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¦ ^ ¦ "1 ~W" 7—m- s—>* r^. [Photographias, vistas instantâneas, desenhos e caricaturaREVISTA DA SEMANA
mmimmm. dr c^^Dím*Iial-lllustrada" do JORNAL DO BRASIL° MEWDES " R^o^efe,DB.FERHAHDOHEHDESDEALMElDA - D,reo«or-„ohnl.,p flASPAR DE SOUZAAnno II. - X. 53 (16 paginas)5 7
DOMINGO, 19 DE MAIO Ntimeío: 3oo róis
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434 — N. 53 REVISTA DA SEMANA 19 de Maio de 1901
HOMEM DE PALAVRA
#Tm rapaz muito conhecido, que tem muito mais*-*»¦ bom gosto que dinheiro, está na loja de unibric á brac, enthusiasmado diante de um contadorde páu santo com embutidos de metal.
E' muito bonito movei.Gompre-o.
E' muito caro, com certeza.Nãoé.Quanto quer você, por elle?Vinte libras.E' muito caro.Não é, não senhor, porque vale muito mais.Pois bem: compro-liro mas com uma con-
dição.Diga.-Dou-lhe já doze libras e fico-lhe devendo o
resto.Perfeitamente, de accôrdo. Está feito o ne-
gocio. E' seu o contador.O rapaz mette a mão na algibeira, dá-lhe dozo
libras, manda dous homens pegar no cortador elevar-hYo para casa. ,',-.. . ,
Passados dous mezes o dono do bric a bracvae á casa do freguez do contador. >
O rapaz recebe-o muito bem, com toda amabi-lidade: offerece-íhè vinhTr^e--Por4^xl^
O homem bebe, fuma, muito compromêlíTdõrsem se atrever a dizer o motivo da sua visita..
Então, o que o traz por cá, meu amigo? per-gunta-lhe o freguez, vendo que o homem estava láha mais de uma hora sem atar nem desatar.
Eu vinha... balbuciou o homem atrapa-lhado. fi*!.
Vinha... repete ofreguez, animando-o a pro-seguir.
Vinha... por causado contador.
Do contador?, Ah !chegou cá perfeitamente.Mandei-o limpar e está lin-dissimo.
Ah! está? torna ooutro desconcertado.
Está e fica muitobem no meu gabinete detrabalho. Venha cá vel-o.
Náo senhor... semincommodo.
Não in com modanada, venha, insiste o fre-
fuez, levando-o ao seu ga-
inete de trabalho.E, parando com elle
defronte do contador, dis- ,se-lhe:
-r- Ahi o tem! Hein!Conhece-o ?
Sim, senhor, estámuito bom.
E' um lindo movei.E1, é, eu bem lhe
dizia....E não foi caro,
francamente, não foi caro,confessa o freguez.
Não foi, não se-nhor!. ataca logo o homemdo bazar e é precisamentepor causa disso que eu cávenho.
Que? Querem vêrque está arrependido dem'o ter vendido? Pois meuamigo, esteja ou não es-teja, o que está feito estáfeito.
Não é isso, não es-tou arrependido, mas ve-nho cá por .causa dá con-tinha.
Da continha ?Sim, para ver si
meu amigo me pôde pagaras oito libras que me ficoudevendo.
As oito libras,! Masentão o senhor não selembra do nosso con-tracto ?
Lembro-me perfei-tamente.
Que foi que eu lhedisse ?
Disse-me que medava logo doze libras eque me ficava devendo oresto.
Exactamente e osenhor disse-me que sim.
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DR. ALVÀRO TEFFEFundador e ex-proprietario dá REVISTA DA SEMANA
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E' claro.., acceitei o contracto, mas o meuamigo ainda não me pagou o resto... e já lá vãodous mezes.
Não paguei, nem pagolNão paga?. — Já se vê que não. Que ajustamos nós? Pa-gaivlhe doze libras e ficar-lhe devendo o resto, não
Cassim?Sim, senhor.Paguei4he asdoze libras ou não paguei?,
-- Sim, senhor, mas o resto?O resto combinamos íicnr-hYo eu a dever,
o si lli'o pagasse não lho ficaria devendo e fal-líiria ao nosso contracto.
í»ervas'o Lobato.
ALMA EM FLORE' do sonhado bem que nasce a fantasia,|ii a alma triste transforma em vivido arrebol
K faz surgir na treva immensa da agoniaOfulgor ideal de um novo e eterno sol.
Tal no bruto rochedo a flor que brota esguia,Qfructò alimentando em tepido chrisolO amor faz renascer em delicado escolA gemma rutilante é azul da poesia.
Alastra-se no monte a semente que medra:Alli nasce a hera nova. E em cada novo fruetoVem o germen vivaz que rebentou na pedra...
TambenTn;o~líumãno peito onde floresce apãlmã-Do ambicionado amor, como em rochedo bruto,Á alma rebenta em flor e a flor rebenta n alma!..
Alfredo Brito.
CURIOSIDADES
0 actual proprietário e continuador da REVISTA DA SEMANA
Is naturaes da Thu-ringia, na Allemanha,
usam'pão de batata paraalimentar os cavallos, es-
, pecialmente quando estestrabalham muito, ou quan-do o frio é muito intenso.A batata alimenta muito oscavallos econserva-os síose fortes.
V _. Um medico italianoaffirma que as enguias temtanto veneno como as vi-bòráss Mas, não tendo col-milhos não podem ino-cular o veneno.'-í— O sòmno abundanteé indispensável ao desen-volvimento physico- Con-vem dormir : — 12 horaspor dia até os 4 annos; 11até sete; 10. até dez; 9 atéquinze; 8 até vinte e d'ahiem- diante sete horas.
Em cada 13 milli-metros de superfície, ha293 fios.de Cabello na ca-beca; 39 na barba e 19 nascostas das mãos.
— 0 cérebro de umidiota contem muito me-nos phosphoro do que ode uma pessoa de bomjuízo. 0 primeiro eclypseda Lua de que se tomaramnotas scientiíicas foi o queos Chaldeus da Babyloniaobservaram a 19 de Marçode 729 A. C. ¦
0 ar das monta-nhas, a 2 mil pés de altura,está livre de micróbios, senão houver vivenda pro-xima.
0 quadro de autormoderno pelo
fqual se tempago maior quantia é on. 1814, de Missonier, oqual foi adquirido, ha an-nos, por um francez, me-diante a somma de réis1.500.000 francos.
O parlamento maiscaro do mundo é o daFrança. O Senado e a Ca-mara custam annualmentesete milhões e meio defrancos.
Y. Z.
,19 de Maio de 1901
A SEMANA EM REVISTA
Passa radioso o pri-meiro anniversario da Re-vista da Semana.
Desvanecidos registra-mos esse facto; é umaprova do nosso esforço, dodesenvolvimento da nossaactividade, da nossa cora-geme dedicação e do de-sejo de bem servir, aper-feiçoando dia a dia, me-lhorando o mais possíveluma publicação que nestemeio, minado de desanimo,saturado de indifferen-tismo, tem merecido ofavor publico, o concurso,o apoio dos que sabemquanto é difficil e penosomanter uma folha de fei-ção puramente artística.
Quanto isso nos temcustado; quantos obstacu-los temos arredado, parachegar a esse resultado^sabemol-o nós; sabem osque conhecem a vida dojornalismo, as suas agru-ras, os sacrifícios que elleexige.
A Revista da Semana,entrando no segundo annode existência e uma con-quista legitima da nossaperseverança e da crençaque alimentamos de con-seguir fazer uma folhaillustrada, melhor quemuitas das publicaçõascongêneres da America eEuropa, e única no Brasil.
ET, para nós, uma datamemorável o dia 20 deMaio; sentimo-nos com-pensados; esquecemos asacerbas contra riedades;sentimos pruridos de ale-gria a espancar o tédio, ocansaço, ao vermos queesta publicação floresceem terreno ubertoso e quevive e viverá, realisandouma das nossas aspiraçõesmais ardentes.
E o que lhe falta paraque viva; para que mereçao favor publico ?
Os acontecimentos dasemana sahem da vulgari-dade e são aqui realçadosem illústrações: os acon-tecimentos políticos, so-ciaes; os factos scientificose industriaes, vém para assuas paginas em nítidasgravuras.Ora, é o facto sensacio-nal que preoccupou o espi-rito da população por lon-gos dias; o crime e seusagentes que apparecemnestas paginas, reproduzi-dos com fidelidade; ora éo trabalho de um artistade mérito, a medalha, oquadro, bem tratados, fei-tos a capricho; ora é ore-trato de homens notáveis,illustres pelo saber, úteis;a galeria de artistas enri-
REVISTA DA SEMANA 435 - N. 53
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quecida em todos os nu-meros; o texto leve, deli-cado; a noticia, a chronica,o conto litterario, o versocorrecto, a anedocta limpa.
Surgiu como uma es-Eerança,
essa tentativa; éoje uma realidade a Re-
vista da Semana.' E, lá vae um anno!Atravessamos tresen-
tose sessenta e cinco dias,ás vezes oppressos pelaamarga agonia da duvidaa nos assaltar o espirito:viverá ?
E voltávamos á luta,mais activos, enérgicos econvictos do êxito, aftas-tando as sombras que pu-dessem turvar o horisontedo nosso ideal; affervora-dos trabalhamo.s, traba-lhamos sempre, sem nospreoccupar com elemen-tos adversos e fomos ven-cendo, vencendo tudo, atéter a sup emacia.
Temol-a. Estamoscompensados.
Isso,porem, comquantonos desvaneça, não nosempolga para que, vivifica-dos, não procuremos attin-gir ao máximo aperfeiçoa-mento material e artístico.
Não nos deixamosdominar pela vaidade queatrophia; queremos valer)elo que somos, pelo queázemos, encarnando o tra-)alho, valorisando o meri-o, sem que sintamos as
impressões que esterili-sam e que desalentam.
Passa radioso o pri-meiro anniversario da Re-vista da Semana '; isso nosdesvanece!
Sabes? 0 Andr'é,coitado, desde que deua queda ficou (meioidiota.
Que felicidade)!...lucrou 50 por cento.
Como ?Elle antes ejra
idiota de todo !
Como é isto? Teutio tinha as barbas quasibrancas e hontem vi-ode barbas pretas?...Foi depoismorreu minha tia:luto até nas barbas
quepoz
Um typo jantanum hotel e raro é oprato em que não encon-tra um cabello.
Ao déssèrt pergunta-lhe o criado:Que sobremesa
quer ?Queijo ... mas á
esco vinha.
V v\ jftv
RAOCL DE MVERY(38)
OS ÍDOLOSVIII
NOVA DESGRAÇAEntão, meu irmão está per-dido, perdido sem recurso?Acreditava, disse com escar-
neo Rato de Adega, que contava coma justiça de Deus?A elle me submetto, respondeu o padre, masnão o interrogo.
João Machú parou.Escute, disse-lhe, mais longa conversa entrenos, não daria resultado algum, jurou callar-se,cumpra a sua promessa.Jurei callar-me diante da multidão, diantedas autoridades, diante dos juizes... mantive estejuramento, na força de minha angustia; de meumartyrio. Não prometti deixar de appellar paraaqueíle que tem o poder de relevar-me do jura-
mento. Escuta, João, é necessário que a religiãoque professo e ensino seja bem grande e sublime,para eu obedecer como faço, aos seus dictames.Pois bem, em nome dessa fé, em nome de meu Deus,prometto-te o esquecimento, o perdão de meu Di-yinp Mestre e até a indulgência dos homens. Meuirmão tem vinte annos! Possue um nome respei-tavel... minha irmã Sabina é um anjo! Todos es-tamos deshonrados, perdidos por tua causa! portua causa!
Sim, còmprehendo, disse João Machü, pormim, o galé evadido, o cavallo cansado... aquelle
Sue a justiça agarrará qualquer dia, a propósitoe novo delicto... aquelle que tendo passado pelacasa de correção, pertence de ante-mâo ao cada-
falso. Pois bem! é por isso mesmo, talvez, que euprezo tanto os poucos annos, mezes ou dias,que merestam de vida. Tenho hoie mais dinheir » do queem qualquer outra época da minha vida, quero go-zal-o, abarrotar-me na orgia, espojar-me na opu-lencia como um cevado! Depois, a guilhotina faráde mim o que quizer, e então será a hora de merecordar as suas choradeiras. Até lá, ao largo, se-nhor padre, parece qüVnâo me conhece!
Sulpicio agarrou-se com as duas mãos á roupado miserável.
Ah! talvez me expressasse mal, no que tedisse... não comprehendes a minha angustia, a
luta interior que me espedaça, que me suffoca.Piedade! misericórdia! Escuta, não me lembro quefizesse algum mal na minha vida. Vivi para os po-bres e para Deus! Pois bem, estou a teus péseu te supplico e choro... dá-me a vida de meu ir-mão, dá-me a vida de meu irmão...João Machü procurou escapar ao aperto do
padre Sulpicio, mas o infeliz padre, comprehen-dendo que talvez nunca mais deparasse uma ocea-siáo egual, agarrava-se a seu braço com a enereiado desespero. °A cólera do antigo galé combatida pela admi-ração e piedade, vèhçéu em breve estes dous sen-timentos tão oppdstòs á sua índole. Cessou de verem Sulpicio aquelle que o protegia pelo seu silen-cio, para só ve.r o inimigo de seu repouso.Deixe-me! gritou, estou vendo sangue di-ante de mim ¦
Meu irmão! repetio Sulpicio: misericórdiapara meu irmão!
João MachiV firmou-se solidamente nas pernase, com um brusco movimento, lançando-se súbita-mente para traz, repellio Sulpicio com toda a forçamuscular dos seus punhos e o padre cahio comtodo o seu pezo sobre a calçada.Fendeu a íabeça de encontro ao parapeito docães e o sangue sahio em borbotões da ferida.João Machú fugio a toda pressa. (Continua).
-436 3ÉL N. 53 REVISTA DA SEMANA 10 de M\io DF ]*>01
Ofticinas da RE VISTA DA SEMANA, edição ttHÉÉÉÉÍiÉMMMMM^MK
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Edifício onde funccionam as offlcinas, á rua do Lavradio n. 150 Direcção technica
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Salão dat offlcinas de composição, impressão e montagem de clichês Atelier e câmara escura do repórter photographico
19 df Maio de Ivftl REVISTA DA SEMANA 417 - V. 5ò
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Atelier photographico Secção, de photogravura, similigravura e laboratório chimico
**/* IfTr*^ ^ ^i^/r'T*B BM¦sr^Rrf^' \ > '^^'^^«'¦ip^^^^Rfl• w^ífl< i%S$I I
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ISeççãp de chromo-photogravura e mise-en-train
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Machina Voirin, especial para impressão de photogravura e chromos,e que fez parte da secção de machmas da Exposição de Paris em 1900
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Secção de zincographia e photozincographia
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Sala do motor, brochura e preparo de madeirapara clichês
fHRONICA DA ELEGÂNCIA
Paris, 27 de Abril de 1901.
4-J Faculdade de Medicina desta cidade acaba deJ-^ publicar o relatório de seus trabalhos noanno próximo (indo.
Desse documento se evidencia que foi de seteo numero de fráncézàs que alli obtiveram diplomasnaquelle anno, o que corresponde perfeitamente á
i media dos trez annos anteriores, demonstrandoque o amor á sciencia continua a fazer proselytasem todo o paiz.
Mas, o numero de diplomadas estrangeiras (quesubio a vinte e sete,) denota uma baixa que assustouos doutos membros da corporação e é largamenteestudada e commentada.
Diz-se que o programma do estabelecimentonão corresponde ás aspirações, por falta de_certoscursos especiaes de que fazem questão quasi todasas estudantes estrangeiras.
E é assim que o numero de alumnas russas,
gregas, turcas e rumaicas decresce todos os annosna Faculdade de Paris, ao passo queaugmenta nasde Berlim e Vienna.
O remédio é muito simples e foi indicado no ai-ludido relatório.: Alterar o programma dos estudos,dando logar aos cursos reclamados.
Mas, do simples projecto á realidade da re-forma, com a lentidão com que marcham na Françacertos ramos da administração publica', quantosannos poderão ser contados?
perE esse lapso de tempo não bastará para fazer
•der o habito de vir estudar em Paris?»
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438 - N. 53 REVISTA DA SEMANA t; 19 de Maio de 1901
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BaT mB BFvffa^-^SÍaBfl BffTa?^
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. w*^foffiS$&i^| a^ffafl
Secretaria da Redacção Escriptorio
Uma costureira de um dos maiselegantes ateliers de Paris trabalhoudurante dez uimoS; 2om uma mesmaagulha e, ao cabo deste tempo, jul-gando que era o caso de dar-lhe des-canso, promoveu entre suas compa-nheiras uma festa, a que logo se as-sociaram os proprietários do estabe-lecimento.
A agulha aposentada foi submet-tida a um processo especial que nãoconsente que enferruje e collocadanuma vitrine ao lado de um cartão deprata que narra a sua historia, comas datas respectivas e o nome da pro-prietaria.
Esta, por sua vez, teve de seus pa-trões uma gratificação diária supple-mentar, como recompensa ao zelo eeconomia que demonstrou na conser-vaçâo do pequeno utensílio.
Coliiietie.
Raul- Disseste-me que teu primoé nobre!
Sim, senhor, é de Bourbon.—¦ Da íamilia de Bourbon ?Não, da ilha.¦WWNVí—»-
AMOÍÍ ETERNO
VÁ ra obrigado a aquella viagem-"-j* afim de concluir por uma visitaaos hospitaes de Paris, Vienna e Ber-lim os seus estudos de medicina,ouvindo as prelecções dos grandesmestres, assistindo ás experiênciasda sciencia nova, comparando osprocessos e completando o cabedalnecessário a sua clinica.
Antes, porém, de partir tinhanecessidade de assegurar a paz deseu coração, obtendo delia a solemnepromessa de que o amor que os pren-dia um ao outro, não enfraqueceriapela ausência.
E, entre as lagrimas da despe-dida, ella ainda uma vez jurara aeternidade de sua affeição, declá-rando solemnemente:
— Ou tua ou de mais ninguém!II
Quando elle voltou, passadosdois fjinos e alguns mezes já a en-contv u casada e mãe de três filhos.
C *mor eterno durara quarenta e cinco dias!..h ínos duram as rosas.
Felp.^"^^*^^*** ^^Q&^f^ ^^^^t*—^**
G AS AS DE GELO
Fs habitações de inverno dos Esquimós sãoccnstruidas de gelo, e, por mais impossível
3ue iss« pareça, são muito commodas e abrigadas
o frio. Nós vimos, diz Franklin, na sua Viagem aomar do polo, um Esquimó edificar uma dessas ca-
Kfla^aty. ~;':TJr~~~'-,-"¦¦;¦-:/ ¦¦-;;; y.rv—,,-:---ví--^^r——-,—,....™~-: ..._,._ . ,.,»., -—vmgHSjjSma
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O Esquimó foi empilhando-as,umas sobre as outras, á maneira depedras de cantaria, seguindo a linhacircular que havia traçado e dispon-do-as de tal modo, que a parede queformavam ia ficando um pouco incli-nada para dentro.
Tendo chegado com a parede áaltura conveniente, começou a fechara casa com pedaços de neve cortadosá maneira de cunhas, o que formouuma espécie de abóbada, abatida, ser-vindo-lne de fecho um pedaço de gelode fôrma conica. Ficou a casa comoitojpés de altura do chão ao tecto.
Em toda essa construcção traba-lhou ó Esquimó sempre da parte dedentro; e com tal arte cortava cadapedaço de neve e o assentava, que fl-cava logo fixo, sem ser necessário se-gural-o, até que lhe assentasse outraem cima.
Acabado de cobrir o edifício, dei-tou lhe o architecto por cima algumaneve solta para tápar-lhe todas asfendas e depois abno na parede umaporta baixa e uma fresta.
Passou logo a fazer os moveis,começando por uma espécie de leitoòu tarimba, feito egualmente de ti-ras de neve e mui bem esquadri-nhado. Estendeu-lhe por cima umacamada de vergonteas e ramos tenrosde arvores, para aue a neve sé nãoderretesse com o calor do corpo.
Em cada topo desse leito levan-tou um grosso pilar de neve para nel-les pôr as luzes.
Com um pedaço de gelo delgadoe transparente fez uma espécie de vi-draça para tapar a fresta e por fimconstruio um alpendre junto á portapara a resguardar da chuva.
A alvura do material de que oedifício era construído, a elegânciado seu feitio e a transparência da pa-rede que deixava penetrar uma bran-da claridade, lhe davam uma appa-rencia superior a qualquer edifício dejaspe; e,olhando-se para esta simplesobra de um selvagem, não se pode-ria deixar de sentir a mesma admi-ração que produz a vista de umtemplo grego de mármore construídopor Phidias, porque ambos são obras-primas da arte e inimitáveis no seugênero.
PROJECTO DO EDIFÍCIO DO « JORNAL DO RRASIL»
sas como vamos descrever. Tendo escolhido umsitio junto ao no, onde a neve tinha quasi dous pésde grossura e estava bastantemente compacla, co-meçou a sua obra, traçando um circulo de 12 pésde diâmetro. ¦A neve que ficou da parte de dentro desse cir-culo íoi cortada com uma espécie de faca larga emtiras de três pes de comprimento, meio pé de lar-
gura e duas pollegadas de alto, que era a alturaque tinha a neve. Essas tiras tinham bastante con-sistencia para poder ser movidas, não só sem seesmigalhar mas até sem que lhes quebrassem asarestas.
. Passava pela rua um negro mon-tado em um nurro branco.
Olha o negro, diz um transeunte, como vailampeiro em cima do branco.
O negro poz-se a rir e respondeu:Quem manda o branco ser burro!
Entre tio e sobrinha:O que lés que tanto absorve a tua attençâo ?E' um livro que papai prohibiu á mamãe quelesse.E enlão tu?O livro é prohibido ás senhoras e eu ainda
sou uma menina..
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19 de Mato de 1901 REVISTA DA SEMANA | i|f '-"439 -#53"^NI
iAPRECE
(QUADRO DE A. PARREIRAS)
quadro «A Prece»., que hoje re-produzimos, foi executado em um
anno. Os^ ej?t_u_o_i4mi!aia-sua-couf^ç^^foram feitos em Vargem Alegre, Es-tado do Rio, em 1899, no período dedous mezes.
O excellente e impressionante qua-dro mede.4 metros de comprimento por2,70 de altura.Vae ser adquirido pela Gamara
Municipal, de Nictheroy, cidade ondenasceu o. illüstre pintor brazileiro, pelaquantia cíe 10:00Ü$ÜU0.
A pintura foi executada em excel-lente tela ingleza, de um tecido espt'-ciai de puro Unho, sem emenda ai-guma.
Representa uma extensa campinade milharal secco; longa estrada derodagem, branca, poeirenta, atravessa oquadro em longa diagonal, que vaedesapparecendo na linha do horisonte,onde se «vè uma matta esbatida peladistancia.
Domina no quadro a linha diaço-nal e dahi a extraordinária perspectivaque elle olíerece. Essa linha, que se re-pete diversas vezes na composição, jános signaes deixados pelas rodas doscarros que passaram, já no contornodo campo de milho, é attenuada poroutra, também diagonal, correndo emsentido opposto e produzida pelo troncoque se vê no primeiro plano.
As linhas de composiçáo são deuma simplicidade extrema, como se oautor procurasse assim dar a nota degravidade que predomina em sua pro-ducção, nota ainda mais sentida pelaentonação desmaiada, pouco viva, fra-camente illuminada pela luz diffusa deum desses dias de Setembro, envoltoem no voas.
Uma só ligura tem o quadro, figurasimples de caipira, quasi no primeiroplano, medindo 90 centímetros.
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Parado em frente á cruz rústica,em attitude de quem óra fervorosa-mente, o caipira, pode-se dizer, é aalma da majestosa pintura, Tudo seconcentra neíle, como se as linhas fugi-tivas de toda a paisagem convergissempara elle e como se o ponto principalestivesse localisado justamente onde seergue a figura.
De perto nota-se que o quadro édetalhadamente trabalhado; de longe,esses detalhes fundem-se e formam umtodo harmônico, que a todos impres-siona.
E' uma tela digna de figurar entrea dos mais celebres pintores estran-geiros. v{ '.:¦}¦:
V
I[M
.1' -iA VENTANIA
(guadrode a. parreiras):'; . - ¦' »3».,«
H,ste quadro foi pintado na bahia ||"-"-^ Cabral ia, em 1898, quando A. Par-:mreiras encarregado pelo governo dé de- Wcorar o Palácio da Justiça foi a Porto MSeguro fazer os estudos para os pai- fneis decorativos sobre a descoberta doRrasil. I
Mede 1 metro e 50 de comprimento |por 1 de largura. fl
Representa uma parte da bahia Ga-||bralia, batida pelo temporal. i
Domina nesse quadro um effeitolsombrio. ij ( J
A preoccupação de A. Parreiras fo.i|dar-lhe o maior movimento possível. #
Tem sido classificado por tpdp||como um. dos" primeiros da exposição!
ü /»'-.
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lü ANNIVERSARIO
Elle, que tom tendências para* jidéas conservadoras, almoçava ostra*Uni amigo chegou-se e perguntou-lheMas que é isso, sÕ comes ostras
Que queres? Se estou condei,itiíln nn nefracifimnnado ao ostracismo
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fe%^^fe^::v^'jf;^::i;^^-?-:^ -:^.^/^^^':---.'-^-^^^'-r :;-j
PIIRASES CELEBRES '— De Manuel Bkrnardes. — A mLJama — Psit! O' Cazuza ! Você já não- se lei
bra da gente ? Olhe,.,. eu sou aquella .,. " *' ,..-O madamo — Fois eu já não sou aquelle . ..II — De Pinheiro Chagas. — A pequena (para o marmanjola) Criança ! Sabes $n o f
é o amor ? Lago que a brisa encrespa e já se julga oceano !... %,
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REVISTA DA SEMANA 19 de Maio de 1901
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QS THEÀTROSfim da semana passada e o começo desta fo-ram férteis em novidades theatraes.
Tivemos no Àpollo a Zazá, a excellente peçade Pierra Berton, uma das obras primas do thea-tro moderno, na qual Lucilia Simões deu aindauma vez eloqüente prova de seu pujante talento ar-tistico.
A associação artística do Lucinda deu-nos aCulpa dos paès, também uma bella peça que Fer-reira de Souza, Eugênio de Magalhães, GabriellaMontani, Lucilia Peres e outros interpretaram combastante galhardia.
Nada menos de duas reprises da Cabana de PaeThomaz, uma no Recreio, pela companhia que di-rige a archi-graciosa Pepa Ruiz e outra, no S. Pe-dro, por uma sociedade de amadores.
Um outro grupo destes deu no Sant' Anna oAmor de um padre ou a Inquisição de Roma, deBurgain.
E, como se tudo isso ainda não bastasse, tive-mos novas estréas no Moulin fíouge, estréas novasna Guarda Velha, o Colyseu Theatro abrio-se soba direççãó do popular Machado e continuam func-cionando regularmente o Parque Fluminense e oFilies Bergères.
Ha para todos os gostos.P.
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Para Jioj e_apresenta mos:charada novíssima (Aymorè;
2.—1 — O quadrúpede:de-perto avista o instrumentoCHARADA EM PARAGOGE (D. Lobão)
3—2—Este rio corta a cidade brasileira.CHARADA CIGANA (Arioslo)
2—3—4—Cidade dum Estado do Porto.
Pòra commemorar o meiojcentenario de prcque hoje completa esta secção, escolhemos o-nêllissimõ-três lances de La/s, que ha alguns annos, tanto deuque fazer aos solucionistas, quando publicado nesta Ca-pitai. %
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TORMQUETESOLUÇÃO DO PROBLEMA N. :37
Quando acaba de viver. .*'¦PROBLEMA N. 38
Porque é que todos comem ?Archiiaaedes Júnior.
' '¦ ' '¦¦¦'""*' ,'' '•' ¦ ¦•¦ 7'*v ; ¦ -x -¦*¦"¦'-'
XADREZPROBLEMA N. 50 — dr. luiz soares (rio)
¦/Pretas (4):'
Segundo nos informam acaba de ser estabelecidona rua dâ Assembléa n. 92, um centro enxadrista, ondea exemplo do celebre Café da Regencia?de Paris, po-derão os amadores se degladiar, mediante uma pe-quena contribuição por partida.Não conhecemos ainda o local, mas pelo que nosasseveram, as dependências destinadas ao xadrezacham-se satisfáctoriamente apparelhadas. *
E' de, todo louvável a reaíisação da idéa, pois nãosó ha de contribuir para o desenvolvimento desse no-bre passa-tempo, como supprirá de algum modo, afalta de um club de xadrez no Rio de Janeiro.
Toda. a correspondência deve ser dirigida para aredacção do Jornal do Brasil, á rua Gonçalves Diasn. 54, «Secçâtl de Xadrez ».Heibas.-
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RECREAÇÕES
As soluções dos problemas publicados no nosso nu-mero passado são as seguintes :
Da charada novíssima, Botina; da charada bisada,Cometa — Cota: e da charada cosmopolita, Ana — Anas.
Consuelo, Telleitemo, Vampiro, Juracy, Surico, De-janira e Golias solveram todos esses problemas; Pan-dorga, Condor, Mathias de Pinho e Estanislau osdous primeiros; Hortencia, Salvatus e Hidalgo os pri-meiro e ultimo ; Lucylia, Dr. Sabido, Vanguarda e Qüidos dous últimos.
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A SUL AMERICA
Brancas (7) —- Mate em 3 lancesMWWVtfl
Solução do problema n. 48IR 6 B5B(x)2R6Bete.
2 D 6 B (x) etc.
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Resolvido pelos Srs. Lafs, Theo, Alffer, Dr. C. L,Silvano, A. de Oliveira e Salvio.
Do n. 47, solução recebida de Augusto Loup.
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19 de Maio de 1901^
REVISTA DA SEMANA 443 _- N.53
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444 N. 5.1 REVISTA DA SEMANA 19 de Maio de 1901
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19 de Maio de 1901 REVISTA DA SKMANA 445 __ N. 53
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446 — N. 53 REVISTA DA SEMANA 19 de Maio de 1901
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O aaovo prédio da casa Laem-mert, levantado aao mesmo pontoonde existia o antigo, é um liei Iospecimen de architectura que muitose salienta na rua do Ouvidor.Coaasla de três andares ou quatropavimenlos, do qual o ullimo érecuado de três metros, não ap-parecendo, portanto, na gravura.A 2a gravura apresenta o inte-
rior da loja, no primeiro pavimeaito, vistoda rua. A armação é toda de canella efeita a capricho, sob a direcção immediatade um dos chefes da casa..
A livraria Laemmert, fundada em1835 pelos irmãos Eduardo e HenriqueLaemmert, é hoje um estabelecimentoque honra a nossa pátria e muito temcontribuído para o desenvolvimento dalitteratura, editando milhares de obrassobre todos os ramos da actividademental.
Ha alguns annos acerescentaram aonegocio o ramo de papelaria, no qualapresentam o que hade melhor fabricadona Europa e nos Estados Unidos, comgrande variedade de papeis, objectos deesçriptorio, desenho e engenharia.
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19 de Maio de 1901 REVISTA DA SEMANA 447 -- N. 53
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Estabelecimento imicono seu'gênero
RECEBEá consignação qualquer
gênerode mercadorias,
moveis-quadros, objectos de arte,
para venderparticularmente ou em
leilão.
No grande salão do Io an-dar
realisam-se leilõestodas
as semanas, segundo osannuncios
previamente publicadosnos jornaes.
No salão do 2o andarestá exposta
pára vender parti-eu lar mente
grande quantidadede mobílias
para salas de jantar, salasde visitas,
dormitórios, moveisavulsos
novos e com uso, qua-dros,
objectos artísticos,tapeçarias,
reposteiros, etc, etc.
ÁS GRANDESOCCASIÕES
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135 RUA DO ROSÁRIO 135
**§*. exposiçío permamwe CÂNDIDO FERNANDES & C1
únicono seu gênero
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UUUISES VENDASA VAREJO
no vastíssimo ar-mazem
onde o publico encontragrande
variedade de artigos,roupa branca
para homem e senhora,tecidos,
objectos de armarinho,çrystaes,
especialidade em gravataspara homem, i
por preços nunca vistos.
NESTE IMPORTANTE*
ESTABELECIMENTOúnico no seu gênero,
só seencontram artigos
de oceasião-que se recommendam
pela suaespecial barateza.
ÁS GRANDESOCCASIÕES |
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TEUTONIAH|ão ha mais duvida alguma sobre a" superioridade da cerveja TEUTONIAexplicando-se porisso a grande aceitaçãoque tem tido. Os proprietários da fabricapodem garantir ao respeitável publico quenao ha fabrica congênere que empreguematéria prima melhor.
0 consumidor tem toda a facilidadeem adquirir esta excellente cerveja a qualde uma dúzia de garrafas para cima é en-tregue a domicilio sem despeza alguma ecom a máxima promptidão.
TEUTONIA
19 de Maio dè 1901
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MENDES #1
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A. CLADSEMAGENTE GERAL
20 RUA DOS OURIVES 20
RIO DE JANEIRO
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