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DIÁRIO DE BORDO: Experiências vividas e percebidas em 2013 durante estágio curricular obrigatório nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental na modalidade de Educação de Jovens e Adultos na escola comunitária Tia Joana em Caxias (MA) 1 LOGBOOK: Lived Experiences and Perceived in 2013 during Internship Mandatory in Years Elementary School Early in youth and Adult Education Mode in Community School Aunt Joan in Caxias (MA) Prof. Dr. Greilson Lima Professor Doutor da Disciplina Metodologia da Pesquisa em Psicologia da Educação do Curso de Especialização em Psicologia da Educação do Núcleo de Tecnologias para Educação (UemaNet) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) Prof. Esp. Denílson Barbosa dos Santos Acadêmico do Curso de Especialização em Psicologia da Educação do Núcleo de Tecnologias para Educação (UemaNet) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) E-mail: [email protected] RESUMO Este texto tem como objetivo relatar as experiências vividas, adquiridas e os resultados alcançados durante meu Estágio Curricular Obrigatório nos anos iniciais do ensino fundamental do Curso de Pedagogia licenciatura Plena da UEMANET (minha 2ª graduação, já que a minha 1ª graduação que fiz foi em Geografia Licenciatura Plena/UEMA), o qual realizei na turma de 2ª Etapa do 1º segmento de EJA da Escola Comunitária Tia Joana da cidade de Caxias-MA. A experiência do estágio curricular vivenciada na Escola Comunitária Tia Joana foi produtiva e valeu apena, visto que me possibilitou uma experiência impar, onde adquiri subsídios e práticas que me ajudarão ao longo do meu desenvolvimento profissional. Assim, em conformidade com Sousa e Serra (2011), as visitas de campo à referida escola para observações não-participante; observações participante, aplicação dos roteiros de entrevistas e regência em sala de aula se deram no período de 05 de abril à 08 de junho de 2013. Palavras-chave: Relato de experiência. Estágio Curricular. Escola Comunitária Tia Joana. 1º Segmento de EJA. Caxias-MA. ABSTRACT This text aims to report the experiences acquired and the results achieved during my Internship Mandatory in the early years of elementary education in the Education course undergraduate Full of UEMANET (my 2nd degree, since my 1st graduation I did was in Geography Full Degree / UEMA), which realized in the class of 2nd Stage of 1 EJA segment Community School Aunt Joan in the city of Caxias, MA. The experience of the traineeship lived in Community School Aunt Joan was productive and cost apena since enabled me an odd experience where purchase subsidies and practices that will help me throughout my professional development. Therefore, in accordance with Sousa and Serra (2011), field visits to that school for non-participant observations; participant observations, application of scripts and conducting interviews in the classroom took place in the period from April 5 to June 8, 2013. Keywords: Experience report. Curricular Training. School Community Aunt Joan. 1st segment of adult education. Caxias, MA. 1 Texto produzido pelo acadêmico Prof. Esp. Denílson Barbosa dos Santos e apresentado à Disciplina Metodologia da Pesquisa em Psicologia da Educação do Curso de Especialização em Psicologia da Educação do Núcleo de Tecnologias para Educação (UemaNet) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) como requisito parcial de avaliação da aprendizagem, 2015.1, sob orientação do Prof. Dr. Greilson Lima.

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DIÁRIO DE BORDO: Experiências vividas e percebidas em 2013 durante estágio

curricular obrigatório nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental na modalidade de

Educação de Jovens e Adultos na escola comunitária Tia Joana em Caxias (MA)1

LOGBOOK: Lived Experiences and Perceived in 2013 during Internship Mandatory in

Years Elementary School Early in youth and Adult Education Mode in Community

School Aunt Joan in Caxias (MA)

Prof. Dr. Greilson Lima

Professor Doutor da Disciplina Metodologia da Pesquisa em Psicologia da Educação do Curso de Especialização

em Psicologia da Educação do Núcleo de Tecnologias para Educação (UemaNet) da Universidade Estadual do

Maranhão (UEMA)

Prof. Esp. Denílson Barbosa dos Santos Acadêmico do Curso de Especialização em Psicologia da Educação do Núcleo de Tecnologias para Educação

(UemaNet) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

E-mail: [email protected]

RESUMO

Este texto tem como objetivo relatar as experiências vividas, adquiridas e os resultados alcançados durante meu

Estágio Curricular Obrigatório nos anos iniciais do ensino fundamental do Curso de Pedagogia licenciatura

Plena da UEMANET (minha 2ª graduação, já que a minha 1ª graduação que fiz foi em Geografia Licenciatura

Plena/UEMA), o qual realizei na turma de 2ª Etapa do 1º segmento de EJA da Escola Comunitária Tia Joana da

cidade de Caxias-MA. A experiência do estágio curricular vivenciada na Escola Comunitária Tia Joana foi

produtiva e valeu apena, visto que me possibilitou uma experiência impar, onde adquiri subsídios e práticas que

me ajudarão ao longo do meu desenvolvimento profissional. Assim, em conformidade com Sousa e Serra (2011),

as visitas de campo à referida escola para observações não-participante; observações participante, aplicação dos

roteiros de entrevistas e regência em sala de aula se deram no período de 05 de abril à 08 de junho de 2013.

Palavras-chave: Relato de experiência. Estágio Curricular. Escola Comunitária Tia Joana. 1º Segmento de EJA.

Caxias-MA.

ABSTRACT

This text aims to report the experiences acquired and the results achieved during my Internship Mandatory in the

early years of elementary education in the Education course undergraduate Full of UEMANET (my 2nd degree,

since my 1st graduation I did was in Geography Full Degree / UEMA), which realized in the class of 2nd Stage

of 1 EJA segment Community School Aunt Joan in the city of Caxias, MA. The experience of the traineeship

lived in Community School Aunt Joan was productive and cost apena since enabled me an odd experience where

purchase subsidies and practices that will help me throughout my professional development. Therefore, in

accordance with Sousa and Serra (2011), field visits to that school for non-participant observations; participant

observations, application of scripts and conducting interviews in the classroom took place in the period from

April 5 to June 8, 2013.

Keywords: Experience report. Curricular Training. School Community Aunt Joan. 1st segment of adult

education. Caxias, MA.

1

Texto produzido pelo acadêmico Prof. Esp. Denílson Barbosa dos Santos e apresentado à Disciplina

Metodologia da Pesquisa em Psicologia da Educação do Curso de Especialização em Psicologia da Educação do

Núcleo de Tecnologias para Educação (UemaNet) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) como

requisito parcial de avaliação da aprendizagem, 2015.1, sob orientação do Prof. Dr. Greilson Lima.

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INTRODUÇÃO

Sabe-se que o Estágio Curricular Obrigatório Supervisionado nos anos iniciais Ensino

Fundamental, no Curso de Pedagogia da UemaNet, tem como objetivos oportunizar ao

acadêmico condições propícias ao desenvolvimento de sua prática docente, mediante

trabalhos pedagógicos, regência de classe e intervenção sistematizada em situações que se

apresentam no campo de estágio, bem como a articulação entre universidade e instituições

educativas e a promoção da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Desse modo, a atividade curricular tem como finalidade levar o acadêmico à

compreensão da prática docente na realidade escolar, instrumentalizando-o para a proposição

de alternativas para atuar na resolução de problemas característicos do cotidiano profissional,

por meio da observação, registro, investigação, análise e reflexão teórica a partir de situações

de ensino em sala de aula e de processos de gestão educacional e, ainda, planejamento,

elaboração e realização de atividades de ensino como exercício da docência supervisionada.

Assim sendo, na perspectiva de atender a uma das propostas de atividades avaliativas

da Disciplina Metodologia da Pesquisa em psicologia da Educação do Curso de

Especialização em Psicologia da Educação do Núcleo de Tecnologias para Educação

(UemaNet) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), este texto tem como objetivo

relatar as experiências vividas, adquiridas e os resultados alcançados durante meu Estágio

Curricular Obrigatório nos anos iniciais do ensino fundamental do Curso de Pedagogia

licenciatura Plena da UEMANET (minha 2ª graduação, já que a minha 1ª graduação que fiz

foi em Geografia Licenciatura Plena/UEMA), o qual realizei na turma de 2ª Etapa (4º e 5º ano

do Ensino Fundamental) do 1º segmento de EJA da Escola Comunitária Tia Joana da cidade

de Caxias-MA. A experiência do estágio curricular vivenciada na Escola Comunitária Tia

Joana foi produtiva e valeu apena, visto que me possibilitou uma experiência impar, onde

adquiri subsídios e práticas que me ajudarão ao longo do meu desenvolvimento profissional,

pois sou professor de Geografia do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental Regular e na

modalidade de EJA, nunca tinha tido uma experiência com alunos dos anos iniciais do Ensino

Fundamental (1º ao 5º ano). Assim, todas as atividades desenvolvidas foram satisfatórias, pois

atendeu ao nosso propósito, as quais foram pensadas e planejadas à luz dos Parâmetros

Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental, das Diretrizes Curriculares de EJA e da

Proposta Curricular de EJA do 1º segmento do MEC e do município de Caxias-MA.

Assim, em conformidade com Sousa e Serra (2011), as visitas de campo à referida

escola para observações não-participante; observações participante e entrevistas, bem como a

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regência em sala de aula se deram no período de 05 de abril à 08 de junho de 2013. Ao passo

que as observações, as entrevistas e atividades realizadas nesse período, encontram-se

descritas nas páginas a seguir deste texto, e as fotos, atividades encontram-se nos apêndices.

Portanto, este texto, foi concebido com a preocupação principal de perceber e/ou

melhor entender as principais teorias que fazem parte do campo de conhecimento denominado

Psicologia da Educação e que no nosso entender e dos demais acadêmicos e professores do

Curso de Especialização em Psicologia da Educação da UemaNet/UEMA e da Disciplina

Metodologia da Pesquisa em Psicologia da Educação, as discussões travadas nesse curso e

que serão travadas ao longo do curso e que foram travadas quando da realização de visitas de

campo às escolas para coleta de dados para produção deste e de outros textos desta natureza,

trazem e poderão trazer ainda ideias significativas para refletirmos sobre as questões relativas

à dimensão subjetiva da educação, sobretudo a escolar, em pleno século XXI (GATTI, 1997,

2003).

2 CARACTERIZÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO, DAS ATIVIDADES RELAIZADAS

E EXEPRIÊNCIAS VIVIDAS

2.1 Campo de estágio

A Escola Comunitária Tia Joana, está localizada a Avenida Volta Redonda, S/N,

Bairro Volta Redonda, Caxias-MA, E-mail: [email protected]. Tendo como Gestora

a Professora Joana da Silva e Coordenadoras Pedagógicas Maria Elisabeth Sumber e Cleide

Regina Ferreira Morais, as quais são responsáveis pelo planejamento (quinzenal),

acompanhamento dos alunos e da prática pedagógica e formação continuada dos professores.

Além de 12 professores (8 contratados e 4 efetivos); 03 vigias; 03 zeladoras; 02 merendeiras;

e 01 secretário.

Por sua vez, a Escola Tia Joana faz parte da Rede municipal de Ensino de Caxias-MA,

localizada à Avenida Volta Redonda, S/N, Bairro Volta Redonda, Caxias-MA. A cidade de

Caxias-MA (Figura 1) está localizada no Estado do Maranhão da região Nordeste, na

Mesorregião Leste Maranhense, na Latitude: 4º 51’32” S e Longitude: 43º 21’22” W,

distando 360 km da capital São Luís.

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Figura 1 - Localização Geográfica do município de Caxias no Estado do Maranhão e na

Mesorregião Maranhense.

Fonte: IBGE, 2011.

Buscando compreender o percurso histórico da escola campo de estágio, resolveu-se

entrevistar a Senhora Gestora Prof.ª Joana da Silva. Quando a ser questionada sobre o

histórico, as ações e a filosofia da Escola Tia Joana, ela foi taxativa ao dizer que:

“É uma escola comunitária, fruto da união entre professores e comunidade,

trata-se de uma entidade de luta e resistência desde 1989, ano de sua

fundação, situada na Avenida Volta Redonda, neste município. A

mantenedora desta escola é a Associação de Pais e Mestres da Escolinha

Tia Joana, que é a proprietária do espaço escolar, e recebe todo o apoio do

poder público municipal, desde a firmação do convenio com a prefeitura

municipal”. (Fonte: Relato da Gestora Escolar Prof.ª Joana da Silva,

entrevista, 13/05/2013).

Ainda em conformidade com documentos cedidos e relatos da Gestora Prof.ª Joana da

Silva, a ECOM. Tia Joana, desde sua fundação, atende crianças, jovens e adultos, uma vez

que foi exatamente para atender essa clientela que se encontrava sem acesso a educação, pela

pouca quantidade de escolas na cidade em 1989, para atender a demanda de alunos que ela foi

instituída, vale salientar que o objetivo desde então traçado pela escola é “Educar para instruir

e humanizar”, dando, pois prioridade e valorização a cultura (comemorações religiosas, festas

juninas, bumba-meu-boi, entre outros).

Esta escola também até o ano de 2004 desenvolveu com os alunos um grande projeto

chamado “circo sem lona”, o que dá o embasamento para afirmação que a escola é pioneira no

que se refere a ampliação da jornada e organização curricular no aspecto da educação integral,

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buscando desenvolver nos educandos sua formação e interação com o meio. Desde este

período a escola vem também desenvolvendo atividades de formação continuada e

profissional, como cursos, seminários, palestras formativas, envolvendo pais, professores,

alunos e toda comunidade escolar. A realização dessas atividades se dá por meio da parceria

estabelecida entre a escola e outras entidades que vislumbram também o desenvolvimento

social, como o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Genésio (CDDHAG), que

desde a fundação da escola, sempre dispensou seu incondicional apoio as atividades

desenvolvidas. A igreja católica, é também outra grande parceira da Escola Tia Joana, foi por

meio da parceria com esta instituição cristã que se obteve conquistas fundamentais para a

instituição escolar, foi através da Diocese de Caxias, na pessoa do bispo D. Luís D’Andréa

(hoje em memória), que se conseguiu fazer a primeira reforma e adequação do prédio,

dividindo-o em salas de aulas e outras dependências, onde, na oportunidade foi desenvolvido

de forma pioneira oficinas de produção alternativa, onde foram oferecidos os cursos de corte e

costura, arte em serigrafia, confecção de bolsas, calçados e etc.

A Escola Tia Joana sempre esteve envolvida com os movimentos sociais de luta pela

melhoria da educação, por acreditar que uma boa educação, promove uma melhor qualidade

de vida. Para que se possa manter a qualidade e eficiência do ensino oferecido, a escola conta

com um rol de professores comprometidos e com a maciça participação da comunidade

escolar nas atividades desenvolvidas. Além do mais vale destacar que:

“Todas as atividades desenvolvidas na escola foram interrompidas no ano

de 2004 pelo governo municipal da época, pois a prefeita cancelou o

convenio firmado entre escola e prefeitura, obrigando assim a escola a

emitir a transferência de todos os alunos, uma vez que a APMETJ

(Associação de Pais e Mestres da Escolinha Tia Joaninha) não tinha

condição de manter a escola em funcionamento com seus quase 500 alunos.

Toda a tormenta teria fim e a escola voltaria a prestar serviços

educacionais com professores voluntários se a ex-prefeita não tivesse

sucateado a escola, levando todos os equipamentos conquistados pela

instituição, como máquinas de costura, equipamentos do “circo sem lona”,

do bumba meu boi, enfim, todos os materiais pedagógicos e facilitadores das

ações desenvolvidas. A prefeita se apossou do prédio e deu inicio a

depredação do mesmo, a APM, entrou na justiça e pelo trabalho prestado

pela escola a comunidade desde sua fundação, teve nessa luta grande apoio

da comunidade, que organizada pressionou a justiça a acelerar o processo,

a qual deu ganho de causa a APM. A justiça obrigou à senhora então

prefeita da época, a devolver os itens surrupiados da escola, porém todos

estavam completamente destruídos sem nenhuma condição de uso. Desde

então a escola passou por um processo de reorganização das atividades

complementares desenvolvidas”. (Fonte: Relato da Gestora Escolar Prof.ª

Joana da Silva, entrevista, 13/05/2013).

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Em 2005, noutra administração, o convênio com prefeitura e a escola foi restabelecido

e a escola totalmente reconstruída, ampliada e reequipada, passando a trabalhar apenas com a

educação infantil, com grande quantidade de alunos, desde 2006 a escola passa a inserir um

ano a mais em sua oferta de ensino, sendo que nos dias atuais atende mais de 500 alunos

sendo os mesmos do 1º ao 5º ano e 1ª e 2ª Etapa do 1º Segmento de Educação de Jovens e

Adultos (EJA). Desde então passou a ter 8 salas de aulas com mobília adequada a faixa etária

dos alunos atendidos, com carteiras padrão classe A do MEC, 01 cantina, 01 laboratório de

informática, 03 banheiros (1 alunos, 1 alunas e 1 professores), 01 pátio, 01 sala da Diretoria,

01 sala dos professores e 01 espaço externo. Em 2013 passou a contar com o Programa Mais

Educação desenvolvendo atividades no contra turno para os alunos da escola.

A proposta pedagógica e o PPP da escola ainda estão em processo de elaboração.

Todavia, entre outras coisas, nas práticas pedagógicas que se processam no interior da

ECOM. Tia Joana, percebe-se que o processo educativo dos alunos é concebido como um

processo integral, pois a escola tem a preocupação de “Educar para instruir e humanizar”,

dando, pois prioridade e valorização a cultura (comemorações religiosas, festas juninas,

bumba-meu-boi, entre outros), a interação família-escola, as produções literárias ou

linguísticas (livros produzidos pelos alunos em diferentes gêneros, jornal Mandacaru e jornal

mural da escola), artísticas e culturais dos alunos.

Por sua vez, o registro da prática educativa processadas no interior da escola é

realizado por meio do diário de classe, caderno da professora, portfólio, registro fotográfico.

Por outro lado, a responsabilidade e preocupação com a alimentação saudável e bem-estar das

crianças, jovens e adultos é uma constante da SEMEDUC e da ECOM. Tia Joana,

materializada quando da criação do Núcleo de Alimentação Escolar da SEMEDUC-

Secretaria Municipal de Educação de Caxias-MA, onde uma equipe de nutricionista prepara e

acompanha um cardápio balanceado e diversificado. Todos os espaços da escola são seguros,

limpos, higienizados, confortáveis, iluminados, arejados, amplos e salubres.

As práticas educativas, formativas e lúdicas que são processadas no interior da escola

Tia Joana são pensadas e planejadas com vista à promoção e desenvolvimento da autonomia

da criança, reconhecimento da identidade e valorização das diferenças e cooperação,

relacionamento saudável com o ambiente natural e social, tudo isso, por meio da exploração

de múltiplas linguagens. Além de promover a interação social das crianças, favorecendo o

respeito à dignidade, ao ritmo, as ideias, conquistas e produções e interação entre as crianças,

jovens e adultos, bem como enfatizam ainda, o respeito e acolhimento, o direito das famílias

de acompanhar as vivências e produções dos alunos.

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Finalizando a entrevista, pedi a Gestora Prof.ª Joana que comentasse sobre sua visão

de ensino-aprendizagem que a escola vem desenvolvendo junto ao seu corpo discente e

docente, e, mais uma vez ela foi taxativa ao dizer que:

“Em síntese, o ensino-aprendizagem é um processo tão abrangente quanto

às relações humanas. Assim, a ECOM. Tia Joana, entende que educação

excede o espaço escolar, pois ela ocorre em casa, na rua, na igreja ou na

escola. Além disso, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela. Por isso

que se devem estar todos os momentos realizando atos de aprendizagem e de

ensino; pela educação desenvolvemos nossa capacidade e potencialidades

para o saber e para fazê-lo. Em tudo isso se manifesta uma de suas

características que é o artifício. Educação não é um ponto de chegada, mas

um processo. Nesse processo está presente a dinamicidade das ações e

relações entre as pessoas e grupos o que faz desse processo um mecanismo

que pode produzir transformações sociais, mas que, em geral, esforça e

mantém a sociedade estratificada. Para reforçar esse meu posicionamento,

gostaria que você me desse licença pra mim ler duas citações que gosto

muito e tem tudo a ver com nossa escola, primeiro quero citar Lukesi (2001,

p.14), “Pode-se dizer, que em todas as dimensões da vida existem processos

educacionais”. E agora cita Carlos Brandão, pois entendo também que

ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de

um modo ou de outro, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela, seja,

para aprender, para ensinar ou para aprender e ensinar. Em outros termos,

“Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias

misturamos a vida com a educação” (BRANDÃO, 1985, p.7). (Fonte:

Relato da Gestora Escolar Prof.ª Joana da Silva, entrevista, 13/05/2013).

Portanto, em conformidade com os relatos da Gestora Prof.ª Joana da Silva e nas

observações feitas, pode-se aferir que a Escola Comunitária Tia Joana desenvolve suas

práticas educativas e formativas à luz de diversas correntes psicológicas, filosóficas e

sociológicas, dando ênfase a dimensão subjetiva e social dos sujeitos. Nesse sentido, Maria

Vilani Cosme de Carvalho, na introdução do livro “Psicologia da Educação: teorias do

desenvolvimento e da aprendizagem em discussão”, organizada por ela e por Kelma Socorro

de Matos (2009), reforça esse entendimento quando explica que:

Como a questão central da Psicologia da Educação é compreender a dimensão

subjetiva da educação (subjetividades que são constituídas no contexto educacional),

tendo como base teórica principal as teorias que explicam os processos de

desenvolvimento e de aprendizagem humana, há teorizações diferenciadas a serem

analisadas e escolhidas pelo professor formador.

Compartilhando da compreensão de que o ser humano desenvolve suas

características biopsicossociais à medida que vai se inserindo nos diferentes

contextos de socialização, escolhemos as teorias que, embora de modo diferente,

ressaltam a importância dos eventos educativos, sobretudo os que acontecem na

escola, no processo de individualização do ser humano. Como também são várias e

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díspares as teorias que compartilham dessa idéia, sendo abordadas nos cursos de

formação de professores no Brasil.

[...]. Além disso, temos, temos consciência de que a contribuição que o

conhecimento psicológico pode dar à educação não está no conhecimento em si

mesmo, mas na forma como nós, educadores, pensamos e questionamos os

processos psicoeducacionais que se desencadeiam nas pessoas, como as

aprendizagens e as ações de ensino que se desenvolvem nas escolas. (CARVALHO,

2009, p.12).

2.2 Entrevista do professor Marcos Gean Rodrigues, titular da turma de 2ª etapa de

EJA da escola.

Antes de tudo, esclareço os motivos que me levaram a optar por estagiar em uma

turma de EJA, se deve ao fato, que sou Coordenador Municipal de Educação de Jovens e

Adultos da Secretaria Municipal de Educação de Caxias, trabalho das 7h30 às 17h30, o que

inviabilizou estagiar no ensino fundamental regular nos turnos matutino ou vespertino, além

do mais, de 2005 a 2010, fui professor de Geografia da 3ª e 4ª Etapa do 2º Segmento de EJA e

no período de 2006 a 2008, trabalhei como professor de EJA na Central Custódia de Presos de

Justiça de Caxias/CCPJ com a alfabetização de jovens e Adultos e com alunos do 1º

Segmento de EJA (1º ao 5º ano do Ensino Fundamental).

Por outro lado, a LDB n.º 9.394/96 prevê que a educação de jovens, e adultos (EJA) se

destina àqueles que não tiveram acesso (ou não deram continuidade) aos estudos no Ensino

Fundamental e Médio, na faixa etária de 7 a 17 anos, e deve ser, oferecida em sistemas

gratuitos de ensino, com oportunidades educacionais apropriadas, considerando as

características, interesses, condições de vida e de trabalho do cidadão.

A resolução CNE/CEB n.º 1/2000, por sua vez, institui as Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Essas diretrizes são obrigatórias tanto na

oferta quanto na estrutura dos componentes curriculares de Ensino Fundamental e Médio de

cursos desenvolvidos em instituições próprias, integrantes da organização da educação

nacional, à luz do caráter peculiar dessa modalidade de educação.

As diretrizes destacam que a EJA, como modalidade da educação básica, deve

considerar o perfil dos alunos e sua faixa etária ao propor um modelo pedagógico, de modo a

assegurar: equidade: distribuição específica dos componentes curriculares, a fim de propiciar

um patamar igualitário de formação e restabelecer a igualdade de direitos e de oportunidades

em face do direito à educação; diferença: identificação e reconhecimento da alteridade

própria e inseparável dos jovens, dos adultos e idosos, em seu processo formativo, da

valorização do mérito de cada um e do desenvolvimento de seus conhecimentos e valores.

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Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, é

necessário que a escola assuma a função reparadora de uma realidade injusta, que não deu

oportunidade nem direito de escolarização a tantas pessoas. Ela deve também contemplar o

aspecto equalizador, possibilitando novas inserções no mundo do trabalho, na vida social,

nos espaços de estética e na abertura de canais de participação. Mas há ainda outra função a

ser desempenhada: a qualificadora, com apelo à formação permanente, voltada para a

solidariedade, a igualdade e a diversidade.

Considerando, tudo isso, cumprindo determinação das tutoras à distância e presencial

e da Supervisora do Estágio do 7º período do Curso de Pedagogia da UemaNet, visitei em 05

de abril/2013 a sala de aula da turma de 2ª etapa( 4º e 5 º ano) do 1º Segmento de EJA do

Ensino Fundamental da ECOM. Tia Joana, com vista observar aspectos relevantes e presentes

na prática pedagógica do professor de EJA Marcos Gean Rodrigues, de modo que, após fazer

as observações necessárias, o entrevistasse, e assim, foi feito.

As repostas obtidas a partir da entrevista e de conversa travada com o professor e com

os alunos de EJA da ECOM. Tia Joana, trazem contribuições de grande importância e

interesse para a compreensão da prática e para nossa formação docente, bem como sobre

diferentes aspectos da EJA no primeiro segmento do Ensino Fundamental.

Um primeiro ponto que se destaca é o fato de que os professores de EJA têm, hoje, um

nível de formação bem mais elevado do que há algumas décadas. Mesmo assim, essa

formação ainda não é específica para esse trabalho, preocupação explicitada nas Diretrizes

Curriculares para a Formação de Professores da Educação Básica, do Conselho Nacional de

Educação, estimulando os cursos de licenciatura que tratem da especificidade da EJA. A esse

respeito, durante conversa com o Professor Marcos Gean, lhe fiz então, os seguintes

questionamentos: Professor: quem é você? Qual sua formação? Quanto tempo de

experiência? Eis que ele responde:

“Sou Professor Marcos Gean Rodrigues, tenho 24 anos. Sou casado.

Formado em Pedagogia Licenciatura Plena (UEMA), Curso Normal em

Nível Médio (Magistério) e Educador Popular pela Escola de Formação

Quilombo dos Palmares. Há 5 anos atuo em sala de aula como professor”.

(Fonte: Entrevista, realizada em 05 de abril de 2013, com o Professor

Marcos Gean Rodrigues).

A esse respeito, a proposta de formação de professores apresentada por Nóvoa (1995)

torna-se referência quando refletimos sobre os aspectos formativos mencionados acima pelo

Professor Marcos Gean, porque considera que a formação ocorra com base em três eixos

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estratégicos: o desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional. Visto que, a formação

não se constrói por acumulação de cursos, de conhecimentos técnicos, mas por meio de um

trabalho de reflexão crítica sobre as práticas e de reconstrução permanente de uma identidade

pessoal. Além disso, é mister, que as práticas formativas concebam a formação como um

processo interativo e dinâmico no qual a troca de experiências e a partilha de saberes

consolidam espaços de formação mútua. Por conseguinte, a formação que considera esse viés

contribui para emancipação profissional e para consolidação de uma profissão que é

autônoma na produção de seus saberes e dos seus valores, com reflexos positivos na qualidade

do ensino-aprendizagem dos alunos.

É justamente, com este entendimento, que a proposta do nosso estágio curricular

obrigatório foi elaborada, pensada, e, fomos instrumentalizados nos encontros presenciais

com a Supervisora Presencial Wilma Gultelaynne e com a Tutora Presencial Galba Syonne, e,

fora colocada em prática durante o Estágio Curricular Obrigatório do 1º ao 5º ano do Ensino

Fundamental, na modalidade de EJA, por meio do projeto didático interventivo numa

perspectiva interdisciplinar, intitulado Projeto Prática de Leitura, Escrita e Contação de

História na 2ª Etapa de EJA da ECOM. Tia Joana, o qual foi desenvolvido no período de 13

de maio à 08 de junho/2013. E nesse caso, Marilda Aparecida Behrens (2005) em seu livro O

Paradigma Emergente e a Prática Pedagógica, sugere que:

[...] o professor tenha conhecimento dos referenciais teóricos e práticos do

paradigma emergente, que, nesse momento histórico, apontam para uma tríplice

aliança metodológica: A visão sistemática que promove o desenvolvimento do aluno

em todo o processo, buscando superar a fragmentação e tentando criar novos

caminhos que completem a emoção, a intuição, a responsabilidade, a alegria, o

entusiasmo em poder produzir o conhecimento que beneficie a si mesmo e a

coletividade. A abordagem progressista, como mediadora, referendando a

participação, o espírito de grupo, a coletivização dos conhecimentos na busca da

transformação da realidade; e o ensino com a pesquisa como abordagem da

produção do conhecimento provocando o acesso às informações, a busca de

referenciais e o espírito investigativo do aprender a aprender. Essa aliança deve

apropriar-se da tecnologia inovadora como instrumental para desenvolver o projeto

metodológico em sala de aula (BEHRENS, 2005, p.107-108).

Buscando aprofundar a conversa, perguntei então, ao Professor Marcos Gean: Quando

e porque se tornou professor de EJA? E como é sua relação com os alunos? Quais as

principais características de seus alunos? A esse respeito expressou-se da seguinte forma:

“Há dois anos, mais precisamente em 2010, fui convidado a substituir uma

professora de EJA da ECOM. Tia Joana, que precisava se ausentar da sala

de aula para tratamento de saúde. Aceitei, meio que nervoso, por se tratar

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dos pais e das mães dos meus alunos do diurno da escola, mas não é que me

apaixonei, logo de cara, pelo interesse deles em querer aprender, pela

bagagem de conhecimentos e experiências que tinham e traziam para sala

de aula, o que enriqueceu e facilitou minha ação docente.

Minha relação com os alunos, como você bem viu é muito boa, afetuosa,

respeitosa... Gosto muito de escutá-los, de aprender com eles, sinto-me bem

acolhido por eles... São alunos de idade variadas, tem jovens de 18 a 24

anos, mas tem também alunos de idade já bem avançada com Dona

Raimunda de 52 anos,[...] são pragmáticos, deixaram de estudar a muito

tempo e agora estão retornando á sala de aula, depois de um dia inteiro de

trabalho” (Fonte: Entrevista, realizada em 05 de abril de 2013, com o

Professor Marcos Gean Rodrigues).

Pensando nessa colocação do Professor Marcos Gean, ressalto a dimensão integradora

da educação, bem como considero que, se o ambiente é harmonioso, acolhedor, motivador,

respeitoso e prazeroso da sala de aula, que deve ser criado pelo professor, de modo que, os

alunos adquiram mais segurança nas relações, perdem o medo de errar, se lançam mais e,

consequentemente, aprendem mais. Assim, propus ao professor Marcos Gean que, ao planejar

as situações didáticas, refletisse sobre os seus alunos de EJA, considerando o

desenvolvimento integral deles, contemplando as características culturais dos grupos a que

pertencem e as características individuais, tanto no que se refere aos modos como interagem

na escola, quanto às bagagens de saberes de que dispõem.

Na proposta freiriana (1987; 1996), o processo educativo não se caracteriza pelo

recebimento, por parte dos alunos, de conhecimentos prontos e acabados, mas pela reflexão

sobre os conhecimentos que circulam e que estão em constante transformação; professores e

alunos são produtores de cultura; todos aprendem e todos ensinam, são sujeitos da educação e

estão permanentemente em processo de aprendizagem.

Além do mais, percebi que, embora o Professor Marcos Gean, enfrente problemas e

faça reivindicações quanto às condições de trabalho, ele fala das vantagens de lidar com um

grupo de alunos amadurecidos, e com grande vontade de estudar e de ter sucesso, em sua

volta à escola.

No que se refere de modo geral, às concepções e às práticas dos professores de EJA,

além de algumas contradições, observa-se que ainda há muita falta de informação. Assim,

alguns deles afirmam servir-se de materiais didáticos que estão de acordo com as Diretrizes

Curriculares de EJA e com as especificidades de EJA; na verdade, ao longo de minha prática

como Coordenador de EJA, tenho percebido e estudos tem mostrado, que isso não ocorre, o

que fica claro ao analisar a relação de livros e outros materiais que listam como os mais

utilizados. Pensando nisso, questionei o Professor Marcos Gean, a esse respeito: Como você

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trabalha ou aborda os conteúdos? Quais as atividades ou estratégias adotadas por você

para facilitar a aprendizagem de seus alunos? E quais as dificuldades encontradas por

você em sua prática docente de EJA? Ele então se posicionou da seguinte forma:

“Os conteúdos são trabalhados de forma contextualizada, uma vez que sempre se

tem um exemplo de vida dos alunos de EJA que é colocada em pauta. A

dinaminzação na aplicação dos conteúdos, a inclusão dos problemas, dúvidas e

histórias que eles trazem, de modo que, contextualiza e facilita a aprendizagem.

As grandes dificuldades se dão por causa da não perspectiva de avanço nos estudos,

muitos alunos de EJA estudam apenas para facilitar sua vida cotidiana, como por

exemplo ler a Bíblia, cartas ou avisos, e, quando se sentem habilitados, acabam por

desistir da escola, mas já estou trabalhando no sentido de sensibilizá-los sobre a

importância de continuar os estudos em uma sociedade em contínua transformação

como a nossa” (Fonte: Entrevista, realizada em 05 de abril de 2013, com o

Professor Marcos Gean Rodrigues).

De fato, não é simples selecionar o que ensinar e como ensinar, os alunos de EJA,

mais o professor, deve refletir, sobre quais saberes, conteúdos, poderão ser mais relevantes

para formação escolar e convívio diário dos alunos de EJA e para inserção cada vez mais

plena nessa sociedade letrada, pois tem o direito de aprender os conteúdos das diferentes áreas

do conhecimento que lhes assegurem cidadania no convívio dentro e fora da escola.

É nessa mesma linha de pensamento que Silva (2003, p.10) aponta que:

O espaço educativo se transforma em ambiente de superação de desafios

pedagógicos que dinamiza e significa a aprendizagem, que passa a ser compreendida

como a construção de conhecimentos e desenvolvimento de competências em vista

da formação cidadã.

Para o professor superar os desafios pedagógicos, as dificuldades, é, necessário que

avalie sistematicamente o ensino-aprendizagem.

Sem dúvida, um dos maiores problemas apontados é o da permanente tensão entre o

tempo disponível e a tarefa de tratar os conteúdos propostos para o 1º ao 5º ano do Ensino

Fundamental, na modalidade de EJA – em especial os contemplados nos livros didáticos.

Resta-lhes, portanto, realizar reduções e simplificações curriculares, que certamente trazem

um grande empobrecimento ao processo de aprendizagem.

Em conversa com os alunos de EJA do Professor Marcos Gean, eles foram enfáticos

ao dizer que gostam de estudar, mesmo cansados após um dia inteiro de trabalho, vão à escola

para estudar, pois gostam das aulas do professor, porque ele aborda assuntos e temáticas de

interesses e que refletem o cotidiano desses alunos. Informaram ainda que, as melhores

atividades que gostaram de participar e que querem que mais aconteçam, dizem respeito às

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aulas práticas de Português e Matemática, como simulação de um comércio (compra e venda)

e confecção de ovos de chocolate, onde exercitaram na prática a linguagem oral e escrita e

operações e situações matemáticas.

Além disso, é interessante ressaltar ainda que, outro problema indicado com

frequência é o da falta de pré-requisitos para distribuição dos alunos de EJA por faixa etária,

com vista se evitar os conflitos Inter-geracionais. No estudo realizado, constata-se um

predomínio de jovens de 18 a 24 anos, fato também apontado nos levantamentos globais do

INEP. Essa característica traz novas implicações para a EJA, pois certamente os jovens dessa

faixa etária apresentam expectativas, interesses, comportamentos e valores bem diferentes

daqueles de alunos mais velhos. É marcante também a presença feminina, em especial de

donas-de-casa. Nesse sentido, na turma do Professor Marcos Gean, observei que os seus

alunos estão em faixa etária diferentes, variando de 28 a 52 anos. Contudo, devido a forma

como o Prof. Marcos Gean trabalha, não percebi nenhum conflito entre eles, pelo contrário as

relações são harmoniosas e todos se ajudam mutuamente.

Como apontam diferentes autores, entre os quais Coll (1996, p. 30):

[...] a inovação curricular não consiste apenas em mudar, ou tentar mudar, o que se

ensina e se aprende na escola. Tão importante quanto o que se ensina e se aprende é

como se ensina e como se aprende. Na verdade, hoje sabemos que ambos os

aspectos são indissociáveis. O que finalmente os alunos aprendem na escola depende

em boa medida de como o aprendem; e o que finalmente nós professores

conseguimos ensinar aos nossos alunos é indissociável de como lhes ensinamos.

Desse modo, os desafios da Educação de Jovens e Adultos exigem do professor um

olhar cuidadoso sobre as questões que norteiam a relação entre professor, aluno e

conhecimento e podem interferir no sucesso escolar dos alunos. Implicam a consideração de

fatores importantes no processo de ensino e aprendizagem como o contrato didático, a gestão

do tempo, a organização do espaço, os recursos didáticos, a interação e a cooperação, e a

interação da escola com as práticas sociais.

As propostas de Paulo Freire (1987; 1996) se focalizam nas relações entre aluno e

professor, e entre aluno e conhecimento, salientando a importância do respeito à experiência e

à identidade cultural dos alunos e aos saberes construídos pelos seus fazeres.

Ao apontar as relações entre aluno e conhecimento, Freire coloca o aluno como

sujeito, e não como objeto do processo educativo, afirmando sua capacidade de organizar a

própria aprendizagem em situações didáticas planejadas pelo professor, num processo

interativo, partindo da realidade desse aluno.

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Assim, uma boa situação de aprendizagem é aquela em que as pessoas podem interagir

coletivamente, permitindo a circulação de informações, em que os alunos tenham de colocar

em jogo tudo o que sabem e pensam sobre o objeto de conhecimento, tenham problemas a

resolver e decisões a tomar em função do que será aprendido, que se coloquem desafios ao

mesmo tempo difíceis e possíveis e que o objeto a ser aprendido mantenha suas características

de objeto sociocultural real, sem se transformar em um objeto escolar vazio de significado.

Portanto, as reflexões sobre a atuação em sala de aula, os debates e as teorias

estudadas na Disciplina Psicologia da Educação e em outras disciplinas pedagógicas cursadas

nos diversos cursos de licenciaturas e pós-graduações, ajudam a conhecer os fatores que

interferem na aprendizagem. Ao serem considerados, provocam mudanças significativas no

diálogo entre o ensino e a aprendizagem e repercutem de maneira positiva no ambiente

escolar, na comunidade e na família, pois os envolvidos passam a atribuir sentido ao que

fazem e ao que aprendem.

2.3 Atividades desenvolvidas

O ensino da leitura e da escrita no cotidiano escolar tem inquietado educadores e

estudiosos que lidam diretamente com a problemática da alfabetização. No bojo dessas

inquietações, os educadores se dividem na escolha do método mais adequado para alfabetizar

crianças, jovens, adultos e idosos. A escolha desse método é feita na maioria das vezes,

considerando-se as contribuições de correntes psicológicas em detrimento das características

próprias da língua, ou seja, as diferenças entre os aspectos orais e escritos.

Neste contexto, tornou-se imperioso o desenvolvimento do meu estágio curricular por

meio do Projeto Prática de Leitura, Escrita e Contação de Histórias, pois reflete a preocupação

que se deve ter com as práticas de leitura, de escrita e de contação de histórias tecidas no chão

da escola, particularmente na turma de EJA da ECOM. Tia Joana. Neste âmbito, as reflexões

empreendidas por diversos teóricos, acerca das referidas práticas sinalizam a compreensão de

que a escola necessita investir na competente formação leitor/escritor, potencializando, no

contexto da sala de aula, usos da leitura e da escrita como práticas sociais. Ou seja, os atos de

ler e escrever são abordados numa perspectiva polissêmica, bem como emergem condições

essenciais para que os indivíduos exerçam com dignidade a cidadania.

Saber ler e escrever, para além da mera codificação/decodificação, possibilita ao

leitor/escritor a inserção em um mundo de amplas possibilidades, bem como condições de ler

o texto e seu contexto. Trata-se de pensar a prática pedagógica como lócus de letramento e de

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formação do leitor/escritor proficiente. É, pois nesta acepção que se inseriu o projeto didático

“Práticas de Leitura, Escrita e Contação de História na 2ª Etapa (4º e 5º ano) do 1º Segmento

de EJA da Escola Comunitária Tia Joana”, contribuindo com o despertar do gosto e do prazer

pela leitura e pela escrita como hábito cotidiano.

Contudo, ao trabalhar, a escrita e a leitura com os alunos de EJA da Escola Tia Joana,

durante o meu estágio, percebi que exige paciência, disposição e reflexão. O texto na escola

deve ser materializado de práticas autênticas de linguagem e ao mesmo tempo objeto de

ensino e aprendizagem. É preciso trazer para dentro da sala de aula práticas cotidianas, e

situações reais de comunicações que mobilizem no aluno o desejo e a necessidade de

participar e de se fazer presente por meio da leitura e da escrita.

Os parâmetros Curriculares Nacionais, por sua vez, colocam como eixo básico na sua

justificativa a questão da leitura e da escrita pela dificuldade que a escola tem de ensinar a ler

e a escrever no ensino fundamental, particularmente, na modalidade de Educação de Jovens e

Adultos. São variáveis que envolvem o aluno, a língua e o ensino, sendo o aluno o sujeito da

ação de aprender. Além do mais, as pessoas começam a prática da leitura desde muito cedo,

mesmo antes de serem alfabetizadas, pois segundo Paulo Freire “a leitura do mundo precede a

leitura da palavra”.

Desse modo, a leitura, como formação de leitor, objetiva desenvolver no aluno a

familiaridade com a língua escrita mediante a leitura de vários gêneros textuais, de forma que

o faça gostar de ler e de perceber a importância da leitura para a sua vida pessoal e social,

transformando-a num hábito capaz de satisfazer o gosto e a necessidade desse ato. Segundo

Freire (2005, p.34) “a leitura boa é a leitura que nos empurra para a vida e nos leva para

dentro do mundo que nos interessa viver. E para que a leitura desempenhe esse papel é

fundamental que o ato de leitura e aquilo que se lê façam sentidos para quem está lendo”.

Nesta perspectiva, ao longo do desenvolvimento do meu estágio por meio deste

projeto, entre os alunos (as) da 2ª Etapa do 1º segmento de EJAI da ECOM. Tia Joana, o

gosto e o prazer pela leitura e escrita, aos pouco foi tornando-se um hábito, de maneira a

desenvolver a sua capacidade de linguagem e pensamento. E possa ainda, conviver com os

textos – os seus e os dos outros- de um modo mais vivo, mais livre e mais lúdico. Esses

alunos passaram escrever e ler com gosto, compreendendo melhor as ideias, analisando e

interpretando com maior clareza, tecendo relações entre o que se escreve e se lê e o que se

vive (claro do jeito deles, na escrita deles, até porque é impossível querer que nesse pouco

espaço de tempo, esses alunos escrevessem e lessem corretamente, conforme exigem a norma

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culta). Descobrindo e desenvolvendo a sensibilidade, a imaginação, a inteligência, a partir das

palavras e com as palavras.

Fomentar a leitura, como formação de leitor, na perspectiva de desenvolver no aluno a

familiaridade com a língua escrita mediante a leitura de vários gêneros textuais e a escuta de

histórias, de forma que o faça gostar de ler e de perceber a importância da leitura para a sua

vida pessoal e social, transformando-a num hábito capaz de satisfazer o gosto e a necessidade

desse ato, por meio do Projeto Práticas de Leitura, Escrita e Contação de História na 2ª Etapa

(4º e 5º ano) do 1º Segmento de EJAI da Escola Comunitária Tia Joana, esse foi o objetivo

principal do referido projeto e as atividades desenvolvidas, de forma resumida são relatadas

abaixo. Para tal, a metodologia adotada, se deu a partir do entendimento, de que o processo

didático na construção do conhecimento passa por uma relação dialética entre o contexto e o

conteúdo, buscando significados reais com vista aos propósitos educacionais do ensino

fundamental, na modalidade de EJA, para a formação básica dos alunos de EJA.

Seguindo este propósito, o meu estágio por meio do referido projeto foi desenvolvido

a partir de uma metodologia problematizadora, investigativa e participativa, valorizando a

relação teoria e prática e a interdisciplinaridade de ações envolvidas no processo ensino-

aprendizagem, articulação dos conhecimentos prévios dos alunos ao conhecimento técnico-

científico (os conteúdos foram abordados de forma interdisciplinar e transdisciplinar, a partir

de temas geradores emergidos/extraídos dos textos, atividades e/ou discussões apresentados

e/ou travados em sala de aula e/ou situações trazidas pelos alunos durante seus comentários

ou posicionamentos em sala, convergindo sempre para as práticas de leitura, escrita e

contação de histórias), ou seja, priorizando as seguintes modalidades de organização do

trabalho pedagógico: atividades permanentes, sequências didáticas e atividades de

sistematização (confira fotos no Apêndice). Tais como:

Utilização de aulas expositivas e dialogadas;

Apresentação do Projeto para a turma, onde os alunos se posicionaram acerca do projeto,

leram e assinaram o termo de adesão e comprometimento ao projeto;

Aplicação de dinâmicas como “Meu fio de ouro” (onde os alunos receberam uma folha

de papel para escrever uma mensagem para o colega sorteado; depois cada um fez a

leitura da mensagem recebida; no dia seguinte, cada um trouxe para a sala de aula outra

mensagem respondendo o seu fio de ouro; Dinâmica “Rosto Coletivo”; Dinâmica

“Chapéu”;

Construção coletiva do mapa conceitual de leitura e escrita, por meio de fichas

didáticas para exposição, análise e discussão em sala de aula. Cada aluno recebeu duas

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fichas para que em cada uma delas fosse escrito o que era leitura e escrita para eles,

somente, em uma palavra ou expressão;

Leitura compartilhada e discutida do breve histórico do surgimento da escrita aos dias

atuais;

Registro escrito das aulas no caderno da turma, imprimindo suas impressões, onde no

primeiro dia escolhi o Seu Luis, aluno para levar para casa o caderno da turma, relatando

nele de forma resumida o que fora abordado, discutido e aprendido na aula. No dia

seguinte, o aluno trouxe de volta o caderno, fez a leitura no começo da aula do que

escreveu sobre a aula anterior, repetindo o mesmo procedimento, escolheu outro colega

para levar para casa o caderno, essa atividade foi bem produtiva, e serviu o seu propósito

incentivar os atos de escrever e ler. O certo é que todos os alunos escreveram e leram os

seus respectivos registros reflexivos;

Roda de conversa sobre temáticas discutidas em sala de aula, assuntos extraídos das

aulas extraclasse, das contações de histórias ou das práticas de leitura e escrita;

Promoção de práticas de leitura, escrita e contação de histórias. Nessas atividades, os

alunos foram divididos em grupos: aqueles que gostavam de ler, escolhiam textos ou

livros de sua preferência e traziam para sala de aula e no momento solicitado faziam as

leituras e no final, socializaram com a turma o que o texto lhe disse e o que o aluno-leitor

disse ao texto lido; aqueles alunos que gostavam mais de escrever, escreviam textos livres

ou sobre as atividades desenvolvidas na e fora da sala de aula, e socializavam com a

turma as suas escritas; e por sua vez, os alunos que gostavam de contar histórias, as

escolhiam e contavam para a turma, esses momentos eram sempre riquíssimos, pois

possibilitaram que eles pudessem melhor se conhecer e desenvolverem e aperfeiçoarem

sua oralidade e a sua escrita;

Identificação da estrutura textual dos gêneros cartão-postal e bilhete, exercitando e

desenvolvendo a competência de produção textual dos referidos gêneros textuais. Para

esta atividade, no inicio da aula, eu recebi do Prof. Marcos Gean, um cartão-postal e um

bilhete em nome da Diretora da escola, fiz suspense, levantando hipóteses dos prováveis

assuntos, indagando os alunos se receberam ou conhecem essas correspondências; Fiz a

leitura do cartão-postal e do bilhete em voz alta; Apresentei a estrutura textual dos

mesmos; Orientei os alunos a confeccionar cartão-postal em retângulos de cartolina de

10X15 cm, colando ou desenhando imagens de lugares ou paisagens; solicitei que os

alunos escrevessem uma mensagem no cartão-postal confeccionado para um colega de

turma como se estivessem no lugar retratado no desenho ou imagem colada,

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preenchendo-o com todas as informações necessárias; Depois cada aluno fez a leitura do

cartão-postal recebido e em casa confeccionou outro cartão respondendo o colega; Por

fim, li novamente o bilhete recebido, solicitando para os alunos responderem escrevendo

outro bilhete, o qual deveria ser lido e comentado em sala;

Realizados de Estudos do meio como:

Visita a ACL - Academia Caxiense de Letras, onde os alunos de EJA, durante a

visita conheceram um pouco da história e das finalidades da ACL e apreciaram as

declamações de poesias genuinamente caxienses feitas pelos Poetas Edmilson

Sanches e Wibson Carvalho, registraram em seus cadernos as suas impressões e

seus entendimentos daquilo que mais lhe chamou atenção e/ou que lhe foi

significativo, para posterior socialização e discussão em sala de aula. Na aula

seguinte discutimos em sala na roda de conversa a socialização da experiência e os

alunos elaboraram o mural de fotos dessa visita. Vale lembrar que o Poeta

Edmilson Sanches durante a apresentação da ACL para os alunos de EJA, disse

entre outras coisas que uma das formas de produzir conhecimento é a leitura e a

escrita; Nós aprendemos a escrever lendo. Primeiro ato de escrever é ler; A fonte do

conhecimento começa pela escrita e pela leitura; Um povo só é mais povo quando

tem identidade e não quando tem território, e a escrita e a leitura possibilitam o

registro e fortalecimento dessa identidade; Etimologicamente falando a academia é

formada pelas palavras ACA = distante, longe + DEMO = povo, portanto,

antigamente, academia significava lugar longe do povo; A Academia de Letras

tradicionalmente reúne 40 pessoas, mas a Academia Caxiense de Letras hoje só

tem 32 membros; A Academia de Letras serve primeiro para preservar a identidade,

a história do povo e segundo para preservar a língua, o idioma desse povo; Nesse

momento as alunas Joseane e Divina fizeram os seguintes comentários: “Eu até

leio, mas tenho dificuldade em entender o que estou lendo” (JOSEANE, 28 anos);

“Eu leio mas tenho dificuldade em escrever” (MARIA DIVINA, 52 anos); A esse

respeito o Poeta Edmilson Sanches posicionou-se da seguinte forma: “Escrever

exige concentração, atenção e paciência, nós podemos até estimular os outros a

escrever, mas a decisão é das pessoas, por isso elas tem que querer, ter vontade de

escrever”.

Visita ao Museu da Balaiada, onde os alunos ouviram as explicações da Prof.ª

Mercilene, Coordenadora do Museu sobre como era Caxias e como viviam os

caxienses na época da balaiada, apreciaram as obras de artes, os utensílios

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domésticos entre outros, registrando em fotos e em seus cadernos, e na aula

seguinte socializou-se a experiência vivenciada, em sala de aula;

Visita ao Mercado Central, para investigação da origem e os preços das verduras,

frutas, legumes, peixes, carnes e outros produtos comercializados, a forma de

acondicionamento, higienização; ouviram dos verdureiros como é o seu dia á dia, e

conheceram a história do mercado central contada pelo Presidente da Associação

dos verdureiros e comerciantes do Mercado, registrando em fotos e em seus

cadernos, e na aula seguinte socializou-se em sala de aula, a experiência

vivenciada, elaborou-se o mural de fotos e fez uma simulação de um

comércio/quitanda;

Realização de Concurso de Soletração; Antônimos e Sinônimos; Adivinhas;

Palestras e Depoimentos:

Depoimentos de Moradores mais antigos do Bairro Volta Redonda, acerca da

origem do bairro, onde os alunos registraram em seu caderno as suas impressões e

seus entendimentos daquilo que mais lhe chamou atenção e/ou que lhe foi

significativo, socializando e discutindo na aula seguinte;

Palestra/Depoimento do Paulo Carneiro, Presidente da Associação dos Deficientes

Físicos de Caxias - ADEFIC, acerca da acessibilidade e como é o dia a dia de um

deficiente físico, onde os alunos registraram em seu caderno as suas impressões e

seus entendimentos daquilo que mais lhe chamou atenção e/ou que lhe foi

significativo, para socialização e discussão na aula seguinte;

Palestra da Socorro, Agente Comunitária de Saúde sobre a importância do

controle do peso, da altura e da pressão arterial para uma vida saudável, onde os

alunos ouviram a palestra, fizeram anotações, foram pesados, tiveram a

oportunidade de aferir e comparar as suas respectivas alturas e pressão arterial, e

debateram a temática em sala de aula, após observação, comparação e discussão da

tabela do peso, altura, peso e estado nutricional de cada aluno e diagnóstico da

Agente de Saúde. Conforme quadro 1 abaixo:

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QUADRO DEMONSTRATIVO 1- PESO, ALTURA, PA E ESTADO NUTRICIONAL DOS ALUNOS DA 2ª

ETAPA DE EJA

ORD. ALUNO(A) PESO

(KG)

ALTURA

(M)

ESTADO NUTRICIONAL:

peso

altur

PRESSÃO

ARTERIAL

01 Nizete 90 kg 1,60 m 35,15 = obesidade (diminuir peso) 120X80 = normal

02 Maria José 75,200 kg 1,56 m 30,90 = obesidade (diminuir peso) 110X60 = normal

03 Elza 61,800 kg 1,55 m 25X60 = sobrepeso (alerta) 100X60 = normal

04 Conceição 48,200 kg 1,44 m 23,244 = peso adequado 120X80 = normal

05 Conceição Alves 57,900 kg 1,46 m 27,166 = sobrepeso (alerta) 100X60 = normal

06 Francisca 57,400 kg 1,46 m 27,166 = sobrepeso (alerta)

90X60 = normal,

porém, como ela é

diabética precisa está

sempre controlando

a PA, o peso e

alimentação.

07 Maria Divina 80 kg 1,47 m 37,071 = obesidade (diminuir peso) 120X80 = normal

08 Raimunda 60,900 kg 1,46 m 29,711 = sobrepeso (alerta) 120X80 = normal

09 Esmeralda 65,200 kg 1,50 m 28,977 = sobrepeso (alerta) 120X80 = normal

10 Geovane 57 kg 1,56 m 22,189 = peso adequado 120X70 = normal

11 Joana 69,700 kg 1,45 m 33,151 = obesidade (diminuir peso) 120X90 = normal

12 José Rios 66 kg 1,79 m 20,598 = peso adequado 120X80 = normal

13 Erinaldo 63,900 kg 1,60 m 24,960 = peso adequado 140X80 = normal

14 Luis 65,600 kg 1,58 m 26,277 = sobrepeso (alerta)

160X90 = alta

(precisa diminuir

PA)

15 Joseane 58,5 kg 1,52 m 25,320 = sobrepeso (alerta) 110X60 = normal

Discussão/debate sobre o significado das expressões linguísticas e dialetos usados pelos

alunos de EJA, pelos moradores do bairro e pelos convidados (líderes sociais)

participantes das práticas de leitura, escrita e contações de histórias, onde os alunos

fizeram o registro em seu caderno dos diferentes significados e contextos que foram

empregados (as);

Identificação em embalagens e rótulos de produtos as unidades de medidas de

estudadas e usadas no cotidiano;

Construção de representações mentais que favoreçam as estimativas, o cálculo e o

estabelecimento de relações entre a unidade de medida de capacidade e as outras

unidades usuais, com vista à diminuição e/ou eliminação do desperdício de água e de

outros recursos naturais, a partir da visualização de balde, copos, litros, caixas e outros

recipientes com e sem água, e objetos estimando se boia ou afunda (densidade). Para esta

atividade os alunos foram estimulados a pensar no tamanho real de determinados

recipientes e estimaram quantos litros cabem em um balde e em cinco (5) copos; Para

confirmar suas estimativas sobre a situação-problema proposta, os alunos encheram com

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água uma garrafa de refrigerante de dois (2) litros vazia; Em seguida despejaram essa

água em um balde. Repetiram este procedimento até encher o balde, calculando a

quantidade de litros de água que usaram para isso; Depois fizeram o mesmo para calcular

quantos litros eles precisavam usar para encher cinco (5) copos comuns. Depois

observados os objetos e afirmavam se aboiavam ou não, para confirmar despejavam os

objetos num balde cheio de água;

Trabalho em grupo para escolha e fazer releitura/reescrita sintética de um dos textos e

livros lidos/declamados e/ou histórias contadas, dentro e fora da sala de aula,

estabelecendo conexões com os diferentes elementos linguísticos, matemáticos,

geográficos, históricos, científicos, artísticos, religiosos, filosóficos, sociais, culturais,

entre outros, constituintes destes textos/livros e/ou histórias;

Simulação de um mercado/comércio/feira;

Exibição de vídeos sobre a temática em discussão;

Documentação por escrito e por meio de fotografias e desenho livre, onde os ilustraram

ao seu modo, as práticas de leitura, de escrita e de contação de histórias, promovidas pelo

estagiário, dentro e fora da sala de aula, das leituras, declamações e contações de histórias

feitas, ouvidas e comentadas em cada uma das etapas do projeto, estabelecendo conexões

com as demais áreas do conhecimento, bem socializaram tudo isso em sala de aula;

Planejamento e organização do Sarau da turma de 2ª Etapa de EJA da ECOM. Tia Joana.

Nessa atividade os alunos seguindo minhas orientações elaboram os recursos que foram

utilizados no Sarau;

Realização de Sarau, com vista a exposição para comunidade estudantil e local seus

trabalhos produzidos, marcando assim, a culminância do projeto/estágio e expressão da

aprendizagem dos alunos.

2.4 Avaliação das atividades desenvolvidas

A experiência do estágio na Escola Comunitária Tia Joana foi produtiva e valeu apena,

visto que me possibilitou uma experiência impar, onde adquiri subsídios e práticas que me

ajudarão ao longo do meu desenvolvimento profissional, pois sou professor de Geografia do

6º ao 9º ano do Ensino Fundamental Regular e na modalidade de EJA, nunca tinha tido uma

experiência com os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). Assim, todas as

atividades desenvolvidas foram satisfatórias, pois atendeu ao nosso propósito, as quais foram

pensadas e planejadas à luz dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental,

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das Diretrizes Curriculares de EJA e da Proposta Curricular de EJA do 1º segmento do MEC

e do município de Caxias-MA.

Por conseguinte, os alunos são ativos e participativos nas atividades propostas,

afetivos, proativos e respeitosos.

Sem dúvida, duas das atividades que desenvolvi ao longo do meu estágio e que mais

me chamaram atenção e as quais, julgo ter tido desdobramentos além daqueles planejados por

mim, pois a princípio eu queria apenas estimular e melhorar o desenvolvimento da oralidade,

a relação interpessoal e a autoestima dos alunos, esses foram alguns dos entraves ao processo

educativo que percebi durante a visita que fiz a turma em 05 de abril/2013, durante a fase de

observação. A primeira atividade foi a “Construção Coletiva do Rosto da Turma”. Nessa

atividade distribui para cada aluno (a) uma folha de papel. Pedi que cada um escrevesse na

parte inferior da folha o seu respectivo nome e ao lado uma característica marcante sua. No

início quando fiz tal pedido, alguns alunos, acharam que isso era uma bobagem, pois pedi que

desenhasse uma orelha, depois passasse a folha adiante, na folha recebida, desenhasse outra

orelha, passe a folha, desenhe uma boca, passe a folha adiante, desenhe um olho, e assim, a

dinâmica seguiu até o rosto coletivo de cada um ser desenhado. Então, pedi que olhasse para o

desenho do rosto que estava em seu papel. Feito isso, indaguei a cada um “Esse rosto parece

com você ?”, a resposta foi um NÃO bem grande, pois segundo os alunos, eles não eram tão

feios quanto o desenho, que mais pareciam et’s. Então, disse a eles “De fato, esse rosto não

parece com nenhum de vocês, no entanto, os outros que não nos conhecem, às vezes nos

julgam assim, pois têm o hábito de julgar as coisas ou as pessoas sem ao menos conhecê-las”.

E vocês realmente se conhecem? “Não professor”, essa foi à resposta deles. Então, pedi que

cada um lesse a característica marcante sua que escreveste ao lado de seu nome, explicando

para turma o porquê de cada afirmar isto ou aquilo de si mesmo. O resultado foi sensacional,

pois eles falaram coisas que foram reveladoras de quem realmente eles são. Aproveitando este

momento, pedi que cada um balançasse a folha do desenho do seu rosto coletivo, em seguida

pedi que amassasse o seu desenho, colocando nele tudo aquilo que o faziam mal e que os

angustiavam. Depois pedi que desamassasse lentamente e com cuidado o desenho. Depois,

pedi que balançassem novamente, o papel do desenho. Então, os indaguei “O que aconteceu

quando todos vocês balançaram a folha do desenho pela primeira vez?” “Fez muito

barulho”, assim eles responderam em uma só voz. E quando, vocês amassaram e

desamassaram o papel e o balançaram pela segunda vez, o que aconteceu? “Nada, ficou em

silêncio”, assim os alunos responderam. Então disse a eles num momento de reflexão:

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“Percebam que nós assim como o papel reagimos aos estímulos positivos e

negativos ou a maneira como os outros nos tratam, a folha de papel intacta

fez um barulho enorme ao ser balançado, no entanto, quando foi amassada

e ao ser balançada pela segunda vez, foi um silêncio total, pois foi a forma

que encontrou de reagir a agressão que vocês fizeram nele, assim somos

reagimos da mesma forma, por isso devemos ter cuidado aos tratarmos os

outros, pois somos pessoas, seres humanos, temos sentimentos, não somos

uma folha de papel, e para concluir lembro a vocês de um ensinamento de

Jesus Cristo “Façam aos outros aquilo que queres que façam a ti”. (Fonte:

Trecho do discurso do Professor de Estágio/Pesquisador/Autor do

Projeto/2013).

No final, da atividade pedi aos alunos que avaliasse ou comentasse a referida

atividade. Por sua vez, os alunos que acharam no começo a atividade uma bobagem, foram os

primeiros a dizerem que foi uma das atividades que mais gostaram de participar porque fez

com quê eles se conhecessem melhor e para mostrar que, embora muitos diferentes, eles

podem conviver juntos e ajudar uns aos outros em seus estudos, desde que sejam respeitados

os direitos e os deveres de cada um.

A segunda atividade foi a do “Você Tira ou não Tira o Chapéu”. Nessa atividade

coloquei um espelho dentro de um chapéu, pedi que os alunos colassem suas cadeiras em

circulo, disse a eles que dentro do chapéu eu havia colocado várias fotos de pessoas e figuras

de animais e que no sentido anti-horário, o chapéu iria passar na cabeça de cada um, na sua

vez, o aluno deveria tirar o chapéu da cabeça olhar atentamente para a imagem que estava

observando dentro do chapéu, mas não devia revelar o que havia visto, apenas dizer aos

colegas se tirava ou não o chapéu para a pessoa ou animal visto e o porquê de tirar ou não o

chapéu. No final pedi que cada um revelasse quem ou o quê eles viram dentro do chapéu,

obviamente, todos viram os seus rostos refletidos no espelho que estava dentro do chapéu.

Esta atividade cumpriu a mesma função da atividade “Construção Coletiva do Rosto da

Turma” comentada acima.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta do projeto Prática de Leitura, Escrita e Contação de História, por meio do

qual se deu minha regência, no âmbito da ECOM. Tia Joana, baseou-se no principio de que a

aprendizagem ocorre quando o educando interioriza e compreende o objeto de conhecimento,

apossando-se dele. Esse processo acontece à medida que o aluno observa, distingue,

generaliza e tira conclusões.

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Assim, as ações estratégicas planejadas para a turma da 2ª Etapa de EJA, foram

organizadas e planejadas buscando criar oportunidades de participação efetiva de todos os

alunos de EJA, independente da hipótese de leitura e escrita, respeitando os jovens e adultos

em suas etapas e níveis de desenvolvimento.

Desse modo, o projeto didático “Prática de Leitura, Escrita e Contação de História”

desenvolvido durante meu estágio na referida escola, possibilitou aos alunos de EJA uma

mudança de mentalidade e de comportamento em relação ao ato de ler, escrever e contar

histórias, diferenciar suas próprias experiências das outras pessoas, pensarem o presente, o

passado e futuro, os sentidos das palavras empregadas nos textos lidos ou escritos, se são

sinônimos, se são antônimos, ou se tem o real sentido que foi empregado, aprender a conviver

e a trabalhar em equipe, promoveu o entrosamento entre os alunos, possibilitou aprendizagens

significativas de forma lúdica e prazerosa, pois os alunos de EJA vivenciaram situações por

meio das aulas práticas (campo) e teóricas, e extraclasses, como visita ao Museu da Balaiada e

a Academia Caxiense de Letras.

Portanto, essa experiência vivenciada pro mim durante meu estágio na Escola

Comunitária Tia Joana foi produtiva e valeu apena, visto que me possibilitou uma experiência

impar, onde adquiri subsídios e práticas que me ajudarão ao longo do meu desenvolvimento

profissional, pois sou professor de Geografia do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental Regular

e na modalidade de EJA, nunca tinha tido uma experiência com os anos iniciais do Ensino

Fundamental (1º ao 5º ano).

REFERÊNCIAS

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Petrópolis-RJ: Vozes, 2005.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. Brasiliense: 1982.

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Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos/Parecer CEB n º 11/2000. Brasília:

MEC/CNE, 2000.

______. Ministério da Educação. Educação para jovens e adultos: ensino fundamental:

proposta curricular - 1º segmento. São Paulo: Ação Educativa; Brasília: MEC, 2001.

CARVALHO, Maria Vilania Cosme de; MATOS, Kelma Socorro Alves Lopes de (Orgs.).

Psicologia da Educação: teorias do desenvolvimento e da aprendizagem em discussão.

Fortaleza: UFC, 2009.

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ESTADO DO MARANHÃO. Prefeitura Municipal de Caxias. Gerencia Municipal de

Desenvolvimento Humano. Assessoria Especial de Política de Ensino. Proposta Curricular

de Educação de Jovens e Adultos: 1ª e 2ª Etapa do 1º Segmento de EJA do Ensino

Fundamental. Caxias-MA: GMDH, 2002.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. 15. ed. São Paulo:

Paz e Terra, 1996.

GATTI, Bernadete A. O que é psicologia da educação? Ou, o que ela pode vir a ser como

área de conhecimento? Psicologia da educação, São Paulo, 5, p. 73-90, 2º SEM. 1997.

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ensino. In: TRIBALLI, E.F.A.; CHAVES, S.M. (Orgs.). Concepções e práticas em

formação de professores: diferentes olhares. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 105-116.

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reguladora. In: SILVA, J.; HOFFM, J.; ESTEBAN, M.T. Práticas avaliativas e

aprendizagens significativas em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre: Mediação,

2003.

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pesquisa e elaboração do trabalho de conclusão de curso. São Luís: UemaNet, 2011.

SOUSA, Rosângela Pereira. Práticas pedagógicas de leitura e escrita: um novo olhar sobre

a formação de leitores. Teresina: GRAFISET, 2009.

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APÊNDICES

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Foto 1: Aluno Seu Luis fazendo a leitura do Registro feito por ele no caderno da turma sobre

a aula anterior, em 14/05/13.

Foto 2: Alunos de EJA atentos a fala do Estagiário Denílson Barbosa dos Santos, durante aula

expositiva e dialogada sobre Leitura e Escrita: implicações Conceituais; Tipos de Leitura;

Histórico da Escrita; expondo diversos tipos de gêneros textuais, neste caso o Jornal

Mandacaru da escola, em 14/05/13.

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Foto 3: Alunos Seu Francisco e Ivana, após a leitura da mensagem feito por eles agradecendo

a mensagem recebida na aula anterior (13/05/13 na dinâmica “Meu fio de ouro”, selando este

momento em 14/05/13 com um abraço.

Foto 4: Dona Raimunda e demais alunos da 2ª Etapa de EJA produzindo bilhetes e cartões-

postais na aula do dia 15/05/13.

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Foto 5: Prédio da Academia Caxiense de Letras durante visita dos alunos de EJA em

16/05/13.

Foto 6: Poeta Edmilson Sanches conversando com os alunos de EJA sobre a Academia

Caxiense de Letras e sobre a importância da leitura e da escrita, durante visita em 16/05/13.

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Foto 7: Poeta Edmilson Sanches , Poeta Wibson Carvalho, Estagiário Denílson Barbosa dos

Santos e os alunos de EJA no encerramento da visita a Academia Caxiense de Letras em

16/05/13.

Foto 8: Prof.ª Joana da Silva, Diretora da ECOM. Tia Joana, contando uma história de sua

vida para as 3 turmas de EJA e falando da importância deles permanecer na escola estudando,

em 17/05/13.

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Foto 9: Esmeralda em 20/05/2013, aluna de EJA lendo o registro que ela fez no caderno da

turma sobre a aula anterior.

Foto 10: Estagiário Denílson Barbosa em 20/05/2013, introduzindo a aula sobre unidades de

medidas.

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Foto 11: Aluna Maria Divina despejando litros de água para confirmar sua estimativa sobre

quantos litros são necessários para encher um balde em 20/05/2013.

Foto 12: Dona Joana, aluna de assinando a frequência da aula do dia 20/05/2013, depois de

um dia cansativo de trabalho.

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Foto 13: João, aluno de EJA ao lado de se filho, assinando a frequência do dia 20/05/2013,

depois de um dia cansativo de trabalho.

Foto 14: Paulo Carneiro, Presidente da Associação de Deficientes Físicos de Caxias-

ADEFIC, iniciando a sua palestra sobre acessibilidade e a questão dos deficientes físicos em

Caxias, começando por falar de como se tornou um deficiente físico na aula do dia

21/05/2013.

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Foto 15: Paulo Carneiro, Presidente da Associação de Deficientes Físicos de Caxias-

ADEFIC, comandando a dinâmica “Céu, Terra e Mar” com os alunos de EJA na aula do dia

21/05/2013.

Foto 16: Estagiário Denílson, Coordenadora Pedagógica Cleide Regina da ECOM. Tia Joana,

alunos de EJA e Paulo Carneiro, Presidente da ADEFIC, no encerramento de sua palestra

sobre acessibilidade e a questão dos deficientes físicos em Caxias, na aula do dia 21/05/2013.

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Foto 17: Alunos trabalhando em grupo, escrevendo redação, desenhando, colando sinônimos

e antônimos na aula do dia 22/05/2013 no concurso de soletração.

Foto 18: Alunos sendo acompanhados e orientados pelo estagiário Denílson na produção de

redação e desenhos na aula do dia 22/05/2013.

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Foto 19: Aluna Esmeralda fazendo a apresentação de seu desenho livre representando seu

grupo na aula do dia 22/05/2013 no concurso de desenho livre.

Foto 20: Aluna Esmeralda jogando boliche matemático na aula do dia 22/05/2013 no

concurso de jogos matemáticos, onde o grupo adversário deveria resolver as operações

propostas nos pinos que ela derrubasse.

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Fotos 21 e 22: Premiação dos grupos vencedores com medalha de honra ao mérito na aula do

dia 22/05/2013 nos concursos realizados, como deu empate, os dois grupos foram campeões.

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Foto 23: Prof.ª Mercilene, Coordenadora do Museu da Balaiada, orientando os alunos de EJA

sobre o percurso visita-guiada em 23/05/2013.

Foto 24: Alunos de EJA ouvindo atentamente as explicações da Prof.ª Mercilene na Praça

Duque de Caxias em frente ao Museu da Balaiada em 23/05/2013.

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Foto 25: Alunos de EJA ouvindo atentamente as explicações da Prof.ª Mercilene no Hall de

entrada do Museu da Balaiada em 23/05/2013.

Foto 26: Alunos de EJA observando objetos e relíquias da época da Balaiada e ouvindo

atentamente as explicações da Prof.ª Mercilene dentro do Museu da Balaiada em 23/05/2013.

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Foto 27: Alunos de EJA observando a maquete da Vila de Caxias e ouvindo atentamente as

explicações do Prof. Murilo dentro do Museu da Balaiada em 23/05/2013.

Foto 28: Socorro, Agente Comunitária de Saúde, iniciando sua palestra em 27/05/2013 na

turma de 2ª Etapa de EJA.

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Foto 29: Alunos de EJA ouvindo atentamente a palestra da Socorro, Agente Comunitária de

Saúde em 27/05/2013.

Foto 30: Socorro, Agente Comunitária de Saúde, pesando a aluna Dona Raimunda em

27/05/2013 na turma de 2ª Etapa de EJA.

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Foto 31: Socorro, Agente Comunitária de Saúde, aferindo a pressão arterial da aluna Dona

Maria José em 27/05/2013 na turma de 2ª Etapa de EJA.

Foto 31: Aula sobre orçamento familiar. Logo em seguida os alunos resolveram os problemas

matemáticos envolvendo o uso do dinheiro propostos no livro didático, conforme foto.

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Foto 32: Aula sobre orçamento familiar. Logo em seguida os alunos resolveram os problemas

matemáticos envolvendo o uso do dinheiro propostos no livro didático, conforme foto.

Foto 33: Alunos construindo o glossário de sua linguagem cotidiana.

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Foto 34: Produção textual a vida dos alunos Divina e Erinaldo de fraseada.

Foto 35: Alunos de EJA participando da Dinâmica tiro ou não tiro o chapéu.

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Foto 36: Alunos de EJA participando do Varal da Leitura E Produção de quadras ilustradas e

bilhetes.

Foto 37: Seu Francisco, aluno de EJA lendo texto escolhido no Varal da Leitura.

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Foto 38: Alunos de EJA lendo textos escolhidos no Varal da Leitura

Fotos 39: Alunos de EJA em momentos de Práticas de Leitura.

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ANEXOS

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ANEXOS 1: Atividades produzidas pelos alunos de EJA

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