resumos de sociologia

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Sociologia Ciências Sociais ≠ Ciências Exactas - Sociologia - Economia - Psicologia - Antropologia 4 Grandes Formas do Saber Filosofia Arte Religião Ciência Sociedade e Realidade Social O Homem é um ser social, está constantemente a interagir com os outros. A interacção entre os Homens é condicionada por um conjunto de regras (de comportamento). A Realidade Social Esta é complexa e fruto de um desenvolvimento adaptativo ao meio natural em que surgiram aliado à própria evolução cultural.

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Page 1: resumos de sociologia

Sociologia

Ciências Sociais ≠ Ciências Exactas

- Sociologia

- Economia

- Psicologia

- Antropologia

4 Grandes Formas do Saber

Filosofia

Arte Religião Ciência

Sociedade e Realidade Social

O Homem é um ser social, está constantemente a interagir com os outros.

A interacção entre os Homens é condicionada por um conjunto de regras (de comportamento).

A Realidade Social

Esta é complexa e fruto de um desenvolvimento adaptativo ao meio natural em que surgiram aliado à própria evolução cultural.

A realidade social implica que haja comunicabilidade durável, (no tempo) entre os seus elementos num determinado tempo e lugar (baseada na interacção entre indivíduos que se conhecem).

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A Realidade Social é Subsistema da Sociedade

O meio ambiente em que vivemos, condiciona-nos, por outro lado, o Homem também exerce a sua influência sobre o meio ambiente, forçando-o a adaptar-se ou a melhorar as condições de vida impostas pelo meio ambiente.

A realidade social (que a sociologia também estuda) não se encontra dividida, ela é una (toda unida/única). Apenas a compartimentamos para a poder estudar melhor.

- Ciências sociais diferentes olham de forma diferente para o mesmo fenómeno social.

Para além de haver uma visão diferente (das várias ciências sociais) sobre os vários fenómenos é necessário que por vezes haja colaboração entre eles (transdisciplinaridade) no sentido de compreender melhor o fenómeno da realidade social em estudo.

Idade média Iluminismo

Séc. V dark age Positivismo

XVII XIX

Luz da Razão

Revolução Industrial

Desorganização

Revolução Industrial – séc. XVIII

Sucede em força em Inglaterra. Fruto da invasão e múltipla invenção da maquinaria a vapor. Provoca uma rápida e profunda mudança a vários níveis:

o Sociaiso Económicoso Políticoso Comunicação

Esta profunda alteração social faz com que haja necessidade de olhar de uma forma metódica e racionalista, sobre ela (a sociedade).

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Surge então a SOCIOLOGIA.

o A sociologia surge para dar resposta aos problemas da sociedade.o Que tem por objectivos dar resposta aos novos problemas da sociedade

industrializada (más condições de trabalho, assistência social, educação, …).

o Ao longo do seu desenvolvimento a sociologia vai-se especificando, restringindo o seu campo de acção em vez da sociedade em geral, passa a preocupar-se com a escola, a família, a empresa, … (principalmente a partir da 1ª Guerra Mundial).

o A partir da 2ª Guerra Mundial, a Sociologia passa a ser utilizada como ferramenta de controlo social.

Procura garantir a coesão social.

Quando não existe coesão social, podem-se originar conflitos sociais.

o A Sociologia não se limita à observação e análise, pretende ter também um papel activo e apresentar soluções para os problemas que identifica.

o É assim uma ciência social com uma forte componente crítica.

O Objectivo da Sociologia

Os Factos Sociais (Emile Durkhein) A Acção Social (Max Weber)

Os Factos Sociais

São acontecimentos que decorrem da vida em sociedade (divórcios, marginalidade, trabalho, emigração, …).

Envolvem maneiras de sentir, e pensar que estão associadas a esses fenómenos.

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Características dos Factos Sociais

As características dos factos sociais são:

Coercitividade Exterioridade Relatividade

Coercitividade

Os factos sociais determinam um conjunto de comportamentos ou regras que devem ser cumpridas, sob pena de algumas consequências (desde o mero humor à exclusão social).

Exterioridade

Todos os factos sociais são: pré-definidos pela sociedade em si, não é o individuo que decide quais os valores ou comportamentos em causa em determinado facto social.

Relatividade

Qualquer facto social está sempre relacionado com os valores hábitos tradições de determinada cultura, será sempre avaliado em relação a uma hierarquia estabelecida.

Facto social – é sempre determinado pelo tempo e pelo espaço.

É. Durkhein – procura a explicação das características dos factos sociais, (pretende construir uma sociedade explicativa) – sublinha exterioridade, a materialidade dos factos sociais.

M. Weber – procura a compreensão das estruturas sociais e das acções sociais (pretende construir uma sociologia compreensiva). Sublinha a interpretação do acto social como algo que se faz sempre em relação a outrem.

É. Durkhein – a abordagem de Durhein parte do social para o individual – parte das características dos factos sociais (coercividade, exterioridade e relatividade) para tentar explicar os comportamentos individuais.

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M. Weber – M. Weber parte primeiro da acção social individual, isto é, analisa primeiro a acção social para depois constatar as suas consequências na estrutura social. Procura assim compreender os comportamentos sociais. (Individual para o social).

O Homem é sempre produto mas também é produtor da cultura.

Sabedoria de senso comum Atitude científica- Subjectiva- Dogmático- Empírica- Dado- Tradições (sabedoria popular, provérbios,…).- Passiva

- Pretende ser objectiva- Crítica- Racional- Construído- Teoria (leis constituídas)

- Activa

Obstáculos à Produção de Conhecimento Cientifico

O cientista deve tentar abandonar a sua própria condição humana de quem esteve sujeito à sabedoria do senso comum.

Em termos sociológicos, há alguns casos em que facilmente se cai se não houver alguns cuidados.

São eles:

Familiaridade com o social; A ilusão da transparência; As explicações do tipo individualista, naturalista e etnocentrista;

Obstáculos epistemológicos

A familiaridade com o social ; A ilusão da transparência social ;

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O naturalismo ; O individualismo ; O etnocentrismo ;

A Familiaridade com o Social

Dado que o sociólogo está em constante contacto com o seu objecto de estudo, este é lhe excessivamente familiar, dificultando assim a adopção de uma postura objectiva distanciada, deve, por isso, haver um espaço suplementar para garantir uma posição critica e com mais perspectiva.

A Ilusão da Transparência Social

Perante as situações que nos ocorrem ao longo da vida, deparamo-nos com tentativas de explicações de factos ou fenómenos sociais que não são dados de uma forma superficial e acrítica, temos que ter presente que os fenómenos sociais são complexos e resultado de acções sociais intensas.

O Naturalismo

Existe a possibilidade de adoptarmos uma postura errada em sociologia, que é a do naturalismo. Esta atitude confunde o natural com o social, enviesando as soluções adequadas a problemas sociais, é então necessário que o sociólogo tome consciência de que o social é construído e não natural.

O Individualismo

O individualismo é um obstáculo epistemológico porque afirma que o indivíduo é o elemento decisivo na acção social.

Sabemos hoje que a grande parte das nossas acções são condicionadas pela própria sociedade (características dos factos sociais).

Os indivíduos em geral sentem desejo de integração ou de pertença, por isso se conformam às normas sociais. Ainda assim há momentos na vida dos indivíduos em que podem exibir comportamentos de ruptura (inconformismo).

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O Etnocentrismo

Obstáculo epistemológico que consiste em avaliarmos situações ou processos sociais de grupos diferentes do nosso à luz dos nossos valores e referencias, menorizando ou desprezando tudo aquilo que é diferente ou distante dos nossos padrões de cultura.

Assim o sociólogo deve fazer um esforço para avaliar aquilo que pretende analisar à luz do sistema cultural desse mesmo grupo (étnica, profissional, social, económica, …).

Problemas Sociológicos e Realidades Sociais

A construção do conhecimento científico em sociologia pressupõe o cuidado com os obstáculos epistemológicos. Assim a sociologia deve preocupar-se com o seu objecto de estudo bem como das especificidades da sua área de saber.

A sociologia estuda com mais profundidade os fenómenos que exibem alguma regularidade social (tudo o que é tratável estatisticamente).

Teorias e Meios de Investigação

A Teoria – Modelo a partir do qual se vai analisar a realidade e tentar prever de que forma ela evoluirá.

Estratégias de Investigação – Vai permitir a relação de técnicas a utilizar, controlo e integração de resultados, em função de um estudo em profundidade (poucos indivíduos) ou estudo alargado (a grande número de indivíduos).

Técnicas – Conjunto de procedimentos a adoptar na pesquisa.

Estratégias de Investigação

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Como na realização de qualquer tarefa, também na investigação sociológica se deve escolher/definir o conjunto de procedimentos que se deverão seguir na construção de conhecimento a que nos propomos.

Definição de estratégia que consiste em definir aspectos tais como:

A que elementos vamos recorrer para recolher informação? Como vamos processar a informação? De que tipo deve ser a informação que nos interessa? Qual a sua natureza?

Em termos de construção de conhecimento científico em sociologia, deve haver uma sequência de etapas, como deferia G. Bachelard, na primeira fase deve haver um esforço de ruptura com os obstáculos epistemológicos (senso comum, os preconceitos, as falsas evidencias).

Num segundo momento, teremos a construção do saber propriamente dito.

Na última fase, submeteremos à verificação ou à experimentação.

Estratégia de Investigação Intensiva

A utilização deste método pretende acumular uma grande quantidade de informação em profundidade a cerca do objecto estudado, é um método mais exaustivo em que há uma forte proximidade do investigador e do seu objecto de estudo, este tipo de estratégia está bastante próxima da antropologia.

Estratégia de Investigação Extensiva

Abordagem que privilegia a quantidade de informação em deteriorimento da qualidade, é uma estratégia em que o universo ou a amostra representativa tem já um número de indivíduos considerável, o seu objectivo é o de encontrar regularidades para as poder generalizar a situações semelhantes.

Estratégia de Investigação Acção

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Neste tipo de abordagem o investigador está envolvido com os investigadores e o seu objectivo é resolver o problema que está a ser abordado, o investigador participa assim em tempo real na descoberta do problema propondo simultaneamente soluções para o ultrapassar.

Amostra Representativa ou Universo em Estudo

Este concreto tem como finalidade simplificar um estudo de um grande número de indivíduos, dada a impossibilidade de os abordarmos a todos relacionamos um conjunto menor mas que represente de forma fidedigna todo o grupo que está a ser estudado. Assim devemos esforçar-nos no sentido de garantir o máximo grau de distribuição de características da nossa amostra.

Na determinação da amostra existem dois métodos:

O método aleatório/probabilista. O método das quotas.

O Método Aleatório/Probabilista

O método aleatório/probabilista consiste em tirar ao acaso os elementos do Universo a ser estudado.

O Método das Cotas

O método das cotas baseia-se na construção de um modelo teórico que será seguido, haverá assim limites na selecção da amostra representativa (idade, género, estrato social, etc.).

Observação

Indirecta – Não participante, recolha de informação de forma indiscreta. Directa – Participante, recolhe directamente a informação.

Observação Directa (análise global e intensiva)

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Observação - participação Participação – observação

Reportagens, conferências, acompanhamento de manifestações (participação distanciada e curta).

Etnografia (antropologia), observação mais integrada e prolongada.

Observação introspectiva (grau de subjectividade).

Observação directa do objecto de estudo (enviesamento/desvio devido a elementos (família, amigos, etc.) afectivos e também subjectivos).

Armadilhas da Observação Participante

A observação participante é obtida tentando manter um frágil equilíbrio entre um distanciamento do objecto de estudo no sentido de garantir uma perspectiva crítica (não houver integração total de valores e ideias ou a observação será inobservante). Por outro lado não deve distanciar-se demasiado porque poderá hostilizar ou afastar em demasia os sujeitos que são o seu objecto de estudo.

A Entrevista

A entrevista é uma técnica de recolha não documental que recorre à troca de informação verbal entre um indivíduo ou grupo (entrevistados) e o entrevistador.

A entrevista pode apresentar três tipos diferentes:

Estruturada – conjunto rígido de perguntas. Semi-estruturada – há maior liberdade do (s) respondente (s). Não estruturada – superior flexibilidade na condução das questões e respostas.

É necessário proceder com muita cautela na elaboração das questões a colocar, bem como na abordagem aos indivíduos entrevistados. Este cuidado pretende-se com a

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tentativa de garantir a maior neutralidade possível na colocação da questão, para que não haja condicionamento da resposta.

O Inquérito

O inquérito, tal como a entrevista, é uma técnica de recolha de dados realizada, já não oralmente mas sim de forma escrita. É regra geral, uma técnica que se destina a ser aplicada a um grande número de indivíduos.

O seu objectivo é apresentar um conjunto de perguntas a um grupo ou a uma amostra. Tal como na entrevista, as questões colocadas podem ser mais ou menos estruturadas (questões mais fechadas – maior facilidade no tratamento de informação; questões mais abertas – informação mais profunda, mais intensa mas com maior dificuldade no seu processamento).

Aspectos a Ter em Conta na Elaboração de um Inquérito

Objectivos a alcançar. Meios/recursos disponíveis. Definição de população do inquérito (definição da amostra). Redacção do inquérito. Aplicação do inquérito. Recolha da informação. Processamento da informação (decomposição e análise dos valores). Elaboração de um relatório final que contenha as conclusões mais importantes. Temos também de definir logo de início se o tipo de dados que queremos é

mais extensivo (quantitativo) ou intensivo (qualitativo).

Questões fechadas Questões abertas

Universo numeroso Universo pequeno

Ex. Estudo de caso Ex. Sondagem política

Deve haver muito cuidado na elaboração das questões, pois esta pode condicionar a resposta deturpando assim o seu resultado.

Antropossociologia ou Sociologia Antropológica

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Estuda as relações que a cultura estabelece entre si, de que forma se influenciam e quais os elementos presentes na mestiçagem cultura-mãe (influencias étnicas, etc).

Sociologia Política

Estuda as organizações políticas bem como as suas implicações na vida dos cidadãos; torna visíveis alguns aspectos sociais que estão na base de fenómenos políticos; estuda também as relações entre estados e as suas ideologias.

Sociologia da Família

Estuda as características das instituições familiares, as suas formas e as suas relações entre os seus membros, tanto nos seus vários momentos históricos como nas suas ideologias.

Sociologia da Comunidade, Rural e Urbana

Abordam as dinâmicas e os problemas sociais, tendo em conta os diferentes espaços sociológicos; estuda também as diferenças rurais e urbanas e as alterações socioculturais que ocorrem de um meio para o outro, preocupam-se também com as mudanças sociais, económicas e culturais que sucedem devido a uma elevada concentração de habitantes numa pequena área.

Sociologia da Comunicação

Aborda a comunicação entre os seres humanos e os seus comportamentos sociais que são muitas vezes afectados e influenciados por esses mesmos meios de comunicação. Um dos seus temas centrais é o estado da cultura de massas.

Sociologia Industrial e do Trabalho

Debruça-se sobre a inter-acção que existe entre indivíduos e grupos associados à produção e distribuição de bens e serviços que a sociedade necessita. Analisam as relações entre papéis e estatutos profissionais.

Interdisciplinaridade

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É uma abordagem metodológica que tem como finalidade associar o contributo de várias ciências ou áreas disciplinares que nos ajudem a encontrar uma explicação ou entendimento mais adequado da realidade social. Esta é cada vez mais uma abordagem indispensável para superior compreensão dos fenómenos sociais.

Fenómeno Social Total

Grande parte dos fenómenos sociais têm esta característica, isto significa que o fenómeno de realidade social é pluridimensional, isto faz com que, cada dimensão da realidade social específica, o contributo das várias ciências sociais faz com que tenhamos uma mais clara percepção do que está em causa, assim e porque os fenómenos sociais são complexos, devemos optar como pontos de partida para o seu estudo e compreensão os procedimentos a seguir:

Inserção num meio natural e social em que ocorrem; Recusa da linearidade explicativa (as respostas são sempre complexas); Recusa à interdisciplinaridade; Outros considerados relevantes;

Conceito Sociológico de Cultura

Sendo o Homem um ser social, a sua intenção com os outros foi dando origem a manifestações comportamentais, tradições, instrumentos, etc., que o levam a criar uma certa organização que se sobrepôs a sua organização (em termos históricos).

Com o tempo, as várias organizações (sociedades) humanas foram divergindo na sua evolução – deu origem ao nascimento de múltiplas culturas, com diferentes manifestações culturais.

Sinteticamente – Cultura – conjunto vasto e coerente de normas, valores e crenças de um determinado grupo social. A cultura implica elementos imateriais (canções, sabedoria popular, religião, etc.) e materiais (instrumentos técnicos máquinas, edifícios, …) dentro da sua complexidade.

Cultura e Herança Biológica

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Todos temos uma herança biológica dado que somos seres vivos, mas a forma como satisfazemos ou controlamos essas necessidades biológicas já é cultural, é aprendido (ex. alimentação, etc.).

É sempre aprendido no nosso grupo cultural.

Cultura – Sentido Popular e Sociológico

Sentido popular – refere-se ao indivíduo que possui um conjunto significativo de conhecimento eruditos, elevados, tem um espírito cultivado.

Sentido sociológico – conjunto de formas de pensar, agir, sentir e fazer de um qualquer grupo.

Cultura e Subcultura

Dentro de uma mesma cultura existem várias subculturas, dentro de cultura portuguesa subsistente culturas regionais, culturas urbanas, culturas juvenis, etc. .

Elementos de Cultura

Materiais Imateriais ou espirituais

Ambos estabelecem uma relação dialéctica, dando origem à cultura.

Uma das funções da socialização (transmissão de normas e valores) é a integração de um indivíduo na sua sociedade por outro lado, há também, um espaço de harmonização comportamental, de fazer com que os comportamentos se assemelham – há um esforço para criar um padrão (padrão este ao qual os indivíduos deverão obedecer).

Valores como Coesão Social

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A sociedade é constituída por múltiplos indivíduos, indivíduos estes que têm diferentes objectivos e interesses formados ou organizando-se em grupos diferenciados.

Ainda assim a sociedade transmite um conjunto de valores aos quais a maior parte dos indivíduos adere, estes valores vão servir de orientação comportamental, garantindo assim a coesão ou a estabilidade social.

Os valores são também elementos que nos permitem identificar uma cultura. São transmitidos às novas gerações para que se perpetue uma certa identidade cultural, matriz das sociedades que hoje em dia são cada vez mais influenciadas umas pelas outras.

A interiorização dos modelos culturais (valores, hábitos, tradições), é fundamental para o harmonioso funcionamento da sociedade. O nosso comportamento é tanto ou mais harmonioso ou padronizado quanto mais interiorizado estiverem os nossos modelos culturais.

O Homem além de ser um ser social é também um ser cultural. A sua cultura permite a construção da sua identidade. Esta cultura é transmitida pela forma espontânea e constante desde o

momento em que nascemos até à morte.

Padrões de Cultura

São um conjunto de elementos que nos ajuda a descodificar os fenómenos culturais, são a chave para a sua compreensão.

Todas as sociedades e culturas têm os seus padrões de cultura específicos, e muitas vezes bastante diferentes dos outros.

Etnocentrismo Cultural

Consiste em avaliar as outras culturas em função da nossa (em função dos nossos padrões de cultura), menorizando ou desprezando a nossa própria cultura.

O Homem como Produto/Produtor de Cultura

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O homem herda uma cultura, logo quando nasce são-lhe transmitidos os seus padrões de cultura (hábitos, valores, crenças, tradições, etc.), tornam-se assim um produto/resultado da sua cultura, só que o homem não é um ser passivo e a determinada altura exerce também influência sobre a sua própria cultura, tornando-se assim também produtor da cultura que lhe deu origem.

Cultura

Património (herdado). Conjunto de tradições, hábitos, costumes, crenças. Diversa. Aprendida. Dinâmica (que se vai alterando). Cumulativa. Complexa (engloba elementos teóricos e práticos, materiais e espirituais).

Processo de Socialização

Como todos os processos, estes têm fases ou etapas. A sua finalidade é a integração do ser humano na sua cultura. Pressupõe uma dinâmica de transmissão de cultura. Exige a adaptação e a comodidade ao meio em que nos inserimos. É um processo prolongado no tempo (da nascença até à morte). É transmitida por inúmeros elementos (instituições, comunicação social). Pressupõe a cooperação e solidariedade entre os elementos da sociedade.

Mecanismos de Socialização

Aprendizagem – assimilação de normas e conceitos que a sociedade transmite. Funciona também por tentativa/erro e repetição.

Imitação – mimetiza os comportamentos observados

Identificação – aprendizagem por modelação, a criança imita com mais frequência os comportamentos daqueles com quem mais se identifica, (modelos).

Argumentos de Socialização

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Sendo a socialização um processo dinâmico não começa e acaba num período de tempo, ocorre ao longo de toda a vida. À medida que a criança se desenvolve vai-se inserindo em vários grupos sociais nos quais é chamada a representar diferentes papéis que devem estar conforme ao seu estatuto dentro do próprio grupo. Assim esta integração nos grupos, que podem ser culturais, religiosos, desportivos, entre outros, exige a aprendizagem de novas regras para que possamos agir correctamente.

Os mais importantes são:

A família. A escola. Os meios de comunicação social.

Representação Social

Está sempre ligada a uma interpretação mais subjectiva, que é enquadrada por elementos culturais específicos do grupo avaliador. São formas de pré-conhecimento que estão muito próximo do senso comum. O seu objectivo é prático e ajuda a integrar a realidade.

Estereótipos

Associações espontâneas que os indivíduos fazem a pessoas, instituições, grupos, culturas, etc., que são adquiridas ao longo do quotidiano e que tem por objectivo facilitar a forma como interagir entre as pessoas. Podem ser positivos ou negativos, mas são, geralmente, fonte de discriminação social.

A Construção das Representações Sociais

Faz-se por dois processos:

Ancoragem – aquisição de informações relevantes para as nossas representações sociais.

Objectivação – assimilação das novas informações às que já possuo.

Estes dois processos influenciam-se mutuamente e faz-se na base das representações e símbolos sociais partilhados.

Os valores para além de orientarem o nosso comportamento têm também funções importantes no domínio das representações sociais, pois são eles que ajudam a forma-

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las e que depois de construídas, permitem interpretar os diferentes aspectos da realidade social e o significado que têm para o seu grupo.

No domínio das representações sociais, os símbolos desempenham um papel relevante pois transmitem-nos um conjunto de valores, ideias, conceitos, etc.

É geralmente representado por um objecto concreto, para que ele funcione, terá que ser completamente aceite.

Os Estigmas Sociais

À medida que os valores e símbolos concorrem para a construção de uma representação social que tenha características negativas, e consequentes estereótipos negativos, pode ocorrer a estigmatização de certos grupos sociais – explorar de forma negativa características sociais ou físicas de uma etnia, cultura ou grupo social.

A Importância da Comunicação Social na Construção e Divulgação das Representações Sociais

Ao contrário do que poderíamos pensar, os média, não são neutros, são antes poderosos agentes de modelação das condutas sociais, divulgando através dos seus múltiplos meios formas de pensar, sentir e agir que convém a uma determinada sociedade e que é definida pelas elites que detêm o poder económico ou político.

A sociedade industrializada cria e impõe uma comunicação cultural que se dirige não só a nível individual mas a todos os grupos sociais que produzem e consomem, a que damos o nome de cultura de massas. Essa cultura de massas vai transmitir as representações sociais que interessam para que se produzam os valores da cultura dominante. Devido ao poder que têm são um grande veículo que muito contribui para a construção das representações sociais.

Interacção Social – Situações Formais e Não Formais

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A interacção social pode ser definida como a relação que se estabelece entre dois (a forma mais simples) ou mais indivíduos. E interpretada como um jogo de expectativas mutuas relativamente ao comportamento de cada um. Quando há regras pré-estabelecidas (relativas ao comportamento) estamos no domínio mais formalizado, quando há mais liberdade de comportamentos falamos de uma situação não formal.

Na sociedade existem os actores sociais que devem desempenhar os papéis sociais esperados.

Pai Interacção Filho

Marido Mulher

Professor Social Aluno

X Y

Desempenha um papel Espera que o comportamento de

“X” corresponda ao esperado.

A Relatividade da Acção Social

Os hábitos e costumes de uma sociedade devem ser “lidar” à luz dos seus padrões culturais. Há hábitos que a uns parecem absurdos mas que para outros são extremamente importantes. O espaço e tempo onde ocorrem a acção social são decisivos para a sua deslocação.

Grupo Social

Um grupo social é, regra geral, uma colectividade estruturada, isto é, caracteriza-se por ter sido criado com objectivos bem definidos. Para que os objectivos do grupo sejam alcançados pelos membros, cada grupo definirá um conjunto de acções a defender, dando origem aos papeis sociais, decorrendo estatutos destes papeis.

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Agrupamentos Sociais

Estruturadores ou Grupo o Pertença – Pertença, referência.o Função Social – Família, empresa, igreja.o Tipo de Relacionamento – Primário, Secundário.

Não Estruturadores o Agregados Sociais – Agrupamentos geralmente espontâneos em que

não existe relações entre os elementos que o constituem.o Categorias Sociais – Categorias abstractas, não existem na realidade,

mas apenas na mente do investigador.o Outros.

Características dos Grupos Sociais

Tem que existir um conjunto de relações estruturadas (definidas). Possui uma organização específica. Tem objectivos definidos. Existe um conjunto de papéis a desempenhar (também estatutos). Os elementos (do grupo) cooperam entre si. Partilham valores, linguagem, princípios, etc. Todos comunicam entre si. E durável no tempo.

Grupo Primário

Grupo com quem nós desenvolvemos mais relações de proximidade, sendo estas mais espontâneas e duradouras, há maior partilha de valores e criação de um espírito de identidade, como por exemplo: a família, os amigos, etc.

Grupo Secundário

Grupo em que existem relações mais formalizadas (mais distantes), com objectivos mais claramente definidos e alcançáveis, como por exemplo: empresa, partidos políticos, etc.

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Grupo de Pertença

Grupo ao qual o individuo pertence, com quem tem laços de facto, como por exemplo: empresa onde trabalha, família, etc.

Grupo de Referência

Grupo ao qual o indivíduo não pertence mas aspira a pertencer, será a referência. (Por vezes pode coincidir com o grupo de pertença), como por exemplo: os elementos da vida social que nos servem de inspiração, de influencia, etc.

Socialização por Antecipação ou por Autosocialização

Quando adquirimos elementos culturais que pertencem ao nosso grupo de referência (ao qual não pertencemos) com a ambição de sermos por isso reconhecidos como seus membros estamos a socializar-nos por antecipação.

Papel Social e Estatuto Social

Cada membro da sociedade vai desempenhando vários papéis sociais (ao longo da vida e do próprio dia), isto, leva a que se tenha de adaptar o comportamento em função dos papéis que se desempenham, (cada um terá características específicas).

Apesar de todos os indivíduos serem diversos, há um conjunto de comportamentos típicos que são esperados dos seus papéis específicos.

No desempenho de um papel social há que corresponder às expectativas que esperam de nós.

Expectativas Necessárias

Que são esperadas por todos os indivíduos no exercício das suas funções enquanto profissionais ou cidadãos, são as mais importantes e por isso quando não são correspondidas há sanções mais pesadas.

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Expectativas Obrigatórias

São aquelas que são isentas a um grupo social específico (ordem dos médicos, dos alunos, dos advogados, etc.) quando não são cumpridas há sanções mais ligeiras, podendo ser contornadas ao sair desse mesmo grupo social.

Expectativas Facultativas

Aqui não existem sanções pesadas, apenas algum tipo de crítica social mais ligeira (gozo, riso, etc.) que deixam o indivíduo perceber que agiu mal, poderá haver um reflexo positivo quando se cumpre a expectativa (sorrisos, elogios, etc.).

Conflito de Papeis

No decorrer da nossa vida social exercemos diferentes funções sociais desempenhando assim múltiplos papéis sociais. Estamos sempre integrados em vários grupos sociais que podem, por vezes, entrar em conflito entre si. Podemos assim imaginar um indivíduo que é pai, operário sindicalista, crente religioso, membro de um partido político, etc. Por vezes estes papéis podem entrar em conflito uns com os outros dando origem ao conflito de papéis.

Socialização e Aprendizagens Sociais

O processo de socialização implica também uma aprendizagem de papeis sociais, a socialização de comportamento inerentes a cada papel social, o que por sua vez permite uma cada vez melhor integração no seu grupo social.

Estatuto Social

Designa a posição de um indivíduo ou grupo, ocupam na colectividade/sociedade, designa além disso o conjunto de comportamentos que determinado indivíduo ou grupo espera dos outros, devido ao papel que desempenha.

O estatuto social depende de múltiplos critérios sociais (poder económico, sexo, a idade, a religião, a ascendência, etc.).

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Estatuto Atribuído

O lugar que um indivíduo ocupa no seu grupo social ou na própria sociedade poderá ter sido meramente transmitido ou atribuído. São estatutos em que os indivíduos nada fizeram para ter direito ao cargo ou posição social que ocupam.

Estatuto Adquirido

Estatuto que resulta do esforço que os indivíduos desenvolvem para o atingir.

Instituições Sociais e Processos Sociais

Ordem Social e Controlo Social

Ordem Social

A garantia de uma coesão/harmonia entre os elementos que constituem uma sociedade, está implícito que os seus membros a aceitam/respeitam um conjunto partilhado de normas.

Dentro de cada sociedade os direitos só surgem depois de cumpridos os deveres.

Conformidade Social

Interiorização dos valores, das normas, das formas de agir e pensar que a sociedade transmite e aprova.

Graus de Conformidade Social

Existem diferentes graus de conformidade na sociedade (maior ou menor), existem indivíduos que aderem e cumprem com mais rigor as normas que lhes foram transmitidas (fracções mais conservadoras da sociedade, das comunidades mais pequenas) existem outros que questionam algumas das normas transmitidas no decorrer do processo da socialização (das mais progressistas, os jovens, artistas, intelectuais, etc.).

Page 24: resumos de sociologia

Comportamentos Desviantes

Conjunto de comportamentos que se desviam das normas que a sociedade transmite aos indivíduos.

Conformistas Desviantes

Teorias do Aparecimento de Desvios

Teoria da Associação Diferencial Teoria da Rotulação Teoria da Desorganização Social

Teoria da Associação de Desvios

O indivíduo assume atitudes desviantes relativamente ao(s) grupo(s) em que estava inserido, adoptando outras atitudes e comportamentos ajustados a um novo grupo no qual passa a estar inserido. Há uma associação a um universo diferente.

Por exemplo: O jovem que decide associar-se a um gang adoptará comportamentos ajustados aos modelos do novo agrupamento e, naturalmente, desviantes dos do seu grupo de origem.

Teoria da Rotulação

É um desvio de certa forma não real, atribuído pelo poder oficial ao rotular os indivíduos de um modo impositivo. Neste caso, os estereótipos sobrepõem-se a uma classificação analítica.

Por exemplo: Para a polícia, um indivíduo que seja apanhado num acto menos correcto é classificado como marginal ou criminoso. Esta rotulação pode acabar por arrastar o indivíduo para o universo em que foi incluído.

Comportamentos que obedecem à

Comportamentos que fogem à norma.

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Teoria da Desorganização Social

O desvio surge por afrouxamento dos vínculos sociais relativamente ao contexto social em que o individuo se insere.

Por exemplo: Em períodos de grande instabilidade social e política, a pilhagem de lojas é frequente.

Desvio Social

O desvio social pode apenas significar a opção por um modelo social diferente. Os grupos de referência, de quem opta por padrões sociais distintos, não são os grupos de referência da maioria.

As Sociedades Modernas/A anomia

Nas sociedades modernas (ricas, liberais, democráticas, …), existe mais liberdade, mais autonomia individual, mais auto-afirmação, faz com que, haja possibilidade de haver tensão social ou contornos sociais, conforme a maneira que as sociedades utilizam para gerir esses momentos mais difíceis.

Anomia Social

Fenómeno que ocorre sempre que há certo afrouxamento social (menos imposição das regras sociais), ou há uma ausência de conhecimento dessas mesmas normas (imigrantes, pessoas do campo que vêm para a cidade).

Controlo Social

Conjunto de medidas e acções que têm como finalidade a manutenção da ordem social, através (essencialmente) da transmissão de normas e valores que vigoram na sociedade.

A forma de controlo social, e com efeitos mais duráveis dá-se o nome de processo de socialização (que em si encerra também os outros dois, a saber: a pressão social e as sanções sociais).

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Pressão Social

Forma de controlo social, que se faz com a intenção de “forçar” o indivíduo a exibir os comportamentos esperados pelo grupo. Quando não o faz poderá ser reprovado socialmente, através de comentários, ou de gozo, ou, no limite, ser votado à exclusão social e ao isolamento.

Tipos de Sanções

Quanto à Sua Finalidade: o Sanções Positivas (ex. elogio).o Sanções Negativas (ex. crítica).

Quanto à Forma Como São Organizadas o Sanções Informais (ex. troça, recompensa).o Sanções Formais (ex. multa, titulo ou medalha).

Sanções Positivas

Destinam-se a premiar ou recompensar aqueles que se comportam em conformidade com as normas.

Exemplos: medalhas; títulos; prémios; elogios.

Sanções Negativas

Destinam-se a punir os indivíduos que têm comportamentos contrários às normas.

Exemplos: censura/reprovação social; crítica; multa e pena de prisão quando há violação das normas impostas pelo Estado (leis).

Sanções Informais

Sanções não organizadas, muitas vezes fruto reacções espontâneas.

Exemplos: corte de mesada; não convidar para uma festa; corte de relações.

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Sanções Formais

São organizadas e aplicadas por determinados agentes.

Exemplos: pena de prisão aplicada pelo tribunal ao criminoso; expulsão de um membro de um clube, aplicada pelos dirigentes.

Instituições Sociais

É um dos grandes objectivos de estudo da sociologia. Podemos afirmar que a nossa sociedade é institucionalizada Grande parte dos valores que estão na base da sua organização e estrutura são transmitidos pelas instituições.

Transmitem comportamentos, formas de sentir e de pensar que são, regra geral, aceites pela grande parte da sociedade têm como finalidade permitir um mais fácil alarme de objectivos.

Reprodução e Mudança Social

Todo o trabalho das instituições e do processo de socialização, têm por objectivo a manutenção da ordem social e contribuem, por isso para a reprodução social.

A Mudança Social

Os valores presentes numa sociedade estão durante algum tempo estáticos, cristalizados (sem sofrerem alterações) até determinada altura em que podem surgir novas propostas valorativas, surge a descristalização, seguida de uma reestruturação e consequente, com o tempo, de uma recristalização.

Alteração do sistema de valores vigente em determinada sociedade, de forma permanente, que envolva todos os actores sociais, que não pode ser mutuamente efémero e que seja identificável no tempo.

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Acção Social – Mudança Social

A acção social instituída promove, regra geral, a reprodução social replica aquilo que a sociedade possui (valores, culturas, ideias e modelos sociais).

Por outro lado, a acção social também se adapta aos novos problemas do quotidiano, promovendo novas propostas sociais, o que pode conduzir a mudança social nos seus múltiplos aspectos.

Factores de Mudança

(Que podem influenciar de forma decisiva a mudança social.)

Factores Geográficos (secas, inundações, pragas …).

Factores Demográficos (envelhecimento da população, êxodo rural, …).

Factores Políticos e Sociais (movimentos revolucionários, conflitos, guerras, …).

Factores Culturais (religiosos, feminismo, movimento gay, …).

Factores Tecnológicos (novas tecnologias, descobertas cientificas, inovações, …).

Factores Psicossociológicos (valorização do sucesso, individualismos, …).

Factores de Necessidades Sentidas (estado de carência leva a acção, …).

Factores de Mundialização (interdependência económica, globalização das comunicações, …).

As Mudanças no Mundo Actual

A Mundialização

Há hoje em dia cada vez mais necessidade de uma interacção entre Estados. O indivíduo é cada vez mais difícil de manter. Os países começaram a abrir as suas fronteiras uns aos outros, inicialmente por razões económicas que “contaminaram” os outros aspectos desses mesmos países (hábitos culturais, padrões de consumo, organização política, etc.).

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Desequilíbrios Ambientais

É difícil ignorar as consequências que determinados eventos acarretam a nível mundial. De facto, o abate de árvores na Amazónia, as experiencias nucleares e laboratoriais ou a industrialização, desregrada contribuem para o desequilíbrio ecológico do planeta de que nenhuma sociedade se pode alhear.

Deste modo, a proximidade dos domínios económico, politico e ecológico, os processos de democratização de educação e da política, a condução de políticas de desenvolvimento local e regional, com a necessária descentralização na tomada de decisões são, entre outros, factores à mudança, mesmo nas sociedades radicionais onde a resistência é mais forte e mais sólida a estruturação social.

As Elites

Pessoas ou grupos sociais que devido ao poder que possuem ou à influencia que exercem podem influenciar decisivamente a sociedade em geral ou o grupo social a que pertencem em particular. Exercem esta influencia demonstrando sentimentos ou emoções que experimentam ou transmitindo ideias e tomando decisões que provocam ou podem ajudar a provocar mudanças sociais.

Mundialização

É o estreitamento de laços económicos entre os países, tem sido potenciado pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte, pela livre circulação de produtos e bens, pela livre circulação de produtos, bens e capitais.

Empresas Transnacionais

Organização produtiva (bens ou serviços), que procura optimizar a rentabilidade, nesse sentido busca outros países que possam ter mão-de-obra mais baixa, maior proximidade de matérias-primas ou que sirvam de entrada na exploração de um novo mercado.

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Globalização

Informação: o A informação que se produz circula instantaneamente por todo o

mundoo O acesso à informação está generalizado e muito facilitado.o O que acontece em alguma partes do Mundo pode ser vista

imediatamente e por toda a parte.

Financeira: o A comunicação electrónica assumiu também uma elevada importância

nos mercados financeiros de todo o mundo, permitindo a compra e venda de acções ou produtos financeiros de forma imediata através da internet, nas várias bolsas mundiais.

Cultural: o O fenómeno que começou por ser comercial e económico acaba por

influenciar outras áreas de actividade humana, como é a dimensão cultural. Assim, a internet que proporciona informação e audiovisual, reduz o isolamento de algumas sociedades e confronta todas com os vários produtos e culturas de todo o Mundo, há portanto, uma forte difusão de produtos, bens, ideias, serviços, valores e símbolos culturais.

Aculturação

Processo que resulta da troca de valores, hábitos e outros elementos produzidos pelas culturas, que podem influenciar-se mutuamente. Pode haver perda de alguns elementos culturais, para que se assimilem outros, de culturas diferentes.

Tipos de Aculturação

Parcial

Há trocas culturais com outra cultura, abandonando assim alguns elementos da cultura originária, que, apesar disso se mentem dominantes.

Total

Quando uma cultura considera outra como sua superior pode abandonar a sua cultura original, mantendo apenas alguns elementos, e adoptar a nova, como se afirmando como dominante.

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Coabitação Cultural

Partilha do mesmo espaço físico, que tenha em conta o mutuo respeito e busque a igualdade.

Consumo e Estilos de Vida

Consumo Global

Aumento significativo, ao longo das últimas décadas (mundialização).

Aumento da riqueza global.

Apesar deste aumento, as desigualdades entre países (e mesmo dentro do próprio país) continuam a existir.

Podemos concluir, que a distribuição da riqueza está muito desequilibrada (mal distribuída).

Existindo disparidades de consumo muito significativas entre países.

Consumo Global Mundialização Uniformidade nos padrões de Consumo

O mesmo produto pode ser consumido simultaneamente em diversos pontos do globo.

Estilos de Vida

A Globalização contribui para uma maior uniformização a vários níveis no entanto, constatamos que também permitiu a existência de uma maior diversidade; maior probabilidade de afirmação da sua própria individualidade; multiplicação de estilos de vida; conjunto de valores que regem o seu comportamento (ético, estético, etc.).

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Novos Estilos de Vida Familiar

Temos vindo a assistir a uma alteração significativa dos clássicos padrões familiares, apercebemo-nos que existem cada vez mais:

Famílias monoparentais; Uniões de facto (pessoas que estão juntas sem casar); Famílias homossexuais; Maior número de pessoas a viver sozinhas; Taxa de natalidade decrescente (por vezes fora do casamento); Maior número de casamentos (cada vez mais tardios).

Ambiente, Riscos e Incertezas

Assistimos, desde a Revolução Industrial a uma degradação crescente e muito significativa do meio ambiente. O crescimento industrial e o seu consequente desenvolvimento económico comportam graves consequências para o planeta.

A questão é que, tal como a economia está globalizada, também o estão os problemas ecológicos, a poluição não tem fronteiras.

A sobrevivência da humanidade está seriamente posta em causa se os Homens não se esforçarem pela sustentabilidade do planeta, interligando estas dimensões.

Família e Escola

Família: o Unidade social básica.o A mais antiga das instituições.o Carácter universal (em todos os momentos históricos e em todas as

culturas).o As suas formas ou estrutura foram variando no tempo e em função das

condições económicas.o Hoje em dia, a estrutura familiar sofreu profundas alterações na sua

dinâmica e estrutura.o Têm um centro aglutinador (casa/lar).o Partilham relações de afecto, os mesmos bens de consumo.

Estrutura Familiar:o Família extensa ou consanguínea; geralmente numerosa, laços de

sangue, que se estende por mais de duas gerações (primos, tios, avós, nora, genro, …).

o Família conjugal ou nuclear baseada no relacionamento conjugal (mãe, pai e filhos).

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o As duas instituições fundamentais (dentro da instituição que é a família) são a maternidade/paternidade e o casamento.

o No ocidente o casamento é monogâmico.o Em algumas culturas existe a poligamia, geralmente a poligamia (um

homem e mais que uma mulher), também existe a poliamenia (uma mulher e mais que um homem).

Tipos de Familias

Nucleares (com ou sem vínculos matrimoniais) Monoparentais Recompostas/Reconstruídas

As Funções das Famílias

Função Social: em todas as culturas encontramos a família como a base da sociedade e a plataforma a partir da qual se constrói o processo de socialização, é assim uma forma de garantir a sua continuidade (a da família e da sociedade).

Função Sexual e de Socialização: é no seio da família que se regulamos funções sexuais e de procriação, embora as relações sexuais fora do casamento sejam toleradas, a procriação já não o é tanto, dado que as crianças dependem da família para garantir a eficaz socialização da criança. É também na família que se procede a preparação para o desempenho de papéis e estatutos que decorrem da sua situação social e que assim lhes vão permitindo a inserção na hierarquia social correspondente.

Função Económica: antigamente a família era a unidade económica principal de produção. A sua sobrevivência ditava que todos deviam trabalhar em conjunto na produção de bens essenciais (essencialmente derivados da agricultura). A partir da revolução industrial, a situação alterou-se, tornando-se agora a família a unidade base de consumo.

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A Evolução da Família Pré e Pós Revolução Industrial

Pré Revolução Industrial Pós Extrema rede de parentesco.

Grupo doméstico extenso. Função: política, religiosa e de

produção. Responsabilidade educativa e

financeira elevada.

Reduzida mobilidade social.

Reduzida rede de parentesco (êxodo rural).

Lar conjugal (menos elementos). Função: consumo

Responsabilidade educativa e de recursos partilhados com outras instituições.

Ruptura dos laços familiares provocada pela mobilidade social.

Desigualdades e Identidades Sociais

Classes sociais, mobilidade social e movimentos sociais.

Estratificação Social: Ferramenta sociológica para estratificar ou dividir os grupos de indivíduos na sociedade, partindo do principio que há uma hierarquização nessa organização, com os mais privilegiados em cima e menos privilegiados em baixo.

Classes Sociais: São grupos de pessoas que possuem características aproximadas, muitas vezes as mesmas ambições e expectativas sociais. Colocam-se em posições relativas umas às outras, em função dessas mesmas características (riqueza, poder, etc.).

Mobilidade Social

Processo de deslocação (ou permanência) ascensão ou descendentes dos indivíduos, que implica o desempenho de novos papeis sociais que decorrem dos seus estatutos. A mobilidade social é uma das características das sociedades modernas desenvolvidas que permitem, em função de vários factores (esforço, ambição, trabalho, … bem como maus aspectos que nos façam descer) atingir uma nova posição na estratificação social.

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Movimentos Sociais

Grupos sociais que têm objectivos comuns e que pretendem que sejam alcançados colectivamente. Desenvolvem-se à imagem das instituições e têm por base os valores dos elementos que constituem esse grupo.

Condições para o Surgimento de Movimentos Sociais.

1) Descontentamento Social: Que pode passar pelas dificuldades que um grupo social está a passar,

poderá vir a ser a semente de um movimento. A injustiça sofrida por alguns grupos sociais, pode despoletar um

movimento social. Em determinada altura pode ocorrer a percepção social de que as coisas

têm que mudar.

2) Se não houver possibilidade de resolução da razão do descontentamento (bloqueio estrutural), devemos passar para a fase seguinte.

3) Interacção dos descontentes com objectivo e passar à acção (que dará origem ao movimento social).

4) Surgem a expectativa de que a negociação com todos os intervenientes tenha sucesso.

5) A insidade com que a ideologia é vivida ou partilhada justifica e legitima, não só o movimento social como o grau de adesão que o movimento usufrui.

Estes podem ser:

Locais Regionais Nacionais Mundiais

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Podem ter uma matriz:

Utópica Revolucionária Resistência Reformista

Os Movimentos Feministas

É a partir da Revolução Francesa que valores como a igualdade começam a se fazer impor, assim a igualdade de género começa também a fazer sentido, a mulher começa, de forma sistemática, a exigir a igualdade a todos os níveis, académico, político, profissional, cultural, já que a mulher até então era excluída de uma série de áreas de actividade, reservadas apenas aos homens.

Modelo de 5 Formas de Integração Social

Integração: manutenção da identidade minoritária, com os valores da cultura minoritária.

Assimilação: nega as diferenças de identidade, força a aceitação dos valores da cultura dominante.

Segregação: corresponde à não aceitação dos valores da minoria com a identidade da maioria (distinção/reparação entre maiorias e minorias).

Exclusão: rejeita ao mesmo tempo a identidade da minoria e a possibilidade de esta se adoptar aos valores da maioria.

Individualização: a estratégia que considera cada pessoa uma entidade particular, que não é definida pela sua etnia ou categoria social.

Género e Identidades Sociais

Grande parte da identidade e do género social é constituído pelo processo de socialização, isto porque a transmissão dos valores vai produzindo o universo sociológico que valoriza os comportamentos de forma assimétrica.