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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E OUTRAS DROGAS Inquérito ao público do festival NOS Alive – 2017 SINOPSE Direção de Serviços de Monitorização e Informação Divisão de Estatística e Investigação SICAD Dezembro 2017

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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

NOVAS SUBSTÂNCIAS

PSICOATIVAS E OUTRAS DROGAS

Inquérito ao público do festival

NOS Alive – 2017

SINOPSE

Direção de Serviços de Monitorização e Informação Divisão de Estatística e Investigação

SICAD

Dezembro 2017

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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

Ficha Técnica

Título: Novas Substâncias Psicoativas e Outras Drogas. Inquérito ao Público do Festival

NOS Alive – 2017

Autor: Calado, Vasco; Lavado, Elsa; Dias, Lúcia

Editor: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

Morada: Parque de Saúde Pulido Valente, Alameda das Linhas de Torres, n.º 117

Edifício SICAD

1750-147 Lisboa - Portugal

Edição: 28-12-2017

Esta informação está disponível no sítio web do Serviço de Intervenção nos Comportamentos e nas Dependências, http://www.sicad.pt.

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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

Índice

Agradecimentos .................................................................................................................................... 7

Introdução ............................................................................................................................................. 9

Método ................................................................................................................................................ 11

Procedimento.................................................................................................................................. 11

Amostra ........................................................................................................................................... 11

Resultados ........................................................................................................................................... 16

Consumos de substâncias psicoativas............................................................................................. 16

Álcool – comportamentos nocivos .................................................................................................. 18

Substâncias ilícitas .......................................................................................................................... 19

Consumos: variáveis sociodemográficas ......................................................................................... 22

Perceções e Representações Sociais ............................................................................................... 31

Discussão dos Resultados .................................................................................................................... 39

Conclusões........................................................................................................................................... 41

Referências Bibliográficas ................................................................................................................... 42

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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

Índice de Figuras e Tabelas:

Fig. 1- Distribuição dos respondentes por dia do evento (N=887) (%) ....................................................... 12

Fig. 2 – Sexo (N=864) (%) ............................................................................................................................ 12

Fig. 3 - Grupos etários (N=866) (%) ............................................................................................................ 12

Fig. 4 – Grupos etários segundo o Sexo (N=844) (%) .................................................................................. 13

Fig. 5 - Residência por NUT II (N=884) (%) .................................................................................................. 13

Fig. 6 – Nacionalidade (N=885) ................................................................................................................... 14

Fig. 7 - Situação profissional (N=869) (%) ................................................................................................... 14

Fig. 8 - Habilitações literárias (N=875) (%) ................................................................................................. 14

Fig. 9 – «Qual o seu género de música preferido?» (resposta múltipla) (principais categorias) (N=759) (%) .............................................................................................................................................. 15

Fig. 10 – «Quais as bandas a que vem assistir?» (resposta múltipla) (principais categorias) (N= 845) (%) ................................................................................................................................................... 15

Fig. 11 - Prevalências de consumo: Binge e Embriaguez (N=887) (%) ....................................................... 18

Fig. 12 - Prevalências de consumo: NSP e Outras drogas ilícitas (N=887) (%) ........................................... 19

Fig. 13 - Prevalências de consumo de drogas ilícitas ao longo da vida (N=887) (%) .................................. 20

Fig. 14 - Prevalências de consumo de drogas ilícitas nos últimos 12 meses (N=887) (%) .......................... 20

Fig. 15 - Prevalências de consumo de drogas ilícitas nos últimos 30 dias (N=887) (%) ............................. 21

Fig. 16 - Prevalências de consumo de drogas ilícitas nas últimas 48 horas (N=887) (%) ........................... 21

Fig. 17 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo grupos etários (N=866) (%).................................................. 22

Fig. 18 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer droga ilícita (excluindo as NSP), segundo grupos etários (N=866) (%) ....... 23

Fig. 19 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o sexo (N=864) (%) .............................................................. 23

Fig. 20 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer droga ilícita (excluindo as NSP), segundo o sexo (N=864) (%) ................... 24

Fig. 21 - Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo situação face ao trabalho (N=869) (%) ................................ 24

Fig. 22 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer droga ilícita (excluindo as NSP), segundo situação face ao trabalho (N=869) (%) ................................................................................................................................ 25

Fig. 23 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo habilitações literárias (N=875) (%) ...................................... 26

Fig. 24 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer droga ilícita (excluindo as NSP), segundo habilitações literárias (N=875) (%) .............................................................................................................................................. 26

Fig. 25 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo a nacionalidade (N=885) (%) ............................................... 27

Fig. 26 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer droga (excluindo as NSP), segundo a nacionalidade (N=885) (%) .............. 27

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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

Fig. 27 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o dia do evento (N=887) (%)................................................ 28

Fig. 28 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer droga (excluindo as NSP), segundo o dia do evento (N=887) (%) .............. 29

Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o género musical preferido (1ª linha) (N=759) (%) ............. 29

Fig. 30 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, qualquer droga (excluindo as NSP), segundo o género musical preferido (1ª linha) (N=759) (%) ................................................................................................................................ 30

Fig. 31 – Conhecimento do termo “Novas Substâncias Psicoativas” (N=887) (%) ..................................... 31

Fig. 32 – Conhecimento do termo “Novas Substâncias Psicoactivas”, considerando apenas os grupos de consumidores de NSP ao longo da vida e nos últimos 12 meses (%) ................................... 31

Fig. 33 – Se sabe o que são NSP, diga o que entende, considerando a totalidade dos respondentes e apenas os consumidores de NSP ao longo da vida (%).............................................................. 32

Fig. 34 – Aquisição de alguma NSP, nos últimos 12 meses ou anteriormente (N=887) (%) ....................... 33

Fig. 35 – Modo de aquisição NSP, nos últimos 12 meses ou anteriormente (N) ....................................... 33

Fig. 36 – Aquisição de alguma droga ilícita (excluindo NSP) pela internet, nos últimos 12 meses ou anteriormente (N=887) (%) ....................................................................................................... 34

Fig. 37 – Nos últimos 12 meses ou anteriormente, algum amigo/conhecido recorreu a algum serviço de urgência médica devido ao consumo de NSP (N=887) (%) ................................................... 34

Fig. 38 – Perceção de risco de consumo ocasional/regular de NSP (N=887) (%) ....................................... 35

Fig. 39 – Perceção de risco de consumo ocasional e regular de NSP, considerando apenas os consumidores recentes de NSP (N=9) (%) ................................................................................. 35

Fig. 40 – Perceção de maior ou menor risco para a saúde do consumo de NSP em comparação com o consumo de outras drogas ilícitas (N=887) (%) ......................................................................... 36

Fig. 41 – Perceção de maior ou menor risco para a saúde do consumo de NSP em comparação com o consumo de outras drogas ilícitas, em função da situação face ao consumo (N=887) (%) ....... 37

Fig. 42 - Se entende que o consumo de NSP acarreta mais ou menos riscos para a saúde do que as drogas ilegais tradicionais, diga porquê (questão 14.) (N=496) (%) .......................................... 38

Tabela 1 - Prevalências de consumo ao Longo da Vida, nos Últimos 12 Meses, nos Últimos 30 Dias e nas Últimas 48 Horas (N=887) (n e %) ...................................................................................... 17

Tabela 2 – Prevalências de consumo de NSP (PLV, 12M e 30D) na população jovem, obtidas em vários estudos nacionais (%) ................................................................................................................ 39

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Novas Substâncias Psicoativas e Outras Drogas: NOS Alive 2017

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

7

Agradecimentos

Um especial agradecimento a todos os participantes do festival NOS Alive que generosamente aceitaram

ser entrevistados e que, abdicando de algum do seu tempo, contribuíram decisivamente para que este

estudo pudesse ser feito. Agradece-se também aos entrevistadores que, com grande empenho e

profissionalismo, conduziram as entrevistas: Ana Henriques, Ana Rita Félix, Frederico Raposo, José

Almeida, Joana Bernardo, Lara Fidalgo, Margarida Dias, Pedro Florindo, Rita Manguinhas e Sara

Henriques.

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Novas Substâncias Psicoativas e Outras Drogas: NOS Alive 2017

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

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Introdução

O presente estudo resulta de uma parceria entre o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos

e nas Dependências (SICAD), a Egas Moniz – Cooperativa de Ensino Superior, C.R.L e o Instituto Nacional

de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P., no âmbito do projeto europeu NPS-Euronet

(http://www.npseuronet.eu), que tem como objetivo principal desenvolver uma abordagem integrada de

modo a melhorar a capacidade de identificar e avaliar Novas Substâncias Psicoativas (NSP) e estimar a

dimensão do seu uso e os existentes padrões de consumo na Europa.

O projeto NPS-Euronet – coordenado a nível nacional pelo Professor Álvaro Lopes e pelo Dr. Mário João

Dias – assenta na triangulação de metodologias de química analítica com uma abordagem epidemiológica,

nomeadamente junto da população que frequenta contextos recreativos. Neste sentido, em Portugal, a

par da análise química a Estações de Tratamento de Águas Residuais, procedeu-se em simultâneo à

aplicação de um questionário junto do público do festival de música NOS Alive – 2017, que decorreu em

Lisboa. O SICAD colaborou na conceção e na aplicação deste último instrumento e na análise dos

resultados obtidos que aqui se apresentam.

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Método

Procedimento

Seguiu-se a metodologia já testada em contextos semelhantes (Calado & Lavado, 2016), que consiste na

aplicação de um questionário semiaberto ao público prestes a entrar no recinto de um festival de música,

neste caso o NOS ALIVE – Lisboa 2017 nos três dias em que o festival decorreu: 6,7 e 8 de julho de 2017.

As entrevistas foram realizadas sob supervisão dos autores, tendo sido conduzidas por entrevistadores

designados para o efeito e a quem foi dada formação específica para melhor desempenhar a tarefa.

Do procedimento resultou uma amostra de conveniência constituída por 887 inquiridos.

Amostra

Distribuída de forma relativamente equitativa entre os três dias do festival (Figura 1), a amostra

contempla mais elementos do sexo feminino do que do sexo masculino (Figura 2) e é constituída

maioritariamente por jovens e jovens adultos (63% dos inquiridos têm menos do que 25 anos e 92%

menos de 35 anos). A idade média é de 24 anos, a moda de 18 e a mediana de 22 anos, sendo que os

elementos do sexo masculino estão em maioria apenas no grupo etário dos 25-34 anos (Figuras 3 e 4). Os

inquiridos residem sobretudo na região da Grande Lisboa (figura 5) e são quase todos de nacionalidade

portuguesa, sendo que aqueles que são cidadãos estrangeiros são pouco mais do que 10% (Figura 6).

Refletindo a juventude da amostra, a maioria dos inquiridos é estudante (Figura 7) e com habilitações

literárias ao nível do ensino secundário ou menos (Figura 8). Rock, música Indie e Pop destacam-se como

os estilos musicais preferidos (Figura 9), enquanto Foo Fighters, The Weekend e Imagine Dragons foram

as bandas que mais levaram os inquiridos ao festival (Figura 10).

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Novas Substâncias Psicoativas e Outras Drogas: NOS Alive 2017

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

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Fig. 1- Distribuição dos respondentes por dia do evento (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 2 – Sexo (N=864) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 3 - Grupos etários (N=866) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

6 julho33,1%

7 julho36,3%

8 julho30,6%

masculino43,1%

feminino56,9%

15-24 anos62,9%

25-34 anos28,8%

35-44 anos6,1%

45-54 anos2,2%

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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

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Fig. 4 – Grupos etários segundo o Sexo (N=844) (%)

Teste Qui-quadrado: X 2=18.997, d.f.=3, p=0.000

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 5 - Residência por NUT II (N=884) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

47,4

49,0

53,1

36,9

52,6

51,0

46,9

63,1

0% 20% 40% 60% 80% 100%

45-54 anos

35-44 anos

25-34 anos

15-24 anos

masc. fem.

16,4 13,9

55,4

2,0 1,6 0,6 10,1

0

10

20

30

40

50

60

norte centro lisboa alentejo algarve reg.autón. estrang.

%

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Fig. 6 – Nacionalidade (N=885)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 7 - Situação profissional (N=869) (%)

* 24 entrevistados desempregados, 23 trabalhadores/estudantes e 2 em outras situações não especificadas.

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 8 - Habilitações literárias (N=875) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

portugal89,2%

estrangeiro10,8%

estudante58,2%

empregado36,1%

outra situação*5,7%

3º C. ou inf.12,1%

secund.43,7%

polit./lic.30,3%

mest./dout.13,9%

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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

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Fig. 9 – «Qual o seu género de música preferido?» (resposta múltipla) (principais categorias) (N=759) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 10 – «Quais as bandas a que vem assistir?» (resposta múltipla) (principais categorias) (N= 845) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

4,9

5,9

10,3

18,8

23,3

49,7

0 10 20 30 40 50

electronica

heavy/punk

hip hop

pop

indie/alternativa

rock

%

9,3

11,6

11,6

14,9

18,4

33,2

0 5 10 15 20 25 30 35

depeche mode

alt j

the xx

imagine dragons

the weekend

foo fighters

%

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Novas Substâncias Psicoativas e Outras Drogas: NOS Alive 2017

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Resultados

Consumos de substâncias psicoativas

A tabela 1 apresenta em resumo as prevalências de comportamentos nocivos ligados ao álcool (binge e

embriaguez), de consumo de Novas Substâncias Psicoativas (NSP)1 e de substâncias ilícitas (aqui

designadas de drogas ilícitas ditas tradicionais). Em termos de prevalência, pode considerar-se o binge e

a embriaguez práticas generalizadas entre a população em estudo. Entre as drogas ilícitas, destaca-se

claramente o consumo de cannabis, sendo que também a cocaína, o ecstasy (e outras metanfetaminas),

o LSD (e outros alucinogénios) e os cannabinoides sintéticos são relevantes ao nível da experimentação

(longo da vida), mas de pouca expressão quando se analisa o consumo recente (12 meses). As restantes

substâncias ilícitas são de consumo pouco mais do que residual. A prevalência de consumo atual (30 dias)

de NSP é inferior a 1%. No entanto, destes, a maioria declarou ter consumido uma destas substâncias nas

48 horas anteriores à inquirição. Os consumidores de NSP são também consumidores de outras drogas

ilícitas (sobretudo cannabis), sendo que apenas 7% dos inquiridos que consumiram uma NSP ao longo da

vida nunca consumiram uma outra droga ilícita. Quando se analisam os consumidores recentes e atuais

de NSP, verifica-se que todos consumiram igualmente outras drogas ilícitas nos mesmos períodos

temporais.

1. O termo Novas Substâncias Psicoativas (NSP) foi adotado em Portugal no final de 2012, seguindo a tendência europeia de

substituir expressões usadas correntemente, como «drogas legais», «smart drugs» ou «legal highs», por um termo sem

carga positiva e que pusesse a tónica na «novidade» ou detrimento da «legalidade». Segundo aprovou a Comunidade

Europeia, em 2005, Novas Substâncias Psicoativas são drogas que não constam das tabelas das Convenções das Nações

Unidas mas que podem constituir uma ameaça para a saúde pública comparável às drogas ilícitas (King & Kicman, 2011).

Esta é também a definição adotada pelas Nações Unidas (UNODC, 2013).

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Novas Substâncias Psicoativas e Outras Drogas: NOS Alive 2017

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

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Tabela 1 - Prevalências de consumo ao Longo da Vida, nos Últimos 12 Meses, nos Últimos 30 Dias e nas Últimas 48 Horas (N=887) (n e %)

P48H P30D P12M PLV (consumiu pelo menos uma vez na vida)

n % n % n % n %

Álcool

Binge 191 21.5 504 56.8 680 76.7 735 82.9

Embriaguez 76 8.6 306 34.5 513 57.8 638 71.9

NSP 4 0.5 6 0.7 9 1.0 56 6.3

Cannabinoides sintéticos 3 0.3 4 0.5 6 0.7 38 4.3

Catinonas sintéticas 0 0.0 0 0.0 0 0.0 7 0.8

Plantas 1 0.1 1 0.1 2 0.2 19 2.1

Feniletilamina 0 0.0 1 0.1 1 0.1 2 0.2

Piperazinas 1 0.1 1 0.1 1 0.1 3 0.3

Análogos da cocaína 0 0.0 0 0.0 0 0.0 4 0.5

Ketamina 0 0.0 1 0.1 1 0.1 2 0.2

Outras NSP 0 0.0 0 0.0 0 0.0 3 0.3

Outras drogas ilícitas 77 8.7 175 19.7 288 32.5 453 51.1

Cannabis 76 8.6 169 19.1 280 31.6 445 50.2

Cocaína 4 0.5 17 1.9 28 3.2 52 5.9

Ecstasy 3 0.3 11 1.2 27 3.0 53 6.0

Anfetaminas 2 0.2 7 0.8 12 1.4 25 2.8

LSD 2 0.2 5 0.6 11 1.2 43 4.8

Opiáceos 1 0.1 3 0.3 4 0.5 10 1.1

Esteroides anabolizantes 0 0.0 1 0.1 1 0.1 1 0.1

Outras substâncias ilícitas tradicionais 1 0.1 3 0.3 4 0.5 7 0.8

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

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Novas Substâncias Psicoativas e Outras Drogas: NOS Alive 2017

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

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Álcool – comportamentos nocivos

Revelando a grande familiaridade da população em estudo com o consumo de álcool, a grande maioria

dos respondentes (77%) declarou comportamentos binge2 no último ano anterior à inquirição e um pouco

mais de metade (58%) declarou ter-se embriagado de forma severa3 no mesmo período. As percentagens

descem consideravelmente quando se tomam em consideração apenas os últimos 30 dias, mas mesmo

assim 22% dos respondentes consumiram bebidas alcoólicas de forma binge e 9% embriagaram-se de

forma severa nas 48 horas anteriores à inquirição (Figura 11).

Fig. 11 - Prevalências de consumo: Binge e Embriaguez (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

2. Tomar 5 ou mais copos (se homem) ou 6 ou mais (se mulher) de qualquer bebida alcoólica na mesma ocasião.

3 Cambalear, dificuldade em falar, vomitar e/ou não recordar depois o que aconteceu.

82,976,7

56,8

21,5

71,957,8

34,5

8,60

20

40

60

80

100

LV (pelo menos 1vez na vida)

12M 30D 48H

Binge Embriaguez

%

Page 19: relat nsp nos 28dez · Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o género musical

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19

Substâncias ilícitas

Cerca de metade dos respondentes consumiu drogas ilícitas (excluindo as NSP) alguma vez na vida, 1/3

fê-lo no último ano anterior à inquirição e 1/5 nos últimos 30 dias. Aqueles que consumiram este tipo de

substâncias nas 48 horas anteriores à inquirição totalizam 9% da amostra. O consumo de NSP é muito

menos expressivo, sendo praticamente inexistente quando se consideram as 48 horas, os 30 dias ou 12

meses anteriores à inquirição4, tendo apenas alguma expressão ao nível da experimentação (Figura 12).

Fig. 12 - Prevalências de consumo: NSP e Outras drogas ilícitas (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Entre as drogas ilícitas, destaca-se claramente a cannabis (apenas 2% dos consumidores de drogas ilícitas

ao longo da vida nunca consumiram cannabis). Num segundo plano, com prevalências bem menores, mas

ainda assim relevantes, encontram-se a cocaína e o ecstasy, sendo que todas as outras drogas

consideradas apresentam níveis de consumo recente e atual inferiores a 2% e 1%, respetivamente. Entre

as NSP, merecem destaque os cannabinoides sintéticos, mas também produtos derivados de plantas

(como a salvia divinorum ou o kratom, por exemplo), com prevalências de consumo ao longo da vida ao

nível de algumas drogas ditas tradicionais, como os alucinogénios ou as anfetaminas. No entanto, quando

se considera períodos mais recentes (últimos 12 meses ou 30 dias), verifica-se que o consumo deste tipo

de substâncias é residual, em qualquer dos casos inferior a 1%. (Figuras 13, 14, 15 e 16).

4 É preciso ter em consideração o reduzido número de consumidores recentes e atuais de NSP quando, mais à frente, se proceder ao cruzamento dos dados com a variável situação face ao consumo de NSP. O facto do grupo daqueles que consumiram este tipo de substâncias nos 12 meses anteriores à inquirição se reduzir a 9 indivíduos inviabilizou algumas análises e obriga a ler com cuidado as análises realizadas.

6,3 1,0 0,7 0,5

51,1

32,5

19,7

8,70

20

40

60

LV (pelo menos 1vez na vida)

12M 30D 48H

Qualquer NSP Qualquer drg (excl NSP)

%

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Fig. 13 - Prevalências de consumo de drogas ilícitas ao longo da vida (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 14 - Prevalências de consumo de drogas ilícitas nos últimos 12 meses (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

0,8

0,1

1,1

2,8

4,8

5,9

6,0

50,2

0,3

0,2

0,2

0,3

0,5

0,8

2,1

4,3

0 10 20 30 40 50 60

Outras drogas tradicionaisEsteroides anabolizantes

OpiáceosAnfetaminas

LSDCocaínaEcstasy

Cannabis

Outras NSPKetamina e outros dissociativos

FeniletilaminaPiperazinas

Análogos da cocaínaCatinonas sintéticas

PlantasCannabinoides sintéticos

%

NSP

0,5

0,1

0,5

1,4

1,2

3,2

3,0

31,6

0,0

0,1

0,1

0,1

0,0

0,0

0,2

0,7

0 10 20 30 40 50 60

Outras drogas tradicionaisEsteroides anabolizantes

OpiáceosAnfetaminas

LSDCocaínaEcstasy

Cannabis

Outras NSPKetamina e outros dissociativos

FeniletilaminaPiperazinas

Análogos da cocaínaCatinonas sintéticas

PlantasCannabinoides sintéticos

%

NSP

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Fig. 15 - Prevalências de consumo de drogas ilícitas nos últimos 30 dias (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 16 - Prevalências de consumo de drogas ilícitas nas últimas 48 horas (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

0,3

0,1

0,3

0,8

0,6

1,9

1,2

19,1

0,0

0,1

0,1

0,1

0,0

0,0

0,1

0,5

0 10 20 30 40 50 60

Outras drogas tradicionaisEsteroides anabolizantes

OpiáceosAnfetaminas

LSDCocaínaEcstasy

Cannabis

Outras NSPKetamina e outros dissociativos

FeniletilaminaPiperazinas

Análogos da cocaínaCatinonas sintéticas

PlantasCannabinoides sintéticos

%

NSP

0,1

0,0

0,1

0,2

0,2

0,5

0,3

8,6

0,0

0,0

0,0

0,1

0,0

0,0

0,1

0,3

0 10 20 30 40 50 60

Outras drogas tradicionaisEsteroides anabolizantes

OpiáceosAnfetaminas

LSDCocaínaEcstasy

Cannabis

Outras NSPKetamina e outros dissociativos

FeniletilaminaPiperazinas

Análogos da cocaínaCatinonas sintéticas

PlantasCannabinoides sintéticos

%

NSP

Page 22: relat nsp nos 28dez · Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o género musical

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22

Consumos: variáveis sociodemográficas

Quando se analisam as prevalências de consumo de NSP em função da idade, verifica-se que a maior

percentagem de consumidores encontra-se nos grupos etários mais novos: 15-24 e 25-34 anos. O grupo

etário dos mais velhos (45-54 anos) apresenta uma prevalência de consumo ao longo da vida considerável,

mas, tal como o grupo etário dos 35-44 anos, não apresenta declarações de consumo nos últimos 12

meses, 30 dias e 48 horas (Figura 17).

Fig. 17 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer NSP, segundo grupos etários (N=866) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida, últimos 12 meses, últimos 30 dias e últimas 48 horas - não válido

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

No caso das outras drogas ilícitas, ao nível da experimentação, são os grupos etários intermédios (25-34

e 35-44 anos) quem apresentam as maiores prevalências de consumo, enquanto no último ano anterior

à inquirição foram os respondentes mais novos (15-24 e 25-34) quem mais consumiu estas substâncias.

Quando se toma em consideração o consumo atual (últimos 30 dias e últimas 48 horas), verifica-se que a

prevalência decresce com a idade, sendo que nenhum respondente pertencente ao grupo etário mais

velho (45-54) declarou ter consumido qualquer das drogas ilícitas consideradas nestes períodos temporais

(Figura 18).

3,50,9 0,7 0,6

13,3

1,6 0,8 0,41,9 0,0 0,0 0,0

5,3

0,0 0,0 0,00

2

4

6

8

10

12

14

16

LV U12M U30D U48H

15-24 25-34 35-44 45-54

%

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Fig. 18 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer droga ilícita (excluindo as NSP), segundo grupos etários (N=866) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida - X 2=19.928, d.f.=3, p=0.000, últimos 12 meses - X 2=14.611, d.f.=3, p=0.002, últimos 30 dias e últimas 48 horas – não válido

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Em relação ao sexo, verifica-se que os elementos do sexo masculino consomem consideravelmente mais

drogas ilícitas – tanto ditas tradicionais, como NSP – do que os elementos do sexo feminino. A diferença

entre os dois sexos é, no caso das NSP, maior na experimentação e no consumo recente e, no caso das

outras drogas ilícitas, proporcionalmente mais expressiva no consumo atual (Figuras 19 e 20).

Fig. 19 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer NSP, segundo o sexo (N=864) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida – não significativo e últimos 12 meses, últimos 30 dias e últimas 48 horas - não válido

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

45,5

34,1

22,0

9,4

61,0

33,7

17,37,2

62,3

15,19,4 3,8

42,1

5,30,0 0,0

0

10

20

30

40

50

60

70

LV U12M U30D U48H

15-24 25-34 35-44 45-54

%

8,1

1,3 0,80,5

4,9

0,8 0,6 0,40

2

4

6

8

10

LV U12M U30D U48H

masc fem

%

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Fig. 20 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer droga ilícita (excluindo as NSP), segundo o sexo (N=864) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida - X 2=12.201, d.f.=1, p=0.000, últimos 12 meses - X 2=11.110, d.f.=1, p=0.001, últimos 30 dias - X 2=8.977, d.f.=1, p=0.003, últimas 48 horas - X 2=12.883, d.f.=1, p=0.000

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Os inquiridos que não só são estudantes nem estão só a trabalhar – isto é, basicamente desempregados

e trabalhadores-estudantes, englobados na categoria «outra situação» – são aqueles que mais

consumiram NSP e outras drogas ilícitas ao longo da vida, sendo que os estudantes se destacam por

menores prevalências ao nível da experimentação (Fig. 21 e 22).

Fig. 21 - Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer NSP, segundo situação face ao trabalho (N=869) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida – - X 2=13.023, d.f.=2, p=0.001 e últimos 12 meses, últimos 30 dias e últimas 48 horas - não válido

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

57,5

37,9

24,5

12,6

45,5

27,2

16,3

5,70

10

20

30

40

50

60

LV U12M U30D U48H

masc fem

%

4,31,0 1,0 0,8

8,0

1,0 0,3 0,0

16,3

2,0 0,0 0,00

5

10

15

20

LV U12M U30D U48H

estudante empregado outra situação

%

Page 25: relat nsp nos 28dez · Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o género musical

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Fig. 22 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer droga ilícita (excluindo as NSP), segundo situação face ao trabalho (N=869) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida – X 2=25.086, d.f.=2, p=0.000 e últimos 12 meses, últimos 30 dias e últimas 48 horas - não significativo

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Quem mais consumiu NSP ao longo da vida foram os inquiridos com maiores qualificações académicas,

especialmente aqueles com qualificações ao nível da licenciatura e politécnico, seguindo-se aqueles com

mestrado ou doutoramento concluído, sendo que, em termos de experimentação, quem apresenta as

menores prevalências de consumo são os respondentes com menores qualificações. No entanto, quando

se analisa o consumo recente e atual, verifica-se que os respondentes com menores qualificações são

quem mais se destaca, a par daqueles com qualificações ao nível da licenciatura e politécnico. Em relação

ao consumo de drogas ilícitas ditas tradicionais, o padrão é parecido: quanto maiores as qualificações

académicas, maiores são as prevalências de consumo ao longo da vida, sendo que no consumo recente e

atual são precisamente os respondentes com maiores qualificações quem menos consome (Figuras 23 e

24).

44,1

32,4

21,7

9,5

60,5

32,8

16,68,0

65,3

32,7

20,4

2,00

10

20

30

40

50

60

70

LV U12M U30D U48H

estudante empregado outra situação

%

Page 26: relat nsp nos 28dez · Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o género musical

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Fig. 23 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer NSP, segundo habilitações literárias (N=875) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida – - X 2=8.460, d.f.=3, p=0.037 e últimos 12 meses, últimos 30 dias e últimas 48 horas - não válido

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 24 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer droga ilícita (excluindo as NSP), segundo habilitações literárias (N=875) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida – X 2=32.206, d.f.=3, p=0.000 e últimos 12 meses, últimos 30 dias e últimas 48 horas - não significativo

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Os inquiridos de nacionalidade estrangeira apresentam maiores prevalências de consumo de NSP do que

os de nacionalidade portuguesa, sendo a diferença proporcionalmente mais expressiva ao nível do

consumo recente e atual. Em relação às outras drogas ilícitas, embora de forma menos acentuada,

verifica-se o mesmo: em comparação com os de nacionalidade portuguesa, os inquiridos estrangeiros são

maiores consumidores deste tipo de substâncias, sendo a diferença proporcionalmente mais expressiva

ao nível dos últimos 30 dias e 48 horas (Figuras 25 e 26).

2,81,9

0,9 0,9

4,7

0,3 0,3 0,3

9,4

2,31,5 0,8

7,4

0,8 0,0 0,00

2

4

6

8

10

LV U12M U30D U48H

3º C. ou inf. secund. polit./licenc. mestr./dout.

%

33,0 30,221,7

10,4

46,634,3

20,78,6

60,4

34,0

21,9

9,8

62,3

27,0

10,7 4,1

0

10

20

30

40

50

60

70

LV U12M U30D U48H

3º C. ou inf. secund. polit./licenc. mestr./dout.

%

Page 27: relat nsp nos 28dez · Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o género musical

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27

Fig. 25 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer NSP, segundo a nacionalidade (N=885) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida – - não significativo e últimos 12 meses, últimos 30 dias e últimas 48 horas - não válido

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 26 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer droga (excluindo as NSP), segundo a nacionalidade (N=885) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida – X 2=4.547, d.f.=1, p=0.040, últimos 30 dias - X2=7.390, d.f.=1, p=0.010 e últimos 12 meses e últimas 48 horas - não significativo

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

6,0

0,80,5 0,4

9,4

3,12,1

1,00

2

4

6

8

10

LV U12M U30D U48H

portugal estrangeiro

%

49,9

31,6

18,5

8,2

61,5

40,6

30,2

12,5

0

10

20

30

40

50

60

70

LV U12M U30D U48H

portugal estrangeiro

%

Page 28: relat nsp nos 28dez · Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o género musical

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28

As prevalências de consumo de NSP e outras drogas ilícitas variam consideravelmente em função do dia

do festival (Figuras 27 e 28), revelando que a dimensão do consumo de substâncias psicoativas é diferente

de público para público presente neste tipo de eventos, que, por sua vez, depende em grande medida do

tipo de música tocada. De facto, quando se analisam as prevalências de consumo de drogas ilícitas em

função do estilo de música preferido5, verifica-se que são substancialmente diferentes. Assim, em relação

às NSP, são os adeptos de música Heavy/Punk quem mais experimentou este tipo de substâncias,

enquanto nos consumos recentes e atuais se destaca quem prefere música Indie/alternativa. Por outro

lado, os adeptos de música eletrónica de dança (House, Techno, Trance) destacam-se por um menor

consumo de NSP. Em relação às outras drogas ilícitas, é precisamente quem prefere música eletrónica de

dança quem mais consome, seja ao nível da experimentação, do consumo recente ou atual. Neste caso,

em comparação com o verificado para as NSP, as diferenças entre estilos de música são mais acentuadas.

Os adeptos de música Pop apresentam os menores consumos de drogas ilícitas ditas tradicionais (Figuras

29 e 30).

Fig. 27 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer NSP, segundo o dia do evento (N=887) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida - X 2=8.068, d.f.=2, p=0.018 e últimos 12 meses, últimos 30 dias e últimas 48 horas – não válido

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

5 Dado que a pergunta acerca do estilo de música preferido possibilitava mais do que uma resposta, construiu-se a variável da preferência musical com base na primeira escolha, isto é, a resposta mais imediata.

6,1

2,01,0 0,3

9,0

0,60,6 0,6

3,3

0,4 0,4 0,40

2

4

6

8

10

LV U12M U30D U48H

1º dia 2º dia 3º dia

%

Page 29: relat nsp nos 28dez · Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o género musical

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29

Fig. 28 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer droga (excluindo as NSP), segundo o dia do evento (N=887) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida - X 2=12.707, d.f.=2, p=0.002 e últimos 12 meses – X 2=12.205, d.f.=2, p=0.002, e últimos 30 dias e últimas 48 horas – não significativo

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de

qualquer NSP, segundo o género musical preferido (N=759) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida, últimos 12 meses, últimos 30 dias e últimas 48 horas – não válido

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

51,7

37,4

22,8

10,5

57,5

34,8

20,2

9,3

42,8

24,4

15,9

5,90

10

20

30

40

50

60

LV U12M U30D U48H

1º dia 2º dia 3º dia

%

6,8

3,4 4,3

8,8

4,0

18,5

1,0

0,9

2,9

1,8

0,0

0,00,7

0,9 2,1

0,0

0,0

0,00,3 0,9 1,4

0,0

0,0

0,0

0

5

10

15

20

25

rock pop indie/ altern. hip hop electr. heavy punk

LV U12M U30D U48H

%

Page 30: relat nsp nos 28dez · Fig. 29 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas, de qualquer NSP, segundo o género musical

Novas Substâncias Psicoativas e Outras Drogas: NOS Alive 2017

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências

30

Fig. 30 – Prevalências ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses, nos Últimos 30 dias e nas Últimas 48 horas,

qualquer droga (excluindo as NSP), segundo o género musical preferido (N=759) (%)

Teste Qui-quadrado (entre consumidores e não consumidores): longo da vida - X 2=15.601, d.f.=7, p=0.029, últimos 12 meses e últimos 30 dias – não significativo e últimas 48 horas – não válido

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

51,8

35,3

52,1

52,6

68,0

59,3

29,0

25,9

32,1

40,4

48,0

40,7

20,5

12,1

22,9

24,6

36,0

11,1

9,1

6,0 10,0

10,5

32,0

11,1

0

10

20

30

40

50

60

70

rock pop indie/ altern. hip hop electr. heavy punk

LV U12M U30D U48H

%

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31

Perceções e Representações Sociais

A grande maioria (71%) dos inquiridos declarou não conhecer o termo Novas Substâncias Psicoativas

(Figura 31). Naturalmente, o desconhecimento acerca do termo é maior entre não consumidores de NSP.

De facto, quando se restringe a análise aos consumidores de NSP, o panorama é diferente, ainda que o

desconhecimento não deixe de ser considerável: metade dos consumidores de NSP ao longo da vida

declarou conhecer o termo, enquanto os consumidores recentes estão aparentemente mais bem

informados: 67% dizem conhecer o termo (Figura 32).

Fig. 31 – Conhecimento do termo “Novas Substâncias Psicoativas” (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 32 – Conhecimento do termo “Novas Substâncias Psicoactivas”, considerando apenas os grupos de

consumidores de NSP ao longo da vida e nos últimos 12 meses (%)

LV (N=56) U12M (N=9)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

sim conhece29,1%

não conhece70,9%

não conhece50,0%

sim, conhece50,0%

não conhece33,3%sim, conhece

66,7%

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32

Os 203 inquiridos que declararam conhecer o termo Novas Substâncias Psicoativas associam-no

principalmente a substâncias químicas, manipuladas em laboratório e de natureza sintética e também às

lojas (smartshops) que em Portugal, até 2013, vendiam estes produtos psicoativos. Merecem destaque

também os 7% e 6% que associam o termo à dimensão legal e a substâncias com propriedades

alucinogénias, respetivamente. Quando se restringe a análise apenas aos 22 inquiridos que consumiram

NSP alguma vez na vida e que declararam conhecer a expressão, verifica-se que, em comparação com a

totalidade dos inquiridos que conhecem o termo, tendem a não associar tanto o termo a substâncias

químicas e associam-no mais à dimensão legal e à maior potência psicoativa. A associação às lojas é

expressiva nas respostas de ambos os grupos de entrevistados (Figura 33).

Fig. 33 – Se sabe o que são NSP, diga o que entende, considerando a totalidade dos respondentes e apenas

os consumidores de NSP ao longo da vida (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Apenas uma percentagem mínima de inquiridos declarou ter adquirido NSP6. De facto, a percentagem de

inquiridos que adquiriu este tipo de substâncias ao longo da vida e nos últimos 12 meses é de 3% e 0.6%,

respetivamente (Figura 34). Mesmo quando se restringe a análise àqueles que consumiram NSP alguma

vez na vida ou no último ano antes da inquirição, verifica-se que 52% e 44%, respetivamente, nunca

adquiriram as substâncias. Quem adquiriu há mais de um ano antes da inquirição, fê-lo sobretudo em

lojas de porta aberta (smartshops), mas também através de amigos e no mercado de rua. Quando se toma

em consideração os últimos 12 meses, o principal meio de aquisição de NSP foi através de amigos, sendo

que ninguém declarou ter adquirido este tipo de substâncias em lojas (Figura 35). Tal como no caso das

NSP, a Internet não parece ter real importância como forma de aquisição de substâncias ilícitas ditas

tradicionais (Figura 36).

6 Num segundo momento, foi explicado aos inquiridos que revelaram não estarem familiarizados com o termo Novas

Substâncias Psicoativas que estas substâncias são aquelas que em Portugal, até 2013, eram de venda livre em lojas especializadas (smartshops). Mesmo que de forma difusa e imprecisa, a maior parte destes inquiridos pareceu saber do que se estava a falar ou, pelo menos, tinha uma ideia.

2,0

2,5

4,9

6,4

7,4

25,1

25,6

9,1

4,5

22,7

22,7

4,5

0 5 10 15 20 25 30

artificiais

mais potentes

novas drogas

ácidos/ alucinog.

legais

smart shops

sintéticas/ químicas

cons. LV de NSP (N=22) global (N=203) %

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33

Fig. 34 – Aquisição de alguma NSP, nos últimos 12 meses ou anteriormente (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 35 – Modo de aquisição NSP, nos últimos 12 meses ou anteriormente (N)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

0,6

3,0

0

1

2

3

sim, nos últimos 12 meses sim, anteriormente aos últimos 12 meses

%

1

4

1

0

1

9

6

13

0 2 4 6 8 10 12 14

internet

através amigos/conhecidos

mercado de rua

lojas/smart shops

anter.últimos 12 meses últimos 12 mesesN

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Fig. 36 – Aquisição de alguma droga ilícita (excluindo NSP) pela internet, nos últimos 12 meses ou

anteriormente (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Nenhum inquirido declarou ter recorrido a um serviço de urgência médica devido ao consumo de NSP,

enquanto 4% afirmaram que amigos ou conhecidos seus fizeram-no nos últimos 12 meses anteriores à

inquirição. A percentagem que declarou que amigos e conhecidos seus recorreram a um serviço de

urgência médica pelas mesmas razões há mais de 12 meses é um pouco superior (7%) (Figura 37).

Fig. 37 – Nos últimos 12 meses ou anteriormente, algum amigo/conhecido recorreu a algum serviço de

urgência médica devido ao consumo de NSP (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

0,6

0,3

0

0,2

0,4

0,6

sim, nos últimos 12 meses sim, anteriormente aos últimos 12meses

%

3,6

6,5

4,4

6,9

0

1

2

3

4

5

6

7

últimos 12 meses anteriormente aos últimos 12 meses

amigo conhecido

%

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35

De uma forma geral, os inquiridos consideram o consumo de NSP um comportamento de risco, sobretudo

quando este tem uma frequência regular. A percentagem que considera tal um comportamento de baixo

ou nenhum risco é diminuta: 12% no caso de um consumo ocasional e 1% no caso de um consumo regular.

Merece destaque também a percentagem relevante (1/5) de respondentes que declarou não sabe avaliar

o grau de risco do comportamento em causa (Figura 38). Quando se restringe a análise aos consumidores

recentes de NSP, a situação é diferente, na medida em que tendencialmente atribuem menor risco ao

consumo deste tipo de substâncias: por exemplo, nenhum dos consumidores recentes considerou o

consumo ocasional de NSP algo de risco elevado. Neste caso, a perceção de risco é completamente

diferente quer se trate de um consumo ocasional ou regular. O primeiro é considerado algo de baixo risco

ou de risco moderado, sendo que o segundo é tido como um comportamento de risco elevado ou

moderado. Mesmo tratando-se de consumidores recentes, a percentagem de respondentes que declarou

não saber responder à questão é superior à registada entre a totalidade dos inquiridos (Figura 39).

Fig. 38 – Perceção de risco de consumo ocasional/regular de NSP (N=887) (%)

Ocasional Regular

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

Fig. 39 – Perceção de risco de consumo ocasional e regular de NSP, considerando apenas os consumidores

recentes de NSP (N=9) (%)

Ocasional Regular

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

nenhum risco2,0% baixo risco

9,6%

risco mod.34,2%risco elevado

34,5%

não sei19,7%

nenhum risco0,3%

baixo risco1,0% risco mod.

9,4%

risco elevado70,3%

não sei18,9%

nenhum risco0,0%

baixo risco44,4%

risco mod.33,3%

risco elevado0,0%

não sabe22,2%

nenhum risco0,0%

baixo risco11,1%

risco mod.22,2%

risco elevado33,3%

não sabe33,3%

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36

A percentagem de inquiridos que acha que o consumo de NSP comporta mais riscos para a saúde do que

o consumo das drogas ilícitas ditas tradicionais é muito maior do que a que acha o contrário: 42% e 6%,

respetivamente. Uma percentagem considerável acha que tal depende (nomeadamente da substância

em causa) ou não sabe responder: 19% e 32%, respetivamente (Figura 40). Quando se restringe a análise

aos consumidores recentes de NSP, a situação é relativamente diferente: na medida em que parecem ter

um maior conhecimento e opiniões mais consolidadas (o que se reflete em menos respostas de

«depende» e «não sei»), são quem mais atribui um menor risco e também um maior risco ao consumo

deste tipo de substâncias. Os inquiridos que não consumiram qualquer droga ilícita no último ano anterior

à inquirição destacam-se como aqueles que menos acham que o consumo de NSP apresenta maior riscos

para a saúde do que as outras drogas ilícitas, sendo também aqueles que mais consideram que tal

depende ou que não sabem responder (Figura 41).

Fig. 40 – Perceção de maior ou menor risco para a saúde do consumo de NSP em comparação com o

consumo de outras drogas ilícitas (N=887) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

menos6,3%

mais42,2%

depende19,3%

não sabe32,2%

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Fig. 41 – Perceção de maior ou menor risco para a saúde do consumo de NSP em comparação com o

consumo de outras drogas ilícitas, em função da situação face ao consumo (N=887) (%)

Consumidores de NSP nos últimos 12 meses (N=9)

Consumidores de drogas (excluindo NSP) nos últimos 12 meses (N=288)

Não consumidores de nenhuma droga nos últimos 12 meses (N=599)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

menos11,1%

mais55,6%

depende11,1%

não sabe22,2%

menos4,5%

mais49,0%depende

17,0%

não sabe29,5%

menos7,2%

mais38,9%

depende20,4%

não sabe33,6%

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38

Entre aqueles que justificaram a sua opinião, a principal razão apresentada foi considerar que as NSP têm

maiores riscos para a saúde do que as outras drogas ilícitas dado serem substâncias químicas, de natureza

sintética, por oposição às outras drogas ilícitas (nomeadamente a cannabis), que são vistas como produtos

naturais e, nesse sentido, menos prejudiciais para a saúde. Em segundo lugar, destaca-se a opinião de

considerar que as NSP são mais perigosas para a saúde por serem substâncias sobre as quais não se sabe

muito, mais uma vez por oposição às drogas ilícitas ditas tradicionais (Figura 42).

Fig. 42 - Se entende que o consumo de NSP acarreta mais ou menos riscos para a saúde do que as drogas

ilegais tradicionais, diga porquê (questão 14.) (N=496) (%)

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

3,8

5,0

7,1

8,1

11,7

12,7

26,4

0 5 10 15 20 25 30

mais potentes

legais

é igual

artificiais

depende

menos conhecidas

química

%

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Discussão dos Resultados

A tabela 2 compara as prevalências de consumo de NSP registadas no presente estudo com as obtidas em

outros estudos recentes conduzidos junto de populações jovens. De modo a permitir uma melhor

comparação, incluiu-se apenas os inquiridos no NOS Alive – 2017 de nacionalidade portuguesa e com

idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos. Os respondentes do presente estudo (neste caso,

excluindo estrangeiros e com 35 anos ou mais) destacam-se por uma maior prevalência de

experimentação de NSP, comparativamente às outras populações em estudo, e só ao nível do consumo

declarado pelos participantes no Dia da Defesa Nacional (DDN), em 2016. No entanto, quando se

consideram os últimos 12 meses ou os últimos 30 dias o caso é diferente: as prevalências de consumo

recente e atual de NSP registadas entre o público do NOS Alive – 2017 são consideravelmente inferiores

às declaradas pelos participantes no DDN, se bem que mais elevadas do que as prevalências obtidas entre

o público jovem de outro festival de música, o Rock in Rio – Lisboa. Num ponto todos os estudos

convergem: o consumo recente e atual de NSP em Portugal parece ser hoje um fenómeno sem grande

expressão, pelo menos em comparação com outras substâncias psicoativas, e também em comparação

com a realidade de outros países europeus.

Tabela 2 – Prevalências de consumo de NSP (PLV, 12M e 30D) na população jovem, obtidas em vários

estudos nacionais (%)

Estudos População-alvo

Ano de recolha dos dados

Idade

P30D P12M PLV

Qualquer

droga* NSP

Qualquer

droga* NSP

Qualquer

droga* NSP

NOS Alive

Público do NOS

ALIVE 2017 15-34 19.4 0.6 33.2 0.8 49.3 6.3

RIR Público do Rock in Rio – Lisboa

2016 15-34 10.5 0.1 18.7 0.3 29.4 1.5

ESPAD Alunos do ensino

público 2015 16 - - - 1.0 16.0 1.0

DDN Participantes no

Dia da Defesa Nacional

2016 18 15.8 1.9 24.7 3.0 33.1 4.7

INPG População geral 2016/17 15-34 6.3 0.0 8.3 0.3 15.9 0.4

*À exceção do NOS Alive – Lisboa, nos outros estudos «qualquer droga» inclui NSP.

Fonte: SICAD-DMI-DEI / INMLCF / Egas Moniz, CRL

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41

Conclusões

O presente estudo confirma as conclusões a que chegaram outros estudos recentes conduzidos junto de

populações jovens, nomeadamente a elevada prevalência de consumo de bebidas alcoólicas e de

comportamentos nocivos ligados ao álcool; a considerável prevalência de consumo de drogas ilícitas,

sobretudo cannabis (pois o consumo das restantes drogas ilícitas é reduzido ou mesmo residual); e um

consumo recente de NSP muito pouco expressivo, sendo que entre estas substâncias se destacam os

cannabinoides sintéticos.

O que este estudo demonstra é que, não só as NSP são pouco consumidas pelos jovens portugueses, como

há um grande desconhecimento em relação a este tipo de substâncias, a começar pela expressão Novas

Substâncias Psicoativas, que não é um termo émico mas uma categoria que é imposta de fora e que, em

grande medida, não foi interiorizada pela população jovem. De facto, a generalidade dos inquiridos não

está familiarizada com a expressão, nem sequer com as substâncias em causa. Mais, os próprios

consumidores demonstram também algum desconhecimento, e ter perceções e representações do

fenómeno vagas. Por outro lado, os inquiridos (incluindo aqueles que consomem ou consumiram este

tipo de substâncias) revelam não fazer uma apreciação muito positiva das NSP, pelo menos em

comparação com as outras drogas ilícitas, consideradas, de uma forma geral, menos prejudiciais para a

saúde. Por essa razão, o consumo de NSP parece ser algo sobretudo experimental e não uma prática

regular.

Para perceber melhor o fenómeno das NSP em Portugal é recomendável a realização de outros estudos,

nomeadamente investigações com uma componente qualitativa e que assentem na triangulação de dados

provenientes de múltiplas fontes.

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