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Cenário 3 Rede de distribuição de água em comunidade complexa Um condomínio para famílias de classe média terá como unidade habitacional uma residência construída em terreno de 10 x 30 m (testa de 10 m) onde residirá uma família constituída, em média, por 6 pessoas, cada uma delas consumindo 300 l de água a cada 24 horas. Os lotes de 10 x 30 m serão dispostos em agrupamentos de 20 unidades, na forma apresentada na Figura 3.1. O agrupamento de 20 lotes será denominado agrupamento B. O espaço entre linhas de lotes será utilizado para a circulação de pessoas e veículos, além dos condutos de distribuição de água e dos demais serviços públicos. A largura entre linhas de lotes será igual a 1/10 da dimensão maior do agrupamento, não devendo ultrapassar 100 m. Seguindo a mesma metodologia, vinte agrupamentos do tipo B serão reunidos de forma a constituir um agrupamento do tipo A. O espaço entre conjuntos segue a regra anterior de 1/10 da dimensão maior, não devendo ultrapassar 100 m. Vinte agrupamentos do tipo A formam um agrupamento do tipo H, seguindo a mesma lei de formação. O endereço típico das famílias será Hxx Axx Bxx Casa xx. Os agrupamentos do tipo H serão dispostos segundo um hexágono ficando 30 C1 C3 C5 C7 C9 C11 C13 C15 C17 C19 C2 C4 C6 C8 C10 C12 C14 C16 C18 C20 30 10 100 10 Agrupamento B Figura 3.1. Agrupamento de residências do tipo B.

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Page 1: Rede de distribuição de água em comunidade complexa...d’água em canal A captação de um sistema de irrigação será realizada em riacho cuja vazão varia entre 1,50 e 3,0 m

Cenário 3

Rede de distribuição de água em comunidade complexa

Um condomínio para famílias de classe média terá como unidade habitacional uma residência construída em terreno de 10 x 30 m (testa de 10 m) onde residirá uma família constituída, em média, por 6 pessoas, cada uma delas consumindo 300 l de água a cada 24 horas. Os lotes de 10 x 30 m serão dispostos em agrupamentos de 20 unidades, na forma apresentada na Figura 3.1 .

O agrupamento de 20 lotes será denominado agrupamento B. O espaço entre linhas de lotes será utilizado para a circulação de pessoas e veículos, além dos condutos de distribuição de água e dos demais serviços públicos. A largura entre linhas de lotes será igual a 1/10 da dimensão maior do agrupamento, não devendo ultrapassar 100 m. Seguindo a mesma metodologia, vinte agrupamentos do tipo B serão reunidos de forma a constituir um agrupamento do tipo A. O espaço entre conjuntos segue a regra anterior de 1/10 da dimensão maior, não devendo ultrapassar 100 m.

Vinte agrupamentos do tipo A formam um agrupamento do tipo H, seguindo a mesma lei de formação. O endereço típico das famílias será Hxx Axx Bxx Casa xx. Os agrupamentos do tipo H serão dispostos segundo um hexágono + cando

30C1 C3 C5 C7 C9 C11 C13 C15 C17 C19

C2 C4 C6 C8 C10 C12 C14 C16 C18 C20 30

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100

10

Agrupamento B

Figura 3.1 . Agrupamento de residências do tipo B.

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Cenário 4

Compartilhamento do sistema de adução de água

Um sistema de distribuição de água é integrado por subsistemas de bombea-mento, adução e distribuição. Os condutos forçados dos subsistemas têm as características mostradas no Quadro 4.1. O subsistema de adução abastece uma malha, situada a jusante do reservatório R 2 , que consome 46 l/s, quando em operação. Pretende-se expandir o sistema instalando uma segunda malha com características idênticas daquela em funcionamento, inclusive no consumo. Analise as condições de funcionamento do sistema em suas condições atuais e auxilie no estudo da sua adaptação para receber uma segunda malha.

31. Determine as pressões que se manifestam nos nós da malha atual. O reservatório R 2 , que abastece a malha está assentado à cota 400 m e tem o NA à cota 430 m. Sabendo que a pressão mínima esperada na rede é de 30 mca, veri+ que se esse requisito está sendo atendido nos nós M, N, O e P. Especi+ que as vazões e velocidades dos trechos da malha. Use o software EPANET.

Quadro 4.1 . Características dos condutos e vazões demandadas no sistema de distribuição de água

TrechoD i (mm) diâmetro

L i (m) comprimento

C i coe$ ciente de Hazen

Recalque + sucção 200 250 120

Adução (R1-X) 250 4.500 130

Adução (X-R2) 250 2.500 130

Adução (R3-X) 200 3.000 100

Adução (R2-M) 250 1.000 100

TrechoL i (m)

comprimentoD i (mm) diâmetro

C i coe$ ciente de Hazen Nó

Demanda (l/s)

Cota dosolo (m)

MN 2.000 250 130 M 8 390

NO 2.000 250 130 N 12 385

OP 2.000 250 130 O 15 380

PM 2.000 250 130 P 11 380

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Cenário 5

Manejo de carga líquida em backport graneleiro

Um porto exporta e importa combustíveis para uso em veículos automotores. Dispõe de uma ponte de acostamento em forma de T que permite às embarcações o fundeio em águas vizinhas ao canal de acesso e área de manobras. Sobre a plataforma da ponte estão instalados dutos por meio dos quais o combustível a ser importado/exportado é recalcado da embarcação para os depósitos de combustível ou vice-versa. O backport (área em terra do porto) é provido de cilindros de armazenamento e de bombas responsáveis pelo recalque do combus-tível. Os maiores cilindros desse porto têm 30 m de diâmetro e 15 m de altura que armazenam até 10.000 m 3 de combustível, cada um. O navio tipo transporta até 100.000 toneladas de porte bruto de combustível. Quando o 4 uido é gasolina (densidade = 0,7), 100.000 toneladas de carga correspondem a 142.857 m 3 de combustível a serem movimentados. Nesse porto, a janela de ocupação do berço é de até 72 horas. A perda de carga em conduto forçado quando 4 ui água a 20 °C é ligeiramente superior à perda produzida por gasolina. Portanto, neste exercício, será adotado o modelo de Hazen-Williams para o cálculo das perdas de carga da gasolina 4 uindo em conduto forçado. Considere o nível do mar à cota 0.

Área de tancagem

Canal de acesso

Linha da costa

Backport

Figura 5.1 . Plano geral do porto.

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Cenário 6

Projeto de abastecimento de comunidades urbanas

Na cidade A será instalada a sede de um município. A população local recebe água distribuída a partir do reservatório RA, mostrado na Figura 6.11 . A água provém do rio Norte de onde é captada na seção C1 e recalcada por meio de bombas até ao reservatório R1, situado no divisor de águas, e dali aduzida por meio de condu-tos até ao reservatório RA. As características deste sistema de abastecimento estão especi( cadas no Quadro 6.1 . A cidade A abriga 30.000 habitantes que consomem, individualmente, 300 litros a cada 24 horas. Os hábitos de consumo e culturais da população nos permitem considerar k 1  = k 2  = 1,3 como coe( cientes da hora e do dia de maior consumo. O prefeito reeleito se comprometeu, na campanha da última eleição, a construir sistemas públicos de abastecimento e distribuição de água potável nas comunidades B e C. Nos seus planos estão incluídas as adutoras entre A e B e entre P e C, assim como, os reservatórios RB e RC. Na percepção do prefeito é natural e dará resultado satisfatório reproduzir em C e B o projeto de abastecimento de A. O Ministério Público Estadual, acionado por organizações

divisor de águas

C1

C2

R1

R2

RA

RB

RC

P

Rio Norte

Figura 6.1 . Rede de abastecimento das cidades A, B e C.

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Cenário 7

Rede malhada de distribuição de água potável em centro urbano

Um sistema malhado de distribuição de água para consumo humano tem a forma descrita na Figura 7.1 . A malha I (traço contínuo) será construída imediatamente e a malha II, no futuro. Os nós da malha I são os de nome A, B, C, D e E. A alimentação dos trechos de distribuição da malha I se fará nos pontos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, segundo as vazões indicadas no Quadro 7.1 . A malha I é abastecida pelo reservatório R1. As distâncias dos pontos de consumo aos nós e as vazões demandadas são indicados no Quadro 7.1

61. Redistribua as vazões demandadas pela população atendida pela malha I, alocando-as nos nós. Determine a vazão de cada nó aplicando o método da proporcionalidade das distâncias aos nós. Determine a vazão do trecho R1 - A.

780

800

820

840

800

820

840

R1

R2

F

G C

B

E

D

I

A

H

Figura 7.1 . Sistema de distribuição malhado com duas malhas de distribuição.

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CENÁRIO 8

Drenagem de águas pluviais

O terminal rodoviário de um porto marítimo movimenta 21 milhões de toneladas de soja, durante 3 meses, após cada safra anual, a razão de 7 milhões de toneladas ao mês. Essa produção é transportada em caminhões com capacidade de 30 toneladas por viagem, por veículo. Em média, são esperados cerca de 8.000 veículos/dia que permanecem cerca de 2 horas no estacionamento antes e/ou após a operação de descarga. O terminal deve, portanto, abrigar 648 veículos simultaneamente. As 648 vagas são distribuídas conforme mostrado em desenho esquemático da Figura 8.1 , no qual 1, 2, 3, 4, 5 e 6 são portões de acesso ao pátio de estacionamento, 1-4, 2-5 e 3-6 são vias de circulação e os retângulos são vagas para veículos. O veículo tipo tem 2,5 m de largura e 15 m de comprimento mas a vaga tem 5 m de largura por 15 m de comprimento.

135 m

540 m

1

A

B

C

D

E

F

G

H

2

3

4

5

6

Linha de talweg

Ru

a d

e a

cess

o

Ru

a d

e a

cesso

Linha de cumeada

Figura 8.1 . Vista em planta do terminal rodoviário.

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Cenário 9

Manutenção do nível d’água em canal navegável

Um rio percorre seu vale onde ! orescem várias pequenas cidades. A economia do vale tem por base a vinicultura. Contudo, o turismo ecológico e a venda e a degustação de vinhos participam com parcela apreciável dos ganhos das comuni-dades. O rio tem calha bem de& nida podendo em muitos trechos ser representado por canal retangular cuja seção molhada tem base de 30,0 m de largura, 1,0 m de tirante e rugosidade medida por n = 0,02. A cidade mais a jusante do rio pro-moveu a construção de uma cascata de vertedores que embelezam a calha do rio e elevam as suas águas estabelecendo um tirante de 3,0 m junto ao vertedor mais a montante do conjunto de 3 vertedores, conforme mostrado na Figura 9.1 . Ao longo do remanso formado pelos vertedores foi instituído serviço de navegação para turistas que desejam apreciar a beleza do vale. Os vinicultores instalados ao longo do remanso perceberam que o trecho navegável poderia ser utilizado para o transporte de uvas em substituição parcial da frota de caminhões. Essa nova modalidade de transporte barateou o frete, em geral, em razão dos volumes transportados por comboios e da concorrência estabelecida entre modalidades de transportes. Esse comboio na sua versão típica associa, em linha, 2 barcaças de 7,0 m de boca (largura), 50,0 m de comprimento individual e 1,5 m de calado (altura imersa) movidos por empurrador com calado de 1,8 m e comprimento de 20,0 m. O vertedor de montante, como é visto na Figura 9.1 , tem a forma

100

5

10

15

Figura 9.1 . Seção do rio semelhante a um canal com a cascata de vertedores.

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Cenário 10

Dimensionamento de tomada d’água em canal

A captação de um sistema de irrigação será realizada em riacho cuja vazão varia entre 1,50 e 3,0 m 3 /s. No trecho da captação o riacho pode ser assimilado a um canal de seção retangular de 5 m de largura. Para viabilizar a captação, durante os meses de estiagem, foi planejado que o riacho seria barrado por meio de uma soleira retangular cuja superfície superior estaria situada à cota 895 m. Esta soleira teria uma altura de 3 m, em relação ao fundo do riacho, 4 m de extensão, segundo o eixo longitudinal do riacho, e rugosidade acentuada. Para permitir o esvaziamento do pequeno reservatório formado pelo barramento foi planejada uma galeria de seção circular com 0,5 m de diâmetro controlada por uma comporta também circular, com igual diâmetro, acionada verticalmente, a ser instalada em sua boca de montante. A galeria * cará pousada sobre o fundo do riacho, orientada segundo o seu eixo longitudinal. No transcorrer dos cálculos veri* cou-se que a galeria, nas condições previstas inicialmente, não daria pas-sagem à vazão máxima do riacho. Propôs-se então a colocação de duas outras galerias, paralelas à primeira, assentadas à mesma cota, assim como, a elevação da superfície superior da soleira para a cota 896 m. A soleira, após a elevação da cota de coroamento, passará a ter 4 m de altura. Para garantir a estabilidade da soleira a sua extensão, segundo o eixo do riacho, passou para 5 m.

Seção de barramento

Comporta da entrada do canal adutor

Conjunto de comportas

Canal norteriacho

Canal sul

Figura 10.1 . Captação no riacho, em planta.

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Cenário 11

Extração de vazão excedente em canal e outras vazões para irrigação

Um canal de seção trapezoidal com b = 3,0 m (largura no fundo da seção), z = 2,0 (declividade lateral), n = 0,01 (coe$ ciente de rugosidade de Manning) e I = 1/5.000 m/m (declividade ao longo do eixo do canal) atravessará um vale de 110 metros de extensão por meio de uma ponte-canal. A ponte-canal também será concebida como instrumento para retirar do ' uxo vazão superior a de projeto que passará a ter curso em canal auxiliar a ser construído no fundo do referido vale. Para a extração da vazão excedente serão instalados sobre o tabuleiro da ponte-canal 20 tubos verticais com 2,8 metros de altura, contados a partir da superfície superior do tabuleiro, dispostos ao longo do seu eixo longitudinal, segundo 2 linhas de tubos, mantendo distância de 10 metros, entre linhas, medidos ao longo do eixo longitudinal da ponte-canal, de tal forma que a vazão de projeto do canal possa ' uir ao longo da ponte-canal sem extravasar pelos tubos. O excesso de vazão, quando existir, ' uirá pelo interior dos tubos caindo em caixa a ser construída sob a ponte-canal para, em seguida, ser con-duzido para local seguro por meio de canal auxiliar. A ponte-canal terá 8,0 m de largura e seção retangular. O canal a jusante da ponte-canal terá seção de máxima e$ ciência com n = 0,01, I = 1/3.000 m/m e z = 1,0. Os trechos de ajus-tamento entre as seções trapezoidais e a seção retangular da ponte-canal serão transições retas entre essas seções. O ajustamento referido considera tanto a adequação da largura do fundo e das laterais como as respectivas cotas de fundo entre os trechos do canal a montante e jusante e o tabuleiro da ponte-canal. O canal está sendo projetado para operar com a vazão de 22,0 m 3 /s, considerada vazão de projeto.

Figura 11.1 . Ponte canal em planta.

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Cenário 12

Drenagem em polder

Uma área costeira é periodicamente inundada quando a maré local ultrapassa determinada cota. Mesmo quando não há inundação, o solo da área permanece saturado em razão da quantidade de argila presente em sua textura, da cota do lençol freático em relação à cota da superfície do solo, da pequena declividade da superfície do solo e da inexistência de vales naturais que orientem o escoa-mento super( cial e subsuper( cial. No entanto, essa área pode se tornar produtiva caso seja feita a drenagem e dessalinização do solo para incorporá-la a uma região agrícola vizinha. Para tanto, será construído um dique com cota de coroamento em nível (horizontal), ao longo da costa, ligando dois pontos A e B, situados acima da cota de inundação. Esse dique será o limite do polder con-frontante com o mar. O polder terá seu perímetro determinado pelos pontos de cota imediatamente acima da cota de inundação.

As águas precipitadas sobre o polder e as águas provenientes do lençol freático serão drenadas por um canal principal (central) de seção trapezoidal, sem reves-timento, com n = 0,025 (coe( ciente de Manning), z = 3,0 (declividade lateral da seção do canal), I = 1/20.000 m/m (declividade longitudinal do canal), b = 10,0 m (largura do fundo da seção trapezoidal) e por canais secundários com seção

dique

B

A

Área urbanizada

Cota de inundação

Canais secundários

Casa de bombas

MAR

Figura 12.1 . Área inundável protegida por dique A-B.

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Cenário 13

Dimensionamento de eclusa em barramento

Uma barragem será construída para atender a vários objetivos, como gerar energia, abastecer o centro urbano com água potável, incentivar atividades turísticas, fortalecer a piscicultura e tornar navegável um estirão do rio. O barramento será provido de vertedouro, casa de força, eclusa, escada de peixe, barragem de gravidade e torre de tomada d’água. Com as informações ofere-cidas em cada questão, analise o funcionamento de cada uma de suas partes constituintes.

121. Assuma que o vertedor tem soleira plana com largura (extensão na direção do & uxo) de 6,0 m. Sobre essa soleira haverá uma passarela que permitirá a passagem de veículos. Determine a altura máxima da carga sobre o vertedor e o número de vãos de 15,0 m de extensão (na direção do eixo da barragem) necessários para que a vazão de 450 m 3 /s seja transferida para jusante, mantido o funcionamento de “vertedor de borda espessa”. Determine ainda o tirante do escoamento sobre o vertedor.

Resolução

A vazão vertida por vertedor de 15 m de largura na direção do barramento, e soleira e  = 6 m é dada pela equação do vertedor de soleira espessa.

Passarela

e = 6 m

H1

H

Figura 13.1 . Coroamento reto do vertedor da barragem.

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Cenário 14

Dimensionamento de canal de partilha para navegação

Um canal de seção trapezoidal liga os reservatórios de dois barramentos situados nas calhas de um rio e de seu a$ uente, de forma que a água $ ua do reservatório do rio para o reservatório do a$ uente, ou vice-versa, conforme variem as cotas dos NNAA dos reservatórios respectivos, que por sua vez, dependem do regime de chuvas nas cabeceiras de cada um deles.

O canal de ligação, também chamado canal de partilha por conectar duas bacias hidrográ' cas, com seção trapezoidal, tem inclinação longitudinal I = 1/10.000 m/m com o fundo da seção de entrada, situada junto ao reservatório do rio principal, na cota 800 m, e fundo da seção de deságue na cota 798 m, no reservatório do a$ uente. O comprimento do canal é de 20.000 m, a declividade lateral da seção é expressa por z = 0,5, a rugosidade da seção é de' nida por n = 0,013 e a largura do fundo estabelecida em b = 10,5 m para dar passagem ao comboio tipo da bacia.

131. Determine a vazão que percorrerá o canal de ligação quando o NA do reservatório do rio principal estiver à cota 803 m e o NA do reservatório do a$ uen-te estiver à cota 798 m.

afluente

canal

Reservatório afluente

Rio principal

Reservatóriorio principal

Figura 14.1 . Canal de partilha e reservatórios em planta.

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Cenário 15

Canal abastecido por meio de recalque

O canal principal de um sistema de irrigação deve ter seção trapezoidal de máxi-ma e$ ciência e deve transportar 5 m 3 /s. A declividade média do terreno ao longo do eixo do canal é de 0,5%. Para evitar perdas de água, a calha do canal será revestida de argamassa com n = 0,01. A vazão a ser transportada será provida por bombas que recalcarão as águas de um rio próximo vencendo um desnível de 15 m. A vazão recalcada será lançada em uma caixa cujas dimensões iniciais estão estimadas em 10 m de largura por 15 m de comprimento. A altura da caixa será determinada ao longo da de$ nição completa do projeto. Dependendo do nível do rio, fonte do recurso hídrico, as bombas podem recalcar até 6 m 3 /s. A partir da caixa referida, a vazão será admitida no canal por meio de um trecho de seção retangular para facilitar a instalação de uma comporta de segmento com superfície vedante tangente a uma vertical junto ao fundo. A jusante do trecho retangular a seção do canal passa a ser trapezoidal (z = 2) graças a uma transição reta. Junto à parede da caixa que confronta com a entrada do canal serão ins-talados dois orifícios circulares, com diâmetro de 1 metro, que absorverão a vazão recalcada, caso a comporta instalada na entrada do canal seja fechada e as bombas continuem a recalcar até 6 m 3 /s. O fundo da caixa está posicionado à cota 951 e a soleira do canal (fundo) está à cota 952 m.

141. O Determine a cota do NA da caixa de entrada para ser admitida a vazão de 5 m 3 /s no canal, quando a comporta apresentar uma abertura de 0,5 m. A largura do trecho do canal de seção retangular é de 2 m. Admita que os orifícios estarão completamente fechados. Para efeito desta questão, as bombas estarão recalcando 5 m 3 /s.

Resolução

O modelo matemático que permite a determinação da vazão admitida no canal por meio de comporta de segmento é:

Nesse modelo, (h) é a carga sobre a comporta medida a partir de sua soleira e (a) é a área nominal do orifício formado com a abertura da comporta. Então, admitindo o jato livre, tem-se:

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Cenário 16

Padrões de escoamento em canal

Um canal adutor de seção trapezoidal tem y = 2,0 m, n = 0,01, z = 1,5 m, I = 1/200 m/m e Q = 59,55 m 3 /s. Supõe-se que esse canal, nas condições enun-ciadas, % ui com máxima e' ciência.

151. Determine a velocidade do % uxo e a área molhada, admitindo máxima e' ciência e veri' que se a hipótese de cálculo é verdadeira.

Resolução

Admitindo máxima e' ciência, a seguinte condição deve ser atendida:

Para a declividade lateral da seção representada por z = 1,5, tem-se o33,69θ =

sendo que =θ

θ−0,689sen

2 cos . Escreve-se, então, para y = 2,0 m.

Considerando a geometria da seção e dados da questão, calcula-se o módulo da velocidade e as dimensões T, b e D.

y = 2m

z = 1,5

1

Figura 16.1 . Seção trapezoidal do canal.

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Cenário 17

Trechos de transição no escoamento em canal

Em determinado sistema de irrigação, parte da vazão do canal principal é extraída por meio do dispositivo indicado na Figura 17.1 . O canal principal tem as seguintes características: n = 0,01, z = 2 m, I = 1/5.000 m/m, b = 5 m, Q = 30,16 m 3 /s, cota do fundo em S2 e S3 = 890 m. O canal secundário tem seção retangular com b = 2 m, n = 0,01 e I = 1/5.000 m/m. Do canal principal, na seção S2, é retirada a vazão de 3 m 3 /s por meio de uma tomada d’água lateral. Para evitar a admissão de vazão sólida no canal secundário, a soleira da seção de entrada desse canal está posicionada à cota 891 m. A jusante da tomada, no canal secundário, a vazão admitida é recalcada por meio de bombas alojadas em casa de bombas transversal, conforme mostrado na Figura 17.1 . Na seção S3 do canal principal foi montada uma comporta de segmento, na margem direita, e um vertedor oblíquo composto, na margem esquerda. A comporta de segmento permite o esvaziamento completo desse trecho do canal principal quando for oportuno, e o vertedor oblíquo garante tirante mínimo para o funcionamento das bombas, sem admissão de ar no conduto de sucção.

891

S3

S2

S1

890

casa de bombas

comporta

vertedor

CANAL PRINCIPAL

Figura 17.1 . Tomada água em canal.

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Cenário 18

Transposição de vazão entre bacias

Uma região costeira tem áreas extensas cultivadas com cana de açúcar. Para redu-zir os custos de transporte horizontal da cana entre áreas de plantio e a usina, pretende-se construir um sistema de canais que permita a passagem de comboios % uviais que substituirão parte da frota de caminhões alocados nessa atividade. Está sendo proposta a construção de canal principal, de canais secundários e pontos de embarque e de desembarque. Os canais serão construídos ao longo dos pontos de menor cota do terreno e servirão simultaneamente para drenar a área de plantio e permitir a passagem dos comboios.

O canal principal terá seção trapezoidal com b = 50,0 m (cinco bocas). Será ligado ao oceano por meio de canal de seção retangular. O canal de ligação

Abastecimento

usina

MAR

Canal principal

B M

Canais secundários

Canal secundário

Figura 18.1 . Sistema de canais visto em planta.

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Cenário 19

Transição da seção geométrica em canal

O canal principal de um sistema de irrigação deve ter seção trapezoidal de máxi-ma e$ ciência e deve transportar 5 m 3 /s. A declividade média do terreno ao longo do eixo do canal é de 0,5%. Para evitar perdas de água, a calha do canal será revestida de argamassa com n = 0,01. A vazão a ser transportada será provida por bombas que recalcarão as águas de um rio próximo vencendo um desnível de 15 m. A vazão recalcada será lançada em uma caixa cujas dimensões iniciais estão estimadas em 10 m de largura e 15 m de comprimento. Dependendo do nível do rio, fonte do recurso hídrico, as bombas podem recalcar até 6 m 3 /s. A partir da caixa referida, a vazão será admitida no canal por meio de um trecho de seção retangular, para facilitar a instalação de uma comporta de segmento. A jusante do trecho retangular, a seção do canal passa a ser trapezoidal graças a uma transição reta. Junto à parede da caixa oposta à entrada do canal, serão instalados dois orifícios circulares, com diâmetro de 1 metro, que receberão a vazão recalcada, caso a comporta instalada na entrada do canal seja fechada e as bombas continuem a recalcar até 6 m 3 /s. O fundo da caixa estará posicionado à cota 951 e a soleira do canal adutor (fundo) estará à cota 952 m.

Planta

Corte

Figura 19.1 . Caixa de recepção da vazão recalcada e canal adutor.

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Cenário 20

Dinâmica da lagoa litorânea - lagoon

Uma lagoa litorânea é alimentada por córregos e deságua no oceano por meio de canal natural. O estudo da biota da lagoa inclui a caracterização do regime de escoamento do canal de ligação com o oceano, considerando as vazões a( uen-tes à lagoa, das bacias dos córregos, vazões e( uentes, da lagoa para o mar, e a( uentes, do mar para a lagoa. O canal natural pode ser assimilado a um canal retangular com largura b = 30 m, n = 0,02 e declividades longitudinais e comprimentos indicados na Figura 20.1 . O mar, na embocadura do canal de ligação, apresenta fortes variações de maré que in( uenciam a vazão e( uente. A maré local é do tipo semidiurna. A preamar de sizígia atinge a cota +9,0 m e a baixa-mar de quadratura atinge a cota +2,0 m. Acredita-se que o nível máximo da lagoa atingirá a cota +10,2 m e o nível mínimo a cota +6,5 m. Acompanhe e complete a linha de raciocínio do estudo da vazão no canal de ligação, para oferecer subsídios aos biólogos que de4 nirão os procedimentos necessários à preservação dos seres vivos que habitam essa lagoa.

7,2

10,2

L1 = 1.000 m

I1 = 2,5/500 m/m

L2 = 2.000 m

I2 = 1/10.000 m/m

2,0

Figura 20.1 . Per! l longitudinal do fundo do canal que liga a lagoa ao mar.

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Hidráulica na Prática foi escrito com a intenção de estreitar a distância

entre os conceitos teóricos ministrados nas disciplinas de hidráulica

dos cursos de engenharia civil e engenharia ambiental e a prática da

engenharia nesses ramos do conhecimento. Foram escolhidos 20

cenários habituais da engenharia hidráulica e, no âmbito desses

cenários, procurou-se destacar algumas questões a serem resolvidas.

O foco desta obra está centrado na solução dos problemas de enge-

nharia e nas consequências das soluções para o cidadão comum e

para os diversos atores dos poderes Executivo e Judiciário. Os mode-

los matemáticos interagem nesses cenários como instrumentos de

soluções e não como elementos primordiais. É uma abordagem dife-

rente da adotada nos cursos de engenharia que privilegiam os mode-

los matemáticos, os modelos computacionais e analógicos e o funcio-

namento de ferramentas e instrumentos tecnológicos necessários à

mensuração dos fenômenos hidráulicos. Espera-se que a abordagem

da engenharia hidráulica voltada para a “solução de problemas”

facilite a inserção dos egressos dos bancos universitários à vida

de soluções a serem aplicadas no mundo real.