778) e Johann Pestalozzi (1746-1827). Rousseau props a Educao Fsica
como necessria educao infantil. Segundo ele, pensar dependia de extrair
energia do corpo em movimento. Pestalozzi foi precursor da escola primria popular
e sua ateno estava focada na execuo correta dos exerccios.
IDADE CONTEMPORNEA - A influncia na nossa ginstica localizada
comea a se desenvolver na Idade Contempornea e quatro grandes escolas foram
as responsveis por isso: a alem, a nrdica, a francesa, e a inglesa.
A alem, influenciada por Rousseau e Pestalozzi, teve como destaque
Johann Cristoph Friederick Guts Muths (1759-1839) considerado pai da ginstica
pedaggica moderna. A derrota dos alemes para Napoleo deu origem a outra
ginstica, a Turnkunst, criada por Friederick Ludwig Jahn (1788-1825) cujo
fundamento era a fora. "Vive Quem Forte", era seu lema e nada tinha a ver com a
escola. Foi ele quem inventou a barra fixa, as barras paralelas e o cavalo, dando
origem Ginstica Olmpica. A escola voltou a ter seu defensor com Adolph Spiess
(1810-1858) introduzindo definitivamente a Educao Fsica nas escolas alems,
sendo inclusive um dos primeiros defensores da ginstica feminina.
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A escola nrdica escreve a sua histria atravs de Nachtegall (1777-1847)
que fundou seu prprio instituto de ginstica (1799) e o Instituto Civil de Ginstica
para formao de professores de Educao Fsica (1808). Por mais que um
profissional de Educao Fsica desconhea como essa rea evoluiu, pelo menos
algum dia j ouviu falar em ginstica sueca, um grande trampolim para o que se
conhece hoje. Per Henrik Ling (1766-1839) foi o responsvel por isso levando para a
Sucia as idias de Guts Muths aps contato com o instituto de Nachtegall. Ling
dividiu sua ginstica em quatro partes: a pedaggica - voltada para a sade evitando
vcios posturais e doenas, a militar - incluindo o tiro e a esgrima, a mdica -
baseada na pedaggica evitando tambm as doenas e a esttica - preocupada com
a graa do corpo.
A escola Francesa teve como elemento principal o espanhol naturalizado
Francisco Amoros Y Ondeano (1770-1848). Inspirado em Rabelais, Guts, Jahn e
Pestalozzi, dividiu sua ginstica em: Civil e Industrial, Militar, Mdica e Cnica. Outro
nome francs importante foi G. Dmey (1850-1917). Organizou congressos, cursos
(inclusive o Superior de Educao Fsica), regiu o Manual do Exrcito e tambm era
adepto ginstica lenta, gradual, progressiva, pedaggica, interessante e
motivadora.
O mtodo natural foi defendido por Georges Herbert (1875-1957): correr,
nadar, subir, saltar, empurrar, puxar e etc. A escola inglesa baseava-se nos jogos e
nos esportes, tendo como principal defensor Thomas Arnold (1795-1842) embora
no fosse o criador. Essa escola tambm ainda teve a influncia de Clias no
treinamento militar (Costa, 1998).
2.2 A Educao Fsica no Brasil
As informaes a seguir foram adaptadas por Costa (1998). Os ndios no
Brasil colnia foram os primeiros habitantes, e deixaram como contribuio os
movimentos rsticos naturais tais como nadar, correr atrs da caa, lanar, e o arco
e flecha. Na suas tradies incluem-se as danas, cada uma com significado
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diferente: homenageando o sol, a lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos
etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de troncos entre outras
que no foram absorvidas pelos colonizadores. Sabe-se que os ndios no eram
muito fortes e no se adaptavam ao trabalho escravo.
Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o Brasil para o
trabalho escravo e as fugas para os Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra
os capites-do-mato, homens a mando dos senhores de engenho que entravam
mato adentro para recapturar os escravos. Com o instinto natural, os negros
descobriram ser o prprio corpo uma arma poderosa e o elemento surpresa. A
inspirao veio da observao da briga dos animais e das razes culturais africanas.
O nome capoeira veio do mato onde se entrincheiravam para treinar. "Um estranho
jogo de corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como se fossem
verdadeiros animais indomveis". So algumas das citaes de capites-do-mato e
comandantes de expedies descritas nos poucos alfarrbios que restaram. Rui
Barbosa mandou queimar tudo relacionado escravido.
Brasil Imprio - Em 1851 a lei de n. 30 inclui a ginstica nos currculos
escolares. Embora Rui Barbosa no quisesse que o povo soubesse da histria dos
negros, preconizava a obrigatoriedade da Educao Fsica nas escolas primrias e
secundrias, praticada quatro vezes por semana durante 30 minutos.
Brasil Repblica - Essa foi uma poca onde comeou a profissionalizao
da Educao Fsica.
As polticas pblicas - At os anos 60 o processo ficou limitado ao
desenvolvimento das estruturas organizacionais e administrativas especficas tais
como: Diviso de Educao Fsica e o Conselho Nacional de Desportos.
Nos anos 70, marcados pela ditadura militar, a Educao Fsica era
usada, no para fins educativos, mas de propaganda do governo, sendo todos os
ramos e nveis de ensino voltados para os esportes de alto rendimento.
A Educao Fsica brasileira teve grande influncia da Ginstica
Calistenica criada em 1829 na Frana por Phoktion Heinrich Clias (1782-1854).
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Nos anos 80 a Educao Fsica vive uma crise existencial procura de
propsitos voltados sociedade. No esporte de alto rendimento a mudana nas
estruturas de poder e os incentivos fiscais deram origem aos patrocnios de
empresas podendo contratar atletas funcionrios, fazendo surgir uma boa gerao
de campees das equipes.
Nos anos 90 o esporte passa a ser visto como meio de promoo sade
acessvel a todos e manifestada de trs formas: esporte educao, esporte
participao e esporte performance, (Costa, 1998).
2.3 Higiomania (A obsesso com a sade na sociedade contempornea)
Segundo, Nogueira (2001) a sade na modernidade tardia passou a ser
mais que cultivada, agora adorada. H uma adorao da sade que tambm
uma mania coletiva de sade, uma higiomania. A higiomania autonomista ,entende
que a sade est ao alcance das pessoas desde que todos sigam a norma correta
de estilo de vida,adoo de certos hbitos e evitem os riscos sobre os quais so
advertidos.A preocupao excessiva com o corpo desloca as pessoas para uma
viso superficial e egocntrica do que seja sade .
Os cuidados seguidos com o corpo vm se tornando to variados e
obsessivos que geram uma espcie de hipocondria social, visto que a preocupao
exagerada com o corpo contraria o significado de uma vida saudvel que deveria ser
alcanada e mantida de forma mais espontnea e tranqila, ou seja, gerando uma
nova modalidade de iatrogenia, (Nogueira, 2001).
A perfeio do corpo uma cultura narcizista da modernidade tardia,
favorecendo a posta em marcha pela economia capitalista de um ciclo
infinitivamente amplivel de consumo de bens e servios voltados para sade. A
sade est sendo vista como formosura do corpo, bom preparo fsico resultante de
um conjunto de praticas do corpo . confirmado pela proliferao de academias e
clnicas de esttica.Aliado a isso os meios de comunicao tratam de assegurar que
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o mais importante em matria de sade para as pessoas obter um corpo saudvel
e que isso depende das iniciativas e dos esforos de cada um, (Nogueira,2001).
2.4 Surgimento do doping
A compilao da histria do surgimento do doping foi adaptada da
Associao Brasileira de estudo e combate do doping atravs do Manual prtico de
controle antidoping (2002). O pio, um ltex obtido pelo corte dos bulbos da Papoula
somniferum era conhecido pelos sumrios no ano 3000 a.C.
Na China, por volta de 2737 a.C., j se conheciam algumas plantas cuja
mastigao, uso de extratos ou infuses, produziam efeitos estimulantes: a efedra
(efedrina), a ma huang (alcalide) e a mandragora (afrodisaca com sabor e cheiro
desagradveis). Os rabes, 1000 a.C., conheciam a maconha (cannabis), o haxixe
(dez vezes mais forte que a cannabis), a catina (da qual, hoje se extrai a dextrono-
risoefedrina) e o ginseng (uma amina que era usada para estimular os guerreiros).
Na antiga Grcia, em 300 a.Cnos Jogos Olmpicos Antigos, os corredores
de longa distncia usavam uma coco de plantas que tinha como principal produto
um alucingeno extrado de cogumelos. Para o pensamento da poca, era para
evitar o surgimento do bao grande e duro. Em alguns atletas era at retirado o
bao (esplenectomia). Em outros, fazia-se uma cauterizao com ferro em brasa.
dessa poca a primeira notcia de uma espcie de regulamentao olmpica em que
se proibia qualquer prtica mutilante, como a esplenectomia ou a cauterizao em
atletas.
Na mitologia nrdica, os lendrios berseks ou berserkers, usavam a
bufotena, uma droga estimulante extrada de certo tipo de fungo. Na frica, os
nativos j usavam a cola acuminata e a cola nitida como estimulantes nas
marchas e nas corridas. Nessa poca, o pio j estava sendo muito usado na Grcia
e na sia. Ele teve uma grande divulgao entre os rabes, porque o Alcoro livro
muulmano sagrado proibia o uso do lcool, mas no citava o pio. Na Ilada,
poema de Homero, a encantadora Helena, nas festas, oferecia aos amigos uma
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poo milagrosa que curava certas dores e doenas alm de produzir sonhos
maravilhosos. Provavelmente, era pio. Na China, as mes embalavam seus filhos
num ambiente com fumaa da fervura do pio para que seus filhos parassem de
chorar e adormecessem. Na Turquia, os mdicos presenteavam as pessoas mais
influentes do reino com formulaes que continham opiceos. Em todas as batalhas
desse perodo, era comum os guerreiros usarem opiceos para diminuir a dor dos
ferimentos e aumentar a coragem para a batalha.
Um pouco antes de Cristo, na antiga Roma, os tratadores de cavalos,
usavam o chamado Hidromel; mistura de gua, mel e aveia, que eles imaginavam
melhorar a forma fsica dos animais usados nas provas esportivas. Na verdade,
antecipando-se aos primeiros conhecimentos de fisiologia, eles hidratavam e
aumentavam o suporte de glicose e protena nos cavalos. Para mostrar ao povo o
rigor das leis ou ter a desculpa perfeita para algumas derrotas frente aos gregos, o
Senado Romano punia com a crucificao o tratador de cavalos que usasse o
Hidromel. Numa anlise mais crtica, fica a desconfiana de que os atletas gregos
quando subiam o monte Olimpo para buscar inspirao e proteo de Zeus, ficavam
ali por dois ou trs dias, usando alucingenos para aumentar a coragem e a audcia
nas competies.
Na Amrica do Sul, a coca mascada era usada para aumentar o
desempenho, diminuir o cansao e amenizar a fome nos trabalhos forados e nas
longas marchas. Depois, a folha de coca passou a ter o domnio da nobreza e dos
sacerdotes, com carter divino, mas como se confirmou que ela diminua a fadiga,
passou a ser ofertada aos mensageiros a chamada cocada, uma bola de folhas
de coca misturada com calcrio. Com o calcrio, o efeito era amenizado porque ele
alcalinizava o ambiente gstrico impedindo a rpida degradao da cocana pela
saliva e pelo suco gstrico. Os ndios escondiam algumas plantas nativas de coca
porque j estavam dependentes de seus efeitos. Quando o espanhol Francisco
Pizarro comeou as primeiras conquistas na regio em 1532, pagava os ndios
mineiros com folhas de coca. Eles mantinham a dependncia e tinham mais nimo
para descer nas minas de cobre e prata. Quando Pizarro destruiu o Imprio Inca
(atual Cuzco), essa prtica terminou.
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Na Amrica do Norte, ingeria-se uma planta chamada peyote, que contm
um alcalide estimulante conhecido como mescalina. No Tirol, usavam substncias
contendo arsnico com fins religiosos.
Na Europa do sculo XVI surgem drogas com cafena e esse o ponto
inicial da dopagem entre os povos mais civilizados e entre os atletas. Em 1806, o
aprendiz de farmacutico Friedrich Sertuner, alemo, isola o principal alcalide do
pio e lhe d o nome de morfina em aluso a Morfeu. Dez anos depois, ela j
usada em cavalos na Inglaterra. Em 1865, na construo do Canal do Norte em
Amsterd, os operrios recebiam drogas que aumentavam o rendimento no trabalho.
Na inaugurao do Canal, houve uma prova de natao e vrios nadadores
competiram usando drogas estimulantes. Em 1879, na Corrida Ciclstica dos Seis
Dias, na Frana, os franceses usavam misturas base de cafena, os belgas
usavam cubos de acar mergulhados em bebida alcolica ou ter conhecido desde
o sculo XII como anestsico, mas usado com fins recreativos na Inglaterra em 1700
e alguns ciclistas usavam a nitroglicerina pelo seu efeito vasodilatador coronariano.
Em 1886, j com o uso indiscriminado de estimulantes pelos atletas,
acontece a Corrida dos 600 km entre Bordeaux e Paris e nela se tem a primeira
notcia de morte por uso de estimulantes: morre o ciclista ingls Linton, que usou
uma mistura de cocana com nitroglicerina. Por volta de 1900, no boxe, usavam-se
tabletes de estriquinina misturados com conhaque e cocana. Nessa poca, era
comum a prtica de debilitar o adversrio com drogas dopantes acondicionadas em
garrafas de gua. possvel que mortes tenham ocorrido por esse motivo.
Em 1919, o farmacutico japons Ogata sintetiza a anfetamina e com isso
cresce a dopagem esportiva, principalmente no ciclismo.
Durante a 2 Guerra Mundial, de 1939 a 1945, os soldados recebiam o
medicamento Pervitin uma anfetamina nos seus kits de sobrevivncia. Seu
efeito estimulante e a abolio do sono eram teis nas grandes marchas e nos vos
noturnos. Depois, passaram a us-lo tambm nos jogos do exrcito. Ento,
terminada a guerra, muitos soldados estavam viciados com esses comprimidos.
Quando voltaram a seus pases, muitos deles continuaram suas prticas
desportivas, principalmente os jogadores de futebol americano. Estavam mais
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corajosos pelas agruras da guerra e, alm disso, jogavam dopados. Isso fez
disseminar o uso de anfetaminas entre os desportistas, prtica que existe at hoje,
incorporada ao uso de outras substncias proibidas pelas leis esportivas.
Nos Jogos Olmpicos de Roma, em 1960, so descritas trs mortes por
uso de doping: Knut Enemark Jensen, um ciclista da Dinamarca de 25 anos (quinze
tabletes de anfetamina, mais oito tabletes de um vasodilatador coronariano,
misturados a uma garrafa de caf), Dirck Howard, alemo, medalha de bronze nos
400m, (por dose excessiva de herona) e Simpson, um corredor ingls (tambm por
um estimulante).
At essa poca, os mtodos de deteco da dopagem ainda eram muito
simples. O primeiro mtodo foi desenvolvido pelo qumico russo Bukowski que
trabalhava no Jquei Clube da ustria e analisava a saliva dos cavalos. Mas ele
negava-se a revelar seu mtodo. No mesmo ano, 1910, Sigmundo Frankel qumico
da Universidade de Viena desenvolveu um novo mtodo, tambm trabalhando com
saliva. Nas dcadas de 40 e 50, foram criados e desenvolvidos os mtodos da
cromatografia gasosa e delgada que foram sendo aperfeioados com o tempo, at
serem substitudos pela moderna espectrofotometria de massa que pode determinar
e quantificar na urina a presena da maioria das substncias listadas como proibidas
para os atletas. J em 1955, a Federao Mundial de Ciclismo iniciava trabalhos de
anlises de urina. Chegou ao ponto de em uma s prova, obter cinco resultados
positivos em vinte e cinco amostras. Essa modalidade foi a primeira, porque em
muitos pases da Europa o ciclismo um esporte de massa e naquela poca os
interesses comerciais de divulgao de marcas e logotipos por parte dos ciclistas,
era uma realidade.
Durante os jogos olmpicos de Tquio em 1964 um congresso da
UNESCO (Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura)
conjuntamente com o COI (Comit Olmpico Internacional) iniciou o combate
dopagem, esboando leis, controles e punies. Seguiram-se simpsios na
Alemanha, ustria, Itlia e Sua, mas os pases no reconheciam essas
deliberaes, muitas vezes invocando razes at de uso de dopagem por
patriotismo. Desde 1965 e com periodicidade de trs anos, a Liga Ciclstica da
Blgica passou a divulgar o resultado de seus exames. De 25,59% em 1965, caiu
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para 8,16% em 1968 e para 4,78% em 1971, vindo a aumentar para 7,10% em
1974, provavelmente pelo desenvolvimento das tcnicas de cromatografia. A
substncia mais encontrada foi a anfetamina e os exames positivos eram quase
todos de profissionais e de veteranos, com mnimos percentuais em principiantes.
Em 1968, durante os Jogos olmpicos de Inverno em Grenoble, o COI
forma uma comisso de cinco mdicos e um qumico que unificaram todas as
deliberaes e leis existentes. Trs meses antes dos Jogos olmpicos do Mxico
essa primeira lei foi enviada para todos os pases participantes da Olimpada, mas o
controle foi muito pequeno e sem qualquer punio. Os pases alegavam o pouco
tempo entre a lei e os Jogos. Muitos at ameaaram no comparecer aos Jogos e
outros chegaram a manifestar inteno de abandonar a Vila Olmpica.
A anfetamina e produtos assemelhados, que dominavam os casos
positivos passaram a ser substitudos paulatinamente pelos hormnios masculinos,
os chamados esterides anablicos com poderes muito mais vitoriosos, mas
tambm com efeitos colaterais mais desastrosos. Depois, os atletas comearam a
usar diurticos para mascarar a presena dos hormnios e mais recentemente os
hormnios de crescimento, principalmente, ganharam destaque na preferncia dos
atletas.
No organismo humano, so hormnios derivados de hormnios, e o termo
esteride significa leo slido e se origina do grego stereos, que significa slido e
do latim olum, que significa leo. Alm disso, a testosterona (hormnio
masculino), o hormnio de crescimento e a insulina, so os anabolizantes
considerados mais potentes Estudos dizem que os esterides anabolizantes
produzem uma ao de rendimento no ganho de massa muscular, fora e
velocidade. Com isso atletas melhoram o desempenho na modalidade em busca de
recordes e ttulos, mas bom lembrar que os esterides anabolizantes so
substncias proibidas no conceito de jogar limpo no esporte de acordo com as
normas do Comit Olmpico Internacional e Agncia Mundial de Antidoping. Caso o
atleta seja pego no doping, ele punido e at mesmo banido do esporte, pelo
descumprimento das normas.
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2.4.1 Anabolizantes Esterides
Segundo o manual prtico de controle antidoping o histrico dos
anabolizantes esterides comea em 1956, durante os Jogos Mundiais realizados na
cidade austraca de Viena, o Dr. John Ziegler, que era mdico da equipe norte-
americana de levantamento de peso enviada para a competio, fez uma
descoberta fantstica. Ele descobriu atravs de um mdico sovitico que estes
estavam realmente usando testosterona sinttica e uma variao qumica desta,
chamada metil-testosterona em seus atletas a fim de aumentar a sua performance
atltica. Ficou claro para o Dr. Ziegler que os pases do bloco oriental estavam
usando os esportes de potncia como ferramenta de propaganda para montar a
superioridade do sistema sovitico e ele decidiu ali e ento que deveria fazer algo a
respeito.
Ao retornar aos EUA ele juntou foras com a Ciba-Geigy sua, atravs da
sua filial norte-americana, e desenvolveu aquele que veio a ser o padro dourado e
o mais famoso de todos os anabolizantes esterides: DIANABOL. O Dr. Ziegler
levou a droga para o York Barbell Club que ficava em York, Pennsylvnia onde,
durante as dcadas de 50 e 60, treinavam os maiores levantadores de peso da
equipe olmpica norte-americana. Ele cuidadosamente injetou DIANABOL em alguns
atletas do York Club e em si mesmo, anotando detalhadamente as doses e os
efeitos. E aquilo que ele viu o deixou horrorizado: elevao brutal do nvel de
enzimas no fgado, aumento e infeces da prstata, atrofia testicular, entre outros
efeitos. Como tais coisas poderiam estar acontecendo? Ele estava injetando doses
de 5 e 10 mg por dia!
A maior parte dos atletas sob a superviso do Dr. Ziegler obtiveram
rpidos progressos sem sofrerem efeitos colaterais a curto prazo. Da mesma
maneira que os soviticos, a equipe olmpica norte-americana progrediu bastante, o
que foi oficialmente explicado para o grande pblico e imprensa como sendo devido
prtica de exerccios isomtricos. Entretanto, Dr. Ziegler notou que alguns atletas
gostavam demais da nova droga e encontraram um farmacutico conhecido que se
props a vender-lhes todo DIANABOL, alm de testosterona sinttica, que o dinheiro
pudesse comprar. Assim, eles estavam tomando doses muito maior do que aquelas
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que o Dr. Ziegler pretendia ministrar. Ao perceber que os atletas ignoravam seus
conselhos e estavam tomando anabolizantes esterides como doces, o Dr. Ziegler
retirou o seu apoio, admitiu que houvesse cometido um erro e recomendou que
todos os levantadores deveriam cessar imediatamente a injeo de DIANABOL.
Naquela hora, j era tarde demais.
Durante muito tempo, os jornalistas e editores de revistas incluindo os
mdicos diziam que os anabolizantes esterides eram to teis como placebos e
afirmavam categoricamente que nenhum dos campees norte-americanos os usava.
Nos bastidores, no entanto, o uso dos anabolizantes esterides espalhava-se
rapidamente. As pessoas que estavam por dentro do esporte sabiam o que estava
acontecendo, porm escondiam suas cabeas no solo como avestruzes. Durante
todo o tempo em que os atletas estavam usando esterides e falando sobre os seus
mritos dentro dos vestirios dos ginsios e academias, os profissionais da medicina
nada fizeram para estudar o fenmeno a fim de discernir at que ponto aquelas
drogas funcionavam to bem quanto os atletas afirmavam. Assim os mitos e as
desinformaes continuavam a se propagar e os atletas que usavam esterides
cresciam geometricamente em nmero, ano aps ano, em esportes como
musculao competitiva, levantamento de peso, futebol comum, natao e remo,
esportes em que so necessrios, fora, potncia e msculos.
Em 1960, um portoriquenho chamado Fred Ortiz assombrou o mundo ao
competir no campeonato de Mr. Universo. Ele se apresentou com um volume
muscular que era, no mnimo, o dobro dos seus concorrentes mais prximos. Os
anabolizantes esterides ganharam, assim, notoriedade mundial. E isso trazia cada
vez mais infelicidade para o homem que os introduziu no mundo ocidental. O Dr.
Ziegler estava assombrado com os hbitos dos atletas tomarem comprimidos. Ele
escreveu:
Quando eu iniciei a prtica da Medicina, tratando de fazendeiros e ndios
em Montana, eu no era capaz de fazer-lhes engolir um comprimido. A
nica vez em que eu comecei a ter certeza de que eles tomavam seus
medicamentos foi quando, finalmente, apareceram as injees de penicilina.
At aquela hora, as pessoas possuam enorme averso em tomar
comprimidos; porm, as coisas haviam mudado. Agora, todos so felizes
tomadores de plulas. As pessoas tornaram-se loucas por drogas. J ruim
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o bastante ter que lidar com fanticos por drogas, porm, agora, atletas
saudveis esto se colocando na mesma categoria. uma desgraa.
O Dr. Ziegler faleceu em novembro de 1983. O uso de anabolizantes
esterides se espalhou de tal maneira, apesar de leis e avisos, que ningum mais
prestava ateno aos homens da lei, autoridades, mdicos ou qualquer um que
levanta a bandeira dos perigos das drogas nos esportes. Em 1988, durante os Jogos
Olmpicos de Seul, 5 atletas foram pegos pelo uso ilcito de anabolizantes
esterides. O caso mais famoso foi o do corredor canadense e campeo mundial
Ben Johnson, que falhou no exame antidoping devido ao uso da droga Estanozolol
(Winstrol). Manual prtico de controle antidoping (2002).
Apesar de o esporte ser um meio saudvel para melhorar a condio
fsica e mental do indivduo, Dokkum (2002) alerta para o fato de que est se
tornando um grande negcio para a elite de atletas, a indstria de suplementos e
patrocinadores. Esses atletas no tm conhecimento para avaliar todas as
informaes sobre nutrio, doping e desempenho, e somente profissionais srios e
competentes podem mostrar as bases e meios para a melhora do desempenho de
esportistas. evidente que doping no s aumenta os riscos de resultados positivos
nos testes antidopings e excluso das competies, como tambm tm efeitos
negativos sobre a sade. Dois aspectos de sucesso nas competies esportivas so
mais importantes que muitos meios para aumentar o desempenho: talento e treino.
Alm disso, o American College of Sports Medicine ACSM (1987) afirma que o
ganho de peso nos estudos com treinamento tm sido pequeno, mas significante. A
literatura sobre a eficcia para o desenvolvimento de fora muscular controversa,
pois a hereditariedade, a intensidade do treinamento, a dieta e o estado psicolgico
tambm contribuem para isso, e difcil controlar todos esses fatores nos estudos
experimentais. Alguns atletas ainda alegam que doses acima das teraputicas so
necessrias para ganho de fora, muito embora resultados positivos foram relatados
utilizando doses teraputicas. Nos anos 60 e 70, o uso dos anabolizantes era restrito
aos atletas de elite, mas nos ltimos anos, o seu uso ilegal explodiu. Pope et al..
(2000) citam que milhares de rapazes usam anabolizantes, no com finalidade
atltica, mas apenas para ficarem maiores.
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2.5 Suplementos
Desde os primeiros tempos do esporte, esportistas, treinadores e
mdicos, buscam incessantemente por substncias milagrosas que melhorem a
capacidade fsica de atletas. A histria est repleta de casos, diz Ruano (1991),
desde o costume de coquear, pelos europeus com trabalhadores de minas de
prata americanas, que davam folhas de coca aos ndios para mascar, com a
finalidade de suprir a sensao de fome. A cada dia surge um produto milagroso ou
uma substncia com propriedades energizantes.
Os atletas gregos, em 580 a.C. j adotavam dietas especiais, cita
Grandjean (1997), e no sculo XIX preconizava-se a dietoterapia para o tratamento
e preveno de doenas. Hoje, constata-se a importncia da nutrio para a
melhoria do desempenho no esporte.
As pesquisas sobre suplementos foram iniciadas por Christensen et al..
(1934 apud GARCA & NAVARRO, 1991), e da em diante, passou-se a estudar o
trabalho fsico induzido por manipulaes dietticas, demonstrando que a dieta pode
afetar o rendimento do atleta devido ao restabelecimento rpido das reservas de
glicognio no fgado e msculos. Um atleta de alto nvel treina uma mdia diria de 4
horas, requerendo um alto suporte nutricional, sendo que a atividade fsica intensa
leva perda adicional de minerais pela sudorese intensa ou hemlise em esportes
aerbicos. Tudo isso, dizem Garca & Navarro (1991) leva prtica sistemtica da
suplementao com preparados polivitamnicos ou complexos com minerais e
oligoelementos.
2.5.1 Conceito dos suplementos alimentares
A palavra suplemento, originada do latim "supplementu", um substantivo
masculino que tem como significado: 1. O que serve para suprir, suprimento. 2. o
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que se d a mais: suplemento salarial. 3. parte que se adiciona a um todo para
ampli-lo, esclarec-lo ou aperfeio-lo (Ferreira, 1986).
De acordo com a Portaria n. 222, de 24 de maro de 1998 do ministrio
da Sade (Anexo A), os suplementos alimentares para atletas so denominados
alimentos para praticantes de atividades fsicas, e constituem-se em produtos
destinados a complementar as dietas normais tanto em calorias como tambm em
protenas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras, juntas ou separadas,
dependendo das necessidades de cada pessoa. Estes alimentos visam atender as
necessidades de atletas de grande performance, praticantes de atividades fsicas
competitivas ou no, pessoas que querem aumentar ou perder peso ou que
necessitam de uma suplementao especfica para melhora de estado de sade.
Vale lembrar que estes alimentos no substituem a dieta normal. Eles entram como
coadjuvantes para suprir as necessidades nutricionais de atletas e esportistas que,
s pela alimentao, no conseguem atingir os requerimentos necessrios.
O senado americano aprovou em 1994 um documento com a definio de
suplemento esportivo chamado de Dietary Supplements Health and Education Act
(EUA 1994) sendo o suplemento alimentar conceituado como: Produto (com
exceo de tabaco) utilizado com o objetivo de:
Suplementar a dieta e que contenha um ou mais ingredientes, como vitamina, mineral, erva ou outro tipo de planta, aminocido,
Substncia diettica capaz de aumentar o contedo calrico total da dieta, ou concentrado, metablito, constituinte, extrato, ou combinao desses nutrientes;
Composto produzido para ser ingerido na forma de plulas, cpsulas, tabletes ou como lquido;
No produzido para uso convencional como alimento ou como nico item de uma refeio ou dieta;
For um produto no qual o rtulo apresente a denominao: suplemento diettico;
6 798:;=A@CB?=JBK:ILMNLPO@QLRJB58LTSJB5JU@QLVSJOJWB?XYJ8ZE[>=D> \E]> :VLWBL-< produtos biolgicos licenciados, comercializados como suplementos dietticos ou alimento antes da aprovao, certificao ou licena para ser utilizada como medicamento (BACURAU, 2006).
Muitos atletas adotam alguns recursos em busca de meios que possam
lev-los a uma pequena melhora diante dos seus concorrentes. Recursos estes que
podem ser atravs de dieta balanceada ou ergognicos. Segundo Willian & Branch
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citado por Azen (2005) a palavra ergognico significa substncias ou artifcios
adotados visando melhora da performance ,sendo derivada de duas palavras
gregas: rgon trabalho e gennan, produo.O propsito dos ergognicos so
aumentar a performance pela intensificao da potncia fsica, da fora mental e do
limite mecnico e dessa forma prevenir ou retardar a fadiga. Atravs disso os
praticantes de atividade fsica so bombardeados com propagandas e testemunhos
de outros atletas e treinadores sobre seus efeitos no desempenho. Muitos acreditam
que esses recursos iro melhorar seu desempenho e ajudar na recuperao. Como
no passado e provavelmente no futuro muitos desses recursos ergonnicos no so
suportados por estudos cientficos de fato muitos atuam como placebo (MAHAN et
al.., 2005, p. 607).
A suplementao com ergonnicos serve principalmente para aumentar o
tecido muscular; a oferta de energia para o msculo e a taxa de produo de energia
no msculo; pois uma alimentao adequada fundamental para que se consiga
atingir uma performance esportiva tima (BIESEK et al.., 2005). A nutrio esportiva
envolve a aplicao de princpios nutricionais para aprimorar o desempenho
esportivo (WILLIAMS, 2002).
2.5.2 Classificao dos suplementos
Segundo a Portaria do Ministrio da Sade n 222 de 24 de maro de
1998, j citada, os suplementos podem ser assim classificados:
Repositores Hidroeletroltico: So produtos formulados a partir de
concentrao variada de eletrlitos, associada s concentraes variadas de
carboidratos, com o objetivo de reposio hdrica e eletroltica decorrente da
prtica de atividade fsica. E os fatores especficos para produtos formulados
para fins de reposio hidroeletroltica devem apresentar concentraes
variadas de sdio, cloreto e carboidratos. Opcionalmente, estes produtos
podem conter potssio, vitaminas e ou minerais.
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Repositores Energticos: So produtos formulados com nutrientes que
permitam o alcance e ou manuteno do nvel apropriado de energia para
atletas. Nestes produtos, os fatores especficos explicitam que os carboidratos
devem constituir, no mnimo, 90% dos nutrientes energticos presentes na
formulao. Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou
minerais.
Alimentos Proticos: So produtos com predominncia de protena(s),
hidrolisada(s) ou no, em sua composio, formulados com o intuito de
aumentar a ingesto deste(s) nutriente(s) ou complementar dieta de atletas,
cujas necessidades proticas no estejam sendo satisfatoriamente supridas
pelas fontes alimentares habituais. Seus fatores especficos citam que a
composio protica deve ser constituda de, no mnimo, 65% de protenas de
qualidade nutricional equivalente s protenas de alto valor biolgico, sendo
estas formuladas a partir da protena intacta e ou hidrolisada. A adio de
aminocidos especficos permitida para repor as concentraes dos
mesmos nveis do alimento original, perdidos em funo do processamento,
ou para corrigir limitaes especficas de produtos formulados base de
protenas incompletas, em quantidade suficiente para atingir alto valor
biolgico, no mnimo comparvel ao das protenas do leite, carne ou ovo.
Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais. Podem
conter ainda carboidratos e gorduras, desde que a soma dos percentuais do
valor calrico total de ambos no supere o percentual de protenas.
Alimentos Compensadores: So produtos formulados de forma variada para
serem utilizados na adequao de nutrientes da dieta de praticantes de
atividade fsica. Devem conter segundo os fatores especficos uma
concentrao variada de macronutrientes, obedecendo aos seguintes
requisitos, no produto pronto para o consumo: Carboidratos abaixo de 90%;
Protenas: do teor de protenas presente no produto, no mnimo 65% deve
corresponder protena de alto valor biolgico; Gorduras: do teor de
gorduras, a relao de 1/3 gordura saturada, 1/3 monoinsaturada e 1/3
poliinsaturada; Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou
minerais.
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Aminocidos de cadeia ramificada: So produtos formulados a partir de
concentraes variadas de aminocidos de cadeia ramificada, com o objetivo
de fornecimento de energia para atletas. Nestes produtos os fatores
especficos exigem que os aminocidos de cadeia ramificada (valina, leucina
e isoleucina), isolados ou combinados, devem constituir no mnimo 70% dos
nutrientes energticos da formulao, fornecendo na ingesto diria
recomendada, at 100% das necessidades dirias de cada aminocido.
Outros alimentos com fins especficos para praticantes de atividade fsica:
So produtos formulados de forma variada com finalidades metablicas
especficas, decorrentes da prtica de atividade fsica.
Pela portaria 222 de 24 de Maro de 1998 do Ministrio da sade (Anexo
A) as vitaminas e minerais podem ser adicionados, de acordo com os fatores
essenciais de composio e qualidade ^ nos alimentos citados at o limite de 7,5% a 15% da IDR em 100 ml e de 15% a 30% da IDR em 100g, desde que o consumo
dirio no ultrapasse a 100% da IDR em qualquer situao.
2.5.3 Critrios estabelecidos para a ingesto do s suplementos alimentares
Um dos padres dietticos mais utilizados para avaliar a ingesto de
nutrientes so as recomendaes nutricionais dirias _`bacded5`f1g0`bgihkjl`nmHoqpsrtvuwulx1y{zq|~}W Y{e as recomendaes de ingesto de nutrientes v0[n~1[0b
(RNIs) (Anexo B) estabelecidas para as populaes norte-
americana e canadense, respectivamente. Na dcada de 1990,aps muitas
consideraes,a Food and Nutrition Board iniciou extensa reviso nas RDAs e criou
nova famlia de valores de referencia de ingesto de nutrientes a Ingesto Diettica
de Referncia(RDI) v qHn-F-1WHn- "so valores numricos estimados
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de consumo de nutrientes para uso no planejamento e avaliao de dietas para
pessoas aparentemente saudveis". onde se divide em quatro categorias:
- RDA (Recommended Dietary Allowance, ou "Recomendaes de Doses ou Cotas Alimentares"): o nvel de consumo alimentar de cada nutriente, suficiente para satisfazer os requerimentos de quase todo indivduo saudvel (entre 97 e 98%), compreendido num determinado grupo, por gnero, faixa etria e estgio de vida (o termo continua em uso e denota a recomendao mais apurada qual se possa chegar).
- AI (Adequate Intake, ou "Ingesto Adequada"): um valor de consumo recomendvel, baseado em levantamentos, determinaes ou aproximaes de dados experimentais, ou ainda de estimativas de ingesto de nutrientes para grupo(s) de pessoas sadias, e que se considera adequado. usado quando a RDA no pode ser determinada.
- UL (Tolerable Upper Intake Level, ou Limite de Ingesto Mxima Tolervel.): o mais alto nvel de ingesto de um nutriente que no causar efeitos adversos sade da maioria das pessoas. Acima do UL, o risco de efeitos adversos aumenta sensivelmente.
- EAR (Estimated Average Requirement ou "Estimativa do Requerimento Mdio"): valor (mediana) suficiente para garantir o requerimento de 50% dos indivduos sadios compreendidos num determinado estgio da vida (prefere-se o termo 'estgio-de-vida' ao invs de 'faixa etria'). IDR (Ingesto Diria Recomendada) de vitaminas e minerais, conforme Resoluo RDC n 269 do Ministrio da Sade ANVISA, de 22 de Setembro de 2005 (Regulamento tcnico sobre a ingesto diria recomendada (IDR) de protena, vitaminas e minerais) (Anexo C).
A resoluo RDC n 360, de 23 de Dezembro de 2003 torna obrigatria a
rotulagem nutricional para expressar para o consumidor as propriedades nutricionais
do alimento produzido, embalado na ausncia deste e nas quantidades expressas
na resoluo RDC n 269 de 22 de Setembro de 2005 pela Anvisa do Ministrio da
sade. Chamamos ateno a RDC n 360 que exprime que as vitaminas e minerais
optativamente podem ser declarados sempre e quando estiverem presentes em
quantidades iguais ou maior a 5% da ingesto diria recomendada(IDR) por poro
indicada no rtulo. Acontece que as pessoas no tm educao nem curiosidade
para ler os rtulos e saber o que neles contem e muitas vezes no tm interesse do
que e de quanto necessita, e sim se aquele produto serve de alguma maneira para
aumentar seu ganho nutricional. Um exemplo explcito disso o nmero de
pessoas que se automedicam com polivitamnicos sem saber se realmente tem
necessidade para tal.
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2.5.4 Conseqncias do u so indiscriminado do s suplementos alimentares
O excesso no consumo de alguns nutrientes pode ser txico, causando:
mal estar intestinal e gstrico (distrbios gastrintestinais); dores abdominais; gases;
inchaos; nuseas; diarrias; inibir ou dificultar ou comprometer a absoro de
outros nutrientes; e em especial a cafena onde o excesso de consumo pode
provocar rubor facial, ansiedade, nervosismo tremor de mos, insnia, e at mesmo
arritmias cardacas perda de memria, alm disso, pode levar ao aumento da
produo de calor em repouso, aumentando a temperatura corporal, o que pode vir
a prejudicar a performance em exerccios realizados sob altas temperaturas.
Teoricamente pode promover a desidratao (BIESEK et al.., 2005).
Muitos dos suplementos nutricionais, que supostamente so
desenvolvidos e comercializados para atender s expectativas de atletas e de
indivduos fisicamente ativos, nasceram a partir de observaes da prtica clnica,
que posteriormente foram extrapoladas para atletas. Foram aplicados diretamente
da clnica para o esporte. No entanto, a eficincia de um suplemento no garante o
seu sucesso incondicional no exerccio fsico (AOKI et al., 2003).
preciso esclarecer quais alteraes indesejveis so possveis de
ocorrer no uso crnico e agudo do suplemento protico. Pois este um dos mais
utilizados. Alm dos efeitos alergnicos, da lactoglobulina, protena contida de soro
lcteo muito usado no mercado (Whey Protein), mesmo nos hidrolisados
enzimticos, preciso observar melhor a ocorrncia de feitos adversos como
resistncia perifrica insulina, danos s clulas musculares provocados por altos
nveis de aminocidos plasmticos (LANCHA JR., 1995) e depleo de clcio
(HEGSTED, 1986), entre outros.
Estudos vm sendo feitos para avaliar o tipo e a forma de protena a ser
administrada, bem como os supostos benefcios aos praticantes de atividade fsica
que usam suplementao de aminocidos cristalinos, aminocidos especficos e
isolados proticos. Aminocidos de cadeia ramificada, aminocidos sulfurados,
aspartato, asparagina so oferecidos no mercado de suplementos alimentares
sugerindo benefcios no aporte de combustveis metablicos, na hipertrofia muscular
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e no desempenho fsico. Pelo menos em teoria, vrios aminocidos podem ser
benficos quando administrados, isoladamente (NEWSHOLME, et al., 1992) ou no,
(TASSI et al., 1998) em suplementao da dieta de praticantes de atividade fsica.
Todavia, alm destes benefcios serem, comprovadamente, mais
presentes em indivduos treinados, existem relatos de complicaes tais como:
problemas de absoro, desequilbrio metablico, alteraes na atividade de
neurotransmissores e at toxicidade (LEMON, 1997). H tambm indcios de que a
suplementao de certos aminocidos pode prejudicar o transporte de glicose e
provocar um aumento de resistncia perifrica insulina (LANCHA JR. et al.,1995),
alterar a estrutura miofibrilar do msculo esqueltico (LANCHA JR. et al., 1997) e de
que a ingesto de excessiva de protena pode aumentar a atividade enzimtica
induzida pela leso muscular do exerccio agudo (HAWLEY et al., 1992) Pode-se
inferir que preciso orientar e conclamar para cautela na euforia dos consumidores
destes produtos em academias, que, no mnimo, nos lembra o Princpio Jurdico da
Precauo.
A popularidade dos suplementos alimentares vem crescendo
espantosamente, tanto no meio esportivo como nas academias de ginstica.
Chamamos ateno em especial s protenas, pois sabe-se ser o mais consumido.
Atravs de clculos estima-se que o consumo de creatina no ano passado ficou em
torno de 2.500 toneladas (Medicine & Science in Sports & Exercise, 2000). Ser que
ingesto de uma quantidade elevada e concentrada de uma determinada substncia
tem o mesmo impacto fisiolgico sobre o nosso organismo que um alimento?
A busca por um padro de beleza que se torna quase obrigatrio,
especialmente quando falamos de adolescentes e de jovens, parece ofuscar
o bom senso das pessoas quanto aos riscos que elas correm quando se
expem as substncias que so desconhecidas ou que so de riscos muito
elevados (MAIEROVITCH, 2002).
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2.6. ROTULAGEM
2.6.1 Definio de rotulagem
Para a Resoluo do Ministrio da Sade ANVISA, RDC n 259, de 20 de
setembro de 2002, (Anexo E) que aprova o Regulamento Tcnico sobre Rotulagem
de Alimentos Embalados. toda inscrio, legenda, imagem ou toda matria
descritiva ou grfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou
litografada ou colada sobre a embalagem do alimento. Ou definida pela resoluo
Ministrio da Sade, ANVISA na Resoluo RDC n 360, de 23 de Dezembro de
2003 exposta no (Anexo F), como toda descrio destinada a informar ao
consumidor sobre as propriedades nutricionais de um alimento.
2.6.2 Importncia da rotulagem
No manual de orientao aos consumidores da Anvisa (2001), realizado
em conjunto com o Departamento de Nutrio da Universidade de Braslia (UNB)
teve como objetivo colocar disposio da populao as informaes necessrias
para a compreenso dos rtulos de alimentos, possibilitando a adoo de padres
alimentares saudveis. Esse manual orienta o consumidor a conferir o rtulo antes
de comprar os alimentos. Esse manual baseado em portarias (algumas at j foram
revogadas) ensinava aos consumidores o que os rtulos deveriam conter e, exigiam
produtos de qualidade e em boas condies de higiene para toda a populao
brasileira visando manuteno da sade. Na resoluo n 360, de 23 de Dezembro
de 2003 (Anexo F) (revogou as RDC n 39 de 21 de Maro de 2001, e RDC n 40 de
21 de Maro de 2001) aprova o regulamento tcnico sobre rotulagem nutricional de
alimentos e bebidas embalados, tornando obrigatria a rotulagem nutricional. Apesar
de o manual ter sido elaborado com as RDCs de 2001 j se questionava a
informao nutricional no rtulo e a RDC n 360 de 23 de Dezembro de 2003 (Anexo
F) seguinte a tornou obrigatria. Da a apresentao dos rtulos terem que conter
alm de informaes gerais, o Valor Calrico, Carboidratos, Protenas, Gorduras
Totais, Gorduras Saturadas, Colesterol, Fibra Alimentar, Clcio, Ferro e Sdio.Com
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isso a ANVISA espera contar com o apoio de todos os segmentos da Sociedade
interessados na efetiva promoo e proteo da sade da populao e na defesa do
consumidor para a divulgao dessas informaes iniciando um ciclo saudvel de
consumo de alimentos. Com o mesmo objetivo de auxiliar o consumidor na
escolha de seus alimentos, evitando que ele possa se enganar na hora da
compra, foram regulamentadas algumas informaes que os rtulos de
alimentos no podem declarar. So elas:
Palavras, sinais ou desenhos que possam tornar a informao do rtulo falsa,
insuficiente, incompreensvel ou que possam levar a um erro do consumidor;
Atribuir ao produto qualidades que no possam ser demonstradas;
Destacar a presena ou ausncia de componentes que so prprios dos
alimentos;
Ressaltar em certos produtos a presena de alguma substncia que adicionada como ingrediente em todos os alimentos de fabricao semelhante;
Realar qualidades que possam induzir a engano do consumidor com relao
s propriedades teraputicas verdadeiras ou supostas, que algum nutriente possa ter quando consumido em quantidades diferentes daquelas presente nos produtos;
Indicar que o alimento possui propriedades teraputicas ou medicinais; e
Aconselhar o uso do produto para melhorar a sade, para evitar doenas ou
como ao curativa.
Enfim o manual incentivava o consumidor a escolher os alimentos
embalados, mais saudveis a partir das informaes nutricionais contidas nos
rtulos de alimentos e avaliar se o que ele estava comprando estava de acordo com
a sade do consumidor.
Sade uma palavra de origem latina, salute que quer dizer salvao
conservao da vida. Segundo a definio da Organizao mundial de sade (OMS)
de 1948: Sade o estado de completo bem estar fsico, mental e social e no
apenas ausncia de doena, (Brasil, 1998). Sendo considerada no apenas um
bem individual, mas tambm coletivo.
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Nossa sade esta direta ou indiretamente relacionada aos nossos hbitos
de vida e de consumo, e a segurana dos produtos e servios que utilizamos um
fator importante a ser considerado. por isso que o artigo 6 do CDC (cdigo de
defesa do consumidor,1990) (Anexo D) estabelece como primeiro direito bsico do
consumidor a proteo da vida sade e segurana.
Anlises feitas pelo IDEC em mais de 2 mil produtos e servios revelaram
que 30% deles tinham problemas de segurana e mais 20% colocavam em risco a
vida das pessoas (IDEC, 2000).
Esses dados so confirmados pelo instituto nacional de metrologia,
normatizao e qualidade industrial (Inmetro) que atravs do programa de analise de
produtos, testou no perodo de 1996 a 2000, cerca de 1500 marcas de produtos, das
quais 33% no estavam de acordo com as normas e regulamentos em aspectos
diretamente ligados a sade e a segurana.
Ainda com relao qualidade, estudos recentes realizados em produtos
comercializados, contendo as mais diversas substncias, demonstraram que mais
da metade dos produtos analisados diferiam em mdia 20% em relao
composio descrita nos rtulos (REURY et al., 2000).
Fbricas clandestinas sem autorizao da Anvisa, ou seja, sem registro,
considerado crime hediondo (BRASIL, 2005), ou seja, Crimes considerados mais
graves contra a sade pblica (Cod. Penal Art. 273 1 B-I) a venda de produtos
no registrados (o que ainda mais comum na internet).
Ainda com relao qualidade, estudos recentes realizados em produtos
comercializados, contendo as mais diversas substncias, demonstraram que mais
da metade dos produtos analisados diferiam em mdia 20% em relao
composio descrita nos rtulos. Segundo Bacurau et al. (2000), cita uma reflexo
de Melvin Willians sobre a questo da segurana dos suplementos nutricionais que
a seguinte: Uma das leis fundamentais da Biologia que qualquer substncia que
afeta ou altera a fisiologia pode ser txica se ingerida em excesso.
Ento baseado na defesa da sade do consumidor criou-se a lei 9782/99
define o Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria e cria a ANVISA e, em seu artigo
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6, define a finalidade institucional de promover a proteo da sade da populao,
por intermdio do controle sanitrio da produo e da comercializao de produtos e
servios submetidos vigilncia sanitria.
dever da Vigilncia Sanitria (VISA) promover polticas que visem
conscientizao com relao alimentao adequada e modos de vida saudveis.
E, se for preciso, intervir na publicidade enganosa ou omissa que estimule maus
hbitos alimentares. As recomendaes apresentadas para orientar os governos
quanto s polticas de sade incluem orientaes sobre guias de alimentao,
qualidade de alimentos, atividade fsica, educao nutricional, monitoramento e
vigilncia e destaca-se educao para rotulagem de alimentos embalados (MS,
1999).
Os suplementos alimentares precisam ser autorizados pela ANVISA
(Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria) para que possam ser comercializados no
Brasil. A ANVISA avalia minuciosamente cada ingrediente do produto, verifica os
estudos cientficos referentes aos benefcios propostos e apenas autorizam o
produto para venda quando todas as exigncias forem cumpridas. Para isso os
suplementos precisam ser registrados.
Segundo a resoluo da Anvisa n.23 de 15 de Maro de 2000 (Anexo G)
o ato legal que, cumpridos os procedimentos descritos nesta Resoluo,
reconhece a adequao de um produto legislao vigente, formalizado por meio
de publicao no Dirio Oficial da Unio. Os Alimentos para Praticantes de Atividade
Fsica esto sujeitos aos mesmos procedimentos administrativos para o registro de
alimentos em geral.
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2.7 Conceitos bsicos dos direitos do consumidor
Segundo o Cdigo de Defesa do Consumidor CDC (Anexo D) estabelece
normas de proteo e defesa do consumidor, de ordem pblica e interesse social,
fazendo as seguintes definies importantes nessa rea:
Consumidor: toda pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utiliza produto ou
servio como destinatrio final Fornecedor: toda pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produo, montagem, criao, construo, transformao, importao, exportao, distribuio ou comercializao de produtos ou prestao de servios.
Produto: qualquer bem, mvel ou imvel, material ou imaterial.
Faz-se necessrio rever um pouco da histria da Defesa do consumidor.
Tudo comeou, com o Cdigo de Defesa do Consumidor em 1991. O consumidor
passou a exigir qualidade. As empresas passaram por importantes mudanas para
sobreviver no mercado Antes do Cdigo ningum dava importncia a detalhes como
o rtulo dos produtos.
A divulgao da mdia acerca de diferentes suplementos nutricionais e
seus possveis benefcios, os quais na maioria das vezes no tm efeito comprovado
cientificamente, crescente. Este fato pode influenciar o aumento da demanda
destes produtos (NAGAYAMA et al., 2000).
Quatro fatores so responsveis pela dificuldade de responder esta
questo: grande variedade de produtos; falta de interesse, omisso dos
pesquisadores e falta de controle sobre os fabricantes. Outro fator que compromete
a credibilidade dos estudos relacionados suplementao nutricional que muitas
vezes os mesmos so conduzidos e patrocinados pelos fabricantes, sendo
posteriormente publicados nos seus jornais e em seus sites na internet. Alm disso,
geralmente as pesquisas so realizadas em animais (ratos, ces e porcos) e
extrapoladas para seres humanos, da mesma forma que resultados observados na
prtica clnica so para o exerccio fsico, segundo Butterfield (1996).
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2.7.1 A proteo e a defesa do consumidor no mundo
O Instituto Brasileiro em Defesa do Consumidor (IDEC) elaborou um
manual juntamente com educadores e especialistas no assunto com o objetivo de
formar e informar o consumidor sempre na busca de um mercado mais saudvel.
Em seqncia uma abordagem baseada nesse manual do IDEC (2002).
O movimento em defesa do consumidor nasceu nos Estados Unidos, no
final do sculo XIX.
Em 1891 foi criada a liga de consumidores de Nova York onde a
associao elaborava listas brancas com os nomes de produtos que deveriam ser
consumidos preferencialmente. Era um meio de influenciar a conduta das empresas
pelo poder de compra dos consumidores.
Na Europa Ocidental o conselho do consumidor da Dinamarca teve incio
no ps-guerra em 1947. Logo apareceram semelhantes conselhos na Alemanha,
Sucia, Holanda, Blgica, Noruega, Frana, Inglaterra, Austrlia, Japo e Canad,
mas ganhou forte representao em 15 de Maro de1962 quando o ento presidente
dos Estados Unidos John Kennedy reconheceu que os consumidores constituam o
maior grupo econmico e influenciavam e eram influenciados por quase toda
deciso econmica pblica e privada e afirmou sobre os quatro direitos bsicos do
consumidor que eram: direito a segurana, a informao, a escolha e o direito de ser
ouvido. A partir da esses direitos influenciaram de maneira marcante os rumos da
poltica de defesa do consumidor dos Estados Unidos.Foram criadas muitas normas
e regulamentaes a nvel pblico e privado em defesa do consumidor e divulgado
em folhetos para orientao desde ento no dia 15 de Maro comemorado o dia
mundial dos direitos do consumidor.
Em 1973 teve uma alerta mundial sobre o valor das matrias primas e a
preveno com os recursos naturais no renovveis. Na Europa Ocidental e nos
Estados Unidos se intensificaram a educao para o consumo.Surgiram programas
formais e informais.Escolas e rgos governamentais passaram a valorizar a
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orientao dos consumidores como forma de enfrentar problemas do dia a dia da
sociedade de consumo .
A presso do movimento dos consumidores norte-americanos levou
muitas empresas a criarem setores especficos para atender aos consumidores
SACs. (servio de atendimento ao consumidor).
O fato que desencadeou a criao de leis em diversos pases foi o marco
importante na histria da defesa do consumidor com a aprovao das diretrizes que
estabeleceram os direitos bsicos dos consumidores, consagrando o direto
satisfao das necessidades bsicas da pessoa humana, a educao, indenizao
efetiva e a liberdade de associao dos consumidores pela ONU (organizao das
Naes Unidas).
O movimento em defesa do consumidor est bastante desenvolvido nos
Estados Unidos e na Europa de forma integrada (CCE) Comunidade Comum
Europia. E na maioria dos pases as associaes esto em diferentes estgios de
evoluo,realizando importantes atividades,como testes comparativos, de produtos e
servios, educao e conscientizao e o patrocnio de campanhas em prol dos
direitos dos consumidores.
Essas associaes so apoiadas pela (CI) Organizao de consumidores
de cinco pases (Holanda, Blgica, Reino Unido, Estados Unidos e Austrlia).
2.7.2 A Proteo e a Defesa do Consumidor no Brasil
Segundo manual do IDEC, (2002) nos anos 70 o pas vivia um perodo de
grande crescimento econmico, que ficou conhecido como milagre brasileiro
Motivado pela necessidade de controlar a qualidade dos produtos e servios, o
governo criou em 1971 o Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade
Industrial (Inmetro), como meio de alavancar o avano tecnolgico no pas e garantir
a proteo da sade e da segurana do cidado.
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A partir da nasceram o Condecon (Conselho de Defesa do Consumidor)
no Rio de Janeiro, 1974. Em 1975 surgiu a Andec (Associao Nacional de Defesa
do Consumidor) com sede no Rio de Janeiro e Braslia.Em 1976 nasceu o Procon
,primeiro rgo pblico voltado exclusivamente para a proteo e defesa do
consumidor de So Paulo. A Adoc (Associao de defesa e orientao do
consumidor) em 1976 em Curitiba; e ao mesmo tempo da APC (Associao de
Proteo ao Consumidor) em Porto Alegre.
Em 1978 foi aprovado o Cdigo brasileiro de auto-regulamentao
publicitria onde estabelece uma tica para os publicitrios e probe a propaganda
enganosa e abusiva. Em 1985 aprovada a lei 7347,da Ao Civil Pblica que
permite a defesa coletiva dos interesses difusos da sociedade.Nesse mesmo ano
criado o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor. Em 1987 nasce o Idec
(instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). E em 1988 a defesa do consumidor
foi includa no novo texto constitucional. Embora tivesse todas essas associaes
somente em 1990 que as dificuldades form minimizadas pois at ento no haviam
leis especficas para tal.
Foi em 1990 que entrou em vigor o Cdigo de Defesa do Consumidor lei
8078/90 associado com o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC)
integrado por rgos pblicos, como Procons e o Inmetro, alm das promotorias de
justia, defensorias pblicas, delegacias de polcia especializadas e juizados
Especiais Cveis, e pelas associaes de consumidores, atualmente reunidas no
Frum Nacional das Entidades de Defesa do Consumidor, criado em 1988 e que
congrega mais de 24 entidades civis de defesa do consumidor, de mais de 13
estados. A coordenao do SNDC realizada pelo departamento de proteo e
defesa do consumidor (DPDC) , rgo vinculado ao ministrio da justia que tem
dentre suas atribuies o planejamento , a coordenao e a execuo da poltica
nacional de defesa do consumidor, promover a informao e incentivar a formao
de entidades de defesa do consumidor a esfera privada (associao de
consumidores) e no mbito da administrao pblica estadual e municipal (Procons).
O aumento em nmero de SACs em 1995 mostrou que a postura do
brasileiro estava mudando. Este cdigo um instrumento de exerccio da cidadania,
uma vez que habilita o consumidor a ver reconhecida toda a gama de seus direitos
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individuais e sociais, mediante tutelas adequadas colocadas sua disposio pelos
organismos institucionalizados, bem como a prerrogativa de organizar-se para obter
esses resultados ou acesso queles meios de proteo e defesa.
2.7.3. Direitos Bsicos
Ainda baseado no manual elaborado pelo Idec, 2002 cita-se os vrios
tipos de direitos a seguir. O cdigo de defesa do consumidor rene em seus 119
artigos todos os direitos que protegem o consumidor contra abusos praticados pelos
fornecedores.No artigo 6 ,todo consumidor tem direito a: Proteo a vida , sade e
segurana, Educao para o consumo Informao adequada e clara sobre produtos
e servios, proteo contra a publicidade enganosa e abusiva e mtodos comerciais
ilegais
direito de o consumidor ter garantia de proteo para a sua vida, sade
e segurana contra os riscos provocados por produtos e servios considerados
perigosos ou nocivos. Isso significa que os fornecedores devem tomar todas as
precaues necessrias quanto a qualidade e segurana dos produtos e servios
que colocam no mercado, alm de informar claramente na embalagem quais so os
riscos que o produto pode oferecer .
Quanto ao direito educao para o consumo: o consumidor que
conhece seus direitos no se deixa enganar facilmente, exige produtos e servios de
qualidade, reclama ao deparar com um produto ou servio defeituoso e luta quando
prejudicado. Ao excluir da sua opo de compra aqueles que enganam ou causam
prejuzos no mercado ou no meio ambiente ele tambm contribui para melhorar o
nvel das relaes de consumo beneficiando toda a coletividade. Por esse motivo o
cdigo estabeleceu que todo consumidor tem direito educao para o consumo,o
que tem sido uma grande preocupao para as associaes de consumidores.Elas
investem na elaborao de livros cartilhas e outros materiais educativos, alm de
promover campanhas e a divulgao de assuntos de interesse geral na mdia.Mas
preciso mais. O ideal que a educao para o consumo comece mais cedo na vida
das pessoas, principalmente no ambiente formal da escola. O tema deve fazer parte
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de diversas disciplinas, preparando o aluno para as dificuldades que encontrar no
mercado de consumo.
importante o consumidor saber sobre a validade do produto, formas de
armazenamento, reconhecer alimentos alergenicos para grupos de consumidores
especiais, evitar escassez dos recursos naturais, local de descarte de materiais
eletro-eletrnicos e outros que se acumula contaminando o ambiente. Por outro lado
o fornecedor dissemina atravs de seus SACs manuais de uso e cartilhas com dicas
para o consumo adequado de seus produtos e o descarte seguro dos resduos
resultantes da sua utilizao.
Quanto ao direito informao adequada e clara sobre produtos e
servios os fornecedores tm a obrigao de fornecer todas as informaes
relevantes sobre os produtos e servios que oferecem para que o consumidor possa
escolher de forma consciente dentre os diversos bens oferecidos no mercado e
saber como utiliza-los adequadamente, sem colocar em risco sua sade e
segurana. Algumas informaes que devem ser informadas ao consumidor so: o
preo, quantidade, composio, o prazo de validade, o modo de conservao e
eventuais riscos que o produto ou o servio pode apresentar. Para cada tipo de
produto ou servio tem uma forma de informao.
Quanto ao direito proteo contra a publicidade enganosa e abusiva e
mtodos comerciais ilegais o cdigo de defesa do consumidor estabeleceu uma
srie de direitos que protegem o consumidor contra fornecedores que adotam
prticas coercitivas ou enganosas para aumentar suas vendas ou que expe o
consumidor a situaes de desrespeito e at humilhao na cobrana de dvidas. O