semanÁrio das creanÇas publica.se a's quartas feiras...

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o TiCO = TICO PREÇOS: No 'Rio $50O Nos Estados. . . . $600 ANNq XXIV SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA.SE A'S QUARTAS FEIRAS RIO DE JANEIRO, 6 DE MARÇO DE 1929 Um peixe colossal NUM. 1.222 Depois daquelle facto em que se viu atrapalhada a Lamparina, presa por um macaco e solta após sobre a "corrente do rio", Carrapicho, Goiabada e Jujuba voltaram para casa, pensativos. e tristes.. Afinal de contas a Lamparina era uma pequena bôa e não devia ser victima daquella queda ... . .. desastrada no turbilhão das águas. Outro dia. entretanto, um grupo de pescadores sentiu que as suas redes esticavam arrebatadas por uma força gigantesca. Os pescadores lutaram durante muito tempo fazendo esforços para não perder a pesca preciosa e. cfíectivan.ente. após grandes difficuldades os heróicos homens do mar trouxeram *i pi aia un. peixe de tamanho' fora do commum... Durante muito tempo a multidão que veio vel-o affirmava que era a primeira ve2 que ali se via um bicho daquelle tamanho.

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o TiCO =TICOPREÇOS:

No 'Rio $50ONos Estados. . . . $600

ANNq XXIVSEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA.SE A'S QUARTAS FEIRAS

RIO DE JANEIRO, 6 DE MARÇO DE 1929Um peixe colossal NUM. 1.222

Depois daquelle facto em que se viu atrapalhada a Lamparina, presa por um macaco e solta apóssobre a "corrente do rio", Carrapicho, Goiabada e Jujuba voltaram para casa, pensativos. e tristes..Afinal de contas a Lamparina era uma pequena bôa e não devia ser victima daquella queda ...

. .. desastrada no turbilhão das águas. Outro dia. entretanto, um grupo de pescadores sentiu que as suas redesesticavam arrebatadas por uma força gigantesca. Os pescadores lutaram durante muito tempo fazendo

esforços para não perder a pesca preciosa e.

cfíectivan.ente. após grandes difficuldades os heróicos homens do mar trouxeram *i pi aia un. peixe detamanho' fora do commum... Durante muito tempo a multidão que veio vel-o affirmava que era a

primeira ve2 que ali se via um bicho daquelle tamanho.

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O TICO-TICO — 2 — 6 — Março — 1929

m

EDIÇÕES

PIMENTA DE MELLO & C.TRAVESSA DO OUVIDOR (RUA SACHET), 34

Próximo á Rua do OuvidorBIBLIOTHECA SCIENTIFICA BRASILEIRA(dirigida pelo prof. Dr. Fontes de Miranda):

RIO DE JANEIRO

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FONTES E EVOLUÇÃO DO DIREITOCIVIL BRASILEIRO, pelo prof. Dr.Pontes de Miranda (é este o livro emque o autor tratou dos erros e lacunasdo Código Civil), broch. 25$, ene

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TRATADO DE CHIMICA ORGÂNICA,pelo prof. Dr. Otto Rothe, broch. 25$,ene

LITERATURA»

O SÁBIO E O ARTISTA, de Pontes deMiranda, edição de luxo „

O ANNEL DAS MARAVILHAS, texto efiguras de João do Norte

CASTELLOS NA AREIA, versos de Ole-gario Marianno

COCAÍNA..., novella de Álvaro MoreyráPERFUME, versos de Onestaldo de Pen-

nafort BOTÕES DOURADOS, chronicas sobre a

vida intima da Marinha Brasileira, deGastão Penalva

LEVIANA, novella do escriptor portuguezAntônio Ferro.

ALMA BARBARA, contos gaúchos deAlcides Maya

Miss Caprice — OS MIL E UM DIAS,* 1 vol. brochÁlvaro Moreyra — A BONECA VESTI-

DA DE ARLEQUIM, 1 vol. broch....,Elisabeth Bastos — ALMAS QUE SOF-

FREM, 1 vol. brochTODA A AMERICA, de Ronald de Car-

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DD3ACTIOAS:A. A. Santos Moreira — FORMULÁRIO

DE THERAPEUTICA INFANTIL, 4*edição ,..

CHOROGRAPHIA DO BRASIL, texto emappas, para os cursos primários, porClodomiro R. Vasconcellos, cart

Clodomiro R. Vasconcellos — CARTILHA,1 vol. cart

CADERNO DE CONSTRUCÇÕES GEO-MÉTRICAS, de Maria Lyra da Silva

QUESTÕES DE ARITHMETICA, theori-cas e praticas, livro officialmente indi-çado no Collegio Pedro II, de CecilThiré

APONTAMENTOS DE CHIMICA GE-RAL — pelo Padre Leonel da FrancaS. J. — cart

LIÇÕES CÍVICAS, de Heitor Pereira (2»edição)Heitor Pereira — ANTHOLÕgÍA

"Í)EAUTORES BRASILEIROS, 1 vol. cart.

PROBLEMAS DE GEOMETRIA, de Fer-reira de Abreu ¦•••••••••¦••••«

VARIAS:

O ORÇAMENTO, por Agenor de Roure,1 vol. broch

OS FERIADOS BRASILEIROS, de R*eisCarvalho, 1 vol. broch

THEATRO DO TICO-TICO, repertório decançonetas, duettos, comédias, farças,poesias, diálogos, monólogos, obra far-tamente illustrada, de Eustorgio Wan-derley, 1 vol. cart

HÉRNIA EM MEDICINA LEGAL, porLeonidio Ribeiro (Dr.), 1 vol. broch...Evaristo de Moraes — PROBLEMAS DO

DIREITO PENAL E DE PSYCHO-LOGIA CRIMINAL, 1 vol. ene. 20$, 1vol. broch

CRUZADA SANITÁRIA, discursos" "dê

Amaury de Medeiros (Dr.)COMO ESCOLHER UMA BÔA ESPOSA,

de Renato Kehl (Dr.)DO MESMO AUTOR:

BÍBLIA DA SAÚDE, eneMELHOREMOS E PROLONGUEMOS A

VIDA, brochEUGENIA E MEDICINA SOCIAL, broch.A FADA HYGIA, eneCOMO ESCOLHER UM BOM MARIDO,ene

FORMULÁRIO DA BELLEZA, eneUM ANNO DE CIRURGIA NO SERTÃO,

de Roberto Freire (Dr.)ÍNDICE DOS IMPOSTOS EM 1920, de

Vicente PiragibePROMPTUARIO DO IMPOSTO DE CON-

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6 - Março — 1929 — 3 — O TICO-TICO

A TARTARUGA E O GIGANTE(Lenda sertaneja)

Um gigante apostou cem a tartaruga para ver quem ti-n"a mais fo*..?-.

Pegaram cm raia corda, cada um por uma ponta, a verquem a soitari.-; primeiro.A tarta-uga metteu-se dentro do rio e o gigante encos-tou-se ao tronco de uma arvore.

E toei. a puxar, cada um para seu !Passaram-se horas...O gigante afinal, extenuado, com todos os músculos a

a°er, deu parte de fraco.A corda escorregou para o fundo do rio, e a tartaruga

£ahiu victoriosa, arrastando a corda pela outra extremidade.„ O gigante ficou envergonhdissimo; e nem suspeitou o

truc" da velhacaA tartaruga tinha amarrado a corda no rabo de um

jacaré 1A tartaruga mostrou que o engenho e a intelligencia va-

lem mais que a força bruta. Mas todos os peixes, que vi-ram o que cila fez, ficaram indignados e resolveram fechar-'he as portas., para que não viesse dar máo exemplo a seusfilhos.

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TJCO -TICO

(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO")Redactor-Chefe: Carlos Manhães — Director-Gercnte: Antônio A. de Souza e Silva

Assignaturas — Brasil: 1 au.uo, 25$000; 6 mezes. 13$000 — Estranseiio: i anno, 00*000; 6 mezes. 33S00O> assignaturas começam sempre no dia 1 do mez em Que forem tomadas e serão acceitas annual ou semestralmente.•TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro (que pôde ser feita por vale postal ou carta registrada

com valor declarado) deve ser dirigida a Sociedade Anonyma O MALHO — Itua do Ouvidor. 164. Endereço telegrapluco:IO MALHO Rio. Telephones: Gerencia: Norte, 6402. Escriptorio: Norte: 6818. Annuncios: Norte. 6181/ Officinas: Villa, 6247.

Succursal em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — Rua Senador Feijô n. 27. 8» andar. Salas 86 e 87.

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AS MARAVILHAS DO CORPO HUMANO

Meus netinhos:

Vocês já devem saber que o corpo numanoe constituído de vários elementos, como o hy-cfrogenio, o phosphoro, o ferro, o azoto. Cadaüm desses elementos, meus netinhos, entra nac°inposição do corpo humano em quantidadetal que com elle podemos estabelecer compara-Ções interessantíssimas. Vovô, para fazer taescomparações, muito interessantes para vocês,¦Vae tomar para exemplo um homem que peseoitenta e oito kilos. Se fossemos avaliar os ele-•«lentos de que se compõe o corpo desse homem,Criamos que nelle se encontraria ferro bastan-te para fazer quatro pregos de duas pollegadas^e comprimento cada um. Com o azoto, a gor-O-O-ra desse corpo, fabricaríamos setenta e cin-c° velas ou uma barra de sabão de um metro decomprimento. O phosphato encontrado nessec°rpo humano seria a conta certa para oito milcaixas de phosphoros. O hydrogenio contido

no corpo tomado para exemplo encheria umbalão que subiria até ás nuvens. O sal caberiaem seis colherzinhas de chá, o assucar em duastaças e a água encheria um reservatório de ca-pacidade de quarenta litros.

O corpo humano, além dessas particulari-dades interessantes, offerece outras, que vocêsdevem conhecer. Contém elle approximada-mente quinhentos músculos, um bilhão de cel-lulas, duzentos ossos distinetos-, mil metros deveias e muitos milhões de poros. No coraçãocirculam dez litros de sangue por minuto e cer-ca de dezeseis toneladas por dia!

O corpo humano, meus netinhos, é a ma-ravilhosa machina na qual o homem, pelo estu-do e pela observação vae, dia a dia, descobrin-do particularidades interessantíssimas, como asque Vovô acaba de transmittir a vocês.

VOVÓ.

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O TICO-TICO r- fj — 6 — Março -. 1929

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NASCIMENTOS

* O lar doiSr. Mario de Araujo e de sua esposa,Sra. Anna Assumpçao Araujo, acha-se enriquecido hadias, com o nascimento de um menino que receberá napia baptismal o nome de Sérgio Paulo.

? Chama-se Gisú, a filhinha do Sr. Oscar G. Mat-toso Maia Forte, official de gabinete do presidente do Es-tado do Rio de Janeiro e de sua esposa D. Nicoieta Bor-mann M. Maia Forte.

i

ANNIVERSARIOS

? Faz annos hoje o menino Álvaro Alberto, filhi-nho do Dr. Lourival Cruz.

? Passou hontem a data natalicia da graciosa Edméapinheiro dos Santos.

? O nosso prezado amiguinho Adhail de Mendonçafesteja hoje a data de seu anniversario natalicio.

? Viu passar sabbado ultimo a data de seu anni-yersario natalicio a npiina Olga, encantadora filhinha docasal Miguel Guimarâes-Stella Mendes Gumarães.

NA BERLINDA.:..-

* Estão na berlLnda os seguintes alumnos do 2o tur-no da Escola Mixta de Nova Iguassu': Cibelia 0». por sergraciosa; Zuleika C, por ser delicada; Moacyr, por sertagarella; Duranice, por usar vestidinhos curtos; Maria B.,por ter lindos olhos; Deoclecio M., por ser estudioso; LuizG., por ser socegaod; Eliza G., por ser risonha; Célia, porser quieta; Nair B., por ser morena; Doracy, por seramável; Léa, por ser magrinha; Aldemira B., por serimpaciente; Nayda C», por ter lindos dentes; Rena, porser sympathica; America, por ser gentil; Alzira' D.,por ser meiga; Arthur S., por ser brincalhão, e eupor ser tagarelia.

EM LEILÃO.».

? Leilão de rapazes e moças do Andarahy: Quantoidão pela elegância sem par do Principe de Galles? pelaaltura da menina S. Cunha? pelo andar de Adelia Fecher?pelo desembaraço do Renato S. C. ? pelo rico chapéo doPriminho? pelos Kndos olhos da Joaquininha? pelo appellidode Miss Brasil que deram á Célia S. C? pelo sorriso deJunia Menezes pelo applicado alumno de D. Judith pelasympathica physionomia do Helinho e, finalmente, quantodão pelas nossas amabilidades e*- Nobers.

? Estão effl leilão os seguintes meninos e meninasde diversas ruas da Penha: Quanto dão pelos chies olhosde Ruy? pela me.gu.ee de Zidinha? pela sympathia deDiana? pela elegância de Annita? pela graça de Maria?pela formosura de Arminda? pela esperteza de Lindoca?pe los l.ndos trabalhos de Leonor? pe!0 socego de Sylvio?pelas brmcade.ras de Amélia? pelo aspecto de Zulmira? peloíéiToeía. -V ffijJF** qUam0 ílã° Pda HngUa ^

i ,'• *li* Lfmr\ de .pessoas nue conheço: Quanto dão peladelicadeza do Octacilio? pel0 estudioso Anísio? pela dan-. sarina Irene? pela «pose» de Hilda? pelos óculos do Porto?

peo moremnho Ayrton? pela gorduchinha Ruth? pela sym-path.ça Nelly?_ pelos modos do Jarbas? pela elegância doOrlando? pela intelligencia da Cinira? pelo endiabrado José?pela altura do Álvaro? pelos gestos da Elzinha? e quantodao pela grande língua do leiloeiro? - Lyrio Apaixonado.

SECÇÃO DA DOCEIRA.,..

?Querendo fazer um bolo para dar de presente ácollega Alana C, tirei os ingredientes de diversos bairros:10 grammas das conversas de Neuza; 70 grs. do lindosolhos de Albina; 30 grs. dos modos de Nair B.; 20 grs.das risadas, de Aida? 300 grs. da gordura de Haydée; 150grs. das graças de Aurora; 90 grs. do aspecto de Feliciana;60 grs _dos l.ndos dentes de Laura; 40 grs. do andar deIsabel; 5 grs. da gulosidade de Uma; 50 grs. dos as-sumptos de Tharcilia; 500 grs. da formosura de Dolores;80 grs. das meiguices de Amélia; 250 grs. da sympathia deMana C.; 15 grs. da "pose" de Nair; 25 grs. do ge-nio de Mana. *>•««»

EM LEILÃO...

? ? Foram contractados para um film os seguintesmeninos e meninas: Devanaghi, a Lia Tora; Paulo, o John.Gilbert; Joanna D'Arc, a Bebe Daniels; Octavio Augusto,o Ronald Colmann; Jacy, a Norma Talmadge: Walter, dThomas Me.ghan; Zézé, a Clara Bow; Joel, o Conrad Na-gel;_Glonnha, a Mary Philbin; Geral, o Hoot Gibson;Sem.rams a Pola Negri; José Coutinho, o Ramon Novarro iLourdes Coutinho, a Madge Bellamy; Heroiso o Tom Mix;Conceição, a Viola Dana; Milton, o Jackie Coogan; Lucv,a Constance Talmadge; Luiz, o Charles Farrell; Rosita. aOhve Borden; Alceu, o Raymond Griffith; Martha a Ma-non Nixon; Arthur, o Rcardo Cortez; Lenyra, a

'CamilláHorn; D.rceu, o Rod La Rocque; Alda, a Laura La Plante;Pedrinho, o Ricardo Cortez; Elza, a Lily Damita.

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6 *- Março — 1929 7 -- O TICO-TICO

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AS TRES LETRAS DO MEU SONHO

Papae do Céo deu-me hontem, num sonho lindo que tive,um presente precioso. Era uma caixa dourada que eu abrimuito depressa pensando que ia encontrar um polichinelloverde, ou um urso branco ou um camello, ou mesmo ura

tremzinho azul. Mas nada disso encontrei dentro da caixa

dourada. Apenas tres letras grandes, um E, um M e um A,estavam no fundo da caixa, formando um nome pequeno*'Ema era o nome formado. E eu já conheço esse nome, deuma princeza de outr'ora — diz um conto do meu livro. ..Ema é uma ave bonita que vi no mappa da escola. Mas nacaixinha dourada, que Papae do Céo me deu. no sonho lindo

que eu tive, as tres letras tão queridas deviam formar umnome, muito mais bello que o outro, da princezinha deoutr'ora. E eu já forme! esse nome, tão meigo, tão carinho-so, — o nome santo de Mae.

CARLOS M A N H Ã E S

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O TICO-TICO

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Boneco de PauCAPITULO 2 9 -(CONTINUAÇÃO.

Quando, fiorêm, voltou pela quartavez. bateu bem de leve na porta.

Depois que havia esperado muitotempo, a janella do quarto andar se abriue uma grande lesma chegou á janella eperguntou: .

"Quem está ahi a estas horas?""A Fada está em casa?" perguntou-

o boneco."A Fada está dormindo e não quer

que a acordem. Mas quem é você?""Sou eu". ."Eu quem?""Pinocchio"."Quem é Pinocchio?**"FL o boneco que mora ahi com â

Fada"."Ah! comprchendo. Espere. Desce-

rei imritdiatamente para abrir a porta""Vem depressa, porque estou mor-r^ndo ae frio '.

"Meu filho, sou uma lesma e as les-mas não podem andar depressa".

Passou-se uma hora, depois duas ho-ras e a porta rrào se abria,

Pinocchio bateu outra vez, abriu-sea janella do terceiro andar e appareceua lesma. z"Linda lesma", gritou Pinocchio darua, "ja esperei duas horas, e duas horasaqui fora, com este frio parecem dois an-nos. Vem mais depressa".

"Meu"-filho, sou uma lesma e as les-mas nunca andam depressa".

Bateu meia noite, uma, duas horas,mas a porta nàu se abria. Pinocchio, ten-do perdido a paciência, ia bater outra vez,quando a campainha se transformou emum peixe e foi callir no corrcy-zinho feitona rua por causa da chuva.

'Oh! oh!" gritou Pinocchio aindamais irritado. "Se a campainha desappa-rece, eu appjico o pé". Dizendo isto, deuum ppnta-pé na porta, mas o pé furou aporta e ficou preso, sem que o boneco opudc.se tirar. Imaginem como Pinocchiose sentiu. Teve de ficar com um pé col-lado á porta e o outro no chão até queamanhecesse. Da manha, a porta foi aber-ta. A boa lesma havia levado nove horaspara descer as escadas e estava muitecansada .

"Que está fazendo ahi co mo pé naporta?" perguntou a lesma, rindo-.

"Tenho sido infeliz. Olha. boa les-ma, me ajuda a sahir daqui","Meu filho, é preciso um carpinteiro,para fazer este serviçe e não sei onde en-con.rar um'\

."Dize á Fada que me soecorra"''A Fada está dormindo e não quer

que a acordem"."Mas

que vou fazer aqui o dia intei-ro, com o pé agarrado á porta?"

"Você pode se distrahir, copiando asformigas que passarem."Traze-me alguma coisa para comer,

estou com muita fome"."Immediatamente",

Depois de tres horas. Pinocchio via-a tiazcndo na cabeça uma bandeja de pra-ta. na qual tinha um pedaço de pão, umpedaço de gallinha e quatro pecegos."Aqui está o seu almoço enviado pelaFada"",

Pinocchio, quando viu a comida, fi-cou consolado: mas, quando foi comer,viu que o páo era de vidro: quiz chorar,qu;z gritar, mas estava tão fraco que ca-hiu desmaiado. Quando veiu a si, estavaem uiti sofâ*e a Fada estava peno."Desta vez ainda perdôo, mas ai de•'ocê se me desobedecer outra' vez", disse-lhe a Fada.

Pinocchio prometteu que agora Ia serbom.Cumpriu com a proriicssa

"duranteo resto do anno. De facto. tirou as me-lhores noras e a Fada ficou.tão eu:que lhe disse:

"Amanha,to.

seu deseio será satisfei-

Amanhã, você deixará de ser um bo-neco e ficará sendo um menino de Ver-dade".

Quem não conheceu Pinocchio, nãopode fazer uma idéa do seu contenta-mento quando soube desta nova. Todosos seus eollegas e amigos foram convida-dos para uma festa nesse dia. A Fadapreparou duzentas chicaras e quatrocen-tos sandwiches, o dia ia ser de grande ga-Ja_ mas.,,

Infelizmente ha sempre um "mas" naVida dos bonecos para atrapalhar rudo

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Élilllmitu,..i|ír||1MMiMiii|H--j_ p^~_? «~ O -U.O Viu.!. ADAft E S A

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NOSSOS IEITOBIES E ÂfiflOGtiINHOS., —

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, MgggBMntl O presepe do Xatal armado pelosEnnio Celso, Aguynaldo, Soly, meninos Ennio Celso, Soly,Lourdes e Maria, nossos ff_IÍÉli Lourdes e Maria, nossos amigui-

amiguinhos gaúchos. |l|l| nhos de Porto Alegre.

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¦Éf ___!.:_Carlos, João e Zizinha w VW i

Bittencourth. ¦ss>- M

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^^^B tkm™^^ ________ Dircéa Ferreira.

Milton Bezerra. T_^_B. ,_____r —— _P*^™^ÍI

_^^J| |^^^ Ottilia e Leonor Brandes ^L. _^^—4M jt^k. e Eleonora Hermann.

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Campos. 'Polvbio Gonçalves Martins

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Promptas para desusar sobre o gramado. Subindo e descendo na gangõrra.

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Descansando A^ ^^~~" rZT5^ pr;„„nçjy ______ Vv V_^I ldlIV-dS

_____¦______________________! 19 * ^H .

Crianças, á margem do lago, esperando os botes.

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— II — O TICO-TICO

mn *Ç&&

SororJoonnaAngélica de Jesus

Km 11 de Fevereiro de 1822 fundeava no porto de SãoSalvador, capital da Bahia, o navio "Danúbio" que traziaa noticia de haver sido nomeado governador da*s armas daProvíncia o brigadeiro Ignacio Luiz Madeira de Mello, oi-Iicial portuguez.

Madeira de Mello fei por decreto real designado paraSubstituir, no conluiando, ao brigadeiro Manoel Pedro deFreitas, brasileiro, valente e distineto, mas, que não tinha aconfiança das cortes e do rei,

Foi essa posse considerada a maior affronta ao brionacional brasileiro.

Manoel Pedro encarnava o exercito do Brasil! E dahicomeçou a luta entre os soldados luzos e brasileiros.

Em 19 de Feve*rciro do mesmo anno, dando-se os sol-dados e marinheiros iuzos ao saque de casas e templos, in-yadirarn 0 Convento da Lapa, tentando arrombar a porta('e clausura das freiras. Esta, porém, se abriu, e surgiu a

HISTORIA DE NOSSA PÁTRIA

Sofop loanna Angélicade üesus

Episódio da guerra da Independência, na Bahia

figura da veneranda Soror Joanna Angélica de Jesus, ab-badessa desse convento e senhora bahiana, a quem 35 annosrle cella impunham uma suave majestade, que abrindo osbraços diante dos arrombadores, gritou-lhes:

"Para trás! que só penetrareis nessa casa do Senhoi

passando por sobre o meu cadáver!"Mal acabava de pronunciar estas palavras, uma baio-

neta trespassou-a, rolando, morta, a sublime religiosa, aos

pés dos milicianos Iuzos, que ainda derrubaram e mataram,a coronhadas, o capellão do convento e o sachristãç., muita

joven ainda!O ignóbil crime ecoou tão dolorosamente que, de urr*

instante para outro, se acharam os OQrtuguezes perfeita,mente isolados na cidade, que tinham ensangüentado! A

guerra principiara

(Desenho de Ciccro Valladares)

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O TICO.fiC O 12- 6 — Março ____ 1929

PLENILUK'10 DE ROSASDeclinava, pouco a pouco, a tarde. Do

lado do horizonte descia uma suave corde ouro, que se diluía no azul.

Hora mansa do crepúsculo.Sentado á porta de sua cabana, os olhos

postos no céo, o velho lenhador scismava.Filho daquellas mattas verde jantes, ama-

va a natureza e via nella a sua única ri-queza. Nesse declinar de tarde, a contem-plar as ramarias verdes que se refloriam,pensava na sua mocidade passada, e evo-cava a felicidade dos tempos idos,

No céo, mui . azul, começavam as pri-imeiras estrellas a brilhar, surgindo, man-gas e radiosas, no manto sideral. A na-tureza era toda belleza e luz. E claridadedo céo, muito azul, enchia a terra de bel-leza e esplendor. Nas folhagens das ar-yores trcmeluzia a luz do plenilúnio nas-cente, que vinha prateando a natureza.

Silencioso e extatico, Sylvio, o velho le-inhador, pensava na sua mocidade passa-da. E via na luz gloriosa da noite enlua-rada que cahira, o symbolo das suas illu-Soes passadas.

A floresta era toda encantos: ao effld-(vio das flores, confundia-se o farfalhar dasiarvores, no encantamento sidereo da na-tureza. Da porta' de sua cabana, contem-plando a paizagem luminosa, o velho le-nhador sonhava.

De cada estrella, trèmeluzindo no firma-mento, invejava a claridade e o fulgor,que lembravam a gloria de ouro dos seussonhos.

A imagem do seu único filhinho morto,velada por uma sombra de tristeza, lhe

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apparecia, fulgurante e bella, para a suaalma entristecida.

Sylvio havia sido feliz: agora, porém,achava-se triste, acabrunhado e só, porlhe terem morrido todos os seus.

Como a estrella fulgurante d<- seusprimeiros sonhos, doce estrella desappa-recida, se lhe foram a felicidade e a ale-gia.

A noite ise tornava cheia de encantos:pyrilampos, trèmeluzindo esmeraldas eopalas, faiscavam no espaço e giravam emvolteios incessantes.

Uma harmonia mysteriosa vagava emtudo, como se fosse o longo e saudosoadeus da luz do sol.

Noite outomnal, cheia de louçania e tris-teza, como Se ornava ella de esplendor eriqueza 1

No azul do céo muito puro, se elevavaa lua cheia, como um circulo grandioso deprata.

Murmuravam as águas; uma doçura in-íinita pairava em tudo.

E Sylvio via, de olhos postos no céo,na ideal candura da sua alma louça, a tris-teza de sua vida de agora e a saudade daexistência passada.

No silencio da noite, vibrou a voz dealguém. Era um velho camponez, únicoamigo de Sylvio, que o amava desde a in-fancia e lhe dedicava o mais puro affecto.

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Sylvio, — disse elle — q_e fazes aessas horas, assim tão pensativo e aca-brunhado? Acaso te aconteceu nova des-graça?

Levantando o olhar para o amigo, Syl*vio respondeu:

Não, meu bom amigo, nada me aconteceu. Penso, agora, com tristeza, na mi-nha bella existência passada.

Sim, é o teu costume de sempre.Sylvio, és moço, deves pensar mais no

futuro que te sorri, por que pensar no quenão volta? Não vês que a vida ainda tepôde dar mil alegrias?

Meditando nas palavras que lhe disserao outro, Sylvio disse:

E' verdade, meu bom amigo, infeliz-mente ha ainda encantos para o meu cora-ção acabrunhado.

Pela noite feita de prata e de luz, reboa-va a voz sonora e vibrante da naturezatoda.

O coração de Sylvio, pouco a pouco seenchia de coragem e expandia-se em ale-

grias.Sim, serei ainda feliz. Partamos.;

Esquecerei a minha infelicidade e procu-rarei viver l

Erguendo o velho "manto sobre os honrbros, partiu ao léo da sorte, mas cheio decoragem, com o bom amigo, para a aldeia.

Pela estrada illummada pelo plenilúnio,Sylvio via, enlevado e extatico, nascer,cheio de gloria e de esplendor, o oleniluniode ouro da sua felicidade*-»-,

LUIZ JORGE MORATO

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6 - Março — 1929 — 13 — O TICO-TICO

AS AVENTURAS DF FAUSTINA E ZE MACACOMACACO QUER FALAR COM O PLANETA MARTE

VOU Com mun/'cm-mecom Afarte. Eumptarreta

Camarada'

Bi m

Oquè^-Sirr/ TOV

ir i ~- J" oou /^Ouitcnci ' \\. Cort££r,c'°Vem ouvir \( £°Vf./]cOrr?o responde V^^Svfl I d__^P\.op/o-nefe Morte' \~\ II Jffi^3

______t_____\____

/JLlâf E 'i/oce'"]Afái-te çue esto' «jfadando?Como vae

_ AJób possoir*O nora..-

- Es/ou herquv-/ando se fazco/or!

-.Cafor7 E do

fogo o da co-si nha

-Que C/raça.Deve <ser oca for do Sol.

_ Que so??aqui esta Oi-c/o 710 sombra.

Eu beiguntei-tUpuma serre de cou*,.

.mas Pt/e r-nerespondia tZtdoclfferente

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este -Warte gosta defazer esp/ntio,Responde tudo os

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Púis se exo ea ove esta-uo respondendo c/clcozinha.Ju/ouei çue estavasfonando eommiqo'

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O TICO-TICO 14 — 6 — Março _=_ 1929

Um dito anda, agora, em moda

E o povo o emprega, contente,

Para exprimir muita cousa,

Para troçar muita gente

Quando se quer dar idéa

De um typo estroina de marca,

Não _e diz mais que é vadio,

Diz-se assim: — E' da fu~arcal

Isso Jião quer dizer nada,

Porém diz tudo também,

32. quem lhe sabe o sentido

Soi-i, percebendo bem.Pois hoie quem fôr "levado",

S"ja vassallo ou monarcha.

Ha de ouvir, queira ou nao queira,Dizer-se oue é da fusarçqj.

A's vezes, noutros sentidos

EU», é também empregado,

E dá certo quando o emprego

Se íaz de modo engraçado.Por exemplo: si um sujeitoCom as pernas o mundo abarca

Ninguém o chama ambicioso

E sim qu_ elle é da fuzarca.

Dos poetas ultra-modernos

Que da métrica se esquecem

E rimam nabos com... .ouves

Em "poesias" que enlouquecem,

Não se diz mais que elles são

Companheiros de Pctrarcha,Gai"ante-se, tão somente,

Que são poetas da fuzarca.

T»_f

A FUZARCA( M-ON0LOG'O) ~~*~*ã

Um velho pae de familia,De longas barbas de monge,Que á Pátria deu muitos filhos,Servindo á Pátria... de longe,

Era, outr'ora respeitadoComo um antigo patriarcha;Hoje se faz troça delleE, se diz que .... da f usar cal;

Governador que o. parentesEnchia de mil favores,Os quaes do erário do povoSe proclamavam senhores,

Dantes era conhecidoComo ferrenho oligarchá, '

Hoje, não; todos o chamamGovernador da fuzarca...

Até nó foro, senhores,Hoje se emprega esse ditoQuando no jury os debatesDesandam quasi em conflicto..

Disse o advogado dt um réuAo promotor da comarca:

— Esta sua aceusaçãoEstá nulla, é da fuzarca !

Tio de muitos sobrinho.Gastadores e trocistas,Que vivem sempre na pândegaComo perfeitos farrista*;

Esse tio, que, — coitado I —.Com as despezas todas arca,Diz, com pena do seu cobre:!— Que sobrinhos da fuzarca!,

Por sua vez os sobrinhos,Quando o tio ficou doente,Aguardando a gorda herançaSorriram alegremente.

Mas o tio não morria,Embora tendo anazarca,E os sobrinhos lastimavam:Oh! Que tio da fuzarca!.

Afinal a morte, um dia,Chegou também pra leval-o,E os sobrinhos, satisfeitos,Foram, rindo, acompanhai-o.-

Ao tomar conta do corpo,Pergunta, soturna, a Parca ít— Pensavam que eu não viria!Eu tambem sou da fuzarca!,

Chegando o velho no InfernoCuidou passar, num momento,O rio Lethes, chamadoO rio do esquecimento;

Charonte, — o trêdo barqueiròi—Clamava assim: — Quem embarca?JVamos, depressa, com isso,Que agora eu sou da fuzarca!

A alma do tio embarcouAfim de passar além; 'Mas gastara com os sobrinhoáO seu ultimo vintém!...

Charonte, que é interesseiro,Fez, então, parar a barcaE diz: — Sem pagar não levo,Que isto não é da fuzarca!

Como o velho não pagasseCharonte exclama: — Eu te racho!E, com o remo, num arranco,O atirou da barca a baixo!

O infeliz, quando cae naguá.Toda a sua roupa encharca,E diz: -— Vou me constiparCom este banho da fuzarca!,-

Foi 5aIvo, afinal, das águasPorque prometteu pagarA passagem que deviaPara no Lethes passar.-

Em terra firme o velhottSeu raio de acção demarca,Inscrevendo em seu terreno:"Este lote é da fuzarca".

O ¦ [£• :_-#; ».« '»'j _t •, > •- •.( ,, . • :_-

Quem me escutou tome notaDe que tanto para o bemServe esse dito de agora,Como para o mal tambem.

Assim, não prosigo mais,Nem é preciso remarcaPra se saber que, por isso,Eu tambem... sou da fuzarca!

M. MAIÂ

j^fe~_fr+j* •

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6 =__ Março — 1929 — 15 — O TICO-TICO

ORA iXIM .ir.U0Que .fAÇADA!ESre "LAMpeÃo' E'Ur.CA03 TONVA CA. PIPOCA. ESf E I

S-Rao . CPosy^'- Qüej o no^o un*for..\e p/\«a// KlNQue*^ COfUSlCrA DAR. .CAÇA /_0 TeR$*.- (tV-y/ ^T )/^\ APANHACrO ? A&O- VEL BAtf/>v \\\//^ o^^ í/

Nao olhem p'ra m»m-i^to n .0 6' fantasiade carmamal

í NÁ6 ÈRtNCA.NÃO,(Que 0'UMPeAo"

De ue ESfA*.PORjTo-

/ N^ ELLE .APANHAI-0 l7 ^r^. A /^\ AQUI PORj \sZZfEP PRA M,M C'SOPA ^

sdf^çy-jj, yü J J^-)Pei_£> ^BI'/i AH'.seu lampeáo1 //

\ /V./l ' v /_/_ f iC ' Ja%, Ij _!RQf€

'M&»Ã.e»M '/// ,. \ /// íív _X7 ^M// UM ninho oe //

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O TICO-TICO 16 — 6 «- Março eh 1929

ü CINTO DE PRATA

¦1

Pery era um indiosinho, da tribu Navajo, que viviamuito longe, no Oeste Americano. O grande desertoera sua casa, e não muito longe de onde elle vivia, havia

uma pittoresea caverna. Elle nunca tentara entrar na caverna, porque sabia que era habitadapor cobras que iam aproveitar os dias quentes de verão para dormirem socegadas.

Pery, porém gostava daquella região, achando-a interessante e admirava as enormes pa-redes negras, a escuridão que havia, e, os ninhos de águias postados nas partes mais altas.Muitos indios da tribu, usavam um cinto, feito de discos de prata e ligados um ao outro por.meio de tiras de couro.Pery invejava os que usavam o tal cinto e ansiosamente esperava a oceasião de poder tam-

bem ter o seu.De facto, quando Pery completou oito annos, seu avô trouxe-lhe um arco novo e uma cer-

ta porção de settas vermelhas.Pery, ficou contentissimo è dansou de alegria.Logo começou a procurar um logar para começar a atirar.Encontrou, adiante uma grande e copada paineira, com o tronco relativamente grosso e

que perfeitamente servia para alvo.Marcou a distancia com uma pedra e, com o auxilio de uma faca, o avô desenhou na arvo-

re um alvo.Depois de feito isso, o avô disse: — Meu netinho, amanhã eu

"devo voltar para a minha

tenda no deserto. Voltarei sete dias depois. Se na minha volta tu cpnseguires accertar no alvocinco settas sem errar, eu te darei um cinto de prata.

Todos os bons meninos da tribu que usam o cinto são bons atiradores.Dito isto o velho beijou o netinho e retirou-se.Pery, na anciã de obter a sonhada recompensa, começou a treinar com afinco. A princi-

pio, não conseguiu acertar uma só das settas, porém não esmoreceu e, finalmente um dia an-tes da chegada do avô, Pery com immenso júbilo verificou que conseguia acertar as cinco set-tas no alvo.

Custou a adormecer nesse dia. Chegou mesmo a sonhar que havia ganho o cinto de prata eque victoriosamente o ostentava no meio dos outros meninos da tribu, que olhavam com inveja,

Finalmente chegou o dia que para a fecilidade de Pery,foi um dia lindo e claro.

Ansiosamente o nosso Pery, esperava a chegada do avôque parecia tardar. Finalmentedepois de alguma demora oavô chegou, porém não vinhasósinho.

Dessa vez, trazia como decostume uns touristes que peloverão tinham o prazer de pas-sear por essas paragens silen-ciosas afim de fugirem do re-boliço das grandes cidades.;Vinham, dessa vez, acompa-nhados de uma linda meninaque parecia ter a mesma idadede Pery, tinha os cabellos loi-

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6 •-_. Março — 1929

ros formando duas trancas eum par de olhos lindos, tão lin-dos, tão lindos que Pery ficouum tempo enorme a contem-plal-os embevecido, pela limpi-dez e pelo brilho dos olhos da-quella menina branca. Em-quanto os estrangeiros descan-Cavam e arrumavam os ape-trechos de viagem, o av_ô dePery, chamou-o á parte e dis-se: Vamos ver, agora a tuaaptidão e ligeireza no arco.Espero que tenhas treinadobastante durante a minha es-tadia no deserto. Creio bemque estejas apto para conse-guires o tão almejado cinto.Dito isto, virou-se para os ho-mens brancos que o acompa-nhavam e delicadamente con-vidou-os para assistirem agrande prova, que, segundolhes explicou, era a iniciaçãodo seu querido netto na artepara ser um grande atirador datribu, e consequentemente pa-ra a conquista do cinto deprata. Cami-nharam todospara o logarda prova. Pe-ry ia radiante,tinha a certe-za que iria fa-zer bôa figu-ra. Durante ocaminho a me-nina que pa-r e c i a ter amesma idade,ia olhando-o efazendo signa-es afim de vers e conseguiaconversas comPery, porém onosso heroe iatão embeveci-do na contem-p 1 a ç ã o dosolhos azuesque nada com-p r e h endia enada via. Che-gados ao local,os v ia jantesaffastaram - separa deixar o

— 17 —

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menino só com o avô, porémPery, tão embevecido ia ao la-do da menina que tinha unsolhos tão lindos, que ao empu-nhar o arco as mãos lhe tremi-am e não houve meios de aeer-tar uma só vez no alvo.

O avô, bondosamente, ven-do a afflicção do netinho, fei-o repetir a prova mais umavez, Pery appelou para todas

íífíte/ \íEf-.Jõ(.t.A , _ ti \_f/ A l *m^m%AS/^EV&m$& \/ S-/^M JIhWIII .

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O TICO-TICO

as suas energias porém os lin-dos olhos não lhe sahiam dáfrente.

Por fim, desesperado come-çou a chorar e dcsesperadora-mente atirou-se no chão, cho-rando de raiva.

Os presentes retiraram-se.tristes pelo fracasso do me-nino.

Emquanto affastavam-se, amenina compadecida com a;sorte do menino, poz-se a aca-ricial-o animando-o para uma'nova tentativa.

Nada conseguindo de Pery,que continuava a chorar, iatambém affastar-se quando desúbito uma enorme e veneno-sa serpente, ergueu-se na suafrente e apromptou-se paradar o mortífero golpe. Tran-sida de medo e ao mesmo tem-po de horror, a menina deitou-se ao chão perto de Pery. Es-te vendo a menina cabida einstinctivamente comprehen-dendo o que ia passar, rápida-

mente tomoudo arco rete-zou-o e com aultima flechaque ainda fi-cara junto doarco fez pon-taria e atra-vessou o corpoda se rpentecom certeiraflechada. Aserpente aindaquiz dar o bo-te, porém, como corpo atra-vessado pela'setta tomboude lado indomorrer aospoucos. Nis-to Pery sentiuque alguém obaraçava e viucom relativoespanto que oavô lhe afive-

• lava o cinto, osonhado cintode prata.

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O TICO-TICO — 20 — ü — Março — 1929

JAMBOREE INTERNACIONAL

A União dos Escoteiros do Brasiüresolveu em sua ultima sessão enviarao Jamboree Internaciol que será rea*lisado em Liverpool em Agosto desteanno uma tropa de 40 escoteiros, se-leccionados entre todas as tropas dasFederações que a compõem.

Durante o mez de Fevereiro, a U.E. B., organisará os trabalhos detreinamento desta tropa e as Federa-ções farão uma primeira selecção en-tre os seus escoteiros.

No inicio do mez de Março as Fe-derações entregarão os seus escotei-ros seleccionados á commissão orga-nisadora da Representação do Brasilao Jamboree que com ella formaráuma tropa de treinamento intensivo.

Após tres mezes de apurado have-rá uma segunda selecção e ficará en-tão difinitivamente organisada a tro-pa representativa da U. E. B.

Será uma grande honra para todosvocês o ser escolhido para represen-tar no estrangeiro o Movimento esco-teiro do Brasil e estou certo que cadaum de vocês ambiciona esta honra.Para ser escolhido é preciso no en-tanto dar provas de um verdadeiro es-pirito escoteiro além de conhecer per-feitamente toda a technica escoteira.;

Portanto tudo depende de vocês.Quem quer ir á Inglaterra mostrar

que o Brasil se não tem um avultadenumero de escoteiros tem comtudoum movimento bem orientado e bemcomprehendido?

PROGRAMMA DO JAMBOREEINTERNACIONAL

30 de Julho — Inicio do acampa-mento.

31 de Julho, 1.° de Agosto, 2 deAgosto e 3 de Agosto — Actividadesnacionaes.

de Agosto — Domingo — Offi-cios religiosos em todas as religiões.

e 6 de Agosto — Actividades na-cionaes.

7, 8 e 9 de Agosto — Excursões pa-ra os escoteiros estrangeiros.

10 de Agosto — Grande Rally —¦Dansas nacionaes de conjuncto.

11 de Agosto — Domingo — Offi-cios religiosos na Calhedral de Li-verpool.

12 e 13 de Agosto — Excursões pa-»a os escoteiros estrangeiros..

14 de Agosto — Terminação doAcampamento.

Diariamente haverá — Fogo doConselho — Dansas nacionaes — Ci-nema ao ar livre — Manifestações eespectaculos.

Um dos dias será consagrado aosescoteiros do mar, que farão exhibi-ções, provas de natação, etc.

As excursões serão realisadas du-rante a 2.a semana de acampamentoe comprehenderão visitas as cidadesde Chester-Manchester — Ao Paizde Galles — a Birkenhead sendofeitas varias visitas á estaleiros deconstrucçãó naval, as docas, aos mui-tos estabelecimentos fabris, etc.

PRESENTE DE FESTAS DE AN-"NO NOVO A BADEN POWELL

A U. E. B., enviou ao chefe es-coteiro de todo o mundo, um bellopresente de festas de anno novo, quedurante alguns dias esteve em expo*sição nas vitrines da Joalheria HugoBrill.

E' um original trabalho de azas deborboletas tendo como assumpto oraiar de uma nova éra para o Brasilcom a adopção do Escotismo comomethodo educativo.

NOTICIAS DA TROPA

Durante os mezes de Janeiro e Fe-vereiro a grande maioria das tropasescoteiras do Rio de Janeiro estive-ram em grande actividade pois reali-saram os seus acampamentos de fe-rias; assim o Fluminense, o Botafo-go, o Flamengo, o Pio Americano, oHalfeld, o Euclydes da Cunha e mui-tos outros grupos de escoteiros, fize-ram proveitosos acampamentos queforam de real vantagem para os seusescoteiros não só sob o ponto de vis-ta da technica escoteira como do pon-to de vista do aperfeiçoamento moral.

Foram estes acampamentos verda*deiros treinos para a selecção que seestá realisando neste momento paraa constituição da tropa representati-va do Brasil no Jamboree Internacio-nal da Maioridade.

FEDERAÇÃO ESCOLAR DEESCOTEIROS

A F. E. E. D. F., organisada soba direcçãe do Dr. Mario Cardim está

com o seu uniforme regulamentado:Chapéo de feltro de côr verde oli-

va, com fita e jugular de couro equatro ventiladores na copa.

Lenço de setineta variando a côrconforme a tropa.

Camisa de flanella fina de algodãovçrdevolina.

Calção de brim azul marinho.Meias pretas com canhão verde

oliva.Borzeguins pretos.Cinto de couro amarello, dividido

em tres secções, presas por duas ar-golas e uma fivella.

NOITE ESCOTEIRA EMCORDEIRO

O Grupo de escoteiros do C. R. F.;realizou com brilho fora do commumuma bella noite escoteira na cidadede Cordeiro durante o acampamentode ferias deste anno.

Foi uma grande propaganda para omovimento o que este grupo realizou.

ANNIVERSARIO DE BADENPOWELL

Dia 22 deste mez commemora oseu 72.° anniversario o Creador doEscotismo, o idealisador desta gran-de escola de Civismo e de Abnega-ção.

Ao fazermos esta nota, cremos nãoser demais uma pequena meditaçãosobre a sua útil e dedicada vida.

Creador de um methodo de educa-ção que empolgou a juventude de to-dos os paizes, e confiante no alevan-tado objectivo desta causa, passou aempregar em proveito delia toda asua formidável capacidade de traba"lho sem se envaidecer, sem se orgu-

. lhar de ser o verdadeiro chefe deuma multidão de rapazes de todas asnações, de todas as raças e de todosos credos.

Os seus escriptos e as suas pales-trás são orientadas para um maiordesenvolvimento do Escotismo, razãode ser de sua vida no momento actual.

A Baden Powell o nosso Chefesaudemos no dia de seu anniversariocom o grito: "B.P.! B.P.! BadenPowell ! Baden Powell ! Chief jChief! Chief! Rha! Rha! Rha!"

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6 —-. Março 1929 .-21 — O TICO-TICO

rf—yV WÊÉ6T'/' iv^cíni »/»* PM - \^7 L¦ - 3 1 "l|l|llll|||lff;v-yte[*llintn! P*1

GUERRA AOS MOSQUITOS

(SAINETE EM i ACTO)

Personagens:PapaeMamãe

Zequínhaíi.° Pretendente2.° Pretendente

(OH .IIIHIIIUIIIIIIln mnr¦¦iiiV \\ , \

USS . «rnriTnM ^ URunsn |t"5 fc

S"CENARIO:

mobí-Uma sala decentementeliada.

Papae — (Entra, com uma se~ringa de "Fly tox", seringando asparedes, o tecto, etc.)

M.\mãe — (Entrando): Chegade tanta seringação, creatura!

Papae — E' que não se podepregar olhos nessa casa, e eu hei defazer guerra aos mosquitos!

Mamãe — Realmente nessa epo-ca de epidemia de febre amarellae um perigo isso.

Zequínha — (Entrando comires jornaes nas mãos) : Olhe aquiseu jornal, papae!

Papae — Dá-m'o! (Recebe ojornal).

Zequínha — Tome aqui o seu,mamãe. (Dá-lhe um jornal).

Mamãe — Como?! Comprastedois?

Zequínha —¦ Não senhora';comprei três.

Papae — Três jornaes?!...Zequínha — Sim, senhor.

Um para o senhor, outro para amamãe e o terceiro para mim.

MIamãe — Para que fizesteisso, menino?

Zequínha — Para não havermais barulho dos três quereremler um jornal só ao mesmo tempo.

Mamãe —i Teria "sahido nossoannuncio ?

Papae ¦— E' o que vou ver.(Abre o jornal).

Zequina — (Que tem estado ãter-seu jornal) Sahiu, sim. Jáachei aqui (Lendo) :

"Vende-se ou aluga-se, por pre*ço módico, uma optima casa"...

Papae — (Interrompendo-o)'Perfeitamente. (Depõe o jornal e1as funccionar a bomba do "Flylox"): E' preciso que os preten-dentes não vejam aqui nem a som-bra de um mosquito.

Zequínha — Essa bomba jáestá vasia, papae. Quer que eu vábuscar a lata do mata-mosquitospara tornar a enchel-a?

— Vae, sim. Mas o nome do li-quido não é mata-mosquitos, e sim"Fly-tox", que quer dizer: envene-na-moscas.

Zequínha ¦— Si é pra moscasnão serve pra mosquitos.

Mamãe — Serve, sim. Tantoenvenena uns como outros.

Papae — Vae logo buscar a la-ta do "Fly-tox", menino!

Zequínha — Sim, senhor(Sae).

Papae — Meu plano é esse:com o dinheiro do aluguer destacasa alugarei outra onde não hajamosquitos, e, si em vez de alugar,eu vendel-a, comprarei outra me-lhor onde se possa dormir sem amusica dos stegomijias..-.,

Mamãe — Vamos tratar dematal-os todos... (Começa a faser gestos de quem apanha mosqmtos no ar, matando os entre asmãos espalmadas).

Papae — Quando o Zezinhotrouxer a lata vamos fazer umadesinfecção em regra.

i.° Pretendente — ÇA' portacom um jornal na mão). Foi aquique annunciou?...

Mamãe — (Interrompendo-o)Foi, sim, senhor. .

Papae — Pode entrar...i.° Pretendente — {Entra e

estende a mão ao Papae que eS"conde, rápido a bomba do "Flytox" atras das costas): Tem passa»bem?...

Papae —1 (Escondendo a bom'ba atras das costas). Perfeitamen-te bem, muito obrigado.

i.° Pretendente —> Eu soupretendente á casa..-.-

Mamãe — Para comprar!"i.° Pretendente — Não, se-

nhora; para alugar.PapaE — Per feiamente. As

condições são as mais módicas pos-siveis: 900 mil reis mensaes, pa-gamento adeantado, contracto por10 annos, fis-dor idôneo e s<3.

1." Pretendente — Estou pie-namente de accordo porque querome mudar, seja lá para onde fôr,contando que não tenha mosqui-tos em casa, pois venho fugindodelles que não me deixam dormirum momento no logar onde mó-ro. (Reparando): Aqui pareceque não ha disso, não é?

Zequínha — (Entrando comuma lata do desinfectante) : Prom-pto aqui o remédio para matar oresto dos mosquistos!

i.° Pretendente — Hein?!...Zequínha — Aqui é um horror

desses bichinhos cantando a noiteinteira nos ouvidos da gente.

i.° PrETEneEnte — Nesse ca-so não fico aqui nem mais um mi-nuto! (Vae altir).

Papae <— (Segwando-o)': Venha cá..-.;

MamãE — (Idem): Escuteaqui...

i.° Pretendente — Não! Nemmais um instante! Larguem-me!

Papae — Tinha mosquitos.. ?¦já teve...

Mamãe ?-* Mas já se acaba-ram.. .¦

i.° Pretendente — Não creio.Isso e um bichinho de sete fole»gos. Não se acaba assim, não!

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O TICO-TICO as — C — Marco _ 1929

V o u - m e embora! Larguem-me(Sae).,

Papae — (Desalentado) : Prompto, Zéquinha!

Zéquinha — Que foi?Mamãe — Desmanchaste um

Òptimo negocio!Zéquinha — "Ninguém não

the disse nada!..."Mamãe — Mas devias ter visto

logo que aquelle sujeito era umpretendente a alugar nossa casa!

Papae —¦ (Reforçando) E umpretendente como não apparecemmuitos!

Zéquinha -— Agora já sei: nãofalo mais em mosquito quando ti-ver visita aqui.- *

Papae — O melhor ê ires brin-car lá para dentro e não me appa-receres mais!

Mamãe — Ou vir somente aquisi fores chamado.

Zéquinha — Sim senhora; es-fá dito; vou-me embora. (Sae).

Papae — Será difficil agoralapparecer Um outro pretendentenas condições daquelle que acei-tava todas as condições.

Mamãe — Difficil não é. De-pende apenas de sorte.

2." Pretendente — (A' porta,com um jornal na-mão) Si não meengano parece que é aqui...

Papae — -(Atalhando) Queíannunciou uma casa? E' aqui mes-mo, sim senhor!

Mamãe «—» Faz favor de en-trar...

2.0 Pretendente — (Entrawdo) : Muito obrigado.

Papae —< (Offerecendv-lhe umacadeira) O senhor deseja alugar acasa?

2.° Pretendente -- '(Sentando

fie) : Não. Prefiro comprar.Mamãe '— Nós também preferi-

frios vender.:Papae — E' negocio fechado

#1porque a casa é mais que optima,tem muitos commodos e o própriopreço é também muito commodo.

2:° Pretendente — Não olhoao preço. Faço questão é de quenão tenha mosquitos, porque tenhoverdadeiro pavor da febre amarei-Ia.

Mamãe — Ah! Quanto a issopode ficar descansado.

Papae 7— (Escondendo <a bom-ba e a laia do "Flytox") :

Não ha mosquitos aqui nempara remédio. Si um medico nosreceitar, por exemplo, um chá demosquitos, a gente morre porquenão encontra nem um pra semente,salvo si mandar comprar na phar-macia umas cem ou duzentas gram-mas delles, pois aqui não se en-contra nem meio mosquito voando!

2." Pretendente — E qual ê opreço da casa?

Papae — Apenas noventa e oi-to contos...;

Mamãe — Tem altos e baixos,jardim, horta, pomar...

2.' Pretendente — Ainda mes-mo que não tivesse. Aceito o ne-gocio. Compro a casa.

PajSie — Perfeitamente. Ama*nhã poderemos lavrar a escriptura.

2.' Pretendente <¦— Como qui-zer.

Mamãe — O senhor não quer.percorrer a casa?

2.0 Pretendente — Pois não.iPapae — E eu o convido para

depois jantar comnosco.2.0 Pretendente — Si não re-

ceiasse incommodal-os.. . aceitava.• A1amãe — Incommodo? Ne-nhum. Só nos dará prazer. (Af-jastando se) Com licença..,

2.0 Pretendente — Pois não.jÀ' vontade.

Mamãe — (Vae á porta poronde sahiu o Zéquinha e chama} ¦Zéquinha?

Zéquinha — (De dentro)' jávou, mamãe!

2.0 Pretendente — Não vão se-incommodar por minha causa....

Papae — Absolutamente.Zéquinha — (Entrando) prom-

pto!Mamãe — Vae prevenir á cozi-

nheira...Zéquinha — (Atalhando): já

sei: que também não fale mais na-quelle bichinho que vôa zunindpaqui, não é?

Mamãe — Não .menino! Vaedizer que ella pode servir o jan-tar.

Zéquinha' — 'Ah! Isso não po*de!

Papae — Não pode?"Zéquinha — Não senhor!Mamãe —E porque não pode?Zéquinha — Porque está com

febre...2.0 Pretendente — riein !

Com febre?!..-.Zéquinha — Sim, e creio até

que é febre amarella!2.0 Pretendente — '(Fttgindo)

Ai!... (Sae a correr)Papae E Mamãe — Menino!...Zéquinha — Agora eu não fa-

lei em mosquitos!...

M... Maia,.

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6 _-st- Março •-» 1929

ODA INFANTIL10 — Lindo agazalho para menino

com flanella branca e golla de viez.20 — Casaco d. tussakasha gris

claro, sendo a saia em forma.3o — Agazalho de kasha branco,

leve, adornado de pespontos.4o — Abrigo de seda para Bebê com

preguinhas nas mangas, e na pala emEnipos.

BORDADOS

Lindo festonê para toalhas e lençóes.Ramo de margaridas para roupa

branca.Ramo de papoulas para pintar ou

bordar em seda.Ancora para roupa de menino.Letras para roupa branca.

a j i c o -11 c o

5. 4?* 4k° *__** -í>9 ^Uo°Jseo°12«e:oo*9eoB^)e. .o

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O TICO-TICO — 24 — 6 — Março — 1929

RAPOSA O TAMANDUÁComo o vigia do "engenho" certa

vez lhes contasse interessantes histo-rias do tempo em que os bichos fala-vam, todas as noites agora as criançasb esperavam, sentadas no vasto alpen-dre da "casa grande", afim de lhe ouvirnovas historias. *

Sua chegada foi recebida com geraesdemonstrações de alegria e os mais im-pacientes pediam:

Conte logo a historia; não demo-re muito.

Espera ahi, minha gente, diziaelle sorrindo. Deixa eu "mais primei-ro" tomar tenencia.

E, sentando-se a um canto, começouassim:

No tempo em que os bichod aindafalavam, a raposa era a mais "faladei-ra" e intrigante de todos os aníma.s.

Como o tamanduá-bandeira ei a umbicho serio, sizudo, que não gostava deconversas, a raposa se intrigou comelle, espalhando que o tamanduá eramuito orgulhoso, cheio de "bondades* ade soberba, não ligando importância aosoutros bichos.

O tamanduá soube disso e chamandoa raposa lhe disse*

Comadre raposa, eu . soube quevocê anda dizendo mal de mim por ahie procurando me intrigar com os-outrosbichos.

E' mentira de quem lhe disse,compadre tamanduá! exclamou a rapo-sa, negando, covardemente, o que dis.-gera.

Pois seja mentira ou não, eu queroprevenir a você de que não gosto disso,e quando eu me aborreço com as cousassou perigoso!

Fique descansado, compadre ta-manduá, que eu não lhe dou desgostoalgum, prometteu a raposa, e sahiuapressada, porque o tamanduá estavacom cara de poucos amigos.

No logar onde elles viviam, e que eraputr'ora inteiramente despovoado, ap-pareceu o bicho-homem, na pessoa deum colono que para ali foi cultivar aterra.

Dentro em pouco os logares onde sóhavia matto agreste estavam cobertosde plantações úteis, como milharaes, can-naviaes, cafésaes, etc.

Perto da casa do colono um cercadocom animaes escolhidos, um gallinheirocheio de aves, uma coelheira, etc. ^A raposa fartava-se de comer espigasde milho verde, chupar cannas doces,devorar gallinhas e coelhos gordos, equando o bicho-homem procurava saberquem fazia taes estragos ella insinuavaque só podia ser o tamanduá.

Mas eu não conheço esse bicho,dizia o homem que tinha vindo de ter-ras estrangeiras como i «imigrante.

E' um fingido, explicava a raposa.Diz elle que só se alimenta de formi-guinhas, mas é capaz de comer umelephante si o pegar descuidado.

Pois quando a comadre raposa ovir me mostre que eu quero conhecel-otambem, disse o *bicho-homem.

E' muito fácil: explicava a astu-ciosa raposa. Elle, para mostrar seuorgulho, anda sempre com uma grandebandeira na cauda. Eu vou marcar umencontro com elle aqui perto da suacasa e o compadre homem o pega. Comoelle pôde desconfiar e vir com outrosbichos para se confundir no meio delles,fica o senhor prevenido de que aquelleque eu abraçar é. o tamanduá.

Está combinado, disse o bicho-homem, e a raposa sahiu muito contentepara combinar o encontro com o taman-duá.

Ao vel-o ella foi logo dizendo:Compadre tamanduá, tenha uma

cousa muito interessante pra lhe contar,mas como estou com alguma piessaagora, lhe peço que me espere hoje átardinha, em baixo daquelle castanhei-ro grande que tem perto da casa dobicho-homem. Disse isto e foi andando.

Pois sim, respondeu o tamanduá;pôde contar commigo lá hoje á tardinha.

E ficou pensando que aquelle convitedevia ser alguma perfídia da raposa;porém, como não era medroso, lá foi.

Chegando ao ponto combinado 3*encontrou ali a raposa que foi abrindoos braços para abraçal-o e exclamando:

Seja muito bem vindo, compadretamanduá!

O tamanduá, olhando em volta, viu obicho-homem, meio occulto atrás de umadas janellas de sua casa, com umaespingarda na mão!

Comprehendeu a cilada em que cahi-ra, mas não deu demonstração de cousaalguma. Acceitou o abraço da raposa ecomeçou a apertal-a entre os seus pos-santes braços.

A raposa, ao principio, achou o abra-ço um tanto apertado, mas não protes-tou. Quando viu, porém, que o taman-duá não queria largal-a, principiou ater medo e a dizer:

Chega, compadre tamanduá! Nãoaperte tanto! Olhe que me quebra osossos! Ai!...

Pois é pra isso mesmo, disse õtamanduá, apertando-a com mais forçaainda. E' para você nunca mais serhypocrita e fingida.

Perdoe, compadre tamanduá, fnão me ma,te! Vamos até sahir daqui,porque o bicho-homem está ali com umaespingarda na mão, é capaz de atirare pegar o tiro em mim!

Mal tinha acabado de dizer isto, ou-viu-se um estampido e a raposa gritar:

Estou ferida!Com effeito, o homem indo atirar no

tamanduá este se voltou rapidamente -o tiro foi alcançar a perna da raposa.

O tamanduá afrouxou, então, o abra-ço e, como tinha bom coração, levoua raposa para a sua toca onde tratoudelia até que ficasse curada da perna.

Ficou, porém, sempre coxeando, comuma perna mais curta do que a outra,para que não" se esquecesse mais nuncado que lhe succedera por ser intrigantee mentirosa.

Entrou por uma perna de pato e sa-;hiu por uma de pinto, manda el-reimeu senhor, que conte cinco!

Trancoso,iji_' /,£' .___..¦ —«__

____¦¦¦¦¦¦ ¦ ¦ — ¦¦¦____ ¦ ¦'¦ ¦ ¦¦¦^" ~ m" *

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6 —¦ Marco — 1929 — 25 — O TICO-TICO

U M PRIMO ABAR A D O

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( S A I N E T E )

(A letra desta musica foi publicada no numero de 20 de Fevereiro)

Menos

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O TICO-TICO -26^ 6 — Março ,- 1929

0 Santo C o m iIâ oNas margens do Paraguay, per-

Io da cidade de Corumbá, (Esta-

do de Matto Grosso) são muito

freqüentes as cheias do rio^ queentornam pelos arredores, não

somente grandes descargas da-

gua, mas também uma verdadei-

ra enchente de... peixes I

Imaginem : aqui o peixinhotoais ordinário, uma sardinha

magra ou um filhote de cama-

rão é luxo, que só se yê em mesa

dc rico !...

Lá, é tal e tamanha â abun-

dançia de peixes saborosos, como

o pacú e a dourada, que os pes-cadores depois de vendel-os por

quatro vinténs, dão aos pobres"de graça", e ainda voltam para

o rio restituindo á água os pei-xões ainda vivos, que não forara

servidos !...

Coisas assim, só se vêem no

Brasil !

Os nossos indígenas, que não

tendo as distracções tão funestas

ao espirito, das grandes cidades,

passam o tempo contemplando a

natureza e tirando das maravi-

lhas que os cercam as mais in-

telligentes lições.

Assim contam elles que o gran-de tuyuyú, espécie de corvo

monstro das "porongas" dc Mat-

Io Grosso, achando-se velho e

cansadot para estar horas e ho-

ras a mergulhar o bico nn cor-

renteza estonteante do rio, pen-sou... pensou... e descobriu omeio de satisfazer sem trabalho

á sua incrível voracidade.

Esperou que passasse um ca-ranguejo, e disse-lhe, com aresde compaixão:

— Pobre gente do rio ! Ahivem ura bando de pescadores,com taes tenções que, segundo

ouvi dizer, não ficará nenhum

vivo !...

Dahi a pouco, toda a multidão

fluminense punha a cabeça fora

dágua para pedir conselho ao

grande amigo desconhecido.

— Olhem, respondeu elle, eu

lenho uma fazenda aqui perto#onde ninguém entra sem licença

da minha familia. Si querem,aproveitem a primeira enchente,

e venham cá para fora que fi"

carão sob a minha protecção.'Os peixes cahiram que nem

ratos na ratoeira !- E desde então, nas "porongas".

ou lagoas rasas formadas pelotransbordante do rio, a familia

dos tuyuyús, comendo sem parar,nunca chegam a dar conta do

immenso "mercado de peixe" 1

GEMMA D'ALBA.1

ig..~_3J_{1

( S_" _

Ji * \L**r

'%k *_ «*VVNi

& Historia do ManducaManduca ó muito peraltá.;No collegio faz da bôa:

Quando commctte uma falta'.

Si lhe ralham, diz: "E' bôa !..."

E quantas vezes estrilha.

Dizendo p'ra aula inteira:"Esta historia de cartilha

t

Para mim é uma asneira !"

"Por que o sol é tão côr de ouro?"

Dona Elisa perguntou.. _

Manduca diz: "E' que o louro

Do seu cabello invejou"»

Desta vez a Dona Elisa

Gravemente se zangou;

E o puxou pela camisa,

E um beliscão lhe ferrou.-

Manduca voltou chorando...:

Da escola não quer saber.

E pensou que é beliscando

Que aos outros se ensina a lêr '

E R R E 2

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Rachel Torresensinando aos"gurys" daMetro comoum artistadeve comer.

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MURNAN equatro lindas

crianças daFox.

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Roberto Abdalla. A* Pi ...Acyr dos

José Vasconcellos ?» í"\ Santos.Gros. I - íf DÍ ' bÍbbb.

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José, Izaura, LourdesGeraldo e ItamarMarques da Silva.

Flora e Oswaldo Leite.

Raul Henrique e Francisca daSDores, filhinhos do Sr. José

Joaquim do Patrocínio.

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G «= Marco —ço — 1929 — 29 - O TICO-TICO

P Ú B 1 S I N HA estrada ardia. Nos

tt-attos estalavam crepita-Ções, como de lenha verde aolo§o... o zoar dos insectosquebrava o silencio e a respi-raÇão da terra cálida cheira-Va adustamente a rescaldo.

Cabecinha núa, comoUma braza ao sol, porquefizera do chapéo corbellaPara as amoras que apanha-ra nas sebes, lá ia o peque-nito.

Caminhava c o n t e n -*e> pensando na alegria que*a dar á mãe com aquellesírutos que levava, quando ochamaram das sombraòdumas arvores.

Voltou-se em sobresalto e viu um velhoe o filho do senhor das minas de ouro. Commedo que descobrissem o fruto que levavaretrahiu-se, quasi chorando.

Mas o velho chamou-o:Anda cá. Não tenhas medo.

Adiantando-se encolhidamente viu aco-ftel-o com bondade.

De onde vens por este sol?'— Do collegio.

Que levas ahi no chapéo?Amoras-Amoras... Que é isso?Frutas do matto.

¦— Deixa-me ver. Provou uma, duas,tres, muitas! espantado de que nunca lhehouvessem servido á mesa frutos tão sabo-rosos.

¦— Isto é só para pobres e para os pas-Sarinhos... São as esmolas de Nosso Se--nhor. Rindo-se, já amigos, foram-se em di-recÇão á ribeira e o velho deitou-se na rei-Va> adormecendo á sombra duma mangueira.

Sentadas na mesma pedra á ribeirad'uagua disse o menino ao pequenito:Que lindos cabellos tens! Parecem

oe ouro.Se meus cabellos fossem de ouro,

minha mãe, que é tão bôa não trabalhavatanto.

Tens mãe! exclamouo menino maravilhado.

O pequenito corou comose recebesse affronta.

Se tenho mãe...!Como não?

Ella é que me penteia oscabellos; ella é que me contahistorias; ella é que me con-certa a roupa e me adormeceao collo, cantando, quandonas noites escuras, tremo demedo ouvindo o piar das co-rujas. Tenho mãe, comonão! ,Tambem não sou tãopobre assim.

Pois eu não tenho!suspirou o menino. Minha

mãe morreu quando eu nasci.Estas terras, com tudo que nellas ha,

são de meu pae, que só me tem a mim...No palácio que eu moro, já se hospedou umprincipe com toda a sua corte. O salão emque durmo é todo forrado de seda, com lus-tre de outro e tapetes, onde os pés se afogam.São tantos os creados que a muitos, tenhopor estranhos e pasmo quando me pedemordens.

E quem lhe conta historias?.— Historias? Leio-as nos livros.

Quem o veste e penteia?A velha aia.Quem o acalenta, á noite, quando a

coruja chirria e o vento geme nas arvores?Reso á Nossa Senhora.Quando adoece, quem o cura?

Os médicos.E quando a tristeza entra em seu

coração, quem o consola?Choro.Levantando-se então, o pequenito e,

tomando nas suas mães as mãos do meninomilíionario, encarou-o compadecido com oslindos olhos arrazados d'agua...

Por que choras? Que tens? pergun-tou o menino commovido.

Choro de pena, porque nunca penseique houvesse no mundo outro mais pobredo que eu.

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O TICO-TICO - 30 — Mar. o — J92Ü

v-..\ ,-r-^r"*,

O

Cyro freqüentava um dos grupos escolares da cidade.Seu comportamento, sua applicação e freqüência ás au-Ias, contribuíram para que elle fosse classificado em pri-meiro logar entre os collegas.

O professor tínha-o em grande consideração, dedi-cava-lhe sincera amizade, e semüre o apontava como umexemplo, para ser imitado pelos outros alumnos.

Pertenciam á mesma classe dois meninos endiabra-dosr o André e o Vital, que não podiam vêr com bonsoihos a preferencia do professor pelo Cyro, e então, com-binaram fazel;o cahir ôa. grande estima que gozava.

. Como não podiam impedil-o de estudar e nem fal-tar aos seus deveres, tiveram a má idéa de accusal-o deum crime de furto.

Para executarem o seu períido plano combinaramo seguinte: — quando algum dos collegas pedisse licen-ça para ir beber água, um delles lhe tiraria o "lunch" eo esconderia; e quando o Cyro fosse chamado ao quadro,elles poriam o "lunch" no fundo da sua carteira e assim,quando fosse chegando a hora do recreio, cada um pro-curaria seu "lunch", e aquelle que não o encontrasse,faria, queixa ao professor, qu. provavelmente revistariatodas as carteiras, e iria encontral-o na carteira do Cyro.

O professor chamou alguns menines ao quadro e en-tre elles o Cyro; e os dois perversos aproveitaram a oc-casião e executaram o plano,

Na hora do recreio, um dos meninos, não achando oseu "lunch", fez queixa ao professor, e este perguntouaos meninos si poi brinquedo alguém teria escondido,ou mesmo por engano teria guardado o "lunch".

Ninguém respondeu; pois nenhum delles, a não seros dois endiabrados, tinha tocado naquillo que lhe nãopertencia.

Pois bem, disse o professor. Vejo-me obrigado arevistar todas as carteiras, e naquella em que eu o en-contrar, e o menino a quem a mesma pertença será pu-nido, seja quem fôr.

Professor! disse um dos endiabrados — eu nãogosto de aceusar meus collegas, mas quem furtou o"lunch" foi o Cyro!

Não levaivarás falso testemunlioE' verdade! disse o outro endiabrado, eú tam-

bem vi!O Cyro?!... repetiu o professor, é impossível!. .•:Impossível não, professor! procure na carteira,

que ha de encontra l-o!Que dizes a isto, Cyro? interpellou o porfessor.—Digo que é um falso que estão me levantando!Falso, não; disseram ambos. Elle está com ver-

gonha do que fez; pois não pensava ser descoberto.Como o rapaz não se movesse do logar, o professor

poz a mão no fundo da carteira e encontrou, de facto, o' lunch" procurado!

Um olhar de surpreza foi dirigido por todos ao Cyroe o professor deixou transparecer no rosto o seu profun-do desgosto. .,

Cyro! exclamou o professor, não quero crer que ti-vestes commettido essa falta grave, mas, infelizmente,as provas são contra ti! Vejo-me, portanto, obrigado apunir-te! Não apresentastes uma defeza!

Estou prompto a receber a punição, mas juro queestou innocente! jamais commetteria semelhante baixeza!

Um dos seus amiguinhos, não podendo se conforma1"com a aceusação que lhe parecia injusta, pediu licençaao professor e disse:

Eu tenho uma idéa para descobrir os autores desemelhante villania!...

Podeis apresental-a, disse o professor prompta-mente.

Aquelles que tiraram o "lunch" e estiveram comelle escondido até o momento de pôl-o na carteira doCyro, devem estar com as mãos engorduradas e cheiran-do a presunto e manteiga, pois o "lunch" é de pão commanteiga e presunto; e todos nós devemos apresentarnossas mãos ao professor, para serem examinadas, afimde que os verdadeiros culpados sejam descobertos e pu*nidos!

Immediatamente, todos apresentaram as mãos, ex-ceptuando os dois comparsas, que ficaram muito rertur-bados com a idéa aventada e o seu embaraço _oi logonotado por todos.

Não podendo mais oceultar a sua perfídia, os doisendiabrados confessaram o seu diabólico plano, dizendoque assim procederam por inveja que tinham do Cyro.julgando que, levantando aquelle falso, conseguiriam fa-zel-o perder a estima e consideração que mui justamentegosava na escola.

Os dois culpados receberam o castigo que mere-ciam e o Cyro foi abraçado pelo professor e por todos osamiguinhos.

Meninos! lembrae-vos sempre do "8o Mandamen-to da Lei de Deus!

- — "Não levantarás falso testemunho!"

LÊO PARDO.

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ti — Março — 1929 31 — 0 TICO-TICO

i *S^^JaiMraif**V

OHMf^SULTADO DO CONCURSO N. 3307

4 ¦ ¦«¦¦W---1

do Quartel n<\ 9, em Victoria, Estado do•¦Espirito Santo.

20 prêmio:

-„, °* ° seguinte o resultado final do con-¦-urso:

10 Prêmio:

HELOÍSA SOUTO LYRA

Cadroppa, Juarez Galvão Ferreira, JorjreManhães Porto, Moacyr Manhães Porto,Ecélo Capibaribe, Eeclesia de Assis. No-gueira, Marcello Homem de Bittencourt,Hermé de Mendonça e Srlva, José Para-'leda, Luiz Honorio Leite Cintra, FloraLeite, Raul do Couto Moreno, Dina Mariadas Neves, Lucilla Pires Ferreira, The-reza Christina da Cruz, José da Cruz eSilva, Ayrton Sá dos Santos, WillyMeyer, Antônio Rufino, Waldemar Mar-tins, Yedda Regai Possolo, Maria Noemia,Sampaio Góes, Maria Dias, Yolanda Dias,Ruth Machado Bastos, Antônio Figueire-do Proença, Rubem Dias Leal, HoracioBraun de Freitas, Egas Polônio José daSilva Mangualde, Cecilia Bohn Vieira, He-loisa da Fonseca Rodriges Lopes, Jordede Barros Barreto, Maria de Lourdes Mo-raes, Marcello Faria Maciel, Dryel Mar-lin, Olga Fonseca, Idalina dos Santos,Octavio Babo Filho, Elza Maria da Con-ceição, Jofíre Ruy de Assis, Ivan Antunes,

A solução exacta do concurso

G*5oí«-íoní',a*: — João Neves, Octavianoalvão, Ceha Vieira, Antenor da Bilva°sta, Alberto Vandestean, Amilcar Au-

|ust0 Pereira de Castro, Izaura Alves£osa, Edgard Portugal Alves Pequeno,f*.lv'ra Sevacellis, Yedda Regai Possolo,««ho Machado Bastos, Egilda Pino doscantos, Egaj Polônio, Jorge dc Barros"««•reto, Dalva da Silva Cordilha, Nelson~? Alvarenga Costa, Nilo da Silva Pes-oa, Carlos Carneiro da Cunha, José Vas-í??.Cel«os da Silva, Alberto Aguiar Re-í^-o, Arlindo Vakntim dos Santos Filho,¦^anoel Soares dos Santos, Benedicta Al-, e.s' Leda Pagani Felicio dos Santos, He-'sa Souto Lyra, Mary Lara, Simião Bar-^osa, Dyléa Pereira da Costa, Delaunay

cantos Moreira, José Barbosa, Albertondris Júnior, Jucy Apparecida Neiva,

paria da Gloria de Segadas, Vianna, Phe-'PPe Caporianna, Dirceu de Miranda Cor''na, Maria da Luz Soares, Willy Meyer,j£P'tacio Alexandre das Neves, Cléa Bar-j

sa> João Mello, Judith Guedes Marques,YSrn.ar Lopes, Djalma de Abreu, JoaquimJos-e M. P. Cintra, Lucy Ribeiro Sobra!,«eliç Picottis da Cunha, Lita Lopes, Joséa Silva Mangualde, Martha, Mourão Fer-az. Paulo da Costa Ramos, Gealdo Pas-, s Salustiano, Waldemar Ludwig, Oswal-

v° de Souza, Helia da Fonseca Rodrigues^°Pes, Alfredo J. F. Filho, Oswaldo Fer->?ro de Carvalho, Therezinha Gomes"raSa, Newton Silva, José da Cruz e Sil-7J- Ayrton Sá dos Santos, Albertina Ro-"a, José Athayde de Alvarenga, Oswaldo

V"*ayde Silva, Raul Athayde Silva, Joãor|^IlPpe Griesbarh, Hamilton da Silva* Costa, Antônio Alves Villela Sobrinho, iVen>lia Bohn Vieira.

JOAO MELLO

de 10 annos de idade e residente á Avení-da Salvador de Sá n°. 170, sobrado, nestaCapital.

RESULTADO DO CONCURSO N, 3310

Respostas certa:.*

I* — Viuva.2" — Carolina — Rosalina. -3» Por terem bandeira.,4" — Capote,5" — Regato.

Solucionistas: — José Vasconcellos daSilva, Mauricio Cibulars, Julieta Julianc

QUANTA DIFFERENCA FAZEMUNS POUCOS KILOS

Três a Cinco .Kilos dé bom tecido Muscular| Muitas vezes Bastam para que uma Pessoa Fraca :

e Doentia Fique Sadia è dè boa Presença ]Ha mezes que falámos nas vantagens para a saúde que as pessoas

magras e delicadas obteem eom o uso das Pastilhas BACAL.AOL DODR. RICHARDS; masnem os milhares de pala-vras que temos empre-gado, nem os maravilho-aos resultados que foramobtidos pelos próprios pa-cientes, podem dizer maisdo que expressam as•duas gravuras feitas pelonosso artista e que appa-recém nesta pagina.

Olhe para a senhoritado lado esquerdo. Esta.magra, triste e preoc-empada. E doentia e mur-cha como uma rosa aosol candente. Vê-se queella precisa das Pasti-lhas -BACALAOL. DODR. RICHARDS. Ora,veja a senhorita do ladodireito. Veja a differen-Sa que produzem unspoucos kilos! Esta se-nhorita é bella, robustae attractiva. Olhe para opescoço, bem formado eo corpo arredondado. Ea única differença entreas duas é representadapor uns poucos kilos decarnes firmes e sólidas.

A differença entre boa saúde e ma saúde, a differença entre a melan-colia e a alegria e, ás vezes, entre a vida e a morte mesima, são unspoucos kilos, mais ou menos, de carnes firmes e sâs. Deve V. Sa.

desde hoje a engordar uns poucos kilos. Observará logo acomerá melhor, trabalhará melhor. í

rugas prematuras; verá

ANNEIS-DEBAIXO30S OLHOS

/^**^V^*r^~ "t 5COÇOVT'1 «ACRO

11! 50 KILOS

1

Mamas, MAGRAS

Dl-HOSBRILHANTES

FACE CHE'*.*»E ROSADA

PESCOÇO¦BEM FORMA D*"J

a*'!*?"-"} "¦"'h-C'"-

,n\— \ 57 KILOS

Ãm PERNAS¦¦.FORMOSA*

'&e 9 annos de idade e residente á Praça

CO-

meçar desae uuj^ "¦ cusuraar uns poucos kiios. UDservara logo a diffe-rença. Dormirá melhor, comerá melhor, trabalhará melhor, e se sentirámelhor. Verá desapparecer as suas rugas prematuras; verá melhorar oseu appetite Quando começar a tomar as Pastilhas BACALAOL. DO DR.RICHARDS.

Únicos Depositariss: SOCIEDADE ANONYMA LAMÈIRO. — RIO

wtiyi><aittiiiiiiii>iiiiiBitiaiiiii)iiiiittiiitiai^ü>Wi>i^^

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O TICO-TICO

Judith Guedes Marquês, João Lui: Car-valho, pulce de Miranda Cordilba, EdmirVasconcellos Teixeira, Hamilton da Silvae Costa, Newton Silva, Gilberto S. Pe-reira, Waldemar Ludwig, .Benedicto Li-monge Neves, Aysne Fontes, WaldemarMartins, Wilson de Sillos, Gilka LuiziFonseca, José Vasconcellos da Silva, Mar-cio C. Leal, Emilia Garcia, Moacyr Vci-ga, Waldemar Schuch, Maria Amélia Yj-cira, Olga Santos,

Foi premiado o concurrente:

JOÃO LUIZ (carvalho

íe 10 annos de idade c morador á ruiJção Caetano n° 277, em Petrópolis, Es-lado do Rio de Janeiro.

CONCU-RSO N. 3.320

Para os leitores desta capital e dosEsiados TROXIMOS

Perguntas:

p — Qual a parte do corpo cujo nomeé formado pela pu-posição c pela con-tracção?

(2 syllabas)Odette Vieira

2' — Qual o accidente geographico queprecedido de uma consoante é parenta?

(2 syllabas)João Vicente Costa

3* _ Qual o accidente geographico quep nome de cidade portugueza?

(2 syllabas) A 'Laurmha Costa

4*- _ Qual a peça do vestuário cujo no-me é formado pela bebida, pela parta do:corpo e pela vogai?

(3 syllabas)Clarinha Mencics

•5» _ Qual a peça do vestuário que, em-bora sendo inteira, tem o nome de me-tade ?

(2 syllabas) • - ,Carlos Machado

As soluções devem ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assigna-das e acompanhadas do vale n. 3.320.

Para este concurso, que será encerrado

pílulas

Ç^j^P(PÍLULAS DE PAPAINA E

PODOPHYLINA)

Empregadas cora suecesso nas moles-tias do estômago, figado ou intestinos.Estas pílulas além de tônicas, são in-dicadas nas dyspepsias, dores de cabeça,moléstias do ligado e prisão de ventreSão um poderoso digestivo e regulari-Bador das funeções gastro-intestinaes.

A' venda em todas as pharmacias.Depositários: J. FONSECA & IRMÃO.— Rua Acre, 38 — Vidro 2$500, pelocorreio 3$0t)0 «-» Rio de Janeiro.

«<iwaBwW'»ii«a*^wy*»*^^sg/vv>*PARA A SYPHILIS E

SUAS TERRÍVEIS CON.

SEQÜÊNCIAS

USAE O

PODEROSO DEPURA-

TIVO DO SANGUE

ELIXIR DE NOGUEIRA00 PHASM. CaiM.

JOÃO DA SILVA SILVEIRAMilhares de attestados médicos e de

curadoslÍO annos de prcüiglosí

DEPURATIVO DO SANGUE

G - Marco - 1929

AS TOSSES, BRONCHI.

TES, CATHARROS DO

PULMÃO E FRAQUEZA

GERAL DESAPPARE»

CEM COM O TÔNICO"farlDOS PULMÕES

VINHO CREOSOTADODO PHAEM. CHIM.

JOÃO DA SILVA SILVEIRA

¦ ¦» i*ii.

no dia 1 de Abril vindouro, daremos comoprêmio; por sorte, entre as soluções cer-tas um rico livro de leituras infantis..

—_v. Al. A J TI i__nK__. —Br

_¦ •* ^\m P^

'f%* 3.320 ír~^^

Ut*^% \Jmu\.

MEU FILHINHO:

CÍMO-MI-U-I-NAEVITA OS ACCIDENTES DAda DENTIÇÃO «FACILITAa SAHIDA DOS DENTES.Sm todas as P/? a r/na c/as

mmANTI-ASTHMATICO— LOVERSO ~~

Preparado enérgico eseguro contra a asthmae bronchileasthmatica."0Antiaslhmatico Loverso"allivia instantaneamenteosaccessos de "Dispnéa"e é o único que cura ra-dicalmente a "Asthma" a"Emphysemae a Bronchi-te Asthmatica ou Cathar-ral".-Perfeitamente inof-fensivo, mesmo se usadodurante muito tempo.

¦h*i

im^m \

A' venda em todas as pharmacias

O vivo menino Isaias, encanto do 'arZalmen Scluldhret

O que nos escreve seu papae:

A' Companhia Nestlé — Caixa Posta'760 — Rio de Janeiro.

Illmos. Snrs Directcres

Em penhor do meu agradecimento, façoquestão de que VV. SS. conheçam, pe'0menos, o retrato do meu querido filhinhoIsaias, que foi criado com seu maravilhosoprodueto: Farinha Láctea ' Nestlé.

Essa criança está agora com íS ineze»de idade e pesa 12 kilos, o que não é pouco-

Remettendo-lhes a photographia do tncUIsaias. o meu intuito é dar-lhes uma vagaidéa de quanto seus esforços são''coroado»de êxito. Queiram acceitar pois oi ineusparabéns o sendo o que se me offereci*agora, subscrevo-me com distineta estiro3

Do VV. SS. Am». Att". Ogrd,Assignado: Zalmen Schildhret

Rio de Janeiro

A's mães cujos bébès não progndcrti,recommendamos qiie se dirijam á Coro*

panhia Nestlé — 12, Rua da Misericórdia— Rio, afim de receberem, gratuitamente'¦uma amostra de Farinha Láctea Nestlé «um interessantíssimo livro sobre os deve'res de mãe, assim como um brinde Parao pequerrrucho.

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6 -, Março — 1929 33 — O TICO-TICO

CONCURSO N. 3-3 21

Para os leitores desta capital E cos Estados

'/^m

Vocês estão vendo essa moça com umavasilha na mão? Pois está ella a procura"e duas gallinhas para dar o milho que«sta na vasilha. Mas onde estão as gal-«nhas?. Procurem os meninos e mandem-noslzer, para solução do concurso.

Para este concurso, que será encerradono dia n de Abril vindouro, daremos comoprêmios, de Io e _° logares, por sortedois livros illustrados para a infância.

di

As soluções devem ser enviadas á reda-JWo d'0 Tico-Tico devidamente assigna-tías, separadas das de outros quaesquerincursos e acompanhadas não só da de-claração de idade c residência do concor-rente como tambem do vale que vae pu-Hicado a seguir e tem o n. 3.321

»/V_fc_-\_©CONC10R«O

w-ç3.321

^2.; A MAE OeJ>^uv/"amâmeittar q

seu filho

Euxir GflWOOfiENOTonifica o organismo

e produz leite .

Formula ua Or.Miránoa Carvalho; fabricação de Silva Araujo o.ü»

O ÁLCOOLO álcool é o peor vicio que pode-

uos adquirir na nossa vida.E' elle quem tra. a infelicidade d.

um lar oceasionado pela terrível be-bida.

Os viciados no álcool, ou sejam osalcoólicos, vão se envenenando semsaber como, tomando essa temível ti-6ana que tanto mal nos fez.

Quantos pães, chefes de famílias,são corruptos nesse veneno, fazendo asmaiores loucuras, ao ponto de mata-tem seus próprios companheiros de in-fortunio, quando não espancam suaaesposas e filhou.

Alem disso, o álcool estraga o cere-bro do homem e as vezes deixa-osidiotas, quando não ficam loucos oupara fallar cousas sem importância.

Muitas vezes vêm a perecer victimasdo coração iúflanimado, fim dessaIcrrivel bebida — o álcool —.

ü alcoólico perde o appetite, torna-se Impertinente, de manhã tem vomi.tos, etc.

E tudo isto porque ?Porque decerto o álcool começa a fer-

mentar-lhe no estômago deixando-oqueimado.

Ao systema nervoso, o álcool maní-festa-se por um tremor, principalmentenos braços e é mais intenso de manhã,em jejum. .

O alcoolismo tambem pode ser ítere-ditario. Oa seus filhos são tambemvictimas desse terrível flagello, nas-ceudo geralmente com defeitos phy-sicos.

Para isso é que a LIGA PAULISTADE HYGIENE MENTAL organisou âSEMANA "ANTI - ALCOÓLICA" paracombater esse mal.

Batalhemos, pois, contra o ÁLCOOL!

Alberto Soares Falcão.

\ r @ v © ,GRANDE CONCURSO DE

SÃO JOÃO D'"O TICO-TICO'*

r-«~_Si cada sócio enviasse á Radio Sociedade urrra

I Proposta de novo consocio, em pouco tempo ella

| poderia duplicar os serviços que vae prestando aosque vivem no Brasil.

_4^^_\

L¦•..todos os lares espalhados pelo immenso territóriodo Brasil receberão livremente o conforto moral dasciencia e da arte...

RUA DA CARIOCA, 45 — 2' Andar.I^r^_>r^^-W-»--»/

UlMO11S II"lUL.A RAINHA DAS REVISTAS

EDITADA PELAS _. A. "O MALHO »»

Leiam CINEARTE,,

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O TICO-TICO .-.'34 — ü — Março — 1929

O CRIME E A JUSTIÇADizia o grande Rei Salomão que "o

ppeccado traz comsigo o seu castigo".Muita;- vezes, parece que o criminoso

triuhpha, e a victima clama contra'os des-tinos da sorte, que parece empenhada emservir aos maus.

Porém, a Justiça mais completa é a quedemora. Innumeras são as provas, comoa que vai adiante...

Debaixo de um cajazeiro, vivia tran-quillamente um pobrel. kágado, que se ali-mentava, no tempo das seceas, com a fru-cia madura que cahia da arvore.

Passou uma anta, que tambem gostavade cajás. E, sentindo-se mais forte, numlogar deserto, onde ninguém podia aceu-dir, entendeu reproduzir no sertão brasi-leiro aquella " fita" do lobo com o cor-deirinho...

Que está fazendo ahi, escondido de-baixo desta arvore?!

Eu não estou escondido, respondeu okágado. Ha mais de seis mezes que moroneste logar.

Pois agora você vai ficar aqui a vi-da inteira; mas ha de ser enterrado, fa-zendo companhia ás minhocas.

E dizendo isto, com as suas valentes pa-tas, a anta poz-se a pisar o outro, comosi estivesse pisando uva no logar, até queelle sumiu-se debaixo da terra.

Fartou-se o monstro de bôa frueta, edepois correu para a beira de um riacho,

.logar aprazível e fértil, onde fixou a suaresidência.

— Ainda que esse idiota não morra, di-zia ella comsigo, só pôde sahir da covadepois que chover; e até lá,.com o miolofraco que elle tem, já esqueceu que euexisto!

Chegaram as primeiras chuvas do ve-rão, e o kágado, achando a terra mollc,sahiu, e foi á procura da sua inimiga.

No lamaçal feito pelas águas, não lheera difficil perceber o rastro da anta, quesahia todos os dias para passeiar e fazer,novas maldade.

Devagarinho, devagarinho, lá Se foi ocheloniéio até á margem do rio, onde avis-tou a criminosa, dormindo á sombra deum enorme vinhatico.

O bicho, que tinha comido demais, ron-cava a valer; e parecia mais atolado nosomno que o kágado dentro do barro secco.

Este poude assim chegar bem perto, semser presentido; e, abrindo a bocca, agar-rou com toda a força a tromba da anta.

A dorminhoca deu um urro formidável.Mas o kágado não se assustou, e ficoupendurado naquelle appendice do focinho,que é justamente a parte mais sensivel dosnervos da anta.

A malvada berrou até perder as forças.E o kágado, acostumado a ter pachorrapara ficar immo\el, dias, semanas e me-_es, só largoj a anta depois que a viumorta, e bem morta.

Esta fábula, que Esopo esqueceu, é r.ar-rada pelos nossos indios.

A' anta, elles dão o nome de tapiira; eao kágado, chamam yáuti.

GEMMA D'ALBA

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R̂A Di"ENTEDr. Lustosa

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MÃESDAE A VOSSOS FILHOSLICOR -CACAU*Vermifugo de Xavier é o

melhor lombrigueíro porquenão tem dieta* dispensa o

purgante, nâo con-tém óleo, é gostoso

e fortifica ascrianças.

r„« exp-llir os

vermes in.e-tina-s.

que lauto mortandade

produz nas creanças.

__-

|/ ASSADURAS, FURUfiCULOS, f IIII BROTOEJAS, INFECÇÓES,

!\COn.CHÕES,ECZEMAS,PRURIDOS |^ DARTHROURRITAÇÓEScaPELLE |jj

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6 — Março — 1929 35 — O TICO-TICO

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SILVA ARAUJOA MORTE DA GRIPPE

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ÉNibb ruíl f

A' venda em todas as pharmacias e drogarias

Qrande Coocunrsode São João d*"0 Tico-Tico"

APPARECERA* MUITO BREVE.

'í-.êwêébÇ. H :

f

v :, ia.;,HOMENAGEAI DO

| " S A U D A G I N A S

ao Deus Momo

| Para ser cantado na musica Vorõnoff

Moços e velhos paulistanosEis o tônico Saudagina

Fortificante PoderosoUsado até por colornbina

CoroQuem quiser festejar a MomoGozal-o em toda plenitudeDeve usar sempre Saudagina

Que dá belleza e juventude

g 'ia, ra, lá, lá, Ta, ra, lá, lá,

Prazer próprio da mocidade

E dos velhos que tem saude

Só devem usar SaudaginaQue dá belleza e juventude

= Ta, ra, lá, lá, Ta, ra, lá, lá,

Moços e moças que namoramCujo triumpho é a pelle finaDevem por isso usar apenasO incomparavei saudagina

íbis)jj Coro — Quem quizer etc.

jj Vamos, pois, festejar a Momo

g Em toda a sua plenitude

j Pois usemos Saudagina

I Que nos dá força e juventude(bis)

g Coro — Quem quizer etc.

llll!l!lilll!liiill!!!M

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AS AVENTURAS DO CH\QU\NV\0 UM SONHO; 'Chiquinho an da v aimpressionado com oCarnaval e uma noitesonhou que estava con-certando um pequenobarco. Como todos sa-bem, Chiquinho gosta-va muito do mar e sa-bia nadar muito bem.

pig'¦¦'">

Terminado o concer-'to do barco, pol-o an3do foi-lhe fácil e jus-tamente, com Benja-mim e Jagunço parti-ram com uma vela un-provisada — um lençole uma vara.

bsb mmÈm—n mir ^ i\mmmmWÊÊtm 'KvssB ÊÊ

iivmwí^*^^ti©llW^S^ ^^B ¦/liai liaI W- 'Mimm^m^ia.. ?¦ ^S^/ M III! I IR•-KW' W/fiJ/JJBb—--lHÍH \ H-OvQF ^"^-^^ mW £mm*mmmmmmZMi 1

No melhor do pas-seio Chiquinho sentiuque alguma cousa roça-ra no barco e depoisviu que era o cadáverde um boi que lançaratia seu encontro

—-y

Quiz gritar, mas, sen-tiu-se abafado e... ac-cordou. Parecia - lhevêr ainda o boi morto.Sobre o seu lavatorioainda havia uma mas-cara de boi como lembranca do Carnaval.