revisão história da música
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Bruno da Silva Ghirardi, clarinete
UMA BREVE HISTÓRIA DA MÚSICA – Roy Bennet
Resumo para Vestibular
Componentes básicos da música:
Melodia – sequência de notas, de diferentes sons, organizadas numa dada forma de modo a fazer sentido
musical para quem escuta.
Harmonia – quando duas ou mais notas de diferentes sons são ouvidas ao mesmo tempo, produzindo um
acorde. Dois tipos: consonantes (as notas concordam entre si) e dissonantes (notas dissoam, tensão).
Ritmo – modo de agrupamento dos sons do ponto de vista da duração. Referência: pulsação.
Timbre – particularidade característica do som de cada instrumento
Forma – projeto ou configuração básica de que um compositor pode valer-se para moldar ou desenvolver
uma obra musical.
Tessitura – “trama” da organização dos sons na música:
o Monofônica: uma linha melódica
o Polifônica: duas ou mais linhas melódicas ao mesmo tempo (contrapontística)
o Homofônica: uma linha melódica com acompanhamento de acordes. Basicamente,
mesmo ritmo em todas as vozes.
Estilo: maneira pela qual compositores de épocas e países diferentes apresentam esses elementos (como eles são
tratados, equilibrados e combinados).
Períodos da História da Música:
Música Medieval – até cerca de 1450
Música Renascentista – 1450 a 1600
Música Barroca – 1600 a 1750
Música Clássica – 1750 a 1810
Romantismo do século XIX – 1810 a 1910
Música do Século XX – de 1900 em diante
Música Medieval – até cerca de 1450 (2ª metade do séc. XV)
Cantochão
Monofônica (sem acompanhamento)
Intervalos pequenos (de preferência um tom) dentro de uma oitava
Ritmos irregulares de acordo com a acentuação das palavras e natureza das palavras em latim
Alguns em estilo antifônico (coros se alternando), outros em responsório (coro responde solista(s)).
Modos (até o século XII): é dado pela nota final ou pelo âmbito da melodia, ou seja, sua nota mais
alta e mais baixa. Formas autêntica e plagal (começa uma quarta abaixo – prefixo “hipo”). Um modo
para cada grau da escala:
I. Jônio
II. Dório
III. Frígio
IV. Lídio
V. Mixolídio
VI. Eólio
VII. Lócrio
Neumas: sinais gráficos desenhados sobre as palavras indicando sem muita precisão o contorno
melódico.
Organum Paralelo (século IX)
1ª música polifônica
Vox organalis: adicionada para duplicar a vox principais
Intervalos de 4ª ou 5ª inferiores
Podia-se duplicar uma delas na oitava.
Organum Livre (século XI)
Adição dos movimentos: Paralelo
Contrário
Oblíquo Direto
Escrita acima
Nota contra nota
Organum Melismático (início do século XII) A voz principal (tenor, do latim manter) passa a sustentar a melodia longamente
Melisma: grupo melodioso de notas cantadas numa única sílaba na voz mais alta.
Organum de Notre Dame (século XII)
Escola de Notre Dame: refinamento da composição de organa
Léonin (+1201): Mestre do coro da catedral
Técnica: partes longas no tenor e organum (de nome duplum) desenvolvendo-se rápido.
Depois em trecho chamado cláusula, partes melismáticas no tenor em mesmo ritmo do
duplum (técnica de nome descante).
Pérotin (ativo 1200): Sucessor de Léonin . Revisão e enriquecimento dos organa anteriores inclusive
com adição de triplum e quadruplum. Compôs clausulae (cláusulas).
Motetos (século XIII)
Mots = palavras
Vozes mais altas das clausulae (duplum e triplum) recebem palavras independentes. Duplum passa a ser
chamado de motetus.
Surge na Igreja e se seculariza.
Conductus
Conduzir na procissão. O próprio compositor escrevia a melodia (tenor) e adicionava três ou mais vozes
em nota contra nota e com o mesmo texto.
Troca de Vozes: uma voz canta melodia AB enquanto outra canta BA.
Surge na Igreja e se seculariza.
Danças e Canções
Monofônicas
Canções: troubadours e trouvères - clara ideia de tom mas não de ritmo. Não há informação sobre
instrumentos.
Formas de dança:
Estampie – dança sapateada
Saltarello – dança saltitante
Com acompanhamento instrumental.
Instrumentos: Glaubé e tamboril, charamela, corneto, órgão, carrilhão, cítola ou cístre, harpa, viela, rebec,
viela de roda, satério, flautas doces, trompete medieval, alaúde gaitas de fole, percussão.
Ars Nova/Arte Nova (século XIV)
Estilo anterior passa a ser chamado de Ars Antiqua
Maior expressividade e refinamento. Ritmos mais ousados, contraponto desembaraçado e harmonia
começando a se desenvolver.
Guillaume de Machaut (c. 1300 – c. 1377), francês
Maior músico da Ars Nova
Escreveu motetos e canções, alguns baseados em cantochão e outros de criação própria
Messe de Notre Dame
Técnica: escolha de um cantochão para Cantus Firmus (tenor) em Isorritmo – padrão rítmico
prolongado (taleas) – com demais vozes acima e abaixo; e Hoqueto (soluço) – diálogo
sincopado.
John Dunstable (1390 - 1453), inglês
Fauxbourdon: acordes construídos com terças e sextas
Música Renascentista – (1450 até 1600)
Interesse no saber e na cultura, questionamento, observação, homocentrismo.
Interesse na música profana e início da escrita exclusivamente instrumental
Música Sacra
Polifonia coral: música contrapontística para um ou mais coros a cappella.
Principais formas: motetos e missas a no mínimo 4 vozes (adição do baixo – abaixo do tenor)
Utilização de modos, embora de maneira mais livre, com notas estranhas ou acidentais – música ficta.
Utilização de melodias populares para cantus firmus.
Em vez de uma tessitura contrastada, trabalha-se de maneira mais gradativa. Elemento chave: imitação
(introdução, por uma voz, de um trecho melódico que será repetido ou copiado por outra
imediatamente).
Maior consciência da importância harmônica.
Países Baixos e Itália:
Josquin des Prez (1440-1521), holandês
Modo especial de ressaltar o sentido das palavras no canto, criando “climas”.
Motetos, missas e chansons
Música Impressa
Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594), italiano
Música sacra considerada o pináculo do estilo contrapontístico, de sonoridade rica e
flutuante.
Compôs também cerca de 100 madrigais seculares e sacros.
Missa Papae Marcelli
William Byrd (1540-1623), inglês
Refinada técnica contrapontística, principalmente no uso da imitação
Anthems em verso, motetos, canções de consorte e peças instrumentais
Tomás Luis de Victoria (1548-1611), espanhol
Música sacra em latim
Corais Alemães (século XVI)
Igreja Protestante: hinos para serem cantados por toda a congregação. Podiam ser músicas recém
compostas ou canções populares adaptadas
A Música Vocal Profana
Desenvolvimento paralelo
Frótola, madrigal (italianos), Lied (alemão), villancico (espanhol) e canção (francesa).
Madrigais Elisabetanos
Publicação de madrigais italianos em 1588 estimulam a produção de madrigais na Inglaterra
Madrigal tradicional: possui refrão, é contrapontístico, imitativo. Ilustração musical Ballet: Cantado e dançado. Ritmo acentuado, tessitura em acordes, estrófico. Refrão fá-lá-lá.
Ayre (canção) – John Dowland
Música Sacra na Inglaterra
Hinos = motetos, porém em inglês e não latim. Igrejas protestantes. Full anthem: somente coro
Verse anthem: acompanhamento de órgão ou violas e solistas
Veneza no Século XVI
Basílica de São Marcos com dois órgãos e duas galerias para coro. Estímulo ao desenvolvimento do Estilo
Policoral.
Estilo Policoral: música para mais de um coro. Alguns incluíam instrumentos.
Mistura de tessitura homofônica com contraponto imitativo e contrastes de registro, dinâmica, tessitura e
timbre. Giovanni Gabrieli (1554-1612), italiano
Obras policorais para vozes e instrumentos
Compôs também obras para teclado e madrigais
Música Intrumental (século XVI)
A partir do séc. XVI os compositores passam a ter mais interesse em escrever peças exclusivamente
instrumentais.
Divisão (tanto na Id. Média como na Renascença): bas – para música doméstica e haut – para igrejas,
salões e céu aberto.
Instrumentos: alaúde, viola, cromorne, cervelato, sacabuxa, trompete, percussão, flautas, charamelas etc.
Produção em famílias.
Denominação elisabetana: Consort - grupo de instrumentos tocando junto. Whole consorte: mesma família
Broken consorte: famílias diferentes
Formas:
Canzona da sonar (canção para instrumentos) – Itália
Ricercar: semelhante ao moteto
Tocata: genuinamente instrumental Variações e baixo ostinato: variações sobre melodias populares
Fantasia e In nomine: contrapontística e imitativa. O in nomine trazia um cantus firmus em um
cantochão.
Música Elisabetana para Teclado
Virginal
Composições próprias para o instrumento, arranjos, variações.
Música Barroca – (1600 até 1750)
Barroco= pérola ou joia de formato irregular. Designava estilo da arquitetura com emprego excessivo de
ornamentos
1600: Aparecimento da ópera e do oratório. / 1750: Morte de J. S. Bach
Consolidação do sistema tonal (permanecem somente jônio e eólio)
Novas formas:
Ópera
Oratório
Fuga
Suíte
Sonata
Concerto
Violino substitui lentamente as violas e a orquestra barroca vai se configurando com as cordas como
seção mais importante.
Camerata: grupo de músicos que chegaram à conclusão de que o elaborado tecido contrapontístico
obscurecia o sentido das palavras.
Monodia
Uma única linha vocal sustentada por uma linha de baixo instrumental sobre o qual eram construídos
acordes.
Recitativo: estilo meio cantado e meio recitado, em que a melodia se desenvolvia de acordo com o ritmo
natural das palavras. Acompanhamento extremamente simples.
Baixo contínuo ou baixo cifrado: linha do baixo que deveria ser tocada por um instrumento grave de
corda (única parte escrita além da melodia).
Órgão ou cravo executavam os acodes de improviso para preencher a harmonia (havia algumas “pistas”
do que o compositor queria no baixo).
Ideia de acompanhamento contínuo com baixo cifrado permanece no barroco inteiro e serve de base para
a harmonia.
Foi chamada de La Nuove Musiche.
As Primeiras Óperas
1597: Dafne de Jacopo Peri – primeira ópera
Euridice de Peri e Caccini – primeira ópera a chegar aos dias atuais
Incluíam pequenos coros , danças e peças instrumentais. Tessitura de acordes simples e orquestra
pequena.
Longos trechos de recitativo – monotonia.
O Velho e o Novo Estilo
Nova Monodia: melodia construída à base de acordes simples – Stile Moderno
Boa parcela das obras ainda eram escritas em estilo contrapontístico – Stile Antico Claudio Monteverdi (1567 – 1643), italiano
Orfeo (1607): primeira grande ópera. Uso de intervalos cromáticos e espaçados na parte do
canto. Harmonias inesperadas com dissonâncias. Partes recitativas com forte carga
emocional
O compositor foi um elemento de introdução do barroco. Começa compondo madrigais ao
estilo antigo, depois compõe ópera e no fim da vida, ordenando-se padre, se dedica
principalmente à música sacra.
Recitativo e Ária Século XVII: uso do recitativo apenas como maneira de apressar o desenrolar da história. Maior
importância às árias (canções)
Recitativo:
Secco: fala sustentada apenas por acordes simples no contínuo
Stromentato ou accompagnato: acompanhamento orquestral simples de acordo com a emoção.
Recitativos tiravam ritmos do discurso. Árias e coros usavam os da dança.
Itália:
Alessandro Scarlatti (1660 – 1725), italiano
Óperas iniciadas com uma abertura dividida em três partes: rápida-lenta-rápida. Ficou
conhecida como Abertura Italiana e serviu de base para o desenvolvimento da Sinfonia
Clássica.
Árias na forma da capo – ABA (ao final de B tem-se a indicação D.C.). Cantor dá sua
contribuição na volta.
França:
Jean-Baptiste Lully (1632-1687), francês
Músico da corte de Luís XIV, o “Rei Sol”.
Óperas iniciadas com a Abertura Francesa: início lento, majestoso e de ritmo incisivo, seção
mais rápida com emprego da imitação e uma ou mais danças ou repetição do início.
Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764), francês
Compositor francês mais importante do séc. XVIII.
Tratado de harmonia
Óperas francesas incluíam o ballet.
Inglaterra:
Século XVII:
Henry Purcell (1659-1695), inglês
Dido e Enéias
Século XVIII
Haendel chega à Inglaterra e compõe ópera ao estilo italiano.
Oratório
De início eram uma espécie de equivalente religioso e bíblico da ópera. Depois deixaram de ser encendos.
Principais compositores: Carissimi, Schuetz e Haendel. Georg Friedrich Haendel (1685 – 1759), alemão/inglês
Compositor dos maiores oratórios do período: Israel in Egypt, Samson e Messias.
Usa o recitativo para expor o encaminhamento da história, reservando as árias para
momento de introspecção. Algumas vezes dá grande importância aos coros.
Suas óperas devem muito ao estilo popular italiano, com árias líricas e virtuosísticas, escrita
dinâmica para cordas e abordagem simples e firma da progressão harmônica (raízes
germânicas).
Bach compôs Oratório de Natal e três versões para a Paixão (forma de oratório), usando recitativos, árias,
coros e corais (hinos alemães).
Cantata: espécie de oratório em miniatura.
Música Instrumental
Passa a ter pela primeira vez a mesma importância que a música vocal.
Utilização de formas antigas (canzona, ricercar, tocata, fantasia e variações), juntamente com as novas
(fuga, prelúdio coral, suíte, sonata e concerto).
Fuga: peça contrapontística que se fundamenta basicamente na técnica da imitação. Escrita para três ou
quatro vozes (mesmo a instrumental). Sua origem está na música vocal renascentista e na canzona e
ricercar. Se desenvolve com: Tema: melodia razoavelmente curta. Durante a fuga o tema aparece imitado em outras vozes em tonalidades diferentes.
Prelúdio Coral: peça para órgão baseada numa melodia coral. Podia ser tratada como fuga, variações ou
base para outras linhas melódicas. Johann Sebastian Bach (1685 – 1750), alemão
A Suíte
Grupo de peças para um ou mais instrumentos (evolução do conceito de junção de danças na Renascença)
Esquema mais comum para cravo, com danças: Uma allemande
Uma courante ou corrente
Uma sarabanda
Uma giga
Podia-se acrescentar o minueto, a bourrée, a gavota ou o passe-pied. Alguns faziam na forma rondó
(ABACA...)
Denominações: lições, ordem e partita.
Sonatas Barrocas
Sonare = soar. Peça para ser tocada, em oposição à cantata (para ser cantada).
Boa parte escrita para dois violinos e contínuo (baixo e cravo): trio-sonata
Duas espécies: Sonata da câmara: destinada a pequenas salas Sonata da chiesa (da igreja): contínuo é o órgão e fagote.
Quatro movimentos na mesma tonalidade com andamentos contrastantes (lento-rápido-lento-rápido).
Purcell, Corelli, Couperin, Bach e Haendel
Concerto Grosso Concerto = consonância (italiano) ou disputa (latim).
Ideia de concerto remonta à renascença -> obras policorais de Gabrieli. Ideias de oposição e contraste
acentuado.
Pequeno grupo de solistas (concertino) contra uma orquestra de cordas conhecida por ripieno (pleno) ou
tutti (todos juntos). Cravo e órgão contínuo no ripieno.
Corelli (modelo de concerto italiano), Haendel e Bach
Concerto solo: um único instrumento contra a massa da orquestra de cordas. Três movimentos: rápido-lento-rápido Os movimentos rápidos apresentavam-se na forma ritornelo (retorno do tema principal): Tutti 1 :
Solo1 : Tutti2 : Solo2.... Vivaldi: mais de 500 concertos dos dois tipos.
Antonio Vivaldi (1678 – 1741), italiano
Mais celebrado e prolífico dos compositores (concertos, óperas, obras sacras vocais, obras
instrumentais)
A Orquestra
Deixa de ser um conjunto de instrumentos reunidos ao acaso e começa a tomar forma
Aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas pelos artesãos -> formação de uma unidade independente
Cordas = núcleo central. Adicionavam-se flautas, oboés, fagotes, por vezes trompas e eventualmente
trompetes e tímpanos.
Traço principal da orquestra barroca: presença do órgão ou cravo contínuo (preenchimento da harmonia,
enriquecimento da tessitura e unidade).
Contrastes de dinâmica e de timbres.
Música Clássica – (1750 até 1810)
Divisão usual: música clássica e música popular. Para o musicólogo: Clássico com C maiúsculo – música do
período que vai de 1750 a 1810.
O estilo clássico começa a desabrochar no final do barroco. Trio-sonata vai sendo substituída pela sonata
clássica e a abertura italiana começa a se transformar na sinfonia clássica.
Filhos de Bach já preferiam um estilo mais homofônico e leve.
Estilo Galante:
primeira fase do período.
Estilo amável, cortês, que visava agradar ao ouvinte.
C. P. E. Bach, J. C. Bach e início da obra de Haydn e Mozart.
Amadurecimento do estilo - valorização dos valores:
Graça e beleza de linha (melódica) e de forma (concepção musical)
Proporção e equilíbrio
Comedimento e domínio da linguagem.
Perfeito equilíbrio entre expressividade e estrutura formal.
Tessitura: basicamente homofônica.
A Orquestra
Pleno desenvolvimento
Contínuo cai em desuso. Emprego de instrumentos de sopros – especialmente trompas – para dar
unidade à tessitura.
No início Base de cordas à qual se acrescentavam duas trompas e uma ou duas flautas ou dois obóes.
No fim do século XVIII: uma ou duas flautas, dois oboés, duas clarinetas, dois fagotes, duas trompas, dois
trompetes, dois tímpanos, cordas.
Música para Piano
As obras para instrumento passam a ter mais importância que as composições para canto.
Invenção do pianoforte (piano) em 1698. Instrumento de teclado dotado de contraste entre forte e suave
e controle das nuances (legato, staccato, cantábile etc.).
Baixo de Alberti: desenho de acompanhamento que consiste em simples acordes quebrados repetidos
pela mão esquerda, mantendo a música em andamento e delineando a harmonia.
No final do século XVIII o cravo cai em desuso substituído pelo piano.
Sonata
Do verbo sonare = soar.
Obra em diversos movimentos (geralmente quatro ou três) para um ou dois instrumentos no máximo
(piano, piano e violino, etc.).
Se fosse para três seria chamada de trio. Para quatro, quarteto. Etc. Esses possuíam quatro movimentos
como as sinfonias.
Sinfonia
Sinfonia = soar em conjunto
Trata-se de uma sonata para orquestra.
Desenvolveu-se a partir da abertura italiana: rápido : lento : rápido.
Seções tornam-se movimentos distintos.
Passa a ter quatro movimentos – adição do minueto e trio (dança da suíte barroca) inseridos entre o
movimento lento e o alegre finale.
Haydn e Mozart que aperfeiçoaram e enriqueceram a sinfonia na segunda metade do século XVIII.
Movimentos:
1º: rápido, forma sonata
2º: mais vagaroso, etilo canção. Forma ternária ABA, variações ou forma sonata.
3º: Haydn e Mozart - minueto e trio. Beethoven - scherzo (brincadeira)
4º (finale): muito rápido, forma rondó (ABACA...), forma sonata ou mistura das duas; as vezes em
variações.
Forma Sonata
Tipo especial de forma ou plano musical usado para compor um único movimento de uma obra –
incluindo sinfonias, quartetos, sonatas, etc. Usada no primeiro movimento de quase todas elas.
Modo de reunir ritmos e melodias contrastantes (barroco: melodias mais fluidas, longas e não
contrastadas; clássico: contraste melódico, de timbre e ritmo bem marcado).
Desenvolve-se de uma forma binária, embora com configuração ternária:
Exposição:
Apresentação da matéria musical. Principais ideias são chamadas de temas (grupo de ideias)
1º tema: aparece na tônica, vigoroso e bem ritmado.
Ponte modulante ou mudança de tonalidade.
2º tema: tonalidades novas mas corretalas (dominante ou relativa maior). Mais
melodioso e menos incisivo.
Geralmente repete-se essa primeira parte
Desenvolvimento:
Abordagem de diferentes tonalidades.
Discussão, desenvolvimento, combinação e oposição de ideias já expostas.
Recapitulação:
Repetição de forma ligeiramente modificada da parte expositiva: 1º tema: na tônica como antes Ponte agora alterada para conduzir ao segundo tema modificado
2º tema agora na tônica
Coda – conclusão
O Concerto Solo instrumental em luta contra a massa de uma orquestra
Origem no concerto solo do período barroco
Três movimentos – moderadamente rápido : lento : rápido. Como a sinfonia, sem o minueto.
Primeiro movimento:
Forma sonata modificada. Começa com dupla exposição (orquestra faz a primeira na tônica e o solo
faz a segunda em tom correlato de maneira mais completa que a primeira).
Segue-se o desenvolvimento e a recapitulação. Ao final da recapitulação vem a cadência do solista.
Coda.
Ópera
Ópera estava se tornando muito estilizada e estereotipada.
Cantores estavam tendo mais importância que o libreto.
Mozart e Gluck.
Reforma na ópera Christoph von Gluck (1714 – 1787), alemão
Orfeu e Eurídice (1762)
A música teria de estar a serviço do enredo, refletindo o drama e a emoção da poesia.
Não deveria haver tanta distinção entre ária e recitativo.
Ação teria de ser contínua, sem interrupções para demonstração vocal.
A escolha dos instrumentos deveria ser de acordo com a história.
Abertura deveria servir para preparar a plateia para a natureza do drama.
Enquanto Gluck reformou a ópera, Mozart a transformou:
As Bodas de Fígaro, Don Giovanni e A Flauta Mágica (singspiel – fala e canto)
Cena final do ato: todos cantam junto, cada qual com sua percepção dos fatos.
Orquestra apresenta papel importante, salientando a importância das vozes,
Primeira Escola de Viena:
Franz Joseph Haydn (1732 – 1809), austríaco
Figura-chave na evolução do estilo clássico
Estabelecimento de formas padrão para a sinfonia (suas 108 obras transformaram de vez a
abertura italiana), a sonata e criação do quarteto de cordas
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791), austríaco
Um dos mais prolixos e bem-sucedidos compositores de todos os tempos em vários veículos.
É na ópera que se apresenta seu estilo essencial.
Fina percepção humana.
Sinfonias, concertos, peças vocais etc.
Ludwig Van Beethoven (1770 – 1827), austríaco
Último dos compositores clássicos e primeiro dos românticos.
Compunha para agradar a si mesmo.
Três fases:
Primeira:
Influência de Haydn e Mozart.
Primeiras sinfonias, três primeiros concertos para piano, seis primeiros quartetos de
cordas e 12 sonatas para piano.
Até os 30 anos de idade, primeiros sinais de surdez
Segunda:
Estilo mais pessoal e sentimental
Terceira à Oitava Sinfonias, Quarto e Quinto Concerto para Piano, Concerto para
Violino, Quartetos Rassumovsky, Sonatas ao Luar, Waldstein e Apassionata e a Ópera
Fidelio.
Terceira:
Nona Sinfonia (coral), Missa em ré, últimos quartetos de cordas e o restante das
sonatas.
Surdez completa e exclusão do universo sonoro exceto pela imaginação.
Modificação e expansão das formas clássicas. Desenvolvimento na forma sonata muito mais
exploratório. Maior importância à Coda. Movimentos lentos com mais intensidade emocional.
Minueto transforma-se em Scherzo.
Drama, conflito e agressividade. Acordes dissonantes, contrastes inesperados.
Aumento do tamanho da orquestra.
Música Romântica – (1810 até 1910)
Novas ideias na pintura e literatura, fim do século XVIII.
Maior liberdade de forma e concepção.
Expressão intensa e vigorosa da emoção.
Inspiração na pintura e literatura.
Temas exóticos e misteriosos
A Orquestra
Âmbito da matéria musical alargado: melodias mais líricas, modulações rápidas e ousadas. Harmonias
mais ricas e profundas, dissonâncias, notas estranhas cromáticas.
Crescimento da orquestra em tamanho e abrangência:
Adição da tuba completando o naipe de metais, que ganha mais importância por causa da invenção do
sistema de válvulas.
Percussão mais variada.
Cordas em maior quantidade para manter o equilíbrio.
Exploração de todas as formações instrumentais.
O Lied Alemão
Florescimento da canção, especialmente do Lied alemão (voz solo e piano). Pl.=Lieder
Dois tipos:
Estrófico: mesma música para cada verso do poema;
Durchkomponiert (inteiramente composta): música diferente para cada verso.
Voz e piano dividem igualmente a responsabilidade da música.
Schubert, Schumann, Brahms, Hugo Wolf e Strauss.
Série de lieder ligados por tema comum = ciclo
Música para Piano
Melhoramento do piano
Schubert, Mendelssohn, Chopin, Schumann, Liszt e Brahms.
Preferência por peças mais curtas:
Valsa, mazurca, polonaise
Impromptu
Romance
Prelúdio
Noturno
Balada
Intermezzo (interlúdio)
Rapsódia
Etude
Grande evolução da técnica: favorecimento dos “virtuose” (Nicolò Paganini (1782 – 1840), italiano e
Franz Liszt (1811 – 1886), húngaro)
Frédéric Chopin (1810 – 1849), polonês: maior compreensão das possibilidades do piano, melodias de
grande inspiração.
Música Programática (ou de Programa)
Descritiva – ao contrário da música absoluta.
Estreitos laços ligando a música à pintura e à literatura.
Três tipos: Sinfonia descritiva:
Necessidade de correlacionar os movimentos motivo cíclico
Todas as sinfonias românticas, mesmo sem intenção descritiva, evocam emoções e dramas
vividos pelo autor. Abertura de concerto:
Obra para orquestra de sentido descritivo
Um só movimento
Forma sonata
Lembrar da Abertura 1812 de Tchaikovsky
Poema Sinfônico:
Criado por Liszt
Obra para orquestra de sentido descritivo
Um só movimento
Mais longa e de construção mais livre
Transformação temática: tema básico recorrente em contínua transformação, de caráter e de
espírito, de modo a corresponder a cada situação.
Lembrar da Dança Macabra de Saint-Saëns
Música Incidental (ou de cena)
Composta para ser ouvida em certos momentos de representação de alguma peça.
Trilha sonora
Suítes: reunião de diversas peças de música incidental (lembrar de Peer Gynt de Grieg) ou de músicas
selecionadas de balé (lembrar de O Lago dos Cisnes de Tchaikovsky).
O Concerto
Diversas mudanças de caráter e concepção: 1º Mov.: em vez de dupla exposição, apenas uma (solista entra logo de início para, em seguida,
compartilhar os temas com a orquestra). Cadência passa a ser escrita e é colocada antes da recapitulação.
Novas ideias de forma: Mendelssohn – Concerto para Violino (passagens de ligação entre os três
movimentos), Liszt – Segundo Concerto para Piano (um só movimento em transformação temática),
Brahms – Segundo Concerto para Piano (quatro movimentos, scherzo antes do terceiro).
Grandes orquestras.
Partes de solo cada vez mais difíceis
Emocionante e dramático duelo entre duas forças aparentemente desiguais: um único solista contra toda
a massa e o poder de uma grande orquestra. Solista vence cheio de glória.
O Drama Musical de Wagner
Richard Wagner (1813 – 1883), alemão – força musical mais poderosa que surgiu depois de Beethoven.
Quase toda a obra é ópera – lendas germânicas, nórdicas – com libreto escrito por ele próprio.
Em vez de ópera ele chamava de Drama Musical – objetivo de promover a perfeita fusão de todas as artes
cênicas.
Orquestra enorme: grande seção de cordas, madeiras em trios, potente seção de metais.
Melodia ininterrupta (do início ao fim de cada ato).
Leitmotiv: tema motivo de um personagem da história que se desenvolve de acordo com a situação.
Partes vocais em estilo que combina características do recitativo com a ária.
Melodias baseadas em ritmo da fala, passando livremente pelas tonalidades.
Harmonias de rico cromatismo com dissonância.
O Nacionalismo no Século XIX (segunda metade do século)
Até metade do séc. XIX influência germânica.
Outros países (Rússia, Boêmia e Noruega) sentem a necessidade de se libertar dessas influências.
Fortes sentimentos pelo país, ou caráter distintivo através do qual a nacionalidade se torna facilmente
identificável.
Uso de melodias e ritmos do folclore de seu país e de cenas tiradas do dia-a-di, das lendas e histórias de
sua terra como base para obras como óperas e poemas sinfônicos.
Rússia: Glinka (Uma Vida pelo Czar (1836))
1860: Grupo dos Cinco – Balakirev, Borodin, Cui, Mussorgsky e Rimsky-Korsakov. Objetivo de compor
um estilo de caráter genuinamente russo. Trabalhavam juntos.
Boêmia: Smetana e Dvorák
Noruega: Grieg
O Romantismo Tardio
Tradição romântica trazida até o séc. XX – Gustav Mahler (1860 – 1911), austríaco e Richard Strauss
(1864 – 1949), alemão
Grandes orquestras com muitos instrumentos diferentes.
Strauss: harmonia de acordes. Mahler: sinuosa trama contrapontística.
Música do Século XX– (1900 em diante)
Longa história de tentativas e experiências que levaram a uma série de novas e fascinantes tendências,
técnicas e sons.
Reação consciente contra o estilo romântico do século XIX. Música ‘anti-romântica’.
Música anterior possuía um mesmo estilo comum a todos os compositores. Séc. XX mistura complexa
de muitas e diferentes tendências.
Características comuns:
Melodias: grandes diferenças de alturas, intervalos cromáticos e dissonantes. Curtas, fragmentads,
angulosas e pontiagudas. Emprego de glissandos. Possibilidade de inexistência. Harmonias: dissonâncias radicais, menos consonâncias, clusters (aglomerados).
Ritmos: vigorosos e dinâmicos, sincopados, métricas inusitadas, compassos de cinco ou sete tempos
(música folclórica), mudança de métrica de um compasso para outro, polirritmias, artifícios de
ostinatos ou de ritmos motores. Timbres: inclusão de sons estranhos, intrigantes e exóticos. Fortes contrastes. Uso mais enfático da
seção da percussão. Sons desconhecidos de instrumentos comuns, registros extremos. Aparelhagem
eletrônica e fitas magnéticas.
Alguns compositores que não se encaixam em nenhuma estética (william Walton, Samuel Barber e
Benjamin Britten).
Tendência e técnicas mais importantes:
Impressionismo
L’Apres-Midi d’um Faune de Claude Debussy (1862 – 1918), francês – primeira obra
moderna
Termo retirado da pintura – impressão como a que os olhos recebem de relance.
Intenção de Debussy era se afastar do estilo romântico alemão. Uso de som por seu efeito
expressivo, como cores.
Trabalhava harmonias e timbres instrumentais
Acordes dissonantes – nonas ou 13ª - formando cadeias de acordes em movimento paralelo.
Efeito de algo vago, fluídico, bruxelante.
Escalas modais, pentatônica ou de tons inteiros.
Peças orquestrais – inusitadas combinações de timbres, rimos fluidos, tessituras
tremulantes, novos efeitos de luz e sombra sem claro delineamento.
De Debussy: L’Asprès-Midi d’um Faune, Nocturnes, Images e La Mer
Noites nos Jardins de Espanha – Falla e Pinheiros de Roma de Resphighi
Nacionalismo do século XX
Iniciada na segunda metade do século anterior.
Charles Ives (1874 – 1954), americano – uso de canções folclóricas, músicas de dança,
marchas e hinos.
Aaron Copland (1900 – 1990), americano – canções de cowboys
Ralph Vaughan Williams (1872 – 1958), inglês; Béla Bartók (1881 – 1945), húngaro;
Zoltán Kodaly (1882-1962), húngaro abordagem científica, recolhimento de cantos
folclóricos e estudo dos padrões rítmicos e melódicos.
Jean Sibelius (1865 – 1957), finlandês; Dmitri Shostakovich (1906 – 1975), russo
inspirações em temas dos países.
Influências jazzísticas
Vitalidade de ritmos, sincopados, melodias sincopadas em ritmos constantes, blue notes
(bemolização), efeitos de surdina, percussão e registros estridentes.
Ravel, Milhaud, Gershwin, Kurt Weill, Stravinsky, Walton e Copland
Politonalidade
Dois (bitonalidade) ou mais tons ao mesmo tempo
Petruchka e A Sagração da Primavera de Stravinsky; Bolero de Ravel. Atonalidade
Ausência total de tonalidade. Uso livre dos 12 sons.
Nasce dos procedimentos de inserção de notas estranhas e cromatismos, desde Wagner,
Debussy etc.
Expressionismo
Termo da pintura – Viena
Exagero ou distorção do romantismo tardio
Arnold Schoenberg (1874 – 1951), austríaco; Alban Berg (1885 – 1935), austríaco e
Anton Webern (1883 – 1945), austríaco– 2ª Escola de Viena
Atonalidade, harmonias dissonantes, melodias frenéticas, desconjuntadas e extremos de
registro.
Noite transfigurada de Schoenberg Pontilhismo
Tecido sonoro que consiste em timbres instrumentais dardejando minúsculas fagulhas
luminosas.
Webern
Serialismo
Schoenberg – proposta de coerência e unidade à peça atonal
Técnica:
Ordenação das 12 notas da escala cromática – série fundamental – em igual importância Pode ser escrita na forma original, retrógrada (trás pra frente), inversão (de baixo pra
cima) ou inversão retrógrada.
Pode ser transposta começando de qualquer nota.
Webern usava-a de maneira mais livre enquanto Berg misturava técnicas seriais e tonais. Neoclassicismo
Clareza de linhas e tessituras sem expressão de emoções intensas (como no clássico)
Inspiração em Haydn e Mozart, ou mesmo no Barroco.
Denota a reelaboração de estilos, formas ou técnicas dos períodos anteriores ao Romantismo.
Mistura com elementos do século XX.
Microtonalidade
Música concreta
Montagem da gravação de sons
Música eletrônica
Alemanha, década de 1950 Serialismo total
Música aleatória